revista verde-oliva nº 189

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  • 7/28/2019 Revista Verde-Oliva n 189

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    BRASLIA-DF ANO XXXIII N 189 JUL/AGO/SET 2006 CENTRODE COMUNICAO SOCIALDO EXRCITOBRASLIA-DF ANO XXXIII N 189 JUL/AGO/SET 2006 CENTRODE COMUNICAO SOCIALDO EXRCITO

    INSTRUO INDIVIDUAL DE QUALIFICAO INSTRUO INDIVIDUAL DE QUALIFICAO INSTRUO INDIVIDUAL DE QUALIFICAO INSTRUO INDIVIDUAL DE QUALIFICAO INSTRUO INDIVIDUAL DE QUALIFICAO EXRCITO UM MUNDO DE OPORTUNIDADES EXRCITO UM MUNDO DE OPORTUNIDADES EXRCITO UM MUNDO DE OPORTUNIDADES EXRCITO UM MUNDO DE OPORTUNIDADES EXRCITO UM MUNDO DE OPORTUNIDADES CCOMSEx PROJETO PESQUISA CCOMSEx PROJETO PESQUISA CCOMSEx PROJETO PESQUISA CCOMSEx PROJETO PESQUISA CCOMSEx PROJETO PESQUISA EAD O ENSINO A DISTNCIA EAD O ENSINO A DISTNCIA EAD O ENSINO A DISTNCIA EAD O ENSINO A DISTNCIA EAD O ENSINO A DISTNCIA AMAZNIA PELOTES ESPECIAIS DE FRONTEIRA AMAZNIA PELOTES ESPECIAIS DE FRONTEIRA AMAZNIA PELOTES ESPECIAIS DE FRONTEIRA AMAZNIA PELOTES ESPECIAIS DE FRONTEIRA AMAZNIA PELOTES ESPECIAIS DE FRONTEIRA

    INSTRUO INDIVIDUAL DE QUALIFICAO INSTRUO INDIVIDUAL DE QUALIFICAO INSTRUO INDIVIDUAL DE QUALIFICAO INSTRUO INDIVIDUAL DE QUALIFICAO INSTRUO INDIVIDUAL DE QUALIFICAO EXRCITO UM MUNDO DE OPORTUNIDADES EXRCITO UM MUNDO DE OPORTUNIDADES EXRCITO UM MUNDO DE OPORTUNIDADES EXRCITO UM MUNDO DE OPORTUNIDADES EXRCITO UM MUNDO DE OPORTUNIDADES CCOMSEx PROJETO PESQUISA CCOMSEx PROJETO PESQUISA CCOMSEx PROJETO PESQUISA CCOMSEx PROJETO PESQUISA CCOMSEx PROJETO PESQUISA EAD O ENSINO A DISTNCIA EAD O ENSINO A DISTNCIA EAD O ENSINO A DISTNCIA EAD O ENSINO A DISTNCIA EAD O ENSINO A DISTNCIA AMAZNIA PELOTES ESPECIAIS DE FRONTEIRA AMAZNIA PELOTES ESPECIAIS DE FRONTEIRA AMAZNIA PELOTES ESPECIAIS DE FRONTEIRA AMAZNIA PELOTES ESPECIAIS DE FRONTEIRA AMAZNIA PELOTES ESPECIAIS DE FRONTEIRA

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    PUBLICAO DO CENTRO DE COMUNICAOSOCIAL DO EXRCITO (CCOMSEx)

    Chefe do CCOMSEx:Gen Div Antnio Gabriel Esper

    Subchefe do CCOMSEx:Cel Art Jos Jlio Dias Barreto

    Chefe de Produo e Divulgao:Cel Inf Claudinei Roncolatto

    CONSELHO EDITORIALCel Inf Claudinei Roncolatto,

    Cel Cav Luiz Felipe KraemerCarbonell,`Cel Art Manoel Lopes de Lima Neto, Cel Art Antonio Carlos Machado

    Faillace, Cel R/1 Anderson de Castro Barrose Ten Cel Cav Walter Gomes da Silva Junior

    SUPERVISO TCNICACel R/1 Anderson de Castro Barros

    REDAOCel Art Afonso Henrique Igncio Pedrosa,

    Ten Cel QMB Luciano Jos Penna1 Ten QCO Regina Clia de Souza Lemos Barros

    PROJETO GRFICO1 Ten QAO OsmarLeo Rodrigues

    1 Ten QAO Topo Carlos Alberto Ramos de MoraisSC Margonete Nazide Nogueira

    COORDENAO E DISTRIBUIOCentro de Comunicao Social do Exrcito

    IMPRESSOGRFICA EDITORA PALLOTTI LTDA

    Av. Plnio Brasil Milano, 2145 Higienpolis90520-003 Porto Alegre-RS

    Fones: (32) 2101-4500

    TIRAGEM30.000 exemplares Circulao dirigida

    (no Pas e no exterior)

    FOTOGRAFIASArquivo CCOMSEx

    JORNALISTA RESPONSVELMaria Jos dos Santos Oliveira RP/DF/MS 3199

    PERIODICIDADETrimestral

    permitida a reproduo de artigos, desde que citada a fonte, excetodas matrias que contiverem indicao em contrrio.

    DISTRIBUIO GRATUITAQuartel-General do Exrcito Bloco B Trreo70630-901 Setor Militar Urbano Braslia/DF

    Telefone: (61) 3415-4399 Fax: (61) 3415-5263www.exercito.gov.br

    [email protected]

    ANO XXXIII N 189 JUL/AGO/SET 2006

    33333

    Caros leitores!Passados trs meses da ltima edio, retomamos o nosso convvio. com satisfao queapresentamos a Revista Verde-Oliva n 189. Esperamos que nosso esforo para oferecer umveculo de divulgao capaz de informar e entreter seja plenamente recompensado pelo interessede todos.

    O atual perodo caracterizado pelo aniversrio do mais ilustre personagem do Exrcito e daHistria brasileira: o Duque de Caxias. O Pacificador liga-se construo da Ptria comoparadigma de cidado, de soldado e de estadista; contudo, nesta edio, pretendemos nos ater sua viso estratgica.

    A operacionalidade tem sido motivo de ateno especial de nosso

    Exrcito. Os artigos Instruo Individual de Qualificao, Centros de Aplicao e Exerccios deSimulao de Combate e Centros de Instruo do Exrcito Brasileiro procuram expor parte daestrutura e dos processos de formao e adestramento individual e coletivo.

    No panorama internacional, distinguimos o intercmbio de Comunicao Social entre o Brasile o Chile, com a visita de dois oficiais brasileiros ao Departamento de Comunicao do Exrcito doChile, e as comemoraes do dcimo aniversrio da Cooperao Militar Brasileira no Paraguai.

    Mesmo com toda a evoluo tecnolgica das ltimas dcadas, o fuzil e o blindado permane-cem como materiais de emprego militar essenciais. Por essas razes, a Revista Verde-Olivatraz um artigo enfocando o fuzil 5,56 fabricado pela IMBEL, e outro sobre as viaturas blindadasutilizadas pelo Exrcito Brasileiro. No deixe de conferi-los.

    O combate moderno torna imperiosa a integrao e a perfeita coordenao de todos osmeios existentes terrestres, areos e navais. A Operao Timb IV, realizada em julho, buscou

    aperfeioar o emprego combinado de nossas Foras Armadas. A 3 edio anual de nossarevista expe os principais eventos e aspectos desse exerccio desenvolvido na Amaznia.Viver em um Peloto de Fronteira do Exrcito Brasileiro requer dedicao, abnegao e

    profissionalismo. Nossos pelotes possuem caractersticas que vo alm das lides normais dacaserna. O artigo Amaznia Pelotes Especiais de Fronteira procura retratar a vida nessassingulares Organizaes Militares e sua importncia para a manuteno da soberania brasileira.

    A evoluo vertiginosa do conhecimento trouxe novos desafios para o sistema educacional.A formao e o aperfeioamento dos recursos humanos, continuados, foram fortalecidos peloensino a distncia`. Considerada sua relevncia, a edio n 189 brinda nossos leitores com amatria EAD O Ensino a Distncia, que retrata a experincia do Exrcito Brasileiro nessamodalidade de ensino.

    Na tradicional seo Personagem da Nossa Histria, surge o Marechal Jos Pessoa,

    idealizador da Academia Militar das Agulhas Negras, bero da juventude militar brasileira. A edion 189 traz, tambm, um artigo sobre o Memorial Presidente Castello Branco, recentementerestaurado. Acreditamos que esses temas enriquecero os conhecimentos de nossos leitoresacerca dessas duas personalidades histricas.

    Finalmente, destacamos o artigo do Departamento-Geral do Pessoal, que aborda as oportu-nidades que a Instituio oferece aos cidados, seja na aquisio de valores e competncias, sejano desenvolvimento de uma carreira; e o 238 aniversrio do Hospital Central do Exrcito.

    Obrigado, boa leitura e at a prxima edio.

    Gen Div ANTNIO GABRIEL ESPERChefe do CCOMSEx

    NOSSA CAPACombatente de Selva em posio

    Pari-Cachoeira/AM

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    OPERAO TIMB IV 7COOPERAO MILITAR BRASILEIRA NO PARAGUAI 8

    A VISO ESTRATGICA DE CAXIAS10PREPARAO DO COMBATENTE DA FORA TERRESTRE 14

    EXRCITO UM MUNDO DE OPORTUNIDADES 18SIMULAO DE COMBATE 21

    HOSPITAL CENTRAL DO EXRCITO 22INTERCMBIO DE COMUNICAO SOCIAL BRASIL-CHILE 24

    CCOMSEx PROJETO PESQUISA 29ENSINO A DISTNCIA 31

    FUZIL 5,56 IMBEL MD97L 36AMAZNIA PELOTES ESPECIAIS DE FRONTEIRA 40

    VIATURAS BLINDADAS 44CENTROS DE INSTRUO 46

    MEMORIAL PRESIDENTE CASTELLO BRANCO 49PERSONAGEM DA NOSSA HISTRIA MARECHAL JOS PESSOA 50

    OPERAO TIMB IV 7COOPERAO MILITAR BRASILEIRA NO PARAGUAI 8

    A VISO ESTRATGICA DE CAXIAS10PREPARAO DO COMBATENTE DA FORA TERRESTRE 14

    EXRCITO UM MUNDO DE OPORTUNIDADES 18SIMULAO DE COMBATE 21

    HOSPITAL CENTRAL DO EXRCITO 22INTERCMBIO DE COMUNICAO SOCIAL BRASIL-CHILE 24

    CCOMSEx PROJETO PESQUISA 29ENSINO A DISTNCIA 31

    FUZIL 5,56 IMBEL MD97L 36AMAZNIA PELOTES ESPECIAIS DE FRONTEIRA 40

    VIATURAS BLINDADAS 44CENTROS DE INSTRUO 46

    MEMORIAL PRESIDENTE CASTELLO BRANCO 49PERSONAGEM DA NOSSA HISTRIA MARECHAL JOS PESSOA 50

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    66666 CENTRODE COMUNICAO SOCIALDO EXRCITO

    Li vrias Revistas Verde-Oliva e gostei muito dasmatrias que foram publicadas. Gostaria de continuara receb-las. Eu trabalho na Junta de Servio Militarem Santana do Matos-RN e curto muito a leitura dosartigos publicados. Eu tenho um irmo que miltar emSergipe, no 28 Batalho de Caadores, e espero umdia ler uma matria sobre esse Batalho.

    Jos Etelvino Sobrino - Junta de Servio Militar deSantana do Matos-RN

    Queria parabenizar a Revista Verde-Oliva pelabelssima reportagem sobre as mulheres pra-quedistas.Isto serve como lio de coragem e de amor pelonosso Exrcito. Eu me sinto muito orgulhoso de terservido ao Exrcito. L passei o melhor perodo daminha vida, um perodo de patriotismo, convivncia ededicao.

    Carlos Eduardo de Paiva, ex-integrante do

    11 BI Mth, So Joo del Rei-MG

    Caro leitor!Agradecemos sua participao seja apresentando sugestes, dirigindo agradecimentos

    ou apontando incorrees.Contamos com a colaborao dos nossos leitores para fazermos uma revista cada vez

    melhor. Escrevam sempre.

    Equipe da Revista Verde-Oliva.Verde-Oliva.Verde-Oliva.Verde-Oliva.Verde-Oliva.

