revista verde-oliva nº 197 esp

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BRASÍLIA-DF ANO XXXV Nº 197 • ESPECIAL AGOSTO/2008 • CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO EXÉRCITO BRASÍLIA-DF ANO XXXV Nº 197 • ESPECIAL AGOSTO/2008 • CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO EXÉRCITO

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Revista Verde-Oliva Nº 197 Esp

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BRASÍLIA-DF • ANO XXXV • Nº 197 • ESPECIAL • AGOSTO/2008 • CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO EXÉRCITOBRASÍLIA-DF • ANO XXXV • Nº 197 • ESPECIAL • AGOSTO/2008 • CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO EXÉRCITO

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PUBLICAÇÃO DO CENTRO DE COMUNICAÇÃOSOCIAL DO EXÉRCITO (CCOMSEx)

• Chefe do CCOMSEx:Gen Div Adhemar da Costa Machado Filho

• Subchefe do CCOMSEx:Cel Art QEMA Carlos Chagas dos Santos

• Chefe de Produção e Divulgação:Cel QMB QEMA Eduardo Arnaud Cypriano

CONSELHO EDITORIALCel QMB QEMA Eduardo Arnaud Cypriano

Cel Inf QEMA José Carlos SappiCel R/1 Jefferson dos Santos Motta

SUPERVISÃO TÉCNICACel R/1 Jefferson dos Santos Motta

REDAÇÃOTen Cel Art QEMA Ricardo Piai Carmona

Cap QCO Regina Célia de Souza Lemos BarrosST Inf Ernando Corrêa Pereira

PROJETO GRÁFICO1º Ten QAO Osmar Leão Rodrigues

1º Ten QAO Carlos Alberto Ramos de Morais1º Ten OTT Aline Sanchotene AlvesST Inf Pallemberg Pinto de Aquino

COORDENAÇÃO E DISTRIBUIÇÃOCentro de Comunicação Social do Exército

IMPRESSÃOGRÁFICA EDITORA PALLOTTI

Av. Plínio Brasil Milano, 2145 – Passo D’Areia90520-003 – Porto Alegre-RS

Fone: (51) 3021-5001

TIRAGEM30.000 exemplares • Circulação dirigida

(no País e no exterior)

FOTOGRAFIASArquivo CCOMSEx

JORNALISTA RESPONSÁVELMaria José dos Santos Oliveira – RP/DF/MS 3199

PERIODICIDADETrimestral

É permitida a reprodução de artigos, desde que citada a fonte,exceto das matérias que contiverem indicação em contrário.

DISTRIBUIÇÃO GRATUITAQuartel-General do Exército – Bloco B – Térreo70630-901 – Setor Militar Urbano – Brasília/DF

Telefone: (61) 3415-6514 • Fax: (61) 3415-5263www.exercito.gov.br

[email protected]

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NOSSA CAPA

C

Gen Div Adhemar da Costa Machado FilhoChefe do CCOMSEx

Imagens de projetos de tecnologianacional de interesse do Exército

aro leitor

A Revista Verde-Oliva 197 é uma Edição Especial sobre um tema de extrema importânciapara o Exército Brasileiro manter-se moderno e operacional: a Ciência e a Tecnologia (C&T).

A Ciência é o conhecimento ou um sistema de conhecimentos que abarca verdades geraisou a operação de leis gerais especialmente obtidas e testadas por algum método científico. ATecnologia é um termo que envolve o conhecimento técnico e científico e as ferramentas, processose materiais criados e (ou) utilizados a partir de tal conhecimento. Observa-se que a relação entrea ciência e a tecnologia é bem mais iterativa, e que a tecnologia tem, muitas vezes, uma forteinfluência sobre a ciência. Os grandes avanços e saltos tecnológicos ocorrem quando ambasinteragem em paralelo, conectadas pela pesquisa básica.

O Exército Brasileiro (EB), por meio do Departamento de Ciência e Tecnologia (DCT), temincentivado esse avanço tecnológico estabelecendo um paralelo entre a Ciência e a Tecnologiapor meio do planejamento de todos os programas e projetos que deverão ser executados peloSistema C&T no Exército. Esse controle permite a racionalização de recursos e a adequaçãodas estruturas focando melhores resultados na capacidade dissuasória da Força Terrestre.

A industrialização no Brasil iniciou-se em 1762 com a Casa do Trem, que tinha por funçãosuprir o Vice-Reinado em fundição e material bélico. Posteriormente, surgiram muitas outrasindústrias militares, entre as quais a Fábrica de Pólvora, a Fábrica de Ferro, os Arsenais deGuerra e a Indústria de Material Bélico. O pioneirismo da indústria militar contribuiu significativamentepara a implantação da indústria civil no País.

A Diretoria de Serviço Geográfico desenvolve, com o Ministério do Meio Ambiente, umabase cartográfica digital da Região da Amazônia Legal, minimizando o vazio cartográfico nessainóspita e importante região do Brasil.

Na área de guerra eletrônica, estabeleceu-se o Comando de Comunicações e GuerraEletrônica do Exército (CCOMGEEX), resultado da fusão do Centro Integrado de GuerraEletrônica (CIGE) e da Diretoria de Material de Comunicações, Eletrônica e Informática (DMCEI),que contemplará as vertentes operacional, logística, ensino e administrativa.

A moderna tecnologia da informação é absorvida pelo Centro de Desenvolvimento deSistemas (CDS), criando projetos que permitirão ao Exército Brasileiro a gestão eficaz dainformação em suas diversas Organizações Militares espalhadas por todo o País.

O Centro Integrado de Telemática do Exército (CITEx) integra e gerencia informações pormeio de diversos sistemas corporativos de Comando e Controle e de Estratégia de Comunicações,investindo, regularmente, em plataformas de software e hardware.

A Engenharia Militar Brasileira vem atuando no campo científico-tecnológico com umpioneirismo inconteste. Para isso, o Instituto Militar de Engenharia (IME) tem ensejado resultadosindiscutíveis, sempre reconhecidos pela comunidade científica.

A pesquisa e o desenvolvimento de materiais de emprego militar de interesse do Exército têmsua conjugação de esforços no Centro Tecnológico do Exército (CTEx) que, atualmente, conduzgrandes projetos na busca de novas fronteiras de tecnologia.

A atividade industrial dos Arsenais de Guerra tem permitido a fabricação, modernização,revitalização e recuperação de diversos materiais de emprego militar para a Força Terrestre.

Com você, leitor, mais uma Edição Especial de sua Revista Verde-Oliva, simples testemunhoda busca incansável por um patamar tecnológico considerável, que possa maximizar o poder decombate da Força Terrestre.

Uma agradável leitura!

ANO XXXV • Nº 197 ESPECIAL • AGOSTO/2008

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Foi com satisfação que recebi mais um exemplar daRevista Verde-Oliva, que se destaca pela qualidade gráficae também pela qualidade das matérias. Parabéns e obrigadopelo envio do exemplar”.

Juiz de Direito Paulo Tadeu Rodrigues RosaJustiça Militar de Minas Gerais

Meu nome é Adilson, tenho profunda admiração erespeito por nosso Exército que, com tanto empenho,defende a nossa Pátria de possíveis ameaças externas e,por esse motivo, gostaria de obter informações de comoreceber a Revista Verde-Oliva na forma impressa em minharesidência”.

Adilson da Silva

Sou 1º Ten do Estado da Paraiba, lotado no 3º BPMna cidade de Patos-PB. Venho por meio deste e-mailsolicitar (se possível) que me seja enviada a Revista Verde-Oliva, já que gosto de acompanhar o trabalho desenvolvidopor nosso Exército Brasileiro”.

Geraldo José DedeuPatos - PB

Sou Oficial da Policia Militar do Estado do Piauí, noposto de 1º Tenente. Faço parte de um Grupo Especializadodessa Corporação. Gosto muito das novidades editadaspelo Centro de Comunicação Social do Exército Brasileiro,principalmente aquelas a respeito da Brigada de OperaçõesEspeciais. Solicito, dentro das possibilidades, receber aRevista Verde-Oliva”.

Bernardo Pereira PintoParnaíba - PI

Sou reservista graduado licenciado da classe de 1945da instituição de maior credibilidade de segurança nacional,o Exército Brasileiro.

(…) Com imenso respeito, parabenizo o importantee excelente trabalho de divulgação das notícias einformações dos artigos que emocionam (...) e o alto nívelprofissional do pessoal que edita a Revista Verde-Oliva.

Com satisfação e prazer, gostaria, muito, de receberperiodicamente o exemplar da edição da Revista Verde-Oliva, porque sou ávido por notícias e conhecimentos sobreo nosso Exército Brasileiro”.

Expedito Admar Dias da Silva

Meu nome é Nelson Santana, sou professor deBiologia do Colégio Militar do Rio de Janeiro. Lecionoaulas para o 7º ano (antiga 6ª serie) e estamoselaborando o nosso trabalho Interdisciplinar que, esteano, aborda o tema Meio Ambiente. Coube a mimtrabalhar com os alunos as questões ambientais e comoo país pode trabalhar para resolver os problemas comrelação ao Meio Ambiente. Fiquei impressionado coma revista nº 194, em que o Exército nos coloca asatitudes que tem tomado para a preservação do meioambiente! Considero um importante material de consultapara os alunos. Além de verem o que está sendo feito,eles terão noção do que o Exército, instituiçãomantenedora de seu Colégio, está fazendo paracontribuir com a preservação do meio ambiente. Umgrande abraço e parabéns pela qualidade das matériasbem escritas presentes em suas revistas”.

Nelson S. O. Machado Professor de Biologia do CMRJ

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Ilustre leitor, a Equipe da Revista Verde-Oliva dedica este espaço avocê. Obrigado por sua contribuição. É nossa a expectativa decontinuarmos juntos para que esta publicação seja, a cada dia, melhor.

55555 – ANO XXXIV – Nº 197 – AGOSTO/2008

A capa da Revista VA capa da Revista VA capa da Revista VA capa da Revista VA capa da Revista Verererererde-de-de-de-de-Oliva, edição nº 196Oliva, edição nº 196Oliva, edição nº 196Oliva, edição nº 196Oliva, edição nº 196 • Abr/Mai/Jun 2008Abr/Mai/Jun 2008Abr/Mai/Jun 2008Abr/Mai/Jun 2008Abr/Mai/Jun 2008, saiu com a sua numeração , saiu com a sua numeração , saiu com a sua numeração , saiu com a sua numeração , saiu com a sua numeração eeeeetrimestretrimestretrimestretrimestretrimestre errados. Onde se lê 195errados. Onde se lê 195errados. Onde se lê 195errados. Onde se lê 195errados. Onde se lê 195 • Jan/Fev/Mar 2008, leia Jan/Fev/Mar 2008, leia Jan/Fev/Mar 2008, leia Jan/Fev/Mar 2008, leia Jan/Fev/Mar 2008, leia-se 196 -se 196 -se 196 -se 196 -se 196 • Abr/Mai/Jun 2008. Abr/Mai/Jun 2008. Abr/Mai/Jun 2008. Abr/Mai/Jun 2008. Abr/Mai/Jun 2008.

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66666 CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO EXÉRCITO

partir da II Guerra Mundial, a ciência e atecnologia têm se constituído, cada vez mais,como fatores preponderantes para o sucesso

das operações militares. Nesse contexto, destaca-se como defundamental importância a existência do Sistema Nacional deCiência & Tecnologia (C&T), para orientar e apoiar o esforçonacional no desenvolvimento científico e tecnológico do País,em particular das Forças Armadas, na obtenção de meiosmodernos e eficazes para a Defesa Nacional, fortalecendo aBase Industrial de Defesa (BID) e contribuindo para odesenvolvimento econômico da nação, pelo alto valor dosprodutos de C&T. Recentemente, a Inovação veio agregarainda maior valor econômico aos produtos e serviços gerados,constituindo a tríade C,T&I.

Em 1994, por meio de Portaria Ministerial, foramaprovadas as Instruções Gerais para o Funcionamento doSistema de Ciência e Tecnologia do Exército (SCTEx), quefixam a sua organização geral e a sua missão de planejar,executar, controlar e aperfeiçoar os macroprocessos, osprogramas e os projetos de Ciência e Tecnologia do Exércitoe de fomentar a Indústria Nacional de Defesa.

Como Visão de Futuro, o SCTEx busca atingir, por meiode inovações, produtos e serviços, uma capacidade científico-tecnológica que permita à Força Terrestre contribuir para opoder dissuasório do País. Para isso, ele está organizado emmacroprocessos. Ao Estado-Maior do Exército estão afetos oplanejamento estratégico de C&T e o macroprocesso "CapitalIntelectual". Ao Departamento de Ciência e Tecnologia cabea gestão dos macroprocessos "Pesquisa Científica","Desenvolvimento de Sistemas e Materiais de Emprego Militar","Gestão de C,T&I", "Aplicação do Conhecimento e dasTecnologias Dominadas" e "Recursos Humanos para asAtividades de C&T".

Entre os principais objetivos estratégicos do SCTExcabe destacar: domínio de tecnologias que asseguremvantagens estratégicas e operacionais, priorizando as deacesso negado; desenvolvimento de projetos de P&D demateriais e sistemas de interesse do Exército; provimentode informações geográficas atualizadas, priorizando aAmazônia e demais regiões de fronteira; aperfeiçoamentodas avaliações técnicas e operacionais de material deemprego militar e produtos controlados pelo ExércitoBrasileiro; capacitação dos recursos humanos do SCTEx;contribuição para o desenvolvimento da Doutrina MilitarTerrestre; e contribuição para o fomento da BID.

Orientado pela Política Militar Terrestre, DiretrizesEstratégicas e Plano Estratégico de C&T, o Plano Básico deC&T (PBCT) é o plano de ação do SCTEx. Ele consubstancia

O Sistema de Ciência & Tecnologiado Exército Brasileiro

A as estratégias elaboradas e as açõesplanejadas que visam ao cumprimentoda missão e à consecução da visão defuturo do SCTEx, prevendo o empregosimultâneo dos recursos humanos, financeiros, gerenciaise patrimoniais do Exército, para atingir os objetivos doSistema.

No cumprimento de sua missão, o SCTEx jáapresenta resultados significativos, como o MorteiroPesado 120mm e munições, o Fuzil 5,56 MD97LIMBEL e os Equipamentos de Visão Noturna -Binóculo e Monóculo, que já estão em fase deprodução e distribuição às Organizações Militares(OM) Operacionais. Outros produtos, em fase finaldo ciclo de desenvolvimento, são o Míssil Solo-Solo1.2 Anticarro (MSS 1.2 AC), a Arma Leve Anticarro(ALAC), Sensor Radar de Vigilância SABER M-60,Sistema de Comando e Controle de Divisão deExército/Brigada e o Equipamento-Rádio ERC-1193Mallet/IMBEL. Em fase inicial de desenvolvimento, oprojeto da Viatura Blindada de Transporte de PessoalMédia de Rodas (VBTP-MR) tem por objetivo iniciaruma Família de Viaturas Blindadas que equipará oExército Brasileiro a partir de 2012, e o domínio detecnologias do Sistema de Comando e Controle, deGuerra Eletrônica, do Rádio Definido por Software(RDS) e de Veículos Aéreos Não Tripulados (VANT).

Na área de inovação tecnológica, iniciaram-sepesquisas em robótica, em biotecnologia, emnanotecnologia, em filmes finos para células solarese detectores de infravermelho, e para obtenção defibra de carbono a partir do piche mesofásico. Osresultados têm sido auspiciosos. Parcerias comempresas civis têm buscado, nos materiais de empregodual, compartilhar com a sociedade as conquistasobtidas nas pesquisas levadas a cabo pelo SCTEx.Novas perspectivas vêm-se apresentando com apolítica brasileira de cooperação internacional emmatéria de C&T, permitindo a intensificação dacooperação científica, a busca da inovação tecnológicae aceleração dos esforços de pesquisa edesenvolvimento.

Assim, o SCTEx se consolida na sua organizaçãoe no cumprimento de sua missão de prover meiosmodernos e eficentes capazes de manter elevado opoder dissuasório da Força Terrestre e de contribuirpara a segurança e o desenvolvimento do País.

66666 CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO EXÉRCITO

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77777 – ANO XXXV – Nº 197 – AGOSTO/2008

Sistema de Ciência e Tecnologia do Exército(SCTEx) iniciou, no ano de 2003, umprocesso de reestruturação que teve porfinalidade a melhoria dos processos compre-

endidos na sua missão.Os aspectos objetivos de tal reestruturação –

convergência de esforços, racionalização de meios eredução de custos – foram buscados tendo como foco aVisão de Futuro do SCTEx, a saber: ser relevante para oExército por resultados alcançados, tendo por meta umpatamar tecnológico que permita à Força Terrestrecontribuir para a capacidade dissuasória do País.

O DCTO DCTO DCTO DCTO DCTNesse contexto de repensar o SCTEx, chegou–se à

nova estrutura de Ciência e Tecnologia do Exército – cujoorganograma aparece abaixo –, e criou-se o Departamentode Ciência e Tecnologia (DCT) para atuar como Órgão deDireção Setorial do Sistema.

DSGDSGDSGDSGDSG – Diretoria de Serviço GeográficoCComGEEXCComGEEXCComGEEXCComGEEXCComGEEX – Comando de Comunicações e Guerra

Eletrônica do ExércitoCDSCDSCDSCDSCDS – Centro de Desenvolvimento de SistemasCITExCITExCITExCITExCITEx – Centro Integrado de Telemática do ExércitoIMEIMEIMEIMEIME – Instituto Militar de EngenhariaCTExCTExCTExCTExCTEx – Centro Tecnológico do ExércitoCCCCCAExAExAExAExAEx – Centro de Avaliações do ExércitoDFDFDFDFDF – Diretoria de FabricaçãoIMBELIMBELIMBELIMBELIMBEL – Indústria de Material Bélico do Brasil

O DCT, localizado no Quartel-General do Exército,em Brasília-DF, foi criado em abril de 2005, fruto dafusão da Secretaria de Tecnologia da Informação com aSecretaria de Ciência e Tecnologia. O órgão passou a ser,então, responsável pela condução das atividades científico-tecnológicas realizadas pelo Exército. Sua missão é planejar,executar, controlar e aperfeiçoar os macroprocessos doSistema de C&T, seus programas e projetos, e contribuirpara o fomento da indústria nacional de defesa.

Recentemente foi criado o Comando de Comunicaçõese Guerra Eletrônica do Exército, Organização MilitarDiretamente Subordinada ao DCT a partir da fusão doCentro Integrado de Guerra Eletrônica (CIGE) e daDiretoria de Material de Comunicações, Eletrônica eInformática.

AAAAATRIBUIÇÕESTRIBUIÇÕESTRIBUIÇÕESTRIBUIÇÕESTRIBUIÇÕESO DCTDCTDCTDCTDCT tem como braços subordinados sete centros

de excelência em suas áreas de atuação e ainda o InstitutoMilitar de Engenharia, cada um com atribuições específicas.

O

Departamento de Ciênciae Tecnologia

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88888 CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO EXÉRCITO

O CTEx, CTEx, CTEx, CTEx, CTEx, localizado no Rio de Janeiro, onde sãodesenvolvidos dezenas de projetos, que vão desde apesquisa de novos compostos para blindagem às pesquisasnas áreas nuclear e de telecomunicações.

O CAECAECAECAECAExxxxx,,,,, órgão responsável pela execução dasavaliações técnicas e operacionais dos materiais deemprego militar desenvolvidos ou utilizados pelaForça Ter res t re . Também ava l i a os p rodutoscontrolados pelo Exército. Ele funciona na restingada Marambaia, no Rio de Janeiro.

O CComGEExCComGEExCComGEExCComGEExCComGEEx é responsável pela gestão dos re-cursos de comunicações e guerra eletrônica no âmbi-to do Exército, englobando funções operacionais, lo-gísticas e de ensino. Como parte dessa missão, cabe-lhe a execução da atividade de inteligência de sinal,do nível estratégico ao tático.

O CDSCDSCDSCDSCDS, também na Capital Federal, é responsávelpela criação e manutenção dos softwares que permitemo p leno func ionamento da complexa rede deinformações presentes no Exército, como por exemploo controle de dados pessoais de toda a tropa.

O CITECITECITECITECITExxxxx, , , , , situado em Brasília, é responsável porproporcionar a base física e lógica para a operaçãodos sistemas de Informática e Comunicações em usope lo Exérc i to Bras i l e i ro . Também rea l i za amanutenção desses sistemas.

A DFDFDFDFDF é o órgão incumbido de superintender asat iv idades relat ivas à fabr icação, recuperação,adaptação , t r ans fo rmação, modern ização enacionalização do material de emprego militar. Édiretamente vinculada a IMBEL – Indústr ia deMaterial Bélico do Brasil.

Com divisões em Porto Alegre, Olinda, Manaus,Rio de Janeiro e ainda com o Centro de Imagens emBras í l i a , a DSGDSGDSGDSGDSG é o órgão responsáve l pe lasatividades cartográficas relativas à elaboração deprodutos, suprimento e manutenção de material, eas decorrentes de convênios estabelecidos comórgãos da admin i s t ração púb l i ca . As ca r tastopográficas utilizadas pelo Exército são totalmenteproduzidas pela DSG.

O IMEIMEIMEIMEIME é o es tabe lec imento de ens ino doDepartamento de Ciência e Tecnologia. E le éresponsável pelo ensino superior de Engenharia e pelapesquisa científica nas áreas de interesse do ExércitoBrasileiro. Ainda coopera com os demais órgãos da

Força por meio da prestação de serviços e pelaexecução de atividades de natureza técnico-científicas.

A IMBELIMBELIMBELIMBELIMBEL, com sede em Brasília-DF, possui cincofábricas localizadas em Minas Gerais, São Paulo eRio de Janeiro. Ela é o braço fabril do DCT.

Estandarte Histórico do DCTEstandarte Histórico do DCTEstandarte Histórico do DCTEstandarte Histórico do DCTEstandarte Histórico do DCT

DENOMINAÇÃO HISTÓRICADENOMINAÇÃO HISTÓRICADENOMINAÇÃO HISTÓRICADENOMINAÇÃO HISTÓRICADENOMINAÇÃO HISTÓRICA O Genera l GomesGomesGomesGomesGomes

FFFFFre i r ere i r ere i r ere i r ere i r e – o pr ime i roConde de Bobade la –criou, no final do SéculoXVIII, a Casa do Trem deAr t i l ha r i a e a Rea lAcademia de Artilharia,Engenhar i a e For t i f i -cações, na cidade do Riode J ane i ro . E le éconsiderado o precursordo Sistema de Ciência eTecnologia do ExércitoBrasileiro. Por isso, aPortaria nº 782, de 30 deoutubro de 2006 –publicada no BE nº 044/06, concedeu a Denominação H i s tó r i ca“Departamento General Gomes Freire de Andrade”ao DCT, além de Estandarte Histórico.

Com a criação do DCT, o emprego de recursosfoi racionalizado e as estruturas tornaram–se maisleves e ágeis, com foco em resultados. Consideradaa relevância estratégica do SCTEx, pode–seassegurar que ele está em melhores condições paraenfrentar o ambiente de constantes mudanças ea lcançar um patamar tecnológ ico capaz deproporcionar o desejado poder dissuasório à Força.

