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Balanço do mandato que começou em 2008 mostra que a direção conseguiu unir ainda mais os trabalhadores Sindicato dos Metalúrgicos do ABC - CUT | Abril de 2011 A OUSADIA DE UMA CATEGORIA

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Balanço das ações da diretoria do Sindicato e das lutas e mobilizações da categoria nos últimos três anos (2008 - 2011)

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Balanço do mandato que começou em 2008 mostra que a direção conseguiu unir ainda mais os trabalhadores

Sindicato dos Metalúrgicos do ABC - CUT | Abril de 2011

A ousAdiA de umA cAtegoriA

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abril 2011 | SindiCATo doS MeTAlúrgiCoS do ABC 3

Há quase três anos, tivemos a honra de assumir a di-reção deste que é um dos mais importantes sindica-tos do País. Com a honra,

veio o desafio de decisões e realizações que influem diretamente nas vidas de mais de 100 mil metalúrgicos. Certa-mente uma grande responsabilidade. E não fugimos dela.

Assumimos a direção em 2008, em um excelente momento da economia do País, com a indústria e, especial-mente, o setor automobilístico baten-do recordes de produção e vendas. O emprego estava em ascensão e a in-flação em baixa, mas fomos pegos de frente pela crise econômica internacio-nal e tivemos de usar a criatividade e a tradicional organização da categoria para evitar o desemprego em massa e preservar salários.

Para tanto, fomos a Brasília levar nossas propostas ao então presidente

editorial

três anos foram as mais vitoriosas em duas décadas. Conquistamos índices de aumento real que se tornaram referência para todo o País e cláusulas sociais inédi-tas. No ano passado, ratificamos que diri-gimos igualmente para toda a base ao rea-lizar primeiro o acordo com as autopeças.

Este ano, entramos no processo elei-toral do Sindicato mais unidos e fortes do que nunca, porque, pela primeira vez em 20 anos, a Volkswagen terá chapa única, fruto do amplo debate interno.

Esta revista tem o objetivo de fazer um balanço das principais realizações deste mandato e apresentar o que será feito nos próximos três anos.

Obrigado a todos os metalúrgicos e metalúrgicas, membros dos CSEs, CI-PAS, Comissões de Fábrica e aos traba-lhadores e trabalhadoras do Sindicato.

Sérgio nobre

Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do abC

Aqui o trabalhador sempre é a notícia!

Tribuna Metalúrgica

Anuncio revista 180211.indd 5 21/02/2011 14:16:29

Lula. Saímos às ruas em protesto con-tra empresários e banqueiros oportu-nistas. Realizamos um seminário de repercussão nacional que resultou em propostas concretas e contempladas pelo governo federal.

Sindicato cidadão por excelência, tivemos participação decisiva nos pro-cessos eleitorais porque também temos de lutar para garantir qualidade de vida aos trabalhadores fora da fábrica. Por isso, apoiamos o projeto político que venceu as eleições presidenciais em 2010 para dar continuidade ao cresci-mento do País com distribuição de ren-da e justiça social.

No 6° Congresso da categoria, em 2009, traçamos as diretrizes do traba-lho que vem sendo cumprido ponto a ponto, como o 2° Congresso das Mu-lheres Metalúrgicas do ABC e o lança-mento da primeira emissora de TV da classe trabalhadora.

As campanhas salariais dos últimos

Vitórias inéditas e união da categoriaro

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SindiCATo doS MeTAlúrgiCoS do ABC | abril 20114

ExECutiva

Sérgio nobrePresidente

rafael Marques Jr.vice-presidente

Wagner Firmino de SantanaSecretário-geral

Teonílio Monteiro da CostaDiretor administrativo-financeiro

José Paulo nogueiraSecretário de organização

diretores executivos

Carlos alberto Gonçalves, David lima Carvalho, Francisco Duarte de lima, Moisés Selerges Junior

DirEtorES

adailton Ferreira de oliveira, adalto de oliveira, adão Gonçalves Goveia, adeildo da Silva Jordão, adelmo Gonçalves da Silva, adezildo bezerra de Figueredo, adi dos Santos lima, admilson aparecido de brito, ailton de Faria, aldemir Moreira Santos, aldenor Francalino de Sousa, alexandre aparecido Colombo, alexandre da Cruz, almiro Silva Cruz, altamiro Santana, amarildo Marques de Souza, amarildo Sesario de araujo, ana Maria Martins braga, ana nice Martins de Carvalho, andrea Ferreira de Sousa, angelo Maximo de oliveira Pinho, antenor de Sousa, antonio aparecido Soncella, antonio Carlos dos Santos, antonio Carlos Silva de Carvalho, antonio Claudiano da Silva, antonio de Melo Silva, antonio Dias lima, antonio Garrido Filho, antonio Pereira Campos, antonio ronivaldo o da Silva, antonio Sérgio verginio, aparecida Das Graças rodrigues Henriques, aroaldo oliveira da

Silva, barnabé Moraes de Moura, benedito Carlos amancio da Silva, benedito da Silva Filho, benigno José Domingues, Carlos alberto Damião, Carlos alberto de Melo, Carlos alberto Gonçalves, Celso Donizeti dos Santos, Cícera Michelle da Silva, Cícero Gomes de Moura, Claudio roberto ribal, Claudionor vieira do nascimento, Crivone leite da Silva, Daniel bispo Calazans, Edilson Santos burys, Edinaldo raimundo Gomes de Sá, Edinei José da Silva, Edinilson ronaldo Mercedes, Edivaldo José de Moura, Edmar vieira Freire, Edmilson José dos Santos, Edmiro Dias de Castro, Eduardo aparecido de Sousa, Edvaldo Eduardo, Edvaldo Sousa Santos, Elbem batista Gomes, Eraldo lucena do nascimento, Evandne Jose da Silva, Evando de novaes alves, Fernando narcizo da Costa, Firmino batista Muniz Filho, Francisco aritamá de Castro da Silva, Francisco Chagas leite brasil, Francisco Correa Sobrinho, Francisco Das Chagas Sarmento, Francisco Das Chagas Soares Pereira, Francisco de assis Gonçalves de almeida, Francisco de Muniz rosa, Francisco Demontier barbosa, Francisco Dijalma leite, Francisco Duarte de lima (alemão), Francisco Edivan Camelo de Sousa, Francisco Ferreira de Souza, Francisco Pinho de araujo, Francisco vagner Ferreira, Fulvio Menegoni, Genário batista Cordeiro, Genildo Dias Pereira, Geraldo aparecido Gonçalves, Geraldo Domingos ribeiro, Geraldo tadeu de oliveira, Gercio Faria, Gilberto da rocha,

Gilberto Jose de Souza, Gilmar da Silva Costa, Gilmar de Souza Costa, Gilson andrade de barros, Gilson Moreira Garcia, Gilvan Simeão Ferreira, Guilherme Francisco rocha, Hamilton Guimarães de Carvalho, Helio barbosa da Silva, Helio Honorato Moreira, Jaco de almeida bezerra, Jair Dantas Martins, João alves Cordeiro neto, João andré Santos da Silva, João Dalírio Sivieiro, João dos Santos Souza, João Gonçalves do nascimento, João Paulo de oliveira dos Santos, Jorge aparecido lobo, Jose ataide Costa, José augusto Gonçalves, José

bento de oliveira, Jose Caitano lima, Jose Carlos de alcantara, Jose Carlos de lima, José Carlos de Souza, José Carlos nunes da Cruz, José Cícero barbosa de Melo, José Correia de lima, José David lima Carvalho, José Domingos Mota da Silva, Jose Erivan Furtado da Silva, José Eustáquio de Souza, José inácio de araujo, José inácio dos Santos, Jose

lopez Feijoo, José Mourão da Silva, Jose Paulo da Silva nogueira, José Pedro dos Santos Delgado, José Pequeno da Costa, José ribamar Feitosa da Silva, José roberto da Silva, José roberto Gomes, Jose Sinval de Jesus, José uilson Passos Santos, Joseildo Januario da Silva, Josivaldo Pedro da Silva, Josivan nunes do vale, Jovelino Gil, Juarez barros da Silva, lindomar barbosa Siqueira, luis Carlos de lima, luis Carlos Miron, luis Donizeti Marchioli, luis Eduardo Gross, luis vital Dantas, luiz antonio de França, luiz Carlos araujo da Silva, Maicon Michel vasconcelos da Silva, Manoel Francisco Filho, Manoel Santiago Gomes, Marcelo Donisete bernardo, Marcelo Pereira dos Santos, Marcio adriano Gonçalves,

Marcio ribeiro de brito, Marco aurélio Santana, Marcos augusto nunes de oliveira, Marcos aurelio braga, Marcos Caetano de Paula, Maria de Fátima Gomes, Maria Dilvetânia Pereira da Silva, Maria Gilsa C. Macedo, Maria Jose da Silva, Mauro Farabotti, Mauro nei dos Passos Ferreiras, Mauro Soares, Milton aparecido alves bertholdo, Moacir Garcia nicolau,

Moacir rodrigues Costa, Moises augusto Canuto, Moisés Selerges Junior, Murilo Donisete vilasboas, nazareno da Silva luiz, neivailde Damasceno Murça, nelio Profirio da Silva, nelsi rodrigues da Silva (Morcegão), nilton Costa de aguilar, nivaldo nunes bezerra, osvaldo Gomes viana, Paulo aparecido Silva Cayres, Paulo Francisco Franco, Paulo Marcio nogueira, Pedro da Silva Carvalho, rafael Marques da Silva Junior, raimundo Domingos Silva, reginaldo bandeira, regis reis Guedes, reinaldo Marques da Silva, ricardo alves Pimentel, robson Dias bonjardim, robson dos Santos assis, robson Silverio Damasceno, rodrigo Ferreira dos Santos, rogério Fernandes Medeiros, romário alves da Fonseca,

romeu ribeiro da Cruz, ronaldo Souza, rosimar Dias Machado, Santino braz de oliveira, Sebastiana lopes Domingos, Sebastião amadeu de albuquerque, Sebastiao Gomes de lima, Sebastiao Pereira Campos, Sergio aparecido nobre, Sergio Cardoso, Sergio de lima Pereira, Sergio roberto Sitta, Severino Ferreira da Silva, Simone aparecida vieira, Sostenes luiz lima, tarcísio Secoli, teonílio Monteiro da Costa, tsukassa isawa, vagner batista da Silva, vagner Jose da Silva, vagner Stefanato, valdeci Candido da Silva, valdeci onofre Martins,

valderez Dias amorim, valdir Freire Dias, valdir oliveira rios, valter Sanches, valter Saturnino Pereira, vanderlei Cardoso de Jesus, vanio da Silva Guedes, vladimir de Mendonsa, Wagner Firmino de Santana, Walter de Souza Filho, Wanderley lisboa barbosa, Wilson de Sá alves e Wilson roberto ribeiro

