revista cepam fortalecendo municípios, 2. por uma cidade sem barreiras

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Ano 1 / número 2 novembro de 2009 WWW.CEPAM.SP.GOV.BR OFICINAS NO INTERIOR PAULISTA INCENTIVAM A ELABORAÇÃO DO PLANO MUNICIPAL DE ACESSIBILIDADE FORTALECENDO MUNICÍPIOS OPINIÃO DOS PREFEITOS Acessibilidade LEI DE COTAS Trabalhador com Deficiência CALÇADA SEGURA São José dos Campos ENTREVISTA Promotor de Franca REDE LUCY MONTORO Unidade Móvel MUSEU DO FUTEBOL Multissensorial CEPAM FORTALECENDO MUNICÍPIOS novembro de 2009 WWW.CEPAM.SP.GOV.BR

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Opinião de prefeitos paulistas sobre Acessibilidade; Lei de cotas para trabalhadores com deficiência; Calçada segura em são José dos Campos; Entrevista com o promotor de Franca; Rede Lucy Montoro unidade móvel; Museu do futebol, espaço multissensorial.

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Ano 1 / número 2 novembro de 2009 www.cepam.sp.gov.br

Oficinas nO interiOr paulista incentivam a elabOraçãO dO planO municipal de AcessibilidAde

fortalecendo municípios

OpiniãO dOs prefeitOsAcessibilidade

lei de cOtasTrabalhador com deficiência

calçada segurasão José dos campos

entrevistaPromotor de Franca

rede lucy mOntOrOUnidade Móvel

museu dO futebOlMultissensorial

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br

cepamfortalecendo municípiosAno 1 / número 2 / outubro de 2009 www.cepam.sp.gov.br

Governo do Estado de São PauloJosé Serra

Secretaria dos Direitos da Pessoa com DeficiênciaLinamara Battistela

Secretaria de Economia e PlanejamentoFrancisco Vidal Luna

Fundação Prefeito Faria Lima - CepamFelipe Soutello

ProDução EDitoriaL Gerência de comunicação e marketinG do cepam

Direção de arte Jorge monge

Chefe de arte carlos papai

Estagiários danielly Viggiano, ivan Varrichio, Janaína alves c. da Silva, marcia Labres e michele Yogui

tiragem 3.000 exemplares

Editora adriana caldas, mtb 23.878

reportagens renato Liberato, rita Bonizzi, rodrigo dos Santos Bastos e uirá Lopes

revisão eva célia Barbosa, maria thereza Venuzo e Silvia Galles

dadoS da Fundação instituto Brasileiro de Geografia e estatística (iBGe) apontam que 14,5%

da população brasileira possui algum tipo de deficiência. São milhões de cidadãos que, em tese,

teriam seus direitos garantidos pela constituição Federal, pela convenção sobre os direitos das

pessoas com deficiência, e por uma série de leis e decretos. na prática, porém, muitos desses

direitos estão longe de ser garantidos e há, ainda, um longo caminho a ser percorrido.

nesse conjunto de direitos, o que trata da acessibilidade talvez seja o mais fundamental. É

proporcionar , à pessoa com deficiência ou com restrição de mobilidade, a possibilidade de ir e

vir quando quiser e também de usufruir dos serviços públicos como qualquer outro cidadão.

São paulo vive um momento especial no que diz respeito ao tema, com a criação da Secretaria

estadual dos direitos da pessoa com deficiência. o governo de São paulo deu um salto na

política pública do setor e mostrou mais uma vez sua vocação democrática e inovadora.

uma oportunidade histórica de, com a força do estado paulista, mobilizar o máximo de pessoas,

ganhar corações e mentes e contaminar positivamente a sociedade, para mudar a cultura e

fortalecer a tese constitucionalmente consagrada de que todos têm o direito de exercer sua

autonomia, sua cidadania na totalidade.

com essa motivação, a Fundação prefeito Faria Lima – cepam e a Secretaria estadual dos

direitos da pessoa com deficiência, com a colaboração do ministério público estadual, uniram

forças, conhecimentos e poder de mobilização, em uma parceria que resultou no projeto direitos

da pessoa com deficiência – cidadania e Gestão da política e que contou com a participação

de 612 gestores públicos, de 219 municípios.

a ideia foi levar conhecimentos e informações para que a acessibilidade faça parte do cenário

urbano e, mais do que isso, que o ponto de vista das pessoas com deficiência seja consi-

derado, desde o planejamento até a implementação das iniciativas e obras públicas, como

algo natural, intrínseco, assim como nunca se pode deixar de instalar uma caixa d’água em

qualquer nova edificação.

nesta revista, você vai conhecer um pouco dessa experiência exitosa e também iniciativas

de municípios e outras políticas do estado, que tornam mais digna a vida desses cidadãos e

a sociedade mais justa e igualitária.

muniCíPio acessível

editorial

Felipe Soutello, presidente do cepam

6 EntrEvista com o Promotor dE Franca

Como garantir direitos iguais para todos os cidadãos

23 rEabilitação itinErantE unidade móvel com oficina

ortopédica percorre interior

26 o dirEito dE ir E vir São José dos Campos

cria lei para as calçadas

32 com a Palavra, os PrEFEitos a questão da acessibilidade

na visão de quem decide

34 não sE EsquEçam das PEssoas com dEFiciência sEnsorial

É preciso garantir o acesso à informação e à comunicação

36 obsErvatório da acEssibilidadE

Panorama das iniciativas de inclusão da pessoa com deficiência

42 a maioridadE da lEi dE cotas mais oportunidades para o

trabalhador com deficiência

48 na rEdE Dicas para navegar

no tema acessibilidade

10 Por uma cidadE sEm barrEiras inclusão da pessoa com deficiência mobiliza gestores municipais

38 Gol dE Placa museu multissenssorial consagra

o futebol como manifestação da

cultura nacional

6

entrevista Fernando de almeida martinsPromotor Público desde 1985, Fernando de almeida martins assumiu a Promotoria das Pessoas com deFiciência da comarca de Franca em 2008. sua curta gestão vem aPresentando resultados animadores

Em mEnos dE um ano, a promotoria conseguiu fazer o Conselho municipal de Franca criar

um Fundo municipal das Pessoas com deficiência que já conta com mais de R$ 100 mil de

indenizações, valor que está sendo revertido em investimentos nas obras para garantir a acessi-

bilidade no município. Houve avanços também nas áreas de saúde e educação, principalmente

no que se refere à adaptabilidade da infraestrutura e à capacitação de pessoal. martins gosta

de se definir como “agente de transformação” e vê o atual momento de sua vida como uma

“oportunidade ímpar de humanizar-se e aprender muito com as dificuldades enfrentadas por

essas pessoas, não raro de grande espiritualidade e afetuosidade”. a defesa pública da pessoa

com deficiência é uma causa repleta de dificuldades e limitações, mas importantes avanços

têm sido alcançados, como demonstram as respostas desta entrevista concedida pelo promo-

tor à revista Fortalecendo Municípios.

