revista o cinéfilo

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A INVENÇÃO DE GEORGES MELIÉS FESTIVAIS CINEMA BRASILEIRO CALÇADA DA FAMA TRILOGIA CLÁSSICOS*CINEMA HOJE*TECNOLOGIA*CRÍTICAS NOVIDADES*DIRETORES*FESTIVAIS Ano 1 Novembro 2012 www.ocinefilo.com Nº 1 R$ 10,90 e a obra de arte de Martin Scorsese em agradecimento ao grande cineasta Conheça a fascinante história de

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Apresento aqui o meu projeto finalizado, uma revista sobre cinema com o nome O cinéfilo feita para o trabalho de conclusão de curso do curso superior de Bacharel em Design Gráfico Uniesp/Faimi Mirassol SP.

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A INVENÇÃO DE

GEORGES MELIÉS

FESTIVAIS CINEMA BRASILEIRO CALÇADA DA FAMA TRILOGIA

CLÁSSICOS*CINEMA HOJE*TECNOLOGIA*CRÍTICAS NOVIDADES*DIRETORES*FESTIVAIS

Ano 1Novembro 2012www.ocinefilo.com

nº 1R$ 10,90

e a obra de arte de Martin Scorsese em agradecimento ao grande cineasta

Conheça a fascinante história de

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QUE TAL UM CINEMINHA HOJE!

Prepare-se para uma viagem no tempo! Hoje temos o orgulho de apresentar uma revista feita exclusivamente para fãs de cinema, digo, para aqueles que desde criancinhas assitiam aos filmes do Superman, amarravam uma tolha nas costas e saíam correndo imaginando ser o homem de aço. Para todos que têm curiosidade de saber como as coisas por trás das câmeras funcionam, ficam ligados nos festivais e contando os minutos e segundos para o próximo lançamento. Trazemos também matérias super-interessantes sobre filmes clássicos, mas não vamos ficar contando o filme antes! O cinéfilo chegou para ficar! Convidamos nossos amigos cinéfilos a participar com mensagens, e agora nos dê licença pois estamos indo assistir a um filme ótimo da seção de clássicos.

Edi Caires

Editor

[email protected]

o cinéfilo nov 2012

EDITORIAL

Edição 1

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A INVENÇÃO DE

GEORGES MELIÉS

FESTIVAIS CINEMA BRASILEIRO CALÇADA DA FAMA TRILOGIA

CLÁSSICOS*CINEMA HOJE*TECNOLOGIA*CRÍTICAS NOVIDADES*DIRETORES*FESTIVAIS

Ano 1Novembro 2012www.ocinefilo.com

nº 1

R$ 10,90

e a obra de arte de Martin Scorsese em agradecimento ao grande cineasta

Conheça a fascinante história de

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL

juny kp! Maria Teresa

www.ocinefilo.com4

Formada em Letras pela Unesp, doutora em Análise do Discurso, professora universitária e cinéfila de carteirinha. Assiste por paixão, comenta por gosto e escreve de atrevida.

juny kp! é Artista Visual, Professor e fotográfo. É mestrando no departamento Cinema, Rádio e TV da ECA/USP, 2010 formado em Tradução pelo IBILCE/UNESP, 1998 e louco por cinema.

cinéfilos

EXPEDIEnTEEditor e Diretor ResponsávelDiretor de RedaçãoDiretor de ArteEdi Caires

Editora assistenteRevisão de Texto

Maria Teresa Martins

A Revista O CINÉFILO é uma publicação da Editora Farol 80 Ltda.A Editora Farol 80 não se responsabiliza pelo conteúdo dos anúncios de terceiros.

www.ocinefilo.com

www.farol80.com

Espaço para os cinéfilosparticiparem e enviaremsugestões e críticas

[email protected]

Lucas Farinelli

Graduação em Desenho Industrial - Programação Visual (Design Gráfico) pela (UNESP), Bauru (2005). Mestre em Design - Planejamen-to de Produto pela Faculdade de Arq. Artes e Comunic.(FAAC/UNESP), Bauru (2010).

Páginas15 e16.

Página 33.

Página 17.

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EM CARTAZ

Diretores

Calçada da fama

Festivais

Clássicos

Críticas

Trilogia

Remakes

História do cinema

Cinema Brasil

Cinema independente

Tecnologia

Cinema hoje

Novidades

Top 10

Videoarte

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O AMOR E A LOUCURA SEGUNDO

HITCHCOCK A fotografia não fica para trás: o diretor consegue enquadramentos inesquecíveis da bela São Francisco, com sua imponente e soturna ponte Golden Gate. A trilha sonora, sempre precisa nos suspenses de Hitchcock, cumpre o seu papel.Porém, o grande trunfo é mesmo a maneira como a vertigem do protagonista é retratada. Usando simples técnicas de filmagem, sem efeitos mirabolantes, tem-se a exata noção de atordoamento e angústia do pobre protagonista - pontos cruciais para o entendimento da obra.Vertigo (prefiro chamar assim, ao invés de Um corpo que cai...) é uma obra densa, com certo tom de morbidez. Porém, ainda assim, é entretenimento garantido! Um tipo de cinema que deixa saudades.

Cartaz promocional

O roteiro conta a história de um policial que, após testemunhar a morte de um colega, desenvolve acrofobia. Na linguagem corriqueira: medo

de altura. Afastado das atividades investigativas, ele é contratado por um amigo para perseguir sua esposa, que anda tendo surtos psicóticos. Porém, acaba se aproximando demais da moça... E aí... Bom, e aí... Se eu contar mais acaba a diversão de vocês. Sim, porque uma das graças dos filmes de Hitchcock é justamente ir montando o quebra-cabeças aos poucos.O uso da cor, que lá nos idos de 1958 ainda era uma novidade, aqui é completamente bem empregado. Diferentes tons são usados para compor o clima da trama. com brilhantismo.

James Stewart e Kim Novak em uma das cenas mais atraentes do cinema.

Assistir a um filme de Hitchcock é sempre garantia de entretenimento com aquele algo mais que o cinema pode proporcionar. O cara era mestre. Recentemente, Vertigo foi escolhido pela American Film Institute como o melhor filme de suspense de todos os tempos.

CLÁSSICOS

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casablanca

Durante a Segunda Guerra Mundial, a cidade de Casablanca, localizada no Marrocos, então governado pela França de Vichy, era o penúltimo

ponto na rota à América. Os refugiados que ali residiam necessitavam de um visto (Letter of transit) para Portugal, e apenas em Lisboa embarcariam em um navio para o Novo Mundo. Um dos locais de encontro era o bar Rick´s.Seu dono, Rick Blaine (Humphrey Bogart) é um homem que tenta não se envolver com a política, pois seu estabelecimento é freqüentado por todos os tipos de clientes, como nazistas, aliados, ladrões, entre outros. Rick também é amigo do corrupto Capitão Renault (Claude Rains).Um dia ,um major alemão (Conrad Veidt) vai a Casablanca em busca de um ladrão que havia roubado duas letter of transit. O casal que necessitava destes documentos para sua fuga à América era Ilsa Lund (Ingrid Bergman) e Victor Lazlo (Paul Henreid), importante líder da resistência Tcheca.Em flashback, o telespectador retorna à época da ocupação de Paris: enquanto cidades são invadidas pelos alemães, duas pessoas conseguem viver um romance intenso e inesquecível em Paris.

O que torna a história mais interessante é exatamente a impossibilidade deste amor continuar. O roteiro e os diálogos do filme dirigido por Michael Curtiz, em 1942, são perfeitos nesse sentido. llsa, interpretada pela bela atriz sueca lngrid Bergman, apaixona-se por Rick, o

charmoso Humphrey Bogart, mas, em vez de fugir com ele de Paris, manda-lhe um bilhete de despedida na estação de trem. Ele parte sem entender o que havia acontecido.Anos depois já em Casablanca, ela reaparece com seu marido, o herói Victor Laszlo, justamente no Rick’s Bar, do qual o personagem de Bogart é dono. Eles estão à procura de um meio de fugir para a América. Rick e Ilsa se encontram e relembram o passado que tiveram juntos. Na tela, a música imortal deste relacionamento (As time goes

by) é interpretada por Sam (Dooley Wilson).O sofrimento de Rick ao vê-la é inevitável e ela fica novamente dividida entre seus dois amores. O final é realmente surpreendente. Mas o sucesso do filme, que até hoje continua ganhando muitos fãs de todas gerações, explica-se pela fórmula bem-dosada de romance, humor, intriga e suspense.

Casablanca, vencedor de três Oscar, em 1943, é considerado pela maioria dos críticos o maior clássico de Hollywood, mas transcende meras categorizações, transitando do clássico ao cult e constando em diversas listas de “filmes do século”, inclusive em uma delas como a obra cinematográfica mais marcante de todos os tempos.

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O PODEROSO CHEFÃO 2001 UMA ODISSÉIA nO ESPAÇOA PAIXÃO DE JOAnA D`ARC

A camponesa Joana D Arc é julgada herege e condenada à morte por um tribunal católico, depois de ter liderado o povo francês na luta contra o Exército invasor inglês, dizendo-se inspirada por Jesus e São Miguel, em maio de 1431. Para salvar a vida, Joana assina durante o processo, uma confissão de heresia, mas depois renega-a, preferindo salvar a alma. É então queimada viva em praça pública."A Paixão de Joana D'arc é um clássico singular na história do cinema. .A interpretação de Faconetti, a jovem atriz de teatro que faz o papel de Joana, é considerado como um dos melhores, senão o melhor trabalho já realizado na frente das câmeras. É simplesmente magistral. Alegria, tristeza, agonia, esperança, medo e tantas outras emoções humanas são perfeitamente caracterizadas por Falconetti apenas por expressões de seu rosto. O fato desse ter sido a única incursão da atriz no cinema colabora em tornar única a sua atuação, sem comparações e, por infortúnio da atriz, a ligando eternamente ao papel de Joana D'arc.O lado humano de Joana é confrontado com o lado desumano dos juízes que a julgam. Velhos, autoritários, ameaçadores, dogmáticos, cujo intuito é subjugar Joana, os juízes representam a inflexibilidade da Igreja diante a ameaça que ela representa aos seus interesses.Nenhum ator do filme foi submetido a maquiagem, pois Dreyer entendia que sua aplicação poderia ocultar, ou até mesmo desvirtuar, a verdadeira face dos atores. Como conseqüência, o realismo do filme é impressionante.Para dar maior autenticidade do filme, a maioria dos textos nos intertítulos do filme, mais precisamente os que aparecem durante o julgamento, foram extraídos dos manuscritos originais do julgamento de Joana.

No final dos anos 60, Francis Ford Coppola estava no início de sua carreira quando conseguiu assumir a direção da audaciosa produção Poderoso Chefão (The Godfather, 1972, EUA), da Paramount Pictures. O filme seria uma adaptação do romance do escritor Mario Puzo, que estava em franca ascensão quando o drama começou a ser produzido. Enquanto o livro se passava nas décadas de 40 e 50, o filme seria ambientado nos anos 70 para baratear custos. A escolha de Coppola deu-se pela idéia de que pela sua juventude, ele seria rápido, barato e supostamente manipulável.Com o orçamento inicial de US$2,5 milhões, Coppola começa a trabalhar avidamente no romance, lendo e relendo o livro diversas vezes. Cada vez que o fazia, adicionava dezenas de notas de rodapé para orientar seu filme. Quais as cenas que deveria evidenciar, quais os momentos que seriam armadilhas e o que fazer para evitá-las, qual o primeiro sentimento que teve quando leu aquela passagem do livro e como transporta-lo para as telonas... tudo isso estava compreendido nas anotações do cineasta. A partir daí, começou a reescrever a adaptação que havia sido feita por Mario Puzo. Com o roteiro pronto, Coppola começou a sugerir nomes para os papeis principais. Assim começaram também seus problemas com a produtora. "Se você disser o nome de Marlon Brando mais uma vez, está despedido", disse o presidente da Paramount na época para o diretor. Se Brando não era aceito (por sua notória excentricidade), o desconhecido Al Pacino, que até então só havia feito teatro, era considerado uma piada de mau-gosto pelos executivos.O problema é que Coppola não conseguia imaginar outro ator no papel de Michael Corleone. Tinha que ser Al Pacino.Fazer com que aceitassem Marlon Brando para o papel de Don Vito Corleone foi um pouco mais fácil.

