revista jurÍdica da procuradoria geral da fazenda … · imóveis, exceto os de garantia, bem como...

173
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 1 REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL MINAS GERAIS Nº 38 ABRIL/MAIO/JUNHO 2.000

Upload: others

Post on 25-Dec-2019

2 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 1

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL

DA FAZENDA ESTADUAL

MINAS GERAIS

Nº 38

ABRIL/MAIO/JUNHO

2.000

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 2

ITAMAR FRANCO

Governador do Estado de Minas Gerais

JOSÉ AUGUSTO TRÓPIA REIS

Secretário de Estado da Fazenda

JOSÉ BENEDITO MIRANDA

Procurador Geral da Fazenda Estadual

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 3

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL

DIRETOR-PRESIDENTE

José Alfredo Borges

DIRETOR VICE-PRESIDENTE

Marcelo Cássio Amorim Rebouças

CONSELHO EDITORIAL

Alberto Guimarães Andrade

Carlos José da Rocha

Carlos Victor Muzzi Filho

Celso Cordeiro Machado

Celso de Oliveira Ferreira

Elisa Maria Lana Leite

Fernando José Dutra Martuscelli

Francisco de Assis Vasconcelos Barros

Ilma Maria Corrêa da Silva

Luiz Gustavo Combat Vieira

Luiz Ricardo Gomes Aranha

Maurício Bhering Andrade

Misabel Abreu Machado Derzi

Paula Abranches de Lima

Roberto Portes Ribeiro de Oliveira

Ronald Magalhães de Sousa

Sacha Calmon Navarro Coêlho

GERENTE-GERAL

Juliana Junqueira Coelho

ASSISTENTES DE PESQUISA E REDAÇÃO

Márcia Antônia Géa Sampaio

Cláudia Almeida Serva de Lima

Geralda do Socorro França

COLABORADORES DESTE NÚMERO

Élcio Reis

José Alfredo Borges

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 4

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL

Divisão de Pesquisa e Documentação

Av. Álvares Cabral, nº 200 - 10º andar - Sala 1017 - Cep.: 30170-000

Fone: (031)3217.6793

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 5

Fax : (031)3217.6782

Site: www.sef.mg.gov.br

S U M Á R I O

Pág.

1. Doutrina:

1.1. O Autolançamento no ITCD — Élcio Reis ..................... 9

1.2. ICMS - Fornecimento de água tratada – Mandado de Segurança

– Impetrantes (consumidores de água fornecida pela Copasa)

- Ilegitimidade ativa, por não serem sujeitos passivos da

obrigação tributária – Impossibilidade da restituição do

indébito – Ilegitimidade passiva da Fazenda Estadual -

Legalidade da cobrança. (Trabalho Forense) — José Alfredo

Borges .................................................... 39

2. Decisões Judiciais ............................................. 51

3. Ementário de Jurisprudência .................................... 125

4. Índice Geral ................................................... 145

5. Índice/Legislação/Artigos ...................................... 169

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 6

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 7

Os artigos de doutrina assinados refletem o pensamento dos Autores, mas

não, necessariamente, o da Procuradoria Geral da Fazenda Estadual.

DOUTRINA

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 8

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 9

O AUTOLANÇAMENTO NO ITCD

ÉLCIO REIS1

I- RESENHA HISTÓRICA DO IMPOSTO “CAUSA MORTIS”

Paul Hugon2 relata que o imposto de transmissão “causa mortis” passou

a integrar o sistema tributário brasileiro com a vinda de D. João VI para o

Brasil, antes portanto da declaração da independência. O imposto em questão

foi instituído pelo ALVARÁ de 17/06/1809, tornando-se conhecido como

“décima de heranças e legados”. E no Império, com a divisão das rendas

públicas em receita geral e receita provincial, iniciada pela lei de

24/10/1832 e completada pela lei de nº 99, de 31/10/1835, esta decorrente

do Ato Adicional de 1834 (reforma constitucional), a receita do imposto

“décima de heranças e legados” passou a ser das Províncias, mas o

arrecadado no Município da Corte ficou pertencendo a receita geral.

A Constituição Republicana de 1891 outorgou competência exclusiva aos

Estados para o imposto sobre a transmissão de propriedade (causa mortis e

inter vivos). A Constituição de 1891 manteve a mesma denominação genérica,

mas a dicotomia entre os dois impostos prevaleceu nas legislações dos

Estados. Constitucionalmente, a separação entre o imposto de transmissão de

propriedade “causa mortis” e o imposto de transmissão de propriedade “inter

vivos” aparece a partir da Constituição de 1934, com outorga da competência

aos Estados, como a seguir se transcreve os preceitos das Constituições

Federais:

Constituição de 1891

Art. 9º- É da competência exclusiva dos Estados decretar

impostos:

1º- Sobre a exportação de mercadorias de sua própria

produção;

2º- Sobre imóveis rurais e urbanos;

3º- Sobre transmissão de propriedade;

4º- Sobre indústrias e profissões.

Constituição de 1934

Art. 8º- Também compete privativamente aos Estados:

I- decretar impostos sobre:

a) propriedade territorial, exceto a urbana;

b) transmissão de propriedade causa mortis;

1 Procurador da Fazenda Estadual-MG, Advogado e Professor de Direito Tributário na Faculdade de Direito Milton

Campos. 2 HUGON, Paul in O Imposto, Ed 1945, pág. 159/160.

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 10

c) transmissão de propriedade imobiliária inter vivos,

inclusive a sua incorporação ao capital de sociedade;

Constituição de 1937

Art. 23- É da competência exclusiva dos Estados:

I- a decretação de impostos sôbre:

a) a propriedade territorial, exceto a urbana;

b) transmissão de propriedade “causa mortis”;

c) transmissão da propriedade imóvel inter-vivos,

inclusive a sua incorporação ao capital de sociedade;

Constituição de 1946

Art. 19- Compete aos Estados decretar impostos sôbre:

II- transmissão de propriedade causa mortis;

Emenda Constitucional nº 18 de 01/12/65

Art. 9º- Compete aos Estados o imposto sobre a

transmissão, a qualquer título, de bens imóveis por

natureza ou por acessão física, como definidos em lei, e

de direitos reais sôbre imóveis, exceto os direitos reais

de garantia.

§ 1º- O imposto incide sobre a cessão de direitos

relativos à aquisição dos bens referidos neste artigo.

§ 2º- O imposto não incide sobre a transmissão dos bens

ou direitos referidos neste artigo, para sua incorporação

ao capital de pessoas jurídicas, salvo o daquelas cuja

atividade preponderante, como definida em lei

complementar, seja a venda ou a locação da propriedade

imobiliária ou a cessão de direitos relativos à sua

aquisição.

§ 3º- O imposto compete ao Estado da situação do imóvel

sobre que versar a mutação patrimonial, mesmo que esta

decorra de sucessão aberta no estrangeiro.

§ 4º- A alíquota do imposto não excederá os limites

fixados em resolução do Senado Federal nos termos do

disposto em lei complementar e o seu montante será

dedutível do devido à União, a título do imposto de que

trata o art. 8º, nº II, sobre o provento decorrente da

mesma transmissão.

Constituição de 1967 - Artigo 24, I

Art. 24- Compete aos Estados e ao Distrito Federal

decretar impostos sôbre:

I- transmissão, a qualquer título, de bens imóveis por

natureza e acessão física, e de direitos reais sôbre

imóveis, exceto os de garantia, bem como sôbre direitos à

aquisição de imóveis;

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 11

Emenda Constitucional nº 1/69

Art. 23- Compete aos Estados e ao Distrito Federal

instituir impostos sobre:

I- transmissão, a qualquer título, de bens imóveis por

natureza e acessão física e de direitos reais sobre

imóveis, exceto os de garantia, bem como sobre a cessão

de direitos à sua aquisição;

Nova separação dos impostos de transmissão é dada com a Constituição

de 1988, atribuindo-se aos Estados e ao Distrito Federal competência para

instituir o imposto sobre a transmissão causa mortis e doação de quaisquer

bens ou direitos (art. 155, I). Houve uma ampliação dos fatos jurídicos

tributários para quaisquer bens ou direitos, móveis ou imóveis. E aos

Municípios foi outorgada a competência para instituir o imposto de

transmissão inter vivos por ato oneroso de imóveis, por natureza ou acessão

física e de direitos a eles relativos (art. 156, II).

II- COMPETÊNCIA EXCLUSIVA DOS ESTADOS E DO DISTRITO FEDERAL

O Constituinte outorgou a competência aos Estados e ao Distrito

Federal para instituir impostos sobre:

a) a transmissão causa mortis de quaisquer bens ou direitos;

b) a doação de quaisquer bens ou direitos.3

Assim, é da competência exclusiva dos Estados e do Distrito Federal

exaurir os critérios ou aspectos da hipótese de incidência tributária

dentro dos limites estabelecidos na Constituição Federal. Destarte, ao

criar os impostos ao legislador infra-constitucional cabe normatizar as

condições e prazos para o recolhimento com observância única e

exclusivamente dos parâmetros estabelecidos na Constituição, quais sejam:

a) a competência será do Estado ou do Distrito Federal em que os bens

imóveis e respectivos direitos estiverem situados;4

b) a competência será do Estado ou do Distrito Federal em que se

processar o inventário ou o arrolamento ou tiver domicílio o doador, quando

se tratar de bens móveis, títulos e créditos5.

O Constituinte partiu da presunção de que os bens móveis, títulos e

créditos sempre devem estar no local do domicílio do falecido ou do doador.

Entretanto, poderá acontecer que o falecido tenha depósitos em Agências

Bancárias situadas em Estados diversos ou residência em mais de um Estado

ou ainda no Distrito Federal. Destarte, é criticável essa posição de

submeter a competência tributária ao exercício de uma faculdade

(instauração do processo de inventário) ou direito eventual (domicílio do

doador). Na verdade foi outorgado poder aos contribuintes para alterar a

competência tributária, o que consoante princípios garantidores do regime

federativo não é correto. Não há dúvida, o preceito constitucional conflita

com os princípios fundamentais da República Federativa do Brasil.

Em duas hipóteses foi deixado para a lei complementar regulamentar o

exercício da competência tributária:

a) se o doador tiver domicílio ou residência no exterior;

3 Inciso I do artigo 155 da Constituição Federal. 4 § 1º, inciso I do artigo 155 da Constituição Federal. 5 § 1º, inciso II do artigo 155 da Constituição Federal.

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 12

b) se o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado ou teve o

seu inventário processado no exterior.6

Ficou estabelecido na Constituição que o imposto em questão terá suas

alíquotas máximas fixadas pelo Senado Federal. A Resolução de nº 9 de

05.05.92 estabeleceu o teto de 8% (oito por cento).

III- JUSTIFICAÇÃO DO ESTADO DE MINAS GERAIS PARA SAIR DO

SISTEMA ARCAICO DO CPC

A transcrição a seguir da justificação elaborada pelo Procurador

desse trabalho com a qual o Secretário da Fazenda encaminhou o Projeto de

Lei ao Procurador Geral do Estado, encaminhado com mensagem do Governador à

Assembléia Legislativa, demonstra a conveniência das alterações propostas

na defesa do interesse público, cuja implementação teve o mais amplo apoio

dos Desembargadores Presidente e Corregedor de Justiça, do Tribunal de

Justiça do Estado de Minas Gerais, com publicação no Diário de Justiça de

explicações e instruções para o fiel e imediato cumprimento da lei

estadual. Cumpre igualmente ressaltar o indispensável apoio dado pela

Ordem dos Advogados do Brasil, Seção do Estado de Minas Gerais, que

patrocinou conferências e debates sobre as inovações introduzidas pela

legislação mineira em sua sede na Capital, por duas vezes, nas Subseções

situadas nas Cidades de Governador Valadares, Uberlândia, Contagem, Caeté,

além da ampla divulgação do texto da lei e do regulamento, fazendo publicar

o Decreto no seu Boletim Técnico de nº 03, maio/97, bem assim o dado pela

Associação dos Advogados de Minas Gerais que patrocinou dois cursos sobre a

matéria. Hoje é uma unanimidade a defesa das alterações por parte dos

advogados mineiros e o reconhecimento do Poder Judiciário de que as

alterações vieram facilitar enormemente a tramitação dos processos

judiciais de inventário e arrolamento de bens, com valorização do exercício

da nobre função do advogado, dando efetividade ao preceituado no artigo 133

da Constituição Federal, consoante o qual “o advogado é indispensável à

administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no

exercício da profissão, nos limites da lei”.

A Constituição Federal reparte de maneira exaustiva a competência

tributária entre a União, os Estados Membros, o Distrito Federal e os

Municípios e estabelece princípios garantidores do direito dos

contribuintes. E entre as garantias constitucionais está a do devido

processo legal, do contraditório e da ampla defesa (art. 5º, inciso LV).

Assim, no Código Tributário Nacional (lei complementar) está explicitada a

necessidade da formalização do crédito tributário via lançamento,

assegurando-se o direito de defesa.

Todo tributo tem de ser instituído por lei e nela devem estar

estabelecidos os critérios para a incidência, a maneira de calcular, prazos

para o pagamento e previsibilidade para se conceder o parcelamento. Assim

com o ante-projeto estão sendo corrigidas as falhas da lei anterior e

estabelecidas regras claras para o cálculo do ITCD (por quinhão e alíquotas

progressivas), para o pagamento, para o parcelamento e para reduções nas

alíquotas quando o recolhimento se fizer nos prazos que fixa, dissipa

divergências jurisprudenciais e doutrinárias, amplia a base de

contribuintes, observado o princípio constitucional da capacidade

contributiva. Na concessão de isenção, pela primeira vez, uma lei

tributária tem a preocupação com a fixação da família no campo, dando uma

6 § 1º, inciso III do artigo 155 da Constituição Federal.

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 13

efetiva contribuição para se inverter o fluxo migratório do meio rural,

sem, entretanto, deixar de conceder isenção para o assalariado de baixa

renda que veio para a Cidade. Assim, são levados em conta a área de

construção e o valor do imóvel residencial urbano; área, valor e existência

de residência familiar no imóvel rural. Cumpre observar que na isenção será

considerado cada quinhão e que não há incidência na meação.

O anteprojeto de lei tem por objetivo elevar a receita tributária,

respeitados os princípios constitucionais, mediante adequado controle pela

informatização, coibindo a sonegação e distribuindo de maneira equânime a

carga tributária pelo estabelecimento de alíquotas progressivas.

As alterações propostas virão dar mais celeridade aos processos de

inventário, de arrolamento, de separação judicial, de divórcio, de partilha

de bens na união estável, possibilitando aumento da arrecadação de imediato

do tributo.

Em síntese, a nova sistemática de arrecadação do ITCD não aumentará a

carga tributária do contribuinte, individualmente, mas acarretará de

imediato um substancial aumento no montante da arrecadação. Admite-se,

inclusive, que haverá diminuição do valor do ITCD para inúmeros

contribuintes, face a adoção de alíquotas progressivas e previsão de

redutores para a antecipação do pagamento”.

IV- DA INCIDÊNCIA DO ITCD

A lei mineira está dividida em capítulos. No Capítulo I, intitulado

da incidência, descreve os fatos jurídicos tributários, explicitando que o

imposto sobre transmissão causa mortis e doação de quaisquer bens ou

direitos incidirá:

I- no ato em que ocorrer a transmissão da propriedade de bens ou

direitos, por sucessão legítima ou testamentária;

II- no ato em que ocorrer a transmissão de propriedade de bens e

direitos, por meio de fideicomisso;

III- na doação a qualquer título, ainda que de adiantamento da

legítima;

IV- sobre o montante que exceder à meação na ação de separação

judicial, ou de divórcio e na partilha de bens na união estável;

V- na desistência de herança ou legado, com determinação do

beneficiário;

VI- na instituição ou extinção de usufruto não oneroso;

VII- no recebimento de quantias depositadas em contas bancárias de

poupança ou em conta-corrente em nome do “de cujus”.

Destarte o legislador mineiro explicitou que o imposto incidirá sobre

doação ou transmissão hereditária ou testamentária de bem imóvel situado em

território do Estado e respectivos direitos, bem como sobre bens móveis,

semoventes, títulos, créditos e direitos a ele relativos.

O imposto incidirá ainda quando:

a) o doador tiver domicílio no Estado, no caso de bens móveis;

b) o doador não tiver residência ou domicílio no País, mas o

donatário for domiciliado no Estado;

c) os bens imóveis doados estiverem localizados no Estado.

O legislador mineiro também define que será considerada doação, o ato

ou fato em que o doador, por liberalidade, transmitir bens, vantagens ou

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 14

direitos de seu patrimônio ao donatário, que os aceitará, expressa, tácita

ou presumidamente, incluindo-se as doações efetuadas com encargos ou ônus.

Na doação de bens7 o cálculo do imposto será feito de conformidade com

a mesma sistemática prevista para o cálculo do imposto “causa mortis”, isto

é o contribuinte declara o valor total do bem e aplica as alíquotas

estabelecidas na tabela própria, faixa por faixa. Ocorrerá doação de bens

quando:

a) no processo de inventário, houver renúncia de herança com

designação de beneficiário;

b) na partilha de bens, não for obedecida a igualdade de valor dos

quinhões entre os herdeiros;

c) ao cônjuge sobrevivente couber parte maior do que a metade dos

bens;

d) a divisão de bens não for feita com valor igual para as partes, na

dissolução da sociedade conjugal ou da comunhão estável.

Não há redução de alíquotas para o cálculo do imposto sobre doação de

bens8, porque o prazo para o pagamento é de até 15 dias contados:

a) do trânsito em julgado da sentença judicial, na dissolução de

sociedade conjugal ou da comunhão estável;

b) da data do instrumento particular na partilha de bens na

dissolução de comunhão estável;

c) da data do instrumento particular que tiver formalizado a doação

de bens, títulos, ou créditos;

d) da ocorrência do fato jurídico tributário nas transmissões por

doação de bens, títulos ou créditos que se der de maneira não prevista na

lei.

Na extinção do usufruto e na substituição de fideicomisso9 o imposto é

devido no prazo de até 15 dias contados do ato jurídico determinante da

extinção ou da substituição, ou antes:

a) da lavratura de escritura pública se esta for a forma de extinção

ou substituição;

b) do cancelamento da averbação no Ofício ou Órgão próprio

competente, nos demais casos quando se der a extinção do usufruto .

V- DA NÃO INCIDÊNCIA DO IMPOSTO E A ISENÇÃO

O Capítulo II, para facilitar o entendimento, sob o título “da não

incidência”, trata das imunidades tributárias10, mas ao não se limitar ao

texto constitucional, quando assegura a não incidência do ITCD para as

entidades sindicais e para as instituições culturais e esportivas, sem fins

lucrativos, atendidos os requisitos legais, em verdade, o legislador

mineiro deu isenção às entidades sindicais patronais, porque o constituinte

deu imunidade tributária para tão somente as entidades sindicais dos

trabalhadores, igualmente concedeu isenção do imposto para as instituições

culturais e esportivas sem fins lucrativos, uma vez que a elas não faz

referência o texto da Constituição Federal.

7 Artigo 6º da Lei 12.426/96 e 10 do Decreto 38.639/97. 8 Artigo 8º, I a VIII da Lei 12.426/96 e 10 e 15 do Decreto 38.639/97. 9 Artigo 8º, II da Lei 12.426/96 e 15, I do Decreto 38.639/97. 10 Artigo150,VI, alíneas “a”, “b” e “c” da Constituição Federal.

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 15

Nesse capítulo da não incidência o legislador mineiro também deu

isenção do imposto para os valores transmitidos pelo “de cujus “, quando

resultantes de remuneração oriunda de relação empregatícia, ou de

aposentadoria e pensões.

Destarte, o imposto não incidirá sobre as transmissões “causa

mortis” e doações em que figurarem como herdeiros, legatários ou

donatários:

I- a União, o Estado ou o Município;

II- os templos de qualquer culto;

III- os partidos políticos e suas fundações;

IV- as entidades sindicais;

V- as instituições de assistência social, as educacionais, culturais

e esportivas, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;

VI- as autarquias e as fundações instituídas e mantidas pelo Poder

Público.

No capítulo das isenções mister se faz necessário destacar a isenção

concedida para um único imóvel residencial urbano com área de até 60 metros

quadrados e concedida para um único imóvel rural, residencial e familiar,

cuja área não seja superior a 50 hectares desde que o valor, de cada

imóvel, não ultrapasse a 50.000 UFIR. Cumpre esclarecer que a isenção não é

cumulativa, isto é, ao contribuinte não se concede a isenção para um imóvel

rural e para um seu imóvel urbano,11 porque a finalidade da lei foi de

conceder o benefício para quem tenha uma residência única.

Assim, além das isenções que o legislador mineiro concedeu no

capítulo da não incidência ao reiterar as imunidades constitucionais, ele

explicita que ficará isenta do imposto a transmissão não onerosa:

I- de um único imóvel urbano, residencial, com área construída de até

60m2 (sessenta metros quadrados) e cujo valor não ultrapasse o equivalente

a 50.000 (cinqüenta mil) UFIRs;

II- de um único imóvel rural, residencial e familiar, cuja área não

seja superior a 50ha (cinqüenta hectares) e cujo valor não ultrapasse o

equivalente a 50.000 (cinqüenta mil) UFIRs;

III- de roupas, utensílios agrícolas de uso manual, bem como de

móveis e aparelhos de uso doméstico que guarnecerem as residências

familiares;

IV- de bens ou direitos havidos por doação, cujo valor por quinhão ou

por fração ideal não ultrapasse a 10.000 (dez mil) UFIRs;

V- de bens de herança ou o monte-mor, cujo valor total não

ultrapassar 25.000 (vinte e cinco mil) UFIRs, na sucessão “causa mortis”.

Estabeleceu ainda que, quando se tratar de um único imóvel

residencial familiar, a isenção será total até o valor de 50.000 (cinqüenta

mil) UFIRs e acima desse valor e até 100.000 (cem mil) UFIRs, o imposto

será reduzido em 90% (noventa por cento), desde que a área seja de até 60

metros quadrados se urbano, ou sendo rural a sua área não ultrapasse a 50

hectares.

VI- NOVAS TÉCNICAS DE APURAÇÃO DO VALOR DO ITCD

11 Artigo 3º da Lei 12.426/96 e do Decreto 38.639/97.

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 16

O mestre Aliomar Baleeiro12 com precisão ressalta em suas inigualáveis

lições que “à natureza do tributo não repugna, entretanto, que a liquidação

do imposto se proceda por lei, perante a instância administrativa, como o

fazem países e Estados norte-americanos”.

O Estado de Minas Gerais, sob a nossa modesta orientação, com suporte

na lição do mestre Aliomar Baleeiro, instituiu por lei o autolançamento no

ITCD, desvinculando o cálculo e o pagamento do imposto “causa mortis” do

processo de inventário, ou arrolamento, tornando mais fácil e ágil o

recolhimento do tributo, sem burocratização.

Assim, de conformidade com a nova sistemática, a lei possibilita que

o advogado oriente aos herdeiros como proceder, sem estar obrigado ao prazo

de 30 dias para distribuir o processo de inventário ou de arrolamento.

A sistemática adotada veio facilitar enormemente o trabalho dos

advogados, reduzindo o tempo de tramitação dos processos judiciais de

inventário, além de aumentar a arrecadação do tributo, mesmo com

substancial redução das alíquotas.

Tornou-se possível na Capital do Estado de Minas Gerais terminar um

processo de Inventário em cinco dias.

As alterações fundamentais consistem em:

a) permitir que os próprios herdeiros ou interessados preencham uma

declaração de bens, atribuindo-lhes os valores, calculando o imposto,

preenchendo a guia de recolhimento e indo ao estabelecimento bancário para

pagar o tributo, sem ter necessidade de qualquer interferência da

administração fazendária ou do Judiciário;

b) após o pagamento o contribuinte irá à administração fazendária

entregar a declaração de bens juntamente com a comprovação do pagamento do

tributo, oportunidade em que requererá a certidão de quitação do imposto;

c) criação de avaliação contraditória para a hipótese da

administração fazendária discordar dos valores atribuídos aos bens pelos

contribuintes;

d) redução das alíquotas para a antecipação do pagamento do imposto,

como a seguir se explicará.

A lei mineira estabelece que a base de cálculo do imposto será o

valor total dos bens declarados pelo contribuinte deduzido o valor de

meação quando houver. E especifica que a base de cálculo será reduzida

para:

I- 1/3 (um terço) do valor dos bens, na transmissão não onerosa do

domínio útil;

II- 2/3 (dois terços) do valor dos bens, na transmissão não onerosa

do domínio direto;

III- 1/3 (um terço) do valor dos bens, na instituição do usufruto,

por ato não oneroso, bem como no seu retorno ao nu-proprietário;

IV- 2/3 (dois terços) do valor dos bens, na transmissão não onerosa

da nua-propriedade.

Acresce ressaltar que é o contribuinte quem declara o valor total

dos bens e aplica as alíquotas estabelecidas em tabela por faixas de valor.

Destarte em cada faixa de valor será aplicada a respectiva alíquota

12 BALEEIRO, Aliomar in Direito Tributário Brasileiro, 11ª Edição, Editora Forense, pág. 274.

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 17

especificada na lei. O valor total do imposto devido será calculado

mediante a soma dos valores apurados em cada faixa.

VII- DA AVALIAÇÃO CONTRADITÓRIA

Na hipótese da administração fazendária não aceitar os valores

declarados pelos contribuintes, ela efetuará a avaliação dos bens e o

cientificará por via postal.

O contribuinte poderá, entretanto, discordar da avaliação fazendária

e pedir avaliação contraditória, indicando assistente técnico ou

apresentando, desde logo, laudo de avaliação. Feito o pedido de avaliação

contraditória, o agente fazendário está obrigado a emitir parecer

fundamentado quanto aos critérios adotados na avaliação que fez.

Apresentado o parecer do agente fazendário e o laudo de avaliação do

assistente técnico indicado pelo contribuinte, o processo seguirá a

julgamento definitivo pela chefia da Administração Fazendária. Proferida a

decisão, cessa a fase administrativa, mas é evidente que ao contribuinte é

assegurado, pelo texto constitucional, o direito de continuar a discussão

em Juízo. Mas essa discussão não será feita nos autos do processo de

inventário, mas no Juízo competente para dirimir controvérsias com a

Fazenda Pública Estadual. Cumpre observar que a discussão em Juízo não

impedirá o encerramento do processo de inventário, eis que o contribuinte

poderá garantir a discussão com o depósito da diferença e obter ordem

judicial para a expedição da certidão negativa de débitos estaduais,

através da antecipação da tutela jurisdicional ou liminar em medida

cautelar. Assim, discordando da avaliação efetuada pela administração

fazendária, a lei assegura ao contribuinte o direito de, no prazo de 10

(dez) dias úteis, contado do momento que comprovadamente tiver ciência do

fato, requerer avaliação contraditória, observando o seguinte:

I- o requerimento deverá ser apresentado à repartição fazendária onde

tiver sido processada a avaliação, podendo o requerente juntar laudo

técnico;

II- não estando o requerimento acompanhado de laudo, poderá o

contribuinte indicar assistente para acompanhar os trabalhos de avaliação a

cargo do órgão responsável pela avaliação impugnada;

III- no prazo de 15 (quinze) dias, contados do recebimento do pedido,

sob pena de preclusão, a administração fazendária emitirá parecer

fundamentado nos critérios adotados para a avaliação e, no mesmo prazo, o

assistente, se indicado, emitirá seu laudo;

IV- o requerimento instruído com o parecer e com o laudo do

assistente será encaminhado ao responsável pela administração fazendária, a

quem competirá decidir conclusivamente sobre o valor da avaliação, no

prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de preclusão.

A respeito dessa nova sistemática adotada pelo legislador mineiro a

Doutora Misabel Abreu Machado Derzi13, nas notas de atualização da obra de

Aliomar Baleeiro, faz com precisão os seguintes comentários:

“Modificando a técnica anterior de apuração de valor no

imposto causa mortis, que se processava no inventário por

meio de avaliação judicial, o Estado de Minas Gerais fez

aprovar a Lei nº 12426, de 27.12.1996. O projeto,

originário do Executivo, é de autoria de Élcio Reis e

13 DERZI, Misabel Abreu Machado - NOTAS na obra de Aliomar Baleeiro, Direito Tributário Brasileiro, 11ª Edição,

Editora Forense, pág. 274.

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 18

parece-nos mudar para melhor. O art. 4º da Lei citada, já

em vigor, determina: “A base de cálculo do imposto será o

valor dos bens declarados pelo contribuinte e homologado

pela Administração Fazendária ou apurado mediante

avaliação efetuada pela Fazenda Estadual, expressa em

moeda corrente nacional e em seu equivalente em UFIR”.

A recente lei ainda prevê procedimento administrativo

contraditório, em caso de discordância do contribuinte em

relação ao valor assim apurado. Certamente, a decisão

administrativa nunca será definitiva, pois nenhuma lesão

ou ameaça a direito pode ser excluída por lei da

“apreciação do Poder Judiciário” (art. 5º, XXXV).

VIII- DA REDUÇÃO DAS ALÍQUOTAS PARA A ANTECIPAÇÃO DO RECOLHIMENTO

DO IMPOSTO “CAUSA MORTIS”

A lei estabelece, como tática de política de arrecadação do imposto

“causa mortis”, a antecipação do recolhimento pelos contribuintes, sem ter

de ajuizar o processo de inventário ou de arrolamento de bens, a redução

das alíquotas, proporcionalmente, de conformidade com o momento em que

efetivamente pagar o imposto, mediante a multiplicação de coeficientes que

estabelece sobre as alíquotas previstas para o pagamento após 180 (cento e

oitenta) dias contados da abertura da sucessão.

Assim, a lei estabelece os coeficientes seguintes:

I- 0,75 (setenta e cinco centésimos), quando o pagamento integral

ocorrer até 90 (noventa) dias, contados da data da abertura da sucessão;

II- 0,80 (oitenta centésimos), quando o pagamento integral ocorrer no

prazo de 91 (noventa e um) a 120 (cento e vinte) dias, contados da data de

abertura da sucessão;

III- 0,85 (oitenta e cinco centésimos), quando o pagamento integral

ocorrer no prazo de 121 (cento e vinte e um) a 150 (cento e cinqüenta)

dias, contados da data de abertura da sucessão;

IV- 0,90 (noventa centésimos), quando o pagamento integral ocorrer no

prazo de 151 (cento e cinqüenta e um) a 180 (cento e oitenta) dias,

contados da data de abertura da sucessão.

O êxito da lei mineira se deve em ter estabelecido:

reduções de alíquotas para o pagamento do imposto causa mortis nos prazos

fixados;

na facilidade atribuída ao contribuinte para preencher a guia de

recolhimento e ir ao estabelecimento bancário efetuar o pagamento, sem

necessidade de qualquer controle prévio por parte da administração

fazendária.

Essas providências podem ser tomadas pelos contribuintes ou

interessados antes de ingressar em Juízo com o processo de Inventário ou de

Arrolamento.

O legislador mineiro, em substitutivo ao Projeto remetido pelo

Executivo, adotou critério mais favorável ao contribuinte ao determinar que

o valor total dos bens será decomposto em faixas de valor e que a cada

faixa de valor se aplique a alíquota correspondente. Isto porque o projeto

encaminhado estabelecia a aplicação de alíquotas progressivas sobre os

valores dos quinhões. Quanto maior o valor do quinhão maior a alíquota na

progressão estabelecida.

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 19

IX- DOS CONTRIBUINTES DOS IMPOSTOS

A lei enuncia em capítulo específico que são contribuintes do

imposto:

I- o herdeiro ou legatário, na transmissão por sucessão legítima ou

testamentária;

II- o donatário, na aquisição por doação, mas será o doador quando o

donatário não residir e nem for domiciliado no Estado de Minas Gerais se a

doação for de bens móveis, títulos e créditos, ou dos direitos a eles

relativos;

III- o cessionário, na cessão a título gratuito;

IV- o usufrutuário.

X- DO PRAZO PARA PAGAMENTO DOS IMPOSTOS

A lei concede ao contribuinte a faculdade de recolher o imposto

“causa mortis” no prazo que varia de 90 (noventa) a até 180 (cento e

oitenta) dias com redução variável das alíquotas, como acima se demonstrou,

em torno de 25% a 10% do valor total do tributo, caso viesse recolhê-lo

somente após seis meses, contados da data da abertura da sucessão. Isto

quer dizer que o contribuinte, que não se utilizar da faculdade de

antecipação do recolhimento e entender de ajuizar o processo judicial e

esperar a decisão judicial, terá uma carga tributária superior porque

pagará, se ultrapassado o prazo de 180 dias, o tributo mediante a aplicação

das alíquotas sem redução. Então o prazo para o recolhimento do imposto

“causa mortis” sem redução das alíquotas é após a fluência de 180 dias

contados da abertura da sucessão.

Para a hipótese de extinção do usufruto, substituição de

fideicomisso, não há redução de alíquotas e o prazo é de até 15 (quinze)

dias, contados do fato ou do ato jurídico determinante da extinção ou da

substituição. Mas deverá ser pago antes da lavratura da escritura pública.

E antes do cancelamento da averbação no ofício ou órgão competente, nos

demais casos.

Na dissolução da sociedade conjugal, relativo ao valor que exceder à

meação, transmitido de forma gratuita, o prazo é de até 15 (quinze) dias,

contados da data em que transitar em julgado a sentença.

Na partilha de bens, na dissolução de comunhão estável, sobre o valor

que exceder a meação, transmitido de forma gratuita, o prazo é de até 15

(quinze) dias, contados da data da assinatura do instrumento próprio ou do

trânsito em julgado da sentença, ou antes da lavratura da escritura

pública.

Na doação de bens, títulos ou créditos, que se formalizar por

escritura pública, antes de sua lavratura.

Na doação de bens, títulos ou créditos que se formalizar por

instrumento particular, o prazo é de até 15 (quinze) dias, contados da data

da assinatura.

Na cessão de direitos hereditários de forma gratuita antes da

lavratura da escritura pública, se tiver por objeto bem, título ou crédito

determinados;

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 20

No prazo de até 15 (quinze) dias, quando a cessão se formalizar nos

autos do inventário, mediante termo de desistência ou de renúncia com

determinação de beneficiário.

Nas transmissões por doação de bens, títulos ou créditos não

referidos acima, no prazo de até 15 (quinze) dias, contado da ocorrência do

fato jurídico tributário.

Destarte o ITCD será pago antes da lavratura da escritura pública e

antes do registro de qualquer instrumento.

A alienação de bens, título ou crédito no curso do processo de

inventário, mediante autorização judicial, não altera o prazo para

pagamento do imposto devido pela transmissão decorrente de sucessão

legítima ou testamentária.

Na hipótese de bens imóveis, em que o inventário se processar fora do

Estado, estabelece a lei que a carta precatória não poderá ser devolvida

sem a prova de quitação do imposto devido.

A lei explicita que os prazos para pagamento do imposto vencem em dia

de expediente normal das agências bancárias autorizadas.

Na hipótese de reconhecimento de herdeiro por sentença judicial, os

prazos previstos na lei só começam a ser contados a partir da data do seu

trânsito em julgado. Assim, nessa hipótese, o prazo para a aplicação de

redução das alíquotas é contado do trânsito em julgado da decisão e não da

abertura da sucessão.

XI- DO PARCELAMENTO

A lei também faculta ao contribuinte pagar o tributo parceladamente

nas condições, critérios e prazos estabelecidos em resolução do Secretário

de Estado da Fazenda.

XII- DOS DEVERES DOS CONTRIBUINTES E DOS RESPONSÁVEIS

A lei estabelece que, independentemente da distribuição de processo

judicial de inventário ou arrolamento de bens, os contribuintes devem

apresentar declaração de bens com discriminação dos respectivos valores em

repartição pública fazendária e efetuar o pagamento do ITCD na forma e

prazos estabelecidos.

A declaração será preenchida em modelo específico instituído mediante

resolução do Secretário de Estado da Fazenda.

O contribuinte deverá instruir a declaração com o atestado de óbito

quando for o caso, a prova de propriedade dos bens nela arrolados,

fotocópia do lançamento do Imposto Predial Territorial Urbano -IPTU- ou do

Imposto Territorial Rural -ITR-, conforme seja o imóvel urbano ou rural.

XIII- O CONTROLE DA ARRECADAÇÃO DO IMPOSTO

A legislação mineira possibilita que o controle seja feito através de

técnicas e programas de um sistema integrado de informatização, podendo ser

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 21

por post eletrônico e dependendo dos recursos financeiros avançar até a

mídia ótica.

Assim, institui a obrigatoriedade para os titulares dos Cartórios de

Notas, dos Cartórios de Registro de Pessoas Jurídicas Civis e dos Cartórios

de Registro de Pessoas Naturais prestarem à repartição fazendária, no prazo

de dez dias, informações referentes à escritura pública de doação, de

constituição de usufruto ou de fideicomisso, de alteração de contrato

social, de atestado de óbito.

Institui também o dever para a Junta Comercial do Estado de Minas

Gerais comunicar imediatamente à repartição fazendária a entrada de

qualquer instrumento de alteração contratual.

Estabelece que o registro de formal de partilha, de carta de

adjudicação, expedida em autos de inventário ou arrolamento, de sentença em

ação de separação judicial, divórcio, ou de partilha de bens na união

estável, de escritura pública de doação de bens imóveis, deverá ser

precedido da comprovação do pagamento integral do imposto, mediante

certidão expedida pela repartição da Secretaria de Estado da Fazenda.14

Com a obrigatoriedade da comunicação do atestado de óbito pretende-se

exercer o controle dos prazos estabelecidos na lei para o recolhimento do

imposto, viabilizando a lavratura do auto de infração quando não tiver sido

recolhido.

Com a declaração de bens será possível a organização de um cadastro

na repartição fazendária. Essas previsibilidades legais ainda não foram

totalmente implementadas no Estado de Minas Gerais por insuficiência de

recursos para a adequação do sistema de informatização, mas constam do

programa de modernização da Secretaria de Estado da Fazenda, inclusive da

Procuradoria Geral da Fazenda.

Cumpre observar que o projeto de lei remetido a Assembléia

Legislativa estabelecia regras mais rigorosas tais como:

a) “serão responsáveis pelo pagamento complementar ou integral do

tributo e acréscimos legais, o inventariante, o liquidante, o

administrador, o titular do Cartório de Registro de Imóveis, os

escreventes, os secretários judiciais, os tabeliães e demais funcionários

que praticarem, em razão de seu ofício, atos traslativos de propriedade de

bens sujeitos à incidência do imposto sobre transmissão por “causa mortis”

e doação, antes de comprovado o pagamento, bem como o Juiz de Direito que,

sem ter exigido a certidão de quitação, ordenar a expedição de carta de

adjudicação, formal de partilha, alvarás ou mandados para registro”;

b) “os Titulares dos Cartórios de Notas, dos Cartórios de Registro de

Pessoas Jurídicas Civis e os Titulares dos Cartórios de Registro de Pessoas

Naturais remeterão cópia de escritura de doação, de constituição de

usufruto ou de fideicomisso, de alteração de contrato social, de atestado

de óbito, a repartição pública fazendária, num prazo máximo de dez dias”;

c) “o Oficial do Cartório de Registro de Imóveis não efetuará o

registro do testamento, de formal de partilha, de carta de adjudicação

judicial expedida em autos de inventário ou de arrolamento, ou de ação de

separação judicial, ou de divorcio, ou de partilha de bens na união estável

nem de escritura pública de doação de bens imóveis, sem que o requerente

comprove o pagamento integral do ITCD e demais tributos estaduais, mediante

certidão expedida por repartição da Secretaria de Estado da Fazenda”.

14 Artigos l3, 14 e 15 da Lei 12.426/96 e artigos 20 e 21 do Decreto 38.639/97.

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 22

As alterações feitas pela Assembléia Legislativa converteram o

projeto numa lei menos rígida e mais democrática. Louve-se o espírito de

liberdade e de defesa da cidadania dos Parlamentares Mineiros, Este é o

testemunho de um Procurador que, autorizado pelo Secretário da Fazenda,

teve participação efetiva na discussão e redação do substitutivo junto com

as lideranças partidárias, tendo de aceitar a permanência de alguns

equívocos, todavia sem repercussão na implementação das alterações, face a

exiguidade de tempo, eis que as idéias somente se converteram em lei

aprovada às 21:30 horas do dia 22/12/96, última sessão do ano legislativo.

XIV- AS PENALIDADES FIXADAS NA LEI

A sistemática adotada pelo legislador foi diametralmente oposta ao

que estabelecia o projeto de lei, mas é bem razoável e inovadora ao criar

regras penalizantes de cunho educativo do contribuinte, facilitando o

imediato recolhimento do imposto, abrindo para o estudioso do Direito

Tributário perspectivas e horizontes novos.

Assim, estabelece a lei a multa diária de 0,2%, mais juros e correção

monetária até a data do efetivo pagamento nas hipóteses em que tenha havido

recolhimento a menor, falta de recolhimento ou recolhimento do imposto em

divergência com as disposições legais,15 mas dá ao contribuinte o direito

de pagar o tributo no prazo da defesa de 30 dias sem multa.16

A lei assegura ainda ao contribuinte que tenha apresentado defesa, o

direito de pagar o imposto sem multa dentro do prazo de até 10 dias

contados do recebimento da decisão desfavorável.17

Estabelece ainda para o contribuinte que sonegar bens ou direitos,

omitir ou falsear informações na declaração ou deixar de entregá-la, a

obrigatoriedade da imediata lavratura do auto de infração com aplicação da

multa de 20 % sobre o montante do imposto devido e mais a multa moratória

diária de 0,2% até o efetivo pagamento e a remessa de notícia do crime ao

Ministério Público.18

As penalidades no decreto regulamentador estão explicitadas de

maneira bem didática, o que facilita a compreensão do contribuinte. Assim

está dito que a multa diária somente incidirá:

a) a partir do trigésimo primeiro dia inclusive, contado da data

em que o contribuinte tiver sido intimado da lavratura do auto de infração

e não tiver apresentado defesa;

b) após transcorrido o prazo de 10 (dez) dias úteis contados da

data em que o contribuinte tiver sido comprovadamente intimado da decisão

que houver rejeitado sua defesa.19

O decreto regulamentador numa interpretação sistêmica da lei

estabelece que o contribuinte, que tenha deixado de apresentar a declaração

de bens, deve ser intimado para apresentá-la no prazo de 30 dias e após o

decurso desse prazo e de ter também decorrido 180 dias contados da data da

15 Artigo 16 da Lei 12.426/96. 16 Ver artigo 18. 17 Ver artigo 19. 18 Ver artigo 20 da Lei 12.426/96. 19 Parágrafo Único do artigo 22 do Decreto 38.639/97.

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 23

abertura da sucessão, é que será lavrado o auto de infração com aplicação

das multas previstas.20

Portanto sobre o montante do crédito tributário apurado por

recolhimento a menor, por falta de recolhimento ou por recolhimento em

divergência com as disposições legais, incidirá multa diária de 0,2% (zero

vírgula dois por cento), mais juros moratórios e correção monetária até a

data do efetivo pagamento.

O agente fazendário que tomar ciência do não-pagamento ou do

pagamento a menor do ITCD deverá lavrar o auto de infração e comunicar o

fato a autoridade competente, no prazo de 24 (vinte quatro) horas sob pena

de sujeitar-se a processo administrativo, civil e criminal, pela sonegação

da informação.

Lavrado o auto de infração, o contribuinte será notificado para pagar

ou apresentar defesa, no prazo de até 30 (trinta) dias.

Na hipótese de bens sujeitos a sobrepartilha, o tratamento tributário

será igual aos demais bens declarados quando da abertura da sucessão ou no

decorrer do inventário, inclusive no que se refere à redução de alíquotas.

Os responsáveis tributários que infringirem o disposto na lei ou

concorrerem, de qualquer modo, para o não-pagamento ou pagamento

insuficiente do imposto, ficam sujeitos às penalidades estabelecidas para

os contribuintes, sem prejuízo de sanções administrativas, civis e penais

cabíveis.

XV- A REGULAMENTAÇÃO DA LEI MINEIRA

A seguir transcreve-se o decreto regulamentador da Lei 12.426 de

27.12.96, que possibilita um entendimento do conjunto das alterações

introduzidas na sistemática para o cálculo, a forma e os prazos para o

pagamento do tributo.

“Decreto nº 38.639, de 04 de fevereiro de 1.997 (Minas

Gerais de 05/02/97) que aprova o Regulamento do Imposto

sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação de Quaisquer

Bens ou Direitos (RITCD).

CAPÍTULO I - DA INCIDÊNCIA

Art. 1º- O Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e

Doação de Quaisquer Bens ou Direitos (ITCD) incidirá:

I- na transmissão da propriedade de bens imóveis

localizados no Estado, móveis, semoventes, títulos e

créditos, bem como os direitos a eles relativos, por

sucessão legítima ou testamentária;

III- na transmissão da propriedade de bens e direitos

mediante fideicomisso;

II- na transmissão decorrente de doação de quaisquer bens

e direitos, a qualquer título, ainda que em adiantamento

da legítima;

IV- na transmissão do montante excedente da meação, por

ocasião da partilha de quaisquer bens e direitos

20 § 2º do artigo 25 do Decreto 38.639/97.

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 24

existentes sob o regime de comunhão, na ação de separação

judicial ou de divórcio;

V- na transmissão do montante excedente da meação, por

ocasião da partilha de quaisquer bens e direitos

adquiridos, no período de convivência estável, por

qualquer um dos conviventes;

VI- na desistência de herança ou legado com determinação

do beneficiário;

VII- na instituição de usufruto não oneroso;

VIII- na extinção de usufruto não oneroso;

IX- no recebimento de quantias depositadas em contas

bancárias de poupança ou em conta-corrente em nome do “de

cujus”.

§ 1º- Nas transmissões “causa mortis”, ocorrerão tantos

fatos geradores distintos quantos forem os herdeiros ou

legatários;

§ 2º- Nas transmissões decorrentes de doações, ocorrerão

tantos fatos geradores distintos quantos forem os

donatários do bem, título ou crédito, ou do direito

transmitido.

§ 3º- Para os efeitos deste artigo, considerar-se-á

doação o ato ou fato em que o doador, por liberalidade,

transmitir bens, vantagens ou direitos de seu patrimônio

ao donatário, que os aceitará, expressa, tácita ou

presumidamente, incluindo-se as doações efetuadas com

encargos ou ônus.

§ 4º- O imposto incidirá sobre a doação se:

1) o doador tiver domicílio no Estado, no caso de bens

móveis;

2) o doador não tiver residência ou domicílio no País, e

o donatário for domiciliado no Estado;

3) os bens imóveis doados estiverem localizados no

Estado.

CAPÍTULO II - DA NÃO-INCIDÊNCIA

Art. 2º- O imposto não incidirá sobre as transmissões

“causa mortis” e decorrentes de doação, em que figurarem

como herdeiros, legatários ou donatários:

I- a União, o Estado ou o Município;

II- os templos de qualquer culto;

III- os partidos políticos e suas fundações;

IV- as entidades sindicais;

V- as instituições de assistência social, as

educacionais, as culturais e as esportivas sem fins

lucrativos, atendidos os requisitos contidos nos § 1º e

2º deste artigo;

VI- as autarquias e as fundações instituídas e mantidas

pelo Poder Público.

§ 1º- O disposto nos incisos III a V deste artigo

subordina-se à observância dos seguintes requisitos pelas

entidades neles referidas:

1) não distribuir qualquer parcela de seu patrimônio ou

de suas rendas, a título de lucro ou participação no seu

resultado;

2) aplicar integralmente no País os recursos destinados à

manutenção de seus objetivos institucionais;

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 25

3) manter escrituração de suas receitas e despesas em

livros revestidos de formalidades capazes de assegurar

sua exatidão.

§ 2º- A não-incidência prevista nos incisos II a VI deste

artigo fica condicionada, ainda, a que os bens, direitos,

títulos ou créditos sejam destinados ao atendimento das

finalidades essenciais das entidades neles mencionadas.

§ 3º- O imposto não incidirá sobre as transmissões “causa

mortis” de valores não recebidos em vida pelo “de cujus”,

correspondentes a remuneração oriunda de relação de

trabalho, bem como a rendimentos de aposentadoria e

pensões.

CAPÍTULO III - DA ISENÇÃO

Art. 3º- Ficará isenta do imposto a transmissão não

onerosa:

I- de um único imóvel urbano, residencial, com área

construída de até 60m2 (sessenta metros quadrados) e cujo

valor não ultrapasse o equivalente a 50.000 (cinqüenta

mil) UFIR;

II- de um único imóvel rural, residencial e familiar,

cuja área não seja superior a 50 ha (cinqüenta hectares)

e o valor não ultrapasse o equivalente a 50.000

(cinqüenta mil) UFIR;

III- de roupas, de utensílios agrícolas de uso manual,

bem como de móveis e aparelhos de uso doméstico que

guarnecerem as residências familiares, a que se referem

os incisos anteriores;

IV- de bens e/ou direitos, transmitidos por doação, cujo

valor recebido por donatário não ultrapasse o equivalente

a 10.000 (dez mil) UFIR;

V- de bens de herança ou do monte-mor, cujo valor total

não ultrapasse 25.000 (vinte e cinco mil) UFIR, na

sucessão “causa mortis”.

§ 1º- Quando se tratar de um único imóvel residencial e

familiar a isenção será total até o valor de 50.000

(cinqüenta mil) UFIR, observadas as demais condições do

artigo, bem como o disposto no artigo 12 deste

Regulamento.

§ 2º- O valor da UFIR deverá ser o vigente na data da

avaliação.

CAPÍTULO IV - DO CÁLCULO E DO PAGAMENTO

SEÇÃO I - DA DECLARAÇÃO DE BENS

Art. 4º- Na transmissão “causa mortis”, antes do

ajuizamento do inventário ou arrolamento, o herdeiro

poderá protocolizar, junto à repartição fazendária,

declaração, com a relação de todos os bens, com

respectivos valores e herdeiros, instruída com:

I- fotocópias comprobatórias de propriedade;

II- fotocópias de guias de “Imposto Predial Territorial

Urbano” (IPTU);

III- fotocópias de guias de “Imposto Territorial Rural”

(ITR);

IV- valor da meação, se for o caso.

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 26

§ 1º- É necessário que o contribuinte apresente sua

declaração de bens com os respectivos valores para obter,

após o pagamento integral do imposto, a certidão negativa

de débitos.

§ 2º- O herdeiro, inventariante ou terceiro interessado

poderá calcular o ITCD na forma da lei, efetuando de

imediato o pagamento integral, ou requerendo o

parcelamento, antes da homologação da declaração de bens

apresentada à Administração Fazendária.

§ 3º- O Documento de Arrecadação Estadual poderá ser

preenchido pelo próprio contribuinte, não necessitando de

visto da Repartição Fazendária para sua quitação em

estabelecimento bancário autorizado, observando-se o

seguinte:

1) o disposto no artigo 11 deste Regulamento, na hipótese

de pagamento integral;

2) o disposto no artigo 9º deste Regulamento, após

decorridos mais de 180 (cento e oitenta) dias, contados

da data da abertura da sucessão.

Art. 5º- Na doação de quaisquer bens ou direitos, o

doador ou o donatário apresentará a declaração e efetuará

o pagamento, conforme o disposto no “caput” do § 3º do

artigo 4º e nos artigos 10 e 16, IV e V, deste

Regulamento.

Art. 6º- Na separação judicial, qualquer das partes

poderá apresentar a declaração da totalidade dos bens,

especificando os valores, calculando o ITCD incidente

sobre o montante excedente à meação e efetuando o

recolhimento do imposto, na forma e prazo fixados na

legislação vigente.

Art. 7º- Na partilha de bens da união estável, qualquer

dos conviventes poderá apresentar a declaração da

totalidade dos bens partilháveis, com seus respectivos

valores, calculando o ITCD incidente sobre o montante

excedente à meação e efetuando o recolhimento do imposto,

na forma e prazo fixados na legislação vigente.

Art. 8º- Na instituição ou extinção de usufruto não

oneroso, o usufrutuário ou o nu-proprietário apresentará

a declaração do bem, com o respectivo valor, calculará o

ITCD e efetuará o pagamento, na forma e prazo fixados na

legislação vigente.

