revista visão ambiental ed 10

60
Ano 2 • n o 10 • Julho/Agosto 2011 • R$ 9,9 ETNOTURISMO Conhecer para preservar Trocas e Empréstimos, economizam dinheiro e o planeta. ICMS ECOLÓGICO Imposto bem aplicado Estamos longe do ideal SANEAMENTO REGULAMENTAÇÃO DA PUBLICIDADE VERDE Transparência na informação EMISSÕES DE CO2 É preciso diminuir e anular • MEIO AMBIENTE • ATITUDE • SUSTENTABILIDADE

Upload: rv-ambiental

Post on 26-Mar-2016

219 views

Category:

Documents


2 download

DESCRIPTION

Revista Visão Ambiental ed 10

TRANSCRIPT

Page 1: Revista Visão Ambiental ed 10

Ano 2 • no 10 • Julho/Agosto 2011 • R$ 9,90

Ano

2 •

no 1

0 •

Julh

o/A

gost

o de

201

1 •

R$ 9

,90

VIS

ÃO A

MBI

ENTA

L

ETNOTURISMOConhecer para preservar

Trocas e Empréstimos, economizam dinheiro e o planeta.

ICMS ECOLÓGICOImposto bem aplicado

Estamos longe do idealSANEAMENTO

REGULAMENTAÇÃO DA PUBLICIDADE VERDEPUBLICIDADE VERDE

Transparência na informação

EMISSÕES DE CO2EMISSÕES DE CO2É preciso diminuir e anular

• MEIO AMBIENTE• ATITUDE• SUSTENTABILIDADE

01_Capa_RVA-10.indd 1 25/07/2011 16:25:55

Page 2: Revista Visão Ambiental ed 10

Blue Tree Premium Morumbi • São Paulo

08 de agosto / 1º diaPolítica Nacional de Resíduos Sólidos • Aspectos Jurídicos • Planos de Gestão e Gerenciamento • Acordos Setoriais • Logística Reversa • Mecanismos de Gestão e Financiamento • Estruturação Tarifária e Incetivos Fiscais

09 de agosto / 2º diaDesenvolvimento de Projetos de Cogeração de energia (Waste to Energy) - Modelagem e viabilidade Financeira - Tecnologias e Processos para geração proveniente de Biogás e Incineração de RSU.

Assuntos como aproveitamento energético de resíduos e renovação das concessões elétricas em um formato único e exclusivo a você.

Apoio

Golden Tulip Paulista Plaza • São Paulo

10 de agosto

• Cenários jurídicos e econômicos das possiblidades do processo de renovação das concessões elétricas.

• Planos de ação e conduta diante da indefinição e da obrigatoriedade de cumprir os prazos estabelecidos pelo regulador.

• Cenários de Tarifas e Modicidade Tarifária dos empreendimentos envolvidos em processos de renovação das concessões.

• Procedimentos contábeis dos empreendimentos envolvidos nos processos de renovação.

Para maiores informações e inscrições

(11) [email protected]

II FÓRUM RENOVAÇÃO DAS CONCESSÕES

ELÉTRICAS BRASILEIRAS

Apoio

Garanta seu desconto informando o código RVIEX www.vxa.com.br

O mundo da eletricidade em tempo real

renergy.indd 1 13/06/2011 16:08:10

Page 3: Revista Visão Ambiental ed 10
Page 4: Revista Visão Ambiental ed 10

VIS

ÃO

AM

BIE

NTA

L •J

ULH

O/A

GO

STO

• 2

011

4

SUMÁRIO

6.

44.

CONSUMOCOLABORATIVO

CASA SUSTENTÁVEL ETNOTURISMOConhecer para preservar

CAPA

44.CASA SUSTENTÁVEL

10 Visão Legal

11 ICMS Ecológico Por Giovana Baggio

18 Festieco e FimabEvento Ambiental em Bauru

22 Sustentabilidade de Ponta a Ponta

32 SaneamentoEstamos longe do ideal

28. CONSUMOCONSCIENTE

14.

54 Visão Ambiental

56 Visão Florestal

57 Green Talents

58 Visão Social

38 Regulamentação da Publicidade Verde Transparência na informação

48 Visão Ecológica

50 Emissões de CO2 É preciso diminuir e anular

foto

mon

tage

m: s

xu/m

arin

a yo

shie

Page 5: Revista Visão Ambiental ed 10

VIS

ÃO

AM

BIE

NTA

L •

jULH

O/A

GO

STO

• 2

011

5

PARA QUEM ACREDITA EM

SOLUÇÕES SIMPLES

Acreditar é um princípio básico para quem deseja operar mudanças, sejam elas quais forem, as mais simples que passam por cortes de cabelo ou cor do carro, ou as mais complexas como um novo trabalho ou o destino de sua família. Mas falamos aqui sobre questões ambientais, e também elas apresentam soluções simples ou complexas, algumas óbvias, outras inimagináveis.

Nesta edição, falamos um pouco sobre soluções simples, como trocar ao invés de comprar, canos de PVC reciclado para obras de saneamento, e etnoturismo como forma de preservar fl orestas e costumes através de conhecimento e vivência.

As mudanças de postura de indivíduo repercute em outras esferas e leva a conquistas ainda maiores, como a regulamentação da publicidade, que agora tem que tomar cuidado ao divulgar ações e produtos “verdes”, pois o Conar – Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária - está atento, e o que for considerado propaganda enganosa será punido.

Em nossa 10ª. edição acreditamos estar conseguindo fazer nossa parte no incentivo de atitudes que ajudem na conscientização ambiental, e entendemos que ter atitudes simples no cotidiano pode representar um grande resultado.

Convidamos nossos leitores a terem atitudes sustentáveis, não importa se pequenas ou não, a atitude é que conta!

Boa Leitura! Susi Guedes

EDITORIAL 10

PUBLISHER SUSI [email protected]

EDITORA-CHEFE SUSI [email protected]

PROJETO GRÁFICO e DIREÇÃO DE ARTE FLORA RIO PARDO

fl [email protected]

DIAGRAMAÇÃO, EDIÇÃO e TRATAMENTO DE IMAGENS

MARINA [email protected]

JORNALISTASANA RODRIGUEZ, ARIELLI SECO, BRUNO VIÉCILI,

MARINA ERBOLATO, MARCELO FARAHA, ROGÉRIO FERRO, SUSI GUEDES

[email protected]

REVISÃO CRIS BARBIERI , GIOVANA FRANZOLIN

[email protected]

COLUNISTAS DESTA EDIÇÃOANA CAROLINA CONTE DE CARVALHO DIAS,

ELOI FERNANDES, LILIAN REIS, MARIA ROSÍ MELO RODRIGUES, TADAYUKI YOSHIMURA

COMERCIAL E [email protected]

PRODUÇÃOSONIA COSTA

[email protected]

SAC – [email protected]

JORNALISTA RESPONSÁVELSUSI GUEDES (MTB 44.447/ SP)

PERIODICIDADE – BIMESTRALTIRAGEM – 8 mil exemplares

IMPRESSÃO – GRÁFICA SILVAMARTSwww.grafi casilvamarts.com.br

EDITORA BORBOLETARua Rio Grande, 308 – cj 32 – Vila Mariana

São Paulo / SP CEP – 04018-000Fone: 55-11- 2425.2326

Portal – www.rvambiental.com.br

ASSINATURASF- 55-11-8062.0070

e-mail: [email protected]

ASSINATURAS EM EVENTOSGlobal Cultural – [email protected]

ATENDIMENTO AO [email protected]

As opiniões pessoais publicadas nos artigos autorais são de responsabilidade exclusiva dos colaboradores independentes.

CAPA – CONSUMO SUSTENTÁVELfotomontagem SXC/ Marina Yoshie

Agradecimentos ao Instituto Akatu que nos cedeu generosamente a matéria Greenwashing em propagandas, www.akatu.org.br

EXPEDIENTE

Page 6: Revista Visão Ambiental ed 10

VIS

ÃO

AM

BIE

NTA

L •J

ULH

O/A

GO

STO

• 2

011

6

CONSUMO COLABORATIVOV

ISÃ

O A

MB

IEN

TAL

•JU

LHO

/AG

OST

O •

20

11

6

CONSUMO COLABORATIVOCONSUMO COLABORATIVOCONSUMO COLABORATIVOV

ISÃ

O A

MB

IEN

TAL

•JU

LHO

/AG

OST

O •

20

11

Por Marina Erbolato

Consumo Colaborativo

06_09 - Consumo Colaborativo.indd 6 25/07/2011 16:24:15

Page 7: Revista Visão Ambiental ed 10

VIS

ÃO

AM

BIE

NTA

L •

JULH

O/A

GO

STO

• 2

011

7

VIS

ÃO

AM

BIE

NTA

L •

JULH

O/A

GO

STO

• 2

011

7

Consumo X impacto ambiental, uma equação complicada, e que muitos consideram sem solução. O ato de comprar é prazeroso e, normalmente ao fazê-lo não levamos em conta o impacto ambiental compra causa.

Um conceito relativamente recente tem apregoado que o consumo consciente é possível ao fazer boas escolhas, e de forma mais abrangente, incentiva as trocas, locações e empréstimos.

Quem de nós, movido pela necessidade, impulso ou até carência, já comprou um aparelho ou produto que só usou uma vez, ou que sequer usou? Ou então, optou por não compartilhar o carro nas chamadas caronas solidárias, com destino ao trabalho ou para levar os fi lhos à escola? Isso acontece porque normalmente preferimos adotar este código de conduta individualista, por ser uma tendência social, por

desconhecimento, vergonha, preguiça, desconfi ança, ou tantos outros motivos que uma sociedade consumista nos impõe. Fatores como esses levaram ao “Boom” de consumo do Século XX.

O que se tenta incentivar em tempos de consciência ambiental, e de ainda embrionários, mas consistentes indícios de convívio social menos competitivo e sociedade mais informada, é que deixemos o egoísmo e a falta de comunicação de lado para colocar em prática a solidariedade, a sociabilidade e as escolhas inteligentes.

Não se trata de abdicar o consumo, pois ele é bom para quem produz, vende e consome, se trata de fazer mudanças em relação ao que consumimos, levando em conta a real necessidade para impactos ambientais como, emissão de gases poluentes e descarte de resíduos.

O conceito remete um pouco às décadas de 1960/70, mais ou menos dentro do “o que é meu, é seu”, evidentemente de uma forma renovada, onde o lúdico sentido de comunidade da época foi revisitado, reorganizado e apresenta resultados concretos, onde todos ganham de alguma forma.

divu

lgaç

ão

06_09 - Consumo Colaborativo.indd 7 25/07/2011 16:24:32

Page 8: Revista Visão Ambiental ed 10

VIS

ÃO

AM

BIE

NTA

L •J

ULH

O/A

GO

STO

• 2

011

8

CONSUMO COLABORATIVOV

ISÃ

O A

MB

IEN

TAL

•JU

LHO

/AG

OST

O •

20

11

8

CONSUMO COLABORATIVOCONSUMO COLABORATIVOCONSUMO COLABORATIVO

Trata-se da retomada modernizada do conceito de “escambo”, que remonta aos tempos em que não havia moeda, as trocas eram feitas entre os moradores dos vilarejos e cidades, e cada um, de acordo com seu ofício, oferecia o que tinha: produto agrícola, artesanal ou serviço, e recebia em troca o que necessitava. Em tempos modernos, a tecnologia facilita e amplia essas possibilidades, num tipo de “desmonetização” do consumo.

A ideia é que haja uma rede, hoje muito facilitada pela internet, que permita trocar, emprestar, doar, compartilhar, alugar, fazer intercâmbio de praticamente tudo: objetos, casas de veraneio, horários ociosos de carros, quartos residenciais, a gama de opções é infi nita.

O site www.collaborativeconsumption.com explica bem o conceito e em seu livro sobre o tema, com o mesmo título, Rachel Borsman e Roo Rogers analisam este movimento como um fenômeno sem precedentes, aderido principalmente por jovens, e que em pouco tempo deve mudar as relações mundiais de consumo.

Nos Estados Unidos e na Europa este movimento tem mais consistência e apresenta um crescimento espantoso, bem como soluções cada vez mais criativas que podem se tornar viáveis pelo grande número de adeptos, é possível alugar um carro por algumas horas e deixá-lo em qualquer lugar, uma vez que o cruzamento de dados de sites especializados o coloca em seguida à disposição de um outro usuário da região, hospedar-se em castelos ou mansões em locais paradisíacos deixou de ser um sonho, uma vez que locar apenas um quarto pode ser bem acessível, trocar aquele objeto que perdeu a utilidade por outro que está precisando, e usar aquela bolsa assinada por um estilista

famoso já pode se tornar realidade, nem que seja por uma noite.

Alugar objetos que estão encostados ou temporariamente em desuso, um espaço no chalé das férias, ou uma vaga no carro a caminho de um destino turístico, tem se mostrado também uma fonte de renda alternativa, atraído a muitos e colaborado com o crescimento deste tipo de consumo, numa relação de ganha/ganha todos saem satisfeitos, e um novo nicho nos negócios do mundo virtual surgiu e vem se expandindo nos últimos tempos.

Sites como www.frecycle.com, www.ecomodo.com, www.swap.com, fazem enorme sucesso ao ampliar as possibilidades de cruzamento de dados e permitir o contato entre seus usuários, aumentando as chances de viabilizar essas trocas, no Brasil o recém-lançado www.descolaai.com promete agitar este mercado por aqui. O site já tem a parte de aluguel funcionando e promete para breve a parte de trocas.

De acordo com seus diretores, o portal foi desenvolvido para reunir, de forma segura, quem tem um objeto a emprestar para quem precisa de livros, CDs, até equipamentos esportivos, ferramentas, barracas de camping e outros objetos, podem ser disponibilizados ou procurados no primeiro portal brasileiro do gênero. Isso faz com que os produtos que integram o banco de dados do site possam ser usados por mais pessoas e mais vezes. “Várias vezes compramos coisas que usamos pouco, e que acabam até estragando por falta de uso”, comenta o diretor do portal, Gui Brammer. O DescolaAí.com aumenta a vida útil dos produtos.

Ao acessar o portal e se cadastrar, o usuário pode procurar

“Várias vezes

compramos coisas

que usamos pouco,

e que acabam até

estragando por

falta de uso”

VIS

ÃO

AM

BIE

NTA

L •J

ULH

O/A

GO

STO

• 2

011

CONSUMO COLABORATIVO

Trata-se da retomada modernizada do conceito de “escambo”, que remonta aos tempos em que não havia moeda, as trocas eram feitas entre os moradores dos vilarejos e cidades, e cada um, de acordo com seu ofício, oferecia o que tinha: produto agrícola, artesanal ou serviço, e recebia em troca o que necessitava. Em tempos modernos, a tecnologia facilita e amplia

soluções cada vez mais criativas que podem se tornar viáveis pelo grande número de adeptos, é possível alugar um carro por algumas horas e deixá-lo em qualquer lugar, uma vez que o cruzamento de dados de sites especializados o coloca em seguida à disposição de um outro usuário da região, hospedar-se em castelos ou mansões em locais paradisíacos deixou de ser um sonho, uma vez que locar apenas um quarto pode ser bem acessível, trocar aquele objeto que perdeu a utilidade por outro

famoso já pode se tornar realidade, nem que seja por uma noite.

Alugar objetos que estão encostados ou temporariamente

“Várias vezes compramos coisas que usamos pouco, e que acabam até estragando por falta de uso”,

a vida útil dos produtos.

famoso já pode se tornar realidade,

“Várias vezes

compramos coisas

produtos que integram o banco de dados do site possam ser usados por mais pessoas e mais vezes. “Várias vezes compramos coisas que usamos pouco, e que acabam até estragando por falta de uso”, comenta o diretor do portal, Gui Brammer. O DescolaAí.com aumenta a vida útil dos produtos.

Ao acessar o portal e se cadastrar, o usuário pode procurar

que usamos pouco,

e que acabam até

estragando por

falta de uso”

divu

lgaç

ão

06_09 - Consumo Colaborativo.indd 8 25/07/2011 16:25:50

Page 9: Revista Visão Ambiental ed 10

VIS

ÃO

AM

BIE

NTA

L •

JULH

O/A

GO

STO

• 2

011

9

VIS

ÃO

AM

BIE

NTA

L •

JULH

O/A

GO

STO

• 2

011

9

por um objeto que esteja precisando, como uma raquete, por exemplo. O sistema realiza uma busca baseada no CEP (Código de Endereçamento Postal) e identifica a pessoa mais próxima geograficamente que possa emprestá-la.

Assim que a oferta e a demanda são identifi cadas, o sistema coloca os dois usuários em contato e gera um código de segurança que somente será conhecido por eles, para se identifi carem. A negociação do valor, o tempo do empréstimo e a entrega serão defi nidos pelos usuários, nesta etapa do processo.

Para garantir a segurança do dono do objeto que será emprestado, o sistema registra os dados do cartão

de crédito do locatário e estipula um valor – que será usado como caução, para o caso do produto ser devolvido danifi cado.

