revista verde-oliva nº 206

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Revista Verde-Oliva Nº 206

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  • 2 Centro de ComuniCao SoCial do exrCito

  • Gen Bda Carlos Alberto Neiva BarcellosChefe do CCOMSEx

    ano xxxViii n 206 Jul/ago/Set 2010

    Editorial

    Chefe do CCOMSEx: Gen Bda Carlos Alberto Neiva Barcellos

    Subchefe do CCOMSEx: Cel Inf QEMA Kepler Santos de Oliveira Bastos

    Chefe de Produo e Divulgao: Cel Cav QEMA Hertz Pires do Nascimento

    CONSELHO EDITORIALCel Cav QEMA Fabiano Souto MartinsCel Cav QEMA Hertz Pires do NascimentoCel R/1 Jefferson dos Santos Motta

    SUPERVISO TCNICACel R/1 Jefferson dos Santos Motta

    REDAOMaj QCO Edson de Campos Souza2 Ten OTT Charlles Flvio Rocha Setbal

    PROJETO GRFICO1 Ten QAO Adm G Osmar Leo Rodrigues1 Ten OTT Aline Sanchotene Alves 1 Ten QCO Karla Roberta Holanda Gomes Moreira1 Ten QAO Sau Eduardo Augusto de OliveiraST Inf Pallemberg Pinto de AquinoST Com Edson Luiz de Melo

    COORDENAO E DISTRIBUIOCentro de Comunicao Social do Exrcito

    IMPRESSOELLITE Grfica e Editora Ltda, Rua Cati, Qd 100, Lts 09/10 e 11 74933-290 Ap. de Goinia-GO Fone: (62) 3548-2224

    TIRAGEM 30.000 exemplares Circulao dirigida (no Pas e no exterior)

    FOTOGRAFIAS Arquivo CCOMSEx

    JORNALISTA RESPONSVEL Maria Jos dos Santos OliveiraRP/DF/MS 3199

    PERIODICIDADE Trimestral

    DISTRIBUIO GRATUITAQuartel-General do Exrcito Bloco B Trreo 70630-901 Setor Militar Urbano Braslia/DF Telefone: (61) 3415-6514 Fax: (61) [email protected]

    Disponvel em PDF na pgina eletrnicawww.exercito.gov.br

    NOSSA CAPA

    Brigadeiro Antnio de Sampaio200 anos Coragem e Determinao

    Prezado LeitorInicialmente, a Revista Verde-Oliva

    aproveita o presente espao para compartilhar das comemoraes do Bicentenrio de Nas-cimento do Brigadeiro Antnio de Sampaio. O ilustre heri destacou-se na Guerra da Trplice Aliana e em vrios outros momentos de nossa histria, sendo consagrado como o Patrono da Arma de Infantaria do Exrcito Brasileiro. Os artigos que delineam a sua histria permitem aquilatar o valor militar do ilustre patrono.

    Conhea, tambm, o resultado do trabalho que realizado por militares brasileiros no Programa de Desminagem Humanitria da Junta Interamericana de Defesa, h mais de 18 anos, em benefcio de pases que sofrem as consequncias da utilizao indiscriminada e descontrolada de minas antipessoal.

    Nesta edio, no quadro Nossas Organizaes Militares, destaca-se o 23 Batalho de Infantaria, localizado na cidade de Blumenau-SC, perfeitamente integrado sociedade e com uma histria repleta de participaes importantes nos principais eventos nacionais, particularmente na 2 Guerra Mundial. O batalho tem como Patrono o General Jacintho Machado Bittencourt, que, como coronel, assumiu o comando da 3 Diviso Encouraada considerada a elite do Exrcito Brasileiro quando o General Antnio de Sampaio foi gravemente ferido na Batalha de

    Tuiuti. Por essa e outras razes, o Personagem da Nossa Histria.

    Apresenta-se um evento indito, pro- porcionado pelo Centro de Preparao de Oficiais da Reserva do Recife, que causou expectativa ao realizar um exerccio no terreno para Ex-Alunos. Aes como essa, fortalecem ainda mais os laos afetivos que o Exrcito Brasileiro mantm, em todo o Brasil, com essa ilustre e importante parcela da populao brasileira. Parabns ao CPOR/R.

    Merece destaque a matria sobre o 9 Batalho de Engenharia de Combate com sua participao magnnima na 2 Guerra Mundial ao evidenciar-se como a primeira tropa brasileira a estabelecer contato com o inimigo em solo italiano.

    Na rea da sade, o Programa de Revitalizao do Servio apresenta a reestruturao e a nova designao do Hospital de Guarnio da Vila Militar (HGVM), que passou a chamar-se Hospital Geral do Rio de Janeiro (HGeRJ). Verifique os novos projetos e programas implementados com o intuito de proporcionar o bem-estar e de melhorar a qualidade do atendimento aos usurios.

    Conhea a Operao Enchentes e a Operao Fronteira-Sul desencadeadas na regio nordeste e sul, em funo das calamidades naturais e pela presena necessria e constitucional do Exrcito na fronteira,

    respectivamente. A primeira fez-se presente com a Mo Amiga e, a segunda, o Brao Forte da Fora Terrestre.

    Os trabalhos realizados pelo Centro de Avaliao de Adestramento do Exrcito e do Campo de Instruo de So Borja so importantssimos, pois a rea operacional de um Exrcito decorre fundamentalmente do valor profissional de seus quadros e do nvel de adestramento de suas Unidades.

    O Cerco da Lapa, desconhecido por grande parte dos brasileiros, considerado o maior feito de resistncia de nossa histria, ratificado com sangue e obstinao de brasileiros no cumprimento do dever. Traz como principal heri, o General Gomes Carneiro.

    Por fim, dando continuidade preparao de nossos atletas para os 5 Jogos Mundiais Militares 2011, conhea o excelente rendimento apresentado pelas equipes de Pentatlo Militar, Paraquedismo e Tiro em competies internacionais.

    O hbito de ler um dos melhores meios de crescimento pessoal e a Revista Verde-Oliva procura alimentar essa saudvel atividade com as matrias sobre o Exrcito Brasileiro. Tenha uma boa leitura !

    permitida a reproduo de artigos, desde que citada a fonte, exceto de matrias que contiverem indicao em contrrio.

    PUBLICAO DO CENTRO DE COMUNICAO SOCIAL DO ExRCITO (CCOMSEx)

  • Sumrio

    06

    08

    12

    15

    18

    21

    24

    27

    30

    Brigadeiro Antnio de Sampaio Heri de Tamboril-CE

    Bicentenrio de Sampaio Comemoraes em Tamboril e Fortaleza-CE

    Batalha de Tuiuti Atuao do Brigadeiro Sampaio

    Traslado e Homenagens a Sampaio

    Brigadeiro Sampaio no Corpo Policial da Corte

    Desminagem Humanitria A Junta Interamericana de Defesa ajudando a salvar vidas

    23 Batalho de Infantaria Batalho Jacintho Machado de Bittencourt

    Operao Ex-Alunos CPOR Recife

    Campanha da Rabdomilise

    Acompanhe nesta Edio

    06

    O 9 BE Cmb na 2 Guerra Mundial

    Hospital Geral do Rio de Janeiro Reestruturao e Nova Designao

    Operao Enchentes Exrcito apia vtimas das chuvas no Nordeste

    Centro de Avaliao de Adestramento do Exrcito CAADEx

    O Cerco da Lapa 15 Grupo de Artilharia de Campanha Autopropulsado

    Operao Fronteira Sul O CMS na faixa de fronteira

    Campo de Instruo Baro de So Borja

    Exrcito no cenrio esportivo De olho nos Jogos Mundiais Militares

    Personagem da Nossa Histria General Jacintho Machado de Bittencourt

    31

    35

    39

    44

    48

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    57

    58

    31 3921

    12

    51

  • 5 ano xxxViii n 206 Jul/ago/Set 2010

    Estimado Leitor, Com a prxima edio, estaremos enviando uma pesquisa de opinio. Responda por favor. Dependemos de sua opinio para aprimorar o nosso trabalho. Contamos com a sua participao! Equipe Verde-Oliva

    Espaodo Leitor

    [email protected]

    Quero agradecer a toda edio da Revista Verde-Oliva pelo trabalho que vem fazendo em nossa sociedade. Eu, como cidado brasileiro, fico orgulhoso de saber que temos uma organizao to exemplar, que zela pelo conhecimento do povo brasileiro trazendo informaes imprescindveis sobre as Foras Armadas.

    Glauber Pereira da SilvaCamaari-BA

    As matrias sobre o terremoto no Haiti e a Histria do Regimento Ipiranga foram as que me chamaram mais a ateno, pois mostram o valor de nossos Soldados.

    Muito Obrigado!"Anderson Ujacov

    Erechim-RS

    Conheci a Revista Verde-Oliva por meio do site. Achei tima, muito boa mesmo. Tenho um pai maravilhoso, ex- -combatente da 2 Guerra Mundial, totalmente lcido, l tudo sobre o Exrcito e sabe tudo sobre a 2 Guerra. Gostaria de receber essa Revista."

    Joo Alves de OliveiraDivinpolis-MG

    Quero parabenizar o padro de alta qualidade desta publicao, no somente nas matrias, bem como na apresentao e qualidade da mesma.

    Marco Aurlio Araujo TeixeiraCoronel PM Ref (PMERJ)

    Rio de Janeiro-RJ

    Parabns equipe da Revista Verde-Oliva pela excelente qualidade, tanto na redao quanto ao projeto grfico e impresso. Principalmente as reportagens sobre a presena do Exrcito Brasileiro no Haiti (exemplar n 202) e o Sistema Colgio Militar do Brasil (exemplar n 203). So fontes de consulta indispensveis para estudantes de todos os nveis.

    Eduardo Kalil de NovaesEngenheiro Mecnico e Segurana do Trabalho

    So Joo do Oriente-MG

    sempre com muita satisfao que recebo e leio a Revista Verde-Oliva. Com a edio n 204 foi diferente: a satisfao foi muito especial, ao encontrar em suas pginas a excelente matria sobre a tradicional Unidade de Infantaria em que tive a honra e o orgulho de servir o 6 Batalho de Infantaria Leve. Para mim motivo de alegria constatar que o Sexto de Infantaria mudou, mas a sua essncia continua a mesma

    Reinaldo Costa Moura

    O Exrcito Brasileiro est cada vez melhor ao prestar solidariedade aos povos do mundo inteiro. Caso dos nossos irmos, vtimas do terremoto no Haiti. Essas aes comoventes merecem nossos aplausos. Parabns ao Exrcito Brasileiro e a toda equipe da Verde-Oliva!

    Valdelice Gomes da Silva

    Agradeo a gentileza da remessa da Revista Verde-Oliva que continua admirvel e extremamente bem elaborada.General Geraldo Luiz Nery da Silva

    Campinas-SP

  • Centro de ComuniCao SoCial do exrCito6

    Brigadeiro Antnio de SampaioHeri de Tamboril-CE

    O Exrcito Brasileiro realizou, no corrente ano, as Comemoraes do Bicentenrio de Nascimento do Brigadeiro Antnio de Sampaio, Patrono da Arma de Infantaria. Nascido

    em 24 de maio de 1810, na fazenda Vitor, situada no municpio de Tamboril, Estado do Cear,

    trabalhou com o pai, que era ferreiro, labutou na agricultura e na pecuria. Sua instruo

    primria foi feita em sua terra natal. Nesta vida simples e austera dos sertes de Inhamuns, forjou seu slido carter.

    Em 17 de julho de 1830, aos 20 anos de idade, alistou-se ao 22 Batalho de Caadores, em Fortaleza, poca, aquartelado na Fortaleza de Nossa Senhora da Assuno, atual sede do Comando da 10 Regio Militar.

