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I M P R E S S O PODE SER ABERTO PELA ECT circulação GRATUITA Editora Mês Ano 1 - nº 9 Outubro de 2011 FÁBRICA DE DESAFIOS Edson Campagnolo, é o 1º empresário no comando da FIEP vindo do interior; com orçamento de R$ 450 milhões, o industrial terá muitos obstáculos pela frente ESPORTE Paraná quer brilhar no Pan-americano; mais de 20 paranaenses brigam por medalhas OBESIDADE Saúde infantil em alerta. Um em cada quatro alunos paranaenses está acima do peso CIDADES Conheça a nova cara da população do Estado. Dados apontam para o envelhecimento

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Revista mensal do Paraná. Distribuição gratuita. Para receber, entre em contato com: [email protected]

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Editora MêsAno 1 - nº 9Outubro de 2011

Fábrica de desaFios

Edson Campagnolo, é o 1º empresário no comando da FIEP vindo do interior; com orçamento de R$ 450 milhões,

o industrial terá muitos obstáculos pela frente

EsportEParaná quer brilhar no

Pan-americano; mais de 20 paranaenses brigam por medalhas

obEsidadE Saúde infantil em alerta.

Um em cada quatro alunos paranaenses está acima do peso

CidadEs Conheça a nova cara da

população do Estado. Dados apontam para o envelhecimento

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“Sou idealista, movido por desafios”O novo presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Edson Campagnolo, fala sobre as eleições e como será o seu jeito de comandar a entidade. Primeiro presidente vindo do interior, o industrial questiona a falta de investimentos em infraestrutura, comenta sobre as reformas políticas e também sobre sustentabilidade. O empresário da área de confecção se considera um empreendedor por natureza e espera continuar estimulando os jovens para o empreendedorismo. Em entrevista exclusiva para a Revista MÊS, Campagnolo também conta sobre os planos para o futuro da Fiep. Confira!

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Quais foram os motivos que o leva-ram a enfrentar o desafio de dispu-tar a presidência da FIEP?

Edson Campagnolo (EC) - Real-mente foi um desafio mesmo e quan-do a gente se envolve num meio como esse de representação de clas-se, de ser presidente de entidade, não é dizer assim: “Ah, eu vou ser presi-dente”, mas acaba acontecendo assim como aconteceu comigo, não estava nos meus planos ser presidente. Eu sou idealista, sou movido por desa-fios. Aconteceram os apoios dentro do Sistema, fora do Sistema, das pes-soas... Tudo isso foi gás. E culminou de eu ter sido realmente eleito com uma margem expressiva de votos. O que deixou bem claro o interesse dos sindicatos e do setor empresarial de que não houvesse esse envolvimento político-partidário.

O fato de você ter tido o apoio do ex-presidente Rodrigo Rocha Lou-res foi decisivo para vencer a dispu-ta contra Ricardo Barros?

EC - Ah, fundamental! Se ele me in-dicou para ser o candidato numa su-cessão de uma casa como esta, que foi reconstruída ao longo de oito anos – e eu como vice-presidente acompa-nhei, participei – e tendo a chancela dele, isso foi a abertura da porta.

Com o nome na disputa de Ricardo Barros houve um racha dentro da Fiep, já que anteriormente Barros era aliado do próprio Rocha Loures?

EC - Companheiro nosso de diretoria, como os outros 15 [vice-presidentes]. Eu era um e o Ricardo era outro. Claro, que de certa forma divide, porque cada um tem que buscar o seu apoio, dentro e fora. Então dividiu, mas com todo o respeito de ambos os lados. Não houve

agressão de palavras, de forma alguma, entre ele e eu, durante a campanha.

Será o continuísmo ou haverá mu-danças marcantes?

EC - Acho que é uma mistura das duas, não dá para dizer que é um continuís-mo. Eu acho que dá para dizer que é uma casa que está andando. É conti-nuidade de gestão com certeza, porque eu vou suceder o presidente que me indicou. Agora novos projetos, corre-ções, percursos, novos programas, isso é normal, mas nada que vá causar uma ruptura, que nada deu certo, que vamos ter que começar de novo. Mas ajustes são necessários e vão acontecer.

Qual será o seu jeito de administrar a Fiep?

EC - Eu sou muito de ouvir. Deus nos deu dois ouvidos e uma boca e eu uso bem os dois ouvidos. Eu uso os dois

entrevista Edson Campagnolo

Iris Alessi - [email protected]

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que nós conseguimos ao longo desse período foi justificar junto à Secreta-ria da Fazenda do Estado que havia alguns incentivos que tinham sido dados a certas categorias das cadeias produtivas e que eles haviam cance-lado. Nós mostramos que aquilo não podia e que iria gerar vários proble-mas e nós conseguimos reverter. No âmbito do Governo Federal, esse pa-cote do “Brasil Maior” foi um movi-mento que nós conseguimos mostrar que os setores que têm mão de obra intensiva precisavam ser atendidos.

Como será sua relação com o Go-verno Estadual? E com a Secreta-ria de Indústria e Comércio?

EC - Com muita responsabilidade, porque o presidente da Federação re-presenta 42 mil empresas e representa uma massa de 800 mil trabalhadores. Tudo aquilo que nós pensamos em comum para o desenvolvimento do Paraná e para o desenvolvimento do Brasil, nós temos que trabalhar em conjunto. Passou a eleição, ele [Ri-cardo Barros] reassumiu o posto que ele já tinha. É a casa que faz a inter-locução do governo com a Federação das Indústrias, com a Fecomércio, com a Faciap. Uma relação amistosa, como foi durante as eleições.

E com o Governo Federal? Quais os nomes que têm mais contato?

EC - Temos uma boa relação com o Governo Federal e pretendemos estreitar cada vez mais. Nós te-mos ministros paranaenses, mas eles são ministros do Brasil antes de serem paranaenses, então acho que temos que ter uma boa relação. Nós temos uma boa relação com o vice-presidente da República, temos uma interlocução muito forte com o ministro [Aloizio] Mercadante, uma aproximação com a ministra Gleisi Hoffmann, com o próprio ministro Paulo Bernardo, das Comunicações, com o [Fernando] Pimentel, que é da Indústria e Comércio. Enfim, eu acho que nós temos uma boa relação com o Haddad e, onde não tem, a gente tem que ir buscar.

ouvidos para ouvir, para a tomada de opinião e para a tomada de decisão. Mas eu acho que o jeito marcante mesmo é a simplicidade, por ser do interior, por saber dos anseios daque-las pequenas e microempresas, por-que eu sou um pequeno empresário.

O senhor terá um orçamento de R$ 450 milhões. Este valor supera a arrecadação de 393 dos 399 mu-nicípios paranaenses. O que dá pra fazer com esse dinheiro?

EC - Primeiro que a maior parte des-ses recursos são do Sesi e do Senai e eles são recursos carimbados. Têm destinos praticamente certos. Pode-mos dizer que sobra para investimen-tos em torno de oito a dez por cen-to. E, esse dinheiro, a gente tem que saber administrar com muita cautela, porque é o que vai dar resultado para que esses serviços consigam ser co-locados com eficiência. Nós temos um compromisso – Federações das Indústrias de todo o Brasil e a CNI e CNC – de [quase] dobrar o atendi-mento de 2,2 milhões de matrículas [no Senai], que aconteceu agora em 2011, para quatro milhões.

Qual a importância da entidade ter seu primeiro presidente que não é da Capital?

EC - É um marco dentro da Federa-ção das Indústrias. Depois de quase 70 anos vem do interior [o presiden-te]. Alguém do interior que vem com um jeito simples de gerir os seus ne-gócios e também unir o Paraná – o in-terior junto com a capital – em prol de um grande Paraná, que é esse nosso grande objetivo.

As indústrias do interior têm algo a ganhar com isso?

EC – Ah, têm. Acho que só o fato de estarem elegendo um presidente do interior, as indústrias ganham com isso. Mas eu vou mais longe. O Para-ná precisa rever este modelo de cen-tralizar médias e grandes empresas em grandes centros. Nós pretendemos trabalhar e, muito, com o Governo do

Estado e reivindicar junto ao Gover-no Federal a infraestutura logística que o interior do Paraná precisa.

Quais os planos para Fiep até 2015?

EC - Temos o fortalecimento dos nossos Sindicatos. Pretendemos for-talecê-los para que aquelas 42 mil indústrias tenham no Sindicato um amparo, um apoio. E que esses 100 sindicatos venham justamente ser a base, o pilar, da Federação das Indús-trias. Pretendemos atuar firmemente naquela questão da qualificação da mão de obra, dobrando o atendimen-to. Temos um desafio muito forte no colégio Sesi, que nós temos 11 mil alunos: crescer de 20 a 25% ao ano, chegando a 2015, com 20 mil alunos. Um tema muito forte é a questão das reformas. Nós defendemos urgente-mente [todas] as reformas: tributária e fiscal, política, judiciária e traba-lhista. E uma questão muito preocu-pante que a gente percebe é a questão da corrupção. A corrupção está ins-talada em todos os meios, em todos os locais, e isso é uma coisa que nós pretendemos ajudar a combater.

Os impostos são os que mais preo-cupam os empresários?

EC - Em pesquisa que fizemos por amostragem nos últimos oito anos, o item número um das demandas é a elevada carga tributária. E a cada ano a gente percebe que as alíquotas vão aumentando. Cada vez se arrecada mais. É recorde acima de recorde de arrecadação, mas o que está aconte-cendo? Cada vez mais o setor pro-dutivo está sendo penalizado. E isso, muitas vezes, está gerando falta de investimento de pessoal, falta de in-vestimento em equipamento.

O movimento de conscientização pela alta carga tributária foi uma de suas lutas como vice-presidente da FIEP. Como continuar esse pro-jeto como presidente?

EC - Foi uma das bandeiras e eu nem era candidato quando tive a respon-sabilidade de assumir. O que eu acho

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com uma pista simples. Tinha que ser pista dupla. Isso é só um eixo. Se a gente for olhar também as outras re-giões do Estado, a gente não está mui-to bem servido de rodovias.

Quais os prós e contras de produzir no interior do Estado?

EC - O pró é que no interior do Pa-raná as pessoas são mais sensíveis, são mais humanas, elas se relacionam mais. A vida no interior existe com mais relações humanas entre as pes-soas. O contra é justamente a logísti-ca, é a distância. Tem um custo para você trazer a mercadoria do interior do Paraná e distribuir nos grandes centros. Mas entre prós e contras, eu ainda prefiro ficar no interior com a minha indústria.

O que fazer para despolarizar a in-dústria do Estado?

EC - É melhorando a infraestrutura. Também a gente precisa agregar va-lor [às matérias-primas produzidas no

De que outras formas o sistema Fiep contribui para o desenvolvi-mento da sociedade?

EC - Temos que pensar na responsa-bilidade social e aí nós falamos em sustentabilidade. A indústria do fu-turo tem que ter muito clara em seus pilares a sustentabilidade. Nós não podemos mais agredir o meio am-biente da forma como a gente agredia na década passada, por exemplo.

Comenta-se sobre a desindustriali-zação do PR. Como tem sido esse processo? O que é preciso fazer para reverter isso?

EC – É do Brasil. A gente tem que ir mais longe, porque quando a gente tem um câmbio baixo como está hoje, facilita muito a importação. Todo produto que vem, com certeza, está penalizando algum emprego interno. E é o que tem acontecido nos últimos anos. Felizmente, nos últimos meses, estamos percebendo e a equipe eco-nômica e o Governo Dilma percebeu que é necessário fazer alguma coisa. Algumas medidas já foram tomadas, ainda tímidas. Tem que melhorar ain-da mais. Mas é uma preocupação. Nós não podemos, de forma alguma, olhar os postos de trabalho sendo tro-cados por produtos importados.

Quais são as demandas importan-tes para o desenvolvimento da in-dústria do PR?

EC - Nós precisamos, urgentemente, melhorar a infraestrutura do Estado. É inadmissível que nós tenhamos al-gumas regiões do Estado que não te-nham bons serviços de aeroportos. A região dos Campos Gerais, de Ponta Grossa, e Sudoeste. Quanto às fer-rovias, temos somente esta ligação: Cascavel, Guarapuava, Ponta Grossa, Curitiba e Paranaguá. Agora, está sen-do construído Guaíra até Cascavel e de Guaíra também ao Mato Grosso do Sul, mas a gente precisa de mais in-vestimentos, principalmente, em fer-rovias. Quanto às rodovias, também, é inadmissível que nós tenhamos uma [BR] 277 de Cascavel à Ponta Grossa

Paraná]. Esse é um desafio da Federa-ção e do Governo do Estado.

O senhor continua diretor de Rela-ções Intrarregional do Sinvespar e coordenador do Grupo Gestor do Ar-ranjo Produtivo Local Moda Sudo-este. Como conciliar estas atividades com a presidência da FIEP e ainda cuidar de sua empresa de confecções?

EC - E mais a família [risos]. Eu acho que agora as responsabilidades au-mentaram. São quatro anos, eu tenho um compromisso de fazer uma refor-ma estatutária e pretendo terminar com a questão da reeleição.

O setor de confecção é a principal vocação do Paraná?

EC - Também é. O Paraná, realmente, tem melhorado, porque no passado, embora o vestuário tenha uma parcela significativa na geração de empregos em todo o Estado, nós temos um in-cremento muito forte de marca pró-pria que aconteceu nos últimos anos. Estamos agregando valor. Então, nós temos que fazer isso em outras ca-deias produtivas.

Quais outros setores o Paraná po-deria se aventurar ou criar mais expertise?

EC - Talvez em energias renováveis. Eu acho que nós temos que incenti-var, não só a renovação, nós temos que incentivar também a pesquisa. Um dos desafios da Federação é in-centivar a inovação e a pesquisa.

Quem é o empresário Edson Cam-pagnolo?

EC - Eu acho que eu sou um empreen-dedor por natureza. Isso vem dos meus avôs, carrego isso desde pequeno. Tá no sangue. O meu pai tinha essa ver-tente, era comerciante. Não me sentiria realizado se eu tivesse num ambiente que não fosse no meio do empreende-dorismo. O Edson Campagnolo é um empreendedor por natureza e vai con-tinuar incentivando a vertente empre-endedora do nosso jovem.

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entrevista Edson Campagnolo

O Paraná precisa rever este modelo de centralizar médias e grandes empresas

em grandes centros

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MATÉRIA DE CAPA 4

“Sou idealiSta, movido por deSafioS”

12 MIRANTE

20 COLUNA

21 MENsAgENs DOs LEITOREs

57 5 PERgUNTAs PARA: gILbERTO AMAURI gODOy FILhO

64 LIVROs

65 ÁLbUNs

66 OPINIÃO

67 FOTOgRAMA

CIDADEs 22 A NOVA CARA DO PARANÁ

24 NARRATIVA CONTADA PELA ARqUITETURA

EDUCAÇÃO36 UFPR sE DEsTACA E gERA

MAIs TECNOLOgIA

ECONOMIA / TURIsMO30 MERCADO sEM

PRECONCEITOs

sAÚDE26 O bRAsIL NA LUTA

CONTRA A bALANÇA

28 (sObRE)PEsO DAs CRIANÇAs

INTERNACIONAL40 PALEsTINA: UM PAís

PRóxIMO DA ExIsTêNCIA OFICIAL?

TURIsMO46 A MENINA DOs OLhOs DO CIRCUITO ITALIANO

POLíTICA16 ALÉM DA CRIsE, O

EFEITO ‘‘EUCALIPTO’’

CULINÁRIA E gAsTRONOMIA48 bEbIDA IN NATURA

sumárioEditora MêsAno I – nº 9Outubro de 2011

EsPORTE52 sEDE DE MEDALhAs NO PAN

CULTURA E LAZER58 EM bUsCA DE NOVOs LEITOREs

60 24 hORAs DE OPÇõEs

MEIO AMbIENTE44 O DEsAFIO DA sObREVIVêNCIA

COMPORTAMENTO42 O DEsEjO INFANTIL DO TER

MODA E bELEZA62 aS “gatinhaS” eStão de volta

TECNOLOgIA32 INOVAR MAIs, COM

MENOs RECURsOs

AgRICULTURA38 UM CAMPO sEM hERDEIROs

Roberto Dziura Jr.

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roponho um olhar infantil este MÊS. Puro, sonhador. Veja através de uma lente de criança. Para ela, os problemas são menores, as experiências fantásticas e, a cada coisa, um mundo a ser descoberto.

“Somos do tamanho de nossos sonhos”, como diria Fernando Pessoa. O problema é que depois de mais velhos, temos a besta mania de não sonhar ou de tacanhear nossos desejos. Somos engolidos pela rotina. Mas, claro, nem todo mundo é igual. Cheio de energia, está o empresário Edson Campagnolo, eleito como presidente da FIEP. Ele é o destaque dessa edição para mostrar os planos e próximos desafios que terá à frente da instituição.

Os esportistas, também, guardam em si um sonho nobre: a superação. Tornar-se o me-lhor das Américas, é isso que mais de 20 paranaenses estão em Guadalajara (México) tentando realizar, este mês. Um sonho: uma medalha pan-americana.

Criatividade, euforia. Para o mundo dos pequenos, basta um passo, que logo vem uma nova descoberta. Um passo de cada vez. Por isso, é preciso conhecer novos lugares, no-vos cenários. A dica desta edição é visitar a Gruta Bacaetava, cheia de mistérios e cores.

A aventura vai longe. É que as crianças são sábias em sua inocência. Elas estão aber-tas ao novo. São mais propícias a inovar. Promover mudanças em seu meio, levar perguntas novas a conceitos velhos. É disso que precisaram as indústrias paranaenses para se destacar no cenário nacional ao inovar mais, melhor e com menos recursos. Leia sobre isso na reportagem de Tecnologia.

Outra característica peculiar do mundo infantil é trabalhar a imaginação. O “faz de conta”. A leitura, neste caso, é uma grande aliada. Por isso, nesta edição, mostramos alternativas em Curitiba para os leitores novos ou mais velhos.

Aliás, o Paraná está mais velho (em idade). A reportagem de Cidades mostra que a população paranaense envelheceu. É a nova cara do Paraná. Velho ou novo, o impor-tante é o modo como se vê o mundo. Podemos ser novos, com cabeça de velho ou nunca envelhecer nossa mente, mesmo com o passar dos anos.

Ar de criança, com responsabilidades e sabedoria de anciãos, por que não?!

Boa leitura!

editorial

expedienteA REvISTA MÊS é uma publicação mensal de atualidades distribuída gratuitamente. É produzida e editada pela Editora MÊS EM REVISTA LTDA. Endereço da Redação: Alameda Dom Pedro II, 97, Batel – Curitiba (PR) Fone/Fax: 41. 3223-5648 – e-mail: [email protected]

REDAÇÃO Editora-executiva e Jornalista responsável: Arieta Arruda (MTB 6815/PR); Repórteres: Mariane Maio, Roberto Dziura Jr. e Iris Alessi; Arte: Tércio Caldas; Fotografia: Roberto Dziura Jr.; Revisão: Larissa Marega; Direção comercial: Paula Camila Oliveira; Departamento comercial: [email protected] – Fone: 41. 3223-5648; Produção gráfica: Prol Editora Gráfica; Colaboraram nesta edição: Tiago Oliveira, Wallace Nunes, Márcio Baraldi, José Lucio Glomb e Bruno Mafra;

Auditoria: ASPR - Auditoria e Consultoria.

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Mudança de PartidoGustavo Fruet anunciou seu recome-ço ao se filiar ao PDT. Na coletiva de imprensa, se colocou como pré-can-didato a prefeito da Capital e falou da “necessidade de repensar o futuro da cidade”. E aproveitou para alfine-tar seu principal adversário, Luciano Ducci (PSB), atual prefeito de Curi-tiba, ao vinculá-lo aos escândalos do presidente da Câmara, João Cláudio Derosso (PSDB). “Ducci e Derosso são faces da mesma moeda”, diz.

