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Profissão: Poker Profissão: Poker Saiba como vivem os brasileiros que deixaram suas atividades convencionais para ganhar a vida nas mesas de jogo Tower Cruise Cartas em alto-mar OMEGA 70K Inauguração da maior casa do Brasil Número 1 / Abril 2007 Tower Cruise Cartas em alto-mar Saiba como vivem os brasileiros que deixaram suas atividades convencionais para ganhar a vida nas mesas de jogo

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Page 1: Revista Flop 1

Profissão:Poker

Profissão:Poker

Saiba como vivem os brasileiros que deixaramsuas atividades convencionais para ganhar avida nas mesas de jogo

TowerCruise

Cartas em alto-mar

OMEGA70K

Inauguração da maior casa

do Brasil

Número 1 / Abril 2007

TowerCruise

Cartas em alto-mar

Saiba como vivem os brasileiros que deixaramsuas atividades convencionais para ganhar avida nas mesas de jogo

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Page 2: Revista Flop 1

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Page 4: Revista Flop 1

Foram mais de cinco meses de planejamento para chegarmos a estaedição inaugural que você tem nas mãos. Criamos e recriamos onome, visual, perfil, logotipo... e, agora, na hora da entrega darevista para a gráfica, temos a sensação de missão cumprida.

Sejamos sinceros: somos jogadores de poker, não editores e, por isso,nos aliamos a gente que sabe indicar o caminho mais correto. Apesarde tantas regras gramaticais, gráficas e editoriais, quisemos deixartransparecer um visual e um texto que sejam comuns a toda acomunidade do poker brasileiro.

Nossa intenção é ser uma ferramenta, aliada a outras iniciativas, paradifundir e solidificar o poker nacional. Nosso primeiro objetivo ésocializar o poker como jogo e esporte sadio, desmistificando aquelaimagem de saloon do faroeste americano ou de um jogo envolto emdensa fumaça de um quarto da máfia.

No Brasil, o poker explodiu em um formato mais suave, familiar eamigável - eventos com churrascos, viagens com amigos, torneios emequipes... isso sem falar na turma de brasileiros que torcem para seusconterrâneos nos chats das salas de poker online. Tudo isso aliado aobom número de jogadores alcançando destaque dentro e fora do país,mostrando aos iniciantes que este jogo não é um bicho-de-sete-cabeças.

Com um pouco de empenho e experiência, estamos vendo quetodos podemos chegar lá, em uma mesa final de WPT, WSOP ou deum EPT.

Para que este sonho possa ser realizado é que estamos aqui, lançandoesta primeira de muitas edições da Revista Flop. Esperamos queaproveitem e sejam nossos parceiros e torcedores em mais esse jogoque entramos para ganhar.

Juliano MaesanoEditor-Chefe

UMA REVISTA DE

Bangor ProduçõesAv. Ibirapuera, 2907 cj41204029-200 São Paulo, SP

[email protected]

EDITOR-CHEFEJuliano Maesano

DIRETORESAndré AkkariEduardo ParraJuliano Maesano

DIREÇÃO DE ARTERoberto Gomes

EDIÇÃOEdmundo Sansone Neto

COLABORADORESAlexandre Heller (fotos), André Akkari(coluna), Christian Kruel (coluna), EduardoA. C. Salgado (coluna), Fábio Cunha(coluna), Hernan Herrero (foto da capa-fundo), Igor Trafane (coluna), MarceloCamargo (arte da capa), Paulo Nery(tratamento de imagens), Raul Oliveira(coluna), Ruy Hizatugu (fotos).

Impressão: Parma

PUBLICIDADE

Editora Casa Nova LtdaTania Macena - Diretora de [email protected]

Daniela Calvo - Executiva de [email protected]

Katia Zaratin Santacroce - Executiva [email protected]

REPRESENTANTESBRASÍLIAEmilia Faria (61) [email protected]

PARANÁHelenara Andrade (41) [email protected]

Valdilene Três (41)3233-0008 [email protected]

RIO DE JANEIROCarla Torres (21) [email protected]

RIO GRANDE DO SULRogério Cucchiarelli (51) 3268-0374 [email protected]

Flop é uma publicação bimestral.Distribuição gratuita.Tiragem: 10.000 exemplares.A revista Flop não se responsabiliza pelos conceitose opiniões emitidas nos artigos e colunas assinadas.É vedada a reprodução parcial ou total de qualquerconteúdo sem autorização expressa.

[[ ]]Editorial

Editorial_01.qxp 4/20/07 4:55 PM Page 8

Page 5: Revista Flop 1

Curiosidades_JM.qxp #19 4/19/07 11:47 PM Page 1

Page 6: Revista Flop 1

Colunas12FEDERAL – All In

14AKKARI – L.A. Poker Classic

22POKER MANIA – Bad Beats?

30CK – Uma Realidade Nacional

44RAUL – A Essência do Jogo

52JURÍDICA – Contraventores ou vítimas?

Ediç

ão 0

1 –

Abril/

2007

16 Torneio de Inauguração Omega Veja como foi o maior torneio já realizado no Brasil

24 Tower CruiseSaiba mais sobre este torneio à bordo de um cruzeiro

32 Nutzz!, a empresaComo começaram os melhores organizadores do país

36 Profissão: PokerConheça a história de quem largou tudo para viver do jogo

46 Damas do PokerAs mulheres que arrebentam nas mesas e pela internet

16

Página 10COLUNA ESPECIALPOKER STARSMARIA EDUARDA“ M A R I D U ”M A Y R I N C K

46

Sumario_JM.qxp 4/20/07 5:05 PM Page 2

Page 7: Revista Flop 1

Centenas de formatos foram usados nomundo todo, desde a invenção do papel,até chegarmos à atual configuração.

Nós as pegamos milhares e milhares de vezes, masnunca paramos para nos perguntar o porquê das car-tas apresentarem suas formas e valores. Na verdade,

foi em torno de 1480, na França, que o baralho queusamos hoje em dia surgiu definitivamente. Antes destaversão francesa, temos primórdios de jogos com cartasdesde a invenção do papel, na China. De lá para cá, cadapovo surgia com uma variante do maço de cartas, algunscom até cinco naipes.

Falando em naipes, a atual configuração deriva devárias fontes, mas a mais aceita é que paus tenha vindode bastão (ou bengala, porrete), copas eram taças (cups),ouros eram pentagramas ou moedas, e as espadas eramdesenhadas como espadas afiadas, mesmo.

Originalmente, as figuras incluíam reis, cavaleiros evaletes (pajens), mas logo os cavaleiros deram lugar àsrainhas, aqui chamadas de damas. Em algum tempo, osjogadores ficaram cansados de ter de virar as figuras namesa a toda hora, pois deixar um rei de cabeça parabaixo era um desrespeito, e então criaram-se as figurasde corpo duplo invertido, como temos hoje.

E, por falar nestas figuras, quem seriam elas? Bem,nossa pesquisa chegou a diversas variantes de cultura

para cultura, mas o baralho atual é umaconvenção aceita a partir de desen-

hos franceses de Rouen. Antesdesta convenção, os baralhos maisusados traziam as seguintes per-

sonalidades:O Rei de Copas representava

Carlos Magno, o Rei de Ourosera Júlio César, o Rei dePaus era Alexandre, oGrande, e o Rei de Espadasera o Rei Davi, da Bíblia.

A Dama de Copasrepresentava Judith, daBíblia (ou Helena deTróia), a Dama de Ourosera Raquel, também daBíblia, a Dama de Pausera Argine (uma rainhafictícia) ou Elizabeth I, ea Dama de Espadas era adeusa da guerra, Atenas(Minerva ou Palas, emoutras culturas).

O Valete de Copas representava Etienne “La Hire” deVignoles, um soldado francês, o Valete de Ouros eraRoland (sobrinho de CarlosMagno) ou Heitor, de Tróia, oValete de Paus era o cavaleiroSir Lancelot (ou JudasMacabeu) e o Valete deEspadas era Ogier “TheDane” la Danois, um tenentede Carlos Magno.

Enfim, de agora em diante,quando você olhar suas holecards e vir um KK, você podeestar segurando um JúlioCésar e Alexandre, o Grande.

curiosidades

A História das Cartas

QUANDO VOCÊ OLHAR SUAS HOLE CARDS E VIR UM KK, PODE ESTAR SEGURANDO UM JÚLIO CÉSAR E ALEXANDRE, O GRANDE.

CarlosMagno deuorigem ao

Rei deCopas

Curiosidades_JM.qxp 4/19/07 10:34 PM Page 3

Page 8: Revista Flop 1

Galera, vamos precisar de mais um avião.

WORLD SERIES OF POKER e WSOP são marcas registadas da Harrah’s Licence Company, LLC, e não têm qualquer ligação ao PokerStars.com

Em 2006 o Poker Stars enviou 1.624 jogadores ao WSOP. Aliás, ninguém envia mais jogadoresdo que a gente. Este ano estamos oferecendo:

Jogue agora no Poker Stars.com e conquiste a sua vaga para o maior evento de poker do planeta,concorrendo a um prêmio multi-milionário. Novos jogadores ganham bônus de 100%.

Pacotes de $12.000 Freerolls para jogadores frequentes Satélites a partir de $2

A maior sala de poker online do mundo

Page 9: Revista Flop 1

Galera, vamos precisar de mais um avião.

WORLD SERIES OF POKER e WSOP são marcas registadas da Harrah’s Licence Company, LLC, e não têm qualquer ligação ao PokerStars.com

Em 2006 o Poker Stars enviou 1.624 jogadores ao WSOP. Aliás, ninguém envia mais jogadoresdo que a gente. Este ano estamos oferecendo:

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Page 10: Revista Flop 1

Olá meu pueblo, como estão? Estou lisonjeada deter sido convidada para escrever essa coluna,trazida pelo Poker Stars, numa revista que émais um passo importante para a evolução donosso amado Poker no Brasil. Gogogo Brasil!