Kubrick se adiantou no tempo quando, ao lado de Arthur C. Clarke, escreveu o roteiro de 2001: Uma Odisséia no Espaço. Não apenas por ter visualizado a chegada do homem à Lua mais de um ano antes de Neil Armstrong chegar até lá, mas também por haver realizado o primeiro filme a levantar a hipótese da inteligência artificial.O computador HAL-9000, além de acabar se transformando no personagem principal e num dos maiores vilões do cinema, possuía uma grande interação com seu operador, o Dr. David Bowman (Keir Dullea, de Visão Fatal e 2010: O Ano em que Faremos Contato). Nota-se que o nome dado a máquina foi muito bem escolhido, visto que é formado pelas três letras que antecedem o nome da mais famosa marca de computadores do mundo: a IBM.O filme traça a trajetória do homem desde, aproximadamente, quatro milhões de anos antes de Cristo, até o ano de 2001, sempre abordando a evolução da espécie, a influência da tecnologia nesse crescimento e os perigos da inteligência artificial. O final, um dos mais emblemáticos da história do cinema, mostra astronautas travando uma luta mortal contra o computador - a versão moderna do confronto entre criador e criatura, que já inspirara clássicos como Frankenstein.Um monolito cai na Terra ainda na época da pré-história e, muitos anos depois, em 1999, é descoberto um segundo monolito na Lua. Aparentemente, são alienigenas que observam os terrestres, então uma missão internacional é enviada a Júpiter com a missão de descobrir o que eles realmente querem.Durante todo o filme o diretor levanta diversas questões que deixa em aberto até o fim.

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DIRETORES

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Quentin

TaranTino

além de Diretor Tarantino também é ator, roteirista, Produtor de set, Produtor, Diretor de fotografia, Gerente de produção americano

Quentim Tarantino Nasceu em 27 de março de 1963 em Knoxville, Tennessee, EUA.Quentin Tarantino inicou sua carreira fazendo pontas

em diversos filmes e também fazendo o Curso de Direção do Sundance Institute. Chegou a atuar em diversas séries da TV americana e escrever roteiros que se tornariam sucessos em Hollywood, como os de Amor à Queima-Roupa (1993), de Tony Scott, e Assassinos Por Natureza (1994), de Oliver Stone; Estreou na direção com uma produção independente, Cães de Aluguel (1992), que foi co-produzida pelo ator Harvey Keitel, figura constante em seus filmes; Logo em seguida, dirigiu seu maior sucesso até o momento, Pulp Fiction - Tempo de Violência (1994), que ressuscitou a carreira de John Travolta, deu novo impulso para Samuel L. Jackson e Uma Thurman e ainda rendeu a Tarantino sua primeira indicação ao Oscar, como melhor diretor;

Foi também produtor executivo do filme Parceiros do Crime (1994), do então estreante Roger Avary, seu parceiro no roteiro de “Pulp Fiction”, atuou em alguns filmes de destaque, como A Balada do Pistoleiro (1995) e Um Drink no Inferno(1996) e ainda dirigiu um dos episódios da comédia Grand Hotel(1995);Já em 1997, Tarantino volta a dirigir sozinho um longa-metragem, com Jackie Brown, adaptação de um famoso livro do escritor americano Elmore Leonard;Em sua curta carreira como cineasta, os filmes de Quentin Tarantino ficaram marcados por falar do submundo, mesclando sempre doses de humor e violência;É casado com a atriz Mira Sorvino, ganhadora do Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por Poderosa Afrodite (1995);Os rumores de ter trabalhado nos filmes A Hora dos Mortos-Vivos e Rei Lear foi apenas uma forma de Tarantino aumentar seu currículo indevidamente.

Mas o erro acabou indo pararem vários livros especializados de cinema;Já foi gerente de uma videolocadora. Inclusive, o próprio Quentin Tarantino credita grande parte de sua criatividade ao fato de ter tido acesso a diversos filmes em seu trabalho, que lhe serviram de inspiração;Geralmente costuma atuar como ator em seus filmes, através de pequenas pontas;Antes de estrear como diretor em Cães de Aluguel (1992), uma das formas de captar recursos pro filme foi a venda de dois roteiros seus: Amor à Queima-Roupa(1993) e Assassinos por Natureza (1994).

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CALÇADA DA FAMA

Antes de iniciar-se nas artes dramáticas, Freeman pensou em concretizar seu sonho infantil de se tornar piloto. De 1955 a 1959, logo após formar-se no Los Angeles

Community College, ele conseguiu chegar à Força Aérea Americana - nunca, porém, como piloto, e sim como mecânico. Apenas recentemente adquiriu brevê para conduzir aeroplanos particulares.Freeman teve formação basicamente teatral, iniciando sua carreira na década de 1960, na produção off-Broadway Niggerlovers. No mesmo período, conseguiu participar da versão totalmente negra de Hello, Dolly! e emendou uma série de papéis, tanto em grandes espetáculos quanto nos circuitos alternativos de Nova York. No começo de carreira, era casado com Jeanette Adair Bradshaw, de quem viria a se divorciar em 1979. Freeman se tornou conhecido na mídia americana por meio de papéis em novelas e filmes para televisão, e ganhou prestígio após seu papel como Fast Black em Street Smart pelo qual ele recebeu uma nomeação ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante.

Freeman continuou a atuar em papéis como coadjuvantes em muitos filmes, até ele conseguir o papel como o motorista Hoke em Driving Miss Daisy, pelo qual ele recebeu o Globo de Ouro de Melhor Ator - Comédia ou Musical e uma nomeação ao Óscar de Melhor Ator Principal, no mesmo ano ele também atuou como o Sargento Rawlins em Tempo de Glória.Em 1994 ele atuou em Um Sonho de Liberdade que lhe valeu uma nomeação ao Globo de Ouro de Melhor Ator - Drama e sua segunda nomeação ao Óscar de Melhor Ator Principal. Após três indicações ao Oscar ele começou a estrelas vários filmes de sucesso como Robin Hood - O Príncipe dos Ladrões, Os Imperdoáveis, Se7en - Os Sete Pecados Capitais.Em 2004 ele ganhou finalmente ganhou o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante pelo filme Million Dollar Baby de Clint Eastwood. Freeman é também conhecido pela sua voz marcante, fazendo dele uma escolha frequente para a narração. Só em 2005, ele forneceu narração para dois filmes, Guerra dos Mundos e o filme documentário vencedor do Oscar A Marcha dos Pinguins.

MORGAN FREEMAN

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O MENINO QUE SONHAVA EM VOAR

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Freeman apareceu como Deus no filme de sucesso Todo Poderoso com Jim Carrey e sua continuação, A Volta do Todo Poderoso, ele também atuou no sucesso de critica e bilheteria Batman Begins e na sua continuação Batman: O Cavaleiro das Trevas. Ele estrelou ao lado de Jack Nicholson no filme de 2007 Antes de Partir.Ele queria fazer um filme baseado na vida de Nelson Mandela. Em 2007 Clint Eastwood convidou Freeman para participar da adaptação cinematografica da autobiografia de Mandela chamada Long Walk to Freedom, o filme se chamaria Invictus e foi lançado em 2010, Freeman foi nomeado ao Globo de Ouro de Melhor Ator - Drama e recebeu outra nomeação ao Óscar de Melhor Ator Principal pelo seu papel como Nelson Mandela, e Matt Damon que atuou como François Pienaar recebeu uma nomeação ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante

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BrubakerTestemunha fatalEscola da DesordemMarieA força da inocênciaStreet SmartClean and SoberTempo de GlóriaConduzindo Miss DaisyLean on MeA Fogueira das VaidadesRobin Hood: O Príncipe dos LadrõesThe Power of OneBopha!Um Sonho de LiberdadeSe7enEpidemiaReação em cadeiaMoll FlandersAmistadKiss The GirlsImpacto ProfundoÁguas MortíferasA Enfermeira BettySob SuspeitaNa Teia da AranhaA Soma de Todos os MedosHigh CrimesTodo PoderosoDreamcatcherLevityMenina de Ouro The Hunting of the PresidentThe Big BounceUm Lugar Para RecomeçarGuerra dos MundosMarch of the PenguinsBatman BeginsUnleashedEdison ForceThe ContractXeque-Mate10 Items or LessFeast of LoveMedo da VerdadeAntes de PartirBatman: O Cavaleiro das TrevasO ProcuradoInvictusJogo Entre LadrõesRed Conan, o BárbaroWinter, o GolfinhoRed 2Batman o cavaleiro das trevas ressurgeRed 2OblivionLego 3DLast VegasNow You

Walter

A LewisCharles TraughberCharlie WoodsFast BlackCraigSgt.John RawlinsHoke ColburnJoe Louis ClarkJudge L. WhiteAzeemGeel PietDireção“Red”(NarraçãoDetet. Lt. William SomersetBrig. Gen. Billy FordPaul ShannonHibbleTheodore JoadsonDr. Alex CrossPresidente Tom BeckJimCharlieVictor BenzetDr. Alex CrossW. CabotCharlie GrimesDeus Col. Abraham Kurtzpastor Miles EvansEddie “Scrap Iron” D.(Narrador)Walter CrewesMitch Bradley(Narrador)(Narrador)Lucius FoxSamAshford Frank CardenO Chefeele próprioHarry ScottJack DoyleCarter ChambersLucius FoxSloanNelson Mandela RipleyJoeLe narrateurDr. McCarthyLucius FoxJoe MathesonMalcolm BeechMonte WildhornArchie ClaySee Me

ano FiLME PERSONAGEMFilmografia

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Academia marca para o dia 10 de janeiro indicação ao Oscar 2013Data foi adiantada para ‘dar ao público tempo maior para ver os filmes’.Entrega dos prêmios acontece no dia 24 de fevereiro, em Los Angeles.

FESTIVAIS

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A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood anunciou

nesta terça-feira (18) em comunicado que os indicados para o Oscar serão conhecidos no próximo dia 10 de janeiro, cinco dias antes do previsto.A mudança foi decidida “em um esforço para dar aos acadêmicos e ao público em geral um período maior para ver os filmes indicados”, argumentou a Academia.Desta forma o processo de indicações ficará aberto entre os dias 17 de dezembro e 3 de janeiro. Já o tradicional almoço organizado pela Academia para os candidatos acontecerá no dia 4 de fevereiro.Quatro dias mais tarde será aberto o prazo para escolher os vencedores das estatuetas douradas. No dia 19 de fevereiro acabarão as votações.Além disso, a organização lembrou que para a próxima edição dos prêmios Oscar será usado pela primeira vez o voto eletrônico entre seus membros, através de um sistema elaborado junto com as empresas Pricewaterhousecoopers (Pwc) e Everyone Counts. “A Academia realizou uma pesquisa extensa e fez numerosas reuniões entre seus membros para assegurar uma transição simples”, afirma o comunicado.A 85ª festa do Oscar acontecerá no dia 24 de fevereiro no Dolby Theatre de Hollywood, em Los Angeles.

A academia de Artes e Ciências Cinematográficas (Academy of Motion Picture Arts and Sciences) foi criada em maio de 1927, em Los Angeles, na Califórnia. A ideia veio do presidente da Metro-Goldwin Mayer (MGM), Louis B. Mayer, que se uniu a um grupo de 36 pessoas, entre elas executivos de produção e personalidades do cinema época, como Douglas Fairbanks (o primeiro presidente), Frank Capra, Bette Davis, Gregory e Robert Wise. Para fazer parte da Academia é necessário ser convidado pelos membros do conselho, que é composto por atores, produtores, diretores e outros profissionais do cinema. O propósito da Academia de Artes é honrar as incríveis produções dos anos anteriores, Os premiados são escolhidos pelos membros por meio de cédulas, Então, quando um ganhador agradece a Academia, na verdade ele está agradecendo aos seus colegas de profissão por terem acreditado em seu trabalho. A primeira apresentação dos prêmios foi em 16 de maio de 1929, no Hotel Roosevelt, em Hollywood, pelo astro Douglas Fairbanks. Referente à temporada de 1927/28 e teve um banquete para 250 pessoas com ingressos a US$ 10. Desde 2001 a festa acontece no Teatro Kodak, que comporta 3.400 pessoas.

Em sua primeira edição, a Academia entregou 11 prêmios. Atualmente, o número de categorias varia entre 23 e 25, e o número de estátuas a serem entregues é sempre um mistério, já que as cédulas da votação são enviadas pelo correio e devolvidas à academia em envelopes sem identificação do remetente. O número foi mudado no decorrer dos anos, devido ao crescimento da indústria cinematográfica, como o surgimento da cor e do som. Em 2002, foi criada a categoria Animação. Desde 2010, a Academia dobrou o número de indicados a Melhor Filme: de cinco para dez. A primeira transmissão aconteceu apenas para os americanos, quando o prêmio estava na sua 25ª edição, em 1953. Somente, em 1966 a festa chegou a ser televisionada para o mundo inteiro. Lendas dizem que, no ínicio da década de 30, uma bibliotecária da Academia chamada margaret Herrick comentou que a estatueta se parecia com seu tio Oscar. O nome pegou entre a equipe, que passou a chamar a estátua de Oscar, E em 1939 a Academia adotou o nome oficialmente. Antes era chamada de Prêmio de Mérito da Academia.

