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Page 1: Revista LEIA  ABC ED. DEZ 39

1Dezembro de 2015 |

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2 3| Dezembro de 2015 Dezembro de 2015 |

Índice Expediente

Diretor Geral: Wallace [email protected]

Editor-chefe: Wallace Nunes Mtb 55.803/SP

Revisão Editorial: Laís Serrão

Diagramação: Jorge Maia

Fotografias: Shutterstock e Assessorias

Colaboradores: Mohammed Waleed, Daniel Lima, Isabella Abreu, Mauro Oliveira, Tatiana Basílio, Gislaine Mattos e Tamyres Barbosa

A tiragem da revista é auditada pela

Direitos ReservadosFica proibida a reprodução total ou parcial desta revista sem a devida autorização por escrito do

seu produtor geral.

Leia ABC é uma publicação mensal produzida pela Editora Sustentabilidade Editorial.

04 Mirante05 Editorial06 Economia08 Economia10 Turismo (Entre Panelas)

11 Capa12 Entrevista14 Saúde15 Comportamento16 Moda17 Mundo Animal18 Em Forma

...Wallace Nunes

Colunistas

Mauro Oliveira e Tatiana Basílio...

...Tamyres Barbosa

Page 3: Revista LEIA  ABC ED. DEZ 39

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Mirante Editorial

Prefeitos do ABC unidos para discutir reajuste das tarifas de ônibus

Os prefeitos da região deverão realizar, na pró-xima semana, assembleia extraordinária na sede do Consórcio Intermunicipal do ABC, a fim de dis-cutir o possível aumento das tarifas do transporte público praticadas nos sete municípios. De acordo com o presidente da entidade regional e prefeito de Rio Grande da Serra, Luis Gabriel da Silveira, o Ga-briel Maranhão (PSDB), os chefes do Executivo vão debater alternativas para atenuar os prejuízos das empresas de transporte urbano, que reclamam dos crescentes custos operacionais.

Alckmin assina convênios com quatro municípios do ABC

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) as-sinou o sexto lote do ano de convênios com mu-nicípios do Estado. Ao todo foram firmados 829 convênios com 414 municípios, no valor total de R$ 121.298.469. Os recursos são oriundos de pro-gramas das Secretarias de Estado da Casa Civil, De-senvolvimento Social, Esporte Lazer e Juventude, Saúde, Casa Militar, Cultura, Habitação e Turismo. No ABC, Diadema (cinco convênios), Santo André (oito), São Bernardo (sete) e Ribeirão Pires (um) foram contemplados, somando R$ 960 mil. “São R$ 121 milhões. Mais de 800 convênios com prefeitu-ras nas áreas de defesa civil, construção de pontes, recapeamentos de pistas; creche-escola, posto mé-dico, saneamento básico; cultura, cinema, esporte e, principalmente, com entidades filantrópicas, santas casas de misericórdias”, destacou Alckmin.

Morando descarta “chapa pura” para eleição de 2016

Exaltando a construção do arco de alianças do PSDB para a eleição municipal de São Bernardo no ano que vem, o deputado estadual e presidente mu-nicipal da legenda, Orlando Morando, rechaçou a possibilidade de chapa pura nas eleições de 2016, destacando que o vice da sigla deverá sair de parti-dos coligados ao projeto tucano. Pré-candidato ao Paço sãobernardense Morando já conta com ao me-nos cinco partidos aliados, sendo que quatro deles – PP, PRTB, PHS e PRP – compuseram as coligações do PT e PPS nas eleições de 2012.

Secoli diz que disputa com Luiz Fernando Teixeira foi superada

Pré-candidato petista ao Paço de São Bernar-do, o secretário de Serviços Urbanos, Tarcísio Se-coli, afirma que a disputa interna com o deputado estadual Luiz Fernando Teixeira pela indicação do partido à eleição majoritária de 2016 está superada e que o PT caminha unido. “Com o processo ca-minhando para meu nome, o Luiz já fez, inclusive, vários pronunciamentos públicos dizendo que não será nem é candidato”, afirmou.

Santo André, ainda no vermelho, diminui verba para o Consórcio

Emenda que enxuga em aproximadamente R$ 4 milhões o repasse de verbas do Orçamento de Santo André ao Consórcio Intermunicipal do ABC passou despercebida e foi aprovada em meio a um bloco de propostas de alteração à peça na sessão da primeira semana de dezembro. De autoria do vere-ador Almir Cicote (PSB), a retificação já era de co-nhecimento do Paço, mas deveria ter sido rejeitada, conforme acordo apalavrado entre os vereadores e governo. Pelo combinado, a emenda seria votada em separado das demais propostas dos vereadores, como forma de encaminhá-la à rejeição em plená-rio. As demais alterações à peça orçamentária – e que não encontraram resistência – seriam aprecia-das em bloco único. Por desatenção, no entanto, a emenda de Cicote foi incorporada ao conjunto e passou sem obstáculos pela chancela da Câmara.

Em SCS, 13 vereadores dizem que vão apoiar Paulo Pinheiro em 2016

A menos de um ano das eleições municipais, o prefeito de São Caetano, Paulo Pinheiro (PMDB), já conta com apoio de pelo menos 13 dos 19 vere-adores da cidade ao seu projeto de recondução ao comando do Paço em 2016. Os demais parlamen-tares ainda não definiram o rumo que irão tomar no pleito do próximo ano ou já sinalizaram que deverão caminhar ao lado do ex-prefeito José Au-ricchio Junior (PSDB) em 2016. Entre os vereado-res que prometem sustentar o projeto de Pinhei-ro estão o petista Pio Mielo, Fábio Soares (PSD),

Wallace Nunes

Roberto do Proerd (PMDB); Eder Xavier (PSC), Cidão do Sindicato (SDD), Dr. Xa-vier (PMDB); Maurício Fernandes (PSB), Gersio Sartori (PTB), Paulo Bottura (PTB); Chico Bento (PP), Jorge Salgado (Pros), Si-dão da Padaria (PSB; e Carlos Humberto Seraphim (PPS).