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99999 – ANO XXXV – Nº 197 – AGOSTO/2008

General-de-Exército DarkDarkDarkDarkDarkeeeeeNunes de FigueiredoNunes de FigueiredoNunes de FigueiredoNunes de FigueiredoNunes de Figueiredonasceu na cidade de SãoPaulo, em 9 de dezembro

de 1943. É praça de 1 de março 1963,oficial de Artilharia da turma de 1965 efoi promovido ao posto atual em 31 demarço de 2006. Foi agraciado comvárias condecorações nacionais einternacionais.

Como oficial-general desempenhouas seguintes funções:

• Diretor de Assistência Social;• Comandante da 14ª Bda Inf Mtz;• 1º Subchefe do Estado-Maior do Exército;• Vice-Chefe do Estado-Maior do Exército; e• Vice-Chefe do Departamento-Geral do Pessoal.• Chefe do Departamento de Ciência e Tecnologia até

o dia 15 de agosto de 2008.Em entrevista à Revista Verde-Oliva (RVO), o General

falou sobre o direcionamento das pesquisas,a respeito do desenvolvimento de produtosna área de defesa e das duas vertentes quelevam à produção, utilizando-se das Fabricase Institutos pertencentes ao Órgão. Ressaltouquais projetos que estão em desenvolvimentoe disse das expectativas quanto ao "Soldadodo Futuro" e com relação à Ciência eTecnologia no Exército Brasileiro.

RVO - Qual é a importância, na opiniãode Vossa Excelência, do Departamento deCiência e Tecnologia, para o desenvolvimentoda Ciência e da Tecnologia no ExércitoBrasileiro?

R - O DCT é o Órgão Central do Sistemade C&T. Por meio de uma ótica prospectivae pragmática, o Departamento,absolutamente alinhado com o Sistema de Planejamentodo Exército, estabelece diretrizes, objetivos, normas e

Entrevista com Entrevista com Entrevista com Entrevista com Entrevista com o General-de-Exéro General-de-Exéro General-de-Exéro General-de-Exéro General-de-Exércitocitocitocitocito DARKE NUNES DE FIGUEIREDODARKE NUNES DE FIGUEIREDODARKE NUNES DE FIGUEIREDODARKE NUNES DE FIGUEIREDODARKE NUNES DE FIGUEIREDO

VERDE-VERDE-VERDE-VERDE-VERDE-OLIVOLIVOLIVOLIVOLIVAAAAAENTREVISTA

O

“““““Os recursos humanosOs recursos humanosOs recursos humanosOs recursos humanosOs recursos humanosdo Exérdo Exérdo Exérdo Exérdo Exército Brasileircito Brasileircito Brasileircito Brasileircito Brasileiroooootêm contribuído paratêm contribuído paratêm contribuído paratêm contribuído paratêm contribuído parao desenvolvimento dao desenvolvimento dao desenvolvimento dao desenvolvimento dao desenvolvimento daCiência e TCiência e TCiência e TCiência e TCiência e Tecnologiaecnologiaecnologiaecnologiaecnologiano Brasil pela manu-no Brasil pela manu-no Brasil pela manu-no Brasil pela manu-no Brasil pela manu-tenção da excelênciatenção da excelênciatenção da excelênciatenção da excelênciatenção da excelênciado ensino no Institutodo ensino no Institutodo ensino no Institutodo ensino no Institutodo ensino no InstitutoMilitar de Engenharia,Militar de Engenharia,Militar de Engenharia,Militar de Engenharia,Militar de Engenharia,pelo crescimento depelo crescimento depelo crescimento depelo crescimento depelo crescimento denossa IMBEL e pelonossa IMBEL e pelonossa IMBEL e pelonossa IMBEL e pelonossa IMBEL e peloestabelecimento deestabelecimento deestabelecimento deestabelecimento deestabelecimento deparparparparparcerias com empre-cerias com empre-cerias com empre-cerias com empre-cerias com empre-sas nacionais dosas nacionais dosas nacionais dosas nacionais dosas nacionais doramo.”ramo.”ramo.”ramo.”ramo.”

conceitos que têm por escopo disciplinare direcionar a pesquisa e o desenvol-vimento de novos produtos ou melhoriatécnica dos já existentes, buscandometas que apontam, fundamentalmente,para o incremento qualitativo daoperacionalidade da Força Terrestre.

RVO - Conseguir passar da Ciênciapara a Tecnologia e, daí, ser capaz detransferir esta última às linhas demontagem e produção, representa umelevado nível de amadurecimentoindustrial de um país. Isso está ligado àqualidade dos recursos humanos. Como

está sendo a preparação dos recursos humanos da ForçaTerrestre para a Ciência e Tecnologia?

R - Faz-se necessário entender que pelo menos duasgrandes vertentes orientam a passagem da Ciência paraa Tecnologia. A primeira é a do conhecimento e asegunda a da prática. Se a primeira empresta o

fundamento teór ico, a segundamaterializa o entendimento. O nossoInst i tuto Mil i tar Engenharia ( IME),historicamente, vem oferecendo, comdestacada qualidade, o conhecimento.Cabe-nos viabil izar a produção e aobtenção do produto final, valendo-nosda Indústria de Material Bélico do Brasil(IMBEL) e da Indústria Militar de Defesa.

RVO - De que forma os recursoshumanos do Exército Brasileiro têmcontribuído para o desenvolvimento daCiência e Tecnologia no Brasil?

R - Pela manutenção da excelência doensino no Instituto Militar de Engenharia,pelo crescimento de nossa IMBEL e pelo

estabelecimento de parcerias com empresas nacionaisdo ramo.

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1 01 01 01 01 0 CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO EXÉRCITO

RVO - A IMBEL é uma empresa vinculada ao Ministérioda Defesa por intermédio do Comando do Exército. Qualé a sua importância para o incremento do Setor Industrialde Defesa no Brasil e na América Latina?

R - A importância é decisiva. A IMBEL, hoje, sustenta-se em três pilares básicos: o estratégico, o comercialregulador e o alinhamento e inserção no Plano Básico deCiência e Tecnologia da Força Terrestre.

RVO - Seria possível serem citados projetos que seencontram em desenvolvimento no Exército?

R - Atualmente, cumprindo os preceitos estabelecidosno Plano Diretor do Exército, encontram-se emdesenvolvimento os seguintes projetos: Viatura Blindadade Transporte de Pessoal-Média de Rodas; Radar M-60para Defesa Antiaérea de Baixa Altura; Módulo deComando e Controle para Brigada e Divisão de Exército;Míssil Anticarro MSS 1.2 AC; Granada Pré-raiada comPropulsão Adicional (PRPA) para o Morteiro Pesado de120 mm; Morteiros Leve de 60 mm e Médio de 81mm esuas munições; Arma Leve Anticarro (ALAC); Acessóriospara o Fuzil 5,56 mm, da IMBEL; Veículo Aéreo Não-tripulado (VANT); e Equipamentos de Visão Noturna.

RVO - O que é a "Nova Família de Blindados de Rodas"e qual a perspectiva dos quartéis receberem esses blindadosem substituição aos existentes na atualidade?

R - A Nova Família de Blindados de Rodas é um projetomoderno, ambicioso e de última geração. Esses blindadostêm por objetivo substituir as viaturas Urutu e Cascavel,cujo ciclo de vida útil está praticamente no fim.

Estão sendo desenvolvidas, entre outras, viaturas deReconhecimento, de Transporte de Pessoal, Socorro, Postode Comando, Morteiro, de Comunicações, Ambulância eDiretora de Tiro.

O projeto iniciou-se com a Viatura Blindada deTransporte de Pessoal Média de Rodas, pelo fato de ser ade maior demanda e também por ser aquela visualizadacomo plataforma para as demais versões dessa subfamília.

Após um rigoroso processo de seleção, a empresaIVECO, subsidiária da FIAT, foi escolhida para desenvolvero projeto em parceria com o EB, tendo sido o contratoformalizado no final de 2007, com duração de cinco anos.Estima-se que até o final de 2009 o Protótipo estejaconcluído e pronto para avaliação. O Lote-Piloto com maisdezesseis viaturas deve ser fabricado até o final de 2011.

RVO - Gostaria que Vossa Excelência explicasse o queé o "Soldado do Futuro"?

R - A realidade ou o entendimento de "ameaça" nospaíses desenvolvidos vem sofrendo uma mutação quedesconsidera, ou mesmo exclui, o emprego do que sedenominou por muito tempo de "emprego convencional".

As nominações de "Guerra de 4ª Geração", "GuerraAssimétrica" e outras fartamente utilizadas estabelecem umaface diferente para os conflitos bélicos. Algumas dessasvariações passam pelo risco mínimo ao combatente; aprecisão e rapidez de resposta e a minimização dos efeitoscolaterais.

Para obter-se êxito nessa nova filosofia tática, é precisopreparar, equipar e adestrar o novo soldado com ênfasena robótica, na simulação e na nanotecnologia, com todosos desdobramentos decorrentes.

Assim, o "Soldado do Futuro" é aquele que, dotadocom equipamento de última geração, pode serpsicologicamente apto a utilizar tecnologia de ponta, comextrema precisão e oportunidade.

RVO - O Brasil pretende atualizar-se a esse nível?R - Sem dúvida, embora não possamos abandonar os

conceitos convencionais sob pena de sermos capazes deoperar em situações que exijam uma grande complexidadetecnológica e não estarmos aptos a ações elementares quemais cedo ou mais tarde, em combate, poderão ser usadas.

RVO - Entendidos e especialistas apresentam a Ciênciae Tecnologia como um multiplicador do poder de combate.Qual é a opinião de Vossa Excelência a respeito?

R - Concordo com esse ponto de vista. A C&T permiteaumentar significativamente o poder de combate dosexércitos atuais e, mais do que isso, alavancar os maisdiversos segmentos da sociedade pelo emprego dual daesmagadora maioria dos novos projetos em curso.

RVO - Considerando a rapidez na evoluçãotecnológica e o ciclo de vida dos materiais, é importanteexistir uma coordenação entre as Forças Armadas para odesenvolvimento de equipamentos de uso comum?

R - Mais do que importante, é fundamental. A uniãode esforços, a soma de conhecimentos e o aporteconjunto de recursos, seguramente, oferecerãoresultados mais completos e expressivos.

Nesse aspecto avulta a importância do Ministérioda Defesa como coordenador, impulsionador e reguladordaquilo que é comum às três Forças Armadas e quemerece um entendimento particular para cada uma delas.

RVO - Qual a visão de futuro de Vossa Excelênciaquanto à Ciência e Tecnologia no Exército Brasileiro?

R - A Visão de Futuro do Sistema de Ciência eTecnologia do Exército (SCTEx), registrada no PlanoBásico de C&T do EB 2008-2011, é atingir, por meiode inovações, produtos e serviços, uma capacidadecientífico-tecnológica que permita à Força Terrestrecontribuir para o poder dissuasório do País, reduzindo,a cada dia, a dependência de tecnologias alienígenas.

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1 11 11 11 11 1 – ANO XXXV – Nº 197 – AGOSTO/2008

Exército muito contribuiu para a industria-lização do Brasil e, em alguns setores,desempenhou um papel verdadeiramente

pioneiro. Na realidade, a indústria militar precedeu de umséculo a indústria civil que, por muito tempo, se limitouapenas à fabricação de tecidos grossos de algodão para aconfecção do vestuário dos escravos.

As atividades industriais militares tiveram início com aCasa do Trem erigida, em 1762, pelo Governador eCapitão-General do Rio de Janeiro, Gomes FGomes FGomes FGomes FGomes Freire dereire dereire dereire dereire deAndradeAndradeAndradeAndradeAndrade – Conde de Bobadela – com a finalidade de“suprir as necessidades do Vice-Reinado em fundição ematerial bélico”.

O Vice-Rei, Conde da CunhaCunhaCunhaCunhaCunha, ampliou a Casa do Tremcom novas construções e denominou o conjunto de Arsenaldo Trem.

O Exército foi, igualmente, o precursor da indústriaquímica no País, com a fundação, pelo Príncipe D. JoãoD. JoãoD. JoãoD. JoãoD. João,em 1808, da Fábrica de Pólvora, na Lagoa Rodrigo deFreitas, para atender às necessidades da Força Terrestre,da Armada e da indústria e comércio locais. Posteriormente,essa Fábrica seria transferida para o Distrito de Estrela, naProvíncia do Rio de Janeiro.

Em 1811, por Alvará de 1º de março, o Príncipe-Regente transformava o Arsenal do Trem em Arsenal deGuerra da Corte que, no ano de 1820, já fundia seusprimeiros canhões.

Caberia também à Força Terrestre, mais tarde, a missãode dirigir técnica e administrativamente a primeira fundiçãode ferro do Reino-Unido, a Fábrica de Ferro de São Joãode Ipanema, nas proximidades de Sorocaba, onde, em1818, o ferro correu de altos-fornos, pela primeira vezno Brasil. Dirigiu-a o Sargento-Mor VVVVVarnhagenarnhagenarnhagenarnhagenarnhagen.

A Guerra contra RosasRosasRosasRosasRosas levou à criação dos Laboratórios

Pirotécnicos, como parte dos Arsenais de Guerra, com oobjetivo de produzirem espoletas, cartuchos e foguetes àCongreve.

No Arsenal de Guerra da Corte, depois chamado deArsenal de Guerra do Rio de Janeiro, foram fabricados,desde fins do Século XVIII, armas, munições e outrosartigos bélicos empregados na Campanha da GuianaFrancesa, na Pacificação da Banda Oriental, na Guerra daIndependência, na redução dos movimentos daCabanagem, da Sabinada, dos Farrapos, nas lutas contraOribe e Rosas, na Guerra do Paraguai e em conflitos maisrecentes.

No Sul, entre os anos de 1828 e 1829, o Trem deGuerra da Província do Rio Grande do Sul, criado em1773, foi transformado em Arsenal para atender àsnecessidades militares da região. Hoje, tem o nome deArsenal de Guerra General Câmara.

Esse Arsenal desempenhou importantíssimo papeldurante a Guerra da Tríplice Aliança, tendo sido elogiadopelo Duque de CaxiasDuque de CaxiasDuque de CaxiasDuque de CaxiasDuque de Caxias como um dos fatores da vitóriados Aliados.

Outros Arsenais, de menores proporções, foramestabelecidos nas províncias da Bahia, Pernambuco, Paráe Mato grosso.

Convém salientar que esses Arsenais não se limitavamà produção de artigos bélicos ou ao reparo desses materiais.Produziam, também, equipamentos diversos destinados àsobras públicas, às entidades privadas e às pequenasempresas.

Valiosa foi a contribuição desses estabelecimentos àformação de mão-de-obra especializada e de técnicos denível médio, com suas Companhias de Menores Aprendizesque, além de conhecimentos teóricos e práticos, recebiam,ainda, gratuitamente, alimentação, alojamento e vestuário.

A Contribuiçãodo Exército àIndustrializaçãodo Brasil

OCasa do TCasa do TCasa do TCasa do TCasa do Tremremremremrem

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1 21 21 21 21 2 CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO EXÉRCITO

Esses especialistas viriam a ser o verdadeiro esteio dasindústrias civis, quando de sua implantação.

A eclosão das duas grandes guerras mundiais, às quaiso Brasil não pôde se manter alheio, intensificou o ritmo deindustrialização do País, mormente do setor bélico,inteiramente dependente do Exército.

Surgiram, então, as numerosas fábricas, modernamenteaparelhadas, destinadas a dotar a Força Terrestre de ummínimo de autonomia na provisão de armamento leve,equipamentos bélicos diversos e munições.

As mais importantes, com seus respectivos produtos,foram:

Entre essas fábricas, as de Itajubá, Presidente Vargas eRealengo foram pioneiras seus respectivos setores

produção.Mais recentemente, em 1958, surgiu o Arsenal de

Guerra de São Paulo, localizado na cidade de Barueri edestinado a produzir canhões.

A Escola Técnica do Exército, posteriormente InstitutoMilitar de Engenharia, dotou todos esses Arsenais eFábricas de engenheiros militares altamente capacitados,o que daria um grande impulso à indústria bélica nacional.

Nessa fase, em que a indústria civil ainda não se firmaradefinitivamente, o parque fabril do Exército supriu asnecessidades das empresas estatais e privadas em numerosositens, com grande vantagem para nossa economia.

Foram, também, engenheiros militares os que tornaramrealidade o projeto da Companhia Siderurgica Nacional,em Volta Redonda, marco da entrada do Brasil na era dasiderurgia.

A industrialização acelerada experimentada pelo País,após a 2ª Guerra Mundial não encontrou a Naçãoadequadamente dotada de pessoal técnico habilitado paraconduzir os projetos de alguns ramos de elevada tecnologia.

Os engenheiros militares foram chamados a suprir essadeficiência e podíamos encontrá-los, então, à frente dastelecomunicações, da química industrial, da eletrônica, dosmotores à explosão, da energia nuclear, de cujas indústriasforam, em verdade, os grandes implantadores.

O nível de desenvolvimento alcançado pelo Brasilnaqueles anos, com um parque industrial posicionado entreos dez maiores do mundo, levou o Exército a desativar suasfábricas e a reduzir a atividade de seus Arsenais, convencidode que a era do pioneirismo já fora ultrapassada e de que aindústria civil estava plenamente capacitada a substituí-lo.

Algumas fábricas foram extintas, outras incorporadas àIndústria de Material Bélico (IMBEL), empresa pública criadaem 1975 e vinculada ao então Ministério do Exército.

Os Arsenais de Guerra do Rio de Janeiro, São Paulo eGeneral Câmara continuam também operando, agoracomo responsáveis pela manutenção de 4º escalão e,conseqüentemente, pela fabricação dos componentesnecessários a essa manutenção.

Os três Arsenais são os legítimos herdeiros dos pioneirosda industrialização do Brasil e merecem, por isso, o apreçonão só do Exército como de toda a Nação.

Arsenal de Guerra de São PauloArsenal de Guerra de São PauloArsenal de Guerra de São PauloArsenal de Guerra de São PauloArsenal de Guerra de São Paulo Pavilhão Pavilhão Pavilhão Pavilhão Pavilhão da da da da da DDDDDivisão ivisão ivisão ivisão ivisão AAAAAdministrativa do AGGCdministrativa do AGGCdministrativa do AGGCdministrativa do AGGCdministrativa do AGGC Arsenal de Guerra do Rio de JaneiroArsenal de Guerra do Rio de JaneiroArsenal de Guerra do Rio de JaneiroArsenal de Guerra do Rio de JaneiroArsenal de Guerra do Rio de Janeiro

FÁBRICA PRODUTOS

Andaraí granadas de Artilharia dediferentes calibres

Bonsucesso produtos químicos, fumígenose gases diversos

Curitibafogões de campanha,reboques e elementos depontes

Estrela explosivos e artifíciospirotécnicos

PresidenteVargas

explosivos de emprego militare civil

Itajubá armamento portátil eferramentas

Juiz de Fora componentes de granadas deArtilharia

Realengomunição para Artilharia Anti-aérea e para armamentoportátil

Fábrica deMaterial deComunicações

rádios, telefones, centraistelefônicas e cabostelefônicos

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1 31 31 31 31 3 – ANO XXXV – Nº 197 – AGOSTO/2008

SITUAÇÃO DO MAPEAMENTO DASITUAÇÃO DO MAPEAMENTO DASITUAÇÃO DO MAPEAMENTO DASITUAÇÃO DO MAPEAMENTO DASITUAÇÃO DO MAPEAMENTO DAAMAZÔNIAAMAZÔNIAAMAZÔNIAAMAZÔNIAAMAZÔNIA

Região Amazônica sempre foi um grandedesafio para a Cartografia Brasileira devidoaos seguintes fatores: a grande extensão

territorial, as incipientes condições de acessibilidadeterrestre, a densa camada de floresta tropical que cobre aregião, a presença constante de nuvens e as condiçõesclimáticas adversas que dificultam e, por vezes, impedemas operações no terreno e a execução dos tradicionaismétodos de recobrimentos aerofotogramétricos, bem comoo imageamento por satélites ópticos.

Ainda hoje, todos os documentos cartográficosdisponíveis da área não representam as feições plani-altimétricas no nível do solo, e sim no nível da copa dasárvores. Isso porque, ao final dos anos 70 e início dosanos 80, período em que foi executado o aludidomapeamento, não existia tecnologia de aerolevantamentoviável para extensas regiões de floresta tropical densa.

Dessa forma, apesar de a Amazônia Legal possuir umaárea total de 5,2 milhões de km2, cerca de 1,8 milhões dekm2 não possuem, até hoje, informações cartográficasterrestres adequadas. Esses quase dois milhões dequilômetros quadrados são conhecidos como região do“vazio cartográfico”.

Devido aos motivos supracitados e à inviabilidadetécnico-econômica das operações cartográficas usando osrecursos tecnológicos disponíveis até recentemente, omapeamento da região encontra-se constituído por CartasPreliminares e por Cartas Topográficas. As CartasPreliminares (planimétricas) e Cartas-Imagem, na escalade 1:250.000, são baseadas em imagens do satélite ópticoLANDSAT (EUA) ou do antigo Projeto RADAM (RADarna AMazônia), este da década de 70, complementadaspor algumas informações obtidas, diretamente no terreno,

nas áreas do “vazio cartográfico”. As Cartas Topográficas(plani-altimétricas), incipientes e desatualizadas, na escalade 1: 100.000, conforme a situação mostrada na Figura 1,contêm a representação das feições do terreno em áreasde floresta densa, mas apenas no nível da copa das árvorese não no nível do solo, como seria desejável.

A deficiente situação do mapeamento na AmazôniaLegal na escala de 1:100.000 motivou a celebração deum Termo de Cooperação, no ano de 2008, entre oMinistério do Meio Ambiente (MMA) e o ExércitoBrasileiro, representado pela Diretoria de ServiçoGeográfico (DSG), para elaboração da base cartográficadigital da Região da Amazônia Legal. A cooperação visa aelaborar 324 cartas planimétricas prelimares do vaziocartográfico e a atualizar as feições planimétricas de 708cartas topográficas, na escala 1:100.000, com utilizaçãode mosaicos de imagens da série Geocover 2000 obtidasdo satélite LANDSAT. Trata-se de uma solução preliminarpara a obtenção de dados geoespaciais atualizados daRegião Amazônica, porém, não atende à demanda de

A

Figura 1 - Área de vazio cartográfico na escala 1:100.000Figura 1 - Área de vazio cartográfico na escala 1:100.000Figura 1 - Área de vazio cartográfico na escala 1:100.000Figura 1 - Área de vazio cartográfico na escala 1:100.000Figura 1 - Área de vazio cartográfico na escala 1:100.000

na região da Amazônia Legal.na região da Amazônia Legal.na região da Amazônia Legal.na região da Amazônia Legal.na região da Amazônia Legal.

A Diretoria de ServiçoGeográfico e o

Mapeamento da Amazônia

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1 41 41 41 41 4 CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO EXÉRCITO

informações cartográficas adequadas do terreno devidoàs limitações tecnológicas do sistema sensor empregado.

MAPEAMENTO COM RADARES DEMAPEAMENTO COM RADARES DEMAPEAMENTO COM RADARES DEMAPEAMENTO COM RADARES DEMAPEAMENTO COM RADARES DEABERTURA SINTÉTICAABERTURA SINTÉTICAABERTURA SINTÉTICAABERTURA SINTÉTICAABERTURA SINTÉTICA

A solução tecnológica para superar a dificuldade deconstante presença de nuvens na Região Amazônica é oemprego de Radares de Abertura Sintética (SAR), orbitaisou aerotransportados. De modo geral, tais sensoresapresentam as seguintes vantagens em relação aos sensoresópticos: independência do sol como fonte de iluminaçãodos alvos e capacidade de ultrapassar as nuvens, permitindoassim, sob condições atmosféricas desfavoráveis, oimageamento e a obtenção da topografia do terreno porintermédio do emprego da técnica da interferometria SAR.Assim, o resultado vai gerar Modelos Digitais da Superfície(MDS), no nível da copa das árvores, ou Modelos Digitaisdo Terreno (MDT) no nível do solo.

