revista brasileira dos municípios - ibge...revista brasileira dos municÍpios n.0 35/36 ano ix...

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REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICÍPIOS N.' - Ano IX - Julho/Dezembro 19$6 SUMÁRIO Pá,. O papel metropolitano da Cidade do Salvador . . . . . . . . . Milton Santos 185 Estudos Regionais Uma interpretação geo.-econômica do Brasil Oriental José Denizard Macedo de Alcântara 191 Imigração & Colonização Causas e efeitos do êxodo rural OEA Economia & FinaitÇa8 O problema das finanças municipais no Brasil . . . . Lordello de Mello O Município no Parlamento Funcionamento de ban ·cos municipais (projeto de lei) ............................ ........... . Idéias em foco A contribuição do IBGE ao Municipalismo ..... . Habitação popular, um campo para pesquisas ... . O Município e a defesa florestal .............. , . Vida Municipal .............................. . .... . Brasil em Revista Flagrantes municipais ...................... .. . Através da lmprerua Luta econômica desigual enlTG o Sul e o Norte do Artur Ferreira Isaac Jardanovski Brasilio Machado Neto Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . _ Dante D'Angelo Municipalismo modelar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Pimentel Gomes Demografia População das Capitais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Giorgio Mortara Reporlallflm Reuniões municipatistas ............. .. ... .... . Legislação Imwsto único sôbre energia elétrica ....... .... . Fundo Federal de Eletrificação ............... . Bibliograiia ............. ;_ ....................... . Estatística Municipal Divisão Territorial (Municípios instalados· em 1/7/1956) ....... o . o o o. o o o •• o o o ••••••••• o. o o Notas e Comentários Mudança da Capital Federal - Novo Secretário- Geral do CNE - Bôlsas de para admi- nistração municipal - Auxílio aos Municípios do Poügono das Sêcas - Distribuição da ener- gia do São Francisco - XVI Assembléia Geral do CNE - Municípios de maior progresso - Enciclopédia dos Municípios Brasileiros - O IBGE e a Constituição .• .......... . ........ A REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICÍPIOS, publicação trimestral do Conselho N acionai de Estatística , é 6rgão oficial da Associação Brasi !eira dos Municípios. Diretor responsável: LUIZ DE ABREU MOREIRA Secretáno: VALDEMAR CAVALCANTI Assinatura anual: Cr$ 80,00. Tôda correspondência deve ser encaminhada à sede do Conselho Nacional de Estatística, Avenida Franklin Roost'velt, i66. Telefone 43-4821. 198 209 217 220 222 223 225 233 239 241 242 245 249 250 252 253 273

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Page 1: Revista Brasileira dos Municípios - IBGE...REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICÍPIOS N.0 35/36 Ano IX Julho f Deumbro 1!/}.6 O PAPEL METROPOLITANO DA CIDADE DO SALVADOR MILTON SANTOS I-A

REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICÍPIOS

N.' 3f/3..~ - Ano IX - Julho/Dezembro 19$6

SUMÁRIO Pá,.

O papel metropolitano da Cidade do Salvador . . . . . . . . . Milton Santos 185

Estudos Regionais Uma interpretação geo.-econômica do Brasil Oriental José Denizard Macedo de

Alcântara 191 Imigração & Colonização

Causas e efeitos do êxodo rural OEA Economia & FinaitÇa8

O problema das finanças municipais no Brasil • . . . . Lordello de Mello

O Município no Parlamento Funcionamento de ban·cos municipais (projeto de

lei) ....................................... .

Idéias em foco A contribuição do IBGE ao Municipalismo ..... . Habitação popular, um campo para pesquisas ... . O Município e a defesa florestal .............. , .

Vida Municipal .............................. . .... .

Brasil em Revista Flagrantes municipais ...................... .. .

Através da lmprerua Luta econômica desigual enlTG o Sul e o Norte do

Artur Ferreira Isaac Jardanovski Brasilio Machado Neto

Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . _Dante D'Angelo Municipalismo modelar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Pimentel Gomes

Demografia População das Capitais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Giorgio Mortara

Reporlallflm Reuniões municipatistas ............. . . ... .... .

Legislação Imwsto único sôbre energia elétrica ....... .... . Fundo Federal de Eletrificação ............... .

Bibliograiia ............. ;_ ....................... .

Estatística Municipal Divisão Territorial (Municípios instalados· em

1/7/1956) ....... o . o o o. o o o •• o o o ••••••••• o. o o

Notas e Comentários Mudança da Capital Federal - Novo Secretário­

Geral do CNE - Bôlsas de e~tudo para admi­nistração municipal - Auxílio aos Municípios do Poügono das Sêcas - Distribuição da ener­gia do São Francisco - XVI Assembléia Geral do CNE - Municípios de maior progresso -Enciclopédia dos Municípios Brasileiros - O IBGE e a Constituição .•.......... . ........

A REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICÍPIOS, publicação trimestral do Conselho N acionai de Estatística, é 6rgão oficial da Associação Brasi !eira

dos Municípios. Diretor responsável: LUIZ DE ABREU MOREIRA

Secretáno: VALDEMAR CAVALCANTI

Assinatura anual: Cr$ 80,00. Tôda correspondência deve ser encaminhada à sede do Conselho Nacional de Estatística, Avenida Franklin

Roost'velt, i66. Telefone 43-4821.

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REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICÍPIOS N. 0 35/36 Ano IX Julho f Deumbro 1!/}.6

O PAPEL METROPOLITANO DA CIDADE DO SALVADOR

MILTON SANTOS

I- A FUNÇÃO·METROPOLITANA

O QUE É UMA METRÓPOLE - A definição do que seja uma metrópole não encontra tantas dificuldades como as que marcam a definição de cidarle. Nem por isso os

autores já se puseram de acôrdo, sôbre o que devam considerar como sendo um organismo metropolitano, variando as fórmulas admitidas para conter o conceito. Pren­d&m-se alguns ao critério simplesmente da massa, admitindo, talvez, que ela possa ser a manifestação formal da realidade que se procura. Mas, quando exigem uns que a me­trópole, no mínimo, possua 700 mil hauitantes e outros concedem que êsse mínimo possa baixar até 100 mil, torna-se evidente o perigo de aceitar tal ponto-de-partida.

Temos, assim, de nos valer de critérios sobretudo funcionais, reconhecendo Sorre os organismos metropolitanos, pela posse de funções múltiplas e por um elevado grau de coalescência, isto é, interdependência entre tais funções e, ao mesmo tempo, ampla pos­úbilidacle de subsistência da condição urbana, ainda que feneçam uma ou mais funções nêles presentes. De um ponto-de-vista hierárquico, a metrópole será aquela cidade que nao depende de outra; situa-se no ápice da organização urbana, defrontando, assim, sem qualquer dependência, outras que se coloquem na mesma situação.

As metrópoles, por outro lado, exercem sôbre a área que as circunda mais pro­ximamente uma ação que se pode chamar de iagedenismo e consiste nos seus avanços, isto é, na sua expansão sôbre a área em derredor, de sorte que áreas, até bem pouco, rurais, logo se transmudam em áreas urbanizadas. Também as grandes cidades, as metrópoles, moldam as atividades do campo que lhe é subordinado, de acôrdo com as necessidades e preferências, fornecendo-lhe os instrumentos e organizando, assim, o seu espaço.

O S TIPOS DE METRÓPOLE - Pierre George classifica as grandes cidades do mundo capitalista, oriundas do desenvolvimento econômico dos séculos XIX e XX, em dois grandes tipos, o primeiro sendo constituído por "organismos completos ca­

racterísticos do conjunto dos mecanismos econômicos do mundo capitalista", e o segundo por "cidades de especulação comercial, criadas pelas populações imigradas durante a época colonial e comportando apenas dois setores de atividade : o primário, (ou melhor, o contrôle do setor primário regional) e o terciário". Nesta última categoria está Salvador, cidade cuja atividade cinge-se a comerciar e fazer escoar os produtos primários, colhidos ou produzidos em sua área de influência; e, como aquelas, um ponto em que a civilização material do mundo moderno toma contato com o mundo colonial, que é o seu "arriére­-pays". Uma cidade-pôrto, como é Salvador, presta-se, à maravilha, para representar tal papel. Enquanto aqui fruímos de muitos dos equipamentos de que outras grandes cidades, no mundo, também se utilizam, as áreas rurais, salvo exceções para que a metrópole em nada concorreu, permanecem alheias, inteiramente, às vantagens com que o progresso torna mais agradável e produtiva a vida humana.

Tais metrópoles, refletindo, como as demais, a economia a que servem, trazem, em sua fisionomia e em sua fisiologia, as marcas bem nítidas do mundo rural a que se ligam, mas, via de regra, por serem meras intermediárias do mundo capitalista e dos vorazes interêsses das nações imperialistas, em muito pouco podem exercer o papel me­tropolitano que, por sua massa, em outras condições, seria de esperar. E por outro lado, mercê daqueles recursos que acumulam, em detrimento de sua região, cada vez se distanciam das demais aglomerações, crescendo macrocefàlicamente, enquanto as pequenas cidades, criadas para estender ao campo as suas influências, jamais lhe conseguem igualar o passo, o ritmo de crescimento, quanto mais superá-lo, como de certo modo seria desejável.

Dois aspectos principais podem, pois, ser apontados em metrópoles como a baiana. Padecem do mal de uma excessiva centralização de recursos sociais e técnicos, em relação ao e3paço a que presidem, e não são capazes de transmiti-los ao resto do território.

'R B.M.- 1

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Em suma, são morfologicamente organismos metropolitanos em relação ao conjunto, mas são incapazes de exercer bem o seu papel, de funcionarem como metrópole, daí estarem a perder, sempre e cada vez mais, a sua área de influência.

O QUE FORTALECE AS METRÓPOLES - Ü que dá a uma qualquer cidade a possibilidade

de ver aumentado o seu poder são, fundamentalmente, dois fatôres, ou dois grupos de fatôres. Ela tem que possuir o dinamismo capaz de tornar suas funções vitais

interessantes a um espaço regional cada vez maior, e, por outro lado, deve dispor dos instrumentos bastantes para impor a êsse espaço o seu predomínio.

Para aquêle objetivo ela contará com os serviços oferecidos à região, mediante os quais se realiza a sua fôrça de atração; mas precisa exercitar, também, o que se chamará de fôrça de expansão, através do comércio, e na época em que vivemos, sobretudo da indústria. Sem a presença da atividade industrial, num mundo que está a exigir, cada vez mais, produtos manufaturados, nenhuma cidade pode manter intata e muito menos expandir sua esfera de influência; está fadada a perder sempre o terreno para outras melhor aparelhadas.

Resta a organização do espaço, fator mediante o qual as cidades impõem a sua fôrça e ampliam o seu raio de ação. Se uma cidade se mostra incapaz de organizar bem o espaço que lhe pertence, ou pode vir a lhe pertencer, pela ordenação das atividades presentes ou a serem criadas, pelo estabelecimento de uma rêde adequada de boas estradas e pela criação de um sistema ordenado e regular de viação, é evidente que não se poderá surpreender quando apreciar que se contrai o território, anteriormente sob o seu contrôle.

Assim vejamos à luz dos fatos e com o apoio dos números, o que, atualmente, acontece à metrópole soteropolitana. Êstes últimos constam de publicações do IBGE ou nos foram gentilmente fornecidos pela Inspetoria Regional de Estatística Municipal, a quem os estudiosos de ciências sociais na Bahia devem uma ajuda inestimável.

II - UMA EXCESSIVA CENTRALIZAÇÃO EM SALVADOR

s EJA qual fôr o aspecto por que se encare a Cidade do Salvador em relação ao Estado da Bahia é ela m·acrocefálica. As funções que exerce representam a parcela maior da atividade respectiva no território estadual. Isso se verifica no campo

religioso, econômico-financeiro, político, administrativo, portuário, comercial, industrial, turístico etc., o que lhe atribui um papel verdadeiramente absorvente, de que o estado atual da população dá mostras bem sensíveis.

A POPULAÇÃO - Se, de acôrdo com o critério administrativo, considerarmos como urbanas as populações das sedes municipais e distritais ( 1 250 507) a cidade do Salvador aparece, em 1950, com 33,36% do total ( 417 235). Se levarmos em

conta apenas os centros com mais de 2 000 moradores ( 936 523), a metrópole soteropo­Jitana possui, sozinha, quase metade, 44,55%, dêsse número. Mas se entendermos como urbanos somente os aglomerados com mais de 5 000 almas, somando êstes um total de 727 890, a Capital baiana, exclusivamente, reúne 57,31% do número de urbanos estaduais.

Por outro lado, a macrocefalia baiana se torna ainda mais evidente, quando se verifica que, em 1950, a capital era 15 vêzes mais populosa que Ilhéus, Feira de Santana ou Itabuna, as cidades do Estado seguintes em população. Acima de tal índice, só apa­recem Amazonas e Pará, cujas capitais são, respectivamente 23 e 18 vêzes mais populosas que as cidades de Itacoatiara e Santarém, que são, respectivamente, as segundas em população.

Enquanto isso; o índice é de 13, para Pemambuco, em condições talvez mais sin­tomáticas como natural exutório do nordeste sêco, levando-se ainda em conta ser centro industrial mais importante. A seguir vem São Paulo, cuja civilização industrial de certa forma justifica o índice 10; Alagoas, Ceará e Rio Grande do Norte, com 7, 6 e 5, res­pectivamente, e os demais com números bem menores até o índice 2, do Espírito Santo e do Estado do Rio.

Por outro lado, enquanto a população urbana do Salvador, crescia 35,47%, no período intercensitário, 8 das 31 localidades que tinham mais de 5 000 habitantes conse­guiam superá-la em incremento relativo, com um máximo de 127,84% para Conquista. Isso resulta, em primeiro lugar, do fato de serem elas muito pouco populosas em 1940.

Mas, enquanto Salvador se acrescia de 126 792 pessoas, o quadro urbano e su­burbano, em globo, aumentava de 312 936 moradores, isto é, Salvador absorvia cêrca de 40% do total, número que não é bastante intérprete dos fatos, ficando mesmo aquém da realidade, se levarmos em conta que o aumento de população dos pequeninos núcleos urbanos do interior se deveu principalmente, e salvo raras exceções, ao crescimento ve­getativo enquanto na capital êle foi de origem migratória em mais de dois terços ( 70,72%). Assim é lícito concluir que Salvador sozinha, absorve mais imigrantes que o resto das ci­dades baianas. Considerando urbanos somente os núcleos com mais de 2 000 pessoas, Salvador sozinha terá absorvido 42,6% do incremento total. Examinando, porém o que ocorreu entre as cidades com mais de 5 000 habitantes, o quadro fica ainda mais ilustrativo.

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Em tais localidades, cujo porte parece mais a jeito para absorção de excedentes do mundo rural, o incremento total obtido· foi de 34,37%, o que de certo modo poderia normalmente ocorrer sem a ajuda migratória, sabido que a taxa anual de natalidade é, no Estado, de 45,53.

De qualquer sorte, aquêle índice é inferior aos 35,47% de Salvador. Em suma, Salvador com cêrca de 8% da população global do Estado, prossegue exercendo uma notável fôrça de centripetismo demográfico, a despeito de suas más condições de atração. Em 1940, ela não possuía mais que 7,4% do total do Estado. Em 1872, o município da capital representava 9,3% da população do Estado, mas era incomparàvelmente maior e tinha uma área rural relativamente populosa. Por outro lado, àquela época poucas cidades havia de importância, fora do Recôncavo.

A SITUAÇÃO ECONÔMICA - A excessiva centralização dos meios de transporte é outra das características da principal cidade baiana. Dos 17 517 veículos motores

com que conta a Bahia, quase metade, isto é, 8 706, pertence à metrópole. Os meios de comunicação padecem igualmente dêsse centripetismo. Eram, em 1954, 12 145 os telefones do Estado, estando 11.775 na capital e somente 370 no interior. O movimento do pôrto de Salvador é outro índice indiscutível de sua macrocefalia. Dos 2 490 navios entrados em 1954 nos portos baianos, 1 246, isto é, a metade, fê-lo em Salvador, com uma tonelagem de registro igual a 3 690, sôbre um total de 4 533. Não fôra Ilhéus, enfeixando a quase totalidade da exportação do cacau, e a desproporção seria ainda maior. Tôda a importação do exterior foi, em 1954, feita pelo pôrto da Capital, cêrca de 241 044 toneladas, valendo Cr$ 926 719 000,00.

Salvador, em 1953, recebia 9 760 aviões com 70 752 passageiros, enquanto o aeroporto seguinte em importância, o de Ilhéus, contentava-se com 2 174 e 14 700, res­pectivamente, deixando os demais muito longe. No que refere à carga, a desproporção era a mesma : 2 526 contra 389 toneladas. Enquanto os banccs do interior possuem um capital não maior que 50 milhões, êsse número era em todo o Estado, de 332 milhões e 370 mil cruzeiros. Em 1954, os depósitos bancários na Capital compreenderam 78% do total e os empréstimos cêrca de 71%. Quando se sabe, neste último caso, que os 29% restantes para o interior, serviram, também, ao financia:t;nento da lavoura cacaueira, vê-se logo quão pouco sobrou para o restante das atividades agrícolas. Essa excessiva con­centração de recursos financeiros na metrópole, significa, por outro lado, que o grosso dos capitais disponíveis em Salvador se dirigiu para o comércio, a Capital falhando no seu papel de animadora da "mise en valeur" dos campos. De fato, dos 2 295 835 mil cru­zeiros emprestados em 1955, 839 385 mil foram para o comércio, 399 217 para a lavoura e 388 598 para a indústria.

Outro aspecto da excessiva centralização é dado pelo giro comercial. Salvador com 562 dos 21 085 estabelecimentos, em 1954, aparece com 10 640 milhões contra 24 282 milhões do Estado todo. Em 1950, o comércio atacadista do Salvador representava 83,88% do total estadual e o comércio varejista 45,60% .

O que ocorre com a indústria é, também, muito significativo. Eram no Estado, em 1953, 1646 estabelecimentos empregando cêrca de 34. 504 pessoas, com uma produção global no valor de 2 908 103 mil cruzeiros. Salvador, com 362 estabelecimentos, ocupava 13 647 pessoas com uma produção de 1 656 855 mil cruzeiros. Mais da metade da fragílima produção fabril baiana se concentra, pois, na Capital, tal índice podendo ser ampliado, se, do cômputo geral, retirarmos as indústrias extrativas e as agrícolas. Por outro lado, enquanto o valor da produção industrial de Salvador quase triplicava entre 1949 e 1953 (690 198 mil cruzeiros em 1949), no resto do Estado apenas dobrava (665 741 mil cruzeiros em 1949), devido aos acréscimos substanciais na indústria do cacau, em Ilhéus, à alta dos preços de açúcar (Santo Amaro e S. Francisco do Conde), dos tecidos (Valença) e do fumo (Maragogipe, Cachoeira e Santo Amaro), do charque de Barreiras e ao progresso da indústria extrativa da magnesita (Brumado).

A SITUAÇÃO SOCIAL - Salvador possuía, em 1953, 4 918 dos 7 326 leitos do Estado, a quase totalidade dos para tuberculosos ( 44 7 em 4 78) e para doentes mentais ( 1 036 em 1 41). Para atender pessoas portadoras de outras moléstias con­

tagiosas, conta com 325 num total de 390 leitos. Servindo em tais estabelecimentos, havia 544 médicos, dos quais a metade, 288, só na capital. Aliás, o Estado todo, em 1954, contava com 1 264 médicos, sendo 755 na Capital, isto é, cêrca de 60%.

A capital abrigava, também, 382 dos 532 engenheiros do Estado e 103 dos 287 agrônomos.

Salvador, em 1950, possuía cêrca de 42,74% das casas que no Estado dispõem de aparelhos sanitários, 54,24% das que têm instalações elétricas e 71,19% das que possuem água encanada. Para realçar a penúria em que Salvador se encontra nesse particular basta dizer que naquele ano somente 3,87o/0 dos domicílios baianos tínham água encanada, 7,56% iluminação elétrica e 10,03% aparelhamento sanitário. Isso, por outro lado, deixa ver a importância dos números relativos a Salvador, realçando a sua desproporção em relação ao resto do Estado. Quanto ao problema da educação, a centralização de recursos é também fácil de demonstrar. Das 19 escolas superiores com que contamos, somente

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uma resta no interior e assim mesmo é um estabelecimento de ensino agrícola. Abriga 24 dos 2 711 acadêmicos do Estado. O próprio ensino normal tem na capital 8 das 11 unidades, 67 dos 90 professôres e 447 dos 503 alunos matriculados. No que refere ao ramo industrial do ensino a totalidade dos estabelecimentos, professôres e alunos con­centra-se na Capital. O ensino secundário está mais difundido (35 num total de 93 gi­násios) embora estejam no interior somente 3 <los cursos científicos e nenhum curso clássico.

O ensino comercial, por motivos óbvios, obteve uma considerável expansão nestes últimos anos. São, na Capital, apenas 4 das 14 unidades do ciclo básico, mas 9 dos 16 cursos técnicos.

Salvador tem 68,86% de sua população maior de 5 anos sabendo ler e escrever, enquanto a média estadual era de 27,23% em 1950. Não é para admirar que isso aconteça. Lá estão 1530 dos 7 756 professôres primários com exercício no Estado e 45 931 dos 259 217 alunos matriculados. As unidades escolares são 630 num total de 5 069. Se voltarmos as vistas para o ensino propriamente estadual, deixando de lado o particular e o municipal (que entra com metade do número total de escolas - 2 529), vamos v~rificar que a capital conta com quase um têrço do professorado, isto é, 1 201 em 4 426; um quinto das escolas, 407 em 2 128; e um quarto da população escolar, 3 7 205 em 152 058.

A III- AS FRAQUEZAS DA METRÓPOLE SOTEROPOLITANA

POBREZA DE INDÚSTRIAS -- A leitura pura e simples dos dados estatísticos relativos ao comércio de uma cidade não basta para fazer luz, em relação ao papel que ela reprefente no conjunto da região. Percentagens avultadas, como é o nosso

caso, podem revelar tão-somente aquela centralização de que falamos, não refletindo a fôrça de expansão urbana. O comércio, atividade por excelência intermediária, faz com que a cidade espelhe, por um lado, o trabalho exercido no interior da sua região e as necessidades manifestadas do exterior, de tal sorte que qualquer variação de intensidade ou a menor revolução operada nos transportes, um qualquer dêsses fatôres, de logo se reflete nas pulsações da vida local. Sob êsse aspecto, a cidade não é capaz de exercer atividade criadora, funcionando a economia que preside de acôrdo com a advertência de Gotnam quando considera as civilizações como verdadeiros relógios, "que necessitam dos estímulos de fora para poderem continuar funcionando".

A indústria, porém, abre, por si só, novos mercados, à cidade que a possui, criando, assim, novas fontes de poderio. Que cidade pode hoje garantir-se na sua hierarquia, se, em lugar de fabncar os produtos manufaturados de que carece a sua reg1ao, pre!erir o papel de intermediária entre os centros fabricantes e as áreas consumidoras? É evidente que não demorará em ver que tais áreas logo preferirão comprar diretamente.

Essa é uma das fraquezas do Salvador. Se, entre 1940 e 1950, o seu parque industrial mais que duplicou, isso, porém, tem um significado muito restrito, quando se sabe que índices eram presentes há 16 anos atrás. Sua atividade industrial é ainda hoje quase insignificante. Se em 1940 eram 10 832 as pessoas ocupadas em fábricas com mais de 5 trabalhadores, em 1951 eram apenas 15 303, sendo 13 343, em indústrias de transformação.

A principal indústria soteropolitana é a de produtos alimentares, representando cêrca de 45% do total de 1950 seguida pela indústria têxtil, com 15%. Isto mostra que a indústria é sobretudo de tipo urbano, nem se dirigindo para os setores básicos responsáveis 'pela proliferação de outras indústrias, nem para aqueloutros, também básicos, que atuam na modernização da lavoura. A falta de indústrias se reflete no baixo padrão de vida da população. Enquanto, no ano de 1949, cada baiano da Capital comprava em média, no comércio de varejo, cêrca de 2,6 mil cruzeiros, tal índice era de 4,5 para Pôrto Alegre; 4,4 para o Distrito Federal; 4,1 para São Paulo; e 3,6 para Belo Horizonte.

A CIDADE NÃO TONIFICA O SEU MUNDO RURAL - É assim, pela fraqueza industrial, que se explica uma das maiores falhas de Salvador no que tange ao exercício do seu papel de metrópole. Tôda metrópole, além de dobrar u seu mundo rural às suas

necessidades, adaptando-o aos seus gostos, dá-lhe os instrumentos indispensáveis à sua modernização, obrigando-o a racionalizar a sua produção, que a cidade consome ou in­dustrializa. Ali não ocorre nada disso. No próprio Recôncavo, a dois passos da Capital, se dêle abstrairmos as tôrres do petróleo que atualmente o pontilham, veremos a mesma paisagem de século, o mesmo atraso multissecular, a esclerose das técnicas e a conservação das práticas culturais do passado. Nesse particular devemos anotar os tímidos esforços de reprodução, seja pela fábrica de adubos que está operando em Cruz das Almas, animada, porém, por capitais da cidade e a de nitrogênio que se planeja instalar à sombra da exploração petrolífera. Certo é, porém, que Salvador falta ao seu dever de dar o tônus à vida rural, especialmente por não se haver dotado dos recursos industriais indispensáveis a isso. Alguns economistas bisonhos, presos a fórmulas de gabinete, ainda persistem afir­mando que uma forte agricultura é a responsável pelo progresso industrial. De fato. é o contrário o que acontece. Sem indústria é impossível modernizar e melhorar a agricultura.

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U M TURISMO POUCO DESENVOLVIDO - Salvador, por outro lado tem-se mostrado incapaz de fomentar uma indústria que, à falta de outras, podia ser a sua prin­

cipal e cuja matéria-pr,ima foi legada pela natureza e pelo próprio passado, que lhe deram uma paisagem colorida e diferenciada e fizeram de sua fisionomia urbana, das peças que a constituem um relicário como, sem exagêro, podemos afirmar, não há outro igual em todo o Brasil. Cuida-se agora, é bem verdade, de planificar o turismo; e os primeiros resultados são até entusiasmadores. Mas, além de outros equipamentos tam­bém indispensáveis, falta o principal, para um bom resultado, no que refere ao assunto. Há falta de hotéis, na qualidade e quantidade que seria de desejar. Exceto o Hotel da Bahia, podemos enquadrar na classe dos razoáveis mais "uns 7 ou 8, cujas acomodações não somam 300 vagas. O seu precto, todavia, não é de molde a atrair visitantes não ricos e o turismo de há muito deixou de ser um privilégio, para democratizar-se à luz das necessidades existenciais do homem médio e dos recursos que a técnica lhe põe à disposição por baixo preço. Não há, outrossim, bons restaurantes acessíveis, no centro comercial. Por outro lado, o turismo também se mostra cada vez mais, um fenômeno inerente às precisões do homem de cidade. Com as suas populações permanentemente afadigadas pelos desgastes da civilização industrial, cansada da vida monótona que encontram no dia-a-dia da fábrica ou do escritório, na espera angustiante do transporte ruim em filas intermináveis, do quadrado em que nos apartamentos e quartos, têm de encerrar-se com a família, as me­trópoles, a bem dizer, criam, na periferia ou nas proximidades, os seus locais de recreio, fomentando grossas correntes de turismo interno, alimentadas pelo homem urbano, que se desloca até elas, nos fins de semana ou em gôzo de férias. Ainda aqui a Cidade do Sal­vador, com tantos e tão belos sítios aproveitáveis, foge ou se mostra inferior aos seus deveres de metrópole. S. Francisco do Conde, que, com as suas relíquias do passado, poderia ser um local de visita dominical obrigatória, mediante pequenos navios, ou lanchas velozes, permanece como uma reminiscência ainda viva dos fastos da antiga vida rural, mas é uma sombra do passado, sacudida de longe em longe por um acontecimento diferente de sua existência modorrenta. A ilha de Itaparica está ali defronte e até qualquer de suas localidades chega-se hoje em espaço de tempo muito maior do que se fazia há um quarto de século. Os transportes são ronceiros e incômodos. Chegando-se, não se encontra um'l estalagem decente, exceto a que foi construída pelo govêrno' e cobra preços realmente exorbitantes.

Muitas outras ilhas povoam e enchem de beleza a baía de Todos os S.;mtos, mas a irregularidade e desconfôrto dos transportes, somados à completa ausência de boas ins­talacões para hospedar os turistas, desaninam quantos tenham em mente visitá-las. Pois o turismo subentende um certo grau de confôrto e comodidade, sem o que nenhum homem civilizado se abalança a deixar a própria casa.

D IMINUI A ÁREA DE INFLUÊNCIA - Não é, pois para admirar que Salvador veja diminuída cada dia que passa, a sua área de influência. Outrora, comandava

o comércio em todo o Estado e ainda em grandes áreas de Sergipe, Alagoas, Per­nambuco, Piauí, Goiás e Minas. Hoje, cidades do Planalto Ocidental, ligam-se comer­cialmente a centros de Goiás, outras sanfranciscanas satisfazem necessidades não primárias, como educacionais e de produtos industriais fabricados, em Belo Horizonte e outras cidades mineiras, como Pirapora, Montes Claros e J anuária. o mesmo sucedendo com inúmeras localidades do sudoeste, a quem a passagem da Rio-Bahia veio trazer essa oportunidade. O extremo sul, cada vez comercia mais com Vitória do Espírito Santo e Rio de Janeiro, sem falar nas cidades mineiras marginais à ferrovia de Caravelas, como Nanuque, Teófilo Otôni e Carlos Chagas, que fornecem àquelas populações até produtos primários de ali­mentação. Nas proximidades da fronteira com Sergipe é com cidades dêsse último Estado que se fazia comércio. Juàzeiro, que é a capital do médio São Francisco baiano, por sua vez não prolonga até a sua ároa regional PVPnas a influf>ncia de Sah,Pdor pois leva até essas populações inúmeros produtos que Recife lhe pode fornecer e Salvador não, ou que lhe chegam por preços melhores que os da capital baiana.

Outro aspecto segundo o qual se presencia não se ter sabido organizar o espaço que lhe pertence, é que também Salvador não foi capaz de seguir o ritmo da revolução dos transportes, quase parando na época anterior à que o mundo historicamente percorre. Sua frota mercante minguou e se tornou obsoleta; e, por mais incrível que pareça, o número de viagens da Navegacão Baiana para os portos do sul do Estado, diminuiu a olhos vistos. O mesmo se pod~ dizer em relação ao que se passa no rio São Francisco. Por outro lado, portos como o de São Roque, construído para ser, sob certos aspectos, subsidiário do da capital, não foi ainda capaz de preencher tal papel. Nazaré sôbre o rio J aguaripe é que é o verdadeiro pôrto da desmantelada estrada que leva o seu nome.

Essa desorganização dos transportes baianos de certo modo é reflexo de sua pobreza industrial, pois, como se sabe, ao lado do fato de que o transporte cria a mer­cadoria, há o fato, também verdadeiro, de que a mercadoria provoca o transporte.

Se isso acontece no que poderemos chamar de zona de transicão da influência so­teropolitana para a de outras metrópoles ou cidades, o âmago do t;rritório não o sofre menos. As capitais regionais do Estado tôdas elas deixam de comerciar com a cidade do Salvador, preferindo fazê-lo diretamente com os centros fabris, aproveitando-se das fa-

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cilidades do transporte direto pelo caminhão. Êste, embora mais caro, é infinitamente mais regular que o transporte por água e, por mais incrível que pareça, mais seguro que o ferroviário. Nesse particular, nota Artur Ferreira que o comércio baiano não perdeu ainda mais substância, pelo hábito que tem, de tolerar, além do prazo, o pagamento das duplicatas. Essa tolerância pode até ser uma arma, utilizada pelos atacadistas, a fim de manterem parte da clientela, que agora passa a outras mãos.

IV - UMA METRÓPOLE DISPLICENTE

D E Salvador pode-se dizer, de certo modo, que nasceu predestinada ao papel de metrópole. O sítio em que está colocada era, pelos indígenas, considerado 0

coração do País, que figuravam em forma de uma pomba; e, pela coroa portuguêsa foi o escolhido para cabeça da colônia.

Eliminado o embaraço causado, no Recôncavo, pelo gentio indócil, as ricas terras do massapé passaram a ser aproveitadas na lavoura da cana, para a qual, além das excelentes condições edáficas, as de clima eram também favoráveis, como, ainda, a con­juntura internacional.

A Baía de Todos os Santos, a cuja margem plantou-se a cidade de Tomé de Sousa, é a vertente de inúmeros rios, cujas águas serviram ao trabalho dos engenhos e em suas margens, no limite das marés, foram surgindo cidadezinhas, feitas escoadouros naturais da produção, que era entregue ·em barcos e saveiros ao pôrto do Salvador, onde a vinham buscar os veleiros transatlânticos.

Mercê dessa intensa atividade comercial, a que se somam outras, como a do tráfego escravagista e as funções administrativas de capital da Colônia e, depois, do Vice-Reinado, Salvador foi vendo crescer a sua população e importância, dilatando, cada vez mais, sua área de domínio. Foi assim que a metrópole soteropolitana começou a organizar o seu espaço, seja através do grande eixo da circulação que é o mar, seja pelo intermédio das estradas líquidas que são os rios, ou pela abertura de caminhos, por onde se viajava a cavalo e em carro-de-bois, conduzindo, também as mercadorias.

Tudo girava, então em tôrno da capital. Por isso, quando do início do período ferroviário, de lá partiu a principal das estradas e outras duas o fizeram de portos do Recôncavo, S. Félix e Nazaré, postos em contato direto com a Capital, pela navegação flúvio-marítima. Só depois, com os progressos da cultura cacaueira e o desenvolvimento do norte de Minas, é que se construíram as ferrovias de Ilhéus e Bahia-Minas, partindo esta de Caravelas.

Mas, a produção cacaueira até poucos anos atrás, era quase tôda encaminhada para Salvador, de onde demandava o estrangeiro.

A revolução dos transportes, promovida pela chegada da ferrovia, veio, pois, em benefício de Salvador, favorecendo a concentração de recursos e de pessoas.

A rodovia é que contribuiu, depois, para tumultuar o quadro. Mas, as coisas es­tavam já tão fortemente estabelecidas que, embora viessem o automóvel e o caminhão retirar a Salvador uma parcela da sua hegemonia sôbre boa parte do território que dantes lhe era subsidiário, não alterou senão em pouco a posição hierárquica na área que lhe resta. É que, dentre outras causas, permanece a mesma estrutura econômica regional, de que a Capital tem de espelhar os característicos.

Metrópole de um vasto e pobre mundo rural, cujos rendimentos são baixíssimos, Salvador reflete essa fraqueza. Mas, a recíproca é verdadeira : suas fraquezas também são responsáveis pelo atraso do mundo rural e pela sua incapacidade de modernizar-se. Não se colocando à altura do seu papel metropolitano, isso devendo, em boa parte, ao comodismo, à falta de iniciativa e de visão dos seus homens de govêrno e de negócios, metrópole simplesmente comercial, Salvador é uma cidade que cada vez mais se omite no papel de diretora das atividades do campo e, por isso mesmo, cedendo o passo a outras grandes cidades, cada dia vê diminuído o seu campo de ação. No jôgo das influências entre a cidade e a sua região, vê-se como esta faz sôbre aquela sentir todos os reflexos de sua atividade, mas, em contrapartida, não recebe os estímulos que dela tinha o direito de esperar. Historicamente colocada no papel de metrópole, ainda hoje disso se vale, na excessiva centralização de serviços e recursos, em relação ao que sobra de sua região me­tropolitana. Mas, nem dinamizou, como devera, a sua vida íntima, ao ritmo das pulsações do mundo moderno, nem pôde atender às exigências dêste, no que refere à organização do espaço. Examinados, como foram, êsses aspectos do problema, concluímos que Salvador volta as costas ao seu destino histórico, metrópole que dá idéia de não querer sê-lo, metrópole displicente, que apenas pela metade atende ao seu papel.

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Estudos Regionais

- A UMA INTERPRET AÇAO GEO-ECONOMICA DO BRASIL ORIENTAL

]OSÉ DENIZARD MACEDO DE ALCÂNTARA

III --OS FATÔRES HUMANOS

11 - O Conteúdo Étnico-Demográfico

C ÊRCA de 18 milhões de brasileiros, representando 40% da nossa população total, estão concentrados no Leste, ocupando os 1261 567 km2 da região, correspondentes a 15% da superfície nacional, dos quais 550 931 km2 pertencem ao Leste Se­

tentrional e 681 118 km2 ao Leste Meridional. Verifica-se destarte que o Brasil Oriental congrega o núcleo mais numeroso do_

nosso elemento humano, fato significativo que põe mais uma vez em relêvo o papel do Leste como área centrípeta da vida nacional, em seus múltiplos aspectos. Entre os Estados componentes, por exemplo, Minas Gerais deteve até o recenseamento de 1940 a primazia populacional do País.

A maioria étnica dessa população está representada pelo branco ( 53,6%), cabendo ao mestiço 27,5% e ao negro 18,7%. Em números absolutos, aliás, o Leste contém o maior contingente da me.,;tiçagem nacional : mais uma vez se afiança aí o seu papel de equilíbrio nas diversas diretrizes da nossa realidade social. O negro também ocupa aí o seu máximo contingente, embora não sob o aspecto percentual. Quanto ao elemento estrangeiro, no montante de 300 000, ocupa o Leste o 2.0 lugar no Brasil. O fato poderia supor uma larga influência estrangeira na população regional : entretanto, a explicação plausível é o fato de pertencer à região a Capital Federal, que, como tôda grande cidade cosmopolita, costuma condensar um elevado índice de alienígenas.

As áreas de dispersão dos elementos étnicos resultaram em grande escala da in­tervenção dos fatôres geo-econômicos. O negro e o seu mestiço - o "mulato" - ocorrem, preferencialmente, no Recôncavo Baiano, na Zona da Mata e no Sul de Minas Gerais, no Estado do Rio e no Distrito Federal, isto é, como explica Arolde de Azevedo, as "zonas que, no período colonial e durante a primeira metade, do século XIX, receberam maior número de escravos para atender as necessidades das respectivas atividades econômicas", ou sejam, mais precisamente, o açúcar, a mineração e o café, cujo domínio produtivo corresponde às zonas supramencionadas.

Convém salientar a distinção dos dois importantes grupos étnico-culturais do negro introduzido na região, criando aspectos díspares na sua estrutura cultural : o grupo Sudanês, dominante no Recôncavo Baiano e daí espalhado pela circunvizinhança, e o grupo Banto, preferenciado para o Rio e o seu hinterland mineiro-fluminense. Ressaltamos ainda a tendência policultora do africano que desenvolveu, ao lado das monoplantações lati­fundiárias, as pequenas culturas alimentares, tão integradas hoje no padrão dietético e na culinária do nosso povo.

Já a área sertaneja do vale do São Francisco e de outras zonas pastoris conta em escala a~~endente o mestiço do índio, o "caboclo". Emergindo daquelas zonas onde não se fazia mister a imigração negra, pois que a reduzida mão-de-obra da pecuária era ple­namente satisfeita com o indígena, o caboclo do Leste teve o seu implemento econômico na expansão do pastoreio, embora hoje se desdobre em tipos humanos característicos que já se afastam do ambiente puramente pastoril.

Assim o "caboclo sanfranciscano", quando não aparece sob a forma tradicional do vaqueiro, é "vaporzeiro", labutando nas embarcações que singram a grande artéria fluvial; é "remeiro" nos barcos a vela do rio; é "barranqueiro", vendendo lenha aos navios que trafegam pelo rio. Em outras paragens, o caboclo aparece como o caipira da pequena agricultura mineiro-fluminense; o "geralista" plantador de mandioca, caçador, extrator do látex da mangabeira e das plumas de ema; o "faiscador" e "garimpeiro" das zonas de mineração, e, como sempre, essa variedade de tipos humanos é orientada pelo jôgo dos fatôres econômicos.

A primeira parte dêste trabalho foi publicada em o número anterior da Revista.

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12 - A Dinâmica do Povoamento Colonizador

O LESTE foi a base inicial do povoamento nacional : a primeira zona de contato do descobridor com a nova terra e onde se localizaram os primitivos núcleos demográficos, como Vila Velha, Salvador, Vitória e Rio.

A dinâmica do povoamento pode ser parcelada em dois ciclos distintos, ambos pro­fundamente articulados com as contingências de ordem geo-econômica : o ciclo do Litoral e o ciclo do Interior.

A necessidade da posse da terra e ocupação litorânea para sua defesa da pirataria estrangeira; a incipiente economia extrativa do pau-brasil; o "massapé", originado pela decomposição do cretáceo, e a umidade tropical favoreceram o alastramento da cultura canavieira e da produção do açúcar, que se tornou a mais antiga indústria nacional e o principal fator econômico da colonização litorânea, sobretudo no Recôncavo Baiano e na Baixada Fluminense; êsses são os fatos que compulsaram o povoamento costeiro, que, pràticamente, fica aí estacionado por mais de um século.

ftsse apêgo do grupo humano às proximidades marítimas reflete no Leste a in­tervenção de outros tantos fatôres geográficos e econômicos : a barreira das escarpas abruptas do Maciço atlântico, mais acentuadas ao Sul da região, recobertas pelo denso manto vegetal da Mata atlântica, havendo pontos em que esta foi empecilho mais avan­tajado que a montanha; a necessidade do abastecimento dos primeiros núcleos humanos, ainda dependentes da metrópole para as utilidades mais essenciais; a natureza dos pri­meiros produtos, o pau-brasil e o açúcar, destinados à exportação, tanto mais fácil quão próximo ao mar.

O avanço lento e penoso para o Interior frutificou com a necessidade de reconhecer a terra, reprimir e escravizar o índio e, econômicamente, lastrearam o fenômeno migratório a criação de gado e a mineração.

A irradiação do povoamento do Interior teve dois centros importantes : o Re­côncavo, com as entradas baianas, São Paulo, com as suas bandeiras e monções. As diretrizes geográficas dessa ocupação refletem o condicionamento do meio e as possibi­lidades econômicas do mesmo .

Ao Norte da região, com as montanhas mais distanciadas, os cursos fluviais da contravertente atlântica foram remontados pelas entradas que, vingando o divisor aquático, desciam para o vale sanfranciscano. A expedição de Bruzza de Spinoza, em 1 553, segue pelo rio Jequitinhonha, partindo de Pôrto Seguro, alcançando o rio das Velhas e o São Francisco. Melchior Dias atinge a Chapada Diamantina pelo curso do rio Real ( 1596-1 604). A Casa da Tôrre e os Guedes de Brito operam pelo Itapicuru e Jacuípe. Pelo Paraguaçu chega-se ao alto rio das Contas e às nascentes do rio Pa;do e do rio Doce. O Vasa-Barris se pontilha de sesmarias e o São Francisco de currais.

A pecuária encontraria nas terras sertanejas, de "caatingas" abertas e rios tem­porários, um ambiente propício à expansão extensiva, ainda mais ajudada pelo "sal-gema" dos "barreiros", o mercado consumidor certo da zona açucareira vizinha e a colaboração do índio, cujo nomadismo se adaptava com o pastoreio ao invés do sedentarismo agrícola, gerando aquela "civilização do couro" a que aludia Capistrano de Abreu e transformando o São Francisco no rio dos "currais".

Foram, como vimos, os rios que serviram de caminhos naturais no Norte regional. Ao Sul, entretanto, onde os rebordos alcantilados do Planalto tangenciam a linha da costa, êsse papel caberia às "gargantas" e os "passos" abertos nos flancos montanhosos ou às "clareiras" da floresta da encosta, que assegurariam o avanço rumo às terras mineiras, ricas em ouro e diamantes.

De São Paulo descem as bandeiras para o planalto mineiro-baiano, onde buscam descobrir nos estratos algonquianos os escondidos filões de ouro e as recônditas lavras de diamantes e pedras preciosas. Se a pecuária guiou o povoamento setentrional, a mineração conduziu o sulino. Em ambos os setores, o relêvo constituído por planaltos erodidos, a rêde de drenagem fàcilmente vadeável, a vegetação aberta dos "cerrados" e das "caatingas" não podiam constituir obstáculo apreciável.

Vê-se assim que a ocupação humana do Leste é um movimento de "pinças" que se fecham ao longo do vale são-franciscano. De um lado, galgam o rio as entradas baianas e pernambucanas, plantadoras de "currais", que vão subindo o vale; de outro, desce das minas o fluxo do bandeirismo paulistano, atraído pela mineração, que aí encontra a sua zona de contato e de conjunção: Paulistas, baianos, emboabas e pernambucanos fundem-se ao longo do vale, em ampla e fecunda miscigenação .

É essa a admirável função antropogeográfica do São Francisco : unir o Norte e o Sul do País, condensando populações nos seus "currais" rústicos de pau-a-pique, o que o fêz considerado como "o rio da unidade nacional". Naquelas duas áreas culturais da sociedade bras-ileira que cresciam separadamente, o grande rio é a ponte lançada para uni-las, papel que ainda hoje não lhe foi relegado quando vemos o rush das migrações nordestinas em busca dos cafezais de São Paulo e Norte do Paraná.

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ESTUDOS REGIONAIS 193

Cumpre-se mais uma vez para a Região Leste o destino imperativo que lhe foi traçado pela geografia regional; é o centro de gravidade dos principais movimentos mi­gratórios da Colônia, para onde derivam os fluxos e refluxos das suas energias sociais, gerando-lhe um centripetismo sociológico e econômico que persiste como a sua principal característica do decurso dos dias atuais da nossa época, uma constante da -sua evolução histórica.

13 - A Geopolítica Regional

E SSA função centralizadora das nossas realidades se manifesta no papel político que a região tem desempenhado através das eventualidades da história nacional. Coube-lhe a sede da primeira Capital, Salvador, que se assinala como foco

de resistência ao invasor flamengo, ao Norte, ora ao francês, ao Sul. Transmuda-se a capital em 1763, para melhor atender aos interêsses fiscais sôbre a mineração e assistir com mais eficiência aos conflitos platinas, dos quais a Coroa Portuguêsa gostaria de sacar a expansão sulina até a fronteira natural do Paraná platino. Mas essa mudança ainda cir­cunscreve a Capital nos limites da região, pois é feita para o Rio, que, modernamente, continua a deter a preeminência de primeiro centro portuário, econômico, social, político e cultural do Brasil.

Em nosso tempo, quando as realidades nacionais impõem uma nova mudança da Capital como instrumento geopolítico a serviço da Nação, essa mudança é recomendada por alguns técnicos para Belo Horizonte ou para o Triângulo Mineiro, no âmbito dos limites regionais, ou para uma área goiana extremamente fronteiriça com o Leste, não invalidando o seu imantismo político, na hipótese da efetivação dêsse grande sonho dos geógrafos e estadistas.

Delgado de Carvalho assinala êsse imantismo político e social, com especial re­ferência ao "território mineiro como centro de dispersão hidrográfico, com facilidade de acesso ao vale superior dos rios, principalmente para quem vem do Norte, e, em segundo lugar, a proximidade dos principais passos da Mantiqueira dos centros de colonização periférica.

Pedro I e os estadistas da Independência perceberam êsse papel decisivo da região na unidade política nacional quando se empenharam a fundo em obter o apoio mineiro para o movimento e o cuidado especial em tanger o português da área baiana. A coroa lusitana pressentia o perigo quando reprimiu com inusitada energia as inconfidências mineira e baiana. Ê a terra fluminense que vai fornecer a espada da unidade nacional : Caxias. Ê em Salvador que o Marechal Floriano Peixoto busca uma base de apoio para a sua luta com a esquadra revoltada que dominava os mares do Sul. Nenhuma revolução generalizada galgou até hoje o poder no País, se irrompeu em qualquer outro ponto : a de outubro de 1930 teve a sua principal eclosão no centro crucial e nevrálgico da política nacional, em Minas e no Leste. E a de 1932 fracassou exatamente pela falta do apoio mineiro.

A ligeira resenha dos fatos aqui apontados demonstra a importância geopolítica da região como cúpula dos acontecimentos internos da nossa vida pública, onde se enfeixam as diretrizes dos nossos destinos coletivos.

14 A Tradição Cultural

A CONSIDERACÃO dos elementos culturais trazem à tona, exponencialmente, o mesmo destin~ regional de polarizador das realidades nacionais, como poderemos depreender do que se expõe.

As primeiras escolas literárias surgem ora na Bahia, ora em Minas. A arquitetura colonial encontra aí 0 máximo do seu esplendor e a glória escultórica do Aleijadinho refulge ainda hoje nos templos mineiros. E, modernamente, não há negar que o Rio continua a ser o grande centro cultural do Brasil.

As formas sociais mais requintadas e expressivas da cultura brasileira encontram no Leste o seu fastígio : são os salões imperiais do século XIX; é a fidalguia rural do Vale do Paraíba do Sul ou do Recôncavo, embasada no açúcar· e no café, como suprema ex­pressão de graça e refinamento a se espraiar sôbre a tôrva e caótica sociedade nacional de um país caldeado pela mestiçagem e pela imigração.

Êsse destino do Leste de concentrar as tendências principais da nossa vida cultural encontra num fato significativo a sua máxima expressividade : não é de todo sem obedecer àquele "sentido telúrico" de Keyserling que a terra fluminense viu nascer os mais altos expoentes que, dentro da nossa cultura, meditaram mais gravemente sôbre os problemas nacionais. Ê verdade que foi Graça Aranha o primeiro a se preocupar com o destino brasileiro face à influência estrangeira, no colonato alemão do Espírito Santo. Mas o flu­minense Euclides da Cunha, angustiado com a dicotomia do litoral e do sertão, o fluminense Alberto Tôrres, refletindo sôbre o desencontro das nossas instituições políticas com a rea­lidade brasileira, o fluminense Oliveira Viana, mergulhando em cheio na antropologia social e daí emergindo com os dados concretos desta realidade, confirmam bem a afirmativa que o Leste, culturalmente, ofereceu sempre o que havia de melhor na inteligência pensante da Nação, ao refletir e meditar corretamente sôbre os seus problemas específicos ...

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15 - A Importância Geobélica

N UM estudo sôbre a caracterização geográfica regional, embora visando como escopo principal o campo econômico, não é descabido aludir aos aspectos geomilitares da região, sobretudo quando nêles se revelam idênticas tendências e corroboram as

afirmativas anteriores.

Estudando o assunto, o geógrafo e marechal Mário Travassos considera o Brasil dividido em 5 zonas geomilitares : a) o Noroeste, abrangendo de uma maneira geral o Oeste e a Amazônia; b) o Sul, incluindo até a parte meridional de Mato Grosso; c) o Nordeste, incluindo Bahia e Sergipe; d) a zona de Reserva : Minas Gerais; e e) a zona de Cobertura, compreendendo o Sul da Bahia, o Espírito Santo, o Estado do Rio e Distrito Federal.

Assinale-se pela divisão geomilitar de Travassos a extrema complexidade geográfica do Leste, ressaltada no início dessa monografia, pois ela se triparte pelo Nordeste, pelas zonas de Reserva e Cobertura.

A inclusão da Bahia e Sergipe no Nordeste é justificada como base de apoio e cobertura às manobras que se desenrolarem no Nordeste, de onde cresce a importância de Salvador como base aeronaval. A zona de Reserva é circunscrita a Minas Gerais, con­siderada como tal pelo marechal Travassos por ser a ponte de, concordância e transição do Sul para o Norte. A zona de Cobertura (S11l da Bahia - Espírito Santo - Rio e Distrito Federal), é o anteparo da zona de Reserva como também a zona de conversão do sistema de defesa do litoral do Nordeste para o do Sul, inteiramente diversificados por fôrça de condições geográficas diferentes.

O Leste geográfico participa de 3 zonas geomilitares, o que confirma a complexidade sempre assinalada nos seus vários aspectos. Entretanto, é possível restituí-lo à integridade de uma função militar claramente definida, e se bem ponderarmos os dados aqui men­cionados : é que, de uma maneira ampla, o Leste tem o comportamento geomilitar de uma zona de apoio e cobertura ao que se passar militarmente nas regiões vizinhas, como também exprime uma transição no seu iacies militar entre as demais, repetindo nesse to­cante a mesma função que já foi demarcada em seus aspectos fisiográficos e sociais, sendo assim o foco máximo de uma resistência nacional e o centro de gravidade da sua de­fesa militar.

A convicção do seu papel como zona de reserva e apoio mais se consolida pelos dados imediatos da história e · da geografia. A experiência histórica nos mostra o Leste como núcleo básico da resistência aos flamengos no Nordeste como aos castelhanos no Sul. Na Independência, salta à vista a sua prioridade militar: obtenção do apoio mineiro, a evacuação da linha Bahia-Rio. Floriano fêz de Salvador a base da esquadra legalista que reprimirá a armada rebelada no litoral meridional. Finalmente, a sua população ma­joritária, a posição de centro político-administrativo, e, sobretudo, econômicamente, os seus recursos industriais e alimentares, a sua siderurgia, a sua rêde de transportes de ligação Sul-Norte, a credenciam como núcleo fundamental da nossa geobélica.

IV - OS ASPECTOS ECONÔMICOS

16 - A Estrutura da Produção.

O QUADRO geo-econômico da reg1ao se desdobra variado pelas sub-regiões em que podemos diferenciar a sua extensão geográfica.

A Baixada Fluminense, quente e úmida, bem irrigada, so1o fértil, é "agrícola e industrial". Ao Norte do rio Doce, o cacau, ao Sul o açúcar da Baixada Campinense; as frutas (bananas e laranjas); a pesca no litoral; as salinas de Araruama e Cabo Frio; os centros industriais do Rio, Campos e Niterói precisam a sua fisionomia.

"Agro-industrial" é a paisagem da Encosta Oriental do planalto cristalino, recoberta pelo manto vegetal da mata àtlântica. A cultura do café avançou como pioneira pelo vale do Paraíba do Sul, esgotando o solo e declinando após, mas persistindo firme na Zona da Mata mineira e Sul do Espírito Santo. O carvão vegetal é explorado nas matas do rio Doce. A siderurgia, em grande escala, surge em Volta Redonda. Os centros in­dustriais, apelando para a energia hidráulica dos desníveis da encosta, criam parques im­portantes como Petrópolis e Juiz de Fora.

O Planalto registra a fisionomia "pastoril e mineira", embora já amplamente se desenvolvam as lavouras e as indústrias, sobretudo em Minas. O V ale São-franciscano é o domínio da "pecuária e do algodão", esboçando a transição para os sertões nordestinos.

A mineração - de tão larga influência histórica - traça uma viga marcante nessa estrutura, produzindo para o País sôbre o total cêrca de 100% do arsênico, 86% do mármore, 95% da mica, 99% do minério do ferro, 94% do manganês, 99% do ouro, lODo/o da prata, 29o/o do sal, diamantes industriais e preciosos, areias monazíticas e outros minerais atômicos, possuindo ainda a maior reserva de águas minerais do território bra-

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sileiro. Nesse campo, porém, o fato mais saliente do Leste é a posse da maior reserva de ferro do País : 15 biliões de toneladas de minérios dormem no quadrilátero Belo Ho­rizonte, Santa Bárbara, Entre Rios e Mariana.

Não param nesses apenas os recursos minerais da região. Devemos acrescentar mais : o gêsso no Estado do Rio; o amianto em Bahia e Minas; sal-gema em Sergipe; barítina em Araxá ( MG) e Camamu (Ba); pirita em Ouro Prêto ( MG); fluo ri ta em Januária (MG); estanho no rio das Contas e serra das Éguas (Ba), S. João del Rei e rio das Mortes (MG); cobre em Paraopeba (MG); magnesita de Brumado (Ba); bauxita de Poços de Caldas (MG) e Domingos Martins (ES); cobalto da serra da Onça (Ba); zirconita nos litorais baianos, capixaba e fluminense; rutílio e ilmenita (titânio) em An­drelândia, Araxá e Sacramento (MG); cromo em Campo Formoso e Santa Luzia (Ba) e Piüí (MG); níquel em Liberdade (MG) e Campo Formoso (Ba) ; urânio, rádio, telúrio, tório e selênio em Ubá, Divino, Penha, Poços de Caldas (MG), Cachoeira de Itapemirim (ES); mercúrio em Ouro Prêto; antimônio em Ouro Prêto; bismuto em Ferros (MG); platina em Coromandel (MG); columbita, tantalita e berilo nos vales superiores do rio Doce, Mucuri e Jequitinhonha, em Peçanha (MG); cristal de rocha em Xique-Xique, Santo Inácio, Sento Sé, Conquista (Ba), serra do Cabral e Sete Lagoas (MG).

A produção vegetal compreende a extração da borracha da mangabeira, do caroá, a cêra e os coquilhos do Iicuri (Cocos Coronata Mart) , rival da carnaubeira nordestina e que recobre 40 000 000 de hectares na região, dos quais 25 milhões só na Bahia; as madeiras baianas e capixabas ou a cultura (o Leste representa um têrço, ou seja, 33,6% da área cultivada do Brasil) de 98% do cacau, 80% do fumo, café, frutas, cereais, cana-de-açúcar : o município de Campos é o maior produtor de açúcar do Brasil.

A produção pastoril conta no Leste com um têrço do rebanho bovino e 30 000 000 de couros e peles exportados atestam a vitalidade da sua produção animal, além das in­dústrias derivadas de laticínios. Uma dúzia de milhares de estabelecimentos industriais pertencem à região, sendo o Rio de Janeiro o 2.0 centro industrial do Brasil, após São Paulo. Nesse terreno, porém, o ponto alto está na Usina Siderúrgica de Volta Redonda no vale fluminense do Paraíba do Sul cuja produção, atingindo a casa de um milhão de toneladas, anualmente, representa a triplicação do que se produz do ferro brasileiro - fundamento da civilização moderna - e abrindo margem para a sua exportação, como também a dos minérios, efetivada pela Companhia do Vale do Rio Doce. Cresce assim o seu parque industrial - esperança da nossa independência econômica e de um melhor padrão de vida para o povo brasileiro.

17 - As Fontes de Energia

A REGIÃO dispõe de variadas fontes de energia. Sem falar no uso tradicional da lenha, do carvão vegetal, explorado bastante no vale do rio Doce, registram-se grandes depósitos de xisto betuminoso em Minas e em Maraú (Bahia). Êsse

último depósito, cujo minério é conhecido por marauíta, conta uma reserva de 1 000 000 de toneladas, com uma percentagem de 35% de óleo.

O linhito ocorre na Bahia e em Minas ( Gandarela e Fonseca). A turfa é en­contrada em Vila Nova (Se), Maraú e Ilhéus (Ba), Bambuí (MG), Vila Velha e Viana (ES), Cabo Frio (RJ) e Jacarepaguá (DF).

O fato porém mais positivo da produção de energéticos na região repousa no pe­tróleo do Recôncavo Baiano único ponto do Brasil onde o óleo negro já é uma realidade industrial utilizado na refinaria de Mataripe.

O setor hidráulico apresenta um potencial distribuído da seguinte maneira :

Minas Gerais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. Bahia ................................ .

Rio de Janeiro Espírito Santo Sergipe

Distrito Federal ...

TOTAL ............. .

5 827 600 c v 1 223 200

543 100 99 300

800 400

7 694 400

ou seja mais de um têrço da reserva geral calculada em 19 520 000 CV. Só Minas Gerais representa 29% do potencial hidráulico brasileiro. Ao campo dos recursos hidráulicos per­tence outro aspecto importante : queremos referir o aproveitamento dos 350 000 CV de Paulo Afonso, no S. Francisco, 0 primeiro grande empreendimento de captação das nossas reservas e propiciador da formação de um parque industrial para o Norte, capaz de con­trabalançar a industrialização do Sul. Vê-se assim que o Leste é, neste instante, o centro geográfico da nossa política energética. Nêle estão surgindo os dois mais poderosos fatôres de concretização dessa política : o petróleo baiano e a usina hidrelétrica de Paulo Afonso.

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196 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICíPIOS

18 - A Rêde dos Transportes

O S PRIMEIROS caminhos brasileiros surgem na regtao, como simples penetração para as lavras minerais ao Sul e abertos pelo gado ao Norte. Por volta do século XVIII, um amplo sistema de estradas, abertas pelo gado, convergem para Salvador,

Capital da colônia, ligando-a às remotas paragens dos quadrantes territoriais.

As primeiras rodovias, merecedoras dêsse nome, surgem aí. É a Estrada do Co­mércio (1 822), que ligava a Baixada Fluminense ao vale do Paraíba e servia à economia cafeeira, em franco desenvolvimento. Em 1 861, graças a Mariano Procópio, é inaugurada a "União e Indústria", com idêntica função econômica, ligando Petrópolis a Juiz de Fora, revestida de pedra britada e considerada a "rainha das estradas brasileiras". Hoje, a es­trada Rio-Bahia desempenha uma notável função geopolítica e geo-econômica, concorrendo com o S. Francisco na ligação Norte-Sul do País, estando ainda a região cortada por 70 000 Km de rodovias.

A primeira ferrovia brasileira, os 14,5 Km com a bitola de 1 metro, entre o pôrto de Mauá e a raiz da serra da Estrêla, graças a lrineu Evangelista de Souza, o grande Mauá, abre para nós a época das ferrovias. Hoje, 15 000 Km de ferrovias sulcam o mapa da região, dando-lhe o primeiro lugar em todo o País.

Caminhos coloniais, rodovias e ferrovias galgaram o planalto, ora pelas "gargantas" da montanha, como a de "João Aires" que ainda hoje serve à Central do Brasil, ou pelas "clareiras" da mata, que ali desempenharam o seu papel de linhas naturais de circulação.

A primeira tentativa de navegação a vapor surgiu no Recôncavo Baiano : fá-la o grande Felisberto Caldeira Brant Pontes, o futuro Marquês de Barbacena. Balizando a costa, surgem, ao largo do eixo periférico da navegação oceânica, os portos do Rio, o maior do Brasil, Salvador, de grande cabotagem, Vitória, especializado no embarque de minérios, Angra dos Reis, concentrando o desembarque do carvão sulista.

A Bahia conta 4 879 Km de cursos fluviais navegáveis e Minais Gerais com 2 430. É certo que os rios estão desequipados, não só quanto à via como quanto aos meios de transporte : assoreamento dos leitos, ausência de portos, embarcacões reduzidas, falta de regularização e conservação do canal navegável, reduzem a um péssimo estado a navegação do rio Doce, Paraíba ou São Francisco.

Nessa ordem de transportes não é descabido mais uma vez ressaltar a importância do São Francisco na ligação Sul-Norte do nosso território. Militarmente, já a proclamava o engenheiro militar Eduardo José de Morais, no século. Social e econômicamente, todos o reconhecem.

O plano geral de viação nacional, na parte fluvial, elaborado pelo General Jaguaribe de Matos. prevê a sua articulação, mediante canais. com algumas bacias vizinhas, sobretudo o Parnaíba .e o Tocantins. Com efeito, a depressão do Jalapão facilita a tarefa. Abran­gendo as terras lindeiras de Goiás, Bahia e Piauí, nessa zona deprimida a lagoa do Varedão se liga por um duplo desaguadouro - um para o São Francisco, pelo Sapão, afluente do rio Prêto, outro pelo Formoso, tributário do rio do Sono, afluente do Tocantins. Para o lado do Piauí, segundo informa o engenheiro Agenor Augusto de Miranda, Parnaguá, no rio Gurguéia, afluente do Parnaíba, está na quota de 345 metros, enquanto Santa Rita, à margem do rio Prêto, tributário são-franciscano, está à altura de 445 metros, havendo uma diferença de 100 metros, observação de molde a explicar como é possível articular as duas bacias.

Uma apreciação sucinta dos transportes no Leste nos mostra o seu papel de faixa das rotas internas que conjugam o Norte ao Sul do País : daí a importância da Rio-Bahia, do São Francisco e das linhas aéreas que alteiam no seu espaço aéreo, como das futuras li­gações ferroviárias, sem falar no feixe da circulação marítima que tangencia os seus portos de grande cabotagem.

O jôgo de transportes combinados que se planeja na região, a "rocagem" rodo-flúvio · -ferroviária da Rio-Bahia com o conjunto São Francisco-Central do Brasil, embora van­tajosa sôbre certos aspectos, econômicamente não deixa de ser uma manifesta desvantagem pelos transbordos compulsórios a que se sujeitam os produtos ao utilizar o sistema cir­culatório regional.

19 - A Evolução Econômica

O COMANDO da vida econômica do Brasil tem-se assemelhado a um movimento basculante do Norte e do Sul, no qual o Leste tem sido o fiel de equilíbrio. O açúcar confere ao Norte, ao massapê nordestino, a liderança da economia

nacional. Vem, porém, o ciclo da mineração e o eixo econômico começa a se deslocar para o Sul, situação que se confirma com o surto cafeeiro do século XIX.

O Leste participa ativamente de todos os ciclos da nossa evolução econômica : do pau-brasil, d.o açúcar, da mineração, do café, do industrial e policultor dos dias atuais, num reflexo evidente de sua complexa geografia.

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O Brasil Oriental é a zona de transição econômica nas mutações da nossa vida pro­dutiva : por êle passou o açúcar nordestino para as terras e usinas paulistas, o café, as minas, o gado. Viu a decadência cafeeira do vale do Paraíba e assiste hoje à sua recuperação industrial pela siderurgia e indústrias correlatas.

O café e a industrialização, a partir dos meados da centúria passada, doaram ao Sul a liderança econômica. Modernamente, um lento evolver das fôrças produtivas tende a recompor o equilíbrio entre as duas partes do País e o eixo sinergético dêsse esfôrço - tão necessário à unidade nacional, digamos de passagem - corta o território oriental.