SEÇÃO II - DA APLICAÇÃO DAS ALÍQUOTAS

Art. 9º- Na transmissão “causa mortis”, o cálculo do ITCD

será efetuado pela aplicação das alíquotas previstas na

Tabela “A”, decompondo-se o valor total dos bens da

seguinte forma:

I- até 20.000 (vinte mil) UFIR, será aplicada a alíquota

de 1% (um por cento);

II- de 20.001 (vinte mil e uma) a 40.000 (quarenta mil)

UFIR, será aplicada a alíquota de 1,5% (um vírgula cinco

por cento);

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 27

III- de 40.001 (quarenta mil e uma) a 80.000 (oitenta

mil) UFIR, será aplicada a alíquota de 2% (dois por

cento);

IV- de 80.001 (oitenta mil e uma) a 160.000 (cento e

sessenta mil) UFIR, será aplicada a alíquota de 3% (três

por cento);

V- de 160.001 (cento e sessenta mil e uma) a 350.000

(trezentos e cinqüenta mil) UFIR, será aplicada a

alíquota de 4% (quatro por cento);

VI- de 350.001 (trezentos e cinqüenta mil e uma) a

650.000 (seiscentos e cinqüenta mil) UFIR, será aplicada

a alíquota de 5% (cinco por cento);

VII- de 650.001 (seiscentos e cinqüenta mil e uma) a

1.000.000 (um milhão) de UFIR, será aplicada a alíquota

de 6% (seis por cento);

VIII- sobre a quantia que ultrapassar 1.000.000 (um

milhão) de UFIR, será aplicada a alíquota de 7% (sete por

cento).

Parágrafo único- O imposto devido será o total da soma

dos valores apurados na forma dos incisos anteriores.

Art. 10- Na transmissão por doação, o imposto devido será

o total da soma dos valores apurados em cada faixa,

resultantes da aplicação das alíquotas constantes da

Tabela “B”.

SEÇÃO III - DAS REDUÇÕES DE ALÍQUOTAS

Art. 11- Na transmissão “causa mortis”, haverá redução de

alíquotas, quando o contribuinte efetuar o pagamento

integral do ITCD, dentro dos seguintes prazos:

I- em até 90 (noventa) dias, contados da data da abertura

da sucessão, as alíquotas serão reduzidas a 0,75 (setenta

e cinco centésimos), conforme Tabela “A 1”, em anexo;

II- em até 120 (cento e vinte) dias, contados da data de

abertura da sucessão e após transcorrido o prazo a que se

refere o inciso anterior, as alíquotas serão reduzidas a

0,80 (oitenta centésimos), conforme Tabela “A 2 ”, em

anexo;

III- em até 150 (cento e cinqüenta) dias, contados da

data da abertura da sucessão e após transcorrido o prazo

previsto no inciso anterior, as alíquotas serão reduzidas

a 0,85 (oitenta e cinco centésimos), conforme Tabela “A

3”, em anexo;

IV- se o pagamento se der em até 180 (cento e oitenta)

dias, contados da data da abertura da sucessão e após

transcorrido o prazo previsto no inciso anterior, as

alíquotas serão reduzidas a 0,90 (noventa centésimos),

conforme Tabela “A.4”, em anexo.

Art. 12- O imposto incidente sobre a base de cálculo

compreendida entre 50.001 (cinqüenta mil e uma) e 100.000

(cem mil) UFIR, será reduzido de 90% (noventa por cento),

na hipótese de transmissão “causa mortis” ou por doação

de um único imóvel residencial e familiar, nos termos do

artigo 3º, § 1º, incisos I e II, deste Regulamento.

SEÇÃO IV - DA BASE CÁLCULO

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 28

Art. 13- A base de cálculo do imposto será o valor venal

dos bens, declarado pelo contribuinte e homologado pela

administração fazendária ou o apurado mediante avaliação

efetuada pela Fazenda Pública Estadual, expressa em moeda

corrente nacional e em seu equivalente em UFIR.

Parágrafo único - Nos casos a seguir especificados, a

base de cálculo do imposto será:

1) 1/3 (um terço) do valor dos bens, na transmissão não

onerosa do domínio útil;

2) 2/3 (dois terços) do valor dos bens, na transmissão

não onerosa do domínio direto;

3) 1/3 (um terço) do valor dos bens, na instituição do

usufruto por ato não oneroso;

4) 1/3 (um terço) do valor dos bens, no retorno do

usufruto ao nu-proprietário;

5) 2/3 (dois terços) do valor dos bens, na transmissão

não onerosa da nua-propriedade.

SEÇÃO V - DA AVALIAÇÃO DOS BENS DECLARADOS

Art. 14- Recebida a declaração de bens, a repartição

fazendária:

I- formará o Processo Tributário Administrativo (PTA);

II- efetuará análise da declaração de bens apresentada;

III- na hipótese de discordância dos valores

apresentados, efetuará a avaliação dos bens e

cientificará, via postal, o contribuinte da não

homologação da declaração apresentada, bem como de sua

retificação.

§ 1º- O contribuinte poderá, no prazo de 10 (dez) dias,

contado da data do recebimento da intimação, requerer

avaliação contraditória, sob pena de ficar precluso o seu

direito, observando-se o seguinte:

1) o requerimento de avaliação contraditória deverá ser

protocolizado na repartição fazendária em que tiver sido

expedida a carta de intimação;

2) poderá, ainda, anexar laudo técnico ao seu pedido de

avaliação contraditória, ou indicar assistente técnico

para acompanhar os trabalhos de avaliação.

§ 2º- A Administração Fazendária (AF) emitirá, no prazo

máximo de 15 (quinze) dias, contado da data do

recebimento do pedido de avaliação contraditória, parecer

fundamentado quanto aos critérios adotados para a

avaliação.

§ 3º- O assistente técnico, indicado pelo contribuinte,

apresentará o seu laudo dentro do mesmo prazo de que

trata o parágrafo anterior, sob pena de não mais poder

apresentá-lo.

§ 4º- O parecer fazendário e o laudo do assistente serão

juntados ao PTA e, em seguida, o processo deverá ser

encaminhado à Chefia da Administração Fazendária para

decisão conclusiva, sobre o valor da avaliação, no prazo

máximo de 15 (quinze) dias, contado do recebimento dos

autos.

SEÇÃO VI - DOS PRAZOS DE PAGAMENTO

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 29

Art. 15- O ITCD será pago:

I- na extinção do usufruto e na substituição de

fideicomisso, no prazo de até 15 (quinze) dias, contado

do fato ou do ato jurídico determinante da extinção ou da

substituição, observado o seguinte:

a- antes da lavratura, se por escritura pública;

b- nos demais casos, antes do cancelamento da averbação

ou do registro no ofício ou órgão competente;

II- na dissolução da sociedade conjugal, relativamente

ao valor que exceder a meação transmitida de forma

gratuita, no prazo de até 15 (quinze) dias, contado da

data em que transitar em julgado a sentença;

III- na partilha de bens, na dissolução de comunhão

estável, relativamente ao valor que exceder a meação

transmitida de forma gratuita, no prazo de até 15

(quinze) dias, contado da data da assinatura do

instrumento próprio, ou do trânsito em julgado da

sentença, ou antes da lavratura da escritura pública;

IV- na doação de bens, títulos ou créditos, que se

formalizar por escritura pública, antes de sua lavratura;

V- na doação de bens, títulos ou créditos, que se

formalizar por escrito particular, no prazo de até 15

(quinze) dias, contado da data da assinatura;

VI- na cessão de direitos hereditários de forma gratuita:

a- antes da lavratura da escritura pública, se tiver por

objeto bem, título ou crédito, com determinação de

beneficiário;

b- nos prazos previstos no artigo 11 deste Regulamento,

na hipótese de pagamento integral, quando a cessão se

formalizar nos autos do inventário, mediante termo de

desistência ou de renúncia com determinação de

beneficiário;

VII- nas transmissões por doação de bens, títulos ou

créditos não referidos nos incisos anteriores, no prazo

de até 15 (quinze) dias, contado da ocorrência do fato

jurídico-tributário.

§ 1º- O ITCD será pago antes da lavratura da escritura

pública e do registro de qualquer instrumento, nas

hipóteses previstas na Lei nº 12.426, de 28 de dezembro

de 1996, e neste Regulamento.

§ 2º- A alienação de bem, título ou crédito no curso do

processo de inventário ou arrolamento, mediante

autorização judicial, não altera o prazo para pagamento

do imposto devido pela transmissão decorrente de sucessão

legítima ou testamentária.

§ 3º- Na hipótese de bens imóveis, em que o inventário se

processar fora do Estado, a carta precatória não poderá

ser devolvida sem a prova de quitação do imposto devido.

§ 4º- Os prazos para pagamento do imposto vencem em dia

de expediente normal das agências bancárias autorizadas.

§ 5º- Na hipótese de reconhecimento de herdeiro por

sentença judicial, os prazos previstos neste Regulamento,

serão contados a partir da data do seu trânsito em

julgado.

CAPÍTULO V - DO CONTRIBUINTE

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 30

Art. 16- O contribuinte do imposto será:

I- o herdeiro ou legatário, na transmissão por sucessão

legítima ou testamentária;

II- o donatário, na aquisição por doação;

III- o cessionário, na cessão a título gratuito;

IV- o usufrutuário;

V- o doador, quando o donatário não residir nem for

domiciliado no Estado, na hipótese de doação de bens

móveis, títulos e créditos, bem como dos direitos a eles

relativos.

CAPÍTULO VI - DO PARCELAMENTO

Art. 17- O parcelamento do ITCD será concedido conforme

condições, critérios e prazos estabelecidos em Resolução

do Secretário de Estado da Fazenda.

§1º- O parcelamento não gera direito adquirido para o

contribuinte.

§2º- O requerimento de parcelamento do imposto constitui-

se em confissão de débito.

CAPÍTULO VII - DA EXPEDIÇÃO DE CERTIDÃO DE REGULARIDADE

E NEGATIVA DE DÉBITOS ESTADUAIS

Art. 18- O contribuinte, que estiver em dia com o

pagamento das parcelas mensais relativas ao parcelamento

do ITCD, poderá requerer certidão de regularidade quanto

ao débito do imposto, junto à repartição fazendária.

Parágrafo único- A validade da certidão de que trata o

“caput” será de 90 (noventa) dias.

Art. 19- O registro de formal de partilha, de carta de

adjudicação judicial expedida em autos de inventário ou

de arrolamento, de sentença em ação de separação

judicial, de divórcio ou de partilha de bens na união

estável, de escritura pública de doação de bens imóveis

deverá ser precedido da comprovação do pagamento integral

do ITCD, mediante certidão negativa de débitos estaduais,

expedida por repartição fazendária da circunscrição em

que estiverem situados os bens.

Parágrafo único- Na hipótese de existência de débito

tributário, o contribuinte será intimado a comprovar o

pagamento, como condição indispensável para a expedição

da certidão negativa de débitos estaduais.

CAPÍTULO VIII - DAS INFORMAÇÕES

CARTORIAIS E DA JUCEMG

Art. 20- A Junta Comercial do Estado de Minas Gerais

(JUCEMG) deverá comunicar, imediatamente, à Procuradoria

Geral da Fazenda Estadual a entrada de qualquer

instrumento de alteração contratual.

Art. 21- No prazo de 10 (dez) dias, contado da prática do

ato, deverão comunicar à repartição pública fazendária:

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 31

I- os titulares dos Cartórios de Notas sobre as

escrituras lavradas e referentes a:

a) doação;

b) instituição de usufruto;

c) instituição de fideicomisso;

II- os titulares dos Cartórios de Registro de Pessoas

Jurídicas Civis sobre o registro de alteração de contrato

social;

III- os titulares dos Cartórios de Registro de Pessoas

Naturais sobre atestados de óbitos, podendo remeter uma

via dos mesmos.

Parágrafo único- Os serventuários mencionados neste

artigo são obrigados a exibir à fiscalização fazendária

livros, registros, fichas e quaisquer outros documentos

que estiverem em seu poder, entregando-lhe, se

solicitadas, fotocópias ou certidões de inteiro teor dos

documentos, cabendo-lhes reclamar o ressarcimento pelas

despesas efetuadas.

CAPÍTULO IX - DAS PENALIDADES

Art. 22- Sobre o montante do crédito tributário, apurado

por recolhimento a menor, por falta de recolhimento ou

por recolhimento em divergência com as disposições

legais, incidirá multa diária de 0,2% (zero vírgula dois

por cento), mais juros moratórios e correção monetária,

se houver, até a data do efetivo pagamento.

Parágrafo único- A multa diária incidirá :

1) a partir do trigésimo primeiro dia inclusive, contado

da data em que o contribuinte tiver sido intimado da

lavratura do auto de infração, na hipótese de não

apresentação de defesa;

2) após transcorrido o prazo de 10 (dez) dias úteis,

contado da data em que o contribuinte tiver sido

comprovadamente intimado da decisão que houver rejeitado

sua defesa.

Art. 23- O agente fazendário, que tomar ciência do não

pagamento ou de pagamento a menor do ITCD, deverá lavrar

o auto de infração e/ou comunicar o fato à autoridade

competente, caso não o seja, no prazo de 24 (vinte

quatro) horas, sob pena de sujeitar-se a processo

administrativo, civil e criminal, pela sonegação da

informação.

Art. 24- Lavrado o auto de infração, o contribuinte será

intimado para, no prazo de 30 (trinta) dias, pagar o

débito ou apresentar defesa.

Parágrafo único- No prazo previsto no “caput”, o

contribuinte poderá pagar integralmente o débito sem

multa, ou requerer parcelamento, hipótese em que não

haverá exclusão de multa.

Art. 25- O contribuinte que sonegar bens ou direitos,

omitir ou falsear informações na declaração ou deixar de

entregá-la ficará sujeito à imediata lavratura do auto de

infração, com aplicação da multa de 20% (vinte por cento)

sobre o montante do imposto devido e multa moratória

diária de 0,2% (zero, vírgula dois por cento) até o

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 32

efetivo pagamento e, ainda, à remessa de noticia do crime

ao Ministério Público.

§ 1º- O disposto neste artigo não se aplica à hipótese de

bens sujeitos a sobrepartilha, os quais terão o

tratamento tributário dispensado aos demais bens

declarados, quando da abertura da sucessão ou no decorrer

do inventário ou arrolamento, inclusive no que se refere

à redução de alíquotas.

§ 2º- O agente fazendário, tomando ciência de que o

contribuinte não apresentou a declaração, deverá intimá-

lo para efetuar a entrega, no prazo de 30 (trinta) dias,

contado da intimação.

§ 3º- Transcorrido o prazo fixado no parágrafo anterior

e, após 180 (cento e oitenta) dias, contado da data da

abertura da sucessão, bem como após os prazos de que

trata o artigo 15 lavrar-se-á o auto de infração,

aplicando-se as multas previstas neste Regulamento,

conforme o caso.

Art. 26- Os responsáveis tributários, relacionados no

artigo 15 da Lei nº 12.426, de 27 de dezembro de 1996,

que infringirem o disposto neste Regulamento ou

concorrerem, de qualquer modo, para o não-pagamento ou

pagamento a menor do imposto, ficarão sujeitos às mesmas

penalidades previstas para os contribuintes, sem prejuízo

de sanções administrativas, civis e penais cabíveis.

CAPITULO X - DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS

RECOLHIMENTO DO ITCD COM INCIDÊNCIA

ANTERIOR À LEI Nº12.426/96

Art. 27- Para fins de regularização perante à Repartição

Fazendária, fica facultado aos contribuintes do ITCD,

cujos fatos jurídicos-tributários sejam regidos por

legislação anterior à vigente:

I- apresentar declaração de bens, com seus respectivos

valores e relação de herdeiros;

II- apresentar fotocópia do comprovante de pagamento do

ITCD;

III- calcular o imposto;

IV- preencher o Documento de Arrecadação Estadual (DAE);

V- pagar o imposto, sem visto da repartição fazendária,

em estabelecimento bancário autorizado;

VI- requerer certidão negativa de débitos estaduais.

§ 1º- O prazo para pagamento sem multa, juros e correção

monetária e a regularização prevista neste artigo

encerrar-se-á, impreterivelmente, em 30 de junho de

1.997.

§ 2º- O contribuinte a que se refere este artigo poderá

requerer parcelamento do ITCD, nos termos de Resolução do

Secretário da Fazenda.

Art. 28- Este Decreto entra em vigor na data de sua

publicação.

Art. 29- Revogam-se as disposições em contrário,

especialmente o Decreto nº 29.251, de 28 de fevereiro de

1989.

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 33

TABELA “A” (a que se refere o artigo 9º deste

Regulamento)

ITCD - TRANSMISSÃO “CAUSA-MORTIS”

Pagamento integral/após 180 (cento e oitenta) dias

contados da data da abertura da sucessão

-TABELA PROGRESSIVA EM UFIR-

VALOR DOS BENS ALÍQUOTA %

até 20.000 1,00

de 20.001 a 40.000 1,50

de 40.001 a 80.000 2,00

de 80.001 a 160.000 3,00

de 160.001 a 350.000 4,00

de 350.001 a 650.000 5,00

de 650.001 a

1.000.000

6,00

Acima de 1.000.000 7,00

TABELA “A1” (a que se refere o inciso I do art.1 deste

Regulamento) - ITCD - TRANSMISSÃO “CAUSA-MORTIS”

Pagamento integral/até 90 (noventa) dias contados da data

da abertura da sucessão

-TABELA PROGRESSIVA EM UFIR-

VALOR DOS BENS ALÍQUOTA %

Até 20.000 0,75

de 20.001 a 40.000 1,13

de 40.001 a 80.000 1,50

de 80.001 a 160.000 2,25

de 160.001 a 350.000 3,00

de 350.001 a 650.000 3,75

de 650.001 a

1.000.000

4,50

acima de 1.000.000 5,25

TABELA “A2” (a que se refere o inciso II do art.11 deste

Regulamento) - ITCD - TRANSMISSÃO “CAUSA-MORTIS”

Pagamento integral/até 120 (cento e vinte) dias contados

da data da abertura da sucessão

-TABELA PROGRESSIVA EM UFIR-

VALOR DOS BENS ALÍQUOTA %

até 20.000 0,80

de 20.001 a 40.000 1,20

de 40.001 a 80.000 1,60

de 80.001 a 160.000 2,40

de 160.001 a 350.000 3,20

de 350.001 a 650.000 4,00

de 650.001 a

1.000.000

4,80

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 34

Acima de 1.000.000 5,60

TABELA “A3” (a que se refere o inciso III do art. 11

deste Regulamento) - ITCD - TRANSMISSÃO “CAUSA-MORTIS”

Pagamento integral/150 (cento e cinqüenta) dias contados

da data da abertura da sucessão

-TABELA PROGRESSIVA EM UFIR-

VALOR DOS BENS ALÍQUOTA %

até 20.000 0,85

de 20.001 a 40.000 1,28

de 40.001 a 80.000 1,70

de 80.001 a 160.000 2,55

de 160.001 a 350.000 3,40

de 350.001 a 650.000 4,25

de 650.001 a

1.000.000

5,10

acima de 1.000.000 5,95

TABELA “A4” (a que se refere o inciso IV do art. 11 deste

Regulamento) - ITCD - TRANSMISSÃO “CAUSA-MORTIS”

Pagamento integral/ até 180 (cento e oitenta) dias

contados da data da abertura da sucessão

-TABELA PROGRESSIVA EM UFIR-

VALOR DOS BENS ALÍQUOTA %

até 20.000 0,90

de 20.001 a 40.000 1,35

de 40.001 a 80.000 1,80

de 80.001 a 160.000 2,70

de 160.001 a 350.000 3,60

de 350.001 a 650.000 4,50

de 650.001 a

1.000.000

5,40

acima de 1.000.000 6,30

TABELA “B” (a que se refere o art. 10 deste Regulamento)

ITCD - NA TRANSMISSÃO POR DOAÇÃO

-TABELA PROGRESSIVA EM UFIR-

VALOR DOS BENS ALÍQUOTA %

até 10.000 1,50

de 10.001 a 20.000 2,00

de 20.001 a 40.000 3,00

de 40.001 a 100.000 4,00

acima de 100.000 5,00

XVI- REGRAS DE TRANSIÇÃO

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 35

A lei, em suas disposições transitórias, estabeleceu regras de

transição do sistema anterior para a nova modalidade de cálculo do imposto,

facultando ao contribuinte, que estava em débito, regularizar a sua

situação, apresentando a declaração de bens, pagando o imposto sem

acréscimo de multa, juros e correção monetária, no prazo fixado no

regulamento.21

O decreto fixou o prazo até 30 de junho de 1997, sendo que,

posteriormente, através de outro decreto, o prazo foi prorrogado até

31/12/97.

A regra de transição se faz necessária para possibilitar o pagamento

do imposto em relação aos processos de inventário ou arrolamento ajuizados,

sem ter de aguardar a avaliação de bens ou, ainda, decisão judicial.

É evidente que as alíquotas a ser aplicadas serão as que vigiam à

época da ocorrência do fato jurídico tributário, no caso do imposto causa

mortis, a data do óbito.

Para não deixar dúvida de interpretação do texto da lei, o decreto

regulamentador22 explicitou a documentação necessária, impossibilitando

eventual exigência da exibição dos autos do processo do inventário ou do

arrolamento ou ,ainda, fotocópias de peças.

Assim, deixa claro que o contribuinte basta apresentar:

I- declaração de bens, com seus respectivos valores e relação de

herdeiros;

II- fotocópia do comprovante de pagamento do ITCD.

Também explicitou o regulamento que ao contribuinte está assegurado:

o direito de calcular o imposto;

preencher a guia de recolhimento;

pagar o imposto sem necessidade de visto da autoridade fazendária;

requerer a certidão negativa de débitos estaduais.

XVII- AS REGRAS DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

A regra do parágrafo segundo do artigo 1.034 do C.P.C. introduzida

pela lei 7.019 de 31/08/1982, na seção IX - do arrolamento - acata a

repartição de competência tributária exaustivamente feita na Constituição

Federal. Malgrado sejam completamente despiciendas regras de matéria

tributária postas no Código de Processo Civil, pode se admitir, a título de

lembrança, apenas uma regra estabelecendo a exigência da apresentação da

comprovação do pagamento do tributo e da certidão negativa, o que,

entretanto, já consta de exigência no artigo 192 do Código Tributário

Nacional.

Mas, também, poder-se-á dar aos artigos do Código de Processo Civil,

conforme sugestões encaminhadas ao Ministro Sálvio de Figueiredo Teixeira

em l6/10/96, uma redação mais adequada, como a seguir se demonstra:

“Art. 1.007- Sendo capazes todas as partes não se

procederá à avaliação dos bens do espólio, cabendo à

21 Artigo 22 da Lei 12.426/96. 22 Artigo 27.

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 36

Fazenda Pública efetuar o lançamento do imposto “causa

mortis” na forma prevista na lei tributária.

Art. 1.008- Somente será feita avaliação de bens

declarados quando houver discordância por parte de

herdeiros.

Art. 1.012- As partes serão ouvidas no prazo comum de

cinco dias sobre as últimas declarações de bens.

Art. 1.013- No inventário não serão conhecidas ou

apreciadas questões relativas ao lançamento de eventuais

diferenças de taxa judiciária e de tributos incidentes

sobre a transmissão da propriedade dos bens do espólio.

§ 1º- A taxa judiciária, se devida, será calculada com

base no valor total dos bens conforme declaração do

inventariante na petição inicial, devendo ser

complementada no curso do processo na hipótese de ser

feita avaliação dos bens em valores superiores quando

pedido por qualquer dos herdeiros.

§ 2º- O imposto “causa mortis” será pago na forma, prazo

e como dispuser a legislação tributária.

§ 3º- Eventual diferença de taxa judiciária quando devida

será apurada pelos meios adequados ao lançamento de

crédito tributário em geral.

Art. 1.026- Comprovado nos autos do inventário o

pagamento do imposto “causa mortis” e juntada a certidão

negativa de débitos tributários federal, estadual e

municipal o juiz julgará por sentença a partilha e

homologará de plano em se tratando de partilha amigável,

celebrada entre partes capazes, nos termos do art. 1.773

do Código Civil.

XVIII- CONCLUSÕES

1ª- As regras atualmente insertas no capítulo IX - Do Inventário e

Da Partilha - no Código de Processo Civil, não impossibilitam que os

Estados e o Distrito Federal alterem suas legislações tributárias para

estabelecer nova sistemática de cálculo e prazos para o recolhimento do

imposto sobre a transmissão causa mortis, face a competência tributária

outorgada pelo Poder Constituinte;

2ª- Não é da competência do legislador federal estabelecer regras no

Código de Processo Civil pertinentes a tributos que aos Estados e ao

Distrito Federal cabe instituir e arrecadar.

3ª- As Procuradorias Gerais dos Estados, ou da Fazenda, na defesa do

interesse público cabe elaborar projeto de lei alterando a sistemática de

cálculo, forma e prazos para o recolhimento dos impostos cuja competência

está outorgada pelo inciso I do artigo 155 da Constituição Federal, a

exemplo do que já fez o Estado de Minas Gerais.

BIBLIOGRAFIA

ALVIM, Agostinho. Da Inexecução das Obrigações e Suas Conseqüências.

Editora Jurídica e Universitária.

AMARO, Luciano. Direito Tributários Brasileiro, Editora Saraiva, 3ª Edição,

1999.

ATALIBA, Geraldo. Hipótese de Incidência Tributária. Revista Tribunais.

Lei Complementar na Constituição. Editora Revista dos Tribunais.

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 37

Sistema Constitucional Brasileiro. Revista dos Tribunais.

BALEEIRO, Aliomar. Direito Tributário Brasileiro Editora Forense 11ª

edição atualizada pela Professora Misabel Abreu Machado Derzi, 1999

Limitações Constitucionais ao Poder de Tributar. Editora Forense.

BARACHO, José Alfredo de Oliveira. Teoria Geral do Federalismo. Fumarc/UCMG

BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de Direito Financeiro e de Direito Tributário.

Editora Saraiva.

Elementos de Direito Constitucional. Saraiva.

BECKER, Alfredo Augusto. Teoria Geral do Direito Tributário. Editora

Saraiva.

BITTENCOURT, C. A. Lúcio. O Controle Jurisdicional da Constitucionalidade

das Leis. Forense.

BORGES, José Souto Maior. Lei Complementar Tributária. Editora Revista dos

Tribunais.

Lançamento Tributário in Tratado de Direito Tributário. Volume IV. Editora

Forense, 1981.

CAMPOS, Antônio J. Franco. Interpretação Hermenêutíca e Exegese do Direito

Tributário. José Bushatsky, Editor.

CANOTILHO, Gomes. Fundamentos da Constituição. Coimbra Editora.

CARRAZA, Roque Antônio. Conflitos de Competência. Editora Revista dos

Tribunais.

Curso de Direito Constitucional Tributário. Revista Tribunais.

CARVALHO, A. A. Contreiras. Doutrina e Aplicação do Direito Tributário.

Livraria Freitas Bastos. S. A.

CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário. Saraiva.

Decadência e Prescrição. Editora Resenha Tributária.

Teoria da Norma Tributária. Livraria dos Advogados Editora Ltda.

CAVALCANTI, Themistocles Brandão. Do Controle da Constitucionalidade.

Editora Forense

COELHO, Sacha Calmon Navarro. Comentários à Constituição de 1988 - Sistema

Tributário. Editora Forense.

Curso de Direito Tributário Brasileiro, Editora Forense, 2ª Edição, 1999.

Teoria e Prática das Multas Tributárias. Editora Forense.

Teoria Geral do Tributo e da Exoneração Tributária. Revista Tribunais.

COSTA, Alcides Jorge. Obrigação Tributária. Res. Tributária.

COSTA, Wille Duarte. Conceito e Estrutura da Relação Jurídica. UFMG.

DENARI, Zelmo. Curso de Direito Tributário. Editora Forense.

Elementos de Direito Tributário. Juriscredi Ltda.

Infrações Tributárias e Delitos Fiscais. Editora Saraiva.

Solidariedade e Sucessão Tributária. Editora Saraiva.

DERZI, Misabel de Abreu Machado. Direito Tributário, Direito Penal e Tipo.

Rev. Tribunais

Notas de atualização da obra de Aliomar Baleeiro - Direito Tributário

Brasileiro, Editora Forense, 11ª Edição, 1999.

FALCÃO, Amilcar de Araújo. Sistema Tributário Brasileiro. Edição

Financeiras.

FANUCCHI, Fábio. Curso de Direito Tributário. Res. Tributária.

FONROUGE, C. M. Giuliani. Conceitos de Direito Tributário. Edições Lael.

GORDILLO, Agustin. Princípios Gerais de Direito Público. Editora Revista

dos Tribunais.

GRECO, Marco Aurélio. Dívidas Fiscais - I. Editora Saraiva.

Norma Jurídica Tributária. Saraiva.

GUIMARÃES, Ylves José de Miranda. Os Princípios e Normas Constitucionais

Tributários. Editora Ltr.

HORTA, Raul Machado. Estudo de Direito Constitucional. Editora Del Rey.

A Autonomia do Estado-Membro no Direito Constitucional Brasileiro.

HUGON, Paul. O Imposto, Ed 1945.

JARDIM, Eduardo Marcial Ferreira. Curso de Direito Tributário. Editora

Saraiva.

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 38

LACOMBE, Américo Masse. Obrigação Tributária. Editora Revista dos

Tribunais.

LEÃES, L. G. Paes de Barros. Obrigação Tributária. José Bushatsky, Editor.

LEITE, Luciano Ferreira. Discricionariedade Administrativa e Controle

Judicial. Editora Revista dos Tribunais.

MACHADO, Celso Cordeiro. Crédito Tributário. Editora Forense.

MACHADO, Hugo de Brito. Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis e de

Direitos a Eles Relativos in Comentários ao Código Tributário Nacional,

Editora Forense

MARINHO, Josaphat. Estudos Constitucionais. Universidade Federal da Bahia.

MARQUES, José Frederico. Direito Penal Tributário. Editora Resenha

Tributária.

MARTINS, Cláudio. Normas Gerais de Direito Tributário. Forense.

MARTINS, Ives Gandra da Silva. Curso de Direito Tributário. Editora

Saraiva.

MICHELI, Gian Antônio. Curso de Direito Tributário. Editora Revista dos

Tribunais.

MIRANDA, Pontes de. Tratado de Direito Privado.

MOREIRA, Vital. Fundamentos da Constituição. Coimbra Editora.

NICÁCIO, Antônio. Impostos sobre a Transmissão de Bens Imóveis e de

Direitos a Eles Relativos in Comentários ao Código Tributário Nacional,

Vol. 2, José Bushatsky, Editor.

NOGUEIRA, Ruy Barbosa. Da Interpretação e da Aplicação das Leis

Tributárias. José Bushatsky, Editor.

OLIVEIRA, Sebastião Amorim Euclides de. Inventários e Partilhas - Teoria e

Prática. Leud - Livraria e Editora Universitária de Direito.

RIBEIRO, Vinício. O Estado de Direito e o Princípio da Legalidade da

Administração. Coimbra Editora.

SOUSA, Rubens Gomes de. Compêndio de Legislação Tributária. Res. Tributária

Ltda.

TRIGUEIRO, Oswaldo. Direito Constitucional Estadual. Forense

UCKMAR, Victor. Princípios Comuns de Direito Constitucional Tributário.

Editora Revista dos Tribunais.

VILANOVA, Lourival. As Estruturas Lógicas e o Sistema do Direito Positivo.

Rev. Tribunais.

Causalidade e Relação no Direito. Editora Saraiva.

Lógica Jurídica. José Bushatsky, Editor.

VILLEGAS, Héctor. Curso de Direito Tributário. Editora Revista dos

Tribunais.

Direito Penal Tributário. Editora Resenha Tributária.

XAVIER, Alberto Pinheiro. Conceito e Natureza do Lançamento Tributário.

Editora Juriscredi Ltda.

Do Procedimento Administrativo. José Bushatsky, Editor.

Os Princípios da Legalidade e da Tipicidade da Tributação. Editora Revista

dos Tribunais.

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 39

EXMO. SR. DR JUIZ DE DIREITO DA 3ª VARA DE EXECUÇÕES FISCAIS

A FAZENDA PÚBLICA ESTADUAL, nos autos da AÇÃO DECLARATÓRIA C/C

REPETITÓRIA nº 024.95.014171-3, contra si proposta por MATERNIDADE

OCTAVIANO NEVES S.A E OUTROS, não se conformando, data venia, com a v.

sentença de fls. 155/159, que acolheu a postulação inicial in totum, vem,

com base nos artigos 513 e seguintes do CPC, interpor contra a mesma

APELAÇÃO para o Egrégio Tribunal de Justiça de Minas Gerais, pelos motivos

e fundamentos de fato e de direito adiante elencados, que constituem parte

integrante da presente.

Requer a V.Ex.ª se digne recebê-la e mandá-la processar, na forma da

lei.

Belo Horizonte, 17 de novembro de 2000.

P.d. JOSÉ ALFREDO BORGES

Procurador da Fazenda Estadual

OAB/MG – 21.350

__________

APELAÇÃO NA AÇÃO DECLARATÓRIA C/C REPETITÓRIA nº 024.95.014171-3

3ª VARA DE EXECUÇÕES FISCAIS

Autores : MATERNIDADE OCTAVIANO NEVES S.A. e OUTROS

Ré : FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 40

RAZÕES DA APELANTE

EGRÉGIA CÂMARA

I - TEMPESTIVIDADE

1. A Ré, ora Apelante, foi intimada da sentença por publicação datada

de 19 de outubro de 2.000, tendo o prazo de 30 (trinta) dias para apelação

(artigo 508 c/c artigo 188, ambos do CPC) se iniciado em 20 de outubro,

pelo que expirará em 20 de novembro de 2.000, por força da prorrogação

legal, eis que nos dias 8 e 19 de novembro, sábado e domingo, não há

expediente forense. Tempestiva, portanto, a presente apelação.

II - DA AÇÃO PLEITEADA E SEUS FUNDAMENTOS: ANTECEDENTES

2. Os Autores, aqui Apelados, à alegação de que seria indevida a

cobrança do ICMS sobre o fornecimento de água para eles efetuado pela

COPASA – COMPANHIA DE SANEAMENTO DE MINAS GERAIS, e com fundamento nisto,

postularam, pela presente, a declaração da ilegalidade da cobrança; bem

como a condenação da Apelante/Ré na restituição dos valores recolhidos

(pagos) pela COPASA a título de ICMS sobre fornecimento de água tratada, e

que lhes (aos Apelados) teria sido repassado (transferido) pela COPASA,

contribuinte de direito, nas contas de água.

3. As alegações em que os Apelantes basearam sua afirmativa de

ilegalidade do ICMS sobre o fornecimento de água pela COPASA são de que:

- água não é mercadoria;

- fornecimento de água é serviço que só pode ser remunerado

por

tarifa, ou, quando muito, por taxa, nunca por imposto, como

o

ICMS.

4. Sem consistência jurídica tais alegações, data venia, e em total

colisão com o Sistema Constitucional Brasileiro, e a legislação dele

integrativa.

5. Conquanto isto, o Juízo de primeiro grau julgou procedente o

pedido, tanto para declarar ilegal a cobrança do tributo em questão, como

para condenar a Apelante a restituir aos Apelados o valor recolhido pela

COPASA a título de ICMS.

III – DA SENTENÇA RECORRIDA

6. A sentença de primeiro grau recorrida, invocando como fundamento

o artigo 23, incisos II e IX da Constituição Federal, mais as disposições

dos Decretos Estaduais nºs 32.809/91 e 33.611/92, que cuidam das atividades

da COPASA e da remuneração das mesmas, entendeu que o fornecimento de água,

por se configurar como serviço público remunerado mediante tarifamento, não

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 41

poderia ser considerado como atividade de comércio, nem a água considerada

mercadoria, o que afastaria a incidência do ICMS.

7. Ademais disto, aduziu o Juízo de primeiro grau que a cobrança do

ICMS sobre fornecimento de água não teria previsão legal, mas somente em

Decreto e Resolução do Executivo, o que implicaria ofensa ao princípio da

legalidade.

8. Desacertada, data venia, a sentença de primeiro grau, havendo que

ser reformada, eis que sem fundamento jurídico que a sustente, a par de

colidir frontalmente com a Constituição Federal, no dispositivo que contém

a regra matriz do ICMS, bem como a legislação integrativa da Carta Magna,

de nível complementar. Isto sem falar na disciplina legal a respeito da

matéria, em seus aspectos tributários, abrigada na legislação estadual.

9. Antes de entrar no mérito, contudo, de se enfrentar duas

preliminares, levantadas no primeiro grau de jurisdição, mas

desconsideradas, sem qualquer fundamento para tanto, pela sentença

recorrida.

IV – ILEGITIMIDADE ATIVA

10. A presente ação é, na verdade, repetitória, tão-somente, eis que

o pedido de declaração de ilegalidade do ICMS, como afirmam os próprios

Autores na inicial (item 7, fls. 5), é apenas pressuposto para a condenação

da Ré na restituição pedida. A declaração de ilegalidade do ICMS, pois, não

integraria o decisum e sim o seu fundamento, a sua motivação.

11. Mesmo porque, a declaração mencionada, na amplitude como

postulada pelos Autores, seria uma declaração em abstrato, eis que sem

referência a fatos certos já acontecidos, e, sim, alcançando situações

descritas genericamente, presentes, passadas e futuras. Tal declaração

judicial com efeito normativo, e, portanto, prospectivo, contudo, não é

prevista no nosso regime jurídico, salvo na via do controle concentrado de

constitucionalidade, que não é o caso presente. Se pedida, portanto, seria

um pedido juridicamente impossível.

12. Trata-se, pois, de uma ação repetitória de indébito tributário,

tão-somente.

13. Acontece que os Apelados, que se apresentam eles próprios como

consumidores da água fornecida pela COPASA, não têm titularidade ativa para

postular o ICMS devido por tal fornecimento, eis que não são sujeitos

passivos da obrigação tributária, únicas pessoas, segundo o Código

Tributário Nacional, que podem postular a restituição do indébito

tributário, conforme determinam os artigos 165 e seguintes do referido

diploma legal, que é a lei de normas gerais de Direito Tributário,

integrativa do texto constitucional, e de caráter nacional.

14. Assim dispõe, expressamente, o artigo 165 do CTN, ao regular o

pagamento indevido:

“Artigo 165 - O sujeito passivo tem direito, independente

de prévio protesto, a restituição total e parcial do

tributo (indevidamente pago) ...” (parênteses e grifos

não são do original).

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 42

15. Ora, os Apelados não são parte, não são sujeitos passivos nas

relações jurídicas tributárias que se instauraram com o fornecimento de

água pela COPASA para eles. As partes nestas relações jurídicas, conforme

determina a Lei Mineira nº 6763, de 26|12|75, com a redação dada pela Lei

nº 9758, de 10|02|89 (artigos 14 e 15, inciso X ); o Regulamento do ICMS

aprovado pelo Decreto 29.273, de 14|03|89, vigente á época dos fatos aqui

narrados (artigos 31, caput e § 1º, item 10), bem como o Regulamento do

ICMS atualmente em vigor, aprovado pelo Decreto Estadual nº 38.104/96

(Anexo IX, artigo 107), são, de um lado, como sujeito ativo, o Estado, e de

outro, como sujeito passivo, o fornecedor da água, no caso a COPASA.

16. Só a COPASA, portanto, sujeito passivo da obrigação tributária,

poderia postular a restituição, se indevida mesmo fosse a cobrança do

tributo no fornecimento de água.

17. Digno de relevo, ainda, que na conformidade do que determina o

artigo 6º do CPC, ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio,

salvo quando autorizado por lei. Inexiste qualquer disposição legal

autorizando os Apelados a postularem em nome próprio, como o fizeram,

direito de restituição que, se existente, caberia à COPASA. Carecedores os

Apelados da ação proposta, portanto, por ilegitimidade ativa para a

postulação repetitória de indébito tributário.

V – ILEGITIMIDADE PASSIVA

18. Por outro lado, se a COPASA repassa, ou não, no preço da água

por ela fornecida, o ICMS que deve recolher ao Estado por tal fornecimento,

é uma estipulação decorrente do contrato de fornecimento – relação de

direito privado entre a COPASA e os consumidores, como os Apelados– que

nada tem a ver, juridicamente, com a relação jurídica tributária, que se

instaura entre a Companhia e o Estado em virtude da incidência da norma

tributária.

19. Nas relações jurídicas entre a COPASA e os Apelados, consumidores

da água por ela fornecida, o Estado (aqui Apelante, com a designação de

FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS) não é parte, não podendo, assim,

sofrer efeitos jurídicos delas decorrentes, que não o atingem.

20. Se é indevida a inclusão do ICMS (pago ao Estado pela COPASA) no

fornecimento de água que faz aos adquirentes do produto, no caso os

Apelados, a parte legítima para responder sobre este indébito é a COPASA,

que faz o repasse, e não o Estado, que não é parte na relação jurídica

subjacente, como demonstrado.

21. Por outra, o repasse feito pela COPASA, do ICMS que paga pelo

fornecimento da água, que é um dos itens do seu custo, é legítimo, posto

que o ICMS é um imposto tipicamente de repercussão (imposto indireto, para

os que adotam este critério de classificação), ou seja, vai sendo

transferido as adquirentes sucessivos, até chegar ao consumidor final, no

caso os Apelados. Ou seja, o repasse é da natureza mesmo desse imposto.

22. Assim, se indevido fosse o tributo em questão -- e na verdade

isto não ocorre, pois tal operação é legitimamente tributada pelo ICMS,

face à regra matriz constitucional – e daí se extraísse a conclusão de ser

indevido, também, o repasse – pelo que importaria de enriquecimento sem

causa à COPASA – a pessoa hábil para figurar no polo passivo em ação na

qual se postulasse a devolução do repasse efetuado, ou seu ressarcimento,

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 43

seria quem auferiu o repasse, ou seja, a COPASA, e não a Apelante, que não

fez repasse a quem quer que seja.

23. O que resulta disso é que a Apelante é ilegítima passivamente

para responder por devolução ou reembolso de repasse de encargo de imposto

que não fez, sendo, por este motivo, parte ilegítima passivamente para a

ação, pela qual postularam os Apelados a devolução mencionada, isto se

admitido como tal o objeto da presente ação. Daí, carecedores os Apelados

da ação proposta, por ilegitimidade passiva da Apelante para responder por

repasse indevido que não fez.

VI – NO MÉRITO – DESACERTOS DA SENTENÇA RECORRIDA – LEGITIMIDADE DA

INCIDÊNCIA DO ICMS SOBRE O FORNECIMENTO DE ÁGUA

24. Sem qualquer consistência, data venia, as alegações em que os

Apelados escoraram sua afirmativa de ilegalidade da cobrança do ICMS sobre

o fornecimento de água, e que acabaram sendo acolhidas pela sentença

recorrida.

25. Começa que, contrariamente ao decidido pelo Juízo de primeiro

grau, água, quando fornecida (vendida) por quem a extrai e trata com esta

finalidade, de fornecimento aos consumidores que dela necessitem, é

mercadoria, segundo o conceito elaborado pelo Direito Comercial, e adotado

pelo Direito Tributário. Aliás, a lei instituidora do ICMS não teria nem

como adotar outro conceito que não o do direito comercial, conforme

determina expressamente o artigo 110 do Código Tributário Nacional, já que

usado este para definir a competência tributária do Estado no que toca tal

imposto.

Veja-se.

26. AURÉLIO BUARQUE DE HOLANDA FERREIRA (Novo Dicionário da Língua

Portuguesa, Ed. Nova fronteira, RJ, 1ª edição, 6ª impressão, p. 913) define

mercadoria como aquilo que é objeto de comércio; mercancia, ou aquilo que

se comprou e se expôs à venda. Apesar da singeleza da definição, que não

nos dá uma notícia completa da coisa, é útil para enfatizar esta qualidade

extrínseca, ou seja, a destinação à venda, para se conceituar um bem como

mercadoria. Neste sentido, se bem que com maior riqueza de detalhes, é a

definição de ANTENOR NASCENTES e CALDAS AULETE.

27. Do ponto de vista jurídico não é de outra forma. DE PLACIDO E

SILVA (Vocabulário Jurídico, Forense, RJ, 3ª edição, 1974, volume III) diz

que o termo mercadoria é derivado do latim merx, do que se formou mercari,

e “...exprime propriamente a coisa que serve de objeto à operação

comercial. Ou seja, a coisa que constitui objeto de uma venda. É

especialmente empregado para designar as coisas móveis, postas em

mercado... A rigor, pois, mercadoria é designação genérica dada a toda coisa móvel,

apropriável, que possa ser objeto de comércio... A coisa que não está para a venda não é mercadoria...” (Grifos não originais)

28. A par das qualidades intrínsecas ressaltadas pelo eminente

mestre, nota-se a ênfase na qualidade extrínseca de destinação ao comércio.

29. Outro não é o ensinamento do PAULO DE BARROS CARVALHO (Hipótese de

Incidência do ICMS, parecer, p.23), para quem, nas províncias do Direito,

designa-se por tal vocábulo -- MERCADORIA -- “... a coisa móvel, corpórea,

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 44

que esta no comercio, equivale a dizer, entre os bens susceptíveis de

negociados”.

30. PONTES DE MIRANDA (Comentários á Constituição de 1967, com Emenda nº 1, de

1969, 9ª edição, SP, Ed. Revista dos Tribunais, Tomo II, p. 505) inclui no conceito de mercadoria até os bens imóveis.

31. O que importa, contudo é que, as qualidades intrínsecas do bem

(coisa móvel, corpórea, fungível) não são da essência do conceito de

mercadorias, que se estrutura em torno de sua destinação, qualidade

extrínseca.

32. Nesse sentido é o magistério do clássico JOSÉ XAVIER CARVALHO DE

MENDOÇA (Tratado de Direito Comercial Brasileiro, 5ª edição, RJ, Livraria

Freitas Bastos, 1955, volume V, p. 10 e 28), assim manifestado: “As coisas,

quando objeto da atividade mercantil, por outra, quando objeto de troca, de

circulação econômica, tomam o nome específico de mercadorias...A coisa,

enquanto se acha na disponibilidade do industrial, que a produz, chama-se

produto, manufato ou artefato; passa a ser mercadoria logo que é objeto de

comércio do produtor ou do comerciante por grosso ou a retalho, que a

adquire para revender a outro comerciante ou ao consumidor. E conclui o

ilustre comercialista: “A mercadoria está portanto, para a coisa, como a espécie para

o gênero. Todas as mercadorias são necessariamente coisas; nem todas as coisas, porém,

são mercadorias. Não há, como se vê, diferença de substância entre coisa e mercadoria; a

diferença é de destinação.” (Grifos não originais)

33. Este o conceito de mercadoria elaborado no âmbito do direito

comercial. Pergunta-se, então: teria o direito tributário, ao se referir ao

termo, alterado o conceito de mercadoria firmado pelos comercialistas, como

CARVALHO DE MENDONÇA, WALDEMAR FERREIRA, FRAN MARTIS, RUBENS REQUIÃO, e

outros?

34. Não há, nem na Constituição nem na legislação

infraconstitucional, nada que autorize se fale em outro conceito de

mercadoria para o direito tributário. Destarte, também no âmbito do direito

tributário descabe falar-se em outro conceito de mercadoria que não aquele

adotado, à unanimidade, pelos comercialistas. Neste sentido prelecionam os

tributaristas pátrios.

35. Afirma CARLOS DA ROCHA GUIMARÃES (Isenção e não-incidência tributárias –

Imposto sobre circulação de mercadorias – Alienação fiduciária, in Revista de Direito Administrativo nº 110, outubro/dezembro de 1972, p. 355/361) que o conceito

de mercadoria, para efeito de incidência de ICM – antecessor do ICMS, e

que, no que toca à incidência sobre operações relativas à circulação de

mercadorias, era idêntico ao atual ICMS -- não se deduz de qualquer

propriedade física inerente à coisa. “’E uma característica que lhe advém

do uso que dela se faça... É, pois, um atributo que lhe advém do fato de

ser objeto de comercialização.

36. Endossando tal orientação, temos BERNARDO RIBEIRO DE MORAES,

GERALDO ATALIBA, JOSÉ SOUTO MAIOR BORGES, GERALDO DE CAMARGO VIDIGAL, YLVES

JOSÉ DE MIRANDA GUIMARÃES, RUBENS GOMES DE SOUZA, HUGO DE BRITO MACHADO e

outros, de igual coturno.

37. No caso específico da água tratada fornecida, vem se sucedendo,

também, as manifestações doutrinárias e jurisprudenciais no sentido da

legitimidade da incidência do ICMS sobre tal fornecimento.

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 45

38. Em trabalho pioneiro a respeito da matéria, datado de 1991, HUGO

DE BRITO MACHADO (Regime jurídico da venda de água, in Revista Jurídica da

Procuradoria Geral da Fazenda Estadual nº 05, Governo do Estado de Minas

Gerais, Belo Horizonte, MG, janeiro/março de 1992, p. 9/16 – cópia anexa),

já defendia o eminente Autor que o fornecimento de água não se enquadra

como serviço, enquadrando-se, sim, como operação relativa à circulação de

mercadoria, e sujeita ao ICMS.

39. Na mesma trilha as decisões judiciais anexadas ao memorial de

razões finais de fls. e fls. apresentado no primeiro grau de jurisdição,

uma de segundo grau, proferida no julgamento da Apelação Cível nº 20.099-8,

pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais e outra de primeiro grau,

proferida no julgamento da Ação Declaratória nº 024.90.687269-2, pelo Juízo

da 1ª Vara da Fazenda Pública de Belo Horizonte .

40. E não poderia ser outro o entendimento, data venia. É que,

sendo a água extraída e canalizada pela COPASA exatamente para fornecê-la

aos consumidores interessados e necessitados de tal produto, é

indubitavelmente, mercadoria, enquadrando-se o seu fornecimento, portanto,

na regra matriz do ICMS insculpida no artigo 155, inciso II, da

Constituição Federal; e subsumindo-se, pois, na hipótese de incidência do

ICMS, tal como definida pela lei mineira instituidora do tributo, a Lei nº

6763/75, na redação dada pela Lei Estadual nº 9.758, de 10/02/89, em seu

artigo 5º.

41. E, se instituída por lei, cai por terra a outra alegação, também

acolhida pela sentença recorrida, de que o ICMS sobre a água fornecida pela

COPASA teria sido instituído por Decreto.

42. O que fez o Decreto regulamentador foi explicitar, detalhar,

descrever, exemplificativamente, de forma mais específica, para maior

facilidade de aplicação da norma de tributação, algumas operações – não

todas -- que se enquadram no campo de incidência do ICMS, segundo a

definição legal, nada mais. E isto é tarefa típica de regulamento –

explicitar o comando legal para a sua cômoda e fiel aplicação.

43. Seria um despropósito, e contrário ao princípio da repartição de

funções consagrado na Carta Magna, que a lei tivesse que descrever todas as

espécies de mercadorias. Nem o Decreto o fez. É uma exigência absurda,

calcada no entendimento equivocado, data venia, dos Apelados e do Juízo de

primeiro grau, a respeito do princípio da legalidade e da função da lei

tributária, na descrição da hipótese de incidência do tributo.

44. Algumas considerações ainda se impõem com relação aos fundamentos

da sentença recorrida. Os incisos II e IX do artigo 23 da Constituição

Federal, com base nos quais entendeu o Juízo de primeiro grau que o

fornecimento de água se configuraria como serviço público remunerado

mediante tarifamento, pelo que não poderia ser considerado como atividade

de comércio, não autorizam, de forma alguma, tal conclusão deles extraída

pela sentença.

45. Como se vê pela leitura dos dispositivos mencionados, nem de

serviços públicos cuidam os mesmos; e o fato de se mencionar saúde pública,

em um deles, não transforma, evidentemente, todas as atividades a ela, à

saúde pública, relacionadas em atividades de serviço público.

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 46

46. Serviço público, no Brasil, é o que é assim definido por norma

específica, e submetido ao regime próprio dos serviços públicos, tal como

determinado pelo artigo 175 da Constituição Federal.

47. Na Constituição Federal, nos incisos XI e XII do artigo 21, já

temos algumas atividades definidas como de serviço público, e submetidas ao

regime específico. São elas, resumidamente: serviços de telecomunicações,

produção e fornecimento de energia elétrica, serviços de transporte, aéreo,

ferroviário, aquaviário e rodoviário.

48. Quanto ao fornecimento de água, não é ali mencionado, mas, pelo

que se extrai do Código de Águas, mais especificamente de seu artigo 43,

que submete o aproveitamento de águas com o fim de higiene a regime

próprio, típico de serviço público, pode o conjunto das atividades que

resultem no fornecimento de água ser considerado como serviço público, sim.