Eleições na FIEPÉ grande a expectativa de como será o relacionamento do governo Ri-cha (PSDB) com a nova diretoria da Federação das Indústrias do Estado do Paraná. O novo presidente da Fiep, o empresário Edson Campagnolo, venceu as eleições enfrentando o secretário da Indústria, do Comércio e Assuntos do Mercosul, Ricardo Barros. O desejo dos tucanos de montarem bunkers seus em todos os espaços, inclusive nas entidades de classe, pode prejudicar os interesses do Estado.

Vanhoni viceCada dia que passa se consolida mais a opção de o PT indicar o deputado federal Ange-lo vanhoni para compor a vaga de vice na chapa de Gustavo Fruet (PDT) para disputar as eleições à Prefeitura de Curitiba, no próximo ano. Os deputados Dr. Rosinha e Tadeu Veneri, que chegaram a falar em sair candidatos, já se mostram mais receptivos à ideia de seguirem uma definição partidária.

PT se prepara para as eleiçõesA ministra chefe da Casa Civil, a paranaense Gleisi Hoff-mann (PT), e o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo (PT), comandaram evento do PT, que iniciou os trabalhos de organização do partido para as eleições 2012. Dentre os militantes havia mais de 40 pré-candidatos a prefeito, alguns recém-filiados. Também participaram do encontro os depu-tados federais André vargas, Zeca Dirceu, Ângelo vanhoni, Doutor Rosinha e os estaduais Péricles de Mello, Professor Lemos, Tadeu Veneri, Toninho Wandscheer.

Menos investimentos públicosSegundo deputados da oposição da Assembleia Legislativa, o governador Beto Richa (PSDB) reduziu signifi-cativamente os investimentos do Go-verno Estadual. Cálculos feitos pelo deputado Enio verri (PT) dão conta de que essa redução representa 5 vezes menos recursos de investimento quando comparado com os valores de 2010, ou seja, de R$ 290 milhões no ano passado (governo Pessutti) para R$ 60 milhões em 2011.

Redução até na saúdeO líder do governo na Assembleia, deputado Ademar Traiano (PSDB), reconhece que houve uma redução de 28% nos valores investidos com a aquisição de medicamentos. Contudo, alega que isso não significa corte de gastos na Saúde e, sim, uma melhor negociação com os fornecedores. Mas esses recursos que sobraram dos medicamentos poderiam ser investi-dos na contratação de mais médicos especialistas, não é verdade?

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vereadores de oposição ao prefeito Luciano Ducci estão percebendo uma clara manobra de governistas, integrantes da CPI, que investiga o presidente da Câmara João Cláudio Derosso (PSDB), para postergar o processo de investigação. Em vez de investigar, um simples desconhe-cimento do regimento interno está sendo usado para causar discussões intermináveis nas reuniões. O objetivo seria tornar o processo confuso para não julgar e punir o vereador tucano.

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segurança em debateEm setembro, a OAB-PR, em conjunto com outras enti-dades, promoveu o Fórum Unidos pela Paz que convi-dou a sociedade a debater temas relacionados à Seguran-ça. O objetivo foi compartilhar experiências e discutir maneiras de construir uma sociedade mais segura. Os resultados obtidos do Fórum vão compor um documen-to que servirá como base para elaboração de políticas públicas e projetos para a melhoria da segurança em Curitiba e Região Metropolitana.

Idosos no Paraná O cuidado com os idosos no Paraná é preocupante. Apesar de a população estar envelhecendo, políticas públicas voltadas a essa faixa etária são deficientes. Se-gundo estudo realizado pelo Ministério Público, existem poucas instituições públicas para atender essas pessoas. Cerca de 73% dos municípios dispõem apenas de asilos. “Esse é um dado alarmante, pois o internamento em asilos deveria ser a última alternativa”, afirma a procu-radora Rosana Bevervanço.

Bate Pronto

“Eu acho que ninguém deve ser condenado antecipadamente”Afirma o governador Beto Richa (PSDB) sobre as investigações contra Derosso

“O afastamento é necessário. Isso, aliás, era o que eu fazia quando era governador do Paraná”

Rebate o também tucano, senador Alvaro Dias

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Além da crise, o efeito ‘‘eucalipto’’Denúncias contra o vereador João Cláudio Derosso mostram mais que uma crise institucional; PSDB e aliados também estão fragilizados

Mariane Maio - [email protected]

os últimos meses um nome tem sido repetido constantemente na cena política curitibana, o do

vereador e presidente da Câmara de Vereadores, João Cláudio Derosso (PSDB). A respeito de denúncias que envolviam licitações de publicidade e propaganda, o caso mobilizou não só a imprensa, como também entidades e sociedade civil.

Após a oitava reeleição como presi-dente da Casa (em 2012, completaria 16 anos à frente do cargo), o vereador corre o risco de não só perder o man-dato, como o prestígio e o status polí-tico que tinha. Mas os riscos não são exclusivos de Derosso, o seu partido também poderá ser atingido.

Na opinião do chefe do Departamen-to de Ciências Sociais da Univer-sidade Federal do Paraná (UFPR), Ricardo Costa de Oliveira, a crise transcende a barreira institucional do legislativo curitibano. “É um elemen-to negativo para o PSDB. Quando o presidente da Câmara, que era uma grande referência do PSDB, está en-volvido em denúncias de corrupção e desvio, mancha sua imagem políti-ca, dá um impacto negativo eleitoral para os vereadores do partido e para

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política

a maioria dos vereadores da base de apoio do prefeito [Luciano] Ducci. Ainda mais que envolve a imagem de boa administração que esse partido [PSDB] sempre tentou passar para a sociedade. O eleitorado não está mais aceitando aquela imagem do rouba, mas faz”, analisa.

Derosso estava sendo cogitado pelo PSDB para ser candidato a vice do prefeito Luciano Ducci (PSB) nas próximas eleições municipais. Os es-

cândalos podem ter mudado o rumo da pré-candidatura da legenda.

Partido em crise

Para o cientista político, o PSDB não foi atingido pela crise, mas a causou. Segundo ele, os últimos fatos políticos mostram que, em Curitiba, o partido é dividido e fragmentado. A Capital continua vivendo o efeito “Eucalipto”, isto é, em torno da grande liderança, da grande árvore, não nasce nada. “Na

Manifestação de estudantes universitários e secundaristas realizada no dia 28 de setembro

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gestão passada, o Requião não tolera-va o surgimento de nenhuma liderança paralela que pudesse disputar segmen-tos do poder com ele. O governador Beto Richa segue o mesmo caminho. Só a família Richa quer comandar o governo e o PSDB. Na prática, isso re-sulta sempre em muitas perseguições, como no caso do Gustavo Fruet”, compara Oliveira.

Crise na Câmara Municipal atinge o vereador Derosso e seu partido, o PSDB, afirma especialista

Além dessa falta de “incentivo políti-co”, a postura adotada por seus maio-res aliados, o governador Beto Richa (PSDB) e o prefeito Luciano Ducci (PSB), é de solidariedade, diferente-mente do que ocorreu na cena nacio-nal, com a presidente Dilma Rousseff (PT). “Politicamente eles poderiam sugerir ou mostrar sua insatisfação e a sua repulsa perante esses atos. Quando qualquer ministro ou assessor é envol-vido em denúncias, [eles] são imedia-tamente afastados. Até para que pos-sam justificar e se defender. No caso do Derosso, o que a gente observa é a cultura da impunidade e do acober-tamento. Em Curitiba, não há a cha-mada faxina ética, como no governo federal”, pondera o professor.

Essa opinião também é compartilha-da pelo vereador Pedro Paulo (PT), integrante da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o presidente da Câmara. “O governador inclusive falou no dia 07 de setembro que ele era contra o afastamento. Essa diferença, entre o que a presidenta Dilma encaminha no Governo Fede-ral e [que] o Governo faz aqui, é no-tória. Seria adequado que ele próprio tomasse a iniciativa [de se afastar]. E na política, o partido que ele perten-ce aconselhasse a se afastar. Para ga-rantir uma investigação transparente, sem interferência”.

Para o professor, uma das explicações para esse acobertamento são as alian-ças nem sempre públicas. “Como o Derosso conhece profundamente a história política do Beto e do Duc-ci, certamente, há uma relação muito mais delicada do ponto de vista

Para o professor, seria adequado que Derosso tomasse a iniciativa de se afastar

ou seu partido o aconselhasse

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político e partidário. Eu diria que há todo um enredo muito mais comple-xo conectando eles. Ele [Derosso] conhece muitos fatos e esse seria o motivo político para que eles não queiram o rompimento”, diz Ricardo Costa de Oliveira.

Investigação

Duas investigações estão ocorrendo paralelamente na Câmara Municipal. A mais avançada delas é do Conselho de Ética, que investiga uma possível quebra de decoro parlamentar, um desvio de conduta ética. O primeiro relatório, entregue no início de se-tembro, sugeriu o afastamento de De-rosso por 90 dias, que representa uma punição intermediária. Além dessa pena, existiam outras duas possibili-dades: uma advertência ou a cassação do mandato. Até o fechamento desta edição, uma Comissão de Inquérito

foi criada para dar direito de defesa ao acusado, e só após produzir um novo relatório – que ainda deverá ser enviado ao plenário para votação dos demais vereadores –, é que haverá um veredicto final.

A outra investigação, mais polêmica, é a famosa CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito). “A CPI investiga denún-cia de irregularidade administrativa. O nosso foco é investigar os contratos de publicidade da Câmara que foram ce-lebrados com duas empresas, a visão e a Oficina de Notícias. O objetivo é investigar se nesse processo de lici-tação, contratação e execução, houve irregularidades”, explica Pedro Paulo. Assim que concluído, o relatório da CPI será encaminhado ao Ministério Público, a quem cabe as providências punitivas. Para o cientista político, “só a criação da CPI já foi uma grande vi-tória do movimento pela ética da Câ-

mara Municipal de Curitiba. No Brasil inteiro há um clima contra a corrup-ção, pela ética”, diz.

A CPI deve ter duração de 90 dias para a conclusão dos trabalhos, contados a partir de setembro. No entanto, esse período poderá ser prorrogado. Para o vereador Emerson Rodrigues do Prado (PSDB), presidente da CPI e do mes-mo partido do acusado, é tempo sufi-ciente para realizar as investigações. “Todas as respostas estão sendo dadas. Elas estão vindo e nós estamos me-diando”, diz Prado. Neste mês, muitas pessoas devem ser ouvidas na CPI.

Apesar do interesse público e da chan-ce de se defender, nem o vereador João Cláudio Deroso, nem seus advogados estão comentando sobre o caso, confor-me informou a assessoria de imprensa da Câmara, quando procurada pela re-portagem da Revista MÊS.

Eleito oito vezes para a presidência da Câmara, e na última com ampla maioria, Derosso vive sua maior crise política

política

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REVISTA MÊS | OUTUBRO DE 2011 | 19

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20 | REVISTA MÊS | OUTUBRO DE 2011

sobre a política

Por Tiago Oliveira [email protected]

Eleições municipais: Muito mais do que tempo de TV

Os últimos dias de setembro e os primeiros de outubro foram bastante movimentados em todos os partidos que pretendem disputar as eleições de 2012 com maior competitividade. São novos candidatos que vêm de outras legendas, novos que buscam entrar na política por esta que é a eleição mais difícil de disputar, a de vereador. Na maioria dos casos, talvez pela pressa ou por considerar não serem muito importantes, as questões ideológicas e programáticas ficam esquecidas. Mas isso, para eles, é apenas um detalhe. E que detalhe.

Toda essa movimentação levou em consideração, além é claro da construção de uma lista forte de nomes, o processo de alianças possíveis no ano que vem. Muitos partidos que já sabem que es-tarão juntos realizaram suas conversas para – ao atrair novos nomes para as suas legendas – atuar em complementaridade e não sobrepor candida-tos dentro de suas alianças em uma mesma região ou em categorias profissionais e segmentos sociais. E por que isso?

Essa movimentação se explica pelo fato de as alianças se fundirem (ou deveriam ser assim), não apenas no tempo de TV que cada partido empresta aos candidatos a prefeito. Arrisco a dizer que não é o mais importante. A grande con-tribuição que dará uma nominata de candidatos a vereadores bem construída é a capilaridade que isso assegura à campanha majoritária.

Uma chapa de vereadores bem pensada garante que a campanha do candidato ou candidata à

prefeitura tenha um maior número de contato possível com o eleitorado, em especial, naquelas cidades onde não existe campanha veiculando em rádio e televisão, que são a maioria. Por isso, os partidos se empenham tanto nesse processo. Eles sabem que quem levará suas ideias, suas propostas para o eleitor são esses candidatos que se configuram em militantes e apoiadores bastan-te qualificados e efetivamente imbuídos na tarefa de trabalhar pela campanha.

O partido que desprezou este momento do calen-dário eleitoral tende a se arrepender lá na frente. Além de ter que investir mais na contratação de pessoas para trabalhar em suas campanhas, em especial, aqueles que não contam com militância tradicional, terão dificuldades de chegar com qualidade de discurso na casa dos eleitores.

Os partidos devem tratar os seus candidatos a vereador com muito carinho. Primeiro, porque a sua campanha é a coisa mais importante para a sua vida naquele ano. E, segundo, porque eles motivados se tornam a principal força das suas campanhas, o verdadeiro diferencial, muito mais, inclusive, do que aqueles belos programas de televisão.

A grande contribuição que dará uma nominata de candidatos a vereadores bem construída é a capilaridade que isso assegura à

campanha majoritária

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Resposta: Solicitamos o envio de seu endereço, que vamos encaminhar os exemplares mensalmente! Envie os dados para: [email protected] . Obrigado pela preferência.

AssinaturaLendo um exemplar da revista em questão, gostei bastante de alguns artigos, enfim, de tudo que li. Gostaria de saber se é possível recebê-la mensal-mente, poi seria muito importante em meu local de trabalho.

Manolita Moreira

Edição do mês de setembroAs cartas da Revista MÊS são de mensagens enviadas à redação por correspondência ou de recados deixados em nosso perfil no Twitter: @mes_pr ou no Facebook: MÊS Paraná. Participe!

Adoro essa Revista. Tá muito boa. Acho, inclusive, que a editora Abril não vai “bater” em vocês não.

Fritz Bassfeld

Adorei a revista e os assuntos abordados. Aguinaldo Rodrigues

Olá, meu pai leu hoje uma Revista Mês em um consul-tório médico e gostou das matérias.Ele mesmo anotou o endereço de e-mail de vcs e pediu para eu entrar em contato. Eu achei curioso, pois ele tem 68 anos e é a primeira vez que anota o e-mail de alguém.Assim, solicito a gentileza de encaminharem um exemplar da Revista Mês ao meu pai.Grato pela atenção!

Marcos Queiroz

Obrigado pelo exemplar da revista. Ela está ótima. Ado-rei a capa e as matérias. Evolução contínua a cada mês.

Diogo Cavazotti Aires

mensagens do(a) leitor(a)

À toda equipe da Revista Mês, os pa-rabéns pela excelente publicação. Pauta diversificada, pluralidade na aborda-gem. Vida longa – vida eterna – à revis-ta, para o bem não só do jornalismo pa-ranaense como de toda a coletividade.Wagner de Alcântara Aragão

Olá Equipe da Revista Mês.Obrigada pelo exemplar que chegou em casa! Estou lendo a revista!Parabéns pelo material!Karla Gohr

Pâmela guizelini A edição deste mês da coluna “sou incomum, mas não sou hipster” da revista @mes_pr está fantástica!

jimi Vargas Devorando a @mes_pr que chegou. De cara vi reportagens ótimas, como sempre. Parabéns! #recomendo

juliana yatsuda @mes_pr sou criativa, às vezes, fico imaginando como re-aproveitar coisas! outro dia queria fazer uma grelha com a grade de um ventilador velho

William Perusselo da silva Muito boa essa revista! Abraços!

Mariana De bortoli simino A matéria de capa ficou show!! Parabéns à equipe compe-tente e querida da Mês Paraná!

Luisa Padoan Esse mês eu recebi minha Mês Paraná!!! Uhuuuuu!! =) Adorei! Estão de parabéééns =)))

CORREÇÃONa reportagem Nas cartas, o jogo da mente, da edição 08, cometemos um equívoco. O endereço do estabelecimento President Texas Holdem Club Curitiba correto é: Rua Nunes Machado, 818, telefone: 3029-0292. As in-formações haviam sido retiradas do site, onde os dados não estavam atuali-zados. Desculpe-nos leitores. Informação corrigida!

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22 | REVISTA MÊS | OUTUBRO DE 2011

paranaense Ana Angela Mucke nasceu em uma propriedade rural no mu-nicípio de Imbituva (PR).

Aos 14 anos de idade, mudou-se com sua família de nove irmãos para Curi-tiba (PR). Todos saíram do campo e vieram para a cidade grande, em busca de melhor tratamento de saúde para sua mãe.

Aos 18 anos, sua mãe faleceu e ela teve de cuidar de seus irmãos mais novos. Aos 23 anos, casou-se e teve

Estudo mostra que o Estado mudou suas características em relação à população; PR é mais urbano, concentrado em metrópoles, idoso e feminino

A

A nova cara do Paraná

cidades

quatro filhos. Hoje, aos 63 anos de ida-de, lembra que a mudança do campo para a capital não foi tão problemática. Para ela, o importante era estar onde pudesse ficar com a família. “Tendo a família por perto já estou feliz”.

De acordo com estudo do Observa-tório das Metrópoles, com apoio do Instituto Paranaense de Desenvol-vimento Econômico e Social (Ipar-des) e divulgado recentemente, Ana personifica a nova cara do Paraná. Assim como a paranaense, o Estado tornou-se, no período de uma década, mais urbano. Ou seja, assim como

Ana, mais gente saiu do campo para viver nas cidades, apresentando altos índices de urbanização em todos os municípios do Paraná. Também o Pa-raná passou a se concentrar mais nas regiões metropolitanas e caracterizar--se, atualmente, com uma população mais feminina e idosa.

O estudo intitulado “O Estado do Pa-raná no Censo 2010” teve a partici-pação da geógrafa e pesquisadora do Ipardes, Rosa Moura. “Fizemos uma análise dos resultados do Censo que mostra uma mudança muito grande na população do Paraná. A gente fez uma comparação de pirâmides etá-rias. Dos anos de 1991, 2000 e 2010, você percebe que há um novo Paraná, com muito menos crianças e um topo

Arieta Arruda - [email protected]

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REVISTA MÊS | OUTUBRO DE 2011 | 23

de pirâmide muito idoso, principal-mente, do lado feminino”.

Mais urbano

O Estado, que representa 5,5% do total da população do País, tem atualmente 10.444.526 de pessoas em 399 municí-pios. Desse total, 85,3% vivem em áre-as urbanas. Esse número representa 0.9 pontos percentuais a mais que a média nacional (84,4%) de pessoas vivendo em zonas urbanas. Destaque para as ci-dades de Tunas do Paraná e Pontal do Paraná que apresentaram maior taxa de crescimento populacional.

Na última década, o Paraná teve um incremento populacional de 881.068 pessoas. Grande parte delas mora em metrópoles. O índice que era de 41,4%, em 2000, cresceu para 43,6%, em 2010. Ao todo são 64% da popu-lação vivendo em três áreas metro-politanas: Curitiba e região (33,5%), Norte Central (Londrina e Maringá - 19,5%) e a região Oeste (Cascavel, Foz do Iguaçu e Toledo -11,7%).

