revista visão ambiental - especial fiema 2012

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VISÃO AMBIENTAL • MAIO/JUNHO • 2012 14 Fiema 2012 Fio condutor de necessidades e soluções Feira ocorrida na Serra Gaúcha conectou soluções, ideias e pessoas em torno da temática ambiental, indo além do fechamento de negócios Por Anahi Fros O s quatro dias dedicados à Feira Internacional de Tecnologia para o Meio Ambiente (Fiema) ficaram peque- nos para quem acompanhou de perto a 5ª edição do evento, ocor- rido em Bento Gonçalves (RS), nos pavilhões da Fundaparque. A diversidade da programação, distribuída entre os dias 24 e 27 de abril, além do alto número de expositores nacionais e interna- cionais– foram mais de 300 estan- des espalhados em uma área 50% maior que em 2010 –, exigiram fôlego dos 22 mil visitantes que passaram pelo local. O interessante é que, em meio a tantas coisas para ver e ouvir, os assuntos convergiam, levando uma coisa à outra, em uma espécie de fio condutor. No rescaldo de todas as atividades, ficou clara a conectividade, mes- mo que nem sempre intencional, mas certamente positiva, entre empresas, pessoas e iniciati- vas, entre elas um intenso networking. A definição de uma visão ecológica, defen- dida por Fritjof Capra no livro A Teia da Vida, que concebe o mundo como um Anahi Fros

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Reportagem especial da Feira Internacional de Tecnologia para o Meio Ambiente (Fiema), ocorrida entre os dias 24 e 27 de abril, no Parque de Eventos de Bento Gonçalves (RS).

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Fio condutor de necessidades e soluções

Feira ocorrida na Serra Gaúcha conectou soluções, ideias e pessoas em torno da temática ambiental, indo além do fechamento de negócios

Por Anahi Fros

Os quatro dias dedicados à Feira Internacional de Tecnologia para o Meio

Ambiente (Fiema) ficaram peque-nos para quem acompanhou de perto a 5ª edição do evento, ocor-rido em Bento Gonçalves (RS), nos pavilhões da Fundaparque. A diversidade da programação, distribuída entre os dias 24 e 27 de abril, além do alto número de expositores nacionais e interna-cionais– foram mais de 300 estan-des espalhados em uma área 50% maior que em 2010 –, exigiram fôlego dos 22 mil visitantes que passaram pelo local.

O interessante é que, em meio a tantas coisas para ver e ouvir, os assuntos convergiam, levando uma coisa à outra, em uma espécie de fio condutor. No rescaldo de todas as atividades, ficou clara a conectividade, mes-mo que nem sempre intencional, mas certamente positiva, entre

empresas, pessoas e iniciati-vas, entre elas um intenso

networking.A definição de uma

visão ecológica, defen-dida por Fritjof Capra no

livro A Teia da Vida, que conceb e o mundo como um

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todo integrado, e não como uma coleção de partes dissociadas, cabe bem para definir a energia circulante na Fiema. A feira con-seguiu gerar a interdependência necessária entre as necessidades de mercado, oferecendo solu-ções ambientais para a indústria, com os anseios da sociedade, que está despertando para a busca de um convívio sustentável, onde homens, mulheres e desenvol-vimento possam dialogar sem prejudicar o entorno.

Na contramão do que ocor-ria na Serra Gaúcha, o público da feira, assim como o restante do País, viu com perplexidade a Câmara dos Deputados aprovar, no dia 25 de abril, o relatório do deputado Paulo Piau (PMDB-MG) para o novo Código Florestal. O texto, que ainda precisava da sanção da presidente Dilma Rousseff até o fechamento des-ta edição, favoreceu a bancada ruralista. Entre os pontos polê-micos estão a suspensão das sanções e anistia a quem prati-cou crimes ambientais e a maior vulnerabilidade das áreas de pre-servação permanetne (APPs) em torno de nascentes e rios.

A lição que fica da Fiema é que, enquanto a vontade política demonstra desconhecer os ris-cos de um retrocesso, empresas e corporações provam que es-tão à frente quanto ao futuro dos negócios, cada vez mais focados na busca da sustentabilidade, praticando que a terminolo-gia indica: usar os recursos naturais para a satisfação de necessidades presen-tes sem comprometer a satisfação das necessidades das gerações futuras.