Atualmente, existem diversos sensores SAR orbitais,que operam nas bandas “X”, “L”, “C”, podendo-se citar,dentre outros, o RADARSAT 1-2 (Canadá), o ALOS(Japão), o TerraSAR (Alemanha), e o ENVISAT (Europeu).Também, há sensores SAR aerotransportados, nas bandas“X”, “L”, “S” e (ou) “P”. Neste contexto, dados de radarvêm sendo utilizados em projetos de mapeamentotopográfico e de cobertura da terra, em escala global eregional, principalmente em regiões de florestas tropicaisúmidas, onde a obtenção de dados de sensores ópticos édificultada em virtude da grande cobertura de nuvens.

A viabilidade técnico-econômica de um mapeamentotopográfico em região de extensa e densa florestaequatorial, como é o caso da Amazônia Brasileira, combaixo índice de ocupação humana, malha viária incipienteem algumas regiões e inexistente em outras, com cursosde água como principais vias de acesso disponíveis, exigeque outras tecnologias sejam integradas aos sensores radar.Desse modo, é fundamental, para o emprego dos radaresno mapeamento topográfico, que esses sensores estejamintegrados a sistemas de geoposicionamento e denavegação inercial que possibilitem a aquisição dos dados,ainda na fase do aerolevantamento por radar, com acuráciatal que se garanta a exatidão posicional no terreno com adeterminação de reduzida quantidade de pontos de controlediretamente no terreno. A fase de campo é crítica e amaior ou menor quantidade de pontos a determinar noterreno terá influência nos prazos de execução e no custototal do projeto de mapeamento.

SOLSOLSOLSOLSOLUÇÃO TECNOLÓGICUÇÃO TECNOLÓGICUÇÃO TECNOLÓGICUÇÃO TECNOLÓGICUÇÃO TECNOLÓGICA PA PA PA PA PARA OARA OARA OARA OARA OMAPEAMENTO DA AMAZÔNIAMAPEAMENTO DA AMAZÔNIAMAPEAMENTO DA AMAZÔNIAMAPEAMENTO DA AMAZÔNIAMAPEAMENTO DA AMAZÔNIA

No caso do mapeamento topográfico de regiões defloresta densa, o radar na banda “P” (72 cm decomprimento de onda) possibilita a penetração no dosselda floresta e a interação da onda com a superfície doterreno, gerando, assim, informações das feições existentesao nível do solo da floresta tropical densa. Em regiõescom vegetação menos densa ou sem cobertura vegetal,como áreas desmatadas, áreas de cultivo, pastos e etc.,

Radares de Abertura Sintética (SAR)Radares de Abertura Sintética (SAR)Radares de Abertura Sintética (SAR)Radares de Abertura Sintética (SAR)Radares de Abertura Sintética (SAR)

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1 51 51 51 51 5 – ANO XXXV – Nº 197 – AGOSTO/2008

podem ser utilizados radares com outros comprimentosde onda, tais como: banda “L” (23 cm), banda “C” (5,6cm) e banda ”X” (3 cm). A utilização de sensores radarna banda “X” permite a extração da informação no nívelda copa das árvores devido à impossibilidade de penetraçãono dossel. Com isso, a combinação de dados SAR e dasbandas “X” e “P” proporciona a obtenção das alturas donível do solo à copa das árvores.

Pelo exposto, a integração das tecnologias de sensoresSAR aerotransportados, nas bandas “X” e “P”, denavegação inercial e geoposicionamento, torna viável omapeamento topográfico da Amazônia. A opção pelo usode sensores radar aerotransportados, em detrimento aossensores radar orbitais, para geração de produtoscartográficos na Amazônia, é motivada pelos seguintesaspectos: por dificuldades técnicas, não há plataformaorbital com sensor radar banda “P”; e as plataformas dossensores radar orbitais, que hoje se encontram operacionais,não dispõem de um acurado sistema de geoposicionamentodos dados adquiridos, necessitando de uma grandequantidade de pontos de apoio no terreno. A conseqüênciadessas limitações tecnológicas é que os radares orbitaisnão mapeiam no nível do solo e o custo final, considerandoas imagens e o trabalho de campo, é maior quandocomparado aos radares aerotransportados.

No Brasil, a experimentação da tecnologia radar, nasbandas “X” e “P”, para aplicações cartográficas em regiõesde floresta densa tropical, teve início no ano 2000, sob aresponsabilidade da DSG, em cooperação técnico-científicacom o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

Os trabalhos foram realizados na região da FlorestaNacional do Tapajós, no Pará, e os resultados então obtidosdemonstraram a viabilidade técnico-econômica do empregodessa tecnologia para o mapeamento topográficosistemático da Amazônia.

Mais recentemente, no ano de 2005, a 4ª Divisão deLevantamento (DL), Organização Militar DiretamenteSubordinada (OMDS) à DSG e sediada em Manaus-AM,conduziu testes de campo para avaliar a exatidão plani-altimétrica das informações cartográficas resultantes dacobertura interferométrica, nas bandas “X” e “P”, realizadaem área do Campo de Instrução do Centro de Instruçãode Guerra na Selva (CI CIGS), também em Manaus-AM,quando ratificou a qualidade das informações obtidas comaquela tecnologia.

A tecnologia SAR, na banda “P”, em virtude daspotencialidades do uso para fins militares, foi considerada“ tecnologia sensível”, principalmente pelos Estados Unidosda América, porém, tal tecnologia está disponível, no Brasil,por intermédio do radar desenvolvido pela EmpresaORBISAT S.A., integrado a um sofisticado sistema degeoposicionamento para o sensor, bem como aosprogramas para o processamento dos dados brutos, aobtenção dos modelos digitais do terreno e a geração dasimagens.

PROJETO DE CARTOGRAFIA DAPROJETO DE CARTOGRAFIA DAPROJETO DE CARTOGRAFIA DAPROJETO DE CARTOGRAFIA DAPROJETO DE CARTOGRAFIA DAAMAZÔNIAAMAZÔNIAAMAZÔNIAAMAZÔNIAAMAZÔNIA

Os resultados alcançados com a tecnologia radar, nasbandas “P” e “X”, aliado à importância do mapeamento

Imagens de radarImagens de radarImagens de radarImagens de radarImagens de radar

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topográfico na Região Amazônica, motivaram a DSGencaminhar, no ano de 2004, ao Estado-Maior do Exército(EME), uma proposta de Projeto denominado “Radiografiada Amazônia”, o qual foi enviado à consideração doMinistério de Defesa (MD) e, posteriormente, ao Gabinetede Segurança Institucional (GSI) e ao Centro Gestor eOperacional do Sistema de Proteção da Amazônia(CENSIPAM).

O interesse comum no mapeamento da Amazôniademonstrado pela DSG, GSI, CENSIPAM, Força AéreaBrasileira (FAB), Diretoria de Hidrografia e Navegação daMarinha do Brasil (DHN) e Serviço Geológico Brasileiro(CPRM) culminou com a celebração, em 2008, de umAcordo de Cooperação Técnica entre os interessadosvisando à consecução do projeto denominado “Implantaçãodo Sistema de Cartografia da Amazônia”, previsto noPrograma de Governo nº 0496, Ação Orçamentária 114H,do Plano Plurianual 2008-2011. O aludido projetocompõe-se de três subprojetos: Cartografia Terrestre, aser executada pela DSG, com apoio da FAB;Cartografia Geológica, a ser executada pelaCPRM; e Cartografia Náutica, a ser executadapela DHN.

Em função das condições adversas da RegiãoAmazônica, a execução do subprojetoCartografia Terrestre, ao longo do previsto desete anos de duração, demandará um grandeesforço de coordenação, planejamento e logística,que empregará recursos humanos e materiais daDSG e o apoio de pessoal militar de outrasOrganizações Militares da estrutura do EB. Afase de campo será executada pela 4ª DL e oCentro de Imagens e Informações Geográficasdo Exército (CIGEx), sediado em Brasília-DF,processará os dados de radar e a absorção detecnologia, com a elaboração dos seguintes produtoscartográficos:

a. Mapeamento plani-altimétrico de 1.142.000 km²em áreas de floresta tropical densa na região do vaziocartográfico da Amazônia Legal, empregando-se sensorSAR aerotransportado interferométrico e polarimétrico,nas bandas “P” e “X”, a ser executado por empresa privada,com a finalidade de edição de 390 cartas topográficas eorto-imagens de radar na escala de 1:100.000 e de 1.560orto-imagens de radar na escala 1:50.000;

b. Mapeamento plani-altimétrico de 658.000 km² emáreas de não-floresta (campos naturais e áreas antropizadas)na região do vazio cartográfico da Amazônia Legal,empregando-se sensor SAR aerotransportado interfero-métrico e polarimétrico, nas bandas “L” e “X”, a serexecutado pelas FAB com as aeronaves R99-B, com afinalidade de edição de 220 cartas topográficas e orto-imagens de radar na escala de 1:100.000 e 880 orto-imagens de radar na escala 1:50.000; e

c. Mapeamento planimétrico de 1.800.000 km² emáreas de floresta e não-floresta na região do vaziocartográfico da Amazônia Legal, com a finalidade deobtenção de 6.354 arquivos digitais, nas escalas 1:50.000e 1:100.000, de estratificação vegetal que compreendemdiferentes fisionomias florestais, tais como: florestaombrófila densa natural, floresta ombrófila densa comexploração seletiva, floresta secundária com diferentesestágios de regeneração, sucessão secundária, florestaaluvial, cerrado e campos/pastagem.

Os aludidos produtos cartográficos irão compor umabase cartográfica digital contínua, a ser incorporada aoSistema Cartográfico Nacional, de arquivos geoespaciaisestruturados em categoriais temáticas e validados para usoem Sistemas de Informações Geográficas, que possibilitaráo cruzamento de vários níveis de informações para consulta,análises espaciais e geração de cartogramas e mapas paradiversos fins, tanto para aplicações civis quanto militares.

O subprojeto Cartografia Terrestre possui dimensão

estratégica, e a sua realização conjunta com os demaissubprojetos propiciará o aprofundamento doconhecimento sobre a Amazônia Brasileira por intermédioda mais completa coleção de dados obtidos sobre aAmazônia. Entre esses, destacam-se a elaboraçãode Zoneamento Econômico e Ecológico, de Relatóriosde Impacto de Meio Ambiente, de mapeamento da faunae flora, de pesquisas de recursos minerais, de estudospara implantação de grandes projetos de infra-estrutura privados e governamentais (rodovias, ferrovias,gasodutos e hidrelétricas), a demarcação de áreas paraassentamentos, agronegócio, ordenamento territorial,segurança territorial, escoamento de produção edesenvolvimento regional. Toda essa informaçãocolocada à disposição da sociedadel e dos poderesexecutivos como instrumentos adequados para oplanejamento, a gestão e a tomada de decisão.

Área da f loresta amazônicaÁrea da f loresta amazônicaÁrea da f loresta amazônicaÁrea da f loresta amazônicaÁrea da f loresta amazônica

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m 19 de maio de 1983, a Comissão deCoordenação e Controle das Atividades de GuerraEletrônica foi criada, sob a chefia do então 3º

Subchefe do Estado-Maior do Exército (EME), General-de-Brigada Hans GerHans GerHans GerHans GerHans Gerd Haltenburd Haltenburd Haltenburd Haltenburd Haltenburggggg. Foi o nascimentoda Guerra Eletrônica (GE) no Exército Brasileiro. Restava,no entanto, a árdua tarefa de concretizar sua implantação.

O Núcleo de Implantação do Centro de Instrução deGuerra Eletrônica (NICIGE) foi criado em março de 1984e, cinco anos depois, as atividades do Centro de Instruçãode Guerra Eletrônica (CIGE), tiveram início.

Em 24 de novembro de 1989, a turma pioneira deespecialistas em Guerra Eletrônica foi diplomada. E, em31 de outubro de 1991, surgiu a 1ª Companhia de GuerraEletrônica (1ª Cia GE), subordinada ao CIGE.

MISSÃOMISSÃOMISSÃOMISSÃOMISSÃO O CIGE tem como missão implementar e desenvolver

a Guerra Eletrônica produzindo a inteligência do sinal,apoiando as operações, capacitando recursos humanos,executando a logística, propondo a doutrina de empregoe participando da prospecção de novas tecnologias.

DO CIGE AO DO CIGE AO DO CIGE AO DO CIGE AO DO CIGE AO CComGEExCComGEExCComGEExCComGEExCComGEEx Em abril de 2008, o chefe do EME aprovou a diretriz

de implantação do Comando de Comunicações e GuerraEletrônica do Exército (CComGEEx ), uma nova estruturaorganizacional cujo objetivo é aumentar a produtividadepela união de atividades correlatas.

O CComGEEx, criado pela união do CIGE com aDiretoria de Material de Comunicações, Eletrônica e

Informática (DMCEI), é organizado para contemplar quatrovertentes: Operacional, Logística, Ensino e Administrativa.Ele visa ao gerenciamento dos recursos de Comunicaçõese Guerra Eletrônica do Exército, sob comando, doutrina elogística comuns, para a racionalização administrativa eeconomia de meios.

A missão do CComGEEx envolve a atividade deInteligência, tanto no nível tático quanto no estratégico,como fonte de sinais. Deverá, ainda, colaborar com osórgãos de pesquisa e desenvolvimento de suas áreas deresponsabilidade.

Quando instalado, o CComGEEx, sob a orientação doEME, conduzirá estudos e experimentações doutrinárias,visando ao apoio de Com, C² e GE ao Exército como umtodo.

O CComGEEx é composto pelo Comando e suasOMDS, a saber: 1ª Companhia de Guerra Eletrônica(1ª Cia GE), Companhia de Comando e Controle(Cia C2), Centro de Instrução de Guerra Eletrônica (CIGE),Base Administrativa (Ba Adm). Ainda conta com a Escolade Comunicações como OM vinculada para fim decoordenação doutrinária.

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CComGEEX EMP

EMG

DIV ENG eMNT

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1ª Cia GE Cia C2 CIGE Ba Adm EsCom

CIGE

CIGE

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EVOLEVOLEVOLEVOLEVOLUÇÃO POR MEIO DO ENSINOUÇÃO POR MEIO DO ENSINOUÇÃO POR MEIO DO ENSINOUÇÃO POR MEIO DO ENSINOUÇÃO POR MEIO DO ENSINONo processo de transformação pelo qual o Centro

Integrado de Guerra Eletrônica está passando, a atualDivisão de Ensino, após ser transformada em uma OMDS,receberá a designação de Centro de Instrução de GuerraEletrônica (CIGE), significando um retorno às origens daGE no Exército.

O vetor ensino, no Centro, é vocacionado para asatividades de planejamento, coordenação, execução,avaliação e orientação psicopedagógica e educacional dosalunos.

Para melhor formar os futuros guerreiros eletrônicos,o CIGE é dotado de modernas salas de aula, biblioteca,espaço cultural e laboratórios de idiomas, de simulação ede operação de sistemas de guerra eletrônica.

Visando à preparação para a Guerra do Futuro, ondeo desenvolvimento tecnológico, aliado a novos conceitosoperacionais, pode significar a vantagem decisiva nocombate, o Centro realizou uma completa reestruturaçãodos seus cursos, para adequar-se a sua visão de futuro,que é “Tornar-se um Centro de referência e excelência naGuerra da Informação”.

1ª C1ª C1ª C1ª C1ª Ciaiaiaiaia GE – O BRAÇO FORTE DA GE – O BRAÇO FORTE DA GE – O BRAÇO FORTE DA GE – O BRAÇO FORTE DA GE – O BRAÇO FORTE DAGUERRA ELETRÔNICAGUERRA ELETRÔNICAGUERRA ELETRÔNICAGUERRA ELETRÔNICAGUERRA ELETRÔNICA

A 1ª Companhia de Guerra Eletrônica (1ª Cia GE) éuma Organização Militar Diretamente Subordinada aoCentro Integrado de Guerra Eletrônica e vinculada aoComando de Operações Terrestre (COTER) para fins depreparo e emprego.

Como integrante das Forças de Ação Rápida (FAR), a1ª Cia GE participa constantemente das operações doPeríodo de Adestramento Avançado (PAA) dos diversosComandos Militares de Área, bem como das operaçõescombinadas, coordenadas pelo Ministério da Defesa.

No contexto da reestruturação das atividades deComunicações e Guerra Eletrônica no Exército, a 1ª CiaGE continuará, mais do que nunca, a desempenhar a

missão “braço forte de GE”, realizando o apoio, no níveltático, por meio das Medidas de Apoio de GuerraEletrônica (MAGE) e Medidas de Ataque Eletrônico (MAE).

DESENVOLDESENVOLDESENVOLDESENVOLDESENVOLVIMENTO E LOGÍSTICVIMENTO E LOGÍSTICVIMENTO E LOGÍSTICVIMENTO E LOGÍSTICVIMENTO E LOGÍSTICAAAAADE GEDE GEDE GEDE GEDE GE

Devido à especificidade do material e da atividade deGuerra Eletrônica, o Centro é auto-suficiente no que serefere ao suporte à atividade de Guerra Eletrônica. Amanutenção de Guerra Eletrônica elaborada em suasinstalações é reconhecida por seu alto nível e capacidade,fazendo com que outros órgãos recorram aos seusconhecimentos para atender à demanda de manutenção.

O CIGE é um grande incentivador do desenvolvimento,porque busca a nacionalização de produtos em diversasáreas, notadamente Guerra Eletrônica e Comando eControle. O CIGE também busca parcerias com empresascivis para o desenvolvimento de Shelters militaresnacionais, antenas e outros equipamentos de interesseestratégico, como interferidores.

No que refere-se à GE e C2, o CIGE trabalhaintensamente com o Centro de Desenvolvimento de

Companhia de Guerra EletrônicaCompanhia de Guerra EletrônicaCompanhia de Guerra EletrônicaCompanhia de Guerra EletrônicaCompanhia de Guerra Eletrônica

Ens inoEns inoEns inoEns inoEns ino

Log ís t i caLog ís t i caLog ís t i caLog ís t i caLog ís t i ca

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Sistemas (CDS), Centro Tecnológico do Exército (CTEx) eo Centro de Imagens e Informações Geográficas do Exército(CIGEx), que participam dos Projetos C2GE, C2 emCombate e Caçador.

VISÃO DE FUTURO VISÃO DE FUTURO VISÃO DE FUTURO VISÃO DE FUTURO VISÃO DE FUTURO Os “Cenários Prospectivos para o EB 2022” indicam,

para o Sistema de Guerra Eletrônica do Exército(SIGELEx), a necessidade de considerar a “guerraassimétrica” em sua visão de futuro. Nesse contexto,torna-se necessário pautar o processo evolutivo doSIGELEx sob a ótica da “Guerra da Informação”, que jáé, ou virá a ser, o novo paradigma dos exércitos modernos.

As evoluções, cada vez mais aceleradas, nos conceitose tecnologias destinados ao campo de batalha, provocarammudanças significativas nos cenários operacionais e nopreparo e emprego das Forças Armadas, ainda maisintensas na última década do Século XX. Essas mudançasdespertaram a atenção dos estudiosos militares, quereconheceram que está ocorrendo uma verdadeirarevolução nas concepções, acepções e tecnologias de guerra(Revolução em Assuntos Militares-RAM).

Essa realidade é produto das inovações tecnológicas econceituais que causam assimetria positiva em favordo beligerante que possui processos, estruturas erecursos para esse fim.

A assimetria militar ocorre quando há algum fatorque cause uma grande diferença em favor de um dosbeligerantes. Nunca houve, na história, período deassimetria militar de maior freqüência e intensidadecomo a que tem ocorrido nos últimos 50 anos. Essefenômeno deve-se à espetacular evolução tecnológicae conceitual aplicada ao espaço de batalha. Esse fatorestá sempre presente, causando ass imetr ia econdicionando todas as ações, atividades e até mesmoo resultado no campo de batalha.

A assimetria tecnológica ocorre quando as tecnologiasestão presentes em maior ou menor proporção em qualquer

dos lados envolvidos no conflito. Durante as guerras, avantagem tecnológica tem sido apontada como o fator dedesequilíbrio entre forças armadas. Enquanto isso, aassimetria conceitual ocorre quando um dos beligerantesdesenvolve, inova e explora um conceito operacional (umaconcepção de emprego, uma doutrina, um fator de moral,um modelo, um método, uma tática ou, até mesmo, umprocedimento operacional) de modo a obter vantagemsobre o oponente. Isto significa agir, organizar e pensarcom fins a maximizar o poder relativo, tirar proveito dasfraquezas do inimigo ou ganhar maior liberdade de ação.

A assimetria conceitual, aliada a uma flexibilidadedoutrinária, foi um dos fatores responsáveis pelas seguidasvitórias de Israel contra as nações Árabes (Guerra dosSeis Dias em 1967, Yom Kippur em 1973 e Vale do Bekaaem 1982). Em nenhum desses conflitos Israel possuíavantagem numérica, mas soube compreender e explorarmelhor a assimetria conceitual. Note-se, ainda, que naGuerra do Yom Kippur eram os árabes que possuíam asupremacia tecnológica: o SAM-6 (míssil superfície-ar) eraguiado pelo primeiro radar com tecnologia Doppler,permitindo acompanhar e abater aviões israelenses voandopróximo ao solo; o míssil SAM-7, portátil, era algoinusitado; e o canhão ZSU-23-4 foi o primeiro de umasérie de “hard kill” que passaria a existir no espaço debatalha.

GUERRA DA INFORMAÇÃOGUERRA DA INFORMAÇÃOGUERRA DA INFORMAÇÃOGUERRA DA INFORMAÇÃOGUERRA DA INFORMAÇÃONos dias de hoje, não há na doutrina do Exército

Brasileiro uma conceituação consagrada do que venha aser a “Guerra da Informação”. Em linhas gerais, éamplamente aceito que hoje vivemos na “Era daInformação” e que, por isso, uma força militar modernase define pela mobilidade; pela rapidez nos processos deplanejamento, de decisão e de atuação; pela facilidadede sustentação logística; pelo emprego de armamento deprecisão; e pelo maior apoio da tecnologia da informação.

Companhia de Guerra EletrônicaCompanhia de Guerra EletrônicaCompanhia de Guerra EletrônicaCompanhia de Guerra EletrônicaCompanhia de Guerra Eletrônica Vista aérea do CIGEVista aérea do CIGEVista aérea do CIGEVista aérea do CIGEVista aérea do CIGE

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PROJETOS DETECNOLOGIA DAINFORMAÇÃO NOEXÉRCITOBRASILEIRO

s avanços científicos e sociais intensificados nosúltimos 30 anos provocaram uma dramáticademanda por produtos baseados em Tecnologia

da Informação (TI), particularmente os relacionados comcomputação, telecomunicações, automação e robótica. Taistecnologias estão induzindo importantes transformações noambiente organizacional das instituições e afetando aformulação de suas estratégias.