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“Estou sEguRo dE quE todos

os promotores dE justiça

vão sE EngajaR PaRa quE os

muniCíPios Em gERal tEnHam E

CumPRam os sEus REsPECtivos

Planos municiPais de acessibilidade”

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o brasil é reconhecido pela organização das nações unidas (onu), pela organização

dos estados americanos (oea) e outros organismos internacionais como modelo em

legislação voltada para a proteção e inclusão social da pessoa com deficiência. infeliz-

mente, a lei não é aplicada conforme o determinado. Que falta para que isso ocorra?

R. Basicamente, a fiscalização das instituições, inclusive do ministério Público, e o envolvi-

mento da administração Pública (federal, estadual e municipal) são fatores que fazem com

que as leis sejam cumpridas.

Qual o papel do ministério Público na garantia dos direitos da pessoa com deficiência?

R. É fundamental, pois lhe cumpre canalizar os diversos direitos da pessoa com deficiência

perante a sociedade civil e os Poderes Públicos em geral, fazendo o papel de agente de

transformação social.

Quais são os avanços mais recentes detectados nessa área?

R. no âmbito da Comarca de Franca, tivemos diversos avanços, a partir de meados do ano

passado, nas áreas da saúde, educação, transportes, urbanismo, acessibilidade física e, em

menor escala, na área do trabalho, setor que detém a necessidade de amplos investimentos,

seja no campo da habilitação das pessoas com deficiência (papel não exercido adequada-

mente pelo Poder Público), seja na quebra de barreiras de parte do setor empregador. Creio

que os direitos da pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida, paulatinamente,

assumirão a pauta definitiva de toda pessoa e administrador de bem.

“CREio quE os direitos da Pessoa com deFiciência

ou Com moBilidadE REduzida,

PaulatinamEntE, assumiRão

a Pauta dEFinitiva dE todo

administrador de bem”

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como o senhor vê a parceria do ministério Público com o cepam e a secretaria dos

direitos da Pessoa com deficiência, na realização de oficinas para que as prefeituras de-

senvolvam o Plano municipal de acessibilidade?

R. vejo como importantíssima, pois todos, Estado, municípios e ministério Público, são gesto-

res dos interesses sociais. detectando-se, por meio das oficinas, quais as dificuldades e pro-

postas de evolução, criamos condições para elaborar planos de atuação voltados a essa parcela

da população historicamente mal amparada.

Que o ministério Público tem feito para a implantação desses planos?

R. a aproximação do Cepam com o ministério Público indica postura positiva, e as oficinas ser-

vem como incremento da política institucional na área dos direitos da pessoa com deficiência.

Estou seguro de que todos os promotores de justiça de defesa das pessoas com deficiência

do ministério Público do Estado de são Paulo vão se engajar para que os municípios em geral

tenham e cumpram seus respectivos Planos municipais de acessibilidade.

como o senhor vê a criação da secretaria estadual dos direitos da Pessoa com deficiência?

R. trata-se de uma medida elogiável. o princípio da eficiência será, indubitavelmente, melhor

atendido. tenho certeza de que outros Estados seguirão os mesmos passos.

as cidades da sua região já têm área específica para tratar da política da pessoa com deficiência?

R. Franca, sede da comarca, tem hoje praticamente 350 mil habitantes e conta com um conse-

lho municipal atuante, tem um Fundo municipal das Pessoas com deficiência. de novembro de

2008, até agora, indenizações de inquéritos civis da Promotoria de justiça local somaram mais

de R$ 100 mil, a serem aplicados pelo município em prol do segmento. Penso eu que deveria

existir, ao menos, a secretaria adjunta dos direitos das Pessoas com deficiência. Está na pauta

das “boas” discussões da promotoria com o município.

por uma cidadesem barreirasDe abril a agosto De 2009, o governo De são Paulo realizou, em toDas as ciDaDes-seDe Das regiões aDministrativas Do estaDo, oficinas Para orientar a elaboração Do Plano municiPal De acessibiliDaDe

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“No EStado dE São Paulo, 10% da população tEm algum problema de mobilidade, ou SEja, 4,2 milhões de pessoas NEcESSitam

dE PlENaS coNdiçõES Para ExErcEr a cidadaNia”José serra, governador

a SEcrEtaria de Estado dos direitos da Pessoa

com deficiência (SEdPcd), em parceria com o ce-

pam e apoio do ministério Público, percorreu o inte-

rior para disseminar as políticas públicas de acessi-

bilidade, tendo os municípios como aliados.

Participaram dos encontros, que fazem parte do

projeto direitos da Pessoa com deficiência – cida-

dania e gestão da Política, os responsáveis pelas

políticas de acessibilidade nos municípios, os téc-

nicos que atuam na área de planejamento, obras e

fiscalização, além dos que trabalham pela defesa

dos direitos da pessoa com deficiência.

o objetivo da iniciativa foi mobilizar os gestores lo-

cais para a importância dessa questão e, ao mesmo

tempo, oferecer as informações necessárias para a

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“os municíPios rEPrESENtam

a NoSSa caSa, SE ElES EStivErEm

acESSívEiS, vão PErmitir quE aS PESSoaS

superem as barreiras da EScola,

do trabalho, E SE SiNtam PErtENcENtES

àS cidadES. e é essa sensação que faz a cidadania”linamara battistela, secretária dos direitos da Pessoa com deficiência

construção de espaços e serviços públicos efetiva-

mente democráticos.

“No Estado de São Paulo, 10% da população tem

algum problema de mobilidade, ou seja, são 4,2

milhões de pessoas que necessitam de plenas

condições para exercer a cidadania”, enfatizou o

governador josé Serra, em conversa com prefei-

tos da região de araçatuba.

“Essa é uma batalha de toda a sociedade, por isso,

todas as vezes que converso com um prefeito, peço

a ele o compromisso de fazer como fez o Estado e

também criar uma secretaria, coordenadoria, depar-

tamento, ou apenas indicar uma pessoa, dependen-

do do tamanho da prefeitura, para cuidar da questão

da pessoa com deficiência”, afirmou o governador.

Para a secretária linamara battistela, “a acessibilida-

de nos municípios é o primeiro passo para garantir a

inclusão da pessoa com deficiência na sociedade”.

“os municípios representam a nossa casa, se eles

estiverem acessíveis, vão permitir que as pessoas

superem as barreiras da escola, do trabalho, e se

sintam pertencentes às cidades. E é essa sensação

que faz a cidadania”, completou linamara.

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duraNtE os dois dias da oficina, os participantes receberam

orientações sobre como aplicar a legislação federal e a estadual

no município, abordando aspectos arquitetônicos de adequa-

ção do espaço urbano para tornar as cidades mais acessíveis e

inclusivas, e a metodologia para elaboração do Plano municipal

de acessibilidade.

“queremos auxiliar os municípios na aplicação das leis fede-

rais 10.048/00 e 10.098/00 e do decreto federal 5.296/04, bem

como no cumprimento das normas técnicas, uma vez que a

acessibilidade nas cidades é atribuição, sobretudo, local”, expli-

ca a arquiteta e técnica do cepam, adriana de almeida Prado.

a socióloga Silvia maura, também técnica do cepam, ressalta

a importância do envolvimento da sociedade nesse processo.

