revista viração - edição 77 - outubro 2011

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Se liga no Enem Nota do Exame Nacional do Ensino Médio pode garantir a jovens de todo o país a tão sonhada vaga na faculdade.

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Page 1: Revista Viração - Edição 77 - Outubro 2011

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Page 2: Revista Viração - Edição 77 - Outubro 2011

Sexo e Saúde

Associação Imagem ComunitáriaBelo Horizonte (MG)

www.aic.org.br

Universidade Popular – Belém (PA)www.unipop.org.br

Rede Sou de Atitude MaranhãoSão Luís (MA)

www.soudeatitude.org.br

Avalanche Missões Urbanas UndergroundVitória (ES)

www.avalanchemissoes.org

Casa da Juventude Pe. Burnier – Goiânia (GO)www.casadajuventude.org.br

Centro de Refererência Integralde Adolescentes – Salvador (BA)

blogdocria.blogspot.com

Cipó Comunicação InterativaSalvador (BA)

www.cipo.org.br

Jornal O Cidadão – Rio de Janeiro (RJ)ocidadaonline.blogspot.com

Movimento de Intercâmbiode Adolescentes de Lavras – Lavras (MG)

Grupo Conectados de ComunicaçãoAlternativa GCCA - Fortaleza (CE)www.taconectados.blogspot.com

Instituto de Estudos SocioeconômicosBrasília (DF)

www.inesc.org.br

Ciranda – Curitiba (PR) Central de Notícias dos Direitos

da Infância e Adolescência www.ciranda.org.br

Catavento Comunicação e Educação Fortaleza (CE)

www.catavento.org.br Agência Fotec – Natal (RN)

Projeto Juventude, Educaçãoe Comunicação Alternativa

Maceió (AL)

União da Juventude Socialista – Rio Branco (AC)ujsacre.blogspot.com

Grupo Cultural EntrefaceBelo Horizonte (MG)

gcentreface.blogspot.com

Grupo Makunaima Protagonismo Juvenil (RR)

grupomakunaimarr.blogspot.com

Taba - Campinas (SP)www.espacotaba.org.br

Veja quem faz a Vira

pelo Brasil

Apôitcha - Lucena (PB)www.apoitcha.org

Gira Solidário Campo Grande (MS)

www.girasolidario.org.br

Lunos - Boituva (SP)www.lunos.com.br

2a capa_apoios_77:Layout 1 27/9/2011 19:32 Page 33

Page 3: Revista Viração - Edição 77 - Outubro 2011

Apoio Institucional

Revista Viração • Ano 9 • Edição 77 03

Copie sem moderação! Você pode:

• Copiar e distribuir• Criar obras derivadas

Basta dar o crédito para a Vira!

Conteúdo

“Nos próximos dias 22 e 23 de outubro, mais de cinco milhões

de estudantes farão o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem),

com diversos objetivos: conseguir mais pontos para o vestibular,

concorrer a vagas em universidades públicas federais e a bolsas de estudo em

instituições particulares que aderem ao Programa Universidade para Todos

(ProUni). Nos últimos anos, a prova passou por diversas mudanças estruturais,

mas ainda desagrada estudantes e especialistas em alguns aspectos.

Na reportagem de capa Enem pra quê?, você fica por dentro de como

se preparar para mandar bem na prova, além de entender as opiniões e

discussões que rolam sobre o exame.

Você ainda fica sabendo das iniciativas de solidariedade a Cuba no

Brasil e no mundo na reportagem Amizade que dura. E conhece, no

Galera Repórter, a deputada estadual da Bahia, responsável

pela criação do projeto de lei que propõe que gestores

públicos não contratem músicos e bandas que

rebaixem a mulher. Boa leitura!

AViração é um uma organização nãogovernamental (ONG), de educomunicação,

sem fins lucrativos, criada em março de 2003.Recebe apoio institucional do Fundo das NaçõesUnidas para a Infância (UNICEF), da Organizaçãodas Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), do Núcleo deComunicação e Educação da Universidade deSão Paulo e da Agência de Notícias dos Direitosda Infância (ANDI). Além de produzir a revista,oferece cursos e oficinas de capacitação emcomunicação popular feita para jovens, porjovens e com jovens em escolas, grupos e comunidades em todo o Brasil.

Para a produção da revista impressa e eletrônica (www.viracao.org),contamos coma participação dos conselhos editoriais jovensde 22 Estados, que reúnem representantes deescolas públicas e particulares, projetos emovimentos sociais. Entre os prêmiosconquistados nesses oito anos, estão PrêmioDon Mario Pasini Comunicatore, em Roma(Itália), o Prêmio Cidadania Mundial, concedidopela Comunidade Bahá'í. E mais: no ranking daAndi, a Viração é a primeira entre as revistasvoltadas para jovens. Participe você tambémdesse projeto. Veja, ao lado, nossos contatosnos Estados.

Paulo Pereira de lima Diretor Executivo da Viração – MTB 27.300

Conheça os Virajovens em 22 Estadosbrasileiros e no distrito FederalBelém (PA) - [email protected]

Belo Horizonte (MG) - [email protected]

Boa Vista (RR) - [email protected]

Brasília (DF) - [email protected]

Campinas (SP) - [email protected]

Campo Grande (MS) - [email protected]

Curitiba (PR) - [email protected]

Fortaleza (CE) - [email protected]

Goiânia (GO) - [email protected]

João Pessoa (PB) - [email protected]

Lavras (MG) - [email protected]

Lima Duarte (MG) - [email protected]

Maceió (AL) - [email protected]

Manaus (AM) - [email protected]

Natal (RN) - [email protected]

Porto Velho (RO) - [email protected]

Recife (PE) - [email protected]

Rio Branco (AC) - [email protected]

Rio de Janeiro (RJ) - [email protected]

Sabará (MG) - [email protected]

Salvador (BA) - [email protected]

S. Gabriel da Cachoeira - [email protected]

São Luís (MA) - [email protected]

São Paulo (SP) - [email protected]

Serra do Navio (AP) - [email protected]

Teresina (PI) - [email protected]

Vitória (ES) – [email protected]

Quem somos

Rua Augusta, 1239 - conj. 11 - Consolação01305-100 - São Paulo - SPTel./Fax: (11) 3237-4091 / 3567-8687

HoRáRio dE atEndimEnto

Das 9h às 13h e das 14h às 18h

E-mail da REdação E assinatuRa

[email protected]@viracao.org

at endiment o ao l eit o r

Com 12 edições anuais, a Revista

Viração é publicada mensalmente em

São Paulo (SP) pela ONG Viração

Educomunicação, filiada ao Sindicato

das Empresas Proprietárias de Jornais

e Revistas de São Paulo (Sindjore).

Mês de Enem

Associazione Jangada

editorial_77:Layout 1 28/9/2011 13:51 Page 3

Page 4: Revista Viração - Edição 77 - Outubro 2011

10

Sempre na ViraManda Vê . . . . . . . . . . . . . 06De Olho no Eca . . . . . . . . 09Imagens que Viram . . . . . 12No Escurinho . . . . . . . . . . 30Que Figura . . . . . . . . . . . . 31Sexo e Saúde . . . . . . . . . 32Rango da Terrinha . . . . . . 33Parada Social . . . . . . . . . . 34Rap Dez . . . . . . . . . . . . . . 35

Preço da assinatura anualAssinatura Nova R$ 58,00Renovação R$ 48,00De colaboração R$ 70,00Exterior US$ 75,00

RG VÁLIDO EM TODO TERRITÓRIO NACIONAL

Hermanos cubanosConheça ações de solidariedade a Cuba no Brasil e nomundo para minimizar os efeitos do isolamento da ilha

26 Eles se entendemA educação entre pares está dando o que falar e permitecada vez mais a autonomia dos jovens

25 Deu sambaBossa com pop e atitude rock... Conheça a música e amistura que um jovem paulista vem fazendo nos palcos

8 Vote na WebSite permite que a população se manifeste comrelação aos projetos que deputados federais esenadores apresentam no Congresso Nacional

20

14 Brincando com fantasiasConheça o caminho trilhado pela mania e sensação juvenildo Cosplay, e as histórias contadas pelos fãs que fazemdessa arte um estilo de vida

28 No mundo delesA 5ª temporada do programa de TV Quarto Mundo já

começou! Confira o que rolou nesses últimos seis meses

16 Não à baixariaAutora de projeto de lei que proíbe a contratação de bandas

e músicos que depreciam a mulher na Bahia cede entrevista

aos virajovens de Salvador (BA)

18 Como se faz!Jovens de Curitiba (PR) discutem e usam os processos

de comunicação para conscientizar sobre os

problemas do meio ambiente

Revista Viração - ISSN 2236-6806

Conselho EditorialEugênio Bucci, Ismar de Oliveira, Izabel Leão,Immaculada Lopez, João Pedro Baresi, Mara

Luquet e Valdênia Paulino

Conselho FiscalEveraldo Oliveira, Renata Rosa e Rodrigo Bandeira

Conselho PedagógicoAlexsandro Santos, Aparecida Jurado,Isabel Santos, Leandro Nonato e Vera Lion

Presidente

Juliana Rocha Barroso

Vice-Presidente

Cristina Paloschi Uchôa

Primeiro-Secretário

Eduardo Peterle Nascimento

Direção ExecutivaPaulo Lima e Lilian Romão

EquipeAdrielly dos Santos, Aleska Drychan,Ana Paula Marques, Bruno Ferreira, ElisangelaNunes, Eric Silva, Evelyn Araripe, Gisella Hiche,Karina Lakerbai, Gutierrez de Jesus Silva, IonaraSilva, Manuela Ribeiro, Mariana Rosário, Novaes,Sonia Regina e Vânia Correia

Administração/Assinaturas

Douglas Ramos e Norma Cinara Padilha

Mobilizadores da ViraAcre (Leonardo Nora), Alagoas (Jhonathan Pino),Amapá (Camilo de Almeida Mota), Amazonas(Cláudia Ferraz e Délio Alves), Bahia (NiltonLopes), Ceará (Amanda Nogueira e Rones Maciel),Distrito Federal (Danuse Queiroz e Pedro Couto),Espírito Santo (Jéssica Delcarro e Leandra Barros),

Goiás (Érika Pereira e Sheila Manço),Maranhão (Sidnei Costa), Mato Grosso doSul (Fernanda Pereira), Minas Gerais (Mariade Fátima Ribeiro e Pablo Abranches), Pará(Alex Pamplona), Paraíba (Niedja Ribeiro),Paraná (Juliana Cordeiro e Vinícius Gallon),Pernambuco (Maria Camila Florêncio),

Piauí (Anderson Ramos da Luz), Rio de

Janeiro (Gizele Martins), Rio Grande doNorte (Alessandro Muniz), Rondônia(Luciano Henrique da Costa), Roraima(Cleidionice Gonçalves) e São Paulo(Ana Luíza Vastag, Dam iso Faustino,Sâmia Pereira e Virgílio Paulo).