Tais atividades seriam as desempenhadas pela COPASA.

49. A indagação a se fazer, então, é se isto – a submissão da

atividade, como um todo, a um regime de serviço público – excluiria a

tributação da mesma. A resposta é não. A circunstância da atividade estar

submetida ao regime jurídico específico dos serviços públicos, não

interfere em nada na tributação. O que importa para o direito tributário é

se a situação ou operação -- considerada em seu todo ou em seus

desdobramentos -- se quadra ou não na hipótese de incidência de imposto

instituído por lei, com base na Constituição Federal. E só.

50. Tanto assim é que os serviços públicos de transporte e

comunicações, conceituados pela própria Carta Magna como serviços públicos,

como visto linhas atrás, são normalmente tributados, e pelo mesmo ICMS

(Constituição Federal, artigo 155, inciso II), que ganhou o S em sua sigla

exatamente por isto.

51. Reforça ainda a tributação dos serviços públicos, se subsumidos

em alguma norma de incidência de tributo instituído por lei, a

circunstância de que a Constituição Federal, exclui da imunidade recíproca

tributária os serviços em que haja pagamento de tarifa pelo usuário (artigo

150, § 3º). Então, no caso aqui presente, mesmo que o fornecimento de água

fosse feito pelo próprio Estado, estaria o mesmo excluído da imunidade. Não

seria tributado somente pela circunstância de que não teria sentido o

Estado tributar-se a si mesmo.

52. Agora, no caso da COPASA, ainda que se trate de empresa pública

instituída pelo Estado, é outra pessoa, e vai ser submetida ao regime

tributário aplicável às atividades por ela desenvolvidas.

53. De se ressaltar, ainda, que nos termos do artigo 173, § 2º, da

Constituição Federal

“As empresas públicas e as sociedades de economia mista não

poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do

setor privado”

54. Vai daí que, nem se quisesse poderia o legislador estadual dar

tratamento diferenciado ao fornecimento de água pela COPASA, pelo fato de

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 47

ser ela empresa pública, em sentido amplo, constituída sob a forma de

sociedade de economia mista, instituída pelo Estado.

55. Por derradeiro, mas não menos importante, de se salientar que as

atividades desenvolvidas pela COPASA, conforme os termos do Regulamento

aprovado pelo Decreto nº 32.809, de 29/07/91 (artigo 3º), em seu todo, das

quais resultam o fornecimento de água, quando muito teriam que ser

consideradas como atividades mistas.

56. E não se pode esquecer que a própria Lista de Serviços tributados

pelo imposto municipal sobre serviços (anexa ao Decreto-lei nº 406, de

31/12/68, com a redação dada pela Lei Complementar nº 56, de 15 de dezembro

de 1987), no caso de atividades mistas, sempre ressalva a incidência do

ICMS sobre a parte da atividade que se traduza em fornecimento de

mercadorias, como anotado em diversos itens da mesma (itens 32, 34, 38, 42,

dentre vários outros). Há que se ressaltar, todavia, que as atividades

desenvolvidas pela COPASA não se enquadram em nenhum item da Lista de

Serviços tributados pelo ISS.

57. Desta forma, sendo mercadoria, e objeto de uma operação jurídico-

mercantil, de venda pela COPASA aos Autores, incidente o ICMS na espécie –

fornecimento de água por tal entidade -- pelo que legítima a exigência do

imposto feita à COPASA, e devido o pagamento do ICMS, tal como efetuado, ao

Estado. E legítimo, também, o repasse de tal encargo tributário feito pela

COPASA aos Apelados, nas contas de água fornecida a eles, eis que não há

regra legal alguma que vede tal repasse.

58. Descabido, portanto, também no mérito, o pedido de restituição

feito pelos Apelados.

59. Pelo exposto, espera e confia a Apelante que seja provido seu

recurso, e reformada a sentença de primeiro grau, para, reconhecendo a

ilegitimidade ativa dos Apelados, julgá-los carecedores da ação proposta,

extinguindo o processo sem julgamento do mérito; ou, se ao mérito se

chegar, para julgar a ação improcedente, com o que estarão restabelecidos o

DIREITO e a JUSTIÇA.

Belo Horizonte, 17 de novembro de 2000.

P.d. JOSÉ ALFREDO BORGES

Procurador da Fazenda Estadual

OAB/MG nº 21.350

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 48

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 49

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 50

DECISÕES JUDICIAIS

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 51

APELAÇÃO CÍVEL Nº 000.162.196-0/00 - COMARCA DE DIVINO

APELANTES: VELERSON FERREIRA DE AMORIM E SUA MULHER

APELADA : FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS

RELATOR : EXMO. SR. DES. JOSÉ BRANDÃO DE RESENDE

EMENTA: EMBARGOS DE TERCEIRO - TRANSFERÊNCIA SUCESSIVA DE BEM MÓVEL -

CLARA INTENÇÃO DE FRUSTRAR A EXECUÇÃO - RECONHECIMENTO DA INEFICÁCIA

DA ALIENAÇÃO - IRRELEVÂNCIA DA BOA-FÉ DO COMPRADOR - SENTENÇA MANTIDA

- RECURSO DESPROVIDO.

A C Ó R D Ã O

Vistos etc., acorda, em Turma, a PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL do Tribunal de

Justiça do Estado de Minas Gerais, incorporando neste o relatório de fls.,

na conformidade da ata dos julgamentos e das notas taquigráficas, à

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 52

unanimidade de votos, EM NEGAR PROVIMENTO.

Belo Horizonte, 04 de abril de 2000.

DES. JOSÉ BRANDÃO DE RESENDE - Relator

__________

NOTAS TAQUIGRÁFICAS

O SR. DES. JOSÉ BRANDÃO DE RESENDE:

V O T O

Conheço do recurso, presentes os requisitos de admissibilidade.

Velerson Ferreira de Amorim e esposa opuseram embargos de terceiro,

nos autos da ação de execução movida pela Fazenda Pública Estadual contra

Laticínios HL Ltda. e outros, alegando serem legítimos proprietários do

terreno rural, com área de 67.500 m2, e respectivas benfeitorias, situada

no imóvel denominado Fazenda Rochedo, objeto de penhora na referida ação.

Alegaram os embargantes terem adquirido o mencionado imóvel de

Aloísio Augusto Hotz, conforme escritura pública lavrada em 08.03.95,

pessoa estranha à execução movida, inexistindo por parte deles qualquer

ânimo de fraude.

Disseram, ainda, que a compra efetivada constituiu um ato jurídico

perfeito, inexistindo, à época, qualquer ação, protesto de título ou débito

tributário em nome do vendedor do imóvel que, segundo diversas certidões,

estava livre de qualquer gravame.

A Fazenda Pública Estadual, em sua contestação, assegura que na

transmissão do imóvel ocorreu indisfarçável fraude à execução, eis que o

devedor primitivo transferiu-o a seu irmão, Aloísio Augusto Hotz, que, por

seu turno, apesar de intimado a não fazê-lo, vendeu o imóvel aos

embargantes.

O MM. Juiz Sentenciante julgou improcedente o pedido dos embargos,

reconhecendo a ocorrência de fraude à execução, e, por isto, declarando

subsistente a penhora.

Inconformados, Velerson Ferreira de Amorim e sua esposa interpuseram

o presente recurso de apelação, insistindo nas mesmas teses defendidas na

peça exordial.

Contra-razões apresentadas às fls. 62/66, pugnando pela manutenção de

sentença.

A douta Procuradoria-Geral de Justiça deixou de opinar em respeito à

Súmula nº 189 do STJ.

Não merece reparos a decisão de primeiro grau.

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 53

Do acurado exame dos autos colhe-se que o devedor Hélcio Hotz, depois

de validamente citado para responder a uma ação de execução que lhe movia a

Fazenda Pública Estadual, fundada na CDA nº 154/148-6, alienou a seu irmão

Aloísio Augusto Hotz o único bem que possuía. Este último, mesmo depois de

intimado a não dispor do imóvel sob litígio, solicitada que já tinha sido

sua penhora, vendeu-o aos ora apelantes.

Ao assim agir, visava o devedor frustar a execução que lhe era

movida, em flagrante e inadmissível fraude à execução prevista no art. 593

do CPC, fato, aliás, já perfeitamente reconhecido por sentença trânsita.

Ora, como sabido, em casos da espécie a força da execução continua a

atingir o bem alienado tornando a alienação inteiramente ineficaz, como se

não tivesse existido.

Esta ineficácia, reconhecida em relação à primeira venda, contamina

de forma insanável todas as demais, tornando-as também ineficazes.

Irrelevante a boa-fé, se é que existiu, porque a intenção fraudulenta

recai sobre o próprio bem, não sobre a relação entre comprador e vendedor.

Neste sentido vale relembrar escólios do sempre acatado Humberto

Theodoro Júnior ao pontificar acerca da caracterização da fraude à

execução:

“Não se requer, por isso, a presença do elemento subjetivo da fraude

(concilium fraudis) para que o negócio incida no conceito de fraude de

execução. Pouco importa, também, a boa-fé do adquirente. No dizer de

Liebman, ‘a intenção fraudulenta está in re ipsa; e a ordem jurídica não

pode permitir que, enquanto pende o processo, o réu altere a sua posição

patrimonial, dificultando a realização da função jurisdicional’.” (Manual

de Direito Processual Civil, Ed. Saraiva, 4ª Edição, pág. 111, v. 2).

Pelo exposto, confirmando a bem lançada sentença, nego provimento ao

recurso.

Custas “ex lege”.

O SR. DES. PÁRIS PEIXOTO PENA:

V O T O

De acordo.

O SR. DES. ANTÔNIO HÉLIO SILVA:

V O T O

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 54

De acordo.

S Ú M U L A: NEGARAM PROVIMENTO.

APELAÇÃO CÍVEL Nº 000.169.379-5/00 - COMARCA DE JUIZ DE FORA

APELANTES: MENDES JÚNIOR SIDERURGIA S/A, NOVA DENOMINAÇÃO DE SIDERÚRGICA

MENDES JÚNIOR S/A E OUTROS

APELADA : FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS

RELATOR : EXMO. SR. DES. ANTÔNIO HÉLIO SILVA

EMENTA: ICMS - OPERAÇÃO DE EXPORTAÇÃO - PRODUTOS SEMI-ELABORADOS

Em se tratando de produtos semi-elaborados, é justo que sofram a

incidência de ICMS na sua remessa para o exterior.

A C Ó R D Ã O

Vistos etc., acorda, em Turma, a PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL do Tribunal de

Justiça do Estado de Minas Gerais, incorporando neste o relatório de fls.,

na conformidade da ata dos julgamentos e das notas taquigráficas, à

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 55

unanimidade de votos, EM REJEITAR PRELIMINARES E DAR PROVIMENTO PARCIAL AO

RECURSO.

Belo Horizonte, 04 de abril de 2000.

DES. ANTÔNIO HÉLIO SILVA - Relator

__________

NOTAS TAQUIGRÁFICAS

Proferiram sustentação oral, pelos apelantes, o Dr. Rodolfo de Lima

Gropen, e, pela apelada, o Dr. José Alfredo Borges.

O SR. DES. ANTÔNIO HÉLIO SILVA:

V O T O

É DE SE CONHECER DO RECURSO.

Versam os autos sobre embargos opostos a execução fiscal, julgados

improcedentes e, não se conformando, os embargantes recorreram, alegando

que a execução é nula por ausência de liquidez e certeza da CDA exeqüenda;

que houve entendimento equivocado da recorrida, porquanto os produtos que

fabrica e exporta não são considerados como semi-elaborados, já tendo a

recorrente protocolado reclamação junto à Administração Fazendária, o que

suspende a exigibilidade do crédito tributário; que os diretores da

embargante não têm legitimidade para figurarem no pólo passivo da presente

demanda, pois não são pessoalmente responsáveis pelo crédito exeqüendo; que

o ICMS não incide sobre os produtos industrializados, a teor do artigo 155,

II, § 2º, X, “a”, da Constituição Federal; que os produtos exportados pela

apelante não se enquadram na definição de semi-elaborados prevista na Lei

Complementar nº 65/91; que para um produto ser considerado semi-elaborado,

ele precisa preencher, cumulativamente, os três requisitos previstos no

artigo 1º da referida lei complementar; que o artigo 2º desta lei delegou

ao CONFAZ poderes para estabelecer regras de apuração do custo industrial e

para listar os semi-elaborados; que a delegação conflita com o princípio da

separação dos Poderes, sendo, assim, inconstitucionais o artigo 2º da Lei

Complementar nº 65/91, bem como o Convênio ICMS nº 15/91; que a perícia

constatou que os produtos exportados pela embargante não atendem a dois dos

três requisitos do artigo 1º da citada lei complementar, não podendo, pois,

serem considerados semi-elaborados; que os honorários arbitrados são

excessivos.

Não merece acolhida a alegação de nulidade da execução, eis que a CDA

exeqüenda contém todos os requisitos legais exigidos, gozando, pois, de

presunção de certeza e liquidez, que pode ser ilidida apenas por prova

inequívoca e segura, o que não ocorreu no caso dos autos, sendo irrelevante

o fato de a embargante, então apelante, ter oferecido reclamação contra a

inclusão de produtos de sua fabricação entre os semi-elaborados, porquanto

a reclamação que suspende a exigibilidade do crédito tributário é a que

visa impugnar o lançamento, não se confundindo, pois, com a interposta pela

recorrente, pelo que É DE SE REJEITAR ESTA PRELIMINAR.

No que se refere à ilegitimidade passiva dos sócios da embargante,

igualmente não procede a alegação, eis que são eles que agem em nome da

empresa, praticando atos de gestão e representação, carreando para si a

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 56

responsabilidade dos atos necessários ao funcionamento daquela, não

podendo, agora, pretender serem excluídos da lide, mesmo porque a simples

omissão no pagamento do tributo constitui infringência legal, e devem

responder pessoalmente por tal violação, conforme vêm entendendo os

tribunais, razão pela qual É DE SE REJEITAR TAMBÉM ESTA PRELIMINAR.

No mérito, apesar da extensa peça apelatória, a questão centra-se ao

exame do enquadramento ou não dos produtos siderúrgicos não-planos (fio-

máquina, fio-máquina com outras ligas e vergalhão (barra) para concreto

armado) exportados pela embargante, ora apelante, como sendo produtos semi-

elaborados ou não, para efeito da incidência do ICMS, na forma do artigo 1º

da Lei Complementar nº 65/91.

O artigo 155, § 2º, X, “a”, da Constituição Federal confere à lei

complementar a definição dos produtos semi-elaborados excluídos da

imunidade tributária para exportação.

Para atender tal disposição, a Lei Complementar nº 65/91 definiu os

produtos semi-elaborados que podem ser tributados pelos Estados e pelo

Distrito Federal, fixando em seu artigo 1º determinados parâmetros para a

conceituação de tais produtos e, no seu artigo 2º, caput, inciso II,

estabeleceu caber ao CONFAZ elaborar lista de produtos industrializados e

semi-elaborados.

Assim, os produtos que se encontrarem dentro dos parâmetros definidos

nos incisos, I, II ou III do artigo 1º da Lei Complementar nº 65/91 não

podem ser classificados como produtos industrializados, conforme faz crer a

apelante.

Em reunião do CONFAZ foi celebrado o Convênio ICMS nº 15/91, que

fixou, nos moldes do estabelecido pela Lei Complementar nº 65/91, a lista

de produtos semi-elaborados para efeito de incidência do ICMS nas suas

operações de exportação. A lista anexa ao Convênio ICMS nº 07/89 continuou

sendo aplicável com alterações que lhe foram introduzidas pela inclusão dos

produtos classificados no Código de Nomenclatura Brasileira de Mercadorias

- Sistema Harmonizado - NBM-SH, publicado no DOU de 28.11.88.

Desta forma, a lista de produtos semi-elaborados, dentre os quais se

incluem aqueles exportados pela recorrente, anexa ao Convênio nº 15/91, o

qual convalidou o Convênio nº 07/89, confeccionada pelo CONFAZ ao comando

também da Lei Complementar nº 65/91, escapa ao crivo do Judiciário que,

mesmo se baseado em prova pericial, não detém competência para alterá-la,

uma vez que o cerne da questão radica-se no domínio legislativo e do

direito.

Não há, pois, que se falar em inconstitucionalidade do artigo 2º da

Lei Complementar nº 65/91 e nem do Convênio nº 15/91, porquanto, mesmo

antes da edição da referida lei complementar, era válida a regulamentação

do ICMS na exportação de semi-elaborados, feita através de legislação

estadual (art. 34, § 8º, ADCT da CF) e com base no Convênio nº 66/88.

Igualmente improcedente é a pretensão da embargante/apelante de que

as condições impostas pela lei complementar, para definição de produto

semi-elaborado, sejam cumulativas, porquanto, muito embora haja

entendimentos contrários, porém não uníssonos, assim não determina a lei,

não podendo o intérprete distingui-la em seu próprio benefício, e como os

produtos exportados pela apelante não atendem a dois dos três requisitos do

artigo 1º da Lei Complementar nº 65/91, conforme por ela própria

reconhecido e como também apurado pela perícia (fls. 189/210, com os

esclarecimentos de fls. 242/246), legítima é a exigência do Fisco Estadual,

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 57

não merecendo, portanto, qualquer reforma a sentença recorrida.

Quanto aos honorários advocatícios temos que, realmente, excessiva

está a verba arbitrada, mesmo se considerarmos o trabalho e tempo

dispendido pelos procuradores das partes, a teor do disposto no artigo 20,

§§ 3º e 4º, do CPC, merecendo, nesta parte, ser modificada a sentença.

Pelo exposto, É DE SE DAR PROVIMENTO PARCIAL AO RECURSO, para tão-

somente fixar a verba honorária em 10% (dez por cento) sobre o valor do

débito, devidamente atualizado, permanecendo os demais termos da sentença.

Custas na proporção de 90% (noventa por cento) para os apelantes e

10% (dez por cento) para a apelada.

O SR. DES. GARCIA LEÃO:

V O T O

De acordo.

O SR. DES. JOSÉ BRANDÃO DE RESENDE:

V O T O

Peço vista.

S Ú M U L A: PEDIU VISTA O VOGAL, APÓS VOTAREM O RELATOR E O

REVISOR REJEITANDO PRELIMINARES E DANDO PROVIMENTO

PARCIAL AO RECURSO.

_________

NOTAS TAQUIGRÁFICAS

Assistiram ao julgamento, pelos apelantes, o Dr. Joaquim Falci

Castelões, e, pela apelada, o Dr. José Alfredo Borges.

O SR. DES. PRESIDENTE:

O julgamento deste feito foi adiado na sessão do dia 28/03/00, a

pedido do Vogal, após votarem o Relator e o Revisor rejeitando preliminares

e dando provimento parcial ao recurso.

Com a palavra o Des. José Brandão de Resende.

O SR. DES. JOSÉ BRANDÃO DE RESENDE:

V O T O

I - Rejeito também as preliminares de acordo com o voto do eminente

Relator.

II - A questão em debate, no mérito, não é nova nesta Câmara, tendo

eu, por mais de uma vez, manifestado opinião, que termina por abrigar,

enquanto inaplicável a Lei Complementar nº 87/96, a tese favorável à

tributação dos produtos semi-elaborados, desde que esses, dada sua

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 58

finalidade, se caracterizem como elementos destinados à fabricação de

produtos acabados, mesmo que atendam aos requisitos que identificam um

produto semi-elaborado, nos termos do art. 1º da Lei Complementar nº 65/91.

Permito-me, por isso, servir-me do voto que proferi na apelação nº

114.645-5, também como vogal do eminente colega Des. Antônio Hélio Silva.

Ei-lo, mutatis mutandis:

Tal como deixou esclarecido o douto Ministro Marco Aurélio do egrégio

STF, na ADIn nº 600-2 proposta pelo Governo de Minas Gerais, a

interpretação correta à definição de produtos semi-elaborados se faz pela

incidência, cumulativa, dos 3 incisos do art. 1º da Lei Complementar nº

65/91.

Com efeito, se os elementos produzidos pela embargante (produtos

siderúrgicos não-planos denominados fio-máquina, fio-máquina com outras

ligas e vergalhão (barra) para concreto armado - fls. 190-TJ, item 1-)

escapam à definição complexa marcada pelas três condições dos citados

incisos, como afirma a apelante (fls. 347-TJ, item 3), sustentando-se nos

esclarecimentos adicionais retirados do exame pericial (fls. 242/246-TJ),

há de se reconhecer, pelo menos em tese, não se tratar de produtos semi-

elaborados.

Sem embargo desse entendimento, verifico, como já fiz em relação a

outros produtos siderúrgicos de espécies iguais ou semelhantes, que estamos

a enfrentar um fato científico e material inarredável, a confirmar serem

também as peças em questão produtos de finalidade industrial intermediária,

aplicáveis como matéria-prima para a confecção de produtos finais.

Neste sentido, indagado (quesito 13) pela apelante se os seus

produtos se caracterizavam como “utensílios ou produtos finais capazes, por

si só, de satisfazerem alguma necessidade humana imediata sem que, para

isso, necessitem sofrer mais elaboração?”, o perito oficial respondeu (fls.

193-TJ):

“Os produtos siderúrgicos fio-máquina, fio-máquina com outras ligas

não se constituem em utensílios ou produtos finais, devendo sempre sofrer

algum tipo de transformação mecânica seguida, geralmente de tratamentos

superficiais, para a obtenção de produtos tais como: arames, parafusos,

telas soldadas, arames farpados, pregos, etc. Já o vergalhão para concreto

armado tem uso direto na construção civil.”

Não se trata, portanto, os elementos tributados, de produtos

industrializados acabados a extremar-se do conceito de produto

industrializado semi-elaborado, este um produto intermediário, em processo,

sem mais serventia imanente que não a de servir à fabricação de um outro

produto intermediário ou acabado.

Ora, se, acabados ou não, todos os produtos passam pelo processo

industrial, impõe-se a ilação de que os produtos semi-elaborados, além de,

logicamente, intermediários, não têm, em si, e por isso, outra finalidade

senão a de servirem à fabricação de um produto final.

Assim, posicionando-se diante da questão, tenho que, embora fujam dos

critérios definidores estabelecidos nos incisos do art. 1º da Lei

Complementar nº 65/91, mas não sendo, por si mesmos, produtos

industrializados acabados, tal como objetiva a imunidade constitucional,

são produtos semi-elaborados sujeitos à incidência do ICMS nas operações de

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 59

exportação.

Considero que assim entendendo não estou a julgar contra a lei, mas,

por uma questão de justiça, suprindo-a diante do fato concreto, vez que os

semi-elaborados em questão, por se tratar de matéria-prima intermediária

destinada a fabricação de novos produtos, merece a inscrição feita na lista

dos produtos industrializados semi-elaborados aprovada pelo CONFAZ, na

forma do art. 2º da LC - 65/91.

À vista do exposto, ponho-me de acordo com o voto do eminente colega

Relator, inclusive quanto à redução dos honorários para 10% do valor do

débito.

Custas pela apelante.

S Ú M U L A: REJEITARAM PRELIMINARES E DERAM PROVIMENTO PARCIAL AO

RECURSO.

APELAÇÃO CÍVEL Nº 000.156.626-4/00 - COMARCA DE BELO HORIZONTE

APELANTE: ATLANTIS COSMÉTICOS BELEZA LTDA.

APELADA : FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS

RELATOR : EXMO. SR. DES. CARREIRA MACHADO

EMENTA: EXECUÇÃO FISCAL – CDA – TAXA SELIC – JUROS – MULTAS -

APLICAÇÃO – POSSIBILIDADE.

A C Ó R D Ã O

Vistos etc., acorda, em Turma, a QUARTA CÂMARA CÍVEL do Tribunal de

Justiça do Estado de Minas Gerais, incorporando neste o relatório de fls.,

na conformidade da ata dos julgamentos e das notas taquigráficas, à

unanimidade de votos, EM NEGAR PROVIMENTO.

Belo Horizonte, 13 de abril de 2000.

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 60

DES. CARREIRA MACHADO - Relator.

__________

NOTAS TAQUIGRÁFICAS

O SR. DES. CARREIRA MACHADO:

V O T O

Conheço do recurso. Próprio, tempestivo, regularmente preparado e

processado.

Atlantis Cosméticos e Beleza Ltda., inconformada com a respeitável

sentença de fls. 93/95-TJ, que julgou improcedentes os presentes embargos à

execução em apenso, que lhe é movida pela Fazenda Pública do Estado de

Minas Gerais, subsistente a penhora efetivada, e condenou-a ao pagamento

das custas judiciais e de honorários advocatícios arbitrados em 10% sobre o

valor da execução, dela apelou, insurgindo-se contra o inacolhimento de

seus embargos e redargüindo nulidade do título executivo, alegando não

preencher a CDA que a lastreia os requisitos do artigo 2º, § 5º, inciso II,

da Lei 6.830/80, pelo que faltam-lhe os requisitos de certeza e liquidez,

atraindo, por isso, aplicação do art. 203 do Código Tributário Nacional no

que estatui ser causa de nulidade da inscrição e do processo de cobrança

dela decorrente a omissão de quaisquer dos requisitos previstos no artigo

anterior; insurge-se, também, contra a aplicação da taxa SELIC sobre o

valor do débito em execução; alega que a taxa de juros na forma cobrada

excede o previsto no parágrafo 3º do artigo 192 da Carta Magna; insurge-se,

também, contar a multa lançada na CDA, alegando que ela foge do princípio

da gradação da penalidade e tem natureza confiscatória.

Não tem razão a Apelante.

Um simples passar d’olhos na Certidão de Dívida Ativa que ampara a

execução - fls. 03 do apenso - é suficiente para se entender que não passa

de mera falácia a alegação de que ela não preenche os requisitos do artigo

2º, § 5º, II, da Lei 6.830/80, uma vez que nela está contido o valor

originário da dívida, o seu termo inicial e a forma de calcular os juros de

mora e demais encargos legais, de forma clara e objetiva, “in verbis”: “A

partir de 01.12.96, será aplicada a taxa de juros de mora prevista na Res.

2.816/96, alterada pela Res. 2.825/96”, sendo suficientes estes registros

para atender o que determinado no mandamento legal referido.

No que se insurge contra a incidência da taxa SELIC sobre o débito em

execução, a título de mora, melhor sorte não assiste à Apelante.

A aplicação da referida taxa, “in casu”, encontra guarida na

Resolução nº 2.816, de 23 de setembro de 1.996, do Exmo. Sr. Secretário de

Estado da Fazenda do Estado de Minas Gerais, que é fundamentada no artigo

226 e seu parágrafo único, da Lei estadual nº 6.763, de 26 de dezembro de

1.975, que consolida a legislação tributária do Estado de Minas Gerais e dá

outras providências estabelecendo, “in verbis”:

“Sobre os débitos decorrentes do não recolhimento de tributo e multa

nos prazos fixados na legislação, incidirão juros de mora

equivalentes à Taxa Referencial Diária - TRD - acumulada, calculados

do dia em que o débito deveria ter sido pago até o dia anterior ao de

seu efetivo pagamento.

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 61

Parágrafo único: Na falta da TRD, os juros serão obtidos tomando-se

por base os mesmos critérios adotados para cobrança dos débitos

fiscais federais.”

A aplicação da taxa SELIC como juros de mora encontra guarida na Lei

Federal nº 9.065/95, que dá nova redação a dispositivos da Lei 8.981, de 20

de janeiro de 1.995, que altera a legislação tributária federal e dá outras

providências e estabelece em seu artigo 13, “in litteris”:

ART. 13 - A partir de 1º de abril de 1995, os juros de que tratam a

alínea “c” do parágrafo único do ART. 14 da Lei número 8.847, de 28

de janeiro de 1994, com a redação dada pelo ART. 6 da Lei número

8.850, de 28 de janeiro de 1994, e pelo ART. 90 da Lei número 8.981,

de 1995, o ART. 84, inciso I, e o ART. 91, parágrafo único, alínea

“a.2”, da Lei número 8.981, de 1995, serão equivalentes à taxa

referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia - SELIC

para títulos federais, acumulada mensalmente.

Este mandamento remete o intérprete ao art. 84, I, da Lei 8.981 que

estabelece:

“Os tributos e contribuições sociais arrecadados pela Secretaria da

Receita Federal, cujos fatos geradores vierem a ocorrer a partir de

1º de janeiro de 1995, não pagos nos prazos previstos na legislação

tributária serão acrescidos de:

I - juros de mora, equivalentes à taxa média mensal de captação do

Tesouro Nacional relativa à Dívida Mobiliária Federal Interna;”...

Considerando que o Direito Tributário rege-se em observância estrita

ao princípio da legalidade, a incidência dos juros de mora, pela forma

lançada, - equivalência à taxa SELIC -, encontra guarida na legislação

supratranscrita.

Não vinga, também, a alegação de que os juros de mora fogem do que

estabelece o § 3º do artigo 192 da Constituição Federal, porque conforme

entendimento pretoriano pacífico, referido mandamento depende de

regulamentação legal para ser aplicado, uma vez que como já pacificado pelo

excelso Supremo Tribunal Federal, intérprete máximo da Carta Magna, no

julgamento da ADIN 4-7, “Não é auto-aplicável a norma do § 3º, do art. 192,

da Constituição, que limita a taxa de juros reais a 12% ao ano.”

Do mesmo modo, desprovida de fundamento a alegação de que a multa

lançada na CDA foge do princípio da gradação da penalidade e tem natureza

confiscatória, porquanto ela tem previsão legal no inciso II do artigo 56

da Lei nº 6.763, de 26 de dezembro de 1.975, que consolida a legislação

tributária do Estado de Minas Gerais.

Com estas razões, nego provimento ao recurso.

Custas pela Apelante.

O SR. DES. ALMEIDA MELO:

V O T O

De acordo.

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 62

O SR. DES. CÉLIO CÉSAR PADUANI:

V O T O

De acordo.

S Ú M U L A: NEGARAM PROVIMENTO.

AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO

AUTOS Nº 02498 040700-1

AUTOR: R2V2 Informática Ltda.

RÉUS : Estado de Minas Gerais, Município de Belo Horizonte e Município de

Nova Lima

EMENTA: AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO – PRELIMINAR DE

INSUFICIÊNCIA DO DEPÓSITO REJEITADA - O ICMS é um imposto cujo

lançamento é por homologação, cabendo ao fisco, posteriormente,

homologar ou não o pagamento. -- ICMS – ISS - PROGRAMAS DE COMPUTADOR

(SOFTWARE) – CIRCULAÇÃO - Em se tratando de programas de computação

feitos em larga escala e de maneira uniforme, não se destinando a

determinado usuário, sendo colocados no mercado para a aquisição de

qualquer um do povo, sujeitam-se ao ICMS.

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 63

Vistos, etc...

1. RELATÓRIO

R2V2 INFORMÁTICA LTDA., nos autos qualificada, ingressou em juízo com

a presente AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO contra o ESTADO DE MINAS

GERAIS, MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE e MUNICÍPIO DE NOVA LIMA, alegando em

síntese que comercializa softwares de produção em larga escala, não

individualizados, destinados ao público em geral.

Esclarece que o Município de Belo Horizonte, com base no item 24 da

lista anexa do DL 406/68, vem cobrando ISSQN sobre os produtos

comercializados pela Autora.

Esclarece, ainda, que também o Estado de Minas Gerais vem exigindo,

com base no art. 44, do RICMS, o pagamento de ICMS incidente sobre a venda

dos softwares.

Discorre sobre a conceituação dos programas, conforme entendimentos

do Fisco Municipal e Estadual, se seriam serviço ou mercadoria.

Requer o depósito do maior tributo exigido e a procedência do pedido.

Junta documentos de fls. 14/41.

A inicial foi emendada para inclusão como Réu do Município de Nova

Lima (fls. 43/44).

O Município de Nova Lima apresentou contestação (fls. 72/75) onde

sustenta que o software não pode ser considerado simples suporte

informático, devendo sobre ele incidir o ISSQN a ser recolhido aos seus

cofres, já que ali situa-se a sede da Autora.

O Município de Belo Horizonte também ofereceu defesa (fls. 89/91),

argumentando que a própria legislação considera a operação com o “software

de prateleira” como hipótese de incidência do ISSQN, conforme DL 406/68,

art. 8º combinado com o item 24 da lista anexa.

Devidamente citado, o Estado de Minas Gerais apresentou contestação

(fls. 93/97), aduzindo preliminarmente que a Autora não juntou

demonstrativo dos valores das vendas efetuadas para se aferir se o depósito

foi ou não integral.

No mérito, sustenta que o bem, por não ser individualizado mas, sim,

produzido em larga escala e de maneira uniforme, é mercadoria, devendo

incidir o ICMS sobre o valor das vendas efetuadas pela Postulante.

A Representante do Ministério Público ofereceu parecer final às fls.

167/170, opinando pela extinção da obrigação em relação à Requerente e,

quanto ao mérito da obrigação tributária, que seja declarado sujeito ativo

o Estado.

2. FUNDAMENTOS

Registro, por oportuno, que o rito especial foi desconsiderado,

tomando o feito rito ordinário. No entanto, como não houve qualquer

prejuízo às partes e tendo os Réus abordado toda a questão sob exame, não

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 64

há nulidades a declarar.

O Estado de Minas Gerais argüi em contestação preliminar de que os

depósitos teriam sido efetuados a menor.

Segundo a Autora, os depósitos foram efetuados levando-se em conta o

maior imposto exigido, que é o ICMS.

O ICMS é um imposto cuja lançamento é por homologação, ou seja, o

sujeito passivo antecipa o pagamento, sem prévio exame da autoridade

administrativa (art. 150, CTN). Portanto, é do contribuinte o dever de

quantificar o tributo e recolhê-lo aos cofres públicos. Posteriormente, o

Fisco, verificando os fatos realizados, homologa (extinguindo o crédito

tributário) ou não o pagamento efetuado.

Evidente que, em se tratando de cálculo complexo, não há como o Juízo

precisar se houve ou não o depósito a menor. No entanto, como a extinção da

obrigação neste caso não implica em extinção do crédito tributário em si,

já que posteriormente a Fazenda Estadual homologará ou não os lançamentos

(depósitos judiciais), a questão não tem qualquer repercussão prática.

Por outro lado, a alegação de que o depósito não foi integral

depende, para ser admitida, da indicação do montante que o Réu entende

devido (art. 896, parágrafo único, CPC).

O fato é que, indiscutivelmente, a sentença em casos em que se

discute quem é o credor da obrigação pecuniária, fatalmente terá um cunho

declaratório.

Assim, rejeito a preliminar suscitada.

Verificando o conteúdo das contestações apresentadas, conclui-se que

todos os Requeridos sustentam ser cada um o sujeito ativo da obrigação

tributária.

Aplica-se, outrossim, o disposto no art. 898, CPC, devendo ser

declarada a extinção da obrigação do devedor.

Passo a examinar a questão da hipótese de incidência tributária.

O ICMS é um imposto estadual que incide sobre operações relativas à

circulação de mercadorias e prestações de serviços de transporte

interestadual e intermunicipal e de comunicação (art. 155, CF). O ISSQN é

um imposto de competência dos Municípios que tem como fato gerador a

prestação, por empresa ou profissional autônomo, de serviço constante da

lista anexa ao DL 406/68 (art. 8º daquele diploma legal).

No caso em tela, o Estado defende a incidência de ICMS, argumentando

que se trata de operação de venda (circulação de mercadoria). Já os

Municípios-Réus sustentam ser caso de cobrança de ISSQN, já que a venda dos

programas de informática significariam prestação de serviço.

A prestação de serviços é um contrato de natureza civil mediante o

qual uma pessoa se obriga a prestar serviços a outra, eventualmente, em

troca de determinada remuneração. Assim, significa a existência de um

negócio jurídico entre duas partes (os contratantes), cuja formação

bilateral é antecedida de um acordo de vontades.

Assim, a empresa ou pessoa física que contrata com um profissional de

informática a execução de um programa específico, para atender às suas

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 65

necessidades, mediante um pagamento pactuado, faz nascer o fato gerador do

imposto municipal.

Por outro lado, se um programa desenvolvido por um profissional sem

uma destinação específica para determinada pessoa ou empresa, é

comercializado em larga escala nas lojas especializadas, necessariamente

tem que ser equiparado à mercadoria.

Nesse sentido os seguintes julgados:

“TRIBUTÁRIO. ICMS. ISS. PROGRAMAS DE COMPUTADOR (SOFTWARE).

CIRCULAÇÃO. 1. Se as operações envolvendo a exploração econômica de

programa de computador são realizadas mediante a outorga de contratos

de cessão ou licença de uso de determinado “software” fornecido pelo

autor ou detentor dos direitos sobre o mesmo, com fim específico e

para atender a determinada necessidade do usuário, tem-se

caracterizado o fenômeno tributário denominado prestação de serviços,

portanto, sujeito ao pagamento de ISS (item 24, da lista de serviços,

anexo ao DL 406/68). 2- Se, porém, tais programas de computação são

feitos em larga escala e de maneira uniforme, isto é, não se

destinando ao atendimento de determinadas necessidades do usuário a

que para tanto foram criados, sendo colocados no mercado para

aquisição por qualquer um do povo, passam a ser considerados

mercadorias que circulam, gerando vários tipos de negócio jurídico

(compra e venda, troca, cessão, empréstimo, locação, etc.),

sujeitando-se, portanto, ao ICMS” (STJ, RESP 123022/RS, julg. em

14/08/1997).

“Mandado de Segurança. Recurso. Tributário. Software. Programas de

Computador. Tributação pelo ISS ou pelo ICMS. Atividade intelectual

ou Mercadoria. Distinção. Inviabilidade na via estreita do Mandado de

Segurança Preventivo.

Os programas de computação, feitos por empresas em larga escala e de

maneira uniforme, são mercadorias de livre comercialização no

mercado, passíveis de incidência do ICMS. Já os programas elaborados

especialmente para certo usuário, exprimem verdadeira prestação de

serviços sujeita ao ISS. Cumpre distinguir as situações, para efeito

de tributação, aferindo-se a atividade da empresa. Não, porém,

através de mandado de segurança, ainda mais de caráter preventivo,

obstando qualquer autuação futura” (STJ, ROMS 5934/RJ, julg. em

04/03/1996).

Pelos documentos juntados aos autos, verifica-se que a Autora tem

como objetivo social “comercializar e distribuir programas nacionais e

estrangeiros, para utilização em computadores e processadores eletrônicos

de toda natureza”.

Portanto, não há dúvida que, no exercício de sua atividade comercial,

deverá a Postulante recolher aos cofres do Estado o ICMS, não se

vislumbrando “in casu” a existência de prestação de serviços.

3. DISPOSITIVO

Ante o exposto, julgo procedente o pedido de consignação para

extinguir a obrigação tributária da Autora, de recolher o ICMS sobre as

vendas dos “softwares” por ela efetuadas no período dos depósitos,

ressalvando-se, no entanto, o direito de o credor (Estado de Minas Gerais)

homologar os lançamentos ou eventualmente reclamar diferença de

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 66

recolhimento a menor do imposto ou mesmo penalidades sem virtude de

intempestividade no depósito.

Declaro credor do imposto o Estado de Minas Gerais, que poderá

levantar os depósitos efetuados nos autos.

Condeno os Municípios-Réus a pagarem as custas processuais e

honorários advocatícios em favor da Autora e do Estado de Minas Gerais, que

fixo em 10% (dez por cento) sobre o valor depositado, para cada um deles.

Sujeita esta sentença ao duplo grau de jurisdição, decorrido o prazo

legal, independentemente da interposição de recursos voluntários, subam os

autos ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado, com as cautelas

necessárias.

P.R.I.

Belo Horizonte, 17 de abril de 2.000.

Cláudia Regina Guedes Maia Sadi Juíza de Direito da 3ª Vara de Execuções Fiscais do Estado

APELAÇÃO CÍVEL Nº 000.150.889-4/00 - COMARCA DE CARATINGA

APELANTE: FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS

APELADO : PAULO ALVES BOTELHO

RELATOR : EXMO. SR. DES. RUBENS XAVIER FERREIRA

EMENTA: EXECUÇÃO FISCAL. ICMS E MULTAS. DÉBITOS DE SOCIEDADE

COMERCIAL POR QUOTAS E INDIVIDUAIS DE UM DOS SÓCIOS. APENSAMENTO DOS

AUTOS DA EXECUÇÃO COMUM, PROMOVIDA À EMPRESA E SÓCIOS, E DAS

INDIVIDUAIS, PROMOVIDAS APENAS A UM DESTES. EMBARGOS OPOSTOS PELO

SÓCIO ISOLADO, DE QUEM FORAM PENHORADOS BENS EM GARANTIA DE TODAS AS

EXECUÇÕES. SENTENÇA QUE OS ACOLHE AO FUNDAMENTO DA FALTA DE

COMPROVAÇÃO DE INEXISTÊNCIA DE PATRIMÔNIO DA SOCIEDADE SUSCETÍVEL DA

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 67

GARANTIA DO JUÍZO. REFORMA EM REEXAME OFICIAL, DADO COMO PREJUDICADO

O RECURSO DA FAZENDA PÚBLICA. CASO EM QUE A PENHORA GARANTE DÍVIDAS

INDIVIDUAIS DO EMBARGANTE E EM QUE NÃO CONSTA DO CONTRATO SOCIAL A

EXISTÊNCIA DE BENS DA SOCIEDADE DE QUE ELE FOI CO-GERENTE.

A C Ó R D Ã O

Vistos etc., acorda, em Turma, a SEGUNDA CÂMARA CÍVEL do Tribunal de

Justiça do Estado de Minas Gerais, incorporando neste o relatório de fls.,

na conformidade da ata dos julgamentos e das notas taquigráficas, à

unanimidade de votos, EM REFORMAR A SENTENÇA, PREJUDICADO O APELO

VOLUNTÁRIO.

Belo Horizonte, 25 de abril de 2000.

DES. RUBENS XAVIER FERREIRA - Relator

__________

NOTAS TAQUIGRÁFICAS

O SR. DES. RUBENS XAVIER FERREIRA:

V O T O

Conquanto não determinada, conheço da remessa oficial do feito,

imposta pelo art. 475, II, do CPC, também conhecendo do recurso da Fazenda

Pública, interposto e processado com observância dos requisitos de sua

admissibilidade.

O reexame compulsório dos autos é exigível à vista de sentença neles

proferida, agasalhadora de embargos opostos por PAULO ALVES BOTELHO a

execuções que a FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO lhe promove e também à PEIXARIA E

COMÉRCIO GOLFINHO LTDA., de que figura como sócio cotista, e à consócia

MARIA DAS GRAÇAS BADARÓ por crédito de ICMS e multas devidas nos exercícios

de 1989 a 1992.

No caso, a execução comum, promovida à sociedade e sócios, é apenas

uma, sendo as duas outras promovidas só ao embargante, individualmente.

Os embargos foram oferecidos após o apensamento dos respectivos autos

e neles o embargante fez expressa referência a tal fato (fls. 02).

E a sentença acabou por lhes dar agasalho ao fundamento de a penhora

ter recaído apenas em imóvel do embargante, sem comprovação da inexistência

de bens da sociedade co-executada a servirem de garantia prioritária do

Juízo.

Vê-se desde logo que tal conclusão peca por sua generalização, uma

vez que supostos bens da sociedade não poderiam servir de garantia a

débitos particulares do sócio.

E nota-se que as inscrições, constantes dos títulos executivos

constituídos pelas certidões da dívida ativa, nos três autos, são

diferentes: o embargante tem inscrição diversa da empresa que ele pertenceu

ou a que ainda pertence.

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 68

Por outro lado, embora não trazido aos autos o contrato constitutivo

da sociedade, deles consta o espelho de seu registro no Departamento

Nacional de Registro do Comércio, permitindo ver que de suas cláusulas não

figura a existência de patrimônio da empresa (fls. 20-21-TJ). Então,

competia ao embargante comprovar que a sociedade efetivamente tem

patrimônio suscetível da garantia.

Ainda pelo mesmo documento de observação que a gerência da sociedade

incumbia a ambos os sócios.

E a falta de recolhimento de tributos devidos pela entidade social

redunda em abuso ou má-administração de sua gerência.

À luz de tais considerações, reformo, em reexame necessário, a

sentença para julgar improcedentes os embargos, invertendo os ônus da

sucumbência. Dou como prejudicado o recurso da embargada.

O SR. DES. CORRÊA DE MARINS:

V O T O

De acordo.

O SR. DES. PINHEIRO LAGO:

V O T O

De acordo.

S Ú M U L A: REFORMARAM A SENTENÇA, PREJUDICADO O APELO VOLUNTÁRIO.

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 288.971/SP (2000/0013759-6)

RELATOR : O EXMO. SR. MINISTRO JOSÉ DELGADO

AGRAVANTE: RAMBERGER E RAMBERGER LTDA.

AGRAVADA : FAZENDA DO ESTADO DE SÃO PAULO

DECISÃO

PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. DECISÃO DO TRIBUNAL “A QUO”

CONSOANTE JURISPRUDÊNCIA DOMINANTE DO STF E DO STJ. SÚMULA Nº 83,

DESTA CORTE.

1. Não se admite recurso especial quando a tese adotada pelo

acórdão recorrido encontra-se de acordo com a jurisprudência

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 69

dominante do Superior Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal

Federal. Incidência da Súmula nº 83, desta Corte.

2. Agravo de instrumento improvido (art. 544, § 2º, do CPC).

Vistos, etc.

Cuida-se de agravo de instrumento interposto por Ramberger e

Ramberger Ltda., no intuito de reformar decisão que negou seguimento a

recurso especial, sob os fundamentos de ausência de prequestionamento e não

comprovação do dissídio jurisprudencial.

A Fazenda do Estado de São Paulo moveu execução fiscal contra a

agravante, tendo os embargos do devedor por esta opostos sido rejeitados.

Interposta apelação, recebida com efeito apenas devolutivo, o Juízo de

primeiro grau determinou o prosseguimento da execução, com o reforço da

penhora efetivada e a realização de leilões. Em face de tal decisão, a

empresa manejou agravo de instrumento para o egrégio Tribunal de Justiça do

Estado de São Paulo, que manteve o despacho agravado por considerar que,

sendo a Certidão de Dívida Ativa um título executivo extrajudicial, a

execução fiscal tem caráter definitivo, ainda que a apelação interposta nos

embargos do devedor não tenha sido julgada. Assim, é possível o reforço de

penhora e a realização de leilões.

A agravante, então, interpôs embargos declaratórios, afinal

rejeitados, com o escopo de prequestionar o art. 11, da Lei nº 6.830, de 22

de setembro de 1980, os arts. 611 e 667, do Código de Processo Civil, e o

art. 5º, LIV e LV, da Constituição Federal.

Nas razões do recurso especial, alega-se violação aos seguintes

dispositivos legais:

- do Código de Processo Civil:

“Art. 586. A execução para a cobrança de crédito fundar-se-á sempre

em título líquido, certo e exigível.

§ 1. Quando o título executivo for sentença que contenha condenação

genérica, proceder-se-á primeiro à sua liquidação.

§ 2º. Quando na sentença há uma parte líquida e outra ilíquida, ao

credor é lícito promover simultaneamente a execução daquela e a liquidação

desta.”

“Art. 588. A execução provisória da sentença far-se-á do mesmo modo

que a definitiva, observados os seguintes princípios:

I - corre por conta e responsabilidade do credor, que prestará

caução, obrigando-se a reparar os danos causados ao devedor;”

“Art. 611. Julgada a liquidação, a parte promoverá a execução,

citando pessoalmente o devedor”.

“Art. 667. Não se procede à segunda penhora, salvo se:

I - a primeira for anulada;

II - executados os bens, o produto não bastar para o pagamento do

credor;

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 70

III - o credor desistir da primeira penhora, por serem litigiosos os

bens, ou por estarem penhorados, arrestados ou onerados.”

“Art. 680. Prosseguindo a execução, e não configurada qualquer das

hipóteses do art. 684, o juiz nomeará o perito para estimar os bens

penhorados, se não houver, na comarca, avaliador oficial, ressalvada a

existência de avaliação anterior (art. 655, § 1º, V).”

“Art. 683. Não se repetirá a avaliação, salvo quando:

I - se provar erro ou dolo do avaliador;

II - se verificar, posteriormente à avaliação, que houve diminuição

do valor dos bens;

III - houver fundada dúvida sobre o valor atribuído ao bem (art. 655,

§ 1º, V).”

“Art. 685. Após a avaliação, poderá mandar o juiz, a requerimento do

interessado e ouvida a parte contrária:

I - reduzir a penhora aos bens suficientes, ou transferi-la para

outros, que bastem à execução, se o valor dos penhorados for

consideravelmente superior ao valor do crédito do exeqüente e acessórios;

II - ampliar a penhora, ou transferi-la para outros bens mais

valiosos, se o valor dos penhorados for inferior ao referido crédito.

Parágrafo único. Uma vez cumpridas essas providências, o juiz mandará

publicar os editais de praça.”

“Art. 736. O devedor poderá opor-se à execução por meio de embargos

que serão autuados em apenso aos autos do processo principal.”

“Art. 791. Suspende-se a execução:

I - no todo ou em parte, quando recebidos os embargos do devedor

(art. 739, § 2º).”

“Art. 793. Suspensa a execução, é defeso praticar quaisquer atos

processuais. O juiz poderá, entretanto, ordenar providências cautelares

urgentes.”

- da Lei nº 6.830/80:

“Art. 13. O termo ou auto de penhora conterá, também, a avaliação dos

bens penhorados, efetuada por quem o lavrar.

§ 1º. Impugnada a avaliação, pelo executado, ou pela Fazenda Pública,

antes de publicado o edital de leilão, o juiz, ouvida a outra parte,

nomeará avaliador oficial para proceder a nova avaliação dos bens

penhorados.

§ 2º. Se não houver, na comarca, avaliador oficial ou este não puder

apresentar o laudo de avaliação no prazo de 15 (quinze) dias, será nomeada

pessoa ou entidade habilitada, a critério do juiz.

§ 3º. Apresentado o laudo, o juiz decidirá de plano sobre a

avaliação.”

Aduz-se, ainda, divergência jurisprudencial com julgados de Tribunais

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 71

pátrios.

Às fls. 164/166, foi oferecida contraminuta, pugnando-se pela

manutenção da decisão guerreada, pelos mesmos argumentos nela expendidos.

Relatados, decido.

No tocante à interposição do especial com base na alínea “a”, do

permissivo constitucional, verifico que dos dispositivos legais apontados

como violados apenas os arts. 667, 685 e 588, do CPC, foram

prequestionados. Isso porque, apesar de a agravante ter oposto embargos de

declaração, o Tribunal ‘a quo’ não reconheceu qualquer vício no acórdão

embargado. Logo, incide na presente hipótese a Súmula 211 do Superior

Tribunal de Justiça: “Inadmissível recurso especial quanto à questão que, a

despeito da oposição de embargos declaratórios, não foi apreciada pelo

tribunal ‘a quo’.” Para que fosse conhecido o recurso especial, quanto à

parte não prequestionada, mister seria a sua interposição, pela agravante,

aduzindo também ofensa ao art. 535, do CPC, que trata do cabimento dos

embargos de declaração.

Entretanto, não obstante o prequestionamento de parte da legislação

federal, o agravo de instrumento não merece ser provido, pois o acórdão

objurgado se afina com a jurisprudência pacífica desta Corte, que entende

ser de natureza definitiva a execução fiscal, eis que fundada em título

extrajudicial (CPC, art. 587 c/c 585, VI). Destarte, mesmo que penda de

julgamento a apelação interposta nos embargos do devedor, a execução terá

prosseguimento normal, inclusive com a realização de leilões.

Nesse sentido, confira-se os seguintes precedentes do Superior

Tribunal de Justiça:

“Processual Civil. Agravo de Instrumento. Embargos à Execução Fiscal.

Leilão. Título Extrajudicial. Execução Definitiva. CPC, Art. 587.

1. Improcedentes os Embargos interpostos contra a execução, ainda que

pendente de recurso, a execução prosseguirá como definitiva.

2. Multifários jurisprudenciais.

3. Recurso improvido.” (REsp 103043/AL, Rel. Min. Milton Luiz

Pereira, 1ª T., unânime, DJ 10/08/98, p. 15).

“PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FUNDADA EM TÍTULO EXTRAJUDICIAL (CERTIDÃO

DE DÍVIDA ATIVA DA FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO). EMBARGOS À EXECUÇÃO.

