revista municípios

76

Upload: joao-paulo-cunha

Post on 12-Mar-2016

231 views

Category:

Documents


2 download

DESCRIPTION

Revisa Municípios.

TRANSCRIPT

Page 1: Revista Municípios
Page 2: Revista Municípios
Page 3: Revista Municípios
Page 4: Revista Municípios

Editorial ExpedienteEditorial DESTAQUES

Deputado federal mais votado do PT de São Paulo nas duas últimas eleições, João Paulo Cunha assumiu a presidência da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Câmara, com o compromisso de priorizar a votação de projetos estratégicos voltados para o avanço do ciclo de desenvolvimento sustentável, consolidado na gestão do ex-presidente Lula.

João Paulo aposta no sucesso do governo da presidente Dilma Rousseff, “que tem a experiência e o conhecimento político e técnico para comandar com firmeza o projeto brasileiro de desenvolvimento”, e no fortalecimento da parceria entre União e municípios. Ele acredita que uma futura revisão do pacto federativo deve ampliar substancialmente a receita e a autonomia financeira dos municípios.

Ele não esconde seu desejo de assumir a prefeitura de Osasco, cidade onde mora e construiu sua vitoriosa trajetória política, nem sua determinação de colaborar ativamente para o crescimento do partido. “Em 2012, quero ajudar o PT a ter um bom desempenho eleitoral, ampliando o número de prefeitos e vereadores em todo o país”

Quanto ao seu processo no chamado mensalão, o deputado, que já foi absolvido nas urnas pelo voto popular, está tranqüilo e confiante de que será inocentado no Supremo Tribunal Federal (STF) das acusações que lhe foram imputadas: “Nada do que foi dito contra mim sustenta-se em provas ou fatos verídicos”.

Compromisso Com o Brasil

O Editor

Editor GeralGuilherme Gomes Filho

Jornalista Responsável - SJP-DF 1457

Diretor FinanceiroAntônio Carlos de Oliveira Gomes

Departamento ComercialCarla Alessandra dos Santos Ferreira

AtendimentoLarissa Brenda Oliveira

Sabrina Gois

ColaboradoresGerson Gonçalves de Matos / Maurício Cardoso

Rangel Cavalcante / Renato Riella / José Fonseca

Projeto Gráfico e DiagramaçãoAndré Augusto de Oliveira Dias

Agências de NotíciasBrasil, Senado, Câmara, Petrobras

REPRESENTANTES COMERCIAIS

Região NorteMeio & Mídia Comunicação Ltda

e-mail: [email protected]@meioemidia.com

(11) 3964-0963

Bahia - Itamar [email protected]

Rua Fernando Menezes De Goes, 397Empresarial Lucílo Cobras, Sala 202 - Pituba

CEP: 41810-700 - Salvador-BATel.: (71) 2105-7900 / 3115-5402 / 9974-0449

Nacional e InternacionalBento Neto Corrêa [email protected]

FotosRicardo Stuckert / César Marques/ EBC/ABr

Tiragem36 mil exemplares

Endereço ComercialSRTVS - Q. 701 - Bl. O - Ed. Centro

MultiEmpresarial - Sala 457 - CEP:70340-000 Brasília/DF - PABX: (61) 3034-8677

[email protected]

[email protected]

As colunas e matérias assinadas não serão remuneradas e o texto é de livre

responsabilidade de seus autores

Page 5: Revista Municípios

Estados & Municípios - Maio 2011 5

DESTAQUESDEsTaQUEs

O deputado federal João Paulo Cunha (PT/SP), revelou, em entrevista, que à frente da Comissão de Constituição e Justiça, colocará em discussão proje-tos que dêem ao país a oportunidade de superar seus problemas com infra-estrutura. Ele fez uma análise dos oito anos do Governo Lula e afirmou que a presidente Dilma Rousseff é hoje a pessoa mais bem preparada para continu-ar a grande obra de transformação do Brasil. O parlamentar petista também falou sobre reforma política e eleições municipais de 2012. Sobre sua suposta participação no mensalão, João Paulo afirmou que já recebeu o julgamento do povo ao ser reeleito por duas vezes consecutivas, o mais votado do PT no estado de São Paulo

Cerca de 2 mil prefeitos vão ao Palácio do Planalto, à Câmara e ao Senado pedir a distribuição equânime dos royalties do petró-leo entre os municípios e a regu-lamentação da Emenda 29, sobre o repasse de verbas para a saúde. Vejam o que eles conseguiram.

Em seus seis anos de mandato, o prefeito de Paracatu, MG, Vasco Praça Filho (PMDB) ampliou a infraes-trutura hospitalar, triplicou o número de servidores, investiu mais de 30% do orçamento em saúde, implementou a parceria público-privada e humani-zou o atendimento médico.

O senador José Agripino (RN), presidente do Democratas, ga-rante que os desfalques sofridos com a criação do PSD não mo-dificaram os planos de fortaleci-mento da legenda. Ele descartou qualquer possibilidade de fusão com o PSDB.

A Associação Transparência Municipal e a Associação Brasilei-ra de Municípios lançam um Con-curso de Monografias cujo objeti-vo é estimular a consolidação de uma cultura de transparência na sociedade brasileira. As inscrições vão até o dia 8 de agosto.

06

12

30

26

48

CaPa

MUNiCiPaLiSMO

MUNiCíPiO

POLíTiCa

NaCiONaL

24 447462

Renato Riella Pedro abelha

François E. J. de Bremaeker

NaDa DE REFORMa ELEiTORaL

Rangel Cavalcante

Casos & CausosO BiLhETE

Mídia

Artigo

CresCe número de liCitações

liCitação e meio ambiente

Page 6: Revista Municípios

6 Maio 2011 - Estados & Municípios

dEtErminaçãO E lutaCapa

Com um currículo impecável e trajetória de vida sempre dedicada à defesa dos movimentos populares e sindicais, o ex-metalúrgico e deputado federal pelo quinto mandato consecutivo João Paulo Cunha (PT/SP), assumiu a Presidência da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Câmara dos Deputados, tendo como meta aprovar projetos voltados para o avanço do desenvolvimento nacional sustentável, o que, na sua avaliação, permitirá que o país supere seus problemas com infraestrutura, “condição central para um ritmo de crescimento elevado”. Em entrevista à Revista Estados&Municípios, João Paulo Cunha, o primeiro operário a presidir a Câmara dos Deputados, esclareceu que o momento econômico que o Brasil vive é resultado da gestão do Governo Lula, que no auge da crise financeira, em 2008, agiu de maneira rápida e competente, estimulando o crédito e o consumo. “Com as projeções de um crescimento do PiB em torno dos 4,5%, com a inflação dentro da meta de no máximo 6,5% e com a criação de emprego mantendo-se em alta, o país está preparado para continuar crescendo com aumento e maior distribuição da renda nacional”, comemorou. João Paulo Cunha também elogiou o trabalho que a presidente Dilma Rousseff vem fazendo, dando prioridade ao crescimento econômico, visando distribuir renda, eliminar a pobreza e garantir a inclusão social, econômica e cultural de todos. “Seu governo será marcado também por trazer pela primeira vez para o centro das decisões políticas nacionais a visão e a sensibilidade feminina de uma mulher guerreira, que dedica sua vida à luta por um Brasil melhor, digno de seu povo”, acrescentou. Quanto ao chamado mensalão, em 2005, o deputado João Paulo disse que está tranquilo e confiante de que será inocentado no Supremo Tribunal Federal. “Nada do que foi dito contra mim sustenta-se em provas ou fatos verídicos. Provei minha lisura e mantive meu mandato”, concluiu o parlamentar petista. Na entrevista, João Paulo também falou sobre reforma política e as eleições municipais de 2012, quando não escondeu o desejo de disputar a Prefeitura de Osasco, cidade onde se criou e desenvolveu sua carreira profissional.

6 Maio 2011 - Estados & Municípios

TRAJETÓRIA

João Paulo Cunha tem 53 anos e nasceu em Caraguatatuba, São Paulo. É casado com a jornalista Márcia Milanésio e tem uma filha chamada Juliana. Mora em Osasco há 47 anos. Metalúrgico, atuou no movimento sindical e popular, participando das Comunidades Eclesiais de Base.Ajudou a criar e consolidar o PT, ocupando cargos de direção municipal, estadual e nacional. Foi vereador em Osasco e deputado estadual. Exerce seu quinto mandato como deputado federal, sendo reconhecido no Congresso Nacional por defender a Reforma Política. Foi presidente da Câmara dos Deputados no biênio 2003 e 2004, liderando as articulações políticas que deram sustentação e governabilidade para os dois primeiros anos da presidência de Lula. Nas eleições de 2006 e 2010 foi eleito no Estado de São Paulo como o mais votado deputado federal do PT. É presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Câmara dos Deputados.

Page 7: Revista Municípios

Estados & Municípios - Maio 2011 7

Capa

Estados & Municípios - Maio 2011 7

Page 8: Revista Municípios

8 Maio 2011 - Estados & Municípios

Que balanço o Sr faz dos pri-meiros meses do governo dilma?

A presidenta Dilma está se saindo muito bem e tem tudo para fazer um governo melhor que o de Lula. Especialmente porque inicia a sua gestão com um legado admi-nistrativo que conduziu o Brasil ao atual momento, amplamente favo-rável. Com a Nação projetada in-ternacionalmente como uma nova referência e modelo de gestão pública e democrática. Com um projeto que prioriza o crescimento econômico, visando distribuir ren-da, eliminar a pobreza e garantir a inclusão social, econômica e cultu-ral de todos.

Dilma é hoje a pessoa mais preparada para continuar a gran-de obra de transformação do país, iniciada por Lula em 2003. Tem a experiência e o conhecimento polí-tico e técnico para comandar com firmeza o avanço do atual projeto de desenvolvimento nacional. Por oito anos ela foi a coluna de sus-tentação do governo Lula, geren-ciando os principais programas da gestão. Acumulou profundo

conhecimento da realidade e das necessidades do Brasil e seu povo. Está totalmente qualificada para desempenhar com brilhantismo o desafio de conduzir e aperfeiçoar a construção de um Brasil mais justo.

Seu governo será marcado também por trazer pela primeira vez para o centro das decisões políticas nacionais a visão e a sensibilidade feminina, de uma mulher guerreira, que dedica sua vida à luta por um Brasil melhor, digno de seu povo.

As primeiras pesquisas apon-tam uma aprovação popular a seu governo superior a 70%. Números tão robustos indicam que a com-petência e dedicação da presi-denta Dilma dão a confiança e certeza de que estamos nas mãos certas para manter o país nos trilhos e acelerar o crescimento econô-mico, com mais desenvolvimento, mobilidade social e cidadania.

E quanto ao governo do ex-presidente lula, qual balanço o sr faz?

Nos oito anos da presidência de Lula,o Brasil viveu uma verdadei-

ra revolução econômica e social. Em 2003, Lula pegou uma nação com a economia em frangalhos, juros e inflação em alta e desem-prego galopante. Em 2010, entre-ga um país com alta de 7,5% do PIB, mantendo a inflação abaixo de 6%, e criando mais de 2,8 milhões de empregos. Em oito anos, sua gestão criou mais de 15 milhões de empregos formais para os brasileiros.

É claro que a transformação de um país não é obra particular, e Lula soube muito bem comandar uma ampla base de partidos e se-tores sociais que lhe deram apoio e sustentação no parlamento e nas ruas. Contou com o apoio, a repre-sentatividade social e a capacida-de de realização do PT e dos parti-dos do governo de coalizão.

Seu governo foi o mais demo-crático, popular e transparente da história do país. Por isso contou com o apoio entusiasmado da imensa maioria dos brasileiros, deixando o governo com aprovação recorde, superior a 80% da população e o respaldo dos movimentos popula-res e sindicais. Sua gestão foi um grande impulso para avançarmos uma cultura democrática no Brasil.

Que realizações do governo lula o Sr destacaria?

O governo do ex-presidente Lula passará para a história como o mais realizador de todos. Pela primeira vez no país, programas so-ciais ganharam amplitude e foram consolidados, resgatando parte da enorme dívida social de séculos de abandono. A partir da gestão de Lula, afirma-se no Brasil um novo modo de fazer políticas públicas so-ciais de qualidade para educação, saúde, habitação, saneamento básico e meioambiente, entre ou-

Capa

João Paulo recebe Dilma Rousseff e Lula em Osasco

Page 9: Revista Municípios

Estados & Municípios - Maio 2011 9

tras. Entre tantas conquistas, além da acertada gestão da economia nacional, destacaria o PAC como o maior e mais estruturado plano de aceleração do crescimento do país com investimentos superiores a R$ 1 trilhão, viabilizando obras es-truturantes, que preparam o Brasil para seu futuro promissor.

Destaque também para o Bolsa Família, que dá dignidade e oportunidade para subir na vida a mais de 13 milhões de famílias no país. Temos ainda o PDE, o Prouni e a maior ampliação da história no ensino superior público, com avan-ços também no ensino técnico. E o programa Minha Casa Minha Vida que está construindo mais de um milhão de moradias pelo Brasil afora.

Muito importante foi a redução do desmatamento na Amazônia e o desenvolvimento e incremento de uma política nacional de bio-combustíveis. Área que a presiden-ta Dilma vai aprimorar, garantindo a ampliação da produção do etanol, para o abastecimento interno e ex-portação. E também a fantástica descoberta do petróleo na cama-da do pré-sal, que coloca o Brasil no grupo dos maiores produtores e exportadores dos derivados desta importante riqueza.

A verdade é que Lula e o PT fizeram pelo povo brasileiro, em oito anos, mais e melhor do que qualquer outro governo na história recente do país.

Como o Sr vê hoje a imagem do Brasil no mundo?

Em função do ótimo desem-penho do presidente Lula, que tra-balhou pela afirmação do país e de seu povo, o Brasil passou a ser visto de maneira positiva pelo mun-do. Trocou-se a imagem de um

país atrasado, pela realidade de uma nova potência internacional. Que lidera os países emergentes no G 77 e tem acento e voz des-tacada no G 20, bloco político e econômico que sucedeu o G 8 nas principais definições internacionais.

O carisma e o trabalho do ex-presidente Lula foram fundamentais para consolidar a imagem de um Brasil como uma nação democrá-tica em franco desenvolvimento econômico e social. O reconheci-mento e a aprovação internacional de Lula estão vinculados não ape-nas `as relevantes realizações à fren-te da presidência; mas também por ser um operário que chegou ao po-der e governou com o povo. Abrindo mão, em nome da democracia, de tentar um terceiro mandato, que se-ria favas contadas.

Do presidente que liderou e viabilizou a afirmação econômica e social do Brasil, Lula projetou-se como um novo líder mundial. Re-afirmando a importância do diá-logo internacional para reformular e revigorar a ONU e os organismos internacionais, caminho para uma democrática governança global. Em busca de um mundo mais equi-librado e justo, com prevalência da paz entre os povos e do desenvolvi-mento sustentável das nações, pre-servando o meio ambiente.

Qual é a sua avaliação sobre a economia brasileira?

O atual bom desempenho da economia brasileira é fruto de um novo e vigoroso ciclo de desenvol-vimento sustentado, consolidado como modelo no primeiro biênio da presidência de Lula em 2003-2004. Nessa etapa, o ex-presidente orientou o governo para superar o caos econômico encontrado e

acelerar o crescimento econômi-co. Naquele biênio, decisivo para o futuro do governo e do país, tive a honra e orgulho de presidir a Câmara dos Deputados. Ajudan-do a garantir a governabilidade e o equilíbrio institucional, para que Lula colocasse seu plano de go-verno em prática e pudesse supe-rar as desconfianças e preconcei-tos do início de sua gestão.

A gestão da economia no governo de Lula mostrou-se espe-cialmente acertada e eficiente no enfrentamento da crise financeira e econômica de 2008-09. A crise atingiu um Brasil bem mais prepara-do em seus fundamentos econômi-cos e Lula atuou de maneira rápida e competente na aprovação de centenas de medidas anticíclicas. Estimulando o crédito e o consumo e minimizando o efeito da crise no país. Aliás, tenho o maior orgulho de ter relatado a medida provisória com ações de combate a crise econômi-ca e financeira, ajudando o Brasil a atravessar aquele difícil momento.

Para 2011, as projeções são de um crescimento do PIB em tor-no dos 4.5%, com a inflação den-tro da meta de no máximo 6,5%. Essa tendência favorável deve se manter para os próximos anos. Com a criação de emprego man-tendo-se em alta, viveremos uma situação de pleno emprego em vários setores econômicos. As ex-portações do país vão continuar a crescer, garantindo elevados sal-dos comerciais. O crédito e os in-vestimentos também vão aumen-tar, viabilizando a superação das atuais limitações em infra-estrutu-ra, nas estradas, portos e aeropor-tos. As reservas internacionais do país já superam os U$ 300 bilhões, e o país está bem preparado para

Capa

Page 10: Revista Municípios

10 Maio 2011 - Estados & Municípios

outras crises e para enfrentar o de-safio de continuar crescendo, sem inflação, com aumento e maior distribuição da renda nacional.

Como a Comissão de Constituição e Justiça que o Sr. preside pode contribuir para o desenvolvimento nacional?

Na presidência da Comis-são de Constituição de Justiça e de Cidadania (CCJC), estou dando celeridade, de manei-ra democrática, aos debates e votações, priorizando a aprova-ção de projetos voltados para o avanço do desenvolvimento na-cional sustentável. Projetos que melhorem a economia, saúde, educação, ciência e tecnologia, cultura, segurança, meio am-biente, entre outras áreas rele-vantes da gestão pública.

Vamos priorizar, tanto na pre-sidência da CCJC como no meu mandato, a criação de condições e bases legais para estimular e ampliar os investimentos públicos e privados, de modo a possibilitar que o Brasil supere seus gargalos em infra-estrutura, condição cen-tral para mantermos um ritmo de crescimento elevado.

Pela importância para a pra-tica política no país, vou me dedi-car também à aprovação de uma reforma política, que qualifique os processos de escolha e atuação dos representantes eleitos no exe-cutivo e legislativo. Vamos buscar avançar também na aprovação de projetos que reformulem para melhor o nosso sistema tributário, buscando reduzir e tornar mais so-cialmente justas a carga tributária e a cobrança de taxas e impostos dos governos municipais, estadu-ais e nacional.

O que o sr defende priori-tariamente na reforma política?

Estou convencido que o me-lhor para o Brasil é adotarmos o sis-tema eleitoral de voto em lista par-tidária e o financiamento público de campanha. Deste modo vamos fortalecer os partidos ideológicos e programáticos, reduzir o perso-nalismo e praticamente eliminar os desvios propiciados pelo atual financiamento privado das campa-nhas. Defendo também o fim das coligações proporcionais e a fideli-dade partidária, como instrumentos relevantes para melhorar a ação dos partidos e dos políticos e suas relações com a sociedade.

O que Sr. espera de seu processo no StF, no chamado mensalão?

Estou tranqüilo e confiante que vou ser inocentado no STF, como fui no Plenário da Câmara dos Depu-tados e no grande julgamento po-pular, que é o voto dos cidadãos, quando fui reeleito em 2006 e 2010 como o deputado federal mais vo-tado do PT no Estado de São Paulo. O PT foi vítima, e eu também, des-se sistema de financiamento priva-do das campanhas eleitorais. Não queremos mais errar e sempre luta-mos, agora com mais ênfase, para fazer a Reforma Política no Brasil.

Além de injusto é ridículo que-rer atribuir a mim o recebimento de dinheiro para votar com o governo. Eu nem votava, pois era Presidente da Câmara. Receber para votar com o PT e com o Lula, eu? Que sempre fui PT e que ajudei a coordenar a Cam-panha do Presidente Lula? O que de fato aconteceu foi que recebi recur-sos da tesouraria do PT Nacional para fazer pesquisas nas cidades de mi-nha região em São Paulo.

Naquele momento, muito de preconceito e conservadorismo foi destilado na grande mídia, am-pliando a onda da oposição con-tra o PT e Lula. Naturalmente, pelo destaque que tinha, meu manda-to foi também arrastado para a crise política.

Esse processo machucou e é uma dor que me acompanha até hoje. Estou no meu sétimo man-dato e nunca respondi nenhum processo na minha vida. Moro na mesma casa na periferia de Osas-co há 21 anos. Fiz uma opção de vida quando decidi fazer política a favor dos trabalhadores do Brasil e na busca pela justiça e por um país mais justo. Tenho as mãos lim-pas e fé que o tempo recolocará no devido lugar a verdade.

Que papel o Sr vê para os municípios brasileiros?

Os municípios estão em um momento de fortalecimento de suas ações, em virtude da postu-ra republicana implantada pelo presidente Lula e continuada pela presidenta Dilma. Todas as cidades do país, independente do partido do prefeito, recebem hoje do governo federal muitos recursos financeiros e programas que melhoram a qualidade de vida dos cidadãos.

Vamos avançar ainda mais nesta postura republicana e de-mocrática, ampliando a parce-ria entre união e municípios. O projeto de país democrático, inclusivo, desenvolvimentista e sustentável, que será aprimora-do na gestão da presidenta Dil-ma, é um projeto que prioriza o apoio material e financeiro para ajudar os municípios na resolu-ção de seus problemas.

Capa

Page 11: Revista Municípios

Estados & Municípios - Maio 2011 11

Uma futura revisão do pacto federativo deve ampliar substan-cialmente as receitas dos muni-cípios e sua autonomia financeira. Este é um caminho seguro para a afirmação institucional do poder lo-cal brasileiro.

Que cenário o Sr projeta para as eleições municipais de 2012?

As eleições municipais de 2012 serão importantes, por deter-minar a escolha dos novos manda-tários do executivo e legislativo das cidades e redefinir o quadro de forças políticas para a disputa dos governos estaduais e federal em 2014. Na eleição, o que vai preva-lecer será a realidade local, com alguma interferência e influência do cenário estadual e nacional. O que contará mesmo são as condi-ções e o estado das forças políticas no município.

O PT e os partidos da base aliada do governo Dilma contarão a seu favor com o ótimo momen-to econômico e social do país, um fruto direto das ações eficientes do governo federal. Por isso, o Brasil

acelera o seu crescimento eco-nômico, com desenvolvimento e inclusão social. E claro, também temos a nosso favor a força, caris-ma e liderança de Lula.

Nosso desafio é manter, no maior número de cidades, a mes-ma aliança de partidos que apóiam o governo Dilma. Buscando superar os naturais conflitos locais entre os partidos governistas, em especial nas capitais e grandes cidades. Como nas eleições de 2010, acredi-to que o PT, PMDB, PSB, e os demais partidos do campo progressista se-rão os maiores vitoriosos.

Quais são os seus projetos futuros?

Minha prioridade hoje é aju-dar a presidenta Dilma a manter o Brasil na rota do crescimento. Co-locando a CCJC da Câmara dos Deputados, de maneira democrá-tica e transparente, a serviço dos interesses e necessidades maio-res do país. Continuarei a buscar melhorias para o Estado de São Paulo, em especial para a cidade de Osasco, onde moro e construí

minha militância política. Em 2012, quero ajudar o PT a ter um bom de-sempenho eleitoral, ampliando o número de prefeitos e vereadores em todo o país.

O Sr. pretende ser candidato a prefeito de Osasco em 2012?

Seria uma grande honra e or-gulho para mim, administrar essa que é uma das maiores cidades do Brasil. Sou morador de Osasco des-de criança, onde cresci, estudei, trabalhei e alicercei uma trajetória política dedicada às causas da justiça, da democracia e dos direi-tos. Por isso, conheço em detalhe a realidade local e as necessidades do município e de sua população trabalhadora.

Nos últimos anos, como con-seqüência de uma histórica relação partidária e da grande amizade com Lula, e agora com a presiden-ta Dilma, pude ajudar diretamente na conquista de melhorias para Osasco. Seja através de emendas ao Orçamento da União, seja via-bilizando e apoiando convênios e repasses federais às diversas áreas da administração municipal. Com destaque para a saúde, educa-ção, creches, habitação, combate a enchentes, sistema viário, espor-te, cultura e segurança.