Levy Fidelix vai a Diadema para anunciar apoio a Michels

O PRTB oficializou apoio ao plano de reeleição do prefeito de Diadema, Lauro Mi-chels (PV). O evento, realizado em restau-rante da cidade, contou com a presença do presidente nacional do PRTB, Levy Fidelix; do coordenador do partido na macrorre-gião do ABC, Marcos Thomazini; e dos in-tegrantes do diretório de Diadema. Segun-do Fidelix, o PRTB quer se reestruturar em Diadema dentro de uma administração que se consolida a cada dia. “Respeitamos o pen-samento de nossa base, que escolheu como opção Michels, que demonstra a cada dia que vem realizando boa obra e construindo a recandidatura neste momento.”, pontuou Fidelix.

Em Mauá, Rogério Santana (ex-PT) briga pelo mandato

Vereador de Mauá, Rogério Santana (Rede) afirmou que é ele quem deveria en-trar na Justiça e cassar o PT. “Estou ciente da minha razão. Sai pela falta de conduta e as mudanças de rumo do partido nas suas origens, nos seus princípios e no trato da coisa publica”, afirmou. O parlamentar de-clarou que ainda não foi notificado sobre o processo em que o PT pede seu mandato por infidelidade partidária. Santana desta-cou que a Lei de Fidelidade é uma via de mão dupla. “Ou ficaria muito arbitrário. É só o partido criar uma ditadura política no país e judicializar quando achar que é o caso”, explicou.

Feliz Natal e Bom Ano NovoComeçamos este editorial desejando a todos um feliz natal

e um ano novo repleto de boas leituras.Não se enganem. No dia de Natal ainda, terá alguém tra-

balhando em uma dessas tarefas que deveriam ter sido reali-zadas antes e não foi possível. No último dia do ano ainda terá algum maluco que deixará toda a família preparando a “festa da virada” e, diante do computador, estará tentando finalizar um relatório de pesquisa atrasado que não pode ficar para o ano que vem.

Quando chega o fim de ano já estamos querendo descan-so. Na verdade, precisamos. É necessário recuperar as ener-gias que foram esgotadas na labuta diária das salas de aula, dos laboratórios e dos trabalhos de campo... das reuniões, dos relatórios... das bancas de avaliação de tese e de concursos... dos congressos... e tantas viagens de trabalho. Certamente, você continuaria esta lista de tarefas que parecem infindáveis.

O que nos deixa estressados não é o que fazemos, mas o que deixamos de fazer. Por isso essa correria para completar a agenda do ano sem pendências para ano novo. Mas, defi-nitivamente, não vai dar. Muita coisa vai ficar sem fazer. Não sei há alguma coisa que ajude a não encarar como fracasso o que deixamos de fazer. Pelo menos, precisamos ter a certeza de que fizemos o melhor e nos esforçamos para fazer tudo a “tempo e à hora”.

Talvez, tenhamos que dizer não para mais uma tarefa, quando já estamos muito ocupados. Penso que cada caso é um caso. Mas para todos os casos, uma boa dica é trabalhar em equipe e dividir com os outros o prazer de fazer junto. Te-nho para mim que há tanto prazer no fazer quanto no resultado do que foi feito. Mas, ainda assim, uma parada é fundamental.

Tire uns dias para a família, para os amigos e recarregue as baterias para um ano novo cheio de energia para todas as coisas boas da vida. Continue fazendo pesquisa e publicando artigos, se isto te dá prazer, mas não se esqueça de fazer ami-gos, porque isto é mais importante.

Uma noite de Natal cheia de saúde, paz e alegrias para todos. Feliz Ano Novo.

LEIA ABC

Recados a Redação: [email protected] | Comentários, sugestões, críticas ou dúvi-das entre em contato com o atendimento ao leitor: [email protected] | Requisição de exemplares anteriores: [email protected] | Anúncios: [email protected]

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Economia

Daniel Lima (Capital Social) - Especial para a LEIA ABC

O embate eleitoral municipal, para muitos as mais disputadas elei-ções do País, obviamente ainda não começou, mas há um ano

antes do pleito as articulações, e conver-sas para o nascimento das candidaturas estão firmes e fortes e floresce a cada mi-nuto. A pauta principal das discussões é como se aproveitar do momento frágil do partido que está no poder. Seja ele, em âmbito nacional ou municipal.

Não vou apostar, porque se apostar vão dizer que estou torcendo contra, mas vou fazer uma projeção que deverá ser confirmada ou possivelmente ficará na margem de erro: quando em dezembro de 2017 (isso mesmo, dezembro de 2017) for anunciado o PIB da Província do Grande ABC deste 2015 em que o Brasil está numa pindaíba de dar dó, teremos queda por volta de dois dígitos – a maior de todos os tempos. Sim, porque se o PIB brasileiro cair mesmo quase 4% este ano, não escaparemos de degola monumen-tal. Palavra de quem vasculha todos os números possíveis.

O PIB de 2013 só vai ser conhecido em dezembro agora. O PIB Regional mais atualizado que o IBGE (Instituto Brasilei-ro de Geografia e Estatística) já divulgou é o referente a 2012. O Brasil cresceu 0,9%, enquanto a região caiu 5,8%. Entenderam por que estou dizendo que vamos despen-car próximo a dois dígitos?

Mais grave que a derrocada pibiana, já cantada neste espaço com a projeção de que chegaremos ao tetracampeonato de debacle, é a incompetência generaliza-da da região em reagir aos desfalques que estamos sofrendo ao longo dos anos. Não há quem se salve nessa floresta de gafa-nhotos institucionais. Faria um ponto de reflexão e de exceção às unidades do Ciesp da região. Principalmente ao Ciesp de Santo André.

Em tempo realQuando Fausto Cestari e outros diri-

gentes do Centro das Indústrias de San-to André (que também abrange Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra) botaram a boca no trombone e foram às ruas para protestar contra tudo o que está aí, no movimento Reage ABC, fui o único jornalista a chamar a atenção para o movimento, considerando importante, embora atabalhoado. Provavelmente fru-to de um desespero que até então pouco teriam captado. Reproduzo, para não ser cansativo e também para não passar por oportunista.