Essa concentração nas metrópoles gera consequências sociais e econô-

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100 jovens. A região que mais apre-sentou envelhecimento da população foi a Noroeste, com o índice mais ex-pressivo de 43,8%.

No geral, também é possível afirmar que todas as regiões, na última déca-da, aumentaram a presença feminina. Conforme o estudo, todas as regiões de 2000 para 2010 apresentaram au-mento da população feminina.

Com vistas a essas mudanças, o estu-do sugere a implantação de políticas públicas regionais para que incenti-vem a permanência da população em pequenos municípios, promovendo a polinucleação. Ou seja, o incentivo deve ser para que mais regiões sejam desenvolvidas e urbanizadas, dimi-nuindo as desigualdades.

“Há uma grande desigualdade dentro do Paraná. Há municípios inseridos no processo e não inseridos nas di-nâmicas econômicas, populacionais e institucionais e há uma grande diver-sidade. Cada município que partici-pa, participa de uma forma diferente. Cada um tem a sua especificidade”, observa Rosa Moura. Por isso, é pre-ciso trabalhar de forma diferente em cada região para garantir a igualdade do povo paranaense.

Todas as regiões, na última década, aumentaram a

presença femininamicas. “Se você tem concentração de renda, de produção, de população, isso não quer dizer que todos estejam inseridos nesse processo. Essa con-centração, normalmente, vem com uma margem de exclusão muito gran-de, justamente pela falta de planeja-mento”, avalia Rosa.

Outro item avaliado no levantamen-to é que o Paraná acompanha a mé-dia nacional na diminuição da taxa de crescimento da população. Assim, como o retrato do Brasil, os parana-enses têm menos filhos e vida mais longa. Segundo Rosa, quanto maior a urbanização há maior diminuição da taxa de fecundidade e da mortalidade.

Envelhecimento

De acordo com o estudo, “nas últimas décadas, o Paraná apresentou nítida transformação demográfica. De um estado com elevada proporção de jovens, passou a apresentar crescen-te participação dos grupos idosos na composição de sua população”.

Isso mudou a cara do Estado. Mais gente está envelhecendo no Paraná. Em 2000, o Estado contabilizava 19,7% de idosos. Já em 2010, foram registrados 33% de idosos para cada

A pesquisadora Rosa Moura analisou a mudança do perfil demográfico do Estado

PARANÁ É 10

São 10 meSorregiõeS geográficaS que comPõem o eStado. Veja a taxa de creScimento da PoPulação na última década:

(colocar o mapa)

EsTADO DO PARANÁTaxa Anual de Crescimento Geométrico da População Total 2000-2010

%a.a1,78%a.a e mais0,89%a.a a<1,78%a.a0 a <0,89%a.aperde população

Mesorregião Geográfica - IBGE

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24 | REVISTA MÊS | OUTUBRO DE 2011

ugares em Curitiba (PR) como o edifício do Palácio Iguaçu, do Grupo Escolar Tiradentes, a Praça 19 de

Dezembro, o prédio da Prefeitura Municipal, a Casa da Criança, o Tri-bunal do Júri, o Palácio da Justiça, a Assembleia Legislativa, o Tribunal de Contas e o Edifício Castelo Branco (anexo ao Museu Oscar Niemeyer) e também a Avenida Cândido de Abreu foram tombados pelo Patrimônio Histórico no final de agosto. Todas as

Região do Centro Cívico foi tombada pelo Patrimônio Histórico do Paraná, ressaltando a importância da região para o Estado

L

Narrativa contada pela arquitetura

cidades

obras são agora patrimônio dos para-naenses. O Centro Cívico de Curitiba vira sinônimo de preservação da his-tória do Estado.

A deliberação foi feita pelo Conselho Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico do Paraná. “Primeiro é uma responsabilidade nossa com as gera-ções futuras [...] e tem mais uma de prestigiar a genialidade do ser humano que construiu isso”, avalia o membro do Conselho do Patrimônio Histórico e Artístico e relator do Tombamen-to do Centro Cívico, Marcos Venício

Iris Alessi - [email protected]

Meyer. De acordo com ele, o Centro Cívico foi construído para comemo-rar o Centenário de Emancipação do Paraná pelo então governador Bento Munhoz da Rocha Neto.

Obras

Dentre os itens tombados como pa-trimônio está a Avenida Cândido de Abreu, que tem projeto de ser revi-talizada pela Prefeitura de Curitiba, conforme a MÊS antecipou na edição de janeiro. Para saber como ficaria o projeto com a notícia de tombamento, a nossa reportagem entrou em contato com o Instituto de Pesquisa e Plane-jamento Urbano de Curitiba (Ippuc). De acordo com a assessoria de im-prensa, o Instituto não vai se pronun-ciar a respeito do tombamento.

Meyer explica que as intervenções nesta avenida só não podem preju-dicar a visibilidade que se tem do Centro Cívico. “Porque esta praça de

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REVISTA MÊS | OUTUBRO DE 2011 | 25

frente do Centro Cívico foi sonhada para não ter tráfego de veículos, para ser uma praça cívica, que aqui tives-sem manifestações populares, reli-giosas...”, ressalta.

Sobre a revitalização, Meyer avalia que “deve-se sentar e chegar num bom sen-so para que ganhe Curitiba, se preserve a paisagem do Centro Cívico e se res-peite o progresso de uma cidade”.

Ponte Preta

Não é somente o Centro Cívico que teve sua importância histórica reco-nhecida e relembrada. A ponte sobre a Rua João Negrão, conhecida como Ponte Preta, tombada em 1976 pelo Patrimônio Histórico do Estado, será revitalizada. Muitas discussões em torno da Ponte já aconteceram, já que, por não ser muito elevada (altura de 3,6 metros), acaba impossibilitando a passagem de veículos muito altos.

Apesar disso, a decisão tomada não foi por rebaixar a Rua João Negrão, nem levantar a Ponte e, muito menos, retirá-la do local para que estes veí-culos pudessem trafegar sobre ela. De acordo com o engenheiro responsável pela restauração, Raul Ozório de Al-meida, levantadas todas as possibili-

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mento em que precisar ter só os tri-lhos e retirar este sobre piso, ele volta a ter a Ponte com os trilhos”, afirma a coordenadora do Patrimônio Cultu-ral da Secretaria da Cultura do Estado (SEEC), Rosina Parchen.

Nesse processo de revitalização tam-bém será retirado o asfalto da Rua João Negrão que voltará a ser de paralelepípedo nessa quadra onde a Ponte está instalada, que fica entre as avenidas Sete de Setembro e Silva Jardim. Além disso, a região vai ga-nhar mais sinalização sobre a altura permitida para trafegar e, assim, não atrapalhar o trânsito no local.

O Centro Cívico de Curitiba vira sinônimo

de preservação da história do Estado

dades, “a conclusão que se chegou é que se deveria manter a Ponte onde ela está [...] e recuperar esta estrutu-ra”. Curiosamente, Almeida é filho de um dos responsáveis por construir a obra, o também engenheiro Roberto Saraiva Ozório.

O engenheiro explica que a recupera-ção da Ponte Preta tomará todo o cuida-do em manter as características iniciais de sua construção de modo a manter a história e a beleza do empreendimento.

Passarela

Depois de restaurada, a Ponte Preta se tornará uma passarela para pedestres e vai interligar o campus da Universi-dade Federal do Paraná (UFPR) a um novo empreendimento que será cons-truído pela Thá Incorporadora, res-ponsável pela restauração, onde hoje há um antigo shopping já desativado.

“O projeto prevê um sobrepiso, como se fosse um deck. [...] Esse trata-mento que será dado para essa nova função da Ponte é reversível. No mo-

CENTRO CíVICO DO PARANÁ

Marcos Venício Meyer foi o relator do Tombamento do Centro Cívico

A ideia inicial do Centro Cívico na cidade de Curitiba veio com o pri-meiro Plano Urbanístico – Plano Agache –, que previa naquela re-gião a construção de prédios para administração do Estado. O local escolhido pelo então governador Bento Munhoz da Rocha Neto foi o mesmo sugerido pelo urbanista francês Alfred Agache. Segundo Meyer, o governador optou pela arquitetura modernista. “O Centro Cívico de Curitiba, para surpre-sa de tanta gente, antecedeu dez anos [a Brasília]”, explica Marcos Venício Meyer. No início dos anos 1950, iniciava-se a construção do primeiro centro cívico do Brasil. As obras foram inauguradas nas comemorações do Centenário da Emancipação Política do Paraná, em 1953, e somente em 1968, o bairro ganhou a denominação oficial de Centro Cívico.

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o Brasil, 15% da popu-lação adulta é obesa, conforme dados do Mi-nistério da Saúde. Em

Curitiba, a média de obesos é maior que no País, 17,7% das pessoas. Os homens são os que mais sofrem des-se mal. A obesidade atinge 18% dos homens e 17,3% das mulheres entre os curitibanos. Situação preocupante.

Ainda de acordo com informações do Ministério da Saúde, a frequência de obesidade nos homens quase quadri-plica quanto maior é a idade. Entre as

Entre os adultos, 15% são obesos; para reduzir esse

número, o Governo Federal lança em outubro o Plano Intersetorial de Prevenção

e Combate à Obesidade

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saúde

O brasil na luta

contra a balança

faixas etárias 18-24 anos a incidência fica em torno de 6% e quando obser-vada a faixa etária de 45-54 anos o número cresce para 22,5%.

Apesar de menor nas mulheres, o nú-mero triplica entre 18-24 anos (7,0%) e a faixa de 55-64 anos (24,1%). Por conta do crescente número de obesos no País, o Ministério da Saúde numa atividade conjunta entre 19 Ministé-rios, lança em outubro, o Plano In-tersetorial de Prevenção e Combate à Obesidade. Além do novo plano, o Governo tem em ação o Plano de Enfrentamento às Doenças Crônicas não Transmissíveis.

De acordo com a coordenadora de Do-enças e Agravos Não Transmissíveis do Ministério da Saúde, Deborah Malta, as metas do plano visam a “inflexão” da curva na obesidade de adolescentes e crianças, voltando ao patamar que o País tinha há 10 anos. O que significa ter, em 2022, segundo Deborah, cerca de 8% de meninos obesos de 05 a 09 anos de idade, em vez dos atuais 16,6%. Já para meninos entre 10 e 19 anos re-cuar para 3% o número de obesos.

Adultos

“Para os adultos, estamos com metas de estabilizar o excesso de peso e a

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Iris Alessi - [email protected]

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obesidade, até porque você tem um contingente populacional expressivo com excesso de peso e obesidade e as medidas para adultos são muito mais complexas”, aponta Deborah.

Os fatores que desencadeiam a obe-sidade são os mais diversos, como disfunções metabólicas, má alimenta-ção, falta de exercícios físicos, entre outros. De acordo com o especialista em clínica médica, Marcos Roberto Marques, a obesidade é um problema de saúde pública, não só no Brasil, mas em todo o mundo.

De acordo com o médico, os progra-mas do Governo são fundamentais e contribuem para o trabalho dos profis-sionais da saúde. “Investindo em prá-tica de educação e saúde isso se torna fundamental para nós, porque o desfe-cho que nós vamos ter sempre é extre-mamente positivo”, afirma Marques.

Ele atua em um programa realizado pelo Hospital vita, em Curitiba (PR), chamado “Viver Mais Vita” que tem diversas ações de medicina preven-tiva. No caso da obesidade e sobre-peso, o programa conta com médicos de diversas especialidades – médico clínico, psiquiatra, endocrinologista, cardiologista –, além de nutricionis-tas, psicólogos e fisioterapeutas. De acordo com Marques, os resultados do peso dos pacientes que participam do programa são monitorados perio-dicamente. Além das atividades de consultório, o “Viver Mais Vita” tem uma estratégia de educação em saúde que visa conscientizar as pessoas dos riscos da obesidade.

O médico explica que a obesidade, exceto em casos de doenças de tire-óide e diabetes, é fruto de um dese-quilíbrio entre as “calorias que você ingere e a quantidade de calorias que

você gasta. Se você gasta pouco e in-gere muito, aquilo que não é gasto é acumulado no organismo em forma de gordura. E assim você vai desen-volvendo o sobrepeso”.

Consequências

O vocalista da banda paranaense Sou-lution Orchestra, Zé Rodrigo (40), chegou a pesar 135 kg. No entanto, Zé Rodrigo procurou um médico pri-meiro para verificar quais os motivos que o faziam sentir dores no fígado. “E descobri que tinha esteatose hepá-tica, que é um inchaço do fígado e um acúmulo de gordura que pode virar câncer, inclusive. Com os exames, eu descobri que tinha pedra na vesícula, hérnia de hiato de três centímetros e tinha comorbidades da obesidade, além do sistema digestório [...] e ti-nha inchaço nos tornozelos, tinha do-res nas costas, tinha varizes...”, conta o vocalista ao citar as consequências da obesidade.

A cirurgia de redução do estômago foi uma sugestão do médico de Zé Rodrigo, já que ele teria que fazer uma cirurgia para retirar pedras na

Em Curitiba, a média de obesos é maior que no País,

17,7% da população

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vesícula. O médico explicou para ele que a cirurgia lhe daria maior quali-dade de vida e uma sobrevida maior. Após a cirurgia bariátrica, o músico perdeu mais de 50 kg.

Pensando em qualidade de vida e na saúde é que o também músico, produ-tor e técnico de áudio, Aurélio vale (38), pretende fazer a cirurgia bari-átrica. O objetivo dele é bem claro: “por uma questão de saúde, não esté-tica”, enfatiza. O sobrepeso de vale é em decorrência de uma cirurgia nas amígdalas que causou um distúrbio na glândula tireóide.

O músico procura manter uma ali-mentação saudável para ter controle do peso. Com exceção da hipertensão que o acompanha desde os 24 anos, ele desconhece ter outra doença de-sencadeada pela obesidade. No en-tanto, existem outras dificuldades em estar acima do peso. “As grandes dificuldades que surgem é justamen-te essa parte mais social das coisas. Porque, hoje, a mídia impõe um es-tereótipo que não é condizente com a realidade do País”, aponta vale.

Para Marques, a obesidade é um problema de saúde pública, não somente no Brasil

Zé Rodrigo chegou a pesar 135 kg e perdeu mais de 50 kg após uma cirurgia bariátrica

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28 | REVISTA MÊS | OUTUBRO DE 2011

s crianças brasileiras também são ví-timas da obesidade e do sobrepeso. As pesquisas mais recentes em relação à nutrição dos brasileirinhos foram divul-

gadas na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), em agosto de 2010. De acordo com os números, en-tre os meninos de 05 a 09 anos de idade, 16,6% são obesos e, entre as meninas, o número gira em torno de 12%. Já entre a faixa etária de 10 a 19 anos, 5,8% dos meninos e 4% das meninas são obesos.

A coordenadora de Doenças e Agravos não Trans-missíveis do Ministério da Saúde, Deborah Malta, afirma que o Plano de Combate à Obesidade será trabalhado também nas próximas gerações. “Tra-balhando toda uma perspectiva, seja no âmbito da família, na seção primária de saúde, na educação básica, na escola; nós conseguiremos ter sucesso no sentido de reduzir essas frequências”, ressalta.

Para as crianças, o Ministério da Saúde vai tra-balhar também em parceria com o Ministério da Educação em um programa de saúde nas escolas, explica Deborah. Esse trabalho vai enfatizar tan-to a conscientização da alimentação, quanto cui-dar da qualidade da merenda escolar ofertada às

crianças. “Nós temos, hoje, uma recomendação de que 30% dos alimentos servidos na esco-la sejam de alimentos frescos [...], mas para isso você tem que ter toda uma readequa-ção nas cantinas para o preparo e para o acondicionamento. Isso vai ser objeto de revisão”, informa.

Pesquisa local

A merenda escolar também foi alvo de ação da Secretaria de Educação do Estado do Para-

ná (SEED). Segundo a diretora de Infraestrutura e Logística da Superintendência de Desenvolvi-mento Educacional, Márcia Cristina Stolarski, na alimentação das escolas estaduais paranaenses já há a inclusão de alimentos frescos, provenientes da agricultura familiar. Márcia espera que quan-

A obesidade é preocupante também entre os mais jovens; o problema afeta mais os meninos

(sobre)peso das crianças

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do houver um repasse significativo da agricultura familiar nas escolas “o consumo de frutas e hortaliças seja mais difundido”.

A Secretaria de Educação fez um le-vantamento entre os alunos de 5ª a 8ª séries e do Ensino Médio e chegou à conclusão de que 25% dos estudan-tes estão acima do peso, ou seja, um em cada quatro está fora de forma. “Isso significa que a alimentação dos alunos não está sendo feita de uma maneira correta. Não só indica uma ingestão acima do recomendado de calorias, como também uma baixa atividade física”, explica a diretora.

Segundo Márcia, este levantamento é um diagnóstico para que o Governo Estadual possa estudar e investir em políticas públicas voltadas para essa questão. Assim, um dos objetivos seria transformar as escolas em promotoras da alimentação saudável na sociedade. Para a médica endocrinologista e co-ordenadora do Processo de Cirurgias Bariátricas do Total Care da Amil, Fá-tima Sandmann, a educação alimentar para crianças é fundamental para uma escolha consciente dos alimentos.

Exemplos

As escolas podem contribuir de for-ma significativa nesse processo, já que muitos pais, por diversos moti-vos, não preparam uma alimentação balanceada para seus filhos. Este é o caso da enfermeira Eloina Marques Albiero (45), mãe de um adolescente de 17 anos. A briga na balança come-çou desde pequeno.

“É bem complicado, porque como ele é [obeso] desde pequeno, estou sempre

batendo na mesma tecla [de uma ali-mentação saudável]. Mas é muito com-plicado. Ainda mais a gente que tem uma vida, como qualquer outra, corri-da, então a gente sempre vai procurar o mais fácil que são as massas, pizza, lanche, essas coisas”, relata a mãe.

Por o filho ser obeso desde pequeno, Eloina sempre procurou ter um acom-panhamento médico. A maior preocu-pação da mãe está na diabetes, já que a doença existe no histórico familiar. “Ele, desde pequeno, tinha colesterol alto, a glicemia sempre no limite. Até hoje, ele não tem diabetes, mas a gli-cemia sempre no limite. Então, a gente

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sempre faz esse controle”, conta a mãe, que sempre incentivou o filho a fazer exercícios físicos, sem muito sucesso.

Atividades físicas

É inegável que nos últimos anos, os hábitos das crianças mudaram. No passado, elas costumavam brincar mais nas ruas e comer coisas mais naturais. A coordenadora do curso de Nutrição da UniBrasil, Cynthia Pas-soni, aponta que hoje a distração e en-tretenimento passou a ser a televisão e o videogame.

Esse fenômeno da falta de atividades físicas também é observado por es-pecialistas. “Hoje você não consegue mais [deixar uma criança na rua so-zinha], mesmo que você more a duas três quadras de distância, você leva o seu filho ou a pé ou de carro. Então, a questão da segurança é um problema e isso acaba limitando a atividade fí-sica,” avalia a endocrinologista.

Para Fátima, qualquer intervenção para reverter o quadro de obesidade é mui-to importante, mas antes da puberdade é possível ajudar para que a criança não entre na fase adulta com exces-so de peso. De acordo com Cynthia, o que está assustando os profissionais da saúde é o crescimento da obesidade infantil. Para a coordenadora, o grande problema é que a obesidade não vem sozinha, mas acompanhada de doenças consideradas de adultos, como hiper-tensão, colesterol alto e diabetes.