Com efeito, se considerarmos que os problemas básicos da economia brasileira re­sidem precipuamente na criação da indú&tria pesada, especialmente a do ferro, na produção maior de recursos energéticos, a exploração do minério de ferro e sua industrialização em Volta Redonda, o petróleo baiano e a usina de Paulo Afonso correspondem exatamente a êsses imperativos e tendem a recompor o equilíbrio da nossa fisionomia econômica, apro­ximando do Norte 0 seu centro de gravidade econômica e isto através do Leste. Se acres­centarmos que a intensificação dos transportes responde à necessidade de integrar as regiões do País numa vasta unidade econômica, não há duvidar que ao conjunto das comunicações do Leste se impõe essa tarefa unificadora. A ressurreição econômica do Norte tem, portanto, raízes implantadas fundamente no Leste : o eixo econômico do País mais uma vez poderá se inclinar para nós através do território oriental.

V - CONCLUSÃO

20 - Tendências e Características

A EXPOSIÇÃO esboçada nessa curta monografia permite-nos então inferir as seguintes conclusões :

1 - O Leste é a mais complexa e menos caracterizada e definida das regiões bra­sileiras, pela comunidade de asJ?eCtos fisiográficos que mantém com as demais;

2 - Essa indecisão do facies geográfico da região, se dificulta a sua delimitação como unidade natural, torna-a entretanb uma área de convergência e transição das vizinhas;

3 - Respondendo a essa complexidade característica do seu meio natural, os fe­nômenos humanos e econômicos sofrem o mesmo imperativo de convergência e transição, que possibilita a região se transformar no centro, de gravidade da nação;

4 - Êsse papel de centro de gravidade é evidenciado pela função antropogeográfica do S. Francisco como condensador de populações e caminho das migrações internas do Sul e do Norte; êsse centripetismo sociológico e político se manifesta na importância histórica, política, cultural e militar da região;

5 - Econômicamente, essa função de equilíbrio e transição faz-se sentir na parti­cipação intensiva da região em todos os principais ciclos da evolução econômica do País, que afetaram o Norte e o Sul, e na pluralidade dos ~eus recursos atuais;

6 - A tendência para integrar a economia nacional numa unidade indivisível e recompor o equilíbrio sócio-econômico do Sul com o Norte, quebrado a favor daquele pelo café e pela industrialização, aproximando do Norte o centro de gravidade da economia na­cional, encontra no Leste o seu eixo sinergético, representado por :

a) a intensificação dos transportes aéreos, ferroviários, rodoviários e fluviais, li­gando as duas partes do País, máxime pela Rio-Bahia e a recuperação do São Francisco;

b) a concentracão da maior reserva de ferro mundial no famoso quadrilátero mi­neiro e sua industrializaÇão no âmbito nacional com a siderurgia de Volta-Redonda;

c) a centralização no mesmo âmbito dos fatos mais importantes da nossa atual política energética : a exploração do petróleo baiano e a usina de Pauló Afonso, ponto de partida da industrialização intensiva do Nordeste, capaz de contrabalançar o parque paulista.

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Imigração & Colonização

CAUSAS E EFEITOS DO ÊXODO RURAL

1. INTRODUÇÃO

Breve história dos movimentos migratórios - Os movimentos migratórios cons­tituem um fenômeno tão antigo como a humanidade. Desde os primeiros tempos o homem tem mudado de um lugar a outro em busca de melhores condições de vida. Quando a sociedade era organizada na base de relações de parentesco eram pequenos os grupos que se mobilizavam no espaço geográfico. Quase não existia o movimento de um indivíduo ou de uma família em busca de um lugar melhor para viver ou em busca de novos companheiros.

Êste tipo de migração em grupo era o único que existia, até que os povos aprenderam a viver da agricultura e puderam radicar-se em um lugar determinado. Foi quando o homem, para sua subsistência, aprendeu a depender do que êle mesmo produzia, crescendo a população a tal ponto que as terras ocupadas já não eram suficientes. Só então começou o movimento isolado de indivíduos e famílias em busca de novas terras.

A vida sedentária da população estimulou o desenvolvimento das atividades co­merciais e isto acabou também em um tipo especial de movimentos migratórios. Gradual­mente foi-se alcançando um certo grau de uniformidade na organização social em áreas relativamente extensas. Foi quando começou, em considerável escala, a migração de indivíduos e famílias.

Êste tipo de migração de indivíduos e famílias, tem desempenhado um papel muito importante no crescimento e distribuição da população, tanto dentro como entre vários países.

Classes de movimentos migratórios - Os movimentos migratórios classificam-se em dois grandes grupos : migrações externas ou internacionais : aquelas que se realizam de um a outro país; e migrações internas, ou seja, as que têm lugar dentro dos limites políticos de uma nação. São em pequeno número os países onde são registrados os movimentos internos de população, por esta razão os dados que temos a respeito são escassos e incompletos.

A migração interna, como a externa, é a afluência de indivíduos para um determinado lugar : imigrações; ou o êxodo de indivíduos de um lugar : emigrações.

Direção das migrações internas - De acôrdo com a direção, as migrações internas podem ser: a) de zonas rurais às zonas urbanas; b) de zonas rurais a outras zonas rurais; c) de zonas urbanas às zonas rurais; d) de zonas urbanas a outras zonas urbanas.

Esta informação trata unicamente das migrações que têm lugar em zonas rurais e urbanas, ou seja, do êxodo rural, suas causas e conseqüências.

2. O ÊXODO RURAL

O ASPECTO mais significativo dos movimentos internos de população é sem dúvida a migração contínua de pessoas das zonas rurais para as cidades. Esta migração representa um papel indispensável na sociedade moderna, pois a cidade do século XX

pode ser considerada como uma espécie de colônia que deva ser repovoada cada ano com os habitantes das zonas rurais. A maior parte das pessoas que vive nas cidades, são os emigrantes do campo ou filhos dêsses emigrantes. Poucas famílias são residentes urbanas por mais de duas gerações.

Durante os séculos XIX e XX, o movimento em massa da população das zonas rurais para as grandes cidades, sucedeu em todo o mundo. A isto se deve o crescimento fabuloso e às vêzes desproporcional das cidades, desde meados do século XIX.

Buenos Aires, Montevidéu, La Habana, Lima e outras capitais da América Latina englobam a quarta ou quinta parte e às vêzes mais, do total da população de seus respectivos países. Rio de Janeiro, São Paulo e Caracas duplicaram o número de seus habitantes entre 1930 e 1950.

Documento informativo preparado pela União Pan-americana para a X Conferência Interamericana, realizada em Caracas.

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IMIGRAÇÃO & COLONIZAÇÃO 199

Nos Estados Unidos, de 1920 a 1930, devido às migrações, 2 542 condados acusaram perda de habitantes rurais e só 517 acusaram ganho. De 1910 a 1920, as migrações do campo para as cidades foram superiores às migrações das cidades para o campo, com 6 500 000, e de 1920 a 1930 com 6 300 000.

Durante o período compreendido entre 1869 e 1938, a população rural da República Argentina acusou somente um aumento de 2 156 000 habitantes, enquanto que a população urbana teve um aumento de 8 867 000.

Em Costa Rica, segundo os movimentos migratórios registrados pelo Censo de 1950, sabe-se que os emigrantes ao Cantón San José foram de 46 353, enquanto que os emigrantes do mesmo Cantón foram somente 29 815.

Apesar do grande número de lavradores que anualmente passam a viver nas cidades, a população rural da América Latina representa ainda uma alta percentagem sôbre a po­pulação urbana. Dos 107 milhões de habitantes que constituem a população da América do Sul, 64 milhões, ou seja, 60% vivem da agricultura. Na América Central e México, de um total de 50 milhões de habitantes, 33 milhões, ou seja, 67%, pertencem à po­pulação rural.

Atualmente, a relação entre população rural e urbana encontra-se em processo de mudança, a julgar pelo incremento no número de migrantes entre comunidades urbanas e a proporção decrescente da população agrícola nos países mais desenvolvidos. Com­pare-se, por exemplo, como tem variado a porcentagem da população rural em relação à urbana, nos Estados Unidos da América, a partir de 1790.

POPULAÇÃO URBANA E RURAL DOS ESTADOS UNIDOS - 1790/1950'

ANO Total Urbana Rural

--------

19502 150 697 361 96 467 686 54 229 675 19503 • 150 697 361 88 927 464 61 769 897 1940. 131 669 275 74 423 702 57 245 573 1930 122 775 046 68 954 823 53 820 223 1920 .. 105 710 620 54 157 973 51 552 647 1910. 91 972 266 41 998 932 49 973 334 1900 .. 75 994 575 30 159 921 45 834 654

1890 62 947 714 22 106 265 40 841449 1880. 50 155 783 14 129 735 36 026 048 1870 38 558 371 9 902 361 28 656 010 1860 ... 31 443 321 6 216 518 25 226 803 1850 .. 23 191 876 3 543 716 19 648 160

1840 .. 17 069 453 1 845 055 15 224 398 1830. 12 866 020 1 127 247 11 738 773 1820 .... 9 638 453 693 255 8 945 198 1810 7 239 881 525 459 6 714 422 1800. .... 5 308 483 322 371 4 986 112 1790 ... . . 3 929 214 201 655 3 727 559

Dos 163 milhões da população total dos Estados Unidos e Canadá, somente 33 mi­lhões, ou seja, 20%, constituem a população agrícola.

Os países da América Latina ainda não aLcançaram o grau de desenvolvimento in­dustrial a que chegaram os Estados Unidos, Inglaterra, etc.

Esta é uma das razões pelas quais a população rural, na América Latina, é superior à população urbana. Mas como todos os países latino-americanos se encontram num processo de industrialização, é possível que a relação entre população urbana e rural siga o mesmo caminho observado nos Estados Unidos da América.

Esta mudança de proporção entre população urbana e rural parece ser inevitável. A mecanização da agricultura, ao mesmo tempo que deixa sem trabalho a bom número de indivíduos, requer dos que ficam um certo grau de capacidade técnica, certa especia­lização. Mas a capacidade profissional traz consigo melhores salários. A um tratorista não se pode oferecer o mesmo salário que a um peão que maneja o arado puxado por bois.

1 Thompson, Waren S, Population Problems, Mc-Graw-Hill Book Company, Inc., New York, Toronto, London, 1953. ·

2 Nova definição de população urbana. 3 Antiga definição de população urbana.

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Daí se conclui que enquanto por um lado a mecanização agrícola provoca o de­semprêgo de um número de trabalhadores, por outro desenvolve a capacidade profissional e eleva os salários dos poucos que ficam.

A INDUSTRIALIZAÇÃO de um país representa o estabelecimento de fábricas para a elaboração de matérias-primas. As fábricas precisam, em geral, de mais tra­

balhadores do que os proporcionados pelo centro urbano, onde estejam estabelecidas. Como os salários nas fábricas são superiores aos que se oferecem na agricultura, princi­palmente não sendo esta mecanizada, os lavradores acorrem aos centros urbanos atraídos por melhores salários e pelas oportunidades de trabalho.

Quando a mecanização dos trabalhos agrícolas estiver paralela à instalação de indústrias nos centros urbanos, não haverá problema de desocupação, já que os que ficarem sem trabalho na agricultura o encontrarão nas fábricas. Neste caso, o êxodo rural é ne­cessário e benéfico para a economia de qualquer país. O problema se apresenta quando a população rural desprezada pelas máquinas, pelos baixos salários e pela falta de opor­tunidade de trabalho, se translada aos centros urbanos em busca de trabalho e de salários, que não existem, porque não foram estabelecidas indústrias suficientes para absorver esta população desprezada do campo.

Explicamos que o principal destino das correntes migratórias internas são as grandes metrópoles, que na imaginação dos moradores do campo figuram como verdadeiros El­dorados. Mas em parte os emigrantes das zonas rurais afluem também às vilas e cidades mais próximas. Referindo-se a Costa Rica, disse um autor :

"Em quase todos os fenômenos migratórios do nosso país, salvo pequenas exceções, os movimentos não· cobrem grandes distâncias e se observa que o que chamou Lively de lei da circulação limitada da população, se cumpre. Os movimentos migratórios se rea­lizam entre cantões quase por osmose, se tal palavra pode ser aplicada, já que as pessoas se transferem mais freqüentemente de seu lugar de nascimento a outro vizinho". •

No que se refere à Argentina, sabe-se que uma região que se encontre afastada de Buenos Aires tem uma alta porcentagem de emigração, sendo sua capacidade econômica baixa. 5

N OS Estados Unidos da América a cidade de Los Angeles incluía em 1930 milhares de indivíduos de todos os Estados, com exceção da Flórida, Carolina do Sul, Ca­

rolina do Norte, De!aware, Vermont, New Hampshire e Nevada. Chicago, New York e São Francisco são outras cidades que têm atraído emigrantes de tôdas as regiões do país. 6

Em alguns casos a mudança para as grandes metrópoles não se realiza em uma só etapa, mas gradualmente e em etapas sucessivas que podem compreender vários anos.

Com certa freqüência a emigração não começa com a mudança de tôda a família e sim com a de um de seus membros, aquêle que se encontre em plena capacidade de trabalho. Mais tarde, quando êste tiver encontrado ocupação na cidade, emigram os outros membros da família. ·

O movimento migratório do campo para a cidade é inquestionàvelmente escolhido no que se refere à idade e sexo dos indivíduos.

A maior parte dos emigrantes das zonas rurais são jovens. Nos Estados Unidos, calcula-se que 1/3, ou seja, 2 milhões dos que abandonaram os campos para transladar-se às cidades durante o período compreendido entre 1920 e 1930, foram jovens entre os 15 e 25 anos dé idade. 7 Nas emigrações para as zonas urbanas, predominam as mulheres. Dos dados do Censo da cidade de Buenos Aires, levantado em 1936, foi deduzido que 59% dos emigrantes para a capital foram mulheres." No Brasil, há zonas das quais emigram nu­merosas mulheres para empregar-se em serviços domésticos, serviços sociais, nas indústrias e no comércio, especialmente nas metrópoles do Rio de Janeiro e São Paulo.

No que se refere à preparação e capacidade dos emigrantes das zonas rurais, não se tem dados concretos. Em um estudo realizado entre os emigrantes de um distrito es­colar rural de New York, concluiu-se que a maior parte dos que não haviam emigrado eram os que se l:taviam classificado abaixo da média de suas respectivas classes.

Segundo um estudo sôbre migração em Minnesota, os que emigram para as cidades são os jovens com a maior e menor habilidade natural, enquanto os jovens classificados

·1 Jiménez Castro, Wilburg, "Movímientos ~igratorios Internos de Costa Rica Registrados por el Censo de 1950", Boletim Informativo da Direção Geral de Estatística e Censos, nos 30 31, Ano III, julho-agôsto de 1952, São José, Costa Rica.

ü. Taylor, Carl C., Rural Life in Argentina, Louisiana State University Press, Baton Rouge, 1948. Smith, Lynn T., Population Analysis, McGraw-Hill Book Co , Inc. N ew York, Toronto, London, 1948. Landis, Paul H., Population Problems. American Book Co New York, 1943.

8 Taylor, Carl C , Op cit

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IMIGRAÇAO & COLONIZAÇAO 201

entre êstes dois extremos tendem a permanecer no campo. Em geral, a seleção dos emi­grantes das zonas rurais tem relacão com as características da comunidade, tais como : seu grau de industrialização, distân~ia das cidades, etc. Apesar de não ser possível chegar a nenhuma conclusão com respeito à natureza seletiva do êxodo rural, pode-se concluir que no êxodo para as cidades, o campo perde seus melhores elementos. 0

3. CAUSAS DO ÊXODO RURAL

C OMPARANDO o lugar de residência com o lugar de nascimento, é possível de­ter~inar. se se trata de um lugar onde chegam mais emigrantes ou de onde saem mats emtgrantes.

Sabe-se que os emigrantes ao Cantón San José em Costa Rica, segundo o Censo de 1950, foram 46 353, enquanto que os emigrantes do mesmo lugar foram sàmente 29 815.

A migração líquida que neste caso é um saldo positivo chega a 16 538. Isto quer dizer que o Cantón San José é um cantón de imigração. Porém o Cantón Puriscal, no mesmo país, com 1993 imigrantes e 7 671 emigrantes tem um saldo negativo de 5 678, o que quer dizer que é um cantón de emigração.

As causas que determinam se um lugar é de imigração ou de emigração, em outras palavras, as causas que produzem as migrações internas em geral e o êxodo rural em particular, sâo várias e operam com maior ou menor intensidade segundo o lugar e as circunstâncias.

Em geral as causas da migração interna não são essencialmente diferentes das de migração internacional; porém é provável que os motivos pessoais, de caráter não econômico, representem um papel muito mais importante nos movimentos internos de população. Ê também possível que as diferenças nas condições políticas e sociais não constituam motivos tão importantes para a migração, interna como o são para a migração externa. Finalmente, ainda que as diferenças na situação econômica e nas oportunidades dentro de um país possam ser grandes, é provável que relativamente não o sejam tanto como entre países que enviam e recebem emigrantes.

Há muito tempo sabe-se que durante o período de desenvolvimento industrial, as correntes de migração dirigiam-se das zonas agrícolas às zonas industriais, do campo às cidades. Êste foi o resultado natural de uma revolução agrícola estritamente rela­cionada com a revolução industrial dos dois últimos séculos nos países mais desenvol­vidos. Além da alteração geral na economia d9 mundo ocidental que necessita um menor número de trabalhadores agrícolas e que proporciona ocupação a um maior número de trabalhadores não agrícolas, a população agrícola tinha e tem ainda em muitos países uma porcentagem mais alta de natalidade que a população urbana. Como ao mesmo tempo tem baixado a percentagem de mortalidade tanto nas zonas urbanas como nas rurais, o aumento da população nestas últimas tem sido considerável. Devido a isto, a população agrícola do mundo ocidental teria um excedente que não poderia ser empregado van­tajosamente na agricultura, excetuando os poucos lugares onde se criavam novas regiões para o trabalho agrícola e onde se intensificava consideràvelmente esta classe de ati­vidades. Por esta razão, grande parte dêste excedente se tem transladado à cidade e esta tem sido a origem dos movimentos internos de população nos tempos atuais. Antes da revolução industrial, as cidades não foram capazes de combater a mortalidade in­fantil, nem para manter sua :população, nem para acusar um crescimento. Pode-se pois pensar que as áreas rurais têm sido sempre a fonte principal das migrações internas.

Em geral, a direção das migrações internas vai das limas de baixo poder aquisitivo para aquelas de alto poder aquisitivo. As causas que contribuem para que uma região seja de baixo poder aquisitivo, são, geralmente :

a) A falta de recursos naturais em relação com a população que dêles depende para sua subsistência; terras insuficientes, pobres ou mal distribuídas; ausência ou insigni­ficância de depósitos minerais; clima desfavorável, etc., ou o demasiado isolamento que pode trazer como conseqüência um custo muito elevado de transporte.

b) A falta de pessoal técnico, de organização e de capital necessário para fazer bom uso dos recursos naturais.

c) As mudanças nos processos econômicos e as mudanças na localização das in­dústrias podem ser tão rápidas gue uma população que se considerava adequada nas con­dições anteriores pode converter-se em excessiva sob as novas condições, ou vice-versa.

Deve-se ter presente que as condições que uma região muito raramente se encontram isoladas. ou tôdas, relacionam-se intimamente.

Lnndis, Paul H , op cit

R.B M -2

produzem o baixo poder aquisitivo de Em regra geral, a maior parte delas,

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202 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICíPIOS

A NALISANDO a capacidade econômica e a distância até a capital de tôdas as pro­víncias e territórios nacionais que, segundo o censo da cidade de Buenos Aires, levantado em 1936, contribuíram com o mais alto e com a mais baixa percentagem

de emigrantes para a capital, pode-se chegar às seguintes conclusões :

a) Uma província com capacidade econômica baixa, mas relativamente perto de Buenos Aires, tem uma alta percentagem de emigração.

b) As províncias de capacidade econômica alta, ainda que estejam perto de Buenos Aires, têm uma percentagem baixa de emigração .

c) As províncias com capacidade econômica baixa e a considerável distância de Buenos Aires, têm uma alta percentagem de emigração.

Ainda que em verdade não exista uma maneira de valorizar com exatidão a influência relativa dêstes dois fatôres - capacidade econômica e distância - pode-se deduzir sem perigo que a capacidade econômica baixa de uma região é um fator suficientemente po­deroso para provocar a emigração, vencendo ainda o obstáculo da distância. 10

Não é muito difícil compreender as causas que produzem o êxodo rural, se com­pararmos por um momento a grande disparidade que existe na maior parte dos países latino-americanos entre as rendas das zonas rurais e as das zonas urbanas, resultante da rápida industrialização destas últimas; a diferença entre os caminhos poeirentos do campo, trafegáveis apenas no verão e as ruas pavimentadas das cidades; as dificuldades de trans­porte e comunicação nas zonas rurais; seu baixo padrão de vida; a carência de serviços médicos e sociais; a insuficiência do sistema educativo, resultando no analfabetismo das massas; a casa-de-campo pobre e destituída das mais elementares condições sanitárias; a falta de proteção à vida e à propriedade devida à ausência de vigilância policial.

No meio rural, devido às distâncias e ao isolamento das famílias, dificultam-se as reuniões de homens, mulheres e crianças. A solidão em que vivem muitas famílias rurais, não tem paralelo nos povoados e cidades onde sempre é possível encontrar indivíduos dispostos a compartilhar os sofrimentos e as alegrias de um vizinho.

As instituições sociais, tais como : escolas, igrejas, organizações de agricultores etc., têm dificuldade de funcionar eficientemente, porque as famílias encontram-se dispersas e não são fáceis as reuniões. O estabelecimento de serviços públicos, tais como : água, eletricidade, telefone, serviços médicos etc., é também muito difícil, devido ao alto custo resultante da dispersão dos habitantes. Finalmente é necessário reconhecer que muitos governos não se têm ocupado devidamente dos problemas do campo. As zonas rurais vivem esquecidas, enquanto todos os esforços estão concentrados em atender às necessidades e até ao embelezamento das cidades capitais.

O problema da terra - Entre as causas que produzem o êxodo rural, sem lugar a dúvida, uma das mais importantes é a falta de terras adequadas para a produção agrícola. Isto se compreenderá melhor ainda se lembrarmos que a população rural se identifica, em quase todos os países da América Latina, com a população agrícola. Em outras pa­lavras, a população rural vive quase exclusivamente da agricultura. Se por uma ou outra razão, a agricultura não proporciona trabalho para tôda a população rural, é lógico que aquêles que não encontram ocupação se vejam obrigados a emigrar.

A falta de terras pode ter diferentes causas. Em alguns países se deve a densidade demográfica. Tal é o caso de Pôrto Rico, onde a população sobrepujou a capacidade de produção da terra, ou do Haiti, onde há 280 pessoas por quilômetro quadrado ou ainda em tôda a região do Caribe cuja densidade de população figura entre as mais elevadas do mundo.

A falta de terras cultiváveis não se deve, porém, unicamente à alta densidade demográfica, mas também às limitações no uso da terra, impostas, por um lado, pelo relêvo demasiado irregular, como em tôda a região dos Andes; pela altura, como no caso do pla­nalto Perúvio-Boliviano; pela falta de chuvas e água em geral, como o caso do Ceará no Brasil ou à costa peruana; pela pouca fertilidade dos solos etc., e por outro lado, pela falta de caminhos de penetração às regiões inexploradas; pelo alto custo que implica no desflorestamento das selvas tropicais, a drenagem, o saneamento etc. Finalmente, em vários países latino-americanos a falta de terras não se deve a nenhuma das razões assina­ladas mas simplesmente à sua má distribuição.

Latifúndio e minifúndio - Em alguns lugares a terra está em poder de uns poucos latifundiários, sempre ausentes e pouco interessados em sua exploração. Referindo-se à Colômbia, disse um autor : "De fato, vemos em diversas regiões do país que pràticamente prevalece o direito do proprietário sôbre o direito à vida e ao trabalho de muitos deserdados. Todos conhecemos a existência de concentrações humanas detidas em seu desenvolvimento natural pela vizinhança de latifúndios nada ou muito pouco aproveitados, que se fecham implacáveis sôbre a população ávida de terra e de trabalho. Os donos de tais latifúndios, jo­gam pacientemente a valorização de suas terras porque não têm necessidade de vendê-Ias, nem

10 Ta;lor, Carl C , Op cit.

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possibilidade de cultivá-las, enquanto que os lavradores, desesperados, de poder usar de uma propriedade próxima de seus lares, cedem ao atrativo das cidades''. 11

Na Argentina o latifúndio é pràticamente o traço dominante do sistema de pro­priedade da terra.

"85% das terras agrícolas que pertencem a proprietários privados constituem propriedades de mais de 500 hectares de superfície; 500 proprietários rurais possuem 18o/0

das terras, enquanto que 1,5% das terras representam propriedades menores.

"No Brasil quase a metade das terras está repartida em propriedades de mais de 1 000 hectares e, sem embargo, a metade das propriedades têm menos de 20 hectares de superfície, mas representam menos de 20% da superfície total cultivada.

"No Chile, 64% das terras se constituem de propriedades de mais de 5 000 hectares que pertecem sàmente a 750 proprietários. Segundo um estudo, 43,3o/o das terras cultivadas pertencem a 0,74% dos proprietários. Na Venezuela (censo de 1937) de um total de 108 761 granjas, 43 283 ou seja, 40%, estavam nas mãos de grandes proprietários, o que significa uma percentagem relativamente alta. No Uruguai 16 proprietários possuem uma Puperfície de 400 000 hectares de terra, o que constitui quase a metade da superfície cultivada do país. No Paraguai, sôbre uma população de 1 600 000 habitantes, 300 000 são proprietários, dos quais 136 000 possuem propriedades que abarcam 15 380 hectares e 607 proprietários possuem 24 922 110 hectares.

"Do ponto-de-vista da superfície e do valor da terra, a fazenda ou estância, e, em alguns países, a plantação, constitui o mais importante tipo de exploração rural em tôda a regtao. Com exceção de parte de Costa Rica, E! Salvador, Haiti e México (e de algumas regiões de outros países) as grandes propriedades ocupam a maior superfície cultivada através do continente. Na América Latina em seu conjunto ao redor de 1,5% das pro­priedades constitui ao redor 50% das terras agrícolas" . 12

Na região do Caribe, uma grande parte das terras cultivadas pertence a grandes propriedades, dedicadas às plantações quase em sua maior parte, enquanto que as pequenas propriedades ocupam uma pequena região de parcelas extremamente reduzidas e fragmen­tadas, com muito pouco capital para sua exploração.

É MUITO difícil calcular o número de trabalhadores sem terras na América Latina. Seu número naturalmente difere em diversos países. Pode-se afirmar que no México, onde se adotaram amplas medidas para a distribuição da terra, existe ainda

um grande número de trabalhadores que não possuem terras. Em contraste com a grande propriedade, há propriedades pequenas e médias que constituem uma pequena percentagem do total da superfície cultivada e que produzem principalmente para fins de mera subsis­tência. Segundo as estatísticas oficiais do Chile, existiam em 1937, 181 784 estabeleci­mentos agrícolas, que compreendem uma superfície aproximada de 24 800 000 hectares. Não obstante, 74,5% do total de propriedades (até 49,4 hectares) representava sàménte 4,7% das terras, enquanto que 1,4% delas (de 988 a 4 940 hectares e mais) compreendem 68% das terras .

"Em 1937 o censo agropecuário da Venezuela evidenciou uma tendência similar. Os informes correspondentes a 13 divisões administrativas indicaram que em uma su­perfície de 2 153 735 hectares, que compreendia 44 519 propriedades, 56% das terras pertencem a 1% dos proprietários, enquanto que 66% dos proprietários possuem sàmente 6% das terras, sendo a extensão de mais da metade das propriedades de 0,8 a 10 hectares". 13

Por outro lado, em certo número de países (como nos países da América Central) a percentagem de propriedades pequenas e médias é muito mais elevada que na América do Sul.

Em Cuba, por exemplo, do total de prédios em 1945, 69,8% corresponde a pro­priedades de menos de 25 hectares.

O minifúndio, isto é, a propriedade demasiado dividida, origina também _o êxodo rural, já que boa parte da população não encontra oportunidades de trabalho. Este é o caso da Meseta Central de Costa Rica, onde as propriedades alcançam só uma e duas manzanas de extensão e como estão em sua maioria dedicadas ao cultivo do café, não podem ganhar recursos econômicos suficientes devido ao reduzido de seu tamanho.

A população da Meseta Central é composta em sua maioria de peões agrícolas que, não encontrando nesta região suficientes oportunidades de trabalho, transladam-se a outras regiões onde podem explorar independentemente a terra, ou emigram para as cidades, especialmente para 0 Cantón Central de San José e a seus cantões suburbanos.

n En Mesa Redonda, Testimonio; n.o 54, agôsto-setembro, Bogotá, Colômbia, 1953. 12 Memoría Del Director General, Quinta Conferência dos Estados Americanos, Membros da Or~

gamzação Internacional do Trabalho, Rio de Janeiro, abril de 1952 13 Soule, George; Efrón, David; Ness, Norman T , Latin America in the Future World,

New York, 1945.

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Utilização da terra - Não só a má distribuição da terra, mas também o seu sistema de utilização pode ser motivo para que os lavradores abandonem o campo e passem a viver nas éidades .

Existe uma relação muito estreita entre a ocupação e o uso da terra, já que alguns produtos agropecuários necessitam, para obter bons rendimentos, ser explorados em forma ampla, em terras que sempre sejam de pessoas econômicamente mais capacitadas que 0

têrmo médio dos agricultores. Êste tipo de ocupação dificulta o usufruto parcelado de pequenos agricultores, impedindo assim mesmo a variação de cultivos a curto prazo e de rendimentos efetivos.

Esta característica de uso da terra é uma das causas das emigrações de lavradores para zonas de maiores possibilidades econômicas.

Em geral a emigração é maior das zonas de monocultivo que das zonas de policultivo, já que, enquanto nestas últimas as populações são em boa parte auto-suficientes, pelo menos no que diz respeito aos meios essenciais de subsistência, nas primeiras se despreza amiúde a produção do indispensável para a alimentação em favor da produção de artigos de exportação .

A produção de artigos de exportação é estimulada pelos intermediários, pois quando o mercado é bom são êles e não os produtores os maiores beneficiados, enquanto que, quando o mercado é mau, são os produtores e não os intermediários os prejudicados. Se a falta de mercado para certo produto se prolonga demasiado, acaba por causar a emi­gração em massa das zonas de monocultivo a outras zonas rurais ou para as cidades.

"Um traço característico da estrutura agrária em certos países da América Latina é a vasta superfície dedicada à pastagem nas grandes propriedades.

"O Censo agrícola de 1940 no Brasil, evidenciou o tipo de utilização da terra neste país. Por um lado existe uma concentração da população em pequenas propriedades (o que dá como resultado uma exploração antieconômica da terra), e por outro, as grandes extensões agrícolas (diferentes das regiões cultivadas) constituem um impedimento para o cultivo intensivo e para melhores formas de utilização da terrà. Sôbre um total de 21 575 800 hectares em propriedades de 500 000 a 1 000 hectares, sàmente 1 572 900 hectares se trabalham em cultivo; sôbre um total de 95 529 600 hectares divididos em propriedades de mais de 1 000 hectares, 2 651 900 hectares se trabalham em cultivo. Ambos os tipos de exploração representam 59,2% das terras submetidas ao regime de propriedades, enquanto que a parte que se cultiva representa 22,4% da superfície total cultivada no País. -

"No Chile a terra agrícola na qual se aplica o sistema de rotação das colheitas ascende a 5 700 000 hectares; sàmente 42,7% desta superfície se acha cultivada; o res­tante, que ascende a 57,2o/0 , permanece em barbecho ou é objeto de um uso mínimo como pasto natural para o gado. Ainda com respeito às terras de irrigação ( 1 300 000 hectares), 16% se encontra sem cultivar e se emprega sàmente para pasto natural de pouco valor econômico.

"Um inqüérito realizado recentemente em dez Estados da Venezuela, evidenciou que 818 proprietários possuíam 80% das terras e que a fértil região (que se encontra perto da Capital) era utilizada como pasto extensivo, enquanto que os produtos agrícolas que são necessários nos centros urbanos são produzidos em regiões de cultivo intensivo e menos férteis, ou nas abruptas encostas das montanhas.

"Na Colômbia, dois terços da população cultivam mais de um milhão de proprie­dades, que cobrem sàmente 2 120 000 hectares de terras aptas para colheita, enquanto que 48 800 000 hectares se empregam como terras de pastagem. Segundo o informe do Comité de Dasarrollo Económico de! Gobierno Nacional (Bogotá, 1951), na Colômbia em 2 500 000 hectares se fazem baixo cultivo e 35 milhões de hectares se utilizam como pastagem extensiva. A Missão propiciada pelo Banco Internacional que visitou a Colômbia, estabeleceu que as terras mais pobres nas montanhas estão superpopulosas em relação com os recursos da terra e que muitas das terras de planície (exceto nas regiões plantadas com arroz, cana e algodão) , são de pastagem, as quais proporcionam, comparativamente, por hectare, a possibilidade de vida a muito poucas famílias. Êste tipo de utilização da terra é o reverso do uso racional do solo. Enquanto em certo número de países grande parte das encostas das montanhas são cultivadas em forma intensa, os fundos dos vales, que são adequados para a semeadura de colheita, são utilizados para pastagem.

"Afinal a concentração da propriedade significa o cultivo irregular de muitas terras com muitos trabalhadores e falta de capital se reflete na ausência de equipes produtivas e de mecanização; isto significa um desequilíbrio entre os fatôres produtivos que determinam um baixo rendimento por cada pessoa que trabalha. Junto a estas parcelas existem pe­quenos lotes de terra que apenas permitem a seus proprietários viver, acentuando-se esta situação onde prevalecem as técnicas atrasadas de cultivo". H

No Equador a maior parte dos vales mais férteis pertence às grandes fazendas e está dedicada quase exclusivamente à pastagem de gado, enquanto nas encostas das mon­tanhas que circundam êsses mesmos vales os agricultores cultivam a terra em forma in­tensiva provocando uma tremenda erosão.

1 t Memoria Del Director General, Op cit

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O problema da água - Outra causa do êxodo rural que se encontra em vanos países, é a falta, não de terras, mas de água. Em vastas regiões do Brasil, que compreendem Estados inteiros, como 0 Ceará, há escassez e irregularidade de chuvas ou as duas coisas. A falta de regularidade no ciclo anual de chuvas faz com que elas se concentrem em breves períodos de abundantes precipitações, que só podem ser utilizadas em pequena parte, e que faltem quase por completo durante o resto do ano. Às vêzes, a sêca se prolonga por dois anos ou mais. Nestas condições, a sêca não somente torna impossível um aproveitamento agropecuário intensivo do solo, mas destrói as culturas e chega a impedir a vida da população e dos rebanhos. Nos anos de sêcas mais prolongadas, milhares de emigrantes, "retirantes", saem das regiões áridas em busca de água e de trabalho. Algumas das sêcas se conservam vivas na memória dos habitantes do nordeste do Brasil, como por exemplo a grande sêca ocorrida de 1877 a 1879, que causou a morte de cêrca de meio milhão de habitantes do Ceará e Estados vizinhos, o que representa 50% do total de habitantes. Paralela à lista das famosas sêcas, há uma lista das famosas inundações produzidas por chuvas torrenciais que causaram a perda de culturas e animais. Desta maneira, os grandes invernos são às vêzes tão fatais como as grandes sêcas. Êste é um tipo de emigração que se poderia dizer forçada e que ocorre em vários países da América e do mundo. Porém em C.osta Rica, de acôrdo com o autor já citado, as condições cli­máticas e pluviométricas não guardam relação com os movimentos migratórios, pois "zonas que podem classificar-se como não muito aptas para viver por seu clima, têm recebido fortes emigrações, e em contraposição, outras consideradas como de magníficas caracterís­ticas com abundantes chuvas pa~a o cultivo, mostram fortes emigrações". 15

O problema da localização das indústrias - Outra das causas importantes que provoca o êxodo rural é a oportunidade de trabalho e de melhores salários que oferece a indústria. A maior parte das indústrias nos países da América Latina es<.So localizadas nas cidades. O abandono em que se encontra o campo, a falta de eletricidade, água, etc., torna muito difícil a instalacão de indústrias nas zonas rurais. Se em verdade a mão-de­-obra é mais abundante e b;rata no campo que na cidade, torna-se muito mais fácil atrair a mão-de-obra para a cidade que encontrar uma zona rural com as facilidades necessárias para instalar uma indústria.

Nos países que tenham alcançado um alto nível de industrialização, esta atração é tão grande que agora vive mais gente nas cidades que no campo. É o caso dos Estados Unidos. Os países da América Latina, apesar de terem a maior parte de sua população localizada nas zonas rurais, parece que estão seguindo o mesmo processo observado nos Estados Unidos. Com efeito, existe uma relação direta entre o grau de industrialização e a percentagem de população urbana. Quanto mais indústrias se estabelecem em um país, mais alta é a percentagem de sua população urbana. Assim, no México a percentagem de população agrícola chega só a 65,5, no Peru a 62,3, na Colômbia a 66,4 e no Brasil a 67,5. Em troca, esta percentagem de _população agrícola chega a 88,4 na Guatemala, a 85,0 na Bolívia e a 82,3 no Equador. 16

Na Venezuela a extração de petróleo tem atraído grandes massas de agricultores de quase todos os Estados do país, concentrando-se em cidades já existentes ou criando, pràticamente da noite para o ·dia, cidades com milhares de habitantes. É o caso do Município de Lagunillas, Estado Zulia, que em 1920 tinha somente 982 habitantes. Em 1936 a população alcançou 13 922 e em 1941 chegou a 19 391. 17

O problema da insalubridade de algumas zonas rurais - Em muitos lugares da América e de maneira especial nos trópicos, existem zonas onde certas enfermidades endêmicas tornam muito difícil ou impossível a vida. Entre as enfermidades que têm contribuído para o despovoamento das zonas rurais, deve-se mencionar de maneira especial o paludismo ou malária. Atualmente, graças ao uso extensivo do DDT, tem-se logrado destruir êste flagelo da humanidade de muitas regiões em todos os países da América Latina. Na Venezuela, por exemplo, dizem que já não existe o paludismo, que desapareceu por completo. Porém há poucos anos existiam neste país regiões, tais como Ortiz e Villa de Cura, nos Estados de Guárico e Aragua respectivamente, onde a conseqüência do paludismo tornava impossível a vida a tal ponto que a população ficava completamente abandonada e as propriedades sem nenhum valor.

Mencionamos as principais causas do êxodo rural citando uns poucos exemplos para maior clareza .

Resta agora conhecer alguns de seus efeitos ou conseqüências.

15 Jiménez Castro, Wilburg, Op. cit 10 Datas y Cifras, O R I. T. Vai 1, n. 0 3, N. Y. abril de 1952 !7 Briceiío Parilli, Antonio. Las Migraciones Internas y los Municípios Petroleros, Caracas, 1947 •

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4. EFEITOS DO ÊXODO RURAL

O MOVIMENTO de pessoas de um lugar a outro é de enorme significado social. Em primeiro lugar é necessário assinalar que a migração, junto com a natalidade e a mortalidade, é um fator que deve ser examinado, para o conhecimento do número e

distribuição dos habitantes. A migração afeta diretamente não só a constituição física e o bem-estar da população, como também a estrutura social e a personalidade dos indivíduos. Êstes efeitos da migração não têm naturalmente maior importância em uma sociedade nômade na qual a contínua mudança de um lugar a outro é a forma normal de existência. Isto se deve a que entre grupos nômades o movimento contínuo ou periódico de um lugar a outro se realiza pelo grupo social como um todo. Por esta razão os movimentos do grupo no espaço físico produzem poucos transtornos na organização social. Porém nestas circunstâncias os indivíduos têm que adaptar-se a condições variáveis do meio ambiente físico .

Quando o tipo sedentário de vida é a situação normal para grande parte da população, os movimentos migratórios são ainda de maiores conseqüências. Os efeitos mais importantes da migração são provàvelmente aquêles que afetam a estrutura das sociedades, os processos sociais e, através dêles, a personalidade dos indivíduos. Ao abandonar um lugar, o indi­víduo perde tôdas as relações que o mantinham ligado a seu grupo social e que assinalavam um lugar dentro dêle.

As migrações criam o problema de adaptação social, tanto nos grupos que perdem seus membros como naqueles que os recebem. O migrante abandona o papel de nativo e adquire o de estranho e o processo para ser recebido e encontrar um lugar na nova sociedade não é rápido nem agradável. Naturalmente êstes problemas são tão maiores quanto mais diferentes são as condições geográficas, sociais e culturais de onde saem e de onde chegam os migrantes.

"A permanência no âmbito regional onde se nasce é um fator de primeira importância para a solidez da estrutura familiar e para o sentimento de segurança pessoal. O indivíduo que se afasta de sua família e de tal maneira que perde pràticamente o contato com ela, é um desarraigado e, enquanto tal, instável e insocial.

"Se pudesse medir-se o capital humano que se desperdiça nos processos migratórios, compreenderíamos o enorme êrro que, do ponto-de-vista econômico, se comete ao estorvar a expansão da família rural no âmbito de onde é natural". 18

Na maioria dos países latino-americanos os movimentos de população das reg10es rurais aos centros industriais ou urbanos, criam graves problemas de desquilíbrio no mercado de trabalho. Na Venezuela, o êxodo dos agricultores dos Estados de Táchira e Mérida para os acampamentos petrolíferos em Zulia, cria o problema da falta de mão-de­-obra para a colheita do café .. Por esta razão, todos os anos durante a temporada da colheita do café, milhares de trabalhadores colombianos cruzam a fronteira para dedicar-se a esta tarefa, especialmente em Táchira.

A afluência de população aos centros urbanos cria o problema do desemprêgo nas cidades e traz consigo a multiplicação dos bairros pobres, sem contar que, além disso, põe em grave perigo a produção agrícola. Em um estudo efetuado ultimamente na Venezuela, sôbre as causas e efeitos do êxodo rural, concluiu-se que a maioria das famílias radicadas nos "cerros" e "quebradas", isto é, nos bairros pobres, procedem das zonas rurais mais próximas, Estado Miranda, e mais distantes, Estado Táchira, do país. 10

A emigração para as cidades, tende a diminuir na população rural a representação do sexo que predomina na corrente emigratória. No caso do Brasil é freqüentemente o feminino. Em 1940 havia no Brasil 908 homens para cada 1 000 mulheres nas zonas urbanas, 1 944 nas semiurbana~ e 1 039 nas rurais. Em 1950, faltando os resultados censitários de quatro Estados, a proporção foi a seguinte : 874 homens para cada 1 000 mulheres nas zonas urbanas, 937 nas semiurbanas e 1 029 nas rurais.

O predomínio masculino na zona rural é particularmente forte nas regtoes povoadas mais recentemente, onde uma parte da população não está todavia fixada . 20

18 En Mesa Redonda. Op. cit. 19 Estudo realizado na Venezuela pela Divisão de Trabalhos e Assuntos Sociais da União Pan.­

amencana, de a..:ôrdo com a resolução n ° 14/53, CIES. :2o Mortara, Giorgio, Caracter_ísticas Demográficas das Populações Rurais do Brasil, Rio de

Janeiro, 1952.

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o IMIGRAÇ.:\0 & COLONIZAÇÃO 207

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

CONHECIMENTO dos movimentos migratórios em geral, e do êxodo rural em parti­cular, é de enorme importância para todo país, porque somente conhecendo as causas que os motivam e os efeitos que produzem, poderão os Órgãos respectivos elaborar

os planos estatais que mais convenham, prevendo os efeitos futuros desta natureza com base nos dados recolhidos mediante estudos específicos.

As causas e os efeitos do êxodo rural variam não só de um a outro país, como ainda dentro de uma mesma nação. Alguns movimentos de população do campo para a cidade, podem ser considerados como benéficos e até necessários, enquanto que outros podem ser prejudiciais para os interêsses de um país ou de uma região e é ao Estado a quem corresponde controlá-los por meio de uma política estimuladora ou restritiva, de acôrdo com o q,ue se considerar mais conveniente para o país.

Para solucionar o problema que cria a afluência de agricultores para as cidades, os diferentes governos têm adotado certas medidas, como a construção de casas baratas, o estí­mulo ao melhoramento da produção agrícola e das condições de trabalho no campo, capazes de prender os trabalhadores rurais e dissuadi-los de ir para as cidades ou para a colonização de novas regiões. Em muitos dos países onde existe êste problema, seria conveniente criar nas cidades centros de recepção e serviços de colocação destinados aos trabalhadores do campo.

Tendo em conta que uma das causas mais importantes do êxodo rural é o sistema da propriedade da terra ou em outras palavras, o problema agrário, repetidas vêzes temos tratado de solucioná-lo com programas de colonização. A êste respeito, disse um autor, referindo-se à Colômbia :

"A colonização fixa apenas um aspecto do problema agrário que está esperando uma o1·denada, porém valorosa solução. É preciso estar alerta para que o interêsse pela colonização não exceda suas justas proporções, pois se assim sucedesse viria servir de pretexto para desconhecer ou aprazar injusta e temeràriamente a solução integral do problema agrário. Porque êste problema começa primordialmente no fato de que coexistem lavradores sem terras próprias ·e terras com donos, porém sem lavouras. A ocupação e colonização da terra deve ser feita com um prudente e ordenado critério que mantenha a primazia dos interêsses humanos sôbre os interêsses do capital. A nação vem recebendo o impulso poderoso de obras públicas que valorizam prodigiosamente algumas regiões, mas que rendem um benefício irritantemente inferior para a população rural. Temos o caso das irrigações do Saldafia com as que se haviam transformado em latifúndios estéreis onde uma rês vivia mal em cinco hectares, em terras de cultivo para arroz, como as melhores do Valle de! Canca. Esta obra empreendida por governos anteriores com a melhor boa V'ontade, porém com total imprevisão de suas repercussões sociais, tem beneficiado somente a uns tantos latifundiários, e se não fôsse a intervenção de um ministro esclarecido e de espírito cristão, teriam sido desalojados os arrendatários que durante anos haviam habitado essas terras emprestando seus braços para a pastagem de gado. Outro tanto tem sucedido com as estradas e vias férreas que atravessam regiões selvagens, valorizando-as em benefício dos poucos indivíduos que, oportunamente informados dos projetos oficiais, têm-se apropriado dos baldios limites à via projetada. Estas e tantas outras injustiças devem ser impedidas por uma lei que reserve a terra para quem estiver disposto a tra­balhá-la e não para quem queira especular jogando com a valorização da mesma". 21

Leão XIII, na Encíclica Rerum Novarum, disse : "Deve o homem ter domínio não só dos frutos da terra como também da mesma terra, porque da terra vê que se produzem para ficar a seu serviço as coisas que êle irá necessitar no futuro".

A COLONIZAÇÃO além de custar muito dinheiro, já que implica a construção de vias de comunicação, o saneamento da região etc., desarraiga a gente de sua terra natal para levá-la, na maioria dos casos a regiões de condições climáticas

muito diferentes, onde de pouco ou nada lhe serve tôda a sua experiência anterior. Fi­nalmente, em países onde já existem numerosas concentrações humanas sem o mínimo de assistência necessária para a defesa da saúde, para a educação dos filhos, para a capacidade técnica do lavrador, sem vias de comunicação etc., todos êstes problemas serão agravados com uma maior dispersão da população sôbre territórios atualmente inabitados. Por esta e outras razões, têm-se feito sugestões para começar a efetuar uma reforma agrária (e para combater 0 desemprêgo e o subemprêgo) mediante a divisão das grandes propriedades. Êstes projetos podem determinar uma diminuição da produção em certas colheitas e podem ter um efeito prejudicial na economia nacional, a menos que sejam tomadas as devidas precauções.

O cultivo da cana-de-açúcar, por exemplo, requer o uso intensivo do trabalho de modo que a divisão das propriedades não concorreria para um aumento nas oportunidades de emprêgo. Porém no caso de outras plantações, de café por exemplo, onde existe uma pequena diferença entre o rendimento das grandes e das pequenas propriedades, as vantagens

21 En Mesa Redonda, Op cit.

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soctats derivadas da divisão da terra poderiam compensar a diminuição do atual nível da produção expresso em moeda.

A Missão do Banco Internacional propôs à Colômbia - para que o país não se veja indefeso em dia não distante contra exigências socialistas de nacionalização ou de expropriação dos latifúndios - que adote medidas tributárias que indireta, porém efi­cazmente, conduzam a sua parcelação em benefício da família rural.

A mesma Missão considerou que provàvelmente o fator isolado mais importante da baixa produtividade da agricultura na Colômbia era o uso antieconômico e paradoxal da terra,' resultante de sua má distribuição, e recomendou que se adotasse um impôsto sôbre o mau uso da boa terra.

Não se quer dizer com isso que uma melhor distribuição da terra seja suficiente para melhorar o nível de vida da população rural ou para evitar seu êxodo para as cidades. É provável que a emigração do campo para os centros urbanos continue, com' ou sem uma reforma agrária. É também certo que continuará a emigração com ou sem a meca­nização da agricultura. Porém é também certo que uma reforma agrária melhoraria con­sideràvelmente a vida no campo e que a mecanização da agricultura favoreceria a formação de uma mão-de-obra qualificada e o pagamento de melhores salários. Sem dúvida, em vários países o êxodo rural ajuda a equilibrar a densidade demográfica com a capacidade de produção da terra e com as oportunidades de trabalho. Em casos como êste seria contraproducente tratar de restringir o êxodo dos lavradores para as cidades. Isto quer dizer também que a melhoria das condições de vida no campo não deve ter como objetivo evitar a emigração para os centros urbanos, e sim alcançar um nível mais alto para aquêles que têm que viver no campo.

O Conselho Econômico e Social das Nações Unidas reconhece que em muitos países as medidas de reforma agrária tendentes a lograr um melhoramento nas condições da população agrícola devem ser consideradas como uma parte necessária na aplicação de qualquer programa amplo de desenvolvimento econômico. 22

A ÊSTE respeito devemos lembrar que já na VIII Conferência Internacional dos Estados Americanos celebrada em Lima, em 1938, foi aprovada uma resolução recomendando às Repúblicas Americanas a aplicação imediata das medidas para

elevar as condições de vida das mulheres do campo mediante o estabelecimento de centros de educação e bem-estar adaptados às necessidades das zonas rurais.

O Instituto Interamericano de Ciências Agrícolas, uma das Organizações Especia­lizadas Interamericanas, tem dirigido também sua atenção para êste problema, mediante o projeto que dirige dentro do Programa de Cooperação Técnica da Organização dos Estados Americanos e que tem como finalidade o ensino técnico para o melhoramento da agri­cultura e da vida rural.

O Conselho Interamericano Econômico e Social em sua Terceira Sessão Extraor­dinária celebrada em Caracas, em princípios de 1953, aprovou uma resolução relacionada com os Projetos-Pilôto para o Desenvolvimento Rural, outra que se refere à extensão de Serviços Sociais básicos às áreas rurais e uma terceira que se relaciona com a preparação dêste informe e que diz :

"Que o fenômeno da migração de pessoas que vivem em áreas rurais para as cidades ocorre em um grande número de países latino-americanos;

"Que o estudo das causas que dão origem a êsse fenômeno e dos efeitos que ocasiona o mesmo na vida econômica e social contribuiria eficazmente para a adoção de medidas práticas encaminhadas a diminuir os danos que tal fenômeno ocasiona;

RESOLVE:

"Encomendar ao Secretariado Técnico a preparação de um informe sôbre as causas e efeitos do êxodo rural nos países latino-americanos, para ser submetido à X Conferência Interamericana (Resolução 14/53)".

Finalmente, é necessário indicar que a Divisão de Trabalho e Assuntos Sociais compreendendo que as causas e efeitos do êxodo rural não são os mesmos em todos os países, solicitou a colaboração dos governos latino-americanos para levar a efeito estudos específicos sôbre o terreno. O primeiro dêstes realizou-se na Venezuela durante os meses de agôsto, setembro e outubro de 1953, e o informe correspondente estará muito breve em circulação.

Espera-se poder realizar estudos semelhantes em outros países, tão depressa quanto as circunstâncias o permitam.

Conhecidas as causas que motivam o êxodo rural e os efeitos que produz, corresponde aos Governos da América Latina tomar as medidas que achem mais convenientes para o bem-estar de seus povos.

22 Nações Unidas, Conselho Econômico e Social, Ano VI, lJ.a Reunião, Genebra

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Economia & Finanças

O PROBLEMA DAS FINANÇAS ·MUNICIPAIS NO BRASIL

LORDELLO DE ~ELLO (Diretor-Adjunto do

Instituto Brasileiro de Administração Municipal)

O PROBLE~A da autonomia municipal sempre estêve Intimamente ligado ao da capacidade financeira dos municípios. A experiência latino-americana, especialmente, tem mostrado que de nada vale a outorga de autonomia política às comunas sem que ao mesmo tempo lhes sejam concedidos recursos financeiros suficientes para

que possam elas exercer um mínimo de funções que justifique a própria existência do município como entidade autônoma. A Constituição da Venezuela, por exemplo, declara o município como participante da soberania nacional, concedendo-lhe uma autonomia tão ampla como teoricamente não há igual em nenhum outro país. Já, porém, ao fazer a discriminação das rendas públicas, é bem menos generosa aquela Constituição, pois as comunas venezuelanas dependem dos recursos do Govêrno Central para quaisquer em­preendimentos de maior vulto que queiram realizar.

O caso da Venezuela, se é extremo no que se refere à amplitude com que é conceituada na sua Constituição a autonomia municipal, é, entretanto, típico da posição precária em que se encontram os municípios latino-americanos, de modo geral, para decretar tributos e suprir as suas necessidades financeiras.

Por outro lado, é bastante diferente a orientação do municipalismo norte-americano. Enquanto as discussões doutrinárias sôbre a posição do município em face da União e dos Estados perdem a importância ante a realidade de que o município norte-americano é uma criatura do Estado-membro, não possuindo, portanto, direitos naturais inalienáveis, no plano prático, a larga capacidade financeira atribuída aos governos locais norte-americanos é apontada como exemplo de que a verdadeira autonomia se fundamenta na posse de recursos próprios que permitam a realização, pelo município, de seus fins como unidade básica de govêrno.

É inspirado nesse problema que os diferentes congressos pau-americanos de mu­nicípios têm feito constar expressamente de suas declarações sôbre autonomia municipal o princípio da autonomia financeira. A resolução n. 0 1 do IV Congresso reunido em Montevidéu, em 1953, equacionou o problema de maneira particularmente feliz ao declarar que "a autonomia municipal se caracteriza pelo reconhecimento, na Constituição :

1.0 da autonomia política fundada em princípios democráticos; 2.0 da capacidade financeira com recursos adequados para os seus fins; 3. 0 da administração _própria dos serviços públicos locais".

TENDENCIAS DO ~UNICIPALIS~O BRASILEIRO

,

E NESSE sentido que tem evoluído o municipalismo no Brasil. Já a Constituição de 1934 inaugurava o sistema da divisão tripartida da competência nacional

assegurando não só à União e aos Estados, mas também aos municípios, uma esfera própria de ação, a qual consiste, no que diz respeito aos municípios, principalmente na sua capacidade para eleger os Órgãos da sua administração e decretar e arrecadar tributos exclusivos. O novo sistema representava uma novidade nas relações entre as diferentes esferas de govêrno no Estado federal, já que a autonomia municipal passava a ser con­figurada e assegurada na própria Constituição Federal, como princípio que se impunha aos Estados-membros. Esta passou, para muitos, como tendo sido desfigurada, pois o federalismo clássico, segundo argumentam alguns autores, não se coaduna com a restrição da competência dos Estados-membros para se auto-organizarem, o que vale dizer, para organizarem seus municípios como bem entenderem. Êsses argumentos têm sido res­pondidos, entretanto, por autores não menos autorizados que alegam não existir dois Estados federais idênticos na sua estrutura, sendo perfeitamente admissível que o fe­deralismo brasileiro assuma características próprias no que diz respeito à posição do município, sem contudo deixar o país de ser uma federação.

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A Carta de 1937, que serviu de base legal ao regime ditatorial que com ela se implantou no país, conservou pràticamente o mesmo sistema de discriminação de 1endas com a atribuição de fontes tributárias próprias ao município. A Constituição de 1946, sob o influxo de intensa campanha municipalista dentro e fora da constituinte, não só conservou como ampliou o sistema, inaugurado em 1934, da divisão tripartida da com­petência nacional. Com o intuito de democratizar ainda mais as instituições municipais, estabeleceu a Constituição de 1946 a eletividade do Prefeito e da Câmara Municipal; o direito do município à organização dos seus serviços e à administração própria em tudo que diga respeito ao seu peculiar interêsse e, finalmente, a sua competência para decretar, arrecadar 1l empregar certos tributos que a Constituição definiu como sendo os seguintes : impôsto predial e territorial urbano, impôsto de licenças, impôsto de indústrias e profissões, impôsto sôbre diversões públicas, impôsto sôbre atos da economia do município ou assuntos de sua competência. Pode, aindá, o município arrecadar taxas pelos serViços prestados pelo govêrno municipal e contribuição de melhoria quando resulte valorização dos imóveis em conseqüência da execução de obras municipais.

A discriminação de rendas, de modo que sejam devidamente atendidas as legítimas necessidades das diferentes esferas de govêrno, é problema extremamente complexo, que não pode ser fàcilmente resolvido, nem mesmo pelas tendências municipalistas das assembléias constituintes. Fatôres de ordem técnica e política condicionam o problema da repartição das rendas públicas, que deve ser feita com a observância dos princípios da conveniência e da suficiência, pois do contrário podem tornar improdutivos certos tributos pela sua adjudicação a uma esfera de ~ovêrno técnica e politicamente incapaz para lançá-lo ou arrecadá-lo convenientemente. Foi precisamente tendo em vista, por um lado, essas di­ficuldades e compreendendo, por outro lado que aquelas fontes de receita exclusivas do município não eram suficientes para prover as necessidades financeiras do município bra­sileiro típico, que o constituinte de 1946 estabeleceu um sistema de transferência, para os governos locais, de parte das receitas arrecadadas pela União e pelos Estados. Assim, participam os municípios brasileiros de 10% da cota do impôsto federal sôbre rendas e proventos de quaisquer natureza; de 12% do impôsto único sôbre combustíveis e lubrificantes; de 30% sôbre o excesso de arrecadação estadual de impostos, exceto o de exportação, sôbre a municipal; de 40% sôbre a arrecadação de novos impostos que venham a ser criados e, ainda, de uma percetagem, ainda não especificada, sôbre o impôsto único sôbre minerais e energia elétrica.

As capitais foram excluídas da participação no impôsto sôbre a renda e na cota de 30% sôbre o excesso da arrecadação estadual, sob o fundamento de que a sua condição de capital já as torna particularmente beneficiadas pelos recursos que aí são empregados pelos Estados e pela União. Ademais, na interpretação de um dos constituintes que mais lutaram pela nova discriminação de rendas, Aliomar Baleeiro, era preciso restituir ao interior parte dos recursos que daí são continuadamente drenados para os grandes centros metropolitanos.

Valentim Bouças, um dos maiores estudiosos das finanças públicas brasileiras, aponta como um dos objetivos da nova discriminação de rendas adotada u fortalecimento da unidade nacional e da solidariedade orgânica entre os elementos componentes da federação. A cota do impôsto de renda foi mesmo apelidada por aquêle técnico de "salário-mínimo do município".

Pensaram, assim, os constituintes de 1946, ter estabelecido o equilíbrio na par­ticipação das três esferas do govêrno nas rendas públicas e de haver dotado os municípios dos recursos mínimos indispensáveis à revitalização da vida municipal. Pareciam, dêste modo, atendidos os princípios da conveniência e da suficiência. Por aquêle são os tri­butos repartidos de forma a ficar com os governos locais os de base mais restritas, e com as órbitas administrativas superiores, os de bases mais amp as. Pelo princípio da suficiência são atribuídas às diversas unidades governamentais fontes de receita que lhes pr~rmitam exercer as atribuições que lhe são reservadas no sistema de repartição de encargos públicos.

A SITUAÇÃO ATUAL

O RA, o desenvolvimento da situação dos governos municipais depois de 1946 mostra, à saciedade, que longe está de ter sido atendido, para a grande maioria dos mu­nicípios brasileiros, o princípio da suficiência. É mesmo provável que o sistema

das rendas transferidas, especialmente a cota do impôsto sôbre a renda, tenha contribuído de maneira decisiva para a subversão do princípio. A proliferação dos municípios em conseqüência dessa cota tem resultado na constituição de governos municipais que, dispondo pràticamente apenas dela como fonte de receita, longe estão de poderem satisfazer, com tão escassos recursos, as suas necessidades básicas como unidades de govêrno local.

Por outro lado, a rigidez e a pequena produtividade do sistema tributário municipal não têm permitido o estabelecimento do desejado equilíbrio na repartição das rendas pú­blicas, em face da inflação crescente que tem dominado a economia brasileira dos últimos anos. É profundamente significativo que a participação dos municípios no total dessas rendas, longe de ter aumentado na proporção esperada com a atual discriminação, ainda

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não tenha conseguido equiparar-se, percentualmente à sua pos1çao em 1940, quando 11,4% das receitas públicas pertenciam aos governos locais, 52,9% à União e 35,7% aos Estados. Essa percentagem desceu em 1946 à alarmante cifra de 6,8%, o que serviu de argumento eficaz para a luta dos aguerridos municipalistas da Constituinte. Pois bem, a despeito da nova discriminação, a participação dos municípios no total das receitas públicas em 1954 foi de 10,42% enquanto que a da União e dos Estados foi respectivamente de 47,98% e 41,60%. O fenômeno se explica de vários modos. A União e os Estados, por disporem de impostos mais flexíveis, por serem politicamente mais poderosos e por estarem mais distanciados dos contribuintes, têm conseguido a elevação de suas receitas sem a criação de novos tributos, ajustando-se, assim, às necessidades de sua máquina administrativa em expansão e às condições inflacionárias do País. A União dispõe, ainda, da faculdade de emitir, o que certamente tem contribuído para diminuir-lhe, temporàriamente, as aperturas financeiras. A posição do município é bastante diferente. Dispondo, por um lado de impostos rígidos, à exceção do indústrias e profissões, cujo lançamento com base no mo­vimento econômico das atividades tributadas pode lhe dar bastante flexibilidade e, por outro, carecendo de organização técnica que permita a exploração racional de suas fontes de receita e o emprêgo eficiente de seus recursos, vê-se a maioria dos municípios bra­sileiros cada vez mais impotente para atender aos inúmeros encargos que lhe são distribuídos por um sistema defeituoso de repartição de funções. A prosseguir o presente ritmo de disparidade entre as receitas municipais e as das outras órbitas de govêrno, é razoável supor-se que dentro de algum tempo tão ínfimos serão os recursos da maioria dos nossos governos municipais que difícil será justificar-se a continuação dêsses como organismos autônomos. A autonomia municipal, cujo fundamento mais importante é sem dúvida a capacidade financeira, continua, como dantes, em perigo e, como dantes, não passará de uma fórmula mais ou menos vazia de eficácia, isto é, não será mais que um conceito incapaz de afirmar-se por realizações que a justifiquem no plano prático.

POSSIBILIDADE DE UMA NOVA DISCRIMINAÇÃO DE RENDAS

E IS porque hoje, decorridos apenas dez anos da atual discriminação de rendas, Ja

estão amadurecidas as reivindicações por uma nova repartição das rendas pública~, objetivando-se, com elas, reforçar financeiramente os govérnos municipais. A

análise da conjuntura econômico-financeira da União e dos Estados, entretanto, não autoriza qualquer otimismo a respeito das poGsibilidades de uma reforma substancial do atual sistema de discriminação de remias. A despeito da sua capacidade para emitir, ou talvez por isso mesmo, é precária a situação financeira da União, cujo "deficit", na previsão orçamentária para 1957, está estimado em mais de vinte e cinco bilhões de cruzeiros, sem maiores perspectivas de equilíbrio pró~:imo. Os Estados, por sua vez, debatem-se quase todos, em angustiosos problemas financeiros, sendo por isso difícil convencê-los da con­veniência de se transferirem ao mumeípio quaisquer parcelas das suas receitas. Aliás, o recente parecer da Comissão de Juristas encarregada pelo Ministro da Justiça de estudar a reforma constitucional, dá insofismá,•el indicação de que a tendência é, antes, no sentido de se fortalecerem financeiramente JS I;;stados e de contei e controlar a participação dos municípios na quota do impôsto de renda. Sugeriu a Comissão que os Estados também passassem a participar de 10% da receita do impôsto sôbre a renda e que a atual quota dêste impôsto transferida aos municípios seja aplicada se~undo um plano nacional. Fi­nalmente, como um freio à atual multiplicação das comunas inspirada pela mesma quota, recomendaram os juristas que os novos municípios só comecem a recebê-la dez anos depois de criados.

Vale ainda salientar que a :liscriminação de rendas estabelecida na Constituição de 1946 ainda não foi integralmente posta em prática na parte referente às rendas transferidas. Até hoje está por ser regulamentada a participação dos municípios nos impostos únicos sôbre minérios e sôbre energia elétrica.

S ÕMENTE em São Paulo e Minas Gerais estão os municípios participando do primeiro dêsses tributos, enquanto que em relação ao segundo apenas a União vem dêle se beneficiando. Isto resulta não tanto do desinterêsse da União pelo

cumprimento do preceito constitucional, como das dificuldades de ordem política e financeira para a sua regulamentação .

Por sua vez, grande parte dos Estados brasileiros, inclusive um dos mais ricos -Minas Gerais - ainda não deu cumprimento ao disposto no art. 20 da Constituição Federal que manda sejam transferidos ao município do interior 30% do excesso da arrecadação de impostos estaduais, salvo o impôsto de exportação, sôbre o total das rendas municipais de qualquer natureza. O quadro I mostra que c.s Estados do Amazonas, do Pará, do Piauí, da Paraíba, de Alagoas, de Minas Gerais e de Goiás ainda não começaram

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a fazer aquela transferência, enquanto que alguns Estados, como os da Bahia e Pernambuco, certamente não, poderão dar inteiro cumprimento ao dispositivo constitucional com parcelas tão pequenas como as que reservaram nos seus orçamentos para 1955 e 1956.

