revista op - edição 1 | 2012

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1ª edição da Revista OP

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Page 1: Revista OP - Edição 1 | 2012
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Caminho Novo, Serraria9760-026 [email protected]/fax: +351 295903124

MISSÃO

VALORES

O mundo pertence às crianças. E são estas que, (in)conscientemente, valorizam a justiça social, a solidariedade e a verdade. Sob este pressuposto a missão da Olhar Poente é dar essência ao tempo de coabitação salutar entre crianças e adultos. Potenciar experiências de voz e gestos, onde o ecrã é a imagem luzente que um tem do outro. E todos é soma de todas as partes interessadas em ver um bebé saudável, um menino alegre e uma criança otimista. Educar para o otimismo, fomentando a paz, a não-violência e a tolerância, transmitindo às crianças a convicção de que a felicidade não está no consumismo nem na competição, mas sim, na solidariedade e fraternidade.

Tratar cada criança, por direito próprio, de forma igual. Os flash´s, sorrisos e acenos são para um todo, presenteando cada criança com a mesma porção de respeito, equidade e generosidade. Não há lutas nem animosidades. Apenas proximi-dade. Entre rurais e citadinos que semeiam a mesma terra com responsabilidades de boa colheita futura.Por um mundo com mais oportunidades do que fraquezas.

PROJETOS

Um projeto é um risco. E como gostamos de projetos, gostamos de arriscar. E isto implica dedicação, esforço e concentração da equipa de trabalho, garantindo que em máxima segurança é possível inovar projetos educativos e pedagógi-cos com crianças. Somos a primeira Creche e Atl Rural a nível nacional. Criámos a singular Pizza Biológica. Desenvolvemos o primeiro GeoCampsPark. Não para sermos os primeiros, mas sim para podermos possibilitar que as nossas famílias e crianças tenham a coragem de arriscar connosco na inovação, diferenciação e criatividade. Onde os horizontes infantis, juvenis e adultos complementam-se na aproximação a um futuro mais risonho e otimista.E um projeto não é um fim em si mesmo. Não é estanque nem mero quadro conceptual. É antes de mais um passeio com mãos entrelaçadas e de direção assertiva entre adultos e crianças. É esse o nosso caminho. É esse o nosso maior projeto.

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ARTIGO CIÊNTIFICO

OPINIÃO

OLHAR INFANTIL

OLHAR NATURA

GUIA DE NUTRIÇÃO

FLASH

EDITORIALSomos orgulhosamente rurais.

Esta primeira edição da Revista OP, além de promover através de artigos de opinião reflexões sobre a área infantil e juvenil, consolida a importân-cia do saber viver no mundo rural.

Neste número, apresentamos quatro artigos nas áreas da Saúde, Psicolo-gia, Nutrição e Educação. Todos os artigos relevam a criança ou jovem para o centro das nossas preo-cupações, mas também nas necessárias soluções para que a faça-mos feliz.

Também informamos com textos e imagens, os beneficios dos projetos educativos para as crianças. Desde sempre contamos com o constante apoio das famílias, envolvendo-os não apenas como meros espetadores, mas antes como parte ativa de uma Creche e Atl Rural. É disso exemplo o Projeto “As Profissões”.

E foi também numa realidade rurali-zada que nasceram dois projetos pioneiros nos açores: os campos de férias GEOCAMPSPARK e ARTCAMP. O primeiro inserido exclusivamente no Geoparque Açores e o segundo um campo onde se potenciou a maior arte na região que é a juventude.

Precisamos das decisões das crianças, dos seus princípios, dos seus valores. Porque só com essa força é que a sociedade muda e progride. É essa a nossa Mala Viajante.

MALA VIAJANTE

UNESCO

. Sandra S. - As atitudes: conceção, formação e mudança.

. Paulo Mendes - «Macaquinho de imitação».

. Creche - Projeto as Pro�ssões.

. ATL - Projetos do ATL.

. Megafone com Sérgio Nascimento.

. Dicas Olhar Infantil.

. GeoCampsPark.

. ArtCamp.

. Dicas Olhar Natura.

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SÉRGIO NASCIMENTO

. Dietista Catarina Pedroso Lima"Formação dos hábitos alimentares e estilos de vida"(parte 1)

. Maldade da Infância e Adolescência: Bullying.

. Missão Global.

. Projeto Mala Viajante.

. Atividades Olhar Infantil em fotos.

. Megafone: Geocamp o poder da Natureza

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SANDRA SERPAEducadora de Infância

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O conceito de atitude é muito abrangente e complexo, pois cada indivíduo tem uma perceção difer-ente sobre o que são as atitudes. Contudo, existem componentes comuns nas variadas definições de atitude, por serem capacidades internas do indivíduo. Assim, o conceito de atitude designa com-portamento ou forma de agir, dizendo respeito ao vínculo existente entre o conhecimento adquirido por um indivíduo e a ação que realizará no presente ou no futuro. As atitudes surgem de um juízo de valor que é realizado sobre um determinado objeto ou situação, apoiado nas crenças, normas, valores sociais e individuais, as quais influenciam, positivamente ou negativamente, as atitudes que cada indivíduo decide ter. Também podem ser reguladas pelo medo de ultrapassar os limites que a socie-dade impõe, pois implicará uma sanção. Por isso, a avaliação que cada indivíduo faz é um marco impor-tante no seguimento ou não de uma determinada conduta, pois não influenciará apenas os aspetos do foro individual mas também o âmbito social, em especial, as pessoas que lhe são mais íntimas. É depois de uma avaliação das consequências de uma determi-nada atitude que o indivíduo opta por seguir ou não com essa conduta. Mas afinal como se formam as atitudes? É uma pergunta simples

mas com uma resposta complexa, pois existem diversas teorias sobre a formação das atitudes. Sendo assim, exponho apenas alguns indicadores que me parecem sensatos.As atitudes são fruto da interação com o meio e constituem-se como positivas ou negativas. Portanto, o reforço positivo ou negativo influenciará a consolidação das atitudes negativas ou positivas, face a um determinado objeto ou situação, o que condicionará a conduta do indivíduo (Blasco, 2001). As atitudes também podem ser encaradas como variáveis intermé-dias da personalidade, mediadoras do interior e exterior do indivíduo. Assim, surge a preocupação pelo descobrimento das funções das atitudes: proporcionarem recom-pensas ou penalizações; prote-gerem de sentimentos menos bons ou do conhecimento de verdades desagradáveis ao indivíduo; permitirem o reflexo dos valores identificados no grupo de referên-cia. No que concerne à avaliação pessoal, as atitudes serão regula-das em função das crenças de conduta do indivíduo. No que concerne à avaliação social verifi-camos a existência de uma norma subjetiva, que encaminha o indivíduo a avaliar de acordo com o que a sociedade esperaria dele, e com o que pensariam os seus referentes como sejam, a família, amigos e grupos sociais do seu interesse.