Espaço de convivência Vila + Sustentável encantou quem passou pela feira, ocorrida na Serra Gaúcha

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sempresa que circulavam pelo local – puderam conhecer de perto novas tecnologias, bem como travar negociações. O conceito que a Fiema ven-de, o chamado green is green (o verde é bom ne-gócio), acaba se tornando um benefício também para o planeta. Nessa busca das empresas para tentar reduzir o impacto ambiental daquilo que produzem, seja por compreensão da necessidade, seja por cumprimento à legislação ou exigência de fornecedores, a Terra, e todos os seus habitan-tes, saem ganhando.

Vale lembrar que, segundo pesquisa divul-gada pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) – também presente no evento, viabilizando a participação de micro e pequenas empresas e consultores gaúchos na feira – em 2011, 48% dos consumidores estavam dispostos a pagar até 10% a mais por produtos ou serviços que atendam a requisitos ecológicos e sociais.

“A Fiema apresenta a cada ano novas tendên-cias e práticas ambientais bem sucedidas no setor, que transformaram o evento em um gerador de experiências e de negócios importantes para o sul do País”, destacou o diretor comercial da Fiema Brasil, Neri Gilberto Basso.

O presidente da Fiema Brasil 2012, Marcio Chiaramonte, reiterou a afirmação e comemo-rou os resultados. Ao final da feira, ele contou ter observado os estandes e eventos com o olhar de visitante, já que buscava, entre os expositores, parceiros para a construção da nova planta da Meber, líder no mercado gaúcho na fabricação de metais decorativos e utilitários, da qual é um dos proprietários. “Encontrei ótimas empresas e tecnologias. Também recebi o feedback positivo dos expositores e sugestões de melhorias, que sempre são bem-vindas e fazem com que a feira se qualifique a cada edição”, comentou, desta-cando o aumento da participação de comitivas internacionais, como vindas da Alemanha e Itália.

A Fiema Brasil contou com a participação de representantes de dez países, entre expositores e palestrantes. No dia 24 de abril, por exemplo, ocorreu o Seminário para Soluções Ambientais das Empresas Alemãs, quando representantes da Küttner, grupo empresarial internacional dedicado à engenharia e construção de ins-talações industriais, mostraram que é possível fazer aproveitamento de resíduos urbanos para geração de energia elétrica. Já a Business With Brasil revelou as novas tecnologias de Hambur-go para o tratamento de lodo, coleta de lixo e reciclagem de sucata.

A Fiema é uma unidade de negócios da Fun-dação Proamb, criada em Bento Gonçalves em 1991, tendo como foco de atuação soluções am-bientais. O evento se une a outras três linhas de atuação da entidade: aterro industrial, assessoria técnica e coprocessamento. Idealizada e con-solidada a partir da iniciativa de um grupo de empresários que se reuniu em busca de uma alternativa para a destinação correta dos resíduos industriais, nada mais natural do que encontrar na feira um mix variado de expositores oferecendo soluções e serviços focados no meio ambiente e no desenvolvimento sustentável.

Os stakeholders – interessados por projetos, gerenciamento, mercado e produtos de uma

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Ao final do evento, música típica animou corredores

Salão de Arte Ambiental contou com mais de 80 trabalhos

Área da feira aumentou 50% em relação a 2010

Praças de convívio foram decoradas

com materiais reciclados

Verde: um bom negócio

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apresentarem planos para resíduos sólidos locais. No dia 24 de abril, ocorreu o encontro intitulado “Gestor público: como adequar seu município às novas políticas”. Para discutir a legislação, foram convidados o diretor do Departamento de Am-biente Urbano do Ministério do Meio Ambiente, Silvano Silvério da Costa, que falou sobre “A Po-lítica Nacional de Resíduos Sólidos: Exigências e Custos para o Atendimento da Lei”. Silvério é con-siderado referência nacional em relação à gestão de resíduos sólidos. Também esteve presente o atual secretário estadual de Meio Ambiente do Estado do Rio Grande do Sul, Hélio Corbellini, que apresentou o Projeto do Plano de Resíduos Sólidos do RS. Segundo o secretário, o Rio Grande do Sul está entre os quatro melhores projetos do Brasil.

Já no dia 27 de abril, o tema pautou o 3º Sim-pósio de Legislação Ambiental. O evento reuniu cerca de 250 participantes e foi uma iniciativa da Comissão Estadual de Direito Ambiental da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/RS). Parti-ciparam do encontro os técnicos da Proamb, Taísa Trevisan e Evandro Schweig, que explicaram sobre todos os processos que envolvem os resíduos sóli-dos. Como mediador estava o presidente da OAB/RS subseção de Bento Gonçalves, Felipe Panizzi Possamai, e Sulamita Santos Cabra, representando o presidente da OAB/RS, Cláudio Lamachia.