Após a devolução, o sistema acusa o fi m do empréstimo, libera o pagamento para o dono do

produto e solicita - a quem emprestou e a quem tomou emprestado - que pontuem a atuação um do outro, de forma a criar um ranking com os usuários do portal mais confi áveis. “O DescolaAí.com possibilita que os produtos não fi quem parados na casa das pessoas e que elas possam ter lucro com eles”, comenta Brammer.

Segundo informações

da assessoria do DescolaAí, nos Estados Unidos, onde surgiu o conceito nos anos 2000, usando apenas um exemplo, podemos citar as ferramentas, naquele país há mais de 50 milhões de furadeiras no mercado e, em média, cada uma delas é usada em toda a sua vida útil, cerca de 6 a 13 minutos.

A prática do Consumo Colaborativo combina com as atuais demandas da sociedade por ações sustentáveis. Para Gui Brammer, quando se empresta

“O DescolaAí.com

possibilita que

os produtos não

fiquem parados na

casa das pessoas e

que elas possam ter

lucro com eles”

um produto, se deixa de comprar um novo e reduz a extração de novas matérias-primas. Além disso, o acesso aos bens também é um benefício social. “Mais que o livro em si, o acesso a ele é o real ganho à população”, completa o executivo, que gerencia a GreenBusiness, que é responsável pelo projeto e também gerencia as ações da TerraCycle no Brasil.

Independente dos sites especializados, pode-se ver nas redes sociais um movimento em direção a esse tipo de consumo, de forma mais intimista, como uma ação entre amigos, ou apenas como manifestação de desejo e opinião, o Consumo Colaborativo vem ocupando um espaço antes reservado apenas ao consumismo voraz.

Não se deseja que deixemos de consumir, o que se espera é a educação e que formas alternativas de consumo sejam também uma opção. Transformar consumo desenfreado em consumo colaborativo não é tarefa fácil, mas quem adere costuma se tornar ativista e contamina a muitos com este vírus do bem, afi nal, o consumo passa a ser também parte de um modo de vida que gera economia, convívio social, e pode ser até bem divertido. Vamos tentar?

foto

mon

tage

m: s

xu/m

arin

a yo

shie

06_09 - Consumo Colaborativo.indd 9 25/07/2011 16:26:03

Page 10: Revista Visão Ambiental ed 10

VIS

ÃO

AM

BIE

NTA

L •J

ULH

O/A

GO

STO

• 2

011

10

VISÃO LEGAL * Ana Carolina Conte de Carvalho Dias

É advogada do Gaudêncio, McNaughton e Prado Advogados. Doutora em Direito Tributário pela PUC/SP e professora dos cursos de pós-graduação em direito tributário da PUC/SP Cogeae e do Ibet (Instituto Brasileiro de Estudos Tributários ).

Incidência de IPTU sobre área de preservação ambiental

é inconstitucional e ilegal

Ao julgar o Recurso Especial nº 1128981/SP, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) posicionou-se no sentido de que o exercício do domínio sobre área de preservação ambiental situada dentro de empreendimento imobiliário urbano não exime o contribuinte da incidência do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU).

Baseado no critério meramente topográfi co, o entendimento do STJ foi de que o fato gerador desse tributo permanece íntegro pelo simples fato de a propriedade imobiliária ser localizada em zona urbana de determinado município.

Segundo a doutrina, o mencionado entendimento não se coaduna com o sistema jurídico no qual se insere esse tributo.

O artigo 32 do Código Tributário Nacional (CTN), iluminado pelo princípio da função social da propriedade imobiliária (arts. 5º e 182 da CF/88), estabelece que os municípios somente estão autorizados a cobrar IPTU em áreas urbanizadas ou urbanizáveis.

Nesse sentido, apenas é legitima a cobrança do IPTU quando presentes, no mínimo, dois dos elementos previstos taxativamente no art. 32, § 1º do CTN. Ou ainda, quando haja efetiva urbanização em progresso, conforme estabelece o art. 32, § 2º do CTN, que estabelece a necessidade de melhoramentos na área urbana ou urbanizável, sem os quais não haveria legitimidade para pagamento do IPTU.

O art. 32 do CTN é comando negativo ao exercício da competência dos municípios de criar o IPTU.

Porém, municípios impõem a cobrança do IPTU em áreas de reserva ambiental, quando contíguos a áreas loteadas.

Os municípios devem empreender uma organização mínima, de modo que possa a coletividade se benefi ciar da infraestrutura e dos serviços disponibilizados. Apenas com tal infraestrutura e serviços é que a cobrança do IPTU é constitucional e legal.

Não há necessidade de edição de lei municipal isentiva de IPTU para áreas de preservação ambiental, pois a ausência dos requisitos mínimos, por si só, constitui hipótese de não incidência do IPTU.

Verifi ca-se que o critério topográfi co, adotado pelo STJ, revela-se insufi ciente e não se harmoniza com o sistema jurídico brasileiro. Tal critério não basta para dirimir a competência para cobrança do IPTU e do ITR (Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural), na medida em que, além de se observar a circunscrição das áreas - se localizadas em perímetro urbano ou rural -, é preciso atentar para a destinação econômica dada à propriedade.

A vedação de urbanização de área ambiental pela União e pelos municípios impede a instituição e cobrança do IPTU, por ausência de elementos que afi rmam sua materialidade.

Assim, a instituição e cobrança de IPTU em áreas de preservação ambiental, onde a urbanização é vedada, é inconstitucional e ilegal.

divu

lgaç

ão

10_Visão Legal.indd 10 25/07/2011 16:20:41

Page 11: Revista Visão Ambiental ed 10

VIS

ÃO

AM

BIE

NTA

L •

JULH

O/A

GO

STO

• 2

011

11

O ICMS Ecológicoem todo o Brasil

A maneira que cada estado brasileiro implementou esse importante instrumento ambiental pode ser conferida no site www.icmsecologico.org.br

divu

lgaç

ão

ICMS ECOLÓGICO

Por Giovana Baggio

11_13 - ICMS.indd 11 25/07/2011 16:20:11

Page 12: Revista Visão Ambiental ed 10

VIS

ÃO

AM

BIE

NTA

L •J

ULH

O/A

GO

STO

• 2

011

12

ECONOMIA

A ONG TNC (The Nature Conservancy) acaba de atualizar e expandir para todo o território nacional o portal www.icmsecologico.org.br. O site, lançado em 2009, em parceria com a Conservação Internacional e Fundação SOS Mata Atlântica, visa divulgar a situação do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) Ecológico em cada estado brasileiro, possibilitando ao público em geral acompanhar como o seu estado está trabalhando com essa questão. Também são apresentados os municípios que têm se destacado na utilização consciente do recurso.

“A importância do ICMS Ecológico é que seu repasse está baseado na performance ambiental dos municípios, trazendo benefícios para a população e estimulando investimentos em conservação da natureza, o que o torna uma ferramenta poderosa de melhoria da gestão ambiental municipal e valorização de áreas naturais, outrora consideradas um entrave ao desenvolvimento”, afi rma Giovana Baggio, coordenadora de Conservação em Terras Privadas da TNC.

Outro ponto importante é a seção do portal que apresenta as informações dos municípios e

as ações desenvolvidas em cada um deles. São apresentados casos de sucesso e os destinos conscientes que algumas cidades estão adotando com seu ICMS Ecológico. No estado do Paraná, por exemplo, os municípios de Antonina e Guaraqueçaba receberam juntos mais de R$ 6,5 milhões, referentes a 2010. Esses recursos são provenientes de 5% do ICMS e distribuídos anualmente entre os

m u n i c í p i o s paranaenses que mantêm unidades de conservação ou áreas de mananciais em seus territórios. Desse total, cerca de R$ 2,2 milhões foram arrecadados pela manutenção de quatro importantes ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) mantidas pela SPVS - Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental em parceria com a TNC. “Os

incentivos econômicos são fatores fundamentais no engajamento para a conservação ambiental”, reforça Giovana.

As informações sobre o valor que cada estado destina para o ICMS Ecológico em seus municípios podem ser acessadas no link ‘Repasses’ do site. Até 2010, os estados que mais tiveram destaque nesse trabalho foram: Ceará, com aproximadamente R$ 53 milhões; Mato Grosso do Sul e Minas Gerais, com cerca de R$ 55 milhões, e São Paulo, com um pouco mais de R$ 92 milhões. Além destes, mais 14 estados possuem suas

informações publicadas.

Destino consciente

Para que esse mecanismo seja efetivo é essencial o investimento não apenas em obras públicas e sociais, mas também em projetos ambientais que incrementem a gestão ambiental municipal e valorizem as áreas naturais protegidas, incluindo as RPPNs e as UCs (Unidades de Conservação) públicas pertencentes às esferas federal, estadual e municipal. “Esse mecanismo cria uma oportunidade para o estado infl uir no processo de desenvolvimento sustentável dos municípios. É um instrumento de inteligência administrativa em prol da conservação.” explica Flávio Ojidos, consultor jurídico que foi responsável pela pesquisa de dados legais do site.

O município de São Miguel Arcanjo, no interior de São Paulo, por exemplo, possui cerca de 20% do seu território ocupado por Unidades de Conservação. Nos últimos cinco anos (2006 a 2010), a cidade recebeu cerca de R$ 2 milhões que vêm sendo aplicados em ações de educação ambiental

divu

lgaç

ão

divu

lgaç

ão

11_13 - ICMS.indd 12 25/07/2011 16:20:21

Page 13: Revista Visão Ambiental ed 10

VIS

ÃO

AM

BIE

NTA

L •

JULH

O/A

GO

STO

• 2

011

13

divu

lgaç

ão

no Parque Estadual Carlos Botelho, junto ao governo do estado, na construção de novos pontos de coleta de lixo e de coleta seletiva na zona rural.

Outra novidade que vem ganhando força nos últimos anos é a possibilidade do repasse dos recursos a proprietários de RPPNs e comunidades tradicionais. Essa iniciativa permite a possibilidade de parceria entre os gestores municipais e os gestores públicos e privados de Unidades de Conservação localizados nos municípios, com o objetivo de incrementar a gestão dessas Unidades. Essa ação já acontece em São Paulo e no Rio de Janeiro. Nesse contexto, o município recebe o recurso, elabora uma parceria com a associação local de proprietários de RPPN, que, por sua vez, repassa-o para o proprietário, para que ele

realize ações de manutenção do patrimônio natural de sua reserva.

Sobre o ICMS Ecológico

De acordo com a Constituição Federal, o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) arrecadado pelos estados

deve ser dividido na proporção de 75% para o estado e 25% aos municípios que o geraram. Para a distribuição desses 25%, o estado pode legislar criando critérios próprios até o montante de 1/4 deste valor, a exemplo de educação, saúde, meio ambiente, patrimônio histórico, entre outros. Os critérios ambientais inseridos nesse 1/4 são chamados de ICMS Ecológico ou ICMS Verde.

O mecanismo, regulamentado por leis estaduais e municipais, é uma oportunidade para o estado infl uenciar o processo de desenvolvimento sustentável dos municípios, premiando a boa gestão ambiental e a prática de atividades ambientalmente desejáveis, como gestão de resíduos sólidos e tratamento

de esgoto.Desenvolvido pioneiramente

no estado do Paraná em 1991, o ICMS Ecológico é realidade hoje em mais de uma dezena de estados brasileiros, como o Acre, Amapá, Ceará, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, São Paulo e Tocantins, e envolve o repasse de aproximadamente R$ 600 milhões/ano para os municípios que abrigam Unidades de Conservação ou se benefi ciam por meio de outros critérios ambientais.

Sobre a TNC

A TNC é uma organização não governamental que desenvolve projetos de conservação em mais de 35 países. Atuando no Brasil desde 1988, a organização tem a missão de proteger plantas, animais e ecossistemas naturais, protegendo os recursos

necessários à sua sobrevivência. Desenvolve iniciativas nos principais biomas brasileiros (Amazônia, Mata Atlântica, Cerrado, Pantanal e Caatinga), com o objetivo de compatibilizar o desenvolvimento econômico e social com a conservação dos ecossistemas naturais.

No programa de conservação para a Mata Atlântica e Savanas Centrais, estabelece parcerias com os diversos setores da sociedade a fi m de proteger e restaurar áreas prioritárias dentro desses biomas. Atualmente, a organização e seus mais de um milhão de membros ajuda m a proteger 130 milhões de hectares em todo o mundo. Para mais informações, acesse: www.nature.org/brasil.

divu

lgaç

ão

divu

lgaç

ão

11_13 - ICMS.indd 13 25/07/2011 16:20:32

Page 14: Revista Visão Ambiental ed 10

VIS

ÃO

AM

BIE

NTA

L •J

ULH

O/A

GO

STO

• 2

011

14

CASA SUSTENTÁVEL

14

EXPOSIÇÃO

Por Arielli Secco

Casa itinerante mostra as mudanças no estilo de vida da família brasileira

nas últimas décadasA exposição foi criada pela Kraft Foods Brasil em parceria com a Evoluir

Viv

iane

Lop

es/w

ww

.aka

tu.o

rg.b

r.

Viv

iane

Lop

es/w

ww

.aka

tu.o

rg.b

r.

Viv

iane

Lop

es/w

ww

.aka

tu.o

rg.b

r.V

ivia

ne L

opes

/ww

w.a

katu

.org

.br.

Viv

iane

Lop

es/w

ww

.aka

tu.o

rg.b

r.

Fonte / Texto – Assessoria de Imprensa

VIS

ÃO

AM

BIE

NTA

L •

JULH

O/A

GO

STO

• 2

011

14_17 - Casa Sustentavel.indd 14 25/07/2011 16:17:01

Page 15: Revista Visão Ambiental ed 10

VIS

ÃO

AM

BIE

NTA

L •

JULH

O/A

GO

STO

• 2

011

15

Um jeito lúdico de entender a evolução na maneira como as famílias brasileiras habitam, usam e vivenciam seu cotidiano em suas moradias, é o interessante projeto desenvolvido pela área de responsabilidade social da Kraft Foods Brasil, em parceria com a Evoluir, Educação e Sustentabilidade, e o Instituto Akatu.

A exposição “Uma Casa, Mil Olhares” conta com atividades interativas para crianças, jovens e adultos. O espaço com cerca de 100 metros quadrados mostra uma casa ambientada de acordo com os estilos de vida da família brasileira entre as décadas de 50 e 90, contrapondo os estilos de vida de cada época aos da atual por meio da reprodução de ambientes residenciais típicos.

São seis ambientes, onde cada um abordará determinados

aspectos, levando em conta as questões sociais e ambientais dentro de uma abordagem singular e atraente, que instiga o visitante a passear pelo tempo numa análise da evolução destes aspectos.

Cada ambiente tem um foco mais direcionado, levando em conta o uso mais comum dado a ele, numa abordagem ampla do viver em família e do que mudou na consciência ambiental nas últimas décadas.- Sala: consumo de energia em eletro-eletrônicos, relações familiares;- Quarto: moda, consumo, vestuário, sonhos;- Cozinha: alimentação, reaproveitamento de alimentos e reciclagem;- Banheiro: uso racional da água e solidariedade;- Quintal: relação entre o homem e a natureza, reciclagem;

- Rua: convivência no espaço público.“Nossa intenção é mostrar para

as pessoas as mudanças ocorridas nos hábitos das famílias ao longo dos anos, sugerindo refl exão, iniciativas e soluções acerca do consumo consciente e dicas para se levar uma vida mais saudável e equilibrada”, afi rma a coordenadora de Responsabilidade Social Corporativa da Kraft Foods Brasil, Giselle Sigel.

O objetivo da exposição é levar o visitante a refl etir sobre como o acesso a novos bens de consumo transformaram os hábitos das famílias de classe média brasileira ao longo das últimas cinco décadas. A “Uma Casa, Mil Olhares” faz parte do programa “Uma Vida Sustentável”, criado pela Kraft Foods Brasil em 2009.

Viv

iane

Lop

es/w

ww

.aka

tu.o

rg.b

r.

Viv

iane

Lop

es/w

ww

.aka

tu.o

rg.b

r.V

ivia

ne L

opes

/ww

w.a

katu

.org

.br.