    ERRAMOS

    No organograma do Exrcito, publicado na edio n 188, devem ser feitas as seguintes correes:

    1. Na parte referente Secretaria de Economia e Finanas no devem constar as ICFEx, pois, embora sejam

    subordinadas SEF, elas no esto no mesmo nvel hierrquico que as Diretorias e o CPEx;

    2. No organograma do Comando Militar do Oeste, onde aparece 9 RM/9 DE, leia-se 9 RM;

    3. No organograma do Departamento de Ensino e Pesquisa, onde aparece Diretoria de Estudo Preparatrio e

    Assistencial, leia-se Diretoria de Ensino Preparatrio e Assistencial.

    Prezados Senhores, mais uma vez dirigimo-nos aessa Instituio militar. Desta feita para registrarmos,com alegria, o recebimento de mais uma RevistaVerde-Oliva. Queremos ressaltar que esta valiosapublicao agradou a todos. Mais uma vez gratos.

    Aranina Decot Guilherme Diretora de Progra-

    maes Especiais da Igreja Batista em Cachambi

    Rio de Janeiro-RJ

    Sentimo-nos honrados e sensibilizados com o re-cebimento de outra Revista Verde-Oliva. Agradece-mos e cumprimentamos toda a equipe pela misso in-cansvel de fazer com que cada edio seja especial.As matrias so ricas, emocionantes, prazeirosas eagradveis. Ns lhes desejamos muito sucesso! Pa-rabenizamos as duas primeiras mulheres brasileiraspra-quedistas do Exrcito. Elas chegaram l! Para-bns Tenentes!.

    Euclides Cavalcante de Oliveira - Presidente da

    Associao dos Ex-combatentes da FEB

    Seo de Rondnia Porto Velho-RO

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    77777 ANO XXXIII N 189 JUL/AGO/SET 2006

    A

    Operao

    Operao Timb IV foi um grande exerc-cio com o objetivo de adestrar as ForasArmadas Marinha, Exrcito e ForaArea no planejamento e na execuo de

    operaes combinadas. Ademais, intensificou a presen-a da Fora Terrestre na faixa de fronteira por meio depatrulhamentos, reconhecimentos, proteo de instala-es sensveis, Aes Cvico-Sociais (ACISO) e ativi-dades logsticas, bem como pelo estabelecimento de pos-tos de controle e fiscalizao em pontos estratgicos

    dos principais rios de interesse na regio.No perodo de 17 a 26 de julho de 2006, em sua

    quarta verso, a Operao Timb testou preceitos dou-trinrios e a prtica de interoperabilidade ecomplementaridade dos meios navais, terrestres e a-reos no ambiente operacional da selva brasileira. Tam-bm foram adestrados os integrantes do Comando Com-binado da Operao na coordenao e controle de seusrecursos humanos e materiais, que foram distribudosem uma rea de 400.000 km (equivalente dos Esta-dos do Piau e Cear).

    O Comando Combinado Amaznia contou com umefetivo de aproximadamente 3.700 militares das TrsForas, nas diversas aes desenvolvidas. Entre

    TIMB IV

    outras atividades, intensificaram-se os contatos com

    as populaes ribeirinhas e o levantamento de dadosoperacionais que facilitaro futuros planejamentos deemprego militar. Foram utilizados novos meios integra-dos de comunicaes para a composio do sistemade comando e controle (C2) das foras envolvidas.

    A Operao Timb, por ser um exercciocombinado, ampliou o j excelente relacionamentoinstitucional existente entre as trs Foras, permitindo-lhes o cumprimento, nas melhores condies, de suasatribuies legais, sempre tendo em vista o benefcioda sociedade brasileira, que anseia por ver o Estadopresente e atuante na manuteno de um ambiente depaz e segurana na Amaznia.

    SELVA!

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    88888 CENTRODE COMUNICAO SOCIALDO EXRCITO

    Cooperao

    Militar

    Brasileirano Paraguai (CMBP)

    10 ANOS DE INTEGRAO E AMIZADE

    A Cooperao Militar Brasileira noParaguai (CMBP) tem por objetivopromover a cooperao com finscientficos, culturais, tecnolgicos e de aperfei-oamento na rea militar. Na oportunidade emque celebra dez anos de convvio, integrao eamizade com as Foras Armadas do Paraguai,cabe apresentar, neste artigo, breve histrico

    do assessoramento militar brasileiro naquelepas.

    HISTRICOA colaborao militar com o Paraguai teve

    incio em 1851, quando o presidente paraguaio, DomCarlos Antonio Lopez, recebeu o assessoramentodo Capito Hermenegildo de AlbuquerquePortocarrero e do 1 Tenente Joo Carlos deVilagran Cabrita para planejar as trincheiras e oposicionamento dos canhes da Fortaleza de Humait.

    Em 12 de abril de 1934, foi nomeado o primeiroadido militar brasileiro no Paraguai, que deu incio efetiva cooperao bilateral no campo militar.

    Em maio de 1942, surgiu a Misso Militar Brasilei-ra de Instruo no Paraguai (MMBIP), que teveintensa participao na formao e no aperfeioamentoda oficialidade paraguaia. A MMBIP contava com ofi-ciais superiores das Armas e Servios e capites comespecializao em Artilharia Antiarea, Pra-quedismo,Educao Fsica e Equitao. Esses militares atuavam

    como instrutores nas escolas militares paraguaias e con-duziam todo o processo de ensino, inclusive a prepara-o e a aplicao das verificaes da aprendizagem.

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    99999 ANO XXXIII N 189 JUL/AGO/SET 2006

    O trabalho desenvolvido pela MMBIP ao longo desua existncia alvo do reconhecimento e da gratidodos oficiais paraguaios mais antigos, todos aperfeioa-dos e especializados pelos "missioneiros". A Missoencerrou suas atividades em 30 de setembro de 1994,aps 52 anos de bons servios prestados ao ensino

    militar do Paraguai e ao bom relacionamento entre osExrcitos dos dois pases

    Considerando a convenincia de serem restabele-cidos vnculos de cooperao militar e inspirados noesprito de colaborao que une, desde muitos anos, osdois pases, os Governos da Repblica Federativa doBrasil e da Repblica do Paraguai logo retomaram osentendimentos nessa rea. Assim, em 24 de julho de1995, Brasil e Paraguai firmaram um novo acordo, quefoi ratificado pelos respectivos poderes legislativos epela troca de instrumentos diplomticos. O novo acor-do entrou em vigor em 23 de outubro de 1996, dataque marca o nascimento da Cooperao MilitarBrasileira no Paraguai.

    O Exrcito Brasileiro tambm cooperou para odesenvolvimento da engenharia civil paraguaia. pocados presidentes Juscelino Kubitschek, do Brasil, eAlfredo Stroessner, do Paraguai, foi assinado acor-do para integrar os sistemas virios dos dois pases.Decorreu desse acordo a criao da Comisso MistaParaguaia-Brasileira para intensificar os trabalhos de

    construo da rodovia que une as cidades deConcepcin, Pedro Juan Caballero e Ponta Por(MS). A Ponte da Amizade, que liga Ciudad del Estea Foz do Iguau (PR), tambm foi fruto dos trabalhosdessa Comisso.

    COOPERAO MILITAR BRASILEIRA NOPARAGUAI

    A partir do acordo, os primeiros tcnicos militaresbrasileiros chegaram a Assuno em 15 de janeiro de1997, fato que marcou, efetivamente, o incio dos tra-balhos da CMBP. A misso de refazer os contatos com

    as Foras Militares do Paraguai e retomar, sob novoenfoque, os trabalhos de assessoramento militar brasi-leiro naquele pas foi atribuda a dois oficiais superio-res e ao Adido do Exrcito Embaixada do Brasil emAssuno, este ltimo nomeado, cumulativamente,Chefe da Cooperao.

    O incremento das atividades da CMBP conduziuao aumento do efetivo de militares brasileiros. Em 1998,foram incorporados misso dois novos membros, ele-vando seu efetivo para quatro tcnicos, todos oficiaissuperiores do Quadro de Estado-Maior da Ativa, re-

    presentantes das Armas de Infantaria, Cavalaria, Arti-lharia e Engenharia. Em 2000, a CMBP recebeu umgraduado como auxiliar e, em 2002, mais dois oficiais

    superiores, um da arma de Comunicaes e o outro doQuadro de Material Blico, perfazendo oito militares.

    Ao longo desses dez anos, alm do Instituto deAltos Estudos Estratgicos e dos principais institutosde ensino da Fora Terrestre Paraguaia, a CMBP

    vem assessorando vrios rgos das Foras Arma-das e do Comando do Exrcito Paraguaio: a Escolade Comando e Estado-Maior Marechal Jos FlixEstigarrbia, a Escola de Aperfeioamento de Ofici-ais, a Academia Militar Francisco Solano Lopez, oLiceu Militar Acosta u, e o Colgio Militar deSargentos do Exrcito. Coopera, tambm, com osCorpos de Exrcitos, os Comandos de Artilharia,Engenharia e Comunicaes e com a 1 Diviso deInfantaria.

    Uma caracterstica importante nessa atividade

    de assessoramento a franqueza de propsitos deambos os lados. A doutrina brasileira e outros temasde interesse so apresentados pelos tcnicos daCMBP e os oficiais paraguaios julgam se esses co-nhecimentos podem ser aplicados, se so compat-veis com os meios disponveis e com a culturamilitar guarani. Com isso, a cooperao se desen-volve em ambiente de confiana, respeito mtuo eamizade.

    importante, tambm, ressaltar o trabalho daCMBP no incentivo ao estudo da histria militar, na

    coordenao das diversas atividades de intercmbiodo Exrcito Brasileiro com as Foras Militares doParaguai e na conduo das viagens de estudos reali-zadas pelos principais institutos de ensino daquele pasao Brasil.

    No comeo de 2005, a CMBP realizou uma auto-avaliao de sua estrutura e de suas atividades e, combase nos resultados obtidos, implementou estratgiasde melhoria da qualidade, com nfase na adequaode suas instalaes, bem como encaminhou aoEstado-Maior do Exrcito Brasileiro sugestes para o

    aperfeioamento da misso.

    CONCLUSOAo comemorar dez anos de existncia, a CMBP

    reafirma o orgulho de ser a sucessora da MissoMilitar Brasileira de Instruo no Paraguai e da Co-misso Mista Paraguaia-Brasileira, vetores impor-tantes da cooperao bilateral no campo militar en-tre Brasil e Paraguai. Geraes de militaresparaguaios e brasileiros guardam na memria, almdos preciosos conhecimentos profissionais trocados,as lembranas da intensa camaradagem, do profun-

    do respeito mtuo e da sincera amizade, pilarespermanentes do relacionamento entre o ExrcitoBrasileiro e as Foras Armadas do Paraguai.

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    A

    1 01 01 01 01 0 CENTRODE COMUNICAO SOCIALDO EXRCITO

    A VISOESTRATGICA

    DE

    CAXIASt o final do sculo XVIII, estratgia foium termo tipicamente militar. Embora

    presentes, as expresses poltica, econmi-ca e social no estavam contidas no conceito comohoje ele entendido. A partir do sculo XIX, os confli-tos passaram a exigir uma estratgia militar envolvidacom a estratgia nacional. A estratgia nacional per-mitiu que os estados-naes pudessem mobilizar umaquantidade sem precedentes dos seus recursos huma-nos e materiais para apoiar um esforo de guerra.

    A estratgia prev o uso da fora, o que podeincluir ou no seu emprego em combate. Situaes hem que o efeito desejado a imposio da vontade aoadversrio obtido por outros meios. Por isso, aestratgia hoje entendida no s como a aplicaoda fora, mas tambm sua explorao e, ainda, a pro-moo de seu desenvolvimento. O seu papel no ,portanto, intermitente, mas permanente. Relaciona-secom medidas a adotar em tempo de guerra e com aesadotadas em tempo de paz voltadas para determina-das ameaas e hipteses de emprego.

    O estrategista caracteriza-se pela vocao polti-ca e militar. Ele deve discernir as condies de lugar,tempo e natureza dos meios e as possibilidades anta-gnicas, indo das cogitaes subjetivas s apreciaes

    e concluses objetivas.Por ser algo to complexo, a estratgia no obra

    de um homem, mas fruto do trabalho de equipes e deestados-maiores dotados de conhecimento e respon-sabilidade. So profissionais que necessitam possuirgrande capacidade de adpatar-se a situaes novas,rejeitando o conservadorismo e o conformismo.