A lei determina, entre diversos pontos, o fe-chamento de lixões até 2014, a implantação da logística reversa, o reaproveitamento energético dos resíduos, a elaboração de planos de resíduos sólidos nos estados e municípios e a responsabi-

O espaço serviu de palco para o primeiro en-contro da Plataforma Liderança Sustentável fora de uma capital brasileira. Voltolini, idealizador do projeto, abriu o meeting com uma análise das ca-racterísticas comuns aos líderes selecionados para integrar o livro Conversas com Líderes Sustentáveis, origem da plataforma.

Pino, da Braskem, defendeu que o líder susten-tável é aquele que inverte a lógica tradicional e faz perguntas a si mesmo, antes de tomar decisões, e que as empresas têm de ter a coragem de “não vender para qualquer um”, cercando-se de cuida-dos em toda a cadeia produtiva.

Paulo Nigro usou a sua história de vida para defender que tudo tem valor e pode ser transfor-mado. Quando criança, ele acompanhava o pai, trabalhador da construção civil, recolhendo fios de cobre e outros objetos para vender, motivo que o fez despertar para as questões ambientais

e sociais. “Palavras emocionam. Mas o que arrasta as pessoas é o exemplo”, aconselhou o em-presário.

A Fiema também abriu es-paço para o debate da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010), que até o mês de agosto deste ano obriga to-dos os municípios brasileiros a

eVentos simultâneos

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Congresso Internacional de Tecnologia para o Meio Ambiente lotou auditório

Além de centenas de expo-sitores, cada um com interes-santes experiências e soluções diversas para mostrar, a Fiema abriu espaço para 11 eventos simultâneos. Entre eles, desta-que para o Meeting Empresa-rial, estreante na programação. Cerca de 230 líderes empresa-riais da região prestigiaram as apresentações do consultor Ricardo Voltolini, do gerente de Saúde, Segurança e Meio Ambiente da Braskem, Mário Pino, e do presidente da Tetra Pak para o Brasil e América da Sul, Paulo Nigro.

A Fiema 2012 contou com 11 eventos simultâneos,

abrindo espaço para o debate de diversos

temas, como governança sustentável

Primeiro Meeting Empresarial tratou

de liderança sustentável

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lidade compartilhada entre todos os integrantes da cadeia produtiva em relação à destinação dos materiais.

O debate foi pertinente, já que os dados não são nada animadores. Segundo a Confederação Nacional dos Municípios, apenas 37% das cidades brasileiras possuem aterros sanitários controlados, o que significa que 63% ainda utilizam os cha-mados lixões. Cerca de 60% dos municípios não possuem qualquer tipo de coleta seletiva e 80% não desenvolvem programas para compostagem de lixo orgânico.

diVersidade de temasEmpresas que desenvolvem soluções para

preservar o meio ambiente podem gerar lucros. Sabendo disso, centenas de empresas visitantes que buscavam soluções em tecnologias e ser-viços na área ambiental estreitaram laços com expositores durante a Rodada de Negócios, outro dos eventos simultâneos da Fiema. Foram 250 reuniões, todas focadas no econegócio.

Mais de 140 pessoas participaram, na tarde de 25 de abril, da abertura do 3º Seminário de Gestão Ambiental na Agropecuária. O evento, presidido pelo pesquisador da Embrapa Uva e Vinho, Luciano Gebler, seguiu até o dia 26, ten-do como eixo temático a gestão de resíduos. Palestraram o presidente da Sociedade Brasileira dos Especialistas em Resíduos das Produções Agropecuária e Agroindustrial (Sbera), Julio César Palhares, também pesquisador da Embrapa Pecu-ária Sudeste, o consultor Luiz Carlos Ferreira Lima, representando a Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef), a pesquisadora Maria Cristina Diez Jerez, da Universidad de La Frontera, Chile, e o engenheiro agrônomo Ricardo Furtado, fiscal federal agropecuário no Rio Grande do Sul.

Em paralelo, no dia 26, ocorreu o 3º Congresso

Internacional de Tecnologia para o Meio Ambiente. O auditório ficou lotado de acadêmicos de diversas universidades do RS e público em geral. Mais de mil pessoas assistiram às quatro palestras do dia.

