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Editora Mês Ano 1 - nº 10 Novembro de 2011 Explore um novo nicho de mercado. Conheça experiências de curitibanos que prestam serviços tradicionais em formatos inovadores; o negócio é poupar tempo ENTREGA-SE TEMPO RECICLAGEM MÊS antecipa discussão da Feira Internacional de Resíduos Sólidos (Curitiba / 21 e 23-11) POLÍTICA Veja o que está por trás do caso da vereadora Renata Bueno (PPS) e o “bando de gentalhas” AUTOMÓVEL Conheça o lançamento da família MINI; test drive mostra os diferenciais deste carro circulação GRATUITA I M P R E S S O PODE SER ABERTO PELA ECT

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Editora MêsAno 1 - nº 10Novembro de 2011

Explore um novo nicho de mercado. Conheça experiências de curitibanos que prestam

serviços tradicionais em formatos inovadores; o negócio é poupar tempo

EntrEga-sE tEmpo

rEciclagEmMÊS antecipa discussão da Feira Internacional de Resíduos Sólidos

(Curitiba / 21 e 23-11)

políticaVeja o que está por trás do caso

da vereadora Renata Bueno (PPS) e o “bando de gentalhas”

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família MINI; test drive mostra os diferenciais deste carro

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“A Educomunicação é vista como uma novidade”

Formado em Jornalismo pela Cásper Líbero, mestre e doutor pela Universidade de São Pulo e pós-doutor na Marquette University - Milwaukee, nos Estados Unidos, Ismar de Oliveira Soares foi um dos pioneiros no Brasil em discutir a relação entre comunicação e educação. Atualmente coordena o Núcleo de Comunicação e Educação e também a Licenciatura em Educomunicação, ambos da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP). Em entrevista à Revista MÊS, Soares apresenta projetos bem sucedidos na Educomunicação e o panorama dessa nova atividade que nasceu junto à sociedade civil

O que é a Educomunicação?

Ismar Soares (IS) - É uma prática social que reúne as ações voltadas para planejar e executar processos que se destinam a criar métodos edu-comunicativos abertos e democráti-cos. Parece uma definição abstrata, mas ela é muito concreta. Então, por exemplo, você tem uma escola, uma empresa, uma igreja, uma associação e a preocupação é planejar, colabo-rar, avaliar as relações de comunica-ção naquele espaço. Nós chamamos de ecossistemas comunicativos os espaços em que as pessoas vivem e onde tem gente que tenha as suas próprias culturas, suas manias, seus

pontos de vista, seus ensinamentos, e aí, a Educomunicação vai prever um bom relacionamento.

Além da escola, em que outros es-paços públicos a Educomunicação pode ser aplicada?

IS - Na verdade, ela não nasce na escola. Ela nasce na sociedade civil, na luta que, ao longo dos anos de 1960 em diante, as pessoas tiveram na América Latina para a restauração da liberdade de expressão, portanto contra a ditadura, contra a censura, ou tiveram em torno de temas de in-teresse coletivo que se resumem na questão do meio ambiente, na ques-tão de gênero, questão intercultural, racismo, isto é, temas de interesse

da sociedade que são trabalhados a partir de estereótipos, passaram a ser objeto de um trabalho cuidadoso de práticas comunicativas.

Hoje, como é vista a Educomunica-ção no Brasil?

IS - A Educomunicação no Brasil é vis-ta como uma novidade. Alguns setores da educação temem. Muitos acreditam que estejam invadindo a praia. E efe-tivamente está invadindo a praia, mas é uma invasão do bem. É uma invasão de colaboração, não de tirar o espaço de ninguém. Também está invadindo o espaço da mídia. Dialogando com a mídia no sentido de abrir mais espaço,

entrevista Ismar Soares

Iris Alessi - [email protected]

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de estar fazendo o processo de aprendi-zagem de uma forma lúdica. A Educo-municação oferece à educação uma pla-taforma de trabalho, de metodologias.

Atualmente, há expressivo número de evasão escolar. A que o senhor atribui isso?

IS - É dada pela falta de motivação. O aluno hoje não vê os conteúdos da es-cola como algo que interesse a ele. E, às vezes, não interessa mesmo. E aí esse jo-vem, com um conteúdo que não interes-sa a ele, reage de forma negativa e cria obstáculos para o processo educativo.

A Educomunicação pode ser um caminho de retorno desses jovens e adolescentes para a escola?

IS - Absolutamente. Nós temos ex-periências com crianças em regime prisional em casas como a Fundação Casa em São Paulo. Temos gente que trabalha com rádio lá dentro e o cas-tigo de um “moleque” é dizer que ele não vai fazer rádio, porque é o grande momento de ele se expressar. E o in-teressante é que a prática nos diz que quando um menino pega um microfo-ne, ele se acha do bem. E a expressão “ser do bem” quer dizer inconscien-temente que ele já se ligue às pessoas “do bem” que ele conhece. E quando ele se apresenta publicamente, ainda que na vida particular esse seja um ba-gunceiro, seja um desrespeitador, com o microfone na mão ele muda. Esse fato levado ao estudo antropológico de como se constituem os grupos permite dizer que a Educomunicação está che-gando como um ponto autônomo entre a educação e a comunicação.

O Ensino Médio é a melhor fase para a aplicação da Educomunicação?

IS - Pela nossa experiência não é bem o ensino médio. É a partir da sétima

por exemplo, para cobertura de fatos relacionados às crianças.

Como foi o desenvolvimento para chegarmos ao panorama atual? Quais foram os avanços?

IS - Entre 1997 – quando começou a pesquisa – e 2011, mais ou menos, 40 mil pessoas passaram diretamente por cursos de formação oferecidos pelo núcleo de comunicação e educação da USP. Além disso, vamos ter nesse pro-cesso, algumas articulações importan-tes como um grupo de organizações não governamentais que se articulam em torno do que chama de Rede CEP – Rede de Comunicação, Educação e Participação – que reúne mais ou me-nos 13 instituições e defende Educo-municação. É um exemplo de difusão. Vamos vendo aos poucos que o con-ceito vai ganhando forma. E diante do que acontecia na sociedade, das justi-ficativas teóricas e das perspectivas de trabalho, a USP então aprova, em no-vembro de 2009, o curso de graduação e licenciatura. E já está funcionando.

Houve transformações nesse tem-po no que tange a metodologia da Educomunicação?

IS - O conceito da Educomunicação não está filiado a nenhuma tecnolo-gia específica. Você pode ter Educo-municação trabalhada com o corpo, com a música, com a voz, trabalhan-do com o teatro, com rádio e assim por diante. No início dos nossos pro-jetos, nós trabalhávamos muito com o rádio. O grande projeto foi Edu-com Rádio. E a opção pelo rádio, porque nós precisávamos era que o jovem falasse. Que ele escutasse sua própria voz e que ele mixasse essa sua voz com a voz dos colegas, com a voz dos professores, com a voz dos artistas, misturando a sua voz às mú-sicas. Isso permitiria, primeiramen-te, que ele melhorasse a sua dicção, mas especialmente permitir que ele tivesse uma visão de mundo, que ele ajudasse a construir coletivamente.

O que ainda precisa ser aprimorado?

IS - A difusão do conceito gerado pelas pesquisas do NCE (Núcleo de Comu-nicação e Educação). Foi um trabalho de conscientização de uma corrente de pensamento entregue para a so-ciedade. Nós necessitamos continuar pesquisando. Na verdade, o próprio Núcleo se envolve em tantos projetos de tal magnitude que acaba não tendo tempo para parar, olhar e documentar.

Como são desenvolvidos os trabalhos que já estão em andamento, como o do Ministério do Meio Ambiente?

IS - No caso do MMA, o trabalho se dá pela explicitação do princípio atra-vés da norma jurídica e depois pela ação do educomunicador. O educo-municador é um profissional de qual-quer área. Ele se converte educomu-nicador a partir do momento que ele adota os princípios, não exatamente porque ele fez uma faculdade, mas porque ele adota os princípios de Educomunicação e os implementa. É esse educomunicador e as organiza-ções que os hospedam que estão dan-do o boom para a Educomunicação.

Em uma entrevista, o senhor afir-mou que em 10 anos, a Educomuni-cação pode ser política pública em todos os municípios. De que forma isso seria possível?

IS - Isso é possível pelas alianças que se formam. Uma das nossas próximas metas é dialogar com o Canal Futura que já nos ofereceu diálogo. Visando um debate de difusão da Educomuni-cação a nível nacional.

Quais as vantagens que a Educo-municação traz para a educação?

IS - Traz um revigoramento, frescor. Permite que a escola cumpra o seu papel

A Educomunicação oferece à educação uma plataforma de trabalho

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as TICs – Tecnologias da Informação e da Comunicação – e a escola deci-de como usar. É uma perspectiva. A educação tem razão. É o campo dela. A comunicação, quando vê a educa-ção, a vê como coisa de pobre, coisa que não dá notícias. Nada acontece lá de importante que mereça cobertura. Tem um problema de autoafirmação dos campos. Essa autoafirmação sig-nifica que quem é especialista em educação entende que a educação já tá resolvida.

E como se resolve?

IS - A resolução aqui é colocada na perspectiva da prática cidadã, além de um olhar pro outro, de uma pers-pectiva determinada, no caso da educação olhando pra comunicação. Primeiramente olhando a comunica-ção como uma área que não respeita a educação. Trabalha com muita vio-lência, com muito sexo, com muitas coisas. A educação se previne contra esse universo. Ou senão usa utilita-riamente dos seus instrumentos. A Educomunicação trabalha a interface unindo os trilhos e colocando um mo-notrilho no meio e esse monotrilho tem mais liberdade de ação. Então, quando a gente fala de educomunica-ção a gente fala de um terceiro cami-nho. Um terceiro caminho que faz as aproximações, mas permitindo diálo-go entre os dois campos antagônicos.

Dê exemplos bem sucedidos em ou-tros países.

IS - A América Latina tem muita experiência em Educomunicação. A Bolívia é um dos países que tem maior prática. Na Colômbia nós va-mos ter, já nos anos 40, um grande

série do ensino fundamental. As crian-ças na época estão muito ativas e elas vão encontrar um objeto no qual vão mexer. Nós constatamos que no ensino fundamental a mudança é radical nas escolas que têm [educomunicação].

O que faz o educomunicador?

IS - O educomunicador pode trabalhar em muitos níveis. Existe o nível da con-sultoria. É o cidadão que entendendo de comunicação, de educação e Educo-municação, pode dialogar com setores, com governo, com a iniciativa privada, terceiro setor, escolas, assim por diante. Esse educomunicador ele é um gestor de processos, planeja e dá as condições de implementação de projetos. É uma espécie de assessor. E este mesmo edu-comunicador pode estar numa ONG desenvolvendo projetos. Pode estar na escola, pode estar na mídia. O que faz? Depende de onde está. Se ele está na mídia, vai cuidar da qualidade da infor-mação que a mídia está soltando para criança e adolescente. Onde as pessoas estiverem elas terão funções diferentes, porém o que as une é a mesma ideolo-gia que é a relação comunicação, edu-cação e cidadania.

Em sua teoria existe um problema entre a educação, comunicação e tecnologia. Qual é esse problema?

IS - A educação vê as tecnologias como um mundo a parte que fornece

projeto de rádio difusão educativa, feita por um padre católico em que ele distribuía aparelhos de rádio para alfabetização da população rural, indígena. Outro projeto educomu-nicativo da história chama-se MEB (Movimento da Educação de Base), também usando rádio na época do Paulo Freire nos anos 60. Paulo Frei-re tinha 15 mil rádios postos pelo Brasil afora em que os estudantes da UNE estavam juntos com a popula-ção para fazer o processo de alfabeti-zação. São projetos históricos.

E nas áreas acadêmicas, como está a Educomunicação?

IS - No Brasil, está se multiplicando. São as pesquisas de iniciação científi-ca e de mestrado. É objeto de estudo e os cursos de especialização se mul-tiplicam também. E finalmente duas graduações já estabelecidas, a USP e Universidade Federal de Campina Grande. A universidade já reconhece a hipótese da existência desse profissio-nal. É um reconhecimento importante.

Quem está na vanguarda da Edu-comunicação no País?

IS - Podemos dizer que as ONGs es-tejam na vanguarda e isso pela cons-ciência política e pela experiência dos organizadores dessas ONGs. Elas são herdeiras de um procedimento que algumas pessoas sistematizaram, co-locaram em prática com grande êxito.

De que forma os governos vêm in-centivando essa prática?

IS - O incentivo público se dá em espaços específicos. O Ministério da Cultura por meio dos pontos de cul-tura financia projetos. O Mais Edu-cação, do Governo Federal, está co-locando rádio e outros equipamentos em quatro mil escolas. É um dinheiro muito grande investido. Aos poucos, o aparato governamental começa a se abrir. Isso em função de demandas que estão existindo.

A Educomunicação trabalha a interface unindo os trilhos e colocando um

monotrilho no meio

entrevista Ismar Soares

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Informação quentinha. Grátis nas melhores padarias da região.

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MATÉRIA DE CAPA 14

MESTRES DA ConvEnIênCIA

4 EnTREvISTA

12 MIRAnTE

22 MEnSAgEnS DoS lEIToRES

23 ColUnA

24 EfEIToS DA PREgAção MIDIáTICA

59 5 PERgUnTAS PARA: JoECI CAMARgo

64 lIvRoS

65 álBUnS

66 oPInIão

67 foTogRAMA

CIDADES 26 CURITIBA EM DUAS RoDAS

29 DEMoRA nA EnTREgA DE CEnTRo CUlTURAl PREoCUPA PoPUlAção

EDUCAção32 DEPoIS Do EnEM,

ESPECIAlISTAS APonTAM CAMInhoS

EConoMIA / AgRICUlTURA36 BonS nEgóCIoS PARA

o MIlho

SAÚDE34 UM víCIo CARo (EM

ToDoS oS ASPECToS)

TURISMo46 lAS vEgAS: TERRA DA fAnTASIA, Do Jogo E Do SExo

PolíTICA20 vEREADoRA

InTERnACIonAl

CUlInáRIA E gASTRonoMIA52 SUBvERTER o PAlADAR

sumárioEditora MêsAno I – nº 10Novembro de 2011

ESPoRTE54 PRofISSIonAlIzAção DA “CAçA Ao TESoURo”

CUlTURA E lAzER56 É EM CASA qUE SE PRoMovE A CUlTURA

57 ÉPoCA nATAlInA ESTá ChEgAnDo

MEIo AMBIEnTE48 CARRo TAMBÉM SE RECIClA

50 UM EnTUlho DE PRoBlEMAS

CoMPoRTAMEnTo42 lEvAnDo o TRABAlho

PARA CASA

CoMPoRTAMEnTo44 TEMPo DE ConSUMIR E APRovEITAR

MoDA E BElEzA60 MEU DIáRIo DE MoDA

AUToMóvEl62 MInI CooPER onE, IgUAlMEnTE IMPonEnTE

TECnologIA40 TECnologIA TAMBÉM

PoDE ESTAR longE DAS MáqUInAS

AgRICUlTURA38 JARDIM PARAnAEnSE

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interessante observar a nossa volta que nada fica no lugar, tudo se desloca em tempo, espaço e, (re)significados, projetamos novas formas de ver as coisas, as pessoas e o meio que nos cerca. A Matéria de Capa desta edição mostra o movimento da mudança do

mercado de serviços e produtos, levando em conta novas necessidades dos consumidores. Em “Mestres da Conveniência”, você pode conhecer um nicho econômico com grande potencial de crescimento em Curitiba.

Mudança de casa para o trabalho. Muitas pessoas passam mais tempo no escritório do que na própria casa. Hoje, esse trajeto está se invertendo: do trabalho para a casa. São os “Home Offices”, uma opção de trabalhar junto ao conforto do lar, na reportagem de Comportamento.

De Curitiba para a Itália. É lá que a vereadora Renata Bueno está neste mês. Por aqui, as coisas mudaram para o lado dela, já que seus colegas estão furiosos com as declarações que ela deu à imprensa pouco antes da viagem. Veja os motivos e interesses de tamanho desconforto na reportagem de Política.

É bem verdade também que depois da mudança, nada se perde, tudo se transforma. Os idosos, por exemplo, que antes não tinham muitas perspectivas, hoje, têm elevado para o mais alto grau a nomenclatura de “melhor idade”. Os costumes mudaram e as necessidades também.

E tem gente que está mudando a Justiça de lugar. A juíza paranaense Joeci Camargo vai aonde o povo está. Sem demagogias políticas aparentes, ela leva há oito anos os tribunais para os bairros, atendendo a pessoas carentes. Leia em 5 perguntas.

Há mais sinais de que as coisas estão mudando. No campo, este ano, houve uma alteração na lógica de mercado. O milho que antes era deixado para segundo plano, na safrinha de inverno, passou a ser a “vedete” do momento, com bons preços e aumento da área cultivada no Paraná.

Tem pelo menos um problema na constante mudança das coisas. É que nem sempre ela caminha para onde seria um denominador comum adequado. Isso pode ser observado na relação com o meio ambiente (precisamos mudar de comportamento) e na educação (melhorar na qualificação humanística). Mostramos bons exemplos nesta edição.

De todo modo, há um bom começo para seguir: “seja a mudança que você quer ver no mundo”, diz a famosa frase de Dalai Lama. O caminho pode ser por aí.

Boa leitura!

editorial

expedienteA Revista MÊS é uma publicação mensal de atualidades distribuída gratuitamente. É produzida e editada pela Editora MÊS EM REVISTA LTDA. Endereço da Redação: Alameda Dom Pedro II, 97, Batel – Curitiba (PR) Fone / Fax: 41. 3223-5648 – e-mail: [email protected]

REDAÇÃO Editora-executiva e Jornalista responsável: Arieta Arruda (MTB 6815/PR); Repórteres: Mariane Maio, Roberto Dziura Jr. e Iris Alessi; Arte: Tércio Caldas; Fotografia: Roberto Dziura Jr.; Revisão: Larissa Marega; Direção comercial: Paula Camila Oliveira; Distribuição: Sandro Alves; Publicidade: Lucile Jonhson - [email protected] – Fone: 41.3223-5648; Produção gráfica: Prol Editora Gráfica; Colaboraram nesta edição: Tiago Oliveira, Márcio Baraldi, Wilson Andersen Ballão, Re-nato Sordi, Aguinaldo Rodrigues e Mino Carta (Carta Capital).

Auditoria: ASPR - Auditoria e Consultoria.

Mudar. Mas para onde? É

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Pré-campanha

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Beto hichtlerÉ fato. A fala da presidenta Dilma durante o evento de anúncio da liberação de recursos federais para a construção do metrô de Curitiba foi censurada pela TV Educativa do governo Beto Richa (PSDB) sim. Profissionais da emissora teriam ouvido uma pessoa com poder dentro da emissora aos gritos dizendo: “Tira essa daí”, mandando retirar as ima-gens da Presidenta do ar. O clima na emissora não ficou muito bom depois dessa atitude.

Plano de governoFazendo valer sua imagem de criterioso, o pré-candidato Gustavo Fruet (PDT) já escolheu o primeiro nome de sua equipe de pré-campanha: o doutor em Economia e professor do Curso de Economia da UFPR, Fábio Scatolini. Ele será o responsável pela elaboração do seu programa de governo para as eleições do ano que vem. No mais, Fruet con-tinua o trabalho de construir uma aliança forte para a disputa.

fala RubensO deputado federal Rubens Bueno (PPS) conquistou na justiça o direito de ter acesso às cópias das notas fiscais dos gastos com publicidade da Câmara de Vereadores de Curitiba no período de 2006 a 2009. Período em que a esposa do presidente João Cláudio Derosso (PSDB) prestou serviços para a Casa. São 8.232 páginas de documentos. Será que o pedido do deputado federal foi motivado por acreditar que os vereadores não serão capazes de investigar o ocorrido? Seria importante o deputado começar a falar o que já encontrou nesses documentos.

Excelente trocaDepois de 50 anos de ilegalidade, o presidente da Assembleia Legislativa, Valdir Rossoni (PSDB), mandou acabar com o abono de Natal que era pago aos seus servidores. Parabéns? Não. Ele criou outros penduricalhos para com-pensar a “perda”. Os deputados criaram um vale-refeição no valor de R$ 400 por mês. Este ano, para se igualar ao abono, os servidores receberão retroativo ao mês de setembro, ou seja, R$ 1.600. Piada, só pode.

DeselegânciaA avaliação dos estrategistas do governo tucano que sugeriram não permitir a veiculação das imagens da Presidenta da República na TV do Estado do Paraná só serviu para mostrar o quanto há de autoritaris-mo instalado no governo e a miopia que habita o poder no Palácio das Araucárias. Dilma foi só elogios à Curitiba e ao Paraná. Richa perdeu uma grande chance de se apresentar maior do que é ao aparecer para o Estado ao lado da Presidenta.