IMPROCEDÊNCIA DOS EMBARGOS. INTERPOSIÇÃO DE APELAÇÃO. NATUREZA DA EXECUÇÃO:

DEFINITIVA. PRECEDENTES. RECURSO PROVIDO.

I - POR SER A EXECUÇÃO FISCAL EXECUÇÃO FUNDADA EM TÍTULO

EXTRAJUDICIAL (QUAL SEJA, A CERTIDÃO DE DÍVIDA ATIVA), NÃO HÁ QUE SE FALAR

EM PROVISORIEDADE DA EXECUÇÃO, AINDA QUE PENDENTE RECURSO DE APELAÇÃO

CONTRA A SENTENÇA QUE JULGOU IMPROCEDENTES OS EMBARGOS. EM SUMA, É SEMPRE

DEFINITIVA A EXECUÇÃO FUNDADA EM TÍTULO EXTRAJUDICIAL.

II - INTELIGÊNCIA DOS ARTS. 520, V, E 587 DO CPC E DO ART. 1, DA LEI

N. 6.830/80.

III - PRECEDENTES DO STJ: RESP N 52.186/SP, RESP N. 57.689/GO, RESP

N. 53.324/SP, RESP N. 58.270/RS, RESP N 38.687/GO E RESP N. 71.504/SP.

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 72

IV - PRECEDENTES DO STF: RE N. 95.583/PR.

V - CONCLUSÃO N. LI DO SIMPÓSIO DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL DE 1975.

VI - RECURSO ESPECIAL CONHECIDO E PROVIDO.”

(REsp 117610/SP, Rel. Min. Adhemar Maciel, 2ª T., DJ 06/10/97, p.

49934).

“PROCESSUAL CIVIL. QUESTÃO PRELIMINAR DECIDIDA POR ACÓRDÃO DO STJ

ACOBERTADO PELO MANTO DA PRECLUSÃO MÁXIMA. ARESTO RECORRIDO PROFERIDO POR

TRIBUNAL DE SEGUNDO GRAU QUE JULGOU A MESMA QUESTÃO ANTES DA PROLAÇÃO DO

ARESTO DESTA CORTE. DECISÃO QUE DEVE PREVALECER: A PROTEGIDA PELA PRECLUSÃO

MÁXIMA. EXECUÇÃO FISCAL. EMBARGOS À ARREMATAÇÃO. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA

DOS EMBARGOS. INTERPOSIÇÃO DE APELAÇÃO. PROSSEGUIMENTO DO PROCESSO

EXECUTIVO: POSSIBILIDADE, TENDO EM VISTA A DEFINITIVIDADE DA EXECUÇÃO

FUNDADA EM TÍTULO EXTRAJUDICIAL. RECURSO PROVIDO. CAUTELAR IMPROCEDENTE.

(...)

III - A execução fiscal é definitiva, pelo que o processo pode ser

levado a cabo, ainda que pendente recurso de apelação contra a sentença que

julgou improcedentes os embargos oferecidos pelo executado.

(...).” (REsp nº 28473/SP, Rel. Min. Adhemar Maciel, 2ª T., DJ

29/09/97, p. 48165)

Colaciono, ainda, julgado do Colendo Supremo Tribunal Federal:

“PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FORÇADA. NA PENDÊNCIA DE APELAÇÃO OPOSTA

À SENTENÇA QUE JULGARA IMPROCEDENTES OS EMBARGOS DO DEVEDOR, PODE TER

PROSSEGUIMENTO, EM CARÁTER DEFINITIVO, E NÃO APENAS PROVISÓRIO, A EXECUÇÃO

CONTRA O DEVEDOR POR TÍTULO EXTRAJUDICIAL (CPC, ART. 587).” (RE 95583/PR,

Rel. Min. Décio Miranda, 2ª T., unânime, DJ 15/06/84, p. 9794)

Com fulcro na alínea “c”, do inciso III, do art. 105, da Constituição

Federal, igualmente não poderá ser admitido o recurso especial, visto que,

conforme demonstrado acima, o acórdão recorrido encontra-se em consonância

com o entendimento deste Superior Tribunal de Justiça. Logo, incidente a

Súmula nº 83, desta Corte, segundo a qual “não se conhece do recurso

especial pela divergência, quando a orientação do Tribunal se firmou no

mesmo sentido da decisão recorrida”.

Posto isto e amparado no art. 544, § 2º, do CPC, NEGO provimento ao

presente agravo.

Publique-se. Intimações necessárias.

Brasília, 25 de abril de 2000.

MINISTRO JOSÉ DELGADO – Relator.

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 73

AGRAVO Nº 000.172.713-0/00 - COMARCA DE VARGINHA

AGRAVANTE: CIA. BRAS. DE PETRÓLEO IPIRANGA

AGRAVADA : FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS

RELATOR : EXMO. SR. DES. JOSÉ FRANCISCO BUENO

EMENTA: ICMS. OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA. DIRIGENTES DE EMPRESA. INFRAÇÃO

LEGAL, CONSISTENTE NA FALTA DE RECOLHIMENTO DO TRIBUTO DEVIDO.

RESPONSABILIDADE CARACTERIZADA.

A C Ó R D Ã O

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 74

Vistos etc., acorda, em Turma, a QUINTA CÂMARA CÍVEL do Tribunal de

Justiça do Estado de Minas Gerais, incorporando neste o relatório de fls.,

na conformidade da ata dos julgamentos e das notas taquigráficas, à

unanimidade de votos, EM NEGAR PROVIMENTO.

Belo Horizonte, 27 de abril de 2000.

DES. JOSÉ FRANCISCO BUENO - Relator

__________

NOTAS TAQUIGRÁFICAS

O SR. DES. JOSÉ FRANCISCO BUENO:

V O T O

Cuida-se de agravo interposto contra decisão que indeferiu pedido de

exclusão de execução de três dirigentes da agravante, ao fundamento

resumido de não terem praticado ato com excesso de poderes, infração de

lei, contrato ou estatuto.

Argumenta a agravante não serem seus dirigentes, integrantes da CDA,

responsáveis pelo crédito tributário, que se restringe à empresa.

Em arrazoado instruído com lições doutrinárias e precedentes

jurisprudenciais postula a recorrente a reforma da decisão, com provimento

do recurso.

A agravada, por seu turno, impugna a pretensão da recorrente

solicitando o improvimento, com a confirmação do ato hostilizado.

Dispensa-se a intervenção do Ministério Público em obediência ao

enunciado na Súmula 189 do STJ.

Em apertada síntese, esta a exposição.

Decide-se:

Conheço do agravo.

Assenta-se a discussão no art. 135 do C.T.N.

Afasta-se a incidência de qualquer hipótese do art. 134 ao caso em

exame.

Impõe-se ao Judiciário analisar cada suposição de admissibilidade

para a caracterização da responsabilidade pela obrigação tributária.

A presunção de certeza e de liquidez conferida à CDA, embora possa o

título ser desconstituído através de embargos acolhidos, como se vê na

espécie, traduz infração tributária, consistente na não retenção e

recolhimento de ICMS incidente sobre venda de derivados de petróleo a

contribuintes mineiros.

Com efeito, arreda-se a situação relativa a excesso de poderes como

também deve se afastar a infração de contrato social ou estatutos,

permanecendo, em conseqüência, para exame a infração de lei.

Sobre respeitar os ensinamentos doutrinários e precedentes

jurisprudenciais referidos na peça recursal, inclino-me para outra

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 75

corrente, inclusive com apoio em julgado desta Câmara, Apel. Cível nº

6.735-5, rel. Des. Cláudio Costa, mencionado na impugnação fazendária.

Colho parte de voto produzido no Eg. STJ: “Obrigação essencial a todo

administrador é a observância do pagamento dos tributos, no prazo

consignado na legislação pertinente. Em se cuidando, no caso, de débito

relativo a ICMS, é de se presumir que os gerentes da empresa, embora tenham

recebido dos consumidores finais esse imposto, nas operações realizadas,

retardaram recolhimento aos cofres da Fazenda, com evidente infração à lei,

porquanto a sonegação de tributo constitui crime tipificado em legislação

específica.” (REsp. 68.408/95-RS, rel. Min. Demócrito Reinaldo, DJU

24.6.96, pág. 22736).

Mais recentemente o mesmo STJ decidiu: “O sócio-gerente tem a

obrigação de recolher os impostos devidos pela empresa. Se não o faz,

responde pessoalmente pelo débito. Recurso provido.” (REsp. 149.266-PR,

rel. Min. Garcia Vieira, “in” DJ 04.05.98, pág. 91).

Assim, em tese, inexistindo recolhimento do ICMS, pago pelo

consumidor final, ocorreu apropriação indébita, sujeitando-se o obrigado

tributário às sanções legais, caracterizando-se a infração de lei a que se

refere o art. 135 do C.T.N.

Do exposto, diante de infração de lei, a responsabilidade está

definida, não merecendo censura o ato.

Nego provimento ao agravo.

Custas pela agravante.

O SR. DES. HUGO BENGTSSON:

V O T O

De acordo.

O SR. DES. CLÁUDIO COSTA:

V O T O

De acordo.

S Ú M U L A: NEGARAM PROVIMENTO.

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 291.843/SC (2000/0018217-6)

RELATOR : O EXMO. SR. MIN. JOSÉ DELGADO

AGRAVANTE : CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEF

AGRAVADOS : CARLOS DE OLIVEIRA MARIOTTI E OUTROS

D E C I S Ã O

PROCESSUAL CIVIL. DECISÃO DO RELATOR QUE NEGA SEGUIMENTO À APELAÇÃO

POR ESTAR EM CONFRONTO COM JURISPRUDÊNCIA DOMINANTE. POSSIBILIDADE.

CPC, ART. 557, “CAPUT”.

1. Com o advento da Lei 9.756/98, conferindo nova redação ao art.

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 76

557, caput, do CPC, permitiu-se ao relator negar seguimento a recurso

que contraria jurisprudência dominante do Tribunal a que pertence ou

de Tribunal Superior.

2. Agravo de instrumento improvido (art. 544, § 2º, do CPC).

Vistos, etc.

Cuida-se de agravo de instrumento interposto pela Caixa Econômica

Federal - CEF no intuito de reformar decisão que inadmitiu recurso especial

sob o fundamento de que a sua apreciação demandaria reexame de prova.

A agravante, ao interpor o especial, entendeu que o acórdão recorrido

violou o art. 557, do Código de Processo Civil, haja vista ter confirmado

decisão monocrática que negou seguimento à apelação, por entender que a

sentença encontrava-se em consonância com a jurisprudência dominante do

Superior Tribunal de Justiça, a respeito da inclusão de “expurgos

inflacionários” no cálculo de atualização de contas vinculadas ao FGTS.

Alega que a matéria não se encontra sumulada, motivo pelo qual o relator

não poderia ter negado seguimento ao apelo.

O aresto recorrido recebeu a seguinte ementa:

“PROCESSUAL CIVIL. ART. 557 DO CPC. MANIFESTAMENTE INFUNDADO O AGRAVO

PROPOSTO COM FUNDAMENTO NO § 1º. CABIMENTO DA MULTA PREVISTA NO § 2º.

1. A decisão ora agravada está plenamente de acordo com a hipótese

prevista no “caput” do art. 557, do CPC, com a nova redação introduzida

pela Lei 9.756/98, editada com a finalidade de agilizar o julgamento dos

recursos perante os tribunais, em atendimento aos anseios da comunidade

jurídica.

2. Se o agravo interposto é manifestamente infundado, deverá a

agravante ser condenada à multa prevista no § 2º do art. 557 do CPC.

3. Improvido o agravo e condenada a agravante - CEF a pagar ao

agravado multa de 10% sobre o valor corrigido da causa.”

Não foi apresentada contraminuta, conforme certidão de fls. 77.

Relatados, decido.

Não merece prosperar o agravo em exame.

Verifica-se, das razões do recurso especial interposto, que a

agravante pleiteia a reforma do aresto com base na antiga redação do art.

557, do CPC. Confira-se:

“NEGATIVA DE VIGÊNCIA DE LEGISLAÇÃO FEDERAL.

Dispõe o art. 557, “caput”, do CPC:

“O relator negará seguimento a recurso manifestamente inadmissível,

improcedente, prejudicado ou contrário à súmula do respectivo tribunal ou

tribunal superior”.

Para melhor entender a controvérsia é preciso deixar assentado o

fundamento da r. decisão que deu sustentação ao ingresso com o Agravo de

Instrumento, a saber:

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 77

“Não há como processar validamente o presente recurso, porquanto

flagrantemente contrário, tanto nas questões preliminares como no agravo

retido e na questão de fundo, à MACIÇA JURISPRUDÊNCIA deste Tribunal e do

Egrégio Superior Tribunal de Justiça.” (salientamos)

Nesse passo já está delineada a negativa de vigência ao art. 557, do

CPC, porque a norma restringe a interposição de recurso contra súmula,

silenciando quanto à espécie adotada na r. decisão (maciça jurisprudência).

E a norma é taxativa, corporificando em “numerus clausus” a

impossibilidade de recorrer.

Assim, valendo-se a Exma. Juíza Relatora de hipótese outra, não

prevista na Lei, por certo que a ineficácia de sua aplicação deverá ser

declarada.”

Ocorre que, com o advento da Lei 9.756, de 17 de dezembro de 1998, o

caput do art. 557, do Código de Processo Civil, passou a ter a seguinte

redação:

“Art. 557. O relator negará seguimento a recurso manifestamente

inadmissível, improcedente, prejudicado ou em confronto com súmula ou

jurisprudência dominante do respectivo tribunal, do Supremo Tribunal

Federal ou de Tribunal Superior.”

Assim, a mencionada lei, visando a conferir maior celeridade ao

processamento dos feitos nos tribunais, alargou o campo de atuação do

relator, permitindo que o mesmo negue seguimento, também, a recurso em

confronto com jurisprudência dominante do Tribunal a que pertence ou de

Tribunal Superior.

Sobre tal assunto já se pronunciou esta Corte:

“I - PROCESSUAL CIVIL. DECISÃO PROFERIDA CONTRA A FAZENDA PÚBLICA.

AGRAVO DECIDIDO PELO PRÓPRIO RELATOR. POSSIBILIDADE. INTELIGÊNCIA DO “NOVO”

ART. 557 DO CPC.

1. “O ‘novo’ art. 557 do CPC tem como escopo desobstruir as pautas

dos tribunais, a fim de que as ações e os recursos que realmente precisam

ser julgados por órgão colegiado possam ser apreciados o quanto antes

possível. Por essa razão, os recursos intempestivos, incabíveis, desertos e

contrários à jurisprudência consolidada no tribunal de segundo grau ou nos

tribunais superiores deverão ser julgados imediatamente pelo próprio

relator, através de decisão singular, acarretando o tão desejado

esvaziamento das pautas. Prestigiou-se, portanto, o princípio da economia

processual e o princípio da celeridade processual, que norteiam direito

processual moderno.

2. O “novo” art. 557 do CPC alcança os recursos arrolados no art. 496

do CPC, bem como a remessa necessária prevista no art. 475 do CPC. Por

isso, se a sentença estiver em consonância com a jurisprudência do tribunal

de segundo grau ou dos tribunais superiores, pode o próprio relator efetuar

o reexame obrigatório por meio de decisão monocrática (REsp 156.311/Adhemar

Maciel)”. (REsp 205342/SP, Rel. Min. Humberto Gomes de Barros, 1ª T., DJ

20/03/2000, p. 39).

Destarte, não houve qualquer violação ao art. 557, do CPC, visto que

já se encontra pacificada, no Superior Tribunal de Justiça, a matéria

referente à inclusão dos expurgos inflacionários no cálculo de atualização

das contas vinculadas ao FGTS.

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 78

Posto isso e amparado pelo art. 544, § 2º, do CPC, NEGO provimento ao

presente agravo.

Publique-se. Intimem-se.

Brasília, 27 de abril de 2000.

MINISTRO JOSÉ DELGADO - Relator.

RECURSO ESPECIAL Nº 109.709 - RIO GRANDE DO SUL (1996/0062345-7)

RELATORA : MIN. ELIANA CALMON

RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

RECORRIDO : NORBERTO IGNÁCIO GUILOW

D E C I S Ã O

TRIBUTÁRIO - EXECUÇÃO FISCAL - SÓCIO-GERENTE - RESPONSABILIDADE (ART.

135, INCISO III DO CTN) - PRECEDENTES - RECURSO PROVIDO (ART. 557, §

1º, “A” DO CPC).

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 79

Trata-se de recurso especial interposto contra acórdão que, em ação

de execução fiscal, afastou a responsabilidade do sócio-gerente de empresa

de responsabilidade limitada, desfeita irregularmente, relativamente aos

débitos previdenciários.

Rechaçou o Tribunal de Apelação a tese de que o não-recolhimento

devido do tributo caracterizaria a infração à lei, concluindo que não

restou evidenciada a conduta culposa do executado, ora recorrido.

Inconformado, com base nas alíneas “a” e “c” do permissivo

constitucional, alega o INSS que houve negativa de vigência ao art. 135,

inciso III do CTN, além de dissídio jurisprudencial.

Opinou o MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL pelo provimento do recurso.

DECIDO:

O STJ pacificou o entendimento que o não-recolhimento do tributo

devido pelo sócio-gerente constitui infração à lei, mormente quando há

dissolução irregular da empresa devedora, conforme demonstram os arestos a

seguir transcritos:

TRIBUTÁRIO - EXECUÇÃO FISCAL - PENHORA DE BENS - RESPONSABILIDADE DO

SÓCIO - ARTIGOS 135 E 136, CTN.

O sócio responsável pela administração e gerência de sociedade

limitada, por substituição, e objetivando responsável pela dívida fiscal

contemporânea ao seu gerenciamento ou administração, constituindo violação

à lei o não-recolhimento de dívida fiscal regularmente constituída e

inscrita. Não exclui a sua responsabilidade o fato do seu nome não constar

na certidão de dívida ativa.

Multiplicidade de precedentes jurisprudenciais (STF/STJ).

Recurso provido.

(REsp. n. 33.731/MG, Rel. Min. Milton Luiz Pereira, Primeira Turma,

por unanimidade, DJ de 06/03/95, pág. 4318).

TRIBUTÁRIO - RESPONSABILIDADE DO SÓCIO POR DÍVIDA DA SOCIEDADE

LIMITADA - REQUISITOS NECESSÁRIOS - PRECEDENTES.

O sócio-gerente de uma sociedade limitada é responsável, por

substituição, pelas obrigações fiscais da empresa a que pertencera, desde

que essas obrigações tenham fato gerador contemporâneo ao seu

gerenciamento, pois que age com violação à lei o sócio-gerente que não

recolhe os tributos devidos.

Precedentes da Corte.

Recurso improvido.

(REsp. 34.429/SP, Rel. Min. César Asfor Rocha, Primeira Turma, por

unanimidade, DJ de 06/09/93, página 18.019).

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 80

PROCESSUAL CIVIL E COMERCIAL - RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS POR

DÍVIDAS TRIBUTÁRIAS DA EMPRESA - PENHORABILIDADE DAS QUOTAS DE SÓCIO DE

LIMITADA.

O não recolhimento de tributo devido pela pessoa jurídica constitui

infração à lei, o que enseja responsabilidade dos sócios-gerentes.

São penhoráveis, em execução, as quotas do sócio-gerente de sociedade

por quotas de responsabilidade limitada e tal penhorabilidade não atenta

contra o princípio da affectio societatis.

Recurso improvido.

(REsp. n. 211.842/MG, Rel. Min. Garcia Vieira, Primeira Turma, DJ de

06/09/1999, página 60).

TRIBUTÁRIO E PROCESSO CIVIL.

1. Execução fiscal contra empresa devedora que, desfeita

irregularmente transfere a responsabilidade tributária para o sócio-

gerente.

2. Citação do sócio-gerente serodiamente realizada, prescrição

qüinqüenal em seu favor.

3. Recurso especial conhecido, mas improvido.

(REsp. n. 55.862/SP, Rel. Min. Eliana Calmon, Segunda Turma, por

unanimidade, DJ de 10/04/2000, página 71).

Assim sendo, com respaldo no art. 557, § 1º-A do CPC, DOU PROVIMENTO

AO RECURSO ESPECIAL, para reformar o acórdão recorrido, determinando o

prosseguimento da execução contra o sócio-gerente.

Brasília, DF, 03 de maio de 2000.

MINISTRA ELIANA CALMON

Relatora

APELAÇÃO CÍVEL Nº 000.168.037-0/00 - COMARCA DE BELO HORIZONTE

APELANTE: PEPSERV PADRE EUSTÁQUIO PEÇAS SERVIÇOS LTDA.

APELADA : FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS

RELATOR : EXMO. SR. DES. CÉLIO CÉSAR PADUANI

EMENTA: PARCELAMENTO – MULTAS – JUROS – TAXA SELIC – APLICAÇÃO –

POSSIBILIDADE.

A C Ó R D Ã O

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 81

Vistos etc., acorda, em Turma, a QUARTA CÂMARA CÍVEL do Tribunal de

Justiça do Estado de Minas Gerais, incorporando neste o relatório de fls.,

na conformidade da ata dos julgamentos e das notas taquigráficas, à

unanimidade de votos, EM NEGAR PROVIMENTO.

Belo Horizonte, 04 de maio de 2000.

DES. CÉLIO CÉSAR PADUANI - Relator

__________

NOTAS TAQUIGRÁFICAS

O SR. DES. CÉLIO CÉSAR PADUANI:

V O T O

Cuida-se de recurso de apelação aviado por Pepserv – Padre Eustáquio

Peças e Serviços Ltda., em face da r. sentença de f. 63/64, TJ, proferida

pelo MM. Juiz de Direito da 6ª Vara da Fazenda Pública desta comarca, nos

autos da ação anulatória de débito fiscal promovida por aquela em desfavor

da Fazenda Pública do Estado de Minas Gerais, julgada improcedente.

Em sede de razões recursais, acostadas às f. 69/80, TJ, asseverou a

autora, inicialmente, que, diante da incidência de multas que variavam de

50 a 100% do valor do crédito tributário, requereu o parcelamento de seu

débito, o que lhe proporcionou redução da penalidade para o patamar de 48%.

Entretanto, não obstante a redução obtida, disse que o percentual da multa

exigida continua insuportável, caracterizando confisco, especialmente se

considerada a atual estabilidade econômica. Destarte, em virtude de exceder

os justos limites, fixou que restaram violados diversos preceitos

constitucionais. Destacou mais, que a imposição da multa, que entende

confiscatória, ofende a livre iniciativa e a sua própria atividade, por

cercear-lhe o direito de exercê-las, ofendendo, vez mais texto

constitucional, cabendo, assim, ao Poder Judiciário, pronunciar-se contra

esse abuso.

Além disso, prosseguiu, alegou que também é ilegal a correção

monetária mensal incidente sobre o crédito tributário com base na taxa

“Selic”, uma vez que esta não tem por finalidade a indenização do Estado

pelo pagamento intempestivo dos tributos, mas hedionda remuneração dos

cofres públicos, isto é, frente ao seu caráter remuneratório e não de juros

de mora, circunstância essa que impossibilita a sua cobrança. Ainda que

tida como se juros moratórios fosse, aportou que a referenciada taxa

“Selic” permaneceria na seara da ilegalidade, porquanto em rota de colisão

com a norma insculpida no art. 192, § 3º, da Carta Política, que dispõe que

os juros não podem ultrapassar 12% a.a., sob pena de se incorrer em crime

de usura. Acresceu, outrossim, neste sentido, que o CTN, em seu art. 161, §

1º, também veda a cobrança de juros superior a 1% ao ano.

Noutro passo, criticando a decisão fustigada, fixou que, diversamente

do por ela entendido, demonstrou a incidência da multa e dos juros abusivos

através dos documentos colacionados com a sua peça de ingresso. Inclusive,

aludiu que requereu a produção de prova pericial, a fim de apurar-se o

valor real devido, porém, sua pretensão fora indeferida, o que atesta a

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 82

contradição existente entre ambas decisões, isto é, entre esta última,

indeferitória, e a da sentença.

Por derradeiro, tecendo longos comentários acerca da possibilidade de

postular pela repetição do indébito, mormente porque autorizado pelo

disposto no art. 165 do CTN, rematou suas razões recursais pugnando pela

reforma do decisum, à finalidade de prover seu pleito, dessarte, pela

anulação das multas e correção monetária abusivas de que foi vítima, além

da restituição do indevido por ela pago.

Contra-razões às f. 84/88, TJ, em que a apelada esgrima os argumentos

recursais defendidos pela recorrente, suplicando pelo improvimento do

presente apelo.

Por entender como impróprio, deixou a representante do Ministério

Público de 1º grau de apresentar parecer recursal, consoante depara-se de

seus argumentos lançados às f. 93/97, TJ.

Certificação do preparo recursal às f. 100, TJ.

Instada a manifestar-se, a douta Procuradoria-Geral de Justiça fê-lo

às f. 106/108, TJ, pela manutenção da sentença alvejada.

Relatei.

Passo a decidir.

Presentes os pressupostos de admissibilidade do presente recurso,

dele conheço.

Apertada síntese dos autos revela que a apelante almeja a reforma do

decisum, à finalidade de se declarar nula a imposição de multa de

revalidação, por considerá-la confiscatória, por isso inconstitucional, ao

tempo em que protestou pela ilegalidade da correção monetária mensal sobre

o crédito tributário pela taxa “Selic” e UFIR, e sua limitação a 12% (doze

por cento) ao ano, pela aplicação do disposto no art. 192, § 3º, ou então,

pela regra contida no art. 161, § 1º, do CTN.

Entrementes, não se lhe socorrem as assertivas recursais expendidas

em prol de sua tese, porquanto, efetivamente, desprovidas de qualquer

demonstração fático-jurídica a transmitir-lhes foros de verossimilhança.

Vejamos.

Com propósito, noticia a apelante em sua petição inicial, item 02,

que requereu “um parcelamento do crédito tributário relativo aos AIS acima

descritos, junto à ré, com redução das multas a 48% (quarenta e oito por

cento) para pagamento em 12 (doze) parcelas e 48 (quarenta e oito)

parcelas”. No item 03 frisou que “o crédito tributário originário do

parcelamento se constitui do ICMS e de multas que variavam de 50%

(cinqüenta por cento) a 80% (oitenta por cento) do valor principal”,

ressalvando no item 04 que “é lógico, que, com o parcelamento o percentual

dessas multas ficariam reduzidas a 48% (quarenta e oito por cento),

entretanto, ainda são exorbitantes e confiscatórias.” Discorrendo ainda

sobre os substratos fáticos relativos a sua postulação, arrematou no item

05 assinalando que “... se a autora deixar de pagar o parcelamento, as

multas retornarão aos seus percentuais originais.”

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 83

Lado outro, anoto que a recorrente informou estar cumprindo a

pactuação, mediante o regular recolhimento das parcelas.

Pois bem.

Verifica-se, no caso em baila, que a apelante não se insurgiu contra

o valor do imposto ou demais consectários, mas, tão-somente, contra o

parcelamento de seu débito, especialmente no que tange às verbas

acessórias, ao fundamento de que ilegais e inconstitucionais.

Como é notório, a multa de revalidação tem caráter punitivo e

objetiva fazer com que o contribuinte evite a prática de qualquer ato

relativo ao descumprimento da obrigação tributária nos moldes determinados

em lei, motivo por que deve a mesma ser elevada, sem que tal configure

caráter confiscatório. Efetivamente, atua ela como mecanismo de inibição.

Releva demarcar, como aquilatado supra, que a apelante pleiteou e obteve

redução das multas perante o fisco. Também, registro que o que a Carta

Maior, em seu art. 150, IV, veda é a utilização do tributo com efeitos

confiscatórios, ou seja, nada referenciou acerca de multa. Em realidade,

tenho que o percentual estipulado para as multas está perfeitamente

compatível com os princípios legais aplicáveis, motivo pelo qual rechaço a

assertiva de qualquer ilegalidade ou inconstitucionalidade quanto a tanto.

Referentemente ao outro argumento, de ilegalidade da correção

monetária mensal incidente sobre o crédito tributário com base na taxa

“Selic” e UFIR, da mesma forma, infiro pela impossibilidade de albergá-lo,

visto que a apelante não trouxe ao processo qualquer elemento, um início de

prova, de suas ocorrências nos autos. Sequer um demonstrativo. E essa era

imprescindível, se considerado o fato de que a apelante pleiteou o

parcelamento de sua dívida, inclusive efetuando o pagamento de algumas

parcelas. Outrossim, não se olvide que a apelante conformou-se contra o

indeferimento de realização de prova pericial por ela requerida. Com

efeito, laborou a apelante em sede de meras alegações, o que, a toda

evidência, é insuficiente ao reconhecimento deste seu pleito.

Por último, no que tange a limitação dos juros em 12% a.a., de se ter

em conta que o art. 192, § 3º, da CF, não é auto-aplicável, dependendo de

regulamentação, conforme iterativa jurisprudência da Corte Maior, e que, na

esteira do raciocínio supra, também não cuidou a apelante de demonstrar o

alegado excesso previsto no § 1º do art. 161 do CTN.

Ante o exposto, nega-se provimento ao presente apelo, logo, mantendo-

se incólume a r. decisão recorrida, por seus próprios e jurídicos

fundamentos.

Custas recursais pela apelante.

O SR. DES. HYPARCO IMMESI:

De acordo.

O SR. DES. BADY CURI:

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 84

De acordo.

S Ú M U L A: NEGARAM PROVIMENTO.

EMBARGOS INFRINGENTES (C. CÍVEIS) Nº 000.121.668-8/01

(NA APELAÇÃO CÍVEL Nº 121.668/8) – COMARCA DE BELO HORIZONTE

EMBARGANTE: MOINHO SUL MINEIRO S/A

EMBARGADA : FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS

RELATOR : EXMO. SR. DES. RUBENS XAVIER FERREIRA

EMENTA: EMBARGOS INFRINGENTES. AIR. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. JUROS

MORATÓRIOS. Os juros moratórios deverão ser contados na forma da Lei

Civil, conforme estatui a Lei nº 4.414 de 24-09-1964. – ART. 161 DO

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 85

CTN. O art. 161 do CTN refere-se ao devedor contribuinte, sujeito

passivo da obrigação tributária, e não a dívidas da Fazenda Pública,

no caso, a Estadual, que segundo a Lei 4.414/64, pagará os juros

civis. Embargos rejeitados.

A C Ó R D Ã O

Vistos etc., acorda a SEGUNDA CÂMARA CÍVEL do Tribunal de Justiça do

Estado de Minas Gerais, incorporando neste o relatório de fls., na

conformidade da ata dos julgamentos e das notas taquigráficas, EM REJEITAR

OS EMBARGOS, VENCIDOS O REVISOR E O SEGUNDO VOGAL.

Belo Horizonte, 09 de maio de 2000.

DES. RUBENS XAVIER FERREIRA – Relator

__________

NOTAS TAQUIGRÁFICAS

O SR. DES. RUBENS XAVIER FERREIRA:

V O T O

Trata-se de embargos infringentes contra o v. acórdão de fls.

129/143-TJ em que a eminente Turma Julgadora da 2ª Câmara Cível deste

Tribunal, composta pelos Desembargadores Sérgio Lellis Santiago – Relator,

Pinheiro Lago – Revisor e Abreu Leite – Vogal, concordou em quase tudo na

ação de repetição de indébito contra o Estado de Minas Gerais, movida por

Moinho Sul Mineiro S/A; apenas divergindo no tocante aos juros de mora, em

que o Des. Sérgio Lellis Santiago, acompanhado pelo Vogal Des. Abreu Leite,

fixava-os em 6,0% a.a, enquanto o eminente Revisor em 1.0% a.m ou 12% a.a.

Ainda divergem quanto ao vencimento dos juros moratórios: enquanto o

Relator e o Vogal entendiam sobre as parcelas restituíveis, o eminente

Revisor considerava-os vencíveis a partir do trânsito em julgado da decisão

definitiva que os determinou.

Data venia de entendimentos contrários, inclusive no Superior

Tribunal de Justiça, creio que a razão está com os votos majoritários.

O art. 161 do Código Tributário Nacional trata de pagamento do

contribuinte do imposto e não de repetição de indébito tributário, tanto

que o parágrafo segundo do art. 161 preleciona:

“Parágrafo 2º - o disposto neste artigo não se aplica na

pendência de consulta formulada pelo devedor dentro do prazo

legal para pagamento do crédito”.

Por esta razão, entendo que a Lei nº 4.414, de 24 de setembro de

1964, não foi revogada pelo art. 161 do CTN, que disciplina os créditos

devidos à Fazenda Pública, enquanto a primeira “regula o pagamento de juros

moratórios pela União, pelos Estados, Distrito Federal, Municípios e

Autarquias”, sendo que o seu artigo 1º estatui:

“A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e as

autarquias, quando condenados a pagar juros de mora, por este

responderão na forma do direito civil”.

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 86

Com estes humildes adminículos, acompanho o Relator e o Vogal para

rejeitar os embargos.

O SR. DES. CORRÊA DE MARINS:

V O T O

Tenho entendido, conforme recursos anteriormente julgados, que à

repetição de imposto, indevidamente cobrado, aplicam-se os mesmos juros

previstos para a mora fiscal, em atendimento ao princípio da igualdade

tributária.

No caso, o § 1º do art. 161, c/c art. 167 do Código Tributário

Nacional, determina para os tributos o juro de mora de 1% ao mês, sendo que

o contribuinte estava obrigado à mesma taxa moratória quando vigia a Lei nº

9.751/88, art. 5º, inciso I (AIR).

Nesta oportunidade, acolho os embargos, acompanhando o voto

minoritário do em. Des. Revisor da Apelação nº 121.668-8.

O SR. DES. SÉRGIO LELLIS SANTIAGO:

De acordo com o Relator.

O SR. DES. PINHEIRO LAGO:

Acolho os embargos, nos termos do voto que proferi quando do

julgamento da apelação, data venia.

O SR. DES. ABREU LEITE:

Rejeito os embargos.

S Ú M U L A: REJEITARAM OS EMBARGOS, VENCIDOS O REVISOR E O

SEGUNDO VOGAL.

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 000.178.209-3/00 - COMARCA DE BELO HORIZONTE

AGRAVANTE: EMBRATEL - EMPRESA BRASILEIRA DE TELECOMUNICAÇÕES S/A

AGRAVADA : FAZENDA PÚBLICA ESTADUAL

RELATOR : EXMO. SR. DES. ORLANDO CARVALHO

EMENTA: TUTELA ANTECIPADA CONTRA A FAZENDA PÚBLICA - IMPOSSIBILIDADE.

1. Não se pode em sede de Medida Cautelar impedir a fiscalização de

exercer sua função, determinada por lei, bem como de o Fisco estadual

exercer suas atividades. Também sem qualquer depósito, não se pode

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 87

impedir eventual execução fiscal e suspender a exigibilidade de

créditos tributários, resultando em temerária antecipação de tutela.

2. O STF, em decisão do Pleno datada de 11.02.98, nos autos da ADC nº

4, deferiu liminar para cassar, com efeito vinculante, as decisões

concessivas de antecipação da tutela contra a Fazenda Pública.

A C Ó R D Ã O

Vistos etc., acorda, em Turma, a PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL do Tribunal de

Justiça do Estado de Minas Gerais, incorporando neste o relatório de fls.,

na conformidade da ata dos julgamentos e das notas taquigráficas, à

unanimidade de votos, EM NEGAR PROVIMENTO.

Belo Horizonte, 16 de maio de 2000.

DES. ORLANDO CARVALHO - Relator

__________

NOTAS TAQUIGRÁFICAS

Assistiu ao julgamento, pela agravante, o Dr. Sérgio Introcaso

Capanema Barbosa.

O SR. DES. ORLANDO CARVALHO:

V O T O

Conheço do recurso, presentes os pressupostos que condicionam sua

admissibilidade. Dele conhecendo, nego-lhe provimento, com respeito às

razões elencadas pela agravante.

EMBRATEL - EMPRESA BRASILEIRA DE TELECOMUNICAÇÕES S/A interpõe agravo

de instrumento com pedido que se lhe atribua efeito suspensivo, nos autos

da Medida Cautelar em curso perante a 3ª Vara de Execuções Fiscais do

Estado de Minas Gerais, nesta Comarca, inconformada com a decisão que lhe

indeferiu a medida liminar pleiteada.

Alega a agravante que a liminar objetivada no juízo monocrático não

tem caráter meramente satisfativo, mas preventivo, resguardando-a até o

julgamento final da ação principal, contra os atos da fiscalização

estadual.

Não se evidenciando o “periculum in mora” indeferiu-se a liminar de

suspensividade, determinando-se a instrução do recurso.

A agravada respondeu às fls. 133/138. Em síntese reforça que quer a

agravante, na verdade uma antecipação da tutela a ser perseguida na ação

principal, e não um provimento cautelar preparatório e acautelatório de

direitos, com a manutenção de uma situação congelada no tempo, até que

sobrevenha o provimento postulado na principal.

A d. Juíza, às fls. 141/142 manteve a decisão hostilizada.

Não merece provimento o recurso.

A ação originária onde proferida a decisão agravada é uma medida

cautelar requerida pela agravante contra a agravada na qual se postulou que

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 88

“a Fiscalização Estadual fique privada de efetuar qualquer lavratura de

auto de infração ou qualquer outra modalidade de constrição”; bem como que

fique suspensa a exigibilidade do crédito tributário decorrente de

exigência ligada ao “aproveitamento do crédito do ICMS na aquisição de bens

destinados ao ativo imobilizado e materiais de uso e consumo da agravante”.

Com acerto fundamentou a d. Juíza:

“O que se pretende, em última análise, é impedir a fiscalização de

exercer sua função, determinada por lei, bem como de o Fisco estadual

exercer suas atividades. Também sem qualquer depósito, pretende impedir

eventual execução fiscal e suspender a exigibilidade de créditos

tributários.

A medida provisória, na forma pleiteada, se traduz em verdadeira

antecipação dos efeitos da tutela a ser perseguida na ação principal contra

a Fazenda Estadual, extrapolando os limites da cautelar preparatória”.

Ausentes os requisitos legais, a liminar requerida foi indeferida”.

“Data venia”, não procedem os argumentos trazidos pela recorrente

quando diz que sofrerá constrições de difícil reparação caso promova o

aproveitamento de créditos sem o devido amparo judicial.

Não há como atender ao pedido da agravante que pretende, com o que

chamou de atribuição de efeito suspensivo ativo ao agravo, de atribuir-lhe

efeito modificativo (ativo), concedendo o Tribunal, liminarmente, a liminar

que lhe foi negada pelo Juízo de primeiro grau na decisão agravada.

Não há, por fim, qualquer risco a ensejar deferimento de liminar. A

leitura do pedido contido na inicial, constata-se que o objetivo da medida

provisória é impedir a fiscalização de sua contabilidade, atividade estatal

que se traduz em poder-dever, bem como suspender a exigibilidade de

eventuais créditos tributários, sem que se efetue qualquer depósito na

forma do art. 151, II, CTN.

Ademais, também como já dito na decisão agravada e confirmado no

agravo interposto, o que se pretende como “liminar” na verdade é

antecipação da tutela final, incabível não só porque ausentes os requisitos

do art. 273, CPC, como também porque o STF, em decisão do Pleno datada de

11.02.98, nos autos da ADC nº 4, deferiu liminar para cassar, com efeito

vinculante, as decisões concessivas de antecipação da tutela contra a

Fazenda Pública.

Pelo exposto, nego provimento ao recurso.

Custas “ex lege”.

O SR. DES. ANTÔNIO HÉLIO SILVA:

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 89

V O T O

De acordo.

O SR. DES. GARCIA LEÃO:

V O T O

De acordo.

S Ú M U L A: NEGARAM PROVIMENTO.

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 295.349/MG (2000/0024910-6)

RELATOR : O EXMO. SR. MINISTRO JOSÉ DELGADO

AGRAVANTE: CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEF

AGRAVADOS: ORLANDO GONÇALVES DA SILVA E OUTROS

AGRAVADA : UNIÃO

D E C I S Ã O

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 90

PROCESSUAL CIVIL. DECISÃO DO RELATOR QUE NEGA SEGUIMENTO À APELAÇÃO

POR ESTAR EM CONFRONTO COM JURISPRUDÊNCIA DOMINANTE. POSSIBILIDADE.

CPC, ART. 557, “CAPUT”.

1. Com o advento da Lei 9.756/98, conferindo nova redação ao art.

557, caput, do CPC, permitiu-se ao Relator negar seguimento a recurso

que contraria jurisprudência dominante do Tribunal a que pertence ou

de Tribunal Superior.

2. Agravo de instrumento improvido (art. 544, § 2º, do CPC).

Vistos, etc.

Cuida-se de agravo de instrumento interposto pela Caixa Econômica

Federal - CEF no intuito de reformar decisão que inadmitiu Recurso

Especial, onde se discute a inclusão dos expurgos inflacionários nas contas

vinculadas ao FGTS.

A agravante, ao interpor o especial, entendeu que o acórdão recorrido

violou o art. 557, do Código de Processo Civil, haja vista ter confirmado

decisão monocrática que negou seguimento à apelação, por entender que a

sentença encontrava-se em consonância com a jurisprudência dominante do

Superior Tribunal de Justiça a respeito da inclusão de “expurgos

inflacionários” no cálculo de atualização de contas vinculadas ao FGTS.

Alega que a matéria não se encontra sumulada, motivo pelo qual o Relator

não poderia ter negado seguimento ao apelo.

O aresto recorrido recebeu a seguinte ementa:

“PROCESSO CIVIL - AGRAVO REGIMENTAL - FGTS - EXPURGOS INFLACIONÁRIOS

- APLICAÇÃO DO ART. 557 DO CPC - INTERPOSIÇÃO DOS RECURSOS DERRADEIROS.

1. Não cabe à agravante discutir sobre tese jurídica já sedimentada e

que serviu de apoio ao uso do art. 557 do CPC.

2. No agravo regimental deve-se atacar a impropriedade ou ilegalidade

do ato da Relatora.

3. Inexiste restrição em aplicar o Relator o art. 557 do CPC, negando

seguimento a embargos infringentes.

4. Tratando-se de tese jurídica sedimentada no órgão fracionário,

está o Relator autorizado pelo legislador processual a subtrair do

Colegiado a apreciação do recurso.

5. A decisão que nega seguimento a recurso não impede a interposição

de recurso especial ou extraordinário porque substitui o julgamento

colegiado, encontrando-se fundamento do julgado nos precedentes

transcritos.

6. Agravo regimental improvido.”

Não foi oferecida contraminuta, consoante certidão de fl. 46.

Relatados, decido.

Não merece prosperar o agravo em exame.

Verifica-se, das razões do recurso especial interposto, que a

agravante pleiteia a reforma do aresto com base na antiga redação do art.

557, do CPC. Confira-se:

“Data venia”, restaram violados pelo v. aresto recorrido os arts.

557, do Código de Processo Civil, assim redigido, “verbis”:

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 91

“Art. 557. O relator negará seguimento a recurso manifestamente

inadmissível, improcedente, prejudicado ou contrário à súmula do respectivo

tribunal ou tribunal superior”.

A apelação cível é posta na ordem jurídica como mais um recurso na

via ordinária a disposição das partes, não sendo defeso obstar o seu

conhecimento, mesmo porque o esgotamento dos recursos na instância

ordinária é pressuposto de admissibilidade dos recursos dito excepcionais,

dirigidos às Cortes Superiores.

Por outro lado, o ordenamento jurídico permite o julgamento sumário

de inadmissão da apelação cível ou de qualquer outro recurso, apenas nas

hipóteses estritas do art. 557, do CPC, ou seja se os mesmos forem

manifestamente inadmissíveis, improcedentes, prejudicados ou contrários à

súmula do respectivo tribunal ou tribunal superior. Assim, ressai evidente,

“data venia”, que somente quando este for contrário à súmula do Tribunal

respectivo ou de Tribunal Superior é que o Relator tem a faculdade de

rejeitá-lo por decisão interlocutória.

No caso em tela negou-se seguimento à apelação cível, sob o

fundamento de que a tese defendida se contrapõe a entendimento assente da

jurisprudência do Tribunal Regional Federal, pouco importando se esse está

sumulado ou não.

Assim posta a questão, conclui-se forçosamente que o v. aresto

recorrido contrariou a inteligência do artigo 557, “caput”, do Código de

Processo Civil, estando, assim, a merecer reforma via do presente recurso

especial para que os autos retomem à Quarta Turma para deliberação de seus

membros acerca dos embargos infringentes”.

Ocorre que, com o advento da Lei 9.756, de 17 de dezembro de 1998, o

caput do art. 557, do Código de Processo Civil, passou a ter a seguinte

redação:

“Art. 557. O relator negará seguimento a recurso manifestamente

inadmissível, improcedente, prejudicado ou em confronto com súmula ou

jurisprudência dominante do respectivo tribunal, do Supremo Tribunal

Federal ou de Tribunal Superior.”

Assim, a mencionada lei, visando a conferir maior celeridade ao

processamento dos feitos nos tribunais, alargou o campo de atuação do

Relator, permitindo que o mesmo negue seguimento, também, a recurso em

confronto com jurisprudência dominante do Tribunal a que pertence ou de

Tribunal Superior.

Sobre tal assunto já se pronunciou esta Corte:

“I - PROCESSUAL CIVIL. DECISÃO PROFERIDA CONTRA A FAZENDA PÚBLICA.

AGRAVO DECIDIDO PELO PRÓPRIO RELATOR. POSSIBILIDADE. INTELIGÊNCIA DO “NOVO”

ART. 557 DO CPC.

1. “O ‘novo’ art. 557 do CPC tem como escopo desobstruir as pautas

dos tribunais, a fim de que as ações e os recursos que realmente precisam

ser julgados por órgão colegiado possam ser apreciados o quanto antes

possível. Por essa razão, os recursos intempestivos, incabíveis, desertos e

contrários à jurisprudência consolidada no tribunal de segundo grau ou nos

tribunais superiores deverão ser julgados imediatamente pelo próprio

relator, através de decisão singular, acarretando o tão desejado

esvaziamento das pautas. Prestigiou-se, portanto, o princípio da economia

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 92

processual e o princípio da celeridade processual, que norteiam direito

processual moderno.

2. O “novo” art. 557 do CPC alcança os recursos arrolados no art. 496

do CPC, bem como a remessa necessária prevista no art. 475 do CPC. Por

isso, se a sentença estiver em consonância com a jurisprudência do tribunal

de segundo grau ou dos tribunais superiores, pode o próprio relator efetuar

o reexame obrigatório por meio de decisão monocrática (REsp 156.311/Adhemar

Maciel)”. (REsp 205342/SP, Rel. Min. Humberto Gomes de Barros, 1ª T., DJ

20/03/2000, p. 39).

Destarte, não houve qualquer violação ao art. 557, do CPC, visto que

já se encontra pacificada, no Superior Tribunal de Justiça, a matéria

referente à inclusão dos expurgos inflacionários no cálculo de atualização

das contas vinculadas ao FGTS.

Posto isso e amparado pelo art. 544, § 2º, do CPC, NEGO provimento ao

presente agravo.

Publique-se. Intimem-se.

Brasília, 19 de maio de 2000.

MINISTRO JOSÉ DELGADO - Relator.

APELAÇÃO CÍVEL Nº 000.174.336-8/00 - COMARCA DE UBERLÂNDIA

APELANTES: 1ª) MINASCOR IMPORTAÇÃO E COMÉRCIO DE CORREIAS E ROLAMENTOS

LTDA.;

2ª) FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS

APELADAS : AS MESMAS

RELATOR : EXMO. SR. DES. ANTÔNIO HÉLIO SILVA

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 93

EMENTA: EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL - MULTA DE REVALIDAÇÃO - JUROS DE

MORA.

A multa de revalidação e os juros de mora são devidos por imposição

legal e trata-se de instituições distintas.

A C Ó R D Ã O

Vistos etc., acorda, em Turma, a PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL do Tribunal de

Justiça do Estado de Minas Gerais, incorporando neste o relatório de fls.,

na conformidade da ata dos julgamentos e das notas taquigráficas, à

unanimidade de votos, EM CONFIRMAR A SENTENÇA NO REEXAME NECESSÁRIO,

ALTERANDO, ENTRETANTO, O SEU DISPOSITIVO, PREJUDICADOS OS RECURSOS

VOLUNTÁRIOS.

Belo Horizonte, 30 de maio de 2000.

DES. ANTÔNIO HÉLIO SILVA - Relator

__________

NOTAS TAQUIGRÁFICAS

O SR. DES. ANTÔNIO HÉLIO SILVA:

V O T O

Versam os autos sobre embargos opostos a execução fiscal, julgados

parcialmente procedentes e, não se conformando a embargante recorreu,

alegando que houve capitalização de juros, o que é ilegal; que o crédito

tributário está prescrito; que no processo administrativo foi-lhe cerceada

a defesa; que muito embora já tenha sido reduzida a multa, ainda assim

continua excessiva, configurando verdadeiro confisco e excesso de execução.

A embargada também recorreu da parte em que foi reconhecida

sucumbência recíproca, alegando que os pedidos da embargante foram

rejeitados in totum; que a redução da multa decorre imediata e

automaticamente da superveniência da Lei nº 12.729/97; que, no momento do

auto de infração, bem como no da propositura da execução, vigia a Lei nº

6.763/75 que impunha a multa de 100% (cem por cento); que não houve

qualquer controvérsia sobre o direito do contribuinte de redução de multa,

em virtude da lei nova.

Embora não manifestado pelo MM. Juiz a quo, É DE SE CONHECER DA

REMESSA OBRIGATÓRIA, BEM COMO DOS RECURSOS VOLUNTÁRIOS.

Inicialmente, temos que a dívida ativa regularmente inscrita goza da

presunção de certeza e liquidez, sendo relativa esta presunção, que pode

ser ilidida por prova inequívoca, a cargo do executado ou de terceiro, a

quem aproveite, nos termos dos artigos 3º e seu parágrafo único da Lei nº

6.830/80, e 204 e seu parágrafo único do CTN.

Na espécie em exame, a embargante não conseguiu ilidir a presunção de

certeza e liquidez da CDA exeqüenda, cujo débito refere-se ao não

recolhimento de ICMS e, apesar de ter declarado a existência do imposto a

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 94

pagar, deixou de recolhê-lo efetivamente.

Não há que se falar em prescrição do crédito tributário, uma vez que

o auto de infração foi emitido em 24.04.91 e recebido na mesma data,

conforme se constata às fls. 30, tendo a embargante requerido o

parcelamento da dívida por diversas vezes (fls. 32, 55 e 116/120), o que

interrompe a prescrição, a teor do disposto no parágrafo único, inciso IV,

do artigo 174 do CTN.

De se ressaltar que o último pedido de parcelamento é datado de

31.01.95 (fls. 116 destes autos e 29 dos autos de execução), verificando-se

nos autos em apenso que a embargante foi citada em 28.09.97 (fls. 36v).

Não há, pois, que se falar em prescrição do crédito tributário, o

que, aliás, somente foi alegado pela embargante em suas razões recursais.

No processo administrativo foi a embargante notificada (fls. 30) da

existência do auto de infração, o qual foi preenchido em consonância às

exigências legais, com o demonstrativo do crédito tributário (fls. 31),

tendo a embargante confessado a dívida, inclusive com pedido de

parcelamento (fls. 32), o qual foi renovado sucessivamente e, no entanto,

não foi recolhido o tributo exigido.

De mais a mais, trata-se de crédito não contencioso, eis que a

executada reconheceu, confessou, admitiu e escriturou seu valor, mas, não

pagou no prazo legal, tendo sido notificada para fazê-lo, com os acréscimos

legais, não havendo, pois, que se falar em qualquer irregularidade no

processamento do PTA.

Quanto aos juros de mora na base de 1% (um por cento) ao mês, estão

amparados em lei (Lei nº 6.763/75) e podem ser aplicados mensalmente nos

termos da Resolução nº 2.816/96, modificada pela Resolução nº 2.825/96.

Com relação à multa de revalidação, é devida por imposição legal, em

caráter punitivo ao contribuinte inadimplente, sendo esta uma conseqüência

imediata da ação do Fisco, e de acordo com a Lei nº 12.729/97, que alterou

a Lei nº 6.763/75 quanto ao seu percentual, é devida na proporção de 50%

(cinqüenta por cento) do valor reclamado, conforme entendeu o Julgador.

Entretanto, a redução da referida multa é automática e processa-se

pelo sistema de apuração do crédito tributário, no ato do pagamento, quando

o contribuinte arcará com a penalidade já reduzida, segundo a lei vigente.

