revista viração - edição 83 - abril/2012

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Cultura Digital

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Page 1: Revista Viração - Edição 83 - Abril/2012

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Page 2: Revista Viração - Edição 83 - Abril/2012

Sexo e Saúde

Associação Imagem ComunitáriaBelo Horizonte (MG)

www.aic.org.br

Universidade Popular – Belém (PA)www.unipop.org.br

Rede Sou de Atitude MaranhãoSão Luís (MA)

www.soudeatitude.org.br

Avalanche Missões Urbanas UndergroundVitória (ES)

www.avalanchemissoes.org

Casa da Juventude Pe. Burnier – Goiânia (GO)www.casadajuventude.org.br

Centro de Refererência Integralde Adolescentes – Salvador (BA)

blogdocria.blogspot.com

Cipó Comunicação InterativaSalvador (BA)

www.cipo.org.br

Jornal O Cidadão – Rio de Janeiro (RJ)ocidadaonline.blogspot.com

Movimento de Intercâmbiode Adolescentes de Lavras – Lavras (MG)

Grupo Conectados de ComunicaçãoAlternativa GCCA - Fortaleza (CE)www.taconectados.blogspot.com

Instituto de Estudos SocioeconômicosBrasília (DF)

www.inesc.org.br

Ciranda – Curitiba (PR) Central de Notícias dos Direitos

da Infância e Adolescência www.ciranda.org.br

Catavento Comunicação e Educação Fortaleza (CE)

www.catavento.org.br Agência Fotec – Natal (RN)

Projeto Juventude, Educaçãoe Comunicação Alternativa

Maceió (AL)

União da Juventude Socialista – Rio Branco (AC)ujsacre.blogspot.com

Grupo Cultural EntrefaceBelo Horizonte (MG)

gcentreface.blogspot.com

Grupo Makunaima Protagonismo Juvenil (RR)

grupomakunaimarr.blogspot.com

Taba - Campinas (SP)www.espacotaba.org.br

Nossos parceirospelo Brasil

Apôitcha - Lucena (PB)www.apoitcha.org

Gira Solidário Campo Grande (MS)

www.girasolidario.org.br

Lunos - Boituva (SP)www.lunos.com.br

Projeto Araçá - São Mateus (ES)www.projetoaraca.org.br

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Page 3: Revista Viração - Edição 83 - Abril/2012

Apoio Institucional

Revista Viração • Ano 10 • Edição 83 03

Copie sem moderação! Você pode:

• Copiar e distribuir• Criar obras derivadas

Basta dar o crédito para a Vira!

Conteúdo

“As novas tecnologias favorecem a liberdade de expressão. O

acesso à internet é um poderoso recurso que viabiliza o

exercício do direito humano à comunicação, ainda mais agora,

com possibilidades diversas de velocidade, que permitem um maior

compartilhanto de arquivos de música texto, imagens etc. Os usuários da rede

mundial de computadores têm a possibilidade de não apenas receber

informação, mas também de compartilhar seus conhecimentos e disponibilizar

seus arquivos pessoais!

Com a reportagem de capa Compartilhar preciso!, você entende melhor a

cultura digital, que permite as infinitas possibilidades de receber, produzir e

compartilhar ideias e informações.

Ainda nesta edição, você fica por dentro de uma reportagem que

trata das ações que vão acontecer no Dia da Terra, em 22 de abril,

em todo o Brasil, além de saber sobre as principais discussões

que aconteceram em um evento em São Paulo, que

abordou a questão do enfrentameto às drogas por

comunidades latinoamericanas. Boa leitura!

AViração é um uma organização nãogovernamental (ONG), de educomunicação,

sem fins lucrativos, criada em março de 2003.Recebe apoio institucional do Fundo das NaçõesUnidas para a Infância (UNICEF), da Organizaçãodas Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), do Núcleo deComunicação e Educação da Universidade deSão Paulo e da ANDI - Comunicação e Direitos.Além de produzir a revista, oferece cursos eoficinas em comunicação popular feita parajovens, por jovens e com jovens em escolas,grupos e comunidades em todo o Brasil.

Para a produção da revista impressa e eletrônica (www.viracao.org),contamos coma participação dos conselhos editoriais jovensde 22 Estados, que reúnem representantes deescolas públicas e particulares, projetos emovimentos sociais. Entre os prêmiosconquistados nesses oito anos, estão PrêmioDon Mario Pasini Comunicatore, em Roma(Itália), o Prêmio Cidadania Mundial, concedidopela Comunidade Bahá'í. E mais: no ranking daAndi, a Viração é a primeira entre as revistasvoltadas para jovens. Participe você tambémdesse projeto. Veja, ao lado, nossos contatosnos Estados.

Paulo Pereira Lima

Diretor Executivo da Viração – MTB 27.300

Conheça os Virajovens em 22 Estadosbrasileiros e no Distrito Federal

Belém (PA) - [email protected] Horizonte (MG) - [email protected] Vista (RR) - [email protected] (SP) - [email protected]ília (DF) - [email protected] (SP) - [email protected] Campo Grande (MS) - [email protected] (PR) - [email protected] (CE) - [email protected]ânia (GO) - [email protected]ão Pessoa (PB) - [email protected] (SE) – [email protected] (MG) - [email protected] Duarte (MG) - [email protected]ó (AL) - [email protected] (AM) - [email protected] (RN) - [email protected] (ES) - [email protected] Velho (RO) - [email protected] (ES) - [email protected] Branco (AC) - [email protected] de Janeiro (RJ) - [email protected]á (MG) - [email protected] (BA) - [email protected]. Gabriel da Cachoeira (AM) - [email protected]ão Luís (MA) - [email protected]ão Mateus (ES) - [email protected]ão Paulo (SP) - [email protected] do Navio (AP) - [email protected] (PI) - [email protected]ória (ES) – [email protected]

Quem somos

Graças à internet

Associazione Jangada

Julia Dávila, da Redação, entrevistaparticipantes durante a cobertura do eventoRespostas Comunitárias – Encontro deSaberes e Fazeres, que aconteceu em SãoPaulo, no dias 20 e 21 de março de 2012.

Quem faz a ViraAlisson Rodrigues, do Virajovem São Paulo (SP)

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Page 4: Revista Viração - Edição 83 - Abril/2012

Sempre na ViraManda Vê . . . . . . . . . . . . . 06De Olho no ECA . . . . . . . . 08Imagens que Viram. . . . . . 14No Escurinho . . . . . . . . . . 30Que Figura . . . . . . . . . . . . 31Sexo e Saúde . . . . . . . . . . 32Rango da Terrinha . . . . . . 33Parada Social . . . . . . . . . . 34Rap Dez . . . . . . . . . . . . . . 35

Preço da assinatura anualAssinatura Nova R$ 58,00Renovação R$ 48,00De colaboração R$ 70,00Exterior US$ 75,00

RG VÁLIDO EM TODO TERRITÓRIO NACIONAL

Revista Viração - ISSN 2236-6806

Conselho EditorialEugênio Bucci, Ismar de Oliveira, Izabel Leão,Immaculada Lopez, João Pedro Baresi, Mara

Luquet e Valdênia Paulino

Conselho FiscalEveraldo Oliveira, Renata Rosa e Rodrigo Bandeira

Conselho PedagógicoAlexsandro Santos, Aparecida Jurado,Isabel Santos, Leandro Nonato e Vera Lion

Presidente

Juliana Rocha Barroso

Vice-Presidente

Cristina Paloschi Uchôa

Primeiro-Secretário

Eduardo Peterle Nascimento

Direção ExecutivaPaulo Lima e Lilian Romão

EquipeAna Paula Marques, Bruno Ferreira, Carla Renieri,Elisangela Nunes, Eric Silva, Evelyn Araripe, GisellaHiche, Gutierrez de Jesus Silva, Ingrid Evangelista,Ionara Silva, Julia Dávila, Manuela Ribeiro,Mariana Rosário, Novaes, Sonia Reginae Vânia Correia

Administração/Assinaturas

Douglas Ramos e Norma Cinara Lemos

Mobilizadores da ViraAcre (Leonardo Nora), Alagoas (Jhonathan Pino),Amapá (Camilo de Almeida Mota), Amazonas(Cláudia Ferraz e Délio Alves), Bahia (EvertonNova), Ceará (Alcindo Costa e Rones Maciel),Distrito Federal (Danuse Queiroz e Pedro Couto),

Espírito Santo (Jéssica Delcarro e Leandra Barros),Goiás (Érika Pereira e Sheila Manço),Maranhão (Sidnei Costa), Mato Grosso doSul (Fernanda Pereira), Minas Gerais (EmíliaMerlini, Reynaldo Gosmão, Silmara Aparecidados Santos e Pablo Abranches), Pará (AlexPamplona), Paraíba (Niedja Ribeiro), Paraná(Juliana Cordeiro e Vinícius Gallon),Pernambuco (Edneusa Lopes), Piauí

(Anderson Ramos da Luz), Rio de

Janeiro (Gizele Martins), Rio Grande doNorte (Alessandro Muniz), Rondônia(Luciano Henrique da Costa), Roraima(Graciele Oliveira dos Santos) e São Paulo(Gutierrez de Jesus Silva e Tamires Ribeiro).

ColaboradoresAntônio Martins, Heloísa Sato, Lentini, MarceloRampazzo, Márcio Baraldi, Natália Forcat,

Rogério Zé e Sérgio Rizzo .

Projeto GráficoAna Paula Marques e Cristina Sayuri

Jornalista ResponsávelPaulo Pereira Lima – MTb 27.300

Divulgação

Equipe Viração

E-mail Redação e [email protected]@viracao.org

10 Educom ítalo-brasileiraEducadora italiana passa temporada na Vira paraconhecer e compartilhar práticas de educomunicação

28 Rap no SulCuritiba se destaca como cidade de relevantes eventose produções culturais voltadas para o Hip- Hop

26 Esporte e PolíticaConheça a Rede de Adolescentes e Jovens que tem como objetivo

consolidar o direito ao Esporte no Brasil

9 BlogosferaConheça as ferramentas e plataformas disponíveis na

internet para a criação de sites e blogs

18

11 Jornal MuralAprenda como se faz um veículo de comunicação útil paraescolas e que favorece a participação de todos

29 Na mira Políticas públicas são insuficientes para reduzir indíce dehomicídios entre jovens negros no Brasil

12 Sustentabilidade globalRepresentante do UNICEF em Nova York, Carol Howe, visita o Brasil

para facilitar oficinas sobre sustentabilidade e bate papo com a

galera da Viração

24 Respostas possíveisEvento em São Paulo discute como comunidades brasileiras

e sulamericanas têm enfrentado a questão das drogas

Geração conectadaA cultura digital sugere uma nova forma de pensar oconhecimento e compartilhar é a ordem vigente entreos usuários da internet

16 PreparativosConfira as ações da Campanha Rio +Você pelo Brasil que vão

acontecer no Dia da Terra, em 22 de abril, como parte dos

preparativos da Rio+20

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Page 5: Revista Viração - Edição 83 - Abril/2012

A Vira pela igualdade. Diga lá. Todas e todos Mudança, Atitude e Ousadia jovem.

Diga láE-mail

Olá! Meu nome é Júnior e omotivo do meu e-mail é elogiar a

belissíma revista de vocês. Adorei amatéria da seção De olho no ECA que li

na revista de janeiro de 2012, por meio daBiblioteca Municipal João Sarmento Furtado,de Nazarezinho (PB). Espero que a referida

biblioteca continue sendo contempladapara que muitos da nossa cidade

continuem lendo a Viração.Muito obrigado!