ColaboradoresAntônio Martins, Heloísa Sato, Lentini,Márcio Baraldi, Natália Forcat, Paulo Pepe

e Sérgio Rizzo .

Projeto GráficoAna Paula Marques e Cristina Sayuri

Jornalista ResponsávelPaulo Pereira Lima – MTb 27.300

Divulgação

Equipe Viração

E-mail Redação e [email protected]@viracao.org

Eu, hein! Enem?Saiba mais sobre o exame que acontece em outubro em

todo o país e que é motivo de expectaviva entre estudantes

que querem entrar na faculdade com a nota da prova

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Page 5: Revista Viração - Edição 77 - Outubro 2011

A Vira pela igualdade. Diga lá. Todas e todos Mudança, Atitude e Ousadia jovem.

Diga lá

Ponto GPara garantir a

igualdade entre os gênerosna linguagem da Vira, ondese lê “o jovem” ou “osjovens”, leia-se também“a jovem” ou “as jovens”,assim como outrossubstantivos com variaçãode masculino e feminino.

Agora você pode acessar,de graça, as edições anterioresda revista na internet:www.issuu.com/viracao

Perdeu algumaedição da Vira?Não esquenta!

E-mailPrezados,

A Biblioteca Pública Municipal DaCosta e Silva recebeu com satisfação

um exemplar da Revista Viração.Nossos consulentes, em sua maioria,são jovens e indubitavelmente eles

apreciarão esse periódico.

José Augusto PedreiraCoordenador

Fale com a gente!

Que bom que curteo nosso trabalho, Luana!

A revista não é vendida embanca, mas você pode fazeruma assinatura anual por R$

58,00. Se tiver interesse, entreem contato pelo [email protected]

E-mailGostaria de parabenizá-los por essa

maravilhosa revista. Para ser sincera, são asprimeiras edições que eu leio (74 e 75). Adorei os

assuntos, e todas as reportagens foram maravilhosas.Saúdo também pela maneira com que formulam um lugar

de debate para jovens de todas as idades, crenças e culturas.Confesso que estava cansada de ler revistas para jovens,com testes de amor, famosos mais gatos etc. Adorei aideia de fazerem uma revista inspirada em matérias de

todos os âmbitos.Gostaria de saber se a revista é vendida por mês oubimestre, e se tem como comprar de uma em uma

edição? Como eu faço para adquirir?

Luana Rui Fernandes,de João Neiva (ES)

Mande seus comentários sobre a Vira, dizendo o queachou de nossas reportagens e seções. Suassugestões são bem-vindas! Escreva para Rua Augusta,1239 - Conj. 11 - Consolação - 01305-100 - São Paulo(SP) ou para o e-mail: [email protected] -Aguardamos sua colaboração!

É muito bom saber que ointeresse por Educomunicação

anda cada vez mais frequente! Onosso conselho jovem de Fortaleza é

composto por membros da ONGCatavento, uma grande parceira nossa.Por meio dela, é possível articular a suacolaboração! Ou se preferir, podemos

criar um Conselho Jovem da Viraaí em sua cidade.

Prezado JoséAugusto, agradecemos oseu contato e esperamosque o público jovem da

Biblioteca da Costa e Silvaaproveite o nosso conteúdo

de diversas formas!

Parceiros de Conteúdo

E-mailSou jornalista da cidade de Picuí (PB)

e atuo num ponto de cultura em NovaPalmeira (PB) e numa associação em Aquiraz (CE).

Minha área de atuação é a comunicaçãocomunitária. Também tenho me interessado, desde

2006, na relação educação-comunicação(educomunicação).

Tenho realizado palestras no Ceará acerca dotema "Educomunicação" e participo da rede de

comunicadores da Ong Catavento do Ceará.Gostaria muito de me integrar ao projeto Viração.Como faço para participar do trabalho de vocês?

Manassés de Oliveira

Siga a Vira no Twitter! Nosso perfil é

http://twitter.com/viracao

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Page 6: Revista Viração - Edição 77 - Outubro 2011

São muitas as leis que defendem o direito doconsumidor, o trabalhador e também o meio ambiente.Mas ainda há empresas que exploram os seres humanos eos recursos naturais para obtenção de lucro. Essascondições não aparecem nas embalagens dos produtos emuito menos fazem parte das propagandas nos veículosde comunicação, que raramente abordam essa questão.

O consumismo torna as pessoas pouco atentas àsquestões sociais que envolvem a confecção de produtos,muitas vezes produzidos a custa do sofrimento do trabalhoescravo e do desrespeito à natureza. E o consumo dessesprodutos só contribui para que os abusos de empresasgananciosas persistam. Por isso, os virajovens de Lavras(MG) e Belém (PA) perguntaram para a galera:

06 Revista Viração • Ano 9 • Edição 77

Aline Carvalho Veiga,23 anos, Lavras (MG)

“Acho que sim, porque a genteestá acostumada a não ver o valor

das coisas. É importantíssimoperceber as condições em que os

produtos são produzidos.Exatamente por causa do

sistema em quevivemos.”

Manda VêSilmara Aparecida dos Santos e Reynaldo de Azevedo Gosmão, do Virajovem Lavras

(MG); Alex Pamplona, do Virajovem Belém (PA)*, e Bruno Ferreira, da Redação

Você leva em conta ascondições sociais em queas coisas que vocêconsome são produzidas?

* Um dos Conselhos Jovens da Vira presentes em 22 Estados eno Distrito Federal [email protected] e [email protected])

Vanessa da CunhaSilveira, 27 anos,

São Paulo (SP)

"Eu sempre fui atenta à parte dosalimentos, mas roupa só vejo quando

deixa transparecer na mídia.Quando o produto envolvematança de animais, por

exemplo, ficoreceosa."

Priscila Castro, 21 anos,Belém (PA)

“Quase sempre não, e acho muito difícilque isso ocorra no senso comum, mas

alguém deve fazer essa reflexão. E seria omínimo que deveríamos fazer. Refletir todo o

processo que o produto faz até que elechegue em nossos lares. Não levar em conta

as condições socias dos produtos queconsumimos é aliená-los por completo e

não dar importância para quem epara o que faz parte desse

processo.”

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Page 7: Revista Viração - Edição 77 - Outubro 2011

O Pará é um dos Estados brasileiros commaior índice de trabalho escravo no Brasil, além

de ser ser o primeiro em desmatamento ilegal e conflitosde terra, de acordo com dados de 2007 do InstitutoNacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e Comissão Pastoralda Terra (CPT). Essa situação chamou a atenção do diretorAlexandre Rampazzo e da produtora Tatiana Polastri, queestrearam no mesmo ano um documentário chamadoNas Terras do Bem-Virá, que aborda o desmatamento ehistórias de pessoas enganadas com a promessa decondições dignas de trabalho, mas que foram submetidasà escravidão em terras paraenses. O documentário estádisponível em partes no site Youtube (www.youtube.com).(Com informações do site Repórter Brasil).

Eline Silva de Souza,23 anos, Belém (PA)

“A princípio não, pois quando comproum produto só me preocupo como ele está,se em bom estado, bem armazenado. Nuncaparei para pensar como esses trabalhadores

iniciais estão sendo remunerados e suascondições de trabalho. Temos que nosinformar mais, fiscalizar para que osvendedores estimulem a produção

ecológica e ter certeza de quecumprem todas as exigências

ambientaise sociais.”

Emerson Caldas,37 anos, Belém (PA)

“Com certeza, embora nasociedade contemporânea, em

tempos de globalização neoliberal, édifícil você encontrar produtos que

não sejam frutos de algumaexploração do homem pelohomem ou fruto do trabalho

infantil e etc.”

Joberth R. Baliza dePaula, 20 anos, São

Sebastião das Estrelas (MG)

"Eu não levava em consideração, mas apartir da reportagem que foi realizada de

uma empresa de roupa eu comecei aperceber. Isso tudo é muito mascarado,

mas na questão dos alimentos, eu jáolhava se a embalagem era ou não

biodegradável, até porque éimportante saber o que está

consumindo.”

Fernando GodoyÓsio, 20 anos,São Carlos (SP)

"Geralmente, as lojas popularesbrasileiras oferecem condições melhoresde trabalho na confeccção de roupas, já

a moda internacional avança emprodutos que são prejudiciais, mastemos que usar de ética para não

patrocinar essas marcas."

FazParte

Melina Marcelino25 anos, Belém (PA)

"Quando compro alguma coisa sempreme preocupo com a procedência. Vejo se é

uma empresa legal, se ela tem algum projetosocial ou se preocupa com questões

ambientais. Mas, às vezes, é complicado saberessas informações, porque a maioria não temisso tão evidente e a gente acaba comprando

sem saber. Acho que é direito nosso saberde onde vem o produto e como ele éfeito. Só assim teremos uma forma

mais democrática deconsumo."

Não é de hoje

Recentemente, a imprensa divulgouo caso de um grupo de pessoas em

situação semelhante a de trabalho escravo,prestando serviço para a marca de roupaZara, na cidade de Americana (SP). Masoutras marcas também já foramdenunciadas por condições desumanas detrabalho no Brasil e em outros países. ANike, por exemplo, já foi acusada poradotar trabalho infantil na confecção deseus artigos esportivos, além de submetertrabalhadores indonésios a humilhações eremuneração inferior a três dólares diários.

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Page 8: Revista Viração - Edição 77 - Outubro 2011

V

Acada quatro anos votamos em deputados federais e senadores

para que nos representem em Brasília (DF), no Congresso

Nacional, para que criem leis e votem assuntos do interesse da

população. Antigamente, seria muito difícil saber se quem elegemos

está fazendo tudo aquilo que prometeu durante a campanha, mas

desde novembro de 2009, quando foi lançado o Vote na Web, essa

história mudou.

O site apresenta os projetos de lei propostos pelos deputados e

senadores de forma clara e objetiva, em apenas uma linha. Possibilita

ainda uma votação simbólica, gerando um gráfico que

compara os votos daqueles que frequentam o site com a

dos políticos em Brasília.

Segundo Fernando Barreto, sócio da empresa mineira

Webcitzen, que desenvolve o projeto, o objetivo é oferecer ao

cidadão uma maneira mais fácil, simples e direta de acompanhar

o trabalho dos parlamentares. “Nossa intenção é resgatar o

respeito e a credibilidade da atividade política”, afirma.

Os resultados do site têm demonstrado que na internet

a realidade é um tanto quanto diferente. Com uma média de 15 mil

acessos semanais, o site já contabilizou mais de 400 mil votos e

superou o número de 12 mil comentários em projetos de lei. “Os

brasileiros estão avançando com o processo democrático por meio da

internet e o Vote na web é uma ferramenta que está contribuindo

com este processo”, diz Barreto.

O projeto já chamou a atenção até mesmo fora do Brasil. Em maio de

2010, os idealizadores foram os únicos no Brasil a serem convidados para

participar da conferência Gov 2.0 Expo em Washington, nos Estados

Unidos. E dividiram a fala com grupos como Nasa, Microsoft, Google, o

Pentágono, Governo da Austrália e outros. E esse convite acabou gerando

mais outro, dessa vez para ir até Barcelona, na Espanha, para participar

de um fórum sobre engajamento cívico realizado pela Organização das

Nações Unidas (ONU).