“o Plano municipal de acessibilidade não se faz entre quatro

paredes. Para que ele seja realmente efetivo, é preciso que as

prefeituras ouçam os representantes da comunidade, os quais,

por sua vez, trarão as necessidades, os anseios e os problemas

que conhecem”.

conversa com os municípios

“todaS aS vEzES quE Eu coNvErSo com um prefeito, peço a ele o compromisso

dE criar uma SEcrEtaria, coordENadoria, ou aPENaS iNdicar uma PESSoa, dEPENdENdo do

tamaNho da PrEfEitura, Para cuidar da quEStão da PESSoa com dEficiêNcia”José serra, governador

“a Partir dE agora, já sabemos a quem e onde recorrer Para obtEr aPoio Na imPlEmENtação do

PlaNo muNiciPal dE acESSibilidadE”flávia rossi, vice-prefeita de mogi-mirim

advogado e representante da cidade de olímpia,

Edson lopes da Silva acredita que o projeto e as

oficinas “são uma forma importante de levar, até as

prefeituras e entidades envolvidas no tema, instru-

mentos que possam ser utilizados para melhorar as

condições de vida e garantir a dignidade da pessoa

com deficiência”.

Para a engenheira de orlândia, tânia maria tonetto,

que participou do encontro em franca, o evento foi

importante pela amplitude do tema e a abrangência

dos conhecimentos técnicos. como é integrante da

equipe que cuida da acessibilidade no município, tâ-

nia pretende levar as questões propostas para dis-

cussão com os colegas. “ainda não temos um plano

elaborado, mas com certeza vamos incorporar as

melhorias estruturais apresentadas”.

vice-prefeita de mogi-mirim, flávia rossi destaca que,

além de “conhecer experiências dos demais municí-

pios”, foi possível “verificar o que ainda é escasso na

região, principalmente no atendimento da legislação

que garante os direitos da pessoa com deficiência”.

Ela ressalta a importância da atuação do cepam

“com a Secretaria Estadual nesses encontros, o

que auxilia na tarefa de informar e conscientizar a

população. a partir de agora, já sabemos

a quem e onde recorrer para obter apoio

na implementação do Plano municipal de

acessibilidade”.

hortolândia ainda está “engatinhando nas

questões estruturais para se adequar à po-

lítica de acessibilidade”, afirmou a vice-pre-

feita jacyra Santos de Souza. Ela conta que

o município “tem apenas 18 anos e que há

muito trabalho a ser feito. temos que aper-

feiçoar e tornar acessíveis os espaços para

todos os cidadãos”.

“votorantim já tem o conselho municipal

dos direitos da Pessoa com deficiência”,

conta o chefe de projetos da Secretaria mu-

nicipal da cidadania, márcio queiroz, que

utiliza cadeira de rodas devido a uma se-

quela da poliomielite infantil. já foi vereador

e é um militante pelos direitos de cidadania

e inclusão “de todas as pessoas“ e sente-

se confiante e feliz “por ver a questão da

acessibilidade discutida em todas as esfe-

ras de governo, pois só assim as mudanças

podem acontecer”.

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“a ExPEriêNcia dE sentir as dificuldades quE a PESSoa com dEficiêNcia ENfrENta é muito

imPortaNtE Para quEm ProjEta E coNStrói oS

EquiPamENtoS NaS cidadES, como é o mEu caSo”Victoriano pedrassa neto, arquiteto da Prefeitura do município de três fronteiras

17

experiência dos sentidos

a caPacitação não foi só teórica, pois também foram realizadas dinâmi-

cas, trabalhos em grupo, e uma vivência para testar, na prática, as dificul-

dades encontradas no dia a dia da pessoa com deficiência. de olhos ven-

dados, ou em cadeiras de rodas, os participantes percorreram corredores,

prédios, calçadas e outras áreas da cidade, tendo como desafio vencer

obstáculos físicos e sensoriais.

Na vivência realizada durante a oficina em barretos, ao andar numa cadeira

de rodas, ou com os olhos vendados, o engenheiro fernando luiz basso,

da Secretaria de Planejamento de colina, disse ser “possível sentir e medir

os problemas de quem tem alguma deficiência”.

“o que mais me impressionou foi essa vivência”, afirmou o arquiteto victo-

riano Pedrassa Neto, da Prefeitura de três fronteiras. Para ele, “a experiên-

cia de sentir as dificuldades que as pessoas com deficiência enfrentam é

muito importante para quem projeta e constrói os equipamentos nas cida-

des, como é o meu caso”, concluiu.

Para Sandra dias da Silva, secretária de Promoção Social de águas de São

Pedro, “o encontro foi bastante produtivo. as aulas e as dinâmicas realiza-

das só aumentaram a vontade de investir para garantir os direitos e a aces-

sibilidade”. como o município é uma estância turística, Sandra considera

“fundamental tornar a cidade acessível para seus habitantes e também para

os visitantes. Nossa meta é transformá-la em modelo nacional”.

o vice-prefeito e secretário do trabalho e desenvolvimento Social de tatuí,

luiz antonio voss campos, acredita que “esse projeto é muito importante

porque vai divulgar uma realidade que, às vezes, é ocultada”. assim, devem

ser criados “instrumentos, campanhas e fóruns para ouvir a população e

envolver os gestores, as câmaras municipais e o Poder judiciário, porque

todos têm uma parcela de responsabilidade na inclusão social”.

Para a secretária dos direitos da mulher e Pessoa com deficiência, de São

josé do rio Preto, regina helena chueire, “as oficinas ocorreram num

momento oportuno para os municípios e seus representantes. Possuíam

alto nível, em termos de conteúdo, material e organização, criaram desafios

e estimularam a participação de todos os agentes”.

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SobrE o papel do ministério Público no controle, fiscalização e desenvolvimento

de projetos e programas para pessoas com deficiência, os promotores presentes

nas oficinas reiteraram o apoio às ações de combate à discriminação e de garantia

dos direitos de todos os cidadãos.

“Estamos dispostos a orientar os municípios na elaboração e aplicação de seus pla-

nos de acessibilidade”, assegurou o promotor orlando Santos filho, de Sorocaba.

de acordo com augusto mustafá, promotor de araçatuba, a Promotoria de justiça

colabora com as políticas de inclusão, “fiscalizando e, inclusive, instaurando inqué-

ritos civis para verificar as condições de acessibilidade de prédios públicos, praças e

vias públicas, escolas municipais, estaduais e particulares, bancos, casas lotéricas,

estabelecimentos de saúde e transporte urbano”.

em defesa do cidadão

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oficinas PlaNo muNiciPal dE acESSibilidadE – SubSídioS Para Elaboração

mural dE fotoSabril a agoSto dE 2009

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anilo

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fotos: danilo freire / douglas matsunaga / fred miranda / jurandir fegli / leandro gulin / renato tuzi / rodrigo braga / ulisses junior

219 muNicíPioS 612 ParticiPaNtES

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18 oficinas NaS cidadES-SEdE daS rEgiõES admiNiStrativaS

araçatuba / araraquara / barrEtoS / bauru /

botucatu / camPiNaS / fraNca / jalES / marília /

PrESidENtE PrudENtE / rEgiStro / ribEirão PrEto /

SaNtoS / São joão da boa viSta / São joSé doS camPoS /

São joSé do rio PrEto / São Paulo / Sorocaba

ren

ato

tuzi

Carreta de 15 metros de Comprimento e 20 toneladas, Com elevador hidráuliCo, banheiro adaptado, Consultório médiCo e ofiCina ortopédiCa Composta por salas de prova, máquinas e gesso, está perCorrendo os muniCípios paulistas

A UnidAde Móvel de ReAbilitAção da Rede lucy Montoro, lançada

em janeiro de 2009, vai atender às demandas mais urgentes, em todo o

estado, de fornecimento de órtese, prótese, cadeira de rodas e meios

auxiliares de locomoção.