Júnior Ribeiro

Via Twitter

@uiliandalpiaz

Revista @viracao contribuindono debate e construção e

difusão da Rio+20. Juventudepresente e sonhando outro

mundo possível!

Fale com a gente!

Obrigado pelos elogiosà revista! A Biblioteca e o

Centro Cultural das suas cidadesrecebiam a revista pelo Edital

Periódicos do Ministério da Cultura,pelo qual não somos mais

contemplados. Mas é possível fazer aassinatura anual da Viração. Entre

em contato pelo [email protected]

E-mail

Quero parabenizar pelos conteúdosda revista e falar da minha relação com ela.

Comecei a trabalhar a revista com a juventudedo teatro do Centro Cultural e fiz um trabalho dafaculdade com ela, e houve uma aceitação muito

boa de todos. A Viração está sendo um mecanismode estudos e participação social entre nós, jovens,

que almejamos uma sociedade mais justa e humana. Parabéns!

Danilo Borges dos Santos,Centro Cultural Rio Branco

Paratinga (BA)

A Rio+20 será umimportante momento para a

juventude e sociedade de umaforma geral! Não podíamos ficarfora dessa! Acompanhem na Virae na Agência Jovem de Notícias

informações sobre diversas açõespreparatórias para o evento,

sobretudo a campanhaRio+Você

(www.riomaisvoce.org)

Mande seus comentários sobre a Vira, dizendo o queachou de nossas reportagens e seções. Suassugestões são bem-vindas! Escreva para Rua Augusta,1239 - Conj. 11 - Consolação - 01305-100 - São Paulo(SP) ou para o e-mail: [email protected] -Aguardamos sua colaboração!

Parceiros de Conteúdo

Para garantir a igualdadeentre os gêneros na linguagem daVira, onde se lê “o jovem” ou “osjovens”, leia-se também “ajovem” ou “as jovens”, assimcomo outros substantivos comvariação de masculino e feminino.

Agora você pode acessar,de graça, as edições anterioresda revista na internet:www.issuu.com/viracao

Acabamos nos esquecendo dedar o crédito da imagem que foi capa da últimaedição (nº 82, de março de 2012). Quem fez a fotofoi Filipe Borges Campos, do Virajovem Vitória (ES),um dos participantes da cobertura jovem do FórumSocial Temático, que aconteceu em janeiro, emPorto Alegre (RS). Pedimos desculpas pelo erro!

Ponto G

Siga a Vira noTwitter: @viracao.E também confiraa página e operfil da ViraçãoEducomunicaçãono Facebok.

Ops! Erramos!Perdeu algumaedição da Vira?Não esquenta!

diga_la_83:Layout 1 2/4/2012 12:34 Page 5

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Manda Vê

*Integrantes de Conselhos Jovens da Vira presentes em 22 Estados do Paíse no Distrito Federal [email protected], [email protected] e [email protected])06 Revista Viração • Ano 10 • Edição 83

Estamos beminformados?

Cauê Almeida Galvão,21 anos, Natal (RN)

“Estamos mais informados, mas dependepor qual fonte de informação. Setenta porcento dos brasileiros ainda usam televisão

como o seu meio de informação. E infelizmenteesse é um meio monopolizador de ideias e de

mentes e não abre espaço para osmovimentos sociais, como nós aqui, osuniversitários que lutamos pelos direitos

coletivos. Porque toda informação éinválida se você não sabe ter o

senso crítico sobre ela.”

Larissa Moura,18 anos, Natal (RN)

“Acredito estamos sim maisinformados, só que ao contrário de

quando se tinha mais tempo para leruma notícia, acabamos não nos

aprofundando mais nos assuntosporque hoje em dia é tudo muito

rápido. A gente está maisinformado, mas não estamos

mais embasados nosassuntos.”

Alessandro Muniz, Yasmim Kyssyanne e Daísa Alves, do Virajovem Natal (RN); Cláudia Ferraz,

do Virajovem São Gabriel da Cachoeira (AM); e Vinícius Gallon, do Virajovem Curitiba (PR)*

É inegável a quantidade de informações compartilhadas atualmente na internet. O que no início da informáticacomeçou com bits hoje são terabytes. Alguns precisam até de HDs externos para armazenar tanto. E o Google informaem seu serviço de e-mail, o gmail, que a capacidade de armazenamento de nossas contas está aumentando.

Existem até serviços de HD virtual, como o DropBox e o SkyDrive.Estamos na chamada Era da Informação, a Sociedade do Conhecimento. Nunca a humanidade produziu tanto

conhecimento e de forma tão rápida. Mas que tipo de informação é essa? Ela se torna conhecimento ou são apenasdados? É de qualidade ou é somente quantidade? Conseguimos fazer algo com ela ou apenas a acumulamos? Apergunta que não quer calar é:

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Page 7: Revista Viração - Edição 83 - Abril/2012

Fabiane Moreira daSilva, 18 anos, São José dos

Pinhais (PR)

“Informação não falta, o quefalta hoje é informação dequalidade e que tenha umpropósito maior, que traga

a reflexão para nossasvidas.”

Kassandra Lopes,19 anos, Natal (RN)

“Eu acho que estamos maisconfusos. Recebemos informação

demais, mas não temos tempo paraprocessar essa informação. Não

sei diferenciar confusão deinformação de umainformação plena.”

Elder Marinho, 20anos, São Gabriel da

Cachoeira (AM)

“Eu acho que não, porque dependemuito do interesse da pessoa que estáconectada na internet. Se ela acessaassuntos que venham a valer a apena

na sua vida, é uma coisa, já ossites de bate-papo muitasvezes não levam a lugar

nenhum.”

GuilhermeNascimento, 20 anos ,

Toledo (PR)

“Desde o advento dos computadores, ainternet e o boom das redes sociais, houve

uma grande mudança na comunicação.Uma delas é a aproximação ainda maiorentre pessoas que estão distantes, em

outras cidades, estados e países.Logo, entendo que há mais

informações.”

O Stop Online Piracy Act, ou Lei de Combate àPirataria Online (SOPA) é um projeto de lei,ainda em tramitação, proposto pela Câmarados Representantes dos Estados Unidos, que

visa proteger os direitos autorais dos conteúdosda web com o combate à pirataria e a propriedade

online protegida. Parece legítimo, já que pirataria é crime.No entanto, se aprovado, o SOPA permitirá, por exemplo,que o governo controle a lista de links acessados pelosusuários, bloqueie sites, proíba o download gratuito delivros, músicas e filmes, e criminaliza qualquer empresa ouusuário comum que infringir a lei. Uma lei semelhante noBrasil está em tramitação, conhecida como Lei Azeredo,proposta pelo deputado Eduardo Azeredo (PSDB-MG).

Não é de hoje

Eliane de SouzaFerreira, 24 anos, São Gabriel

da Cachoeira (AM)

“Acredito que não, apesar de a internetser uma ferramenta importante para

obtermos diversos tipos de informações.Mas, se desejamos informações para

adquirir conhecimento, devemos procuraroutras fontes como jornais e livros, pois

a quantidade de conteúdosproduzidos e compartilhados na

internet não são tãoconfiáveis.”

Se na Idade Média o problema era a falta deconhecimento, com a invenção da imprensapor Gutenberg no século 16, o problemapassou a ser o excesso de publicações. Isso

porque, naquela época, estima-se que havia 13milhões de livros em circulação, para uma

população de 100 milhões de europeus. Depois, até1750, com a imprensa funcionando a todo vapor, essaestimativa passa para 130 milhões de livros. Hoje,podemos medir toda informação disponível em bytes,

mais precisamente em exabytes (são dezoito zeros, umquintilhão ou um bilhão de gigabytes). Em 2010, todainformação gerada no planeta foi duas vezes maior que acapacidade de armazenamento disponível.

FazParte

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Page 8: Revista Viração - Edição 83 - Abril/2012

IvoSousa

08 Revista Viração • Ano 10 • Edição 83

de olho no eCaTrabalho infantil: escola ajuda a combater

quando falamos em trabalho infantil, há um aspecto que sempre vai

existir independente das inúmeras questões, opiniões ou posições

sobre o tema: ele é aceito culturalmente. Isso significa que as

pessoas acreditam que trabalhar faz bem para crianças e

adolescentes. Acreditam que, ao trabalhar, a criança aprende a ter

responsabilidade, a cumprir horários ou a ser mais organizada. Muitas

pessoas trabalharam quando crianças e afirmam que isso foi bom pra

elas, sem se dar conta do que perderam de melhor.

É comum que as pessoas não aceitem que crianças trabalhem em

locais onde o risco é mais claro, como em pedreiras ou lixões, mas é

bem visto o trabalho em supermercados, como empacotadores, em

pequenas oficinas ou salões de beleza, por exemplo.

Isso acontece porque as pessoas não percebem que estas

situações também violam direitos. A criança que trabalha aproveita

menos a escola, pois não tem tanto tempo para estudar, não pode

participar da vida comunitária ou de projetos culturais, esportivos ou sociais.

Nestes projetos ela também aprenderia a ter responsabilidade ou ser

organizada, mas em atividades que a preparariam muito mais para uma vida

ou uma profissão melhores. Afinal, que profissão aprende quem empacota no

mercado ou varre no salão da cabeleireira?

Quando falamos em combater o trabalho infantil, falamos em mudar

uma cultura. E a escola tem um papel essencial neste processo, pois,

quando tem qualidade, ela garante a formação de um ser humano mais

reflexivo, com posições definidas e uma cultura sólida.

O papel da escola é fundamental porque ela está formando crianças e

adolescentes que, se compreenderem os reais prejuízos do trabalho infantil,

ajudarão a combatê-lo, desde já e no futuro.

Os professores, de qualquer disciplina ou nível de ensino, devem levar o

tema para a escola. Tanto em aulas expositivas, como em trabalhos em grupos,

pesquisas, levantamentos ou discussões após apresentar um filme aos alunos,

por exemplo. Além disso, o professor deve estar atento aos seus alunos,

denunciando situações de trabalho infantil ao conselho tutelar, e ajudando a

acompanhar se alguém tem faltado à aula porque tem que trabalhar.

Com ações como esta, a educação estará contribuindo muito para que,

com o tempo, cada vez menos o trabalho infantil seja aceito e crianças e

adolescentes sejam prejudicados.

Propercio Rezende e equipe do Portal Pró-Menino*

V

*O Portal Pró-Menino, parceiro da Vira, é uma iniciativa da Fundação Telefônica em conjunto com o Centro de Empreendedorismo Social e Administração em Terceiro Setor (CEATS/FIA).

O que O prOfessOr pOde fazer:

- Trazer a temática do trabalho infantil para a escola;

- Denunciar casos de trabalho infantil ao conselho tutelar;

- Acompanhar alunos que estão faltando, ou que nãoretornaram às aulas, para que não sejam vítimas do

trabalho infantil.

O que O alunO pOde fazer:

- Pesquisar sobre o tema e sugerir aos seus professoresque tratem destas questões em sala de aula ou naescola;

- Participar ou promover ações contra o trabalhoinfantil na escola, na cidade ou pela internet;

- Denunciar os casos de trabalho infantil que conhece.

Lent

ini

eca_83:Layout 1 30/3/2012 14:48 Page 16

Page 9: Revista Viração - Edição 83 - Abril/2012

Mídias Livres

Revista Viração • Ano 10 • Edição 83 09

Gutierrez de Jesus Silva, da Redação

Entenda a diferença entre plataformas disponíveis na web para a criação de blogs

V

Otermo “weblog” foi criado em 1997 por Jorn Barger e dois anos depois,Peter Merholz separou as palavras em uma brincadeira, formando “weblog”, que significa “nós blogamos”. Antes dos anos 2000, o blog era

usado propriamente como um diário online e na última década o seu uso efinalidades tornaram-se mais amplas.