    O Duque de Caxias, alm de inspiradas aes noscampos de batalha, adotou medidas polticas, psicol-gicas e at econmicas em sua atuao na Histria doBrasil, em especial nas aes voltadas para a manu-

    teno da integridade nacional e a consolidao daidentidade do Exrcito Brasileiro. A adoo de taismedidas ficou evidente em sua atuao na Guerra da

    Trplice Aliana, na qual a aplicao de uma estratgianacional se fez presente com a mobilizao de recur-sos humanos e materiais para apoiar o esforo de guer-

    ra. Assim, a ao de Caxiaspossibilitou o preparo e aaplicao dos meios militares para a consecuo e amanuteno dos objetivos estabelecidos pela polticanacional. As operaes conduzidas por ele se caracte-rizaram pela objetividade e pelo emprego adequado dafora e do material disponvel.

    CONHECENDO CAXIASDe uma famlia de militares com onze generais,

    em trs geraes, nasceu Lus Alves de Lima eSilva, em 25 de agosto de 1803, na Fazenda So Pau-lo, localizada na Vila da Estrela, Capitania do Rio de

    Janeiro.Caxias o Patrono do Exrcito Brasileiro. No ano

    de 1962, um Decreto do Governo Federal eternizou osvalores profissionais e morais do maior soldado da Ins-tituio atribuindo-lhe esse ttulo. Os exemplos de ldere estadista, de chefe militar e de cidado, serviram deembasamento para que Lus Alves de Lima e Silvafizesse da poltica de sua poca uma aliada. Seus fei-tos como militar invencvel serviram paraconquistar apoio poltico no parlamento brasileiro emmeados do sculo XIX.

    Caxias pacificou as revoltas internas que ameaa-ram a paz do Pas aps a independncia, com enormesentimento de brasilidade, tendo sido sua atuao

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    essencial para evitar a fragmentao do territrionacional. Contra a ameaa externa imps a paz pelavitria das armas aos ditadores platinos (Solano Lopesdo Paraguai, Oribe do Uruguai e Rosas da Argenti-na). Caxias venceu, sobretudo, por convencer, pois averdadeira vitria no consiste em sufocar ou subju-

    gar o adversrio, ela antes uma tarefa de persuaso,de conquista de coraes.

    Tambm possua viso clara da natureza humanae o dom de perceber as qualidades dos lderes queenfrentava e das populaes que se propunha a pacifi-car. Tinha um temperamento equilibrado. No lhe fal-tava coragem fsica, mas a usava calculadamente, nomomento exato, como aconteceu em Itoror.

    Estrategicamente, Caxias conseguiu que as suasaes armadas fossem respaldadas pela expressopoltica da poca. O Patrono do Exrcito, como Sena-

    dor e Ministro de Estado, defendeu sempre o uso dafora de acordo com as normas jurdicas estabelecidaspela Constituio de 1824. Esse aspecto permitiu legi-timidade e legalidade no emprego da tropa. Vale des-tacar que, para pacificar as Provncias do Rio Grandedo Sul e do Maranho, Caxias concentrou em suapessoa a autoridade militar e a autoridade poltica. Elefoi Comandante das Armas e Presidente, simultanea-mente, daquelas Provncias.

    Era, ao mesmo tempo, um homem do Exrcito e umhomem de Estado. Sua ao militar e poltica foi no sen-

    tido de compreender a grave responsabilidade de man-ter a independncia e a integridade nacional com as ar-mas, mas tambm com a persuaso. Da sua importn-cia para a manuteno da integridade nacional e a con-solidao da identidade do Exrcito Brasileiro.

    A viso estratgica que se abstrai dos feitos dessegrande chefe militar serve para os dias atuais e,tambm, para o futuro.

    A AO ESTRATGICA DE CAXIASCaxias realizou aes estratgicas com a finali-

    dade de estabelecer um caminho para atingir os seusobjetivos, os quais eram calcados na poltica governa-mental da poca. Com esse propsito, atuou de formampar tanto nas diversas campanhas militares de queparticipou como na ao poltica, adotando medidas de natureza e de intensidade variveis voltadas parao preparo e a aplicao do poder. Alm disso, a suapostura diante dos adversr ios nas campanhasinternas contribuiu para a preservao da unidadenacional, pois ele sempre lembrava aos oponentes quetodos eram brasileiros e que, por isso, deveriam evitar

    o derramamento de sangueOs destaques de seus feitos estratgicos so a

    monumental obra de pacificar quatro lutas internas eas vitrias obtidas com as manobras de flanco deHumait e Piquiciri durante a Guerra da TrpliceAliana. Esses registros histricos bastam paracredenci-lo a figurar na galeria dos maiores capitesda Histria Militar Terrestre Mundial.

    As estratgias utilizadas porCaxias serviram paraa reavaliao do emprego da Fora Terrestre Brasileira,o que foi de fundamental importncia para a identidade

    do Exrcito. A preocupao com o minucioso preparode sua tropa nas diversas campanhas de que partici-pou, bem como com o estudo das possibilidades do

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    inimigo, fez crescer a importncia da estra-tgia no campo de batalha.

    Caxias, da forma como atuou, pde im-por grande desgaste s foras oponentes.Essa postura teve o objetivo de obter, na opi-nio pblica do adversrio, forte presso no

    sentido de suspender as aes armadas. Sou-be, ainda, utilizar os meios de que dispunha,dando-lhes uma orientao apropriada a seumelhor rendimento. Alm disso, ele trabalhoupara dotar o Exrcito de uma doutrina militargenuinamente brasileira que respaldasse oBrasil como grande nao. Assim, valorizoua surpresa, a audcia, a rapidez de movimen-tos, as manobras flexveis e as estruturasmais leves.

    No Maranho, ao receber do governo

    central a misso de pacificar a regio, utili-zou a estratgia da presso indireta. A utili-zao desse modelo deveu-se ao fato de oExrcito Brasileiro no possuir efetivos emeios suficientes, na rea, para constituir umafora decisiva. Assim sendo, Lus Alvesde Lima e Silva procurou buscar a decisopor intermdio do emprego de aes polti-cas, diplomticas e psicolgicas, apoiadas poraes militares.

    Em So Paulo e em Minas Gerais, nas

    rebelies irrompidas em Sorocaba e em Barbacena,articuladas pelo Partido Liberal naqueles dois estados,mais ainda se fez sentir a ao do soldado e do condu-tor de homens. A viagem, a ocupao de So Paulo, amarcha at Ouro Preto e, sobretudo, o combate deSanta Luzia, no podiam prescindir da atuao diretae imediata de um verdadeiro chefe militar que, de ma-neira brilhante, soube empregar a estratgia da apro-ximao indireta e a estratgia direta.

    No Rio Grande do Sul, agiganta-se o cenrio. Asituao exige, ao mesmo tempo, um conjunto raro

    de condies em um mesmo homem, tais como aorientao segura do administrador, a elasticidadedo poltico e a energia do soldado. O seu planeja-mento estratgico baseou-se em aes sucessivascom as quais buscou combinar, de maneira sutil, asaes polticas e militares tendo por base a mano-bra de interior; o cuidado com os problemas do povoe com a restaurao da confiana da tropa. Oplanejamento, baseado no conflito prolongado comfraca intensidade militar, teve o objetivo de minara vontade de lutar do oponente, pois Caxias tinha a

    necessidade de preservar os parcos meios milita-res disponveis.O ano de 1845 apresenta, assim, um general com-

    pleto, com todas as suas qualidades militares cristali-zadas. Esse general pde, ao regressar da spera cam-panha gacha, garantir a Ptria de novo fortalecida nasua unidade e generosamente salva das dissenses esecesses a que fora arrastada o Brasil novamenteunido, o Brasil integral.

    A manobra de flanco do Piquiciri foi mpar na His-tria Militar universal. De concepo audaciosa, aliourapidez e surpresa na execuo e culminou com o cer-co de todo o Exrcito adversrio na nossa frente se-cundria de fixao. Vale lembrar que a manobra foi

    um exemplo de risco calculado, no qual Caxias sacri-ficou o princpio de guerra da Segurana em prol deoutro, o da Surpresa, que ele obteve em mbitoestratgico.

    Caxias demonstrou que o comandante deve tercapacidade de conciliar mudanas e continuidade, ouseja, deve proporcionar equilbrio em todo o processo,realizando trabalho contnuo.

    Ao Duque de Caxias o Brasil deve sua integrida-de territorial. Pela dimenso de sua vida, pela preciosi-dade de seu exemplo, pela grandeza de suas lies,

    Caxias um gnio inspirador que paira sobre toda aPtria, extrapolando os contornos da Instituio de que smbolo maior o Exrcito Brasileiro.

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    www.exercito.gov.br

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    1 41 41 41 41 4 CENTRODE COMUNICAO SOCIALDO EXRCITO

    Decorridas 17 semanas de intensas atividadesmilitares, das quais 14 dedicadas inteiramen-te Instruo Militar, o contingente incorpo-rado em 1 de maro de 2006 concluiu a InstruoIndividual Bsica (IIB). Dessa forma, o soldado estambientado e habilitado para prosseguir com sua for-mao militar, em busca de nveis mais elevados deconhecimento e de operacionalidade.

    Buscou-se, nessa fase inicial, alm de preparar o

    reservista de 2 categoria, capacitar os soldados a se-rem empregados em operaes de Garantia da Lei eda Ordem (GLO). Para tanto, alm da instruo teri-co-prtica ministrada nos aquartelamentos, realizaram-se, nos Comandos Militares de rea, exerccios deadestramento que simularam as condies s quais osmilitares sero submetidos quando atuarem em opera-es dessa natureza, seja em ambiente urbano, sejaem rea rural.

    A IIQUma vez iniciado o desenvolvimento e a consoli-

    dao do valor moral da tropa e estabelecidos vnculosde liderana entre comandantes (de todos os nveis) ecomandados, os soldados incorporados no corrente anoiniciaram uma nova fase de instruo.

    Ao trmino dessa segunda etapa, denominada Ins-truo Individual de Qualificao (IIQ) e desenvolvi-da ao longo de oito semanas, os soldados so conside-rados reservistas de primeira categoria (combatentesmobilizveis), capacitados a serem empregados emaes de Defesa Externa.

    A IIQ contempla dois blocos de instruo, simul-

    tneos em sua execuo e distintos em seu contedo,porm convergentes em seus objetivos: a instruocomum e a instruo peculiar.

    O bloco da instruo comum compreende conjun-to de matrias, ministradas de forma seqencial e pro-gressiva, correspondentes s reas de conhecimentoe habilidades necessrias qualificao do cabo e dosoldado de qualquer Qualificao Militar Geral (QMG):Infantaria, Cavalaria, Artilharia, Engenharia, Comuni-caes, Intendncia, Material Blico e Sade.

    Esse primeiro bloco regulado pelo Programa-

    Padro PPQ/1 Qualificao do Cabo e do Soldado Instruo Comum. Nesse documento regulador enormativo da instruo militar, encontram-se definidos

    os Objetivos de Instruo Individuais (OII) a seremalcanados pelos soldados nas seguintes matrias:Armamento, Munio e Tiro; Camuflagem; Lutas;Marchas e Estacionamentos; Ordem Unida; Tcnicas

    Especiais; Treinamento Fsico Militar; e Valores,Deveres e tica Militares.

    Por sua vez, o bloco da instruo peculiar objetivahabilitar o cabo e o soldado ocupao dos diferentescargos previstos para uma determinada arma, quadro ouservio denominados Qualificao Militar Peculiar(QMP). Nesse contexto, com base nos Programas-Padro (PP) de Qualificao elaborados peloComando de Operaes Terrestres (COTER) paracada QM, so formados os atiradores, municiadores eremuniciadores das diversas armas coletivas metra-

    lhadoras, morteiros, canhes e obuseiros ; os opera-dores de rdio e construtores de linhas de comunica-es; os sapadores mineiros; os manipuladores de ex-

    INSTRUOINSTRUOINSTRUOINSTRUOINSTRUO INDIVIDUAL DEINDIVIDUAL DEINDIVIDUAL DEINDIVIDUAL DEINDIVIDUAL DEQUALIFICAOQUALIFICAOQUALIFICAOQUALIFICAOQUALIFICAO

    A

    PREPARA

    ODOCOMBATENTEDAF

    ORATERRE

    STRE

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    plosivos; e o pessoal de manuteno de armamento ede viaturas, entre outras funes especficas.