As escolas podem contribuir de forma significativa

nesse processo da alimentação balanceada

para as crianças

Márcia espera que o consumo de frutas e hortaliças seja mais difundido nas escolas

Fátima Sandmann considera que qualquer intervenção para reverter o quadro de obesidade é muito importante

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vamos tirar o mercado do armário”. Com esse slogan a

Câmara de Comércio GLS do Bra-sil pretende mostrar que o público LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgê-neros) não deve ser esquecido pelo mundo dos negócios. Muito pelo con-trário. Segundo a pesquisa “Out Now Global 2010” sobre o perfil do consu-midor LGBT brasileiro, esse público é responsável por movimentar US$ 20 bilhões por ano só em viagens e representa nove milhões de consumi-dores em potencial.

O setor do turismo já está se atentan-do para esse perfil de consumidor. Pela primeira vez o tema foi foco da Rodada de Negócios da 6ª Edição do Salão do Turismo, realizada este ano em São Paulo (SP). “Quando você conversa com as empresas que atendem esse público [LGBT], perce-be que eles são responsáveis por um gasto significativo. O que acontece é que eles gastam muito consigo. [A

O público LGBT brasileiro representa nove milhões de consumidores em potencial e é responsável por movimentar US$ 20 bilhões/ano só em viagens

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Mercado sem preconceitos

economia / turismo

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Mariane Maio - [email protected] maioria] não tem família e, normal-mente, tem uma boa renda. Quaren-ta e sete por cento são da classe B e 57% tem ensino superior. Existe todo um cenário favorável ao consumo de turismo”, analisa Patrícia Albanez, consultora do Sebrae/PR.

Dados da Associação Brasileira de Turismo para Gays, Lésbicas e Sim-patizantes (Abrat) mostram que, con-siderando as viagens aéreas de mais de duas horas de duração, os homossexu-ais consomem seis vezes mais que os heterossexuais, que viajam em média 1,6 vezes por ano. Em consequência disso, os empresários estão cada vez mais oferecendo serviços específicos ou, ao menos, tentando disponibilizar um ambiente gay-friendly – espaços livres de preconceitos.

Na prática

Apesar do potencial econômico do público LGBT e do discurso já estar mudando, na prática, a maioria das empresas ainda não possui um trata-mento sem preconceitos, o que acaba

constrangendo muitos turistas. Se-gundo Daniele Silva, sócia da agência de turismo View Travel, focada em um público mais descolado, uma das grandes dificuldades quando o casal

Segundo a pesquisa “Out Now Global 2010”, a Argentina é a queridinha do consumidor gay brasileiro

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Dos destinos nacionais, Rio e Florianópolis são os

preferidos do público LGTB

de consumidores gays sai para viajar é o constrangimento. Nos hotéis, por exemplo, os atendentes veem “dois homens e já colocam duas camas de solteiro e pronto”, conta. Por isso, de acordo com Daniele, sua empresa sempre procura vincular-se a hotéis que saibam atender esse público ou até mesmo fechar parcerias com ho-téis exclusivos.

Essa percepção das dificuldades sur-giu com a prática. “Entendo esse mer-cado profundamente. A gente queria poder atendê-los da maneira em que queríamos ser atendidas. Os clientes concordam que era isso que faltava. Se eles ligam para uma agência e sa-bem que eu sou gay, é uma coisa. Se eles entram em contato com alguém que é ‘hetero’ e não vai saber das ne-cessidades, aí já existe preconceito [deles próprios]”, explica Daniele, uma das sócias da agência.

Alguns turistas preferem inclusive omitir essa informação, para não pas-sar por situações embaraçosas. “O que a gente pode perceber é que eles preferem viajar de forma velada. Não

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Porque essa diferença que é constran-gedora”, completa Adriana.

Destinos preferidos

Além dos “queridinhos” do Brasil: Rio de Janeiro e Florianópolis, ou-tros destinos internacionais estão no topo da lista do público LGBT para gastar seu dinheiro. O país que eles mais gostariam de visitar, segundo a pesquisa “Out Now Global 2010”, é a Argentina, com destaque para a capital Buenos Aires. “É uma cidade maravilhosa, superpreparada para re-ceber”, garante Adriana.

Em segundo lugar vem à França, de-pois os Estados Unidos, Inglaterra e, em quinto, aparecem Espanha e Itália empatados. Quando a pergun-ta foi sobre quais cidades europeias eles mais gostariam de ir, Paris ficou em primeiro lugar, seguida de Lon-dres, Madri, Amsterdam e Barcelona. Dentre as cidades dos EUA, Nova Iorque aparece no topo, seguida de São Francisco, Miami, Los Angeles/Hollywood e Las Vegas.

Para Daniele Silva, sócia de agência

de turismo, apesar do aumento do

consumo do público LGBT, o preconceito

ainda é grande

se identificar como gays. Aí, de noite, eles juntam a cama e de manhã sepa-ram a cama e vão seguindo a viagem dessa forma. Até para não sofrerem preconceito”, analisa Patrícia.

A também sócia da View Travel, Adriana Fernandes, afirma que no Brasil poucas cidades estão prepara-das para receber o público LGBT. “É bastante preconceituoso, principal-mente, no Nordeste. Esse treinamen-to está ocorrendo mais em São Paulo, o resto do Brasil é complicado. Flo-rianópolis e Rio de Janeiro também estão preparados. E são os lugares mais procurados pelos turistas GLS, do mundo inteiro”, diz.

Em Curitiba, essas pessoas também têm muita dificuldade em encontrar estabelecimentos que proporcionem um atendimento adequado. “Atender sem preconceito, sem fazer diferença.

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tecnologia

Inovar mais, com menos recursosEsse é o desafio das indústrias paranaenses, que têm conquistado índices de maior inovação, empregando menores investimentos

mais, com melhor qualidade e gasta menos”, analisa o professor e econo-mista Luiz Esteves da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

De acordo com os números da Pin-tec/2008, o Estado atinge uma taxa de 43,9% de empresas inovadoras no se-tor industrial. O índice nacional não chega a 39%. Na região Sul, o Paraná está à frente de Santa Catarina e atrás do Rio Grande do Sul.

Também o Paraná se sobressai quan-do se trata do número de inovações

no âmbito nacional. Enquanto no País registra-se um índice de 4,4% de ino-vações de produtos e 2,3% na inova-ção de processos para o mercado; o Paraná atinge a marca de 5,06% de inovações de produtos e 2,8% na ino-vação de processos.

Apesar de maior número em inova-ções, o Estado investe menos nesse quesito, seja em laboratórios próprios ou de cooperação ou no processo de introdução no mercado dessa inova-ção. A cada R$ 100 da Receita Líqui-da de Vendas (RLV), no Brasil, são investidos em inovação o valor de R$ 2,65; e no Paraná, essa relação é um pouco menor, investindo R$ 2,09 para os R$ 100 de RLV. O mesmo fenôme-no ocorre no valor gasto em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), no Brasil se investe 0,64 pontos percentuais, já no Paraná são 0,39%.

Por isso, nem sempre a máxima de que gastar mais dinheiro em inovação

indústria de transforma-ção paranaense gasta me-nos em inovação, mas tem maior índice de produ-

tividade entre os trabalhadores e cria maior valor adicionado ao produto ou processo novo em relação à média bra-sileira. Assim, o Paraná cria mais, com menos verba para o quesito inovação. Essa é a conclusão da análise dos indi-cadores mais recentes da Pintec/2008 (Pesquisa de Inovação Tecnológica do IBGE). “Ou seja, [o Paraná] inova

AArieta Arruda - [email protected]

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Nem sempre a máxima de que gastar mais dinheiro

em inovação é garantia de retorno para a empresa e

para a sociedade

é garantia de retorno para a empresa e a sociedade. “Gastar mais em inova-ção é bom? Depende da eficiência do gasto, porque muitas vezes você gas-tar muito na inovação significa, muitas vezes, que você está gastando, gastan-do e a inovação não está dando certo”, alerta Esteves. Por outro lado, os in-vestimentos precisam crescer tanto no Paraná, quanto em todo o Brasil, por serem pequenos em relação a outros países mais desenvolvidos.

setores de inovação

As indústrias paranaenses que mais têm inovado são as de vestuário, do setor alimentício, de máquinas e equi-pamentos (incluindo setor agrícola) e do setor de minerais não metálicos.

Outro setor, também referência no Pa-raná, é o desenvolvimento de softwa-res. A empresa Bematech, líder nacio-nal no segmento de tecnologia para o comércio, começou em 1989, na Incu-badora Tecnológica de Curitiba, com dois paranaenses: Marcel Malczewski e Wolney Betiol. O sonho de inovar dos dois engenheiros eletrônicos deu certo e se expandiu para outras fron-teiras. Atualmente, a companhia está

presente em mais de 400 mil pontos de venda. Possui quatro centros de P&D e conta com mil colaboradores, entre Brasil, China, Taiwan e Estados Unidos. “Inovação para nós é o nosso DNA”, afirma Cleber Morais, diretor--presidente da Bematech.

Por ano, são investidos mais de R$ 18 milhões em Pesquisa e Desenvol-vimento e no investimento de vários setores dentro e fora da empresa. Segundo Morais, a parceria com o Lactec (Instituto de Tecnologia para Desenvolvimento), em Curitiba (PR), e com outras universidades são es-senciais para trazer inovação para a empresa e para o mercado.

A mais recente inovação tecnológica de mercado lançada pela Bematech foi a primeira CPU exclusiva para o varejo produzida no Brasil. “Temos a intenção de lançar outros produtos ainda este ano“, explica Eros Jantsch, diretor de Hardware da Bematech.

Essa parceria com universidades e centros de pesquisa é um dos pon-tos mais frágeis no País, embora seja essencial na hora de inovar em uma indústria. No Paraná, também é pequena a parceria entre iniciativa privada e universidades. Segundo a Pintec/2008, somente 2,38% das em-presas inovadoras utilizam univer-sidades e institutos como parceiras para inovação. Esse índice é menor que a média nacional, que também é pequena, cerca de 2,5%.

Ambientes como a Agência PUC de Inovação e PUCPR Tecnoparque são

espaços de pesquisa pouco visados pela indústria de transformação. Se-gundo Luiz Márcio Spinosa, professor e diretor das duas instituições, esses espaços são propícios para promover o aumento das taxas de inovação, fa-cilitando o acesso das empresas ao conhecimento produzido na acade-mia; é possível também compartilhar custos e riscos no processo de inova-ção e qualificar pessoal para atuar no desenvolvimento de tecnologias. “São poucos os estados que têm a estrutura universitária que o Paraná tem [...] Po-deria avançar bastante. As universida-des estão aí. Tem que buscar”, alerta o professor Esteves da UFPR.

Para os dois especialistas na área, um tripé fundamental é o intercâmbio entre universidades ou centros de pesquisa, governos e iniciativa privada. Nesse sentido, tanto o Governo Federal quan-to o Estadual já lançaram iniciativas, no mês passado, para o desenvolvimento de inovação e investimentos em tecno-logia. (ver detalhes no BOX)

“Eu vejo o governo [federal] atual muito preocupado com este assunto. Recentemente, nós tivemos o lança-mento do Brasil Maior, que foi um

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Plano de inoVação do BraSil - goVerno federal

O Governo Federal lançou, recen-temente, o programa Brasil Maior. Trata-se de um plano de ações até 2014 para gerar inovação e maior competitividade das empresas brasileiras no mercado mundial. Segundo o Ministério de Ciência e Tecnologia, outra ação governa-mental é a criação de uma entidade no formato da Embrapa, que está sendo chamado de Embrapi – a Embrapa da indústria. Além disso, para gerar mais investimentos, a Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) deve ser transformada em banco público de inovação.

Vice-presidente da Bematech comenta o grande desafio que é ser uma empresa

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primeiro passo para atender a deman-da das empresas de inovação do Brasil. Porque sendo muito transparente, ser uma empresa brasileira de tecnologia é um desafio muito grande. Você tem uma carga tributária, no Brasil, muito elevada. [...] O governo tem dado pas-sos pequenos pra atender essa deman-da, mas que precisam ser trabalhados”, afirma o vice-presidente da Bematech.

LEI NO PR

açõeS do goVerno eStadual

No Paraná, em setembro, foi elabo-rado o texto final do Anteprojeto da Lei de Inovação que foi encami-nhado ao Poder Legislativo para apreciação. O objetivo é criar um ambiente favorável à cooperação entre os setores público, privado e a academia para o desenvolvimento tecnológico. O anteprojeto prevê a criação do Sistema Paranaense de Inovação, fazendo a integração de empresas e instituições de pesquisa. Segundo informações do Governo Estadual, o Paraná é o único estado da região Sul e Sudeste que ainda não aprovou uma lei de inovação.

tecnologia

A exemplo do Paraná, não são só recursos financeiros que vão fazer a inovação decolar nas empresas. “Às vezes, a empresa consegue ter exce-lentes resultados com inovações mui-to simples, tanto de produtos, quanto de processos”, analisa Esteves.

Por isso, em vez de tanto foco nos in-vestimentos, é preciso verificar se o

O economista Luiz Esteves comenta que o Paraná inova mais, com melhor qualidade e gasta menos

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recurso está sendo bem empregado e promover uma mudança na cultura da empresa. É o que atestam os especialis-tas. “Acredito que seja mais em relação ao posicionamento da empresa [do que investimentos]”, ressalta Spinosa.

Outros dois pontos negativos apre-sentados pelo levantamento da Pin-tec/2008 dizem respeito aos grandes riscos econômicos ao inovar no País e a escassez de fontes de financiamento específicas para essa ação. Também não pode se esquecer da qualificação da mão de obra. “Para 58% das indús-trias [brasileiras] que fizeram algum tipo de inovação, o maior problema é a falta de pessoal qualificado. Para serviços selecionados, esta falta ele-va-se para 70%”, aponta a pesquisa.

Se a empresa já possui uma cultura organizacional inovadora, investe em P&D, busca parcerias público--privadas, lança-se em parcerias de cooperação com outras companhias, consultorias ou até mesmo concor-rentes. O importante é inovar no mesmo compasso que surgem novas demandas na sociedade e novos desa-fios para crescer.

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Revista Mês Paraná. Também no Facebook.

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UFPR se destaca e gera mais tecnologiaEstudo do INPI mostra que Universidade Federal do Paraná é a 5ª instituição de ensino do Brasil que mais fez pedidos de patentes entre 2004 e 2008

sicas, a universidade paranaense fica com a 12ª colocação.

“Acho que isso representa um ponto diferenciado entre as universidades pú-blicas brasileiras, que mostra que além da missão tradicional de formar recursos humanos nas diferentes áreas do conhe-cimento, a universidade está buscando também gerar tecnologia e inovação”, afirma o professor doutor Carlos Ricar-do Scoccol, diretor da Divisão de Enge-nharia de Bioprocessos e Biotecnologia da UFPR. O professor é um dos respon-sáveis pelos bons índices conquistados pela Universidade, com cerca de 30 pe-didos de patentes registrados.

Processo

Segundo o diretor-executivo da Agên-cia de Inovação (Agitec) da UFPR,

Emerson Carneiro Camargo, os nú-meros atualizados são ainda maiores. Isso porque a Agitec foi criada em 2008 com o objetivo de reunir a área de Inovação, que antes era adminis-trada por diversos setores da Univer-sidade. Hoje, a Agência controla tanto a parte da Propriedade Intelectual, em que as patentes estão inseridas, quan-to as áreas de Transferência Tecnoló-gica e Desenvolvimento Tecnológico, que são os setores responsáveis pela efetivação na prática das descobertas feitas pelos professores e estudantes da instituição.

De acordo com a Agitec, “a proprie-dade intelectual trata dos bens ima-teriais aplicáveis na indústria. Para o patenteamento de produtos ou pro-cessos é necessário que sejam aten-didos cumulativamente os requisitos

inovação no Paraná tam-bém está muito presente nas universidades. Nesse quesito, a Universidade

Federal do Paraná (UFPR) é desta-que. Estudo divulgado pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) mostra que a UFPR é a 5ª uni-versidade brasileira com maior núme-ro de pedidos de patentes, entre 2004 e 2008, com um total de 63 pedidos. Considerando a lista completa, que inclui também empresas e pessoas fí-

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educação

Mariane Maio - [email protected]

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REVISTA MÊS | OUTUBRO DE 2011 | 37

Em 2011, o número de patentes da Universidade Federal do Paraná subiu

para 122

de: Novidade, Utilidade ou Aplicação Industrial, Atividade Inventiva e Su-ficiência Descritiva”. Para Camargo, é essencial que as invenções sigam seu caminho e possam contribuir de fato com a sociedade.

Essa transferência pode ocorrer de diversas formas, como a comercia-lização de patentes e prestação de serviços tecnológicos. “Um invento tem seu percurso acabado no mo-mento da transferência do processo ou do produto gerado pela pesquisa. Há um acompanhamento da inova-ção do produto, desde o momento de registro até a sua transferência”, diz Camargo. Por último, o invento passa pela área de Desenvolvimento Tecnológico, que abrange a geração e desenvolvimento de micro e pe-quenas empresas de base tecnológi-ca, por meio de incubadoras.

Depois de passar por esse processo é que a inovação chega à sociedade. A Universidade conta atualmente com 122 patentes registradas, na área de propriedade intelectual, seis licencia-mentos e cinco co-titularidades, na área de transferência de processos e produtos, seis empresas incubadas e 10 em prospecção, na área de inova-ção e incubação. A instituição investe, em média, cerca de R$ 25 mil por ano para manter registros das patentes, de acordo com informações do pró-reitor de pesquisa e pós-graduação e diretor da Agitec, Sérgio Scheer.

Do laboratório para a lavoura

Três descobertas de cultivares de ca-na-de-açúcar (RB946903, RB956911 e RB966928), protegidas pelo Minis-tério da Agricultura e licenciadas pela multinacional Syngenta, formam um exemplo da produtividade da institui-ção que já está no mercado.

Há 20 anos, o departamento da UFPR desenvolve o Programa de Melhora-mento Genético da Cana-de-açúcar

para o Estado do Paraná (PMGCA), que tem como objetivo “obter varieda-des mais produtivas, com maior resis-tência a doenças, ampla adaptabilida-de e boa estabilidade para a região de cultivo da cana-de-açúcar no Estado do Paraná. Além do melhoramento, o PMGCA atua nas áreas de manejo de culturas, manejo varietal, biotecnolo-gia, adubação e nutrição e zoneamento agrícola da cana-de-açúcar”, explica professor João Carlos Bespalhok, um dos pesquisadores do Departamento de Fitotecnia e Fitossanitarismo.

desafios

Apesar das conquistas, os pesquisa-dores acreditam que a Universidade Federal do Paraná ainda tem um lon-go caminho a percorrer. “Existe um desafio de alargar mais esse número de patentes, essa transferência de produtos e processos e de aumentar o nosso número de empresas incuba-das. A gente acha que a Federal do Paraná tem muito fôlego para desen-volver nessa área de inovação”, diz o diretor da Agitec.

Esse desafio não atinge apenas a UFPR, mas todas as instituições pú-blicas brasileiras. Segundo dados da Agitec, “no Brasil, cerca de 80% dos pesquisadores atuam no âmbito de universidades e centros de pesquisas públicas, enquanto nos países desen-volvidos essa atuação concentra-se junto ao setor privado, empresas e indústrias. No entanto, as universi-dades são responsáveis por apenas 0,2% das patentes apresentadas ao Instituto Nacional de Propriedade In-dustrial (INPI)”, o que demonstra a necessidade de cada vez mais incen-tivar a propriedade intelectual dentro das instituições de ensino.