Os blogs sofreram atualizações e passaram a ter links para cada post, podendoser referenciados, o que tornou possível uma maior divulgação das postagens.Ainda posteriormente, hakers implementaram o sistema de comentários que aindanão existia naquela época. Estima-se que no ano de 1999 havia por volta de 50blogs e apenas um ano depois, em 2000, haviam milhares de blogs já criados. Empouco menos de três anos a estimativa saltou para quatro milhões de blogs.

A grande diferença entre um blog e um site comum é que os blogs utilizam oContent Management Systems (CMS), que pode ser traduzido para o portuguêscomo Sistema de Gerenciamento de Conteúdo. Essa ferramenta, mais utilizada paraa criação de blogs pela plataforma WordPress, por ser fácil de ser utilizado e naversão paga conta com diversas funcionalidades que facilitam ainda mais a vida daspessoas que querem publicar o seu conteúdo na internet, mas não querem mexercom programação para ter a possibilidade de publicar o seu conteúdo.

Hoje em dia muitos portais grandes utilizam o WordPress para postar os seusconteúdos na internet, possibilitando uma maior interatividade com o seu público eos blogueiros não têm grandes dificuldades de postar os conteúdos quase emtempo real. Sem a ferramenta CMS, a possibilidade de termos notícias em temporeal na internet seria impossível.

A plataforma WordPress é uma ferramenta que pode ser utilizada de diversasformas, como um blog pessoal, um blog ou site de imagens, vídeos, fotos e textosem ter dor de cabeça para publicar o conteúdo, e também de tê-lo comogerenciador de sites, facilitando o uso..

Com o Wordpress, o usuário não tem dor de cabeça quando decide comprar umdomínio na web e hospedar o seu site. Depois disso, é possível ter acesso aosplugins, ferramentas que podem ajudar na implementação de diversasfuncionalidades restritas na versão gratuita. A grande diferença do WordPress paraoutras plataformas de blogs é que suas funcionalidades são de site, além de contarcom uma vasta quantidade de pessoas desenvolvendo ferramentas e traduzindo-opara diversas línguas.

POSSIBILIDADES DABLOGOSFERA

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Page 10: Revista Viração - Edição 83 - Abril/2012

10 Revista Viração • Ano 10 • Edição 83

Bruno Ferreira, da Redação

Entusiasmo, simpatia, vontade de compartilhar e aprender…Em menos de uma semana, a equipe da Viração já pôdeperceber essas e outras qualidades da jornalista e

educadora italiana Carla Renieri, que passa uma temporada emSão Paulo para acompanhar e conhecer as atividades daorganização. Pela primeira vez no Brasil, o calor típico do climatropical brasileiro não parece desanimar a visitante,interessada em vivenciar plenamente a estadia no País.

Na Itália, Carla trabalha com crianças com deficiênciasfísicas e psicológicas. Faz intervenções educativas utilizandocomunicação alternativa aumentativa como metodologia, queauxilia pessoas com deficiência a se apropriarem dalinguagem, amenizando as dificuldades com a fala ou escrita.Formada em Jornalismo, Carla sempre teve interesse porEducação. Então, cursou uma segundafaculdade para tornar-seeducadora.

Durante um curso sobredireitos de crianças eadolescentes na Itália, tevecontato com Paulo Lima,diretor executivo da Viração

que vive no País europeu, pormeio do qual conheceu oprojeto. “Apesar da realidadebrasileira, percebe-se que épossível fazer coisas incríveis.Me aninei muito em fazer umapesquisa sobre coisas quefuncionam”, disse. Nascia avontade de conhecer um projetodiferente do outro lado do Oceano Atlântico. “O que meinteressava era sair da Itália para sentir a diferença na pele dadiversidade. Precisava viver a diferença de um País diferente”,completa a visitante.

Pela primeira vez no Brasil, educadora

italiana Carla Renieri faz imersão na Vira

Ela conta que na Itália há a predominância dopessimismo, que faz com que certas situações nãomudem. Ela destaca a importância de sonhar e deestimular o sonho entre os mais jovens. “Na Itália falta osonho. É como se não alimentassem a vontade de sonhar.É a fantasia e a criatividade que fazem as coisas seremdiferentes.”

A educomunicadora italiana conta que quando tinha22 anos despertou para a necessidade de ter uma posturamais ativa. Ela compara a sua transformação a um braçoantes imóvel, que necessitou de fisioterapia pra semovimentar e desempenhar suas funções.

Carla entende pouco o português, assim como a equipeda Viração pouco entende o italiano, mas a ideologia e o

amor pela educação parecem dissolver asbarreiras existentes devido à diferença entre aslínguas. A estadia de Carla em São Paulo será dedois meses. Periodicamente, ela publica em suapágina na rede social Phyrtual um diário debordo, em italiano, sobre sua imersão na Vira.Para quem entende o idioma do povo maisromântico do mundo, vale a pena conferir:http://www.phyrtual.org/en/project/a-capo

Sentir adiferença napele

V

Carla participa de atividades

em Oficina na Vira

Equipe e jovens da Viração com a voluntária italiana

Man

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viracao_world_83:Layout 1 2/4/2012 13:05 Page 10

Page 11: Revista Viração - Edição 83 - Abril/2012

Revista Viração • Ano 10 • Edição 83 11

V

Como se faz

Veículo de visibilidade, o Jornal Mural pode seralternativa para uma escola melhor

Jornal MuralPasso a passo

1. Defina uma equipe: recrute amigos quepossam colaborar com ideias e conteúdo.Procure chamar pessoas que curtamescrever, desenhar, fotografar, recortar ecolar. Essa diversidade é fundamental paraque o jornal mural seja rico em conteúdo evisualmente bonito. 2. Pensar nos objetivos: pense em conjuntosobre a utilidade do seu jornal mural. Paraquê ele serve? A quem se destina? Sobre oque vai tratar?3. Pensar no formato: pode-se fazer jornalmural de vários materiais, como cortiçamadeira, papel, tela de galinheiro. Pode aindater diversas cores e tamanhos.4. Processo de Produção: como em qualquerveículo, o jornal mural segue alguns passoscomo reunião de pauta, apuração, redação,elaboração de layout (organização dosconteúdos no espaço do jornal mural),edição, revisão, fechamento e divulgação.5. Fechamento: em conjunto, escolhampessoas no grupo responsáveis pela revisãoe edição dos conteúdos, e fixe-os no muralapenas depois que tudo tiver sido corrigido.6. Lembre-se da acessibilidade: o jornal deveficar numa altura que todos possam ler,inclusive os cadeirantes. As letras dos textosdevem ser maiores que a de um veículoimpresso, para garantir que todos leiam deuma distância razoável. 7. Apelos visuais: é importante lembrar que ojornal mural precisa chamar a atenção daspessoas que passam por ele diariamente.Isso significa que você deve ser criativo, usare abusar de desenhos, imagens e colagens.

Juliana Araújo, Jumara Araújo, Roseline Silva e Verônica Muniz,

do Virajovem Salvador (BA)*, com a colaboração da Redação e

do Guia de Educomunicação da Viração

Instrumento de comunicação rápida e imediata, o jornal

mural atende a um grande número de pessoas por ser um

veículo exposto em locais estratégicos. Eficiente em

escolas, informa de modo rápido e prático sobre agendas

culturais, datas comemorativas, vagas de estágio e emprego

etc. O seu diferencial está na visibilidade que dá às

informações, que ficam expostas num mural, em locais de

grande circulação, justamente para que muitos possam ter

acesso ao seu conteúdo.

Nas escolas, o jornal mural é feito para chamar a atenção

de estudantes e professores sobre o que se passa no ambiente

escolar. Pode ser utilizado por educadores como forma de

estimular a leitura e a produção de texto. Sem contar que

também incentiva o debate sobre diversos assuntos, quando

permite a participação de todos.

Participação

Um dos desafios de qualquer veículo de comunicação, e

não apenas do jornal mural, é promover a participação de seus

leitores, de forma que eles também possam produzir notícias.

Nesse sentido, uma simples caixa ao lado do jornal convidando

à participação pode atrair a atenção do leitor e incentivá-lo a

também colaborar com opiniões, poesias, ilustrações e

informações de utilidade pública.

*Um dos Conselhos Jovens da Vira presentes em 22 Estados e noDistrito Federal ([email protected])

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Luciano Frontelle, do Virajovem Boituva (SP); Julia Dávila, Ingrid Evangelista,

Gutierrez de Jesus Silva e Bruno Ferreira, da Redação

Galera

Acontece a primeira Conferência das Nações Unidassobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (UNCED),conhecida como ECO 92

1992

12 Revista Viração • Ano 10 • Edição 83

Dez anos após a ECO 92, acontece uma conferênciade acompanhamento em Johanesburgo para renovaro compromisso com o desenvolvimento sustentável

2002

“ARio+20 está chegando e, enquanto isso, vários grupos em todo o Brasil se preparam para osdebates que acontecerão em junho na cidade maravilhosa. Na Viração, as coisas não sãodiferentes. No último dia 13 de março, jovens de São Paulo puderam participar de uma

formação para entender e discutir o que é sustentabilidade e a importância da Rio+20 para a juventude. OEncontro foi promovido pelo ChangeMob e UNICEF de Nova York com o apoio da Campanha Rio +Você eViração Educomunicação.

A formação foi facilitada por Carolina Howe, de 26 anos, representante do UNICEF em Nova YorkDesde muito cedo, ela desenvolve ações sobre proteção ambiental em sua pequena cidade natal, nos Estados

Unidos, que tem apenas seis mil habitantes. Ela trabalha com questões ambientais voltadas para crianças ejovens no UNICEF e, em sua comunidade na metrópole estadunidense, trabalha com organizações que lidam com

jardins urbanos e compostagem.“É muito interessante compartilhar as ideias de como podemos multiplicar para mais pessoas, jovens, crianças,

comunidade, para entender o que é sustentabilidade e Rio+20. Temos experimentado a oportunidade de compartilharisso com os jovens e organizações brasileiras”, afirma Carolina.

Treinamento semelhante ao que foi realizado na Vira presencialmente também éoferecido por Carol no ambiente virtual para países como Madagascar, África do Sul,Moçambique, Inglaterra e outros da Europa. Confira a seguir o bate-papo que fizemoscom ela ao término da formação.

Qual o seu envolvimento com as questões ambientais? Desde quando você se

envolve com a questão?

Carol Howe, representante do UNICEF de Nova York, facilita

oficina sobre sustentabilida na Vira e conversa com a galera

Repórter Em climade esquenta

Linha do Tempo

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A Assembleia Geral da ONU adotou uma Resoluçãoconcordando em realizar a Conferência das Nações Unidassobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) em 2012

2009 2012

Revista Viração • Ano 10 • Edição 83 13

Creio que estou participando das questões ambientais durante toda aminha vida. Venho de uma cidade muito pequena nos Estados Unidos,onde vivem seis mil pessoas em meio a dez mil vacas, muitos pastos,muitas árvores. Há muito desenvolvimento na minha comunidade. Naminha vida, passei por muitos experimentos sobre como posso caminhare proteger o meio ambiente e não estou segura exatamente de comoserá, mas creio que haverá muitas oportunidades de desenvolvimento.Estarei no dia a dia, durante toda minha vida, experimentando.

O que você faz no UNICEF e qual a sua história lá?