Primeiro, gostaria de dividir com vocês a minha felici-dade e honra de agora fazer parte do Poker Stars. Além demuito trabalho, é uma tremenda responsabilidade, mastenham certeza de que será feito com toda dedicação, car-inho e atenção, seguindo o padrão de alta qualidade e afilosofia de "be the best" já famosa do melhor site de poker.Reach for the Stars, Pueblo!

Bom, depois de pensar muito sobre o assunto dessaprimeira coluna (já que eu escrevo pouco no meu blog,hum-hum), achei prudente falar de uma das lições maisimportantes que já tive até hoje, tanto no poker, quanto navida: aprender a perder!

"Mas a Maridu vai falar sobre saber perder numa revistade poker, onde os leitores só pensam em ganhar?" Sim! Por-que a chave para aprender a ganhar é saber perder!

Akkari, JohnnyBax, IgorFederal, BeLOWaBOVe,C.K., Raul "Carteio", Annete_15, Vovô_Léo, João M.,TCarrico (qualquer Carriço!), Rizen, e muitos outrosexcelentes profissionais do poker (MTT online especial-mente) têm uma virtude em comum que supera os seusganhos (que são muitos!) e essa virtude é a de saberperder! Eles sabem que a longo prazo os resultados vãoaparecer ("if you build it, he will come"), mas eles tam-bém sabem que a curto prazo (em 1, 2, até em 10torneios) o fator "sorte" entra na jogada, e é necessárioganhar os coinflips para vencerem a guerra. Mas quandoo AA deles perde para um 89suited, eles falam "nh, gg" eseguem avante, procurando o longo prazo, pois é lá queestá o pote de ouro!

Mas pombas, queremos ganhar AGORA, e às vezes essefator "sorte agora" (pros outros) acontece muito mais doque devia, deixando o jogador (especialmente essa tiltadaescritora!) louco, irritado, desanimado, achando que nuncamais vai ganhar nem pique-pega contra o sobrinho de 7anos. É aí começa a descida...

Com o moral lá embaixo, você começa a jogar inseguro,entra nos pots pisando em ovos, convicto de que vai perder,e inclusive reclama quando dá raise com seu KK e tomacall, porque tem certeza de que vai bater o maldito A noflop! De repente você está tão por baixo, que começa atomar decisões incorretas, joga de forma passiva, nãootimiza seus ganhos e agora vive com medo da "bruxa" edo "bicho papão"! Que fase! Tá com medinho, vai pedircolinho pra mamãe (não pra minha, é claro!) lol!

É aí que entra a virtude que diferencia os grandes vence-dores. Quando eles perdem nessas situações, a auto-confi-ança deles não se abala (o Akkari nem tilta, grrr!), pois sabemque essa tal de Lady Luck é “facinha” e dá pra todo mundo,até pros mais "feinhos" e "sujinhos" (lol), e ela vai vir pracima de você também (hehe!)! Sabendo disso, esses vence-dores não mudam absolutamente NADA no jogo deles ness-es momentos negros onde a Lady Luck está pulando a cercacom o Ricardão, e entram no próximo torneio como se oanterior nem tivesse ocorrido, sabendo que "that's poker"(frase mais irritante!) e continuam jogando como se sempreestivessem ganhando, porque a verdade é que sempre estão,pois sabem perder! Ao contrário de muitos jogadores quedepois de 10 (ou 15, ou 20) dias de derrotas intoleráveis,onde parece que até Deus está de marcação com você (nossa,que drama!) desistem e jogam a toalha. Esse jogador aindanão sabe perder, portanto ainda não aprendeu a ganhar.

O que fazer quando esses períodos negros de nenhumITM acontecem com você? (alem de quebrar o teclado?)Continue tentando! Enquanto você estiver tentando, vocênão fracassou! Respeite seus limites de bankroll para podercontinuar tentando.

E acima de tudo, mantenha o moral lá em cima, saben-do que "bruxa" e "bicho papão" só existem embaixo da suacama ou dentro do seu armário, mas não no poker! Sóassim você vai conseguir virar o jogo e dar uma dura naLady Luck, mostrando que você não precisa dela. Aí elagama de vez e não te larga nunca mais! Pode acreditar!

GL a todos, e nos vemos pelas mesas do Poker Stars. Maridu

www.needanace.blogspot.com

Sabendo perder para aprender a ganhar

Coluna Poker Stars_JM.qxp 4/19/07 10:44 PM Page 2

Page 11: Revista Flop 1

TesteJogando com AA

O Big Blind está bemativo durante estasessão, e gosta decolocar vários raisespequenos durante amão. Esses raises nãoindicam nada sobre aforça de sua mão.

Ação: Jogador A dá fold.

Sua mão: AsAc

PERGUNTA 1: O que você faz e por quê?A: Paga $2.000B: Dá raise para $6.000C: Dá all in

Ação: Você acaba dando raisepara $6.000. Os jogadores C, D, E

e o SB dão fold. O BB dá reraisepara $12.000

PERGUNTA 2: O que você faz e por quê?A: Paga $6.000B: Dá reraise para $30.000C: Dá all in

Estamos na metade do Monte Carlo Millions de 2004. Você estájogando na pele de Chris “Jesus” Ferguson, o jogador B, segundo afalar numa mesa de sete jogadores. Ferguson ganhou a WSOP em 2000 e é conhecido como um dos melhores jogadores no circuito.

Ação: Você acaba pagando os $6.000.

O pot agora contém $27.100.

Flop: KsJc6d

Ação: O BB aposta $12.000

PERGUNTA 3: O que você faz e por quê?A: FoldB: Paga $12.000C: Aumenta para $30.000D: Dá all in

Ação: Você paga. O pot agora tem

$51.100

Turn: 7h

Ação: O BB bate mesa.

PERGUNTA 4: O que você faz epor quê?A: Bate mesaB: Aposta $20.000C: Aposta $50.000D: Dá all in

Ação: Você acaba apostando $20.000.

O BB aumenta para $40.000.

PERGUNTA 5: O que você faz e por quê?A: FoldB: PagaC: Dá all in

Ação: Você paga. O pot agora

contém $131.100. Você tem cerca

de $56.000 no seu stack. O BB tem

cerca de $46.000.

River: 2h

Ação: O BB bate mesa.

PERGUNTA 6: O que você faz e por quê?A: Bate mesaB: Aposta $20.000C: Dá all in

Ação: Você aposta $20.000

e o BB dá fold. Confi

ra a

resp

ost

a n

a p

ágin

a 2

1

SB$30K

B$120K

A$16K

BB$110K

Blinds: $1.000/$2.000

Antes: $300

Pot: $5.100

E$50K

D

D$70K

C$150K

Teste_Perguntas_01.qxp 4/19/07 11:58 PM Page 8

Page 12: Revista Flop 1

12 FLOP

Se você pretende ser um bomjogador, comece evitando este move a todomomento.

Toda vez em que estou jogan-do com iniciantes escuto umALL IN a cada dois minutosna mesa.

✖ Bateu meu top pair: all in✖ Estou nut: all in✖ Estou blefando: all in✖ Tenho um bom jogo: all in✖ Esse cara está com flush draw: all in✖ Eu acho que ele está roubando: all in

Quando jogo com profissionaisem grandes torneios escuto muitoraramente estas palavras, excetoquando estamos em reta final comos blinds gigantescos e os potesmonstruosos. Nessa hora todosfazem de tudo para ganhar os potese roubar os blinds, e daí os all instornam-se repetitivos e constantes.E é aí que acontecem as maiserrôneas conclusões.

O Johnny Bax deu um all in de66 do meio da mesa e ele é fera,então isso deve ser certo.

O Phil Ivey pagou um all in deAT off suited, então vou fazer omesmo.

O Daniel Negreanu deu um all inem cima de um raise e um call e eletinha 99; é isso mesmo, o negócio émeter ficha e dar all in.

O que as pessoas não percebemé que esses grandes jogadores joga-ram por horas (no caso do online) epor dias (em torneios ao vivo) parachegar bem colocados na reta finaldos supostos torneios. Uma vez nareta final, a agressividade impera e

os blinds muitas vezes representamum bom percentual do stack decada jogador.EXEMPLO:

Numa final de torneio, mesa com novejogadores e o dealer é o Player 9.Player 1 - 320.000 fichas

Player 2 - 260.000 fichas

Player 8 - 45.000 fichas

Player 9 - 30.000 fichas

Blinds - 5.000/10.000 - Ante de 1.000por jogador.

Ou seja, o pote tem 5.000 do smallblind + 10.000 do big blind + 9.000 dasantes = 24.000 fichas, antes mesmoda mão começar.

Imaginem que o Player 8 recebeuK♣8♣ no cut-off. Ele tem 45K emfichas. O pote já contém mais dametade das fichas que ele possui.Se ele roubar aquele pote ele irápara 69K, sem jogar. Ele vai all in etenta roubar os blinds. Todos cor-rem e o big blind é o Player 2. Elesabe que o Player 8 tem enormespossibilidades de estar roubandoos blinds. Ele olha sua mão: A7 off-suited. Ele dá call e:

1Player 8 dobra e as pessoaspensam: “Tem que meterficha com K8 mesmo, ainda

mais naipado. Poker é meter fichacom coragem”.

2Player 8 é eliminado e as pes-soas pensam: “Tem que darcall de A7 mesmo, ás é ás.

