revista itaguaÍ 194 anos | jornal o foco

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Itaguaí 194 ANOS REVISTA COMEMORATIVA | EDIÇÃO 1 | JULHO 2012 O FOCO JORNAL www.jornalofoco.com.br HISTÓRIA Bisavô de historiador foi poderoso na Itaguaí do século XIX MULTIDÃO Shows lotados garantem diversão durante os cinco dias de EXPO CIDADÃOS Câmara concede 50 títulos de cidadão itaguaiense. Conheça alguns agraciados AMOR À TERRA 7 depoimentos emocionantes de gente que vive o cotidiano da Cidade do Porto

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Primeira edição do anúario especial sobre o aniversário da cidade de Itaguaí.

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Page 1: REVISTA ITAGUAÍ 194 ANOS | JORNAL O FOCO

Itaguaí194 anos

REVISTA COMEMORATIVA | EDIÇÃO 1 | JULHO 2012

O FOCOJORNAL

www.jornalofoco.com.br

HISTÓRIABisavô de historiador foi poderoso na Itaguaí do século XIX

MULTIDÃOShows lotados garantem diversão durante os cinco dias de EXPO

CIDADÃOSCâmara concede 50 títulos de cidadão itaguaiense. Conheça alguns agraciados

AMOR À TERRA7 depoimentos emocionantes de gente que vive o cotidiano da Cidade do Porto

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O FOCOJORNAL

Itaguaí194 anos

JULHO 2012

Diretor Geral ThiAgO MeLO (MTB 25806-RJ)

Diretora Administrativa: MARiNA MeLOImpressão SMART PRiNTeR

endereços na internetwww.jornalofoco.com.brwww.facebook.com/jornalofocowww.twitter.com/jornalofoco

fale conosco �AtenDImento Ao leItor [email protected]

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eDiTADO e PUBLiCADO POR T.M. COMUNiCAçõeS LTDA

DiSQUe-ReDAçÃO: (21) 2687-0694PLANTÃO 24h: 7753-9156 iD.: 125*28667

expediente

Ofato de já ter sido feito não invali-da novas e interessantes propostas. Esta é a crença do jornal O FOCO ao lançar uma revista comemorati-

va pelo aniversário de Itaguaí, uma das cida-des de abrangência de circulação do periódico semanal. Porém o tradicional se reveste de no-vidade, uma vez que a Revista Itaguaí 194 anos traz um conceito interessante: humaniza a ci-dade ao tentar vê-la sob a ótica das pessoas, ita-guaienses de coração e alma. Esta foi a ideia ao tomar depoimentos de sete pessoas representa-tivas desta terra na seção “Visões da Cidade”.

Para atender às origens do município, cabe resgatar a história de Itaguaí a partir de um tra-balho acadêmico. Foi assim que surgiu a seção “O passado nos explica”.

E para trazer informações, curiosidades e de-talhes de dois dos mais importantes eventos de Itaguaí, as seções “Itaguaí em Exposição” (sobre a Expo 2012) e “Festa e Honra” (sobre a Sessão Solene da Câmara) cumprem o papel de uma revista comemorativa: trazer jornalis-mo de qualidade que sirva como um documen-to para guardar e reler. A decisão editorial de

Tradição com muita novidade

O PASSADO NOS eXPLiCA

ViSõeS DA CiDADe

Os Cardoso e ItaguaíDissertação de historiador mostra uma Itaguaí rica e proeminente no século XIX, sob o comando dos Cardoso. O poder da família é um retrato de uma história empolgante.

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lançar a revista depois dos eventos também foi importante: é preciso mostrar quem são e o que representam as pessoas agraciadas com o título de cidadão itaguaiense, gente que merece aten-ção e reconhecimento pelo que fazem pela ci-dade. A Expo, da mesma forma, merece trata-mento jornalístico impecável a fim de que se evidencie a relevância econômica de uma das maiores festas do estado.

Não se pode deixar de mencionar que esta é a primeira de muitas revistas comemorativas a serem lançadas pelo jornal O FOCO. O es-forço jornalístico certamente será recompensa-do quando esta publicação alcançar seu públi-co, que se verá reconhecido e representado. Tal esforço só se tornou possível graças ao apoio que viabilizou todo o exaustivo (e compensa-dor) trabalho, por meio da Loja Deck, Câma-ra Legislativa de Itaguaí, Distribuidora de Be-bidas Tigresa, Restaurante Frango Expresso, Russo das Baterias, Showball, Real Veículos, Sí-tio Bumerangue, Expresso Mangaratiba e to-dos aqueles que contribuíram, direta ou indire-tamente, para a realização do trabalho.

Até o ano que vem!

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editorJUPy JUNiOR (MTB 28085-RJ)

DiagramaçãogiAN CORNAChiNi (colaborador) reportagensALAN MiRANDA, CAiO ASSiS,CAROL SANTANA, JANAÍNA MiChALSKi (colaboradores)

FotografiaeRBS JR. (colaborador)

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itaguaí 194 anOs | O FOCO 5O FOCO itaguaí 194 anOs

ViSõeS DA CiDADe FeSTA e hONRA

iTAgUAÍ eM eXPOSiçÃO

XIX Expo Itaguaí

Segura, peão!

Música, luz e cor

Diversão alternativa

Arraste o pé!

Todos na vibe!

Pela sustentabilidade

Vip também dança

Ficou bem na foto?

Uma das maiores festas do estado, a Expo tem diferenciais

Rodeio atrai multidão, e ajuda a eleger a Garota Expo

Shows da Expo esquentam o gramado em frente ao palco

Lona Cultural e Palco 2 capricham nas atrações

Ritmo se mantém firme em tenda para lá de animada

Cerveja.com e Prime repetem sucesso de anos anteriores

Parte agropecuária da festa é grande atrativo para muitos

Gente importante comparece nos camarotes oficiais

Confira se sua galera também foi clicada pela reportagem

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Gente que pensa Itaguaí, que faz dela o seu sustento e a sua vida depõem sobre o sentimento de pertencer a esta terra, quer seja por nascimento ou por adoção. Sete personagens — Augusto Teixeira, Ana Maria de Souza, Kelaine Ávila, Carlo Bussato Junior, Jorge Luis da Siva Rocha, Ichiki Watanabe e Matheus Freitas — oferecem, cada um a seu modo, visões de uma Itaguaí em depoimentos cheios de histórias fascinantes e emocionantes.

Sessão Solene da Câmara Municipal de Itaguaí concede títulos de cidadão itaguaiense a 50 pessoas que, no seu cotidiano, ajudam a fazer uma cidade melhor. Evento foi emocionante.

Confira detalhes de alguns dos homenageados com o título de cidadão itaguaiense, com direito a justificativa de cada um dos 11 vereadores e fotos de todos os agraciados.

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Sete depoimentos Com amor e honra

Cidadãos de Itaguaí

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Itaguaí e os Cardoso: uma só história

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O PASSADO NOS eXPLiCA

Itaguaí e os Cardoso: uma só históriaDissertação de mestrado de historiador da Universidade Federal Fluminense revela uma itaguaí rica, sob controle da família Cardoso, no século XiX

Por Janaína Michalski

Levado por uma curiosidade, a partir de uma recordação da infância, o professor de História Gustavo Moreira iniciou uma pesquisa sobre a família dele e acabou por

descobrir detalhes dos primeiros anos de efer-vescência política e econômica da Itaguaí do sé-culo XIX. “Lembrei que meu bisavô, Francisco José Cardoso Júnior, tinha sido diretor da Bi-blioteca do Exército. Eu só sabia que ele era de Itaguaí e que tinha morrido em 1917”— conta o professor. Com essa simples informação em mente, em 2000, por acaso, entrou no Arquivo do Exército, no centro do Rio de Janeiro, e teve acesso a algumas informações militares sobre o bisavô que o levaram a querer pesquisar mais.

“Ao longo das gerações, as informações fi-cam muito distorcidas. O meu pai dizia, quan-do a gente era criança, que o bisavô dele tinha si-do um herói da Guerra do Paraguai” — mas não foi bem isso que Moreira descobriu. O persona-gem a quem o pai do historiador se refere foi um grande negociante nascido em Portugal, que es-tabeleceu um sólido controle econômico e políti-co-eleitoral sobre a vila fluminense de Itaguaí na segunda metade da década de 1830: o comenda-dor Francisco José Cardoso, cuja história de vida pública foi tema de mestrado de Moreira.

“Descobri coisas muito específicas, como táti-cas de dominação local das famílias da classe se-nhorial, como funcionavam os esquemas eleito-rais e como as articulações familiares eram im-portantes naquela época. Nenhuma dessas his-tórias combinava com um ‘Zé Ninguém’. Ou ca-savam com um grande cafeicultor ou com a filha de um financista. Ou seja, a política e a econo-mia não se separam nunca, mas naquela época estavam extremamente entrelaçadas” — resume

Gustavo. Os meandros políticos e eleitorais do Rio de Janeiro no século retrasado foram larga-mente praticados em Itaguaí, já naquela época.

ASCENSÃO, PODER E RIQUEZAPor meio de numerosos documentos ofi-

ciais e de textos jornalísticos produzidos ao longo do século XIX o professor pode recons-tituir, parcialmente, a atuação dos membros da família Cardoso, cuja ascensão derivou da duradoura aliança com os grupos ideológi-cos de tendência conservadora presentes na província do Rio de Janeiro durante o Segun-do Reinado, e também — em grande parte — de relações pessoais, sobre as quais Moreira afirma: “Um laço de compadrio era pratica-mente um laço de sangue. Se um fazendei-ro de Itaguaí se tornava padrinho de um ne-to do Cardoso, se sentia obrigado junto àque-le grupo político até a morte” — algo conhe-cido hoje como “fidelidade partidária”, mas de modo menos dramático, é claro.

De acordo com o professor, em 1820, quan-do a Vila de Itaguaí foi instalada, onde ho-je é a cidade de Itaguaí, tratava-se basicamen-te de uma vila de comércio, apesar de cercada de canaviais e cafezais, além de uma das prin-cipais portas de entrada de navio negreiros do Brasil. Assim, o português Francisco José Car-doso chegou à região, pelos 18 anos, para es-tabelecer-se no comércio. Mas, em 1835, tor-nou-se presidente da Câmara de Itaguaí (além de manter-se deputado provincial por 15 anos consecutivos), e no ano seguinte baixou uma lei que autorizava a construção de canais navegá-veis em Itaguaí, cuja concessão de 100 anos foi dada — veja bem — para ele próprio.

Mesmo assim, o empreendimento favore-ceu a vida comercial de toda a Vila: “Ao invés

Francisco josé Cardoso júnior (sentado) com seus colegas de farda, em foto sem data definida. Patriarca dominou os meios políticos e comerciais da itaguaí do século XiX, e a história da família confunde-se com a da Cidade do Porto.

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po Cardoso”, mas as parcerias políticas da família possibilitaram a diversificação dos negócios e, consequentemente, a multiplica-ção da fortuna. Os Cardoso foram proprie-tários da pré-indústria de seda Cia. Seropé-dica e abriram uma companhia de seguros chamada “Feliz Lembrança”, cujos registros históricos indicam que a família pode ter si-do capaz de movimentar uma das maiores fortunas do país na época, equivalente a tre-zentos salários de um Marechal, por ano, em 1877. Itaguaí, então, já significava rique-za desde aquela época.

IMPRENSA DE OPOSIÇÃO ATUANTETodo o movimento de dominação local,

por parte dos Cardoso, ampliação de po-derio financeiro, arquitetura de casamentos vantajosos, vinculação a ordens religiosas e nomeação de parentes e aliados para cargos de prestígio no Estado não passou desperce-bido pelos olhos da imprensa. Os documen-tos levantados mostram que os jornalistas e os opositores políticos não se calavam dian-te do que viam e, segundo Moreira, são mui-

de transportarem tudo em lombo de mula, o canal navegável — chamado São Pedro de Alcântara, com mais de dois quilômetros – passou a ajudar demais”— confirma o his-toriador. Por outro lado, a construção do canal consolidou o poder da família, uma vez que, a partir dessa obra, foi feita tam-bém uma ampliação do complexo portuário, cujos navios eram de propriedade dos Car-doso. A ideia de “Cidade do Porto”, portan-to, não é nova. “Ele construiu uma grande fortuna ali. Cada saca de café, cada escravo, pagava pedágio. O esquema era bem fecha-do: o pai Cardoso era o dono do canal; um filho, Felipe, controlava o canal; outro filho, Manoel, gerenciava a maior parte dos arma-zéns; e quem recebia as mercadorias era o Cândido, também filho. Ou seja, eles não es-tavam dispostos a ser roubados em nenhum tostão. Não delegavam nenhuma função” — explica o professor, que expôs os antepassa-dos sem atenuações ou cores diferentes.

Em 1864, o avanço da Estrada de Ferro D. Pedro II, como alternativa ao escoamen-to do café, enfraqueceu o comércio do “Gru-

tas as histórias de intrigas, acusações, escân-dalos, ironias e tentativas de tumultuar o monopólio. “Apesar de ter tido outros títu-los que lhe deram projeção social, ele (Car-doso pai) sempre pretendeu fazer parte de

uma família da nobreza. Através da Cia. Se-ropédica tentou ser Barão, mas a iniciativa fracassou e o inimigo político chamou-o de ‘O Barão Gourado’ no jornal”— diverte-se o professor.

� “A uma légua do Teixeira e du-as do rancho do Toledo, fica a ci-dadezinha de Itaguaí. Era anti-gamente uma aldeia de índios, sem dúvida formada pelos jesuí-tas quando ainda donos de Santa Cruz. Acha-se situada numa colina a algumas centenas de passos do caminho onde se encontram ainda algumas famílias de índios. Alguns brancos construíram casas à bei-ra do caminho. Ali estabeleceram vendas e lojas; colocou-se um pe-lourinho no meio dos arbustos que

cobrem o terreno entre a estrada e a aldeia de Itaguaí transformou--se em vila.” — Descrição do nú-cleo urbano de Itaguaí, em 1822, pelo botânico, naturalista e via-jante francês Auguste de Saint-Hi-laire. Esta é um trecho da tese de mestrado “Uma família no Império do Brasil: os Cardoso de Itaguaí (um estudo sobre economia e po-der)” — Universidade Federal Flu-minense (UFF)/2005 —, do histo-riador carioca Gustavo Alves Car-doso Moreira.

Registros históricos marcam vocação comercial

gUSTAVO MOReiRA, historiador, sobre o poder dos Cardoso na itaguaí do século XiX

“Se por acaso um fazendeiro de Itaguaí se tornava padrinho de um neto do Cardoso, se sentia obrigado junto àquele grupo políticoaté a morte.”

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A DECADÊNCIAComo em todo domínio, os Cardoso, de-

pois de décadas de glória, experimentaram a decadência. Um dos principais motivos foi o enfraquecimento do Partido Conservador e a ascensão da Liga Progressista na Corte do Rio, com consequências negativas nas carrei-ras eleitorais dos filhos do comendador.