PAGAMENTO DA COTA DO EXCESSO DE ARRECADAÇÃO ESTADUAL SÔBRE A MUNICIPAL (Art. 20 da Constituição)

UNIDADES DA FEDERAÇÃO

Maranhão Ceará ...... . Rio Grande do Norte Pernambuco .. Sergipe ..... Bahia .. Espírito Santo ... Rio de Janeiro . São Paulo .... . Paraná ..... . Santa Catarina Rio Grande do Sul Mato Grosso

* Dados do orçamento. FONTE - Conselho Técnico de Economia e Finanças

*

*

*

*

*

30 % sôbre o excesso de arreca-dação Estadual (cruzeiros)

Pagamento Pagamento efetuado fixado em 1955 para 1956

300 000 300 000 4 000 000 5 000 000

650 000 800 000 3 000 000 3 000 000

560 000 600 000 2 058 541 6 000 000

11 000 000 17 000 000 <,]_ 46 860 356 80 000 000

520 000 000 720 000 000 99 719 572 90 000 000 65 172 760 50 000 000

287 924 972 383 721 700 500 000 400 000

Permitiu a Constituição o cumprimento gradativo dêsse dispositivo no prazo de dez anos a vencer-se em 1957 sendo, portanto, obrigatório, a partir do exercício de 1958, o pagamento integral daqueles 30% aos municípios. Que argumentos terão os Estados faltosos para justificar a inobservância do preceito? Dificuldades financeiras, alegarão muitos, sem que se possa refutá-los totalmente, ante a evidência de que na atual conjuntura êles próprios estão a carecer de maiores recursos ou, pelo menos, de melhores meios para obtê-los. A idéia da Comissão de Juristas de atribuir aos Estados uma participação de 10% na cota do impôsto sôbre a renda não visa senão a estabelecer também uma espécie de "salário-mínimo" para os Estados mais pobres. Outros Estados, como Minas Gerais, alegarão que muito mais que aquela cota de 30% é devolvida pelo Estado aos municípios sob a forma de obras e serviços tipicamente municipais e:.:ecutados pelo govêrno estadual, embora muitos dêles sejam da competência do município.

Ainda que falte validade jurídica a tal l::rgumento, não Le pode deixar de reconhecer que, do ponto-de-vista prático, o mesmo não é destituído de base. Os objetivos do legislador constituinte, todavia, eram reforçar a autonomia municipal mediante a trans­ferência aos municípios de recursos que êles próprios pudessem empregar. A verdade, porém, é que o atual sistema de participação dos municípios nos impostos federais e estaduais tem sido duramente criticado por muitos estudiosos da administração municipal brasileira. Avolumam-se, dia a dia, as referências à incapacidade técnica e administrativa dos governos locais para empregar os recursos que lhe são transferidos pela União e pelos Estados, para não falar dos casos de malversação criminosa dessas cotas constantemente apontados pelos catões da vida municipal. É verdade que tais deficiências e abusos não constituem privilégios dos governos municipais. Mas também é verdade que nosso município típico não está absolutamente preparado técnica e administrativamente para exercer as variadas e complexas funções que lhe são cometidas pelas Constituições dos Estados e pelas Leis Orgânicas Municipais. Daí substituírem-se os governos e~taduais aos municipais na execução das obras e serviços de maior vulto e responsabilidade pois, desejosos, por um lado de atender às necessidades das populações locais e não confiando, por outro lado, na capacidade das administrações municipais para empregarem eficientemente aquêles recursos, só lhes parece restar a· alternativa de se sobreporem às autoridades municipais e até mesmo à lei, fazendo, êles próprios, o que devia ser feito pelos municípios.

Embora aceitando a premissa da incapacidade técnico-administrativa da maioria dos municípios para gerirem os novos recursos que lhe são assegurados pela Constituição, não se pode, entretanto, aceitar a conclusão de que a alternativa seja o cerceamento da autonomia municipal, pelo não cumprimento do que está disposto na Carta Magna com

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referência ao direito dos mumcrpros de receberem e gerirem, as rendas que lhe são transferidas pela Constituição.

A própria Constituição, ao facultar aos Estados a manutenção de Órgãos de assistência técnica aos municípios, mantendo, aliás, uma tradição que vem desde o Diploma Constitucional de 1934, indica meios absolutamente con~entâneos com o prmc1p1o au­tonomista, mediante os quais poderão os Estados suprir as deficiências técnicas das administrações municipais. Outros caminhos estão também abertos para a solução do problema como adiante se verá. Por enquanto, basta 2firmar a convicção de que é possível, sem quebra da autonomia municipal, o fiel cumprimento dos dispositivos cons­titucionais cuja finalidade é, precisamente, fortalecer aquell? autonomia.

OUTRA SOLUÇÃO PARA O PROBLEMA

D ENTRO da linha tradicional do movimento municipalista brasileiro parece não haver solução para o problema do fortalecimento financeiro dos municípios, fora de uma nova repartição das rendas públicas que contemple melhor os governos

locais. O exame mais profundo, entretanto, da administração municipal brasileira e das práticas que regem a concessão de auxílios e subvenções aos municípios por parte da União e dos Estados, indica que talvez haja uma solução dentro do atual regime de discriminação de rendas. Há - bastante evidência de que os governos municipais, até mesmo os das grandes metrópoles, não estão explorando convenientemente as fontes de receitas que lhes são atribuídas, por falta de orientação técnica dos seus serviços fazendários. Raros são os municípios que dispõem dos dois instrumento; básicos para uma boa arreca­dação e que são um código tributário e um cadastro fiscal elaborados segundo os modernos princípios da técnica tributária. Inúmeras são as legislações fiscais de municípios com­pletamente obsoletas sob quaisquer dos aspectos que possam ser encaradas. Maior ainda é o número de municípios, inclusive de grandes capitais, que carecem de um verdadeiro cadastro fiscal. Cada novo caso de levantamento cadastral levado a efeito revela as mais espantosas deficiências nesse setor, desde os casos em que milhares de prédios são encontrados fora do cadastro, até os exemplos de fichas cadastrais cujas informações sôbre os prédios se limitam ao nome do proprietário, à sua loc[llização (número e rua) e seu valor locativo.

Várias cidades brasileiras apresentam uma receita do impôsto predial verdadeiramente ridícula, não porque a taxa do impôsto seja propriamente baixa, mas devido à má administração dessa importante fonte de receita. Concorre para isso ora a falta da atualização dos valores cadastrais, ora o excesso de isenções concedidas, ora a ausência, mesmo, de grande número de propriedades fora do cadastro ou incompletamente cadastradas, ora a combinação de alguns dêsses fatôres ou de todos êles.

A MAIOR deficiência com relação à cobrança do impôsto predial reside, porém, na sua própria base de cobrança, que é o valor locativo do imóvel, declarado pelo

contribuinte ou arbitrado pelo fisco municipal. Por mais que seja uma tradição bra­sileira, é uma tradição que se tornou má, nos últimos anos em face do congelamento dos aluguéis provocado pela lei do inquilinato e pela grande facilidade que oferece para tôda sorte de fraudes nas declarações dos contribuintes. A racionalização da administração tri­butária dos municípios exige, entre outras coisas, o lançamento do impôsto predial (assim como o do impôsto territorial) com base no valor venal do prédio ou do terreno (ou ainda, do prédio e do terreno separadamente) e não com base no valor locativo, como é feito na quase totalidade dos municípios brasileiros. Não se alegue que o congelamento dos aluguéis, determinado pela lei do inquilinato, impossibilita cu dificulta a tomada do valor venal como base do impôsto, visto como poderão ocorrer inúmeros casos de ser o impôsto superior ao aluguel congelado. O argumento, constantemente ouvido, carece de fun­damento, já que a própria lei do inquilinato permite a transferência, para o locatário, dos aumentos de impostos havidos durante a vigência do contrato.

O impôsto de indústrias e profissões, que é a mais importante fonte de receita dos municípios, tomados êsses no seu conjunto, é por sua vez administrado em bases igual­mente precárias na grande maioria dos casos. Já foi dito que o seu lançamento raramente é feito com base no movimento econômico, a única que lhe permite a desejada flexibilidade

A regra geral, é a sua cobrança mediante tabelas fixas que se tornam às vêzes ridículas pela maneira como :procuram classificar os estabelecimentos comercrars e as atividades econômicas em categorias diferentes, sem que a classificação decorra de critérios verdadeiramente objetivos. Fica, dêsse modo, ao inteiro arbítrio dos lançadores o en­quadramento dos estabelecimentos nessa ou naquela classe.

O lançamento do impôsto de indústrias e profissões com base no movimento eco­nômico encontra facilidade para sua adoção no fato de que a maioria das atividades sujeitas ao tributo está igualmente sujeita ao impôsto estadual tle vendas e consignações, sendo, assim, possível ao município recolher os dados necessários ao lançamento nos livros mantidos pelo contribuinte para o pagamento daquele tributo estadual. Aquelas atividades, como o exercício de profissões liberais, que não estão sujeitas ao in1pôsto de vendas e consignações,

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também podem ser lançadas em base mais lógica que a fornecida pelas tabelas fixas, como seja o valor venal do prédio e das instalações onde são exercidos ou, no caso dos bancos, o valor médio mensal do saldo de certas contas, como títulos descontados, empréstimos em conta-corrente, etc.

A ADMINISTRAÇÃO dos demais impostos municipais também oferece iguais opor­tunidades de aperfeiçoamento. O impôsto de lic.,nça dos estab=lecimentos fixos, em vez de lançado anualmente, poderá ser cobrado de uma única vez, com base

no valor venal do estabelecimento e de suas instalações. O impôsto sôbre atos da com­petência do município, mais comumente o impôsto do sêlo. pode ser cobrado sob a forma de estampilhas, em vez de o ser por meio de guias de recolhimento, cuju custo (papel, carbono, impressão, tempo gasto pelo pessoal) é, às vêzes, superiár à taxa recolhida, como se apurou, recentemente, em importante cidade do Nordeste.

Os municípios brasileiros precisam voltar, urgentemente, as suas atenções para o Código Tributário de Volta Redonda, trabalho verdadeir .. mente modelar elaborado para aquela florescente comuna por dois dos maiores técnicos e:m administração tributária do Brasil, os professôres Gerson Augusto da Silva e Newton Correia Ramalho, a serviço do Centro de Assistência Técnica em Administração (CATA), da Fundação Getúlio Vargas, com o qual contratou a Prefeitura de Volta Redonda a organização de seus serviços administrativos e fazendários. Nesse trabalho que é, sem qualquer exagêro, ·uma jóia da legislação tributária brasileira, encontrarão os municípios os elementos de que precisam para elaborarem os seus códigos tributários dentro da melhor técnica. A reforma da le­gislação tributária dos municípios e, até mesmo, a atualização dos valores cadastrais para efeito de lançamento em bases mais consentâneas com a realidade, encontram sério entrave na pr01bicão do aumento dos impostos municipais em mais de vinte por cento num dado ano, proibição inscrita na maioria das constituições estaduais, embora inconstitucional por não poderem os Estados limitar as rendas municipais por qualquer modo, pois isso seria uma violação da autonomia municipal. O Supremo Tribunal Federal, aliás, já se pro­nunciou contra algumas tentativas dos Estados nesse sentid0, fulminando de inconstitucional dispositivos da Constituição de São Paulo que implicavam na limitação das rendas mu­nicipais e, mais recentemente, dando ganho de causa a vários municípios em questões sôbre o reajustamento dos vaiares cadastrais, numa intetpretação liberal dos textos das constituições estaduais a respeito.

Cabe, pois, aos Estados reverem os seus textos coustitucionais para escoimá-los de dispositivos que, além de ferirem a autonomia municipal, contribuem de maneira direta para o agravamento da dificuldades financeiras de suas comunas.

A melhor

MELHORIA da situação financeira dos municípios não se deve fazer apenas tornando-se mais produtivos os tributos municipais mas também organizando-se os demais serviços do município de modo a dar-lhes maior eficiência, isto é, obter rendimento com os recursos disponíveis.

A eficiência administrativa é uma necessidade que se impõe tanto mais quanto menores são os recursos com que pode contar a administração para realizar os seus fins . Para os municípios brasileiros, paupérrimos mas com inúmeras responsabilidades a sa­tisfazer, a ineficiência administrativa tem sido uma das causas mais atuantes de sua persistência na pobreza, embora pareça a muitos que a sua insuficiência administrativa decorre de sua incapacidade financeira. Ademais, é prec;so que os governos municipais se imponham à confiança das esferas superiores de govêrno, para poderem reivindicar, tranqüilamente, maiores direitos e maiores regalias. Um tema particularmente feliz da agenda do V Congresso lnteramericano de Município reunido em Pôrto Rico, em 1954, era aquêle que se referia à boa administração como um estímulo para maior autonomia. Neste pensamento deve estar a idéia central do verdadeiro municipalismo. É certo que não depende exclusivamente dos municípios a sua preparação técnico-administrativa para assumir maiores encargos e gerir mais eficientemente as rpceitas que lhe são atribuídas. Aos Estados, aos quais a Constituição permitiu a criação de órgãos de assistência técnica aos municípios, e à própria União, cujas rendas são em parte transferidas aos governos locais, cabe promover, de tôdas as maneiras possíveis e compatíveis com a autonomia municipal, o aperfeiçoamento dos métodos e processos admiPistrati:vos dos municípios, dando a êstes a assistência técnica de que carecem. Se à União e aos Estados não é fácil, por enquanto, transferir maiores rendas para os municípios é-lhes, entretanto, possível organizar programas de assistência técnica aos governos locais. Ésses programas, se bem dirigidos e orientados dentro de uma atitude assistencial positiva, r:oderão contribuir enormemente para minorar as angustiantes dificuldades financeiras em que se encontra a maioria das comunas brasileiras, inclusive porque um dos pontos para o5 quais essa assistência se deve voltar é precisamente a reorganização da administração tributária municipal, para tornar mais produtivas as suas fontes de receita. Estão, ainda, à disposição dos governos mu­nicipais os programas de assistência técnica de instituições como a Escola Brasileira de Administração Pública e o Instituto Brasileiro de Administração Municipal.

É verdade que para certas regiões do País a cap.'lcitação financeira das comunas não se faria apenas com a tentativa de racionalizar o lançamento e a cobrança dos

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ECONOMIA & I<INANÇAS 215

impostos locais, pela simples razão de que nas regiões mais pobres e de menor densidade urbana e demográfica, como na Amazônia, os tributos constitucionalmente atribuídos aos municípios carecem de sentido, J?Ois os objetos de sua incidência são tão escassos que a sua produtividade desce a níveis verdadeiramente insignificantes. Não dispondo de grandes aglomerados urbanos sôbre os quais lançar o impôsto predial e o territorial nem tampouco de atividades industriais e profissionais cujo exercício taxar, recorrem os municípios dessas regiões a tributos sôbre a produção das poucas riquezas dE> sua economia extrativa, como a castanha, a borracha e as madeiras, ainda que lhes faleça competência legal para cobrar tais tributos.

,...

E AQUI que entra em cena outra medida da sene que pode ser adotada para resolver o problema do fortalecimento dos recursos financeiros dos municípios sem que seja indispensável proceder-se a uma nova discrim;nação de rendas. Trata-se de

fazer uma divisão racional de encargos e funções entre os Estados e os municípios atribui~do a êstes apenas aquelas atividades que, pela sua necessidade imediata para as populaçoes interessadas, devem ser entregues aos governos locais, ficantlo os Estados com as chamadas atividades promocionais ou seja as de interêsse próximo, na terminologia adotada pelo Professor Benedicto Silva ("Teoria das Funções Municipais", Caderno 17 da série de cadernos da Escola Brasileira de Administração Pública) Já foi mencionado, páginas atrás, a generosidade dos Estados em atribuir funções aos municípios o que, SE' aceitável de um ponto-de-vista puramente ideal, não encontra apoio na realidade dos fatos, pela im­possibilidade técnica que têm O!! municípios de assumir c.atisfatàriamente certos encargos, além do desperdício que representa, em muitos casos, a duplicação de esforços pelo sistema de competência concorrente dos municípios e dos Estados (.fi muitos setores. Caso típico é o da educação primária promovida concomitante e in&atisfatàriamente por ambas as esferas de governos, quando poderia ficar inteiramente a cargo do Estado.

F INALMENTE, a racionalização do sistema de auxílios e subvenções concedidos pela União e pelos Estados aos governos municipais muito poderia contribuir para uma distribuição mais eqüitativa de recursos aos municípios, atendendo-se, de prefe­

rência e de acôrcio com as suas necessidades mais urgentes, aquêles menos favorecidos pelo atual regime de discriminação de rendas. Além disso - e nunca é demais insistir neste ponto - um programa racional de subvenções semelhante ao sistema de "grants-in-aid" dos Estados Unidos, Austrália e outros países, tem a virtude de estabelecer a confiança das esferas superiores de govêrno no modo como são utilizado9 êsses recursos, por isso que os mesmos são empregados não só segundo um programa adotado em conjunto pelas unidades governamentais respectivas, mas, ainda, mediante observ&ncia de padrões mínimos de eficiência administrativa estabelecidos pela entidade subvencionadora. As resistências ao aumento das cotas das rendas transferidas aos municípios seriam bem menores se a trans­ferência fôsse acompanhada de condições daquela natureza. Já é tempo da União e dos Estados pensarem seriamente no assunto, pois uma parte considerável dos seus orçamentos é absorvida por auxílios e subvenções destinados, na sua maim parte, às suas unidades governamentais. Segundo dados do Conselho Técnico de Fconomia e Finanças publicados na "Revista de Finanças Públicas" de junho/julho de 1956, nada menos que 12 bilhões e 265 milhões de cruzeiros constam do orçamento da Umão para 1956 sob as diferentes rubricas de auxílios e subvenções, incluindo-se entre elas as referentes às rendas trans­feridas. Essa cifra representa 17,15% do total da de~pesa orçada. Isso não inclui, evidentemente, as verbas empregadas diretamente pela União nos Estados e municípios em obras e serviços do interêsse imediato dêstes e que poderiam, muitas delas, ser incluídas no sistema de subvenções se este fôsse organizado em bases racionais.

E CONCLUSÕES

M conclusão, pode-se equacionar da seguinte maneira o problema do fortalecimento da autonomia financeira dos municípios :

1.0 - A maioria dos municípios brasileiros ainda não dispõe de recursos financeiros

para o seu eficiente funcionamento como unidades de gov&rno local, a despeito da atual distribuição de rendas.

2.0 - São extremamente limitadas as possibilidarles de uma nova discriminação de rendas que venha beneficiar os municípios, já que grande parte dos Estados e a própria União ainda não puderam cumprir a atual discriminação, principalmente por dificuldades nas suas finanças. ·

3.0 - Nessas condições, outra solução tem que ser buscada para o problema.

Consiste ela na adoção de uma série de medidas da competê'lcia das três esferas de govêrno, visando aos seguintes objetivos : tornar mais produtivo o sistema tributário municipal, mediante sua administração em bases modernas e eficier.tes; aumentar o rendimento dos

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serviços mumctpais, para um melhor aproveitamento dos recursos disponíveis; distribuir melhor os encargos entre as três esferas de govêrno, especialmente entre os Estados e os municípios, de modo que toquem a êstes as atividades de interêsse imediato para a população, e que sejam evitadas as duplicações onerosas de esforços; e, finalmente, ra­cionalizar as práticas de concessão de auxílios e subvenções pela União e pelos Estados aos municípios, transformando-os num verdadeiro sistema de "grants-in-aid" para a execução de programas estabelecidos conjuntamente pelas entidades participantes e tendo em vista a melhor aplicação possível dos- respectivos recursos.

4.0 - Aos Órgãos de assistência técnica aos municípios cabe papel relevantíssimo

nessa tarefa de fortalecimento das finanças municipais, geja auxiliando os governos mu­nicipais a organizarem racionalmente os seus serviços, especialmente os referentes à administração tributária, seja coordenando os planos estaduais com os municipais nos se­tores de ação comum das duas esferas de govêrno, seja fornecendo aos Órgãos competentes, federais e estaduais, dados e informações necessários ao planejamento de suas atividades na Órbita municipal.

5.0 - Dentro do espírito de uma corrente do municipalismo brasileiro que se

fortalece cada vez mais e que encontra apoio noutros países da América, a conquista de maior autonomia política e financeira para os município~ deve decorrer, sobretudo, da confiança que os governos locais souberem impor pela sua capacidade de usar conveniente­mente as suas liberdades, de gerir eficientemente os seus recursos e de funcionarem sa­tisfatàriamente como unidades· de govêrno. Isso implica em terem os municípios boa administração, o que, nos têrmos de um dos itens do temário do V Congresso Interamericano de Municípios, deve ser o estímulo para maior autonomia.

I TALIANOS NO BRASIL - Indicam os resultados censitários que os imigrantes italianos são os que se têm mostrado mais propensos a adotar a cidadania brasileira. A percentagem de italianos naturalizados, que era de 12,35% em 1940, subiu a

18,44% em 1950. No mesmo período, a percentagem correspondente aos espanhóis au­mentou de 7,87% para 12,14% - a dos portuguêses, de 6,82% para 7,90% - e a dos japonêses, de 2,65% para 3,40%. Em números absolutos, havia 44 678 italianos natura­lizados brasileiros, contra 26 595 portuguêses, 15 971 espanhóis e 4 393 japonêses.

Outra indicacão do Censo de 1950 foi que continuaram a baixar os efetivos italianos em nosso País. E~ 1902, a "colônia" peninsular se compunha de cêrca de 600 mil pessoas ( 3,16% da população do Brasil naquele ano). Em 1940, êsse contingente já se via re­duzido a 325 305, baixando ainda mais em 1950 : 242 336. De julho de 1950 a de­zembro de 1955 houve um acréscimo de 50 a 55 mil imigrantes e, assim, o número atual de italianos pode ser calculado em 290 a 300 mil. Esta cifra representa apenas uma quinta parte dos imigrantes que recebemos da Itália nos últimos setenta anos. Entre 1884 e 1954 vieram para cá 1 487 867 italianos, número superior ao de portuguêses entrados no mesmo período (1 400 9079) .

A maior concentracão de italianos aparece no Estado de São Paulo ( 72%). O núcleo paulista diminuiu s;ns1velmente entre 1940 e 1950, caindo de 234 550 para 173 652. Reduções não menos sensíveis registraram-se noutras Unidades. No Rio Grande do Sul, de 24 603 para 15 003; em Minas Gerais, de 18 819 para 11 704; no Espírito Santo, de 6 670 para 3 827, e em Santa Catarina, de 5 382 para 2 996. Houve aumento no Paraná, de 8 456 para 10 2 76, e no Distrito Federal, ligeira diminuição : de 17 45 7 para 17 092.

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O Município no Parlamento

FUNCIONAMENTO DE BANCOS MUNICIPAIS

O DEPUTADO Gabriel Passos apresentou à Câ~

mara dos Deputados um projeto de lei que dispõe sôbre t=' criação e funcionamento de bancos municipais e dá outras providências. É o seguinte, na íntegra, êsse projeto, que tomou o núme-rr.

510/56 :

"O Congresso Nacional decreta :

Art. 1. ° Fxca permitida a criação de bancos municipais, com capital mínimo de cinco milhões de cruzeiros, e que só podem operar no município· -sede, sendo 4 lhe lícito, porém, instalar escritório em município limítrofe no qual não haja ao tempo outro banco.

§ 1. 0 O Banco municipal adotará a designação Banco Municipal de . , seguindo-se o nome

do município em que tenha sua sede.

Art. 2. 0 A designação "Banco Municipal de ... ", é privativa dos bancos municipais, sendo vedado seu 11so por outro estabelecimento, bem como designação congênere, que possa induzir ·confusão.

Art. 3 ° Em cada município só pode haver um banco municipal.

Art. 4. 0 Não é permitida a criação de Banco Municipal, ou de seu escritório, na Capital Fe­deral, ou em !"apitais estaduais.

Parágrafo {mico. Os escritórios só podem ser abertos mediante licença expressa da Superinten­dência da Moeda e do Crédito, com observância da presente Jet.

Art. 5. 0 Não é lícita a transformação de um banco munic1pal em banco estadual ou nacional.

Art. 6. 0 O capital dos bancos municipais será constituído por ações nominativas; sua direção po­derá ser fonnada por brasileiros, ou por estran­geiros, que não pertençam a quadro dirigente, fiscal, ou administrativo de outro estabelecimento bancário.

Parágrafo único. Ninguém poderá deter mais de dez por ce.Jto das ações de um banco municipal, não tendo nenhum valor, nem assegurando qual­quer direito a que exceda êsse número.

Art 7 ° Os bancos municipais aplicarão seus fundos e depósitos exclusivamente no município­-sede, sendo obrigatória a aplicação de sessenta por cento dos depósitos de cada escritório, nas localidades em que forem arrecadados.

Art. 8. 0 Quando operarem como correspon­dentes ou representantes de outros bancos, não podem os B!3.ncos Municipais em nome dêles re­-ceber depósitos. As simulações, em forma de sa­ques contra ou a favor, ou outras, justificam a cassação da carta-patente, liquidação do banco e processo criminal contra os dirigentes dos esta­belecimentos, com as cominações do Art. 179 do Código Penal

Art. 9. 0 Só pode o Banco Municipal abrir -escritório, quando seus depósitos equivalerem a .duas vêzes o capital. Cada escritório correspon­derá a uma (Ota igual ao dôbro do capital. Po­derá ter tantos escritórios, com as restrições desta lei, quantas vêzes tiver em depósito o dôbro do capital.

Art. 1 O. Os depósitos referidos no Art. 4. 0 do Decreto-lei n (, 7 293, de 2-2-945, ficam, para os bancos mun~cipais, reduzidos a 2 o/o sôbre o valor dos depósitos à vista e 0,5% sôbre as importâncias depositadas a prazo fixo, superior a 90 dias.

R.B.M.- 3

Art. 11. Será cassada a licença de funcio­namento ao banco municipal que, direta ou in­diretamente, violar o disposto nesta lei, sem pre­juízo das demais cominações existentes nas leis bancárias.

Parágrafo único. Em igual sanção incorre a matriz, a agência ou o departamento de banco es­tadual, nacional ou estrangeiro, que infringir ou facilitar a infração de qualquer dispositivo da pre­sente lei.

Art 12. Os bancos municipais só poderão operar na carteira de redesconto do Banco do Brasil com títulos oriundos de investimentos agrí~ colas ou pecuários, de vencimento máximo de doze meses.

Art. 13. Os investimentos dos bancos muni­cipais, a longo prazo, destinados ao financiamento de obras públicas municipais, tendentes a melho­rar as condições locais de saúde, higiene e trabalho, como água, esgôto, energia e vias de comunicação, podem ser compartilhados pela Carteira Industrial do Banco do Brasil, mediante acôrdo entre os dois estabelecimentos.

Art. 14. As cooperativas municipais poderão criar banco municipal, realizando todo seu capital, nas condições da presente lei,

1quando outro não

haja no muntcípio. ,

Art. 15. Os bancos municipais podem colocar no mercado títulos da dívida pública, lançar ações de emprêsas privadas e lançar empréstimos pú­blicos, não podendo, porém, essas atividades so­brepujar sua atividade estritamente bancária, der­rogados os itens c e o, § 3.0 do Art. 2.o do De­creto-lei núm0ro 3 545, de 22-8-941.

Art. 16 Os bancos municipais de uma mesma região geográfica poderão associar seus recursos e interêsses para, especificamente, financiar qualquer obra de interêsse público regional, mediante au­torização prévia da Superintendência da Moeda e do Crédito

Art. 17 O crédito, no banco municipal, deve favorecer, principalmente, ao pequeno agricultor, pequeno criador, pequeno industriai, ao artífice, ao artesão, ao trabalhador, para incrementar ou me­lhorar a produção.

Art. 18. Todos os bancos, estaduais ou na cionais, são obrigados a aplicar pelo menos ses­senta por cento de seus depósitos nos municípios do interior do País em que os mesmos forem arrecadados.

§ 1. o Os bancos estrangeiros são obrig8.dos a aplicar a totalidade de seus depósitos nos I!'Uni­cípios 1em que forem arrecadados, incluindo--se entre êstes o Distrito Federal e as Capitais dos Estados e T ~rritórios.

§ 2 o Têm os bancos, atualmente em fun­cionamento, o prazo de oito rneses, a contar da publicação cic~s'ta lei, para se apresentarem in~ teiramente conformes à exigência do artigo,

§ 3 o O banco que não obedecer ao preceito estipulado no artigo e parágrafos, terá cassada a sua carta-patente para o respectivo município .

Art. 19. Os bancos estrangeiros estão sujeitos, periOdicamente, a jUízo da Superintendência da Moeda e do Crédito, à verificação da existência real no País do capital enunciado no decreto de licença para seu funcionamento, e sua aplicação.

Parágrafo único. Só podem ser remetidos para o estrangeiro, satisfeitas as exigências fiscais os lucros relativos ao capital do banco empregado no País, não podendo tal lucro exceder o limite

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de doze por cento sôbre o capital enunciado, ainda quando seja 111aior.

Art. 20. Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação, derrogadas ou revogadas as dispo­sições que a contrariem.

justificação

O PRESENTE projeto - reconhecemo-lo praze­rosameute - modifica rumos da política até aqui seguida pelos órgãos superiores que su­

perintendem a vida bancária no País : até aqui vêm sendo protegidos os grandes bancos, para que se tornem cnda vez maiores e poderosos e de­sapareçam os menores, os pequenos bancos.

É certo que, em dado momento, se explicava essa política bancária, pois pululavam os pequenos bancos nascidos da especulação e votados à espe­culação, à "Sombra do prestígio e da fôrça que junto de órrãos oficiais encontravam seus incorpo~ radores. Os Institutos e estabelecimentos oficiais faziam copiooocs depósitos nesses pequenos bancos, mediante vantagens asseguradas ao respectivos di~ rigentes e a especulação inflacionária tomava conta do resto.

Devemos proclamar que tanto a Carteira de Redescontos, quanto a Superintendência da Moeda e do Crédito, nos últimos anos, vêm desenvolvendo sérios esforço:~ para moralizar a vida bancária e muito já foi conseguido nesse capítulo. É certo que ainda é poderosa a prática dos juros extra~ ~legais, atravér. das chamadas "operações triangu 4

lares", e mr.::.;;mo das famosas "caixinhas" dos diN retores, expe 1iente em que os excessos de juros se derramav-am no crédito de alguns, poucos, feN lizmente, diretores de banco. Não é fácil extirpar essa prática, sobretudo em maré montante inflaw cionária; me~rno porque, as "vítimas" murmuram, mas não depõem, prêsas que se encontram à neN cessidade de dinheiro.

Mas, a tuta ~rossegue e, ao que se h~forma, tanto a Supmintehdência quanto a Carteira de Redescontos dão o combate possível a tôdas as práticas ilícitas.

O objetivo, porém, do presente projeto não é, diretamente} o de extirpar êsses males, senão outro mais profundo que só indiretamente concorre para minoráNlos, visto como concorrerá para ajudar o combate à inflação, dirigindo o crédito para a produção autêntica, e não para a "produção de transposição", ou falsa produção.

Procura proteger o "pequeno banco", mas não o pequeno banco de especulação das grandes ci­dades, e sim o pequeno coletor de economias dos municípios do interior, para levá~las a incrementar a produção lor al.

Há um longo e permanente processo de de­pauperament:> do interior do País, por fôrça da drenagem de seus recursos financeiros para os grandes centros, através de agências bancárias "de depósito", como são chamadas, das arrecadações dos Institutos e por fôrça das grandes aplicações que os Governos fazem nos grandes centros.

Avoluma~Cle cada dia o êxodo das populações do interior para as Capitais e para as grandes cidades. Cos;uma-se explicá-lo com a ausência, no interior, de escolas, hospitais, assistência social e distrações1 ao passo que nos grandes centros tudo isso existe, e ainda salário~mínimo compen~ sador, casa popular e outras vantagens para o homem que trabalha.

Certamente, há procedência na alegação. Mas, por que no interior falta tudo isso? A razão me parece simples • porque não há dinheiro, porque o que aparece é drenado para os grandes centros; porque o pequeno produtor não encontra nem cré­dito, nem qualquer proteção, nos municípios do interior; porque até a chamada "casa popular" é construída só nas cidades, como se o homem que nasce e vive nas cafuas e palhoças da zona rural não merecesse uma casa, em princípio destinada aos menos fnvorecidos.

O homem comum anda atrás do dinheiro, e o segue como se andasse atrás da própria vida. Ora, se o .1inheiro é succionado do interior para as grandes c-idades, o homem acompanha a cor­rente de sucção e vem também para as grandes cidades.

" H~ municípios do ~nterior do País onde as agencias de bancos sedmdas na Capital da Re- . pública e nas Capitais dos Estados arrecadam de~ zenas de milhares de contos de réis para aplicar n?~ _. ~entras de maior especulação, sobretudo imo~ bihario, que lhes asseguram inversões com cinco dez, vinte, cem e mais por cento anuais de renda: N ~ local em que o dinheiro é recolhido ficam os tres a quatro quando muito sete por cento de juros.

.o c.apital dali retirado vai fazer fortuna e pro­duzir riqueza nos grandes centros, mas com ine­gável empoh."f.'cimento do meio de onde é retirado . Daí, o cl.unor permanente do interior por cré~

d1to, por realizações governamentais, que ali re~ ponham parte do que é drenado até à exaustão pelas agência:; de estabelecimentos bancários Caixas Econômicas e Institutos. '

... Estamos~ felando de maneira geral, sem visar a esse ou aquele estabelecimento1 nem a nenhum condenando, pois estão exercendo atividades até aqui lícita e, em verdade, não pretendem o emN pobrecimento do meio em que operam : o em~ pobrecimento vem por via de conseqüência. Não dera~ conta, porém, que nos pequenos centros ao Invés. de ben~ficiá~los, concorrem para taÍ empobrecimento, pots em geral, no interior as carteiras "não estão operando por enquanto'" e quando libe ,:tm crédito o fazem em quantidade m}~ima, que não produz abundância, pois os de­positas realmente se destinam a aplicações alhures.

O projeto pretende corrigir êsse malefício por duas maneiras : a) obrigar os bancos estaduais e nacionais a ::tplicar pelo menos sessenta por cento de seus depósitos no município em que são arreca~ dados; e b) estimular a criação de bancos muni~ cipais, que f:xem no próprio município os recursos financeiros a1i existentes, canalizando-os para es­timular e in~Tementar a produção sobretudo a do pequeno produtor.

O grande produtor, o grande industrial, ou o grande agricultor e, sobretudo, o grande comer~ ciante, êsses contam com aparelhagem suficiente para dotá-los de grandes créditos.

O pequenJ porém, não tem crédito e, portanto, não tem pusJibilidades de manter e desenvolver sua atividade. Urge, pois, criar o pequeno crédito para o peqlleno produtor. E pequeno crédito só se libera através dos pequenos bancos. É preciso dotar o pequeno da mesma maquinaria de faci~ !idades com que conta o grande.

No dia em que o pequeno tiver as mesmas possibilidades, nas devidas proporções, que têm os grandes, de satisfazer às suas ambições de cresci­mento, nesse dia e problema social diminuirá de importância, pois o homem que:- sempre dar~lhes expansão

O projeto procura estimular a criação do pe. queno banco municipal destinado a ampat'ar o pequeno lavrador, pequeno industrial, pequeno co­merciante, o artesão, o artífice, a todos aquêles que, dispondo de poucos recursos, têm contudo, possibilidades de ampliar e desenvolver sua ati~ vidade, enriq•.:ecendo o meio em que vivem.

Só o gerente do pequeno banco municipal pode eficientemente concorrer para a ampliação dêsse crédito que, as mais das vêzes, é crédito pessoal.

Por outro lado, as restrições do projeto levarão os gerentes dos bancos municipais e dos outros bancos, que c:ão forçados a colocar no município sessenta por c.cnto de seus depósitos locais, a ofe­recer crédito. pois que, com as caixas altas e sem poder exportar o dinheiro estimularão a pro­dução com ofE.recimento de capital - com o que provocarão mais intensa circulação local, maior pro­dução, novas iniciativas e, portanto, oportunidade de trabalho bem remunerado, que é o que fixa o homem no seu meio.

Não nos parece que se possa propiciar crédito fácil no interior a não ser por um processo de razoável cont~nção local do dinheiro que ali exista.

Bem sabemos que o capital é por natureza migratório ~ que só se detém onde é "bem tra­tado''. Mas, o que cumpre ao legislador é evitar, com medidas legais, aquelas práticas que promo~ vem transposição de capital com vantagens esw peculativas, francamente inflacionárias. É preciso que ao capi~-al se ofereçam condições normais de rendimento razoável, que o tornem instrumento

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O MUNICíPIO NO PARLAMENTO 219

útil ao trabalho, à produção e ao moderado e seguro enriqu ~cimento do povo.

O nosso projeto visa a um aspecto do problema, e é apresentado como contribuição nascida da observação e do conhecimento da vida no interior do País, e de boa-fé posta a serviço da coisa pú~ blica. Os dispositivos referentes aos bancos es .. trangeiros visam a disciplinar sua atuação.

Palácio Tiradentes. Gabriel de Rezende Passos.

DISPOSIÇõES LEGAIS CITADAS NO PROJETO

Art. 2.0 do Dec.-lei n. 0 3 545, de 22 de ag8sto de 1941 e seus § § :

Art. 2.0 Para a prática dêsse negócio, os bancos e casas bancárias deverão obter prévia autorização do Ministério da Fazenda, provando :

a) capital minimo realizado de 250:000$000 (duzentos e cinqüenta contos de réis) para o ne­gócio;

b) nominatividade das ações, se se tratar de sociedade por ações;

c) nacionalidade brasileira do proprietário, se se tratar de firma individual, ou dos sócios, co­tistas ou acionistas e diretores ou gerentes, se de sociedade;

d) não terem sido condenados, por crime de falência fraudulenta contra a propriedade ou contra a economia popular, o proprietário, os sócios ou os acionistas que possuírem um têrço das ações e os diretores ou gerentes;

e) estarem quites com a fiscalização bancária e com os impostos devidos à União;

f) haverem feito, no Tesouro N acionai, uma caução de réis 100:000$000 (cem contos de réis), em titulos da divida pública federal.

§ 1. 0 A prova exigida pelo inciso "d", deverá constar de certidão do Juízo Criminal ou folha couida, passadas no domicílio de cada um.

§ 2. 0 A autorização constará de simples aver­bação na carta-patente.

§ 3. o O banco ou casa bancária poderá de­dicar-se exclusivamente ao fim previsto neste decreto-lei.

Art 1.0 , § 3.0 do Dec.-Lei 6 541, de 29 de maio de 1944 :

Art. 1. 0 Nenhum estabelecimento bancário será autorizado a funcionar sem a realização do capital mínimo previsto para sua categoria e área de operações, na forma geral que fôr estabelecida pela Caixa de Mobilização e Fiscalização Bancária em ato aprovado pelo Ministro de Estado dos Ne­gócios da Fazenda.

§ 3. 0 Os bancos de capital igual ou superior a cinco milhões de cruzeiros (Cr$ 5 . 000. 000,00) e inferior a vinte milhões de cruzeiros ....... . (Cr$ 20.000 000,00) somente poderão operar no Estado para o qual forem autorizados e dentro das áreas municipais indicadas no ato de autorização.

Artigo 4. 0 do Dec.-lei 7 293, de 2 de fevereiro de 1945 :

Independentemente do fato de manterem em caixa o numerário julgado indispensável ao seu movimento, são os bancos obrigados a conservar em depósito no Banco do Brasil S/ A., à ordem da Superintendência da Moeda e do Crédito, sem juros:

a) oito por cento (So/o) s8bre o valor dos depósitos à vista;

b) quatro por cento ( 4%) s8bre o valor de importâncias depositadas a prazo fixo ou mediante aviso prévio superior a noventa ( 90) dias;

Artigo 179 do Código Penal : Fraudar execução, alienando, desviando, des ..

truindo ou danificando bens, ou simulando dívidas :

Pena : detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, de quinhentos mil réis a cinco contos de réis".

J APONÊSES - Vivem atualmente no Brasil c&rca de 130 mil japon&ses, número que corresponde, de forma aproximada, a dois terços do total recebido até hoje. O início da imigração japon&sa para o nosso País remonta a 1908, ano em que

acolhemos os primeiros 830 imigrantes dessa nacionalidade. O afluxo iria acentuar-se de 1912 a 1914 e de 1917 a 1919. Mas foi no dec&nio 1924/33 que essa corrente migratória ganhou corpo : durante &sse período vieram para cá 110 191 nipônicos. Nos cinco anos subseqüentes, chegaram mais 41928. Daí por diante o movimento começou a declinar, cessando pràticamente, de 1942 a 1950. Até 1954, o número de japon&ses vindos para o Brasil em primeiro estabelecimento ascendia a 194 074.

Dos quatro principais grupos de imigrantes: portugu&s, italiano, espanhol e japon&s, êste último é o que manifesta maior tend&ncia a concentrar-se em determinados pontos do território nacional. No Censo de 1940, 91,5% dos japonêses presentes residiam no Estado de São Paulo e 5,6% no Estado do Paraná. Em 1950, a proporção em São Paulo descera para 84,3% (108 912 japonêses), tendo a do Paraná subido para 11.9% (15 393 jnpo­n&ses) . Vinte e seis municípios paulistas e cinco paranaenses possuíam núcleos nipônicos superiores a mil pessoas. Contingentes menores localizavam-se em Mato Grosso ( 1 172), Estado do Rio (1 086) e Minas Gerais (917).

Os imigrantes japonêses são dos que apresentam menor permeabilidade à natura­lização. Em 1940, num total de 144 523 naturais do Japão, apenas 3 830 (2,6%) haviam adotado a cidadania brasileira. Em 1950, havia 4 393 naturalizados para um total de 129 192 (3,4%). Pode-se ainda observar que a "colônia" Japonêsa no Brasil decresceu entre 1940 e 1950.

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l déias em F oco

-A CONTRIBUIÇAO DO IBGE AO MUNICIPALISMO

A LUTA pelos ideais municipalistas de auto~

nomia a rigor começou com a primeira lei de organização municipal, de 1. 0 de outubro de 1828. A pret<>xto de regulamentar a Carta de 1824, o legi~lador de então reconhecia, em prin~

cípio, a autonomia dos municípios, atribuindo às Câmaras o ugovêrno econômico e municipal das nossas vilas e cidades", Começou a luta pela autonomia municipal quando a regulamentação de 182 8 traiu o princípio constitucional, para subor­dinar o pode:- municipal à férrea disciplina do poder imperial.

Tanto quanto se sabe, não cabe aos do nosso tempo a glôr!a de haver iniciado o movimento municipalista É a Domingos José Nogueira de Jaguaribe Filho, nascido em 1848, que cabe o título de piont"'Íro do municipalismo no Brasil, em sua expressão atual de autonomia municipal, como provam a campanha que levantou, em 1899, no seu jornal d~nominado "O Município", e a puM blicação, em 1R96, do seu "Catecismo Municipal", cujos conceitos ainda hoje podem ser considerados atuais, em tese

Não quer isto dizer que não haja mérito na campanha surgida de dez anos a esta parte, pela revitalização do município, cujo decênio a beneM mérita Assocbção dos Municípios da Bahia co­memorou recentemente. Ao contrário Há muito e muito mérito nesta segunda etapa do munici­palismo brasileiro que teve a virtude de reavivar os ideais municipalistas, quase esquecidos na fase

republicana

Nesta quadra contemporânea da secular cru­zada municips.tista, começada, se muito, há vinte anos, teve parte saliente - a ninguém é dado negar - a figura apostolar a quem os munici­palistas brasileiros nunca exaltarão suficientemente, por maiores homenagens que lhe prestem; refiro­-me ao insigne municipalista baiano Mário Augusto Teixeira de Fn:.itas, nome que pronuncio com emo­ção e reverência, e a quem rendo sempre, como ibgeano e cmno municipalista, o preito da minha mais alta admiração e eterno respeito.

Ê a esta segunda etapa do municipalismo bra­sileiro que dt•sejo referir-me nestas considerações, para situar a contribuição espontânea, patriótica e desinteressada do IBGE à campanha.

P ODEMOS f\firmar, sem nenhum receio de con­testação, que o IBGE e o Municipalismo

têm ideais comuns. Daí não constituir surprêsa para ninguém esta aproximação, que se processa em todos os quadrantes do País entre os muni-

ARTUR FERREIRA

cipalistas convictos e os ibgeanos que praticam o ideário cívico do nosso mestre, o incomparável Teixeira de Freitas.

Se é certo que pode haver municipalista sem ser ibgeano, não é menos verdade que todo ibgeano convicto é municipalista. As duas orga­nizações - IBGE e Campanha Municipalista -se aproximam em muitos pontos do seu programa. Se há divergências ocasionais entre os homens que dirigem as entidades, não haverá, contudo, diver­gências nos propósitos patrióticos e nas finalidades de bem servir ao Município.

Uma e outra procuram assegurar a vitalização dos municípios brasileiros, através do melhor co­nhecimento d ...... s seus problemas e necessidades. A bem dizer, a estatística é o instrumento de tra­balho mais seguro para a pesquisa dos estudiosos do municipalis1no. Apesar de tôdas as limitações presentes, a Agência Municipal de Estatística, a que o IBGE vem dedicando todo o seu carinho, é um Órgão não só a serviço do IBGE como a serviço da Campanha Municipalista, pelos seus próprios objetivos. Ouso mesmo dizer que a Agência Munidpal de Estatística é uma conquista dos ideais municipalistas de Teixeira de Freitas, que foi não só um intimorato pregador dessa

fórmula adm:nfstrativa, mas também, e principal­mente, um prat cante do municipalisa:-o que pre­

gava. A prova disto é que o IBGE, como a Campanha, nfio faz distinção de grandeza, de valor econômico ou de posição geográfica entre os mu~ nicípios

Outro asp~cto que tem merecido destaque na Campanha Municipalista é o da autonomia mu­nicipal. Também nós, neste ponto, não temos

ficado na pregação.

O combatp em prol da dignidade, autonomia e independên~ia econômica do município brasileiro é uma luta a que não temos fugido, há longos anos. E nela temos dado provas de teimosia a Alberto Torres. Um só exemplo será o bastante. Quando, em 1942, em pleno regime de exceção, foram assinados os Convênios Nacionais de Es­tatística Municipal, entre a União (representada pelo IBGE). os Estados e Territórios e os Mu­nicípios, embora tudo pudesse ser resolvido por um simples decret J executivo, preferiu a genialidade de Teixeira de Freitas respeitar, mesmo naquela emer­

gência, a autonomia municipal, e daí os Convênios haverem sido assinados ouvindoMse todos os mu­nicípios brasileiros, sem exceção de um só. Que maior prova de respeito aos ideais municipalistas poderíamos exigir?

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IDÉIAS EM FOCO 221

A OBRA do IBGE é, portanto, uma obra muni~ cipalista. A Agência Municipal de Estatística,

embora administrada e mantida pelo IBGE, é um órgão, ainda hoje, nitidamente municipal. Sendo órgão do m~tnicípio, o é, conseqüentemente, do municipalismo ativo, e o tem sido na Bahia, na sua finalidade primordial de pesquisa.

Mas não é só neste aspecto. A Agência Mu­nicipal de Estatística não se pode alhear, no âm­bito local, do dever de emprestar a sua colabo­ração, modest:a é bem verdade, mas valiosa, a tôda iniciativ ~ de ressurgimento local, sob todos os ângulos ent que ela se processe.

A aspiraç?:o d.~ Mário Augusto Teixeira de Freitas é que existisse em cada Agência de Es­tatística umn biblioteca, um mostruário dos pro~

dutos locais, um pequeno museu e arquivo histórico. E o seu ideql se vai cumprindo aos poucos. E nutramos esperança e fé de que se cumprirá in­tegralmente Pelo menos, na Bahia, já possu~mos

130 bibliotecas registradas no Instituto Nacional do Livro. Algumas possuem mostruários, e outras são pontos obrigatórios de todos os que desejam estudar seriamente os aspectos sociais e econômicos do município.

Que será tudo iSso, senão a prática dos ideais municipalistas?

A contribuição do IBGE ao municipalismo vai mais além. A Agência foi instalada com a fina­lidade de agir como escola, como espelho, como gabarito de org-anização, ordem e método no tra­balho. Se não atingimos ainda o nosso objetivo, nem por isso abandonamos o nosso desiderato, por­que temos consciência de que as grandes conquistas da humanid9.de são alcançadas em tempo que vai além do limtte da idade de uma geração.

A Agência foi criada, também, para servir de estímulo aos nossos homens do interior. A exi­gência de orrlP.m, limpeza e eficiência técnica não representa apenas uma rotina, mas pretende de­monstrar que mesmo nas cidades distantes é pos­sível disciplinar a coisa pública e pôr um paradeiro ao desastroso descaso votado às nossas repartições situadas no Í!"terior, onde o desleixo, a incúría e a falta de esp~rito público andam de braços dados com a desonefõtidade, o derrotismo, a poeira e as teias-de-aranha.

A obra do IBGE, através das Agências Mu­nicipais de Estatística, além da simples missão de coletar dados, tem o nobre intuito de criar um elo na cadeia de motivos que fortalecem a uni­dade nacional. pela identidade de fins, pela padro­nização e sistematização de processos, pelo respeito à autonomia e à autoridade municipal, e, ainda, pela separação. difícil mas proveitosa, entre a es­fera administrativa e a atividade político-partidária.

Outro asopcto de suma importância para a campanha municipalista é o que se refere aos recursos finance>iros destinados à manutenção desta vasta rêde de Agências em todo o território nacional.

Incentivando o lema de maior autonomia e maior renda para o município, não poderia o IBGE ferir nem urn e nem outro princípio, sob pena de sacrificar o caráter eminentemente municipalista de sua obra. Se se respeitou, por um lado, a au­tonomia munidpal, mesmo num regime de exceção, por outro lado conseguiu a clarividência de Mário Augusto Teb.eira de Freitas adotar, ainda aqui, uma solução evidentemente consentânea com os princípios da Campanha Municipalista, que obje-

tivam fazer voltar ao interior pobre e dessangrado a maior partP- das rendas que lhe são arrancadas .

O financtittnento das Agências Municipais de Estatística passou a ser feito, na quase totalidade, pela arrecadação de tributo que incide sôbre as populações mai~ favorecidas, na forma de um sêlo sôbre divers5'="s. Com êste critério, ao contrário do que ocorre com outros serviços públicos, evita-se arrecadar na~ pequenas cidades e centros inte­rioranos, recaindo porção mais alta do tributo sôbre a população das Capitais e grandes cidades, que devolvem ao interior, desta maneira, parte dos recursos que por outras formas e meios de lá são recolhidos.

Ao contrário, pois, de opiniões mal informadas, valemo-nos do município não para auferir proveitos, mas para encaminhar-lhe elementos que o possam revitalizar e estimular.

R EALIZA, pois, o IBGE uma obra municipalista de confraternização, de solidariedade inter-

municipal, xiliam os igualdade brasileiras.

em que os municípios mais ricos eu­municípios mais pobres, possibilitando de tratamento nas 2 400 comunas

Sob todos QS aspectos, realizamos, portanto, um trabalho voltado precipuamente para o in­terêsse e o progresso municipal, sem nos descui­darmos, no entanto, dos interêsses do Estado e da União.

A CONTRIBlJIÇÃO do IBGE à Campanha Mu­nicipalista tem sido, destarte, uma constante

preocupação ele pregar e praticar os postulados de que se deve dar ao município tudo quanto êle necessite, sem dêle tirar mais do que possa real­mente dar.

Praticando êstes princípios, divulgando a sua doutrina por meio da Revista Brasileira dos Mu­nzczpws já no seu trigésimo quinto número, mantendo uma pregação permanente através da Agência Municipal de Estatística, pesquisando, coordenando dados que mostram a todo instante os aspectos negativos, a falta de assistência e de meios para construir uma civilização, está o IBGE dando a sua ajuda contínua à causa municipalista. A virtude desta contribuição está na espontaneidade, no desinterês~e e na seriedade, mesmo quando os "números chors.m", para empregar uma feliz ex­pressão de 'M Á.rio Augusto Teixeira de Freitas, ao apreciar a situação do ensino no País.

Acredito constituiria grave êrro não caminha­rem juntas, ns duas entidades, para um só de­siderato, para o fim comum de servir ao município, visando ao seu fortalecimento.

IBGE e Cempanha Municipalista se completam e se irmanam.

Façamos votos para que na jornada que em­preenderam tão brilhantemente não se afastem e nem se choq tem o IBGE e a Campanha Muni­cipalista - agora que apenas começamos a pal­milhar as pr;meiras veredas desta longa e penosa jornada en1 defesa da autonomia política e finan­ceira dos Mt..n:l.cípios.

Tomemos Mário Augusto Teixeira de Freitas por guia seguro, inspiremo-nos no seu elevado espírHo público, e observemos o seu exemplo de abnegação e desinterêsse pessoal, e marchemos unidos, até qup possamos alcançar o nosso superior objetivo : o município próspero e soberano.

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222 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICÍPIOS

-HABIT AÇAO POPULAR, UM CAMPO PARA PESQUISAS

A DEVASTAÇÃO provocada pela última guerra, na Europa, agravando sensivelmente o pro ..

blema da habitação, forçou engenheiros e arqui­tetos a procurar dentro de acentuado padrão de economia - compatível com os orçamentos com­prometidos das várias comunidades - a solução do problema. O trinômio economia-confôrto-esté­tica passou a ser considerado especialmente em função de seu primeiro têrmo, sem no entanto serem desprezados os outros dois aspectos. Tôdas as pequenas conquistas pesavam, de modo que os técnicos lançaram-se a tôda a sorte de especulações tanto do ponto-de-vista formal, como no que diz respeito ao emprêgo de novos métodos e materiais de construção. Mesmo dentro dos esquemas tra­dicionais, apenas cuidando da planificação racional do trabalho, conseguiram-se alguns resultados apre­ciáveis, como o do arquiteto Olaf Selvaag, que pro­meteu diante do Parlamento Norueguês, construir dentro do orçamento disponível o duplo de mora­dias. E cumpriu essa promessa demonstrando as possibilidades da construção em série, orientada por um esquema racional.

Nossos problemas de habitação são na verdade tão graves quanto os dos países devastados pela guerra, sendo fácil constatar as condições sub­habitáveis de grande parte do povo. Apesar disso, as tentativas feitas para enfrentar o problema do ponto-de-vista técnico são as mais tímidas possíveis, podendo-se citar apenas um certo número de ex­periências, algumas frustradas por fugirem ao equa­cionamento do problema - economia, confôrto e estética - outras comprometidas por falta de am­paro oficial, no sentido de escorar a iniciativa se os frutos não vierem com a presteza esperada. Num levantamento sumano das causas determi­nantes do relativo desinterêsse pela habitação po­pular entre nós, poder-se-ia apontar ainda a apatia dos técnicos, alguns engolfados pelo carreirismo, outros premidos pela necessidade econômica de fazer a arquitetura das classes dirigentes - além da dificuldade de desarraigar da mente popular o conceito tradicional de que as únicas casas sa­tisfatórias são as quadradas, de tijolos comuns e telhas de barro

I

CASAS CILíNDRICAS

NSPlRANDO-SE nos índios e nos esquimós, o arquiteto Nils Sterner de Estocolmo, lançou

recentemente casas cilíndricas, com uma cobertura em forma de cone seccionado.

Ê Michael Salzer, de Estocolmo, quem informa : "suas casas parecem fatias de torta e converte­ram-se em centro de romaria de todos os que de­sejam saber como é possível num quarto redondo, cuspir no canto"~ A casa possui uma sala de estar, ligada a uma alcova, uma pequena cozinha

Transcrito da uFolha da Manhã", de São Paulo, edição do dia 20-5-56.

ISAAC JARDANOVSKI

e um banheiro Uma escada em espiral ao centro, permite o máximo aproveitamento possível do es­paço. Acreditam os responsáveis pela concepção do projeto que as paredes redondas proporcionam maior confôrto aos habitantes, além do que a eliminação dos cantos permite 1nelhor conservação das paredes. Econôn1icamente, não se pode deixar de considerar que para um certo perímetro, é a circunferência a figura que delimita a maior área.

Não se trata agora de adotar por causa oísso a arquitetura em círculo, para resolver os nossos problemas de habitação. Mesmo porque cada so­lução é válida para um certo número de condições que prevalecem sàmente em seu país de origem. Trata-se, isso, sim, de pesquisarmos a solução do nosso problema tendo em vista uma série de pre­missas locais, a exemplo do que fazem os suecos

O engenheiro Nilsson, de Vatervik, por exemplo, tendo em vista que nos climas nórdicos os tetos planos oferecem riscos, rompendo-se sob a ação do frio e da neve, idealizou um novo material de cobertura - uma mistura de cimento e borracha de pneus moída, que, segundo declara, proporciona absoluta proteção contra o frio, com a aplicação de uma camada apenas sôbre o teto. Êsse mesmo engenheiro adotou a arquitetura em círculo, através da linha de montagem. Utiliza cimento com ser­ragem e produtos químicos e fôrmas móveis de aço que giram em tôrno de um mastro que se eleva no centro do canteiro de serviço. Com o auxílio de um vibrador essas fônnas vão deixando em seu percurso circular, um muro de 45 em de altura, ao qual serão superpostos outros muros idên­ticos. Economia do processo segundo Nilson uma casa de graça em cada oito construídas.

CASAS PIRAMIDAIS

A PATERNIDADE das casas piramidais é de di­fícil determinação~ A idéia é relativamente

antiga, mas a sua execução em têrmos de produção em série é relativamente recente. Em São Paulo, uma firma especializada, acaba de lançar um tipo de habitação em que o teto é formado pelo prolon­gamento das paredes, utilizando dessa forma uma única linha do vértice da construção até o solo

Ramel, arquiteto europeu, que já trabalhou no Brasil constrói casas piramidais, com uma incli­nação de 60°, e com uma altura de cêrca de 1 O n1etros. As paredes de madeira são revestidas com fôlhas onduladas de alumínio, ou cimento amianto, e não :requeren1 despesas de conservação. As ja­nelas voltam-se pràticamente para cima, garantindo perfeitas condições de insolação; os cantos são apro­veitados para dispensa. Acreditam os construtores que êsse tipo de construção apresente vantagens econômicas sôbre o tipo clássico.

As pirâmides de Ramel - autênticas tendas de escoteiros, em ponto grande, ainda não caíram no gôsto popular, mas já vão granjeando adeptos.

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IDÉIAS EM FOCO 223

o RESIDÊNCIAS SOB MEDIDA

PRINCÍPIO da residência sob medida já vem

sendo aplicado há bastante tempo nas cons-truções em condomínio de caráter comercial, nos lugares cnde a especulação imobiliária valorizou desmedidamente o terreno. Ninguém hoje pode se dar ao luxo de alugar um escritório na cidade : o que se faz é calcular com precisão centimétrica, o lugar ocupado pelos móveis mais indispensáveis, medir o lugar ocupado pelo nosso corpo e por um par de clientes hipotéticos e alugar uma área que corresponda exatamente à projeção dêsse volume, o que se terna possível graças às paredes removí­veis, de caráter provisório.

:ítsse princípio, aplicado às habitações populares construídas em blocos de vários pavimentos - es­pecialmente pelas autarquias - poderia dar bons resultados, conforme o atestam as experiências realizadas em outros países. Os apartamentos tomar-se-iam mais orgânicos desde que o com­prador pudesse dispor de uma certa área, na qual êle tivesse absoluta liberdade de composição.. Assim seda possível adquirir uma certa metragem, que o comprador dividiria de acôrdo com suas necessi­dades, graças a encaixes deixados especialmente nas paredes externas e utilizando vedas removíveis Se amanhã a família aumentar e se tornar ne­cessário mais um cômodo, um simples reajuste nos encaixes resolve a questão, sem necessidade de se acumularem os compartimentos com várias funções, com prejuízo para o arranjo funcional da habitação.

OUTRAS TENTATIVAS

N O BRASIL se fazem esporàdicamente algumas tentativas com casas populares, especialmente

as pré-fabricadas, Dessas, uma das mais interes­santes, foi lançada há tempos, na Capital da Re­pública : o Mara-Lar. Trata-se de uma casa pe­quena, que não chega aos trinta metros quadrados efetivos de construção e que utiliza como matéria­-prima fundamental o "eraklit" - escorado por u:na estrutura de madeira. A casa pode ser trans-

portada, desmontada, por um único caminhão. Vem com suas paredes prontas, inclusive já revestidas, e com todo o encanamento hidráulico embutido de modo que o trabalho na obra é simplesmente de montagem, o que pode ser feito em quatro ou cinco dias, desde que a turma encarregada dos trabalhos esteja bem treinada. Aliás, quem assiste à montagem de uma dessas casas sofre juntamente com os operários, pela dificuldade de juntar acer­tadamente as pesadas peças do quebra~cabeças.

Algumas soluções são engenhosas - pràticamente tôdas as divisões internas da casa são constituídas por peças de madeira que funcionam como armá­rios embutidos - mas a limitação de seu ta­manho determinad~ pelas dificuldades da monta .. gero, e o preço quase proibitivo por metro qua .. drado de área construída, além da falta de elas .. ticidade do projeto, não permitem que se considere o processo como uma solução popular. Tem sido utilizada mais em loteamentos suburbanos de fim .. -de-semana de características mais ou menos grã-

-finas No ~no passado, uma firma inglêsa - a

Uniseco - apresentou em São Paulo uma casa cons­tituída de painéis de madeira c.:om 4,5 em de es­pessura, juntados por meio de parafusos colocados a distâncias prêviamente calculadas. Os projetos foram elaborados pelo arquiteto Eduardo Kneese de Melo e constavam de vários tipos padronizados. Os painéis, geralmente medindo 1,00 x 2,70 m permitem uma certa liberdade de composição. As casas foram vendidas ainda, com a particularidade de permitir ao próprio comprador a sua montagem, mas ainda é cedo para avaliar a aceitação do pro­cesso, que na Inglaterra provou bem.

De tôdas as outras tentativas para resolver de forma original o problema da habitação popular, merecem referências os estudos que a Associação Brasileira de Cimento Portland vem realizando, no sentido de empregar o solo-cimento - uma mis~

tura em proporções adequadas de solo, cimento e água - que já vem sendo utilizada largamente para pavimentação de estradas. ~ste ensaio para um retôrno moderno à casa de a.dobe justifica por si só considerações à parte.

O MUNICÍPIO E A DEFESA FLORESTAL

P OR entre tantos motivos de apreensões que a conjuntura brasileira oferece, o movimento

municipalista é dos que nos enche de sadio otimis­mo, pelo que o despertar da consciência locatista re­presenta em país de tão vastas proporções fisicas e tão diverso geográfica, econômica e socialmente. É

que sOmente através dos municípios bem estrutura­dos e financeiramente fortes poderão alcançar êxito completo certas campanhas e serviços que dependem da compreensão, da confiança e da cooperação das populações.

As diretrizes mestras devem abranger a tota­lidade do país, a função do planejamento cabe à União ou ao Estado; a parte executiva, no entanto, ganhará em objetividade e eficiência se entregue ao govêrno municipal em virtude do contacto mais íntimo e direto que mantém com as populações e pela influência que exerce sôbre elas.

BRASÍLIO MACHADO NETO

Estão neste caso os problemas referentes à me~ lhoria dos métodos de produção agrícola, de prote~ ção do solo, de defesa florestal. A União e os Es .. tados, responsáveis pelas diretrizes gerais e detento .. res de amplos recursos orçamentários, precisam orientar-se no sentido de um perfeito entrosamen .. to com as comunas do interior, entregando-lhes em muitos casos a parte executiva, a fim de alcançar pleno rendimento dos seus esforços. E não existe nenhum obstáculo de ordem constitucional e admi ..

nistrativa que o impeça Dia a dia, toma maior vul­to a política de acôrdos entre a União e as unida~ des federadas nos setores da educação, da saúde pú~ blica e da assistência técnica aos produtores rurais.

Basta, pois, aperfeiçoar e incentivar êsse ins­trumento de cooperação administrativa e sobretudo estendê-lo corajosamente à esfera municipal. E se há serviço que deve e precisa ser interiorizado é o da

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224 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICíPIOS

conservação do solo e da defesa florestal, que de­pende, primordialmente, da confiança e da coopera­ção direta dos proprietários rurais, que as administra­ções locais se acham em melhores condições de con­seguir.

De acôrdo com êsse critério realista, o V Con­gresso Estadual dos Municípios, promovido pela As­sociação Paulista dos Municípios, em Botucatu, in­

sistiu na necessidade de mais estreita cooperação entre as três esferas administrativas, sobretudo no domínio da assistência ao produtor rural, sob pena de inútil dispersão de esforços, quando a preocupa­ção absorvente deve ser tirar o máximo proveito dos recursos orçamentários, quase sempre insuficientes em face às tarefas a executar.

Dentre as teses apresentadas, mereceu entu­siástico debate a referente à defesa florestal, flo­restamento e reflorestamento, de autoria do Sr. Aniz

Badra, presidente da Associação Paulista de Muni­cípios.

Depois de confrontar o nosso descaso com o interêsse de quase todos os países pelo problema da preservação dos recursos naturais, o autor re­

lata observações colhidas em recente viagem aos Estados Unidos, onde o reflorestamento absorve anualmente centenas de milhões de dólares e onde o pensamento dominante é o de que cada árvore abatida deve ser substituída por cinco outras.

Nas suas conclusões, a tese propõe que os mu­nicípios de receita superior s. 20 milhões de cruzei­ros organizem serviços florestais, aos quais se deve garantir um mínimo de 5o/o da arrecadação.