Tentou consertarO governador Beto Richa (PSDB), numa tentativa desesperada de con-sertar o grande erro cometido depois de verificar a repercussão na im-prensa paranaense, teria ligado para meio mundo, em Brasília, tentando se desculpar e dizendo que nada tinha a ver com o episódio. Não deve ter tido muito sucesso em seus argumentos, pois o sentimento na Capital federal é que o tucano, além de muito mal educado, não é muito dado a relações republicanas.

Documentos

Pesquisa que a MÊS teve acesso dá conta de que 56% dos eleitores apoiam a aliança de Gustavo Fruet com o PT. Outro cenário estudado pelos pré-candidatos aponta o candidato do PDT em 1º lugar com 26%, Ra-tinho (PSC) está em segundo (22%), Ducci (PSD) tem 18%, Vanhoni do PT (14%) e o peemedebista Greca (5%). Neste comporta-mento, Ratinho não deve crescer por falta de inserção nas classes A e B, já Gustavo Fruet tem aceitação de todas as classes sociais. A pesquisa também mostra maior rejeição entre Greca, Ducci e Ratinho, nesta ordem. R

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Constrangimento totalÉ constrangedora a situação em que a TAM coloca seus comissários e passageiros por conta dos assentos reser-vados para serem vendidos por R$ 20,00. Sempre que um passageiro quer utilizar esses assentos, óbvio quando estão desocupados, são abordados pelos funcionários da companhia dizendo que aquele lugar é reservado para quem os adquiriu no ato do check-in. Ao ouvirem dos passageiros que mesmo assim sentarão, pois as poltronas estão vazias, os funcionários se desculpam dizendo que apenas cumprem determinação da empresa.

Defesa para os paranaensesMomento histórico para a Justiça do Estado. No fim do mês passado, foi criada de fato e de direito a Defensoria Pública do Paraná. Destinada à defesa dos direitos de pessoas que não têm condições de contratar um advoga-do, o órgão terá a sua frente a defensora pública-geral, Josiane Fruet Bettini Lupion, e mais nove defensores que completam a equipe. Já não era sem tempo. Há 20 anos esse projeto espera por aprovação. O Paraná é uma das últimas unidades federativas que ainda não contava com a defesa pública.

Bate Pronto

“Estou recomeçando a trajetória sem obsessão e analisando os cenários”Afirma Gustavo Fruet (PDT), também pré-candidato, em seu Twitter

“Os números nos dão uma posição, demonstrando que a população quer isso também”

Disse Ratinho Jr. (PSC) sobre sua pré-candidatura à Prefeitura (eleições 2012)

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avar o carro, comprar a co-mida do jantar para receber os amigos, ter frutas frescas e picadas para o lanche diá-

rio da tarde, ir à manicure e arrumar os cabelos para a festa do final de se-mana. São serviços que a maioria das pessoas necessita em um momento ou outro da vida. O difícil é conseguir encaixar essas necessidades “extras” com a agenda atribulada do dia a dia. O horário de almoço já não dura duas horas e o de saída vira e mexe pas-sa das 18h. Para muitos, o sábado e o domingo também são sinônimos de

tos, hoje você leva meia hora, 40 mi-nutos, conforme o horário e, às vezes, você consegue chegar, mas não con-segue estacionar”, analisa a professo-ra do departamento de Administração da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Ana Paula Mussi Qherobin.

A mudança do perfil dos consumido-res, aliado ao crescimento do setor de Serviços e Comércio dá o tom do po-tencial econômico desse setor. Dados do Instituto Paranaense de Desenvol-vimento Social e Econômico (Ipardes) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o se-tor de Serviços e Comércio foi respon-

mais trabalho. O trânsito da cidade igualmente não colabora. O percurso ficou mais longo e demorado.

Pensando na conveniência do consu-midor, muitas empresas estão levan-do estes e outros serviços ao cliente. “Toda empresa busca oportunidades de mercado, que vão surgindo na me-dida em que a sociedade muda seu comportamento. As pessoas estão cada vez com menos tempo dispo-nível para pequenos serviços. Essas coisas eram feitas durante o dia, no horário do almoço ou pelas mulheres que não trabalhavam fora. Além disso, uma coisa que você fazia em 10 minu-

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Mestres da conveniência

matéria de capa

Empreendedores cansaram de esperar pelo cliente e viram uma oportunidade de negócio ao oferecer o serviço no local de trabalho; hoje é possível lavar o carro no pátio da empresa e receber fruta todo dia no serviço

Mariane Maio - [email protected]

Empresa oferece lavagem de carros no próprio trabalho de alguns clientes

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PASSo A PASSoAprenda com os especialistas

Ter total comprometimento, determinação e perseverança

Ter senso de oportunidade e orientação por metas

Persistir na resolução de problemas

Ter autoconhecimento e senso de humor

Buscar e obter feedback

Atribuir a si o seu desempenho

Demonstrar tolerância ao estresse à ambiguidade e à incerteza

Procurar correr riscos moderados

Lidar bem com o fracasso

Formar uma equipe

sável por quase 64% do Valor Adicio-nado Bruto (valor que se agrega para a formação do Produto Interno Bruto [PIB]) do Estado em 2008, o que equi-vale à soma da riqueza gerada de apro-ximadamente R$ 99 milhões, dos R$ 154.638 milhões totais.

Por isso, é bom os novos empreen-dedores ficarem atentos a essa área. Para Roberto Janz, consultor de vare-jo do Sebrae-PR (Serviço de Apoio às Micros e Pequenas Empresas), ainda há muita expansão pela frente. “É um seguimento que tem muito a crescer, se profissionalizar e inovar”.

Carro sempre limpo

Da necessidade ao negócio. A marca Esquadrão do Carro surgiu quando

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Setor de serviços e comércio foi responsável por quase 64% do Valor

Adicionado Bruto em 2008

“Uma van, totalmente autônoma, que onde quer que fosse, pudesse execu-tar o serviço no local sem gerar resí-duo e sem consumir energia”, explica Juliana. O automóvel montado por eles é completamente equipado para fazer a limpeza a seco de até 50 veí-culos. Além da limpeza interna e ex-terna, a empresa oferece, entre outros serviços, a cristalização de vidros, higienização interna e hidratação de bancos de couro. “A gente chega, arma nosso acampamento e desarma. No final do dia, quando a gente vai embora, ninguém percebe que passa-mos por ali, porque não fica resíduo, não fica nada”, afirma a sócia.

O Esquadrão atende de segunda a sexta-feira empresas pré-estabelecidas e de sábado, os clientes em geral, em um posto no Alfaville, de Pinhais. Os agendamentos de horário, tanto dos funcionários, quanto da população em geral, são feitos pelo site da empresa.

O grupo, que atende de 250 a 300 carros por mês, antecipa que já está preparando a nova van para o início do ano que vem, pois há convites para atuar no estacionamento das em-presas Renault, Petrobras, Positivo Informática e Celepar. Futuramente, a empresa pensa ainda em entrar no mercado de franquias. “A gente está preparado, já deixou tudo isso escrito em books e roteiros para fazer o pas-so da franquia”, antecipa Juliana.

Apesar de não precisar de um ponto fixo, o investimento inicial da em-presa foi alto, cerca de R$ 200 mil, pois foi necessário comprar equipa-mentos e o automóvel, que foi todo adaptado para essa finalidade. Mesmo não divulgando os dados financeiros da empresa, os sócios afirmam que o lucro pode variar de 40% a 200%, dependendo do serviço. “Por que o nosso ticket-médio [valor médio das vendas] é alto? Porque, normalmente, para fazer esse tipo de serviço deman-da tempo e é o que a pessoa não tem. Como a pessoa deixa o carro de

um dos sócios, José Ângelo Simão, encontrou dificuldades ao tentar la-var seu próprio carro em um sábado. “A gente tinha um casamento para ir, o carro estava muito sujo e ele saiu de manhã para levar o carro para la-var”, lembra Juliana Ares Pereira, também sócia junto com Rodrigo Assis Correa. Depois de verificar em alguns estabelecimentos próximos de casa, viu aí uma oportunidade de negócio ao ter de voltar para casa com o carro sujo.

Após três anos amadurecendo a ideia e um ano de planejamento, o trio lan-çou a empresa em maio deste ano.

Para eles, independentemente da empresa, os processos de planejamento e organização financeira têm de ser os mesmos. É preciso fazer um estudo inicial do negócio muito detalhado, pesquisar o mercado, avaliar a viabili-

dade e os possíveis fornecedores e fazer um planejamento financeiro. Outro diferencial, segundo Roberto Janz, consultor do Sebrae-PR, é a dedicação

exclusiva ao negócio e ser apaixonado pelo que faz.

Conheça as 10 características do Empreendedor de Sucesso:

Iniciado o voo no mundo dos negócios, qualquer parada significa queda. Por isso, seu destino e seus objetivos têm de estar bem claros.

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matéria de capa

manhã, e só vai pegar às seis horas da tarde, ela pode fazer”, explica Simão. Paga-se pela conveniência, combi-nando ao ditado: “tempo é dinheiro”.

fruta do Dia

Outro empresário que fez da conve-niência seu modelo de negócio foi o educador físico Marcos Vinícius Albuquerque Alves. Após pedir de-missão do funcionalismo público, Alves passou a trabalhar com o pai comprando frutas e revendendo para grandes empresas. Depois de um tem-po recebeu um pedido de funcionárias do banco HSBC para que ele levasse frutas selecionadas diariamente para elas. Aí surgiu o Clube da Fruta. No início de fevereiro deste ano, eram 45 consumidores e, hoje, já são aproxi-madamente 2.900 clientes em 50 em-presas, em Curitiba.

Todos os dias ele e mais oito fun-cionários trabalham para separar e processar os quase 5 mil kg de frutas servidas diariamente aos clientes. Em dois turnos. O primeiro começa às 4h e vai até às 12h e outra parte começa às 17h e vai até às 23h. Os clientes

recebem todos os dias duas frutas la-vadas e embaladas. Para contratar o serviço é preciso ter no mínimo 10 funcionários no mesmo local e pagar R$1,40 por dia útil.

Com um investimento inicial peque-no, apenas um veículo adequado para o transporte e um local para separar as frutas − atualmente alugado −, Alves garante que 25% do valor bru-to recebido é lucro da empresa. Ele já pensa em ampliar para atender a Região Metropolitana de Curitiba e ainda tem propostas para abrir uma filial em Florianópolis (SC). Até de-zembro, a previsão do empresário é atender cinco mil pessoas. Para ele, o grande incentivo é a comodidade e o apelo saudável. “A questão da gen-te oferecer a fruta manipulada, limpa no local de trabalho, em vez de comer um chocolate, bolacha, come a fruta, que é muito mais saudável”, diz.

A estagiária do Tribunal de Justiça, Valéria Karina Lesniowwski, é uma das pessoas que trocou as bolachas re-cheadas para aderir ao Clube da Fruta. Apesar de sempre consumir frutas em casa, Valéria admite que não estendia o hábito ao local de trabalho. “Achei uma ideia boa, porque normalmente

a gente não tem coisa para comer à tarde no trabalho. E sempre que saía para comprar, acabava comprando chocolate, coisas mais pesadas, que engordam. Vindo as frutas todo dia, alimenta o suficiente para não sentir forme e é saudável”, diz.

Beleza em qualquer lugar

Outro serviço a domicílio que está chegando à Curitiba é o Web Salão. Foi lançado em outubro, mas estará disponível ao público em geral so-mente a partir da segunda quinzena deste mês. Moradoras da Capital po-derão contratar serviços de beleza e bem-estar pelo site e receber onde e quando desejarem. “Na minha épo-ca de faculdade [de Marketing], nos finais de semana, eu trabalhava no

nEgóCIoSSAIBA MAIS SOBRE AS EMPRESAS CITADAS NA REPORTAgEM:

O ESquAdrãO dO CArrO www.oesquadraodocarro.com.br

CluBE dA FrutA www.clubedafruta.net

WEB SAlãO www.websalao.com

EiSmAnn www.eismann.com.br

Roberto Dziura Jr.

Yara percebeu a falta de tempo das mulheres de ir ao salão e abriu uma empresa que leva o salão até elas

No início do ano, o Clube da Fruta que atendia 45 pessoas, hoje já tem aproximadamente 2.900 clientes

Rob

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oPoRTUnIDADES

salão de beleza da minha prima. E participando dessa realidade conse-gui detectar algumas necessidades desse público. Tanto nas clientes, quanto nas profissionais e no modelo que existe de salão de beleza”, conta a empreendedora Yara Lúcia de Me-nezes Garcia, que percebeu a falta de tempo de muitas clientes e teve a ideia da empresa quando protocolou um projeto para seu Trabalho de Con-clusão de Curso (TCC).

“Como é muita mulher no escritório, a gente sempre usa o horário do almo-ço. Poucas meninas têm carro, então tinha de juntar todo mundo e fazer aquela caravana. Mas sempre liga-va lá e não tinha horário para todas. [Quando tinha] era aquela correria. Quando a Yara comentou do Web Sa-lão falamos ‘era isso que a gente pre-cisava’”, afirma Fernanda Wenceslau Cabral, funcionária da organização Junior Achievement, que junto com

suas colegas de trabalho foi a primei-ra cliente do Web Salão.

Manoele Ruiz, também colaboradora da Junior Achievement, aproveitou para fazer as unhas junto com as colegas. “Quando fiquei sabendo, achei genial, porque vem bem a calhar com a correria do nosso dia a dia. Muitas pessoas que trabalham fora não têm tempo dispo-nível para ir ao salão, ou tem um salão próximo ao local de trabalho”, diz.

1. Raquel Garcia

Dona de um salão de beleza

Gostaria de receber uma empresa de limpeza. “Que fossem vários profis-sionais e fizessem um mutirão”.

4. Alicia BatistaFisioterapeuta

Gostaria de contar com serviços bancá-rios. “Já tem a internet, mas tem coisa ainda que precisa ir ao banco e também fico com medo de vírus e hacker”.

3. Cézar BrasilAgente de viagens

Apreciaria se as concessionárias de veículos viessem até o cliente buscar o veículo e depois devolves-sem, no caso de uma revisão.

2. Vitor Dany de AndradeGerente de fomentos

Acredita que uma equipe que lavasse o seu carro seria um ser-viço interessante.

5. Cristy Haddad FigueiraAdvogado

Preferiria receber as compras do mês do supermercado em casa.

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.A reportagem da Revista MÊS foi às ruas para descobrir qual serviço as pessoas gostariam de receber em

casa ou no trabalho. Veja algumas das respostas:

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Por isso, as clientes normalmente não se importam em pagar um valor a mais pela comodidade. Para ela, ape-sar do valor de manicure pago pelo Web Salão ser uma pouco mais alto, vale a pena. “Acho que é um valor que não interfere muito. Como é uma diferença pequena, vale muito a pena pela comodidade de ser atendida no trabalho ou em casa”.

Neste início, Yara estima atender com seu negócio cerca de 32 pessoas dia-riamente, com oito funcionárias ca-dastradas. Mas, futuramente, o núme-ro pretende ser bem maior. Em cinco anos, ela pretende estar atendendo 2.100 pessoas por mês e ter 221 pro-fissionais. Esses números, baseados em pesquisas, mostraram que seu foco é a mulher que está no merca-do de trabalho, tem de 19 a 44 anos e está na internet.

Segundo ela, quando o sistema tiver completamente instalado na Capital, pretende ampliar para outras capitais do Brasil. “No Paraná, a ideia é ir crescendo para as regiões próximas. Primeiro vamos para a Região Me-tropolitana e depois para o Interior”, afirma Yara.

Ultracongelados na porta de casaUm grupo alemão que há 36 anos ven-de alimentos ultracongelados na porta de casa, o Eismann, também perce-beu a oportunidade em Curitiba e, em março de 2010, iniciou as atividades na Capital, sendo a primeira opera-ção fora do continente Europeu. “Nós temos no histórico aqui do Brasil, o padeiro, o leiteiro. Então, quando nós começamos a trabalhar e apresentar o serviço, muita gente se identificou”, conta Fabrício Alencar Pereira, geren-te de marketing da marca Eismann.

Para ele, essa questão do relaciona-mento é um fator determinante para o sucesso do negócio. “A cada dia o tratamento que os clientes recebem nos pontos de venda ficam mais im-pessoais”, lembra, explicando que o fluxo de visita dos representantes da Eismann é de 15 em 15 dias.

Outra vantagem é a comodidade. “O cliente não precisa sair da sua casa, se deslocar até um estabelecimento comercial para comprar alguma coi-sa. Ele é atendido na porta de casa e tem a garantia do dia e horário que

será atendido novamente. Isso per-mite que ele tenha uma programa-ção. O pagamento é feito por débito ou crédito na porta de casa. Hoje, o trânsito das cidades está cada vez mais difícil e as pessoas estão bus-cando cada vez mais alternativas para ganhar tempo”.

Por mês, a empresa recebe de um a dois containers de alimentos impor-tados, que representam 60% do mix de produtos. Apesar de não divulgar o balanço financeiro da empresa, a quantidade de produtos impressiona. São vendidos de 10 a 22 toneladas por mês de alimentos, em 30 cami-nhões para entrega. A marca atende hoje a grande Curitiba e algumas ou-tras cidades que estão em processo de teste. A ideia é que a expansão seja iniciada dentro do Paraná em 2012.

Promissor

Essa forma de vender ou oferecer o serviço é mais moderna e tecnológi-ca, segundo o consultor do Sebrae--PR, Roberto Janz. “Volta ao concei-to do velho freguês. Antigamente, a gente tinha aquele freguês que tinha um atendimento diferenciado, que re-cebia o pão em casa. Esse conceito do passado com modernidade, com mais opções que a vida moderna exige. É uma repaginada do passado. Você cria esse relacionamento com o clien-te muito mais customizado. Os pro-dutos de forma geral são muito pare-cidos. O que diferencia uma empresa da outra é o serviço”.

Assim, este apresenta-se como um mercado dos mais promissores. “Há muita expansão pela frente ainda nes-sa área. E mesmo lojas que são tra-dicionais podem começar a trabalhar com esse canal de venda também. Hoje, você já vê empresas que anti-gamente só vendiam em lojas e hoje já vendem por catálogos”.

matéria de capa

Um jantar de última hora com os amigos não é mais problema; empresa entrega alimentos ultracongelados em casa

Roberto Dziura Jr.

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vereadora internacional

Em dois anos, Renata Bueno gastou mais de R$ 28 mil em viagens para fora do Brasil; especula-se que o interesse dela é se candidatar ao Parlamento Italiano

Mariane Maio - [email protected]

o final do mês passado, o destempero da vereadora de Curitiba (PR), Renata Bueno (PPS), ascendeu

uma discussão sobre o papel do ve-reador e do uso do dinheiro público. A parlamentar afirmou ao jornalis-ta Chico Marés, da Gazeta do Povo, que sua produção fora da Câmara era muito maior comparada ao tempo em plenário “aguentando” os demais ve-readores. “É um bando de gentalha que não produz nada, passam horas e horas se lamentando, fazendo teatro”, afirmou a vereadora que havia acaba-do de ter seu pedido de justificativas de faltas negado pelos demais cole-gas, ao solicitar uma viagem interna-cional à Itália, onde faria uma etapa de seu doutorado.

A forma nada cordial com que Renata se referiu aos pares desencadeou uma representação contra ela no Conselho

n

política

de Ética. A justificativa é que Renata quebrou o decoro parlamentar, pois manchou a imagem dos vereadores e da Casa. Caso seja aceita a denúncia, a pena mais provável será a suspensão temporária do mandato, mas alguns vereadores já falam até em cassação. “Respeitar a Instituição é o mínimo que ela podia fazer”, afirma o vereador Pe-dro Paulo (PT), que propôs a represen-tação aos demais vereadores. Segundo ele, o limite entre liberdade e respeito foi ultrapassado pela nobre colega.