Segundo Moreira, não se pode dizer ao cer-to como e porque a família ruiu: “Acontece que Itaguaí simplesmente faliu. Foi um lugar que teve um crescimento vertiginoso num pe-ríodo, com apogeu por volta de 1840. Em 1850, o circuito comercial ainda está muito ativo, mas Itaguaí já está perdendo população, prin-cipalmente de escravos”. Quando morreu, em 1882, aos 77 anos, Francisco José Cardoso já es-tava esquecido. Sobre semelhanças políticas e econômicas entre a Itaguaí do século XIX e o Brasil de hoje, Moreira diz que aqueles eram esquemas de uma sociedade pré-capitalis-ta, de economia escravista, bem diferente da atualidade. Dessa forma, as comparações ser-vem somente como mera curiosidade, ou co-mo (importantes) dados históricos.

na foto maior, a Vila de itaguaí na visão da viajante inglesa Maria graham. na foto menor, um engenho, comuns na itaguaí do século XiX (registro em exposição na Casa de Cultura). historiador diz que, por estar na rota entre rio de janeiro e são Paulo, itaguaí foi decisiva na cultura cafeeira, mesmo que território não fosse adequado para o cultivo.

gustavo Moreira com foto do bisavô. trabalho acadêmico detalha passado rico

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visões7 ItaguaíUma cidade, sete personagens. em comum, o amor por

itaguaí. Depoimentos de gente que vive o cotidiano urbano e que tem profundas ligações com esta terra ajuda a explicar esse sentimento tão belo e intenso.

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sobrevisõesItaguaí

O que aproxima pessoas tão distin-tas, de diferentes origens e im-pressões? E mais: como explicar uma cidade, com suas contradi-

ções e transformações? A resposta pode estar no amor por Itaguaí, um local tão emblemá-tico quanto fascinante. O fator humano certa-mente é o mais complexo para oferecer uma pespectiva de um lugar que há tempos expe-rimenta progresso, com todos os seus contras-tes. A fim de tentar tornar mais clara a relação dos itaguaienses com o local onde nasceram — e, em alguns casos, com a terra que adota-

ram — a Revista Itaguaí 194 anos reuniu de-poimentos emocionantes de pessoas que fa-zem o dia a dia da cidade. Cada um à sua ma-neira tentou definir o indefinível: o sentimento de pertencer, de ser acolhido, de mudar de vi-da e de alma. Seria impossível ouvir dos mais de cem mil habitantes o que pensam e como vivem os itaguaienses, mas sete pessoas pude-ram, de alguma forma, relembrar o passado que trouxe todos e apontar para um futuro em que Itaguaí será outra. Augusto Teixeira, com a indispensável cultura; Ana Maria de Souza, com a limpeza urbana; Kelaine Ávila, com os

negócios; Carlo Bussato, com a administração; Jorge Rocha, com as leis; Watanabe, com suas plantas; e Matheus Freitas, com a promessa de muitas vitórias — sete visões da cidade que, de uma maneira ou de outra, cercam por sete lados um amor incondicional pela vasta e pro-missora Itaguaí.

Poderíamos, talvez, juntar uma outra vi-são, muito adequada, em um verso de Car-los Drummond de Andrade: “Aqui / ama-nhece como em qualquer parte do mundo / mas vibra o sentimento / de que as coisas se amaram durante a noite”.

ViSõeS DA CiDADe

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ViSõeS DA CiDADe

teixeira: nascido em Portugal, augusto chegou a itaguaí em 1968 e se encantou com Vila geni e Coroa grande. Diretor de Cultura desde 2005, ele entende que a cidade tem muitas atrações culturais além das óbvias. augusto lembra de um tempo em que a luz em Coroa grande “era fraquinha” e a expo ainda não era um sucesso como hoje.

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CHEGADA EM ITAGUAÍ“Cheguei em Itaguaí em 1968. Mas não co-

nheci o centro da cidade, e sim Coroa Grande. Quem me trouxe a Itaguaí foi meu amigo Kei-de Fukamati, que morreu recentemente. Eram ricos e veraneavam em Coroa Grande. A famí-lia comprava calças jeans Lee e Levi´s comigo, eles me pediam e eu trazia. Foram eles que me sugeriram abrir uma loja na cidade”.

O “MACAQUINHO”“Vila Geni não tinha nada. Eu e um grupo de

amigos alugamos uma casa, mas só tinha uma estação. Não se podia acampar em Mangarati-ba. Acabei me fixando em Itaguaí por curiosi-dade. Eu costumava ir para Sepetiba com ami-gos, mas não tinha condução para levar as pes-soas de volta. Um dia eu estava em Santa Cruz esperando o ônibus para Sepetiba e vi o ‘ma-caquinho’ (não sei porque se chamava assim): um trem de madeira, pontualíssimo, que liga-va Santa Cruz a Mangaratiba. Este trem levava os presos que iam para a Ilha Grande em um vagão-cadeia. O trem era maravilhoso. Eram três classes: pobres, ricos e presos. Era a úni-ca condução que tinha. Me interessei, me in-formei, peguei o trem à noite. Eu e meus ami-gos fomos a Mangaratiba, e acabamos dormin-do no vagão porque não tinha trem de volta à noite. As portas eram fáceis de abrir. Eu ia mui-

to para Santa Antônio, uma praia que tinha na Ribeira. Comecei a gostar da região a partir do trem ‘macaquinho’. Tempos depois tiraram es-se trem, uma pena”.

DUNAS EM VILA GENI“Cheguei a Coroa Grande de trem, também.

Me acolheram bem. Pudemos acampar, ninguém nos incomodou. Vila Geni e Coroa Grande nunca tiveram nada, era muito abandonado. Não tinha quase luz, era fraca. Resolvemos alugar a casa em Vila Geni, havia dunas de areia na praia”.

EXPO NO PASSADO“Decidi vir de vez para a cidade quando

abri minha primeira boutique em 1975, no dia 5 de julho, por coincidência, aniversário de Itaguaí. Logo depois comecei a fazer des-files de moda. Naquele tempo, os meus des-files movimentaram a festa. Paulo Alexan-dre criou a Expo Itaguaí, mas no primeiro ano foi um fracasso, ninguém foi. Aí ele me perguntou o que fazer para encher. Sugeri que fizéssemos uma passarela para desfiles de moda. Foi um sucesso. Na segunda Expo, teve Elba Ramalho e Djavan. Meu desfile foi

antes do show de Leandro e Leonardo. Eu lotava o Palace de Coroa Grande com duas, três mil pessoas. A Xuxa desfilava para mim. Eu exibia as roupas nos desfiles e depois as pessoas compravam”.

CRISE E CULTURA“Fechei minha loja porque a cidade faliu,

em 2005. A prefeitura não pagava os funcio-nários. O progresso só se fez sentir há pou-co tempo. O cargo na Cultura surgiu por um

convite do prefeito, assumi em 2005. Eu era comerciante, fiquei apreensivo porque nun-ca tinha trabalhado com isso, mas aceitei o desafio. Itaguaí é muito rico culturalmente. Na estação, onde hoje é a Casa de Cultura, vândalos invadiram e decidimos nós, gover-no, ‘invadir’. No dia da inauguração, o pre-feito se surpreendeu porque o trem de carga passa na estação. Chovia muito, e o prefei-to Charlinho, que é baixinho, não conseguia ver da janela do prédio”.

OPORTUNISTAS“O que eu gosto mais em Itaguaí é a cal-

maria. Uma cidade com mais de 100 mil ha-bitantes e baixo índice de crimes é pratica-mente o paraíso. Sou muito bairrista, e o que eu não gosto é dessa gente oportunista que quer entrar aqui e quer ganhar no tapete. As pessoas são humildes e não estão prepara-das para receber as transformações”.

ITAGUAÍ EM UMA FRASE“Não é que seja melhor que as outras ci-

dades, mas Itaguaí é privilegiada. Esta é a cidade na qual escolhi viver e morrer”.

Augusto Teixeira, Diretor de Cultura de itaguaí, revela o seu amor pela cidade e lembra de tempos que não voltam mais

No primeiro ano a Expo foi um fracasso, ninguém apareceu. Sugeri que criássemos uma passarela para fazer um desfile de modas. Foi um sucesso”

Na Estação onde hoje é a Casa de Cultura, vândalos invadiram e nós, governo, decidimos ´invadir´. O prefeito ficou surpreso porque o trem passava por ali”.

O mais itaguaiense dos portugueses

por Jupy Junior

Dono de uma forte personalidade, o diretor de Cultura de itaguaí enfatiza bastante as palavras. augusto teixeira tem 64 anos e

há 44 vive em itaguaí. Foi testemunha de transformações na cidade, atuou como comerciante, promotor de eventos (seus desfiles marcaram época) e viveu até aventuras no antigo trem conhecido como “macaquinho”. Como diretor de cultura, teixeira entende que a cidade não é só de atrações eventuais: “itaguaí é muito rica culturalmente” — afirma.

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Nem luxo, nem lixo. Só respeito

Dona Ana fala da experiência de se aventurar no Rio de Janeiro para tentar a

vida e como vê itaguaí nos dias de hoje

ITAGUAÍ É COMO UM FORMIGUEIRO“Eu sou gaúcha. Morava em uma cidade-

zinha do interior: Campo Novo. Vim para o Rio de Janeiro em 1986, com 16 anos de ida-de, tentar a vida, né? O que mais me impres-sionou de início foi a quantidade de gente que tem aqui. Muito povo na rua. É como se fosse um formigueiro. As formigas são as pessoas, sempre trabalhando. Umas in-do outras vindo, e aqui no centro de Itaguaí também é assim.”

A VINDA PARA A CIDADE DO PORTO“Logo que cheguei fui morar com uma

tia minha, que morava no Rio, na Lapa. Trabalhei em casas de família. Depois fui morar em Nova Iguaçu. Quando eu ti-nha uns 28 anos o pai da minha filha Ca-rolina faleceu. Eu estava triste e deprimi-da, e uma amiga minha que morava aqui em Itaguaí me chamou para vir também. Eu me mudei, passei um tempo vivendo da pensão e de algumas faxinas que eu fa-zia. Até que há uns cinco anos arrumei es-se emprego na Locanty.”

VIDA DE VARREDORAMinha rotina é assim: eu bato o cartão às 7h,

pego o material (carrinho de mão, pá, vassoura e um saco de lixo), vou para o meu setor, paro às 11h para o almoço, volto 12h e 15:10h saio do se-tor, volto para guardar o material e vou embora. Eu gosto muito do meu trabalho. No começo eu tinha um pouco de vergonha. Eu olhava os var-redores e achava normal, alguém tem que fazer. Hoje nem ligo. Isso de jogar lixo na rua você vê em qualquer lugar. Em Itaguaí também é assim. Aqui se você limpa, a pessoa joga o lixo no chão e se você falar alguma coisa ainda ouve resposta: ‘ah, você é paga para isso’. Já ouvi várias vezes. Daí eu fico calada, né? O que você fala em uma

hora dessas? Na minha área, ali perto do Guana-bara, como o pessoal já me conhece, eu falo e eles respeitam. Mas acho que nossa limpeza é boa, as pessoas têm que colaborar, colocando o lixo no dia certo. Se não colocar no dia certo, cachorro passa, rasga o saco de lixo, espalha tudo. Quan-do é uma pessoa conhecida, peço para ajudar o meu trabalho, senão fica difícil”.

O QUE VI MUDAR“Eu vi muita coisa mudar em Itaguaí. O

mercado Guanabara antes ficava ali onde fun-ciona o Berg´s. Ali onde funciona o Ponto Mix

O que me impressionou no Rio foi a quantidade de gente. Itaguaí é como um formigueiro. As formigas são as pessoas, sempre trabalhando.”

por Alan miranda

ana Maria de souza, 42 anos, bate ponto todos os dias. Mas, diferentemente de muitos, ela não trabalha dentro de um

escritório, e sim na rua. Mais exatamente em frente ao supermercado guanabara, no Centro de itaguaí. ana é varredora de rua, e tem uma visão privilegiada da cidade. ela conhece de perto os hábitos dos itaguaienses e foi testemunha das transformações que esta terra sofreu ao longo dos anos. ana é como muitos daqui: trabalha duro e acredita em um futuro melhor para todos.

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era o mercado Rio, que até pegou fogo. A Le-ader era uma loja de móveis. Nossa, o comér-cio cresceu muito. Também tem muita gente vindo de fora. A cidade foi crescendo mesmo. Pessoas de uniforme, por exemplo, era raro. Agora não: eu saio na rua, já vejo gente unifor-mizada para trabalhar. Itaguaí era uma cidade calma. Dava para ficar no portão sentado. Ho-je não mais. Senão vem um e metralha você.”

AMÉLIA À MODA ANTIGA “Quando eu chego em casa estou sempre

fazendo alguma coisa. Eu vou lavar minha roupa; se o quintal estiver com mato, capino, faço minha janta. Estou pintando minha ca-sa agora, ainda não terminei. Só paro mesmo quando vou me deitar. Eu sou aquela Amélia de antigamente. Eu gosto de cuidar das mi-nhas coisas. Se der algum problema em casa eu vou lá e conserto, se não conseguir resolver eu chamo alguém, mas, do contrário, sou eu mesma que meto a mão na massa.”

O QUE DEVIA MELHORAR“De 13 anos para cá melhorou muita coisa, tem

mais asfalto na cidade. Mas infelizmente a violên-cia hoje está em todo lugar. Perdi amigos por con-ta disso, inclusive o filho de uma amiga que eu gostava muito. Acho também que a saúde em Ita-guaí também precisa melhorar bastante”.

ela faz a sua parte para manter as ruas limpas, embora nem todos colaborem. Mas isso não é problema para Dona ana, que, com seus olhos azuis faiscantes, já testemunhou grandes modificações no urbanismo de itaguaí. ana representa a disposição do itaguaiense para trabalhar, e não hesita em dizer o que vai bem e o que vai mal na cidade.

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Isso de jogar lixo na rua você vê em qualquer lugar. Aqui em Itaguaí, se você limpa, a pessoa joga o lixo no chão e se você fala alguma coisa ainda ouve resposta”

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16 O FOCO | itaguaí 194 anOs

VÍNCULO: O MOTIVO DA VOLTA“Tenho 36 anos e sou empresária. Nasci em

Itaguaí, estudei em Itaguaí, saí para fazer fa-culdade, depois voltei. Fiz faculdade de Di-reito mas acabei entrando para o ramo do co-mércio. Eu moro no Mont Serrat. Lembro do meu tempo de escola, na Luis Murat, lembro da igreja, lembro dos parques que existiam

onde é o shopping de Itaguaí hoje. No Cen-tro de Itaguaí havia vários terrenos vazios. Lembro também do morro da igreja, havia fluxo de gente. Isso era na década de 1980. Aqui não tinha muita balada, diversão, mas tinha a patinação no Ita, o Clube de Itaguaí na pracinha, sempre tinha eventos. No cen-tro, as pessoas ficavam na rua durante o fi-nal de semana. Eu tinha 18, 19 anos. Naque-la época todo mundo se conhecia, era dife-rente, havia um vínculo. De uma certa ma-neira, isso é o que faz a gente voltar a Itaguaí, não importa o motivo pelo qual tenha saído. Já morei no Rio e não fiz amizades como fiz aqui, e as amizades ficaram. Talvez, mais fu-turamente, para os jovens agora, não seja al-go muito forte, mas na minha época, era. Is-

Fortes vínculos e negóciosempresária de sucesso incentiva novos comerciantes e conta que itaguaí fascina as pessoas

so me marcou muito. Na verdade, Itaguaí causa um certo fascínio, não sei explicar por-que. Todo mundo que sai acaba voltando, e mesmo quem conseguiu uma situação me-lhor, mesmo morando na Barra, acaba traba-lhando aqui. Quando eu namorava meu atu-al marido, ele morava aqui e eu no Flamengo, de modo que eu nunca deixei de ter víncu-los com a cidade, de uma forma ou de outra”.