Sete profissionais da área da saúde responsabilizam-se pelo atendimento:

dois médicos fisiatras, dois técnicos de órtese e prótese, um fisioterapeuta,

um terapeuta ocupacional e um enfermeiro.

Segundo a secretária linamara Rizzo battistella, “a Unidade Móvel mu-

dará a trajetória e a história da pessoa com deficiência no estado de São

Paulo, ao possibilitar um apropriado atendimento e também a qualificação

profissional”. A ideia é “levar o que existe de mais moderno e atual até os

municípios, ao mesmo tempo em que se realiza um atendimento de forma

próxima e humanizada”, explicou.

reabilitaçãoitinerante

rede de atendimento

“A UnidAde Móvel mudará a trajetória e a história da pessoa Com defiCiênCia no eStAdo de São PAUlo” linamara battistela, secretária dos direitos da Pessoa com deficiência

A Rede lUcy MontoRo será composta, inicialmente,

por seis unidades fixas, localizadas em diversas regiões do

estado, e uma na capital. Já foi lançada a pedra fundamental

das unidades de campinas, Marília e, em breve, Santos,

São José do Rio Preto e Ribeirão Preto farão parte da rede.

todas as unidades devem estar em funcionamento até 2010,

com um investimento de R$ 52 milhões e capacidade para

atender, mensalmente, mais de 120 mil pessoas.

em São Paulo, três unidades funcionam de forma descen-

tralizada (lapa, vila Mariana e Umarizal, no campo limpo),

atualmente, com dez mil atendimentos mensais, garantidos

por mais de 200 profissionais especializados.

A proposta da rede é dar condição à pessoa com deficiência

física de inserir-se efetivamente na sociedade, a partir de

suas habilidades e potencialidades. “A saúde é a porta de

entrada para a garantia da cidadania da pessoa com defici-

ência. não é possível garantir a inclusão social para quem

ainda está padecendo de sua deficiência, incapaz de exigir

seus direitos”, ressalta linamara.

o governador José Serra destaca a importância da Rede lucy

Montoro, que “será referência no atendimento da pessoa com

deficiência, pois a medicina precisa

dessa qualidade para avançar”. Será

uma “grande rede estadual orga-

nizada, para que todas as pessoas

tenham acesso ao atendimento na

área de reabilitação e também para

formar e desenvolver recursos hu-

manos“, completou Serra.

todos os centros vão atender as

pessoas com deficiência física,

transitória ou definitiva, com o

apoio de profissionais de variadas

áreas, como médicos fisiatras, psi-

cólogos, assistentes sociais, fisio-

terapeutas, terapeutas ocupacio-

nais, fonoaudiólogos, enfermeiros

e nutricionistas especializados em

reabilitação.

“o importante é sempre nivelar por

cima para que todo mundo tenha o

melhor atendimento possível. não

é nivelar por baixo, como muitas

vezes se faz na política governa-

mental do brasil. É impossível

isso? olha, pode não se chegar

à nota 10. Mas podemos sempre

perseguir a nota 10. essa é a filo-

sofia do nosso trabalho e do meu

governo”, afirmou Serra, durante

visita à Unidade lapa da Rede de

Reabilitação lucy Montoro.

“A Rede lUcy MontoRo SeRá referênCia no atendimento da pessoa Com defiCiênCia, PoiS A MedicinA PReciSA deSSA qUAlidAde PARA AvAnçAR”

josé serra, governador

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es

26

“A pessoA com deficiênciA não é uma coitadinha. só pre-

cisa de estrutura para ser produtiva e viver melhor.” paraplégico

desde o nascimento, devido a uma rubéola congênita, que

infectou sua mãe durante a gravidez e afetou seu desenvol-

vimento, diego dos santos sabe o que está dizendo. Aos 23

anos, o técnico em informática é um dos 80 mil cidadãos com

deficiência, de são José dos campos, que vivencia a gradual

transformação da infraestrutura urbana da cidade no que se

refere à acessibilidade .

preocupada em garantir os direitos desses cidadãos, a prefeitura

de são José dos campos, importante centro de indústria tecno-

lógica e sétima maior cidade do estado, está promovendo uma

série de ações, que pouco a pouco vem melhorando a qualidade

de vida desse importante segmento da sociedade.shut

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São JoSé doS CampoS deu o primeiro paSSo, Com a Lei CaLçada Segura, que tem Como meta tornar 100% do paSSeio púbLiCo aCeSSíveL até 2015

o direito de irevir

27

Uma das principais medidas foi a criação da Lei calçada

segura, que dispõe sobre a construção, manutenção e

conservação dos passeios públicos da cidade. segundo

dados da prefeitura, desde que foi sancionada, em julho

de 2007, até o primeiro semestre de 2009, cerca de 90 mil

metros quadrados de calçadas da cidade, ou 40% do total,

foram construídas ou remodeladas de acordo com as novas

normas, que garantem acessibilidade total à pessoa com

deficiência ou com dificuldade de locomoção. A meta do

município, e o que determina a lei, é que, até 2015, todas

as calçadas da cidade estejam totalmente adaptadas.

Antes de ser adotada a nova legislação, vigorava no mu-

nicípio uma lei de 1964, que sequer mencionava a palavra

acessibilidade, como se não existissem pessoas com difi-

culdade de se locomover.

não havia legislação específica, muito menos preocupação

em se aplicar políticas públicas nessa área.

As mudanças de postura dos órgãos que aprovam novas

construções no país surgiram após a aprovação do decreto

federal 5.296, de 2004, que regulamentou as Leis de Aces-

sibilidade e mobilidade Urbana criadas no ano de 2000.