Sinto-me plenamente prepa-rado para este desafio e recebo com humildade o apoio de inúme-ras lideranças, que defendem a mi-nha candidatura a prefeito em 2012. Mas não vou colocar a carroça na frente dos bois, antecipando uma decisão que é para o próximo ano. No momento minha prioridade é presidir a CCJC da Câmara dos De-putados, ajudando a presidenta Dil-ma a avançar no desenvolvimento econômico e social do Brasil.

Capa

João Paulo preside a primeira sessão da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania

Page 12: Revista Municípios

12 Maio 2011 - Estados & Municípios

Convocados pela Confede-ração Nacional dos Muni-cípios (CNM) e pela Frente

Nacional de Prefeitos (FNP), cerca de 2 mil prefeitos vieram a Brasí-lia pressionar o Governo Federal e o Congresso Nacional por três questões que eles consideram importantíssimas para auxiliar na administração de suas cidades: regulamentação da Emenda 29, sobre o repasse de verbas para a saúde, ampliação do prazo para usar recursos federais de orça-mentos passados, e derrubada do veto do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva à distribuição equânime dos royalties do petró-leo entre os municípios.

Ao serem recebidos em au-diência no Palácio do Planalto, pela presidente Dilma Rousseff, o vice-presidente Michel Temer e 14 ministros, os prefeitos ficaram sabendo que suas reivindicações não poderão ser totalmente atendidas. Sobre a regulamenta-ção da Emenda 29, a presiden-

te Dilma Rousseff pediu cautela dos prefeitos para tratar de uma questão considerada polêmica. “Todos nós precisamos reconhecer que se trata de uma questão com-plexa. Essa discussão ainda não se completou na esfera da União, dos estados e municípios”, disse. A presidenta garantiu que o governo vai repassar este ano R$ 10 bilhões

ção superior para os gestores pú-blicos municipais. As inscrições vão começar no segundo semestre de 2011”, completou.

O ministro das Relações Insti-tucionais, luiz Sérgio, explicou que caberá ao Congresso Nacional, ao regulamentar a Emenda Constitu-cional 29, definir o percentual de recursos que estados, municípios e União devem repassar para finan-ciar o sistema de saúde pública. Segundo ele, o Governo Federal já vem cumprindo com sua parte, tendo, inclusive, aumentado o volu-me de recursos destinado ao setor, no Orçamento deste ano.

“Se o Congresso aprovar uma regulamentação da emen-da constitucional, caberá a ele então estabelecer os recursos per-manentes para financiar a saú-de”, comentou o ministro.

Luiz Sérgio também voltou a afirmar que o Governo Federal não estuda criar novos impostos para cobrir os gastos com o setor. O esta-belecimento de novas regras para

PrEFEitOS atEndidOS ParCialmEntE

Municipalismo

para os municípios investirem em saúde. “Mesmo sem a aprova-ção da Emenda 29, já estamos colocando recursos na saúde”, afirmou. “Vamos oferecer forma-

Page 13: Revista Municípios

Estados & Municípios - Maio 2011 13

o setor é uma das principais reivindi-cações dos prefeitos. Eles afirmam que os municípios têm assumido a maior parcela de responsabilidade pela manutenção do Sistema Único de Saúde (SUS) e cobram a aprova-ção rápida da emenda.

Ao participar do encontro de prefeitos, o ministro da Saú-de, alexandre Padilha, garantiu que a União vem cumprindo o que estabelece a atual legisla-ção e que as prefeituras têm sido penalizadas, porque os gover-nos estaduais não têm feito sua parte. “A gente sabe que, hoje, quem menos cumpre são os es-tados. A União vem cumprindo, os municípios contribuem com mais do que são obrigados, em média, 22% das receitas com-prometidas”, disse Padilha.

rEFOrma dE CEntrOS

A presidenta Dilma Rous-seff prometeu ajudar financei-ramente as prefeituras, para que possam reformar os seus centros de saúde. Ela disse que

pediu ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha, um levan-tamento dos principais proble-mas e um cronograma para as reformas. “Vamos apoiar reforma das unidades básicas de saúde”, disse. A presidente citou uma pesquisa que iden-tificou que 74% das unidades de saúde em funcionamento no país não atendem aos requi-sitos de qualidade da Agência

postos de saúde tenha padrão de qualidade em atendimento à po-pulação”, afirmou.

Com referência à ampliação do prazo para usar recursos federais de orçamentos passados, os prefei-tos ouviram da presidente que não está garantida a liberação dos cer-ca de 15 bilhões de restos a pagar. Dilma disse que o governo vai libe-rar R$ 750 milhões, sendo que R$ 520 milhões serão repassados agora pelo Tesouro Nacional e o restante no próximo dia 6 de julho.

A presidenta solicitou aos pre-feitos que elaborem uma proposta alternativa de distribuição de royal-ties provenientes da exploração de petróleo na camada pré-sal. Ela lembrou que o governo, ao enviar o marco regulatório da atividade para o Congresso, previu uma distri-buição mais igualitária entre os mu-nicípios, mas esbarrou na previsão constitucional, que privilegia muni-cípios e estados produtores.

“Peço a vocês que, respeita-dos os preceitos constitucionais, as entidades municipais possam construir uma proposta que aprimo-

Nacional de Vigilância Sanitária. “Vou apresentar, em breve, nosso cronograma de reformas. Não é correto construir novas unidades sem garantir que o conjunto dos

Page 14: Revista Municípios

14 Maio 2011 - Estados & Municípios

re as condições de distribuição de recursos do pré-sal. Mas é preciso também debater sobre como usar esses recursos”, afirmou.

ErradiCaçãO da miSÉria

Dilma também pediu aos pre-feitos que se empenhem no pro-grama de erradicação da miséria, que o governo irá lançar em breve. “Conto com a participação dos prefeitos e prefeitas para assegurar igualdade de oportunidades a to-dos os brasileiros. Os prefeitos foram grandes parceiros no Programa Bol-sa Família e se a participação de vocês for da mesma qualidade da-quela do Bolsa Família, vamos con-seguir isso. Esse programa vai exigir a mobilização de todos nós e da sociedade brasileira”, disse.

A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, disse que, a exemplo da

cooperação das prefeituras com o Programa Bolsa Família, a partici-pação delas no desenvolvimento e na implementação do Plano Brasil sem Miséria será fundamental para o sucesso da iniciativa. Segundo a ministra, a intenção do governo é discuti-lo com os prefeitos antes de apresentá-lo à sociedade. “Nossa ideia não é impor um plano pronto, mas sim pactuá-lo, principalmente com os prefeitos, que serão impor-tantes para sua implementação”, explicou a ministra durante a 14ª Marcha dos Prefeitos.

Tereza Campello voltou a explicar que o Brasil sem Miséria irá integrar as várias ações fe-derais de combate à miséria – transferência de renda, acesso a serviços públicos e inclusão produtiva – voltadas prioritaria-mente às famílias que vivem em extrema pobreza, ou seja, com renda per capita mensal

de até R$ 70. De acordo com a ministra, erradicar a condi-ção de extrema pobreza que, conforme o último censo do Instituto Brasileiro de Geogra-fia e Estatística (IBGE), atinge 16,2 milhões de brasileiros, exi-ge, além da continuidade do crescimento econômico com distribuição de renda, políticas públicas de inclusão e desen-volvimento social. Por isso, entre os principais objetivos do Plano Brasil sem Miséria estão elevar a renda familiar per capita, am-pliar o acesso aos serviços públi-cos, às ações de cidadania e às oportunidades geradas por políti-cas e projetos públicos.

“Não basta crescer para in-cluir estes 16,2 milhões brasileiros. Eles não serão naturalmente inclu-ídos. Precisam do apoio do Estado brasileiro para superar sua condi-ção de vulnerabilidade”, afirmou

Municipalismo

Page 15: Revista Municípios

Estados & Municípios - Maio 2011 15

Tereza Campello, garantindo que o plano não implicará em qual-quer mudança nas prioridades do Governo Federal na área social. “Não estamos falando em modi-ficar a forma como o Estado vem atuando. Nossos planos, nossos programas, como o Bolsa Famí-lia e os das áreas da Saúde e da Educação, continuam”, garantiu a ministra, assegurando que o governo pretende continuar “am-pliando e fortalecendo” o Progra-ma Bolsa Família.

PaC dO SanEamEntO

Encerrando o seu encontro com os prefeitos municipais, a pre-sidenta Dilma anunciou o lança-mento de um programa de sane-amento para municípios de até 50

tra. “Isso pode acabar dificultando o processo. Portanto, discutam de imediato com suas equipes qual será a obra apresentada a partir do dia 15 de junho, quando serão publicadas as regras do processo seletivo”, disse Miriam.

Segundo ela, nessa etapa não será necessário apresentar o projeto finalizado. “Isso só será ne-cessário ser feito após a pré-sele-ção, quando as propostas já tive-rem sido analisadas pelo governo.” O resultado da pré-seleção será anunciado no dia 26 de agosto, e o resultado final será no dia 4 de novembro. Os formulários para as cartas-consulta estarão disponíveis nos sites do Ministério das Cidades e da Funasa.

A ministra alertou para que os prefeitos fiquem atentos tam-bém para o tipo de obras que se-rão apoiadas pelo governo. “O que não se enquadra no que temos interesse em apoiar, como a com-pra de equipamentos, será elimi-nado logo na primeira fase”, disse. As propostas a serem selecionadas seguirão as prioridades já defini-das, como a complementação de obras já contratadas na primeira fase do PAC; projetos de engenha-ria prontos ou em estágio avança-do de preparação; licenciamento ambiental; situação fundiária que permita o rápido início de obras; bom desempenho do municípios proponente na execução do PAC.

aPOiO POlÍtiCO

No Congresso Nacional, os prefeitos integrantes da 14ª Mar-cha promovida pela Confedera-ção Nacional dos Municípios foram recebidos pelos presidentes das duas Casas: José Sarney (PMDB-AP),

Municipalismo

mil habitantes, que contarão com formação para gestores e ajuda para prepararem os projetos. “Sa-bemos das dificuldades que a Fu-nasa enfrentou e vocês também enfrentaram. Vamos ajudar os pe-quenos municípios a elaborarem seus projetos”, disse.

A ministra do Planejamento, Or-çamento e Gestão, miriam Belchior, apresentou aos prefeitos os critérios definidos pelo governo para a sele-ção das obras relativas ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Saneamento para municípios com menos de 50 mil habitantes.

A previsão de investimentos em saneamento básico é R$ 5 bi-lhões. Na primeira etapa serão dis-ponibilizados R$ 3,2 bilhões. Destes, R$ 1 bilhão será por meio do Minis-tério das Cidades e R$ 2,2 bilhões pelo Orçamento Geral da União (OGU), via Fundação Nacional da Saúde (Funasa). A novidade é a dispensa da contrapartida como critério de contratação, pelo OGU.

A ministra apresentou a for-ma como os R$ 3,2 bilhões serão divididos. “Serão aplicados R$ 1,2 bilhão na modalidade água e R$ 1,7 bilhão na área de esgoto. Há ainda R$ 300 milhões que serão destinados à elaboração de pro-jetos nessas duas áreas.” Ela res-saltou alguns requisitos para as propostas, que precisam ser se-guidos pelos prefeitos. Entre eles, o valor mínimo de R$ 1 milhão por proposta. Cada município pode-rá apresentar, no máximo, duas cartas-consulta para cada moda-lidade (água e esgoto).

“Se começarem agora a de-finir quais projetos serão apresenta-dos, as chances são maiores. Não deixem para apresentar as propos-tas na última hora”, alertou a minis-

Page 16: Revista Municípios

do Senado Federal, e marco maia (PT-SP), da Câmara dos Deputados. O primeiro prometeu que vai nego-ciar com o Governo Federal uma proposta de transição na questão da derrubada do veto dos royalties. Os estados do Rio de Janeiro e o Espírito Santo são contra a medi-da, pois eles seriam prejudicados com a redução de arrecadação. “O senador José Sarney se compro-meteu a procurar junto à Presidên-cia da República e aos órgãos do Governo Federal uma solução para a redistribuição dos royalties. Se isso não acontecer nos próximos dias, o compromisso dele é de colocar o veto para ser apreciado. Aí vamos para o tudo ou nada”, afirmou o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski.

Na Câmara dos Deputa-dos, os prefeitos contaram com o apoio de parlamentares do DEM, que anunciaram que a oposição vai obstruir a votação de todas as matérias orçamentárias até que o veto dos royalties seja colocado em votação. O presidente da Câ-mara, Marco Maia, ao receber os prefeitos, reafirmou o compromisso da Casa com o municipalismo e afirmou que a regulamentação da Emenda 29 e a derrubada do veto serão apreciadas em breve. “Eu não tenho dúvida nenhuma de que nós vamos encontrar o acordo ne-cessário para transformar em reali-dade a regulamentação da Emen-da 29, porque ela é importante não só para os prefeitos, mas para o povo brasileiro, que precisa de mais investimentos na área de saúde”, ga-rantiu o parlamentar petista.

Maia disse ainda que o Par-lamento encontrará a solução para que os royalties do petróleo do pré-sal cheguem aos municípios, “para melhorar e qualificar a saúde, a

Municipalismo

16 Maio 2011 - Estados & Municípios

educação, a assistência social e permitir que as cidades tenham mais recursos para enfrentar as demandas da sociedade”, completou.

SituaçãO FiSCal

Preocupada com a situação fiscal dos municípios, a senado-ra marta suplicy (PT-SP) informou aos prefeitos ter apresentado dois projetos de lei referentes ao tema. Para ela, as dívidas comprometem o futuro das cidades. “O endivida-mento dos municípios brasileiros é, atualmente, um dos principais pro-blemas que fragilizam as finanças municipais. A situação é extrema-mente grave, pois a dívida cresce de forma explosiva e se não for equacionada ela comprometerá o futuro, que já está comprometido em algumas situações”, observou.

O projeto de lei da senadora, que já foi prefeita da capital pau-lista, autoriza a União a alterar as condições financeiras aplicáveis às dívidas dos municípios repactu-adas por uma medida provisória

de 2001. Na época, segundo a senadora, muitos municípios foram beneficiados, mas, nas condições econômicas atuais, é possível ter condições de financiamento mais favoráveis.

“Atualmente, a situação eco-nômica é outra, muito melhor que a da época em que o refinancia-mento foi feito. Considerando isso, eu proponho que o refinanciamen-to passe a ser baseado em IPCA mais 6% de juros reais ao ano, que é condizente com a atual realida-de financeira do país”, explicou.

O Índice de Preços ao Consu-midor Amplo (IPCA) mede a infla-ção no país. Segundo a senado-ra, as condições propostas para o refinanciamento já são oferecidas pelo BNDES e 20% da dívida mobi-liária pública é composta por títulos do Tesouro Nacional, que preveem os mesmos encargos financeiros. O outro projeto apresentado pela senadora procura corrigir proble-mas no critério de distribuição dos recursos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) às prefeituras das capitais. Na justificativa, Marta Suplicy afirma que as capitais mais populosas têm o fator representati-vo da população injustificadamen-te limitado.

Page 17: Revista Municípios

Estados & Municípios - Maio 2011 17

O Brasil, indiscutivelmente, tem alcançado avanços significativos nos últimos

anos, especialmente a partir do go-verno Lula, que colocou como prio-ridade a política de transferência de renda para assegurar ações efe-tivas de desconcentração da rique-za. Agora, o compromisso maior da presidente Dilma Rousseff é ir além, é erradicar a miséria, tornar o Brasil o país da oportunidade e da cidada-nia. É promover o desenvolvimento sustentável.

O projeto de desenvolvimento nacional posto em prática a partir de 2003 precisa dos municípios para continuar avançando. Mais do que nunca, a consciência e a determi-nação de gestor municipal serão decisivos para convencer o conjunto da sociedade, especialmente o Par-lamento, de que o crescimento se constrói a partir da base. Por isso mes-mo o Brasil carece, em caráter de urgência urgentíssima, de reformas que façam justiça aos municípios,

instância onde, efetivamente, toda a riqueza nacional é gerada.

Os municípios brasileiros es-tão asfixiados, engessados, vítimas de uma legislação ultrapassada, que não condiz com a realida-de, incapaz de viabilizar soluções para os complexos problemas da sociedade moderna, pautada na velocidade do mundo em “ban-da larga”, para usar uma expres-são bem própria para o momento em que vivemos.

A proposta de erradicação da miséria é a oportunidade que os municípios têm para dar a virada, para conquistar as mudanças essen-ciais na legislação e na divisão do bolo tributário, para que a geração da riqueza garanta justiça social.

PrÉ-Sal E rEFOrma triButÁria

O momento é esse, vamos ao Congresso Nacional clamar pela imediata distribuição dos royalties do pré-sal e pela Reforma Tributária.

O pré-sal é uma grande fer-ramenta que a Nação dispõe para acabar com a pobreza, ge-rar igualdade de oportunidades e construir um Brasil cidadão. Por isso mesmo, a UPB defende que os royalties sejam repartidos de forma a assegurar que todo município seja contemplado.

Essa riqueza fantástica do sub-solo marinho brasileiro é o caminho para o resgate de uma imensa e histórica dívida social que o país tem para o povo, especialmente as ca-madas mais carentes da população.

É preciso também a aprova-ção de medidas que compensem a queda de receita dos municípios, que sofreram cortes na cota do FPM (Fundo de participação do Municí-pio) devido ao contingente popu-lacional constatado no Censo 2010. É imprescindível ainda que os cortes no Orçamento da União não afetem os investimentos dos municípios.

Os prefeitos estão confiantes de que o governo federal e o Con-gresso Nacional estão sensíveis aos apelos dos municípios e terão sabe-doria para manter o Brasil no rumo do desenvolvimento com justiça social.

Luiz Caetano [email protected]

a ErraDiCaÇÃo Da misÉria EXiGE o ForTalECimENTo Dos mUNiCÍpios

Luiz Caetano é prefeito de Camaçari e presidente da União dos Municípios da Bahia - UPB

Page 18: Revista Municípios

18 Maio 2011 - Estados & Municípios

A criação de uma agenda que atenda aos interesses dos municípios mineiros e a cons-

trução de uma nova Federação, com uma parceria mais estreita en-tre União, estados e municípios, foi defendida pelo vice-governador de Minas Gerais, alberto Pinto Coelho, na cerimônia de posse do prefeito de São Gonçalo do Pará, Ângelo Roncalli, como presidente da As-sociação Mineira de Municípios (AMM), e de encerramento do 28º Congresso Mineiro de Municípios, realizado em Belo Horizonte.

“Este momento assinala o mar-co de um processo político que ha-verá de culminar na construção de uma nova Federação Brasileira, em que União, estados e municípios se-jam de fato parceiros e co-gestores do desenvolvimento nacional, em plano de real equilíbrio e de respon-sabilidades comuns”, disse Alberto Pinto, que participou da cerimônia como governador em exercício.

Segundo ele, a agenda mu-nicipalista deve priorizar deman-das que beneficiarão diretamente os municípios, como a revisão dos royalties do minério, as mudanças na regra de repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e a aprovação da Emenda Constitu-cional número 29, com seus princí-pios de universalização, eqüidade e melhoria na qualidade da saúde.

Alberto Pinto também defen-deu a efetiva transferência dos re-cursos do Fundo Nacional de Segu-rança e do Fundo Penitenciário para que os estados possam aumentar os investimentos na segurança da população. “O Governo de Minas está firmemente empenhado na re-visão da legislação sobre os recur-

sos minerais e revisão dos royalties do minério, em decidida adesão às reivindicações dos municípios mineradores. Também se impõe a transferência aos estados e municí-pios dos recursos do Fundo Nacio-nal de Segurança e do Fundo Peni-tenciário, sempre contingenciados, para que sejam repassados em duodécimos, numa parcela míni-ma de 70%”, disse.

Ele ainda destacou a impor-tância do repasse aos estados e municípios dos recursos arreca-dados com a Contribuição de In-tervenção no Domínio Econômico (Cide). Segundo ele, os recursos constantemente contingenciados têm impedido a conservação das estradas federais que cortam Minas Gerais e dificultado o desenvolvi-mento dos municípios.

“Como são ignorados, fria e solenemente, os repasses não são repartidos entre os entes federa-dos, acumulando-se no exclusivo bolo tributário da União. Estamos, hoje, infelizmente, convivendo com

mais um drama que ocorre nas es-tradas que cruzam Minas Gerais. Com a transferência desses recur-sos, o Estado poderia passar a gerir e administrar essa extensa malha rodoviária, tão distante dos olhares burocráticos de Brasília e tão perto de nossas dores, aflições e necessi-dades”, afirmou.

O 28º Congresso Mineiro de Municípios da AMM, que foi aberto pelo governador Antonio Anastásia, teve a participação de mais de 3 mil pessoas, entre gestores públicos, empresários e população. Os prin-cipais temas abordados no evento foram a comunicação e o conceito de transparência das informações da gestão pública.

rECurSOS PÚBliCOS

A maioria dos municípios mi-neiros com menos de 50 mil ha-bitantes, ou seja, 92% do estado, ainda enfrenta dificuldades na captação de recursos estaduais e federais para infraestrutura urbana,

minEirOS QuErEm nOVa FEdEraçãO

Municipalismo

Alberto Pinto CoelhoVice-Governador de Minas

“A agenda municipalista deve priorizar demandas que beneficiarão

diretamente os municípios”

Page 19: Revista Municípios

Municipalismo

habitação popular, máquinas, edu-cação, entre outras áreas. Essas di-ficuldades estão na elaboração de projetos, na falta de técnicos espe-cializados para acompanhar, aces-sar os programas, esclarecer dúvidas junto aos ministérios e instituições fi-nanceiras e dos erros nos preenchi-mento de formulários online.

O prefeito de Ibiá, região do Alto Paranaíba, Ivo Mendes Filho, explicou aos prefeitos participan-tes do 28º Congresso Mineiro de Municípios que a Associação auxi-lia os gestores, diagnosticando as necessidades junto à população por meio de audiências públicas e reuniões itinerantes. O tema foi discutido com os prefeitos pela pro-fessora especialista em licitações, Lúcia de Almeida Correa, na pa-lestra “Captação de Recursos para os Municípios”. Ela informou que os municípios mais eficientes serão beneficiados com mais recursos e isso está ligado diretamente à comunicação. Segundo Lúcia de Almeida, é preciso entender que as principais fontes de captação são internas. “É necessário adquirir a cultura de atualização e manu-tenção de cadastros, implementar sistemas de tributação justos e ca-pacitar o pessoal que fica à frente da tributação municipal”, explicou.

Os outros pilares da arrecada-ção visam os recursos externos: “O estado e a União fazem transferên-cias voluntárias, mas esses recur-sos só serão acessados a partir da prestação de contas correta”, in-formou a professora. Outra fonte, que seria internacional, está dificultada pela posição econômica do país. Os programas bi laterais p r a -

ticados em outras nações priorizam países vulneráveis e em situação de risco, mas é tudo questão de ade-quação, investimento certo e mo-dernização, concluiu a especialista.

COntaS COm tranSParÊnCia

Transparência, clareza e visi-bilidade. Esses conceitos ilustram, efetivamente, o que a sociedade espera do Poder Público. Cabe ao governo informar sobre os recursos arrecadados, assim como onde e como esses valores foram empre-gados, além de apresentar os resul-tados dessa aplicação.

Durante o encontro dos prefei-tos mineiros, o professor Milton Bote-lho, membro do Conselho Regional de Contabilidade de Minas Gerais, ministrou a palestra “Transparên-cia na Prestação de Contas, a Lei Complementar 131/2009 e o Con-trole Interno”. Ele informou que a adequação à lei é essencial para a clareza na prestação de contas dos municípios: “A sociedade como um todo tem de tomar conhecimento dessa lei, para que o sentimento de fiscalização do Poder Público seja despertado”, observou.

O prefeito do município de Espera Feliz, na região da Zona da Mata, Aloísio Barbosa, ressaltou que, embora haja dificuldades para a efetividade da lei, é fundamental que a administração zele pela clare-za em suas ações. “Vão sobressair os municípios que derem total atenção à transparência”, enfatizou.

Mas apenas ser transparen-te não basta. É necessário, tam-bém, comunicar de maneira efi-ciente, de forma que o exercício da cidadania seja incentivado e os resultados aferidos. Dentro des-sa conjuntura, é essencial o papel do controle interno do município, que tem a função de fiscalizar to-das as contas da administração. Assim que aprovada pelo controle interno, a prestação de contas é disponibilizada para o público na internet. No portal da Transparência da União (www.portaldatransparen-cia.gov.br), o cidadão pode asse-gurar seu direito constitucional e, com isso, transformar--se em um agente fiscalizador do Poder Públi-co.