DIFERENÇAS NA CIDADE“Quando voltei para Itaguaí, há uns oito

anos, percebi que muita coisa mudou. A ci-dade teve um aumento muito grande de po-pulação. Fui trabalhar como auxiliar de es-critório em uma fábrica de linguiças. Meu marido abriu uma empresa e fui trabalhar

por Jupy Junior

Kelaine nunes de alvarenga de souza de Ávila é uma das nativas que nunca conseguiu se desvencilhar do seu amor por

itaguaí. Para ela, isso se dá devido ao forte vínculo criado pelas pessoas da sua terra: amizade que ela reconhece como um dos valores máximos da cidade. Dona de uma loja no shopping, ele entende que itaguaí se mantém sintonizada com as tendências da moda nacional e internacional, e ressalta que o empresariado e o poder público devem andar de mãos dadas.

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itaguaí 194 anOs | O FOCO 17

Fortes vínculos e negóciosempresária de sucesso incentiva novos comerciantes e conta que itaguaí fascina as pessoas

fissionais itaguaienses, algo que prejudica o bom atendimento ao consumidor. O ramo da moda poderia estar bem melhor do que está atualmente, porque atendimento é fun-damental em qualquer negócio”.

MODA EM ITAGUAÍ“Itaguaí busca muito roupas de marca, grifes.

Acho que a cidade é antenada. Mesmo sem gri-fes próprias, as pessoas acabam buscando refe-rências na mídia e adaptam essas tendências ao seu cotidiano. O consumidor tem mesmo essa preferência por marcas, é algo bem nítido. Quem não pode pagar busca dentro das condições que tem uma visão mais próxima disso, do que es-tá sendo usado agora, quem está na mídia etc.”

PARA QUEM QUER INVESTIR“Acho que sempre tem espaço. Itaguaí tem

se desenvolvido bastante, sempre há lugar para mais um. Acho que vale a pena, é legal, a cida-de está mais sintonizada com a moda, o que é legal e o que não é. Acho que é um ramo bom”.

ALEGRIA E TRISTEZA EM ITAGUAÍ“Adoro comer bem. Eu gosto muito de co-

mida japonesa. Adoro o M Sushi, a comida é excelente, eu adoro comer. Mas o que me en-tristece em Itaguaí é a saúde, muito precária. Hoje posso pagar um plano de saúde para meu filho, mas muitas pessoas não têm recur-sos, e fica difícil para elas ter um bom serviço. Isso é crítico na cidade, ainda”.

Ainda estamos defasados em recursos humanos. É preciso que haja uma intermediação melhor entre o poder público e o empresariado da cidade ”

Kelaine em uma das araras da loja que dirige, a Deck, no shopping PátioMix. empresária de sucesso, ela conta que nunca desfez os laços que a ligaram a itaguaí, cidade onde nasceu e viveu durante muitos anos até ir fazer faculdade na capital. Depois de voltar, há cerca de oito anos, percebeu que a população desenvolveu gosto pela moda.

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com ele. Depois abri a Deck, boutique que fi-ca no shopping PátioMix, há dois anos”.

SER EMPRESÁRIA EM ITAGUAÍ “Hoje digo que não é tão fácil assim. O co-

mércio em Itaguaí está bem mais movimen-tado, mas seria melhor se tivéssemos polí-ticas públicas que ajudassem o empresaria-do da cidade. Está faltando isso. Temos até parceria com a Câmara de Dirigentes Lojis-tas e outras entidades que dão algum supor-te, mas seria bom se tivéssemos uma inter-mediação entre o poder público e o empre-sário, manter cursos profissionalizantes, por exemplo. Ainda estamos defasados princi-palmente no que diz respeito a recursos hu-manos. Está faltando qualificação aos pro-

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O fim próximo de um ciclo e um novo futuro

Prefeito há sete anos, Carlo Bussato Junior entende que itaguaí é privilegiada e que as transformações de agora se acomodarão em breve numa cidade melhor

VERDURAS E IMIGRANTES“Eu praticamente fui criado em Manga-

ratiba. Nasci em Copacabana. Antes de eu nascer meus pais já frequentavam Muriqui, e quando fomos morar definitivamente lá eu tinha sete anos de idade, em 1967. Mesmo criança eu já vinha a Itaguaí, porque os ban-cos eram aqui. Não havia agência bancária em Mangaratiba, assim como não havia su-permercado. Itaguaí era a referência do co-mércio. Meu pai era comerciante em Muri-qui, e eu o acompanhava quando fazíamos compras e em movimentações bancárias. Eu me lembro muito do centro da cidade, só ti-nha um sinal de trânsito, uma loja de ma-teriais de construção e um posto de gasoli-na com apenas uma bomba. Lembro da forte colonização de japoneses (acredito que era 30% da população de Itaguaí). Havia uma senhora, chamada Dona Branca, que tinha uma loja de verduras, todo mundo compra-va lá. Havia também o Fukamati. Itaguaí tem uma característica: poucos foram nasci-dos aqui, muitos são imigrantes”.

ITAGUAÍ COMO REFERÊNCIA“Depois eu saí da região, fui estudar em Pe-

trópolis, morei lá dos 16 aos 19 anos, e quan-do vínhamos para cá nesta época, como jo-vem, nosso point de diversão era Itaguaí. Eu ia na Ita, todos frequentavam, era uma disco-teca. Depois íamos comer um cachorro-quen-te no trailer. Mangaratiba era muito residen-cial, os que moravam lá ou era aposentados ou comerciantes. E havia também os veranis-tas, e Itaguaí sempre foi referência”.

UM LUGAR PARA FOTOS“Uma vez, há uns nove anos, uma senho-

ra que morava em Itaguaí me disse que ha-via chegado na casa dela uns parentes. E que eles queriam tirar uma foto na cidade para levar de recordação, mas que não ha-via um lugar bacana para tirar fotos deste tipo. Isto me marcou muito. Qualquer cida-de tem que ter um lugar bonito para que se tire fotos, para que se leve uma imagem boa. Para uma pessoa chegar ao ponto de não encontrar um lugar para tirar uma foto, uma praça, enfim, para que se levasse uma imagem boa... pode não ser importante pa-ra muito gente, mas para mim... toda cida-de tem lugares bons e ruins, mas tem que ter um lugar que deixe uma boa imagem”.

Quando criança, já vinha a Itaguaí, para acompanhar o meu pai. Lembro da loja de verduras da Dona Branca, todo mundo comprava lá”

Itaguaí está localizada em uma região privilegiada. Daqui a algum tempo a cidade vai entrar em um novo ciclo, e tudo será mais organizado ainda”

“por Jupy Junior

Quem depôs foi o homem Carlo bussato junior, e não o prefeito Charlinho, que há sete anos veio

da administração da cidade vizinha, Mangaratiba, e encarou o desafio de assumir itaguaí — estratégica no estado — e que há pelo menos cinco anos experimenta os fatores do progresso, que passam por crescimento econômico e, em contrapartida, enfatizam problemas sociais. bussato frequenta itaguaí desde criança, e em breve encerrará um ciclo para que um futuro melhor se torne cada vez mais real.

PERÍODO DE TRANSFORMAÇÃO“Itaguaí sempre teve potencial. Até porque

praticamente a prefeitura operou com recursos próprios. Há também o fator sorte, porque Ita-guaí está localizada em uma região privilegiada. Em termos de indústria, Itaguaí tem águas abri-gadas com um calado fenomenal. Tem uma ma-lha ferroviária que, se fosse instalar hoje, custa-ria trilhões. Itaguaí vai ser um núcleo de grandes empresas. Estamos hoje em um momento de ´destruição’ da cidade. Quero dizer o seguinte: é preciso quebrar os ovos para fazer a omelete. Tem caminhão para todo lado, por exemplo. Da-qui a algum tempo os grandes empreendimen-tos vão terminar suas obras, e a cidade entrará em um novo ciclo. É um período de transforma-ção que daqui a pouco se organizará”.

UM DIA MUITO FELIZ EM ITAGUAÍ“Felizes, foram vários, devido às realiza-

ções”. Felicidade está vindo agora, por causa do reconhecimento, porque me senti útil. Hoje, saindo, sou mais feliz do que quando entrei”.

UM DIA MUITO TRISTE“Triste, não. Fiquei aborrecido. Também

foram vários. Nunca estive triste. Bem, tive algumas traições. Algumas coisas me ma-chucam muito. Por exemplo, quando uma pessoa não mantém a palavra. Algumas ve-zes me senti traído e isso me doeu”.

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O fim próximo de um ciclo e um novo futuro

Carlo bussato junior: para ele, não houve dias tristes na laboriosa tarefa de transformar a cidade a fim de que ela cumprisse seu destino de território estratégico no desenvolvimento do estado. bussato lembra que grande parte da população é de imigrantes, e que itaguaí ainda terá profundas transformações, algumas delas já em curso. FO

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Primeiro, som. Depois, as leis

O presidente da Câmara de itaguaí revela que já foi DJ e ressalta o bom momento da

cidade, que vive transformações

O BANCO DO BRASIL E A NOITE“Nasci em Itaguaí e minha família é daqui.

Minha juventude era os bailes que eu fazia. Fui DJ no Itaguaí Atlético Clube, tinha a New Wave. Era minha casa. Mexo com som desde os 18 anos. Com 13 anos e meio fui o mais jo-vem estagiário do Banco do Brasil, fiquei até os 18 anos. Na cidade de Itaguaí, não tinha na-da. Vi construir a agência do Banco do Brasil. Ainda peguei uma época em que em Itaguaí ainda havia lugar para amarrar os cavalos. Então a minha juventude foi assim: trabalha-va no banco e fazia o baile no Itaguaí Atlético Clube. Desde os 17 anos eu era dono de dance-teria (naquela época se chamava assim), mas era também o DJ, o montador do som e da ilu-minação. Comecei com festas do tipo hi-fi, no clube, fazia festas de 15 anos, etc. Cheguei a ter 10 casas noturnas: em Muriqui, Paracambi, em Santa Cruz (eram três), Itaguai e Mangara-tiba. Em Campo Grande eu tinha duas. Eu era o DJ de cada uma delas, ficava uma hora em cada uma, mesmo sendo o dono. Eu fui pio-neiro. Depois peguei uma época em que o Os-

car abriu aqui o Ita, mas o público dele era di-ferente, sempre trabalhei com a massa popu-lar. Tudo isso a partir de 1978, e na década de 1980 tudo se intensificou ainda mais”.

O QUE SE OUVIA“Ah, naquela época tinha de tudo um

pouco: Village People, Barry White, Donna Summer, Bee Gees...”

MUDANÇAS EM ITAGUAÍItaguaí vem mudando, mudando mesmo, de

10 anos para cá. A minha família é daqui. Meu pai conseguiu construir alguns prédios e ele deve ter umas 20 lojas na cidade. Há 10 anos vi que as lojas do meu pai não estavam dando resultado, e ele começou a fechá-las. Aluguel, não conseguia, não vinha nada para a cidade. Para ser mais exato, de seis anos para cá as lojas passaram a ser alugadas e hoje em dia é difícil conseguir um bom lugar pa-ra alugar. Isto é sinal de progresso. Hoje em Ita-guaí todos os ramos se desenvolvem, há oportu-nidades para todos, mais emprego e condições”.

INAUGURAÇÃO DA NEW WAVEA inauguração da minha boate, a New

Wave, foi muito interessante. Foi em 1981 ou

1982. Montei toda a casa, montei som, ilu-minação, decoração. Sempre trabalhamos em família. Minha mãe trabalhava no bar, meu pai na bilheteria, meu irmão na porta-ria e eu era o DJ. Mandei fazer os ingres-sos. Eram 800 para cavalheiros e 500 para damas, e fiquei montando a casa até as 18h de uma sexta-feira, no dia da inauguração, que seria às 22h. Quando terminei, deixei os ingressos com meu pai para vendê-los, e fui tomar banho para poder voltar em seguida. Achei que venderia 100 ingres-sos para os homens, 50 para as mulheres.

A minha juventude era os bailes que eu fazia. Trabalhava no Banco do Brasil e atuava como DJ à noite. Comecei no ramo aos 17 anos de idade, fui pioneiro”

“por Jupy Junior

Lá se vão 34 anos desde que jorge Luis da silva rocha comandava a picape da new Wave, a boate (na época, danceteria) que ele

mantinha juntamente com várias outras. Pioneiro, jorginho sempre curtiu um bom som. Muito depois das picapes, rocha passou a comandar a Câmara com 10 vereadores. suas reminiscências remontam a uma época em que não havia agência bancária e ainda se amarravam cavalos nas esquinas. Para o presidente da Câmara, itaguaí vive um momento ímpar.

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Quando deu 21h, mandaram me chamar, disseram: ´Jorginho, seu pai está avisando que acabaram os ingressos´. Pensei: ´não po-

de ter acabado´. E pedi para avisar ao meu pai que havia mais ingressos na gaveta de-baixo da bilheteria. Mas havia acabado to-dos. Resultado: não tinha mais ingressos pa-ra vender, a rua estava toda tomada de gen-te. Corri para lá para abrir às 21h, fazer as pessoas entrarem, pegar os ingressos de vol-ta para poder vendê-los novamente. Foi in-crível. A New Wave acabou porque come-çou a vir outros tipos de música. E eu come-cei a espalhar muito as minhas casas. Com uma, duas, dá para controlar. Com 10 não dava, não tinha 10 pais nem 10 mães para

me ajudar. Fui diminuindo, fiquei com qua-tro. Mas perdi público para as ingrejas evan-gélicas. Foi no começo da década de 1990. Mas ainda tem a Prime, que reúne o que tem de melhor no ramo, não fica nada a dever às boates da Barra da Tijuca”.

SENTIMENTO PELA CIDADE“Hoje não tem mais aquele medo em Ita-

guaí. Ser presidente da Câmara não é fácil, mas também não é difícil. Tudo agora está mais sereno, tranquilo, e faço o que eu pos-so. Resumindo: Itaguaí é tudo de bom”.

O melhor de Itaguaí são as pessoas. Aqui ainda há aquele sentimento do interior, da amizade e da proximidade. Isso é o que tem de melhor”

jorginho no plenário da Câmara: presidente acredita que a cidade vem se tornando melhor há 10 anos. rocha foi pioneiro como Dj e promotor de eventos, e as décadas de 1970 e 80 foram especiais para ele: embalado por barry White e bee gees, jorge foi testemunha das transformações da cidade e hoje é um dos seus importantes personagens.

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O homem do dedo verdeMorador da cidade há mais de 60 anos, ichiki Watanabe relembra a itaguaí que poucos conheceram

a simplicidade é a característica mais marcante de ichiki Watanabe. sentado em seu banquinho improvisado no viveiro de mudas, o japonês naturalizado brasileiro conta os segredos de uma boa plantação e da importância de comer bem, além de revelar incríveis histórias sobre a Cidade do Porto de mais de 60 anos atrás.

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CHEGADA DE CARROÇA“Vim para o Brasil em 1934 — para o esta-

do do Pará —, pois o Japão passava por uma si-tuação muito difícil, e o governo mandou um monte de gente para o exterior. Três anos de-pois fui morar em São Paulo. Em 38 cheguei em Santa Cruz, onde estudei um pouco e comecei a trabalhar na roça. Cerca de sete anos depois, me mudei para Itaguaí para ampliar o servi-ço, pois o espaço estava pequeno para a plan-tação, e aqui tinha muita área disponível. Vim com meu irmão de carroça, só com um colchão, umas panelas e as ferramentas de trabalho”.