CIDADANIA SEMFRONTEIRAS

Confira o site Vote na Web:http://www.votenaweb.com.br/

Como o projeto surgiu em 2009, é claro que nem todos os

projetos de parlamentares estão disponíveis no site, mas foram

definidos alguns critérios para facilitar o trabalho da equipe que

disponibiliza o conteúdo. A prioridade é incluir todos os projetos

mais recentes e, pelo menos, um projeto de cada um dos 680

parlamentares, e depois os que foram propostos antes de 2010.

É possível encontrar alguns que são de antes de 2009 por causa

do grande número de internautas que pediram ou porque a

equipe considerou ser relevante para a sociedade.

08 Revista Viração • Ano 9 • Edição 77

Luciano Frontelle, do Virajovem Boituva (SP)*

* Um dos Conselhos Jovens da Vira presentes em22 Estados e no Distrito Federal ([email protected])

Mais de 15 mil pessoas acessam, toda semana, o site que possibilita acompanhar,

opinar e votar no que cada parlamentar propõe no Congresso Nacional

Mídias Livres

Div

ulga

ção

Fernando Barreto, um dosresponsáveis pelo site Vote na Web

midias_livres_77:Layout 1 28/9/2011 16:00 Page 8

Page 9: Revista Viração - Edição 77 - Outubro 2011

IvoSousa De olho no ECA

Larissa Pereira Ocampos, do Portal Pró-Menino*

*O Portal Pró-Menino, parceiro da Vira, é uma iniciativa da Fundação Telefônica em conjunto

com o Centro de Empreendedorismo Social e Administração em Terceiro Setor (CEATS/FIA).

Conselho Tutelar (ou CT) é uma instituição de extrema importância para a luta pela garantia dos direitos infantojuvenis. Segundo o

Estatuto da Criança e do Adolescente, cada município brasileiro deve ter ao menos um Conselho Tutelar, composto por cinco

conselheiros, que devem dialogar com a sociedade, Ministério Público, família e as mais diversas áreas do governo municipal

(educação, saúde, alimentação, cultura etc) a fim de zelar pelos direitos de crianças e

adolescentes. Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), 98% dos

municípios brasileiros já possuem Conselhos Tutelares.

A escolha desses representantes deve ser feita de forma democrática, por meio de

eleições a cada três anos, com a participação de todos os cidadãos que tenham

interesse em melhorar o Sistema de Garantia dos Direitos de Crianças e Adolescentes.

Para se candidatar é necessário ter no mínimo 21 anos. Para votar, basta ser eleitor

no município, ou seja, ter 16 anos ou mais e portar Título de Eleitor registrado

na cidade. Cada município tem uma data de eleição, definida pelo Conselho

Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – a de São Paulo, por

exemplo, está programada para o próximo dia 16 de outubro.

Conselho Tutelar: o órgão que zela por seus direitos

Revista Viração • Ano 9 • Edição 77 09

Apesar de ser financeiramente mantido pela prefeitura e ligado

ao poder executivo municipal, o CT é autônomo. Os conselheiros

devem cobrar de todos, inclusive da prefeitura, quando algum direito não

é garantido. É como se o Conselho fosse o PROCON da criança e do adolescente. Assim como na

defesa do consumidor, quando houver alguma violação dos direitos infantojuvenis, deve-se procurar o órgão para que as

medidas protetivas necessárias sejam tomadas. Mas aí é importante ter um cuidado: o Conselho Tutelar existe para proteger

os direitos, não para punir ninguém. O conselheiro deve zelar pelo direito da criança e procurar o Judiciário para informá-lo da

violação e a punição deve ser dada pela Justiça.

Cada vez é mais comum crianças e adolescentes irem ao CT, o que é muito bom, já que o grande princípio do ECA é

que eles sejam sujeitos da promoção de seus direitos. Faça isso você também. Quando perceber que um direito de alguém com

menos de 18 anos foi violado, procure o Conselho. Os direitos estão previstos na lei, mas para que eles virem realidade, é

necessário o empenho de todos os envolvidos: sociedade, escola, entidades de proteção e até mesmo crianças e adolescentes.

Procure o CT de seu município ou comunidade, participe e o ajude a promover campanhas e debates em prol dos direitos

infantojuvenis. Também repasse o seu conhecimento para amigos, familiares e colegas. Somente assim, com o seu apoio e

uma ampla divulgação dos direitos, será possível desenhar um futuro melhor para as crianças e jovens de seu país.

Autonomia

Lent

ini

eca_77:Layout 1 27/9/2011 19:41 Page 16

Page 10: Revista Viração - Edição 77 - Outubro 2011

10 Revista Viração • Ano 9 • Edição 77

Chega com um charuto cubano na mão,perguntando por fogo, pois não trouxeraisqueiro. Não tínhamos. Caminhamos até o local

da entrevista. Lá, nos sentamos e Olavo nos pedelicença e vai atrás de algum fumante solidário. Poucodepois, ele volta com o charuto fumegante na boca.

Olavo Pereira Queiroz, paulista de 53 anos, é oresponsável pela Casa de Amizade Brasil-Cuba noRio Grande do Norte. É um amante e defensor dailha caribenha mais célebre da história, para a qualjá viajou mais de trinta vezes. Sua primeira viagema Cuba aconteceu em 1986. No período de 1994 à1997 voltou diversas vezes por razão de trabalho edesde 2003 continua viajando pelo menos duasvezes por ano a Cuba.

“Ando muito por Cuba, tenho muitos amigos”,conta Olavo, que até se tornou padrinho da filha deum de seus grandes amigos, o cubano Fabio Simeón,diretor das Brigadas Sul-Americanas de Solidariedade aCuba. Essa imensa familiaridade com o povo cubano,após tantas viagens, sua afinidade com as ideiasdefendidas pelo país, pois como diz “é comunista filhode pais comunistas”, e sua indignação para com assansões que a ilha sofre com o Embargo Americanomotivou a fundação, em 2006, da Casa de Amizadeem Natal, onde ele reside com a esposa há 13 anos.

Conheça casas e outras iniciativas solidárias à ilha mais curiosa do mundo

Alessandro Muniz e Daísa Alves, do Virajovem Natal (RN); e Vinícius Gallon, do Virajovem Curitiba (PR)*

Uma janela de informações

Existem mais de duas mil Casasde Amizade a Cuba em todo omundo, todas ligadas ao InstitutoCubano de Amizade entre os Povos(ICAP). A principal razão de ser dasCasas é constituirem um canaldiferenciado de informação do quese passa em Cuba, sua realidadesocial, cultural e política, pois “todasas informações divulgadas pelosmeios de comunicação sãointeiramente falsas”, afirma Olavo.

Além disso, há duas lutas básicasde toda Casa de Amizade a Cubaatualmente. A primeira é contra ofim do embargo econômico impostopelos Estados Unidos há 49 anos, e adenúncia do que sofre a Ilha, e suasconsequências mais diversas.

Uma delas é a proibição da ilhaser conectada aos cabos submarinosde fibra ótica para acessar ainternet. Desde 1996 há internet emCuba através de um sistema viasatélite mais lento e bem mais caro

que a conexão via fibra ótica. Assim,as restrições ao acesso na ilha sedevem mais a essa limitação, maisuma consequência do embargo doque a uma proibição política. Apenasem fevereiro deste ano, um cabovenezuelano chegou à ilha, o queaumentará em três mil vezes avelocidade de conexão após aconclusão dos demais investimentosem infraestrutura de redes.

Há 19 anos, a Organização dasNações Unidas (ONU) aprovaresoluções contra o bloqueioestadunidense a Cuba, mas estastêm apenas caráter simbólico derepúdio internacional.

A segunda luta é pela libertaçãode cinco cubanos presos desde 1998nos Estados Unidos, acusados deespionagem. António Guerrero,Fernando González, GerardoHernández, Ramón Labañino e RenéGonzález eram agentes infiltradosem organizações terroristas decubanos dedicadas a desestabilizar o

Amizade que dura

brigadas:Layout 1 29/9/2011 10:13 Page 14

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Revista Viração • Ano 9 • Edição 77 11

Todos os anos, normalmente do fim de janeiro para o início defevereiro, acontecem as Brigadas de Solidariedade a Cuba, coordenadaspelo Instituto Cubano de Amizade entre os Povos (ICAP). Pessoas detodo o mundo viajam a Cuba para realizar trabalhos voluntários,conhecer a cultura do País, a história, as pessoas, enfim, ver com ospróprios olhos a ilha que desperta mais curiosidade em todo o mundo,além de prestar solidariedade.

A Brigada Sul-americana congrega as vagas oferecidas ao Brasil,Argentina, Paraguai e Uruguai. São cerca de trezentas pessoas dessesquatro países, 100 das quais brasileiras. Para participar, os interessadosdevem buscar em seus Estados as Casas de Amizade Brasil-Cuba. Aparticipação é mediante investimento de 305 dólares, que inclui aestadia durante os 14 dias da viagem, alimentação completa,programação e todos os traslados realizados no País.

O custo da passagem de ida e volta é arcado por cada participante. A programação pode ser conferida no site: www.cubaviva.com.br.

As Brigadas de Solidariedade a Cuba

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governo de seu País para derrubá-lo, inclusive com atentados abomba em hotéis, navios levandoturistas, aviões, tentativas deassassinato a Fidel Castro etc. Oobjetivo desse grupo era impedirque seus compatriotas, contráriosao regime cubano, atentassemcontra o seu País a partir dosEstados Unidos.

Além disso, a Casa deSolidariedade em Natal realizaanualmente uma Convenção

Olavo Queiroz conta sua relação com ailha, para onde já viajou mais de 30 vezes

Solidariedade cubana ao Brasil

O médico cubano Osvaldo Oliva Aloma há 14 anos trabalha noBrasil, atuando em programas de saúde da família. Logo após terminarsua especialidade em medicina geral integral, na Universidade deHavana, veio para o país em missão de ajuda e colaboração ao estadode Roraima, onde permaneceu por três anos trabalhando nos bairrosde periferia e no Hospital Estadual. Em seguida, se transferiu para osudeste. Atualmente trabalha em Piraju (SP).

Segundo ele, “as missões de solidariedade fazem parte do dia a diado médico cubano. Atuam neste momento em mais de 20 países domundo principalmente da América Latina e da África, ou seja, empaíses mais pobres com populações carentes e com doençasprovocadas pela falta de saneamento básico e de políticas adequadasde saúde. Todo médico que se forma em Cuba sabe que em algummomento será convocado para estas funções por que já faz parte daformação acadêmica. As participações nestas missões geralmente sãovoluntárias e sem remuneração, o médico recebe alimentação ehabitação e a família em cuba recebe o salário habitual”.

Os Últimos Soldados daGuerra Fria, autor: Fernando

Morais, editora Companhia dasLetras, 2011, 416 páginas.