Esta revista é uma publicação especial do Sindicato dos Metalúrgicos do abC.Coordenação e edição: vanilda oliveira. edição de fotos: rossana lana. redação: vanilda oliveira, Silvio berengani, Carlos alberto balista, Gonzaga do Monte. Colaboradores: Wagner Santana (secretário-geral), Subseção Dieese do Sindicato, Monica valente, Marcelo Donisete bernardo (volkswagen). Projeto gráfico: vander Fornazieri. impressão: Gráfica Simetal (11-4341-5810). Participam da foto da capa os metalúrgicos e metalúrgicas: Paula de Jesus (ouro Fino), Everaldo Santos (Scania), alec Sandro de oliveira barros (Mahle), Fabio de Morais Couto (Mercedes-benz), lorival Francisco de lima (Magnetti-Marelli), leonardo rezende Farabotti (Ford), ivani ivone de Souza (Kostal), liliane teixeira (trW), altamiro Santana, o Miro (Melling), Marco antonio Soares, o Paco (Dana), luzia Helena Silva Santos (volkswagen)

editorial3

Comissões32

Sindicato cidadão52

balanço dos três anos de mandato mostra vitórias inéditas e categoria mais unida

Mulheres, negros, jovens e pessoas com deficiência realizaram atividades e eventos importantes à categoria

apoiamos Dilma, Marinho, Grana e vicentinho porque eles têm compromisso com a classe trabalhadora

entrevista6

está no ar22

economia solidária42

Chão de fábrica28

Cultura e 44 organização

Campanhas salariais8

em defesa do emprego16

trabalho e cidadania38

Sérgio nobre fala sobre as próximas metas da direção

Depois de 23 anos de luta, categoria consegue sua primeira emissora de televisão, a tvt

Fábricas falidas nas mãos dos trabalhadores passam a gerar emprego e renda

Mobilização e negociação garantiram as melhores conquistas salariais dos últimos 20 anos

CSEs são a maior conquista dos metalúrgicos do abC e servem de exemplo para o País. Entenda por quê

Direção resgatou o Dia do trabalhador no Paço

Sindicato mobilizou a categoria, foi a brasília e às ruas para enfrentar e vencer a crise

Sindicato vai construir escola de formação profissional em São bernardo

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entreViSta

lei que fortalece CSe é maior desafioSérgio nobre, presidente do Sindicato, fala das metas da direção para a categoria nos próximos três anos, entre elas aprovar projeto de lei que consolida os Comitês e construir a escola de Formação Profissional

n a trajetória de 25 anos do chão de fábrica à presidência do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre conheceu de perto os re-vezes e as inúmeras vitórias da categoria. Fez parte das lutas salariais e sociais, mas também

da construção de um sindicato cidadão, cujo trabalho não se restringe ao interior das fábricas. Presidente do Sindicato desde 2008, esse metalúrgico na Mercedes-Benz está na cate-goria desde 1980, quando ingressou na Scania como apren-diz do Senai. Nesta entrevista, ele fala dos planos da direção para os próximos anos, que estão detalhados nas 60 páginas desta revista de balanço.

o que vem por aí até 2014? Quais as metas para as próximas campanhas salariais?

Vamos buscar acordos de longo prazo. Isso é possível porque a economia brasileira está em crescimento, há am-pliação do emprego e a tendência é de que o País prossi-ga nesse caminho positivo. Em um cenário como esse, a previsibilidade do salário é importante para todos os la-dos. Para o trabalhador porque permite que ele planeje a sua vida melhor – seus gastos, poupança, compras - e aos empresários porque podem visualizar custos e, assim, planejar investimentos. Nos países que têm economia es-tabilizada, os acordos são de longo prazo e é isso que bus-caremos também para a categoria, para assegurar mais es-

tabilidade às conquistas não só salariais, mas também na saúde e segurança no trabalho, planos de carreira e quali-ficação profissional.

Além das campanhas salariais o que é prioridade para os próximos três anos.

Os Comitês Sindicais de Empresa são a maior conquista dos Metalúrgicos do ABC. Nossa meta é aprovar projeto de lei no Congresso Nacional para consolidar o CSE e estimu-lar para que ele seja adotado como modelo no restante do País. É muito triste saber que trabalhadores têm seus direi-tos mais básicos, como carteira assinada, desrespeitados por falta de fiscalização e de representação sindical no local do trabalho e que, por isso, tenham procurar a Justiça.

A lei que estamos propondo tem potencial para transfor-mar essa realidade porque vai assegurar a presença perma-nente do sindicato no interior da fábrica e dar maior segu-rança jurídica para que trabalhadores e empresários firmem acordos e negociações coletivas adequados às diferentes rea-lidades dos locais de trabalho.

Infelizmente, ainda hoje no Brasil, trabalhador sem car-teira assinada, trabalho escravo e infantil são graves proble-mas. Mas também é fato que existem setores modernos, que incluem empresas, e o nosso projeto faz distinção bem clara dessas realidades, porque o moderno, caso do CSE, tem de ser valorizado e o arcaico, combatido..

Quais são os planos da direção para formação sindical?Em 2011, formaremos mais de 2.500 trabalhadores pelo

Programa Trabalho e Cidadania. Vamos construir, no Clube de Campo, um espaço exclusivo ao curso de formação.

na formação profissional, o Sindicato comprou um pré-dio para criar uma escola?

Compramos a antiga escola Cacique, na Marechal Deodo-ro, onde construiremos uma escola de formação profissional que será inaugurada em 2012. Faremos parceria com o Senai e universidades da Região. Outro projeto importante é a criação do IRT (Instituto de Relações do Trabalho), que vai produzir estudos e pesquisas sobre relações de trabalho que vão ser im-prescindíveis ao fortalecimento da representação sindical.

o que está planejado para a TVT e áreas de cultura, esportes e lazer?

Vamos ampliar o alcance da TVT, com mais uma emisso-ra já concedida pelo governo e buscar apoios para ampliar a

produção. Na cultura, este ano, teremos o Festival de Música e um concurso de fotografia voltados à categoria, além de tri-plicar os pontos de leitura nas fábricas. Outra parceria, com empresa e Prefeitura, vai levar a arte do circo para dentro das fábricas. e traremos de volta sessões de cinema no Sindica-to. Vamos ampliar as atividades esportivas e de lazer para os metalúrgicos e seus familiares. O campeonato de videogame, que é um sucesso, vai crescer e deverá ser inserido no circuito nacional e, futuramente, internacional. Teremos ainda ativi-dades esportivas, como campeonatos de futebol e de truco, para os trabalhadores da categoria, e oficinas de arte para os filhos dos metalúrgicos

na área de Saúde do trabalhador, o que será realizado?Promoveremos este ano um evento para debater o fortale-

cimento do SUS (Sistema Único de Saúde) e criar propostas. Também ampliaremos e aprimoraremos a formação dos ci-peiros e membros dos CSE para fortalecer a ação sindical no local de trabalho.

o Sindicato é referência para o mundo do trabalho fora e dentro do Brasil, essa importância pode ser medida nas inúmeras entrevistas que Sérgio nobre concedeu a jornalistas de outros países, como espanha/México; França (no alto); Coréia do Sul e Portugal

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CaMPanHaS SalariaiS

Mobilização garantiu conquistas inéditasAumentos reais da categoria atingiram maiores índices dos últimos 20 anos. em 2010, a direção inovou ao fechar acordo com outros grupos patronais antes das montadoras

Assembleia de autopeças em 2010: primeiro grupo a realizar acordo

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Ato de mensalistas

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CaMPanHaS SalariaiS

Metalúrgicos do aBC têm maior salário da categoria no PaísMunicípio Média salarial do montador (em r$)*

São bernardo do Campo 3.532,75taubaté 3.355,99São José dos Campos 3.125,50São Caetano do Sul 2.604,15Sumaré 2.418,53Curitiba 2.245,35São José dos Pinhas 2.059,74São Carlos 1.868,32resende 1.780,75Gravataí 1.627,27betim 1.602,19Camaçari 1.519,36Porto real 1.417,42Catalão 1.076,21Sete lagoas 1.016,34

*nos municípios que têm plantas automobilísticasFonte: MtE/raiS 2009. Subseção Dieese do Sindicato dos Metalúrgicos do abC

Trabalhadores mensalistas também se mobilizaram na campanha salarial do ano passado para reivindicar fim do teto salarial

Agitação nas fábricas garantiu novas conquistas sociais com impacto direto na qualidade de vida

Campanha 2010 também conseguiu melhorar os pisos salariais: um dos antídotos contra a rotatividade de mão de obra na categoria

V itoriosas econômica e social-mente. São essas as princi-pais marcas das campanhas salariais pelos avanços con-quistados na valorização dos

salários e em novos direitos sociais. O incremento salarial tornou-se mais

nítido na metade da década passada quando a política econômica colocou o Brasil na rota do desenvolvimento segu-ro e constante. Exemplo mais bem su-cedido do resultado da luta da catego-ria foi o aumento real conquistado em 2010, que superou o índice de inflação. Além de inédita na história dos meta-lúrgicos, a conquista abriu caminho pa-ra onda que contagiou as campanhas de diversas categorias Brasil afora.

Foram tempos também de expressi-vo crescimento nos pisos salariais, pois, em todas as últimas campanhas os me-nores salários da categoria obtiveram índices acima dos acordados para as

demais remunerações. A medida acres-centa mais valor às profissões com me-nor remuneração e serve de antídoto à rotatividade de mão de obra.

São direitos acumulados que se re-lacionam com o crescimento do País e inflação baixa, combinados à mobiliza-ção, unidade e disposição de luta, sem-pre fundamentais em toda negociação.

Dessa receita, também resultaram no-vos direitos sociais, como a expansão da licença maternidade de 120 para 180 dias nas fábricas do Grupo 3 e da Fun-dição. Outra conquista preciosa veio do Grupo 10, com o retorno da estabilida-de para trabalhadores com doença ou sequela de acidente no trabalho. Nessa lista, incluem-se ainda garantias à mu-lher vítima de violência, ampliação da licença paternidade, diversidade nas contratações, programa de formação e outras com impactos diretos na qualida-de de vida do trabalhador.

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CaMPanHaS SalariaiS

direção trata todos os grupos igual

Assembleia na Mercedes: metalúrgicos nas montadoras fecharam acordo depois das autopeças

Passeata da categoria reuniu trabalhadores na Ford, rassini e Mercedes-Benz em 2009, ano em que, apesar da crise, foi conquistado aumento real

F echar acordos com a maior parte dos grupos patronais em primeiro lugar e depois com as montadoras foi no-vidade estratégica e acerta-

da da direção do Sindicato na Cam-panha Salarial 2010.

Antecipar o desfecho das negocia-ções e firmar acordo com o Grupo 3 (autopeças) enterra a ideia de que a direção prioriza os trabalhadores nas montadoras. Essa afirmação nunca foi verdadeira, o que foi comprovado no ano passado, quando a categoria acer-tou quase todos os acordos, e bons acordos, em conjunto, com base no que foi assinado com o Grupo 3.

Outro objetivo da medida foi dar maior protagonismo aos sindicatos do interior do Estado, o que resultou em unidade ampliada da categoria em São Paulo, pois a presença dos setores, exceto as montado-ras, é marcante em outras regiões.

Por fim, os sindicatos viram a neces-sidade de se criar um bom índice de au-mento, os 9%, para balizar toda a luta salarial, inclusive para testar bases me-talúrgicas não filiadas à CUT. Esse ín-dice fechado com antecedência serviu de referência ao acordo com as monta-doras, o penúltimo da campanha.