Page 20: Revista Municípios

20 Maio 2011 - Estados & Municípios

PrÉ-Sal Só COm rEFOrma triButÁria

Municipalismo

“Por que o Rio de Janeiro não arrecada

imposto quando o consumidor carioca abastece seu carro

com álcool?” Deputado Anthony Garotinho (PP-RJ)

dicamos que o ICMS do petróleo seja cobrado na origem, como todos os demais produtos”, defende Anthony Garotinho..

PaCtO FEdEratiVO

“Precisamos rediscutir o pacto federativo. Não é justo que a União fique com 57% da arrecadação do país e os municípios com apenas 18%”. Segundo o

Municipalista de carteirinha - “Graças a Deus” -, o deputado federal anthony Garotinho (PR-RJ) é um ferrenho defensor da revisão do Pac-

to Federativo, mas discorda frontalmente da proposta de revisão na distribuição do royaltie do pré-sal, uma das principias bandeiras da 14ª Marcha de Prefeitos realizada em Brasília.

“São Paulo quer dividir o ICMS que arrecada com o álcool entre todos os municípios brasileiros? Claro que não. Então porque o Rio de Janeiro vai dividir o royaltie que é dele com todo mundo?” ques-tiona o deputado.

Para Anthony Garotinho, qualquer tentativa de mudança na Lei do Royaltie deve passar, necessa-riamente, por uma reforma tributária que modifique a forma diferenciada e arbitrária de tributação, já que todos os produtos são taxados na origem e apenas o petróleo é ta-xado no des-tino: “A lei não pode ter dois pesos e duas medidas. Ou cobra todos na origem ou todos no des-tino”.

Segundo o deputado, os estados a r r e c a d a m uma fortuna com o petró-leo comer-cializado na forma de ga-solina e cujo imposto é cobrado na bomba de combustível, ou seja, no destino. “Por que o Rio de Janeiro não arre-cada imposto quando o consumidor carioca abas-tece seu carro com álcool?”

De acordo com o parlamentar, o Rio de Janeiro deixa de arrecadar R$ 5 bilhões por ano em função desta forma arbitrária de tributação. “E ainda que-rem tirar nosso royaltie. Tudo bem. Eles reivindicam a mudança na distribuição do royaltie; nós reivin-

Page 21: Revista Municípios

Estados & Municípios - Maio 2011 21

Municipalismo

deputado, esse sistema de distribuição é injusto e de-sigual, pois é covarde com os municípios e generoso com o governo federal.

Para Anthony Garotinho, a formalização de um novo pacto federativo, que defina claramente as res-ponsabilidades e o custeio de cada ente da Fe-deração, é pré-requisito para a reforma tributária. “Sem pacto federativo não tem reforma tributá-ria”, enfatiza o deputado.

Incrédulo com a “suposta” reforma política que está sendo elaborada pelo Legislativo, o deputado classifica a criação de duas comissões para analisar o tema como um “circo armado apenas para dar satisfação à população”. Para ele, se o Congresso realmente quisesse mudar alguma coisa teria feito uma comissão mista, reunindo Câmara e Senado,

para agilizar os debates e acelerar o andamento do processo.

“O que está sendo feito é um circo. Não vão mudar nada para essas eleições e sabe por que? Porque não dá mais tempo. A decisão de fazer duas comissões separa-das foi uma armação para dar satisfação à população”, enfatiza o deputado.

Garotinho também critica a maneira como a re-forma vem sendo conduzida pelos parlamentares. Para ele, é preciso diferenciar a reforma política da reforma do sistema eleitoral: “São coisas distintas, que estão sen-do tratadas como se fosse a mesma coisa”.

Segundo o parlamentar, que já disputou oito elei-ções em sua carreira política, o Brasil tem uma boa estrutura política, mas uma lei eleitoral completamen-te anárquica e que não respeita as peculiaridades do país. “Em toda minha vida pública nunca disputei duas eleições com a mesma lei. Isso é um absurdo. A legisla-ção muda de acordo com os interesses”, ressaltou.

nOVO rEGimEntO

A mudança do regimento interno da Câmara e o resgate de sua missão legislativa estão entre as princi-pais bandeiras do deputado. “Aqui se perde mais tempo discutindo questão de ordem, votando requerimentos e fazendo obstrução do que votando as matérias que são importantes para a vida das pessoas”, desabafa o parlamentar, acrescentando que vai propor a criação de regimento mais ágil, capaz de dar respostas mais rápidas à população.

Segundo Garotinho, o atual regimento engessa a atividade parlamentar, ao privilegiar um colégio de líde-res e retirar do deputado o poder que lhe é dado pelo voto dos eleitores que confiaram nele.

Ele ressalta que também vai trabalhar para devol-ver à Câmara dos Deputados sua prerrogativa consti-tucional de criar e modificar as leis, função que vem sendo indevidamente ocupada por outro Poder: “O Judiciário está invadindo a competência do Legislativo e, a pretexto de interpretar a Constituição, está criando e modificando leis”.

Enquanto isso, acrescenta o deputado, o país con-tinua sendo governado por medidas provisórias, restan-do aos parlamentares, no máximo, a tarefa de referen-dar as medidas provisórias editadas pelo Executivo e ficar discursando contra a interferência dos outros Pode-res na casa legislativa.

Page 22: Revista Municípios

22 Maio 2011 - Estados & Municípios

Page 23: Revista Municípios

Estados & Municípios - Maio 2011 23

GOVErnO tranSParEntE

Municipalismo

O prefeito do município de Wanderley, no Oeste da Bahia, Bionô roque das

Chagas, do Partido dos Trabalha-dores, participou, em Brasília, da 14º Marcha dos Prefeitos, promo-vida pela Confederação Nacional dos Municípios e Frente Nacional dos Prefeitos. Aproveitando que um dos temas em discussão pe-los gestores foi sobre a importân-cia da comunicação nos municí-pios, Bionô Chagas afirmou que ela é um bem público que deve ser amplamente compreendido e reconhecido, como pertencente a todos. “Logo, deve ser tratado e defendido como próprio, por dever do estado e direito do cida-dão”, acrescentou.

Bionô citou como exemplo o lançamento em seu município do primeiro informativo de governo onde mostra que sua administração é considerada como uma das me-lhores da região. “Quem não está li-mitado a fazer apenas o feijão com arroz em seu município tem medo de informar o que está fazendo”, obser-vou o prefeito.

Para o admi-nistrador baiano, ele não apenas dissemina como

está fazendo uma excelente ad-ministração nos setores de saúde, educação, infraestrutura e ação social, mas também mostra o que qualquer gestor público deveria fazer, “que é o dever de transpa-rência nas prestações de contas aos seus munícipes, informando onde estão sendo aplicados os recursos públicos”.

“Quando o prefeito divul-ga suas ações e obras de go-verno, faz com que os munícipes fiquem conhecendo como sua equipe está trabalhando e onde estão sendo investidos os recursos do município”, ressaltou.

A verdade, para Bionô Chagas, é que, quem está no po-der e gerencia dinheiro público, não pode ter medo da transpa-rência, coisa que, na sua opinião, não é comum para a maioria dos prefeitos do país, “porque não conhecem ou não respeitam os princípios fundamentais da ad-ministração pública, entre eles o

da publicidade, que inclui o dever de respeitar a

Lei de Transparência, compreendida na Lei de Responsabilidade Fiscal”, concluiu.

Page 24: Revista Municípios

24 Estados & Municípios - Maio 2011

RENATO RIELLA [email protected]

ECOnOmia amEaça OBama

Na política, feio é perder. E os vitoriosos escrevem a história. Estes são dois chavões que jus-tificam a ação golpista do presi-dente dos EUA, Barack Obama, ao matar Bin Laden. Mas o prestígio de Obama só será mantido se a eco-nomia melhorar.

Neste momento, os democra-tas ianques comemoram a popula-ridade do presidente, abrangendo 60% dos seus conterrâneos (agora Obama provou que é mesmo ame-ricano, de papel passado, nascido no Havaí, quase surfista – portanto). Mas se o desemprego continuar bei-rando a casa dos 10%, breve todos esquecerão do Bin Laden.

nada dE rEFOrma ElEitOral

O Congresso Nacional está deixando escapar o ano de 2011 sem avançar na aprovação de uma nova legislação política (eleito-ral e partidária). À medida que 2012 se aproxima, a chance de sucesso desse debate se reduz, pela influên-

cia dos interesses relacionados com a eleição municipal.

Assim, devem ficar mantidas as coligações, a captação irregular de recursos e a eleição proporcional, tão condenada – e ruim. E caciques continuarão se elegendo, dominan-do partidinhos e partidões.

irmã dulCE, Santa

Irmã Dulce, que dentro de algum tempo vai ser reconhecida como san-ta brasileira, permite que a Igreja Ca-tólica se redima das injustiças que lhe fez, em Salvador, nas décadas de 40 e 50, quando desafiou pu-blicamente as ordens do arcebispo para criar o Hospital Santo Antônio.

Ela é um exemplo de força espiritual. Seu grande milagre foi feito em vida, construindo uma obra a partir do nada, enfrentan-do resistências da Igreja e da Pre-feitura de Salvador.

inFlaCiOnandO COm O mEdO

A crise econômica mundial de 2008 se instalou a partir da neurose coletiva. Vai cair, vai cair, caiu!

No momento, vemos que o Bra-sil está criando um clima de inflação e acabará entrando mesmo nessa triste realidade. Vai subir, vai subir, subiu!

A indexação de preços está co-meçando. Intensificam-se as reivindi-cações salariais, agravadas pelas elevadas taxas de juros, que deixam o consumidor distante do quebra-

galho que são as compras a prazo.A presidente Dilma Rousseff fala

sobre tudo isso (até no Jornal Nacio-nal), numa linguagem que não con-vence Zé nem Mané – todos saudo-sos daqueles estímulos do presidente Lula para aumento de consumo.

Só O SEraSa FunCiOna

O ex-procurador geral do DF, Leonardo Bandarra, será processa-do pelo Tribunal Federal de Recur-sos, por tentar manipular a Justiça. A sua companheira, procuradora Deborah Guerner, também está enrolada em acusações diversas. No entanto, passou todo o ano de 2010 e quase metade de 2011, e vemos os dois mantidos nos seus cargos de carreira, recebendo os elevados salários.

No DF, o conselheiro do Tribunal de Contas brasiliense Domingos La-moglia está nesta mesma situação cômoda. Sendo um dos principais arrudistas, implicado na Operação Caixa de Pandora, foi afastado da função de conselheiro, mas recebe salários elevadíssimos.

Page 25: Revista Municípios

Estados & Municípios - Maio 2011 25

COLUNISTA

A impunidade é assistida por todos os brasileiros, sabendo-se que a maioria da população é honesta e, se der pequena derrapada, está aí o Serasa para infernizar a vida de qualquer um.

dECididO: dF tErÁ EStÁdiO

Governar é decidir, responsa-bilizando-se pelos seus atos. Assim, o governador Agnelo Queiroz de-cidiu mesmo lutar até as últimas conseqüências para ter o jogo de abertura da Copa do Mundo de 2014 em Brasília.

Não podemos subestimá-lo. Como ex-ministro do Esporte, tem experiência e prestígio nessa área. E conta com o ministro atual, Or-lando Silva, do PCdB, ex-partido de Agnelo.

Não há dúvida que Agnelo Queiroz está arriscando sua bio-grafia. Se construir um estádio para 70 mil pessoas e o DF ficar à margem da Copa, ele será bas-tante criticado.

CódiGO FlOrEStal PrEOCuPa

Acompanho as discussões sobre o novo Código Florestal do Brasil e vejo que haverá grandes problemas regionais quando esse projeto for aprovado, seja qual for a versão vitoriosa.

O certo seria dar atribuições aos prefeitos e às câmaras muni-cipais para regular o uso das ter-ras em todo o Brasil, com fiscali-zação e determinadas licenças produzidas pelo Ibama ou por outros órgãos.

Do jeito que as coisas estão sendo feitas, ocupações tradicio-nais serão proibidas e práticas cen-tenárias ficarão suspensas, gerando

choque cultural, econômico e so-cial em muitas regiões.

O Código Florestal não enten-de os diversos brasis contidos nas cinco regiões.

PaCiEntES imPaCiEntES

O atendimento médico no Brasil, hoje, é crítico. O Sistema Único de Saúde (SUS) atinge ape-nas as camadas mais pobres da população. Essas pessoas penam durante anos para fazer uma ope-ração de hérnia ou de catarata – mas não têm voz.

A classe média foi empurrada para planos de saúde que pagam pouco mais de R$ 30,00 por consul-ta a médicos. Estes, revoltados, aten-dem mal aos pacientes.

Não há acompanhamento mais profundo do Estado sobre as contas dos planos de saúde, que dizem-se incapazes de pagar mais aos médicos. No meio disso tudo, há milhões de pacientes a cada mo-mento mais impacientes.

SEm FatOS nEm FOtOS

Casamento na Inglaterra, morte de Bin Laden e outras notícias interna-cionais (desde o tsunami do Japão) estão dando à presidente Dilma Rous-seff e ao governador do Distrito Fede-ral, Agnelo Queiroz, distanciamento do noticiário e das cobranças.

Estamos vivendo um momento

morno na política nacional, no qual uma personagem frágil como o pre-feito de São Paulo, Gilberto Kassab, assume grande destaque na mídia, com a criação de um partido sem alma chamado de PSD.

Quando o país (e o DF) acor-darão dessa letargia? Quando voltaremos a focalizar as grandes preocupações nacionais, que permanecem latentes, prestes a explodir a qualquer momento?

CuidadO COm HEliCóPtErO

Marrone, cantor sertanejo que faz dupla com o irmão Bruno, nos chama a atenção mais uma vez para o risco de uso particular de helicóptero.

É um veículo que requer aten-ção especial, manutenção alta-mente profissional e rotina de acom-panhamento diário, sem qualquer relaxamento. O abastecimento pre-cisa ser feito em condições seguras e o manuseio não permite qualquer distração. É sempre bom lembrar: helicóptero não plana.

VEm aÍ a riO+20

Rodrigo Rollemberg, senador brasil iense, luta pelo sucesso da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente, a Rio+20, a realizar-se em 2012. E afirma: “Quase 20 anos após a Eco 92, o mundo, tão frágil e ameaçado, volta a olhar para o Rio de Janeiro”.

Segundo o Relatório Stern, o custo econômico do aqueci-mento global deverá ser de, no mínimo, 5% do produto mundial bruto, podendo atingir até 20% desse total. O Rio será testado na sua segurança.

Page 26: Revista Municípios

26 Maio 2011 - Estados & Municípios

O senador José agripino maia (DEM-RN) tem tudo para ser reconduzido ao

posto de presidente do Democra-tas. Eleito para cumprir um manda-to tampão até setembro, quando acabaria a gestão do deputado Rodrigo Maia (RJ), ele tem se des-tacado no comando do partido e certamente será confirmado para um novo mandato.

No comando do partido, José Agripino garante que os desfalques sofridos com a criação do PSD não modificaram os planos de fortaleci-mento do DEM e a implantação de diretórios em todos os municípios brasileiros. A estratégia é que cada presidente regional trabalhe por um diretório em sua região para fortale-cer o partido e lançar candidatos próprios nas próximas eleições.

Um minucioso diagnóstico realizado pela cúpula do partido apontou que as situações mais crí-ticas estão concentradas em Santa Catarina, Rio de Janeiro, Paraná e Minas Gerais. Em Santa Catarina, o DEM perdeu o governador Raimun-do Colombo, seu ex-presidente de honra, Jorge Bornhausen, e o ex-vice presidente do partido, deputa-do Paulo Bornhausen

Mesmo com tantas baixas, Agripino Maia continua apostando na união e na recuperação do po-der de fogo da legenda: “Nada vai atrapalhar nossos planos de cres-cimento”. Para ele, a eleição da nova Executiva Nacional foi uma clara demonstração de maturida-de, união e capacidade de enten-dimento entre os líderes do partido

Agripino Maia garante que o DEM jamais perderá sua identidade e seu importante papel de oposi-

dEmOCrata QuEr OPOSiçãO unida

Política

Page 27: Revista Municípios

Estados & Municípios - Maio 2011 27

ção, pois quem se abriga em um partido de oposição tem convic-ções e coragem. Agripino Maia ressaltou que o partido continuará vigilante para que o governo da presidente Dilma Rousseff não per-petue os erros de seu antecessor, que abriu as portas para o fisiolo-gismo, postergou as reformas es-truturais necessárias para o cres-cimento do país, negligenciou os investimentos em infraestrutra e tentou fechar as portas da liberda-de de imprensa.

O presidente do DEM descar-tou qualquer possibilidade de fu-são com o PSDB “Não passa pela nossa cabeça a necessidade de uma fusão”, afirmou Agripino Maia, ressaltando que o DEM sempre caminhará com seus parceiros de oposição, mas de forma inde-pendente. “Vamos manter a alian-ça com o PSDB e com o PPS, mas antes de qualquer coisa está a pre-servação da identidade e interesse do Democratas”

ElEGEr PriOridadES

Recentemente, em discurso no plenário do Senado Federal, José Agripino questionou a prioridade e relevância dada pelo governo fede-ral para a construção do trem-bala. O parlamentar ressaltou que os R$ 20 bilhões necessários para o projeto do Trem de Alta Velocidade (TAV) seriam suficientes para concluir as obras ina-cabadas dos metrôs das principais metrópoles brasileiras.

Agripino reconheceu que o trem-bala é uma obra importante, mas ressaltou que o país precisa eleger prioridades que são realmen-te urgentes e relevantes. “Governar é eleger prioridades. É importante o trem-bala? É, mas é preciso ver as

prioridades do país. Os metrôs são essenciais e devem ser prioridade. O Senado precisa ser respeitado. O Brasil precisa ser respeitado. Preci-samos estabelecer, urgentemente, um diálogo saudável de priorida-des para este país”, ressaltou.

Citando dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o senador reiterou que o investimento necessário para a im-plantação do TAV daria para cons-truir 10 mil km de ferrovias, expan-dindo em um terço a malha atual brasileira, beneficiando 15 milhões de pessoas por dia.

rEFOrma triButÁria

Para Agripino Maia, o país não pode continuar convivendo com uma carga tributária excessiva, composta por oitenta e três impos-tos diferentes e precisa de uma re-forma tributária coerente com o mo-derno ritmo de crescimento global e que preze a eficiência do Estado.

“Temos que buscar a merito-cracia e diminuir o tamanho do es-tado”, e o melhor caminho para isso é a desoneração da folha de pa-gamento e a diminuição da carga sobre o setor produtivo, somado ao ajuntamento dos impostos similares”.

“As ideias liberais modernas do partido têm de ser o carro-chefe. Quantos brasileiros não entendem que o Estado brasilei-ro está inchado e é esse inchaço que leva a um gasto público de má qualidade, incapaz de gerar recursos para investimentos. Pre-cisamos valorizar o capital priva-do para que ele supra o público, quando este não for suficiente para promover o desenvolvimen-to necessário, como portos, aero-portos, estradas”, prosseguiu.

“Nosso partido cuida do Con-gresso para evitar que haja aumen-to na carga de impostos. E como lutamos pelo fim da CPMF, vamos continuar interpretando o sentimen-to dos brasileiros”. explicou.

PartidO COntinua ViVO

O senador José Agripino Maia descartou que a governadora Rosal-ba Ciarlini esteja numa posição iso-lada pelo fato de ser a única chefe do Executivo estadual do DEM, já que o governador de Santa Catarina, Rai-mundo Colombo, oficializou a saída da legenda para ingressar no PSD. “A governadora não estará isolada. E os governadores do PSDB?”, indagou.

Ele negou que a saída do go-vernador de Santa Catarina tenha sido um golpe mais duro para o partido. “A saída de Colombo ou de quem quer que seja não interferirá. O partido terá direção e determina-ção para permanecer vivo e exer-cendo o papel que a sociedade precisa que seja exercido”, afirmou.

José Agripino tentou minimizar os efeitos da saída de Colombo e disse que não se pode definir como “golpe duro”. “Nada de golpe mais duro. A perda de um governador é sempre lamentada, mas nada letal. O partido continua vivo”, completou.

SEmPrE alErta

O DEM disponibilizou uma pá-gina na Internet para fiscalizar e acompanhar o cumprimento das promessas de campanha da pre-sidente Dilma Rousseff. A atualiza-ção do site é feita diariamente, por meio de acompanhamento do Orçamento da União e con-tém espaço para comentários e contribuições dos internautas.

Política

Page 28: Revista Municípios

28 Maio 2011 - Estados & Municípios

Após 36 anos de espera, final-mente Brasília ganhou um novo Plano Diretor de Transpor-

te Urbano calçado no planejamento estratégico e nos avanços necessá-rios para a modernização do setor. Sancionado pelo governador agnelo Queiroz, o plano prevê a ampliação do transporte público, a universaliza-ção do sistema e a ampliação das vias públicas como forma de conter uma realidade que já atormenta os governantes e os moradores da cida-de: os congestionamentos.

“Vamos garantir a preferência dos veículos coletivos e dos trans-portes não motorizados, como as bicicletas. Esse é um esforço con-junto, do governo, dos trabalhado-res e dos permissionários do trans-porte público, com o objetivo final de atender bem aos usuários”, afir-mou o governador Agnelo Queiroz.

Com o novo plano, o governo do Distrito Federal poderá receber

recursos do Programa de Acelera-ção do Crescimento do Transporte Urbano (PAC da Mobilidade), que deverá disponibilizar R$ 2,6 bilhões para as obras de infraestrutura na ci-dade, como a expansão do Metrô, a implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) e do Veículo Leve sobre Pneus (VLP), a criação de novos cor-redores exclusivos para ônibus e a implantação do sistema de integra-ção tarifária e operacional.

O primeiro passo para a mo-dernização do sistema público de transporte já foi dado. Durante a cerimônia de assinatura da sanção do novo plano, governador anun-ciou o lançamento da licitação para a aquisição de 900 ônibus co-muns e 300 articulados, cujo edital já foi encaminhado ao Tribunal de Contas do Distrito Federal.

“Estamos investindo para re-verter o caos que encontramos no transporte público no DF”, ressaltou

o governador, destacando várias ações já realizadas por sua gestão, como a retomada da gestão do transporte coletivo pelo Poder Públi-co, o cadastramento do passe es-tudantil e a licitação dos novos ôni-bus. “E brevemente enviaremos a parte dos GPS, que serão instalados em todos os ônibus, possibilitando um controle absoluto dos horários e da qualidade do serviço prestado”, enfatizou Agnelo Queiroz.

Segundo o vice-governador do Distrito Federal, Tadeu Felippelli, tudo o que foi realizado até agora mostra a determinação do gover-no em mudar o transporte público, respeitando os trabalhadores do segmento e os usuários do trans-porte público. Para o secretário de Transportes, José Walter Vasquez, o governo finalmente está conseguin-do cumprir uma missão tida como quase impossível, que é considerar o transporte pelo ponto de vista do usu-ário e não apenas dos empresários.

O novo PDTU apresenta es-tudos técnicos para identificar os problemas e propor soluções para o transporte público, não só do Dis-trito Federal, mas de toda a região do Entorno. Essa visão macro sobre o sistema de transporte do DF pos-sibilita a adoção de processos mais racionais de deslocamento e de uso de tecnologias alternativas.

Quando estiver em pleno fun-cionamento, a população poderá contar com um transporte integra-do, eficiente e interligado por vários modais de transporte, que ligarão diferentes pontos do DF e Entorno. A meta é que o plano seja totalmente concluído até 2020, mas é certo que muitas obras já estarão em funcio-namento para receber a Copa do

Brasília/DF

BraSÍlia amPlia tranSPOrtE PÚBliCO

Page 29: Revista Municípios

Estados & Municípios - Maio 2011 29

Brasília/DF

Veículo Leve sobre Trilhos (VLT)

Mundo de 2014, a Copa América de 2015 e as Olimpíadas de 2016.