A Ilha – Um repórter brasileiro na ilha de FidelCastro, autor: Fernando Morais, editoraCompanhia das Letras, 2001, 231 páginas.

Tá na Mão:

Confira o site oficial da Solidariedade Brasil-Cuba: www.cubaviva.com.br

Estadual e participa da Nacional. Promoveas comemorações do 26 de julho, dataque marca o início da revolução cubana,com o ataque ao Quartel de Moncadapelos guerrilheiros em 1953. Produz oboletim quinzenal Síntese Cubana, no qualdivulga informações sobre a ilha, além deoutras articulações, como a participaçãona indicação de Renato C. P. Vieira Lima,estudante natalense que faz medicina emCuba e a responsabilidade pelas vagas doRio Grande do Norte para as Brigadas Sul-americanas de Solidariedade a Cuba.

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* Um dos Conselhos Jovens da Vira presentes em22 Estados e no Distrito Federal ([email protected])

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IMAGENS QUE VIRAM

Desde 2009, o Coletivo Multimídia Favela em Foco vem documentando ocotidiano dos moradores do conjunto de favelas do Alemão, com ênfasenos impactos causados na vida dessas pessoas, em virtude das obras do

Programa de Aceleração ao Crescimento (PAC), do Governo Federal, queacontecem em várias localidades do Brasil.

Ao longo desta documentação percebe–se que, para alguns moradores, estasobras foram benéficas, já para vários outros as mesmas obras trouxeram gravesproblemas e danificaram as estruturas de algumas casas. E o governo? Não deuassistência adequada a algumas pessoas que passaram por isso. Confira imagensque retratam essa situação.

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VidasimpactadasTexto: Fábio Caffé, colaborador da Vira no Rio de Janeiro (RJ)

Fotos: Fábio Caffé, Ratão Diniz, Léo Lima, Monara Barreto e

Paulo Barros, do Coletivo Favela em Foco

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Conheça mais sobre o Coletivo Multimídia Favela em Foco:

www. favelaemfoco.wordpress.com

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Mariana Pailley, Hudson Oliveira, Ingridy Almeida, Débora Nogueira, Sandro Reis Silva e Emília Merlini, do Virajovem Lima Duarte (MG)*

Que estilo cola

Aexpressão cosplay vem da fusão das palavras inglesascostume + play e significa algo como “brincar de sefantasiar”. Em uma convenção de ficção científica nos

Estados Unidos, em 1939, dois jovens apareceram vestidos com roupas espaciais. Depois disso, no final dos anos 1980, fãsde Jornada nas Estrelas e de RPG (Role Playing Game ou jogo de interpretação de papéis) já se fantasiavam de seuspersonagens favoritos.

Naquela época, esse costume ainda não era conhecido comocosplay. Essa “mania” foi para o Japão, onde a galera começou ase fantasiar com personagens de animes, mangás e gamesjaponeses e, aí, surgiu o cosplay como conhecemos hoje. Por isso,muita gente acredita que o cosplay surgiu no Japão.

Uma de suas principais particularidades é que, além de criar asroupas, o praticante também interpreta o

Co s p l a y : a j u nCa o

Mangás, animes, doramas, games, entre outros fenômenos da

cultura japonesa se misturam com vida real em eventos que

acontecem no Brasil e no mundo

, ~

personagem “imitando” sua personalidade, postura, falas eatitudes características. “Eu acho que as pessoas sempre tiverama necessidade de se fantasiar, de brincar e se divertir”, dizAlexandre Lourenção, de 27 anos. Raniel Andrade, de 22 anos,conta ainda: “Eu acho legal ver meu personagem favorito sendointerpretado por outra pessoa. A cultura Otaku é tão importantena minha vida, que faço faculdade de artes e design por causados animes”.

Pra explicar um pouco melhor o cosplay é preciso falar deOtaku, nome que se dá aos fãs da cultura japonesa (veja tambéma reportagem Qual é a sua turma? da edição 75 da Vira) e podeser considerada uma tribo, assim como há a tribo dos nerds, daspatricinhas, dos emos etc. Geralmente, o contato com essacultura começa na infância, onde conhecemos os primeirosanimes por meio da TV aberta ou mesmo da internet. “Eu nuncafiz cosplay, mas a cultura pop japonesa em geral já faz parte de

minha vida há muitos anos, desde os Cavaleiros do Zodíaco eJaspion”, explica Loanda Andrade, de 27 anos. As pessoaspassam a admirar as obras tão profundamente que trazempara suas vidas toda a filosofia delas, assim como um modode ser, pensar, ouvir (J-music’s) e até mesmo de se vestir(Visual-KEI). Lembrando que para ser Otaku não existe idade!

No BrasilNão se sabe ao certo quando o cosplay chegou em

nosso país, mas segundo o site Cosplay Brasil(http://www.cosplaybr.com.br) acredita-se que tenha sido porvolta de 1996, com a primeira convenção de animes do País, oMangacon, realizado em São Paulo pela Associação Brasileira deDesenhistas de Mangá e Ilustrações (ABRADEMI). A prática docosplay cresceu e, hoje, praticamente todas as capitais e grandescidades já organizam eventos do tipo. Só para se ter uma ideia depúblico, o Anime Friends que aconteceu em julho desse ano emSão Paulo, reuniu em seis dias cerca de 200 mil pessoas, segundoa organização do evento.

Agora que fizemos essa introdução podemos falar um poucomais sobre cosplay. Ele acontece geralmente em eventos decultura japonesa, onde um grande número de Otakus se reúne erepresenta seus personagens preferidos. Nessas ocasiões também

Frieza - Dragon Ball ZFlic

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Divulgação

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é possível participar de concursos cosplay, workshops sobreaspectos dessa cultura, karaokês, campeonatos devídeo-game e de ilustrações, jogos de cartas, exposições(de bonsais, história do anime etc), além de mesas earenas de RPG. É possível ainda comprar itens dessa culturaem estandes de vendas, assistir a animes e a Tokusatsu(série com atores de super-heróis japoneses), apresentaçõesde artes marciais (como aikidô), de bandas e de dança, assimcomo provar a deliciosa culinária japonesa.

Na seção Manda Vê da edição 75 da Vira perguntamosaos jovens “como você acha que a mídia interfere nasescolhas, cultura e na violência?”. A cultura otaku e cosplay éum típico exemplo dessa influência, unindo a cultura japonesae a mídia. Alexandre Lourenção fala também um pouco sobreessa relação: “O cosplay, com certeza, é uma forma dedivulgar a cultura japonesa, ou seja, mesmo que alguém quese aproxima de cosplay esteja buscando algo novo dessacultura, por meio desse novo, pode entrar em contato como antigo pesquisando e se aprofundando mais no assunto”.

Fábio Uerara, de 38 anos e neto de japonesescompleta: “O cosplay é um fenômeno mundial, umaparte da cultura japonesa que é muito exportada, queinfluencia o Ocidente. No Japão existe um convívio saudávelentre o tradicional e o moderno”.

Assim, o cosplay é uma maneira atual de mostrar também acultura tradicional oriental. Ao se vestir de seu personagempreferido e interpretá-lo, podemos pensar que se trata de umaforma de reconstruir a cultura e o que vemos na mídia. Com ocosplay, muitos jovens têm se divertido e conhecido de ummodo diferente um pouco mais dessa cultura que está do outrolado do mundo.

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* Um dos Conselhos Jovens da Vira presentes em22 Estados e no Distrito Federal ([email protected])

Titânia Erza - Fairy Tail

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Ailton Mota, Amanda Campos, Anderson Santos, Andresa Ferreira, Breno Barreto, Daniela Fontoura,

Elane Santos, Elissandra Cruz, Elizete Lima, Iscarlete Santana, Jacó Silva, Jamile Pereira, Janile Silva,

Juliana Oliveira, Jumara Araújo, Leilane Mota, Maxwele Silva, Messias Santos, Renata Pinho, Roseliny

Silva, Taiane Cavalcante, Tais de Paula e Verônica Muniz, do Virajovem Salvador (BA)*

RepórterGalera

O Brasil aprova a Convençãosobre a Nacionalidade da Mulher,adotada pela Sétima ConferênciaInternacional Americana.

1937

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Acontece em Nova Iorque aConvenção Sobre a Eliminaçãode Todas as Formas deDiscriminação Contra a Mulher.

1979

Linha do TempoOs Direitos daMulher são inclusosna ConstituiçãoBrasileira.

1988

Quem nunca ouviu canções que chamam a mulher de“cachorra”, ou a tratam de modo pejorativo, como objetosexual? Na Bahia, um projeto de lei, de autoria da

deputada estadual Luiza Maia (PT), militante das causasfeministas e presidente da Comissão de Direitos da Mulher daAssembleia Legislativa da Bahia, é destaque na mídia por tentarimpedir que o poder público contrate artistas que incentivam opreconceito e a violência contra a mulher, nas letras demúsicas, danças e coreografias.

A proposta é que o gestor que infligir a lei pague uma multa,que será revertida para organizações que atuam na proteção dodireito da mulher. Não é a toa que a deputada está sendo alvo demuitas críticas de segmentos musicais contrários ao projeto, quese manifestam principalmente pela internet. Confira a entrevistaque a galera do Virajovem Salvador (BA) fez com a deputada.

Como surgiu a ideia de pensar um projeto de lei que proíbe

o uso de recursos públicos para financiar shows de bandas

que cantam músicas que depreciam a mulher?

Luiza Maia: Vocês conhecem algumas dessas músicas?“Cachorra”, “metralhada”, “piriguete” e todo tipo de termosinadequados com relação às mulheres. Isso não pode! AConstituição do Estado da Bahia, no capitulo dos direitos damulher diz, no artigo 282, que cabe ao Estado garantir perante àsociedade a imagem social da mulher como mãe, trabalhadora ecidadã, em igualdade de condições com o homem. Então, não dápara a gente deixar que uma indústria de cultura de massa, quea gente não pode nem chamar de cultura, desenvolva umacampanha de rebaixamento da mulher, de discriminação, dedesrespeito e incentivo à violência.

Então quer dizer que era um assunto que vinha sendo discutido?

O movimento de mulheres sempre discutiu isso. O machismoe o capitalismo colocaram historicamente a mulher em umasituação de inferioridade. Nós nunca aceitamos isso. Então, éuma coisa que vem muito no sentido de destruir os valores da

Projeto de lei de deputada da Bahia propõe a proibição de investimento

público em apresentações musicais que deturpam a imagem da mulher

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família, solidariedade, do respeito e da valorização damulher. Nós somos hoje mais da metade dos sereshumanos. Não é justo! Nós temos o direito de viver em umasociedade que nos valorize e que nos respeite e combata aviolência. Afinal de contas, a Lei Maria da Penha foisancionada para quê? Para combater a violência contraa mulher.

Tem algumas mulheres que de alguma forma apoiam

as músicas. O que a senhora acha delas apoiarem e

continuarem gostando?