Internacional

Viagens internacionais são frequen-tes no currículo da vereadora. Desde 2009, ela já pediu ao legislativo mu-nicipal licença e contribuição finan-ceira para cinco viagens para fora do Brasil. A última delas foi, inclusive, à cidade de Roma, na Itália, onde Rena-ta esteve em fevereiro deste ano para oficializar convênio entre a Universi-dade Federal do Paraná (UFPR) e a

vEJA AS vIAgEnS REAlIzADAS PElA vEREADoRA REnATA BUEno (PPS) E SUA ASSESSoRIA

Universidade de Roma Tor Vergata. Até o momento, os gastos do gabinete

DATA / loCAl MoTIvo vAloR

VErEAdOrA rEnAtA BuEnO19 a 21/08/2009 / Rio de Janeiro (RJ) Seminário Cidades Sede Copa do Mundo 2014 R$ 1.980,0804 a 20/09/2009 / Colônia (Alemanha) Visita e Diálogo de Representantes Políticos- Delegação de Mulheres Políticas R$ 9.475,0030/11 a 01/12/2009 / Belo Horizonte (MG) 1º Encontro Nacional de Lideranças “Mulheres Debatem o Brasil” R$ 965,5031/03 a 03/04/2010 / Santa Cruz de La Sierra (Bolívia) Troca de Experiências- Comissão de Direitos Humanos R$ 1.064,4007 a 09/04/2010 / Foz do Iguaçu (PR) 4ª Conferência Estadual das Cidades R$ 1.397,5228 a 30/07/2010 / Aracaju (SE) XV Encontro Nacional de Vereadores R$ 1.558,8327 a 29/08/2010 / Província de San Juan (Argentina) XXII Congresso Latino Americano de Parlamentares Municipais R$ 4.260,0009 a 12/12/2010 / Punta Del Este (Uruguai) Encontro do Comitê Latino Americano de Parlamentares Municipais R$ 2.973,9201/02/2011 / Brasília (DF) Cerimônia de Posse dos Deputados Federais R$ 1.057,0010 a 19/02/2011 / Roma (Itália) Oficialização de Convênio entre UFPR e Universidade de Roma Tor Vergata R$ 10.609,5011 a 12/04/2011 / São Paulo (SP) Seminário Cooperação Brasil/União Europeia R$ 1.398,6131/03/2011 / Brasília (DF) Encontro com Embaixador da Itália- representando as comunidades italianas/ PR R$ 1.576,26TOTAL: R$ 38.316,62

AnA PAulA BArmAnn (ASSESSOrA)TOTAL: R$ 4.330,70

mAriStElA WEiSS ZimErmAnn (ASSESSOrA)TOTAL: R$ 3.916,68TOTAL GERAL: R$ 46.564,00

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de Renata Bueno com viagens (dela e de mais duas assessoras) foram de R$ 46.564,00 mil, sendo R$ 32.431,67 apenas com os destinos internacio-nais. (Veja na tabela)

Desta vez, a viagem para a Itália está sendo bancada com recursos próprios, mas os mais de 20 dias que Renata ficará sem trabalhar em sua função na Câmara de Vereadores não serão descontados de seu salário, pois o re-gimento interno da Casa não determi-na que isso seja feito. Em seu site, a vereadora colocou um comunicado e um vídeo explicando o motivo de sua viagem e garantindo que se trata de in-teresses públicos. “Fui convidada pela Universidade de Roma para fazer um doutorado, com intuito de viabilizar o Código de Leis do Município de Curi-tiba. [...] Meu trabalho possibilitará aos cidadãos curitibanos maior acessi-bilidade às leis da nossa cidade, e com isso poderão ter conhecimento de seus direitos e deveres. Certamente, esse legado para nossa cidade terá um va-lor inestimável, o que justifica de for-ma plena minha ausência por alguns dias”, comenta a vereadora.

Gasto do gabinete de renata em viagens foi de r$ 46.564 em dois anos

outros interessesNos bastidores políticos, especula-se que essa conduta da vereadora tem um interesse maior para ela. Segundo fontes da Câmara de Vereadores, Re-nata Bueno já demonstrou desejo em concorrer a uma vaga ao Parlamento Italiano, em 2013.

Segundo o professor Augusto do Ama-ral Dergint, os países da América Latina podem eleger legalmente representan-tes estrangeiros que serão responsáveis pelos interesses dos italianos que vivem fora de seu país. Dergint explica que, para concorrer ao cargo, a pessoa preci-sa ter também cidadania italiana, que é o caso da vereadora Renata Bueno. Ela que também é representante brasileira do Partido Democrático Italiano.

De acordo com a assessoria de impren-sa da vereadora, existe muita aproxi-mação entre a vereadora e os políticos italianos, mas essa intenção não está certa. “Ela tem contato com bastante gente do PD, que é o Partido Demo-crático Italiano, mas até agora não tem nada definido”, garante o assessor.

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vEJA AS vIAgEnS REAlIzADAS PElA vEREADoRA REnATA BUEno (PPS) E SUA ASSESSoRIA

Para esclarecer algumas questões sem resposta no material disponibilizado, Renata Bueno foi procurada pela re-portagem da Revista MÊS, mas já es-tava fora do País. Sua assessoria de imprensa informou que a vereadora voltará apenas dia 20 de novembro.

Ao analisar a função de um vereador, o professor de Direito de Integração Re-gional da Unicuritiba e doutor em Di-reito Internacional, Augusto do Amaral Dergint, afirmou que “teoricamente a competência pelas questões internacio-nais é da União e do Executivo”.

Para ele, é preciso saber o caso con-creto para analisar se a vereadora precisaria ou não participar dessas viagens e conversas. “Acho questio-nável, mas precisaria ouvir a expli-cação dela para saber se é plausível. Digo que não seria impossível [ela fa-zer negociações internacionais], mas acho estranho”, analisa Dergint.

DATA / loCAl MoTIvo vAloR

VErEAdOrA rEnAtA BuEnO19 a 21/08/2009 / Rio de Janeiro (RJ) Seminário Cidades Sede Copa do Mundo 2014 R$ 1.980,0804 a 20/09/2009 / Colônia (Alemanha) Visita e Diálogo de Representantes Políticos- Delegação de Mulheres Políticas R$ 9.475,0030/11 a 01/12/2009 / Belo Horizonte (MG) 1º Encontro Nacional de Lideranças “Mulheres Debatem o Brasil” R$ 965,5031/03 a 03/04/2010 / Santa Cruz de La Sierra (Bolívia) Troca de Experiências- Comissão de Direitos Humanos R$ 1.064,4007 a 09/04/2010 / Foz do Iguaçu (PR) 4ª Conferência Estadual das Cidades R$ 1.397,5228 a 30/07/2010 / Aracaju (SE) XV Encontro Nacional de Vereadores R$ 1.558,8327 a 29/08/2010 / Província de San Juan (Argentina) XXII Congresso Latino Americano de Parlamentares Municipais R$ 4.260,0009 a 12/12/2010 / Punta Del Este (Uruguai) Encontro do Comitê Latino Americano de Parlamentares Municipais R$ 2.973,9201/02/2011 / Brasília (DF) Cerimônia de Posse dos Deputados Federais R$ 1.057,0010 a 19/02/2011 / Roma (Itália) Oficialização de Convênio entre UFPR e Universidade de Roma Tor Vergata R$ 10.609,5011 a 12/04/2011 / São Paulo (SP) Seminário Cooperação Brasil/União Europeia R$ 1.398,6131/03/2011 / Brasília (DF) Encontro com Embaixador da Itália- representando as comunidades italianas/ PR R$ 1.576,26TOTAL: R$ 38.316,62

AnA PAulA BArmAnn (ASSESSOrA)TOTAL: R$ 4.330,70

mAriStElA WEiSS ZimErmAnn (ASSESSOrA)TOTAL: R$ 3.916,68TOTAL GERAL: R$ 46.564,00

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Resposta: É Alisson, a Revista MÊS tem distribui-ção gratuita e você pode encontrar nas principais ban-cas de Revista de Curitiba, em Cafés, Restaurantes e Prédios comerciais. Caso queira receber em sua casa, envie seu endereço (rua, bairro e CEP) pelo contato: [email protected]

AssinaturaLi a Revista Mês em diferentes lugares, porém como não vou a estes lugares com frequência, gostaria de saber o que devo fazer para recebê-la ou onde posso adquiri-la? Alisson Martins

Gostaria de receber a revista, principalmente por ter conteúdo voltado ao nosso estado. Vitor Souza

Boa Tarde. Me interessei muito em receber essa revista em minha casa. Jéssica Tiemi

Edição do mês de outubroAs cartas da Revista MÊS são de mensagens enviadas à redação por correspondência ou de recados deixados em nosso perfil no Twitter: @mes_pr ou no Facebook: MÊS Paraná. Participe!

CoMEnTáRIoGostaria de dizer que é a segunda revista que recebo e adorei as duas, assuntos abordados são interessantes, ima-gens são boas, a página dedicada ao leitor para dar opinião é interessante. Parabéns pela revista. Comentei com meu amigo no trabalho, ele olhou e gostou da revista e quer receber um exemplar. Segue endereço do meu amigo.

Clayton de Barros lima

qUAlIDADETive oportunidade de ler dois ou três exemplares desta revis-ta e achei o conteúdo de ótima qualidade, inclusive utilizei uma reportagem “A nova cara do Paraná” em uma de mi-nhas aulas, então gostaria de receber a revista mensalmente.

Tânia Suráia

mensagens do(a) leitor(a)

Tive a oportunidade de ler a Revista Mês de agosto/2011 e achei muito boa.Gilberto Araújo

Gostaria de receber a REVISTA MÊS em minha residência, pois a recebemos em nosso escritório no Batel e vemos que as matérias são super interessantes e atualizadas. Simone Francos da Silva

Olá, li a edição mensal e gostei muito do material que encontrei!Simone Marques Pereira

Jimi vargas @mes_pr adoro as matérias de empreendedorismo! Me mo-tiva muito!

Marlene Pagoto Recebi a Revista Mês Paraná e gostei muito das informa-ções! Parabéns!

Carlos Machado Gostei da matéria sobre a Rua 24 Horas. A expectativa de reabertura é grande. E espero que desta vez, a Prefeitura faça a coisa certa. Parabéns pela matéria!

ConhECIMEnToTive conhecimento da Revista Mês através de uma banca de revista/jornais na praça Rui Barbosa, gostei muito da revista e quero receber em casa.

Daniele Lima

AgRADECIMEnToQuero agradecer por esta maravilha de revista e gostaria muito de recebê-la em casa todo mês as edições.

Alessandro Fernando Riskoveski

lEITURALi a edição nº 8 e gostei muito.

Edson Luiz Gusi

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REVISTA MÊS | NOVEMBRO DE 2011 | 23

sobre a política

Por Tiago Oliveira [email protected]

A pequenez política

O Paraná presenciou no último mês um espe-táculo de quanto a política pode ser rasteira. E não estou me referindo a qualquer caso de corrupção envolvendo vereadores ou passeios de helicópteros entre “primos” até hoje muito mal explicados. Falo sobre o episódio em que a TV Educativa, empresa estatal comandada pelo governador Beto Richa (PSDB), vetou – isso mesmo leitores –, vetou a aparição da presidenta Dilma Rousseff durante evento onde ela anunciou os recursos necessários para a construção do metrô de Curitiba.

O governador tem todo o direito de concordar ou não com o combate aos “mal feitos” patro-cinados pela presidenta. Pode até achar que a inclusão de milhões de brasileiros na chamada nova classe média fruto das políticas econô-micas sociais dos governos de Dilma e de seu antecessor não deveria acontecer. Pode até não gostar do partido da mulher. Mas, querendo ou não, é a presidenta de todos os brasileiros. Imprimir a censura, proibir a veiculação do pronunciamento dela é um despotismo desca-bido com o nosso tempo. Nem o “Czar”, que cuidava daquela emissora como se fosse sua, seria capaz de uma atitude tão sórdida.

E não me venha o governador dizer que não foi um ato de censura, de mordaça. Como, aliás, tentou fazer ao telefonar para interlocu-tores em Brasília. Dizer que foi um problema técnico ou que ele não sabe o que aconteceu. A coluna Mirante informa nesta edição que houve comando para tirar as imagens do ar. Que uma pessoa do alto escalão da emissora, portanto pré-posto do governador, aos gritos,

determinou que as imagens fossem cortadas. Logo, foi um ato de governo.

Ato de governo, que mais do que ferir o prin-cípio democrático da livre informação, atenta contra o princípio federativo. Um governador que trata desta forma um líder de Estado não poderá reclamar se ficar a pão e água. E quem perde por conta da mesquinharia política do governo do nosso Estado? Nós, os pobres mor-tais que votamos e pagamos religiosamente nossos impostos.

Sorte nossa que a presidenta Dilma já deu mos-tras de seu comportamento republicano. Seja ao convidar o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) para eventos, seja destinando verbas para todas as importantes obras, inde-pendentemente do partido que esteja alojado nos governos estaduais ou municipais. Isso nos assegura que não sofreremos retaliações.

A postura do governo do Paraná foi irrespon-sável e lastimável. Digna de um “piá de pré-dio” que acha que o vento do ar condicionado é só para empinar sua pipa ou que o tapete é apenas para suas bolinhas de gude. O velho Richa, se estivesse entre nós, com certeza, reprovaria esta atitude.

Proibir a veiculação do pronunciamento é um despotismo

descabido com o nosso tempo

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Editorial de Mino Carta, Carta Capital (04.11.2011)

Efeitos da pregação midiática

No princípio era e é a mídia. A prima-zia vem de longe, mas se acentua com o efeito combinado de avanço tecno-lógico e furor reacionário. De início a serviço do poder até confundir-se com o próprio, um poder ainda me-dieval de muitos pontos de vista, na concepção e nos objetivos.

Ao invocar o golpe de Estado de 1964, os editorialões receitavam o antídoto contra a marcha da subversão, obra de pura fantasia, embora os capitães do mato, perdão, o Exército de ocupação estivesse armado até os dentes. Mar-cha da subversão nunca houve, sequer chegou a Revolução Francesa. Em compensação tivemos a Marcha da Família, com Deus, pela Liberdade.

Há tempo largo a mídia cuida de ex-citar os herdeiros da Casa-Grande ao sabor de pavores arcaicos agitados por instrumentos cada vez mais so-fisticados, enquanto serve à plateia, senzala inclusive instalada no balcão, a péssima educação do Big Brother e Companhia. Nem todos os herdei-ros se reconhecem como tais, amiúde por simples ignorância, todos porém, conscientes e nem tanto, mostram se afoitos, sem a percepção do seu pa-pel, em ocasiões como esta vivida pelo presidente mais popular do Bra-sil, o ex-metalúrgico Lula doente. E o estímulo parte, transparentemente, das senhas, consignas, clichês veicu-lados por editorialões, colunonas, ar-tigões, comentariões.

Celebrada colunista da Folha de S.Paulo escreve que Lula agora pare-ce “pinto no lixo”, cuida de sublinhar que “quimioterapia é dureza” e que vantagens para o enfermo existem, por exemplo, “parar de tomar os seus goles”. Outra colunista do mesmo jornal, dada a cobrir tertúlias variadas dos herdeiros da Casa-Grande, per-gunta de sobrolho erguido quem paga o tratamento de Lula. Em conversa na Rádio CBN, mais uma colunista afir-ma a culpa de Lula, “abuso da fala, tabagismo, alcoolismo”. A cobra do Paraíso Terrestre desceu da árvore do Bem e do Mal e espalhou seu veneno pelos séculos dos séculos.

Às costas destas miúdas aleivosias, todas as tentativas pregressas de de-negrir um presidente que se elegeu e reelegeu nos braços do povo iden-tificado como o igual capaz de em-penhar-se pela inclusão de camadas crescentes da população na área do consumo e de praticar pela primei-ra vez na história do País uma po-lítica externa independente. Trata-se de fatos conhecidos até pelo mundo mineral e no entanto contestados oito anos a fio pela mídia nativa. E agora assistimos ao destampatório da velhacaria proporcionado pelo anonimato dos navegantes da inter-net, a repetirem, já no auge do ódio de classe, as tradicionais acusações e insinuações midiáticas.

A velhacaria parte do anonimato da internet mas não esconde os herdeiros da Casa-Grande

Há uma conexão evidente entre as malignidades extraordinárias assaca-das das moitas da internet e os com-portamentos useiros do jornalismo do Brasil, único país apresentado como democrático e civilizado onde, não me canso de repetir, os profissionais chamam o patrão de colega.

Por direito divino, está claro. E neste domínio da covardia e da raiva bur-guesotas a saraivada de insultos no calão dos botecos do arrabalde mis-tura-se ao desfraldado regozijo pela doença do grande desafeto. Há mesmo quem candidate Lula às chamas do in-ferno, em companhia dos inevitáveis Fidel e Chávez, como se estes fossem os amigões que Lula convidaria para uma derradeira aventura.

Os herdeiros da Casa-Grande até mesmo agora se negam a enxergar o ex-presi-dente como o cidadão e o indivíduo que sempre foi, ou são incapazes de uma análise isenta, sobra, de todo modo, uma personagem inventada, figura talhada para a ficção do absurdo. De certa ma-neira, a escolha da versão chega a ser mais grave do que a própria, sistemáti-ca falta de reconhecimento dos méritos de um presidente da República decisivo como Lula foi. Um divisor de águas, acima até das intenções e dos feitos, pela simples presença, com sua imagem, em toda a complexidade, a representar o Brasil em tão perfeita coincidência.

opinião

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eslocar-se por Curitiba tem sido um desafio. O grande número de carros, muitas vezes, torna um

trajeto não muito longo extremamen-te demorado. Mas muitos curitibanos já têm procurado outras formas de chegar ao trabalho, em vez de usar o carro ou o transporte coletivo.

São as bicicletas que estão atraindo adeptos em todas as partes da cida-de. Um desses é o analista de TI, Luiz

Movimento popular pela Internet busca adesão de pessoas para criar uma lei que institua a bicicleta como modelo de transporte regular em Curitiba

D

Curitiba em duas rodas

cidades

Arthur Chagas da Silveira (33), que em abril deste ano passou a ir para o trabalho utilizando a bicicleta como o principal meio de transporte.

Silveira começou a ir de bicicleta para o trabalho depois de ganhar uma bicicleta do irmão. O meio de trans-porte era para economizar e também para a prática de exercícios. Atual-mente, ele pedala cerca de 24 km por dia para ir e voltar do trabalho. Todos os dias, debaixo de sol ou de chuva, ele utiliza a bike. Apesar de ir com a roupa de trabalho, o analista usa to-

Iris Alessi - [email protected]

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dos os equipamentos de segurança e, para os dias de chuva, veste a capa, como as utilizadas por motoboys.

Trabalho

Apesar de grande parte do trajeto que Silveira faz para chegar ao trabalho ser de ciclovias, ainda assim são inú-meras as dificuldades. “Alguns cruza-mentos são bem ruins”, aponta. Outro problema é o convívio com os pedes-tres. Grande parte dos trechos é com-partilhado com as pessoas a pé, por isso, é preciso ter cuidado redobrado ao circular pelas ciclovias. “Tem al-gumas ruas que você tem que usar o bom senso que ali não dá para ir de bicicleta”, avalia.

Aos finais de semana, a esposa de Sil-veira, a técnica em estética, Luciana Ramos Rodrigues (29), também entra na brincadeira. Os dois sempre pro-curam fazer as atividades juntos de bicicleta. As vantagens da bicicleta vão além da saúde. Silveira calcula

blicos, facilitando assim o estaciona-mento das ‘magrelas’.

Para o secretário da Associação dos Ciclistas do Alto Iguaçu (Ciclo Igua-çu), Luiz Cláudio Patrício, já há uma movimentação a favor das bicicletas na cidade. “Existem muitas pessoas que querem andar de bicicleta. A gen-te acaba encontrando muita gente que fala: ‘mas é tão longe. Eu não consi-go. O trânsito’. Já existe esse movi-mento da sociedade”, afirma Patrício.

O secretário da Associação diz que para que as bikes se tornem realmen-te um meio de transporte popular é preciso que sejam dadas algumas fa-cilidades para as pessoas. “E é nisso que a lei do Voto Livre pode ajudar. Ela pode incentivar a criação ou pelo menos a manutenção de espaços em que as pessoas naturalmente podem começar a experimentar a bicicleta, a andar pelas ruas. Começar a experi-mentar a rua como um espaço de con-vivência mesmo”, avalia.

De acordo com a co-idealizadora da Bicicletaria Cultural (centro de ser-viços, multicultural e colaborativo), Patrícia Valverde, a proposta do

Curitiba “chega atrasada” na questão dos meios

alternativos de transporte

economizar, com a escolha pela bici-cleta cerca de R$ 4 mil por ano.

Para Luciana, as pessoas não utilizam a bicicleta para transporte por medo. “O motivo que eu não ando é medo. Eu tenho medo de andar sozinha [em lugares ermos] e porque eu acho pe-rigoso”, relata. “Por isso, eu acho que se tivesse a ciclofaixa ia dar uma faci-litada nessa questão de você ter o teu espaço”, completa Luciana.

Ciclofaixas

Diferentemente das ciclovias que fi-cam nas calçadas, as ciclofaixas são faixas nas vias públicas destinadas, exclusivamente, à circulação de ciclos. Elas podem ser separadas das vias dos carros por pintura ou outros elemen-tos. A destinação de 5% das vias da cidade para ciclofaixas e ciclovias é um dos temas que defende a proposta popular no site VotoLivre.org.