Disponibilidade, integridade, confidencialidade eautenticidade são essenciais para a informação ser precursorade uma tomada de decisão. Esse cenário afeta diretamenteo Exército Brasileiro. Por isso, muitos de seus projetos naárea de TI foram reformulados ou estão em reformulaçãocom o objetivo de dotar as Organizações Militares da Forçacom as ferramentas essenciais para a consecução de suasatividades administrativas e operacionais.

O CENTRO DE DESENVOLO CENTRO DE DESENVOLO CENTRO DE DESENVOLO CENTRO DE DESENVOLO CENTRO DE DESENVOLVIMENTOVIMENTOVIMENTOVIMENTOVIMENTODE SISTEMASDE SISTEMASDE SISTEMASDE SISTEMASDE SISTEMAS

O Centro de Desenvolvimento de Sistemas (CDS) é umadas principais Organizações Militares responsáveis pelodesenvolvimento de projetos na área de TI na Força Terrestre.

Situado no Quartel-General do Exército, em Brasília-DF,o CDS está diretamente subordinado ao Departamento deCiência e Tecnologia (DCT). Para desenvolver suas tarefas,conta com um quadro de pessoal formado por engenheirosoriundos do Instituto Militar de Engenharia, oficiais esargentos técnico-temporários, oficiais de Informática doQuadro Complementar de Oficiais e ainda militares de Armacom conhecimento em Análise de Sistemas e Programação.A elevada capacitação profissional de seus quadrosproporciona um produto final de total confiabilidade e dentrodos mais modernos padrões de mercado.

A DEMANDA DEMANDA DEMANDA DEMANDA DEMANDA PELA PELA PELA PELA PELA INFRAA INFRAA INFRAA INFRAA INFRA-----ESTRUTURAESTRUTURAESTRUTURAESTRUTURAESTRUTURA

A infra-estrutura de TI é o recurso pelo qual fluirão todosos serviços necessários à Gestão da Informação. Anecessidade de melhoria na qualidade e disponibilidade dainformação no âmbito do Exército motivou o Comando daForça, por meio da extinta Secretaria de Tecnologia daInformação, a iniciar, em 1999, o projeto EBNet, que tempor responsável técnico o CDS.

O projeto EBNet teria como produto final para o Exércitouma rede corporativa capaz de possibilitar o fluxo dainformação com a capilaridade e a segurança necessárias àscaracterísticas da Instituição.

A EBNet iniciou suas operações no ano de 2000 pormeio de Tecnologia disponibilizada pelo Serviço Federal deProcessamento de Dados (SERPRO). Atualmente, com aimplementação da Empresa EMBRATEL, configura-se comouma rede IP Multi serviços de abrangência nacional quepermite a comunicação entre os pontos de presença doExército com o Alto Comando em Brasília. Ela atende asOrganizações Militares nos mais diferentes serviços, comovídeo, dados, telefonia, imagem, SIAFI etc.

O GERENCIAMENTO DAO GERENCIAMENTO DAO GERENCIAMENTO DAO GERENCIAMENTO DAO GERENCIAMENTO DAINFORMAÇÃOINFORMAÇÃOINFORMAÇÃOINFORMAÇÃOINFORMAÇÃO

No Exército Brasileiro, dado o volume e a variedade dasinformações, os múltiplos propósitos a que se destinam esuas rápidas transformações, tornou-se importante a adoçãode tecnologias capazes de adquirir, tratar, interpretar e utilizarde forma eficaz a informação a fim de promover o diferencialestratégico necessário. A tecnologia usada para a Gestão daInformação nas organizações é conhecida comoGerenciamento Eletrônico de Documentos (GED).

Uma das primeiras tentativas da Força Terrestre para oatingimento do GED foi um sistema de protocolo eletrônicode documentos chamado ProtWeb. Tal sistema incentivou acultura de protocolo eletrônico nas diversas Organizações

O

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Militares em todo o País. Paralelamente ao uso dessaferramenta, outros projetos foram sendo concluídos no sentidode caminhar, gradativamente, para uma solução completa deGED no Exército. Um desses projetos, gerenciado pelo CDS,foi o Correio Eletrônico do Exército. O projeto, concluídocom êxito, dotou a Instituição da capacidade de fazer tramitarmensagens oficiais e não-oficiais em toda a Força.

Atualmente, a equipe do projeto de GED do Exército,denominado SIGADEx (Sistema Informatizado de GestãoArquivística de Documentos do Exército), vem desenvolvendoo SPED (Sistema de Protocolo Eletrônico de Documentos),que pretende ser um dos pilares para a solução de GED,pois vai controlar todas as fases do Ciclo Documental.

SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO:SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO:SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO:SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO:SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO:UMA PREMISSA ESSENCIALUMA PREMISSA ESSENCIALUMA PREMISSA ESSENCIALUMA PREMISSA ESSENCIALUMA PREMISSA ESSENCIAL

Segurança de Informação é a sistemática de proteção aum conjunto de dados para preservá-los, mantendo o valorque possuem para um indivíduo ou uma organização.

Considerando o cenário do Exército no que tange aovolume informacional, torna-se requisito primordial umsistema capaz de oferecer a segurança necessária a fim deproteger a informação no que diz respeito, principalmente,às suas confidencialidade e autenticidade. Vale ressaltar que,atualmente, a maioria das informações disponíveis no Exércitoencontra-se armazenada e disponibilizada entre seus maisvariados sistemas automatizados.

Em razão dessa demanda, muitos projetos vêm sendodesenvolvidos na área da Segurança da Informação sob aresponsabilidade de diversas Organizações Militares, taiscomo o próprio CDS, o Centro de Instrução de GuerraEletrônica (CIGE), o Centro Integrado de Telemática doExército (CITEx), entre outras. Os projetos estão focados,principalmente, na segurança da EBNet, no tratamento deincidentes de Rede e na Certificação Digital.

O MUNDO DAS REGRAS DEO MUNDO DAS REGRAS DEO MUNDO DAS REGRAS DEO MUNDO DAS REGRAS DEO MUNDO DAS REGRAS DENEGÓCIONEGÓCIONEGÓCIONEGÓCIONEGÓCIO

Sob o ponto de vista administrativo e financeiro, umainstituição do porte do Exército Brasileiro enfrenta desafiosque aumentam, substancialmente, a complexidade de suagestão. Uma área que merece especial atenção nessecontexto é o processamento da folha de pagamento depessoal. Um sistema de TI que contemple essa área deveser capaz de responder às constantes mudanças daschamadas “Regras de Negócio” que permeiam toda aAdministração Pública Federal. O CDS, por meio desubcontratação de um consórcio de empresas certificadasinternacionalmente, desenvolve o projeto que está criando onovo Sistema de Pagamento do Exército (SIPPES). Utilizandoa infraestrutura da EBNet, o SIPPES atenderá usuários emtodo o território nacional e contará com uma arquiteturabaseada em padrões de metodologia e segurançaconsagrados.

INTEROPERABILIDADE NA GUERRAINTEROPERABILIDADE NA GUERRAINTEROPERABILIDADE NA GUERRAINTEROPERABILIDADE NA GUERRAINTEROPERABILIDADE NA GUERRAAs operações de um Exército possuem alto nível de

complexidade devido à multiplicidade dos elementosenvolvidos. A necessidade de interoperabilidade ocorre emtodos os níveis (estratégico, tático e operacional). A soluçãotecnológica para essas questões deve possuir uma arquiteturaconfiável e flexível o bastante para trabalhar, com segurançae em tempo real, processando dados como informaçõesgeográficas, de operações, de inteligência, aspectosdoutrinários e administrativos para uso em combate. Oprojeto Comando e Controle em Combate (C2) é a iniciativaoficial do Exército Brasileiro, na área de TI, aplicada emapoio às operações.

Iniciado em 2002, com estudos realizados no Estado-Maior do Exército, o Projeto C2 em Combate é amaterialização de um antigo anseio: o de dotar a ForçaTerrestre, utilizando recursos computacionais em larga escala,de um sistema moderno de Comando e Controle operacionalque vem sendo desenvolvido, de forma integrada, por órgãoslocalizados em diversos pontos do País.

DEMANDAS EMERGENTESDEMANDAS EMERGENTESDEMANDAS EMERGENTESDEMANDAS EMERGENTESDEMANDAS EMERGENTESNaturalmente, as demandas da Força têm aumentado

em sintonia com a própria evolução tecnológica. Assimsendo, sensível às grandes mudanças nessa área, o Comandodo Exército vem mantendo pesquisas e projetos a fim decontemplar suas Organizações Militares com tecnologiasatuais e produtivas. Fazem parte dessa vertente os projetosTelefonia VOIP, Integração SEC/SISTAC, Sistema deGerenciamento Militar de Armas (SIGMA), Sistema deIdentificação e Cadastro de Pessoal do Exército (SICPEx),Sistema de Avaliação Operacional (SISTAVOP), SistemaEletrônico de Recrutamento Militar (SERMIL), entre outros.

CONCLCONCLCONCLCONCLCONCLUSÃOUSÃOUSÃOUSÃOUSÃOA moderna Tecnologia da Informação, alicerçada

pela Excelência Gerencial, é um dos fatores críticospara o êxito da missão do Exército Brasileiro.

TTTTTela do Sistema de C2Cmbela do Sistema de C2Cmbela do Sistema de C2Cmbela do Sistema de C2Cmbela do Sistema de C2Cmb

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REDE CORPORAREDE CORPORAREDE CORPORAREDE CORPORAREDE CORPORATIVTIVTIVTIVTIVA PRIVA PRIVA PRIVA PRIVA PRIVAAAAATIVTIVTIVTIVTIVA DOA DOA DOA DOA DOEXÉRCITO (EBNEXÉRCITO (EBNEXÉRCITO (EBNEXÉRCITO (EBNEXÉRCITO (EBNetetetetet)))))

A infra-estrutura de comunicações do Exército mantidapelo CITEx integra parcela significativa do SistemaEstratégico de Comunicações (SEC), que é composta pelaRede Corporativa Privativa do Exército (EBNet), a Intranetdo Exército; pela Rede Integrada de Telecomunicações doExército (RITEx), rede privativa de telefonia do Exército; epelas Redes Rádio Fixas Principal (RRFP) e Secundárias(RRFS), redes que operam com plena independência doSistema Nacional de Telecomunicações. Entre elas destaca-se a EBNet, pelo volume de informações que veicula evariedade de serviços que oferece.

A EBNet foi implan-tada a partir de 1999com o objetivo principalde veicular as infor-mações dos sistemascorporativos, como oSistema de Pessoal, oSistema de Material,etc. Não obstante ofoco na transmissão dosdados corporativos, oprojeto da rede previaa convergência deserviços, integrandotráfego de voz e

CITExCITEx INTEGRANDO E GERENCIANDOINTEGRANDO E GERENCIANDOINTEGRANDO E GERENCIANDOINTEGRANDO E GERENCIANDOINTEGRANDO E GERENCIANDOINFORMAÇÕESINFORMAÇÕESINFORMAÇÕESINFORMAÇÕESINFORMAÇÕESINTEGRANDO E GERENCIANDOINTEGRANDO E GERENCIANDOINTEGRANDO E GERENCIANDOINTEGRANDO E GERENCIANDOINTEGRANDO E GERENCIANDOINFORMAÇÕESINFORMAÇÕESINFORMAÇÕESINFORMAÇÕESINFORMAÇÕES

Backbone principalBackbone principalBackbone principalBackbone principalBackbone principal

2 22 22 22 22 2 CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO EXÉRCITO

Centro Integrado de Telemática do Exército(CITEx) é uma Organização Militardiretamente subordinada ao Departamento de

Ciência e Tecnologia (DCT). Sua missão é proporcionar asbases física e lógica para o funcionamento dos sistemas deinteresse do Sistema Estratégico de Comando e Controledo Exército (SEC2Ex), a integração deste ao Sistema deComando e Controle da Força Terrestre (SC2FTer) e aoSistema Militar de Comando e Controle (SISMC2), bemcomo explorar, manter e realizar o gerenciamento técnicodo Sistema Estratégico de Comunicações do Exército.

A base física de que trata a missão do CITEx é a infra-estrutura de Tecnologia da Informação (TI) do Exército,constituída de redes de comunicações, computadores paraprocessamento de informações, sistemas de armazenamentoe recuperação de dados. A base lógica é constituída pelossistemas aplicativos e de bancos de dados corporativos doExército.

Criado em 1998 por transformação do Serviço Rádiodo Ministério do Exército e do Centro de Informáticanº 11, o CITEx possui doze Organizações Militaressubordinadas – os Centros de Telemática de Área (CTA) eos Centros de Telemática (CT) –, que estão sediados nosComandos Militares de Área e nas Regiões Militaresisoladas. Os CTA e os CT executam, no âmbito dosComandos Militares de Área e das Regiões Militares, asações necessárias ao cumprimento da missão do CITEx,além de prestarem o assessoramento técnico corporativoregional na área de Tecnologia da Informação.

O

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imagens. Atualmente, a rede proporciona serviços similaresaos disponíveis na Internet, tais como correio eletrônico,hospedagem de páginas eletrônicas, videoconferência, entreoutros.

A EBNet compreende dois segmentos: o backboneprincipal e as redes metropolitanas. Atualmente, o backboneprincipal é contratado pelo CITEx junto à EMBRATEL,interligando Pontos de Presença (PP) instalados em diversasOM. O PP instalado define um “perfil” de serviçocontratado, caracterizado por uma velocidade da conexão,pelo número de pontos para telefonia e pela possibilidadeou não de realizar videoconfe-rência. As redesmetropolitanas, como o próprio nome sugere, cobrem asOM de uma Guarnição e utilizam, via de regra, enlacesexclusivos do Exército, com tecnologia de fibra óptica,rádios de microondas etc. Hoje, a EBNEt chega a cercade 500 OM, das quais 128 por meio do backbone principale as demais por meio das redes metropolitanas.

As OM que ainda não estão integradas de formadedicada à EBNet podem obter acesso utilizando-se doprovedor de Internet, por meio do que se chama RedeVirtual Privada (VPN). Para isso, é necessário que a OMse cadastre junto ao CITEx, ocasião em que receberá umprograma e uma senha de acesso aos servidores de rede.O programa, então, cria um “túnel criptográfico” poronde as informações transitam de forma segura.

SISTEMA COMPUTSISTEMA COMPUTSISTEMA COMPUTSISTEMA COMPUTSISTEMA COMPUTACIONALACIONALACIONALACIONALACIONALDISTRIBUÍDO DE ALDISTRIBUÍDO DE ALDISTRIBUÍDO DE ALDISTRIBUÍDO DE ALDISTRIBUÍDO DE ALTTTTTAAAAADISPONIBILIDADEDISPONIBILIDADEDISPONIBILIDADEDISPONIBILIDADEDISPONIBILIDADE

Além das redes, a plataforma de hardware que assegurao armazenamento, o processamento e a recuperação dasinformações corporativas do Exército também compõe abase física mantida pelo CITEx, onde estão instalados osrecursos computacionais de hardware. Entre estes, destaca-se um sistema formado por um conjunto de computadoresque cooperam entre si, constituindo um sistema distribuídochamado cluster.

Os objetivos de manter sistemas de alta disponibilidadeem cluster são:

- reduzir ou eliminar o tempo de indisponibilidade dossistemas ocasionado por falhas de hardware e(ou) software;

- assegurar que os dados estejam disponíveis para osusuários finais e aplicações, independentemente do tipode ocorrência de falha;

- assegurar a escalabilidade do sistema, permitindo oaumento do desempenho das aplicações, pelo acréscimode mais processadores e servidores ao cluster;

- melhorar a disponibilidade do sistema, possibilitandoque manutenções sejam realizadas nos servidores do clustersem a necessidade da interrupção dos serviços.

O sistema instalado no CITEx reproduz ascaracterísticas dos sistemas de alta disponibilidade. Eleconstitui-se, atualmente, de dois servidores, chamados de"nós do cluster", os quais se interconectam por meio deuma interface de comunicação. Eles possuem acessocompartilhado ao equipamento de armazenamento de dadoschamado Storage Area Network (SAN). O software decontrole do cluster mantém informações do estado defuncionamento dos nós, podendo tomar ações derecuperação do serviço no outro nó, no caso de falha deum deles.

Uma das metas do CITEx é operar a plataforma emcluster de alta disponibilidade para a execução de sistemascorporativos que requeiram um sistema com esse perfil dedesempenho. Os bancos de dados do Exército que serãoprocessados nessa plataforma são os seguintes:

- banco de dados SIPPES (Sistema de Pagamento doPessoal), que está em desenvolvimento e substituirá o atualsistema de pagamento SIAPPES, cuja previsão é de entrarem operação em 2009.

- banco de dados EBCORP, Banco do SistemaCorporativo de Pessoal do Exército, cuja base de dadosintegra as bases do Quadro Organizacional/Quadro deCargos Previstos (QO/QCP), a base de Identificação e abase do Portal do Exército.

- banco de dados SGDC (Sistema de Gerenciamentode Dados de Catalogação), baseado no sistema OTAN,com o objetivo de integrar os sistemas de catalogação dematerial do Governo Federal e das Forças Armadas.

2 32 32 32 32 3 – ANO XXXV – Nº 197 – AGOSTO/2008

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2 42 42 42 42 4 CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO EXÉRCITO

ADMINISTRAÇÃO DE BANCOS DEADMINISTRAÇÃO DE BANCOS DEADMINISTRAÇÃO DE BANCOS DEADMINISTRAÇÃO DE BANCOS DEADMINISTRAÇÃO DE BANCOS DEDADOS E SUPORTE TÉCNICODADOS E SUPORTE TÉCNICODADOS E SUPORTE TÉCNICODADOS E SUPORTE TÉCNICODADOS E SUPORTE TÉCNICO

A outra vertente da missão definida ao CITEx remete àbase lógica do SEC2Ex, entendida como os aplicativos eos bancos de dados dos sistemas de informações. Decorredessa missão a responsabilidade pela administração e peloarmazenamento de diversos bancos de dados corporativos,os quais totalizam cerca de um terabyte de informações.

As equipes de administração de bancos de dados e desuporte técnico do CITEx têm trabalhado incansavelmentepara assegurar que não haja redundância das informaçõescorporativas, para manter a integridade dos dados e paraque eles estejam contingenciados em ambientes alternativos.Essa atividade tem se tornado mais crítica pelo aumentosubstancial da digitalização das informatizaçõescorporativas do Exército.

Os encargos de administração dos bancoscorporativos são também, a cada dia, aumentados peloavanço do número de sistemas implantados. Todas asaplicações corporativas acessadas pelos usuáriosconcorrem, simultaneamente, aos bancos instalados noCITEx. As equipes de administração executam regularmenterotinas buscando conferir o menor tempo de respostapossível às transações dos usuários com os bancos.

Outra atividade crucial das equipes, em especial daequipe de suporte técnico, é a realização de backups dosbancos de dados. Essa atividade é executada diariamente,geralmente em períodos quando ocorrem poucos acessosaos bancos, para evitar sobrecarregar os servidores que,além do backup, permanecem disponibilizandonormalmente os dados. Os backups são gravados em fitasmagnéticas de alta capacidade e armazenados em um localespecífico para armazenamento de dados no próprio CITEx.

CONCLCONCLCONCLCONCLCONCLUSÕESUSÕESUSÕESUSÕESUSÕESO Exército Brasileiro tem evoluído significativamente

na automatização dos seus processos graças à implantaçãodos sistemas corporativos de informação. É inequívoco oavanço acelerado de seu setor de Tecnologia da Informação,o que produz ampliação dos encargos de manutenção da

disponibilidade das redes e de absoluta confiabilidade dosdados armazenados, entre outros atributos de qualidadede serviço.

Para manter níveis satisfatórios de qualidade de serviçoé necessário investir regularmente nas plataformas desoftware e hardware, manter os operadores dos diversossistemas capacitados e sintonizados com as evoluçõestecnológicas e custear a manutenção das plataformasinstaladas.

Os recursos atualmente destinados ao setor sãoinsuficientes para atender à demanda crescente que se temapresentado. A ação destinada a manter os sistemas detelemática militar, por exemplo, tem sido contemplada comrecursos, em média, da ordem de oito milhões de reais porano, desde o ano 2000. Estimando-se que em TI amanutenção consome cerca de 20% do valor dos ativosinstalados, atualmente o CITEx necessitaria de cerca dequinze milhões de reais por ano para mantersatisfatoriamente todos os sistemas sob suaresponsabilidade. Considerando que parcela significativadesses recursos é usada para assegurar a infra-estruturade rede, percentualmente uma parcela ainda menor éefetivamente aplicada para manter a plataforma instalada.

O CITEx tem apresentado, sistematicamente, anecessidade de aprimoramento de suas instalações e dosmeios sob a sua guarda a fim de minimizar as deficiênciasexistentes, decorrentes, em especial, da insuficiência derecursos de custeio dos últimos anos. O Estado-Maior doExército e os Órgãos de Apoio Setorial estão sensíveis aessas necessidades e, numa demonstração clara desseânimo, já em 2008, em um esforço conjunto, estãoinvestindo recursos da ordem de dois milhões de reais,numa primeira fase, que permitirão uma melhorasignificativa no quadro atual.

O cenário futuro alvissareiro permite ao CITEx vislumbraralguns projetos que estão sendo estudados, tais como:

- virtualização de servidores de baixa plataforma, istoé, substituição dos servidores existentes por um conjuntode recursos computacionais lógicos de uma máquina maisrobusta, que são servidores virtuais. Cada máquina virtualtem seu próprio sistema operacional e é executadoindependentemente das demais, sobre o mesmo hardware.Pretende-se, dessa forma, incrementar o nível de qualidadede serviço, obter melhor gerenciamento de recursos emelhor gerenciamento de desastres;

- ampliação do sistema em cluster, incluindo aplataforma SAN, assegurando infra-estrutura compatívelcom as novas demandas;

- implantação de sistema de gestão de serviços,assegurando resposta automática às solicitações dosusuários, bem como automatização dos processos deencaminhamento das solicitações de manutençãodecorrentes das descontinuidades dos serviços;

- implantação de voz sobre o protocolo IP no âmbitointerno das Organizações Militares, reduzindoprogressivamente a telefonia analógica e integrando emplenitude as redes de telefonia com redes de dados.

2 42 42 42 42 4 CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO EXÉRCITO

Sistema deSistema deSistema deSistema deSistema dearmazenamentoarmazenamentoarmazenamentoarmazenamentoarmazenamento

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2 52 52 52 52 5 – ANO XXXV – Nº 197 – AGOSTO/2008

s origens do Instituto Militar de Engenharia(IME) confundem-se com as da própriaEngenharia e de seu ensino no Brasil. Aprimeira manifestação com vistas a implantar

o ensino formal de Engenharia na colônia consta da CartaRégia de 15 de janeiro de 1699. Nesse ato, o rei dePortugal indicava a necessidade da criação de cursos paraformação de militares técnicos em fortificações no Brasil,para a defesa de seu território. Tal intenção conduziu àinstalação das chamadas aulas – que equivaliam a cursosregulares –, destacando-se a Aula de Fortificação no Riode Janeiro, instituída no próprio ano de 1699, a qualampliou-se com a Aula de Artilharia de 1738. Esta seriaconvertida na Aula Militar do Regimento de Artilharia em1774, com acréscimo da cadeira de Arquitetura Militar.Outras aulas dignas de nota são a de Fortificação eArtilharia, em Salvador, criada em 1710, e a deFortificação, no Recife, implantada em 1718.

