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Esta publicação visa apresentar aos munícipios as principais ações desenvolvidas para o Sistema Único de Saúde (SUS), como o novo modelo para a atenção básica, focado no esforço de melhorar a qualidade do atendimento e ampliar o acesso; a humanizaçãono atendimento aos usuários do sistema; a formação e a qualificação de mais médicos e outros profissionais de saúde; a prevenção de doenças e a promoção da saúde; e o combate ao desperdício de recursos e o aprimoramento da gestão. A publicação também traz informações sobre os programas estratégicos do Ministério da Saúde.

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Page 1: Revista I Ministério da Saúde e Municípios
Page 2: Revista I Ministério da Saúde e Municípios

© 2012 Ministério da Saúde.Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte e que não seja para venda ou qualquer fim comercial. A responsabilidade pelos direitos autorais de textos e imagens desta obra é da área técnica. A coleção institucional do Ministério da Saúde pode ser acessada, na íntegra, na Bi-blioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde: <http://www.saude.gov.br/bvs>.

Tiragem: 1ª edição – 2012 – 5.000 exemplares

Elaboração, distribuição e informações:MINISTÉRIO DA SAÚDE Secretaria-ExecutivaEndereço: Esplanada dos Ministérios, bloco G, 5º andar, sala 54670058-900 Brasília/DFTels.: (61) 3315-3580/2531Fax: (61) 3315-0000

Impresso no Brasil / Printed in Brazil

Ficha Catalográfica____________________________________________________________________________________________

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria-Executiva.Ministério da Saúde e municípios : juntos pelo acesso integral e de qualidade à saúde / Ministério da Saúde.

Secretaria-Executiva – Brasília : Ministério da Saúde, 2012.

52 p. : il. – (Série F. Textos Básicos de Saúde)

1. Sistema Único de Saúde. 2. Administração em saúde. 3. Acesso aos serviços de Saúde. I. Título. II. Série.

CDU 614____________________________________________________________________________________________

Catalogação na fonte – Coordenação-Geral de Documentação e Informação – Editora MS – OS 2012/0154

Page 3: Revista I Ministério da Saúde e Municípios

APRESENTAçÃO

O Governo Federal segue no esforço diário de colocar a saúde no centro do desenvolvimento econômico e social do Brasil, além de aperfeiçoar e executar ações em benefício da sociedade bra-sileira. Dessa forma, manter relação próxima com os prefeitos é fundamental para melhoria constante da saúde no País.

A proposta desta publicação é apresentar aos munícipios as prin-cipais ações desenvolvidas para o Sistema Único de Saúde (SUS), como o novo modelo para a atenção básica, focado no esforço de melhorar a qualidade do atendimento e ampliar o acesso; a hu-manização no atendimento aos usuários do sistema; a formação e a qualificação de mais médicos e outros profissionais de saúde; a prevenção de doenças e a promoção da saúde; e o combate ao desperdício de recursos e o aprimoramento da gestão.

A publicação também traz informações sobre os programas estratégicos do Ministério da Saúde, como a rede Saúde Mais Perto de Você, o Saúde Toda Hora, que está reorganizando a atenção a urgências e emergências em todo o País, a Rede Cego-nha, que garante a todas as brasileiras atenção integral, desde a confirmação da gravidez até os dois primeiros anos de vida do bebê, a Rede de Atenção do Crack, É Possível Vencer, que dá assistência a pessoas com problemas com crack, álcool e outras drogas, além de outros programas.

O objetivo do Governo Federal, ao apresentar todas essas ações na saúde, é contribuir para aprofundar cada vez mais as relações interfederativas e instituir os instrumentos da gestão comparti-lhada do Sistema Único de Saúde.

Nesse sentido, o Governo Federal conta com a adesão dos mu-nicípios a programas e projetos do Ministério da Saúde, pois o planejamento do SUS deve ser desenvolvido de forma contínua, articulada, integrada e solidária com os agentes nos municípios.

APRESENTAçÃO

Page 4: Revista I Ministério da Saúde e Municípios

APRESENTAçÃOSumáRiO

Ministério investe na melhoria do atendimento nos municípios

6

Medidas facilitam controle social e dão mais transparência ao SUS

44

Ações previnem doenças e promovem uma vida mais saudável

32

Mais profissionais de saúde para atender a

população26

Complexo industrial da saúde contribui para o

desenvolvimento do País42

Page 5: Revista I Ministério da Saúde e Municípios

6 Ministério da Saúde e Municípios

Qualidade na atenção básica

Trabalho das equipes será acompanhado e avaliado

Equipes que atingirem bom

desempenho poderão receber até

o dobro de repasses de recursos

do Ministério da Saúde

Como forma de incentivar os municí-pios a se esforçarem no atendimento ao usuário do SUS, o Ministério da Saú-de vai avaliar as equipes de saúde da Atenção Básica e aumentar o repasse para aquelas que conseguirem desem-penho positivo. As equipes que atingirem padrões de qualidade poderão receber até o dobro de recursos por mês. A ação faz parte do Programa Nacio-nal de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ), que busca a amplia-ção do acesso e a melhoria do atendimento, com garantia de um padrão de qualidade.

Essa estratégia visa à avaliação de 17.502 Equipes de Saúde da Família (ESF), que atendem 3.972 municí-pios brasileiros. Criado em 2011, o PMAQ destina mais recursos para as Unidades Básicas de Saúde (UBS) que cumprem metas na qualificação do trabalhado das equipes de saú-de. Ao todo, serão destinados quase

R$ 800 milhões para as equipes bem avaliadas pelo PMAQ apenas em 2012.

O PMAQ está organizado em qua-tro fases que se complementam e formam um ciclo contínuo de me-lhoria do acesso e da qualidade da atenção básica: Adesão e Contratua-lização; Desenvolvimento; Avaliação Externa; e Recontratualização.

Para definição da qualidade das equi-pes, os avaliadores entrevistarão usuários e profissionais e analisarão

o atendimento prestado, o tempo de espera, a infraestrutura e as condi-ções de funcionamento da unidade, a disponibilidade de medicamentos, entre outras dimensões. Este conjun-to de critérios compõe uma certifica-ção, pelo qual será definido o desem-penho das equipes.

O PMAQ está dentro da estratégia Saúde Mais Perto de Você, cujo obje-tivo é incentivar os gestores locais do SUS a melhorar o padrão de qualida-de da assistência oferecida aos usuá-rios nas UBS e por meio das equipes de Atenção Básica de Saúde.

A primeira fase do PMAQ consiste na adesão ao programa, por meio da contratualização de compromissos e de 47 indicadores que foram firma-dos entre as equipes de Atenção Bá-sica e os gestores municipais, e des-tes com o Ministério da Saúde.

A segunda fase se baseia no desen-volvimento do conjunto de ações que visam apoiar as equipes de Atenção Básica na implantação de mudanças para a melhoria do acesso e da qua-lidade. Esta fase está organizada em quatro dimensões: Avaliação; Moni-

toramento; Educação Permanente; e Apoio Institucional.

A terceira fase consiste na avaliação externa realizada pelo Ministério da Saúde em parceria com universidades de todo o Brasil em cada município in-tegrante do programa.

Finalmente, a quarta fase envolve uma nova etapa de pactuação de compromissos para melhoria do acesso e da qualidade, com o incre-mento de novos padrões e indicado-res de qualidade.

Page 6: Revista I Ministério da Saúde e Municípios

7Juntos pelo Acesso Integral e de Qualidade à Saúde

PAB Fixo receberá mais R$ 1,9 bilhão em investimentosO Ministério da Saúde garantiu R$ 1,9 bilhão a mais no orçamento deste ano para o reforço da atenção básica. Deste total, R$ 500 milhões serão utilizados para construção e ampliação das Unidades Básicas de Saúde. O investimento vai ajudar a diminuir a diferença entre as grandes cidades e os municípios menores na assistência à população. Os recursos adicionais correspondem a um reajus-te de 14,3% nas partes fixa e variável do Piso de Atenção Básica (PAB).

O chamado PAB Fixo é calculado por habitante e leva em conta as características locais, como per-

Para reforçar a atenção básica e levar mais qualidade e humaniza-ção no atendimento aos usuários do SUS, estão sendo investidos R$ 1,09 bilhão para melhorar a infraestrutura das UBS. Destes, foram aprovadas, só no ano passa-do, 5.247 propostas de reforma de UBS, no valor de R$ 538 milhões. Os recursos para essas reformas estão sendo definidos conforme o tamanho das unidades.

O valor varia entre R$ 30 mil e R$ 350 mil. Para receber o inves-timento, os municípios devem se habilitar junto ao Ministério da Saúde. Os municípios localizados em regiões de extrema pobreza ou com baixo PIB per capita fo-ram priorizados.

Atualmente, o País conta com 38 mil UBS. Nelas, os usuários do SUS realizam consultas médi-cas, curativos, vacinas, coleta de exames laboratoriais, tratamento odontológico, encaminhamento para especialidades e fornecimen-to de medicação básica. As refor-mas incluirão obras estruturais,

centual da população em extrema pobreza, densidade demográfi-ca, Produto Interno Bruto (PIB) do município, população com plano de saúde, quantidade de pessoas que recebem Bolsa Família, entre outras variáveis. Com o reajuste, o valor mínimo repassado pelo minis-tério por habitante, comparando--se entre 2010 e 2012, passou de R$ 18 para R$ 25 em 70% dos mu-nicípios brasileiros (3.903 cidades). O aumento foi de 38,8% no período.

Tal crescimento significa que, por exemplo, uma cidade com 50 mil moradores, que em 2010 recebia

como adequação do espaço físico, cobertura das unidades, reformula-ção dos pisos e limpeza.

Além das reformas, o ministério também aprovou, em 2011, 2.105 projetos de novas UBS em 1.788 mu-nicípios brasileiros e garantiu no or-çamento R$ 561 milhões.

O objetivo das ações de aprimora-mento da atenção básica no SUS – coordenadas pelo Ministério da Saú-de em parceria com os estados – é

do Ministério da Saúde R$ 900 mil destinados à atenção básica, passa-rá a receber R$ 1,2 milhão este ano. Os municípios podem destinar esse recurso para custear as UBS, pagar os salários dos profissionais de saúde e adquirir insumos, entre outros.

Já o PAB Variável é destinado à imple-mentação de programas estratégicos do Governo Federal, como o Saúde da Família, o Saúde Bucal e o PMAQ, um componente de qualidade criado ano passado, que destina mais recur-sos para as UBS que cumprirem me-tas na qualificação dos trabalhadores das equipes de saúde.

Governo investe na infraestrutura das unidades

incentivar os municípios a melho-rar o padrão de qualidade da as-sistência oferecida nas UBS e por meio das equipes de Atenção Bá-sica de Saúde. Para agilizar o pro-cesso de transferência de recursos e execução das obras, foi criado o Sistema de Monitoramento de Obras (Sismob).

O Ministério da Saúde realizará, en-tre maio e agosto de 2012, o censo de todas as UBS para identificar as reais necessidades dos municípios.

Page 7: Revista I Ministério da Saúde e Municípios

8 Ministério da Saúde e Municípios

Brasil Sorridente amplia cuidado odontológicoPor meio do programa Brasil Sor-ridente, todo brasileiro pode rece-ber tratamento dentário de graça. O programa trouxe duas grandes novidades em 2011: o financia-mento de tratamentos ortodônti-cos, como a colocação de aparelhos bucais e de implantes dentários. Esses procedimentos são realiza-dos nos Centros de Especialidades Odontológicas (CEO). O valor para confecção de um aparelho orto-dôntico foi reajustado para R$ 67. E o Ministério da Saúde passou a custear os implantes, pagando R$ 560 por unidade.

O programa Brasil Sorridente possui di-versos serviços diferenciados que vêm alcançando cada vez mais as comuni-dades das localidades mais distantes do País. Um exemplo disso foi a entre-ga, no ano passado, de 100 Unidades Odontológicas Móveis. Cada veículo realiza até 350 atendimentos/mês e executa todos os tratamentos de um consultório tradicional. Este modelo beneficia municípios com dificuldade de acesso aos serviços de saúde.

As equipes de Saúde Bucal estão pre-sentes em 4.888 municípios, o que representa um percentual de 86,37% das cidades do Brasil. São 21.508 equipes atuando nas diversas Uni-dades Básicas de Saúde espalhadas pelo País. Essas equipes recebem re-cursos mensais do Ministério da Saú-de e, a partir do ano passado, toda nova equipe passou a receber a doa-ção da cadeira odontológica para seu trabalho, desonerando os municípios deste custo. O ministério transfere mensalmente para os municípios, por equipe, o incentivo que varia de R$ 2.230 a R$ 2.980, dependendo da modalidade implantada.

A quantidade de CEOs pelo País tam-bém foi ampliada, chegando ao núme-ro de 889 unidades em 725 municípios. Esses centros realizam tratamentos es-pecializados, como canal, tratamento de gengiva e cirurgias orais. Já quem precisa de uma prótese também pode contar com um dos 991 Laborató-rios Regionais de Próteses Dentárias (LRPD) credenciados pelo País. O re-passe pago por prótese para os muni-cípios também foi ampliado, passando de R$ 60 para R$ 100. Essas ações per-mitiram aumento de 60% na produção de próteses dentárias, quando compa-rados os anos de 2010 e 2011.

Atendimento dental mais próximo das comunidadesEQUIPES DE SAÚDE BUCAL

2002

4.2516.170

8.951

12.602

15.08615.894

17.80118.982 20.424 21.425 21.508

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

Início Brasil Sorridente

183.152

295.238

2010 2011 Aparelho ortodôntico

Prótese sobre implante

8.129

2.740

Entregues em 2011

PRÓTESES DENTÁRIAS APARELHOS E IMPLANTES

Page 8: Revista I Ministério da Saúde e Municípios

9Juntos pelo Acesso Integral e de Qualidade à Saúde

Em um ano, os óbitos caíram

12,1% em todo o País e o número

de profissionais de saúde foi am-

pliado em 36%

Com foco no respeito às tradições, o Ministério da Saúde tem ampliado a assistência da Saúde Indígena, resga-tando uma dívida social com 650 mil índios que vivem em 437 municípios brasileiros. Em um ano, já foi possí-vel reduzir o número de óbitos em 12,1%, aumentar o número de pro-fissionais em 36% e o orçamento em 53%, passando de R$ 454 milhões para R$ 684,5 milhões.

Ações de prevenção e promoção da saúde reduziram o número de óbitos em todas as faixas etárias da popu-lação indígena. Dados preliminares apontam queda de 12,1% em 2011, quando foram registrados em nú-meros absolutos 2.264 óbitos, em todas as faixas etárias. Em 2010, fo-ram 2.577 óbitos. As ações de aten-ção também resultaram na queda da mortalidade de crianças menores de um ano em 4,8%. Os dados, ainda não consolidados, registraram 630 óbitos em 2011, contra 662 em 2010.

Em um ano, o total de trabalhado-res contratados saltou de 8.975, em abril de 2011, para 12.248, em abril 2012. Este redimensionamento foi possível com a realização de novos convênios, que permitiram econo-mia de R$ 96 milhões.

Ainda em 2011, foi realizada cam-panha de multivacinação para toda a população indígena aldeada da Amazônia Legal. Ainda no mesmo ano, com ação inédita, o Ministé-rio da Saúde iniciou a realização de testes rápidos para sífilis e HIV em 46 mil indígenas.

Assistência bucal chega às aldeiasImportante conquista para esses povos foi a implantação do progra-ma Brasil Sorridente Indígena, que tem como objetivo levar ações de saúde bucal de qualidade a três Distritos Sanitários Especiais In-dígenas (DSEIs) do País: Alto Rio Purus (AC/AM/RO), Alto Rio Soli-mões (AM) e Xavante (MT), que, juntos, têm uma população apro-ximada de 80 mil indígenas.

Esse é o primeiro programa elabo-rado especificamente para tratar da saúde bucal desses povos. Em quatro meses de atendimento em área, mais de 7 mil índios foram

atendidos em consultas e proce-dimentos odontológicos. Nesse período, foram realizadas 5.272 primeiras consultas odontológicas e 4.196 procedimentos restaura-dores, utilizando diversas técnicas para dentes cariados.

A meta é ampliar o programa a outros 13 DSEIs até o fim de 2012. Além de resolver as ne-cessidades odontológicas emer-genciais, as equipes trabalham nas aldeias desenvolvendo ações educativas em saúde bucal e le-vando orientações sobre escova-ção e higiene bucal.

Atenção à saúde indígena avança no Brasil no último ano

Page 9: Revista I Ministério da Saúde e Municípios

10 Ministério da Saúde e Municípios

Remédios para hipertensão e diabetes chegam a 8,1 milhõesNo primeiro ano da ação Saúde Não Tem Preço, mais de 8,1 milhões de pessoas receberam gratuitamente medicamentos para o tratamento de diabetes e hipertensão. A ação foi lançada em fevereiro de 2011 e garante aos pacientes 11 tipos de medicamentos tanto nas far-mácias da rede própria quanto nas empresas privadas credenciadas, identificadas com a marca Aqui Tem Farmácia Popular. Atualmente, são mais de 20 mil farmácias e drogarias privadas credenciadas.

Em fevereiro de 2011, quando os me-dicamentos eram vendidos com até 90% de desconto, o número de pes-soas beneficiadas com a redução de preço era de 1 milhão e, em fevereiro deste ano, passou para 3.136.746 de brasileiros. Considerando os dados de 2010 e 2011, houve diminuição das internações por diabetes e hi-pertensão. O número de internações por diabetes baixou de 148.625, em 2010, para 145.869, ano passado. Com relação à hipertensão, a quanti-dade de internações caiu de 220.126, em 2010, para 211.673, ano passado.

A quantidade de hipertensos benefi-ciados aumentou 229%, de 812,9 mil em fevereiro de 2011 para 2,6 milhões em fevereiro de 2012, nas empresas credenciadas ao Aqui Tem Farmácia Popular. Já o nú-mero de diabéticos bene-ficiados aumentou 172%, passando de 356 mil para 968,3 mil no mesmo pe-ríodo. Esse aumento do acesso deveu-se em grande parte à expansão dos pontos de retirada dos medicamentos. A rede de em-presas credenciadas cresceu 37% de fevereiro de 2011 a fevereiro de 2012 na ação Saúde Não Tem Preço, passando de 14.861 mil para 20.375 farmácias e drogarias.