Como Educadora de Infância considero de extrema importância que as instituições de educação e ensino promovam a mudança de atitudes no(a)s aluno(a)s que apre-sentem problemas a este nível, mas para isso, é importante conhecer o(a) aluno(a) e o meio familiar/social onde se insere, os seus valores, crenças e comporta-mentos, de forma a ter perceção das suas necessidades, que podem ser de aquisição, melhoria ou de mudança de atitudes (Sánchéz y Mesa, n.d).

É fulcral fomentar as relações entre iguais, proporcionando aos/às aluno(a)s momentos de partici-pação ativa através do debate, do diálogo, da partilha, da coope-ração, apoiando o(a)s aluno(a)s a analisar, a avaliar a realidade, a ponderar e a refletir sobre as suas ações, numa tentativa de modifi-cação de atitudes.

Para concluir, considero muito importante que se explore regular-mente esta vertente, de forma transversal em todas as áreas, partindo dos interesses, moti-vações e necessidades do(a)s aluno(a)s, de modo a formar e educar em prol de atitudes ajusta-das, pois só desta forma se poderá mudar algo na sociedade.

Blasco, J. (2001). Valores y Actitudes en la Educación: Teorías y estrategias educativas. Valencia: Tirant lo Blanch.

Sánchez S. e Mesa, Mª. (s/data). Actitudes hacía la tolerancia y la cooperación en ambiente multiculturales.

As atitudes: conceção, formação e mudança

OPINIÃO

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PAULO MENDES

A imitação é, no senso comum, considerada uma forma menor de aprendizagem, mas está longe de o ser. Apesar da criança ser capaz, desde cedo, de imitar expressões faciais, a imitação é um requisito fundamental para a designada aprendizagem social.

A imitação envolve quem imita e o modelo de referência. É verdade que aprendemos ao imitarmos, mas também somos figuras de referência para outros que também aprendem.

É óbvio que, dependendo do escalão etário e experiência, uns imitam mais do que outros, assim como uns são mais vezes figuras de referência do que outros. Imitar não é fácil, se assim o fosse, sería-mos especialistas em tudo o que quiséssemos fazer e ser, bastaria para tal imitar as figuras de referên-cia adequadas.Ser figura de referência para alguém acarreta uma responsabili-dade, nem sempre assumida. Porque nem sempre é formalizada, pelo que cada ação do adulto, considerado experiente pela criança, deve ser ponderada e cuidada.

Os progenitores que pretendem educar o(a)s filho(a)s, devem-no fazer através do seu próprio com-portamento que servirá de referên-cia. É certo que não é fácil, mas as crianças e, especialmente, adoles-centes, dificilmente, aceitarão a lógica do 'não faças aquilo que eu

faço, mas antes aquilo que te digo'.Se os progenitores são as primei-ras figuras de referência para a criança que os considera perfeitos, pois são fonte de segurança, a par do(a)s Educadore(a)s de Infância e professores. Mais tarde, na adolescência, as figuras de refe-rência são outras: o grupo de pares (amigos), os atores e atrizes de cinema, jogadores de futebol, etc. Enfim, todas as figuras de referên-cia dos adultos.

Os progenitores, para o(a) adoles-cente já não são perfeitos, têm defeitos como todos os outros adultos. Por isso é normal a ocor-rência de alguns conflitos entre progenitores e adolescentes que, na maior parte das vezes, não são mais do que a consequência do progenitor passar, em pouco tempo, de figura de referência a alguém tão banal como imperfeito. O(A) adolescente, por sua vez, procura figuras de referência, um modelo, não necessariamente no sentido literal, mas alguém perfeito que lhe dê segurança.

Seria tentador simplificar a imitação como forma de aprendiza-gem. Contudo a imitação não é tão simples como o título deste artigo sugere, pois depende não só do modelo, mas também da 'recom-pensa' que é atribuída a quem imita. Portanto, se o comporta-mento do(a) imitado(a)r não for reforçado, então não se repetirá, o mesmo acontecerá se o comporta-mento do 'modelo' ou figura de

referência não obtiver a devida recompensa, o qual deixará, muito provavelmente, de ser objeto de imitação.

Enfim, imitar é aprender. Mas cuidado com aquilo que aprende e ensina.

«Macaquinho de imitação»

OPINIÃO

Psicólogo

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Na Creche consideramos ser de extrema importância a participação ativa e regular das famílias no processo educativo das crianças, de modo a criar situações de aproximação entre a família e a escola, propiciando um envolvi-mento benéfico, para ambos os intervenientes, pois tal como nos refere Matos “a família e a escola, embora diferentes na sua natu-reza, têm interesses, objetivos e preocupações comuns relativa-mente aos seus educandos. Por este motivo estas duas instituições são complementares uma da outra” (1994, p. 25).

Sendo assim, torna-se importante envolver a família nos trabalhos realizados na Creche, pois este envolvimento vai sedimentar e completar o conhecimento, que se traduzirá em aprendizagens contextualizadas para as crianças. Cremos também que esta inter-ação regular e trabalho conjunto propícia e auxilia a lidar com o desenvolvimento de valores, de atitudes, de saberes que contribuirão para a formação integral das crianças.

VISITA AO PAI FERNANDO LAVRADOR

As crianças aprenderam com o pai Fernando o que faz um lavrador e do que se alimentam os animais. Também tiveram a oportunidade de explorar e simular a condução de um trator.

VISITA DA MÃE LÍLIA ENFERMEIRA

A mãe Lília explicou e exemplificou o que faz uma enfermeira e trouxe diversos materiais para as crianças explorarem e manipularem. As crianças ouviram o seu coração com o estetoscópio e também elaboraram um cartaz onde colaram e identificaram cada um dos instrumentos de trabalho explorados.

VISITA DA MÃE PAULAPROFESSORA 1º CICLO

A mãe Paula contou o que fazia na sua profissão e na Escola onde trabalha, como seja, ensinar as crianças a escrever, ler, contar e aprender coisas sobre a Terceira, os Açores, Portugal e sobre o mundo. Em conjunto com a Paula as crianças exploraram um livro e pintaram um desenho.

OLHAR INFANTIL / creche

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PROJETO AS PROFISSÕES por Sandra Serpa

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VISITA DA MÃE SARAPROFESSORA DE DESPORTO

A mãe Sara preparou uma aula de Educação Física, na qual explorou com as crianças diversos jogos de movimento e de imitação de forma a permitir que as crianças circu-lassem por todo o espaço exterior da zona relvada.