O último acordo assinado foi com o Grupo 10, cujos trabalhadores, depois de uma década de luta, conseguiram mudar a data-base de novembro para setembro, definitivamente unificando a luta dos metalúrgicos paulistas da CUT e, certamente, do Brasil, em breve.

aumentos salariais dos Metalúrgicos do aBC de 2008 a 2010

Ano grupo inPC Aumento reajuste real Total

2010 4.29% 6.25% 10.81%2009 Montadoras 4.44% 2.00% 6.53%2008 7.15% 3.60% 11.01%

2010 Autopeças 4.29% 4.52% 9.00%2009 4.44% 2.00% 6.53%2008 7.15% 3.60% 11.01%

2010 Fundição 4.29% 4.52% 9.00%2009 4.44% 2.00% 6.53%2008 7.15% 3.13% 10.50%

2010 g 10 4.29% 4.52% 9.00%2009 3.75% 2.00% 5.83%2008 7.26% 3.00% 10.48%

2010 g 8 4.29% 4.52% 9.00%2009 4.44% 2.00% 6.53%2008 7.78% 3.00% 11.0%

2010 g 2 4.29% 4.52% 9.00%2009 4.66% 2.00% 6.75%2008 7.56% 3.00% 10.8%

Fonte: Subsessão Dieese do Sindicato dos Metalúrgicos do abC

346milhões de reais foram injetados na

economia por conta do aumento e abono nas

montadoras do aBC em

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CaMPanHaS SalariaiS

Categoria cresce e embolsa r$ 1 bi só de Plr

na Karmann-ghia, metalúrgicos paralisaram atividades na Campanha Salarial passada

Sérgio nobre comanda assembléia, ao lado da sede, na qual trabalhadores nas autopeças aprovam 9% de aumento salarial

Mais e melhores acordos. Essa é a orientação que norteia, a cada ano, a campanha por PLR (Participação nos Lucros e Resultados) dos

metalúrgicos do ABC, uma base que con-quistou mais de 24 mil novos postos de tra-balho nos oito anos de governos Lula.

Com o valor recorde de R$ 390 mi-lhões conquistados no ano passado, a categoria acumula um ganho próximo de R$ 1 bilhão, desde 2008.

Trata-se de um valor que segue dois caminhos. Um deles leva alívio ao bol-so do trabalhador, que consegue cum-prir compromissos em atraso.

Outro caminho impulsiona a econo-mia do ABC, como confirmam levan-tamentos regionais. Parte desse grande volume de dinheiro vai para o consu-mo, faz girar a roda de mais compras, mais produção, gerando mais empre-gos e salários e, por fim, beneficiando o metalúrgico do ABC.

A luta pela PLR, porém, não se re-sume em conquistar mais e melhores acordos. Está nas metas da direção acabar com a cobrança do Imposto de Renda sobre esse pagamento. Uma questão de justiça. A reivindicação já está com o Ministério da Fazenda.

13º salário gordoA valorização no salário dos meta-

lúrgicos também produziu importante efeito econômico para a Região. O abo-no de fim de ano em 2010 cresceu e re-presentou 26% do total pago de 13º a todos os trabalhadores formais do ABC.

Dois elementos proporcionaram esse aumento. O primeiro foi o crescimento no total de trabalhadores na categoria. O segundo decorreu do resultado posi-tivo da campanha.

emprego na categoria é o maior em 15 anos

Governo Fernando Henrique Cardoso

Governo lula

Fonte: Subseção Dieese do Sindicato dos Metalúrgicos do abC, com dados do MtE, raiS, Caged

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78.522

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77.427

85.721

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Morcegão, coordenador da regional ribeirão Pires, comanda assembleia de Plr na Marcolar

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na defesa do emprego e da renda, a direção do Sindi-cato foi às ruas em mani-festações públicas, promo-veu eventos para debater

saídas contra a crise econômica interna-cional e esteve em Brasília levando pro-postas para evitar e combater demissões e cortes de direitos trabalhistas.

A crise de 2008, que teve origem nos Estados Unidos e contaminou o mun-do, assustou os empresários brasileiros que começaram a demitir antes mesmo

de saber como o problema atingiria o Brasil. A categoria ocupou a Avenida Paulista para exigir a redução das taxas de juros e estimular investimentos na produção. Também denunciou ban-queiros que dificultavam a concessão de empréstimos à população.

Na época, o Sindicato alertava sobre a possibilidade de as empresas usarem a crise para acelerar a troca de trabalhado-res com o objetivo de reduzir salários. Como é muito barato e fácil demitir no Brasil, as empresas começaram a demi-

tir mesmo antes de conhecerem o real tamanho da crise que começava a surgir.

As demissões não se justificavam porque o País vivia um momento ex-celente de crescimento econômico. No ABC, as montadoras vinham consecu-tivos de recordes de produção e ven-das (leia quadro na página 19). Sérgio Nobre, presidente do Sindicato, exigia responsabilidade social das empresas e afirmava que “o trabalhador não iria pagar a conta da crise”.

No início de 2009, ele levou ao en-

em Brasília e nasruas, um não a crisedireção mostrou força e organização na crise econômica de 2008/2009 ao colocar a categoria nas ruas para impedir demissões, ir ao governo para exigir soluções e dialogar com empresas e sociedade para construir propostas

Ainda ministra, dilma participou do seminário realizado em São Bernardo, por iniciativa do Sindicato, para debater propostas contra a crise

Metalúrgicos lotaram as ruas próximas à Via Anchieta, em 2009, para protestar contra os efeitos da crise econômica e evitar demissões

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tão presidente Lula propostas como a redução da jornada de trabalho sem re-dução de salário, redução do IPI (Im-posto sobre Produtos Industrializados), ampliação dos programas sociais, redu-ção dos juros, implantação de um pro-grama de substituição de importações e a exigência de contrapartidas sociais com destaque para a preservação de empregos nos setores beneficiados com dinheiro público.

No encontro, que aconteceu em Bra-sília, construiu-se a ideia do Seminário ABC do Diálogo e do Desenvolvimento, realizado em São Bernardo, em março de 2009. Sindicato à frente, entidades de di-ferentes setores da sociedade, movimen-to sindical, prefeituras da Região, mais os governos paulista e federal debateram medidas para a superação da crise.

O evento trouxe a São Bernardo a en-tão ministra Dilma Rousseff, o governa-dor de São Paulo, ministros, presidentes de sindicatos patronais, parlamentares, acadêmicos e, o mais importante, traba-lhadores.

Um dos desdobramentos do evento foi a abertura de processo de negocia-ção e articulação regional permanente a partir da reanimação da Câmara Re-gional do ABC, instância que pensa soluções integradas para as sete cidades da Região. Também foram criados os grupos de trabalho do Setor Automoti-vo e do Polo Tecnológico do Consórcio Intermunicipal do ABC, que reúne os prefeitos da Região.

No 6º Congresso da categoria, reali-zado em 2009, a pauta principal foi a necessidade de enfrentar os desafios e demandas para a construção de um Bra-sil mais justo com emprego e trabalho decente. Essas atividades de busca de al-ternativas à crise aconteceram em meio a protestos e atos por um Brasil melhor.

Nas manifestações realizadas na ca-pital paulista, a CUT cobrou atitu-de do governo estadual, denunciando que o único investimento do governo do Estado à geração de emprego foi o dinheiro recebido da União pela venda da Nossa Caixa.

na Avenida Paulista, a categoria usou o humor para protestar contra os banqueiros, que sumiram com o crédito

eM deFeSa do eMPreGo

direção lutou para preservar postos de trabalho e salários

a direção do Sindicato enfrentou a crise econômica de forma dife-rente em cada empresa, conforme a realidade dos trabalhadores. quan-do o problema explodiu nos Eua, grande parte dos empresários e da mídia criou um ambiente negativo de que os direitos dos trabalhadores, especialmente salários, deveriam ser reduzidos, como única alternativa para evitar demissões.

Essa idéia não foi aceita pela dire-ção, que resistiu e, desde o início da crise, fez do diálogo e da negociação os principais instrumentos para en-contrar saídas e preservar o bem maior do trabalhador que é o emprego.

instrumentos de preservação do emprego existem e foram bem usados. a redução da jornada de trabalho foi uma das vias. ampliação de bancos de horas, licenças remuneradas e anteci-pação de férias figuraram na lista de soluções de curto prazo para compa-nheiros de muitas fábricas.

as medidas não chegaram a ser aplicadas na totalidade. não foi neces-sário. a produção foi retomada pouco tempo depois provando que a estraté-gia da direção estava correta.

Produção de veículos bateu recordes mesmo na crise

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Fonte: Subseção Dieese/SMabC, com dados da anfavea

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eM deFeSa do eMPreGo

Governo lula apoiou propostas da direção para superar a crise

a realização do Seminário ABC do Diálogo e do De-senvolvimento, que, a par-tir de iniciativa do Sindi-cato, reuniu movimento

sindical, empresas e Poder Público, ga-nhou forma na audiência de janeiro de 2009 em que Sérgio Nobre levou ao então presidente Lula propostas dos trabalhadores para superação da crise.

Em Brasília, o presidente do Sin-dicato defendeu que era preciso fazer um diagnóstico adequado sobre o mo-mento econômico e, a partir dele, de-cidir qual o caminho a seguir, em ação que lembrava as câmaras setoriais dos anos 1990.

Para a direção, a sociedade estava fa-zendo um debate pela metade, pois dis-cutia apenas as situações emergenciais que evitassem as demissões e a retirada de direitos, quando deveria encami-nhar também ações de fortalecimento da economia.

Importante e pertinente, a iniciativa do Sindicato em busca do diálogo entre todos os segmentos da sociedade ganhou todo o apoio do governo federal.

Sérgio nobre levou a lula, em Brasília, propostas para a superação da crise econômica, que foram acolhidas pelo então presidente

n isenção de iPi (imposto sobre Produtos industrializados) para veículosn isenção de iPi para material de construçãon isenção de iPi para linha branca (geladeira, fogões, máquinas de lavar)n ampliação do crédito para micro e pequenasn liberação de crédito para empresas de agronegóciosn liberação de linha de crédito para a construção civiln ampliação do tempo de seguro desemprego

Assembleia com trabalhadores na Volkswagen, em São Bernardo, parou o trânsito na Via Anchieta para alertar empresas contra demissões

Medidas reduziram impostos sobre veículos

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lula participa, na Prefeitura de São Bernardo, de um dos eventos que tiveram origem no seminário promovido pelo Sindicato

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em 23 de agosto de 2010, qua-se duas mil pessoas entre li-deranças políticas, sindicais, empresariais, do movimen-to social e até o presidente

Lula estiveram no teatro do Centro de Formação dos Profissionais da Educa-ção de São Bernardo para acompanhar mais uma conquista inédita da atual di-reção do Sindicato.

Naquela noite, os metalúrgicos do ABC concluíram uma lu-ta histórica que durou 23 anos para levar ao ar a transmissão inicial da TVT – TV dos Trabalhadores -, primeira emissora de televi-são brasileira inteiramente sob o comando dos traba-lhadores.