    Sampaio teve destacada atuao na maioria das campanhas de manuteno da integridade territorial brasileira e das que revidaram as agresses externas na fase do Imprio: em Ic, no Cear (1832); na Cabanagem, no Par (1835); na Balaiada, no Maranho (1839/1841); na Guerra dos Farrapos, no Rio Grande do Sul (1844/1845),

    alm das operaes contra Oribe e Rosas (1851). Galgou todos

    os postos da carreira, graas aos seus atos de bravura e coragem em sucessivos

    combates, tendo atingido o posto de brigadeiro (atual general de brigada) durante

    a Campanha do Uruguai em 1865. Sua grande consagrao aconteceu

    na Batalha de Tuiuti, em 24 de maio de 1866, no comando da 3 Diviso de

    Infantaria, A Encouraada, na qual sua atuao foi decisiva para a vitria. Em Tuiuti, justamente no

    dia do seu aniversrio, Sampaio recebeu trs ferimentos, vindo a falecer no dia 6 de julho de 1866, quando era transportado no navio Eponina para Buenos Aires. Seu sepultamento ocorreu em 8 de julho de 1866, no Cemi-

    6 Centro de ComuniCao SoCial do exrCito

    Fotografia do Brigadeiro Sampaio da coleo de

    Jos Arthur Montenegro. Biblioteca

    Sul-Rio-Grandense

  • 7 ano xxxViii n 205 abr/mai/Jun 2010

    JLiO LiMA VERdE CAMPOS dE OLiVEiRA General de Diviso da Reserva Coordenador

    Nacional do Bicentenrio de Sampaio

    Salve, Sampaio! Parabns pelo seu Bicentenrio!

    trio da Recoleta, em Buenos Aires.Morto heroicamente aos 56 anos,

    aps sublimar as virtudes militares de coragem, bravura e determinao, o nobre infante permanece vivo na memria do Brasil, na alma do Exrcito e, sobretudo, nas melhores tradies da Infantaria brasileira, que ele ajudou a forjar.

    O Brigadeiro Antnio de Sampaio teve o seu nome proposto para patrono da Infantaria pelo ento 1 Tenente Humberto de Alencar Castelo Branco em 1928. A homologao deu-se em 1962, por decreto do Governo Federal, como um justo reconhecimento da Nao Brasileira a esse valoroso soldado, perpetuando sua imagem e seu exemplo, em todos os recantos do Pas onde a rainha dos campos de batalha faz-se presente, defendendo com denodo a integridade do nosso territrio e mantendo a soberania nacional.

    Como parte das comemoraes do seu bicentenrio de nascimento, o Presidente da Repblica sancionou a Lei 11.932, de 24 de abril de 2009, de iniciativa do Congresso Nacional, reconhecendo o seu valor, o que inscreve o seu nome no Livro dos Heris da Ptria, depositado no Panteo da Liberdade e da Democracia em Braslia.

    Brigadeiro Sampaio, responsvel pela instruo dos militares do 1 Corpo de Exrcito, inspecionando a tropa em marcha 1865

  • 8 Centro de ComuniCao SoCial do exrCito8 Centro de ComuniCao SoCial do exrCito

    de demonstraes de uma Banda de Gaita de Foles e de Tambores, do Batalho da Guarda Presidencial, do 4 Batalho de Aviao do Exrcito, com duas aeronaves

    do tipo Cougar e Black Hawk; e de paraquedistas da Brigada de Infantaria Pra--quedista e da Brigada de Operaes Especiais.

    Antes do almoo de confraternizao, foi efetuado o lanamento de um livreto de cordel, literatura tpica da regio nordestina.

    A formatura militar, com representaes de tropas da rea do CMNE, contou com as presenas do

    O Comando Militar do Nordeste (CMNE), por intermdio da 10 Regio Militar, realizou, nos dias 23 e 24 de maio do corrente ano, duas solenidades, de mbito nacional, em Tamboril e Fortaleza, respectivamente, ambas relacionadas s comemo- raes do Bicentenrio de Nascimento do Brigadeiro Antnio de Sampaio, Patrono da Arma de Infantaria.

    Em 23 de maio, no municpio de Tamboril, Estado do Cear, distante cerca de 300 quilmetros de Fortaleza, foi realizada uma formatura militar, seguida

    Bicentenrio de SampaioComemoraes em Tamboril e Fortaleza-CE

    Homenagem em Tamboril-CE

    Desfile da Tropa em Tamboril-CE

    8 Centro de ComuniCao SoCial do exrCito

  • 9 ano xxxViii n 206 Jul/ago/Set 2010 9 ano xxxViii 9 ano xxxViii n 206 Jul/ago/Set 2010 9 ano xxxViii

    Ministro da Defesa, Comandante do Exrcito, Ministros do Superior Tribunal Militar, todos os oficiais-generais do Alto Comando do Exrcito, oriundos da Arma de Infantaria, oficiais- -generais da ativa e da reserva, Prefeito de Tamboril, autoridades civis dos poderes Executivo e Legislativo, oficiais da ativa e da reserva, descendentes diretos do Patrono da Infantaria, Cadetes da Academia Militar das Agulhas Negras, Alunos de Ncleos de Preparao de Oficiais da Reserva e Alunos da Escola de Sargentos das Armas.

    No mesmo evento, foram prestadas homenagens junto ao busto do Brigadeiro Sampaio com as presenas dos bisnetos do patrono, Sra. Maria Ruth Amaral de Sampaio e do Sr Flix Sampaio Farias. Tambm esteve presente o Infante mais antigo General de Exrcito Jos Elito Carvalho Siqueira.

    Aps a formatura, houve uma srie de demonstraes que foram bastante aplaudidas por expressiva parcela da populao que compareceu ao local da homenagem.

    Com o objetivo de homenagear a vida e os feitos de Sampaio, foi lanado um livreto de literatura de cordel. Os autores dos poemas cordelistas, cearenses Klvisson Viana e Evaristo Geraldo, autografaram centenas de exemplares distribudos a todos os convidados e populao em geral.

    Painel comemorativo colocado na representao em Tamboril-CE

    Momento da homenagem a Sampaio em Tamboril-CE

    Lanamento do livreto de literatura de cordel

    Desfile da Tropa em Tamboril-CE

    9 ano xxxViii n 206 Jul/ago/Set 2010

  • 10 Centro de ComuniCao SoCial do exrCito

    Cerimnia de lanamento da Medalha Bicentenrio Brigadeiro Sampaio

    No dia 24, em Fortaleza, foi realizada uma solenidade militar, seguida de lanamentos: de uma medalha comemorativa pela Casa da Moeda do Brasil, do livro Sampaio pela Biblioteca do Exrcito e de um CD com Canes e Dobrados da Infantaria. Alm disso, uma apresentao da Banda de Gaita de Foles e de Tambores, do Batalho da Guarda Presidencial e a reabertura do Museu Brigadeiro Sampaio no Quartel-General da 10 Regio Militar (10 RM).

    A solenidade contou com as presenas do Ministro da Defesa, Comandante do Exrcito, Ministros do Superior Tribunal Militar, todos os oficiais-generais do Alto Comando do Exrcito oriundos da Arma de Infantaria, oficiais-generais da ativa e da reserva, Prefeito de Tamboril, autoridades civis dos poderes Executivo e Legislativo, oficiais da ativa e da reserva, descendentes diretos do Patrono da Infantaria, Cadetes da Academia Militar das Agulhas Negras, Alunos de Ncleos de Preparao de Oficiais da Reserva e Alunos da Escola de Sargentos das Armas.

    Foi realizada, de forma solene, a transferncia da posse da Espada, que pertenceu ao Patrono da Infantaria, do acervo do 1 Batalho de Infantaria Motorizado (Escola) Regimento Sampaio para o acervo do Museu Brigadeiro Sampaio na 10 RM. Ainda na solenidade, foi entoado, pela primeira vez, o dobrado O Couraado de autoria do Subtenente Edmael Santos, do 28 Batalho de Caadores Medalha Comemorativa produzida pela Casa da Moeda do Brasil

    10 Centro de ComuniCao SoCial do exrCito

    Momento de transferncia de posse da espada que pertenceu

    ao Brigadeiro Sampaio

  • 11 ano xxxViii n 206 Jul/ago/Set 2010

    JLiO LiMA VERdE CAMPOS dE OLiVEiRA General de Diviso da Reserva Coordenador

    Nacional do Bicentenrio de SampaioReabertura do Museu Brigadeiro Sampaio

    (Aracaju-SE), vencedor do concurso nacional de dobrado em homenagem ao patrono da Infantaria.

    Junto ao Panteo do Brigadeiro Sampaio, onde esto depositados seus restos mortais, foi realizada uma homenagem com as presenas do Ministro da Defesa, Sr. Nelson Jobim; do Comandante do Exrcito, General de Exrcito Enzo Martins Peri, e da Sra. Maria Ruth Amaral de Sampaio, bisneta do patrono da Infantaria.

    No mesmo local, o Comandante do Exrcito condecorou, com a Medalha do Pacificador, a Sra. Maria Ruth Amaral de Sampaio. Dessa forma, homenageou o ramo de descendentes da famlia de Antnio de Sampaio, que manteve sob sua guarda, por 130 anos, a espada do Patrono da Infantaria e que agora se junta ao local onde seu detentor repousa para a eternidade e onde tambm encontramos suas condecoraes originais. Simbolicamente, a espada retorna ao seu local de origem, j que foi doao do povo cearense, por sua promoo Brigadeiro e que lhe foi entregue em 12 de junho de 1865.

    Todos os lanamentos foram prestigiados pelas autoridades presentes, encerrando as atividades com a reabertura do Museu, aps sua modernizao.

    11 ano xxxViii n 206 Jul/ago/Set 2010

    Entrega da Medalha do Pacificador bisneta do Brigadeiro Sampaio pelo Comandante do Exrcito

    Vista do local de cerimnia em Fortaleza-CE, tendo ao fundo a Catedral Metropolitana de Fortaleza

  • 12 Centro de ComuniCao SoCial do exrCito

    E m 20 de maio, os aliados, desgastados, chegaram a Tuiuti. Perderam a mobilidade ttica desde o dia do desembarque no Passo da Ptria, com a morte de quase todos os cavalos por inanio, clicas, provocadas pela vegetao denominada mio-mio e por falta de forragem de alfafa e de milho. A regio de Tuiuti, matosa, quase plana, encharcada, com areal fora dos banhados, era limitada ao norte pelo Estero Rojas; ao sul, pelo Estero Bellaco; a oeste, pelo Potrero Pires e, a leste, por uma regio pantanosa, com palmeiras Iata. O acampamento aliado concentrava-se sobre um terreno arenoso entre o Estero Bellaco e o Rojas, ao sul da Lagoa Tuiuti (Lagoa de Barro Branco), espao com aproximadamente 4 km de frente por 6 km de fundo, local no apropriado para a defesa.

    Os aliados ocuparam Tuiuti, aproveitando o terreno em siste-ma escalonado em profundidade e em linhas sucessivas: na vanguarda, ao centro, estava o 1 Regimento de Artilharia a Cavalo, de Mallet (Artilharia a Revlver Boi de Botas), com 28 canhes La Hitte raiados e com um profundo fosso construdo sigilosamente; o Bata-lho de Engenheiros; o pequeno Exrcito Oriental, com 3 batalhes de Infantaria, com 6 bocas de fogo e o Regimento de Cavalaria de Montevidu; direita, os argentinos possuam uma Brigada de Artilharia (Asea e Nelson), 2 Corpos de Infantaria (Paunero e Emilio Mitre), compostos de 8 divises e sua Cavalaria mais ao sul; esquerda, duas divises de Infantaria brasileira: a 3 DI Encouraada de Sampaio (5 Brigada 3 BI, 4 BI, 6 BI, 4 CVP; 7 Brigada 1 BI, 6 CVP, 9 CVP e 11 CVP) e a 6 DI. Em 2 escalo, dois batalhes brasileiros de Artilharia a P (1 e 3) e duas divises de Infantaria brasileiras (1 e 4). Em 3 escalo, duas divises brasileiras de Cavalaria (2 e 5 DC) e dois batalhes de voluntrios da Ptria, somados aos engenheiros formaram a 19 Brigada Auxiliar (7 e 42 CVP) e, finalmente, na extrema retaguarda, a Brigada Ligeira (General Antnio de Sousa Neto), no sul do Estero Bellaco.