VISITA AO TRABALHO DA MÃEMÓNICA - POLÍCIA MILITAR

Com a mãe Mónica as crianças assistiram ao treino dos cães - pastores alemães e também fizeram uma visita à Esquadra da Polícia, onde tiveram oportunidade de conhecer as diferentes secções e explorar os jipes. Após a visita, nada melhor que um almoço espe-cial no Ocean View e uma visita à Biblioteca Infantil, local de trabalho da avó do Daniel.

VISITA AO TRABALHO DA MÃEMARIA - EMPREGADA DE SUPERMERCADO

As crianças foram até ao super-mercado onde trabalha a mãe Maria que explicou em que consis-tia o seu trabalho. Fizeram uma visita pelas diferentes secções da loja e foram encaminhadas a iden-tificar, reconhecer e nomear alguns produtos. Também escolheram e compraram algumas frutas, para fazer uma maravilhosa salada de fruta!

Regularmente a Creche realiza projetos que proporcionem uma vertente prática de manipulação, exploração e experimentação, de uma forma ativa, significativa e dinâmica, o que consideramos fundamental para que as crianças compreendam o mundo em seu redor e para que saibam agir no mesmo.

Contudo, este trabalho implica esforço e dedicação, não só de nós, equipa coordenadora e educativa, mas das famílias e de

todas as entidades que nos apoiam ao nível de transporte. Assim, deixamos aqui um sincero agradecimento aos pais que permitiram que este projeto se realiza-se, bem como a todos os que contribuíram para o sucesso do mesmo, de forma direta ou indireta. Um grande obrigado a todos da equipa “Olhar Infantil”!!!

Matos, A. (1994). A Escola nas suas Relações com os Pais. Cadernos Profissionais. N.º 2. Porto: Instituto Politécnico.

InscriçõesAbertas

As inscrições para a Creche e ATL já estão a

decorrer, saiba mais em:

�.olharpoente.pt

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O ATL apresenta-se no mundo das crianças de idade escolar como um contexto educativo que oferece múltiplas aprendizagens. “As crianças precisam de espaço em que aprendam com as suas próprias acções, espaço em que se possam movimentar, em que possam construir, escolher, criar, espalhar, edificar, experimentar, fingir, trabalhar com os amigos, trabalhar sozinhas e em pequenos e grandes grupos” (Hohmann, Banet, Weikart, 1987, p. 51).

Desta forma, o Projeto Pedagógico da valência de ATL para este ano letivo, contempla a exploração de inúmeras temáticas e a realização de diversos projetos, respeitando o ritmo de aprendizagem de cada criança, os seus interesses e necessidades, contribuindo, desta forma, para uma verdadeira aprendizagem, pois “a aprendiza-gem significativa é maior quando o aluno escolhe, de uma variedade de opções e recursos, aquilo de

que precisa e quer aprender” (Rogers, 1997 citado por Vieira, 1999, p. 91).

APRENDENDO COM EXPERIÊNCIAS

Aproveitando a comemoração do Dia Mundial da Ciência surgiu o projeto “Aprendo com Experiên-cias” de forma a incentivar as crianças a seguirem as etapas do método científico, sendo as mesmas, problematização, formu-lação de hipóteses, experimen-tação e verificação.Tendo em consideração que o Projeto Educativo da instituição

aborda as questões ambientais e uma vez que temos na instituição uma horta biológica, optámos por realizar experiências relacionadas com a terra e com a água.

Assim sendo, as crianças reali-zaram experiências que permitiram conhecer a acidez dos alimentos e de determinados produtos, perce-ber o que faz mal às plantas, perceber o porquê das plantas precisarem de luz/sol para se desenvolverem e compreender a germinação e o crescimento de uma planta. Com as experiências sobre a água as crianças descobriram como as plantas “bebem a água”, que alimentos e objetos afundam ou flutam na água e o porquê desse fenómeno ocorrer, bem como, porque é mais fácil boiar no mar.

OLHAR INFANTIL / ATL

“ As crianças precisam de espaço em que aprendam com as suas próprias ações, espaço em que se possam movimentar, em que possam construir, escolher, criar, espalhar, edificar ... ”

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Foi uma semana de pura experi-mentação, onde as crianças observaram, testaram, descobri-ram e comprovaram como grandes cientistas. Depois nada melhor que por em prática o que aprenderam e experienciaram, e realizar uma experiência com as crianças da Creche, numa tentativa de incen-tivo dos mais novos para a realiza-ção de experiências.

SEMANA DOS SENTIMENTOSE SEXUALIDADE

No ATL “Olhar Infantil” é dada importância a uma grande diversi-dade de problemáticas, e os senti-mentos e sexualidade não pode-riam ficar esquecidos, por serem de extrema importância para o desenvolvimento de atitudes de aceitação de si mesmo, do seu corpo e da sua sexualidade. Consideramos de extrema importância que as crianças apren-dam a transmitir e a lidar com os seus sentimentos e frustrações de uma forma saudável. Por isso, através de diálogos informais, de discussões em grande grupo, as crianças foram capazes de expres-sar opiniões e sentimentos pessoais, em momentos de partilha com o outro. Quanto à sexualidade, por ser um conceito muito vasto que engloba uma grande variedade de temas que estão relacionados entre si e porque coexistem diversas vivên-cias da sexualidade, optámos por explorar apenas alguns itens, em função dos interesses e necessi-dades das crianças.

Foi num ambiente de confiança e compreensão, mediante a exploração de jogos, a realização de atividades de expressão plástica e a visualização de um filme educativo, que as crianças foram encaminhadas para uma aprendizagem e compreensão sobre as componentes anatómicas do corpo humano e os mecanis-mos biológicos da reprodução humana, mas também para a valorização da sexualidade e

afetividade entre as pessoas no desenvolvimento individual, respeitando o pluralismo das conceções existentes na socie-dade portuguesa, respeitando as diferenças entre as pessoas e as diferentes orientações sexuais.A sexualidade ainda é encarada por muitas pessoas como um tabu, por isso, é nossa obrigação desmistificar os preconceitos asso-ciados à sexualidade humana para que seja encarada como algo perfeitamente normal, natural e saudável. É desta forma que é transmitida às nossas crianças.

SEMANA DA FAMÍLIA

No mês de março, aproveitando a chegada do dia do Pai, as crianças do ATL exploraram o projeto “Semana da Família” que permitiu momentos de partilha e diálogo sobre as famílias de cada criança, com o intuito de ficarem a conhecer as diversas tipologias familiares e de aceitarem todas as famílias, sejam elas qual forem. Na nossa sociedade deparamo--nos com diversas estruturas e dinâmicas familiares, por isso, é nosso dever dar a conhecer às crianças as mesmas, sem tabus e preconceitos, para que encarem todas as famílias com maturidade e naturalidade.