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GRANDE PRÊMIO DO CINEMA BRASILEIROFilme “O Palhaço” é o grande destaque da noite e leva doze prêmios.

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Confira a lista completa dos vencedoresMelhor Roteiro Original: MARCELO VINDICATTO e SELTON MELLO por O PalhaçoMelhor Roteiro Adaptado: ANTONIA PELLEGRINO, HOMERO OLIVETTO e JOSÉ CARVALHO por Bruna Surfistinha. Adaptado da obra “O Doce Veneno do Escorpião” de Bruna SurfistinhaMelhor Figurino: KIKA LOPES por O PalhaçoMelhor Maquiagem: MARLENE MOURA e RUBENS LIBÓRIO por O PalhaçoMelhor Direção de Arte: CLAUDIO AMARAL PEIXOTO por O PalhaçoMelhor Trilha Sonora Original: PLÍNIO PROFETA por O PalhaçoMelhor Trilha Sonora: VLADIMIR CARVALHO por Rock BrasíliaMelhor Som: JORGE SALDANHA, MIRIAM BIDERMAN, RICARDO REIS e RODRIGO N. por O Homem do FuturoMelhor Longa-Metragem Estrangeiro: MEIA NOITE EM PARIS (EUA / Espanha) - dirigido por W. Allen. Distr: Paris FilmesMelhor Curta-Metragem de Ficção: PRA EU DORMIR TRANQUILO dirigido por Juliana RojasMelhor Curta-Metragem Documentário: A VERDADEIRA HISTÓRIA DA BAILARINA DE VERMELHO dirigido por Alessandra Colassanti e Samir AbujamraMelhor Curta-Metragem de Animação: O CÉU NO ANDAR DE BAIXO dirigido por Leonardo Cata PretaMelhor Fotografia: ADRIAN TEIJIDO, ABC por O PalhaçoMelhor Montagem de Ficcção: MARILIA MORAES e SELTON MELLO por O PalhaçoMelhor Montagem Documentário: PEDRO KOS por Lixo ExtraordinárioMelhor Efeito Visual: CLÁUDIO PERALTA por O Homem do FuturoMelhor Atriz Coadjuvante: DRICA MORAES como Larissa por Bruna SurfistinhaMelhor Ator Coadjuvante: PAULO JOSÉ como Valdemar/Palhaço Puro Sangue por O PalhaçoVoto Popular para Melhor Longa-Metragem Estrangeiro: RIOVoto Popular Melhor Longa-Metragem Documentário: QUEBRANDO O TABUVoto Popular Melhor Longa-Metragem de Ficção: O PALHAÇOMenção honrosa Longa-Metragem de Animação: BRASIL ANIMADO 3D de Mariana CaltabianoMelhor Longa-Metragem Infantil: UMA PROFESSORA MUITO MALUQUINHA de André Alves Pinto e Cesar Rodrigues. Produção: Diler Trindade por Diler & AssociadosMelhor Longa-Metragem Documentário: LIXO EXTRAORDINÁRIO de João Jardim, Karen Harley e Lucy Walker. Produção: Hank Levine por O2 Filmes e Angus Aynsley por Almega ProjectsMelhor Ator: SELTON MELLO como Benjamim/Palhaço Pangaré por O PalhaçoMelhor Atriz: DEBORAH SECCO como Bruna Surfistinha por Bruna SurfistinhaMelhor Diretor: SELTON MELLO por O PalhaçoMelhor Longa-Metragem de Ficção: O PALHAÇO de Selton Mello. Produção: Vania Catani por Bananeira Filmes

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Anima Mundi é o FestivalInternacional de Animação do Brasil.Um festival que visa informar, formar, educar e entreter utilizando as infinitas possibilidades da linguagem de animação.Em 2012 o Anima Mundi celebra o seu 20o aniversário promovendo, além do festival anual no Rio de Janeiro e São Paulo, uma série de atividades que são refletidas nesse website.Participe do Anima Mundi inscrevendo seu filme, se cadastrando na nossa comunidade virtual e apreciando através de nossas janelas o universo da Animação Internacional.

FESTIVAL DE GRAMADO COMPLETA 40 ANOS DE MUITA HISTÓRIA

Em quatro décadas, o Festival de Cinema de gramado – o segundo mais antigo do Brasil – foi palco de momentos significativos para a história e afirmação da arte cinematográfica no país. Gramado passou a fazer parte do cenário do cinema nacional em janeiro de 1973, quando o Festival Brasileiro de Gramado foi oficializado pelo Instituto Nacional de Cinema. A primeira edição surgiu da união da Prefeitura Municipal de Gramado com a Companhia Jornalística Caldas Júnior, a Embrafilme, a Fundação Nacional de Arte e as secretarias de Turismo e Educação e Cultura do Estado. O primeiro Festival do Cinema Brasileiro de Gramado aconteceu de 10 a 14 de janeiro de 1973. A disputa pelo Kikito, o “Deus da Alegria”, cuja estatueta foi criada por Elizabeth Rosenfeld, grande incentivadora do artesanato gramadense, passou a animar debates, criar polêmicas e transformar a criação cinematográfica nacional no único assunto de artistas, realizadores, estudiosos de cinema, imprensa e público em geral. Na primeira edição, foram distribuídos apenas cinco Kikitos. O prêmio de melhor filme foi para “Toda Nudez Será Castigada”, de Arnaldo Jabor, enquanto Carlos Kroeber foi eleito o melhor ator por “A Casa Assassinada”, e Darlene Glória foi consagrada como melhor atriz por “Toda Nudez Será Castigada”. Os prêmios especiais ficaram com Antônio Carlos Jobim, pela música de “A Casa Assassinada”, e André Faria, pela fotografia de “Roleta Russa”. As primeiras edições do Festival, realizadas no verão, foram marcadas por sensacionalismo, nudez e a crise de estrelas que buscavam fama e reconhecimento na serra gaúcha. Com a chegada dos anos 80 e o aprimoramento das discussões sobre arte e cultura nos espaços do Festival, o evento conquistou o título de um dos maiores dentro do gênero no País. Mais do que isso, sedimentou-se como um espaço indispensável para divulgação, discussão, crítica e incentivo à criação cinematográfica nacional. Além de aproximar o cinema brasileiro e a imprensa do país, também aproximou-os do cinema latino-americano promovendo mostras fora de concurso e mostras informativas que traziam títulos da Argentina, Peru, México, Venezuela, Colômbia e Cuba.No início dos anos 90, com a posse do governo de Fernando Collor, o Brasil presenciou um processo de quase extinção da cinematografia nacional. O Festival de Gramado, para sobreviver, tornou-se, então, internacional.

Por isso a vigésima edição já foi de cinema ibero-americano. Realizado entre 15 e 22 de agosto de 1992, teve filmes da Venezuela, Peru, México, Portugal, Brasil, Argentina, Chile, Espanha, Cuba e Colômbia (vencedor do Kikito de melhor filme com “Técnicas de Duelo”, de Sergio Cabrera. Participaram igualmente da vigésima edição curtas-metragens brasileiros em 35 e 16mm. A repercussão foi ótima, coincidindo com a criação do Mercosul e a busca de uma aproximação mais eficiente do Brasil com os “hermanos” latinos. A nova fórmula do Festival de Gramado, inédita no Brasil, foi aprovada dando novo significado ao evento, agora com sua data fixada sempre na primeira quinzena de agosto. O Festival começou no verão, mas Gramado tem o seu ápice turístico nos meses frios. Assim, o Festival tornou-se uma atração a mais no inverno do Rio Grande do Sul, o mais “europeu” dos estados brasileiros graças ao grande fluxo de imigrantes alemães e italianos que marcaram, desde o século passado, a cultura e os costumes da região. Na safra mais recente do Festival, bons filmes nacionais e estrangeiros têm feito suas estreias em Gramado: “A Festa da Menina Morta”, de Matheus Nachtergaele foi exibido no Festival em 2008, assim como “Juventude”, de Domingos de Oliveira. ”O Banheiro do Papa”, de Enrique Fernández e César Charlone, não foi premiado na categoria principal em 2007, mas César Troncoso e Virginia Méndez foram consagrados por suas interpretações. Em 2002, com uma grande festa em homenagem aos 30 anos ininterruptos do Festival de Gramado, “Durval Discos” foi o grande vencedor na categoria longa-metragem brasileiro. “La Perdicion de los Hombres” (México/Espanha) e “O Filho da Noiva” (Argentina/Espanha) dividiram os principais prêmios da competição latina. Nesta edição, o Festival abre espaço para os documentários, que passam a ser valorizados pelo evento. Já na edição de 2011, o grande vencedor da seleção nacional foi “Uma Longa Viagem”, de Lúcia Murat, que arrebatou prêmios do júri oficial e popular. Entre os latinos, a atenção ficou dividida entre o argentino “Medianeras – Buenos Aires na Era do Amor Virtual”, de Gustavo Taretto, e o mexicamo “A Tiro de Piedra”, de Sebastian Hiriart. Outros destaques foram os filmes de abertura

O Kikito, símbolo e prêmio máximo concedido no Festival de Gramado, foi criado pela artesã Elisabeth Rosenfeld. Inicialmente, o Kikito, figura risonha, um “Deus do bom-humor”, com 33 centímetros de altura era o símbolo da cidade de Gramado, e apenas mais tarde tornou-se o troféu do festival. Muitas vezes referido erroneamente como “Kikito de Ouro”, o Kikito era confeccionado em madeira. A confusão se dá por referência a prêmios de outros festivais, como a Palma de Ouro de Cannes ou o Leão de Ouro de Veneza. Atualmente, o prêmio é fabricado em bronze.

CONHEÇA A ESTRELA DO FESTIVAL – O KIKITO

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CRÍTICAS

V FOR VENDETTA IDEIAS SÃO À PROVA DE BALA

Filme de 2006 estrelado por Natalie Portman (Evey),Hugo Weaving (V) e Stephen Rea (detetive Finch).É

baseado na História em Quadrinhos homônima de Alan Moore e David Lloyd escrita na década de 1980, publicada nos EUA pela DC Comics em 1988 em 10 edições.O longa é rico em detalhes e conta com diálogos maravilhosos, cheios de críticas ácidas e reflexões profundas sobre a política e a natureza humana. O protagonista pode ser observado como um bom exemplo de anti-herói. Pode-se dizer que os anti-heróis não são personagens maus por natureza, contudo, às vezes, é difícil traçar a linha que separa o anti-herói do vilão. O anti-herói, diferente do vilão, sempre obtém aprovação, seja através de seu carisma, seja por meio de seus objetivos muitas vezes justos ou ao menos compreensíveis, o que jamais os torna lícitos. No caso de V, ele próprio se define no início do filme com uma descrição: “Voilà! À vista, um humilde veterano vaudevilliano , apresentado vicariamente como ambos vítima e vilão pelas vicissitudes do Destino. Esta visagem, não mero verniz da vaidade, é ela vestígio da vox populi, agora vacante , vanescida , enquanto a voz vital da verossimilhança agora venera aquilo que uma vez vilificaram .” No caso de V, ele próprio se define no início do filme com uma descrição: “Voilà! À vista, um humilde veterano vaudevilliano , apresentado vicariamente como ambos vítima e vilão pelas vicissitudes do Destino.Esta visagem, não mero verniz da vaidade, é ela vestígio da vox populi, agora vacante , vanescida , enquanto a voz vital da verossimilhança agora venera aquilo que uma vez vilificaram .”

V é caracterizado como um homem mascarado, vestindo capa e chapéu preto, muito culto e de movimentos habilidosos com suas 6 adagas. A máscara é uma referência a Guy Fawkes (soldado católico inglês membro da “Conspiração da Pólvora” que tentou explodir o Parlamento Inglês e matar o rei protestante Jaime I em 5/11/1605). V pretende explodir o Parlamento no dia 5/11 de 2020 em protesto ao governo fascista que se instalou com o discurso de que a população deveria abrir mão de seus direitos e liberdades para que o Estado a “protejesse” da ameaça terrorista. Esse Estado ditatorial, através dos “Homens-Dedo” (pertencentes à Larkhill,instituição militar que ronda as ruas), persegue os “subversivos” (homossexuais, negros, judeus) e por meio de uma rede de TV (BTN) controla o que as pessoas assistem.Assim como os super-heróis da Marvel, V tem uma máscara e um codinome, mas seus métodos (adagas e explosivos) e seu desejo de mobilizar a massa em torno de uma ação transformadora o destacam: “Não se deve contar com a minoria silenciosa, pois o silêncio é algo frágil. Um ruído alto... e está tudo acabado. O povo está amedrontado e desorganizado demais. Alguns tiveram a oportunidade de protestar, mas foram como vozes gritando no deserto. O Barulho é Relativo ao Silêncio que o Precede. Quanto Mais Absoluta a Quietude, Mas Devastadoras as Palmas.” O longa também revela uma atuação forte e intimista de Natalie Portman, que prenuncia o talento que veríamos no drama psicológico Cisne Negro (2011), que lhe rendeu vários prêmios de melhor atriz, entre eles o Oscar e o BAFTA.