(...) Outra questão que este Diá-rio deve resolver é o futuro editorial do Reage ABC, movimento que foi às ruas de Santo André e, depois de colhido de surpresa pela reação do Clube dos Pre-feitos e da Agência de Desenvolvimento Regional, reorganiza-se para influenciar o destino da economia local. Por mais que aquela manifestação tenha revelado vícios político-partidários, prevalece a inquietação, sobretudo dos pequenos e médios empresários do setor industrial, parte importante de uma economia em frangalhos.

Deixar ao sabor dos ventos o acom-panhamento da iniciativa enfraquece aqueles agentes econômicos. Este Diário não pode se esquecer de que um dos 10 pontos da Carta do Grande ABC é a cha-mada desindustrialização. Os manifestan-tes do Reage ABC, apesar de todos os pe-cados que cometeram na organização do evento e pós-evento, representam classe duramente impactada pela queda do PIB Industrial da região ao longo dos anos.

Empreendedores esquecidos

Ao lembrar que aquele Contexto ABC foi publicado em 30 de agosto, veri-fica-se que aquela mobilização está inse-rida no trimestre que acaba de ser apura-

do pelo IBGE. Ou seja: já havia ali sinais claríssimos de que, quando fosse anun-ciado o PIB do trimestre julho-agosto-setembro, o estrago seria generalizado.

A Imprensa regional praticamente ignorou aquela manifestação tanto no dia em que os 300 foram às ruas quanto depois. Existe o que chamaria benevola-mente de descompromisso com as forças econômicas produtivas da região. A mí-dia regional não tem capacidade de filtrar informações e de construir um cenário que espelhe a situação em que vivemos.

O sindicalismo sempre bem articu-lado e persuasivo domina a pauta. Inclu-sive ao vender como solução o que não passa de grande embromação, no caso o PPE, Programa de Proteção ao Emprego. Que de fato protege o emprego e mes-mo assim temporariamente de algumas poucas empresas sob influência direta do sindicalismo em busca de bandeiras para se vender responsável.

Cantando a caçapaEscrevi em 30 de outubro passado

nestas páginas que o PIB da região vai registrar o tetracampeonato no final de 2017, quando será anunciado o PIB dos Municípios de 2015. “Vou dizer mais: será o maior buraco deste milênio. Esta temporada está de lascar e impacta todos os setores econômicos da região, princi-palmente o carro-chefe da indústria au-tomobilística que espalha efeitos deleté-rios a grande parte do tecido econômico, com fundas implicações orçamentárias” – escrevi.

Se acham que estou chegando so-mente agora à conclusão de que podere-mos registrar dois dígitos de mergulho do PIB nesta temporada, leiam o que escrevi naquele artigo que mal comple-tou 30 dias: “Calculo que, por baixo, por baixo, nosso PIB de 2015 vai cair por volta de 10% quando dezembro de 2017 chegar. •

PIB da região pode cair até dois dígitos nesta temporada

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Economia

Por Isabella Abreu - Especial Para revista LEIA ABC

Além de estar conquistando cada vez mais espaço no mercado de trabalho, ela es-tuda mais do que os homens

(60% da população universitária do Brasil são mulheres), trabalha mais (entre o trabalho e o segundo turno das tarefas domésticas, as mulheres trabalham, em média, 10 horas a mais por semana do que os homens) e quer ter tudo: uma carreira, família e to-dos os desejos de consumo que tiver. No entanto, segundo Carolina, isso não quer dizer que elas gastam mais do que eles. “Homens e mulheres têm apenas perfis diferentes de consumo. Elas compram mais ‘picado’, aos pou-cos, mas constantemente. Já eles gas-tam mais com lazer e, na hora de fazer compras, o ticket médio é maior”, diz.

Carolina conta que a relação da mulher com o dinheiro é recente: so-mente em 1962 nós tivemos direito a ter CPF no Brasil – o que quer dizer que antes disso não dava para abrir uma conta no banco sozinha. Como ganhar, guardar e gastar dinheiro des-ta forma?

“Aos poucos, as mulheres vêm aprendendo cada vez mais sobre ges-tão financeira – e estão ficando exce-lentes nisso. Até porque o hábito já existia antes: 74% das mulheres bra-sileiras são as gestoras do orçamento doméstico. Com mais informação e ferramentas, elas se tornam cada vez melhores na tarefa que exercem há muito tempo”, ressalta Carolina.

Principal desafio é fazer sobrar dinheiro ao fim do mês

De acordo com um estudo reali-zado pelo instituto de pesquisas on-line Opinion Box em parceria com o site Finanças Femininas, o principal obstáculo em relação a finanças é fa-zer sobrar dinheiro ao fim do mês. Entre diversas alternativas que apre-sentavam dificuldades em relação a dinheiro, a principal resposta dada pelas entrevistadas foi não conseguir fazer sobrar ao fim do mês (38%). Já a segunda principal resposta foi buscar entender as diversas formas de inves-tir (19,2%).

A dificuldade de poupar pode es-tar relacionada com os custos da casa, já que 33% das entrevistadas assumem pelo menos metade das despesas; 21%, de fato, pagam metade das contas e 13% são responsáveis pela maioria das contas. Há que se considerar também que quase 17% das entrevistadas são solteiras ou divorciadas e arcam com todas as contas sozinhas. É interes-sante notar que 37% das entrevistadas afirmaram manter conversas periódi-cas com o parceiro a respeito das fi-nanças sem stress sobre o assunto.

Para 13% delas, no entanto, falar sobre dinheiro é sempre motivo de brigas e gera transtorno e 7% das mu-lheres disseram que procuram discu-tir o tema o mínimo possível e até o evitam. 2% não falam sobre finanças em casa. Quando o assunto é endivi-

damento, 72% das mulheres entrevis-tadas já tiveram uma dívida em algum momento da vida. Deste total, cerca de 20% gastaram de 1 a 3 anos para quitar as pendências.

Quanto ao momento atual, os da-dos mostram que os percentuais de mulheres sem dívidas e aquelas que estão arcando com pendências finan-ceiras estão bem equilibrados: 51,4% estão com alguma dívida, contra 48,6% que estão livres do endivida-mento.