Em 17 de dezembro de 1792, tendo por base a Aulado Rio de Janeiro, foi criada a Real Academia de Artilharia,Fortificação e Desenho, dois anos após a criação deestabelecimento similar em Portugal. Tratou-se da primeiraescola de Engenharia com estatuto próprio nas Américase a terceira do mundo. Tal pioneirismo não foi um fatoisolado ao longo da história do IME, sendo marca distintivanão apenas da sua atuação presente, mas também de suasdemais precursoras, a Escola de Engenharia Militar e aEscola Técnica do Exército.

A Real Academia ocupou, inicialmente, as instalaçõesda Casa do Trem, na ponta do Calabouço - onde atualmentesitua-se o Museu Histórico Nacional. A Casa do Trem haviasido construída por ordem do Conde de Bobadella em1762 e deu origem ao atual Arsenal de Guerra do Rio.Formava os oficiais de Infantaria e Cavalaria em um cursoque durava três anos; os de Artilharia, cinco anos; e os de

Engenharia, seis anos. A Carta de Lei de 4 de dezembrode 1810, do príncipe regente D. JoãoD. JoãoD. JoãoD. JoãoD. João, criou, portransformação da Real Academia de 1792, a AcademiaReal Militar, inaugurada em 23 de abril de 1811, na mesmaCasa do Trem. No ano seguinte, foi transferida parainstalações mais adequadas, no Largo de São Francisco,centro da cidade do Rio de Janeiro. Essa instituição deensino militar recebeu sucessivas denominações: ImperialAcademia Militar, após a independência, Academia Militarda Corte, durante o Período Regencial, e Escola Militar,em 1840. Nela, o engenheiro militar continuou a serformado ao lado do oficial combatente até o ano de 1858.

Nesse ano, procedeu-se a segmentação do ensinomilitar, consolidada no Regulamento de 1863: os cursosde Infantaria, Cavalaria e Artilharia foram transferidos paraas instalações da Praia Vermelha; os de Engenharia eEstado-Maior prosseguiram na escola do Largo SãoFrancisco, rebatizada de Escola Central. Por fim, em 1874,o ensino de Engenharia desmembrou-se do Exército, coma Escola Central, que permaneceu nas mesmas instalações,passando para a jurisdição da Secretaria do Império erecebendo a designação de Escola Politécnica, origem daatual Escola de Engenharia da Universidade Federal doRio de Janeiro. Nascia, então, a Engenharia civil no Brasil,e a responsabilidade pela formação do engenheiro militarseria transferida para a Escola Militar da Praia Vermelha.

Demorou mais de 50 anos para que o Exército, sob ainspiração da Missão Militar Francesa, reconhecessenovamente a importância de possuir uma escola deEngenharia própria. O Decreto nº 5.632, de 31 dedezembro de 1928, criou a Escola de Engenharia Militar(EsEM), cujo primeiro comandante, o General-de-BrigadaJosé Victoriano Aranha da SilvaJosé Victoriano Aranha da SilvaJosé Victoriano Aranha da SilvaJosé Victoriano Aranha da SilvaJosé Victoriano Aranha da Silva, assumiu em 11 deagosto de 1930, data em que o IME comemora o seuaniversário. Seus cursos iniciais eram nas áreas de

InstitutoMilitar deEngenhariaBerço da Engenhariano Brasil

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Construção, Eletricidade, Técnico de Artilharia e Química.Sendo suas aulas ministradas ora em edifício da Rua Pintode Figueiredo, atuais instalações do 1º Batalhão de Políciado Exército, ora nas salas da Escola Politécnica, no LargoSão Francisco, ou ainda em prédio da Rua Moncorvo Filho,a partir de 1937. Somente em 2 de março de 1942 viriaa ocupar as atuais instalações na Praia Vermelha, cujaconstrução fora iniciada quatro anos antes. Tal dificuldade,porém, não impediu que, desde sua criação, a EsEM tivessemarcante atuação no cenário nacional, sobretudo sob anova denominação de Escola Técnica do Exército (EsTE),atribuída a partir de 21 de dezembro de 1933.

No início da década de 1930, época de grandestransformações políticas e sociais no País, consolidava-se,no âmbito do Exército, a percepção sobre a necessidadede transformação imediata da estrutura agrária da sociedadebrasileira predominante até a década de vinte. A convicçãoacerca da importância de dar marcha a um processo deindustrialização do País foi a inspiração, por exemplo, paraa criação, em janeiro de 1931, da Comissão Militar deEstudos Metalúrgicos, iniciativa que desencadeou umamplo processo, que culminou com a inauguração, em1946, da primeira grande usina siderúrgica nacionalmoderna, a Companhia Siderúrgica Nacional. Consideradamarco fundamental da implantação da indústria de base eda modernização da economia do País, essa iniciativa teveno militar engenheiro e professor da EsTE, Edmundo de Edmundo de Edmundo de Edmundo de Edmundo deMacedo Soares e SilvaMacedo Soares e SilvaMacedo Soares e SilvaMacedo Soares e SilvaMacedo Soares e Silva, seu grande idealizador econdutor. Nessa mesma década de 1930, foram instaladasvárias novas fábricas do Exército, marcando o primeirociclo industrial militar, caracterizado por um parque queempregava basicamente tecnologias estrangeiras, soblicença ou adquiridas. No entanto, estas fábricas militaresrepresentavam uma porção significativa da indústrianacional em sua época e visavam à implementação de umparque fabril que tornasse o Exército cada vez maisindependente de importações.

Nesse contexto, fortalecida pela necessidade,decorrente da participação na 2ª Guerra Mundial, deincremento da atividade industrial subordinada àsnecessidades bélicas, a EsTE viu-se pressionada por fortedemanda de seus egressos, a qual respondeu com a criaçãode cursos de Engenharia, inéditos no País: de Armamento(1934), de Transmissões (1939) - depois, Comunicações-, Aeronáutica (1939), Metalúrgica (1939), Cartográfica(1941), Industrial e de Automóvel (1947). Compredominância da ênfase experimental e prática implantadana reestruturação de 1937, em detrimento do viés anteriormais teórico, e ao lado dos já existentes cursos deConstrução, Química e Eletricidade, do curso deEngenharia Eletrônica, criado em 1952, um ano após ocongênere do ITA, que em 1950 absorvera o deEngenharia Aeronáutica, esses cursos compuseram oconjunto da graduação oferecida pelo IME até 1984. Nesseano, mais uma vez pioneiramente, teve início o curso de

Casa do TCasa do TCasa do TCasa do TCasa do Trem - primeirrem - primeirrem - primeirrem - primeirrem - primeiroooooedifício da Real Academia deedif ício da Real Academia deedif ício da Real Academia deedif ício da Real Academia deedif ício da Real Academia de

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Engenharia da Computação. Em 2006, em recentereestruturação, os cursos de Engenharia ministrados foramreduzidos para seis: Fortificação e Construção, Eletrônica,Mecânica e de Armamento, Química, Cartográfica e deComputação.

O Instituto Militar de Tecnologia foi criado em 1949,já sob a influência da Missão Militar norte-americana, e seinstalou em prédio anexo localizado nos fundos do edifícioda EsTE. Esse Instituto seria fundido à Escola Técnica,dando origem ao Instituto Militar de Engenharia, em 4 denovembro de 1959. Um ano antes, fora criado, ainda naEsTE, o primeiro curso de pós-graduação lato sensu emEngenharia Nuclear. O IME passaria a admitir, em 1964,civis no âmbito do seu corpo discente, os quais, a partirde 1988, puderam ingressar na carreira militar comooficiais da ativa do Quadro de Engenheiros Militares.

Em 1969, novo marco na história do IME: aimplantação dos cursos de mestrado em Química e emEngenharia Nuclear. Outros programas seriam, então,sucessivamente criados: mestrados em Ciência dosMateriais, Engenharia Elétrica e Matemática Aplicada -atualmente Sistemas e Computação -, em 1971; doutoradoem Química, em 1972; doutorado em Ciência dosMateriais e mestrado em Engenharia Mecânica, em 1973;especialização e, posteriormente, mestrado em Transportes,em 1977. Atualmente, o ensino de pós-graduação no IMEcompleta-se com o doutorado e o mestrado em Engenhariade Defesa e o mestrado em Engenharia Cartográfica.

Dentre todas as contribuições históricas da EsTE e doIME, talvez o grande legado tenha sido a formação deuma elite técnico-militar de pensamento desenvolvimentistaque estaria à frente ou fortemente envolvida nos esforçospara o progresso do Brasil, a partir do final dos anos 40até meados dos anos 80. No plano político, pode-se citarmais uma vez Macedo SoaresMacedo SoaresMacedo SoaresMacedo SoaresMacedo Soares, Ministro da Viação eObras Públicas do governo DutraDutraDutraDutraDutra, e Haroldo CorreiaHaroldo CorreiaHaroldo CorreiaHaroldo CorreiaHaroldo Correiade Matosde Matosde Matosde Matosde Matos, Ministro das Comunicações do governoFigueiredoFigueiredoFigueiredoFigueiredoFigueiredo. No âmbito da gestão nacional da Ciência eTecnologia, destacam-se, entre outras, as figuras do entãoCoronel Armando Dubois FArmando Dubois FArmando Dubois FArmando Dubois FArmando Dubois Ferererererreirareirareirareirareira, fundador, em1951, e primeiro vice-presidente do CNPq durante apresidência do Almirante Álvaro AlbertoÁlvaro AlbertoÁlvaro AlbertoÁlvaro AlbertoÁlvaro Alberto e,posteriormente, já como general, Comandante da EsTE,do General Arthur Mascarenhas FaçanhaArthur Mascarenhas FaçanhaArthur Mascarenhas FaçanhaArthur Mascarenhas FaçanhaArthur Mascarenhas Façanha, presidentedo CNPq de 1970 a 1974, e dos Generais Renato PaivaRenato PaivaRenato PaivaRenato PaivaRenato PaivaRioRioRioRioRio e Aristóbulo Codevilla RochaAristóbulo Codevilla RochaAristóbulo Codevilla RochaAristóbulo Codevilla RochaAristóbulo Codevilla Rocha, entre outros, naimplantação da FINEP. Na esfera dos grandesempreendimentos tecnológicos do período, tem-se aliderança do General FFFFFrancisco de Arancisco de Arancisco de Arancisco de Arancisco de Augusto de Souzaugusto de Souzaugusto de Souzaugusto de Souzaugusto de SouzaGomes GalvãoGomes GalvãoGomes GalvãoGomes GalvãoGomes Galvão e do Coronel Helvécio GilsonHelvécio GilsonHelvécio GilsonHelvécio GilsonHelvécio Gilson, naEmbratel, e do General José Antonio de Alencastro eJosé Antonio de Alencastro eJosé Antonio de Alencastro eJosé Antonio de Alencastro eJosé Antonio de Alencastro eSilvaSilvaSilvaSilvaSilva, na Telebrás. Na concepção das grandes inovações,tem-se a participação fundamental do então CapitãoAlcyone Fernandes de Almeida JuniorAlcyone Fernandes de Almeida JuniorAlcyone Fernandes de Almeida JuniorAlcyone Fernandes de Almeida JuniorAlcyone Fernandes de Almeida Junior na implantaçãoda TV a cores no Brasil. E acima de tudo, deve ser destacado

o grande número de engenheiros altamente qualificadospela EsTE e pelo IME, que se engajaram no grande esforçonacional desse período para promover o desenvolvimentotecnológico e econômico do País. Fomentaram a indústriade base e de bens duráveis, implantaram astelecomunicações, ampliaram a infra-estrutura detransportes terrestres, levaram adiante o Programa NuclearBrasileiro, participaram do fortalecimento da indústria dematerial de defesa, etc.

Atualmente, o Instituto Militar de Engenharia esmera-se em manter-se fiel às suas origens e tradições, persistindoem sua missão de formar engenheiros de excelência parao Exército e para a sociedade. Os resultados de todas asavaliações do Ministério da Educação e Cultura (MEC),desde 1995, particularmente a última, o Exame Nacionalde Desempenho Escolar (ENADE) de 2005, no qual oIME obteve oito primeiros lugares e um segundo lugar,demonstram que tal objetivo vem sendo alcançado. A suapós-graduação stricto sensu, na eminência de completar40 anos, busca de forma incessante aprimorar-se, comvistas a proporcionar profissionais qualificados à altura dasofisticada demanda tecnológica e pesquisa científicarelevante. Não menos dignas de nota têm sido ascontribuições a projetos de desenvolvimento e deengenharia de interesse da Força, particularmente na esferados Departamentos de Ciência e Tecnologia e de Engenhariae Construção.

Consciente do desafio que se lhe antepõe, o de conciliaras culturas disciplinar e acadêmica para cumprir a sua“gloriosa e imutável sina de produzir incessantementeresultados qualitativos e inquestionáveis, que o fazvanguardeiro da atualidade e contemporâneo daposteridade” , e reconhecido no cenário acadêmico nacionalcomo paradigma do ensino de Engenharia e CiênciasExatas, o Instituto Militar de Engenharia de hoje aspira,sobretudo, a manter-se à altura e ampliar, no presente eno futuro, o nobre e rico legado de seus antecessores.

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CTExCTExCTExCTExCTEx

pesquisa e o desenvolvimento no Exércitoforam institucionalizados em 1946 quando,no âmbito do Ministério da Guerra, foi criado

o Serviço de Tecnologia (ST), órgão responsável pelanormalização, tecnologia industrial e evolução técnico-científica do material de guerra do Exército.

A partir de 1952, essa Organização Militar evoluiu,recebendo, sucessivamente, as seguintes denominações:Diretoria de Estudos e Pesquisas Tecnológicas (DEPT),Diretoria de Pesquisas Tecnológicas (DPT), novamenteDiretoria de Estudos e Pesquisas Tecnológicas (DEPT),Diretoria Geral de Pesquisas e Provas (DGPP) e Diretoriade Pesquisa e Ensino Técnico (DPET).

A denominação atual, Centro Tecnológico do Exército(CTEx), foi formalizada pelo Decreto nº 84.095, de 16de outubro de 1979.

PROJETOS HISTÓRICOSPROJETOS HISTÓRICOSPROJETOS HISTÓRICOSPROJETOS HISTÓRICOSPROJETOS HISTÓRICOSO CTEx teve suas origens em uma época em que o

domínio da tecnologia de materiais de emprego militar noBrasil era incipiente e grande parte do armamento usadono país era importado. Coube aos integrantes do Arsenal

da Urca, embrião do CTEx, a missão de iniciar não apenasuma limitada fabricação de nosso material bélico, mas amanutenção e a recuperação daquele armamento.

O acelerado avanço tecnológico dos últimos anos fezmudar completamente as características dos meios deguerra modernos. O combatente tem em seu material umelevado grau de agregação tecnológica, que aumentasignificativamente seu poder de combate. Diante dessecenário, o Centro Tecnológico do Exército vem atuandono domínio de áreas críticas, como a microeletrônica, atecnologia da informação, a optrônica e o guiamento econtrole. A posse desses conhecimentos permitirá ao paíso acesso a tecnologias com severas restrições configuradaspor mecanismos de proteção a áreas sensíveis.

A obstinada busca em atender as necessidades emmaterial de emprego militar da Força Terrestre fez do CTExuma instituição profícua, com importantes trabalhos parao Exército e para o País, fruto do empenho e dedicação deseus profissionais civis e militares em todos os níveis. Entretantos outros, eis alguns desses trabalhos históricos:

- produção de Lançadores de Foguetes X2;- fabricação de dez foguetes X20, em parceria com o

Centro Técnico Aeroespacial (CTA), atual Comando-Geralde Tecnologia Aeroespacial;

- integração e montagem de 200 mísseis anti-carrofilo guiados COBRA;

- projeto e testes do Míssil Superfície-Ar 3.2 Antiaéreo;- desenvolvimento da Viatura Blindada de Combate

sobre lagartas “Charrua”; e- desenvolvimento do Carro de Reconhecimento Leve

“Jararaca”.

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A pesquisa, desenvolvimento, fabricação eavaliação autônomos de materiais de emprego militarcondicionam as aspirações políticas e militares de umpaís. E.g. Pércia, Grécia, Roma, ..., Rússia, EstadosUnidos e China.

CENTRO TECNOLÓGICO DO EXÉRCITOCENTRO TECNOLÓGICO DO EXÉRCITOCENTRO TECNOLÓGICO DO EXÉRCITOCENTRO TECNOLÓGICO DO EXÉRCITOCENTRO TECNOLÓGICO DO EXÉRCITO

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MISSÃO E VISÃO DE FUTUROMISSÃO E VISÃO DE FUTUROMISSÃO E VISÃO DE FUTUROMISSÃO E VISÃO DE FUTUROMISSÃO E VISÃO DE FUTUROO CTEx é uma Organização Militar Diretamente

Subord inada ao Depar tamento de C iênc ia eTecnologia (DCT), cuja missão pode ser sintetizadana pesquisa e desenvolvimento de materiais deemprego militar de interesse do Exército.

Sua visão de futuro consiste em atingir a condiçãode excelência na pesquisa e desenvolvimento demateriais de emprego militar e concorrer para que oSistema de Ciência e Tecnologia do Exército atinjauma capacidade científico-tecnológica que permita àForça Terrestre contribuir para o poder dissuasóriodo País.

Pertinaz esforço tem sido despendido, pelas atuaisgerações de engenheiros militares, no sentido decumprir a missão regulamentar e de buscar aconcretização do enunciado da visão de futuro daOM.

ATUALIDADEATUALIDADEATUALIDADEATUALIDADEATUALIDADENa atua l idade, um conjunto de resu l tados

re levan tes pode se r des tacado do es fo rçoempreendido pelo CTEx: míssil 1.2 AC; morteiros60, 81 e 120 mm; munição assistida pré-raiada compropulsão adicional para o morteiro pesado 120 mm;viaturas GAÚCHO e CHIVUNK; sistema C2 emcombate; módulo de ensino de guerra eletrônica;radar SABER M60; arma leve anticarro (ALAC); eobtenção experimental de fibra de carbono.

CONCLCONCLCONCLCONCLCONCLUSÃOUSÃOUSÃOUSÃOUSÃOA chama do desafio a ser vencido, que motiva

todos os integrantes, conjugada ao orgulho dosgrandes projetos entregues à Força, impulsionamo CTEx na busca de novas fronteiras de tecnologia.

Ne s t e con t e x t o , o CTEx r e a l ç a s eu scompromissos:

- com sua missão e visão de futuro e com asde t e rm ina çõe s , o r i e n t a çõe s e d i r e t r i z e s doDepartamento de Ciência e Tecnologia;

- com o empreendimento de obstinado esforçoque con t r i b u a p a r a a amp l i a ç ão do pode roperacional da Força Terrestre, levando em conta,sempre, que candidata-se à decadência antes deatingir o ápice o país cujas Forças Armadas nãopossuam o domínio do c ic lo de v ida de seusartefatos bélicos; e

- com a busca da autonomia na obtenção deequipamentos e armamentos para o Exército, à luzda assertiva de que pesquisa, desenvolvimento,produção e avaliação autônomos de materiais deemprego m i l i t a r cond i c i onam a s a sp i r a çõe spolíticas e militares do Brasil.

E, finalmente, o compromisso de todos os seusintegrantes, acreditando que estão contribuindopara a p repa ração do Exé rc i to com v i s t a s àutilização da estratégia da dissuasão, à manutençãoda paz, à in tegração e coesão nac iona l e aoeng r andec imen to d a Naç ão e do E s t adobrasileiro.

Míssel MSS 1.2 ACMíssel MSS 1.2 ACMíssel MSS 1.2 ACMíssel MSS 1.2 ACMíssel MSS 1.2 AC Morteiro 120mmMorteiro 120mmMorteiro 120mmMorteiro 120mmMorteiro 120mm Viatura GaúchoViatura GaúchoViatura GaúchoViatura GaúchoViatura Gaúcho

Radar SABER M60Radar SABER M60Radar SABER M60Radar SABER M60Radar SABER M60 A L A CA L A CA L A CA L A CA L A C Sistema C2 em combateSistema C2 em combateSistema C2 em combateSistema C2 em combateSistema C2 em combate

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3 03 03 03 03 0 CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO EXÉRCITO

AtividadeIndustrialdos Arsenaisde Guerra

Sistema de Ciência e Tecnologia do Exército(SCTEx) objetiva capacitar a Força Terrestrede modo a reduzir a dependência bélica do

exterior e o hiato tecnológico relativo aos exércitos maismodernos, bem como modernizar e racionalizar processosadministrativos. O Departamento de Ciência e Tecnologia(DCT), sediado em Brasília, é o órgão setorial responsávelpelo planejamento, orientação, controle, coordenação,avaliação e execução das atividades do SCTEx.

Entre suas Organizações Militares DiretamenteSubordinadas (OMDS), destaca-se a Diretoria deFabricação (DF) instalada no 7º andar do Palácio Duquede Caxias, no Rio de Janeiro. A DF, ora como Diretoria deRecuperação, ora como Fabricação e Recuperação, eagora, novamente adotando sua denominação histórica,vem prestando indeléveis serviços ao Exército e à Nação nasatividades de fabricação e fomento industrial desde 1946.

Hoje, a DF conta com o Arsenal de Guerra do Rio(AGR) e com o Arsenal de Guerra de São Paulo (AGSP)para execução das atividades de fabricação, modernização,revitalização e recuperação de Material de Emprego Militar(MEM) com nacionalização de peças, quando necessário.Outra atividade que caracteriza o subsistema de fabricaçãoé a de confecção de protótipos e lotes-piloto de produtos

originários de projetos de pesquisa e de desenvolvimento,e da engenharia aplicada dos próprios Arsenais.

ARSENAL DE GUERRA DO RIOARSENAL DE GUERRA DO RIOARSENAL DE GUERRA DO RIOARSENAL DE GUERRA DO RIOARSENAL DE GUERRA DO RIOLocalizado no Caju desde 1902, o Arsenal conta com

uma estrutura fabril instalada de máquinas e equipamentosque se segmentam nas áreas de Estudos e Projetos deEngenharia, Manufatura Industrial, e Comunicações eOptrônicos.

Estudos e Projetos de EngenhariaEstudos e Projetos de EngenhariaEstudos e Projetos de EngenhariaEstudos e Projetos de EngenhariaEstudos e Projetos de Engenharia

A Divisão de Estudos e Projetos de Engenharia é osetor do Arsenal responsável pela execução da Engenhariado Produto e da Engenharia do Processo. Na primeira,gerencia projetos, confecciona desenhos técnicos, relacionapeças, subconjuntos e conjuntos, monta as “árvores doproduto” e os memoriais descritivos. Na outra, elabora oplanejamento do processo produtivo.

A Divisão dispõe da tecnologia PLM (Product LifecycleManagement – Gerenciamento do Ciclo de Vida doProduto) que integra os aplicativos CAD / CAM / CAE.

Manufatura IndustrialManufatura IndustrialManufatura IndustrialManufatura IndustrialManufatura Industrial

É o setor responsável pelas atividades de usinagem,serralheria, tratamento superficial, fundição e montagem

Revital ização das VBTPRevital ização das VBTPRevital ização das VBTPRevital ização das VBTPRevital ização das VBTP

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Por intermédio de seus Arsenais de Guerra, aDiretoria de Fabricação vem prestando indeléveisserviços ao Exército e à Nação nas atividades defabricação e fomento industrial.

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do armamento. Para isso, conta com as seções deSerralheria e de Tratamento Superficial.