O interessante é que um dos autores da HQ que originou a história, Alan Moore, não concordou com a adaptação para o cinema, pois estava descontente com as adaptações de outras obras suas: Liga extraordinária e Constantine. Alan Moore também é o autor da HQ Watchmen, ao lado de David Gibbons, adaptada para o cinema em 2009.Recentemente, um grupo intitulado Anonymous vem fazendo ações pela internet em protestos à falta de liberdade. Esse grupo usa a máscara de V como símbolo e em 2011 atacou o website do governo da Tunísia, episódio que ficou conhecido como “Operação Tunísia”. O mesmo aconteceu no Egito e na Líbia em apoio à Primavera Árabe. Na trilha sonora, destaca-se Garota de Ipanema (Stan Getz, Astrud Gilberto e João Gilberto), I Found a Reason (Cat Power) e Street Fighting Man (The Rolling Stones).O filme vale a pena estar numa sessão de cinema se o seu objetivo for assistir a cenas muito bem dirigidas, com diálogos reflexivos e densos e com um final digno de um bom anti-herói!

‘‘O Barulho é Relativo ao Silêncio que o Precede. Quanto Mais Absoluta a Quietude, Mas Devastadoras as Palmas.”

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AUDREY TAUTOU A delicadeza do cinema europeu

Audrey Tautou ficou conhecida pelas interpretações de Sophie Neveu em O

código da Vinci (2006), de Amélie Poulain em O fabuloso destino de Amélie Poulain (2001) e de Chanel em Coco antes de Chanel (2009.Estreia neste semestre no Brasil um novo filme em que ela é a protagonista: La délicatesse (2011). O longa-metragem conta a história de um amor improvável entre Nathalie (Audrey Tautou) e um colega de trabalho, Markus (François Damiens – humorista belga). Ela - uma jovem linda e viúva. Ele – um homem comum, um pouco desajeitado, solteiro e tímido. Os colegas de trabalho dizem a Nathalie que ela merece alguém melhor que ele; ele diz a si próprio que ela merece alguém melhor que ele. Mas mesmo assim, algo de irresistível e encantador se passa entre os dois.

O filme é uma adaptação do livro de mesmo nome de David Foenkinos, que vendeu 700 mil exemplares e recebeu 10 prêmios na Europa. Ele e a irmã, Stéphane, trabalharam juntos na versão cinematográfica do romance, que conta com uma bela trilha sonora de Emilie Simon.Junto a paisagens clássicas de Paris, como a Torre Eiffel iluminada e jardins, há falas delicadas vindas do estranho Markus como “A Nathalie é a Yoko Ono. Capaz de te fazer sonhar como o maior grupo de todos os tempos” ou “Adoro o seu cabelo. Eu poderia viajar de férias pelos seus cabelos” que a surpreendem quando todos lhe dizem que ele é feio e desajeitado. Bem aceito pela crítica e pelo público francês, nos faz lembrar da poesia nos olhos e nos gestos de Amélie Poulain. Recebeu duas indicações ao Prêmio César de Cinema na França.

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Destaques

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Cidade de Deus é um filme sobre pessoas acima de tudo. Pessoas em busca de algo que as preencha. São personagens em situação de desorientação constante. Desejando

suprir este vazio por meio do estabelecimento de relações humanas. Ainda que estas relações ocorram de diversas maneiras: pela vingança (Mané Galinha X Zé Pequeno), pelo zelo (Marreco X Buscapé), pela paixão (Berenice X Cabelera), pela tensão (Cenoura X Zé pequeno), pela amizade (Zé Pequeno X Bené), pela fraternidade (Trio Ternura), Pelo medo (Buscapé X Zé Pequeno) e, seguindo este raciocínio, a lista seguiria. Fernando Meirelles (e Kátia Lund) dirigem com maestria esta película. Analisando todo o projeto de Meirelles é possível perceber a confiança e a absoluta organização nas etapas que antecederam à filmagem propriamente dita. Da aquisição dos direitos do livro Cidade de Deus de Paulo Lins, em 1998, até a estréia em 18 de maio de 2002, no Festival de Cannes, Meirelles selecionou dentre mais de 2000 testes, um grupo de 200 que fez três meses intensivos de oficina de interpretação. Deste grupo, peneirou-se o elenco final que ficou mais dois meses ensaiando já especificamente para o filme. O diretor tinha uma única certeza, ao iniciar o processo de pré-produção: o elenco deveria ser formado apenas por não-atores. Posto isso, a saga de formação deste elenco começou.Por conta deste intenso processo, durante as filmagens a energia dominava locações, estúdios e corpos des atores e produção. Somente não-atores poderiam ter feito o que foi feito em Cidade de Deus, e funcionou. A narrativa atravessa três décadas – anos 60, 70 e 80 – e, em cada uma destas fases, a fotografia é trabalhada de maneira particular.

Nos anos 60, a fotografia privilegia o tom terra, predominando os vermelhos e os amarelos. Esta opção dialoga diretamente com a locação do loteamento ainda no chão de terra batida, campinhos, tijolos à vista, isolamento. Já nos anos 70, as cores estouram e se espalham pela tela, nas roupas, nas luzes, nas paredes, um mosaico multicolorido que remete ao tema da psicodelia. Na terceira e última fasee, temos uma fotografia mais sombria, predominando o azulado. Muita sombra, penumbra, ambientes azuis por todos os lados, um ar de caos, de precipício. A direção foi muito feliz na opção e na execução desta fotografia.Retomando a questão dos relacionamentos dentro do filme. Enquanto Bené - braço direito de Zé Pequeno – sente uma necessidade de criar relacionamento fora da CDD, e encontra em Thiago, da turma dos Cocotas uma possibilidade de respirar, de poder aproveitar do poder que tem, comprar roupas “de marca”, ir à praia, conversar, se afastar do estresse da CDD, vemos Zé Pequeno cada vez mais decidido a conquistar todas as bocas do morro. Não há relações humanas no seu jogo, apenas a busca incessante pelo poder máximo. Pequeno é só, Pequeno é triste. A cena da festa de despedida de Bené - onde Pequeno, aparentando um adolescente tímido, recebe a negativa de uma moça após tê-la convidado para dançar – resume a essência da personagem magistralmente interpretada por Leandro Firmino da Hora.No meio destas duas personagens temos um equilíbrio em Cenoura (Matheus Nachtergaele), um traficante que durante todo o filme procura minimizar tensões, principalmente com Zé Pequeno. Bené sempre contemporiza os acessos do parceiro em querer invadir as bocas de Cenoura. Com a chegada de Mané Galinha (Seu Jorge) ao bando de Cenoura é que as coisas mudam de figura.

A união de Mané com Cenoura tem motivos diferentes. O primeiro está pela honra – sua própria, de sua namorada e de sua família – enquanto o segundo está pela manutenção e ampliação do poder na favela. Em comum apenas o inimigo: Zé Pequeno. A influência da publicidade e dos videoclipes está nitidamente presente no correr do filme. Cenas como a morte de Bené em sua festa de despedida e o uso da luz estroboscópica; a evolução da boca dos apês, com a câmera fixa e o belo trabalho de cenografia. Temos ainda a inusitada cena inicial onde uma galinha, percebendo seu fim próximo, foge e é perseguida por entre becos e vielas, até chegar ao asfalto e nos apresentar ao narrador Buscapé - que se vê no meio de fogo cruzado entre o tráfico e a polícia.O caos vai tomando conta do filme gradativamente, conforme as palavras do próprio Meirelles, “O estado vai perdendo controle da comunidade e a equipe vai perdendo o controle do filme”. Na primeira fase, é possível ver o horizonte compondo as tomadas, opção que não ocorre na terceira fase do filme, onde as personagens andam, correm, se trombam em cômodos apertados e paredes gastas.Cidade de Deus não exagera. Não estereotipa, não subestima a dinâmica da favela. Confirmando isso, apresenta o fim de Zé Pequeno pelas mãos das crianças Caixa-Baixa. Simples assim. A banalidade da violência.E, paradoxalmente, ali está Buscapé para registrar tudo: a extorsão policial, a execução, o corpo estendido no chão. Todo o processo criminal da favela sendo capturado por sua objetiva. Paradoxal porque Buscapé sempre se esquivava do Zé Pequeno e foi este mesmo Zé Pequeno que o lançaria como fotógrafo profissional.Dadinho era feliz, ele amava Zé Pequeno. Zé Pequeno, coitado, não amava ninguém.

Eu Amo Você que Ama Zé Pequeno que Não Ama Ninguém.

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TRILOGIA

DE VOLTA PARA O FUTURO

Back to the Future (De Volta para o Futuro) é um filme americano de 1985, uma ficção científica, dirigido por Robert Zemeckis.Teve duas

seqüências, filmadas simultaneamente: Back to the Future II (1989) e Back to the Future III (1990).A história começa em 1985. Marty McFly (Michael J. Fox) é um jovem rebelde e desobediente de 17 anos que vive com os seus pais (George e Lorraine McFly) e irmãos em Hill Valley, uma pequena cidade da California. É estudante, mas só pensa no seu namoro com Jennifer Parker (Claudia Wells) (o que não agrada seus pais, principalmente sua mãe, por ser bastante conservadora) e na música que toca numa banda de garagem.Nesse ano, estava acontecendo uma arrecadação para salvar a torre do relógio da cidade, que tinha sido atingida 30 anos antes, na noite de 12 de Novembro de 1955, por um raio, destruindo os seus mecanismos de funcionamento, estando apenas a parte externa para decoração.

Além disso, Marty é também assistente do Dr. Emmett Brown(Christopher Lloyd), um cientista bastante ambicioso em descobertas megalómanas. A primeira descoberta descrita na história é a de um sistema para sincronizar com igual hora todos os relógios do mundo. Para isso, Emmett coloca mais de 30 relógios de pêndulo em casa para que estes toquem todos à hora programada. Emmett ouve os toques quando Marty estava com ele ao telefone para combinarem uma nova experiência e, fica histérico de entusiasmo, algo que já era comum.Emmett diz a Marty para encontrá-lo às 1h30 da madrugada desse dia (26 de Outubro de 1985) no estacionamento do Centro Comercial Dois Pinheiros, local escolhido para o novo experimento científico. Era uma máquina do tempo que funcionava através da energia cinética do movimento do carro. O prefeito de Hill Valley queria substituir o relógio, mas a população preferia mantê-lo apenas para decoração. Marty e Jennifer são interceptados, quando namoravam num banco de jardim, por uma mulher pedindo donativos e lhes dá um folhetoa respeito.

Era necessário acelerar o De Lorean até às 88 mph (140 km/h) que, consequentemente, fazia ativar o capacitor de fluxos, que usaplutónio para produzir uma energia elétrica de 1,21 GW para transportar o veículo para a data programada. Assim que chega ao local, Marty encontra Einstein, o cão de Emmett e, para seu espanto, um automóvel De Lorean saindo, envolto numa nuvem de fumaça, de um caminhão. Nesse De Lorean vinha Emmett que diz a Marty tratar-se da nova experiência que tinha preparado.

Curiosidades, bastidores, novidades, e até segredos escondidos de “De Volta para o Futuro” e das filmagens!

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Um jovem (Michael J. Fox) aciona acidentalmente uma máquina do tempo construída por um cientista (Christopher Lloyd) em um Delorean, retornando aos anos 50. Lá conhece sua mãe (Lea Thompson), antes ainda do casamento com seu pai, que fica apaixonada por ele. Tal paixão põe em risco sua própria existência, pois alteraria todo o futuro, forçando-o a servir de cupido entre seus pais. De Volta Para o Futuro arrecadou nas bilheterias de todo o planeta mais de US$ 350 milhões. Originalmente, era intenção de Robert Zemeckis que a máquina do tempo fosse construída em uma geladeira. A idéia foi abortada porque havia o temor de que crianças resolvessem escalar geladeiras e até mesmo entrar nelas, por causa do filme.Houve várias modificações até que se encontrasse a máquina do tempo perfeita para De Volta Para o Futuro. Uma delas era que a máquina estivesse instalada em um Delorean, mas apenas funcionasse se o carro fosse dirigido durante uma simulação de explosão de uma bomba atômica.A rua principal da cidade mostrada em De Volta Para o Futuro é a mesma utilizada em Gremlins (1984).