Apesar dessa realidade, para o profes-sor doutor Carlos Ricardo Scoccol, os avanços nos últimos anos foram expressivos. “Tenho mais 30 anos de Universidade. Nesses últimos 10 anos houve uma melhora significativa em termos de recursos para pesquisa e desenvolvimento. Antes era muito difícil. Isso não era prioridade para o País”. Para ele, o avanço na área de inovação e tecnologia beneficia não só a Universidade e seus estudantes. “Quanto mais avançarmos, melhor é para o nosso País, para o nosso povo, mais geraremos empregos, mais sere-mos um povo com um nível de vida mais elevado [...] E nós temos vanta-gem que esses países não têm que são recursos naturais abundantes.”

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UNIVERsIDADE

recurSoS humanoS

Para inovar e incentivar a pesquisa, a Universidade Federal do Paraná (UFPR) tem capital humano abun-dante. Segundo o pró-reitor de pes-quisa e pós-graduação e diretor da Agitec, Sérgio Scheer, na institui-ção estão presentes cerca de 2.300 mil professores, sendo que desses 1.700 são doutores. A Universidade também conta com 106 cursos de mestrado e doutorado e mais de quatro mil alunos. Para incentivar a pesquisa são oferecidas cerca de mil bolsas de iniciação científica.

Um dos laboratórios da UFPR. Iniciativa para inovar

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Um campo sem herdeirosÉ cada vez menor o número de jovens em áreas rurais do Paraná; a redução chega a 21% entre 2000 e 2010

agricultura

do Paraná terá um grande problema por falta de mão de obra.

Alguns observam também a redução de propriedades da agricultura fami-liar, que são as terras que mais pre-cisam da mão de obra de jovens, já que muitos dos proprietários não têm condições de mecanizá-las.

O empresário valdemir Zago, presi-dente da marca de alimentos Zaeli, afirma que na região do município de Umuarama quase não há mais produ-tores de agricultura familiar. Nessas imediações, as pequenas lavouras es-tão mudando de perfil. “Como temos frigorífico na minha região, então, as pequenas lavouras estão com uma granjinha”, aponta Zago, referindo-se a respeito do sustento dessas famílias. Os filhos desses criadores normalmen-te saem para estudar, enquanto o pai toca a propriedade. Poucos voltam.

A população rural no Paraná vem dimi-nuindo ano após ano. Na década de 50, ela representava 75,03% da população

o êxodo tem contribuído para “o enve-lhecimento, a concentração da terra e a ‘masculinização’ do campo”.

êxodo rural

Ao analisar os números dos últimos 20 anos, a população rural paranaen-se apresentou uma redução em torno de 40%. “E quem ficou? São os mais velhos e, geralmente, homens”, afir-ma Meister.

Teresinha Barron, técnica da Emater e especialista em Agroindústria, aponta com preocupação esse fenômeno no campo. Em breve, é possível que as lavouras fiquem sem herdeiros. “A gente tem percebido o seguinte: quem tá por lá ainda é o pai e a mãe; e os filhos vieram para a cidade para estu-dar. Isso é muito forte. Para ter uma ideia, tenho quatro ou cinco jovens no máximo que vieram estudar, fazer faculdade e voltaram”, aponta Teresi-nha que atua na região Oeste do Esta-do. A técnica da Emater acredita que em menos de duas décadas, o interior

êxodo rural vem ocorren-do no Paraná há muitos anos e mesmo em ritmo menor, muitas pessoas,

principalmente os jovens, têm deixado a vida no campo em busca de novas oportunidades nos centros urbanos.

A população jovem (entre 15 e 29 anos) residente na zona rural apre-sentou redução de 21,51% se com-pararmos o Censo de 2000 com o de 2010 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A popu-lação que era de 462.429 habitan-tes caiu para 362.929 residentes no campo paranaense.

A constatação de que a mão de obra no campo está ficando mais velha é uma realidade já observada pelos pro-fissionais que trabalham diretamente com os produtores rurais no Estado. O engenheiro agrônomo da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (Seab), Jefferson Vinicius Meister, aponta que

OIris Alessi - [email protected]

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Um campo sem herdeiros

paranaense reduzindo-se a 14,67% em 2010 (veja evolução na tabela).

Programas

Como inverter esse processo? Atual-mente, existem algumas ações tanto em nível estadual, como federal para manter os jovens no campo. Alguns exemplos na esfera federal são: as li-nhas de crédito do Pronaf – Jovem (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), a ampliação das escolas técnicas federais (IFPR) e sua interiorização com diversos cursos ofertados. Já em relação ao Governo do Estado, existe um Departamento de Educação no Campo na Secretaria de Estado da Educação (SEED), que tem apoiado as Casas Familiares Ru-rais (CFRs), e tem, também, as escolas técnicas com cursos de agropecuária. Na SEAB, existem ações do crédito fundiário e ações da Emater para mo-bilizar os jovens.

No entanto, para manter mais jovens trabalhando no campo seriam neces-sárias, de acordo com Teresinha, mais políticas públicas que os incentivas-sem a ficar. Para ela, ainda falta a va-lorização do homem do campo e me-lhores preços para o produto primário.

Para Jefferson Vinicius Meister, é pre-ciso também promover opções para

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além das relacionadas com o cultivo da terra. “As políticas públicas para a juventude rural não podem limitar-se à agricultura. Os futuros agricultores serão cada vez mais pluriativos, suas rendas dependerão da agricultura, mas também de outras atividades. Quanto mais jovens estiverem prepa-rados para essa realidade, maiores se-rão as chances de realização pessoal e profissional.” Por isso, aspectos re-lacionados ao esporte, lazer e cultura podem contribuir para a permanência do jovem no campo.

“Eu acho que tem que ter mais política voltada para o jovem [...] para que ele possa trabalhar, que ele possa comprar a terrinha dele”, pontua Teresinha.

Para a técnica, há dois programas im-portantes que incentivam a atividade no campo para a agricultura familiar: o Programa de Aquisição de Alimen-tos da Agricultura Familiar (PAA - Compra Direta) e o Programa Nacio-nal de Alimentação Escolar (PNAE). “Esse tipo de programa está ajudando

a agricultura familiar. Mais progra-mas nesse sentido seriam tudo de bom”, ressalta Teresinha, ao explicar que com esses programas os agricul-tores conseguem ter uma renda men-sal e não precisam esperar somente a renda da próxima safra.

Opções no campo

Programas de incentivo à geração de renda para os agricultores familiares são ações que podem ajudar os jovens a ficar no campo. “A gente sempre tem que dar alternativas: o acesso à terra, seja através de políticas de re-forma agrária ou do crédito fundiário, o acesso a financiamentos produtivos, como o Pronaf, a questão da educa-ção no campo, como as casas rurais familiares e as escolas técnicas, além da capacitação e orientação através da assistência técnica e extensão rural, são fundamentais para a construção dessas alternativas”, salienta Meister.

Os jovens podem ser uma nova força no campo, com um perfil mais empre-endedor. Aqueles que voltam para a lida nas lavouras fazem a diferença. Segundo Teresinha, os jovens que cursaram uma universidade e vol-taram para o campo, muitas vezes, transformam a propriedade dos pais numa agroindústria familiar e agre-gam valor ao produto cultivado.

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 1950/2010. Até 1991, dados extraídos de Estatísticas do Século XX, Rio de Janeiro: IBGE, 2007 no Anuário Estatístico do Brasil, 1993, vol. 53, 1993.

PARANÁ

PoPulação rural

PERíODO RURAL

1950 75,03

1960 69,09

1970 63,6

1980 41,07

1991 26,65

2000 18,59

2010 14,67

Para Meister, é preciso que o jovem tenha alguma opção que o atraia para o campo

Para manter os jovens trabalhando no campo

seriam necessárias mais políticas que os incentivassem a ficar

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40 | REVISTA MÊS | OUTUBRO DE 2011

Palestina: um país próximo da existência oficial?Começam as discussões na ONU para a criação de um estado, mas analistas dizem que o fato histórico está fadado ao fracasso

Wallace Nunes - [email protected]

internacional

mundo espera há déca-das um acontecimento dos mais importantes. A paz no Oriente Médio a

partir do entendimento entre israelen-ses e palestinos na chamada região onde nasceram as três principais reli-giões monoteístas.

OÉ cheia de misticismos, sincretismos e, principalmente, dúvidas que as nações-membro do Conselho de Se-gurança da Organização das Nações Unidas (ONU) começam a discutir o pedido dos palestinos a respeito de um estado oficial. Para muitos, esse seria o primeiro passo para a constru-ção mundial da paz, mas para outros, simplesmente, o caos.

Há uma confusão de sentimentos. Palestinos esperançosos e ávidos por liberdade, esta que há décadas não possuem. Israelenses, por sua vez, te-merosos e questionadores se seu “sta-tus quo” será mantido depois que seu estado fora oficializado em 1947.

A comunidade internacional (boa parte está dividida) crê que tudo pode se acertar e que os dois povos possam conviver em paz. Para que o Estado Palestino seja oficializado, é necessário que haja nove, dos 15 votos, e que os países com assentos permanentes no Conselho não pos-sam rejeitar a proposta.

Até o momento, os palestinos contam com voto favorável de seis nações--membros do Conselho. Dos 193 pa-íses-membros, 127 apoiam a criação de um Estado Palestino. Diplomatas e analistas políticos ligados à negocia-ção preveem que a ONU venha esta-belecer um Estado observador, como é o caso do vaticano.

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Professor de relações internacionais da Universidade de São Paulo (USP), Peter Robert Demant, entende que sem uma negociação de paz direta entre israelenses e palestinos, como querem Estados Unidos, Rússia e União Europeia, não haverá Estado Palestino em médio prazo.

“Sem o aval dos EUA e da União Eu-ropeia, que são os membros do quar-teto da paz para o Oriente Médio, é impossível os palestinos obterem sta-tus de estado”, resume o professor.

Chance perdida

De qualquer forma, o momento é de-licado. Israel, governado por partidos religiosos de direita, sob o comando de Binyamin Netanyahu, não quer de forma alguma estabelecer acordos de paz, muito menos, negociar a criação de um estado. Os motivos são muitos, mas o principal deles é o grande nú-mero de assentados na área onde seria a nação palestina.

Yossi Beilin, um dos arquitetos dos Acordos de Oslo pelo lado de Israel e, posteriormente, líder de uma nego-ciação pacifista em Genebra para re-solver o conflito, disse recentemente à revista Foreigen Policy, que o atual primeiro ministro é o real culpado pela falta de avanço no diálogo para a paz com a autoridade palestina.

“Os dois lados não levaram em con-sideração a opinião de suas respec-tivas minorias que querem a paz.” Segundo ele, tanto Netanyahu quan-to o Hamas, que governa a faixa de Gaza, são extremistas e não ouvem outros grupos.

A posição de Obama

Os Estados Unidos de Barack Oba-ma vive um dilema. Apoiar ou não a causa palestina sem prejudicar os israelenses. No país, entretanto, o presidente americano é visto como pró-Árabe, já fora de seu território é visto como pró-Israel.

O fato é que se a proposta palestina não for aprovada – e tem tudo para não ser – Obama será taxado como covarde no mundo árabe e também no mundo judeu. Sua popularidade, que já tem ca-ído significativamente nos EUA, quase não existe na região dos conflitos.

Para os negociadores, Barack Obama é hipócrita e muda de opinião a cada encontro que faz com israelenses e palestinos. “Nesta região, historica-mente essas pessoas têm a palavra com o respeito maior do que um pa-pel. Saddam Hussein era um exemplo claro de cumpridor da palavra e que gerava unidade no país que vive na confusão depois de duas invasões”, conclui o professor da USP.

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A comunidade internacional (boa parte está dividida) crê que tudo pode se acertar e que os dois povos possam

conviver em paz

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comportamento

Dia das Crianças e o Na-tal são datas comerciais com grande apelo para o público infantil. Atiçam

olhos e mãos ligeiras para comprar e comprar. O desejo de ter vários e diferentes brinquedos enche os olhos dos pequenos. Mas quando essa von-tade de “ter” passa dos limites, as crianças perdem a noção da fronteira entre o necessário e o supérfluo.

São diversos os fatores que influenciam as crianças, alvos fáceis da cultura con-sumista. De acordo com dados do Ins-tituto de Pesquisa TNS em estudo rea-lizado em 2007, as crianças têm mais atração por produtos que tenham emba-

O Dia das Crianças e o Natal despertam, no público infantil, mais vontade ainda de ter; preocupação para pais e sociedade

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O desejo infantil do terIris Alessi - [email protected] lagens chamativas ou que tenham per-

sonagens famosos e brindes. Os amigos também contam como forte influência.

Para a psicóloga e educadora brin-quedista, Fernanda Gorosito, o gran-de problema desse consumismo é que as crianças não sabem mais o que elas querem. “É muito grave. Talvez a gente não perceba que [...] isso vai trazer prejuízos muito grandes para as crianças”, afirma. Fernanda exem-plifica dizendo que crianças que têm muitos brinquedos, mas que não que-rem brincar com nenhum ou que di-zem não ter nada para fazer, são em geral perfil de pequenos consumistas.

“O consumismo acaba tomando um lugar na infância, rouba um lugar,

que é muito precioso mesmo, que é a interação dos pais, a dedicação, o in-vestimento – não o financeiro –, mas o de parar, ouvir a criança, de olhar ela, de ver o que ela gosta e o que ela não gosta”, avalia Fernanda, e ressal-ta que os pais, muitas vezes, não co-nhecem seus próprios filhos. Uma das consequências desse consumismo, segundo Fernanda, é que as crianças acabam se sentindo inseguras e se tornando adultos também inseguros.

Papel da escola

A escola também faz parte do de-senvolvimento das crianças. Muitas instituições já têm projetos para não incentivar o consumismo. Segundo a educadora e diretora Yara Amaral, da

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Escola Projeto 21, as crianças usam material coletivo em sala de aula, até uma determinada idade, assim elas não ficam comparando quais são melhores ou mais bonitos. “De-pois, é lógico, que eles podem ter o seu material e de posse desse material [...] ainda assim a gente questiona. E questiona no sentido de quantidade”, explica Yara.

A educadora acredita, porém, que apenas a ação da escola não é sufi-ciente, pois o consumo não está ape-nas lá, mas em todos os ambientes de convivência dessa criança. “A gente conversa muito com os pais, a gente vai discutindo as coisas com os pais também. É quase que remar contra a corrente”, avalia. De acordo com Yara, a escola faz eventos, mas não nas datas comerciais como Dia dos Pais ou das Mães, para justamente ir contra a lógica de mercado.

Segundo Yara, não é fácil convencer os pais que desincentivar o consumo das crianças é importante. “Leva um certo tempo para que os pais se apro-priem dessas coisas. Não é tão sim-ples, porque eles acabam resistindo [...]. E esses pais também não têm limites”, avalia.

A importância do não

Dizer “não” para qualquer pessoa não é uma tarefa fácil. Quando se trata de pais e filhos, a relação é ainda mais complexa. A pedagoga Paula Belmi-no da Silva (36) anos, mãe de Alice (5), tenta controlar a vontade de com-prar da filha, mas nem sempre isso é uma tarefa fácil. Muitas vezes, a mãe, ao passear com a filha em shoppings, acaba cedendo aos pedidos de Alice e levando algum brinquedo para casa. “A gente fica assim: meio a meio, na-quela coisa de mãe querer dar tudo e também por causa da minha infância

que eu não tive tudo, aí você quer que seu filho tenha tudo”, conta Paula.

Segundo ela, sua filha não costuma fazer escândalos para conseguir as coisas, mas a menina consegue se mostrar contrariada até convencer a mãe de que é preciso satisfazer suas vontades. Paula admite ser difícil di-zer não para sua filha.

“Os pais hoje têm uma tendência mui-to grande de querer poupar os filhos”, enfatiza Fernanda. De acordo com a psicóloga, as crianças não sabem li-

dar com o ‘não’. Por outro lado, as crianças não sabem como agir quan-do recebem uma resposta negativa. “Então, essa frustração, é uma frus-tração saudável, [...] porque isso limi-ta a criança”, completa. Como algum dia na vida as pessoas vão ouvir esse “não”, Fernanda avalia que é muito importante que elas saibam lidar com isso desde pequenas.

Limites

“Toda a situação de excesso de con-sumo é uma questão de falta de limi-tes. E a falta de limites pode ser da criança, mas antes de ser da criança é uma falta de limite dos pais,” aponta a psicóloga, ressaltando que é respon-sabilidade dos adultos frear esse ins-tinto. Ela afirma que é difícil comba-ter o consumo, pois as pessoas de um modo geral dependem desse modelo econômico e são a todo o momento incentivadas a consumir mais.

“As crianças não aprendem sozinhas, então somos nós adultos que estamos ensinando as crianças. Se nós quiser-mos que eles ajam de forma diferente, nós temos que agir de forma diferen-te”, relata Yara. Para ela, esse ques-tionamento sobre o consumo deve ser feito cotidianamente e a participação dos pais é vital nesse processo.

Falta de limites pode ser da criança, mas antes é uma

falta de limite dos pais,” aponta a psicóloga

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Uma das consequências

do consumismo é que as crianças

acabam se tornando adultos inseguros, aponta Fernanda

De acordo com Yara Amaral, o consumo não está apenas no espaço da escola, por isso é

importante a atenção dos pais

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Com os padrões de consumo atual, em menos de 40 anos, precisaremos de dois planetas Terra para continuar vivendo; iniciativas paranaenses tentam contornar a situação

o desafio da sobrevivênciapara nós mesmos”. Fatos que provam o desequilíbrio da natureza estão es-tampados todos os dias na imprensa nacional e mundial. Enchentes, tsu-namis, furacões, tornados e incên-dios. O cenário pode ser o Paraná, o Brasil, os Estados Unidos ou o Japão, no entanto, como em toda crise glo-bal, os danos são compartilhados.

Parceria

Assim como os danos, para o diretor da Itaipu, Nelton Friedrich, as res-ponsabilidades também devem ser compartilhadas. “Com o tamanho da crise, só nós vamos alcançar as mu-danças necessárias quando nós tiver-mos profundamente a consciência da responsabilidade compartilhada”, diz. Opinião também de Leide Takahashi, gerente de projetos ambientais da Fun-dação Boticário. “É um esforço com-

plementar ao trabalho do poder públi-co. Não basta só o governo fazer.”

Para Friedrich, o Brasil deve aproveitar essa oportunidade de mudança como um projeto futuro promissor. “Precisa-mos fazer com que o nosso País tenha na biodiversidade um dos pilares do nosso amanhã [...] Porque nós somos um dos poucos países ‘mega’ diversos e temos o maior banco biogenético do planeta. Mas tem de haver uma polí-tica pública muito determinada, e um amplo trabalho de convencimento das forças empresariais, econômicas, de redirecionar para esse campo novo, da nova economia”, ressalta Friedrich.

Sem opção, governos, sociedade civil organizada e empresas estão se mobilizando para mudar essa re-alidade, andando na contramão da não-sustentabilidade.

meio ambiente

Mariane Maio - [email protected]

Nossa geração está diante do maior desafio da humanida-

de. Nos próximos 30 anos vai ter de reduzir 70% da emissão dos poluen-tes. Não tem segundo caminho”, afir-ma o diretor de coordenação e meio ambiente da Itaipu Binacional, Nel-ton Friedrich. E apesar da afirmação parecer exagerada, é real. Segundo o relatório Planeta Vivo, divulgado em 2006 pela Organização Não Go-vernamental WWF (ONG), “se conti-nuarmos na nossa trajetória atual, em 2050, a humanidade estará a utilizar o equivalente a mais de dois planetas”.