Em relação ao gasto do dinheiro, quase 53% das mulheres disseram ser consumistas, ante 47% que se consi-deram ponderadas. Já quanto ao uso do cartão de crédito, a maior parte das entrevistadas garante que mantém os gastos sob controle. Pelo menos 6 em cada 10 mulheres disseram que sabem exatamente qual é o valor da fatura ao fim do mês. Na outra ponta, quase 20% disseram que o valor da fatura é sempre uma surpresa. Já 20% das en-trevistadas disseram não possuir car-tão de crédito.

O cuidado com o orçamento é uma preocupação da maioria das en-trevistadas. No entanto, chama aten-ção o fato de quase 27% das entrevis-tadas terem dito que não controlam os gastos. Quanto aos métodos de con-trole, de forma geral, a maioria pre-fere controlar os gastos do jeito mais convencional, anotando tudo à mão (40%), seguido da planilha de gastos (24%), o arquivamento de extratos (19,3%) e, por fim, o uso de aplicati-vos (6,8%).

As finanças nas mãos das mulheresAs conquistas e desafios que elas experimentam no tratamento com o dinheiro. “A mulher atual está com tudo!”. É assim que Carolina Ruhman, fundadora do site Finanças Femininas, define o momento recente da mulher brasileira.

Mulheres e Investimentos

Quando o assunto é investimen-tos, as mulheres normalmente são conhecidas por serem mais conserva-doras do que os homens. No entanto, de acordo com Sandra Blanco, autora dos livros “Mulher inteligente valoriza o dinheiro” e “A Bolsa para mulheres”, isso não passa de um mito. “Depois que distingue o terreno onde está pi-sando, ou seja, que adquire informa-ções, conhecimentos e entende o ris-co que está envolvida, a mulher pode ser uma investidora mais agressiva do que um homem”, afirma. Carolina Ruhman acredita que as mulheres são menos familiarizadas com o merca-

do financeiro e por isso buscam mais informações. “Com isso, podem até conseguir retornos maiores e mais consistentes nos seus investimentos. Falta quebrar a barreira de que elas não sabem nada sobre investimentos e é melhor deixar isso para os pais ou maridos. Além disso, é preciso uma linguagem mais acessível”, diz.

De acordo com um levantamento do Instituto Assaf, a participação das mulheres na Bolsa de Valores atingiu o auge em 2012, com 25,30% dos ca-dastros, mas veio recuando nos últi-mos anos. Desde 2008, a relação entre homens e mulheres está praticamen-te estável. Segundo Sandra Blanco, a situação econômica é a razão pela

participação da mulher não ter avan-çado nos últimos anos. “As ações das empresas que eram tidas como in-vestimentos defensivos, do setor de energia elétrica, sofreram com a in-gerência do governo. Vale sofreu com a queda das commodities. Petrobras envolvida na Lava Jato. Muita gente perdeu dinheiro com ações do grupo X. Foram sucessivos anos de prejuí-zos nos investimentos em ações. Por fim, as perspectivas de futuro ainda são nebulosas. Nesse contexto, não há estímulos para investir em ações”, lamenta. “Para aumentar a participa-ção feminina na Bolsa, está faltando um ambiente econômico favorável”, completa. •

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Capa

Wallace Nunes - [email protected]

Ainda que para alguns brasilei-ros, o ano que está indo em-bora tenha sido de vitórias, aprendizado e ganho de ex-

periência, a maioria entende que não foi bom. Complicado em todos os sentidos, campos e mercados, 2015 foi atípico.

Decepções sociais, que podem ser familiares, amorosas, de pouca objeti-vidade, econômico ou mesmo de or-dem política, os muitos entrevistados na enquete realizada pela LEIA ABC entre os meses de setembro a novem-bro, perceberam um sentimento dife-rente. Boa parte do sentimento nega-tivo dos brasileiros se deveu por causa da crise financeira e o sentimento de descrença sobre o mundo da política.

A crise resultou na paralisação da economia e fez florescer a raiva, o ódio e o preconceito enraizado no pensa-mento de alguns. “Esse governo acabou com meus planos e, consequentemente expectativas de sucesso profissional”, diz a terapeuta Lica Santos.

Ela se mostra ainda mais raivosa. “Como posso pensar em abrir uma clínica se hoje as pessoas sentem medo até de ir ao mercado para fazer a com-pra do mês. Estarei fadada ao fracasso”.

São sentimentos como o depoi-mento acima que viraram um mar de palavras revoltosas de boa parte dos brasileiros, sobretudo dos que

moram no ABC. Explica-se. Outrora termômetro da economia nacional a região das sete cidades está à beira do “cada-falso” econômico. A roda parou de girar em março. E o que se vê é de-semprego crescente, baixo consumo e muitos a reclamar.

Na história recente do País, esse foi um dos piores anos para o consu-mo. A crise econômica, agravada, so-bretudo, pelas indefinições de ordem política, mina a confiança dos consu-midores e empresários em meio a um cenário já desfavorável, com inflação alta e taxa de juros elevada.

Essa conjuntura negativa derru-bou o faturamento do segmento de bens duráveis, que, de acordo com as projeções da empresa de pesquisa GfK, será de R$ 80 milhões, resulta-do 17% menor do que o obtido no ano passado. De janeiro a agosto des-te ano, as categorias de smartphones e ar-condicionado foram as únicas a apresentar crescimento. A primeira teve variação positiva de 9%, enquan-to a segunda cresceu 8% na compara-ção com o mesmo intervalo de 2014.

Interessante notar que, se anali-sarmos a queda de faturamento no acumulado de 2015, os todos os seto-res tiveram queda significativa. Desde janeiro de 2015 até setembro, a queda no faturamento real foi de 12,1%, sen-do que 9% se deve à indústria, 11,1% ao comércio e 14,5% ao setor de servi-ços. Este último, que antes era consi-derado o motor do consumo interno, vem sofrendo com a desaceleração econômica e do consumo das famílias.