Naquele mesmo dia, os metalúrgicos do ABC ini-ciavam também uma nova batalha, ainda sem data para terminar: enfren-tar o desafio de consolidar a decisão ti-rada em congresso da categoria de tocar uma TV. O objetivo é simples: mostrar na telinha o mundo dos trabalhado-res e do trabalho de uma forma que

os espectadores dos programas sejam também seus personagens principais e rompam com o preconceito contra o trabalhador, raramente valorizado nas emissoras comerciais.

Por tudo isso, a proposta dos meta-lúrgicos do ABC é um marco no uni-verso fechado da televisão brasileira. Dominado por seis redes privadas e familiares, com faturamento superior a R$ 6 bilhões, os donos dos podero-

sos canais não querem nem aceitam concorrência, em-bora não retratem as neces-sidades e anseios da classe trabalhadora.

Prova disso é que, ape-sar de o direito à liberdade de expressão estar previsto na Constituição Federal, as críticas ao fato de um sindi-cato de trabalhadores estar à

frente de uma emissora de tevê surgiram muito antes de a TVT entrar no ar.

A direção foi bombardeada pelos prin-cipais jornais brasileiros. Eles afirmavam que a emissora só tinha saído porque Lu-la era presidente da República e ex-me-talúrgico. Nisso tinham razão, segundo

TVT exibe seis produções em uma hora e meia por dia de programação própria

Sérgio nobre, lula, Marinho e a garota nicole no evento para 2 mil convidados que marcou o início das transmissões, em 23 de agosto de 2010

trabalhadores agora têm tV

“Além do trabalho da direção, o fato de lula, um operário metalúrgico, ter sido presidente da república foi determinante para conseguirmos a concessão da emissora de televisão” Sérgio nobre, presidente do Sindicato

Sindicato lutou

durante 23 anos para

conseguir a concessão

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de lula a lula, a história da batalha pela concessãono início dos anos 1980, lula então presidente

do Sindicato viajou à Europa para divulgar o novo sindicalismo e ganhou uma câmera amadora. De volta ao brasil, doou a filmadora aos metalúrgicos do abC, que a partir daquela doação criariam a produtora que documentaria a história da categoria.

Em 29 de setembro de 1987, delegação do Sindicato foi a brasília pedir ao então ministro das Comunicações, antônio Carlos Magalhães, a concessão de canais de rádio e tv. integravam a delegação lula, na época deputado federal, Jair Meneguelli (presidente da Cut) e

vicentinho (presidente do Sindicato).o ministro pediu um estudo técnico que foi

feito, mas a concessão não saiu. Foram feitas mais quatro tentativas, seguidas de quatro negativas sem explicações convincentes. a concessão não saia por motivos políticos, pois os requisitos exigidos foram todos atendidos.

Finalmente, em 13 de abril de 2005, lula, o primeiro presidente operário do brasil, assinou a concessão do canal uHF 46. nascia a tvt. a outorga (publicação oficial da concessão) saiu em 2009.

na porta de fábrica e do mundo: “nossa TV é uma porta de entrada para que o mundo do trabalho possa estar presente nas comunicações”, Sérgio nobre

Moisés Selerges, um dos diretores que produziu e transmitiu reportagens via celular para a TVT

elizeu Marques, ex-dirigente do Sindicato, com a câmera que lula doou aos metalúrgicos em 1983 (à esquerda), é hoje gerente da TV dos trabalhadores

desafio da direção é buscar fontes de

sustentação para a tVt

Sérgio Nobre, porque só um presidente operário e democrático nos daria uma emissora em um País onde universidades, igrejas e políticos têm a sua TV há muito tempo. “Por que então não podíamos ter a nossa”, respondia Nobre.

Os críticos ignoraram, porém, que, para entrar no ar, a TVT cumpriu todas as exigências. E foram muitas. Para dar conta dos critérios legais, em 1991, foi criada a Fundação Sociedade, Comu-nicação, Cultura e Trabalho. Presidida pelo metalúrgico na Mercedes-Benz e diretor do Sindicato Valter Sanches, a Fundação é dirigida por conselho de 40 membros eleitos em assembleia a cada três anos, que representam diver-

sos sindicatos filiados à CUT.Para garantir a realização inicial do

projeto, a categoria aprovou em assem-bleia um aporte de R$ 15 milhões. O desafio da di-reção agora é buscar outras fontes de sustentação, co-mo apoios culturais e novas parcerias.

A entidade sem fins lucra-tivos recebeu a outorga da TV em outubro de 2009 em decreto assinado pelo então presidente Lula. Além do Canal 46 UHF, a Fundação também te-ve outorgadas, no ano passado, mais uma emissora UHF e duas emissoras de rádio.

Foi investido R$ 1 milhão na com-pra de equipamentos e o custo men-sal da programação da TVT está esti-

mado em mais de R$ 400 mil. Por ser educativa, a emissora não pode veicular publicidade nem ter patro-cínios, mas apenas apoios culturais.

Depois de tanto esforço, a programação da TVT, que adotou o slogan A TV que Te Vê, pode ser assisti-da em 27 canais comunitá-

rios (a cabo) da Grande São Paulo e em mais de 240 pontos de abrangência da Rede NGT em todo o País. 

ProgramaçãoSeu Jornal

notícias Do abC e do mundo do trabalho. De segunda a sexta-feira, 19h

Memória e ContextoFatos do passado refletidos na atual conjuntura. Segunda-feira, 19h30

Clique e ligue novas tecnologias e inclusão digital.

terça-feira, 19h30

Bom para Todos Programa de serviços voltado ao trabalhador. quarta-feira, 19h30

Melhor e mais Justo Debates sobre a realidade brasileira.

quinta-feira, 19h30

ABCd em revista revista eletrônica semanal.

Sexta-feira, 19h30

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Para colocar os seis programas da TVT no ar, é necessário o trabalho de 112 profissionais

Bom Para Todos, apresentado por Marília Zanardo (à dir.), é um programa de serviços voltado ao trabalhador, que vai ao ar todas as quartas, às 19h30

Carlos ribeiro apresenta o Seu Jornal, que vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 19h às 19h30

a tVt por dentro

Sintonize

a tv dos trabalhadores produz seis programas que totalizam 90 minutos diários de programação própria, um esforço que exige o trabalho de 112 profissionais especializados. o restante da programação vem de parcerias firmadas com a tv brasil (pública) e as tevês Câmara e Senado, que fornecem noticiário nacional, reportagens especiais e documentários. todos os programas estão disponíveis no site da emissora (www.tvt.org.br)

o carro-chefe da tvt é um jornal ao vivo de 30 minutos – Seu Jornal - exibido de segunda a sexta-feira. os demais programas falam de serviços, debates, documentários, cooperativismo, entrevistas e destaques do mundo do trabalho.

após a consolidação do projeto da emissora, a transmissão da tvt atingirá um quarto do território nacional, via cabo e por meio de canais comunitários, permitindo que a emissora seja vista em praticamente todo País.

novo canal já saiu e vai ampliar alcance da tV dos trabalhadoresMenos de seis meses após ir ao ar, a tvt caminha de forma sólida

para atingir as metas definidas pela direção e conquistar maior alcance e visibilidade.

ainda neste semestre, será publicada a autorização do Ministério das Comunicações para as transmissões a partir de um novo canal, cuja concessão já foi outorgada. a direção também trabalha para conseguir a concessão de retransmissores que garantirão a formação de uma rede, segundo valter Sanches.

Enquanto a parte técnica evolui, o conteúdo da tvt tem boa repercussão dentro e fora da categoria por conta da qualidade de sua programação, com destaque para o mundo do trabalho, dos sindicatos e movimentos sociais.

a emissora atende, assim, a uma demanda reprimida desses grupos, que nunca tiveram espaço na mídia tradicional.

Canal 48 UHF abC e Grande São Paulo

Canal 46Mogi das Cruzes e alto tietê

TV por assinatura em São Paulo – TV abertacanais 9 nEt e 186 tva

na eCo TV canais 9 e 96 da nEt abC

no internetwww.tvt.org.br

Valter Sanches, diretor da TVT

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CHÃo de FáBriCa

CSe é nosso exemplo para o Brasilrepresentação no local de trabalho é uma das prioridades da direção porque garante autonomia e poder de fiscalização diária e permanente dentro da fábrica

direção levou representantes de diferentes segmentos da sociedade para conhecer os CSes, modelo vitorioso de representação no local de trabalho

Muitos fatos lembram o ano de 1981: Zé Rama-lho fazia sucesso com “A Terceira Lâmina”, a Rede Globo exibia Baila Comigo, Bob Mar-ley morria, o papa João Paulo II era baleado em Roma e o mundo ficava perplexo diante

da descoberta do primeiro caso de Aids. Em São Bernardo, a Volkswagen demitia 3.750 trabalhadores em um único dia. Sete meses mais tarde, a Mercedes-Benz faria o mesmo com 5.200 operários. Enquanto as empresas demitiam, a Justiça Militar condenava Lula e mais dez sindicalistas pela greve de 1980. O Sindicato, mesmo sob intervenção, lotava o Estádio da Vila Euclides nas assembléias da campanha salarial.

A maioria dos 104 mil trabalhadores que compõem hoje a categoria ou nem era nascida ou ainda brincava nas ruas

nascida na Ford, primeira Comissão de Fábrica completa 30 anos

Primeira representação sindical no local de trabalho conquistada pelos metalúrgicos, a Comissão de Fábrica dos trabalhadores na Ford completa três décadas em julho.

Divisor de águas no movimento sindical brasileiro, a Comissão mudou totalmente o cenário à época. até 1981, o movimento sindical no País atuava fora das fábricas e, a partir da conquista dos trabalhadores na Ford, pas-sou a agir e ter voz nos centros de produção de riqueza.

a origem da Comissão está na contestação ao autoritarismo da empresa à época, na repressão das chefias e na falta de diálogo com os trabalhadores. Foi esse turbilhão que levou os metalúr-gicos da Ford a buscarem a orga-nização no local de trabalho.

Eles estavam certos, pois passaram a ter um instrumento para representar suas reivindica-ções diante da fábrica. o rela-cionamento evoluiu até chegar a discussões e negociações de questões vitais para o emprego e qualidade de vida no trabalho, como investimentos e produção de novos modelos de veículos na planta de São bernardo.

De uma relação inicialmente conflituosa aos dias atuais, que tem o diálogo como marca da relação entre empresa e metalúrgicos, a representação só completa 30 anos porque os trabalhadores deram sustentação à sua organização em todos os momentos.

Trabalhadores na Ford na Campanha Salarial do ano passado e, ao lado, em passeata pela fábrica em 1981 e outros momentos históricos de luta organizados pela Comissão de Fábrica

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CHÃo de FáBriCa

Para conquistar apoios, a direção debateu projeto com juristas, acadêmicos, parlamentares, dirigentes sindicais e empresários

quando todos esses fatos aconteceram. O que esses futuros metalúrgicos não podiam imaginar era que 1981 também fi-caria marcado na história do movimento sindical brasileiro pela conquista do mais precioso e revolucionário instrumen-to da categoria: a primeira Comissão de Fábrica reconhecida pelos patrões. Conquistada após uma greve de cinco dias na Ford, a Comissão deu voz e respeito ao trabalhador dentro da fábrica e perante o patrão.