De se considerar que, sobre tal questão, não houve controvérsia,

aliás, quando da lavratura do auto de infração e mesmo mo momento da

propositura da ação executiva e da interposição dos embargos, vigia a Lei

nº 6.763/75, impondo a multa no percentual de 100% (cem por cento), pelo

que nada se cogitou a respeito, não se tratando, pois, de sucumbência

recíproca, pelo que deve ser alterado o dispositivo do decisum.

Pelo exposto, em reexame necessário, É DE SER CONFIRMAR A SENTENÇA,

alterando, entretanto, o seu dispositivo para julgar totalmente

improcedentes os embargos opostos à execução fiscal, ficando a embargante

responsável pela totalidade das custas processuais e honorários do

procurador da embargada, os quais ficam arbitrados em 10% (dez por cento)

do valor executado, prejudicados os recursos voluntários.

Custas ex lege.

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 95

O SR. DES. GARCIA LEÃO:

V O T O

De acordo.

O SR. DES. JOSÉ BRANDÃO DE RESENDE:

V O T O

De acordo.

S Ú M U L A: CONFIRMARAM A SENTENÇA NO REEXAME NECESSÁRIO,

ALTERANDO, ENTRETANTO, O SEU DISPOSITIVO, PREJUDICADOS

OS RECURSOS VOLUNTÁRIOS.

APELAÇÃO CÍVEL Nº 000.183.156-9/00 – COMARCA DE UBERLÂNDIA

APELANTE : LAURO PAULA CARVALHO CIA. LTDA.

APELADA : FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS

RELATOR : EXMO. SR. DES. JOSÉ FRANCISCO BUENO

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 96

EMENTA: EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL – REFORÇO DA PENHORA – CONTAGEM DO

PRAZO PARA EMBARGAR. O prazo para oposição de embargos à execução

fiscal é de 30 dias, contados da intimação da penhora e não da

juntada aos autos do respectivo termo, nos termos do art. 16, III, da

Lei 6.830/80. Não se reabre o prazo para apresentação de embargos à

execução em caso de substituição ou ampliação de penhora, ou mesmo no

caso de nova penhora, salvo a hipótese de anulação do processo de

execução.

A C Ó R D Ã O

Vistos etc., acorda, em Turma, a QUINTA CÂMARA CÍVEL do Tribunal de

Justiça do Estado de Minas Gerais, incorporando neste o relatório de fls.,

na conformidade ata dos julgamentos e das notas taquigráficas, à

unanimidade de votos, EM NEGAR PROVIMENTO.

Belo Horizonte, 01 de junho de 2000.

DES. JOSÉ FRANCISCO BUENO – Relator

__________

NOTAS TAQUIGRÁFICAS

O SR. DES. JOSÉ FRANCISCO BUENO:

V O T O

Trata-se de embargos à execução fiscal promovida pela Fazenda Pública

do Estado, opostos por Lauro de Paula Carvalho e Cia. Ltda., cuja sentença

rejeitou-se liminarmente por intempestividade, daí resultando o presente

recurso.

Insurge-se a apelante contra a r. decisão, sustentando que com a

reforma do CPC ficou expresso que o prazo para oposição de embargos inicia-

se da juntada do mandado de intimação e/ou precatória nos autos, vigindo

esta norma para todas as execuções, tendo, assim, sido obedecido o prazo.

O recurso foi regularmente contra-arrazoado às f. 16/19-TJ,

defendendo o acerto da r. decisão e requerendo a aplicação de multa à

apelante por litigância de má-fé.

Dispensa-se a intervenção da Douta Procuradoria de Justiça, por força

da Súmula 189 do Eg. STJ.

Em síntese, este é o relatório.

Conheço do recurso, dada a presença dos pressupostos de

admissibilidade.

Não merece prosperar o inconformismo da apelante.

As alterações trazidas pela Lei 8.953/94, dando nova redação ao art.

738, I, do CPC, não se aplicam à execução fiscal, regida por lei especial,

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 97

não derrogada pela norma geral, vigorando, assim, o inciso III do art. 16

da Lei de Execução Fiscal.

O prazo para oposição de embargos à execução fiscal é de 30 dias,

contados da intimação da penhora e não da juntada aos autos do respectivo

termo, como insiste a apelante; logo, irrelevante a data da juntada.

No presente caso, a penhora realizou-se em abril de 1993, tendo o

último coobrigado sido citado em 03/junho/94, conforme se verifica às f. 12

verso-TJ, aí iniciando-se a contagem do prazo de trinta dias para embargar.

Ocorre que os embargos somente foram apresentados em 23 de

novembro/98, totalmente intempestivos.

Houve reforço da penhora, sendo os executados intimados desta em

08/outubro/98, mas, conforme melhor orientação jurisprudencial e

doutrinatária, “não se reabre o prazo para apresentação de embargos de

execução em caso de substituição ou ampliação de penhora ou mesmo no caso

de nova penhora, salvo a hipótese de anulação do processo de execução

incluindo essa fase processual” (Lei de Execução Fiscal Comentada, Manoel

Álvares e outros, Ed. Revista dos Tribunais, 2ª edição, p. 157/158).

Com essas considerações, nego provimento à apelação e mantenho a r.

decisão hostilizada.

Custas pela apelante.

O SR. DES. HUGO BENGTSSON:

V O T O

De acordo.

O SR. DES. CLÁUDIO COSTA:

V O T O

De acordo.

S Ú M U L A: NEGARAM PROVIMENTO.

RECURSO ESPECIAL Nº 253.900 - SÃO PAULO (2000/0031324-6)

RELATOR : MIN. FRANCISCO FALCÃO

RECORRENTE: PEZPAN COMÉRCIO INTERNACIONAL LTDA.

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 98

RECORRIDA : FAZENDA DO ESTADO DE SÃO PAULO

EMENTA: ICMS – MERLUZA – INCIDÊNCIA. – Não há isenção na importação

de merluza de país signatário de acordo internacional. – Precedentes

do STJ.

D E C I S Ã O

Vistos, etc.

Cuida-se de Recurso Especial interposto com fulcro no artigo 105,

inciso III, “a” e “c” da Carta Magna, contra v. Acórdão que dispensa

tratamento à questão da incidência do ICMS sobre a importação da merluza

proveniente de país signatário do GATT, tendo a r. decisão sido assim

ementada: “Incide ICMS na operação de importação de merluza proveniente de

País signatário do GATT ou da ALALC”. (fls. 184)

A recorrente sustenta violação a diversos dispositivos legais e aduz

a ocorrência de dissenso jurisprudencial com relação a julgados de outros

Tribunais, inclusive desta Corte.

Relatados, decido.

Tenho que a pretensão da recorrente não merece guarida.

Sobre o assunto, existem precedentes no Superior Tribunal de Justiça

admitindo a tese dos importadores de merluza no sentido de que o pescado

não é encontrado em águas brasileiras, motivo pelo qual sua importação deve

ser isenta do ICMS, da mesma forma que o bacalhau, incidindo, por

interpretação analógica, as Súmulas nº 71 e nº 20 deste Tribunal.

No entanto, esse posicionamento encontra-se superado.

Com efeito, a Primeira e Segunda Turmas desta Corte vêm decidindo que

o ICMS incide nas operações de importação de merluza conquanto dados do

IBAMA revelam a possibilidade deste tipo de pescado povoar águas oceânicas

do sul do País, afastando-se, no caso, a incidência da Súmula nº 20/STJ.

Confira-se, a respeito, o REsp nº 89.626/SP, Min. Rel. Peçanha Martins, DJU

de 09/03/1998, pág. 0062; AGREsp nº 220.840/SP, Min. Rel. José Delgado, DJU

de 29/11/1999, pág. 0133 e AGREsp nº 218.123/SP, Minª. Relª. Nancy

Andrighi, DJU de 08/05/2000, pág. 0083, REsp nº 156.300/RJ, Min. Rel.

Peçanha Martins, DJU de 29/05/2000, pág. 38 e REsp nº 247.161/SP, Min. Rel.

Humberto Gomes de Barros, DJU de 08/05/2000, este último assim ementado:

“TRIBUTÁRIO - ICMS - MERLUZA - INCIDÊNCIA.

I - Não há isenção na importação de merluza de país signatário de

acordo internacional.

II - Precedentes do STJ.”

Por compartilhar da mesma linha de entendimento já consagrada em

ambas as Turmas da Primeira Seção deste Superior Tribunal de Justiça, NEGO

PROVIMENTO ao presente recurso, com fulcro no art. 557, caput, do CPC,

combinado com os artigos 38 da Lei 8.038/90 e 34, XVIII do RISTJ.

Publique-se. Intimem-se.

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 99

Brasília(DF), 07 de junho de 2000.

MINISTRO FRANCISCO FALCÃO - Relator

AGRAVO Nº 000.096.254-8/00 – COMARCA DE MESQUITA

AGRAVANTE: FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS

AGRAVADOS: MAROMBA INDÚSTRIA LTDA.;

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 100

BDMG BANCO DESENVOLVIMENTO DE MINAS GERAIS S/A

RELATOR : EXMO. SR. DES. CAMPOS OLIVEIRA

EMENTA: CRÉDITO TRIBUTÁRIO – NOMEAÇÃO DE BEM HIPOTECADO – DIREITO DE

PREFERÊNCIA – INVERSÃO DE PRIVILÉGIO – INADMISSIBILIDADE. O crédito

tributário prefere a qualquer outro, ainda que gravado de ônus real

ou cláusula de inalienabilidade, sendo, por isso, incabível sua

substituição, sob pena de inversão de direito de preferência que têm

os créditos tributários. Interpretação dos arts. 184 e 186 do CTN.

Recurso provido.

A C Ó R D Ã O

Vistos etc., acorda, em Turma, a QUINTA CÂMARA CÍVEL do Tribunal de

Justiça do Estado de Minas Gerais, incorporando neste o relatório de fls.,

na conformidade da ata dos julgamentos e das notas taquigráficas, à

unanimidade de votos, EM DAR PROVIMENTO.

Belo Horizonte, 08 de junho de 2000.

DES. CAMPOS OLIVEIRA – Relator

__________

NOTAS TAQUIGRÁFICAS

Proferiu sustentação oral, pela agravante, o Dr. Marcelo Cássio

Amorim Rebouças.

O SR. DES. CAMPOS OLIVEIRA:

V O T O

Trata-se de Agravo de Instrumento interposto pela Fazenda Pública do

Estado de Minas Gerais, nos autos da Execução que propôs contra Maromba

Industrial Ltda., perante o Juízo da Comarca de Mesquita, inconformada com

o despacho que lhe indeferiu o pedido de adjudicação do bem penhorado, ao

entendimento de que o referido despacho é ilegal e não pode prosperar, pois

preferiu o direito da ora agravante, dando preferência ao credor

hipotecário.

Juntou os documentos de fls. 25 a 44, sem pedido de efeito

suspensivo.

Sem preparo, na forma da lei.

Não recebi o agravo, mas acrescento que a Turma Julgadora negou

provimento ao agravo regimental interposto pela agravante.

Houve oposição de embargos de declaração, que foram rejeitados.

A agravante interpôs recurso especial, que não foi admitido, o que

ensejou a interposição de agravo de instrumento para o eg. Superior

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 101

Tribunal de Justiça, que lhe deu provimento, dando provimento também ao

Recurso Especial, determinando o prosseguimento do presente agravo.

Intimada, a agravada não ofereceu resposta, pedindo a agravante “a

inclusão do nome do “BDMG” (Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais) como

agravado interessado e também de seus advogados” (fls. 163), o que foi

indeferido (fls. 166), ensejando a interposição de agravo regimental (fls.

168/170).

A douta Procuradoria-Geral de Justiça entendeu desnecessária sua

intervenção, em parecer da lavra do Dr. Alberto Vilas Boas.

A Turma Julgadora deu provimento ao agravo regimental, vencido o

Relator (fls. 183/192), o que me obrigou a determinar a intimação do BDMG,

que nada alegou (fls. 203).

Novamente ouvida, a douta Procuradoria-Geral de Justiça ratificou

parecer anterior.

É o relatório.

Conheço do recurso, por estarem presentes os pressupostos de sua

admissibilidade, anotando que a discussão gira em torno do indeferimento do

pedido de adjudicação do bem penhorado à agravada, vendo-se, segundo o r.

despacho hostilizado, que

“o credor hipotecário concordou com a adjudicação mediante

condição que não foi aceita pela exeqüente”,

determinando o Juízo, no referido despacho, que cabe

“a exeqüente indicar outro bem do Devedor que esteja livre de

ônus” (fls. 3).

Não obstante afirmar, ali, que

“não cabe discutir neste momento o direito de preferência na

classificação dos créditos”,

o douto Magistrado nada mais fez que dar preferência ao credor hipotecário,

em detrimento de crédito tributário, pois dispõe o art. 186 do CTN:

“O crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for a

natureza ou o tempo da constituição deste, ressalvados os

créditos decorrentes da legislação do trabalho”.

E assinala Tavares Paes que

“O privilégio do crédito tributário é absoluto, com a ressalva

dos créditos trabalhistas, por medida de Justiça. Os Tribunais

dão amplo curso ao entendimento do artigo” (Comentários ao

Código Tributário Nacional, 4ª Ed., RT, p. 281).

E por sua vez, dispõe o art. 184 do CTN:

“Sem prejuízo dos privilégios especiais sobre determinados bens,

que sejam previstos em lei, responde pelo pagamento do crédito

tributário a totalidade dos bens e das rendas, de qualquer

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 102

origem ou natureza, do sujeito passivo, seu espólio ou sua massa

falida, inclusive os gravados por ônus real ou cláusula de

inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja qual for a data da

constituição do ônus ou da cláusula, excetuados os bens e rendas

que a lei declare absolutamente impenhoráveis”.

E sobre esse artigo, comenta o citado autor:

“... o Fisco, além dos privilégios especiais sobre determinados

bens, previstos em lei, tem para responder sobre seu crédito a

totalidade dos bens e rendas do devedor, não lhe sendo oponível

a existência de ônus real (hipotecas, penhores, penhoras, etc.),

inclusive as cláusulas de inalienabilidade e impenhorabilidade.

Privilégio amplo e geral, excetuados, como reza o dispositivo in

fine, “os bens e rendas que a lei declare absolutamente

impenhoráveis”. Sobre a eficácia deste artigo, acórdãos do STF:

RE 74.856, 1ª Turma, Rel. Min. Trigueiro, JTACSP, 27:135, e RE

74.632, Rel. Min. Xavier de Albuquerque, JTACSP, 25:29” (ob.

cit., pág. 280).

Note-se que, intimado, o credor hipotecário nada alegou.

Com tais considerações, dou provimento ao agravo e reformo o despacho

hostilizado, para deferir a adjudicação pedida.

Custas, ex lege.

O SR. DES. ALUÍZIO QUINTÃO:

De acordo.

O SR. DES. JOSÉ FRANCISCO BUENO:

De acordo.

S Ú M U L A: DERAM PROVIMENTO.

EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NO RECURSO ESPECIAL Nº 164.097 – SP

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 103

(2000/0034595-4)

RELATOR : MINISTRO GARCIA VIEIRA

EMBARGANTE: COMERCIAL GENTIL MOREIRA S/A

EMBARGADA : FAZENDA DO ESTADO DE SÃO PAULO

EMENTA: TRIBUTÁRIO. ICMS. PRODUTOS FARMACÊUTICOS E HOSPITALARES.

RECOLHIMENTO ANTECIPADO. REGIME DE SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA.

LEGITIMIDADE DA EXIGÊNCIA.

Considera-se legítima a exigência do recolhimento antecipado, do

ICMS, incidente sobre operações realizadas no comércio de produtos

farmacêuticos e hospitalares, pelo regime de substituição tributária.

D E C I S Ã O

COMERCIAL GENTIL MOREIRA S/A opõe embargos de divergência,

insurgindo-se contra acórdão de lavra da C. 2ª Turma, cuja ementa traz o

seguinte teor:

“TRIBUTÁRIO. ICMS. PRODUTOS FARMACÊUTICOS E HOSPITALARES.

RECOLHIMENTO ANTECIPADO. REGIME DE SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA. LEGITIMIDADE DA

EXIGÊNCIA.

CONSIDERA-SE LEGÍTIMA A EXIGÊNCIA DO RECOLHIMENTO ANTECIPADO, DO

ICMS, INCIDENTE SOBRE OPERAÇÕES REALIZADAS NO COMÉRCIO DE PRODUTOS

FARMACÊUTICOS E HOSPITALARES, PELO REGIME DE SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA.”

Aponta dissídio verificado entre o v. acórdão embargado e o proferido

pela E. 1ª Turma quando do julgamento do REsp. 59.513/SP, que revela o

entendimento segundo o qual:

“TRIBUTÁRIO. SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA. ICMS INCIDENTE SOBRE A VENDA DE

VEÍCULOS AUTOMOTORES NOVOS.

1. SUBSTITUTO LEGAL TRIBUTÁRIO E RESPONSÁVEL TRIBUTÁRIO. DISTINÇÃO. O

SUBSTITUTO LEGAL TRIBUTÁRIO É A PESSOA, NÃO VINCULADA AO FATO GERADOR,

OBRIGADA ORIGINARIAMENTE A PAGAR O TRIBUTO; O RESPONSÁVEL TRIBUTÁRIO É A

PESSOA, VINCULADA AO FATO GERADOR, OBRIGADA A PAGAR O TRIBUTO SE ESTE NÃO

FOR ADIMPLIDO PELO CONTRIBUINTE OU PELO SUBSTITUTO LEGAL TRIBUTÁRIO,

CONFORME O CASO. 2. BASE DE CÁLCULO POR ESTIMATIVA. A BASE DE CÁLCULO NO

ICMS PODE SER ESTABELECIDA POR ESTIMATIVA DESDE A LEI COMPLEMENTAR N. 44,

DE 1986.

EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA ACOLHIDOS.” (fls. 493)

Requer provimento, prevalecendo o entendimento adotado pelo v.

acórdão paradigma.

Os embargos foram admitidos às fls. 517.

Impugnação (fls. 519).

Após breve relato, passo a decidir.

Pacificou-se o entendimento nesta Primeira Seção no sentido de que o

regime de substituição tributária é previsto pela própria Constituição

Federal vigente (art. 155, inc, XII, letra ‘b’), nas leis e convênios

firmados pelos Estados, com base no artigo 34, parágrafos 3º e 8º do ADCT.

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 104

O Convênio nº 66/88, artigo 25, item I, estabelece que a lei poderá

atribuir a condição de substituto tributário a:

“industrial, comerciante ou outra categoria de contribuintes, pelo

pagamento do imposto devido na operação ou operações anteriores.”

Este convênio, com força de lei complementar (ADCT, art. 34,

parágrafo 8º), autorizou os Estados a “exigir o pagamento antecipado do

imposto, com a fixação, se for o caso, do valor da operação ou da prestação

subseqüente” a ser efetuada pelo próprio contribuinte (art. 2º, parágrafo

3º), não contrariando os artigos 121 e 128 do CTN, com os quais se

harmoniza, na instituição desta substituição tributária, sendo legítima a

exigência fiscal, com base em lei estadual editada com suporte no citado

Convênio nº 66/88. Neste sentido, os Embargos de Divergência nos Recursos

Especiais nºs. 62.382-SP, DJ de 01.12.97, relator Min. Ari Pargendler e

47.235-RS, DJ de 13.04.98, relator Ministro Hélio Mosimann e o Recurso

Especial nº 120.546, DJ de 13.10.98, do qual fui relator.

Assim, estando o v. acórdão embargado em harmonia com nossa

jurisprudência, é caso típico de aplicação da Súmula 168 deste Superior

Tribunal de Justiça, segundo o qual:

“NÃO CABEM EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA, QUANDO A JURISPRUDÊNCIA DO

TRIBUNAL SE FIRMOU NO MESMO SENTIDO DO ACÓRDÃO EMBARGADO.”

Pelo exposto, com fundamento no artigo 557 caput do CPC com nova

redação dada pela Lei 9756, de 17/12/98, nego seguimento aos embargos de

divergência.

Brasília, 8 de junho de 2000.

MINISTRO GARCIA VIEIRA, Relator

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 105

EMBARGOS INFRINGENTES (C. CÍVEIS) Nº 000.119.581-7/01 (EM APELAÇÃO) –

COMARCA DE BELO HORIZONTE

EMBARGANTE : COMMERCE DESENVOLVIMENTO MERCANTIL LTDA.,

NOVA DENOMINAÇÃO DE COMMERCE DESENVOLVIMENTO MERCANTIL S/A.

EMBARGADA : FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS

RELATOR : EXMO. SR. DES. RUBENS XAVIER FERREIRA

EMENTA: TRIBUTÁRIO. ICMS – OPERAÇÕES IMPLICATIVAS DE SAÍDA DE

MERCADORIAS POR PREÇO INFERIOR AO DE ENTRADA. PRETENSÃO DO

CONTRIBUINTTE AO CREDITAMENTO DA DIFERENÇA DO IMPOSTO, ADUZIDA EM

EMBARGOS À EXECUÇÃO. SENTENÇA QUE A DESACOLHE. APELO DESPROVIDO POR

MAIORIA DE VOTOS. EMBARGOS INFRINGENTES EM BUSCA DA PREVALÊNCIA DO

VOTO VENCIDO, FUNDADO NO PRINCÍPIO DA NÃO-CUMULATIVIDADE DO IMPOSTO E

DE LHE CONSTITUIR A BASE DE CÁLCULO O VALOR DA OPERAÇÃO. REJEIÇÃO.

ENTENDIMENTO DOS VOTOS MAJORITÁRIOS FIRMADOS NA ADEQUABILIDADE DO

ART. 76 DO RICMS AO ART, 4º, III, DO CONVÊNIO ICM 66/88 E AO DEC-LEI

Nº 406/68, QUE NÃO CHOFRA A REGRA CONSTITUCIONAL DA NÃO-

CUMULATIVIDADE.

A C Ó R D Ã O

Vistos etc., acorda a SEGUNDA CÂMARA CÍVEL do Tribunal de Justiça do

Estado de Minas Gerais, incorporando neste o relatório de fls., na

conformidade da ata dos julgamentos e das notas taquigráficas, EM REJEITAR

OS EMBARGOS, VENCIDO DO PRIMEIRO VOGAL.

Belo Horizonte, 13 de junho de 2000.

DES. RUBENS XAVIER FERREIRA – Relator

__________

NOTAS TAQUIGRÁFICAS

Proferiu sustentação oral, pela Embargante, o Dr. Igor Mauler

Santiago e pela Embargada, o Dr. Alberto Guimarães Andrade.

O SR. DES. RUBENS XAVIER FERREIRA:

V O T O

À vista da divergência verificada no acórdão de fls., entre os votos

do Relator, reformando, no mérito, a sentença apelada, e os do Revisor e

Vogal, confirmando-a em sua conclusão desagasalhadora do intento da

apelante, aduzido em embargos à execução, de reconhecimento do direito a

creditamento escritural de ICMS em operações de saída de mercadorias por

preço inferior ao de entrada, opôs-lhe a recorrente embargos infringentes

em busca da prevalência do voto isolado.

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 106

Insiste a embargante no argumento de invalidade constitucional do

art. 76 do RICMS/91 por ofensa ao princípio da não-cumulatividade do

tributo, assegurado pelo art. 155, § 2º, I, combinado com o art. 146, III,

“a”, da Constituição Federal e com os arts. 2º, I, do Dec-Lei nº 406/68 e

4º, III, do Convênio ICM 66/68.

O entendimento dos votos majoritários descansa na previsão do art. 76

do RICMS/91, inadmitindo, para efeito de incidência do imposto, valor

inferior ao do custo da mercadoria ou da prestação do serviço, e na do art.

13 do Convênio ICM 66/88.

O voto do Revisor, seguido pelo do Vogal, reporta-se a precedentes

deste Tribunal nas Apelações Cíveis de nºs 14.034/9 e 84.069/2, citados às

fls. 147-150-TJ.

Tendo como válida a conclusão dos votos prevalecentes e acompanho-a

por seus próprios fundamentos.

Com efeito, não é a exigência do Fisco, no caso, que violenta o

princípio da não-cumulatividade do imposto, mas a pretensão da própria

contribuinte, segundo cuja lógica chegaria a um momento em que só teria

direito ao seu creditamento, sem nada ter que recolher.

E a se admitir o comércio em pauta de prejuízo, com operações de

venda por preço inferior ao de custo, chegar-se-á a um resultado que só

poderá ser o da falência, como se disse no aresto.

As regras dos arts. 146, III, “a”, e 155, § 2º, I, da Carta Federal e

2º, I, do Dec-Lei nº 406/68 e 4º, III, do Convênio ICM 66/68 têm

aplicabilidade em situações implicativas do reconhecimento da atividade

normal, positiva, do comerciante ou do industrial, enfim, de todo e

qualquer contribuinte, e não de sua atividade normal ou negativa.

Por isso, não se pode falar, em linha de princípio geral, da

desconformidade com aquelas regras dos arts. 76 do RICMS/91 e 13 do

Convênio ICM 66/88.

De resto, sendo o valor do imposto acrescido ao da mercadoria,

finalmente suportados pelo consumidor, chegaria um instante, a se orientar

pela lógica da recorrente, em que, não vindo a falir o contribuinte,

haveria ele de provar que ao preço de venda final não foi acrescido o

montante do imposto por ele pago na entrada da mercadoria.

Com estas achegas, desprezo os embargos.

O SR. DES. CORRÊA DE MARINS:

V O T O

A questão versada nos autos está regulada pelo art. 76 do RICMS que

estabelece a proibição de o valor tributável ser inferior ao custo da

mercadoria.

Tal dispositivo não está em confronto com a Constituição Federal e

encontra amparo no art. 4º, inciso III, do Convênio ICM 66/88 e no Decreto-

Lei nº 406/68, que tem força de Lei Complementar.

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 107

A previsão legal busca proteger os créditos fiscais, condicionando-os

à base de cálculo pelo preço de custo da mercadoria, inclusive para

obstaculizar operações fictícias e lesivas à Fazenda Estadual.

Nesta conformidade, acompanho o em. Relator e desprezo os embargos.

O SR. DES. PINHEIRO LAGO:

Sr. Presidente.

O meu entendimento a respeito da matéria já tem sido expendido em

várias ocasiões, em outros julgamentos desta Câmara. Em que pesem as

respeitáveis colocações do voto que acaba de ser proferido pelo em.

Relator, continuo mantendo o mesmo entendimento, e peço licença para não

aduzir, nesta oportunidade, porque seria mera repetição.

Assim, estou acolhendo os embargos e mantendo o voto proferido por

ocasião do julgamento da apelação.

O SR. DES. ABREU LEITE:

O que ouvimos da sustentação oral brilhante, feita pelo ilustrado

patrono da embargante, é de que era seu costume, na época, adquirir

mercadorias por um preço a prazo e vendê-las à vista, por preço inferior ao

da aquisição, aplicando, de imediato, o dinheiro das vendas em

investimentos para obter lucro.

Trata-se de uma verdadeira confissão de aplicação financeira que se

destina, nada mais nada menos, do que com ela obter a sonegação de imposto

através do creditamento de ICMS, o que, de forma indireta, vem confirmar

aquilo que já sustentei no voto que proferi por ocasião da apelação e que,

de resto, é público e notório, ou seja, as grandes empresas comerciais

fazem promoções para atrair o consumidor, promoções comerciais em que

afirmam baixar o preço da mercadoria abaixo da própria compra para, com

isso, atraí-lo a compras outras e promover seu comércio.

Ouvimos, também, da tribuna, o ilustre patrono da Fazenda Pública

sustentar o adágio popular de “não se pode fazer cortesia com o chapéu dos

outros”. E é isso, em resumo, o que se vê consolidado na fundamentação do

voto que proferi e que ficou agora enriquecido pelo douto voto proferido

pelo Relator destes Embargos, a que dou inteira adesão para, também,

rejeitá-los.

O SR. DES. LÚCIO URBANO:

Acompanho o em. Relator.

S Ú M U L A: REJEITARAM OS EMBARGOS, VENCIDO O PRIMEIRO VOGAL.

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 108

RECURSO ESPECIAL Nº 257.900 – SÃO PAULO – (2000/0043155-9)

RELATORA : MIN. NANCY ANDRIGHI

RECORRENTE: EXPOL IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO LTDA.

RECORRIDA : FAZENDA DO ESTADO DE SÃO PAULO

RECURSO ESPECIAL. TRIBUTÁRIO. ICMS. PREQUESTIONAMENTO.

IMPORTAÇÃO DE MERLUZA. INEXISTÊNCIA DO PESCADO NO TERRITÓRIO

NACIONAL. PREMISSA FÁCTICA EXIGIDA PARA O RECONHECIMENTO DA ISENÇÃO.

PROVA NEGATIVA SOBRE QUESTÃO CONTROVERSA. INVIABILIDADE EM SEDE DE

RECURSO ESPECIAL. SÚMULA 7/STJ.

I – Não supera o âmbito da admissibilidade o Recurso Especial que não

se reveste do indispensável prequestionamento.

II – À vista da possibilidade de captura de merluza nas costas

brasileiras, entendendo o Tribunal a quo que o referido pescado não

goza do benefício isencional relativo ao ICMS nas operações que o

importam dos países signatários do GATT, descabe em sede de Recurso

Especial, revolver a matéria fáctica para concluir se a recorrente

tem ou não direito à isenção postulada. Aplicação da Súmula 7 do

Colendo Superior Tribunal de Justiça.

III – Precedentes.

IV – Recurso Especial a que se nega seguimento, com arrimo no “caput”

do art. 557 do Código de Processo Civil.

D E C I S Ã O

Cuida-se de Recurso Especial, interposto por EXPOL IMPORTAÇÃO E

EXPORTAÇÃO LTDA. contra acórdão proferido pelo Tribunal de Justiça do

Estado de São Paulo que deixou de reconhecer à recorrente o direito,

postulado em sede de Mandado de Segurança, à isenção do ICMS na importação

de merluza originária de país signatário do GATT/ALADI.

Alega a recorrente que o entendimento contrário adotado pelo acórdão

recorrido malferiu o art. 98 do CTN, de acordo com a orientação exarada

pelas Súmulas 575 do C. Supremo Tribunal Federal e 20 do E. Colendo

Superior Tribunal de Justiça, além de divergir de precedentes de outros

tribunais.

Postos os fatos, decido.

Discute-se, in casu, a isenção de ICMS na importação de merluza

filetada de País signatário do GATT, digladiando-se as partes entre a

alegação de que esta existe em volume comercializável nas costas

brasileiras em contrapartida à afirmação de que o pescado não é capturado

no Brasil, pelo que cabível é a isenção pleiteada.

O debate entrava, portanto, na prova, isto é, a saber se existe ou

não merluza no território nacional, em que quantidade, e, ainda, se a

respectiva operação de importação destina-se à sua industrialização ou à

revenda do pescado em estado natural.

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 109

Neste sentido, decidiu o Tribunal a quo que:

“... Com efeito, conforme ficou decidido na Apelação Cível nº 11.420-

5/0, voto desse Relator, em que foi juntado documento, do Departamento de

Pesca e Aquicultura – DEPAQ/DIREN/IBAMA, que “esclarece que o pescado

Merluza “MERLUCCIU HUBBSI” não é capturado pela frota brasileira de pesca e

o produto consumido no Brasil é proveniente de importações levadas a efeito

principalmente da Argentina e do Uruguai” (fl. 24) e, ainda, documentos da

Divisão de PESCA Marítima que comprovam que existe merluza em águas

brasileiras, sendo em tudo aplicável ao presente caso.

Com efeito, o artigo 8º, Anexo I, Tabela II, item 24 do RICMS

(Decreto Estadual 33.118/91) isenta do imposto as “saídas internas de

pescado, exceto crustáceo, molusco, adoque, bacalhau, merluza, pirarucu,

salmão e a rã (Convênio ICMS 60/91 – Decreto 33.921/91, art. 1º)”.

Ora, se há em águas brasileiras a merluza, e aqui é ela capturada,

conforme informação prestada pela Divisão de Pesca Marítima, na Apelação

acima mencionada, e se o similar nacional é tributado, logo, não há razão

jurídica para isentar a mercadoria estrangeira.

Contudo, a pretensão da impetrante depende de prova em relação à

existência ou inexistência de similar nacional da merluza, daí que, não se

pode falar, então em direito líquido e certo da impetrante.

...

Do exposto, dá-se provimento aos recursos.”

Estabelecida como foi a questão no acórdão recorrido, inviável se

revela o conhecimento do Recurso Especial, visto que, para se verificar, no

caso em concreto se o impetrante tem ou não direito à isenção postulada

ter-se-ia que adentrar ao exame da matéria fáctica, revolvendo a prova, o

que é vedado em sede de Recurso Especial.

Neste sentido, são os seguintes julgados:

PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO – ICMS – IMPORTAÇÃO DE MERLUZA –

ISENÇÃO – IMPOSSIBILIDADE – MATÉRIA FÁTICO-PROBATÓRIA – REEXAME – SÚM.

7/STJ.

- HAVENDO A POSSIBILIDADE DE SER COLHIDA A MERLUZA EM ÁGUAS MARÍTIMAS

BRASILEIRAS, O IMPORTADOR DO REFERIDO PESCADO NÃO TEM DIREITO A ISENÇÃO DO

ICMS, COMO CONCEDIDO AO IMPORTADOR DO BACALHAU.

- DESCABE, EM SEDE DE RECURSO ESPECIAL, O REEXAME DE DECISÃO DO

TRIBUNAL A QUO, SE ESTA ENCONTRA-SE SEDIMENTADA EM FATOS E PROVAS

CONSTANTES DOS AUTOS, CONFORME ENTENDIMENTO DESTA EG. CORTE, CONSOLIDADO NA

SÚM. 7.

- RECURSO NÃO CONHECIDO. RESP 89626/SP; DJ: 09/03/1998, Relator Min.

PEÇANHA MARTINS.

Tributário – ICMS – Isenção – Importação de Merluza – Acordo do GATT

– Recurso Especial – Lei nº 8.038/90 (art. 26, Parágrafo único) – Súmulas

7/STJ, 282 e 356/STF.

1.Sem o prequestionamento da disposição legal soerguida como

afrontada, são aplicáveis as Súmulas 282 e 356/STF.

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 110

2. Fortificada a motivação do julgado na falta de prova da

inexistência de merluza nas águas territoriais brasileiras, levanta-se o

óbice da Súmula 7/STJ.

3. Recurso não conhecido. (RESP 242054/SP; DJ: 22/05/2000, Rel. Min.

MILTON LUIZ PEREIRA).

PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL MANIFESTAMENTE INCABIVEL. MERLUZA.

ICMS. ISENÇÃO. REEXAME DE PROVA. SÚMULA 07/STJ. APLICABILIDADE IN CASU.

1.Centrada a fundamentação do acórdão recorrido na existência ou

inexistência de Merluza nas águas territoriais brasileiras, exsurge a

impossibilidade de apreciação da matéria na via do recurso especial.

2. Agravo regimental improvido. Decisão unânime. AGA 222469/SP; DJ:

06/09/1999, Relator Min. DEMÓCRITO REINALDO.

Por outro lado, o art. 98 apontado como violado não foi objeto de

apreciação pelo tribunal a quo, nem foram opostos embargos de declaração

com o fito de suprir a mencionada exigência, razão pela qual, ressente-se o

especial do prequestionamento indispensável à sua admissibilidade.

Forte em tais razões, com espeque no art. 557, “caput” do Código de

Processo Civil NEGO SEGUIMENTO ao Recurso Especial.

Brasília, 20 de junho de 2000.

MINISTRA NANCY ANDRIGHI, Relatora

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 111

AGRAVO DE INSTRUMENTO N. 208.533-1 – MINAS GERAIS

RELATOR : MIN. SYDNEY SANCHES

AGRAVANTE: TRANSPORTADORA GIRASSOL LTDA.

AGRAVADO : ESTADO DE MINAS GERAIS

EMENTA: ICMS – EXPORTAÇÃO – TRANSPORTE INTERESTADUAL OU

INTERMUNICIPAL – INCIDÊNCIA DO IMPOSTO – NEGADO SEGUIMENTO AO AGRAVO

QUE VISAVA A SUBIDA DO RE – ACÓRDÃOS DO STF NO MESMO SENTIDO DO

ACÓRDÃO DO TJ RECORRIDO.

DECISÃO

1. Trata-se de Agravo de Instrumento que visa a subida de Recurso

Extraordinário, interposto com base no art. 102, III, “a”, da Constituição

Federal de 1988, contra acórdão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, que

considerou exigível o ICMS sobre o serviço de transporte de produtos

destinados a exportação.

2. Em caso semelhante, decidiu a 1ª Turma no julgamento do R.E. nº

196.527-MG, DJU de 13.08.1999, de que foi relator o eminente Ministro ILMAR

GALVÃO:

“EMENTA: TRIBUTÁRIO. SERVIÇO UTILIZADO NO TRANSPORTE

INTERESTADUAL OU INTERMUNICIPAL DE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS

DESTINADOS AO EXTERIOR. PRETENDIDA NÃO-INCIDÊNCIA DO ICMS. ART.

155, § 2º, X, A, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.

Benefício restrito às operações de exportação de produtos

industrializados, não abrangendo o serviço utilizado no

transporte interestadual ou intermunicipal dos referidos bens.

Recurso não conhecido.”

3. No mesmo sentido, a 2ª Turma no julgamento do RE 212.637-MG, DJU,

17.09.99, rel. Ministro CARLOS VELLOSO.

4. Isto posto, valendo-me dos fundamentos desses precedentes e com base

no § 1º do art. 21 do RI/STF, no art. 38 da Lei 8.038, de 28.05.1990 e no

art. 557 do C.P.C., nego seguimento ao agravo.

5. Publique-se. Intimem-se.

Brasília, 21 de junho de 2000.

Ministro SYDNEY SANCHES

Relator

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 112

AGRAVO REGIMENTAL (C. CÍVEIS) Nº 000.189.669-5/01 NO AGRAVO DE INSTRUMENTO

Nº 189.669-5/00 – COMARCA DE BELO HORIZONTE

AGRAVANTE: MASSA FALIDA COLCHOMAR LTDA., REP/ P/ SÍNDICO

AGRAVADA : FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS

RELATOR : EXMO. SR. DES. ANTÔNIO HÉLIO SILVA

EMENTA: EXECUÇÃO FISCAL. - A Fazenda poderá exigir que os sócios

coobrigados cumpram a obrigação tributária, não se lhes aplicando os

mesmos direitos da massa, previstos na lei falimentar, quanto à não

incidência, no crédito tributário, das parcelas referentes à multa de

revalidação e aos juros.

A C Ó R D Ã O

Vistos etc., acorda, em Turma, a PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL do Tribunal de

Justiça do Estado de Minas Gerais, incorporando neste o relatório de fls.,

na conformidade da ata dos julgamentos e das notas taquigráficas, à

unanimidade de votos, EM NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

Belo Horizonte, 27 de junho de 2000.

DES. ANTÔNIO HÉLIO SILVA – Relator

__________

NOTAS TAQUIGRÁFICAS

O SR. DES. ANTÔNIO HÉLIO SILVA:

V O T O

É DE SE CONHECER DO RECURSO.

Inconformada com a decisão de fls. 35/36, que negou seguimento ao

recurso de agravo de instrumento, por improcedente, nos termos do artigo

557, caput, do CPC, a recorrente avia agravo regimental, alegando que a

decisão hostilizada não encontra suporte legal; que o só fato de a massa

figurar no pólo passivo da execução justifica a exclusão da multa; que a

massa foi citada para responder a execução, sendo evidente a procedência da

exceção de pré-executividade; que há no feito um litisconsórcio unitário

com os sócios da empresa falida; que o artigo 6º da Lei de Falências

estabelece que são eles responsáveis solidariamente pelo prejuízo que

causarem aos credores; que está evidente o interesse processual; que os

bens pertencentes à empresa falida passaram a fazer parte do acervo da

massa; que o pagamento do crédito tributário está sendo exigido da massa;

que esta não se opõe ao pagamento, apenas não concorda com as incidências

da multa de revalidação e dos juros.

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 113

Conforme cristalinamente constou na decisão atacada, apesar de não

haver dúvida quanto à ilegalidade da incidência de multa de revalidação e

juros em crédito tributário exigido da massa falida, in casu, a teor do

disposto no artigo 135, inciso III, do CTN, a Fazenda poderá exigir que os

sócios coobrigados cumpram a obrigação tributária, não se lhes aplicando os

mesmos direitos da massa, previstos na lei falimentar, quanto à não

incidência, no crédito tributário, das parcelas acima referidas, as quais

só não são exigidas contra a massa, nos termos expressos do parágrafo

único, inciso III, do artigo 23 do Decreto-lei nº 7.661/45 em consonância

com o artigo 112 do CTN, e do artigo 26 da Lei de Falências.

Assim, não merece prosperar a pretensão recursal, haja vista que, ao

contrário do afirmado pela recorrente, a execução foi proposta também

contra os sócios da empresa falida e não somente contra esta, não havendo,

pois, possibilidade, neste instante, da exclusão dos créditos da multa e

dos juros, conforme pretendido, pelo que a execução deve prosseguir com a

efetivação da citação dos coobrigados, tal como foi determinado pelo juiz

singular e, somente nos casos de habilitação do tributo na falência, é que

serão excluídas as parcelas em questão.

Irrelevantes, pois, as razões recursais, incapazes de alterar a

decisão de fls. 82/83, a qual fica mantida, por seus próprios fundamentos.

Pelo exposto, É DE SE NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

Custas ex lege.

O SR. DES. GARCIA LEÃO:

V O T O

De acordo.

O SR. DES. JOSÉ BRANDÃO DE RESENDE:

V O T O

De acordo.

S Ú M U L A: NEGARAM PROVIMENTO AO RECURSO.

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 114

PROCESSO Nº 024990726234

AUTORA: CERBRAN BEBIDAS LTDA.

RÉ : FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS

AÇÃO ORDINÁRIA

EMENTA: ICMS/SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA – PEDIDO DE ESTORNO PERANTE A

SUBSTITUTA DOS EXCESSOS COBRADOS NO REGIME DE SUBSTITUIÇÃO – RITO

ORDINÁRIO – BUSCA COMANDO DE NATUREZA DIVERSA DO CARÁTER DECLARATÓRIO

DA DEMANDA – TERCEIRO ALHEIO AOS LINDES DA DISPUTA TRAVADA NOS AUTOS

– EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM EXAME DE MÉRITO – ART. 267, V, CPC.

S E N T E N Ç A

Vistos, etc.

CERBRAN BEBIDAS LTDA., qualificada, move contra a FAZENDA PÚBLICA DO

ESTADO DE MINAS GERAIS, igualmente qualificada, ação ordinária, ao

fundamento, em resumo, de que, adquirindo, como substituída tributária, da

“Brahma”, bebidas para comercialização a consumo, sujeita-se ao

recolhimento antecipado pela substituta tributária do ICMS, calculado sobre base de cálculo estimada, ou pautada, pelo fabricante, ou pelo fisco,

na qual inseridos insumos vários, estranhos à efetiva realização da venda e

saída dos produtos, tais como IPI, frete, carreto, e outros, sendo que, por

isso, não se pode tornar definitiva a base estimada, que haverá de ser

conferida com a base realizada e, havendo diferença a maior, em favor do

contribuinte, importará em crédito do imposto pago a mais, em respeito ao

princípio da não-cumulatividade e da imediata restituição pelo fato gerador

a tanto não realizado, pelo que pede a procedência da medida, de modo seja

estornado o crédito seu junto à Brahma, com correção monetária, pretendida

antecipação de tutela para mesmo fim esta negada por despacho irrecorrido

juntados documentos.

Citada, a ré oferta contestação, fls. 114, sustentando, em

preliminar, que a autora não arca com o pagamento do tributo, que é

recolhido pela “Brahma”, formulado, pois, pedido vago e inespecífico, além

de ter sido formulado, pedido de caráter normativo para o futuro, portanto

impossível juridicamente, advertida, mais, carência da ação pela autora,

por ilegitimidade das partes, no mérito sustentado o caráter definitivo da

base de cálculo estimada na substituição tributária, pelo pedido da

extinção do processo, ou a improcedência da ação, juntados documentos,

tendo sido ofertada réplica às fls. 180, com manifestação do MP, fls. 211,

pretendida, pela autora, produção de prova pericial (fls. 215/217).

É O RELATÓRIO. DECIDO.

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 115

Após preciso arrazoado, com o qual alinhavados fundamentos da causa

de pedir e nesta posicionada a natureza essencial da postulação inconformidade com arbitramento definitivo de base de cálculo estimada para

o regime fiscal, da substituição tributária para frente, a que se sujeita a autora decide-se por formulação do seguinte pedido, ou do conteúdo

material do “decisum” que busca com o ajuizamento:

“....propõe....a presente ação de rito ordinário, objetivando assegurar seu direito de:

A) ESTORNAR PERANTE A “BRAHMA” OS EXCESSOS DO ICMS COBRADO NO REGIME DE

SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA .....para o que deve ser o réu compelido a admitir esse estorno..” (FLS. 52/53, item “125”, letra “a”, “in verbis”).

A ação foi dirigida à Fazenda Pública do Estado de Minas Gerais –

exclusivamente.

O procedimento contábil-fiscal, do creditamento de valores do ICMS,

por contribuinte do imposto, sujeita-se, sabe-se, à sistemática do

autolançamento, ou do autocreditamento, submetendo-se, “ex vi legis”, a

somente posterior conferência e homologação pelo fisco.

Logo, a conduta material de autolançar-se, de autocreditar-se do

imposto ainda quando objetivada com amparo de prévia disposição judicial que a autorize, não foge à sistemática procedimental da lei, que, repita-

se, autoriza e determina ao próprio contribuinte, nunca a terceiro, nem

mesmo ao fisco, aliás ainda longe da ação fiscal de controle estrito e

episódico do ato em si do creditamento, a incumbência de fazê-lo com mão

própria e, em havendo norma judicial pré-fixa para tal, o de fazê-lo “secundum” o dispositivo da sentença judicial.

Desse modo, a sentença, tratando-se de intuito ao reconhecimento de

um dado direito de creditamento, nada mais trará, ou editará, do que

dispositivo puramente norteador do “iter” a ser seguido, no âmbito

material-contábil-fiscal (escritural, como se caracteriza o lançamento do

ICMS), pelo próprio contribuinte do imposto, a quem cabe, diga-se uma vez

mais, a prerrogativa unilateral de lançá-lo em sua escrita.

Diz-se isso para acentuar-se, aqui e com objetividade, que a natureza

da sentença judicial – conseqüentemente do procedimento judicial que a

busque – não terá outro condão do que o de apenas declarar a existência (ou

inexistência) de certa relação jurídico-tributária, que autorize, ou vede,

um dado agir fiscal.

Tratando-se, como aqui se trata, de intuito de creditamento de

diferença dita paga a maior do ICMS base de cálculo efetiva x base de

cálculo estimada (ou pautada) e repetindo-se que o creditamento se

realizará sempre pela via escritural do autolançamento, a ser implementado

pelo próprio contribuinte, sujeito o procedimento a somente posterior

conferência e homologação pela autoridade fiscal, a sentença a tanto

buscada e o processo que a realize - terão, de ordinário e compulsório, caráter puramente declaratório-normativo do específico agir, cujo

implemento, “in concretu”, ainda assim se fará realizar por ação da própria

parte.

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 116

Jamais podendo-se cogitar, na espécie, de qualquer comando

cominatório ou condenatório direto ao réu à Fazenda Pública arrecadante

do tributo o preceito (puramente declaratório) nada mais fará do que forrar, com os efeitos da “res judicata”, o específico agir fiscal-

contábil, sujeito a autônomo e unilateral comando do próprio contribuinte.

Não se irá - e nem se admitirá – impor, em sede tal, ao fisco,

edição, pela sentença, de obrigação (negativa ou positiva), sujeita a

cumprimento específico.

Impor-se-lhe-á, tão somente, respeito a um dado efeito ínsito da

declaração – positiva ou negativa – prestada, ainda que por esta se venha a

ferir, de qualquer modo, a estrutura básica da relação jurídico-material-

obrigacional tributária, que o insira, como titular (ou sujeito ativo) da

obrigação.

Arbitrados esses imprescindíveis pressupostos, tem-se, na espécie,

que a “causae petendi” alinhada na inicial invoca a necessidade de

acertamento judicial de uma dada relação jurídica tributária – que submete,

na forma da lei, a autora a um certo regime fiscal junto à ré (o de

substituição tributária para frente) – de modo tenha ela, a postulante

(substituída), reconhecido acesso à adoção de determinada providência

tributária, qual a de creditar-se, ela própria e pela via do citado

autolançamento, de valores do ICMS que venha a apurar como decorrência de resultados (positivos) da subtração, da base de cálculo estimada, daquela

efetivamente realizada quando da venda de seus produtos a consumo.

Esse intuito assume, repita-se uma vez mais, feitio, exclusivamente,

declaratório, como declaratória – da inexistência de relação jurídico-

tributária-obrigacional, no que sobeje, da estimativa, a base de cálculo

efetiva ou real, ou, da existência desse vínculo jurídico apenas nos

limites efetivos da realização concreta da base – também se fará a

sentença.

Seus efeitos (os da sentença) não poderão alcançar, nos limites em

que inclusive buscada a formação expressa da relação processual, outros

consectários, menos ainda atingir diversos obrigados, que não tenham, com a

estrita e objetiva vinculação tributária alinhada e debatida pelas partes –

aqui, fixada, apenas, entre a autora-contribuinte e a ré-tributante –

vínculo jurídico direto.

Claro, que, tratando-se, como se trata, de substituição tributária, a

declaração judicial que venha a amparar o direito do substituído – aqui, a

autora – terá o condão de repercutir-lhe (à mesma autora) no trato futuro,

que vier a ter, com a substituta (o industrial ou fornecedor da mercadoria

sujeito ao recolhimento antecipado do ICMS).

Mas, isso não implica em que a declaração judicial, estrita, à

modalidade pretendida para o autolançamento do crédito apurável como

resultado positivo da subtração – da base realizada à base estimada –

atinja, patrimonial e diretamente, e por obra direta da sentença, já a

substituta.

Fosse assim, ter-se-ia de considerar a hipótese do litisconsórcio

passivo obrigatório – entre a substituta e a substituída – ou, até, a

exclusiva legitimação passiva da primeira, para o debate declaratório.

A declaração, que eventualmente ampare aqui a substituída tributária

(a autora), lhe conferirá, ainda no estrito conceito do autocreditamento,

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 117

também o direito de operacionalizar, nos termos estritos da lei (Lei

6763/75 e do RICMS), o crédito do imposto e, a seguir, sua compensação

direta, com impostos devidos “a posteriori” do creditamento (pelo princípio

constitucional da não-cumulatividade), ou mesmo a extração da nota de

transferência do crédito, a ser, depois de conferida e admitida pelo fisco

(mas como expressão real do crédito autorizado pelo efeito da sentença

declaratória, e não como comando direto desta), enviada, a reconhecimento,

ao substituto, para o fim da compensação respectiva, com impostos futuros

(decorrentes de futuros fatos geradores do mesmo imposto) – sendo a

transferência, ou a extração da nota de transferência, procedimento fiscal

expressamente previsto e regulamentado no RICMS, como de encargo concreto,

também, do próprio contribuinte.

Assim, a sentença declaratória possível, em hipótese tal, não poderá,

jamais, assumir o condão de avocar alcance de “...estornar perante a BRAHMA

os excessos do ICMS cobrado no regime de substituição tributária...” (fls.

53).

Restrita aos lindes da presente e específica disputa – essencialmente

declaratória – fixada a lide, na espécie e segundo o trato dado pelo

própria causa de pedir, entre autora (substituída) e ré (a Fazenda Estadual

tributante), a sentença buscada não pode comandar qualquer providência

direta, sobretudo ao terceiro (substituto) que não integrou, como, de fato,

não poderia integrar, a presente relação processual, em que se quer acertar

a relação jurídico-material (tributária) existente apenas entre as partes

litigantes (o fisco e a autora).

Menos, ainda, poderá fazê-lo acerca de determinações de caráter

cominatório ou condenatório (como o de ordenar “estornos” de “excessos do

ICMS cobrado”), dado o caráter essencial e exclusivamente declaratório,

informado pela própria natureza da causa de pedir.