Além da inclusão da criação de mais ciclovias e ciclofaixas na cidade, a proposta ainda sugere campanhas educativas para a sensibilização pelo uso desse meio de transporte e a ins-talação de bicicletários nos locais pú-

EConoMIA

CALCuLE quANTO VOCê PODE ECONOMIzAR INDO DE BIkE PARA O TRABALHO

No site www.euvoudebike.com há uma calculadora que mostra quanto você economiza em dinheiro, quan-

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TRABALHO

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35km

Distância percorrida

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[km] [kcal] [kg] [R$]

Caloriasqueimadas

Redução de poluentesna atmosfera (CO2)

Ecomonia de dinheirocom combustivel

As atividades do final de semana de Silveira e Luciana são feitas preferencialmente de bike

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projeto vai além de pensar em criação de espaços destinados aos ciclistas. “O que é mais interessante nesse movi-mento não é só você ser convidado a ter uma postura mais vertical, mais ob-jetiva em relação à bicicleta, é que ela convoca também a discussão da bici-cleta e da necessidade de você recriar o pensamento sobre a cidade, a bicicleta e a mobilidade em geral”, diz Patrícia.

novas ciclovias

Segundo informações do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), a cidade terá em bre-ve mais 18 km de ciclovias em quatro importantes vias: Avenida Fredolin Wolf no norte da cidade (7,6 km), Ma-rechal Floriano Peixoto (4 km), Linha Verde Norte (1,8 km em construção) e rua Eduardo Pinto da Rocha (5 km). São obras que estão sendo realizadas

Os idealizadores da Bicicletaria Cultural, Fernando Rosenbaum e Patrícia Valverde, e Luiz Patrício da Associação Ciclo Iguaçu

junto com as de revitalização dessas vias e, ainda, serão feitas 10 km de cada lado da Avenida das Torres.

As ciclofaixas também estão sendo implantadas pela Prefeitura de Curiti-ba. No último mês, já era possível ver em ruas do Centro a pintura de faixas vermelhas em pistas da esquerda. O objetivo é para iniciar um projeto de conscientização do convívio de ciclis-tas e motoristas. O trabalho de orien-tação começa com o uso exclusivo em um domingo por mês das 8h às 16h.

Atraso

Mas para o professor doutor em Desenvolvimento Econômico pela UFPR, Lafaiete Neves, Curitiba “chega atrasada” na questão dos meios alternativos de transporte. Se-gundo Neves, por estar investindo

pesadamente na Rede Integrada de Transporte, a cidade não se preparou para os transportes alternativos. Ele ressalta que países como Alemanha, os países escandinavos, são lugares que priorizam este tipo de transporte.

Ainda, de acordo com o professor, as vias destinadas às bicicletas são insig-nificantes. “Ao longo das estruturas do transporte de massa, deveria ter ciclovias”, sugere. Ele ressalta que o primeiro motivo que leva às pessoas a não optarem por esse meio de trans-porte é a insegurança nas ruas.

Para Neves, é preciso que tenha uma lei regulamentando este tipo de trans-porte. “Tem que ser uma lei. Já que o poder público não tem sensibilida-de, é necessário instituir uma lei que obrigue o poder público a oferecer isso. É um direito do cidadão”.

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omo a maioria das obras públicas brasileiras, há demora na publicação de editais, recursos que

precisam ser captados, questões po-líticas envolvidas, projetos refeitos e a burocracia parece não ter fim. No

MuMA deve reabrir em 2012 sem data definida, depois de quatro anos em reformas; falta de segurança ainda preocupa quem passa pelo entorno

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Demora na entrega de Centro Cultural preocupa população

prejuízo, fica a população pelo atraso da entrega das obras. Indignado com essa situação da reforma do Museu Metropolitano de Arte de Curitiba (MuMA), um leitor da Revista MÊS entrou em contato com a Redação para reclamar pela entrega do espaço.

De acordo com a diretora Administra-tiva e Financeira da Fundação Cultural de Curitiba (FCC), Maria Angélica da Rocha Carvalho, os trabalhos estão em andamento. No momento, estão sendo realizadas as adequações dos editais para a terceira e última fase das obras do MuMA, conhecido como Centro

Cultural do Portão. “Nessa atualiza-ção para os editais, nós contratamos os profissionais que fizeram os projetos lá em 2005. Eles que são autores dos projetos, então eles tem de fazer essa revisão e atualização”.

O trâmite que está por vir ainda é lon-go, assim como foi o histórico dessa obra. O espaço é uma opção de lazer e cultura para os moradores de Curiti-ba, está desativado desde 2005. Neste mesmo ano, começou a elaboração do projeto por parte do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) e da Fundação

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Arieta Arruda - [email protected]

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Cultural para a revitalização do lugar, que possui quatro mil metros quadra-dos. A preparação dos projetos levou cerca de um ano para ficar pronta, se-gundo a diretora.

A demora se estendeu pela falta de apoio do Governo do Estado. As obras seriam bancadas pela Pre-feitura de Curitiba e também por recursos do Fundo Estadual de De-senvolvimento Urbano (FDU). Mas estas verbas foram cortadas durante a administração anterior por rixas políticas, segundo afirmam fontes ligadas à FCC.

Atualmente, as obras estão recebendo recursos do orçamento municipal, por transferência de potencial construtivo, conforme Lei nº 6.337/82 e decreto nº 380/93. Na primeira fase foi gas-to em torno de R$ 1,7 milhão para as reformas estruturantes, sob responsa-bilidade da construtora Abapan. Para a segunda, o volume de recursos foi maior: R$ 2,4 milhões, com a coorde-nação dos trabalhos feitos pela empre-sa Conex. Na última fase, serão gastos mais R$ 1,5 milhão para acabamentos, climatização (R$ 700 mil), rede elétri-ca, de internet e de telefonia.

Reclamação das obras

O que a população tem sentido é a de-mora da entrega da obra. O primeiro prazo anunciado foi este ano. Tam-bém já circulou que seria reaberto em março de 2012. Como os editais ainda não foram publicados, a Fun-dação Cultural de Curitiba informa

sem especificar data nenhuma, que a reforma será concluída no primeiro semestre do ano que vem.

Até o fechamento desta edição, as obras estavam paradas à espera do edital. Quem estava por lá era a Guarda Municipal, fazendo a segu-rança do local e um funcionário da FCC. “A responsabilidade da segu-rança pública é do Estado, não é do Município. Então, nós dependemos também dessa parceria com as Polí-cias Militar e Civil”, comenta a dire-tora da Fundação.

Para a comerciante Renata Sandra Machado (46), que trabalha em frente ao MuMA há cinco anos, “a praça é o problema”, referindo-se ao espaço atrás do museu, que possui estaciona-mento e uma área verde de circulação de pedestres.

Segurança

A falta de segurança, aliás, é a princi-pal reclamação do pessoal que passa pelo local. Localizado em frente ao Terminal do Portão, por lá, circula muita gente.

A operadora de telemarketing, Sue-len Himata (29), comenta que a maior insegurança é nos finais de semana e acha que com a reabertura do espaço essa situação deve melhorar. “Pode valorizar a região. Eu seria uma pessoa que viria [ao MuMA]”, afirma Suelen.

A Polícia Militar informa que na re-gião é feito um patrulhamento a pé dia-

riamente até as 19h, além de atender a região com uma viatura 24h e, outra à tarde, das 16h às 00h, com duas viatu-ras fazendo a ronda pelas imediações para atender as ocorrências.

Para o transeunte Gean Carlo Castro (27), o MuMA poderá trazer benefí-cios para a região, além da segurança. “Acho que vai contribuir para a orga-nização do ambiente”, no que se refe-re às melhorias do entorno das ruas, urbanização da área, observa Castro.

Entretanto, a comerciante Renata diz acreditar que a “a população dessa re-gião não gosta de museu”, por isso, para ela, o incentivo da visitação do espaço deveria ser para atrair a popu-lação de outras áreas da cidade e tam-bém oferecer atividades saudáveis para os jovens. “Os jovens aqui têm carência de cultura”.

O horário de funcionamento e as ati-vidades ainda não estão definidos. Mas no local terá biblioteca (Casa da Leitura), sala de cinema, auditório, exposições com um acervo de cerca de 3.800 obras, assim como cursos, oficinas e ateliês de arte. Também está previsto um espaço digital para toda a população.

A falta de segurança, aliás, é a principal

reclamação do pessoal que passa pelo local

PARTICIPE REPóRTER CIDADãO

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Estacionamento e praça atrás do museu, área pouco iluminada preocupa quem passa pelo local

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Revista Mês Paraná. Também no Facebook.

PARA QUEM CURTE INFORMAÇÃO DE QUALIDADE,

DICAS INTERESSANTES E GENTE QUE FORMA OPINIÃO.

Revista MÊSMídia/Notícias/Publicidade . Curitiba

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Depois do Enem, especialistas apontam caminhosMais do que avaliar as notas e o ranking divulgados pelo Exame, as escolas precisam entrar em um processo de aprofundamento da qualidade da educação no Estado

Exame Nacional do En-sino Médio (Enem) este-ve em evidência por di-versas vezes nos últimos

meses. No mês de setembro, foram divulgados os dados da avaliação de 2010 das escolas de todo o País. O Paraná ficou com notas inferiores a outros estados, como Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Já no fi-nal de outubro, mais de 5,3 milhões de estudantes de todo o País voltaram para a sala de aula para fazer o Enem na edição 2011.

No entanto, mais do que o ranking e a nota dos alunos, a discussão da qua-lidade das escolas públicas e privadas paranaenses precisa se aprofundar. Especialistas apontam caminhos e críticas ao sistema de ensino atual. A contínua falta de valorização dos pro-fessores; o pouco envolvimento dos pais na educação e o modo com que é divulgado o ranking são os pontos mais críticos apontados pelos espe-cialistas ouvidos pela Revista MÊS.

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educação

Arieta Arruda - [email protected]

RAnkIng CONfIRA AS MELHORES NOTAS OBTIDAS PELAS ESCOLAS DO PARANá:Melhores escolas com mais de 75% de participação no Enem 2010

noME DA ESColA REDE MÉDIA TAxA DE ToTAl PARTICIPAção

Colégio Marista Santa Maria Privada 691,99 98,5Colégio Bom Jesus Privada 672,97 80,2Colégio Diocesano João Paulo I Privada 670,77 84,6Colégio Nossa Senhora Medianeira Privada 670,02 96,9Colégio Militar de Curitiba Pública 667,36 88,1Colégio Bom Jesus São José Privada 667,32 82Colégio Positivo Privada 665,81 100Colégio Marista Paranaense Privada 662,2 84,7Colégio Bom Jesus N. Sa de Lourdes Privada 661,36 89,7São Tomaz de Aquino Privada 658,76 100

Fonte: MEC

Estudantes a espera para realizar o Enem no dia 22 de outubro, em Curitiba (PR)

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Especialistas apontam caminhos e críticas ao sistema de ensino atual

Para Melanie Bordignon da Cruz (46), professora, uma das principais questões para melhorar a educação é a valorização dos professores. “Nin-guém sonha mais em ser professor, justamente por não ter atrativo”. “Qualidade esbarra na valorização do professor. [...] Hoje, as crianças tem Ipod, Ipad, ‘Itudo’ e o professor não tem nada”, ironiza a educadora.

Capacitação

Segundo Wanda Camargo, presiden-te da Comissão de Processo Seletivo da Unibrasil, a qualificação contínua é essencial. “Essenciais na efetivida-de do processo educacional, o grande auxiliar do aluno em direção ao co-nhecimento. Quando possuidor de vi-vência pedagógica para a escolha da metodologia mais adequada, [o pro-fessor se torna o] impulsionador da aprendizagem e do gosto pelo conhe-cimento, além de modelo que o aluno tenta emular”.

Além da defasagem na capacitação, outro ponto questionado por Melanie é a falta do apoio das famílias dos alunos. “Pais participam muito pou-co da vida escolar do filho”, afirma. Quando se trata de educação pública isso é mais frequente ocorrer, confor-me relata Wanda. Ela faz um trabalho junto aos professores da rede pública de ensino e percebe os abismos entre os dois tipos de instituição: particula-res e públicas.

Na primeira, os pais por terem, ge-ralmente, um histórico de mais es-tudo, dão mais valor ao aprendizado dos filhos e, assim, apoiam mais os professores na cobrança do aprendi-zado. Já nas escolas públicas o mes-mo não acontece.

Ademar Batista Pereira, presiden-te do Sinepe/PR, também comunga

da mesma posição. Há uma grande diferença da importância da escola dentro de casa. Ele também analisa outro aspecto: “a valorização passa pelo respeito dentro da escola. Qual o maior problema do professor? É ter condições de trabalhar”. Falta es-trutura física, bons salários, respeito dentro de sala de aula, materiais di-dáticos básicos.

Ranking

Outra crítica diz respeito à forma com que se divulga a lista das me-lhores escolas no ranking do Enem. “Não é justo publicar o ranking na-cional”, comenta Wanda. Para ela, isso promove uma comparação, mui-tas vezes, injusta das instituições e só expõe as escolas, sem dar condições para avançar. De acordo com a edu-cadora, os professores, diretores e gestores da educação é que deveriam receber a avaliação e deixar disponí-vel nas escolas, caso os pais tivessem interesse em ter acesso aos dados.

Para Flávio Sandi, diretor geral do Colégio Marista Santa Maria, que ficou em primeiro lugar no ranking, “a prova do Enem traduz um pou-co, sim, a gente não pode negar, da qualidade da mediação que nós faze-mos no [Colégio] Santa Maria. Mas não ‘cartografa’ toda a complexidade que existe numa escola. Por exem-

plo, a questão de valores, a gente não tem como medir por uma prova do Enem”, aponta.

valores

“É irônico que o foco da escola tenha sido revertido para ensinar apenas os alunos a irem bem nesses testes. É uma subversão”, afirma o professor da Universidade de Chicago, James Heckman, em entrevista a Folha de S. Paulo recentemente.

Ele não é avesso aos testes. Foi ga-nhador do Prêmio Nobel de Econo-mia (2000) por justamente contribuir com a criação de métodos de aferição. Mas vê como equivocada a forma como os testes se tornaram o fim em si mesmo. Para ele, é preciso avançar nesses mecanismos, ensinando nas escolas habilidades como motivação, controle emocional e interação social, assim como valores morais e éticos. “É um tipo de saber muito importante para a vida em sociedade”, confirma o diretor Flávio Sandi.

Apesar das críticas aos testes, outro resultado também é observado. Quan-do se apresentam os problemas das instituições por meio do ranking do Enem ou outros indicadores, a socie-dade passa a cobrar das autoridades competentes a melhoria da qualidade oferecida aos cidadãos de amanhã.

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Estudante se preparando para realizar o Enem que ocorreu no final de outubro

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ais de 17% da população brasileira acima dos 15 anos é fumante. Segun-do dados da Pesquisa

Especial sobre Tabagismo (PETab), de 2008, do Ministério da Saúde em conjunto com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o País tem cerca de 25 milhões de fumantes e 26 milhões de ex-fumantes.

Para aumentar o número de pesso-as ex-fumantes, o governo brasilei-ro planeja para 2012 o aumento dos impostos sobre o cigarro. O Banco Mundial analisou diversos estudos econométricos realizados em vários lugares do mundo e concluiu que o crescimento do valor do tabaco é uma das medidas mais efetivas para a re-dução da prevalência de fumantes. A redução, segundo esses estudos, com

Estima-se que mais de 25 milhões de brasileiros são fumantes; Governo Federal vai aumentar impostos sobre o cigarro para tentar reduzir o número de fumantes

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saúde

Um vício caro (em todos os aspectos)

um aumento real de 10% dos preços, seria de 4%, em países com renda elevada, e cerca de 8%, em países de média e baixa renda.

De acordo com o médico pneumo-logista, Lucio Rasera Neto, além das pesquisas que mostram que o aumento do preço colabora para a redução da quantidade de fumantes, também “a presença de fotos de pes-soas doentes reduz o consumo, por-que a linguagem subliminar ajuda na restrição social ao cigarro”. “Qual-quer medida que combata o cigarro vale à pena”, completa.

Impacto social

Conforme informações do Instituto Nacional de Câncer (Inca), ainda não existem estudos sobre o impacto cau-sado pelas leis estaduais antifumo na prevalência de fumantes. No entanto,

o Inca ressalta que as leis são efica-zes não somente para proteger contra os riscos do tabagismo, mas também no estímulo para que fumantes dei-xem de fumar.

Os ex-fumantes Silmar Flores Glu-czkowski (54) e Luiz Antonio Solda (59) pararam de consumir tabaco an-tes da criação dessas leis. Ela, que co-meçou a fumar quando tinha 17 anos, parou depois de um acidente vascular cerebral (AVC) há 13 anos. Já Solda, deixou o hábito há três anos, depois de ter fumado desde os 15 anos.

Solda, que é cartunista, fumava cerca de três carteiras por dia. Ele deixou o vício quando percebeu que tudo em seu ambiente de trabalho, em casa, es-tava ficando amarelado. “Levantei um dia e falei: eu não vou fumar mais. [...] Foram 15 dias de sufoco”, relata. Hoje diz não ter mais vontade de fumar.

Iris Alessi - [email protected]

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nenhum fumante está ileso dos malefícios; em 100% dos casos provoca

danos à saúde

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Para o pneumologista, o tabagismo é o vício mais difícil de ser interrompido

Silmar teve um AVC e depois de dois episódios consecutivos parou de fumar

largar o vícioParar de fumar não foi exatamente uma opção para Silmar que hoje está aposentada. Aos 41 anos, quando ain-da era contadora, ela teve dois AVCs seguidos em um breve intervalo de dez dias. No segundo acidente, a aposentada ficou sem reconhecer as pessoas por três dias. O trauma grave botou fim no interesse pelo cigarro. “Apagou completamente. Foi como se eu nunca tivesse fumado. Uma coisa de positivo sobrou para mim, porque eu pude curtir mais minhas fi-lhas”, conta Silmar que fumava cerca de uma carteira de cigarros por dia.

Fioretto Bonagura (52) começou no vício mais cedo, aos dez anos de ida-de e ainda não deixou para trás. Hoje, ele fuma em média 30 cigarros por dia. Ele acredita que a curiosidade possa ter sido um fator preponderante para começar, já que via os pais e os irmãos fumando em casa. Desde en-tão, Bonagura tentou parar uma vez, mas não conseguiu. “Todo dia passa na cabeça da gente a ideia de parar de fumar, acho que todo fumante pen-sa assim, mas acho que quanto mais você pensa, mais você fuma”, diz.

Para o médico, o tabagismo é um dos vícios mais difíceis de parar. São três fatores que compõem esse quadro: o primeiro está relacionado ao vício químico, pois a nicotina atua na libe-ração de dopamina (o hormônio do prazer); o segundo se refere à depen-dência psíquica, quando o cigarro é utilizado como remédio para depres-são ou ansiedade; e por fim, o hábito de fumar, “quando a pessoa fuma por

fumar”, ou seja, não há nem a neces-sidade física nem a psíquica.

Início do consumo

O tabagismo é considerado uma doença pediátrica, pois 90% dos fumantes ini-ciam o vício antes dos 19 anos de ida-de (em média aos 15 anos). E a maior porcentagem atual de fumantes está na faixa etária entre 25 e 44 anos de idade. De acordo com Rasera, esta iniciação precoce está intimamente relacionada à ansiedade que os adolescentes têm.

E nenhum fumante está ileso dos ma-lefícios. O médico explica que o ta-bagismo causa danos em 100% dos casos. Ele salienta que os problemas causados pelo cigarro não afetam apenas o sistema respiratório das pes-soas, mas todo o organismo. Um tipo de neoplasia, de acordo com Rasera, encontrado nos pacientes que fumam é na bexiga. Além do câncer nos rins, o tabagismo é responsável pelo cân-cer de bexiga, de pâncreas, de fígado, de colo do útero, de esôfago, de larin-ge, pulmão, boca, faringe, estômago e leucemia mieloide aguda. Confor-me informações do Inca, o tabagismo também é um relevante fator de ris-co isolado para cerca de 50 doenças, como as cardiovasculares, enfisema, entre outras.

No pulmão, a doença que é causada pelo cigarro é chamada de Doença Pul-monar Obstrutiva Crônica (DPOC). Essa doença tem dois componentes que é a bronquite (inflamação dos brô-nquios) e a enfisema pulmonar (des-truição dos alvéolos). Para diagnosti-car o DPOC, explica Rasera, é preciso fazer um exame, chamado espirome-tria, que mede a capacidade pulmonar. O pneumologista salienta que não há um tipo de fumo pior que outro. Todos eles são prejudiciais à saúde.

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epois de um período de queda, o milho vem se consolidando como a nova “estrela” do agro-

negócio no Paraná e vem surpreen-dendo o mercado. Trata-se de um ano bem atípico para essa commodity, tanto na rentabilidade, como no au-mento da área plantada. A próxima safra de verão 2011/12 apresenta um cenário favorável.

Alguns fatores influenciaram esse ambiente econômico positivo, como

A commodity apresenta boa rentabilidade, aumento da área plantada e grande produtividade para a safra de verão 2011/12

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Bons negócios para o milho

bom preço para venda, tendência de maior produtividade e aumento da área plantada de milho, algo bem raro nesta safra, já que os produtores pa-ranaenses, em geral, optam pela soja no verão por ser mais rentável e pelo fato de o milho ser produzido também no meio do ano, na chamada safrinha.