Viv

iane

Lop

es/w

ww

.aka

tu.o

rg.b

r.

divu

lgaç

ão

divu

lgaç

ão

14_17 - Casa Sustentavel.indd 15 25/07/2011 16:17:12

Page 16: Revista Visão Ambiental ed 10

16

EXPOSIÇÃO

16

vida da população brasileira.Em 2011, com o apoio do

Instituto Akatu, o programa terá três grandes ações: mais de 100 escolas receberão o “Cantinho Faça Seu Dia Delicioso”, benefi ciando mais de 10 mil alunos do ensino fundamental das escolas públicas participantes do projeto. Trata-se de um grande armário móvel contendo jogos, livros, DVDs e brinquedos educativos em que educadores e alunos aprendem e vivenciam a temática da qualidade de vida. Além

Uma Vida Sustentável

O programa foi desenvolvido pela Kraft Foods Brasil, em parceria com a Evoluir, Educação e Sustentabilidade via lei de incentivo fi scal com um aporte de R$ 2 milhões. Trata-se de uma plataforma permanente de projetos educacionais, sociais e culturais e de ações de comunicação, conscientização e engajamento que contribui para a melhoria nos padrões de consumo e qualidade de

disso, cerca de 500 educadores passarão por um curso de formação para que possam desenvolver habilidades e conhecimentos para tratar o tema sustentabilidade nas escolas em que trabalham. O programa “Uma Vida Sustentável” passará por todas as cidades em que existam unidades da Kraft Foods Brasil como São Paulo (SP), Curitiba (PR), Bauru (SP), Piracicaba (SP), Recife (PE) e Vitória de Santo Antão (PE). A expectativa é que o programa atinja mais de 100 mil pessoas.

divu

lgaç

ão

divu

lgaç

ão

Viv

iane

Lop

es/w

ww

.aka

tu.o

rg.b

r.

VIS

ÃO

AM

BIE

NTA

L •J

ULH

O/A

GO

STO

• 2

011

14_17 - Casa Sustentavel.indd 16 25/07/2011 16:17:35

Page 17: Revista Visão Ambiental ed 10

VIS

ÃO

AM

BIE

NTA

L •

JULH

O/A

GO

STO

• 2

011

17

Sobre a Evoluir, Educação

Sustentabilidade

A Evoluir é uma empresa de educação e sustentabilidade que, há 15 anos, tem como missão promover a mudança de comportamento para uma sociedade sustentável. Assessora empresas no desenvolvimento de estratégias e programas de responsabilidade social e educação para sustentabilidade, além de trabalhar com escolas e governo no desenvolvimento de projetos educacionais, culturais e socioambientais. É reconhecida pela Unesco, Ministério da Cultura e por Secretarias Estaduais e Municipais de Educação e Cultura em todo o País.

Sobre o Instituto

Akatu para o Consumo

Consciente

O Instituto Akatu é uma organização não governamental e sem fi ns lucrativos que vê o ato de consumo como um instrumento fundamental de transformação do mundo.

SERVIÇO - Exposição “Uma Casa, Mil Olhares”Bauru: Bauru Shopping - 21/06 a 05/07São Paulo: Shopping Eldorado - 15 a 31/07Curitiba: Shopping Estação - 06/08 a 21/08Piracicaba: Shopping Piracicaba - 03/09 a 18/09Recife: Shopping Recife - 15/10 a 30/10Vitoria de Santo Antão: Praça pública - 01/11 a 11/11

Patrocínio Kraft FoodsConceito - realização - produção: Evoluir CulturalConteúdo Técnico: Instituto AkatuCenografi a e montagem: Candotti Cenografi aIlustração: Naná Lavander e Adri MeirellesApoio: Lei de Incentivo á cultura.

divu

lgaç

ão

divu

lgaç

ão

O Akatu completou 10 anos no dia 15 de março e trabalha para contribuir na conscientização e na mobilização dos cidadãos para consumir sustentavelmente – de modo a tornar o mundo mais justo e sustentável hoje e a deixar um mundo melhor para as próximas gerações – e consumir solidariamente, fazendo escolhas de consumo aumentar os

impactos positivos e diminuir os impactos negativos.

Segundo o Instituto, consumir conscientemente não é não consumir. É consumir menos e diferente, tendo no consumo um instrumento para o bem-estar e não um fim em si mesmo.

Basicamente, o Akatu investe em duas frentes de trabalho: comunicação e educação.

Viv

iane

Lop

es/w

ww

.aka

tu.o

rg.b

r.

Viv

iane

Lop

es/w

ww

.aka

tu.o

rg.b

r.

14_17 - Casa Sustentavel.indd 17 25/07/2011 16:18:03

Page 18: Revista Visão Ambiental ed 10

VIS

ÃO

AM

BIE

NTA

L •J

ULH

O/A

GO

STO

• 2

011

18

FESTIECO e FIMAB

Duplo evento ambiental em Bauru teve 6 mil visitantes

Por Susi Guedes

Bauru, cidade sede da região central do estado de São Paulo, a pouco mais de 300 Km da capital, sediou um inédito e duplo evento ambiental, fruto de uma interessante parceria entre o setor empresarial e a administração municipal, o FESTIECO - Festival de Tecnologia e Inteligência Ecológica e a FIMAB- Feira Integrada do Meio Ambiente de Bauru.

Os eventos simultâneos aconteceram nos dias 1, 2 e 3 de julho, no espaço de exposições do Recinto Mello Moraes, uma área de 11 alqueires onde tradicionalmente

são realizados importantes eventos do interior do estado, administrado pela ARCO- Associação Rural do Centro Oeste.

Um público de aproximadamente 6 mil pessoas participou das atividades, atrações, entretenimentos e visitação ao pavilhão de exposições que reuniu importantes empresários, profi ssionais, técnicos e pesquisadores envolvidos em ações de sustentabilidade. Entre os frequentadores, foram identifi cados visitantes de 7 estados e de 38 cidades diferentes.

No decorrer de três dias

bastantes festivos e movimentados, milhares de famílias e jovens tiveram a oportunidade de visitar quase 50 estandes de expositores que apresentaram criativas ideias ecológicas, produtos sustentáveis e diversifi cados exemplos de atuação empresarial compatível com a preservação da natureza e com gerenciamento responsável de passivos ambientais. No pavilhão de exposições, além de empresas comerciais e indústrias, estiveram presentes representantes institucionais da área pública, entidades sem fi ns lucrativos e organizações não

divu

lgaç

ão

18_21 - evento.indd 18 25/07/2011 16:07:41

Page 19: Revista Visão Ambiental ed 10

VIS

ÃO

AM

BIE

NTA

L •

JULH

O/A

GO

STO

• 2

011

19

governamentais que atuam em projetos ambientais.

Paralelamente a feira, e dentro de um espaço especial do pavilhão principal, dezenas de interessantes palestras e workshops foram apresentados para auditórios constantemente lotados por estudantes, empresários e profi ssionais em busca de reciclagem intelectual sobre a área. Durante a programação, ofi cinas de culinária sustentável e de brinquedos ecológicos foram oferecidas pelo SESI. Temas como: Gestão Ambiental para Empresas, Efeitos das Emissões de Gases, Lixo Eletrônico, Bolsões de Entulho para a Construção Civil, Educação Ambiental Virtual (www.olharverde.com.br) e Arquitetura Sustentável, entre outros, foram apresentados por palestrantes especialmente convidados.

Na praça central do evento, foi montado um coreto ecológico criado a partir de madeiras de árvores descartadas, incluindo um velho tronco de Copaíba de duas toneladas que, apesar de cortada, ainda abrigava brotos vivos de orquídeas e bromélias em pleno desenvolvimento. O “coreto ecológico” tornou-se uma das atrações mais comentadas do evento servindo de palco para uma intensa agenda de shows de artistas regionais que desfi laram belíssimos repertórios da M.P.B. relacionados com a temática da natureza.

Realizada em 2009 pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SEMMA), a FIMAB teve já naquele ano o incentivo e o patrocínio do Jornal da Cidade e recebeu em 2011 um grande incentivo graças à formação da parceria que tornou possível a sua realização. Tendo como um dos patrocinadores o Jornal da Cidade de Bauru, um veículo mantido pelo

Grupo Cidade de Comunicação, com publicação diária e circulação regional, o evento ganhou nova dimensão e uma grande oportunidade para viabilizar sua segunda edição, comemorando uma signifi cativa expansão, em todos os sentidos.

Com foco institucional e abrindo espaço para a apresentação de iniciativas de órgãos públicos, entidades e Ongs com relevantes serviços e contribuições para a causa ambiental, a Feira Integrada do Meio Ambiente de Bauru, FIMAB, ao ser realizada ao lado do FESTIECO, Festival de Tecnologia e Inteligência Ambiental. Dentre as empresas participantes, tendo como principal parceiro a CGR-Centro Oeste, um moderno centro de gerenciamento de resíduos, com base no município de Piratininga, que atenderá a todo o centro do Estado, estavam também a Sabesp, a Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL),m os fabricantes de acumuladores Ajax e Cral, a Concessionária Auto Raposo Tavares (CART), a USC (Universidade do Sagrado Coração) e até uma badalada loja de moda da região, a Tânia Boutique, que participou com a arquiteta Gisele Simão Aidar, apresentando o projeto de sua nova megastore, um projeto sustentável que inclui em seus requisitos a ênfase para a iluminação natural, o armazenamento de água de chuva, o uso prevalente da energia natural e de materiais reciclados em toda sua concepção.

Web Radio Ecológica e

Exposição de Orquídeas Após a edição inaugural de

2011, o duplo evento ambiental já demonstrou fôlego de sobra para ser tornar uma atração anual do calendário estadual das

festividades relativas ao meio ambiente. Todo o sucesso foi obtido graças ao trabalho de uma equipe completa de profi ssionais motivados e idealistas que criaram o projeto e organizaram a produção em tempo recorde.

Luciana Gonçalves, radialista e consultora de marketing e eventos e também fundadora do projeto de educação ambiental virtual Olhar Verde, foi uma das organizadoras do evento, ao lado de Renato Franco Zaiden que liderou as parcerias para viabilizar o evento proposto pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Sob a coordenação de Renato, da Projeto Cidade e com o empenho pessoal do Secretário Municipal do Meio Ambiente de Bauru, Valcirlei Gonçalves da Silva, de sua diretora Gilda Scalfi , dos profi ssionais da SEMMA, da 96 FM e do Jornal da Cidade, o FESTIECO e a FIMAB superaram todas as expectativas dos participantes, dos organizadores e do público.

Durante os 3 dias dos eventos, uma Web Radio, a ECO96 FM, foi montada no local pela equipe da 96 FM, com transmissão ao vivo pela internet e transmissão imediata em todos os ambientes das instalações da feira. Com programação exclusivamente voltada para a temática da sustentabilidade, a ECO96 FM exibiu cerca de 20 horas de músicas relacionadas com o meio ambiente e centenas de programetes de um minuto, cujas edições tratavam de qualidade de vida, dicas de hábitos sustentáveis e fi losofi a. Além de toda pré-produção elaborada pelos profi ssionais da 96FM, a web rádio ecológica também apresentou o “Bons Ares”, um programa de entrevistas liderado pelos jornalistas da rádio que receberam no estúdio local todos os expositores, autoridades, ambientalistas, profi ssionais do segmento e pesquisadores

18_21 - evento.indd 19 25/07/2011 16:07:42

Page 20: Revista Visão Ambiental ed 10

para interessantes entrevistas. Graças à aceitação do seu projeto experimental, a ECO96 FM recebe mais um incentivo da emissora de origem que decidiu dar seqüência a idéia da web rádio ecológica.

Além do pacote de 12 shows musicais e da Web Rádio, o FESTIECO e a FIMAB receberam importantes adesões tais como a participação da empresa produtora de games educativos, a Mother Gaia, que ofereceu treinamentos gratuitos para crianças e adolescentes, visando o acesso livre ao seu game Cidade Verde; de renomados orquidófilos que montaram uma belíssima exposição de orquídeas raras e do professor de artes e educação ambiental, o TIO GUI, que animou a garotada com suas ofi cinas de brinquedos recicláveis.

Parceria criativa Após um chamamento

público, a SEMMA obteve a adesão do Grupo Cidade, através da empresa Projeto Cidade, que já tinha em seu portfólio o planejamento de um evento ambiental denominado FESTIECO. Atendendo ao chamamento, a Projeto Cidade se apresentou como viabilizadora da FIMAB através da parceria com seu evento, que nascia focado em empresas e instituições com interesses mercadológicos e de promoção de suas marcas em eventos focados no segmento ambiental.

Comercializando patrocínios e estandes para o FESTIECO com sua expertise, a Projeto Cidade, que tem em seu currículo a comercialização, organização e produção de eventos do porte da Copa Davis (realizada em Bauru em 2010) e do EGAV-Encontro Geral de Aviação

(realizado em 2009), conseguiu viabilizar a participação de expositores comerciais que integraram comercialmente a iniciativa, custeando 100% dos custos organizacionais através do FESTIECO, que viabilizaram a FIMAB.

Os custos de organização incluíram desde a locação do espaço, a montagem e a identidade visual dos estandes, a decoração do pavilhão

principal e das áreas acessórias. Também o transporte, manutenção, a documentação burocrática, a assessoria de imprensa, a elaboração de todo o material publicitário promocional, o coquetel e o jantar de lançamento, os shows, o palco, o som e a iluminação, a segurança, a recepção, as promoters, o pessoal de recreação, a limpeza, a mídia em jornal, radio, TV, outdoors, hotsite, até a produção de materiais de apoio, camisetas e brindes foram possíveis graças a iniciativa. Dessa forma todos os expositores integrantes da FIMAB participaram sem pagar pelos estandes e pelos custos condominiais do duplo evento, que também foram bancados graças a ação mercadológica.

Integraram o evento em 2011: ADN Biodiesel e Albagás, Aeroclube de Bauru, Acumuladores Ajax,

ASSENAG-Assossiação dos Engenheiros Arquitetos e Agrônomos de Bauru, Bauru Outdoor, Bebidas Fernandes, Blocos & Blocos, Brambilla, C.Canedo, CART- Concessionária Auto Raposo Tavares, CBC Ambiental, Cetric, CGR

Centro Oeste, CIESP, COMTUR-Conselho Municipal de Turismo, CPFL, Cral, Ebara, Ecotec, Elo Musical, EMDURB, ETEC-Rodrigues de Abreu, FERSS, Ecorreto, Expresso de Prata, Fórum Pró Batalha, Hospital Benefi cência Portuguesa, Instituto Ambiental Vid’água, Jardim Botânico, Lixo Digital do Brasil, Grupo Lwart, Maisque.com Comunicação Digital, Laboratório Natron, Lume Light Comunicação Visual, Olhar Verde, Rádio Auri Verde, Revista Visão Ambiental e Global Cultural, Sabesp, SAGRA-Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento, SENAI, SESI, Sinduscon, Tânia Boutique e Gisele Aidar Arquitetura e Design, Tektron, Tilibra, Transurb, Tryor, TV FIB, Unesp, USC-Universidade do Sagrado Coração, ZOO Municipal de Bauru.

VIS

ÃO

AM

BIE

NTA

L •J

ULH

O/A

GO

STO

• 2

011

20

FESTIECO e FIMAB

divu

lgaç

ão

divu

lgaç

ão

18_21 - evento.indd 20 25/07/2011 16:07:43

Page 21: Revista Visão Ambiental ed 10

Contêiner inovador, ocupa pouco espaço urbano e coleta grandes volumes.

Tecnologia alemã agora no Brasil.

Várias linhas de contêineres de coleta de lixo.

Entre em contato conosco e saiba mais.

Certificadoras:

[email protected]

Representante exclusivo no Brasil

C

M

Y

CM

MY

CY

CMY

K

Page 22: Revista Visão Ambiental ed 10

VIS

ÃO

AM

BIE

NTA

L •J

ULH

O/A

GO

STO

• 2

011

22

SUSTENTABILIDADE

Em parceria com grandes empresas, o Walmart dá continuidade ao projeto de conscientização e consumo sustentáveis. A ideia geral é incentivar empresas líderes a melhorarem, dentro de conceitos ambientais, algum produto

já consagrado no mercado. Para se enquadrar

no projeto, os produtos passam por estudos e avaliações do Centro de Tecnologia de Embalagem – Cetea, entidade vinculada ao Instituto de Tecnologia de Alimentos - ITAL , os quais legitimam processos, procedimentos e resultados, para no fi nal validar os produtos participantes como sendo

ambientalmente corretos, e com melhorias consideradas relevantes.

O que chega ao consumidor fi nal é um produto com a mesma qualidade, mas aprimorado com pontos relevantes na questão ambiental, que podem ser

desde efi ciência energética, diminuição de consumo de água em sua produção e redução de emissão de gases de efeito estufa, até embalagens inteligentes, tratamento e reaproveitamento de resíduos, capacitação, certifi cação e apoio a produtores e fornecedores de matéria prima, otimização de transporte e logística, e outros pontos que em geral o consumidor não se dá conta ao fazer suas compras, mas que numa escala cada vez maior, pode fazer toda a diferença para o futuro do planeta.

A postura do Walmart é no sentido de que qualidade e sustentabilidade são totalmente compatíveis. “Optamos por focar produtos líderes de mercado por duas razões: o consumidor não precisa abrir mão do item de sua preferência e, ao mesmo tempo,

Sustentabilidade de Ponta A Ponta

Por Susi GuedesFonte: Assessoria De Imprensa

Fábi

o Ti

eri

Diretores das empresas fornecedoras

destaque: Marcos Samaha

Fábi

o Ti

eri

22_25 -Wallmart.indd 22 25/07/2011 16:05:23

Page 23: Revista Visão Ambiental ed 10

VIS

ÃO

AM

BIE

NTA

L •

JULH

O/A

GO

STO

• 2

011

23

VIS

ÃO

AM

BIE

NTA

L •

JULH

O/A

GO

STO

• 2

011

acreditamos que podemos infl uenciar outros fornecedores a adotarem ações semelhantes, gerando um efeito multiplicador em todo o mercado”, afi rma Marcos Samaha, presidente do Walmart Brasil.