Trabalho no UNICEF há alguns meses envolvendo jovens e crianças naparticipação em coisas relacionadas ao meio ambiente. Estou aqui porquecreio que a Viração é uma organização que trabalha com muitos jovensque podem ensinar muitos outros jovens e, ao mesmo tempo, creio que éum tempo para o UNICEF desenvolver planos de participação. Em minhaopinião, estamos caminhando porque o UNICEF tem participação real nacomunidade de muitos países, mas antes de participar, necessitamos derespeito e creio que agora estamos nos planejando para dar aos jovens tecnologias e assistência para participar.

Além do UNICEF, você está envolvida com outras questões,

causas e organizações?

Sim, muitas. Adoro trabalhar com a minha comunidade emNova York, nas organizações de jardins urbanos e nasorganizações que trabalham com compostagem em Nova Yorke também nas organizações que produzem sua própria comidana comunidade. E muitas outras coisas: pintar telhados debranco para diminuir o calor, trabalhar com jovens de outrospaíses... Também estou pensando em alguns projetos de sitesna internet que possam ajudar os jovens. Há muitas outrascoisas que faço ao mesmo tempo.

Você falou sobre comportamento do jovem brasileiro envolvido com

as questões ambientais. Como é esse comportamento dos jovens dos

Estados Unidos?

Creio que no Brasil é muito mais fácil a ideia de mudar a comunidade.Isso nos Estados Unidos tem menos foco. Visitei um projeto do UNICEFnas favelas do Rio sobre redução dos riscos de desastres e vi que osjovens ali não tinham treinamento formal sobre a questão. O Brasil temum meio ambiente tão bonito e todas as pessoas sabem que há algo queprecisa proteger. Mesmo no centro da cidade há meio ambiente também,creio que no centro de Nova York há jovens que nunca viram um pássaro,e isso é muito diferente.

Qual a importância de um evento como a Rio+20 para

a juventude?

As questões da Rio+20 são muito importantes para toda ajuventude, porque é a nossa vida, nosso futuro que vãodecidir, mas não vão mudar as coisas em uma conferência noRio. Na verdade, vamos começar uma conversa e os jovensprecisam fazer parte disso. A Rio+20 é uma oportunidadepara refletir sobre o que aconteceu e o que não aconteceu ede entender porque acontecem os problemas e como a nossageração pode mudar, fazendo coisas diferentes e obtendomais sucesso. V

A Rio+20 acontece de 20 a 22 de junho com três objetivos: renovar ocompromisso com o desenvolvimento sustentável, avaliar as lacunasno cumprimento dos compromissos e abordar novos desafios

“Vamos começar uma conversa e os jovens

precisam fazer parte disso. A Rio+20 é uma

oportunidade para refletir sobre o que

aconteceu e o que não aconteceu e de entender

porque acontecem os problemas e como a

nossa geração pode obter mais sucesso.”

Carol Howe

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IMAGENS QUE VIRAM

14 Revista Viração • Ano 10 • Edição 83

Atribulados com tantos afazeres urbanos, muitas vezesdeixamos de valorizar o pouco verde que resta nas cidades.Vivemos em um grande ecossistema, no qual todos estão

conectados e interligados, cada qual com sua importância e função. Aprocura constante por viver em equilíbrio e harmonia com a natureza éum dos maiores desafios da humanidade. Em sua perfeição, a naturezarevela-se esplêndida e bela dos mais simples aos mais complexos seresque a compõem, tornando a vida harmoniosa e inteligente!

O pouco que restou de Mata Atlântica na cidade histórica elitorânea de São Mateus (ES), há 222 quilômetros de Vitória, pode serencontrado na Agro Floresta do Projeto Araçá, onde são cultivadasvárias árvores características desse tipo de vegetação.

Do Virajovem São Mateus (ES)*

Texto: Jéssica Delcarro | Poema: Genílton dos Santos | Imagens: Heriklis

Douglas, Jéssica Delcarro, José Vandemacio, Maria Araújo e Raphael Verly

Natureza Viva

V

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Uniao pela natureza

Unidos fazemos grandes coisasEm nome da naturezaQue encanta as pessoasE espalha beleza

Ela deve ser cuidadaDe modo bem dedicadoCom uma plena atençãoAssim teremos um mundo conservado

Todo ser vivo tem um valorBasta desabrocharComo uma florzinha que nasceE sabe nos encantar

A natureza tem uma vidaQue depende do ser humano,Por isso, nunca a destruaPois seria um dos atos mais desumanos.

i

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16 Revista Viração • Ano 10 • Edição 83

Sem sombra de dúvidas este é um ano histórico paraas questões ambientais. Enquanto uns se preocupamcom o calendário Maia e o fim do mundo, um monte

de pessoas, organizações e governos se preparam paratentar pactuar em junho, no Rio de Janeiro, uma série deencaminhamentos com a intenção de tentar reverter,entre outras coisas, o quadro de devastação e exploraçãodesenfreada dos recursos naturais.

Todo esse contexto torna o Dia da Terra de 2012,que é celebrado em 22 de abril, uma das datas maisestratégicas no ano para atrair a atenção de ainda maispessoas para as questões ambientais. O dia é estratégicotambém porque é celebrado dois meses antes daConferência das Nações Unidas sobre o DesenvolvimentoSustentável, conhecida também como Rio+20.

Há uma grande expectativa que o evento seja odivisor de águas que definirá o futuro dorelacionamento da sociedade com o planeta e o Dia daTerra acontece em um cenário que faz lembrar o seusurgimento em 1970. Na época, havia a grandepolarização entre a disseminação do capitalismo versusa do comunismo.

Um contraponto a esse momento histórico, umamanifestação que reuniu 20 milhões de pessoas no dia 22de abril daquele ano e que ocupou parques, ruas e outroslugares por todo o país dos Estados Unidos, foram a ondahippie e o movimento contra a guerra do Vietnã.

Luciano Frontelle, do

Virajovem Boituva (SP)* As reivindicaçõesnão eram apenaspela paz, mastambém para quehouvesse umambiente saudável para viver, até porque naqueletempo já era possível notar a imensa frota de veículosque lançavam todos os dias altas doses de fumaçaescura e fábricas que poluíam sem qualquer pudor outemor de serem punidas.

Outro fator que também auxiliou no surgimentodesse movimento, foi a publicação do best-seller SilentSpring, em 1962, escrito pelo jornalista do New YorkTimes Rachel Carson, que chegou a 500 mil pessoas emtodo mundo e trouxe à tona, pela primeira vez,questionamentos sobre os efeitos da sociedade tal qualcaminhava sobre organismos vivos, o meio ambiente e asaúde humana.

Comparando com os tempos atuais, identificamostambém duas vias muito fortes e opostas depensamento, os que acreditam que o desenvolvimentoestá diretamente ligado ao crescimento econômico ealguns fatores sociais; e outra que acredita que odesenvolvimento tem que ser sustentável, ou seja,tratar o meio ambiente como um dos fatoresprimordiais e transversais a serem considerados na horade implementar qualquer tipo de política.

O Dia da Terra também vem para ajudar as pessoasa cobrarem de seus governos que, dessa vez, cumpramo que definirem como agenda para as próximas

Em 22 de abril, Dia da Terra, pessoas, movimentos e organizações aproveitam

a data para demonstrar que uma outra relação com o planeta é possível

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Revista Viração • Ano 10 • Edição 83 17

V

fechamento de atalhos, abertura de drenos e interagircom as pessoas que estiverem no percurso no dia,fazendo uma campanha de conscientização para o usosustentável das trilhas do parque.

Falando em juventude, o movimento Rio+Você, quejá foi citado em uma reportagem publicada na Vira daedição nº 82, de fevereiro de 2012, tem desde seunascimento o convite aberto a todos que quiseremparticipar da corrente de ações que serão realizadaspelo mundo todo durante o dia 22 de abril.

Em São Paulo, o movimento conjunto entre Viração

Educomunicação, Programa Cidades Sustentáveis eGrupo de Trabalho de Juventude da Rede Nossa SãoPaulo pretende reunir nesse dia cerca de 200 jovens queatuam em projetos ambientais nas comunidades dacapital. O evento acontece no Parque da Juventude, das11h às 17h, onde serão organizadas oficinas de stencil,jornal mural e troca de experiências sobre os projetosde atuação ambiental.

décadas, que as palavras nos documentos que serãoaprovados durante a Rio+20 se transformem em ações.

E uma das maneiras que a sociedade civil encontroupara demonstrar isso é se reunir ao redor do mundotodo, no Dia da Terra, para realizar desde pequenasações locais até grandes mobilizações mundiais, todasligadas a uma mesma rede.

Mobilizações em redeSe em 1970 cerca de 20 milhões de pessoas

entraram para história manifestando sua vontade, em2012 a Earth Day Network (Rede do Dia da Terra, emportuguês) pretende reunir um bilhão de pessoasparticipando de atividades no mundo todo. A rede nascecom o propósito de promover campanhas educativas ede consumo consciente e políticas públicas.

Hoje a rede conta com mais de 25 mil parceiros eorganizações em 192 países. Em 2011 a Earth DayNetwork fechou uma parceria com o Facebook paraincentivar a campanha global Um Bilhão de AtosVerdes. Por meio de um aplicativo na rede social, ainiciativa encoraja os indivíduos e organizações arealizarem atos de defesa e de serviço ambiental ecompartilhá-los com o mundo.

Ao acessar a rede, tanto pelo Facebook quanto pelosite (http://act.earthday.org), além de poder criar o seupróprio ato “verde”, é possível encontrar uma lista comalguns exemplos de como diminuir o uso deagrotóxicos, usar o transporte público ao menos umavez por dia e reduzir o uso de lâmpadas incandescentes.No site, é possível encontrar uma ação organizada porbrasileiros que vai acontecer no Estado da Bahia.Segundo os proponentes da Organização CantoEcológico a proposta é a de ter um simples, masdivertido Dia da Terra. “Nós vamos passar o dialimpando o lixo marinho e colocando mais lixeirasna praia, para que outros possam ajudar a mantê-la limpa”, informa a organização na página doevento.

Além das ações da Rede do Dia da Terra,várias organizações e movimentos que jáatuam com a pauta ambiental no dia a diatambém irão realizar eventos no dia 22 deabril. No Rio de janeiro, o InstitutoSocioambiental Óikos, que representao movimento ambientalistadentro do ConselhoEstadual de Juventude(COJUERJ), irá fazer umdia de limpeza ereparo nas trilhas daFloresta da Tijuca,

Para saber mais sobre como se envolver com a Rio+Você,basta acessar o site HTTP://riomasvos.org/?lang=pt

*Um dos Conselhos Jovens da Virapresentes em 22 Estados do País eno Distrito Federal ([email protected])

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18 Revista Viração • Ano 10 • Edição 83

Cultura Digital e a nova lógica de pensar o conhecimento, a criatividade e a vida

Capa

Compartilhar e preciso!

Conectado... Por meio de um cabo ou wi-fi, em casa, narua, em uma lan-house ou telecentro, em umcomputador convencional, notebook, celular, netbook

ou tablet, pesquisando, se informando, se divertindo,publicando, reivindicando, compartilhando, conversando,conhecendo, transformando, navegando... Posta umamensagem no mural da rede social, envia um SMS avisandoque você está preso no trânsito, mas “tá” chegando, liga omp3, 4, 5 player e curte uma música de um artista oubanda que você conheceu em um blog ou nos vídeosrelacionados do YouTube, abre o livro que comprou noportal de sebos online...

A chamada internet 2.0 está cada vez mais interativa,participativa e colaborativa! As novas tecnologias dacomunicação e da informação (NTICs), os equipamentosportáteis, multifuncionais, com preços cada vez maisacessíveis, estão conectados onde quer que estejam àsredes invisíveis de internet sem fio. Sem falar da internet acabo, banda larga, que está muito mais rápida do que háuma década e com muito chão ainda para se tornar maisveloz (nos países mais ricos é dez a 20 vezes mais rápidaque no Brasil – veja a reportagem de capa da edição 72 daViração sobre Banda Larga). Tudo isso faz parte da culturadigital que, em geral, está transformando nossa forma dever, comunicar, sentir, ser e estar no mundo.