MERCADO, SÓ DE CAVALO E BURRO“Quando cheguei aqui, Itaguaí tinha pra-

ticamente só a estação e um armazém. On-de hoje é o calçadão, existia um caminho todo formado por Maricá (árvore). Tinha também uma enorme fazenda chamada Arapucaia Guassú, cujo dono era um português. A fazen-da ficava onde hoje é o bairro do Engenho e foi lá que comprei meus primeiros 20 hectares de terra. O Centro também não era no mesmo lu-gar, ficava onde entra para Piranema e tínha-mos que ir até lá para fazer compras no merca-do. Só que era tão longe que só dava pra ir de cavalo ou burro. Aliás, era assim que transitá-vamos por Itaguaí naquele tempo”.

OS TOMATES E A VISITA DE VARGAS“Planto tomate há mais de 60 anos. Come-

cei quando tinha 13 anos e ainda morava em Santa Cruz. O governo queria aumentar a produção de verduras para abastecer o Rio,

então, o ministro da Agricultura da época chamou as colônias japonesas para plantar. Conseguimos umas sementes de São Pau-lo e começamos. Também criamos um tipo de tomate, o ‘Tomate Santa Cruz’. O sucesso da plantação foi muito grande e logo no pri-meiro ano ficamos conhecidos por isso. To-dos os dias saiam muitos caminhões levan-do o nosso produto para a capital. As pesso-as se perguntavam: “como pode?”. A situa-ção estava tão boa que Getúlio veio no meu sítio conhecer a plantação”.

TRABALHO NA SECRETARIA“Em 2008 com o aniversário de 100 anos

da imigração japonesa, fiz uma exposição de tomate e pimentão para mandar para o Rio de Janeiro. O prefeito gostou e pediu pa-ra fazer uma para Expo do ano seguinte e em 2010 fiz mais uma vez. Não sou obriga-do a trabalhar, a lei nem permite isso, pois já tenho bastante idade. Mas é bom, pois tra-balho como quero, não preciso ficar amar-rado, e foi isso que ele disse para mim, ‘tra-balhe como o senhor quiser’. Então faço do meu jeito, vou embora na hora que quero ir, venho na hora que quero também. Mas não deixo ficar abandonado, 6h30 já estou aqui para regar a plantação”.

O SEGREDO DO TRABALHO“Percebo que é muito curioso o fato das

pessoas chegarem aqui sem nunca ter vis-to uma fruta carregada. Elas só conhecem os legumes do supermercado e só comem es-tes, que são cheios de agrotóxico. E a verdu-ra é muito importante. Planto e como muita verdura e o resultado disto é que estou com 86 anos e ainda estou trabalhando”.

DESASTRE EM 65 E PROGRESSO ATUAL“Na década de 1960, Itaguaí estava em um

progresso muito bom. Até comprei minha casa no embalo disto, em 1962. No entanto, em 1965 veio uma tromba d’água e devastou as plantações da cidade. Hoje, o dinheiro de Itaguaí fica em Itaguaí, e isto resulta em um novo grande progresso de novo”.

O homem do dedo verdeMorador da cidade há mais de 60 anos, ichiki Watanabe relembra a itaguaí que poucos conheceram

Vim de Santa Cruz para Itaguaí de carroça com um de meus irmãos, só com um colchão, umas panelas e as ferramentas de trabalho”

por caio Assis

Como no clássico literário de Maurice Druon, “O menino do dedo verde” (1957), ichiki Watanabe transforma em vida

toda terra que cultiva. agricultor desde os 1939, o japonês naturalizado brasileiro cuida sozinho do viveiro de mudas da prefeitura e conta que o segredo está na preparação da terra — técnica que domina com perfeição. Casado e pai de três filhos, Watanabe revela também o segredo da juventude: “planto e como muita verdura. tenho 86 anos e ainda trabalho” — afirma.

Meu pai começou a plantar tomates quando eu tinha 13 anos. O sucesso da plantação foi tão grande, que Getúlio Vargas veio ao meu sítio conferir”

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NASCE UM ITAGUAIENSE“Não me lembro de histórias de Itaguaí

quando eu nasci, mas sei que a cidade cresceu bastante. Não queria nascer em outro lugar”.

VOCAÇÃO PARA PEIXE“Tinha problemas respiratórios e o médi-

co indicou a natação para me ajudar a me-lhorar. Meus pais ficaram em dúvida por-que era inverno e eu era muito novo, tinha dois anos, mas gostei desde o primeiro mer-gulho nunca tive medo e nem me afoguei, só que enjoei e com cinco anos não quis mais nadar. Fiquei um ano longe da natação, mas acabei voltando e comecei a competir. Hoje é o que mais gosto de fazer, e é o que quero continuar fazendo”.

BRINCADEIRA TEM HORA“Não sou bagunceiro, mas sou um pou-

quinho agitado. Fora a natação eu gosto de jogar futebol, mas não deixaria de nadar pa-ra jogar. Nas horas vagas eu gosto de vídeo--game. Sempre que não tem nada mais im-

Braçadaspara o futuroCampeão pode levar itaguaí às águas do mundo

Sonho disputar as Olimpíadas e trazer medalhas para casa. Em 2016 eu ainda não vou ter idade para a competição, mas em 2020 vou estar representando Itaguaí“

“por carol Santana

uma sugestão médica revelou um potencial campeão para as piscinas mundo afora: com mais de 100 medalhas em

seu quadro pessoal, Matheus César Cunha da silva Freitas destaca-se em diversas modalidades de nado e mostra-se preparado para ser um eterno campeão dentro e fora d’água. nascido e crescendo na cidade, Matheusinho já consegue traçar objetivos e metas para sua vida profissional, além de se identificar com a cidade que representa em suas competições, itaguaí.

portante para fazer eu estou jogando. Te-nho muitos jogos de luta, aventura, corri-da e futebol. Também gosto de carrinhos, meu brinquedo preferido é carrinho de con-trole remoto, gosto de bola também. Como toda criança, gosto muito de encontrar com meus amigos para brincar, mas tenho horá-rios. Acordo cedo, me alimento bem, ado-ro salada. Treino quase duas horas todos os

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dias em várias modalidades. Quando vol-to vou para a explicadora e depois para es-cola. Tem também o curso de inglês e to-da quarta-feira vou à igreja. É muita coisa, mas eu gosto do que eu faço”.

PROFISSÃO: ESTUDANTE“Eu estou no quinto ano e o nome da

minha escola é “Ursinhos Carinhosos”. Quem escuta acha que é mais brincadei-ra, aulas de criança, mas não é fácil estu-dar lá. Eu gosto de Ciências, acho uma matéria legal. Não gosto de Matemática porque é muito difícil, mas tenho boas notas. Tenho muitos amigos na escola e tinha uma namorada, mas terminei por-que ela era muito ciumenta, só queria fi-car no meu pé o tempo inteiro”.

CAMPEÃO MUNDIAL“Sou federado pelo Botafogo há dois anos e

disputo competições pelo clube. Às vezes no final de semana quando não tem competição, vou lá treinar. Meus ídolos são o César Cielo e o Michael Phelps, são os melhores do mundo. Quero ser como eles, treino muito. Penso sem-pre que tenho que melhorar, nadar mais rápi-do. Tenho bastante incentivo e sonho dispu-tar as Olimpíadas, competições grandes e tra-zer medalhas para casa, conseguir representar o Brasil e minha cidade pelo mundo. Quando vou competir já falo que sou de Itaguaí”.

MEU LUGAR“É difícil pensar em um lugar que eu gosto.

Adoro praia, mas aqui não tem. Gosto das pra-ças que têm espaço para brincar, mas tem pou-

cas. Me divirto no shopping também, sempre que vou compro muitos brinquedos. Não gos-to da praça do Sase, é deserta, escura, um lugar estranho para ficar”.

UM PRESENTE PARA CIDADE“Não faço ideia de um bom presente. De re-

pente uma medalha de ouro de uma grande competição”.

ITAGUAÍ DOS SONHOS“Acho que no futuro a cidade vai estar ain-

da maior. Quero uma cidade com muitos espa-ços e incentivo para praticar esportes e brincar; mais desenvolvida em educação, saúde e segu-rança. Acho que é assim que eu espero que se-ja Itaguaí quando eu crescer. Uma cidade boa para todo mundo”.

Matheusinho tem no olhar a inocência de uma criança, mas a determinação e o brilho de alguém que sabe muito bem o que quer. aos 10 anos, o itaguaiense que soma conquistas e bons resultados em competições sonha ser um grande atleta profissional para representar itaguaí e o brasil nas piscinas do mundo afora.

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Itaguaienses de coração e almaCâmara concede títulos de cidadão itaguaiense a 50

pessoas. A tradicional Sessão Solene foi pontuada por emoção e por gente que ama a cidade

Por Jupy Junior

Pela primeira vez aconteceu de manhã: a tradicional Sessão Solene da Câmara Municipal de Vereadores de Itaguaí ino-vou neste ano e reuniu autoridades e po-

pulares que foram receber ou conferir a entrega de uma honraria: o título cidadão itaguaiense. A Sessão aconteceu a partir das 11:45h do dia 5 de julho — data do aniversário da emancipação político-administrativa — e contou com diver-sas autoridades e plenário cheio. Dentre os ho-menageados, pessoas que no seu dia a dia fa-zem a diferença, contribuem para o bem-estar de muitos e para o desenvolvimento de Itaguaí. Foram selecionadas 50 pessoas para receber o título [ver lista ao lado], e dentre os homena-geados há pastores, comerciantes, autoridades policiais e do ramo da educação etc. O presi-dente da Câmara confessou à audiência que es-tava nervoso e emocionou-se ao evocar a união entre os vereadores da Casa.

JORge LUiS DA SiLVA ROChA, presidente da Câmara, no seu discurso de abertura

Hoje é um dia especial para nós porque comemoramos 194 anos. A data retrata os anos de luta e sacrifício do nosso povo em prol do progresso da cidade”

� VEREADORES Vicentinho: Pastor Claudio Pereira Rocha e Dr. Eduardo da Silva Figueira; Toni Coelho: Gilberto Correa Lopes e Eurico da Silva Valle; Lenilson: Rob-son Ubirajara de Souza Brito e Ericsson Glaucio Ribeiro de Lima; Beto da Re-ta: Luciano de Oliveira Vidal e Dr. Ka-zuhiro Kajishima; Márcio Pinto: Gil-berto Rocha Cezar e Angelo Francis-co Lucas; Abelardinho: José Antunes Cardozo e Paulo Cesar Gomes da Sil-va; Jorginho do Charlinho: Thor de Oliveira Furken Batista e Dr. Bruno Calfat; Carlos Kifer: Willians Moreira Vargas e João Tomiazzi Netto; Nisan César: Alzemiro José da Rocha e Ma-ria das Graças Carvalho Gabriel; Silas Cabral: Cel. Ernani da Mo-ta Leal e Joaquim Abreu Dias; Rober-tinho: Fernando Stein Kuchenbecker Junior e Clei da Silva Alves.� MESA DIRETORA Ranulfo Brandão Souza Filho; Fernan-do Rosadas Barbosa Machado; Romu-lo Artur Costa; Marcelo Fontes; Marco Aurélio da Costa Abade; Katia Oliveira Araujo; Ronaldo Jorge da Silva; Pastor Jesuel Antonio Prado; Osvaldo Medei-ros; Edmar de Araujo Jupy Junior; Anto-nio Roberto Martins Junior; Ronaldo Lu-ís Alonso; José Ferreira Leão; Luiz Cláu-dio Linhares; Ana Beatriz Paiva dos San-tos Barreto da Silva; José Sarte Benevi-des; Pastor Francisco Pedro Mafra Silva; Maria da Conceição Oliveira da Silva; Rogério Ferreira; Delcio Dallier; Laudini-ce Gualter Brito; Savio Mafra; José Ary de Castro Silva; Dr. João Gameiro Mira-gaya; Marcelo de Souza Fernandes Nu-nes; Fernando de Galvão e Albuquer-que Montenegro; Maria das Graças da Rocha Costa; Pedro Paulo Torres Brasil.

Lista de Agraciados

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DISCURSOSO presidente da Câmara, Jorge Luis da Silva

Rocha (Jorginho do Charlinho, PV) abriu desta maneira a Sessão: “Hoje é um dia muito espe-cial para nós itaguaienses porque o município de Itaguaí completa 194 anos e esta data se re-veste da mais alta importância, pois retrata os anos de luta e sacrifício do nosso povo em prol do progresso, da melhor qualidade de vida, do engrandecimento desta terra, da preservação da nossa história e cultura”.

Em seguida, o prefeito Carlo Bussato Junior (Charlinho) pediu reflexão para lembrar que há sete anos, quando ele assumiu a prefeitura, ha-via baixa auto-estima dos itaguaienses, e que o momento atual modificou esse sentimento. “As necessidades continuam” — disse ele, que se perguntou: “será que fui útil neste ano?”. Em se-guida, ele declarou que teve comprometimen-to total em tentar melhorar a vida dos cidadãos.

A deputada estadual pedetista e primeira--dama de Itaguaí, Andréia Cristina Marcello Bussato, também discursou e disse que teve uma emoção maior neste ano pelo fato de que Itaguaí a cada dia alcança maior destaque no estado do Rio de Janeiro. Andréia também se disse satisfeita ao constatar que a união dos po-deres públicos facilita a execução dos projetos que beneficiam a população. “Quero parabe-

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FeSTA e hONRA

Itaguaienses de coração e alma

Várias autoridades e personalidades importantes compareceram ao tradicional evento da Câmara: o delegado titular da 50ª DP, júlio Cesar Vasconcellos; o ex-secretário de indústria, esporte, turismo e eventos, alexandre Valle; a secretária municipal de educação e Cultura, Laudinice brito; e o comandante do 24º batalhão de Polícia Militar, Comandante ranulfo brandão. Os dois últimos também receberam títulos de cidadão itaguaiense.

nizar todos os que recebem hoje o título de ci-dadão itaguaiense, como eu, que um dia recebi uma certidão de nascimento da cidade de Ita-guaí. Nós somos filhos adotivos, mas fomos es-colhidos por ações que fizemos em prol de uma cidade” — declarou a deputada.

ESCOLHAS DOS VEREADORESO título de cidadão itaguaiense é conferido

anualmente, e a reportagem quis saber do pre-sidente Jorginho quais são os critérios para ele-ger os agraciados. “São critérios pessoais” —

respondeu Rocha, e continuou: “mas é razoável que se escolham pessoas que de alguma manei-ra colaboram com Itaguaí, fazem-se presentes e proporcionam melhorias e bem-estar para a po-pulação”. O vereador Silas Cabral (PV), que já presidiu seis Sessões Solenes, lembrou que a ce-rimônia já teve alto teor político, principalmente no período histórico marcado pela disputa entre Arena e PMDB. Os títulos são distribuídos da se-guinte forma: cada vereador indica duas pessoas (o que totaliza 22) e a Mesa Diretora (reunião dos vereadores) indica os outros 28 homenageados.

PREFEITO RECEBE COMENDA MÁXIMAAlém dos 50 títulos de cidadão itaguaien-

se, a Câmara concedeu a Medalha São Fran-cisco Xavier (padroeiro de Itaguaí) ao pre-feito Carlo Bussato Junior, honraria máxima do município. Embora visivelmente emocio-nado, o prefeito Charlinho talvez tenha fica-do tímido e não quis discursar.

O presidente Jorginho disse que a hon-raria foi aprovada por unanimidade pelos vereadores, e mais uma vez comemorou a união entre o Executivo e o Legislativo.