Poker é ter peito pra chamar comA7”.

Se esses dois jogadores forem oDoyle Brunson e o Gus Hansen,então é que as conclusões serãoainda piores: “Se o Doyle e o Gusfazem isso e eu quero ser umgrande jogador, então eu devofazer o mesmo”. Nada disso.Esses caras jogaram por horas (oudias) para chegar ali. Deram foldem JJ pré-flop. Largaram AK comum K no board, pois um outrojogador estava dando indício deestar com jogo melhor. Largaramflush draw, straight draw e top pairaos montes. Mas essas mãos nãoforam para a TV!

A TV só mostra a reta final dostorneios. E daí as pessoas que assis-tem a esse momento tomam con-clusões muito erradas. No outro dia,sentam para jogar com seus amigose enfiam all in a cada dois minutos.

Divido os all ins de jogadores ini-ciantes em quatro classes:

1 ESTOU COM MEDO

OU REVOLTADO.

Tenho AJ. Subo 3BB pré-flop erecebo um call.

Flop: AJ6. Lindo. Eu dou um bombet (igual ao tamanho do pote) e ocara dá call.

Turn: T. Eu aposto bem alto (opote outra vez) e o cara dá call.

River: Q.Caramba, se este cara tiver AQ

agora ele fez dois pares maioresque os meus. Se ele tiver qualquerK ele fez um straight. Será??? Eunão mereço. Esse pote era meu.Não é justo. Não pode ser. ALLIN!!!!!!!!

2 ESTOU BLEFANDO.

Tenho KJ. Um cara sobe 4BBpré-flop e eu dou call.

Flop: Q42. Ele aposta pouco e

ALL INCOLUNA FEDERAL

American Airlines, Bullets, Pocket Rockets, PardaisA A

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Page 13: Revista Flop 1

FLOP 13

check e esperar o tamanho da apos-ta dele. E daí decida se paga oucorre. Não vá all in por medo ourevolta. Você não tem nada a ga-nhar com isso.

No caso 2, caso resolva blefar,aposte 1/3 do stack do seu adver-sário. Não precisa ir all in. Se elenão tiver nada ou uma mão fracaele vai largar. Não precisa colocartodas as suas fichas num blefe. Seestiver muito forte, ele te dá umreraisee daí você larga, uma vez quevocê não tem nada. Pra que all in?

No caso 3, tente extrair fichas, nãoé um momento para tudo ou nada.Essa é uma hora para crescer bas-tante. Tente atingir esse objetivocalmamente. Pense na melhormaneira de obter as fichas doadversário. Pra que all in?

No caso 4. Pare com isso, pokernão é prova de masculinidade.Poker é um jogo de habilidade einteligência. Quer provar valentia?Vá fazer Jiu-Jitsu.ALL IN DEVE SER USADO

BASICAMENTE EM 3 SITUAÇÕES:

A) Quando você quer defender a me-lhor mão.

Você tem K♦K♣Flop: K♥8♥9♣Um cara aposta, o outro paga.

Você dá um raise pesado imaginan-do que um está flush draw (com 2 decopas na mão) e o outro está straightdraw (TJ na mão, por exemplo).

Os dois jogadores pagam suaaposta, confirmando seu pensa-mento.

Turn: 3♦Ufa .... nada mudou.Um cara sai apostando, o outro

continua pagando. O pote estáenorme.

All in pode ser um ótimo movi-mento. Defenda a mão vencedoraaté o momento. E quem quiser

pagar para ver o seu draw, quepague bastante caro.

B) Quando o adversário avisa quequer entregar tudo.

Você tem AA e sobe 3,5BB. Umcara dá call.

Flop: AT8Você dá check. Ele dá um raise

alto. Você dá um reraise pesadonele. Ele sobe novamente colocan-do metade do stack dele na mesa, jáavisando que não vai largar a mão.

All in. Ele quer entregar tudo evocê não tem como fugir. Sócomemorar.

C) Em reta final de torneioIsso já foi falado exaustivamente

acima.Existem dezenas e dezenas de

exemplos de cada um dos tipos deall ins desastrados que eu citei. Paracada tipo mencionado, eu teriavários outros exemplos de açõesindevidas e incorretas que levamjogadores iniciantes a fazerbesteira. Não tenho espaço aquipara esmiuçar todas as situaçõespossíveis. Saiba extrapolar osexemplos dados para o seu dia-a-dia numa mesa de poker.

Não pense que vai aprenderalguma coisa sobre como jogar umtorneio de poker, vendo somentemesas finais em sites ou na tele-visão. Os all ins sucessivos e a pan-cadaria das mesas finais não sãobons exemplos de comportamen-to ao longo dos torneios. Sãoexceções, não regras.

Igor “Federal” Trafane

É natural de São João da Boa Vista e reside em Campinas, SP. Seus maioresfeitos no poker foram uma mesa final noSunday Million do PokerStars e a 314ªcolocação no Main Event da WSOP 2006,que teve 8.773 jogadores.

eu dou um raise no cara tentandoganhar o pote num blefe. O caradá call.

Turn: Outro 4.Esse cara só deu call. Ele não

deve estar tão forte assim. Esseoutro 4 não ajudou ele em nada.Talvez tenha assustado ele aindamais. Situação perfeita pararoubar. ALL IN!!!!!!!!

3 BATEU MEU JOGO E

EU NÃO ME AGUENTO.

Tenho 88. Um cara sobe 3BBpré-flop e eu dou call.

Flop: 852. O cara aposta.ALL IN!!!!!!!!

4 EU SOU MACHO.

Tenho A♥5♥. Um cara sobe4BB pré-flop. Eu dou um raise altonele. Ele volta um reraise alto. Eleacha que eu tenho medo dele. Eusou macho. Comigo não. ALLIN!!!!!!!!

O QUE FAZER?

No caso 1, seu all in não tem valore você não deve apostar nada. Elepode ter AA, JJ, KQ, AK, AQ, KK,66 e você está perdido em todos oscasos. Você só está ganhando deA6 ou AX. Todas as outras mãossão absolutamente improváveis.De nove prováveis mãos você sóestá ganhando em duas. Não adi-anta chorar, gritar ou espernear. Sevocê der all in, ele vai largar qual-quer mão perdedora e dará call sóse estiver te batendo. O certo é dar

Cowboys, King Kong, Kangaroos, Ace Magnets, KakáK K

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Page 14: Revista Flop 1

14 FLOP

Mais uma vez comprovei,pessoalmente, que o nível das estrelasinternacionais não está tão melhor assim.

Acabei de chegar de LosAngeles, onde fui enfrentarpela primeira vez uma etapa

do WPT - World Poker Tour, oL.A. Poker Classic, e queria com-partilhar com vocês, amantes dopoker, um pouco desta minhaexperiência. Vale lembrar que, deforma inédita, fui jogar este even-to patrocinado pelo Omega TexasClub, o maior clube de poker doBrasil, que vem investindo muitoseriamente em nosso jogo.

Acredito que minha grandemissão nesta coluna seja mostrarpara todos os brasileiros que ouniverso do poker, e daquelesprofissionais que a gente vê natelevisão, não é um bicho de setecabeças. Mostrar que, com muitadedicação, estudo e treino, o po-ker brasileiro pode alcançarníveis internacionais de alto re-conhecimento, assim como naverdade já vem alcançando atra-vés do poker online.

Para comprovar o que estoudizendo, coloco aqui duasmãos dessa minha experiên-

cia no Main Event, onde tive aoportunidade de jogar com doisprofissionais dos mais famosos dopoker. Um deles é o Gank, muitoconhecido do ambiente online.Seu nome é Brett, ga-nhador deum bracelete da WSOP e deten-tor de inúmeros resultados ex-

pressivos, tanto online quanto live.Joguei por oito horas na mesmamesa que esta fera e vi mãos que,de fato, mostram que ele possuiuma habilidade muito apurada.Entretanto, sem querer desmere-cer seu talento, conheço brasi-leiros que possuem o mesmonível de habilidade que o dele, ealguns até melhores.

Meu primeiro pote relativa-mente grande no torneiofoi contra ele: minha

posição era UTG+1 e eu tinha JJ,então resolvi arriscar e entrar delimp. Muitas vezes tomo estadecisão com pares baixos emédios por uma questão deimplied odds, pois se eu subo docomeço da mesa, jogando umtorneio onde a qualidade dosjogadores é muito alta, provavel-mente irei assustar todo mundo elevar apenas os blinds. Casoalguém suba a aposta mais para ofinal da mesa, descartando o meulimp, existem boas chances deeste jogador ter cartas do grupo 1(AA, KK, QQ, AK), então se euacertar uma trinca, minhas possi-bilidades futuras de lucrocrescem de forma magnífica.

