revolta do ronco da abelha

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Revolta contra o Censo Geral do Império e o Registro Civil de nascimentos e Óbitos

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Revolta contra o Censo Geral do Império

e o Registro Civil de nascimentos e Óbitos

Revolta do Ronco da Abelha (nome dado devido ao som que os revoltosos faziam em meio a um grande burburinho feito em dias de feira e que se assemelhava a zoada de uma abelha). Esse foi um movimento popular, o qual lutava contra o governo e suas medidas que desagradavam a população.

Dezembro de 1851 até por volta de fevereiro de 1852

Envolveu cidades e vilas de cinco províncias nordestinas, sendo estas: Alagoas, Ceará, Paraíba, Pernambuco e Sergipe. O reboliço causado nas cidades da Paraíba e Pernambuco foram os mais fortes.

O decreto imperial que obrigava todo e qualquer brasileiro a se apresentar a juízes para fornecer dados pessoais para a realização de um censo demográfico –assim criando o Registro Civil de Nascimento– foi um dos motivos que gerou os incidentes, pois, o real intuito do Estado era sistematizar o recrutamento de homens para atender ao serviço militar.

A implementação do decreto gerou boatos entre a população de que o governo pretendia submeter os cidadãos mais pobres à condição de escravos, assim, afetando inclusive a população de brancos.

Decreto 797Censo Geral do Império, para realizar a contagem da população

Os incidentes foram provocados por dois decretos imperiais, de junho de 1851, o 797 e o 798, cujo propósito era instituir o Registro Civil dos Nascimentos e Óbitos.

Decreto 798Obrigava todo brasileiro a se apresentar nas paróquias e à frente de juízes de paz das diferentes localidades, para fornecer os dados pessoais, data e local de nascimento, filiação, estado civil e cor da pele.

Foi então quando homens, mulheres e até meninos armados invadiram a igreja Matriz Pau D’Alho em Pernambuco e devastaram todos os papéis de aviso sobre tal decreto. Esse acontecimento influenciou outros movimentos em diferentes províncias onde também se contestava as medidas decretadas. As demais reações eram sempre à base de foices, enxadas e espingardas e os ataques eram feitos principalmente em prédios, com gritos de ‘’Abaixo a lei, morra o governo’’.

O governo então reagiu movendo mais de mil soldados integrantes da polícia, convocando a guarda nacional e também se utilizando da ordem de padre Capuchinhos. Esta última conclamou os fiéis a respeitar a ordem pública, caso contrário estariam se submetendo ao fogo do inferno.Então, no final de janeiro de 1852 a paz se restabeleceu e os decretos foram suspensos. O primeiro censo brasileiro só foi enfim realizado vinte anos depois, mas ainda sem registro civil, que foi somente adotado no período de república do país.