VISITA DE ESTUDO AO MUSEU DE ANGRA DO HEROÍSMO

No dia 2 de março as crianças do ATL tiveram a oportunidade de

fazer uma visita de estudo ao Museu de Angra do Heroísmo, mais concretamente, à exposição“Do Mar e da Terra… Uma História no Atlântico”. Durante a visita tivemos o prazer de ser guiados pela Senhora Ana Lúcia Almeida, a quem agradecemos desde já a hospitalidade. Foi a primeira vez que as crianças do ATL foram a um museu, sendo só por isso, uma experiência inesquecível e a repetir, já que as crianças ficaram fascinadas com a história que passaram a conhecer com esta visita, marcada pela descoberta das ilhas dos Açores a meados do século XV.

Foi sem dúvida um momento de aprendizagem significativa, pois as crianças ao verem a exposição viveram os momentos que a mesma revelava tão bem. Um momento de integração de novos conhecimentos sobre a nossa terra, as nossas gentes e os nossos costumes, cuja raiz era desconhecida pelas crianças. Agora, serão elas que poderão transmitir os conhecimentos adquiridos e assim contribuir para a disseminação do mesmo. Após a visita ao museu, nada melhor do que por em prática os conhecimentos apreendidos e explorar algumas técnicas de expressão plástica no Serviço Educativo do Museu de Angra do Heroísmo, espaço extraordinari-amente apelativo e atrativo para as crianças.

As crianças do ATL deram vida a um prendedor para portas, espon-jando o céu e o mar com vários tons de azul, utilizando um garfo para simular as ondas do mar e por fim, aplicando através de colagem uma caravela, elemento inerente ao processo de povoamento das ilhas dos Açores. Em poucas palavras, uma visita fantástica e a repetir!!!

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Ilustração de Celina Coelho - ATL

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MEGAFONE

COORDENADOR PEDAGÓGICO DA CRECHE E ATL

1- Como surgiu a possibilidade da Associação de Desenvolvi-mento "Olhar Poente" em ficar com a concessão da Creche Municipalizada da Vila Nova?

A Olhar Poente tem como missão desenvolver projetos ligados à infância e juventude, predomi-nantemente nas zonas rurais. Ao criarmos a associação em novem-bro de 2009 ficámos atentos ao potencial humano e social que existe nas freguesias, principal-mente pela proximidade e sinceri-dade das pessoas que aqui residem, mas também pela reduzida oferta educativa das valências creche e ATL na Vila Nova e freguesias limítrofes.

A Olhar Poente ao tomar conheci-mento do concurso público das creches e ATL´s do Município da Praia da Vitória ficou desde logo entusiasmada em concorrer. Tínhamos apenas 5 meses de

existência e considerámos que este seria um projeto de criação de postos de trabalho e inserção na vida ativa dos estagiários que tínhamos na altura. Trabalhámos arduamente em conseguir obter os devidos licen-ciamentos obrigatórios e apoio financeiro junto das entidades competentes: Direção Regional da Solidariedade e Segurança Social (DRSSS) e Instituto para o Desen-volvimento Social dos Açores (anterior Instituto de Ação Social). Obtivemos os respetivos licencia-mentos, mas não conseguimos obter o apoio financeiro para apoiar as famílias das crianças da creche por falta de cabimento orçamental da DRSSS. Ainda não desistimos porque as crianças merecem o nosso empenho.

2- Considera a rede de Creches Municipalizadas uma mais valia para o Concelho da Praia da Vitória e ilha Terceira?

Embora considere necessária uma melhoria qualitativa desta mesma rede, nomeadamente numa maior aproximação das várias valências instaladas nas diferentes fregue-sias, intercâmbio de experiências e saberes dos vários técnicos envolvidos e cruzamento de atividades entre as crianças de cada valência, julgo que a iniciativa de criar espaços educativos nas zonas rurais é de enaltecer.

É importante criar valências educa-tivas em diferentes freguesias, mas também é muito marcante aproxi-mar as crianças das várias fregue-sias. E isso só se consegue existindo um clima de confiança em quem fiscaliza e espírito positivo de quem gere as difer-entes valências, para que se consiga desenvolver competências das crianças das Lajes em contacto com as da Vila Nova, das Fontinhas com Biscoitos, por exemplo.

por Sandra Serpa | Educadora de Infância

SÉRGIO NASCIMENTO

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Julgo que seria extremamente relevante fazer uma avaliação atual da rede, não apenas quantos utentes existem em cada valência ou quantos postos de trabalho foram criados, mas sim, quantos meninos e meninas não estão a usufruir desta magnífica aprendiza-gem por dificuldades económicas dos familiares. Porque o mais importante é verdadeiramente possibilitar as mesmas oportuni-dades a crianças independente-mente do nível, classe ou estatuto social. Para que o futuro não seja igual ao presente.

3 - Como tem sido esta experiên-cia?

De muita luta, sacrifício e orgulho. Luta por não conseguir abranger um maior número de crianças na creche por falta de apoio financeiro às famílias carenciadas e outras que atualmente estão a passar por inúmeras dificuldades; sacrifício por conseguir manter e melhorar o nível de qualidade do serviço pres-tado às crianças com o empenho e envolvimento das famílias e orgulho por tudo o que se conseg-uiu atingir até à data. Desde o início que sempre ambi-cionámos mais. E mais passa por

possibilitar em segurança o máximo de experiências e mais valias pedagógicas e educativas a cada criança. Não ficar pelo apenas, mas sim redescobrir novas formas de atingir os mesmos objetivos a que nos propusemos com o projeto educativo. E dar sempre tempo para a criança brincar e jogar que são a melhor forma de construir um mundo cheio de sorrisos.

4 - Como coordenador da Creche e ATL "Olhar Infantil" o que destaca de mais positivo.

A confiança das famílias e o olhar das crianças. É para eles que nos empenhamos, para que cada dia não seja apenas mais um dia, mas sim o Dia. Onde os afetos são mais valiosos que os números e os valores mais relevantes que as cores. Não trabalhamos para criar intelectuais. Trabalhamos para criar crianças honestas e puras. Para isso contamos com uma equipa que não se dedica aos efeitos, mas sim à causa. Que percebem que acima de qualquer mexerico ou intriga está uma criança que precisa de ser amada, acarinhada e ouvida. Destaco também a felicidade de

ter-me cruzado com técnicas de elevado nível humano e profis-sional. Que desenvolvem projetos inovadores e diferenciados, que fazem com que seja uma alegria partilhar a mesma atividade e momentos de partilha e curiosi-dades. Trabalhar com crianças é um privilégio e todos temos que aproveitar esta excelente oportuni-dade de aprender com elas. 5 - Que recomendações deixa a quem está neste momento a iniciar a gestão de uma Creche Municipalizada.