Voltando à mão: quando aação chega ao Gank, ele sobea aposta para 350 (blinds eram

50/100), o dealer dá call e eu tam-

bém. O flop vem com J82, uma decada naipe, algo perfeito para aminha situação. Poderia ser me-lhor: quando você trinca um JJ,torce para que o flop tenha um A,K, ou Q, para que alguém naquelepote acerte o seu top pair e a mãotorne-se mais lucrativa – mas nãofoi o caso. Como eu era o primeiroa falar, optei por dar check, esperan-do a resposta do Gank, que estavapuxando a fila naquele pote. Assimcomo esperado, ele atira 900. Odealer pensa por uns 20 segundos elarga as cartas, então eu pensei tam-bém alguns segundos e resolvi ape-nas pagar. Neste momento eu tinhapor volta de 12.000 fichas, contra15.000 do Gank. No turn bate um6, dando no board duas cartas deespadas. Optei por dar check denovo, mas já tinha na cabeça que seele apostasse algo em torno demeio pote ou 3/4 do pote eu iria darum call rápido, para que ele mecolocasse em um flush draw. Deicheck e ele dispara 1.900, como pre-visto. Neste ponto eu já tinha acerteza de que ele não tinha algomuito forte como AA, KK ou QQ,e sim que ele poderia estar com umTT, 99 ou uma hipótese remota deAK, tentando comprar a mesa. Deium call imediato e fiquei olhando oriver, meio que demonstrando umatorcida por espadas mas, na ver-dade, apenas tentando passar estaimagem para ele. No river dobra o2, sem espadas. A princípio fiz umacara meio desanimada, pensei,pensei, e cheguei à seguinte con-clusão: vou apostar algo em tornode metade do valor do pote, paraque ele ache que estou tentandocomprá-lo e, se bobear, até voltemais ficha na minha cabeça, queera tudo o que eu mais sonhava.Disparei uma aposta de 4.100. Ele

L.A. POKERCLASSIC

COLUNA ANDRÉ AKKARI

Ladies, Bitches, Mulheres, Minas, Siegfried and RoyQ Q

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FLOP 15

gastou alguns segundos e nestetempo eu apliquei uma cara de ner-vosismo, para simular uma tentati-va de blefe meio amadora, aí eleme peguntou: “Você estava flushdraw, né, Brasil? (era como a mesame chamava) Você tem AQ deespadas, né?” Eu não falei nada,fiquei quietinho, meio com cara depreocupado, aí ele anuncia o call emostra 99, e eu apresento o meumaravilhoso e robusto full de J com2 e escuto: “Nice hand, Akkari”.

Já estive em situações iguais aesta com jogadores brasilei-ros, que souberam driblar es-

tas armadilhas que o baralhoapronta. Não quero colocar emdiscussão a qualidade deste pro-fissional, mesmo porque o cur-rículo dele fala por si só, mas éapenas um exemplo de que opoker jogado por estas feras podeser alcançado pelos profissionaisbrasileiros com muita dedicação.

Outra mão muito interes-sante foi contra um dosgrandes jogadores do cir-

cuito live, Thor Hansen. Ele temmais de 1 milhão de dólares empremiação, bracelete da WSOPe tudo o mais, mas veja esta mãoe note como até um profissionaldeste gabarito pode cometer

erros aparentemente amadores:Eu era UTG e venho com AKs;

os blinds a esta altura estão200/400 e disparo 1.100. A mesaroda em fold e quando chega noThor, no small blind, ele resolvedar call. Eu senti, minutos antes,que ele estava meio que impli-cando comigo no jogo, por tertomado alguns reraises quandotentou roubar meus blinds, coisae tal... Talvez por isso o call dele,tentando me soltar do pote pós-flop por sua imagem. O flop vemAA9, um sonho, né? Como nestecaso, nesta mesa e com estenível, um check chega a ser umaassinatura de slowplay, eu saí dis-parando 2.500. Ele pensa, pensae pensa, e resolve dar call. Noturn a estrela brilha e aparece umK de espadas, o que eu mais que-ria. Neste momento dou check eele, sem pensar muito, dá checktambém. A esta altura eu tinha28.000 em fichas e ele por voltade 14.000. No river dobra o 9, eudisparo 3.000 e ele, sem pensarsequer dez segundos, anuncia allin. Eu dou call imediato e elemostra AT, full de A com 9 e eufull de A com K.

Na minha modesta opinião, avolta dele de all in não fazmuito sentido, sendo que ele

só iria ser chamado para empatar opote ou para perder. Novamentenão quero julgar um cara que temprêmios e prêmios na minha fren-te, mas acredito ter sido um erroque lhe custou o torneio de formadesnecessária, um torneio que erapara durar cinco dias. Por este pote,durou apenas nove horas, sendoque, se ele apenas desse call naminha aposta, iria perder, mas con-tinuar com 11.000 fichas, e comple-tamente no jogo ainda. Como eusubi a aposta de UTG, não vejorazões para ele não me dar AK.

Tinha muita vontade de com-partilhar estas mãos com vocês,realmente para mostrar que até osgigantes tomam decisões equivo-cadas. O poker é um esporte dinâ-mico demais e, principalmentenum longo torneio de poker, se faznecessária uma concentração emtempo integral. Você não pode sedar ao direito de errar, a qualquermomento, mesmo que você nãoesteja envolvido no pote. As infor-mações estão passando pela suafrente, cabe a você digeri-las eprocessá-las da melhor forma,para quando o pepino estiver nasua mão você fazer sempre a coisacerta, derivada das informaçõesque você possui. Somente estetipo de filosofia irá levar você auma lucratividade de médio elongo prazo.

André Akkari

É sócio da Revista Flop, do site SuperPoker,e um dos maiores jogadores de torneios deTexas Hold'em do país. Seus resultados onlinee ao vivo crescem a cada dia desde quedecidiu se dedicar somente ao poker, hápouco mais de um ano.

SITES ÚTEISAkkari - www.aakkari.com.brGank - www.gankowns.com

Jokers, Hooks, Ganchos, Anzóis, Jay JayJ J

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16 FLOP

Vista superior damesa final, em all inentre Rafael Caiaffae Ricardo Fernandes.

TORNEIO DEINAUGURAÇÃO

OMEGATEXASCLUBSegunda-feira, dia 5 de fevereiro às 5:40 da manhã. Dentre exaustoscompetidores e torcedores, Kimalevanta os braços: é o vencedor domaior torneio de Texas Hold'em já realizado no Brasil. Até chegar ali, teve que superar 413 jogadores de todos os cantos do país; iniciantes, amadores e profissionais.

Tudo isso começou horas e horas atrás, na sexta-feira,dia 2 de fevereiro. O torneio anunciava R$ 70 milreais de prêmios garantidos e, quando o relógio seaproximava das nove horas da noite, o que se viaainda era um mar de gente se espremendo no lobby

do Omega. A tarefa mais árdua para os organizadores era fazer comque os participantes fizessem suas inscrições e sentassem em suasmesas, já que a imensa maioria queria colocar a conversa em dia e

[[ ]]Omega 70K

DimesT T

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FLOP 17

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18 FLOP

insistia em se juntar em rodinhas, oque atrasava mais ainda o iníciodeste que viria a ser um marco parao poker no Brasil.

Finalmente o jogo se inicia e oque se vê é uma mistura de estilos:jovens estudiosos seguindo as car-tilhas, calling stations, agressivos,“baralhões”, tinha de tudo. O quedava justamente um belo resumodo universo do poker brasileiro euma imensa emoção a cada fichaapostada.

Quarenta minutos de jogo, blinds50-100, quando ouvimos o anún-cio de Luciano Lutkus, o diretor doevento, trazendo a primeira elimi-nação. É um sinal que acaba com oclima de festa para muitos, lembrando a todos queestão ali por um propósito bem claro: sobreviver aostreze níveis de blinds e, se tudo der certo, chegar aodomingo com um stack confortável.

Duzentos jogadores, sanduíches e bebidas à vontade

por quinze minutos em um lobby lotado. Quem jáesteve em um grande torneio sabe muito bem qual é oúnico assunto que se ouve: bad beats. Aos mais atentos,já se notava um crescimento exponencial de partici-

pantes nas mesas paralelas desit-and-go.

Quem preferiu jogar na sexta-feira para “fugir” das grandesestrelas que viriam no diaseguinte, não teve assim tantafacilidade. Acabou tendo queenfrentar jogadores comoArmando “Quaribravo” Per-rone, Leandro “Brasa” Pimen-tel, Salim Dahrug, LeonardoBello, Marcelo “Carabina”Amadeu, Felipe “Billy” Bos-solani, Victor “Vitão” Marquese Rodrigo “Zidane” Caprioli,entre dezenas de feras.

O dia já está claro quando soao alarme do final do 13º nível de

blind, e os 44 jogadores restantes respiram alivia-dos. Com a previsão inicial de que 70 a 80 jogadorespassariam em cada dia, este número surpreendeu atodos, talvez confirmando que o nível de jogo nasmesas era agressivo e de alta instabilidade. Dentreos sobreviventes, Vinícius Bim, de São Caetano,despontava como chip leader, com 133.000 fichas.

Sábado, 3 de fevereiro. Às nove horas da noite asituação já está bem mais adiantada do que no diaanterior, já que hoje a organização trouxe mais fun-cionários e melhorou o sistema de inscrição doscompetidores. Praticamente sem atrasos, dá-se oinício deste segundo dia com André Akkari,Christian “C.K.” Kruel, Raul Oliveira, Igor“Federal” Trafane, Omar Abede, Vinícius Mar-ques, Daniel “Tevez” Cantera, João “Vovô Leo”Monte e os irmãos Thiago e Bruno Carriço, entremais de 200 jogadores.

Entre blefes fantásticos e jogadas bisonhas, um aum os jogadores vão caindo, com destaque para aqueda de André Akkari a três minutos do final dodia, num coinflip de ATo contra seus 99. Perto deleestava o chip leader do dia, Rodrigo Garrido, deSantos, com mais de 150.000 fichas.

Rafael Caiaffa,um dos fortes

representantesmineiros, que

vieram em peso.

Paulo Pesotti, ojogador local

melhorclassificado.

[[ ]]Omega 70K

Phill Hellmuth, Wayne Gretzky9 9

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FLOP 19

Quebrando novamente a previsão dos organi-zadores, e por uma incrível coincidência, ao finaldeste segundo dia temos exatamente 44 jogadores,fazendo assim com que a grande final de domingose inicie às quatro da tarde com 88 participantes embriga pelo bracelete de ouro e mais de R$ 20 mil aocampeão, notando que prêmios seriam pagos até o41º colocado.