    Pela primeira vez, os dois exrcitos, como um todo,

    estavam frente a frente.Ali, encontravam-se cerca de 25.000 paraguaios (8.700

    homens, dos quais 1.200 cavalarianos de Barrios a oeste; 5.030 homens, dos quais 1.200 cavalarianos e 3 peas de Artilharia e estativas de Daz, e 4.200 homens, dos quais 1.200 cavalarianos de Marc, ambos no centro, e 6.300 homens, dos quais 4.800 cavalarianos e uma pea de Artilharia com Resquin a leste e, em reserva, 6.000 homens em Passo Pocu e 4.000 homens em Curupaiti, tropas de Cabalero e Brguez) contra 32.000 aliados.

    Em 22 e 23 de maio, foram realizados reconhecimentos em toda frente paraguaia e ficou constatado que o inimigo ocupava posies organizadas e armadas, com baluartes no meio das matas, barrando as passagens (passos). Diante des- sas informaes, colhidas nos quatro dias de ocupao de Tuiuti, decidiu-se realizar um ataque o mais breve possvel, provavelmente em 25 de maio, por nossas tropas que estavam finalizando seus reconhecimentos. Lpez pressentiu a inteno aliada e antecipou-se, depois de minucioso estudo de situao com seus generais em Passo Pocu. Concebeu uma excelente manobra que consistia em um ataque frontal com Daz e

    Marc, com esforo envolvente a oeste, com Barrios, e a leste, com Resquin, sendo que esse era forte em cavalaria, buscando rapidez e procurando concretizar um grande duplo envolvimento na retaguarda aliada. Porm, no esperava a bravura, a coragem, a determinao e o desprendimento dos aliados, que se posicionaram no campo de batalha em linhas sucessivas e em profundidade, respondendo imediatamente as aes de combate, com energia e preciso.

    Lpez empenhou em Tuiuti quase todo o seu exrcito, arremessando-o contra os aliados por todos os lados. Entretanto, segundo dionsio Cerqueira em Reminiscncias da Campanha do Paraguai:

    ... tnhamos nossa frente, o grande Osorio, que surgia como um semideus, nos momentos mais crticos,

    "Glria: recompensa mais preciosa dos bravos.Baro do Herval

    A Batalha de TuiutiAtuao do Brigadeiro Sampaio

    12 Centro de ComuniCao SoCial do exrCito

  • 13 ano xxxViii n 206 Jul/ago/Set 2010

    levando consigo a vitria. Ouvi, e narro com ufania, soldados feridos, estorcendo-se nas vascas da agonia, levantarem-se a meio, com a aurola da morte dourando-lhes os cabelos empastados de sangue, murmurarem em voz desfalecida, quando ele passava: Viva o General Osorio!... Viva Osorio!

    O enaltecimento da ao decisiva de Osorio no deve, todavia, importar no esquecimento do papel do ilustre cearense Antnio de Sampaio, comandante da lendria Diviso Encouraada, sobre a qual incidiu o mais poderoso esforo do ataque paraguaio, representado pela ao de cerca de 9.000 homens, de Diaz e Marc. O mesmo dionsio Cerqueira deu-nos um flagrante de Sampaio em plena batalha quando assim o descreve: Sampaio cavalgava, trajando o seu belo uniforme de general, bordado a ouro, frente das suas tropas: mandou estender linhas e avanar.

    Outro que viu Sampaio atuando, no embate de 24 de maio, foi o sargento Oliveira, cujo testemunho chegou-nos por meio de Fonseca Lobo nestes termos:

    ... quinze dias depois, teve lugar uma grande batalha entre o nosso batalho de voluntrios e dois batalhes paraguaios que nos surpreenderam entre dois banhados. Felizmente, os nossos inimigos tinham pela frente um general como Sampaio. Este bravo, sondando o perigo, e vendo que a nossa vitria dependia de ao a ferro frio, o que era impossibilitado pelo banhado de nossa vanguarda, que nos separava da fora inimiga, e querendo que os paraguaios passassem o banhado para o nosso lado, mandou tocar retirada e recuou, como fugindo...

    Os paraguaios passaram todos e nos foram perseguindo at termos pela retaguarda o outro banhado. A, o general formou com rapidez o batalho e mandou fazer fogo, carregando sempre contra o inimigo [...]. A refrega foi tremenda! Os paraguaios, duas vezes mais em nmero do que os nossos, fraquearam, ou porque as nossas armas fossem melhores, ou porque o batalho de voluntrios, tendo na vanguarda um general daquela tmpera, os terrorizava. O certo que iam eles recuando, deixando o campo alastrado de cadveres dos seus soldados, como tambm dos nossos.

    dionsio Cerqueira continua sua descrio, relatando os episdios mais importantes e expressivos do combate em Tuiuti, na frente da 3 Diviso Encouraada, descrevendo como o Brigadeiro Sampaio foi ferido por trs vezes:

    Nas ltimas descargas de fuzilaria, quando amos passar a ferro frio, j quase entrada do banhado, onde o inimigo no podia mais recuar, um oficial paraguaio, que estava do outro lado do banhado, ou sanga larga, fez alvo no general e uma bala despedaou a cabea de seu corcel.

    O general, sempre ao lado da primeira linha da vanguarda, a p, de espada ao ar, gritava:

    Avana!... Avana!... Mata!... Mata!... Outra bala decepou-lhe a folha da espada, mas o

    general no fez caso, gritando sempre: Avana!... Mata!... O nosso batalho parecia a tromba de medonho

    ciclone numa campina deserta!... O momento era crtico...

    A Carga do Couraados Quadro de Pedro Paulo Estigarrbia

    13 ano xxxViii n 206 Jul/ago/Set 2010

  • 14 Centro de ComuniCao SoCial do exrCito

    era sumrio... Eu corri e meti na mo do general a minha espada, dizendo:

    a arma de um inferior, senhor general, mas uma espada brasileira.

    Olhou-me o bravo militar e disse: Obrigado, meu Alferes Oliveira. Vamos acabar com

    estes cambas.Mal acabava ele de pronunciar essas palavras, ouvi o

    sibilar de uma bala que passou queimando-me a farda por cima do ombro, indo ferir em cheio o peito do general, que se voltou para tomar a arma de um soldado, o que fiz com muito mais ligeireza, de modo que quando outra bala o pilhou pelas costas, em uma das omoplatas, eu j tinha divisado o oficial paraguaio e metia-lhe uma bala na boca quando ele acabava de gritar:

    Matei o general brasileiro!... O general, mesmo ferido como estava, tinha-se

    virado para frente e viu bem quando derrubei o perverso paraguaio.

    A fuzilaria foi medonha. Carregamos contra o inimigo que, esmorecido, se deixou matar, como bois em matadouro!

    Nenhum documento oficial menciona a localizao dos ferimentos recebidos pelo Brigadeiro Sampaio. A indicao do Sargento Oliveira (seria alferes, depois da Batalha de Tuiuti) , portanto, vlida. Sabe-se, porm, que os ferimentos sucessivos foram trs. E o terceiro teria ocorrido quando o Alferes Francisco Correia de Melo transmitia-lhe uma recomendao de Osorio para que continuasse resistindo de qualquer maneira. Sampaio respondeu: diga ao general que estou cumprindo o meu dever, mas como j recebi dois ferimentos e estou perdendo muito sangue, seria conveniente que me mandasse substituir.

    Nessa ocasio exata, recebeu o terceiro balao e ento, ajuntou, levando a mo ao local do novo ferimento:

    diga ao general que este o terceiro.O Brigadeiro Antnio de Sampaio teve uma atuao

    mpar no comando de suas tropas, desde o incio dos combates at os contra-ataques, utilizando do fogo arma branca, montado ou a p, e mesmo, depois de haver perdido quatro cavalos, conseguiu barrar a fria do ataque inimigo. Sua atitude, segura e decidida, serviu de estmulo aos comandados, que o seguiram bravamente, com a determinao de combater o astucioso inimigo. Enquanto Sampaio bloqueava o adversrio no flanco esquerdo, Mallet, com sua Artilharia a Revlver, enchia seu sigiloso fosso com cadveres inimigos.

    O fracasso do ataque surpresa do Marechal Lpez, que pretendia destruir as foras aliadas, demonstrou a alta combatividade de nossos soldados e a percia de nossos comandantes. Faltou ao chefe guarani conduzir pessoalmente o combate (unidade de comando), no distribuir equilibradamente suas peas de manobra (usou a cavalaria em regio matosa), no reconhecer minuciosamente os itinerrios de aproximao, bem como apoio de fogo no ataque frontal contra Mallet. Tambm no empregou sua reserva no ponto e momento oportuno e no definiu o principal objetivo a ser conquistado. Se no fosse a impossibilidade da nossa tropa de cavalaria montada, por insuficincia de cavalos para realizar perseguies, provavelmente a guerra teria terminado na Batalha de Tuiuti. Sampaio tombou com glria nesse campo, com atuao voltada unicamente para os legtimos interesses da Ptria. Ali, imortalizou-se e ainda hoje serve de estmulo e exemplo aos jovens infantes, como Patrono da Arma de Infantaria Brasileira Rainha das Armas.

    Sampaio em Tuiuti leo sobre tela de Jorge Cunha

    14 Centro de ComuniCao SoCial do exrCito

    CLUdiO ESKRA ROSTYCoronel da Reserva Historiador e membro do Instituto de Geografia e Histria Militar do Brasil

  • 15 ano xxxViii n 206 Jul/ago/Set 2010

    Traslado dos Restos Mortais

    A Diviso Encouraada, em Tuiuti, assegurou a vitria dos aliados. Os soldados de seus oito batalhes no recuaram e honraram seu comandante, lutando bravamente. Em 6 de julho de 1866, depois de 43 dias agonizantes, a bordo do vapor hospital Eponina, teve fim a trajetria de um militar exemplar. O corpo do heri chegou a Buenos Aires no dia seguinte a sua morte, sendo depositado, noite, no Hospital de Sangue Brasileiro situado no extre-mo sul daquela cidade. No outro dia, s 14h, saiu seu enterro para o cemitrio local, sob salvas da corveta Niteri e honras fnebres, prestadas por uma Fora de Infantaria Argentina. Depois de trs anos, em 20 de dezembro de 1869, os restos mortais do Brigadei-ro Sampaio chegaram ao Rio de Janeiro, indo direta-mente para a capela do Arsenal de Guerra, de onde foi trasladado para a Igreja do Asilo dos Invlidos da Ptria, na Ilha do Bom Jesus da Coluna. Permaneceu sepultado at 25 de novembro de 1871. Depois dessa data, foi transferido no vapor Cruzeiro do Sul para Fortaleza-CE, sendo guardado em sua catedral, at que se conclusse a construo do seu mausolu no Cemi-trio de So Joo Batista, em 25 de outubro de 1873.

    Homenagens a SampaioPara eternizar a memria dos seus feitos, foi erigida, em 24 de maio de 1900, 34 anos depois da Batalha de Tuiuti e 90 do nascimento de Sampaio, na Praa Castro Carreira, uma esttua de 10m de altura do Brigadeiro Antnio de Sampaio, em mrmore extrado das pedreiras do Itapa, no Serrote de Cantagalo.

    Em 1928, na Escola Militar do Realengo, os alunos foram estimulados pelo Instrutor, o Primeiro-Tenente Humberto de Alencar Castelo Branco, a escolherem o

    nome de Sampaio para Patrono do batalho de Infantaria daquela Escola de Formao de Oficiais do Exrcito. Dois anos depois, a Turma de Infantaria de 1930, da mesma escola, ampliou as homenagens, conferindo ao Brigadeiro Sampaio o ttulo de Patrono da Infantaria brasileira.

    As tradies de sua 3 Diviso de Infantaria Diviso Encouraada so cultuadas, em especial, por duas Grandes Unidades, com origem em 1908, as hoje centenrias 8 Brigada de Infantaria Motorizada, sediada em Pelotas-RS, a qual conta entre suas Unidades com o 9 Batalho de Infantaria Motorizado Batalho Tuiuti, e a 3 Diviso de Exrcito Diviso Encouraada, em Santa Maria-RS, cujo primeiro comandante foi Sampaio.