CRESCimENTO – A região Norte apresentou maior crescimento do número de beneficiados no mês de fevereiro de 2012. Nas empresas credencia-

das ao Aqui Tem Farmácia Popular, observou-se aumento de 620% – a quantidade de pessoas atendidas passou de 11.237, em fevereiro de 2011, para 80.888, em fevereiro deste ano. O percentual foi estimu-lado principalmente pelo estado de Roraima, que teve 1.091% de au-

mento – passou de 357 para 4.252 pacientes atendidos.

Destaque também para a região Cen-tro-Oeste, onde o número de pacien-tes atingidos cresceu 542% desde fe-vereiro do ano passado, passando de 33.406 para 214.415 no período. No Nordeste, o programa apresentou 439% de crescimento – 67.464, no início do Saúde Não Tem preço, para 363.673, em fevereiro. Já nas regiões Sul e Sudeste, o crescimento foi, res-pectivamente, de 249% e 153%.

ORIENTAÇÕES AOS USUÁRIOS

Para obter qualquer um dos 11 produtos disponíveis no Saúde Não Tem Preço, o usuário precisa apresentar CPF, documento com foto e receita médica, que é exigida pelo programa como forma de evitar a autome-dicação, incentivando o uso racional de medicamentos.

Eventuais dúvidas dos estabelecimentos credenciados ou pelos usuários do programa podem ser esclarecidas por meio do Disque-Saúde 136 e do e-mail [email protected].

Os medicamentos gratuitos para hipertensão e diabetes são identifica-dos pelo princípio ativo, que é a substância que compõe o medicamento. Os itens disponíveis são informados pelas unidades do programa, onde

os usuários podem ser orientados pelo profissional farmacêutico.

Page 10: Revista I Ministério da Saúde e Municípios

11Juntos pelo Acesso Integral e de Qualidade à Saúde

Objetivo é articular e integrar

todos os equipamentos de saú-

de para que os usuários tenham

acesso humanizado e integral

O novo modelo de atenção às urgên-cias e emergências tem como objeti-vo beneficiar os usuários do Sistema Único de Saúde com um atendimento mais rápido e humanizado. A estraté-gia Saúde Toda Hora está articulando todos os equipamentos de saúde, a fim de ampliar e qualificar o acesso integral aos pacientes. A rede é coor-denada pelo Ministério da Saúde, que

ministério reorganiza rede de atendimento às urgências

também é o principal financiador, e executada por estados e municípios.

A principal ca-racterística da rede é a inte-gração dos ser-viços, tornando mais ágil e efi-caz a comuni-cação entre as Unidades Bási-

cas de Saúde, a central de regulação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192), a Unidade de Pronto Atendimento (UPA 24h) e os hospitais.

No Saúde Toda Hora, o ministério também implantou a estratégia SOS Emergências, uma ação para enfren-tar as principais necessidades dos grandes hospitais do País. Outra ação é o programa Melhor em Casa, que amplia o atendimento domiciliar.

A rede Saúde Toda Hora também é composta pela Força Nacional de Saú-de, que reúne, por exemplo, profissio-nais especializados em atendimento a vítimas de desastres naturais, que necessitem de resposta rápida, apoio logístico e atendimento médico espe-cializado. O Ministério da Saúde inves-tirá mais de R$ 10 milhões até 2018.

UBS

SE BEBER,

NÃO DIRIJA

UCO – Unidade Coronariana

Unidades de TerapiaIntensiva para Pacientes Críticos

Enfermaria deLeitos Clínicos

UAVE – Unidade de Atenção ao AcidenteVascular EncefálicoHOSPITAL

UBS

UPA

Central de RegulaçãoSamu

Unidade Básicade Saúde

Unidade de Saúdecom Sala de Estabilização

Promoção/Prevenção

Enfermaria de Leitos de Crônicos

Page 11: Revista I Ministério da Saúde e Municípios

12 Ministério da Saúde e Municípios

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência está sendo ampliado e qualificado pelo Ministério da Saúde. Os municípios poderão ter aumento de 66% no valor de custeio das am-bulâncias. Por isso, os gestores locais deverão atender a critérios de qua-lidade e ter plano de atendimento regionalizado. O ministério definiu ainda que fica estabelecido prazo máximo de 90 dias, a contar do rece-bimento das ambulâncias, para que o componente do Samu 192 inicie seu funcionamento.

O Ministério da Saúde também fi-nanciará o atendimento dos Veículos de Intervenção Rápida (VIR), unida-des que auxiliam os atendimentos das ambulâncias do Samu 192, assim

Qualificação do Samu leva mais recursos aos municípioscomo os serviços aeromédicos (avião ou helicóptero). As novas medidas integram as ações da política Saú-de Toda Hora. O ministério também transformou o Samu 192 em estabe-lecimento de saúde e os gestores te-rão de cadastrá-lo no Sistema de Ca-dastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (SCNES), o que possibilitará acompanhamento mensal da execu-ção do serviço.

Desde 2003, a cobertura popu-lacional do Samu 192 subiu para 115.576.694 habitantes, chegando a 60% de cobertura populacional. Atualmente, existem 163 Centrais de Regulação Médicas das Urgên-cias que regulam 1.736 municípios pelo País. O Ministério da Saúde in-

vestiu/custeou no período de 2003 a 2010 valor de R$ 372,84 milhões. Em 2011, foram investidos/custea-dos R$ 92,58 milhões.

O atendimento do Samu 192 é reali-zado por meio de ambulâncias, moto-cicletas, lanchas e aeromédico, capa-citadas para situações de urgência e emergência. O ministério repassa aos municípios R$ 12,5 mil, por mês, para o custeio de ambulância do tipo básica e R$ 27,5 mil para ambulância de su-porte avançado, as chamadas Unida-des de Terapia Intesiva (UTIs) Móveis. Com a nova proposta, os municípios que comprovarem qualidade no aten-dimento receberão, mensalmente, R$ 20,8 mil (unidade básica) e R$ 45,9 mil (unidade avançada).

SAMU: RUMO ÀS PEQUENAS E MÉDIAS CIDADES

115.576.6942011

2007 96.685.547

2003 10.000.000

Page 12: Revista I Ministério da Saúde e Municípios

13Juntos pelo Acesso Integral e de Qualidade à Saúde

Nas UPAs qualificadas, dobra o investimento federalO ministério também adotou medi-das para estimular a qualificação dos serviços prestados nas UPAs 24h, aumentando os valores repassados de custeio, que podem até dobrar para as UPAS que se adequarem aos critérios de qualificação do serviços. Os incentivos mensais variam de R$ 170 a R$ 500 mil, dependendo do porte da unidade, que é definido

FINANCIAMENTO DAS UNIDADES DE PRONTO ATENDIMENTO

Menor que 50.000 habitantes

50.000 a 100.000habitantes

100.001 a 200.000habitantes

200.001 a 300.000habitantes

SALA DE ESTABILIZAÇÃO

PopulaçãoCoberta

Construção +Equipamentos 77.500,00 1.400.000,00 2.000.000,00 2.600.000,00

Custeio – UPAnão qualificada

Custeio – UPAqualificada 35.000,00

35.000,00 100.000,00 175.000,00 250.000,00

CusteioAnual 420.000,00 1.200.000,00 2.100.000,00 3.000.000,00

I I I I I I

$

170.000,00 300.000,00 500.000,00

$$

$$

$

por estrutura, equipe e capacidade de atendimento.

Na estrutura integrada do Saúde Toda Hora, as UPAs 24h funcionam como unidades intermediárias aos hospitais e ajudam a desafogar os prontos-socorros, ampliando e me-lhorando o acesso dos brasileiros aos serviços de emergência no SUS. Elas

oferecem assistência em situações de emergência durante 24 horas por dia, todos os dias da semana.

Na lógica da rede Saúde Toda Hora, os hospitais estão sendo qualificados para o atendimento em urgência e emergência, sem restringir as portas de entrada aos prontos-socorros.

Page 13: Revista I Ministério da Saúde e Municípios

14 Ministério da Saúde e Municípios

SOS Emergências melhora gestão e atendimentoO Governo Federal lançou, em no-vembro de 2011, o SOS Emergências, ação estratégica para a qualificação da gestão e do atendimento em grandes hospitais que atendem pelo SUS. A iniciativa integra a rede Saúde Toda Hora e vai alcançar, até 2014, os 40 maiores prontos-socorros brasi-leiros, abrangendo todos os 26 esta-dos e o Distrito Federal.

O Governo Federal – com estados, municípios e gestores hospitalares – vai promover o enfrentamento das principais necessidades desses hos-pitais, qualificar a gestão, ampliar o acesso aos usuários em situações de urgência e garantir atendimento ágil, humanizado e com acolhimento.

O que o Ministério da Saúde está fazendo é criar um novo padrão de qualidade no atendimento das pes-soas que procuram as emergências, da recepção aos ambulatórios, dos centros cirúrgicos às emergências.

Para melhorar o atendimento nos serviços de urgência, já estão sen-do adotadas medidas, como o aco-lhimento e a classificação de risco dos pacientes. Logo ao entrar no hospital, o paciente é acolhido por uma equipe que define seu nível de gravidade e o encaminha ao atendimento específico de que necessita. Também está sendo or-ganizada a gestão de leitos, o flu-xo de internação e a implantação de protocolos clínico-assistenciais e administrativos. Estão sendo to-

madas, ainda, medidas para pro-porcionar a adequação da estrutu-ra e do ambiente hospitalar.

Cada um dos 12 hospitais recebe-rá anualmente R$ 3,6 milhões do Ministério da Saúde para custear a ampliação e a qualificação da assis-tência da emergência. O valor para as unidades somará R$ 43,2 milhões por ano. Também poderão receber individualmente até R$ 3 milhões para aquisição de equipamentos e realização de obras e reformas na área física do pronto-socorro, con-forme necessidade e aprovação de proposta encaminhada ao Ministé-rio da Saúde.

O SOS Emergências deverá funcio-nar articulado com os demais ser-viços de urgência e emergência que compõem a rede Saúde Toda Hora, coordenada pelo Ministério da Saú-de e executada pelos gestores esta-duais e municipais em todo o País. Esses serviços englobam Samu 192, UPAs 24h, Salas de Estabilização, serviços da atenção básica e Me-lhor em Casa.

HOSPITAIS PARTICIPANTES A ação tem início em 12 hospitais de grande porte:

• Hospital da Restauração (Recife-PE)

• Hospital de Urgências (Goiânia-GO)

• Instituto Dr. José Frota (Fortaleza-CE)

• Hospital de Base (Distrito Federal-DF)

• Hospital João XXIII (Belo Horizonte-MG)

• Grupo Hospitalar Conceição (Porto Alegre-RS)

• Hospital Estadual Roberto Santos (Salvador-BA)

• Santa Casa e Hospital Santa Marcelina (São Paulo-SP)

• Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (Pará)

• Hospital Miguel Couto e Hospital Albert Schweitzer (Rio de Janeiro-RJ)

Page 14: Revista I Ministério da Saúde e Municípios

15Juntos pelo Acesso Integral e de Qualidade à Saúde

Ministério da Saúde vem inves-

tindo e reforçando ações para

ampliar a capacidade do SUS de

atendimento aos usuários

O Ministério da Saúde ampliou em 66% a quantidade de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) credenciados ao SUS em nove anos. Entre 2003 e 2011, o número passou de 12,6 mil leitos para 18,1 mil. O investimento nesse pe-ríodo foi superior a R$ 604,2 milhões – somente em 2011 foram R$ 167,3 mi-lhões. A previsão para 2012 é de supe-rar a média dos anos anteriores.

Para assegurar a criação de novos lei-tos no SUS, o ministério tem criado incentivos para estimular os hospi-tais credenciados a ampliar a número de vagas na rede pública.

Também houve aumento no creden-ciamento de leitos obstétricos, que passou de 50.364, em 2005, para 61.939, em 2010, correspondendo a um aumento de 23% no período. Essa medida reforça a Rede Cegonha, estratégia que visa qualificar ações no SUS, desde o pré-natal até a aten-ção ao parto, incluindo o nascimento, pós-parto e o desenvolvimento da criança até dois anos. Até abril de 2012, dos 27 unidades da federação, apenas Santa Catarina e Rondônia não aderiram ao Rede Cegonha.

SERVIÇOS - A rede hospitalar brasilei-ra conta com 6,9 mil hospitais. Desse total, mais de 5 mil estabelecimentos atendem aos usuários do SUS, o que corresponde a 72% da rede. Essa am-pla rede de serviços oferece um total de 476.385 leitos de internação, se considerada as redes pública e priva-da. Especificamente para o SUS, são 331,4 mil leitos gerais, sendo 46% proveniente dos hospitais públicos. Além das entidades públicas, as va-gas do SUS provêm também de uni-dades privadas ou beneficentes.

Criação de vagas de uTi em alta

R$ 550 milhões para reduzir tempo de espera por cirurgias eletivasO Ministério da Saúde definiu uma nova estratégia para aumentar no País o número de cirurgias eletivas – procedimentos de média comple-xidade que podem ser agendados com antecedência, como catarata, tratamento de varizes e retirada de amígdalas. Os estados e o Distrito Fe-deral receberam adicional de R$ 550 milhões para a realização desses pro-cedimentos até o fim de 2012.

Os recursos estão sendo aplicados nas especialidades de maior deman-da e naquelas escolhidas pelos ges-tores locais conforme a realidade

de sua região. Além disso, do total, R$ 50 milhões serão destinados aos municípios com 10% ou mais de sua população em situação de extrema pobreza. Com esse incremento, o Mi-nistério da Saúde quer, além de am-pliar o número de cirurgias, melhorar o atendimento à população e reduzir o tempo de espera por atendimento no SUS. Os resultados dessas ações já podem ser percebidos. Houve um aumento de 65% na quantidade de cirurgias eletivas realizadas em 2011, comparado com 2010. No ano passa-do, o SUS realizou 345.834 cirurgias. Em 2010, foram 209.613.

Page 15: Revista I Ministério da Saúde e Municípios

16 Ministério da Saúde e Municípios

Cuidado e carinho na casa do pacienteAté 2014, programa vai ter mil

equipes de atenção domiciliar

atuando no País. Investimento so-

mará R$ 1 bilhão

Pessoas com necessidade de rea-bilitação motora, idosos, pacientes crônicos sem agravamento ou em situação pós-cirúrgica terão assis-tência multiprofissional gratuita em seus lares, com cuidados mais pró-ximos da família.

Em 2012, o Ministério da Saúde vai repassar a municípios e estados R$ 8,6 milhões às equipes de atendi-mento e manutenção dos serviços.

O Melhor em Casa cria novo padrão de qualidade no atendimento do SUS. Com implantação gradativa, o atendimento é feito por médicos, enfermeiros, técnicos em enferma-gem e fisioterapeutas. Outros pro-fissionais (fonoaudiólogos, nutri-cionistas, odontólogos, psicólogos

e farmacêuticos) podem compor as equipes de apoio.

Atualmente, 189 equipes multipro-fissionais de atenção domiciliar e 79 equipes de apoio estão em 43 mu-nicípios e 14 estados. Cada equipe atende, em média, 60 pacientes por mês, simultaneamente.

ATENDimENTO – A ação é executada pelo Ministério da Saúde em parce-ria com secretarias municipais e es-taduais de saúde. O programa está articulado com as Redes de Atenção à Saúde (Saúde Mais Perto de Você e Saúde Toda Hora), lançadas pelo Governo Federal para ampliar a as-sistência, respectivamente, na aten-ção básica e em casos de urgência e emergência no SUS.

As equipes de atenção domiciliar são contratadas pelos gestores munici-pais e estaduais de saúde. Elas de-vem estar integradas às centrais de regulação, facilitando a comunicação necessária entre hospitais, UPAs, UBS e equipe de atenção domiciliar da região onde mora o paciente.

O atendimento à população é du-rante toda a semana (de segunda a sexta), 12 horas por dia e, em regi-me de plantão, nos fins de semana e feriados.

EXPANSÃO – Até 2014, serão im-plantadas em todas as regiões do país mil equipes de atenção domici-liar e outras 400 equipes de apoio.

O Ministério da Saúde investirá R$ 1 bilhão para custear o atendi-mento dessas equipes. Os recursos também poderão ser utilizados para manutenção dos serviços (compra de equipamentos, aquisição de me-dicamentos e insumos).

PÚBLICO-ALVO• Pessoas com necessidade

de reabilitação.• Idosos.

• Pacientes crônicos sem agravamento.

• Pacientes em recuperação pós-cirurgia.

FUNCIONAMENTO • Serviços integrados às cen-

trais de regulação.

• Cada equipe atende, em média, 60 pacientes simul-taneamente.

PERFIL DAS EQUIPES

• Equipes de atenção domici-liar: médicos, enfermeiros, técnicos/auxiliares de en-fermagem e fisioterapeuta.

• Equipes de apoio: fisiote-rapeuta, fonoaudiólogo, nutricionista, odontólogo, psicólogo, farmacêutico, terapeuta ocupacional e assistente social.

O CUIDADO EM CASA• Pacientes terão visitas re-

gulares das equipes – fre-quência é definida con-forme o estado clínico de cada paciente.

• Retaguarda para atendi-mento de urgência em caso de necessidade.

Equipes serão integradas às

centrais de regulação,

facilitando a comunicação

com hospitais, UPAs e unidades

básicas

Page 16: Revista I Ministério da Saúde e Municípios

17Juntos pelo Acesso Integral e de Qualidade à Saúde

Viver Sem Limite beneficia pessoas com deficiência

Programa expande rede especializada em reabilitação

Ministério da Saúde investirá

R$ 1,4 bilhão em ações para me-

lhorar a qualidade de vida de cer-

ca de 45 milhões de brasileiros

O Ministério da Saúde é um dos 15 órgãos envolvidos nas ações do Viver Sem Limite – Plano Nacional dos Di-reitos da Pessoa com Deficiência, lan-çado em 17 de novembro de 2011, pela presidenta da República, Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto.

O programa, coordenado pela Secre-taria de Direitos Humanos, visa aten-der os cerca de 45 milhões de brasi-leiros – 23,9% da população – que possuem algum tipo de deficiência.