    Essa habilitao de pessoal para cargos exercidosno mbito de uma frao elementar guarnio,equipe ou grupo exige treinamento que se reveste decaractersticas especiais, de forma a atender aos se-

    guintes pressupostos:

    tornar o militar capaz de executar,individualmente, as atividades diretamenterelacionadas sua funo dentro da fra-

    o a que pertence; tornar o militar capaz de integrar

    uma frao elementar, capacitando-o a re-alizar as suas atividades funcionais emconjunto com os demais integrantes; e

    possibilitar ao militar condies desubstituir, temporariamente, quaisquer com-ponentes da guarnio, equipe ou grupo.

    A fase da IIQ se encerra com umexerccio de, no mnimo, cinco jornadas,denominado Estgio de Qualificao do

    Combatente. Nessa oportunidade, as ins-trues so conduzidas em regime deoperaes continuadas atividades diur-

    nas e noturnas com repousos reduzidos, de trs aquatro horas por jornada. Um dos objetivos desse trei-namento verificar a resistncia e a conseqente ca-pacidade de durar na ao do militar.

    As Grandes Unidades e Unidades que integramas Foras de Ao Rpida (FAR) e as OM de em-

    prego peculiar realizam, durante a IIQ, estgio orien-tado para a atividade que caracteriza a especificidadede seu emprego. Entre outros, so desencadeados oEstgio Bsico do Combatente de FAR (EBCFAR);o Estgio Bsico Pra-quedista; o Estgio Bsico doCombatente de Montanha (EBCM); e o Estgio B-sico do Combatente de Selva (EBCS).

    A IIQ tem por princpio orientador a "instruovoltada para o desempenho", que busca o carter emi-nentemente prtico das atividades desenvolvidas nes-sa fase. Os soldados e os agrupamentos so prepa-

    rados, pois, para o desempenho de tarefas.

    A CAPA CAPA CAPA CAPA CAPACITACITACITACITACITAO TCNICA E TTICAAO TCNICA E TTICAAO TCNICA E TTICAAO TCNICA E TTICAAO TCNICA E TTICADO EFETIVO PROFISSIONAL (CTTEP)DO EFETIVO PROFISSIONAL (CTTEP)DO EFETIVO PROFISSIONAL (CTTEP)DO EFETIVO PROFISSIONAL (CTTEP)DO EFETIVO PROFISSIONAL (CTTEP)

    A CTTEP um programa de instruo conduzidopelas OM e sob a direo de seus Comandantes. Tempor objetivo o desempenho eficaz dos diferentes agru-pamentos quanto ao emprego tcnico do material or-gnico da Unidade e aos procedimentos tticos emcombate, bem como a manuteno dos padres dedesempenho individuais.

    A IIQ deve estar vinculada CTTEP de maneira apermitir ao soldado recruta obter seus conhecimentosdentro de sua prpria frao elementar. Dessaforma, ele instrudo e orientado pelo Comandante dafrao, por outros graduados e tambm pelos soldadosantigos.

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    Para a execuo desse programa, so planejadase executadas as seguintes atividades:

    pistas individuais e coletivas de reao e (ou) com-bate, de orientao, de tiro, de liderana, de blindados,de patrulha, de combate urbano, de GLO;

    estgios de operaes especiais, de combate b-sico, de combate de fraes elementares;

    exerccios tticos de simulao de combate, de GLO,de logstica, de emprego das fraes elementares;

    instruo dos subsistemas inteligncia de comba-te, logstica, defesa antiarea, comando e controle,observao e direo de tiro, coordenao e apoio defogo, defesa anticarro; e

    instruo com simuladores de armas.A CTTEP no se limita somente fase da IIQ. Ini-

    cia-se junto com a IIB para o efetivo profissional ofi-ciais, subtenentes e sargentos, cabos e soldados antigos, tem sua seqncia na IIQ com a participao do efe-tivo de recrutas e estende-se por todo o perodo de ades-tramento, permeando, desta forma, todo o ano de ins-

    truo. Essa sistemtica permite Fora Terrestre man-ter os efetivos permanentemente adestrados e aptos aoemprego imediato em determinadas operaes.

    O CURSO DE FORMAO DE CABOSO CURSO DE FORMAO DE CABOSO CURSO DE FORMAO DE CABOSO CURSO DE FORMAO DE CABOSO CURSO DE FORMAO DE CABOS(CFC)(CFC)(CFC)(CFC)(CFC)

    O CFC conduzido durante a IIQ e sua execu-o regulada pelo Comando de Operaes Terres-tres em documentos prprios. Conta com a participa-o dos conscritos apresentados na OM para o Ser-vio Militar Inicial e de outros soldados antigos que, acritrio de seus comandantes, renam as condies

    necessrias para freqentar o Curso. Sua finalidade formar cabos para o preenchimento dos claros exis-tentes nas Unidades.

    Os instrumentos normativos e reguladores bsicosdo CFC so os programas-padro da srie QUEBEC especficos para os cabos e soldados de cada qualifi-cao militar. A instruo dos candidatos graduaode Cabo deve apresentar grau de exigncia diferencia-do, j que os cargos que desempenharo aps o Cursoimpem nveis de conhecimento, de capacitaoprofissional e de liderana mais elevados.

    Entre outros parmetros estabelecidos para aseleo dos futuros alunos do CFC, devem ser leva-dos em conta o nvel intelectual, a capacidade fsica, o

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    carter militar, a responsabilidade e a liderana.Para a conduo do Curso, a Direo de Instru-

    o da Unidade deve mobiliar uma estrutura especfi-ca em pessoal instrutores e pessoal de administrao e material, de forma a no permitir interrupes naformao dos futuros cabos.

    A INSTRUO INDIVIDUAL DEREQUALIFICAO E NIVELAMENTO(IIRN)

    A formao do combatente da Fora Terrestre inclui,tambm, a Instruo Individual de Requalificao eNivelamento a IIRN.

    Baseada em um programa especfico, a instruo levada a efeito simultneamente com a fase da IIB. Seupblico-alvo, porm, constitudo por cabos e soldadosantigos, integrantes do ncleo-base (NB) das Unidadespossuidoras de grandes efetivos desse agrupamento.

    Dada essa grande quantidade de cargos destinadosao NB, essas OM, por vezes, recebem cabos e soldadosformados em outras Unidades ou necessitam realizarremanejamentos internos de forma a melhor adequar osefetivos de suas subunidades. Quando os Cabos e Solda-dos movimentados no se encontram qualificados para odesempenho dos cargos a que foram destinados na novaOM, ou quando apresentam nvel de conhecimentos e dehabilidades diferenciado dos demais integrantes, exe-

    cutada a IIRN, que utiliza como instrumentos orientadores

    e normativos os PP das sries BRAVO (reguladores daIIB) e QUEBEC (reguladores da IIQ).

    CONCLUSOAtendendo ao princpio da progressividade, a for-

    mao militar do efetivo incorporado tem incio com a

    execuo do programa da IIB, e prossegue com a re-alizao das atividades programadas para a IIQ.

    O soldado recruta, que concluiu sua preparaobsica e est habilitado a atuar em determinadas Ope-raes de Garantia da Lei e da Ordem, passa a ter suaformao orientada para seu emprego pleno, de modoa torn-lo apto a atuar em operaes relacionadas defesa externa.

    Nessa oportunidade, os meios multiplicadores dopoder de combate da Fora Terrestre sistemas dearmas, equipamentos de comunicaes, meios de trans-

    porte, suporte logstico so colocados disposiodos soldados para que se adestrem e se especializem.

    Ao longo de oito intensas semanas de atividade,permeadas de instrues terico-prticas e, principal-mente, de jornadas em campanha, os instruendos uni-formizam procedimentos e adquirem habilidades, re-flexos e conhecimentos indispensveis ao desenvolvi-mento da operacionalidade das fraes elementares.Dessa forma, habilitam-se para, em seqncia, serempartcipes e executores dos Adestramentos Bsico eAvanado das Unidades, Grandes Unidades e Gran-

    des Comandos enquadrantes.

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    EXRCIT

    O

    1 81 81 81 81 8 CENTRODE COMUNICAO SOCIALDO EXRCITO

    Um

    mundode oportunidades

    AFora Terrestre, para o cumprimento desuas atribuies, precisa contar comprofissionais de diferentes reas de for-mao.

    O mundo de oportunidades que se quer apre-sentar aquele oferecido para os profissionais dasdiversas reas de formao que o Exrcito Brasi-leiro absorve, e para os quais oferece treinamento

    e prtica.

    PROJETO SOLDADO CIDADOPROJETO SOLDADO CIDADOPROJETO SOLDADO CIDADOPROJETO SOLDADO CIDADOPROJETO SOLDADO CIDADOO Projeto Soldado Cidado tem por objetivo

    a qualificao de cidados que prestam oServio Militar Inicial por meio de cursosprofissionalizantes em instituies de ensino de nveltcnico. Convnios celebrados com o ServioNacional de Aprendizagem Comercial (SENAC)e com o Servio Nacional de AprendizagemIndustrial (SENAI), por exemplo, oferecem opor-tunidades nas reas de telecomunicaes, alimen-tao, construo civil, artes grficas, confeco,eletricidade, mecnica, refrigerao e informtica.Ao trmino do curso, o Programa Nacional deEstmulo ao Primeiro Emprego (PNPE) o vetorutilizado para a incluso do novo profissional nomercado de trabalho.

    A concluso do curso de qualificao permiteque o jovem se enquadre nos critrios do PNPE eseja cadastrado para concorrer, em melhores con-

    dies, s vagas disponibilizadas pelas empresas queatuam nos setores considerados.

    RESULRESULRESULRESULRESULTTTTTADOS ALCANADOSADOS ALCANADOSADOS ALCANADOSADOS ALCANADOSADOS ALCANADOS

    SERVIO MILITSERVIO MILITSERVIO MILITSERVIO MILITSERVIO MILITAR TEMPORRIOAR TEMPORRIOAR TEMPORRIOAR TEMPORRIOAR TEMPORRIOO Exrcito Brasileiro oferece, tambm, varia-

    das oportunidades para que os profissionais de am-bos os sexos e das mais diversas reas do conheci-mento ingressem em suas fileiras, voluntariamente,por meio do Servio Militar Temporrio.

    Essa ao possibilita conferir considervelganho em experincia para incrementar, de formasignificativa, o currculo de profissionais que servi-ram Fora Terrestre.

    Importante destacar a viso ampliada do Pasproporcionada para os mdicos, farmacuticos,dentistas e veterinrios diante das grandes necessi-dades regionais que se apresentam. Com certeza,sero brasileiros vocacionados e interessados nasoluo desses complexos problemas.

    O Exrcito oferece oportunidades para ampliar as

    opes dos jovens profissionais brasileiros em face das

    dificuldades encontradas para o ingresso no mercadode trabalho.

    AN OANOAN OANO EFETIVOEFETIVOEFETIVOE FE TI VO MU NI C PI OSMUNICPIOSMUNICPIOSMUNICPIOS

    2003 4.950 28

    2004 6.425 110

    2005 57.000 135

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    DEPOIMENTOS DE OFICIAISDEPOIMENTOS DE OFICIAISDEPOIMENTOS DE OFICIAISDEPOIMENTOS DE OFICIAISDEPOIMENTOS DE OFICIAISTCNICOS TEMPORRIOS (OTT)TCNICOS TEMPORRIOS (OTT)TCNICOS TEMPORRIOS (OTT)TCNICOS TEMPORRIOS (OTT)TCNICOS TEMPORRIOS (OTT)ADMITIDOS EM 2006ADMITIDOS EM 2006ADMITIDOS EM 2006ADMITIDOS EM 2006ADMITIDOS EM 2006

    Profissionais, de distintas reas do conhe-

    cimento, procuram a carreira militar motivados

    por diversos fatores: a vocao, a oportunida-

    de de praticar os conhecimentos acadmicos, a

    perspectiva de ascenso funcional na carreira,

    o ganho em experincia, o acrscimo no curr-

    culo e o respeito da sociedade brasileira pela

    Inst ituio so as motivaes preponderantes.