CidadE aErOPOrtuÁria

A Câmara Legislativa do Dis-trito Federal continua debatendo a implantação da cidade aeroportu-ária em Planaltina, um projeto esti-mado em R$ 10 bilhões em investi-mentos da iniciativa privada e com previsão de 50 mil novos empregos na região da saída Norte.

A iniciativa é capitaneada pela empresa anglo-americana Newmark Kinght Frank, que possui um termo de cooperação técni-ca e desenvolvimento econômico com o Governo do Distrito Federal desde 2008 e já realizou os estu-dos técnicos sobre a viabilidade do empreendimento em uma área de 18 mil hectares em Planaltina.

O conceito de cidade aero-portuária abrange os serviços de transporte de cargas, jatos executi-vos e parque industrial, com indús-trias de transformação, serviços de logística e centro de exposições.

Enquanto o importante projeto de desenvolvimento não anda, a

Comissão de Assuntos Sociais da Câmara Legislativa aprovou em tempo recorde o projeto de lei da deputada Eliana Pedrosa instituin-do no calendário oficial do DF o “Dia da Segunda Sem Carne”. A data deve ser comemorada na primeira segunda-feira de outubro e visa conscientizar as pessoas so-bre os impactos do uso de carne na alimentação.

ôniBuS ExECutiVO

Depois de três anos de dis-cussões e batalhas jurídicas, final-mente entrou em circulação a linha de ônibus executivo ligando o aeroporto de Brasília à região central da cidade.

A criação da nova linha era uma reivindicação antiga dos mo-radores e, principalmente, de enti-dades ligadas ao setor do turismo.

Os ônibus existem nos ae-roportos da maioria das grandes cidades brasileiras. Em São Paulo,

por exemplo, são equipados com ar condicionado e bagageiros e ligam os terminais de Guarulhos e de Con-gonhas à área central e aos princi-pais hotéis da cidade. Lá, entretanto, o preço é mais salgado: a passa-gem para ir do aeroporto interna-cional ao centro custa R$ 33. Já no Rio de Janeiro, os valores são mais próximos dos cobrados em Brasília. Variam entre R$ 6,50 e R$ 8.

Os ônibus circularão diaria-mente de 6h30 às 23h. Do aero-porto, os passageiros seguirão pela Esplanada dos Ministérios, pela Ro-doviária do Plano Piloto, pelos seto-res hoteleiros Sul e Norte e, depois, o ônibus voltará ao aeroporto. “As via-gens terão intervalo de 30 minutos, podendo chegar a 10 minutos nos horários de maior movimentação. O serviço será oferecido diariamente, inclusive aos sábados, domingos e feriados”, disse o presidente da TCB, Carlos Alberto Koch Ribeiro.

Page 30: Revista Municípios

30 Maio 2011 - Estados & Municípios

ParaCatu, uma CidadE SaudÁVEl

Município

30 Maio 2011 - Estados & Municípios

Você consegue imaginar uma cidade brasileira onde 98% dos habitantes são atendidos

pelo sistema municipal de saúde. Pois essa cidade existe, se chama Paracatu e fica localizada a 255 quilômetros da capital federal. A qualidade do serviço de saúde pú-blica oferecido pela cidade é um exemplo a ser seguido por todos os municípios brasileiros. E a receita é simples: planejamento, investimen-to e inovação.

Único prefeito reeleito na his-tória da cidade, Vasco Praça Filho (PMDB), ou simplesmente Vasqui-nho, é o principal responsável pela revolução no sistema de saúde do município. Em seus seis anos de mandato, a cidade ampliou a in-fraestrutura hospitalar, triplicou o nú-mero de servidores na área, passou a investir mais de 30% do orçamen-to em saúde, implementou a par-ceria público-privada e humanizou o atendimento médico.

Planejamento e ações pre-ventivas são as peças chaves do processo. Em Paracatu, a saúde dos moradores começa na ali-mentação escolar e no sanea-mento básico. No lugar da tra-dicional “merenda”, o município fornece café da manhã, lanche e almoço para 11 mil crianças matri-culadas na rede municipal de en-sino. “Criança nutrida corre menos risco de adoecer”, ensina o prefeito.

O saneamento básico tam-bém tem um papel fundamental. Atualmente, 97% do esgoto da cidade são tratados e o prefei-to garante que até o final do seu mandato, em dezembro de 2012, chegará a 100%. Vasquinho ressalta que isso só foi possível com um bom planejamento e a busca incansá-vel de recursos federal e estadual. “A parceria com os demais entes da Federação é fundamental”.

Universalização da saúde

Paracatu é um dos municípios do país que mais investe em saú-de. “Não se faz saúde sem priorizar recursos. Saúde é um serviço com-plexo, caro e que exige muito in-vestimento”, afirma o prefeito, que aplica cerca de 33% dos recursos municipais em saúde, valor que corresponde a mais do que o do-bro (15%) exigido pala Constituição.

A construção de Postos de Saúde da Família (PSFs) e a inaugu-ração do novo pronto-socorro e do setor de internação do Hospital Mu-nicipal universalizou o atendimento médico-hospitalar no município. A expansão do Hospital custou R$ 4,3 milhões e foi realizada em par-

Page 31: Revista Municípios

Estados & Municípios - Maio 2011 31

Município

O novo Pronto Socorro de

Paracatu tem capacidade de atendimento

para 100 leitos. O projeto foi humanizado

na gestão do prefeito Vasquinho

Estados & Municípios - Maio 2011 31

ceria com a Kinross (mineradora canadense que atua na cidade) e a Faculdade Atenas (que oferece cursos de Medicina no município). A próxima etapa das obras inclui a construção de um bloco cirúrgico, com três salas.

Segundo o prefeito, a união do setor público e da iniciativa pri-vada foi vital para transformar o projeto em realidade. “Continuare-mos investindo firmemente na am-pliação e melhoria do atendimento público de saúde e avançando na parceria público-privada como es-tratégia para melhorar a qualidade de vida da população”.

Nesta parceria, a mineradora bancou o material de construção, a faculdade se responsabilizou pela mão de obra e a prefeitura custeou os equipamentos, inclusive apare-lhos de última geração, que garan-tem à população maior qualidade e rapidez no atendimento. Quan-do estiver totalmente concluído, o hospital passará a contar com 150 leitos de enfermaria, observação e internação.

O projeto foi aprovado pela Secretaria de Saúde de Minas Ge-rais, adotou todas as normas técni-cas da moderna arquitetura hospi-talar e recebeu o reconhecimento

público do ministro da Saúde Ale-xandre Padilha. Segundo o ministro, o novo pronto-socorro de Paracatu é um dos mais modernos do Brasil.

De acordo com Vasco Praça, a estrutura do novo Pronto-Socorro supera o de alguns hospitais esta-duais e realiza cerca de 400 aten-dimentos por dia, o que dá 140 mil atendimentos por ano: “Isso é mais que o hospital público de Cuiabá, por exemplo”.

Além da expansão do hospi-tal, Paracatu conta com a primei-ra hemodiálise municipal de Minas Gerais e que já é uma referência

Page 32: Revista Municípios

32 Maio 2011 - Estados & Municípios

no estado. Antes de sua instalação, os pacientes do município eram enviados de ônibus para Patos de Minas ou Unaí, num martírio de qua-tro horas de viagem (ida e volta) e mais quatro horas de tratamento. “Isso era muito sofrível para eles”, lamenta o prefeito.

O tratamento fora da cidade impedia os pacientes de exerce-rem qualquer atividade profissional, já que perdiam oito horas por dia, três vezes por semana. Agora, além de realizarem o tratamento na pró-pria cidade, a Hemodiálise de Para-catu disponibiliza o serviço de bus-car e deixar os pacientes em casa.

A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de Paracatu também é mu-nicipal, “o que é uma raridade no Brasil, já que a maioria delas é esta-dual”, explica o prefeito. Até pouco tempo, a UIT era bancada exclusi-vamente pelo município; hoje ela está credenciada ao SUS.

rEFOrçO PrOFiSSiOnal

Desde a criação da primei-ra turma de Medicina, em 2005,

para atender o crescimento da de-manda”, informa o prefeito, ressal-tando que nos últimos seis anos a prefeitura promoveu três certames para a área de saúde. Ele explicou que manter um médico no interior é uma tarefa difícil, pois se o profis-sional não for bem remunerado ele não fica.

A próxima meta do prefeito é a instalação no município de uma unidade da Rede Sarah de Hospi-tais de Reabilitação. A reivindica-ção já foi formalizada ao ministro da Saúde e vem sendo negociada junto à Associação das Pioneiras Sociais, gestora da Rede Sarah. Ele explica que a cidade, cortada pela BR-040, tem uma grande deman-da por recuperação ortopédica de vítimas de acidente na estrada. “A 040 é uma rodovia que gera enor-mes benefícios, mas também traz muitos acidentes automobilísticos, envolvendo moradores e pessoas que passam por aqui”.

SaÚdE PrEVEntiVa

Prevenir é melhor do que re-mediar. O velho ditado popular é seguido à risca pela prefeitura de Paracatu. Anualmente, o município, em parceria com o Rotary, promo-ve o dia da saúde preventiva da mulher e do homem, quando são realizados milhares exames gratui-tos, entre mamografias, toque retal e exame de PSA.

Postos de Saúde da Família instalados em locais estratégicos prestam atendimento odontológi-co e funcionam 24 horas por dia. De dia eles funcionam como posto de saúde, e a partir das 17 horas como pronto atendimento noturno. A estratégia reduz a demanda hos-pitalar, já que os casos simples, não

Município

o hospital municipal de Paracatu atua como hospital escola, apoian-do as atividades acadêmicas e de pesquisa da Faculdade de Atenas. Diariamente, dezenas de estudan-tes de várias especialidades mé-dicas dão atendimentos monitora-dos aos pacientes. A partir de 2012, vários desses estudantes estarão ap-tos para exercer a profissão e reforçar o quadro funcional do município.

No final deste ano, a faculda-de formará sua primeira turma de médicos e a expectativa do prefei-to é que muitos deles permaneçam e façam carreira na cidade. “Muitos nasceram aqui, têm familiares e se identificam com a cidade”. Segun-do Vasco Praça, poder contar com esses profissionais como servidores efetivos do município será um pri-vilégio, pois além da qualidade do ensino, a faculdade prima pela hu-manização e pela atenção médi-co-paciente, o que deixa o hospital com mais “calor humano”.

Como sempre, as futuras contratações serão realizadas me-diante concurso público. “Fazemos concurso publico regularmente

A ala pediátrica também foi totalmente decorada com o objetivo

de humanizar o ambiente

Page 33: Revista Municípios

Estados & Municípios - Maio 2011 33

caracterizados como de urgência ou emergência, são atendidos no próprio posto.

As campanhas educativas de combate à dengue estão sur-tindo efeito e criando uma nova cultura de prevenção no municí-pio. A vigilância contra potenciais focos da doença e mutirões de limpeza de lotes vazios já é uma rotina na cidade. Segundo o pre-feito, no auge da crise da dengue, em 2009/2010, a cidade registrou mais de 3 mil casos da doença nas áreas urbana e rural. “Este ano, registramos um índice baixíssimo da doença, com menos de 20 casos”, ressaltou o prefeito.

rEGiãO dO PrESEntE

Segundo Vasco Praça Filho, Minas Gerais vive um excelente momento, graças ao “extraordiná-rio” trabalho realizado pelo ex-go-vernador Aécio Neves e mantido pelo governador Antonio Anasta-sia. “O Noroeste de Minas deixou de ser a região do futuro e se trans-formou na região do presente”.

Ele ressalta que, a exemplo do seu antecessor, Antonio Anastasia é um republicano que apóia os mu-nicípios, independentemente do partido do prefeito, e conduz uma gestão extremamente técnica.

Vasquinho também destaca a boa relação com o governo federal e o fácil diálogo com interlocutores da presidente Dilma Rousseff. Segun-do o prefeito, o município tem uma abertura muito grande em vários ministérios, como o das Cidades, da Saúde e da Educação, e apoio da Caixa Econômica Federal em vários projetos. “A Caixa é muito exigente na análise e aprovação de projetos, mas depois de aprovado o trabalho flui com tranquilidade”

FuturO POlÍtiCO

Vasquinho não sabe se conti-nuará na vida pública, mas admite que tirar a política do coração é tão difícil quanto o produtor rural tirar a terra de dentro da unha. Segundo o prefeito, o surgimento de novas lideranças, como o deputado fede-ral Antonio Andrade e o ministro da

Município

Saúde, Alexandre Padilha, é politi-camente empolgante.

“E quem conviveu com o go-vernador Aécio Neves sabe que pode confiar no homem público e na vontade de servir ao Brasil e ao estado”.

O prefeito critica a concen-tração dos recursos públicos nos cofres da União e defende a revisão do pacto federativo, com o aumen-to do percentual destinado aos mu-nicípios dos atuais 16,7% para pelo menos 20%. “Assim, os municípios não ficariam tanto de pires na mão diante do governo federal”.

Para ele, o atual sistema é des-proporcional e extremamente injus-to com os municípios. “As pessoas não moram nos estados ou no go-verno federal, elas moram e usam os serviços públicos do município”.

Quanto às reformas política e tributária, ele ressaltou que, se não houver pressão da sociedade, as reformas não sairão do papel. “O Congresso precisa ser mais cobra-do pelos eleitores”.

Vista aérea parcial de Paracatu

Page 34: Revista Municípios
Page 35: Revista Municípios
Page 36: Revista Municípios

36 Maio 2011 - Estados & Municípios

O prefeito de Araçatuba (SP), Cido Sério, finalmente em-possou os membros do

novo Conselho Municipal de Ciên-cia, Tecnologia e Inovação. Criado por lei editada em junho de 2010,

araçatuBa inOVa Em tECnOlOGia o Conselho terá um importante papel de mobilização e captação de novos investimentos para o mu-nicípio se consolidar como Pólo de Desenvolvimento Regional.

O novo conselho tem caráter consultivo e reúne 27 entidades, entre órgãos públicos, instituições de ensino, entidades representa-tivas de classes e empresas pri-vadas. Durante a cerimônia de posse, o prefeito ressaltou que a missão dos conselheiros é de vital relevância para o desenvolvimen-to da cidade.

“Todos os representantes que aqui estão têm a missão de nos ajudar a pensar o melhor futuro para a nossa cidade, valorizando nossas empresas, potencializan-do as iniciativas que já existem e

Município

criando caminhos para outras sur-girem. Precisamos estar entusias-mados, por que Araçatuba está crescendo a galope e vocês, que são pensadores e empreendedo-res, formam este importante conse-lho, que vai dialogar com todas as formas de desenvolvimento, tendo como norte a sustentabilidade”, en-fatizou Cido Sério.

Para o secretário Carlos Fa-rias, a atuação do Conselho será fundamental para a elaboração de políticas públicas voltadas para o desenvolvimento sustentável do município. Ele destacou algumas ações desenvolvidas em Araçatu-ba, como os trabalhos em genéti-ca bovina, a qualificação de mão de obra e a produção de deriva-dos da cana.

Page 37: Revista Municípios

Estados & Municípios - Maio 2011 37

O Plano Nacional de Erradi-cação da Pobreza Extre-ma tem três grandes eixos

de atuação: a universalização do acesso aos programas de transfe-rência de renda, a ampliação e a qualificação dos serviços públicos e a chamada inclusão produtiva, para capacitação de mão de obra.

De acordo com a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, tereza Campello, o plano contemplará 1,5 milhão de famí-lias que ainda não têm acesso ao Bolsa Família e vivem em condição de pobreza extrema. “Vamos forta-lecer os programas de transferência de renda. Nosso grande objetivo é a universalização do Bolsa Família”, disse ela. Atualmente, 13 milhões de famílias recebem o benefício.

São famílias que ainda não têm acesso ao programa porque moram em locais distantes ou por-que, mesmo em grandes centros urbanos, não têm acesso à infor-mação, disse a ministra. “Às vezes, a pessoa se sente tão excluída que nem entende que isso é um direi-to dela. Portanto, nosso trabalho é ir atrás dessas pessoas.”

Nessa busca, o Ministério do Desenvolvimento Social e Comba-te à Fome terá ajuda das demais pastas, para que o governo consi-ga incluir as famílias nos programas de transferência de renda. “Como anunciou a presidenta Dilma [Rous-seff], a ideia é ter sucesso até 2014. Temos de nos preparar para rece-ber essa população que estará en-trando no Cadastro Único [sistema de informação sobre famílias que podem ser incluídas em programas sociais]”, afirmou Tereza.

Outro objetivo do plano é am-pliar e qualificar os serviços públi-cos que o Estado brasileiro oferece, como saúde, educação e assistên-cia social. Segundo a ministra, uma parcela importante da população pobre não tem acesso total ou par-cial a tais serviços. Isso ocorre por-que os serviços que são apresen-tados não são adequados a essa população. “Vamos repensar tais serviços para que cheguem a es-sas pessoas”, disse a ministra.

Com o lançamento do plano, serviços que hoje são oferecidos a apenas uma parcela da população de baixa renda, como o recente pro-

grama de acesso a medicamentos para tratamento de hipertensão e diabetes, deverão chegar à popula-ção em pobreza extrema.

De acordo com a ministra, das quatro doenças que mais atingem a população em pobreza extrema no mundo, duas são exatamente a hipertensão e o diabetes. “Apesar de a população padecer desses males, e os medicamentos serem distribuídos gratuitamente, eles não estão chegando a essas pessoas. Vamos ter de montar uma estraté-gia para garantir que esse e outros serviços que oferecemos cheguem a essa população.”

O Plano de Erradicação da Pobreza Extrema também prevê o aumento da mão de obra qualifi-cada no Brasil. Para Tereza Cam-pello, embora o país cresça de forma sustentável, ainda há falta de mão de obra especializada. “Nossa população do Bolsa Família continua não tendo acesso a es-sas oportunidades. Portanto, esta-mos organizando um conjunto de ações que envolvem qualificação e outras ações importantes”, con-cluiu a ministra

ErradiCaçãO da POBrEza ExtrEma

Social

Page 38: Revista Municípios

38 Maio 2011 - Estados & Municípios

SaCOlaS PlÁStiCaS Em ExtinçãO

Meio ambiente

A distribuição de sacolas plás-ticas derivadas de petróleo está com os dias contados

nos supermercados paulistas. Um acordo assinado entre o Governo de São Paulo e a Associação Pau-lista de Supermercados prevê que, até o final do ano, os supermerca-dos deixarão de entregar as saco-las derivadas de petróleo ao con-sumidor. O objetivo é estimular a utilização de sacolas permanentes, como a tradicional “sacola de fei-ra’, reduzindo, assim, o descarte de plástico no meio ambiente.

Pelo acordo, os supermerca-dos promoverão campanha nos próximos meses para estimular a mudança de hábito do consumidor, conscientizando-o para a necessi-dade de utilizar outros meios para o transporte das compras antes de

c e s s a r a distribuição de sacolas. A meta da iniciativa, apoiada pelo setor, é atender uma demanda da sociedade, que está cada vez mais atenta às questões ambientais.

Ao Governo de São Paulo, por meio da Secretaria do Meio Ambien-te, caberá esclarecer, por meio de sua rede de educação ambiental, o prejuízo causado pelo uso das sa-colas descartáveis derivadas de pe-tróleo. A expectativa é atingir - com informações, sugestões e dicas - as escolas da rede estadual e os órgãos que compõem o Governo.

Se optar pela sacola descar-tável, o consumidor terá de arcar com o custo de produção da em-balagem ecologicamente corre-ta comercializada como alterna-tiva às sacolas de plástico. Feita

a partir de amido de milho, ela se desfaz em até 180 dias em usina de compostagem e em dois anos em aterro e estará disponível nos supermercados com valor estima-do em R$ 0,19.

O objetivo é estimular o uso de sacolas retornáveis (como as

de feira), ecobags (reutilizável e feita em material renovável),

carrinho de feira, caixa de madeira ou mochila. Al-ternativas cujo custo é zero.

O país já produz mais de 500 mil to-

neladas anuais de plástico filme (matéria-prima das sacolinhas plásti-cas), produzido a partir de uma resina chamada polietile-no de baixa den-sidade, resultando

na produção de 135 bilhões de sacolas. Calcula-se que cerca de 90% desse material, com degradação indefinida, acabam servindo de lixeiras ou viram lixo. Em São Paulo, o consumo mensal está na casa dos 2,4 bilhões, o que cor-responderia, em uma conta simpli-ficada, a 59 unidades por pessoa.

O uso das atuais sacolas plásticas descartáveis traz diversos impactos ambientais. Além de ocu-par espaço nos aterros, sua produ-ção utiliza grande volume de água e gera resíduos industriais. Há ainda o uso inadequado e descarte na rua, o que leva o material às ga-lerias e bueiros. Isso causa entupi-mentos e enchentes, polui a água e o solo e traz prejuízo à vida de animais marinhos.

Page 39: Revista Municípios

Estados & Municípios - Maio 2011 39

ações –, metade delas decorrem de planos econômicos. “Alguém avisou que as ações iriam prescrever e a Caixa recebeu 570 mil ações em três anos”, afirmou. O banco responde a 38,14% de todas as ações que en-volvem os oito principais grupos do setor bancário, segundo o estudo elaborado pelo setor.

a SaÚdE na JuStiça

Outro levantamento recente descobriu que há mais de 240 mil processos relativos à área de saú-de tramitando em todo o país. São ações envolvendo problemas no atendimento em hospitais públicos, reclamações contra planos de saú-de, a falta de acesso a remédios e a precariedade dos procedimentos do Sistema Único de Saúde (SUS)

Segundo Marcelo Nobre, con-selheiro do CNJ e coordenador do Fórum Nacional do Judiciário para a Saúde - instância que acompanha e monitora os dados relativos a esses processos nos tribunais -, uma das propostas é criar um banco de da-dos para ajudar a subsidiar decisões na área da saúde.

“Quando a pessoa afirma que vai morrer se não tiver um remédio, a primeira reação do juiz é liberá-lo. Com o banco de dados, queremos dar informações técnicas sobre a necessidade real do remédio para deixar os juízes mais confortáveis para decidirem”.

Marcelo Nobre ressalta que o governo tem se mostrado preocu-pado em reduzir as demandas judi-ciais envolvendo a saúde pública. “O Ministério da Saúde e a AGU têm sido grandes parceiros nas questões que temos levantado no fórum”.

mandantes. Segundo o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Murilo Portugal, metade das ações na Justiça comum que envolve as onze principais instituições financeiras do Brasil está relacionada a planos econômicos lançados pelo go-verno federal entre 1986 e 1991.

Segundo pesquisa do CNJ, do total de processos que envolvem os setores que mais têm ações trami-tando no Judiciário brasileiro, cerca de 38% envolvem bancos. O índice de litigância só é inferior ao do setor público. “Os bancos estão sendo de-mandados nesse caso não por uma ação incorreta que cometeram, mas porque cumpriram normas de natu-reza pública emitidas pelo governo. Eles não tinham outra alternativa”, afirmou o presidente da Febraban.

O argumento dos banqueiros privados foi repetido também pelos bancos públicos, que detém o maior número de clientes, volume de crédi-tos e patrimônio do sistema bancá-rio. De acordo com o diretor jurídico da Caixa Econômica Federal, Jaílton Zanon da Silveira, do total de proces-sos contra a Caixa – 3,7 milhões de

O Estado continua sendo o maior litigante do Judiciário brasileiro: União, INSS, Caixa

Econômica Federal, Fazenda Nacio-nal e Banco do Brasil lideram o ranking dos cem maiores litigantes do país. A pesquisa realizada pelo Conselho Na-cional de Justiça (CNJ) mostrou que a Justiça trabalha para poucos e que a reversão deste cenário precisa ser de-batida com profundidade.

O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) é o maior litigante na-cional, correspondendo a 22,3% das demandas dos cem maiores litigan-tes nacionais, seguido pela Caixa Econômica Federal, com 8,5%, e pela Fazenda Nacional, com 7,4%. Na Justiça Estadual, o estado do Rio Grande do Sul é o maior litigante, com 7,7% das demandas, seguido pelo Banco do Brasil e pelo Banco Bradesco. Já na esfera da Justiça do Trabalho, a União é a maior litigante, com 16,7% das demandas. O setor público (estadual, federal e munici-pal), bancos e telefonias represen-tam 95% do total de processos dos cem maiores litigantes nacionais

De acordo com Fernando marcondes, secretário-geral do CNJ, a pesquisa mostrou que a Justiça tra-balha para poucas pessoas. Estima-se que os cem maiores litigantes cor-respondam a 20% dos processos no país. “A pesquisa será um dos nortea-dores do Terceiro Pacto Republicano, o Estado se apresenta como maior litigante e precisamos discutir essa questão”, diz Marcondes.