O cientista Doc Brown (Christopher Lloyd) leva Marty (Michael J. Fox) e sua namorada (Elisabeth Shue) para o ano 2015, com a finalidade de resolver uma questão familiar no futuro deles. Mas Biff (Thomas F. Wilson), velho inimigo da família, obriga-os a correrem contra o tempo (literalmente falando) para não alterarem os acontecimentos. Além de interpretar o personagem Marty McFly, o ator Michael J. Fox ainda interpretou os dois filhos de Marty, Marty McFly Jr. e Marlene McFly. Em De Volta Para o Futuro 2, um cinema do futuro anuncia o lançamento de Tubarão 19, dirigido por Max Spielberg. Steven Spielberg, um dos produtores executivos do filme, realmente tem um filho chamado Max.Quando Marty McFly chega em 2015, ele olha pela vitrine de uma loja de antiguidades e lá vê uma jaqueta que ele mesmo usava em 1985, um boneco do personagem Roger Rabbit e um jogo da Nintendo baseado no filme Tubarão, de 1975. Trata-se de uma homenagem ao grande sucesso de Steven Spielberg, e a Uma Cilada para Roger Rabbit(1988), dirigido pelo próprio Robert Zemeckis.

Após de receber uma carta de Doc (Christopher Lloyd) datada de 1885, Marty McFly (Michael J. Fox) decide viajar para o Velho Oeste, no dia 2 de setembro do mesmo ano. Lá ele descobre que o doutor está fugindo de uma gangue de bandidos e se apaixonou por uma professora da época. Agora, Marty tem apenas cinco dias para salvar a si e aos seus amigos e voltar para o futuro. O editor do jornal de Hill Valley chama-se M.R. Gale, uma homenagem a Bob Gale, um dos roteiristas da trilogia De Volta Para o Futuro. Este é o 3º de 4 filmes em que o diretor Robert Zemeckis e o ator Michael J. Fox trabalharam juntos. Os demais foram De Volta para o Futuro (1985), De Volta para o Futuro 2 (1989) e Os Fantasmas de Scrooge (2009). As filmagens de De Volta Para o Futuro 2 e De Volta Para o Futuro 3 ocorreram simultaneamente, com os dois filmes sendo lançados nos cinemas com uma diferença de apenas 6 meses. Este é o 3º de 4 filmes em que o diretor Robert Zemeckis e o ator Michael J. Fox trabalharam juntos. Os demais foram De Volta para o Futuro (1985), De Volta para o Futuro 2 (1989) e Os Fantasmas de Scrooge (2009).

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De volta para o futuroI

De volta para o futuroII

De volta para o futuroIII

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HISTÓRIA DO CInEMA

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A trajetória do francês Georges Meliés e de suas invenções revolucionárias no cinema podem ser vistas na exposição "Georges Méliès, o Mágico do Cinema" no Museu da Imagem e do Som (MIS),

em São Paulo, até 16 de setembro.Além de cartazes, figurinos e desenhos originais, a organização criou um espaço interativo com roupas e cenários para os visitantes soltarem a criatividade e criarem filmes de 30 segundos.George Meliés era muito detalhista e desenhava cada cena antes de gravar. Na exposição, o visitante vai poder acompanhar o passo a passo das ideias criativas do artista e assistir a um dos filmes mais famosos do francês: “A Viagem à Lua".Meliés fez mais de 500 filmes, mas boa parte do material foi perdida. A exposição traz 11 deles – mas é o suficiente para curtir o trabalho de alguém que sempre esteve à frente do seu tempo.O artista foi muito lembrado recentemente porque foi personagem do filme "A Invenção de Hugo Cabret". Na história, ele é um inventor de efeitos especiais num tempo em que o cinema nem sonhava com tanta tecnologia. A ficção representa bem o que foi Meliés na vida real. O cinema colorido foi desenvolvido só na decada de 30, mas bem antes o artista também inovou pintando os negativos a mão.

MIS traz exposição inédita e in-terativa sobre Georges Meliés. Cartazes, figurinos, filmes e desenhos originais estão na exposição. Visitantes podem criar filmes de 30 segundos em espaço interativo.

GEORGES MELLIÉS O MÁGICO DO CINEMA

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Cineasta francês (8/12/1861-21/1/1938). Um dos principais responsáveis pelo desenvolvimento da indústria cinematográfica, o primeiro a filmar com figurinos, cenários e maquiagem. Nasce em Paris, em uma família de industriais.Na juventude trabalha como desenhista e mágico, mas se interessa pelo cinema depois de assistir à primeira apresentação dos irmãos Lumière, em 1895. Começa como ator, vira produtor, fotógrafo, figurinista e diretor. Cria técnicas de trucagem e efeitos especiais, empregando fusão de imagens, exposição múltipla de negativos, maquetes e truques ópticos. Consegue pôr na tela fantasmas transparentes, multiplica cabeças e as lança ao ar como bolinhas, transforma um ator em centenas. Com isso, opõe-se ao estilo documentário e produz filmes de ficção científica utilizando técnicas que inventa. Entre suas melhores fitas estão Viagem à Lua, baseada na história do escritor francês Júlio Verne, e As Viagens de Gulliver, adaptada do romance do irlandês Jonathan Swift, ambas de 1902.Nessa época, sua empresa Star Films, em Paris, é considerada o centro mundial do cinema, com mais de 500 filmes produzidos. Depois de 1908, a empresa passa por dificuldades por causa da concorrência com as produtoras Pathé, Gaumont e Éclair. Em seis anos, Méliès fica arruinado e tem de vender doces para sobreviver. Morre em Paris.

Hugo Cabret é um menino órfão que vive escondido na central de trem de Paris dos anos 1930. Esgueirando-se por passagens secretas, Hugo cuida dos gigantescos relógios do lugar - escuta seus compassos, observa os enormes ponteiros e responsabiliza-se pelo funcionamento das máquinas. A sobrevivência de Hugo depende do anonimato - ele tenta se manter invisível porque guarda um incrível segredo, que é posto em risco quando o severo dono da loja de brinquedos da estação e sua afilhada cruzam o caminho do garoto. Um desenho enigmático, um caderno valioso, uma chave roubada e um homem mecânico estão no centro desta intrincada e imprevisível história, que, narrada por texto e imagens, mistura elementos dos quadrinhos e do cinema, oferecendo uma diferente e emocionante experiência de leitura. O Livro chama atenção por sua forma de ser impresso e no modo de contar sua historia pois o livro da uma visão cinematográfica ao leitor, deixando de lado a parte descritiva e dando lugar a parte visual que é pouca explorada pelos livros convencionais. A arte é impecável fazendo você imaginar a movimentação dos personagens, como seus sentimentos somente olhando as pelas artes espalhadas pelas paginas negras do livro, alem é claro ambientação da historia que se passa na Paris dos anos 30.A historia também é muito inovadora tanto que esta sendo adaptadoa para o cinema.O livro é impecável, pois mesmo com mais 500 paginas ele ira agradar do mais jovem leitor ate o maior admirador de arte, literatura, cinema e algo mais.

A INVENÇÃO DE HUGO CABRET

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Brian Selznick nos tranporta para o universo nostálgico inspirado pela Belle Époque em livro infantil recomendado para todas as idades.

Ilustração feita por Meliés para o filme Viagem à Lua.

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OBRIGADO, SCORSESE!No livro de entrevistas “Conversas

com Scorsese”, de Richard Schickel, Martin Scorsese revela certo

incômodo quando é apontado como diretor de filmes de gângsteres, afinal realizou muitas obras que não encaixam no gênero, como Alice Não Mora Mais Aqui, New York, New York, O Aviador e muitas outras. Mas nem ele é capaz de negar que a infinita maioria de suas produções possuem temas adultos. Incomodada com o fato, a esposa do cineasta sugeriu que ele fizesse um longa que sua filha de 12 anos pudesse assistir, tendo em vista que a jovem ainda não pode chegar perto de Taxi Driver, Touro Indomável e companhia. Daí nasceu A Invenção de Hugo Cabret.O longa é absolutamente encantador, sendo atrativo para todos os públicos. Uma de suas características mais importantes é a multiplicidade de gêneros. É difícil enquadrar Hugo em um simples segmento cinematográfico. O filme é, ao mesmo tempo, aventura, fantasia, ação, comédia, romance, drama, ficção científica e, até, documentário. E todos os gêneros funcionam numa harmonia impressionante, fruto de uma direção talentosíssima de Scorsese e de uma edição bem trabalhada de Thelma Schoonmaker, parceira de longa data do cineasta. Adaptação de livro homônimo de Brian Selznick, o filme chegou ao Brasil uma semana depois de O Artista. Podemos dizer que este último, que é mudo e em preto e branco, é uma carta de amor ao cinema clássico. Pois bem, Scorsese foi ainda mais longe e bolou uma carta de agradecimento.Ele, e qualquer cineasta um pouco mais inteirado sobre a origem da sétima arte, sabe que George Méliès foi fundamental para o desenvolvimento do cinema como contador de histórias. Por isso, resolveu traçar aqui algumas linhas para mostrar sua gratidão.Hugo ainda é responsável pela correção de um equívoco histórico.

Assim como consideram os irmãos Wright os precursores do avião, os americanos apontam Thomas Edison como o sujeito responsável pela invenção do cinema. A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas chegou ao ponto de comemorar os 100 anos da sétima arte na cerimônia do Oscar de 1991, enquanto que o resto do mundo celebrou a data quatro anos depois, em 1995. Aqui, o longa diz com todas as letras: os irmãos Lumière inventaram o cinema em 1895. É claro que esta nunca foi uma discussão muito séria, mas não deixa de ser significativo um dos maiores nomes da cinematografia norte-americana defender tal posição. Ainda sobre a “invenção do cinema”, o filme pode ser visto como uma ótima oportunidade para as pessoas descobrirem um pouco mais sobre a mesma. Mesmo fazendo uma série de liberdades poéticas na construção da figura de Méliès, a produção traz não apenas regravações de suas obras, mas também imagens originais de clássicos como Viagem à Lua. Também pode ser visto na íntegra A Chegada do Trem na Estação, de Auguste e Louis Lumière, que foi o primeiro filme exibido para uma plateia em 6 de janeiro de 1896.Existe muita nostalgia em A Invenção de Hugo Cabret, mas é muito mais do que apenas o retrato de um acontecimento. Traz uma trama nova e especial sobre a jornada de duas crianças. Hugo Cabret (Asa Butterfield) é um órfão que vive escondido na estação de trem de Paris. Ele junta peças variadas para tentar consertar um robô quebrado, deixado por seu pai (Jude Law). Um dia, ele conhece Isabelle (Chloe Moretz), que passa a ajudá-lo. Existe muita nostalgia em A Invenção de Hugo Cabret, mas é muito mais do que apenas o retrato de um acontecimento. Traz uma trama nova e especial sobre a jornada de duas crianças. Hugo Cabret (Asa Butterfield) é um órfão que vive escondido na estação de trem de Paris. Ele junta peças variadas para tentar consertar um robô quebrado.

Deixado por seu pai (Jude Law). Um dia, ele conhece Isabelle (Chloe Moretz), que passa a ajudá-lo. Butterfield, que já havia se destacado em O Menino do Pijama Listrado, faz um trabalho ainda mais impressionante, auxiliado bastante por seus expressivos olhos azuis. Já Moretz, apenas ratifica o talento que tínhamos visto em Kick Ass - Quebrando Tudo e Deixe-me Entrar. O elenco conta ainda com as presenças de Ben Kingsley (sempre ótimo),Sacha Baron Cohen, Christopher Lee, Emily Mortimer e Helen McCrory.Reminiscências à parte, a relação entre Hugo e Isabelle é o ponto alto da produção. A amizade dos dois é construída de forma delicada e sensível, sem precisar em momento algum sugerir um sentimento que fosse além do companheirismo e da solidariedade. Eles se dão as mãos em vários momentos da história e em todos é possível se emocionar com a genuinidade do ato.Três vezes vencedor do Oscar, Howard Shore faz um trabalho memorável. Sua trilha sonora é bela e dá bem o tom nostálgico e contemplativo da obra. Ele é auxiliado por um visual deslumbrante. Design de produção, figurino, maquiagem, direção de arte, efeitos especiais, tudo mantém um nível de excelência durante os 126 minutos de duração.Também merece destaque a utilização do 3D. Apaixonado por cinema, o diretor jamais aceitaria operar seu filme através de uma conversão para o formato e, por isso, optou por rodá-lo inteiramente com câmeras 3D. O resultado é belíssimo e não irá decepcionar o público. A noção de profundidade e a precisão dos objetos que voam ao seu encontro são dignas de aplauso. James Cameron assistiu ao longa e afirmou que este é o melhor 3D já visto nas telonas, superando inclusive o seu Avatar. E é isso mesmo, o formato gera uma experiência fenomenal ao espectador.Recordista em indicações ao Oscar 2012, concorrendo em 11 categorias, o longa foi escrito por John Logan (Gladiador) a partir da obra de Selznick, que é sobrinho neto de David O. Selznick, produtor de ...E o Vento Levou.Como disse acima, Hugo é uma carta de agradecimento de Scorsese a George Méliès, Auguste Lumière, Louis Lumière e todos aqueles que foram responsáveis não apenas pela criação do cinema, mas principalmente por torná-lo o que é hoje. Não se trata do melhor longa do cineasta nova-iorquino, mas não deixa de ser uma grande oportunidade para agradecer também àquele que há mais de cinco décadas vem contribuindo para fomentar a paixão de muitos pela sétima arte. Assim, resta dizer: obrigado, Scorsese!