Quem escolheu plantar o milho, acer-tou. “É o ano do milho”, comenta Da-niele Siqueira, analista de mercado da AgRural. “A gente vai ter um cres-cimento de área, no Brasil, da safra de verão de milho que não é comum. Por que não é comum? Nos últimos

economia / agricultura

Arieta Arruda - [email protected]

PARAnááREA PLANTADA COM MILHO (SAfRA DE VERãO)

2005/06 1,515

2006/07 1,318

2007/08 1,375

2008/09 1,269

2009/10 0,894

2010/11 0,768

2011/12 * 0,891

anos, vinha acontecendo uma queda ou, pelo menos, certa estabilidade da área de milho de verão e depois teve uma queda bem grande nesses dois anos e agora sobe”, argumenta.

No Paraná, a tendência é a mesma: crescimento de área plantada para o milho. Conforme dados preliminares da Companhia Nacional de Abasteci-mento (Conab), houve um aumento de 0.12 pontos percentuais no aumen-to da área plantada no Paraná.

Fonte: Conab. *Ponto médio da estimativa out/11.

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Analistas orientaram os produtores

paranaenses a fazer a venda antecipada para garantir melhores preços

Segundo Flávio Turra, gerente técnico e econômico da Ocepar, hoje o milho pode ser comercializado com margem de lucro de R$ 3 e R$ 4, índices bons nesse mercado. Por isso, “o produtor está mais otimista com o milho”.

No Brasil, o Paraná já é o maior produtor deste grão. As principais regiões produtoras aqui estão em Guarapuava, onde apresenta maior produtividade, e propriedades nos municípios de Castro e Ponta Gros-sa. O Sudoeste e o Oeste do Estado também possuem produção, mas o índice de produtividade é mais baixo. A média estadual fica em torno de 6,5 toneladas por hectare.

O aumento da produtividade no Esta-do tem ocorrido, em parte, por conta da utilização das sementes transgêni-cas, com melhoramentos genéticos. Nos últimos dois anos, houve um crescimento espantoso na aceitação desse tipo de semente. “Quase 90% das sementes do Paraná são transgê-nicas no milho”, de acordo com Tur-ra. A discussão sobre os malefícios já foi superada, comenta ele.

Mercado consumidor

O milho paranaense é mais vendido para consumo interno e também se-gue para os estados vizinhos, como Santa Catarina e São Paulo. A relação de exportação e consumo interno do milho é bem menor se comparada à cultura da soja, por exemplo.

No entanto, segundo o gerente da Ocepar, os produtores paranaenses ainda precisam melhorar muito na produtividade para se destacar mais. Outro elemento que influencia o de-sempenho dos produtores é o clima. Na safra em curso 2011/12, os para-naenses precisam estar atentos no-vamente no fenômeno climático La Niña, o que pode significar menos chuvas no intervalo de dezembro e janeiro (2012). Mas Turra é otimista quanto aos sinais até agora apresen- R

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os produtores do Mato Grosso do Sul na hora de vender antes a produção.

Foi o melhor negócio nessa safra. “Conseguiram aproveitar preços bons. Como eles venderam antes e a preços bons, é bem provável que (pelo menos que esses que venderam antes) vão ter uma rentabilidade maior do que tive-ram na safra anterior, mesmo com os preços agora em queda”, informa Da-niele, com vistas à tendência de mer-cado para os próximos meses que é de ligeira queda nos preços.

Já foram comercializadas de forma antecipada 28% da produção da safra 2011/12 até setembro de 2011 (último resultado levantado pela AG Rural).

Agora é o momento de cautela para a venda da safra. “A maior parte do avan-ço da comercialização registrada em setembro ocorreu na primeira semana do mês [setembro], quando os preços ainda estavam na casa dos US$ 14 por bushel [27kg] na Bolsa de Chicago. Com o recuo das cotações nas sema-nas seguintes, que culminou com uma desvalorização acumulada de quase 20% no mês, os produtores recuaram e saíram do mercado. Bem vendidos, agora eles aguardam reação dos preços para retomarem os negócios”, afirma Daniele, analista de mercado.

tados. “O clima, de modo geral, tem tido uma projeção de chuvas regula-res”, importante para o período repro-dutivo desta safra.

Preços

Daqui pra frente, “provavelmente vai ter uma volatilidade bem grande nos preços”, diz Carlos Hugo Winckler Godinho, coordenador da Divisão de Estatística do Departamento de Eco-nomia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (Seab).

Por isso, os analistas orientaram os produtores paranaenses a fazer a ven-da antecipada de commodities para diminuir os riscos de perder rentabili-dade da produção.

Alguns produtores venderam antes mesmo de produzir os grãos para pelo menos travar os custos de produção. Decisão acertada. Mas nem todo mun-do aderiu à venda antecipada, uma questão de visão de negócios. Os pro-dutores do Paraná se mostram mais arrojados que os gaúchos e menos que

Segundo Daniele Siqueira, analista de mercado, agora os produtores aguardam reação dos preços para retomarem os negócios

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Jardim paranaenseO cultivo de flores pode ser uma opção rentável para produtores paranaenses; no entanto, o produto requer investimento e especialização de mão de obra

agricultura

casamentos. “A gente vê que o pesso-al está investindo um pouco mais, de-corando mais os salões”, comemora.

Atuando em um nicho diferente do de Johana, o produtor de flores de Curiti-ba, Paulo Sérgio Haiduk, que trabalha com flores de forração (para jardim), também vê esse momento como po-sitivo. “Tem as épocas que se vende melhor e as épocas mais fracas, mas

siderada uma das culturas agrícolas mais rentáveis.

A produtora da Colônia Entre Rios, em Guarapuava (PR), Johana Karl Taschelmayer, que trabalha com flo-res de corte (como crisântemo e aster branco) e de vaso (como violeta), afir-ma que essa melhora se deve a uma maior procura para o uso de flores em decorações de festas de formaturas e

ma das belezas da prima-vera está no colorido que as flores trazem para o dia a dia. Seja em vasos,

em canteiros ou nas decorações de festas, elas são as vedetes que sofis-ticam qualquer ambiente. No entanto, essa cultura é pouco difundida no Pa-raná, apesar de apresentar melhoras na produção e ser destaque em rela-ção a outros estados.

O Paraná é um dos principais produ-tores dessa cultura no País. As cidades que se sobressaem são Curitiba, São José dos Pinhais e Umuarama (PR), mas o produto também é visto em la-vouras de pouco mais de 20 municí-pios paranaenses. Nos últimos anos, o setor tem avançado significativamen-te no Estado. Dados do Departamento de Economia Rural (Deral), órgão da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), mostram que houve crescimento de 237% no período de 1997 e 2004.

No ano passado, o cultivo de flores e plantas ornamentais representou 0,14% no Valor Bruto da Produção (VBP), o que significou uma cifra de R$ 63,5 milhões. O valor está abai-xo do registrado em 2009, quando o VBP foi de pouco mais de R$ 64 mi-lhões. Em contrapartida, o número é maior que o registrado em 2008 (R$ 48.827 milhões), ano que o VBP foi de 0,11%. Por especialistas, é con-

UIris Alessi - [email protected]

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então agora está numa fase boa. De agosto até o final do ano é um época boa de venda”, avalia Haiduk.

O comércio de flores “é um mercado crescente porque tem as datas pré-de-finidas de consumo”, afirma o biólogo do Instituto Paranaense de Assistên-cia Técnica e Extensão Rural (Ema-ter-PR), Paulo Luciano da Silva. Na expectativa, os produtores já pensam nas festas de fim de ano.

Produção

Os produtores que pretendem ingres-sar nesse ramo precisam saber que o cultivo de flores “é uma alternativa bastante interessante para o produtor rural, mas só que exige um acom-panhamento e um aperfeiçoamento técnico e também um acompanha-mento do produtor de flores para ten-dências”, explica Silva. Esse acom-panhamento de tendência significa, segundo o biólogo, observar quais as flores estão “na moda”, pois isso acaba influenciando o consumidor no momento da escolha do produto.

E para que as flores possam chegar perfeitas aos consumidores, o produ-tor precisa investir, principalmente, em estufas. A produtora de Guara-

puava afirma que sem estufas seria impossível produzir flores, tanto de corte como de vaso, de boa qualida-de, pois na região há muita variação de temperatura, principalmente, no inverno. O investimento inicial para construir a estufa é de R$ 30 mil para uma área de 100 m². Caso a estufa seja climatizada, mais utilizada para flores de vasos, o valor dobra.

Além do investimento nas estufas, “é preciso investir numa especialização da mão de obra, porque a flor em si tem seus segredinhos de cada varie-dade, cada tipo, e isso, dependendo das estações do ano, também tem uma influência,” comenta Johana.

As estufas também são relevantes para a produção de flores de forragem de Haiduk. O produtor curitibano sa-lienta que elas ajudam a regular os

períodos com excesso de chuva e de sol. Para produzir “tem que ser em es-tufa, porque tem que ser protegido de sol muito forte, de chuva muito pesa-da. Não tem como você produzir fora, porque dá muita perda”, explica.

Espaço

Se a estufa é quase obrigatória para o cultivo de flores, o espaço, no entan-to, não precisa ser tão grande. Haiduk, que trocou há 11 anos o cultivo de hor-taliças pelas flores, optou pela mudan-ça de cultura, porque a produção de flores fica mais protegida e precisa de menos espaço. No entanto, precisa de maior atenção no manuseio.

Cuidados com a mão de obra e a profissionalização, explica o biólogo da Emater, são pontos importantes para que um agricultor possa desen-volver-se nesse mercado. Por isso, o produtor, além de ter flores de quali-dade, precisa ter variedades de plantas que possam atender aos compradores. “Aquele produtor que tiver mais tecni-ficado, mais atualizado tecnicamente e comercialmente, esse tem uma con-dição de permanecer no mercado por mais tempo”, completa o biólogo.

Como nem todos têm interesse e condições de produzir com tamanha especialização, os preços do produ-to são bons. Cada caixa de mudas de flores de forração, segundo Haiduk, é vendida em média por R$ 5. Ao mês, considerando que a venda média seja de cinco mil caixas, dá para tirar em torno de R$ 25 mil.

O cultivo de flores é uma alternativa bastante interessante para o

produtor rural

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Para o produtor de Curitiba Paulo Sérgio Haiduk, as estufas são importantes para a

produção de flores de forração

O cultivo das flores exige certo nível de mão de obra especializada

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tecnologia

Tecnologia também pode estar longe das máquinasProjetos considerados simples podem ter um grande impacto na sociedade; essas são as tecnologias sociais

Um exemplo disso é o projeto Nave-gando nos Direitos, realizado na co-munidade de Paranaguá. Desde 2006, o projeto lida com adolescentes da rede de ensino da cidade. Um grupo de alunos se encontra semanalmente para falar sobre diversos temas, prin-cipalmente, relacionados ao Direito. A partir desse tema, surgiu o foco das discussões: a exploração sexual.

A gestora do Projeto Navegando nos Direitos, do Centro de Notícias dos Direitos Infância e Adolescência (Ci-randa), Lucimeire da Silva Martins, afirma que os alunos que participam dos encontros são responsáveis pela

difusão dos conhecimentos adqui-ridos para a sociedade. Atualmente, cerca de 30 alunos são responsáveis por esse trabalho de mobilização. Este ano, a participação deles movimentou uma carreata de caminhoneiros para divulgar esses conhecimentos entre toda a população parnanguara.

“Foi uma campanha bem significa-tiva de como a sociedade se unindo consegue amenizar esses proble-mas, se organizar mais e estar atu-ando junto”, argumenta Lucimeire. O projeto já alcançou mais de cinco mil pessoas. Lucimeire acredita que o trabalho realizado em Paranaguá pode ser reaplicado em outros luga-res. Por isso, a entidade estuda a pos-sibilidade de levar Navegando nos

que um projeto de pro-dução de bengalas, uma casa que traz para dentro do seu quintal toneladas

de lixo orgânico para serem “recicla-das” e um programa que ensina os alunos a trabalharem o tema da ex-ploração sexual têm em comum? Apa-rentemente, nada. Mas esses três pro-jetos têm o mesmo conceito, eles são considerados tecnologias sociais, que procuram resolver problemas sociais com ações, muitas vezes, considera-das ‘simples’, mas que geram grande impacto positivo na sociedade.

oIris Alessi - [email protected]

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Direitos para outros dois municípios do Litoral do Paraná.

O caminho é esse mesmo. Para o gerente de Articulações, Parcerias e Tecnologia Social da Fundação Ban-co do Brasil, Jefferson D’Avila de Oliveira, a interação com a comuni-dade é de extrema importância para que uma tecnologia social seja bem desenvolvida. Segundo ele, se a co-munidade não “comprar a causa” será muito difícil propagar esse conheci-mento em mais comunidades.

Responsabilidade

Outro exemplo está em Curitiba (PR). Em meio aos arranha-céus do bairro Mossunguê, é quase impossível ima-ginar que existe um terreno onde há criação de coelhos, galinhas e cabras. Esta casa é conhecida como Quinta da Videira, que tem muito mais que criação de animais. O espaço abrange um projeto que, dentre outros moti-vos, quer conscientizar e propagar o conhecimento sobre a responsabilida-de de cada um com o seu lixo. Nesse caso específico, o lixo orgânico.

Ao todo, segundo o coordenador da Quinta da Videira, Eduardo Feniman, o terreno de 300m² recebe mensalmen-te 3,5 toneladas de lixo orgânico, que

é reciclado e recolocado na natureza. Os animais têm parte importante nis-so. Eles se alimentam com os restos de folhas e de comida. Os dejetos desses animais são transformados em húmus, com “ajuda” das minhocas, e o material orgânico volta para a terra como forma de adubo para as plantas do quintal. Fechando assim um ciclo virtuoso no movimento “Do meu lixo cuido eu”, que dissemina práticas e técnicas de compostagem de lixo. Em três anos de trabalho, o movimento já comerciali-zou cerca de 200 kits de compostagem e, no site do projeto, o manual já teve mais de 3000 downloads.

A casa da Videira “é um centro de re-generação da boa vida”, afirma Feni-man, que considera “boa vida” ter o sustento sem ultrapassar a condição do próximo. “Quinta da Videira é um local onde a gente tenta desenvolver algumas tecnologias que estão rela-cionadas a uma boa vida dentro de um ambiente urbano”, completa.

Acessibilidade

Mais um projeto paranaense em Tec-nologia Social surgiu dentro da uni-versidade e já tem quase 30 anos de

atividade. São trabalhos realizados na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) pelo Programa de Tec-nologia Assistiva. Esse programa forne-ce, por exemplo, o conserto de máqui-nas de escrever Braille, e bengalas para portadores de deficiências visuais.

Para o professor coordenador do Pro-grama de Tecnologia Assistiva, Clai-ton Voigt Warnk, a bengala já é uma tradição da universidade. De acordo com o coordenador, em 2010 foram realizados 885 serviços pelo Progra-ma. “Muitas vezes, uma única ativi-dade consegue alcançar mais de um deficiente”, comenta.

Todo o trabalho realizado pelo progra-ma não tem custo para os deficientes visuais. Segundo Warnk, o processo de produção das bengalas ainda é artesa-nal, mas ao longo do tempo já houve algumas mudanças. “Nós já consegui-mos melhorar a qualidade e, por con-sequência, a vida útil, diminuindo cus-tos no processo de fabricação. [...] Pro ano que vem, a gente tem a previsão de comprar um equipamento, uma confor-madora de tubos, que tá R$ 25 mil”, conta o professor. Com esse equipa-mento a universidade poderá produzir uma bengala similar à industrializada que hoje custa em torno de R$ 80.

Trabalhos como os da UTFPR, da Quinta da Videira e do Navegando nos Direitos, que muitas vezes pare-cem até muito simples e óbvios, me-lhoram a qualidade de vida de uma comunidade sobremaneira, propondo soluções não muito custosas e que podem ser reaplicadas em outros lo-cais com pequenas adaptações.

o qUE É

ENTENDA O CONCEITO

Tecnologias Sociais são projetos em diversas áreas, como geração de trabalho e renda, educação, saúde, energia, habitação, meio ambiente e alimentação. É “qualquer pro-duto, técnica ou método que seja aplicado em interação com a comu-nidade, representando efetivas so-luções de transformações sociais”, explica o Gerente de Articulações, Parcerias e Tecnologia Social da Fundação Banco do Brasil, Jeffer-son D’Avila de Oliveira.

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No meio do Mossunguê, em Curitiba, há um lugar onde pequenos animais

são criados e mais de 3 toneladas de lixo orgânico são recicladas

O professor Warnk com a bengala produzida na universidade; há 30 anos

projeto nasceu na UTFPR

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comportamento

uidar da casa, dos filhos, dos animais de estimação, da alimentação, da saúde e ainda trabalhar. Não é por

acaso que tem momentos em que se tem a sensação de que o dia é curto para realizar todas as atividades. So-brar tempo para lazer, para muitos, é luxo. O casal curitibano, Marina e André Brik, conseguiu encontrar uma forma de conciliar tudo: levando o trabalho para casa, literalmente.

“Percebi que eu perdia muito tempo em trânsito e reuniões. Resolvi abrir

A prática do home office permite economia de dinheiro, de tempo e aumento de qualidade de vida, afirmam os entusiastas, mas exige muita disciplina

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levando o trabalho para casa

minha empresa e vim trabalhar em casa de forma provisória, enquanto estava prospectando os clientes. Co-mecei a ter um ganho muito grande de qualidade de vida”, conta Brik, que desde 2003 montou sua agência de design e publicidade em casa.

Três anos depois, foi a vez de sua esposa Marina migrar para o home office. “Com a tecnologia, com um laptop e um telefone, você tem um escritório”, explica a jornalista que trabalha com assessoria de imprensa e redes sociais. Essa “nova forma” de trabalhar deu tão certo, que o casal lançou recentemente o livro “As 100

dicas de Home Office”, para ajudar quem pensa em aderir à prática. Ape-sar da falta de números específicos para o setor, estima-se que aproxima-damente 4,5 milhões de brasileiros trabalhem em casa.

Benefícios

Klaus Stromberg também revolveu fi-car em casa e trabalhando. Há pouco menos de dois anos deixou seu em-prego formal em uma multinacional para se aventurar no mercado finan-ceiro. Apesar do receio em deixar um trabalho com carteira assinada, Stromberg diz acreditar que as vanta-

Mariane Maio - [email protected]

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gens compensam. “Preciso apenas ter um computador, um software e aces-so à internet. Não preciso pegar trân-sito e posso acordar um pouco mais tarde”. Assim, também consegue tirar um tempo para o lazer. “Faço uma operação boa no dia e eu nem vou olhar mais. Saio para jogar alguma coisa, vou ao parque”, conta.

Para a psicóloga, Carolina de Sou-za Walger, a principal vantagem é a flexibilidade. “Pode estar ligada ao horário [de início e fim] ou a coisas menores, mas não menos importan-tes, como a possibilidade de se esco-lher com que roupa irá trabalhar, sem contar as inúmeras possibilidades de levar o cachorro para passear, dar um beijo no filho ou ver a esposa. Bem como evita o estresse do desloca-mento e dos relacionamentos com os pares de trabalho. Podemos lembrar da economia de tempo e de dinheiro pelo não deslocamento ao escritório, também”, esclarece.

Essa economia financeira se estende tanto para a pessoa que trabalha em casa, quanto para as empresas que con-tratam funcionários em sistema home office e até mesmo para os clientes. “Eu conseguia repassar minha econo-mia como desconto para ele [cliente] na conta final. Então todo mundo esta-va ganhando”, conta Brik, que afirma ter um preço final de 50% a 70% me-nor do que um concorrente, pelo fato de não ter gastos com escritório.

Dificuldades

Mas nem tudo são só “maravilhas”. “Quando se fala sobre trabalhar em casa muitas pessoas pensam que isso seria extraordinário, pois logo imagi-nam ter liberdade e ausência de cobran-ças, no entanto, é importante saber que esse tipo de trabalho possui seus prós e seus contras”, reforça Carolina.

De acordo com os autores do livro, para que a pessoa se adapte com a modalidade de trabalho, ela precisa ser organizada, compromissada e dis-ciplinada. “Quem não tem disciplina é complicado, porque aí começa a acordar tarde. Não tem horário para almoçar, trabalha demais, ou o famo-so trabalhar de pijama, o que não é recomendado”, explica Marina.

“É preciso se comprometer com a sua tarefa ou não haverá produtividade. Em geral, as pessoas orientadas para resultados, com facilidade de se pla-nejar e de se controlar, demonstram mais facilidade em manter essa roti-na”, comenta a psicóloga. Algumas situações tornam essa disciplina mais complicada, como é o caso de traba-lhar com filhos em casa.