    O 1 Regimento de Infantaria, atualmente, 1 Batalho de Infantaria Motorizado (Escola), sediado na Vila Militar, no Rio de Janeiro, integrante da 1 Diviso de Exrcito Diviso Marechal Mascarenhas de Morais, recebeu, desde 19 de janeiro de 1940, a denominao histrica de Regimento Sampaio. No ano seguinte, o Decreto-Lei n. 3.081, de 28 de fevereiro de 1941, criou seu estandarte histrico.

    O Decreto n. 51.429, de 13 de maro de 1962, homologou o nome do Brigadeiro Sampaio como o Patrono da Arma de Infantaria do Exrcito Brasileiro.

    Em 1966, seus restos mortais foram deslocados do

    Panteon em frente ao Comando da 10 RM

    Traslado e Homenagens a Sampaio

    15 ano xxxViii n 206 Jul/ago/Set 2010

  • Cemitrio de So Joo Batista para a Avenida Bezerra de Menezes, em frente ao quartel da 10 Companhia de Guardas.

    No Dia da Infantaria, 24 de maio de 1967, foi emitido um selo comemorativo da efemride do centenrio de morte do Brigadeiro Sampaio em Tuiuti, com sua efgie, e, sobre ela, trs estrelas lembrando os trs ferimentos bala, recebidos por Sampaio em Tuiuti.

    Na poca da Segunda Guerra Mundial, o nome de Sampaio foi usado na criao da Medalha Sangue do Brasil, destinado a contemplar os feridos em ao. Na comenda, existem tambm trs estrelas esmaltadas em vermelho, lembrando os trs ferimentos recebidos pelo Patrono da Infantaria em Tuiuti.

    A espada do heri, doao do povo cearense, que

    integrava o patrimnio do Regimento Sampaio, na Vila Militar, foi autorizada a seguir para Fortaleza, a fim de compor as comemoraes do Bicentenrio do seu nascimento e a integrar o acervo do Museu do Brigadeiro Antnio de Sampaio.

    A partir de 24 de maio de 1996, seus restos mortais foram depositados no Panteon em frente Fortaleza de Nossa Senhora da Assuno, na capital do Cear, onde nosso heri ingressou voluntariamente como soldado nas fileiras do Exrcito Imperial, em 17 de junho de 1830, local que hoje abriga o Comando da 10 Regio Militar.

    Em 2009, Antnio de Sampaio teve seu nome aprovado pelo Congresso Nacional para ser inscrito no Livro de Ao dos Heris da Ptria, na Praa dos Trs Poderes, no Panteon da Ptria, em Braslia-DF. Foi um reconhecimento da Nao

    16 Centro de ComuniCao SoCial do exrCito

    No Comando Militar do Leste, dentro das comemoraes do Bicentenrio de Nascimento do Brigadeiro Antnio de Sampaio, no dia 22 de julho, foi inaugurada uma placa alusiva ao Patrono da Arma de Infantaria na Igreja do Bom Jesus da Coluna. Essa igreja possui um grande acervo de obras sacras e, no passado, abrigou os restos mortais de grandes vultos nacionais, incluindo o prprio Sampaio.

    Cerimnia na Igreja do Bom Jesus da Coluna

  • O militar, quando ele se O militar, quando ele se O militar, quando ele se pe em marcha sua esquerda pe em marcha sua esquerda pe em marcha sua esquerda

    vai a coragem e sua direita vai a coragem e sua direita vai a coragem e sua direita a disciplina.a disciplina.a disciplina.

    ao seu grande heri de Tamboril.No dia 24 de maio de 2010, em comemorao aos 200

    anos de nascimento do Brigadeiro Antnio de Sampaio, o Bravo dos Bravos da Batalha de Tuiuti, todas as Unidades da Arma de Infantaria do Brasil renderam as merecidas homenagens ao nosso grande heri cearense.

    17 ano xxxViii n 206 Jul/ago/Set 2010

    e trajetrias no comando de suas fraes servem de exemplo no s para aqueles que seguem a carreira militar, mas tambm para toda a sociedade.

    A guerra moderna envolve o emprego de armamento e meios cada vez mais sofisticados, mais precisos, mais letais. No entanto, hoje, mais do que ontem, as guerras so decididas pelos homens e pela vontade que os anima. Em todos os exrcitos, so os homens que conquistam, ocupam, consolidam e defendem o terreno, bem como decidem as guerras. A Infantaria (a Rainha das Armas), em razo da diversidade da fisiografia brasileira e das modalidades de emprego da Fora Terrestre, tem ditado a especializao das Unidades em motorizada, blindada, aeromvel, paraquedista ambientada na selva, na montanha, no pantanal e na caatinga, vocacionada para a guarda, para polcia e para misses de paz. Todos os infantes tm em Sampaio o exemplo de coragem e determinao, o cone e o mito, o qual reverenciado como o Patrono da Arma de Infantaria do Exrcito Brasileiro.

    CLUdiO ESKRA ROSTYCoronel da Reserva Historiador e membro do Instituto de Geografia e Histria Militar do Brasil

    Quem tomba em defesa da Quem tomba em defesa da Quem tomba em defesa da Ptria, no morre, porque vive Ptria, no morre, porque vive Ptria, no morre, porque vive eternamente na memria e na eternamente na memria e na eternamente na memria e na

    lembrana daqueles que o veneram. lembrana daqueles que o veneram. lembrana daqueles que o veneram. O patriota no morre, vive alm da O patriota no morre, vive alm da O patriota no morre, vive alm da eternidade; sua glria, seu renome eternidade; sua glria, seu renome eternidade; sua glria, seu renome

    so trofus da humanidade.so trofus da humanidade.so trofus da humanidade.

    Apreciao FinalFica evidente que na carreira militar, na realidade,

    valoriza-se o desempenho de cada integrante, no sendo relevante a origem, raa, credo e poder econmico-social de cada um e, sim, seu mrito. O Brigadeiro Sampaio, de um simples vaqueiro nordestino, vindo da Fazenda Vitor, em Tamboril, no serto cearense, tornou-se modelo de instrutor e disciplinador, exemplo de coragem, de bravura e de determinao. Galgou todos os postos da hierarquia militar por seu feitos, conquistas e desempenho. Serviu de norte a sul por quase todas as provncias litorneas. Suas realizaes

  • Brigadeiro Sampaio no Corpo Policial da Corte

    Antecedentes

    O Rio de Janeiro, como capital do Imprio, foi privi legiado perante as demais cidades do Brasil por possuir as melhores estruturas administrativas, que se assemelhavam organizao das grandes naes europeias. A situao de transformao do Imprio, depois da conquista da emancipao, foi a difcil tarefa de unificar a Nao, criando uma identidade nacional. A capital, ento, assumia esse papel de projeo em relao s outras regies brasileiras, virando um polo de atrao, a cidade absorveu homens e mercados.

    Em meio ao processo de melhorias, investimentos e aumento da populao viriam os vrios problemas tpicos das grandes cidades. Contudo, o sistema escravista brasileiro diferenciava esse contexto. Os crimes aumentaram na cidade, quase sempre relacionados populao que circulava pelas ruas e frequentemente aos capoeiras. Os primrdios dos relatos policiais, do sculo XIX, j chamavam de jogo de capoeira conceituao genrica que englobava os turbulentos portadores de facas e navalhas exmios praticantes de uma luta corporal pitoresca, dividindo a cidade em territrios controlados pelas maltas. Constantemente,

    a corporao policial entrava em choque com esses grupos e com os marinheiros, em especial os ingleses, que atentavam contra a ordem pblica e as regras de comportamento estabelecidas pela elite poltica, deixando mortos e feridos.

    Desde a vinda da Famlia Real para o Brasil, a soluo encontrada para manter a ordem na cidade foi a criao de uma fora policial de tempo integral, organizada militarmente e com ampla autoridade para, inclusive, perseguir criminosos. Dessa forma, liberava--se as Foras Nacionais para manter a soberania da Nao. O Imperador D. Pedro ii, acompanhando todo esse processo de evoluo do sculo XIX, buscava, na composio da administrao pblica, alocar elementos de sua confiana e que fossem os mais aptos nas tcnicas de cada funo.

    Sampaio assume o comando do Corpo Policial da Corte

    Em 27 de maio de 1859, o Tenente-Coronel do Exrcito Brasileiro, Antnio de Sampaio, assumiu o comando do Corpo Policial da Corte em substituio ao Coronel Gomes de Freitas. A corporao respirava um novo momento, por fora do Decreto Imperial n 2.081, de 16 de janeiro de 1858, que, alm de extinguir a antiga denominao de Corpo Municipal de Permanentes da Corte, criava um novo regulamento, composto de 141 artigos, que abrangiam temas como: alistamento, conselho administrativo, demisso, disciplina, escriturao, fardamento, justia e ordem de servio.

    A nova denominao de Corpo Policial ficava mais adequada sua principal funo, o que lentamente a desvencilhava da tutela municipal, pois os regulamentos anteriores no elucidavam claramente os processos de policiamento externo, fazendo com que os ministros baixassem instrues minuciosas para tal. No entanto, a corporao ainda auxiliava o cumprimento das posturas emanadas pela Cmara, em uma cidade que se modernizava e precisava ter a Ordem Pblica em perfeita sintonia Permanente da Corte quadro de Thomas Ender

    18 Centro de ComuniCao SoCial do exrCito

  • com o desenvolvimento da segunda metade do sculo XIX.Durante o curto perodo de seu comando, pouco

    mais de seis meses, notou-se a extrema preocupao do Tenente-Coronel Sampaio em proporcionar ao Corpo Policial as condies necessrias e ideais para um bom desenvolvimento de servio policial em todos os seus aspectos, desde a questo da apresentao do uniforme e armamento, at a reforma das Unidades.

    Como existia a necessidade de zelar pela manuteno dos quartis, onde essa tarefa era atribuda ao pessoal do corpo para esses fins, o Comandante-Geral adquiriu quatro escravos alforriados para prestao de servios de faxina e preservao das instalaes, fato relatado em documentos, nos quais solicita ao chefe da Casa de Correo para a disposio do Corpo Policial, em 19 de novembro de 1859, liberando, assim, as praas que antes prestavam esse servio para aumentar o efetivo no policiamento da cidade.

    Como vimos, essas transformaes, implementadas pelo Tenente-Coronel Sampaio, possibilitaram um maior desempenho e dedicao nas funes de policiamento. Tal determinao foi impulsionada para ressaltar uma remodelao no Corpo Policial que, naquele momento, contava com um quantitativo de 600 homens, divididos em quartis de Infantaria e Cavalaria.

    Esse contingente reduzido para as condies adversas da capital mostrava uma grande dificuldade em cobrir to-das as reas da cidade. Ao contrrio, com muita disciplina e organizao, os pontos fundamentais do Rio de Janeiro eram assistidos. Podemos ressaltar, principalmente na rea do porto, chafariz e nas prin-cipais ruas, como Rua Dire-ta, Rua do Ouvidor e Largo Pao Imperial. Nessas loca-lidades, e em outras, eram constantemente vistos poli-ciais realizando seus patru-lhamentos.

    Em oficio do dia 6 de setembro de 1859, envia-do ao Tenente-Coronel Sampaio pelo Brigadeiro da Guarda Nacional, que soli-citou um patrulhamento do Corpo no Largo do Pao, lo-cal de grande movimentao da populao por ocasio da passagem de sua guarda, s 17h do dia seguinte, sendo prontamente atendido.

    O desempenho do Corpo Policial durante o co-mando de Sampaio foi de

    grande destaque, cujo reconhecimento foi aclamado pelo Imperador do Brasil D. Pedro ii. Sua conduta seguiu a li-nha de militar disciplinado e disciplinador, que cumpriu com afinco as ordens emanadas pelas autoridades.

    Como comandante, seu desempenho deveria ser rgido e coerente, mas no arbitrrio. Em seus decretos, podemos observar que viu um lado disciplinador e imparcial nas punies pelos crimes da poca.