Eu acho que a própria grande mídia também é formadorade opinião e impõe determinados comportamentos. Aspróprias mulheres são educadas em uma cultura machista,principalmente da periferia. Elas não têm oportunidade deconhecer outro tipo de música e acabam gostando. E se asmulheres não reagirem? É preciso que a sociedade se rebelee dê visibilidade a essa indignação. As mulheres que vão lá e“dão a pata”, que usam aquelas roupas e fazem aquelacoreografia, ainda não tomaram consciência de que tudo issoestá atentando contra a nossa dignidade.

A senhora acha que a mídia está interferindo no processo

de entendimento do conteúdo do projeto?

Tem uma grande parte da mídia distorcendo o objetivodo projeto. No início, disseram que eu queria acabar com opagode. Em nenhum momento o projeto fala em pagode.Fala para não financiar, com dinheiro público, qualquerbanda ou artista que em suas letras tenha esse tipo dedepreciação. Porque se você tira a letra dessepagode todo mundo gosta dedançar o pagode: tem opagode mais suave, aquelecom uma batida maisacelerada, mas é um ritmonosso de origem africana, quena Bahia é muito realizado.Mas quando você vê um tipode letra que fica falandobaixaria, não tem sentido.

Que tipo de influência essas

músicas passam para as crianças?

A influência de que a mulhernão vale nada. Incentiva aviolência, destrói os valores da

convivência civilizada, porque a sociedade é compostade seres humanos que são homens e mulheres. São doisgêneros: masculino e feminino. Mas como a primazia foisempre do homem por causa do machismo, do homemter todos os poderes, de ter direito a tudo e mantendoa mulher numa situação de subalternidade, eu acho quereforça esse preconceito ao dizer que a mulher éinferior, que é propriedade do homem. Todo esse tipode preconceito ainda destrói os valores de umasociedade civilizada.

A senhora pensou que fosse causar tanta polêmica?

Eu sabia que ia ser polêmico, porque existem osprodutores da baixaria. Eles são usados por essa galera queproduz essa baixaria: as grandes produtoras dessa indústriaque a gente chama da cultura de massa e que faz esse tipo decampanha contra a mulher. Eu sabia que eles iam reagir, porque é dinheiro público. A periferia produz muita coisa boatambém. O movimento Hip Hop, o Reggae, inclusive o pagode.Tanta música de pagode que não tem essa depreciação, essasofensas às mulheres.

A senhora acha que esse projeto de lei vai conseguir

mudar a imagem que se tem da Bahia no país?

Acho que mudar uma cultura não é como um passede mágica. É um processo. A educação ajuda: se vocêapresentar um texto dizendo que a mulher é igual aohomem, que tem talento, estuda, é mãe, que compõe amaioria dos seres humanos, e que a diferença entre a

mulher e o homem é uma diferença biológica,isso vai ajudar. A sociedade tem que entenderque somos seres humanos, e que queremosigualdade, nós não queremos derrubarninguém, nem tirar ninguém de seu lugar.Agora nós queremos nosso espaço.

2006

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* Um dos Conselhos Jovens da Vira presentes em22 Estados e no Distrito Federal ([email protected])

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“O machismo e o capitalismo

colocaram historicamente a

mulher em uma situação de

inferioridade. Nós somos hoje

mais da metade dos seres

humanos.”

Luiza Maia

É sancionada a LeiMaria da Penha, quecriminaliza a violênciacontra a Mulher.

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Desde o início das aulas desse ano, alunos de três escolas municipais deCuritiba (PR) estão aprendendo a cuidar do meio ambiente de umamaneira diferente. Isso porque, desde então, estão participando das

atividades do projeto AmbientAção – Mídia, Juventude e Educação Ambiental.O projeto é desenvolvido pela Ciranda – Central de Notícias dos Direitos daInfância e Adolescência, e utiliza ferramentas de comunicação, como vídeo,rádio, fanzines, Internet, textos e fotografias para discutir problemasambientais do local onde moram e do planeta. Os jovens debatem temas eproduzem materiais para mostrar o que pensam.

Além das oficinas semanais, aos sábados são realizadas as sessõesdo Cineclube AmbientAção. A proposta é ampliar a discussão ambientalenvolvendo a comunidade do entorno das escolas. A cada mês, um filmediferente é exibido, gerando um bate-papo junto à plateia. E para ampliaressa discussão iniciada após a exibição do filme, foi criado um espaçovirtual, o blog cineclubeambientacao.wordpress.com. Assim, é possíveltrocar as percepções entre os grupos.

Confira o resultado de uma das “saídas fotográficas” feita pelosalunos nos bairros onde o projeto acontece.

Sem água limpa, a vegetaçãonão consegue manter-se viva

Boeiros abertos oferecem perigopara quem passa pelo lugar

Texto e Fotos: Adolescentes e jovens do Projeto AmbientAção

Jovens do projeto AmbientAção, de Curitiba (PR),

registram em fotos e mídias alternativas as questões

ambientais de suas comunidades

Juventudeantenada com o

meio ambiente

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“No meu bairro há muitas coisas boas. Há escolas, creches e encanamentonas casas, mas, por outro lado, há muito lixo, poluição do ar, do solo e daágua. Outros lugares legais são o Parque Cambuí e o Bosque Fazendinha,que ficam aqui pertinho. Vale a pena conhecer.”

Rafael Miranda, 12 anos, é estudante da Escola Municipal

São Miguel, no Bairro CIC

“Nós, do projeto, fizemos uma saída fotográfica no Parque dos Tropeiros.Foi legal, porque pudemos ver o lugar onde costumamos ir sempre, comum olhar diferente. Nós aprendemos a olhar o mundo de forma diferente.”

Gustavo Pontes, 12 anos, é estudante da Escola Municipal CAIC

Cândido Portinari, no Bairro CIC

A visão fotográfica permitiu mostrarcontrastes socioeconômicos do bairro

Do meu bairro, falo eu!

“No meu bairro há vários locais de comércio, um bem pertinhodo outro. O ponto negativo dessa parte é que ao meio-dia otrânsito fica um caos. Como tem muito comércio, e isso atrai apopulação, inclusive para morar, consequentemente, muito lixoé gerado e as pessoas nem sempre sabem como destinar.”

Shelly Martins, 12 anos, é estudante da Escola Municipal

São Miguel, no Bairro CIC

Calmaria do local retratada numa tardecomum, em um dia útil da semana

Grupo de participantes do projetoAmbientAção na Escola Municipal ProfessorErasmo Pilotto, durante oficina semanal

Realização: Patrocínio: Apoio:

“Na minha rua, quase não tem lixo jogado no chão e, se tiver, é bem pouco.Ela é bem limpa, mas tem um problema: as pessoas não separam o lixo. Elasmisturam todos os tipos de resíduos em um saco só. Misturam o papelão e asgarrafas, daí fica ruim para as pessoas que sobrevivem com a venda demateriais recicláveis. Ia ser bem melhor se as pessoas começassem a separaro lixo, mas pra isso, é preciso aprender como fazer.”

Renan Santos Octavian, 13 anos, é estudante da Escola Municipal CAIC Cândido Portinari, no Bairro CIC

“As ruas do meu bairro precisam de melhorias, os buracos precisam sertampados, mas apesar disso tem muita coisa legal rolando. Aqui na minhaescola, por exemplo, temos várias atividades, inclusive nos fins de semana,como o Cineclube AmbientAção, que acontece no segundo sábado de cada mês.”

Joyce Ferreira Scheleider, 13 anos, é estudante da Escola Municipal Professor

Erasmo Pilotto, no Bairro Alto

Estruturas de metal do parque viramesconderijo e brinquedo para a garotada

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Capa

Outubro é o mês em que milhares de jovens estudantes doEnsino Médio de todo o Brasil param durante um final desemana para fazer o Exame Nacional do Ensino Médio

(Enem), uma prova unificada que avalia a qualidade de ensino noBrasil. Além disso, o exame é utilizado como critério de seleçãopara os estudantes que pretendem concorrer a uma bolsa noPrograma Universidade Para Todos (ProUni), e mais de 1000universidades já usam a nota do Enem como critério de seleçãopara o ingresso no Ensino Superior, seja completando ousubstituindo o vestibular. Ninguém é obrigado a fazer o Enem,mas se Plano Nacional de Educação (PNE) for aprovado peloCongresso Nacional, a prova será um componente do currículo e,portanto, obrigatório para todos que terminam o Ensino Médio.

O Ministério da Educação (MEC) quer que as 55 instituiçõesde Ensino Superior mantidas pelo Governo Federal usem o Enem

para substituir os vestibulares. Mas, por enquanto, cada umaescolhe uma das seguintes opções para aderir ao exame:como fase única, 1ª fase, como parte da nota ou para preencher vagas remanescentes.

Pode-se dizer também que o exame seve como um mapa,pontuando onde a educação precisa melhorar. É claro que nãopodemos considerar apenas a nota de um teste isolado, tem-seque levar em conta como é o processo de ensino na escola, amotivação dos estudantes, dos professores, a relação e a formade como as matérias se relacionam, até porque o Enem tambémserve para medir o desenvolvimento de competênciasfundamentais ao exercício pleno da cidadania.

A ideia é deixar para trás aquela história de “decoreba” efazer com que o estudante pense em soluções práticas para umproblema do cotidiano, por exemplo. Com isso, será possível

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Ana Carolyne, Bárbara Lakatos, Leonardo Almeida, Luciano Frontelle, Marcos Adriano, Marcos Paulo, Matheus Juliano, Rayla

Mariê, Raquel Ribeiro, Thaysa Sartorelli e Vanusa Alves, do Virajovem Boituva (SP); Grace Carvalho, do Virajovem Lagarto (SE)*;

Mariana Rosário e Bruno Ferreira, da Redação

A data do Enem está chegando! Confira

as oportunidades que o exame dá e a

crítica de especilistas à estrutura da prova

ENEM PRA QUÊ?

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Revista Viração • Ano 9 • Edição 77 21

A taxa de inscrição para participar do Enem 2011

é de R$ 35,00 (trinta e cinco reais). No entanto,

estão isentos do pagamento da taxa:

• Estudantes matriculados no 3° ano do Ensino

Médio de escolas públicas;

• Estudantes que apresentarem uma declaração de

carência.

O ENEM É PAGO?

repensar o que é ensinado nas escolas de Ensino Médio.Estudar é precisoPara muitos estudantes, o Enem não é motivo para desespero.

De acordo com especialistas, quem se prepara para osvestibulares mais concorridos do país, como a Fuvest, prova queseleciona para cursos da Universidade de São Paulo (USP), templenas condições de mandar bem no Enem. Esse é o pensamentode Rodrigo Godoy, de 18 anos, candidato ao curso de MatemáticaAplicada da USP. “O Enem não me assusta, comparado aosvestibulares que eu vou ter de fazer”, afirma o estudante.