Para isso, tanto a psicóloga quan-to os autores da obra indicam que se tenha um local separado e isolado na casa para ser utilizado como escritó-rio de trabalho. André e Marina Brik sugerem até mesmo deixar placas na porta avisando quando se está ao tele-fone ou mesmo quando não pode ser interrompido. Outra dica importante é conseguir abandonar o trabalho quan-do o horário termina. Para que os filhos entendam qual é o horário do trabalho e o da casa. “Não pode deixar o escritório invadir a casa”, lembra Marina.

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Estima-se que mais de 4,5 milhões de brasileiros

trabalhem em home office

As vantagens do home office fizeram Klaus largar um emprego com carteira assinada

APREnDA

Fonte: Marina Sell Brik e André Brik, “As 100 dicas do Home Office”

10 DICAS DO home office:

1. Antes de ir para casa, passe na empresaÉ muito importante contar com a experiência anterior antes de partir para o seu home office. 2. Evite improvisos de mobiliárioSe o orçamento permitir, já inicie com móveis específicos para escritório. Eles seguem normas de ergonomia para que você não sofra com danos à saúde no futuro. 3. Mostre que você é PRo!Não é porque você trabalha em casa que deve ficar de pijama o dia todo! 4. Controle suas finançasPlanejamento financeiro é chato, mas necessário. Anote os gastos do seu escritório para poder separar o que é da casa e o que é do trabalho. 5. filhos no home office? Sem problemas!É preciso manter o foco durante o horário comercial. Se seus filhos são maiores, estabeleça regras e horários. Se as crianças são menores, vale con-tratar uma babá.6. Menos papel, mais produtividadeEvite que a papelada do escritório tome conta da casa. Se precisar de espaço para arquivo, recorra ao sótão, gara-gem, mas tudo organizado.7. o home office é um escritórioSempre refira-se ao seu home office como escritório, não como casa. É lá onde você trabalha. 8. faça pausasVocê trabalha em casa, mas não está imune ao stress. Lembre-se: nos mo-mentos de tensão respire fundo e faça uma pausa de 5 minutos. 9. Acabe com o junk food da despensa e da geladeiraAproveite o fato de estar trabalhando em casa para melhorar sua alimenta-ção. Abasteça sua casa-escritório com frutas, iogurtes e barras de cereais. 10. Evite distraçõesA TV está logo ali, a cama também. Cuidado com essas armadilhas da produtividade. Claro que você pode dar uma relaxada nos intervalos, mas lembre-se do compromisso.

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comportamento

professora aposentada Lourdes Caldas (66) avalia a vida na tercei-ra idade positivamente.

Hoje, ela acredita ter condições de fazer as coisas das quais já gostava, mas na época em que trabalhava não tinha tempo de fazer.

Uma dessas atividades, e que conheceu na época do “ginásio”, era aprender a língua francesa. Recentemente,“eu resolvi aprender francês”, conta. Mas estudar um novo idioma não foi a úni-

Idosos estão mais ativos e consumindo mais; aproveitar a vida é o que a maioria deles deseja

A

Tempo de consumir e aproveitar

ca atividade que ganhou espaço na vida de Lourdes após a aposentadoria. As viagens também passaram a fazer parte da nova rotina, “na medida do possível”, salienta.

Dentre os destinos que conquistou estão Europa, México, Nordeste bra-sileiro – que ela ainda não conhecia – e também um cruzeiro de travessia da Europa que passava por Portugal, Espanha e Marrocos. “E em março de 2012, a gente vai novamente. Daí a gente vai até a Itália”, planeja Lour-des, que realiza as viagens na compa-nhia do marido.

Os cuidados com a estética e a quali-dade de vida não ficam de fora da ro-tina da aposentada. Lourdes costuma fazer atividades físicas e também usa cosméticos de acordo com a idade. “Eu procuro utilizar os produtos de acordo com a minha idade. Roupas, eu não sou de consumir muito, mas na medida do possível, eu sempre com-pro algumas peças diferentes durante o ano”, diz. Mensalmente, Lourdes também procura encontrar-se com as amigas. “A gente tem um grupo que trabalhava junto e agora uma vez por mês a gente se reúne, sai para almo-çar, tomar um vinho”.

Tempo

Atividades pouco comuns na época em que os pais dela estavam aposen-tados. O pai de Lourdes costumava ficar em casa e a mãe, às vezes, saía. “Mas não tinha as atividades que hoje

Iris Alessi - [email protected]

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a gente vê direcionadas às pessoas idosas”, lembra.

Para Lourdes, o mercado está inves-tindo bastante na melhor idade e não é apenas em relação às viagens. Ela en-fatiza que há diversas outras atividades proporcionadas e que não oneram o bol-so do aposentado. Lourdes cita a Praça Ouvidor Pardinho, na cidade de Curiti-ba, como exemplo de um local onde o idoso pode realizar alguns cursos.

Consumo

A vida mais ativa na terceira idade não é um privilégio apenas de Lour-des. Os idosos estão consumindo mais lazer, moda e alimentação, é o que retrata a pesquisa realizada pelo instituto Enfoque.

A antropóloga e presidente do Enfo-que Pesquisa, Zilda Knoploch, avalia que o conceito de idoso está mudando ao longo do tempo. Outro detalhe é que a terceira idade não é uma popu-lação homogênea. “Esta foi a primeira e mais importante descoberta da nossa pesquisa”, conta Zilda. De acordo com a antropóloga, o grupo de idosos está subdividido em três: Celebradores, Recuseniks (que se recusam a aceitar a idade) e Tradicionalistas (que tem uma visão antiga de como deveriam ser os idosos). Os dois primeiros grupos, se-gundo Zilda, costumam ter uma vida bastante ativa.

O setor de turismo, apesar de ser um mercado importante para este públi-

co, não é único. “Tem todo o merca-do de cosméticos, de entretenimento, alimentação, moda, automobilístico, tecnologia, os quais precisam desen-volver a linguagem e a oferta adequa-da para eles”, completa.

Para o doutor em Consumo pela Universidade de São Paulo (USP) e integrante da linha de pesquisa em Comportamento do Consumidor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Áurio Lúcio Leocádio, a terceira idade não está apenas consu-mindo mais, mas também está mais ativa nos processos de compras e de consumo. “Se pegarmos décadas re-centes, não era tão comum ver idosos em pontos de vendas, em lojas, em supermercados, em shoppings, como nós vemos hoje”, avalia Leocádio.

Uma das causas dessa maior movi-mentação por parte dos idosos deve-se a fatores financeiros, como o aumento da renda e também a reinserção des-sas pessoas no mercado. “O idoso hoje tem um nível de atividade muito maior do que ele tinha. E esse nível de ativi-dade acaba se refletindo em práticas de consumo que, antigamente, não eram diretamente vinculadas ao consumidor idoso”, aponta o doutor.

valorização

Por isso, as empresas já estão de olhos abertos para a terceira idade e têm no-tado a mudança no comportamento desses consumidores. A rede de super-mercados Mercadorama, por exemplo, constatou que os idosos são responsá-veis por grande parte das vendas rea-

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Pesquisa mostra que há três tipos de perfis de idosos: celebradores,

recuseniks e tradicionalistas

lizadas pelo delivery da Internet. De acordo com o diretor de Marketing de Novos Negócios do Walmart Brasil, Roberto Wajnsztok, eles buscam este serviço, seja sozinhos ou com ajuda de outras pessoas, por comodidade, pois para estes idosos acaba se tornando di-fícil se deslocar até o supermercado e carregar as compras.

“E é algo muito comum, porque a gen-te está falando de cidades grandes onde a dificuldade de locomoção é cada vez maior [...] e o idoso consegue atra-vés da Internet fazer a sua compra do mês”, relata Wajnsztok. Para ele, isso significa uma quebra de barreira que existia antes para esse consumidor.

Outra marca que tem investido nesse público é a rede de farmácias Nissei. A empresa criou o Clube da Melhor Idade, em 1998. Começou com be-nefícios para os idosos no preço dos medicamentos; hoje vai além disso, segundo o gerente de Marketing da rede de farmácias, Jeissan Santos.

Semanalmente, dois ônibus levam 80 clientes para participar de ativi-dades em destinos diferenciados. O programa “tem três focos: aumentar a autoestima da melhor idade; fazer a inserção social; e ter um olhar mais carinhoso com a melhor idade”, enu-mera Santos. Os passeios sempre são programados para ter entretenimento de interesses dessa faixa etária.

Faltava tempo para fazer as atividades que desejava, agora aproveita para

realizar alguns sonhos

Para o doutor em Consumo, o idoso de hoje tem um nível de atividade muito maior do que ele tinha há alguns anos

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Conheça algumas curiosidades que essa cidade norte-americana guarda em suas ruas e becos

turismo

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assamos uma semana em Vegas. Uma cidade construída no meio do deserto, no meio do nada. Cida-de de luzes coloridas piscando nas

ruas centrais (Strip Avenue). Hotéis luxuosos. Cassinos. Muitos shows. O normal seria tra-zermos para nossos leitores uma reportagem com dicas sobre roteiros interessantes na ci-dade de “Onze Homens e um Segredo”. Mas vamos ser sinceros, basta você consultar o tio “Google” que choverão endereços para con-sultar e montar o seu próprio roteiro. E não te-nha medo de errar. Esses equívocos, às vezes, constroem alternativas interessantes.

Então, vamos falar um pouco sobre percep-ções acerca da cidade. Vegas é uma cidade muito limpa e com a manutenção sempre em dia. Correto? Errado. A parte central da cidade, onde fica a maioria dos hotéis é impecavelmen-te limpa, mas com uma exceção, dita logo mais à frente.

Se você se deslocar um pouco para a periferia da cidade (sem querer comparar de igual para igual a nossa periferia com a deles), vai poder perceber que a manutenção já deixa um pouco a desejar. O asfalto já não é tão liso, o mato

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las vegas:terra da fantasia, do jogo e do sexo

Da redação - [email protected]

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Em quase toda passarela de um hotel para o outro, é possível cruzar com um

cidadão mendigando

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já aparece em algumas calçadas, lixos são encontrados aqui e acolá.

Não vale ir para o outlet e achar que lá é periferia só porque é longe. Tem que ir para os bairros onde moram os trabalhadores de Vegas. Que, aliás, segundo um taxista, se dividem em comunidades. Os mexicanos e cuba-nos para um lado da cidade, os africa-nos (os etíopes são os mais presentes) para outro, e os árabes para outro.

Outra constatação: a crise já chegou em Las Vegas. Mendigos e pedintes, alguns cuidando de cachorrinhos ou gatinhos, são vistos em vários pontos da cidade. Em quase toda passarela de um hotel para o outro (e olha que são muitas!), é possível cruzar com um cidadão norte-americano despro-vido de emprego e renda.

Agora se nós ainda temos a imagem de um paraíso do sexo no exterior é porque ninguém deixou de falar disso em Las Vegas. Durante todo o dia nos deparamos com pessoas distribuindo papeizinhos oferecendo garotas de programa. Em todas as quadras, em frente a todos os hotéis, você é abor-dado com a oferta. Seja o turista ho-mem ou mulher. Em todas as calçadas é aquela sujeira de papéis jogados no chão com as fotos. A propaganda é fantástica: mulheres em 20 minutos. E eles ainda se acham civilizados.

Entretanto, a viagem à Vegas vale à pena. Seja para jogar, fazer compras, assistir a shows ou até mesmo para fa-zer valer a frase de que “o que se faz em Vegas, fica em Vegas”. Caso você não seja um jogador profissional, não pode se achar em um filme e sair apos-tando pelos cassinos, pois a bancarrota é quase certa.

DICA DE TURISTASe não for profissional, separe U$ 100, por noite,

para brincar no Cassino. Imponha limites, pois caso contrário, é bastante possível que deixe todas as suas economias por lá.

Se for fazer o passeio de helicóptero pelo Gand

Canyon, peça para o piloto des-cer e andar entre as paredes para dar mais emoção ao percurso.

Vá aos espetáculos e shows. São sempre muito

bem produzidos.

Visite os hotéis e curta a arquitetura. Quem gosta de

cinema é uma grande lição de cenografia. Cada hotel remete a um lugar do mundo.

Reserve mais de um dia para os outlets e visite os

mercados afastados do centro. Sempre valem à pena.

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Apesar do destino da maioria dos automóveis no Brasil ser o ferro velho, a solução mais correta é a reciclagem

Carro também se reciclaEspecialistas da área afirmam que a reciclagem de veículos é a melhor opção. “É uma questão muitas vezes cultural. Pessoas aqui no Brasil que nunca conviveram com isso não sa-bem que um carro pode ser enviado para a reciclagem”, reforça Carlos Renato Garcez do Nascimento, pre-

sidente do Instituto Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (IBDS), que irá realizar em Curitiba, entre os dias 21 e 23 deste mês, o Sus-tain Total – Fórum Brasileiro e Feira Internacional de Resíduos Sólidos.

A pouca consciência do brasileiro se ilustra na discrepância dos números, se comparados a outros países. De acordo com dados do Sindinesfa, ape-nas 1,5% da frota brasileira de veícu-los que sai de circulação, normalmente com mais de 20 anos de uso, vai para a reciclagem. Nos Estados Unidos e na Europa esse índice chega a 95%. “Em alguns países, quando uma pessoa troca o carro, ela obtém um desconto se entregar o veículo usado no ato da compra ou recebe um bônus para com-pra de um carro 0 km ou com idade

meio ambiente

Mariane Maio - [email protected]

rovavelmente poucas pesso-as já pararam para pensar o que é feito com um carro que sai de circulação. E muito

mais improvável ainda é pensar qual seria a maneira correta deste proces-so de descarte. “Com a falta de um programa de renovação de frota, al-guns veículos acabam sendo descar-tados em desmanches e depósitos de ferros velhos, ficam na posse de se-guradoras, Detran, ou são abandona-dos em vias públicas causando sérios problemas para a população”, afirma Elias Bueno, secretário-executivo do Instituto Nacional das Empresas de Sucata de Ferro e Aço (Inesfa) e do Sindicato das Empresas de Sucata de Ferro e Aço (Sindinesfa).

PSERvIço

SuSTAIN TOTAL (fóRuM BRA-SILEIRO E fEIRA INTERNACIO-NAL DE RESíDuOS SóLIDOS)

Data: 21 a 23 de novembro de 2011

Local: Expotrade Convention Center

Rodovia Dep. João Leopoldo Jacomel 1.0454 (Pinhais-PR)

Informações: www.sustaintotal.com.br

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menos avançada. O veículo colocado em desuso vai para reciclagem, garan-tindo assim, que não fique circulando pelas ruas”, conta Bueno.

Outros países que tem uma boa polí-tica de reciclagem de carros são a Ar-gentina e o Japão. No país vizinho, um centro de reciclagem consegue receber cerca de 250 automóveis por mês, o que representa o reaproveitamento de 25 mil peças, desde 2005. No Japão, as montadoras são responsáveis pela logística reversa. “Você faz uma aqui-sição de um carro 2011 e, em 2014, o reencaminha para a montadora e tem um desconto na aquisição de um novo. Incentivando a renovação de frota”, explica Nascimento.

Política Pública

No Brasil, não existe legislação espe-cífica que exija o processo da logística reversa. Apesar da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305), de agosto de 2010, ser um grande avanço, o setor automotivo não foi incluído como obrigatório, ficando a cargo das empresas envolvidas a elaboração de um acordo setorial. “A ausência de uma política pública se-torial incentivando a reciclagem de veículos certamente é um gargalo que

existe na legislação brasileira”, ga-rante o presidente do IBDS.

Opinião também compartilhada pelo secretário-executivo do Inesfa e Sin-dinesfa. “A falta de legislação especí-fica de abrangência nacional e de uma política nacional de renovação da fro-ta e reciclagem de veículos explica o irrisório índice de reciclagem de veí-culos no Brasil”. De acordo com ele, “a atividade do comércio de resíduos e sucatas metálicas está pronta para atender a Política e o Plano Nacio-nal de Resíduos Sólidos, atuando em consonância com a legislação para estabelecer acordos setoriais, parce-rias, termo de compromisso, fazendo da responsabilidade compartilhada a certeza da destinação ambientalmen-te correta dos materiais metálicos re-cicláveis da logística reversa”.

Para Marcos Vinicius Aguiar, enge-nheiro e diretor de Segurança Vei-cular e Reciclagem da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA), esta política de reciclagem deverá abranger incentivos financei-ros para seguir adiante. “Se não tiver

uma política para o consumidor [...], isso não vai acontecer”.

foco ambiental

A preservação das reservas minerais, economia de energia e água, aumen-to da vida útil dos aterros sanitários, redução dos índices de poluição do ar, são algumas das vantagens da re-ciclagem de carros. “Quando o aço é produzido inteiramente a partir da sucata há uma redução da poluição do ar (- 85%) e do consumo de água (- 76%), eliminando todos os impac-tos decorrentes da atividade de mi-neração”, aponta Elias Bueno. Mas segundo o Sindinesfa, os benefícios vão muito além. “Combate aos focos transmissores de doenças provocados com acúmulo de materiais que po-deriam ser reciclados em locais não apropriados, e geração de novos pos-tos de trabalho, com inclusão social”.

O Ministério das Cidades, por meio do Denatran, encomendou um estu-do à AEA sobre a possibilidade de ser criado um programa nacional de reciclagem. Segundo Aguiar, den-tro de seis meses a Associação deve apresentar os resultados. “A AEA está começando a trabalhar primeiro tec-nicamente como nós vamos fazer a reciclagem de cada componente. Que é dar as condições para um sistema inteiro começar a trabalhar”.

O presidente do IBDS diz que apesar do alto custo inicial para se implantar um sistema de reciclagem, a médio e longo prazo, haverá economia. “Você vai tirar do seu custo fixo diversos componentes que vai reutilizar, que estarão ali a teu dispor sem custo ne-nhum. Teu custo é no processo logís-tico, mas não na peça da aquisição”. Ainda de acordo com ele, tudo o que envolve a logística reversa é a melhor forma de trabalhar. “Você reinsere o produto no ciclo de vida dele. Eu sempre comento que o correto é você não descartar nada depois do consu-mo. O correto é você encaminhar”.

“Pessoas no Brasil que nunca conviveram com isso não sabem que um carro pode ser enviado para a reciclagem”, diz Nascimento

Apenas 1,5% da frota brasileira de veículos

que sai de circulação vai para a reciclagem

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meio ambiente

pesar de sinais de certa desaceleração, a cons-trução civil no Brasil continua forte. Com a

casa nova, o prédio reformado, o condomínio pronto, vêm também os resíduos sólidos por eles produzidos. Dados alarmantes do setor colocam em xeque o modelo de construção e as práticas adotadas na hora de cons-truir. Há muito desperdício.

O entulho que esse setor constrói é a metade do total de resíduos sólidos gerados no País. Outra informação que preocupa é a apresentada pelo Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil em pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Espe-ciais (Abrelpe). O estudo aponta que

Os resíduos da construção civil poderiam ser 90% dos materiais reciclados; no entanto, no País, somente 5% tem reutilização adequada

foram coletados 31 milhões de tone-ladas de resíduos de construção e de-molição em 2010. Isso representa um aumento de 8,7% em relação a 2009.

Não deveria ser assim, já que se-gundo dados do Instituto Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (IBDS), cerca de 90% dos resíduos gerados pela construção civil pode-riam ter o destino da reciclagem e da reutilização. Atualmente, apenas 5% do material rejeitado da construção civil são reciclados no País.

Informações

A dificuldade já começa no controle das informações sobre os resíduos. Em Curitiba, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA) infor-mou por meio da assessoria de im-prensa que a cidade não tem controle

do volume de resíduos da constru-ção civil. “Na tentativa de despertar a consciência do pessoal envolvido com construção civil antes da emis-são do alvará, a SMMA pede que seja apresentado um plano de geren-ciamento de resíduos. Esse plano, porém, não é condição absoluta para obtenção do alvará de construção”, completa o órgão. Em informações não oficiais, estima-se que, em Curi-tiba, sejam produzidos 74 mil tonela-das de entulho por mês. Já o montante reciclado não é contabilizado.

As usinas de reciclagem podem ser uma saída para esse grande entulho de problemas que se acumulam na beira de rios, em aterros inadequados e em áreas de risco nas periferias das cidades. Um exemplo é a Usina de Recicláveis Sólidos Paraná (Usipar) instalada, este ano, em Almirante

Um entulho de problemasArieta Arruda - [email protected]

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REVISTA MÊS | NOVEMBRO DE 2011 | 51

Tamandaré (PR), que funciona para reciclar alguns tipos de materiais de construção. “Transformamos em ma-teriais como areia, brita, pedrisco, rachão e bica corrida”, explica Ale-xandre Graeser Blaszezyk, sócio e diretor da Usipar.