Nas sedes de todos os municípios e nos distri­tos mais populosos devem ser instalados viveiros para a venda de mudas aos agricultores a preço de

custo. Defende ainda a tese, que foi aprovada por

unanimidade, o entrosamento das autoridades dos municípios, com os serviços florestais do Estado e da União, visando a estabelecer planos re­gionais de defesa da flora e da fauna e de flo­restamento e reflorestamento; aplicação esclarecida do crédito florestal que fôr estabelecido sob a orientação do govêrno local; concessão de prêmios aos produtores rurais que mais se destacarem na preservação florística e na silvicultura; estudo das que_stões econômicas pertinentes à silvicultura, de maneira que se assegure rentabilidade satisfatória aos empreendedores particulares; campanhas educa­tivas visando à população das escolas e à popula­

ção dos campos em geral. Essa a orientação certa que os responsáveis pela

administração pública devem seguir, se desejam, realmente, enfrentar o problema da defesa dos re­cursos naturais do país, imprevidentemente esban­jados em quatro séculos de ocupação destrutiva

N ÚCLEOS COLONIAIS - Os 26 núcleos coloniais existentes no Brasil ocupam uma área total de 2 686 000 hectares, estimando-se em 168 000 habitantes sua população. Os maiores são Monte Alegre (456 000 ha) no Pará, General Osório (411 000 ha)

no Paraná, Barra do Corda (350 000 ha) no Maranhão; e ainda Bela Vista no Amazonas, Jaiba em Minas Gerais, e Dourados em Mato Grosso, com 300 000 hectares cada. Os capitais aplicados em tais estabelecimentos sobem a mais de meio bilhão de cruzdros (596 milhões) e nêles se encontram 95 tratores, 507 implementas agrícolas e 28 máquinas de terraplenagem .

A maioria dos nossos núcleos coloniais dispõe de assistência médico-sanitária, contando com dezessete profissionais, entre médicos, farmacêuticos, dentistas e enfermeiros. Há também 165 escolas (das quais 43 no núcleo de Ceres, 29 no de General Osório, 18 no de Barra do Corda, 17 no de Monte Alegre) , atendidas por 72 professôres e servindo a 3 836 alunos.

Não se dispõe de dados precisos sôbre o valor da produção dos núcleos em atividade, mas se sabe que em 23 dêles se instalaram 12 366 colonos, sendo 11 616 nacionais e 750 estrangeiros. São 966 os servidores contratados, que desempenham funções adminis­trativas e outras. Em metade da superfície ocupada com os 26 núcleos coloniais poderia caber tôda a área atualmente cultivada em nosso País com a cana de-açúcar, com o trigo ou com mandioca, o que equivaleria a dizer que só aquela parte de suas terras poderia produzir, com qualquer dessas culturas, entre 4 a 6 bilhões de cruzeiros, aos preços de 1955

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Vida Municipal

RONDôNIA

PôRTO VELHO - Autorizada a construção de novas instalações portuárias.

ACRE

Tarauacá - Inaugurada a Escola Normal Re· gional de Tarauacá.

AMAZONAS

Benjamin Constant - Em construção um prédio escolar, pertencente à Prelazia Nullius.

Borba - Lançada a pedra fundamental do Abrigo dos Pobres de São Vicente.

Canutama - Os governos estadual e do mu­nicípio assinaram convênio educacional, mediante o qual serão criadas cinco escolas por ano, fi­cando o Estado obrigado a construir nos seringais de Assituba, Santa Bárbara, Nova Vista, Vista Alegre., Axioma, Espírito Santo, Nova Colônia, Forte de Veneza, Tanque, Repouso, Saudade, Penha do Tapauá, Foz do Jacaré, Foz do Pixuna e Tam­baqué escolas primárias com capacidade de ma­trícula superior a 50 alunos e realizar outros me­lhoramentos no setor escolar.

MANAUS - Em construção a rodovia que ligará o Município de Itacoatiara à Capital.

PARÁ

Alenquer - Inaugurada a linha dos navios do SNAPP tocando nêste pôrto.

.A nanindeua - Assentada a primeira pedra da nova Colônia para doentes mentais, em terreno pertencente ao Estado, localizado na estrada de Benfica. * Inaugurada a igreja de N . S . Au­xiliadora.

BELÉM - Assinado conven1o entre o govêrno federal, a Prefeitura e o SESP para a construção de urn sistema de esgotos sanitários. * Lançada a peclra fundamental da Colônia dos Psicopatas. * Ins.ugurados os novos serviços de luz e energia elétrica.

Marabá Em funcionamento o Grupo Escolar Municipal.

Maracanã Instalada a Associação Rural dos Lavradores.

Oriximiná - Inaugurada a Escola Rural de Sapucuá, que recebeu a denominação de Escola Rural Prof. Adélia Figueira.

Ourém - Instalada uma escola estadual no povoado de Capitão Poço.

Santarém - Lançada a pedra fundamental do Instituto Técnico Profissional.

Tucuruí - Fundada a Associação Rural.

MARANHÃO

Bacabal - Inaugurada uma escola rural na localidade de São Mateus.

Pinheiro - Instalada, no povoado de Boa Vista, uma escola primária que recebeu a denominação de Escola Ruy Barbosa, dirigida pela Igreja Ba­tista de Pinheiro.

PIAUí

Amarante - Em funcionamento o Pôsto de Puericultura Dr. Francisco Ayres, da Associação de Proteção e Assistência à Maternidade e à Infância.

Angical do Piauí - Inaugurados os serviços de água encanada e luz elétrica da sede municipal, realizações, respectivamente, do Instituto de Assis­tência Social e da Prefeitura.

Barras - Inaugurado o Ginásio Nossa Senhora da Conceição.

Conceição do Canindé - Instalada a Associação Rural. * Fundadas 17 escolaS primárias muni­cipais localizadas no interior do Município.

Curimatã - Inaugurada uma escola primária no povoado de Lagoa de Dentro.

E1esbão Veloso - Fundado o Instituto Getúlio Vargas, de ensino primário, em funcionamento no prédio do Grupo Escolar Cel. José Martins.

Luís Correia - Restabelecida, com a inaugu­ração da Usina Bom Jesus dos Navegantes, a luz elétrica da sede municipal.

Parnaíba - Iniciadas as atividades da Escola do SENAI.

Paulistana - Inaugurado o Pôsto de Pueri­cultu-:-a.

Ribeiro Gonçalves - Dotada de luz elétrica pública e domiciliar a sede municipal.

TERESINA - Lançada a pedra fundamental da sede do Jóquei Clube do Piauí. * Instaladas uma secção do Lion's Club e a agência do Banco da Le.voura de Minas Gerais.

CEARÁ

Czato - Instalado o Banco de Sangue, ini~ dativa do Lion's Club.

FORTALEZA - Inaugurados a sede da Uni­versidade do Ceará e, no bairro de Bela Vista, o Grupo Escolar D. José Tupinambá da Frota. * Iniciados os trabalhos de construção da Ponte Presidente Juscelino, sôbre o rio Jaguaribe, na rodovia Fortaleza-Mossoró, que reduzirá de 300 km o percurso rodoviário entre o Município e Recife e fará a ligação das bases aéreas de Fortaleza e Recife< * No ar a ZYH-25, Rádio Uirapuru de Fortaleza, freqüência de 1360 kc. * Em funcio­namento o Pronto Socorro Particular.

Iracema - Instalada a Agência Municipal de Estatística.

]aguaribe - Entregue ao público o Pôsto de Saúde Dep. Valter de Sá Cavalcante.

Maranguape - Em construção a sede da Asso­ciação Desportiva Maranguapense.

Monsenhor Tabosa - Fundada a Cooperativa Agrícola Mista da Serra das Matas.

Pereira - Fund:o~.da a Sociedade Mantenedora do Instituto de Educação de Pereira.

Porteiras - Instalada a Agência Municipal de Estatística.

São Gonçalo do Amarante - Criadas escolas primárias nas vilas de Serrote e Sicupé.

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226 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICíPIOS

Siio Luís do Curu - Instalada a Agência Mu­nicipal de Estatística.

Sobral - Inauguradas as Escolas Reunidas Dr Parsifal Barroso e Biblioteca Dr. Tancredo de Alcântara.

Ubajara - Fundada a Cooperativa Agrlcola Mist<> da Serra da Ibiapaba.

RIO GRANDE DO NORTE

Açu Inauguradas as novas instalações da Prefe;tura.

Apodi - Instalada a Coletoria Federal.

Jardim do Serid6 - Inaugurado o prédio da escola municipal do sítio Currais Novos, localizado no distrito~sede.

Macau - Dotado de luz elétrica o povoado de Guamaré.

Mossoró - Fundada uma cooperativa de con .. sumo dos funcionários da E F. Mossoró-Sousa e a Associação dos Servidores Públicos de Mos· soró. * A Aerovias Brasil inaugurou uma escala tocando êste Município. * Inaugurados o Instituto Dr. João Costa, do SAM, o Centro de Puericultura Ana Pereira, os prédios do Colégio Diocesano 'Santa Luzia, localizado no bairro de Santo Antônio, e da Escola-Ambulatório Cunha da Mata, do Ins­tituto Nacional do Sal, e o Jardim de Infância Modêlo, na praça do Congresso.

NATAL - Instalada a secção regional bra­sileira do Colégio Internacional de Cirurgiões.

Nísia Floresta - Instalada a Coletoria Federal.

. Pendências - Inaugurado o Matadouro Mu~ nicipal.

Santana do Matos - Determinada a construção da rodovia Santana~Jucurutu, a partir da povoação de Barão de Serra Branca.

Santo Antônio - Inaugurada a nova Delegacia de Polícia.

São Miguel - Criadas escolas de alfabetização na fazenda Bananeira e sítio Cajueiro, distrito de Campc Alegre.

Se.rra Negra do Norte - Instalada a Comarca.

Taipu - Inaugurada uma agência postal~tele­gráfica do DCT no povoado de Poço Branco.

PARAíBA

Bananeiras - Em construção, anexo à Escola V'idal de Negreiros, um prédio destinado a um grupo escolar rural.

Cabaceiras - Iniciada a construção de um .grupo escolar municipal na localidade de Ribeira.

Campina Grande - Servido o Município pela er,ergia elétrica de Paulo Afonso.

Catolé do Rocha - Instalada a estação radiote~ legráfica controlada pela Polícia Militar. * Fun­dada a Escola de Comércio Prof. Antônio Gomes, que funcionará sob os auspícios da Associação Co~ mercial e do SENAC.

Conceição - Instalado o serviço radiotele~ .gráfico, em cooperação com a Polícia Militar do Estado.

Cuité - Inauguradas a Coletoria Federal e a estação radiotelegráfica da Prefeitura, PYB~2.

ItaporanJja - Criada uma estação radiotele~ gráfica da Polícia Militar.

JOÃO PESSOA - Instalado o 1.0 Grupamento ·de Engenharia do Exército, que se destina à cons­trução de estradas rodo~ferroviárias nos Estados da Paraíbn e Rio Grande do Norte. * Fundados o

Centro de Estudos Politicos e Sociais e a Faculdade de Fatmácia.

Monteiro - Inaugurada a Maternidade Ana Bezerra Paraguai.

Patos - Em construção uma ponte sôbre o rio Espinheiras, situada na estrada Patos-Campina Grande.

Piancó - Fundada a Associação Rural. * Ini .. ciado o serviço de pavimentação da cidade.

Pocinhos - Em construção o Ginásio Nossa Senhora da Conceição.

São Mamede - Instalad" a Associação Rural.

Sapé - Instaladas a Escola de Comércio Co­rálio Soares, de iniciativa do SESC, e a Coletoria Federal. * Fundada a Associação Comercial.

Sousa - Inaugurada a Escola de Comércio Cônegc José Viana, por iniciativa da Associação Ccmercial e do SENAC.

PERNAMBUCO

Amaraji - Inaugurada uma sociedade recreativa e cultural com a denominação de Centro Social de Amaraji, que mantém uma pequena biblioteca, um lactário e um ambulatório.

Angelim - Em construção a rêde distribuidora de energia elétrica da CHESF e o Grupo Escolar.

Bezerros - Lançada a primeira pedra do Gi­ná~io São José.

Bodoc6 - Inaugurado o Grupo Escolar da sede municipal.

Brejo da Madre de Deus - Lançada a pedra fundamental do edifício da maternidade que será construída na vila de Fazenda Nova.

Camocim de São Félix - Inaugurada a Casa do Fôro.

Carpina - Iniciados os trabalhos preliminares de instalação do serviço de águas e esgotos.

Caruaru - Inauguradas a Biblioteca Álvaro Lu1s, do SESC, e a Cooperativa Banco de Caruaru Ltda. * Fundada a Faculdade de Odontologia.

Garanhuns - Inaugurada a colônia de férias do SESC, localizada em Pau-Pombo. * Dotada de luz elétrica a vila de Miracica.

Gravatá - Em construção os cemitérios da seóe municipal e de Russinha.

]aboatão - Inaugurada a Cooperativa Banco Auxiliar do Povo Ltda.

Limoeiro - Realizados estudos topográficos para a construção de uma subestação abaixadora de vcltagem da corrente produzida pela Hidrelétrica do S Francisco. * Inaugurados os melhoramentos do campo de pouso, cuja pista permite aterrisagem de aviões de grande porte. * Em construção o grupo escolar localizado em um dos pontos ex­tremos do Alto de S. Sebastião, que recebeu a denominação de Austro Costa.

Macaparana - Inaugurado o Grupo Escolar Brigadeiro Eduardo Gomes.

Ouricuri - Instalado o Ginásio Estadual.

Peirolina - Em construção a rodovia que li~ g..3.rá Petrolina às Pedrinhas, margi'nal ao São Francisco. * Iniciadas as obras de construção do mercado público.

RECIFE - Autorizado pelo govêrno federal o Serviço Social Contra o Mocambo a negociar o núcleo de cem casas populares de Imbiribeira, nesta C9pital, e conjuntos em Olinda e em terrenos da Fundação da Casa Popular. * Entregue ao trá­fego a ponte de Junqueira, localizada na rodovia

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VIDA MUNICIPAL 227

Pe-1 - tronco sul. * Em construção o Hospital do Câncer.

Rio Formoso - Inauguradas as obras de res­tauração da igreja matriz.

Salgueiro - Inaugurados a Escola Normal Re­gtOnal, localizada na sede do Município, e o prédio da Escola Estadual, localizado no sítio Grossos, distrito de Verdejante. * Em construção, no dis­trito .. sede, um cemitério público.

Santa Cruz do Capibaribe - Realizado o le­vantamento econômico do Município para fins de instalsção de luz e fôrça da CHESF.

Serra Talhada - Iniciada a abertura de uma roCovíu que irá dêste Município ao de Triunfo.

Surubim - Em construção açudes nas locali­dades de Lagoa de Pedra e Mimoso.

ALAGOAS

Delmiro Gouveia - Instalada a C0letoria Fe­deral.

MACEió - Inaugurado o Hospital do Càncer de Alagoas.

Major Isidoro - Fundada a Escola Municipal D:... Teixeira de Freitas.

Mata Grande - Inaugurada uma agência postal no po\ oado de Canapi.

Viçosa - Em construção a Casa do Agricultor, da Associação Rural. * Inaugurada a Estação Rodoviária.

SERGIPE

ARACAJU Inaugurada a Escola Sabino Ri-beiro, mantida pelo SESI.

Itabaiana - Fundada a Biblioteca Pública D. José Tomaz Gomes da Silva.

Poço Redondo - Criada a Cooperativa Agro­pecuária de Poço Redondo

Riachão do Dantas - Criado o Serviço Social de Proteção à Medicância.

Riachuelo - Inaugurado o serviço de luz e fOrça da cidade com energia da CHESF.

BAHIA

Ala/ioinhas - Inaugurado o mercado municipal da vila do Riacho da Guia.

At!daraí - Instalada uma estação radiotele­gráfica do Estado, em funcionamento no prédio da Prefeitura.

Angical - Inauguradas escolas estaduais nas vilas de Brejo Velho e Buritizinho.

Barra - Instalada a Academia Barrense de Letras.

Brotas de Macaúbas - Inaugurado o serviço de er.ergia elétrica municipal da vila de Ibipetum.

Cachoeira - Instalado um pôsto do SAMDU na seae municipal.

Caculé - Criadas escolas estaduais em Ibitira e vila do Rio do Antônio.

Conceição da Feita - Instalada a Coletoria Federal.

Ibipetuba - Fundada a Associacão Beneficente União dos Operários de Ibipetuoa d

Iguaí - Em construção a rodovia que parte desta cidade em direção ao distrito de Ponto Chique.

lpiaú - Inaugurado o matadouro municipal da vila de Ibirataia. * Iniciados os trabalhos de

construção da rodovia que ligará esta cidade à vila de Itagiba, no Município de Boa Nova.

I tabuna - Inaugurado o orfanato para crianças do sexo feminino, que recebeu a denominação de Educandário Cordelina Loup dos Reis e funcionará sob a direção das Irmãs da Congregação de Nossa Senhora dos Humildes. * Instalada a escola téc~ nica do Ginásio Ação Fraternal. *Criadas as es­colas Teixeira de Freitas, no povoado de Estiva de Cima distrito de Itapé, Prudente de Morais, no bairr~ de São Caetano e Anita Garibaldi, na fazenda Conceição, zona rural do distrito de Itabuna.

Itacaré - Em funcionamento a Escola Estadual Miguel Calmon, localizada no distrito de Miguel Calmon.

Itapetinga - Criada a Associação Rural.

I tuaçu - Inaugurados os serviços de abasteci­mento d'água da sede municipal.

] acobina - Instalada a Associação Rural.

]aguaquara - Encampada pelo govêrno es­tadual a S/ A Luz Elétrica de Jaguaquara.

]equié - Inaugurada a sede do Rótari Clube.

Laje - Instaladas escolas primárias nas loca­lidades de Areia Fina, Pimenteira, Terra Sêca, Rio da Dona, Ariamém e Riachão.

Lencóis - Assinado acôrdo entre o Ministério da Agricultura e a Associação Rural, visando à instalação de um horto florestal destinado ao re­florestamento da região das Lavras Diamantinas e arborização das cidades ali siht.adas.

Livramento do Brumado - Instalada a Cole~ toria Federal.

Mucugê - Instalada na vila de Ibicoara uma coletoria estadual.

Oliveira dos Brejinhos - Inaugurada uma es~ tação radiotelegráfica.

Poções - Criadas escolas munlctpais nas lo­calidades de Itajaí e Ponte Alta, distrito de Lucaia.

Pojuca - Fundada a Guarda Noturna.

Queimadas - Instalada a vila de Nordestina, ex-povoado de Cajueiro. * Criada uma escola do Estado no Núcleo Colonial.

SALVADOR - Criada a Comissão Executiva da Rêde Estadual de Armazéns e Silos.

Santo Antônio de Jesus - Instalada uma agência do Banco da Bahia S/A.

Santo Estêvão Instaladas a Coletoria Fe-deral, escolas municipais nas localidades de Boa Vista, Retiro, Trapiá, Serrote e Riacho do Cipó e paroquiais em Lamarão e povoado de Paiaiá.

São Félix - Inauguradas a cooperativa de con­sumo dos ferroviários da VFF Leste Brasileiro e a escola destinada aos filhos dos mesmos.

São Sebastião do Passé - Inaugurado o pôsto de revenda da Secção de Fomento do Minist~rio da Agricultura.

Seabra - Criadas escolas municipais no po­voado de Campestre e vila de Várzea de Caldas e estaduais nas vilas de Baraúnas e Licuri e po­voado de Água de Rega.

Senhor do Bonfim Inaugurado o açude Soben, com a capacidade de 16 600 000 m3 e uma barragem de 206 m.

Serrinha - Inaugurado um prédio escolar na localidade de Subaé.

U tinga - Dotada de luz elétrica a sede mu­nicipal.

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228 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICíPIOS

V alença - Inaugurada uma secção do Rótari Clube.

Vitória da Conquista - Lançada a primeira pedra do Palácio Episcopal. * Instalado o Co­légio das Sacramentinas, em funcionamento no prédio da Escola de Menores. * Inaugurado, na praça Quinze de Novembro, o parque infantil. * Instalado um mercado municipal no povoado de Nova Conquista, localizado à margem da Rio~ Bahia.

Xique-Xique berto de Campos, Operários.

Inaugurada a Biblioteca Hum­da Sociedade Beneficente de

Abaeté Abaeté.

MINAS GERAIS

Instalado o distrito de Cedro do

Alpinópolis - Em construção um grupo es­colar rural localizado no bairro da Laje, distrito de São José da Barra. * A Prefeitura realizou empréstimo junto à Caixa Econômica Estadual para execução dos serviços de esgôto e calçamento da cidade. * Instalada a Coletoria Federal.

Barbacena - Inaugurados os serviços de luz elétrica de Destêrro do Melo e uma agência do Banco Mercantil de Minas Gerais S/ A.

BELO HORIZONTE - Em funcionamento o Colégio Militar de Belo Horizonte. * Inaugurada oficialmente a Cia. Siderúrgica Mannesmann.

Brasília - Criada uma escola rural, que re­cebeu a denominação de Escola Professôra Ho .. narina Versiani e terá sua sede na fazenda de Mucambinho, distrito de Fernão Dias, e duas escolas volantes.

Buenópolis - Fundada a Associação Rural. Cambuí Criado o Colégio Estadual de

Cambuí.

Campanha São José.

Capelinha Ser!fa Noruega.

Inaugurado o prédio do Instituto

Instalada uma escola rural em

Caraí - Realizados os estudos preliminares para a construção do campo de pouso. * Fun­dada a Associação Rural.

Carandaí - Fundada a Associação Rural.

Claraval - Autorizada a Prefeitura a construir uma usina hidrelétrica na cachoeira Grande, no rio do Ouro, divisa dêste Município com o de Ibiraci.

Congonhas - Restaurados, pela Diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico N acionai, os Passos de Congonhas localizados ao lado dos Profetas do Aleijadinho.

Coração de Jesus - Inaugurada a escola no­turna Benício Prates, mantida pelo Círculo Ope­rário.

Cordisburgo - Celebrado contrato entre a Pre­feitura e a SVOP para execução das obras de reconstrução da rodovia Cordisburgo-Lagoa Bonita­Santana de Pirapama * Locada a estrada MG-1 Paraopeba-Cordisburgo-Gruta de Maquiné.

•. . co_rinto - Em construção um hospital, por 1n1ctatlva da Paróquia do Município. * Iniciada a abertura de um trecho de estrada que dará acesso ao rio São Francisco, onde se erguerá a barragem de Três Marias.

Destêrro de Entre Rios - Aberta ao tráfego uma ponte sôbre o ribeirão Samambaia, ligando o po­voado de mesmo nome ao distrito de São Sebastião do Gil.

Diamantina - Criado o 11.0 Distrito Florestal.

Dores do Indaiá - Entregue ao tráfego a ponte de concreto sôbre o ribeirão Veados, ligando o Município a Quartel Geral.

Estrêla do Sul - Em comemoração ao cente­nário de fundação do Município, inaugurados o grupo escolar de Santa Rita da Estrêla e a ponte sôbre o córrego Grande.

Ferros - Em funcionamento o prédio destinado ao pôsto de puericultura.

Guaraciaba - Inaugurado o prédio do grupo escolar da sede municipal.

lpiúna - Entreg~e ao tráfego o trecho de es­trada ligando êste Município ao alto da serra de~ frontante com o Município de Congonhal, que permite fácil acesso às cidades vizinhas via Pouso Alegre.

Itambacuri - Franqueado à aviação comercial o aeroporto.

Itamogi - Inaugurada uma escola rural no bairro de Catingueiro.

Ituiutaba - Assinado contrato para instalação de telefones automáticos na sede municipal. * Ini­ciadas as obras do Hospital São José.

]acutinga - Em construção, no bairro do Alto da Santa Cruz, um prédio destinado a educandário e asilo de crianças desamparadas.

J anaúba - Fundadas a Associação Estudantil J anaubense e a Associação Rural.

Juiz de Fora - Transcorrido o centenário de fundação da cidade. * Iniciadas as obras de ur­banização do Balneário do Aeroporto. * Realizados entendimentos entre a Cia Mineira· de Eletricidade e a Central Elétrica para a ampliação do potencial elétrico. * Instalada a sinalização luminosa do tráfego.

Lima Duarte - Inaugurada a Escola Infantil.

Mariana - Em circulação o jornal O Ginasiano, órgão do Grêmio Literário Dom Oscar.

Mateus Leme - Inaugurados o Grupo Escolar da sede municipal e uma linha de ônibus Vila Serra Azul-Belo Horizonte. * Instalada a Cole­toria Federal.

Monte Carmelo reio do Triângulo.

Fundado o semanário Cor~

Montes Claros - Inaugurado o serviço tele~ fônico entre esta cidade e a Capital mineira

* Realizados entendimentos entre vários prefeitos da região, relativamente à construção da usina de Cachoe1rão, no rio J equitaí. * Fundados o Pa­tronato das Escolas Profissionais Reunidas Mon­teclarenses, por iniciativa do Rótari Clube a Associação dos Empregados no Comércio e a Coope­rativa Agropecuária do Norte de Minas, da Asso­ciação Rural.

Nanuque - Inaugurada a agência do Banco Econômico da Bahia S/ A.

Ouro Prêto - Em funcionamento o Parque Metalúrgico da Escola de Minas. * Reaberta a igreja matriz do distrito de São Bartolomeu, res­taurada pela Diretoria Distrital do Patrimônio Histórico e Artístico N acionai.

Patos de Minas - Inaugurou-se a Escola Téc­nica de Comércio Pio XII. * Fundada a Sociedade de Assistência aos Lázaros. * Em circulação o Jornal dos Municípios.

Pedro Leopoldo - Inaugurada oficialmente a Fábrica de Cimento Portland Cauê.

Pequi - Criadas escolas rurais localizadas no Sêrro dos Ferreiras, distrito de Onça e povoados de Reduto e Vilaça.

Pirapora - Inaugurada a feira-livre

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VIDA MUNICIPAL 229

Poços de Caldas - Inaugurada a barragem de Bortolan, construída pelo DNOS para reguM larizar o regime do rio das Antas, na bacia do :rio Pardo. * Descobertas jazidas de tório, urânio e ztrconm. * Instalada, na fazenda da Mata, a Escola Municipal Major Luís Augusto Loiola.

Pratinha - Fundada a Associação Rural.

Sabará - Inauguradas as novas instalações do ·Centro de Saúde e Assistência da Cia. Siderúrgica Belga-Mineira.

Santa Bárbara - Em construção uma ponte de concreto sôbre o rio Curaça, no local deno­minado Barra Feliz, distrito do mesmo nome, na estrada que liga Itabira, Ferros, São Domingos do Prata, Santa Maria do Itabira, Monlevade e êste Município à Capital mineira.

Santa ]uliana - Instalada a Coletoria Fe­.deral.

Santa Maria de Itabira - Instalado, na vila de Passabém, o serviço telefônico do DCT.

Santa Maria do Suaçuí - Fundada a Asso­,ciação Rural.

São Brás do Suaçuí - Instalada, na localidade . de Pires, a Escola Rural Intendente Murilo Re­sende Ribeiro de Oliveira.

São Gonçalo do Abaeté - Inaugurada uma linha de ônibus Patos de Minas-São Gonçalo do Abaeté-Pirapora.

São Gotardo - Fundada a Obra Social São ,Sebastião, com o objetivo de prestar assistência à infância desamparada e aos pobres em geral.

São João do Paraíso - Entregue ao tráfego um trecho de 13 quilômetros da rodovia que liga êste Município aos de Cambuci e Monte Verde, passando pelas fazendas de Cachoeiras, Esmeralda e Boa Fé.

São Lourenço - Aprovado o plano de cons­·.trução de uma estação aeroviária de passageiros.

Ubá - Em funcionamento o Pré-Juvenato do Divino Espírito Santo.

Uberaba - Assinado contrato para ampliação dos serviços telefônicos que prevê, inicialmente, a instalação de mil linhas. * Inaugurada a nova .sede da Agência Municipal de Estatística

Varginha - Fundada uma fábrica de leite .em pó.

Vazante - Construída uma ponte sôbre o ri­beirão Carrapato, colocando o Município em ligação direta com os de Presidente Olegário e Patos

.de Minas.

Viçosa - Inaugurada a Estação Rodoviária.

Visconde do Rio Branco - Criadas escolas rurais com as denominações de Curso Noturno Prof. Teodomiro Lage e Prof. Fortunato Estêvam, sendo a p,r~eira destinada à alfabetização de

cadultos.

ESPíRITO SANTO

Afonso Cláudio - Entregue ao tráfego uma variante da estrada Afonso Cláudio-Serra Pelada, que encurtará de 14 quilômetros o percurso entre a sede municipal e aquela vila.

Alegre - Inaugurado o novo serviço de luz e energia elétrica. * Reiniciadas as obras de cons­trução da estrada Alegre-Rive.

Aracruz - Inaugurados o Ginásio Suassu, lo­calizado na sede municipal, e o serviço de abas­.tecimento público e domiciliar de água potável da barra do Riacho.

Cachoeira de Itapemirim - Inaugurado o Cine­'Teatro Broadway, com capacidade para 1 080 pol-

tronas. * Entregue ao tráfego a estrada municipal de Forquilha, distrito de Burarama. * Assinado acôrdo entre a Prefeitura e a Fundação da Casa Popular para construção de 50 residências.

Colatina - Entregue ao público o Cine Da­núbio (700 cadeiras). * Lançadas as pedras fun­damentais do Jardim de Infância e Pôsto de Monta. * Instalada, em Itapina, a Escola de Iniciação Agrícola. * Inaugurado o Cine Idelmar ( 1 000 poltronas estofadas e tela panorâmica).

Espírito Santo - Inaugurado o conjunto re~ sidencial Aribiri, do IAPC, localizado no bairro de lhes. * Lançadas as pedras fundamentais rios edifícios do Forum e do Hospital Areobaldo Lellis, êste último localizado no bairro de Cobilândia.

Guaçuí - Criadas as escolas municipais de Boa Esperança e Cachoeira Bonita, distrito de Imbuí e Alto do Bonito, distritowsede.

Itaguaçu - Inaugurado o Cemitério Municipal, localizado na zona suburbana. * Teve início a reconstrução da rodovia Itaguaçu-Sobreiro.

Itapemirim - Criadas escolas municipais em Sossêgo, Palmital e Timbó.

]oeirana - Instalada a Agência Municipal de Estatística de Ecoporanga .

Mimoso do Sul - Lançada a pedra funda­mental da sede da Conferência N S. das Graças, da Sociedade São Vicente de Paulo, localizada na sede m:unicipal.

Muqui - Inaugurado o subpôsto médico do distrito de Camará. * Instalado o Museu da Es­cravidão.

Nova Venécia - Inaugurados o Ginásio Ve­neciano e o campo de aviação.

Rio Novo do Sul - Criada a escola municipal de Virgínia Velha.

VITóRIA - Inaugurados o Pôsto expresso n. 0 1 do SAPS e o Grupo Escolar Alberto Al­meida, localizado no bairro de Santo Antônio.

RIO DE JANEIRO

Araruama - Inaugurada a usina elétrica.

Barra do Piraí - Inaugurado o prédio do grupo escolar do distrito de Barra.

Bom Jardim - Instalado o Ginásio da Cam­panha de Educandários Gratuitos.

Bom Jesus do Itabapoana -No ar a ZYP-31, Rádio Cultura de Bom Jesus.

Cabo Frio - Inaugurada a Fundação Prof. Mi­guel Couto de Proteção à Infância, que tem por objetivo a criação e manutenção de colônias es­pecializadas para o tratamento da criança des­nutrida.

Itaguaí Instalado o pôsto telefônico da vila de Coroa Grande.

Itaocara - Criadas as escolas municipais de Pouso Alto, no distrito de Laranjais, Charneca, no distrito de J aguarembé, e Valão do Papagaio, no distrito de Portela.

Jtaverá Três.

Em circulação a Gazeta de Passa

Ma.caé Criada a Fundação Educacional Luís Reid, que manterá os cursos secundário, normal, clássico, científico e técnico de conta­bilidade.

MarquêS1 <fu V alença 1-- Assinado ck>nvênio entre o govêrno estadual e a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia, que se destina ao término das obras da instituição e posterior funcionamento.

Miguel Pereira - Instalado o Município.

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230 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICíPIOS

NITERói - Inaugurada a biblioteca da Es­cola Praiana de Itaipu, que recebeu a denomi­nação de Biblioteca Escolar Professôra Emerita de Oliveira Rodrigues. * Autorizadas pelo govêrno estadual as obras do hospital-escola da Faculdade Fluminense de Medicina. * O núcleo n. 0 11 da Legião da Boa Vontade inaugurou em sua sede, no Palácio do Comércio, a Biblioteca José de Alencar. * Sancionada lei que institui o Serviço de Merenda Escolar.

Nova Iguaçu - Inaugurados o departamento do Conservatório Brasileiro de Música e orna es­cola pública fundada pela Associação Pró-Melho­ramento Juruema, esta última no distrito de Mes­quita. * Fundada a Cooperativa Banco Popular de Mesquita, localizada no distrito do mesmo nome.

Paraíba do Sul - Sancionada lei estadual pela qual, mediante entendimentos com o govêrno do Município será construído, no distrito de Tira­dentes, ~m panteão ou mausoléu destinado à guarda e veneração dos restos mortais de Joaquim José da Silva Xavier, que se encontram enterrados em área da antiga fazenda das Cebolas.

Petrópolis - Legado à União im6vel com todos os seus objetos de arte, móveis, alfaias e biblioteca nêle existentes, localizado à praça Rui Barbosa, que se destina a ser anexado ao Museu Imperial com a denominação de Casa de Cláudio de Sousa. * Inaugurado o novo sistema de cap­tação e distribuição de água potável.

São Fidélis - Em construção a rêde de di~­tribuição de água para a distrito de lp~ca, atraves da ponte metálica que liga esta aquela sede distrital.

São Gonçalo - Inauguradas a sucursal da Cia. Brasileira de Energia Elétrica, a usina ter­melétrica de S. Gonçalo e uma agência do Banco Predial do Estado do Rio de Janeiro.

São Pedro da Aldeia - Inaugurado o pôsto telefônico da CTB no povoado de Baixa Grande.

SÃO PAULO

Americana - Iniciados os trabalhos de pavi­mentação da rodovia que vai desta cidade à de Piracicaba.

Araras - Instalada uma secção do Lion's Club.

Batatais - Iniciados os trabalhos de recons­trução da rodovia que, partindo do entroncamento da Moradinha, vai até a divisa com Altioópolis.

Bauru - Inaugurado o Corpo de Bombeiros. * Aprovados pelo govêrno do Estado a construção do Grupo Escolar Rodrigues de Abreu e insta­lação da Escola Industrial e autorizada a ins­talação, em 195 7, da Faculdade de Odontologia. * Teve início a abertura da rodovia oficial J aú­Pederneiras-Bauru.

Botucatu - Em construção a Maternidade da Misericórdia Botucatuense.

Bragança - Lançada a Tribuna Bragantina.

Capivari Paulista - Iniciadas as obras de as­faltamento da rodovia Capivari-Campinas e, com a perfuração de poços artesianos na chácara Bela Vista, os trabalhos preliminares de instalação dos serviços de água e esgotos da sede municipal.

Casa Branca - Inaugurada a Maternidade.

Catanduva - Instalado um pôsto de assistência médico-sanitária no distrito de Catiguá.

Franca - Transcorrido o centenário de fun~ dação da cidade.

Guarantã - Instalada a Coletoria Federal.

Itirapina - Iniciado o calçamento da cidade.

] acareí - O govêrno do Estado autorizou a instalação do Colégio Estadual e criação de curso colegial científico.

Mogi-Mirim - Assinados convênios para pavi­mentação das rodovias Mogi-Mirim-Mogi-Guaçu­São João da Boa Vista-Aguas da Prata e Mogi-· Mirim-Itapira.

Piracicaba - Iniciados os trabalhos de pavi­mentação da rodovia Piracicaba-Americana ligando as vias Noiva da Colina e Anhanguera * Trans­corrido o centenário de fundação do Munidpio. * O Rótari Clube ofertou ao Grupo Escolar Mo­rais de Barros uma biblioteca infantil.

Santos - Inaugurados os serviços da Casa da Esperança, destinada ao tratamento de crianças portadoras de defeitos físicos e construída sob a orientação do Rótari Clube. * Instalada a Ma­ternidade da Santa Casa da Misericórdia.

São José dos Campos Inaugurado o Semi-nário das Missões dos Servos de Maria. * Lan­çada a pedra fundamental da Colônia Infantil.

SÃO PAULO - Organizada a Guarda No­turna de Guaianazes, * Assinado convênio entre a Marinha Brasileira e o govêrno do Estado para o funcionamento, na Escola Politécnica, do curso de construção naval. * Em construção o Palácio do Exército, localizado na sede municipal. * Fir­mado convênio para o aproveitamento conjunto do potencial hidrelétrico do Parapanema pelos Estados de São Paulo e Paraná. * Inaugurado, na Ci­dade Universitária, o Centro Regional de Pesquisas Educacionais de São Paulo.

V alinhos - Lançada a pedra fundamental da sede do Centro de Orientação de Líderes Rurais ..

Andirá cundária.

PARANA

Instalada a Escola Normal Se-

Astorga - Inauguradas a Casa Rural e a Co­letoria Federal.

Bandeirantes - Inaugurado o Cine Bandei­rantes, com capacidade para 1 000 poltronas.

Crunbé - Instalada a Coletoria Federal.

Cornélio Procópio - Criada uma escola pú­blica municipal na fazenda de Castilhos, sita no bairro São Luís. * Lançada a pedra fundamental do Orfanato, anexo ao Abrigo Bom Pastor.

Guarapuava - Inaugurado o serviço telefônico ..

Ibaiti - Entregue ao tráfego a rodovia que liga êste Município aos de Japira e Pinhalão.

Irati - Assinado acôrdo entre o govêmo do Estado e o Ministério da Agricultura para ins­talação e funcionamento de uma escola de tra­torista em terras do pôsto agropecuário.

]aguapitã - Inaugurada a Escola Municipal Quintino Bocaiúva, localizada em Água do Barro Prêto.

Londrina - Inaugurado o novo aeroporto .. * Entregue ao tráfego uma ponte sôbre o ri­beirão dos Apertados, que facilitará o escoamento da produção agrícola das localidades que utilizam a rodovia Londrina-Tamarana.

Mandaguaçu - Instalada a Coletoria Federal.

Mandaguari - Inaugurada a Escola Normal Secundária, que funciona anexa ao Grupo Escolar. * Instalada a Coletoria Federal.

Morretes - Instalada a Escola Normal Se­cundária.

Paranavaí - Instalada a Escola Normal Se­cundária.

Pato Branco - Em funcionamento o curso de alfabetização de adultos.· * Realizados estudos para a instalação de uma usina hidrelétrica.

Porecatu - Instalada a Coletoria Federal.

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VIDA MUNICIPAL 231

Santo Inácio - Instalada a Coletoria Federal.

São Mateus do Sul - Fundada a Cia. Mista de Energia Elétrica São Mateus do Sul.

Sertaneja - Em construção uma ponte sôbre o rio Paranapanema, que servirá à rodovia Assis~ Londrina cortando o Município.

Teixeira Soares - Criado o Ginásio Estadual.

Toledo - Instalada a Coletoria Federal.

Tomazina - Instalada uma agência do Banco Mercantil e Industrial do Paraná S/ A. * Criada a Escola Normal Secundária.

SANTA CATARINA

Blumenau - Iniciados os trabalhos prelimi~ nares de pavimentação da rodovia Blumenau-Gaspar.

Campos Novos - As Irmãs Salesianas iniciaram a construção de um prédio destinado a uma escola que ministrará os cursos primário e ginasial.

Capinzal - Instalada a Comarca de Capínzal.

Curitibanos - Em construção o campo de pouso.

FLORIANóPOLIS - Assinado conv&nio entre a Prefeitura e o Instituto N aciona! do Livro para a instalação de uma biblioteca pública nesta ca .. pita!.

Gaspar - Locada uma área de terras à margem esquerda do rio Itajaí-Açu para a construção de um aeroporto que servirá à zona do vale do Itajaí.

Ibirama - Instalada uma agência do Banco N acionai do Paraná e Santa Catarina. * Em cir­culação o semanário Jornal Vale do Itajaí.

Indaial - Instalado o Pôsto de Defesa Sa< nitária Animal, que abrange todo o vale do Itajai inclusive Jaraguá do Sul.

Itaiópolis - Instalada a Comarca do Município.

Ituporanga - Instalada a Comarca de Itu­poranga

Mondaí - Inaugurada a Comarca de Mondaí, cuja jurisdição abrange os Municípios de Mondaí, Itapiranga, São Miguel d'Oeste e Dionísio Cerqueira.

Pôrto União - Inaugurada uma agência do Banco Catarinense. * No ar a Rádio Colméia, freqüência de 1 080 kc.

Presidente Getúlio - Entregue ao trânsito uma ponte de madeira sôbre o rio dos índios, H .. gando as localidades de Mirador e Rio Ferro.

São Miguel d'Oeste - Em tráfego as pontes construídas sôbre o rio das Antas e Lajeado Pri­meiro de Janeiro, na estrada que liga à sede mu­nicipal as povoações de Romelândia e Sede Rosário.

Timbó - Inauguradas a Ponte Expedicionário Alésio Venturi, sôbre o rio dos Cedros e a Escola Padre José Balestrini, ambas localizadas em Cedro Central, distrito de Arrozeira.

Tvrvo - Instalada a Comarca.

RIO GRANDE DO SUL

Arroio do Meio - Em construção o prédio destinado ao Ginásio das Irmãs da Divina Pro­vidência.

Bento Gonçalves - Inaugurada a Escola Bom Pastor, municipal.

Cachoeira do Sul - Inaugurada uma agência postal em São João do Polésine. * No ar a ZYU-48, Rádio Princesa do Jacuí.

Caí - Inaugurado um escritório da ASCAR.

Cangussu - Instalado um escritório da ASCAR.

Canoas - Em funcionamento o Ginásio Es­tadual.

Casca - Inaugurado o prédio da Escola Par­ticular São Luís, dirigida pelas Irmãs de São Carlos~

Caxias do Sul - Criada a Faculdade Caxiense· de Economia. * Inaugurados os serviços de energia: elétrica na vila de Forqueta. * Fundado o Centro de Tradições Gaúchas Paixão Côrtes.

Encruzilhada do Sul - Em construcão a hi­dráulica que abastecerá de água tratad~ a sede municipal. * Encampado pelo govêrno do Estado o Ginásio Municipal, que recebeu a denominação de Ginásio Estadual de Encruzilhada do Sul.

Frederico Westpha1en - Inaugurada a Casa do Agricultor. * Fundado o Centro de Tradições Gaúchas Alferes Epifânio.

Garibaldi - Inaugurada uma escola municipal em Fração São Marcos, situada no 1. 0 distrito, Linha Figueira de Melo.

Gaurama - Entregue ao tráfego a ponte sôbre o rio Santa Rosa, na linha 4, secção Dourado, distrito-sede. * Instalada a Inspetoria Veterinária, que atenderá os Municípios de Gaurama, Marcelino Ramos e Aratiba.

Ijuí - Inaugurado o quartel do Corpo de Bom­beiros. * Em tráfego uma ponte sôbre o rio ljui­zinho, na divisa dêste Município com o de Tu­panciretã.

I taqui - Fundada a Asociação Assistencial São Vicente de Paulo.

Júlio de Castilhos - Inaugurado o prédio da agência dos Correios e Telégrafos.

Lagoa Vermelha - Fundado o Rótari Clube de Lagoa Vermelha.

Lavras do Sul - Em funcionamento o Ginásio· Estadual.

Marcelino Ramos - Instalada a Escola Rural de Pinhalzinho.

Marau - Inaugurado o prédio escolar da lo­calidade de Nicolau Vergueiro.

Montenegro - Inaugurado o primeiro trecho concluído de estrada de ferro Pôrto Alegre~Passo Fundo. * Instalado um escritório da ASCAR. * Estabelecida a ligação ferroviária General Luz­Montenegro numa extensão de 2 6 quilômetros, que encurtará de 80 quilômetros o percurso entre Bar­reto e Rio dos Sinos. * Assinado acôrdo entre a Prefeitura e o Ministério da Agricultura para a execução de trabalhos de florestamento e reflores­tamento. * Em construção o trecho de estrada, da RS-4 Montenegro-Taquari, partindo da variante do Saco Triste, zona suburbana.

Não-Me-Toque - Inaugurada a Estação Rodo­viária. * Em construção os prédios destinados. ao Hospital de Caridade Beneficente da vila de Cochinho e ao grupo escolar do distrito de São José· do Centro.

Passo Fundo - Inaugurada a Faculdade de. Direito de Passo Fundo.

Pelotas - Inaugurado o Sanatório Espírita.

Pinheiro Machado - Entregue ao tráfego uma~ ponte sôbre o arroio dos Pires no km 17 da ro~ devia que vai da sede municipal ao distrito de Pedras Altas.

Roca Sales Contemplado o Município com energia elétrica da CEEE, provinda da cidade de Lajeado.

Rolante __,.. Assinado convênio entre a muni~· cipalidade e a CEEE para o fornecimento de lu~-:: e fôrça a esta cidade.

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232 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICíPIOS

Santa Maria - Realizados estudos para a li­gação ferroviária do distrito de Silveira Martins com a sede do Município.

Santa Rosa - Inaugurado o prédio da Estação Rodoviária.

Santiago - Instalada a Biblioteca do Estu­dante Pobre.

São Borja - Inaugurado um pé>sto do SAMDU.

São Francisco de Assis - Em construção o aeroporto.

São José do Norte - Criadas escolas muni~ cipais nas localidades de Olhos d'Água e Barrosa, distrito de Tavares e Rincão dos Veados, subdis­trito de São Simão.

São Leopoldo - Inaugurada uma agência da Caixa Econômica Federal. * Criado o distrito de Morro Reuter, formado de terras do distrito de Dois Irmãos.

São Lourenço do Sul - Fundados o escritório local da Associsção Sulina de Crédito Rural ( ASCAR) e o Centro Social Lourenciano, êste último com a finalidade de incrementar o turismo.

São Luís Gonzaga - Instalada uma escola mu­nicipal no lugar denominado Igrejinha, distrito de Ralador. * Entregue ao tráfego a ponte rodo­ferroviária sôbre o rio ljuí, que liga êste Município ao de Cêrro Largo.

São Pedro do Sul - Instalado o Pé>sto Agro­pecuário Federal.

São Sepé Inaugurado o prédio da agência do Banco do Rio Grande do Sul.

Sapiranga - Levada a efeito a inauguraÇão do Ginásio de Sapiranga * Lançada a primeira pedra de um prédio destinado a um hospital.

Tapera - Realizado pela Cia Telefônica Na­cional um levantamento a fim de instalar uma rêde de telefones semi-automáticos.

Três de Maio - Criadas escolas rurais localidades de Espírito Santo e Linha Santo tônio * Inaugurada a Escola Tiradentes, nicipal, situada no povoado de Manchinha.

nas An­mu-

Tupanciretã - Inaugurada oficialmente a Rádio Tupanciretã Ltda

V iamão - Em construção o reservatório de água destinada ao consumo público.

MATO GROSSO

Alto Araguaia - Inaugurada a linha da Real tocando esta cidade.

Barra do Garças - Em construção uma ponte sôbre os rios Araguaia e Garças, sob a responsa­bilidade da Fundação Brasil-Central.

Bonito - Inaugurado em Alto Alegre o prédio da Escola Rural Mista Mutum.

Campo Grande - Entregue ao tráfego a es­trada que liga o Município ao povoado de Três Barras.

Dourados - Em construção o ginásio estadual

Paranaíba - Inaugurada a Casa de Saúde N. S. de Fátima.

Sidrolândia de Estatística.

Instalada a Agência Municipal

Várzea Grande - Fundada, por profissionais dêste M.unicípw e de Santo hntônio do Leverger, a Colônia de Pescadores.

GOlAS

Anicuns - Em funcionamento fl. feira-livre da cidade.

Araguacema - Em construção uma estrada de 400 quilômetros que ligará o Município à estrada que parte de Goiânia em direção ao rio Araguai~.

Araguatins - Inaugurada uma escala dos Ser­viços Aéreos Norte do Brasil S/ A, em linha pro­cedente do Nordeste, passando por Tocantinópolis, Araguatins e Belém e uma linha dos Serviços Aéreos Cruzeiro do Sul tocando esta cidade.

Cachoeira Alta - Em construção uma rodovia que, partindo dêste Município, seguirá paralela­mente o rio Paranaíba até a cidade mato-grossense de Paranaíba em direção ao pôrto de Presidente Vargas, em São Paulo.

Caiapônia - Criada a Escola Municipal Elias Nasser, localizada na fazenda Chapadão.

Ceres - Instalado o Clube de Caça e Pesca, que recebeu a denominação de Henrique Dias. * Inaugurada a cadeia pública.

Filadélfia - Entregue ao tráfego uma ponte sôbre o ribeirão Jacuba, na estrada que liga esta cidade ao distrito de Araguaia

Goianésia - Lançada a pedra fundamental do Está di o Municipal. * Em construção o prédio destinado ao Forum.

GOIÂNIA - Inaugurado o Aeroporto Inter­nacional. * Iniciados os trabalhos de pavimentação da rodovia Uberlândia-Goiânia, que liga o Estado de Goiás ao Triângulo :r-Aineiro.

Goiás - Criado o distrito de Colônia Uvá.

Itaguatins - Procedido o levantamento topo­gráfico da cidade para instalação do serviço de água encanada.

Itumbiara - Determinada a pavimentação da rodovia Itumbiara-Goiânia-Anápolis. * Inaugurada uma agência do Banco do Brasil.

Luziânia - Inaugurados os trabalhos de am­pliação do campo de pouso da sede municipal que permite sua utilização por aviões de grande porte e um campo de pouso no povoado de Brazlândia.

Mateira - Criado o Departamento Municipa1 de Estradas de Rodagem.

Mineiros - Alcançado o Município pela Ro­dovia Federal, BR-31, que avança em direção a Cuiabá, Estado de Mato Grosso

Mossâmedes - Reconstruída a estrada de ro­dagem que liga esta cidade à velha Capital e aos Patrimônios.

Orizona - Iniciada a construção de uma ponte sôbre o rio Corumbá, no local denominado Roche­dinho, que ligará êste Município ao de Cristalina. * Em construção um seminário.

Paraúna - Inaugurado um campo de pouso para pequenos aviões.

Pilar de Goiás - Criada a Escola Isolada Rural Antônio Borges Teixeira, de iniciativa particular.

Piracanjuba - Iniciada a construção do Hos­pital da Conferência de São Vicente de Paulo.

Pium - Instalada uma estação radiofônica e radiotelegráfica, controlada pelo govêrno estadual.

Pôrto Nacional - Sancionada lei municipal que autoriza a construção de um cemitério secular na vila de Novo Acôrdo * Instalada uma escola municipal na vila de Monte do Carmo.

Santa Cruz de Goiás _.. Efetuado o levanta­mento topográfico da cidade para realização do serviço de águas e esgotos. :J: Dotada de luz elétnca a sede municipal.

Trindade - Iniciados os trabalhos preliminares de instalação do sistema de abastecimento d'água da sede municipal e o calçamento da cidade.

Uruana - Em construção ~ Vila Vicentina.

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Brasil em Revista

l

FLAGRANTES

ONZE municípios cearenses estão compreen· didos no chamado Vale do Cariri, zona de

águas perenes e de clima diferenciado, situada a

sudoeste da Região do Cariri e ao sul do Estado

do Ceará. O vale tem uma superfície de 9 585

km2 e uma população superior a 300 mil habi­

tantes. Deve a perenidade de suas fontes à si~

tuação geográfica e à constituição geológica da

Chapada do Araripe, que se caracteriza por uma

elevação de 900 a 1 000 metros de altitude, for­

mando um arco de círculo de direção leste-oeste,

numa extensão aproximada de 180 quilômetros

por 50 de largura média.

No ponto nuclear do vale, e como seu trecho mais característico, encontra-se o município de Crato (984 km2 e 46 408 habitantes). Exis­tem nessa comuna cêrca de 100 km2 de terras aráveis úmidas, o que sobremodo favorece uma agricultura intensiva. A lavoura cratense é mar­cada pela policultura, com ligeira predominância da cana-de-açúcar, do arroz e do algodão, ao lado de regular pomicultura (banana, laranja, abacaxi, manga, etc.), verificando-se, ainda, o plantio do feijão, do fumo, da mandioca e do café, sempre em reduzida escala. A área agrícola recenseada pelo IBGE em 1950 era da ordem de 50 mil hectares, dos quais 10 100 ocupados em pastagens e 7 400 em agricultura.

A produção industrial do município vai além de 50 milhões de cruzeiros, destacando-se a ma­nufatura de produtos alimentares e a indústria têxtil. O comércio é ativo e irradia-se pelo in­terior nordestino, mercê das tradicionais feiras que se realizam na cidade. Os efetivos pecuários de Crato são modestos, sendo estimados em 40 mil cabeças, principalmente de bovinos ( 11 mil) e de suínos (12 mil).

2 O MUNICÍPIO de Macaca é o mals populoso dos oito que compõem a chamada zona da

Mogiana. Sua população, de 30 706 habitantes no Censo de 1950, representava cêrca de um quarto do total dessa zona. Trata-se de comuna preponderantemente rural, com 71 o/o dos habi­tantes residindo no campo; a cidade de Macaca possuía, na ocasião, perto de 8 mil moradores. A participação do elemento estrangeiro na população do município era relativamente acentuada, corres­pondendo a 2,5% dos habitantes (755, dos quais 2 9 1 naturalizados) .

A agropecuária é a atividade economxca por excelência Da população ativa de 1 O 906 pes­soas, 7 829, ou seja, 72%, dedicavam-se à la­voura ou à criação de gado, trabalhando apenas 811 nas indústrias de transformação e 317 no co­mércio de mercadorias A pecuária tem sua prin­cipal expressão no gado bovino ( 40 mil cabeças)

R B M -4

MUNICIPAIS

e suíno (25 mil cabeças). Da área agrícola de

87 203 hectares, mais de metade ( 48 234 ha)

era aplicada em pastagens; a agricultura abrangia

16 314 ha, existindo 7 758 ha de matas.

O quadro agrícola de Macaca tem como item

número um o café, cuja cultura remonta a meados

do século XIX. Nota-se, porém, nos últimos anos,

sensível redução na safra cafeeira, que baixou de

2 400 toneladas em 1951 para 750 em 1953 e

1954 Essa queda de produção é atribuída ao

grande corte de cafeeiros velhos, levado a efeito

em 1952. Aparecem ainda, com bons resultados,

o arroz e o milho. Há uma série de culturas

menores, dentre as quais a da cana-de-açúcar é a que vem apresentando maior incremento. A pro­

dução industrial é da ordem de 200 milhões de

cruzeiros anuais; 40% dêsse total são obtidos nas

manufaturas de produtos alimentares e 38o/0 nas

indústrias têxteis. Poderia aditar-se que a atual colheita de algodão herbáceo no município (300

toneladas) não chega a representar 1/10 da pro­

dução de cinco anos atrás, quando Macaca estava produzindo 4 500 toneladas.

3 O MUNICÍPIO de Caxambu é atualmente o ter­ceiro produtor nacional de águas minerais.

Em 1954, sua produção totalizou 5 226 mil litros, enquanto São Lourenço produzia 9 648 mil e Águas da Prata 5 288 mil. O quantitativo de 1955 foi ligeiramente mais baixo, tendo ficado em 5 217 mil litros, no valor aproximado de 2 7 mi­lhões de cruzeiros. A economia do município gira quase que exclusivamente em tôrno de suas fontes, menos pela industrialização de suas águas do que pela afluência de visitantes que lhe movimentam os estabelecimentos de hospedagem.

Anualmente, na estação de águas, que se prolonga de dezembro a fins de abril, cêrca de quinze mil pessoas acorrem ao município, em levas médias de duas a três mil, aumentando assim de mais de um têrço a população fixa da comuna. Caxambu está situada a 912 metros de altura, gozando de clima sêco e ameno, com temperatura média anual entre 12 e 15 graus

No Censo de 1950, possuía 8 791 habitantes. De sua população ativa de 2 736 pessoas, 898 ocupavam-se na prestação de serviços, 343 nas indústrias de transformação, 208 no comércio de mercadorias e 149 nas indústrias extrativas. Havia, no entanto, um contingente relativamente numeroso ( 530 pessoas) que se dedicava à agropecuária e à silvicultura. A produção agrícola de Caxambu é reduzida, exprimindo-se em pouco mais de 5 mi­lhões de cruzeiros anuais (principalmente café, milho e arroz). A pomicultura é praticada em regular escala, colhendo-se o figo, a uva, o caqui e a laranja.

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234 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICíPIOS

4 FEIRA DE SANTANA forma com Ilhéus e lta­buna o grupo dos três mais importantes mu~

nicípios baianos depois de Salvador. Sua popu­lação, de 107 205 habitantes no Censo de 1950, coloca-se em 32.o no Brasil e em 4. 0 na Bahia. A maioria dos habitantes (68%) vive no quadro rural; nada obstante, a cidade de Feira de Santana apresenta boa concentração demográfica - mais de 25 mil almas. Dois terços do elemento ativo ocupam-se na agropecuária, principalmente na cria­ção de gado vacum. A área agrícola estende-se por 162 mil hectares (a área total do município é de 2 O 19 km2 ) dos quais 85 mil de pastagens e 15 mil de lavouras

Feira de Santana é centro criador de primeira ordem : 130 mil bovinos, 50 mil suínos, regulares efetivos eqüinos, asininos, muares e ovinos. Tão importante quanto a criação é a feira de gado, que se realiza semanalmente, quando então a fi­sionomia da cidade sofre completa transformação. O número de reses vendidas no mercado varia de ano para ano; 102 mil em 1952, pouco mais de 50 mil em 1953 e 1954. As boiadas são distri­buídas em currais-modêlo, havendo uma balança com capacidade para 60 bois vivos. Paralelamente, faz-se o negócio pelos sistemas tradicionais, "a ôlho"

ou "na perna".

Além das atividades pecuárias, que se refletem na indústria local (carne verde, charque, etc.),

Feira de Santana aparece como centro fumageiro, com uma safra anual da ordem de 1 200 tone­ladas. Ao lado da cultura do fumo, desenvolve-se o comércio dêsse produto : o movimento de saída em 1954 foi de 5 mil toneladas. A vida comer­

cial é intensa, graças à pos1çao geográfica . de Feira de Santana, ponto de ligação entre o sertão, a mata e o litoral. A rodovia Feira-Salvador é artéria vital no sistema de comunicações da Bahia, unindo a capital estadual ao interior e ao resto do País. O município é servido pelas rodovias

federais BR-4, BR-13 e BR-28, por diversas ro­dovias estaduais e interestaduais, que fazem de Feira de Santana um verdadeiro ponto de con­fluência entre as várias regiões nacionais.

5 A INSTALAÇÃO da grande siderurgia em Volta

Redonda veio dar maior importância ao pôrto

de Angra dos Reis e ao ramal da Rêde Mineira de

Viação que liga êsse município ao de Barra Mansa,

beneficiando á tradicional comunidade do litoral

fluminense, outrora das mais prósperas Pela ar­

ticulação pôrto-ramal sobem carvão, madeiras e

enxôfre, bem como sal e trigo, descendo parte da

produção das usinas. Embora suplantado por San­

tos e pelo Rio, Angra dos Reis serve ainda ao

abastecimento de Minas Gerais e ao escoamento

de alguns produtos dêsse Estado.

O pôrto, natural e de acesso franco, tem 6 a

10 metros de profundidade, em maré mínima. O

cais acostável mede 300 metros de extensão, em

estacaria de aço, achando-se regularmente apare­

lhado e ocupando uma área útil de 3 114 metros

quadrados. O movimento de navios é variável;

no período de 1950/54, a média foi de 240 en­tradas anuais, com 290 mil toneladas de registro.

No decurso do triênio 1952/54 foram exportadas

29 400 toneladas de mercadorias, no valor de 615

milhões de cruzeiros, e importadas 132 400 to­neladas, no valor de 183 milhões de cruzeiros.

A pesca é a principal atividade econômica, fi­gurando o município entre os maiores produtores do País. Seu grande empório pesqueiro é a Illia Grande, onde se localiza a maioria das manufaturas do pescado. A produção anual, que era de 10 a 15 mil toneladas, viu-se reduzida nos últimos anos a apenas 5 mil. No setor agrícola, cumpre salientar a cultura da banana, com uma safra de perto de 3 milhões de cachos.

6 RECENTEMENTE, Araras (SP) foi classificado entre os cinco municípios de maior progresso

no País Criado em 18 71, sua população no Censo de 1950 atingia 28 599 habitantes, distri­buídos numa área de 579 km2. Predominava o sexo masculino (14 668 homens e 13 931 mu­lheres), observando-se, por outro lado, um número relativamente grande de estrangeiros ( 602) e de natu~alizados ( 239). A população da cidade de Araras alcançava, então, 12 331 habitantes.

A atividade econômica preponderante nessa co­muna paulista é a agropecuária, que abrange 60o/o da população ativa. Pouco menos de metade da área agrícola de Araras, ou seja, 24 698 sôbre 56 463 hectares, era ocupada pela lavoura, em particular pelos canaviais. A produção agrícola em 1954 somou 240 milhões de cruzeiros, cabendo o primeiro lugar à cana-de-açúcar, com 90 milhões de cruzeiros, seguida da mandioca ( 60 milhões) , arroz (32 milhões), café (25 milhões), algodão herbáceo (8 milhões) e laranja (3 milhões). No período de 1950 a 1954, o volume da safra ca­navieira passou de 230 mil para 447 mil tone­ladas anuais.

No mesmo ano, o valor da produção industrial subia a 865 milhões de cruzeiros, não computados os estabelecimentos que ocupavam menos de 5 pes­soas. Dêsse total, 655 milhões foram devidos às manufaturas do quadro alimentar (açúcar, subpro­dutos do leite, beneficiamento de produtos agrí­colas), aparecendo ainda com parcelas apreciBveis a indústria metalúrgica (72 milhões) e a têxtil ( 64 milhões) .

7 POR OCASIÃO do Censo Agrícola de 1950, existiam no município de Alegrete (Rio

Grande do Sul) 1 796 estabelecimentos agrope­cuários, ocupando uma área total de 720 mil hectares. Essa área correspondia a quase 16o/o da área conjunta dos estabelecimentos agropastoris da zona da Campanha. As pastagens se esten­diam por 642 mil hectares,, cabendo à lavoura pouco mais de 16 mil hectares Em sua maioria ( 896), êsses estabelecimentos dedicavam~se exclu­sivam.ente à pecuária, verificando-se absoluto pre­domínio dos que exploravam a criação de gado em grande escala ( 601). Perto de duas centenas das propriedades cobriam uma área superior a 1 000 hectares, havendo 1 7 cuja extensão ficava entre 5 e 1 O mil hectares.

Na zona da Campanha a criação de gado é praticada em proporções de vulto; segundo esti­mativas recentes, vivem ali 2,5 milhões de cabeças de gado bovino e 5 milhões de gado lanígero. Vários municípios dessa zona possuem efetivos su­periores a 300 mil bovinos e a 500 mil ovinos, entre êles o de Alegrete, com 400 mil e 800 mil, respectivamente. Em decorrência, há intensa pro~

dução de carnes e de lã. Desta, produz o mu­nicípio, anualmente, cêrca de 2 mil toneladas.

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BRASIL EM REVISTA 235

A principal cultura ágrícola é a do arroz. A safra de 1954 atingiu 455 mil sacos, largamente superior à dos anos anteriores, que se mantinha à volta de 300 mil sacos. O cultivo do trigo vem assumindo importância na economia de Alegrete, sendo atualmente o segundo produto de sua lavoura. Assh1ale-se ainda a predominância das ocupações rurais entre sua população ativa : de 13 080 pes­soas exercendo atividades econômicas, 5 909 se dedicam à agricultura e à pecuária, 972 ao co­mércio de mercadorias e 867 às indústrias de transformação.

8 FLORIANÓPOLIS é uma das raras Capitais hra .. sileiras que não exercem, dentro do seu Es ..

tado, um acentuado predomínio demográfico e eco­nômico. No Censo de 1950, situava-se em ter­ceiro lugar como centro popul::tcional, abaixo de Chapec6 ( êste agora desmembrado) e de Lajes e na mesma linha de Tubarão. De resto, a po­pulação catarinense achava-se distribuída com certa homogeneidade; dos cinqüenta e dois municípios existentes em 1950, 29 possuíam entre 10 e 30 mil habitantes; 11 entre 31 e 50 mil; 8 entre 51 mil e 100 mil, e apenas 4 menos de 10 mil. Florianópolis tinha, na ocasião, 67 630 habitantes (menos de 5% do total estadual). Se manteve o mesmo ritmo de crescimento do período 1940/1950, deverá contar atualmente 85 mil habitantes, se­

gundo recente estimativa

Na mesma data, seu movimento comercial cor­respondia a 19% do total de Santa Catarina, en­quanto Blumenau figurava com 13,2%. Confro­te-se essa participação com a de algumas Capitais : Recife, 78%; Manaus, 76%; Salvador, 69%; Ma­cei6, 67%; Aracaju, 61%; Pôrto Alegre, 48% do respectivo total estadual. O giro comercial de Florian6polis em 1954 ascendia a 884 milhões de cruzeiros, ou seja aproximadamente 5,5% do giro total da Unidade. No setor bancário, a proporção dos saldos da Capital sôbre o montante catarinense, nas principais contas, mostra-se inferior a 15o/o e Unicamente em depósitos à vh;ta alcança 21% ( re­sultados de 31-3-1955).