Procurei, por isso e com esforço, contornar o problema que o

“petitum” alinhavado no item “125” assim acarreta, dispondo-me, quanto

possível, a afastar o anátema condutor do processo, segundo o qual

“sententia debete ese conformis libello” e que o pedido seja

restritivamente interpretado (art. 293/CPC).

Busquei a possibilidade do empréstimo de princípios de fungibilidade

do “petitum” e do processo – “damihi factum dahbo tibi ius”, “jura novit

curia” – mas o modo hermético, dissociado da essência causal dos

fundamentos arrolados, como o foram, com arrojo, na inicial, fornecem à

estrutura formulada na letra “a”, item “125”, fls. 53, feitio muito próprio

e particular em relação à causa essencial da demanda, a torná-lo (ao pedido

final) acolhível somente como tal e com violação da natureza essencial da

ação e da causa de pedir, ou violador, eventual acolhimento diverso, da

regra ditada, de modo cogente, pelo art. 460/CPC.

Ou se comanda, como elegeu a autora, o “estorno”....perante a

BRAHMA...” dos “...excessos do ICMS cobrado...”, ou não se estará cuidando,

com a objetividade desejada na postulação, do pedido “strictu” da inicial.

E, esse pedido, não equivale, nem proximamente, a qualquer das

hipóteses declarativas admissíveis pela lei – no art. 4º, I, do CPC – com

ele visado, repita-se, comando ordenatório de providência material, a

terceiro não integrado à relação processual presente.

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 118

Portanto, a causa de pedir arrolada pela inicial indica, com

exclusividade, solução puramente declaratória da lide, nos termos da

propugnação alternativa do art. 4º, do CPC.

O pedido da ação – cujo título, ou “nomen iuris”, limitando-se à

indicação de rito a observar-se no trâmite respectivo (ordinário) – busca

comando de natureza diversa do caráter declaratório da demanda, indo, mais,

à própria meta de imposição, a terceiro alheio aos lindes da disputa

travada no processo, de efeitos diretos do julgado.

THEOTÔNIO NEGRÃO, “in CPC Anotado, Saraiva, 28ª edição, pág. 77”:

“Para que possa obter pronunciamento jurisdicional sobre a existência

ou inexistência de uma relação jurídica, o autor haverá de explicitá-la,

deduzindo todos os seus termos. Impossibilidade de a sentença emitir comandos

genéricos, não referidos a uma situação concreta, perfeitamente identificável.” (RTFR

164/119)

O defeito apontado arrosta, para o pedido, efeito inibitório da

cognição básica da exordial, por dissociação entre ele (o pedido) e a causa

de pedir, e pela própria impossibilidade, em si, do comando por ele

pretendido – art. 295, parágrafo único, II e III, do CPC – aspectos que

privam o processo de elementar pressuposto de desenvolvimento válido (a

higidez e cognoscibilidade da petição de ingresso – art. 267, IV, do CPC).

ISTO POSTO, julgo extinto o processo, sem enfrentamento do mérito,

condenando a autora no pagamento das custas processuais e no de honorários

advocatícios, estes em importe equivalente a 10% (dez por cento) do valor

atualizado atribuído à causa.

P.R.I.

Belo Horizonte, 28 de junho de 2000.

FERNANDO NETO BOTELHO

Juiz de Direito

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 119

RECURSO ESPECIAL Nº 81.686 – SÃO PAULO (1995/0064461-4)

RELATORA : MIN. NANCY ANDRIGHI

RECORRENTE: SUZUKI INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE MÁQUINAS LTDA.

RECORRIDA : FAZENDA DO ESTADO DE SÃO PAULO

RECURSO ESPECIAL – TRIBUTÁRIO – AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO –

FUNDAMENTAÇÃO DEFICIENTE – SÚMULA 284 DO STF – ALEGAÇÕES DE OFENSAS À

CF – RECURSO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.

Alegações de ofensas a dispositivos da Constituição Federal

escapam ao âmbito de competência atribuído a esta Corte Superior, ex

vi do disposto nos arts. 102, inc. III e 105, inc. III, da

Constituição Federal.

Recurso a que se nega seguimento.

D E C I S Ã O

SUZUKI INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE MÁQUINAS LTDA. interpôs recurso

especial em face de acórdão proferido pelo Tribunal de Justiça do Estado de

São Paulo.

A hipótese versa sobre ação de repetição de indébito pelo rito

ordinário, em que se busca o reconhecimento de inexistência de relação

jurídico-tributária com o Estado. Busca-se, ainda, a declaração da

ilegalidade na incidência da correção monetária no crédito apurado, bem

como na antecipação do prazo de pagamento do débito tributário, tal qual

instituído pelo Convênio ICMS nº 92/89, pela lei estadual (SP) nº 6.374/89

e pelo decreto estadual (SP) nº 30.356/89.

O aresto vergastado deu o seguinte deslinde à matéria:

“Efetivamente a fixação das datas de vencimento dos tributos não se

submete à reserva legal, como demonstra a simples leitura dos arts. 96 e

160 do Código Tributário Nacional, um e outro se referindo a “legislação”,

com o conteúdo que tem para o Direito Tributário, de abranger a um só tempo

as leis e os Decretos.

Consoante já proclamou esta mesma Egrégia Câmara nas Apelações Cíveis

n.ºs 229.035-2/7, de Marília e 235.642-2/6, desta Capital, tampouco existe

afronta ao art. 97 do Código Tributário Nacional, cediça Lei Complementar à

Constituição Federal, recepcionada pela nova Carta Política, aonde não se

encontra estendida a reserva legal para a fixação das datas de vencimento

da obrigação tributária.

(...)

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 120

“Cabe ao Decreto, em matéria de imposto, dispor sobre prazo para pagamento,

local para pagamento, escrituração fiscal e demais detalhes relativos à

execução da lei tributária.”

(...)

Cabe, portanto, ao Poder Legislativo editar normas, leis, que dêem

cumprimento ao disposto na Constituição Federal no tocante ao Sistema

Tributário Nacional, mas só isso.

A questão menor, de administração e/ou política tributária, de

administrar o imposto já fixado pela lei, estabelecendo as obrigações

tributárias de caráter secundário dele resultantes, toca aos Estados, a

cada interessado, ao Poder Executivo, através da edição de decretos e/ou

regulamentos para as leis tributárias.

Nem é diferente, outrossim, o que se colhe da interpretação

sistemática do Código Tributário Nacional.

Inicialmente, nos termos de seu art. 96: “A expressão ‘legislação

tributária’ compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais,

os decretos e as normas complementares que versem, ao todo ou em parte,

sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes.”

Assim sendo, quando o seu art. 160, caput se remete de maneira

expressa à “legislação tributária”, verbis, “Quando a legislação tributária

não fixar o tempo do pagamento, o vencimento do crédito ocorre 30 (trinta)

dias depois da data em que se considera o sujeito passivo notificado do

lançamento”, simplesmente não se pode ler como dizendo respeito

exclusivamente às leis, sob pena de se incidir em gravíssimo e inadmissível

vício, de induvidosa negativa de vigência a ambos os dispositivos, 96 e 160

do CTN, restringindo de maneira inadmissível, de modo incompatível com

quanto neles se dispõe, o sentido expresso de seu comando, de permitir que

também por Decretos se disponha sobre a data para o pagamento do imposto!

Dessa forma, inclusive, o notável ALIOMAR BALEEIRO, “Direito

Tributário Brasileiro”, 4ª ed., Forense, RJ, pág. 482 interpreta a matéria:

“A regra do art. 160 é supletiva: no silêncio da legislação

tributária (arts. 96 a 100), o vencimento ocorrerá dentro de 30 dias,

contados daquele em que o sujeito passivo for notificado do lançamento.”

Não há falar, sob outro aspecto, em violação ao art. 150, inciso I da

Constituição da República, pois lá se proíbe “exigir ou aumentar tributo

sem lei que o estabeleça” e aqui se está, simplesmente, reduzindo o prazo

para o pagamento, sempre, do mesmíssimo imposto, sempre em igual valor, sem

haver qualquer aumento, na alíquota ou na sua base de cálculo.

Por último, o entendimento agora sufragado, da inexistência de

irregularidade qualquer, na antecipação da data para o recolhimento do ICMS

vem sendo iterativamente sancionado pelo Egrégio Superior Tribunal de

Justiça, na sua missão político/Constitucional de zelar pela unicidade de

interpretação e aplicação do denominado Direito Federal, aqui se tratando

das normas do Código Tributário Nacional:

(...)

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 121

O art. 144 do Código Tributário Nacional diz que o “lançamento

reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela

lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada”.

Ora bem, interpretando esse dispositivo, está o Egrégio Superior

Tribunal de Justiça, de competência atribuída pela própria Constituição

Federal, proclamando que a simples redução do prazo para pagamento do

tributo, rigorosamente como na espécie dos autos, pelo seu valor nominal,

em matéria de ICM/ICMS, não implica em violação ao art. 144 do Código

Tributário Nacional e em alteração da obrigação tributária, de maneira a

demonstrar a improcedência da pretensão da Apelada.

E, chega-se, aqui, ao ponto fulcral da questão, visto inexistir

violação qualquer ao princípio da não-cumulatividade característico do

ICMS.

Mas, em primeiro lugar, não há, absolutamente, alteração da base de

cálculo do imposto, ou seja, o substrato que será oferecido à tributação, o

qual, de maneira gritante, venia concessa, permanece rigorosamente o mesmo.

De outro lado, tampouco se pode aceitar como verdadeira a assertiva

de tornar-se mais oneroso o tributo pela antecipação da data de seu

pagamento.

Não, jamais, no sistema do ICMS, pois como sabido, o tributo integra

o preço e a Apelada não desembolsa dinheiro próprio, senão, apenas repassa

para a Fazenda do Estado o valor do imposto, integrante do preço e já

recebido de seu comprador, o contribuinte de fato.

O que ocorre, portanto, não é, de modo algum, aumento de ônus para o

contribuinte, apenas redução do prazo em que poderá girar em seu próprio

proveito dinheiro de terceiro, de um lado, do contribuinte de fato, de

outro, da Fazenda do Estado, nas hipóteses em que no período de apuração

haja saldo devedor do tributo.

Por fim, mesmo que o tributo não seja quitado na data antecipada,

sujeitando-se o contribuinte à atualização monetária, não haverá violação

ao princípio da não-cumulatividade do imposto.

Nesse sentido já proclamou o Pretório Excelso, RTJ 121/228, que a

correção monetária não constitui compensação ou reparação, mas visa ao

valor devido, que deve ser atualizado conforme o poder aquisitivo que

representa, no curso das flutuações da moeda, ou ainda, como bem salientou

em lúcido v. acórdão o Egrégio Superior Tribunal de Justiça, Relator o

Exmo. Sr. Ministro VICENTE CERNICCHIARO (Agr. Regimental no Agr. de

Instrumento nº 1.992/SP, 2ª Turma, DJU de 02.04.90, pág. 2.454: “A correção

monetária ajusta o valor formal ao substancial do débito. Cumpre atualizá-

lo no ato do pagamento. Caso contrário, considerada a desvalorização diária

da moeda, acarretará enriquecimento sem causa do devedor).”

Tal, pois, a natureza jurídica desse instituto, genuinamente

brasileiro, da correção monetária, para acompanhar a até recentemente,

incontrolada e diária inflação. “É ressabido que o reajuste monetário visa

exclusivamente a manter no tempo o valor real da dívida, mediante a

alteração de sua expressão nominal. Não gera acréscimo ao valor nem traduz

sanção punitiva. Decorre do simples transcurso temporal, sob regime de

desvalorização da moeda” (STJ, 1ª Turma, Rec. Esp. nº 16.509/SP

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 122

(91.0023643-8), DJU 26.04.93, pág. 7.171) – não há falar em acréscimo,

aumento do imposto sem lei que o permita ou em violação do princípio a ele

incito, da não-cumulatividade, de conteúdo manifestamente diverso, por isso

mesmo que o valor do imposto em si não se altera, mas apenas a sua

expressão monetária, pontos em que tampouco tem procedência o recurso,

firme, nesse sentido, a orientação pretoriana: “Tributário – ICMS. Correção

monetária. Lei Estadual nº 6.374/89, convênio 92/89. I- Não constitui

majoração do tributo, a atualização do valor monetário da respectiva base

de cálculo” (STJ, 2ª T., Rec. Esp. nº 28.159-7/SP (92.0025860-3), DJU

26.04.93, pág. 7.195) ou ainda, “O recolhimento do tributo corrigido

monetariamente não significa majoração, mas simples preservação do poder

aquisitivo da moeda, garantindo que o fisco perceba a integralidade do

débito, inexistindo vulneração aos princípios da não-cumulatividade e da

legalidade tributária” (STJ, 1ª T., Rec. Esp. nº 28.665-0/SP, DJU 1º.03.93,

pág. 2.496).”

Opostos embargos de declaração, foram os mesmos rejeitados.

O recurso especial foi interposto com fulcro na alínea ‘a’ do

permissivo constitucional, por ter o aresto recorrido contrariado os arts.

2º, 22, inc. IV, 155, par. 2º, inc. I, 150, incs. I, IV da Constituição

Federal, 34, par. 8º, 25, do ADCT, 3º, par. 1º, do Decreto-Lei nº 406/68, e

a Lei Federal nº 7.799/89.

Houve interposição simultânea de recurso extraordinário para o STF.

Contra-razões ao recurso especial às fls. 370/375.

Os recursos foram admitidos na origem.

Assim relatado, passo a decidir.

O presente recurso especial não possui condições de ultrapassar o

juízo de admissibilidade.

Depreende-se da petição de interposição do apelo extremo, que o

recorrente deixou de apontar expressamente o dispositivo

infraconstitucional que entende violado, apenas mencionando que o aresto

objurgado fere a Lei Federal nº 7.799/89. Destarte, é imperioso reconhecer

a deficiência na fundamentação do mesmo, incidindo na espécie o óbice da

Súmula 284 do STF.

Ademais, o recorrente cuidou de apontar como violados dispositivos da

Constituição Federal, o que escapa ao âmbito de competência atribuído a

esta Corte Superior, ex vi do disposto nos arts. 102, inc. III e 105, inc.

III, da Constituição Federal.

Forte em tais razões, nego seguimento ao recurso especial, porquanto

apresenta deficiência em sua fundamentação e por não ser o recurso especial

sede de alegações de violação à Magna Carta.

Publique-se. Intime-se.

Brasília/DF, 03 de julho de 2000.

MINISTRA NANCY ANDRIGHI, Relatora

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 123

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 124

EMENTÁRIO DE JURISPRUDÊNCIA

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 125

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 126

AÇÃO CIVIL PÚBLICA – DIREITOS INDIVIDUAIS DISPONÍVEIS – ICMS –

ILEGITIMIDADE DO MINISTÉRIO PÚBLICO

A legitimidade do Ministério Público é para cuidar de interesses

sociais difusos ou coletivos e não para patrocinar direitos individuais

privados e disponíveis. - O Ministério Público não tem legitimidade para

promover a ação civil pública na defesa de contribuintes, que não são

considerados consumidores. - Recurso provido.

(Recurso Especial nº 248.281 – SP – (2000/0013055-9) Rel.: Min.

Garcia Vieira. Recte.: Fazenda do Estado de São Paulo. Recdo.: Ministério

Público do Estado de São Paulo. Interes.: Companhia Energética de São Paulo

– CESP. 1ª Turma, STJ - 02-05-00).

IN DJ1 - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 29-05-00 - PÁG. 127.

AÇÃO DECLARATÓRIA – VALOR DA CAUSA – FIXAÇÃO POR ESTIMATIVA –

IMPOSSIBILIDADE – ARTS. 258 E 260 DO CPC – PRECEDENTES

1. Na ação declaratória, ainda que sem conteúdo econômico imediato, o

valor da causa deve corresponder à relação jurídica cuja existência ou

inexistência pretende-se ver declarada. - 2. Inteligência dos arts. 258 c/c

260 do CPC. – 3. Recurso especial improvido.

(Recurso Especial nº 166.007 – SP - (1998/0014945-7) Rel.: Min.

Francisco Peçanha Martins. Recte.: Festo Máquinas e Equipamentos

Pneumáticos Ltda. Recda.: Centrais Elétricas Brasileiras S/A – ELETROBRÁS.

2ª Turma, STJ – 15-02-00).

IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 08-05-00 – PÁG. 80.

AGRAVO – EXECUÇÃO FISCAL – DETERMINAÇÃO DE PENHORA SUSTADA –

IMPOSSIBILIDADE

Pela sistemática da lei de execução fiscal, o despacho positivo da

inicial importa, automaticamente, ordem para citar e, após, determinar a

penhora, desde que não haja pagamento da dívida, nem garantia da execução

(LEF, art. 7º). - Na hipótese sub examine, após regular citação, o

executado não pagou a dívida nem garantiu a execução, razão por que a

penhora deve determinar ato contínuo e não torná-la sem efeito e determinar

a manifestação do exeqüente quanto ao valor irrisório do débito. – Com

efeito, cabe ao exeqüente a faculdade de recorrer ou não ao Judiciário para

cobrar seus créditos. – Ademais, a partir da intimação da penhora é que

correrá o prazo para opor embargos à execução, única oportunidade em que se

poderá alegar matéria de defesa. – Recurso provido para anular a decisão,

determinando-se, conseqüentemente, o prosseguimento da execução.

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 127

(Agravo de Instrumento nº 96.02.04168-4 – Rel.: Des. Fed. Benedito

Gonçalves. Agte.: Conselho Regional de Engenharia Arquitetura e Agronomia

do Espírito Santo – CREA/ES. Agdo.: José celso dos Santos. 4ª Turma,

TRF/2ª Região - 13-10-99).

IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 11-04-00 – PÁG. 616.

AGRAVO DE INSTRUMENTO – EXECUÇÃO FISCAL – EXCESSO DE PENHORA –

ATRIBUIÇÃO DE VALORES

I. No caso dos autos, a execução tem objeto expropriar bem do devedor

a fim de satisfazer o direito do credor, no caso a Fazenda Pública. Como o

devedor não indicou bens a penhora, o exeqüente, como lhe compete, indicou

a relação dos bens o qual deveria recair a penhora. Competia, portanto, ao

juiz, simplesmente, determinar a penhora de tantos bens quanto bastem para

o pagamento da dívida, cabendo ao Oficial de Justiça, na fase de avaliação,

nos termos do art. 13 da Lei 6.830/80, promover a avaliação desses bens. –

II. Agravo a que dá provimento, para que prossiga a penhora, sem

necessidade de indicação do valor dos bens pelo exeqüente.

(Agravo de Instrumento nº 99.02.20753-7 38500 AG RJ – Rel.: Juiz

Federal Convocado Guilherme Diefenthaeler, em substituição a Juíza do TRF-

2ª RG., Maria Helena. Agte.: Instituto Nacional do Seguro Social – INSS.

Agda.: Carpintaria e Mercenaria Cruz de Malta Ltda. 3ª Turma, TRF/2ª Região

– 01-12-99).

IN DJ1 - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 18-04-00 – PÁG. 331.

AGRAVO DE INSTRUMENTO – EXECUÇÃO FISCAL – PENHORA SOBRE O FATURAMENTO

DA EMPRESA – POSSIBILIDADE – PRECEDENTES

1. Assiste ao credor o direito de recusar os bens oferecidos à

penhora pelo devedor sempre que, em face da difícil comercialização dos

mesmos, se estiver diante da possibilidade de se frustar o procedimento

executório. - 2. Nos termos dos precedentes deste Tribunal, é admissível a

penhora sobre o faturamento da empresa, desde que não ultrapasse o

percentual de 30% (trinta por cento). - 3. Agravo provido.

(Agravo de Instrumento nº 1999.04.01.025758-1 - PR – Rel.: Juiz José

Luiz B. Germano da Silva. Agte.: União Federal (Fazenda Nacional). Agda.:

Empresa Gráfica Daunus Ltda. 1ª Turma, TRF/4ª Região – 14-03-00).

IN DJ1 - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 05-04-00 – PÁG. 18.

AGRAVO NO RECURSO ESPECIAL – ICMS – SAÍDAS DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS

– PROJETOS DE INTERESSE NACIONAL – ISENÇÃO – REVOGAÇÃO – CONVÊNIOS

ICM NºS 09/75, 11/81 E 24/81, ARTS. 178, 179, § 2º, DO CTN –

PRECEDENTES STF E STJ

A isenção conferida pelo Convênio 9/75 não é condicionada nem a

termo, podendo ser revogada a qualquer tempo, inexistindo direito

adquirido. – Agravo no recurso especial a que se nega provimento.

(Agravo Regimental no Recurso Especial nº 49.664 – SP -

(1994/0016824-1) – Relª.: Min. Nancy Andrighi. Agte.: Centrais Elétricas do

Pará S/A – CELPA. Agda.: Fazenda do Estado de São Paulo. 2ª Turma, STJ –

23-05-00).

IN DJ1 - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 26-06-00 – PÁG. 139.

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 128

AGRAVO REGIMENTAL – AGRAVO DE INSTRUMENTO – PREQUESTIONAMENTO

IMPLÍCITO – AUSÊNCIA – ARTIGO 267, § 1º, DO CPC – INTIMAÇÃO PESSOAL

PARA COMPLEMENTAÇÃO DE PREPARO – PRECEDENTES DESTA CORTE – DISSÍDIO

NÃO CONFIGURADO

I. Para estar presente o requisito do prequestionamento não basta que

a parte alegue malferimento de determinada norma. É preciso que sobre ela

se pronuncie expressamente o Eg. Tribunal a quo (Súmula 211/STJ), o que, in

casu, não ocorreu. – II. Descabe o cancelamento da distribuição do feito

sem a prévia intimação pessoal da parte para, em 48 horas, complementar o

pagamento das custas (art. 267, § 1º, CPC). Precedentes desta Corte. - III.

Divergência jurisprudencial não configurada. - IV. Agravo Regimental

improvido.

(Agravo Regimental no Agravo de Instrumento nº 262.015 – RJ -

(1999/0083945-5) – Rel.: Min. Waldemar Zveiter. Agte.: Maria da Graça Xuxa

Meneghel. Agdo.: O R. despacho de fl. 75. 3ª Turma, STJ – 02-05-00).

IN DJ1 - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 05-06-00 – PÁG. 159.

AGRAVO REGIMENTAL – AGRAVO DE INSTRUMENTO – PREQUESTIONAMENTO DE

QUESTÕES SURGIDAS NO ACÓRDÃO – AUSÊNCIA – DESPACHO DE MERO EXPEDIENTE

– IRRECORRIBILIDADE – ARTIGO 504 DO CPC – DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL

NÃO CONFIGURADA

I. É indispensável o prequestionamento, ainda que a questão tenha

surgido no próprio aresto impugnado, hipótese em que se exige a

interposição de Embargos Declaratórios, a fim de que ela seja examinada e

decidida. Precedentes desta Corte. – II. Em se tratando de mero despacho de

expediente que apenas determinou a substituição do título executivo

trocado, não há que se falar em recurso, já que, não causando gravame, não

implica em sucumbência (art. 504, CPC). – III. Divergência jurisprudencial

não configurada. - IV. Agravo Regimental desprovido.

(Agravo Regimental no Agravo de Instrumento nº 252.492 – RJ -

(1999/0064448-4) – Rel.: Min. Waldemar Zveiter. Agte.: Mercearia Padaria

Tarcísio Miranda Ltda. Agdo.: O R. despacho de fl. 50. Parte: Banco do

Brasil S/ª 3ª Turma, STJ – 27-04-00).

IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 26-06-00 – PÁG. 167.

AGRAVO REGIMENTAL CONTRA DECISÃO QUE NEGOU PROVIMENTO A AGRAVO DE

INSTRUMENTO PARA FINS DE FAZER SUBIR RECURSO ESPECIAL – PENHORA -

APÓLICE DA DÍVIDA PÚBLICA - ORDEM PREVISTA NO ARTIGO 11 DA LEI

6.830/80 - PRECEDENTES

1. Agravo Regimental interposto contra decisão que, com base no art.

544, § 2º, do CPC, entendeu em não emprestar caminhada a agravo de

instrumento intentado para fazer subir recurso especial, negando-lhe,

assim, provimento. – 2. Acórdão a quo que, em ação executiva fiscal, negou

provimento a agravo de instrumento, confirmando decisão de Juiz de 1º grau,

que indeferiu a nomeação à penhora de Apólice da Dívida Pública. – 3. Não

tendo a devedora obedecido a ordem prevista no art. 11, da Lei nº 6.830/80,

visto que em primeiro lugar está o dinheiro e não os Títulos da Dívida

Pública, é lícito ao credor e ao julgador a não aceitação da nomeação à

penhora desses títulos, pois a execução é feita no interesse do exeqüente e

não do executado. Precedentes. Agravo regimental improvido.

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 129

(Agravo Regimental no Agravo de Instrumento nº 282870 – SP -

(2000/0002684-0) – Rel.: O Exmo. Sr. Min. José Delgado. Agte.: Cosmoquímica

Indústria e Comércio Ltda. Agda.: Fazenda do Estado de São Paulo. 1ª Turma,

STJ – 25-04-00).

IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 22-05-00 – PÁG. 89.

AGRAVO REGIMENTAL – NÃO CONHECIMENTO – INTERPOSIÇÃO VIA FAX – JUNTADA

INTEMPESTIVA DO ORIGINAL – RECURSO INTERPOSTO ANTES DA VIGÊNCIA DA

LEI Nº 9.800/99

I. Em relação aos recursos interpostos através de fac-símile, a

jurisprudência sedimentada no âmbito da Corte Especial do STJ (EDcl no CC

nº 14.324) orientou-se no sentido de que não se conhece de recurso

interposto via fax, quando o original é anexado aos autos fora do prazo

recursal. Atualmente, a matéria se encontra disciplinada na Lei nº 9.800/99

que determina seja o original juntado, até 5 dias, contados do término do

prazo para a interposição do recurso. Tal exegese, contudo, não se amolda à

hipótese dos autos, eis que a interposição do agravo regimental antecedeu a

edição e a vigência da mencionada lei. - II. Agravo regimental não

conhecido.

(Agravo Regimental no Recurso Especial nº 162.154 – SP -

(1998/0005189-9) – Rel.: Min. Waldemar Zveiter. Agte.: José Carlos de

Camargo Campos. Agdo.: O R. Despacho de fls. 202. 3ª Turma, STJ –

03-12-99).

IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 17-04-00 – PÁG. 57.

COMPENSAÇÃO – TRIBUTO LANÇADO POR HOMOLOGAÇÃO – CERTIDÃO NEGATIVA

I. Nossa jurisprudência assentou-se no sentido de que, em se tratando

de compensar tributo lançado por homologação, a vontade unilateral do

contribuinte não basta para o exonerar. É que “O lançamento da compensação

entre crédito e débito tributário efetiva-se por iniciativa do contribuinte

e com risco para ele. O Fisco, em considerando que os créditos não são

compensáveis, ou que não é correto o alcance da superposição de créditos e

débitos, praticará o lançamento por homologação (previsto no art. 150 do

CTN).” (REsp 171490/Humberto) – II. A circunstância de o contribuinte em

atraso com o pagamento de tributo afirmar que está compensando créditos

seus para com o Estado, não obriga este a passar certidão negativa em favor

daquele. (RESP 173637/Humberto).

(Recurso Especial nº 207.112 – RS - (1999/0020927-3) – Rel.: O Exmo.

Sr. Min. Humberto Gomes de Barros. Recte.: Instituto Nacional do Seguro

Social – INSS. Recdo.: TMR Impressos Ltda. 1ª Turma, STJ – 15-02-00).

IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 03-04-00 – PÁG. 115.

COMPENSAÇÃO DE TRIBUTOS – AÇÃO CAUTELAR – INADMISSIBILIDADE

É inadequada a ação cautelar para requerer compensação de tributos,

tanto pela sua satisfatividade, como pela ausência de demonstração de

perigo na demora, uma vez que a autoridade fazendária não pode impingir

constrição num direito que é futuro, qual seja o de compensar créditos

tributários inexistentes à época do ajuizamento da ação.

(Embargos de Divergência em REsp nº 183.627 – SP - (1999/0030342-3) –

Relª.: Min. Nancy Andrighi. Embte.: Instituto Nacional do Seguro Social –

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 130

INSS. Embdo.: Ricordi Brasileira S/A. 1ª Seção, STJ – 10-05-00).

IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 26-06-00 – PÁG. 132.

CRÉDITO – CONSTITUIÇÃO – LANÇAMENTO – NOTIFICAÇÃO – DECLARAÇÃO –

EXIGIBILIDADE – MULTA – CORREÇÃO MONETÁRIA

A constituição definitiva do crédito tributário ocorre com o

lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo. Em se tratando de

débito declarado pelo próprio contribuinte e não pago, não tem lugar a

homologação formal, sendo o mesmo exigível independentemente de notificação

prévia ou instauração de procedimento administrativo. – É devida a correção

monetária sobre as multas que são aplicadas sobre o montante devido. –

Recurso improvido.

(Recurso Especial nº 247.562 – SP - (2000/0010613-5) – Rel.: Min.

Garcia Vieira. Recte.: Fundesp Comércio e Indústria Ltda. Recda.: Fazenda

do Estado de São Paulo. 1ª Turma, STJ – 02-05-00).

IN DJ1 - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 29-05-00 – PÁG. 126.

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO (ART. 535, I E II, CPC) – EMENTA DESAJUSTADA À

QUESTÃO JURÍDICA RESOLVIDA – CONTRADIÇÃO INEXISTENTE

1. Demonstrado que a ementa do Acórdão está desajustada à questão

jurídica examinada e resolvida, adequa-se novo resumo, assim dirigido:

— “Tributário, Painéis Eletrônicos. Produção, Comércio e Instalação. ICMS.

ISS. Decreto-Lei 406/68 – Arts. 2º, I, e 8º - item 48. Decreto-Lei 834/69.

– 1. A preponderância do valor do negócio jurídico representado pela venda

dos painéis eletrônicos sobre aquele da mão-de-obra é critério objetivo de

convencimento. Dito critério tem servido para o fim de separar as

hipóteses, facilitando a interpretação dos ítens da Lista de Serviços. – 2.

A venda de produto fabricado por empresa industrial, seguida de instalação

pela vendedora (a mesma que vende e instala, em operações comprovadamente

contínuas ou simultâneas, certo que o adquirente não forneceu material

algum (‘exclusivamente’ – item 48 – Lista de Serviços – Dec. Lei 834/69),

evidenciada a preponderância daquela atividade econômica (venda), constitui

fato imponível sujeito à incidência do ICMS e não do ISS. – 3. Recurso

provido.” – 2. Embargos parcialmente acolhidos para ajustamento da ementa

ao conteúdo do julgado e desacolhidos quanto à sugerida contradição.

(Embargos de Declaração no Recurso Especial nº 125.851 – MG -

(1997/0022280-2) – Rel.: Min. Milton Luiz Pereira. Embte.: Fazenda Pública

do Estado de Minas Gerais. Embte.: Tecnologias Associadas Ltda. Embdo.: Os

mesmos. 1ª Turma, STJ – 24-02-00).

IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 22-05-00 – PÁG. 71.

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO - CONTRIBUIÇÃO PARA O IAA – FATO IMPONÍVEL –

SAÍDA FÍSICA DA MERCADORIA DO ESTABELECIMENTO COMERCIAL E NÃO O TEMPO

DE EMISSÃO DA NOTA FISCAL OU CELEBRAÇÃO DO CONTRATO – AUSÊNCIA DE

OMISSÃO – EMBARGOS REJEITADOS

(Embargos de Declaração no Agravo de Instrumento nº 258.948 – MG -

(1999/0077369-1) – Relª.: Min. Nancy Andrighi. Embte.: Companhia Industrial

e Agrícola Oeste de Minas. Embda.: Fazenda Nacional. 2ª Turma, STJ –

23-05-00).

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 131

IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 26-06-00 – PÁG. 151.

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – ICMS – MANDADO DE SEGURANÇA – DEPÓSITO

JUDICIAL PARA SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DE CRÉDITO TRIBUTÁRIO –

SOBRESTAMENTO DA EXECUÇÃO FISCAL – CONDENAÇÃO EM HONORÁRIOS

ADVOCATÍCIOS – OMISSÃO INEXISTENTE

I. Se a decisão monocrática expressamente declara a impossibilidade

de extinção do processo de execução fiscal face a suspensão da

exigibilidade do crédito tributário alcançada pelo depósito do débito em

sede de mandado de segurança impetrado com vistas à delimitação do seu

valor e determina o seu sobrestamento até a respectiva decisão final,

inexiste razão para condenar-se o vencido em honorários advocatícios, visto

que, não há extinção do processo em curso. II. Ausente qualquer omissão na

decisão embargada impõe-se a rejeição dos embargos declaratórios.

(Embargos de Declaração no Recurso Especial nº 85.706 – SP -

(1996/0001663-1) – Relª.: Min. Nancy Andrighi. Embte.: Nestlé Industrial e

Comercial Ltda. Embda.: Fazenda do Estado de São Paulo. 2ª Turma, STJ –

02-05-00).

IN DJ1 - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 05-06-00 – PÁG. 136.

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – ICMS – SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA – OPERAÇÃO DE

VENDAS DE VEÍCULOS AUTOMOTORES – OMISSÃO QUANTO AO ENTENDIMENTO DE

QUE INEXISTE LEI ESTADUAL RESPONSABILIZANDO O COMERCIANTE AO

RECOLHIMENTO ANTECIPADO DO TRIBUTO

I. A cobrança antecipada do ICM encontra amparo nos Convênios 66/88 e

107/89, que têm força de lei e encontram-se harmonizados com o disposto no

art. 34, § 8º, do ADCT e demais dispositivos legais pertinentes. Assim

sendo, a falta de expressa remissão na Lei 8.933/89 à responsabilidade dos

comerciantes dedicados à venda de veículos automotores pelo recolhimento

antecipado do ICMS, sob o regime de substituição tributária, não macula de

ilegalidade a respectiva exação. – II. Embargos acolhidos apenas para

afastar a alegação de ilegalidade na exação do tributo, questionada pela

alegação de ausência de lei estadual instituidora do regime de substituição

tributária às revendedoras de veículos automotores.

(Embargos de Declaração no Recurso Especial nº 88.385 – Paraná –

(1996/0009894-8) – Relª: Min. Nancy Andrighi. Embte.: Sampdoria Veículos e

Peças Ltda. Embdo.: Estado do Paraná. 2ª Turma, STJ – 09-05-00).

IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 05-06-00 – PÁG. 136.

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO – NECESSIDADE DE EXAME DAS QUESTÕES

PLEITEADAS PELA PARTE – ANULAÇÃO

1. A prestação jurisdicional há que ser entregue em sua plenitude. É

dever do magistrado apreciar as questões que lhe são impostas nos autos,

assim como à parte ter analisado os fatos postos ao exame do Poder

Judiciário. – 2. O exame dos acórdãos que formam a decisão hostilizada

detona a conclusão de que os questionamentos suscitados pela recorrente

foram examinados, caracterizando-se, assim, a omissão indicada. - 3. Impõe-

-se, conseqüentemente, a decretação da nulidade do acórdão proferido nos

embargos de declaração para que, com exceção da prescrição, da caducidade e

da ilegitimidade de parte, o egrégio Tribunal “a quo” examine e decida

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 132

sobre os pontos jurídicos levantados pelo Estado de São Paulo, no corpo da

petição dos embargos de declaração. - 4. Recurso conhecido e provido.

(Recurso Especial nº 245474/SP (2000/0004226-9) – Rel.: O Exmo. Sr.

Min. José Delgado. Recte.: Fazenda do Estado de São Paulo. Recdos.:

Fortaleza Empreendimentos Gerais Ltda. e outro. 1ª Turma, STJ – 28-03-00).

IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 08-05-00 – PÁG. 71.

EMBARGOS DE DECLARAÇAO NO RECURSO ESPECIAL – ICMS – SAÍDAS DE

MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS – PROJETOS DE INTERESSE NACIONAL – ISENÇÃO –

OMISSÃO – HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

Os embargos de declaração consubstanciam instrumento processual

destinado a expurgar do julgamento obscuridade, contradições ou omissões

sobre tema cujo pronunciamento se impunha manifestar o julgador. - Há

omissão a ser sanada, pois tendo sido dado provimento ao recurso especial,

nada se consignou acerca dos honorários. Assim, acolhem-se os embargos de

declaração opostos, tão-somente no efeito aclareador, para sanar a referida

omissão, consignando a inversão dos ônus da sucumbência.

(Embargos de Declaração no Recurso Especial nº 149.575 – SP -

(1997/0067374-0) – Relª.: Min. Nancy Andrighi. Embte.: Fazenda do Estado de

São Paulo. Embdo.: Siteltra S/A Sistemas de Telecomunicações e Trafego. 2ª

Turma, STJ – 23-05-00).

IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 26-06-00 – PÁG. 140.

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO ESPECIAL – ICMS – SUBSTITUIÇÃO

TRIBUTÁRIA – EMPRESA DEDICADA À COMERCIALIZAÇÃO DE COMBUSTÍVEIS –

CONTRADIÇÃO APARENTE NO DECISUM DO ACÓRDÃO EMBARGADO

1. Os embargos de declaração não se prestam à correção de error in

iudicando nem tão pouco à impugnação do entendimento sufragado pelo voto

condutor do acórdão hostilizado. Sua função específica é integrar o

julgamento, esclarecendo-o, quando presentes omissão de ponto fundamental,

contradição entre a fundamentação e a conclusão ou obscuridades na

motivação. Havendo, pois, contradição aparente no decisum do acórdão

embargado, devem ser acolhidos os embargos declaratórios opostos, para na

esteira do entendimento do voto condutor expurgar do julgado o vício

inquinado.

(Embargos de Declaração no Recurso Especial nº 104.672 – SP -

(1996/0052542-0) – Relª.: Min. Nancy Andrighi. Embte.: Fazenda do Estado de

São Paulo. Embdo.: Posto Papai Noel Ltda. 2ª Turma, STJ – 09-05-00).

IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 05-06-00 – PÁG. 137.

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – SUCUMBÊNCIA: ÔNUS

1. Vencido o embargante em sede de recurso especial, deve arcar com a

sucumbência. - 2. Custas e honorários impostos à FAZENDA ficam invertidos

em desfavor da empresa. – 3. Embargos acolhidos.

(Embargos de Declaração no REsp nº 57.800 – SP - (1994/0037700-2) -

Relª.: Min. Eliana Calmon. Embte.: Fazenda do Estado de São Paulo. Embdo.:

Kiz Fachadas Promocionais Ltda. 2ª Turma, STJ – 28-03-00).

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 133

IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 22-05-00 – PÁG. 91.

EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA – HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS – BASE DE CÁLCULO –

VALOR DA CONDENAÇÃO

Determina o artigo 20, parágrafo 3º do CPC, que os honorários de

advogado serão fixados entre o mínimo de 10% e o máximo de 20% sobre o

valor da condenação. Embargos recebidos.

(Embargos de Divergência no Recurso Especial nº 71.124 – DF -

(1999/0068707-8) – Rel.: Min. Garcia Vieira. Embte.: Chapeco Avícola S/A.

Embda.: Fazenda Nacional. 1ª Seção, STJ – 06-12-99).

IN DJ1 - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 22-05-00 - PÁG. 64.

EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL – LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO TÁCITA –

PRAZO – INOCORRÊNCIA DA PRESCRIÇÃO – CTN, ARTIGOS 150, § 4º, 156 E

173 – RECURSO ESPECIAL CONHECIDO E PROVIDO

Nos tributos sujeitos à homologação, a prescrição do crédito

tributário ocorre em cinco anos, contados do fato gerador, acrescidos de

mais cinco anos, a partir da homologação tácita. – Recurso especial

conhecido e provido. Decisão unânime.

(Recurso Especial nº 225.817 – SP - (1999/0070392-8) – Rel.: Min.

Franciulli Netto. Recte.: Fazenda do Estado de São Paulo. Recdo.:

Laboratório Universal Indústria e Comércio Ltda. 2ª Turma, STJ – 16-05-00).

IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 19-06-00 – PÁG. 135.

EXECUÇÃO – EXCESSO DE PENHORA – BEM IMÓVEL – QUESTÕES DE FATO –

AUSÊNCIA DE OFERECIMENTO DE BENS À PENHORA – APLICAÇÃO DA SÚMULA Nº

07 DO STJ

Consta do aresto ser o imóvel penhorado constante de universalidade

de bens, muitos gozando de indiscutível autonomia, questão de fato não

passível de exame no Especial (Súmula nº 07 do STJ). Não foi garantida

execução, nem se comprovou a existência de outros bens. – Recurso

improvido.

(Recurso Especial nº 248.156 – SP – Rel.: Min. Garcia Vieira. Recte.:

Manikraft Guaianazes Indústria de Celulose e Papel Ltda. Recda.: Fazenda do

Estado de São Paulo. 1ª Turma, STJ – 02-05-00).

IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 29-05-00 – PÁG. 127.

EXECUÇÃO – PENHORA DE DINHEIRO DISPONÍVEL EM CAIXA DE INSTITUIÇÃO

FINANCEIRA – POSSIBILIDADE – RESSALVA QUANTO ÀS RESERVAS TÉCNICAS

MANTIDAS JUNTO AO “BANCO CENTRAL DO BRASIL”

- Segundo a jurisprudência traçada pelo STJ, é possível recaia a

penhora sobre o numerário disponível no caixa da instituição financeira,

excluídas apenas as reservas técnicas mantidas junto ao “Banco Central do

Brasil”. – Recurso especial conhecido e provido parcialmente.

(Recurso Especial nº 234.239 – SP - (1999/0092664-1) – Rel.: Min.

Barros Monteiro. Recte.: Milton Duarte Coelho – Espólio. Recdo.: Banco do

Brasil S/A. 4ª Turma, STJ – 15-02-00).

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 134

IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 02-05-00 – PÁG. 147.

EXECUÇÃO FISCAL – APENSAMENTO DE VÁRIOS PROCESSOS – DESNECESSIDADE DO

REQUERIMENTO SER FORMULADO POR AMBAS AS PARTES – FACULDADE QUE

DEPENDE DE APENAS UMA DAS PARTES – INTELIGÊNCIA DO ARTIGO 28 DA LEI

Nº 6.830/80 (LEI DE EXECUÇÃO FISCAL) – RECURSO NÃO CONHECIDO

1. Para o requerimento de apensamento de várias ações de execução

fiscal, que tramitam contra um mesmo devedor, a lei não exige que seja

formulado por ambas, mas, sim, que ocorra por iniciativa de uma das partes.

– 2. Há de haver cautela na interpretação da letra da lei, para que não

ocorra um exacerbado rigorismo interpretativo que afaste o hermenêuta do

melhor processo de compreensão da vontade real do legislador. – 3. Recurso

não conhecido, por unanimidade.

(Recurso Especial nº 217.948 – SP - (1999/0048852-0) – Rel.:

Franciulli Netto. Recte.: S/A Lanifícios Minerva. Recda.: Fazenda do Estado

de São Paulo. 2ª Turma, STJ – 28-03-00).

IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 02-05-00 – PÁG. 147.

EXECUÇÃO FISCAL – CERTIDÃO DE DÍVIDA ATIVA – TÍTULO EXTRAJUDICIAL -

CARTA DE ADJUDICAÇÃO – EXECUÇÃO DEFINITIVA – RECURSO ESPECIAL –

AUSÊNCIA DE SUSPENSIVIDADE – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO

A execução fundada em título extrajudicial tem caráter definitivo,

ainda mais no caso em apreço, em que já houve a expedição da carta de

adjudicação, a qual se pretende obstar por meio de recurso especial, que

não possui efeito suspensivo, e que teve negado seguimento, pendendo,

unicamente, a apreciação do agravo de instrumento. – Afronta aos arts. 587

e 542, § 2º, do Código de Processo Civil. – Recurso conhecido e provido,

para declarar definitiva a execução fiscal. Decisão unânime.

(Recurso Especial nº 142.495 – SP - (1997/0053645-9) - Rel.: Min.

Franciulli Netto. Recte.: Fazenda do Estado de São Paulo. Recdo.:

Laboratório Climax S/A. 2ª Turma, STJ - 11-04-00).

IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 15-05-00 – PÁG. 149.

EXECUÇÃO FISCAL – CITAÇÃO POR EDITAL – POSSIBILIDADE APÓS O

EXAURIMENTO DE TODOS OS MEIOS POSSÍVEIS À LOCALIZAÇÃO DO DEVEDOR –

ART. 8º, III, DA LEI Nº 6.830/80 – PRECEDENTES

1. Recurso Especial interposto contra v. Acórdão que entendeu que a

citação editalícia somente dar-se-á quando forem exauridos todos os meios

possíveis para a localização do devedor, nos termos do art. 8º, III, da Lei

nº 6.830/80. – 2. A citação por edital integra os meios a serem esgotados

na localização do devedor. Produz ela efeitos que não podem ser

negligenciados quando da sua efetivação. - 3. O Oficial de Justiça deve

envidar todos os meios possíveis à localização do devedor, ao que, somente

depois disso, deve ser declarado, para fins de citação por edital,

encontrar-se em lugar incerto e não sabido. Assim, ter-se-á por nula a

referida citação se o credor não afirmar que o réu está em lugar incerto ou

não sabido, ou que isso seja certificado pelo Oficial de Justiça (art. 232,

I, do CPC), cujas certidões gozam de fé pública, somente ilidível por prova

em contrário. - 4. Ocorre nulidade de citação editalícia quando não se

utiliza, primeiramente, da determinação legal para que o Oficial de Justiça

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 135

proceda as diligências necessárias à localização do réu. - 5. “Na execução

fiscal, não sendo encontrado o devedor, nem bens arrestáveis, é cabível a

citação editalícia.” (Súmula nº 210/TFR). - 6. Precedentes dos Colendos

STF, TFR e STJ. - 7. Recurso desprovido.

(Recurso Especial nº 247.368 – RS - (2000/0010076-5) – Rel.: O Exmo.

Sr. Min. José Delgado. Recte.: Fazenda Nacional. Recdo.: Flomac

Distribuidora de Ferragens Ltda. 1ª Turma, STJ – 02-05-00).

IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 29-05-00.

EXECUÇÃO FISCAL – EMBARGOS – SUCESSÃO – ART. 133 DO CTN –

RESPONSABILIDADE DO SÓCIO-GERENTE – REQUISITOS DA CDA – TR – EXCLUSÃO

DA MULTA

1. Evidenciada a ocorrência de sucessão, por ocupar a Embargante o

mesmo local da empresa devedora, ter o mesmo nome de fantasia e desenvolver

igual atividade, não basta para elidir a presunção simples contrato de

arrendamento. 2. É entendimento desta Corte que a falta de recolhimento do

tributo ou contribuição social à época própria, por constituir infração à

lei, leva à responsabilidade subsidiária do sócio-gerente, nos termos do

art. 135 do CTN. 3. Não prospera pedido de nulidade da CDA quando os

Embargantes deixam de apresentar prova inequívoca capaz de afastar a

liquidez e certeza do título executivo. 4. Sobre débitos vencidos, é

possível a aplicação da TRD desde fevereiro de 1991, uma vez que a nova

redação do artigo 9º da Lei nº 8.137/91 dada pela Medida Provisória nº 298,

transformada na Lei nº 8.218, de 29.08.91, não violou o princípio do ato

jurídico perfeito e do direito adquirido, pois não houve alteração de data

e sobre os débitos já se aplicava a TR (ADIN nº 835-8) – 5. A multa tem

caráter de pena, pessoal e subjetiva, não podendo o sucessor sofrer punição

aplicada ao sucedido, sendo cabível a sua exclusão do montante do débito.

(Apelação Cível nº 2000.04.01.006479-5 – PR – Rel.: Juiz Élcio

Pinheiro de Castro. Aptes.: Frigorífico Novo Paranavaí Ltda e Outro. Apdo.:

Instituto Nacional do Seguro Social. TRF/4ª Região - 09-03-00).

IN DJ1 - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 05-04-00 – PÁG. 274.

EXECUÇÃO FISCAL – EMBARGOS À EXECUÇÃO – CRÉDITO TRIBUTÁRIO – ICMS –

LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO – INTELIGÊNCIA DOS ARTIGOS 150, § 4º E

173, INCISO I, DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL – DECADÊNCIA NÃO

CONFIGURADA – CONTAGEM DO PRAZO – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO –

PRECEDENTES

1. O Superior Tribunal de Justiça tem entendimento firmado que o

prazo decadencial para a constituição do crédito tributário não tem início

com a ocorrência do fato gerador, mas, sim, depois de cinco anos contados

do exercício seguinte àquele em que foi extinto o direito potestativo da

Administração de rever e homologar o lançamento. 2. Não configurada a

decadência no caso em exame – cobrança de diferença de ICMS em lançamento

por homologação -, porquanto o fato gerador ocorreu em junho de 1990, e a

inscrição da dívida foi realizada em 15 de agosto de 1995, portanto, antes

do prazo decadencial, que só se verificará em 1º de janeiro de 2001 (6/90 –

fato gerador/ + 5 anos = 6/95 – extinção do direito potestativo da

Administração/ 1º/01/96 – primeiro dia do exercício seguinte à extinção do

direito potestativo da Administração/ + 5 anos = prazo de decadência da

dívida/ 15/08/95 – data em que ocorreu a inscrição da dívida/ 1º/01/2001 –

limite do prazo decadencial). – 3. Recurso conhecido e provido. Decisão

unânime.

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 136

(Recurso Especial nº 198.631 – SP - (1998/0093273-9) – Rel.: Min.

Franciulli Neto. Recte.: Fazenda do Estado de São Paulo. Recda.:

Cooperativa de Produtos de Cana, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo

Ltda. – COPERSUCAR. 2ª Turma, STJ – 25-04-00).

IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 22-05-00 – PÁGS. 100/101.

EXECUÇÃO FISCAL – INTIMAÇÃO PESSOAL DO REPRESENTANTE DA FAZENDA

PÚBLICA – ARTIGO 25 DA LEI Nº 6.830/80 – EXTEMPORANEIDADE DE

SUBSTITUIÇÃO DE BENS PENHORADOS NÃO CARACTERIZADA – RECURSO PROVIDO

1. A teor do artigo 25, da Lei de Execuções Fiscais – (Lei nº

6.830/80), é mister que a intimação do representante da Fazenda Pública, na

execução fiscal, seja feita pessoalmente. A intimação pela via postal é

contra legem. - 2. Não realizada a intimação pessoal do representante da

Fazenda Pública, não há cogitar de extemporaneidade, porquanto sequer

iniciou-se a contagem de prazo. - 3. Recurso provido, por unanimidade.

(Recurso Especial nº 151.675 – MG - (1997/0073424-2) – Rel.: Min.

Franciulli Netto. Recte.: Fazenda Pública do Estado de Minas Gerais.

Recda.: Usina Boa Vista Ltda. 2ª Turma, STJ – 14-03-00).

IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 08-05-00 – PÁG. 79.

EXECUÇÃO FISCAL – LEI POSTERIOR – APLICABILIDADE - MULTA MORATÓRIA –

REDUÇÃO

A lei aplica-se a ato ou fato pretérito quando lhe cominar

punibilidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo de sua

prática. - A lei não faz distinção entre multa moratória e punitiva.

Tratando-se de execução fiscal ainda não definitivamente julgada, pode a

Lei nº 9.399/96, do Estado, ser aplicada ao caso concreto. - Recurso

improvido.

(Recurso Especial nº 246.775 – SP - (2000/0007893-0) – Rel.: Min.

Garcia Vieira. Recte.: Fazenda do Estado de São Paulo. Recdo.: Sucupira

Móveis Ltda. 1ª Turma, STJ – 06-04-00).

IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 08-05-00 – PÁG. 72.

EXECUÇÃO FISCAL – MASSA FALIDA – VERBA HONORÁRIA – POSSIBILIDADE DA

COBRANÇA – PRECEDENTES

1. É legítima a condenação dos honorários advocatícios nas execuções

fiscais contra a massa falida. – 2. A restrição contida no art. 208, § 2º,

do Decreto-lei 7.661/45 (Lei de Falência), só é aplicável nos processos

familiares. – 3. Recurso especial conhecido e provido.

(Recurso Especial nº 214.483 – RS - (1999/0042391-7) – Rel.: Min.

Francisco Peçanha Martins. Recte.: Instituto Nacional do Seguro Social –

INSS. Recdo.: Componentes para Calçados São Luiz Ltda. 2ª Turma, STJ –

18-04-00).

IN DJ1 – “DIÁRI0 DA JUSTIÇA”, DE 29-05-00 – PÁG. 143.