“A pessoA com deficiênciA não é uma Coitadinha. só precisA de estrUtUrA pArA ser prodUtivA e viver meLhor”diego dos Santos, técnico de informática

28

são José dos campos é mais uma, entre as cidades do

Brasil, que vem se esforçando para cumprir a nova legisla-

ção. em abril deste ano, foi criada a Assessoria de políticas

para pessoa com deficiência, primeiro órgão específico

voltado a essa parcela da população, em toda a história

do município.

o vice- prefeito, Luiz Antônio Ângelo da silva, foi uma escolha

natural para assumir o órgão. médico, já trabalhava há 15

anos como voluntário de uma onG que atende crianças com

problemas de locomoção. Aliar sua experiência pessoal na

área à capacidade de execução do poder público, no “res-

gate da dignidade, da cidadania e, sobretudo, no processo

de inclusão social das pessoas com deficiência”, foi a prin-

cipal motivação desse especialista em ortopedia pediátrica

para assumir o cargo. A criação de um plano municipal de

Acessibilidade, que estabeleça as metas e os objetivos

concretos a serem alcançados, é um dos objetivos da pasta

e, de acordo com Ângelo da silva, deve ser concretizado

até o final da gestão.

o novo órgão tem estrutura enxuta, com apenas seis fun-

cionários até o momento, e um orçamento modesto, de r$

400 mil, menos de 1% do total da prefeitura para 2009, mas

seu principal objetivo é articular, fazer com que as políticas

públicas de acessibilidade sejam aplicadas efetivamente

por outras secretarias, como planejamento Urbano, cultura,

esportes e Lazer, trabalho, educação, entre outras.

o município vem obtendo bons resultados em várias

áreas, como no transporte urbano, que conta com 70%

dos veículos adaptados. no entanto, ainda há um longo

caminho a ser percorrido.

“os técnicos não podem se preocupar somente com o

embelezamento. cego não vê, cego é praticidade, é ação.

Alguns pontos da cidade melhoraram, mas é necessária

mais ação”, aponta o representante do conselho das pes-

soas com deficiência da cidade, Julio Augusto oliveira

coutinho e silva, popularmente conhecido como John

Lennon. deficiente visual, em consequência de um der-

rame sofrido há 18 anos, o sósia do poeta que sonhava

com uma realidade melhor para todos, por necessidade,

“o preconceito AindA

é mUito GrAnde, e

ainda há muito a Se fazer” tiago rodolfo valentim de oliveira, estudante

29

“nosso próximo

pAsso é a eLaboração

do pLano muniCipaL de

aCeSSibiLidade de são

José dos cAmpos”Luiz antônio Ângelo Silva, vice-prefeito

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é um pragmático: “A prática é que vai demonstrar se houve avanço ou

não”. Júlio Augusto fala com conhecimento de causa, não como alguém

que se atém aos números oficiais, mas à realidade diária, de quem, na

qualidade de vendedor autônomo, circula sozinho por toda a cidade.

talvez a melhor definição da atual situação de são José dos campos,

que serve também para outras cidades do estado e do país, é a do

estudante tiago rodolfo valentim de oliveira, jovem que teve paralisia

cerebral durante o parto e vivencia, no dia a dia, as dificuldades de uma

pessoa com mobilidade reduzida na locomoção por nossas cidades: “o

preconceito ainda é muito grande e ainda há muito a se fazer; eu não

vou ser hipócrita. A situação melhorou bastante, a partir de agora, que

temos um canal de comunicação direto com uma pessoa na área de

comando. melhorou muito, mas ainda falta melhorar mais. o que nós

precisamos é de mais oportunidades para que eu possa me incluir na

sociedade e ter mais cidadania”.

essa é a árdua tarefa que a prefeitura de são José dos campos, e outras,

pelo Brasil, vem assumindo, e que os brasileiros, independentemente

de possuírem algum tipo de deficiência ou limitação de locomoção,

desejam que seja cumprida.

30

São JoSé doS CampoS

popULAção 595 mil

pessoAs com deficiênciA 80 mil

cALçAdAs 90 mil metros qUAdrAdos Acessíveis (40%)

“os técnicos não podem se

preoCupar Somente Com embeLezamento, ceGo não vê,

ceGo é prAticidAde, é Ação”Julio augusto oliveira Coutinho e Silva, vendedor

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32

Para o PREFEITO DE MARÍLIA, MÁRIO BULGARELI, “é extremamente im-

portante oferecer acessibilidade para garantir a cidadania e melhor qualidade

de vida às pessoas com deficiência, mobilidade reduzida, gestantes e idosos.

Em Marília, já formamos uma comissão para elaborar o Plano Municipal de

Acessibilidade, que deve formalizar legislação específica. Enviamos cópia do

cronograma de trabalho ao Cepam e à Secretaria de Estado dos Direitos da

Pessoa com Deficiência”.

De SANTOS, O PREFEITO, JOÃO PAULO TAVARES PAPA, conta que “o Pla-

no de Acessibilidade do município encontra-se em fase final de elaboração. Na

prática, o governo municipal já desenvolve várias ações, como a adaptação de

50% dos ônibus, que são equipados com plataforma elevatória para o acesso

de cadeiras de rodas. Os prédios públicos são totalmente acessíveis. Para

orientar as construções privadas, a prefeitura editou, distribuiu, e disponibiliza,

em seu site, o Guia de Acessibilidade em Projetos Arquitetônicos”.

O PREFEITO DE JUNDIAÍ, MIGUEL HADDAD, tem, “por princípio, promover

a acessibilidade em toda a cidade, seja adquirindo ônibus adaptados, seja

elaborando projetos de acessibilidade para os terminais urbanos e pontos de

ônibus. Desenvolvemos o programa Calçada Segura, que determina o padrão

oficial para as calçadas, incluindo melhorias de maneira geral”.

Segundo VITOR LIPPI, PREFEITO DE SOROCABA, a prefeitura tem dado atenção

especial à questão da acessibilidade. ”Um bom exemplo é o prédio do Centro de

Referência em Educação, um dos poucos do país 100% acessível. Além disso,

estamos construindo mais de 70 quilômetros de calçadas, por ano, que levam

em conta as normas da acessibilidade. Mantemos um serviço específico para

transporte de pessoa com deficiência, e a prefeitura renovou parte da frota de

coletivos, adquirindo 20 novos ônibus também equipados com elevadores para

facilitar o acesso dos passageiros com algum tipo de deficiência”.

com a palavra, os prefeitos

33

com a palavra, os

PREfEITOS

O PREFEITO DE PIEDADE, JEREMIAS RIBEIRO PINTO, explica que “o

Plano Diretor Municipal da cidade já prevê algumas metas de acessibilida-

de. Independentemente disso, a prefeitura realiza estudos para implantar

um Plano Municipal de Acessibilidade específico nos próximos anos. O

objetivo é garantir o direito de ir e vir pleno a todos”.

Para o PREFEITO DE JALES, HUMBERTO PARINI, “ao garantir a aces-

sibilidade no município, vamos construir uma cidade melhor para todos.

Estamos na fase final de elaboração do Plano Municipal de Acessibili-

dade, feito em parceria com a Secretaria de Planejamento, Desenvol-

vimento Econômico e Trânsito, a Associação dos Deficientes Físicos da

Região de Jales (Aderj) e o Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa

com Deficiência”.

FRANCA já conta com o Plano Municipal de Acessibilidade, segundo o

PREFEITO SIDNEI fRANCO DA ROCHA, e já “foram construídas várias

rampas, em ruas e avenidas, numa parceria com a iniciativa privada; sem

falar das 72 escolas municipais e novas creches, que foram ou estão

sendo adaptadas em parceria com o Fundo Nacional de Desenvolvimento

da Educação (FNDE). Está prevista a construção de novas rampas, numa

segunda etapa, em locais a serem definidos”.