A produção manufatureira do município é re­presentada por pequenas indústrias de transfor­mação. O valor global produzido em 1954 foi de 126 milhões de cruzeiros, dos quais 37 milhões nos estabelecimentos têxteis, 2 6 milhões nos de produtos alimenta,;-es e 15 milhões nas editôras e gráficas. As atividades agrícolas são restritas; re­veste-se de alguma expressão local o cultivo do café, com safras anuais pouco superiores a 500 toneladas.

9 SÃo CAETANO DO SUL, em São Paulo, é um dos poucos municípios brasileiros onde a popu­

lação ativa ultrapassa a inativa. No Censo de 1950, o município contava 59 832 habitantes, o que, numa área de apenas 24 km2, correspondia à densidade de 2 493 habitantes por quilômetro quadrado s6 inferior à do Recife. A população de dez anos e mais compunha-se de 45 530 pessoas, das quais 24 451, ou seja, mais de 50%, exerciam atividades na indústria, no comércio, na agricultura, na ad­ministração pública ou em profissões liberais. A forte maioria (17 727, ou 73%) ocupava-se nas indústrias de transformação.

É nítida a preponderância da indústria na vida econômica do município. Em 1953, ascendia a 10 822 o número de operários empregados nos

12 7 estabelecimentos ocupando 5 ou mais pessoas. Na indústria de transformação de minerais não metálicos trabalhavam 4 415 operários ( 41 o/o do total) ; na indústria metalúrgica, 1 604; na de construção e montagem de material de transporte, 1 550; na têxtil, 1 119. O valor da produção dêsses 12 7 estabelecimentos atingiu, no mesmo ano, a 2 bilhões e 140 milhões de cruzeiros, colocando-se São Caetano do Sul, dentro do Estado, Unica­mente abaixo de São Paulo, Santo André e So­rocaba e na mes1na linha de Campinas.

A indústria de montagem e construção de ma­terial de transporte é a mais importante do mu­nicípio, tendo comparecido em 1953 com 33o/o do valor da produção manufatureira. Segue-se~lhe a de transformação de minerais não metálicos, que abrange cerâmicas (telhas, tijolos, etc.) e fábricas de porcelana, com 18,5%. A indústria metalúr­gica ( 17%), a química e farmacêutica ( 10%), a de produtos alimentares ( 6o/0 ) e a t&xtil ( 6%) ocupam as posições imediatas. São Caetano do Sul é o segundo produtor nacional de aço em lingotes e de aço e ferro fundidos, cabendo-lhe a prim<=~.zia em ligas de ferro, silício e manganês, com 84% do total do País.

I O 0 MUNICÍPIO DE RIBEIRÃO PRÊTO, que neste ano comemorou o primeiro centenário de

fundação, situava-se, no Censo Demográfico de 1950, como o sexto do Estado de São Paulo em população (92 160 habitantes). A cidade de Ri­beirão Prêto, com 63 312 habitantes, também se colocava em sexto lugar. A participação de es­trangeiros e naturalizados ascendia a quase 7o/0 ,

sendo respectivamente de 4 694 e 1 431 pessoas. Ribeirão Prêto era um dos muitos municípios bra­sileiros onde as mulheres se achavam em maioria, ainda que em relativo equilíbrio numenco : dos seus habitantes, 46 582 eram do sexo feminino e 45 578 do sexo masculino.

Um dos maiores centros cafeicultores do pas­sado, Ribeirão Prêto chegou a possuir, nas suas férteis terras roxas, 32 milhões de cafeeiros AtrAvés dos anos, o café coQ.tinua mantendo o pôsto de honra em sua pauta agrícola, com safras que, neste último decênio, têm oscilado entre 2 mil e 4 mil toneladas. A policultura está am­plamente difundida em Ribeirão Prêto, com par­ticular menção da cultura canav1e1ra. Além do café e da cana-de-açúcar, são cultivados, em boa escala, milho, arroz, algodão, feijão, tomate e agave, existindo, por outro lado, regular pomicultura.

Mas é como centro industrial que Ribeirão Prêto sobressai no panorama econômico de São Paulo. Ainda de acôrdo com a referida monogra­fia, o valor de sua produção fabril, em 1954, mon­tou a um bilhão de cruzeiros. Dêsse total, 278 InillJões foram produzidos pelos estabelecimentos têxteis; 253 milhões pelas indústrias de bebidas (principalmente cerveja) ; 244 milhões pelas ma­nufaturas de produtos alimentares. No conjunto do município, existiam 227 estabelecimentos in­dustriais.

11 0 MUNICÍPIO DE FRANCA, em São Paulo, é um exemplo de adaptação econômica atra­

vés de sucessivas etapas. Funcionando inicialmente como um entreposto comercial entre o sul paulista e a região central (época do chamado "sal de Franca"), passou a núcleo cafeicultor de primeira ordem. Com a chegada dos trilhos da Mogiana e

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236 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICíPIOS

o apogeu do café, experimentou a comuna um

período de intenso fomento agrícola. A decadência, em tôda a zona, da cultura básica foi enfrentada

com a produção de cafés finos e) nalguns casos, com a transformação dos cafêzais em pastagens.

Franca é, na atualidade, um dos mais reputados centros de criação de gado bovino do País, sendo mesmo cognominada de "Capital do Gir". Para­lelatlJente, seu parque industrial desenvolveu-se por

forma apreciável

A safra cafeeira dos últimos anos tem-se man­tido à volta de 5 mil toneladas. Embora o café ainda represente 64o/0 da produção agrícola fran­cana, a policultura vem sendo incrementada, ha­vendo regulares colheitas de arroz, batata inglêsa, milhv feijão e algodão. Os atuais efetivos de gado vacum são estimados em 45 mil cabeças e ava­liado., em 135 milhões de cruzeiros. Existe, ainda, um rebanho suíno de expressão (30 mil cabeças).

1. ... anto o café como a pecuária desempenham relevante papel na indústria do município, aquêle no setor do beneficiamento e esta nas manufaturas de calçados e na produção de couros e peles. A produção fabril da comuna é superior a 400 mi­lhões de cruzeiros, Em 1954, Franca estava pro­duzindo 1,7 milhões de pares de calçados, no valor aproximado de 200 milhões de cruzeiros, couros e peles no valor de 62 milhões de cruzeiros, e pro­dutos alimentares (principalmente café beneficiado) no valor de 115 milhões de cruzeiros.

12 A CAFEICULTURA constitui o setor mais im­portante da lavoura espírito-santense, con­

tribuindo com dois terços do total da produção agrícola. O plantio do café se verifica pràtica­mente em todo o Estado, oferecendo em 28 mu­nicív:os resultados superiores a 10 mil sacas anuais Em Colatina, Mimoso do Sul e Alegre, as colheitas vêm-se mantendo muito acima de 100 mil sacas, e numa dezena de outros municípios, entre 50 e 100 mil sacas. A safra de 1955, a maior dos úl­timos dez anos, aproximou-se de 2 milhões de sacas (1 94 7 682), enquanto a área ocupada com pés em produção subia a 270 mil hectares.

O principal centro cafeicultor do Espírito Santo

é o município de Colatina, cuja safra de 1955/56 é estimada em 350 mil sacas, vale dizer, um quinto do total previsto para o Estado. Nestes seis anos, a área do café experimentou notável impulso, tendo sido em 1955 de pouco menos de 70 mil hectares, ao mesmo tempo que triplicava, em relação a 1950~ o número de pés ativos. Entretanto, o ren­dimento por hectare ainda permanece a meio do alcançado em 1949, ano em que a colheita chegou

à cifra recorde de 458 995 sacas.

A área agrícola de Colatina perfazia 290 279 hectnres no Censo de 1950, quando a superfície do n ... unicípio era um pouco maior que a atual. Cêrca de metade daquela área era ocupada por mata3 (144 014 ha); de resto, a comuna é, tam­bém, destacado centro madeireiro. A lavoura abran­gia 72 021 hectares. Embora o café predomine

na agricultura colatinense, com 85 o/0 do valor de produção, há moderadas apanhas de arroz, feijão, milho, cacau, etc. As pastagens cobriam 44 995 hectares; na população pecuária de Colatina, se­gundo recentes estimativas, aparecem regulares efe­tivos bovinos (perto de 50 mil cabeças) e suínos (1 00 mil cabeças).

13 UBERABA, que comemorou êste ano o pri~

meiro centenário de sua elevação a cidade ( 2 de tnaio de 1856), é hoje o terceiro centro demo­gráfico de Minas Gerais, com 42 481 habitantes. No conjunto do município, segundo o último Re­cens<>amento, a população atingia 69 434 habi­tantes. Nestes cem anos, o primitivo Arraial da Farh1ha Podre, cujo desbravamento remonta aos priF.IÚrdios do século passado, conheceu um desen­volvimento invejável, assentado principalmente na risicultura e na pecuária. O cognome que lhe foi aplicado de "Capital do Zebu" diz bem da im­

port:ância que teve o bovino na evolução da comuna

O<l efetivos pecuários atuais são estimados em 160 mil cabeças de g~do vacum, continuando a merecer atenção as raças Gir, Nelore e Indubrasil. Exi~t~, ainda, um apreciável rebanho suíno, cal­culado em 45 mil cabeças. Quanto ao arroz, as últimas safras têm-se mostrado inuito baixas; eram de mais de 600 mil sacos em 1949/1950 e no tri&n;o 1952/54 ficou sempre abaixo de 400 mil. TodDvia, êsse cereal permanece como produto bá .. sk:o da pauta agrícola uberabense. Do valor de 147 milhões de cruzeiros a que montou a produção de 1954, 107 milhões foram provenientes do arroz, cujo predomínio é igualmente nítido no setor in­dustrial, através dos estabelecimentos que se de­dicam ao seu beneficiamento.

Grande núcleo demográfico, industrial e agro­pecuário, êsse município do Triângulo Mineiro é também uma praça comercial de primeira ordem, bastando dizerMse que no Censo de 1950 aparecia com 2,1 o/o do total das operações do gênero em todo o Estado. A produção manufatureira em 1954 ascendeu a c&rca de 400 milhões de cru­zeiros. Culturalmente, Uberaba sobressai por sua quota de alfabetizados, que é de 63o/o, quando no conjunto da Unidade Federada ela não passa de 44%.

14 BLUMENAU, em Santa Catarina, é atual­mente um dos núcleos industriais mais ativos

do Sul do País, tendo cada vez maior relêvo a indGstria têxtil, com predom'Ínio da fiação e te­celagem de algodão. Já no Censo de 1950 o mu­nicípio figurava com 251 estabelecimentos fabris, sendo 220 de transformação; êstes utilizavam um capital de 133 milhões de cruzeiros, empregavam 6 726 pessoas, dispunham de 6 790 kwh de fôrça motriz e produziam acima de 300 milhões de cru­zeiros anuais. Segundo o Registro Industrial, o valor da produção manufatureira elevava-se em 195~~ a quase 600 milhões de cruzeiros, dos quais acima de 400 milhões devidos à indústria têxtil. Blurnenau conta com tradicional fabricação de por­celana e de gaitas, além de uma série de pequenas

manufaturas

Embora a agricultura se coloque em segundo plano, apresenta resultados satisfatórios dentro do quadro municipal. O arroz, o milho, a mandioca e o fumo são as culturas mais positivas. Parti­cularidade da lavoura blumenauense é a exploração da terra diretamente pelos proprietários : 2 194 dos 2 254 estabelecimentos agropecuários de Blu­menau são trabalhados pelos seus donos. Nume­ricanlente, dominam as pequenas propriedades com área entre 1 e 10 hectares (508) e entre 10 e 20 hectares (960). As de 20 a 50 hectares (753) abtclngem pràticamente o restante.

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BRASIL El\I REVISTA 237

O desenvolvimento econômico do município pode

ser medido pelo seu movimento comercial e ban .. cário Em 1950, o valor das vendas no comércio atacRdista e varejista ( 346 milhões de cruzeiros) era 1 elativamente pouco inferior ao do município da Capital ( 497 milhões). No setor bancário, Blumenau se avantaje a Florianópolis em várias das principais contas; em tôdas, sua participação vai

de 10 a 20% do total estadual.

l ~ NA VARIADA agricultura desenvolvida pelo

~município de Anápolis (Estado de Goiás), o ari"nZ e o café são os itens de maior importância ectJnômica, No ano de 1953, dos 86 milhões de cruzAiros de sua produção agrícola, 73 milhões, ou sei a, 85 o/o, se distribuíran1 entre os dois produtos, cmn predominância da risicultura. Ambas as sa~

fra,;; apresentaram, no entanto, considerável decrés~

cimo no qüinqüênio 1949/53; a do arroz baixou de 13 800 toneladas em 1951 para 6 540 em 1953, e a do café de 2 475 toneladas em 1950

par'l menos de 2 mil nos três anos subseqüentes O beneficiamento dêsses dois produtos constitui,

por outro lado, a atividade industrial mais rele­vante do município Em 1953, dos 47 estabe­lecimentos industriais de 5 ou mais pessoas exis~

tentcr. em Anápolis, com o valor conjunto de pro­dução de 231 milhões de cruzeiros, 22 eram de produtos alimentares e contribuíram com 201 mi­lhões: dêsse total, o beneficiamento de arroz e de café participava com percentagem da ordem de '!5%

Além da lavoura, conta Anápolis com regulares efetivos pecuários, sendo seus rebanhos bovinos e suínos estimados em cêrca de 90 mil cabeças cada um. Como praça comercial, é a segunda dentro do Estado. No Censo de 1950, aparecia em primeiro lugar quanto a vendas por estabele­cimentos atacadistas, com um movimento duas vêzes maior que o de Goiânia. Essas vendas cor­respondiam, então, a 56% do total estadual.

I 6 PERTO DE 60% do valor da produção in­dustrial de Juiz de Fora procedem de seu

parque têxtil. Neste, predominam a fiação e te­celagem de algodão, a tecelagem de fios artificiais e a fabricacão de meias. Dados preliminares re­lativos a 1954 fixam em não menos de 650 mi­lhões de cruzeiros o valor de produção das in­dústrias têxteis do município, para um total geral superior a um bilhão de cruzeiros. Noutros se­tor(:.s manufatureiros se regista amplo desenvolvi­mento, notadamente nas indústrias de produtos ali­mentares ( 2 83 milhões de cruzeiros) e de couros e pdes (115 milhões de cruzeiros) , podendo·Se mendonar ainda as do papel e papelão, vestuário

e calçado, madeira, etc.

As indústrias de transformação, que constituem a base econômica dêsse grande centro da zona da Mato~ também empregam a parcela mais numerosa ( 30%) de sua população ativa, composta de 46 mil pessoas Juiz de Fora é, de resto, município ca­racte:rizadamente urbano. O grosso da população (126 989 habitantes no Censo de 1950) está lo­calizado no quadro citadino; a percentagem dos que vivem no quadro rural é de apenas 31 o/o. Essn concentração urbana reflete-se nos diversos setores da vida municipal. Juiz de Fora é uma das mais poderosas praças comerciais do Estado, nela se realizando acima de um vigésimo ( 6o/o) das transações mercantis c}e Minas Gerais; em

1950, o movimento dos estabelecimentos varejistas era da ordem de 350 milhões de cruzeiros. No plano cultural, ganha relêvo seu índice de alfa­betização ( 71%).

Sem embargo da grande expansão industrial do município, a agropecuária continua ocupando lugar d~ importância. Dados recentes indicam efetivos pecuãrios estimados em 90 mil bovinos e 25 mil su:inos e uma produção de origem animal que se mede por 5 mil toneladas de carne, 18 milhões de litros de leite e mil toneladas de toucinho. O valor da produção agrícola em 1954 atingiu 60 mi­lhões de cruzeiros; o café, o milho, a banana e o arroz são os principais produtos da lavoura juiz­

-fora:1a.

17 A DENSIDADE DEMOGRÁFICA do Estado do . Pará, no último Recenseamento, ainda per­

manecia inferior a um habitante por quilômetro quadrado. Todavia, em dois de seus municípios ess3 densidade era superior a 30. No de Belém, elevava-se a 355 h/km2, estabelecendo vivo con­traste com o escasso povoamento de amplas zonas paraE:nses, especialmente com as de Altamira, onde para cada grupo de 20 habitantes existia uma área maior que a do município da Capital. O

segundo era o de Ahaetetuba, com 34 h/km2 Com 1 082 km2 e 36 587 habitantes, Abaete­

tuba ( ex-Abaeté) situa-se, quanto à população, em cuinto lugar no Estado. A superfície municipal é tôda ela recortada de cursos d'água (rios, furos,

igar-~.pés), formando-se um arquipélago de cêrca de quarenta e cinco ilhas, na maior das quais se eriq;e a cidade de Abaetetuba ( 5 449 habitantes) e " vila de Beia (301 habitantes). O grosso da população ( 84,3%) distribui-se pelo quadro rural

As comunicações com os municípios vizinhos são quase tôdas por via fluvial, desfrutando a comuna

de vantajosa posição entre a foz do Tocantins e

o bai:x.o Amazonas (rio Pará).

Abaetetuba possui economia marcadamente ca­navieira. Da cana-de-açúcar, que é a principal cultura do município, é fabricada a aguardente, o item mais importante de sua produção industrial Em menor escala, produz açúcar e rapadura. A cana. é cultivada de preferência nas terras baixas, onde se acham igualmente os engenhos. Nas terrc1s altas, ou firmes, há o plantio da mandioca e as grandes matas de boa madeira. Tanto a la~

vott:ra de subsistência como a pecuária são pobres. O 1nunicípio é ainda referido como produtor de borracha, cacau e babaçu, êstes últimos sem maior significação econômica

18 O GROSSO dos efetivos pecuários do Rio Grande do Sul aparece no oeste, dentro

dos municípios compreendidos na bacia do Uruguai e nue compõem as zonas do Noroeste, das Missões e da Campanha Na primeira, notadamente em Santa Rosa e Três Passos, acumulam-se considerá· veis rebanhos suínos A zona das Missões cria de preferência o gado vacum, mas em municípios como Sãl, Borja e Itaqui já se fazem presentes concen­trações lanígeras da ordem de 300 mil cabeças. A criação de gado bovino e ovino vai acentuar-se fortemente na zona da Campanha, no extremo sul

d0 Estado; ali, crescem rebanhos ovinos que vão de 400 mil a um milhão de cabeças, enquanto os efeti vos bovinos se contam por centenas de mi­lhares d0 reses ( Uruguaiana, Livramento, Bagé, Ah.:grete, Dom Pedrito e outros).

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238 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICíPIOS

Alguns municípios dessa parte do Estado par­ticipam das características de mais de uma zona. É o caso de Santo Ângelo, situado nas Missões, no encontro com a zona do Noroeste. Sua pe­cu&ria, bastante diversificada, inscreve 180 mil bo­vino&, 146 mil suínos, 40 mil ovinos e 36 mil eqtú:nos (estimativas). As pastagens dominam a área agrícola, de que abrangem dois terços. O município possui uma população de cêrca de 100 mil l.abitantes (89 601 em 1950), em sua maio­ria disseminados pelo quadro rural e entregues aos misteres do campo.

No último Censo, existiam em Santo Ângelo 8 194 estabelecimentos agropecuários, com a área conjunta de 563 846 hectares. Numericamente, predr·minavam os estabelecimentos de menos de 50 hectares ( 6 607, ou seja, 80%), os quais, no entanto, reunidos, ocupavam menos de um quarto da área total. A produção agrícola do município ref{ete a hegemonia da pecuária; as colheitas de f.,.~jiio, milho, trigo, mandioca, arroz e alfafa são

apencts regulares. Destaca-se, porém, no setor fabril a s11a indústria do fumo.

] 9 IMBITUBA e LAGUNA, no município cata­

- rinense dêste nome, são portos que se de­dic 1m quase exclusivamente ao embarque de carvão, sendo servidos pela Estrada de Ferro daná Teresa Cristina, que os liga a Tubarão e aos campos car­boníferos do Estado Laguna, distante 569 milhas do p(lrto do Rio de Janeiro, dispõe de 300 metros de cais acostável, não desfrutando de condições fí­sicas muito favoráveis. Imbituba, a 552 milhas do Rio, é abrigado por uma ponta rochosa e possui 140 metros de cais, estando em construção insta­lações acessórias. Aí é embarcada boa parte do carvão proveniente das jazidas de Cridúma e das usinas de lavagem da Cia Siderúrgica Nacional

situadas em Capivari.

As atividades portuárias são de vital impor~

tânci& na economia do município Em 1950, 16o/o da população ativa estavam ligados aos serviços de 1 ransportes, comunicações e armazenagem. O 1novimento conjunto dos dois portos é da ordem d~ 500 entradas de navios por ano O volume das exportações excede largamente meio milhão de toneladas e o valor, de 300 milhões de cruzeiros. A exportação faz-se em maior escala pelo pôrto de Imbituba e a importação pelo de Laguna.

Fora de sua vida portuária, v município de­senvolve uma série de atividades nos campos agrí­cola e industrial. É grande produtor de mandioca (72 mil toneladas em 1953). A farinha de man­dioca é um dos principais produtos de sua pauta manufatureira, onde também se encarta a fabri­caç.ao de azulejos. Há modesta criação de gado vaLUITI (25 mil cabeças). No ltltimo Censo, a população lagunense era de 38 189 habitantes, dos quais 9 459 na cidade de Laguna e 4 169 na

vila de Henrique Lage.

20 0 MUNiciPIO DE BAURU, o 11.0 de São Paulo em população ( 65 452 habitantes no

Recenseamento de 1950), era, há menos de cem anos, território habitado por tribos em estado sel~

vae;em. A construção, no início áêste século, da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil e a chegada dos trilhos da Paulista e da Sorocabana abriram para tôda a zona um período de intensa colonização e desenvolvimento econômico. Núcleo tipicamente fenoviário, apresentava em 1950, na sua população

ativa, uma quota de 22 o/o empregada em serviços lig8clos às estradas de ferro - quota, de resto, suR

perior às correspondentes à indústria, ao comércio e à agricultura.

Na primeira fase, o município caracterizavaRse como produtor agrícola, dedicado de preferência à cafeicultura. Ainda hoje o café constitui~se no

item mais importante da lavoura bauruense, com uma safra anual de cêrca de duas mil toneladas. As colheitas de milho, algodão e arroz não chegam a pesar nos quadros agrícolas do Estado. De outra expressão é o parque manufatureiro de Bauru, fir­mado nas indústrias de produtos alimentares, quí­mica e farmacêutica e têxtil. Somando quase 200 estabe1ecimentos, situa~se entre os principais cen­tros fabris de São Paulo; o valor de sua produção, em 1953, foi superior a 700 milhões de cruzeiros.

Os dados censitários de 1950 colocam Bauru em S.o lugar no Estado como praça comercial. Os estabelecimentos comerciais do município, à oca· sião do último Censo, realizavam um movimento anual da ordem de meio bilhão de cruzeiros. Ca· racterizadamente urbano (51 3 7 4 habitantes vi· v am na cidade), Bauru comparece com uma taxa de alfabetização ( 77%) que se inclui entre as

melhores de São Paulo.

21 APROXIMA-SE de um bilhão de cruzeiros o

valor da produção industrial de Uberlândia. Atualmente, êsse município ocupa o quarto lugar no Estado de Minas Gerais como centro fabril, com uma produção que já em 1950 era superior a 300 milhões de cruzeiros e em 1953 passava dos 700 milhões. Seu desenvolvimento manufatureiro articulaRse especialmente com a pecuária e a riR ficultura. Possuindo efetivos da ordem de 65 mil bovinos e 20 mil suínos, recebe em seus mata­douros o gado de zonas circunvizinhas, dando em :resultado que por vêzes o abate anual excede o número de cabeças existentes no município. As safras de arroz decaíram bastante no qmnquenm 1949/53, quando ficaram reduzidas a 6 800 to­

neladas. Conta Uberlândia com usinas de beneficiamento

de arroz e algodão, curtumes, frigoríficos e cbar~

queadas. É um dos principais produtores mineiros de charque, banha e carne verde. Sua indústria de courcs e peles tem regular expressão. A pro­dução agrícola é comparativamente modesta (pouco mais de 100 milhões de cruzeiros em 1953), ci~

tando-se, além do arroz e do algodão, o cultivo de milho, feijão, mandioca, banana e laranja. Com uma superfície de 4 031 km2 e uma área agrí­cola de 309 223 hectares, o município não deR monstrava, no Censo passado, estar aproveitando intensivamente suas terras aráveis. A quase toR talidade daquela área agrícola se distribuía em pas~ tagens (247 725 ha) e terras incultas (39 819 ha), cabendo à lavoura pouco mais de um vigésimo

(16 842 ha). Parale1amente à expansão industrial, Uberlândia

ganha vulto no Triângulo Mineiro como uma de suas praças comerciais mais ativas. Basta assinalar que, à ocasião do último Censo, seus estabeleci­mentos atacadistas realizavam mais de 5o/o (5,13o/o) das vendas do gênero em todo o Estado. O mu­nicípio é caracterizadamente urbano, o que se reR flete na importância econômica da rubrica "prestação de serviços". A cidade de Uberlândia, com 34 866 habitantes em 1950 (63,4o/o do município, então com 54 984 habitantes), é a quarta de Minas em população

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Atrarvés da Imprensa

LUTA ECONÔMICA DESIGUAL ENTRE O SUL E O NORTE DO BRASIL

O DESNÍVEL da renda nacional, é bem um dos graves sintomas do inquietante quadro de

nossa pobreza. A concentração demográfica da região sul e as

suas evidentes possibilidades econômicas, são con­dições que, aliadas aos meios de comunicações, pa­drão de vida, e clima, propiciaram, desde o início de nossa formação industrial, a convergência de capitais para os estados líderes.

Esta preferência determinou o desequilíbrio fla­grante em que se debate o País, com regiões in­teiramente desprovidas de técnica que assegure o aumento de renda "per capita", na proporção ra­zoável que seria lícito exigir, isto é, pouco superior ao crescimento populacional

Apenas um paralelo entre quatro Estados da União, oferece uma idéia dos extremos : Renda média anual, em 1950 no Distrito Federal, 13 600; São Paulo, 7 500; Maranhão e Piaui, 1 240.

A falsa tese dominante, até 1930, de que a tendência das inovações técnicas das nações su­percapitalizadas, era a de procurar os países eco­nômicamente pobres, por fôrça de expansão na­tural, ruiu pela imposição da inexorável lei de segurança, proteção e retribuição ao capital que imigra.

Para afastar o aspecto negativo da pobreza é que os países subdesenvolvidos envidam esforços grandiosos, tentando por todos os meios cercar-se de técnica e recursos materiais a fim de que tôda uma comunidade desfrute dos benefícios do pro­gresso.

Não é fácil esta luta, principalmente no Brasil, onde se arrecadam meios de nossa minguada pou­pança para investimentos não recuperáveis e re­cuperáveis, cujo início de rentabilidade ainda é cedo para qualquer vaticínio.

O DESENVOLVIMENTO DE UMA IDÉIA

O PLANO de Valorização Econômica da Ama­zônia é um exemplo típico de investimentos

oficia s tendo em vista o desenvolvimento de imensa área do território, através de inversões de capitais de base em condições recuperáveis (crédito) e não recuperáveis (estudos, pesquisas, serviços públicos, etc., etc. ) .

A Comissão executiva recebeu mais de 800 mi­lhões de cruzeiros da União, no primeiro semestre de 1955 ("Mensário Estatístico" outubro), para aplicações de ordem econômica e social, na mais pobre e vasta região do País.

É responsável pelo reerguimento de uma área de 5 milhões de quilômetros, 2,59o/0 da superfície total do Brasil, com uma população de 3 milhões e 900 1nil habitantes, 6,8o/0 da população nacional,

tendo o extrativismo como principal fonte de pro­dução.

O primeiro plano qüinqüenal visando promover em condições racionais e seguras a recuperação da extensa bacia amazônica é um promissor propósito de embasamento de capitais, tendo por escopo a me1horia do padrão de uma das mais férteis regiões do mundo.

Conforme dados contidos na documentação que nos enviou o Dr. Jayme de Vasconcelos, delegado de Mato Grosso junto ao SPVEA, o quadro geral de trabalho compr'eende um período de 20 anos e o primeiro plano qüinqüenal, 1955/1959, terá o seu custo de 9 bilhões, aproximadamente, assim distribuídos : Administração Ger.al, 260 milhões; Produção Agrícola, 1 830 milhões; Recursos Na· turais, 600 milhões; Transportes, Comunicações 1 780 milhões; Crédito e Comércio. 1 450 milhões; Saúde e Educação, 1 520 milhões; e Desenvolvimento,

810 milhões. Acusando a densidade populacional do Amazo·

nas O, 7 hab. por km2, não cogita ainda aquêle órgão em seu plano inicial, de nenhuma atividade tendo em mira a "recuperação global da Amazônia como espaço geográfico e sim recuperar a sociedade que nela existe". Inversões dessa ordem objetivam elevar social e econômicamente populações com pa­drão de vida baixíssimo, dispersas às margens dos grandes rios, incutindo-lhe os métodos e facili­tando-lhes os meios de conquistar maior pro­dutividade.

A UMA TESE DISCRIMINATóRIA

RECUPERAÇÃO do atraso que separa as zonas Norte e Sul depende da adoção da tecnologia

característica da última vantagem que lhe garante posição privilegiada no conjunto nacional.

Conceitue muito bem, R F. Harrod, renomado ec.onomista inglês, ao afirmar que dois tipos de in· vestimentas influem na expansão de uma economia : um destinado a cobrir as necessidades resultantes do aumento de população e outro visando à intro­dução de novas técnicas, fator êste que corrobora, decisivamente, no acréscimo de renda "per capita".

A instalação de atividades reprodutivas nas regiões de baixo nível de renda depende de uma série de atrativos oficiais que tenham o condão de seduzir a iniciativa particular, a fim de libertá-los do marasmo e estagnação, comparados com os níveis alcançados pelas unidades sulinas.

Em oposição à potí ti c a que venha promover a recuperação de extensas áreas do norte e nordeste, pelo vulto dos investimentos de que carecem, tendo em vista as suas m'Últiplas e complexas necessidades, batem~se vários autores e estudiosos brasileiros apon­tando como mais racional, econômico e patriótico,

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REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICíPIOS

um apoio intenso às lavouras tropicais, de onde I?rovém o maior quinhão da renda nacional

Dentro desta tese colocam-se, segundo J P de Almeida Magalhães, em "Estudos Econômicos", da CNI, América de Oliveira, Caio Prado Jú­nior, Inácio José Veriss~mo e João Dias da Silveira.

Tal orientação viria proclamar como negativos os grandes 1novimentos que dotaram o Norte, da

Comissão de Valorização do Vale Amazônico, Banco do Nordeste, Usina de Paulo Afonso etc etc" que visan1 a criar condições favoráveis ao levanta­mento do nível de vida das populações nordestinas atingidas com o mais baixo índice de renda e que enfrentam os dolorosos efeitos da inflação através

dos mais elevado custo de vida do Brasil.

B SALÁRIOS E ALIMENTAÇÃO

ASE4.DOS nos dados fornecidos pelo IBGE, pos­

suia o IAPI, em 1953, cêrca de 1 milhão e 380 mil segurados, dos quais, 430 mil recebiam salários iguais e superior a 2 mil cruzeiros mensais, correspondendo 3 62 mil a São Paulo, Distrito Fe­deral e R G do Sul e os 70 mil restantes aos demais Estados

Dêsse desproporcional balanço, ressalta a ne­gativa posição do Piauí que comparece com apenas

70 industriá.rios com vencimentos iguais ou superior a 2 mil cruzeiros!

Em 1954, em plena vigência do atual salário­-mínimo, outro levantamento do IBGE, acusava o

aumento do custo de vida em tôdas as capitais do

Brasil, verificando-se que os Estados mais dura­mente golpeados pelas sucessivas altas são justa­mente aquêles onde o salário é menor, decorrência

lógica da incipiente industrialização.

Considerando o índice 10, para 1948, Manaus enfrentava uma majoração, em 1953, de 289 no

custo de vida, Teresina 204, Distrito Federal, 294, São Paulo, 278 e P. Alegre 170

O custo das utilidades e serviços cresceu nas regiões menos favorecidas na mesma proporção do aumento verificado nas cidades onde a renda "per

capita" é maior, circunstância que ainda mais agrava a posição nordestina, cuja economia pri~

mária, de puro aspecto local, não recebe o im­

pulso renovador oriundo das exportações, enfren­tando, para contrabalançar, o ônus da importação de todos os produtos manufaturados e a maioria dos gêneros alimentícios.

Melhm configurando o angustiante contraste, é suficiente assinalar que, e1n 1953, enquanto em Pôrto Alegre, o pão custava 6,50 em Manaus era

vendido a 7,80, em Teresina, a 12,20, em Pôrto Velho a 15,40 e Rio Branco a 12,00

O charque, no mesmo ano, etn Manaus e Rio Branco tinha o seu preço fixado em 33,00; Tere­sina, 30,00; Belém, 31,00; Boa Vista, 37,00; Rio e São Paulo, 27,00 e finalmente, Pôrto Alegre,

17,00

BANCOS E IMPôSTO DE RENDA

C OROANDO todo êste quadro de desequilíbrio

social e econômico, nota-se a ação quase ine­ficiente do sistema creditício nordestino que confere ao Maranhão 11 estabelecimentos bancários e ao Piauí, 12 casas de crédito, enquanto o Paraná possui 370 bancos!

Dando aspecto mais amplo ao assunto, de­paramos que, dum total de quase 60 milhões de

brasileiros, apenas 31 O mil pessoas físicas, em 1954, ganharatn mais de 30 mil cruzeiros, isto é, 0,5 da população pagou Imp6sto de Renda,

Ainda no que tange ao Impôsto de Renda (pessoas físicas), apresentou o Ceará, em 1953, 2 388 contribuintes, que arrecadaram 23 milhões

decrescendo em 1954 para 1 541 declarantes, con1 16 milhões de cruzeiros

O menor nÚn1e-ro de incidências obteve em 1953 o Piauí - 738 declarações, cem 5 milhões; e,

em 1954, 775, com 6 milhões e 300.

São Paulo, com 92 mil contribuintes, arrecadou, em 1953, 1 bilhão e 300, e em 1954, com 100 000 pessoas, 1 bilhão e meio, constituindo, mais ou n1enos esta, a proporção do Distrito Fe­

deral

Coube ao Rio Grande do Sul, em 1953, an e­cadar 270 milhões relativos a 25 mil pessoas fí­

sicas e 450 milhões referentes a 28 500 incidentes, em 1954. Do total de 3 bilhões e 800 recolhidos pelo Impôsto de Renda, em 1954, os 3 últimos Estados participaram com 3 bilhões, cabendo aos demais Estados o resto.

Esta talvez constitua a mais confrangedora evi­dência da repartição da riquezf: nacional, cuja com­plexidade demanda a execução de constante po­

lítica de amparo e recuperação aos Estados não atingidos pelos benefícios determinantes do ascen­dente progresso sulino.

INTERESSA AO SUL O PROGRESSO DO NORTE

L Á por volta de 1944 servia em Pôrto Alegre

na qualidade de adido cultural, um texano alto, de chapéu de aba larga, chamado Roy Nasch

que desde logo se fêz estimar por todos. Certa feita, num opúsculo sôbre o desenvolvimento de seu país e as possibilidades do Brasil, declarou que aos Estados Unidos mais interessavam vizinhos

ricos com os quais podiam estabelecer intercâmbio do que amigos pobres de escassas possibilidades

no setor de trocas

É o exemplo que se adapta perfeitamente ao caso dos Estados sulinos, em relação aos do norte

Do progresso de tôda a região norte, advirão

novos e moiores mercados para a indústria e la­voura meridionais, justificando êste fluxo a am­pliação das fontes de abastecimentos

É de interêsse nacional sejam conservados os capitais de base assentados no norte do Brasil, nas suas mais amplas aplicações, públicas e par­ticulares, ameaçados de truncamento, com as cons­tantes e crescentes Nnigrações em direção aos centros que oferecem trabalho mais rendoso e per­

n1anente, criando para o poder público dos Estados que as acolhe novos problemas no plano assistencial.

Êstes fatos poden1 ocasionar, mais cedo ou mais tarde, a perda de uma das poucas condições fa­voráveis que acena o norte aos investimentos : baixo preço de n1ão-de-obra.

Não é passível de crítica, portanto, a ação go­vernamental qne drena dotações orçamentárias su­

periores à que justificaria a sua contribuição para a receita nacional

Tôdas as iniciativas oficiais tendentes a pre­parar a aplicação de capitais particulares e lhes assegurar no norte a rentabilidade oferecida ao sul, visam, pràximan1ente, criar condições que be­neficiarão a tecnologia moderna, despertando in­tercâmbio entre as duas regiões, na patriótica mis-

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ATRAVÉS DA IMPRENSA 241

são de promover a unificação econom1ca nacional.

Indiscutivelmente, é uma tarefa de grande e

profundo efeito social, dadas as condições adversas

que reúnem as unidades setentrionais; qualquer de

seus produtos pode ser manufaturado em condições

mais econômicas no sul.

Temos, entretanto, de preservar a permanência

de capitais nordestinos ali, através de medidas

protecionistas, a fim de compensar a maior pro­

dutividade que obteriam êstes investimentos se

fôssem aplicados nos Estados mais ricos.

Esta sadia política de valorização seria re­compensada, com o gradual aumento de produti­vidade de nosso povo que nos últimos 4 anos au­mentou em 4o/0 a sua renda "per capita", já pin­tando com côres mais otimistas a estimativa que prevê para o Brasil, uma população de 100 mi~ lhões de habitantes, em 1970, com uma renda de 7 50 dólares, ou 5 500 cruzeiros, por habitante. -Dante D'Angelo.

(Publicado no "Correio do Povo", de Pôrto Alegre, dia 19-2-56.

MUNICIPALISMO MODELAR

N A Federação das Indústrias de São Paulo, o Sr. Felix Guisard, prefeito de Taubáté, fêz

uma comunicação tão importante que merece a

mais ampla divulgação. Ê um exemplo digno de ser imitado.

Eleito prefeito de Taubaté, organizou um pro~

grama de govêrno inteiramente diferente dos ou~

tros. Ao ser empossado encomendou, a técnicos de valor, um estudo geográfico completo do vale do Paraíba do Sul, onde se encrava o município do Taubaté Salientaram os técnicos as vantagens excepcionais do vale. Encontra-se entre as duas maiores cidades do Brasil e entre os dois maiores portos. Clima temperado Águas abundantes. Muita energia elétrica, a maior parte da qual ainda se encontra em potencial. ótimas estradas de ferro e de rodagem. Milharais, arrozais e trigais. Po­mares de laranjeiras, abacateiros, macieiras, pes~

segueiros e ameixeiras Vinhedos. Olivais em for­mação. Pecuária intensiva. V árias usinas siderúr­gicas, entre as quais Volta Redonda, a maior do País, que em breve estará fabricando, anualmente, um pouco mais de um milhão de toneladas de aço, muita matéria-prima no vale e nas zonas vizinhas. No baixo vale, onde o clima é mais quente, muito açúcar e café e muita pecuária de corte.

Pronta a monografia, mandou traduzi-la em vá­rios idiomas. Enviou exemplares para todos os industriais da Alemanha, França, Grã-Bretanha, Itália, Holanda, Suíça, Bélgica, Luxemburgo e Áus~ tria, bem como para os da Suécia, Noruega, Fin­

lândia e Dinamarca. Convidava-os a visitarem Taubaté e o vale do Paraíba. Mostrava~lhes as vantagens da transferência de indústrias para a espinha dorsal econômica de un1 País novo, em ex­pansão acelerada e com as dimensões de um con~

tinente. O futuro é dos países continentais.

Recebeu centenas de cartas pedindo informações novas. Depois começaram a chegar industriais em visita ao vale da promissão. Um dêles era sim­plesmente o presidente da Volkswagen. Demorou muito tempo em Taubaté De avião, sobrevoou várias vêzes o vale, que se larga entre as serras da Mantiqueira e da Bocaina, e se alonga por cen­tenas de quilômetros, compreendendo terras paulis­tas, fluminenses e mineiras~ Maravilhou-se com a vastidão, com o clima, com os recursos naturais. Em conversa, disse ao prefeito Felix Guisard, um prefeito diferente, que o Brasil não era, como pensav.a.m PS brasileiros, um País de amanhã. Era um País de hoje. E acrescentou: - E há aqui o que falta na Europa - tranqüilidade de espírito As fronteiras não estão ameaçadas. Não há perigo de acordar-se sob um domínio estrar:3eiro.

E há a mocidade vigorosa de um País gigante. Aqui se pode trabalhar.

Os resultados práticos da quase genial iniciativa do prefeito Felix Guisard, estão começando a apa­recer. A Volkswagen instala-se em Taubaté. Ao seu lado, 92 outras companhias européias cons­troem novas fábricas, algumas muito grandes Companhias brasileiras também se interessam pelo vale do Paraíba do Sul. A Piratininga, por exem~ pio, uma das maiores fábricas de autopeças do Brasil, e que está fabricando os "chassis" do ca~

minhão FNM, vai instalar em Taubaté uma das

maiores e mais completas fundições do País. A Piratininga também pretende fabricar sondas de pe­tróleo. A York instalará uma fábrica de rodas de automóveis. Fabricará 180 000 rodas por ano. Há muitas outras iniciativas semelhantes. Ainda não satisfeito, o Sr. Felix Guisard embarca agora para a Europa. Vai procurar atrair outros in­dustriais.

Ora, parece-me que o municipalismo altamente recomendável do Sr. Felix Guisard deveria ser imitado por centenas de outros prefeitos As van­tagens incontestáveis do vale do Paraíba do Sul são muito grandes e consideráveis, mas outras existem, em outras regiões brasileiras. Há os mu­nicípios que se encontram nas zonas de mineração de carvão de pedra gaúchas, catarinenses e para­naenses. Há os municípios mineiros que dispõem de riquíssimas jazidas de ferro. Há municípios baianos que contam com petróleo e gás natural. Há enorme cópia de eletricidade de Paulo Afonso que está sobrando e poderia ser utilizada na in~

dustrialização de municípios pernambucanos, ala~

goanos, sergipanos e baianos. Há os metais raros do Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba. Há municípios do amplo Maranhão, com rios nave .. gáveis e com enormes riquezas naturais em poten­

cial. Há as florestas da Amazônia, cortadas por dezenas de rios navegáveis, onde um dia fatal­mente se instalarão enormes fábricas de celulose e papel, maiores que as da Suécia, Finlândia e Noruega, mais produtivas que as do Canadá.

Possibilidades econômicas capazes de atrair os temerosos capitalistas e técnicos europeus, não faltam. Falta iniciativas como as de Felix Guisard. Outros prefeitos devem imitá-lo, para que se ace­lere ainda mais a industrialização de um país imenso e promissor, fadado a ocupar, em breve, entre as nações, um lugar de acentuado destaque.

Pimentel Gomes

(Publicado no "Correio da Manhã", do Rio, dia 3 de agôsto de 1956

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Demografia

,..., POPULAÇAO DAS CAPITAIS

ESTIMATIVAS DO DESENVOLVIMENTO DEMOGRÁFICO DOS MUNICíPIOS DAS CAPITAIS NOS ANOS DE 1950 a 1960

N os países que possuem estatísticas fidedignas do movimento natural e migratório da população, por circunscri.;ões administrativas, o número dos habitantes de cada Município em datéls pós-cen<Jitilrias-. pode ser

calculado acrescentando-se à população apurada pelo último censo os números dos posteriormente nascidos e imigrados até a data referida e subtraindo os dos falecidos e emigrados até essa data. Os dados assim obtidos, indicando as tendências mais recentes, tornam possível a execução de estimativas de previsão para épocas futuras próximas.

Se faltarem essas bases - como acontece no Brasil, onde as esta­tísticas dos nascimentos e dos óbitos são em geral incompletas e as do mo­vimento migratório interior inexistentes - torna-se apenas possível fazer estimativas para o período pós-censitário baseadas nos resultados dos censos anteriores, isto é, determinar a tendência da popubção até o último censo e supor que ela prossiga no período posterior.

Para êsse fim, podem ser aplicados processos diversos. No Brasil, para as estimativas referentes às Unidades da Federação, adotou-se a hipótese da continuação da taxa média geométrica anual de incremento verificada entre as datas dos censos de 1940 e de 1950. É claro, entretanto que essa hipótese - assim como qualquer outra baseada apenas na experiência do passado - não pode levar a resultados satisf,qtórios, po1 que 8<', taxas de in­cremento demográfico variam continuamente, e amiúde de maneira impre­visível, através do tempo .

Ainda maior é a variabilidade das taxas de incremento das populações municipais, e especialmente das que se concentram em grandes cid.qdes. To­davia, faltando para quase tôdas as Capitais os elementos necessários para uma estimativa mais aproximada da realidade, aplicou-se, no cálculo da anexa tabela, a mesma hipótese acima especificada *· Os resultado~ obtidos têm apenas o caráter de indicações largamente aproximativas, cujos erros decerto não desprezíveis - só poderão ser medidos der:ois da apuração do próximo censo (1960).

Cumpre, ainda, advertir que as estimativas se referem às áreas in­cluídas nas fronteiras municipais em 1.0 de julho de 1950. Para os Muni­cípios onde essas fronteiras foram posteriormente modificadas será predso retificar estas estimativas, se possível, com o auxíliu de etementos publicados ou inéditos do censo de 1950. - Giorgio Mortara.

'' Cálculos efetuados pelo estatístico-analista Eng. ELíGIO ALVES

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DEMOGRAFIA

Estimativas sôbre o desenvolvimento demográfico dos Municípios das Capitais nos anos de 1950 a 1960

POPULAÇÃO ESTIMADA NO ANO DE

243

MUNICÍPIO 1950 1951 1952 1953

Em I.• de Em I.• de Em 1° de Em I.• de Em I.• de Em I.• de julho* janeiro julho janeiro julho janeiro

-----~------- ----- ---------- ----- ----- -----Pôrto Velho 27 244 28 695 30 223 31 832 33 527 35 312 Rio Branco 28 246 29 071 29 919 30 793 31 692 32 617 Manaus 139 620 141 562 143 532 145 529 147 554 149 606 Boa Vista 17 247 17 687 18 138 18 601 19 075 19 562 Belém 254 949 257 707 260 494 263 312 266 160 269 039 Macapâ 20 594 21 367 22 170 23 003 23 867 24 763 São Luís 119 785 121 850 123 951 126 089 128 263 130 474 Teresina 90 723 92 088 93 473 94 878 96 306 97 754 Fortaleza 270 169 275 791 281 530 287 389 293 370 299 475 Natal. 130 215 106 588 110 072 113 669 117 384 121 220 João Pessoa 119 326 120 761 122 212 123 682 125 169 126 673 Recife. 524 682 535 801 547 156 558 752 570 594 582 686 Maceió 120 980 122 796 124 639 126 510 128 409 130 336 Aracaju 78 364 79 501 80 655 81 825 83 012 84 216 Salvador 417 235 424 575 432 045 439 646 447 380 455 251 Belo Horizo..Jte 352 724 362 028 371 578 381 379 391 439 401 765 Vitória 50 922 51 231 51 541 51 854 52 168 52 484 Niterói . 186 309 188 872 191 471 194 105 196 775 199 482 Rio de Janeiro, D F 2 377 451 2 413 795 2 450 694 2 488 157 2 526 194 2 564 811 São Paulo 2 198 096 2 255 295 2 313 984 2 374 199 2 435 981 2 499 371 Curitiba .. 180 575 182 883 185 221 187 589 189 988 192 416 Florianópolis 67 630 68 910 70 215 71 544 72 898 74 278 Pôrto Alegre 394 151 401 638 409 268 417 042 424 964 433 037 Cuiabã 56 204 56 513 56 825 57 137 57 452 57 768 Goiânia 53 389 53 669 53 951 54 234 54 519 54 805

• Censo de 1950

Estimativas sôbre o desenvolvimento demográfico dos Municípios das Capitais nos anos de 1950 a 1960

POPULAÇÃO ESTIMADA NO ANO DE

MUNICJPIO 1954 1955 1956

Em 1.0 de I Em 1 • de Em 1.0 de Em 1.0 de Em 1.0 de I Em 1 o de

-~~i~-~-~u~~ janeiro julho janeiro julho ------------ ----- ----- ----- ------

Pôrto Velho 39 173 41 259 43 456 45 770 48 208 50 775 Rio Branco 34 550 35 559 36 597 37 665 38 765 39 897 Manaus 153 798 155 938 158 107 160 307 162 537 164 799 Boa Vista 20 572 21 098 21 636 22 1il8 22 754 23 334 Belém. 274 890 277 864 280 869 283 907 286 978 290 082 Macapã 26 658 27 659 28 698 29 776 30 894 32 075 São Luís 135 012 137 340 139 709 142 117 144 568 147 067 Teresina 100 717 102 232 103 769 105 330 106 914 108 522 Fortaleza 312 069 318 563 325 192 331 959 338 867 346 716 Natal. 129 273 133 498 137 861 142 367 147 020 151 825 João Pessoa 129 738 131 297 132 876 134 473 136 090 137 726 Recife .. 607 645 620 523 633 673 647 102 660 816 674 821 Maceió 134 279 136 294 138 340 140 416 142 524 144 663 Aracaju 86 678 87 936 89 212 90 506 91 819 93 151 Salvador 471 410 479 703 488 143 496 730 505 469 514 362 Belo Horizonte 423 240 434 404 445 862 457 623 469 694 482 084 Vitória 53 123 53 445 53 769 54 095 54 423 54 753 Niterói . 205 009 207 829 210 688 213 587 216 525 219 504 Rio de Janeiro, DF 2 643 825 2 684 240 2 725 274 2 766 934 2 809 232 2 852 176 São Paulo 2 631 142 2 699 612 2 769 860 2 841 940 2 915 894 2 991 773 Curitiba 197 368 199 891 202 446 205 034 207 656 210 310 Florianópolis 77 116 78 576 80 063 81 579 83 123 84 697 Pôrto Alegre 449 645 458 186 466 889 475 758 484 796 494 aos Cuiabã ... 58 406 58 727 59 051 59 376 59 703 60 031 Goiânia 55 382 55 672 55 965 56 258 56 554 56 850

Em I 0 de julho

-----

37 193 33 570

!51 688 20 061

271 949 25 693

132 724 99 224

305 707 125 182 128 196 595 035 132 293

85 438 463 260 412 362

52 803 202 226

2 604 018 2 564 411

194 876 75 684

441 262 58 086 55 093

1957

Em 1.• de janeiro

-----

53 478 41 892

167 091 23 929

293 220 33 259

149 596 110 154 353 117 156 787 139 382 690 710 146 835

94 503 523 411 494 800

55 084 222 524

2 895 777 3 069 626

212 999 86 300

503 389 60 362 57 149

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244 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICíPIOS

Estimativas sôbre o desenvolvimento demográfico dof' Municípios das Capitais nos anos de 1950 a 1960

POPULAÇÃO ESTIMADA NO ANO DE

MUNICÍPIO 1957 1958 1959 1960 -

Em 1.0 de Em 1° de Em 1.0 de Em 1.0 de Em I,o de Em 1.0 de Em 1° de julho janeiro julho janeiro julho janeiro julho

------------~ ----------------------------- -----

Pôrto Velho 56 326 59 325 62 484 65 812 69 316 73 007 76 895 Rio Branco 42 261 43 495 44 765 46 072 47 417 48 802 50 226 Manaus 169 416 171 773 174 163 176 586 179 043 181 534 184 059 Boa Vista 24 540 25 166 25 808 26 466 27 141 27 834 28 544 Belém. 296 391 299 597 302 838 306 113 309 425 312 771 316 154 Maca pá 34 508 35 804 37 149 38 544 39 992 41 494 43 052 São Luís 152 176 154 800 157 469 160 184 162 946 165 755 168 613 Teresina 111 811 113 493 115 200 116 933 118 691 120 477 122 289 Fortaleza 360 466 367 967 375 624 383 441 391 421 399 566 407 881 Natal. 161 917 167 202 172 667 178 310 184 137 190 155 196 370 João Pessoa 141 057 142 753 144 470 146 206 147 964 149 743 151 543 Recife. 703 726 718 640 733 870 749 422 765 305 781 523 798 086 Maceió 149 039 151 276 153 547 155 852 158 191 160 565 162 976 Aracaju 95 874 97 265 98 677 100 108 101 561 103 034 104 529 Salvador 532 619 541 990 551 525 561 227 571 101 581 148 591 372 Belo Horizonte 507 852 521 248 534 998 549 110 563 594 578 461 593 720 Vitória 55 418 55 754 56 092 56 432 56 775 57 119 57 465 Niterói . .. 225 585 228 688 231 835 235 024 238 257 241 535 244 a58 Rio de Janeiro, DF. 2 940 045 2 984 988 3 030 619 3 076 948 3 123 984 3 171 739 3 220 225 São Paulo 3 149 504 3 231 462 3 315 553 3 401 831 3 490 355 3 581 182 3 674 373 Curitiba . 215 722 218 480 221 273 224 102 226 967 229 868 232 807 Florianópolis 87 933 89 598 91 294 93 022 94 783 96 577 98 405 Pôrto Alegre 512 951 522 695 532 624 542 742 553 051 563 557 574 262 Cuiabá. 60 694 61 028 61 364 61 702 62 042 62 383 62 726 Goiânia ... 57 449 57 750 58 053 58 358 58 664 58 972 59 282

P ROFISSÕES INTELECTUAIS - Cêrca de 400 000 pessoas exercem no Brasil ocupações técnicas, científicas, artísticas e semelhantes. Por ocasião do Censo de 1950 elas eram exatamente 362 723, mas hoje seu número deve ter aumentado

sensl.velmente. Não se trata dos diplomados ou habilitados naquelas ocupações, cuja soma será talvez muito maior, mas dos que de fato declararam exercê-las, como sua atividade principal. Aquêle total exprime, portanto, o núcleo profissional da intelectualidade bra­sileira, dos que ganham a vida como engenheiros, arquitetos, médicos, advogados, professôres, escritores, jornalistas etc.

A maioria dos profissionais registrados pelo Censo é constituída de mulheres (5! %, ou 185 432), para o que contribui a forte superioridade feminina no grupo de professôres (140 525 mulheres e 29 170 homens) e no de enfermeiros e massagistas (27 381 mulheres e 12 401 homens). Os dois sexos se distribuem mais ou menos equitativamente em algumas outras poucas ocupações, como entre os artistas de cinema, teatro e circo (2 820 homens e 2 475 mulheres), mas em tôdas as demais é frisante o predomínio do elemento masculino. Há ocupações em que as mulheres estão quase ausentes, como as de agri­mensores e topógrafos (3 404 homens e 3 mulheres) e outras em que sua participação já é apreciável, como as de médicos (21 215 homens e 787 mulheres) ou as de escritores e jornalistas ( 5 122 homens e 491 mulheres).

Indicam também os resultados censitários em que ramo essas ocupações são exer­cidas : os farmacêuticos estão em grande maioria no comércio; os médicos dividem-se entre as profissões liberais e os serviços sociais; os engenheiros, químicos e laborataristas apa­recem principalmente na indústria; os naturalistas, astrônomos e meteorologistas são quase todos servidores públicos. A agricultura é o ramo de atividade que absorve menor parcela das ocupações técnicas e científicas (menos de 600 pessoas das quais apenas 352 agrô­nomos), o que é bem um reflexo de seu atraso.

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Reportage'ln

REUNIÕES M UNICIPALIST AS

V CONGRESSO ESTADUAL DOS MUNICíPIOS PADLISTAS

C OM o objetivo de estabelecer diret.rizes con­cretas na solução dos problcn1as de admi­

n;stração e interêsses dos Municípios, realizou-se em Botucatu, de !8 a 22 de julho d êste ano, o V Congresso Estadual de Municípios, promovido pela Associação Paulista de Municípios em homew nagcm ao Centenário dactuela cidade.

Foi o seguinte o temário da reunião : Discriminação de rendas : a) artigos 15 e 20 da Constituição Federal, b) estudos para reformn da Constituição Federal no que se refere a intetêsses municipais; 2 - Alterações da Lei Orgânica dos

Municípios; 3 - Energia elétrica e Fundo de Eletrificação N acionai; 4 - Assistência médico­

hospitalar ao rurícola; 5 - O código sanitário e a auto.Romja mwlicipal; 6 - Reforma agtária e assistência rw:alj 7 - Colônias penais agrícolas e assistência ao presidiário.

ic Sessão de insialaçiio - Sob a presidência do Sr. Aniz Badra, presidente da APM, teve lugar às 20 horas do dia 18 a instalação solEm& do Con­gresso. À mesa que dirigiu os trabalhos tomaram luga.r, ent.te outras autoridades, o bispo de Bo· tucatu, D. H enrique Golland Trindade; Sr. Corifeu de Azevedo Marques, diretor da Assistência aos Municípios; Sr. Acir Teixeira, Inspetor Regional do IBGE c representante do Instituto no Con­

gresso. Discursaram na sessão de instalação os Senhores

Aniz Badra, João de Queirós Leite, prefeito de Botucatu; Sebastião de Almeida Pinto, presidente da Câmara daquele município, Gabriel Marão, Juiz de Direito da Comarca; e finalmente, o bjspo D. Henrique Golland Trindade.

1e Mét!ia: c Comissões - Na sessão preparatória e na primeira reunião plenária foram eleitas a Mesa e as Comissões do V Congresso. A pri­mêira ficou nssim constituída : Presidente, Senhor João Queirós ReiSi vJcc .. presideotes, Srs. Antonio Galante, prefeito de Cedral, Guimarães Toni, ve­reador de Marília, Orlando Jurca, vereador de Ri­beirão Prêto1 o AmorUu Filho, vereador de Santos; secretários : Carlos Machado, vereador de Ca­tanduva, José Porfírio, vereador de Garça, Dorival Silva Braga, vice·prefeito de Brotas, Aristomenes Mcireles, prefeito de Andradioa.

Foram constituídas tantas comissões técnicas quan tos foram os itens do Temário.

~ T eses aprovadas - No decorrer dos trabalhos plenários do Congr·esso, foram aprovadas as seguintes teses o proposições :

"Sugestões para a orgat'lização da Assistência Médico Hospitalar", de Neves Paulista; "O Pro-

b1ema da Água e a Cárie Dentária"~ de Marília; .,A Comunidade e o AJcoolismo", de Sito PauJo; "Apoio à Cia. Siderúrgica Paulistau, de Cubatão; "Proibição das Publicações Liccnciosas11

, Marília; 11P rotesto contra a Operação Município", São José do Rio Prêto; "Não participaçâo dos Fiscais nas MuJtas", Marília; "Integral R egulamentaçao da Lei 2 063", Pompéia; ' 1P agamento do Impôsto no Locol da Operaç.ão0

; "A Batl"cira Tributária do Paraná para São Paulo"', MaríUa; 0 As Cotas de Participação e a Autonomia Munic ipal", São Paulo ( C . A. "XI de agôsto"); "A Intervenção do Mu­nicípio no Setor Econômico e a Constltuição11

,

de Franca; Discriminação dê Rendas : " Critério para Apuração da Diferença Constitucional", "Pa­gamento do Excesso de Arrecadaç.ão pelas Coleto­rias Locais". HDevolução dos lOo/o do Excesso de Arrecadação, aos Municípios, com exclusão da Ca· pital". de diversos municípios; "Descontos nas Estradas de Ferro para o Transporte de Materiais dC! Construção,, "Descent:raJização do Ensino" de Garça; "Dispensa de Pagamento de Impostos de Vendas e Consignações aos Produtores de Aves, Ovos e Legumes"; "Pagamento da Cota de Impôsto de Renda", Cunba Bueno; "Alterações na Lei Or­gânica, para Criação de Novos Munidpios", Pom­péia; rrAutonomia para as Estãnci~s Hidromine· rais", São Paulo (C. A. uXI de Agôsto"); "Fun­cionários Públicos Vereadores", Valinhos; ucolÔ· tJias Penais Agrícolas", Garça; "A Influência dos Dirigentes Munic-ipais na Melhoria dos Nossos Cafés", Botuc-atu; 11Defesa Florestal, Florestameoto

Visitam o "stand" do IBGE no Congresso dos Municípios Paulistas, da esquerda para a direi­ta, os Srs. Domingos L,ott Neto, Antonio Cunha J~ueno, Enúlio Peduttl e o bispo d. Henrique Golland Trindade, ao lado do qual se vê o Sr. Acir Teixeira, então Inspetor Regional de

São Paulo.

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216 RE.\'lSTA 13R.\SILEIRA DOS ~1UNJCfPIOS

Aspecto do "stand" de dJstribuição de publica­çües e prestação de Informações estatísticas, mantido pelo IBGE no recinto das reuniões do V Congresso Estadual dos Municípios Paulistas.

e Renor~stom~nto". Associação Paulista dos Muni· cípios; "Aplicação da Verba de Benefícios para e Zona Rurot", Neves Paulista; uocsertos e PoUC8 Produção, Símbolo< de Imprevidência", Marília; 4"Rerormo Agrário e Assistência Rural", Garça; HAssi"tênc:io Sociol no Plano de Govêmo Muni­cipal" (do prof. Jaime Regalo Pereira, de Des­calvado); "En,ino Primário Obrigatóriou, do mesmo autor; e "Loteamento e venda para os Trabalha­dores dos Terrenos dos ln•titutos de Aposentadoria e Pensões", do Santo André.

O plenário aprovou, ainda, n indicação da ci­dade de Franca para sede do Vl Conw-esso Estadual do Munidpios, o rcnliz.or-sc provàvelmcntc no próximo ano.

-+c ConfcrônciM - Duas conferências foram pro­nunciados perante o plcn6do elo V Conw-esso. A primeiro, no din 19, foi profedda pelo General Juarez Tl\voro, que o110lisou a determinação da compctôncia. dos tr~s ordens de poderes : União, Estado o Município. Acentuou b conferencista que é n&essário cstobetcccr de maneira mais com· plela a distribuição da competência, dclimitando•se da melhor forma possível o íl.mbitn em que cada umo deve atuar. Folando sôbre a reforma consti­tucional, disso que é indispensável a revisão da discriminação de rendas, tendo reeo.nhecido que o atual sistcmn discriminat6rio é impreciso e desigual, não seguindo c:riti!rio propriamente técnico, mas tão sOmente político.

No dio 21, o Sr. Antônio Cunha Bueno falou sõbro a uoiscriminaçiio de Rendas''. Depois de tecer considerações sôbre o história do sistema discriminatório no Brasil, desde a proclamação da República, o conferencista analisou a situação atual dos Municípios, citando dados estatísticos e con· cluindo que se {az necessária uma imediata revisão dos nossos quadros tributários e apresentou su­gestões de emcndos li Constituição FederaL Ana­lisando n e voluçio do discriminação de rendas no Brasil, disse o Sr. Cunho Bueno :

''Nn evolução do Brasil republicano assistimos no npogou do federalismo, tomada esta palavra como significando o preocupação de reforçar fi­nanceiramente o União; vimos, posteriormente, uma verdadeira orrancadn do chamado cstadualismo, mo­vimcnto destinado n instituir uma discriminação d<' rendas que favorecesse os Estados-membros. Ambos os sistomns, á forçoso rcconbeccrJ não pro­duziram os resultados previstos por seus adeptos : o País s6 cresceu do um lodo, do lado da Capital. o as cidades grandt'o tomarAm-se ainda maiores. enquanto o interior permaneceu entregue à própria sorte. Por que. então, perguntamos, não envere­darmos dccididnmcntc para uma discriminação que dê aos municípios o quo já há muito deveria ser dos municípios? É bem verdade que a partir da Carta Federal de 1934 o autonomia municipal passou a cstruturar·se ern elementos positivos, assinalando-se oo mun•cípio uma ordem de compe· t.:ncia definido, de to! modo que publicistas de Direito Constitucional não hesitaram em afirmar que <"m nosso tt rne federativo a entidade mu­nicipal assumiu a posição de verdadeira subdi­visão de so~ronia'\ cqwvalentc ent sub5tância aos Estados-membros.

Essa posição do Município, como se sabe, ad· quiriu maior rel~vo na Constituição de 1946, por efeito especialmente do nova discriminação de ren· dos, que, se não consultou lntciramente ao critério do melhor partilho de tributos, representou contudo umn tendC,ncia decisiva no scatido do fortaleci­mento dns finanças municipai$, como ba.se funda·

mental para o pro~rresso harmônico do Pais. Foi acentuado, assim, na última carta Federal, graças, essencialmente, a essa discriminação tributária. o conceito. por assim dizer, e ftté certo, de unidade federativa do município, como peculiaridade do nosso Direito Constitucional ~itivo, uma vez que se considere tC1" sido justamente • discrim1naçio de rendas o motivo essencial da criação do Estado Federal, no fim do século XVIII. como uma "fi. gura jurídica e política nova". Essa inovação do Direito Constitucional brasil~iro se insere na linha do pensamento jurídico·polítieo que animou o es­pírito de alguns dos constituintes de 1891, notada· mente Rui Barbosa. seaundo o qual "a autonomia federativa devia infiltrar.se até etin~r o muni­cípio", não se devendo parar, quanto à organi­zação municipal, na simples "descentroU.zaçõo ad· ministtativa, mas ir até a federação... Cedo, po­rém, verifica-se que n distríbuiçio de rendos pú­blicas, operada pelo referido diplomo básico, está longe de corresponder nos imperativos que a ins­piraram, porque es vant.aacns finooceiras obtidos pelos municípios são, de certo formo, openos apa­rentes, não cobrindo os encargos peJos sempre crescentes exigências das respectivas populações''.

E mais adiante, afirmou :

"A evolução da arrocodaçõo ltibut6ria no País nestes últimos quinze anos evidencia o grande dis· paridade que se observa entre o ritmo de cresci­mento dos tributos federais e estaduais. ele um lado, e municipais, de outro. Com efeito, en· quanto os dois primeiros evoluem quaso que uni· formemente, conservando entre si e a favor da União uma diferença do proporçiío quaso cons­tante, os tributos municipais opr~scntam uma re· ceita qu.,, embora crescendo, tende a alargar cada vez mais a diferenç-a que separa seu montante dos correspondentes aos impostos fcdera:.s e es­taduais. Basta considerar que em 1942 a arreca­dação tributário municipal era menos d• l/7 do federal e menos de 1/4 do estadual. Em 1955 foi menos do que a nonB parte da lederal c quase a sétama parte da estadual".