Essa mesma análise é feita por Alberto Francisco doNascimento, coordenador de um curso pré-vestibular de SãoPaulo (SP). Para ele, a complexidade de muitos vestibulares émaior que a do Enem. “Se o candidato se preparaadequadamente para a Fuvest, por

exemplo, ele terá bom desempenho no Enem”, afirma.Mas muitos não prestam o Enem por receio da prova ser

difícil e não alcançar uma pontuação significativa para aseleção em universidades. Outra parte não se interessa porachar que não tem apoio da escola, ou não tem acesso nemcondições financeiras de estudar paralelamente em um cursopré-vestibular, e sentem-se prejudicados com a educação querecebem na escola. Este é o caso de Aline da Silva Oliveira, de17 anos. “A escola não fornece material para o Enem, falamque não ajuda, ma s não há incentivo da escola”, diz.

“Fazer o Enem, sem dúvida, é uma das maioresoportunidades para estar mais próximo do Ensino Superior. Eu,como tantos outros estudantes, almejo ingressar em umafaculdade e o Enem se tornou uma boa porta para esse sonho,que para muitos deixa de se ser apenas uma utopia”, conta aestudante Denise Janne Amaral da Silva, de 17 anos, que nãose sente preparada para prestar o exame.

“Necessitava de mais tempo para focar somente nosestudos preparatórios, ficar mais atualizada, rever assuntos dealgumas matérias, ler mais. Estou me esforçando nesse últimomês para o Enem e também para o vestibular”, completa.

De acordo com a coordenadora de escola RosângelaAparecida de Campos, estudantes de rede pública se dizemincapazes ou preferem dedicar seu tempo ao trabalho.Segundo ela, apenas dois em cada 10 estudantes das escolasestaduais do Ensino Médio para jovens e adultos prestam oEnem. “Muitos estudantes procuram trabalhar desde cedo eacabam deixando o estudo em segundo plano, não dandoimportância ao exame que pode influenciar na entrada em

uma faculdade ou no mercado de trabalho."Estudantes preparam-se para o Enem evestibulares em cursinho de São Paulo (SP)

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Capa

Críticas ao exameAlém de proporcionar o ingresso no Ensino Superior, o

objetivo do Enem é avaliar a qualidade de Ensino Médio no Brasil.No último dia 12 de setembro, o Ministério da Educação (MEC)divulgou uma lista com as médias de cada escola brasileira, o querevelou uma queda no desempenho dos estudantes.

Para o coordenador de curso pré-vestibular AlbertoFrancisco do Nascimento, não é necessário o diagnóstico doensino no Brasil. Para ele, a estrutura pública de ensino do Paísnão pode resultar em qualidade: “Não é preciso Enem paraavaliar a qualidade de ensino público. A estrutura do Estado, aremuneração dos professores, desmotivados, faz com que aestrutura não funcione. O professor é obrigado a dar aulas emvárias escolas e em vários períodos. É preciso investimento,sem desvio de verbas, na educação”.

De acordo com Regina Lúcia Giffoni Luz de Brito,professora do Programa de Pós-graduação em Educação daPUC-SP, a tendência é que os exames pautem o currículoescolar, e não o contrário. “Há autores que consideram quetais exames associam-se à tentativa de levar professores eescolas a realizarem seu trabalho em função das diferentesmatrizes curriculares de referência, utilizadas na elaboraçãodos testes e exames. Assim, são os exames que definem ocurrículo e não os currículos básicos, definidos nacionalmente,que servem de sustentação”, afirma.

22 Revista Viração • Ano 9 • Edição 77

BenefíciosKaroline Ferreira, de 19 anos, se forma este ano em Gestão

Ambiental pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo(PUC-SP). A estudante lembra que só pôde ingressar no cursoporque seu desempenho no Enem foi bom o suficiente paraconseguir uma bolsa integral pelo ProUni.

"O Enem foi e é muito importante porque não sãoconteúdos que alienam os alunos, eu posso ir bem no exameapenas prestando atenção nos detalhes e interpretando. Paramim, que não tive um ensino de alta qualidade nem fiz cursinho,os meus conhecimentos como estudante de escola públicaforam suficientes para ingressar no Ensino Superior."

“O Enem avalia se o aluno é capaz de selecionar, relacionar,organizar, interpretar informações, fatos, opiniões, argumentos,em defesa de um ponto de vista. Esta avaliação sacudiu o jeitode ensinar e aprender no país. Hoje a sua capacidade, habilidadereflexiva e crítica estão sendo mais trabalhadas e solicitadas, oque é muito positivo pra formação do jovem”, analisa AnselmoVital de Oliveira, coordenador do Enem na cidade de Lagarto (SE).

Anselmo diz ainda que a prova visa lançar um problemapara analisar qual a capacidade do candidato de encontrar umasolução, lançando mão de toda a carga de conteúdos que oestudante adqueriu no seu processo de formação: “Sãoapresentadas questões que produzem efeito na dinâmica dasociedade, trazendo uma problemática, e a avaliação queranalisar de que forma você resolveria aquele problema com, porexemplo, conhecimentos adquiridos em física, matemática,história, geografia. Acabou definitivamente aquela fase de que oaluno apenas preocupa-se com uma postura conteudista, dereter e guardar informações. O candidato deve ter a capacidadede relacionar aquilo que aprendeu com a possibilidade de umaintervenção, buscando uma resolução para o problema”.

Estrutura do Enem

l 180 questões de cinco alternativas, divididas em quatro áreasdo conhecimento, além de uma Redação;

l A prova é realizada em dois dias consecutivos: sábado (22/10)e domingo (23/10);

l No primeiro dia, o estudante deverá resolver 90 questões: 45de Ciências Humanas e suas Tecnologias (que abrange asdisciplinas História e Geografia) e Ciências da Natureza e suasTecnologias (que contempla Física, Química e Biologia), em4h30min.

l No segundo dia, são mais 90 a serem resolvidas, das áreas deLinguagens, Códigos e suas Tecnologias (que abrangem asdisciplinas Português, Inglês ou Espanhol) e Matemática esuas Tecnologias, além da Redação. O estudante terá5h30min para a resolução da prova.

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*Integrantes de Conselhos Jovens da Vira presentes em 24 Estadosdo País ([email protected], [email protected])

Revista Viração • Ano 9 • Edição 77 23

Se liga no Enem!

Quando: dias 22 e 23 de outubro de 2011.Horário: 13h, pelo horário de Brasília.O que levar: Caneta esferográfica transparente de cor preta; Lápis; Borracha; RG; Alimentos leves como: frutas, sucos de caixinha, água,

barra de cereal.

O que não levar

Celular e outros aparelhos eletrônicos, comocalculadora, MP3 e iPod.

Antes da Prova:

Procure conhecer o local da prova alguns dias antes; Relaxe e chegue com uma hora de antecedência no local

da prova, pois os portões fecharão antes das 13h; Procure dormir bem, mas acorde cedo para não correr o

risco de se atrasar; Não exagere na alimentação. Coma coisas leves!

Você confere mais informações sobre o Enem 2011 eprovas anteriores no site:

http://portal.inep.gov.br/web/enem

A professora diz ainda que uma avaliação adequadadeve ser contínua e emancipatória. “No meuentendimento, a função da escola é preparar para omundo do trabalho e para a cidadania. Assim, ocorre-meoutra questão: Em que medida estes exames contribuempara tanto?”, questiona.

O modo como a prova está estruturada prejudica odesempenho do estudante, para o coordenador AlbertoFrancisco do Nascimento. “O MEC deveria ter dó dosestudantes. Em vez de um sábado e domingo, deveriamser dois domingos consecutivos. Assim, resolveria aquestão dos judeus ortodoxos e adventistas, que ficamem uma sala, sem contato com ninguém, para fazer aprova após o pôr-do-sol. Além disso, não sei porque 45

testes de cada bloco. O número ideal seria 35 para oestudante ter mais tempo para resolver. Seria muito melhorpara todos. Menos questões para elaborar e corrigir e maistempo para os estudantes resolverem as questões.”

Adventistas do Sétimo Dia e Judeus Ortodoxosguardam o sábado e, por isso, não exercematividades que fujam ao aspecto religioso entre opôr-do-sol da sexta-feira e o pôr-do-sol do sábado.

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Todos os Sons

Mariana Rosário, da Redação

Bossa nova, com pop e atitude rock. Esse é osom de Rodrigo Del Arc, um paulistano de 27anos que fez uma mistura musical que tem

dado certo. Em 2007 lançou seu primeiro disco, AKind of Bossa (uma espécie de bossa, traduzindo aopé da letra), todo cantado em inglês, já que Rodrigomorou em outros países como Suiça e Tailândia,além de ter viajado pelo mundo. O título do seuprimeiro disco é também uma denominação àidentidade da música feita por ele. “Eu não façobossa, eu faço a kind of bossa”, comenta.

Seu contato com a música veio do berço. Amãe cantava canções de bossa nova para Rodrigodormir, quando ainda era um bebê. Aos oito anosde idade, o menino já brincava de escrever letras ecompor melodias. Na adolescência, montou umabanda de rock e viu o sonho de ser cantor surgir,redescobrindo a bossa em sua vida. “Todos naminha casa adoram esse tipo de som, e talvez issotenha trazido de volta aquelas melodias queestavam guardadas na minha memória desdemuito cedo”. A partir de então conheceu a MPB,que deu a ele a certeza de que queria compor ecantar música brasileira.

Apesar de não ser mais um ritmo tão escutadopelos jovens como foi nos tempos de Tom Jobim,Vinícius de Moraes, João Gilberto e Chico Buarque,que são grandes influências na música de Rodrigo, opúblico aceitou bem a sua obra. “Talvez não seja umsom que todo jovem se identifica logo de primeira,mas os que curtem continuam gostando com opassar do tempo. Isso é muito legal!”, conta.

A galera das redes sociais sempre encontraespaço para conversar ou ficar sabendo de algumshow. A internet é uma ferramenta muitoimportante de divulgação de trabalhos, o que torna

Bossa,nova emfolha

o trabalho de Rodrigo conhecido até do outro ladodo mundo. Em 2009, assinou o primeiro contratointernacional com a Shinseido/Omagatoki, um dosmaiores selos do Japão e que trabalha com outrosartistas brasileiros como Seu Jorge, MiltonNascimento, Paulinho da Viola, entre outros. Elestiveram interesse no trabalho de Rodrigo sem aomenos o conhecimento dele, sem envio de materiais.Ao verem sua página no MySpace, escutaram asmúsicas, assistiram aos vídeos e, logo em seguida,fizeram uma proposta.

Atualmente, Rodrigo tem feito shows com oamigo e compositor Nikk Gutierrez, Aretha Marcos,cantora e filha da também cantora Vanusa, eGalldino, violinista do teatro mágico. O show é umamistura de sons, com duetos, composições e covers.A plateia se anima com o som de suas músicasfavoritas como TheQuestion Song(A canção dasperguntas) eTrip (viagem),conhece novascomo Entrar noMar e DeixaRodar, curtido umsom novo, e éclaro, sempremisturando.