    No cuidado em preservar a imagem do Corpo e dar exemplos positivos aos seus comandados, Sampaio resolveu as situaes de indisciplinas de acordo com os limites estabelecidos no contexto legal do perodo.

    bvio que o conceito de alguns crimes, antes observados como cumprimento das normas da sociedade naquele momento histrico, podem ser relidos em nossa atualidade como algo benevolente. Outrossim, aquilo que, por conduta moral, tica ou por tradio, no constitui crime aos olhares presentes, poderia ser passvel de punies severas. Por isso, o julgamento em nosso tempo no se enquadra nos perodos passados.

    Sampaio, por meio de uma disciplina conquistada durante anos sobre as casernas do Exrcito Brasileiro, antes de assumir o Corpo Policial, implantou esse esprito para resolues de problemas que j incomodavam a Instituio.

    Os crimes que mais saltavam aos olhos eram os de desero, de desobedincia e de insubordinao, tpicos do perodo em que as praas no tinham afeio doutrina militar. Em seu comando, a energia das punies tinha o objetivo de servir como exemplo aos demais comandados.

    Os refrescos do Largo do Palcio quadro de Jean-Baptiste Debret

    19 ano xxxViii n 206 Jul/ago/Set 2010

  • CB PM MARCO AURLiO TAVARES dA SiLVA E Sd PM LUCiANO dA SiLVA dE SOUzA

    Professores de Histria e Assessores Tcnicos do Museu da PMERJ

    Assim, em 14 de junho de 1859, Sampaio solicitou ao Sr. Ministro da Guerra a excluso das fileiras do Corpo de um soldado pelos seguintes motivos: [...] visto como o vcio de embriaguez e outros de mais gravidade a que se tem entregado o dito soldado, o tornam indgno de continuar a pertencer a este Corpo, onde s devem existir praas morigeradas e bem comportadas. (Arquivo PMERJ, 1859)

    O objetivo de tanto rigor no era exclusivo s praas. Ao passar o comando ao seu sucessor, informou que oito oficiais e mais seu major fiscal estavam respondendo a Conselho de Guerra. Nesse caso, seu ideal visava ao exemplo de cima para baixo dos oficiais e praas, sem qualquer distino de patente ou graduao.

    De fato, seu comando buscou um controle do interior dos quartis para as ruas, com um Corpo Policial coeso e em condies que permitiam a ao do patrulhamento com maior excelncia no cumprimento do dever.

    Em 6 de dezembro de 1859, foi designado pelo Imperador para regressar ao seu antigo comando no sul do pas, conforme o aviso de mesma data. [...] tendo V. Exa. de seguir na barca de 8 do corrente ms para o sul, a fim de tomar o comando de seu batalho, conforme me comunicou o Sr. Ministro e Secretrio de Estado e Negcios da Guerra, em aviso de 5 do corrente, fica V. Exa. desligado do comando do Corpo Policial da Corte, devendo passar ao major, que servir at que pelo Governo Imperial outra cousa seja determinada.(1 Vol. Histria da PMDF, 1859, pp 253-54)

    O desempenho de muito destaque, em curto tempo,

    no comando do Corpo Policial, rendeu a admira-o pelos seus servios prestados. Quando se despe-diu do Comando- -Geral do Corpo Policial da Corte, o Tenente-Coronel Sampaio profe- riu as seguintes palavras em seu discurso de passa- gem de comando: [...] ao despedir-me de to distinta corporao, tenho a mais viva satisfa-o em agradecer aos seus oficiais e praas e louvar a

    maneira digna com que serviram durante o tempo que tive a honra de os comandar.

    A necessidade do deslocamento para um lugar que deveria ter a ateno especial de um profissional engajado com os ideais nacionais e com a pureza de valores fez com que seus servios no mais estivessem empenhados em trazer a ordem na capital do Imprio, mas, sim, a ordem nas fronteiras do Brasil.

    Os problemas nas fronteiras do sul do pas eram mais acentuados naquela ocasio, e o risco de invases estrangeiras despertava um sentimento que lembrava os tempos da nao ainda Colnia, pois a ameaa de ser subjugado a outro povo, depois de recente conquista da emancipao poltica, deixava todos com o esprito aguerrido.

    Portanto, um ideal maior estava projetado para o Tenente-Coronel Sampaio: a participao na Campanha da Trplice Aliana, entre 1865-70, pois ao lutar, conquistou com louvor as batalhas e imortalizou-se entre os heris nacionais, deixando na histria, exemplos de patriotismo, com o sacrifcio da prpria vida.

    A Polcia Militar do Estado do Rio de Janeiro orgulha- -se de ter na galeria de seus Ex-Comandantes-Gerais o Brigadeiro Antnio de Sampaio, exemplo de abnegao pela Ptria e, honrosamente, Patrono da Arma de Infantaria do Exrcito Brasileiro.

    Policial e Capoeras Quadro de Augustus Earle, 1822

    20 Centro de ComuniCao SoCial do exrCito

  • 21 ano xxxViii n 206 Jul/ago/Set 2010

    E m uma manh chuvosa, nos verdes campos de Samaniego, interior da Colmbia, uma famlia de camponeses inicia mais um dia de trabalho. Jos e Leiden Benavides, pai e filho, nascidos e criados naquelas terras, caminham tranquilos pelo pasto para recolher o gado, sem ter noo do risco que correm, at serem surpreendidos por uma forte exploso. Ao retomar os sentidos e ver seu filho cado, com as pernas dilaceradas, o homem aflito, com os olhos cheios de terra e sangue, corre em busca de socorro, mas o seu esforo em vo. O menino Leiden, de apenas 11 anos, no resiste e morre nos braos do pai, que tem as mos mutiladas. Naquele 08 de fevereiro de 2008, a famlia Benevides passou a fazer parte de uma triste estatstica que registra anualmente, nas Amricas Central e do Sul, mais de mil vtimas fatais das minas antipessoal.

    As minas antipessoal so utilizadas h muitos anos por exrcitos que buscam inviabilizar a passagem do inimigo por determinada rea. O objetivo desses artefatos no propriamente o de matar, mas, principalmente, o de mutilar. Quando um soldado atingido por uma mina antipessoal, alm dele prprio, outros tambm so retirados da frente de combate para apoiar o companheiro ferido, alm de abalar psicologicamente a tropa diante do sofrimento que o artefato costuma causar. Segundo o General Polpot, As minas so o soldado perfeito, pois trabalham sem parar, no abandonam seus postos, no comem, no reclamam de seus vencimentos e, princi- palmente, tiram a vontade do inimigo de combater.

    No continente america- no, essas minas foram insta- ladas, por dcadas, pelos diversos grupos que dispu- taram o poder atravs da luta armada sem qualquer controle sobre as reas de utilizao destes arte- fatos blicos.

    Com o passar dos anos, muitos dos conflitos foram superados, mas as minas permaneceram ativas, com

    o mesmo poder de destruio. A Junta Interamericana de Defesa (Jid) o organismo internacional, sediado em Wa-shington, Estados Unidos da Amrica, responsvel pelo tra-balho de desminagem humanitria no continente america-no. Desde o incio dos anos 90, esse trabalho vem sendo realizado com a cooperao de diversos pases, atravs do Programa de Ao Integral Contra Minas Antipessoal da Or-ganizao dos Estados Americanos.

    Apesar de serem utilizados equipamentos semelhantes, assim como a maioria das tcnicas de desativao e segurana, a desminagem militar, realizada durante a guerra, tem caractersticas bem diferentes do trabalho que realizado pelas equipes de desminagem humanitria.

    Segundo o Coronel do Exrcito Brasileiro, duizit Brito, atual coordenador do Setor de Desminagem da JID, A desminagem militar tem o objetivo de abrir um estreito

    Desminagem HumanitriaA Junta Interamericana de Defesa ajudando a salvar vidas

    Junta Interamericana de Defesa

    Organizao dos Estados Americanos

    21 ano xxxViii n 206 Jul/ago/Set 2010

    Varredura com detector de metais em rea delimitada sendo orientada/monitorada por um supervisor internacional

  • 22 Centro de ComuniCao SoCial do exrCito

    mais grave, ainda hoje so instaladas novas minas por grupos insurgentes, utilizando-se de modernas tecnologias importadas atravs do mercado negro, o que dificulta ainda mais o trabalho de localizao e remoo.

    O Departamento Nacional de Planejamento da Colmbia estima que haja mais de 50.000 minas antipessoal espalhadas por todo o territrio nacional e, at abril de 2009, j tinham feito mais de 7.500 vtimas.

    A misso do nosso pessoal no a de desativar as minas, pois esta uma atribuio das equipes dos pases que recebem nossa ajuda. Estamos aqui para treinar os militares nacio-nais, ensinando-lhes as mais eficientes tcnicas de desminagem, alm de re-alizar o controle de qualidade sobre o processo como um todo, a fim de certificar as reas cobertas, seguindo o que prevem as normas da Organiza-o das Naes Unidas, da JID e do

    prprio pas. Somente depois dessa aprovao que a rea oficialmente reconhecida como desminada e livre para o uso das comunidades, afirma o Capito de Fragata Ander-son da Costa Medeiros, da Marinha do Brasil, Chefe do Grupo de Monito-res Internacionais na Colmbia.

    A frontei-ra entre Peru e Equador, em uma rea conhecida como Cordi-lheira do Con-dor, nos Andes, um dos lugares mais afetados por minas na Amrica do Sul, plantadas pelas Foras Arma-das dos dois pases durante o conflito ocorrido no ano de 1995, em que am-bos reivindicavam a posse da re- gio. Calcula-se que ainda haja aproximadamente

    22 Centro de ComuniCao SoCial do exrCito

    caminho na linha de defesa do inimigo, protegida por minas terrestres, a fim de que a tropa possa passar. J a desminagem humanitria feita em uma larga extenso de terras e o seu objetivo eliminar o risco de acidentes com civis, devolvendo comunidade o seu espao de trabalho e convivncia.

    O Brasil tem exercido um papel de destaque no Programa de Desminagem Humanitria da JID, enviando regularmente, por mais de 18 anos, equipes de supervisores e monitores altamente capacitados na rea de material blico e explosivos para os pases que ainda sofrem com este problema. Atualmente, h 15 militares brasileiros nas frentes de trabalho da Nicargua, Peru, Equador e Colmbia.

    No caso especfico da Colmbia, onde a situao

    Mina localizada em rea do campo minado pronta para ser detonada com carga explosiva

    Supervisores Internacionais na Sede da MARMINCA em Mangua-Nicargua

  • 23 ano xxxViii n 206 Jul/ago/Set 2010

    90.000 minas espalhadas pela fronteira.Em 1998, os pases firmaram um

    acordo de paz e iniciaram um trabalho conjunto de desminagem, sob a coor-denao da JID, e, at hoje, 30.000 minas j foram identificadas e neutra-lizadas, mas ainda h muito trabalho a ser feito.

    A Amrica Central tambm tem sido vtima dos males causados pelas minas antipessoal. Em decorrncia do conflito armado que ocorreu na Nicargua nos anos 80, minas foram espalhadas por todo o territrio nacional, de uma forma to ampla, que em 1990 foram demarcadas 1.020 reas de perigo pela JID, contendo mais de 181.000 minas. Os maiores prejudicados acabam sendo os civis, em especial as pessoas mais humildes, que ficam impedidas de deslocar-se, impossibilitando o acesso a hospitais e escolas, alm de inviabilizar a explorao econmica de largas faixas de terra.

    Devido dificuldade de acesso a terrenos muito acidentados, elevada umidade na regio e carncia de recursos materiais do pas, o trabalho de desminagem na Nicargua o que est h mais tempo em atividade nas Amricas. No entanto, no ms de ou-

    tubro de 2009, durante reunio do Conselho de Delegados da JID, foi apresen-tado um relat-rio de trabalho dos monitores i n te rnac iona i s que trabalham naquela regio apontando gran- des avanos e indicando que, no ano de 2010, a JID poder anunciar ao mundo que a Amrica Central estar livre das minas antipes-soal. Quando vemos que um objetivo to im-

    FRANCiSCO ViEiRA GARONCEMajor Aviador Fora Area Brasileira

    23 ano xxxViii n 206 Jul/ago/Set 2010

    portante para todos ns da Junta Interamericana de Defesa est prestes a ser alcanado, cabe-nos lembrar que graas participao de diversos pases, atravs do suporte ma-terial, financeiro e, principalmente, de pessoal tcnico e qualificado, ser possvel anunciar que a Amrica Central estar livre das minas e que milhares de homens, mulheres e crianas podero exercer o direito fundamental de ir e vir em segurana dentro dos seus pases. Continuaremos trabalhando para que, em breve, todo o hemisfrio esteja livre deste mal, afirma o Major Brigadeiro Jos Roberto Machado e Silva, Presidente da JID.