Foto histórica: todos os agraciados reunidos no plenário

agraciados perfilados na primeira fila: emoção

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Por Janaína Michalski

em Itaguaí há mais de 30 anos, o Pastor Cláudio Pereira Ro-cha nasceu em Caratinga, Mi-

nas Gerais. Veio para a cidade ain-da criança, com toda a família, em função do trabalho do pai.

Pastor há 16 anos, ele se divi-de entre a profissão – como encar-regado de pintura em obras – e a Igreja Assembleia de Deus da Rua 18. Às sextas-feiras e aos domin-gos, os cultos liderados por ele fi-cam lotados, chegam a receber en-tre 200 e 250 pessoas.

Junto a uma equipe que traba-lha fora da igreja, em tendas de oração na rua, o pastor evangeli-za e busca recuperar pessoas vicia-das em drogas. “Minha igreja tem uma parceria com o Centro de Re-cuperação Varão de Guerra. Da rua, muitas pessoas acabam acei-

FeSTA e hONRA

O vereador peemedebista Vicente Cicarino Rocha destacou um personagem da cidade que fez parte da sua infância. Da mesma maneira, Rocha, com uma das suas escolhas, enfatizou os valores do comprometimento social e da ca-ridade via espiritualidade, pois escolheu um pastor. Vicente declarou: “Pastor Cláudio está ligado às questões humanísticas e também é alguém que vê o la-do poético da vida, uma das poucas pessoas que conheço que tem esses valo-res na vida. Conheço-o desde minha infância, quando ele foi jardineiro na ca-sa dos meus pais. Hoje, a rua em que a igreja dele está situada tem tráfico de drogas e uma grande quantidade de pessoas que precisam da ajuda e da pa-lavra de pessoas que falem de Deus. E ele faz um grande trabalho social lá. Por isso, ele é muito importante para a população de Itaguaí”.

Vereador Vicentinho

A transformação do ser pelo divino

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tando participar do culto dentro da igreja”— conta.

Com duas filhas e um filho nas-cidos em Itaguaí, o pastor diz, sor-rindo, que se sente itaguaiense e que o título de cidadão é uma alegria tanto para o coração de-le quanto para o coração da famí-lia. Cláudio Pereira desenvolve um trabalho com jovens que, de alguma maneira, infelizmente, es-tão ligados ao mundo das drogas. A indicação para o título de cida-dão reforça o compromisso desse homem que já salvou muitas vi-das. “A alegria de receber o título é ainda maior quando percebemos que através da palavra de Deus e do incentivo que damos muitas pessoas têm sido abençoadas, co-mo eu fui. Também fui viciado em drogas. Sou um testemunho vivo do que Deus pode fazer na vida de alguém” — afirmou o Pastor.Desde criança o pastor Cláudio sente-se itaguaiense

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s alguém menciona Eurico da Silva Valle quase ninguém sabe de quem se trata. Mas o

“Seu” Valle da imobiliária é figura conhecida por toda Itaguaí. O cor-retor de imóveis nasceu em Belém do Pará. Chegou ao Rio de Janei-ro há 46 anos, onde teve diversos escritórios e negócios imobiliários no centro da cidade.

Há 16 anos ele soube das possi-bilidades de desenvolvimento de Itaguaí por um amigo, mas conta que devido à pouca estrutura da região na época ficou um pouco desconfiado e pensativo até deci-dir instalar-se por aqui: “Um ami-go me trouxe prá cá. Olhei para um lado, olhei para o outro, to-mei coragem e fiquei” — conta. A decisão rendeu frutos extraor-dinários. “Abri uma filial, que já

vendeu mais de dois mil terrenos aqui na região e está todo mun-do construindo. Estou muito fe-liz com isso, porque realmente eu cresci junto com eles” — dis-se o corretor durante a solenida-de de entrega do título de cidadão de Itaguaí.

Sobre o título de cidadão ita-guaiense, Seu Valle diz-se mui-to alegre por dois motivos. “Pri-meiro porque eu procuro hon-rar a minha profissão de corretor. Segundo por perceber que cres-ci junto com a cidade, onde mo-ro com minha família. Isso, para mim, é importante. Tenho dois fi-lhos adultos, casados, que moram no Rio, mas que são sócios comi-go. Estão sempre por aqui. A fir-ma Valle Vende Imóveis Ltda é fa-miliar” — orgulha-se ele, que, co-mo vários, escolheu Itaguaí para viver e crescer.

O vereador do PSD Toni Coelho destaca o trabalho de um corretor de imóveis que atua há muito tempo na cidade. Para Toni, é um trabalho de fundamental importância, uma vez que a cidade progride e as pessoas pre-cisam de lugar para morar. A respeito de um dos seus escolhidos, Coelho declarou: “Embora não seja nascido em Itaguaí, Seu Valle é uma pessoa de grande importância no crescimento do município. Ele é do ramo imobiliá-rio e tem facilitado a vida de muitas pessoas no que diz respeito ao convê-nio com a Caixa Econômica Federal, para que as pessoas possam comprar suas casas próprias. Ele mora em Coroa Grande, mas é um senhor mui-to simpático e muito querido aqui na região. É uma pessoa que contribuiu muito e continua contribuindo para o desenvolvimento da cidade”.

O corretor que investe na cidade

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seu Valle demorou a acreditar no crescimento de itaguaí

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Vereador Toni Coelho

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Por Janaína Michalski

nascido no bairro de São Cristóvão, no Rio de Ja-neiro, o pastor Robson

Ubirajara de Souza Brito passou a infância em Niterói, mas ganhou o mundo a partir do seu trabalho em Itaguaí.

Chegou à cidade há 33 anos, trazido pelo ministério pastoral, e suas ideias eram ambiciosas, po-rém perfeitamentes possíveis, co-mo ele mesmo conta: “Eu tinha o sonho de criar um curso de Teolo-gia que atendesse não apenas Ita-guaí, mas o Brasil inteiro. Hoje, para minha surpresa, por um sis-tema on line de cursos, tenho alu-nos em todos os estados do país e em mais 11 outros países”— ex-plica o estudioso.

Reitor e professor da Faculda-de Trans-Americana de Teolo-

gia, o pastor possui muitos títu-los acadêmicos e conta, com or-gulho, que também boa parte dos pastores batistas de Itaguaí pas-sou pelo Seminário dele. Desta forma, é razoável supor que a reli-giosidade do município depende muito das discussões que o teólo-go promoveu, graças aos seus en-contros. Hoje, a Igreja Batista em Itaguaí tem nele uma forte refe-rência. Quanto ao título de cida-dão do município, ele considera o recebimento justo. “Itaguaí não é mais a mesma de 30 anos atrás e eu acompanhei essa trajetória. Existe um ditado de Salomão, que diz: ‘Se a cidade prospera, os ha-bitantes prosperam também’. Pa-ra mim, as perspectivas desta ci-dade sempre foram grandes e nós atingimos os horizontes que que-ríamos. Estou muito feliz com o tí-tulo. Sinto-me abençoado.”

O vereador do PR Lenilson Paes Rangel tem como um dos seus homena-geados um homem que dedica sua vida à compreensão dos mistérios do divino. Robson Ubirajara faz da Teologia uma motivação na vida, e no en-tendimento do parlamentar, é preciso atentar para as pessoas que, de al-guma forma, produzem bem-estar. Quer seja pela caridade propriamen-te dita, quer seja pela vasta cultura que é utilizada em prol dos mais neces-sitados. Lenilson declarou: “O Robson é uma pessoa de cultura muito vasta e de uma fantástica dedicação às pessoas mais carentes dentro Itaguaí. Ele está sempre de braços estendidos para contribuir com quem precisar. Por tudo o que o Pastor representa dentro do município, tenho um carinho todo especial por ele e não poderia deixar de honrá-lo com um título desse”.

Vereador Lenilson

Os mistérios de Deus e a caridade

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O pastor robson tem alunos de teologia em 12 países

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Carinhosamente chamado de Doutor Kazu pela po-pulação de Itaguaí, o Clíni-

co Geral Kazuhiro Kajishima fez o mesmo percurso de uma expressi-va parte da população itaguaien-se: veio há 10 anos para trabalhar Hospital São Francisco e nunca mais foi embora da cidade.

Ele casou-se com uma ita-guaiense e constituiu família: o casal tem uma filha de três anos e está à espera do segundo fi-lho. “Acabei ficando aqui”— diz, deixando transparecer um pou-co de timidez. No entanto, a his-tória dele com a região vem des-de a infância, e ele também mos-tra que sua relação com a cidade é uma herança de família: “Sou do bairro de Campo Grande, na Zo-na Oeste do Rio, mas grande par-

Vereador Beto da Reta

O vereador peemedebista Beto da Reta destaca, dentre os seus indicados a receber o título de cidadão itaguaiense, o administrador da Unidade de Pronto Atendimento de Itaguaí. Desta forma, o parlamentar enfatiza a im-portância de alguém que luta para manter a saúde dos cidadãos, principal-mente dos que mais precisam. Beto, cujas preocupações com a saúde dos itaguaienses é constante, explica: “Além de ser uma pessoa maravilhosa, um homem de bem, o Dr. Kazuhiro realmente trabalha pelo nosso municí-pio. Ele é dedicado 24 horas por dia à saúde, de coração. As pessoas mais carentes são as que ele procura ajudar mais e da melhor forma possível. A saúde é um problema no Brasil inteiro, mas quando estamos perto dele, não pensamos isso. Por isso, acredito que ele é merecedor do título”.

Saúde sempre em primeiro lugar

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te dos meus familiares, da família Kajishima, já moram há bastante tempo aqui em Itaguaí. Quando criança, eu passava todas as férias escolares aqui. Além do meu tio e dos meus avós, que plantam goia-ba em Mazomba, tenho outros fa-miliares conhecidos que traba-lham aqui” — conta ele.

Ao Dr. Kajishima o título de ci-dadão itaguaiense foi dado prin-cipalmente pela contribuição pro-fissional como Diretor da UPA de Itaguaí, função que ele exerce ao mesmo tempo em que é Bombei-ro Militar do Departamento de Socorro e Emergência de Santa Cruz. Portanto, ajudar pessoas é parte do cotidiano do Doutor Ka-zu. Emocionado com a homena-gem, sobre o recebimento do títu-lo só disse: “Não sou filho da ci-dade, mas adotei a cidade e me sinto adotado por ela também”.Dr. Kazu divide-se entre a uPa e o Corpo de bombeiros

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Por Janaína Michalski

Pela altura e pelo carisma de artista – bem arrumada e sempre sorrindo – não foi di-

fícil encontrar a cantora Beatriz entre os homenageados da Câma-ra dos Vereadores. Por onde pas-sa, sua presença impacta.

Sobre sua origem, ela diz-se “carioca da gema”, do bairro de São Cristóvão. Não mora em Ita-guaí, mas há 10 anos está sempre por aqui, a trabalho. “Também te-nho muitos amigos, entre pastores e igrejas que amo. E amo também povo de Itaguaí. Estou me sentin-do honrada com o título de cida-dã daqui. É muito lindo quando há um reconhecimento do nosso trabalho. Estou muito feliz. Mui-to mesmo” — disse, emocionada.

Para contar que quando chegou à cidade, a estrada principal não

era das melhores, Beatriz usa um jargão evangélico: “A estrada era uma benção. Só Jesus!” — explica, e ela orgulha-se de dizer que viu com os próprios olhos o quanto a estrada e a cidade melhoraram nos últimos anos.

A respeito da característica pro-fissional — de não fazer distinção entre os espaços religiosos, pa-ra os quais é chamada a apresen-tar-se — a cantora, justifica, trans-bordando generosidade: “Sou uma levita do Senhor, integran-te da Assembleia de Deus, mas canto em todas as denominações evangélicas e até nas igrejas ca-tólicas. Outro dia um padre me chamou para cantar e eu fui com o maior carinho. Nós somos mis-sionários, estamos aqui para levar a palavra de Deus, independente de raça ou denominação. É para isso que nós existimos”.

O vereador do DEM Márcio Pinto uniu a arte de cantar à religiosidade co-mo destaque das homenagens que fez neste ano ao conceder títulos de ci-dadão itaguaiense. Para o parlamentar, o cantar em louvor a Deus é um tra-balho de suma importância para que as pessoas possam ter um canal com o divino de forma ainda mais intensa. Ele explica: “A cantora gospel Beatriz faz um trabalho muito importante nas igrejas aqui de Itaguaí. Ela é uma fer-ramenta de Deus para propagar os ensinamentos do evangelho para a po-pulação. E veja que interessante: ela não vai a uma igreja só. Está em todas as igrejas, independente das situações de cada uma. Por isso eu a considero merecedora desse título, e também por encaminhar bem os nossos jovens e os nossos adultos por um caminho de paz e de prosperidade”.

Vereador Márcio Pinto

A arte de cantar para o Senhor

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beatriz: “sou uma levita do senhor”

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O senhor José Antunes Cardozo, é um aposen-tado, exemplo de luci-

dez e vitalidade. Tem 83 anos e é natural de São Fidélis, cidade que fica no norte do estado do Rio de Janeiro e pertence a uma região marcada pela tradicional produ-ção de cachaça. Foi comerciali-zando este produto que ele co-nheceu Itaguaí, há muitos anos. “Trabalhei por 17 anos no comér-cio do Rio e há 15 vim de São Fi-délis em busca de serviço. No in-terior existe pouco trabalho”— destaca ele, que mesmo aposen-tado, diz que “precisa trabalhar”.

Além de participar do proje-to social da Terceira Idade em Ita-guaí, ele está sempre disponível para o serviço que surgir: “Já fiz trabalhos de pedreiro e agora aju-

Vereador Abelardinho

O vereador peemedebista Abeilard Goulart (Abelardinho) destaca, com um dos seus homenageados, de 83 anos, uma parcela importante da po-pulação que merece toda a atenção do poder público, e — por que não dizer? — de todos. José Antunes Cardozo representa a Terceira Idade de Itaguaí, ou, como muitos preferem chamar, a “Melhor Idade”. O parla-mentar explica: “Seu Cardozo é um senhor que contribui muito para nos-so projeto social, voltado para a Terceira Idade, de prevenção, saúde e qualidade de vida. Todas as manhãs ele passa de bicicleta na padaria do bairro Califórnia, pega 100 pãezinhos e leva para a minha casa, onde passarmos manteiga e levamos para o café da manhã da Terceira Idade. Ele é mais que merecedor de um título de cidadão”.

Exemplo de vitalidade e energia

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do um marceneiro. Estamos refor-mando uma loja aqui no centro”— conta ele, que também opera má-quinas e coordena o bloco de car-naval “Me Beija que Eu Gosto” (da Vila do Ibirapitanga) do qual foi um dos fundadores, em 1960. “Nosso bloco sempre ganha o pri-meiro lugar” — orgulha-se.