Por dia, em média, são recebidas 60 caçambas na usina para o reaprovei-tamento. No fim do mês, isso repre-senta cerca de oito mil toneladas de resíduos. Uma das dificuldades apon-tadas pelo diretor é a sujeira que vem junto com os resíduos passíveis de re-ciclagem. Para ele, aqui em Curitiba é mais fácil ver a separação do lixo do-méstico do que o da construção civil. Essa mudança passa pela conscien-tização dos profissionais nas obras e pela cobrança por parte dos clientes por uma obra mais “limpa”.

Setores da construção

A Associação Brasileira dos Escri-tórios de Arquitetura no Paraná (As-BEA-PR) vem discutindo há alguns anos maneiras “mais eficientes do ponto de vista da produção”, afirma a vice-presidente comercial, a arquiteta Cristiane Lacerda. São basicamente cinco estratégias utilizadas no proje-to: melhor aproveitamento dos recur-sos materiais; eficiência energética; uso racional da água; menos resíduos materiais e o empreendimento para

destino adequado do lixo. “No início, não se via nada, principalmente aqui em Curitiba e no Paraná de um modo geral. Do ano passado pra cá, a gente já consegue perceber diversas inicia-tivas [de sustentabilidade]. Os arqui-tetos têm tentado adotar materiais mais inteligentes”, diz.

Em busca de soluções em outros paí-ses, representantes do Sindicato da In-dústria da Construção Civil no Estado do Paraná (Sinduscon-PR) estiveram em comitiva no último mês pela China e Japão para pesquisar novas experi-ências. Euclésio Finati, vice-presiden-

te administrativo do Sinduscon-PR, comentou direto do Japão que esta-vam por lá para “procurar novas atitu-des e transformar [a construção civil] em processos positivos”. Segundo Finati, as iniciativas são simples. Mas o que falta é conscientização para os brasileiros. Por isso, “precisamos al-terar nossa cultura”.

Um dos grandes argumentos de quem não está preocupado com a susten-tabilidade na construção é o valor. Construir de olho no meio ambiente ainda custa mais caro. No entanto, os especialistas argumentam que isso pode ser compensado no menor custo de operação e manutenção e na valo-rização de mercado do imóvel. Por isso, se o olhar estiver focado a longo prazo, os investimentos iniciais maio-res podem se pagar no futuro.

Segundo Blaszezyk, a usina recebe por dia 60 caçambas de entulho para reciclagem

TECnologIA AlEMã

Com uma proposta de inovar o mercado de construção no Paraná, a empresa Ecos Haus Construtora chegou à Curitiba no ano passado. A empresa propõe a construção à seco. Segundo o alemão Tobbias Ott, sócio da empresa, é possível construir uma casa de alto padrão de sustentabilidade usando a tec-nologia wood frame. “Nós temos a casa mais sustentável do Brasil”, afirma Ott. Essa construção seca

MENOS RESíDuOS NA CONSTRuçãO DE CASAS

gera menos de 1% de resíduos sóli-dos e cinco vezes menos a emissão de CO2 do que construções conven-cionais. A otimização dos materiais reduz 85% das perdas. As paredes e a cobertura são pré-moldadas. Assim, é possível montar uma casa em apenas um dia. As paredes, que podem ter de 17 a 30 cm de espes-sura, possuem isolamento acústico, solar e térmico. São encaixadas e parafusadas. Não leva nenhum tijolo,

argamassa ou concreto. A madeira de pinos de reflorestamento é trata-da contra mofo e infiltração. O aca-bamento é mais rápido que o con-vencional. “Construímos casa para sempre. Costume dos alemães”, garante. O empreendimento pode ter até quatro andares. A empresa já fez projetos em cidades paranaenses como Londrina, Curitiba e Irati. Os preços variam conforme o projeto do cliente.

A dificuldade já começa no controle das informações

sobre os resíduos

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Subverter o paladarQueijos e vinhos, consumidos tipicamente no inverno, podem continuar sendo uma boa opção para os dias mais quentes; veja as dicas dos especialistas

continuar consumindo essa combina-ção típica do inverno.

Para Rodrigo do Prado, sommelier e restauranteur da Trattoria Boulevard, essa cultura de consumir vinhos nos dias mais frios é algo bem brasileiro. “Se dermos uma volta pelos países europeus e pelos Estados Unidos, que têm um verão extremamente rígido, vamos observar várias pessoas em restaurantes e parques tomando vi-nhos, inclusive tintos”.

Beber

Mas para atender ao gosto brasileiro, alguns vinhos são mais indicados. “Uma bebida com a cara do verão é o espumante. Os roses, no geral, são ótimos para dias quentes, e os bran-

culinária&gastronomia

om a temperatura aumen-tando, logo se pensa em opções leves e refrescan-tes para comer e beber. É

incontestável dizer que uma boa sala-da e até mesmo uma cervejinha com-binam com as estações mais quentes do ano. Mas nem sempre precisa ser assim. Se você é daqueles que não dispensa a dupla: queijo e vinho, sai-ba que com algumas dicas é possível

CMariane Maio - [email protected]

cos, com acidez mais elevadas, como os sauvignon blanc, combinam muito com uma tarde na piscina. Uma dica para o verão são os vinhos verdes do Norte de Portugal”, diz Prado. O ide-al é que a bebida seja servida entre seis e 10 graus.

Caso a pessoa não abra mão do vinho tinto, o sommelier indica escolher vi-nhos mais leves, com acidez elevada e tanino baixo. “O tanino é aquele componente dos tintos que dá a im-pressão de amarrar a boca e costuma brigar com o sal, que realça o amar-gor desse componente. Os pinot noirs chilenos e os zinfandel americanos são excelentes. Além destes, encon-tramos ótimos vinhos australianos e neozelandeses com estas característi-cas”, afirma.

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Os espumantes, roses e brancos são os vinhos mais indicados para os

dias mais quentesFo

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ComerEm relação aos queijos, a dica da líder de frios e laticínios do super-mercado Pão de Açúcar, Denise dos Reis, é utilizá-los nos sanduíches, sa-ladas, canapés e patês. Dessa forma o alimento fica mais leve. Outra dica é consumir queijos menos calóricos, como o cottage. “É bem legal, porque o pessoal no verão se cuida por causa da dieta”, lembra. O cottage também possui uma versão rica em fibras, que Denise aconselha para quem tem de-ficiência em cálcio.

Nos dias mais quentes, outra boa pe-dida é o queijo de cabra, também o brie e o gouda, além dos tradicionais queijo minas e ricota, bastante con-sumidos nessa época do ano. “O brie dá pra consumir com geleia de frutas frescas”, sugere a especialista. Além do brie, o especialista Prado também sugere o camembert.

harmonização

Apesar de a combinação queijos e vinhos parecer óbvia, o sommelier e restauranteur afirma que não é qual-quer mistura que fica boa. “A acidez do queijo deve bater com a acidez do vinho, o que explica também o céle-

vEJA AS DICAS DE vInhoS E qUEIJoS

vInhoS Tinto

• Red Tree Zinfandel (EUA)

• J. Lohr Crosspoint pinot noir 2006

• Carmen reserve pinot noir 2009

Branco

• Villard Sauvignon Blanc 2008 (CHI)

• Raka Sauvignon Blanc 2007 (AFR)

• Chateau de La Gardine Chateau-neuf-du-Pape 2006 (FRA)

Rose

• Tabali reserva rose syrah 2009 (CHI)

• D. Dubourdieu Le Rose de Flori-dene 2006 (FRA)

• Real Sitio Prado Rey Rosado 2007 (ESP)

Espumante

• Filipa Pato 3B rose (PT)

• Cava Dom Roman Brut Reserva Imperial

• Deutz Brut - Champagne (FRA)

vinho verde

• Anselmo Mendes Alvarinho Muros Antigos 2008

qUEIJoS

• Cottage

• Queijo de Cabra

• Queijo Brie

• Queijo Gouda

• Queijo Minas

• Ricota e Camembert

bre casamento dos queijos de cabra com o sancerre e outros vinhos de sauvignon blanc”, diz. Por isso, um grande número de queijos combina mais com vinhos brancos, por não ter tanino. “Os brancos, principalmente de sauvignon blanc e espumantes, com o queijo camembert combinam muito bem”.

Em relação a outras combinações de pratos, os frutos do mar são os que mais casam. “Podemos harmonizar estes pratos por similaridade, vinhos leves com pratos leves, ou então por antagonismo, vinhos de acidez eleva-da com pratos untuosos”, afirma.

E caso você opte pelo queijo, mas não quer algo alcoólico, Denise dos Reis in-dica uma combinação com suco de fru-tas naturais. As contraindicações ficam para os queijos gorgonzola e parmesão, muito calóricos e pesados, portanto, menos indicados para o verão.

Combinação do sommelier e restauranteur Rodrigo do Prado é a

combinação do queijo camembert com vinho suavignon blanc, de acidez elevada

Queijo brie com champagne harmonizam. Para quem gosta da

mistura doce com salgado, Denise dos Reis afirma que a mistura do queijo com

geleia de frutas dá um toque especial

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Corrida de Orientação, esporte que alia noções de direção, contato com a natureza, exercício físico e raciocínio rápido tem despertado o interesse de pessoas de todas as idades

Profissionalização da “caça ao tesouro”

magine a seguinte situação: você tem em mãos um mapa e uma bússola. Está numa flores-ta, numa trilha desconhecida.

Veste roupas confortáveis e precisa chegar a alguns pontos estratégicos para atingir o objetivo final, onde terá um tesouro. Tem horas que você cor-re; outras caminha, outras se perde e outras se acha. Nessa interessante disputa contra suas próprias limita-ções; você se supera, se descobre e se conecta com a natureza. Numa si-tuação simples como essa, mas cheia de valores, é que se baseia o esporte chamado de Corrida de Orientação.

“Uma maneira lúdica de lidar com mapas”, comenta o presidente do Clu-be de Orientação de Curitiba (COC) e

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assessor da Federação Paranaense de Orientação (FPO), Luciano de Olivei-ra. “A pessoa que começa nesse espor-te, dificilmente, vai parar. A motivação é bastante grande”, afirma Honei Pe-droso, personal trainer e praticante do esporte. “O principal fator da corrida de orientação é a surpresa”, completa Elyse Bacila, arquiteta e praticante de corrida de orientação há um ano.

O esporte de origem europeia, chegou ao Brasil na década de 1970 por meio dos militares. O Paraná, ao lado do Rio Grande do Sul, é referência no esporte. O nosso estado foi palco do primeiro campeonato brasileiro e também da criação da Confederação Brasileira de Corrida de Orientação (CBO), que ocorreu em Guarapuava (PR). “Em 2004, éramos pouco mais de dois mil atletas federados [no País]. Hoje, atin-gimos a marca de 12 mil federados. Não federados passa de 60 mil prati-cantes”, contextualiza Oliveira.

Esse interesse crescente se explica em parte pela capacidade inclusiva do esporte. “É para a família intei-

Arieta Arruda - [email protected]

ra brincar junto”, comenta Catarina Helfer, empresária que começou a praticar o esporte há pouco mais de três meses. Ela corre com o marido e a filha, Nerysse Helfer, de apenas 10 anos de idade. “É legal fazer. Acho bem divertido”, se entusiasma a me-nina que já completou três provas, em dois meses de prática.

Oliveira destaca que para as crianças essa prática esportiva é multidiscipli-nar e oferece a possibilidade de colo-car a criança para descobrir o mundo. “Desenvolve a lateralidade, senso de direção, proporção, noção de distân-cia [...] Para a criança o desenvolvi-mento educacional é fantástico”.

Para os adultos, um dos benefícios é a concentração. É uma espécie de

esporte

Fotos: Maria Odete

Para Elyse Bacila, é muito desafiante e gratificante quando você completa a prova

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Esse interesse crescente se explica em parte

pela capacidade inclusiva do esporte

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Fotos: Maria Odete

válvula de escape. “Relaxamento mental, além da prática de exercí-cio físico”, enumera o presidente do COC. Já para os idosos, ao encarar terrenos irregulares, “você melhora a qualidade de vida e a longevidade, pois trabalha a lateralidade, equilí-brio, força, resistência e desenvolvi-mento cardiovascular”.

Para iniciar a prática não é preciso ter condicionamento físico ou histó-rico de outros esportes. A prioridade das provas é fazer de forma correta e depois ir aumentando a velocidade. “[O esporte] privilegia o raciocínio e não o condicionamento físico”, argu-menta o presidente do clube. Aliás, é uma porta de entrada para outras práticas esportivas, segundo Pedro-so. “Primeiro passo, para o pessoal

se motivar para começar a fazer uma atividade física regular.”

No Brasil, a modalidade mais pratica-da é a corrida de orientação pedestre, mas existe a de bicicleta, de esqui e também preparada para portadores de deficiência. Para começar, o ideal é procurar por um clube para fazer uma aula de iniciação, na qual aprenderá a linguagem técnica e a simbologia da orientação. Depois, basta participar de uma prova e aproveitar.

As vestimentas recomendadas são calça, camiseta de manga longa e tênis para corrida. No começo, você pode sentir “bastante dificuldade em achar os pontos”, mas depois vai embora. “É bem legal”, garante Ca-tarina. “Agora só quero ganhar meda-lhas”, diz rindo a esportista.

As categorias se dividem entre homens e mulheres. Dentro do grupo dividido por sexo, há os grupos por idade e ain-da uma subdivisão por conhecimento

técnico (tempo de prática do esporte). Por isso, uma competição chega a ter até 70 categorias diferentes. O tempo da “caça ao tesouro” varia entre 50 mi-nutos e uma hora, num percurso entre quatro e oito km. “O atleta define aon-de vai. E essa escolha de rota é o desa-fio da orientação”, avalia Oliveira.

O prêmio está tanto no início, quan-to no meio, como no final. “É muito desafiante e gratificante quando você completa a prova”, conclui Elyse. “Muitos sentimentos são testados [...] a cada ponto que você encontra tem um retorno positivo”. Uma aula de vida e perseverança, luta contra o cansaço físico, ganho de autoconfian-ça e contato com a natureza. Supera-ção. Ta aí o maior tesouro.

PArAná PRóxIMA PRovA: xvII CIPo - 6ª ETAPA

data local Organizador Categoria informações

20/11/2011 Guarapuava/Paraná

Clube de Orientação Lobo Bravo

Estadual Federação paranaense de Orientação:

(41) 3076-2269

Segundo Honei, não

é necessário ter preparo físico para

a corrida de orientação

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56 | REVISTA MÊS | NOVEMBRO DE 2011

É em casa que se promove a Cultura

Projeto denominado Haus Musik faz o resgate dos antigos recitais e do debate cultural dentro de casa

ntigamente, lá pelos séculos XVIII e XIX, era comum as famílias abrirem as portas das

suas casas para promover atividades culturais, como audição de música, apreciação de pintura e declamação de poemas. Eram, em grande parte, nestes encontros que a vida social se desenvolvia. Esta ideia de realizar apresentações culturais nas residên-cias é nos dias de hoje resgatada em Curitiba pelo projeto Haus Musik.

A pianista e professora Salete Chia-mulera começou a desenvolver a ideia em 2007 quando realizava em

A

cultura&lazer

Roberto Dziura Jr. - [email protected] casa, para seus quatro filhos, apre-sentações musicais didáticas. “Queria que eles tivessem contato com outros artistas e aprendessem mais sobre música. Então, a ideia foi crescendo e, no ano seguinte, aconteceram seis encontros nas casas de amigos.”

Hoje,“nossa série visa fomentar o relacionamento cultural em três ver-tentes – o artista e sua arte; o ouvin-te com a apreciação da música; e as relações sociais entre os participan-tes. Transformamos a sala de estar de nossas residências em um ‘Palco Temporário’ para a difusão da arte”.

Renato Otto é um dos músicos par-ticipantes do projeto. Cursando o 2º ano de Licenciatura em Música pela Faculdade de Artes do Paraná (FAP), o cantor e violeiro valoriza a oportu-nidade de se apresentar publicamente no Haus Musik. “Estar em contato com o público ajuda o artista a tirar a timidez e contribui na promoção da arte nas famílias.”

Para a idealizadora

Salete, a Haus Musik difunde

a música no aconchego

de casa sem a burocracia das apresentações

em teatro

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Época natalina está chegando

Tradicional apresentação do Palácio Avenida terá a participação de 160 crianças e o tema “O Poder da Música”

m novembro, no próximo dia 25, iniciam-se as apre-sentações do coral nata-lino no Palácio Avenida.

Com o tema “O Poder da Música”, o espetáculo tem duração de uma hora e meia e conta com a partici-pação de 160 crianças que cantarão 18 músicas. As apresentações ocor-rem de sexta a domingo, sempre às 20h30, até o dia 18 de dezembro. O Palácio Avenida está localizado na Rua das Flores, sem número.

De acordo com a diretora do Insti-tuto HSBC Solidariedade, Claudia Malschitzky, neste ano, o evento terá característica mais musical, sem entradas teatrais. “A novida-de em 2011 é a utilização da tec-nologia 3D Maping, que projetará no Palácio imagens que compõem o espetáculo. Soma-se a isso a

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Mesmo com pouco tempo de vida, o reconhecimento do projeto foi mui-to além dos ouvidos de Curitiba. Em 2008, Salete colocou no papel o projeto e mandou para o Congresso Mundial de Professores de Música, que ocorre a cada dois anos em paí-ses diferentes. O trabalho foi aceito e apresentado na edição de 2010, reali-zada na China.

União das Artes

Com o tempo, a necessidade de unir outras artes começou a ser obrigató-ria. Recentemente, em um encontro realizado em outubro na residência do casal Israel Pessoa e Cláudia Trolli, foi feito o primeiro Haus Musik mul-ticultural, com a união da música e as artes plásticas. “Todos os encontros são tematizados e, neste, esteve em evidência a Arte Contemporânea”, acrescenta a idealizadora do projeto.

Além da música, 15 alunos de artes plásticas da FAP projetaram alguns trabalhos e outras três obras foram ex-postas. “Durante a conversa entre os convidados e os artistas, nossos alunos tiveram a oportunidade de explicar o que é e qual a importância da Arte Con-temporânea nas artes”, conta a profes-sora de Artes da FAP, Uiara Bartira.

Para Cláudia, que abriu as portas de sua casa para receber esse Haus Musik multicultural, encontros desse porte só têm pontos positivos. “Nossa residên-cia vira uma casa de espetáculo com a diferença de que podemos bater-papo e presenciar a arte com a explicação de quem a faz. Foi uma oportunidade única. Fico muito satisfeita em receber o projeto”, finaliza.

no Haus musik o espectador tem a

oportunidade de interagir com o artista, em um

bate-papo que ocorre em casas curitibanas

Roberto Dziura Jr. - [email protected]

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participação especial de dois ca-sais de bailarinos de Curitiba e o mestre de cerimônias será Kazuo, artista do Cirque du Soleil”.

O Coral de Natal do Palácio Avenida existe desde 1991 e foi idealizado pelo antigo Banco Ba-merindus. Ao iniciar suas opera-ções no Brasil, em 1997, o HSBC manteve as tradicionais apresen-tações. Sobre as crianças que participam, Malschitzky explica que elas fazem parte do progra-ma desenvolvido pelo Banco que ensina música para 40 crianças e jovens, entre 07 e 14 anos de ida-de, selecionados nas Casas Lares e que se destacam por seu desem-penho escolar, dedicação, esforço e respeito. “No final do ano, ou-tras 120 crianças, também sele-cionadas nas Casas Lares, unem--se para a formação do Coral do Palácio Avenida”.

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A Justiça ao lado do povoMais de cem mil pessoas carentes – de pouco acesso à Justiça – já foram atendidas pelo projeto “Justiça no Bairro”, idealizado pela desembargadora Joeci Camargo e que comemora oito anos. A londrinense está ao lado de pessoas, que como ela, também passaram por necessidades e tiveram uma infância pobre. Com o sonho de mudar sua realidade e de milhares de pessoas, se empenhou nos estudos e no trabalho. Hoje “nosso objetivo é o acolhimento e atendimento da pessoa carente. Deslocamos o Judiciário até o povo e, através da união com o Ministério Público, resgatamos os direitos dessas pessoas”, afirma. Conheça um pouco dessa personagem que faz “Justiça com as próprias mãos” ao levar a Lei em lugares distantes dos tribunais

cuperar e tentar aproximar a Justiça. Isso desde a época que eu era advo-gada. E isso depois foi se estendendo dentro da carreira da magistratura. O meu objetivo sempre foi que os ca-rentes tivessem acesso à Justiça.

Quais foram os resultados obtidos até agora com o projeto “Justiça no Bairro”?

JC - Nós já atendemos mais de cem mil pessoas desde 2003 em todo o Es-tado do Paraná. Com certeza é uma forma de agilizar, porque há ali não só uma demanda reprimida, mas o atendimento de pessoas que nunca chegaram a ser atendidas, que vivem na periferia da cidade e porque não têm uma faculdade, defensoria muni-cipal, nem atendimento estadual que possa atendê-los. O projeto Justiça no Bairro [propicia] que você agende audiências de qualquer área, possibi-litando, assim, que as pessoas tenham um acesso mais rápido à Justiça.