    No Exrcito aprendemos novas tcnicas e prati-

    camos o uso de variadas ferramentas o que con-

    tribui para o nosso aperfeioamento profissio-

    nal. Alm disso, aprendemos a cultuar os valo-

    res caractersticos da Fora como a lealdade,a hierarquia e a disciplina.Os valores aqui

    aprendidos, com certeza, pautaro os nossos pro-

    cedimentos em quaisquer situaes futuras.

    O servio voluntrio nos permite ter uma

    conscincia clara de que o futuro do pas de-

    pende, fundamentalmente, da capacidade das

    Foras Armadas em suportar as decises do Es-

    tado e de atuar, de forma contundente, contra

    as ameaas sua soberania e independncia.

    Alm disso, o rodzio anual dos contingentes de

    oficiais temporrios permite a interao das

    Foras Armadas com a sociedade do pas.

    Asp Erica Maciel e Asp Letcia

    Tornar-me uma OTT foi uma oportunida-

    de que me proporcionou tanto o crescimento pro-

    fissional como o pessoal". Asp Cristinne Rincon

    Ser OTT uma oportunidade de fazer cres-

    cer o esprito e a mente, de trabalhar com serie-

    dade e serenidade para trilhar o caminho para

    o sucesso.Asp Lessa

    Ser OTT me possibilita um maior crescimento

    pessoal e intelectual, alm de novas oportunida-

    des de aprimoramento profissional.Asp Neuza Lopes

    O Exrcito Brasileiro, por meio do servio

    tcnico, tem criado grandes oportunidades de

    crescimento pessoal e de aperfeioamento pro-

    fissional.Asp Flvia Arajo

    O Exrcito Brasileiro est me proporcio-

    nando um incremento considervel de conheci-

    mentos tcnicos, enriquecendo meu currculo.

    Ten Tatiane

    Procurar ser sempre bom em todas as

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    2 02 02 02 02 0 CENTRODE COMUNICAO SOCIALDO EXRCITO

    coisas, e assim acrescentar qualidade ao

    trabalho. Ser OTT, no Exrcito, nos proporcio-

    na a oportunidade de vivenciar essa mxima. A

    oportunidade que nos oferecida contribuir,

    sem dvida, para o sucesso do nosso futuroprofissional. Asp Fabiana Monteiro

    ASSISTNCIA RELIGIOSAASSISTNCIA RELIGIOSAASSISTNCIA RELIGIOSAASSISTNCIA RELIGIOSAASSISTNCIA RELIGIOSA

    O Servio de Assistncia Religiosa do Exrcito(SAREx) oferece oportunidades para sacerdotes,representantes de vrias religies, cujo perfil sejaadequado realidade pastoral da caserna.

    As atividades religiosas so coordenadas deacordo com as necessidades apresentadas em todoo territrio nacional.

    O objetivo prestar apoio religioso e contribuir

    para desenvolver a educao moral de militares, ci-

    vis e respectivas famlias, tanto nas comunidades

    onde vivem como na tropa.

    H, por exemplo, a presena de um capelo mi-

    litar junto tropa empregada na Misso de Estabili-

    zao das Naes Unidas no Haiti (MINUSTAH).

    VIVNCIA NACIONAL EVIVNCIA NACIONAL EVIVNCIA NACIONAL EVIVNCIA NACIONAL EVIVNCIA NACIONAL EINTERNACIONALINTERNACIONALINTERNACIONALINTERNACIONALINTERNACIONAL

    A carreira militar proporciona, ainda, variadasexperincias de vivncia nacional. As constantes

    movimentaes, caracterstica marcante da ForaTerrestre, permitem aos seus integrantes a possibi-

    lidade de vivenciar as mais variadas peculiaridadesregionais no territrio nacional, desde o pampa ga-

    cho at a Amaznia.Alguns militares realizam, tambm, diversos

    tipos de intercmbios com os exrcitos de naesamigas.

    Dessa forma, so proporcionadas distintasoportunidades de misso no exterior, seja paraatividades operacionais, seja para a realizao

    de cursos ou mesmo para atuao em Organis-mos Internacionais. A situao dos militares de-

    senvolvendo suas atividades fora do pas, em

    fevereiro de 2006, a retratada na ilustraoabaixo.

    2 02 02 02 02 0 CENTRODE COMUNICAO SOCIALDO EXRCITO

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    SIMULAO DE COMBATESIMULAO DE COMBATESIMULAO DE COMBATESIMULAO DE COMBATESIMULAO DE COMBATE

    CAESC II

    A fim de assegurar as melhores condies paraa realizao de exerccios de simulao decombate, o Comando de Operaes Ter-restres (COTER), em parceria com o Estado-Maiordo Exrcito e os Departamentos, vem implantando osCentros de Aplicao de Exerccios de Simulao deCombate CAESC. Essas instalaes tm como ob-jetivo fornecer aos Comandos Militares de rea e aosestabelecimentos militares de ensino a estrutura per-manente necessria para a aplicao de exerccios desimulao de combate, de modo a permitir treinamen-to e aprimoramento constantes e racionalizao dosmeios disponveis para sua realizao.

    De acordo com essa concepo, foi criado, noCampo de Instruo de Santa Maria (RS), oCAESC-II. Inaugurado em novembro de 2003, inte-gra-se ao Comando da 3 Diviso de Exrcito aDiviso Encouraada. Sua localizao permite a

    integrao do terreno com a carta, conferindo maiorrealismo aos planejamentos efetuados.

    O COTER o responsvel pelo controle egerenciamento militar do CAESC-II. As ativida-des do Centro na Guarnio de Santa Maria socoordenadas pela 3 Diviso de Exrcito (3 DE).O CAESC-II est estruturado em trs reas dis-tintas: uma para o partido Alfa, outra para o par-tido Bravo e a terceira para a direo do exerc-cio. Alm disso, foram instalados cerca de 40

    microcomputadores interligados a um servidor quegerencia as aes ofensivas e fornece respostasvariveis para a defesa.

    A estrutura do Centro permite que sejam utilizadosos sistemas GUARINI e SISTAB para simulaes nonvel Grande Unidade e o sistema SABRE para onvel Unidade.

    Apesar de recente, o Centro j foi palco de vriosexerccios de simulao com excelentes resultados.Destacam-se, entre outros, aqueles que encerraramas atividades de instruo de 2004 e 2005.

    Em 2004, parcela significativa da Operao RioNegro ocorreu no CAESC-II. Naquela ocasio, oComando da 3 DE atuou como diretor do exerccio eos partidos oponentes foram representados pelosComandos da 6 DE (partido azul) e da 6 Brigada deInfantaria Blindada (partido vermelho).

    Em 2005, foi realizada a operao Pampa, na qual

    o partido vermelho foi representado pela 3 DE acres-cida da 15 Brigada de Infantaria Motorizada e dimi-nuda da 1 Brigada de Cavalaria Mecanizada, querepresentou o partido azul.

    Nos dois exerccios foram concentrados grandesefetivos dentro do Campo de Instruo de SantaMaria, que possui rea suficiente para o desdobramentodos Grandes Comandos, Grandes Unidades eUnidades que participam dos exerccios a cargodo CAESC-II.

    2 12 12 12 12 1 ANO XXXIII N 189 JUL/AGO/SET 2006

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    2 22 22 22 22 2 CENTRODE COMUNICAO SOCIALDO EXRCITOCENTRODE COMUNICAO SOCIALDO EXRCITO

    os idos de 1768, data de 22 de janeiro, noMorro do Castelo, centro da cidade doRio de Janeiro, por ordem de D. Antnio

    Rolim Moura Tavares, o Conde de Azambuja,foi criado o Hospital Real Militar de Ultramar

    embrio do Hospital Central do Exrcito (HCE) queocupou as instalaes que abrigaram o Colgio dosJesutas da Companhia de Jesus. Unidade de vocaoassistencial, desde aquela poca prestava socorromdico aos soldados e marinheiros doentes.

    Em 1808, aps a chegada da Famlia Real Portu-guesa ao Brasil por meio da Ordem Rgia de 9 defevereiro do mesmo ano, D. Joo, Prncipe Regentedo Imprio Lusitano, nomeia primeiro Cirurgio-mordos Exrcitos e Armada Reais o Frei Custdio deCampos e Oliveira. Este cria, nas instalaes do hos-

    pital, a Escola Anatmica, Cirrgica e Mdica, a qualreceberia, em 1832, o nome de Faculdade de Medici-na do Rio de Janeiro.

    Surge, nessa poca, a sua outra vocao a edu-cacional, pois serviu de abrigo do ensino mdico efarmacutico com a criao da Botica Real Militar emsuas instalaes.

    Recebeu diferentes denominaes ao longo do tem-

    po: Hospital Real Militar de Ultramar, Hospital Regi-mental do Campo, Hospital Militar da Guarnio daCorte e, em 7 de abril de 1890, por determinao doMarechal Manoel Deodoro da Fonseca, passou achamar-se Hospital Central do Exrcito.

    Pelos corredores dessa insigne instituio militarde sade passaram renomados doutores da CinciaMdica Brasileira, como Cndido Borges deMedeiros, Augusto Cndido de Bustamante S,Roberto Haddock Lobo e Manuel Feliciano deCarvalho, artfices de momentos mpares dos anaismdicos no Brasil.

    Em suas dependncias ocorreram aulas, reunies,conferncias, solenidades cvicas, congressos e atoscirrgicos que demonstravam a excelncia do atendi-mento ali prestado, com destaque para o sucesso dasseguintes realizaes:

    em 1847, a primeira anestesia por ter no Brasil,pelo Dr. Haddock Lobo;

    em 1848, a primeira anestesia por clorofrmio noBrasil, pelo Dr. Feliciano de Carvalho; e

    em 1868, a sexta cirurgia no mundo de ligadurade aneurisma traumtico de artria ilaca, peloDr. Bustamante S.

    238 anos de trabalho e

    de amor ao prximo

    H

    OSPITA

    LCENT

    RALDO

    EXRC

    ITO

    N

    2 22 22 22 22 2

    Vista do Hospital Real Militar de Ultramar

    no Morro do Castelo Sculo XVIII

    Vista do antigo Gabinete do

    Diretor

    Vista da antiga Enfermaria

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    2 32 32 32 32 3 ANO XXXIII N 189 JUL/AGO/SET 2006

    Atualmente, com suas instalaes no bairrocarioca de Benfica, o HCE a maior unidade doServio de Sade do Exrcito, o elo final da ca-

    deia de evacuao. A Organizao Militar de Sa-de (OMS) recebe, de todos os pontos do territrionacional, pacientes com as mais variadas enfer-midades, os quais so atendidos por um efetivo de,aproximadamente, 600 profissionais, entre milita-res e civis, distribudos em 57 especialidades dis-tintas.

    Atualmente, o HCE conta com um nmeroaproximado de 400 leitos ativos e presta assistn-cia mdico-hospitalar a militares da ativa, dareserva, pensionistas, funcionrios civis e seus

    dependentes. Para tal, dispe de equipamentos deltima gerao como modernos aparelhos deRaios X, de tomografia computadorizada e de res-sonncia magntica alm de sofisticadolaboratrio de anlises clnicas e bem equipadasunidades de terapia intensiva (UTI) adulta eneonatal.

    Ao completar 238 anos de existncia, o HCEreafirma o compromisso de atender enfermosmilitares e civis com dedicao, respeito e quali-dade, como continuador da tradio do Hospital

    Real Militar de Ultramar.

    2 32 32 32 323 ANO XXXIII N 189 JUL/AGO/SET 2006

    Fachada atual do HCE

    Setor de Emergncia UTI adulto UTI neonatal

    Quarto individual Tomografia computadorizada Ressonncia magntica

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    2 42 42 42 42 4 CENTRODE COMUNICAO SOCIALDO EXRCITO

    Recepo da comitiva brasileira

    pelo Comandante-em-Chefe doExrcito do Chile,

    General Oscar Izurieta Ferrer

    Exposio da periodista Mara

    Ignacia Guzmm, da Seo de

    Avaliao do DCE, sobre misses de paz

    (a jornalista integrou, durante seis meses,o Contingente Chileno da Misso das

    Naes Unidas para a Estabilizao no

    Haiti - MINUSTAH)

    INTERCMBIODE

    COMUNICAOSOCIAL

    concepo, elaborao e difuso de diretrizes deComunicao Social, planos de ao permanentes econjunturais, conduo das Comunicaes Externas eInternas e aes de Relaes Pblicas do Exrcito.