O objetivo é promover a cidadania e o fortalecimento da participação da pessoa com deficiência na socie-dade, promovendo sua autonomia, eliminando barreiras e permitindo o acesso e o usufruto, em bases iguais, a bens e serviços disponíveis a toda a população.

Com investimento de R$ 1,4 bi-lhão, de um total de R$ 7,6 bilhões, o eixo da saúde ampliará ações de prevenção às deficiências, criação de um sistema nacional para o mo-

nitoramento e a busca ativa da tria-gem neonatal, com maior número de exames do Teste do Pezinho e a inclusão do Teste da Orelhinha e do Teste do Olhinho.

O ministério também está estrutu-rando a Rede de Atenção à Saúde da Pessoa com Deficiência SUS, que será um conjunto de serviços, ações e estratégias de saúde para garantir a assistência integral a quem necessita deste tipo de atendimento.

A rede promoverá ações de reabilita-ção em todos os pontos de atenção: unidades básicas, estabelecimentos e serviços de saúde especializados em deficiência e serviços de urgência. Além disso, terá apoio das oficinas ortopédicas, fundamentais à quali-dade das órteses, próteses e meios auxiliares de locomoção (OPM).

Uma das novidades é a criação dos Centros Especializados de Reabili-tação (CERs), que serão implanta-dos a partir de 2012. Os CERs são serviços que agregam tecnologia para atender várias modalidades de reabilitação de modo integrado para os diferentes tipos de defici-ência, com qualidade e efetividade no cuidado.

Até 2012, está prevista a criação de 45 CERs, além da qualificação dos já existentes. Para facilitar o acesso da pessoa com deficiência aos lo-cais de reabilitação, serão ofertados transporte à saúde nos CERs. A meta

inicial é de aquisição de 88 veículos adaptados para o transporte de pes-soas com deficiência.

Do valor investido pelo Ministério da Saúde, R$ 949 milhões serão destina-dos ao fornecimento de órteses, pró-teses e meios auxiliares de locomo-ção, procedimentos de manutenção e materiais especiais. O valor será investido no período 2012-2014. Iné-dito no SUS, o aporte permitirá aos usuários constante conservação do material. Além disso, o ministério promoverá, a cada dois anos, a atu-alização da lista de itens oferecidos para evitar sua defasagem.

Page 17: Revista I Ministério da Saúde e Municípios

18 Ministério da Saúde e Municípios

Em 2011, o Ministério da Saúde in-

vestiu R$ 2,1 bilhões no setor, rea-

lizando mais de 15 milhões de exa-

mes papanicolau e mamografia

Até 2014, o Ministério da Saúde vai investir R$ 4,5 bilhões para fortalecer o Plano Nacional de Prevenção, Diag-nóstico e Tratamento do Câncer de Colo do Útero e de Mama – uma am-pla estratégia para expandir a assis-tência oncológica no País. Só no ano passado, o SUS realizou 11,3 milhões de exames preventivos do câncer do colo uterino (papanicolau) e 3,9 mi-lhões de mamografias. O ministério fechou 2011 com um investimento de R$ 2,1 bilhões no setor – em 2010, este valor foi de R$ 1,9 bilhão.

Foram priorizados os cânceres de mama e do colo do útero – segun-do e terceiro tipos de câncer que mais afetam a mulher brasileira, respectivamente –; buscando am-pliar o acesso a exames preventivos e tratamento de lesões precursoras e iniciais. Em 2012, foram identifica-

Assistência e prevenção do câncer são prioridades na rede SuS

dos 260 mil casos de câncer em mu-lheres – 27% de mama (52.680) e do colo do útero (17.540).

Em 2011, o Governo Federal investiu na ampliação dos serviços. Com re-cursos de R$ 1,3 milhão, foram assi-nados 11 convênios para criação de Serviços de Referência para o Diag-nóstico e Tratamento do Câncer de Colo do Útero (SRC) nos estados de Pernambuco, Acre, Tocantins, Ron-

dônia, Sergipe, Mato Grosso e Minas Gerais e mais sete con-vênios para ampliação dos Serviços de Referên-cia para o Diagnóstico do Câncer de Mama (SDM) com os estados de Mi-nas Gerais, Ceará, Pernambuco, Ron-dônia, Sergipe e Tocantins. O investi-mento para ampliação do SDM foi de R$ 5,1 milhões no ano passado.

Grupo vai avaliar a qualidade dos exames Especialistas do Ministério da Saúde e das sociedades médicas iniciaram, em março deste ano, a coordena-ção de um conjunto de medidas voltadas à melhoria e ao acompa-nhamento da qualidade das mamo-grafias. Todos os locais que realizam mamografias devem seguir as nor-mas que regulamentam a prática, previstas na Portaria no 531/2012, que institui o Programa Nacional de Qualidade em Mamografia (PNQM).

O esforço é para estruturar um programa nacional de monitora-

mento da qualidade dos serviços de diagnóstico por imagem que realizam mamografia tanto no SUS quanto na rede privada.

A ideia é que, todo ano, sejam con-solidados e publicados relatórios nacionais com os resultados do programa em todo o País.

Outra nova medida inserida na es-tratégia nacional de ampliação do rastreamento do câncer de mama é a criação de Unidades Móveis de Mamografia. São unidades volan-

tes que percorrerão, a partir deste ano, todos os municípios do País para realização de mamografias em mulheres na faixa etária de 50 a 69 anos.

As mamografias realizadas nas unidades móveis serão enviadas via satélite para uma central de laudos de referência para que um médico radiologista avalie e emi-ta um laudo em até 24 horas. As unidades móveis devem ter capa-cidade de fazer até 800 mamogra-fias/mês.

Page 18: Revista I Ministério da Saúde e Municípios

19Juntos pelo Acesso Integral e de Qualidade à Saúde

Proporção de mamografias aumenta no PaísAumentou a proporção de brasilei-ras que se submeteu ao exame de mamografia nos últimos dois anos. Foram 73,3%, contra 71,2%, em 2006. Os números são da última pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crô-nicas por Inquérito Telefônico (Vigi-tel 2011). O levantamento também mostra bons resultados quanto à prevenção ao câncer de colo do úte-ro: nos últimos três anos, cerca de 80% das brasileiras fizeram o exame de citologia oncótica, mais conheci-do como “papanicolau”.

Ainda de acordo com o Vigitel 2011, quanto mais baixa a escolarida-de da mulher, menor é a frequên-cia da realização dos dois exames. O percentual das entrevistadas, com mais de 12 anos de estudo, que fizeram a mamografia foi de 87,9%, quase 20% a mais do que as mulheres com até oito anos de es-colaridade (68,5%).

Já em relação ao papanicolau, 89,6% das mulheres, com 12 ou mais anos de estudo, realizaram o exame, 12,7% a mais do que as mulheres com até oito anos de escolaridade (76,9%).

AçÕES – Em março de 2011, o Gover-no Federal lançou o Plano Nacional de Prevenção, Diagnóstico e Trata-mento do Câncer de Colo do Útero e de Mama. O programa prevê ações de fortalecimento da rede de pre-venção, diagnóstico e tratamento do câncer de mama e do câncer de colo do útero, que receberão investimen-tos de R$ 4,5 bilhões até 2014.

No ano passado, o SUS ampliou em 22% os recursos para assistência oncológica no País. O Ministério da Saúde fechou o ano com investimen-to de R$ 2,2 bilhões no setor – em 2010, o valor foi de R$ 1,8 bilhão. Esse aumento de investimento serviu para ampliar e qualificar a assistência aos pacientes em hospitais públicos e privados que compõem o SUS, es-pecialmente para os tipos de cân-cer mais frequentes, como fígado, mama, linfoma e leucemia aguda.

O Programa Nacional de Controle do Câncer de Mama prevê ampliar a cobertura de mamografia em mu-lheres de 50 a 69 anos, aumentar o percentual de mamografia de qualidade e aumentar a propor-ção de mulheres com diagnóstico

de câncer que iniciam tratamento em até 60 dias – reduzindo a mor-talidade. A maior parte das ações está prevista na Portaria nº 530, que estabelece o Programa Nacio-nal de Qualidade em Mamografia. O objetivo é estruturar um progra-

ma nacional de monitoramento da qualidade dos serviços de diagnós-tico por imagem que realizam ma-mografia tanto no Sistema Único de Saúde quanto na rede privada.

Saúde investe R$ 505 milhões em radioterapiaO Ministério da Saúde vai investir R$ 505 milhões na rede de unida-des oncológicas do SUS. Os recursos vão ser aplicados em infraestrutura (R$ 325 milhões) e na compra de aceleradores lineares, equipamen-tos de alta tecnologia usados em radioterapia, além de outros aces-sórios (R$ 180 milhões).

Serão adquiridos 80 aceleradores no período de cinco anos, o que vai ex-pandir o acesso a, no mínimo, 28,8 mil pacientes, anualmente. A empre-sa estrangeira que vai fornecer este aparelho deverá, em contrapartida, instalar uma fábrica do equipamento no Brasil, prevista para 2015.

A ideia é facilitar a manutenção dos aceleradores lineares, que, atual-mente, precisam ser enviados anu-almente ao exterior para este fim. Além disso, o funcionamento de uma fábrica de aceleradores lineares no País vai facilitar a compra e a distri-buição de mais unidades do produto futuramente. Além de reduzir a vul-nerabilidade do SUS e a dependência de importações, a medida contri-bui também para a persecução das políticas nacionais voltadas para o desenvolvimento do País, com a es-truturação de um sistema produtivo sólido que viabilize o acesso univer-sal da população brasileira a tecnolo-gias e produtos de qualidade.

A manutenção nacional dos produtos vai movimentar internamente R$ 20 milhões em serviços por ano, gerando benefícios para a economia do País.

Em 2011, 73,3% das mulheres

brasileiras se submeteram ao exame de mamografia

Page 19: Revista I Ministério da Saúde e Municípios

20 Ministério da Saúde e Municípios

Programa oferece atendimento

humanizado desde a confirmação

da gravidez até os primeiros dois

anos de vida do bebê

O Governo Federal garantiu R$ 9,4 bilhões, até 2014, para qualificar a rede de assistência à mulher e ao bebê no SUS, por meio da Rede Ce-gonha. A estratégia é composta por um conjunto de medidas que visa ofertar atendimento adequado, seguro e humanizado, desde o pla-nejamento familiar, passando por confirmação da gravidez, pré-natal e parto, aos dois primeiros anos de vida do bebê. Até o mês de abril, 25 estados e 2.731 municípios já ha-viam iniciado o processo de adesão à estratégia.

O Ministério da Saúde já liberou R$ 213 milhões para custeio das pri-

Rede Cegonha: atenção integral à mulher e ao bebê

meiras ações previstas nos planos dos seguintes estados: Bahia, Pará, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Ja-neiro e Pernambuco. Esses recursos incluem o custeio de Casas da Ges-tante, Bebê e Puérpera, Centros de Parto Normal e Maternidades e qua-lificação de leitos de Unidades de Cuidados Intensivos (UCIs) e UTIs, Canguru e leitos obstétricos para atenção à gestante de alto risco de municípios que compõem as regiões prioritárias para a implantação da Rede Cegonha em cada estado.

Também foram destinados outros R$ 25 milhões para o componente pré-natal da Rede Cegonha para 228 municípios de 13 estados. Municí-pios que já finalizaram seus planos de ação da estratégia começam a receber recursos para a implantação do componente pré-natal. Os investi-mentos deverão custear a ampliação na oferta dos novos exames do com-

ponente, incluindo o teste rápido de gravidez, além de qualificar serviços e profissionais da atenção básica.

Outra novidade é a inclusão do exa-me de eletroforese de hemoglobina para detecção da anemia falciforme na Rede Cegonha como exame de rotina para todas as gestantes. Essa ação privilegia mulheres negras pelo fato de a anemia falciforme ser mais prevalente nelas.

Realização do teste rápido de gravidez em uma UBS

Realização de con-sultas e exames

Pedido do auxílio--deslocamento

Gestante de alto risco terá acompa-nhamento em ma-ternidade de refe-rência

Gestante já sabe onde terá o bebê

Ela tem direito a um acompanhante de livre escolha e poderá optar pelos Centros de Parto Normal, que ofere-cem ambiente mais acolhedor para esse momento

Acompanhamen-to por uma equipe médica

Se necessário, a gestante poderá ser encaminhada para a Casa da Gestan-te, Bebê e Puérpe-ra para continuar o acompanhamento

Realização de con-sultas e exames de rotina até os dois anos de idade

COMO FUNCIONA A REDE CEGONHA

Programa terá investimento de R$ 9,4 bilhões

até 2014

Confirmação Pré-natal Parto Pós-parto Recém-nascido

Page 20: Revista I Ministério da Saúde e Municípios

21Juntos pelo Acesso Integral e de Qualidade à Saúde

Outra ação inovadora é que o Minis-tério da Saúde avaliará a qualidade dos serviços prestados às gestantes assistidas pelo SUS. A Ouvidoria vai realizar contatos telefônicos com as mulheres que tiveram filhos com perguntas sobre qualidade da assis-tência à saúde durante o pré-natal, o parto e o pós-parto.

Os números dos telefones serão ob-tidos nos formulários de Autorização para Internação Hospitalar (AIH), ins-trumento utilizado pelo Ministério da Saúde para avaliar as ações e os serviços do SUS. A AIH, preenchida pelos profissionais de saúde no mo-mento da internação, é ferramenta essencial para gestão dos hospitais e controle de gastos públicos.

A pesquisa será realizada pela Ou-vidoria Nacional do SUS. Desta for-ma, o ministério pretende conhecer o nível de satisfação das gestantes quanto ao atendimento recebido. A partir desses resultados, serão gerados relatórios de avaliação do atendimento, posteriormente en-viados aos gestores locais.

Outro grande destaque da Rede Cegonha é o auxílio financeiro para deslocamento. Toda gestan-te atendida no SUS deverá rece-ber o benefício de até R$ 50 de apoio ao deslocamento para rea-lização das consultas de pré-natal e do parto. Em 2012, um milhão de gestantes (mais de 40% das gestantes usuárias do SUS) de-vem receber o benefício. Até 2013, a meta é alcançar todas as grávidas (2,4 milhões).

Auxílio financeiro para ir até a maternidadeTodas as gestantes que estão fazendo o pré-natal no SUS po-derão receber o valor de até R$ 50. Para isso, os municípios de-vem estar inseridos na estratégia Rede Cegonha e ter implantado o Sistema de Monitoramento e Avaliação do Pré-Natal, Parto, Puerpério e Criança (SISPRENA-TAL WEB).

Na primeira consulta de pré-na-tal, a gestante deverá assinar o

requerimento que autoriza o pa-gamento do apoio deslocamento. O benefício será pago em duas parcelas de R$ 25. Para receber o valor integral (R$ 50), a gestante deverá fazer o requerimento até a 16ª semana de gestação. A se-gunda parcela será paga após a 30ª semana de gravidez. As ges-tantes que solicitarem o benefí-cio após 16ª semana de gestação só terão o direito a uma parcela de R$ 25.

Gestantes avaliam atendimento na rede pública

Page 21: Revista I Ministério da Saúde e Municípios

22 Ministério da Saúde e Municípios

Com 23.397 cirurgias realizadas

em 2011, País ultrapassou, pela

primeira vez, a marca de 10 doa-

dores por milhão de pessoas

O Brasil é referência para o mundo inteiro quando o assunto é trans-plantes. Atualmente, 95% das ci-rurgias no País são realizadas pelo SUS, de forma totalmente gratuita à população. O Brasil atingiu a mar-ca de 23.397 transplantes em 2011, um novo recorde no setor. Em uma década, mais que dobrou o número de cirurgias – o aumento foi de 124% em relação a 2001, quando foram re-alizados 10.428 procedimentos.

Acompanha esse crescimento o nú-mero de doações de órgãos. Foram registradas 2.207 doações no ano passado, contra 1.896 em 2010, o que representa um avanço de 16,4% em um ano – a maior variação em quatro anos.

Transplantes dobram em dez anos

NÚMERO DE TRANSPLANTES

INVESTIMENTOS

DOAÇÃO DE ÓRGÃOS

Em 2011, o Brasil teve o maior au-mento anual em números de trans-plantes da década, com 2.357 cirur-gias a mais que em 2010.

A média de acréscimo na década foi de 1,2 mil procedimentos por ano. O SUS oferece assistência integral ao paciente transplantado, incluin-do exames periódicos e medica-mentos pós-transplante. A meta até 2015 é atingir a média de 15 doado-res por milhão de população. Hoje, a marca é de 11,4 doadores.

O Sistema Nacional de Transplantes (SNT), coordenado pelo Ministério da Saúde, conta com rede integrada em 25 estados e no Distrito Federal, onde funcionam Centrais de Noti-ficação, Captação e Distribuição de Órgãos. O investimento na manuten-ção e no crescimento dessa rede em 2011 foi de R$ 1,3 bilhão – quatro ve-zes mais que o total de recursos alo-cados para o setor em 2003, quando foram destinados R$ 327,85 milhões.

mais informações: http://snt.datasus.gov.br

10.428 11.203 12.722

14.175 15.570 15.788

17.305 18.989

20.253 21.040 23.397

0

5.000

10.000

15.000

20.000

25.000

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

327,85 409,4

526,6 602,9

713,1 824,2

990,51 1,1

1,3

milhõesmilhões

milhões milhõesmilhões

milhõesmilhões

bilhões

bilhões

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

1.350

1.693

1.896

2.207

2.000 - 4.000

2008

2009

2010

2011

Page 22: Revista I Ministério da Saúde e Municípios

23Juntos pelo Acesso Integral e de Qualidade à Saúde

Os órgãos que mais impulsionaram o desempenho dos transplantes no Brasil nos últimos dez anos foram fí-gado, pulmão e rim, com índices de crescimento de 176%, 96% e 84%, respectivamente. Coração e pâncre-as registraram aumento de 11% e 38% na década.

O transplante de coração é um dos mais complexos e existe uma verda-deira corrida contra o tempo nesta cirurgia. O tempo de isquemia do órgão – período em que este pode ficar fora do corpo humano – é de apenas quatro horas. Para o rim, por exemplo, este prazo é de 24 horas. Além disso, os avanços nos medicamentos para pessoas com problemas cardíacos reduziram a in-

Fígado, pulmão e rim puxam crescimento

Em 2011, 54 centros credenciados

dicação do transplante, geralmente último recurso para sobrevivência e qualidade de vida do paciente.