Ao longo desses anos, a representação no local de trabalho sempre foi uma das prioridades do Sindicato. Em 1999, houve a primeira eleição da direção a partir dos Comitês Sindicais de Empresa (CSEs), também eleitos dire-tamente pelos trabalhadores sindicalizados de cada fábrica. São os Comitês que garantem o respeito aos direitos dos trabalhadores a partir da fábrica, além de autonomia e fiscalização diária e perma-nente das condições de trabalho.

No último congresso do Sindicato, realizado em 2009, uma das prioridades definidas foi a consolidação do nosso modelo de representação no local de trabalho (os CSEs). Isso porque a conquista de um espaço próprio dentro da fábrica garante ao trabalhador uma nova identidade, mais protagonista e cidadã. Representa também um canal de expressão e negociação permanente das deman-das que democratizam as relações de trabalho e atendem as

Chapa única na Volks depois de 20 anos

a direção deu um passo de-cisivo para consolidar a or-ganização sindical no local de trabalho e tornar o CSE reconhecido pela legislação

ao elaborar proposta de projeto de lei que visa criar um novo instrumento para regular as relações de trabalho dentro da fábrica. Criada em 1940, a CLT (Con-solidação das Leis do Trabalho), embora reconheça a existência de acordos e ne-gociações e está em descompasso com a realidade do mundo do trabalho atual.

direção propõe lei que consolida comitês, acordos e negociações coletivas

diferentes realidades e necessidades dos trabalhadores. É aí que está o segredo da força do Sindicato: o capital e os

patrões sabem muito bem que, ao negociar com o CSE, estão lidando com uma categoria muito bem organizada.

Unidade inéditaPela primeira vez desde que as eleições da direção são feitas a

partir dos CSEs, a Volkswagen terá chapa única. Essa unidade é mais uma conquista histórica da direção que assumiu em 2008.

A chapa única na Volks comprova que a forma de orga-nização por meio das comissões de fábrica e dos CSEs é, de fato, democrática e permite a convi-vência das opiniões divergentes, que existem em todas as categorias, mas que nos metalúrgicos do ABC têm espaço.

“Foram mais de 20 anos de disputas internas (na VW), que em muitos momentos permitiram que a fábrica desrespeitasse a organização interna dos trabalhadores. E quem perdeu com isso fo-

mos nós. Esse passo é importantíssimo para iniciarmos uma nova e proveitosa fase dentro da fábrica”, avalia Sérgio No-bre, presidente do Sindicato.

Para Wagner Santana, secretário-geral e trabalhador na Volks, “a valorização da organização no local de trabalho passa pela unidade dos trabalhadores com respeito às diferenças”.

A proposta da direção, quando transformada em lei nacional, moder-nizará as relações de trabalho, ampliará as possibilidades de negociação coletiva e, ao mesmo tempo, garantirá seguran-ça jurídica necessária para conquistar cada vez mais direitos ao trabalhador no chão da fábrica.

Para construir um consenso em tor-no da proposta e conseguir que seja apresentada como um projeto de lei pelo Executivo (governo federal), a di-reção promove, desde o ano passado,

debates com especialistas em relações de trabalho, juristas, universidades, empresários e centrais sindicais. Os de-bates incluem a discussão de critérios bem definidos e claros para todas as partes envolvidas.

Apenas sindicatos fortes e enraizados nos locais de trabalho, com representa-tividade e organização, poderão imple-mentar essa negociação; assim como as empresas, que vão ter de comprovar o respeito a todos os direitos já garanti-dos pela CLT para poder participar.

eleições realizadas em dois turnos terão 94 chapas e 288 candidatos este ano

Se transformada em lei nacional, moderniza as relações de trabalholu

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CoMiSSõeS

Mais de 400 delegadas participaram do 2° Congresso das Mulheres Metalúrgicas do ABC, realizado em março de 2010, na sede do Sindicato

Congresso revelou a força das mulheresMetalúrgicas se reuniram 32 anos após a realização do 1° evento da categoria específico para mulheres, que representam 14% da base

em março de 2010, as metalúr-gicas do ABC fizeram mais do que comemorar o Dia Interna-cional da Mulher. Durante três dias, a Sede do Sindicato rece-

beu 435 delegadas que acompanharam o 2º Congresso das Mulheres Metalúrgi-cas do ABC. A abertura do evento teve as presenças de Dilma Rousseff (à época ministra) e do então presidente Lula, que passou seu recado: “É bobagem acreditar que os homens vão lhes dar mais espaço. Não se trata de fazer uma guerra de gêne-ro, daquela luta feminista dos anos 1970 de mulheres contra homens, mas a luta por igualdade”.

Recado presidencial recebido, as meta-lúrgicas fizeram três dias de conferências, debates e oficinas temáticas. Ao final do evento, apro-varam uma carta-compro-misso pela valorização do trabalho e salário das mu-lheres, por maior participa-ção feminina nas instâncias de representação sindical e na categoria e pela realiza-ção de encontros anuais de trabalhadoras.

Para garantir a participação de cente-nas de metalúrgicas no 2° Congresso, as diretoras do Sindicato tiveram mui-to trabalho. Mas foram as visitas às fá-bricas que renderam mais visibilidade à Comissão de Mulheres Metalúrgicas e garantiram a efetiva participação fe-

minina nas atividades no Sindicato e dentro da fábrica, como comprova o aumento das mulheres na direção da entidade e nas CIPAs.

Em maio, será realizado o encontro anual de trabalho das metalúrgicas para fazer um balanço das atividades do últi-mo ano e avaliar como estão sendo en-caminhadas as decisões do 2º Congresso.

Perfil Estudo da Subseção Dieese do Sindi-

cato mostra que as mulheres são 14% da base, ganham mais que as mulheres da categoria no restante do Brasil, mas recebem, em média, 33% menos que os homens, apesar de terem mais esco-laridade – 68% cursam ou concluíram o

ensino superior e 17% tem ensino médio completo.

A grande porcentagem de mulheres na base faz ques-tionar por que somente 32 anos depois do 1° Congres-so aconteceu a segunda edi-ção. Até Lula, no evento de 2010, cobrou a demora e parabenizou Sérgio Nobre

pela realização. “Na década de 1980, a prioridade era brigar pela democratiza-ção. Nos anos 1990, vivemos muito de-semprego, então tínhamos de brigar pe-lo trabalho. Somente nos últimos anos, a direção do Sindicato pode focar neste assunto, mas nesse tempo não ficamos parados”, explicou Sérgio Nobre.

Metalúrgicas do aBC têm

encontro marcado em

maio

32 anos de espera, mas valeu

o 1º Congresso das Mulheres Metalúr-gicas foi realizado em 1978, após lula, que presidia o Sindicato, destacar a ne-cessidade de as trabalhadoras participa-rem do movimento sindical. Começava a nascer ali a Comissão de Mulheres.

“vocês poderão desenvolver um ex-traordinário papel de incentivadoras da luta por melhores salários e condições de trabalho e por um País democrático e mais justo”, disse lula.

a realidade era difícil. o 1° Congres-so mostrou que, para serem admitidas, as mulheres precisavam ser jovens e solteiras e que apenas 2% exerciam funções de chefia.

o evento de 1978 aprovou platafor-ma de luta pela igualdade de remunera-ção, melhoria das condições de traba-lho e pelo fim do trabalho noturno.

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CoMiSSõeS

Metalúrgica conquista mais tempo com os filhos na luta contra o preconceito

as delegadas do 2° Congresso puderam participar das atividades despreocupadas. A direção montou uma creche e garantiu toda a assistência necessária às crianças para que suas mães pudessem ficar foca-das nos debates. Essa, porém, não é a realidade de

boa parte das trabalhadoras, que não tem onde deixar os filhos para trabalhar. Por isso, logo no início do 2º Congresso, a dire-ção do Sindicato lançou a campanha Dá licença, queremos 180, para exigir a ampliação da licença maternidade para seis meses.

Era uma antiga reivindicação do movimento social, que nos últimos anos entrou para o debate, depois da pressão das entidades femininas e sindicais.

Enquanto a campanha era divulgada na base dos Meta-lúrgicos do ABC, a comissão de mulheres e o coletivo de mulheres da CUT apresentavam pauta com reivindicações específicas aos sindicatos patronais no debate para renovação da Convenção Coletiva.

A cláusula da licença de 180 dias foi incluída na Conven-ção Coletiva dos setores patronais de Fundição e de Autope-ças. Esse avanço, mais os acordos assinados com as empresas garantem que, atualmente, 31% das mulheres da categoria tenham direito à conquista.

A luta continua e vai voltar à pauta da Campanha Salarial 2011. Também integra as reivindicações da CUT para aprovação de projeto nesse sentido na Câmara dos Deputados.

a Comissão de Igualdade Ra-cial do Sindicato abriu um novo espaço para a apresen-tação de debates sobre temas atuais e da música negra

com as Rodas de Conversa, realizadas na sede. Essa foi apenas uma das novidades implementadas pela direção.

Nas Rodas foram abordados assun-tos como igualdade social na educação, estatuto da igualdade racial, desafios da comunicação, juventu-de negra, ações afirmativas, importância do dia da mu-lher negra latino-america-na e caribenha, o precon-ceito de ter preconceito, história do samba e o negro e a diversidade cultural no Brasil.

Na educação, a comissão assinou mais um convênio com o Educafro para instalação de um núcleo em São Bernardo de ensino pré-vestibular e preparação para concurso público. Em

ela teve 180 dias de licença

iasmin e a mãe, a metalúrgica Fernanda de Paula za-nutto, analista de rH na toledo, foram as primeiras na categoria a terem direito à licença maternidade de 180 dias. “a gente vê a vantagem (dos 180 dias) no desen-volvimento da criança”, comenta Fernanda. “até agora ela não sabe o que é gripe”, emenda. yasmin completou um ano agora em março.

de olho no futuro, Comissão também realizou atividades voltadas às crianças

Trabalhadoras e trabalhadores foram às ruas exigir mais tempo de licença maternidade e conseguiram

debates, dança, exposição de arte da cultura afro marcaram as atividades da Comissão de igualdade racial do Sindicato

Diadema, o curso já existe há dez anos.Por meio da Comissão de Igualdade

Racial, a direção esteve presente em todas as atividades relativas à questão afro, co-mo a 2ª Conferência da Igualdade Racial de São Bernardo e a audiência pública so-bre política de cotas realizada no Supre-mo Tribunal Federal, entre outros.

A comissão lançou o vídeo Valeu, Zumbi, em 2009, com as atividades artísticas e cul-turais das comemorações Dia da Consciência Negra, e também promoveu o Bai-le da Kizomba, alegria da raça.

Em 2010, a Comissão foi uma das idealizadoras do prêmio Carolina de Jesus,

destinado às mulheres negras do ABC. Também foram realizadas a exposição de fotos Arte e Cultura Negra, sobre as comunidades negras do Brasil, e a ex-posição João Cândido, sobre o líder da Revolta das Chibatas, no Rio.

direção garantiu núcleo do

educafro em São Bernardo

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CoMiSSõeS

acessibilidade é direito de todos

Juventude ampliou participação

Campeonato de game é sucesso de público

o Sindicato saiu na frente e puxou a adesão, em 2010, de mais de 40 entidades, entre elas prefei-turas, câmaras municipais e empresas, à campa-nha de acessibilidade para a eliminação das bar-reiras que impedem as pessoas com deficiência de

ter livre acesso nos espaços públicos.As adesões são resultado da luta das entidades e instâncias

do ABC que defendem os direitos das pessoas com deficiên-cia. Entre elas, está a Comissão de Trabalhadores com Defi-ciência do Sindicato, que tem como sua principal bandeira fazer valer a cota de trabalhadores com deficiência no quadro de funcionários das empresas.