Sugiro que cumpra sempre com os requisitos legais obrigatórios, inde-pendentemente se as entidades fiscalizadoras cumpram sempre com as suas responsabilidades. Que envolva outras pessoas e parceiros credíveis na área infantil, facilitando uma melhor e mais profunda aprendizagem. Que cada não que ouvir nas suas pretensões, seja um sim nas suas ambições. Porque os travões vão sempre existir, mas não podem ser razão para que não se consiga atingir a missão de fazer crescer uma criança feliz.

DICAS

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PraticarDesporto

Ofereça uma alimentação com-pleta, variada e equilibrada ao seu filho, tendo em conta a idade, a constituição e a atividade física. Estes hábitos serão refletidos na vida adulta! Estimule a ingestão de vegetais, fruta, cereais e água. Envolva-o na confeção das refeições, crie pratos coloridos! Seja um modelo, pode fazer toda a diferença!

Lembre-se que o desporto, além de integrar e sociabilizar as crianças por meio de jogos e brincadeiras, é uma excelente forma de fazê-las libertar energias. Para além de ser saudável, praticar desporto proporciona o desenvolvimento de competências físicas, sociais e comunicativas, essenciais para o processo de desenvolvimento individual e social das crianças.

Os lanches complementam as refeições principais, contribuindo com energia e nutrientes para o adequado crescimento e o desen-volvimento das crianças. Os pais e educadores devem estar atentos ao valor nutricional dos lanches escolares, já que é comum ser observado crianças a consumir alimentos pouco nutritivos e altamente calóricos, o que inibe o apetite para a refeição seguinte e pode contribuir para o desenvolvi-mento de doenças como a obesi-dade e as cardiopatias.

Alimentação Variada

Não se Esqueça do Lanche

POR: LÍLIA VITORINO | SANDRA SERPA

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GEOCAMPSPARK

GeoCampsPark é o primeiro conceito a nível mundial de campos de férias onde o Projeto Pedagógico e de Animação é total-mente inserido num geoparque. A Olhar Poente, ao criar este conceito escolheu a Região Autónoma dos Açores para a sua implementação.

Sendo uma região ultraperiférica, fazendo parte da Região da Macar-onésia, com 38 áreas distribuídas por todas as ilhas pertencentes à Rede Natura 2000, com uma candidatura às Redes Europeia e Global de Geoparques, são razões suficientes para a Olhar Poente

realizar o primeiro de muitos campos de férias do género nos Açores.

Com mais de 50 geoparques em todo o mundo, segundo a definição da UNESCO, um geoparque é "um território de limites bem definidos com uma área suficientemente grande para servir de apoio ao desenvolvimento sócio-económico local". Deve abranger um determi-nado número de sítios geológicos de relevo ou um mosaico de entidades geológicas de especial importância científica, raridade e beleza, que seja representativa de uma região e da sua história geológica, eventos e processos. Poderá possuir não só significado geológico, mas também ao nível da ecología, arqueología, história e

cultura”. Em Agosto de 2011 e em parceria com a Caritas e Irmandade Nossa Senhora do Livramento, jovens residentes na ilha Terceira desco-briram em formato jogo a verda-deira essência da beleza e humani-dade dos Açores. Com um planeamento de atividades feito em colaboração com os próprios participantes, percorreu-se nas mais variadas formas freguesias e concelhos de 3 ilhas do grupo central: Terceira, Pico e São Jorge.

OLHAR NATURA / GeoCampsPark

“E é esta imagem sonhadora mas não imaginária, que noutras regiões e países é necessário humanizar a natureza, mas nos Açores a natureza é que abraça os jovens.”

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POR: SÉRGIO NASCIMENTO

Page 13: Revista OP - Edição 1 | 2012

A alimentação, as viagens, os passeios e demais experiências foram verdadeiramente sentidos por todos e por cada um, onde a união e companheirismo foram necessariamente as palavras reforçadas.

A beleza integrante de uma viagem marítima inter-ilhas, à própria imagem sonhadora dos jovens quando visualizam S. Jorge desde a Terceira, fortaleceram a tentação de fazer uma ascenção à Mon-tanha do Pico, Bodyboard na Fajã de Santo Cristo, Espeleologia no Algar de Carvão, Escalada e Rapel nas paredes naturais, Birdwatching no Paúl da Praia da Vitória e uma caminhada absorvida pela natu-reza. E é esta imagem sonhadora mas não imaginária, que noutras regiões e países é necessário humanizar a natureza, mas nos Açores a natureza é que abraça os jovens.

A importância da promoção da interculturalidade face ao processo de globalização a que assistimos, faz com que se deva “desafiar” a juventude para ser a própria a integrar decisões, procurar exper-iências e transmitir formas positi-vas de estar na vida. E o Geo-campsPark, com toda a dinâmica inerente, foi parte fulcral na aprendizagem conjunta entre jovens oriundos de realidades familiares e institucionais difer-entes.

Ao longo do GEOCAMPSPARK os jovens foram divididos em 3 grupos, com o objectivo de em autonomia e segurança, percor-rerem os vários trilhos existentes nas ilhas e saborearem ao máximo a beleza que cada uma deles possui. O percurso até ao Topo é um desses belos exemplos. Um dos maiores obstáculos foi o cansaço. Aconteceram situações onde o grupo foi posto à prova e só com a verdadeira amizade e respeito pelos amigos foi possível superar a fadiga presente num dia totalmente preenchido por percur-sos, atividades e cantigas. Os objectivos foram feitos à medida de cada jovem, trabalhando-os men-talmente para “correr” sempre

atrás dos seus sonhos.

Depois de muitos NÃOS, tivemos o privilégio de receber os melhores SINS: Junta de Freguesia, Bombei-ros Voluntários, GNR e Santa Casa da Misericórdia da freguesia das Velas, Junta de Freguesia da Criação Velha, Caldeira Surf, Restaurante “O Borges”, contando também com o apoio financeiro do Governo dos Açores através da Direcção Regional da Juventude.

Parceiros

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Pré-Inscrições Abertas

As incrições para o geocamp a realizar em Julho e Agosto de

2012 estão abertas!

Informações:[email protected]

OLHAR NATURA / Este ano estaremos juntos para mais um GEOCAMPSPARK. Se tens entre 11 e 18 anos, és açoriano ou filho de imigrantes residentes na região e gostas de aventura e de partilhar bons momentos em estreita amizade, inscreve-te!

Para mais informações através do e-mail:[email protected]

Irmandade de Nossa Senhora do Livramento

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ARTCAMPA Olhar Poente organizou o primeiro Campo de Férias Artístico realizado na Região Autónoma dos Açores. O Projeto Pedagógico e de Animação incidiu em Workshops realizados na Academia de Juven-tude e das Artes da Ilha Terceira e as restantes atividades organiza-das em ambos os concelhos da Ilha Terceira.