No caso do transplante de pâncre-as, o procedimento é usado em um público específico, como casos de

diabete crônica. Em alguns pacien-tes, a cirurgia é feita de forma con-junta com o rim. Os transplantes de tecidos e células (medula óssea e córnea) também registraram percen-tuais de crescimento muito. altos – cerca de 140%.

o Ministério da Saúde autorizou, em 2011, 54 novos centros de transplantes e credenciou 72 no-vas equipes para realização do procedimento. Do total, 16 novos centros e 11 novas equipes pas-saram a funcionar no Norte e no Nordeste do País para ampliar e diversificar a realização do pro-

cedimento nessas regiões. Atual-mente, estão em funcionamento 680 centros e 1.074 equipes.

Nesse mesmo período, foram criadas 35 novas Organizações de Procura de Órgãos (OPOs), além de outras 16 em fase de implan-tação. Atualmente, 60 OPOs estão

em funcionamento no País. Essas organizações atuam nos hospi-tais para informar as centrais de transplantes sobre a captação de órgãos. Além disso, cerca de 720 profissionais foram capacitados para o diagnóstico da morte ence-fálica, a retirada, a conservação e o implante de órgãos.

O estímulo à realização de mais trans-plantes no SUS ganha reforço com a criação de novos incentivos financei-ros para hospitais que realizam cirur-gias na rede pública. Com as novas regras, estabelecimentos que fazem quatro ou mais tipos de transplantes poderão receber um incentivo de até 60% em relação ao gasto com os pro-cedimentos de transplantes já pagos.

Para os hospitais que fazem três tipos de transplantes, o recurso será de 50% a mais do que é pago atualmen-te. Nos casos das unidades que fazem

Procedimentos têm incentivo de até 60%dois ou apenas um tipo de transplan-te, será pago 40% e 30% acima do va-lor, respectivamente. O impacto para 2012 é de R$ 217 milhões.

O incentivo é dado para elevar a re-alização de transplantes mais com-plexos, como os de coração, fígado e pulmão. Os hospitais que fazem transplante de rim terão ainda um reajuste específico de 30% para esti-mular a realização dos procedimen-tos e a redução do número de pesso-as que aguardam pelo órgão. O valor pago para transplantes de rim de

doador falecido sobe de R$ 21,2 mil para R$ 27,6 mil. Nos casos de trans-plante de rim de doador vivo, o valor sobe de R$ 16,3 para R$ 21,2 mil.

Outra novidade é que, além do pa-gamento já feito pelos transplantes no SUS, o Ministério da Saúde dará um incentivo a mais para a manu-tenção do paciente que necessitar ficar em UTI, incremento para a internação de pacientes que re-querem tempo mais prolongado de hospitalização, quando há compli-cações graves.

Page 23: Revista I Ministério da Saúde e Municípios

24 Ministério da Saúde e Municípios

Crack, É Possível Vencer terá in-

vestimentos federais de R$ 4 bi-

lhões até 2014 em ações de pre-

venção, cuidado e autoridade

Lançado em dezembro do ano pas-sado, o programa Crack, É Possível Vencer vai destinar R$ 4 bilhões para o combate à droga em todo País nos próximos três anos. Deste montante, R$ 2 bilhões estão desti-nados ao cuidado aos dependentes químicos. O projeto funciona por meio de adesão dos estados que, em conjunto com o Ministério da Saúde, definem as prioridades de cada região.

Até maio deste ano, cinco estados já haviam aderido ao programa. Per-nambuco, Alagoas, Rio de Janeiro,

Ministério financia mais 13.518 leitos para enfrentar o crack

Rio Grande do Sul e Bahia foram os primeiros nesta ordem.

Ao todo, o programa prevê a criação de 13.518 novos leitos para usuários de álcool e drogas. Estes, serão distribuídos da seguinte forma: 1.400 nos Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Dro-gas 24 horas (CAPS AD), 3.508 em enfermarias es-pecializadas e 8.610 em Unidades de Acolhimento Transitório (UATs) – para entender como funcionam os equi-pamentos, ver quadro.

Para abertura dessas novas vagas, serão construídos nos próximos três anos 175 CAPS AD 24h, 308 Consul-tórios nas Ruas e 574 UATs – entre unidades adulto e infantil.

Além disso, o Ministério da Saúde abriu edital para contratação de pro-jetos formativos, que contribuam para a reinserção social de pessoas

com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e ou-tras drogas, a serem desen-volvidos por instituições que prestem serviços em regime de residência, como as co-

munidades terapêuticas.

Podem participar do edi-tal entidades privadas sem fins lucrativos que

exerçam atividades de natureza continuada na área de saúde e que comprovem ter desenvolvido, duran-te os últimos três anos, atividades voltadas a recuperação de usuários de drogas. Serão destinados R$ 100 milhões para esses projetos, que vão durar 12 meses.

REDE CONTE COM A GENTE

Meta: 308 unidades em 2014

Investimento: R$ 152,4 milhões

Porta de entrada do usuário em estado crítico, conta com profis-sionais que fazem intervenções em seu contexto, incluindo locais de uso público de drogas.

Consultórios nas Ruas

Meta: 175 novos centros em 2014

Investimento: R$ 432 milhões

Oferecem tratamento continuado a dependentes químicos e familiares. Paciente tem livre trânsito, poden-do sair e voltar da unidade.

CAPS AD 24h

Meta: 308 novas unidades até 2014

Investimento: R$ 128,8 milhões

Possuem caráter residencial transitório e funcio-nam 24 horas por dia, todos os dias. Funcionam de forma articulada com os CAPS. Pacientes per-manecem por até seis meses.

Meta: Números de leitos serão definidos de acordo com a demanda anual

Investimento: 100 milhões em 2012 (valor pode aumentar em 2013 e 2014)

Projetos desenvolvidos em regime de residência que contribuem para a reinserção social de de-pendentes de crack, álcool e outras drogas.

Comunidade Terapêutica

uATs

CONSULTÓRIO DE RUA

Page 24: Revista I Ministério da Saúde e Municípios

25Juntos pelo Acesso Integral e de Qualidade à Saúde

Medida inclui também a criação

de 150 leitos hospitalares especí-

ficos para pacientes com síndro-

mes coronarianas agudas

Os pacientes que sofrem de infarto agudo do miocárdio contam agora com novas opções de tratamento pelo Sistema Único de Saúde. O Mi-nistério da Saúde incorporou mais quatro medicamentos para diag-nóstico, cuidado e prevenção de infarto, um investimento anual de R$ 34,9 milhões.

Novos medicamentos para infartoEntre as novidades está a inclusão dos medicamentos Tenecteplase e Alteplase. Usados na terapia trombo-lítica, que consiste no uso de remé-dios para dissolução do coágulo que surge na artéria e provoca o infarto, os dois ajudarão a reduzir as compli-cações e a mortalidade prematura na rede pública. Estes dois medicamen-tos poderão ser usados pelas equi-pes médicas do Samu 192, nas UPAs 24h e nos hospitais do SUS.

Além dos trombolíticos, pacientes do SUS passarão a receber também o Clopidogrel, que previne a forma-

ção de coágulos e diminui o risco de novos infartos, e o teste tropo-nina, usado para diagnóstico rápido do infarto.

A entrada dos tratamentos no rol de procedimentos do SUS foi assegurada pela Portaria nº 2.994, assinada em dezembro de 2011, com o uso previs-to a partir de janeiro deste ano.

NOVO PROTOCOLO – Para garantir a eficácia no uso, a incorporação dos medicamentos será acompa-nhada da implantação de novo pro-tocolo clínico para síndromes coro-narianas agudas, além da expansão da rede de atendimento com a cria-ção de 150 leitos específicos para esses pacientes.

A maioria das mortes por infarto ocorre nas primeiras horas de ma-nifestação da doença – 65% dos óbitos ocorrem na primeira hora e 80% até 24 horas após o início do infarto. Em 2010, o Brasil teve mais de 324 mil óbitos causados por do-enças cardiovasculares.

O Ministério da Saúde ampliou, também, a assistência às vítimas de Acidente Vascular Cerebral (AVC). Publicada em março, a Portaria no 664/2012, que estabelece novo pro-tocolo de assistência ao paciente com AVC isquêmico e hemorrágico, traz a incorporação do trombolítico alteplase e a estruturação dos ser-viços habilitados para assistência às vítimas de AVC.

No Brasil, em 2011, foram realizadas 172.298 internações por AVC (is-quêmico e hemorrágico). Em 2010, foram registrados 99.159 óbitos por AVC. De acordo com o documento, a Linha do Cuidado do AVC deve in-cluir, necessariamente, a rede básica

de saúde, Samu 192, unidades hos-pitalares de emergência e leitos de retaguarda, reabilitação ambulato-rial, ambulatório especializado, pro-gramas de atenção domiciliar, entre outros aspectos.

VANTAGENS – O medicamento será fornecido pelos hospitais habilitados e ajudará a reduzir os riscos de se-quelas e de mortalidade. O Alteplase diminui em 31% o risco de sequelas do AVC, isso significa a recuperação do quadro neurológico de mais pa-cientes comparando com aqueles que não recebem o tratamento com Alteplase. O atendimento em unida-de de AVC com o uso do Alteplase poderá reduzir em até 18% a morta-

lidade e 29% a chance de o paciente ficar dependente de outra pessoa para as atividades diárias.

iNVESTimENTOS – Até 2014, serão investidos R$ 437 milhões para am-pliar a assistência a vítimas de AVC. Do total de recursos, R$ 370 milhões vão financiar leitos hospitalares. Se-rão criados 1.225 novos leitos nos 151 municípios onde se localizam os 231 prontos-socorros, responsá-veis pelo atendimento de urgência e emergência especializado em AVC. A abertura dos novos leitos será defini-da entre o Governo Federal, com es-tados e municípios. Outra parcela, R$ 96 milhões, será aplicada na oferta do tratamento com o uso de Alteplase.

Assistência a pacientes com AVC é aperfeiçoada

ÓBITOS POR AVC

67000

69000

71000

2008 2009 2010

70.232

68.942

68.372

Page 25: Revista I Ministério da Saúde e Municípios

26 Ministério da Saúde e Municípios

Programa proporciona bolsas de

especialização em instituições de

ensino localizadas em áreas com

carência de profissionais

O Ministério da Saúde oferece incen-tivos aos profissionais que desejam atuar em bairros carentes e cidades do interior do País. Um deles é o Programa de Valorização dos Profis-sionais na Atenção Básica (Provab), que prevê benefícios para atuar nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) do Sistema Único de Saúde.

A expectativa é ampliar a assistência aos usuários do SUS que têm dificul-dades para acessar serviços de saú-de nessas localidades e, com isso, reduzir as desigualdades regionais relacionadas à presença e perma-nência desses profissionais à dispo-sição da população.

O programa teve início em março de 2012. Desde então, 1.228 prefeitu-ras solicitaram médicos para atua-rem na atenção básica. Na ocasião, 1.460 médicos se inscreveram e

todos foram selecionados. As con-tratações por parte dos municípios ainda estão em curso. Informações preliminares apontam que 460 mé-dicos já estão trabalhando nas cida-

Provab leva médicos para as regiões que mais precisam

Médicos bem avaliados terão

bônus de até 10% nos exames de

residência

des, e aproximadamente 140 estão em processo de contratação.

Durante a atuação nas unidades de saúde, os profissionais serão tuto-riados pelas instituições de ensino superior participantes, que darão suporte presencial e a distância por meio do programa Telessaúde, co-ordenado pelo Ministério da Saúde para a oferta da chamada “segunda opinião” na assistência aos pacien-tes do SUS. O programa prevê a teleassistência e a teleducação em saúde, com destaque para a aten-ção básica.

Além disso, médicos que tiverem boa avaliação de desempenho terão pon-tuação adicional de até 10% na nota dos exames de residência médica que estiverem cursando, para o pri-meiro ano de atuação. Para os enfer-meiros e dentistas, há maior facilida-de na oferta de emprego e alocação.

Page 26: Revista I Ministério da Saúde e Municípios

27Juntos pelo Acesso Integral e de Qualidade à Saúde

Para estimular a atuação de odon-tólogos, enfermeiros e médicos na atenção básica, o Ministério da Saú-de vai ofertar bolsas de especiali-zação para atuação em municípios onde há carência de profissionais. A ação também foca os profissio-nais selecionados pelo Programa de Valorização da Atenção Básica (Pro-vab), que atuarão nos pequenos municípios, em áreas de extrema pobreza e nas periferias das gran-des cidades.

Com duração de um ano, a espe-cialização terá jornada de 40 ho-ras semanais – 32 em serviço nas unidades básicas e oito teóricas, sob supervisão de universidades parceiras do programa. Estas insti-

tuições darão suporte presencial e a distância por meio do programa Telessaúde, coordenado pelo Mi-nistério da Saúde.

O edital traz o detalhamento de como os interessados podem ter acesso às bolsas, o valor, as instituições envol-vidas e o procedimento para par-ticipar de curso de especialização teórico-prático em atenção básica. As aulas começarão em maio.

A especialização, que incluirá os con-teúdos do Programa Nacional de Me-lhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ) e do Índice de Desempenho do SUS (IDSUS), será certificada pela Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS).

Dentistas e enfermeiros terão curso de especialização em atenção básica

Desequilíbrio regional é desafio

mais informações: http://provab.saude.gov.br

O Ministério da Saúde desenvolve diversas ações educacionais em parceria com o Ministério da Edu-cação com a finalidade de comba-ter os desequilíbrios regionais na oferta de especialistas. O Plano Nacional de Qualidade na Edu-cação Médica é um deles, e está sendo elaborado para estabelecer metas de qualidade, quantidade e distribuição da oferta de vagas de

graduação e residência médica de forma equânime pelo País. A meta do Governo Federal é financiar 4 mil novas vagas de residência até 2014 e até 2022 garantir uma vaga na residência para cada formando.

Nesse sentido, já está em curso o Programa Nacional de Apoio à Formação de Médicos Espe-cialistas em Áreas Estratégicas

(Pró-Residência), que oferece bol-sas de residência médica em áreas definidas como prioritárias para o SUS e carentes de determinados especialistas, como pediatria, ne-onatologia, medicina de família e comunidade, entre outras. Cria-do em 2009 pelo Ministério da Saúde, também em parceria com o Ministério da Educação, o pro-grama já ofereceu 2 mil bolsas de residência médica e contou com um investimento de R$ 29 milhões desde seu lançamento.

Pelo Pró-Residência, serão lança-dos 60 novos programas de resi-dência médica em regiões com dificuldade de fixação de profis-sionais, com criação de bolsas em especialidades estratégicas – 70% delas distribuídas pelas regiões Norte, Nordeste e Cen-tro-Oeste, localidades que en-frentam maior dificuldade para contratar e fixar médicos.

Ano Vagas autorizadas

2010 1261

2011 1731

2012 2445

Total de instituições 231

Total de residentes cadastrados 1795

PRÓ-RESIDêNCIA

Page 27: Revista I Ministério da Saúde e Municípios

28 Ministério da Saúde e Municípios

médico pode abater dívidas do FiES se atuar em áreas carentesMedida estimula que profissionais

optem por residência em locais

onde há falta de médicos. O abati-

mento pode chegar a 100%

O Governo Federal avançou em mais uma iniciativa para levar médicos para as regiões que mais carecem desse profissional em 2011. O profis-sional que opta por atuar na atenção básica em um dos 2.282 municípios definidos pelo Ministério da Saúde tem abatimento de até 100% do cré-dito com o Fundo de Financiamento ao Estudantil (FIES). Já os recém--formados que optam por fazer resi-dência médica em uma das 16 áreas prioritárias definidas têm extensão do prazo de carência do FIES. O pro-grama atingirá entre 8 mil a 9 mil alu-nos de medicina.

As medidas fazem parte de uma am-pla estratégia do Ministério da Saú-

Especialidades contempladas

Anestesiologia

Cancerologia (cirúrgica, clínica e pediátrica)

Cirurgia geral

Clínica médica

Geriatria

Ginecologia e obstetrícia

medicina de família e comunidade

medicina intensiva

Medicina preventiva e social

Neurocirurgia

Patologia

Pediatria

Psiquiatria

Radioterapia

Traumatologia e Ortopedia

Portaria alcança 41% dos municípiosEntre os municípios contemplados na portaria, estão Autazes (AM), Caetés (PE), Campos Lindos (TO), Cristal do Sul (RS) e Iporanga (SP) (ver tabela). Eles foram definidos com base nos critérios: população em extrema pobreza; população beneficiária do Bolsa Família; popu-lação rural. A quantidade de muni-cípios selecionados representa 41% do total de municípios brasileiros e estão contempladas todas as regi-ões do País. Em cada estado estão incluídos, no mínimo, 10% de seus municípios com os maiores graus de carência e dificuldade de retenção de médico para integrar as equipes de saúde da família.

O investimento na atenção básica é fundamental para promoção da

saúde e prevenção de doenças mais graves, evitando que a população precise recorrer a serviços mais com-plexos com o agravo das enfermida-des. Esta iniciativa firma a atenção básica como principal porta de en-trada ao SUS. Diversos estudos mos-tram que o investimento na atenção básica reduz significativamente o nú-mero de internações.

Os médicos que ingressam em equi-pes de Atenção Básica nas regiões prioritárias, após um ano de traba-lho, têm 1% ao mês de abatimento na dívida do FIES. Ou seja, depois de um ano e mais 100 meses atuando nesses municípios (o equivalente a pouco menos de dez anos), os mé-dicos quitam sua dívida com o Fies, inclusive os juros.

de de combate aos desequilíbrios regionais na oferta de especialistas e na atenção básica. Estão contem-pladas áreas, como anestesiologia, cancerologia, geriatria e neuroci-rurgia, entre outras (ver tabela) que são consideradas escassas e de difícil contratação. As áreas prioritárias de atuação desses especialistas serão cirurgia do trauma, medicina de ur-gência, neonatologia e psiquiatria da criança e da adolescência. Elas foram definidas considerando as políticas públicas estratégicas para o SUS, que abrangem a Rede Cegonha, a Rede de Urgência e Emergência e a Rede Oncológica, bem como as áreas em que se identificou carência na oferta de formação de especialistas.