Ampliando as formas de viver e fazerRayanne Azevedo, de 23 anos, está concluindo o curso

de comunicação social na Universidade Federal do RioGrande do Norte, e é um exemplo da importância que ainternet pode ter na vida das pessoas, pois a redepossibilita oportunidades antes impensáveis. Em um fórumna internet, conheceu uma família alemã com a qualconversou bastante via Skype até se sentir segura parafazer um intercâmbio, sem intermediação de agências. Pormeio de amigos e pelas redes sociais ficou sabendo ecompreendeu melhor o que era o #ForaMicarla, um entretantos movimentos e manifestações populares que,mobilizados pela internet, abalaram as estruturas do poderno Brasil e no mundo.

Decidiu então escrever um livro-reportagem sobre o#FM e, pelo Facebook e Twitter, encontrou muitos dosparticipantes, tanto manifestantes quanto “autoridades”,para entrevistar e retratar em seu trabalho. Na redemundial de computadores existem milhares defotografias, vídeos e materiais sobre o movimento, oque contribuiu para sua pesquisa, sem contar que o#FM, na época, transmitia tudo o queacontecia durante a ocupação da Câmarade Vereadores de Natal na TwitterCam.

A vida afetiva também passa pelo mundodigital. A virtualidade, ferramentas e espaços

Alessandro Muniz, Carolina Cunha, Daísa Alves e Yasmim Kyssyanne,

do Virajovem de Nata (RN)*

,

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Revista Viração • Ano 10 • Edição 83 19

Filip

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Compartilhar! Outra lógica de pensar “A felicidade só é real quando compartilhada”, afirma

Christopher McCandless, jovem americano que, em 1990,largou tudo para sair em uma aventura de si mesmo e domundo e teve sua história narrada no filme Na NaturezaSelvagem (2007), de Sean Penn.

A conclusão de Chris, em seus últimos dias de vida, trazreflexões sobre a vida em sociedade que podem ser aplicadas àcultura digital. Compartilhar é a palavra de ordem, é a lógicamotriz, é o habitual, o essencial na internet. Blogs compartilhamtextos pessoais, literários, artísticos, ideias, pensamentos. Sitesde armazenagem e compartilhamento permitem compartilhartudo, arquivos em geral (Megaupload, 4shared, Rapidshare eoutros), vídeos (Youtube, Vimeo e outros), fotos (Flickr, Picasa eoutros), músicas (MySpace, GrooveShark e outros), informaçõese conhecimento (Wikipédia, bibliotecas digitais e sites depesquisa.), notícias alternativas (Centro de Mídia Independente,

disponíveis, desde bate-papos em sites até chats como oMessenger (MSN) e Gtalk, passando pelas redes sociais, podemtanto afastar como aproximar as pessoas. Tudo depende darelação com elas. O estudante de comunicação social EnildoFernandes da Silva, de 26 anos, é um exemplo disso. Pelainternet conheceu, conversa e mantém contato com mais de300 pessoas de todo o mundo, de todos os continentes, desde aIndonésia até o Egito e Argentina. “Mais de uma vez, algumasdessas pessoas me disseram que eu conhecia certos pontos dopaís delas mais do que elas”, conta Enildo.

Essa troca de experiências, ideias e informações entre aspessoas e as culturas, transpassando as fronteiras dos paísesou entre uma pessoa e outra, permite a ampliação doshorizontes, especialmente culturais, e da tolerância evalorização da diversidade. “A internet aproxima quando vocêbusca na vida real, off-line, manter suas relações sociais, nãose fechando para as outras pessoas”, afirma Rayanne.

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Capa

20 Revista Viração • Ano 10 • Edição 83

Agência Frei Tito para a América Latina - Adital, a própriaAgência Jovem de Notícias, e tudo que puder ser imaginado écompartilhado na internet.)

Também a tecnologia P2P (peer-to-peer, em português“de par-para-par” ou “pessoa para pessoa”) e do Torrentpossibilitam que todos os arquivos dos usuários se tornemfontes para os demais poderem baixá-los, mais uma formade compartilhamento e colaboração. Por essa tecnologia,você ajuda outros a conseguir algo e é ajudado por eles.

Não podemos nos esquecer do modelo wiki, termohavaiano que significa “extremamente rápido”, que significaprodução/organização colaborativa de conteúdos,conectados por hiperlinks e softwares colaborativos,segundo a definição da Wikipédia, a wiki mais famosa etambém a maior enciclopédia que existe. Há diversas outrasferramentas de wiki, como o wikcionário(www.pt.wiktionary.org) e as wikicidades (um exemplo é www.portoalegre.cc).

E não é só isso! Existem muitas outras formas decompartilhamento. Não se trata só de disponibilizarconteúdos gratuitamente às pessoas. É também

colaboração e interatividade em diversos níveis e formatos.Um bom exemplo é o processo de produção de conteúdo daVira, em funcionamento de forma inovadora desde 2003,quando nem se falava de web 2.0. A revista promovemensalmente um chat online com adolescentes e jovensdos conselhos Virajovens de todo o Brasil para escolherqual será o tema da capa, as matérias das diversas seções,o que está bom e o que está ruim.

Outro grande exemplo é o documentário Life in a Day (AVida em um Dia), produzido por Ridley Scott e dirigido porKevin Macdonald em parceria com o site YouTube. No dia24 de julho de 2010 todos os usuários do site foramconvidados a mandar trechos de suas vidas em vídeo,resultando em 4.500 horas de vídeo que foram editados epreparados por Scott e Kevin, resultando no documentáriopublicado no site. Ou seja, pela internet, pessoas dequalquer canto do país ou do planeta podem contribuir comum projeto, uma causa ou uma ideia.

Há também o compartilhamento de saberes, ideias emodos de fazer que as pessoas fazem com o coletivo pormeio de vídeos e textos ensinando como se faz algo, desde

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Revista Viração • Ano 10 • Edição 83 21

Financiamento colaborativo: “Quero fazeralgo, mas não tenho dinheiro. Ajuda-aí!”

A cultura digital, do compartilhamento, possibilita“uma maneira nova, contemporânea, de criação, deprodução, de existência”, afirma a articuladora culturalMaíra Leal. E continua: “Porque eu posso não só quererfazer uma música, um filme [produções culturais maisfrequentes e difundidas na internet], posso quererproduzir um livro infantil, uma série de desenhos, masnão tenho dinheiro para fazer isso.. Com a internet,você simplesmente pode dizer: Eu tenho esse trabalho,mas não tenho grana para produzir – Ajuda aí! Ouentão eu filmei um material, mas não sei fazer aedição, e pela net posso encontrar alguém para editar”.

O modelo Crowdfunding, que significa “financiamentopela multidão” é uma exemplo. Rodrigo Maia, co-fundadordo site Multidão, em entrevista para o programa Sala deNotícias, do Canal Futura, cuja temática foi Cultura Digital:Produção e Distribuição Cultural, explica que “é umsistema no qual se dilui uma quantidade de dinheironecessário para realizar alguma coisa em pequenasparcelas, micro-patrocínios. É uma maneira de diluir oscustos para realizar um projeto por meio de uma multidãode pessoas que se interessam, se identificam”.

Confira a reportagem sobre Crowdfunding na edição74 da Viração, de julho de 2011, disponível emwww.issuu.com/viracao/docs/ed_74.

criatividade, inventividade, diversidade e generosidade asmaiores riquezas da sociedade. Todos ganham, ninguémperde. E essa lógica de compartilhamento não se restringe aoambiente virtual da internet, mas pode ser aplicado a todos ossetores, espaços, ambientes, desde a produção de alimentos aprodutos e serviços. É só lembrar que a lógica é: “todospodem ter acesso a tudo, todos podem contribuir”,remontando ao pensamento do russo Piotr Kropotkin (1842-1921), “de cada um, segundo suas capacidades, para cada um,segundo suas necessidades”.

como tocar qualquer instrumento musical,fabricar um barco, preparar uma bomba defumaça colorida e a como baixar arquivos.

A jornalista, cantora e atriz Laila Coelhopossui um blog chamado Beleza Free(www.belezafree.blogspot.com), no qualcompartilha inúmeras dicas de beleza com osleitores. Nele, ela ensina diversos penteados,maquiagens, formas diferentes de se arrumar,dicas de produtos mais acessíveis e dequalidade, tanto no blog quanto em vídeosno YouTube. Na rede, é possível encontraralguém ensinando a fazer praticamente tudoque se pode imaginar.

Lembra dos seriados e filmesestrangeiros que pouco depois de seremlançados já estavam disponíveis na internet?Ou aquele filme iraniano, chinês, bolivianoque você nunca viu em locadora nem emlugar nenhum em que você pudessecomprar? Ele certamente está disponível naweb e, ainda por cima, legendado emportuguês. É, tem muita gente articulada pormeio da rede e colaborando para quemateriais do tipo sejam disponibilizados ecompreendidos.

Maíra Leal, de 28 anos, mestranda emciências sociais e articuladora cultural,trabalha durante algumas madrugadas comolegendadora de inglês, espanhol e italiano naequipe Insubs, sem ganhar nada por isso. Elaconta que são equipes altamenteorganizadas, compostas de pessoas de todoo Brasil, a maioria entre 17 e 20 anos, comdivisão de funções entre administradores,revisores, legendadores, em que cadamembro fica responsável por alguns minutosde legenda.

A lógica do compartilhamento, em quetodos os que contribuem com o coletivo epelo coletivo, consiste em beneficiar a todos.A informação, o conhecimento e as ideiassão livres e abertas e o acesso à cultura, àarte, à educação, a formas diferentes ecriativas de fazer e viver se chocam com alógica da compra-e-venda dominante nasociedade contemporânea.

Qual a vantagem de restringir o acessoaos bens sociais, a tudo o que é necessário ebom para todos, de modo que só quem podepagar passa a ter direito? Principalmente emse tratando de uma sociedade baseada nadesigualdade social, em que ter propriedadeprivada faz de uns mais do que outros, commais oportunidades e possibilidades.

Compartilhar é garantir a todosoportunidades e possibilidades. É fazer da

V

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Capa

Propriedade privada ou bem público?

“O direito autoral é um instrumento de proteção para oscriadores de obras intelectuais, sejam elas literárias, artísticas oucientíficas”, explica a bacharel em direito Clara Cortêz, de 24anos, cujo tema do Trabalho de Conclusão de Curso foi DireitoAutoral - Creative Commons em face do ordenamento jurídicobrasileiro. Surgiu, segundo ela, “para incentivar a criaçãointelectual, porque, além de defender a autoria e a integridade daobra, tem como função essencial garantir a remuneração doautor pela sua produção”.

“É preciso proteger a criação das pessoas e mais do que isso,garantir a esses criadores que eles possam viver do resultado desua própria criação”, defende Hildebrando Pontes, ex-presidenteexecutivo do Conselho Nacional de Direito Autoral (CNDA), ementrevista ao programa Sala de Notícias, do Canal Futura,

Clara explica que “há também um outro aspecto: existe umafunção social do direito autoral. Ele atende não só aos interessesprivados do autor, mas também ao interesse da coletividade nodesenvolvimento intelectual e cultural dos povos. Por isso, a leiimpôs limitações ao direito do autor. Uma delas é o instituto dodomínio público, que estabelece um prazo ao direito deexploração econômica de uma criação – atualmente, esse prazoconta toda a vida do autor mais 70 anos depois de seufalecimento. A partir daí, passa a ser livre o uso da obra”.