Entre os destaques internacionais, estava a especialista italiana que faz parte do Centro de Documentação e Pesquisa Sobre Tecnologias para Gestão Ambiental em países em Desenvol-vimento (Cetamb), da Universi-dade de Bréscia, Sabrina Sorllini. O tema da palestra foi “Tecno-logias para a utilização de re-síduos industriais no setor da construção civil”. Ela mostrou ao público a eficiência na utilização de matérias-primas e insumos na construção civil.

Em sua segunda edição, o Seminário de Segurança do Trabalho, ocorrido entre os dias 24 e 27 de abril, apontou que o setor é uma das principais bases de sustentação das corporações. Entre as falas esteve a abordagem das Normas Regulamentadoras (NRs) existentes e seu cumprimento, como a NR-12, que trata da Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipa-mentos.

Todos os temas discutidos na Fiema têm pau-tado com cada vez mais frequência os veículos de comunicação. Debater a forma como os assuntos são tratados pela mídia foi uma das tônicas do 1º Fórum de Jornalismo Ambiental, ocorrido no dia 25. A iniciativa contou com a participação de Ricardo Voltolini, Alan Dubner, Paulina Chamorro, Cláudia Piche, Vilmar Berna, Henrique Camargo e Reinaldo Canto, jornalistas experientes na área ambiental.

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Congresso Internacional

de Tecnologia chamou a atenção de estudantes

universitários e pesquisadores

Política Nacional de Resíduos Sólidos, Legislação Ambiental, cobertura jornalística de temas ambientais foram alguns dos assuntos na feira

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Fórum de Jornalismo Ambiental debateu cobertura

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Fruição e exemplos

A Fiema vai além de se apresentar como uma feira de negócios, abrindo espaço para a arte, a fruição e o lúdico. Entre os eventos paralelos, três deles chamaram a atenção por seu foco de inte-ração, muito mais do que de vendas: os projetos Vila + Sustentável, Viva a Natureza e Salão de Arte Ambiental. Cada um, ao seu modo, mostrou que a preocupação dos organizadores foi além de atender a cadeia produtiva.

Espaço de convivência criado com base nos princípios da sustentabilidade, a Vila+Sustentável era um dos locais mais fotografados pelos visitantes. Repassando a ideia de uma rua comercial, com apro-veitamento de meio quarteirão, as construções reproduziram um condomínio de parceiros unidos para dividir algumas fa-cilidades, multiplicar iniciativas e somar interesses, totalmente aplicável ao coti-diano das grandes cidades.

O telhado verde de uma das construções – jardim suspenso que consiste na aplicação e uso de solo e vegetação sobre uma camada imper-meável na cobertura de edificações, facilitando a drenagem e fornecendo isolamento acústico e térmico – se destacava pelo diferencial estéti-co e ambiental. O projeto teve a assinatura das arquitetas Gabriela Pizzetti e Cristiane Kaiser, do escritório Toni Backes Paisagismo&Arquitetura, de Nova Petrópolis.

“A Vila+Sustentável congregou os elementos arquitetônicos em torno de uma grande praça, com atividades culturais e comerciais, com ações

Projetos Vila + Sustentável e Salão de Arte Ambiental chamaram a atenção dos visitantes que passaram pela feira por sua beleza e inovação

nando que mundo deixaremos para nossos filhos, já virou um clichê quando se fala em mudança de hábitos. A Fiema vem saindo do discurso desde sua primeira edição e ensinando na prática que é possível atingir os principais interessados por um planeta melhor: as crianças. O projeto Viva a Natureza se consolidou e, neste ano, abordou o Consumo Consciente, relacionando a nem sem-pre necessidade de aquisição de bens com a re-alidade infantojuvenil. Os instrumentos utilizados foram duas oficinas lúdico-pedagógicas, uma de jogos virtuais com conteúdos produzidos pela ONG Akatu Mirim, e outro de customização de sacolas retornáveis, e a peça teatral O segredo de Maria Amália, baseada no livro homônimo de autoria de Rudáia Correia e Cris Guimarães, de-senvolvido especialmente para o evento. A peça foi dirigida e encenada pelo Grupo Teatral Orelhas de Abano, de Bento Gonçalves.

O Viva a Natureza atendeu 10 mil estudantes de diversos municípios da região durante o proje-to, por meio de quatro programações diárias, divi-das durante a manhã e tarde. No período de uma hora e meia, os pequenos assistiam à apresenta-ção teatral para, logo depois, participarem das oficinas. O espaço contou ainda com a exposição Recicla Arte, composta por obras elaboradas por alunos da rede pública e privada do município gaúcho com material reciclado.