Na Seção de Serralheria são executadas a fabricaçãoe a recuperação de estruturas e produtos que necessitemde corte, conformação e soldagem metálica. Empregam-semodernas tecnologias, como o corte-plasma, que possibilitaseparar materiais metálicos de até 15 mm de espessura.Na Seção de Tratamento Superficial realiza-se a proteçãosuperficial (fosfatização e pintura) das peças.

Comun icações e Opt rôn i cosComun icações e Opt rôn i cosComun icações e Opt rôn i cosComun icações e Opt rôn i cosComun icações e Opt rôn i cos

A Divisão de Comunicações realiza as atividadesrelacionadas à manutenção de instrumentos, fontes dealimentação, geradores de sinais, conjuntos telefônicos dosconjuntos-rádio das comunicações táticas, tanto da famíliaHF que opera com modulação AM/SSB e faixa defreqüência de 2 a 30 MHz como da VHF.

A Divisão de Optrônicos, inaugurada em 1996, foi apioneira na recuperação de optrônicos da Força Terrestre.Hoje é referência, cooperando com as demais OrganizaçõesMilitares tanto na formação de mão-de-obra especializadacomo pela realização de visitas e estágios de manutenção.Funcionam, atualmente, a linha de montagem dos óculose monóculos de visão noturna e o setor de recuperação dematerial optrônico.

ARSENAL DE GUERRA DE SÃOARSENAL DE GUERRA DE SÃOARSENAL DE GUERRA DE SÃOARSENAL DE GUERRA DE SÃOARSENAL DE GUERRA DE SÃOPPPPPAAAAAULOULOULOULOULO

Mais novo entre os Arsenais do Exército Brasileiro, oAGSP foi criado em 1957. Suas missões englobamatividades de manutenção em todos os escalões,nacionalização, fabricação de protótipos e lotes-piloto.

Atividades de Fabricação e de ManutençãoAtividades de Fabricação e de ManutençãoAtividades de Fabricação e de ManutençãoAtividades de Fabricação e de ManutençãoAtividades de Fabricação e de ManutençãoPara a fabricação, o AGSP conta com oficinas de

usinagem, serralheria industrial, tratamento galvanotécnico.Opera uma linha de montagem de grupos-geradoreseletrogêneos (GGE) a diesel e uma Seção de Fabricaçãode Artigos em Fibra de Vidro.

Sua Seção de Fabricação de Material de Intendênciapossui um portfólio abrangente de produtos que vai desdecolchões e travesseiros de espuma, passando por bolsas esacos em lona e estojos de binóculos, até uma linha especialde material de campanha composta de cama, lavatório elatrina. O AGSP é o único fabricante nacional de redesmodulares de camuflagem com material antichama,antimofo e baixa reflectância ao infravermelho.

Para as atividades de manutenção, o AGSP conta comoficinas de armamento leve, Engenharia, Comunicações ede Intendência. Destacam-se os trabalhos de recuperaçãode capacetes balísticos com adaptação de almofadasinternas e os diversos projetos de recuperação de canhõese obuseiros cujas vedações são modernizadas com empregode material de última geração.

Programa de RevitalizaçãoPrograma de RevitalizaçãoPrograma de RevitalizaçãoPrograma de RevitalizaçãoPrograma de RevitalizaçãoForam necessários três anos, a partir da Reunião

Decisória Especial que determinou a implantação de umPrograma de Revitalização das VBR EE-9 Cascavel e VBTPEE-11 Urutu, para que se concluíssem os estudos e seinvestissem os recursos para a criação de um imponenteparque industrial dotado de oito pavilhões e 3.000 m² depiso industrial, cinco pontes rolantes, duas cabinesindustriais de pintura, uma de jateamento e uma amplaquantidade de maquinário e ferramental.

Desde o final de 2001, já foram entregues ao ExércitoBrasileiro 150 viaturas revitalizadas. O conceito derevitalização repousa em três alicerces principais, quaissejam: uma total abrangência das atividades de manutenção,um detalhamento pormenorizado dessas atividades egrande responsabilidade técnica em proporcionar à viaturaconfiabilidade satisfatória para a tropa.

DESAFIOS VENCIDOS EDESAFIOS VENCIDOS EDESAFIOS VENCIDOS EDESAFIOS VENCIDOS EDESAFIOS VENCIDOS EPERSPECTIVPERSPECTIVPERSPECTIVPERSPECTIVPERSPECTIVASASASASAS

A Diretoria de Fabricação e seus Arsenais vêmenfrentando e vencendo diversos desafios ao longo dostempos. Entre os mais recentes, e ainda indeléveis namemória estão:

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Morteiro Pesado 120 mm RaiadoMorteiro Pesado 120 mm RaiadoMorteiro Pesado 120 mm RaiadoMorteiro Pesado 120 mm RaiadoMorteiro Pesado 120 mm Raiado(Mrt P 120 M2 R) do AGR(Mrt P 120 M2 R) do AGR(Mrt P 120 M2 R) do AGR(Mrt P 120 M2 R) do AGR(Mrt P 120 M2 R) do AGR

Trata-se de uma arma de concepção atual de grandemobilidade. Foi projetada para fornecer amplo poder defogo para tropas de pronto emprego em qualquer Teatrode Operações. Pode ser tracionada por viaturas de 3/4 t eadmite transporte multimodal (aéreo, rodoferroviário,marítimo, fluvial), além de helitransporte e lançamento depára-quedas. Admite a utilização de munição 120 mm,de padronização internacional, para morteiros de alma lisaou raiada. Já foram entregues 77 peças à Força Terrestre.

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Revitalização e apoio à MINUSTRevitalização e apoio à MINUSTRevitalização e apoio à MINUSTRevitalização e apoio à MINUSTRevitalização e apoio à MINUSTAH no AGSPAH no AGSPAH no AGSPAH no AGSPAH no AGSP

Todas as VBTP EE-11 Urutu em operação no Haitiforam revitalizadas no AGSP. A contribuição do Arsenal,entretanto, é bem mais ampla: preparação técnica dasequipes de mecânicos e motoristas, envio de equipes deapoio direto, supervisão e coordenação de diversostrabalhos de modificação de viaturas. Houve a entrega deduas viaturas Urutu com lâminas tipo "limpa-trilhos" pararemover obstáculos à progressão dos comboios; e umUrutu Ambulância UTI com equipamento médico de últimageração e climatizado. Todas as viaturas foram equipadascom proteções balísticas para o motorista e o atirador,produtos resultantes do trabalho do AGSP.

Portanto, devidamente escorado num histórico devitórias e de cumprimento de missões as maiscomplexas, o subsistema de fabricação pode serconsiderado um veterano no enfrentamento de desafios.As perspectivas disponíveis nos tempos atuais, derápida transformação tecnológica, exigem vigilância eaper fe içoamento constantes . V ig i lânc ia paraacompanhar a evolução tecnológica e se reestruturar,quando necessário; e o aperfeiçoamento objetivandoa garantia de constante capacitação de seus integrantes.

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VBTP EE-11 Urutu revital izados eVBTP EE-11 Urutu revital izados eVBTP EE-11 Urutu revital izados eVBTP EE-11 Urutu revital izados eVBTP EE-11 Urutu revital izados emodificados para a MINUSTmodificados para a MINUSTmodificados para a MINUSTmodificados para a MINUSTmodificados para a MINUSTAHAHAHAHAH

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esde de 2005, com a criação e consolidaçãodo Departamento de Ciência e Tecnologia doExército, a Indústria de Material Bélico do Brasil

(IMBEL) faz parte do Sistema de Ciência e Tecnologia doExército como a vertente fabril. Em parceria com o CentroTecnológico do Exército, as fábricas da empresa participamativamente do desenvolvimento de novos materiais deemprego militar para a Força Terrestre, os quais, no futuro,poderão ser novos itens de suas linhas de produção.

A garantia de recursos financeiros, por um períododeterminado, até alcançar a auto-suficiência, abre umanova página para a IMBEL, que pode recuperar e aprimorara capacidade produtiva de suas cinco fábricas. Recursosestes que garantem o pagamento do pessoal e das dívidasacumuladas ao longo dos últimos anos.

ATIVIDADES DAS FÁBRICAS DA IMBELATIVIDADES DAS FÁBRICAS DA IMBELATIVIDADES DAS FÁBRICAS DA IMBELATIVIDADES DAS FÁBRICAS DA IMBELATIVIDADES DAS FÁBRICAS DA IMBELFábrica EstrelaFábrica EstrelaFábrica EstrelaFábrica EstrelaFábrica EstrelaLocalizada na cidade de Magé (RJ), sua fundação

data de 1808, tem por missão fabricar acessórios paraexplosivos, pólvora negra e explosivos.

Um dos principais produtos é o RDX, explosivobásico das composições da carga de ruptura dascabeças de guerra das munições da artilharia. Suaplanta é a única existente na América Latina.

No ano de 2009, está prevista a construção deuma planta de HMX , que é um outro explosivo,semelhante ao RDX, porém capaz de ser empregadoem mísseis de longo alcance.

IMBELEmpresa Estratégica deProdutos de Defesa

Ainda para munição de artilharia, a Fábrica Estrelaproduz pólvora negra militar, reforçadores, cápsulasiniciadoras e artifícios traçantes.

Fábrica Presidente VFábrica Presidente VFábrica Presidente VFábrica Presidente VFábrica Presidente VararararargasgasgasgasgasSituada na cidade de Piquete (SP), foi fundada em

1909, com a missão de fabricar pólvoras, propelentes eexplosivos de uso militar.

Possui uma diversificada linha de produtos estratégicos,tais como: nitrocelulose e nitroglicerina - matérias-primasbásicas para fabricação de pólvoras e propelentes; pólvoraspara uso em munições de obuseiros, canhões, morteiros,armas anticarro, fuzis, carabinas, pistolas e revólveres;grãos propelentes para foguetes e mísseis; e explosivosplásticos e de ruptura - TNT.

As únicas linhas de produção de nitroglicerina e TNTatualmente em funcionamento no Brasil estão nessaUnidade Fabril.

Fábrica de Juiz de ForaFábrica de Juiz de ForaFábrica de Juiz de ForaFábrica de Juiz de ForaFábrica de Juiz de ForaSediada na cidade de Juiz de Fora (MG), teve sua

fundação em 1934, e produz foguetes e munições degrande calibre para obuseiros, canhões, morteiros e armasanticarro.

DIMBEL – Fábrica da EstrelaIMBEL – Fábrica da EstrelaIMBEL – Fábrica da EstrelaIMBEL – Fábrica da EstrelaIMBEL – Fábrica da Estrela

Fábrica da Estrela – prédio históricoFábrica da Estrela – prédio históricoFábrica da Estrela – prédio históricoFábrica da Estrela – prédio históricoFábrica da Estrela – prédio histórico Fábrica Presidente VFábrica Presidente VFábrica Presidente VFábrica Presidente VFábrica Presidente Vararararargasgasgasgasgas Fábrica de Juiz de ForaFábrica de Juiz de ForaFábrica de Juiz de ForaFábrica de Juiz de ForaFábrica de Juiz de Fora

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Possui tecnologia própria, desenvolvida ao longo demais de 70 anos de experiência, com qualidade asseguradapor Certificado de Sistema da Qualidade NBR ISO 9001na produção e serviços pós-entrega para material bélicoaeroespacial, foguetes e munições de calibres 40 a 120mm e suas respectivas embalagens. Está ainda capacitadaa produzir uma linha de produtos de cutelaria: facas, facõese machadinhas.

Além de material de defesa, está capacitada parafornecer ferramentas de produção e controle, serviços deradiografia industrial, tratamento térmico e superficial demetais. Fornece ainda serviços laboratoriais, mecânicos,metalográficos e balísticos para clientes nacionais eestrangeiros.

A Fábrica de Juiz de Fora está ainda desenvolvendoos seguintes novos produtos: Tiro 84mm SR AE AC,Tiro 81mm AE M5, Tiro 60mm AE M4 e Tiro 120mmAE PR PA .

Fábrica de ItajubáFábrica de ItajubáFábrica de ItajubáFábrica de ItajubáFábrica de ItajubáFixada em Itajubá (MG), com fundação em 1935,

fabrica pistolas e fuzis para uso das Forças Armadas eForças Policiais.

Como parte da reformulação estratégica pela qual passaa Indústria de Material Bélico do Brasil (IMBEL), foidesenvolvido na Fábrica de Itajubá (FI) o Fuzil 5,56 -IMBEL MD97 e um novo modelo de pistola com armaçãoem polímero.

O Fuzil 5,56 - IMBEL MD 97 é um fuzil leve de assaltoem calibre 5,56x45mm. Projetado dentro do conceito deotimização de peso e máximo poder de fogo, visa a ser aarma-base do soldado de Infantaria que opera em condiçõesadversas e em restritas situações de apoio logístico.

A pistola de polímero, embora seja uma realidade desdeos anos 70, é um marco para a IMBEL, pois rompe comum paradigma tecnológico até então utilizado na fabricaçãodas pistolas - a usinagem de metais.

A fabricação de pistolas pela FI teve início nos anos 70com a necessidade de o Exército Brasileiro transformarsuas pistolas .45 em calibre 9 mm. Vários anos se passarampara que a FI passasse de uma mera depositária dosdesenhos da pistola, recebidos do Exército Brasileiro, àmaior fabricante e exportadora da América Latina de pistola.45 M911, com mais de 100 versões diferentes. Asinovações na área de materiais, contudo, se limitaram àscombinações de aços e ligas leves.

Do mesmo modo, existe outro projeto em curso, quetem como base o modelo M911, com modificações namaior capacidade do carregador, segurança e, em especial,no menor peso. Isso é conseqüência da armação fabricada

a partir de um inserto obtido pelo processo demoldagem por injeção metálica (MIM, metalinjection molding), sobreinjetado com polímerosde nova geração.

O projeto vem sendo conduzido utilizandomodernas ferramentas de engenharia, que permitema simulação computacional de diversas fases do ciclode vida do material desde a sua concepção até asua fabricação. Dessa forma, modelos tri-dimensionais paramétricos, criados no computador,tornam-se protótipos reais por meio dos quais sepodem avaliar requisitos de ergonomia e desenho.Da mesma forma, o processo de fabricação,montagem e funcionamento pode ser simulado eas informações podem ser recebidas e transmitidasaos envolvidos no projeto dentro de um ambiente

Fuzil 5,56 - IMBEL MD 97Fuzil 5,56 - IMBEL MD 97Fuzil 5,56 - IMBEL MD 97Fuzil 5,56 - IMBEL MD 97Fuzil 5,56 - IMBEL MD 97

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de engenharia simultânea.Os requisitos de projeto estão exigindo a implementação

de novas tecnologias e processos não só na FI comotambém nos seus fornecedores. O inserto metálico utilizadonesse projeto, por exemplo, é hoje a peça MIM de maiorpeso, dimensão e complexidade fabricada no Brasil. Aforma integrada de atuação das diversas áreas da IMBEL ede seus fornecedores permitiu que, em maio de 2008 fossemontado o primeiro protótipo saído da cadeia produtiva.

Longe de ser a conclusão do projeto, o protótipopermitirá determinar eventuais correções e ajustes noproduto e nos processos.

Cabe ressaltar que o caráter singular do projeto podenão revelar, em uma análise superficial, vantagens ebenefícios considerados estratégicos para a Direção daIMBEL, tais como: aumento do faturamento; redução dadependência de exportação; aumento na quantidadevendida no mercado civil e policial; aumento na quantidadevendida para o Ministério da Defesa; aumento da ofertade um novo produto; entrada em um novo segmento demercado; desenvolvimento de novos produtos de polímero;redução de tempo e de custos de produção; aumento da

capacitação dos recursos humanos; aumento da auto-estimae do moral dos recursos humanos; modernização do parquede engenharia e produção; diminuição da vulnerabilidadeem relação à flutuação do dólar; incorporação da utilizaçãode novas tecnologias nos processos de fabricação emateriais; novo produto com potencial de exportação paranovos clientes; aperfeiçoamento da engenharia de projetode armas; e otimização do uso da planta.

Fábrica de Material de Comunicações eFábrica de Material de Comunicações eFábrica de Material de Comunicações eFábrica de Material de Comunicações eFábrica de Material de Comunicações eEletrônicaEletrônicaEletrônicaEletrônicaEletrônica

Estabelecida na cidade do Rio de Janeiro (RJ), foifundada em 1939. Sua missão é fabricar e desenvolversistemas operacionais computadorizados, equipamentosrádio (Transceptores HF e VHF), centrais e telefones. Prestaserviços de testes elétricos, mecânicos e ambientais,montagem de placas de circuito impresso com componentesconvencionais e SMD e de tratamentos superficiais.

Seu mais novo lançamento foi o Rádio TRC 1193 -Rádio Mallet, nas versões veicular e de uso individual, oqual está sendo testado para adoção do Exército Brasileiroainda em 2008. Vem trabalhando também nodesenvolvimento de um rádio definido por software (RDS).

Pelo que foi visto em cada Fábrica, procurou-seenfatizar que, apesar das dificuldades, a IMBEL nãoperdeu o foco de Empresa Estratégica de Produtosde Defesa. Ela está em condições de se estruturar,em curto prazo, para atender às necessidadesimediatas das Forças Armadas em inúmeras áreas ede compor como é sua destinação, o Núcleo daBase Industrial de Defesa, que está sendoconsolidado pelo atual governo com atuaçãomarcante do Ministério da Defesa e do Núcleo deAssuntos Estratégicos da Presidência da República.

Modelo computacional 3D gerado no aplicativo Pro-EngineerModelo computacional 3D gerado no aplicativo Pro-EngineerModelo computacional 3D gerado no aplicativo Pro-EngineerModelo computacional 3D gerado no aplicativo Pro-EngineerModelo computacional 3D gerado no aplicativo Pro-Engineer

Inserto metálico fabricado pelo processo MIMInserto metálico fabricado pelo processo MIMInserto metálico fabricado pelo processo MIMInserto metálico fabricado pelo processo MIMInserto metálico fabricado pelo processo MIM

Protótipo da pistola de grande capacidade IMBELProtótipo da pistola de grande capacidade IMBELProtótipo da pistola de grande capacidade IMBELProtótipo da pistola de grande capacidade IMBELProtótipo da pistola de grande capacidade IMBELcom armação em polímerocom armação em polímerocom armação em polímerocom armação em polímerocom armação em polímero

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s primeiros veículos blindados surgiram comoarma de combate no final da I GuerraMundial. Sua participação no conflito foi

inexpressiva. Foram fabricadas poucas unidades, aoperação iniciou-se apenas em meados de 1918 e aautonomia extremamente baixa dificultaram seu emprego.O A7V alemão, por exemplo, chegava a pesar 160toneladas e tinha velocidade máxima de 8km/h. Com ocontínuo desenvolvimento dessa classe de armas bélicas,elas tornaram-se mais ágeis, seguras e eficazes nocombate. Veículos como esses foram incorporadosaos quadros operacionais e às doutrinas das ForçasArmadas. Sua importância cresceu e, junto comela, o número de unidades fabricadas em todo omundo. São atualmente consideradas uma peçaindispensável na maioria das operações terrestres.

O Exército Brasi leiro, por intermédio doDepartamento de Ciência e Tecnologia (DCT), possui umprograma estruturado de desenvolvimento de uma novaFamília de Blindados Médios de Rodas. O programa contacom estudos de blindagem, ergonomia, armamentos,componentes automotivos e de condicionantes demercado. Com o conhecimento gerado nesse processo,elaborou-se um critério de seleção de empresas para odesenvolvimento nacional de blindados. Com o apoio daFundação Ricardo Franco assinou-se contrato, no finalde 2007, com a empresa selecionada, a IVECO do Brasil,por um período de quatro anos, para o desenvolvimentoe a produção das primeiras unidades blindadas.

A empresa é responsável pelas plataforma mecânica eintegração dos subsistemas do veículo. O projeto contacom recursos do próprio Exército e de convênio firmadocom a FINEP, Financiadora de Estudos e Projetos, quefornecerá parte dos recursos necessários à pesquisa edesenvolvimento.

Os contratos firmados entre o DCT, a IVECO doBrasil, a Fundação Ricardo Franco e a FINEP incluem odesenvolvimento e a fabricação de um lote-piloto de 16unidades da Viatura Blindada de Transporte de Pessoal,6x6, que servirá de plataforma base para as demais oitoversões da mesma família. Entre as outras versões estãoa de reconhecimento, ambulância, comunicações,

comando, diretora de tiro, socorro, oficina e morteiro.Como um dos objetivos do projeto é promover o avançodo domínio tecnológico por parte do Exército, oscontratos já assinados prevêem transferência detecnologia para a Força. Consta ainda que todo oconhecimento gerado nesse desenvolvimento será depropriedade intelectual do Exército.

O contrato de quatro anos com a empresa divide-se em dois anos de desenvolvimento, um de avaliaçãode protótipo e o último para produção do lote-pilotode 16 veículos. As atividades ocorrerão nas unidadesda empresa instaladas em Minas Gerais, sendo agerência do projeto a cargo do DCT.

A viatura de transporte de pessoal será empregadade forma semelhante aos modelos URUTU, fabricadosaqui no Brasil, nas décadas de 70 e 80, pela extintaEngesa. O URUTU tornou-se popular por sua altamobilidade, autonomia e versatilidade. De cerca de880 unidades fabricadas pela empresa, 220 foramadquiridas pelo Exército e Marinha do Brasil, e asdemais exportadas para diversos países como Iraque,Jordânia, Colômbia e Venezuela. Hoje com uma médiade 30 anos de uso pelo Exército, esses modelos nãomais atendem a diversos requisitos operacionais comoos de proteção dos ocupantes, proteção antiminas emobilidade atualmente exigidos.

Não apenas pela defasagem dos modelos empregados,

A NovaFamília deBlindadosO

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mas também pelo poder dissuasório imposto pelasupremacia militar com o domínio tecnológico, o projetoé uma necessidade para manutenção da paz e soberaniada nação. Graças às suas características intrínsecas deflexibilidade operacional, o veículo poderá ser empregadotambém em missões de defesa externa, de garantia da leie da ordem, e de garantia da paz a ser viço daOrganização das Nações Unidas (ONU).

A plataforma automotiva do veículo é o objeto docontrato com a empresa, assim como a integração dosdemais grandes sistemas (blindagens adicionais,comunicações móveis e armamento), que estão a cargodo Exército Brasileiro. Para os estudos da blindagem, oprojeto é apoiado com as atividades desempenhadas noCentro de Avaliações do Exército (CAEx). A Indústria deMaterial Bélico do Brasil (IMBEL) desenvolverá e forneceráo sistema de comunicações, e os estudos acerca doarmamento da viatura estão sendo conduzidos pelagerência do projeto, com colaboração da Diretoria deFabricação, por meio do Arsenal de Guerra do Rio (AGR).A gerência do projeto consultou também a Escola deAperfeiçoamento de Oficiais (ESAO) para esclarecerdetalhes doutrinários sobre o emprego de viaturas comoesta.

"As maiores dificuldades do projeto encontram-se noesforço ao atendimento de objetivos conflitantes", comoesclarece a equipe do projeto. "Obter o maior nível de

proteção possível, com armamento mais eficaz e aindagarantir a flutuabilidade, a aerotransportabilidade (C-130)e o baixo custo do veículo são verdadeiros desafios deengenharia.", completam.