Contudo, esse equilíbrio entre direito do autor e direito social,coletivo, não é estático, nem livre de conflitos. E a cultura digitalacirra esses conflitos, com a ampla disponibilização de tudo,gratuitamente.

“Estamos vivendo hoje uma situação muito peculiar em que alegislação de direito autoral brasileira se divorciou da realidade.Com a mudança tecnológica, é preciso uma nova lei que nãotransforme em ilícito grande parte das atividades que são triviais,que se fazem cotidianamente pela rede”, explica Ronaldo Lemos,diretor do Centro de Tecnologia e Sociedade, da FundaçãoGetúlio Vargas, em entrevista ao citado programa Sala deNotícias, referindo-se à prática do compartilhamento e downloadde arquivos.

Carol Lucena, de 25 anos, estudante de cinema pelaUniversidade de Brasília (UnB), considera que “a maiorrevolução foi na divulgação, que diminuiu os custos epossibilitou que artistas independentes fizessem sucessosozinhos”, porque, se uma determinada obra é difundida nainternet, uma quantidade muito maior de pessoas iráconhecê-la mais do que se fosse preciso comprá-la.

“A grande novidade do tecnobrega [gênero criado noPará] é que ele inventou um novo modelo de produção e dedistribuição. As pessoas se apropriaram do computador paraproduzir música e distribui-la de uma outra forma. E osmúsicos do tecnobrega foram muito rápidos ao descobrirque a tecnologia pode ser uma aliada e não uma inimiga.Imediatamente eles ocuparam todas as redes que existiam àdisposição, por exemplo os camelôs, como uma das redesque usava a cópia de CDs para distribuir o mais rápido e omais amplamente possível. A ideia é que a música quantomais se distribuir, mais se forma público e mais viáveleconomicamente você [artista] se torna”, afirma RonaldoLemos.

“Se por um lado a venda de CDs cai, por outro lado se vêum aumento da presença das pessoas e da arrecadação dedireitos autorias em shows”, relata Oona Castro, noprograma Sala de Notícias, diretora executiva do InstitutoOvermundo, responsável pelo portal Overmundo, deprodução colaborativa sobre cultura brasileira, no qual sepublicam textos, poesias, notícias, fotos, tudo produzido porusuários.

“Antes do rádio e das gravações, a única maneira deganhar dinheiro com música era se apresentando. Atecnologia dá, mas também tira. O modelo comercial deantes da tecnologia de gravação pode voltar a ser o melhorpara hoje e o modelo após esta tecnologia pode não sermais o melhor para hoje”, afirma Cory Doctorow, jornalista eescritor canadense, no documentário Rip! A Remix Manifesto.

Criatividade: individual ou coletiva?

Na próxima edição da Viração, você poderá conferiruma matéria que tem tudo a ver com esta que acabou deler. Nesse contexto de cultura digital, compartilhamento,colaboração em que estamos todos cada vez maisconectados, como fica a criatividade? Será ela algoindividual ou coletivo? Leia na próxima edição!

22 Revista Viração • Ano 10 • Edição 83

Saiba mais sobre o Catarse, Crowdfunding e Legendasem: www.catarse.me, www.crowdfundingbr.com.bre www.legendas.tv

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24 Revista Viração • Ano 10 • Edição 83

Écolocando na roda nossos saberes e fazeres que se consegue mudar omundo. Um exemplo disso foi o evento Respostas Comunitárias –Encontro de Saberes e Fazeres, realizado pela ONG Lua Nova e

Instituto Empodera, nos dias 20 e 21 de março, na sede da FundaçãoNacional de Artes (Funarte), em São Paulo. O evento abriu espaço paradiversos representantes de organizações e departamentos governamentaisbrasileiros e estrangeiros debaterem sobre políticas públicas e formas decombate locais às drogas ilíctias e ao álcool, por exemplo.

Maristela Monteiro, assessora para álcool e drogas da OrganizaçãoPanamericana de Saúde (OPAS), foi uma das participantes da mesa. Eladestaca que uma das prioridades da OPAS é colocar a saúde no centro detodas as políticas de todas as nações. “O impacto de controle de ofertastem que ser observado. É uma prioridade que a saúde públicanão reflita apenas nas médias. Isso implica em proteger osdireitos humanos e trabalhar com as populações que saemdas médias, das estatísticas em geral, como os indígenas, ossem terra e os próprios usuários de drogas.”

Paulina Duarte, da Secretaria Nacional de Políticas sobreDrogas, destaca a participação social como fundamental naconstrução de uma política de enfrentamento de drogaeficiente. Ela acredita numa ação de combate às drogas emconjunto com outros países. “Com a responsabilidade decompartilhamento conseguiremos enfrentar a questão dasdrogas. A droga está na sociedade desde o início dacivilização e os governos precisam encontrar oenfrentamento com políticas pragmáticas com base no quea ciência, a comunidade e o momento social nos apontam.Esse é um problema de todos nós!”

Alisson Rodrigues e Tamires Ribeiro, do Virajovem São

Paulo (SP)*; Elisângela Cordeiro, Gutierrez de Jesus Silva,

Julia Dávila, Ingrid Evangelista, Mariana Rosário,

Carla Renieri, Novaes e Bruno Ferreira, da Redação

Evento em São Paulo reúne especialistas, membros de organizações

e comunidades para discutir o enfrentamento à droga

Respostascomunitárias

Paulina Duarte: “Com responsabilidadede compartilhamento, conseguimosenfrentar a questão das drogas”

Convidados para a mesa de aberturasão apresentados aos presentes

Fotos: Gutierrez de Jesus Silva

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Arte como alternativaUma das salas da Funarte foi designada para ser um espaço

de convivência criativa, destinado para os participantes seagruparem e produzirem diversas elementos artísticos erealizarem ações culturais, como um ritual indígena queaconteceu na tarde do segundo dia.

Nesse espaço, moradores de várias localidades do Brasil e domundo tiveram a oportunidade de apresentar as sua respostascomunitárias. Maria Eugenia da Silva, da Associação A. Branca, porexemplo, conta sobre sua resposta para este evento.“Essa roda vemtrazendo uma nova maneira de convivência, onde enquantoconversamos fazemos artesanato. Hoje nós temos uma turma demeninas que são garotas de programa. No início, elas tinham muitavergonha ao chegar no espaço, mas com o tempo acabam fazendoparte e até trazendo amigas que estavam nas ruas com elas. Hojetemos algumas que até já saíram das ruas e se mantém com umanova renda, melhorando a qualidade de vida.”

Dentro do espaço de convivência também foi possívelencontrar a Associação Reciclázaro, uma casa de acolhida quereinsere socialmente pessoas em situação de risco. Nela, aspessoas têm a oportunidade de aprender um novo ofício comacompanhamento psicológico. “Nunca tive paciência comartesanato, que agora vejo como uma terapia. Fui envolvido comdrogas e há quatro anos não uso mais. Com essaatividade melhorei cem por cento”, afirma um dosintegrantes que trabalha com vidros na associação.

Escola: espaço de experimentaçãoMafoane Odara, da Ashoka Empreendedores

Sociais, foi uma das participantes do diálogo sobreEducação. Ela destaca a importância do educador natransformação social, além de procurar saber dojovem qual o seu sonho. Mas isso não basta. É precisotrabalhar para realizá-lo.

A necessidade de se trabalhar com diversasdisciplinas juntas nas escolas para o conhecimento eo enfrentamento de diversas questões foi destacadapela química Vania Medeiros, da CRR Paraíba. Elaentende que a escola deve fornecer uma base sólidapara crianças e jovens. E para que isso aconteça, eladestaca a importância de Paulo Freire, que acreditavanuma educação inovadora. Para ela, há uma crise nasescolas, atualmente, e por isso reforça a necessidadeda prática da educação, que envolva ainda maiseducadores e educandos.

Para os participantes do diálogo, a escola deve tero papel de promover espaços para experimentarnovos saberes e, além disso, ser capaz de atrair ojovem, fixá-lo para manter o afeto pela comunidade.

Investir em potencial humanoNo segundo dia do evento, representantes

sulamericanos de entidades de apoio a pessoas quevivem em vulnerabilidade social trocaram ideias sobreações que minimizam a desigualdade social em países

como Colômbia, México e Chile. Raul Félix Tovar, da CorporaciónVivendo, da Colômbia, por exemplo, afirmou que o trabalho quedesenvolve em seu país para pessoas que vivem em situação derua visa capacitar a pessoa para que ela mesma tenha condiçõesde se manter. Para ele, o importante não é dar roupa, comida oudinheiro; mas sim investir no potencial humano, que dácondições para que as pessoas sanem suas própriasnecessidades básicas.

LançamentoLogo após as considerações dos integrantes

da primeira mesa, houve o lançamento do livroTratamento Comunitário – manual de trabalho I, deautoria de Efrem Milanese, que reúne sugestões epráticas de comunidades latinoamericanas deenfrentamento comunitário à questão das drogas.O lançamento foi feito por Raquel Barros, da LuaNova, e por PaulinaDuarte, da SecretariaNacional de Políticassobre Drogas,idealizadora epatrocinadora da obra.“Estamosdisponibilizando umajoia do trabalhocomunitário.Recomendo umaleitura e oacompanhamentodele no dia a dia”,disse Paulina.

Espaço de convivência abre para produçõescoletivas e rituais durante evento

Foto: Alisson Rodrigues

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26 Revista Viração • Ano 10 • Edição 83

Elisangela Cordeiro, da Redação

Adolescentes e jovens brasileiros discutem direito ao esporte e ao lazer

Esporte épara todos!

Oesporte pode ser uma verdadeira escola prática. Valorescomo a importância do trabalho em equipe, dedicação,confiança em si mesmo e no próximo são assimilados. O

esporte também deve ser pensado como prática que estimula avida comunitária e a socialização dos adolescentes e jovens. Aquadra de esportes ou a pista de skate são, muitas vezes, ospontos de encontro nos bairros, integrando aos adolescentes ejovens de maneira sadia.

Um convênio do Ministério dos Esportes prevê a construção oureforma de 192 praças da juventude até 2010 para ampliar oacesso ao esporte e lazer das comunidades. Mas somente 45(23,8% do total) praças receberam recursos para sua construçãoou reforma previstos no orçamento federal.

Na escola, a educação física deve ser garantida de modo apossibilitar aos adolescentes e jovens o contato com váriasmodalidades esportivas. Dados do Censo Escola de 2010, realizadopelo Ministério da Educação, mostram que a infraestrutura para aprática de esportes por parte dos adolescentes e jovens é escassae precária. Somente 55,7% das escolas brasileiras que oferecem osanos finais do ensino fundamental (6º ao 9º ano) têm quadrasesportivas. No ensino médio, as quadras estavam presentes em75,7% das escolas e eram disponíveis para 79,9% dos estudantes.Segundo dados do Ministério da Educação (MEC), em 2009 opercentual de escolas da educação básica que ofereciam adisciplina de educação física era de 59,7%.

Apesar de esporte e lazer serem reconhecidos como direito docidadão brasileiro na Constituição de 1988, só em 1995, o Brasildeu atenção especial ao tema, montando o primeiro Ministério doEsporte. Foram feitos avanços, mas só “foi a partir de 2003 que odireito ao esporte e ao lazer começou a ganhar canais deformulação, financiamento e complementação de políticas pú - blicas”, conforme indica o relatório Direito de Ser Adolescente,uma publicação do UNICEF. Mas infelizmente esse avanço não ésentido nas escolas e cidades do Brasil.