    Alm do DCE, foram visitadas a Academia de

    Guerra, a Academia Politcnica Militar, a Escola Mili-tar, a Escola de Suboficiais e a Escola de CavalariaBlindada. Cada uma dessas Organizaes Militaresconta com um periodista, jornalista civil contratadopelo Exrcito a atividade de Comunicao Social exercida de forma descentralizada, segundo os diver-sos nveis de responsabilidade.

    BRA

    SIL-CH

    ILE

    Exrcito Brasileiro realizou intercmbio deComunicao Social com o ExrcitoChileno, em Santiago do Chile, no perodo

    de 07 a 11 de agosto de 2006. A comitiva brasileira,composta pelos Coronis Claudinei Roncolatto

    e lvaro Magalhes Porto, ambos do Centrode Comunicao Social do Exrcito, visitou oDepartamento de Comunicao do Exrcito doChile (DCE).

    O DCE, semelhana do seu congnere brasileiro,assessora de forma direta e permanente oComandante-em-Chefe em tudo o que se relaciona

    O

    CENTRODE COMUNICAO SOCIALDO EXRCITO2 42 42 42 42 4

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    2 52 52 52 52 5 ANO XXXIII N 189 JUL/AGO/SET 2006

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    Atualizado at o dia 30 de junho de 2006.

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    2 82 82 82 82 8 CENTRODE COMUNICAO SOCIALDO EXRCITO

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    2 92 92 92 92 9 ANO XXXIII N 189 JUL/AGO/SET 2006 2 92 92 92 929 ANO XXXIII N 189 JUL/AGO/SET 2006

    O

    C

    COMS

    Ex

    O Centro de Comunicao Social doExrcito (CCOMSEx) emprega, desde2004, um novo mecanismo, denominado

    Projeto Pesquisa, para realizao de pesquisasjunto ao pblico interno. Para isso, utiliza-se do Por-tal do Exrcito na rede mundial de computadores Internet.

    O projeto tem como objetivos: viabilizar, a baixo custo financeiro, a primeira

    fase (pesquisa) do processo de planejamento deComunicao Social (Com Soc);

    proporcionar subsdios Chefia doCCOMSEx para o assessoramento ao Comandodo Exrcito nos assuntos referentes Comunica-o Social de interesse da Fora e detectar aspira-es, motivaes e insatisfaes do pblico inter-no; e

    permitir ao CCOMSEx apresentar respostase informaes adequadas e oportunas aos

    questionamentos dos pblicos interno e externoquanto Instituio.

    Os dados coletados permitem a elaborao decampanhas e produtos, bem como a avaliao dosatuais veculos de Comunicao Social utilizadospelo CCOMSEx.

    CONCEPO DO PROJETOAs pesquisas so realizadas pela remessa ele-

    trnica de questionrios, em Word, Excel ou Access,respondidos voluntariamente por efetivo reduzido

    de cada Organizao Militar (OM) do Exrcito.Os militares inativos tambm tm acesso spesquisas por intermdio da pgina eletrnicadenominada Conversando com a Reserva(www.reserva.exercito.gov.br).

    PESQUISAS REALIZADASA seguir, so destacadas as principais pesqui-

    sas realizadas at o ms de setembro de 2006.

    Produtos do CCOMSEx

    Pesquisa aplicada em todo o territrio nacional

    que versou sobre os veculos de ComunicaoSocial utilizados pelo Centro. A amostra aleatriaapresentou a opinio de 558 oficiais, 570

    subtenentes e sargentos, 691 cabos e sol-dados, totalizando 1.819 entrevistados dis-tribudos pelos Comandos Militares de rea.A finalidade da pesquisa foi permitir que oCCOMSEx obtivesse uma viso sobre oalcance de seus diversos produtos junto aopblico interno.

    Motivao de subtenentes esargentos

    Pesquisa quantitativa que enfocou amotivao de subtenentes e sargentos(ST/Sgt). Colheu a opinio de 3.729 oficiaisdo Quadro Auxiliar de Oficiais (QAO), mi-litares que so oriundos das Escolas de For-mao de Sargentos, e de ST/Sgt. Permitiuatualizar o perfil desse universo e detectaraspiraes, motivaes, interesses e insa-tisfaes ligadas ao Exrcito e carreira.

    MoradiaEssa pesquisa quantitativa sobre mora-

    dia de oficiais e praas foi respondida por3.729 oficiais QAO e ST/Sgt e por mais4.986 oficiais e praas. Gerenciada pelo De-partamento de Engenharia e Construo(DEC)/Diretoria de Obras Militares (DOM),teve por objetivo avaliar a possibilidade dacriao de condies para a aquisio dacasa prpria por nossos militares.

    Perfil do candidato ao QuadroComplementar de Oficiais

    Pesquisa quantitativa que buscou com-por o perfil dos candidatos ao concurso paraingresso no Quadro Complementar deOficiais (QCO). O questionrio foi aplica-do no ano de 2005, por ocasio do concurso Escola de Administrao do Exrcito, emtodas as guarnies onde foram realizadasas provas do exame intelectual.

    Conversando com a ReservaPesquisa quantitativa realizada com oobjetivo de levantar o perfil dos militares da

    Projeto

    Pesquisa

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    3 03 03 03 03 0 CENTRODE COMUNICAO SOCIALDO EXRCITO3 03 03 03 03 0

    CCOMSEX

    CENTRODE COMUNICAO SOCIALDO EXRCITO

    reserva que acessam a pgina eletrnica do ProjetoConversando com a Reserva. Colheu a opinio volun-tria e aleatria de 793 usurios de todas as RegiesMilitares (RM), fato que lhe conferiu representativi-dade nacional.

    RESULTADOS DA CONSOLIDAO DASPESQUISASOs resultados mais significativos obtidos da

    anlise das pesquisas so apresentados a seguir.Dos produtos do CCOMSEx, o Informex alcan-

    ou ndice de 94% de penetrao, firmando-se comoo veculo de maior circulao entre os militares. Oresultado confirma que o instrumento de fundamen-tal importncia na difuso da palavra oficial da Fora.J a Rdio Verde-Oliva desconhecida de nosso p-blico interno 83% dos militares nunca sintonizaram

    nossa emissora. Como resultado de tal constatao, oCCOMSEx iniciou, a partir de 19 de abril de 2006, adisponibilizao do sinal da Rdio Verde-Oliva paratodas as OM por meio da Internet.

    Dos resultados da pesquisa sobre o perfil dosoficiais do QAO e ST/Sgt, e da pesquisa sobre mora-dia, verifica-se que 50% tem de dois a trs dependen-tes; que 2/3 desses militares no residem em Prprio

    Nacional Residencial (PNR); que 56% no possuemcasa prpria; e que a Guarnio preferencial para aaquisio de imvel a cidade do Rio de Janeiro, queteve mais de 19% das citaes (Grfico-CidadePreferencial). Os indicadores citados esto servindopara orientar os estudos do DEC sobre a construo

    de PNR e servem de alerta para que os integrantes doEfetivo Profissional, principalmente oficiais,subtenentes e sargentos de carreira, tenham em men-te a necessidade de adquirirem um imvel durante otempo do servio ativo para evitar dissabores no mo-mento da passagem para a reserva.

    CONCLUSOAtualmente, encontram-se cadastradas no Portal

    do Exrcito (EBNET) 290 endereos eletrnicos deOM. J o RECODOM conta com 389 endereos ele-

    trnicos registrados. Portanto, a realizao de pes-quisas com o uso da Internet permite presumir relati-va facilidade de alcanar amostra probabilstica sig-nificativa, com razovel intervalo de segurana e pe-quena margem de erro. Dessa forma, o Projeto Pes-quisa constitui-se em ferramenta valiosa para oassessoramento nas tomadas de deciso doCCOMSEx e de outros rgos da Fora.

    PROJETO PESQUISA

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    3 13 13 13 13 1 ANO XXXIII N 189 JUL/AGO/SET 2006

    E

    AD

    m dos principais desafios da atualidade estligado educao. Num mundo emque o conhecimento evolui de maneira

    vertiginosa, a pretenso de transmitir, nas escolas deformao, todo o saber necessrio para o exerccioprofissional parece pertencer a um passado cada vezmais distante. No sculo XXI, o profissional que nose atualiza, se recicla e se aperfeioa de formacontinuada est fadado obsolescncia.

    O custo do retorno freqente do profissional aosbancos escolares, no entanto, a interrupo de suaprodutividade, agravada ainda mais se o seu local detrabalho estiver afastado dos centros de ensino. Aresposta a esse impasse o ensino a distncia (EAD).

    Conduzir o conhecimento e a educao a lugaresdistantes no idia recente: alguns autores sugeremas cartas dos apstolos como o embrio dessa idia.Sem dvida, um grande passo na direo desse objeti-vo foi a inveno da imprensa por Guttenberg.Sistemas de correio confiveis tornaram possvel o

    surgimento das primeiras experincias de cursos porcorrespondncia. Assim, nasceram os cursos detaquigrafia em Boston (1728), de contabilidade na

    O ENSINO

    A DISTNCIA

    Sucia (1833), e de lnguas em Berlim (1856).Ao longo dos sculos XIX e XX, multiplicaram-seas iniciativas do ensino a distncia, ampliando seualcance e atingindo, inclusive, a formao universit-ria. Nos anos 20 do Sculo passado, a antiga Uniodas Repblicas Socialistas Soviticas tinha um sistemade ensino por correspondncia que atendia 350.000usurios. Desde a I Conferncia Internacional sobre oassunto, realizada no Canad em 1938, mais e mais pa-

    ses aderiram ao EAD como instrumento deuniversalizao da educao.

    A educao a distncia vai aonde o aluno est:

    flagrante da chegada de provas do Curso de Gesto e

    Assessoramento de Estado-Maior ao Haiti

    U

    O aluno de EAD faz seu

    horrio e ritmo de estudo

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    3 23 23 23 23 2 CENTRODE COMUNICAO SOCIALDO EXRCITO

    AS GERAES DE ENSINO ADISTNCIA

    grande vantagem dessa modalidade deensino levar o conhecimento alm dos limi-tes fsicos da escola contrape-se sua prin-

    cipal dificuldade: a necessidade de interaoprofessor-aluno. Na busca dessa interao, aagilidade dos servios de correio e dos meiosde transporte e, sobretudo, a evoluo datecnologia da informao influram, decisiva-mente, nos destinos do EAD. Ao longo do s-culo XX, todos os avanos nessa rea foramsendo incorporados ao sistema. Ao materialimpresso somaram-se discos de vinil, rdio,televiso, fitas magnticas, fax, slides,videocassete, CD, CD-ROM, DVD, telefo-

    ne, Internet, chats, multimdia e teleconferncia, entreoutros meios, para aproximar os alunos da tutoria eestes entre si. Para isso, a linguagem e os formatosde apresentao foram adaptados a cada uma dasmodalidades. O quadro 1 apresenta um resumo dessaevoluo.

    Atualmente, mais de 80 pases, nos cinco conti-nentes, adotam a educao a distncia em todos osnveis de ensino, em programas formais e no-formais,atendendo a milhes de estudantes. O Brasil no ficoualheio ao potencial do EAD para vencer os grandes

    espaos geogrficos do nosso Pas e levar a educaoaos mais longnquos rinces. Desde a fundao do Ins-tituto Rdio-Monitor, em 1939, e do Instituto UniversalBrasileiro, em 1941, as experincias brasileiras,governamentais e privadas, foram inmeras. Aos cur-sos radiofnicos da Universidade do Ar, criada peloSENAC em 1947, podemos acrescentar o ProjetoMinerva, o Sistema Nacional de Teleducao, a RdioMEC, a TV Cultura, a TVE, o Telecurso 2000, e o

    Centro Nacional de Educao a Distncia (CEAD),

    entre outros.Com a disseminao do uso do computador e da

    Internet e a regulamentao do EAD no Brasil, a ofertade cursos tem aumentado consideravelmente. Odecreto no 5622/05 regulamentou o artigo 80 da Leide Diretrizes e Bases da Educao Nacional (LDB -Lei n 9394/96), que trata do ensino a distncia. Em2005, o nmero de alunos matriculados em cursos degraduao, ps-graduao e seqenciais a distnciano Pas cresceu 88,7% em relao ao ano anterior.Considerados todos os nveis de educao, a quantida-

    de de pessoas que estudou a distncia no ano passadoem cursos oficiais e no-oficiais ultrapassa 1,2 milhode estudantes. Com o Sistema Universidade Abertado Brasil, esse nmero ser ainda maior em 2007: se-ro oferecidos 198 cursos em 50 Universidades Fede-rais e em 10 Centros Federais de EducaoTecnolgica, num total de 90 mil vagas no ensinosuperior pblico federal.