Os municípios são os responsáveis pela contratação dos médicos. As con-tratações são realizadas diretamente entre médicos e gestores municipais, de acordo com os mecanismos de contratação de cada município.

O médico deve estar cadastrado no Sis-tema de Cadastro Nacional dos Estabe-lecimentos de Saúde (SCNES) e, ainda, informar ao Ministério da Saúde, por meio de formulário digital próprio, disponibilizado pelo Departamento de Atenção Básica, o início, o término e as eventuais interrupções de sua atuação no município priorizado.

Page 28: Revista I Ministério da Saúde e Municípios

29Juntos pelo Acesso Integral e de Qualidade à Saúde

Segunda opinião médica é garan-

tida por tecnologias de informa-

ção e comunicação. Investimento

na rede soma R$ 70 milhões

Os profissionais de saúde do Siste-ma Único de Saúde podem contar com ferramentas tecnológicas para ajudar no atendimento de pacien-tes. O Telessaúde Brasil Redes ofe-rece teleconsultoria a distância às equipes de Atenção Básica, utili-zando tecnologias de informação e comunicação. Nas localidades onde o Telessaúde Brasil foi implantado, em 60% a 80% dos casos foi evitado o encaminhamento dos pacientes para atendimento em outro serviço de saúde.

O programa permite que profissio-nais troquem informações sem sair dos postos de atendimento, por meio de videoconferências e internet. Com isso, há relevante impacto financeiro, além da ampliação do acesso e das

melhorias na resolubilidade da aten-ção à saúde prestada à população.

Em 2012, a expansão da rede foi re-forçada, com o investimento de R$ 70 milhões no programa até o fim de 2012 e consequente aumento contí-nuo do número de municípios bene-ficiados e teleconferências realizadas.

A ferramenta, que abrange desde as regiões mais distantes até os grandes

Telessaúde qualifica diagnósticocentros de pesquisa e referência, per-mite o acesso à chamada “segunda opinião médica”, além da discussão de casos com equipes multiprofissionais. Isso evita deslocamentos desnecessá-rios do paciente, qualifica o diagnósti-co e permite a educação permanente dos profissionais de saúde, auxiliando a população atendida do SUS com diagnósticos ágeis e precisos.

RESuLTADOS E EXPANSÃO – Já fo-ram realizadas em torno de 47 mil teleconsultorias nos núcleos de te-lessaúde espalhados por 1.001 mu-nicípios de 23 estados: Amazonas, Ceará, Goiás, Pernambuco, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Acre, Mato Grosso do Sul, Tocan-tins, Espírito Santo, Bahia, Sergipe, Rio Grande do Norte, Alagoas, Piauí, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Dis-trito Federal e Paraná. Existem, ao todo, 1.563 pontos localizados em Unidades de Saúde da Família (atin-gindo 6.658 equipes), além de ou-tros 723 pontos extras.

Programa permite que

profissionais troquem informações sem

sair dos postos de atendimento

O paciente é atendido pela equipe de Saúde da Família na Unidade Básica de Saúde próxima à sua residência, que pode se

localizar em grandes centros, no interior ou mesmo em áreas remotas.

Se a equipe precisa de uma segunda opinião profissional para confirmar ou complementar

o diagnóstico, pode se comunicar por webconferência com médicos e outros profissionais

localizados nos núcleos de telessaúde em diversos estados brasileiros.

Com essas ferramentas, a equipe de Atenção Básica consegue resolver cerca

de 80% dos casos – assim, o pacientetem acesso ao diagnóstico e tratamento

adequados no menor tempo possível, além de não ser removido para

outras unidades de saúde sem necessidade.

COMO FUNCIONA O TELESSAÚDE

Page 29: Revista I Ministério da Saúde e Municípios

30 Ministério da Saúde e Municípios

Vigitel demonstra mudança nos

hábitos dos brasileiros e compro-

va crescimento dos fatores de ris-

co para doenças crônicas

O excesso de peso e a obesidade aumentaram nos últimos seis anos no Brasil. De acordo com o estudo, a proporção de pessoas acima do peso no Brasil avançou de 42,7%, em 2006, para 48,5%, em 2011. No mesmo período, o percentual de

obesos subiu de 11,4% para 15,8%. O problema do excesso de peso en-tre a população masculina começa cedo. 29,4% dos homens entre 18 e 24 anos já estão acima do peso ideal. Quando chegam à faixa etária supe-rior, idades entre 25 e 34 anos, esse número quase dobra, atingindo 55%.

O aumento exponencial dos per-centuais de obesidade em curto espaço de tempo assusta. Se entre os homens de 18 a 24 anos, apenas 6,3% são obesos, entre os de 25 e

Quase metade da população brasileira está acima do peso

O percentual de homens sedentários no Brasil passou de 16%, em 2009, para 14,1%, em 2011. Em 2009, 16% dos homens foram classificados

Sedentarismo diminui entre homenscomo fisicamente inativos. Se com-parados com as mulheres, os ho-mens também se destacam. 39,6% se exercitam regularmente, enquanto

entre as mulhe-res a frequência é 22,4%.

A Vigitel revela, também, que quanto maior a escolaridade, menor o seden-tarismo. 42,1% da população com mais de 12 anos de estudo

pratica algum tipo de atividade físi-ca. O percentual diminui para menos de um quarto da população (24%) para quem estudou até oito anos.

No entanto, a tendência percebida é de aumento de sedentários com o aumento da faixa etária. Se 60,1% dos homens entre 18 e 24 anos pra-ticam exercícios como forma de la-zer, este percentual reduz para me-nos da metade aos 65 anos (27,5%). Na população feminina, as propor-ções são semelhantes em todas as faixas etárias, variando entre 24,6% (entre 25 e 45 anos) e 18,9% (maio-res de 65 anos).

2006

2007

2008

2009

2010

2011

EXCESSO DE PESO

43%

43%

44%

47%

48%

49%

2009 2010 2011

15,5

16,0

15,0

14,5

14,0

13,5

13,0

12,5

12,0

15,6

14,2 14,0

%

INATIVIDADE FÍSICA

OBESIDADE

34 anos, a frequência de obesidade quase triplica (17,2%).

O envelhecimento também tem forte influência nos indicativos fe-mininos. Um quarto das mulheres entre 18 e 24 anos está acima do peso (25,4%). A proporção aumen-ta 14 pontos percentuais na pró-xima faixa etária (25 a 34 anos de idade), atingindo 39,9% das mu-lheres. Já entre as brasileiras de 45 a 54 anos, esse número mais que dobra (55,9%).

Page 30: Revista I Ministério da Saúde e Municípios

31Juntos pelo Acesso Integral e de Qualidade à Saúde

O consumo abusivo de bebida al-coólica – ingestão em uma mesma ocasião de quatro ou mais doses para mulheres e cinco ou mais doses para homens, em um período de 30 dias – é maior entre as pessoas com mais de 12 anos de estudo (20,1%) do que entre os que estudaram até oito anos (15,9%). Entre as mulhe-res, a diferença foi ainda mais con-siderável, variando de 11,9% para as mulheres com 12 anos ou mais de estudo a 7,6% para aquelas com até oito anos de estudo.

De acordo com a pesquisa, ao consi-derar a população em geral, sem dis-tinção de sexo, a frequência do con-sumo abusivo de bebidas alcoólicas

O percentual de fumantes passou de 16,2% para 14,8% nos últimos seis anos. A frequência é menos da metade do índice de 1989, quando a Pesquisa Nacional de Saúde e Nutri-ção (PNSN), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontou 34,8% de fumantes na população.

Outro bom motivo para comemo-rar é a diminuição dos homens que fumam mais de 20 cigarros por dia, o chamado fumo pesado. A pro-porção passou de 6,3% para 5,4% nos últimos seis anos. Ações de

Consumo excessivo de álcool aumenta com escolaridade

Tabagismo segue em queda

no período de 30 dias foi de 17%. A proporção entre os homens é qua-se três vezes maior (26,2%) do que em mulheres (9,1%).

O percentual nacional não sofreu variação desde a primeira edição da pesquisa realizada em 2006. Os números também apresentaram diferença em relação à idade. A fre-quência de consumo abusivo de bebi-da alcoólica foi maior entre os jovens de 18 a 24 anos (20,5%). Na popula-ção com idade a partir de 65 anos, essa proporção é de apenas 4,3%.

Em relação às diferenças entre os sexos, observa-se que o percen-tual de homens com idade entre

18 e 24 anos que relataram consumo abu-sivo de álcool (30,3%) é qua-se três vezes maior do que quando com-parado às mu-lheres nesta mesma faixa etária (11,5%).

As Doenças Crônicas Não Trans-missíveis (DCNT) representam um dos maiores desafios de saúde pública mundial. Além da ameaça à qualidade de vida de milhões de pessoas, elas geram grande im-pacto econômico. No Brasil, elas respondem por 72% das mortes registradas, o correspondente a 742.779 vítimas por ano.

Para mapear os fatores de riscos que a população brasileira está exposta e subsidiar o planejamen-to de políticas públicas preven-tivas eficazes no enfrentamento às DCNT, o Ministério da Saúde promove, desde 2006, a pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel).

A Vigitel é realizada pelo Minis-tério da Saúde em parceria com o Núcleo de Pesquisas Epidemio-lógicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo (Nu-pens/USP). Cerca de 54 mil adul-tos são entrevistados, 2 mil pes-soas em cada capital brasileira e também no Distrito Federal.

Pesquisa anual traz diagnóstico

20

15%

10

52006 2007 2008 2009 2010 2011

16 17 18 19 18 17

ABUSO DE ÁLCOOL

2006

2007

2008

2009

2010

2011

%

FUMANTES

0 6 12 18

16,217

1616

15,1

14,8

combate ao ta-baco estão en-tre as priorida-des do Governo Federal.

Uma série de medidas para reduzir a atrati-vidade do cigar-ro vem sendo liderada pelo Ministério da Saúde, como a proibição da publicidade do tabaco, a adesão à Convenção--Quadro para o Controle do Tabaco de 2005, o aumento das alíquotas

dos impostos e a proibição dos fu-módromos. A expectativa é chegar a 2022 tendo reduzido a frequên-cia de fumantes para 9% na popu-lação adulta.

Page 31: Revista I Ministério da Saúde e Municípios

32 Ministério da Saúde e Municípios

Ministério da Saúde estabelece

meta de 4 mil polos até 2014. Re-

passes são feitos para os fundos

municipais de saúde

O Programa Academia da Saúde, lan-çado pelo Governo Federal em 2011, tem o objetivo de promover hábitos saudáveis entre a população, por meio da oferta de espaços adequa-dos para a prática de atividade física que devem estar diretamente ligados aos serviços públicos de saúde (Uni-dades de Básicas de Saúde). A ideia surgiu a partir de cinco exemplos de academias bem-sucedidas situadas nas cidades de Vitória (ES), Recife (PE), Aracajú (SE), Belo Horizonte (MG) e Curitiba (PR). O programa é coordenado pelo Ministério da Saú-de e funciona por meio de adesão dos municípios.

Academia da Saúde incentiva a prática de atividades físicas

O programa faz parte das estratégias desenvolvidas no Plano de Ações Es-tratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis no Brasil, lançado em abril de 2011 e com metas até 2022. Do objetivo de construir 4 mil polos até 2014, já foram habilitadas para construção 1.684 academias. Outras 323, que não entram na meta, receberam recursos para construção prove-nientes de emendas parlamentares. Assim, atualmente, temos um to-tal de 2.007 polos habilitados para construção em todo o País. O valor do incentivo varia de acordo com o tipo de modalidade. São elas: bási-ca (R$ 80 mil/polo), intermediária (R$ 100 mil/polo) e ampliada (R$ 180 mil/polo). Só em 2011, o Ministério da Saúde destinou R$ 186 milhões para incentivos de construção. Além destas academias, 154 unidades que já existiam em 95 municípios foram

incorporadas ao programa Academia da Saúde e passam a receber, cada uma, custeio de R$ 36 mil anuais.

A partir das habilitações, através de portarias, cada município contem-plado passa a receber 20% do valor total previsto para a totalidade do projeto, cujas obras devem ser fina-lizadas em até 24 meses. Para rece-ber as outras parcelas de recursos, o gestor municipal deverá apresentar os documentos solicitados pelo Mi-nistério da Saúde, comprovando a conclusão das etapas da obra.

Para cada polo do Programa Acade-mia da Saúde será obrigatório o ca-dastramento de profissionais de saú-de de nível superior na quantidade mínima de um profissional com carga horária semanal de 40 horas ou dois profissionais com carga horária míni-ma individual de 20 horas semanais.

Page 32: Revista I Ministério da Saúde e Municípios

33Juntos pelo Acesso Integral e de Qualidade à Saúde

Contra a obesidade, alunos são orientados para dieta mais saudávelFoco do Ministério da Saúde na

melhoria da alimentação escolar

visa combater o avanço da obesi-

dade infantil

Profissionais de saúde e da educação avaliaram e orientaram estudantes de 5 a 19 anos em 22 mil escolas públicas do País. As equipes do Programa Saú-de da Família, coordenado pelo Mi-nistério da Saúde, pesaram, mediram e calcularam o Índice de Massa Cor-pórea (IMC) de mais de 5 milhões de alunos em 1.938 municípios. Além de orientações nutricionais, os profissio-nais encaminharam os estudantes que apresentaram excesso de peso para as Unidades Básicas de Saúde.

Essa medida integrou a 1a Semana de Mobilização Saúde na Escola, que aconteceu em março deste ano, e teve como tema a obesidade em crianças e adolescentes. Essa é uma das ações previstas no PSE que, em dezembro de 2011, recebeu investimentos de R$ 118,9 milhões referentes aos 2.495 municípios que aderiram à estratégia e se comprometeram a implementar ações de promoção, prevenção, edu-cação e avaliação das condições de saúde das crianças e dos adolescentes nas escolas. Já os municípios que ade-riram à Semana de Mobilização Saúde na Escola (1.938) receberam incentivo extra de R$ 558 por equipe de Saúde da Família, totalizando R$ 10 milhões.

As ações no combate à obesidade in-fantil não se resumem apenas às es-colas públicas. Em abril, um acordo assinado na semana do Dia Mundial da Saúde levou às lanchonetes das instituições de ensino privadas (do básico ao médio) opções de lanches mais saudáveis. A medida, toma-da pela primeira vez no Brasil, tem como objetivo atingir cerca de 6,5 milhões de estudantes em todo País.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, mais de 1 bilhão de pessoas no mundo está acima do peso ideal. No Brasil, quase metade da população, 48,5%, está acima do peso (Vigitel 2011).

Atualmente, muitas crianças e adolescentes têm apre-sentado altas taxas de colesterol, pressão alta, diabe-tes e doenças do coração, enfermidades que até então eram caracterizadas como de adultos (OMS, 2004).

Em algumas regiões do Brasil, cerca de 15% das crian-ças brasileiras são obesas. E algumas cidades apre-sentam 30%, ou mais, de crianças e adolescentes com sobrepeso (RG NUTRI ON LINE, 2006). O consumo de frutas, legumes e verduras evita doenças, como câncer, doenças do coração, etc. (BRASIL, 2005).

Estima-se que a obesidade infanto-juvenil tenha au-mentado 240% nas últimas décadas (TALAMONI, 2005).

ALERTA PARA EXCESSO DE PESO INFANTIL

Page 33: Revista I Ministério da Saúde e Municípios

34 Ministério da Saúde e Municípios

Governo faz acordo para produção de alimentos com redução de sódio Documento estabelece redução

gradual de sódio entre os alimen-

tos mais consumidos pelo público

infanto-juvenil

Para melhorar a dieta do brasileiro, Ministério da Saúde e indústria ali-mentícia firmaram o compromisso de reduzir, gradualmente, o uso do sódio em 16 categorias de alimentos até 2014, com aprofundamento das me-didas até 2016. A parceria, firmada em 2011, contempla produtos como batatas fritas e batata palha, pão fran-cês, bolos prontos, salgadinhos de mi-lho, maionese e biscoitos recheados.

A intenção é oferecer alimentos in-dustrializados mais saudáveis e pre-venir a ocorrência de doenças na população, sobretudo, entre os mais jovens. O sódio está presente no sal de cozinha e seu consumo excessivo está associado a uma série de do-enças crônicas, como hipertensão arterial, problemas cardiovas-culares, distúrbios re-nais e cânceres.

O Ministério da Saúde estima a retirada do mercado, até 2014, de 3.957 toneladas de sódio somente com a redução do sal no pão francês. Se adicionar os valores previstos de redução para o macar-rão instantâneo, o pão de forma e a bisnagui-nha, a estimativa sobe para 5.588 toneladas.

A recomendação de consumo máxi-mo diário de sal pela OMS é de me-nos de cinco gramas por pessoa (o equivalente a quatro colheres rasas de café). Porém, dados do IBGE reve-

lam que o consumo do brasileiro ul-trapassa mais do que o dobro do re-comendado, ficando em 12g diários, aproximadamente.

Entre os adolescentes de 14 a 18 anos, os dados são ainda mais preocupan-

tes. Mais de 90% consomem acima do valor recomendado. O consumo de biscoitos doces é 2,5 vezes maior do que o ingerido por adultos. O de salgadinhos chega a sete vezes mais e o de biscoitos salgados é 50% maior do que a faixa etária mais elevada.

Acordo deve retirar do

mercado mais de 3,9 mil toneladas de sódio somente com a redução no

pão francês

Page 34: Revista I Ministério da Saúde e Municípios

35Juntos pelo Acesso Integral e de Qualidade à Saúde

O acordo com a indústria também induzirá a redução do número de internações no País e a melhoria da qualidade de vida da popu-lação hipertensa. Uma pesquisa realizada com mais de 54 mil bra-sileiros em 2011 revelou que a hipertensão arterial atinge 22,7% da população adulta. Se o consu-mo de sódio for reduzido para a recomendação diária, os óbitos

menos sal, mais saúde por acidente vascular cerebral di-minuirão em 15% e as mortes por infarto em 10%. Ainda estima-se que 1,5 milhão de brasileiros não precisaria de medicação para hi-pertensão e a expectativa de vida dos hipertensos seria aumentada em até quatro anos.