Casos isoladosFalar dos sentimentos negativos

ocorridos nesse ano nem sempre de-monstra ser o que é. Para empresários inovadores 2015 foi um ano de vitó-rias. “2015 foi um ano diferente para a ToyShow. Éramos um e-commerce desde 2013 e, a partir da nossa deci-são em inaugurar uma loja física em dezembro de 2014, percebemos o ta-manho do nosso desafio para 2015. Precisávamos ter um sucesso igual ou maior do que o nosso e-commer-ce, que já tinha milhares de clientes e seguidores nas redes sociais. Precisá-vamos chamar o público também para a loja física e, no final das contas, pre-cisávamos faturar, mesmo em um ce-nário que já indicava crise financeira. Com a alta do dólar tivemos um desa-fio ainda maior: criar estratégias para vender e evitar, ao máximo, repassar essa alta para os clientes, já que nossos produtos são importados. Investimos em festas, promoções, concursos, par-ticipamos dos maiores eventos geeks da America Latina e, neste final de ano, um ano após a inauguração da loja física, a ToyShow vê o resultado: quadruplicamos o faturamento e tam-bém acabamos de anunciar que esta-mos ingressando no franchising. Ago-ra, o desafio é ainda maior: espalhar a ToyShow pelo Brasil em 2016”. •

2015o ano da descrença

Turismo (Entre Panelas)

Por Tatiana Basílio

Aqui em casa aderimos ao modo “Salim” (rs) e estamos, como quase todo mundo, em total contenção de gastos. Como a Clara (filha do Mauro) não virá passar o Natal conosco, este ano não teremos o tradicional Papai Noel e combinamos que entre nós a troca presentes será somente em janeiro quando as lojas esti-verem em liquidação.

Mas como a gente queria muito dar um presentinho para algumas pessoas que foram bem especiais neste ano, que para nós foi di-fícil porém cheio de coisas boas, saímos em busca de alternativas.

O insight acabou surgindo num papo na co-zinha enquanto fazíamos um menu degustação de molhos para mini-hambúrgueres, que aliás ficou uma delicia (calma, logo vamos colocar as receitas aqui). Enfim no meio da bagunça das alquimias pensamos porque não fazer algo de cozinha para dar de presente? Afinal nada poderia representar melhor a gente e nosso momento.

Tá, pode até parecer piegas mas acredita-mos sim que cozinhar é um ato de carinho e nada melhor que dar um mimo cheio de cari-nho para quem a gente gosta!

Bom, ideia tida. Mas e aí o que fazer? Pon-tos importantes que tinham que ser conside-rados: precisava ser algo barato (apesar do ca-rinho temos a crise!!), não poderia desmontar

com transporte e nem estragar rápido porque vamos para o inte-rior em breve e parte dos presen-tinhos vamos dar para o povo de lá. Aí o Mauro, que é apaixonado por sais (na verdade ele é louco por qualquer tipo de tempero), sugeriu: vamos fazer sais e azei-tes aromatizados. Pronto!

Com mimos definidos, hora de ir as compras. Como a pro-posta era fazer algo gostoso e barato fomos nos nossos locais preferidos – zona cerealista para especiarias, por lá sempre com-pramos na Casa de Saron e no centrão para comprar os potes e garrafas de vidro (em nossas pesquisas o melhor preço e va-riedade foi Casa das Essências). •

Dica para um Natal sem criseMauro Oliveira (Engenheiro de profissão e culinarista) e Tatiana Basílio (publicitária e enóloga) são edi-tores do site Entre Panelas & Taças (http://entrepane-lasetacas.com.br/) confira.

Não é preciso dizer que este ano, principalmente este finalzinho, tá puxado. No meio de uma baita crise, o Natal promete no máximo ter um bom velhinho magricela.

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Entrevista

Redação LEIA ABC – redaçã[email protected]

Num País onde a cultura é muito pouco levado a sério, o que levou três pessoas a criar uma empresa de servi-ços voltados para cultura?

O maior problema nos eventos culturais, principalmente o teatro, é a divulgação, não sei bem se não é le-vado a sério, o público gosta de estar perto do artista.

Nossa estratégia desde o início foi sempre levar a informação para o cliente final sem ele precisar buscar essa informação, as redes sociais que hoje são acessadas por pessoas de to-das as idades foram nossa principal arma para alcançar esse público atra-vés de mídia segmentada.

Na região do ABC fomos os pri-meiros a utilizar esse meio de comu-nicação à 2 anos atrás, e obtivemos ótimos resultados, criamos o gatilho e estamos incluindo o hábito nas pesso-as de frequentar esse tipo de evento.

Há grandes concorrentes no mer-cado de venda de bilhetes, quase que um monopólio, vocês não têm receio de competir em pé de desigualdade com empresas bastante sólidas?

Hoje em dia já temos praticamen-te todas as ferramentas que qualquer outra empresa do ramo possui, com o privilégio de possuir internamente a própria equipe de desenvolvimento, dependemos 10% de terceiros. Fora isso criamos condições melhores de repasse de vendas aos produtores e nossa mídia é bastante ativa, a desi-gualdade é apenas no tempo de em-presa, atualmente por diversas vezes vendemos os mesmos eventos com players do mercado e tivemos resulta-dos superiores aos deles.

Há espaço para crescimento em tempos de crise?

É difícil, o mercado está sentindo bem essa crise, mas o público precisa sair de casa, e preferem gastar com algo que vale a pena, o público está mais seletivo do que nunca, mas com

promoções e relacionamento estamos conseguindo driblar, e sim estamos crescendo.

Sabemos que o setor de serviços - sobretudo do que comércio online de qualquer espécie- ainda deixa mui-tos brasileiros ressabiados. Qual é a estratégia da empresa para ao menos amenizar tal desconfiança?

Hoje possuímos o modo de depó-sito bancário, que é 100% seguro para o cliente, fora isso a compra e suporte por telefone e chat (somos umas das únicas do ramo a oferecer esse servi-ço) ao vivo traz uma segurança para o cliente, qualquer problema ou dúvida ele pode sanar rapidamente, ele não está sozinho.

Em questão de tecnologia esta-mos em ambiente seguro em servi-dores fora do país especializados em e-commerce.

Quais são os próximos passos da empresa?

Estamos lançando em dezembro o aplicativo para Android e Apple, no próximo ano estaremos lançando sistemas para gerenciamento de ven-das físico para teatros e casas de show, além de espalhar por centros comer-ciais pontos de venda com auto aten-dimento.

Quais são os diferenciais da em-presa para entrar no Brasil em sua totalidade?