O resultado de tanto esforço podia ser medi-do na fala do público presente, que saiu com o re-cado na ponta da língua. “É importante separar o lixo para deixar a natureza limpa. Se não fizer isso, o mundo fica poluído, a sujeira entope os bueiros e a cidade fica alagada quando chove”, ensinava, animado, Chrigor da Silva Barreto, seis anos, do Colégio Scalabriniano Nossa Senhora Medianeira.

em prol da qualidade de vida e do meio ambiente”, explicou Gabriela.

Na edição anterior, ocorri-da em 2010, a Casa Sustentável também foi um dos chamarizes da Fiema. O projeto ganhou so-brevida em 2 de abril, quando a construção foi doada para a As-sociação Beneficente de Apoio ao Autista Gota D’Água, de

Bento Gonçalves. O destino das edificações da Vila + Sustentável ainda não foi definido.

O 3º Salão de Arte Ambien-tal foi mais uma vez um dos destaques da feira. Maior e com novos nuances, o evento contou com 86 trabalhos, proporcio-nando momentos de reflexão sobre a transformação da natu-reza através da arte.

cultiVando consciênciaRelacionar a temática meio

ambiente com o futuro, questio-

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Viva a Natureza atendeu 10 mil estudantes de diversos municípios da região de Bento Gonçalves durante a Fiema

Alunos do Colégio Scalabriniano Nossa

Senhora Medianeira aprovaram as duas

oficinas e peça teatral exclusiva do projeto

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A Enfil, especialista em tecnologias ambien-tais, mostrou na Fiema suas quatro áreas de negócio, levando à feira a expertise de quem, há 18 anos, gera soluções para o controle da poluição atmosférica, tratamento de águas e efluentes líquidos, cogeração a partir do lixo e gestão de resíduos e recuperação de áreas contaminadas. Na carteira de clientes, gigantes como a Petrobrás, Vale, Klabin, OSX – empresa de estaleiros do grupo EBX, do empresário Eike Batista –, entre outras.

A aliança estratégica com fornecedores e parceiros técnico-comerciais no Brasil e no

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exterior faz com que a cor-poração garanta total con-formidade com rigorosas especificações técnicas re-queridas pelo mercado.

O diferencial da Enfil está ligado principalmente ao fato de a empresa oferecer

não somente os equipamentos demandados, muitos deles customizados ao negócio, mas no apoio a toda estrutura operacional necessária.

“Definimos o processo, desenhamos, forne-cemos e montamos o equipamento e a estrutu-ra operacional”, destaca o diretor de Negócios, Gestão de Resíduos e Recuperação de Áreas Contaminadas, o engenheiro Alderico Marchi.

Pioneira no País na cogeração a partir do re-síduo, uma alternativa para os lixões, a empresa oferece tecnologia para manipular a matéria orgânica do resíduo para a geração de energia elétrica. Marchi explica que 90% dos resíduos

contêm carbono, matéria-pri-ma na obtenção do de energia.

Apesar de o Brasil ainda usar de forma incipiente esse elemento, o especialista acredita que haverá avanços no setor.

“O País tem trabalhado forte na área de matriz energética. A sociedade tem de compreender e se preparar para a adoção de novos padrões”, complementa o gerente de Marketing da Enfil, Marco Fernandes.

A empresa conta com duas áreas fabris no estado de São Paulo, uma na capital e outra em Itu. Certificada pela TÜV Rheinland Brasil, sob a supervisão do Inmetro, a Enfil está em conformidade com a NBR ISO 9001.

Enfil dá conta de toda cadeia de atendimento

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Engenheiro Alderico Marchi

Empresa gera soluções ambientais há 18 anos

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Eco-design e moda sustentável na prática. A gaúcha Nair Brezolin cuidava de idosos até fazer um curso de reciclagem de materiais na década de 1990. “Na época, vi que não havia preocupa-ção com o resíduo têxtil, que era descartado com o lixo orgânico”, recorda. Habilidosa no crochê, criativa e acostumada a costurar e reformar as roupas dos três filhos, hoje adultos, Nair perce-

A Fiema contou com diversos expositores referência em seus segmentos. Foi o caso da B&F Dias, presente pela segunda vez na feira. Com 20 anos de operações no Brasil, ela é líder em sistemas de aeração por ar difuso na América Latina, com mais de 1,5 mil plantas de tratamento de efluentes fornecidas no País e exterior.