    Gerao Incio Caractersticas

    1 at 1970Estudo por correspondncia - o principal meio de comunicao era omaterial impresso, geralmente um guia de estudo, com tarefas ou outrosexerccios enviados pelo correio.

    2 1970

    Surgem as primeiras Universidades Abertas, com design e implementaosistematizados de cursos a distncia, utilizando, alm do material impresso,transmisses por televiso aberta, rdio e fitas de udio e de vdeo, cominterao por telefone, satlite e TV a cabo.

    3 1990Essa gerao baseada em redes de conferncia por computador e estaesde trabalho multimdia

    Quadro 1: As geraes de ensino a distncia

    O suporte de informtica forneceu grande

    impulso educao a distncia.

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    3 33 33 33 33 3 ANO XXXIII N 189 JUL/AGO/SET 2006

    EAD NO EXRCITOO Exrcito conhece e utiliza o EAD h vrios anos,

    desde os antigos Curso de Preparao para a Escolade Aperfeioamento de Oficiais (EsAO) e para aEscola de Comando e Estado-Maior do Exrcito(ECEME), os cursos de Orientao Educacional, deAnlise e Elaborao de Currculos e o Telensino deIdiomas. Essa modalidade de ensino tem contribudograndemente para a capacitao continuada dosrecursos humanos da Instituio. Hoje, vrias escolasoferecem cursos desenvolvidos integralmente adistncia, como o Curso de Aperfeioamento Militar(CAM) da EsAO para oficiais do Quadro Comple-mentar; os Cursos de Idiomas a Distncia (CID)coordenados pelo Centro de Estudos de Pessoal (CEP);o Curso Preparatrio para o Curso de Altos EstudosMilitares (CP-CAEM), da ECEME; e o Curso de

    Artilharia e Defesa Antiarea (CArtDAAe-Of) paraoficiais aperfeioados que servem em OrganizaesMilitares de Artilharia Antiarea ministrado pelaEscola de Artilharia de Costa e Antiarea(EsACosAAAe).

    O Departamento de Ensino e Pesquisa (DEP)gerencia o Portal de Educao do Exrcito(www.ensino.eb.br) e fornece suporte deinformtica para os sistemas de troca de informa-

    es e EAD das escolas e Colgios Militares. Almdisso, utiliza diretamente o EAD em cursos volta-dos para a capacitao de recursos humanos daFora Terrestre, como o curso de Portugus Instru-mental, aberto a todos os militares e atualmente com800 alunos inscritos; o curso de treinamento do Cen-

    tro de Excelncia em Engenharia e Transporte(CENTRAN); o de Capacitao de Profissionais deEAD, para professores de estabelecimentos de en-sino do Exrcito; o de Capacitao em LnguaPortuguesa - Redao, destinado aos candidatos aoconcurso de admisso ECEME; e os cursos deAnlise e Melhoria de Processos, Melhoria Cont-nua e Planejamento Estratgico, solicitados pelo Ga-binete do Comandante do Exrcito.

    Outros cursos funcionam em sistema misto, comfases EAD e presencial, como o Curso de Aperfeio-amento de Sargentos (CAS) da Escola de Aperfeio-amento de Sargentos das Armas (EASA), o Curso deGesto e Assessoramento de Estado-Maior (CGAEM)da ECEME, os Cursos de Aperfeioamento deOficiais (CAO) da EsAO, e os cursos de Coordena-o Pedaggica, de Psicopedagogia e OrientaoEducacional, e de Gesto Estratgica de RecursosHumanos, todos do CEP (Quadro 2).

    Quadro 2: Cursos EAD no Exrcito Resumo

    E s ta be le c im e nto de e ns ino C urs o s a D is t ncia C urs o s M is to s

    D EP

    - Portugus Instrumental- Tre inamento C EN TRAN

    - Capaci t ao em EAD- Lngua Por tuguesa - Redao

    - A nlise e M elhor ia d e P rocessos- M elhoria C ontnua

    - Planejamento Estratgico- EA D do C olgio M ilitar de

    M anaus

    E C E M ECurso Preparatr io para o Curso

    de Altos Estudo s M ilitaresCurso de Ges to e

    Assessoramento de Es tado- M aior

    EsA O C urso d e A p erfe io amento M ilita r - Curso de Aperfeioamento de

    O ficiais (C AO )- C A O - M d i c o s

    C EP C urso d e Id io mas a D istncia

    - Coordenao Pedaggica- Ps icopedagocia e Orientao

    Educacional- G esto Estratgica d e RH

    E A S ACurso de Aperfeioamento de

    Sargentos

    E s A C o s A A eCurso de Artilharia e Defesa

    Antiarea

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    3 43 43 43 43 4 CENTRODE COMUNICAO SOCIALDO EXRCITO

    CRESCE A OFERTA DE CURSOS PARA AFAMLIA MILITAR

    Um desafio mais recente tem sido levar os benef-cios do EAD famlia militar. O Colgio Militar deManaus (CMM) funciona, desde 2002, na modalidade

    a distncia para alunos residentes nas localidades maisafastadas da Amaznia e carentes de ensino regularde qualidade, com amparo no artigo 30 e no 4 doartigo 32 da LDB. A partir de 2006, foi acrescentadoao projeto tambm o Ensino Mdio. O CMM atendeainda dependentes de militares em misso no exterior,evitando que percam anos letivos ao afastarem-se dosistema de ensino nacional. No corrente ano, o pro-grama de EAD do Colgio conta com 223 alunos noBrasil e 48 no exterior, distribudos pelas sete sriesdos Ensinos Fundamental e Mdio. Alm disso, com oapoio do Ministrio da Educao e da Secretaria deEducao e Qualidade de Ensino do Amazonas, estsendo atendida, em carter experimental e sem cus-tos, a populao voluntria nos Pelotes Especiais de

    D EPARTAM ENTO D E ENS INO E PESQUISA

    Convnios com Estabelecimentos de Ensino Civis

    Educao Superior a Distncia

    UN IVERSIDADE C URSO S IN SC RITO SCURSANDO Total

    CursandoMil Dep C iv

    UFRRJ

    (ps-graduo

    lato sensu)

    C oordenao Pedaggica 343 107 21 95 223

    Psicopedagogia e O rientao Educacional 521 124 34 154 312

    Gesto Estratgica de Recursos Humanos 547 190 28 128 346

    Subtotal 1411 421 83 377 881(1)

    U FF

    (ps-graduo

    lato sensu)

    Instrumentao de Ensino de Matemtica 285 59 04 105 168

    C riptografia e Segurana em Redes 434 112 04 131 247

    Sistemas Modernos de Telecomunicaes 268 47 03 60 110

    Subtotal 987 218 11 296 525 (2)

    U CB

    (ps-graduo

    lato sensu)

    Docncia do Ensino Superior 528 122 25 217 364

    Ligua Portuguesa 180 34 12 78 124

    Gesto Estratgica de Recursos Humanos 220 32 14 103 149

    Gesto Administrao Pblica 640 203 14 228 445

    Gesto da Comunicao e Marketing Institucional

    Subtotal 1753 432 70 712 1214

    CoordenadoriaEAD/DEP

    Portugus Instrumental 800 800 - - 800 (3 )

    TOTAL 4951 1871 164 1385 3420

    Quadro 3: Cursos de ps-graduao EAD

    Fronteira de Estiro do Equador, Palmeiras do Javari,Vila Bittencourt e Ipiranga, todos no Estado doAmazonas.

    (1) Cursos em fase final. Convnio no renovado(2) Dados da 1 turma. Novo curso teve incio em Set 2006(3) Concluso do curso dia 28 Jul 2006. Prximo curso no 2 semestre/2006, com previso de 800 alunos inscritos

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    3 53 53 53 53 5 ANO XXXIII N 189 JUL/AGO/SET 2006

    Quadro 4: Cursos de graduao EAD

    CURSOS DE PS-GRADUAO EADNo nvel superior, o DEP vem, h alguns anos,

    construindo uma tradio de parcerias, originalmentedirecionadas para ps-graduao de militares, comdiversas universidades. Posteriormente, os cursosforam abertos ao pblico civil, a fim de colaborarcom o sistema de ensino superior nacional e propor-cionar maior interao com a sociedade. Atualmen-te, os convnios para cursos de ps-graduao adistncia junto Universidade Federal Rural do Riode Janeiro (UFRRJ), Universidade FederalFluminense (UFF) e Universidade Castelo Branco(UCB) atendem mais de 2 mil alunos, entre milita-res e dependentes, distribudos por diferentes cur-sos (Quadro 3).

    CURSOS DE GRADUAO EADA grande novidade so os cursos de graduao a

    distncia junto Universidade do Sul de Santa Catarina

    (UNISUL), que oferece 12 opes para militares edependentes, e que contam, hoje, com 1.164 alunosinscritos em 2006 (quadro 4). Alm de facilitar o aces-so ao ensino superior, a um custo acessvel, a partir dequalquer regio do Pas, o convnio uma excelenteoportunidade para que os dependentes prossigam oucomplementem seus estudos, muitas vezes prejudica-dos pelas transferncias ou pela inexistncia de ofertade cursos de nvel superior nas guarnies em quevivem. Uma vantagem adicional que, ao sertransferido, o militar e o familiar no precisaminterromper o curso.

    Com essas aes, o Exrcito Brasileiro utiliza aeducao a distncia para suprir suas necessidades decapacitao de recursos humanos, bem como paraatender s demandas de seu pblico interno. O EADconstitui-se em ferramenta poderosa e flexvel e achave fundamental para a conduo do processo edu-cacional nos tempos modernos.

    Univer-sidade

    CURSOS

    INSCRITOS SITUAOTOTAL

    20061 Sem

    20062 Sem

    Mil Dep Civ

    2006

    1 Sem

    2006

    2 Sem

    2006

    1 Sem

    2006

    2 Sem

    2006

    1 Sem

    2006

    2 Sem

    2006

    1 Sem

    2006

    2 Sem

    U

    N

    I

    S

    U

    L

    (gradu-ao)

    Bacharelado em Administrao 58 53

    485

    51

    103

    2

    37

    0

    625

    53

    Bacharelado em Cincias Contbeis 64 55 44 10 1 55

    Licenciatura em Matemtica 52 40 38 2 - 40

    Gesto da Tecnologia da Informao 65 47 32 8 7 47

    Gesto Estratgica das Organizaes 21 19 10 7 2 19

    Gesto em Varejos e Servios 16 12 4 6 2 12

    Web Design e Programao 164 105 88 14 3 105

    Tecnologia em Administrao Pblica 137 90 72 14 4 90

    Bacharelado em Turismo Rural 20 22 16 6 - 22

    Gesto em Comrcio Exterior 28 26 19 6 1 26

    Tecnologia em Multimdia Digital - 22 19 3 - 22

    Licenciatura em Pedagogia - 48 9 33 6 48

    TOTAL 625 539 485 377 103 104 37 21 625 539

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    3 63 63 63 63 6 CENTRODE COMUNICAO SOCIALDO EXRCITO

    FUZILFUZILFUZILFUZILFUZIL 5,565,565,565,565,56

    IMBELIMBELIMBELIMBELIMBEL MD97LMD97LMD97LMD97LMD97L

    3 63 63 63 63 6 CENTRODE COMUNICAO SOCIALDO EXRCITO

    pesar do advento das armas de destruio emmassa, de bombas inteligentes, da guerra ele-trnica e do incremento tecnolgico dos ma-teriais de emprego militar, o papel que o solda-

    do desempenha no campo de batalha insubstituvel.Independentemente do posto ou graduao, o comba-tente dotado de seu armamento individual. A arma b-sica no teatro de operaes moderno ainda o fuzil deassalto. No Brasil, essa classe de armamento bem re-

    presentada pelo Fuzil 5,56 IMBEL MD97L, desenvolvi-do e produzido pela Indstria de Material Blico IMBEL na Fbrica de Itajub (MG).