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 137

EXECUÇÃO FISCAL – MULTA – REDUÇÃO DE 30% PARA 20% - ARTIGO 106 DO

CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL – LEIS PAULISTAS 6.374/89 E 9.399/96 –

MULTA MORATÓRIA E PUNITIVA – DISTINÇÃO – NÃO CABIMENTO – RECURSO NÃO

CONHECIDO

O Código Tributário Nacional, em seu artigo 106 estabelece que a lei

nova mais benéfica ao contribuinte aplica-se ao fato pretérito, razão por

que correta a redução da multa para 20% nos casos, como na espécie, em que

a execução fiscal não foi definitivamente julgada. – Não cabe distinguir

multa moratória e multa punitiva, se a lei preocupou em fazê-lo. – Recurso

especial não conhecido. Decisão unânime.

(Recurso Especial nº 182.386 – SP - (1998/0053126-2) – Rel.: Min.

Franciulli Netto. Recte.: Fazenda do Estado de São Paulo. Recdo.: Nelson

Abell Prebill e Companhia Ltda. 2ª Turma, STJ – 25-04-00).

IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 22-05-00 – PÁG. 99.

EXECUÇÃO FISCAL – PENHORA – BENS GRAVADOS POR CÉDULA DE CRÉDITO

INDUSTRIAL – PREFERÊNCIA

O crédito tributário tem preferência sobre sobre bem gravado com ônus

proveniente de cédula de crédito industrial.

(Agravo no AI nº 1999.04.01.063635-0 - RS – Rel.: Juiz Élcio Pinheiro

de Castro. Agte.: Banco do Brasil S/A. Agdo.: Despacho de fls. 99/101.

Interes.: União Federal (Fazenda Nacional) / Merino S/A Peles e Confecções.

2ª Turma, TRF/4ª Região – 17-02-00).

IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 05-04-00 – PÁG. 278.

EXECUÇÃO FISCAL – PENHORA – DEPÓSITO DE TDA’s – IMPOSSIBILIDADE –

CTN, ART. 151, II – CPC, ART. 655 – LEI 6.830/80 (ART. 11)

1. Desatendida pelo executado a ordem legal estabelecida para a

penhora, a constrição legal deve seguir o específico ordenamento (art. 11,

Lei 6.830/80). – 2. Inadmissível a nomeação e penhora de TDA’s sem cotação

na Bolsa de Valores. A execução é feita no interesse do exeqüendo e a

penhora serve de garantia ao sucesso da cobrança forçada. – 3. Multifários

precedentes jurisprudenciais. – 4. Recurso provido.

(Recurso Especial nº 152.047 – SP - (1997/0074481-7) – Rel.: Min.

Milton Luiz Pereira. Recte.: Fazenda do Estado de São Paulo. Recda.:

Pirassununga S/A Indústria e Comércio de Papel e Papelão. 1ª Turma, STJ –

21-03–00).

IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 22-05-00 – PÁGS. 71/72.

EXECUÇÃO FISCAL – PENHORA – EXCESSO – AVALIAÇÃO – MOMENTO PROCESSUAL

ADEQUADO PARA AFERIÇÃO DO EXCESSO OU REDUÇÃO DA CONSTRIÇÃO JUDICIAL –

NÃO RECONHECIMENTO DO EXCESSO PELO V. ACÓRDÃO RECORRIDO – INCABÍVEL

EXAME DA MATÉRIA FÁTICA, QUE DEVE SER ANALISADA PELA INSTÂNCIA

ORDINÁRIA – INCIDÊNCIA DA SÚMULA Nº 7 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

– RECURSO NÃO CONHECIDO

1. O excesso de penhora deve ser aferido mediante realização de

avaliação dos bens constritos judicialmente. - 2. Não havendo

reconhecimento do excesso pelo v. acórdão recorrido, do excesso de penhora,

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 138

não cabe a esta Corte Superior de Justiça, em sede de recurso especial,

examinar a questão, porquanto trata-se de matéria de fato. – 3. Incidência

da Súmula nº 7, deste Egrégio Superior Tribunal de Justiça. – 4. Recurso

não conhecido. Decisão unânime.

(Recurso Especial nº 201.855 – SP -(1999/0006471-2) – Rel.: Min.

Franciulli Netto. Recte.: Sanpress Comercial de Tubos e Conexões Ltda.

Recda.: Fazenda do Estado de São Paulo. 2ª Turma, STJ - 28-03-00).

IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 02-05-00 – PÁG. 133.

EXIGÊNCIA DE DEPÓSITO DE 30% DO VALOR DO DÉBITO PARA INTERPOSIÇÃO DE

RECURSO ADMINISTRATIVO – CONSTITUCIONALIDADE

A exigência do depósito de 30% da exação fiscal – previsto no art. 10

da Medida Provisória nº 1.608-98 – como condição de procedibilidade de

recurso administrativo não viola o texto constitucional, na medida em que

inexiste garantia ao duplo grau de jurisdição administrativa (RE nº

169077), além de restar aberta a porta do Judiciário, onde o Recorrente

pode fazer valer seu eventual direito sem este depósito. Assim, se a parte

preferir discutir o débito no âmbito administrativo, deve se submeter às

condições impostas para tanto.

(Apelação em Mandado de Segurança nº 1999.04.01.115714-4 - RS – Rel.:

Juiz Vilson Darós. Apte.: Instituto Nacional do Seguro Social – INSS.

Apdo.: Universal Leaf Tabacos Ltda. Remte.: Juízo Substituto da 3ª Vara

Federal de Porto Alegre/RS. 2ª Turma, TRF/4ª Região – 17/02/00).

IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 12-04-00 – PÁG. 82.

ICMS – COBRANÇA PELO REGIME DE SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA –

POSSIBILIDADE – BASE DE CÁLCULO POR ESTIMATIVA – ADMISSIBILIDADE –

PRECEDENTES – RECURSO IMPROVIDO

I. É legítima a cobrança antecipada do ICMS pelo regime de

substituição tributária, sendo a base de cálculo do imposto estabelecida

por estimativa. II. Inteligência do art. 155, par. 2º, XII, “b”, da

CF/1988, do art. 34, par. 8º, do ADCT, do Convênio ICMS 66/88, do art. 121

do CTN e do Del. 406/1968, com a redação dada pela Lei Complementar

44/1983. - III. Precedentes da Seção de Direito Público do STJ: EREsp

37.361/SP, EREsp 35.958/SP, EREsp 56.770/SP e EREsp 59.513/SP. – IV. Não

provimento do recurso.

(Recurso Ordinário em MS nº 8.756 – Goiás – (1997/0051774-8) - Rel.:

Min. Francisco Falcão. Recte.: Anderpa Distribuidora e Atacadista de

Alimentos Ltda. T. Origem: Tribunal de Justiça do Estado de Goiás. Impdo:

Secretário de Fazenda do Estado de Goiás. Impdo.: Diretor da Receita

Estadual da Secretaria de Fazenda do Estado de Goiás. Impdo.: Diretor da

Receita Estadual da Secretaria de Fazenda do Estado de Goiás. Recdo.:

Estado de Goiás. 1ª Turma, STJ – 04-04-00).

IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 08-05-00 – PÁG. 60.

ICM – CREDITAMENTO DIFERIDO

1. O diferimento do crédito do ICM não implica em transferência do

encargo do vendedor para o comprador. – 2. Não importando em transferência,

não há favor fiscal em benefício do vendedor. – 3. Recurso improvido.

(Recurso Especial nº 34.615 – SP – (1993/0011877-3) – Relª.: Min.

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 139

Eliana Calmon. Rectes.: Embrasol S/A Empresa Brasileira de Óleos e outro.

Recda.: Fazenda do Estado de São Paulo. 2ª Turma, STJ – 21-03-00).

IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 22-05-00 – PÁG 90.

ICMS – CRÉDITO EXTEMPORÂNEO – CUMULATIVIDADE – ISONOMIA – CORREÇÃO

MONETÁRIA – QUESTÃO JURÍDICA DE NATUREZA CONSTITUCIONAL – RECURSO

ESPECIAL NÃO CONHECIDO

1. Em relação aos créditos de ICMS lançados extemporaneamente,

erguidos os princípios da não-cumulatividade, da isonomia e da analogia,

vinca-se tema preponderantemente constitucional, exame inadequado à via

Especial. – 2. Precedentes jurisprudenciais. – 3. Recurso não conhecido.

(Recurso Especial nº 164.865 – RS - (1998/0012179-0) – Rel.: Min.

Milton Luiz Pereira. Recte.: Estado do Rio Grande do Sul. Recdo.: Calçados

Bortolossi Ltda. 1ª Turma, STJ – 24-02-00).

IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 22-05-00 – PÁG. 73.

ICMS – DESCONTOS INCONDICIONAIS – BASE DE CÁLCULO

A base de cálculo do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e

Serviços – ICMS, é o valor da operação, o que é definido no momento em que

se concretiza a operação. – O desconto incondicional não integra a base de

cálculo do aludido imposto.

(Recurso Especial nº 63.838 – BA - (1995/0017842-7) – Relª.: Min.

Nancy Andrighi. Recte.: Fazenda Pública do Estado da Bahia. Recdo.: Paes

Mendonça S/A. 2ª Turma, STJ – 09-05-00).

IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 05-06-00 – PÁG. 136.

ICMS – ENTRADA E SAÍDA DE CANA-DE-AÇÚCAR – DIFERIMENTO – ÁLCOOL

CARBURANTE – QUEBRA POR EVAPORAÇÃO – CF, ART. 21, VIII – LEI 6.374/89

(ART. 113) – DEL 56/66 (ART. 4º, PARÁGRAFO ÚNICO)

1. A quebra, por evaporação, não repercute na incidência do ICMS a

ser recolhido, nem afeta o diferimento, acertado que o recolhimento deve

ser feito sobre a quantidade de cana-de-açúcar que entrou na usina, sem

consideração com o álcool produzido. – 2. Precedentes jurisprudenciais. –

3. Recurso a que se nega provimento.

(Agravo Regimental no Recurso Especial nº 182.255 – SP -

(1998/0052830-0) – Relª.: Min. Nancy Andrighi. Agte.: Destilaria Mandu S/A.

Agda.: Fazenda do Estado de São Paulo. 2ª Turma, STJ – 02-05-00).

IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 05-06-00 – PÁG. 139.

ICMS – FORNECIMENTO DE MERCADORIAS PARA EXECUÇÃO DE PROJETO

CONSIDERADO DE INTERESSE PÚBLICO – CONVÊNIOS 9/75, 11/81, 24/81 E

26/83 – PROTOCOLO ICM 13/81

1. Os convênios têm em comum a inexistência: a) de qualquer prazo ou

termo vinculando o Estado; b) de condicionamento ou contraprestação para os

interessados ou o Estado na obtenção ou fruição de vantagem, constituindo

liberabilidade revogável, sem as peias do direito adquirido à isenção. – 2.

A revogação com efeitos retroativos amiúda ou molda como aspectos

secundários as razões erguidas pelo contribuinte para colocar a isenção na

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 140

alcatifa da perenidade. A significação maior está na natureza constitutiva

de típica liberalidade fiscal. – 3. Precedentes jurisprudenciais. – 4.

Recurso provido.

(Recurso Especial nº 121.433 – SP - (97/0014064-4) – Rel.: Min.

Milton Luiz Pereira. Recte.: Fazenda do Estado de São Paulo. Recdos.: Sisco

Sistema e Computadores S/A e outro. 1ª Turma, STJ – 17-02-00).

IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 22-05-00 – PÁG. 70.

ICMS – MERLUZA – INCIDÊNCIA

I. Não há isenção na importação de merluza de país signatário de

acordo internacional. – II. Precedentes do STJ.

(Recurso Especial nº 247.161 - SP - (2000/0009438-2) – Rel.: O Exmo.

Sr. Min. Humberto Gomes de Barros. Recte.: Fazenda do Estado de São Paulo.

Recdo.: Expol Importação e Exportação Ltda. 1ª Turma, STJ – 04-04-00).

IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 08-05-00 – PÁG. 73.

ICMS – SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA

O regime de substituição tributária, por antecipação de ICMS, não

agride o Ordenamento Jurídico.

(Recurso em Mandado de Segurança nº 10.575 – ES - (1999/0009388-7) –

Rel.: O Exmo. Sr. Min. Humberto Gomes de Barros. Recte.: Comercial Age

Ltda. T. Origem: Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo. Impdo.:

Secretário de Fazenda do Estado do Espírito Santo. Recdo.: Estado do

Espírito Santo. 1ª Turma, STJ – 04-04-00).

IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 08-05-00 – PÁG. 60.

IMPOSTO DE RENDA – FÉRIAS E LICENÇA-PRÊMIO – RESTITUIÇÃO – PRESCRIÇÃO

- HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

O direito de pleitear a restituição do imposto de renda extingue-se

com o decurso do prazo de 05 anos, contados, nas hipóteses dos incisos I e

II do artigo 165 do CTN, da data da extinção do crédito tributário. – Nas

causas em que for vencida a Fazenda Pública, os honorários de advogado

podem ser fixados em porcentagem inferior ao mínimo legal. – Recurso

improvido.

(Recurso Especial nº 245.521 – DF - (2000/0004729-5) – Rel.: Min.

Garcia Vieira. Recte.: Jair Hanauer e outros. Recda.: Fazenda Nacional. 1ª

Turma, STJ – 23-03-00).

IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 08-05-00 – PÁG. 71.

MEDIDA CAUTELAR PREPARATÓRIA – AÇÃO DECLARATÓRIA – ICM – CREDITAMENTO

– CORREÇÃO MONETÁRIA – DESCABIMENTO – INEXISTÊNCIA DE NORMA LEGAL

PROIBITIVA

- Não cabe ação cautelar objetivando provimento mandamental genérico,

determinando a abstenção, pelo Fisco, da lavratura de qualquer auto de

infração referente ao recolhimento do ICM. – Inexiste norma legal a amparar

provimento judicial que proíba a autuação fiscal, conduta lícita da

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 141

Administração. – Caráter satisfativo da medida cautelar, que antecipa a

força da ação declaratória ajuizada. – Recurso conhecido e provido.

(Recurso Especial nº 56.253 – RS - (1994/0032989-0) – Rel.: Min.

Francisco Peçanha Martins. Recte.: Estado do Rio Grande do Sul. Recdo.:

Sulina Alimentos S/A. 2ª Turma, STJ – 02-03-00).

IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 08-05-00 – PÁG. 78.

PARCELAMENTO DO DÉBITO – DENÚNCIA ESPONTÂNEA – MULTA – EXCLUSÃO –

IMPOSSIBILIDADE

1. A teor da Súmula 208/TFR, “a simples confissão da dívida,

acompanhada do seu pedido de parcelamento, não configura denúncia

espontânea”. - 2. A exclusão da responsabilidade da multa só ocorre quando

a denúncia espontânea vem acompanhada do tributo devido acrescido dos juros

de mora ou do depósito da quantia arbitrada, se o montante depender de

apuração. – 3. Recurso especial não conhecido.

(Recurso Especial nº 178.969 – SP - (1998/0045355-5) – Rel.: Min.

Francisco Peçanha Martins. Recte.: Permental S/A Metais Perfurados. Recda.:

Fazenda Nacional. 2ª Turma, STJ – 06-04-00).

IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 08-05-00 – PÁG. 81.

PENHORA – ARGÜIÇÃO DE NULIDADE POR AUSÊNCIA DE ASSINATURAS DO

EXECUTADO, DE SUA MULHER E DO DEPOSITÁRIO – RECUSA DOS MESMOS EM

FIRMAR O AUTO – FÉ PÚBLICA DA CERTIDÃO LAVRADA PELO MEIRINHO – MULTA

DO ART. 538, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CPC – CARÁTER PROCRASTINATÓRIO DOS

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO PLENAMENTE JUSTIFICADO

Ausência de assinaturas no auto de penhora em virtude da recusa do

executado (depositário) e de sua mulher de o fazerem após a leitura feita

pelo oficial de justiça. Certidão do meirinho que goza de fé pública.

Argüição da irregularidade apenas após o julgamento da apelação, em sede de

aclaratórios. Inexistência de afronta aos arts. 664 e 665, inc. IV, do CPC.

– Mantém-se a multa prevista no art. 538, parágrafo único, da Lei

Processual Civil, quando justificado pelo Acórdão o cunho manifestante

protelatório dos embargos de declaração. Matéria nova aventada pelo

devedor, sem que no ponto o tenha sido para fins de prequestionamento. -

Recurso especial não conhecido.

(Recurso Especial nº 122.748 – MG - (1997/0016778-0) – Rel.: Min.

Barros Monteiro. Recte.: José Carlos Silva – Firma Individual. Recdo.:

Unibanco União de Bancos Brasileiros S/A. 4ª Turma, STJ – 21-03-00).

IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 05-06-00 – PÁG. 163.

RECURSO ESPECIAL - EXECUÇÃO FISCAL – ICMS – ERRO NO PREENCHIMENTO DE

GUIA DE RECOLHIMENTO – ALEGAÇÃO DE VIOLAÇÃO AO ART. 1.531 DO CC –

APLICAÇÃO CONDICIONADA À MÁ-FÉ DO CREDOR - APLICABILIDADE DA SÚMULA

159 DO STF

I. A sanção do art. 1531 apresenta caráter de exceção e é imposta

apenas nos casos de comprovada malícia da parte (Aplicação da Súmula 159 do

STF). Justificado o equívoco da Fazenda em ajuizar execução fiscal para

cobrança de dívida registrada como não paga, por equívoco do contribuinte

ao preencher a guia de recolhimento do ICMS, despropositada se revela a

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 142

imputação da pesada penalidade perpetrada pelo susomencionado dispositivo,

visto que, da exação não se infere nenhum propósito doloso manifesto pelo

Fisco no sentido de causar prejuízo ao contribuinte. – II. Recurso provido.

(Agravo Regimental no Recurso Especial nº 130.854 – SP -

(1997/0031722-6) – Relª.: Min. Nancy Andrighi. Agte.: Fazenda do Estado de

São Paulo. Agdo.: Equipesca Equipamentos de Pesca Ltda. 2ª Turma, STJ –

23-05-00).

IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 26-06-00 – PÁG. 140.

RECURSO ESPECIAL – EXECUÇÃO FISCAL – PENHORA SOBRE O FATURAMENTO DE

EMPRESA (30%) – AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO – DIVERGÊNCIA

JURISPRUDENCIAL NÃO COMPROVADA – PRECEDENTES – RECURSO ESPECIAL NÃO

CONHECIDO

1. Os preceitos legais tidos por violados não foram objeto de

apreciação no v. acórdão recorrido, razão pela qual não ocorreu o

necessário prequestionamento, atraindo a incidência das Súmulas 282 e 356

do Colendo Supremo Tribunal Federal. – 2. Não é possível alegar divergência

jurisprudencial quando o acórdão paradigma não é suficientemente claro

acerca da matéria objeto do dissídio. – 3. Recurso Especial não conhecido.

Decisão unânime.

(Recurso Especial nº 199.332 – SP - (1998/0097638-8) – Rel.: Min.

Franciulli Netto. Recte.: Alcazar e Silva Ltda. Recda.: Fazenda do Estado

de São Paulo. 2ª Turma, STJ – 06-04-00).

IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 08-05-00 – PÁG. 82.

RECURSO ESPECIAL – INTEMPESTIVIDADE

1. É intempestivo o recurso especial apresentado antes da publicação

do acórdão, sem que seja confirmado após a concretização de tal ato. – 2.

“A interposição do recurso que se antecipa à própria publicação formal do

acórdão revela-se comportamento processual extemporâneo e destituído de

objeto. O prazo para interposição do recurso contra a decisão colegiada

começa a fluir, ordinariamente, da publicação da súmula do acórdão do órgão

oficial (...). A simples notícia do julgamento efetivado não dá início ao

prazo recursal” (ADI nº 374-7/DF, Rel. Min. Celso de Mello, DJU de

19.02.93)”. – 3. É obrigatória a apresentação da certidão de intimação do

acórdão recorrido, em sede de agravo de instrumento, para que se possa

abrir o seu conhecimento. – 4. Agravo regimental improvido.

(Agravo Regimental no Agravo de Instrumento nº 242107 – DF -

(1999/0040442-4) – Rel.: O Exmo. Sr. Min. José Delgado. Agtes.: Cherubim

Rosa Filho e Cônjuge. Agda.: União. 1ª Turma, STJ – 25-04-00).

IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 22-05-00 – PÁG. 82.

RECURSO ORDINÁRIO – MANDADO DE SEGURANÇA – ATO JUDICIAL –

SUSPENSIVIDADE DE EFEITO DE RECURSO – ART. 588/CPC – SUCEDÂNEO

RECURSAL

1. Face ao disposto no art. 588/CPC, com a redação da Lei 9.139/95,

inadmissível mandado de segurança para suspender os efeitos de agravo ou de

apelação. – 2. Inacabível o “writ” como substitutivo de recurso já

interposto com a mesma finalidade. – 3. Recurso ordinário improvido.

(Recurso em Mandado de Segurança nº 11.261 – SP - (1999/0094249-3) –

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 143

Rel.: Min. Francisco Peçanha Martins. Recte.: Restaurante Il Primo Amore

Ltda. T. Origem: Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Impdo.: Juízo

de Direito da 1ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo - SP. Recda.:

Fundação Parque Zoológico de São Paulo. 2ª Turma, STJ – 16-05-00).

IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 26-06-00 – PÁG. 139.

RECURSO ORDINÁRIO – MANDADO DE SEGURANÇA – ICMS – SISTEMA ESPECIAL DE

CONTROLE E FISCALIZAÇÃO DE TRIBUTOS – PORTARIA Nº 438/92 DA

SECRETARIA DA FAZENDA DE PERNAMBUCO – LEGALIDADE – SONEGAÇÕES FISCAIS

COMPROVADAS – INCLUSÃO DE EMPRESA NO SISTEMA ESPECIAL – INEXISTÊNCIA

DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO – AUSÊNCIA DE PROVA PRÉ-CONSTITUÍDA –

INVIABILIDADE DO MANDADO DE SEGURANÇA

1. A Portaria nº 438/92 da Secretaria de Fazenda do Estado de

Pernambuco, editada com supedâneo em leis estaduais, não padece de

ilegalidade. – 2. Comprovadas irregularidade fiscais referentes à sonegação

de tributos, a inclusão da empresa no sistema especial de controle e

fiscalização não implica em violação de direito líquido e certo. – 3.

Ausente a prova pré-constituída da apreensão de mercadorias com o fito de

impor a cobrança de tributo, o mandado de segurança é inviável. – 4.

Recurso ordinário improvido.

(Recurso em Mandado de Segurança nº 9.293 – PE - (1997/0091027-0) –

Rel.: Min. Francisco Peçanha Martins. Recte.: Pessoa de Melo Indústria e

Comércio S/A. T. Origem: Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco.

Impdo.: Secretário da Fazenda do Estado de Pernambuco. Recdo.: Estado de

Pernambuco. 2ª Turma, STJ - 21-03-00).

IN DJ1 – “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 08-05-00 – PÁG. 77/78.

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 144

___________________________________________________________________________

ÍNDICE GERAL

___________________________________________________________________________

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 145

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 146

ÍNDICE GERAL

- DOUTRINA:

- O Autolançamento no ITCD -- Élcio Reis ......................... 9

- ICMS - Fornecimento de água tratada – Mandado de Segurança -

Impetrantes (consumidores de água fornecida pela Copasa) – Ile-

gitimidade ativa, por não serem sujeitos passivos da obrigação

tributária – Impossibilidade da restituição do indébito – Ilegi-

timidade passiva da Fazenda Estadual – Legalidade da cobrança.

(Trabalho Forense) -- José Alfredo Borges ...................... 39

- DECISÕES JUDICIAIS:

- AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO – PRELIMINAR DE INSUFICIÊNCIA

DO DEPÓSITO REJEITADA - O ICMS é um imposto cujo lançamento é

por homologação, cabendo ao fisco, posteriormente, homologar ou

não o pagamento. -- ICMS – ISS - PROGRAMAS DE COMPUTADOR

(SOFTWARE) - CIRCULAÇÃO – Em se tratando de programas de compu-

tador feitos em larga escala e de maneira uniforme, não se des-

tinando a determinado usuário, sendo colocados no mercado para

a aquisição de qualquer um do povo, sujeitam-se ao ICMS. (Sen-

tença da Juíza de Direito da 3ª Vara de Execuções Fiscais do

Estado, Dra. Cláudia Regina Guedes Maia Sadi – Ação de Con-

signação em Pagamento - Autos nº 02498.040.700-1 - MG). ....... 62

- AIR – REPETIÇÃO DE INDÉBITO – JUROS MORATÓRIOS - (EMBARGOS IN-

FRINGENTES) - Os juros moratórios deverão ser contados na forma

da Lei Civil, conforme estatui a Lei nº 4.414 de 24-09-1964.

-– ART. 161 DO CTN – O art. 161 do CTN refere-se ao devedor

contribuinte, sujeito passivo da obrigação tributária, e não a

dívidas da Fazenda Pública, no caso, a Estadual, que segundo a

Lei 4.414/64, pagará os juros civis. Embargos rejeitados.

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 147

(Embargos Infringentes (C. Cíveis) nº 000.121.668-8/01 (na

Apelação Cível nº 121.668/8) – Comarca de Belo Horizonte -

TJ/MG). ....................................................... 84

- CRÉDITO TRIBUTÁRIO – NOMEAÇÃO DE BEM HIPOTECADO – DIREITO DE

PREFERÊNCIA – INVERSÃO DE PRIVILÉGIO – INADMISSIBILIDADE. O

crédito tributário prefere a qualquer outro, ainda que gravado

de ônus real ou cláusula da inalienabilidade, sendo, por isso,

incabível sua substituição, sob pena de inversão de direito de

preferência que têm os créditos tributários. Interpretação dos

arts. 184 e 186 do CTN. Recurso provido. (Agravo nº 000.096.254

-8/00 – Comarca de Mesquita – TJ/MG). ......................... 99

- DECISÃO DO RELATOR QUE NEGA SEGUIMENTO À APELAÇÃO POR ESTAR EM

CONFRONTO COM JURISPRUDÊNCIA DOMINANTE. POSSIBILIDADE. CPC,

ART. 557, “CAPUT”. (PROCESSUAL CIVIL). – 1. Com o advento da

Lei 9.756/98, conferindo nova redação ao art. 557, caput, do

CPC, permitiu-se ao relator negar seguimento a recurso que con-

traria jurisprudência dominante do Tribunal a que pertence ou

de Tribunal Superior. – 2. Agravo de instrumento improvido

(art. 544, § 2º, do CPC). (Agravo de Instrumento nº 291.843 –

SC – (2000/0018217-6) - STJ). ................................. 75

- DECISÃO DO RELATOR QUE NEGA SEGUIMENTO À APELAÇÃO POR ESTAR EM

CONFRONTO COM JURISPRUDÊNCIA DOMINANTE. POSSIBILIDADE. CPC,

ART. 557, “CAPUT”. (PROCESSUAL CIVIL). – 1. Com o advento da

Lei 9.756/98, conferindo nova redação ao art. 557, caput, do

CPC, permitiu-se ao relator negar seguimento a recurso que con-

traria jurisprudência dominante do Tribunal a que pertence ou

de Tribunal Superior. – 2. Agravo de instrumento improvido

(art. 544, § 2º, do CPC). (Agravo de Instrumento nº 295.349 -

MG – (2000/0024910-6) – STJ) .................................. 89

- EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL – REFORÇO DA PENHORA – CONTAGEM DO

PRAZO PARA EMBARGAR. O prazo para oposição de embargos à execu-

ção fiscal é de 30 dias, contados da intimação da penhora e não

da juntada aos autos do respectivo termo, nos termos do art.

16, III, da Lei 6.830/80. Não se reabre o prazo para apresenta-

ção de embargos à execução em caso de substituição ou ampliação

de penhora, ou mesmo no caso de nova penhora, salvo a hipótese

de anulação do processo de execução. (Apelação Cível nº

000.183.156-9/00 – Comarca de Uberlândia – TJ/MG). ............ 95

- EXECUÇÃO FISCAL – CDA – TAXA SELIC – JUROS – MULTAS - APLICAÇÃO

- POSSIBILIDADE. (Apelação Cível nº 000.156.626-4/00 - Comarca

de Belo Horizonte – TJ/MG). ................................... 59

- EXECUÇÃO FISCAL. (A) Fazenda poderá exigir que os sócios

coobrigados cumpram a obrigação tributária, não se lhes apli-

cando os mesmos direitos da massa, previstos na lei falimentar,

quanto à não incidência, no crédito tributário, das parcelas

referentes à multa de revalidação e aos juros. (Agravo Regimen-

tal (C. Cíveis) nº 000.189.669-5/01 no Agravo de Instrumento nº

189.669-5/00 – Comarca de Belo Horizonte – TJ/MG). ............ 111

- EXECUÇÃO FISCAL – ICMS E MULTAS – DÉBITOS DE SOCIEDADE COMER-

CIAL POR QUOTAS E INDIVIDUAIS DE UM DOS SÓCIOS - APENSAMENTO

DOS AUTOS DA EXECUÇÃO COMUM, PROMOVIDA À EMPRESA E SÓCIOS, E

DAS INDIVIDUAIS, PROMOVIDAS APENAS A UM DESTES. EMBARGOS OPOS-

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 148

PELO SÓCIO ISOLADO, DE QUEM FORAM PENHORADOS BENS EM GARANTIA

DE TODAS AS EXECUÇÕES. SENTENÇA QUE OS ACOLHE AO FUNDAMENTO DA

FALTA DE COMPROVAÇÃO DE INEXISTÊNCIA DE PATRIMÔNIO DA SOCIEDADE

SUSCETÍVEL DA GARANTIA DO JUÍZO – REFORMA EM REEXAME OFICIAL,

DADO COMO PREJUDICADO O RECURSO DA FAZENDA PÚBLICA – CASO EM

QUE A PENHORA GARANTE DÍVIDAS INDIVIDUAIS DO EMBARGANTE E EM

QUE NÃO CONSTA DO CONTRATO SOCIAL A EXISTÊNCIA DE BENS DA SO-

CIEDADE DE QUE ELE FOI CO-GERENTE. (Apelação Cível nº

000.150.889-4/00 – Comarca de Caratinga – TJ/MG). ............. 66

- EXECUÇÃO FISCAL - SÓCIO-GERENTE – RESPONSABILIDADE (ART. 135,

INCISO III DO CTN) PRECEDENTES – RECURSO PROVIDO (ART. 557,

§ 1º, “A” DO CPC). (Recurso Especial nº 109.709 – RS – (1996/

0062345-7) – STJ). ............................................ 78

- ICMS – Exportação – Transporte interestadual ou intermunicipal

- Incidência do imposto – Negado seguimento ao agravo que visa-

va a subida do RE – Acórdãos do STF no mesmo sentido do acórdão

do TJ recorrido. (Agravo de Instrumento n. 208.533-1 – MG -

STF). ......................................................... 110

- ICMS – MERLUZA – INCIDÊNCIA. – Não há isenção na importação de

merluza de país signatário de acordo internacional. – Preceden-

tes do STJ. (Recurso Especial nº 253.900 – SP – (2000/

0031324-6) – STJ). ............................................ 97

- ICMS – OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA – DIRIGENTES DE EMPRESA – INFRAÇÃO

LEGAL, CONSISTENTE NA FALTA DE RECOLHIMENTO DO TRIBUTO DEVIDO –

RESPONSABILIDADE CARACTERIZADA. (Agravo nº 000.172.713-0/00 -

Comarca de Varginha – TJ/MG). ................................. 73

- ICMS – OPERAÇÃO DE EXPORTAÇÃO – PRODUTOS SEMI-ELABORADOS. Em se

tratando de produtos semi-elaborados, é justo que sofram a in-

cidência de ICMS na sua remessa para o exterior. (Apelação Cí-

vel nº 000.169.379-5/00 – Comarca de Juiz de Fora – TJ/MG). ... 54

- ICMS – OPERAÇÕES IMPLICATIVAS DE SAÍDA DE MERCADORIAS POR PREÇO

INFERIOR AO DE ENTRADA – PRETENSÃO DO CONTRIBUINTE AO CREDITA-

MENTO DA DIFERENÇA DO IMPOSTO, ADUZIDA EM EMBARGOS À EXECUÇÃO –

SENTENÇA QUE A DESACOLHE – APELO DESPROVIDO POR MAIORIA DE VO-

TOS – EMBARGOS INFRINGENTES EM BUSCA DA PREVALÊNCIA DO VOTO

VENCIDO, FUNDADO NO PRINCÍPIO DA NÃO-CUMULATIVIDADE DO IMPOSTO

E DE LHE CONSTITUIR A BASE DE CÁLCULO O VALOR DA OPERAÇÃO – RE-

JEIÇÃO – ENTENDIMENTO DOS VOTOS MAJORITÁRIOS FIRMADOS NA ADE-

QUABILIDADE DO ART. 76 DO RICMS AO ART. 4º, III, DO CONVÊNIO

ICM 68/88 E AO DEC-LEI Nº 406/68, QUE NÃO CHOFRA A REGRA CONS-

TITUCIONAL DA NÃO-CUMULATIVIDADE (TRIBUTÁRIO). (Embargos In-

fringentes (C. Cíveis) nº 000.119.581-7/01 (em Apelação) – Co-

marca de Belo Horizonte – TJ/MG). ............................. 104

- ICMS – PRODUTOS FARMACÊUTICOS E HOSPITALARES – RECOLHIMENTO AN-

TECIPADO – REGIME DE SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA – LEGITIMIDADE DA

EXIGÊNCIA. (TRIBUTÁRIO). - Considera-se legítima a exigência do

recolhimento antecipado do ICMS, incidente sobre operações rea-

lizadas no comércio de produtos farmacêuticos e hospitalares,

pelo regime de substituição tributária. (Embargos de Divergên-

cia no Recurso Especial nº 164.097 – SP - (2000/0034595-4) -

STJ). ......................................................... 102

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 149

- ICMS - SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA – PEDIDO DE ESTORNO PERANTE A

SUBSTITUTA DOS EXCESSOS COBRADOS NO REGIME DE SUBSTITUIÇÃO –

RITO ORDINÁRIO – BUSCA COMANDO DE NATUREZA DIVERSA DO CARÁTER

DECLARATÓRIO DA DEMANDA – TERCEIRO ALHEIO AOS LINDES DA DISPUTA

TRAVADA NOS AUTOS – EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM EXAME DE MÉRITO –

ART. 267, V, CPC. (Sentença do Juiz de Direito, Dr. Fernando

Neto Botelho - Ação Ordinária – Processo nº 024990726234 - BH). 113

- MULTA DE REVALIDAÇÃO – JUROS DE MORA - (EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL). A multa de revalidação e os juros de mora são devidos

por imposição legal e trata-se de instituições distintas. (Ape-

lação Cível nº 000.174.336-8/00 – Comarca de Uberlândia –

TJ/MG). ....................................................... 92

- PARCELAMENTO – MULTAS – JUROS – TAXA SELIC – APLICAÇÃO - POS-

SIBILIDADE. (Apelação Cível nº 000.168.037-0/00 – Comarca de

Belo Horizonte – TJ/MG). ...................................... 80

- RECURSO ESPECIAL – DECISÃO DO TRIBUNAL “A QUO” CONSOANTE JURIS-

PRUDÊNCIA DOMINANTE DO STF E DO STJ. SÚMULA Nº 83, DESTA CORTE.

(PROCESSUAL CIVIL). 1. Não se admite recurso especial quando a

tese adotada pelo acórdão recorrido encontra-se de acordo com a

jurisprudência dominante do Superior Tribunal de Justiça e do

Supremo Tribunal Federal. Incidência da Súmula nº 83, desta

Corte. – 2. Agravo de instrumento improvido (art. 544, § 2º, do

CPC). (Agravo de Instrumento nº 288.971 – SP - (2000/0013759-6)

– STJ). ....................................................... 68

- RECURSO ESPECIAL – TRIBUTÁRIO – AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO –

FUNDAMENTAÇÃO DEFICIENTE – SÚMULA 284 DO STF – ALEGAÇÕES DE

OFENSAS À CF – RECURSO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. – Alegações de

ofensas a dispositivos da Constituição Federal escapam ao âmbi-

to de competência atribuído a esta Corte Superior, ex vi do

disposto nos arts. 102, inc. III e 105, inc. III, da Constitui-

ção Federal. – Recurso a que se nega seguimento. (Recurso Espe-

cial nº 81.686 – São Paulo – (1995/0064461-4) – STJ). ......... 118

- RECURSO ESPECIAL – TRIBUTÁRIO – ICMS – PREQUESTIONAMENTO – IM-

PORTAÇÃO DE MERLUZA – INEXISTÊNCIA DO PESCADO NO TERRITÓRIO NA-

CIONAL – PREMISSA FÁCTICA EXIGIDA PARA O RECONHECIMENTO DA

ISENÇÃO – PROVA NEGATIVA SOBRE QUESTÃO CONTROVERSA – INVIABILI-

DADE EM SEDE DE RECURSO ESPECIAL – SÚMULA 7/STJ. - I - Não su-

pera o âmbito da admissibilidade o Recurso Especial que não se

reveste do indispensável prequestionamento. - II - À vista da

possibilidade de captura de merluza nas costas brasileiras, en-

tendendo o Tribunal a quo que o referido pescado não goza do

benefício isencional relativo ao ICMS nas operações que o im-

portam dos países signatários do GATT, descabe em sede de Re-

curso Especial, revolver a matéria fáctica para concluir se a

recorrente tem ou não direito à isenção postulada. Aplicação da

Súmula 7 do Colendo Superior Tribunal de Justiça. - III- Prece-

dentes. - IV- Recurso Especial a que se nega seguimento, com

arrimo no caput do art. 557 do código de Processo Civil.

(Recurso Especial nº 257.900 – São Paulo – (2000/0043155-9) –

STJ). ......................................................... 107

- TRANSFERÊNCIA SUCESSIVA DE BEM MÓVEL – CLARA INTENÇÃO DE FRUS-

TAR A EXECUÇÃO – RECONHECIMENTO DA INEFICÁCIA DA ALIENAÇÃO -

IRRELEVÂNCIA DA BOA-FÉ DO COMPRADOR – SENTENÇA MANTIDA – RE-

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 150

CURSO DESPROVIDO (EMBARGOS DE TERCEIRO). (Apelação Cível nº

000.162.196-0/00 – Comarca de Divino – TJ/MG). ................ 51

- TUTELA ANTECIPADA CONTRA A FAZENDA PÚBLICA – IMPOSSIBILIDADE.

1. Não se pode em sede de Medida Cautelar impedir a fiscaliza-

ção de exercer sua função, determinada por lei, bem como de o

Fisco estadual exercer suas atividades. Também sem qualquer de-

pósito, não se pode impedir eventual execução fiscal e suspen-

der a exigibilidade de créditos tributários, resultando em

temerária antecipação de tutela. – 2. O STF, em decisão do Ple-

no datada de 11.02.98, nos autos da ADC nº 4, deferiu liminar

para cassar, com efeito vinculante, as decisões concessivas de

antecipação da tutela contra a Fazenda Pública. (Agravo de Ins-

trumento nº 000.178.209-3/00 – Comarca de Belo Horizonte –

TJ/MG). ....................................................... 86

- EMENTÁRIO DE JURISPRUDÊNCIA:

“A”

- AÇÃO CAUTELAR – COMPENSAÇÃO DE TRIBUTOS - INADMISSIBILIDADE (STJ) 128

- AÇÃO CIVIL PÚBLICA – DIREITOS INDIVIDUAIS DISPONÍVEIS – ICMS – ILE-

GITIMIDADE DO MINISTÉRIO PÚBLICO (STJ) ............................. 125

- AÇÃO DECLARATÓRIA – MEDIDA CAUTELAR PREPARATÓRIA – ICM – CREDITAMEN-

TO – CORREÇÃO MONETÁRIA – DESCABIMENTO – INEXISTÊNCIA DE NORMA LEGAL

PROIBITIVA (STJ) ................................................... 139

- AÇÃO DECLARATÓRIA – VALOR DA CAUSA – FIXAÇÃO POR ESTIMATIVA – IMPOS-

SIBILIDADE – ARTS. 258 E 260 DO CPC – PRECEDENTES (STJ) ............ 125

- AGRAVO – EXECUÇÃO FISCAL – DETERMINAÇÃO DE PENHORA SUSTADA – IMPOS-

SIBILIDADE (TRF/2ª R.) ............................................. 125

- AGRAVO DE INSTRUMENTO:

- Agravo regimental – Prequestionamento implícito – Ausência – Arti-

go 267, § 1º do CPC – Intimação pessoal para complementação de

preparo – Precedentes desta corte – Dissídio não configurado (STJ) 126

- Agravo regimental – Prequestionamento de questões surgidas no

acórdão – Ausência – Despacho de mero expediente – Irrecorribili-

dade – Artigo 504 do CPC – Divergência jurisprudencial não confi-

gurada (STJ) ..................................................... 127

- Execução fiscal – Excesso de penhora – Atribuição de valores (TRF/

/2ª R.) .......................................................... 125

- Execução fiscal – Penhora sobre o faturamento da empresa – Possi-

bilidade – Precedentes (TRF/4ª R.) ............................... 126

- AGRAVO NO RECURSO ESPECIAL – ICMS – SAÍDAS DE MÁQUINAS E EQUIPAMEN-

TOS – PROJETOS DE INTERESSE NACIONAL – ISENÇÃO – REVOGAÇÃO – CONVÊ-

NIOS ICM NS. 09/75, 11/81 E 24/81, ARTS. 178, 179, § 2º, DO CTN –

PRECEDENTES STF E STJ (STJ) ........................................ 126

- AGRAVO REGIMENTAL:

- Agravo de instrumento – Prequestionamento implícito – Ausência -

Artigo 267, § 1º, do CPC - Intimação pessoal para complementação

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 151

de preparo – Precedentes desta Corte – Dissídio não configurado

(STJ) ............................................................ 126

- Agravo de instrumento – Prequestionamento de questões surgidas no

acórdão – Ausência – Despacho de mero expediente – Irrecorribili-

dade – Artigo 504 DO CPC – Divergência jurisprudencial não confi-

gurada (STJ) ..................................................... 127

- contra decisão que negou provimento a agravo de instrumento para

fins de fazer subir recurso especial – Penhora – Apólice da dívida

pública – Ordem prevista no artigo 11 da Lei 6.830/80 – Preceden-

tes (STJ) ........................................................ 127

- Não conhecimento – Interposição via fax – Juntada intempestiva do

original – Recurso interposto antes da vigência da lei nº 9.800/99

(STJ) ............................................................ 127

- ÁLCOOL CARBURANTE – QUEBRA POR EVAPORAÇÃO – ICMS – ENTRADA E SAÍDA

DE CANA-DE-AÇÚCAR – DIFERIMENTO – CF, ART. 21, VIII - LEI 6.374/89

(ART. 113) – DEL 56/66 (ART. 4º, PARÁGRAFO ÚNICO) (STJ) ............ 138

- APENSAMENTO DE VÁRIOS PROCESSOS – EXECUÇÃO FISCAL – DESNECESSIDADE

DO REQUERIMENTO SER FORMULADO POR AMBAS AS PARTES – FACULDADE QUE

DEPENDE DE APENAS UMA DAS PARTES – INTELIGÊNCIA DO ARTIGO 28 DA LEI

Nº 6.830/80 (LEI DE EXECUÇÃO FISCAL) – RECURSO NÃO CONHECIDO (STJ) 132 - APÓLICE DA DÍVIDA PÚBLICA – PENHORA - ORDEM PREVISTA NO ARTIGO 11 DA

LEI 6.830/80 – AGRAVO REGIMENTAL CONTRA DECISÃO QUE NEGOU PROVIMENTO

A AGRAVO DE INSTRUMENTO PARA FINS DE FAZER SUBIR RECURSO ESPECIAL –

PRECEDENTES (STJ) .................................................. 127

- ARGÜIÇÃO DE NULIDADE POR AUSÊNCIA DE ASSINATURAS DO EXECUTADO, DE

SUA MULHER E DO DEPOSITÁRIO – PENHORA – RECUSA DOS MESMOS EM FIRMAR

O AUTO – FÉ PÚBLICA DA CERTIDÃO LAVRADA PELO MEIRINHO – MULTA DO

ART. 538, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CPC – CARÁTER PROCRASTINATÓRIO DOS EM-

BARGOS DE DECLARAÇÃO PLENAMENTE JUSTIFICADO (STJ) .................. 140

- ASSINATURAS DO EXECUTADO, DE SUA MULHER E DO DEPOSITÁRIO (ARGÜIÇÃO

DE NULIDADE POR AUSÊNCIA DE) – PENHORA – RECUSA DOS MESMOS EM FIRMAR

O AUTO – FÉ PÚBLICA DA CERTIDÃO LAVRADA PELO MEIRINHO – MULTA DO

ART. 538, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CPC – CARÁTER PROCRASTINATÓRIO DOS EM-

BARGOS DE DECLARAÇÃO PLENAMENTE JUSTIFICADO (STJ) .................. 140

- ATO JUDICIAL – SUSPENSIVIDADE DE EFEITO DE RECURSO – ART. 588/CPC -

SUCEDÂNEO RECURSAL – RECURSO ORDINÁRIO – MANDADO DE SEGURANÇA (STJ) 141

“B”

- BASE DE CÁLCULO:

- Honorários advocatícios – Valor da condenação – Embargos de diver-

gência (STJ) ..................................................... 131

- ICMS – Descontos incondicionais (STJ) ............................ 138

- por estimativa – Admissibilidade – ICMS – Cobrança pelo regime de

substituição tributária – Possibilidade – Precedentes - Recurso

improvido (STJ) .................................................. 137

- BEM(NS):

- Extemporaneidade de substituição de ... penhorados não caracteri-

zada – Execução fiscal – Intimação pessoal do representante da Fa-

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 152

zenda Pública – Artigo 25 da Lei nº 6.830/80 - Recurso provido

(STJ) ............................................................ 134

- gravados por cédula de crédito industrial – Preferência - Penhora

- Execução fiscal (TRF/4ª R.) .................................... 136

- imóvel – Questões de fato – Ausência de oferecimento de bens à

penhora – Aplicação da Súmula nº 07 do STJ – Execução – Excesso de

execução (STJ) ................................................... 132

“C”

- CANA-DE-AÇÚCAR (ENTRADA E SAÍDA DE) – ICMS – DIFERIMENTO – ÁLCOOL

CARBURANTE – QUEBRA POR EVAPORAÇÃO – CF, ART. 21, VIII – LEI 6.374/

89 (ART. 113) – DEL 56/66 (ART. 4º, PARÁGRAFO ÚNICO) (STJ) ......... 138

- CARTA DE ADJUDICAÇÃO – EXECUÇÃO FISCAL – CERTIDÃO DE DÍVIDA ATIVA -

TÍTULO EXTRAJUDICIAL – EXECUÇÃO DEFINITIVA – RECURSO ESPECIAL - AU-

SÊNCIA DE SUSPENSIVIDADE – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO (STJ) ....... 133

- CÉDULA DE CRÉDITO INDUSTRIAL (BENS GRAVADOS POR) – PREFERÊNCIA -

EXECUÇÃO FISCAL – PENHORA (TRF/4ª R.) .............................. 136

- CERTIDÃO DE DÍVIDA ATIVA – EXECUÇÃO FISCAL – TÍTULO EXTRAJUDICIAL -

CARTA DE ADJUDICAÇÃO – EXECUÇÃO DEFINITIVA – RECURSO ESPECIAL - AU-

SÊNCIA DE SUSPENSIVIDADE – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO (STJ) ....... 133

- CERTIDÃO DE DÍVIDA ATIVA/CDA (REQUISITOS DA) – TR – EXCLUSÃO DA

MULTA – EXECUÇÃO FISCAL – EMBARGOS – SUCESSÃO – ART. 133 DO CTN -

RESPONSABILIDADE DO SÓCIO-GERENTE (TRF/4ª R.) ...................... 133

- CERTIDÃO LAVRADA PELO MEIRINHO (FÉ PÚBLICA DA) - PENHORA - ARGÜIÇÃO

DE NULIDADE POR AUSÊNCIA DE ASSINATURAS DO EXECUTADO, DE SUA MULHER

E DO DEPOSITÁRIO - RECUSA DOS MESMOS EM FIRMAR O AUTO - MULTA DO

ART. 538, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CPC - CARÁTER PROCRASTINATÓRIO DOS EM-

BARGOS DE DECLARAÇÃO PLENAMENTE JUSTIFICADO (STJ) .................. 140

- CERTIDÃO NEGATIVA – COMPENSAÇÃO – TRIBUTO LANÇADO POR HOMOLOGAÇÃO

(STJ) .............................................................. 128

- CITAÇÃO POR EDITAL – POSSIBILIDADE APÓS O EXAURIMENTO DE TODOS OS

MEIOS POSSÍVEIS À LOCALIZAÇÃO DO DEVEDOR – ART. 8º, III, DA LEI Nº

6.830/80 – EXECUÇÃO FISCAL - PRECEDENTES (STJ) ..................... 133

- COMBUSTÍVEIS (EMPRESA DEDICADA À COMERCIALIZAÇÃO DE) – ICMS - SUBS-

TITUIÇÃO TRIBUTÁRIA - CONTRADIÇÃO APARENTE NO DECISUM DO ACÓRDÃO

EMBARGADO – EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO ESPECIAL (STJ) ....... 131

- COMPENSAÇÃO – TRIBUTO LANÇADO POR HOMOLOGAÇÃO – CERTIDÃO NEGATIVA

(STJ) .............................................................. 128

- COMPENSAÇÃO DE TRIBUTOS – AÇÃO CAUTELAR – INADMISSIBILIDADE (STJ) .. 128

- CORREÇÃO MONETÁRIA:

- Descabimento – ICM – Creditamento – Inexistência de norma legal

proibitiva – Medida Cautelar Preparatória – Ação Declaratória

(STJ) ............................................................ 139

- ICMS – Crédito extemporâneo – Cumulatividade – Isonomia - Questão

jurídica de natureza constitucional – Recurso especial não conhe-

cido (STJ) ....................................................... 137

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 153

- Multa – Crédito – Constituição – Lançamento – Notificação – Decla-

ração – Exigibilidade (STJ) ...................................... 128

- CREDITAMENTO DIFERIDO – ICM (STJ) .................................. 137

- CREDITAMENTO – ICM – CORREÇÃO MONETÁRIA – DESCABIMENTO – INEXISTÊN-

CIA DE NORMA LEGAL PROIBITIVA – MEDIDA CAUTELAR PREPARATÓRIA - AÇÃO

DECLARATÓRIA (STJ) ................................................. 139

- CRÉDITO – CONSTITUIÇÃO – LANÇAMENTO – NOTIFICAÇÃO – DECLARAÇÃO -

EXIGIBILIDADE – MULTA – CORREÇÃO MONETÁRIA (STJ) ................... 128

- CRÉDITO EXTEMPORÂNEO – ICMS – CUMULATIVIDADE – ISONOMIA - CORREÇÃO

MONETÁRIA – QUESTÃO JURÍDICA DE NATUREZA CONSTITUCIONAL - RECURSO

ESPECIAL NÃO CONHECIDO (STJ) ....................................... 137

- CRÉDITO TRIBUTÁRIO (DEPÓSITO JUDICIAL PARA SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDA-

DE DE) – SOBRESTAMENTO DA EXECUÇÃO FISCAL – CONDENAÇÃO EM HONORÁRIOS

ADVOCATÍCIOS – OMISSÃO INEXISTENTE – EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – ICMS –

MANDADO DE SEGURANÇA (STJ) ......................................... 129

- CRÉDITO TRIBUTÁRIO - ICMS – LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO – INTELIGÊN-

CIA DOS ARTIGOS 150, § 4º E 173, INCISO I, DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NA-

CIONAL – DECADÊNCIA NÃO CONFIGURADA – CONTAGEM DO PRAZO - EXECUÇÃO

FISCAL – EMBARGOS À EXECUÇÃO – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO – PRECE- DENTES (STJ) ....................................................... 134

- CUMULATIVIDADE – ICMS – CRÉDITO EXTEMPORÂNEO – ISONOMIA - CORREÇÃO

MONETÁRIA – QUESTÃO JURÍDICA DE NATUREZA CONSTITUCIONAL – RECURSO

ESPECIAL NÃO CONHECIDO (STJ) ....................................... 137

“D”

- DÉBITO (PARCELAMENTO DO) – DENÚNCIA ESPONTÂNEA – MULTA – EXCLUSÃO -

IMPOSSIBILIDADE (STJ) .............................................. 139

- DECADÊNCIA NÃO CONFIGURADA – CONTAGEM DO PRAZO – CRÉDITO TRIBUTÁRIO

- ICMS – LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO – INTELIGÊNCIA DOS ARTIGOS 150,

§ 4º E 173, INCISO I, DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL – EXECUÇÃO FIS-

CAL - EMBARGOS À EXECUÇÃO - RECURSO CONHECIDO E PROVIDO – PRECEDEN-

TES (STJ) .......................................................... 134

- DECISÃO QUE NEGOU PROVIMENTO A AGRAVO DE INSTRUMENTO PARA FINS DE

FAZER SUBIR RECURSO ESPECIAL (AGRAVO REGIMENTAL CONTRA) – PENHORA -

APÓLICE DA DÍVIDA PÚBLICA – ORDEM PREVISTA NO ARTIGO 11 DA LEI 6.830

/80 – PRECEDENTES (STJ) ............................................ 127

- DENÚNCIA ESPONTÂNEA – PARCELAMENTO DO DÉBITO – MULTA – EXCLUSÃO -

IMPOSSIBILIDADE (STJ) .............................................. 139

- DEPÓSITO:

- judicial para suspensão da exigibilidade de crédito tributário -

Sobrestamento da execução fiscal – Condenação em honorários advo-

catícios – Omissão inexistente – Embargos de declaração – ICMS -

Mandado de segurança (STJ) ....................................... 129

- de TDA’S – Impossibilidade – Penhora – CTN, art. 151, II – CPC,

art. 655 – Lei 6.830/80 (art. 11) – Execução fiscal (STJ) ........ 136

- de 30% do valor do débito para interposição de recurso administra-

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 154

tivo (Exigência de) – Constitucionalidade (TRF/4ª R.) ............ 136

- DESCONTOS INCONDICIONAIS - BASE DE CÁLCULO - ICMS (STJ) ............ 138

- DESPACHO DE MERO EXPEDIENTE - IRRECORRIBILIDADE – ARTIGO 504 DO CPC

- AGRAVO REGIMENTAL – AGRAVO DE INSTRUMENTO – PREQUESTIONAMENTO DE

QUESTÕES SURGIDAS NO ACÓRDÃO – AUSÊNCIA – DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCI-

AL NÃO CONFIGURADA (STJ) ........................................... 127

- DIFERIMENTO – ICMS – ENTRADA E SAÍDA DE CANA-DE-AÇÚCAR – ÁLCOOL CAR-

BURANTE – QUEBRA POR EVAPORAÇÃO – CF, ART. 21, VIII – LEI 6.374/89

(ART. 113) – DEL 56/66 (ART. 4º, PARÁGRAFO ÚNICO) (STJ) ............ 138

- DIREITO LÍQUIDO E CERTO (INEXISTÊNCIA DE) – SONEGAÇÕES FISCAIS COM-

PROVADAS – INCLUSÃO DE EMPRESA NO SISTEMA ESPECIAL – ICMS – SISTEMA

ESPECIAL DE CONTROLE E FISCALIZAÇÃO DE TRIBUTOS – PORTARIA Nº 438/92

DA SECRETARIA DA FAZENDA DE PERNAMBUCO – LEGALIDADE - AUSÊNCIA DE

PROVA PRÉ-CONSTITUÍDA - RECURSO ORDINÁRIO - MANDADO DE SEGURANÇA -

INVIABILIDADE DO MANDADO DE SEGURANÇA (STJ) ........................ 141

- DIREITOS INDIVIDUAIS DISPONÍVEIS – ICMS – ILEGITIMIDADE DO MINISTÉ-

RIO PÚBLICO – AÇÃO CIVIL PÚBLICA (STJ) ............................. 125

“E”

- EMBARGOS – EXECUÇÃO FISCAL – SUCESSÃO – ART. 133 DO CTN – RESPONSA-

BILIDADE DO SÓCIO-GERENTE – REQUISITOS DA CDA – TR – EXCLUSÃO DA

MULTA (TRF/4ª R.) .................................................. 133

- EMBARGOS DE DECLARAÇÃO:

- (Art. 535, I e II, CPC) – Ementa desajustada à questão jurídica

resolvida – Contradição inexistente (STJ) ........................ 129

- Contribuição para o IAA – Fato imponível – Saída física da merca-

doria do estabelecimento comercial e não o tempo de emissão da no-

ta fiscal ou celebração do contrato – Ausência de omissão – Embar-

gos rejeitados (STJ) ............................................. 129

- ICMS – Mandado de Segurança – Depósito judicial para suspensão da

exigibilidade de crédito tributário – Sobrestamento da execução

fiscal – Condenação em honorários advocatícios – Omissão inexis- 129

tente (STJ) ......................................................