Para tanto, a Comissão promoveu encontros e debates, co-mo o realizado em dezembro do ano passado com a presença do então ministro dos Direitos Humanos, Paulo Vannuchi.

Eventos e assembleias da categoria contam com o trabalho de um intérprete de Libras (linguagem de sinais), ação que aumentou a participação dos trabalhadores com deficiência auditiva nas decisões da base.

o campeonato de games realizado pela Comissão de Jovens do Sindicato é um dos eventos mais esperados e de maior repercussão na categoria. Jovens e não tão jovens assim lotam a sede para participar, assistir ou simplesmente torcer na competição que já ficou conhe-cida fora da base. o sucesso do torneio levou a direção a iniciar estudos para inseri-lo no circuito nacional e até internacional.

um dos objetivos da direção ao promover esse tipo de evento é proporcionar a integração da categoria tam-bém no esporte, lazer e cultura.

os dois torneios de games realizados até agora reu-niram milhares de pessoas durante vários finais de semana. Somente para o segundo campeonato, reali-zado no ano passado, foram feitas mais de duas mil inscrições.

todos os finalistas ganharam medalhas e troféus, um dos primeiros colocados recebeu um Play Station iii. Durante as finais, foram sorteadas quatro bicicletas.

aComissão de Jovens conseguiu aumentar e qualificar a participação da juventude nas atividades do Sindicato. Ação que também garantiu um trabalho mais or-ganizado do segmento nas instâncias da

CUT e ajudou na definição das políticas específicas para jovens.

Hoje, as principais lutas da Comissão de Jovens são a redução da jornada para 40 horas semanais, o fim da rotatividade, salário igual para função igual e também trabalho decente, com objetivos como o de acabar com o trabalho infantil.

Organizados em toda a base, mas principalmente na Volkswagen e na Mercedes-Benz, os jovens metalúrgicos do Sindicato promovem reuniões para discutir proble-mas específicos e encaminhar soluções que repercutem em toda a base.

A Comissão esteve presente, por exemplo, nos de-bates sobre o jovem e o mercado de trabalho, desen-

Mais de 30% dos metalúrgicos do ABC têm até 29 anos de idade

Wellington damasceno: trabalho da Comissão de Jovens aumentou a participação nas atividades sindicais

volvendo de atividades para além dos muros das em-presas, como mais qualidade e eficiência no transporte público, com tarifas menores; escola pública estadual de qualidade, mais equipamentos públicos na perife-ria e centros da juventude, para estimular a cultura e o lazer.

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Palestra de Paulo Vannuchi

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traBalHo e Cidadania

Um dia de formação no SindicatoPrograma é conquista inédita garantida pela direção na campanha salarial de 2009. escola Profissionalizante em sede própria será mais um sonho concretizado

a direção do Sindicato aten-deu antiga reivindicação da base e deu mais um passo histórico para for-talecer a representação no

local de trabalho. Em 28 de junho de 2010, na sede do Sindicato, diretores da Mercedes-Benz confirmaram a pri-meira adesão de uma empresa da base ao Programa Trabalho e Cidadania.

Conquistado na campanha de 2009, o acordo inédito no Brasil libera traba-lhadores do serviço para dedicar, uma vez por ano, um dia inteiro ao estudo e debate de assuntos inteiramente rela-cionados à sua formação. O dia é abo-nado pela empresa.

Desde aquela assinatura até março de 2011, foram realizadas mais de trinta edições do programa. Nele, 750 traba-lhadores compreenderam melhor o que é representação sindical e como ocorre a relação com as empresas; negociação como política sindical; Convenção Co-letiva; o papel da representação sindi-cal nesse processo, além do trabalho das Comissões de Cidadania (Jovens, Mulheres, Igualdade Racial e Trabalha-dores com Deficiência).

Neste ano, 2.500 trabalhadores par-ticipação do programa. Quando estiver totalmente implementado, formará 650 metalúrgicos por dia. Para tanto, a di-reção vai construir dentro do Clube de Campo um espaço exclusivo de aulas.

No curso, o metalúrgico, que está ca-da vez mais escolarizado (quadro na pá-gina 41), passa a ter noção maior da atu-ação de seus representantes na fábrica e a compreender melhor a importância de manter diálogo permanente com seu le-gítimo interlocutor: o Sindicato.

Além de ampliar e adquirir novos co-nhecimentos, os trabalhadores também conhecem a trajetória desse Sindicato que marcou a história do ABC e do Bra-sil nas últimas três décadas. Aprendiza-do importante para uma categoria na maioria jovem (61% têm até 39 anos) e que, por isso, não teve a oportunidade de ver como as relações de trabalho mu-daram para melhor nesses 30 anos.

Metalúrgicos têm um dia por ano abonado pela empresa para participar do Programa Trabalho e Cidadania

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traBalHo e Cidadania

direção compra prédio da Cacique para construir escola

o Sindicato vai construir um Centro de Educação Profissional para a cate-goria no local onde fun-cionava a escola Cacique,

na rua Marechal Deodoro. O imóvel foi arrematado em leilão em 2010. Este ano serão feitos os projetos ar-quitetônico e pedagógico. Em 2012, começarão as obras, com previsão de término para 2013.

O objetivo da direção é oferecer no-vas possibilidades de qualificação pro-fissional aos trabalhadores da categoria e criar condições para que os metalúr-gicos possam desenvolver uma carreira. O Sindicato firmará parceria com ins-tituições reconhecidas na área, como o Senai, e universidades do ABC.

Também este ano, a direção vai co-locar em funcionamento o Instituto de Relações do Trabalho (IRT), que reali-zará estudos e pesquisas em cooperação com empresas e universidades.

última turma de 2010 do Programa Trabalho e Cidadania. em 2011, cursos formarão 2.500 trabalhadores, cinco vezes mais que no ano passado

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Superior completo

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Fundamental completo

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Analfabeto

Cresce a escolaridade dos metalúrgicos do aBC

Fonte: MtE/rais. Elaboração: Subseção Dieese/Sindicato dos Metalúrgicos do abC

lugar de trabalhador é na sala de aula

Fonte: Departamento de Formação do SMabC

2011n 2.500 trabalhadores

serão diplomados pelo curso de Formação e Cidadania n inauguração do irt

(instituto de relações do trabalho) n início do projeto

pedagógico e arquitetônico da Escola técnica

do Sindicato

2012n Começam as obras

de construção da Escola técnica

2013n inauguração da Escola técnica do

Sindicato em parceria com Senai e universidades

“o curso foi bate papo agradável para conhecer melhor o Sindicato. Conhe-cer melhor, para cobrar mais, também. Às vezes, as pessoas não cobram por não conhecerem seus direitos”.

Claudio Anerão, analista financeiro na Mercedes-Benz

Foi meu primeiro contato com o Sin-dicato. adorei. tem muita gente que critica, mas na hora de participar se recusa. Curti muito conhecer as lu-tas e tudo o mais”.

Bruna levitzchi natal, montadora na Mercedes-Benz

“até pouco tempo atrás, eu trabalhava em uma empresa de segurança e tinha uma impressão distorcida do que era sindicato. achava que era só desordem e greve. agora vejo que não é isso”.

douglas Soares espírito Santo, prensista na Ford

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eConoMia Solidária

União e solidariedadepor trabalho e rendaeconomia baseada na ação solidária dos trabalhadores tem apoio da direção do Sindicato e já garante trabalho a 45 mil pessoas no Brasil

Uma nova economia nas-ce no Brasil sob a marca da união e solidariedade dos trabalhadores. Ne-la, o objetivo final não é

o lucro e sim o desenvolvimento hu-mano e social. É a economia solidária, movimento que nasceu na Europa, no século 18, e que está na raiz do sur-gimento do movimento sindical e no qual o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC faz uma grande aposta por ser al-ternativa viável para geração de traba-lho e renda.

Com o apoio do Sindicato, há sete anos surgiu a Unisol Brasil, entidade de representação de empreendimentos da economia solidária. Hoje, ela reúne 800 empreendimentos desse tipo. Há três anos havia pouco mais de 100, o que revela o crescimento contínuo do

segmento. A economia solidária gera trabalho para 45 mil pessoas nas áreas industrial, agrícola, de serviços, de reci-clagem, comércio e artesanato e só em 2009 faturaram R$ 1,2 bilhão

A qualidade, porém, não está nos nú-meros e, sim, no crescimento orgânico do movimento, aquele em que as pes-soas se fortalecem na cultura e na ideia de uma economia gerada pela ação co-letiva e não predatória, que prejudica a natureza e o homem.

A luta da Unisol para a expansão do sistema está ainda em cobrar e apon-tar políticas públicas, conquistar cré-dito e uma legislação democrática para o setor, reforçar e dar continuidade às ações do governo federal e ligar os em-preendimentos em rede. Na economia solidária, o trabalhador tem poder de gestão sobre o seu trabalho.

Unisol Brasil vai dobrar empreendimentos

Com 600 delegados e representantes de entidades do mundo todo, a unisol brasil realizou seu 2° Congresso nacional há dois anos em São bernardo do Campo (foto), de olho na expansão do setor e no fortalecimento da sua organização e dos empreendi-mentos que representa. o grande desafio é potencializar a unisol brasil como organismo de representação e integração dos traba-lhadores nos vários ramos de atividade. uma das metas definidas é atingir todos os Estados brasileiros e conseguir totalizar 1.500 filiados até 2012, quando acontecerá o próximo congresso.

O salário atrasou, o Fundo de Ga-rantia não foi depositado, o patrão su-miu e a fábrica quebrou. O tempo era de recessão no governo FHC. Foi com essa realidade que os trabalhadores na antiga Conforja, em Diadema, se de-pararam há 14 anos. A empresa chegou a ter 800 trabalhadores.

Em vez de entregar os pontos e es-perar uma decisão judicial para reaver seus direitos, resolveram assumir a fá-brica. Primeiro, tiveram de organizar os próprios metalúrgicos para enfrentar

o desafio. Depois, veio o enfrentamen-to de uma dura batalha judicial e outra para conseguir financiamento.

O resultado foi positivo e hoje o em-preendimento supera os R$ 250 mi-lhões em faturamento e emprega 170 metalúrgicos, além dos 250 que são só-cios cooperados. A Uniforja configura um dos casos mais bem acabados da ca-pacidade que o trabalhador tem em to-car seu próprio negócio e sob a bandeira do cooperativismo. É dela também a se-mente na qual nasceu a Unisol.

Exemplo recente na categoria vem da Unimáquinas, empreendimento que um grupo de antigos funcionários da fa-lida fábrica de máquinas Lawes, de São Bernardo, inaugurou no início de 2011.

Uniwídea, do setor de ferramentas em Mauá, e Uniferco de equipamentos para iluminação e instalações elétricas, em Diadema, são outros casos de su-cesso dos metalúrgicos que assumiram fábricas quebradas. Do total de empre-endimentos da Unisol Brasil, 25 têm essa mesma origem.