Segundo lugar na lista dos seto-res que mais demandam o Judiciá-rio, os bancos culparam os planos econômicos pelo número exces-sivo de processos nos quais estão envolvidos, seja como réus ou de-

açõES dO EStadO lOtam JudiCiÁriO

Justiça

Page 40: Revista Municípios

Rio das Ostras (RJ) é a cidade que mais cresceu no país

O município de Rio das Ostras, no litoral norte do Rio de Janeiro, triplicou sua população na última década. Em 2000, eram 36.419 habitantes, número que saltou para 105.676 no Censo 2010 --crescimento de 190%. Em segundo lugar está Balbinos (SP), que viu sua popu-lação aumentar de 1.313 para 3.702 (181%), seguido de Pedra Branca do Amapari (AP), crescimento de 4.009 para 10.772 habitantes (169%); São Felix do Xingu (PA), de 34.621 para 91.340 (164%); e Canaã dos Carajás (PA), de 10.922 para 26.716 (144,61%).

Maetinga (Ba) perde quase a metade da população em dez anos

Maetinga, no Centro-Sul baiano, foi a cidade que proporcionalmente mais diminuiu em todo o país. Entre 2000 e 2010, a população do município caiu de 13.686 para 7.038, redução de 49%. Itaúba (MT), em segundo lugar, minguou de 8.565 para 4.575 (-46,58%). Já a po-pulação de Brejo de Areia (MA) despencou de 10.418 para 5.577 (-46,47).

Borá (SP) mantém o título de menor cidade do país

Pelo segundo censo consecutivo, o município de Borá, no interior paulista, ganhou o título de menor ci-dade do país em termos populacionais, com 805 habi-tantes, apenas dez a mais do que foi registrado no Censo 2000. O segundo lugar nesse quesito ficou com a cidade mineira de Serra da Saudade, cuja população caiu de 873 para 815 na última década. A terceira menor cidade do país é Anhanguera (GO), com 1.020 habitantes.

Campinas (SP) continua ostentando título de maior cidade do interior

Das cinco cidades interioranas mais populosas do país, quatro estão no Estado de São Paulo. A maior de-las, Campinas, tem 1.080.113 habitantes, segundo o Censo 2010. Em segundo lugar aparece São José dos Campos, com 629.921 habitantes, seguida de Ribei-rão Preto (604.682), Uberlândia (604.013) e Sorocaba (586.625). A lista não considera como do interior as ci-dades que pertencem às regiões metropolitanas.

Exceto as capitais, Guarulhos (SP) e São Gonçalo (RJ) são as maiores cidades das regiões metropolitanas

Se Campinas é a maior cidade do interior, Gua-rulhos (SP) é a maior cidade brasileira que não é ca-pital e pertence a uma região metropolitana, com 1.221.979 habitantes. Em segundo lugar aparece São Gonçalo (RJ), com 999.728 moradores, seguido de Duque de Caxias (855.048), Nova Iguaçu (796.257) --ambos no RJ-- e São Bernardo do Campo, no ABC Paulista (765.463).

Nacional

CuriOSidadES dO CEnSO 2010

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatís-tica) divulgou os detalhes do Censo 2010. O levantamento apontou que a população bra-

sileira cresceu de 169.590.693, do Censo 2000, para 190.755.799, variação de 12,48%. O crescimento po-pulacional foi maior na região Norte (23,04%), seguida do Centro-Oeste (21,01%), Nordeste (11,29%), Sudeste (11,15%) e Sul (9,15%).

40 Maio 2011 - Estados & Municípios

Page 41: Revista Municípios

Nacional

Extensos e despovoados, municípios da região Norte têm menores densidades de-mográficas

Os sete municípios com as menores densidades demográfica estão na região Norte. O primeiro da lis-ta é Japurá (AM), no Alto Rio Negro, que possui 8.549 habitantes espalhados para uma área de 56 mil km² --área equivalente a 37 municípios de São Paulo--, que dá uma densidade demográfica de 0,13 habitante por km². Na seqüência, aparecem Atalaia do Norte (AM), no Alto Solimões, com 15.153 habitantes em 76 mil km² (densidade de 0,20), Barcelos (AM), também no Alto Rio Negro, com densidade de 0,21 hab/km² e Mateiros (TO), na região do Jalapão, com densidade de 0,23 hab/km².

Formigueiros humanos: São João do Meriti (RJ) e cidades da Grande São Paulo

Apelidada de “formigueiro das Américas”, São João de Meriti, na Baixada Fluminense, é a cidade com maior densidade demográfica, com 458.673

habitantes em apenas 35 km², o que dá uma densi-dade de 13.024 hab/km². Na seqüência aparecem Diadema (12.519 hab/km²), Taboão da Serra (12.049), Carapicuíba (10.680) e Osasco (10.411), todos na Gran-de São Paulo.

Porto alegre, Recife e capitais do Sudeste têm menor crescimento

Entre todas as capitais brasileiras, Porto Ale-gre foi a que menos cresceu entre 2000 e 2010, com aumento populacional de 3,58% --1.360.590 para 1.409.351 habitantes. Belo Horizonte apa-rece em segundo lugar, com crescimento de 6,10%, 2.238.526 para 2.375.151, seguido de São Paulo (7,84% de aumento), Rio de Janeiro (7,90%) e Recife (8,07%).

Capitais da região Norte são as que mais crescem

Enquanto as metrópoles do Sul e Sudeste cres-cem moderadamente, na região Norte as capitais crescem em ritmo acelerado. Palmas foi a cam-peã em crescimento populacional (66,23%). A po-pulação aumentou de 112.848 para 228.332 na última década. Em Macapá, a população cres-ceu 40,56%, saltando de 283.308 em 2000 para 398.204 em 2010. Já em Rio Branco, o crescimento foi de 32,79%, passando de 253.059 para 336.038. Em Porto Velho, a população aumentou de 334.661 para 428.527, variação de 28,05%, proporção se-melhante à de Manaus, onde o número de habitan-tes cresceu de 1.405.835 para 1.802.014 (28,18%). Já Boa Vista, a campeã em crescimento popula-cional, o número de moradores cresceu de 200.568 para 284.313 (41,75%).

Brasil tem 58 cidades novas, a maioria no Rio Grande do Sul

De acordo com o Censo 2010, 58 cidades novas foram fundadas no Brasil entre 2000 e 2010, 29 delas no Rio Grande do Sul e 15 em Mato Grosso. Outros quatro municípios foram criados em Goiás, três no Piauí e dois na Bahia. No Rio Grande do Norte, Alagoas, Espírito San-to, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, um município novo surgiu na última década.

Estados & Municípios - Maio 2011 41

Page 42: Revista Municípios

42 Maio 2011 - Estados & Municípios Rua do Porto, 100 - Boca da Barra - Cairu/BA - Fone/Fax 75 3653.6068 • 75 9981.1302 • 71 9956.4196

Em uma área de 5 mil metros quadrados, contando com 7

apartamentos e 2 chalés, na beira do rio e do mar, a Pousada

Marina de Boipeba oferece todo conforto que você merece, e

também passeios para praias, piscinas naturais, caminhadas

pela mata atlântica e ao redor da ilha. No verão, entre dezembro

e fevereiro, o Restaurante L’Ancora abre para o jantar, com

cardápio de massas e molhos preparados por Marina Fiacchi,

com os sabores do Norte da Itália, aprendidos com sua avó e

sua mãe, conhecidas em Bolonha pela excelência culinária.

Venha se encantar com a Pousada Marina de Boipeba.

Saiba mais no site www.pousadamarinadeboipeba.com.br

AN_ESTADOS_MUNICIPAIS_205X280.pdf 1 25/03/11 16:40

Page 43: Revista Municípios

Estados & Municípios - Maio 2011 43Rua do Porto, 100 - Boca da Barra - Cairu/BA - Fone/Fax 75 3653.6068 • 75 9981.1302 • 71 9956.4196

Em uma área de 5 mil metros quadrados, contando com 7

apartamentos e 2 chalés, na beira do rio e do mar, a Pousada

Marina de Boipeba oferece todo conforto que você merece, e

também passeios para praias, piscinas naturais, caminhadas

pela mata atlântica e ao redor da ilha. No verão, entre dezembro

e fevereiro, o Restaurante L’Ancora abre para o jantar, com

cardápio de massas e molhos preparados por Marina Fiacchi,

com os sabores do Norte da Itália, aprendidos com sua avó e

sua mãe, conhecidas em Bolonha pela excelência culinária.

Venha se encantar com a Pousada Marina de Boipeba.

Saiba mais no site www.pousadamarinadeboipeba.com.br

AN_ESTADOS_MUNICIPAIS_205X280.pdf 1 25/03/11 16:40

Em atividade desde 2009, o Grupo de Trabalho do Tocan-tins (GTT) criado pelo Ministério

da Defesa retomou o trabalho de procura dos restos mortais de pes-soas desaparecidas na Guerrilha do Araguaia. No mês passado, in-tegrantes da Equipe de Entrevistas e Contextualização dos Fatos se des-locaram para as regiões do Sudeste do Pará e Norte de Tocantins para conversar com moradores que vi-venciaram o período da guerrilha e que podem ter alguma informação que leve ao local de sepultamento dos desaparecidos.

Essas entrevistas são importan-tes para orientar os trabalhos de ex-ploração de campo que terão iní-cio ainda este ano, após o término da estação chuvosa na região.

Enquanto as entrevistas são re-alizadas e novas áreas de explora-ção são identificadas, os peritos do Instituto de Medicina Legal do Distrito Federal (IML-DF) e da Polícia Federal (PF) continuam analisando os restos mortais já trasladados para Brasília, buscando identificar se tratam-se ou não de desaparecidos do Araguaia. O material sob análise encontra-se guardado no Hospital Universitário de Brasília, administrado pela UnB.

O retorno dos trabalhos de exploração de campo (equipe técnica – Geologia e Antropolo-gia), bem como dos demais in-tegrantes do Grupo de Trabalho está previsto para este mês. Den-tre as áreas que serão exploradas pelo GTT em 2011 destacam-se as regiões de Pimenteira, Casta-nhal de Zé Alexandre, Oito Barra-cas, fazenda Pai e Filho, cemitério de Xambioá e Cemitério de Ma-rabá. Tais áreas estão situadas nos municípios paraenses de Marabá, São Domingos do Araguaia, São Geraldo do Araguaia, e na cida-de de Xambioá (TO).

Nas várias expedições reali-zadas no ano passado seguindo indicações de mateiros, guias e colaboradores, o GTT realizou es-cavações em localidades de Xam-bioá e em áreas do Município de São Geraldo do Araguaia (Pará).

O GTT foi criado por Portaria do Ministério da Defesa para tentar lo-calizar restos mortais de guerrilheiros e militares mortos na Guerrilha do Araguaia, episódio que culminou, entre 1972 e 1974, com a morte de civis e militares no Sul do Pará e Nor-te de Tocantins (região na época pertencente a Goiás).

Sua instalação cumpriu sentença proferida na Ação nº 82.00.24682-5, da 1ª Vara Federal de Brasília, que determinou que a União deve tentar encontrar os res-tos mortais dos guerrilheiros e milita-res mortos na Guerrilha do Araguaia e providenciar o traslado das os-sadas e o sepultamento dos restos mortais em local a ser indicado pe-los familiares.

traBalHO CirÚrGiCO

Os procedimentos de pes-quisa, busca e identificação dos possíveis locais de sepultamento são minuciosos e detalhados. Com base em informações colhidas nas entrevistas, a busca começa com a utilização do GPR, tipo de radar que detecta alterações nas várias camadas do solo e que tem o ob-jetivo de localizar possíveis alvos apontados pelos colaboradores.

Com o alvo identificado, co-meça a fase da escavação por meio de pás e picaretas, até a des-coberta da existência de uma inu-mação. Em seguida, os antropólo-gos forenses iniciam os trabalhos de retirada da cobertura de terra com ferramentas leves. A parte mais de-licada da tarefa começa no mo-mento em que uma estrutura óssea é visualizada. Nesta fase, os antro-pólogos adotam procedimentos semelhantes aos de uma cirurgia, inclusive com o uso de máscaras, luvas e lâminas de bisturi.

O Ministério da Defesa possui uma linha telefônica 0800, para receber ligações gratuitas de pes-soas interessadas em fornecer infor-mações sobre algum desapareci-do na Guerrilha do Araguaia.

Gtt rEtOma BuSCa dE dESaParECidOS

Nacional

Page 44: Revista Municípios

44 Estados & Municípios - Maio 2011

PEDRO ABELHA [email protected]

Mídia

CrESCE O nÚmErO dE liCitaçõES

Desde a aprovação, em abril de 2010, da Lei 12.232/ 2010, que definiu novas regras para a con-tratação dos serviços de publici-dade por parte do setor público, houve um forte crescimento no valor licitado nessa área, em todo o País, aponta levantamento reali-zado pela FENAPRO – Federação Nacional das Agencias de Propa-ganda. O comparativo traça um cenário das licitações realizadas pelo Governo Federal e Estadual, Assembléias Legislativas, Prefeitu-ras, Câmaras Municipais, Sistema S, Conselhos Regionais e Universi-dades, entre maio e dezembro de 2010, comparativamente ao perío-do de janeiro a abril de 2011. Se-gundo o levantamento da FENA-PRO, desde que a Lei 12.232 entrou em vigor, foram realizadas 318 lici-tações, cujo montante somou R$ 1, 025 bilhão. Embora, no período de oito meses de 2010, o número de licitações tenha sido maior, o va-lor das verbas licitadas no primeiro quadrimestre de 2011 já é superior ao do ano passado. Nos primeiros quatro meses de 2011, foi licitado um valor total de cerca de R$ 673 milhões, envolvendo 138 processos licitatórios, ou seja, 90% mais do que a verba licitada no período de oito meses de 2010, que foi de R$ 352,62 milhões, e correspondeu a 180 licitações. “A aprovação da Lei 12.232/2010 promoveu um avanço

principalmente qualitativo nos pro-cessos licitatórios do setor público. Ainda assim, constatamos que mui-tos municípios e órgãos ainda des-conhecem as diretrizes da nova lei, o que requer um trabalho intensivo de esclarecimento”, afirma Ricardo Nabhan, presidente da FENAPRO. O maior número de licitações públicas, no âmbito da nova legislação, foi realizado pelas prefeituras, com 228 processos licitatórios. Em termos de verba, o Governo Federal está bem à frente, embora tenha promovido apenas cinco licitações após a pro-mulgação da Lei, três delas em 2010 e duas em 2011. Essas licitações mo-vimentaram R$ 492,55 milhões.

CidadãO PauliStanO

O Padre Landell de Moura, inventor do rádio e um dos pre-cursores das telecomunicações no mundo, foi homenageado com o Título de Cidadão Paulista-no (in memoriam), pela Câmara

Municipal de São Paulo. O evento aconteceu no dia 17, por inicia-tiva do vereador Eliseu Gabriel. A iniciativa do parlamentar visa fortalecer o movimento pelo re-conhecimento do Padre Landell de Moura, brasileiro nascido em Porto Alegre, como o inventor do rádio. A ideia é corrigir um erro histórico, no mesmo ano em que se comemora o 150º aniversário de seu nascimento. O Título de Cidadão Paulistano (in memo-riam) foi recebido por Zemo José Almeida de Moura, sobrinho-neto do homenageado, hoje com 82 anos. Durante as comemorações do 150º aniversário de Landell de Moura, em 2011, os Correios lan-çaram um selo comemorativo em Brasília, São Paulo e Porto Alegre. Outra homenagem foi feita pelo senador Sérgio Zambiasi (PTB-RS), que por meio de um Projeto de Lei prevê a inclusão do Padre Landell no Livro dos Heróis da Pátria.

PrEçO da Banda larGa

O diretor-executivo do Sin-dicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (SindiTelebrasil), Eduardo Levy, informou que o pre-ço médio da internet de banda larga no Brasil (28 dólares, cerca de R$ 46) é o segundo menor da América Latina. Em audiência pú-blica na Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e In-

Page 45: Revista Municípios

Estados & Municípios - Maio 2011 45

formática, ele afirmou que o País fica atrás apenas do México (16,2 dólares, aproximadamente R$ 27) no quesito menor preço do servi-ço. “O valor caiu 40% entre 2008 e 2009”, disse. Para ele, o grande desafio é acabar com as desi-gualdades regionais de acesso à tecnologia. Levy defendeu a de-soneração tributária do setor de telecomunicações e a utilização dos fundos setoriais para ampliar o acesso ao serviço de banda larga, especialmente nas regiões mais afastadas. Segundo o dire-tor, o setor já arrecadou mais de R$ 45 bilhões para os fundos, e apenas R$ 2,6 bilhões foram uti-lizados. Levy também defendeu a aprovação pelos parlamentares da nova lei de TV por assinatura (PL 29/07), já aprovado na Câma-ra e atualmente em análise no Senado, como forma de ampliar os investimentos no setor. “A libe-ração para as concessionárias de telefonia fixa prestarem o serviço de TV a cabo proporcionará um novo surto de investimento e de crescimento no setor”, declarou.

VOz dO BraSil

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu pela validade da atual legislação que determina a obrigatoriedade da transmissão da Voz do Brasil às 19h. Com a de-cisão, as rádios não poderão mais veicular o programa em horário alternativo. Uma decisão do Tribu-nal Regional Federal da 4ª Região havia autorizado a flexibilização do programa de acordo com a programação local. Segundo parecer do STF, as rádios devem obedeceer à Lei nº 4.717/62, que institui o Código Brasileiro de Tele-

comunicações e que determina a transmissão obrigatória do progra-ma no horário das 19h às 20h. O STF decidiu pela obrigatoriedade ao julgar recurso extraordinário im-petrado pela Advocacia Geral da União. Recurso extraordinário é um processo judicial usado para con-testar perante o Supremo Tribunal Federal uma decisão judicial pro-ferida por um Tribunal de Justiça ou Tribunal Regional Federal, sob a alegação de contrariedade à Constituição.

aPPlE É a maiS ValiOSa

A Apple já surpreendeu o mercado em 2010 ao ultrapassar a Microsoft no ranking da Millward Brown das marcas mais valiosas do mundo. Agora a empresa de Steve Jobs chama atenção mais uma vez ao deixar o Google para traz e assumir o topo da lista. Os lançamentos do iPad e do iPhone 4 deram um incremento de 84% à companhia entre 2010 e 2011, com o valor de sua marca tendo chegado a US$ 153,3 bilhões. A do Google, por outro lado, caiu 2%, para US$ 111,5 bilhões. IBM, com crescimento de 17%, para US$ 100,8 bilhões, McDonald’s (23%, para US$ 81 bi) e Microsoft

(2%, para US$ 78,2 bi) completam o top 5. A marca que mais cres-ceu no período foi a do Facebook: 246%; isso fez com que a criação de Mark Zuckerberg alcançasse a 35ª posição, com avaliação de US$ 19,1 bi. Curiosamente, a se-gunda que mais cresceu foi a do buscador chinês Baidu (141%, para US$ 22,5 bi, na 29ª posição), que estaria em conversa com o Face-book para levar a rede social ao país. A Millward Brown leva vários aspectos em consideração para chegar ao valor das marcas, entre eles a projeção de ganhos futuros e o engajamento dos consumidores.

diSCuSSõES SOBrE COntEudO

Terminou no dia 27 de abril a discussão que envolveu, via inter-net, TVs, Ongs e público em geral sobre medidas a serem adotadas para o conteúdo. Foram cinco meses de conversa, em que se discutiram a mudança nas faixas de classificação indicativa, a re-moção da linguagem de libras e até a classificação de programas jornalísticos. Entre as ideias, desta-que para a sugestão do público sobre a necessidade de ter uma classificação indicativa dos noti-ciários, bem como propagandas e também maior fiscalização da TV por assinatura. A operadora Sky defendeu a remoção da lingua-gem de libras na apresentação da classificação indicativa. Já para o SBT, mostrou ser interes-sante a liberação da exibição de conteúdo impróprio para menores de 12 anos a partir das 14 horas (hoje só pode a partir das 20h), e a liberação dos impróprios para menores de 14 anos após as 19h (que vão ao ar após 21h).

Page 46: Revista Municípios

46 Maio 2011 - Estados & Municípios

Quando e onde foi lançado o ‘i Concurso de monografias sobre transparência Pública e Combate à Corrupção’?

O primeiro concurso de Mono-grafia sobre Transparência Pública e Combate à Corrupção foi lança-do no dia 8 de abril no Centro de Estudos Avançados Multidisciplina-res (CEAM) da Universidade de Bra-sília (UnB).

Qual o objetivo do concurso?Incentivar a produção de co-

nhecimentos sobre os temas pro-postos e incentivar a sociedade a participar de modo ativo na busca de transparência nos processos de tomada de decisão da administra-ção pública.

Que razões levaram a atm a empunhar a bandeira da trans-parência Pública e do Combate à Corrupção?

A ATM foi criada justamen-te com o objetivo de defender a transparência, por julgar que este é o fundamento da existência de um regime democrático. Não há de-mocracia sem transparência nem transparência sem democracia. Um alimenta o outro.

A ATM também acredita que, quanto mais mobilizada estiver a sociedade, maior será a partici-pação da sociedade civil no pro-cesso de tomada de decisão pú-blica. Dessa forma, ao promover o interesse da sociedade pelas informações, e em acompanhar e controlar os gastos públicos, a ATM está auxiliando na melhoria da qualidade da execução das políti-cas públicas.

Não há democracia sem transparência nem transparência sem democracia. Um alimenta o outro. Foi com base nesta premissa que a Associação Transparência Municipal (ATM) decidiu promover o I Concurso de Monografia sobre este importante tema. Em entrevista à Revista Estados & Municípios, o diretor-presidente da Associação, Paulo Sérgio Silva, fala da importância da participação da sociedade civil no processo de tomada de decisão pública e no acompanhamento e controle dos gastos públicos.Para a ATM, quanto maior for a participação da sociedade na transparência pública, maior será a garantia de que os projetos serão voltados de fato para a realidade e para o interesse público nos municípios, onde a população efetivamente vive.

Nacional

tranSParÊnCia Cidadã

Page 47: Revista Municípios

Estados & Municípios - Maio 2011 47

O mesmo ocorre com os pro-jetos de alcance nacional. Quanto maior for a participação da socie-dade e a transparência pública maior será a garantia de que os projetos serão voltados de fato para a realidade e para o interesse pú-blico e para os municípios, que é onde a população efetivamente vive. A ATM acredita que atuando desta forma ela está contribuindo para um ambiente mais transpa-rente. Esta é uma premissa fun-damental do combate à corrup-ção, bem como a mobilização social. Ambos – a transparência e a mobilização social - estimulam os debates voltados para o interesse público, que é o objetivo maior da Gestão e da Administração Publi-ca. Com efeito, só se terá de fato alcançado o seu objetivo, se cada gestor, agente de execução fiscal ou funcionário público entender o seu papel de servidor público e au-xiliar a construir e desenvolver uma consciência social de conduta com ética. O Gestor Público tem de trans-mitir uma imagem de transparência, ética e honestidade.

Existem países adiantados nesse rumo?

Sim. Existem países mais trans-parentes, onde a corrupção é mui-to baixa, como os Países Escandi-navos, Islândia, Canadá, a Suíça e Nova Zelândia. Entre os países das Américas, poderíamos citar o Chile, Jamaica e Costa Rica.

Qual o estágio brasileiro em termos de transparência?

Temos um excelente portal de Transparência Pública (da CGU), mas os resultados práticos da luta pela transparência e combate à corrupção ainda deixam a desejar.

Visto o cenário nacional, é possível que a atm enfrente resis-tências ou crie algum tipo de con-flito com os que não desejam trans-parência?