O principal é entender e atender da melhor forma possível os produ-tores de eventos, e criar ferramentas e condições melhores de trabalho e re-passe das vendas, produtor é o nosso principal cliente, em seguida vem o público em geral o principal diferen-cial é mídia, relacionamento, chegar

nesse cliente, e para finalizar oferecer um ambiente de navegação e compra seguro, intuitivo e de fácil entendi-mento.

Para uma empresa de e-commer-ce crescer rapidamente em tão pouco tempo é certo que há um “gap” neste mercado de vendas de tickets online?

Há 2.5 anos atrás quando come-çamos existia sim, principalmente por regiões mal atendidas, os players não tinham muito interesse em regiões fora da capital, como a região do abc, focamos nelas, atendemos como me-reciam. Trouxemos soluções novas e hoje em dia já conquistamos grandes capitais.

Centenas de consumidores ainda reclamam da (s) taxa (s) extra (s) que outras concorrentes cobram. Vocês, pelo visto não cobram, mas preten-dem?

Nos cobramos a taxa assim como os outros sites, mas um valor menor. O público já está se acostumando, muitas vezes o tempo de locomoção ou o próprio tempo do cliente é mais valioso, quando eles enxergam que o serviço em todo vale a pena não a re-clamações.

Quais são os canais de divulgação que a empresa utiliza para crescer?

Nosso maior canal de divulga-ção é o Facebook, e-mail marketing, e Google Adwords. Iniciamos agora um trabalho de assessoria de impren-sa, não só focado na empresa, mas na divulgação dos eventos mesmo, mais um bônus para o produtor, fazemos a assessoria do evento dele, fora isso estamos testando novos canais online como twitter e instagram que abriram recentemente rede anúncios pagos. •

Vendas de bilhetes on line: O futuro passa pelo ABCBilheteria Express: Paulo Damas, Gustavo Soares e Fábio Damas.

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Comportamento

Redação LEIA ABC – redaçã[email protected]

Normalmente, um pequeno com excesso de mimo pode ser exigente, egocêntrico e irracional, e muitas vezes

isso se torna um desafio e tanto para os pais. Uma pesquisa recente lide-rada pelo psicólogo Dan Kindlon, professor da Harvard School of Pu-blic Health, mostrou que 88% dos pais consideram seus filhos pelo me-nos um pouco mimados. Isso ocorre porque é normal para a maioria deles querer o melhor para as crianças e evitar confrontos, criando um contex-to mais permissivo e aceitando certos comportamentos.

Para driblar essa estatística é pre-ciso pensar a longo prazo. As crianças que são mimadas podem se tornar excessivamente dependentes dos pais e ter dificuldades de encontrar a feli-cidade quando adultos. Pesquisadores da Concordia University, dos Estados Unidos, descobriram que jovens adul-tos em idade universitária que foram muito mimados quando crianças ten-dem a acreditar que são infelizes.

Quando os pequenos são super-protegidos muitas vezes não apren-dem comportamentos responsáveis. Não é raro que tenham dificuldades para compreender limites como adul-tos e acabem desenvolvendo proble-mas com gastos, jogos de azar, excesso de comida e bebida. Além disso, é pos-sível que eles se tornem desmotivados, preguiçosos ou irritados. Além disso, um estudo publicado na revista Pe-diatrics sugere que crianças mimadas podem ser insensíveis às necessidades dos outros, bem como mais propensas a birras. Elas também têm dificuldade para sentimentos de gratificação, tor-nando-se mais solitárias.

Como evitar o excesso de mimo com o seu filho

A grande dúvida de muitos papais é sobre por onde começar. Confira abaixo alguns passos que você pode tomar para recuperar o controle da situação.

ComprometimentoComprometa-se a parar de mi-

mar seus filhos em excesso. Os pais que levam isso a sério conseguem ver

melhorias rápidas no comportamento das crianças. Pense que uma criança mimada de 10 anos de idade não irá precisar de mais 10 anos para reverter essa característica – elas são inteligen-tes e conseguem mudar o comporta-mento rapidamente.

Não ameace. InstruaDiga à criança que determinado

comportamento deve parar e expli-que as consequências do não cumpri-mento, executando a “pena” quando necessário. Em outras palavras, seja claro e conciso. É desnecessário gritar.

Evite a superproteçãoSe ele está sempre atrasado para

a escola o melhor a fazer é parar de dar desculpas à professora e deixar a criança sofrer as consequências desse comportamento. Parece simples, mas a maioria dos pais são rápidos para assumir a culpa pelo atraso. Pais que repetidamente protegem seus filhos acabam frustrando o crescimento de caráter deles.

ReflitaPergunte-se se a criança tem coi-

sas em excesso. Muitos pais agradam seus filhos com presentes e não dei-xam espaço para que eles batalhem para conseguir as coisas por conta própria. Isso os priva de importantes lições de vida, como ter algo especial ou um sentimento de gratidão. Além disso, as crianças que não precisam es-perar muitas vezes acabam não apren-dendo a ter paciência. •

A criança mimada e os dramas da vidaQuando você imagina uma criança mimada provavelmente pensa em um pequeno ser com uma casa cheia de brinquedos extravagantes. Acontece que especialistas dizem que isso está mais ligado à disciplina da criança e seus comportamentos.

Saúde

Redação LEIA ABC – redaçã[email protected]

OMinistério da Saúde decla-rou estado de emergência em saúde pública no país por causa do aumento de casos de

microcefalia no Nordeste. O anúncio, feito No mês passado tem relação com o crescimento drástico no número de ocorrências do problema nessa região, especialmente em Pernambuco.

Perguntas e respostas que ajudam a entender o problema.

O que é microcefalia?É uma condição rara em que o

bebê nasce com o crânio do tamanho menor do que o normal.

Como saber se o bebê tem micro-cefalia?

A microcefalia é diagnosticada quando o perímetro da cabeça é igual ou menor do que 33 cm – o espera-do é que bebês tenham pelo menos 34 cm. Mas atenção: isso vale apenas para crianças nascidas a termo (com 9 meses de gravidez). No caso de pre-maturos, esses valores mudam e de-pendem da idade gestacional em que ocorre o parto. Na maior parte dos casos são infecções adquiridas pela mãe, especialmente no primeiro tri-mestre da gravidez, que é quando o cérebro do bebê está sendo formado. Toxoplasmose, rubéola e citomega-lovírus são alguns exemplos. Outros possíveis causadores são abuso de álcool e drogas ilícitas na gestação e síndromes genéticas como a síndro-me de down.