O PREFEITO DE PIRAJU, fRANCISCO RODRIGUES, conta que a ci-

dade ainda não tem um plano municipal elaborado, mas “sabemos da

importância de implantar esse instrumento e também de adaptar e criar

condições para que a pessoa com qualquer tipo de deficiência possa

circular pela cidade e desenvolver suas atividades regularmente”. Os

prédios públicos, inclusive o Paço Municipal, já estão adaptados arqui-

tetonicamente, “mas ainda temos muito a fazer por toda a cidade para

torná-la mais acessível a todos”.

34

Já são quase 21 anos de vigência dos ar-

tigos 227 e 244 da Constituição Federal, que

exigem a garantia de acesso adequado às

pessoas com deficiência nos novos veículos

de transporte coletivo, em calçadas e pra-

ças, nos edifícios, bem como a adaptação

dos já existentes.

Passaram-se mais de quatro anos desde a

aprovação do Decreto federal 5.296/04, que

definiu prazos para que os edifícios de uso

público e coletivo sejam adaptados, além de

outras medidas. e o que constatamos?

observa-se que a consciência de acessibilidade

para atender às pessoas com deficiência física

já está incorporada por expressiva parcela da

sociedade. É possível ver que as soleiras dos

edifícios já estão sendo trocadas por rampas,

as maçanetas redondas estão sendo substituí-

das por outras de mais fácil manuseio, a insta-

lação de elevadores tornou-se mais comum,

as escadas e rampas ganharam corrimãos, a

construção de sanitários segue medidas com-

patíveis para uso de pessoa em cadeira de ro-

das e prevê barras de apoio.

os meios de comunicação – jornais, rádios, tele-

visão – já veiculam a necessidade da inclusão das

pessoas com deficiência e mobilidade reduzida.

entretanto, não são medidas suficientes para o

conjunto da sociedade, pois há uma parcela da

população com deficiência que se encontra em

desvantagem no processo de soluções para

eliminação de barreiras.

as pessoas com deficiência sensorial – visual e

auditiva – e as com deficiência intelectual, em sua

maioria, não estão sendo atendidas conforme as

legislações pertinentes e ainda sentem muita di-

ficuldade para se orientar nos edifícios, nos espa-

ços urbanos, compreender os noticiários escritos

e falados, portais, sites e outros meios.

o acesso à informação e à comunicação, para

esse público, ainda é difícil, a ajuda da sinaliza-

ção tátil, sonora e visual implantada adequada-

mente é incipiente, em face das necessidades.

ainda não se veem “bibliotecas acessíveis que

possibilitam e facilitam o acesso do conheci-

mento a quaisquer cidadãos com o uso das

tecnologias da informação e comunicação”

(PuPo, D.T. In: MaNToaN, 2009).

ARTIGO não se esqueçam das pessoas com deficiência

sensORIAl

JuçARA MORellI TeRRA ROdRIGues

arquITeTa / urbaNIsTa / esPeCIalIsTa eM

saúDe PúblICa. TÉCNICa Do CePaM

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35

Como é que essas pessoas podem interagir

com os ambientes, quando não há informação

adequada para auxiliar na percepção dos espa-

ços, do melhor caminho a ser percorrido, a com-

preensão de um texto ou de uma imagem?

“o acesso aos meios de comunicação/informa-

ção é um requisito imprescindível ao desenvol-

vimento pessoal e profissional de um indivíduo”

(DoMINGues at al. In: MaNToaN, 2009).

a presença de recursos humanos, como intérpre-

te da linguagem brasileira de sinais (libras) e in-

térprete oral para surdo que não usa libras, é de

grande valia, nos locais de atendimento ao públi-

co, principalmente nos equipamentos de saúde.

É preciso definir rotas acessíveis nas áreas de

circulação dos edifícios de usos público e co-

letivo, com pisos táteis no início e término de

rampas e escadas, sinalização com letras em

alto relevo, em braile, pictogramas e símbolos.

Com esses recursos, o entendimento das pes-

soas com déficit cognitivo e também das anal-

fabetas torna-se mais fácil.

É recomendável a inserção de mapas táteis

em espaços como terminais de transportes,

hospitais, centros comerciais e esportivos para

facilitar a interação das pessoas com deficiên-

cia visual ao ambiente, auxiliando-as no deslo-

camento com autonomia e independência.

o piso tátil indica o deslocamento mais se-

guro nas calçadas, nos locais de travessia de

ruas sempre associadas às faixas de pedes-

tres, e evita o abalroamento com os mobiliá-

rios urbanos, como telefones públicos, lixei-

ras, caixas de correio, entre outros.

Muito já foi feito e ainda há muito que se fa-

zer para que seja garantido o exercício pleno

da cidadania a todas as pessoas. as medidas

de acessibilidade precisam ser ampliadas nas

áreas da arquitetura, do urbanismo, do trans-

porte, da comunicação e da informação.

quanto mais rapidamente esses conceitos

forem incorporados e demandados pela so-

ciedade, mais políticas, projetos e planos

municipais de acessibilidade, de caráter ver-

dadeiramente inclusivo, serão desenvolvidos

pelo Poder Público e pelos técnicos das mais

diversas áreas, promovendo qualidade de

vida para toda a população.

AdRIAnA ROMeIRO de AlMeIdA PRAdO

arquITeTa / urbaNIsTa / MesTre e esPeCIalIsTa eM

GeroNToloGIa. TÉCNICa Do CePaM

MaNToaN, M. Teresa e. (org.), baraNausKas, M. Cecília C. Atores da inclusão na universidade: formação e compromisso. Campinas, sP: unicamp, 2009.

36

A SecretAriA de eStAdo dos direitos da Pessoa

com deficiência de São Paulo (SedPcd), em parceria

com o cepam, está organizando um observatório para

levantar o panorama da realidade da pessoa com defici-

ência no estado.

trata-se de um espaço virtual no qual serão registrados e

divulgados programas e ações, com abrangência munici-

pal, regional ou estadual, que visem à inclusão da pessoa

com deficiência.

As informações coletadas servirão para estruturar novas

iniciativas de inclusão da pessoa com deficiência e o ma-

terial, depois de sistematizado, contribuirá para o inter-

câmbio de experiências.

Gestores municipais, entidades, instituições e outros in-

teressados devem registrar os projetos que visem à in-

clusão da pessoa com deficiência, por meio de uma pes-

quisa. Basta acessar o endereço http://bit.ly/deficiencia e

cadastrar um log in e senha para participar.

observatório daAcessibilidAde

NovA ferrAmeNtA de gestão vAi AuxiliAr NA elAborAção e No estAbelecimeNto dAs políticAs públicAs

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37

todos os dAdos serão dispoNibilizAdos

No portAl iNstitucioNAl dA sedpcd (www.

pessoAcomdeficieNciA.sp.gov.br) e No do

cepAm (www.cepAm.sp.gov.br).

dúvidAs podem ser eNcAmiNhAdAs Ao cepAm,

pelos telefoNes 11 3811-0359/0428 ou e-mAil:

[email protected].