A sociedade do consumo está no caminho da não-sustentabilidade. Passou-se do antigo slogan “o que vamos deixar para os nossos filhos e netos”, para “o que estamos deixando

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Vencedor do prêmio “Americas Award 2011”, na categoria susten-tabilidade ambiental, o Programa Cultivando Água Boa (CAB), da Itaipu Binacional, é exemplo de se-tor público paranaense em ação. Im-plantado na Bacia 3, o projeto abran-ge mais de um milhão de habitantes em 29 municípios na região Oeste do Estado, entre eles Foz do Iguaçu e Cascavel. Ao todo, 70 microbacias

já foram recuperadas e o programa envolveu 2.146 parceiros. “Estamos chegando a quase 900 km² de cerca com mata ciliar recomposta nos pe-quenos rios, em uma região em que 90% das propriedades têm menos de 50 hectares”, conta o diretor da Itai-pu Nelton Friedrich.

Para ele, além dos benefícios eco-lógicos, o bônus de recuperar essa

mata está nos aspectos econômicos. “voltou a produção de mel na região. Hoje, temos uma cooperativa que projeta, em três anos, um movimen-to de R$ 8 milhões. Setenta e cinco por cento do mel que essa coopera-tiva vende vem das áreas que foram recuperadas. Você recompôs a mata ciliar e reencontrou uma outra linha de negócio. Um negócio sustentável”, explica Friedrich.

O arquiteto paranaense Luiz Bacocci-ni também resolveu dar a sua parcela de contribuição. Ciente dos danos cau-sados pelo setor imobiliário em que atua, ele adquiriu uma área de 23 mil m² no município de Morretes (PR). “Foi um despertar da consciência. Fiquei pensando o que poderia fazer para dar uma amenizada nisso”, conta o arquiteto. Segundo ele, em dez anos, 300 toneladas de gás carbônico (CO2) deixarão de ser lançadas à atmosfera.

No mesmo rumo trabalha a Fun-dação Boticário. Em mais de duas décadas da criação, já foram 1.266

projetos apoiados, 37 novas espécies de plantas e animais e 167 espécies protegidas de extinção. A Fundação mantém ainda duas reservas naturais, Patrimônio Natural da Humanida-de. A Reserva Natural Salto Morato, em Guaraqueçaba (PR), tem 2.253 hectares de área e a outra é Reserva Natural Serra do Tombador, fica em Cavalcante (GO). “A gente está con-servando amostras dos ecossistemas em funcionamento que são funda-mentais para manter o equilíbrio do planeta”, afirma o coordenador de es-tratégias de conservação da Fundação Boticário, André Rocha Ferretti.

A ONG Sociedade de Pesquisa em vida Selvagem e Educação Ambien-tal (SPvS), há 26 anos atua pela conservação da natureza. Segundo a instituição, no Paraná não existem mais do que 0,8% do que já represen-tou a maior floresta do Sul do Brasil. E para essa área não diminuir ainda mais, a ONG tem o Programa Des-matamento Evitado (PDE), em que empresas privadas adotam áreas para que sejam conservadas. “As áreas não são compradas, mas sim adotadas. Os proprietários recebem um suporte mensal para cobrir despesas de ma-nejo minimamente demandadas para

garantir a sua integridade”, explica a bióloga Ângela Kuczach, responsável pelo Programa.Outro projeto é o Condomínio da Biodiversidade (ConBio), desen-volvido na Região Metropolitana de Curitiba. O grupo é mantido por em-presas e pessoas físicas em parceria com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA), o Mater Natu-ra Instituto de Estudos Ambientais e a SPvS. Assim, já foram protegidas áreas naturais urbanas, com o apoio de 300 proprietários. O potencial de preservação é de 14 milhões de m² de florestas nativas no meio urbano.

INICIATIvA PRIvADA

SETOR PúBLICO

AçãO DE ONG

VEjA ALgUNs ExEMPLOs PARANAENsEs

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O Parque Municipal Gruta do Bacaetava, em Colombo (PR), é uma das principais atrações do Turismo Rural do município

liano de Colombo, que fica na Região Metropolitana de Curitiba (RMC).

O espaço foi aberto para visitação em maio de 2000, após estudos e pla-nejamentos de impacto ambiental. Estima-se que a Gruta da Bacaetava, que significa “Casa de Pedra”, tenha idade entre 600 milhões e 1,5 bilhão de anos, conta a secretária municipal de Turismo, Maria Micheli Mocelin. Denominada pela secretária como “a Menina dos Olhos do Circuito Italia-no”, a descoberta da gruta ocorreu na década de 40 por imigrantes italianos. “Conta a lenda que durante a 2ª Guer-ra Mundial, ela servia de esconderijo para italianos que aqui viviam”, diz o guia Jair L. K. Camargo, que atua no Parque desde a sua criação.

turismo

á milhares de anos a ca-verna está presente na vida do ser humano. Na pré-história, esses espaços

serviam como esconderijos dos preda-dores. Na filosofia, Platão a utilizou para a sua famosa alegoria “O mito da caverna”. Na cultura pop, Batman (o Homem-Morcego) fazia da caverna o seu “quartel general”. Na sociedade atual, a caverna continua sendo um lu-gar que desperta o imaginário.

Bem próximo de Curitiba (PR), a 30 quilômetros do centro, é possível co-nhecer uma caverna de verdade no Parque Municipal Gruta da Bacaetava, uma das 47 atrações do Circuito Ita-

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A Menina dos Olhos do Circuito Italiano

Antes da aquisição do local pela Pre-feitura, havia a imagem de Nossa Se-nhora de Lourdes “e muitas pessoas vinham para rezar à Santa, porém não existia um controle sobre os impactos ambientais causados pelos visitan-tes”, conta Camargo. Hoje, o Bacae-tava possui toda a estrutura necessá-ria para visitação, sem se esquecer da diminuição dos danos à natureza. O Parque conta com centro de visitação, guias turísticos e espaço para lazer.

Visual e sensações

Na caverna, é possível ver numerosas formações rochosas que despertam o imaginário do visitante, estalactites e estalagmites. O rio de mesmo nome corta a caverna, criando um espelho d’água. O visual encanta e desperta diferentes sensações. O local abriga morcegos, peixes, tartarugas, cobras e um crustáceo.

O Parque contém duas grutas, uma aberta à visitação e outra fechada ao público, conforme explicou o guia. O primeiro andar possui 200 metros de extensão. O segundo é praticamente

Roberto Dziura Jr. - [email protected]

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CIRCUITO ITALIANO

nativo, com difícil acesso, não sendo permitido o acesso de turistas.

Em 2010, mais de 17 mil pessoas es-tiveram no local. Neste ano, soma-se a essa estatística a visita da professo-ra de Geografia e História, Elis Bue-no Gonçalves, do Centro Educacional Evangélico, de Curitiba, e seus 30 alunos da 5ª e 6ª séries. Segundo ela, o objetivo de estar lá foi mostrar aos alunos, na prática, o que eles apren-dem em sala de aula. A satisfação dos estudantes em conhecer o local foi maravilhosa, conta a professora.

Para visitar

A visitação da caverna é gratuita, mas controlada, sendo permitido no má-ximo grupos de 20 pessoas por vez, com saídas a cada 30 minutos. A gru-ta é aberta de quarta a domingo, tendo horários diferenciados nos sábados, domingos e feriados. Camargo acon-selha às pessoas chegarem até às 15h para garantir a visita. Para grupos aci-ma de 12 pessoas, a excursão tem de ser agendada pelo telefone (41) 3656-5669. (veja mais detalhes no Box)

A visitação da caverna é gratuita, mas controlada,

sendo permitido no máximo grupos de 20

pessoas por vez

Se ficou interessado, reserve um dia de sol para ir até lá, pois em períodos chuvosos, a visitação à gruta é fecha-da por medidas de segurança. “Com a chuva, aumenta o volume de água do rio e os animais saem dos seus escon-derijos, além do trajeto ficar muito escorregadio”, explica Maria.

Mas entre os dias 16 de novembro e 10 de dezembro, o Parque Municipal Gruta da Bacaetava estará fechado para receber a sua primeira reforma, depois de 11 anos de criação. “Este trabalho será custeado pelas empre-sas de extração de cal e calcário exis-tentes na região e as melhorias foram determinadas pela Prefeitura”, expli-ca a secretária. Nesta reforma será adequado o espaço para oferecer mais

serviços aos visitantes, como local para apresentação de vídeo e minipa-lestras sobre educação ambiental.

Mais cavernas

Segundo estudos, o Paraná possui cerca de 260 cavernas, sendo grande parte em áreas particulares e impró-prias para visitação. Além de Baca-etava, o mais próximo de Curitiba aberto ao público é o Parque Estadual de Campinhos, localizado em Bocai-úva do Sul, a 65 km da Capital. Lá estão as grutas Jesuítas; das Fadas; e a do Abismo, a menor delas.

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O guia Jair L. K. Camargo trabalha no Parque desde sua criação, há 11 anos

O espaço é equipado com centro de visitação, guias turísticos e espaço para lazer

gRUTA DO bACAETAVA

QuAnDo Quarta a Domingo

HORáRIO Quarta, quinta e

sexta - das 8h30 às 11h30 e das 13h

às 16h30. Sábado, domingo e feriado -

8h30 às 16h30. AGEnDAMEntO para grupos maiores

de 12 pessoas é necessário agendamento

CuStO: grátisCOntAtO:

(41) 3656-5669

O Parque Municipal Gruta da Bacaetava faz parte de um dos projetos pioneiros no País de Turismo Rural. Trata-se do Circuito Italiano de Colombo, que teve início em 1999, com o objetivo de diminuir o êxodo rural ao oferecer alternativas de renda aos seus agricultores, aproveitando, também, para divulgar a cultura italiana da região. Entre as 47 atrações do Circuito estão a Igreja Matriz com mais de 100 anos, o Morro da Cruz, vinícolas, restaurantes com comida típica, visitação em chácaras, acesso à Cultura em um museu temático e o consumo de frutos da terra no programa “Colhe e Pague”.

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bebida in naturaO amargor misturado com a leveza faz do chope uma bebida bastante consumida; em Curitiba, um único bar chega a vender até 40 mil litros por mês

Santos é cliente assíduo do bar Aos Democratas, estabelecimento que co-leciona prêmios quando o assunto é chope. Desde 2005, já foram mais de 14 títulos, sendo o último conquista-do em 2010 – mas entregue este ano –, o “Colarinho de Ouro Regional Pa-raná”, concedido pela Real Academia de Chopp da Ambev. Além do primei-ro lugar no Estado, o bar conquistou o 4º lugar no Brasil.

Segundo um dos sócios do Aos Demo-cratas, Leandro Teixeira, desde quan-

culinária&gastronomia

uem aprecia uma bebida mais amarga, provavel-mente, sabe identificar quando está tomando um

chope ou uma cerveja. O sabor é mui-to diferente. Mas no processo de fa-bricação apenas um detalhe os diver-ge: a pasteurização. “É a elevação da temperatura. Eleva-se a 60º, depois se resfria bruscamente. É como se você ‘cozinhasse’ o chope para transfor-mar em cerveja e aumentar a vida útil dele. Por isso, [o chope] é muito mais saboroso e as pessoas preferem. O co-zimento altera um pouco as proprie-dades. O chope é in natura, como se fosse vivo”, explica o beer sommelier Valcedir Scopel, um dos sócios da microcervejaria curitibana Bier Hoff.

Essa diferença também é apreciada pelo administrador Edwilson Nunes dos Santos, que costuma sair para fazer happy hour com os amigos do trabalho duas vezes por semana e costumeiramente consome a bebi-da in natura. “[O chope] é o que eu mais aprecio. Pelo frescor de estar sempre tomando uma bebida gelada. É um sabor que me agrada bastante. Pela leveza da bebida e também pelo lado coletivo”, conta ele, dizendo que o ato de beber o chope propicia uma maior interação entre amigos, já que dificilmente terá essa bebida em casa.

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do o bar foi aberto, em 2003, o objeti-vo era ter a excelência em chope. “No começo, a expectativa era vender mil litros de chope por mês e, no primeiro mês, vendemos 400 litros, no segundo 600 litros, e no quarto mês já atingi-mos o objetivo”, lembra Teixeira.

E não pararam mais. Depois de algu-mas reformas e ampliações, o bar que tinha capacidade de atender 30 pesso-as, hoje comporta mil clientes e chega a comercializar 40 mil litros de chope por mês em picos de vendas.

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“Somos o maior vendedor em volume e temos o melhor chope em qualida-de. A ideia sempre foi ser referência. A gente tem em todos os bares da casa balcões refrigerados, temos uma câmera fria para 150 barris e somos o único bar que tem o passador de cho-pe”, afirma Teixeira, explicando al-guns diferenciais do estabelecimento.

Versão curitibana

A bebida também tem uma versão curitibana há quase dez anos. Em 2002, o cirurgião dentista José Anto-nio Mario Neto decidiu diversificar suas atividades e montou a microcer-vejaria Bier Hoff. “No começo surgiu como um restaurante e o chope era produzido para o consumo. Hoje, é uma rede. Temos uma fábrica separa-da, que abastece os restaurantes”, lem-bra Valdecir Scopel, um dos sócios da marca e também cirurgião dentista.

“Hoje, a gente tá produzindo na faixa de 10 a 15 mil litros por mês. O cho-pe representa 99%. Começamos a en-garrafar recentemente. Agora, estamos começando a entrar no mercado da cer-veja”, afirma Scopel. A Bier Hoff fabri-ca quatro tipos de chope: o Premium (estilo lager filtrado), o Original (estilo lager não filtrado), o Weizen (de trigo) e o Nigra (lager escuro, tipo dunkel).

O colarinho é essencial

para manter o aroma, a

temperatura e o sabor do

chope

qualidadeA fabricação da bebida segue um pro-cesso cuidadoso e lento. De acordo com Scopel, cada chope tem seu tempo certo de processo, mas para obter uma boa bebida é preciso de, no mínimo, 20 dias. “O chope é produzido basicamen-te por um cereal, que normalmente é o mate de cevada, lúpulo, que vai dar o amargor e características aromáticas, a água e o fermento. O fermento são leveduras que consomem o açúcar do cereal e produzem o chope”, detalha o produtor. A fórmula parece simples, mas são os detalhes que determinam o sabor. “A combinação desses elemen-tos que dão os diferentes tipos”, diz.

Além da fabricação, outros fatores interferem na qualidade do chope, como a refrigeração e, principalmen-te, o manejo no momento de servi-lo. A temperatura de consumo da bebida é de 0º a 2º.

“O líquido é o mesmo, vai para todo mundo igual, mas cada um tira o cho-pe diferente”, garante Leandro Tei-xeira. “O ideal é tirar com dois ou três dedos de colarinho, bem cremo-so, que vai manter o aroma, a tempe-ratura e o sabor do chope. Esse que é o segredo. E uma boa lavagem do copo. Quando você vê chope com bo-lhas na borda do copo, ou é sujeira (gordura) ou é resíduo de detergente. E isso influencia também no sabor do produto”, afirma.

Tanto Teixeira, quanto Scopel alegam que o colarinho, muitas vezes, alvo de críticas, é essencial para a qualidade da bebida. “O colarinho é importante, ele mantém a temperatura e também o CO2 [gás carbônico] dentro do cho-pe”, garante Scopel. “Quanto mais colarinho tiver, melhor pro chope. Se o líquido entrar em contato com o oxi-gênio, ele oxida em 30, 40 segundos. O colarinho bem tirado tem de ser cremoso. O segredo é deixar as bolhas menores possíveis. Tanto que você en-cher um copo só de creme, essas bo-linhas vão virando líquido” explica o dono do Aos Democratas.

“No começo surgiu como um restaurante e o chope era produzido para o consumo. Hoje,

é uma rede”, diz Scopel

“Somos o maior vendedor em volume e temos o melhor chope, em qualidade”, afirma Leandro Teixeira

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Centenas de atletas brasileiros estão em Guadalajara, este mês, em busca do Título Pan-americano; pouco mais de 20 paranaenses merecem uma torcida especial

sede de medalhas no Pan

espeitável público: pre-pare-se que a “Festa das Américas” vai começar! Entre os dias 13 e 30 de

outubro, muitos atletas paranaenses vão disputar os Jogos Pan-america-nos/2011, realizados em Guadalajara (México). De acordo com o Comitê Olímpico Brasileiro (COB), embar-cou para essa disputa uma delegação formada por 800 pessoas, sendo 500 atletas e 300 oficiais. “O Pan-ameri-cano é um tubo de ensaio, exatamente para preparar e afinar para as Olim-

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píadas e levar o que há de melhor”, observa Bernard Rajzman, chefe da missão brasileira no México.

De origem paranaense rumo ao Méxi-co são pouco mais de 20 atletas, alguns conhecidos pelo grande público como Emanuel Scheffer, natural de Curitiba (PR), do vôlei de areia; Natália Flavig-nia, maringaense, representante do ta-ekwondo e outros ainda não tão conhe-cidos, mas que buscam uma medalha ao sol nestes jogos e travam uma luta fora das competições por mais reconhe-cimento do esporte olímpico no Brasil.

A disputa será quente, pois além do título de campeão das Américas tão almejado, estará em jogo 100 vagas para as Olimpíadas de Londres (In-glaterra), evento que será realizado em agosto do ano que vem. “Durante o Pan, nossa meta será a obtenção do maior número possível de vagas para

Arieta Arruda - [email protected]

os Jogos Olímpicos Londres/2012. Temos que estar focados neste obje-tivo”, ressalta o presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman, em evento destinado aos chefes de equipes, que ocorreu em setembro no Rio.

Pré-olímpico

As modalidades que têm o Pan como pré-olímpico são: triatlo, saltos or-namentais, nado sincronizado, pólo aquático, tênis, tênis de mesa, cano-agem, tiro esportivo e handebol. Por isso, o paranaense Leonardo Bertolini, capitão da seleção brasileira de han-debol, está com o gás total para essa competição em Guadalajara. Apesar de Leonardo Bertolini ter tido um iní-cio de ano com lesões no joelho esquer-do, agora o esportista disse estar bem recuperado e vai com tudo para cima dos adversários nos Jogos Pan-ameri-canos, em Guadalajara/2011.

esporte

A esgrimista Christine Brotos, nasceu no Paraná, treina na França e defende o Brasil no Pan

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“[O time] tá bem. É um grupo bem mesclado, alguns atletas mais expe-rientes, que já participaram de várias competições e têm alguns novos, que estão com muita vontade e vêm com a energia que a ‘molecada’ sem-pre tem. Estamos com treinos mui-to bons, a parte física também está muito boa. Acho que a equipe vai chegar bem preparada”, conclui o líder do time.

A meta é conquistar a medalha de ouro e, de quebra, uma vaga para Londres. Segundo Bertolini, o Brasil tem chances. A equipe vem de uma fase de treinos fortes e amistosos im-portantes. Um dos principais adversá-rios para o time brasileiro é “o Chile, que vem crescendo bastante e pode incomodar”. Mas a briga pelo primei-ro lugar e a garantia para a classifica-ção das Olimpíadas deve ficar mesmo entre o Brasil e “los hermanos”, o time da Argentina.

Além de Bertoloni também fazem parte do time de paranaenses os jo-gadores Gustavo Nakamura Cardoso,

Renato Tupan Ruy e Henrique Seli-cani Teixeira. Na seleção brasileira de handebol feminino, Mayara Fier de Moura também deve representar o Paraná no Pan.

Outras medalhas paranaenses

Outro expoente do esporte parana-ense que está confiante com uma medalha é a esgrimista Christine Lo-renzon Botros. “vou lutar muito por

uma medalha.” Motivos para acredi-tar, ela tem. Em julho deste ano, nos Estados Unidos, a esgrimista para-naense conquistou uma medalha iné-dita disputada contra a venezuela. “Primeira vez que vencemos delas [...] Isso é uma prova de que a gen-te tem muita chance, as adversárias são as mesmas. Sem dúvida, Estados Unidos, Canadá e venezuela [são as principais adversárias]”.