A linha de sistemas e equipamentos, produzidos em Vinhedo, no interior de São Paulo, também oferece sistemas de geração de ar (sopradores) e linha de acessórios. O assistente de vendas Raphael Alencar indica que diversas pesquisas e estudos con-solidaram a utilização de sistemas de aeração por ar difuso para aplicações em diversos tipos de processos em estações de trata-mento de efluentes e em processos industriais por conta de sua elevada eficiência e baixo custo de operação. “E, especialmente, pelo menor custo de energia necessário”, destaca.

Líder no segmentoA norte-americana Parkson trouxe para o Brasil, na dé-

cada de 1990, sua tecnologia para tratamento de água in-dustrial, potável, reúso, tratamento de esgotos industriais e sistemas de drenagem de esgotos sanitário e industrial.

Em 2001, passou a fabricar os equipamentos em Curi-tiba (PR), oferecendo uma linha completa, que cobre to-das as fases de um projeto. Pela primeira vez na Fiema, a empresa tem como um dos focos a prestação de serviços para os municípios brasileiros que ainda não contam com tratamento de água e esgoto. “Hoje, 50% dos nossos ne-gócios são voltados ao setor público”, revela o gerente co-mercial da Parkson do Brasil, Anderson Silvano. Ele elogiou a feira, que considerou um ótimo espaço de networking.

Foco no setor público

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beu ali uma oportunidade de negócio. Surgiu assim a San Nathorius, localizada em Caxias do Sul, na Serra Gaúcha. As be-las peças, que incluem bolsas e acessórios, são desenvolvi-das artesanalmente por meio do aproveitamento de resíduo da indústria têxtil. “Cada peça é única, nenhuma se repete”, destaca a artesã.

O insight que Nair teve quanto ao aproveitamento de tecidos há mais de uma década hoje é realidade local. Desde 2009, a cidade conta com o Banco do Vestuário, que apro-veita resíduos do setor para a geração de trabalho e renda em comunidades socialmen-te excluídas, iniciativa da pre-feitura municipal em parceria com autarquias, universidade e sindicatos.

Moda sustentável

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sGerente comercial Anderson Silvano Raphael Alencar

destaca diferenciais

Artesã Nair Brezolin

Restos da indústria viram moda

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Legislação na nuvem

Uma plataforma que dá conta da gestão de legislação ambiental, gestão do risco e planejamento e controle do negócio. O software RiskOff foi a novidade levada à Fiema pelos portugueses Antônio Oliveira, responsável comercial, e Daniel Afonso, responsável operacional da EnviSolutions. Focados na busca por parceiros locais, eles apresentaram aos visitantes uma forma viável de buscar na nuvem – dados que podem ser acessados pela Internet em qualquer lugar do mundo – informações centralizadas e alterações nas leis ambientais, diminuindo o extenuante trabalho de verificação do cumprimento das normas.

A Serra Gaúcha é reconhecida pela qualidade de sua uva e vinhos. A Adubare, de Veranópolis, viu no setor uma fonte de compostos orgânicos de excelente qualidade, obtidos por meio do recolhimento e transformação de resíduos sólidos de agroindústrias da região. A empresa implantou um sistema de recolhimento da sobra dos resíduos das vinícolas, indústria de suco concentrado e incubatórios.

“Esses resíduos largados na natureza provocam sobrecarga com graves danos ao meio ambiente. Além disso, o produto final da compostagem é uma forma econômica de agregar carbono ao solo, melhorando suas características físicas, químicas e biológicas”, destacou o engenheiro agrônomo da empresa, Cristian Zandoná Criveletto.

Não houve quem não parasse para olhar o estande da Metagreen. Não era para menos. A empresa, com sede em Santa Bárbara do Oeste (SP), fabrica coletoras e lixeiras, ou caixas eco-lógicas, como são oficialmente denominadas, que têm como matéria-prima 30% de tubos de creme dental, 25% de alumínio e 75% de plásti-co, tudo reciclado. Atualmente, são fabricadas cerca de 600 unidades por mês.

“A Fiema é uma porta de entrada para em-presas potencialmente interessadas no produto. Aqui elas podem ver de perto o que produzi-mos, além de reforçarmos nossa marca”, co-mentou o diretor da empresa, Sidnei Almeida, participando pela segunda vez do evento.