Não, porque a Lei 131/2009 (Lei da Transparência) exige que to-dos os municípios prestem contas à sociedade. Portanto, mesmo que algum município ou gestor público discorde, o processo agora (depois da Lei 131/2009, Lei da Transparên-cia) é irreversível.

Qual o público-alvo do Concurso?

Estudantes dos cursos médio, superior e de pós-graduação. Além de um grupo especial voltado para os líderes comunitários.

Por que a exceção, isto é, a abertura para líderes comunitários?

O objetivo é que os líderes co-munitários relatem suas experiên-cias sobre os temas de Transparên-cia Pública, combate à corrupção e Política Publica de Transparência Administrativa e seus instrumentos na atuação prática em cada co-munidade.

Qual a premiação?Os classificados em 1º, 2º e

3º lugares de cada grupo serão contemplados com três, dois e mil reais, respectivamente. Os classifi-cados em primeiro lugar dos gru-pos II e III serão premiados com viagens guiadas a centros nacio-nais e internacionais que já alcan-çaram relevantes resultados no combate a corrupção.

nas viagens-prêmio a Brasília e a outros países, existe outro objeti-vo além da viagem em si?

Sim, existe. O tema propos-

to ainda é pouco conhecido pela maioria dos brasileiros. A ATM de-seja que a sociedade o conheça não somente por livros, ou pelos jornais, mas observando como funcionam instituições públicas (governamentais ou não) seme-lhantes que tratam de transparên-cia em outros países.

E se um dos vencedores for de Brasília, para onde viajará?

Se pertencer ao grupo II (universitários) ou III (profissionais), para o exterior, se pertencer ao grupo I (secundaristas) ou IV (líde-res comunitários) fará uma bela viagem no Brasil.

O certame já tem inscritos? Sim, já temos quase uma cen-

tena de inscritos.

Como avalia esse volume? Há preponderância de inscritos de determinada região, ou o interesse está equilibrado?

Há candidatos de todas as regiões.

até quando vão as inscrições?As inscrições só terminam

no final de agosto. Ainda temos muito tempo.

a avaliação/julgamento dos trabalhos será feita na sede da atm, em Salvador?

Não, será feita por uma ban-ca composta de pesquisadores e autoridades reconhecidas nacio-nalmente no tema, em Brasília.

Onde os interessados podem buscar mais informações sobre o certame?

No site da ATM: http://www.pi.tmunicipal.org.br/

Nacional

Page 48: Revista Municípios

48 Maio 2011 - Estados & Municípios

Nacional

Estimular a consolidação de uma cultura de transparên-cia na sociedade brasileira.

Esse é o objetivo do I Concurso de Monografias sobre transparên-cia pública, combate à corrup-ção e política pública de trans-parência administrativa e seus instrumentos, promovido pela As-sociação Transparência Municipal (ATM) e a Associação Brasileira de Municípios – (ABM).

Segundo Ricardo Caldas, cien-tista político e professor da Universi-dade de Brasília (UnB), o concurso é uma maneira de levar a questão da transparência à sociedade ci-vil e contribuir para a cristalização de uma cultura de transparência no Brasil. “Leis nós já temos, ago-ra precisamos de uma mudança de cultura”, afirma o professor, res-saltando que a transparência das ações e o combate à corrupção estão diretamente relacionados ao fortalecimento da cidadania.

A ideia é fomentar a produção de conhecimentos sobre os temas, como forma de incentivar a socie-dade a participar ativamente dos processos de tomada de decisão da administração pública. Os inte-ressados podem se inscrever até o dia 8 de agosto no site da ATM (www.tmunicipal,org.br).

O concurso está dividido em quatro grupos: Grupo I: Candidatos que estejam frequentando até a 3ª série do Ensino Médio; Grupo II: Can-didatos que estejam regularmente matriculados em faculdades, uni-versidades ou em instituições de ensino superior equivalentes; Grupo III: Profissionais graduados e estu-dantes de pós-graduação; e Grupo IV: Líderes Comunitários (indicações

e relatos de experiências de líderes comunitários que contribuíram para o combate a corrupção e o apri-moramento do diálogo da socie-dade civil/poder público).

Para o professor, é importante que a sociedade se mobilize e estu-de mais a questão da transparência, sobretudo os jovens, que atuarão como indutores desta mudança cultural e promotores da cidadania participativa. Segundo Ricardo Cal-

luiu bastante no Brasil aspós a pro-mulgação da lei 131, a chamada lei Capiberibe, que obrigou todos os estados e municípios a disponi-bilizarem seus orçamentos na Inter-net. “A Lei foi um grande avanço, mas mesmo no Executivo sua im-plementação ainda está limitada e com informações defasadas”.

Para ele, o portal da CGU de-veria servir de modelo para os os governos estaduais e municipais. Quanto aos Poderes Legislativo e Judiciário, Ricardo Caldas avalia que a cultura da transparência ain-da está “um pouco opaca”.

O concurso também parte da premissa de que a corrupção é perniciosa e pode matar, pois ao desviar recursos dos sistemas de saúde para serem apropriados por gestores públicos e conveniados do serviço público ela desestrutu-ra os sistemas de saúde existentes.

PrEmiaçãO

Os dez primeiros colocados de cada Grupo terão suas mono-grafias publicadas de forma im-pressa e eletrônica no acervo de Política Pública da Transparência Administrativa Municipal do Brasil. As publicações poderão ser ado-tadas como livros didáticos pelas escolas que têm interesse no tema.

Os primeiro, segundo e terceiro colocados de cada Grupo receberão prêmios em dinheiro de, respectivamen-te, R$3.000,00, R$2.000,00 e R$1.000,00. O primeiro lugar do Grupo II e o primeiro lugar do Grupo III farão viagens guiadas a centros nacionais ou internacio-nais de combate à corrupção.

Os vencedores visitarão centros

nacionais e internacionais de combate a

corrupçãodas, embora o concurso seja focado em três grupos específicos, seu efei-to multiplicador pode consolidar um circulo virtuoso de ações voltadas à promoção da transparência.

A Política Pública de Transparên-cia Administrativa permite alcançar a promoção de bens e atividades tute-lados pela Constituição Federal, de-senvolver institucionalmente os entes da Federação e otimizar a aplicação dos recursos públicos. Ela é um prin-cípio a ser seguido pelos Poderes Pú-blicos, pois é um dever constitucional e um direito do cidadão. Somente por meio da Transparência pode-se fortalecer a convivência entre a de-mocracia representativa e a demo-cracia participativa.

Ricardo Caldas reconhece que a cultura da transparência evo-

a idÉia É COmBatEr a COrruPçãO

Page 49: Revista Municípios

Estados & Municípios - Maio 2011 49

Capa

Page 50: Revista Municípios

50 Maio 2011 - Estados & Municípios

O plenário da Câmara dos Deputados aprovou a Me-dida Provisória 514/10 que

trata da segunda edição do Progra-ma Minha Casa, Minha Vida. Rela-tado pelo deputado andré Vargas (PT-PR), o projeto amplia de R$ 14 bilhões para R$ 16,5 bilhões o total de transferências da União para o Fundo de Arrendamento Residen-cial (FAR), responsável pelo finan-ciamento do programa que prevê, até 2014, a construção ou reforma de dois milhões de moradias desti-nadas a famílias com renda máxi-ma de dez salários mínimos.

A grande novidade da MP foi a inclusão de todos os municípios na oferta pública de 220 mil casas com subvenção em torno de R$ 20

mil por unidade. A nova edição do Programa também criou a modali-dade para municípios com popu-lação entre 20 mil e 50 mil habi-tantes, possibilitando a inclusão de mais 278 cidades.

No caso da oferta pública em cidades com até 50 mil habitantes, haverá o limite máximo por muni-cípio de cem unidades habitacio-nais. Os beneficiários finais devem ter renda de até R$ 1.395,00. “Esta é uma grande conquista. O pro-grama não pode mais se concen-trar nos grandes centros urbanos. Devemos expandir para as cida-des menores. Temos necessidade de uma política habitacional que chegue aos pequenos municí-pios”, afirmou o relator.

mOradia CHEGa a tOdaS aS CidadES

habitação

50 Maio 2011 - Estados & Municípios

VEnda PrOiBida

Para evitar especulação, o novo projeto proíbe a venda do imóvel até a quitação da dívida. “Queremos evitar a especulação com as mora-dias do Minha Casa, Minha Vida. Es-sas moradias são para aqueles que ganham menos e realmente preci-sam e não para serem negociadas”, ressaltou o relator.

Também será criado um ca-dastro nacional de beneficiários de programas habitacionais urbanos ou rurais e de regularização fundi-ária em áreas urbanas promovidos pelo Poder Público e que tenham sido beneficiados com recursos pú-blicos, materiais ou financeiros, e in-centivos de qualquer natureza que possam ser considerados como subsídio. O objetivo é evitar duplicidade, já que muitas pessoas se aproveitam do subsídio para ad-quirir vários imóveis.

A Medida Pro-visória aprovada também autoriza a inclusão de despe-sas com a instalação de equipamentos de energia solar ou que contribuam para a redu-ção do consumo de água.

PriOridadES

Terão prioridade de atendi-mento famílias chefiadas por mu-lheres com renda mensal inferior a R$ 1.395,00 e as que tenham sido desabrigadas ou residam em áreas de risco e insalubres. As mulheres consideradas se-

Page 51: Revista Municípios

Estados & Municípios - Maio 2011 51

mOradia CHEGa a tOdaS aS CidadES

habitação

Estados & Municípios - Maio 2011 51

proposta altera o Estatuto do Idoso (Lei 10.741/03), que atualmente re-serva 3% das unidades residenciais dos programas habitacionais públi-cos ou subsidiados com recursos estatais aos idosos..

A proposta ressalta que a população com mais de 65 anos costuma ser preterida em financia-mentos habitacionais tradicionais e que o Estado deve assegurar con-dições especiais para a aquisição da casa própria pelos idosos.

inFraEStrutura

Outra medida que vem tiran-do o sono de muitos construtores particulares, mas que querem a venda de seus imóveis financiados pelo Minha Casa, Minha Vida, é a exigência de pavimentação na lo-calidade dos imóveis e acesso. A nova fase do programa garante a possibilidade de moledamento e cascalhamento das vias e determi-na que a Caixa Econômica Federal (CEF) analise as situações, caso a caso, para que ninguém seja pre-judicado.

“Nos conjuntos habitacionais financiados pela Caixa Econômica já há a exigência de infraestrutura e inclusive de pavimentação, mas nos casos dos construtores particu-lares, muitos dependiam das pre-feituras para pavimentar as vias. Por isso estamos criando outras possibi-lidades. Isso não significa que não se queira uma boa infraestrutura para os imóveis, mas não quere-mos punir pessoas que moram em área onde não há pavimentação e infraestrutura e nem impedir que se-jam oferecidos imóveis nessas áre-as que possam ser vendidos atra-vés de financiamento do PMCMV”, esclarece.

paradas, mesmo que não judical-mente, também ganham reforço nesta nova edição do programa habitacional. Elas poderão firmar contratos no âmbito do PMCMV ou em programas de regularização fundiária de interesse social sem a outorga do cônjuge. A exceção é para os casos que envolvam recur-sos do Fundo de Garantia do Tem-po de Serviço (FGTS). “Essa medida faz parte das ações do governo de valorizar e criar melhores condições

para aquelas famílias cujo núcleo seja a mulher”, explica o deputado.

Também foi criado o chama-do usocapião pró-familia. Por este instrumento, aquele que exercer, por dois anos ininterruptamente e sem oposição, a posse direta, com exclusividade, sobre o imóvel ur-bano de até 250m2, cuja proprie-dade divida com ex-cônjuge ou ex-companheiro, que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua família, vai adquirir o do-mínio integral, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.

Famílias que possuam inte-grantes com deficiência física

também terão prioridade. Fi-cou estabelecido que, na

ausência de legislação municipal ou estadu-

al, haverá uma reserva de 3%

do total de unidades habitacio-nais cons-truídas no âmbito do P M C M V em cada

município, adaptadas

ao uso por pessoas com

deficiência físi-ca.

A Câma-ra também está

analisando o Pro-jeto de Lei 185/11, do deputado We-liton Prado (PT-MG),

que destina aos ido-sos 5% das moradias

do programa Minha Casa, Minha Vida. A

Page 52: Revista Municípios

52 Maio 2011 - Estados & Municípios

mOdErnizaçãO dOS COrrEiOS

Comunicações

A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) vai ampliar e modernizar sua atuação.

Uma medida provisória editada pelo governo permite que, a partir de agora, os Correios ultrapassem as nossas fronteiras e explorem seus serviços em outros países, adquiram participação societária em empre-sas e constituam subsidiárias. Os Correios também terão uma atua-ção mais forte nas áreas de logísti-ca integrada, serviços financeiros e serviços postais eletrônicos.

Segundo explicou o ministro das Comunicações, Paulo Bernar-do, as mudanças abrem caminho para que os Correios possam pres-tar mais serviços ao cidadão. “A ECT poderá, num futuro próximo, ter um banco próprio ou mesmo oferecer serviços de telefonia móvel com tarifas mais baixas ao consumidor. Isso sem falar nas novas possibilida-des de atuação no mercado digi-tal”, comemorou.

De acordo com o ministro, a estatal está passando por um processo de modernização e era preciso, portanto, rever seu estatuto,

criado em 1969. “Estamos incorpo-rando recursos atuais à gestão dos Correios, para garantir que conti-nuem prestando um serviço de ex-celência aos cidadãos. A partir de agora, teremos mais alternativas le-gais de ação, com a possibilidade de adquirir participação societária em empresas, constituir subsidiárias e atuar no exterior”.

Paulo Bernardo declarou que um dos assuntos que vêm sen-do debatidos refere-se à melhor forma de garantir o serviço de trans-porte aéreo de cargas, um serviço vital para a estatal, que consome cerca de R$ 300 milhões por ano.

“Temos alguns caminhos, como tentar firmar contratos de maior du-ração com as companhias; partici-par, de forma minoritária, de uma empresa; ou criar uma subsidiária para executar o serviço”, detalhou.

BanCO POStal

Na área de serviços finan-ceiros, a medida provisória deixa aberta a possibilidade dos Correios criarem um banco. Paulo Bernardo ressaltou que a medida não exclui-ria a existência do Banco Postal, serviço existente hoje em parceria com um banco privado escolhido por licitação. O sucesso do Banco Postal, que tem atualmente 11 mi-

lhões de contas, sugere o po-tencial do novo serviço, prin-

cipalmente para a baixa renda, já que quase 55% dos clientes do Banco Postal recebem até dois salários mínimos.

No caso da telefonia, os Correios

poderiam funcionar como uma espécie de operadora

virtual, podendo habilitar celula-

Page 53: Revista Municípios

Estados & Municípios - Maio 2011 53

res e vender créditos a preços mais baixos para o consumidor. O serviço funcionaria segundo a modalidade licenciada pela Agência Nacional de Telecomunicações chamada MVNO. “Os Correios não têm rede própria, então comprariam o direi-to de usar redes ociosas das ope-radoras”, explicou Paulo Bernardo. Segundo ele, os Correios poderiam vender créditos por preços mais baixos, inclusive em localidades em que as empresas de telefonia estão menos presentes.

A subsecretária de Serviços Postais e Governança do Ministério das Comunicações, Luciana Pon-tes, explicou que a proposta ela-borada pelo Ministério e aprovada pela presidenta Dilma Rousseff mo-derniza a ECT. Uma das mudanças estabelecidas pela medida provi-sória é na área de logística integra-da. Os Correios poderão, por exem-

plo, cuidar de todo o processo que envolve a venda de um produto. A empresa poderá realizar o fluxo lo-gístico que se inicia na captação dos pedidos, preparação das re-messas, transporte e vai até a en-trega domiciliar.

Outra alteração é que a ECT poderá se tornar acionista de outras empresas. Luciana Pontes ressaltou, no entanto, que a permis-são para participar de outras socie-dades será acompanhada caso a caso pelo Conselho de Administra-ção e pelo Ministério das Comuni-cações. Em relação à atuação no exterior, os Correios deverão instalar escritórios de representação em outros países para acompanhar melhor o trâmite de correspondên-cias e encomendas.

Um plano deverá ser ela-borado para saber onde é mais conveniente ou necessário abrir os

escritórios, principalmente nos paí-ses em que os correios não estão estruturados. A empresa também deverá contar com novos serviços postais eletrônicos. Eles abrangem atividades como a certificação di-gital, a mensageria eletrônica e o e-mail registrado.

Outro serviço é o e-shop-ping, de suporte ao comércio ele-trônico. A ideia é a página dos Cor-reios na internet hospedar as lojas, o que potencializa a logística Um plano deverá ser elaborado para saber onde é mais conveniente ou necessário abrir os escritórios, principalmente nos países em que os correios não estão estrutu-rados. A empresa também deverá contar com novos serviços postais eletrônicos. Eles abrangem ativi-dades como a certificação digi-tal, a mensageria eletrônica e o e-mail registrado.

Comunicações

Page 54: Revista Municípios

54 Maio 2011 - Estados & Municípios

Para saber mais ou fazer download do material para profi ssionais de saúde e gestores, acesse

www.combatadengue.com.br

SUA CIDADE CONTA COM VOCÊ.

CUIDE DASUA CASA.

FALE COMSEUS VIZINHOS.

CONVERSE COMA PREFEITURA.

A dengue continua fazendo milhares de vítimas a cada ano no Brasil. Para mudar isso, todos devem estar empenhados no seu combate e na sua prevenção.

A sua participação nesse processo, como gestor, é fundamental. Reorganize a assistência à saúde nos diversos níveis de atenção. Essa atividade é fundamental para evitar a ocorrência de mortes por dengue. Também reforce as atividades de vigilância, promovendo a capacitação dos agentes de saúde de maneira que seu município tenha um trabalho de vistoria dos domicílios e dos prédios públicos com qualidade. É fundamental seu papel de liderança junto às organizações sociais e órgãos públicos responsáveis pelos serviços de coleta e tratamento de lixo.

O combate à dengue não pode parar.

Sr. Gestor Público, com empenho, dedicação e muito trabalho, a sua cidade conseguirá vencer a batalha contra a dengue

Ad_DengueGestor-21x28.indd 1 10/05/11 10:12

Page 55: Revista Municípios

Estados & Municípios - Maio 2011 55

Além de entregar correspon-dências, carteiros vão orientar a população sobre a doença.

Parceria entre Ministério da Saúde e Empresa Brasileira de Correios e Telé-grafos poderá ser levada a outros mu-nicípios com alto risco de epidemia

A luta contra a dengue ganhou o reforço dos profissionais da Empre-sa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) que trabalham em Manaus. Gra-ças a uma parceria com o Ministério da Saúde, os carteiros da capital do Amazonas vão orientar a população sobre os cuidados a serem adotados contra a doença.

Todos os carteiros de Manaus foram capacitados e vão auxiliar no trabalho de conscientização e de sen-sibilização dos moradores quanto à ne-cessidade de se eliminar os criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmis-sor da dengue. São 568 carteiros res-ponsáveis pelo trabalho nas ruas. Eles vão distribuir, junto com as correspon-dências, 150 mil panfletos que refor-çam os cuidados para evitar a dengue, explicam como reconhecer os sintomas e orientam a procurar imediatamente os serviços de saúde aos primeiros si-nais da doença.

Durante a execução do projeto-piloto, cartazes produzidos pelo Minis-tério da Saúde serão fixados em pon-tos visíveis nas 32 agências e nos dois prédios administrativos dos Correios em Manaus. A cada dois meses, esses edifícios serão visitados por agentes comunitários de saúde do município.

Depois da fase experimental, a ação será avaliada para possível expan-são a outros municípios com alto risco de epidemia no Brasil. Para o Ministério da Saúde, a parceria com a ECT é estratégi-ca. Além de ser reconhecida pelos bra-sileiros como uma das instituições mais

confiáveis, os Correios têm acesso a uma parcela significativa da população. Em Manaus, são 1.802.535 habitantes e, por dia, aproximadamente 141 mil imó-veis são visitados pelos carteiros.

de incentivar a eliminação de focos do mosquito dos prédios dos Correios”, detalhou Giovanini, que participa do lançamento do projeto em Manaus.

Para o presidente dos Correios, Wagner Pinheiro de oliveira, a par-ticipação dos Correios na campanha de combate à dengue fortalece o papel da entidade de agente de integração na-cional. “Os carteiros, nossos principais representantes perante a população, possuem alto grau de confiabilidade e se constituem, neste momento, num poderoso contingente na luta contra a dengue”, destacou Wagner Pinheiro. “O alcance destes agentes multiplica-dores é muito grande e esperamos, por meio do seu engajamento, contribuir para os resultados positivos de mais esta importante iniciativa do Governo Fede-ral”, acrescentou o presidente da ECT.

dEnGuE Em manauS

De acordo com o último levan-tamento divulgado pelo Ministério da Saúde, em 6 de abril, o Amazonas registrou, no primeiro trimestre deste ano, 36.841 notificações de dengue, 407 casos graves e 12 óbitos confirma-dos da doença. Quase 80% dos regis-tros foram em Manaus (29.318 do total de notificações) – o município com o maior número de casos no país.

Além disso, a capital amazonen-se já integrava a lista de 70 municípios prioritários para o combate à doença (com risco muito alto, alto e moderado de enfrentarem epidemia), conforme anúncio feito ainda em janeiro pelo Ministério da Saúde. Por esses fatores, Manaus foi escolhida para o lançamen-to do projeto piloto, em parceria com os Correios e apoio das Secretarias de Saúde do Estado do Amazonas e do Município de Manaus.

ParCEria nO COmBatE à dEnGuE

Comunicações

ESFOrçO COnJuntO

O coordenador do Programa Nacional de Controle da Dengue do Ministério da Saúde, Giovanini Coelho, explica que a capacitação das equipes ficou a cargo da Secretaria Estadual de Saúde do Amazonas (SUSAM). O obje-tivo foi sensibilizar carteiros e gestores da ECT sobre a dengue, explicando que o controle da doença não envolve apenas ações do setor Saúde, mas ini-ciativas de toda a sociedade.

“Reforçamos o papel dos Cor-reios como importantes mobilizadores sociais, pois a instituição, por meio dos seus profissionais, tem um contato di-reto com a população. Enfatizamos, também, as informações sobre pre-venção e controle do Aedes aegypti e sobre sinais de alarme da doença, além

Page 56: Revista Municípios

56 Maio 2011 - Estados & Municípios

Page 57: Revista Municípios

Estados & Municípios - Maio 2011 57

O governo federal regulamentou o Sistema Cartão

Nacional de Saúde, uma base de dados nacional que possibilita a identifica-ção dos usuários do Siste-ma Único de Saúde (SUS), por meio de um número único válido em todo o ter-ritório nacional. O objetivo é construir um registro eletrô-nico que permita aos cida-dãos, aos gestores e profis-sionais de saúde acessar o histórico de atendimentos dos usuários no SUS.

Com o novo Sistema, será pos-sível saber a participação de uma determinada pessoa em campa-nhas de vacinação, se ela foi aten-dida em um posto de saúde ou se fez exames e cirurgias. É importante destacar que as pessoas que não possuírem o Cartão Nacional de Saú-de não serão impedidas de receber atendimento em qualquer estabele-cimento público de saúde.

A meta é implantar o registro eletrônico de saúde em todos os municípios brasileiros até 2014. Ao todo, deverão ser emitidos 200 mi-lhões de cartões, nos próximos três anos, numa ação conjunta com es-tados e municípios.

O Ministério da Saúde será responsável pelo desenvolvimen-to das bases de dados do Siste-ma Cartão e por sua distribuição a todas as unidades públicas de saúde. Também fará a manuten-ção e o gerenciamento do ban-co de dados e prestará coopera-ção técnica aos gestores locais no processo de cadastramento dos usuários do SUS.

As Secretarias Estaduais e Mu-nicipais de Saúde que já possuem algum tipo de sistema integrado de registro de dados em saúde te-rão um ano para emitir e distribuir os novos cartões. Com o formato de um cartão de crédito, ele trará uma etiqueta com dados pessoais do usuário e um número, fornecido pelo Ministério da Saúde.

Segundo o secretário de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério da Saúde, Odorico Monteiro, o novo sistema é uma das prioridades para modernizar a gestão do SUS. “A regulamentação [do Cartão] é um importante passo para organizar as ações e os servi-ços de saúde oferecidos no país, fortalecendo a garantia de acesso à atenção à saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde”.