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Na Estrada é baseado no best-seller de Jack Kerouac e conta a história do escritor iniciante Sal Paradise (Sam Riley) que ganha um novo fôlego na vida ao conhecer

Dean Moriarty (Garrett Hedlund), jovem rebelde que já teve várias passagens pela cadeia. Entre os dois, está a bela Marylou (Kristen Stewart), paixão dos dois rapazes.Em conjunto, eles ini-ciam uma viagem pelos Estados Unidos, na qual acabam fazendo uma jornada cheia de descoberta.

Sinopse: Nova York, final dos anos 40. Sal Paradise (Sam Riley) é um homem comum, que vive em Nova Jersey e conhece o jovem libertário Dean Moriarty (Garrett Hedlund), um andarilho alucinante de Denver, e sua namorada Marylou (Kristen Stew-art), de 16 anos. A personalidade magnética do recém-chegado conquista Sal e juntos partem para conhecer os Estados Unidos numa jornada de autoconhecimento.

Novo filme de Walter Salles chega aos cinemas de ManausKristen Stewart é a grande estrela do road-movie “Na Estrada”.

CInEMA BRASIL

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Novo filme de Walter Salles chega aos cinemas de Manaus

FilmografiaNa Estradade Walter Salles - Nos cinemas em 2012Direção

Transeuntede Eryk Rocha - Nos cinemas em 2011 Produtor No Meu Lugarde Eduardo Valente - Produzido em 2009produção Críticode Kleber Mendonça Filho - Nos cinemas em 2008Ator Leonerade Pablo Trapero - Nos cinemas em 2008Coprodutor Linha de Passede Walter Salles, Daniela Thomas - Nos cinemas em 2008Direção, produção Cada Um Com Seu Cinemade Théo Angelopoulos, Olivier Assayas, B. August, Jane C. ,Youssef Chahine - Produzido em 2007Direção Nascido e Criadode Pablo Trapero - Produzido em 2006 Coprodutor O Céu de Suelyde Karim Aïnouz - Produzido em 2006produção Cidade Baixade Sérgio Machado - Nos cinemas em 2005produção Casa de Areiade Andrucha Waddington - Nos cinemas em 2005produção Paris, Te Amode Olivier Assayas, Frédéric Auburtin, Sylvain Chomet, Ethan Coen, Joel Coen - Produzido em 2005Direção, roteiro Água Negrade Walter Salles - Nos cinemas em 2005Direção Diários de Motocicletade Walter Salles - Nos cinemas em 2004Direção Cidade de Deusde Fernando Meirelles, Katia Lund - Nos cinemas em 2002produção Abril Despedaçadode Walter Salles - Nos cinemas em 2002Direção, roteiro Madame Satãde Karim Aïnouz - Produzido em 2001produção Central do Brasilde Walter Salles - Nos cinemas em 1998Direção, roteiro O Primeiro Diade Walter Salles, Daniela Thomas - Produzido em 1997Direção, roteiro

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SELTON MELLO MIL E UMA FACESENTREVISTA EXCLUSIVA COM SELTON MELLO

Ele já interpretou um traficante de drogas em “Meu nome não é Johnny”, um tenente na minissérie “Guerra de Canudos”, um

atormentado na novela “A Indomada”, um maluco apaixonado em “A mulher Invisível”… Faltava pouco para Selton Mello dizer que já fez tudo na dramaturgia. Agora não falta mais. No filme “O Palhaço”, que estreia nas telonas no dia 28, um dos maiores talentos do país trabalha como ator, roteirista e diretor. É como se um jogador de futebol batesse o escanteio e fosse à área para cabecear no gol. Ou como se o médico operasse ele mesmo. Nesta entrevista à @Multticlique, o mineiro de 38 anos fala da sua mais nova experiência no cinema, paixão pela arte de interpretar, ídolos de infância…

O CINÉFILO: Como foi dirigir e interpretar em “O Palhaço”?

SELTON MELLO: Reconheço que foi meio esquizofrênico. Mas nada de diferente ou você não se lembra que eu já tive uma namorada que não existia (no filme A mulher Invisível, em que ele se apaixona por Luana Piovani, fruto desua imaginação).

Mas você gravava a cena e depois gritava “corta”?

Exatamente. Para quem está de fora, fica meio esquisito de ver, mas depois todo mundo acaba se acostumando. Em “O Palhaço”, eu atuo ao lado do Paulo José, um dos ícones da cultura deste país. Fiquei um pouco intimidado nas primeiras cenas, mas passou rapidinho.

Por que virar diretor?

Acho que era um caminho meio que natural, porque sou ator desde criança. São quase 30 anos na profissão, vendo, ouvindo… Há uns 10 anos, passei a me interessar mais em

Você nunca teve medo de palhaço?

Pelo contrário. Sei que tem gente que tem pânico de ver palhaço, mas eu sempre adorei. Passei minha infância em Minas Gerais e em São Paulo indo a circos. Escolhi fazer esse filme para homenagear todos os palhaços, que são verdadeiros atores.

Palhaço perde a graça?

Provavelmente. Tem dias em que ele pode estar mais feliz, outros nem tanto. Pelo menos é assim comigo e com todos que eu conheço

Você costuma acompanhar as críticas dos jornalistas sobre seus filmes?

Eu leio sempre, a menos que saiba que pode vir alguma crítica por perseguição pessoal. Eu me importo com a avaliação porque sei que o público se importa. E sinto falta de mais espaço para as opiniões. Às vezes, é só uma estrelinha ou um bonequinho. Seria importante saber o que o crítico gostou e não gostou.

Jogador de futebol reclama muito das notas dos jornais sobre as atuações no jogo. A imprensa especializada em cinema também é chata?

Acho que menos do que a crônica esportiva.

Qual o melhor papel de sua carreira?

Hum. Difícil dizer. Tenho carinho por todos os papéis. Um dos que mais marcaram talvez tenha sido o Chicó, em o “Auto da Compadecida”. Até hoje as pessoas se lembram.

Cinema, teatro ou TV?

Tem ator que prefere teatro, outros gostam de TV, mas eu me entendi muito com o pessoal do cinema, com sua linguagem… E tem outra: em um ano eu posso fazer dois ou três filmes, coisa impossível com uma novela, que dura quase um ano inteiro. Esse dinamismo me atraiu bastante.

Quem era seu ídolo de infância?

Putz, eu adorava Os Trapalhões. Didi, Dedé, Mussum e Zacarias eram sensacionais. Gostava tanto que chegava ao cinema para ver um filme deles ao meio-dia e só saía às 18 horas, depois de assistir a três sessões seguidas. Minha mãe levava sanduíche e a gente fazia a maior farofada dentro do cinema.

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13ª Festa do Cinema FrancêsCerca de 50 filmes de produção recente francesa, com particular atenção para os movimentos cívicos pela democracia, compõem a 13.ª Festa do Cinema Francês. O festival arranca em Lisboa, seguindo depois para outras cidades portuguesas: Almada, Faro, Porto, Coimbra e Guimarães, estando confirmadas ainda exibições em Évora, Estarreja, Seixal e Setúbal.Em exibição estarão um total de 52 filmes, dos quais 20 em antestreia nacional (como “Paulette”, de Jérôme Enrico, ou “De Rouille et d’Os”, de Jacques Audiard). Ainda em destaque, uma homenagem ao realizador Olivier Assayas, uma retrospectiva de Jacques Audiard e a presença da actriz e cantora Maria de Medeiros como madrinha do evento

A organização, a cargo do Instituto Franco-Português, sublinhou que, além das comédias e dramas, da ficção e documentário que tornam o cinema francês “bastante diversificado, mas com identidade forte”, a Festa do Cinema Francês estará “atenta às inquietações e à realidade social”. Entre a programação, há espaço para o documentário “Fragments d’une revolution”, filme colectivo feito durante as eleições de 2009, no Irão, e “Indignados”, do realizador Tony Gatlif, inspirado em “Indignai-vos”, de Stéphane Hessel, com imagens de protestos em Espanha, França e Grécia. A eles juntar-se-á ainda o documentário “Portugal, os caminhos da incerteza”, feito por François Manceaux, em parceria com a SIC Notícias ao longo de um ano, entre 5 de Outubro de 2010 e 5 de Outubro de 2011.

O Instituto Franco-Português realizou mais uma grande homenagem Cinema Francês.

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CInEMA InDEPEnDEnTE

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Durante muito tempo, o projeto cinematográfico “The Avengers” não passou de uma miragem ao fundo de um longo e árido deserto ardente. E porquê? Porque seria extremamente difícil reunir meia-dúzia de super-heróis mais conhecidos que o tremoço numa só película. Para começar, o orçamento teria de ser estratosférico, pois imagine-se o que é ter de pagar os honorários milionários de um elenco recheado de estrelas (algumas mais que estabelecidas na alta-roda de Hollywood, outras em clara ascensão meteórica). Depois, para que a coisa funcionasse devidamente, seria necessário apostar forte em filmes individuais de cada um dos super-heróis envolvidos no projeto, o que implicaria gastar toneladas de dinheiro em plena era de crise económica à escala mundial. E por fim, seria preciso encontrar um espaço de tempo em que todas as estrelas do elenco estivessem disponíveis para filmar este projeto. Facilmente se consegue imaginar a grande dor de cabeça que advém de cada uma destas contrariedades. Porém, seja pela certeza de que tudo iria correr da melhor maneira, seja pela opulência que lhe permite brincar com muitos milhões de dólares, a Marvel optou por não desistir deste autêntico projeto de sonho, fazendo tudo o que estava ao seu alcance para transformar “The Avengers” num dos maiores sucessos comerciais de todos os tempos. E a verdade é que tudo parece ter resultado da melhor forma, já que a obra de Joss Whedon possui todos os condimentos para agradar a miúdos e graúdos, prometendo dar boa luta a películas como “The Dark Knight Rises” e “The Amazing Spider-Man” na disputa pelo título de maior blockbuster do ano.Partindo do ponto em que “Thor”, “Captain America – The First Avenger”, “Iron-Man 2” e “The Incredible Hulk” haviam terminado, “The Avengers” inicia-se com a chegada à Terra do venenoso e sedento de poder Loki (Tom Hiddleston), o irmão adotado do deus nórdico Thor (Chris Hemsworth).

Filme feito por fãs, para fãs, Os Vin-gadores - The Avengers se aproveita de todas as tradições do Universo Marvel que, ainda que já tenham cansado nas HQs, provam que os super-heróis da Casa das Ideias ainda têm muito o que mostrar nas telas.

tHeaveNGerS

Sentindo-se encorajado pela aliança feita com uma nova e perigosa raça de alienígenas, Loki não hesita em passar por cima de todos os que se atrevem a enfrentá-lo na demanda pelo Tesseract, um cubo de propriedades mágicas que permite ao seu utilizador abrir portais para entrar em contacto com outras galáxias distantes. Sendo incapaz de conquistar a Terra sozinho, Loki procura o Tesseract para despoletar uma invasão alienígena e espalhar o caos e a guerra um pouco por todo o lado. Porém, a sua tarefa não se afigura fácil, já que a S.H.I.E.L.D. e o seu diretor Nick Fury (Samuel L. Jackson) tudo fazem para impedir que o cubo mágico acabe nas mãos do deus maléfico. Mas confrontado com o maior inimigo que alguma vez enfrentou, Fury depressa se apercebe que não terá a mínima hipótese de sucesso se não contar com a ajuda de um grupo de indivíduos muito especiais. Assim entram em cena o Iron-Man de Tony Stark (Robert Downey Jr.), o Captain America de Steve Rogers (Chris Evans), o Hulk do Dr. Bruce Banner (Mark Ruffalo) e o regressado Thor, deus do trovão.