Conforme Requisitos Operacionais Básicos doExército, as viaturas devem ser capazes de equipar-secom canhão automático de médio calibre ou metralhadoracalibre 12,7mm(.50''), ambos com lançadores degranadas fumígenas. A versão com metralhadora serátambém anfíbia. Um dos requisitos do armamento é achamada estabilização, função em que o alvo continuana mira mesmo com vibrações e choques do veículo.Graças à estabilização, também é possível obter o máximodesempenho do sistema de perseguição de alvo. O sistemabaseia-se no processamento de imagens, de câmerastérmicas e convencionais para fixar alvos mesmo comestes e o próprio atirador em movimento.

Entre outros equipamentos estão os dispositivos devisão diurna/noturna, sistema de gerenciamento de campode batalha, navegação GPS e inercial, rádio tático VHF,telêmetro laser, ar condicionado, proteção contra gasese guincho. A viatura transportará um total de 11 militares,sendo um atirador e um motorista, como tripulação.

Outro objetivo do projeto é a nacionalização dafabricação do maior número possível de componentesdo veículo e fomento às indústrias de base para produçãode insumos com aplicação como material de empregomilitar. A principal dificuldade para as indústrias está nasazonalidade das encomendas requisitadas pelas ForçasArmadas. Não é economicamente viável para as empresasa montagem de uma planta para atender apenas ademandas após décadas de recesso. Logo, estanacionalização constitui mais um desafio para oprograma. Uma das alternativas estudadas está nol i cenc i amento de empresas nac iona i s pa ra ap rodução de s se s i n s umos . E s se p roce s so énecessário pois garante à nação uma independênciado mercado e das políticas internacionais, além detornar nossa logística de manutenção e atualizaçãode equipamentos mais ágil, segura e eficaz.

Viatura blindada de transporte de pessoal (protótipo)Viatura blindada de transporte de pessoal (protótipo)Viatura blindada de transporte de pessoal (protótipo)Viatura blindada de transporte de pessoal (protótipo)Viatura blindada de transporte de pessoal (protótipo)

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Projeto de Comando e Controle em Combateé a iniciativa oficial do Exército Brasileiro naárea de Tecnologia da Informação (TI) aplicada

em apoio às operações. Iniciado em 2002, com estudosrealizados no Estado-Maior do Exército, o Projeto C2 emCombate é a materialização de um antigo anseio, qualseja, o de dotar a Força Terrestre com um sistema modernode comando e controle operacional, utilizando recursoscomputacionais em larga escala.

O Programa C2 em Combate é o produto em softwareinserido na modernização do Sistema de Comando eControle da Força Terrestre, e vem sendo desenvolvido,de forma integrada, por órgãos localizados em diversospontos do País. A colaboração de todos estes órgãos nodesenvolvimento dos módulos do sistema foi fundamentalpara o estabelecimento de uma plataforma dedesenvolvimento moderna, sobre a qual novos aplicativospodem ser construídos com um mínimo de esforço.

A união faz a Força!A união faz a Força!A união faz a Força!A união faz a Força!A união faz a Força!

Órgãos envolvidos no Projeto C2 em CombateÓrgãos envolvidos no Projeto C2 em CombateÓrgãos envolvidos no Projeto C2 em CombateÓrgãos envolvidos no Projeto C2 em CombateÓrgãos envolvidos no Projeto C2 em Combate

PROGRAMA C2 EM COMBAPROGRAMA C2 EM COMBAPROGRAMA C2 EM COMBAPROGRAMA C2 EM COMBAPROGRAMA C2 EM COMBATETETETETEO C2 em Combate, seguindo orientação do

Departamento de Ciência e Tecnologia (DCT) para o usode softwares livres, é um programa de computador que

Projeto Comandoe Controle (C2)da ForçaTerrestre

Ofunciona tanto no ambiente Linux quanto em Windows.Seu objetivo principal é fornecer ao Comando, em qualquernível hierárquico, a capacidade de realizar planejamentosoperacionais, acompanhar o desenvolvimento do combatee intervir com oportunidade, valendo-se de uma gama demeios automatizados para estas tarefas.

Buscando adaptar-se à realidade dos escassos recursosfinanceiros, o programa foi desenvolvido tendo como metao baixo custo de distribuição, ou seja, não existe anecessidade de aquisição de nenhum programa especialpara que o C2 em Combate possa funcionar nas unidadesmilitares.

Entre as inúmeras funcionalidades que o programadisponibiliza a seus usuários, destacam-se os seguintesrecursos :

√ visualização de cartas e mapas digitais e imagensde satélite, com a superposição dos planejamentos,unidades de combate e outros elementos de interesse paraa manobra;

√ relatórios logísticos e operacionais; √ planejamentos e calcos dos diversos sistemas

operacionais (Manobra, Inteligência, Logística, DefesaAntiaérea, etc);

√ mensagens curtas; √ autenticação por certificados digitais e criptografia; e √ recursos de apoio à decisão.

Assim sendo, o Programa C2 em Combate é umaexcelente ferramenta para o exercício da sincronizaçãodos sistemas operacionais de combate. Sua utilizaçãonas escolas militares em exercícios de simulação poderáfornecer aos a lunos uma ampla v i são dosacontecimentos em combate e a intensa neces-sidade de planejamento e coordenação das ações.

Programa C2 em Combate em manobra escolarPrograma C2 em Combate em manobra escolarPrograma C2 em Combate em manobra escolarPrograma C2 em Combate em manobra escolarPrograma C2 em Combate em manobra escolar

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PLPLPLPLPLAAAAATTTTTAFORMA DE DESENVOLAFORMA DE DESENVOLAFORMA DE DESENVOLAFORMA DE DESENVOLAFORMA DE DESENVOLVIMENTOVIMENTOVIMENTOVIMENTOVIMENTOCom o crescimento do projeto e a ampliação constante

das funcionalidades, surge agora um novo desafio para osistema de comando e controle da Força Terrestre - tornar-se uma plataforma básica de desenvolvimento para novossistemas.

Esta característica propiciará ao Exército Brasileiro umaagilidade sem igual na construção de novos aplicativos.Por intermédio de um moderno processo de engenhariade software e do desenvolvimento em componentes(módulos), a criação de novos programas ficará cada vezmais facilitada.

A construção modular do Programa C2 em Combatepermite que sejam retirados alguns componentes dosistema para a criação de um novo produto. Acima, vê-seuma tela do visualizador de mapas do C2 em Combatesem as funcionalidades de controle de tropas militares,logística, operações, etc. Nesse caso, o programa serveapenas para a visualização dos mapas e dados cartográficosoriundos da Diretoria do Serviço Geográfico do Exércitoe de outros órgãos.

Esse potencial conferirá ao Exército a capacidade deproduzir sistemas cada vez melhores e mais rápidos, comose pode ver, logo abaixo, no sistema desenvolvido peloCentro Integrado Guerra Eletrônica para o emprego desdeo tempo de paz e em operações.

PROJETO COLINAPROJETO COLINAPROJETO COLINAPROJETO COLINAPROJETO COLINAA tropa de Guerra Eletrônica(GE) do Exército

Brasileiro, responsável por explorar a fonte de sinais naatividade de inteligência militar, constitui-se em um doselos da rede de sensores de que o Comandante pode disporpara a produção de conhecimentos de interesse para oCombate.

Além disso, as forças militares empregadas em umadeterminada operação precisam alcançar uma visão comum

sobre o ambiente e todos os fatores que possam influenciaro desenvolvimento das ações militares. A ConsciênciaSituacional Compartilhada é um dos atuais paradigmasdo Comando e Controle moderno, tanto para a conduçãode operações de guerra como de não-guerra.

O Projeto Colina é o Sistema de Tecnologia daInformação que a tropa de GE dispõe para prover aosseus elementos funcionalidades de comando e controle,banco de dados, informações geográficas e comunicaçõesvoltadas à atividade de inteligência com base na fonte desinais. O Colina atinge interoperabilidade máxima com oSstema de Comando e Controle de Força Terrestre -Programa C2 em Combate - e destaca-se por ser umaplicativo personalizado para os elementos de GE.

TTTTTrrrrropa de Gueropa de Gueropa de Gueropa de Gueropa de Guer ra Eletrônica totalmente integrada ao Prra Eletrônica totalmente integrada ao Prra Eletrônica totalmente integrada ao Prra Eletrônica totalmente integrada ao Prra Eletrônica totalmente integrada ao Programaogramaogramaogramaograma

C2 em Combate da FC2 em Combate da FC2 em Combate da FC2 em Combate da FC2 em Combate da Força Torça Torça Torça Torça Terererererrestrerestrerestrerestrerestre

O emprego de criptografia de uso exclusivo do ExércitoBrasileiro, desenvolvida na própria Força, conferesegurança diferenciada, sem perder as vantagens dainteroperabilidade com outros sistemas. A descentralizaçãodo emprego da tropa, assim, pode contar comcomunicações seguras fim-a-fim, formando uma redesegura para o trânsito de informações sigilosas.

Rede Privada CriptografadaRede Privada CriptografadaRede Privada CriptografadaRede Privada CriptografadaRede Privada Criptografada

O Projeto Colina disponibiliza ferramentas de análise ecorrelação de informações para que a agregação de novosconhecimentos aos dados oriundos da fonte de sinais seja

Visualizador de mapas do Programa C2 em CombateVisualizador de mapas do Programa C2 em CombateVisualizador de mapas do Programa C2 em CombateVisualizador de mapas do Programa C2 em CombateVisualizador de mapas do Programa C2 em Combate

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4 04 04 04 04 0 CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO EXÉRCITO

mais rápida e segura. Assim, torna-se possível a fusão dedados com base em informações geográficas sobre as redesde comunicações inimigas.

O moderno Sistema de Informações Geográficas do

Programa C2 em Combate amplia a capacidade de análiseespacial da Tropa de Guerra Eletrônica, aumentando aqualidade dos conhecimentos produzidos pela fonte desinais.

CONCLCONCLCONCLCONCLCONCLUSÃOUSÃOUSÃOUSÃOUSÃOO Programa C2 em Combate, com sua estrutura

moderna e flexível, dá início a uma nova família deaplicativos. Esse paradigma poupará recursos humanose mater ia is, a lém de agi l izar o processo dedesenvolvimento de sistemas de natureza semelhante.

O atual emprego dos módulos do C2 em Combatenos sistemas de Guerra Eletrônica e de Informações

Ferramentas para associação, fusão e correlação de dados, informações e terrenoFerramentas para associação, fusão e correlação de dados, informações e terrenoFerramentas para associação, fusão e correlação de dados, informações e terrenoFerramentas para associação, fusão e correlação de dados, informações e terrenoFerramentas para associação, fusão e correlação de dados, informações e terreno

“PROGRAMA C2 EM COMBA“PROGRAMA C2 EM COMBA“PROGRAMA C2 EM COMBA“PROGRAMA C2 EM COMBA“PROGRAMA C2 EM COMBATE, O PRECURSOR DE UMA GRANDE FTE, O PRECURSOR DE UMA GRANDE FTE, O PRECURSOR DE UMA GRANDE FTE, O PRECURSOR DE UMA GRANDE FTE, O PRECURSOR DE UMA GRANDE FAMÍLIA.”AMÍLIA.”AMÍLIA.”AMÍLIA.”AMÍLIA.”

Geográficas comprova o sucesso da abordagem epromove o surgimento de sistemas modernos ecompatíveis entre si. Novas necessidades nas áreas deInteligência Militar e Simulação do Combate estãosurgindo e, num futuro bastante próximo, o Exércitocontará com sistemas modernos, de qualidade,interoperáveis e, acima de tudo, BRASILEIROS!

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m alinhamento às diretrizes governamentais, noâmbito da pesquisa e do desenvolvimento decombustíveis renováveis a partir de biomassa,

especialmente biodiesel, com o objetivo de substituir odiesel mineral gradativamente, o Centro Tecnológico doExército (CTEx) vem realizando pesquisas com biodiesel àbase de palma, conhecida como dendê. Tal iniciativa éresultado de convênio assinado com as Centrais ElétricasBrasileiras S. A. (ELETROBRÁS), Fundação Ricardo Franco(FRF), Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisado Estado de São Paulo (FADESP), Universidade Federaldo Pará (UFPA), Instituto Militar de Engenharia (IME) e aempresa de motores a diesel MTU do Brasil Ltda.

Sendo o dendê uma oleaginosa abundante na regiãoNorte do País, espera-se poder aplicar os resultadosalcançados em comunidades isoladas da Amazônia, a fimde prover energia elétrica em estações geradoras (que hojetrabalham com diesel) utilizando somente os insumosdisponíveis na região. A estratégia do uso da infra-estruturae do conhecimento local visa a propiciar o aumento da rendafamiliar, com ênfase no desenvolvimento da agricultura econseqüente fixação da população rural em suas localidadesde origem, diminuindo, assim, o êxodo rural.

Para tal, será projetada e construída uma unidade deprodução de biodiesel no Departamento de EngenhariaQuímica do IME, com capacidade para 700 litros porturno de oito horas. Uma segunda vertente do projeto irá

E estudar o aproveitamento dos rejeitos e subprodutos dacadeia produtiva do óleo de dendê e do biodiesel. Oprocesso utilizado será a transesterificação, via rota etílica,executado pelo Departamento de Engenharia Química daUFPA. Amostras desse biodiesel, assim como do óleo dedendê, sofrerão análises para controle da qualidade segundoas normas vigentes, por parte do Departamento de Químicada UFPA. Uma vez processado, parte desse biodiesel serádestinado ao Departamento de Engenharia Mecânica daUFPA, que será responsável por um trabalho de análise emonitoramento de grupos geradores de diesel de baixapotência, por meio de ensaio em laboratóriocompreendendo um montante de 3.000 horas com B100(biodiesel puro). A outra parte desse biodiesel, processado,será enviada ao CTEx.

O Laboratório de Motores da Seção de Blindados eViaturas Militares do CTEx, em conjunto com oDepartamento de Engenharia Mecânica do IME, com aMTU do Brasil, e ainda com as empresas colaboradorasRobert Bosh e a Chevron do Brasil (Texaco), realizaráensaios em seu banco dinamométrico com um motor dieselMercedes Benz, com potência de 320 KW, operando combiodiesel em regime estacionário. Nesses ensaios o objetivoé monitorar, analisar e propor soluções para eventuaisproblemas causados por esse novo combustível a partir domonitoramento da potência do motor, do desgaste de seuscomponentes e da bomba injetora, das emissões de gases

O Biodieselna AmazôniaParticipação do CTExParticipação do CTExParticipação do CTExParticipação do CTExParticipação do CTEx

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Banco de prBanco de prBanco de prBanco de prBanco de prova de motores da Seção de Blindados e Vova de motores da Seção de Blindados e Vova de motores da Seção de Blindados e Vova de motores da Seção de Blindados e Vova de motores da Seção de Blindados e VeículoseículoseículoseículoseículosMilitares do CTExMilitares do CTExMilitares do CTExMilitares do CTExMilitares do CTEx

e do comportamento do óleo lubrificante durante osensaios. Os testes serão realizados em três etapas: a primeirautilizando B100 com duração de 1.000 horas; a segundae a terceira utilizando as misturas com diesel mineral nasproporções 20% (B20) e 5% (B5) de biodiesel, comduração de 20 horas cada, a fim de avaliar o desempenhodo sistema.

Com previsão de término dos trabalhos para o final doano de 2009, o CTEx pretende contribuir para o estudoda viabilidade técnica e econômica necessária à substituiçãodo óleo diesel pelo biodiesel. Esse novo combustível seriadestinado aos grupos geradores das comunidades isoladasda Amazônia, impulsionando a produção regional,trazendo benefícios como a redução da logística detransporte, a geração de empregos e o desenvolvimentoauto-sustentável.

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uso de energias renováveis pode ser umasolução para o fornecimento de energia elétricaem comunidades isoladas na RegiãoAmazônica.

A implantação de um projeto nessa localidade éum desafio devido à complexidade política, sócio-econômica e cultural. Em 2004, foi iniciado, na Seçãode Química do Instituto Militar de Engenharia (IME),o projeto "Geração de energia a partir de oleaginosada Amazônia para atendimento a comunidade isolada",financiado pelos MME/CT-ENERG/CNPq/PNUD/BID.Trata-se de um projeto piloto multidisciplinar realizadoem parceria com os cursos de pós-graduação emQuímica, Engenharia Mecânica, Engenharia Elétrica eEngenharia Cartográfica do IME e com diferentesinst i tuições da Amazônia: Comando Mil i tar daAmazônia/Centro de Instrução de Guerra na Selva(CMA/CIGS), Empresa Bras i le i ra de Pesquisas

Agropecuária (EMBRAPA), FUCAPI, FAPEAM, SECT-AM e Universidade Federal do Pará (UFPA).

O projeto teve como estratég ia ut i l izar osconhecimentos existentes em fontes renováveis deenergia no IME como base para o desenvolvimento daAmazônia. A execução do projeto contou com o apoiologístico do Exército Brasileiro na Região Amazônica.Mais especificamente, o acesso à comunidade atendidafoi realizado com apoio do Comando Militar daAmazônia (CMA), que disponibilizou embarcações,pessoal para auxiliar nas missões e equipamento desegurança.

A capacitação de recursos humanos e o fomento àpesquisa de alto nível em áreas de interesse estratégicopara a Defesa Nacional também foram focos do projeto.O projeto possibilitou o desenvolvimento de inúmeraspesquisas, culminando com a instalação e a operaçãode uma usina piloto de biodiesel.

Participação do IME

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BiodieselAlternativaEnergética

(1) Campo Experimental(1) Campo Experimental(1) Campo Experimental(1) Campo Experimental(1) Campo Experimental de Rio Urubu de Rio Urubu de Rio Urubu de Rio Urubu de Rio Urubu(CERU) –(CERU) –(CERU) –(CERU) –(CERU) – Embrapa/CP Embrapa/CP Embrapa/CP Embrapa/CP Embrapa/CPAAAAAAAAAA

(2) Planta piloto de (2) Planta piloto de (2) Planta piloto de (2) Planta piloto de (2) Planta piloto de

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A metodologia utilizada no projeto levou em contadiferentes aspectos logísticos para a definição dalocalização da fonte de matéria-prima, da usina debiodiesel e da comunidade a ser atendida.

A comunidade escolhida foi a de São Francisco doMainá, localizada numa área de instrução do CIGS.Escolhida a comunidade, foram real izados ummapeamento das residências e uma pesquisa paradeterminar o consumo potencial de energia elétricapelos moradores. Essa pesquisa levou em conta nãosó os hábitos da população, mas também seu nível dedesenvolvimento social para participação no projeto,incluindo capacidade de pagamento.

A unidade de biodiesel foi instalada no CampoExperimental de Rio Urubu (CERU), da EMBRAPA/CPAA. O Campo possui uma plantação de 412hectares de dendê e uma usina de extração de óleo.Destaca-se que a oleaginosa é perene e que suaprodutividade é de 4000-6000l/ha (Figura 1).

A unidade tem capacidade para produzir 1000 l/batelada e até três bateladas por dia (Figura 2). Oprocesso usado é o de transesterificação alcalina doóleo por rota etílica, usando hidróxido de sódio comocatalisador. Cabe destacar que a unidade é completa,incluindo, além do módulo de produção de biodiesel,um módulo de pré-tratamento de óleo e um módulode recuperação e secagem de etanol.

Em paralelo, durante o projeto foram realizadasvárias atividades de campo, nas quais ocorreramtreinamentos na comunidade sobre organização social,meio ambiente, ar tesanato, agr icu l tura. Essasatividades envolveram, como parceiros, EMBRAPA,SEBRAE, FUCAPI e IME. Os treinamentos foramrealizados também durante a Operação RicardoFranco, o que possibilitou a integração dos alunos degraduação e de pós-graduação do IME naconscientização dos problemas existentes na RegiãoAmazônica (Figura 3).

Uma conseqüência direta das ações foi a construçãode um restaurante flutuante, financiado por um projetodo MME/CNPq, complementando o Projeto Jatainá,em andamento no CIGS (Figura 4).

Um gerador de 55 KVA foi instalado na comunidade ea rede de distribuição de energia elétrica foi lançada graçasa uma parceria entre IME, Eletrobrás, CEAM, ManausEnergia e o Programa Luz para Todos (Figura 5).

Concluindo, o fornecimento de energia elétrica paracomunidades isoladas por meio do uso de óleos vegetais,quer como fonte primária quer como fonte secundária,somando-se a outras fontes, é uma alternativa viável paraa Região Amazônica. Contudo, a definição e implementaçãodo processo a ser utilizado depende da logística, doimpacto ambiental, do mapeamento, do zoneamento e doapoio governamental para a sua viabilização.

Cabe, finalmente, destacar que a Seção de Química doIME, e em particular o grupo de catálise, é pioneira nessetipo de projeto-piloto, com inovação tecnológica eempreendedorismo, atuando como um vetor de formaçãode recursos humanos para a região. Hoje, ex-alunos depós-graduação trabalham nos estados do Acre, Pará eAmapá.

Esse projeto foi um dos cinco finalistas do prêmioMelhores Universidades - Inovação e Sustentabilidadeem 2006.

(3) T(3) T(3) T(3) T(3) Treinamentos e Oficinasreinamentos e Oficinasreinamentos e Oficinasreinamentos e Oficinasreinamentos e Oficinas (4) Restaurante Flutuante Meu Recanto(4) Restaurante Flutuante Meu Recanto(4) Restaurante Flutuante Meu Recanto(4) Restaurante Flutuante Meu Recanto(4) Restaurante Flutuante Meu Recanto

(5) Rede de distribuição de energia elétrica(5) Rede de distribuição de energia elétrica(5) Rede de distribuição de energia elétrica(5) Rede de distribuição de energia elétrica(5) Rede de distribuição de energia elétrica

biodiesel de dendêbiodiesel de dendêbiodiesel de dendêbiodiesel de dendêbiodiesel de dendê

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maior parte da Região Amazônica brasileiraé, por razões geomorfológicas, formada porsolos sedimentares não consolidados e, como

tal, ressente-se da escassez de material pétreo natural(brita), insumo indispensável para a construção civil. Oselevados custos de produção e transporte de pedra britadaa grandes distâncias e as restrições ambientais à exploraçãode novas jazidas são as principais condicionantes paraexecução da maioria das obras de infra-estrutura da regiãoe do seu conseqüente baixo índice de desenvolvimentoeconômico. Por outro lado, a abundância de solos argilososfinos é uma alternativa técnica atraente para solução desseproblema por meio da produção e da utilização deagregados artificiais de argila calcinada.

São objetivos do projeto Argila Calcinada: desenvolveruma metodologia de produção de agregados calcinadosde baixo custo que atenda aos requisitos técnicosnecessários para o emprego em obras de construção civil;projetar, construir e instalar na Região Amazônica umausina-piloto para produção, em pequena escala, deagregado calcinado; analisar o comportamento físico emecânico dos agregados produzidos e sua utilização emmisturas asfálticas e em concreto de cimento portland;analisar as propriedades físico-mineralógicas das argilasda Região Amazônica e sua aplicação como matéria-prima

para produção de agregados artificiais; aplicar os agregadosproduzidos em serviços de construção civil e depavimentação rodoviária; analisar o comportamento dasobras realizadas e dos trechos experimentais de rodoviasna área pavimentada com agregados produzidos em usina-piloto; e desenvolver metodologias de projeto e execuçãode serviços utilizando os agregados obtidos.

A primeira etapa do projeto foi concluída em 2004,ano em que o Instituto Militar de Engenharia (IME)solicitou, junto ao Instituto Nacional de PropriedadeIntelectual (INPI), o registro de patente da metodologiade produção desenvolvida, testada e comprovada emlaboratório. Desde então, a argila calcinada foi tema dediferentes dissertações de Mestrado dos engenheiros doInstituto na subárea de infra-estrutura de transportes.