    Outdoor da Campanha de sensibilizao e orientao da populao para

    o perigo das minas

    Equipe de desminagem trabalhando em rea minada

  • 24 Centro de ComuniCao SoCial do exrCito

    L ocalizado h 71 anos na cidade de Blumenau, no Estado de Santa Catarina, o 23 Batalho de Infantaria (23 BI) construiu uma histria de participaes nos principais eventos nacionais, desde a Segunda Guerra Mundial e a integrao de Foras de Paz, ao auxlio populao civil nas catstrofes naturais que assolaram a regio do Vale do Itaja.

    Originou-se do 32 Batalho de Caadores (32 BC), que, provisoriamente, esteve sediado na cidade de Valena, Estado do Rio de Janeiro em 1938. No dia 11 de abril de 1939, o contingente do 32 BC chegou a Blumenau, sendo recebido com grande entusiasmo pela populao. As instalaes ainda no estavam concludas e a tropa ficou alojada na ento Sociedade Ginstica e Sociedade de Atiradores por quase trs meses. Assim, iniciou sua importante trajetria histrica de grande significado para a sociedade blumenauense e para o Exrcito Brasileiro. Com sua presena em uma

    regio colonizada por imigrantes europeus, em sua maioria de origem germnica, o 32 BC participou do processo de adaptao desses imigrantes ao uso da lngua ptria e aos costumes do povo brasileiro.

    Em janeiro de 1949, foi transformado no 1 Batalho do 23 Regimento de Infantaria. Posteriormente, em 1 de janeiro de 1973, em consequncia da criao do Grupamento Leste-Catarinense, atual 14 Brigada de Infantaria Motorizada, recebeu a denominao de 23 BI.

    No ano em que se comemora o bicentenrio de nascimento do Brigadeiro Antnio de Sampaio, cabe destacar que o insgne Patrono do 23 BI foi o militar que assumiu o comando da 3 Diviso na Batalha de Tuiuti. Naquele conflito, o General Sampaio fora ferido mortalmente e o ento Coronel Bittencourt, ilustre Comandante do Batalho Arranca-Toco, assumiu o comando da chamada Diviso Encouraada, conduzindo-a at o final da Campanha.

    23 Batalho de Infantaria

    Batalho J acintho Machado de Bittencourt

    Vista area do 23 Batalho de Infantaria

  • 25 ano xxxViii n 206 Jul/ago/Set 2010

    Grandes ParticipaesNo contexto da Segunda Guerra Mundial, o

    23 BI destacou-se contribuindo com um contingente de 538 homens para a formao da Fora Expedicionria Brasileira. Naquela ocasio, seis de seus valorosos soldados tombaram no Teatro de Operaes da Itlia, lutando em prol da liberdade dos povos democrticos. Alm disso, o batalho cumpriu misses de vigilncia e segurana no litoral catarinense com fraes de seu efetivo.

    No ano de 1996, participou da Fora de Paz da ONU em Angola, constituindo uma companhia com 110 homens, os Lagartos Catarinenses, que trabalharam com afinco para que a paz fosse mantida naquele pas. Ainda nesse ano, a Unidade recebeu a denominao histrica de BATALHO JACiNTHO MACHAdO dE BiTTENCOURT e respectivo estandarte histrico. Esse ato representou justa homenagem prestada pelo Exrcito Brasileiro ao ilustre brigadeiro catarinense, heri da Guerra da Trplice Aliana.

    Cortada pelo rio Itaja-Au, a cidade de Blumenau e

    regio sofrem com enchentes peridicas. Desde 1957, o Sentinela do Vale mostrou--se imprescindvel no apoio populao atingida por esses desastres. Sucederam-se outras grandes tragdias em 1961, 1983 e 1984, ocasies em que o 23 BI esteve sempre pronto a auxiliar, empregando seu efetivo e meios para minimizar os efeitos das enxurradas e inundaes sobre a cidade e populao.

    Em 2008, outra catstrofe atingiu a regio do Vale do Itaja, na qual vrias cidades ficaram submersas e foram parcialmente destrudas por deslizamentos de encostas, causando grande nmero de vtimas fatais e deixando milhares de

    desabrigados. Novamente, o batalho fez-se presente, agindo decisivamente no resgate dos cidados em situao de risco e apoiando os atingidos com aes humanitrias junto Defesa Civil.

    No segundo semestre de 2010, o 23 BI enviou um peloto com 28 militares para integrar o BRABATT em misso de paz no Haiti. Nessa oportunidade, pode comprovar, mais uma vez, o valor de seus soldados e participar da reconstruo daquele pas, destrudo pelo terremoto de janeiro do corrente ano.

    O 23 BI HojeEssa Organizao Militar de elite

    constituda por uma Companhia de Comando e Apoio e duas Companhias de Fuzileiros. Possui um Ncleo de Preparao de Oficiais da Reserva (NPOR) e uma subunidade escolar do Curso de Formao de Sargentos (CFS).

    Atualmente, o efetivo do batalho de

    Soldados da FEB escoltando prisioneiros alemes capturados em Monte Castelo1945

    Patrulha da FEB em pleno inverno europeu

    O 23 BI no Vale do Itaja ajuda populao na catstrofe de 2008

  • 26 Centro de ComuniCao SoCial do exrCito

    692 homens e 5 mulheres, todos formados e adestrados nos mais altos padres de desempenho, alcanados por ocasio dos inmeros exerccios de campo e orgulhosos de pertencerem a uma das Instituies de maior credibilidade do Pas.

    A infraestrutura da Unidade conta com vrias salas de instruo, pista de cordas, dois estandes de tiro, campo de instruo com 273 hectares e um complexo desportivo com pista de pentatlo militar, pista de atletismo, campo de futebol, sala de musculao, quadras de tnis e futebol de salo.

    O NPOR forma cerca de 20 oficiais combatentes temporrios por ano. um Estabelecimento de Ensino Militar de formao de grau mdio, da linha de Ensino Blico. Destina-se a formar o aspirante a oficial de Infantaria da reserva de 2 classe, habilitando-o a ingressar no Corpo de Oficiais da Reserva do Exrcito. Os alunos do NPOR so importantes vetores da divulgao das atividades e dos valores do Exrcito no seio da sociedade, mantendo os laos afetivos com suas origens.

    O CFS do 23 BI destinado formao de sargentos,

    tanto da linha combatente quanto da linha tcnica. O ensino, fundamentalmente tcnico-profissional, ministrado de forma prtica, considerando que o futuro sargento ser, ao mesmo tempo, chefe e executante.

    Sob superviso escolar da Escola de Sargentos das Armas (EsSA), o CFS matricula, anualmente, 120 futuros sargentos de carreira e os prepara em 34 semanas de instruo para a escolha de suas novas qualificaes. Findo esse perodo, os alunos deslocam-se, de acordo com o mrito escolar, para as instalaes da EsSA, em Trs Coraes-MG ou para as Escolas de Logstica e de Instruo Especializada, no Rio de Janeiro-RJ, onde concluiro sua formao.

    Indispensvel registrar as atuaes da Banda de Msica, despertando o entusiasmo e a vibrao na tropa, alm de abrilhantar os eventos da sociedade, merecendo destaque especial por ser um importante instrumento de Comunicao Social do batalho e do Exrcito.

    A Cidade de BlumenauColonizada em 2 de setembro de 1850 por imigrantes

    alemes, liderados pelo farmacutico Hermann Bruno Otto, a cidade que se desenvolveu como uma colnia agrcola tornou-se um importante polo industrial do Pas.

    Blumenau, a Cidade Jardim, destaca-se pelas fortes tradies germnicas, pela arquitetura de suas construes, pela excelente qualidade de vida de seus habitantes e pelas indstrias de software e txteis, como: Hering, Teka, Cremer, Sulfabril, Artex e Karsten, entre outras.

    A partir de 1960, Blumenau passou a fazer parte do importante destino turstico do sul do Brasil. Caractersticas como hospitalidade, arquitetura enxaimel, costumes, cultura, intensa vida noturna, gastronomia germnica, alm da variedade de produtos txteis, e, cristais, destacam-se, entre outras, e chamam a ateno para a regio. Hoje sede de uma das maiores festas da cerveja e do chope no mundo, a Oktoberfest.

    O 23 BI orgulha-se de ser o ldimo representante do Brao Forte e da Mo Amiga do Exrcito Brasileiro no seio da sociedade que o acolheu.

    Na paz, o Exrcito uma escola Na paz, o Exrcito uma escola Na paz, o Exrcito uma escola de ordem, legalidade, fortaleza e de ordem, legalidade, fortaleza e de ordem, legalidade, fortaleza e

    obedincia. So as virtudes sobre cujo obedincia. So as virtudes sobre cujo obedincia. So as virtudes sobre cujo fundo estabelece-se a liberdade e fundo estabelece-se a liberdade e fundo estabelece-se a liberdade e

    desenvolve-se o progresso. desenvolve-se o progresso. desenvolve-se o progresso. Rui BarbosaRui BarbosaRui Barbosa

    Incorporao do Curso de Formao de Sargentos

    Formatura do Batalho

  • 27 ano xxxViii n 206 Jul/ago/Set 2010

    Participantes do ET Ex-Alunos CIMNC 2010

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    Operao Ex-Alunos

    O Centro de Preparao de Oficiais da Reserva (CPOR) do Recife o estabelecimento de ensino militar mais antigo de Pernambuco, destinado formao de Oficiais da Reserva do Exrcito Brasileiro. A histria desse Centro confunde-se, por vrias vezes, com a histria do Recife e de Pernambuco, considerando que por l foram alunos: prefeitos, governadores, parlamentares, desembargadores, juzes, mdicos, advogados e profissionais liberais de todas as categorias que alcanaram projeo regional e nacional. No dia 13 de novembro de 1933, iniciou suas atividades na Rua do Hospcio, ao lado do antigo Quartel-General da 7 Regio Militar/7 Diviso de Exrcito. Seis anos mais tarde, em 1939, transferiu-se para o Forte das Cinco Pontas, retornando sede original no ano seguinte, onde permaneceu por mais dois anos. Em 1942, mudou-se para a Rua Benfica, ocupando o prdio onde hoje funciona o IPHAN (Instituto do Patrimnio Histrico e Artstico Nacional). Em 1949, transferiu-se definitivamente para o tradicional e histrico bairro de Casa Forte, ocupando o chamado Casaro de Casa Forte.

    O supracitado foi inicialmente habitado pelos moradores

    de um engenho de cana de acar do sculo XVI. O engenho foi construdo em terras doadas por Duarte Coelho. As construes (casas, senzala, capela e sede) foram erguidas em um local denominado Campina de Casa Forte (local atualmente ocupado pela Praa de Casa Forte projetada por Burle Marx). O engenho passou pelas mos de vrios donos, razo pela qual tambm ganhou outras denominaes, entre elas a de dona Anna Paes. Foi nesse lugar que, em 17 de agosto de 1645, ocorreu um dos combates mais violentos da guerra contra os holandeses. Por conta do episdio, o engenho de Anna Paes acabou conhecido como a CASA FORTE, que deu nome batalha e ao atual bairro.

    O Centro de Preparao de Oficiais

    da Reserva do Recife realizou

    exerccio no terreno para oficiais

    da reserva; encontro indito que

    serviu para valorizar os Ex-Alunos

    e fortalecer os laos afetivos com o

    CPOR e com o Exrcito Brasileiro.