É possível descobrir a microcefa-lia ainda na gravidez?

Sim. Pela ultrassonografia, os mé-dicos conseguem medir o crânio do

feto e perceber se está menor do que o esperado.

A microcefalia está associada a outros problemas? Que sequelas a criança pode ter?

Em 90% dos casos a microcefalia vem associada a um atraso no desen-volvimento neurológico, psíquico e/ou motor. O tipo e o nível de gravida-de da sequela variam caso a caso, e em alguns casos a inteligência da criança não é afetada. Déficit cognitivo, visu-al ou auditivo e epilepsia são alguns problemas que podem aparecer nas crianças com microcefalia.

A cabeça da criança que nasce com microcefalia continua crescendo menos do que o normal?

Sim. Ela cresce ao longo da infân-cia, mas menos do que a média.

Existe tratamento?Não há como reverter a micro-

cefalia com medicamentos ou outros tratamentos específicos. Mas é possí-vel melhorar o desenvolvimento e a qualidade de vida da criança com o acompanhamento por profissionais como fisioterapeutas, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais.

Existe prevenção?Um bom acompanhamento pré-

natal pode ajudar a diminuir o risco. A gestante também deve sempre pro-curar o médico se sentir sintomas de infecção, como febre, além de evitar o abuso de álcool e drogas ilícitas.

Há relatos de “surtos” de micro-cefalia anteriores no Brasil ou em ou-tros países?

Segundo o Ministério da Saúde, a situação atual é inédita e não há re-latos na literatura científica de outros casos.

Por que foi declarado estado de emergência no país?

O estado de Pernambuco regis-trou 141 casos de microcefalia desde o início de 2015 -- um aumento drástico em relação ao ano passado, quando houve apenas 12 casos. Foram identi-ficados ainda 21 casos no Rio Gran-de do Norte e nove casos na Paraíba (além de seis outros que ainda estão sendo investigados nesse estado).

Por que tantas crianças estão nascendo com microcefalia no Nor-deste?

As causas ainda estão sendo in-vestigadas. Uma das hipóteses relacio-na o aumento de casos a infecções por zika vírus - vírus que foi identificado pela primeira vez no país em abril des-te ano.

Segundo documento divulgado pela Secretaria de Vigilância em Saú-de da Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SEVS/SES-PE), parte das mulheres que tiveram bebês com microcefalia apresentaram erupções na pele durante a gravidez. Apesar de este ser um dos sintomas do zika ví-rus, não há evidências suficientes para associá-lo à microcefalia, de acordo com o órgão.

Qual é a recomendação do Minis-tério da Saúde às gestantes?

Neste momento, o ministério pede que as grávidas não usem me-dicamentos não prescritos por pro-fissionais de saúde e que façam um pré-natal qualificado e todos os exa-mes previstos. Recomenda, ainda, que elas relatem aos profissionais de saúde qualquer alteração que perceberem durante a gestação. •

Microcefalia: saiba o que é, o que causa e como identificarGoverno decretou estado de emergência devido ao aumento de casos. Condição afeta bebês que nascem com cabeça menor do que a média.

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Mundo AnimalModa

Gislaine Mattos – especial para LEIA ABC

É preciso escolher um local de hospedagem de cães confor-tável e garantido, que requer pesquisa, atenção e carinho.

Deve-se escolher com cautela este lu-gar, pois a separação das pessoas com quem ele convive e o ambiente estra-nho gera stress no animal e a primeira preocupação dos profissionais é a de minimizar isto. Além deste detalhe, o espaço deve ser higienizado, ter ativi-dades para todos os portes de cachor-ros e que os distraiam nestes dias de “hóspedes”, segurança, monitoramen-to o tempo todo por especialistas trei-nados e veterinários, que devem estar sempre disponíveis para quaisquer problemas que possam acontecer com eles.

Uma maneira de viajar sem peso na consciência e preocupação é co-nhecer o hotel ou o lugar da hospeda-gem de cachorros que você pretende deixar o seu amigão sem marcar horá-rio, para verificar todas as condições e avaliar se é realmente o que você procura. E levar o seu pet é melhor ainda, pois ele dará dicas de ter gostado ou não do local, além de já ir se familiarizan-do com o ambiente, caso seja lá que ele irá ficar.

Um recinto bo-nito ou preços altos nem sempre são si-

Gislaine Mattos – especial para LEIA ABC

Mas arrepender-se é comum: até 50% dos tatuados gos-tariam de voltar atrás, se-gundo estudo da revista

médica inglesa “Lancet”.Felizmente, a remoção melhorou

muito nas últimas décadas. Lasers ultrarrápidos apagam melhor e com menos sessões as tatuagens, especial-mente as coloridas, que dão mais tra-balho.

O processo, porém, está longe de ser fácil. Costuma doer, custa caro –chegar até R$ 3 mil–, há risco de ci-catrizes e não é possível afirmar que a retirada será completa, diz Valeria Campos, assessora do departamento de laser da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

“As tatuagens amadoras, como aquelas feitas em presídios ou mesmo na praia, saem mais facilmente por-que são superficiais. Já as profis-sionais nem sempre podem ser removidas totalmente. Mesmo com lasers mais modernos não podemos garantir 100%”, afirma.

DICASPara evitar uma remoção

–ou sofrer o menos possível com ela–, as dicas dos derma-tologistas são:

1) Por mais óbvio que possa parecer, pense bem antes de tomar a decisão;

nônimos de qualidade. Claro que há opções para todos, mas há itens fun-damentais que você precisa perguntar antes de confiar que uma equipe cuide do seu pet enquanto você estiver fora. “Ele ficará em um quarto sozinho ou coletivo? Ele poderá ficar com seus brinquedinhos preferidos? Ficará sol-to durante o dia, caso seja dócil? Caso sim, os outros cachorros que ficarão também são mansos e haverá super-visão? E se ele for bravo, como será o tratamento para ele?”.