Para Odorico Monteiro, o uso adequado das informações do Sis-tema vai aprimorar o planejamento, o acompanhamento e a avaliação das ações de atenção à saúde da população. “A partir desses dados, os gestores locais poderão construir

ferramentas e indicado-res que poderão interferir diretamente na tomadas de decisão em relação às ações de saúde como um todo, seja na vigilância epidemiológica, na organi-zação da atenção básica ou dos leitos hospitalares, entre outras. Para o gestor, será uma espécie de bús-sola, de carta de navega-ção”, explica.

reGistro online

Além de identificar os usuá-rios do SUS, o cartão servirá de base para que o próprio cidadão acom-panhe seu histórico de consultas médicas. O Portal de Saúde do Cidadão permitirá - em área restri-ta ao usuário - acesso aos dados cadastrais, atendimentos por meio do SUS e informações sobre a rede pública de serviços de saúde. O Portal, que deverá ser lançado no segundo semestre deste ano, terá ainda uma área de acesso públi-co, com informações em saúde, campanhas e notícias sobre o SUS.

Todas as informações dos usuários terão garantia de segu-rança tecnológica para que não seja violado o direito constitucio-nal à intimidade, à vida privada, à integralidade das informações e à confidencialidade dos da-dos. “Os profissionais e gestores de saúde terão seus acessos registrados no Sistema e, caso exista alguma conduta antiética ou imprópria no manuseio do sis-tema, os envolvidos poderão ser penalizados”, acrescenta o se-cretário Odorico Monteiro.

nOVO CartãO naCiOnal dO SuSSaúde

Page 58: Revista Municípios

58 Maio 2011 - Estados & Municípios

Economia

O secretário do Tesouro Nacio-nal, arno augustin, acredita que os estados e municípios

deverão ter condições de atingir suas metas de superávit primário neste ano, mas, se não o fizerem, os resul-tados do governo central devem com-pensar. Ele garantiu que, mesmo que o superávit não seja atingido, o gover-no fará compensações.

Na avaliação do Tesouro, a situ-ação está mais favorável para que es-tados e municípios atinjam as metas, já que as transferências da União para os outros entes da Federação vêm aumentando consideravelmente. “Es-tamos confiantes de que a condição para eles se aproximarem da meta é maior. E se não se aproximarem, va-mos compensar,” disse Augustin.

As transferências para estados e municípios somaram 41,9 bilhões no primeiro trimestre de 2011, superan-do em 28,4% o que foi repassado no mesmo período do ano passado. Para os estados e municípios, a meta de superávit primário no ano é de 36,1 bi-lhões de reais, enquanto, para o gover-no central (Tesouro, Previdência e Banco Central), é de 81,8 bilhões de reais.

O governo central registrou su-perávit primário de 9,1 bilhões de reais em março. Assim, no primeiro trimes-tre, o resultado foi superavitário em 25,9 bilhões de reais, o equivalente a 2,77% do Produto Interno Bruto (PIB). O saldo positivo obtido no período su-pera em 17,7 bilhões o volume alcan-çado nos três primeiros meses de 2010.

muniCÍPiOS dEVEm atinGir mEta FiSCalpara ter crescimento em linha com o que se entende adequado para que não haja inflação”, disse o secretário.

Augustin destacou que as des-pesas do governo central tiveram, no primeiro trimestre, crescimento infe-rior ao verificado ano passado. Entre janeiro e março deste ano, as despe-sas avançaram 7,1% em relação ao mesmo período em 2010, somando 163,636 bilhões de reais. No primeiro trimestre do ano passado, porém, as despesas de 152,813 bilhões supera-vam em 19,3% os gastos de janeiro a março de 2009.

Com relação a abril, o secretário disse apenas que sua expectativa é que o governo central registre um novo su-perávit. “Vamos continuar tendo um bom resultado,” disse.

Arno Augustin disse que o dado do governo central referente a março já reflete o corte de despesas de 50 bilhões de reais anunciado em fevereiro pelo mi-nistério do Planejamento. “Há uma con-tribuição do lado fiscal nesse período

Transferências da União para os outros entes da Federação vêm

aumentando consideravelmente

Page 59: Revista Municípios

Estados & Municípios - Maio 2011 59

Economia

O Governo Federal trabalha no projeto de um ajuste fiscal, que será enviado

ao Congresso Nacional, que pro-porcionará fazer uma reforma tri-butária fracionada e mais fácil de ser aprovada pelos políticos. A in-formação foi dada pelo secretário executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, ao governador do Ceará, Cid Gomes. O executivo cearense elogiou o esforço do Go-verno Federal em trabalhar pela re-forma tributária, mas pediu que as medidas venham acompanhadas de mecanismos que reduzam as di-ferenças sociais e regionais no país.

Segundo Cid Gomes, o se-cretário Nelson Barbosa não quer

dar uma ideia muito ampla de reforma que acabe perdendo o foco e, muitas vezes, amplie polê-micas. O objetivo do Governo Federal, no momento, é centrar esforços na questão da unifica-ção do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e na desoneração de tributos da folha de pagamentos das empre-sas. “Neste caso, de desoneração da folha, a responsabilidade é 100% do Governo, já que estados e municípios não têm tributos que incidem sobre a folha de paga-mento”, lembrou.

Já o ICMS é um assunto que necessita ser decidido com os es-tados, principalmente porque há

rEFOrma triButÁria FraCiOnadamuitos conflitos de legislação, com a chamada guerra fiscal, que é a competição entre os estados para atrair investimentos e importações por meio de incentivos fiscais.

leGislação UniFiCada

Cid Gomes afirmou que vê com simpatia a unificação da legislação do ICMS propos-ta pelo governo, mas ponderou que é preciso níveis diferencia-dos do imposto entre os estados mais desenvolvidos e os demais estados, para que não se crie mais desigualdades regionais. O governador defendeu ainda uma maior atenção da equipe econômica sobre a isenção de impostos para os importados.

“Que se faça uma medida mais rigorosa porque, além das re-percussões nas receitas, tem reper-cussão na produção nacional. Não é justo que a gente fique conferin-do facilidades à importação, com um quadro agravado já pela de-fasagem do dólar em relação ao real”, observou.

O governador cobrou medi-das tributárias que venham “ca-sadas com uma política federal clara e visível” de incentivo ao de-senvolvimento das regiões Norte e Nordeste. Cid Gomes sugere que os incentivos venham por meio da redução, por exemplo, de PIS/Co-fins (Programa de Integração So-cial e Contribuição para o Finan-ciamento da Seguridade Social). “Pode ser uma política na área do PIS/Cofins, enfim. Outros tributos federais que diferenciem o Nor-deste e façam com que a região fique atrativa”, concluiu.

Page 60: Revista Municípios

60 Maio 2011 - Estados & Municípios

Economia

Preocupado com o gasto da máquina pública, o gover-nador de Santa Catarina,

raimundo Colombo, determinou que todas as secretarias e autar-quias economizem o máximo pos-sível até a conclusão do minucioso diagnóstico que está sendo realiza-do nas contas do estado. “Estamos fazendo um verdadeiro raio X de tudo que é gasto e como é gasto”, ressaltou o governador.

A contenção de gastos e a suspensão de novas obras atingem todos os setores da administração pública, com exceção das áreas de saúde e de segurança pública, e os recursos obtidos até agora se-rão investidos prioritariamente em infraestrutura. Segundo o governa-dor, o estado vai priorizar as obras de pavimentação e recuperação de 1,8 mil quilômetros de rodovias com o Programa de Recuperação e Revitalização de Rodovias e o Progra-ma Rodovia Segura, que vai atacar pontos críticos, onde mais ocorrem acidentes na malha viária estadual.

Nos próximos meses, o gover-no estadual vai implantar 12 progra-

mas de ações que possibilitarão o planejamento detalhado das obras de infraestrutura em médio e longo prazo. “A ideia é que esses progra-mas coordenem todas as ações na área. Assim poderemos planejar em um maior prazo e não apenas aten-der as demandas que surgem no dia a dia”, explica o governador.

Os novos programas abran-gerão, entre outros pontos, a me-lhoria do sistema aeroportuário e aquaviário, além da valorização do transporte ferroviário. “Quere-mos melhorar a mobilidade urba-na no estado, principalmente nas grandes cidades. Também estare-mos atentos e acompanhando as obras federais, principalmente nas rodovias BR-101 e BR-470”.

Raimundo Colombo expli-cou que áreas da saúde e da segurança pública foram preser-vadas da contenção de gastos em razão de sua função estraté-gica. “Segurança é uma grande preocupação do governo cata-rinense e estamos trabalhando bastante nessa área”, enfatizou o governador. Como exemplo,

ele citou a adesão ao Progra-ma Nacional de Segurança Pú-blica (Pronasci), que habilitará o estado a apresentar projetos ao governo federal, com a valori-zação dos profissionais de se-gurança pública, a reestrutura-ção do sistema penitenciário, o combate à corrupção policial e o envolvimento da comunidade na prevenção da violência.

Em relação à saúde, o go-vernador disse que considera essa pasta a mais complexa de todas por englobar cinco grandes áreas: planejamento, vigilância em saú-de, complexos regulatórios, hos-pitalar e gestão administrativa, e ressaltou que vai atuar em parceria com os municípios para melhorar a adequação dos recursos existentes entre a Secretaria de Saúde do es-tado e as secretarias municipais.

Para ele, o grande e maior de-safio deste setor é a administração hospitalar, já que as gestões dos hospitais são muito travadas devido às leis das licitações: “O hospital é um bem público. Por isso, devemos ser eficientes em dar o melhor aten-dimento à população”.

Colombo informou que o go-verno identificou os principais gar-galhos da política de segurança alimentar e nutricional é já elabo-rou uma minuta do Projeto da Lei Orgânica de Segurança Alimentar de Santa Catarina, reivindicação da sociedade civil que desde 2007 luta para a aprovação des-se projeto. “Com a implantação do sistema, o governo poderá de-senvolver programas comunitários capazes de fornecer alimentação saudável à população menos fa-vorecida”, garantiu.

Santa Catarina rECuPEra rOdOViaS

Page 61: Revista Municípios

Estados & Municípios - Maio 2011 61

O presidente da Caixa Eco-nômica Federal, Jorge He-reda, defende a agilização

do processo de liberação de recur-sos de convênios firmados pela União com estados e municípios, constan-tes no Orçamento Federal, de forma a desburocratizar o repasse dos cha-mados “restos a pagar” do governo.

Grande parte das despesas pendentes no Orçamento trata de convênios, cujos processos estão parados na Caixa Econômica Fe-deral e que são provenientes de emendas parlamentares. A ideia é trabalhar junto com o Legislativo para flexibilizar a legislação e permi-tir que as emendas sejam liberadas de forma mais rápida.

Segundo Jorge Hereda, a in-tenção é simplificar o trâmite para a liberação de recursos, mantendo o rigor no acompanhamento dos processos. O presidente da Caixa defende, por exemplo, tratamento diferenciado para emendas parla-mentares de menor valor.

minHa CaSa, minHa Vida

Jorge Hereda garante que a alta da inflação não repercutiu nos financiamentos para aquisição de casa própria da Caixa, especial-mente os dirigidos à população de baixa renda, como o programa Mi-nha Casa, Minha Vida.

Para ele, os índices de financia-mentos permanecem praticamen-te iguais aos registrados no mesmo período de 2010. “Nós temos uma curva de crescimento que vai con-tinuar. Ela pode, em determinados momentos, perder um pouco da força, mas não imagino que a gen-te saia da trajetória que tem hoje”

Ex-vice presidente de governo e de Desenvolvimento Urbano da Caixa e ex-secretário de Habitação do Ministério das Cidades, Jorge Hereda é profundo conhecedor do setor habitacional e sempre foi um dos principais defensores do Pro-grama Minha Casa, Minha Vida.

O presidente da Caixa tam-bém está articulando a criação de uma Gerência de Habitação Rural vinculada à Superintendência de Habitação de Interesse Social. A criação do espaço dentro da Cai-xa foi um compromisso de campa-nha da presidenta Dilma Rousseff e é uma antiga reivindicação das or-ganizações da agricultura familiar,

A ideia é que a nova gerência atenda especificamente o setor de habitação rural, conferindo maior agilidade aos processos e inserindo o agricultor familiar como cliente es-pecial da carteira imobiliária da CEF.

BalançO OtimiSta

E os números comprovam a avaliação de Jorge hereda. No primeiro trimestre de 2011, a Caixa

Econômica Federal firmou mais de 226 mil contratos de financimanrto imobiliário, totalizando R$14,7 bi-lhões. Comparando com o mes-mo período do ano passado, quan-do foram aplicados R$14,6 bilhões, verifica-se a manutenção do bom ritmo das contrações.

Neste período, o banco regis-trou uma média de R$ 236,6 milhões e 3.651 contratos por dia sendo que 50% das famílias beneficiadas têm renda até 10 salários mínimos.

Na nova versão do Programa Minha Casa Minha Vida foram re-alizados aproximadamente R$ 4,6 bilhões em financiamentos, pro-piciando a construção de 64.422 novas unidades habitacionais con-centradas principalmente na faixa de renda de até 6 salários mínimos.

No final de março, Jorge He-reda assumiu a presidência da instituição com a missão de for-talecer a habitação popular, au-mentar o fornecimento de crédito à população de baixa renda e atuar no acompanhamento do Programa de Aceleração do Cres-cimento (PAC).

Caixa QuEr aGilizar COnVÊniOS

Economia

Page 62: Revista Municípios

62 Estados & Municípios - Maio 2011

RANGEL CAVALCANTE [email protected]

Casos & Causos

Como neGar?

Depois de acirrados debates que consumiram várias sessões plenárias, a Câmara Municipal de Piratininga, pequeno município do interior pau-lista, cuja população de pouco mais de 12 mil almas goza de um dos me-lhores índices de desenvolvimento humano do estado, aprovado por escassa maioria, o projeto de um vereador que concedia o título de “Cidadão Piratiningano” ao gover-nador do Estado. Foi uma afronta ao chefe de governo, que vivia uma das fases áureas de prestígio nacio-nal. A notícia correu, teve reper-cussão nacional, ocupando gran-des espaços nos principais jornais e noticiários de rádio e televisão. Então os vereadores resolveram dar um jeitinho. E uma delegação deles foi à capital para falar com o gover-nador, pedindo desculpas e expli-cando que tudo não passara de um mal-entendido, e que logo o titulo seria concedido, e desta feita por unanimidade. Tudo teria saído bem se não fora a impetuosidade de um dos edis, parco de letras mas farto em bajulação, que pediu a palavra

e, segundo o Nelson Braga, ex-pre-sidente da Câmara Municipal, estra-gou tudo, dizendo:

- Senhor governador, nós, os vereadores de Piratininga, já concede-mos títulos de cidadania honorária a tudo quanto é tipo de gente, bêbados, ladrões, corruptos e outros desqualifi-cados. Como iríamos, então, negar tal honraria a Vossa Excelência?

A reunião acabou e o titulo nun-ca foi concedido.

mUro baixo

O padre Quinderé foi chamado para uma conversa com o Arcebispo, o austero e enfeitado dom Manoel da Silva Gomes – que a língua ferina da Castorina, do Aracati, apelidara de “bolo confeitado”, pelo exagero do colorido, medalhas e muito ouro de suas indumentárias. Sem rodeios, o bispo foi direto ao assunto:

- Padre, têm chegado ao meu conhecimento informações de que o senhor é uma pessoa alegre e que muitas vezes exagera nas conversas com os amigos, contando anedotas consideradas indecentes, licenciosas e até imorais, não condizentes com um comportamento de um sacerdote. Isso

tem fundamento?- Não sei, Eminência. O Ceará é

uma terra de muro baixo, onde todo mundo vive a vigiar a vida dos outros e inventando histórias com uma tremenda criatividade. Vossa Eminência não sabe porque não é natural daqui. Basta dizer que vieram me contar que quando Vos-sa Reverendíssima viaja à Bahia vai ao encontro de uma sequiosa penitente, a quem alivia das angústias terrenas. E isso eu sei que não é verdade, pois conheço bem o seu irreprochável comportamento.

Ao atônito Arcebispo só coube balbuciar:

- É isso mesmo, Quinderé. Oh terra de muro baixo.....

E nunca mais tocaram nos assunto.

de Pontes

Depois de ter sido vereador, pre-feito, senador e governador da Bahia, Lomanto Junior, eleito deputado fede-ral, em 1975, candidatou-se a presidente da Comissão de Transportes da Câma-ra. Fazia campanha, pedindo votos aos colegas, alegando ser uma autoridade em assuntos de transportes. No dia da posse, um deputado novato, que votara nele, comentava com outros os dotes do novo presidente da Comissão, que pen-

Page 63: Revista Municípios

Estados & Municípios - Maio 2011 63

COLUNISTA

sava fosse engenheiro. E surpreso ficou quando foi informado pelo deputado José Lourenço, o único português eleito para o Congresso brasileiro, que Loman-to não era engenheiro e sim dentista.

- Mas ele me disse que era autori-dade em estradas, ferrovias, pontes!

- É verdade, confirmou Zé Lou-renço. Só que ele é mesmo especialista em pontes. Pontes dentárias. Só lá em Jequié implantou mais de mil nos últimos anos. Moveis e fixas....

Mas fez justiça, esclarecendo que Lomanto, quando governador, cons-truiu uma ponte rodoviária de verdade, ligando Ilhéus ao bairro do Pontal, obra que ainda hoje leva o seu nome.

Cala a boCa!

Figura marcante na política no Rio de Janeiro foi Tenório Cavalcante, que dominou por muitos anos boa parte da Baixada Fluminense. Alagoano, tinha fama de valente, vivia num verdadeiro bunker, em Caxias, usava uma capa pre-ta, sob a qual escondia uma pequena metralhadora, que chamava, carinho-samente de “Lourdinha”. Envolveu-se em vários conflitos armados e sua fama de pistoleiro atravessou fronteiras. Es-capou de muitos atentados e embosca-das e por várias vezes enfrentou a bala os inimigos, muitos dos quais mandou dessa para melhor. Lembra o jornalista Rubem Azevedo Lima, que certa feita ele discursava na Câmara, ainda no Rio de Janeiro, criticando o governo pela fal-

ta de assistência aos pobres. E em meio à longa peroração, num rasgo de elo-qüência, saiu-se com essa:

- Senhores deputados, a cada três palavras que eu pronuncio nesta tribuna um brasileiro morre de fome neste país!

Não conseguiu terminar o discurso. Do fundo do plenário, a intervenção de um deputado paulista fez todo mundo cair na risada:

-Deputado, pelo amor de Deus, cala a boca, se não você acaba com a população do país!

o bilhete

Assessor de Imprensa do governo da Bahia, o jornalista José Fonseca Fi-lho acompanhava o governador do seu estado numa viagem a Fortaleza para uma reunião do Conselho da SUDENE. Na noite anterior ao regresso, sozinho, foi degustar uma peixada num dos res-taurantes da movimentada avenida Beira-Mar, o cenário da prostituição in-fantil que atrai e estimula os adeptos do chamado turismo sexual. Enfrentava um pargo, regado a um bom vinho, quando um garçom chamou-lhe a atenção para uma bonita jovem que, ao volante de um carro parado próximo a sua mesa, lhe mandara um bilhete. Era um convite para um programa. Ela se prontificava a fazer-lhe companhia durante a noite, no hotel. Discretamente, Fonseca pediu ao garçom que dissesse à jovem que não estava interessado no “programa”. O homem foi até lá, deu o recado e trouxe

um novo bilhete para o jornalista, que o guardou no bolso, sem mesmo ler. Na manhã seguinte, já no avião, lembrou-se da mensagem da bela cearense.Tirou-o do bolso para ler. O que esperava fosse uma declaração de afeto dizia apenas:

- “Você é veado!”

Coelho de Peso

Vicente Fialho era ministro da Irrigação e estava em visita a Petro-lina, Pernambuco, na região do Vale do São Francisco, reduto da família Coelho e o maior pólo de agricultura irrigada do Nordeste. Com ele o en-tão Secretário Nacional de Irrigação, Ribamar Simas, e seu chefe de gabi-nete, Marcos Ligorki. A família Coe-lho é famosa pela estatura física dos seus integrantes, todos pesando mais de 120 quilos. Na hora do almoço, o deputado Oswaldo Coelho, um dos caciques do clã, descrevia as maravi-lhas da irrigação e do solo da região.

“- Temos aqui melancias de 50 qui-los, abóboras de 25 quilos, abacaxis de 10 quilos, mandiocas com mais de um metro”, e assim por diante, jactava-se o opulento Coelho.

Notando o ar incrédulo de Ligorki, que franzia a testa, como que duvidando do que ouvia, o deputado irritou-se e o interpelou, perguntando se ele não acre-ditava na sua palavra.

“- Deputado - explicou rápido - numa terra que tem Coelhos de 120 qui-los eu não posso duvidar de nada”.

Todo mundo riu.

Page 64: Revista Municípios

64 Maio 2011 - Estados & Municípios

Seu Ranulfo Lopes Almeida é um agricultor da zona rural de Remanso (BA).Na sua propriedade, cria em torno de 300 cabeças de caprinos, ba-

sicamente. Cerca de 100 são cabras e a produção leiteira é aproveitada por sua esposa para elabora-ção de doces e queijos que comercializa em feiras e eventos na cidade.

Na época de chuva, a ordenha das cabras cos-tuma render cerca de 32 litros de leite por dia. Na seca, devido à pequena disponibilidade de forragei-ras cultivadas (capim, leucena, palma) e nativas, a quantidade despenca quase pela metade para 18-20 litros/dia. Quando a estiagem fica mais intensa, “às vezes é preciso comprar algum farelo no comércio. Não tem dinheiro que dê”, lamenta Ranulfo.

EnFrEntar

A superação de dificuldades como as enfrenta-das por seu Ranulfo está nos planos do projeto “Ações de desenvolvimento para produtores agropecuários e pescadores do território do entorno da Barragem de Sobradinho-BA”, em execução por pesquisadores e técnicos da Embrapa semiárido e Companhia Hidre-létrica do São Francisco (Chesf).

Este projeto conta com 14 Planos de Ação que perseguem o objetivo de elevar a produtividade das atividades agrícolas nos municípios baianos de Casa Nova, Pilão Arcado, Remanso, Sento Sé e Sobradinho. Segundo ocoordenador Rebert Coelho Correia, o que trata da pecuária leiteira vai enfrentar dois sérios obstá-culos da atividade leiteira entre os agricultores familiares do semiárido. Um, a alta dependência que têm dos in-sumos externos no período de seca, e o outro é a produ-ção irregular de leite e com qualidade inadequada.

EQuilÍBriO

Nas terras de seu Ranulfo, os especialistas da Embrapa Semiárido aproveitaram o atual período de chuvas para implantar junto com o agricultor dife-rentes plantas forrageiras que vão ter a finalidade de atender as exigências nutricionais do rebanho, princi-palmente das matrizes leiteiras.

De acordo com os pesquisadores José luiz de Sá e Cristiane Otto de Sá, responsáveis pelo plano de

ação do leite no projeto, a diversidade de forragens na propriedade contribui para alimentar os animais de forma equilibrada ao atender as necessidades de pro-teína e de energia, dentre outros nutrientes.

Nativas ou adaptadas ao clima da região, essas espécies cultivadas alcançam bom potencial produti-vo e podem ser conservadas por meio de práticas de ensilagem e fenação para serem utilizadas no período seco. Com estratégias assim, o agricultor estabiliza a oferta de forragem ao logo de todo o ano e consegue manter produtivas as matrizes leiteiras.

COnSórCiOS

O projeto prevê implantar trabalho semelhante em outras propriedades nos cinco municípios do entor-no da barragem de Sobradinho. Em cada uma delas será mantida uma área de caatinga preservada ou reflorestada onde os animais irão pastar na época de chuva. Esta fonte será complementada com outras for-

agropecuária

CaPrinOCultura nO SErtãO BaianO

Ranulfo Lopes Almeida é agricultor da zona

rural de Remanso (BA).Na sua propriedade, cria em torno de 300 cabeças de caprinos

Page 65: Revista Municípios

Estados & Municípios - Maio 2011 65

agropecuária

rageiras: pastagens cultivadas, bancos de proteína de leucena com sorgo e de gliricídia com milho, do con-sórcio com palma x gliricídia x sorgo e de plantio aden-sado de palma, em áreas variando de acordo com a capacidade de suporte para o rebanho existente.