Em 2009, foi promovida para o car-go de desembargadora. O que mu-dou em sua rotina?

JC - Tudo. Porque eu não deixei o projeto “Justiça no Bairro” e ele ganhou uma vida maior ainda, jus-tamente porque hoje, eu não levo o Juiz da Vara de Família para as ruas nem para os bairros, hoje eu levo o Tribunal de Justiça. Eu já escrevi minha história no Paraná. O projeto Justiça no Bairro tem resultado, tem vida própria e marcou no Paraná. O meu sonho é que o projeto realmente permaneça e que eu consiga que os juízes todos possam fazer com que seja uma realidade em todo o Paraná. O juiz não pode ficar dentro de um aquário intocável. Ele tem que ficar perto da população. Eu penso que a Justiça se faz com amor.

Como foi sua infância e sua juventude?

Joeci Camargo (JC) - Eu venho de uma família muito humilde, que lutou muito para sobreviver. Começa por aí minha história. Os meus pais são se-parados e minha mãe ficou com qua-tro filhas para criar. Ela foi zeladora do Sesc. Eu também trabalhei como pajem, encerava a casa dos vizinhos, quer dizer, “n” formas para você ten-tar subsistir, pois nós passamos muita fome. Todo mundo tem um sonho, todo mundo quer estudar, todo mun-do quer ser alguém na vida, então, as possibilidades apareceram para nós através da bolsa de estudo da Federal.

5 perguntas para: Joeci Camargo

Por que optou por fazer faculdade de Direito?

JC - Eu sempre tive como objetivo lidar com a ciência do Direito. Um dos meus ídolos era o doutor Nely Lopes Casali, um advogado muito conceituado, hoje já falecido de Lon-drina. Ele era uma pessoa que fazia um trabalho diferente. Principalmen-te, para as pessoas menos assistidas, menos favorecidas.

Acredita que sua trajetória fez a diferença para ter uma visão dife-renciada da Justiça?

JC - Essa visão diferenciada já come-çou antes da magistratura, porque eu sou oriunda da Defensoria Pública. Eu fui defensora pública e na área Penal. Eu trabalhava na Penitenciária Central do Estado. Ali você vê a situ-ação dos presos e também vê a situa-ção da família do preso. Você tem um diagnóstico diferente do que é uma família totalmente desestruturada. É um trabalho que eu já desenvolvo desde antes. Trabalho que envolve a família no sentido de você tentar re-

Mariane Maio - [email protected] Alessi - [email protected]

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moda&beleza

Blogs de pessoas comuns atraem leitores que procuram inspiração no que vestir e combinar; apenas um blog de Curitiba conquistou 60 mil acessos mensais

odos os dias a curitibana Bruna Catani (20) reser-va um tempo para visi-tar alguns blogs de seu

interesse. O assunto deles é sempre Moda. Mas Bruna não é a única que se interessa pelo tema. Segundo uma pesquisa realizada pela empresa Boo--Box, que analisou 20 mil blogs em todo o País, o assunto moda é o se-gundo da preferência dos leitores no ranking de entretenimento, empata-do com música e blogs automotivos, perdendo apenas para o humor.

Esse nicho também foi percebido pelas irmãs blogueiras Bárbara (25), Débora (23) e Júlia (21) Alcântara de Souza,

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Meu diário de modaMariane Maio - [email protected]

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Ricardo Pedroni Fotos: Arquivo Pessoal

que lançaram o Blog Tudo Orna em 2010. “O blog surgiu de uma maneira despretensiosa, de um gosto pessoal, porque a gente já gostava de moda e fotografia e decidiu compartilhar os gostos e ideias”, afirma Débora. Um ano depois, o número de visitas diárias surpreende, cerca de dois mil acessos únicos; quase 60 mil por mês.

Outra blogueira que se surpreendeu com o retorno foi Rafaela Ronconi. “No começo eram mais amigas e a fa-mília que entravam. E, com o tempo, fui vendo que leitoras do Brasil intei-ro estavam visitando o blog”, conta a administradora, que decidiu criar o blog por gostar de escrever e gostar de moda. Hoje, já contabiliza sete mil acessos mensais.

o bom do blogApesar de a moda estar presente na televisão, jornais, revistas e nas ruas, as blogueiras acreditam que a procura por blogs é grande pelo fato de mostrar looks de pessoas comuns e dar dicas de como sair do básico. “Quando você entra em um blog, você se identifica com aquela menina e fala ‘eu posso me vestir igual a ela’. Quando você vê em uma revista está muito fora da sua realidade”, analisa Bárbara.

Rafaela também alia seus gostos com as tendências para mostrar em seu blog. “Eu foco em como usar a ten-dência. Nem toda menina se adapta. Procuro mostrar o que pode usar e o que deve evitar”, conta.

Outra vantagem destacada por elas é a interação que a plataforma permite. “O acesso é muito mais fácil. As pes-

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soas podem te responder, se ela não gostou, pode dizer isso. As pessoas procuram no blog essa interativida-de”, afirma Bárbara.

Para a leitora assídua e também blo-gueira (do Fashionismo Barato), Ana Rezende (20), os blogs são uma ma-neira de ver dicas de como aproveitar uma peça de roupa que já usou muito ou não tem ideia de como combiná--la. “É uma forma de inovar”, diz a estudante de publicidade, que come-çou o interesse pela moda repentina-mente. “Eu era bem moleca e minha mãe sempre quis ter uma bonequinha. Ela me colocou em um curso de mo-delo e eu acabei gostando”, lembra.

Como Usar

Para Rafaela, “a moda tem uma for-te influência na nossa vida, porque é uma maneira da gente se comunicar”. E, apesar de a moda ser democrática, é preciso que cada pessoa saiba adaptá-la ao seu estilo e personalidade. “A roupa diz muito do que você quer passar. Se

você vestir só porque está na moda pode passar uma impressão errada”, explica.

O importante é saber misturar o que é tendência com as proporções de cada pessoa, segundo Débora. “Não é por-que está na moda que vai combinar com o seu biotipo”, reforça. Mesmo tendo de adaptar algumas peças, a pessoa pode encontrar alguma forma de estar na moda, como por exemplo, procurando uma cor que goste e dei-xando de usar o modelo que não a va-loriza. Para Júlia, o que vale é como a pessoa se sente. “Se a pessoa entra em um lugar e se sente bem com o que está vestindo, do jeito que for, ela orna”.

qUARTA qUInTA SExTA SáBADo

Fotos: Arquivo Pessoal

Os blogs de moda são os segundos mais procurados no ranking do entretenimento,

afirma pesquisa

vISITEALguNS BLOgS LOCAIS

tudO OrnAwww.tudoorna.com.br

BlOG dA rAFAwww.blogdarafa.com.br

FASHiOniSmO BArAtOwww.fashionismobarato.blogspot.com

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o objetivo de ser a porta de entrada da marca no País, o modelo pode ser adquirido por R$ 73 mil, em Curitiba. Exatamente R$ 10 mil a menos do que o modelo mais barato vendido até en-tão, o Cooper Salt. A economia entre uma versão e outra, claro, refletiu no produto final, mas o charme inconfun-dível de um MINI continua o mesmo.

Quando o assunto é o visual externo, o carro permanece igual. Apenas as rodas de liga foram substituídas por aro 15 (antes aro 16). Já os acessórios e adereços foram mantidos, garantin-

automóvel

epois de pouco mais de dois anos da marca MINI Cooper, controlada pela BMW, ter chegado ao Bra-

sil, uma versão mais simples e barata foi lançada: o MINI Copper One. Com

D

MInI Cooper one, igualmente imponenteApesar de ser o carro mais simples e barato da marca disponível no Brasil, o modelo mantém as características de um MINI e continua com o mesmo charme

do o status, que é um dos principais atrativos da marca.

No interior do veículo, a diferença é percebida nos bancos de tecidos e o volante de plástico sem a tecla mul-tifunção. Mas alguns detalhes agra-dam. Luzes de efeito podem ser alte-radas de acordo com o gosto do dono do carro. O painel é outro destaque. Um grande velocímetro em cima do som chama a atenção logo ao entrar no carro. O rádio não oferece entrada USB e também não toca MP3, uma falha do modelo.

Mariane Maio - [email protected]

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Porém, o corte mais sentido pelos apreciadores de carros foi no motor. O 1.6 de 120 CV foi substituído por um 1.6 de 98 CV. Mas na cidade, o MINI não deixa a desejar. A direção elétrica e o câmbio de seis marchas dão conta do recado. Já na estrada, a potência não é a mesma quando pre-ciso for, por exemplo, ultrapassar. A ré, característica da BMW, não é das mais simples para o motorista. É ne-cessário um pouco de prática, e até paciência, para entender corretamen-te seu encaixe. Na cidade e, princi-palmente, na estrada, um sistema de controle de estabilidade faz a dife-rença. O carro entra e sai das curvas

fIChA TÉCnICACuRSO x DIâMETRO85.8 / 77TAxA DE COMPRESSÃO 11 / ROZ91-98 (ROZ95)POTênCIA 98 CvTORQuE nOMInAL (nM/ 1/MIn) 153 / 3000DIMEnSõES Comprimento: 3723mm Largura: 1683mm Altura: 1407mm (vazio)PORTA-MALAS Capacidade 0,160 a 0,680 m³TAnQuE Capacidade 40 litrosPnEuS Frontal - 175/65 R15Traseiro - 175/65 R15EQuIPAMEnTOS Computador de bordo, ar condi-cionado, discos de freio dianteiros ventilados, controle dinâmico de estabilidade, 6 airbags (motorista e passageiro frontal, laterais dianteiros, de cabeça dianteiro e traseiro), luz traseira antineblina, faróis antineblina, função siga-me, sistema antifurto com controle remoto por ondas de rádio e alarme com tecnologia EWS.Garantia de 24 meses. MINI Mobility System (Kit de reparo de pneu). Rodas de liga leve 15”

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sem que o motorista tenha de fazer força para segurá-lo.

Apesar de imponente, o MINI, como o próprio nome já sugere, é um carro bastante pequeno. Para o motorista e seu acompanhante, o espaço é sufi-ciente, mas no banco de trás falta es-paço para as pernas. Dificilmente mais de duas pessoas adultas conseguem andar confortavelmente no banco tra-seiro. O porta-malas também deixa a desejar, com seus 160 litros, comporta apenas malas pequenas. A sensação de grandeza fica apenas ao passear pelas ruas com o modelo: ele chama a aten-ção por onde quer que passe.

Com um motor 1.6 de 98cv, na cidade, o MINI não deixa a desejar, já na estrada sofre um pouco, por exemplo, para ultrapassar

O painel é um dos destaques do carro, com um grande velocímetro que chama a atenção logo ao entrar

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BiografiaAutor: Rodrigo Martins BarbosaEditora: Unicorpore

BelezaAutor: Ivaldo LimaEditora: XXX

Literatura Policial

Autora: Bettina Souza MuradásEditora: Novo Século

JornalismoAutor: Sidnei BasileEditora: Campus/Elsevier

Mariane Maio - [email protected], Arieta Arruda - [email protected]

livros do mês

Ariel, a luta pela vidaA história do leão tetraplégico Ariel, que comoveu o Brasil, foi transformada em livro. O animal nasceu em um cativeiro em Maringá (PR) e com quase dois anos de idade começou a apre-sentar dificuldades para andar, devido a uma doença degenerativa autoimune. No final da vida, o leão estava também com dificul-dades para se alimentar e respirar. A história sensibilizou de tal forma o País, que uma comunidade foi criada no Facebook e atraiu mais de oito mil pessoas em prol da causa da recuperação do animalzinho. Apesar de todo o esforço, o animal não aguentou e faleceu em julho. No livro, considerado uma “autobiografia”, será possível saber da história de vida do leão, que já foi modelo, sabia abrir portas e tomava leite na mamadeira.

“Contraste”O hairstylist Ivaldo Lima, de Curitiba, lançou, em outu-bro, o livro Contraste, no qual apresenta fotos artísticas de 25 modelos. A proposta foi mostrar o trabalho de cabelo, maquiagem, fotografia e design, que contou também com a produção da maquiadora Grisiela Ribei-ro, a fotógrafa Vanessa Becker, o designer Luiz André Lara Bueno e a redatora Paula Carvalho. Segundo o autor, as modelos tiveram a pele pintada na cor preta numa intenção de contrastar, transformar a realidade em arte. Parte da renda arrecada com o livro será doada para o Education For Life – um projeto de responsabilidade social da Intercoiffure Mondial.

“A Reportagem”A jornalista curitibana Bettina Souza Muradás lança, neste mês, seu primeiro livro. Apesar do que o nome da obra e a profissão da autora possam sugerir, o livro é uma ficção policial, que mis-tura romance, mistério e disputa de poder. O livro conta a história de uma jornalista sensual que viaja aos Estados Unidos em busca de uma grande notícia. Para isso, ela contrata um agente espe-cializado em perseguir rastros de fraudes financeiras. A parceria profissional acaba virando também amorosa. E os dois preparam uma matéria que pode derrubar o presidente da República e co-locar em risco a reputação de políticos e autoridades brasileiras. Semelhanças com a realidade são mera coincidência.

Elementos do Jornalismo Econômico- 2ª ediçãoFoi lançada no mês passado a segunda edição do livro Elementos do Jornalismo Econômico, do escritor Sidnei Basile. A nova edição foi revista e ampliada pelo autor, que inseriu assuntos atuais, como a Lei da Imprensa e a multipolarização do poder. O livro procura explicar porque o noticiário de economia e negócios se tornou fundamental em nosso cotidiano. Dentre os 19 capítulos estão temas como “Por que ler notícias econômicas e de negócios?”, “A ética na cobertura de economia e negó-cios” e “O Valor da democracia representativa na história recente do Brasil”. Uma boa leitura para estudantes e profissionais da área de Jornalismo, Relações Públicas, Administração de Empresas, Publicidade e Marketing.

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EletrônicaAutor: The Weeknd

ClubAutor: Buraka Som SistemaEnchufada, universal

TecnopopAutor: JusticeWarner Music

MPBAutor: Chico BuarqueBiscoito Fino

PunkAutor: Blink 182universal

Renato SordiColaborou, Iris Alessi - [email protected]

álbuns do mês

house of Balloons e ThursdayO The Weeknd é da geração que não produz álbuns, faz mix-tapes. Depois do momento criativo, o cantor Abel Tesfaye e os produtores Doc McKinney e Illangelo ordenam a produção numa mixtape e publicam no SoundCloud, popular serviço de hospedagem de áudio na internet. De graça. House Of Ballo-ons e Thursday são as duas primeiras mixtapes da turma. Elas se justificam pelo R&B com uma forte pegada de dubstep e trip-hop. Música do futuro. Visite e confira os sons dos caras: http://soundcloud.com/theweekndxo

kombaO batidão não é exclusividade brasileira. O que os por-tugueses do Buraka fazem é misturar ritmos africanos com música eletrônica, criando um ambiente sonoro de puro entusiasmo, essencialmente urbano e globalizado. Se no último disco do grupo a convidada foi Deise Tigrona, desta vez o convidado brasileiro do disco foi o baterista Igor Cavalera. Essencial para os culturalmente desapegados às nossas fronteiras e que são chegados a um “batidão”.

áudio, vídeo, DiscoEm 2007, o Justice fincou uma cruz bem no meio das pistas de dança do mundo. O espetacular “†”, ou apenas “Cross”, foi o ponto mais alto da cena que misturava música eletrôni-ca e rock para as pistas. A missão de “Áudio, Vídeo, Disco” é, portanto, suceder um dos maiores discos do século. Nada fácil. Para isso, Xavier de Rosnay and Gaspard Augé escolheram fazer um disco mais pop e excêntrico e até certo ponto provocativo, mas menos cerebral, denso e instigante quanto “Cross”. Ouça “On`n`On” e “Áudio, Vídeo, Disco” e saiba mais sobre esse trabalho.

neighborhoodsO sexto álbum de estúdio da banda americana Blink 182 chega às lojas depois de oito anos de espera pelos fãs. Desde 2003, a banda não lançava um CD com músicas inéditas. Após estarem envolvidos em projetos pessoais, os integrantes do Blink 182 reuniram-se novamente em 2009. “Up All Night” foi o primeiro single lançado desde o novo disco que não conta com participações. Depois de oito anos, chegou o momento de os fãs poderem ouvir e sentir a batida punk-rock das músicas.

Curitiba mais uma vez vai fazer parte da nova turnê de Chi-co Buarque. Entre 15 e 18 de dezembro, o cantor apresenta no Teatro Guaíra o espetáculo do álbum “Chico”, lançado no início deste ano. No repertório devem constar as músicas “Nina”, “Tipo Um Baião” e “Rubato”, além dos clássicos que você já deve ter ouvido ao vivo. Preços, datas e locais de venda ainda não foram divulgados. Figura nem tão difícil em Curitiba, Chico nunca é demais.

Chico nunca é demais

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opiniãoWilson Andersen Ballão é Presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha de Curitiba D

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em parece que o ANO DA ALEMANHA NO BRASIL está programado para 2013. No que diz respeito às relações econômicas entre os dois países, o Ano da Alemanha no Brasil já chegou

e está a todo vapor: só entre outubro e novembro de 2011 trouxe consigo três grandes delegações de empresários ale-mães, ávidos para fazer negócios em nosso país.

O relacionamento comercial entre as duas nações sempre foi intenso. Mesmo quando a economia brasileira navegava em águas turvas da inflação, as relações comerciais nunca sofre-ram interrupção, embora tenham sido dosadas na medida da capacidade financeira da economia inflacionada e internacio-nalmente desacreditada.

O Brasil é o mais importante parceiro comercial da Alema-nha na América Latina e a Ale-manha é o quarto maior parceiro comercial do Brasil, atrás apenas dos Estados Unidos, Argentina e China. Já a União Europeia é hoje o maior parceiro comercial do Brasil e o maior investidor neste país, sendo que nunca com-prou tantos produtos brasileiros como no primeiro semestre de 2011, período em que os europeus gastaram € 18,5 bilhões em mercadorias do Brasil – valor recorde.

Nos últimos anos, também aumentou drasticamente a impor-tância dos emergentes como parceiros econômicos da Alema-nha. Enquanto as exportações alemãs cresceram 21% entre 2005 e 2010, as vendas para o Brasil, Rússia, Índia e China galgaram respeitáveis 107% no mesmo período.

Em 2010, as empresas alemãs exportaram um total de € 100 bilhões para os países do Bric, um terço a mais do que as en-tregas para os Estados Unidos. Este expressivo aumento das relações econômicas entre a República Federal da Alemanha e o Brasil se deve, principalmente, ao endividamento na zona do euro, que representa uma ameaça para a economia do planeta. O que assistimos no momento é o inverso de um passado re-

cente. Enquanto a economia do bloco europeu enfrenta turbu-lências provocadas pelos estados membros (Grécia, Espanha e Portugal), a economia brasileira segue robusta e crescente, ancorada em bases fortes e em uma moeda supervalorizada.

Com o dólar em baixa, equipamentos de ponta vindos da Ale-manha chegam com preços melhores que os produzidos no Brasil, principalmente no setor de maquinários. Isso significa que a indústria de transformação vem perdendo espaço den-tro de seu próprio território. O saldo comercial deste setor saiu US$ 30 bilhões positivos em 2005 para US$ 35 bilhões negativos em 2010. Além do fator dólar, os produtos brasi-leiros são prejudicados pelo alto custo da logística, fruto das péssimas condições da infraestrutura local – portos, aeropor-tos e estradas. Mas não é apenas por meio das exportações que o empresariado alemão pretende lucrar com o boom dos

países emergentes. Diante deste cenário pessimista na Europa, os alemães elegeram o Brasil como âncora segura de seus in-vestimentos futuros.

Não somente os grandes con-glomerados, como a Volkswa-

gen – que vai investir € 3,4 bilhões no Brasil nos próximos cinco anos –, mas principalmente empresas de médio e pe-queno porte, cada vez mais decidem incrementar ou iniciar atividades no Brasil, alocando recursos e tecnologia neces-sária ao nosso desenvolvimento, além da geração de milha-res de novos empregos. A decisão de estar no Brasil e aqui produzir vem da visão estratégica de longo prazo dos empre-sários alemães, uma vez que a qualquer momento poderá, o governo brasileiro, se valer de barreiras tributárias, a exem-plo do ocorrido recentemente com a indústria automobilística com relação aos importados.

A Câmara de Indústria e Comércio Brasil-Alemanha de Curitiba nunca teve tantos interessados em aqui fincar raízes ou estabelecer parcerias. Então a todos eles dizemos com prazer: Seien Sie alle herzlich willkommen! (Sejam todos muito bem vindos!)

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Relações comerciais entre Brasil e a Alemanha

A indústria de transformação vem perdendo espaço dentro de seu

próprio território

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Rua Desembargador Motta, 2981 / Curitiba / 41 3323-1303