Metalúrgicos na Uniforja transformaram uma empresa quebrada em fonte de trabalho e renda para 420 trabalhadores

Uniforja prova que trabalhador sabe, sim, administrar

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CUltUra e orGanizaçÃo

Categoria merece festadireção criou agenda que garantiu espaço para a confraternização dos trabalhadores e seus familiares

eventos de massa que reuniram milhares de traba-lhadores e seus familiares voltaram à agenda do Sindicato, desde 2008, por decisão da direção. To-das as atividades privilegiaram a cultura, o lazer e as manifestações e tradições populares.

A categoria comemorou a posse da diretoria, os 50 anos de fundação do Sindicato, os 30 anos da greve da Scania, a entrega do prêmio João Ferrador, as jornadas cidadãs, os atos de 1º de Maio, os encontros das comissões temáticas, entre outros.

Além de garantir espaço à confraternização da categoria, esses eventos, segundo a direção, têm um peso importante na formação dos trabalhadores. É por isso que uma exten-sa agenda de ações e atividades está sendo organizada para os próximos três anos. Dos já tradicionais campeonatos de videogame e festa junina ao concurso de fotografia e festival de música que virão por aí, os metalúrgicos do ABC podem esperar por um Sindicato repleto de novidades.

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Posse e 50 anos do Sindicato

Duas comemorações são destaques neste balanço de atividades organizadas pela direção. a primeira foi a festa da posse da atual diretoria, em agosto de 2008, no Clube da Ford (foto à esquerda), que reuniu mais de 20 mil pes-soas, entre elas o ex-presidente lula, além de inúmeras

autoridades regionais e nacionais.o destaque especial, no entanto, foi o metalúrgico e

seus familiares, que puderam passar o dia no clube e ainda conferir atrações musicais de grupos locais e um grande show da banda ultraje a rigor.

no ano seguinte, a celebração dos 50 anos do Sindicato foi marcada como a segunda grande comemoração do pe-

ríodo. Começou em 12 maio, com um ato político com a presença do presidente lula, da ministra Dilma rousseff e de centenas de militantes e dirigentes.

o ponto forte foi a festa na Estância alto da Serra, quan-do uma multidão acompanhou shows de bandas e artistas regionais e as apresentações do Fundo de quintal e de Jorge benjor.

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Festa de 50 anos na estância Alto da Serra

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CUltUra e orGanizaçÃo

Com apoio do Sindicato, Jornada Cidadã já teve quatro edições

A 4ª edição da Jornada foi realizada no ano passado em diadema

organizada pelo jornal ABCD Maior e o Fórum Social do ABC, a Jornada Cidadã é resultado da iniciativa e apoio do Sindicato para unir Poder Público e movimentos sindical e social com obje-tivo de organizar e discutir propostas que melho-

rem a qualidade de vida na Região. O evento foi pensado para encaminhar aos órgãos gover-

namentais os anseios e necessidades da população e dos tra-balhadores. É aí que entra a direção do Sindicato: para empu-nhar suas bandeiras, que trazem como preocupação central a qualidade de vida do trabalhador também fora da fábrica. O princípio que destaca o Sindicato Cidadão.

A Região do ABC tem tradição em lutas democráticas e a Jornada é um elo entre os vários setores que comandam essas batalhas. O seu compromisso é ser a voz das organizações sociais, para tornar a sociedade mais justa.

Foram realizadas quatro edições da Jornada Cidadã – São Bernardo (2007), Santo André (2008), Mauá (2009) e Dia-dema, no ano passado.

Da segunda, saiu o resultado mais importante até agora: a criação do Fórum Social, espaço de debates que coloca a jornada em movimento e forma a pauta de reivindicações e propostas da sociedade.

Jornada Cidadã por uma vida melhor

em novembro tem Congresso

um congresso de trabalhadores é a principal ins-tância de decisão de uma categoria profissional organizada. assim tem sido com os metalúrgicos do abC, onde nada é feito sem que uma definição prévia seja debatida com os trabalhadores em ple-nárias, assembleias e congressos.

o 6º Congresso (foto) realizado em maio de 2009 provou a sua importância ao apontar várias alter-nativas que contribuíram para a superação da crise internacional.

Em novembro próximo, será realizado o 7° Congres-so que vai listar as prioridades que a próxima direção assumirá até o final do seu mandato, em 2014.

Prêmio João Ferrador presta homenagem a quem melhora o Brasil

João Ferrador, personagem símbolo dos metalúrgicos do ABC, também virou título de prêmio para homenagear pes-soas e entidades que se desta-

cam na defesa dos interesses dos traba-lhadores e promovam ações para tornar o País mais justo e democrático.

A idéia surgiu em 2009, quando a di-reção decidiu homenagear o ministro da Fazenda, Guido Mantega, por suas ações para reduzir os efeitos da crise eco-nômica no País. A alternativa escolhida

foi resgatar o personagem para dar for-ma ao prêmio.

A direção ampliou a proposta no ano passado e incorporou a premia-ção ao calendário de comemoração do aniversário do Sindicato, 12 de maio. Em 2010, a escolha dos homenageados teve a participação da categoria. Uma lista com nomes e entidades foi apre-sentada e os metalúrgicos puderam es-colher seus preferidos.

O jornalista Bernardo Kucinski e o Dieese foram os ganhadores do Prêmio

João Ferrador de Cidadania 2010.

HistóriaO personagem João Ferrador, sempre

indignado contra as injustiças, foi cria-do em 1972 pelo cartunista Hélio Var-gas e redesenhado pelo ilustrador Laer-te. Era porta-voz da categoria por meio de seus bilhetes e sua estampa em cam-panhas, cartazes, camisetas. A coluna do João Ferrador apareceu pela primeira vez na Tribuna Metalúrgica em março de 1972.

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A 2ª edição da Jornada teve o resultado mais importante até agora: a criação do Fórum Social

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CUltUra e orGanizaçÃo

direção devolve ao Paço de São Bernardo lugar de honra no dia do trabalhador

Cerca de 90 mil pessoas lotaram o Paço Municipal de São Bernardo, em 2010, em uma das maiores comemorações do dia do Trabalhador

a partir de 2008, após sete anos, o Dia do Trabalhador voltou a ser comemorado no Paço Mu-nicipal de São Bernardo, palco histórico das lutas e conquistas

dos Metalúrgicos do ABC.Foi justamente o sentido histórico do

1° de Maio e do Paço que motivaram a dire-ção a trazer de volta para São Bernardo a re-alização do maior evento público da Região e de maior relevância histórica e política da luta dos trabalhadores.

No ano passado, a manifestação foi acom-panhada por 90 mil pessoas e contou com o retorno de Lula ao Paço Municipal de São Bernardo. O ato é marcado por shows e fes-ta, mas a estrela do dia é o trabalhador.

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lula volta ao Paço de São Bernardo

1º de Maio de 2008

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CUltUra e orGanizaçÃo

leitura “pegou” e mudou rotinaas estantes recheadas de livros dentro da fábrica mudaram a rotina dos trabalhadores. “o programa pegou”, afirma valderez Dias amorim, membro do CSE na legas Metal. “Pergunto sempre aos trabalhadores se eles retirariam livros em outra biblioteca caso não tivesse ponto de leitura aqui e a resposta é não”, conta o metalúrgico. Ele confirma, assim, o quanto a ação foi importante para estimular e facilitar o acesso dos trabalhadores à literatura.na iGP, que teve o primeiro ponto de leitura inaugurado na base, a média diária de acesso subiu de 20 metalúrgicos por dia para 33.

o mundo dos livros dentro das fábricas para os trabalhadores

Vem aí o festival de música

Sérgio nobre e david Carvalho(à dir.), coordenador da regional diadema, inauguram ponto de leitura em fábrica do grupo Papaiz, uma das dez empresas de diadema que aderiram ao programa. Além de 650 livros, dVds e enciclopédias, o espaço tem computador e um agente de leitura especialmente treinado para orientar os trabalhadores sobre o acervo

Metalúrgicos de dez fábri-cas de Diadema deixa-ram de conviver apenas com máquinas e ferra-mentas desde o ano pas-

sado. Agora, eles têm a companhia de autores clássicos da literatura como Li-ma Barreto, José de Alencar, Rachel de Queiros, Guimarães Rosa, entre outros.

Aproveitar os espaços das fábricas para incentivar no trabalhador o há-bito de ler é o objetivo do Programa Leitura nas Fábricas. Desde junho de 2010, a ação é realizada em Diadema, em convênio inédito entre o Sindicato,

a Prefeitura e o Ministério da Cultura. O programa consiste na instalação de

minibibliotecas e espaço de leitura nos locais de trabalho, que oferecem acesso a acervo com mais de 650 títulos de li-teratura brasileira, estrangeira, infantil e juvenil, além de DVDs, livros didáticos, enciclopédias. Os livros podem ser em-prestados e levados para casa.

Mais de 20 mil pessoas entre trabalha-dores e seus familiares já são beneficiadas pelos pontos de leitura nas fábricas. Es-te ano, serão abertas mais 25 bibliotecas em empresas de São Bernardo, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.

Garantir acesso à cultura, esportes e lazer também é prioridade da direção. além de promover conhecimento e integrar a categoria, essas atividades preservam tradi-ções. Para este ano, a direção programou uma série de eventos culturais. Serão realizados o Festival de Música e concurso de fotografia para a categoria, além de exposi-ções, cinema no Sindicato, torneios esportivos e oficinas infantis. também vem por aí o Circo Paratodos.

além das novidades, a tradicional festa junina na re-gional Diadema segue firme na agenda (foto), assim como os bailes quinzenais da associação dos Metalúrgicos apo-sentados, exposições temáticas em homenagem às lutas sociais e aulas de música na regional Diadema e na Sede.

o Sindicato também passou a prestigiar festas de esco-las de samba. a união Cultural das Escolas de Samba esco-lheu sua corte na Sede do Sindicato em janeiro deste ano.

no final do ano passado, serviu de cenário para o ba-tizado da Escola de Samba renascente de São bernardo. batismo é o ritual de promoção da escola ao grupo espe-cial da cidade.

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Valderez no ponto de leitura da legas Metal

lucinha veio conhecer o Programa exposto na sede

Festa Junina do Sindicato em diadema

Festa do Carnaval na sede em São Bernardo

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SindiCato CidadÃo

dilma tem o apoio dos metalúrgicosdireção trabalhou pela eleição de dilma porque ela vai ampliar e dar continuidade ao projeto político de lula, que mudou o Brasil e melhorou a vida da classe trabalhadora

o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC tem lado. É o la-do dos trabalhadores e do projeto político que nos últimos oito anos garantiu

ao Brasil crescer com distribuição de renda e justiça social. Esse é o papel de um sindicato cidadão, que pensa e age para garantir à sua base emprego de qualidade, melhores salários e con-dições de trabalho dentro da fábrica, mas que também luta para que, fora da empresa, o trabalhador tenha direito à saúde, educação, moradia, transporte, cultura de qua-lidade.

A direção apoiou o proje-to político que elegeu Dil-ma Rousseff a primeira pre-sidenta do Brasil, em 2010, por ter certeza de que ela e sua equipe ampliarão e da-rão continuidade às realiza-ções dos dois governos do ex-metalúrgico Lula, o primeiro presi-dente operário deste País.