Sobre o título de Cidadão de Itaguaí, entre duas pequenas lá-grimas, Seu Cardozo tentou des-crever a emoção: “Me sinto muito honrado. Sou divorciado. Minha ex-mulher vive com a filha por-que ela não pode morar sozinha, e meus filhos moram em Santa Cruz e em Campo Grande. Mo-ro sozinho em Itaguaí. Sou muito feliz vivendo aqui, acho um lugar tranquilo. Meus filhos quiseram me levar para perto deles, mas pedi para me deixarem, porque estou satisfeito. Muito satisfeito”. seu Cardozo quer ficar para sempre em itaguaí

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Por meio da Assessoria de Im-prensa do Grupo EBX, Thor de Oliveira Fuhrken Batis-

ta, filho do empresário Eike Ba-tista, disse: “Agradeço e me sinto honrado em receber tal homena-gem de Itaguaí. O município te-rá no ano que vem um dos prin-cipais empreendimentos do Gru-po EBX, o Superporto Sudeste. Sobre a expectativa do Grupo pa-ra este empreendimento, o Grupo EBX, por meio da MMX, empresa de mineração, está investindo R$ 2,4 bilhões na construção do Su-perporto Sudeste, com a geração de 760 empregos diretos quando entrar em operação, no primeiro trimestre de 2013. O Superporto Sudeste é um terminal portuário privativo de uso misto (para car-gas próprias e de terceiros) dedi-

Assim o presidente da Câmara, Jorge Luis da Silva Rocha (Jorginho do Charlinho, PV), justificou a escolha de Thor Batista para o recebimento de um dos títulos de cidadão itaguaiense: “O empreendimento que a família do Thor tem em Itaguaí, o Superporto Sudeste, gera emprego para mais de 3,5 mil trabalhadores. Quando a pedra fundamental do Superporto foi lançada, na Ilha da Madeira, fiquei encantado quando o pai dele, Eike Batista, disse que a ideia do empreendimento tinha sido do filho. A previ-são é que o Superporto movimente até 100 milhões de toneladas de mi-nério de ferro por ano. Por isso, vejo esse título de Cidadão Itaguaiense como uma espécie de retribuição por tudo o que o grupo EBX está trazen-do de desenvolvimento socioeconômico para a nossa região”.

Vereador Jorginho do Charlinho

Título para herdeiro dos Batista

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cado exclusivamente à movimen-tação de minério de ferro. Sua lo-calização estratégica representa a menor distância entre os produto-res de minério de ferro de Minas Gerais e o mar”.

A MMX tem patrocinado cursos de qualificação profissional a fim de contribuir para o crescimen-to de mão de obra capaz de su-prir não só as demandas do Super-porto, mas também de outros em-preendimentos locais. O vereador Jorge Luis da Silva Rocha (Jorgi-nho do Charlinho, PV), presidente da Câmara Legislativa de Itaguaí, disse que se lembra de Thor Batis-ta no evento de lançamento da pe-dra fundamental do porto. Quem recebeu o título de cidadão das mãos do presidente foi Luciano Ferreira, diretor de implantação e operação do Superporto Sudeste na Ilha da Madeira.thor foi homenageado pela Câmara, assim como seu pai

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seu José Ary de Castro Silva nasceu em 1940, na cidade de Curvelo, no norte Mi-

nas Gerais. Foi lá que ele apren-deu a arte da marcenaria.

Depois de casado, com três fi-lhos, achou que em Minas não havia muito campo de trabalho e partiu em busca de novas oportu-nidades. Antes chegar a Itaguaí, em 1979, passou por São Paulo e Resende. Aprendeu novas técni-cas nessas cidades, mas foi aqui que encontrou o que almejava: “Me propus a não ser mais em-pregado. Queria trabalhar por conta própria e Itaguaí estava se desenvolvendo muito por con-ta desses condomínios de An-gra, que estavam começando. En-tão tinha muito serviço na minha área” — conta, destacando que

passar de prestador de serviços a empresário não foi nada fácil: “Fui comprando uma máquina aqui, outra ali, à prestação”. Hoje tem 18 funcionários — que prefe-re chamar de colegas de trabalho — e nos últimos anos formou du-as turmas de jovens aprendizes.

A empresa é familiar: esposa, genro e filhas trabalham, orgulho-sos, com Seu Zé Ary. Sobre o fato de ser cidadão itaguaiense a partir de agora, ele acha correto porque não veio à cidade a passeio: “Vim de Resende para ficar. Embo-ra trabalhasse muito no Rio e em outras cidades, eu sempre morei aqui e não tenho intenção de sair. E vou te dizer: acho que Itaguaí só está no começo do seu desenvol-vimento” — sentencionou o mar-ceneiro, em grande estilo.Seu Zé Ary, além de investir na cidade, investe também em pessoas.

Vereador Carlos Kifer

O vereador do PP Carlos Kifer decidiu escolher como um dos seus ho-menageados um homem que veio para Itaguaí para transformar a ma-deira em vida. A arte da marcenaria é mágica pelas mãos de Seu José, e ele pode ser definido, como os estadunidenses chamam, de self-made--man (em tradução livre: “homem que fez por si”), pois decidiu não ser mais empregado e ajudar a cidade empregando pessoas. O parlamentar assim declarou, a respeito do seu entrevistado: “Seu José Ary é mineiro, veio morar em Itaguaí, constituiu família, abriu um comércio, gerou em-pregos e está na cidade há muitos anos. É um morador antiquíssimo da-qui e a marcenaria dele é familiar e quase artesanal. Eu o vejo com um perfil de ser um filho da cidade, já que adotou Itaguaí”.

O homem que cresceu com a cidade

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O segredo do sucesso de seu Zé ary: trabalhar em família

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Por Janaína Michalski

a chegada da senhora Maria das Graças Carvalho Gabriel a Itaguaí, em 1996, foi estra-

tégica. Ela descobriu que o Rio de Ja-neiro era um estado consumidor de linguiças. Então saiu da cidade de Além Paraíba, em Minas Gerais, pa-ra montar o seu negócio aqui.

Ela começou em uma fábrica de 9 metros quadrados, passou para dois prédios de três andares e, hoje, com 60 funcionários, pre-vê para este mês uma grande mu-dança para um local com três mil metros de área construída, numa área de 16 mil metros quadrados. O tamanho do terreno é uma de-monstração do quanto o traba-lho árduo pode render bons fru-tos para os negócios e para a terra.

Em meio à obra da nova sede, a elegância de Dona Graça se des-

taca e ela conta que está para re-ceber maquinários muito moder-nos. Assim, a atual produção de oito toneladas de linguiças por dia será incrementada com no-vos produtos, e muito mais tone-ladas, segundo ela, virão.

Para ela, o título de cidadã de Itaguaí é uma grande alegria: “Eu adoro Itaguaí, se eu tives-se que escolher uma cidade para morar, escolheria Itaguaí nova-mente. Gosto muito daqui. Meu sentimento é de ter sido nascida e criada aqui. Torço muito pela cidade, que ela cresça cada vez mais. Quando vim para cá, a ci-dade era muito caidinha. Hoje, pelo que vejo, está em franco de-senvolvimento. Graças a Deus sou muito feliz aqui” — pon-tua a empresária de sucesso que adotou a cidade como sua e in-veste cada vez mais.

O vereador do PSD Nisan César escolheu como destaque das suas home-nagens uma empresária que há muitos anos vive em Itaguaí e que ajuda a construir uma cidade melhor. O seu negócio movimenta a economia local e ajuda a tornar Itaguaí uma referência quando se trata de produtos volta-dos para a alimentação. O parlamentar explica: “Pelo tempo que Dona Ma-ria das Graças está na cidade, pela sua lisura, sua competência, sua hones-tidade, pela família maravilhosa, pelos filhos e filhas que ela soube criar e principalmente por ser uma pessoa que desenvolve um trabalho muito gran-de na nossa cidade, através da empresa dela, que melhora a economia da cidade, emprega pessoas, gera renda e leva o nome de Itaguaí para todo o nosso estado. Por tudo isso, dedico a ela esse título. Talvez atrasado”.

Vereador Nisan César

Empresária movimenta economia

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Dona graça, na nova sede da fábrica Família de Minas

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Por Janaína Michalski

Maria da Conceição Oli-veira da Silva nasceu em Fradelos, no distri-

to de Vila Nova de Famalicão, em Portugual. No Brasil desde os se-te anos, não apresenta sotaque. “Meu pai morava aqui desde que eu tinha 1 ano. Só depois viemos eu, meu irmão e minha mãe. Pri-meiro nos estabelecemos no En-genho Novo (bairro do Rio). Há uns 30 anos, meu pai começou um restaurante aqui em Itaguaí. Eu só dei continuidade”— expli-ca ela, de uma forma que pare-ce diminuir a importância do lo-cal, já que a sua Lanchonete e Res-taurante Costa Verde Ltda recebe centenas de pessoas diariamente.

Todos os ônibus que vão pa-ra as badaladas cidades litorâne-as de Paraty e Angra dos Reis têm

Vereador Silas Cabral

O vereador do PV Silas Cabral destaca o trabalho de uma família que está na cidade há muitos, muitos anos. Eles trabalham com alimenta-ção, e o vereador lembra com carinho da dedicação de todos os com-ponentes para sempre prestar o melhor atendimento aos consumidores. O parlamentar justifica: “Escolhi a Dona Conceição porque ela está no município há mais de 30 anos. O pai dela foi um português queridíssi-mo, que veio prá cá há muito tempo, montou um pequeno bar, que foi crescendo e a família investiu tudo o que ganhou aqui mesmo: fizeram o posto de gasolina, fizeram o restaurante, vivem aqui no município e dão emprego para o pessoal de Itaguaí. Não tenho muita intimidade com a família, mas sei do empenho e da luta diária deles em prol da região”.

Maria Itaguaiense, com certeza

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parada obrigatória ali, o que faz do local um ponto importante.

A portuguesa que adotou Ita-guaí para viver conta que, por um lado, ficou muito emociona-da quando soube que receberia o título de cidadã de Itaguaí. Mas por outro, sentiu-se um pouco envergonhada: “Não é que eu seja tímida, mas apesar de lidar com muita gente, não gosto de falar em público, entende? Então fiquei sem graça com a homena-gem. Sem graça e feliz”.

Com muita simplicidade, diz que só espera do futuro que os dois filhos adultos deem continui-dade ao trabalho alicerçado com muito sacrifício pelo pai dela e pe-lo irmão, já falecidos. “Não deixe de falar deles. Sem eles, nada disso teria acontecido” — recomendou à reportagem. Devidamente regis-trado, Dona Conceição.O sonho de D. Conceição para o futuro: continuidade

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O sítio Bumerangue — co-nhecido pela fartura de comida e bebida em

grandes cafés da manhã e tam-bém pela fartura de diversão, pe-lo imenso ambiente de lazer, mú-sica ao vivo e grandes shows – foi comprado por Fernando Stein Ku-chenbecker, primeiramente para a diversão exclusiva da família. Ho-je o local é a síntese do divertimen-to ao ar livre, com piscinas exube-rantes e natureza absolutamente aprazível, capaz de provar que Ita-guaí não é só indústria, mas tam-bém beleza natural.

“Não tínhamos perspectiva de montar um sítio de eventos aqui. Tinha um campinho de futebol e a família vinha jogar bola, quando morávamos no Rio. Mas meu pai saiu do trabalho, recebeu um bom

dinheiro e resolvemos investir” — conta Fernando Júnior, que abriu as portas ao público há 10 anos. O novo cidadão de Itaguaí tem 32 anos e nasceu em Nova Iguaçu. Conta, orgulhoso, que a empresa é familiar. Começou com ele, o pai e a mãe. A irmã foi estudar odonto-logia, mas depois que o pai voltou ao emprego que ama, Júnior con-seguiu trazê-la para perto: “Dois dias da semana ela é dentista e no resto do tempo ela está aqui com a gente” — diz, na correria entre um compromisso e outro. Com uma alegria contagiante, ele con-ta que tornar-se cidadão de Ita-guaí tem um grande significado: “Porque não é uma homenagem só para mim, né? É uma homena-gem para minha família e para to-dos os que trabalham aqui conos-co. Nosso coração é Itaguaí” — en-trega, orgulhoso.

Vereador Robertinho

O vereador do PSDC Roberto Lucio Espolador Guimarães — mais conhe-cido como “Robertinho” — destaca como uma dos seus homenageados um homem que entrou para o ramo do entretenimento por acaso, e que hoje movimenta a economia local e ainda emprega muita gente. O parlamentar dedicou a ele as seguintes palavras: “O Fernando Júnior está em Itaguaí há cerca de 20 anos. Junto com a família, ele tem um sítio chamado Bumeran-gue, no bairro de Santa Cândida, que promove vários eventos para a Tercei-ra Idade, para pessoas de fora, que vêm conhecer o nosso município e para toda a população. Para se ter ideia, ele recebe cerca de 1500 a 2000 visitan-tes por semana. Acredito que ele exerce um importante papel de geração de lazer e de ativação econômica na cidade. Por isso, merece o título”.

Itaguaí não é só indústria, é sítio

galeria de Fotos

Fernando júnior: do prazer familiar ao lazer profissional

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FeSTA e hONRA

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gee, integrante do nX Zero, toca sua guitarra para uma plateia enlouquecida de fãs. shows trouxeram muita qualidade, efeitos especiais e animação. Mas nem só de palco principal vive a festa: atrações paralelas promoveram a diversidade para todos os tipos de público, um diferencial que torna a expo itaguaí vibrante e única na região.

Expo: cada vez mais grandiosa

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iTAgUAÍ eM eXPOSiçÃO

Expo: cada vez mais grandiosaFesta confirmou o que todos já sabiam: é uma das maiores do estado

Por Jupy Junior

Foram cinco dias de muita, muita di-versão. A Expo Itaguaí chegou ao fim, mas deixa atrás de si um ras-tro de grandiosidade que a coloca

como uma das maiores atrações do Rio de Janeiro. Não só porque Itaguaí entrou de-finitivamente para o roteiro das grandes bandas e nomes da música, mas porque a festa tem vários diferenciais. Apesar de um problema aqui e outro ali — o backs-tage e a divulgação para a imprensa preci-sam melhorar —, é motivo de comemora-ção o fato de que os incidentes são poucos e a diversidade é muita: há atrações para todos os públicos, desde a sempre impe-cável parte agropecuária e de reciclagem de materiais (organizada pela secretaria de Meio Ambiente) até a Lona Cultural, com apresentações alternativas que po-deriam muito bem ser as principais. O ro-deio também se firma como forte na festa, pois o público prestigiou, e a Garota Expo é um título cada vez mais cobiçado (ano

que vem a competição se esten-de para o sexo masculino).

Os shows — a despeito de uma ou outra discordância quanto às bandas ou nomes — foram quentes, sempre lotados, com público caloroso. Preta Gil, tentando ser contida (“estou to-da trabalhada na censura”) sol-tou apenas dois palavrões. Os paulistas do NX Zero impres-sionaram-se com a quantidade de gente. Banda Eva, com seu som baiano, fez todo mundo pular para a esquerda ou direi-ta. Guilherme e Santiago cum-priram bem com o sertanejo e Thiaguinho trouxe uma super-produção. A Expo certamente já deixou saudades.

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�Andar de interior em interior por amor ao esporte e em busca da re-alização de sonhos. Assim pode ser definida a vida de alguns peões de rodeio Brasil afora, como a do cam-peão da Expo Itaguaí 2012, Gilson de Barros Luciano (foto). Se o destino é incerto, o tempo de permanência é marcado: enquanto houver rodeio. O peão que assina como “Bicudo” (apelido de infância) tem muitas his-tórias, prêmios e sonhos. Cowboy há mais de 12 anos, o paulista de 28 anos já perdeu as contas de quantos rodeios disputou e de quanto tempo passou longe de casa, mas garan-te que não troca a vida de peão por nenhuma outra. “Dentro da arena eu sou outra pessoa. Essa vida pra mim é tudo, eu nasci para viver no rodeio, para ser peão”.