    27 ano xxxViii n 206 Jul/ago/Set 2010

  • 28 Centro de ComuniCao SoCial do exrCito

    Fundado apenas com o Curso de Infantaria, recebeu, ao longo do tempo, seus demais cursos: Artilharia e Intendncia (1944), Engenharia (1951), Comunicaes (1968) e Material Blico (1978). Ao longo de sua existncia, j formou mais de dez mil aspirantes a oficial, tendo sete deles participado da campanha da Fora Expedicionria Brasileira nos campos de batalha da Itlia. Mais recentemente, vrios oficias formados naquele estabelecimento de ensino integraram os contingentes brasileiros das Foras de Paz da ONU. Com orgulho, todos os alunos que passaram por este tradicional estabelecimento de ensino consideram-se herdeiros legtimos dos heris que participaram da Batalha de Casa Forte, ajudando a expulsar os holandeses do Brasil. Constitui-se o CPOR do Recife em um vigoroso lao de unio entre o Exrcito Brasileiro e a sociedade Pernambucana e Brasileira.

    Operao Ex-AlunoNo dia 12 de maio de 2010, 53 Ex-Alunos reuniram-

    -se, ainda de madrugada, no aquartelamento do CPOR do Recife e partiram para uma empreitada de dois dias de atividades militares no Campo de Instruo Marechal Newton

    Cavalcanti (CIMNC), em Aldeia, no Grande Recife, que abriga treinamentos e operaes militares desde 1945, e por onde passaram quase todas as turmas de aspirantes formadas no CPOR do Recife. O exerccio foi intitulado Operao Ex-Alunos (1 Exerccio no Terreno da Associao de Ex--Alunos do CPOR do Recife). O grupamento da Reserva foi constitudo por 53 oficiais R/2, fardados com o uniforme 4A1. Viaturas operacionais transportaram os participantes, que vibraram intensamente. Esse evento indito constituiu-se em uma das vrias aes que a Associao e o CPOR vm promovendo, focados na valorizao constante dos Ex-Alunos e na manuteno e fortalecimento dos seus laos afetivos com o Centro de Preparao de Oficiais da Reserva do Recife e com o Exrcito Brasileiro.

    Foi unnime o sentimento de empolgao e do dever

    cumprido que inundou os que participaram da atividade. O evento congregou instruo, confraternizao e demonstrao de mobilizao voluntria jamais vista. Juntar 53 homens que hoje tm famlias e profisses das mais variadas, no foi fcil. No entanto, todos deram mostras de profissionalismo e esprito militar ao sentir novamente o sangue verde-oliva correr nas veias, fato que pode ser constatado pelos depoimentos que se seguem:

    Ex-alunos reunidos para o incio do exerccio

    Instruo sobre armadilhas

    Embarque em viaturas operacionais

    28 Centro de ComuniCao SoCial do exrCito

    dEPOiMENTOS: Dedicamos alguma parte de nossas vidas ao Exrcito.

    bom saber que somos lembrados, bom sabermos que somos respeitados como cidados e Ex-Militares, que no fomos relegados a simples estatsticas.

    1 Ten R/2 Boanerges Alves da Costa Neto(Infantaria 1993)

    Naquela manh, ainda no CPOR, depois de vestir a far-da, minha juventude, minha vitalidade, honra, carter, respeito e hombridade voltaram tona. Um verdadeiro prazer, uma exploso Verde-Oliva. Chegar ao campo ento, ver aqueles

  • 29 ano xxxViii n 206 Jul/ago/Set 2010

    Associao de Ex-Alunos CPOR/R A Associao dos Ex-Alunos do Centro de Preparao

    de Oficiais da Reserva do Recife, fundada em 28 de outubro de 1982, tem a finalidade de incentivar e organizar o congraamento e a unio entre os Oficiais da Reserva, formados anualmente, desde 1936, pelo CPOR do Recife, bem como estreitar sua ligao com o Centro.

    A Diretoria da Associao mescla representantes de turmas recentes e mais antigas. Isso vem unir a energia e o desprendimento dos mais jovens, com a experincia, a solidez e a estrutura dos veteranos. O Comando do CPOR do Recife incentiva e estimula a aproximao e a presena dos Ex-Alunos no Casaro de Casa Forte, denominao dada ao prdio do Centro, localizado no histrico bairro de Casa Forte, em Recife. A sede da entidade funciona

    no prprio CPOR, propiciando um espao fsico para os trabalhos da Diretoria, permitindo receber os Ex-Alunos dentro de sua casa de formao militar.

    Cabe salientar o importante papel que a Associao dos Ex-Alunos do CPOR do Recife vem desempenhando firme e voluntariosamente para a integrao de todo o universo dos ex-integrantes (membros ou scios) e suas turmas, e para a constante renovao dos

    laos com o Centro. Alm disso, a nova gesto est imbuda na conquista de diversos benefcios para os associados. Convnios com faculdades, um link com empresas para recolocao (ou colocao) do Ex--Aluno no mercado de trabalho, torneios desportivos, grandes eventos de lazer e congraamento, so alguns dos benefcios conquistados.

    Eventos como encontros de turmas na rea de lazer do CPOR do Recife, um exerccio no terreno s para Ex-Alunos, assim como a participao do grupamento no Desfile Cvico--Militar de 7 de Setembro, entre outros, continuam a integrar e a reavivar fortemente o esprito Verde-Oliva e os valores da caserna.

    1 Grande Encontro de Ex-Alunos CPOR 2009

    Ger

    aldo

    Foto

    e V

    deo

    29 ano xxxViii n 206 Jul/ago/Set 2010

    ET Ex-Alunos CIMNC 2010 Instruo de Abrigos Improvisados

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    Ex-alunos reunidos para o Desfile Cvico-Militar de 7 de Setembro

    militares, senhores, jovens, em um todo, iguais; iguais em ideal e companheirismo, em raa e comprometimento.

    1 Ten R/2 Ricardo Ferreira dornelas (Comunicaes 1990)

    Voltamos ao passado e revivemos os melhores dias de nossas vidas, onde o esprito de companheirismo e solidariedade voltou com toda fora, esprito esse que s conhece, quem passou pelas mesmas dificuldades, uns procurando apoiar os outros que por qualquer razo necessitasse de ajuda, jamais deixando o companheiro entregue prpria sorte

    2 Ten R/2 Hermes de Arajo (Infantaria 1972)

  • 30 Centro de ComuniCao SoCial do exrCito

    A rabdomilise uma sndrome provocada pela ruptura de clulas musculares, e consequente necrose, resultando em extra- vasamento do seu contedo para o plasma, o que pode ser potencialmente txico, levando a alteraes la-boratoriais e manifestaes clnicas correspondentes. A gravidade pode variar de casos sem repercusso clni-ca significativa, at casos complicados de insuficincia renal aguda ou de arritmia ventricular e bito.

    Dessa forma, a doena refere--se destruio muscular, com liberao de seus componentes celulares na circulao, podendo levar disfuno renal e morte.

    O calor, o consumo de lcool, o esforo fsico intenso e prolongado em condies extremas de umidade relativa do ar, a ingesto abusiva de drogas lcitas ou ilcitas podem agravar um quadro de rabdomilise.

    PREVINA-SE CONTRA A RABDOMILISE

    Obtenha o material de divulgao.

    Aprenda a defender-se.

    Informaes: www.exercito.gov.br

    Atividade fsica intensa associada ao calor pode matar

  • 31 ano xxxViii n 206 Jul/ago/Set 2010

    Resumo histrico do Batalho

    O 9 Batalho de Engenharia de Combate (9 BE CMB) foi criado pelo Decreto n 4.799, de 06 de outubro de 1942, e organizado no Quartel do 1 Batalho de Engenharia de Combate, na cidade do Rio de Janeiro. Seu primeiro comandante foi o Capito Francisco de Paula Gonzaga de Oliveira e, no dia 10 de dezembro de 1942, o batalho deslocou-se para Aquidauana, na poca pertencente ao Mato Grosso.

    orgulhosamente denominado CARLOS CAMISO,

    em homenagem ao ilustre Comandante de umas das colunas da histrica Retirada da Laguna na Guerra da Trplice Aliana.

    Incorporado na Fora Expedicionria Brasileira, participou da Campanha da Itlia durante a 2 Guerra Mundial, realizando importantes trabalhos de engenharia e cooperando eficazmente nas conquistas de Monte Castelo, Castelnuovo e Montese, alm de outras expressivas vitrias alcanadas pela 1 Diviso de Infantaria Expedicionria. Por

    31 ano xxxViii n 206 Jul/ago/Set 2010

    O 9 BE Cmb na 2 Guerra Mundial

    O 9 BE CMB foi a nica Unidade de Engenharia do Exrcito Brasileiro a

    lutar na 2 Guerra Mundial e coube 1 Companhia de Engenharia a honra de ser a primeira tropa brasileira a cumprir misso

    de combate em territrio italiano.

    Capito Floriano Mller, Comandante da 1 Companhia de Engenharia de Combate, orientando a construo de uma ponte Bailey na 1 fase da Campanha da Itlia setembro de 1944

  • 32 Centro de ComuniCao SoCial do exrCito

    Batismo de fogo do 9 BE CMB na 2 Guerra Mundial

    Sob o comando do ento Coronel Jos Machado Lopes, foi a primeira Tropa de Engenharia a atravessar o Equador para lutar na Europa e tambm a 1 Unidade do Exrcito Brasileiro a entrar em ao na Itlia, com participaes em todas as operaes de combate afetas s Tropas Brasileiras, integrando o destacamento da FEB ao Norte de Pisa e no Vale do Sercchio, ou atuando no mbito divisionrio, desde os contrafortes da rea de Porreta at o Vale do Rio do P.

    Em janeiro de 1944, o 9 BE CMB deslocou-se para Trs Rios, Estado do Rio de Janeiro, onde ficou concentrado. Em

    32 Centro de ComuniCao SoCial do exrCito

    seus gloriosos feitos na Itlia, foi distinguido com a Citao de Combate e sua Bandeira foi condecorada com a Cruz de Combate de 1 classe e com a Ordem do Mrito Militar.

    O Estandarte Histrico do Batalho Carlos Camiso retrata, em suas cores e smbolos herldicos, a participao herica da nica Unidade de Engenharia do Exrcito Brasileiro a lutar na 2 Guerra Mundial. Foi condecorado, em 2008, com a ordem do Mrito da Defesa.

    1 Companhia de Engenharia de Combate do 9 BE CMB coube a honra de ser a primeira Tropa do Exrcito Brasileiro a defrontar-se com o inimigo, em solo europeu, em 04 de setembro de 1944.

    Participou desde sua criao de vrias Misses de Paz da ONU e de outros Organismos Internacionais (Angola, na frica, e Amrica Central), sediando, desde 2005, a concentrao e o preparo das Foras de Paz da Engenharia Brasileira para Misso das Naes Unidas Para Estabilizao no Haiti (MINUSTAH), alm de compor efetivos do 3 Contingente, 5 Contingente, Peloto Montese, 6 Contingente, 7 Contingente, 8 Contingente e 9 Contingente.

    Na paz, o batalho prepara contingentes de reservistas e qualifica homens para o mercado de trabalho, transformando-os em cidados conscientes de seus deveres e produtivos para a sociedade. Com participao ativa junto s comunidades locais, tambm se faz presente em todos os momentos, em uma total integrao com as sociedades Aquidauanense e Anastaciana.

    O 9 Batalho de Engenharia de Combate, nesta Campanha, tem

    realizado o Milagre dos Pes, est em toda parte e

    atende a todos. General Cordeiro de FariasCoronel engenheiro Jos Machado Lopes

  • 33 ano xxxViii n 206 Jul/ago/Set 2010

    A Conquista de MonteseA regio italiana de Montese configurava durante a

    Campanha da Itlia um baluarte das Foras Alems empregadas naquele territrio. Nesta posio, os alemes barravam a penetrao aliada no vale do Rio Panaro e por ele a plancie do Rio P, opondo tenaz resistncia, empenhando todos os meios disponveis at a exausto e gastando toda a munio, tal a intensidade dos bombardeios.

    Foram gastos em apenas um dia (15 de abril de 1945) mais de 12.800 granadas de artilharia, sendo 3.200 alems e 9.600 dos aliados.

    Nessa operao, durante a desobstruo da estrada Canevacchia-Montese, completamente minada e obstruda para a progresso dos blindados aliados, a 1 Cia Eng foi surpreendida pela atuao da artilharia alem, quando, apesar do perigo, prosseguiu no trabalho at o cumprimento total da misso.