Só em resíduos, os 13 produtos desta edição representam redução de mais de 250 toneladas por ano, considerando a estimativa de venda em um ano no Walmart. Pelo mesmo critério, a redução do uso de água chega a dois milhões de litros e, de energia, mais de 19 milhões de Kwh. Além disso, em relação às emissões de gases de efeito estufa, houve redução de 3.171ton CO2 equivalente, o que corresponde a uma economia de 17,3 milhões de km rodados.

Na primeira edição a empresa contou com 10 fornecedores e produtos que levaram às gôndolas a opção de uma compra consciente em prol do meio ambiente. Os itens participantes da primeira edição tiveram um crescimento médio de venda de 40%, após seu lançamento.

Os resultados demonstram uma clara aceitação e escolha do consumidor pela preservação dos recursos naturais, sem ônus para o seu bolso. “Essa segunda edição do Projeto é uma demonstração de que modelo deu certo. O desafi o agora é mostrar aos consumidores que essa é uma iniciativa consistente, com critérios técnicos bem estabelecidos

e uma tendência para o consumo consciente”, completa Samaha.

Produtos participantes da primeira etapa continuam à venda na rede, e podem ser encontrados também em outras empresas de varejo. O Walmart

faz questão de deixar claro que não quer exclusividade nas vendas destes produtos, pois tem uma missão maior, que é disseminar a ideia de produção e consumo conscientes.

O lançamento foi precedido de apresentações e exposição de opiniões de representantes do setor público e privado com explanação de cases, ações

e objetivos das empresas, e de um esforço comum no sentido de ampliar as discussões e ações efetivas no campo da sustentabilidade.

A importância desta atitude se reflete no convite da Secretária de articulação institucional e cidadania ambiental do Ministério do Meio Ambiente - Samyra Crespo, para que o Walmart faça parte da mesa de discussões para o desenvolvimento sustentável, e a preparação para o RIO + 20, entendimento pleno

de que é necessário o envolvimento de toda a sociedade para que se possa pensar num crescimento que una lucro, cuidado com a sociedade, e preservação da natureza; a sociedade e o Planeta agradecem.

O projeto usou tecnologia para utilização do PET

100% reciclado pós-consumo com aprovação para

contato com alimentos e bebidas, implementou

melhorias no processo produtivo e no transporte e

reduziu massa de embalagem.

O projeto teve base nas melhorias no processo

produtivo, com destaque para redução no consumo

de energia, na redução da massa da embalagem

e na geração de resíduos de embalagem no pós-

consumo.

Destaque para os seguintes ganhos ambientais:

• Redução de 60,7 mil quilos de material de

embalagem por ano;

• Redução de 940 mil litros de água por ano;

• Embalagem PET 100% reciclada pós consumo;

• Assistência técnica aos agricultores de guaraná/

garantia de preço e compra da safra.

Destaque para os seguintes ganhos ambientais:

• Redução de 3280 KWh no consumo de energia;

• Economia de 943kg de embalagem primária ;

• Redução de emissão de 635,5 kg de CO2

equivalente;

• Redução de 184,5L de combustível / ano.

PRODUTOS

Fábi

o Ti

eri

André Trigueiro com CEOs.

Fábi

o Ti

eri

22_25 -Wallmart.indd 23 25/07/2011 16:05:25

Page 24: Revista Visão Ambiental ed 10

VIS

ÃO

AM

BIE

NTA

L •J

ULH

O/A

GO

STO

• 2

011

24

SUSTENTABILIDADE

O projeto contou com a operacionalização de

uma nova caldeira para queima de iodo gerado

no processo, a redução das distâncias totais

percorridas durante o transporte de aparas e

a introdução de material reciclado no fi lme

envoltório secundário do produto.

O produto sofreu alterações em seu processo

produtivo, aperfeiçoando o uso de recursos e

reduzindo emissões e geração de resíduos sólidos,

além da redução de materiais de embalagem.

Na linha de cabelos Elsève foram identifi cadas

oportunidades de apoiar ações de fornecedores,

reduzir o peso da embalagem do creme de pentear,

reduzir o uso de água e energia na planta produtiva

e divulgar conceitos ambientais na comunicação

com o consumidor.

O produto teve melhor aproveitamento do material

metálico da embalagem, redução do rótulo e de

tinta de impressão. O aperfeiçoamento do processo

produtivo e a otimização de rotas de entrega de

matérias-primas permitiram a redução do consumo

de recursos naturais, insumos e energia elétrica e

O projeto teve como foco a efi ciência energética,

redução no consumo de papel, dimensionamento

do aparelho/embalagem e transporte 100%

marítimo.

O projeto teve como base redução de massa de

embalagem, com destaque para o desenvolvimento

de nova embalagem de PET de 2 litros e tecnologia

para uso de embalagem 100% reciclada.

Destaque para os seguintes ganhos ambientais:

• Economia de 455 mil litros de água por ano;

• Redução de 30.200 kg de resíduo sólido

destinado a aterro sanitário;

• Redução de 58,2 ton na emissão de CO2 equivalente.

Destaque para os seguintes ganhos ambientais:

• Economia de 1.947kg em embalagens em um ano;

• Economia de 11.669kg de resíduos sólidos;

• Redução na emissão de 6643 kg de CO2 equivalente;

• Redução de 244L de água / ano.

Destaque para os seguintes ganhos ambientais:

• Redução de 4483 m³ de gás / ano;

• Redução de 49317 KWh / ano no consumo de energia;

• Redução na emissão de 9675 kg de CO2 equivalente.

redução da emissão de GEEs.

Destaque para os seguintes ganhos ambientais:

• Redução no consumo de 879L de diesel / ano;

• Redução de 384 kg / ano de resíduos (sucata de aço);

• Redução na emissão 2600 kg de CO2 equivalente.

Destaque para os seguintes ganhos ambientais:

• Redução de 5042 kg de embalagem/ano;

• Economia de 35,5% de energia elétrica no uso;

• Redução na emissão de 822 ton de CO2;

equivalente (98% no uso).

Destaque para os seguintes ganhos ambientais:

• Rótulos impressos com tinta à base de soja

• Redução de 1.805kg de embalagem/ano;

• Redução na emissão de 451 kg de CO2

equivalente.

22_25 -Wallmart.indd 24 25/07/2011 16:05:27

Page 25: Revista Visão Ambiental ed 10

VIS

ÃO

AM

BIE

NTA

L •

JULH

O/A

GO

STO

• 2

011

25

VIS

ÃO

AM

BIE

NTA

L •

JULH

O/A

GO

STO

• 2

011

25

Foi desenvolvido um novo produto com melhorias

ambientais e sociais, com certifi cação FSC da toalha

de papel, compactação do produto com mais folhas

por rolo e otimização do transporte do produto.

Destaque para os seguintes ganhos ambientais:

• Redução de 1,06 ton/ano no consumo de adesivos

e de 2,030 ton/ano de fi lme polietileno;

• Economia de 6.640 kg de embalagens;

• Redução na emissão 45 ton de CO2 equivalente.

O projeto teve como destaque a certifi cação do café

em critérios sociais, ambientais e de qualidade,

bem como a redução da massa da embalagem e do

consumo de tinta de impressão.

Destaque para os seguintes ganhos ambientais:

• Caixas com selo FSC e 100% recicladas;

• Redução de 105,3 kg/ano de resíduos de

embalagens;

• 60% de café certifi cado com selo UTZ (comércio

justo) Responsabilidade Social.

O projeto destaca a implantação do processo

produtivo em Manaus, bem como a redução

da massa da embalagem e da emissão de CO2

equivalente devido à redução nas etapas de

transporte, consumo de energia e resíduos de

embalagem celulósica.

Destaque para os seguintes ganhos ambientais:

• Redução de 639 kg de embalagens/ano;

• 63% ganho de aproveitamento no frete;

• Redução na emissão 3632 kg de CO2 equivalente.

O projeto teve como foco a forma de produção (plantio

direto) com menor erosão, menor consumo de recursos

e aproveitamento de resíduos em toda a cadeia

produtiva, além da campanha educacional com foco na

sustentabilidade ambiental e ação de responsabilidade

social na região de produção da aveia.

Destaque para os seguintes ganhos ambientais:

• Redução de 1578 kg/ano de embalagem;

• Redução de 208 toneladas/ano de resíduos

industrial;

• Redução na emissão 1105 toneladas de CO2

equivalente.

A efi ciência energética, seleção de insumos

e campanha educacional com foco em

sustentabilidade ambiental foram focos do projeto

Destaque para os seguintes ganhos ambientais:

• Redução de 150 kg / ano de resíduos;

• Economia de energia de 24,5% por ano no uso ;

• Redução na emissão de 560 ton CO2 equivalente.

22_25 -Wallmart.indd 25 25/07/2011 16:05:28

Page 26: Revista Visão Ambiental ed 10

Telefax: 19 - 3112.8700 / 3273.0637 • www.graficasilvamarts.com.br

Page 27: Revista Visão Ambiental ed 10

C

M

Y

CM

MY

CY

CMY

K

Page 28: Revista Visão Ambiental ed 10

VIS

ÃO

AM

BIE

NTA

L •J

ULH

O/A

GO

STO

• 2

011

28

CONSUMO CONSCIENTE

A Dynasty lança o aparelho de fondue que mistura o inox e o bambu. Do ponto de vista ecológico, o bambu é um material perfeito, cresce espontaneamente em quase todas as regiões do mundo, é uma ótima opção de refl orestamento e suas características físicas são comparadas às da madeira. Uma peça contemporânea que promete esquentar as noites frias do inverno com elegância e sofi sticação.

A Formato Design lança com exclusividade a mesa lateral modelo Genova. Prática, moderna e funcional, a Genova é confeccionada em madeira de tauari certifi cada, com tampo em cristal com 12mm. Para dar um ar ao mesmo tempo contemporâneo e sofi sticado aos espaços, o design de sua base apostou na mescla geométrica de círculos - que remetem a cilindros de madeira cortados ao meio e sobrepostos - decorados com formas retangulares. Por seu design diferenciado, esse modelo pode ser usado tanto para decorar salas de estar e jantar, quanto escritórios e quartos. www.formatomoveis.com.br.

28-31_Consumo.indd 28 25/07/2011 16:04:42

Page 29: Revista Visão Ambiental ed 10

VIS

ÃO

AM

BIE

NTA

L •

JULH

O/A

GO

STO

• 2

011

29

Para os cãezinhos que fazem xixi sempre no mesmo lugar, o EcoTapete Dog’s Care é uma ótima opção para manter o ambiente sempre limpo. Já para aqueles que não fazem xixi no lugar certo, a EcoFralda Dog’s Care evita que o pet espalhe xixi pela casa toda. Ambos são ecologicamente corretos e produzidos com plástico 100% oxibiodegradável. www.dogscare.net

O Boticário possui opções em várias linhas para quem quer aliar baixo custo com consumo responsável. Desde 2006, oferece produtos com refi l, o que contribui para redução do impacto ambiental, além de ser uma opção em média 25% mais econômica para o consumidor, na hora da reposição do produto. www.oboticario.com.br

Entre os produtos sustentáveis em alta na arquitetura estão as esquadrias de PVC, que são consideradas ecologicamente corretas por diversos motivos. Entre eles estão a preservação das reservas naturais de madeira e minérios, pois utiliza em sua composição apenas 43% de derivados do petróleo e 57% de cloreto de sódio, obtido do sal comum. Os aditivos utilizados na composição do composto são insolúveis, não poluidores. O produto não é biodegradável, o que é fundamental para a utilização como material de construção. A longa vida útil do produto também garante a proteção do meio ambiente, pois permite a reciclagem. www.eurosystemesquadrias.com.br.

A grife de bijuterias artesanais que surgiu dos ideais de sustentabilidade e ecologia agora leva essas questões um pouco mais além, na coleção ‘O mundo que eu quero’. Desta vez as pequenas ações individuais - que em conjunto podem transformar a vida de todos - inspiraram a designer Mércia Stela. As peças, especialmente os pingentes, sugerem atitudes politicamente corretas, tanto do ponto de vista ecológico como social. Assim o símbolo da reciclagem com gravação dos três R: Reduzir; Reutilizar e Reciclar se transformam em placa; o globo terrestre vem em forma de despertador com a mensagem Desperte gravada; uma lâmpada com a palavra Apague ou uma torneira com um nó e a mensagem ‘Economize’ são alguns dos pingentes que também sugerem ações ecológicas, enquanto a formiga carregando uma folha com a frase ‘Seja Voluntário’ ou a placa com a mensagem ‘Gentileza gera Gentileza’ incentivam ações sociais. Vale lembrar que as embalagens também seguem o DNA da grife e são feitas com papel reciclado, algodão 100% orgânico e folhas de bananeira.

28-31_Consumo.indd 29 25/07/2011 16:04:44

Page 30: Revista Visão Ambiental ed 10

VIS

ÃO

AM

BIE

NTA

L •J

ULH

O/A

GO

STO

• 2

011

30

CONSUMO CONSCIENTE

A K3 Imports trouxe para o Brasil as lareiras ecológicas abastecidas com etanol. Muito difundida na Europa, África e Canadá, a lareira ecológica tem uma série de vantagens. A praticidade é uma delas, uma vez que a chama é produzida a partir da combustão do álcool 92,8%, produto facilmente encontrado. Outro ponto de destaque é o fato de não resultar cheiro, fumaça e não ressecar o ar enquanto a chama estiver acesa, pois a combustão do álcool produz H2O. Além disso, elas estão disponíveis em 17 modelos e cabem em qualquer ambiente, deixando os espaços muito mais atraentes e aconchegantes, sem a necessidade de instalação de chaminés ou dutos. www.k3imports.com.br

A Herman Miller mostra que além de design, é também referência em sustentabilidade. A cadeira Sayl Chairs, assinada pelo jovem designer Yves Béhar, recentemente foi fi nalista na categoria no prêmio Green Best. Seu processo de eliminação reduz o impacto sobre a Terra. O fato de a produção das cadeiras ser feita em três continentes diminui a distância entre a fábrica e o comprador. Cadeiras prontas para serem montadas sem o uso de ferramentas, são acondicionadas em caixas de tamanho médio que reduzem os resíduos. O design da cadeira também segue o protocolo de ‘design e desenvolvimento’ da marca, com base nos princípios de química, material, design para desmontagem e reciclabilidade. www.issoehermanmiller.com.br

A Armando Cerello aposta em peças com design orgânico e moderno, como o aparador Shangai. O móvel possui design com linhas curvas trazendo leveza e movimento à peça. Sua estrutura é feita em apuí, planta amazônica resistente. As amarrações são de junco natural, fi bra muito fl exível e forte. O tampo (superior e inferior) é revestido com palha. Além do design contemporâneo e do elevado padrão de qualidade, os móveis da Armando Cerello estão ligados à questão da sustentabilidade por serem produzidos com fi bras naturais extraídas da natureza, são plantas parasitas que apresentam um crescimento rápido e sua colheita não causa qualquer prejuízo ao meio ambiente. www.armandocerello.com.br

com linhas curvas trazendo leveza e movimento à peça. Sua estrutura é feita em apuí, planta amazônica resistente.

A Armando Cerello aposta em peças com design orgânico e moderno, como o aparador Shangai. O móvel possui design com linhas curvas trazendo leveza e movimento à peça. Sua estrutura é feita em apuí, planta amazônica resistente.

A Armando Cerello aposta em peças com design orgânico e moderno, como o aparador Shangai. O móvel possui design com linhas curvas trazendo leveza e movimento à peça. Sua estrutura é feita em apuí, planta amazônica resistente.

A Armando Cerello aposta em peças com design orgânico e moderno, como o aparador Shangai. O móvel possui design com linhas curvas trazendo leveza e movimento à peça. Sua estrutura é feita em apuí, planta amazônica resistente.