Com a união destes quatro talentosos super-heróis, a Terra parece estar no caminho certo para a salvação. Mas poderá o ego elevado de cada um deles comprometer a missão de salvamento? Curiosamente, o que se afigurava como a maior pedra no sapato deste projeto cinematográfico acaba por ser o seu maior trunfo. A priori, praticamente todos concordavam que o maior desafio de Joss Whedon passava por conferir o mesmo nível de importância a todos os super-heróis, fazendo com que nenhum assumisse um papel de maior relevo sobre os outros e apresentando assim uma narrativa mais natural e menos afetada por exigências contratuais prévias. Com tantas estrelas juntas numa só película, adivinhava-se uma autêntica batalha pelo foco das câmaras nos momentos-chave da narrativa. E como é que Whedon transpôs este problema sério? Agarrando-o pelos cornos em vez de fugir dele, inserindo-o na própria narrativa e tornando-o um dos pontos fundamentais da mesma.De facto, é a dinâmica cheia de atritos entre os quatro super-heróis que torna a narrativa tão divertida e apetecível.

TECnOLOGIA

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Ver Iron-Man, Thor, Captain America e Hulk a batalharem todos juntos no grande ecrã é já de si uma imagem forte e carregada de impacto (físico e emocional).Mas vê-los a trocar provocações e galhardetes repletos de sarcasmo é uma autêntica delícia. Em termos visuais, “The Avengers” é tudo aquilo que se esperava: absolutamente espetacular. A batalha final é tão eletrizante que quase vale pelo filme inteiro, comprovando que os efeitos visuais estão cada vez mais próximos da perfeição e que Whedon não vacilou no momento da verdade. Felizmente, porém, “The Avengers” não vale só pela ação, afirmando-se como uma obra bem divertida e inteligente quanto baste para fazer as delícias dos fãs da Marvel. O humor percorre a película com excelsa naturalidade, e só é pena que muitos dos momentos cómicos se façam à custa de Loki, enfraquecendo a sua imagem enquanto vilão à altura de um acontecimento destes. De facto, muito se tem falado da credibilidade de Loki enquanto vilão máximo desta obra megalómana. Alguns acham-lhe piada. Outros acham que ele não passa de um saco de pancada.

A verdade é que Loki sempre foi um vilão mais psicológico do que físico, primando mais pela sua língua venenosa e pelos seus esquemas maquiavélicos do que pelos músculos enormes ou surpreendentes dotes de batalha. Loki não deixa então de ser um vilão interessante, na medida em que dá a entender que tem sempre um trunfo escondido na manga. Fazendo uma comparação que muitos acharão grosseira, ele acaba por desempenhar um papel muito semelhante ao Joker de “The Dark Knight”, chegando mesmo a causar arrepios nalgumas cenas de maior tensão dramática. Contudo, é verdade que a sua imagem de vilão credível se desgasta com as inúmeras tiradas cómicas de que é alvo ao longo da película. Talvez Whedon tenha abusado um pouco disso, mas também não é por aí que o filme fracassa. Quando muito, o filme perde alguns pontos por se contentar em não ser mais do que um produto de mero entretenimento, demonstrando alguns atalhos narrativos que o fragilizam levemente. Assim como algumas infantilidades próprias de uma obra para maiores de doze anos.

Não estamos, portanto, a falar do melhor filme de todos os tempos, nem sequer de uma obra que vai revolucionar a indústria. Estamos, sim, a falar de uma obra que cumpre os objetivos a que se propôs, encantando miúdos e entretendo graúdos com as suas duas horas e meia de ação explosiva. Resumindo e concluindo, “The Avengers” é pura diversão, mas pouco mais que isso.

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TED A fábula moderna de Seth MacFarlane

A jovem princesa Merida foi criada pela mãe para ser a sucessora perfeita ao cargo de rainha, seguindo a etiqueta e os costumes do reino. Mas a garota dos cabelos rebeldes não tem a menor vocação para esta vida traçada, preferindo cavalgar pelas planícies selvagens da Escócia e praticar o seu esporte favorito, o tiro ao arco. Quando uma competição é organizada contra a sua vontade, para escolher seu futuro marido, Merida decide recorrer à ajuda de uma bruxa, a quem pede que sua mãe mude. Mas quando o feitiço surte efeito, a transformação da rainha não é exatamente o que Merida imaginava... Agora caberá à jovem ajudar a sua mãe e impedir que o reino entre em guerra com os povos vizinhos.

É a já conhecida estrutura do jovem adulto que precisa assumir as responsabilidades e enfim amadurecer. Não há nada de inovador nos rumos tomados pelo roteiro de MacFarlane, Alec Sulkin e Wellesley Wid, que apela a soluções bem cli-chês (aquele velho exemplo onde o protagonista fracassa e sua namorada lhe dá outra chance, um dispensável antagonista com interesse amoroso pela mesma) e torna a experiência previsível em pontos-chave. O que faz a diferença é o engraçadíssimo leque de referências pop que o texto traz à tona: um atestado de amor ao seriado Flash Gordon e as citações de filmes (“Merda, tô parecendo o robô do Aliens – O Resgate“) e, principalmente, a piada final com uma celebri-dade em particular, estão entre os destaques.Claro que isso de nada adiantaria se Ted não ganhasse o afeto do público. E com um trabalho de motion capture verossímil e o trabalho vocal espetacular de MacFarlane (convenhamos, o sujeito tem uma das vozes mais engraçadas do planeta), o bicho de pelúcia fala e faz coisas que nunca imaginaríamos vir de uma figura tão dócil e ingênua – e é justamente isso que o torna tão memorável. Vale comentar também a bela performance de Mark Whalberg, que abraça com eficiência o perfil infantil que o personagem requer, e da sempre deslumbrante e talentosa Mila Kunis.Não se deixe enganar pelos cartazes de divulgação, Ted é uma comédia para adultos. Seth MacFarlane faz uma bela estreia no cinema e ainda que o filme seja imperfeito (o a conclusão traz soluções que, mesmo dentro do universo de ursos falantes, não convencem), é uma experiência divertida que nos apresenta a um personagem que ficará na memória.

A“fábula” transforma-se num bromance chulo e sem escrúcupulos.Partindo da premissa discutida acima, a trama acompanha John Bennett (Mark Whalberg), que depois de um amizade de 27 anos com seu ursinho falante Ted (MacFarlane), precisa encontrar espaço em sua vida para sua namorada Lori (Mila Kunis), e encontrar um propósito para sua vida.

Ted já é divertido desde sua criativa proposta: trazer uma espécie de continuação para os arquétipos contos de fada em que objetos/animais falam

com seus donos solitários, apresentando sua versão para o que viria a seguir. Nas mãos do comediante Seth MacFarlane, criador da série animada Uma Família da Pesada (que não acompanho por falta de tempo, não interesse).

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A lendA dA escóciA gAnhA

vidA nos cinemAs em 2012

VALENTE

O filme é a comédia proibida para menores com maior bilheteria na história

A fábula moderna de Seth MacFarlane

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Da 1ª arte industrial (cinema) à ubiquidade televisiva: videoarte “Telas”

“Assim como a colagem substituiu a pintura a óleo, o raio catódico substituirá a tela” [nam June Paik]

a linguagem na contemporaneidade, mais precisamente a partir da massificação da reprodutibilidade

técnica, por se tratar de fator essencial à comunicação e expressão artística, principalmente a partir da intensa massificação das técnicas industriais, abre caminho para uma importante reflexão: “a reversão do sistema de consumo da obra de arte; não é mais o espectador que vai ao objeto, mas o objeto que vai ao apreciador” [Décio Pignatari].Se a arte, em sua evolução, produziu uma série de ramificações, a partir da articulação de diferentes áreas do conhecimento (design, artesanato, arquitetura, ciência e tecnologia), a produção contemporânea, sem abrir mão dessas relações interdisciplinares, amplia ainda mais o seu universo, ao retomar determinadas questões da estética. Com o surgimento da primeira arte industrial autônoma, o cinema, o que hoje abrange a ubiquidade da televisão, a expressão artística sofre um processo de democratização, transpondo os limites da arte convencional. O videoarte “Telas” é uma obra autobiográfica que por meio do resgate e recriação em vídeo de valores artísticos tradicionais.

Procura, num processo auto-reflexivo, jogar com as relações entre a pintura a óleo e o vídeo digital, questionando o posicionamento do artista (aquele que concebe) com a do fruidor (aquele que contempla).Paralelamente a este questionamento, busca de maneira experimental, traçar uma reflexão entre a Arte e o Design. Reportando a elementos e processos de criação inerentes a estes dois conceitos.A trilha sonora “Anagrama” é elaborada a partir da desconstrução de consagradas sinfonias clássicas. Num processo de rearranjo entre notas e escalas musicais, a “nova partitura” é “interpretada” por um software computacional, que gera o som resultante.Em sentido literal, o vídeo pretende confrontar no espectador as sensações características da pintura convencional, contextualizadas ao dinamismo e a onipresença do recurso áudio-visual. Onde o design, por meio de sua metodologia projetual sistemática, alia-se à arte, a fim de “unificar todas as faculdades humanas, aspirando à unidade da imaginação – O meio é a mensagem” [Marshall McLuhan].

Já Hegel previra a morte do objeto da arte, dizendo que viria apenas a se desenvolver a vontade de um planejamento estético. Hoje, põe-se em causa a própria estética que, ao nível de consumo, poderá dar lugar simplesmente a uma “lógica da preferência”, a idéia de arte devendo alargar-se continuamente ou ceder lugar definitivamente à idéia de design em todos os campos da sensibilidade formal ou da comunicação lógica

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CInEMA HOJE

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O CAVALEIRO DAS TREVAS RESSURGE

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Oito anos após a morte de Harvey Dent, a cidade de

Gotham City está pacificada e não precisa mais do Batman. A situação faz com que Bruce Wayne (Christian Bale) se torne um homem recluso em sua mansão, convivendo apenas com o mordomo Alfred (Michael Caine). Um dia, em meio a uma festa realizada na Mansão Wayne, uma das garçonetes contratadas rouba um colar de grande valor sentimental. Trata-se de Selina Kyle (Anne Hathaway), uma esperta e habilidosa ladra que, apesar de flagrada por Bruce, consegue fugir.

Curioso em descobrir quem é ela, Bruce retorna à caverna para usar os computadores que tanto lhe serviram quando vestia o manto do Homem-Morcego. Aos poucos começa a perceber indícios do surgimento de uma nova ameaça a Gotham City, personificada no brutamontes Bane (Tom Hardy). É o suficiente para que volte a ser o Batman, apesar dos problemas físicos decorrentes de suas atividades como super-herói ao longo dos anos.

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O CAVALEIRO DAS TREVAS RESSURGE

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Peter Parker (Andrew Garfield) é um rapaz tímido e estudioso, que inicou há pouco

tempo um namoro com a bela Gwen Stacy (Emma Stone), sua colega de colégio. Ele vive com os tios, May (Sally Field) e Ben (Martin Sheen), desde que foi deixado pelos pais, Richard (Campbell Scott) e Mary (Embeth Davidtz). Certo dia, o jovem encontra uma misteriosa maleta que pertenceu a seu pai. O artefato faz com que visite o laboratório do dr. Curt Connors (Rhys Ifans) na Oscorp. Parker está em busca de respostas sobre o que aconteceu com os pais, só que acaba entrando em rota de colisão com o perigoso alter-ego de Connors, o vilão Lagarto.O filme marca a estreia de Marc Webb em filmes de alto orçamento. O diretor ficou conhecido pela comédia romântica independente (500) Dias Com Ela. Denis Leary, Irrfan Khan e C. Thomas Howell completam o elenco, que conta ainda com pequena participação de Stan Lee, criador do Homem-Aranha nas revistas em quadrinhos.

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O grupo de mercenários lider-ado por Barney Ross (Sylves-ter Stallone) se une para uma nova empreitada. Após perder-em um amigo assassinado pelo temido Vilain (Jean-Claude Van Damme), a turma embarca em uma jornada em busca de vin-gança.

oS MErCEnÁrioS iiOs realizadores já falavam em uma sequência antes mesmo do primeiro filme entrar em cartaz. O faturamento mundial de US$ 275 milhões apenas ratificou a decisão.

Ao mesmo tempo, recebem a missão de Church (Bruce Wil-lis) de evitar de Vilain coloque as mãos em uma quantidade impressionante de plutônio en-riquecido, que possibilitaria a produção de armas nucleares.

Ross contará com a ajuda de Christmas (Jason Statham), Gun-ner (Dolph Lundgren), Hale (Ter-ry Crews), Toll (Randy Couture) e Trench (Arnold Schwarzeneg-ger), isso sem falar no misterioso Booker (Chuck Norris).

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O VINGADOR DO FUTUROApós 22 anos do lançamento do original, remake de “O Vingador do Futuro” reforça a ação.