    O General Mascarenhas de Morais, Comandante das Foras Expedicionrias, assistindo o combate de seu observatrio, vendo chegar o Coronel Machado Lopes, Comandante do 9 BE CMB, exclamou: Coronel Machado, veja como so hericos aqueles americanos. Respondeu Machado Lopes: Hericos sim, mas a sua engenharia em ao, meu general.

    Montese foi a epopia, a mais sangrenta vitria da Fora

    33 ano xxxViii n 206 Jul/ago/Set 2010

    junho, embarcou no cais do porto do Rio de Janeiro, junto com os elementos precursores do 1 Escalo de Embarque. Em 16 de julho chegou Npoles e, em 06 de setembro, a 1 Companhia passou disposio do IV Corpo de Exrcito. Em 13 de novembro de 1944, completou sua reunio em Suviana.

    Os primeiros brasileiros que penetraram em Camaiore foram alguns praas de Engenharia, sob o comando do 1 Tenente Paulo Nunes Leal, ento integrante do Grupamento s ordens do Capito Ayrosa.

    Foi justamente a 1 Companhia de Engenharia de Combate, comandada pelo Capito Floriano Mller, a primeira tropa brasileira a entrar em contato com o inimigo em terras de alm-mar, na pennsula itlica. Prestou apoio de Engenharia em face da grande necessidade de trabalhos aps a queda de Pisa-Florena. Em apenas oito dias, limpou e reparou 20 km de estradas e construiu duas pontes Bailey, uma em Montecalvoni (190 ps 40 Ton) e outra em Santa Maria in Monte (140 ps 40 Ton).

    A 6 de setembro de 1944, construiu na zona de combate uma ponte denominada Ponte da Indepen-dncia, uma lembrana Independncia dio Brasil, ocorrida em 7 de setembro de 1822. Com a chegada dos 2 e 3 escales, o batalho completou o seu efetivo e passou a operar no Vale do Reno com todos os seus elementos.

    Construo da ponte sobre o Rio Arno, batizada de Ponte Independncia ou Ponte 7 de Setembro

  • 34 Centro de ComuniCao SoCial do exrCito

    Expedicionria Brasileira, com 426 baixas em combate, cabendo aos mineiros do Onze a glria de conquistar a localidade, tendo os engenheiros do 6 Peloto da 2 Companhia de Engenharia de Combate, sob o comando do Tenente Vinhais, a honra de estar lado a lado com a infantaria.

    Reconhecimento do Marechal Mascarenhas de Moraes

    Unidade de Escol, teve a feliz oportunidade de ter sido a primeira tropa a ser engajada contra o inimigo.

    Entre os seus mais assinalados feitos, sobrelevam-se, indelevelmente, as jornadas estafantes da preparao de estradas, reconstruo de pontes e a desobstruo do tnel de Castelacio, que serviram para facilitar e consolidar as memorveis vitrias que obtivemos no vale do Sercchio.

    Sobressaem repletas de glrias e sacrifcios as pginas que escreveu para a conquista de Monte Castelo, Castelnuovo e Montese, onde sua colaborao foi particularmente eficiente, a despeito da ao mortfera e aproximada do inimigo, nas misses de acompanhamento, remoo e balizamento de campos minados e desobstruo de comunicaes.

    Mais tarde, j nas operaes de explorao do xito e perseguio, seus elementos avanados, na rdua tarefa de busca e neutralizao de minas esparsas e campos minados, proporcionaram s tropas brasileiras elementos de real valia na manobra divisionria, que culminou com o aprisionamento da 148 Diviso de Infantaria Alem.

    O 9 BE CMB confirmou, portanto, nos campos de

    batalha da Pennsula Itlica, o acerto de sua escolha como participante da FEB e o valor inconfundvel do moderno soldado de Engenharia, dirigido por quadros capazes e por um comando sereno e proficiente. A experincia adquirida em organizaes militares de Engenharia de Construo e de Combate no Brasil foi muito importante para o destacado desempenho da tropa na Itlia, uma vez que os engenheiros militares foram recrutados por sua capacitao tcnica evidenciada nas manobras, exerccios e trabalhos aqui desenvolvidos.

    Concorreu, assim, brilhantemente para que nossa Ptria fosse reservado um lugar de relevo entre as naes que velaro pela paz vindoura e futura reconstruo de um mundo livre e feliz.

    34 Centro de ComuniCao SoCial do exrCito

    Ponte sobre o Rio Arno-Itlia setembro de 1944

    Nesta Campanha da Itlia, em que participaram

    vitoriosamente as armas brasileiras, a 1 Diviso de

    Infantaria Expedicionria teve no 9 Batalho de Engenharia uma

    Unidade altura de seu renome.Marechal Mascarenhas de Moraes

  • 35 ano xxxViii n 206 Jul/ago/Set 2010

    Formatura do Ato de Trasformao do HGeRJ

    Hospital Geral do Rio de JaneiroReestruturao e nova designao

    O Hospital Geral do Rio de Janeiro (HGeRJ) o mais ilustre Infante do Programa de Revitalizao do Servio de Sade, recm- -implantado pelo Departamento Geral do Pessoal.

    Fruto do Ato de Transformao do antigo Hospital de Guarnio da Vila Militar (HGuVM), oficializado pela Portaria n. 729, de 07 de outubro de 2009, do Comandante do Exrcito, o HGeRJ passou a integrar o rol de Organizao Militar de Sade (OMS) do Exrcito.

    Atualmente, a OMS ainda se encontra em franco processo de reestruturao organizacional, uma vez que oriunda de um Hospital de Guarnio, estrutura de menor porte na hierarquia dos hospitais do Servio de Sade do Exrcito.

    So justas as homenagens ao HGuVM, que nos seus 95 anos de profcua existncia, destacou-se pelos relevantes servios prestados sade da famlia militar, com uma trajetria marcada por importantes mudanas em sua estrutura organizacional. A sua histria teve incio nos idos de 1914, na Fazenda Sapopemba, Deodoro, como Posto de Assistncia da Vila Militar. Transferido, em 1937, para as instalaes da tradicional Escola Rosa da Fonseca, foi transformado, no seu trigsimo terceiro ano de fundao, em 1947, em Pronto Socorro da Vila Militar.

    Devido ao grau de complexidade dos pro-cedimentos exigidos por seus assistidos, a pequena Unidade de Sade acabou sendo elevada, em 1951, categoria de Hospital de Guarnio. Aps 47 anos profcuos, por necessida-de do servio, em junho de 1998, passou por um processo de fuso com a Policlnica de Guarnio da Vila Militar, Organiza-o Militar de Sade que prestava servio ambula-torial naquela guarnio desde 1966. A partir de

    ento, ocupando uma nova rea geogrfica, o HGuVM teve a sua infraestrutura parcialmente redefinida pelo Plano Diretor institudo poca.

    O Programa de Reestruturao HGuVM/2009, hoje HGeRJ, segue em ritmo acelerado. A otimizao dos processos tcnico-administrativos e a humanizao do ambiente de trabalho tm sido os alicerces da atual administrao no sentido de promover o bem-estar da nossa gente com a qualidade dos servios oferecidos. Com projetos de reformas diversas na estrutura existente, no intuito de proporcionar maior segurana e conforto aos usurios, a remodelagem arquitetnica tem sido planejada com o propsito de gerar uma ambincia mais acolhedora ao hospital.

    O HGeRJ j vale ouro! No dia 16 de maro de 2010, o hospital foi agraciado,

    pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro, com o Prmio Qualidade Rio (PQRio), ciclo 2009, Categoria Ouro, pelo critrio da excelncia administrativa. Participaram do concorrido evento, mais de 160 empresas do Estado, alm de diversas Organizaes Militares da guarnio local, tambm distinguidas com premiaes, desde Meno Honrosa,

    35 ano xxxViii n 206 Jul/ago/Set 2010

  • passando pelo Bronze, pela Prata at o cobiado Ouro.

    O PQRio, lanado em 1999, estimula o contnuo aperfeioamento no desempenho das organizaes e atua em setores prioritrios, entendidos pela sociedade como reas crticas educao, sade, segurana, energia, turismo e entretenimento sobre as quais so desenvolvidos programas para que as empresas busquem novas tecnologias, melhorem seus processos, eliminem desperdcios e modernizem suas gestes. Seu Sistema de Avaliao adota como base os Critrios de Excelncia do Programa Nacional de Qualidade (PNQ), considerado o estado da arte na busca da excelncia, com itens que abordam, de forma integrada e harmnica, os principais aspectos do desempenho competitivo, tais como: liderana da alta administrao, desempenho relativo aos clientes, gerenciamento de um sistema de informaes e de processos, desenvolvimento de recursos humanos e otimizao dos custos.

    Programa de reestruturao do HGeRJ

    O programa teve incio em janeiro de 2009, ainda na gesto do antigo HGuVM, e visa dar melhor acolhimento, em um ambiente de trabalho saudvel, para o pblico interno e externo, adequando as instalaes tcnico-administrativas

    do hospital demanda crescente de usurios da Guarnio da Vila Militar. E, ao mesmo tempo, oferecer um atendimento de eficcia, com qualidade em sade, aos usurios do SAMMED/FuSEx.

    O programa est sendo desenvolvido fundamentado na humanizao do ambiente de trabalho e na otimizao dos processos tcnico-administrativos, abrangendo os seguintes projetos: proposta de um novo Quadro Complementar de Pessoal (QCP); retificao do Organograma Institucional; redistribuio do pessoal; priorizao dos servios tcnicos; redimensionamento da rea til; adequao da Segurana Orgnica; reativao do Plano Diretor; e desativao parcial do Anexo (instalao do antigo HGuVM).

    Inmeros projetos foram concludos desde a implementao do Programa de Reestruturao e outros encontram-se em fase de execuo. Um dos projetos alvissareiros para ser realizado, em 2010, o Centro de Reabilitao para apoiar os Jogos Mundiais Militares/2011.

    Atividades teraputicas especiais

    Utilizando-se de uma equipe multidisciplinar, o hospital est de-senvolvendo dois programas tera-puticos especiais: o Programa da Melhor Idade e o Programa Pho-enix/Autoestima, para melhorar a qualidade de vida do idoso e dos dependentes qumicos e portadores de DST/AIDS, respectivamente.

    Prmio Qualidade Rio 2009-2010

    36 Centro de ComuniCao SoCial do exrCito

    Programa de Reestruturao do HGeRJ Reforma do Auditrio

  • Programa da Melhor IdadeO Programa da Melhor Idade a estrela do momento

    em todas as empresas que aplicam a metodologia da gesto pela qualidade. A sociedade brasileira est passando por um profundo processo de reorganizao e despertando para uma nova conscincia. cada vez mais ntida a necessidade e o desejo de contribuir para a melhoria dos diversos segmentos da sociedade, particularmente aos integrantes da chamada terceira idade. O Servio Social do HGeRJ vem desenvolvendo, desde 2004, um programa especfico de ateno ao idoso com o objetivo de contribuir para a melhoria do seu estado de sade e bem-estar social, promovendo a autoestima e a sua insero no contexto scio-familiar.

    Para que haja longevidade com qualidade de vida, manuteno da capacidade funcional e da autonomia necessrio que os indivduos idosos estejam envolvidos em programas com abordagem multidisciplinar, com des-taque para a atividade fsica e exerccio, com o intuito de prevenir e minimizar os efeitos deletrios do envelhecimento.

    O trabalho do Grupo da Melhor Idade, portanto, oferece atividades de cultura-lazer-recreao e eventos. Nos tempos atuais, h muitas atividades que podem ser realizadas pelo idoso e esse programa pretende sugerir algumas que podero no s incentiv-lo, como servi-ro para o desenvolvimento interpessoal com outras faixas etrias. A terceira ida-de, ou melhor idade, como se denomina preferencialmente, deve apresentar al-gumas caractersticas bsicas nesse inter-cmbio, demonstrando a possibilidade

    de ter qualidade de vida e propici-la aos demais.

    Para tanto, o objeti