A maior arte conhecida chama-se JUVENTUDE. Esta, seja qual for a forma de expressão, é das mais puras e deslumbrantes, muitas vezes incompreendida por mentes adultas e distantes. É preciso sentir a arte. É preciso sentir a juventude.

O ArtCamp aproximou os jovens à arte e a arte aos jovens. Ambos os termos, pela sua natureza e forma de expressão, são indissociáveis por natureza e aproximação. Os jovens através da voz, da dança, do piano, do vídeo e da fotografia descobriram que há vida para além da respeitada televisão e rádio. Os próprios jovens foram os artis-tas, que com a necessária margem de erro e de acerto, compuseram, idealizaram e escreveram a própria história do ArtCamp. Este espaço-arte incidiu na cidadania activa, sempre procurando uma aprendi-zagem em formato jogo e não formal, estabelecendo relações psico-afectivas dentro do grupo, promoção da interação social, superação de medos e dificuldades

resultantes desta primeira exper-iência com diferentes mas tão parecidas formas de arte. Também fomos à procura da Radio Televisão Portuguesa, do Jornal A União e Diário Insular, da Rádio Clube de Angra. Aqui fomos recebi-dos por pessoas que nos acolheram na sua “casa”, fazendo-nos perceber que são as pessoas a razão da sua existência. Que pela verdade se faz notícia.

O Azure deu-nos a conhecer o recinto e a capacidade de organi-zação de um Festival nos Açores. Os workshop´s, os passeios pedestres e concertos foram forte-mente bem aceites pelos jovens, equilibrando com a educação ambiental sempre presente em cada ato.

OLHAR NATURA / ArtCamp

“ Campos são uma experiência única e inexplicável. São uma aprendizagem constante de pura felicidade e união, de vivência num mundo à parte. Campos são VIDA ”

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POR: SÉRGIO NASCIMENTO

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Os jovens quiseram deixar a sua marca neste primeiro ArtCamp. Gravaram em estúdio e apoiados por músicos locais, o “Hino do Campo”, tendo sido também convi-dados para poderem apresentar a versão ao vivo na rádio. Não saíram artistas de vendas, mas cresceram com a arte.

TESTEMUNHOS“Campos são um mundo à parte, onde aproveitamos ao máximo os dias com “novas” e “antigas” pessoas. É o nosso mundo!” David Joaquim

“Campos são o nosso retiro, onde nos reunimos como uma grande família, onde contactamos com verdadeiros amigos, onde cresce-mos, aprendemos e valorizamos o mais simples; são uma escola de vida, onde todos somos "profes-sores"; são momentos mágicos que passam a voar e que sempre havemos de recordar com grande carinho.” Mariana Lopes

“Nas colónias descobrimos mais de nós mesmos. É impossível esquecer a experiência de uma colónia, onde as pessoas se unem com o objectivo de viverem momentos de felicidade e partilha.” Eva Curto

“Se me perguntarem qual foi a época mais feliz da minha infância, eu respondo sem pensar que foi cada campo de férias que fiz. Se me perguntarem o que é que eu nunca mudava na minha vida, eu diria cada momento nos campos

de férias. Infelizmente, o relógio não volta atrás, o tempo não pára. Mas isso não muda nada do que vivi, nem muda nada no que isso me transformou.”Mariana Salgado

“Campos são uma experiência única e inexplicável. São uma aprendizagem constante de pura felicidade e união, de vivência num mundo à parte. Campos são VIDA. Filipa Rodrigues

“As semanas pelas quais ansiamos todo o ano, fazem-nos perceber o que é a verdadeira alegria. Esta vem repleta de surpresas como uma caixinha sem fundo, onde enfrentamos alguns medos e percorremos vilas de fio a pavio. A colónia sabe que nunca a vamos esquecer”. Ana Beatriz

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DICASInscrição nocampo de férias

Instalações: devem possuir quartos e/ou camaratas e instalações sanitárias separadas por sexos, espaço de refeições, cozinha com meios adequados. Se for em acampa-mento, confirmar se existe licença emitida pela respectiva câmara municipal. Pessoal Técnico: existência de coordenador e monitores com formação habilitada para o efeito, certificados pelo departamento do Governo com competência em matéria de juventudeSeguros: se os participantes possuem seguros de responsabili-dade civil e de acidentes pessoais

Se deseja inscrever o seu filho num campo de férias nos Açores deverá comprovar se os requisitos legais obrigatórios são cumpridos.

A entidade organizadora deve pos- suir um Projeto Pedagógico e de Animação, assim como Regula-mento Interno;

Para mais informações poderá consultar os seguintes documen-tos:Decreto Legislativo Regional n.º 17/2011/A – Estabelece o regime jurídico de acesso e de exercício da actividade de organização de campos de fériasPortaria n.º 26/2012 de 20 de Janeiro – Requisitos das Insta-laçõesPortaria n.º 21/2012 – Regula-mento de Certificação do Pessoal Técnico

Instalações,Monitores e Seguros

Conheça a Legislação

POR: SÉRGIO NASCIMENTO

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O PODER DA NATUREZA“Os campos de Férias (...) são a melhor rede social criada, com muitos “Amigos” e “Gosto” reais, evidentes e duradouros.“

Os Campos de Férias são parte da vida de um jovem participante. Mais do que atividades, os momen-tos! Partilhados em perfeita sinto-nia com os “amigos dos campos”, os que muitas vezes se encontram unicamente naquele lugar e na mesma época. Em que o stress positivo, torna os dias agradáveis e construtivos, numa permanente base de segurança. Onde tudo tem um início e um fim temporal, mas que o ciclo geracional não permite que a missão e conceito termine. Hoje crianças participantes, amanhã adultos facilitadores de futuros participantes. A única dependência tem nome: CAMPOS SÃO VIDA...E esta “escola” de educação não formal, deve ser frequentada assiduamente pela maioria dos

jovens açorianos, possibilitando um aumento do conhecimento da cultura da sua terra, da história dos seus antepassados, da recreação dos tempos antigos, do desporto moderno praticado nas maravilho-sas áreas protegidas e do ensino e pedagogia sempre presente no contacto interpessoal. Esta “vida” de jovem é tanto mais bela quanto mais contacto existir com experiên-cias positivas numa ótica de partilha, cooperação e sentido de responsabilidade em grupo. São estes momentos que o farão crescer com sentido crítico por uma cidadania mais ativa e partici-pativa, em que as ações de sensi-bilização para a proteção do ambi-ente, do consumo de dependên-cias, da promoção desportiva e da igualdade de géneros serão sólidas englobando o EU e os OUTROS.