28-31_Consumo.indd 30 25/07/2011 16:04:46

Page 31: Revista Visão Ambiental ed 10

VIS

ÃO

AM

BIE

NTA

L •

JULH

O/A

GO

STO

• 2

011

31

A Billabong, marca representante dos esportes de ação e do lifestyle da cultura surf, e a Água Schin, apresentam a nova fase da coleção Recycler Series no inverno, com peças masculinas elaboradas a partir da fi bra de garrafa PET. A novidade da parceria é uma bolsa, primeiro acessório desenvolvido para a linha, que conta com uma pequena bolsa criada para agradar também as namoradas. www.billabong.com.br

Concebida pela supermodelo e ativista ambiental Gisele Bündchen, a linha Sejaa Pure Skincare foi lançada no Brasil no início de 2011 com o objetivo de oferecer cosméticos efi cazes, mas que respeitem o meio ambiente. Suas fragrâncias calmantes e aromaterápicas, embalagens recicladas e recicláveis remetem a uma fi losofi a de vida mais tranquila, ideal para aqueles que gostam de se cuidar, mas que também são preocupados com a preservação da natureza. A linha conta com cremes faciais dia e noite e um tratamento de barro. www.sejaabrasil.com.br

A Resina Acrílica Base Solvente da Hydronorth chega ao consumidor com mais valor agregado: é a primeira resina acrílica à base de solventes menos agressivos, o que a torna a primeira resina ecológica do Brasil: menos tóxica, com menor VOC (composto orgânico volátil) e odor reduzido. Podem ser aplicadas em telhas (cerâmicas, de cimento e galvanizadas), pedras naturais, ardósia e tijolos, garantindo proteção ao meio ambiente e às pessoas. www.hidronorth.com.br

O pesquisador Florian Wittmann, do Inpa/Max Planck,lançou o livro

“Manual de árvores de várzea da Amazônia” Central. A publicação reúne as principais espécies da várzea, cerca de 180, com base não apenas nas informações reprodutivas dessas espécies, o que é mais comum nos livros de botânica e ecologia vegetal, mas também com base nos caracteres vegetativos. O Instituto Mamirauá foi um grande apoiador dessa obra, já que 80% das espécies foram fotografadas nesta reserva, e aborda aspectos da taxonomia, ecologia e uso das espécies arbóreas da várzea estacional da Amazônia brasileira. Um dos destaques do livro é o estudo ecológico das várzeas, fatores ambientais como a inundação ou como o clima. www.mamiraua.org.br

28-31_Consumo.indd 31 25/07/2011 16:04:49

Page 32: Revista Visão Ambiental ed 10

VIS

ÃO

AM

BIE

NTA

L •J

ULH

O/A

GO

STO

• 2

011

32

SANEAMENTO

Por Arielli Secco

Valores ambientais e sociais passam a intermediar relações comerciais e geram oportunidades

para comunidades menos favorecidas

Saneamento básico no Brasil: em pé estamos?

32_37_Saneamento.indd 32 25/07/2011 16:04:04

Page 33: Revista Visão Ambiental ed 10

VIS

ÃO

AM

BIE

NTA

L •

JULH

O/A

GO

STO

• 2

011

33

No Brasil, um dos setores que se encontram em situação precária, é o de saneamento básico. De acordo com números ofi ciais fornecidos pelo Ministério das Cidades, somente 43% da população está conectada com um sistema de saneamento – esse dado

acaba afetando, principalmente, as cidades de baixa renda. E os números não param por aí. Segundo Édison Carlos, presidente executivo do Instituto Trata Brasil, apenas um terço do esgoto produzido é tratado. “Muitos litros são jogados nos cursos de água, causando doenças e poluição ao meio ambiente”, explica. Quanto à água, 40% do total retirado da natureza se perde até chegar às casas. “O que acontece são vazamentos, roubos, falta de medição, entre outros”. Outro dado impactante é a quantidade de pessoas que tem conhecimento do que realmente signifi ca um

sistema de saneamento básico. “84% da população não sabe do que se trata e, por isso, não cobram nenhuma posição da prefeitura da cidade”, diz o presidente, que ainda completa que cabe a cada município desenvolver projetos para melhorias com planejamento e tecnologias.

Alguns problemas surgem com a falta de saneamento em determinada região, como: perda de renda na família, uma vez que os provedores faltam ao trabalho para ir ao hospital; perda imobiliária, já que as residências valem menos em

locais onde o esgoto passa por perto; redução de turistas nas cidades, o que acaba infl uenciando no comércio e no desenvolvimento do local. Além disso, segundo pediatras, a capacidade de aprendizado de crianças de até cinco anos é reduzida: as constantes diarreias atrapalham o desenvolvimento.

Saúde em risco

A falta de saneamento básico pode ser considerada um problema de saúde pública. Isso porque o esgoto despejado em lugares inapropriados causa doenças e, consequentemente, aumentam o número de pacientes nos hospitais. Por isso, nada adianta a prefeitura da cidade investir na saúde da população, oferecendo melhorias nos atendimentos hospitalares, e não investir em saneamento básico – a quantidade de pessoas necessitando de tratamentos fará com que os hospitais públicos se tornem inefi cientes e não tenham

divu

lgaç

ão

divu

lgaç

ão

32_37_Saneamento.indd 33 25/07/2011 16:04:06

Page 34: Revista Visão Ambiental ed 10

VIS

ÃO

AM

BIE

NTA

L •J

ULH

O/A

GO

STO

• 2

011

34

SANEAMENTO

capacidade de atender de forma correta todos aqueles que precisam. Uma pesquisa realizada de 2003 a 2008 em 81 cidades com mais de 300 mil habitantes comprova que lugares sem um sistema de saneamento causam maiores impactos na saúde de sua população e no Sistema Único de Saúde (SUS).

Nas cidades analisadas, existe uma clara associação entre saneamento básico precário, pobreza e índices de internação por diarréias. Municípios com maiores porcentuais de esgotamento inadequado têm maiores taxas de hospitalização. Crianças de até cinco anos formam o grupo mais vulnerável à essa enfermidade: 50% das internações foram causadas por esse tipo de doença, que que também é responsável por

mais da metade dos gastos em hospitais. Em cidades com melhor saneamento de esgoto, o índice de pessoas com diarreias é quatro vezes menor do que em cidades com piores índices. Mas não é somente a diarreia que é causada pela falta de saneamento. Esse estudo aponta diversas outras doenças, como: hepatite A, febre entérica, esquistossomose, leptospirose, teníase, helmintíase, micose, conjuntivite e tracoma.

Situação atual

Segundo o Instituto Trata Brasil, o País ainda está longe de alcançar a universalização dos serviços de esgotamento sanitário como o

capacidade de atender de forma correta todos aqueles que precisam. Uma pesquisa realizada de 2003

mais da metade dos gastos em hospitais. Em cidades com

“Nas cidades

analisadas, existe

uma clara associação

entre saneamento

básico precário,

pobreza e índices

de internação por

diarreias.”

divu

lgaç

ão

divu

lgaç

ão

divu

lgaç

ão

32_37_Saneamento.indd 34 25/07/2011 16:04:12

Page 35: Revista Visão Ambiental ed 10

VIS

ÃO

AM

BIE

NTA

L •

JULH

O/A

GO

STO

• 2

011

35

Canadá e a Alemanha, por exemplo. Em 2008, segundo a pesquisa, a média de coleta de esgoto nas cidades não ultrapassava 56%. As 81 cidades analisadas de 2003 a 2008 formam um ranking que mostra a situação dos municípios brasileiros. Foi possível elencar as 10 melhores e as 10 piores cidades em vários quesitos relacionados a esgotamento sanitário. Em ordem, são eles:

Os 10 melhores: Jundiaí (SP), Franca (SP), Niterói (RJ), Uberlândia (MG), Santos (SP), Ribeirão Preto (SP), Maringá (PR), Sorocaba (SP), Brasília (DF) e Belo Horizonte (MG).

Os 10 piores: Porto Velho (RO), Duque de Caxias (RJ), Belford Roxo (RJ), São João de Meriti (RJ), Ananindeua (PA), Jaboatão dos Guararapes (PE), Rio Branco (AC), Canoas (RS), Belém (PA) e Nova Iguaçu (RJ).

Pensando em tornar o sistema de saneamento mais efi caz, algumas prefeituras estão buscando parcerias com entidades privadas para atuar onde empresas públicas ainda não atuam. “Esse é o caso de cidades como Mogi Mirim e Andradina, que contam com os serviços de empresas privadas e da Sabesp”, conclui.

Obras de melhorias

Após quatro anos de PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), apenas 40% dos investimentos nas obras voltadas a esgotos foram liberados e somente

Brasília (DF) e Belo Horizonte (MG).Os 10 piores: Porto Velho (RO),

Duque de Caxias (RJ), Belford Roxo (RJ), São João de Meriti (RJ), Ananindeua (PA), Jaboatão dos Guararapes (PE), Rio Branco (AC), Canoas (RS), Belém (PA) e Nova Iguaçu (RJ).

Pensando em tornar o sistema de saneamento mais efi caz, algumas

4% das obras foram concluídas até o fi nal. Isso é o que revela um relatório da Trata Brasil nomeado de “De Olho no PAC”, que ainda acrescenta que se esse ritmo for mantido, muitas obras só serão fi nalizadas em 2015. O acompanhamento é feito sobre uma amostra de 101 obras entre redes de coleta e sistemas de tratamento em municípios com mais de 500 mil habitantes e que, totalizam R$ 2,8 bilhões. Essas informações são obtidas através de consultas e solicitações formais à Caixa Econômica Federal, BNDES, Siafi , relatórios ofi cias do PAC e Ministério das Cidades. Dessas 101 obras, quatro foram concluídas, 22 estão atrasadas e 11 ainda não foram iniciadas.

CODESANCongresso para o Desenvolvimento do Setor Nacional de Saneamento

Pensando em proporcionar um rico ambiente para debates e exposição de conceitos que contribuam para a maturação do setor de saneamento, a Viex

Americas realiza seminários abertos ao público e às empresas. Temas de extrema importância de ordem regulatória, fi nanceira, ambiental, técnica e operacional são abordados durante o encontro.

Mais informações: www.viex-americas.com.br/pdf/codesan2011.pdf’

“Em 2008, segundo

a pesquisa, a média

de coleta de esgoto

nas cidades não

ultrapassava 56%.”

divu

lgaç

ão

divu

lgaç

ão

32_37_Saneamento.indd 35 25/07/2011 16:04:13

Page 36: Revista Visão Ambiental ed 10

VIS

ÃO

AM

BIE

NTA

L •J

ULH

O/A

GO

STO

• 2

011

36

SANEAMENTO

Informação e Negócios Ambientais

Entre os eventos que tratam de saneamento e questões ambientais, a FENASAN se destaca. Originalmente criada por uma comissão organizadora da AESABESP – Associação dos Engenheiros da SABESP, após mais de 20 anos de existência, a feira serve como importante oportunidade para networking, promoção de negócios, vitrine para empresas do setor, e disseminadora de conhecimento.

Realizada anualmente, reúne importantes empresas do segmento, e busca sempre diversifi car os temas abordados no Encontro Técnico, bem como trazer palestrantes de destaque, neste ano estarão presentes: Fernando Almeida com a palestra - Qualidade de vida: perspectiva de 2011 a 2050 e Max Gehringer com seu jeito particular de abordar temas diversos, desta vez o tema será - Um banho de recursos para o bom profi ssional de saneamento.

Os temas do Congresso desta edição de 2011 são:

• Desenvolvimento tecnológico e inovação• Efi ciência energética• Gestão empresarial e empreendimentos• Legislação e regulação• Manutenção eletromecânica• Meio ambiente• Mudanças climáticas• Produtos, materiais e serviços• Recursos hídricos• Redução de perdas• Resíduos sólidos e reciclagem• Saúde pública• Sistemas de abastecimento de água/Tratamento de águas superfi ciais

e subterrâneas• Sistemas de coleta de esgoto/Tratamento de esgotos e efl uentes• Softwares e automação

A projeção internacional se evidencia quando analisados participação e visitação de outros países como: Alemanha, Argentina, Chile, China, Estados Unidos, Holanda, Índia, Israel, Itália, México e Portugal, sinal de que somos fonte e destino de informação, produção e tecnologia na área do saneamento.

Esta edição apresenta crescimento impressionante desde a última, criando a necessidade de uma maior área para atender a demanda às necessidades de expositores e visitantes. Vale a pena conferir.

Mais informações: www.fenasan.com.br

XXII FENASAN – Feira Nacional de Saneamento e Meio Ambiente

XXII ENCONTRO TÉCNICO AESABESP

32_37_Saneamento.indd 36 25/07/2011 16:04:16

Page 37: Revista Visão Ambiental ed 10

• GESTÃO DE RESÍDUOS• TECNOLOGIA• SUSTENTABILIDADE

REVISTA

[email protected]

www.rvambiental.com.brwww.rvambiental.com.brcomercial@rvambiental.com.br

Sustentabilidade,

preservação

ambiental e

responsabilidade

social numa

comunicação

integrada

Revista

Visão Ambiental:

opção de mídia

direcionada

e especializada

UMA PUBLICAÇÃO DA

Conteúdo diferenciado e design moderno

valorizam nossos

anunciantes

Para anunciar: (11) 2304-2102(11) 8062-0070

AGORANAS BANCAS

57_An RVA.indd 57 2/25/11 10:25:36 PM

Page 38: Revista Visão Ambiental ed 10

VIS

ÃO

AM

BIE

NTA

L •J

ULH

O/A

GO

STO

• 2

011

38

PUBLICIDADE VERDEV

ISÃ

O A

MB

IEN

TAL

•JU

LHO

/AG

OST

O •

20

11

Objetivo é evitar publicidade enganosa de produtos comuns como se fossem “verdes”; medida começa a valer em 1º de agosto

Conar define normas para combater “greenwashing”

em propagandas

Por: Rogério Ferro, da equipe instituto Akatu

38-41-Publicidade.indd 38 25/07/2011 16:02:35

Page 39: Revista Visão Ambiental ed 10

VIS

ÃO

AM

BIE

NTA

L •

jULH

O/A

GO

STO

• 2

011

39

Greenwashing é um termo em inglês, que pode ser traduzido para algo como “maquiagem verde”, aquilo que parece, mas não é. Ou seja, propagandas enganosas que conferem atributos “verdes” a produtos, marcas e serviços, apenas com objetivo de ganhar admiração, aceitação e competitividade no mercado.

E é o greenwashing que uma nova medida do Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) pretende combater, e evitar que o consumidor seja enganado por informações falsas relativas a produtos supostamente “verdes” , e práticas supostamente sustentáveis de empresas.

Portanto, a partir de 1º de agosto, a publicidade veiculada no Brasil não poderá mais enaltecer características de sustentabilidade de determinado produto ou serviço se as empresas responsáveis não puderem comprovar tais qualidades.

As novas determinações foram incorporadas por meio do acréscimo de um parágrafo e um anexo ao artigo 36 do Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária. Na prática, o novo texto do código exige que as publicidades com apelo ambiental veiculem informações verdadeiras e que os respectivos benefícios ambientais salientados sejam comprováveis. Além disso, os impactos ambientais positivos dos produtos e serviços devem ser signifi cativos e considerar todo seu ciclo de vida, ou seja, desde fase da extração da matéria-prima e produção, passando pela de uso e, fi nalmente, a de descarte.

Segundo Gilberto Leifert, presidente do Conar, a proposta do conselho não é meramente punir as empresas, mas sim elevar “o nível da publicidade sobre sustentabilidade”.

A empresa que descumprir as normas, fi ca sujeita a punições que

variam de advertência à suspensão da campanha publicitária e divulgação pública do descumprimento da regulamentação. “Dependendo da gravidade do caso, o Conar pode agir por meio de medida liminar, o que tira o comercial de veiculação em poucas horas”, explica.

A entidade não aplica multa em caso de infração.

“O consumidor preocupado com a sustentabilidade do planeta, na hora da compra, tende a adotar critérios de sustentabilidade dos produtos como diferencial e a privilegiar empresas responsáveis social e ambientalmente. A publicidade é, em geral, o principal meio de informação sobre produtos e serviços de que ele dispõe”, diz Camila Melo, gerente do programa de educação do Instituto Akatu.

Dados da pesquisa Akatu 2010 sobre a percepção do consumidor brasileiro em relação à responsabilidade social das empresas, apontam que apenas 13% dos brasileiros acreditam que as empresas realmente fazem aquilo que elas divulgam em termos de responsabilidade social e, 44% não acreditam. Outra parcela considerável dos consumidores (32%), disseram avaliar a empresa anunciante e, 8%, o meio de comunicação onde viu a propaganda. Os restantes 3% não souberam responder.

Por outro lado, segundo a mesma pesquisa, 29% dos brasileiros afi rmam que procuram repassar ao maior número possível de pessoas as informações

que aprendem sobre empresas e produtos e, entre o grupo dos consumidores considerados “mais conscientes”, esse percentual sobe para 64%.

“Por isso, ele [o consumidor] é fundamental nesse processo de averiguação do que é verdade ou não”, afi rmou Leifert, ressaltando a atitude do consumidor brasileiro de divulgar as informações que obtém sobre empresas e produtos. Segundo Leifert, o Conar tem uma área de monitoria que verifi ca rotineiramente os principais veículos de comunicação do país, “mas contamos muito com

as denúncias de consumidores, além de autoridades,

entidades e empresas”, diz.

Leifer explica que o consumidor pode fazer a

denúncia tanto pelo site da entidade como por carta sem precisar enviar

o anúncio ao Conar. “Garantimos sigilo

do denunciante e só exigimos que ele formule sua denúncia por escrito, identifi que-se claramente e informe o dia, hora e veículo onde viu a peça, seja na TV, no rádio, jornal, na internet, inclusive, e-mail marketing, folhetos e ponto de venda”.