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O jovem cantor e compositor Rodrigo Del Arc adora misturar

diversos estilos da música brasileira em suas apresentações

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Veja como a galera anda se apropriando

de uma parada que está dando super

certo: a educação entre pares

Amanda de Paula Martins, Joabe Yuri e Verônica Mendonça, da Plataforma dos Centros Urbanos; Donizete Gomes e Marcos Eduardo,

da Agência Jovem de Notícias; e Vânia Correia, da Redação

Adolescentes e jovens vivemexperiências semelhantes,próprias desse momento da

vida. Têm, portanto, muitas coisas emcomum para partilharem entre si, ensinare aprender. A similaridade de vivênciastorna mais fácil o intercâmbio deconhecimentos. Ou seja, conversam deigual para igual, como dizem por aí.

É exatamente nisto que consiste achamada Educação entre pares: troca desaberes entre pessoas ou grupossemelhantes. Trata-se de um processo noqual adolescentes e jovens atuam comofacilitadores e multiplicadores de açõesjunto a outros adolescentes e jovens. Éevidente que a contribuição de adultos ébem-vinda também, afinal, a ideia não é

criar guetos, mas potencializar a açãodesse público.

Existem muitas formas de praticar aeducação entre pares. Oficinas, rodas deconversas, atividades artísticas, gincanas, emuito mais. Os adolescentes da Plataformados Centros Urbanos e da Agência Jovem deNotícias têm vivido experiências bemsucedidas nesse sentido.

“É muito mais fácil ensinar para outrojovem aquilo que eu aprendo, pois temosa mesma linguagem, então o resultado émais produtivo”, diz a adolescenteAmanda de Paula Martins. Ela desenvolvediversas ações em sua comunidade, aFazenda da Juta, zona leste de São Paulo(SP). A maior delas é o acampamentojuvenil que reúne cerca de 300

adolescentes e jovens para promoverações voltadas para a cidadania. Quemcoordena as atividades são os própriosjovens da comunidade.

A experiência da educação entre parespossibilita o desenvolvimento dehabilidades, atitudes e conhecimentosimportantes, além de ser um espaço potentede participação e reflexão da realidadejuvenil. “Desenvolver uma oficina com e paraoutros jovens é muito interessante, pois euacabo ensinando e aprendendo ao mesmotempo”, conta Joabe Yuri.

É por essas e outras que essametodologia está sendo cada vez maisusada em projetos e programas voltadospara adolescentes e jovens. Na AgênciaJovem de Notícias, por exemplo, são os

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“Talvez eu já desconfiasse que ela estivesse por aí, mas ainda é uma práticamuito nova pra mim. A educação entre pares, sem dúvida, é um dos processos maisricos que presenciei até hoje: desenvolver oficinas com os outros jovens (e paraoutros jovens) acredito que seja uma das práticas mais eficientes pra se aprender,crescer e se divertir ao mesmo tempo.

As dificuldades sempre surgem, mas os aprendizados são muitos: ouvir opróximo e deixá-lo também mostrar como é que se faz, ver as coisas de uma novaperspectiva, além de poder estar sempre rodeada por quem gosta do que faz. Issoé uma ótima chance para perceber que a gente não precisa dar conta de fazer tudosozinho e nem sempre sabemos o melhor jeito. A educação entre pares esta aí pramostrar isso, que grandes ações podem surgir onde os jovens se unem em prol deum mesmo ideal: criar e ampliar os debates sobre assuntos que permeiam a nossavida e dizem respeito a nós e, portanto, não devem ser tratados de outrasmaneiras que não as nossas e nem por ninguém a não ser... por nós.”

Verônica Mendonça

“Quando é possível trocar experiências com alguém que tem algumas característicasparecidas com você, como idade, personalidade, localização, temos muito a colher, poishá chance de expor mais de nós mesmos. Jovens que formam outros jovens fazem partede um processo de troca, no qual ambos recebem novas ideias e opiniões e mudam otempo todo, desde uma simples conversa a uma atividade de trabalho.”

Donizete Gomes

Na boca do povo!

V

jovens que decidem os temasque serão trabalhados e, com a ajuda doseducadores, promovem atividades demultiplicação de conhecimentos emescolas, organizações, eventos etc. E, sedepender dessa galera, o método estáaprovado. “Eu participei de formaçõesaplicadas por outros jovens sobreHistórias em Quadrinhos e acabeimultiplicando na minha comunidade. Foilegal porque a linguagem é a mesma ecria uma ligação mais próxima”, contaMarcos Eduardo.

Como é que faz?“Não existem pessoas sem

conhecimentos. Elas não chegam vazias.Chegam cheias de coisas. Na maioria doscasos, trazem juntas consigo opiniõessobre o mundo, sobre a vida.” Essa frase édo grande educador Paulo Freire e tem tudoa ver com o que dissemos até aqui. Todomundo tem o que dizer, partilhar, ensinar.

Você já pensou em desenvolveralguma atividade na sua cidade, escola,bairro? Multiplicar algo que vocêaprendeu, ou simplesmente, propor umencontro para debater sobre algum temaque considere importante? Tudo isso émais simples do que você imagina e estáao alcance de suas mãos.

Antes, durante e depoisÉ importante preparar com cuidado a

atividade. O primeiro passo é saber qual anecessidade do grupo com o qual você vaitrabalhar. Sobre o que ele quer falar? Oque quer aprender? Como é esse grupo:quantas pessoas tem, qual a idade delas,o que gostam de fazer?

Depois é preciso pensar qual a melhorforma para abordar o tema: palestra, rodade conversa, teatro, oficinas... Escolha oque for mais adequado e prepare o que fornecessário para que a atividade aconteça:roteiro, materiais, espaço etc. Não seesqueça de pensar nos objetivos. O que

pretende com a atividade? Isso ajuda apensar em como conduzi-la.

Durante a atividade é importante garantirum espaço de diálogo e respeito, onde todosconsigam se expressar. E não se esqueça deavaliar a atividade, assim você vai saber oque foi bom e o que precisa melhorar.

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Jovens multiplicam osconhecimentos que adquirem emescolas e nas comunidade

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No primeiro semestre de 2011, o Programa QuartoMundo, parceria da Viração Educomunicação

com a TV USP, iniciou sua 5ª temporada. Os 14novos participantes já produziram quatro programas evão produzir mais quatro até o final desse ano. Paraque esses programas acontecessem, os novos quarto-mundenses receberam oficinas de jornalismo e deaudiovisual. Além de idealizarem e criarem o próprio

Mariana Rosário, da Redação

Participantes do Programa Quarto Mundo fazem balanço de

atividades do semestre na produção da atração da TV USP

Hora dedar playi

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Revista Viração • Ano 9 • Edição 77 29

cenário e vinheta, os quatro programas abordaramtemas em que os participantes, discutiram juntos,se identificaram, e fizeram acontecer!

O primeiro programa foi sobre humor crítico,com o entrevistado Novaes, que contou um poucosobre a sua carreira de chargista, históriasinusitadas, e a dificuldade de criticar a política nagrande mídia. Esse programa mostra também oMaking Off da nova vinheta, que mostra uma dasparticipantes elaborando uma caricatura com oelenco da temporada.

O segundo programa foi sobre flertes, com osentrevistados Thiago de Almeida, psicólogoespecializado em relacionamentos, e FabianoRampazzo, que escreveu um manual sobrexaveco. Os convidados contaram como se dar bemno flerte e como sobreviver a um fora. Esseprograma foi especialmente divertido, pois foiproduzida uma encenação humorística sobre otema, em que os participantes ajudaram um“jovem flertador” a se dar bem na balada.

O terceiro programa falou sobre Cinemaindependente e recebeu participantes do projetoPerifacine, que leva um pouco da sétima arte paraa periferia de São Paulo. Contou também com aparticipação de Thelmo Correia, cineasta doCinemasoco, um coletivo de cinema que produzfilmes, com a intenção de movimentar, e criarpara se libertar.

O último programa do semestre foi sobre casossobrenaturais com Carlos Silvério, do São Paulo deOutro Mundo, um circuito que realiza um passeiopelos pontos mais macabros da capital paulista. PadreQuevedo também não poderia ficar de fora dessapauta. O polêmico convidado contou um pouco sobresuas experiências com o sobrenatural, que segundoele “no equissiste” (não existe), e falou sobre oCentro Latino-Americano de Parapsicologia (CLAP).

No próximo semestre, mais quatro programasserão produzidos, mas dessa vez todos serão forado estúdio. As gravações em externa começamem outubro e você confere os resultados noCanal Universitário (CNU).

O Programa Quarto Mundo é exibido àsquartas-feiras, às 22h pelo Canal Universitário(CNU), com reprises às segundas e terças-feiras às10h; quartas, sábados e domingos às 01h30;quintas às 07h30 e 22h; e sextas-feiras às 18h30,no canal 71 e 187 da TVA, 11 e 189 da NET.

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Participantes do Programa

Quarto Mundo com o cineasta

Thelmo Correia

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Sérgio Rizzo*, crítico de cinema

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No escurinhoHistória do Cinema - Parte 8

A cada edição, Sérgio Rizzo traz em capítulos umpouco da história cinematográfica. Umaoportunidade para colecionar e conhecer asdiferentes fases que ajudaram a tornar o escurinhoda sala de cinema um espaço apreciado por muitos

30 Revista Viração • Ano 9 • Edição 77

Nos anos 1950, a indústria cinematográfica dos Estados Unidos começou a enfrentaruma crise profunda que se agravou na década seguinte. Entre os diversos fatoresque a motivaram, estavam a popularização da TV e o "envelhecimento" da produção,

com filmes desconectados do espírito de transformações daquele período. O cenáriomudou, no entanto, com longas como A Primeira Noite de um Homem (1967), de MikeNichols, Sem Destino (1969), de Dennis Hopper, e Perdidos na Noite (1969), de JohnSchlesinger, que promoviam intensa comunicação com a contracultura e o público jovem.

A recuperação veio para valer já nos anos 1970, quando surgiu, com O PoderosoChefão (1972), de Francis Ford Coppola, o conceito de blockbuster, ou arrasa-quarteirão:uma produção capaz de arrecadar dez vezes (ou mais) o seu custo de produção. Tubarão(1975), de Steven Spielberg, trilhou o mesmo caminho, a exemplo de outros filmes-catástrofe. Uma nova geração de cineastas, boa parte dos quais vindos de escolas decinema, contribuiu também para revitalizar o cinema estadunidense de qualidade.Caminhos Perigosos (1973) e Taxi Driver (1976) confirmaram o talento de MartinScorsese; A Conversação (1974) e Apocalypse Now (1979), o de Coppola; Noivo Neurótico,Noiva Nervosa (1977) consagrou o humor de Woody Allen.

Nesses anos de renovação de Hollywood,com a substituição da "velhaguarda" por profissionais maissintonizados com o seu tempo,o grande público passou por umprocesso de rejuvenescimento,graças principalmente a sucessoscomo Loucuras de Verão (1973) eGuerra nas Estrelas (1977), ambosde George Lucas, e ContatosImediatos do Terceiro Grau (1977),de Spielberg. Foram estabelecidasali as coordenadas para omovimento expansionista daindústria norteamericana, com basesobretudo na sedução das plateiasjuvenis, nos anos 1980 e 1990.