Atualmente, ela mora na França, onde estuda e treina na categoria flo-rete. Mas no esporte em que reveza combate e elegância, Christine conti-nua a defender o Paraná, em compe-tições nacionais e é convocada para defender as cores do Brasil em jogos internacionais, como o Pan.

Na seleção brasileira de esgrima, a paranaense Amanda Buenos Rodri-gues também vai entrar na briga por uma medalha para o Brasil.

Quem também estará no palco do Pan é a destaque paranaense Natália Fla-vignia, do taekwondo. Com golpes certeiros em busca da recuperação nos últimos meses, a atleta se define como preparada para a disputa em Guadalajara, neste mês. D

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oDo Paraná, pouco mais de 20 atletas vão brigar por uma medalha nos Jogos Pan-americanos / 2012

Leonardo Bertolini, capitão da seleção

brasileira de handebol, afirma que a disputa do ouro estará entre

Brasil X Argentina

PAN-AMERICANOs

Conheça a história desses Jogos Os primeiros Jogos Pan-americanos foram realizados em Buenos Aires (Ar-gentina), em 1951. No dia 25 de fevereiro de 1951, com 2,5 mil atletas de 22 países entrou em cena o primeiro Pan. Após essa data, o evento foi realizado em 15 países, incluindo o Brasil (em São Paulo/1963 e Rio de Janeiro/2007).

O último Pan foi na “cidade maravilhosa” com um recorde de medalhis-tas brasileiros. O Brasil subiu ao pódio 157 vezes, sendo 52 de ouro (um aumento de 79% em relação à última edição dos Jogos), 40 de prata e 65 de bronze, segundo informações do COB.

Números do Pan-americano em Guadalajara/2011:

São 42 países que participam da competição;

Mais de 5,5 mil atletas;

Disputam 40 modalidades olímpicas;

Doping: serão feitos 1.326 exames de urina durante a competição;

Cobrem o evento cerca de 100 jornalistas de 25 veículos.

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Será sua volta ao tatame, depois de se recuperar de uma lesão séria no joe-lho, que teve recentemente. Para vol-tar à forma física, Natália treinou nos Estados Unidos, no último mês. “Es-tou muito feliz por estar de volta aos treinamentos, à rotina de atleta e fa-zendo aquilo que mais amo na vida.”

Mas suas pretensões quanto ao Pan são bem realistas. “Estou treinando bem, me sentindo confortável fisica-mente, apesar de não estar no pico de performance durante essa competição [...] minha pretensão sempre é lutar o melhor que posso e colocar na com-petição tudo aquilo que fiz durante os treinamentos”, avalia Natália. Daqui a pouco mais de um mês, a atleta tam-bém vai passar por uma prova de fogo ao participar da seletiva continental que vale vaga para os Jogos Olímpi-cos de Londres.

Escalação brasileira

Segundo escalação divulgada pelo COB, até o fechamento desta edição, além destes atletas, fazem parte do elenco paranaense: Júlio Cesar Mi-randa de Oliveira e Sheila Ferreira, que vão representar o Paraná pelo atletismo no Pan, assim como Mari-zete Scheer nos defenderá pelo boli-che; Roberto Maheler, Bruna Chicato Ribeiro Gama e Ana Paula vergutz, na canoagem. Na ginástica rítmica, saem do Paraná as atletas Angeli-ca Kvieczynski e Débora Falda. Na natação, vai competir Diogo Yabe e, na vela, é o paranaense Bruno Fon-tes que vai defender o Brasil pela categoria laser standard. No futebol feminino, Renata Costa, natural do município de Assaí (PR), disputa a competição das Américas.

O Pan-americano é uma das últimas competições do ano. Por isso, essa é a reta final da temporada 2011 para muitos atletas brasileiros. É o caso do ciclista paranaense Gregolry Panizo, natural de Tupassi (PR). O atleta está numa boa fase este ano, já conquistou

uma vaga nas Olimpíadas/2012 para o Brasil, que certamente será sua para disputar os Jogos Olímpicos.

Para se preparar para o Pan, o ciclis-ta da modalidade estrada treinou em média 140, 200 km por dia. Um ritmo pesado, mas que não desanima o atle-ta, que tem sede de vitórias. “Gostei de competir, queria ganhar”, relem-bra Panizo no início da carreira e ga-rante ter o mesmo ânimo atualmente.

As principais potências que vão dis-putar contra o Brasil no quadro de medalhas geral são as tradicionais delegações dos Estados Unidos, Ca-nadá, México e Cuba. E o espetácu-lo está garantido. Segundo Bernard, o Pan no México tem tudo para ser um grande evento. Ele ressalta que os mexicanos já desenvolveram a expertise deste tipo de evento, ten-do em seu currículo a realização da Copa do Mundo de futebol, Jogos Olímpicos e outra edição dos Jogos Pan-americanos. Por isso, “acredito que serão grandes jogos”.

Muitas seleções brasileiras fizeram aclimatação, uma espécie de ensaio e adaptação para o evento esportivo em San Luis Potosi, cidade que fica a 350 km de distância de Guadalajara, no Centro Esportivo La Loma, numa altitude de 1.900m do nível do mar.

A estrela do Paraná no taekwondo, Natália Flavignia, volta de uma fase de recuperação para brigar por um título no Pan

BSergio Huoliver / COB

ALÉM DO PAN

PreParação Para londreS / 2012

Depois desta competição em outu-bro, a corrida começa pela prepara-ção e busca por vagas para os Jogos Olímpicos, em Londres, no ano que vem. Veja como alguns atletas paranaenses estão analisando essa preparação com vistas em 2012:

Por enquanto as atletas garantidas são da

Coréia, França e Rússia [...] Ainda tenho que trabalhar para classificar, então, meu foco ainda está na conquista da vaga. Tenho que pensar em um passo de cada vez.”

(Natália Flavignia - Taekwondo)

O que define mesmo é minha preparação no

início do ano. Eu tenho que manter meu alto nível para poder ir.”

(Gregolry Panizo - Ciclismo)

Deve ser o mesmo modelo que está

tendo este ano para o Pan-americano, com os atletas dedicados exclusivamente para a seleção.”

(Leonardo Bertolini - Handebol)

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Bernard Rajzman, chefe da missão

brasileira no México, está

confiante com a apresentação

do Brasil

esporte

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to] acaba, às vezes, sendo tarde”, de-sabafa Panizo.

Essa também é uma crítica do expe-riente jogador de vôlei, o paranaense Giba, que comenta sobre outra face dessa preocupação dos atletas. A maioria dos brasileiros acredita que o vice-campeonato ou o terceiro lugar não tem valor, comportamento que não ocorre em outros países. Nesse

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Os atletas aprovaram o local e vão com 100% de motivação para trazer muitas medalhas para o Brasil.

Faltam investimentos

No entanto, os holofotes – que os esportistas ganham quando ocorre esse tipo de competição – se apagam quando o espetáculo acaba. Falta apoio financeiro de empresas, visi-bilidade na mídia e mudança cultural do brasileiro em dar valor aos espor-tistas também em outros momentos do ciclo olímpico.

Todos os esportistas entrevistados pela MÊS afirmaram preocupação em relação aos investimentos no es-porte brasileiro, depois do Pan. “Nes-se tempo todo que estou na seleção, acredito que melhorou bastante em termos de estrutura [...] Mas o esporte profissional não se faz sem dinheiro, isso é óbvio. A principal questão para você atrair um patrocinador é a visi-bilidade do produto dele. Acho que a mídia falta um pouco para o nosso esporte [handebol]. É um esporte que muita gente gosta, mas ainda está um pouco longe da televisão aberta. Pra gente atrair os investidores, sem essa questão da mídia fica muito difícil”, analisa Bertolini.

Christine Brotos e Gregolry Panizo também se queixam da falta de apoio na vida de atleta fora dos palcos do Pan e das Olimpíadas. Apesar de se-rem esportistas de alto rendimento, bancam do próprio bolso, com ajuda da família, grande parte dos custos de preparação e outras competições. “O que eles [empresas] querem é atleta formado e não pode ser assim. Atleta tem de ser investido e não pegar um atleta já formado. Para um atleta igual a mim, chegar a ir a uma Olimpíada já foi um milagre, é um sacrifício muito grande. Aí você chega lá, já está com um desgaste tão grande do corpo que ir à outra Olimpíada, você tem que ter uma estrutura e essa estrutura demora para vir. Quando vem [o investimen-

tipo de reação do torcedor é que mora grande parte do desinteresse das em-presas em patrocinar atletas que ain-da não foram medalhistas. “As em-presas visam o lucro e não visam o futuro”. (Veja mais em 5 perguntas para Giba)

Por isso, além de torcer pelos para-naenses neste Pan-americano/2011 é preciso apoiar os esportistas em suas modalidades em outras épocas. As-sumir o patriotismo em outras oca-siões, torcer por seus representantes fora do brilhantismo desta festa. Pro-mover novos ídolos do esporte, mes-mo depois de cerrarem as cortinas deste espetáculo.

Agora, o que se espera é que os para-naenses e todos os brasileiros tenham um gran finale en la “tierra de campe-ones”, como está sendo chamada Gua-dalajara. Que os campeões desta edição do Pan sejam os nossos atletas!

As principais potências contra o Brasil são os

Estados Unidos, Canadá, México e Cuba

RIO 2016

Como serão os Jogos olímpiCos no Brasil?Daqui a cinco anos, o Rio de Janeiro (RJ) será palco dos Jogos Olímpicos, maior evento poliesportivo do mundo. Muitas serão as obras e recursos destinados para a realização deste grande espetáculo de espírito olímpi-co. Os atletas, um dos maiores preocupados com a boa apresentação do evento no Brasil, já pensam sobre o assunto. “Espero que cheguemos em 2016 com a parte estrutural pronta, com esclarecimentos dos torcedores de como assistir, torcer e respeitar todos os atletas (não só os brasileiros) e as particularidades de cada modalidade. E que tenhamos atletas com chances reais de conseguir grandes feitos, pois temos uma Olimpíada, em casa, e devemos tirar proveito disso”, comenta a paranaense Natália Flavignia.

Para Gregolry Panizo, do ciclismo, “para o Brasil chegar, em 2016, em alto nível, já está tarde o investimento, já devia ter começo a investir faz tempo em relação a atletas. Porque, nós já estamos entrando nas Olimpía-das/2012, e depois só mais quatros anos. Quatro anos para transformar um atleta brasileiro em alto nível mundial, é pouco. Isso vai anos. Mas tem como ter uma melhora”.

Também pensa no futuro, o paranaense e capitão da seleção brasileira de handebol, Leonardo Bertolini. “O Brasil tem uma capacidade muito gran-de de organizar grandes eventos. O que a gente fica preocupado é sempre a questão do uso do dinheiro público [...] O principal objetivo deveria deixar um legado, um trabalho feito para que a gente pudesse utilizar toda a estrutura, utilizar o que ficará da questão esportiva, social, cultural para que outras pessoas, após o evento, pudessem desenvolver o esporte, com crianças e atletas no processo de profissionalização”.

Ana Paula Vergutz (Canoagem)

defende o Paraná e vaga olímpica

para o Brasil

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Colecionador de OurosO paranaense é “o cara” do vôlei brasileiro. Já foi eleito o melhor jogador do mundo. Viveu uma fase dourada no esporte por duas décadas. Mas é chegada a hora de parar. Giba anuncia sua aposentadoria para os 35 anos. O momento final em quadras será nos Jogos Olímpicos de Londres/2012. Mas o futuro fica para depois. Hoje, o esportista está focado na Copa do Mundo, que vale vaga para essas Olimpíadas. Por isso, não vai para os Jogos Pan-americanos no México. Veja a entrevista exclusiva para a Revista MÊS

a cultura da formação, principalmen-te, a formação de atletas. As empresas visam o lucro e não visam o futuro. Acho que o que mais me surpreendeu não é pelo fato de eu estar jogando na Cimed/Sky [time atual], há três anos com eles, mas o incentivo que eles dão para atletas, incentivo que eles dão para projetos novos de formação de atletas. Acredito que tem muitas empresas, muita coisa para se fazer e esse dinheiro acaba sendo desperdi-çado e não colocado de modo correto.

Por que isso ocorre?

Giba - Entra sempre na parte política do negócio. Ninguém pensa no futu-ro, pensam só no bolso, na hora, e não quer saber o que vai acontecer. Isso é uma coisa que realmente me preocupa, principalmente, por ter essa cultura. A primeira coisa é que o brasileiro tem uma mentalidade de que ou você é campeão ou não é nada. É uma menta-lidade completamente errada. Não tem a cultura do vice-campeonato. Então, ou você é um perdedor ou você é um campeão. É preciso você criar alguma coisa de que você não vai tá ganhando o tempo inteiro. ídolo não pode ser só quem tem títulos novos.

Olimpíadas 2012, momento decisi-vo para sua carreira. É hora de dei-xar as quadras?

Giba - Exatamente. Eu estou tentan-do pensar campeonato a campeonato. Não estou pensando lá na frente. Não estou pensando em parar, estou pen-sando em fazer um passo de cada vez. Não sei o que vai acontecer. Então, é melhor não pensar. É melhor curtir cada momento, cada dia. E não pen-sar nisso. Fazer o que eu fiz a minha vida inteira, me dedicar em cada cam-peonato não pensando no próximo.

Olhando para trás, como avalia sua carreira como atleta?

Giba - Só consigo ver o lado positivo da coisa. Acho que vinte anos entre categoria de base e a categoria prin-cipal é um balanço praticamente só positivo. Durante quatro anos tendo um aprendizado muito grande e de-pois dez anos sendo vitorioso. Acho

5 perguntas para: gilberto Amauri godoy Filho

Apelido: GibaPosição: pontaPeso e altura: 85 kg - 1,92mData de nascimento: 23/12/76natural: Londrina (PR) time atual: Cimed/Sky (SC) Principais títulos: Medalha de ouro nas Olimpíadas de Atenas/2004, medalha de prata em Pequim/2008, três vezes ouro em Campeonatos Mundiais, duas vezes ouro em Copas do Mundo, ouro/prata/bronze em Jogos Pan-americanos e oito vezes cam-peão na Liga Mundial de Vôlei.

Arieta Arruda - [email protected]

que disciplina é a principal coisa, mas com certeza, eu diria abençoado, eu sou bastante abençoado por ter esse físico e não ter me machucado e ter toda essa carreira forte. Com lesões, lógico, que acontecem, até porque o organismo, a gente vive no extremo o tempo inteiro.

Já fora das quadras, como imagina ser as Olimpíadas do Rio?

Giba - O COB com certeza vai fazer muito bem. Até porque a gente já viu a apresentação, já viu várias coisas a respeito das Olimpíadas, a respeito da organização. A única coisa que me preocupa, realmente, é a parte que de-tém os políticos. Os políticos que têm o poder de tomar as decisões, aero-portos, transportes, cuidados, enfim, essa parte da invasão de favelas. É um perigo. É uma bomba relógio. A qualquer hora pode estourar.

Para o Brasil fazer bonito nas Olim-píadas/2016, é preciso ter bons atle-tas. Você acha que o Brasil incentiva de forma suficiente a formação?

Giba - Falta bastante, principalmente, pelas empresas. No Brasil, não existe

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Em busca de novos leitoresA Capital paranaense tem recebido diversas ações voltadas à literatura com o objetivo de formar mais leitores

o longo de 2011, Curiti-ba (PR) foi palco de di-versas ações de incenti-vo à leitura. São bienais,

feiras, workshops, debates e muitos eventos voltados à literatura. Mas não é qualquer tipo de leitura. O foco da maioria dessas ações é atrair mais leitores de romances.

A Semana Literária do Sesc é um desses eventos. No mês de setembro, os leitores tiveram a oportunidade de se aproximar mais de alguns autores, além de comprar livros. De acordo com gerente de Cultura do Sesc/PR, Deborah Belotti, o objetivo das feiras de livros sempre foi o de aproximar a literatura da comunidade. “Desde 2005, a gente vem ampliando o pro-cesso de aproximação do escritor e do leitor. A gente tem proporcionado bate-papos, conferências com escri-tores, por meio de um grande seminá-rio que acontece toda semana durante a feira”, afirma.

Novos leitores

Essa busca por mais leitores foi o que levou também a Biblioteca Pública do Paraná (BPP) a trazer autores para conversar e debater com seus leitores. O ambiente não poderia ser mais pro-pício: o auditório da própria Biblio-teca. Em meio aos livros, autores e leitores puderam discutir ainda mais

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Iris Alessi - [email protected]

PROgRAMA LIVRO POPULAR

geram leitura, que gera aumento do número de leitores, que gera aumento das tiragens, que gera preços mais baixos”, explica Ro-drigues. De acordo com o coorde-nador, a participação dos leitores pode acontecer nas bibliotecas e no incentivo às livrarias de dis-ponibilizarem livros com valores populares. Também segundo ele, serão realizados todos os esforços “para que o Livro Popular esteja disponível em todas as livrarias do Brasil”.

Com o objetivo de sensibilizar a cadeia do livro para o baratea-mento do produto, o Ministério da Cultura, por meio da Fundação da Biblioteca Nacional, lançou no fi-nal de agosto, o Programa do Livro Popular. O programa é um conjunto de ações para “promover o livro, a leitura, a literatura e as bibliotecas no Brasil”, explica o coordenador do Programa, Tuchaua Rodrigues.

“É a busca de um círculo virtu-oso, em que preços mais baixos

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sobre as obras e sobre os temas da atualidade no projeto chamado “Um Escrito na Biblioteca”.

De acordo com o diretor da BPP, Rogério Pereira, outros projetos são desenvolvidos, como as oficinas lite-rárias, que tem atraído, a cada novo escritor, mais interessados em parti-cipar. Além das oficinas e dos encon-tros, a Biblioteca ainda tem contação de estórias, oficina de poesias, peças de teatro e cinema.

“A ideia de todo o evento literário [...] é que eles façam parte de um sis-tema literário, que é uma coisa muito maior e que isso ajude de alguma ma-neira [...] nesse processo de formação do leitor”, salienta Pereira.

LivrariasPara o sócio da Livraria e Editora Arte e Letra, Thiago Tizzot, na era da inter-net, há um problema de formação de novos leitores, pois as pessoas estão lendo mais – mas não livros. “A gen-te não consegue passar esses leitores para os livros”. Tizzot avalia que as ações voltadas para a literatura incen-tivam os novos leitores, mas, segundo ele, ainda é preciso movimentar um pouco mais as pessoas em torno do li-vro. “Está começando ainda devagar, mas a gente está no caminho certo”.

O melhor caminho para começar a ler um livro é cada leitor que escolhe. As opções estão em diversos espaços da cidade, desde a Biblioteca até as mais diversas feiras e livrarias. “A leitura faz ao homem completo; a conversa, ágil, e o escrever, preciso”, como dis-se certa vez o pensador Francis Ba-con. E o gosto vem do hábito, dizem os especialistas.

“É a busca de um círculo virtuoso, que gera

preços mais baixos”, diz Tuchaua Rodrigues

NOs TRILhOs DA LEITURAO vagão será reformado e, em janei-ro, abrigará um espaço de cultura e lazer na cidade. O local também vai contar a história da ferrovia Curitiba--Paranaguá para as crianças a partir de 5 anos de idade. “A gente sem-pre buscou fazer alguma coisa que chamasse a população para perto, até para que, com isso, as pessoas conhecessem a história da ferrovia”, comenta Stely.

O vagão será aberto ao público no início de 2012. O local ainda deve ser definido.