Vem o domingo e os participantes começam achegar ao Omega, em São Bernardo do Campo, apartir da uma hora da tarde, aproveitando mais umbelo almoço de cortesia aos participantes e torce-dores. Com a chegada, uma surpresa: a mesa finalnão está montada no salão inferior, como planeja-do, e sim exposta no salão superior de torneio,exatamente abaixo do vão do mezzanino, dandouma incrível visão superior para a “arquibancada”,no restaurante. Ali na mesa, os troféus para os três

primeiros colocados, o bracelete do campeão, equase R$ 100 mil em maços de notas. Ao menos 88pessoas sentiam um frio na barriga…

O início do dia parecia apontar para um rápidodesfecho: com duas horas de jogo, metade dos fina-listas já estava eliminada. Mas, ao chegarmos próx-imos do bubble, o jogo começou a ficar natural-mente travado. Com buy-in de R$ 100,00 e direito adois re-buys e um add-on, o prêmio do 37º ao 41º erade R$ 480,00.

Mas uma hora a bolha tem que estourar e, mesmoassim, seguiu-se o torneio com um jogo amarradoaté a proximidade da mesa final. Foi neste momen-to que tivemos um intervalo para o jantar, com piz-zas à vontade para todos os presentes, jogadores ounão. Foi um clima surreal para quem pôde ver achegada das mais de 60 pizzas, trazidas pelo donoda pizzaria e seus ajudantes, felizes da vida.

Kima, na mesafinal. Horas e horas de

um jogo técnico.

Snowmen, Bonecos de Neve8 8

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20 FLOP

Dá-se o reinício do torneio com a mesa final lota-da de torcedores e observadores, tanto naarquibancada superior como no entorno da áreaisolada aos jogadores. O jogo segue duro até aprimeira baixa, quando o short stack Paiza é elimi-nado por Rodrigo Garrido, que voltou à condiçãode chip leader.

Daí para a frente passam-se horas até as próximaseliminações, chegando aos três finalistas, quandoentão voltam para a mesa os troféus, o bracelete eos prêmios em dinheiro. É neste momento, porvolta das 4h30 da manhã, que ocorre uma das mãosdecisivas. Kima anuncia raise quando Caiaffa pensae volta all in, prontamente pago por Kima. Com

O salão superior doOmega, lotado

minutos antes doinício da primeira

eliminatória.

Após o jantar o jogo seguiu lento até a proximidade da meia-noite, quando cai o

11º colocado, que estava com o short stack, em um all in pago por dois com-

petidores. Rapidamente monta-se a mesa final, que iniciaria com os blinds

20.000-40.000 e ante de 2.000, com os seguintes competidores:

MARCO MARCON Curitiba, PR 666.000 fichas

RODRIGO GARRIDO Santos, SP 592.500 fichas

HUMBERTO “KIMA” KIM São Paulo, SP 557.500 fichas

RAFAEL CAIAFFA Belo Horizonte, MG 489.500 fichas

RICARDO FERNANDES São Paulo, SP 448.000 fichas

PAULO PESOTTI São Caetano, SP 444.500 fichas

MARCO TÚLIO BARBOSA Uberlândia, MG 415.000 fichas

SOLANGE “XT” GROSSO Indaiatuba, SP 328.500 fichas

WESLEY ONISHI São Paulo, SP 261.000 fichas

MAURÍCIO “PAIZA” PERRELLA São Paulo, SP 226.000 fichas

[[ ]]Omega 70K

Sunset Strip, Walking Sticks, Bengalas7 7

mãos dignas demesa final, Caiaffaapresenta KK paraver, com terror, oAA de Kima. Um A na mesa tranquiliza Kima, quesegue soberano para o heads-up com Paulo Pesotti,o representante local do ABC, que esteve com oshort stack em quase toda a mesa final.

Após poucas mãos e idas e vindas de fichas de umlado ao outro da mesa, Paulo dá um raise padrão noblind de Kima, que volta em Paulo e acabamos numall in. Paulo mostra-se dominado, com seu A♠4♠contra A♣J♥ de Kima. Ambos se levantam e odealer Haroldo vira um flop de 2♥J♣T♣, dando aKima seu par de J. Os 4 de Paulo não aparecem noturn e river, dando o bracelete de campeão a Kima.

Quem sai dali já na manhã, cansado após três diasde evento, ainda não parou para pensar que acaboude presenciar e participar de um evento quemudará o panorama do poker no Brasil. Ficouprovado que existe o imenso mercado, e tambémexiste o clima de confraternização e união entrecompetidores e organizadores de cada estadobrasileiro. A troca de informações, métodos e dicasserá muito valiosa para os circuitos regionais, quefortalecem o nosso jogo dia após dia.

Cabe a nós apenas parabenizar toda a equipe doOmega Texas Club, pela dedicação e esforço noplanejamento e execução deste grandioso evento. ■

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Pergunta 1:Opção A, apenas pagar - 2 pontos.Opção B, raise para $6.000 - 3 pontos.Opção C, dar all in - 0 pontos.

Pagar o BB, dando limp, é uma escolha equivoca-da, mas comum, numa mesa cheia; e uma jogadarazoável numa mesa short-handed. Um limp numamesa cheia encoraja outros limps, portanto é umerro fazê-lo com um par alto.Dar all in antes do flopé uma jogada de iniciante, pois o que você quer éfazer algum dinheiro com essa mão, e não espan-tar todo mundo. Portanto, o mais correto é aumen-tar para 3x o BB.

Pergunta 2:Opção A, apenas pagar o reraise - 4 pontos.Opção B, dar um reraise para $30.000 - 2 pontos.Opção C, dar all in - 2 pontos.

Primeiramente, note que o mini raise em si é umajogada muito estranha, mas lembre-se de que seuoponente fez isso por alguma razão. Se você con-seguir descobrir essa razão, já terá uma dica imen-sa de qual é a mão dele.

Uma possibilidade é um par alto, como KK ou QQ.Ele pode pensar que você deu raise com duas car-tas altas ou com um par menor: “Quero aumentaro pot, com esse mini raise, ao mesmo tempodando bons odds. Meu oponente vai pensar queestou fraco e pode tentar me forçar para fora dopot. Dando chance para o reraise, eu posso con-seguir todo o seu stack antes mesmo do flop”.

Outra possibilidade é um par médio, como 99 ou88. Ele pode estar pensando que pode jogar con-tra duas cartas altas numa boa, mas precisa saberse está contra um par maior: “Nossos stacks estãograndes, então se o flop vier baixo, eu posso perdermuitas fichas jogando contra um par maior que omeu. Se ele der um reraise alto, eu posso me livrarda mão facilmente”.

Eu não daria o mini raise, então não acho nenhumdos argumentos acima correto, mas ao tentardescobrir o porquê da jogada, você consegueestreitar as mãos possíveis de seu adversário.

Você está tendo odds de 3,5:1 para pagar, e teráposição sobre o BB depois do flop. Qualquer mãoboa o suficiente para se dar raise de early positioné forçada a, no mínimo, pagar.

Nós podemos, é claro, dar reraise, já que somosgrandes favoritos contra quaisquer duas cartas.Porém, note que os argumentos anteriores sobremontar uma armadilha com AA já não são válidos.Estamos jogando contra apenas um oponente, por-tanto o trap é uma alternativa válida. É um movi-mento dissimulado, e passa a imagem de queaumentamos com algo como AQ, AJ, ou um parmédio.Nosso objetivo agora é ganhar um pot muitogrande com uma boa jogada depois do flop. Dar allin pode afugentar muitas das mãos que estamosquerendo jogar, mas pode também ser pago, o que

faria a mão muito mais fácil de serjogada.

Pergunta 3:Opção A, fold - 0 pontos.Opção B, pagar a aposta - 3pontos.Opção C, dar um raise para$30.000 - 0 pontos.Opção D, dar all in - 0 pontos.

Não foi o melhor dos flops. Duas dasmãos que poderiam estar contra a nossa, KK e JJ,acabaram de virar trincas. Uma mão improvável,mas possível – um KJ – virou dois pares. Éimprovável que um 66 tenha dado um mini raisepré-flop, portanto essas são as três mãos que gan-ham da nossa.

Seu oponente fez uma aposta de pouco menos dametade do pot. Muitas mãos podem ter feito essaaposta para ver se acabavam com a jogada imedi-atamente. Se tivéssemos algo como TT ou 99, porexemplo, seria difícil para nós pagarmos, com duascartas maiores que nosso par no board. Eu nãotentaria ler essa aposta com muita força, pois o BBestá sem posição e precisa fazer algo, mesmo nãotendo acertado o flop.

Acho que estamos na frente, mas não estou con-fiante o suficiente para colocar um raise e ter umasurpresa desagradável. Nós temos posição, entãovamos apenas pagar e ver se nosso oponente con-tinua atirando.

Pergunta 4:Opção A, bater mesa - 0 pontos.Opção B, apostar $20.000 - 3 pontos.Opção C, apostar $50.000 - 0 pontos.Opção D, dar all in - 0 pontos.

O turn foi inofensivo e a mesa do oponente foi umaboa notícia. Hora da famosa aposta “vem cá,minha nega”. Um bom número é apostar $20.000,cerca de 40% do pot, o que deve manter o adver-sário na coleira. Nenhum crédito para a alternativaA, bater mesa. Não há razão para assumirmos queestamos atrás. É até possível, mas improvável.Enquanto achar que está na frente, continueaumentando o pot. Nenhum crédito para apostasmuito altas também, você não quer que alguémcom apenas um par de reis ou valetes se sintaamedrontado e fuja.