Sobras de vinícolas viram compostos

Lixeira de tubo de creme dental

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Portugueses Daniel Afonso (esquerda) e Antônio Oliveira

Cristian Cirveletto aproveita resíduos

Engenheiro Fábio Rahmeier explica processo

Sidnei Almeida e as caixas ecológicas

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Lourdes e Glaci Nichetti, tia e sobrinha, inte-gravam o espaço destinado à Economia Solidária de Bento Gonçalves na Fiema, espaço que atraiu milhares de visitantes por seu caráter artesanal e de valorização da cultura local. As artesãs, in-tegrantes da Associação Pinto Bandeirense de Turismo, são de um tempo em que se praticava a sustentabilidade antes mesmo de a palavra virar jargão nos mais diversos setores.

“Somos descendentes de italianos, que vie-ram para esta terra com poucas condições finan-ceiras. Eles nunca jogaram nada fora, aproveitan-do restos de linha, palha do trigo, entre outros, e transformando-os em peças úteis, como bolsas e roupas”, recordava Glaci.

Cultura do reaproveitamento

Pequenos estandes também guardavam gratas surpresas. A tecnologia desenvolvida pela OZ Engenharia e apresentada pela pri-meira vez na Fiema impressionou quem parou para ouvir as explicações do engenheiro Fábio Rahmeier sobre o equipamento que transfor-mava o líquido de coloração verde em água límpida. A empresa porto-alegrense desenvol-veu um equipamento que degrada pesticidas em pátios de descontaminação de aviação agrícola, que poluem o solo e colocam em risco a biodiversidade.

Considerando que o Brasil é o campeão mundial no uso de agrotóxicos, e que a apli-cação via aviação agrícola representa 10% da pulverização da produção no Brasil, é possível dimensionar a importância do sistema criado pela OZ, sediada em Cruzeiro do Sul, com filial na TecnoPUC, em Porto Alegre.

Reduzindo impacto dos pesticidas “A aplicação de ozônio é a tecnologia limpa utilizada no processo. “Comprovamos a ação oxidante sobre os pestici-das, mas é um processo minu--cioso, que exige cnhecimen-to”, comentou Rahmeier.

O empreendimento é oú-nico no país gerador de mate-rial técnico-científico nas mais diversas áreas de aplicação de ozônio, mantendo convênios com seis importantes univer-sidades do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.

Agora, o que falta para a empresa é ver a necessidade de descontaminação transfor-mada em exigência legal, o que exige vontade política de cada Estado da Federação.

A Tetra Pak, líder mundial em soluções para processamen-to e envase de alimentos, apre-sentou na Fiema suas principais ações na área de meio ambien-te. No estande da companhia, o visitante conheceu o processo de reciclagem das embalagens longa vida – separação do pa-pel e dos outros elementos que compõem o envase (plástico e alumínio) –, bem como os pro-dutos que podem ser feitos com os materiais reciclados.

O público também teve a oportunidade de acessar as plataformas digitais criadas pela empresa, com destaque para o Rota da Reciclagem, por tal desenvolv ido para conscientizar a população sobre a importância da cole-ta seletiva, e o Portal Cultura Ambiental nas Escolas, que

dissemina o conhecimento socioambiental junto a educadores e estudantes.

A empresa fornece produtos para mais de 170 países ao redor do mundo, contando com aproximadamente 22 mil funcionários em mais de 85 países.

Visão do todo

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Tetra Pak mostrou processo de reciclagem

Lourdes (esquerda) e Glaci Nichetti

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Atuando e cinco frentes, a Essencis reser-vou espaço de destaque na Fiema, da qual participou pela segunda vez. Em 2010, a em-presa paulista, fruto da parceria entre os gru-pos Solví e Cavo, e líder no mercado de solu-ções ambientais, ainda não contava com uni-dade no Rio Grande do Sul. Desta vez, levou para o evento serviços que agora também são gerados em Capela de Santana, município gaú-cho, fábrica inaugurada em 2011. O parque fa-bril conta com infraestrutura e sistemas neces-sários para selecionar a melhor tecnologia pa-ra o processo produtivo industrial, tratamento e a destinação final dos resíduos, de acordo com a política ambiental do cliente e o tipo de resí-duo gerado. O espaço conta com Aterro de Re-síduos Industriais Classe I e II, ambos cobertos,

Um dos destaques da Fiema, e assunto nos corredores da feira, era o estande da Apliquim Brasil Recicle, empresa especializada em tratamento de resíduos mercuriais, descontaminação e reciclagem de lâmpadas fluorescentes. Um painel extremamen-te didático, acompanhado da explicação detalhadas dos expositores, mostrava todo o processo de recu-peração do mercúrio das lâmpadas para seu estado líquido elementar, evitando a extração do metal de transição tóxico e fazendo com que o produto volte à indústria, gerando a tão falada logística reversa. A matéria-prima é utilizada para a fabricação de revestimento cerâmico, vidro, mercúrio engarrafado, aço inox, alumínio, latão, entre outros. Com unidades fabris em Indaial (SC) e Paulínia (SP) e administração central em Porto Alegre (RS), possui uma carteira de mais de 3 mil clientes em todo o Brasil.