Nos últimos oito anos, a vida da classe trabalhadora mudou para me-lhor. De 2003, quando Lula assumiu o primeiro mandato, até o fim do ano passado, foram criados quase 15 mi-lhões de empregos com carteira as-sinada – nos oito anos de Fernando Henrique Cardoso, foram 5 milhões. O governo Lula criou política de va-lorização do salário mínimo, que pas-

sou de 200 reais, em 2002, para 510 reais, em 2010, um crescimento real de 67,4% (descontada a inflação). O salário médio de admissão dos traba-lhadores subiu quase três vezes nesse período e os aumentos superaram a inflação.

O governo Lula investiu no futuro dos jovens. Construiu 14 universida-des públicas e só o ProUni (Programa Universidade para Todos) permitiu a 748 mil estudantes o acesso à universi-dade. Também investiu em ensino téc-

nico e profissionalizante: de 140 escolas, em 2002, o Brasil passou. Resultado: 500 mil novas vagas.

As políticas sociais, por sua vez, garantiram a redu-ção da miséria e da pobreza em programas que benefi-ciaram milhões de brasilei-ros, como o Bolsa Família e o Luz Para Todos. Também

houve investimentos nunca antes fei-tos em infraestrutura e moradia, com o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e o Minha Casam Mi-nha Vida.

Esse projeto político vitorioso segui-rá com Dilma, que conquistou 56 mi-lhões de votos (12 milhões a mais que seu adversário) e chegou à Presidência como herdeira de um Brasil melhor também com o apoio dos Metalúrgi-cos do ABC.

15 milhões deempregos

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dilma na sede do sindicato: último ato da campanha no primeiro turno

na sede, centrais declaram apoio à petista, que fez campanha na Mercedes, com lula e Sérgio

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SindiCato CidadÃo

Com apoio da direção, candidatos foram às fábricas de São Bernardo, em 2010, fazer campanha eleitoral. Vicentinho se reelegeu para o 3° mandato consecutivo de deputado federal e grana, que concorreu pela primeira vez à Assembléia de São Paulo, foi o deputado estadual petista mais votado no ABC

do chão de fábrica na Volkswagen a ministro de lula por duas vezes, Marinho agora comanda a Prefeitura de São Bernardo

representantes da classe

trabalhadora, prefeito e

parlamentares petistas tiveram apoio da categoria

o resultado das eleições munici-pais de 2008 deu início a uma nova e produtiva era para São Bernardo do Campo. Luiz Marinho, ex-trabalhador na

Volkswagen, ex-presidente do Sindicato e da CUT e duas vezes ministro de Lula foi eleito prefeito com 237,6 mil votos. Vitória que colocou um ponto final no poder de um grupo político que gover-nou a cidade apenas para uma minoria durante mais de uma década.

Nas eleições do ano passado, foi a vez de Carlos Grana, também ex-dirigente do Sindicato e presidente da CNM--CUT (Confederação Nacional dos Me-talúrgicos) conquistar uma vaga na As-sembléia Legislativa de São Paulo. Com 126,7 mil votos, Grana foi o candidato

petista mais votado da Região do ABC. Também ex-presidente do Sindicato e

da CUT, Vicentinho foi reeleito em 2010 para o terceiro mandato conse-cutivo de deputado federal (141 mil votos) e vai pas-sar mais quatro anos no Congresso Nacional, em Brasília, onde sua atuação está voltada às causas e lu-tas da classe trabalhadora, assim como fará Grana em São Paulo.

Além do fato de serem metalúrgicos do ABC, terem trabalhado no chão de fábrica e feito parte do mesmo sindicato de Lula, Marinho, Grana e

Vicentinho têm em comum a confian-ça da categoria e o apoio que recebe-

ram às suas candidaturas e a seus mandatos.

Os três representam pa-ra os metalúrgicos um im-portante canal de diálogo, reivindicação e encami-nhamento de propostas aos Poderes municipal, es-tadual e federal. Porque, a exemplo dos mais de 104 mil trabalhadores na base do Sindicato dos Meta-lúrgicos do ABC, Mari-nho, Vicentinho e Grana conhecem e entendem

as necessidades da classe trabalhadora brasileira.

Marinho, Grana e Vicentinho ocupam espaços de decisão

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SindiCato CidadÃo

em defesa da saúdea direção preocupa-se com a saúde

dos trabalhadores dentro e fora da fá-brica, por isso acompanha e debate as ações dos governos para poder melho-rar a qualidade dos serviços.

Entre as atividades programadas pa-ra a área de saúde nos próximos anos, está uma campanha, seguida de um amplo seminário, em defesa do for-talecimento do SuS (Sistema Único de Saúde). o objetivo é debater e apontar soluções para problemas de financiamento, planejamento local e interações regionais que melhorem o serviço e o atendimento à população. Dentro das fábricas, a formação dos cipeiros será aprimorada.

Solidariedadequando o Poder Público falta ou

enfrenta tragédias, a categoria se mostra sempre pronta a ajudar. Foi assim nas diversas campanhas reali-zadas pela direção nas fábricas para arrecadar doações enviadas a vítimas de enchentes em todo o País.

após as chuvas no rio, trabalhado-res de 30 empresas da base doaram dinheiro. Em 2010, os metalúrgicos na volkswagen doaram 12 mil quilos de alimentos aos desabrigados em Pernambuco. outra campanha bem sucedida foi a de doação de medula. na Ford, os trabalhadores fizeram um mutirão para cadastrar possíveis do-adores, em 2010.

direção apoia prefeitos que priorizam a população

São Bernardo do Campo está em “reconstrução” desde que o prefeito Luiz Marinho assu-miu o município em janeiro de 2009. O prefeito investiu

em obras e ações de grande porte na ha-bitação, saúde, educação, infraestrutura urbana, transporte que podem ser vistas em todos os bairros da cidade, princi-palmente na periferia, que ficou aban-donada durante mais de uma década pelos governos anteriores.

Novas moradias, escolas, serviços de saúde, ambulâncias e ônibus urbanos fo-ram entregues à população pela prefeitu-ra nesses dois anos de mandato. A gestão Marinho também investiu maciçamente em cultura, lazer e programas sociais e de geração de emprego e renda. Somente em 2010, por exemplo, o prefeito entregou 324 moradias nos conjuntos Três Marias em Mauá, oswaldo dias investiu em serviços essenciais, escolas e renovação da frota de ônibus

em diadema, prefeito Mario reali priorizou a educação, mas também construiu UBSs e moradias

Marinho, ao lado da hoje ministra Miriam Belchior, vistoria Conjunto Três Marias: 5,1 mil moradias até 2012 para famílias que viviam em áreas de ris-

co e alojamentos. Até o fim do mandato, serão entregues 5.196 moradias.

Na Saúde, Marinho já entregou quatro Unidades de Pronto Atendimento - até 2012, serão entregues mais cinco UPAs. A prefeitura também iniciou as obras do Hospital de Clínicas, que terá 240 leitos e ficará pronto no ano que vem, com in-vestimento de R$ 125 milhões em parce-ria com o governo federal.

Na Educação, a prefeitura investe pa-ra criar 16 mil vagas e zerar, até 2012, o déficit de vagas na rede municipal. Para atingir esse objetivo, deu início à cons-trução de sete CEUs (Centros de Edu-cação Unificado). Também construiu e já entregou quatro novas EMEBs (Esco-la Municipal de Educação Básica) e to-dos os 85 mil alunos da rede municipal receberam kit completo de material e uniforme escolar.

diadema e MauáEm Mauá, o prefeito Oswaldo Dias

inaugurou duas escolas, um prédio para o Centro de Formação de Professoras o primeiro Centro Público de Trabalho e Renda e o Centro de Referência em As-

sistência Social. Fez tudo isso, apesar de ter herdado e estar pagando uma dívida de R$ 1 bilhão.

O grande marco, porém, desses dois anos foi a quebra do oligopólio do transporte público na cidade. Uma nova empresa passou a operar 18 linhas mu-nicipais e 140 novos ônibus entraram em circulação, melhorando a vida da população.

Sucesso em Diadema, o Programa Mais Educação vai dobrar sua capacida-de para atender 6.300 alunos de 6, 7 e 8 anos em 2011. Desenvolvido em parce-ria com o governo federal, o programa de educação integral amplia a permanência dos alunos na escola para até 8h diárias.

Nesses dois anos de mandato, o pre-feito Mario Reali também priorizou a habitação, área que teve como marco a entrega de 252 moradias (primeira fase) na “favela naval”, local que ficou conhe-cido por episódios de violência e que agora, urbanizado, devolve a autoestima à sua população. Também em 2010 foi entregue mais uma Unidade Básica de Saúde, a da Vila Conceição. Outras du-as estão sendo construídas, além de uma UPA (Paineiras).

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Trabalhadores na Scania entregam doações

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MeMória

tribuna Metalúrgica,jornal que faz história

aTribuna Metalúrgica do ABC teve papel deci-sivo na organização dos metalúrgicos no local de trabalho, porque é um jornal sindical que forma, informa, organiza a luta sendo direto e claro na defesa dos interesses da classe.

Em julho, a Tribuna completa 40 anos. Quando surgiu, circulava uma vez por mês. Em alguns períodos foi semanal e em outros não teve periodicidade definida. Durante algumas greves, chegou a circular de forma clandestina e a ser levado às escondidas para dentro das fábricas. A partir de 1986, o jornal se tornou diário e em 1993 começou a circular com quatro páginas. Em 2000, ganhou quatro cores e desde 2005 é impresso no formato germânico, o atual.

A Tribuna registrou as lutas e conquistas da categoria mui-tas vezes com capas históricas e irreverentes. Em uma delas, levou o Fantástico, da ‘poderosa’ Rede Globo, a encontrar o metalúrgico que em 25 de maio de 1980, no Vila Euclides, erguia um quadro premonitório de Lula como futuro presi-dente da República. A capa da Tribuna à época perguntava “quem é você”. A categoria, como sempre, respondeu e 22 anos depois elegeu o homem daquele quadro.

O Sindicato dos Metalúgicos do ABC anuncia mais uma realização que vai levar a arte circense aos trabalhadores da base. Em parceria com a Mercedes-Benz e a Cia. Capadócia Circo-Teatro, a direção apresenta o Circo Teatro Paratodos, projeto que colocará, gratuitamente, o circo dentro da fábrica

Jornal, que hoje é distribuído para toda a base e completa 40 anos em julho, muitas vezes teve de ser levado às escondidas para dentro da fábrica. Ao lado sua primeira edição

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Sede São Bernardo do CampoRua João Basso, 231, CentroFone: 4128-4200

Regional DiademaAv. Encarnação, 290, PiraporinhaFone: 4066-6468

Regional Ribeirão PiresRua Felipe Sabag, 149, apto 1, CentroFone: 4823-6898

Clube de CampoEntrada de Ribeirão Pires, Caminho 618(Estrada Velha de Santos)Riacho GrandeFone: 4354-9408

Centro de Formação Celso DanielRua João Lotto, s/n, CentroSão Bernardo do Campo(ao lado da sede do Sindicato)Fone: 4128-4200

www.smabc.org.br