Os campos de férias possibilitando a formação de novos vínculos

afetivos, o contacto com a natu-reza, as relações estabelecidas com a comunidade local, a experi-mentação de novas atividades e a superação dos próprios limites são razões suficientes para combater o ócio e monotonia muitas vezes presente nas férias sazonais. São a melhor rede social criada, com muitos “Amigos” e “Gosto” reais, evidentes e duradouros. Onde os programas potenciam a partici-pação de jovens oriundos de outros concelhos, ilhas e países, numa ótica global reforçando a compreensão e respeito pelas origens e intercâmbio de ideias e ideais. Incentivador da percepção da individualidade e uma oportuni-dade para momentos inspiradores e inesquecíveis.

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por Sérgio Nascimento | Coordenador Pedagógico de Campos de Férias

MEGAFONE

GEOCAMP

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FLASH

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Esta página também é sua, se quiser ver as suas fotos publicadas envie-nos um email com foto e descrição para:

[email protected]

AS SUAS FOTOS EM REVISTA

Baile de Carnavalcom as famílias

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MALA VIAJANTE

“O livro é aquele brinquedo, por incrível que pareça, que, entre um mistério e um segredo, põe ideias na cabeça” (Maria Dinorah).

O projeto “Mala Viajante” centra-se em duas malas decoradas pelas crianças que “viajam” até à casa das crianças da Creche e ATL “Olhar Infantil” (uma mala para cada valência) repletas de livros, para que sejam explorados em conjunto com a família.Viajam desde o mês de Outubro livros de contos destinados às crianças de acordo com a sua faixa etária, mas também aos pais, relacionados com a educação de crianças e jovens.

Para que as malas possam sempre fazer “viajar” até à casa das crianças livros diferentes e atrativos, contamos com o apoio da Biblioteca Municipal Silvestre Ribeiro que nos cede, mensal-mente, 20 novos livros,

os quais também ficam disponíveis para ser requisitados pelas crianças e família, na biblioteca da Instituição, no âmbito do projeto “A Nossa Biblioteca”.

Os objetivos deste projeto assen-tam em: permitir o contacto e exploração regular de livros; estimular o desenvolvimento da linguagem oral e escrita; incentivar o hábito de ler; criar o gosto pela leitura; despertar a curiosidade; ampliar o vocabulário; incentivar à reflexão e ativar o pensamento crítico.

Durante o mês de abril viajaram até à casa das crianças diversos livros,entre os quais “O Rei Cota” de Carla Antunes e Margarida Castelo-Branco, sobre o qual apre-sento um breve resumo.

“O Rei Cota” é um livro do Plano Nacional de Leitura recomendado para o 2º ano de escolaridade destinado a leitura autónoma ou com apoio dos pais. Por ser um livro com imagens muito apelativas é também uma história interes-sante para ser contada às crianças da Creche, pelos pais.

Nesta história, praticamente arrui-nado, o Rei vive num velho castelo com as suas três filhas. Um dia, farto de comer as batatas com couves plantadas pelas princesas, decide correr mundo a ver se consegue mudar de vida. Cada uma das princesas pede-lhe um presente: a mais velha pede uma bicicleta a motor, a do meio um frigorífico e a mais nova uma rosa.

O Rei percorre muitas terras, mas a sorte não o ajuda. Quando resolve voltar para casa, lembra-se dos pedidos das filhas. Sem dinheiro, percebe que só pode levar a rosa. Mas esta tarefa não vai revelar-se nada simples.

REGISTO DE VIAGEM

“O Luís Miguel chegou a casa muito feliz e quis logo ver e explorar os livros. Todos os dias perguntava por eles ia buscá-los, folheava-os e falava acerca das imagens. Os preferidos foram: O meu dia-a-dia e Brinco e Aprendo.”Paula Rocha

O João adora comboios. Pedia sempre para ler “A Locomutiva”. Ficava muito atento a ouvir e batia palmas no fim.Paula Lima

PROJETO MALA VIAJANTE

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CLUBE DO LIVRORECOMENDA

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UNESCO

MISSÃOGLOBAL

A UNESCO conta com 191 Estados-membros e 6 Esta-dos Associados.

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A UNESCO é a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (United Nations Educational, Scientific, and Cultural Organization). Foi criada em 1945, com a adopção do Acto Constitutivo a 16 de Novembro. O seu principal objetivo é o de contribuir para a paz, desenvolvi-mento humano e segurança no mundo, promovendo o pluralismo, reconhecendo e conservando a diversidade, promovendo a autonomia e a participação na sociedade do conhecimento. Tem sede em Paris e dispõe de escritórios regionais e nacionais em vários países. Tratando-se de uma agência especializada das Nações Unidas, as suas línguas oficiais são o inglês, o francês, o espanhol, o russo, o árabe e o chinês.

OBJETIVOS ESTRATÉGICOS Educação

• Promover a educação como direito fundamental, estabelecido na Declaração Universal dos Direi-tos Humanos.

• Melhorar a qualidade da

educação através da diversificação dos seus conteúdos, métodos e a promoção dos valores partilhados universalmente.

• Promover a experimentação, a inovação a difusão e utilização partilhada da informação e melhores práticas, assim como o diálogo sobre políticas em matéria de educação.

Ciência

• Promover princípios e normas éticas que orientem o desenvolvi-mento científico e tecnológico e as transformações sociais.

• Melhorar a segurança humana mediante uma melhor gestão das mudanças sociais.

• Fortalecer os vínculos entre ciência e desenvolvimento através do desenvolvimento das capaci-dades e o aproveitamento partil-hado do conhecimento.

Cultura

• Promover a elaboração e a aplicação de instrumentos norma-tivos de âmbito cultural.

• Salvaguardar a diversidade cultural e promover o diálogo entre culturas e civilizações. • Fortalecer os vínculos entre ciência e desenvolvimento, através do desenvolvimento das capaci-dades e o aproveitamento partil-hado do conhecimento

Comunicação

• Fomentar a livre circulação de ideias e o acesso à informação.

• Promover a expressão do plural-ismo e a diversidade cultural nos meios de comunicação e nas redes mundiais de informação.

• Assegurar a todos o acesso às tecnologias da informação e da comunicação, em particular no domínio público.

foto: unesco photobank

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MAIS SABER

O bullying refere-se a formas de agressão e violência praticadas de modo consciente e intencional, que ocorrem sistematicamente sem causa evidente, causando dor, angústia e humilhação à vítima. Não se tratam de brincadeiras ou desentendimentos casuais.

Existem inúmeras formas de praticar o bullying, tais como: colocar apelidos, ofender, gozar, humilhar, discriminar, excluir, isolar, intimidar, ferir, roubar, quebrar pertences, entre muitas outras. Estas situações acontecem a nível mundial, em qualquer tipo de instituição de ensino, sendo mesmo comum a todas as classes sociais. Os meninos tem maior implicação nestes fenómenos do que as meninas, tanto como autores, quanto como alvos. Normalmente existem três tipos de pessoas envolvidas nestas situações.