Pergunta 5:Opção A, fold - 0 pontos.Opção B, pagar mais $20.000 - 2 pontos.Opção C, dar all in - 10 pontos.

Nós tomamos um check-raise, mas a mesa estáoferecendo odds de 5,5:1. É um check-raise muitoatípico, bem como o mini raise antes do flop.

Você não pode largar seu overpair com odds de5,5:1, tendo posição. A explicação mais simples éa de que seu oponente gosta de miniapostas, e

não podemos concluir nada sobre a força de suamão. Ainda ganhamos da maioria das mãos quejogariam contra nós antes do flop e as odds sãoótimas, então vamos nessa!

Se você pagar, a mesa terá $131.000, você terá$56.000 e ele $46.000. Com o tamanho dasblinds e antes, ambos estão pot committed. Vocêprovavelmente está na frente nesse momento,jogando contra algo como AK, KQ, AJ, basicamenteum único par de reis ou valetes, fazendo com queo oponente tenha poucas outs no river. Se vocêestá contra uma trinca de reis ou valetes, é umapena, mas você vai perder todo o seu stack no riverde qualquer jeito.

Também existe a possibilidade de ele ter algumdraw, com uma mão como AQ ou QT. Nesse caso,você pode ser chamado agora, mas não será noriver. De qualquer jeito, não faz muito sentido espe-rar mais. O pot cresceu consideravelmente e suamão é forte o suficiente. Empurre todas as suasfichas para o centro da mesa e veja o que acontece.

Pergunta 6:Opção A, bater mesa - 0 pontos.Opção B, apostar $20.000 - 2 pontos.Opção C, dar all in - 5 pontos.

Mais boas notícias. Nenhuma seqüência pode tersido formada e o BB bateu mesa no river, umajogada extremamente arriscada se ele tem umatrinca. Todas as evidências apontam que temos amelhor mão, então temos que apostar. A perguntaé: quanto?

Com o pot enorme e stacks relativamentepequenos, a jogada correta é novamente dar all in,se você não deu antes. É tentador apostar um valormenor na teoria de que será mais fácil para seuoponente pagar, mas isto é uma ilusão. Se vocêapostar $20.000, seu oponente tem odds de7,5:1. Se você dá all in suas odds caem para4,5:1. Existem mãos que pagariam a apostapequena, mas fugiriam do all in? Nesse ponto dotorneio, provavelmente não, portanto dê all in.

Você acaba apostando $20.000 e o BB dá fold(ele tinha AhQc).

Teste criado por Fábio Cunha, baseado em

testes da internet e de Dan Harrington.

SB$30K

B$120K

A$16K

BB$110K

Blinds: $1.000/$2.000

Antes: $300

Pot: $5.100

E$50K

D

D$70K

C$150K

RespostaJogando com AA

Kicks, Route 666 6

Confi

ra a

perg

unta

na p

ágin

a 1

1

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22 FLOP

É difícil passar um dia na comunidadesem que alguém poste algo sobre umamão que era favorita até o turn ou o

river e então... bate a carta milagrosa do adversário (ou,como veremos daqui para a frente, não tão milagrosa assim).

Aposto que todo mundo quejá disputou algum torneiojá ouviu essa conversa:“Nossa... tô muito bravo,

eu tinha A♥K♦ e perdi para7♣8♣!” Ou então, a frasecampeã: “Putz... eu tinha AA eperdi para xx (coloque aqui quais-quer duas cartas).” Ou ainda:“Poker online é uma porcaria, sem-pre perco com a melhor mão.”

Eu já jogo poker há algumtempo, particularmente TexasHold’em, e posso dizer com umacerta segurança que já vi e sofritodas as bad beats possíveis e ima-gináveis. Sem sombra de dúvida,a maioria das jogadas de que opessoal reclama não é bad beat, esim mãos nas quais eles sãoligeiramente favoritos e perdem.Além disso, as pessoas tendem ater memória seletiva, e não costu-mam lembrar das vezes em queacharam uma carta milagrosa noriver, ou então quando tinham amelhor mão e ela venceu. Não...eles só lembram das que perder-am.

Pensando nisso resolvi criaralgumas situações e exemplos de

mãos que geralmente costu-mamos ver, para saber quaispodemos chamar de bad beats, equais são situações normais dejogo. Todas as porcentagensforam calculadas utilizando o pro-grama PokerOdds versão 2.52,com um valor de amostragem de100.000 mãos.

PAR SOBRE PAR

E MÃOS DOMINADAS

Numa mão na qual alguém tem7♣7♠ e alguém tem 9♦9♣, o parde 9 sairá vencedor em 81,2% dasvezes.

Numa mão na qual alguém temA♦K♦ e alguém tem A♣9♣, oAK sairá vencedor em 68,9% dasvezes.

Note que, pré-flop, é difícil vocêestar melhor do que nas situaçõesacima e, mesmo assim, você vaiperder uma vez em cada cinco comum par maior. Mesmo assim, asduas situações acima consistem embad beats, caso a melhor mão perca.

ALGUMAS MÃOS

MAIS INTERESSANTES

A♣9♦ x K♥T♥ - O A9 é apenas

53,8% favoritoA♣Q♦ x 7♠8♠ - O AQ é apenas

58,1% favoritoA♣K♥ x 2♦7♠ - O AK é 66,9%

favoritoA♥K♥ contra duas cartas quais-

quer - O AK vence em 66,1% dasvezes

Deu para ver pelos exemplosacima que ter a carta mais altaantes do flop, quando não é par ouquando você não tem o adver-sário dominado, não é grandecoisa. Você vai perder duas emcada cinco vezes, no mínimo, emqualquer uma das situaçõesacima.

DEPOIS DO FLOP, A

COISA COMPLICA MAIS AINDA

Vamos supor que você tenhaA♥K♥. Você dá raise pré-flop e umjogador dá call. No flop vemA♠6♦9♦. Você aposta... e elevolta em você all in. Você, todofeliz, paga. Ele então abre 7♦8♦.Você acha que está muito nafrente?

Pois saiba que você vai perderessa mão em 56,2% das vezes.Mesmo se o flop viesse algo como

Bad Beats?

COLUNA POKER MANIA

Nickels, Presto, Speed Limit5 5

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FLOP 23

A♠3♦Q♦, você ainda perderiaem 36,5% das vezes. Os flushdraws acertam com essa freqüên-cia.

Ou então você entra numa mãocom 8♣8♠. O flop vem 2♥3♥7♠.Mais uma vez você dá all in e oadversário dessa vez mostraA♥K♥? Você é favorito? Quemacha que é, errou de novo. Vocêperde essa em 55,1% das vezes.

A FORÇA DO AA

E o par de Ases? Ele pareceinvencível, né? Você resolve en-tão não dar um raise muito grande,para manter o maior número pos-sível de jogadores na mão e ga-nhar um pot monstruoso.

Veja a força do AA contra mãosrandômicas, e contra mais de umjogador:

AA contra um jogador venceem 85% das vezes; contra doisjogadores vence em 73% dasvezes e contra trêsjogadores vence em63,6% das vezes.

Viu como vaipiorando? E isso épré-flop, pois pioraainda mais se a-parece no boardalgo como 5x6x7x, algo dobradocomo KKT, oucoisas do tipo.

Por isso, sem-pre tenha emmente algumas

coisas antes de reclamar de umabad beat:➔ Você jogou corretamente a

mão em cada rodada de apostas?Ou deu chance de alguém lhe darum suckout?➔ Poker é um jogo de longo

prazo. Você não mede seus resul-tados em um dia, e sim em umano.➔ Se sua mão não dominar a

mão do adversário, mesmo com apior mão ele vai conseguir ganharde você com uma boa freqüência.➔ Marque as pessoas que lhe

deram bad beats com jogadas fra-cas. No online, coloque uma ano-tação. No live, lembre-se da pes-soa. Da próxima vez, você saberáque tal jogador não joga bem epoderá ajustar sua estratégia deacordo.

E, lembre-se, todo jogador,profissional ou amador, bom ouruim, iniciante ou experiente, vai

tomar várias bad beats

na vida. Faz parte do jogo. Ogrande jogador Bobby Baldwindizia que, quando alguém jogabem, essa pessoa vai recebermuito mais bad beats do queaplicá-las. Um bom jogador,quando está all in, geralmentetem a melhor mão. Então, porincrível que pareça, as bad beatsacabam mostrando que você,pelo menos em grande parte doseu jogo, está tomando a maioriadas decisões certas.

Se você acabou de levar umagrande bad beat, evite abrir outrasmesas ou torneios online. Vá assistirtelevisão ou dar um passeio (ovideogame, nessas horas, é sal-vador pra mim). Jogando ao vivo,quando possível, dê uma voltinhade pelo menos cinco minutos. Vocêvai perder umas mãos e uns blinds,mas é melhor do que entregar oresto das fichas, estando irritado.

Agora, o mais importante: nãoseja um daqueles chatos que vivereclamando das bad beats quetomou. Todo mundo já levou assuas e ninguém suporta um caraque só fala nisso, a todo momen-to. Além de ser inconveniente,traz um clima muito pesado paraa conversa e para o jogo, e issoafasta as pessoas de você.

Fábio Cunhanatural de São Paulo,é o criador e moderador da comunidade Poker Mania no Orkut, além de ser um dos melhores jogadores brasileiros na modalidade Omaha Hi-Lo.