E antes de concluir, acentuou :

"É bem verdade que para atender lt deftciência da arrecadação municipal as Con•tituiçõcs Federal e de vários Estados prevêem várias formas de subsídios aos municípios. Nt"m assim, no entanto. se conseguiu um resultado plenamente satisfatório. É impressionante a pobreza de ~<ande número de municípios bra1;;iJeiros. Informoções oficiais recen· temente divu1gadas mostram que, dos l 912 mu-

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REPORTAGEM 247

nicípios existentes em 1954, 811 tinham receita inferior a um milhão de cruzeiros, computando-se naturalmente as cotas distribuídas pela União e por alguns Estados, como São Paulo. Com arreca­dações oscilando entre um e dois milhões de cru­zeiros contavam-se, nesse ano, 569 municípios. Os que possuíam rendas de dois a dez milhões de cruzeiros eram em número de 440. Cem mais de dez milhões, havia apenas 92 municípios, dos quais metade aproximadamente deve encontrar-se em São Paulo. Santos tinha uma receita superior à de 11 Estados : Amazonas, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas, Sergipe, Mato Grosso e Goiás. Sambaíba, no Maranhão, figura como o mais pobre dos municípios brasileiros, havendo arrecadado 52 mil cruzeiros. Nessa fraca comuna o ordenado do prefeito é de 2 mil cruzeiros; o de secretário, mil; as profes­sôras percebem 300 cruzeiros e o zelador do mer­cado, 100 cruzeiros por mês. Nos Estados do Piauí e do Maranhão encontram-se os municípios de menor receita tributária. São êles Parnaguá e Nova Iorque, respectivamente com 6 e 4 mil cruzeiros provenientes de impostos.

Diante dêsse quadro quase doloroso, parece-nos extraordinàriamente dificultosa a tarefa dos homens públicos contemporâneos aos quais toca a respon­sabilidade de criar uma nova fisionomia para o Brasil. Aproxima-se a data em que o Congresso Nacional deverá definir-se entre a permanente ten­dência da corrente que chamaremos estadualista e aquela comandada por grande número de Go­vemadores que pressionam permanentemente as bancadas respectivas no propósito de assegurarem uma posição ainda superior às unidades da Fe­deração. Não interessa, Srs. Congressistas, aos an­tigos chefes políticos, libertar os municípios de seu cativeiro, pois pretendem continuar com as rédeas do domínio cultivando a quase miserabi­lidade das comunas brasileiras. O fortalecimento da economia municipal redundará fatalmente na concessão de uma maior autonomia política, fato que não pode servir jamais àqueles que baseiam sua influência política no regime de concessão de favores às municipalidades brasileiras.

Contra essa poderosa e bem lubrificada máquina batalhamos nós os municipalistas, confiantes de que a única bandeira realmente útil para o País é a da mais completa e radical modificação do sistema tributário nacional. Assim sendo, parece­-nos que neste Congresso Estadual dos Municípios, em Botucatu, São Paulo precisa reafirmar a sua fé nos princípios que sempre nortearam a nossa campanha, principalmente fazendo sentir aos seus representantes na Câmara Federal e no Senado da República a necessidade imediata de uma revisão no quadro tributário do País".

Também o Secretário da Agricultura de São Paulo pronunciou uma conferência no plenário do Congresso, versando assuntos relacionados com a sua Pasta.

ic' Sessão de encerramento - Os trabalhos do Congresso foram encerrados no dia 22, no salão do Tênis Clube, com a presença de altas auto­

ridades inclusive o Secretário da Agricultura, re­presentando o Governador do Estado, e o Secretário

da Viação. Discursaram os Srs. Aniz Badra, Se­bastião de Almeida Pinto e Jaime de Almeida Pinto.

--jc: Participação do IBGE - O IBGE participou

do V Congresso Estadual dos Municípios Pau-listas, onde foi representado pelo Sr. Acir então Inspetor Regional naquele Estado.

cinto das reuniões plenárias, manteve o

Teixeira, No re~

Instituto um "stand" para informações estatísticas e dis­tribuição de publicações aos congressistas.

IV Congresso de Municípios

Nacional

D EPOIS de manter vários entendimentos com o Prefeito do Distrito Federal, Embaixador

Francisco Negrão de Lima, a Comissão Organizadora do IV Congresso Nacional de Municípios, tendo à frente o Sr. Osório Nunes, deliberou adiar para 27 de ebril a 5 de maio de 1957 a realização daquele Congresso, que estava programada para no­vembro dêste ano .

O Prefeito do Distrito Federal assegurou à Co­missão Organizadora todo o apoio oficial ao Con­gresso.

O Temário da importante reunião é o seguinte : I - Reforma Constitucional. Nova discrimi­

nação de rendas ~m favor dos Municípios.

II - Operação~Município - Projeções regio­nais e locais. Aspectos políticos, administrativos, econômicos, financeiros, técnicos e culturais.

III - Carta dos Municípios - Seção a) Re­exame e aperfeiçoamento; Seção b) Temas desta­cados : 1 - Autonomia municipal, regime de cartas próprias; 2 - Finanças municipais; 3 -Planejamentos municipais; 4 - Relações interad .. ministrativas, consórcios municipais e convenms; 5 - Conservação e defesa dos recursos naturais no Município; 6 - O Município e a energia atô­mica; 7 - Imigração e colonização no Município; 8 - O ensino primário e o Município; 9 E,c­ploração industrial do turismo. Seção c) - Te­mas gerais.

li ,

Congresso dos Goianos ClplOS

Muni-

R EALIZOU-SE em Rio Verde, em Goiás, entre

25 e 29 de julho, o II Congresso Estadual

dos Municípios Goianos, com a finalidade de :

a) estudar os principais problemas das adminis­

trações municipais; b) examinar a possibilidade da

organização de um Munidpio-modêlo; c) elaborar

um plano de obras e equipamentos municipais a

ser executado com a cooperação do Estado e da

União; e d) organizar um esquema de financia­

mento da execução dêsse plano.

Foi o seguinte o Temário do Congresso :

I. Abastecimento d'água; II. Produção e distri­

buição de energia elétrica; III. Rêde de esgotos

sanitários; IV. Construção e conservação de ro­

dovias; V. Aquisição e utilização de máquinas e

implementas agrícolas; VI. Educação e saúde;

VII. Conservação do solo; VIII. Reflorestamento;

IX Transportes; X. Finanças municipais; XI. Ur­

banismo; XII. Produção : agricultura e pecuária;

XIII. Cooperativismo e sindicalismo; XIV. O po­

der público e a economia privada.

Como representante da Associação Brasileira de

Municípios compareceu ao Congresso o Sr. Osmar Cunha, seu Presidente e Prefeito de Curitiba.

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248 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICíPIOS

Reunião M unicipalista de Ourinhos

C OMO parte dos preparativos para o IV Con~ gresso N acionai de Municípios, realizou-se em

Ourinhos (São Paulo), em setembro, um Congresso Regional de Municípios, compreendendo as co­munas da Zona da Sorocabana e do N arte do Paraná.

Além de professôres de São Paulo, que foram falar sôbre a administração municipal em seus vá­rios aspectos, contou o Congresso de Durinhos com a presença de uma delegação da Associação Bra­sileira de Municípios.

Foram debatidos numerosos assuntos de inte­rêsse direto para a vida municipal, notadamente os relacionados com a reforma constitucional e a nova discriminação de rendas para os Municípios.

II Congresso Catarinense de Municípios

R EALIZOU-SE em Florianópolis, em outubro

último, o II Congresso Catarinense de Mu­nicípios, ocasião em que foi eleita a diretoria da Associação Catarinense de Municípios para o

biênio 1957-58. Ficou assim constituída: Conselho Diretor - Presidente, Osmar Cunha; Vice-Presi­

dente, Valter Vicente Gomes; Secretário-Geral, Dib Cherem; 1 o Secretário, Homero de Miranda Go­

mes, 2. 0 Secretário, Otávio Zachi; 1.0 Tesoureiro, Vitória Cecheto; 2. 0 Tesoureiro, Ulmar Silva. Con­selho Deliberativo - Presidente, Antônio Paschoal Apostato; Vice-Presidentes, Valdemar Sales, Gercino Silva, Frederico Busch Júnior, Augusto Bresola, Luiz Lunardi; Secretários - Valdemar Gruba e Haroldo Ferreira.

O Congresso aprovou, ainda, o projeto de emenda à Constituição, relativo às novas discri­minações de renda em favor dos municípios, apre­sentada pela Associação Brasileira de Municípios à comissão que estuda a reforma constitucional.

II Congresso Fluminense de Municípios

O li Congresso Fluminense de Municípios foi realizado em Cabo Frio, de 8 a 11 de no­

vembro de 1956, sob o patrocínio da Sociedade dos Amigos dos Municípios, para o exame dos seguin­tes pontos, que constavam do seu temário: Reivin­dicações na esfera federal - energia elétrica, es­trada, rio Paraíba, cota do impôsto de renda, dis-

criminação de rendas; Serviço Social Rural; Te­mário do IV Congresso Nacional de Municípios, Reivindicações na esfera estadual - cota do ex­cesso de arrecadação; problemas rurais, energia elé­trica, Lei Orgânica dos municípios, turismo, "Ope­ração Rio de Janeiro". Problemas locais - planos de urbanização, código tributário, imprensa, turis­mo e "operação Cabo Frio".

Participaram do Congresso vinte e quatro mu­nicípios fluminenses.

Seminário Municipalista de Ipiaú

P ATROCINADO pela Associação dos Mu'J.iclpios da Bahia, foi realizado, entre 12 e 14 de

outubro dêste ano, o Seminário Municipalista de Ipiaú, em colaboração com a prefeitura local e as municipalidades das zonas sul e sudoeste do Esta­do, para o estudo de problemas relacionados com a construção da Usina Hidrelétrica de Funil.

Participaram da reunião os municípios de Boa Nova, Camamu, Jequié, Ilhéus, Ipiaú, Itabuna, Ita­caré, Maraú, Poções, Ubaitaba, Una, Vitória da Conquista, Ubatã, Itajuipe, Coarací, Ibicaraí, Ibicuí,

Iguaí, Itambé, Itapetinga e Uruçuca.

II Reunião Geral da ABM em Brasília

A AssociAçÃo Brasileira dos Municípios vai realizar em janeiro de 195 7 a li Reunião Ge-

ral de todos os seus Conselhos, para exame do re­latório da Diretoria, das Contas e de outros assun­

tos de interêsse da Associação.

A reunião será realizada em Brasília, a futura

Capital Federal.

Outras Reuniões

E M Bagé, realizou-se de 20 a 22 de setem­bro o I Congresso Regional dos Municípios

da Zona Sul do Rio Grande do Sul, sob o patro­cínio da Associação Gaúcha de Municípios e da

ABM

de 26 a 28 de agôsto, foi realizado em Manaus o I Congresso dos Municípios do Estado

do An1azonas

- Estão programados para o início de 1957 o Congresso dos Municípios Pernambucanos, em Re­cife, e o Congresso Preparatório dos Municípios MiR

neiros, para o IV Congresso Nacional, em Belo Ho­

rizonte.

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Legislação

IMPÔSTO ÚNICO SÔBRE ENERGIA ELÉTRICA

LEI N.• 2 944- DE 8 DE NOVEMBRO DE 1956

Dispõe sôbre a distribuição e aplicação do impôsto único sôbre energia elétrica pertencente aos Estados, Distrito Federal e Municípios.

O Presidente da República :

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei :

Art. 1.0 Da parcela do impôsto único sôbre energia elétrica pertencente aos Estados, Distrito Federal e Municípios, cinco sextos caberão no? Estados e Distrito Federal e a sexta parte res· tante aos Municípios .

§ 1. 0 A distribuição das quotas aos Estados e Distrito Federal far-se-á :

a) 50% (cinqüenta por cento) proporcional­mente às respectivas populações, estimadas para 1. o de julho do ano a que concernirem as quotas;

b) 45% (quarenta e cinco por cento) pro­porcionalmente aos respectivos consumos de ener­gia elétrica, avaliados de acôrdo com a arreca~

dação do impôsto único feita no ano imediaM tamente anterior ao da distribuição;

c) 4o/o (quatro por cento) proporçionalmente às respectivas áreas territoriais;

d) 1 o/o (um por cento) proporcionalmente as respectivas produções efetivas de energia elé· trica, calculadas por medidores, ou, na fa1ta dêsses, pelas potências legalmente instaladas, com fator de carga de 35 o/o (trinta e cinco por cento) e admitida a perda de 10% (dez por cento) .

§ 2. 0 As quotas pertencentes aos Municípios serão por êles diretamente recebidas do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico, de acôrdo com ordens dadas pelo CNAEE, que se in· cumbirá de obter dos Estados os elementos neces· sários ao cálculo da distribuição, conforme critério estabelecido no parágrafo anterior •

Art. 2. 0 A distribuição das quotas apuradas na forma desta lei será feita aos Estados, ao Dis­

trito Federal e aos Municípios em quatro parce­las trimestrais : a Primeira, até 30 de setembro; a segunda, até 31 de dezembro; a terceira, até 31 de março, e a quarta, até 30 de junho do ano seguinte.

§ 1. 0 A entrega das quotas aos governos dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios será determinada, ao Banco Nacional de Desenvolvi­mento Econômico, pelo Conselho Nacional de Águas e Energia Elétrica, ao qual caberá verificar a produção e o consumo da energia elétrica, den· tro em 4 (quatro) meses a contar do último dia do trimestre vencido .

§ 2. 0 O Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico poderá fazer antecipações mensais das entregas aos governos dos Estados e do Distrito Federal equivalentes a 80% (oitenta por cento) da quota média mensal do último trimestre apu­rado.

Art. 3. ° Fica o Conselho N acionai de Águas e Energia Elétrica incumbido de efetuar os cál-

R.B M.- 5

culos para distribuição da receita do impôs~o

único sôbre energia elétrica, devendo para isso apurar regularmente a produção e o consumo de energia elétrica em todo o território nacional, de forma a possibilitar a distribuição das quotss, de acôrdo com o disposto nos arts 1 ° e 2. o

desta lei

§ 1 ° Para custeio dêsse serviço poderão set aplicados anualmente até O,So/o (cinco déchno:J por cento) da arrecadação do impôsto únicv sô­bre energia elétrica, cabendo 40o/o (quarenta por cento) do encargo financeiro à União, SOo/0 ( cin­qüenta por cento) aos Estados e Distrito Federal e 10o/0 (dez por cento) aos Municípios, propor­cionalmente às respectivas quotas .

§ 2 ° Fica o Conselho Nacional de Águas t::

Energia Elétrica autorizado a admitir pessoal con­tratado e a assinar convênios com a Divisão de Águas do Ministério da Agricultura e com o Ins­tituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a fin1 de cumprir a obrigação dêste artigo, não poden­do, nessas despes:õls, ultrapassar o limite n1áximo estabelecido no § 1. 0 •

Art. 4 ° Serão aplicadas na produção, trans­missão e distribuição de energia elétrica, obser­vadas as prescrições desta lei, as quotas perten­centes aos Estados, Distrito Federal e Municípios

§ 1. 0 A aplicação poderá consistir : a) no custeio direto de estudos, projetos,

obras e serviços realizados ou mantidcs pelos Estados, Distrito Federal e Municípios, para su­primento público de energia elétrica, incluindo as linhas de distribuição local, mas excluindo o custeio dos serviços de iluminação pública;

b) no pagamento de juros e amortizações de empréstimos realizados e obtidos com êsse objetivo;

c) na tomada de ações de emprêsas con­cessionárias de suprimento público de energia elé­trica, nacionais, desde que a maioria das ações pertença ou com a tomada das ações fique per­tencendo a pessoa de direito público que con­trole sua administração;

d) em financiamentos a emprêsas nacionais, em plena atividade, desde que se destinem ex­clusivamente a produção, transmissão ou distri­buição de energia elétrica, mediante contratoSi, amortizações e juros aprovados pe'lo Conselho N acionai de Águas e Energia Elétrica e que não excedam de 33% (trinta e três por cento) do valor das garantias reais oferecidas pela finan· cianda

§ 2. ° Conquanto a aplicação possa proces· sar-se fora dos limites da Unidade da Federação ou do Município a que pertencer a quota, rea· lizar..:se-á, salvo exceções previstas nesta lei, em obras e serviços que se destinem, direta ou in~

diretamente, ao seu suprimento de energia elé~

trica, ainda que não imediato . § 3.o A fim de poderem receber as suas quo­

tas a partir de 24 (vinte e quatro) meses da pu~

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250 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICíPIOS

blicação desta lei, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão ter previamente aprova­

dos pelo Conselho N acionai de Águas e Energia Elétrica os respectivos planos de suprimento de energia elétrica elaborados em articulação com o Plano Nacional de Eletrificação e de acôrdo com as instruções que o Conselho baixará dentro em 60 (sessenta) dias a contar da data da publicação desta lei.

§ 4. 0 Após a aprovação dos planos referidos no parágrafo anterior, os Estados, Distrito Federal e Municípios só poderão aplicar suas quotas em estudos, projetos, obras e serviços referentes aos planos, que poderão sofrer revisões devidamente

aprovados pelo Conselho N acionai de Águas e

Energia Elétrica •

Art. s.o A observância do disposto no artigo anterior, comprovada perante o Conselho Nacional de Águas e Energia Elétrica, é condição essencial para a entrega das quotas do impôsto único sô bre energia elétrica aos Estados) Distrito Fed-eral e Municípios .

§ 1.0 Incumbe ao Conselho Nacional de

Águas e Energia Elétrica, nos têrmos do regu-

lamento desta lei, julgar da observância, ou não, do disposto no artigo anterior

§ 2.° Fica facultado ao Conselho Nacional de Águas e Energia Elétrica a liberação de até três quotas tritnestrais pertencentes aos Estados, Distrito Federal e Municípios, enquanto não fôr ultimada a entrega da documentação comprovao~

te da aplicação das quotas anteriormente recebi~

das, de acôrdo com as disposições desta lei

§ 3 ° A aplicação indevida da qutoa ou parte de quota, a juízo do Conselho Nacional de Águas e Energia Elétrica, implicará na retenção das quotas subseqüentes a serem entregues aos Estados, ao Distrito Federal ou ao Município faltoso, até

que o referido organismo reponha, por sua conta,

as quantias julgadas desviadas dos fins que a lei estabelece .

§ 4. o Não constitui inobservância do disposto

no artigo anterior o depósito em banco de quota ou parte de quota recebida e ainda não aplicada .

Art 6 ° Ao planejarem ou programarem em­preendimentos públicos de âmbito regional, per­tinentes à produção, transmissão e distribuição de energia elétrica, os Estados poderão regular, com observância do disposto no art 4 ° e obtida a concordância do Munidpio interessado, a apli­cação das quotas pertencentes ao Município das zonas a serem beneficiadas por êsses empreendi­mentos.

Art. 7. 0 Até que seja regulada em lei a apli­cação do Fundo Federal de Eletrificação criado pela lei n. 0 2 308, de 31 de agôsto de 1954, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico po­derá tomar, à conta daquele Fundo, e devidamente autorizado pelo Presidente da República, ações e obrigações de sociedades de economia mista, con­troladas pela União, pelos Estados e pelo Distrito Federal, transferindo-as, posteriormente, à emprêsa que fôr criada pelo Govêrno Federal para execução dos empreendimentos públicos de interêsse nacio­nal no campo da energia elétrica

A1 t. 8 ° Esta lei entrdtá em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário

Rio de Janeiro, em 8 de novembro de 1956; 135 ° da Independência e 68 ° da República

JUSCELINO KUBITSCHEK , José Maria Alkmim Mário Meneghetti .

Publicado no "Diário Oficial", edição de 10-XI-956.

FUNDO FEDERAL DE ELETRIFICAÇÃO

DECRETO N. 0 40 499 - DE 6 DE DEZEMBRO

DE 1956

Dispõe sôbre a distribuição e a aplicação do Fundo

Federal de Eletrificação e do Impôsto único sôbre a energia elétrica, substituindo, em obe­diência à Lei n ° 2.944, de 8 de novembro de 1956, o disposto no Decreto n.' 40.007, de 20 de setembro de 1956

O Presidente da República, usando da atribui­ção que lhe confere o artigo 87, inciso I, da Cons­tituição,

Considerando o que dispõe a Lei n ° 2 944, de 8 de novembro de 1956, que regula a distribui­ção e aplicação do impôsto único sôbre a energia elétrica, pertencente aos Estados, Distrito Federal e Municípios,

Considerando a conveniência de substituir o Decreto n ° 40.007, de 20 de setembro de 1956, por outro compatível com essa Lei n ° 2 944, de­creta:

Art. 1. 0 O Fundo Federal de Eletrificação ins-

Art. 2 ° O Fundo Federal de Eletrificação é constituído:

a) Da parcela pertencente à União do im~

pôsto único sôbre energia elétrica; b) De 2/10 (dois décimos) da importância do

produto da arrecadação da taxa de que trata o ar­tigo 1 o da Lei n ° 156, de 27 de novembro de 1947, que é elevada para 10% (dez por cento), manti­das as isenções do art. 3.0 da mencionada Lei nú­mero 156, em tôdas as suas alíneas, e do artigo 11 da Lei n. 0 1 807, de 7 de janeiro de 1953;

c) De dotações consignadas no orçamento ge­

ral da União; d) De rendimentos de depósitos e de apli­

cações do próprio Fundo.

Art. 3. 0 A energia elétrica entregue ao consu­mo é sujeita ao impôsto único, cobrado pela União sob a forma de impôsto de consumo, pago por quem a utilizar

§ 1 ° O impôsto único é arrecadado sob as se­guintes bases:

I - CrS 0,20 (vinte centavos) por kwh de

tituído pela Lei n o 2. 308, de 31 de agôsto de 1954, luz;

destina-se a prover e financiar instalações de produ­ção, transmissão e distribuição de energia elétrica, assim como o desenvolvimento da indústria de ma­terial elétrico.

II - Cr$ 0,10 (dez centavos) por wkh de fôrça;

III - 5% (cinco por cento) sôbre o preço do consumo à f orf ai t.

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LEGISLAÇÃO 251

§ 2.0 A definição da natureza do consumo re­sultará, em princípio, da conta expedida pela Em­prêsa ou entidade, de acôrdo com as tarifas vigen­tes e demais atos baixados pela autoridade com­petente.

Art. 4. 0 A União, nos têrmos da Lei núme­ro 2 . 308, deve consignar no seu orçamento geral durante 10 (dez) exercícios financeiros consecuti­vos, a partir de 1954, a dotação global anual de equivalência nunca inferior a 4% (quatro por cen­to) da arrecadação do impôsto de consumo no exer­cício anterior, para o Fundo Federal de Eletrifi­cação

Art S,o O produto do impôsto único sôbre energia elétrica será escriturado, como depósito, pe­las estações arrecadadoras e, deduzido 0,5% (meio por cento), correspondente às despesas de ar:teca­

dação e fiscalização, será depositado pelo Tesouro Nacional, mensalmente, em conta especial, no Ban~ co do Desenvolvimento Econômico, para ser apli~

cado na forma estabelecida neste decreto. Art. 6.o Do total da arrecadação do impôsto

único, 40% (quarenta por cento) pertencerão à União, 60% (sessenta por cento) aos Estados, Dis~ trito Federal e Municípios.

Art. 7 · 0 O Fundo Federal de Eletrificação se~ rá empregado na realização de estudos, projetos, construção e operação de sistemas geradores, de transmissão e de distribuição de energia elétrica, bem como na fabricação de material elétrico e na unificação da freqüência da corrente elétrica para abastecimento público.

§ 1. 0 Até que seja regulada em lei a aplica­ção do Fundo Federal de Eletrificação, criado pela Lei n.o 2 308, de 31 de agôsto de 1954, o Banco N acionai do Desenvolvimento Econômico poderá tomar, à conta daquele Fundo e devidamente au­torizado pelo Presidente da República, ações e obri­gações de sociedades de economia mista, conces­sionárias de serviços de energia elétrica controladas pela União, pelos Estados e pelo Distrito Federal, transferindo-as, posteriormente, à emprêsa que fôr criada pelo Govêrno Federal para execução dos empreendimentos de interêsse nacional no campo da energia elétrica.

§ 2.o A diretoria do Banco Nacional do De­senvolvimento Econômico encaminhará ao Presiden­te da República a proposta de aplicação dos re­cursos do Fundo na forma do parágrafo anterior, acompanhada de justificativa técnica e econômica do projeto a ser realizado.

§ 3. 0 SOmente serão autorizadas aplicações na

forma do § 1. 0 para financiamento de projetos prê­viamente aprovados pelo Conselho N acionai de Águas e Energia Elétrica (CNAEE)

Art 8.° Fica o CNAEE com o encargo de autorizar os empreendimentos federais, constantes do art. 7 °, a serem programados anualmente, en­quanto lei especial não determinar em contrário.

Art. 9. 0 Da parcela do impôsto único sôbre ener­gia elétrica pertencente aos Estados, Distrito Fe­deral e Municípios, 5/6 (cinco sextos) caberão aos Estados e Distrito Federal e 1/6 (um sexto) aos Municípios.

Parágrafo único. A distribuição das quotas aos Estados, Distrito Federal e Municípios far-se-á:

a) lo/o (um por cento) proporcionalmente às respectivas produções efetivas de energia elétrica, obtidas no ano imediatamente anterior ao da distri­buição, por medidores, ou na falta dêsses, pelas po-

tências legalmente instaladas, com um fator de car~ ga de 35% (trinta e cinco por cento), e perdas de 10% (dez por cento), ou, ainda, na falta de de­manda máxima, para o cálculo da produção, admi­tindo 2. 500 horas anuais de utilização da potência legalmente instalada, para as centrais termelétricas e 4 000 horas, para as hidrelétricas.

h) 4o/o (quatro por cento) proporcionalmente às respectivas áreas territoriais;

c) 45% (quarenta e cinco por cento) propor­cionalmente aos respectivos consumos tributados de energia elétrica ( kwh de luz e fôrça), constantes das contas expedidas pe'las emprêsas ou entidades fornecedoras, no ano imediatamente anterior ao da distribuição;

d) 50% (cinqüenta por cento) proporcional­mente às respectivas populações, estimadas para 1. o

de julho do ano a que se referirem as quotas.

Art. 10 Fica o CNAEE, incumbido de efetuar os cálculos para distribuição da receita do impôsto único sôbre energia elétrica, devendo para isso apurar regularmente a produção e o consumo de energia elétrica em todo o território nacional, de forma a possibilitar a distribuição das quotas.

§ 1 ° Para custeio dêsse serviço poderá ser aplicado, anualmente, até 0,5% (meio por cento) da arrecadação do impôsto único sôbre energia elé­trica.

§ 2.° Fica o CNAEE autorizado a admi­tir pessoal contratado e assinar convênios com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e ou­tras entidades governamentais ou não, a fim de cumprir com a obrigação dêste artigo, não podendo 1

nessas despesas, ultrapassar o limite máximo esta­belecido no § 1. o

Art. 11. A distribuição das quotas aos gover­nos dos Estados, Distrito Federal e Municípios, se­rá feita em quatro parcelas trimestrais, a corres­pondente ao 1. 0 trimestre, até o dia 30 de setem­bro do mesmo ano, a correspondente ao 2 ° tri­mestre até o dia 31 de dezembro, a do 3. 0 trimestre até 31 da março e a do 4. 0 trimestre até 30 de ju­nho do ano seguinte.

§ 1. 0 A entrega dessas quotas será determina­da ao Banco Nacional do Desenvolvimento Econô­mico pelo CNAEE, dentro do prazo de 4 (quatro) meses a contar do último dia do trimestre ven­cido, no ano da distribuição, logo que fixadas as proporcionalidades referidas no art. 9.0

§ 2.o O Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico poderá fazer antecipações mensais das entregas aos governos dos Estados e do Distrito Federal, equivalentes a 80o/o (oitenta por cento) da quota média mensal do último trimestre definiti­V:J.mente apurado.

Art. 12. As quotas pertencentes aos Estados, Distrito Federal e Municípios serão aplicadas na produção, transmissão e distribuição de energia elé­trica, observadas as prescrições dêste artigo.

§ 1. 0 A aplicação poderá consistir: a) No custeio direto de estudos, projetos, obras

e serviços realizados ou mantidos pelos Estados, Dis­trito Federal e Municípios, para suprimento públi­co de energia elétrica, incluindo as linhas de dis­tribuição local, mas excluindo o custeio dos serviços de iluminação pública;

b) No pagamento de juros e amortizações de emprésticos realizados com essa finalidade;

c) Na tomada de ações de emprêsas conces­sionárias de suprimento público de energia elétrica,

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252 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICíPIOS

nacionais, desde que a mawna das ações pertença, ou com a tomada de ações fique pertencendo, à pes~ soa de direito público que controle sua adminis­tração;

d) Em financiamentos a emprêsas nacionais em plena atividade, desde que se destinem exclusiva­mente à produção, transmissão ou distribuição de energia elétrica, mediante contratos, amcrtizações e juros aprovados pelo CNAEE e que não ex­cedam de 1/3 (um têrço) do valor das garantias reais oferecidas pela financiada.

§ 2.° Conquanto a aplicação possa processar­se fora dos limites da Unidade da Federação ou do Município a que pertencer a quota, realizar-se-á, salvo exceções previstas nesta lei, em obras e ser­viços que se destinem, direta ou indiretamente, ao seu suprimento de energia elétrica, ainda que não imediato.

Art. 13. A fim de poderem receber as suas quo­tas a partir da distribuição correspondente ao 1. 0

trimestre de 1958, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão ter previamente aprovados pelo CNAEE os respectivos planos anuais de suprimento de energia elétrica, elaborados em arti­culação com o Plano Nacional de Eletrificação e de acôrdo com as instruções a serem baixadas pelo Conselho.

§ 1. 0 Para os fins dês te artigo, os planos de eletrificação deverão ser submetidos ao Conselho Na­cional de Águas e Energia Elétrica até 31 de de­zembro de 1957.

§ 2 ° Na elaboração dos planos anuais, a que se refere êste artigo, os Governos dos Estados de .. verão colaborar com os respectivos Governos dos Municípios, promovendo a coordenação dos planos municipais com os planos estadual e nacional de eletrificação.

§ 3.0 Ap6s a aprovação dos planos referidos neste artigo, os Estados, Distrito Federal e Municí­pios só poderão aplicar suas quotas em estudos, pro­jetos, obras e serviços referentes aos planos, que poderão sofrer revisões, devidamente aprovadas pelo CNAEE.

Art. 14. A observilncia do disposto nos arti­gos 12 e 13, comprovada perante o CNAEE, é condição essencial para a entrega das quotas do

impôsto único sôbre energia elétrica aos Estados, Distrito Feder~! e Municípios.

§ 1.o Ao CNAEE incumbe a fiscaliza­cão da aplicação das disposições dêste decreto, nos têrmos das instruções a serem pelo mesmo expedidas, sendo~lhe facultada a liberação de até tiês quotas trimestrais, pertencente aos Estados, Distrito Federal e Municípios, enquanto não fôr ultimada a entrega da documentação comprovante da aplicação das quo. tas anteriormente recebidas, de acôrdo com os pre· ceitos dêste decreto.

§ 2.o Para exercer a fiscalização de que trata êste artigo, o CNAEE poderá, quando julgar necessário, delegar poderes especiais a outros órgãos governamentais, mediante convênio.

§ 3.o A aplicação indevida da quota, ou parte da quota, a juízo do CNAEE, implicará na retenção das quotas subseqüentes a serem entregues ao Estado, ao Distrito Federal, ou ao Município faltoso, até que o referido organismo reponha, por sua conta, as quantias julgadas desviadas dos fins que a lei estabelece. Não constitui inobservância o depósito em Banco, de quota, ou parte de quota, recebida e ainda não aplicada.

Art. 15. Os Estados, ao planejarem ou pro­gramarem empreendimentos públicos de âmbito re­gional, pertinentes à produção, transn1issão e dis· tribuição de energia elétrica, poderão regular, com observância do disposto nos arts. 12 e 13 e obtida a concordância dos Municípios interessados, a apli· cação das quotas pertencentes aos mesmos Municí­pios, nas zonas a serem beneficiadas por êsses em­preendimentos.

Art. 16. O Conselho N acionai de Águas e Energia Elétrica, no prazo de sessenta ( 60) dias, a contar da data da publicação da Lei n. o 2 . 944, de 8 de novembro de 1956, baixará instruções regula~

doras das presentes disposições. Art. 17. ítste decreto entrará em vigor na data

da sua publicação. Art. 18. Fica revogado o Decreto n. 0 40.007,

de 20 de setembro de 1956. Rio de Janeiro, 6 de dezembro de 1956; 135. 0

da Independência e 68.0 da República. - Juscelino Kubitschek. - Mário Meneghetti. - José Maria Alkmim.

~ ..

E NSINO MÉDIO - Dos 779 000 alunos matriculados no ensino médio em 1955, enorme maioria, constituída de 74%, ou 579 781, manteve a tradicional preferência pelos cursos ginasial e colegial, de acôrdo com os dados do Serviço de Estatística

da Educação e Cultura. As categorias especializadas ainda atraem um número relativa­mente reduzido de alunos, apesar de estar em franco crescimento o mercado de trabalho para as funções de natureza técnica.

O ensino agrícola apenas interessou a 1 156 matriculandos, o que representa a insignificante taxa de 0,15% do discipulado do ensino médio. Matricularam-se no ensino industrial 18 661 estudantes ou 2,4%, parcela ainda modesta em face das necessidades ditadas pelo nosso desenvolvimento industrial. É apreciável, entretanto, o interêsse cada vez maior pelo ensino comercial, em que se inscreveram 113 824 alunos, ou 14,6o/o, o maior contingente entre tôdas as categorias especializadas, seguida do ensino normal que contou com 67 217 alunos, representando 8,6o/o.

Em discordância com a distribuição da população discente, o número de professôres­-curso (65 453) no ensino especializado vai a 40% do corpo discente, sendo 16% para o ensino normal, 15% para o comercial, 8% para o industrial e lo/o para o ensino agrícola. Enquanto no ensino secundário geral há 15 docentes por unidade escolar, a proporção é de 10 professôres por curso, no ensino normal, 11 no ensino comercial e no ensino agrícola, e 15 no ensino industrial. Vê-se, pois, que nas quatro categorias especializadas existe um corpo docente bastante numeroso para atender desde agora a um eventual e rápido aumento das matrículas.

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Bibliografia

''A NUÁRIO Etatístico do Brasil - 1956" Con­selho N acionai de Estatística (IBGE)

Foi lançado na data previamente fixada - a 12 de dezembro - o "Anuário Estatístico do Brasil" relativo a 1956. Essa publicação tradicio­nal, que é o maior repositório de dados demográ­ficos, econômicos e culturais sôbre o nosso país, vem-se caract€rizando através dos anos, por um constante aperteiçoamento, que se exerce em diver­sos sentidos.

Merece destaque a atualização cada vez maior dos elementos fornecidos. Assim é que o "Anuário"

de 1956 já oferece uma série de informes estatísti­cos, referentes a êste ano, sôbre títulos mobiliários

na Bôlsa de São Paulo, movimento bancário, co­mércio exterior com os respectivos valores em dó­lares, comércio local, salários, custo de vida, en­sino pnmano e outros assuntos Tal atualidade, poucas vêzes obtida em publicações congêneres, é o resultado de esforços conjugados de uma planifica­ção obedecida rigorosamente.

É de ressaltar o capítulo dedicado à Situação Econômica, que reúne matéria divulgada em publica­ções especializadas da SUMOC, Banco do Brasil, Fundação Getúlio Vargas, etc., com elementos de­talhados sôbre meios de pagamento, sistema cam­bial, renda nacional, emissões de capitais, resgate de papel-moeda, etc. Há, ainda, a salientar, a apresen­tação, pela primeira vez, dos resultados dos "In­quéritos Econômicos" do IBGE, em sua nova fase.

Atendendo à grande procura, por parte do pú­blico e dos estudiosos, de informações sôbre a re­ceita e a despesa dos municípios, o "Anuário" de 1956 inclui dados pormenorizados sôbre o orçamen­to e a execução orçamentária das comunas bras_i­leiras, discriminados por município.

O "Anuário Estatístico do Brasil - 1956" representa, assim, um conjunto de elementos numé­ricos que constituem não apenas um retrato fiel como também atualíssimo da vida brasileira ern tôdas as suas manifestações

O "Anuário" está sendo vendido na Secretaria

Geral do CNE (Av. Franklin Roosevelt, 166) ao

preço de Cr$ 150,00.

D ELORENZO Neto, A. - A Codificação Muni­

cipal de Vitória - Serviço de Documentação

do DASP, 1955 (350 páginas) •

Encerra êste volume o anteprojeto de Código

Municipal de Vitória, que compreende 1. 205

artigos, abrangendo as relações jurídicas do Mu­

nicípio não reguladas pelo direito comum, desde

o regime de posturas até aos regimes tributário e

de obras, consubstanciando ainda as normas da

planificação municipal.

~sse anteprojeto, apresentado ao então prefei­

to de Vitória, Sr. Armando Rabello, foi aprovado

integralmente em sua estrutura, exclusive apenns

sete artigos, pela Câmara Municipal daquela comu·

na, em Lei n. 0 351, de 24 de abril de 1954.

MONOGRAFIAS Municipais - Durante o segundo

semestre de 1956 foram publicadas pelo

Conselho Nacional de Estatística mais as seguintes

~onografias municipais, organizadas pela Diretoria

de Documentação e Divulgação : Florianópolis,

Araras, São Bernardo do Campo, Lorena, Macaca,

Baturité, Pesqueira, São Caetano do Sul, Pôrto

Calvo, Itabaiana, Alegrete, Feira de Santana, Re­

sende, Crato, Cabaceiras, Angra dos Reis, Barbace­

na, Cachoeira, Quixadá, Santa Vitória do Palmar,

Santa Quitéria, Guaíba, Adamantina, Brusque, Ca­

choeira do Sul, Ponte Nova, Mossoró, Goiânia,

Caxambu, Guaçuí e Quixeramobim. Um total, por­

tanto, de 31 comunas tiveram os diversos aspectos

da sua vida focalizados por essas publicações do

CNE.

Foram, ainda, feitas reedições, atualizadas, das

monografias de Itabuna, Território de Rondônia,

Sorocaba e Ribeirão Prêto.

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Estatística Municipal

-DIVISAO TERRITORIAL DO BRASIL

IYlunicípios Instalados - 31-XII-1956

e 1. Número de Municípios, segundo as Unidades da Federação e 2. Relação dos Municípios, segundo as Unidades da Federação e 3. Municípios relacionados na ordem alfabética

1. Números de Municípios, segundo as Unidades da Federação

REGIÕES E UNIDADES DA FEDERAÇÃO

Rondônia Acre Amazonas Rio Branco Pará Amapá

Maranhão Piaui. Ceará . . .. Rio Grande do Norte Paraíba. Pernamhuco Alagoas. . .

NORTE

NORDESTE

Fernando de Noronha(!)

Sergipe Bahia . Minas Gerais Espírito Santo Rio de Janeiro. Distrito Federal

São Paulo Paraná. Santa Catarina . . Rio Grande do Sul

Mato Grosso Goiás .

RESUMO

LESTE

SUL

CENTRO-OESTE

J Norte Nordeste Leste

lSul . Centro-Oeste

BRASIL

Número de

Municípios

2 7

42 2

59 4

89 64

101 65 54

102 41

1

61 170 485 38 60

1

435 162

70 118

59 126

116 517 815 785 185

418

FONTE - Secretaria~Geral do Conselho Nacional de Estatística - Diretoria de Documentação e Divul­gação.

(1) Território criado no interêsse da defesa nacional, considerado município exclusivamente para fins estatísticos

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ESTATíSTICA MUNICIPAL 255

2. Relação dos Municípios, segundo as Unidades da Federação

MUNICÍPIOS

1 TERRITÓRIO DE RONDÔNIA

1 Guajará~Mirim 2 PóRTO VELHO (capital)

2 TERRITóRIO DO ACRE

1. Brasiléia 2 . Cruzeiro do Sul 3 Feijó 4 RIO BRANCO (capital) 5 Sena Madureira 6 Tarauacâ 7 Xapuri

3 ESTADO DO AMAZONAS

1 Airão 2. Atalaia do Norte 3 Autazes 4 Barcelos 5 Barreirinha 6 Benjamin Constant 7 Bôca do Acre 8 Borba 9 Canutama

!O Carauari 11 Careiro 12 Coari 13 Codajás 14. Eirunepé 15 Envira 16 Fonte Boa 17. Hurnaitá 18. Içana 19 Ipixuna 2 O I tacoatiara 21 Itapiranga 22 Japurá 23 Juruá 24 Jutaí 25 Lábrea 26 Manacapuru 27 MANAUS (capital) 28 Manicoré 29. Maraã 30. Maués 31. Nhamundá 32 Nova Olinda do Norte 33 Novo Aripuanã 34 Parintins 35 Pauini 36 Santo Antônio do Içá 37 São Paulo de Olivença 38. Tapauá 39, Tefé 40. Uaupés 41. Urucará 42. Urucurituba

4 TERRITóRIO DO RIO BRANCO

1 BOA VISTA (capital) 2 Caracaraí

S. ESTADO DO PARÁ

1 2 3 4 5 6 7 8 9

Abaetetuba Acará Afuá Alenquer Almeirim Altamira An.ajás Ananindeua Anhanga Araticu Baião

10 11 12 13

Barcarena BELll:M (capital)

14 Bragança 15 Breves 16 Bujaru 1 7 Cachoeira do 18 Cametá 19 Capanema

Arari

MUNICíPIOS

5 ESTADO DO PARÁ (concl)

20 Capim 21 Castanha! 22 Chaves 23 Conceição do Araguaia 24 Curralinho 25 Curuçá 26 Faro 27 Guamá 28 Gurupá 29 Igarapé-Açu 30 Igarapé-Miri 31 Inhangapi 32 Irituia 33 Itaituba 34 Itupiranga 35 João Coelho 36 Juruti 37 Marabá 38 Maracanã 39 Marapanim 40 Mocajuba 41 Moju 42 Monte Alegre 43 Muaná 44 Nova Timboteua 45 óbidos 46 Oriximiná 47 Ourém 48 Ponta de Pedras 49 Portei 50 Pôrto de Moz 51 Prainha 52 Salinópolis 53 Santarém 54 São Caetano de Odivelas 55 São Sebastião da Boa Vista 56 Soure 57 Tucuruí 58 Vigia 59 Viseu

6 TERRITóRIO DO AMAPÁ

~r:;:~!PÁ (capital) 3 Mazagão 4 Oiapoque

7 ESTADO DO MARANHÃO

1 Alcântara 2 Alto Parnaíba 3 Amarante do Maranhão 4 Anajatuba 5 Araioses 6 Arari 7. Axixá 8. Bacabal 9. Balsas

1 O Barão de Grajaú 11 Barra do Corda 12 Barreirinhas 13. Benedito Leite 14 Bequimão 15 Brejo 16 Buriti 17 Buriti Bravo 18 Cajapió 19 CaJari 20 Cândido Mendes 21 Cantanhede 22 Carolina 23 . Carutapera 24 Caxias 25 Chapadinha 26 Codó 27 Coelho Neto 28 Colinas 29 Coroatá 30 Cururupu 31 Dom Pedro 3 2 Duque Bacelar 33 Esperantit.Lópolis 34 Gra.1aú 35 Guimarães

MUNICÍPIOS

7. ESTADO DO MARANHÃO (concl.)

36 Humberto de Campos 37 Icatu 38 Imperatriz 39 Ipixuna 40 Itapecuru-Mirim 41 Lago da Pedra 42 Loreto 43 Magalhães de Almeida 44 Matinha 45 Matões 46 Mirador 47 Monção 48 Montes Altos 49 Morros 50 Nova Iorque 51 Paraibano 52. Parnarama 53 Passagem Franca 54 Pastos Bons 55 Pedreiras 56 Penalva 57 Peri-Mirim 58 Pindaré-Mirim 59 Pinheiro 50 Pirapemas 61 Pôrto Franco 62 Presidente Dutra 63 Presidente Vargas 64 Primeira Cruz 65. Riachão 66. Ribamar 67 Rosário 68 Sambaíba 69 Santa Helena 70. Santa Quitéria do Maranhão 71 São Benedito do Rio Prêto 72 . São Bento 73 São Bernardo 74 São Domingos do Maranhão 7 5 São Francisco do Maranhão 76 São João dos Patos 77 SÃO LUÍS (capital) 78 São Raimundo das Manga.

beiras 79. São Vicente Ferrer 80 Timbiras 81 Timon 82 Tuntum 83 Turiaçu 84 Tutóia 85 Urbano Santos 86 Vargem Grande 87 Viana 88 Vitória do Mearim 89 Vitorino Freire

8 ESTADO DO PIAUÍ

1 Água Branca 2 Alto Longá 3 Altos 4 Amarante 5 Angical do Piauí 6 Barras 7 Batalha 8 Beneditinos 9 Bertolínia

10 Bom Jesus 11 Buriti dos Lopes 12 Campo Maior 13 Canto do Buriti 14 Caracol 15 Castelo do Piauí 16 Cocal 17 Conceição do Canindé 18 Corrente 19 Cristina Castro 20 Curimatã 21 Elesbão V eloso 22 Esperantina 23 Floriano 24 Fronteiras 25 Gilbués 26 Guada\upe 27 Inhuma

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256 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICíPIOS

~- Relação dos Municípios, segundo as Unidades da Federação

MUNICÍPIOS

8. ESTADO DO PIAUí (concl.)

28 Itainópolis 29 Itaueira 30 Jaicós 31 J erumenha 32 José de Freitas 33 Luis Correia 34 Luzilândia 35 Matias Ol!mpio 36 Miguel Alves 3 7. Monte Alegre do Piauí 38. Nazaré do Piauí 39 Oeiras 40. Palmeirais 41. Parnaguá 42 Parnaíba 43. Paulistana 44. Pedro 11 45. Picos 46. Pimenteiras 47. Pio IX 48. Piracuruca 49. Piripiri 50. Pôrto 51 . Regeneração 52. Ribeiro Gonçalves 53. Santa Filomena 54. São Félix do Piauí 55 São João do Piauí 56 São Miguel do Tapuio 57. São Pedro do Piauí 58. São Raimundo Non!'<to 59 Simões 60. Simpl!cio Mendes 61. TERESINA (capital) 62. União 63. Uruçuí 64. Valença do Piauí

9. ESTADO DO CEARÁ 1. Acaraú 2. Acopiara 3. Aiuaba 4. Aquiraz S. Aracati 6. Aracoiaba 7. Araripe 8. Assaré 9. Aurora

10. Baixio 11 Barbalha 12. Barro 13. Baturité 14. Beberibe 15. Boa Viagem 16. Brejo Santo 17. Camocim 18. Campos Sales 19. Canindé 20 Capistrano 21. Cariré 2 2 • Caririaçu 23. Cariús 24. Cascavel 25. Caucaia 26. Cedro 27. Chaval 28. Coreaú 29. Crateús 30. Crato 31. Farias Brito 32. FORTALEZA (capital! 33 . Frecheirinha 34. Granja 35. Guaraciaba do Norte 36 Ihiapina 37, Icó 38. lguatu 39. Independência 40. Ipaumirim ' 41. lpu 42. lpueiras 43. Iracema 44. Itaiçaba 45. ltapagé 46 ltapipoca 47 Itatira

MUNICÍPIOS

9. ESTADO DO CEARA (concl.)

48. Jaguaretama 49 J aguari be 5O , J aguaruana 51. Jardim 52 Jati 53. Juàzeiro do Norte 54. Jucás 55. Lavras da Mangabeira 56. Limoeiro do Norte 57. Maranguape 58, Marco 59 Massapê 60 Mauriti 61. Meruoca 62. Milagres 63, Missão Velha 64, Mombaça 65. Monsenhor Tabosa 66, Morada Nova 67 Mucambo 68 Nova Russas 69. Pacajus 70. Pacatuba 71. Pacoti 72 , Paracuru 73. Parambu 74 Pedra Branca 75. Pentecoste 76. Pereira 77, Porteiras 78. Quixadá 79. Quixeramobim 80. Redenção 81. Russas 82. Saboeiro 83. Santa Cruz do Norte 84. Santana do Acaraú 85 . Santana do Cariri 86 Santa Quitéria 87 São Benedito 88. São Gonçalo do Amarante 89. São Luís do Curu 90. Senador Pompeu 91. Sobral 92 Solonópole 93 Tamboril 94. Tauá 95. Tianguá 96. Trairi 97 Ubajara 98. Umari 99. Uruburetama 100 Várzea Alegre 101. Viçosa do Ceará

10. ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE

1, Acari 2. Açu 3 , Afonso Bezerra 4 . Alexandria 5. Almino Afonso 6. Angicos 7. Apodi 8. Areia Branca 9. Arês

1 O • Augusto Severo 11. Caicó 12. Canguaretama 13. Caraúbas 14. Carnaúba dos Dantas 15. Ceará-Mirim 16. Cêrro Corá 17 _ Coronel Ezequiel 18. Cruzeta 19. Currais Novos 20. Florânia 21. Goianinha 22, Grossos 23 Ipanguaçu 24. Itaú 25. Januário Cicco 26. Jardim de Piranhas 27. Jardim do Serid6

MUNICÍPIOS

10. ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE (concl.)

28. João Câmara 29. Jucurutu 30. Lages 31. Luís Gomes 32. Macaíba 33 Macau 34. Marcelino Vieira 35. Martins 36. Monte Alegre 37. Mossoró 38. NATAL (capital) 39. N!sia Floresta 40. Nova Cruz 41 Ouro Branco 42 Parelhas 43 Patu 44 Pau dos Ferros 45. Pedro Avelino 46. Pedro Velho 47 Pendências 48 • Portalegre 49. Santa Cruz 50. Santana do Matos 51. Santo Antônio 52. São Bento do Norte 53. São João do Sabugi 54. São José de Mipibu 55. São José do Campestre 56 São Miguel 57. São Paulo do Potengi 58. São Rafael 59. São Tomé 60. São Vicente 61 . Serra Caiada 62. Serra Negra do Norte 63. Taipu 64. Touros 65. Upanema

11. ESTADO DA PARAíBA

1 . Alagoa Grande 2. Alagoa Nova 3 Alagoinha 4 Antenor Navarro S. Araruna 6. Areia 7. Aroeiras 8 . Bananeiras 9. Bonito de Santa Fé

10, Brejo do Cruz 11. Cabaceiras 12. Caiçara 13. Cajàzeiras 14. Campina Grande 15. Catolé do Rocha 16 . Conceição 17. Coremas 18. Cruz do Espírito Santo 19. Cuité 2 O • Esperança 21. Guarabira 22. Ingá 23. Itabaiana 24. Itaporanga 25. JOÃO PESSOA (capital) 26. Malta 27. Mamanguape 28 Monteiro 29 Patos 30. Pedras de Fogo 31. Piancó 32. Picuí 33 Pilar 34. Pilões 35. Pirpirituha 36. Focinhos 37. Pombal 38 . Princesa Isabel 39. Santa Luzia 40 Santa Rita 41 São João do Cariri 42. São José de Piranhas 43 São Mamede 44 Sapé

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EST ATfSTICA MUNICIPAL 257

2. Relação dos Munidpios, segundo as Unidades da Federação

MUNICÍPIOS

11. ESTADO DA PARAíBA (concl,)

45. Serra Redonda 46 . Serraria 47, Solânea 48. Soledade 49. Sousa 50. Sumé 51. Taperoá 52. Teixeira 53, Uiraúna 54. Umbuzeiro

12. ESTADO DE PERNAMBUCO

1 . Afogados da Ingàzeira 2 • Agrestina 3. Água Preta 4. Águas Belas 5. Alagoinha 6 Aliança 7 Altinho 8 Amaraji 9 Angelim

1 O. Araripina 11. Arcoverde 12 Barreiros 13 Belém de São Francisco 14. Belo Jardim 15 . Bezerros 16. Bodocó 17. Bom Conselho 18. Bom Jardlm 19. Bonito 20. Brejo da Madre de Deus 21. Bulque 22. Cabo 23. Cabrobó 24. Camocim de São Félix 25 Canhotinho 2 6 • Carnaiba 27. Carpina 28. Caruaru 29. Catende 30. Correntes 31. Cortês 32. Cupira 33. Custódia 34 Escada 35 Exu 36. Flores 3 7 • Floresta 38 Gameleira 39 Garanhuns 40. Glória do Goitá 41. Goiana 42. Gravatá 43. Igarassu 44. Inajá 45. Ipojuca 46 . I tapetim 47 Jaboatão 48 João Alfredo 49 Joaquim Nabuco 50 Jurema 51 Lagoa dos Gatos 52 Lajedo 53. Limoeiro 54. Macaparana 55. Maraial 56. Moreno 57. Nazaré da Mata 58. Olinda 59. Orobó 60. Ouricuri 61. Palmares 62. Palmeirina 63. Panelas 64. Parnamirim 65 Paudalho 66. Paulista 67 Pedra 68. Pesqueira 69 Petrolândia 70. Petrolina 71. Poção

MUNICÍPIOS

12. ESTADO DE PERNAMBUCO (cone!.)

72. Quipapá 73. RECIFE (capital) 74. Riacho das Almas 75. Ribeirão 76. Rio Formoso 77. Salgueiro 78. Sanharó 79. Santa Cruz do Capibaribe 80, Santa Maria da Boa Vista 81. São Bento do Una 82. São Caitano 83. São Joaquim do Monte 84. São José do Belmonte 85. São José do Egito 86. São Lourenço da Mata 87. São Vicente Ferrer 88. Serra Talhada 89. Serrita 90. Sertânia 91. Sirinhaém 92. Surubim 93. Tabira 94. Tacara tu 95. També 96. Taquaritinga do Norte 97. Timbaúba 98. Toritama 99. Triunfo 100 Vertentes 101. Vicência 102. Vitória de Santo Antão

13. ESTADO DE ALAGOAS

1. Água Branca 2. Anadia 3. Arapiraca 4. Atalaia S. Batalha 6. Capela 7. Colônia Leopoldina 8. Coruripe 9. Delmiro Gouveia

10. Feira Grande 11. Igreja Nova 12. Junqueiro 13. Limoeiro de Anadia 14. MACEIÓ (capital) 15. Major Isidoro 16. Maragogi 17. Marechal Deodoro 18. Mata Grande 19. Murici 20. ôlho.d' Água das Flores 21 . Palmeira dos índios 22. Pão de Açúcar 23. Passo de Camaragibe 24 Paulo Jacinto 25. Penedo 26. Piassabussu 27. Pilar 28. Piranhas 29. Pôrto Calvo 3 O. Pôrto de Pedras 31. Pôrto Real do Colégio 32. Quebrangulo 33. Rio Largo 34. Santana do Ipanema 35. São Brás 36. São José da Laje 37. São Luis do Quitunde 38. São Miguel dos Campos 39. Traipu 40, União dos Palmares 41. Viçosa

14. TERRITóRIO DE FERNANDO DE NORONHA

1. Fernando de Noronha

15. ESTADO DE SERGIPE

1. Amparo de São Francisco 2. Aquidabã

MUNICÍPIOS

15. ESTADO DE SERGIPE (cone!,)

3. ARACAJU (capital) 4. Arauá 5 Barra dos Coqueiros 6. Brejo Grande 7. Buquim 8. Campo do Brito 9. Canhoba

10. Capela 11. Carira 12. Cannópolis 13 . Cedro de São João 14 Cristinápolis 15 Cumbe 16. Curituba 17. Divina Pastôra 18. Estância 19. Frei Paulo 20. Gararu 21. Indiaroba 22. Itabaiana 23. Itabaianinha 24 Itabi 25 Itaporanga d' AJuda 26. Japaratuba 27. Japoatã 28. Lagarto 29 Laranjeiras 30. Macambira 31. Malhada dos Bois 32. Malhador 33. Maruim 34. Monte Alegre de Sergipe 35 Muribeca 36 Neópolis 37. Nossa Senhora da Glória 38. Nossa Senhora das Dores 39. Nossa Senhora do Socorro 40 Pacatuba 41. Pedrinhas 42. Pinhão 43 Poço Redondo 44. Poço Verde 45, Pôrto da Fôlha 46. Propriá 47. Riachão do Dantas 48. Ríachuelo 49. Ribeirópolis 5O • Rosário do C a te te 51. Salgado 52. Santa Luzia do ltanhi 53. Santa Rosa de Lima 54 Santo Amaro das Brotas 55 . São Cristóvão 56 Simão Dias 57. Siriri 58. Támanduá 59. Tobias Barreto 60 Tomar do Geru 61. Umbaúba

16. ESTADO DA BAHIA

1 . Acajutiba 2. Alagoinhas 3 Alcobaça 4. Amargosa S. Andara! 6. Angical 7. Antas 8. Aratuipe 9. Baixa Grande

10. Barra 11 Barra da Estiva 12 Barreiras 13. Belmonte 14 Boa Nova 15. Bom Jesus da Lapa 16. Brejões 17. Brotas de Macaúbas 18. Brumado 19 Cachoeira 20 Caculé 21. Caetité 22. Cairu 23. Camaçari

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258 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICíPIOS

2. Relação dos Municípios, segundo as Unidades da Federação

MUNICíPIOS MUNICÍPIOS

16. ESTADO DA BAHIA (cont.) 16. ESTADO DA BAHIA (cone!)

24 Camamu 25 Campo Formoso 2 6 Canavieiras 27. Caravelas 28 Carinhanha 29. Casa Nova 30 Castro Alves 31 Catu 32 Chorrochó 33 Cícero Dantas 34 Cipó 35 Coaraci 36 Conceição da Feira 37 Conceição do Almeida 38 Conceição do Coité 39 Conde 40 Condeúba 41 . Coração de Maria 4 2 Correntina 43 Cotegipe 44 Cruz das Almas 45 Curaçá 46 Encruzilhada 47 Entre Rios 48 Esplanada 49 Euclides da Cunha 50 Feira de Santana 51 Gentio do Ouro 52 Glória 53 Guanambi 54. Ibicaraí 55 Ibicuí 56. Ibipetuba 57 Ibitiara 58 Igaporã 59. l!!,uaí 60 Ilhéus 61 Inhambupe 62 Ipiaú 63 Ipirá 64 Irará 65 Irecê 66 Itaberaba 67 Itabuna 68 Itacaré 69 Itajuípe 70 Itambé 71 . Itaparica 72 Itapetinga 73 Itapicuru 74 Itaquara 75. Itiruçu 76 Itiúba 77 ltuaçu 78. Ituberá 79 Jacaraci 80. Jacobina 81 J aguaq uara 82. J aguarari 83 Jaguaripe 84 . J andaíra 85 Jequié 86 Jeremoabo 87 Jiquiriçá 88 Juàzeiro 89 Laje 90 Lençóis 91. Livramento do Brumado 92 Macajuba 93 Macarani 94 Macaúbas 95 Mairi 96 Maracás 97 Maragogipe 98 Maraú 99 Mata de São João 00 Miguel Calmon 01 Monte Santo 02 . Morro do Chapéu 03 Mucugê 04 Mucuri 05 Mundo Novo 06 Muritiba 07 Mutuípe 08 Nazaré 09 Nilo Peçanha

110 111. 112 113. 114 115 116 117 118 119. 120. 121 122 123 124 125 126 127 128 129 130 131 132 133 134 135. 136 137 138 139 140 141 142 143 144 145. 146 147 148 149 150 151 152 153. 154 155. 156 157 158 159. 160 161. 162. 163. 164 165 166 167 168 169. 170.

1 2 3 4 5 6 7 8 9

10 11 12 13 14 15. 16 17 18 19 20 21

Nova Soure Oliveira dos Brejinhos Palmas de Monte Alto Palmeiras Paramirim Paratinga Paripiranga Piatã Pilão Arcado Pindobaçu Pidtiba Poções PoJuca Pôrto Seguro Potiraguá Prado Queimadas Remanso Riachão do Jacuípe Riacho de Santana Ribeira do Pombal Rio de Contas Rio Real Ruy Barbosa SALVADOR (capital) Santa Cruz Cabrália Santa Inês Santaluz Santa Maria da Vitória Santana Santa Teresinha Santo Amaro Santo Antônio de Jesus Santo Estêvão São Félix São Filipe São Francisco do Conde São Gonçalo dos Campos São Miguel das Matas São Sebastião do Passé Sapeaçu Saúde Seabra Senhor do Bonfim Sento Sé Serra Preta Serrinha Taperoá Tremedal Tucano Uauá Ubaíra Ubaitaba Ubatã Una Urandi Uruçuca Utinga Valença Vitória da Conquista Xique-Xique

17. ESTADO DE MINAS GERAIS

Abadia dos Dourados Abaeté Abre Campo Açucena Água Boa Água Comprida Águas Formosas Aimorés Aiuruoca Além Paraíba Alfenas Almenara Alpin6polis Alterosa Alto Rio Doce Alvinópolis Andradas Andrelândia Antônio Carlos Antônio Dias Araçuaí

MUNICÍPIOS

17 ESTADO DE MINAS GERAIS (cont.)

22 23. 24 25 26 27 28 29 30. 31. 32 33 34 35 36 37. 38. 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76. 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99

100 101 102 103. 104

1

105 106

Araguari Araújos Ara xá Arceburgo Arcos Areado Astolfo Dutra Ataléia Baependi Baldim Bambu! Barão de Cocais Barbacena Barra Longa Barroso BELO HORIZONTE (capital) Belo Vale Betim Bias Fortes Bicas Boa Esperança Bocaina de Minas Bocaiúva Bom Despacho Bom Jardim de Minas Bom Jesus do Amparo Bom Jesus do Galho Bom Repouso Bom Sucesso Bonfim Borda da Mata Botelhos Brasília Brás Pires Braúnas Brazópolis Brumadinho Bueno Brandão Buenópolis Cabo Verde Cachoeira de Minas Caetanópolis Caeté Caldas Camanducaia Cambuí Cambuquira Campanha Campestre Campina Verde Campo Belo Campo do Meio Campo Florido Campos Altos Campos Gerais Cana do Reino Canápolis Candeias Capela Nova Capelinha Capetinga Capim Branco Capinópolis Capitólio C ar aí Carandaí Carangola Caratinga Careaçu Carlos Chagas Carmo da Cachoeira Carmo da Mata Carmo de Minas Carmo do Cajuru Carmo do Paranaiba Carmo do Rio Claro Carm6polís de Minas Carrancas Carvalhos Cascalho Rico Cássia Cataguases Caxambu Centralina Chia dor

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ESTA TfSTICA MUNICIPAL 259

2. Relação dos Municípios, segundo as Unidades da Federação

MUNICÍPIOS MUNICÍPIOS MUNICÍPIOS

17 ESTADO DE 17 ESTADO DE 17. ESTADO DE MINAS GERAIS (cont.) MINAS GERAIS (cont.) MINAS GERAIS (cont.)

107 Cipotânea 192 Ibiraci 277 Minas Novas 108 Claraval 193 Iguatama 278 Minduri 109 Cláudio 194 Ilicinea 279 Miradouro 110 Coimbra 195 Indianópolis 280. Miraí 111. Coluna 196 Inhapim 281. Moeda 112. Comendador Gomes 197 Inhaúma 282 Moema 113 Comercinho 198. Ipanema 283 Monsenhor Paulo 114 Conceição da Aparecida 199 Ipuiúna 284 Monte Alegre de Minas 115 Conceição das Alagoas 200. Itabira 285 Monte Azul 116 Conceição de lpanema 201. Itabirito 286 Monte Belo 117 Conceição do Mato Dentro 202 Itaguara 287 Monte Carmelo 118 Conceição do Rio Verde 203 Itajubã 288 Monte Santo de Minas 119 Conceição dos Ouros 204 Itamarandiba 289 Montes Claros 120 Copgonhal 205 Itambacuri 290 Monte Sião 121 Congonhas 206 Itamogi 291 Morada Nova de Minas 122 Conquista 207 Itamonte 292 Morro do Pilar 123 Conselheiro Lafaiete 208. Itanhandu 293 Munhoz 124 Conselheiro Pena 209 Itat.homi 294 Muriaé 125 Contagem 210. !tapagipe 295 Mutum 126 Coqueiral 211 ltapecerica 296 Muzambinho 127 Coração de Jesus 212. Itaúna 297 Nanuque 128 Cordisburgo 213. Itinga 298. Natércia 129 Corinto 214 Itueta 299. Nazareno 130 Coroaci 215 Ituiutaba 300 Nepomuceno 131 Coromandel 216 Itumirim 301 Nova Era 132 Coronel Fabriciano 217 Iturama 302 Nova Lima 133 Coronel Murta 218 Itutinga 303 Nova Ponte 134 Córrego Danta 219 Jaboticatubas 304 Nova Resende 135 Córrego do Bom Jesus 220. Jacinto 305 Nova Serrana 136 Cristais 221 Jacuí 306 Novo Cruzeiro 137 Cristina 222 Jacutinga 307 Oliveira 138 Crucilândia 223 Jaguaraçu 308 Oliveira Fortes 139 Cruzília 224 Janaúba 309 Ouro Branco 140 Curvei o 225. Januária 310 Ouro Fino 141 Delfim Moreira 226 Jeceaba 311, Ouro Prêto 142 Delfinópolis 227 Jequeri 312 Pains 143 Descoberto 228 Jequitaí 313 Paiva 144 Destêrro de Entre Rios 229 Jequitibã 314 Palma 145 Diamantina 230 Jequitinhonha 315 Papagaios 146 Dionísio 231 Jesuânia 316 Paracatu 147 Divino 232. Joaíma 317 Pará de Minas 148 Divinópolis 233 Joanésia 318 Paraguaçu 149 Divisa Nova 234 João Pinheiro 319. Paraisópolis 150 Dom Joaquim 235 Jordâr.ia 320 Paraopeba 151 Dom Silvério 236 Juiz de Fora 321 Passa Quatro 152. Dom Viçoso 237. juramento 322. Passa Tempo 153 Dores de Campos 238 Juruaia 323. Passa Vinte 154 Dores do Indaiá 239 Ladainha 324 Passos 155 Dores do Turvo 240 Lagoa da Prata 325 Patos de Minas 156 Elói Mendes 241 Lagoa Dourada 326 Patrocínio 157. Entre Rios de Minas 242 Lagoa Santa 327 Patrocínio do Muriaé 158 Ervália 243 Lajinha 328 Paula Cândido 159 Esmeraldas 244 Lambari 329 Paulistas 160 Espera Feliz 245 Laranjal 330. Peçanha 161 Espinosa 246. Lassance 331 Pedra Azul 162 Estiva 247 Lavras 332 Pedralva 163. Estrêla Dalva 248 Leopoldina 333 Pedro Leopoldo 164 Estrêla do Indaiã 249 Liberdade 334 Pequeri 165 Estrêla do Sul 250. Lima Duarte 335 Pequi 166 Eugenópolis 251. Luminárias 336 Perdigão 167 Extrema 252 Luz 337 Perdizes 168. Fama 253 Machacalis 338 Perdões 169 Faria Lemos 254 Machado 339. Piau 170 Felixlândia 255 Madre de Deus de Minas 340 Piedade do Rio Grande 171. Ferros 256. Malacacheta 341 Pimenta 172. Formiga 257 Manga 342 Piracema 173 Francisco Sá 258 Manhuaçu 343. Pirajuba 174. Fruta! 259 Manhumirim 344 Piranga 175 Galiléia 260 Mantena 345 Pirapetinga 176 Gouvêa 261 Maravilhas 346 Pirapora 177 Governador Valadares 262. Mar da Espanha 347 Piraúba 178 Grão·Mogol 263. Maria da Fé 348 Pitangui 179. Guanhães 264 Mariana 349 Piüi 180 G!.Capé 265 Marliéria 350. Poço Fundo 181 Guaraciaba 266. Martinho Campos 351 Poços de Caldas 182 Guaranésia 267 Mateus Leme 352. Pocrane 183 Guarani 268. Matias Barbosa 353 Pompéu 184 Guarará 269 Matipó 354 Ponte Nova 185 Guaxupé 270 Mato Verde 355 Porteirínha 186 Guia Lopes 271 Matozinhos 356 Pôrto Firme 187 Guidoval 272 Matutina 357 Poté 188 Guiricema 273. Medina 358 Pouso Alegre 189 Heliodora 274. Mendes Pimentel 359 Pouso Alto 190 Ia pu 275 Mercês 360 Prados 191. Ihiã 276. Mesquita ' 361 Prata

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~60 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICíPIOS

2. Relação dos Municípios, 11egundo as Unidades da Federação

MUNICÍPIOS

17. ESTADO DE MINAS GERAIS (cont.)

362 363. 364. 365. 366 367. 368 369 370. 371 372. 373. 374. 375. 376. 377 378. 379. 380. 381. 382 383. 384 385. 386. 387. 388. 389. 390. 391 392 393. 394. 395. 396. 397. 398. 399. 400 401 402. 403. 404 405. 406 407. 408. 409. 410 411 412. 413. 414. 415. 416. 417. 418 419. 420 421 422. 423. 424. 425. 426. 427. 428. 429. 430. 431. 432 433. 434. 435 436. 437. 438. 439. 440. 441. 442 443 444. 445. 446.