38

gol de placa

São Paulo ganhou um muSeu aceSSível e multiSSenSorial

PreParado Para receber todoS oS

tiPoS de Público

Inaugurado em 2009, o museu do Futebol abriga, desde sua concepção,

um programa de acessibilidade. a revista Fortalecendo Municípios convidou

a vereadora e cadeirante mara gabrilli para visitar, pela primeira vez, o espa-

ço e conferir as ações voltadas à pessoa com deficiência.

Construído no estádio do Pacaembu, o museu é produto de parceria entre o

governo do estado, a Prefeitura de São Paulo e a Fundação roberto marinho.

Suas complexas características arquitetônicas – erguido sob a arquibancada

do estádio, com pé-direito triplo e em área tombada – não impediram a in-

serção de itens necessários para receber o público com deficiência, como

elevadores e sanitários adaptados. mas, como o conceito de acessibilidade

ultrapassa as barreiras arquitetônicas, o museu do Futebol também preparou

conteúdos e atrações específicos, com estímulos para todos os sentidos.

39

Logo na entrada, mara fez questão de observar detalhadamente o local.

“Será que o balcão das bilheterias está na altura certa? o piso tátil não se-

gue até esta sala, por quê? esse telão não poderia ficar um pouco mais para

baixo?”. ao mesmo tempo, entretinha-se com as atrações iniciais. “adorei

o vídeo que apresenta, na legenda, o (governador) Serra como torcedor do

Palmeiras.” na área das flâmulas, mostrou estranhamento: “ué, Corinthians

Palmeirense?”, referindo-se ao escudo do time almirante Barroso, de Santa

Catarina, que contém o símbolo do primeiro, com as cores do segundo. um

telão apresentava virtualmente a totalidade do museu, com pessoas (avata-

res) circulando por suas diferentes salas. mara comentou, bem-humorada:

“Falta um cadeirante no meio do povo.” Surpreendeu-se, em seguida: “ah,

não. Tem um ali. e tem um cego também. uma graça, esse programa”.

“Tudo Converge Para uma linguagem univerSal, que reSPeita aS diferençaS e aBre

aS PorTaS Para Todo mundo”mara gabrilli, vereadora de São Paulo

Fotos: W. rios

viSitaçãode Terça a domIngo, daS 10h àS 17h,

r$ 6,00 InTeIra e r$ 3,00 meIa

www.muSeudofutebol.org.br

o olhar apurado de mara gabrilli para o tema faz parte da rotina de quem

foi a primeira titular da Secretaria da Pessoa com deficiência e mobilidade

reduzida da Capital paulista, entre 2005 e 2007. atualmente, mara é verea-

dora, reeleita em 2009, com 79 mil votos, a maior votação recebida por uma

mulher em todo o País. além disso, é psicóloga, publicitária e empreende-

dora social.

“não sou tão apaixonada por futebol. mas torço para o São Paulo”, revela.

enquanto observa uma das 23 maquetes táteis para o público cego, mara é

apresentada a uma das funcionárias capacitadas para fazer o atendimento na

Língua Brasileira de Sinais (Libras). “então, vocês aprendem isso aqui mes-

mo? Que bom. Foi a minha primeira lei aprovada”, referindo-se à Lei 14.441,

de 20 de junho de 2007, que criou, em São Paulo, uma central de intérpretes

de Libras e guias-intérpretes para surdocegos.

na Sala dos gols, há depoimentos dados especialmente para o museu por

diversas personalidades. mara questiona: “não tem narração do osmar San-

tos? Tem que achar narração dele, porque é um ícone”. um arquivo com a voz

do criador de vários jargões futebolísticos, como “ripa na chulipa” e “pimba

na gorduchinha”, então, é mostrado na área ao lado, a Sala de rádio, que

também oferece gols eternizados por vozes como as de ary Barroso, edson

Leite, Fiori gigliotti e Pedro Luiz.

na saída do museu – que encerrara pouco tempo antes as atividades para

o público –, já com as luzes se apagando, mara sorriu, naquela escuridão.

“estava pensando sobre como o visitante cego iria saber como é uma joga-

da de futebol. até que vi as placas com os relevos de jogadores (para serem

tateadas). Fiquei emocionada. da mesma maneira, se um surdo chegar na

área das torcidas (Sala da exaltação). aquilo tem uma intensidade tão grande

que não precisa ouvir para sentir.” e concluiu: “Tudo converge para um mu-

seu universal, uma linguagem universal, que respeita as diferenças e abre

as portas para todo mundo. Isso é o fundamental. Quem vem aqui, sai com

a leitura completa”.

Decisão tornou obrigatória a criação De vagas para pessoas com Deficiência nas empresas

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Lei De cotasa maioridade da

43

“BuScamoS conScientizar que toDos têm Direitos e Deveres, tanto por parte daS empreSaS como daS peSSoaS com deficiência” marinalva da silva cruz, coordenadora do padef

em 24 de julho, a lei de cotas completou o seu 18o aniversário.

É um bom momento para refletir sobre as conquistas obtidas nesse

período e sobre aquilo que ainda precisa ser melhorado.

Segundo a secretária dos direitos da pessoa com deficiência, li-

namara rizzo Battistella, a lei de cotas “foi importante para as

pessoas com deficiência, mas também para toda a sociedade”. para

ela, “toda vez que trazemos a diversidade para dentro do processo,

certamente todos saem ganhando”.

apesar disso, a lei 8.213/91 apresenta adesão das empresas aquém

do necessário. a lei obriga, quem tem mais de cem funcionários,

a destinar de 2% a 5% dos postos de trabalho para pessoas com

deficiência. o descumprimento ocorre mesmo com a previsão de

multas, que variam de r$ 1,3 mil a r$ 132,9 mil, calculadas a partir de

variáveis como tamanho da empresa e reincidência da infração.

o estado de São paulo apresenta a melhor média de observação

da lei de cotas no país, com 39,7%. de acordo com o ministério

do trabalho e emprego, o índice nacional é de apenas 15,4%. o

mesmo ministério aponta que, entre 2000 e 2008, São paulo foi

responsável por 43% da aplicação da medida em todo o país.

uma das ações do governo do estado que contribui para tais índices

é o programa de apoio à pessoa com deficiência (padef), da Secre-

taria de emprego e relações do trabalho (Sert). a atuação do padef

abrange, além de intermediação de mão de obra, a oferta de cursos de

qualificação e assessoria técnica para as empresas interessadas.

44

Segundo o secretário da Sert, Guilherme afif domingos, “o padef é impor-

tante por proporcionar o encontro entre o trabalhador com deficiência e o

empregador”. ele explica que “nos processos de seleção são observados a

demanda, o perfil e o melhor ramo para a inclusão da pessoa com deficiência

no mercado de trabalho. as empresas oferecem os serviços de recrutamento

e seleção e promovem palestras para conscientizar os funcionários sobre

a importância de considerar a particularidade de cada candidato durante os

processos seletivos”.

marinalva da Silva cruz, coordenadora do programa, afirma que o caráter

multifacetado do padef objetiva “trabalhar as diferenças de forma igual.