O vagão será transformado em uma biblioteca para as crianças

Para Tizzot, na atualidade, há um problema de formação de novos leitores

E não apenas os adultos estão ga-nhando ações para o incentivo à leitu-ra, em Curitiba. Os pequenos também terão mais espaços para ler, brincar e se divertir no mundo das estórias. Um novo espaço que será inaugurado na cidade será o Vagão da Leitura, que teve inspiração no Bondinho da Rua Xv. “Surgiu a ideia de transformar o nosso vagão também num ponto de acesso à leitura”, relata a coorde-nadora de marketing da Serra verde Express, Stely Andrade, empresa responsável por operar os trens de passageiros no Estado.

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24 horas de opçõesApós quatro anos fechado, antigo ponto turístico de Curitiba, deverá ser reaberto no próximo dia 26; nova Rua 24 Horas pretende ser mais uma opção de lazer

m local conhecido dos curitibanos, e de muitos turistas, deve reabrir as portas no dia 26 de outu-

bro, segundo informações da Urbani-zação de Curitiba (URBS). A famosa Rua 24 Horas, que liga as ruas Viscon-de de Nácar e visconde do Rio Bran-co, está prestes a voltar a ser ponto de encontro para curitibanos e turistas.

Após quatro anos fechada, a Prefei-tura de Curitiba apostou em uma par-ceria público-privada para retomar as atividades da Rua. Ao município coube a reforma do local. O investi-mento foi de R$ 4,1 milhões para a administração municipal.

Após a reforma, uma licitação foi fei-ta e a M. Camargo foi a empresa ven-cedora, com contrato de 10 anos para administrar o local. “Coube a con-cessionária executar a divulgação, prospecção de lojistas, segurança. Estamos investindo cerca de R$ 60 mil em um sistema moderno de câ-meras. A empresa está investindo na parte mobiliária da rua e também na segurança”, explica Marcos Camar-go, proprietário da administradora.

Atrações

Até o fechamento desta edição, ainda não havia sido divulgada a lista de

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Mariane Maio - [email protected]

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lojas que serão encontradas na nova Rua 24 Horas, mas o leque de ser-viços oferecidos deverá ser grande. O público poderá encontrar no local farmácia, loja de conveniência e de presentes, lavanderia, atendimento bancário, serviços dos Correios, além de uma praça de alimentação com pizzaria, sanduicheria, restaurante japonês, entre outros. “Uma praça de alimentação com o padrão dos melhores shoppings de Curitiba”, ga-rante Camargo.

Mas, apesar do conceito da Rua ser de funcionamento em todos os mo-mentos do dia, nem todas as lojas terão o compromisso de abrir por 24 horas. Apenas as lojas da entra-da da Rua visconde de Nácar, terão essa obrigação contratual. As demais precisam funcionar, no mínimo, das 9h às 19h, todos os dias da semana, incluindo domingos e feriados.

Mesmo com essa falta de obrigação, Camargo diz acreditar que quando a Rua estiver em funcionamento, mui-tos comerciantes se interessarão pelo horário integral. “Nós vamos criar vários fatos, especialmente, eventos culturais e educativos para que a rua tenha público também na madruga-da”, afirma.

A Prefeitura de Curitiba investiu R$ 4,1 milhões na reforma da nova

Rua 24 Horas

ExpectativaEsse é o caso da comerciante Jucélia vieira Camargo, dona da lavanderia Vanilla Sky, no Centro de Curitiba. A empresária está montando uma nova loja da marca na Rua 24 Horas. Ape-sar de não ter obrigação de funcionar o tempo todo, ela pretende analisar o movimento, e caso observe uma de-manda, irá abrir 24 horas por dia. “A

Rua é um ponto de referência que não para nunca. Mas prefiro sentir o movi-mento depois de inaugurada”, diz.

Assim que viu a faixa de locação de lojas na nova Rua 24 Horas, Jucélia se interessou logo de cara e procu-rou a administradora. “Como é um ponto turístico e tem 13 hotéis na região percebi que seria bom”, conta a empresária que disse ter visitado a antiga Rua apenas uma vez. Segundo ela, os turistas ainda têm um encan-tamento muito grande pelo local, mas os curitibanos ficam receosos, pois conviveram mais de perto com a má fase da Rua, que ficou abandonada e virou ponto de drogas e prostituição.

Mudanças

Apesar das lembranças negativas, to-dos os envolvidos estão motivados e acreditam que a nova Rua 24 Horas não abrirá espaço para atitudes ile-gais. “Como a administração é priva-da o cuidado será bem maior”, espera Jucélia. Marcos Camargo garante que o local contará com toda segurança possível. “Contratamos uma empresa para efetuar a segurança da rua, com pessoas capacitadas para dar segu-rança ao pessoal, para que o turista e a família curitibana possam voltar.”

Segundo a URBS, setor municipal responsável pela Rua 24 Horas, fo-ram feitas entre outras obras, a troca de cobertura, pisos, sistema elétrico e hidráulico e novo cabeamento. Mais dois acessos foram criados para a en-trada no local, somando quatro aces-sos. As características arquitetônicas e históricas da Rua foram mantidas, como os arcos e o relógio. Para Pedro Rosso, gestor da área de Equipamen-tos Urbanos da URBS, essa revita-lização da Rua é muito importante, pois é um símbolo de Curitiba.

Jucélia Camargo é uma das empresárias que está apostando no sucesso da nova Rua 24 Horas

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moda&beleza

Modelo da década de 50 ganha releitura na moda eyewear; as armações vêm bicolores e com misturas de materiais

Arieta Arruda - [email protected]

forte tendência para este verão são as armações em formato de gatinha, uma referência aos anos

50, que se apresenta com armações maiores, mais leves e coloridas. As cores seguem os tons bicolores, como preto e branco, vermelho e roxo. Mis-turas de materiais como metal e plás-tico também estão com tudo.

Por dentro, o conforto visual sob o sol; por fora, um acessório que

ALANÇAMENTO

No próximo mês, a novidade fica por conta do lançamento da loja vir-tual de óculos do paranaense Vinícius Correa Oliveira. Serão comercia-lizadas 13 grifes. “Já compramos cerca de mil peças”.

A aposta na internet se deu pelo grande espaço de comercialização que a mí-dia possui. “A internet está em crescimento. Queremos aproveitar o nicho”.

Realmente, a modalidade de comércio tem crescido bastante no País. Segundo levantamento da empresa Ebit, em média, esse tipo de negó-cio cresce 35% ao ano. Em 2010, o mercado tem a previsão de movi-mentar R$ 20 bilhões.

Em breve, mais informações no endereço: www.oculosprime.com.br.

noVa loja e-commerce de óculoS

as “gatinhas” estão de volta

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ticas. A gente pode orientar, mas não prender”, afirma o francês Gozlan.

A escolha Na hora de comprar seus óculos, o consultor Eric Gozlan dá algumas di-cas. Primeiro é preciso definir se há grau ou não na lente. Depois, verificar o apoio do nariz. “Oitenta por cento do peso dos óculos é no nariz”, atesta Gozlan. Também não pode apertar as têmporas (que fica nas laterais do ros-to). O preço varia conforme a marca e a tecnologia empregada na fabrica-ção do material, mas fique atento para

O material em voga é o acetato de celulose, que leva madeira e algodão

em sua fabricação

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confere glamour e sofisticação ao look. Há algum tempo, os óculos de sol tornaram-se artigo essencial da moda contemporânea.

O estilo aviador, as lentes espelhadas e as armações grandes também conti-nuam em alta. As cores do tradicional e muito vendido modelo “tartaruga”, que leva o marrom e o preto, continu-am fortes. Os modelos em rosa, lilás, roxo, fendi, amarelos e misturas com vermelho também vêm com tudo.

Mas nem só de “design” vivem os óculos de sol. As novidades também vêm no conforto dos materiais. De-pois que os óculos ganharam o gosto popular, a tecnologia nos materiais tomou novos rumos. O material em voga é o acetato de celulose, que leva madeira e algodão em sua fabricação. Mais leves, estes óculos se acomo-dam perfeitamente ao rosto.

Segundo Eric Gozlan, consultor ópti-co e proprietário de uma boutique de óculos em Curitiba, outro ponto a ser observado é a qualidade das lentes, pois “99% das pessoas não sabem que podem enxergar mais”. Por isso, in-vestimentos em pesquisa para desen-volver lentes mais confortáveis para os olhos têm sido o foco de muitos fa-bricantes. As novidades são as lentes polarizadas, que não refletem brilhos, gerando maior conforto visual. Além do que ditam as últimas ten-dências, os modelos variam e os ma-teriais também. Podem ser coloridos, com armação grande, pequena com aplicações inusitadas ou discretas. “Não tem regras. Prevalece mais a vontade e particularidade [de cada um]. Quem é mais ligado à moda, tem estilo, evita se prender a regras esté-

óculos muito baratos. Eles podem não atingir a proteção solar indicada.

Duas marcas referências mundiais são a Oliver People (Estados Unidos) e Mykita (Alemanha), a última possui modelos do estilista brasileiro Alexan-dre Herchcovitch. Ambas são marcas exclusivas de óculos e ditam as ten-dências mundiais na moda eyewear.

gosto não se discute

Para Eliane Pires Bordenoski (56), psicóloga organizacional, os óculos são peças essenciais na hora de com-por o visual. Ela tem vários óculos de sol. A paixão é antiga, tanto que, quando amigos e parentes viajam, costumam trazer óculos de presen-te para ela. Assim, sua coleção tem exemplares do Uruguai, Estados Uni-dos, Alemanha entre outros lugares.

Para escolher o que usar ela segue seu estado de espírito do momento. “Acho que tem a ver com o humor. Porque a roupa da gente, a gente coloca de acordo com o humor. Naturalmente, você combina [o óculos] com a roupa, mas é o que tem mais a ver com o hu-mor”. De estilo ousado e descontraído, ela confessa que prefere as armações mais em tom de marrom e em formato redondo pequeno. “Tenho maiores e menores, mas eu prefiro menor, é que tem mais a minha cara”.

Eric Gozlan avalia que a grande maioria das pessoas não sabe que pode enxergar melhor

Para Eliane Pires Bordenoski, os óculos são peças essenciais na hora de compor o visual

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infantil Autora: Mariza Núñezilustrações: Helga BanschEditora Positivo

designAutores: Luiz Maganhoto e Daniel Casagrande Editora VJ

romance/aventura

Autora: Eduarda Kiame Editora Íthala

Profissional Negócios liderança Autora: Elaine BeichEditora Campus-Elsevier

Mariane Maio - [email protected] Arieta Arruda - [email protected]

livros do mês

Chocolate O livro trata de conflitos muito comuns nessa fase da vida, mistura entre ilusão e realidade, desejos, amizade e a importância da experiência. Valores humanos também são abordados nessa história que traz como personagem principal uma simpática hipopótama. Ela se chama Chocolate e tenta ser discreta em meio à cidade grande, como se isso fosse possível. Sua aven-tura nessa selva de pedras é inusitada e bem divertida. Ideal para presentear a garotada neste Mês em que se comemora o Dia das Crianças.

“Um Olhar sobre Arquitetura, design de interiores e Curitiba”O livro “Um Olhar Sobre Arquitetura, Design de Interiores e Curitiba”, dos autores Luiz Maganhoto e Daniel Casagrande – sócios de um escritório de arquitetura e design na capital – traz uma seleção de trabalhos assinados por eles. Imagens produzi-das em cenários dos cartões postais de Curitiba também fazem parte da publicação. A homenagem à cidade resgata o respeito que a dupla de arquitetos tem pelo lugar que oportunizou tantos trabalhos. A obra traz referências de pontos turísticos da cidade e mostra as curvas da Capital paranaense.

Elfos Urbanos – A EscolhaUm romance/aventura que se passa em Curitiba. Essa é a proposta do livro Elfos Urbanos – A Escolha, o pri-meiro da série A Escolha, da autora Eduarda Kiame, de apenas 15 anos. Por sua óbvia proximidade com o público jovem, a história traz elementos presentes no dia a dia de qualquer adolescente. A personagem principal Anna Maria Bittencourt, tem 14 anos, e é uma menina que nunca se encaixou em nenhum lugar. Mesmo sendo diferente, filha de um pai humano e uma mãe elfa, o que a torna meio-elfo, Anna não leva uma vida muito diferente das meninas da sua idade, com muitos desafios, dificuldades e dúvidas.

Manual de Liderança da AsTD Apresentando ideias e facetas de liderança de 48 líderes e autoridades, respeitados mundialmente por seu desempenho, o livro Manual de Liderança da ASTD (American Society for Training & Development, maior associação profissional dedicada ao treinamento e ao desenvolvimento de profissionais), escrito por Elaine Beich, chega ao Brasil, fazendo um apanhado substan-cial e prático de sabedoria, filosofias e ferramentas so-bre como se tornar um líder de sucesso. A obra aborda aspectos críticos como competências, desenvolvimento, atributos e desafios dos líderes de sucesso, além de debates sobre liderança.

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REVISTA MÊS | OUTUBRO DE 2011 | 65

mPBAutor: Maria RitaWarner

SambaAutor: Mariana Aydaruniversal Music

rock Autor: Red Hot Chili PeppersWarner Bros

mPBAutor: Zé RamalhoDiscobertas

Arieta Arruda - [email protected] Alessi - [email protected]

álbuns do mês

EloO novo disco de estúdio de Maria Rita traz para seus fãs canções inéditas e também canções do seu show que percorre o Brasil e o exterior. O novo trabalho conta com músicas como “Conceição dos Coqueiros” (Lula Queiroga) e “Santana” (Junio Barreto) e ainda sons não cantados em público, nasci-dos de encontros musicais inesperados pela cantora. O primeiro single do novo CD “Pra Matar meu Coração” (Pedro Baby/Daniel Jobim) está tocando nas rádios desde agosto. O 4º álbum da cantora é uma forma para agradar a receptividade dos fãs em seu show, muitos não esperavam pelo lançamento já que Maria Rita fez uma gravação rápida e discreta. Agora é só apreciar a surpre-sa preparada por ela.

Cavaleiro selvagem aqui te sigoEm seu recém-lançado álbum, a paulista Mariana Aydar faz uma homenagem ao artista consagrado Dominguinhos. A mistura musical é evidente: dos sons nordestinos até os afrodescendentes, alguns tons do rock, ao som de “guitarras psicodélicas”. Sua voz é doce e “suingada”. Além de intérprete, a moça também compõe. No álbum “Cavaleiro selvagem aqui te sigo”, são quatro músicas de sua autoria, dentre outras canções de sucesso, o ál-bum apresenta: “vai vadiar”, de Zeca Pagodinho, “Nine out of ten” (Caetano veloso) e “Galope Rasante” (Zé Ramalho).

I’m With you O novo clipe da banda californiana Red Hot Chili Peppers chamou a atenção do público. Não só com o lançamento do novo álbum “I’m With You”, mas com a gravação do vídeo da nova música de trabalho “The Adventures of Rain Dance Maggie”. Quem passava pelas ruas de Venice Beach (Califórnia-EUA) pôde curtir o som dos caras sem aviso prévio. A correria foi geral para ver os integrantes da banda no alto de um prédio. A aventura musical deu o que falar e a canção mostrou uma batida empolgante, como de costume. A banda fez show no Brasil no mês de setembro, em São Paulo e no Rio. http://redhotchilipeppers.com/

Zé Ramalho Canta beatlesOs grandes sucessos do quarteto londrino Beatles estão na voz de um dos mais importantes cantores da música brasileira. Depois de interpretar Jackson do Pandeiro, Luiz Gonzaga, Raul Seixas e Bob Dylan, agora o músico empresta sua voz às obras dos Beatles. As canções ganharam um sotaque brasileiro e um ritmo genuinamente Zé Ramalho. Dentre elas estão: “While my guitar gently weeps”, “Your mother should know”. A capa do disco também foi inspirada nos meninos de Liverpool.

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opiniãoJosé Lucio Glomb, advogado, é presidente da OAB ParanáD

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ão passa despercebido o desgaste que sofre o Poder Legislativo. Acuado sob diversas acusa-ções, sobre ele pesam a falta de atitudes positi-vas em defesa do Estado e das boas práticas em

sua atividade. O processo ocorre em todos os níveis.

Os episódios de mau uso do dinheiro público repetem-se, sempre destinados a manter as benesses de determinados grupos. Servem, por exemplo, à manutenção de ministé-rios, sob o pretexto da governabilidade.

Temos a oportunidade de resolver este problema a cada elei-ção, mas não aprendemos. voltam os mesmos, com pouca renovação, amparados pelo sis-tema eleitoral, que precisa ser urgentemente revisto. Mas como revê-lo se quem faz as leis são os próprios interessados?

São eles que se mostram me-nos operosos, todavia, quando estão em debate grandes temas. Ou mesmo quando não se dispõem a contrariar diretrizes do Executivo.

A omissão faz com que o Supremo Tribunal Federal se veja na exigência de atuar. Assim foi no caso das células--tronco, da união homoafetiva e do aviso prévio. O Legis-lativo, ao legislar sob pressão da sociedade no caso da lei dos “fichas-limpas”, deixou entraves só solucionados pela ação do Judiciário.

Quando surge alguém disposto a apresentar proposta de redução do número de parlamentares, logo é fulminado com a pecha de oportunista. Já quando se trata de aumen-tar o número dos que compõem o Legislativo, seus pró-prios integrantes são generosos.

Analisemos o aumento do número de vereadores. Há interesse notório dos parlamentares, para alimentar sua base eleitoral.

Em 2009, o Congresso Nacional aprovou a Emenda Cons-titucional 58/2009. Os senadores e deputados sérios e res-ponsáveis não constituíram empecilho para a aprovação.

Muitos consideraram que a Emenda permitia o aumento automático e vinculante das vagas nas Câmaras Munici-pais, entendimento de todo modo equivocado.

A Emenda 58 estabelece limite máximo, que não precisa ser necessariamente atingido. Mas embora não exista a obriga-ção de criar novas vagas, vemos um movimento intenso para aumentar a composição das câmaras municipais.

A medida implicará em despesas desnecessárias aos mu-nicípios, justamente quando nossas prioridades são outras, entre as quais aplicações em saúde e educação, ambas de caráter fundamental.

Nos municípios em que o limite permitido pela Emen-da 58 ainda não foi atingido, qualquer alteração dependerá de mudança na respectiva Lei Orgânica, observado o devido processo legislativo.

A pressa em mudá-la está relacionada à exigência consti-tucional da anterioridade, já que o acréscimo só terá vali-dade para as eleições de 2012 se a lei entrar em vigor um ano antes do início do processo eleitoral.

Mas pouco importa quando o aumento das cadeiras irá vi-gorar. As consequências serão desastrosas para o cidadão, que mais uma vez verá a utilização ruinosa de dinheiro público. Como se a quantidade de novos vereadores fosse salutar para a democracia.

Sabemos que importa mais a qualidade do que a quan-tidade da nossa representação. A melhoria da atividade parlamentar não depende do número de representantes. Proporcionalmente, o Brasil é um dos países com o maior número de parlamentares, inclusive vereadores, o que não tem assegurado a boa qualificação dos componentes.

É preciso que façamos nossa parte, exercendo pressão contrária para mostrar que se todo poder emana do povo, nossos representantes devem ter a percepção e a sensibili-dade de satisfazer o desejo popular.

NVocê precisa de mais vereadores?

A medida implicará em despesas desnecessárias aos municípios,

justamente quando nossas prioridades são outras

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machado de Assis, dono da

caderneta de poupança de

número 14304, foi o maior escritor

brasileiro de todos os tempos, além

de fundador e primeiro presidente

da Academia Brasileira de Letras.

Sua história com a CAIXA teve vários

capítulos, tanto em sua obra quanto

em sua vida. Além disso, Machado

de Assis citou a CAIXA em seu

próprio testamento.