José Luiz destaca ainda a necessidade do agri-cultor manejar de formaadequada a dieta do reba-nho, especialmente na seca. O ideal é que eletenha alimentos ricos em energia, como por exemplo, a palma; proteína que está presente nas leguminosas, como a leucena e a gliricídia e, fibra, comumente encontrado na palhada do milho. Se o agricultor ofertar muito carboidrato e pouca proteína ou o contrário, vai desperdiçar alimento. Os animais podem não morrer na seca, mas os resultados na produção de leite não serão tão significativos se a alimenta-ção não for equilibrada.

O ideal é que as opções de forragens utilizadas na alimenta-ção de rebanhos leiteiros este-jam presentes na propriedade, para reduzir a dependência

dos insumos externos, como o farelo que seu Ranulfo tem que comprar na época da seca.

Kit

Outra preocupação do pesquisador é com a orde-nha nas propriedades. “A precariedade da infraestrutu-ra para retirada do leite nos currais acarreta problemas higiênicos que desvalorizam a produção pela perda de qualidade e pode enfrentar dificuldades comerciais pela inadequação ao estabelecido na Instrução Técni-ca da Normativa 51”, afirma.

Assim, as propriedades beneficiadas pelo projeto Embrapa/Chesf vão aprender a montar um Kit Em-

brapa de Ordenha Higiênica Manual, de-senvolvido pela Embrapa Gado de

Leite. Esta tecnologia de baixo custo, fácil de ser apropriada

pelos agricultores, é eficiente em minimizar o problema da contaminação micro-biana do leite e garantir a presença dos agriculto-res familiares no merca-do formal.

CaPaCitar

rebert Coelho explica que o trabalho dos pesquisado-

res e dos técnicos nas proprieda-des será mantido em interação cons-

tante com os agricultores. As áreas onde estão instalados os sistemas agrossilvopastoris terão uma dinâmica pedagógica de funcionamento com avalia-ções constantes das tecnologias e dos impactos sobre a atividade leiteira.

Estas áreas, denominadas de Campos de Apren-dizagem Tecnológica (CATs), também serão úteis para localização de eventos de capacitação. Cada uma delas servirá para demonstração, treinamento e de dis-tribuição de sementes e mudas para outros agricultores que tem a atividade leiteira como parte importante do seu sistema de produção e de geração de renda.

“Nossa meta é até o final do projeto em 2015 trei-nar pelo menos 300 agricultores dos municípios Casa Nova, Pilão Arcado, Remanso, Sento Sé e Sobradinho nos chamados CATs de Pecuária Leiteira”.

Page 66: Revista Municípios

66 Maio 2011 - Estados & Municípios

Economia

66 Maio 2011 - Estados & Municípios

Arquivo: AFP-SEB-Plantacao-PrefEmpreendedor-300x210-12700-028.indd | Pasta:

Page 67: Revista Municípios

Estados & Municípios - Maio 2011 67

Saneamento

O Governo Federal está con-cluindo o Plano Nacional de Saneamento Básico

(Plansab), que definirá ações, dire-trizes e estratégias do setor para os próximos 20 anos. Coordenado pelo Ministério das Cidades, o plano tem como metas a universalização do atendimento e a melhoria da quali-dade dos serviços de saneamento prestados à população brasileira.

nOVO PlanO naCiOnal dE SanEamEntO

Segundo o Secretário Nacional de Saneamento Ambiental, leode-gar tiscoski, o Plansab será uma re-ferência para os futuros investimen-tos e terá um papel indutor junto aos estados e municípios para impulsio-nar a organização e a consolida-ção dos pilares básicos da gestão do setor: planejamento, regulação, fiscalização, prestação dos serviços e controle social.

Para tanto, o governo promo-verá vários seminários em todas as regiões do país, duas audiências públicas e uma consulta pública, via internet. “A proposta será ampla-mente debatida com a socieda-de”, garante o secretário.

Iniciado em 2008, o processo de construção do Plano foi orga-nizado em quatro etapas de tra-balho. A primeira foi o Pacto pelo Saneamento Básico; a segunda foi a elaboração do diagnóstico da

situação do saneamento no País, mediante pesquisas e estudos do panorama do setor no Brasil e a proposta do Plano Nacional de Sa-neamento Básico; a terceira etapa começa agora com a divulgação e debate público da Proposta de Plano. Posteriormente será realiza-da a quarta etapa de atividades que é o detalhamento dos progra-mas, projetos e ações, bem como monitoramento e avaliação.

O Plansab, cuja elaboração é prevista na lei de diretrizes nacionais para o saneamento básico (Lei nº 11.445/2007), regulamentada pelo Decreto nº 7.217/2010, consolida os avanços verificados no setor nos últimos anos, com a forte retoma-da dos investimentos e a aprova-ção do marco legal do setor, até então inexistente, ocupando um vácuo de planejamento que vem desde meados dos anos 80.

O novo Plano Nacional de Sa-neamento Básico contempla uma

abordagem integrada do sanea-mento básico, incluindo os quatro componentes: abastecimento de água potável, esgotamento sani-tário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, e drenagem e ma-nejo das águas pluviais urbanas. Tudo isso com macrodiretrizes e es-tratégias que vão orientar a atuação dos agentes públicos e privados, em especial o Governo Federal.

O Plansab também vai detalhar os investimentos e as fontes de recur-sos necessárias para sua implemen-tação oriundos dos agentes federais - Orçamento-Geral da União e agentes financeiros e de fomento do Governo Federal, e não federais, como gover-nos estaduais, prefeituras, iniciativa pri-vada e organismos internacionais.

A proposta será debatida por meio de vários seminários em todas as regiões do país

Page 68: Revista Municípios

68 Maio 2011 - Estados & Municípios

Conhecida como a Suíça brasileira, Campos do Jordão é um dos quinze municípios pau-listas considerados estâncias climáticas. Fun-

dada em abril de 1874, a cidade localizada na Serra da Mantiqueira, a 1.628 metros de altitude, é um dos principais destinos de inverno do Brasil e teve seu clima classificado como o melhor do mundo no Congresso Climatológico de Paris, em 1957.

Sua arquitetura baseada em construções euro-peias e seu clima mais frio que a média nacional atrai turistas de vários pontos do páis, sobretudo durante a estação do inverno, especialmente no mês de julho. No começo do século 19, o clima da então pequena vila de Campos de Jordão era receitado pelos médi-cos na cura de doenças respiratórias.

Cidade de imigração suíça, Campos do Jordão se destaca por seu clima agradável, as paisagens de araucária e sua arquitetura em enxainel que lembra pequenas comunidades européias. Este canto frio de São Paulo oferece aos turistas diversas alternativas de passeios e compras nos vários shoppings espalhados pela cidade.

O tradicional Festival de Inverno é uma atração à parte. Atraídos pela baixa temperatura, os turistas lotam a rede hoteleira da cidade, que conta com opções das mais simples às mais sofisticadas. O evento marca a abertura da alta temporada da cidade que começa em abril e termina no fim do inverno.

Em Julho, a temperatura pode chegar à 5 graus negativos, já tendo atingido no passado, 18 graus abai-xo de 0 em 1992. A economia de Campos do Jordão

inVErnO na SuÍça BraSilEira

Turismo

baseia-se no turis-mo, na indústria de confecção de ma-lhas e de chocola-te, no artesanato e na exploração de água mineral.

Os pontos mais tradicionais são a casa do governador, que abriga o museu da cidade; o Morro do Elefante e a ducha de prata, além da via-gem à estrada de ferro, lembrando os tempos do Brasil Ferroviário e do Horto florestal, um espaço dedicado ao ambiente que traz ainda mais o verde à cidade cercada de praças.

As lareiras, presentes na ampla maioria dos hotéis, é outra marca registrada da cidade, a exemplo do café colonial, a degustação de vinhos e a gastrono-mia franco-italiana. E é com esse espírito que Campos do Jordão acolhe milhares de turistas brasileiros que querem aproveitar o inverno de forma concreta sem precisar sair do Brasil.

Além do clima europeu, da gastronomia de mon-tanha e da badalação do festival, as várias atrações turísticas recheadas de esportes de aventura e mon-tanhas fazem de Campos do Jordão um dos principais pólos turísticos do Brasil.

68 Maio 2011 - Estados & Municípios

Page 69: Revista Municípios

Estados & Municípios - Maio 2011 69

Turismo

trEm turSitiCO

Construída em 1912, a Estrada de Ferro Campos do Jordão teve seus primeiros carros movidos a va-por e posteriormente a gasolina, sendo eletrificada em 1924 pela “The English Electric Co”. Atualmente a ferrovia é destinada integralmente

ao turismo com total segurança e conforto: poltronas recliná-

veis, janelas panorâmi-cas, serviços de bordo e acompanhamento

de guia turístico. Nos fins de semana e feriados, o trem faz paradas no bal-

neário Reino das Águas Claras e Santo Antônio do Pinhal num trajeto de 2 ho-ras, além de outros roteiros que podem ser feitos du-rante a semana.

BOndinHO

Andar no bondi-nho urbano é voltar ao passado. O passeio é

muito agradável e per-mite uma visão completa da estrutura urbana de Campos

do Jordão. A viagem de ida e vol-ta dura 40 minutos, partindo da Estação de Vila Capivari (construí-da em estilo alpino), passando por Jaguaribe e Abernéssia, indo até a Parada São Cristovão do outro lado da cidade. Nos dias mais frios, deve-se levar um agasalho porque o ven-to pode ser cortante

mOrrO dO ElEFantE

Com 1800 m de altitude, abriga a primeira locomotiva (au-tomotriz) que subiu a serra ligando as cidades de Pindamonhanga-

ba e Campos do Jordão. . Do alto do Morro, a 1700 m de altitude, o usuário tem um panorama deslum-brante da cidade e dispõe de um restaurante instalado no Belvedere e de cavalos para aluguel. O aces-so pode ser feito pelo teleférico ou por estrada asfaltada.

tElEFÉriCO

Também administrado pela Estrada de Ferro Campos do Jordão, foi inaugurado em outubro de 1972, sendo o primeiro do gênero no Bra-sil. Uma das atrações preferidas das crianças, circula entre Capivari e o topo do Morro do Elefante e transpor-ta até 600 pessoas por hora.

mOStEirO dE SãO JOãO daS irmãS BEnEditinaS

Situado em Abernéssia, bem no coração da cidade, é um es-paço para aqueles que buscam a paz, a integração com a nature-za e a boa música. Os prédios do Mosteiro estão situados no meio de um bosque com árvores fron-dosas, arbustos e flores. Diariamente, às 17h45, as Irmãs realizam um recital de Canto Gregoria-no na Capela de São João Batis-ta, com entrada franqueada aos visitantes.

duCHa dE Prata

Duchas artifi-ciais formadas com o represamento das águas do Ribeirão das Perdizes. A ca- n a l i -zação da cachoei- ra forma

um conjunto de jatos de água que delicia os visitantes que podem uti-lizar plataformas de madeira para chegar até as duchas e tomar ba-nhos frios e saudáveis.

muSEu FElÍCia lEirnEr

Localizado no Alto da Boa Vis-ta, em um terreno de 350.000 m2 onde também está situado o Audi-tório Cláudio Santoro. É um dos úni-cos museus ao ar livre do Brasil, pos-suindo em pontos estratégicos cerca de 100 esculturas semi-abstratas.

ParQuE EStadual

O Parque Estadual Campos do Jordão ou Horto Florestal é o mais antigo do Brasil. Abrange 8.341 hectares junto à divisa dos Estados de São Paulo e Minas Gerais e ocu-pa um terço da superfície total da Estância de Campos do Jordão. Criado em 1941, conserva a biodi-versidade e protege os últimos re-manescentes da Floresta de Arau-cárias da Serra da Mantiqueira

Estados & Municípios - Maio 2011 69

Page 70: Revista Municípios

70 Maio 2011 - Estados & Municípios

O ministro do Turismo, Pedro Novais, comemorou o su-cesso dos recentes indica-

dores do setor que comprovam o crescimento do número de turistas estrangeiros e do volume de gas-tos realizados no Brasil. Ele também ressaltou que a pasta está investin-do na Copa do Mundo de 2014 e na capacitação e qualificação de profissionais.

Segundo dados oficiais, o Brasil recebeu 5,16 milhões de tur istas estrangeiros em 2010 – um aumento de 7,5% em relação a 2009, quando 4,8 milhões de estrangeiros vieram ao país. Isso significa 360 mil vi-sitantes a mais nos destinos tu-rísticos brasileiros.

Mais de um quarto dos visi-tantes, em torno de 27%, são tu-ristas de negócios. Os Países da América do Sul foram os que mais contribuíram para esse resultado. A Argentina, principal emissor inter-nacional, aumentou sua participa-ção de 1,2 milhão de turistas, em 2009, para 1,4 milhão, em 2010 (crescimento de 15,56%).

Os turistas norte-americanos também estão visitando mais o Brasil e consolidando a segunda posição no ranking do turismo brasileiro, posição que ocupam desde 1994. Em 2010, houve au-mento de 6,25%, subindo de 604 mil, em 2009, para 641,3 mil no ano passado. Em terceiro lugar no ranking de países emissores per-manece a Itália, com fluxo de 245 mil turistas, seguido do Uruguai, Alemanha e Chile.

Uruguai e Chile passaram a ocupar a 4ª e 6ª posições no ranking de países emissores, res-pectivamente. Em 2009, eram o 6º e o 11º. O Paraguai aumentou sua participação em 7,7%, passando de cerca de 180 mil para mais de 194 mil visitantes.

Os principais portões de en-trada continuam sendo São Paulo – principal destino de negócios do país, com dois milhões de chega-das em 2010 – seguido do Rio de Janeiro, principal destino de lazer, com 983 mil. O ranking segue com o Paraná (725 mil) e Rio Grande do Sul (654 mil), cujo acesso predominante é por via terrestre, devido à proximi-dade com os países do Mercosul.

O BOm mOmEntO dO turiSmO BraSilEirO

Turismo

Page 71: Revista Municípios

Estados & Municípios - Maio 2011 71

Turismo

GaStOS rECOrdE Os turistas estrangeiros que es-

tiveram no Brasil em março deste ano gastaram US$ 630 milhões, um recorde para o mês e o maior valor registrado nos últimos dez anos. No mesmo mês de 2010, os visitantes deixaram US$ 576 milhões.

Os dados, divulgados pelo Banco Central, indicam também que no primeiro trimestre de 2011, foram gastos US$ 1,797 milhão, valor 8,8% maior que o obtido no mesmo período do ano passado (US$ 1,651 milhão). O cálculo inclui trocas cambiais oficiais e gastos com cartões de crédito internacionais.

O ministro Pedro Novais come-morou os bons resultados: “Primeiro, tivemos um aumento no número de turistas estrangeiros em 2010, em relação a 2009, de 7,5%. Ago-ra a boa notícia é o aumento dos gastos. Nossa expectativa é que es-ses números continuem crescendo, com a realização dos megaeven-tos esportivos”, avaliou.

Na avaliação do presidente da Embratur (Instituto Brasileiro do Turismo), Mário Moysés, mesmo com a forte valorização cambial, que faz com que o produto brasi-leiro seja mais caro para o consu-midor internacional, o Brasil vem tendo bons resultados na entrada de divisas. “Os resultados obtidos em março confirmam o nosso bom desempenho.”

maiS rECOrdES nO turiSmO

Os desembarques de passa-geiros de voos nacionais e interna-cionais aumentaram, cada um, em mais de 20% no último mês. É o me-lhor março da série histórica, iniciada em 1993. Foram 728 mil desembar-ques internacionais, crescimento de 22,52% em relação ao mesmo pe-ríodo de 2010. Os domésticos che-garam a 6,4 milhões, aumento de 21,5% em relação a março de 2010.

Se for mantido o ritmo, pela projeção do Ministério do Turismo, os desembarques internacionais de 2011 ficarão em torno de 9 milhões, superando em mais de um milhão os 7,8 milhões registrados de 2010. Já no cenário nacional, os desem-barques devem girar em torno de 70 milhões, contra os 67,6 milhões registrados no ano passado.

Segundo Pedro Novais, os nú-meros mostram que o trabalho de-senvolvido para estruturar e fortale-cer o setor no Brasil tem alcançado o resultado desejado: “Os indica-dores sinalizam que estamos no caminho certo”.

O ministro também ressal-tou que a pasta está investindo na Copa do Mundo de 2014 e atu-ando em todas as áreas sensíveis à realização da Copa para que o país esteja preparado, “tanto nas cidades-sede como em destinos turísticos que não receberão jogos, mas que atrairão os visitantes”.

Pedro Novais afirmou que a capacitação profissional será um dos principais legados que serão deixados após o Mundial de fute-bol. Por meio do programa Bem Re-ceber Copa, o Ministério do Turismo está investindo R$ 440 milhões na qualificação de 306 mil pessoas da atividade turística em todo o país.

São Paulo continua sendo o principal

destino de negócios do país, com dois

milhões de chegadas em 2010, seguido

do Rio de Janeiro, com 983 mil

Page 72: Revista Municípios

72 Maio 2011 - Estados & Municípios

automóveis

Kia SOrEntO maiS atratiVO Em 2012

Vai tEr QuE dEVOlVEr???

Para deixar o Sorento mais atrativo, principalmen-te para o consumidor norte-americano, a Kia anunciou oficialmente que a linha 2012 do utilitário ganhará um novo motor GDI de quatro cilindros com injeção direta de combustível. Além disso, pequenas mudanças visuais para deixá-lo em sintonia com os recentes lançamentos e novos equipamentos serão incorporados ao modelo.

O Sorento 2012 também ganha um tratamento es-pecial para os bancos, que segundo a marca, os deixam mais resistentes a manchas e à eletricidade estática e in-clui um produto químico bactericida.

Em termos visuais, as mudanças são leves, porém notáveis. A principal está concentrada no para-choque dianteiro, o qual muda um pouco seu desenho e ganha

faróis de neblina com formato semelhante ao dos novos lançamentos, como o Kia

K2 Sedan (Rio Sedan coreano), por exemplo.

A Câmara do Rio de Janeiro fez uma en-comenda com a montadora Volkswagen do modelo Jetta (unidade do modelo a R$ 69 mil) para os 51 vereadores. Considerando que como vereador o cargo não oferece tantas ati-vidades para necessitar de um carro oficial, a pressão popular falou alto. E a Presidência da Câmara decidiu suspender a compra.

Alguns recusaram o benefício, 21 dos parlamentares. No entanto, nove aceitaram e os outros ficaram indecisos. Por causa da grande repercussão, a Presidência da Câma-ra dos Vereadores do Rio pretende reaver o dinheiro investido na frota de luxuosos veículos oficiais.

Será que a Volkswagen vai devolver o di-nheiro? E ainda, o que vai acontecer com o di-nheiro devolvido?

72 Maio 2011 - Estados & Municípios

Page 73: Revista Municípios

Estados & Municípios - Maio 2011 73

O novo hatch de duas portas é compacto – 3,95 metros de comprimento, 1,74 m de largura e 1,42 m de altura. É 6 cm mais comprido, 9 cm mais largo e 4 cm mais baixo que um Volkswagen Gol. A ampla grade trapezoidal parte da atual identidade visual da Audi – ostenta as inexoráveis quatro argolas e é ladeada por faróis de xênon com luzes diurnas de leds, retos em cima e sinuosos na parte inferior. Os leds ajudam a dar aos faróis a aparência de um par de olhos meio franzidos, o que reforça o aspecto “invocado” do carrinho.

O carro ficou muito bonito. A frente mais limpa em relação ao AirCross, e diferente do modelo europeu, também caiu bem ao modelo. Os faróis sãos os mesmos da versão off-road. Na traseira, a tampa também é a mesma do AirCross, mas obviamente sem o estepe. Na versão europeia, a tampa do porta-malas é lisa e a placa é posicionada no para-choque, mas por redução de custos, o C3 Picasso utiliza a mesma. A solução adotada pode pa-recer estranha com área em preto. O nome do carro também está bem visível na tampa: C3 Picasso.s rodas de liga leve mostram um novo desenho diferente do restante da gama. A gama de motores deve ser a mesma disponível no com-pacto C3, ou seja, os propulsores 1.4 e 1.6, ambos bicombustíveis.

automóveis

audi a1 CHEGa aO BraSil

nOVO CitrOën C3 PiCaSSO

Estados & Municípios - Maio 2011 73

Page 74: Revista Municípios

74 Estados & Municípios - Maio 2011

Segundo entendimento do vice-presidente do Tribunal de Contas da União, Ministro Benja-min Zymler, ao proferir palestra no painel de abertura do Con-gresso Internacional sobre Con-tratações Públicas Sustentáveis, o Estado pode criar licitações diferenciadas para produtos e serviços de empresas que sabi-damente respeitam normas e cri-térios de ordem socioambiental.

O embasamento deste en-tendimento se prende ao fato de que é dever do Estado zelar por um meio ambiente sustentado e, por isso, o Estado pode criar licita-ções diferenciadas para produtos e serviços de empresas que sabi-damente respeitam normas e cri-térios de ordem socioambiental.

Muito embora não exista lei específica sobre compras governamentais atreladas à questão do meio ambiente, a Lei 8666/93, que institui normas para licitações e contratos ad-ministrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicida-de, compras, alienações e lo-cações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distri-to Federal e dos Municípios, alu-de à necessidade de respeito ambiental e o Artigo 3º da mes-ma lei diz que a licitação públi-ca deve buscar a proposta mais vantajosa para o Estado.

A vantagem, segundo o Ministro Zymler, “nem sempre

é determinada por preço mais baixo. Deve-se levar em conta, principalmente, a adequação do produto ou serviço às neces-sidades do Estado, com foco na sustentabilidade ambiental”.

O ministro do TCU elogiou a iniciativa do Ministério do Plane-jamento, Orçamento e Gestão quanto à promoção do evento, dedicado à discussão de crité-rios sustentáveis na aquisição pú-blica de bens, serviços e obras. Ele destacou que a questão ain-da é pouco difundida no país, mas acha de “extrema impor-tância” que todos os segmentos de governo e da sociedade civil organizada se debrucem sobre a necessidade do “uso harmônico” dos princípios básicos da vida.

Iniciativa da Secretaria de Logística e Tecnologia da Infor-mação (SLTI) do Ministério do Planejamento, o evento reuniu especialistas da área de licita-ção pública, compradores do governo e representantes de ór-gãos de controle para debater aspectos jurídicos do mercado de bens e serviços sustentáveis. Os participantes aproveitaram a oportunidade para também tro-car experiências nas operações já sob o impacto da Instrução Normativa (IN) nº 1, em vigor desde janeiro último.

Segundo a norma, as obras públicas devem economizar na manutenção e operacionali-

zação da edificação, reduzir o consumo de energia elétrica e de água, bem como utilizar tec-nologias e materiais que evitem desperdícios e reduzam o im-pacto ambiental.

Estas normas se aplicam a diversas modalidades de lici-tação empreendidas pelos mu-nicípios, que podem e devem privilegiar os micro e pequenos empreendedores locais, assim como os produtores rurais, que podem ser fornecedores de ali-mentos para a merenda escolar.

Na maioria dos municípios brasileiros a Prefeitura correspon-de à maior empresa existente no local e tem como uma de suas responsabilidades a dinamiza-ção da economia local, poden-do desempenhar importante pa-pel nesta tarefa ao direcionar suas compras de bens e serviços priori-tariamente para o mercado local.

Dentre os aspectos relacio-nados à economicidade está não apenas na dinamização da economia local, como tam-bém a cobrança dos tributos no local, o que muitas vezes faz com que um valor ligeiramen-te maior na oferta de um bem ou serviço se torne mais barato para a economia local.

François e. J. de Bremaeker [email protected]

François E. J. de Bremaeker é Consultor da Associação Transparência Municipal eGestor do Observatório de Informações Municipais

liCiTaÇÃo E mEio amBiENTE

Page 75: Revista Municípios
Page 76: Revista Municípios