O espetador, que é aquele que presencia a situação sem interferir, podendo a sua omissão ter dois motivos: sentir medo de represálias (podem se sentir incomodados com o fato de não conseguirem reagir) ou sentir prazer com o sofrimento da vítima, mas não tem coragem de ser o agressor. Os espetadores devem procurar ajuda dos pais e da escola, e contar o que viram. Devem ter aconselhamento e ajuda para perceber como é importante a denuncia, que é a atitude mais correta.

A vítima, caracteriza-se por ser frágil e com alguma caraterística ligeiramente diferente do grupo, podendo ser a nível físico (o uso de

óculos, a estatura e peso, a beleza, se apresenta necessidades educa-tivas especiais ou alguma deficiên-cia…) ou emocional (ser tímido, introvertido, sossegado, caute-loso…).Uma potencial vítima pode ser uma criança recém-chegada a uma nova escola e que tem poucos amigos; uma criança que pertença a um grupo social ou étnico dife-rente da maioria; uma criança que se comporta de forma considerada imprópria, ou mesmo, uma criança com uma família muito protetora.A vítima costuma ser uma pessoa que não tem capacidades físicas e emocionais para reagir, para fazer face a essa situação e pedir apoio. A vítima é ameaçada, intimidada, agredida, entre outras formas de violência. Apresenta, normalmente, junto da família sinais de evitação em relação à escola, mas não procura ajuda da família nem dos professores. As vítimas normal-mente sofrem em silêncio, sentindo-se mesmo culpadas por serem vítimas.

O agressor é normalmente arrogante, desagradável, oriundo, muitas vezes, de famílias pouco estruturadas, que tem dificuldade em se colocar no lugar do outro. Estas crianças tem grandes proba-bilidades de adotar comportamen-tos de risco, atitudes delinquentes ou mesmo criminosas, e acabar tornando-se adultos com compor-tamentos violentos, anti-sociais, ou mesmo, transgressores das normas sociais.

O bullying pode deixar marcas profundas nas suas vítimas: marcar a personalidade; tornar a pessoa débil na capacidade de comunicação e incapaz de se afirmar em termos sociais, profis-sionais e amorosos; provocar distúrbios psicossomáticos, medo, pânico, angústia, depressão, prob-lemas de relacionamento, de absentismo e evasão escolar; conduzir a uma baixa auto-estima, sentimentos negativos, atitudes de auto flagelação e suicídio (não suportam a pressão psicológica do bullying).

Alguns dos indícios para detetar possíveis vítimas de bullying passam por verificar se a criança: tem pesadelos, insónias, medo, falta de apetite e dificuldades de concentração; diminuiu o seu rendimento escolar e rejeita ir para a escola; apresenta dificuldades de relacionamento interpessoal; chora e apresenta mudanças repentinas de humor; voltou a urinar na cama; sente dores de cabeça, de estômago ou vómitos; aumentou os pedidos de dinheiro. É impor-tante também estar atento ao aparecimento de objetos danifica-dos ou desaparecimento de objetos.

Maldade da Infância e Adolescência: Bullyingpor SANDRA SERPA | EDUCADORA DE INFÂNCIA

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ilustração de Leandro Furtado - ATL

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A infância é um período determi-nante para a aquisição de hábitos alimentares saudáveis e manutenção dos mesmos ao longo da vida. A alimentação é funda-mental nesta fase pelo seu impacto num crescimento e desenvolvi-mento saudáveis na população infantil. Além disso, sabe-se que é na infância que se estabelecem as preferências alimentares que perduram até à idade adulta, ou seja, é nesta fase que é educado o paladar. Um outro aspeto a salien-tar é que os hábitos alimentares da infância têm reflexo na saúde dos adultos, ou seja, crianças que tenham uma alimentação com elevada densidade energética e elevado teor de açúcares e gordu-ras têm uma elevada propensão a tornarem-se obesas ou a terem excesso de peso, especialmente se forem sedentárias. Como consequência, estas crianças têm uma maior probabilidade de tornarem-se adultos obesos e terem certas patologias, tais como diabetes tipo 2 e doenças cardio-vasculares.

São vários os fatores externos que influenciam a alimentação das crianças, nomeadamente os pais e membros da família, amigos, instituições educacionais e os media (especialmente a televisão). Tal como a maioria dos adultos, as crianças agem de acordo com os seus pares. A presente abordagem irá ser centrada no papel dos pais como influência nos hábitos alimentares

das crianças, visto serem um dos fatores com maior preponderância neste sentido. É nesta fase da vida que deve ser iniciada a fomentação de uma alimentação saudável, pois o papel dos pais como modelos, neste caso “modelos alimentares”, está ainda muito presente, vindo a diminuir à medida que as crianças crescem e passam a adquirir uma maior liberdade e autonomia nas suas escolhas alimentares. Foi comprovado cientificamente que o papel dos mesmos na formação dos hábitos alimentares saudáveis da criança, intervindo como “mo-delos alimentares”, é eficaz mesmo numa idade inferior aos 2 anos de idade. Isto acontece pelo fato de as crianças com a referida idade formarem as suas preferências alimentares com base nos seus pais. Um bom exemplo relativa-mente ao comportamento alimen-tar é o envolvimento das crianças nas tarefas que estejam relaciona-das com a alimentação, nomeada-mente na colaboração nas com-pras ou ajuda na preparação das refeições é um bom princípio para ser atingido esse objetivo.

Existem diversas estratégias para a criança desenvolver uma maior apetência por alimentos saudáveis. O supermercado, o mercado e/ou a mercearia são bons locais para iniciar a fomentação de uma alimentação saudável junto dos mais novos, uma vez que são propícios para reforçar o diálogo relativamente à origem dos dife-rentes tipos de alimentos e de que forma são saudáveis ou não.

Importante será, sempre que possível, permitir que a criança participe nas escolhas, dando-lhe a possibilidade de optar entre a variedade existente de legumes e fruta, pois o fato de relembrar posteriormente à criança que esta escolheu determinado alimento, aumenta-lhe a vontade de ingeri-lo.Na próxima edição serão aborda-das mais estratégias que poderão ser utilizadas pelos pais para estimularem a adesão dos seus filhos a práticas alimentares saudáveis.

(Continua na próxima edição.)

[email protected]/DietistaCatarinaPedrosoLima

"Formação dos hábitos alimentares e estilos de vida" (parte 1)

CATARINA LIMA

GUIA DE NUTRIÇÃO

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Dietista

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INSCRIÇÕES ABERTAS

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