Para denunciar d e t e r m i n a d a

empresa ou produto, o consumidor

pode acessar o site www.conar.org.br ou encaminhar carta para o Conar, que fi ca na capital paulista, na Av. Paulista, 2073 - Edifício Horsa II - 18º andar. CEP: 01311-940.

38-41-Publicidade.indd 39 25/07/2011 16:02:38

Page 40: Revista Visão Ambiental ed 10

VIS

ÃO

AM

BIE

NTA

L •J

ULH

O/A

GO

STO

• 2

011

40

PUBLICIDADE VERDE

A Norma

NA visão de Leifer, o parágrafo foi acrescentado ao artigo 36 do Código brasileiro de Autorregulamentação Publicitária, por considerar “crescente a utilização de informações e indicativos ambientais na publicidade institucional e de produtos e serviços”.

O texto original deste artigo fazia menção apenas ao combate a anúncios que estimulassem a poluição, desperdício e depredação dos recursos naturais e do meio urbano e a má conservação do meio ambiente, e foi complementado e ampliado, em função da nova realidade de consumo consciente.

Segundo o presidente do Conar, a norma não pretendente boicotar a esse tipo de publicidade.

“Queremos que um anúncio que cite a sustentabilidade contenha apenas informações ambientais passíveis de verifi cação e comprovação”, explica. De acordo com o Conar, cabe ao anunciante, em qualquer caso, comprovar as suas afi rmações.

O Conselho de Ética do Conar, formado por publicitários e representantes da sociedade civil, é responsável pela verifi cação das comprovações, uma a uma, e delibera sobre a validade delas, pedindo mais explicações ao anunciante, se assim considerar necessário. “Para casos mais complexos, os membros do Conselho de Ética poderão solicitar à direção do Conar que busque a opinião de especialistas na matéria para que se chegue a um veredito mais conciso”, diz Leifer.

De acordo com as novas recomendações, as empresas

também devem seguir critérios ao anunciar benefícios sociais e ambientais de determinados produtos. “Não serão considerados pertinentes apelos que divulguem como benefício socioambiental o mero cumprimento de disposições legais”, segundo os critérios.

“Não serão considerados

pertinentes apelos

que divulguem como

benefício socioambiental

o mero cumprimento de

disposições legais.”

divu

lgaç

ão

divu

lgaç

ão

VIS

ÃO

AM

BIE

NTA

L •J

ULH

O/A

GO

STO

• 2

011

parágrafo foi acrescentado ao artigo 36 do Código brasileiro de Autorregulamentação Publicitária, por considerar “crescente a utilização de informações e indicativos ambientais na publicidade institucional e de

de verifi cação e comprovação”, explica. De acordo com o Conar, cabe ao anunciante, em qualquer caso, comprovar as suas afi rmações.

O Conselho de Ética do Conar, formado por publicitários e representantes da sociedade civil,

produtos. “Não serão considerados pertinentes apelos que divulguem como benefício socioambiental o mero cumprimento de disposições legais”, segundo os critérios.

38-41-Publicidade.indd 40 25/07/2011 16:02:40

Page 41: Revista Visão Ambiental ed 10

VIS

ÃO

AM

BIE

NTA

L •

JULH

O/A

GO

STO

• 2

011

41

REGRAS

Além de atender às provisões gerais deste Código, a publicidade deverá refl etir a responsabilidade do anunciante para com o meio ambiente e a sustentabilidade, e levará em conta os seguintes princípios:

1. ConcretudeAs alegações de benefícios

socioambientais deverão corresponder a práticas concretas adotadas, evitando-se conceitos vagos que ensejem acepções equivocadas ou mais abrangentes do que as condutas apregoadas.

A publicidade de condutas sustentáveis e ambientais deve ser antecedida pela efetiva adoção ou formalização de tal postura por parte da empresa ou instituição. Caso a publicidade apregoe ação futura, é indispensável revelar tal condição de expectativa de ato não concretizado no momento da veiculação do anúncio.

2. VeracidadeAs informações e alegações

veiculadas deverão ser verdadeiras, passíveis de verifi cação e de comprovação, estimulando-se a disponibilização de informações mais detalhadas sobre as práticas apregoadas por meio de outras fontes e materiais, tais como websites, SACs (Seviços de Atendimento ao Consumidor), etc.

3. Exatidão e clarezaAs informações veiculadas

deverão ser exatas e precisas, expressas de forma clara e em linguagem compreensível, não ensejando interpretações equivocadas ou falsas conclusões.

4. Comprovação e fontesOs responsáveis pelo anúncio

de que trata este Anexo deverão dispor de dados comprobatórios e de fontes externas que endossem, senão mesmo se responsabilizem pelas informações socioambientais comunicadas.

5. Pertinência É aconselhável que as informações

socioambientais tenham relação lógica com a área de atuação das empresas, e/ou com suas marcas, produtos e serviços, em seu setor de negócios e mercado. Não serão considerados pertinentes apelos que divulguem como benefício socioambiental o mero cumprimento de disposições legais e regulamentares a que o Anunciante se encontra obrigado.

6. RelevânciaOs benefícios socioambientais

comunicados deverão ser signifi cativos em termos do impacto global que as empresas, suas marcas, produtos e serviços exercem sobre a sociedade e o meio ambiente - em todo seu processo e ciclo, desde a produção e comercialização, até o uso e descarte.

7. AbsolutoTendo em vista que não

existem compensações plenas, que anulem os impactos socioambientais produzidos pelas empresas, a publicidade não comunicará promessas ou vantagens absolutas ou de superioridade imbatível. As ações de responsabilidade socioambiental não serão comunicadas como evidência sufi ciente da sustentabilidade geral

da empresa, suas marcas, produtos e serviços.

8. Marketing relacionado a causasA publicidade explicitará

claramente a(s) causa(s) e entidade(s) ofi cial(is) ou do terceiro setor envolvido(s) na parceria com as empresas, suas marcas, produtos e serviços.

O anúncio não poderá aludir a causas, movimentos, indicadores de desempenho nem se apropriar do prestígio e credibilidade de instituição a menos que o faça de maneira autorizada.

As ações socioambientais e de sustentabilidade objeto da publicidade não eximem anunciante, agência e veículo do cumprimento das demais normas éticas dispostas neste Código.

Agradecimento ao INSTITUTO AKATU - www.akatu.org.br

VIS

ÃO

AM

BIE

NTA

L •

JULH

O/A

GO

STO

• 2

011

38-41-Publicidade.indd 41 25/07/2011 16:02:41

Page 42: Revista Visão Ambiental ed 10

e-mail: [email protected]

UMA PUBLICAÇÃO DA

Para assinar: 11 8062-0070

Assine !

Cadastre-se em nosso portal e receba as informações sobre planos e formas de pagamento

AGORA É POSSÍVEL ASSINAR A REVISTA VISÃO AMBIENTAL

www.rvambiental.com.br

edição esgotada

Exemplar avulso – R$ 9,90 + R$ 2,50 (postagem)

Assinatura semestral (3 edições) – R$ 29,90

Assinatura anual (6 edições) – R$ 54,00

Assinatura bianual (12 edições) – R$ 100,00 (2x R$ 50,00)

47_Assin RVA.indd 47 2/28/11 8:47:57 PM

Page 43: Revista Visão Ambiental ed 10

VIS

ÃO

AM

BIE

NTA

L •

JULH

O/A

GO

STO

• 2

011

43

VIS

ÃO

AM

BIE

NTA

L •

JULH

O/A

GO

STO

• 2

011

43

Etnoturismona Amazônia

Turistas poderão conhecer cultura e cotidiano de nativos de Rondônia

divu

lgaç

ão

ETNOTURISMO

Por Ana Rodriguez E Bruno Viécili

43-48 - Etnoturismo.indd 43 09/09/2011 10:24:50

Page 44: Revista Visão Ambiental ed 10

VIS

ÃO

AM

BIE

NTA

L •J

ULH

O/A

GO

STO

• 2

011

44

ETNOTURISMOV

ISÃ

O A

MB

IEN

TAL

•JU

LHO

/AG

OST

O •

20

11

44

TURISMO

Um novo conceito nas práticas Um novo conceito nas práticas Um novo conceito nas práticas Um novo conceito nas práticas Um novo conceito nas práticas de sustentabilidade, o etnoturismo se de sustentabilidade, o etnoturismo se de sustentabilidade, o etnoturismo se de sustentabilidade, o etnoturismo se de sustentabilidade, o etnoturismo se apresenta como mais uma alternativa apresenta como mais uma alternativa apresenta como mais uma alternativa apresenta como mais uma alternativa apresenta como mais uma alternativa entre as possibilidades de unir entre as possibilidades de unir entre as possibilidades de unir entre as possibilidades de unir entre as possibilidades de unir conscientização, renda e preservação.conscientização, renda e preservação.conscientização, renda e preservação.conscientização, renda e preservação.conscientização, renda e preservação.

Tribos indígenas vêm Tribos indígenas vêm Tribos indígenas vêm Tribos indígenas vêm Tribos indígenas vêm buscando alternativas na busca de buscando alternativas na busca de buscando alternativas na busca de buscando alternativas na busca de buscando alternativas na busca de soluções sustentáveis que permitam soluções sustentáveis que permitam soluções sustentáveis que permitam soluções sustentáveis que permitam soluções sustentáveis que permitam manter natureza, cultura e integração, manter natureza, cultura e integração, manter natureza, cultura e integração, manter natureza, cultura e integração, manter natureza, cultura e integração, com a possibilidade de dividirem com a possibilidade de dividirem com a possibilidade de dividirem com a possibilidade de dividirem com a possibilidade de dividirem conhecimento, ao mesmo tempo em conhecimento, ao mesmo tempo em conhecimento, ao mesmo tempo em conhecimento, ao mesmo tempo em conhecimento, ao mesmo tempo em que geram renda para seu sustento e que geram renda para seu sustento e que geram renda para seu sustento e que geram renda para seu sustento e que geram renda para seu sustento e manutenção de suas tribos, etnias e manutenção de suas tribos, etnias e manutenção de suas tribos, etnias e manutenção de suas tribos, etnias e manutenção de suas tribos, etnias e tradições.tradições.tradições.tradições.tradições.

A Tribo Suruí, em Rondônia, é A Tribo Suruí, em Rondônia, é A Tribo Suruí, em Rondônia, é A Tribo Suruí, em Rondônia, é A Tribo Suruí, em Rondônia, é um desses exemplos. Para ajudar um desses exemplos. Para ajudar um desses exemplos. Para ajudar um desses exemplos. Para ajudar um desses exemplos. Para ajudar na captação de renda e no aumento na captação de renda e no aumento na captação de renda e no aumento na captação de renda e no aumento na captação de renda e no aumento da oferta de emprego local, criou o da oferta de emprego local, criou o da oferta de emprego local, criou o da oferta de emprego local, criou o da oferta de emprego local, criou o da oferta de emprego local, criou o da oferta de emprego local, criou o da oferta de emprego local, criou o da oferta de emprego local, criou o da oferta de emprego local, criou o projeto de etnoturismo , que consiste projeto de etnoturismo , que consiste projeto de etnoturismo , que consiste projeto de etnoturismo , que consiste projeto de etnoturismo , que consiste em levar visitantes para conhecer em levar visitantes para conhecer em levar visitantes para conhecer em levar visitantes para conhecer em levar visitantes para conhecer de perto como é a vida, a cultura, os de perto como é a vida, a cultura, os de perto como é a vida, a cultura, os de perto como é a vida, a cultura, os de perto como é a vida, a cultura, os hábitos e as relações sociais e com a hábitos e as relações sociais e com a hábitos e as relações sociais e com a hábitos e as relações sociais e com a hábitos e as relações sociais e com a

natureza em uma aldeia indígena tradicional, além de investirem em refl orestamento.

A ideia surgiu quando o então estudante de turismo, Gasodá Suruí, começou a pesquisar maneiras sustentáveis de desenvolvimento social e ambiental na Terra Indígena Sete de Setembro, reserva no

município de Cacoal, Rondônia. O projeto pretende receber pequenos grupos de turistas e oferecer opções de programas culturais e passeios ecológicos na região. “Agora estamos na fase de planejamento e implantação inicial, e nossas preocupações estão voltadas para a elaboração de um projeto sólido capaz de atender as necessidades do nosso povo. Diagnosticamos a região e fazemos levantamento de dados”, explica Suruí.

“É essencial que tudo seja administrado de forma participativa pela comunidade e caberá a ela coordenar, receber e executar todas as tarefas”, explica Suruí. A primeira etapa deve levar até dois anos e meio para ser concluída. Segundo afi rma o idealizador, ainda faltam,

no entanto, recursos para a construção da infraestrutura do complexo turístico desejado, que deverá ser erguido em breve nas proximidades das aldeias. “Trata-se de um polo de conservação ambiental e valorização cultural”, ressalta.

O povo indígena Suruí Paiter vem desenvolvendo diversos trabalhos voltados à preservação da fauna e fl ora, além do resgate cultural local. Tais atividades têm sido referência do desenvolvimento cultural indígena nacional, assim como um componente importante no processo cultural e social da tribo.

O projeto de etnoturismo absorverá mão de obra local e pretende contribuir com a valorização da comunidade. “Será um poderoso instrumento de educação ambiental para os indígenas e visitantes”, avalia Suruí.

O povo indígena Paiter Suruí

divu

lgaç

ão

divu

lgaç

ão

gaso

dasu

rui.b

logs

pot.c

om

43-48 - Etnoturismo.indd 44 09/09/2011 10:26:42

Page 45: Revista Visão Ambiental ed 10

VIS

ÃO

AM

BIE

NTA

L •

JULH

O/A

GO

STO

• 2

011

45

desse conceito específi co, ligado à preservação, seja exclusividade brasileira, porque os atrativos turísticos que o etnoturismo pode oferecer aos turistas são realmente realidades ligadas ao mundo indígenas brasileiro, atrativos naturais e culturais desses povos. Sei que a cultura indígena brasileira é diferente de outras culturas indígenas que possam ser encontradas pelo mundo.

RVA - Esta nos parece uma opção bastante interessante dentro dos princípios básicos de sustentabilidade, com viés ambiental, social e econômico, mas suponho que talvez haja algum tipo de resistência e eventuais correntes contra. Se há, quais são os argumentos para os que se posicionam contra? E quais os argumentos que se tem em resposta a isso?

GS - O etnoturismo, para que seja uma atividade turística mais adequada a ser desenvolvida nas terras indígenas sem causar impactos negativos aos aspectos culturais e territoriais, precisa ser organizada e planejada, e a sua gestão tem que ser de modo participativo e comunitário. Desta forma, promovendo a interação entre natureza e comunidade com vistas a uma utilização sustentável V

ISÃ

O A

MB

IEN

TAL

• JU

LHO

/AG

OST

O •

20

11

45

divu

lgaç

ão

tem uma população de aproximadamente 1400 pessoas, distribuídas em 21 aldeias, todas pertencentes à Terra Indígena Sete de Setembro, localizada entre os estados de Rondônia e Mato Grosso, e somam uma área de 148 mil hectares.

Em entrevista exclusiva, Gasodá Suruí nos fala

um pouco sobre o conceito geral de etnoturismo, e também sobre os projetos de sua tribo.

Revista Visão Ambiental - Pode nos falar um pouco sobre o conceito geral de etnoturismo?

Gasodá Suruí: Na minha visão como turismologo indígena

posso dizer que o turismo em terras indígenas ou etnoturismo consiste no aproveitamento da cultura de uma determinada etnia, com todas as manifestações culturais de um povo que potencialmente podem ser como atrativos para os visitantes. A ideia do turismo nessas áreas é de aproveitar o potencial turístico e divulgar

a importância e a necessidade de conservação da riqueza amazônica, tanto em relação ao patrimônio natural, quanto aos tradicionais já existentes nessas áreas.

RVA - Há outras tribos e/ou grupos que participam ou adotam o etnoturismo?

GS - Sim. Há projetos de turismo desenvolvido pelos indígenas brasileiros que realmente vêm dando certo, é o caso por exemplo, dos Pataxós do sul da Bahia, no município de Porto Seguro, em Coroa Vermelha. Um trabalho que já tem uma longa história e hoje vem demonstrando resultados importantes para aquele povo.

RVA - Etnoturismo é algo brasileiro ou existe também em outros países?

GS - Acredito que dentro

divu

lgaç

ão

43-48 - Etnoturismo.indd 45 09/09/2011 10:26:51

Page 46: Revista Visão Ambiental ed 10

VIS

ÃO

AM

BIE

NTA

L •J

U-

46

ETNOTURISMO

divu

lgaç

ão

divu

lgaç

ão

e conservacionista do patrimônio natural e cultural indígena, se pode proporcionar melhoria na qualidade de vida dessas comunidades.