Pratápolis Pratinha Presidente Bernardes Presidente Olegário Presidehte Soares Quartel Geral Raposos Raul Soares Recreio Resende Costa Resplendor Ressaq uinha Ribeirão das Neves Ribeirão Vermelho Rio Acima Rio Casca Rio do Prado Rio Espera Rio Novo Rio Paranaíba Rio Pardo de Minas Rio Piracicaba Rio Pomba Rio Prêto Rio Vermelho Rubim Sabará Sabinópolis Sacramento Salinas Salto da Divisa Santa Bárbara Santa Cruz do Escalvado Santa Juliana Santa Luzia Santa Margarida Santa Maria de Itabira Santa Maria do Suaçuí Santana de Pirapama Santana do Deserto Santana do Jacaré Santa Rita de Caldas Santa Rita de Jacutinga Santa Rita do Sapucai Santa Vitória Santo Antônio do Amparo Santo Antônio do Grama Santo Antônio do Monte Santos Dumont São Brás do Suaçuí São Domingos do Prata São Francisco São Francisco do Glória São Geraldo São Gon~;alo do Abaeté São Gonçalo do Pará São Gonçalo do Sapucai São Gotardo São João Batista do Glória São João da Ponte São João de! Rei São João do Parafso São João Evangelista São João Nepomuceno São José do Alegre São José do Goiaba! São José do Jacuri São Lourenço São Miguel do Anta São Pedro da União São Pedro dos Ferros São Romão São Sebastião do Maranhão São Sebastião do Paraíso São Tiago São Tomás de Aquino São Vicente de Minas Sapucaí-Mirim Senador Firmino Senhora de Oliveira Senhora do Pôrto Senhora dos Remédios Serra do Salitre Serrania Serranos

MUNICÍPIOS

17. ESTADO DE MINAS GERAIS (concl)

447. Sêrro 448 Sete Lagoas 449 Silvianópolis 450 Simonésia 451 Soledade de Minas 452 Tabuleiro 453 Taiobeiras 454 Tapir9.i 455 Tarumirim 456 Teixeiras 45 7 Teófilo Otoni 458 Tiradentes 459. Tiros 460. Tocantins 461. Toledo 462. Tombos 463 . Três Corações 464 Três Pontas 465. Tumiritinga 466. Tnpaciguara 467. Turmalina 468. Ubá 469. Uberaba 4 7 O Uberlât.dia 471 Unaí 472. Vargem Bonita 473. Varginha 474 Várzea da Palma 475 Vazante 4 7 6 . V erissimo 4 77 . Vespasiano 478 Viçosa 479 Vieiras 480. Virgem da Lapa 481. Virginia 482. Virginópolis 483. Virgolândia 484 Visconde do Rio Branco 485 Volta Grande

18. ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

1. Afonso Cláudio 2. Alegre 3. Alfredo Chaves 4. Anchieta 5. Aracruz 6. Baixo Guandu 7 Barra de São Francisco 8 Cachoeiro de Itapemirim 9 . Cariacica

10. Castelo 11 . Colatina 12 Conceição da Barra 13 Domingos Martin~ 14. Espirito Santo 15. Fundão 16 Guaçui 17. Gnarapari 18. Ibiraçu 19 Iconha 20. Itaguaçu 21. Itapemirim 22. Iúna 23. Joeirana 24. Linhares 25. Mantenópolis 26 Mimoso do Sul 27. Mucurici 28, Muniz Freire 29 Muqui 30. Nova Venécia 31. Rio Novo do Sul 32 Santa Leopoldina 33 Santa Teresa 34 São José do Calçado 35. São Ma teus 36 Serra 37. Viana 38. VITóRIA (capital)

19. ESTADO DO RIO DE JANEIRO

1. Angra dos Reis 2. Araruama

MUNICÍPIOS

19. ESTADO DO RIO DE JANEIRO (cone!.)

3 . Barra do Piraf 4. Barra Mansa S. Bom Jardim 6. Bom Jesus do Itabapoar.a 7. Cabo Frio 8. Cachoeiras de Macacu 9. Cambuci

10 Campos 11 Cantagalo 12 Carmo 13. Casimira de Abreu 14. Conceição de Macabu 15 Cordeiro 16 . Duas Barras 17 Duque de Caxias 18 Itaborai 19. Itaguai 20. ltaocara 21 Itaperuna 22 Macaé 23. Magé 24 Mangaratiba 25 Maricá 26 Marquês de Valença 27 Mendes 28. Miguel Pereira 29. Miracema 30 Natividade do Carangola 31 Nilópolis 32 NITERÓI (capital) 33 Nova Friburgo 34 Nova Iguaçu 35 Paraiba do Sul 36 Parati 3 7. Petrópolis 38. Pirai 39. Porciúncula 40. Resende 41. Rio Bonito 42 Rio Claro 43 Rio das Flores 44. Santa Maria Madalena 45. Santo Antôr.io de Pádua 46. São Fidélis 4 7 São Gonçalo 48 São João da Barra 49 São João de Meriti 50 São Pedro da Aldeia 51 São Sebastião do Alto 52 Sapuca\a 53. Saquarema 54. Silva Jardim 55. Sumidouro 56 Teresópolis 57 Trajano de Morais 58 Três Rios 59 Vassouras 60 Volta Redonda

20 DISTRITO FEDERAL

1. RIO DE JANEIRO (capital da República)

21. ESTADO DE SÃO PAULO

1 . Adamantina 2 Aguai 3 Águas da Prata 4. Águas de Lindóia 5. Águas de São Pedro 6 Agudos 7. Alfredo Marcondes 8 Altinópolis 9 Alto Alegre

10. Alvares Florence 11. Alvares Machado 12 Alvaro de Carvalho 13 Americana 14. América de Campos 15. Amparo 16. Analândia 17. Andradina 18. Angatuba 19. Anhembi

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ESTATíSTICA MUNICIPAL 261

2. Relação dos Municípios, segundo as Unidades da Federação

MUNICíPIOS MUNICíPIOS MUNICÍPIOS

21. ESTADO DE 21. ESTADO DE 21. ESTADO DE SÃO PAULO (cont.) SÃO PAULO (cont.) SÃO PAULO (cont.)

20. Anhumas 105. Cuba tão 190. I tu 21 Aparecida 106 Cunha 191. Ituverava 22. A pia! 107 Descalvado 192 Jaborandi 23. Araçatuba 108 Divinolândia 193. Jaboticabal 24 Araçoiaba da Serra 109 Dois Córregos 194. Jacarel 25. Araraquara 110. Dourado 195. Jacupiranga 26. Araras 111. Dracena 196. Jaguariúna 27. Arealva 112 Duartina 197. Jales 28 Areias 113. Echaporã 198 Jambeiro 29 Ariranha 114. Eldorado 199. J ardinópolis 30. Artur Nogueira 115. Elias Fausto 200. Jarinu 31. Assis 116. Estrêla d'Oeste 201. Jaú 32 A ti baia 117 Fartura 202. Joanópolis 33. Auriflama 118. Fernandópolis 203 José Bonifãcio 34 Avaí 119. Fernando Prestes 204 Júlio Mesquita 35 Avanhaàava 120 Ferraz de Vasconcelos 205 Jundial 36. Avaré 121. Flora Rica 206 Junqueirópolis 37. Baibinos 122. Flórida Paulista 207. Juquiã 38. Bálsamo 123. Florín.ea 208. Lagoinha 39 Bananal 124. Franca 209. Laranjal Paulista 40 Bariri 125 Franco da Rocha 210 Lavínia 41 Barra Bonita 126. Gâlia 211. Lavrinhas 42 Barretos 127 Garça 212. Leme 43 Barrinha 128 Gastão Vidigal 213. Lençóis Paulista 44. Barueri 129 General Salgado 214. Limeira 45. Bastos 130. Getulina 215. Lins 46. Bata tais 131. Glicério 216 Lo rena 47. Bauru 132. Guaiçara 217. Lucélia 48 Bebedouro 133 Guaimbê 218. Lucianópolis 49. Bento de Abreu 134 Guaíra 219. Lupércio 50. Bernardino de Campos 135. Guapiaçu 220. Lutécia 51. Bilac 136. Guapiara 221. Maca tuba 52. Birigui 137. Guarã 222 Macaubal 53. Boa Esperança do Sul 138 Guaraça! 223 Magda 54. Bocaina 139. Guaraci 224. Mairiporã 55. Bofete 140 Guarantã 225. Manduri 56. Boituva 141. Guararapes 226 Marabâ Paulista 57 Borborema 142. Guararema 227 Maraca! 58 Botucatu 143 Guaratinguetã 228 Mariâpolis 59. Bragança Paulista 144. Guare! 229 Marilia 60 Braúna 145. Guariba 230 Martinópolis 61. Brodósqui 146. GuarLjâ 231 Ma tão 62 Brotas 147. Guaru!hos 232. Mauã 63 Buri 148. Herculândia 233. Miguelópolis 64 Buritama 149. Iacanga 234 Mineiros do Tietê 65. Buritizal 150. Ibaté 235 Miracatu 66 Cabrália Paulista 151. Ibirã 236. Mirandópolis 67. Cabreúva 152 Ibirarema 237. Mirante do Paranapanema 68 Caçapava 153 Ibitinga 238. Mirassol 69 Cachoeira Paulista 154. Ibiúna 239. Mococa 70 Caconde 155. Icém 240. Mogi das Cruzes 71 Cafelândia 156 Iepê 241 Mogi-Guaçu 72 Caiabu 157 Igaraçu do Tietê 242. Mogi-Mirim 73 Caiuã 158. Igarapava 243 Monte Alegre do Sul 74 Cajobi 159. lgaratá 244 Monte Alto 75 Cajuru 160 Iguape 245 Monte Aprazivei 76 Campinas 161. Ilha bela 246 Monte Azul Paulista 77 Campos do Jordão 162. Indaiatuba 247 Monte Castelo 78 Campos Novos Paulista 163. Indiana 248 Monteiro Lobato 79 Cananéia 164 Indiaporã 249. Monte Mor 80 Cândido Mota 165 lpauçu 250 Morro Agudo 81. Capão Bonito 166 Iporanga 251. Murutinga do Sul 82 Capivari 167. Ipuã 252 Natividade da Serra 83 Caraguatatuba 168. Iracemápolis 253. Nazaré Paulista 84 Cardoso 169 Irapuã 254. Neves Paulista 85 Casa Branca 170 Irapuru 255. Nhandeara 86 Castilho 171. Itaberá 256. Nipoã 87 Catanduva 172. Itaí 257 Nova Aliança 88. Cedral 173. Itajobi 258 Nova Europa 89. Cerqueira César 174. Itaju 259. Nova Granada 90. Cerquilho 175. Itanhaém 260. Novo Horizonte 91 Charqueada 176. Itapecerica da Serra 261 Nuporanga 92. Chavantes 177. Itapetininga 262 Óleo 93. Clementina 178. ltapeva 263 Ol!mpia 94. Colina 179 Itapira 264 Oriente 95. Concha! 180. Itápolis 265 Orlândia 96 Conchas 181. Itaporanga 266 Oscar Bressane 97 Cordeirópolis 182. ltapuí 267 Osvaldo Cruz 98. Coroados 183. Itaquaquecetuba 268. Ourinhos 99. Corumbatai 184 Itararé 269 Ouro Verde

100. Cosmópolis 185 Itariri 270 Pacaembu 101. Cosmorama 186. ltatiba 271 Palestina 102 Cotia 187 Itatinga 272. Palmital 103. Cravinhos 188 Itirapina 273. Panorama 104. Cruzeiro 189. Itirapuã 274 Paraguaçu Paulista

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262 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICíPIOS

275 276 277 278 279 280. 281. 282. 283. 284 285 286 287 288. 289. 290. 291. 292 293 294 295 296 297 298. 299 300. 301 302 303 304 305. 306 307 308 309 310 311. 312 313 314 315. 316 317. 318 319 320. 321. 322. 323 324. 325 326 327. 328 329 330 331. 332 333 334 335. 336. 337. 338 339 340 341 342 343 344 345 346. 347 348 349 350. 351 352 353. 354. 355. 356 357 358 359

2. Relação dos Municípios, segundo as Unidades da Federação

MUNICÍPIOS

21 ESTADO DE SÃO PAULO (cont)

Paraibuna Paraíso Paranapanema Parapuã Pariquera~Açu Patrocínio Paulista Paulicéia Paulo de Faria Pederneiras Pedregulho Pedreira Pedro de Toledo Penápolis Pereira Barreto Pereiras Piacatu Piedade Pilar do Sul Pindamonhangaba Pindorama Pinhal Piquerobi Piquete Piracaia Piracicaba Piraju Pirajuí Pirangi Pirapõzinho Pirassununga PiratirJinga Pitangueiras Planalto Platina Poá Poloni Pompéia Pongaí Pontal Porangaba Pôrto Feliz Pôrto Ferreira Potirendaba Presidente Alves Presidente Bernardes Presidente Epitácio Presidente Prudente Presidente Venceslau Promissão Quatá Queluz Quintana Rancharia Redenção da Serra Regente Feij6 Reginópolis Registro Ribeira Ribeirão Bonito Ribeirão Branco Ribeirão Pires Ribeirão Prêto Ribeirão Vermelho do Sul Rifaina Rincão Rinópolis Rio Claro Rio das Pedras Riolândia Rubiácea Sabino Sales Oliveira Salesópolis Salto Salto de Pirapora Salto Grande Santa AdHia Santa Bárbara d'Oeste Santa Bárbara do Rio Pardo Santa Branca Santa Cruz da Conceição Santa Cruz das Palmeiras Santa Cruz do Rio Pardo Santa Fé do Sul Santa Gertrudes

360 361 362 363 364 365 366. 367 368 369 370 371 372 373 374 375 376 377 378 379 380 381. 382 383 384 385 386. 387 388 389 390 391. 392. 393 394 395 396 397 398 399 400 401 402. 403 404. 405 406 407. 408 409 410. 411 412. 413 414. 415 416 417. 418 419. 420 421 422. 423 424. 425 426 427 428. 429 430 431 432 433. 434. 435

1 2 3 4 5

MUNICÍPIOS

21 ESTADO DE SAO PAULO (cone!.)

Santa Isabel Santa Mercedes Santana de Parnaíba Santa Rita do Passo Quatro Santa Rosa de Viterbo Santo Anastácio Santo André Santo Antônio da Alegria Santo Antônio de Posse Santo Antônio do Jardim Santos São Bento do Sapucaí São Bernardo do Campo São Caetano do Sul São Carlos São João da Boa Vista São Joaquim da Barra São José da Bela Vista São José do Barreiro São José do Rio Pardo São José do Rio Prêto São José dos Campos São Luís do Paraitinga São Manuel São Miguel Arcanjo SÃO PAULO (capital) São Pedro São Pedro do Turvo São Roque São Sebastião São Sebastião da Grama São Simão São Vicente Sarapuí Serra Azul Serrana Serra Negra Sertãozinho Severínia Si! v eiras Socorro Sorocaba Sumaré Suzana Tabapuã Tabatinga Taciba Taiaçu Taiúva Tambaú Tanabi Tapiratiba Taquaritinga Taquarituba Tatu! Taubaté Terra Roxa Tietê Timburi Torrinha Tremembé Tupã Tupi Paulista Ubatuba Ubirajara Uchoa Uru Urupês Valentim Gentil V alinhos Valparaíso Vargem Grande do Sul Vera Cruz Vinhedo Viradouro Votuporanga

22 ESTADO DO PARANÁ

Abatiá Almirante Tamandaré Alto Paraná Alvorada do Sul Amoreira

MUNICíPIOS

22 ESTADO DO PARANÁ (cont)

6 Andirá 7 Antonina 8 Apucarana 9 Arapongas

10. Arapoti 11 Araruna 12 Araruva 13 Araucária 14 Assai 15 Astorga 16 Bandeirantes 17 Barracão 18 Bela Vista do Paraíso 19 Bituruna 20 Bocaiúva do Sul 21 Bom Sucesso 22 Borrazópolis 23 Cafeara 24 Califórnia 25 Cambará 26 Cambé 27 Campina Grande do Sul 28 Campo Largo 29 Campo ~ourão 30 Cândido de Abreu 31 Capanema 3 2 Carlópolis 33 Cascavel 34 Castro 35 Centenário do Sul 36 Cêrro Azul 37 Chopinzinho 38 Cianorte 39. Cievelândia 40 Colombo 41 Colorado 42. Congonhinhas 43 Contenda 44 . Cornélio Procópio 45 Coronel Vivida 46 CruzeirQ do Oeste 47 Cruzeiro do Sul 48 Cruz Machado 49. CURITIBA (capital) 50 Curiúva 51 Engenheiro Beltrão 52. Faxina! 53. Florai 54. Florest6polis 55. Foz do Iguaçu 56. Francisco Beltrão 57 Gôio-Erê 58, Guaíra 59 Guaraci 60 Guaraniaçu 61 Guarapuava 62 Guaraqueçaba 63 Guaratuba 64 Ibaiti 65 Ibiporã 66 íguarassu 67 Imbituva 68. Ipiranga 69. Ira ti 70 Itaguajé 71 Itamb"racá 72 Jaboti 73 Jacarezinho 74 Jaguapitã 75 Jaguariaíva 76 Jandaia do Sul 77 Japira 78 J ataizinho 79 Joaquim Távora 80 Jundiaí do Sul 81 Jussara 82 Lapa 83 Laranjeiras do Sul 84 Le6polis 85 Loanda 86 Lobato 87 Londrina 88 Lupion6polis 89 Mallet 90. Mandaguaçu

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ESTATíSTICA MUNICIPAL 263

2. Relação dos Municípios, segundo as Unidades da Federação

91 92 93 94 95 96 97 98 99

100 101. 102 103. 104. 105 106. 107 108 109 110 111. 112 113 114 115 116 117 118 119. 120 121 122. 123. 124 125 126. 127. 128. 129 130 131 132 133 134 135 136 137 138 139 140 141 142 143 144 145 146. 147 148. 149 150 151 152 153 154 155 156 157 158 159 160 161 162

MUNICÍPIOS

22. ESTADO DO PARANÁ (concl.)

Mandaguari Mangueirinha Manuel Ribas Marialva Maringá Morretes Munhoz de Melo Nova Esperança Nova Fátima Nova Londrina Ortigueira Palmas Palmeira Paraíso do Norte Paranacity Paranaguá Paranavaí Pato Branco Paulo Frontin Peabiru Pinhalão Piraí do Sul Piraquara Pitanga Ponta Grossa Porecatu Pôrto Amazonas Primeiro de Maio Prudentópolis Quatiguá Querência do Norte Rebouças Reserva Ribeirão Claro Ribeirão do Pinhal Rio Azul Rio Branco do Sul Rio Negro Rolândia Rondon Sabáudia Santa Amélia Santa Cruz do Monte Castelo Santa Fé Santa Isabel do I vaí Santa Mariana Santo Antônio Santo Antônio da Platina Santo Inácio São Carlos do Ivaí São Jerônimo da Serra São João do Caiuá São João do Triunfo São Jorge São José dos Pinhais São Mateus do Sul São Pedro do Jvaí Sengés Sertaneja Sertanópolis Siqueira Campos Tamboara Teixeira Soares Terra Boa Terra Rica Tibagi Tijucas do Sul Toledo Tomazina União da Vitória Uraí Venceslau Braz

23. ESTADO DE SANTA CATARINA

1 Araquari 2 Araranguá 3 Biguaçu 4 Blumenau 5. Bom Retiro 6 Braço do Norte 7. Brusque 8 Caçador 9 Camboriú

10. Campo Alegre

MUNICÍPIOS

23 ESTADO DE SANTA CATARINA Ieonel;

11 12. 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22. 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33. 34 35. 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47. 48 49. 50 51 52 53 54. 55 56 57 58 59. 60 61. 62 63 64 65 66 67 68 69 70

Campos Novos Canoinhas Capinzal Chapecó Concórdia Criciúma Curitibanos Descanso Dionísio Cerqueira Erval d'Oeste FLORIANÓPOLIS (capital) Gaspar Guaramirim Ibirama Imarui Indaial Itá Itaiópolis Itajaí Ita.piranga Ituporanga Jaguaruna Jaraguá do Sul Joaçaba joinvile Laguna Lajes Mafra MotJ.daí Nova Trento Ot!eães Palhoça Palmitos Papanduva Piratuba Pôrto Belo Pôrto União Presidente Getúlio Rio do Sul Rio Negrinho Rodeio Santo Amaro da In1peratriz São Bento do Sul São Carlos São Francisco do Sul São Joaquim São José São Miguel d'Oeste Seara Sombrio Taió Tangará Tijucas Timbó Tubarão Turvo Urussanga Videira Xanxerê Xaxim

24. ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

1 Alegrete 2 Antônio Prado 3 Aratiba 4 Arroio do Meio 5 . Arroio Grande 6 Bagé 7 Bento Gonçalves 8 Bom Jesus 9 Caçapava do Sul

10 Cacequi 11 . Cachoeira do Sul 12 Caí 13 Camaquã 14. Candelária 15 Canela 16 Cangussu 17 Canoas 18 Caràzinho 19. Casca 20 Caxias do Sul 21 Cêrro Largo 22 Crissiuma!

MUNICÍPIOS

24. ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (cont )

23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63. 64 65 66 67 68 69. 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97. 98 99.

100 101 102 103. 104. 105 106 107.

Cruz Alta Dom Pedrito Encantado Encruzilhada do Sul Erechim Erva! Espumoso Esteio Estrêla Farroupilha Flores da Cur1ha Frederico Westphalen Garibaldi Gaurama General Câmara General Vargas Getúlio Vargas Giruá Gramado Gravata i Guaíba Guaporé Horizontina Ibirubá IJUÍ Ir aí !ta qui Jaguarão Jaguari Julio de Castilhos Lagoa Vermelha Lajeado Lavras do Sul Livramento Marau Marcelino Ramos Montenegro Não-me-Toque Nova Petrópolis Nova Prata Novo Hamburgo Osório Palmeira das Missões Panambi Passo Fundo Pelotas Pinheiro Machado Piratini PÓRTO ALEGRE (capital) Pôrto Lucena Quaraí Rio Grande Rio Pardo Roca Sales Rolante Rosário do Sul Sananduva Santa Cruz do Sul Santa Maria Santa Rosa Santa Vitória do Palmar Santiago Santo Ângelo Santo Antônio Santo Cristo São Borja São Francisco de Assis São Francisco de Paula São Gabriel São Jerônimo São José do Norte São Leopoldo São Lourenço do Sul São Luis Gonzaga São Pedro do Sul São Sepé Sapiranga Sarandi Sobradinho So!edade Ta pejara Tapera Tapes Taquara Taquari

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264 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICíPIOS

2. Relação dos Municípios, segundo as Unidades da Federação

MUNICÍPIOS

24. ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (concl.)

108. Tenente Portela 109. Tôrres 110 Três de Maio 111 Três Passos 112. Triunfo 113 Tupanciretã 114 Uruguaiana 115 Vacaria 116. Venâncio Aires 117 . Veranópolis 118. Viamão

25. ESTADO DE MATO GROSSO

1. Acorizal 2. Água Clara 3 Alto Araguaia 4 Alto Garças 5 Alto Paraguai 6. Amambaí 7. Aparecida do Taboado 8. Aquidauana 9. Arenápolis

10 Aripuauã 11 . Barão de Melgaço 12. Barra do Bugres 13 . Barra do Garças 14. Bataguaçu 15 . Bela Vista 16. Bonito 17 Cáceres 18. Camapuã 19. Campo Grande 20. Cassilândia 21 Chapada dos Guimarães 2 2 . Corguinho 23. Corumbá 24. Coxim 25. CUIABA (capital) 26. Diamantino 27. Dourados 28. Guia Lopes da Laguna 29. Guiratinga 30. Itaporã 31. Itiquira 32. Jaraguari 33 Jardim 34 Ladário 35. Maracaju 36. Mato Grosso 37. Miranda 38. Nioaque 39. Nortelândia 40. Nossa Senhora do Livramento 41 Paranaíba 42. Poconé 43. Ponta Porã 44 Ponte Branca 45 Pôrto Murtinho 46. Poxoreu 47. Ribas do Rio Pardo 48 Rio Brilhante 49 Rio Verde de Mato Grosso 50 Rochedo 51. Rondonópolis 52 . Rosário Oeste 53 Santo Antônio do Leverger

MUNICÍPIOS

25 ESTADO DE MATO GROSSO (cone!.)

54 Sidrolândia 55. Terenos 56. Tesouro 57. Torixoreu 58. Três Lagoas 59 Várzea Grande

26 ESTADO DE GOIÁS 1. Abadiânia 2 Aloândia 3. Amaro Leite 4. Anápolis 5. Anhangüera 6. Anicuns 7 . Aragarças 8 Araguacema 9. Araguatins

10 Arraias 11 Aurilândia 12 Ba baçulândia 13 Baliza 14 Bela Vista de Goiás 15. Bom Jardim de Goiás 16. Buriti Alegre 17. Cachoeira Alta 18 Cachoeira de Goiás 19 Caiapônia 20 Caldas Novas 21 Campo Alegre de Goiás 22 Campos Belos 23 Carmo do Rio Verde 24 Cassu 25 Catalão 26. Cavalcante 27 Ceres 28 Córrego do Ouro 29. Corumbá de Goiás 30 Corumbaíba 31. Cristalândia 3 2 . Cristalina 33. Cristianópolis 34. Crixás 35 Cromfnia 36. Cumari 3 7 . Dianópolis 38 Edéia 39 Fazenda Nova 40. Filadélfia 41. Firminópolis 42. Formosa 43. Goiandira 44. Goianésia 45. GOIÂNIA (capital) 46. Goiás 47 Goiatuba 48. Guap6 49. Hidrolândia 50. Inhumas 51 Ipameri 52. !porá 53 Itaberaí 54. Itacajá 55. Itaguatins 56. Itapaci 57 Itapuranga 58 Itarumã 59 Itauçu

60 61. 62 63. 64. 65 66 67 68. 69. 70 71. 72 73 74 75. 76. 77 78 79 80 81 82 83. 84. 85 86. 87 88. 89 90 91. 92 93 94. 95 96. 97. 98. 99

100. 101. 102 103. 104 lOS. 106. 107. 108. 109. 110 111 112 113 114 115. 116 117 118 119 120 121 122 123 124 125. 126

MUNICÍPIOS

26. ESTADO DE GOlAS (cone!.)

Itumbiara Ivolâr.dia Jandaia Jaraguá Jataí Leopoldo de Bulhões Lizarda Luziânia Mairipotaba Marzagão Mateira Mineiros Miracema do Norte Monte Alegre de Goiás Morrinhos Mossâmedes Nati~idade Nazário Nerópolís Niquelândia Nova Aurora Orizona Ouvidor Palmeira de Goiás Palmelo Panamá Paranã Paranaíba de Goiás Paraúna Pedro Afonso Peixe Petrolina de Goiás Pia cá Pilar de Goiás Piracanjuba Piranhas Pirenópolis Pires do Rio Pium Planaltina Pontalina Porangatu Pôrto Nacional Posse Quirinópolis Rialma Rio Verde Rubiataba Santa Cruz de Goiás Santa Helena de Goiás Santa Rita do Araguaia São Domingos São Francisco de Goiás São João da Aliança São Luís de Montes Belos Silvânia Sitio da Abadia Taguatinga Tocantínia Tocantinópolis Trindade Tupirama Uruaçu Uruana Urutaí Veadeiros Vianópolis

FONTE - Secretaria-Geral do Conselho Nacional de Estatística - Diretoria de Documentação e Di­vulgação.

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ESTATíSTICA ;\IU;\JICIPAL

3. Municípios relacionados na ordem alfabética

MUNICíPIOS

A

Abadia dos Dourados - MG Abadiânia - GO Abaeté- MG Abaetetuba - P A Abatiá- PR Abre Campo - MG Acajutiba - BA Acará- PA Acaraú- CE Acari- RN Acopiara - CE Acodzal- MT Açu- RN Açucena- MG Adamantina - SP Afogados da Ingàzeira - PE Afonso Bezerra - RN Afonso Cláudio - ES Afuá- PA Agrestina - PE Água Branca - AL Água Branca - PI Água Clara - MT Água Preta - PE Aguaí- SP Águas Belas :_ PE Águas da Prata - SP Águas de Lindóia - SP Águas de São Pedro - SP Águas Formosas - MG Agudos- SP Aimorés- MG Airão- AM Aiuaba- CE Aiuruoca - MG Alagoa Grande - PB Alagoa Nova - PB Alagoinha - PB Alagoinha - PE Alagoinhas - BA Alcântara - MA Alcobaça - BA Alegre -- ES Alegrete - RS Além Paraíba - MG Alenquer - P A Alexandria - RN Alfenas- MG Alfredo Chaves - ES Alfredo Marcondes - SP Aliança- PE Almeirin1- PA Almenara - MG Almino Afonso - RN Almirante Tamandaré PR Aloândia - GO Alpinópolis - MG Altamira- PA Alterosa - MG Altinho- PE Altinópolis - SP Alto Alegre - SP Alto Araguaia - MT Alto Garças - MT Alto Longá - PI Alto Paraguai - MT Alto Paraná - PR Alto Parnaíba - MA Alto Rio Doce - MG Altos- Pl Álvares Florence - SP Alvares Machado - SP Alvaro de Carvalho - SP Alvinópolis - MG Alvorada do Sul - FR Amambai- MT Amapá- AP Amaraji- PE Amarar1te - FI Amarante do Maranhão - ~A:A Amargosa - BA Amaro Leite - GO Americana - SP América de Campos SP Amoreira - PR Amparo- SP

R.B.M.- 6

MUNICÍPIOS

A

Amparo de São Francisco - SE Anadia- AL Anajás- PA Anajatuba - MA Analândia - SP Ananindeua - PA Anápolis- GO Anchieta - ES Andara!- BA Andirá- PR Andradas - MG Andradina - SP Andrelândia - MG Angatuba - SP Angelim- PE Angical- BA Angical do Piauí - Pl Angicos- RN Angra dos Reis - R J Anhanga- PA Anhangüera - GO AHhembi- SP Anhumas- SP Anicuns- GO Antas- BA Antenor Navarro - PB Antonina - PR Antônio Carlos - MG Antônio Dias - MG Antônio Prado- RS Aparecida - SP Aparecida do Taboado - MT Apial- SP Apodi- RN Apucarana - PR Aquidabã - SE Aquidauana - MT Aquiraz- CE Aracaiu- SE Aracati- CE Araçatuba - SP Aracoiaba - CE Araçoiaba da Serra - SP Aracruz- ES Araçual- MG Aragarças - GO Araguacema - GO Araguari - MG Araguatins - GO Araioses - MA Arapiraca - AL Arapongas - PR Arapoti- PR Ataquari - SC Araranguá - se Araraquara - SP Araras- SP Arari- MA Araripe- CE Araripina - PE Araruama - RJ Araruna- PB Araruna- PR Araruva- PR Aratiba- RS Araticu- PA Aratulpe - BA Arauá- SE Araucária - PR Araújos- MG Araxá- MG Arceburgo - MG Arcos- MG Arcoverde - PE Areado- MG Arealva- SP Areia- PB Areia Branca - RN Areias- SP Arês- RN Aripuanã - MT Ariranha - SP Aroeiras - PB Arraias- GO Arroio do Meio - RS Arroio Grande - RS

MUNICíPIOS

A

Artur Nogueira SP Assai- PR Assaré- CE Assis- SP Astdfo Dutra - MG Astorga- PR Atalaia- AL Atalaia do Norte - AM Ataléia- MG Atibaia- SP Augusto Severo - RN Auriflama - SP Aur\lândia - GO Aurora- CE Autazes- AM Avai- SP Avanhandava- SP Avaré- SP Axixá- MA

B

Babaçulândia - GO Bacabal- MA Baependi - MG Bagé- RS Baião- PA Baixa Grande - BA Baixio- CE Baixo Guandu - ES Balbinos - SP Baldim- MG Baliza- GO Bólsamo- SP Balsas- MA Bambu!- MG Bar1anal - SP Bananeiras - FB Bandeirantes - PR Barão de Cocais - MG Barão de Grajaú - MA Barão de Melgaço - MT Barbacena - MG Barba1ha - CE Barcarena - P A Barcelos - AM Bariri- SP Barra- BA Barra Bonita - SP Barracão - PR Barra da Estiva - BA Barra de São Francisco - ES Barra do Bugres - MT Barra do Corda - MA Barra do Garças - MT Barra do Piraí - RJ Barra dos Coqueiros - SE Barra Longa - MG Barra Mansa - RJ Barras- FI Barreiras - BA Barreirinha - AM Barreirinhas - MA Barreiros - PE Barretos - SP Barrinha - SP Barro- CE Barroso- MG Barueri- SP Bastos- SP Bataguaçu - MT Batalha- AL Batalha- PI Batatais - SP Baturité - CE Bauru- SP Bebedouro- SP Beberibe - CE Bela Vista - MT Bela Vista de Goiás - GO Bela Vista do Paraíso - PR Belém- PA Belém de São Francisco - PE Belmonte - BA Belo Horizonte - MG Belo Jardim - PE

265

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266 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICíPIOS ,

3. Municípios relacicrnados na ordem alfabética

MUNICÍPIOS

B

Belo Vale- MG Beheditinos - PI Benedito Leite - MA Benjamin Constar~.t - AM Bento de Abreu - SP Bento Gonçalves - RS Bequimão - MA Bernardino de Campos SP Bertolinia - PI Betim- MG Bezerros - PE Bias Fortes - MG Bicas- MG Biguaçu- se Bilac- SP Birigui- SP Bituruna - PR Blumenau - SC Boa Esperança - MG Boa Esperança do 5ul - SP Boa Nova- BA B9a Viagem - CE Boa Vista - RB Bôca do Acre - AM Bocaina- SP Bocaina de Minas - MG Bocaiúva - MG Bocaiúva do Sul - PR Bodocó- PE Bofete- SP Boituva- SP Bom Conselho - PE Bom Despacho - MG Bom Jardim- PE Bom Jardim - RJ Bom Jardim de Goiás - GO Bom Jardim de Minas - MG Bom Jesus - PI Bom Jesus - RS Bom Jesus da Lapa - BA Bom Jesus do Amparo - MG Bom Jesus do Galho - MG Bom Jesus do Itabapoana - R] Bom Repouso - MG Bom Retiro - SC Bom Sucesso - MG Bom Sucesso - PR Bonfim- MG Bonito- MT Bonito- PE Bonito de Santa Fê - PB Borba- AM Borborema - SP Borda da Mata - MG Borrazópolis - PR Botelhos - MG Botucatu - SP Braço do Norte- SC Bragança- PA Bragança Paulista - SP Brasiléia - AC Brasllia - MG Brás Pires - MG Braúna- SP Braúnas- MG Brazópolis - MG Brejo- MA Brejo da Madre de Deus - PJJ: Brejo do Cruz - PB Brejões- BA Brejo Grande- SE Brejo Santo - CE Breves- PA Brodósqui - SP Brotas- SP Brotas de Macaúbas - BA Brumadinho - MG Brumado- BA Brusque- SC Bueno Brandão - MG Buenópolis - MG Buíque- PE Bujaru- PA Buquim- SE Buri - SP Buritama - SP

MUNICÍPIOS

B

Buriti- MA Buriti Alegre - GO Buriti Bravo - MA Buriti dos Lopes - PI Buritizal - SP

c Cabeceiras - PB Cabo- PE Cabo Frio - RJ Cabo Verde- MG Cabrália Paulista - SP Cabreúva - SP Cabrobó- PE Caçador- se Caçapava - SP Caçapava do ~ui - RS Cacequi- RS Cáceres- MT Cachoeira - BA Cachoeira Alta - GO Car:-ho~ira de Goi-ás - GO Cachoeira de Minas - MG Cachoeira oo Arari ~ P A Cachoeira do Sul - RS Cachoeira Paulista - SP Cacht-eiras de Macacu - RJ Cachoeiro de Itapemidm - ES Caconde- SP Caculé- BA Caetanópolis - MG Caeté- MG Caetité- BA Cafeara- PR Cafelândia - SP Caí- RS Caiabu- SP Caiapônia - GO Caiçara- PB Caicó- RN Cairu- BA Caiuá- SP Cajapiô- MA Cajari- MA Cajàzeiras - PB Cajobi- SP Cajuru- SP Caldas- MG Caldas Novas - GO Califórnia - PR Camaçari - BA Camamu- BA Camanducaia - MG Camapuã- MT Camaquã- RS Cambará- PR Cambé- PR Camboriú - SC Cambuci- R] Cambuí- MG Cambuquira - MG Cametá- PA Camocim- CE Camocim de São Félix - PE Campanha - MG Campestre - MG Campina Grande - PB Campina Grande do Sul - PR Campinas - SP Campina Verde - MG Campo Alegre - SC Campo Alegre de Goiás - GO Campo Belo - MG Campo do Brito - SE Campo do Meio - MG Campo Florido - MG Campo Formoso - BA Campo Grande - MT Campo Largo - PR Campo Maior - PI Campo Mourão - PR Campos- RJ Campos Altos - MG Campos Belos - GO Campos do Jordão - SP

MUNICÍPIOS

c Campos Gerais - MG Campos Novos - SC Campos Novos Paulista - SP Campos Sales - CE Cana do Reino - MG Cananéia - SP Canápolis - MG Canavieiras - BA Candeias - MG Candelária - RS Cândido de Abreu - PR Cândido Mendes - MA Cândido Mota - SP Car,eJa- RS Canguaretama - RN Cangussu - R S Canhoba- SE Ca,lhotinho - PE Canindé- CE Car>oas- RS Canoínhas - SC Cantagalo - RJ Cantanhede - MA Canto do Buriti - P Canutama - AM Capanema - PAI Capanema - PR Capão Bonito - SP Capela- AL Capela- SE Capela Nova- MG Capelinha - MG Capetinga - MG Capim- PA Capim Branco - MG Capir,ópolis - MG Capinzal - SC Capistrano - CE Capitólio - MG Capivari - SP Caracaraí - RB Caracol- PI Caraguatatuba - SP Cara!- MG Carandaí - MG Carangola - MG Caratinga - MG Carauari - AM Caraúbas - RN Cara\felas - BA Caràzinho - RS Cardoso- SP Careaçu- MG Careiro- AM Cariacica - ES Carinhanha - BA Carira- SE Carirê- CE Caririaçu - CE Cariús- CE Carlópolis - PR Carlos Chagas - MG Carmo- RJ Carmo da Cachoeira - MG Carmo da Mata - MG Carmo do Cajuru - MG Carmo do Paranaíba - MG Carmo do Rio Claro - lV-G Carmo do Rio Verde -- GO Carmópolis - SE Carmópolis de Minas - MG Carna!ba - PE Carnaúba dos Dar..tas - RN Carolina- MA Carpina- PE Carrancas - MG Caruaru- PE Carutapera - MA Carvalhos - MG Casa Branca -- SP Casa Nova- BA Casca- RS Cascalho Rico - MG Cascavel - CE Casca'l.?el - PR Casimira de Abreu - R]

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ESTATíSTICA MUNICIPAL 267

3. Municípios telacianados na ordem aliabética

MUNICíPIOS

c Cássia- MG Cassilândia - MT Cassu- GO Castanha! - PA Castelo- ES Castelo do Piauí - PI Castilho- SP Castro- PR Castro Alves - BA Cataguases - MG Catalão- GO Catanduva - SP Catende- PE Catolé do Rocha - PB Catu- BA Caucaia- CE Cavalcante - GO Caxambu- MG Caxias- MA Caxias do Sul - RS Cearã.Mirim - RN Cedral- SP Cedro- CE Cedro de São João - SE Centenário do Sul - PR Centralina - MG Ceres- GO Cerqueira César - SP Cerquilho - SP Cêrro Azul - PR Cêrro Corá - RN Cêrro Largo - RS Chapada dos Guimarães - MT Charqueada - SP Chaval- CE Chavantes - SP Chaves- PA Chiador- MG Chopinzinho - PR Chorrochó - BA Cícero Dantas - BA Cipó- BA Cipotânea - MG Claraval - MG Cláudio- MG C!ementina - SP Cleve!ândia - PR Coaraci- BA Coari-AM Cocal- PI Codajâs- AM Codó- MA Coelho Neto - MA Coimbra- MG Colatina - ES Colina- SP Colinas- MA Colombo- PR Colônia Leopoldina - AL Co!orado - PR Coluna- MG Comendador Gomes - MG Comercinho - MG Conceição - PB Conceição da Aparecida - MG Conceição da Barra - ES Conceição da Feira - BA Conceição das Alagoas - MG Conceição de Ipanema - MG Conceição de Macabu - RJ Conceição do Almeida - BA Conceição do Araguaia - P A Conceição do Canindé - Pl Conceição do Coité - BA Conceição do Mato Dentro - MG Conceição do Rio Verde- MG Conceição dos Ouros - MG Concha!- SP Conchas- SP Concórdia - se Conde- BA Condeúba - BA Congonhal - MG Congonhas - MG Congonhinhas - PR Conquista - MG

MUNICíPIOS

c Conselheiro Lafaiete - MG Conselheiro Pena - MG Contagem - MG Contenda - PR Coqueiral - MG Coração de Jesus - MG Coração de Maria - BA Cordeiro - RJ Cordeirópolis - SP Cordisburgo - MG Coreaú- CE Coremas- PB Corguinho - MT Corinto- MG Cornélio Procópio - PR Coroaci- MG Coroados - SP Coroatá- MA Coromandel - MG Coronel Ezequiel - RN Coronel Fabriciano - MG Coronel Murta - MG Coronel Vivida - PR Córrego Danta - MG Córrego do Bom Jesus - MG Córrego do Ouro - GO Corrente - PI Ccrrentes - PE Correntina - BA Cortês- PE Corumbá- MT Corumbá de Goiás - GO Corumbaíba- GO Corumbataí - SP Coruripe - AL Cosmópolis - SP Cosmorama - SP Cotegipe - BA Cotia- SP Coxim- MT Crateús- CE Crato- CE Cravinhos - SP Criciúma - se Crissiumal - RS Cristais - MG Cristalândia - GO Cristalina - GO Cristianópo!is - GO Cristina - MG Cristinápo!is - SE Cristino Castro - PI Crixás- GO Cromínia - GO Cruz Alta- RS Cruz das Almas - BA Cruz do Espírito Santo - PB Cruzeiro - SP Cruzeiro do Oeste - PR Cruzeiro do Sul - AC Cruzeiro do Sul - PR Cruzeta- RN Cruzília- MG Cruz Machado - PR Cubatão- SP Cuiabá- MT Cuité- PB Cumari- GO Cumbe- SE Cunha- SP Cupira- PE Curaçá- BA Curimatã - PI Curitiba - PR Curitibanos - SC Curiúva- PR Currais No,ros- RN CurraHnho - P A Curuçá- PA Cururupu - MA Curvelo- MG Custódia - PE

D Delfim Moreira - MG Delfiuópolis - MG

MUNICÍPIOS

D

Delmiro Gouveia - AL Descalvado - SP Descanso - SC Descoberto - MG Destêrro de Entre Rios - MG Diamantina - MG Diamantino - MT Dianópolis - GO Dionísio - MG Dionísio Cerqueira - SC Divina Pastôra - SE Divino- MG Divinolândia - SP Divinópolis - MG Divisa Nova- MG Dois Córregos - SP Domingos Martins- ES Dom Joaquim- MG Dom Pedrito - RS Dom Pedro - MA Dom Silvério - MG Dom Viçoso - MG Dores de Campos - MG Dores do Indaiá - MG Dores do Turvo - MG Dourado- SP Dourados - MG Dracena- SP Duartina - SP Duas Barras - RJ Duque Bacelar - MA Duque de Caxias - RJ

E

Echaporã - SP Edéia- GO Eirunepé - AM Eldorado - SP Elesbão Veloso -- PI Elias Fausto - SP Elói Mendes - MG Encantado - RS Encruzilhada - BA Encruzilhada do Sul - RS Engenheiro Beltrão - PR Entre Rios - BA Entre Rios de Minas - MG Envira- AM Erechim- RS Erva!- RS Erva! d'Oeste - SC Ervália- MG Escada- PE Esmeraldas - MG Espera Feliz - MG Esperat,l,"a - PB Esperantina - PI Esperantinópolis - MA Espinosa - MG Espírito Santo - ES Esplanada - BA Espumoso - RS Estância - SE Esteio- RS Estiva- MG Estrêla- RS Estrêla d'Alva- MG Estrêla d'Oeste - SP Estrêla do Indaiá - MG Estréia do Sul - MG Euclides da Cunha - BA Eugenópo!is - MG Extrema- MG Exu- PE

F

Fama- MG Faria Lemos - MG Farias Brito - CE Faro- PA Farroupilha - RS Fartura- SP Faxina!- PR Fazenda Nova- GO

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268 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICíPIOS

3. Municípios relacionados na ordom alfabética

MUNICíPIOS

F

Feijó- AC Feira de Santana - BA Feira Grande - AL Felixlândia - MG Fernando de Noronha - FN Fernandópolis - SP Fernando Prestes - SP Ferraz de Vascon~.;elos - SP Ferros- MG Filadélfia - GO Firminópolis - GO Florai- PR Florânia - RN Flora Rica - SP Flores- PE Flores da Cunha - RS Floresta - PE Florestópolis - PR Floriano - PI Florianópolis - SC Flórida Paulista - SP Florlnia - SP Fonte Boa - AM Formiga- MG Formosa- GO Fortaleza - CE Foz do Iguaçu - PR Franca- SP Francisco Beltrão - PR Frat1cisco Sá - MG Franco da Rocha - SP Frecheirinha - CE Frederico Westphalen - RS Frei Paulo - SE Fronteiras - PI Fruta!- MG Fundão- ES

G

Gália- SP Galiléia- MG Gameleira - PE Garanhuns ,- PE Gararu- SE Garça- SP Garibaldi - RS Gaspar- SC Gastão Vidigal - SP Gaurama- RS General Câmara - RS General Salgado - SP General Vargas - RS Gentio do Ouro - BA Getulina - SP Getúlio Vargas - RS Gilbués- PI Giruá- RS Glicério - SP Glória- BA Glória do Goitá - PE Goiar,a- PE Gciandira - GO Goianésia - GO Goiânia- GO Goianinha - RN Goiás- GO Goiatuba - GO Gôio-Erê - PR Gouvêa- MG Governador Valadares - l\fG Grajaú- MA Gramado- RS Granja- CE Grão-Mago! - MG Gravatá- PE Gravata! - RS Grossos - RN Guaçuí- ES Guadalupe - PI Guaiba- RS Guaiçara - SP Guaimbé- SP Gualra- PR Gua!ra- SP Guajará-Mirim - RO

MUNICIPIOS

G

Guamá- PA Guanambi - BA Guanhães - MG Guapé- MG Guapiaçu - SP Guapiara - SP Guapó- GO Guaporé- RS Guará- SP Guarahira - PB Guaraçai - SP Guaraci- PR Guaraci- SP Guaraciaba - MG Guaraciaba do Norte - CE Guaramirim - SC Guaranésia - MG Guarani- MG Guaraniaçu - PR Guarantã -- SP Guarapari - ES Guarapuava - PR Guaraqueçaba - PR Guarará- MG Guararapes - SP Guararema - SP Guaratinguetá - SP Guaratuba - PR Guarel- SP Guariba- SP Guarujá- SP Guarulhos - SP Guaxupé- MG Guia Lopes - MG Guia Lopes da Lagur.a - MT Guidoval - MG Guimarães - MA Guiratinga - MT Guiricerna - MG Gurupá- PA

H

Heliodora - MG Hidrolândia - GO Horizontina - RS Humaitá- AM Humberto de Campos - MA

Iacanga- SP Iapu- MG Ibaiti- PR Ibaté- SP Ibiá- MG Ibiapina - CE !bicara! - BA Ibicul- BA Ibipetuba - BA Ibiporã- PR Ibirá- SP lbiraci- MG Ibiraçu- ES Ibirama- SC Ibirarema - SP Ibirubá- RS Ibitiara - BA Ibitinga - SP Ibiúna- SP Içana- AM lcatu- MA lcó- CE Iconha- ES Iepê- SP Igaraçu do Tietê SP Igarapava - SP lgarapé-Açu - P A Igarapé-Miri - PA Igaporã- BA lgarassu - PE Igaratá- SP Igreja Nova - AL Igual- BA Iguapé- SP Iguarassu - PR

MUNICíPIOS

lguatama - MG Iguatu- CE Ilhabela - SP Ilhéus- BA Ilicinia - MG Ijul- RS Imaruí -- SC Imbituva - PR Imperatriz - MA Inajá- PE lndaial- se Indaiatuba - SP Independência - CE Indiana- SP Indianópolis - MG lndiaporã - SP Indiaroba - SE Ingá- PB Inhambupe - BA Inhangapi - P A Inhapim- MG Inhaúma- MG Inhuma- Pl Inhumas- GO Ipameri- GO Ipanema- MG Ipanguaçu - RN Ipauçu- SP Ipaúmirim - CE Ipiaú- BA Ipirá- BA Ipiranga - PR Ipiúna- MG Ipixuna- MA lpixuna- AM lpojuca- PE !porá- GO Iporanga - SP Ipu- CE lpuã- SP Ipueiras - CE Iracema- CE Ira!- RS Irapuã- SP Irapuru- SP Irará- BA Irati- PR Irecê- BA Irituia- PA Itá- se Itabaiana - PB Itabaiana - SE ltabaianinha - SE Itaberá- SP Itaberaba - BA Itaberaí - GO Itabira- MG Itabirito - MG Itaborai - RJ ltabuna- BA Itacajá- GO Itacaré- BA Itacoatiara - AM Itaguaçu - E S ltaguaí- RJ Itaguajé - PR Itabuara - MG Itaguatius - GO ltaí- SP ltaiçaba - CE Itainópolis - PI Itaiópolis - EC Itaituba -- P A Itaja!- se Itajobi- SP ltaju- SP Itajubá- MG ltaju!pe - BA Itamarandiba - MG Itambacuri - MG ltambaracá - PR Itambé- BA Itamogi- MG Itamonte - MG I tanhaém - SP Itanhandu - MG

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ESTA TfSTICA MUNICIPAL 269

3. Municípios relacio!llados na ordem alfabética

MUNICIPIOS

Itanhomi - MG Itaocara - RJ Itapaci- GO Itapagé- CE Itapagipe - MG Itaparica - BA Itapecerica - MG Itapecerica da Serra - SP ItapecuruMMirim - MA Itapemirim - ES Itaperuna - RJ Itapetim - PE Itapetinga - BA Itapetininga - SP Itapeva- SP Itapicuru - BA Itapipoca - CE Itapira- SP Itapiranga - AM Itapiranga - SC Itápolis -- SP Itaporã- MT Itaporanga - PB Itaporanga - SP Itaporanga d"Ajuda - SE Itapu!- SP Itapuranga - GO !taquara - BA Itaquaquecetuba - SP Itaqui- RS Itararé - SP Itariri- SP Itarumã- GO Itatiba- SP Itatinga - SP Itapira- CE Itaó- RN Itauçu- GO Itaueiras - PI Itaóna- MG Itinga- MG Itiquira - MT Itirapina - SP Itirapuã - SP Itiruçu- BA Itióba- BA Itu- SP Ituaçu- BA Ituberá- BA Itueta- MG Ituiutaba - MG Itumbiara - GO Itumirim - MG Itupiranga - P A Ituporanga - SC Iturama- MG Ituverava - SP Ióna- ES

J

Jaboatão - PE Jaborandi - SP Jaboti- PR Jaboticabal - SP Jaboticatubas - MG Jacaraci - BA Jacaref- SP Jacarezinho - PR Jacinto- MG Jacobina - BA Jacuí- MG Jacupiranga - SP Jacutinga - MG Jaguapitã - PR Jaguaquara - BA Jaguaraçu - MG ]aguarão - RS Jaguarari - BA Jaguaretama - CE Jaguari- RS Jaguariaíva - PR Jaguaribe - CE Jaguaripe - BA Jaguaruana - CE Jaguaruna - se

MUNICÍPIOS

J

Jaicós- PI Jales- SP Jambeiro - SP Janaóba- MG Jandaia- GO Jandaia do Sul - PR Janda!ra- BA Januária - MG ]anuário Cicco - RN Japaratuba - SE Japira- PR Japoatã- SE Japurá- AM Jaraguá- GO Jaraguá do Sul SC Jaraguari- MT Jardim- CE Jardim- MT Jardim de Piranhas - RN Jardim do Seridó - RN Jardinópolis - SP Jarinu- SP Jataf- GO Jataizinho - PR Jati- CE Jaó- SP Jeceaba- MG Jequeri- MG Jequié- BA Jequitaí- MG Jequitibá - MG Jequitinhonha - MG Jeremoabo - BA Jerumenha - PI Jesuânia - MG Jiquiriçá - BA Joaçaba - se Joaíma- MG Joanésia - MG Joanópolis - SP João Alfredo - PE João Câmara - RN João Coelho - PA João Pessoa - PB João Pinheiro - MG Joaquim Nabuco- PE Joaquim Távora - PR Joeirana - ES Joinvile- se Jordânia - MG José Bor.ifácio - SP José de Freitas - PI Juazeiro - BA Juàzeiro do Norte - CE Jucás- CE Jucurutu - RN Juiz de Fora - MG Jólio de Castilhos -- RS Jó!io Mesquita - SP Jundiaí- SP Jundiaí do Sul- PR Junqueiro - AL Junqueirópo!is - SP Juquiá- SP Juramento - MG Jurema- PE Juruá- AM Juruaia- MG Juruti- PA Jussara- PR Jutaí- AM

L

Lábrea- AM Ladainha - MG Ladário- MT Lagarto- SE Lages- RN Lagoa da Prata - MG Lagoa dos Gatos - PE Lagoa Dourada - MG Lagoa Santa - MG Lagoa Vermelha - RS Lago da Pedra - MA Lagoinha - SP

MUNICÍPIOS

Laguna- SC Laje- BA Lajeado- RS Lajedo- PE Lajes- SC Lajinha- MG Lambari- MG Lapa- PR Laranjal - MG

L

Laranjal Paulista - SP Laranjeiras - SE Laranjeiras do Sul - PR Lassance - MG Lavínia- SP Lavras- MG Lavras da Mangabeira - CE Lavras do Sul - RS Lavrinhas - SP Leme- SP Lençóis- BA Lençóis Paulista - SP Leopoldina - MG Leopoldo de Bulhões -- GO Leópolis- PR Liberdade - MG Lima Duarte - MG Limeira- SP Limoeiro - PE Limoeiro de Anadia - AL Limoeiro do Norte - CE Linhares - ES Lins- SP Livrainento - RS Livramento do Brumado - BA Lizarda- GO Loanda- PR Lobato- PR Londrina - PR Lorena- SP Loreto- MA Lucélia- SP Lucianópolis - SP Luís Correia - PI Luís Gomes - RN Lumir1ãrias - MG Luuércio - SP Lupionópolis - PR Lutécia- SP Luz- MG Luziânia - GO Luzilândia - PI

M

Macaé- RJ Macaíba- RN Macajuba - BA Macambira - SE Macapá- AP Macaparana - PE Macarani - BA Macatuba - SP Macau- RN Macaubal - SP Macaóbas - BA Maceió- AL Machacalis - MG Machado- MG Madre de Deus de Minas - MG Magda- SP Mafra- SC Magalhães de Almeida - MA Magé- RJ Mairi- BA Mairiporã - SP Mairipotaba - GO Major Izidoro - AL Malacacheta - MG Malhada dos Bois SE Malhador - SE Mallet- PR Malta- PB Mamanguape - PB Manacapuru - AM Manaus- AM Mandaguaçu - PR

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270 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICíPIOS

3. Municípios relacio<t~ados na ordem alfabética

MUNICÍPIOS

M

Mandaguari - PR Manduri- SP Manga- MG Mangaratiba - RJ Mangueirinha - l'R Manhuaçu - MG Manhumirim - MG Manicoré - AM Mantena- MG Mantenópolis - ES Manuel Ribas - PR Maraã- AM Marabá- PA Marabá Paulista - SP Maracai- SP Maracaju - MT Maracanã - PA Maracás- BA Maragogi - AL Maragogipe - BA Maraial- PE Maranguape - CE Marapanim - PA Marau- RS Maraú- BA Marcelino Ramos - RS Marcelino Vieira - RN Marco- CE Mar de Espanha - MG Marechal Deodoro - AL Maria da Fé - MG Madalva- PR Mariana- MG Mariápolis - SP Maricá- RJ Marília- SP Maringá- PR Marliéria - MG Marquês de Valença - RJ Martinho Campos - MG Martinópolis - SP Martins- RN Maruim- SE Marzagão - GO Massapê- CE Mata de São João - BA Mata Grande - AL Matão- SP Mateira- GO Mateus Leme - MG Matias Barbosa - MG Matias Olímpio - PI Matinha- MA Matipó- MG Mato Grosso - MT Matões "'--- MA Matozinhos - MG Matutina - MG Mauá- SP Maués- AM Mauriti- CE Mazagão- AP Medina- MG Mendes- RJ Mendes Pimentel - MG Mercês- MG Meruoca- CE Mesquita - MG Migcel Alves - PI Miguel Calmon- BA Miguelópolis - SP Miguel Pereira - RJ Milagres - CE Mimoso do Sul - ES Minas Novas - MG Minduri- MG Mineiros - GO Mineiros do Tietê - SP Miracatu - SP Miracema - RJ Miracema do Norte - GO Mirador- MA Miradouro - MG Miraí- MG Miranda- MT Mirandópolis - SP

MUNICíPIOS

M

Mirante do Paranapanema - SP Mirassol - SP Missão Velha - CE Mocajuba - P A Mococa- SP Moeda- MG Moema- MG Mogi das Cruzes SP Mogi-Guaçu - SP Mogi-Mirim - SP Moju- PA Mombaça- CE Monção- MA Mondaí- SC Monsenhor Paulo - MG Monsenhor Tabosa - CE Monte Alegre - PA Monte Alegre - RN Monte Alegre de Goiás - GO Monte Alegre de Minas - MG Monte Alegre de Sergipe - SE Monte Alegre do Piauí - PI Monte Alegre do Sul - SP Monte Alto - SP Monte Aprazível - SP Monte Azul - MG Monte Azul Paulista - SP Monte Belo - MG Monte Carmelo - MG Monte Castelo - SP Monteiro - PB Monteiro Lobato - SP Monte Mor - SP Montenegro - RS Monte Santo - BA Monte Santo de Minas - MG Montes Altos - MA Montes Claros - MG Monte Sião - MG Morada Nova - CE Morada Nova de Mir.as - MG Moreno- PE Morretes - PR Morrinhos - GO Morro Agudo - SP Morro do Chapéu - BA Morro do Pilar - MG Morros- MA Mossâmedes - GO Mossoró- RN Muaná- PA Mucambo- CE Mucugê- BA Mucuri- BA Mucurici - ES Mundo Novo - BA Munhoz- MG Munhoz de Melo - PR Muniz Freire - ES Muqui- ES Muriaé- MG Muribeca - SE Murici- AL Muritiba - BA Murutinga do Sul - SP Mutuípe- BA Mutum- MG Muzambinho - MG

N

Nanuque- MG Não-me-Toque - RS Natal- RN Nliltércia - MG Natividade - GO Natividade da Serra - SP Natividade do Carangola - RJ Nazaré- BA Nazaré da Mata - PE Nazaré do Piauí - PI Nazareno - MG Nazaré Paulista - SP Nazário- GO Neópolis- SE Nepomuceno - MG

MUNICÍPIOS

N

Nerópolis - GO Neves Paulista - SP Nhamundã - AM Nhandeara - SP Nilo Peçanha - BA Nilópolis- RJ Nioaque- MT Nipoã- SP Niquelândia - GO Nfsia Floresta - RN Niterói- RJ Nortelândia - MT Nossa Senhora da Glória - SE Nossa Senhora das Dores - SE Nossa Senhora do Livramento- MT Nossa Senhora do Socorro - SE Nova Aliança - SP Nova Aurora- GO Nova Cruz - RN Nova Era- MG Nova Esperança - PR Nova Europa- SP Nova Fátima - PR Nova Friburgo - RJ Nova Granada- SP Nova Iguaçu - RJ Nova Iorque - MA Nova Lima - MG Nova Londrina - PR Nova Olinda do Norte - AM

i Nova Petrópolis - RS 1 Nova Ponte - MG I Nova Prata - RS Nova Resende- MG Nova Russas - CE Nova Serrana - MG Nova Soure - BA Nova Timboteua- PA Nova Trento - SC Nova Venécia - ES Novo Aripuanã - AM Novo Cruzeiro- MG Novo Hamburgo - RS Novo Horizonte - SP Nuporanga - SP

Óbidos -- PA Oeiras- PI Oiapoque - AP Óleo- SP

o

Ô!ho-d'Água das Flores - AI Olímpia- SP Olinda- PE Oliveira- MG Oliveira dos Brejinhos BA Oliveira Fortes - MG Oriente- SP Oriximiná - P A Orizona- GO Orlândia - SP Orleães- SC Orobó- PE Ortigueira - PR Oscar Bressane - SP Osório- RS Osvaldo Cruz - SP Ourém- PA Ouricuri - PE Ourinhos - SP Ouro Branco - MG Ouro Branco - RN Ouro Fino - MG Ouro Prêto - MG Ouro Verde - SP Ouvidor- GO

p

1 Pacaembu - SP Pacajus- CE Pacatuba - CE Pacatuba - SE Pacoti- CE Paios- MG

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ESTATíSTICA :MUNICIPAL

3. Municípios relacio<t'lados na ordem alfabética

MUNIClPIOS

Paiva- MG Palestina - SP Palhoça- se Palma- MG Palmares - PE Palmas- PR

p

Palmas de Monte Alto - BA Palmeira - PR Palmeira das Missões - RS Palmeira de Goiás - GO Palmeira dos lndios -- AL Palmeirais - PI Palmeiras - BA Palmeirina- PE Palmelo- GO Palmital - SP Palmitos - se Panamá- GO Panambi- RS Panelas- PE Panorama - SP Pão de Açúcar - AL Papagaios - MG Papanduva - se Paracatu - MG Paracuru - CE Pará de Minas - MG Paraguaçu - MG Paraguaçu Paulista - SP Paraíba do Sul - RJ Paraibano - MA Paraibuna - SP Paraíso- SP Paraíso do Norte - PR Paraisópolis - MG Parambu- CE Paramirim - BA Paranã- GO Paranacity - PR Paranaguá - PR Paranaíba - MT Paranaíba de Goiás GO Paranapanema - SP Paranavaí - PR Paraopeba - MG Parapuã- SP Parati- RJ Paratinga - BA Paraúna- GO Parelhas - RN Parintins - AM Paripiranga - BA Pariquera-Açu - SP Parnaguá - PI Parnaíba - PI Parnamirim - PE Parnarama - MA Passagem Franca - MA Passa Quatro - MG Passa Tempo - MG Passa Vinte - MG Pa•so de Camaragibe AL Passo Fundo - RS Passos- MG Pastos Bons - MA Pato Branco - PR Patos- PB Patos de Minas - MG Patrocínio - MG Patrocínio do Muriaé - MG Patrocínio Paulista - SP Patu- RN Paudalho - PE Pau dos Ferros - RN Pauini- AM Paula Cândido - MG Paulicéia - SP Paulista- PE Paulistana - PI Paulistas - MG Paulo de Faria - SP Paulo Frontin - PR Paulo Jacinto - AL Peabiru- PR Peçanha- MG Pederneiras - SP