O acordo firmado pelo Ministério da Saúde inclui a Associação Bra-

sileira das Indústrias de Alimenta-ção (Abia), a Associação Brasileira das Indústrias de Massas Alimen-tícias (Abima), a Associação Bra-sileira da Indústria do Trigo (Abi-trigo) e a Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Con-feitaria (Abip). A indústria utiliza esse mineral por causa do sabor e da sua função conservante que dá aos produtos.

O acordo é voluntário e não prevê multas ou penalidades. Porém, o termo de compromisso estabelece o acompanhamento das informações da rotulagem nutricional dos produtos e as análises laboratoriais de produtos coletados no mercado e da utilização dos ingredientes à base de sódio pelas indústrias. Além do Ministério da Saúde e das associações da indústria alimentícia, o acordo foi assinado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

ATUAL720mg/100g

META529mg/100g

BATATA FRITA/PALHA

- 5% ao ano até 2016

ATUAL1.220mg/100g

(salgados)490mg/100g

(doces)600mg/100g(recheados)

META699mg/100g

(salgados)359mg/100g

(doces)265mg/100g(recheados)

BISCOITOS

- 7,5% a - 19,5% ao ano até 2014

ATUAL463mg/100g

METAentre*

204mg/100g e

332mg/100g

* Meta varia conforme o po de bolo

BOLOS PRONTOS

- 7,5% a - 8% ao ano até 2014

ATUAL1.567mg/100g

META1.052mg/100g

- 9,5% ao ano até 2014

ATUAL1.288mg/100g

META747mg/100g

SALGADINHOS DE MILHO

- 8,5% ao ano até 2016

ATUAL568mg/100g

META334mg/100g

(aerados) 250mg/100g(cremosos)

MISTURAS PARA BOLOS

- 8% a - 8,5% ao ano até 2016

ATUAL648mg/100g

META586mg/100g

- 2,5% ao ano até 2014

PÃO FRANCÊS

COMPROMISSO DA INDÚSTRIA

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36 Ministério da Saúde e Municípios

Fica estabelecida em 300% a alíquo-ta do Imposto sobre Produtos Indus-trializados (IPI) para o cigarro. Com o reajuste do imposto e o estabele-cimento de um preço mínimo, o ci-garro subirá cerca de 20%, em 2012, chegando a 55%, em 2015.

Depois de aprovada no Congresso, por sugestão do Ministério da Saúde, a presidenta Dilma vetou o artigo que permitia a propaganda institucional de fabricantes de tabaco em even-tos. O artigo vetado ia totalmente de encontro com os compromissos in-ternacionais assumidos pelo Brasil, em especial a Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco.

A lei é um grande avanço no combate ao tabagismo, já que deve contribuir para frear o consumo de cigarros no País. A combinação do aumento

do tributo com

Nova lei eleva preço do cigarro e proíbe fumódromos

uma regra de preço mínimo ataca as duas frentes para a redução do con-sumo: preço de um lado e combate à pirataria do outro. Medidas como es-sas reforçam a liderança do Brasil no enfrentamento das doenças crônicas não transmissíveis.

Além de todas as ações regulatórias, o Governo Federal também investe em ações educativas. O Ministério da Saúde incluiu o tabagismo no Plano de Ações Estratégicas para o Enfren-

tamento de Doenças Crô-nicas não Transmis-

síveis no Brasil (2012-2022).

Conforme pre-visto no Plano, a expectativa é chegar a 2022 ten-do reduzido a fre-quência de fuman-tes de 15% para 9% na população adulta.

A Lei do Fumo, que contou com

o apoio do Ministério da Saúde,

pretende frear o avanço de doen-

ças ligadas ao tabagismo

O Ministério da Saúde foi o principal apoiador na aprovação da nova Lei do Fumo pelo Congresso Nacional. Sancionada em dezembro do ano passado pela presidenta Dilma Rous-seff, a nova legislação estabelece um preço mínimo de venda de cigarro no varejo, aumenta a carga tributária so-bre o produto e proíbe a propaganda nos pontos de venda e o fumo em locais fechados – os fumódromos, se-jam eles privados ou públicos.

Pela nova lei, também fica proibida a propaganda comercial de cigarros nos pontos de venda, sendo permitida somente a exposição dos produtos – desde que acompanhada por mensa-gens sobre os malefícios provocados pelo uso do fumo. Outra obrigato-riedade prevista pela referida lei é o aumento de avisos so-bre os malefícios do fumo, que deverão aparecer em 30% da área frontal do maço de cigarros, a partir de 1º de janeiro de 2016.

Capitais/DF Total Capitais/DF Total Capitais/DF Total

Aracaju 9,4 Goiânia 11 Recife 12,3

Belém 12,5 João Pessoa 9,4 Rio Branco 14,5

Belo Horizonte 15,6 macapá 10,9 Rio de Janeiro 14,1

Boa Vista 13 maceió 7,8 Salvador 8,6

Campo Grande 13,2 manaus 11,9 São Luís 13,2

Cuiabá 16,1 Natal 11,4 São Paulo 19,3

Curitiba 20,2 Palmas 12,5 Teresina 15,3

Florianópolis 14,3 Porto Alegre 22,6 Vitória 11,2

Fortaleza 10,3 Porto Velho 16,6 Distrito Federal 13,5

PERCENTUAL DE FUMANTES

Page 36: Revista I Ministério da Saúde e Municípios

37Juntos pelo Acesso Integral e de Qualidade à Saúde

mais rigor na Lei Seca CONDUÇÃO DE VEÍCULOS APÓS USO DE ÁLCOOL

Desde 2011, foram gastos R$ 204

milhões no atendimento às 155

mil internações registradas na

rede pública de saúde

Pesquisa do Ministério da Saúde realizada com 54.144 pessoas das 26 capitais brasileiras e no Distrito Federal revelou um dado preocu-pante: 4,6% dos entrevistados ad-mitiram dirigir após beber qualquer quantidade de bebida alcoólica. O hábito é mais comum entre os 25 e 44 anos. Para os homens, em qualquer faixa etária, a proporção é maior (8,6%) do que para as mulhe-res (1,2%). Os dados são da pesqui-sa Vigitel 2011.

Com base nesse resultado, o Mi-nistério da Saúde entrou com força total na luta pelo fortalecimento da Lei Seca para a redução de mortes no trânsito. A proposta de “tolerân-cia zero”, aprovada pela Câmara dos Deputados e que agora segue para o Senado, autoriza o uso de teste-munhos, exame clínico, imagens e vídeos como meios de prova para confirmar a embriaguez de motoris-tas, essencial para combater a com-binação trágica entre o álcool e a direção. Além disso, o texto dobra a multa para quem for pego dirigindo

sob influência de álcool ou outras drogas que causam dependência, passando dos atuais R$ 957,70 para R$ 1.915,40.

Medidas legislativas, como o Có-digo de Trânsito Brasileiro e a Lei Seca, têm sido muito importantes para a prevenção dos acidentes de transporte terrestre. Dados do Sis-tema de Informações de Mortalida-de (SIM) revelam números assus-tadores: 40.610 pessoas morreram no trânsito em 2010, um número 24% maior do que o registrado em 2002. Além das vítimas fatais, em 2010 foram registradas 145 mil in-ternações de pessoas vítimas de acidentes de carro e moto, o que representou um gasto total de R$ 190,3 milhões.

Em 2011 esse número cresceu ainda mais. Dados preliminares já apontam aumento de 7% no núme-ro de internações (155 mil interna-ções no SUS). Foram gastos R$ 204 milhões, sem contar o investimento necessário na reabilitação dos pa-cientes, sobretudo a reabilitação física. Com esse valor, o Ministé-rio da Saúde poderia ter investido na construção de 145 Unidades de Pronto Atendimento, com capaci-dade para atender mais de 43 mil brasileiros por dia.

O Sistema Único de Saúde conta com um conjunto de ações de promoção de saúde e prevenção e vigilância de acidentes, violências e seus fatores de risco. Em 2011, os ministérios da Saúde e das Cidades assinaram o Pacto Nacional pela Redução dos Acidentes no Trânsito – Pacto pela Vida. A meta é estabilizar e reduzir o número de mortes e lesões em aci-dentes de transporte terrestre nos próximos dez anos, como adesão ao Plano de Ação da Década de Segu-

Capitais/DF

Tota

l (%

)

mas

culin

o

F em

inin

o

Aracaju 18,3 28,4 10Belém 17,6 25,2 11Belo Horizonte 20,0 30,0 11,6Boa Vista 13,9 19,2 8,6Campo Grande 13,1 20,0 6,9Cuiabá 21,1 31,2 11,7Curitiba 14,3 23,3 6,5Florianópolis 17,2 27,4 7,9Fortaleza 17,3 28,6 8,0Goiânia 16,6 26,7 7,8João Pessoa 17,6 28,4 8,7macapá 18,6 28,9 8,9maceió 19,6 30,9 10,2manaus 15,8 27,7 4,9Natal 17,5 29,8 7,4Palmas 18,6 28,2 8,8Porto Alegre 13,8 20,3 8,4Porto Velho 18,2 27,8 8,8Recife 20,9 29,0 14,3Rio Branco 11,9 19,2 5,3Rio de Janeiro 18,2 25,4 12,2Salvador 23,6 31,3 17,2São Luís 20,2 30,3 11,9São Paulo 13,6 23,8 4,7Teresina 22,9 37,6 10,9Vitória 18,9 25,5 13,3Distrito Federal 15,2 21,3 9,8

Fonte: Vigitel 2011.

Ações preventivas para reduzir mortes no trânsito rança no Trânsito 2011-2020, coor-denado pela OMS.

Já o Projeto Vida no Trân-sito é a resposta brasileira ao convite da OMS para integrar-se a um conjunto de dez países envolvidos no Projeto Trânsito Seguro. Entre 2010 e 2011, o Mi-nistério da Saúde destinou R$ 4,8 milhões para as pri-meiras cidades a implanta-

rem o programa. Até o fim de 2012, o MS investirá mais R$ 12 milhões na ampliação da ação.

Page 37: Revista I Ministério da Saúde e Municípios

38 Ministério da Saúde e Municípios

Dengue afeta menos brasileirosA queda ocorreu nos três primei-

ros meses do ano em relação ao

mesmo período do ano passado –

de 6.638 para 652 casos

As medidas de combate à dengue adotadas pelo Ministério da Saúde demonstram que o Programa Nacio-nal de Controle da Dengue está no caminho certo. O Brasil registrou re-dução de 90% nos casos graves da do-ença nos primeiros três meses deste ano, em comparação com o mesmo período de 2011. Entre 1º de janeiro e 18 de abril, foram registrados 652 ca-sos contra 6.638 no mesmo período do ano passado. Em relação aos casos gerais, a redução foi de 51%. Os ca-sos registrados passaram de 468.986 para 228.714. Em relação aos óbitos, a queda apresentada foi de 82%.

O Ministério da Saúde, no início deste ano, efetuou o repasse de R$ 92,8 milhões para 1.159 municípios selecionados pela Portaria no 2.577 exclusivamente para qualificação das atividades de prevenção e controle da dengue. Os recursos correspon-dem a um acréscimo de 20% do Piso Fixo de Vigilância e Promoção à Saú-de, repassado rotineiramente para estados e municípios, e beneficiaram mais de 100 milhões de pessoas.

Ritmo de queda foi acentuado em 2011O Ministério da Saúde identificou queda de 24% no número de ca-sos confirmados da doença entre os últimos dois anos. Em 2010, mais de um milhão de pessoas fo-ram infectadas por dengue. Já em 2011, a doença acometeu 764 mil pessoas. Em números absolutos, uma queda de 247,5 mil casos. A redução foi ainda maior em re-lação ao registro de casos graves,

O valor tem como foco ações que qualifiquem as atividades de pre-venção e controle da dengue, como garantir o número adequado de agentes para as visitas domiciliares, visitar pelo menos quatro vezes os domicílios do município, efetuar a vi-gilância entomológica e epidemioló-gica – como realizar pelo menos três LIRAa (Levantamento de Infestação do Aedes aegypti) ao ano (janeiro, março e outubro) –, notificar ime-diatamente os óbitos por dengue, garantir atenção ao paciente com insumos e capacitar os profissionais de saúde.

Por meio do Programa Nacional de Controle da Dengue, o Ministério da Saúde apoia e oferece suporte às

ações desenvolvidas nos estados e municípios. Prova disso é o repasse de R$ 1,33 bilhão, em 2011, do Piso Fixo de Vigilância e Promoção à Saú-de, para o financiamento das ações de vigilância e promoção da saúde – para prevenção e o combate às do-enças endêmicas, como chagas, han-seníase e dengue. A previsão de re-passe do piso para 2012 é de R$ 1,72 bilhão, um acréscimo de quase 30% no valor total de recursos.

O programa prevê a aquisição de 2.500 toneladas de larvicidas e 350 mil litros de inseticidas para distri-buição aos estados e municípios, e a compra de 12.717 kits diagnósticos suficientes para processar mais de 1 milhão de amostras.

uma queda de 44% em todo o País. Em 2010, foram confirma-dos 13.755 casos de dengue com complicações. No ano passado, o número de casos graves ficou em 7.744. Seguindo a mesma ten-dência de redução, os óbitos por complicações de dengue também caíram: passaram de 356 em 2010 para 291 em 2011. Portanto, uma baixa de 18%.

Prova dos bons resultados das ações executadas pelo Ministério da Saúde é a queda de 58% nos ca-sos da dengue até o dia 17 de mar-ço deste ano, na comparação com 2011. Foram 109.806 registros contra 261.735 no mesmo perío-do do ano passado. Houve queda também de 94% no número de ca-sos graves em 2012 e, em relação aos óbitos, redução de 95%.

Page 38: Revista I Ministério da Saúde e Municípios

39Juntos pelo Acesso Integral e de Qualidade à Saúde

Casos de malária têm retração de mais de 50% em seis anosEntre 2005 e 2011, casos notifi-

cados passaram de 610 mil para

290 mil. A queda se deve à des-

centralização das ações

O esforço do Ministério da Saúde em controlar e prevenir a malária no País tem demonstrado resultados positivos. Desde 2005, a redução no número de casos registrados em ter-ritório nacional caiu acima dos 50%. Em 2005, o Brasil registrou 610.655 casos. Em 2011, esse número caiu para 290.348 notificações.

Essa queda acentuada nos últimos seis anos é reflexo, principalmente, da descentralização das ações de preven-ção e controle da doença, da inclusão de derivados de artemisina no trata-mento dos pacientes e do atendimen-to em até 72 horas depois do apare-

cimento dos primeiros sintomas. Por outro lado, o engajamento de gesto-res, agentes de saúde e entidades par-ceiras também tem sido fundamental.

Além das atividades programadas, trabalhos pontuais e emergenciais são executados em parceria com estados e municípios. Em 2011, por exemplo, para os locais onde há maior vulnerabilidade à doença, o Ministério da Saúde repassou R$ 15 milhões. O recurso foi utilizado para a instalação de mais de 1 milhão de mosquiteiros com inseticidas.

O ministério também promoveu ou-tras medidas, como o envio de 194 microscópicos para ampliar a rede de diagnósticos da malária, 39 novas ca-minhonetes e 250 mil testes rápidos para diagnóstico da doença subsidia-dos pelo Fundo Global de Luta Con-tra Aids, Tuberculose e Malária.

Entre as ações de prevenção regulares estão: drenagem de áreas alagadas ti-das como de risco, pequenas obras de saneamento para eliminação de cria-douros do vetor, aterro, limpeza das margens dos criadouros, modificação do fluxo da água, controle da vegeta-ção aquática, melhoramento da mo-radia e das condições de trabalho da população e uso racional da terra.

Uma vez diagnosticada, a malária tem tratamento simples. Para cada espécie de plasmódio, há medica-

mentos ou associações de medica-mentos específicos em dosagens adequadas à situação de cada do-ente. O SUS oferece gratuitamente toda a medicação para o tratamento da malária.

Vacina contra a doença está em desenvolvimentoNos últimos 15 anos, foram publica-dos vários ensaios de fase II de va-cinação contra a malária, utilizando antígenos sintéticos ou recombinan-tes de proteínas do parasita. Esses antígenos, se utilizados em uma va-cina, poderiam induzir mecanismos

capazes de diminuir ou mesmo blo-quear os efeitos do parasito e da do-ença no homem.

A busca de vacinas eficazes contra a malária tem sido realizada em várias direções, incluindo estudos com as

muitas formas evolutivas do parasito, os esporozoítos, as formas hepáticas, as formas assexuadas eritrocíticas e os gametócitos. Lamentavelmente, os resultados destes estudos ainda não são satisfatórios para a implanta-ção da vacinação em seres humanos.

Ministério da Saúde

repassou R$ 15 milhões para a compra de mosquiteiros

Fonte: SIM e SIH/SUS, dados sujeitos a alteração.

CASOS NOTIFICADOS

250.000

330.000

410.000

490.000

570.000

650.000

2005 2010 2011

610.655

333.438

290.348

HOSPITALIZAÇÕES

0

5.000

10.000

15.000

20.000

25.000

2005 2010 2011

20.830

9.490

4.394

ÓBITOS

50

70

90

110

130

150

2005 2011

58

122

Page 39: Revista I Ministério da Saúde e Municípios

40 Ministério da Saúde e Municípios

Com maior cobertura vacinal, Brasil reduz em 64% as mortes por gripeVacinação e tratamento preco-

ce impactaram os casos no País.

Em 2012, 30,1 milhões de pessoas

devem ser vacinadas

A ampliação do público-alvo na cam-panha de vacinação contra a gripe e o maior acesso ao medicamen-to reduziram em 64,1% as mortes por agravamento da gripe H1N1 em 2011. Foram 53 óbitos contra 148 no ano anterior. A cobertura vacinal da população-alvo chegou a 84%. Além de idosos e populações indígenas, atendidos desde 1999, foram imu-nizadas crianças entre seis meses e dois anos, gestantes e profissionais da saúde. Também houve redução de 44% das internações.

A meta do Ministério da Saúde para 2012 é imunizar 80% do público-alvo, composto por 30,1 milhões de pes-

soas. Para atingir o objetivo, foram distribuídas 31,1 milhões de doses da vacina e repassados R$ 24,7 mi-lhões do Fundo Nacional de Saúde aos fundos estaduais e municipais. Estes recursos serão usados para cus-tear a infraestrutura das campanhas, a aquisição de seringas e agulhas, o deslocamento de equipes e o mate-rial informativo distribuído. Cerca de 240 mil profissionais do SUS estão envolvidos na ação, que também contará com 27 mil veículos.