Sailboats, Barcos a Vela4 4

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24 FLOP

Poker em

[[ ]]Tower Cruise

Iniciativa inédita do site Tower Torneos contoucom alguns dos melhores jogadores do país, queenfrentaram as cartas e o balanço do mar, noenorme MSC Armonia. Fotos de Alexandre Heller

Poker em Iniciativa inédita do site Tower Torneos contoucom alguns dos melhores jogadores do país, queenfrentaram as cartas e o balanço do mar, noenorme MSC Armonia. Fotos de Alexandre Heller

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FLOP 25

alto-maralto-mar

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26 FLOP

Duzentos competidores em três diasde puro poker na costa brasileira.Este foi o 1º Tower BrazilianCruise, evento realizado pelo siteTower Torneos e organizado pelaNutzz! Eventos à bordo do navioMSC Armonia, que terminou comtotal sucesso. Com a presença degrandes estrelas como Igor“Federal”, André Akkari, Omar

Abede, entre muitos outros, este foi o primeirogrande evento nacional a ser transmitido pela tele-visão, no caso, o canal Fox Sports International.

Tudo começou no porto de Santos, onde a cadaminuto chegavam jogadores e familiares vindosde táxis e ônibus fretados saídos da Zona Sul deSão Paulo. Após curta espera, todos se dirigiam aonavio e suas cabines, para rapidamente se apre-sentar no Armonia Lounge e confirmarsuas inscrições e turnos de jogo.

Com o apito do navio anunciandoa partida às 17h30 do domingo, osparticipantes do 1º turno logo sereuniram para dar início ao evento.Além de enfrentar as cartas e badbeats, teriam também que enfrentarum miniciclone tropical, que fazia onavio balançar e muita gente dividirseus estoques de Dramin. O jogoseguiu madrugada adentro com pou-cas baixas e, já na segunda-feira, o 3ºturno teve a sorte de poder jogar suafase eliminatória com o Armonia jáancorado em Búzios.

Após o descanso e passeio dos quetinham o dia livre,os 140 jogadoresque restaram seencontraram emduas fases semifi-nais na noite desegunda - f e i r a ,com um mar bemmais suave, paradar seqüência a maisseis níveis de blinds. Foi nestemomento que ocorreram as maioresbaixas, quando restou apenas umterço do field para o dia final.

Terça-feira, o dia da grande final.Após dois dias de muito trabalho,este foi o único momento em que o

pessoal das equipes de organização e da televisãopuderam aproveitar o navio e a viagem, já que oevento reiniciaria apenas às 16h30. Como coin-cidência, este foi o dia com melhor clima daviagem, em que um sol fortíssimo agraciava osparticipantes, que confraternizavam na área dapiscina com seus familiares.

Enquanto o Armonia passava pela Baía deGuanabara em retorno a Santos, os finalistastomavam seus assentos para o que seria o final damaratona. Foi quando uma ótima notícia se espa-lhou entre os grupos de jogadores: Fábio“Deu_Zebra” Monteiro acabara de sagrar-secampeão no evento de PL Omaha com rebuys dasérie FTOPS do Full Tilt Poker, um dos maioresfeitos de um brasileiro no cenário mundial até omomento, e uma ótima estréia no primeiro mês deatuação do Superpoker Team.

[[ ]]Tower Cruise

O campeão MarceloAsensio levou o prêmio,um imenso troféu e um

belíssimo fichário decerâmica.

Crabs, Caranguejos3 3

Tower_JM.qxp 4/19/07 7:34 PM Page 26

Page 27: Revista Flop 1

Enquanto Sérgio Braga

recebia uma

massagem (acima),

alguns jogadores

aproveitavam a piscina

do Armonia (esquerda).

Eduardo Marra, Federal

e Juliano Maesano se

encontraram na

semifinal da mesa

televisionada (direita),

e Fabiano Lemos

(abaixo à esquerda)

ergueu a taça de vice

no Main Event, que

teve a presença de

Rodrigo “Zidane”

Caprioli (abaixo à

direita, de chapéu).

Tower_JM.qxp 4/19/07 7:34 PM Page 27

Page 28: Revista Flop 1

28 FLOP

Com uma hora de jogo, Igor “Federal”, na mesaprincipal da TV, entra de raise em uma mão comA5o e é pago por um jogador. Com um flop de A98,Federal aposta e é chamado. No turn temos um J, ooutro jogador pergunta quantas fichas restam comFederal e declara all in. Federal paga e seu oponentemostra 9Jo. O river não salva Federal, que cai na 48ªposição, conseguindo sair no minuto exato doencerramento das inscrições para o torneio SecondChance, que ele viria a ganhar horas depois.

Um pouco em seguida temos uma mão muitocuriosa, onde Eduardo Marra anuncia all in na mesada TV, prontamente pago por André Akkari, queanuncia o seu all in over the top. Os dois são pagos porum terceiro, Luis Carlos Barreto Fonseca, tambémem all in. Marra apresenta KJo, Akkari A5o e LuisCarlos AA. Um board de QJ89T traz uma seqüênciana mesa, com uma seqüência maior até K paraMarra, eliminando Luis Carlos e deixando Akkaricom pouquíssimas fichas, em all in mode.

Com um pouco mais de três horas de jogo corridona final, estamos na bolha com 21 jogadores, quan-do estes decidem tirar R$500,00 dos três primeiroscolocados e premiar o 21º com R$1.500,00. Comuma explosão de aplausos, todos se sentem maisaliviados e o jogo volta a ser mais aberto.

[[ ]]Tower Cruise

Já na proximidade da mesa final, o Armonia seaproxima de Santos e novamente os jogadorestêm de enfrentar um velho adversário: o balanço.No momento da formação dos dez finalistas, o quese vê é um enorme equilíbrio, com metade damesa composta de jogadores classificados onlinepelo Tower Torneos, e a outra metade de joga-dores experientes no circuito live brasileiro.

Este equilíbrio e a posterior confraternizaçãoentre estes dois mundos distintos de jogadores éum fato importante que possibilitará a entrada denovos amadores e semiprofissionais no circuitobrasileiro, ao mesmo tempo em que ratifica a sériapretensão do Tower e o nível de seus jogadores.

A mesa final correu rapidamente com muitasbaixas e terminou com uma surpresa: MarceloAsensio de São Paulo, que entrou na mesa final na10ª posição, bateu os outro oito oponentes eFabiano Lemos do Rio de Janeiro, no heads-up,para levar o troféu de campeão, junto com oprêmio e um belíssimo fichário de cerâmica.

Com o sol raiando durante a cerimônia de pre-miação, os últimos participantes e torcedoresseguiram dali direto para o restaurante MarcoPolo, onde se juntaram ao restante dos passageirospara o último café da manhã. ■

1º Marcelo Asensio 2º Fabiano Lemos 3º Eduardo Parra 4º Eduardo Marra

5º Fernando Issas 6º Kiko Bicudo 7º Eduardo “Seqüela” Fernandes

8º Paulo Amaral 9º Sérgio Braga 10º Sandro “Nordeste2” Brillantino

10º

Ducks, Dois Patinhos2 2

Tower_JM.qxp 4/19/07 7:35 PM Page 28

Page 29: Revista Flop 1

4 NOITES À BORDO DO MSC ÓPERA

500.000 GARANTIDOS EM PREMIAÇÃOR$

anr_Tower 21x28cm 4/17/07 7:03 PM Page 1

Page 30: Revista Flop 1

30 FLOP

Otítulo que escolhi é bempropício para o momentoque apenas marca o início

do boom do Texas Hold'em noBrasil. Estamos em 2007 e onúmero de adeptos cresce deforma tão grande que o mercadolatino-americano, independente-mente de futuras e antigas açõesrelacionadas ao poker online nosEUA, tornou-se um mercado empotencial. Fico muito feliz emsaber que eu e o Raul contribuímosde certa forma para isso tudo, masesta grande febre era uma questãode tempo. Por acaso, eu fui oprimeiro a dar “a minha cara atapa”.

A identidade do Brasil com estejogo é realmente fascinante, exis-tem muitos jogadores talentososformados, e se formando, e muitosse identificam comigo. Sou extre-mamente grato às palavras tãomotivantes que recebo até hoje, atédaqueles que me condenam e nãose identificam com meu jeito dejogar, pois também são impor-tantes, já que isso realmente fazparte do que eu venho chamandodessa busca à glória em que ostorneios e os jogadores competi-tivos se envolvem!

Eu tenho meus ídolos assumi-dos no Brasil: Akkari, Federal,Thiago Carriço e Raul são sim-plesmente geniais para mim.

Saber que inspirei caras como oAkkari e o Tcarrico é um grandeorgulho. E ter todos eles comoamigos hoje em dia, mais impor-tante ainda. E se os respeitotanto, saibam que não é por ape-nas serem grandes gênios nojogo, mas por ter certeza, mesmosem conhecer intimamentetodos, que são pessoas de grandecaráter.

Mas falando um pouco dojogo e nem tanto no“campo técnico”, vou

dividir com vocês um pouco doque acredito ser a receita para osucesso e a glória pessoal. No longoprazo, o seu resultado vai depen-der das suas decisões, pois o TexasHold'em é um jogo muito subjeti-vo e suas atitudes devem ter sem-pre uma expectativa positiva(EV+), que é exatamente o con-

ceito de eqüidade positiva. Oumelhor, suas decisões devem gerarum retorno positivo a longo prazo.

Parece bem óbvio falar isso, mastomar decisões no poker está longede ser simples e fácil, podem tercerteza. Você tem sempre trêsopções: dar call, dar fold ou darraise, e cada ação desta com ocenário em que você se encontragerará uma expectativa, e assim o

seu objetivo se torna escolher aque-la ação com maior e melhor expec-tativa possível.