Buscamos conscientizar que todos têm direitos e deveres, tanto por parte

das empresas como das pessoas com deficiência”.

o padef está disponível em todos os postos de atendimento ao trabalhador

(pats), da Secretaria de estado do emprego. nesses locais, as pessoas com

deficiência fazem cadastro, passam por seleção e são encaminhadas para

o mercado de trabalho.

o programa também atende os empregadores. um dos pontos mais abor-

dados é justamente o cumprimento da lei de cotas. ainda oferece asses-

soria técnica às empresas em relação à análise de funções, acessibilidade

e estrutura do ambiente de trabalho.

o padef registra uma escala ascendente de contratações de pessoas com

deficiência. Somente em 2008, foram admitidos 14 mil candidatos. trata-se

de um número três vezes maior do que a soma de todos os anos anteriores

do programa.

“toda vez que trazemoS a diverSidade para dentro do proceSSo, a socieDaDe sai ganhanDo” Linamara rizzo battistella, secretária dos

direitos da pessoa com deficiência

45

serviço

no entanto, marinalva não pretende parar por aí, ”demos um salto no decorrer dos anos.

fiquei muito feliz de já termos empregadas, no estado, 90 mil pessoas com deficiência,

segundo informações do ministério do trabalho. mas claro que ainda não estamos

totalmente satisfeitos. trabalhamos para esse quadro melhorar ainda mais”.

É com esse espírito que a lei de cotas pode avançar em todo o país. na soma do

reconhecimento das melhorias, da vigilância constante da legislação e da criação

de programas, por parte do poder público, para ampliar esse processo. Só assim

será possível comemorar ano a ano a lei de cotas como um instrumento cada vez

mais efetivo na integração da sociedade.

as pessoas com deficiência e os empregadores interessados no padef podem se

dirigir a um pat ou à rua Boa vista, 170, 1o andar, centro, São paulo (Sp), portando

rG, carteira de trabalho e cpf. o telefone do padef é 11 3241-7172. mais informa-

ções no site www.emprego.sp.gov.br.

“o padef É importante por proporcionar o encontro entre o trabaLhaDor com Deficiência e o empregaDor” guilherme afif Domingos, secretário do emprego e relações do trabalho

Shut

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pioneiro DesDe 1991, o Cepam CoorDena os trabalhos Da Comissão De aCessibiliDaDe a eDifiCações e meio, que realiza estuDos e Desenvolve normas para a assoCiação brasileira De normas téCniCas (abnt)

trabalho

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acessibilidade nos municípios como aplicar o Decreto 5.296/04

2a edição

Com extenSa produção sobre o tema da acessibilidade (38 títulos), o

Cepam tornou-se referência para todos aqueles que lutam por uma socie-

dade justa e solidária.

o último lançamento, Acessibilidade nos Municípios – Como aplicar o De-creto 5.296/04, já na segunda edição, é um verdadeiro guia de acessibilida-

de para os municípios.

prefeitos, vereadores, secretários e agentes públicos em geral encontram,

na publicação, todas as informações necessárias para adequar os espaços

públicos e equipamentos urbanos à pessoa com deficiência ou com mobi-

lidade reduzida.

de forma simples e didática, as exigências legais, que são de competência

municipal, são detalhadas por meio de comentários e ilustrações. o livro

também apresenta soluções técnicas para eliminar as barreiras arquitetôni-

cas e urbanísticas nos transportes, e na comunicação e informação. aborda

também os aspectos e prazos para a elaboração do plano municipal de

acessibilidade, auxiliando os municípios a desenvolverem políticas públicas

de inclusão para garantir os direitos da pessoa com deficiência.

São mais de 200 páginas de conceitos fundamentais em acessibilidade: o

atendimento prioritário; as Condições Gerais de acessibilidade; a Imple-

mentação da acessibilidade arquitetônica e urbanística; a acessibilidade

aos Serviços de transportes Coletivos; o acesso à Informação e à Comuni-

cação; ajudas técnicas; e o programa nacional de acessibilidade; além de

referências e anexos com a legislação.

faça download Do livro no

portal Do Cepam

aCeSSe www.Cepam.sp.gov.br

Cepam

Na página principal do Cepam, clique em Acessibilidade. Lá é possível participar

da pesquisa para elaboração do Observatório dos Direitos da Pessoa com

Deficiência. Também estão disponíveis os conteúdos das oficinas, destinados

à elaboração do Plano Municipal de Acessibilidade. Ainda pode ser acessado o

livro publicado pelo Cepam – Acessibilidade nos Municípios – Como Aplicar o Decreto 5.269/04.

www.cepam.sp.gov.br

SeCretaria doS direitoS da peSSoa Com defiCiênCia O site disponibiliza informações sobre cada um dos programas

da pasta. Aborda temas como Desenho Universal, Educação

Inclusiva e Transporte Acessível.

www.pessoacomdeficiencia.sp.gov.br.

portal mara Gabrilli

Apresenta dados sobre pessoas com deficiência, lista as diversas

legislações sobre o tema e apresenta o Telelibras, um telejornal

inclusivo feito pela ONG Vez da Voz.

www.maragabrilli.com.br.

na redebiblioteCa Virtual Disponibiliza, na seção Cidadania, uma série de informações e links para a pessoa

com deficiência. Entre eles, estão bibliotecas em braile, como a do Centro

Cultural São Paulo e a de Campinas, instituições e órgãos de apoio à pessoa com

deficiência, oportunidades de emprego e renda, dados sobre a Língua Brasileira de

Sinais (Libras), sobre transporte público e vagas em estacionamentos.

www.bibliotecavirtual.sp.gov.br

Guia braSil para todoS

A cadeirante Andrea Schwarz e seu marido, o publicitário Jaques

Haber, elaboraram o Guia Brasil para Todos, com dicas turísticas e

culturais para pessoa com deficiência em dez capitais brasileiras,

inclusive São Paulo.

www.brasilparatodos.com.br

Blog arquitetura aCeSSíVel

Feito pela arquiteta Thais Frota, o site frisa que “se o lugar não

está acessível para todos, então o lugar é deficiente”. Mostra

diversos exemplos práticos de arquitetura acessível, incluindo uma

classificação por símbolos (não é acessível, é acessível para poucas

pessoas e é acessível).

http://thaisfrota.wordpress.com

aSSoCiação naCional doS membroS do miniStério públiCo de defeSa doS direitoS doS idoSoS e peSSoaS Com defiCiênCia (ampid)

Promove e defende os direitos da pessoa idosa e da pessoa com deficiência.

www.ampid.org.br

Blog do Jairo marqueS

Cadeirante desde a infância, repórter do jornal Folha de S. Paulo há sete

anos, já participou das mais diversas coberturas pelo País. Jairo ingressou

no periódico por meio do programa de treinamento da 27a turma, em 1999,

poucos meses após se formar em jornalismo pela Universidade Federal de

Mato Grosso do Sul. Depois de várias andanças pelo Brasil, conhecendo

distintas realidades de vida, resolveu fazer pós-graduação em Jornalismo

Social, na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Atualmente,

é chefe de reportagem da Agência Folha, e coordena a produção da equipe de

correspondentes nacionais e mais um grupo de repórteres na sede, em São

Paulo. Nasceu em Três Lagoas (MS).

http://assimcomovoce.folha.blog.uol.com.br/

na rede