Estas são algumas das muitas in-dagações que você deve fazer ao ave-riguar sobre a hospedagem de cães. A limpeza também é muito importante,

2) É preferível fazer tatuagens pretas, mais fáceis de serem apagadas com o laser;

3) Pense ainda mais sobre tatuar o nome de namorados ou namoradas, e prefira fazer esse tipo de tatuagem com tinta preta, pelo motivo acima.

Como se casos notórios de cele-bridades que tatuam e depois remo-vem os nomes dos amados não servis-sem de exemplo, apagar esse tipo de lembrança é o pedido campeão nos

já que se em casa ele é acostumado com asseio, esse padrão deve ser se-guido por lá, com os espaços higieni-zados com produtos específicos para animais todos os dias.

Hospedagem de cães: siga a mes-ma rotina na alimentação

Muitos se esquecem, entretanto, a comida também deve ser levada em conta na seleção do hotelzinho ou pet shop que seu pet ficará instalado. Eles devem seguir o hábito do animal, ou seja, alimentá-lo nos horários de cos-tume e com o tipo de ração adequada.

Portanto, ao fechar negócio, tam-bém já deixe combinado que levará a alimentação dele, a qual muitas vezes é uma ração especial, uma comida di-ferente (como no caso de um cão ido-so, que come papinhas feitas de ma-neira específica), e o estabelecimento de hospedagem de cães deve possuir cozinha, freezer e microondas para o uso exclusivo deles.

Por fim, certifique-se de que eles somente aceitam animais com as car-teirinhas comprovando as vacinas em dia e passem produtos de pulgas e car-rapatos em todos, para que o seu pelu-

do volte para casa feliz e saudável do mesmo jeito que foi! •

consultórios, segundo Campos. “Mas, cada vez mais, os nomes mais tatua-dos têm sido os dos filhos.”

Gabriel Gontijo, presidente da Sociedade Brasileira de Dermatolo-gia, diz que a maioria dos pedidos de remoção de tatuagem acontece depois dos 40 anos, quando as pessoas dei-xam de se identificar com o desenho. “A caveira fica meio murcha, a orquí-dea já não tem a mesma cor...”

ALERGIAMas, se fazer uma tatuagem en-

volve riscos (como infecções, con-taminações por meio da tinta e aler-

gias), a remoção não está isenta deles.

Segundo estudo da revista médica “Lancet”,

sabe-se pouco sobre o “destino” fisiológico ou toxicológico dos pig-mentos da tatuagem depois do uso do laser.

“Quando você mexe na tatuagem, pode expor

mais o organismo à tinta e acabar gerando uma alergia”,

diz Valéria Campos. Nesse caso, o recomendável é continuar a retirada até o fim e usar medicamentos contra a reação.

O interessado em remover uma tatuagem também precisa estar ciente que o desenho pode ficar escuro antes de ser retirado, nas primeiras sessões. E que pode doer bastante, a ponto de precisar até de anestesia injetável. •

A melhor hospedagem para o seu peludo

Cara, remoção de tatuagem avança, mas ainda pode deixar marcas Com a chegada das férias, uma das maiores preocupações dos donos

de pets é a hospedagem de cães, principalmente quando se trata de segurança e qualidade. Afinal, ele é um membro da família, mas muitas vezes não pode acompanhá-la em determinadas viagens.

Ninguém faz uma tatuagem já pensando em se submeter a um monte de sessões doloridas de laser e gastar um bom dinheiro para retirá-la.

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A mais nova descoberta- lipofobia, ou medo de se consumir alimentos que conte-nham gordura. No entanto nem todas as gor-duras são maléficas. Existem as gorduras boas e essenciais ao organismo- polinsaturadas, monoinsaturadas, e também as tão temidas gorduras saturadas. A gordura é necessária para o transporte de vitaminas lipossolúveis (A,D,E,K), são essenciais para a formação de hormônios, síntese proteica e até ajudam na perda de peso, pois aumentam a sensação de saciedade. Evite a gordura trans e a parcial-mente hidrogenada. Leia o rotulo dos produtos, na sessão ingrediente e veja se tais gorduras fazem parte da composição do alimento. Deve-mos ter bom senso na qualidade e quantidade do consumo de gorduras.

Para evitarmos transtornos na busca im-placável belo corpo perfeito siga as boas e ve-lhas dicas: alimente-se de três em três horas, pois se você não come de três em três horas, seu metabolismo desacelera e isso nos faz engordar, pois o organismo absorverá mais gordura em outra refeição. Faça exercícios dia-riamente, mesmo que sejam atividades leves como uma caminhada, subir escadas, ou dei-xar o carro um quarteirão mais longe do seu serviço. Evite comida pronta, congelada e ali-mentos ricos em açúcar.

Caso perceba sinais que alguma coisa está errada em suas ações em busca da beleza pro-cure um médico para uma avaliação. •

Em Forma

Rosto liso, simétrico, cabelos sedosos, bumbum durinho, barriga enxuta com abdô-men definido- medidas de modelo. É a busca de muitas, não estaríamos exagerando se dis-sermos todas as pessoas. Basta ligarmos a tv, acessarmos a internet, sairmos as ruas, que somos bombardeados por corpos esculturais e a apelação midiática pelo corpo ideal. Tudo bem, mas onde está o problema em buscar tais atributos? Se a busca pela beleza, for saudável nenhum problema. Agora se essa busca inter-fere na sua vida de forma que se torne uma ob-sessão ai sim algo está errado.

A insatisfação permanente com a aparên-cia pode desencadear uma vaidade desen-freada levando muitos ao “vale tudo”: uso de anabolizantes, cirurgias, implantes, preenchi-mentos, lipoaspirações, escovas definitivas, bronzeamento artificial, remédios para ema-grecer, entre outros. Alguns desses distúrbios já recebem nome para diagnóstico como a ano-rexia- distúrbio de imagem, a pessoa se acha mais gorda do que realmente é; Bulemia- co-mer uma quantidade exagerada de alimentos e vomitar em seguida; Vigorexia- Exagero pela atividade física, onde atividades e vida social são substituídas pela atividade física. Além de se transformar em desordem psicológica tal busca pela beleza pode deixar deformações ou problemas de saúde – por erro médico, produ-tos perigosos e irresponsabilidade de alguns profissionais.

O corpo perfeitoTamyres Barbosa Especial para LEIA ABC

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