- ICMS – Substituição tributária – Operação de vendas de veículos

automotores – Omissão quanto ao entendimento de que inexiste lei

estadual responsabilizando o comerciante ao recolhimento antecipa-

do do tributo (STJ) .............................................. 130

- Omissão – Necessidade de exame das questões pleiteadas pela parte

- Anulação (STJ) ................................................. 130

- no recurso especial – ICMS – Saídas de máquinas e equipamentos -

Projetos de interesse nacional – Isenção - Omissão – Honorários

advocatícios (STJ) ............................................... 130

- no recurso especial – ICMS – Substituição tributária – Empresa de-

dicada à comercialização de combustíveis – Contradição aparente no

decisum do acórdão embargado (STJ) ............................... 131

- Sucumbência: ônus (STJ) .......................................... 131

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 155

- EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA – HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS – BASE DE CÁLCULO

- VALOR DA CONDENAÇÃO (STJ) ........................................ 131

- EMBARGOS À EXECUÇÃO – EXECUÇÃO FISCAL – CRÉDITO TRIBUTÁRIO – ICMS -

LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO – INTELIGÊNCIA DOS ARTIGOS 150, § 4º E

173, INCISO I, DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL – DECADÊNCIA NÃO CONFI-

GURADA – CONTAGEM DO PRAZO – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO – PRECEDEN-

TES (STJ) .......................................................... 134

- EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL – LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO TÁCITA -

PRAZO – INOCORRÊNCIA DA PRESCRIÇÃO – CTN, ARTIGOS 150, § 4º, 156 E

173 – RECURSO ESPECIAL CONHECIDO E PROVIDO (STJ) ................... 132

- EMENTA DESAJUSTADA À QUESTÃO JURÍDICA RESOLVIDA – CONTRADIÇÃO INE-

XISTENTE - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO (ART. 535, I E II, CPC) (STJ) .... 129

- EMPRESA DEDICADA À COMERCIALIZAÇÃO DE COMBUSTÍVEIS – ICMS – SUBSTI-

TUIÇÃO TRIBUTÁRIA – CONTRADIÇÃO APARENTE NO DECISUM DO ACÓRDÃO EM-

BARGADO – EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO ESPECIAL (STJ) ......... 131

- ERRO NO PREENCHIMENTO DE GUIA DE RECOLHIMENTO – ALEGAÇÃO DE VIOLAÇÃO

AO ART. 1.531 DO CC – APLICAÇÃO CONDICIONADA À MÁ-FÉ DO CREDOR -

APLICABILIDADE DA SÚMULA 159 DO STF – RECURSO ESPECIAL - EXECUÇÃO

FISCAL – ICMS (STJ) ................................................ 140

- EXECUÇÃO:

– definitiva – Execução fiscal – Certidão de Dívida Ativa - Título

extrajudicial - Carta de adjudicação – Recurso especial - Ausência

de suspensividade – Recurso conhecido e provido (STJ) ............ 133

- Excesso de penhora – Bem imóvel – Questões de fato – Ausência de

oferecimento de bens à penhora – Aplicação da Súmula nº 07 do STJ

(STJ) ............................................................ 132

- Penhora de dinheiro disponível em caixa de instituição financeira

- Possibilidade – Ressalva quanto às reservas técnicas mantidas

junto ao “Banco Central do Brasil” (STJ) ......................... 132

- EXECUÇÃO FISCAL:

- Apensamento de vários processos – Desnecessidade do requerimento

ser formulado por ambas as partes – Faculdade que depende de ape-

nas uma das partes – Inteligência do artigo 28 da lei 6.830/80

(Lei de execução fiscal) – Recurso não conhecido (STJ) ........... 132

- Certidão de dívida ativa – Título extrajudicial – Carta de adjudi-

cação – Execução definitiva – Recurso especial – Ausência de sus-

pensividade – Recurso conhecido e provido (STJ) .................. 133

- Citação por edital – Possibilidade após o exaurimento de todos os

meios possíveis à localização do devedor – Art. 8º, III, da Lei nº

6.830/80 – Precedentes (STJ) ..................................... 133

- Determinação de penhora sustada – Impossibilidade – Agravo (TRF/

2ª R.) ........................................................... 125

- Embargos – Sucessão – Art. 133 do CTN – Responsabilidade do

sócio-gerente – Requisitos da CDA – TR – Exclusão da multa (TRF/

4ª R.) ........................................................... 133

- Embargos à execução – Crédito tributário – ICMS – Lançamento por

homologação – Inteligência dos artigos 150, § 4º e 173, inciso I,

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 156

do Código tributário Nacional – Decadência não configurada – Con-

tagem do prazo – Recurso conhecido e provido – Precedentes (TRF/

4ª R.) ........................................................... 134

- Excesso de penhora – Atribuição de valores - Agravo de Instrumento

(TRF/2ª R.) ...................................................... 125

- ICMS – Erro no preenchimento de guia de recolhimento – Alegação de

violação ao art. 1.531 do CC – Aplicação condicionada à má-fé do

credor – Aplicabilidade da Súmula 159 do STF – Recurso especial

(STJ) ............................................................ 140

- Intimação pessoal do representante da Fazenda Pública – Artigo 25

da Lei nº 6.830/80 – Extemporaneidade de substituição de bens pe-

nhorados não caracterizada – Recurso provido (STJ) ............... 134

- Lei posterior – Aplicabilidade – Multa moratória – Redução (STJ) 135

- Massa falida - Verba honorária – Possibilidade da cobrança – Pre-

cedentes (STJ) ................................................... 135

- Multa – Redução de 30% para 20% - Artigo 106 do Código Tributário

Nacional – Leis paulistas 6.374/89 e 9.399/96 – Multa moratória e

punitiva – Distinção – Não cabimento – Recurso não conhecido (STJ) 135

- Penhora:

– Bens gravados por cédula de crédito industrial – Preferência

(TRF/4ª R.) .................................................... 136

- Depósito de TDA’s – Impossibilidade – CTN, art. 151, II - CPC,

art. 655 – Lei 6.830/80 (art. 11) (STJ) ........................ 136

- Excesso - Avaliação – Momento processual adequado para aferição

do excesso ou redução da constrição judicial – Não reconhecimen-

to do excesso pelo v. acórdão recorrido – Incabível exame da ma-

téria fática, que deve ser analisada pela instância ordinária -

Incidência da súmula nº 7 do Superior Tribunal de Justiça – Re-

curso não conhecido (STJ) ...................................... 136

- sobre o faturamento de empresa (30%) – Ausência de prequestiona-

mento – Divergência jurisprudencial não comprovada – Recurso es-

pecial – Precedentes – Recurso especial não conhecido (STJ) .... 140

- sobre o faturamento da empresa – Possibilidade – Agravo de ins-

trumento – Precedentes (TRF/4ª R.) ............................. 126

- (Sobrestamento da) – Embargos de declaração - ICMS - Mandado de

segurança - Depósito judicial para suspensão da exigibilidade de

crédito tributário - Condenação em honorários advocatícios - Omis-

são inexistente(STJ) ............................................. 129

- EXTEMPORANEIDADE DE SUBSTITUIÇÃO DE BENS PENHORADOS NÃO CARACTERIZA-

ZADA – EXECUÇÃO FISCAL – INTIMAÇÃO PESSOAL DO REPRESENTANTE DA FA-

ZENDA PÚBLICA – ARTIGO 25 DA LEI Nº 6.830/80 - RECURSO PROVIDO

(STJ) .............................................................. 134

“F”

- FATURAMENTO DA EMPRESA (PENHORA SOBRE O) (30%) – AUSÊNCIA DE PRE-

QUESTIONAMENTO – DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL NÃO COMPROVADA – RECUR-

SO ESPECIAL – EXECUÇÃO FISCAL – PRECEDENTES – RECURSO ESPECIAL NÃO

CONHECIDO (STJ) .................................................... 140

- FATURAMENTO DA EMPRESA (PENHORA SOBRE) – POSSIBILIDADE – AGRAVO DE

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 157

INSTRUMENTO – EXECUÇÃO FISCAL – PRECEDENTES (TRF/4ª R.) ............ 126

- FAZENDA PÚBLICA (INTIMAÇÃO PESSOAL DO REPRESENTANTE DA) - EXECUÇÃO

FISCAL – ARTIGO 25 DA LEI Nº 6.830/80 – EXTEMPORANEIDADE DE SUBSTI-

TUIÇÃO DE BENS PENHORADOS NÃO CARACTERIZADA – RECURSO PROVIDO (STJ) 134

- FAX (INTERPOSIÇÃO VIA) – AGRAVO REGIMENTAL – NÃO CONHECIMENTO – JUN-

TADA INTEMPESTIVA DO ORIGINAL – RECURSO INTERPOSTO ANTES DA VIGÊNCIA

DA LEI Nº 9.800/99 (STJ) ........................................... 127

- FÉ PÚBLICA DA CERTIDÃO LAVRADA PELO MEIRINHO – ARGÜIÇÃO DE NULIDADE

POR AUSÊNCIA DE ASSINATURAS DO EXECUTADO, DE SUA MULHER E DO DEPOSI-

TÁRIO – RECUSA DOS MESMOS EM FIRMAR O AUTO – PENHORA - MULTA DO ART.

538, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CPC – CARÁTER PROCRASTINATÓRIO DOS EMBARGOS

DE DECLARAÇÃO PLENAMENTE JUSTIFICADO (STJ) ......................... 140

- FÉRIAS E LICENÇA PRÊMIO – IMPOSTO DE RENDA – RESTITUIÇÃO – PRESCRI-

ÇÃO – HONORÁRIOS DE ADVOGADO (STJ) ................................. 139

“G”

- GUIA DE RECOLHIMENTO (ERRO NO PREEENCHIMENTO DE) – ICMS - ALEGAÇÃO

DE VIOLAÇÃO AO ART. 1.531 DO CC – APLICAÇÃO CONDICIONADA À MÁ-FÉ DO

CREDOR – APLICABILIDADE DA SÚMULA 159 DO STF – RECURSO ESPECIAL -

EXECUÇÃO FISCAL (STJ) .............................................. 140

“H”

- HOMOLOGAÇÃO:

- (Lançamento por) – Crédito tributário – ICMS – Inteligência dos

artigos 150, § 4º e 173, inciso I, do Código Tributário Nacional -

Decadência não configurada – Contagem do prazo – Execução fiscal - Embargos à execução - Recurso conhecido e provido – Precedentes

(STJ) ............................................................ 134

- tácita (Lançamento por) – Prazo – Inocorrência da prescrição -

- CTN, artigos 150, § 4º, 156 e 173 – Embargos à execução fiscal -

Recurso especial conhecido e provido (STJ) ....................... 132

- (Tributo lançado por) – Compensação – Certidão negativa (STJ) .... 128

- HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS:

- Base de cálculo – Valor da condenação – Embargos de divergência

(STJ) ............................................................ 131

- (Condenação em) – Omissão inexistente – Embargos de declaração -

ICMS – Mandado de segurança – Depósito judicial para suspensão da

exigibilidade de crédito tributário – Sobrestamento da execução

fiscal (STJ) ..................................................... 129

- Embargos de declaração no recurso especial – ICMS – Saídas de má-

quinas e equipamentos – Projetos de interesse nacional – Isenção -

Omissão (STJ) .................................................... 130

- Imposto de Renda – Férias e licença-prêmio – Restituição – Pres-

crição (STJ) ..................................................... 139

“I”

- IAA (CONTRIBUIÇÃO PARA O) – FATO IMPONÍVEL – SAÍDA FÍSICA DA MERCA-

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 158

DORIA DO ESTABELECIMENTO COMERCIAL E NÃO O TEMPO DE EMISSÃO DA NOTA

FISCAL OU CELEBRAÇÃO DO CONTRATO – AUSÊNCIA DE OMISSÃO – EMBARGOS DE

DECLARAÇÃO – EMBARGOS REJEITADOS (STJ) ............................. 129

- ICM/ICMS:

- Ação civil pública – Direitos individuais disponíveis – Ilegitimi-

dade do Ministério Público (STJ) ................................. 125

- Cobrança pelo regime de substituição tributária – Possibilidade -

Base de cálculo por estimativa – Admissibilidade - Precedentes -

Recurso improvido (STJ) .......................................... 137

- Creditamento – Correção monetária – Descabimento – Inexistência de

norma legal proibitiva – Medida cautelar preparatória – Ação de-

ratória (STJ) .................................................... 139

- Creditamento diferido (STJ) ...................................... 137

- Crédito extemporâneo – Cumulatividade – Isonomia – Correção mone-

tária – Questão jurídica de natureza constitucional – Recurso es-

pecial não conhecido (STJ) ....................................... 137

- Crédito tributário – Lançamento por homologação – Inteligência dos

artigos 150, § 4º e 173, inciso I, do Código Tributário Nacional –

Decadência não configurada – Contagem do prazo – Execução fiscal –

Embargos à execução – Recurso conhecido e provido - Precedentes

(STJ) ............................................................ 134

- Descontos incondicionais – Base de cálculo (STJ) ................. 138

- Entrada e saída de cana-de-açúcar – Diferimento – Álcool carburan-

te - Quebra por evaporação – CF, art. 21, VIII – Lei 6.374/89

(art. 113) – DEL 56/66 (art. 4º, parágrafo único) (STJ) .......... 138

- Erro no preenchimento de guia de recolhimento – Alegação de viola-

ção ao art. 1.531 do CC – Aplicação condicionada à má-fé do credor

- Aplicabilidade da Súmula 159 do STF – Recurso especial – Execu-

ção fiscal (STJ) ................................................. 140

- Fornecimento de mercadorias para execução de projeto considerado

de interesse público – Convênios 9/75, 11/81, 24/81 e 26/83 – Pro-

tocolo ICM 13/81 (STJ) ........................................... 138

- Ilegitimidade do Ministério Público - Ação Civil Pública - Direi-

tos individuais disponíveis - ICMS (STJ) ......................... 125

- Mandado de segurança – Depósito judicial para suspensão da exigi-

bilidade de crédito tributário – Sobrestamento da execução fiscal

- Condenação em honorários advocatícios – Omissão inexistente -

Embargos de declaração (STJ) ..................................... 129

- Merluza – Incidência (STJ) ....................................... 138

- Saídas de máquinas e equipamentos – Projetos de interesse nacional

- Isenção – Omissão – Honorários advocatícios – Embargos de decla-

ração no recurso especial (STJ) .................................. 130

- Saídas de máquinas e equipamentos – Projetos de interesse nacional

Isenção – Revogação – Convênios ICM nºs 09/75, 11/81 e 24/81,

arts. 178, 179, § 2º, do CTN – Agravo no Recurso Especial – Prece-

dentes STF e STJ (STJ) ........................................... 126

- Sistema especial de controle e fiscalização de tributos - Portaria

nº 438/92 da Secretaria da Fazenda de Pernambuco – Legalidade -

Sonegações fiscais comprovadas – Inclusão de empresa no sistema

especial – Inexistência de direito líquido e certo – Ausência de

prova pré-constituída – Inviabilidade do mandado de segurança -

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 159

Recurso ordinário – Mandado de segurança (STJ) ................... 141

- Substituição tributária:

- ICMS (STJ) ..................................................... 139

– Empresa dedicada à comercialização de combustíveis – Contradição

aparente no decisum do acórdão embargado – Embargos de declara-

ção no recurso especial (STJ) .................................. 131

- Operação de vendas de veículos automotores – Omissão quanto ao

entendimento de que inexiste lei estadual responsabilizando o

comerciante ao recolhimento antecipado do tributo – Embargos de

declaração (STJ) ............................................... 130

- ILEGITIMIDADE DO MINISTÉRIO PÚBLICO – DIREITOS INDIVIDUAIS DISPONÍ-

VEIS - ICMS - AÇÃO CIVIL PÚBLICA (STJ) ............................ 125

- IMPOSTO DE RENDA – FÉRIAS E LICENÇA-PRÊMIO – RESTITUIÇÃO – PRESCRI-

ÇÃO – HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS (STJ) ................................ 139

- INTEMPESTIVIDADE – RECURSO ESPECIAL (STJ) .......................... 141

- INTIMAÇÃO PESSOAL PARA COMPLEMENTAÇÃO DE PREPARO – PREQUESTIONAMENTO

IMPLÍCITO - AUSÊNCIA - ARTIGO 267, § 1º, DO CPC – AGRAVO REGIMENTAL

- AGRAVO DE INSTRUMENTO - PRECEDENTES DESTA CORTE - DISSÍDIO NÃO

CONFIGURADO (STJ) .................................................. 126

- INTIMAÇÃO PESSOAL DO REPRESENTANTE DA FAZENDA PÚBLICA – ARTIGO 25 DA

LEI Nº 6.830/80 – EXTEMPORANEIDADE DE SUBSTITUIÇÃO DE BENS PENHORA-

DOS NÃO CARACTERIZADA – EXECUÇÃO FISCAL – RECURSO PROVIDO (STJ) .... 134

- ISENÇÃO – OMISSÃO – HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS – EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

NO RECURSO ESPECIAL – ICMS – SAÍDAS DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS -

PROJETOS DE INTERESSE NACIONAL (STJ) ............................... 130

- ISENÇÃO – REVOGAÇÃO – CONVÊNIOS ICM NºS 09/75, 11/81 E 24/81, ARTS.

178, 179, § 2º, DO CTN – ICMS – SAÍDAS DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS –

PROJETOS DE INTERESSE NACIONAL – AGRAVO NO RECURSO ESPECIAL - PRECE-

DENTES STF E STJ (STJ) ............................................. 126

- ISONOMIA – ICMS – CRÉDITO EXTEMPORÂNEO – CUMULATIVIDADE - CORREÇÃO

MONETÁRIA – QUESTÃO JURÍDICA DE NATUREZA CONSTITUCIONAL – RECURSO

ESPECIAL NÃO CONHECIDO (STJ) ....................................... 137

“L”

- LANÇAMENTO:

- Notificação – Crédito – Constituição – Declaração - Exigibilidade

- Multa – Correção monetária (STJ) ............................... 128

- por homologação – Crédito tributário – ICMS – Inteligência dos ar-

tigos 150, § 4º e 173, inciso I, do Código Tributário Nacional -

Decadência não configurada – Contagem do prazo – Execução fiscal –

Embargos à execução - Recurso conhecido e provido – Precedentes

(STJ) ............................................................ 134

- por homologação tácita – Prazo – Inocorrência da prescrição – CTN,

artigos 150, § 4º, 156 e 173 – Embargos à execução fiscal – Re-

curso especial conhecido e provido (STJ) ......................... 132

- LEI POSTERIOR - APLICABILIDADE - MULTA MORATÓRIA - REDUÇÃO - EXECU-

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 160

ÇÃO FISCAL (STJ) ................................................... 135

- LICENÇA-PRÊMIO (FÉRIAS E) – IMPOSTO DE RENDA – RESTITUIÇÃO – PRES-

CRIÇÃO - HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS (STJ) ............................. 139

“M”

- MÁ-FÉ DO CREDOR (APLICAÇÃO CONDICIONADA À) – APLICABILIDADE DA SÚMU-

LA 159 DO STF – ICMS – ERRO NO PREENCHIMENTO DE GUIA DE RECOLHIMENTO

– ALEGAÇÃO DE VIOLAÇÃO AO ART. 1.531 DO CC - RECURSO ESPECIAL -

EXECUÇÃO FISCAL (STJ) .............................................. 140

- MANDADO DE SEGURANÇA:

- Depósito judicial para suspensão da exigibilidade de crédito tri-

butário – Sobrestamento da execução fiscal – Condenação em honorá-

rios advocatícios – Omissão inexistente – Embargos de declaração –

ICMS (STJ) ....................................................... 129

- Recurso ordinário – Ato judicial – Suspensividade de efeito de re-

curso – Art. 588/CPC – Sucedâneo recursal (STJ) .................. 141

- Recurso ordinário – ICMS – Sistema Especial de Controle e Fisca-

lização de Tributos – Portaria nº 438/92 da Secretaria da Fazenda

de Pernambuco – Legalidade – Sonegações fiscais comprovadas – In-

clusão de empresa no sistema especial – Inexistência de direito

líquido e certo – Ausência de prova pré-constituída – Inviabilida-

de do mandado de segurança (STJ) ................................. 141

- MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS (SAÍDAS DE) – ICMS – PROJETOS DE INTERESSE

NACIONAL – ISENÇÃO – OMISSÃO – HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS – EMBARGOS DE

DECLARAÇÃO NO RECURSO ESPECIAL (STJ) ............................... 130

- MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS (SAÍDAS DE) – ICMS – PROJETOS DE INTERESSE

NACIONAL – ISENÇÃO – REVOGAÇÃO – CONVÊNIOS ICM NºS 09/75, 11/81 E

24/81, ARTS. 178, 179, § 2º, DO CTN – AGRAVO NO RECURSO ESPECIAL –

PRECEDENTES STF E STJ (STJ) ........................................ 126

- MASSA FALIDA – VERBA HONORÁRIA – POSSIBILIDADE DA COBRANÇA – EXECU-

ÇÃO FISCAL – PRECEDENTES (STJ) ..................................... 135

- MATÉRIA FÁTICA, QUE DEVE SER ANALISADA PELA INSTÂNCIA ORDINÁRIA (IN-

CABÍVEL EXAME DA) – PENHORA – EXCESSO - AVALIAÇÃO – MOMENTO PROCES-

SUAL ADEQUADO PARA AFERIÇÃO DO EXCESSO OU REDUÇÃO DA CONSTRIÇÃO JU-

DICIAL – NÃO RECONHECIMENTO DO EXCESSO PELO V. ACÓRDÃO RECORRIDO -

INCIDÊNCIA DA SÚMULA Nº 7 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA - EXECUÇÃO

FISCAL – RECURSO NÃO CONHECIDO (STJ) ............................... 136

- MEDIDA CAUTELAR PREPARATÓRIA – AÇÃO DECLARATÓRIA – ICM – CREDITAMEN-

TO – CORREÇÃO MONETÁRIA – DESCABIMENTO – INEXISTÊNCIA DE NORMA LEGAL

PROIBITIVA (STJ) ................................................... 139

- MERCADORIA (SAÍDA FÍSICA DA ... DO ESTABELECIMENTO COMERCIAL E NÃO O

TEMPO DE EMISSÃO DA NOTA FISCAL OU CELEBRAÇÃO DO CONTRATO) – AUSÊN-

CIA DE OMISSÃO – CONTRIBUIÇÃO PARA O IAA – FATO IMPONÍVEL - EMBARGOS

DE DECLARAÇÃO – EMBARGOS REJEITADOS (STJ) .......................... 129

- MERCADORIAS PARA EXECUÇÃO DE PROJETO CONSIDERADO DE INTERESSE PÚBLI-

CO (FORNECIMENTO DE) – ICMS – CONVÊNIOS 9/75, 11/81, 24/81 E 26/83 –

PROTOCOLO ICM 13/81 (STJ) .......................................... 138

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 161

- MERLUZA – ICMS – INCIDÊNCIA (STJ) .................................. 138

- MINISTÉRIO PÚBLICO (ILEGITIMIDADE DO) – DIREITOS INDIVIDUAIS DISPO-

NÍVEIS – AÇÃO CIVIL PÚBLICA – ICMS (STJ) ........................... 125

- MULTA:

- do art. 538, parágrafo único, do CPC – Caratér procrastinatório

dos embargos de declaração plenamente justificado – Penhora – Ar-

güição de nulidade por ausência de assinaturas do executado, de

sua mulher e do depositário – Recusa dos mesmos em firmar o auto –

Fé pública da certidão lavrada pelo meirinho (STJ) ............... 140

- Correção monetária – Crédito – Constituição – Lançamento – Notifi-

cação – Declaração – Exigibilidade (STJ) ......................... 128

- Exclusão – Impossibilidade – Parcelamento do débito – Denúncia es-

pontânea (STJ) ................................................... 139

- (Exclusão da) – TR – Execução fiscal – Embargos – Sucessão – Art.

133 do CTN – Responsabilidade do sócio-gerente – Requisitos da CDA

(TRF/4ª R.) ...................................................... 133

- moratória - Redução - Lei posterior - Aplicabilidade - Execução

fiscal (STJ) ..................................................... 135

- moratória e punitiva - Distinção - Não cabimento - Execução fis-

cal – Multa – Redução de 30% para 20% - Artigo 106 do Código Tri-

butário Nacional – Leis Paulistas 6.374/89 e 9.399/96 - Execução

fiscal - Recurso não conhecido (STJ) ............................. 135

- Redução de 30% para 20% - Artigo 106 do Código Tributário Nacio-

nal - Leis Paulistas 6.374/89 e 9.399/96 - Multa moratória e puni-

tiva - Distinção - Não cabimento - Execução fiscal - Recurso não

conhecido (STJ) .................................................. 135

“O”

- OMISSÃO:

- (Ausência de) – Embargos de declaração – Contribuição para o IAA -

Fato imponível – Saída física da mercadoria do estabelecimento co-

mercial e não o tempo de emissão da nota fiscal ou celebração do

contrato – Embargos rejeitados (STJ) ............................. 129

- Embargos de declaração no recurso especial – ICMS – Saídas de má-

quinas e equipamentos – Projetos de interesse nacional – Isenção -

Honorários advocatícios (STJ) .................................... 130

- inexistente – Embargos de declaração – ICMS – Mandado de segurança

- Depósito judicial para suspensão da exigibilidade de crédito

tributário – Sobrestamento da execução fiscal – Condenação em ho-

norários advocatícios (STJ) ...................................... 129

- Necessidade de exame das questões pleiteadas pela parte - Anulação

- Embargos de declaração (STJ) ................................... 130

- quanto ao entendimento de que inexiste lei estadual responsabili-

zando o comerciante ao recolhimento antecipado do tributo – ICMS -

Substituição tributária – Operação de vendas de veículos automoto-

res – Embargos de declaração (STJ) ............................... 130

- ÔNUS: SUCUMBÊNCIA – EMBARGOS DE DECLARAÇÃO (STJ) ................... 131

- ORIGINAL (JUNTADA INTEMPESTIVA DO) - RECURSO INTERPOSTO ANTES DA VI-

GÊNCIA DA LEI Nº 9.800/99 - INTERPOSIÇÃO VIA FAX - AGRAVO REGIMENTAL

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 162

- NÃO CONHECIMENTO (STJ) ........................................... 127

“P”

- PARCELAMENTO DO DÉBITO – DENÚNCIA ESPONTÂNEA – MULTA – EXCLUSÃO -

IMPOSSIBILIDADE (STJ) .............................................. 139

- PENHORA:

- Apólice da Dívida Pública – Ordem prevista no artigo 11 da Lei

6.830/80 – Agravo regimental contra decisão que negou provimento a

agravo de instrumento para fins de fazer subir recurso especial -

Precedentes (STJ) ................................................ 127

- Argüição de nulidade por ausência de assinaturas do executado, de

sua mulher e do depositário – Recusa dos mesmos em firmar o auto –

Fé pública da certidão lavrada pelo meirinho – Multa do art. 538,

parágrafo único, do CPC – Caráter procrastinatório dos embargos de

declaração plenamente justificado (STJ) .......................... 140

- Bens gravados por cédula de crédito industrial – Preferência -

Execução fiscal (TRF/4ª R.) ...................................... 136

- Depósito de TDA’s – Impossibilidade – CTN, art. 151, II – CPC,

art. 655 – Lei 6.830/80 (art. 11) - Execução fiscal (STJ) ........ 136

- de dinheiro disponível em caixa de instituição financeira – Possi-

bilidade – Ressalva quanto às reservas técnicas mantidas junto ao

“Banco Central do Brasil” – Execução (STJ) ....................... 132

- Excesso:

– Atribuição de valores - Agravo de Instrumento – Execução fiscal

(TRF/2ª R.) ..................................................... 125

- Avaliação – Momento processual adequado para aferição do excesso

ou redução da constrição judicial – Não reconhecimento do exces-

so pelo v. acórdão recorrido – Incabível exame da matéria fáti-

ca, que deve ser analisada pela instância ordinária – Incidência

da Súmula nº 7 do Superior Tribunal de Justiça – Execução fiscal

- Recurso não conhecido (STJ) .................................. 136

- Bem imóvel – Questões de fato – Ausência de oferecimento de

bens à penhora – Aplicação da Súmula nº 07 do STJ - Execução

(STJ) .......................................................... 132

- sobre o faturamento da empresa (30%) – Ausência de prequestiona-

mento – Divergência jurisprudencial não comprovada – Recurso espe-

cial – Execução fiscal – Recurso especial não conhecido (STJ) .... 140

- sobre o faturamento da empresa – Possibilidade - Agravo de ins-

trumento - Execução fiscal – Precedentes (TRF/4ª R.) ............. 126

- sustada (Determinação de) – Impossibilidade – Agravo - Execução

fiscal (TRF/2ª R.) ............................................... 125

- PRAZO (CONTAGEM DO) – CRÉDITO TRIBUTÁRIO – ICMS – LANÇAMENTO POR HO-

MOLOGAÇÃO – INTELIGÊNCIA DOS ARTIGOS 150, § 4º E 173, INCISO I, DO

CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL – DECADÊNCIA NÃO CONFIGURADA - EXECUÇÃO

FISCAL - EMBARGOS À EXECUÇÃO - RECURSO CONHECIDO E PROVIDO – PRECE-

DENTES (STJ) ....................................................... 134

- PRAZO – INOCORRÊNCIA DA PRESCRIÇÃO – LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO TÁ-

CITA – CTN, ARTIGOS 150, § 4º, 156 E 173 – EMBARGOS À EXECUÇÃO FIS-

CAL – RECURSO ESPECIAL CONHECIDO E PROVIDO (STJ) ................... 132

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 163

- PREQUESTIONAMENTO:

- (Ausência de) – Penhora sobre o faturamento de empresa (30%) – Di-

vergência jurisprudencial não comprovada – Recurso especial – Exe-

cução fiscal – Precedentes – Recurso especial não conhecido (STJ) 140

- implícito – Ausência – Artigo 267, § 1º, do CPC – Intimação

pessoal para complementação de preparo – Agravo regimental – Agra-

vo de instrumento – Precedentes desta Corte – Dissídio não confi-

gurado (STJ) ..................................................... 126

- de questões surgidas no acórdão – Ausência – Despacho de mero ex-

pediente – Irrecorribilidade – Artigo 504 do CPC – Divergência ju-

risprudencial não configurada – Agravo regimental – Agravo de ins-

trumento (STJ) ................................................... 127

- PRESCRIÇÃO (INOCORRÊNCIA DA) – LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO TÁCITA -

PRAZO – CTN, ARTIGOS 150, § 4º, 156 E 173 – EMBARGOS À EXECUÇÃO

FISCAL (STJ) ....................................................... 132

- PRESCRIÇÃO – RESTITUIÇÃO - IMPOSTO DE RENDA – FÉRIAS E LICENÇA-

PRÊMIO – HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS (STJ) ............................. 139

- PROJETO(S):

- considerado de interesse público (Fornecimento de mercadorias para

execução de) – ICMS – Convênios 9/75, 11/81, 24/81 e 26/83 – Pro-

tocolo ICM 13/81 (STJ) ........................................... 138

- de interesse nacional – Isenção – Omissão – Honorários advocatí-

cios – ICMS – Saídas de máquinas e equipamentos – Embargos de de-

claração no recurso especial (STJ) ............................... 130

- de interesse nacional – Isenção – Revogação – ICMS - Saídas de má-

quinas e equipamentos - Convênios ICM nº 09/75, 11/81 e 24/81,

arts. 178, 179, § 2º, do CTN – Agravo no recurso especial - Prece-

dentes STF e STJ (STJ) ........................................... 126

- PROVA PRÉ-CONSTITUÍDA (AUSÊNCIA DE) – ICMS – SISTEMA ESPECIAL DE

CONTROLE E FISCALIZAÇÃO DE TRIBUTOS – PORTARIA Nº 438/92 DA SECRETA-

RIA DA FAZENDA DE PERNAMBUCO – LEGALIDADE - SONEGAÇÕES FISCAIS COM-

PROVADAS – INCLUSÃO DE EMPRESA NO SISTEMA ESPECIAL – INEXISTÊNCIA DE

DIREITO LÍQUIDO E CERTO - RECURSO ORDINÁRIO – MANDADO DE SEGURANÇA -

INVIABILIDADE DO MANDADO DE SEGURANÇA (STJ) ........................ 141

“Q”

- QUEBRA POR EVAPORAÇÃO – ÁLCOOL CARBURANTE – ICMS – ENTRADA E SAÍDA

DE CANA-DE-AÇÚCAR – DIFERIMENTO – CF, ART. 21, VIII – LEI 6.374/89

(ART. 113) – DEL 56/66 (ART. 4º, PARÁGRAFO ÚNICO) (STJ) ............ 138

- QUESTÃO(ÕES):

- de fato – Excesso de penhora - Bem imóvel - Ausência de ofereci-

mento de bens à penhora - Aplicação da Súmula nº 07 do STJ - Exe–

cução (STJ) ...................................................... 132

- jurídica de natureza constitucional – ICMS – Crédito extemporâneo

- Cumulatividade – Isonomia – Correção monetária – Recurso especi-

al não conhecido (STJ) ........................................... 137

- jurídica resolvida (Ementa desajustada à) – Contradição inexisten-

te – Embargos de declaração (art. 535, I e II, CPC) (STJ) ........ 129

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 164

- pleiteadas pela parte (Necessidade de exame das) – Omissão – Anu-

lação – Embargos de declaração (STJ) ............................. 130

- surgidas no acórdão (Prequestionamento de) - Ausência - Despacho

de mero expediente - Irrecorribilidade - Artigo 504 do CPC - Agra-

vo regimental - Agravo de instrumento - Divergência jurisprudenci-

al não configurada (STJ) ......................................... 127

“R”

- RECURSO ADMINISTRATIVO (EXIGÊNCIA DO DEPÓSITO DE 30% DO VALOR DO DÉ-

BITO PARA INTERPOSIÇÃO DE) – CONSTITUCIONALIDADE (TRF/4ª R.) ....... 136

- RECURSO ESPECIAL:

- (Agravo regimental contra decisão que negou provimento a agravo de

instrumento para fins de fazer subir) – Penhora – Apólice da Dívi-

da Pública – Ordem prevista no artigo 11 da Lei 6.830/80 – Prece-

dentes (STJ) ..................................................... 127

- Ausência de suspensividade - Execução fiscal - Certidão de Dívida

Ativa - Título extrajudicial - Carta de adjudicação - Execução de-

finitiva - Recurso conhecido e provido (STJ) ..................... 133

- Execução fiscal - ICMS – Erro no preenchimento de guia de recolhi-

mento - Alegação de violação ao art. 1.531 do CC – Aplicação con-

dicionada à má-fé do credor – Aplicabilidade da súmula 159 do STF

(STJ)............................................................. 140

- Execução fiscal - Penhora sobre o faturamento de empresa (30%) –

Ausência de prequestionamento – Divergência jurisprudencial não

comprovada – Precedentes – Recurso especial não conhecido (STJ) .. 140

- Intempestividade (STJ) ........................................... 141

- RECURSO INTERPOSTO ANTES DA VIGÊNCIA DA LEI Nº 9.800/99 – AGRAVO RE-

GIMENTAL – NÃO CONHECIMENTO – INTERPOSIÇÃO VIA FAX – JUNTADA INTEM-

PESTIVA DO ORIGINAL (STJ) .......................................... 160

- RECURSO ORDINÁRIO – MANDADO DE SEGURANÇA – ATO JUDICIAL – SUSPENSI-

VIDADE DE EFEITO DE RECURSO – ART. 588/CPC – SUCEDÂNEO RECURSAL

(STJ) .............................................................. 141

- RECURSO ORDINÁRIO – MANDADO DE SEGURANÇA – ICMS – SISTEMA ESPECIAL

DE CONTROLE E FISCALIZAÇÃO DE TRIBUTOS – PORTARIA Nº 438/92 DA SE-

CRETARIA DA FAZENDA DE PERNAMBUCO – LEGALIDADE – SONEGAÇÕES FISCAIS

COMPROVADAS – INCLUSÃO DE EMPRESA NO SISTEMA ESPECIAL – INEXISTÊNCIA

DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO – AUSÊÑCIA DE PROVA PRÉ-CONSTITUÍDA – IN-

VIABILIDADE DO MANDADO DE SEGURANÇA (STJ) .......................... 141

- RESERVAS TÉCNICAS MANTIDAS JUNTO AO “BANCO CENTRAL DO BRASIL” (RES-

SALVA QUANTO ÀS) – PENHORA DE DINHEIRO DISPONÍVEL EM CAIXA DE INSTI-

TUIÇÃO FINANCEIRA – POSSIBILIDADE – EXECUÇÃO (STJ) ................. 132

- RESPONSABILIDADE DO SÓCIO-GERENTE – REQUISITOS DA CDA – TR – EXCLU-

SÃO DA MULTA – EXECUÇÃO FISCAL – EMBARGOS – SUCESSÃO – ART. 133 DO

CTN (TRF/4ª R.) .................................................... 133

“S”

- SISTEMA ESPECIAL DE CONTROLE E FISCALIZAÇÃO DE TRIBUTOS – ICMS -

PORTARIA Nº 438/92 DA SECRETARIA DA FAZENDA DE PERNAMBUCO – LEGALI-

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 165

DADE – SONEGAÇÕES FISCAIS COMPROVADAS – INCLUSÃO DE EMPRESA NO SIS-

TEMA ESPECIAL – INEXISTÊNCIA DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO – AUSÊNCIA

PROVA PRÉ-CONSTITUÍDA – INVIABILIDADE DO MANDADO DE SEGURANÇA – RE-

CURSO ORDINÁRIO – MANDADO DE SEGURANÇA (STJ) ....................... 141

- SOBRESTAMENTO DA EXECUÇÃO FISCAL – DEPÓSITO JUDICIAL PARA SUSPENSÃO

DA EXIGIBILIDADE DA EXECUÇÃO FISCAL – ICMS – MANDADO DE SEGURANÇA -

CONDENAÇÃO EM HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS – OMISSÃO INEXISTENTE – EMBAR-

GOS DE DECLARAÇÃO (STJ) ............................................ 129

- SÓCIO-GERENTE (RESPONSABILIDADE DO) – REQUISITOS DA CDA – TR -

EXCLUSÃO DA MULTA – SUCESSÃO - ART. 133 DO CTN - EXECUÇÃO FISCAL -

EMBARGOS (TRF/4ª R.) ............................................... 133

- SONEGAÇÕES FISCAIS COMPROVADAS – INCLUSÃO DE EMPRESA NO SISTEMA ES-

PECIAL – INEXISTÊNCIA DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO – AUSÊNCIA DE PROVA

PRÉ-CONSTITUÍDA – INVIABILIDADE DO MANDADO DE SEGURANÇA – RECURSO

ORDINÁRIO – MANDADO DE SEGURANÇA – ICMS – SISTEMA ESPECIAL DE CON-

TROLE E FISCALIZAÇÃO DE TRIBUTOS – PORTARIA Nº 438/92 DA SECRETARIA

DA FAZENDA DE PERNAMBUCO – LEGALIDADE (STJ) ........................ 141

- SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA:

- (Cobrança pelo regime de) – ICMS – Possibilidade – Base de cálculo

por estimativa – Admissibilidade – Precedentes – Recurso improvido

(STJ) ............................................................ 137

– ICMS:

- (STJ) .......................................................... 139

- Empresa dedicada à comercialização de combustíveis - Contradição

aparente no decisum do acórdão embargado – Embargos de declara-

ção no recurso especial – ICMS (STJ) ........................... 131

- Operação de vendas de veículos automotores – Omissão quanto ao

entendimento de que inexiste lei estadual responsabilizando o

comerciante ao recolhimento antecipado do tributo – Embargos de

declaração (STJ) ............................................... 130

- SUCEDÂNEO RECURSAL – RECURSO ORDINÁRIO – MANDADO DE SEGURANÇA - ATO

JUDICIAL – SUSPENSIVIDADE DE EFEITO DE RECURSO – ART. 588/CPC (STJ) 141

- SUCESSÃO – ART. 133 DO CTN – RESPONSABILIDADE DO SÓCIO-GERENTE – RE-

QUISITOS DA CDA – TR – EXCLUSÃO DA MULTA – EXECUÇÃO FISCAL – EMBAR-

GOS (TRF/4ª R.) .................................................... 133

- SUCUMBÊNCIA: ÔNUS – EMBARGOS DE DECLARAÇÃO (STJ) ................... 131

- SUSPENSIVIDADE (AUSÊNCIA DE) – EXECUÇÃO FISCAL – CERTIDÃO DE DÍVIDA

ATIVA – TÍTULO EXTRAJUDICIAL – CARTA DE ADJUDICAÇÃO – EXECUÇÃO DEFI-

NITIVA – RECURSO ESPECIAL – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO (STJ) ...... 133

- SUSPENSIVIDADE DE EFEITO DE RECURSO – ART. 588/CPC – SUCEDÂNEO RE-

CURSAL – RECURSO ORDINÁRIO – MANDADO DE SEGURANÇA – ATO JUDICIAL

(STJ) .............................................................. 141

“T”

- TDA’S (DEPÓSITO DE) – PENHORA – IMPOSSIBILIDADE – CTN, ART, 151, II

- CPC, ART. 655 – LEI 6.830/80 (ART. 11) – EXECUÇÃO FISCAL (STJ) ... 136

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 166

- TÍTULO EXTRAJUDICIAL – EXECUÇÃO FISCAL – CERTIDÃO DE DÍVIDA ATIVA -

CARTA DE ADJUDICAÇÃO – EXECUÇÃO DEFINITIVA – RECURSO ESPECIAL – AU-

SÊNCIA DE SUSPENSIVIDADE – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO (STJ) ....... 133

- TR – EXCLUSÃO DA MULTA – SUCESSÃO - ART. 133 DO CTN – RESPONSABILI-

DADE DO SÓCIO-GERENTE – REQUISITOS DA CDA - EXECUÇÃO FISCAL –

EMBARGOS (TRF/4ª R.) ............................................... 133

- TRIBUTO(S):

- (Compensação de) – Ação cautelar – Inadmissibilidade (STJ) ....... 128

- lançado por homologação – Compensação – Certidão negativa (STJ) 128

- (Omissão quanto ao entendimento de que inexiste lei estadual res-

ponsabilizando o comerciante ao recolhimento antecipado do) - ICMS

- Substituição tributária – Operação de vendas de veículos automo-

tores – Embargos de declaração (STJ) ............................. 130

“V”

- VALOR(ES):

- (Atribuição de) – Excesso de penhora – Agravo de instrumento -

Execução fiscal (TRF/2ª R.) ...................................... 125

- da causa – Fixação por estimativa – Impossibilidade – Arts. 258 e

260 do CPC – Ação declaratória - Precedentes (STJ) ............... 125

- da condenação – Honorários advocatícios – Base de cálculo – Embar-

gos de divergência (STJ) ......................................... 131

- VEÍCULOS AUTOMOTORES (OPERAÇÃO DE VENDAS DE) – ICMS - SUBSTITUIÇÃO

TRIBUTÁRIA – OMISSÃO QUANTO AO ENTENDIMENTO DE QUE INEXISTE LEI ES-

TADUAL RESPONSABILIZANDO O COMERCIANTE AO RECOLHIMENTO ANTECIPADO DO

TRIBUTO – EMBARGOS DE DECLARAÇÃO (STJ) ............................. 130

- VERBA HONORÁRIA – POSSIBILIDADE DA COBRANÇA – MASSA FALIDA – EXECU-

ÇÃO FISCAL – PRECEDENTES (STJ) ..................................... 135

- ÍNDICE GERAL ....................................................... 145

- ÍNDICE/LEGISLAÇÃO/ARTIGOS .......................................... 169

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 167

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 168

___________________________________________________________________________

ÍNDICE/LEGISLAÇÃO/ARTIGOS

___________________________________________________________________________

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 169

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 170

ÍNDICE/LEGISLAÇÃO/ARTIGOS

PÁG.

- CÓDIGO CIVIL:

- Art. 1.531 ....................................................... 140

- CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL:

- Art. 20, § 3º .................................................... 131

- Art. 232, I ...................................................... 133

- Art. 258 .........................................................

125

- Art. 260 ......................................................... 125

- Art. 267, § 1º ................................................... 126

- Art. 504 ......................................................... 127

- Art. 535, I e II ................................................. 129

- Art. 538, parágrafo único ........................................ 140

- Art. 542, § 2º ................................................... 133

- Art. 544, § 2º ................................................... 127

- Art. 587 ......................................................... 133

- Art. 588 (com a redação da Lei 9.139/95) ......................... 141

- Art. 655 ......................................................... 136

- Art. 664 ......................................................... 140

- Art. 665, inc. IV ................................................ 140

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 171

- CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL:

- Art. 106 ......................................................... 135

- Art. 121 ......................................................... 137

- Art. 133 ......................................................... 133

- Art. 135 ......................................................... 134

- Art. 150 ......................................................... 128

- Art. 150, § 4º ................................................... 132

134

- Art. 151, II ..................................................... 136

- Art. 156 ......................................................... 132

- Art. 165, I e II ................................................. 139

- Art. 173 ......................................................... 132

- Art. 173, I ...................................................... 134

- Art. 178 ......................................................... 126

- Art. 179, § 2º ................................................... 126

- CONSTITUIÇÃO FEDERAL/1988:

- Art. 21, VIII .................................................... 138

- Art. 34, § 8º (ADCT) ............................................. 130

137

- Art. 155, par. 2º, XII, “b” ...................................... 137

- CONVÊNIOS ICM/ICMS:

- 09/75 ............................................................ 126

138

- 11/81 ............................................................ 126

138

- 24/81 ............................................................ 126

138

- 26/83 ............................................................ 138

- 66/88 ............................................................ 130

137

- 107/89 ........................................................... 130

- DECRETOS-LEI:

- 7.661/45, art. 208, § 2º (Lei de Falência) ....................... 135

- 56/66, art. 4º, parágrafo único .................................. 138

- 406/68:

- Art. 2º, I e 8º - item 48 .................................... 129

- com a redação dada pela Lei Complementar 44/1983 ............. 137

- 834/69 – item 48 – Lista de Serviços ............................. 129

- LEI COMPLEMENTAR:

- 44/1983 .......................................................... 137

- LEIS ESTADUAIS:

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 172

- 6.374/89 (SP) .................................................... 135

- 6.374/89, art. 113 (SP) .......................................... 138

- 8.933/89 (PR) .................................................... 130

- 9.399/96 (SP) .................................................... 135

- LEIS FEDERAIS:

- 8.137/91, art. 9º ................................................ 134

- 8.218/91 ......................................................... 134

- 9.139/95 ......................................................... 141

- 9.800/99 ......................................................... 127

- LEI 6.830/80 (LEI DE EXECUÇÃO FISCAL):

- Art. 7º .......................................................... 125

- Art. 8º, III ..................................................... 133

- Art. 11 .......................................................... 127

136

- Art. 13 .......................................................... 126

- Art. 25 .......................................................... 134

- Art. 28 .......................................................... 132

- LEI DE FALÊNCIAS (DECRETO-LEI Nº 7.661/45):

- Art. 208, § 2º ................................................... 135

- MEDIDA PROVISÓRIA:

- 298/91 (transformada na Lei 8.218/91) ............................ 134

- 1.608/98, art. 10 ................................................ 136

- PORTARIA:

- 438/92 (Secretaria da Fazenda de Pernambuco) ..................... 141

- PROTOCOLO ICM:

- 13/81 ............................................................ 138

- SÚMULAS:

- STF:

- 159 ............................................................ 140

- 282 ............................................................ 140

- 356 ............................................................ 140

- STJ:

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 173

- 07 ............................................................. 132

136

- 211 ............................................................ 126

- TFR (extinto):

- 208 ............................................................ 139

- 210 ............................................................ 133

*****