MUNICÍPIOS

p

Pedra- PR Pedralva - MG Pedra Azul - MG Pedra Branca - eE Pedras de Fogo - PB Pedregulho - SP Pedreira - SP Pedreiras - MA Pedrinhas - SE Pedro Afor,so - GO Pedro Avelino - RN Pedro de Toledo - SP Pedro Leopoldo - MG Pedro li- PI Pedro Velho - RN Peixe- GO Pelotas- RS Penalva- MA Penápolis - SP Pendências - RN Penedo- AL Pcntecoste - CE Pequeri- MG Pequi- MG Perdigão - MG Perdizes - MG Perdões- MG Pereira Barreto - SP Pereiras - SP Pereiro- CE Peri-Mirim - MA Pesqueira - PE Petrolãnr.da - PE Petrolina - PE Petrolina de Goiás - GO Petrópolis -- RJ Piacá- GO Piacatu- SP Piancó- PB Piassabussu - AL Piau- MG Piatã- BA Picos- PI Picuí- PB Piedade- SP Piedade do Rio Grande - MG Pinhão- SE Pilão Arcado -- BA Pilar- AL Pilar- PB Pilar de Goiás - GO Pilar do Sul - SP Pilões- PB Pimenta- MG Pimenteiras - PI Pindamonhangaba - SP Pindaré-Mirim - MA Pindobaçu - BA Pindorama - SP Pinhal- SP Finhalão - PR Pinheiro - MA Pinheiro Machado - RS Pio IX- PI Pi.querobi - SP Piquete- SP Piracaia - SP Piracanjuba - GO Piracema - MG Piracicaba - SP Piracuruca - PI Pira!- RJ Piraí do Sul - PR Piraju - SP Pirajuba - MG Pirajuí -- SP Piranga- MG Pirangi- SP Piranhas - AL Piranhas - GO Pirapemas - MA Pi:rapetinga - MG Pirapora - MG Pirapõzinho - SP Piraquara - PR Ph assununga - SP

MUNIClPIOS

p

Piratini - RS Piratininga - SP Piratuba - SC Piraúba- MG Pirenópolis - GO Pires do Rio - GO Piripiri - PI Piritiba - BA Pirpirituba - PB Pitanga- PR Pitangueiras - SP Pitangui - MG Pium- GO Piüi- MG Planaltina - GO Planalto - SP Platir.a- SP Poã- SP Poção- PE Focinhos - PB Poções- BA

·1 Poço Fundo - MG Poço Redondo - SE Poço Verde - SE Poconé- MT Poços de Caldas MG Pocrane- MG PoJUCa- BA Poloni- SP Pombal- PB Pompéia- SP Pompéu- MG Pongaí- SP Ponta de Pedras - P A Ponta Grossa - PR Pontalina - GO Ponta Porã - MT Pontal- SP Ponte Branca - MT Ponte Nova- MG Porangaba - SP Porangatu - GO Porciúncula - RJ Porecatu - PR Porta!egre - RN Porteiras - CE Porteirinha - MG Portei- PA Pôrto- PI Pôrto Alegre - RS Pôrto Amazonas - PR Pôrto Belo - SC Pôrto Calvo - AL Pôrto da Fôlha - SE Pôrto de Moz - PA Pôrto de Pedras - AL Pôrto Feliz - SP Pôrto Ferreira - SP Pôrto Firme - MG Pôrto Franco - MA Pôrto Lucena - RS Pôrto Murtinho - MT Pôrto Nacional - GO Pôrto Real do Colégio - AL Pôrto Seguro - BA Pôrto União- se Pôrto Velho - RO P~sse- GO Potê- MG Potiraguá - BA Potirendaba - SP Pouso Alegre - MG Pouso Alto - MG Poxoreu- MT Prado- BA Prados- MG Prainha- PA Prata- MG Pratãpolis - MG Pratinha - MG Presidente Alves - SP Presidente Bernardes - MG Presidente Bernardes - SP Presidente Dutra - MA Presidente Epitácio - SP Presidente Getúlio - Se

271

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272 REVISTA BR.~SILEIRA DOS ~IUi':ICíPlOS

3. Municípios relacionados na 01dem alfabética

MUNICÍPIOS

p

Presidente Olegário - MG Presidente Prudente - SC Presidente Soares - MG Presidente Vargas - MA Presidente Venceslau - SP Primeira Cruz - MA Primeiro de Maio ~ PR Princesa Isabel - PB Promissão - SP Propriá- SE Prudentópolis - PR

Q

Quaraí- RS Quartel Geral - MG Quatá- SP Quatiguá- PR Quebrangulo - AL Queimadas - BA Queluz- SP Querência do Norte - PR Quintana - SP Quipapá- PE Quirinópolis - GO Quixadá- CE Quixeramobim - CE

R

Rancharia - SP Raposos- MG Raul Soares - MG Rebouças - PR Recife- PE Recreio- MG Redenção - CE Rendenção da Setra SP Regeneração - PI Regente Feijó - SP Reginópolis - SP Registro - SP Remanso- BA Resende- RJ Resende Costa - MG Reserva- PR Resplendor - MG Ressaquinha - MG Riachão- MA Riachão do Dantas - SE Riachão do Jacuípe- BA Riacho das Almas - PE Riacho de Santana - BA Riachuelo - SE Rialma- GO Ribamar- MA Ribas do Rio Pardo - MT Ribeira- SP Ribeira do Pombal - BA Ribeirão - PE Ribeirão Bonito - SP Ribeirão Branco - SP Ribeirão Claro - PR Ribeirão das Neves - MG Ribeirão do Pir,hal - PR Ribeirão Pires - SP Ribeirão Prêto - SP Ribeirão Vermelho- MG Ribeirão Vermelho do Sul Ribeiro Gonçalves - PI Ribeirópolis - SE Rifaina- SP Rincão- SP Rinópolis - SP Rio Acima - MG Rio Azul- PR Rio Bonito - RJ Rio Branco - AC Rio Branco do Sul - PR Rio Brilhante - MT Rio Casca - MG Rio Claro - ES Rio Claro - SP Rio das Flores - RJ Rio das Pedras - SP Rio de Contas - BA

SP

MUNICÍPIOS

R

Rio de Janeiro - DF Rio do Prado - MG Rio do Sul - SC Rio Espera - MG Rio Grande - RS Rio Formoso - PE Riolãndia - SP Rio Largo - AL Rio Negrinho - SC Rio Negro - PR Rio Novo- MG Rio Novo do Sul - ES Rio Paranaíba - MG Rio Pardo - RS Rio Pardo de Minas - MG Rio Piracicaba - MG Rio Pomba - MG Rio Prêto - MG Rio Real- BA Rio Verde - GO Rio Verde de Mato Grosso - MT Rio Vermelho - MG Roca Sales - RS Rochedo- MT Rodeio- SC Rolândia - PR Rolante- RS Rondon- PR Rondonópolis - MT Rosário- MA Rosário do Catete - SE Rosário do Sul - RS Rosário Oeste - MT Rubim- MG Rubiácea - SP Rubiataba - GO Russas- CE Ruy Barbosa - BA

s Sabará- MG Sabinópolís - MG Sabáudia - PR Sabino- SP Saboeiro - CE Sacramento - MG Sales Oliveira - SP Salesópo!is - SP Salgado- SE Salgueiro - SE Salinas- MG Salinópolis - P A Salto- SP Salto da Divisa - MG Salto de Pirapora - SP Salto Grande - SP Salvador - BA Sambaíba - MA Sananduva - RS Sanharó- PE Santa Adélia - SP Santa Amélia - PR Santa Bárbara - MG Santa Bárbara d'Oeste - SP Santa Bárbara do Rio Pardo - SP Santa Branca - SP Santa Cruz - RN Santa Cruz Cabrália - BA Santa Cruz da Conceição - SP Santa Cruz da Palma - SP Santa Cruz de Goiás - GO Santa Cruz do Capibaribe - PE Santa Cruz do Escalvado - MG Santa Cruz do Monte Castelo- PR Sauta Cruz do Norte - CE Santa Cruz do Rio Pardo - SP Santa Cruz do Sul - RS Santa Fé- PR Santa Fé do Sul - SP Santa Filomena - PI Santa Gertrudes - SP Santa Helena - MA Santa Helena de Goiás GO Santa Inês - BA Santa Isabel - SP

MUNICÍPIOS

s

Santa Isabel do Ivaí - PR Santa Juliana - MG Santa Leopoldina - ES Santaluz - BA Santa Luzia - MG Santa Luzia - PB Santa Luzia do Ita"hi - ES Santa Margarida - MG Sar.ta Maria - RS Santa Maria da Boa Vista - PE Santa Maria da Vitória ~ BA Santa Maria de Itabita - MG Santa Maria do Suaçuí ~ MG Santa Maria Madalena - RJ Santa Mariana - PR Santa Mercedes - SP Santana- BA Santana de Parnaíba - SP Santana de Pirapama - MG Santana do Acaraú - CE Santana do Cariri - CE Santana do Deserto - MG Santana do Ipanema - AL Santana do Jacaré - MG Santana do Matos - RN Santa Quitéria - CE Santa Quitéria do Maranhão ~ MA Santarém - PA Santa Rita - PB Santa Rita de Caldas - MG Santa Rita de Jacutinga - MG Santa Rita do Araguaia - GO Santa Rita do Passa Quatro - SP Santa Rita do Sapucal - MG Santa Rosa - RS Santa Rosa de Lima - SE Santa Rosa de Viterbo - SP Santa Teresa - ES Santa Teresinha - BA Santa Vitória - MG Santa Vitória do Palmar RS Santiago - RS Santo Amaro - BA Santo Amaro da Imr:eratriz - SC Santo Amaro das Brotas - SE Santo Anastácio - SP Santo André - SP Santo Ângelo - RS Santo Antônio - RS Santo Antônio - PR Santo Antônio - RN Santo Antônio da Alegria - SP Santo Antônio da Platina - PR Santo Antônio de Jesus - BA Santo Ar,tônio de Pádua - RJ Santo Antônio de Posse - SP Santo Antônio do Amparo - MG Santo Antônio do Grama - MG Santo Antônio do Içá - AM Santo Antônio do Jardim - SP Santo Antônio do Leverger- MT Santo Antônio do Monte - MG Santo Cristo - RS Santo Estêvão - BA Santo Inácio - PR Santos- SP Santos Dumont - MG São Benedito - CE São Benedito do Rio Prêto- MA São Bento - MA São Bento do Norte - RN São Bento do Sapucaí - SP São Bento do Sul - SC São Bento do Una - PE São Bernardo - MA São Bernardo do Campo - SP São Borja - RS São Brás- AL São Bt ás do Suaçuí - MG São Caetano de Odivelas -- P A São Caetano do Sul - SP São Caitano - PE São Carlos - SC São Carlos - SP São Carlos do Ivaí - PR São Cristóvão - SE

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ESTA TfSTICA MUNICIPAL

3 Municípios relacionados na ordem alfabética

MUNICÍPIOS

s

São Domingos - GO São Domingos do Maranhão - MA São Domingos do Prata - MG São Félix - BA São Félix do Piaul - PI São Fidélis - RJ São Filipe- BA São Francisco - MG São Francisco de Assis - RS São Francisco de Goiás - GO São Francisco de Paula - RS São Francisco do Conde - BA São Francisco do Glória - MG São Francisco do Marailhão M- MA São Francisco do Sul - SC São Gabriel - RS São Geraldo - MG São Gor_çalo - RJ São Gonçalo do Abaeté - MG São Gonçalo do Amarante - CE São Gonçalo do Pará - MG São Gonçalo do Sapucai - MG São Gonçalo dos Campos - BA São Gotardo - MG São Jerônimo - RS São Jerônimo da Serra - PR São João Batista do Glória - MG São João da Aliança - GO São João da Barra - RJ São João da Boa Vista - SP São João da Ponte- MG São João del Rei - MG São João de Meriti - RJ São João do Caiuá - PR São João do Cariri - PB São João do Paraíso - MG São João do Piaui - PI São João do Sabugi - RN São João do Triunfo - PR São João dos Patos - MA São João Evangelista - MG São João Nepomuceno - MG São Joaquim- SC São Joaquim da Barra - SP São Joaquim do Monte - PE São Jorge - PR São José- SC São José da Bela Vista - SC, São José da Laje - AL São José de Mipibu- RN São José de Piranhas - PB São José do Alegre - MG São José do Barreiro - SP São José do Belmonte - PE São José do Calçado - ES São José do Campestre - RN São José do Egito - PE São José do Goiaba! - MG São José do Jacuri - MG São José do Norte - RS São José do Rio Pardo - SP São José do Rio Prêto - SP São José dos Campos - SP São José dos Pinhais - PR São Leopoldo - RS São Lourenço - MG São Lourenço da Mata - PE São Lourenço do Sul - RS São Luis- MA São Lt.is de Montes Belos - GO São Luis do Curu - CE São Luís do Paraitinga - SP São Lu!s do Quitunde - AL São Luis Gonzaga - RS São Mamede - PB São Manuel - SP São Mateus - ES São Mateus do Sul - PR São Miguel - RN São Miguel Arcanjo - SP São Miguel das Matas - BA São Miguel do Anta - MG São Miguel dos Campos - AL São Miguel d'Oeste - SC São Miguel do Tapuio - PI São Paulo - SP

MUNICÍPIOS

s São Paulo de Olivença - AM Sê'o Paulo do Potengi - RN São Pedro - SP São Pedro da Aldeia - RJ São Pedro da União - MG São Pedro do !vai - PR São Pedro do Piau! - PI São Pedro dos Ferros - MG São Pedro do Sul - RS São Pedro do Turvo - SP São Rafael - RN São Raimundo das Mangabeiras -

MA São Raimundo Nonato - PI São Romão - MG São Roque - SP São Sebastião - SP São Sebastião da Boa Vista - P A São Sebastião da Grama - SP São Sebastião do Alto - RJ São Sebastião do Maranhão - MG São Sebastião do Paraíso - MG São Sebastião do Passé - BA São Sepé- RS São Simão - SC São Tiago - MG São Tomás de Aquino - MG São Tomé- RN São Vicente - RN São Vicente - SP São Vicente de Minas - MG São Vicente Ferrer - MA São Vicente Ferrer - PE Sapé- PB Sapeaçu- BA Sapiranga - RS Sapucaia - RJ Sapucaí·Mirim - MG Saquarema - RJ Sarandi- RS Sarapui- SP Saúde- BA Seabra- BA Seara- SC Senador Firmino - MG Senador Pompeu - CE Sena Madureira - AC Sengés- PR Senhora de Oliveira - MG Senhora do Pôrto - MG Senhora dos Remédios - MG Senhor do Bonfim - BA Sento Sé- BA Serra- ES Serra Azul -- SP Serra Caiada - RN Serrana- SP Serra do Salitre - MG Serra Negr'\ - SP Serra Negra do Norte RN Serra Preta - BA Serra Redonda - PB Serrania ~ MG Serranos - MG Serraria - PB Serra Talhada - PE Serrinha - BA Serrita - PE Sêrro- MG Sertânia - PE Sertaneja - PR Sertanópolis - PR Sertãozinho - SP Severínia - SP Sete Lagoas - MG Sidrolândia - MT Silva Jardim - RJ Silvânia- GO Silveiras - SP Silvestre Ferraz - MG Silvianópolis - MG Simão Dias - SE Simões- PI Simonésia - MG Simpl!cio Mendes - PI Siqueira Campos - PR

MUNICÍPIOS

s

Sirinhaém - PE Siriri- SE Sitio da Abadia - GO Sobradinho - RS Sobral- CE Socorro- SP Solânea- PB Soledade - RS Soledade de Minas - MG Solonópole - CE Sombrio- SC Sorocaba - SP Soure - PA Sousa - PB Sumaré- SP Sum~- PB Sumidouro - RJ Surubim- PE Suzano- SP

T Tabapuã- SP Tabatinga - SP Tabira- PE Tabuleiro- MG Tacaratu - PE Taciba- SP Taguatinga - GO Taiaçu- SP Taió- se Taiobeiras - MG Taipu- RN Taiúva- SP Tamanduá - SE Tambaú- SP També- PE Tamboara - PR Tamboril - CE Tanabi- SP Tangará- SC Tapauá- AM Tapera- RS Taperoá- BA Taperoá- PB Tapes- RS Tapiraí- MG Tapiratiba - SP Taquara- RS Taquari- RS Taquaritinga - SP Taquaritinga do Norte - PE Taquarituba - SP Tarauacá - AC Tarumirim - MG Tatu!- SP Tauá- CE Taubaté- SP Tefé- AM Teixeira - PB Teixeiras - MG Teixeira Soares - PE Tenente Portela - RS Teófilo Otoni - MG Terenos- MT Teresina - PI Teresópolis - RJ Terra Boa - PR Terra Rica - PR Terra Roxa - SP Tesouro- MT Tianguá- CE Tibagi- PR Tietê- SP Tijucas- SC Tijucas do Sul - PR Timbaúba - PE Timbiras - MA Timbó- se Timburi- SP Timon- MA Tiradentes - MG Tiros- MG Tobias Barreto - SE Tocant!nia - GO Tocantinópolis - GO Tocantir,s - MG

273

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274 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICíPIOS

3. Municípios relaci011ados na ordem alfabética

MUNICÍPIOS

Toledo- MG Toledo- PR

T

Tomar do Geru SE Tomazina - PR Tombos- MG Toritama - PE Torixoreu - MT Tôrres- RS Torrinha - SP Touros- RN Trairi- CE Traipu- AL Trajano de Morais - R] Tremedal - BA Tremembé - SP Três Corações - MG Três de Maio - RS Três Lagoas - MT Três Passos - RS Três Pontas - MT Três Rios - RJ Trindade - GO Triunfo- PE Triunfo- RS Tubarão- SC Tucano- BA Tucuruí- PA Tumiritinga- MG Tuntum- MA Tupã- SP Tupaciguara - MG Tupanciretã - RS Tupi Paulista - SP Tupirama - GO Turiaçu- MA Turmalina - MG Turvo- SC Tutóia- MA

Uauâ- BA Uaupés- AM Ubâ- MG Ubaíra- BA Ubaitaba - BA

u

MUNICÍPIOS

u Ubajara- CE Ubatã- BA Ubatuba- SP Uberaba- MG Uberlândia - MG Ubirajara - SP Uchoa- SP Uiraúna- PB Umari- CE Umbaúba- SE Umbuzeiro - PB Una- BA Unaí- MG União- PI União da Vitória - PR Ut.ião dos Palmares - AL Upanema- RN Uraí- PR Urandi- BA Urbano Santos - MA Uru- SP Uruaçu- GO Uruana- GO Uruburetama - CE Urucarâ- MA Uruçuca- BA Uruçuí- PI Urucurituba -- AM Uruguaiana - RS Urupês- SP Urussanga - SC Urutaí- GO 'Jtinga- BA

Vacaria- RS Valença- BA

v

Valença do Piauí- PJ Valentim Gentil - SP Valinhns- SP Valpara!so - SP Vargem Bonita - MG Vargem Grande - MA Vargem Grande do Sul- SP v,.rginha- MG Várzea Alegre - CE

MUNICÍPIOS

v Vârzea da Palma- MG Várzea Grande - MT Vassouras - RJ Vazante- MG Veadeiros - GO Venâncio Aires - RS Venceslau Braz - PR Vera Cruz - SP Veranópolis - RS Veríssirr..o- MG Vertentes - PE Vespasiano - MG Viamão- RS Viana- ES Vian.a- MA Vianópolis - GO Vicência - PE Viçosa- AL Viçosa- MG Viçosa do Cearâ - CE Videira- SC Vieiras- MG Vig,ia- PA Vinhedo- SP Viradouro - SP Virgem da Lapa - MG Virgínia - MG Virginópolis - MG Virgolândia - MG Visconde do Rio Branco - MG Viseu- PA Vitória- ES Vitória da Conquista - BA Vitória de Santo Antão - PE Vitória do Mearim - MA Vitorino Freire - MA Volta Grande - MG Volta Redonda- RJ Votuporanga - SP

X

Xanxerê- SC Xapuri- AC Xaxim- SC Xique-Xique - BA

FONTE - Secretaria-Geral do Conselho Nacional de Estatística - Diretoria de Documentação e Divulgação

R ONDôNIA - O Território de Rondônia, nova designação do Território do Gua­poré, foi criado em 1943, com áreas desmembradas dos Estados de Mato Grosso e

- do Amazonas. Constituía-se inicialmente dos municípios de Pôrto Velho, Guajará­Mirim, Alto Madeira e Lábrea; Pa divisã'l administrativa estabelecida em 1945, e que pre­valece até hoje, ficou circunscrito aos dois primeiros. Sua área terrestre, equivalente à de São Paulo, é de 242 983 quilômetros quadrados, dos quais 154 097 abrangidos pelo município de Pôrto Velho, onde~ se localiza a Capital. A população atua! é estimada em cêrca de 50 mil habitantes. A cidade de Pôrto Velho ( 10 036 habitantes em 1950) inclui-se entre as de mais alto custo de vida, principalmente no setor da alimentação.

Suas grandes riquezas minerais jazem ainda inexploradas. O principal recurso eco­nômico do ex-Guaporé continua sendo a borracha; quarto produtor brasileiro, vem forne­cendo acima de 5 mil toneladas por ano. Seus efetivos pecuários são os mais exíguos do País (menos de 10 mil cabeças de gado vacum e 10 mil suínos). A produção agrícola corresponde a uma área cultivada que, em 1955, se mantinha inferior a 500 hectares. Tem algum relêvo local o plantio de banana, mandioca, abacaxi, fumo e cana-de-açúcar.

A produção industrial origina-se de olarias, panificações, beneficiamento de produtos agrícolas em escala doméstica. No último Censo, o analfabetismo incidia sôbre 55% da população. Rondônia conta com uma ferrovia, a Madeira-Mamoré, que é a espinha dorsal de seu sistEma de comunicações, servindo também à Bolívia, com a qual o Território possui 1 342 quilômetros de fronteira.

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Notas & Comentários

MUDANÇA DA CAPITAL FEDERAL

O SR. JUSCELINO KUBITSCHEK, Presidente da República, sancionou no dia 19 de setembro

de 1956 a Lei n. 0 2 874, que dispõe sôbre a mudança da Capital Federal e dá outras pro­vidências. A nova lei, que obedeceu ao que se refere o art. 4. 0 do Ato das Disposições Tran­sitórias da Constituição, tem a segt.:.inte redação :

CAPíTULO I

Art. 1.' A Capital Federal do Brasil, a que se refere o f!Tt 4.o do Ato das Disposições Tran­sitórias da Constituição de 18 de setembro de 1946, se,:i localizada na região do Planalto Cen­tral, para Psse fim escc..lbida, na áre~ que cons­tituirá o futuro Distrito Federal circunscrita pela seguinte linha :

Começa no ponto da Lat 15° 30' S e long 48° 12' W. Green. Dêsse ponto, segue para Leste pelo paralelo de 15° 30' S até encontrar o meridiano de 47° e 25' W. Green. Dêsse ponto, segue o mesmo meridiano de 47° e 25' W. Green, para o sul até o Talweg do Córrego S. Rita, afluente da margem direita do Rio Prêto. Daí pelo Talweg do citado córrego S Rita, até a confluência dêste com o Rio Prêto, logo a jusante da Lagoa Feia. Da confluênc_a do córrego S Rita com o Rio Prêto, segue pelo Talweg dêste último, na direção Sul, até cruzar o paralelo de 16° 03' S. Daí, pelo paralelo 16° 03' na direção Oeste, até encontrar o Talweg do Rio Descoberto. Daí para o Norte, pelo Talweg do Rio Descoberto, Até encontrar o meridiano de 48° 12' W. Green. Daí para o Norte pelo meridiano de 48° 12' W. Green, até encontrar o paralelo de 15o 30' Sul, fechando o perímetro.

Art. 2.0 Para cumprimento da disposição cons­titucional citada no artigo anterior, fica o Poder Executivo autorizado a praticar os seguintes atos :

a) constituir, na forma desta lei, uma so­ciedade que se denominará Companhia Urbaniza­dora da Nova Capital do Brasil, com os objetivos indicadôs no art. 3.o;

b) estabelecer e construir, através dos órgãos próprios da administração federal e com a coope­ração dos órgãos das administrações estaduais, o sistema de transportes e comunicações do novo Distrito Federal com as Unidades Federativas, coordenando êsse sistema com o Plano Nacional de Viação;

c) dar a garantia do Tesouro Nacional às operações de crédito negociadas pela Companhia Urba.nizadora da Nova Capital do Brasil, no País ou no exterior, para o financiamento dos serviços e obras da futura capital, ou com ela relacionados;

d) atribuir à Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil, mediante contratos ou concessões, a execução de obras e serviços de in­terêsse do novo Distrito Federal, não compreen­didos nas atribuições específicas da emprêsa;

e) firmar acôrdos e convênios com o Estado de Goiás, visando à desapropriação dos imóveis situados dentro da área do novo Distrito Federal e do seu posterior desmembramento do território do Estado e incorporação ao domínio da União;

f) estabelecer normas e condições para a aprovação dos projetos de obras na área do futuro Distrito Federal, até que se organize a adminis­tração local;

g) instalar, no futuro Distrito Federal, ou nas cidades circunvizinhas, serviços dos órgãos CIVIS e 1nilitares da administração federal e nêles lotar servidores, com o fim de criar melhores condições ao desenvolvimento dos trabalhos de construção da nova cidade.

Parágrafo único. O Congresso N acionai deli­berará, oportunamente, sôbre a data da mudança da Capital, ficando revogado o art. 6 ° da lei n. 0 1 803, de 5 de janeiro de 1953.

CAPíTULO II

DA COMPANHIA URBANIZADORA DA NOVA CAPITAL DO BRASIL

Seção I

Da Constituição e fins da Companhia

Art. 3.o A Companhia Urbanizadora da Nova C1:1pital do Brasil terá por objeto :

1. planejamento e execução do serviço de lo~ calização, urbanização e construção da futura Ca­pital, diretamente ou através de órgãos da ad~ ministração federal, estadual e municipal, ou de emprêsas idôneas com as quais contratar;

2. etqutstçao, permuta, alienação, locação e arrendamento de imóveis na área do novo Distrito Federal ou em qualquer parte do território na­cional, pertinentes aos fins previstos nesta lei;

3. execução, mediante concessão, de obras e serviços da competência federal, estadual e mu­nicipal, relacionados com a nova Capital;

4 prática de todos os mais atos concernentes aos objetivos sociais, previstos nos estatutos ou au­torizados pelo Conselho de Admi~listração.

Parágrafo único. A companhia poderá aceitar doação pura e simples, de direitos e bens imóveis e móveis, ou doação condicional, mediante au­torização por decreto do Pr~sidente da República.

Art. 4 ° O Presidente da República designará, por decreto, o representante da União nos atos constitutivos da sociedade e nos de que trata o art 24, § 2.0 , desta lei.

Art. 5. 0 Nos atos constitutivos da companhia inclui-se a aprovação :

a) das avaliações de bens e direitos arrolados :[:ara integ'rarem o capital da União;

b) dos estatutos sociais; e c) do plano de transferência de quaisquer ser~

viços públicos que venham a passar para a mesma sociedade.

Art. 6. 0 A constituição da sociedade e quais­quer modificações em seus estatutos serão apro­vadas por decreto do Presidente da República.

Parágrafo único. Dependerá, todavia, de au­torização legislativa expressa qualquer alteração que vise a modificar o sistema de administração da Companhia, estabelecido nesta lei.

Art. 7. 0 Na organização da companhia serão observados, no que forem aplicáveis, as normas da legislação de sociedades anônimas, dispensado, po­rém, qualquer depósito de capital em estabeleci­mento bancário.

Art. 8. 0 A Companhia terá a sua sede na região definida no art. 1 °, sendo indeterminado o prazo de sua duração.

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276 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICíPIOS

Seção li

Do Capital Social

Art. 9. 0 A Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil terá o capital de . . . ... Cr$ 500 000 000,00 (quinhentos milhões de cru­zeiros) dividido em 500 000 (quinhentas mil) ações ordinárias nominativas do valor de Cr$ 1 000,00 (mil cruzeiros) cada uma.

Art 10. A União subscreverá a totalidade do capital da sociedade, integralizando-o mediante :

I. A incorporação dos estudos, bens e direitos integrantes do acêrvo da Comissão Exploradora do Planalto Central do Brasil, de 1892, da Comissão de Estudos para Localização da Nova Capital do Brasil, de 1946, e da Comissão de Planejamento da Construção e da Mudança da Capital Federal, criada pelo decreto n. 0 32 976, de 8 de junho de 1953, e alterada pelo decreto n ° 38 281, de 9 de dezembro de 1955;

li. A transferência de tôda a área do futuro Distrito Federal, pelo preço de custo, acrescido das despesas de desapropriação, à medida que fôr sendo adquirida pela União, excluídas as áreas reR servadas ao uso comum de todos e ao uso especial da União;

III. A incorporação de outros bens móveis ou imóveis ou direitos pertencentes à União, resul~ tantes ou não de desapropriações;

IV. A entrada etn dinheiro da importância de Cr$ 125 000 000,00 (cento e vinte e cinco milhões de cruzeiros), necessária às despesas de organização, instalação e início dos serviços da companhia;

V. A entrada, em dinheiro, da importância de Cr$ 195 000 000,00 (cento e noventa e cinco milhões de cruzeiros), posteriormente, quando fôr considerada necessária.

§ 1. 0 O capital social poderá ser aumentado com novos recursos a êsse fim destinados ou com a incorporação dos bens mencionados no inciso III dêste artigo.

§ 2. 0 As ações da Companhia Urbanizadora poderão ser adquiridas com autorização do Presi~ dente da República, por pessoas jurídicas de di­reito público interno, as quais, entretanto, não po­derão aliená-las senão à própria União, assegurado a esta, de qualquer modo, o mínimo de 51 o/o (cinqüenta e um por cento) do capital social.

Art. 11. A sociedade poderá emitir, indepenR dentemente do limite estabelecido em lei, além de obrigações ao portador (debêntures) títulos espe­ciais, os quais serão por ela recebidos com 10o/o (dez por cento) de ágio para o pagamento dos terrenos urbanos da nova Capital, vencendo ainda juros de 8% (oito por cento) ao ano

Seção III

Da Administração e Fiscalização da Companhia

Art 12. A administração e fiscalização da Companhia serão exercidas por um conselho de administração, uma diretoria e um conselho fiscal, com mandato de 5 (cinco) anos, e o preenchimento dos respectivos cargos far-se-á por nomeação do Presidente da República, com observância dos pa~ rágrafos seguintes :

§ 1. 0 O conselho de administração compor­-se-á de 6 (seis) membros com igualdade de votos e suas deliberações serão obrigatórias para a di­retoria, cabendo, todavia, recurso ao Presidente da República.

§ 2 {I A diretoria será constituída de 1 (um) presidente e 3 (três) diretores.

§ 3 ° As reuniões do conselho de administração serão presididas pelo presidente da diretoria, que nelas terá apenas o voto de qualidade.

§ 4. 0 O conselho dE> administ\'"aGão reunir-se-á, pelo menos, uma vez por semana e de suas deli­berações lavrar~se-á ata circunstanciada, cujo teor, devidamente autenticado, será fornecido a cada um dos seus membros.

§ 5 ° O conselho fiscal constituir-se-á de 3 (três) membros efetivos e 3 (três) suplentes e

exercerá as funções previstas na legislação de so­ciedades anônimas, sem as restrições do decreto-lei n,o 2 928, de 31 de dezembro de 1940.

§ 6. 0 Um têrco dos membros do conselho de administração, da ~diretoria e do conselho fiscal, será escolhido em lista tríplice de nomes indicados pela diretoria nacional do maior partido político que integrar a corrente da oposição no Congresso Nacional.

§ 7. 0 As substituições de membros do conselho de administração, da diretoria e do conselho fiscal, sejam definitivas, sejam eventuais por impedimento excedente de 30 (trinta) dias, serão realizadas pelo mesmo processo da constituição dêsses órgãos, consignado no parágrafo anterior.

§ 8,° Caberá, privativamente, ao conselho de administração decidir, por proposta da diretoria, sôbre planos de compra, venda, locação, ou arren­damento de imóveis de propriedade da companhia, e bem assim sôbre as operações de crédito por ela negociadas.

§ 9. 0 Atendido o disposto nesta lei, os es­tatutos :regularão as atribuições e o funcionamento do conselho de administração e da diretoria.

§ 10. Os membros do conselho de adminis­tração e da diretoria terão residência obrigatória na área mencionada no art. 1 °

Seção IV

Dos favores e obrigações da Companhia

Art. 13. Os atos de constituição da companhia, integralização do seu capital, bem como as pro­priedades que possuir e as aquisições de direitos, bens imóveis e móveis que fizer e, ainda, os ins­trumentos em que figurar como parte, serão isentos de impostos e taxas e quaisquer ônus fiscais com­preendidos na competência da União, que se en~ tenderá com as outras entidades de direito público, solicitando~lhes os mesmos favores para a sociedade, na esfera das respectivas competências tributárias

At't. 14. A companhia gozal'á de isenção de direitos de importação para consumo e de impostos adicionais em relação ao maquinismo, seus sobres~ salentes e acessórios, aparelhos, ferramentas, ins­trumentos e materiais destinados às suas obras e serviços, pagando, no entanto êsses tributos, no caso de revenda.

Parágrafo único. Todos os materiais e merca­dorias referidos neste artigo, com restrição quanto aos similares de produção nacional, serão desem­baraçados mediante portarias dos inspetores das Alfândegas.

Art. 15. À sociedade fica assegurado o di­reito de promover desapropriRções, nos têrmos da legislação em vigor, e com as modificações cons­tantes desta lei.

Art. 16. A companhia remeterá suas contas, até 30 de abril de cada ano, ao Tribunal de Contas da União, que as apreciará enviando-as ao Congresso Nacional, cabendo a êste adotar, a res­peito delas, as medidas que a sua ação fiscalizadora entender convenientes.

Art. 17. Os serviços, obras e construções ne­cessários à instalação do Govêmo da República na futura Capital Federal serão realizados pela Companhia, independentemente de qualquer inde­nização, entendendo-se paga das despesa feitas pelos direitos, bens, favores e concessões que lhe são outorgados em virtude desta lei.

Art. 18. O Poder Executivo assegurará à Com­panhia, ainda, a utilização dos equipamentos, ser­viço e instalações dos órgãos da administração fe~ deral, sempre que se tornarem necessár~os às ati­vidades da emprêsa.

Art. 19. Os atos administrativos e os con­tratos celebrados pela Companhia constarão de bo­letim mensal por ela editado e dos quais serão distribuídos exemplares aos membros do Congresso N acionai, autoridades ministeriais, repartições in ... teressadas, entidades de classe e órgãos de pu­blicidade.

Art. 20. A direção da Companhia Urbanizadora é obrigada a prestar as informações que lhe forem solicitadas pelo Congresso Nacional, acêrca dos seus atos e deliberações

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NOTAS & COMENTÁRIOS 277

Art. 21. Nos contratos de obras e serviços, ou na aquisição de materiais a pessoas físicas ou jurídicas de direito privado, a companhia deverá :

a) determinar concorrência administrativa para os contratos de valor superior a Cr$ 1 000 000,00 (um milhão de cruzeiros), até Cr$ 1 O 000 000,00 (dez milhões de cruzeiros), sendo facultado, to­davia, ao conselho de administração, por proposta da direto~;ia, dispensar a exigência, em decisão fundamentada que constará da ata;

b) determinar concorrência pública para os contratos de mais de Cr$ 10 000 000,00 (dez milhões de cruzeiros), ficando permitido ao con­selho de administração a dispensa da formalidade, com as cautelas da alínea anterior, dando-se dessa decisão ciência, dentro em 5 (cinco) dias, ao Pre­sidente da República, que poderá mandar realizar a concorrência.

Seção V

Do Pessoal da Companhia

Art. 22. Os empregados da Companhia Ur­banizadora ficam sujeitos, nas suas relações com a emprêsa, Unicamente às normas de legislação do trabalho, sendo classificados nos diferentes ins­titutos de aposentadoria e pensões, para fins de previdência, de acôrdo com a natureza de suas funções.

23. Os militares e funcionários públicos civis da União, das Autarquias e das entidades de eco­nomia mista poderão servir na Companhia, na forma do decreto-lei n.• 6 877, de 16 de se­tembro de 1944.

CAPíTULO III

DISPOSIÇÕES GERAIS E FINAIS

Art. 24. Fica ratificado, para todos os efeitos legais, o decreto n. 0 480, de 30 de abril de 1955 expedido pelo Governador do Estado de Goiás, ; pelo qual foi declarado de utilidad., e de neces­sidade públicas e de conveniência de interêsse social, para efeito de desapropriação, a área a que se refere o art. 1. o.

§ 1 ° As desapropriações iniciadas poderão contin~ar delegadas ao Govêrno do Estado, ou passarao a ser feitas diretamente pela União.

§ 2.o Nas transferências, para o domínio da União, dos imóveis adquiridos pelo Govêrno de

_Goiás e nos atos de desapropriação direta em que vier a intervir e ainda nos da incorporação dêles ao capital da Companhia Urbanizadora da Capital Federal, a União será representada pela pessoa a que se refere o art. 4. 0 desta lei.

§ 3.0 SemPre que as desapropriações se rea­lizarem por via amigável, os desapropriados gozarão de isenção de impôsto de renda relativamente aos lucros auferidos pela 'transferência ao expropriante das respectivas propriedades imobiliárias.

§ 4. 0 Os imóveis desapopriados na área do novo Distrito Federal e os referidos no art. 15 poder~o ser alienados livremente pelo poder ex­propriante e pelos proprietários subseqüentes, sem que se lhes aplique qualquer preferência legal, em favor dos expropriados.

Art. 25. Tornar-se-ão indivisíveis os lotes de terras urbanos do futuro Distrito Federal, desde que alienados pela Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil. Fica expressamente proi­bida a alienação das mais áreas de terras do men~ danado Distrito, · a pessoas físicas ou jurídicas de direito privado.

Parágrafo único. A Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil organizará os planos que assegurem o aproveitamento econômico dos imóveis rurais, executando-os diretamente ou ape­nas mediante arrendamento.

Art. 26. Ficam os Institutos de Previdência Social, as Sociedades de Economia Mista e as Au­tar~uia~ da União autorizados a adquirir títulos e obpgaçoes da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil, referidos no art. 11 desta lei.

Parágrafo único. :ítsses títulos também poderão ser . vendidos aos militares, funcionários federais, servidores de autarquias e de sociedade de eco­nomia mista da União, desde que autorizem o des­conto das prestações devidas, desdobráveis pelo prazo de 60 (sessenta) meses, nas respectivas fo­lhas de pagamento.

Art. 2 7. A fim de assegurar os fornecimentos necessários às obras da 111.ova Capital, ficam in­cluídas na categoria de primeira urgência as ro­dovias projetadas para ligar o novo Distrito Fe­deral aos centros industriais de São Paulo e Belo Horizonte e ao pôrto fluvial de Pirapora, no Estado de Minas Gerais.

Art. 28. Os lotes de terras em que se di­vidirem, a partir da vigência desta lei, as pro­priedades rurais existentes até uma distância de 30 (trinta) quilômetros do lado externo da linha perimétrica do novo Distrito Federal, em áreas in­feriores a 20 (vinte) hectares, só poderão ser inscritos no Registr~ Imobiliário e expostos à venda depois de dotados os logradouros públicos de tais loteamentos dos serviços de água encanada, luz elétrica, esgotos sanitários, meios-fios e pavimen­tação asfáltica.

Art. 29. A legislação peculiar às sociedades anônimas será aplicada como subsidiária desta lei à Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil.

Art. 30. É transferido para o Jl4i..;istério da Fazenda o saldo da verba 4, consignação 4 3 00, subconsignação 4 3 01 - item I - "despesas com a desapropriação da totalidade das áreas do novo Distrito Federal, inclusive indenização ao Es­tado de Goiás", atribuída ao Ministério da Justiça pelo orçamento vigente. ' Art. 31. Fica aberto o crédito especial de Cr$ 125 000 000,00 (cento e vinte e cinco mi­lhões de cruzeiros) para atender ao disposto no art. 1 O, item IV, desta lei.

Art. 32. O Poder Executivo estabelecerá a forma de extinção da Comissão de Planejamento da Construção e da Mudança da Capital Federal, depois de transferidos os contratos por ela cele­brados com terceiros para a responsabilidade da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil.

Art. 33. É dado o nome de "Brasília" à nova Capital Federal.

Art. 34. Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

NOVO SECRETÁRIO-GERAL DO CNE

O PROF • Jurandyr Pires Ferreira, Presidente do IBGE, baixou, a 29 de agôsto de 1956, a

Portaria n.o 39, nomeando Secretário-Geral do Con­

selho Nacional de Estatística o sr. Luiz de Abreu Moreira, alto funcionário do Instituto do Açúcar e do Álcool, e que vinha exercendo as funções de representante dos Órgãos Filiados na Junta Exe­

cutiva Central • Em cerimônia realizada no gabinete do Pre­

sidente do Instituto, no dia seguinte o novo Secre­tário-Geral tomou posse, na presença de altas auto­

ridades e elementos do funcionalismo do Conselho • O prof. Jurandyr Pires Ferreira, falando na ocasião, exaltou o significado e o alcance da obra do Insti­tuto, ao mesmo tempo que salientou as responsa­

bilidades que cabem ao Secretário-Gera1 do órgão coordenador das atividades estatísticas .

Falou, a seguir, o sr. Luiz de Abreu Moreira, que manifestou seu empenho em bem servir ao país,

no cargo para o qual foi escolhido, dando conti­nuidade ao esfôrço desenvolvido pelos seus ante­cessores, particularmente os Srs. M. A. Teixeira de Freitas, Rafael Xavier, Waldemar Lopes e Antônio Teixeira de Freitas.

Usou da palavra, também, o sr. Ulisses Gui­marães, presidente da Câmara dos Deputados, que manifestou sua admiração pelo trabalho realizado pelo IBGE.

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2i8 RE\'ISTt\ llR.\SlLElRt\ DOS J.tU>:ICfi'IOS

Em seguida. no gobinetc do S«reuírio-Gcrol, o sr. A. Tcixc:r:t de Frcita.J. trnnsmitiu o corgo no seu sucessor~ no p:-ct~-cnt3 de diretores c che fes de serviço da S ecrctsria .

Sr. Luiz de Abreu :llorelra, ao assinar o termo de posse

BÔLSAS DE EST UDO PARA ADl\tiiNISTRAÇÃO MUNICIPAL

O INSTITUTO Brnsileiro de Administração Mu­nicipal (JBAM), patrodnan\, no pr6ximo

ano. em colaborcção com o procramn do auisténcia técnica do govêmo norte-americano (Ponto IV) várias bôlsas de estudo em administroçi\o municipal para fundonórios munidpais ou dos 6rgãos esta··

duais de assistência aos municípios. Os estudos scriio feitos nas Universidades nortc.americ.onas de Denvcr, no Colorodo, c Waync, em Dctroit. Nn última parte do curso os bolsistas cspcciali.ar-sc-ão

em assunto de intcrêsso imediato do serviço, como administração finoncciro, orçnmento, reloc;õcs pú­blicos, administração do pessoal, planejamento e

urbnnismo.

TIPOS DE BOLSAS

Serão oferecidos dois t ipos de bôlsas. No

tipo .. A" o l BAM patrocinA a cAndidatura do

bols.ista junto ao Ponto IV. assisto e orienta o

bolsista, forn«c a passagem de ido c volto aos EE . UU. Além do ojuda d e custo. Da parto do

govêrno norte·ame.ricuoo teremos - estudos grátis durnnte um ano, livros, motoriol ntó cem d61nres, mensalidade de 240 dólares o despesas do viogem.

A bôlsa "B" difere do "A" s6 num ponto : é quo ns passagens do ida o volta oos Estados Uni­dos devem ser fornecidos pelo govêrno o que per­

te nce o funcionário bolsi sta.

SELEÇÃO DOS BOLSISTAS

A seleção scrâ feito pelo lBAM, dent re os c-andidatos que obtiverem melhor classificeçiio no concurso quo o IBAM realizará em fevereiro de 1957. As inscrições seriio feitas ate\ 3 1 d~ jA· neiro do nl<-i mo nno. e de vem vir acompnnhndos dos documentos necessários : atct~:tado de cstobi· !idade, provo d o nível superior, atestado do <lUC

fala a tínguo inglüsn. rcdnção de cem polnvrns ~n1 inglês, "c ur-ric ulum vitncu c vár-iO$ temas sugcrido'5 sobre administração municipal.

BOLSAS NACIONAIS

Em colaboraçúo com o Escola Brasilei ro de Administração Pública, da Fundação Getúlio Vor· gos, o 1 BAM potrocinarii ainda cinco bõiS#s d e estudos tipO 11A'' paro os cursos intensivos mon .. t tdos pelo m~srnn. durnnte o t.t> semestre d~

1957. Essas b&bos se destinam a funcionários munidpnis ou dos dcpnrta.mentos de ossistêncio técnico dos municípios.

CURSO DE ADMINI STRAÇÃO MUNICIPAL

Lançará o JBAM em novembro próximo o Curso de Admin~troçiio Municipal por ~orrc<·

pondêncio. destinado especialmente aos secretários dos prdcituras do interior e a outros funcioná­rios de icual cntegoria, cujos muruc ap1os se· jam inscr•tos no IBAM como sócios cooperndor<>S. k:sse cuno compreenderá duas partes : uma biÍ· sica e outra especializada. A primeira scrâ dado com a coloboraçi'lo do D ASP e c::onstor6 do rc· visão dos conhecimentos de português, redoçiio ofi· cial, noções de direito c princípios d e adminis· tração. A outro parte será ministrada pelo IBAM c comprc~ndo orgnni~l'lçiio política do município, estruturo e administr-ação financeira, orgo.nização dos serviços municipais, competênda do prefeito o da Cámaro.

AUXÍLIO AOS MUNICÍ­PIOS DO POLÍGONO DAS SÊCAS

D ISPONDO s6brc a concessão de auxilio aos

Municípios situados no Polígono dos S ecas, para instolaçiio de serviços públicos de abasteci· mcnto d'óeua, o Sr. Presidente do República son· cionou, em julho dêste ano, a seguinte lei :

uArt. 1.0 - A União concederá auxílio fintln· ceiro aos municípios situados no Polígono dM Sêcn.s para instalação do serviçcs públicos do obo$teci­mento d'á&uo nos centros urbanos de populaçilo superior o mil habitantes.

Art. 2.• - O auxílio a que se refere esta ld corresponder& o 70% do custo das obras, col· culado do acôrdo com o projeto e orçamento apro· vados pelo M1nistro da Viação c Obras Públicas.

§ 1.• - Os estudos. projetos c orçomento dos obras poderão ser feitos por empresa pnrticulor ou por 6rgõo da ndministração pública, c serõo cn· cammhodos no Ministro da Viação e Obro• Pú· blicas por intcrmódio do Depnrtamcnto Nacional de Obrns Contro ns Sêcas.

§ 2.• - Scrlí de dez milhões de cruzeiros o limite nlÓximo dêssc auxilio por município.

Art. 3.• - As despesas com a cxccuçilo dcsto lei corrcrõo por contn dos recursos previstos no Art. 198 dn Constituição. devendo-se. paro êsse fim, consignar nnuolmente no orçarn~to do Mi·

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NOTAS & COMENTÁRIOS 279

nistério da Viação e Obras Públicas - Departa­mento Nacional de Obras contra Sêcas - dotação nunca superior à décima parte da verba destinada à execução dos programas anuais de obras e ser~ viços a cargo do mesmo Departamento (dois por cento, no míri"imo, da receita tributária da União).

Parágrafo único - A dotação a que se refere êste artigo será distribuída pelos Estados incluídos no Polígono das Sêcas, proporcionalmente à poM pulação da área sêca de cada um.

Art. 4 ° - A concessão do auxílio será feita mediante convênio assinado entre o Departamento N aciona] de Obras contra as Sêcas e o município ou Estado interessado quando a êste couber a responsabilidade da execução dos serviços

Art. 5.0 - Para obter os benefícios de que trata esta lei, o município interessado deverá de­monstrar, perante o Ministério da Viação e Obras Públicas, que possui capacidade financeira para custear o. parte das emprêsas de sua responsabi­lidade nn. execução das obras.

Art. 6. 0 - Na concessão dos auxílios, por Es­

tado, dar-se-á preferência aos municípios que não possuam ainda serviço de abastecimento d'água ca­nalizada e cujos territórios estejam totalmente in­cluídos nos limites do Polígono das Sêcas, mas fora da área beneficiada com o plano do aprovei­tamento econômico do São Francisco (Art. 29 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias).

Parágrafo único - Em igualdade de condições a concessão dos auxílios, por Estado, obedecerá à ordem cronológica da entrada, no Departamento N acionai de Obras contra Sêcas, do .tequerimento acompanhado do projeto e orçamento das obras.

Art 7. 0 - O Pode.r Executivo regulamentará

esta lei no prazo de 90 dias, devendo o regulamento prover: a) os requisitos técnicos indispensáveis à aprovação dos projetos; b) as condições de paga­mento dos auxílios; c) a forma de fiscalização das ob~as.

Art. 8.0 - Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário".

DISTRIBUIÇÃO DA ENERGIA DO SÃO FRANCISCO

P ELA Lei n.o 841, de 25 de setembro de

1956, foi baixada pelo Govêrno do Estado da Bahia a regulamentação da distribuição de energia elétrica da Companhia Hidrelétrica do São Francisco, nos Municípios do Interior daquele Es­tado. Ê o seguinte, na íntegra, o texto dessa lei :

"Artigo 1.o - A distribuição, sob qualquer forma de energia elétrica, proveniente da Com­panhia Hidrelétrica do São Francisco deverá ser feita, neste Estado, diretamente aos municípios do interior, através do Departamento de Energia da Secretaria de Viação e Obras Públicas.

Parágrafo único - O Departamento de Energia se encarregará da distribuição, diretamente ou por intermédio de cooperativas, sociedades de economia mista, locais, que já e~istem ou venham a consti­tuir-se para o mesmo fim.

Artigo 2. 0 - O Departamento de Energia providenciará a uniformização das normas de dis­tribuição da energia, o planejamento para sua apli­cação e critério de sua exploração, podendo, para isto, realizar a encampação das firmas concessio­nárias existentes.

Parágrafo único - Caberá ao Departamento de Energia exercer a fiscalização das concessões citadas no artigo.

Artigo 3 ° - Para execução da presente lei será, anualmente e durante 5 (cinco) exercícios consecutivos, consignada, obrigatOriamente, à Verba do Departamento de Energia, dotação nunca in­ferior a Cr$ 10 000 000,00 (dez milhões de cru­zeiros). No presente exercício fica o Poder Exe­cutivo autorizado a aplicar, no limite que jul­gar conveniente, os recursos constantes da Verba 707-4-I-16-III do Orçamento vigente e ainda os saldos disponíveis dos fundos de energia.

Parágrafo único - É o Poder Executivo au­torizado a negociar uma ou mais operações de crédito à base dos recursos consignados no Orça­mento, podendo ainda dar em garantia apólices, no valor do duplo da quantia mutuada, obedecendo na sua emissão as mesmas condições de última ope­ração de crédito autorizada pela Assembléia.

Artigo 4.9 - A Secretaria da Viação e Obras Públicas, dentro no prazo de 90 dias, regulamentará a presente lei.

Artigo 5 ° - Revogam-se as disposições em contrário".

XVI ASSEMBLÉIA GERAL DO CNE

D URANTE a realização da X·Vl · As.sembléia Geral do Conselho Nacional de ~tatística

nesta Capital, entre 17 e 25 de aggst~, fora~ aprovadas várias Resoluções que interessam de perto à vida municipal e ao movimento munici­palista. São elas as de ns. 660, 667, 668 e 680, que a seguir transcrevemos

RESOLUÇÃO N. 0 660, DE 22 DE AG6STO DE 1956

Consigna pronunciamento sôbre a Divisão Terri­torial do País.

A Assembléia Geral do Conselho Nacional de Estatística, usando das suas atribuições, e

considerando a criação freqüente de Municí­pios em várias Unidades da Federação, contrària­mente às normas fixadas no Decreto-lei federal n ° 311, de 2 de março de 1938, e até ao disposto nas próprias Constituições Estaduais ou Leis Or­gânicas dos Municípios;

considerando os inconvenientes de natureza administrativa e técnica que de tal prática de­correm;

considerando que o planejamento do Recen­seamento Geral de 1960 impõe a estabilidade, na data das suas diversas operações, do quadro ter­ritorial-administrativo do País, bem como a cor­respondente representação cartográ2ica atualizada de tôdas as Unidades administrativas, com a fi­xação adequada das respectivas áreas urbanas e rurais,

RESOLVE:

Art. 1.0 É reafirmado o empenho do Conse­lho por que seja restabelecida a observância das normas sistematizadoras de revisão periódica do quadro territorial-administrativo, na forma do De­creto-lei federal n. 0 311, de 2 de março de 1938.

Art. 2. 0 A Assembléia Geral, com o objetivo de assegurar adequada ordenação técnica aos pla­nos do Recenseamento Geral de 1960, e visando a atender compromissos de ordem internacional, sugere ao Presidente do IBGE se dirija aos Po­deres Legislativo e Executivo de tôdas as Unida­des da Federação, solicitando-lhes a necessária cooperação no sentido de que entrem em vigor a 1 de janeiro de 1958 leis estaduais que fixem os respectivos quadros administrativos para o qüin­qüênio 1958/1962.

RESOLUÇÃO N. 0 667, DE 24 DE AG6STO DE 1956

Salienta a necessidade da realização do VII Recen~ seamento Geral do Brasil e faz recomendações nesse sentido.

A Assembléia Geral do Conselho Nacional de Estatística, usando das suas atribuições, e

considerando que a realização dos recensea­mentos gerais decenais constitui tradição na ad­ministração pública brasileira, proporcionando à Na­ção os elementos numéricos representativos do seu desenvolvimento demográfico, econômico e social;

considerando que, por fôrça de dispositivo constitucional, a fixação do número de membros

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280 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICíPIOS

da Câmara dos Deputados deve ter por base a população do País, o que requer a realização de censos decenais;

considerando que o Conselho Interamericano Econômico e Social da Organização dos Estados Americanos, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e a III Con­ferência Interamericana de Estatística fizeram re­comendações>< organizaram planos, estabeleceram programas e tomaram iniciativas visando à rea­lização do Censo das Américas de 1960, e ao censo mundial de população e agricultura, em tôrno do mesmo ano;

considerando que a exatidão dos resultados censitários depende, em grande parte, do êxito das medidas preliminares adotadas, em tempo útil, pelos poderes públicos;

considerando que, fa:::e à criação de novos Municípios, após o ano de 1950, é indispensável a atualização dos elementos cartográficos exis­tentes,

RESOLVE:

Art. 1. 0 - O Conselho Nacional de Estatís­tica reconhece e proclama a necessidade da rea­lização, em 1960, do VII Recenseamento Geral d.~ República, não apenas em continuidade à tradi'- · ção das operações censitárias decenais, mas tanl­bém em obediência a compromissos de natureza internacional assumidos pelo Brasil

A1t. 2.o - Ê recomendado ao Presidente do Instituto se dirija aos governos das três órbitas administrativas da República, transmitindo-lhes apê­lo no sentido de que, com a colaboração técnica do Conselho Nacional de Geografia, sejam adota­das as seguintes medidas:

I - Levantamento de 1napas dos Municí­pios que ainda não os possuam e aper­feiçoamento dos mapas já levantados, acompanhados de rigorosa descrição dos limites intermunicipais e interdistritais.

II - Revisão dos limites das áreas das ci­dades e vilas, observadas as determi­nacões do Decreto-lei federal n. 0 311, de" 2 de março de 1938. ,.

III Encaminhamento de solicitações ao Po­der Legislativo, atinentes a providên­cias sôbre recursos e meios legais ne­cessários ao cumprimento das reco­mendações previstas nos i~ens ante­riores.

RESOLUCÃO No 668, DE 25 DE AGôSTO " DE 1956

Regula a elaboração e divulgação das "Tábuas ltinerárias Brasileiras".

A Assembléia Geral do Conselho Nacional de Estatística, usando das suas atribuições, e

considerando os vários pronunciamentos destn Assembléia Geral quanto à permanente atualiza­ção das "Tábuas Itinerárias Brasileiras", como publicação de interêsse e utilidade geral, conforme evidenciado ao ensejo da edição relativa a 1948;

considerando a necessidade de consolidar as di­versas normas fixadas em resoluções anteriores, no sentido de, sem prejuízo das finalidades essenciais, tornar mais prática a apresentação da matéria e mais duradoura a vigência das informações;

considerando ser indispensável a revisão, em definitivo, do padrão mínimo estabelecido na Re­solução AG-32, de 14-VII-1937, a fim de ajustá-lo às condições atuais;

considerando, ainda, não se fazer necessária a revisão anual, de vez que, nesse interregno, não ocorrem modificações substanciais no sistema de transporte e comunicações entre os diversos Mu­nicípios;

considerando ser imprescindível, para o pre.. paro da edição nacional, não se apresentem diver~ sificadas as contribuições oriundas dos Departa­mentos Regionais, mas obedeçam tôdas a um míni­mo estabelecido para o plano geral, além de refe­rências características próprias, segundo as respecti­vas possibilidades;

considerando, por fim, que os inquéritos re­lacionados com os meios de comunicação e trans­porte são necessários aos trabalhos e planos de se­gurança nacional, tal como figuram nos regimen­tos das Secções de Estatística Militar, baixadas em decorrência do disposto no art. 1. 0 do Decreto-lei federal n. 0 4 181, de 16 de março de 1942,

RESOLVE:

Art 1. 0 - Cabe à Secretaria-Geral do Con­

selho atualizar e editar o volume das "Tábuas Iti­nerárias Brasileiras", com a periodicidade fixada nesta Resolução

Art. 2. 0 - A periodicidade da divulgação será

qüinqüenal, nos anos de milésimos 2 e 7, devendo os dados referir-se a 31 de dezembro do ano an­terior

Art 3 ° - As "Tábuas Itinerárias Brasilei­ras" especificarão os meios de transporte entre cada sede municipal e as sedes municipais limí­trofes, capital regional e capital federal.

§ 1 ° - Na indicação dos meios de trans­porte, serão considerados o ferroviário, rodoviá­rio, marítimo, fluvial, lacustre, aéreo e o misto, quando ocorram diversos meios combinados de transporte.

§ 2.0 - Relativamente a cada percurso, serão feitas indicacões dos meios de transporte, com as respectiva; distâncias

§ 3 ° - Sempre que os elen1entos disponí­veis não atendam a essas exigências de precisao e atualidade, a Secretaria-Geral solicitará ao ór­gão responsável contribuição suplementar.

Art. 4. 0 - Para a inclusão de elementos não especificados no artigo anterior, será ouvida a Se­cretaria-Geral do Conselho de Segurança N acionai.

Art. 5 ° - Para a elaboração das "Tábuas Itinerárias Brasileiras", os Departamentos Regio­nais de Estatística encaminharão à Secretaria-Ge­ral do Conselho as respectivas contribuições até 30 de abril do ano em que se fará a publicação

Art. 6 ° - As "Tábuas Itinerárias Regionais", elaboradas e divulgadas pelos Departamentos e Serviços de Estatística dos Estados e Territórios, incluirão, no mínimo, os n1esmos elementos in­formativos indicados no artigo 3 o

RESOLUÇÃO N. 0 680, DE 25 DE AGôSTO DE 1956

Faz recomendações quanto à denominação de lo­gradouros públicos.

A Assembléia Geral do Conselho Nacional de Estatística, usando das suas atribuições, e

considerando a indisfarçável inconveniência sob vários aspectos, das freqüentes alterações de no­menclatura dos logradouros públicos,

RESOLVE:

Artigo único. - É sugerida ao Presidente do Instituto a conveniência de formular apelos aos Governos Municipais do País, no sentido de que evitem as mudanças freqüentes de nomes de lo­gradouros públicos já reconhecidos, e de que ado­tem, em relação aos novos, preferentemente topô­nimos nacionais

J\lUNICÍPIOS DE 1V1AIOR PROGRESSO

F ORAM os seguintes os resultados do Con­curso "Municípios Brasileiros de Maior Pro-

gresso", relativo ao ano de 1956, realizado sob o

patrocínio do Instituto Brasileiro de Administra­ção Municipal, da Revista "O Cruzeiro" e com orientação técnica da Divisão de Administração Pú­blica do Ponto IV no Brasil: Capelinha (Minas

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NOTAS & COMENTARIOS 281 -----------------------

Gerais). Catalão (Goiás) , Colatina (Espírito San­

to); Paranavaí (Paraná) e Tupã (São Paulo).

Os diplomas foram entregues aos representan­

tes dos Municípios vencedores pelo sr. Juscelino

Kubitschek, Presidente da República, no Patácio

do Catete, no dia 19 de outubro últin1o.

ENCICLOPÉDIA DOS NIUNICÍPIOS BRASILEIROS

D URANTE a I Reunião de Inspetores Regionais

do Conselho Nacional de Estatística, que se

realizou nesta Capital entre 5 e 23 de novembro,

em três etapas, foram tomadas as medidas preli­

minares para os levantamentos necessários à pre­

paração da Enciclopédia dos Municípios Brasileiros",

a ser brevemente publicada pelo Conselho N acio~

nal de Estatística

Seguindo instruções do Prof Jurandyr Pires

Ferreira, Presidente do IBGE, a Diretoria de Do­

cumentação e Divulgação da Secretaria-Geral do

CNE está trabalhando no preparo dos volumes de

verbetes municipais

O IBGE E A CONSTITUIÇÃO

A SSOCIANDO-SE às comemorações nacionais do Primeiro Decênio da Constituição Brasi­

leira, o IBGE, por iniciativa do seu Presidente, Prof. Jurandyr Pires Ferreira, lançou uma edição es­pecial~ em miniatura, da nossa Carta Magna, para

distribuição gratuita .

A página de rosto da nova edição - que é um dos menores livros já publicados no Brasil, me­dindo 4,5 por 6 centímetros - assinala esta cir­cunstância curiosa : "Edição comemorativa do 10. o aniversário da Constituição Brasileira, sendo Pre­

sidente da República o constituinte Juscelino Kubitschek de Oliveira. Contribuição do IBGE, sendo seu Presidente o constituinte Jurandyr Pires

Ferreira" . Como página introdutória, o Sr. Ulisses Gui-

. marães, Presidente da Câmara dos Deputados,

subscreve as seguintes e expressivas palavras : "Constituição vigente quer dizer Parlamento aberto,

Imprensa livre, império da lei perante a qual todos são iguais, incolumidade das garantias individuais, liberdade para a consciência, para a crença e para o pensamento Povo sem Constituição é povo sem soberania política, sem dignidade cívica, sem se­gurança para a tranqüilidade, sem grandeza para o progresso e sem perspectiva para a glória"

D ISTÂNCIAS INTERIORES -- As imensas distâncias que separam a Capital Federal de diferentes pontos do territóúo brasileiro têm sua réplica no plano estadual. Ao lado de municípios que se acham virtualmente anexados às Capicais,

integrado~ na sua órbita econômica, existem aquêles que estão de mil a mil e duzentos quilômetros afastados do centro político-administrativo. Num País como o nosso, de enorme extensão territorial e ainda escassa rêde aéreo-rodo-ferroviária, tais distâncias, tomadas em linha reta, de sede a sede, são apenas teóricas; no campo da realidade, estiram-se em per­cursos várias vêzes maiores.

Cêrca de trinta municípios têm sua sede a mais de 700 quilômetros (em linha reta) da Capital estadual correspondente, e dentre êles pelo menos sete a mais de mil quilô­metros. Bôca do Acre situa-se a 1 023 km de Manaus, Benjamin Constant a 1 120 km e Eirunepé a 1 156 km. Distâncias ainda maiores se verificam em Goiás : Filadá!fia está a 1 052 km de Goiânia, Tocantinópolis a 1 161 km, Itaguatins a 1 222 km e >\ra­guatins a 1 228 km. Êste último pode ser considerado o município brasileiro cuja ~ede se encontra a maior distância da respectiva Capital estadual

Em não poucos municípios a distância entre a sede municipal e determinadas sedes distritais alcança, às vêzes, centenas de quilômetros. Gradaús, há pouco desmembrado de Altamira, ficava a 500 quilômetros da sede municipal. Em Borba, município do Amazonas, a sede municipal dista cêrca de 360 quilômetros da vila de Samaúma, sede distrital; essa distância equivàle, também em linha reta, à de Belo Horizonte a Montes Claros ou de São Paul" a Catanduva.