RVA - Pode comentar mais

detalhadamente sobre o seu projeto?GA - ideia começou a surgir

entre os Paiter, também conhecidos como os Suruí de Rondônia. O povo é falante do tupi-mondé e habita a Terra Indígena Sete de Setembro, com uma população de 1.400 pessoas e um território de aproximadamenteo 248.000 hectares, entre os estados de Rondônia e Mato Grosso. Em 2000, eles decidiram fazer o diagnostico Etnoambiental Participativo do seu território para saber realmente que tipo de potencialidade que a Terra Indígena Sete de Setembro poderia oferecer ao povo indígena Paiter para que eles desenvolvessem projetos voltados ao desenvolvimento sustentável e econômico para o seu povo. Baseado no resultado do diagnóstico elaboraram um plano de gestão do seu território para 50 anos, entre muitos outros projetos que estamos desenvolvendo graças ao diagnóstico que pode nos

ajudar a detectar a potencialidade turística encontradas na Terra Indígena Sete de Setembro e o Projeto de Turismo Paiter, que se encontra em fase de estudo e pesquisa desde o inicio de 2010, e tem previsão de concluir essa etapa no fi nal de 2011. Dentro dessa fase, realizamos

reuniões, cursos, capacitação e intercâmbio com outros projetos de turismo idênticos.

Mas depois de terminar a primeira fase iremos partir para segunda fase do projeto que realmente será para implantar as infra-estruturas, sendo que na primeira fase já foi escolhido o local cênico para implantar o projeto.

RVA - Há planos para ampliação / diversifi cação do projeto?

GS - Sim. Como falei na questão anterior, projeto ainda se encontra

na fase de andamento. Ainda falta a segunda etapa para realizar, que é a fase de implantação das infraestruturas, que será um local apropriado (complexo turístico Paiter). Para que possamos mostrar e fazer da melhor maneira para satisfazer os nossos turistas, que poderão nos visitar e não voltar tristes, decepcionados. Temos que nos preparar e desenvolver o turismo Paiter com a cara do povo Paiter, e mostrar o melhor da nossa cultura e da realidade indígena

Amazônica para o mundo através do nosso turismo.

RVA - O que pode nos passar com relação a valores? Investimentos, receita, geração de renda para os

participantes? GS - Como o projeto

ainda se encontrar em fase de andamento, não tem nada defi nido em relação a essas questões.

RVA - Quem são os

parceiros, e como atuam? Que tipo de apoio dão, e o que recebem em troca?

GS - Hoje as entidades que atuam diretamente junto com a Metareilá, que é a Organização Indígena

que representa juridicamente o Povo Paiter, são as: Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé, CSF – Conservação Estratégica, IIEB – Instituto Internacional de Educação no Brasil e a ACT - Equipe de Conservação da Amazônica. Os tipos de apoio que essas entidades oferecem ao projeto são acessórias para o desenvolvimento das pesquisas e do levantamento do potencial turístico na Terra Indígena Sete de Setembro, que é o local onde o projeto será implantado. E claro também o estudo de viabilidade

divu

lgaç

ão

divu

lgaç

ão

43-48 - Etnoturismo.indd 46 09/09/2011 10:27:03

Page 47: Revista Visão Ambiental ed 10

VIS

ÃO

AM

BIE

NTA

L •

JULH

O/A

GO

STO

• 2

011

47

divu

lgaç

ão

divu

lgaç

ão

divu

lgaç

ão

econômica que o projeto pretende alcançar para que seja realmente uma atividade que trará desenvolvimento econômico e sustentável para o povo Paiter.

RVA - De que maneira as mudanças sociais, culturais e fi nanceiras podem ser percebidas?

GS - As mudanças acontecerão de várias formas:

- Unir e organizar o povo Suruí a trabalharem de forma coletiva;

- Valorizar e resgatar a cultura Paiter;

- Geração de renda;- Benefícios e melhor qualidade

de vida ao povo Paiter de Rondônia.

RVA - Há mais alguma coisa que deseje nos contar?

GS - O que mais nos motivou e demonstrou o real interesse pela criação do projeto de turismo na Terra Indígena Sete de Setembro, foi o fato de muitas visitações que vínhamos recebendo das pessoas oriundas de várias partes do mundo ao nosso projeto de refl orestamento no qual estamos trabalhando desde o ano de 2005. É um trabalho que visa refl orestar as áreas degradadas pela retirada ilegal de madeiras pelos invasores no interior da Terra Indígena, com espécies de plantas nativas, que hoje aproximam de 100 mil mudas plantadas pelos indígenas.

Além disso, novas parcerias e investimentos são bem vindos, estamos abertos a estudar novas propostas que se enquadrem no projeto.

43-48 - Etnoturismo.indd 47 09/09/2011 10:27:17

Page 48: Revista Visão Ambiental ed 10

VIS

ÃO

AM

BIE

NTA

L •J

ULH

O/A

GO

STO

• 2

011

48

VISÃO ECOLÓGICA * Maria Rosí Melo Rodrigues

NECROCHORUMEAquecimento global, poluição

atmosférica, poluição hídrica, poluição do solo, contaminação global! O que estamos fazendo com nosso planeta? É a ação do homem, querendo produzir, crescer, prosperar.

Mas será que podemos crescer e prosperar sem agredir com tamanha gravidade nosso planeta? É claro que sim! E é com esse enfoque que falamos aqui da poluição hídrica, ou contaminação de nossas águas.

A água é o nosso bem mais precioso e a estamos destruindo, achando que não terá fi m, mas tem! Sabe-se hoje que a água é um bem fi nito e que, se não nos atentarmos em reduzir ou até mesmo eliminar os dejetos que jogamos em nossos rios, lagos e lençóis freáticos, estaremos comprometendo a vida na terra.

Em toda atividade humana ou na maioria delas há um descarte de água contaminada com algum rejeito. Até mesmo os dejetos humanos, os esgotos, são capazes de destruir um corpo hídrico, se não forem tratados efi cientemente antes de serem lançados na natureza. Até mesmo após a morte, o ser humano é capaz de gerar compostos contaminantes através da decomposição de seu corpo.

Esse é um problema muito relevante e de saúde pública, e tem-se que despertar para esta realidade, verifi cando o que está sendo realmente realizado nos cemitérios de uma maneira geral.

Um corpo quando enterrado, entra em estado de decomposição e através do trabalho de micro-organismos, um líquido é gerado nessa transformação, como também gases tipo gás carbônico.

Tal líquido gerado é denominado de necrochorume. Sabendo que a referida decomposição leva em média de 2,5 a 3 anos, essa substância pode começar a ser eliminada durante um ano após o sepultamento.

A sua principal característica é ter um escoamento viscoso, de coloração acinzentada, composta de 60% de água, 30% de sais minerais e 10% de substâncias orgânicas, sendo duas delas altamente tóxicas, a putrescina e cadaverina, que em contato com a água da chuva podem percolar pelo solo e atingir o lençol freático, podendo desta forma contaminar seriamente as águas subterrâneas e quem delas consumir.

Desta forma, se verifi ca a necessidade urgente de se ter um maior e melhor controle desses cemitérios e seus sepultamentos, pois já foi constatado que em torno de 90% das necrópoles tidas como irregulares, 3/4 delas estão com solo e lençol freático comprometidos. As principais causas são o despreparo no sepultamento e a localização em terrenos inadequados. Segundo a Legislação Ambiental vigente (Conama 368 de 28 de março de 2006), o limite entre a cova e o lençol freático não pode ser menor que 1,5 metro.

Mesmo com a existência de tal legislação, a fi scalização ainda é lenta e difícil, haja vista as condições de tempo e estrutura dos cemitérios existentes, os quais devem atender à população com visão social, incluindo assim os indigentes, enterrados sem qualquer critério de proteção ambiental.

E que critério é esse? É necessário se realizar uma avaliação de condições geológicas (tipo de solo) e hidrogeológicas (profundidade do aquífero). E o mais importante, elaborar um projeto adequado das disposições dos caixões, instalando uma retenção ou uma captação do líquido gerado na decomposição do corpo, seguindo por sistemas de drenagem específi cos para encaminhar o necrochorume captado a um sistema

de tratamento que permita tratar com efi ciência suas toxinas, lançando no ambiente um líquido livre de compostos tóxicos para a saúde.

Tal tecnologia pode ser desenvolvida e adaptada ao sistema de acordo com estudos específicos de cada empreendimento, verificando caso a caso as necessidades reais da região e das condições hidrogeológicas do terreno em que encontra, e sistemas anaeróbios, processos de desinfecção devidamente dimensionados para atender às reais necessidades de cada empreendimento.

Implantando um sistema de tratamento de necrochorume, se estará prevenindo doenças com uma tecnologia que custa muito menos que tratar as enfermidades. Isso faz parte do comprometimento de todos, a priorização e prevenção da saúde da comunidade.

Somos todos responsáveis por um meio ambiente mais limpo e próprio a uma boa qualidade de vida em nosso planeta.

É engenheira sanitarista da Tegeve Ambiental - www.tegeveambiental.com.br

divu

lgaç

ão

48_Visão ecologica.indd 48 25/07/2011 16:00:17

Page 49: Revista Visão Ambiental ed 10

C

M

Y

CM

MY

CY

CMY

K

Page 50: Revista Visão Ambiental ed 10

VIS

ÃO

AM

BIE

NTA

L •J

ULH

O/A

GO

STO

• 2

011

50

EMISSÕESV

ISÃ

O A

MB

IEN

TAL

•JU

LHO

/AG

OST

O •

20

11

50

EMISSÕES

Por Marina Erbolato

Soluções sustentáveis para reduzir as emissões de gases na atmosfera podem ser simples, porém não menos efi cientes

Por um planeta livre de CO2

divu

lgaç

ão

50_53_Emissoes.indd 50 25/07/2011 15:59:42

Page 51: Revista Visão Ambiental ed 10

VIS

ÃO

AM

BIE

NTA

L •

JULH

O/A

GO

STO

• 2

011

51

VIS

ÃO

AM

BIE

NTA

L •

jULH

O/A

GO

STO

• 2

011

51

Muito se fala sobre as emissões de gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera, mas poucos sabem o que realmente isso significa para a degradação – ou conservação – do meio ambiente. Como reduzir, controlar e ou até mesmo acabar com essas emissões? Algumas alternativas, por mais simples que sejam, se praticadas com consciência, acabam resultando em uma melhoria na sustentabilidade ambiental do planeta.

O aumento da concentração de CO2 na atmosfera se deu basicamente pelo avanço da população e a modernização da sociedade. Para Mateus Bonadiman e Franscisco Gasparetto Higuchi da Hdom Engenharia e Projetos Ambientais, o aumento do número de pessoas nas cidades provoca a elevação do consumo de bens e serviços de todos os níveis. Mas, a principal consequência de uma cidade moderna é a maior utilização de combustíveis fósseis. “O desequilíbrio na troca de carbono entre a atmosfera e a biosfera é resultado do alto índice de consumo de combustíveis”, explicam.

As emissões de carbono no

Brasil são provenientes da queima de combustíveis fósseis, como o petróleo, e das mudanças do solo, onde ocorrem queimadas e desmatamento. “Só as emissões pelo uso do solo representam 75% do total de emissões de CO2 no Brasil”, completam. Outros setores também colaboram com essa situação. As áreas que mais

emitem CO2 são: energia (21,4%), processos industriais (16,9%), transporte (14,1%), agronegócio (12,6%), produção de petróleo (11,3%), prédios residenciais e comerciais (10,3%), desmatamento (10%) e resíduos (3,4%).

Como consequência, se destaca

a concentração de carbono na atmosfera, já que os reservatórios da biosfera não conseguem neutralizar as emissões humanas. Fenômenos como a seca, a cheia, o inverno e o verão, por exemplo, estão cada vez mais previsíveis e dia após dia, mais rigorosos.

Alternativas sustentáveis

Não são somente as grandes empresas que podem fazer algo para minimizar o impacto sobre o meio ambiente. Ações simples partidas de pessoas comuns podem fazer toda a diferença e tornar o meio em que vivemos muito mais saudável. “A utilização de transporte coletivo em alguns dias da semana e o uso de sacolas retornáveis substituindo as de plástico já representam um ótimo primeiro passo em uma sociedade comprometida com o futuro”, sugerem. Outras opções que podem ser adotadas no dia a dia são reciclar sempre que possível, tomar banhos menos demorados e ensinar as gerações mais novas sobre a importância dessas pequenas ações.

É importante que o consumidor considere pagar um pouco mais caro

divu

lgaç

ão

divu

lgaç

ão

50_53_Emissoes.indd 51 25/07/2011 15:59:44

Page 52: Revista Visão Ambiental ed 10

VIS

ÃO

AM

BIE

NTA

L •J

ULH

O/A

GO

STO

• 2

011

52

EMISSÕESV

ISÃ

O A

MB

IEN

TAL

•JU

LHO

/AG

OST

O •

20

11

52

EMISSÕES

“Isso pode ser realizado de diversas

formas, como por exemplo, adquirindo

créditos de carbono no mercado, reflorestando

áreas degradadas ou auxiliando um

proprietário ou instituição publica a

preservar uma região florestal”

por um determinado produto cujo fabricante esteja comprometido com o meio ambiente, o que já ocorre em países europeus. Por outro lado, as empresas podem pensar em diminuir o consumo de bens primários através de aquisição de máquinas mais modernas - elas consomem menos e são mais produtivas.

No plano nacional, as principais práticas responsáveis são a troca da matriz energética e a redução do desmatamento na Amazônia. O governo federal também está envolvido nessa busca por um planeta mais sustentável, criando mecanismos que promovam essas iniciativas, uma vez que o setor produtivo ainda depende de incentivos fi scais e tributários para colocar em prática seus projetos de sustentabilidade ambiental.

Neutralização e Compensação

Além das atividades voltadas às pessoas comuns que visam reduzir o impacto ambiental, há também as chamadas neutralização e compensação. O objetivo é suavizar os efeitos das emissões por meio de processos específi cos. É possível compensar essa atividade através de um serviço ambiental que a empresa presta à sociedade de forma voluntária. “Isso pode ser realizado de diversas formas, como por exemplo, adquirindo créditos de carbono no mercado, refl orestando áreas degradadas ou auxiliando um

proprietário ou instituição pública a preservar uma região fl orestal”, concluem os sócios da Hdom, que ainda completam dizendo que o importante é que haja um retorno positivo para o meio ambiente, mantendo o estoque de carbono em taxas semelhantes ou maiores do que foi emitido pela empresa.

Processo simples e que pode ser efetuado de forma direta ou indireta, a compensação de carbono diminui as emissões de gases de efeito estufa. Seu funcionamento é de fácil compreensão: uma empresa contabiliza quanto de carbono emite e procura reduzir internamente, melhorando seu processo de fabricação. O que ela não conseguir reduzir, compensa com prestação de serviço ou compra créditos de carbono no mercado. Geralmente, a empresa em questão investe ou adquire o mesmo número no qual emitiu, sendo que um crédito de carbono equivale a uma tonelada de CO2.

Empresas com foco

Muitas empresas estão se preocupando com a situação atual e mudando suas práticas ambientais, visando dar um destino correto às suas emissões. É o caso da Natura. A maior fabricante brasileira de cosméticos e produtos de beleza tem também um compromisso de longa data com o desenvolvimento sustentável. Pensando nisso, implantou em 2007 o Programa

Carbono Neutro, destinado a reduzir de forma contínua suas emissões de GEE, desde a extração de insumos para produção de matéria-prima e materiais para embalagens, passando por processos internos e transporte dos produtos, até o seu descarte. O que não é possível reduzir nos processos de produção é compensado com a aquisição de créditos de carbono de projetos externos.

Com o objetivo de minimizar ainda mais o impacto ao meio ambiente, a empresa abriu, em maio deste ano, o Edital Natura Carbono Neutro, que tem como objetivo selecionar novos projetos de redução e/ou remoção de gases que causam o aquecimento global. Serão aceitos projetos que buscam equilibrar os setores de energia e fl orestal.

divu

lgaç

ão

divu

lgaç

ão

divu

lgaç

ão

50_53_Emissoes.indd 52 25/07/2011 15:59:46

Page 53: Revista Visão Ambiental ed 10

VIS

ÃO

AM

BIE

NTA

L •

JULH

O/A

GO

STO

• 2

011

53

Com simples gestos, você também pode contribuir e reduzir as emissões de CO2 na atmosfera

Use com mais frequência o transporte público da sua cidade Substitua as famosas

sacolas plásticas por aquelas retornáveis, encontradas facilmente nos estabelecimentos

Recicle, reutilize e reaproveite Prefira produtos fabricados

por empresas adeptas a programas de sustentabilidade

O mercado voluntário de carbono

O ser humano, juntamente às suas atividades, lança cerca de 35,5 bilhões de toneladas de CO2 por ano na atmosfera e esse é o principal gás que causa o aquecimento global. Para diminuir esses números, foram criados projetos de redução de emissões de gases que, após avaliados, podem gerar créditos de carbono e serem utilizados por países desenvolvidos integrantes do Anexo 1 do Protocolo de Quioto para alcançar suas metas de redução das emissões de gases do efeito estufa. Esse protocolo instituiu o mercado de carbono como um dos mecanismos para reduzir os custos no corte das emissões, assim como o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) e a Implementação Conjunta.