TRATAmENTO PRECOCE – Além da va-cinação, o Ministério da Saúde garan-te acesso ao tratamento precoce. Para evitar a propagação do vírus de pesso-as com maior risco, fornece o antiviral Oseltamivir. Todos os estados estão abastecidos com o medicamento.

A recomendação é para as secreta-rias estaduais e municipais de saúde fornecer o medicamento para todos

os hospitais públicos. Em caso de pessoas internadas na rede particu-lar, o medicamento deve ser dispo-nibilizado mediante apresentação de receita médica.

O enfrentamento da primeira onda da pandemia pelo vírus Influenza Pandêmico (H1N1) em 2009 deter-minou esforço de todo o sistema de saúde público para que os casos e óbitos fossem reduzidos.

VACiNA – A vacina é a melhor estra-tégia disponível para a prevenção da influenza e suas consequências, proporcionando impacto direto na diminuição dos casos e gastos com medicamentos para tratamento de in-fecções secundárias, das internações hospitalares e da mortalidade. Das doses distribuídas neste ano, 96% fo-ram produzidas no Brasil – resultado da transferência de tecnologia e da capacitação de laboratórios públicos.

Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) pelo vírus influenza – Casos confirmados*

Região 2010 2011 Variação 2010/2011 (%)

2012* (14/4)

Norte 257 5 -98 7Nordeste 108 20 -81 34Sudeste 180 177 -2 17Sul 165 383 132 10Centro-Oeste 36 13 -64 6Brasil 746 598 -20 74Fonte: Sinan Influenza Web/SVS/MS. Dados atualizados em 19/4/2012.

Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) pelo vírus influenza – Óbitos*

Região 2010 2011 Variação 2010/2011 (%)

2012* (14/4)

Norte 50 3 -94 1Nordeste 25 5 -80 1Sudeste 34 25 -26 1Sul 33 19 -42 1Centro-Oeste 6 1 -83 3Brasil 148 53 -64 7Fonte: Sinan Influenza Web/SVS/MS. Dados atualizados em 19/4/2012.

Page 40: Revista I Ministério da Saúde e Municípios

41Juntos pelo Acesso Integral e de Qualidade à Saúde

incidência por tuberculose cai 15,9% em uma década

pacientes com a doença. Em 2010, 60,1% dos casos novos foram testa-dos para HIV.

Por isso, está sendo desenvolvido o projeto de diagnóstico de tratamen-to da tuberculose entre pessoas que vivem com o HIV em 13 municípios brasileiros, onde mais de 20% dos pacientes com tuberculose estão infectados pelo vírus.

Os investimentos em ações de controle da doença aumenta-ram 14 vezes nos últimos nove anos. Em 2002, os recursos destina-dos ao Programa Nacional de Con-trole da Tuberculose (PNCT) do Mi-nistério da Saúde foram de US$ 5,2 milhões, aumentando para US$ 74 milhões em 2011.

Entre as medidas que estão em curso se destaca a expansão do tratamento diretamente observado – atualmen-te, 71,5% das unidades de saúde ofe-recem este tipo de tratamento – e o aumento na cobertura das Equipes de Saúde da Família. No ano passa-do, 56,3% dos casos de tuberculose foram notificados na atenção básica, sendo que, em 2001, era 25,2%.

Dados do Ministério da Saúde confir-mam que a tuberculose foi elencada como tema prioritário para o Gover-no Federal. Nos últimos dez anos, o Brasil registrou queda de 15,9% na taxa de incidência por tuberculose. Em 2011, foram registrados 36 casos da doença para cada 100 mil habi-tantes contra 42,8 casos, em 2001.

Com relação aos óbitos, a redução foi ainda maior: a taxa de mortalidade caiu 23,4% em uma década. O País registrou 3,1 óbitos para cada grupo de 100 mil habitantes em 2001, pas-sando para 2,4 em 2010.

Além disso, pela primeira vez, os ca-sos de tuberculose foram inferiores a 70 mil no País. O número de ca-sos registrados no último ano caiu 3,54%: foram 71.790 (2010) contra 69.245 (2011).

Apesar dos avanços, a doença ainda preocupa as autoridades de saúde. No País, a tuberculose representa a quarta causa de óbitos por doenças infecciosas e a primeira entre pa-cientes com aids. Por isso, o Ministé-rio da Saúde recomenda que seja re-alizado o teste anti-HIV em todos os

ONu destaca êxito brasileiro

Desafio é identificar 70% dos casos

QUANTO ANTES VOCÊ TRATAR, MAIS FÁCIL CURAR.

PROCURE UMA UNIDADE DE SAÚDE.

O tratamento não pode ser interrompido. É um direito seu garantido pelo SUS.

O Brasil foi reconhecido pela Organiza-ção das Nações Unidas (ONU) por seus esforços para o controle e a redução dos casos de tuberculose no País. O elogio chegou por meio de carta enca-minhada à presidenta Dilma Rousseff pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki--moon. Ele ressaltou os avanços veri-ficados no Brasil por meio do PNCT do Ministério da Saúde e pediu apoio do governo brasileiro para estender estes avanços a outros países.

O principal indicador utilizado para avaliar as ações de controle da tuberculose é o percentual de cura dos novos casos. Uma das metas recomendadas pela OMS é identificar 70% e curar, pelo menos, 85% dos casos, como medida para começar a reverter a situação da tuberculose.

Em 2010, o Brasil detectou 88% dos casos, no entanto, o alcan-ce do percentual recomendado pela OMS para a cura ainda é um desafio. De 2001 a 2004, o País aumentou o indicador de cura, porém – a partir de 2005 – houve uma estabilização, com índices de 73,5%, em 2009, e 70,3%, em 2010.

O PNCT do Ministério da Saúde definiu como prioritária as po-pulações em situação de rua, a carcerária, os indígenas e as pes-soas que vivem com HIV/Aids.

O esforço do Brasil para a diminui-ção dos números da tuberculose também foi reconhecido no Rela-tório Anual da OMS sobre a Tuber-culose (Global Tuberculosis Control - WHO Report, 2011) e na edição de março do Lancet, um dos jornais médicos mais respeitados da Ingla-terra. O periódico destacou que o Brasil, onde a incidência da doença cai há 15 anos, possui um modelo de acesso universal à saúde.

Page 41: Revista I Ministério da Saúde e Municípios

42 Ministério da Saúde e Municípios

Seis vezes mais recursos na indústria de medicamentosMinistério da Saúde investirá R$ 1

bilhão para qualificar laboratórios

públicos e ampliar parcerias para

o desenvolvimento produtivo

Para fortalecer a indústria nacional de medicamentos, o Governo Fe-deral lançou o Programa de Inves-timento no Complexo Industrial da Saúde (Procis), em abril deste ano. Só em 2012, serão investidos R$ 270 milhões na infraestrutura e qualifi-cação de mão de obra de 18 labora-

tórios públicos nacionais. O valor é seis vezes maior do que a média dos últimos 12 anos – R$ 42 milhões. Nos próximos quatro anos, o investimento será da ordem de R$ 2 bilhões, sen-do R$ 1 bilhão do Governo Federal e

R$ 1 bilhão de contraparti-das estaduais. Entre 2000 e 2011, o investimento total do governo foi de R$ 512 milhões. Também está prevista a ampliação das Parcerias para o De-senvolvimento Produtivo (PDPs), com transferência de tecnologia entre labora-tórios privados e públicos.

Ainda em 2012, deverão ser consoli-dadas nove novas PDPs. E a previsão é que, no mínimo, 20 novas parcerias sejam travadas nos próximos qua-tro anos. Essas parcerias abrangem a fabricação de produtos biológicos (para artrite reumatoide, doenças genéticas e oncológicos), medica-mentos para as chamadas “doenças negligenciadas” (que geralmente atingem populações de países menos desenvolvidos e despertam menos interesse da indústria farmacêutica) e equipamentos, principalmente na área de órteses e próteses.

ONCOLÓGiCOS – Entre as ações previstas em 2012 para tornar o País autossuficiente em produtos essenciais à saúde, está a parceria de transferência de tecnologia entre laboratórios privados e os públicos

Farmanguinhos e Instituto Vital Bra-zil, que vão passar a produzir o me-dicamento a partir do segundo ano de execução do acordo, atingindo o pico de produtividade e autossufici-ência em até quatro anos. Os labo-ratórios privados que vão transferir a tecnologia são: Cristália, EMS, La-borvida, Globe Química e Alfa Rio, todos nacionais.

A produção nacional do Mesilato de Imatinibe vai beneficiar os mais de 7 mil brasileiros portadores de leu-cemia mielóide crônica – mais de 6 mil destes recebem tratamento na rede pública. Esta iniciativa vai gerar uma economia de cerca de R$ 70 milhões/ano para o SUS – ape-nas em 2011, o Ministério da Saúde gastou em torno de R$ 200 milhões com a compra deste produto.

Estão previstas

mais nove PDPs em 2012

Parcerias geram redução de gastos públicosAtualmente, há 34 PDPs formaliza-das para a produção de 33 produ-tos finais – sendo 28 medicamen-tos, o DIU, um equipamento (kit de diagnóstico utilizado no pré-natal para identificar múltiplas doenças) e três vacinas. As parcerias envol-vem 37 laboratórios, 12 públicos e 22 privados, nacionais e estrangei-ros. A produção de sete medica-

mentos já começou: antirretroviral Tenofovir; antipsicóticos Clozapina, Quetiapina e Olanzapina; relaxante muscular Toxina Botulínica; imu-nossupressor Tacrolimo; e Rivas-tigmina, usado no tratamento de doença de Alzheimer.

A economia gerada pelas parcerias de medicamentos, insumos e equi-

pamentos é de R$ 550 milhões por ano em compras públicas. Este va-lor – somado à redução de custos gerada por inovação tecnológica e melhor gestão de recursos em va-cinas, negociações e centralização de compras – leva a uma economia geral de R$ 1,8 bilhão por ano (uma economia de divisa esperada de US$ 1 bilhão ao ano).

Page 42: Revista I Ministério da Saúde e Municípios

43Juntos pelo Acesso Integral e de Qualidade à Saúde

Recursos vão para estudos para

fixação de médicos no SUS, tera-

pia celular e doenças negligencia-

das, entre outros

Este ano, o Ministério da Saúde vai incrementar as pesquisas na área de saúde com a injeção de recursos na ordem de R$ 165 milhões. Serão publicados seis editais em diferen-tes áreas: terapia celular, doenças negligenciadas, gestão do trabalho e educação em saúde, pesquisa clí-nica, avaliação de tecnologias e co-ortes (estudos longitudinais). O in-tuito é incentivar pesquisadores a encontrar soluções inovadoras para serem aplicadas no SUS e aprimo-rar o atendimento e a assistência ao usuário.

O conhecimento, a inovação e a in-clusão social são prioridade na atual política nacional de saúde. O obje-tivo é incentivar a independência e autonomia produtiva e tecnológica do País. A maior parte dos recursos está concentrada em duas áreas con-

sideradas prioritárias pela pasta. De um lado, o que há de mais inovador em medicina – a terapia celular, que utiliza células-tronco na recu-peração de órgãos. De outro, uma área “negligenciada” pelos grandes laboratórios privados – as doenças negligenciadas – e que abarca a “in-clusão social” almejada pelo Minis-tério da Saúde.

CÉLuLAS-TRONCO – Além de editais de pesquisa na área, o ministério vai investir R$ 8 milhões para concluir a estruturação de oito Centros de Terapia Celular, que ficarão respon-sáveis pela produção nacional de pesquisa com células-tronco. Atual-mente, a maior parte dos insumos para manipulação das células-tron-co utilizadas nas pesquisas brasilei-ras são importados.

Com esta ação, o governo quer am-pliar o uso da medicina regenerati-va na recuperação de pacientes do SUS, em tratamentos como regene-ração do coração, movimento das articulações, tratamento da esclero-se múltipla.

Pesquisas em saúde recebem incentivos de R$ 165 milhões

Avanço em doenças negligenciadas O Brasil, que já é considerado líder mundial em pesquisas em doenças negligenciadas, pretende dar ainda maior atenção à produção de co-nhecimento nessa área, investindo R$ 20 milhões na criação de uma Rede de Pesquisa em Doenças Ne-gligenciadas, que envolve nove pa-tologias: chagas, dengue, esquistos-somose, hanseníase, helmintíases, leishmanioses, malária, tracoma e tuberculose. Até o fim do ano será publicado edital de pesquisa na área. Os projetos aprovados integra-rão a Rede Nacional de Pesquisa em Doenças Negligenciadas.

O ministério já investia bastante na área, porém, com a rede, duas novas doenças foram incluídas no espectro das contempladas nos editais: a hel-mintíases (espécie de verminose) e a tracoma (inflamação na córnea).

Fixação de médicos – Parte dos re-cursos investidos pelo ministério em 2012 – R$ 3 milhões – vai para a melhoria da gestão do trabalho e da educação em saúde, uma prioridade para o governo. Serão contempladas pesquisas que visem encontrar solu-ções para minimizar a questão da fal-ta de acesso a profissionais de saúde.

Fundação Gates e mS juntosA Fundação Bill & Melinda Gates e o Ministério da Saúde vão in-vestir R$ 14 milhões – a funda-ção entrará com R$ 7 milhões, o ministério com R$ 3,5 milhões e o CNPq com outros R$ 3,5 mi-lhões – em pesquisas inovadoras na área de saúde materna e ne-onatal, alinhadas às prioridades da Rede Cegonha. Serão finan-ciados projetos focados no com-bate ao parto prematuro.

ESTÍMULO AOS PESQUISADORES

R$ 165 milhões para pes-quisas que busquem

soluções em diversas áreas da saúde

R$ 20 milhões para a cri-ação de uma Rede de Pes-quisa em Doenças Negli-genciadas

R$ 8 milhões para concluir a estruturação de oito Cen-

tros de Terapia Celular

R$ 3 milhões para melhoria de gestão do trabalho e da

educação em saúde

Page 43: Revista I Ministério da Saúde e Municípios

44 Ministério da Saúde e Municípios

Regulamentação do Cartão Na-

cional de Saúde, da Lei Orgânica

da Saúde e da EC 29 foram gran-

des conquistas de 2011

A reorganização do SUS foi uma das prioridades do Ministério da Saúde em 2011. Além da regulamentação do Sistema Cartão Nacional de Saú-de (SCNS) – base de dados que per-mite a identificação dos usuários do SUS – foram regulamentadas a Lei Orgânica da Saúde e a Emenda Cons-titucional no 29.

Desde maio do ano passado, quando o Ministério da Saúde regulamentou o SCNS, cerca de 12,6 milhões de cartões já foram distribuídos. Com o novo cartão, será possível, por exem-plo, saber a participação de uma de-terminada pessoa em campanhas de vacinação, se ela foi atendida em um posto de saúde ou se fez exames e ci-rurgias. A meta é implantar o registro eletrônico de saúde em todos os mu-nicípios brasileiros até 2014.

Um mês após o anúncio do cartão, o Decreto presidencial nº 7.508/2011 instituiu mecanismos de controle mais eficazes e instrumentos para que o Ministério da Saúde atue na pactuação e no monitoramento das

ações realizadas na rede pública. O documento regulamenta a Lei Orgâ-nica da Saúde, que entrou em vigor em 1990. A perspectiva é que os ser-viços oferecidos pelo SUS ganhem em qualidade, proporcionando aten-dimento mais rápido e eficiente.

Uma das mudanças introduzidas pelo decreto foi a criação do contrato de ação pública, que definirá as atribui-ções e responsabilidades, inclusive financeiras, dos municípios, dos esta-dos e do Governo Federal na presta-

Qualificar a gestão: prioridade para o ministério da Saúde

Portal ajuda a gerir políticas públicas no município

ção de serviços de saúde, o financia-mento e as metas para cada ação.

Além de propiciar ao Ministério da Saúde a concessão de estímulos financeiros aos que tiverem bom desempenho nos programas e nas ações da saúde, a novidade garante maior segurança jurídica para que municípios, estados e União atuem de forma harmônica e integrada.

Para auxiliar prefeitos e secretários municipais no acompanhamento das principais políticas públicas de saúde, o Ministério da Saúde lançou, em maio deste ano, a Sala de Apoio à Gestão Estratégica (Sage). A nova fer-ramenta, disponível via web na área de Transparência da Saúde (www.transparencia.saude.gov.br), foi or-ganizada com o objetivo de obter e sistematizar informações e dados

produzidos pelo ministério e outras instituições de saúde.

A partir dos diversos sistemas de in-formação da saúde, dados podem ser captados e filtrados por área de interesse, produzindo documen-tos atualizados com as principais ações, diagnósticos e evolução da saúde pública, por município, esta-do e região. Dessa forma, dirigen-

tes e gestores têm maior facilidade e agilidade na tomada de decisões estratégicas e eficientes na área da saúde. Ainda em fase de reestrutu-ração, a Sage passará a apresentar, também, informações agrupadas de acordo com as Redes de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, além dos programas prioritários, com base no PPA 2012-2015 e Plano Na-cional de Saúde 2012-2015.

mais informações: http://www.saude.gov.br

Page 44: Revista I Ministério da Saúde e Municípios

45Juntos pelo Acesso Integral e de Qualidade à Saúde

Além de liberar recursos para estados e municípios, o Ministério da Saúde atua também como órgão fiscalizador por meio do Departamento Nacional de Auditoria do Sistema Único de Saúde (Denasus), componente fede-ral do Sistema Nacional de Auditoria. Nos últimos anos, os trabalhos dos auditores da Saúde aumentaram sig-nificativamente. Entre 2001 e 2011, foram realizadas um total de 10.242 auditorias pelo País.

Em 2001, a quantidade de audito-rias foi de 538, o que representa uma taxa de apenas 1,4 fiscalização ao dia. Já em 2010 foram realizadas 1.562 auditorias – o equivalente a quase 4,4 auditorias por dia. Além disso, ao longo de 2011, o Ministé-rio da Saúde deu início a uma série de fiscalizações inéditas nos serviços oferecidos pelo SUS.