“Não existem muitas formas de arteoriginalmente americanas. Há o faroeste,e o jazz ou o blues.”Clint Eastwood

“Fazer os filmes que faço em Hollywoodé como um presente. E de vez em quandoeles até me pagam por isso.”Martin Scorsese

* www.sergiorizzo.com.br

“Fui o primeiro a usar recursos digitais paraaperfeiçoar meus filmes, mas serei o último arodá-los digitalmente.”Steven Spielberg

O renascimentode Hollywood

“'Apocalypse Now' não é sobre o Vietnã. É oVietnã. Estávamos na selva, tínhamos dinheiro,equipamentos. E terminamos loucos.”Francis Coppola

O ator Marlon Brando tem a mãobeijada em O Poderoso Chefão

Jon Voight e Dustin Hoffman emcena do filme Perdidos na Noite

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Revista Viração • Ano 9 • Edição 77 31

Enderson Araújo, do Virajovem Salvador (BA)*, e Bruno Ferreira, da Redação

V

Que Figura!

deputado federal para o mandato de 1983 a 1987, sendo oprimeiro parlamentar negro no Brasil a defender os direitos dosafro-brasileiros.

Anos mais tarde, em 1991, assumiu o cargo de senador peloPartido Democrático Trabalhista (PDT) do Rio de Janeiro, no lugar deDarcy Ribeiro, de quem era suplente. Em 1999, elegeu-se novamentepara o Senado. Além de cargos legislativos, Abdias foi aindasecretário de governo do Estado do Rio de Janeiro, além desecretário de Direitos Humanos e Cidadania, também no Rio.

Em 1945, Abdias do Nascimento organizou a ConvençãoNacional do Negro, para apresentar uma proposta decriminalização do preconceito racial à Assembleia NacionalConstituinte, que não foi aprovada.

O reconhecimento pela luta de Abdias levaram o ativista alecionar e palestrar em universidades estadunidenses e africanas,nas quais abordava a cultura e a situação de discriminação vividaspor afrodescentes no Brasil.

O ex-senador morreu em 24 de maio de 2011, aos 97 anos,vítima de complicações decorrentes de diabetes, deixando umlegado caracterizado pela humanidade e luta pela igualdaderacial no Brasil.

PrêmioO Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de

Janeiro lançou este ano o Prêmio Abdias Nascimento, parareportagens voltadas à saúde da população negra, intolerânciareligiosa, juventude negra, ações afirmativas, empreendedorismo,desigualdades, direitos humanos, relações raciais, políticas públicas,comunidades tradicionais e discriminação racial.

Natural de Franca, cidade do interior de São Paulo, AbdiasNascimento nasceu em 1914. Durante a juventude, iniciousua luta pela igualdade de direitos raciais. Foi preso em

1936 por protestar contra o tratamento que os negros recebiamem uma boate da capital paulista, onde só podiam entrar pelasportas do fundo.

Abdias foi um dos maiores defensores da cultura e igualdade dedireitos dos afrodescentes brasileiros. Além de militante da causanegra, foi poeta, escultor e ator, chegando a criar o TeatroExperimental do Negro em 1944, mas sempre procurando valorizar atemática negra. O ativista teve também participação no jornalismo,com registro profissional desde 1947 no sindicato da categoria.

Durante a ditadura militar, foi exilado por 13 anos nos EstadosUnidos. Após o seu retorno, no final da década de 1970, entroupara a política. Elegeu-se

Senador e ativista político, Abdias Nacimento lutou pelo

reconhecimento da igualdade de direito dos negros no Brasil

Solto esta minha voz rouca paramanter vivo e em estado de alerta o espíritode justiça diante de um dos problemas maisgraves a ameaçar hoje a construção de uma

verdadeira democracia em nosso país: aexclusão, do rol da cidadania, de uma

maioria da nossa população.

“”*Um dos Conselhos Jovens da Vira presentes em

22 Estados e no Distrito Federal ([email protected])

Filho de Zumbi

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Alcindo Costa, do Virajovem Fortaleza (CE)*

O que se considera um comportamento de risco, que

pode ocasionar uma infecção pelo vírus da aids?

Relação sexual com pessoa infectada sem o uso depreservativos; compartilhamento de seringas e agulhas,principalmente, no uso de drogas injetáveis; reutilizaçãode objetos perfurocortantes com presença de sangue oufluidos contaminados pelo HIV.

Qual o tempo de vida de um indivíduo portador do HIV?

O tempo de vida é indefinido e varia de indivíduo paraindivíduo. Por exemplo, algumas pessoas começaram ausar o coquetel em meados dos anos 1990 e ainda hojegozam de boa saúde. Outras apresentam complicaçõesmais cedo e têm reações adversas aos medicamentos.Há, ainda, casos de pessoas que, mesmo com osremédios, têm infecções oportunistas (infecções que seinstalam, aproveitando-se de um momento de fragilidadedo sistema de defesa do corpo, o sistema imunológico).

As chances de se contrair uma DST através do sexo

oral são menores do que sexo com penetração?

O fato é que nenhuma das relações sexuais semproteção é isenta de risco. Algumas DST têm maior riscoque outras. A transmissão da doença depende daintegridade das mucosas das cavidades oral ou vaginal.Independente da forma praticada, o sexo deve ser feitosempre com camisinha.

Quais os sintomas do condiloma acuminado (HPV)?

A doença se manifesta por verrugas nos órgãosgenitais com aspecto de couve-flor e tamanhos variáveis.É importante procurar um profissional de saúde, pois sóele pode indicar o melhor tratamento para cada caso.

* Um dos Conselhos Jovens da Vira presentes em 22 Estados e no Distrito Federal ([email protected])

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Sexo e Saúde

Mande suas dúvidas sobre Sexo e Saúde,que a galera da Vira vai buscar as respostaspara você! O e-mail é [email protected]

Sexo é muito bom, mas uma relação sem proteção pode ter consequências graves quando não há

prevenção. Tudo é válido para não termos problemas futuramente. O Relatório Epidemiológico do

Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) ressalta o aumento no número de casos

de aids entre os jovens de todo o mundo. Em qualquer relação, seja ela heterossexual, homossexual, oral,

anal ou vaginal, uma coisa é certa: a camisinha. Então, previna-se e dê mais valor à vida. Confira abaixo uma

entrevista feita com a Dra. Juliana Guimarães, especializada em doenças sexualmente transmissíveis.

32 Revista Viração • Ano 9 • Edição 77

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Page 33: Revista Viração - Edição 77 - Outubro 2011

Edneusa Lopes, do Virajovem Recife (PE)*

Tradicional nas mesas pernambucanas, a Galinha de Cabidela

é prato obrigatório em ocasiões especiais

Rango da terrinha

A galinhade Pernambuco

Modo de preparo:

Corte a galinha em pedaços,separando asas, pés, coxas, sobrecoxas,peitos, e passe limão nas partes. Lavetudo e tempere com sal, pimenta e alho.

Em uma panela grande, com óleo,doure a galinha com cebola, cheiro verde,extrato de tomate, louro, pimentão etomate. O colorau também pode seracrescentado. Refogue tudo e espereformar um caldo encorpado. Depois,acrescente água e deixe cozinhar por 25minutos, até a galinha ficar bem macia.

Na hora de servir, junte o sangue, quepode ser comprado nafeira. Não é necessáriomatar a galinha emcasa. Aos poucos,mexa bem o sangue napanela e leve ao fogo,misturando por 10minutos. Acrescentebatatas previamentecozidas e coentro.Pronto! É só servir!

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4. BOLETO BANCÁRIO(R$2,95 de taxa bancária)

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Flic

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Ingredientes:

1 galinha (de capoeira)2 colheres de sopa de vinagre4 limões Sal, pimenta do reino e cheiro verdea gosto 2 dentes de alho socados 1 cebola ralada 2 colheres de sopa de óleo 1/2 pimentão cortado em tiras finas 4 tomates picados (sem pele e semsementes) 2 colheres de sobremesa de extratode tomate2 folhas de louro.

De tão rica e especial, o sociólogo Gilberto Freyre, em um de seus livros, aborda aquestão da culinária pernambucana, originária das culturas indígena, africana eportuguesa. Rica em gostos, cores e aromas, as mesas pernambucanas são

sempre fartas e a Galinha de Cabidela é um dos pratos mais apreciados no Estado,especialmente em ocasiões especiais, em que a família fica toda reunida.

O molho do prato é preparado com sangue fresco e avinagrado, com pedaços degalinha. O prato fica bom com cuscuz e farinha de mandioca, além de arroz e farofa,que não podem faltar.

* Um dos Conselhos Jovens da Vira presentes em22 Estados e no Distrito Federal ([email protected])

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Page 34: Revista Viração - Edição 77 - Outubro 2011

Parada Social

V

Em averiguação de uma denúncia de cárcere privado, o Conselho Tutelar maranhense

identificou o sofrimento e a angústia de uma mãe que se viu obrigada, mediante o

desespero de ver o filho de 17 anos entregue às drogas, a trancá-lo dentro de casa,

já que o vício o dominava. Após conhecimento do caso, o conselho encaminhou relatório

para o Centro de Referência Especial da Assistência Social (CREAS), ao Centro de Apoio

Psicossocial CAPS AD, além de comunicar o fato ao Ministério Público.

Após os encaminhamentos e várias buscas de alternativas para recuperação do

adolescente, o CREAS, através da Secretaria Municipal da Criança e Assistência Social

(SEMCAS), conseguiu uma vaga na Fazenda Nova Esperança, uma espécie de Clínica de

Recuperação, conduzida por padres. Trata-se de um dos poucos locais de referência no

Estado, localizada no município de Coroatá (MA).

Para que a pessoa seja encaminhada para o local, é necessário demonstrar interesse

voluntário para ser internado, e isso se dá através de uma carta escrita pela pessoa e

encaminhada via fax. Os internos têm a possibilidade de trabalhar na instituição, na

produção de doce de leite e queijo, uma forma de pagarem pelo tratamento que

recebem, que custa um salário mínimo mensal.

No caso específico, quem garantiu o pagamento dos primeiros meses, foi a SEMCAS,

a fim de garantir o início do tratamento do adolescente, que

após um ano, conseguiu controlar o vício. Hoje, ele faz

parte do quadro de brasileiros que tem

emprego fixo, e o melhor de tudo é que

ele e sua mãe voltaram a viver felizes

e com perspectivas que há um tempo

atrás pareciam perdidas.

É bom saber que esse foi um caso de sucesso, mas

o triste é que as vagas na Fazenda são reduzidas, o preço não

é acessível para muita gente e o poder público não atende a

todos os dependentes que buscam essa oportunidade. E muitos

ainda não se dispõem a vencer esse desafio, que precisa ser

enfrentado por parte de toda

a sociedade brasileira.

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Lidiane Ferraz e Raimunda Ferraz, do Virajovem São Luís (MA)*

São poucas as alternativas para o tratamento de dependentes

químicos no Maranhão. E as melhores opções não são baratas

* Um dos Conselhos Jovens da Vira presentes em 22 Estados e no Distrito Federal ([email protected])

O custoda liberdade

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