O presidente da Target Engenharia e Consultoria, Mauricio Ferraz de Paiva, explica que, para normalizar esse mercado foi editada em 2011 a NBR 15948, que inclui os requisitos para elegibilidade das reduções de emissões, transparência de informações, e registro de projetos e de reduções verificadas de emissões (RVE). O mercado voluntário de carbono global, apesar de representar apenas 1% do tamanho do mercado regulado, já movimenta grandes quantias e desempenha um papel importante na redução das emissões de gases do efeito estufa e no desenvolvimento sustentável.

Segundo dados de 2009, o mecanismo negociou 94 milhões de toneladas de dióxido de carbono (tCO2e) ao valor total de US$ 387 milhões. “Nesse cenário, a América Latina está representando em torno de 16%, sendo que o Brasil responde por 58% dos créditos gerados no continente. Essa participação pode aumentar ainda mais agora que finalmente o País dispõe de um padrão que pode ser seguido pelos desenvolvedores de projeto, investidores, compradores e demais envolvidos no mercado”, observa Paiva.

divu

lgaç

ão

50_53_Emissoes.indd 53 25/07/2011 15:59:47

Page 54: Revista Visão Ambiental ed 10

VIS

ÃO

AM

BIE

NTA

L •J

ULH

O/A

GO

STO

• 2

011

54

VISÃO AMBIENTAL * Tadayuki Yoshimura

Fim dos ‘lixões’ em 2014: uma meta factível

Após discussões que se prolongaram por mais de 20 anos, foi aprovada em agosto e regulamentada em dezembro do ano passado a Lei 12.305, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). A nova norma legal estabelece os princípios de responsabilidade compartilhada sobre a destinação dos produtos ao fi nal de sua vida útil.

O objetivo da legislação é garantir uma adequada gestão integrada dos resíduos sólidos, estabelecendo a responsabilidade compartilhada e fazendo com que toda a cadeia responsável pela produção de um bem ou produto de consumo se responsabilize pela destinação fi nal do material, seja com o objetivo de reciclá-lo, reutilizá-lo ou rejeitá-lo, este último somente caso não haja mais como aproveitá-lo para uma fi nalidade produtiva. Assim, produtores, fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes, consumidores e os agentes de serviços e gestão da limpeza pública têm responsabilidade sobre a adequada destinação dos produtos que tiveram seu período de utilização encerrado.

Foi e está sendo discutido o estabelecimento de metas para que o Brasil tenha uma política de destinação de resíduos sólidos ambientalmente responsável. Elas incluem prazos para reduzir o percentual de resíduos reutilizáveis e recicláveis enviados para os aterros sanitários, com o objetivo de diminuir o volume de material para ampliar a vida útil desses ambientes adequados de acomodação de resíduos e estimular o reaproveitamento de substâncias; para a adoção de sistemas de logística reversa, destinada a garantir o manejo e a destinação de materiais de descarte delicado, como pilhas, lâmpadas e pneus; para a viabilização de sistemas efi cazes de coleta seletiva; e para a adequação dos ambientes em que são depositados os rejeitos sólidos, isto é, os materiais que não têm mais como serem

reutilizados ou reciclados.Sobre o último item, decidiu-se

como meta que, até agosto de 2014, todos os “lixões” (depósitos de lixo a céu aberto que não dispõem de sistemas de proteção ambiental adequados) sejam erradicados do País e substituídos por aterros sanitários, instalações ambientalmente adequadas para o manejo e depósito de rejeitos.

Para contribuir na busca de soluções, a ABLP – Associação Brasileira de Resíduos Sólidos e Limpeza Pública – já apresentou aos ministérios do Meio Ambiente e das Cidades um plano técnico de erradicação dos ”lixões” no País num prazo de quatro anos, com a implantação de 256 aterros sanitários regionais e de 192 aterros sanitários de pequeno porte, com um investimento total de R$ 2 bilhões de recursos federais para a aquisição de terrenos, projetos, licenciamentos e instalação de células para acondicionamento de resíduos e rejeitos por um prazo de cinco anos. Todos os investimentos necessários para a operação, manutenção e ampliação dos aterros por um prazo de 20 anos partiriam da iniciativa privada. O plano prevê a formação de consórcios de municípios e o regime de contratação por PPPs (parcerias público-privadas) para a gestão dos aterros.

A entidade trabalha atualmente na formulação de uma proposta de abordagem jurídica para viabilizar o projeto sugerido de erradicação dos “lixões”. Essa proposta deve ser encaminhada como sugestão ao governo nos próximos dias, para dar base ao plano inicial. O que é certo é que, havendo vontade política e recursos federais no montante acima mencionado, o plano é plenamente viável, e permitirá que o Brasil entre em uma nova fase na gestão

responsável de seus resíduos e rejeitos.

A erradicação dos “lixões” é um tema que julgamos de extrema relevância para elevarmos o nível do Brasil no cenário internacional em relação à destinação fi nal de resíduos de forma ambientalmente correta. Portanto, é com convicção que afi rmamos que a questão da gestão e destinação adequadas dos resíduos sólidos gerados no Brasil será bem equacionada com a participação conjunta e solidária dos vários representantes de nossa sociedade. Com educação, conscientização crescente e investimentos adequados e viáveis para a formação das infraestruturas necessárias, em poucos anos poderemos afi rmar decididamente que nosso País terá condições de ser classifi cado como desenvolvido no trato de seus resíduos sólidos.

É engenheiro e presidente da ABLP – Associação Brasileira de Resíduos Sólidos e Limpeza Pública.

divu

lgaç

ão

54_Visão ambiental.indd 54 25/07/2011 15:59:13

Page 55: Revista Visão Ambiental ed 10

C

M

Y

CM

MY

CY

CMY

K

Page 56: Revista Visão Ambiental ed 10

VIS

ÃO

AM

BIE

NTA

L •J

ULH

O/A

GO

STO

• 2

011

56

VISÃO FLORESTAL *Eloi Fernandes

Engenharia florestal: desvendando a complexidade da floresta

O crescimento do Brasil tem colocado as diferentes vertentes da engenharia ainda mais em foco. E, para muito além das áreas tradicionais, ligadas à construção civil e à mecânica, hoje já contamos com profi ssionais que lidam com temas de diferentes naturezas. Um bom exemplo dessa renovação da categoria é a fi gura do Engenheiro Florestal. Ainda que, se comparado a outros campos de estudo, a Engenharia Florestal venha a ser considerada nova – o primeiro curso no Brasil foi implantado em 1960, na cidade de Viçosa, Minas Gerais – a área já é avaliada como um dos alicerces que contribuirá diretamente para o desenvolvimento do país.

E não é por menos. Responsável por estudar as diversas formas de utilização sustentável dos recursos naturais, esse profi ssional lida diretamente com a complexidade dos ecossistemas. Em termos práticos, ele pode desenvolver ações de recuperação de áreas degradadas, planejar o manejo de fl orestas nativas ou plantadas, bem como projetar os impactos ambientais provocados pela atividade humana, como instalações de indústrias. Uma carreira profi ssional que prevê o conhecimento científi co aplicado à realidade e às necessidades sociais.

O cenário da Engenharia no BrasilNeste mês em que celebramos o

Dia Nacional do Engenheiro Florestal cabe reforçar que, ao tudo indica, temos tantos motivos para fi carmos preocupados quanto para comemorar. Isso porque aproximações do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea) mostram que há um défi cit de

20.000 engenheiros/ano em nosso país. Para complementar, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revelou que se tivermos um crescimento médio de 3.5% na economia, em 4 anos não teremos o número de profi ssionais necessários. E temos muito que fazer, pois em 2008 conseguimos formar cerca de 47 mil engenheiros, enquanto Rússia e Índia tiveram 190 mil e 220 mil, respectivamente.

Uma profi ssão que tem a cara do BrasilDesde seu descobrimento,

o Brasil tem sido reconhecido internacionalmente por suas riquezas naturais e, nos últimos anos, a gestão sustentável desses ativos tem se tornado um diferencial importante para as nações que querem alcançar um crescimento sólido. Nesse sentido, o Engenheiro Florestal aparece como engrenagem fundamental a serviço do desenvolvimento do país. E acredita-se no potencial das universidades e centro de estudos voltados à área fl orestal.

Um grande exemplo é a Escola Superior de Agricultura “Luiz Queiroz”, a ESALQ, integrante da Universidade de São Paulo (USP), onde o curso de Engenharia Florestal, bem como em outras universidades, tem duração de cinco anos e prepara os alunos para a coordenação de projetos. Já em Botucatu, a Universidade Estadual Paulista (UNESP) oferece área extensa para a aplicação da teoria: são três fazendas experimentais, que totalizam 2.500 hectares, incluindo enormes áreas de refl orestamento, que abastecem com matérias-primas as

indústrias instaladas na cidade. Outros centros se destacam na Região Sul do país, onde as empresas de refl orestamento ampliam suas atividades, respeitando a conservação das áreas de fl orestas naturais e de preservação permanente.

Neste cenário de preocupação ambiental e necessidade de manejo dos recursos naturais, o Engenheiro Florestal já se consolida como uma profi ssão-chave no crescimento sustentável brasileiro. Assim, torna-se premente incentivar a área para que, cada vez mais, esses profi ssionais possam desvendar as possibilidades do manejo fl orestal.

É diretor de Vendas – Brasil da Husqvarna, multinacional sueca líder global na fabricação de equipamentos para manejo de áreas verdes.

divu

lgaç

ão

56_Visão Florestal.indd 56 25/07/2011 15:58:45

Page 57: Revista Visão Ambiental ed 10

VIS

ÃO

AM

BIE

NTA

L •J

ULH

O/A

GO

STO

• 2

011

57

GREEN TALENT

Como o crescimento “verde“ pode ser alcançado por todos? O que pode ser feito para implementar estratégias de sustentabilidade na sociedade? Jovens cientistas do mundo todo que buscam soluções para estas e outras questões urgentes relacionadas à sustentabilidade estão convidados a participar do prestigiado “Green Talents”, um concurso do Ministério Federal Alemão de Educação e Pesquisa (BMBF).

Contando com o apoio da Ministra Federal Professora Annette Schavan, o prêmio está na sua terceira edição. Talentosos jovens pesquisadores (até 35 anos) de todo o mundo - especializados na área de desenvolvimento sustentável - estão convidados a se inscrever no “Green Talents – Fórum Internacional para Grandes Talentos em Desenvolvimento Sustentável”. A competição selecionará 20 cientistas de destaque e lhes dará a oportunidade de conhecer e trocar opiniões com os principais especialistas atuais no campo da sustentabilidade, na Alemanha. Um critério de seleção é decisivo: a contribuição efetiva da investigação do candidato a desafi os globais, tais como as alterações climáticas, os recursos energéticos em declínio e a poluição ambiental.

Os vencedores do concurso vão

participar de um fórum científi co internacional de dez dias, no terceiro trimestre de 2011. Fazendo um tour pela Alemanha, os “Green Talents” vão visitar as principais universidades, instituições de pesquisa e empresas de destaque no desenvolvimento sustentável. Os participantes vão recolher informações específi cas sobre atividades de pesquisa locais e conhecer as oportunidades de parcerias. O fórum incluirá também reuniões individuais com especialistas, bem como eventos culturais. A cerimônia de premiação está prevista para ser realizada no Parlamento Alemão, em Berlim.

Em 2012, os vencedores do “Green Talents” serão convidados a retornar à Alemanha, para uma estadia de pesquisa adicional (até três meses). Tanto o fórum quanto a estadia de pesquisa serão inteiramente fi nanciados pelo Ministério Federal de Educação e Pesquisa.

A Alemanha é um dos principais destinos do mundo para a pesquisa sobre sustentabilidade e é um forte aliado na cooperação internacional. O país assume sua responsabilidade global promovendo o desenvolvimento

sustentável e o crescimento verde. O governo federal alemão está fornecendo investimentos importantes para a criação de inovações sustentáveis em pesquisa e desenvolvimento, além de crescentes parcerias com pesquisadores de destaque do mundo inteiro. O poder de inovação do país nesta área é especialmente atraente para os jovens pesquisadores internacionais que podem se benefi ciar da troca com um forte colaborador.

Saiba mais sobre o “Green Talents”, a competição e seus primeiros 35 vencedores em www.greentalents.de. Lá você também vai encontrar as diretrizes para as Inscrições 2011, além de um folheto com todas as informações relevantes sobre o programa. Documentos de candidatura devem ser enviados para: [email protected] até 29 de Julho de 2011.

Competição internacional “Green Talents” 2011

57_ Green Talent.indd 57 25/07/2011 15:57:55

Page 58: Revista Visão Ambiental ed 10

VIS

ÃO

AM

BIE

NTA

L •J

ULH

O/A

GO

STO

• 2

011

58

VISÃO SOCIAL * Lilian Reis

Desapropriação não sustentável:a visão da comunidade

Incredulidade, falta de confi ança no poder público e na justiça, desconhecimento sobre a mecânica da desapropriação. Esses são os principais problemas detectados por quem trabalha diretamente com comunidades afetadas por obras e projetos.

Muitas vezes, despejados à própria sorte, essas pessoas encontram a solidão em vez da solidariedade. Infelizmente, o bem maior e o benefício à coletividade, sacrifi ca duramente alguns.

Idosos, casais, crianças, parentes de diversos graus dividem o mesmo espaço por anos. Ali constroem suas vidas, suas histórias e lembranças. Os frutos de anos de trabalho são ali empregados, promovendo melhorias contínuas para garantir mais conforto e segurança à família.

Seria então possível imaginar tudo isso virando pó sob a força de um trator? Só quem vive essa situação é capaz de entender o que signifi ca ter de deixar seu lar de maneira compulsória, abandonando todos os seus sonhos e desejos para trás.

Talvez esta seja uma das dores do crescimento. O Brasil está no centro dos holofotes mundiais, como uma grande nação em desenvolvimento. O país que receberá os dois eventos esportivos mais importantes do mundo e vive um boom imobiliário está se transformando num verdadeiro canteiro de obras. Situação que tem aumentado o número de pessoas expostas a dilemas como esse.

Mas a perda da propriedade por desapropriação e sua indenização justa está prevista no Código Civil art. 1275,V. o art. 1228. Lá está assegurado que o proprietário pode ser privado de seu bem, mesmo que seja contrário a essa decisão. Porém, quando somos fi nalmente surpreendidos por essa decisão, surge uma série de perguntas.

Vou receber o valor justo? Conseguirei comprar outro imóvel nas mesmas condições antes de desocupar?

As pessoas em processo expropriatório merecem, no mínimo, o direito à informação. Merecem apoio, pois não desejaram esta situação. Cabe ao empreendedor desempenhar este papel, seja ele público ou privado.

A incredulidade refl ete o medo, a insegurança de não se ter para onde ir. Lamentavelmente, muitos não conseguem fazer valer seus direitos. Por não terem dado importância à regularização de seus bens, acabam não recebendo um valor justo pelo imóvel. Afi nal, não basta ser proprietário do bem em questão, é preciso ter a posse dele, ou seja, uma escritura e um registro.

Entretanto, valendo-se da informação pontual e das técnicas de relacionamento, é possível estabelecer um vínculo de confiança com comunidades afetadas por processos expropriatórios ou reintegrações de posse.

É necessário que desde o início da elaboração dos projetos, a sustentabilidade seja garantida. Isso quer dizer que é preciso levar em conta custos e critérios sociais, socioambientais, criar canais de comunicação adequados e utilizar suas ferramentas por profi ssionais habilitados para que estes processos sejam menos dolorosos à população e mais tranquilos ao empreendedor.

Exemplos de desocupação pacífi ca existem apenas quando a informação chega antes, possibilitando que as pessoas tenham tempo para se organizar e se sintam valorizadas. É quando os trâmites judiciais, o porquê do

processo expropriatório e da razão da contratação de um advogado foram minimamente detalhados em diálogos francos e transparentes com as comunidades.

Obviamente não é possível agradar a todos, mas é necessário minimizar angústias e realizar a ação social de forma justa. Para isso, é primordial que o ser humano seja respeitado. Coisa que, infelizmente, não tem sido vista com grande frequência.

É relações públicas e associada da Communità Comunicação Socioambiental.

divu

lgaç

ão

58_VIsão social.indd 58 25/07/2011 15:57:20

Page 59: Revista Visão Ambiental ed 10

ANAAGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS

Page 60: Revista Visão Ambiental ed 10

ESTAÇÕES COMPACTAS DE TRATAMENTO DE ESGOTOS

• ALTA TECNOLOGIA COM RESPEITO AO MEIO AMBIENTE• ATENDIMENTO PERSONALIZADO • EQUIPE TÉCNICA QUALIFICADA

• PROJETOS EXCLUSIVOS PARA LOTEAMENTOS, CONDOMÍNIOS, INDÚSTRIAS, HOSPITAIS, ESCOLAS, ENTRE OUTROS

11 [email protected]

C

M

Y

CM

MY

CY

CMY

K