Exemplo disso foi a força-tarefa insti-tuída para avaliar o funcionamento de

todos os mamógrafos do País. A ação, coordenada pelo Denasus, foi adotada como parte do Plano Nacional de Pre-venção, Diagnóstico e Tratamento do Câncer de Colo de Útero e de Mama, lançado em março do ano passado.

Outra grande ação foi a de fiscaliza-ção nas drogarias credenciadas ao

Auditorias do Denasus são intensificadas

maioria das ações parte do Governo Federal

programa Aqui Tem Farmácia Po-pular. A experiência teve início no Distrito Federal e será expandida para as mais de 20 mil unidades em todo o País. A estratégia tem como objetivo fortalecer o programa, ga-rantindo maior controle e transpa-rência, além de aperfeiçoar o aces-so a medicamentos.

Mais da metade das auditorias rea-lizadas em 2011 partiu de iniciativas programadas pelo próprio Denasus. Outra grande parte foi demandada por órgãos vinculados ao próprio Mi-nistério da Saúde, como a Agência Na-cional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Divisão de Convênios, Ouvidoria e se-cretarias de Atenção à Saúde, Executi-va, Gestão Estratégica e Participativa, de Vigilância em Saúde, além da Se-cretaria de Ciência, Tecnologia e Insu-mos Estratégicos do ministério. Além disso, ao longo de 2011 o ministério deu início a uma série de fiscalizações inéditas nos serviços do SUS.

Menos de 10% das auditorias são propostas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) ou Controladoria-Geral da União (CGU).

SAIBA COMO É FEITA UMA AUDITORIA

Em caso de denúncia, o Sistema Nacional de Auditoria (SNA) é acionado. Integrado por serviços de auditoria da União, dos estados e dos municí-pios, o SNA é responsável por verificar a execução dos serviços do SUS.

A primeira fase consiste na coleta das informações sobre o auditado e análise prévia de documentos. A partir daí, os auditores iniciam as ações in loco. Em alguns casos, são realizados diferentes tipos de inspeções.

Em seguida, é elaborado um relatório preliminar, apresentado ao au-ditado, que tem um prazo para apresentar suas justificativas. Os es-clarecimentos são incorporados ao relatório final, que é encaminhado aos gestores locais, conselhos e setores de interesse na auditoria.

Caso sejam constatadas irregularidades, o processo é encaminhado ao Fundo Nacional de Saúde (FNS), que adota procedimento admi-nistrativo de ressarcimento dos recursos utilizados indevidamente. Em outros casos, o processo é encaminhado ao TCU e ao Ministério Público (federal ou estadual).

O SNA tem pedidos de auditoria originados no Ministério da Saúde e nas secretarias de Saúde. Também atua a partir de investigações do Ministé-rio Público, da Polícia Federal, da CGU, do TCU, além de denúncias feitas pela imprensa ou pelos cidadãos através da Ouvidoria Geral do SUS (136).

Page 45: Revista I Ministério da Saúde e Municípios

46 Ministério da Saúde e Municípios

Milhares de pacientes já recebem

em casa a Carta SUS, criada para

melhorar a qualidade dos serviços

e combater desvios de recursos

Criada para ser um novo instrumen-to de comunicação entre o Ministé-rio da Saúde e os usuários do SUS, a Carta SUS permite que os usuários do sistema avaliem o atendimento e os serviços prestados nos hospitais da rede pública ou de unidades con-veniadas. Por meio da correspondên-cia, lançada em novembro de 2011, a população pode enviar críticas e elogios, além de denunciar irregula-ridades, como a cobrança por proce-dimentos realizados na rede pública.

O primeiro lote das cartas começou a ser entregue em janeiro. Desde en-tão, mais de 1,9 milhão de cartas já foram distribuídas para todo o País. Além do questionário para a avalia-ção do paciente, a Carta SUS trará dados como a data da entrada no hospital, o dia da alta e o motivo da

Além da Carta SUS, o usuário pode fazer a avaliação, sem custos, por meio do Disque-Saúde 136. A ligação pode ser feita de telefones fixos, pú-

internação. O usuário poderá confe-rir se os dados estão corretos e cor-respondem ao serviço prestado de fato e ainda conhecerá o custo total da internação. Em caso de suspeitas de irregularidades, são abertas audi-torias para averiguar se houve des-vio de recursos ou má aplicação de verba pública.

Essa medida serve também para o Ministério da Saúde poder incentivar aqueles hospitais que tratam bem os pacientes e têm qualidade de atendimento, além de poder fazer ações em hospitais que tenham baixa qualidade de atendimento.

O envio da Carta SUS é mensal e tem o porte pago, ou seja, sem despesas para o usuário. Estima-se que será enviado, em média, cer-ca de 1 milhão de correspondência por mês. Além de monitorar, avaliar e qualificar o SUS, as cartas têm um papel educativo ao reforçar mensa-gens de campanhas desenvolvidas pelo Ministério da Saúde. Na segun-da remessa o foco foi a prevenção à

blicos ou celulares, de qualquer local do País. A avaliação também está disponível na internet, no Portal Saú-de (www.saude.gov.br).

Carta SUS avalia nível de satisfação do usuário e qualidade do serviço

Ouvidoria passa a atender pelo 136 em todo o PaísA simplificação do telefone da Ou-vidoria antes com dez dígitos e que passou a responder pelo número 136, de mais fácil memorização e uso pela população, faz parte do processo de aprimoramento dos mecanismos de comunicação direta com o cida-dão para aperfeiçoar o atendimento e ampliar a transparência no SUS rea-lizado pelo Ministério da Saúde.

Em 2011, o Disque-Saúde recebeu mais de 3,5 milhões de ligações e disseminou 7,5 milhões de informa-ções. Os temas que geraram maior número de ligações foram Programa Farmácia Popular (23,4%), tabagismo (23%) e aids (9,6%).

aids. Já no primeiro envio, as cartas reforçaram a campanha de combate à dengue. Com o envio das cartas, que será permanente, serão gerados relatórios de avaliação. Em caso de incapacidade do usuário, a Carta SUS pode ser respondida por um familiar ou pessoa próxima do paciente.

Page 46: Revista I Ministério da Saúde e Municípios

47Juntos pelo Acesso Integral e de Qualidade à Saúde

Criado índice para avaliar qualidade dos serviços de saúdeÍndice de Desempenho do SUS

tem como objetivo ajudar Gover-

no Federal, estados e municípios

a qualificarem o atendimento

O Ministério da Saúde lançou, em 2012, o Índice de Desempenho do SUS (IDSUS 2012), ferramenta que avalia o acesso e a qualidade dos ser-viços de saúde no País. O índice ava-liou entre 2008 e 2010 os diferentes níveis de atenção (básica, especiali-zada ambulatorial e hospitalar e de urgência e emergência), verificando como está a infraestrutura de saúde para atender as pessoas e se os servi-ços ofertados têm capacidade de dar melhores respostas aos problemas de saúde da população.

Além de dar maior transparência ao quadro geral da oferta e da situação dos serviços de saúde, o IDSUS 2012 serve como instrumento de monito-ramento e avaliação para os dirigen-tes dos três níveis – federal, estadual e municipal – tomarem decisões em favor do aprimoramento das ações de saúde pública no País. Com pontu-ação de 0 a 10, o IDSUS mostra como está a oferta de ações e de serviços de saúde e de efetividade que me-dem o desempenho do sistema.

O IDSUS é formado por seis grupos homogêneos e leva em considera-ção a análise concomitante de três índices: de Desenvolvimento Socio-econômico (IDSE), de Condições de Saúde (ICS) e de Estrutura do Sistema de Saúde do Município (IESSM). Basi-camente, os grupos 1 e 2 são forma-dos por municípios que apresentam melhor infraestrutura e condições de atendimento à população; os grupos 3 e 4 têm pouca estrutura de média e alta complexidade, enquanto os grupos 5 e 6 não têm estrutura para atendimentos especializados. A pro-

posta é unificar em grupos cidades com características similares.

SiTuAçÃO – De acordo com o índi-ce, o Brasil possui IDSUS equivalente a 5,47. A região Sul teve pontuação de 6,12, seguida do Sudeste (5,56), Nordeste (5,28), Centro-Oeste (5,26) e Norte (4,67). Entre os estados (ver tabela no fim do texto), possuem índices mais altos os da região Sul – Santa Catarina (6,29), Paraná (6,23) e Rio Grande do Sul (5,90). Na sequên-cia, vêm Minas Gerais (5,87) e Espíri-to Santo (5,79). As menores pontua-ções são do Pará (4,17), de Rondônia (4,49) e do Rio de Janeiro (4,58).

De acordo com o IDSUS 2012, as maiores notas por grupo homogê-neo foram: 7,08 para Vitória (ES) no grupo 1, e 8,22 para Barueri (SP) no grupo 2. Na sequência, nos grupos 3 e 4 vêm 8,18 para Rosana (SP) e 7,31 para Turmalina (MG). Nos grupos 5 e 6 os destaques foram Arco-Íris (SP) e Fernandes Pinheiro (PR), com IDSUS de 8,38 e 7,76, respectivamente.

iDSuS resulta de 24 indicadoresO IDSUS 2012 é o resultado do cruzamento de 24 indicadores – 14 de acesso e 10 de efetivi-dade. No primeiro, é avaliada a capacidade do sistema de saúde em garantir o cuidado necessá-rio em tempo oportuno e com recursos adequados. Entre esses indicadores estão a cobertura de equipes de saúde, a proporção de nascidos vivos de mães com sete ou mais consultas pré-na-tal, entre outros. Já na segunda, encontram-se itens como a cura de casos novos de tuberculose e hanseníase, a proporção de partos normais e o número de óbitos em menores de 15 anos que foram internados em UTI. A divulgação de dados será feita cada três anos.

O ministério reúne os dados e analisa os números, considerando fatores como população, perfil socioeconômico, mortalidade infantil, partos

normais, entre outros

A nota de acesso ao SUS tem peso maior que a de efetividade.

A nota final vai de 0 a 10

COMO É FEITA A AVALIAÇÃO

Os gestores cedem os dados da saúde pública local

Os bancos de dados nacionais agregam as informações

Page 47: Revista I Ministério da Saúde e Municípios

48 Ministério da Saúde e Municípios

Desde 2011, Ministério da Saúde

tem adotado uma série de medidas

para ampliar os mecanismos de

controle e a transparência no SUS

O Ministério da Saúde tem convocado os gestores municipais a atualizar as informações do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), um sistema de informações para re-gistro dos estabelecimentos públicos e privados e também dos profissio-nais de saúde que atuam no País.

O sistema passou por modificações em 2011, quando o cadastro passou a não aceitar que um profissional ocu-pe mais que dois empregos públicos, conforme determina a Constituição. Nos casos em que o trabalhador es-tiver vinculado a mais de cinco esta-belecimentos não públicos, o gestor deve apresentar justificativa e com-provar o cumprimento da carga horá-ria remunerada pela rede pública.

Por isso, o Ministério da Saúde de-senvolveu uma ferramenta que per-mite o cancelamento do vínculo a um determinado estabelecimento

Compromisso do gestor e direito da sociedade, a transparência e o con-trole social são ferramentas que têm atenção no Ministério da Saúde. Desde o ano passado, o ministério vem ampliando os mecanismos de controle sobre os repasses de recur-sos federais. Por meio do FNS, foram transferidos em 2011 mais de R$ 44,3 bilhões aos estados e municípios. Para aperfeiçoar o monitoramento e a fis-calização destes recursos, o ministério tomou uma série de medidas que vão desde a regularização dos fundos de saúde ao veto a transações financei-ras “na boca do caixa” e criação de portais de transparência.

pelo próprio profissional de saúde, por meio da página do cadastro na internet. Essa iniciativa tem o obje-tivo de aprimorar a gestão do CNES.

A alteração na página permite que o profissional manifeste sua vonta-de em atualizar o cadastro dele no sistema e também que o gestor do estabelecimento de saúde tome as providências necessárias para a devi-da alteração da situação profissional. A atualização é mensal e deve ser realizada pelo gestor até o dia 19 de cada mês. Todas as internações e procedimentos ambulatoriais que

Por meio do Decreto presidencial no 7.507, publicado em junho, o Go-verno Federal definiu que os muni-cípios brasileiros só podem receber verbas através de contas específicas para a saúde. O decreto vetou o sa-que em espécie, “na boca do caixa”, e ainda determinou que, para efe-tuar os pagamentos, as prefeituras têm de fazer depósito direto nas contas de seus fornecedores e pres-tadores de serviços.

Em paralelo, o ministério passou a exigir, como condição para recebi-mento das transferências, a regulari-zação dos fundos municipais.

Jornada de trabalho sob maior rigor

mecanismos reforçam acompanhamento social

têm como responsável o profissional irregular – tanto pela quantidade de vínculos quanto por carga horária su-perior a 168h – são bloqueados.

Este novo mecanismo de controle reforça as orientações técnicas para o registro e a operacionalização de informações do CNES. A ferramenta é um dos resultados das diretrizes contidas na Portaria no 134, que esta-beleceu novas regras para a alimen-tação do cadastro com o objetivo de inibir o cadastramento irregular de vínculos e a carga horária de trabalho dos profissionais de saúde.

FUNDO A FUNDO

Fundo Nacional de Saúde: os recursos geridos pelo FNS são transferidos mensalmente.

Fundos Municipais e Estaduais: estados, municípios e DF rece-bem verbas por contas especí-ficas para a saúde.

Fornecedores: prefeituras pre-cisam efetuar depósitos dire-tamente nas contas, por meio eletrônico.

LIMITE AOS VÍNCULOS PROFISSIONAISCada profissional de saúde pode ser cadastrado no CNES a:

2 empregos no SUS 5 empregos no total

Caso esse limite, seja extrapolado o gestor tem de prestar contas ao ministério

Page 48: Revista I Ministério da Saúde e Municípios

49Juntos pelo Acesso Integral e de Qualidade à Saúde

Regulamentação permite maior

aporte de investimentos exclusiva-

mente nas ações e nos serviços de

saúde pelas três esferas de governo

Ao sancionar a regulamentação da Emenda Constitucional no 29, apro-vada pelo Congresso em dezembro do ano passado, o Brasil obteve uma grande conquista para a saúde, já que a regra agora define claramente o que são gastos específicos no se-tor. Isso, por si só, garante um aporte maior de investimentos na área pelo uso dos recursos exclusivamente em ações e serviços de saúde por parte de todos os entes federados.

A medida transformada na Lei Com-plementar nº 141 também fixa os

EC 29 traz mais recursos, controle e transparência para a saúde

percentuais mínimos de investimen-to na área pela União, estados e municípios, estabelecendo receitas permanentes e estáveis para gastos e investimentos no SUS. A União fica obrigada a aplicar na saúde o valor empenhado no ano anterior mais a variação nominal do Produto Interno Bruto. Já os estados e o Distrito Fe-deral deverão investir 12% de sua re-ceita, enquanto os municípios devem investir o mínimo de 15%.

Além de estabelecer os gastos mí-nimos na saúde, a nova lei define que os recursos aplicados no setor sejam destinados às “ações e ser-viços públicos de acesso universal, igualitário e gratuito”. São conside-rados gastos em saúde a compra e distribuição de medicamentos, ges-tão do sistema público de saúde,

desenvolvimento científico e tec-nológico e controle de qualidade promovido por instituições do SUS, entre outros. Gastos em ações de saneamento básico, compra de me-renda escolar, ações de assistência social, pagamento de aposentado-rias e pensões, por exemplo, não podem ser considerados investi-mentos em saúde.

A nova regra contribuirá para comba-ter desperdícios, melhorar o controle dos gastos e aumentar a fiscalização de recursos aplicados no setor. Além de definir claramente o que são gas-tos específicos em saúde, a lei traz maior transparência nos investimen-tos do poder público para ampliar ainda mais o controle sobre os recur-sos da saúde nos estados, municípios e no Governo Federal.

Diante da necessidade de aprimo-rar as relações entre União, esta-dos e municípios na prestação dos serviços de saúde, foi criado o Con-trato Organizativo de Ação Pública (Coap), uma grande inovação na gestão pública do Brasil, que insti-tui regiões de saúde para otimizar o funcionamento dos serviços do SUS. O Coap busca definir responsa-

Coap define responsabilidades dos entes federadosbilidades, indicadores, compromis-sos e metas para o acesso à saúde pública, de acordo com as regiões geográficas, todos claramente ex-plicitados e que devem ser cumpri-dos em prazos estabelecidos.

O contrato revela, portanto, a cola-boração entre estados e municípios, com o objetivo de organizar e inte-

grar as ações e os serviços de uma região de saúde em Rede de Atenção à Saúde. O contrato garantirá, por-tanto, uma gestão compartilhada do-tada de segurança jurídica, transpa-rência e solidariedade entre os entes federativos, elementos necessários para a garantia da efetividade do di-reito à saúde da população brasileira, o centro do SUS.

INVESTIMENTOS EM SAÚDE

SÃO CONSiDERADOSCompra e distribuição de medicamentosGestão do sistema público de saúdeDesenvolvimento científico e tecnológicoControle de qualidade promovido por instituições do SUS, entre outros

NÃO SÃO CONSiDERADOSGastos em ações de saneamento básicoCompra de merenda escolarAções de assistência socialPagamento de aposentadorias e pensões

PERCENTUAL MÍNIMO

uNiÃOAplicar o valor empenhado no ano anterior mais a variação nominal do PIB

ESTADOS E DiSTRiTO FEDERAL12% de sua receita

muNiCíPiOS15% de sua receita

$

Page 49: Revista I Ministério da Saúde e Municípios

Secretaria [email protected](61) 3315-2130 / 2133/ 2079

Secretaria Executiva do Conselho Nacional de Saú[email protected](61) 3315-2150 / 3315-2151 / 3315-3566

Secretaria de Atenção à Saú[email protected](61) 3315-2626 / 2627

Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saú[email protected](61) 3315-2248 / 2224

Secretaria de Gestão Estratégica e [email protected](61) 3315-3326 / 3616

Secretaria de Vigilância em Saú[email protected](61) 3315-3706 / 3777

Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estraté[email protected](61) 3315-2839 / 2904

Secretaria Especial da Saúde Indí[email protected](61) 3315-3785

Page 50: Revista I Ministério da Saúde e Municípios