Vinte e dois anos depois de “O Vingador do Futuro”, ficção científica estrelada por Arnold Schwarzenegger e dirigida por

Paul Verhoeven, surge um remake da história -- que parte igualmente de um conto do renomado autor Philip K. Dick, “Lembramos Para Você A Preço de Atacado”, e é dirigido por Len Wiseman (“Anjos da Noite”). Desta vez, o protagonista é o ator irlandês Colin Farrell, vivendo o operário Doug Quaid, atormentado por uma rotina massacrante e um pesadelo recorrente: ele se vê fugindo de uma intensa perseguição, acompanhado por uma bela mulher que não conhece.Se o cenário futurista é parecido com o filme de 1990, sumiu pelo menos uma referência importante -- Marte. É com o astro vermelho o sonho repetido do operário vivido por Schwarzenegger. Agora, o planeta nem sequer é mencionado. Repete-se na trama atual a procura, por Quaid, da empresa Rekall para implantar uma memória mais emocionante do que lhe parece sua vida cotidiana -- exceto pelo casamento com Lori (Kate Beckinsale), aparentemente feliz.Sem contar nada a Lori, Quaid procura a Rekall, pensando implantar em sua memória as vivências de um agente secreto. Mas, quando se prepara para receber o pacote, algo dá muito errado -- porque, para dar certo, a fantasia não pode ter qualquer base na realidade. E Quaid não é nada do que pensava, embora não se lembre. Num instante, a Rekall é invadida por soldados com aparência de RoboCop, que vêm combater Quaid -- que, sem saber como, mostrou-se capaz de imobilizar um batalhão deles. A descoberta de suas habilidades continua a surpreendê-lo e vem a calhar, até porque ele tem que fugir dali, para salvar a própria vida.

Mantendo um detalhe presente também no filme original, a mulher de Quaid tem um bocado de segredos escondidos. E o conflito entre os dois, que são agentes secretos, ultrapassa muito os limites de uma guerra conjugal. Carregam a trama cheia de adrenalina as fugas de Quaid -- que na verdade é Carl Hauser --, seu encontro com a mulher que via no sonho, Melina (Jessica Biel), e sua dúbia relação com o movimento rebelde que tenta mudar uma ordem autoritária nesse mundo sombrio do futuro vislumbrado por Philip K. Dick.Diretor mais afeito a filmes de terror e ação do que ficção científica, Wiseman enfatiza as sensacionais escapadas do protagonista, em sequências que visam provocar vertigens, em saltos de altos prédios e a bordo de naves espaciais. Lori, a mulher de Quaid, é boa de briga.

Não é mole ser páreo para ela, assim como acontecia com Schwarzenegger diante de Sharon Stone em 1990.A história original, aliás, faz parte da coletânea “Realidades Adaptadas: Os Contos de Philip K. Dick”, livro que reúne o conto que deu origem aos dois filmes e outras histórias do escritor adaptadas para o cinema como “Os Agentes do Destino” e “Minority Report”.

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REMAKES

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nOVIDADES

The Frozen GroundGênero: Suspenserigem: Estados UnidosEstreia: 01/12/2012Direção: Scott WalkerRoteiro: Scott WalkerDistribuidora:Ano: 2012

Red DawnGênero: AçãoOrigem: Estados UnidosEstreia: 07/12/2012Direção: Dan BradleyRoteiro: Carl Ellsworth, Jeremy PassmoreDistribuidora: Paris FilmesAno: 2010

A última casa da rua Gênero: Suspense, TerrorDuração: 101 min.Origem: Estados UnidosEstreia: 07/12/2012Direção: Mark TonderaiRoteiro: David Loucka, Jonathan MostowDistribuidora: Paris FilmesAno: 2012

A ESCOLHA PERFEITAGênero: Comédia, MusicalOrigem: Estados UnidosEstreia: 07/12/2012Direção: Jason MooreRoteiro: Kay CannonDistribuidora: Universal PicturesAno: 2012

Professor Peso Pesado Gênero: Ação, ComédiaOrigem: Estados UnidosEstreia: 07/12/2012Direção: Frank CoraciRoteiro: Allan Loeb, Kevin James, R. ReubenDistribuidora: Sony PicturesAno: 2012

Fire with FireGênero: Crime, Drama, SuspenseOrigem: Estados UnidosEstreia: 07/12/2012Direção: David BarrettRoteiro: Tom O’ConnorDistribuidora: PlayArte PicturesAno: 2012

Diário de um Banana 3 Gênero: Comédia, FamíliaOrigem: Estados Unidos e CanadáEstreia: 14/12/2012Direção: David BowersRoteiro: Gabe Sachs, Maya ForbesDistribuidora: Fox Film do BrasilAno: 2012

A Viagem Gênero: Drama, Ficção Científica, MistérioOrigem: EUA, Ale. , Hong K.e SingapuraEstreia: 25/12/2012Direção: Andy Wachowski, Lana Wachowski,Roteiro: David Mitchell, Tom TykwerDistribuidora: Imagem FilmesAno: 2012

Baseado em uma história real, Cusack interpretará um pai de família e respeitado membro da comunidade que durante 12 anos sequestrou mais de 24 mulheres e as levava para uma zona desértica no Alasca para poder caçá-las depois. Nicolas Cage será o policial que encontra a única vítima (Vanessa Hudgens) que sobreviveu ao ataque do sequestrador.

Em Amanhecer Violento, uma cidade Americana se depara com uma visão surreal quando paraqueditas estrangeiros começam a cair do céu e tomam controle da cidade. Rapidamente os cidadãos encontram-se presos e sua cidade sob ocupação inimiga. Determinados a lutar, um grupo de jovens patriotas tentam salvar a cidade da invasão.

Uma adolescente (Jennifer Lawrence) se muda com sua mãe (Elisabeth Shue) para uma nova cidade e descobre que a casa vizinha foi a cena do crime de um duplo assassinato. A situação se complica quando a adolescente faz amizade com o único sobrevivente do massacre (Max Thieriot).

A história segue Beca, uma estudante gótica e rebelde que esta infeliz por ser obrigada a estudar na faculdade onde o seu pai é professor. No entanto é nessa faculdade que ela descobre a sua voz e o seu jeito para a música.

Um professor de biologia fica como um lutador de artes marciais, em um esforço para arrecadar dinheiro para salvar programa de música da escola.

Depois de um exaustivo dia de trabalho, o jovem bombeiro Jeremy Coleman (Josh Duhamel) sai para beber com os amigos – mas acaba presenciando um crime brutal. Auxiliando o detetive Mike Cella (Bruce Willis), ele concorda em identificar o agressor. Mas o assassino comprova que sabe quem ele é e começa a ameaçá-lo. Forçado a abandonar sua carreira e integrar o programa de proteção às testemunhas, Jeremy tenta reconstruir sua vida. Mas uma inesperada virada judicial coloca o criminoso de volta nas ruas. Desta forma, o ex-bombeiro vai se unir a uma gangue rival para proteger a si mesmo e às pessoas que ama, combatendo fogo com fogo.

Diário de um Banana 3 - Dias de Cão é o terceiro filme baseado na série de HQs Diário de um Banana. Na trama, Greg enfrenta a epopeia das férias de verão, obrigado a participar de muitas atividades ao ar livre com os coleguinhas.

Em A Viagem várias histórias em épocas diferentes, passado, presente e futuro, estão conectadas mostrando como um simples ato pode atravessar séculos e inspirar uma revolução. Os diretores da trilogia Matrix dirigem uma épica estória através dos séculos com Tom Hanks, Halle Berry, Susan Sarandon e Hugh Grant. Adaptação do bestseller internacional, Cloud Atlas, de David Mitchell.Tom Tykwer (Trama Internacional) dirige A Viagem juntamente com os imãos Wachowski, responsáveis pela trilogia Matrix.

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A Última EstaçãoGênero: Biografia, Drama, RomanceOrigem: Alemanha, Rússia e R. UnidoEstreia: 07/12/2012Direção: Michael HoffmanRoteiro: Jay Parini, Michael HoffmanDistribuidora: Sony PicturesAno: 2009

Open RoadGênero: Ação, Drama, SuspenseOrigem: Estados Unidos e BrasilEstreia: 21/12/2012Direção: Márcio GarciaRoteiro: Julia CamaraDistribuidora:Ano: 2012

2016: Obama’s AmericaGênero: DocumentárioOrigem: Estados UnidosEstreia: 16/12/2012Direção: Dinesh D’Souza, John SullivanRoteiro: John SullivanDistribuidora: Rocky Mountain PicturesAno: 2012

The HobbitGênero: Aventura, FantasiaOrigem: Estados Unidos e Nova ZelândiaEstreia: 21/12/2012Direção: Peter JacksonRoteiro: Guillermo del Toro, J.R.R. TolkienDistribuidora: Warner Bros.Ano: 2012

ZarafaGênero: Animação, Aventura, FamíliaOrigem: França e BélgicaEstreia: 21/12/2012Direção: Jean-Christophe Lie, R. BezançonRoteiro: Alexander Abela, Rémi BezançonDistribuidora: ImovisionAno: 2012

As Aventuras de PI Gênero: Aventura, DramaOrigem: Estados UnidosEstreia: 25/12/2012Direção: Ang LeeRoteiro: David MageeDistribuidora: Fox Film do BrasilAno: 2012

About CherryGênero: DramaOrigem: Estados UnidosEstreia: 25/12/2012Direção: Stephen ElliottRoteiro: Lorelei Lee, Stephen ElliottDistribuidora:Ano: 2012

Cidade de Deus - 10 Anos DepoisGênero: DocumentárioOrigem: BrasilEstreia: 21/12/2012Direção: Cavi Borges, Luciano VidigalRoteiro: Gustavo Mello, Luis NascimentoDistribuidora:Ano: 2012

Após quase 50 anos de casamento, a Condessa Sofia, esposa, companheira, musa e colaboradora de Leo Tolstoi, vê seu mundo virar de pernas para o ar. Em nome da nova religião que criou, o grande romancista russo renunciou ao seu título de nobreza, às suas propriedades e à sua família, em favor da pobreza, do vegetarianismo e do celibato.

O filme conta a história de uma jovem brasileira que, em uma jornada de au-toconhecimento, decide sair de casa e encarar a vida solitária pelas estradas da Califórnia.

2016: América de Obama examina a questão: “Se Obama ganhar um se-gundo mandato, onde os Estados Uni-dos estará em 2016?” O filme é inspira-do no livro The Roots of Obama’s Rage (ou As Raízes do Ódio de Obama, em tradução livre), de Dinesh D’Souza.Dinesh D’Souza, autor do livro, também é diretor do filme.

A aventura segue a jornada épica de Bilbo Bolseiro para recuperar o Reino dos Anões de Erebor do temido dragão Smaug. Convidado de repente pelo mago Gandalf, Bilbo se vê entrando na aventura com mais 13 anões liderados pelo lendário guerreiro Thorin Escu-do-de-Carvalho. Sua viagem irá leva-los a lugares selvagens, passando por ter-ras traiçoeiras, Orcs, Wargs, Aranhas Gigantes, Transmorfos e Feiticeiros.Embora seu objetivo esteja a Leste, nos terrenos áridos da Montanha Solitária.

Depois de fugir de um traficante de escravos, o jovem Maki faz amizade com uma girafa chamada Zarafa e embarca em diversas aventuras.

As Aventuras de Pi, inspirado no livro de sucesso de Yann Martel, A Vida de PI, conta a história de um jovem indiano que, após um naufrágio, luta para sobreviver em um bote salva-vidas ao lado de um tigre-de-bengala.

O filme acompanha um advogado (James Franco) viciado em cocaína que se envolve com uma garota de 18 anos que se muda para San Francisco e entra para a indústria pornográfica.

Numa mistura de realidade e ficção, algumas cenas marcantes de CDD serão recriadas com os mesmos atores do filme. Essas cenas servirão como elipses temporais, uma metáfora dos tempos real e cinematográfico. Um exemplo é cena de CDD, na qual a câmera gira em 360° em torno de Buscapé , numa passagem da década de 70 para 60. Numa forma invertida, essa cena será refeita no documentário numa passagem de tempo de 10 anos depois da realização do filme. O objetivo agora é conhecer o que aconteceu uma década depois.

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TOP 10

1º Atividade paranormal 42º Até que a sorte nos separe3º Hotel transilvânia4º Ted5º Busca implacável 26º A entidade7º Intocáveis8º Procurando nemo9º Resident evil 5 - retribuição

10º As vantagens de ser invisível

1º Atividade paranormal 42º Argo3º Busca implacável 24º Hotel transilvânia5º A sombra do inimigo6º A entidade7º Professor peso pesado8º A escolha perfeita9º Frankenweenie

10º Looper - assassinos do futuro

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