    ANTECEDENTES HISTRICOSA Alemanha foi o primeiro pas que buscou conjugar

    as dimenses reduzidas e o poder de fogo de uma metra-lhadora de mo a uma munio potente como a dos fuzis.Afinal, a guerra de trincheiras, com tiros longa distn-cia, tinha visto seus ltimos dias com o fim da PrimeiraGuerra Mundial. Os combates saram dos campos etomaram as cidades, o que tornou necessrio armas me-

    nores, mais leves e com grande poder de fogo. A metra-lhadora de mo mostrou-se ento uma excelente respostapara os novos tempos. Entretanto, quando o embate eratravado em campo aberto, as pequenas metralhadoras queusavam munio de arma curta perdiam efetividade e ovelho fuzil, com sua munio de longo alcance, era a ni-ca alternativa. O equilbrio foi obtido com a percepo deque, embora se necessitasse de uma arma que funcionas-se com regime de fogo automtico e semi-automtico, amunio utilizada no precisaria considerar alcances tolongos como aqueles dos calibres dos fuzis da poca.Com base na idia de uma munio de mesmo dimetro,

    mas com peso de projtil e carga propelente proporcio-nalmente reduzidas, a indstria alem desenvolveu doisnovos conceitos: o cartucho curto (kurzpatrone) e o fuzilde assalto (sturmgewehr). Dessa forma, alm dos benef-cios advindos da reduo de todo o mecanismo e do canoda arma, o infante alemo poderia levar mais cartuchos.Anos mais tarde, esses conceitos foram completamenteassimilados pelos outros exrcitos e passaram a balizar agrande maioria dos projetos de fuzis de assalto, tanto daOrganizao do Tratado do Atlntico Norte (OTAN) comodo Pacto de Varsvia.

    A coexistncia pacfica experimentada durante o sub-seqente perodo ps-guerra no refreou o mpeto daspesquisas. Os ensinamentos colhidos nos conflitos lo-

    calizados, ocorridos durante esse perodo, apontavampara a necessidade de novas mudanas na arte da guerrae na cincia militar, principalmente em relao ao calibredos fuzis de assalto. A tendncia de uso de calibres me-nores foi, novamente, trazida tona no incio dos anos60, tendo como principal cone dessa fase o fuzil norte-

    americano M16 calibre 5,56x45 mm.A histria do calibre 5,56x45 mm cercada de

    questionamentos e, ainda hoje, h muita controvrsia emtorno dos reais motivos para essa mudana de conceito fossem eles razes operacionais ou os interesses co-merciais envolvidos.

    A FNHerstal, criadora do Fuzil Automtico Leve(FAL), tambm realizou experimentos com o calibre 5,56.A base para esse projeto foi o FAL modificado e suaevoluo inseriu a FNHerstalno disputado mercado defuzis calibre 5,56. O domnio obtido pelo calibre

    5,56x45 mm permitiu que a empresa propusesse, em1980, algumas modificaes na munio M193 a fim demelhorar sua performance. Essa nova verso, denomi-nada SS109, era totalmente compatvel com as armasem uso, mas, segundo o fabricante, sua eficincia eramaior quando empregada em canos com passo deraiamento de 7 polegadas (178 mm).

    Embora haja registro de novos tipos de munies,considera-se que a 5,56x45 mm represente grande evo-luo no campo da munio militar. Ela empregada pelamaioria dos exrcitos ocidentais e permite o uso dos dois

    tipos de munies (M193 e SS109) em passos deraiamento variados, incluindo os passos intermediriosde 9 e 10 polegadas.

    Fz 5,56 IMBEL MD97L com mira Aimpoint e

    bandoleira de trs pontosA

    INDSTRIADEMATERIALBL

    ICOD

    OBR

    ASIL

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    3 73 73 73 73 7 ANO XXXIII N 189 JUL/AGO/SET 2006 373 73 73 73 7 ANO XXXIII N 189 JUL/AGO/SET 2006

    O CALIBRE 5,56 NO EXRCITOBRASILEIRO

    O incio dos estudos que resultaram na adoo docalibre 5,56x45 mm pelo Exrcito Brasileiro remonta aocomeo dos anos 80 e, assim como a evoluo do arma-

    mento leve na Fora Terrestre, est intimamente ligado histria da Fbrica de Itajub (FI).O objetivo, poca, era a obteno de uma arma de

    concepo original, tanto quanto possvel, e que guar-dasse analogias, notadamente de desempenho, com assimilares estrangeiras de mesmo calibre. As dificuldadesencontradas nos anos de 1981 e 1982 para a concretizaode um prottipo fizeram com que o objetivo original doprojeto fosse reavaliado em 1983. Essa deciso deuorigem ao Fuzil 5,56 IMBEL MD1. O projeto desse fuzilprevia uma caixa da culatra e carregador novos. Suaproduo demandaria investimentos em processos,

    dispositivos, ferramentas e calibres, e o retorno do inves-timento estaria assegurado com um lote mnimo de 10.000unidades comercializadas, meta improvvel para aquelaconjuntura.

    A homologao dos Objetivos Bsicos Operacionais(OBO) 39/86 foi decisiva para a definio de novo rumo.A previso do Estado-Maior do Exrcito (EME) era do-tar, inicialmente, apenas o Batalho de Foras Especiais,que contava com 561 homens. Como a demanda previs-

    ta no justificava o desenvolvimento de projeto de umaarma nova, a FI optou por um fuzil que aproveitasse oscarregadores do M16 e o mximo de peas e processosde fabricao do FAL, incluindo a caixa da culatra.Dessa forma, em tempo relativamente curto, surgiramos modelos MD2 e MD3 soluo economicamentevivel mas no ideal do ponto de vista tcnico eoperacional. O modelo MD2 era muito pesado se com-parado aos outros fuzis de mesmo calibre. O prottipo,com a coronha rebatvel, foi submetido avaliao tc-nica no Campo de Provas da Marambaia como Materialde Emprego Militar (MEM) tipo E, e seu desempenho

    foi considerado satisfatrio. Apesar de nenhum dosprottipos ter sido submetido avaliao operacional, omodelo MD2 passou a ser adotado por algumas Unida-des do Exrcito e por diversas polcias. Para o mercadoexterno, continua sendo comercializado at os diasde hoje.

    Em 1995, o EME reviu os Objetivos Bsicos Opera-cionais para o Fuzil 5,56. Surgiu, da, uma expectativade demanda de um fuzil com diversas caractersticasno atendidas pela maioria das armas disponveis nomercado internacional, incluindo o modelo IMBEL MD2

    (ver Tabela 1). Na ocasio, os objetivos principais eram:desenvolver uma arma dentro dos limites de peso(3,8 kg) e inserir o mecanismo de rajada controlada (trstiros), colocando o prottipo com caractersticas prxi-mas s de seus concorrentes.

    ModeloPeso

    (Kg)

    Comprimento

    (mm)

    Comprimento do

    cano (mm)

    Cadncia

    (tpm)

    AUG 3,8 805 508 650

    FNC 4,0 1000/770 436 700

    IMBEL MD2 4,5 1000/770 453 750

    HK33 4,0 920/740 410 750

    GALIL 3,9 980/742 460 650

    FAMAS G2 3,8 757 488 1100

    SIG SG G2 4,1 998/772 528 700

    M16A3 3,5 990 508 950

    IMBEL MD97L 3,6 990/750 437 950

    Fz 5,56 IMBEL MD97L com acessrios (Aimpoint,

    lanterna ttica, silenciador e lanador de granadas)

    Tabela 1: Quadro comparativo: Fuzis 5.56x45mm (Fonte: Janes 2002/2003)

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    3 83 83 83 83 8 CENTRODE COMUNICAO SOCIALDO EXRCITO3 83 83 83 83 8 CENTRODE COMUNICAO SOCIALDO EXRCITO

    Carabina 5,56 IMBEL MD97L com mira Aimpoint

    Em dezembro de 1996, a FI solicitou ao CentroTecnolgico do Exrcito (CTEx) a avaliao tcnica dosprottipos IMBEL. Esses prottipos no atingiram todosos requisitos absolutos, pois os Requisitos TcnicosBsicos (RTB) do projeto s foram homologados em

    setembro de 1997 com a Avaliao Tcnica (AVALTEC)j em curso.Em novembro do mesmo ano, a FI apresentou

    novos prottipos em conformidade com os requisitosabsolutos e com algumas modificaes de carteroperacional sugeridas pelo Centro de Instruo de Guer-ra na Selva, que realizou uma avaliao preliminar dealguns prottipos. A AVALTEC foi reiniciada com a novaarma, mas, em junho de 1999, as provas foram inter-rompidas, dada a inexistncia de critrios objetivos paraavaliao de alguns requisitos. Esse fato levou o CTEx a

    decidir pela interrupo da prova para reviso dos RTB.O perodo decorrido at a homologao dos novos

    requisitos permitiu FI conduzir diversos testes e intro-duzir mudanas maiores, baseadas nas ocorrncias eobservaes colhidas durante as avaliaes anteriores,em uma avaliao operacional realizada pela Fora AreaBrasileira com 30 prottipos e em diversas sugestes deusurios e colaboradores. O resultado permitiu aoFz 5,56 MD97L atingir todos os requisitos absolutose a grande maioria dos requisitos desejveis e comple-mentares estabelecidos pelo EME.

    O FUZIL 5,56 MD97LPara conhecermos o Fuzil 5,56 MD97L, vale deta-

    lhar um pouco mais o fato que impediu o aproveitamen-to do projeto do FAL. O FAL possui um sistema detrancamento por ferrolho basculante, que vincula seutrancamento estrutura da arma. Dessa forma, essa es-trutura tem que ser construda num material que suporteos esforos exercidos no momento do disparo. A maio-ria dos demais projetos de fuzis automticos no calibre5,56x45mm utiliza sistema de trancamento por ferrolhorotativo, que se tranca diretamente no cano feito em ao.

    A caixa da culatra, nesse modelo, passa a ser apenas aestrutura que abriga e relaciona os sis-temas de alimentao, trancamento,disparo e extrao/ejeo da arma.Pode, conseqentemente, ser fabricadacom materiais mais leves e menosresistentes que o ao, visto seremmenores as foras ali exercidas.

    Seguindo a tendncia dosdemais fabricantes, a equipe de proje-tistas da IMBEL desenvolveu projetode ferrolho rotativo com trancamento

    diretamente no cano, montado sobreuma caixa da culatra feita em liga es-pecial de alumnio.

    Os fuzis e carabinas 5,56 IMBEL MD97 soarmas que funcionam por ao da fora expansiva dosgases resultantes da queima da carga de projeo. Parao aproveitamento de tal fora, que ir atuar nodestrancamento do ferrolho, existe uma tomada degases no tero mdio do cano. Um diferencial impor-tante que, diferentemente de alguns fuzis, em queparte dos gases conduzida por um tubo at umacmara no interior do ferrolho, nos fuzis IMBEL osgases atuam sobre um mbolo situado prximo to-mada de gases. Esse fato evita o acmulo de resduosprovenientes da queima dos gases propelentes na crti-ca regio do ferrolho.

    A posio do sistema de gases acima da linha geralda arma permitiu, ainda, manter o centro de gravidadesobre o eixo longitudinal do fuzil. Tal fato, aliado aodimensionamento do sistema de trancamento, permite

    que o destrancamento e a abertura da arma, durante ociclo de funcionamento, s se d aps o projtil terultrapassado a boca da arma. Dessa forma, a precisodo tiro no comprometida pelo deslocamento de mas-sas, como ocorre em algumas armas automticas.

    Seu funcionamento, conforme a verso, podeser de repetio, para o lanamento de granada debocal; semi-automtico, para a realizao do tiro inter-mitente; ou automtico, para rajadas controladas detrs tiros ou tiro contnuo. O tiro pode ser realizadocom a coronha na posio normal ou rebatida.

    O cano, fabricado pelo processo de martelamentoa frio, possui alma raiada recoberta com uma camadade cromo duro, a fim de aumentar a sua vida til efacilitar a limpeza interna. O passo de raiamento de1:10" (1:254 mm) segue a tendncia atual de se terpassos intermedirios entre 1:12" e 1:7". Esse valorintermedirio a melhor soluo para que os projteisma