Campeão é exemplo da dura rotina de rodeios

Mocotó afirma dar a vida pelo rodeio

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a arena esteve lotada durante os quatro dias de evento. a organização estima que mais de 30 mil pessoas estiveram no local

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a arena esteve lotada durante os quatro dias de evento. a organização estima que mais de 30 mil pessoas estiveram no local

Por Carol Santana

As luzes da arena se acendem. A porta do brete se abre e a arquibancada vai à loucura. Umas das principais atra-ções em festas de exposição agrope-

cuária, o rodeio da Expo Itaguaí 2012 foi um verdadeiro espetáculo de atrações e público.

Apresentando as competições na cidade há mais de 10 anos, a companhia Marca 70 coor-denada por Germano Pedro já tem um bom en-trosamento com os itaguaienses e a cada ano se superam nas apresentações. Durante os quatro dias de rodeio milhares de pessoas passaram pe-la arena que abrigava em média cinco mil pes-soas para ver a disputa entre o equilíbrio do ho-mem e a força animal. Além da apresentação com palhaços, animais adestrados e montarias em touros e cavalos, uma montagem de fogos e luzes fazem o show ficar ainda mais completo.

Mais de trinta animais participaram da competição, que, disputada por pontos cor-ridos, premiou cinco cowboys em touro e cinco peões em cavalo; mas o primeiro lu-gar das categorias foram Gilson Barros (ca-valo) com 251 pontos e Izaías Batista (touro) com 209 pontos.

A arena também abriu espaço para outras modalidades esportivas. No sábado (7), quase R$ 2 mil reais foram distribuídos no torneio de voleibol, que contou com renomadas presen-ças, e no domingo (8), foi a vez do handebol dominar a arena com oito equipes, ambos or-ganizados pela coordenação de esportes.

UM SHOW À PARTEMocotó era circense e após assistir uma apre-

sentação de rodeio, abandonou Muriaé (zona da mata mineira) para fazer “qualquer coisa” na companhia. Hoje, 18 anos depois, o “palha-ço salva-vidas” se diz apaixonado pelo trabalho e pela sensação única que sente quando entra em ação. “Tenho respeito pelo animal, então não me exponho, mas quando entro na arena tenho que cumprir meu dever, se alguém tiver que sair na ambulância, tem que ser o salva-vidas, senão não terei feito meu trabalho direito” — desaba-fa Alessandro Silva Pontes, que aos 38 anos, não pensa em mudar de profissão.

Marilia: a Rainha da expo 2012

após fase preliminar com mais de 150 meninas, 20 delas entraram na

arena de Itaguaí com a chance de reali-zar o sonho de se tornar a “Garota Ex-po 2012”, título concedido anualmente.

A disputa foi grande e a escolha di-fícil, mas uma delas terminaria a noite com o título. Ao fim, com arquibanca-da completamente lotada, Marilia Ro-drigues, de 23 anos, sagrou-se bicam-peã do concurso.“Deu tudo errado na hora da minha apresentação e fiquei muito nervosa, além do que, as com-petidoras eram de alto nível, meninas maravilhosas” – afirmou a vencedora.

A terceira colocada do concurso foi a seropedicense Bianca França, de ape-nas 15 anos. Em segundo ficou a mo-radora do Engenho Larissa Maximia-no, de 18 anos. Apesar do “quase”, as jovens se disseram muito felizes com o resultado e continuarão tentando. Além delas, Kethelen Vasconcelos foi eleita a Revelação do concurso. Marilia já foi campeã em 2010

as três primeiras colocadas representarão a cidade em eventos e concursos

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Apresentações em touros e cavalos, palhaços, muitos fogos, jogo de luzes e muita animação do público tornam o rodeio inesquecível

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Fernandinho e sua banda abriram a expo 2012 e selaram o espaço das atrações gospel no evento

Por Alan Miranda

a primeira noite de shows da Expo Ita-guaí 2012 teve o cantor gospel Fernan-do Jerônimo dos Santos Júnior e sua banda como atração principal. Assim

como a cantora Ludmila Ferber abriu o evento na Expo de 2011, Fernandinho, como é conhecido o cantor, fez as honras dessa vez e mostrou porque as atrações gospel ganham cada vez mais espaço no cenário da música popular. Ele e sua banda to-caram para milhares de itaguaienses.

Quem chegou no horário previsto para o início do show perdeu as primeiras músicas, pois o cantor começou um pouco antes do horário. A decisão causou um certo descon-forto a outras bandas que se apresentariam antes do cantor e temiam ter suas apresen-tações canceladas. Apesar do inconveniente, o show seguiu normalmente, sem tumulto.

O show de Fernandinho começou por volta de 21h e terminou quase 23h. No repertório, o cantor entoou alguns sucessos já bem conhecidos do pú-blico, como “Faz chover” e “Nada além do san-gue”. Era comum notar olhos fechados e mãos le-vantadas em louvor, seja quando Fernandinho cantava ou convidava os presentes ao momento de oração. A potência vocal dos dois “backings” também cativaram o público em momentos inti-mistas de oração durante o show.

Grande parte dos presentes era de jovens que, como bons fãs, tinham coreografados os gestos para cada música. Em determinado mo-mento, apareceu no telão um vídeo da briga de um casal que quase terminava em homicídio. A exibição fazia parte do show, e em seguida, a música “Quero te obedecer” completava o sen-tido da mensagem.

Já na reta final, por volta de 22:30h, Fernandi-nho emplacou os louvores de festa e convidou os itaguaienses a saírem do chão com sucessos como “Tudo entregarei”, “Fui comprado” e “Seu san-gue”. A banda, formada por seis integrantes, tam-bém fez uma apresentação impecável.

O show de Fernandinho foi a atração escolhida para a abertura da expo itaguaí 2012. O cantor mesclou momentos de oração e louvor inflamado, acompanhado de uma banda impecável. Muitos jovens compareceram e mostraram como se faz uma verdadeira festa para jesus.

“Faz chover, Senhor Jesus”

�Fernando Jerônimo dos Santos Jú-nior tem 39 anos e nasceu em Ara-caju — Sergipe. Fernandinho, como é conhecido, é cantor, compositor, pastor, produtor musical e arranja-dor. Sua carreira começou em 2001, com o disco “Formoso És” e seu úl-timo álbum, lançado em 2011, foi “Sou Feliz”. O álbum recebeu o prê-mio de disco de platina tripla e tem sucessos como “Tudo entregarei”.

Sucesso gospel

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show teve momentos de oração

Fernandinho comanda a abertura

sucesso consagrado do cantor, música “Faz chover” emocionou o público

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A noite dos sertanejos

Por Jupy Junior

reza a tradição que toda Expo tem que obedecer ao tema principal da festa, que, para quem não sabe, é country. Pois bem, Guilherme e Santiago foram os recruta-

dos para dar conta do recado. E eles deram. O público delirou com vários sucessos da dupla, que completou 17 anos de carreira e não pode-riam deixar de cantar “Triste e Alegre”, “Bolo Doido” e “Vou até o Fim”, “Do outro lado da cidade”, “Chovendo Estrelas”, “E para sempre te amar”, e muitos outros. Guilherme e Santia-go gravaram 15 álbuns e quatro DVDs. Foi com es ta experiência que eles dominaram o palco e inclu-sive chamaram uma fã para participar do show.

A dupla recebeu a reportagem no cama-rim, logo depois da apresentação que levan-tou o público, um dos maiores da Expo 2012.

“Estou muito feliz, quero agradecer demais o convite para participarmos dessa festa. O pú-blico reagiu muito mais do que a gente espe-rava, o pessoal curtiu bastante. Estamos saindo daqui satisfeitíssimos e já com vontade de vol-tar” - disse Guilherme, que falou pela dupla.

Ele também comentou sobre o cenário ser-tanejo nacional: “nós nos consideramos sim sertanejos, e durante os anos vão surgindo novas vertentes, mas a essência do sertane-jo permanece a mesma. A cada dia que passa

vão surgindo novos nomes com grande qua-lidade musical, então acho que o mais im-portante é ver a resposta do público. Ele é o maior formador de opinião do nosso estilo, e a prova disso é o que tem acontecido no Bra-sil, e fora dele. O sucesso de Michel Teló é um exemplo” - completou o cantor.

No ano passado, César Menotti & Fabiano fizeram bonito na Expo com um show ines-quecível, mas Guilherme e Santiago foram igualmente competentes em evocar não só a tradição, mas os sentimentos sertanejos, com músicas românticas, animadas, palco com ex-celente iluminação e movimentação ágil.

Os irmãos de goiânia fizeram show competente

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guilherme e santiago no camarim Dupla enfatiza que sucesso do estilo sertanejo é comum em todo o brasil

santigo (de chapéu) e guilherme: dupla se impressionou com receptividade

a dupla completou 17 anos de carreira com muita experiência: são 15 álbuns e quatro DVDs. guilherme e santiago fizeram um show para lá de animado e o público sacudiu com seus maiores sucessos. a parte sertaneja da expo foi cumprida com categoria e os cantores agradeceram o convite para participar.

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Por Carol Santana

Com dois shows de tirar o fôlego, a terceira noite da Expo teve apre-sentações da baiana Banda Eva e da irreverente Preta Gil. Foi im-

possível ficar parado. Acostumada a ficar bem à vontade nos

palcos por onde passa, a cantora Preta Gil admitiu estar “toda trabalhada na censu-ra” em Itaguaí. Uma brincadeira que serviu para mostrar o ambiente familiar que a Ex-po teve durante o dia de sua apresentação. Mas, mesmo assim, deixou escapar dois pa-lavrões durante um intervalo. Censuras à parte, a cantora conseguiu animar o públi-co com músicas do DVD “Noite Preta”, al-gumas novidades como “Ta fácil” e “Meu corpo quer você” (que a cantora divide com MC Naldo), além de grandes sucessos do momento de todos os ritmos.

Quando a Banda Eva subiu no palco, conseguiu transportar um pedaço da capi-tal baiana para Itaguaí. A banda tocou su-cessos consagrados como “Minha pequena Eva“, “Me abraça” e “Toda Linda“, e apre-sentou também novas músicas como “Cir-culou“ e “Preta“. Eva emocionou o público com a canção-poema “Anjo”, além de relem-brar hits que agitaram o carnaval de Salva-dor deste ano, como “Lançando moda” — conhecida como Billie Jean My Love — do cantor Magary Lord e “Colorir papel” do grupo Jamil e Uma noites. Eles não esque-ceram ainda de homenagear bandas conter-râneas e o instrumento que mais se destaca na Bahia, os tambores. Sem tirar nem por, o show foi eletrizante do príncipio ao fim.

�O que os fãs de Preta Gil e da Ban-da Eva tinham em comum além da presença no mesmo dia da Expo eram as tatuagens com o nome das estrelas. Um dos fãs de Preta Gil afir-mou que a tatuagem foi uma prova de amor. Já o fã da Eva assegurou ter a tatuagem desde a época em que Ivete Sangalo comandava a banda.

O amor na pele

Preta gil e Banda eva sacudiram o público

não teve como sentir frio na terceira noite da expo 2012. a cantora Preta gil dominou o palco e fez o público vibrar e dançar com sua irreverência. a tranquilidade de saulo Fernandes se inverte quando ele entra em cena com a banda eva: os músicos baianos transformaram o gramado em uma micareta.

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Fã leva a bandeira em todos os shows

Única mulher a se apresentar na expo, Preta gil mostrou a que veio em seu show

saulo distribuiu energia baiana para o público, que respondeu com entusiasmo

Tira o pé do chão, galera!

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Por Caio Assis

seja pelas distorções das guitarras em altíssimo volume ou pelos histéricos gritos das fãs, o show de sábado da banda paulista NX Zero pode ser fa-

cilmente definido como “o mais o barulhen-to” da Expo Itaguaí 2012 e também a surpre-sa positiva do evento. Muito antes do início da apresentação as jovens já se esgoelavam na frente do palco, e apesar da falha da apa-relhagem de som no decorrer da noite, nada foi capaz de diminuir a surpreendente fre-quência e interação entre banda e público.

Di Ferrero, Fi Ricardo, Gee Rocha, Caco Grandino e Daniel Weksler mesclaram su-cessos recentes como “Cedo ou Tarde” e “Só Rezo”, músicas consagradas como “Além de Mim” e “Razões e Emoções” e covers como “Rodo Cotidiano”, d’O Rappa, “Qual é?”, de Marcelo D2, e “Que País é Este”, do Legião Urbana, sempre com a pegada rock´n’roll presente no último álbum da banda, o que agradou o grande público.

A apresentação contou também com a parti-cipação da atriz Mariana Rios — noiva do vo-calista da banda, que cantou um refrão.

Para tentar atrapalhar a festa, na mesma noite e aproximadamente no mesmo horário aconteceu a tão aguardada “luta do século” — entre o brasileiro Anderson Silva e o ame-ricano Chael Sonnen — que poderia disper-sar parte do público. No entanto, o evento foi transmitido ao vivo nos telões e, com muito jo-go de cintura a banda trouxe a luta para den-tro do show. Ao fim, o encerramento da apre-sentação coincidiu com a vitória do brasileiro, o que levou a multidão à loucura e deu um be-lo fim ao mais animado show da Expo.

NX Zero não fugiu ao padrão e fez muito barulho. Fãs acompanharam e gritaram o show inteiro

Por volta de 1:30h, durante a luta de anderson silva, não só o público se dividiu entre palco e telão. O vocalista da banda também se rendeu e ficou literalmente sem palavras nos últimos segundos de luta. O grito da multidão deu sequência ao espetáculo.

�Os fãs não pouparam esforços pa-ra ver seus ídolos de perto. Daiane Pires, de 17 anos, saiu de Duque de Caxias e chegou a Itaguaí às 9h. Ao meio-dia, a jovem entrou e ficou na primeira fila em seu 11º show do NX Zero. Juntos dela, diversos outros jo-vens passaram a tarde no gramado.

Quinze horas antes...

Di impressionou-se com plateia

a performance de gee, Di, Dani, Caco e Fi levou os jovens fãs ao delírio

Fãs do nX Zero: campeãs na histerianX Zero esbajou simpatia

Rock’n’roll e muita histeria

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Superprodução foi a marca do show de Thiaguinho

�A fã e aniversariante da noite Caro-line de Almeida (moradora de Cam-po Grande) ganhou um superpre-sente no palco da Expo. A jovem que completou 18 anos fez dueto com o cantor na música “Viver sem ti”. A jo-vem ainda pode tirar fotos com o ídolo depois do show e ganhou uma correntinha de presente do músico.

Presente inesquecível

Tudo para impressionar!

Por Carol Santana

nem mesmo a chuva espantou a ani-mação do público na última noite de Expo, no domingo (8). A super-produção apresentada pelo cantor

Thiaguinho impressionou a todos os presentes e deu mais vida ao show repleto de sucessos.

O cantor chegou poucos minutos antes da apresentação. Atendeu alguns fãs (não rece-beu a imprensa) e subiu ao palco. Milhares de pessoas já o esperavam aos gritos.

Revelado por um programa de TV e firma-do no meio musical por fazer parte do grupo Exaltasamba, Thiaguinho, que anunciou carrei-ra solo no final do ano passado, apresentou no-va roupagem para músicas como “Jogo de se-dução”, “Livre para voar” e “Tá vendo aque-la lua” — que foram sucesso com o ex-grupo.

Em meio a interações com o público, Thiagui-nho emocionou-se com gritos de “Thiaguinho , eu te amo” e levou as fãs à loucura ao interpretar letras de funk e fazer dancinhas sensuais.