Unidos pelo EsporteA frase “Esporte não é só para alguns, é para todos!”

abre a carta entregue às autoridades responsáveis peloEsporte no Brasil. O documento foi construído por 202adolescentes e jovens de 11 Estados brasileiros queintegram a Rede Juvenil pelo Esporte (Rejupe).

A Rejupe é um espaço de participação e integraçãoformado por adolescentes com o objetivo de oportunizar atroca entre adolescentes, jovens e grupos de participaçãocidadã de diversas regiões do País para consolidar açõesde defesa e promoção do direito ao esporte seguro einclusivo, para todas as crianças e adolescentes do Brasil,assim como iniciativas que incidam diretamente noplanejamento da construção de um legado social positivopara os megaeventos esportivos desta década.

A rede surgiu em abril de 2011, após o Encontro Nacionaldos Adolescentes pelo Direito ao Esporte Seguro e Inclusivo,realizando no Rio de Janeiro (RJ) e promovido pelo UNICEFem parceira com o Instituto Internacional para oDesenvolvimento da Cidadania (IIDAC).

Esse ano, os adolescentes e jovens conjuntamentecom UNICEF e IIDAC iniciam nas 12 cidades-sede da Copade 2014 diálogos locais para expansão e estruturaçãoda Rejupe.

Os ciclos de encontros locais da Rede Juvenil peloEsporte estão em processo de sensibilização e articulaçãode adolescentes, organizações governamentais e nãogovernamentais que trabalham com a temática de esportee outras questões relacionadas à adolescência e juventude,sobre a necessidade da garantia do direito ao esporte, deforma a criar ações conjuntas entre estes atores e osadolescentes para dinamizar a criação de iniciativas eprogramas dirigidos a potencializar o legado dosmegaeventos no Brasil.

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Revista Viração • Ano 10 • Edição 83 27

Algumas propostas da Rejupe:• Criação dentro do governo de um grupo de trabalho que vai se dedicar a

planejar ações para que os megaeventos esportivos promovam o direito ao esporteseguro e inclusivo para todas as crianças, adolescentes e jovens. Nós queremos fazervaler nosso lado cidadão, trocar ideias entre nós e nas redes sociais, e dar nossacontribuição a esse grupo.

• Desenvolvimento de projetos esportivos e sociais para melhorar os espaços parapráticas esportivas, criar equipamentos de esportes inclusivos nas escolas e capacitar osprofessores para atuarem com o esporte inclusivo e educacional.

• Investimento na saúde como um direito de todos, preparando os hospitais paraatender a população e garantindo a qualidade de vida das pessoas.

• Investimento na melhoria das estradas, do transporte público e dos aeroportos.Pedimos atenção especial ao transporte público e ao transporte escolar para aumentar aquantidade e melhorar a sua qualidade, promovendo o acesso aos equipamentos urbanos.

• Garantia de equipamentos específicos de acessibilidade, bem como a manutençãodos mesmos e profissionais capacitados para operá-los.

• Participação da sociedade na fiscalização do dinheiro utilizado.• Criação de uma política pública de investimento nos atletas brasileiros para que eles

não tenham que deixar o País e ir para o exterior em busca de oportunidades.• Oferta de esportes menos conhecidos e divulgados nas aulas de educação física

para dar oportunidade a todos. Para isso, são necessárias a construção de pistas deatletismo e piscinas nas escolas e a criação de mais quadras com materiais didáticosadequados e bons profissionais, promovendo a diversidade de modalidades esportivas.

Plataforma dos Centros UrbanosA Plataforma dos Centros Urbanos (PCU) é uma iniciativa do Fundo das Nações

Unidades para a Infância (UNICEF) voltada para a garantia dos direitos de crianças eadolescentes. O objetivo é reduzir as iniquidades garantindo que as crianças eadolescentes, de regiões periféricas das cidades, possam crescer e se desenvolverintegralmente como previsto no ECA.

A iniciativa é desenvolvida em ciclos com duração de quatro anos (2008 a2011) e está sendo implementada inicialmente nas cidades de São Paulo eItaquaquecetuba (SP) e Rio de Janeiro (RJ).

A Viração Educomuncação é parceira técnica do UNICEF nessa ação,atuando diretamente na formação de adolescentes que, por meio dacomunicação, mobilizam as comunidades em torno de seus direitos.

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Akhim Salles, da Agência Jovem de

Notícias; e Eric Silva, da Redação

28 Revista Viração • Ano 10 • Edição 83

V

Faz Cultura

NAS BATIDAS PESADAS DE CURITIBA

André Laudz: “Participar e comparecer na I LoveCWBeats se tornou um ritual. Já toco na festa hámais de três anos, e a gente vem acompanhandoela como uma filha, que vem crescendo a cada

festa. No começo tinha dias em que iam em média 50pessoas, hoje temos público de até 500, o que é espetacular.O forte trabalho e esforço da equipe não foram em vão, e issovai crescer muito mais."

Luis Cilho: "I Love CWBeats já é um movimento.Vários MCs, DJs e beatmakersnovos e de renome seapresentam, além dos muitoslançamentos que envolvemskate, grafite e cultura Hip-Hopem geral. Já perdi a conta doquanto aprendi e o número depessoas que conheci e trabalhos que firmeiatravés da I Love CWBeats , e o valor disso nãose conta."

O Hip-Hop hoje se encontra em todos os cantos domundo. Das periferias de Nova York até as de Curitiba, comuma forte indentificação com as ruas, essa expressão artístcados guetos surgiu na década de 1970 com quatro pilares:Breakdance (dança), Grafite (pintura), MC e DJ (música). E hoje,no segundo milênio, vem fazendo um enorme barulho nocenário nacional.

Um grande polo de produção musical do Hip-Hop nacionalé Curitiba. A cidade vem revelando grandesprodutores das famosas "batidas" (a instrumental quedá corpo ao rap) e também talentosos MC's.

Pela fama conquistada por essas grandes

Artistas e produtores culturais da capital paranaensedestacam-se no cenário do Hip-Hop nacional

produções, a cidade ganhou o apelido de CWBeats, que é ajunção da sigla aeroportuária CWB (Curitiba World Brazil) coma palavra beates (Batidas ou instrumentais) tendo comoreferência a nova safra de artistas e produtores da cidade quese destacam no cenário do Hip-Hop nacional.

Para revelarem esses grandes talentos, foi criada a festa ILove CWBeats, evento quinzenal que ocorre desde de 2009. Afesta traz MCs, DJs e produtores da cidade e de outrosEstados tocando Hip-Hop e suas vertentes, com sets demúsicas exclusivas dos artistas. Uma festa perfeita paraaqueles que apreciam o Hip-Hop e também para aqueles quequerem divulgar o seu talento.

Cabes: “Acredito que essa sejauma das únicas festas no Paísonde se reúnem no mesmoevento oselementosmusicais doHip-Hop, o MC,o DJ e tambémo beatmaker(que é o produtor musical),valorizando assim o rap naessência. De forma local, que éuma das propostas doencontro, valoriza artistasindependentes e da cidade, fomentando o cenárioe estimulando o desenvolvimento artístico e ocrescimento cultural como um todo."

www.ilovecwbeats.blogspot.comwww.twitter.com/ilovecwbeats

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Revista Viração • Ano 10 • Edição 83 29

Juliana Cordeiro, do Virajovem Curitiba (PR)*

E eu com isso?!

Para defender seus direitos, sejam eles à educação, saúde ou segurança, os jovensprecisam saber como cobrar de governos a formulação de políticas quecontemplam as suas necessidades. Pensando nisso, a Rede de Mulheres do Paraná

desenvolve seminários que visam pautar debates sobre juventude negra a partir daperspectiva da saúde.

Segundo Michely Ribeiro, integrante da Rede de Mulheres Negras, é necessário garantira participação de jovens negros em todos os espaços de formulação de políticas. “Épreciso por a pauta de equidade racial em cada um destes espaços para efetivar políticasque contemplem a juventude negra”.

A aprovação da PEC da Juventude em julho de 2010, transformada na EmendaConstitucional nº 65, insere o termo jovem no capítulo dos Direitos e GarantiasFundamentais da Constituição Federal, assegurando aos jovens direitos que já foramgarantidos constitucionalmente às crianças, adolescentes, idosos, indígenas e mulheres.Mas ainda há muito que fazer para construir políticas públicas específicas para algumasjuventudes. De acordo com Michely, existe uma dificuldade ainda maior para implantarpolíticas direcionadas aos jovens negros.

Apesar de ter sido estabelecido na 1ª Conferência de Juventude como prioridade demonitoramento o acompanhamento e a criação de políticas para este segmento, elas nãoforam realizadas com eficácia. “Os programas do governo como Pró-Jovem e Pronace têmcomo foco a juventude negra, mas não conseguiram torná-los de fato o público-alvo. Aineficácia destas políticas culminou na criação do Mapa da Violência”, opina Michely.

A prevenção à morte de jovens negros e sua inserção no ensino superior têm sido asprincipais preocupações do movimento negro. O Mapa da Violência, elaborado em 2011pelo Ministério da Justiça e Instituto Sangari, aponta que para cada jovem brancoassassinado, morrem dois negros. O índice demonstra a existência de uma vitimizaçãodeste segmento e a importância de se trabalhar para a redução destes números. “Nãoadianta implantar políticas públicas para quem não vive mais, precisamos de medidas deprevenção destas mortes”, destaca Michely.

No que diz respeito à educação, o jovem negro passou a ter maior acesso auniversidade após a criação de políticas afirmativas, na qual passaram a ingressar nafaculdade pelo sistema de cotas raciais. A Universidade de Brasília e a Universidade doEstado do Rio de Janeiro foram as primeiras a implantar no vestibular este tipo de cotas,em 2003. “É preciso compreender que a implantação de políticas afirmativas é umprocesso de reparação aos negros, que viveram 300 anos de escravidão“, afirma adoutora em Sociologia Marcilene Garcia.

*Um dos Conselhos Jovens da Virapresentes em 22 Estados do País e noDistrito Federal ([email protected])

Juventudena mira

V

Faltam políticas públicas para diminuir

índice de homicídio entre juventude negra

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No Escurinho

V

Selton Mello interpreta Benjamim em seu segundo longa-metragem como diretor e roteirisa

Sérgio Rizzo, crítico de cinema*

Um dos mais populares atores brasileiros de sua geração,o também diretor e roteirista Selton Mello vai completar40 anos em dezembro. A sensação é a de que o

conhecemos por quase todo esse tempo; ele começou aatuar ainda na infância. Seu intenso ritmo de trabalho – natelevisão, no teatro e no cinema – o apresenta a desafiosque ele enfrenta com o envolvimento de quem está felizcom os rumos profissionais.

É bem diferente, no entanto, o personagem que Mellointerpreta em seu segundo longa-metragem como diretor e

roteirista, O Palhaço. Protagonista do filme, ele está emcrise: seguiu a carreira do pai, como se fosse algo

natural e mesmo inevitável, mas começa a sentir quetalvez encontrasse a felicidade em outra ocupação,

fazendo coisas bem diferentes.Essa situação é comum a muita gente, mas o

aspecto peculiar da trama reside no fato deBenjamin, o personagem de Mello, trabalhar

como palhaço de circo, filho de Valdemar(Paulo José), também palhaço. No

picadeiro, eles formam a duplaPangaré e Puro Sangue. Sua

30 Revista Viração • Ano 10 • Edição 83

missão: alegrar o público. Mas como fazer isso se, por dentro, osujeito está triste e insatisfeito?