Segundo o diretor da Apliquim Brasil Recicle, Eduardo Sebben, a participação no evento foi im-portante para a empresa: “É essencial estar sempre em contato com nossos clientes, expor nosso traba-lho para o público que ainda não o conhece, além de ter a oportunidade de trocar ideias e experiências com pessoas de outras companhias, inclusive de fora do Brasil”.

Reciclagem de fluorescentes

Nova unidade no RS

e Pavilhão de Triagem de Mate-riais Recicláveis.

A coordenadora comercial da regional Sul da Essencis, Claudi-neia Cilião, considerou a feira um importante espaço para o conta-to com potenciais clientes. “A Fie-ma foi válida e gerou a prospec-ção de novos negócios”, revelou.

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Fiema 2012

Empresário Eduardo Sebben

Claudineia Cilião valida feira

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A Holanda tem apenas 3% do seu lixo descartado em aterros. O país conta com uma máquina que troca garrafas PET vazias por dinheiro. Funciona da seguinte forma: a pessoa coloca o recipiente no equi-pamento, a máquina pesa e, ao final, recebe um cupom. Em Amsterdã, três garrafas pet de-volvidas para a máquina valem o equivalente a R$ 3.

Garrafa por cupom O Brasil já oferece tecnologia similar. Foi o que mostrou a ECO RVS, de São Paulo, representante da alemã Wincor-Nixdorf. Ela levou à feira a chamada Solução de Venda Reversa (RVS), por meio de um equipamento similar ao holandês. Ele também gera um cupom na hora do descarte de garrafas PET, latinhas de alumínio e plásticos em geral, rever-tendo em algum benefício ao consumidor, como recebimento de um brinde na troca do compro-vante. A gestora ambiental da ECO RVS, Leandra de Mattos Spezzano, revela que os principais clientes são empresas de envases de bebidas, que patroci-nam a tecnologia, já utilizada em grandes eventos, como festas e jogos esportivos.

A coordenadora de Educação e Mobili-zação Comunitária no Instituto Akatu, Mirna Castro Folco, se dizia encantada com o que viu e ouviu. A ONG, que busca mobilizar as pessoas para o uso do poder transformador dos seus atos de consumo consciente como instrumento de construção da sustentabilidade da vida no planeta, foi parceira pela primeira vez da Fiema no projeto Natureza Viva, voltado à conscientização de crianças e jovens quanto ao tema. Ela achou tudo super organizado e ficou impressionada com a quantidade de crianças recebidas – foram 10 mil nos quatro dias de evento – e a qualidade do atendimento prestado e da peça teatral apresentada. “É sen-sacional ver a ludicidade e a temática ambien-tal dentro de uma feira industrial, de negócios. Saio daqui inspirada”, comentou.

Inspiração

A Fiema acabou abrindo espaço para uma joalheira sustentável. Materiais que seriam jo-gados no lixo se transformam em joias nas mãos da designer carioca Silvia Blumberg, ini-ciativa que lhe conferiu prêmios nacionais e internacionais. A reação dos visitantes era de perplexidade, ao serem informados pela artista de que as luxuosas e bonitas peças eram feitas de materiais como prata reciclada de radio-grafia, pó de madeira, cimento, tijolo, pirita, pedras e até mesmo restos de tinta de caneta esferográfica. Algumas colorações foram ob-

Resíduo luxuosotidas com massa de espinafre e beterraba, criando tonali-dades exclusivas.

Misturadas a ouro, prata e pedras brasileiras, as criações embelezam celebridades como Suzana Pires, Juliana Paes, Eva Vilma, Luiza Brunet e Glória Maria. “Agora, estou trabalhando minha nova co-leção, feita com bagaço da palha da cana-de-açúcar”, adiantou Silvia.

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Fiema 2012

Silvia Blumberg faz do resíduo luxo

Tinta de caneta esferográfica dá tom à jóia

Mirna Castro Folco, do Akatu