Thiaguinho ainda cantou novos sucessos gravados no DVD “Ousadia e Alegria” — que será lançado esse mês — e o público da Expo fez bonito mostrando que já conhece as novas canções como “Ainda bem” e “Sou o cara pra você”. Mas foi no hit “Buquê de flo-res” que a produção mostrou todo seu poten-cial, com espetáculo de luzes, imagens e até petálas artificias lançadas para o público.

“buquê de flores”, um dos novos sucessos do cantor, impactou o público

Visual retrô chamou atenção no figurinothiaguinho canta para a multidão

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samba de raiz foi a maior atração na abertu-ra da Lona Cultural. Como costuma se di-

zer nas rodas, Jorginho e Andréia Caffé fizeram aquele “samba de primeira”. Jorginho do Im-pério, antigo puxador da Império Serrano, le-vou duas mulatas e duas baianas para a ave-nida cultural da Expo e com uma banda afia-da saudou o público com sambas e marchinhas consagradas. Dentre elas, “Bandeira Branca” e “Máscara Negra”. Andréia Caffé, veterana das rodas de samba do Rio de Janeiro, também fez bonito: cantou “Olhos coloridos”, “Bagaço da laranja”, dentre outras pérolas do samba. Pa-ra quem ainda não a conhece, ela se apresenta: “iguaçuense, vascaína e mangueirense”.

após muita chuva e o grande show de Thia-guinho, a Expo Itaguaí 2012 seguiu com

simplicidade: o tecladista dos Paralamas do Sucesso João Fera e a banda Voyage se apre-sentaram na Lona Cultural na madrugada de segunda-feira (9). Pelo oitavo ano consecutivo os músicos voltaram às suas origens e tocaram clássicos dos anos 1970 como Bee Gees e El-ton Jonh. A apresentação agitou o fim de noi-te e manteve o espaço lotado até cerca de 3h. Por volta das 2h, o show foi interrompido pa-ra uma homenagem: em nome do prefeito, os músicos ganharam um troféu parabenizando pelos oito anos de Expo. Após a emoção da en-trega, o som continuou pela madrugada.

João Fera encerra a festa

Jorginho e Caffé: samba de raiz

Atrações da Lona Cultural e Palco 2 foram boa opção para quem queria variar

expo de itaguaí fez jus à intenção dos organizadores: agradar a diversos públicos. a Lona começou a funcionar às 14:30h do segundo dia de expo e só parou para lá das 3h da manhã de domingo, com apresentação de joão Fera e sua banda.

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Com muita felicidade, a banda Voyage recebeu prêmio pelos oito anos de expo

jorginho do império e a vez do samba Voz potente de Caffé lembra jovelina

Alternativos fizeram bonitoPor Alan Miranda e Jupy Junior

nem só de megaproduções viveu a Expo 2012. O evento também teve atrações alternativas que fizeram bastante sucesso, como a Lona Cul-

tural, atração fixa da Expo. O espaço é organi-zado pela secretaria de Cultura desde 2005, e nesse ano brindou os itaguaienses com atra-ções variadas, desde apresentações de dança folclórica, a artistas consagrados como Eliana Pittman e João Fera. O ambiente se mostrou uma boa opção para quem buscava um lugar

menos cheio, com apresentações diversifica-das e de qualidade. No Palco 2, muitos artis-tas em início de carreira tiveram a oportunida-de de apresentar seus trabalhos ao grande pú-blico. Assim como na Lona Cultural, o espaço alternativo não esteve muito cheio. Por lá pas-saram bandas de música pop, como os grupos “Forrozeiros de Luxo” e “Angel cantor”. Ou-tra atração especial dessa Expo foi a exposição em homenagem ao humorista Chico Anysio e seus personagens consagrados.

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Atrações da Lona Cultural e Palco 2 foram boa opção para quem queria variar

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novidade na Expo 2012, a pista de patina-ção foi uma aposta que deu certo. Como

no Rio de Janeiro não neva, a atração chamou a atenção dos curiosos, que foram conferir co-mo é a sensação de patinar no gelo.

A pista, feita de gelo sintético, não ficou em local tão estratégico (do lado de fora da Expo), mas mesmo assim atraiu bastante gente.

A diversão era gratuita e suportava cerca de 20 pessoas por vez. Formou-se uma fila de pa-tinadores ansiosos. Havia seguranças e equi-pamentos de proteção. Quem estivesse no lo-cal filmando os patinadores poderia montar um apanhado de “vídeo-cassetadas”, com a quantidade de tombos que se viu no local.

uma das atrações especiais dessa edi-ção da Expo foi a homenagem ao gran-

de nome do humor brasileiro: Chico Anysio. Ao lado da Lona Cultural havia uma tenda que, através de alguns de seus personagens marcantes, remontavam a trajetória do artis-ta. Para quem achava que “stand-up come-dy” era novidade, viu na exposição de al-guns discos de vinil que Chico já fazia es-se tipo de apresentação desde quando ain-da preservava seus cabelos pretos. Na expo-sição havia também alguns manequins fan-tasiados de personagens do humorista, além de quadros e livros feitos pelo próprio. Chi-co morreu em março deste ano, mas seu le-gado permanece intacto.

e liana Pitmann, 51 anos de carreira, ve-ja só, estava apreensiva com o show

que faria na lona cultural no sábado (7), às 22h. Tudo porque havia sons da Expo vindo de todos os cantos. Nada que aba-lasse uma apresentação impecável, com direito a jazz, Carimbó e mais um punha-do de canções infalíveis do clássico reper-tório da MPB, mas com roupagem dife-rente. O baixista Jimmy Santa Cruz dis-se que Eliana cantou “dance music” com tempero brasileiro. Pouco importa, por-que Pittman simplesmente arrasou. Sol-ta, brincou com o público e ainda voltou para o bis. Quem foi conferiu o brilho de uma cantora que não perdeu o encanto.

A diva eliana Pittman em grande forma

Atração gelada e escorregadia

homenagem ao mestre do humor

Cantora encantou fãs na lona

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réplica do troféu imprensa de 1989

Patinação foi diversão em família

brinquedos do parque e palhaços contribuíram para deixar a expo itaguaí 2012 muito mais bonita, colorida e animada

Alternativos fizeram bonito

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Quem disse que expo é só palco principal? Quando acabam as atrações na parte da frente, chega a hora de arrastar o pé e curtir o velho, bom e brasileiríssimo forró. Quem garante a madrugada dançante é Maria bonita, empresária apaixonada pelo ritmo e pioneira na tenda.

Para dançar agarradinhoAtração desde a primeira expo, Forró Maria Bonita continua fazendo sucesso

Maria bonita comemora o sucesso que tornou a sua tenda uma tradição na expo

empresária investe há 19 anosCasal dança sob a lona: contagiante

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Por Jupy Junior

Maria Bonita, 48 anos, é uma pio-neira. Desde da primeira Expo ela participa da festa, e há alguns anos investiu em uma tenda, o

“Forró Maria Bonita”, um sucesso absoluto. A ideia ela teve há 28 anos. Decepcionada

com os forrós das festas de rodeio, ela achou que o ritmo merecia mais: “Acho que se eu colocasse uma lona, ficaria legal” — contou ela. Ficou. A atração, logo depois da pon-te, entre o rodeio e a exposição da secretaria de Meio Ambiente, fica lotada todos os dias, com muita gente dançando agarradinho.

Maria Bonita contrata grupos de todo o Brasil, que tocam ao vivo. Este é um dos segredos. Em 2012, ela organizou também o baile para o pessoal da Melhor Idade, ou-tro sucesso que culminou com a eleição da Rainha Expo Terceira Idade.

“Só tinha o show do palco principal, quan-do acabava não tinha muito onde dançar. A lona cumpre esse papel, acaba sendo uma al-ternativa” — conta a empresária, que man-tém ainda o Forró Maria Bonita, no centro; e a Itaguaí Show, grande casa de espetáculos. As atrações principais de todos esses locais, claro, é forró — Maria Bonita é apaixonada por ele.

Baladas que ferveram

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gente bonita, muita música e agitação

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Por Jupy Junior

C omo parte fixa da Expo, os camarotes consti-tuem mais uma tradição que movimenta mi-lhares de pessoas. Dois deles protagonizam as baladas mais quentes: Cerveja.com e Pri-

me. O primeiro começou como uma reunião de ami-gos (Juan de Souza, Fabiano, Fernando, André e Ama-deu) com uma barraca, e há algum tempo Juan e Fabia-no Moretti tocam o negócio. Há três anos a estrutura to-mou corpo e o resultado é um camarote espaçoso, com decoração caprichada, e cerca de R$ 100 mil de investi-mentos. O Cerveja.com também emprega cerca de 50 pessoas. O conceito é o mesmo de sempre: música ele-

trônica escolhida por conceituados DJs do RJ e de SP. O Camarote da Prime evoca a boate de mesmo nome que

fica no centro de Itaguaí. Fabio Rocha — mais conhecido como Fabinho — comanda o agitado local há cinco anos, e tem planos para crescer ano que vem (“queremos fazer três andares” — adianta ele). Neste ano, houve patrocínio de uma concessionária de carros, e a estrutura também im-pressiona. Há programação própria, mais eclética que no Cerveja.com. Mas em ambos azaração, gente bonita, músi-ca e luzes são os componentes que mais atraem o público, que lota não só dentro, mas também fora dos camarotes. Ano que vem, garantem os organizadores, tem mais.

Baladas que ferveram

Camarote Cerveja.com, como sempre, caprichou na decoração e no estilo

juan com a noiva: Cerveja.com

Fábio rocha: Prime

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Sustentabilidade em altaSecretaria investiu no ensino da reciclagem

Por Caio Assis

na Secretaria de Meio Ambiente, Agricultura e Pesca, além das tra-dicionais exposições de animais de pequeno, médio e grande porte

e dos concursos, como o de cães e o concur-so leiteiro, a sustentabilidade chamou a aten-ção mais uma vez. De longe já se via as hélices geradoras de energia eólica — marca registra-da da secretaria. Ao entrar, os visitantes acom-panharam um espetáculo de beleza e criativi-dade com construções como a “Casa de Vidro” — toda construída por garrafas de vidro doa-das por moradores, comerciantes e escolas da região — e outras, como a de pneus, onde foi montada uma sala de projeções para o público.

Apesar de ser uma exposição, a SMAAP também se preocupou em passar conheci- apesar da dificuldade, visitantes também fizeram vasosa beleza das oficínas chamou a atenção dos visitantes

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Sustentabilidade em altamento e até produtos adiante, e como nos ou-tros anos preparou uma série de oficinas que abrangeram tanto a agropecuária quanto a re-ciclagem. Dentre as inúmeras atividades, co-mo plantação de mudas, algumas se destaca-ram pela quantidade alunos. Fátima Mene-zes, por exemplo, reaproveitou conchas e tabo-as para produzir bolsas e objetos de decoração com quase 200 alunos. Ela contou que alunos que aprenderam as técnicas nos anos anterio-res auxiliaram e até mesmo ensinaram na Expo 2012, validando então o processo.

Além disto, os visitantes também tiveram a oportunidade de produzir vasos de cerâmica com o artesão Antônio José da Silva. Como na grande maioria das oficinas, puderam levar o produto para casa.

Na parte agropecuária do evento o número de interessados também foi grande, tanto pa-ra ver animais conhecidos (como galinhas e cavalos) quanto para conhecer outros, pouco comuns, como cabras, aves exóticas e o java-porco, que todos olharam mas poucos regis-traram, pois o bicho mal levantava.apesar da dificuldade, visitantes também fizeram vasos

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Dóceis, caprinos fizeram sucesso

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no detalhe, a Casa de Vidro

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Casa de Pneus despertou curiosos

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sabe-se que a Expo atrai muita gente, e não poderia deixar de ser com as auto-ridades municipais. Afinal, eles são se-res humanos e, como quase todo mun-

do, gostam de se divertir. A reportagem acom-panhou a movimentação dos dois camarotes oficiais da festa e encontrou com gente conhe-cida que foi prestigiar também em outros pon-tos. Vereadores, prefeito e primeira-dama, lí-deres e organizadores da Expo posaram para as lentes da Revista Itaguaí 194 anos. Confira!

Misturados à multidão ou curtindo nos camarotes oficiais, gente conhecida e importante compareceu à festa e se divertiu a valer

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1. Vereador Vicente Cicarino Rocha em mo-mento descontraído, no primeiro dia, em di-reção ao camarote da Câmara. / 2. Edison Ra-mos (Edinho, PMDB), presidente da Câma-ra de Mangaratiba / 3. Aramis Brito, candida-to a prefeito pelo PSC, curtindo antes de co-meçar a campanha. / 4. O vereador tucano de Mangaratiba, José Carlos Simões; o presiden-te da Câmara, vereador Joorge Luis da Silva Rocha (Jorginho, PV) e o prefeito Carlo Bus-sato Junior (Charlinho, PMDB) no camarote da Prefeitura. / 5. Ainda no camararote da Pre-feitura, na sexta (6): Jorginho, Simões, Sidney Marcello Filho (vereador mangaratibense pe-lo PHS); a primeira-dama de Itaguaí, deputa-da estadual pedetista e candidata à prefeitu-ra de Mangaratiba, Andréia Cristina Marcello Busatto e o prefeito Charlinho. Andréia foi ao camarim para conhecer Preta Gil, depois do show da animada cantora. / 6. Maria Elizabeth Pereira, co-organizadora da Expo 2012, perto do quiosque central de informações; era ani-mação só e escolheu o melhor ângulo para a foto / 7. Vereador do PV, Silas Cabral foi visto pelo menos em duas noites. Usou chapéu de cowboy e era todo simpatia. Na foto, no cama-rote da Câmara com sua esposa. / 8. Vereador Sidney Marcello Filho (PHS), curtindo a noite de sexta (7) / 9. Vereador do DEM, Márcio Pin-to também apareceu no camarote da Câmara / 10. Vereador Roberto Lucio Espolador Gui-marães (Robertinho, PSDC) dançou, pulou e brincou, também no camarote da Câmara. / 11. Vereador Abelardinho (PMDB) com o pre-feito Charlinho e Lenilson Rangel (PR), no ca-marote da Prefeitura. / 12. Vereador do PSD, Toni Coelho curtiu a Expo com a família.

Expo: diversão oficialiTAgUAÍ eM eXPOSiçÃO

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Muita alegria e gente bonitaOs pedidos para publicação de fotos foram muitos, e seria impossível incluir todas. eis aqui alguns que posaram para a revista na expo

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Muita alegria e gente bonitaOs pedidos para publicação de fotos foram muitos, e seria impossível incluir todas. eis aqui alguns que posaram para a revista na expo

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BASTiDOReS O FOCO

Trabalho e diversão na mesma medidaaprodução da Revista Itaguaí 194 anos foi

árdua e intensa para a equipe de oito pes-soas (duas delas uniram-se à equipe regular de O FOCO, contratadas especialmente para a publicação). Foram cerca de duas semanas. Du-rante a Expo, os profissionais chegaram a traba-lhar 18 horas por dia e “acamparam” na reda-ção. Tudo com um único objetivo: proporcionar o melhor jornalismo a todos os leitores. alan, jupy e thiago Melo, diretor de O FOCO Carol santana, jupy junior e gian

Caio assisgian e jupy no gelojanaína entrevista gustavo Moreira erbs jr. em busca do melhor ângulo

Fome na madruga Carol: exausta erbs - fotógrafo gian Cornachini alan Miranda Caio na redação

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