A segunda etapa, desenvolvida em parceria com oDepartamento de Engenharia e Construção (DEC), éconstituída pela construção da primeira usina-piloto paraprodução de agregado artificial e sua aplicação em trechoexperimental.

Em novembro de 2007 foi inaugurada, em Santarém(PA), a primeira fábrica-piloto de argila calcinada, materialsintético desenvolvido pelo IME, para substituir a britacomercial em locais onde não existissem rochas para seremexploradas, como a Região Amazônica. A usina foiconstruída no 8º Batalhão de Engenharia de Construção e

ARGILACALCINADA

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SEQÜÊNCIA DE PRODUÇÃO DO AGREGADO DE ARGILSEQÜÊNCIA DE PRODUÇÃO DO AGREGADO DE ARGILSEQÜÊNCIA DE PRODUÇÃO DO AGREGADO DE ARGILSEQÜÊNCIA DE PRODUÇÃO DO AGREGADO DE ARGILSEQÜÊNCIA DE PRODUÇÃO DO AGREGADO DE ARGILA CA CA CA CA CALCINADALCINADALCINADALCINADALCINADA NO A NO A NO A NO A NO

(1) Secagem(1) Secagem(1) Secagem(1) Secagem(1) Secagem (2) Extrusão(2) Extrusão(2) Extrusão(2) Extrusão(2) Extrusão (3) Calcina(3) Calcina(3) Calcina(3) Calcina(3) Calcina

Alternativa paraConstrução deEstradas naAmazônia

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a produção do lote inicial de 1.000 m3 foi utilizada naconstrução de um trecho experimental com 1 km deextensão na rodovia BR-163, entre Santarém e Rurópolis(PA).

O sucesso dessa primeira fábrica coroou o trabalho dealunos e professores do Laboratório de Solos do IME,que, durante mais de dez anos, desenvolveram ametodologia industrial de produção desse tipo de agregado.O êxito do experimento despertou o interesse doDepartamento de Estradas de Rodagem do Rio de Janeiro(DER/RJ), que realizou um teste de restauração depavimento asfáltico de uma rodovia no município de SãoGonçalo/RJ empregando concreto asfáltico com argilacalcinada. Mais uma vez, o material desenvolvido peloIME demonstrou excelente comportamento, alcançandoos resultado esperados no teste.

Ainda no final do ano de 2007, foi realizado maisum experimento inédito: o rejuvenescimento depavimentos rodoviários desgastados por meio daaplicação de uma camada de microrrevestimentoasfáltico a frio, com emprego de emulsão asfáltica eagregado de argila calcinada. O teste foi executado emuma das vias internas do Centro de Avaliações doExército (CAEx), e contou com o apoio do DER/RJ.

Também nesse experimento, ficou comprovada aelevada qualidade do material desenvolvido no IME,que atendeu, de maneira satisfatória, a todos osrequisitos técnicos para emprego em serviços depavimentação rodoviária.

Além de suas qualidades técnicas, o agregadode argila calcinada apresenta vantagens econômicase ambientais quando comparado com outros tiposde ag regados , po r i s so é a me lho r a l t e rna -t iva para emprego na Região Amazônica.

LAB LAB LAB LAB LABORAORAORAORAORATÓRIO DE SOLOS DO IMETÓRIO DE SOLOS DO IMETÓRIO DE SOLOS DO IMETÓRIO DE SOLOS DO IMETÓRIO DE SOLOS DO IME

açãoaçãoaçãoaçãoação (4) Argila com asfalto(4) Argila com asfalto(4) Argila com asfalto(4) Argila com asfalto(4) Argila com asfalto

Fábrica-piloto de argila calcinadaFábrica-piloto de argila calcinadaFábrica-piloto de argila calcinadaFábrica-piloto de argila calcinadaFábrica-piloto de argila calcinada

Construção do trecho eConstrução do trecho eConstrução do trecho eConstrução do trecho eConstrução do trecho experimental na BRxperimental na BRxperimental na BRxperimental na BRxperimental na BR-163/P-163/P-163/P-163/P-163/PAAAAA

Emprego de argila calcinada em pavimentaçãoEmprego de argila calcinada em pavimentaçãoEmprego de argila calcinada em pavimentaçãoEmprego de argila calcinada em pavimentaçãoEmprego de argila calcinada em pavimentação

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4 64 64 64 64 6 CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO EXÉRCITO

Exército Brasileiro, em parceria com o Exércitoda Argentina, vem desenvolvendo um novomodelo de veículo. Trata-se da Viatura Leve

de Emprego Geral Aerotransportável GAÚCHO (VLEGAGAUCHO), projeto pioneiro que surgiu como resultado deAcordo de Cooperação Científica e Tecnológica firmado entreas Forças de Terra dos dois países.

A idéia da Viatura Gaúcho nasceu no extinto Institutode Pesquisa e Desenvolvimento (IPD), com o objetivo deatender às necessidades do Esquadrão de Cavalaria Pára-quedista. Posteriormente, o veículo foi escolhido para umprojeto de interesse comum entre Brasil e Argentina.Atualmente, o projeto está sendo desenvolvido pelo CentroTecnológico do Exército (CTEx - Rio de Janeiro) em parceriacom a Dirección de Investigación Desarrollo y Produccióndel Ejército (Argentina).

DESCRIÇÃO DDESCRIÇÃO DDESCRIÇÃO DDESCRIÇÃO DDESCRIÇÃO DA VIAA VIAA VIAA VIAA VIATURATURATURATURATURAA viatura GAÚCHO é um veículo leve de elevada

mobilidade, dotado de tração nas quatro rodas, motor dieselde 130 cv e suspensão robusta de grande curso. Concebidopara ser empregado por tropas especiais dos Exércitos dosdois países, possui estrutura tubular que oferece facilidadede adaptação para o cumprimento de diversas missões,além da capacidade de ser empilhado para transporte emaeronave militar e de ser lançado de pára-quedas.

DESENVOLDESENVOLDESENVOLDESENVOLDESENVOLVIMENTO DO PROJETOVIMENTO DO PROJETOVIMENTO DO PROJETOVIMENTO DO PROJETOVIMENTO DO PROJETOPara a produção da viatura GAÚCHO são utilizados,

prioritariamente, componentes automotivos do MercadoComum do Sul (Mercosul).

O Exército Brasileiro responsabilizou-se pelos motor,caixa de mudanças, caixa de transferência, diferenciais epneus, montagem do sistema de freios, sistema elétrico,sistema de combustível, admissão e filtro de ar, escapamento,pedais, comando hidráulico da embreagem, painel deinstrumentos, sistema de armamento, acessórios,equipamentos especiais e a execução dos testes dedesenvolvimento.

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IntegraçãoBrasil-Argentina

VIATURAGAUCHOVIATURAGAÚCHO

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Posteriormente, remeteutodas essas partes mecânicas paraa Argentina, que se encarregouda montagem do chassi, sus-pensão, direção, arrefecimento,transmissão completa, pneus,piso e capô.

A estrutura foi fabricada emtubos de aço SAE1020 eSAE1030 de variados perfis, asuspensão implementada utilizacomponentes de veículos fora-de-estrada de comprovadaresistência, as rodas forammodif icadas para atender àmontagem das homocinéticas eo s istema de direção foirobustecido para o t ipo deemprego do veículo. Ainda naetapa argentina, foram implementadas as pinças e discosde freios, e fabricada a primeira versão do capô.

Na data de 16 de junho de 2005, o protótipo foitransportado de Buenos Aires, em aeronave militarargentina, até a Base Aérea do Galeão no Rio deJaneiro, marcando, assim, o início da etapa brasileirade montagem.

Iniciada a fase de montagem brasileira no Arsenalde Guerra do Rio (AGR), foi instalado o escapamento,substituído o sistema de arrefecimento originalmecânico por outro de acionamento elétrico, modeladoe confeccionado um painel em fibra de vidro para osinstrumentos da viatura e foram instalados os freiosde serviço e de estacionamento. A fabricação de umnovo capô tornou-se necessária para abrigar ossistemas instalados no Brasil. Nessa etapa, alguns

acessórios ganharam lugar próprio, como equipamentorádio, ferramental de sapa, suporte para porta-fio,mochilas e fuzis.

Em janeiro de 2006, após a conclusão da montagem,iniciaram-se os testes no Centro de Avaliações doExército (CAEx). Estes foram fundamentais paraevidenciar deficiências e efetuar ações corretivas deengenharia. Entre essas ações, podem ser citadas ainstalação do pára-brisa, a modificação da gradedianteira e do capô, a instalação de suportes adicionaispara metralhadora 7,62 mm MAG e arma anti-carroAT4, além da instalação de um defletor para otimizaçãodo fluxo de ar através do sistema de arrefecimento.

Encerrando as atividades de montagem e testes noBrasil, o veículo foi oficialmente apresentado aosComandantes dos Exércitos Brasileiro e Argentino, assimcomo ao Presidente da República do Brasil. Em abril de2006, o protótipo seguiu para Buenos Aires emaeronave C-130 da Força Aérea Brasileira.

SITUAÇÃO ATUALSITUAÇÃO ATUALSITUAÇÃO ATUALSITUAÇÃO ATUALSITUAÇÃO ATUALDiversas alterações foram realizadas no protótipo

do GAÚCHO em solo argentino. O Exército portenhoconcluiu a montagem da linha de produção nasinstalações do Batallón de Arsenales 602, e está,atualmente, em condições de iniciar a produção seriadada viatura, de acordo com a necessidade e a solicitaçãodos dois Exércitos.

A viatura GAÚCHO retornou ao Brasil para o inícioda Avaliação Técnica e Operacional a ser conduzida peloCAEx ainda em 2008. Futuramente, está prevista suacomercialização tanto na versão militar quanto na civil.

VLEGA Gaucho sendo apresentada ao Presidente da República,VLEGA Gaucho sendo apresentada ao Presidente da República,VLEGA Gaucho sendo apresentada ao Presidente da República,VLEGA Gaucho sendo apresentada ao Presidente da República,VLEGA Gaucho sendo apresentada ao Presidente da República,pelo Comandante do Exército Brasileiro,pelo Comandante do Exército Brasileiro,pelo Comandante do Exército Brasileiro,pelo Comandante do Exército Brasileiro,pelo Comandante do Exército Brasileiro,

durante Conferência dos Exércitos Americanosdurante Conferência dos Exércitos Americanosdurante Conferência dos Exércitos Americanosdurante Conferência dos Exércitos Americanosdurante Conferência dos Exércitos Americanos

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4 84 84 84 84 8 CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO EXÉRCITO

eículos Aéreos Não Tripulados (VANT) são ae-ronaves com capacidade de executar vôos au-tônomos com trajetórias previamente progra-

madas ou serem remotamente pilotadas.Essas aeronaves têm-se tornado parte integrante da

guerra moderna devido à sua capacidade de substituiro homem na execução de atividades de altíssimo riscoe de realizar tarefas em áreas de difícil acesso e con-dições ambientais desfavoráveis. Além disso, possuigrande potencial para aplicações civis, como a de se-gurança pública, o controle ambiental e a fiscalizaçãode fronteiras, entre outras.

O Centro Tecnológico do Exército (CTEx) desenvolveatividades de pesquisa e desenvolvimento na área deVANT, visando a obter sistemas autônomos capazes deatender as necessidades da Força Terrestre nas missõesde reconhecimento e busca de alvos.

HISTÓRICOHISTÓRICOHISTÓRICOHISTÓRICOHISTÓRICONo ano de 1991, o Exército Brasileiro emitiu os pri-

meiros requisitos de um sistema Tático de VANT, materia-lizando as Condicionantes Doutrinárias e Operacionais(CONDOP) e os Requisitos Operacionais Básicos (ROB).

No antigo Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento (IPD),em 1999, foi criada a linha de pesquisa (LP) em veículosaéreos não tripulados com o objetivo de capacitar recursoshumanos e iniciar as atividades de pesquisa em sistemas au-tônomos de busca e reconhecimento de alvos.

Em 2003, foram homologados os Requisitos TécnicosBásicos (RTB) desse sistema de VANT. Em 2004 as ativi-dades relacionadas ao tema VANT foram incluídas no Pla-no Básico de Ciência e Tecnologia do Exército (PBCT).

Ainda em 2004, o Ministério da Defesa (MD) emitiu aPortaria no 606, de 11 de junho de 2004, visando acoordenar as ações para a obtenção de VANT no âmbitodas Forças Armadas. As suas premissas básicas incluemque as ações de desenvolvimento e de aquisições de VANTdevem ser realizadas de forma coordenada pelas ForçasArmadas e que a inserção progressiva de diferentes recur-sos tecnológicos deve ser procedida pela adoção de proje-tos modulares. Entre as ações de curto prazo elencadas, oMD estabeleceu o início do desenvolvimento do protótipo

de um sistema de pilotagem à distância, sob responsabili-dade conjunta do Exército, da Marinha e da Força Aérea.

Ao final do ano de 2004, o Ministério da Defesa rea-lizou ações transversais junto à Financiadora de Estudos eProjetos (FINEP), que culminaram com a aprovação deum projeto na área de VANT, buscando envolver as trêsForças Singulares em seu desenvolvimento. Em 23 dedesembro de 2004, o Centro Tecnológico de Aeronáuti-ca (CTA), o CTEx, o Instituto de Pesquisas da Marinha(IPqM), a Avibras Indústria Aeroespacial SA, a FundaçãoCasimiro Montenegro Filho e a FINEP celebraram um con-vênio para o desenvolvimento de um projeto de VANT,conjugando interesses das três Forças Singulares (ProjetoVANT/MD).

O objeto do referido convênio pode ser resumido comoo domínio de tecnologias relativas aos sistemas de VANT,através do desenvolvimento das partes do sistema, cons-tando dos seguintes itens principais:

- desenvolvimento de um sistema de navegação e con-trole, configurável a diversos tipos de aeronaves;

- desenvolvimento de uma Estação de Solo para o Sis-tema de Reconhecimento Aéreo Acauã;

- desenvolvimento de um sensor inercial de baixo cus-to a partir de sensores com baixa precisão, implementando-se filtragem de sinais e fusão de dados com GPS.

O Projeto VANT/MD teve início em janeiro de 2005,com previsão de conclusão em dezembro de 2008.

SITUAÇÃO DOS PROJETOSSITUAÇÃO DOS PROJETOSSITUAÇÃO DOS PROJETOSSITUAÇÃO DOS PROJETOSSITUAÇÃO DOS PROJETOSParalelamente, seguindo a tendência mundial, foi apro-

vado o desenvolvimento, no CTEx, de etapas intermediá-rias de sistemas que passam servir de demonstradores detecnologia para o objetivo final (o VANT que atenda umaDivisão de Exército (DE)) e ao mesmo tempo possa serutilizado em experimentação doutrinária nos escalões in-

"Candidata-se à decadência"Candidata-se à decadência"Candidata-se à decadência"Candidata-se à decadência"Candidata-se à decadênciaantes de atingir o ápice, o paísantes de atingir o ápice, o paísantes de atingir o ápice, o paísantes de atingir o ápice, o paísantes de atingir o ápice, o país

cujas Fcujas Fcujas Fcujas Fcujas Forças Armadas não possu-orças Armadas não possu-orças Armadas não possu-orças Armadas não possu-orças Armadas não possu-em o domínio do ciclo de vida deem o domínio do ciclo de vida deem o domínio do ciclo de vida deem o domínio do ciclo de vida deem o domínio do ciclo de vida de

seus artefatos bélicos".seus artefatos bélicos".seus artefatos bélicos".seus artefatos bélicos".seus artefatos bélicos".

V

Veículo Aéreo NãoTripulado - VANT

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feriores. Assim, o CTEx propôs um desenvolvimento comresultados intermediários, preconizado pelos requisi-tos estabelecidos pelo Estado-Maior do Exército, quepossa ser aproveitado pelos escalões inferiores ao deDE . Desse modo, surgiram as concepções do VANTVT 15, VANT VT 30, VANT VT 70, com alcance de15 km, 30 km e 70 km, respectivamente,

VVVVVANT VT15ANT VT15ANT VT15ANT VT15ANT VT15O sistema de VANT VT15 é um conjunto tático com-

posto, basicamente, de um veículo aéreo principal de pe-queno porte, dois veículos aéreos sobressalentes, uma es-tação de solo portátil e um conjunto de itens de apoiologístico. Tal sistema encontrará emprego em operaçõesde garantia da lei e da ordem (GLO), operações psicológi-cas, reconhecimento tático e vigilância do terreno a umadistância de até 15 km, entre outras possibilidades. Essafase iniciou-se em 2007 com o desenvolvimento de umdemonstrador de tecnologia. No início de 2008, com aalocação de recursos financeiros, houve a contratação deuma empresa para desenvolvimento de um sistema com-pleto com previsão de entrega do produto para início de2009.

VVVVVANT VT30ANT VT30ANT VT30ANT VT30ANT VT30O sistema de VANT VT30 é composto, basicamente,

de um veículo aéreo principal, dois veículos aéreos so-bressalentes, uma estação de solo portátil e um conjuntode itens de apoio logístico. Tal sistema é bastante similarao de menor alcance, diferenciando-se pelo tamanho da

aeronave, pelo enlace de comunicações (que permita umalcance de 30 km), pela adição de uma catapulta paralançamento e pelo sensor de missão com visão noturna.Atualmente, está na fase de elaboração do projeto básico.

VVVVVANT VT70ANT VT70ANT VT70ANT VT70ANT VT70O sistema de VANT VT70 já atende aos requisitos

do Exército é composto, basicamente, de um veículoaéreo principal e dois veículos aéreos sobressalentes,equipados com sensores multiespectrais de imagem; umaestação de solo embarcada em um contêiner (shelter);enlace de comunicações e conjunto de itens de apoiologístico. Tal sistema visa a atender às necessidades deuma DE nas operações de inteligência, operações psi-cológicas, reconhecimento tático a uma distância de até70 km; localização de alvos dentro do seu alcance, comerro menor que um milésimo (1 miliradiano); avaliaçãode danos e vigilância do terreno cobrindo a área deatuação de uma DE (em torno de 70 km de profundi-dade por 25 km de frente). O desenvolvimento dosistema VANT VT70, devido ao seu elevado custo, estácondicionado à disponibilização de recursos.

A tendência mundial do uso de VANT em aplica-ções civis e militares tem se confirmado no cenáriomundial. O Exército Brasileiro tem realizado esfor-ços no sent ido de atender às suas demandasoperacionais em termos de VANT. Por meio do CTEx,a pesquisa e desenvolvimento nesta área tem sidoconduzida no sentido de aumentar o grau de au-tonomia tecnológica real do País, o que certa-mente trará reflexos na soberania nacional.

Foto: Sg

Desenvolvimento de demonstrador de tecnologia para o VDesenvolvimento de demonstrador de tecnologia para o VDesenvolvimento de demonstrador de tecnologia para o VDesenvolvimento de demonstrador de tecnologia para o VDesenvolvimento de demonstrador de tecnologia para o VANT VT15ANT VT15ANT VT15ANT VT15ANT VT15

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5 05 05 05 05 0 CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO EXÉRCITO

Coronel RRRRRicaricaricaricaricardo Fdo Fdo Fdo Fdo Franco de Almeidaranco de Almeidaranco de Almeidaranco de Almeidaranco de AlmeidaSerraSerraSerraSerraSerra, Patrono do Quadro de EngenheirosMilitares, é personagem de episódios

marcantes de nossa História, nos quais o heroísmo, aabnegação e a competência se mesclaram e seapresentaram com grande intensidade.

Nascido na cidade do Porto (Portugal), em 1748, eformado em Engenharia e Infantaria, esse engenheiro-soldado, cartógrafo, geógrafo e astrônomo veio para oBrasil em 1780, onde tornou-se um dos expoentes dodesbravamento e da defesa do imenso território brasileironas regiões Norte e Centro-Oeste.

RicarRicarRicarRicarRicardo Fdo Fdo Fdo Fdo Francorancorancorancoranco mapeou as regiões que percorreue participou da construção e reconstrução de váriasfortificações, entre as quais os fortes Coimbra ePríncipe da Beira – verdadeiros monumentos daEngenharia a expressar, aos inimigos de então, queesta terra tinha dono. Atuou, ainda, no mapeamentode áreas da Amazônia e na demarcação das fronteirasestabelecidas pelo Tratado de Santo Ildefonso.

No posto de coronel e no comando do ForteCoimbra, liderou as forças luso-brasileiras contra asincursões espanholas às margens do rio Paraguai,repelindo seus ataques, apesar da inferioridade demeios pessoais e materiais.

Ainda no exercício daquela comissão, faleceu em 21de janeiro de 1809, aos 61 anos, combalido por doenças

tropicais, junto à obra que edificou e legendariamentedefendeu.

RicarRicarRicarRicarRicardo Fdo Fdo Fdo Fdo Francorancorancorancoranco, que sublimou as virtudes militaresde coragem, bravura, abnegação e honra militar, por suaatuação exemplar, profícua e heróica, no Norte e noCentro-Oeste do Brasil, foi consagrado, no ano de 1987,Patrono dos Engenheiros Militares do Exército.

RESPOSTRESPOSTRESPOSTRESPOSTRESPOSTA ALA ALA ALA ALA ALTIVTIVTIVTIVTIVAAAAAA 16 de setembro de 1801, RicarRicarRicarRicarRicardo Fdo Fdo Fdo Fdo Franco deranco deranco deranco deranco de

Almeida SerraAlmeida SerraAlmeida SerraAlmeida SerraAlmeida Serra, tenente-coronel do Real Corpo deEngenheiros de sua majestade, o rei de Portugal, escreveuuma das mais brilhantes páginas da história do legendárioForte Coimbra.

À intimação do general espanhol, que o mandavarender-se para não morrer, respondeu com altivez efidalguia:

“Tendo a honra de responder à V.Exa.,categoricamente, que a desigualdade de fôrças sempre foium elemento que muito animou os portugueses a nãodesamparar o seu posto e defendê-lo até a últimaextremidade: a repelir o inimigo ou sepultar-se, debaixodas ruínas do Forte que lhes foi confiado. Nesta resoluçãoestá toda a gente deste presídio, que tem a distinta honrade ver em frente a excelsa pessoa de V.Exa. a quem Deusguarde – RicarRicarRicarRicarRicardo Fdo Fdo Fdo Fdo Franco de Almeida Serranco de Almeida Serranco de Almeida Serranco de Almeida Serranco de Almeida Serrarararara”.

É sabida de todos a derrota dos espanhóis.“O construtor do Forte Coimbra julgava-se feliz -

ganhara a certeza de que a obra que erguera estava àprova dos canhões do adversário”.

“De fato, as muralhas, ainda de pé, desafiam ainclemência do tempo na sua faina de tudo destruir, e emsua vetustez atestam o gênio e a força de vontade comque o impávido engenheiro soube vencer todas asdificuldades que se lhe haviam apresentado”.

(Trecho do livro “Coronel Ricardo Franco”, do GeneralRaul Silveira de Mello, Biblioteca do Exército Editora, 1953.)

O

PersonagemdanossaHistória

PersonagemdanossaHistória

Coronel RicarRicarRicarRicarRicardo Fdo Fdo Fdo Fdo Franco de Almeida Serranco de Almeida Serranco de Almeida Serranco de Almeida Serranco de Almeida Serrarararara

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