O Palhaço recria o cotidiano de um pequeno circo (batizado,não por acaso, de Esperança) que viaja pelo interior do Brasil.Assim, o filme olha com ternura para um cenário social em que acultura urbana, disseminada pelos meios de comunicação de massa,ainda não conseguiu sufocar outros modos de vida. Para jovens demetrópoles, saber que personagens e lugares como aqueles aindaexistem, e devem continuar existindo por muito tempo, talvezrepresente uma descoberta.

* www.sergiorizzo.com.br

Tristeza de palhaço

Div

ulga

ção

Paulo José (esq.) e Selton Mello(dir.) são pai e filho em O Palhaço

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Que Figura!

Fundador da Cadeira 17 da Academia Brasileira de Letras,conhecido por suas polêmicas e críticas literárias, SílvioVasconcelos da Silveira Ramos Romero nasceu na vila de

Lagarto, pertencente à Província de Sergipe, em 21 de abril de1851. Filho de comerciantes portugueses, destacou-se comohistoriador da literatura brasileira, poeta, filósofo, professor,ensaísta, folclorista, polemista, crítico literário e político brasileiro.

Foi contemporâneo de Tobias Barreto, outro grande sergipano,patrono da cadeira 38 da Academia Brasileira de Letras. Ambos,unindo-se a outros jovens, formaram a Escola de Recife,movimento crítico, intelectual, filosófico, sociológico, cultural,folclórico, poético e jurídico de grande força, que almejava umarenovação na mentalidade e na formação intelectual do País.

Defendeu uma tese ambicionando o título de doutor.Aconteceu, então, um dos fatos mais relevantes da sua carreiracomo crítico. Levantou um grande embate contra a Congregaçãoda Faculdade de Direito do Recife ao declarar que “a metafísicaestava morta”. Ao defendê-la, abandonou a sala da faculdade;atraiu para si a atenção dos intelectuais por ter sido sujeito a umprocesso pela Congregação.

Em 1875, Sílvio Romero foi nomeado juiz municipal aotransferir-se para a cidade de Parati (RJ). Publicou duas obraspoéticas: Cantos do fim do século (1878), não sendo bemrecebida pela crítica, e Corte e Últimos harpejos (1883), com aqual abandonou a carreira poética. Já residindo fixamente no Riode Janeiro, começou a escrever para o jornal O Repórter, de seuamigo dos tempos preparatórios Lopes Trovão, por meio do qualatacava algumas figuras políticas, utilizando-se de pseudônimo.

A polêmica sempre foi uma das marcas nas obras e na própriapersonalidade de Sílvio Romero e é presente no embate forte eintransigente contra políticos, intelectuais e escritores. Um dosseus maiores e mais constantes alvos eram as obras de Machadode Assis. Esse fato levou o conselheiro Lafayette Rodrigues apublicar uma série de artigos em defesa de Machado.

"O trabalho fornece o pão de cada dia, mas é a

alegria que lhe dá o sabor", dizia Sílvio Romero

V

*Um dos Conselhos Jovens da Vira presentes em 22 Estados do País e no Distrito Federal ([email protected])

Literatosergipano

Sílvio Romerotambém fazia parte docorpo docente da Faculdadede Ciências Jurídicas e Sociaisdo Rio de Janeiro e daFaculdade Livre de Direito. Erasócio correspondente da Academiadas Ciências de Lisboa, membro do InstitutoHistórico e Geográfico Brasileiro, além de integrar outras diversasassociações. Tinha grande influência na imprensa no Rio deJaneiro, onde era altamente poderoso. Foi deputado Provincial eFederal de Sergipe, na presidência de Campos Sales.

Inaugurou em 20 de julho de 1897, como membro fundador, aAcademia Brasileira de Letras, ocupando a cadeira 17, que temHipólito da Costa como patrono. Foi casado com ClarindaDiamantina, com Maria Liberato e com Petronila Barreto. Morreuaos 63 anos, no dia 18 de julho de 1914, no Rio de Janeiro.

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A aids pode ser transmitida pelo beijo?

Não, embora o vírus tenha sido isolado de váriosfluídos corporais como saliva, urina, lágrimas, somente ocontato com sangue, sêmen, secreções genitais e leitematerno têm sido implicados como fonte de infecção. Orisco da transmissão do virus HIV por salivafoi avaliado em vários estudoslaboratoriais eepidemiológicos. Essesestudos mostram quea concentração ea efetividade dosvírus da saliva deindivíduosportadores éextremamente baixa.Portanto beijo nãotransmite HIV.

Como e quando se

pode tomar a pílula do

dia seguinte?

A pílula do diaseguinte é umacontracepção deemergência. É ummétodo que podeser usado depois darelação sexual,quando há risco degravidez. Portanto,quando houve falha dealgum método, comorompimento de preservativo, oua pessoa não tenha usadocontraceptivo, ou foi forçada afazer sexo, ela pode ser usada.

Mariana Rosário, da Redação

Sexo e Saúde

Éimportante estar atento às formas de prevenção. Informação nunca é demais! Doenças sexualmente transmissíveis e gravidez

indesejada podem, sim, ser evitadas com proteção durante a relação sexual. Para saber como se prevenir corretamente e não colocar

sua saúde em risco, pedimos ao psicólogo Robson Zamboni, técnico em DST/aids da Gerência de Prevenção da Coordenação Estadual

em DST/aids de São Paulo, para responder questões formuladas por crianças e adolescentes da Associação Bemvindo sobre esse tema.

32 Revista Viração • Ano 10 • Edição 83

Mande suas dúvidas sobre Sexo e Saúde, que a galera da Vira vai buscar as respostas para você! O e-mail é [email protected]

Quais os cuidados devemos tomar depois de uma

relação sexual?

Os cuidados que o casal tem que tomar devem ser antesda relação. Consiste no uso da camisinha feminina ou

masculina em todas as relações sexuais para proteção aomesmo tempo de DST/HIV/aids e de gravidez não

planejada. O uso correto da camisinha éimportante para o homem e para a

mulher. Imediatamente após aejaculação e antes de o pênis ficar

mole, retirar a camisinha,segurando-a com cuidado pelabase, para que o esperma nãovaze. Cada camisinha pode serusada uma única vez. Depoisde usada, deve-se dar um nó

na camisinha embrulhá-laem papel higiênico ecolocá-la no lixo.

O que acontece se

a mulher usa camisinha

e o homem usa a

dele ao mesmo

tempo?

Nunca sedeve usar duas

camisinhas aomesmo tempo, nemmasculina comfeminina, nemduas masculinas,

nem duasfemininas, pois

o risco derompimento

é maior. V

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Page 33: Revista Viração - Edição 83 - Abril/2012

Danilo Avelar, Alex Martins e Neilar Gulart, integrantes do Projeto Ijé Ofé do Faor

Suco de fruta da região amazônica contribui para o

desenvolvimento sustentável de comunidades indígenas

Rango da terrinha

CUPOM DE

ASSINATURAAjuçara vem, de geração em geração, contribuindo com o sustento da comunidadecom o próprio consumo e, às vezes, vende-se para ajudar na renda familiar. Emoutras regiões do país, é muito popular. Trata-se de um tipo do famoço açaí!

Agora aqui na nossa comunidade temos pouca juçara, mas no tempo dos nossos avóstinha bastante que dava gosto de ver aquelas pessoas com várias sacas vindas do igapó.Com o passar do tempo, com o desmatamento, começaram a tirar e quebrar a madeira dajuçareira. Mesmo com esse acontecimento, o fruto ainda resiste na nossa comunidade eajuda na alimentação das famílias quilombolas. Esse delicioso suco pode ser saboreadocom peixe assado e camarão. Confira como fazer!

anual e renovação 12 edições

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4. BOLETO BANCÁRIO(R$2,95 de taxa bancária)

+V

O saborda Juçara

Modo de preparoApanhar o fruto pela manhã, cedinho, retirá-lo do cacho e pôr na bacia. Ferver a águapotável e misturá-la com um pouco de águafria e deixar de molho por dez minutos.Colocar o fruto no caldeirão e socar por oitominutos. Depois de socado, retire-o docaldeirão e coloque-o em uma bacia. Laveos caroços por duas vezes com a mesmaágua que foi usada para o amolecimento dofruto. Depois de lavada, retire o caroço paraadubo. A massaformadadeve serpassada napeneira. Eassim, estáprontoo suco!

IngredientesÁgua potávelJuçara

Materiaisnecessários2 bacias plásticas1 caldeirão1 garrafa com água tampada1 peneira1 cuia

Foto: Flickr keetr

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Page 34: Revista Viração - Edição 83 - Abril/2012

Parada Social

V

OEstado do Acre tem 733.559 habitantes e

existe há pouco mais de cem anos. Com

características revolucionárias, a região

antes pertencente à Bolívia lutou para ser

brasileira. O Acre encontra-se na Região Norte,

que possui grandes bacias hidrográficas,

ambiente chuvoso, amazônico. Com todas

essas características, torna-se vulnerável a

catástrofes naturais,

pois é uma região

pluvial, tendo quatro

grandes rios (Purus,

Juruá, Envira e Acre), na

margem dos quais foi

estabelecida grande

parte de suas cidades.

E uma das catástrofes

que o Estado sofre

anualmente é a alagação.

E 2012 não está sendo diferente. O

Rio Acre, um dos principais do

Estado, causou uma enchente com

graves danos, atingindo quase cinco

municípios, afetando de forma mais

grave a cidade de Brasileia, que

ficou 95% debaixo d’água, e a

capital Rio Branco, onde foram

afetadas mais de cem mil pessoas

vítimas da enchente. O Rio Acre tem

sua cota de transbordamento próxima aos 13,5

metros. Neste ano, atingiu quase 18, sendo a

segunda maior alagação sofrida no Estado.

Com todos estes agravantes, a juventude

acriana participou ativamente no projeto

Brigada Jovem, que existe há quase um ano

e meio, sendo coordenado pela Assessoria

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Dagner Silva, Douglas Silva, Marcos Craveiro, Raiclin Vasconcelos

e Leonardo Nora, do Virajovem Rio Branco (AC)*

*Um dos Conselhos Jovens da Vira presentes em 22 Estados do País e no Distrito Federal ([email protected])

Um ato de solidariedadeConheça a Brigada Jovem, que reúne voluntários do Estado do Acre

para prestar auxílio à população vítima de catástrofes naturais

Especial de Juventude. A Brigada surge toda

vez que acontece uma situação emergencial

no Estado, como epidemia, dengue,

alagação, problemas ambientais etc., além

de trabalhar com questões de educação,

sexualidade e outras.

O projeto agrega jovens de universidades,

escolas, grupos teatrais

e ONGs. Nesta ocasião

foi montada a Brigada

Jovem Operação

Alagação, da qual

participaram

voluntariamente mais

de 500 jovens da

Faculdade da

Amazônia Ocidental

(FAAO), Faculdade

Meta, do

Grupo Ação

Entre

Amigos e

Projeto

Saúde e

Prevenção

no Barão

(SPB).

Para o

jovem

Roberto JJ, de 20 anos, integrante do SPB, “a

experiência de trabalhar na Brigada Jovem foi

única, porque quando você deixa alguns

afazeres que não têm tanta relevância, e vai

trabalhar em auxílio de seres humanos que

estão passando necessidades, você se torna

mais humano”.

Participantes da Brigada Jovemposam para foto durante ação

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A Agência Jovem de Notícias nasceu em

janeiro de 2005 durante o Fórum Social

Mundial, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.

Em 2011, a Agência ganhou um site. Nele, qualquer adolescente e jovem

interessado em escrever, falar, fotografar, opinar e filmar pode participar

falando do seu dia-a-dia, de sua comunidade, escola, gostos, preferências!

Este é um espaço de jovens e para os jovens. Faça parte você também!

Escreva, participe, opine, faça a sua notícia com a gente.

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