Vejam esses dois exemplos quedarei, que aconteceram comigo nasemana em que escrevi essa colu-na. Seria impossível dar outrosexemplos, a não ser estes dois, atéporque eles envolvem mais do queo conceito de eqüidade, elesexigem um controle emocionalmuito grande para você não se verem tilt na mesa. A seqüência destesdois AA aconteceu, sem exageronenhum, em menos de 20 mãos namesa de No-Limit 25-50.

Eu vinha jogando uma mesashort-handed com apenasquatro jogadores, neste que

era um jogo tipicamente ultra-agressive. Já havia construído quase50% do meu cacife inicial, quandorecebo o primeiro AA no big blind:

TEXAS HOLD'EM:UMA REALIDADENACIONAL!

CK

Neste jogo, é importante tomar sempre asdecisões corretas e aceitar os resultadosde curto prazo, sem perder o foco.

COLUNA

Big Slick, Anna KournikovaA K

Coluna CK_01 4/19/07 10:57 PM Page 30

Page 31: Revista Flop 1

FLOP 31

o dealer dá raise de 4x o BB, eu douum reraise com cerca de 6x o raisedele e, para minha surpresa, instan-taneamente o dealer volta all in. Eu,com AA, dou call, logicamente, ecom certeza com eqüidade positi-va nessa situação, a não ser quemeu adversário também estivessecom AA, o que era muitoimprovável. O board veio KKxxx emeu adversário abre no river osseus KK... Essa doeu!!!

Dei re-buy e iniciei outrocacife, quando no máxi-mo 15 mãos depois rece-

bo AA novamente. Desta vezdou raise 4x de UTG e agora omesmo jogador da última jogadame paga, em late position. O flop

vem J73, sendo o 7 e o 3 de ouros.Largo disparando quase o valorde pote e, de repente, a mesmasituação na minha frente:imediatamente sou posto em allin. Pensei, mas não por muitotempo e paguei, até porque omeu adversário era realmenteagressivo. Naquele jogo short-handed ele faria o mesmo com AJou alguma coisa do gênero, eassim no turn veio uma cartapreta e no river uma carta deouros. Meu adversário abre 85de ouros, flush no river!!! Essadoeu mais ainda e dali eu aindacontinuei a session, mas aqui euqueria parar e analisar:

Vale mesmo a pena continuarjogando depois disso? Se eu tinhaalguma eqüidade positiva nessejogo, será que meu estado emo-cional nesse momento ainda man-tém essa eqüidade como positiva?Cada um reage de uma forma nassituações, mas eu sou um cara emo-tivo e aprendi que depois disso pre-ciso parar um pouco. Enfim, asduas situações acima são de eqüi-dade positiva nas minhas decisões,mas a terceira decisão, de conti-nuar jogando, para mim é a maisequivocada. Temos que nosdefender ainda mais se sabemosque é um jogo de nível técnico alto,e jogar com a cabeça quente é apior defesa que existe.

Isso que descrevi acima acon-tece mesmo, em alguns tem-pos com certeza você se verá

fazendo constantemente asjogadas com melhor eqüidade,entrando com 80% pré-flop oucom 74% no flop, e mesmo assimas suas cartas e o seu jogo estarãofluindo bem abaixo da média eseu resultado financeiro nesseperíodo estará sendo negativo.Também terá outros dias nosquais você nem sempre tomará amelhor decisão, e mesmo assimseu resultado e suas cartasestarão acima da média. Mas, nolongo prazo, tudo se equilibra eos seus resultados serão reflexodas suas decisões!

Ignore os resultados de curtoprazo e tenha sempre o foco emsuas atitudes enquanto joga. Éassim que os grandes jogadorespensam! E mais, as suas decisõessão importantes não só enquantojoga, mas sim antes de começar ajogar: saber qual o valor ideal parao seu bankroll, saber encontrar uma

mesa onde você está acima dosseus adversários, tecnicamente...Isso tudo é fundamental para seobter sucesso!

Se você é uma pessoa com-petitiva, como eu, saibamuito bem separar a

“glória” do “dinheiro”, pois issoé fundamental para se ganhar nopoker. Lembrando que ganharno poker significa ganhar di-nheiro. Muitas vezes podemosnos ver perdidos entre o dinheiroe a glória, o que é muito comumquando se compete. Vejam ocenário de cash game online muitocaro – ali só existem dois ganha-dores certos no longo prazo: osite e o melhor jogador, certo?Portanto se você ainda não é umdos melhores no nível que esco-lheu jogar, sua decisão está erra-da! E isso serve em qualquerfaixa de valor, pois a disciplinado cash game tem de ser sempremuito rígida.

Aprendi muito sobre disciplinaem sit-and-gos e multi-tables. Hojeestou amadurecendo e entendo arealidade do cash game online, que setornou um desafio para mim em2007. Ou seja, meu objetivo é sen-tir-me estável no cash game no-limitonline. Fora isso, os torneios pelomundo são sempre meu grandealvo e provavelmente a razão depoder estar aqui hoje escrevendopara vocês! Conto com a torcida detodos e torço muito para o sucessodo Brasil nessa modalidade que sechama Texas Hold'em !

Christian “CK” Kruel

É nascido no Rio de Janeiro e um dos pioneirosdo Texas Hold'em no Brasil, como criador dosite Clube do Poker. É o brasileiro com maiorexperiência internacional, tendo alcançadodiversas mesas finais em etapas do WPT.

Big Chick, Little SlickA Q

Coluna CK_01 4/20/07 5:33 PM Page 31

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32 FLOP

Organizando ojogoComo um torneio caseiro,entre amigos, tornou-se omaior circuito do país e deuluz à empresa que éreferência de bom poker.

Não fosse por Leandro “Brasa”Pimentel e Leonardo Bello, o TexasHold'em teria demorado um poucomais para se espalhar e se profission-alizar pelo Brasil. Quem diria, quan-do organizaram um torneio entre

amigos no fim de 2004, que hoje eles estariamcomandando tudo o que é ligado ao poker no país.

Não se pode falar da Nutzz! sem citar o CircuitoPaulista de Hold'em, sua marca de maior sucesso.Nascido em Campinas, o Circuito Paulistacomeçou como uma brincadeira com 25 partici-pantes, e hoje possui organização, padrão e nívelde dificuldade sem igual.

Após os primeiros torneios, em 2004, Brasa eLeo decidiram formalizar a iniciativa e iniciaramo ano de 2005 com diversas etapas, principal-mente pelo interior do Estado. Ganhando adep-tos no boca-a-boca e através do site de relaciona-mentos Orkut, o Circuito ainda cresce a cada mêsem que roda por São Paulo. “Mas nada disso teriasido possível sem todos os que nos ajudaram naorganização, lá no início, como o pessoal de SãoCaetano, São Paulo, Sorocaba, Americana e São

Vicente”, diz Leo Bello. Este “pessoal” a que Leose refere, hoje inclui alguns dos melhores e maisinfluentes jogadores do país, como as famíliasRusso e Bim, Fábio Cunha, Felipe “Billy”Bossolani e a família Kaplar, encabeçada pelo“Presidente”.

“No início era uma espécie de cooperativamesmo, todo mundo se ajudando para levantar ocirco em cada cidade, rachando custos, compran-do baralho, comida, bebida e pano para as mesas”,confirma Brasa, “todo o dinheiro das inscrições iapara os prêmios”, completa. Crescendo mês amês, chegou uma hora em que o Circuito teve de

[[ ]]Nutzz!,a empresa

Ajax, Amaury Jr., BlackJack, JackassA J

Nutzz_JM.qxp 4/19/07 9:06 PM Page 32

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FLOP 33

Brasa e Leo,autografando seu

mais novoprojeto, um ótimolivro sobre poker.

se profissionalizar, e foi aí que eles procuraram verquem mais estaria interessado em cuidar do negó-cio: “Muita gente ofereceu ajuda, mas quase todostinham empregos fixos e atribuições paralelas, enessa época o Circuito já nos tomava um tempoenorme”, conta Leo. “Foi aí que resolvemos pegara coisa e abrimos a empresa, a Nutzz!, para todosos nossos projetos que surgiam a cada dia.”

Vale a pena lembrar que foi no Circuito Paulistaque “nasceram” jogadores como os próprios Leoe Brasa, além de Igor “Federal”, André Akkari,Fábio “Deu_Zebra” Monteiro e muitos outros.

Em algum momento desta jornada, Brasa largou

seu emprego numa multinacional para se dedicarem tempo integral ao Circuito e a outras iniciati-vas ligadas ao poker, e Leo ainda tenta conciliarsua vida de médico em Campinas e recente pai deuma menina. Hoje o Circuito Paulista conta cometapas de mais de cem participantes e vem procu-rando conciliar seu maior tamanho com as novasdificuldades que isso também traz. Com o maiorpúblico concentrado na capital paulista, a Nutzz!vem dando prioridade às etapas feitas na própriacidade, o que demanda locais com muito espaço eatendimento eficiente. Nas casas paulistas tam-bém é mais difícil incluir o antigo esquema de

Johnny MossA T

Nutzz_JM.qxp 4/19/07 9:06 PM Page 33

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34 FLOP

churrasco, comi-das e bebidas àvontade, muitasvezes por falta deespaço para amontagem de todoeste buffet e ven-tilação para a chur-rasqueira.

Em 2006, com aexperiência doCircuito Paulista, adupla resolveumontar o BSOP,Brazilian Series ofPoker, iniciativaque rodou algunsestados e selecio-nou os participan-tes um pouco mais,

devido ao seu buy-inde R$ 1.000,00. “O primeiro ano do BSOP foi ummisto de teste e tentativa de unir o pessoal que joga eorganiza o poker em cada parte do país, mas em 2007queremos transformar o evento em algo muitomaior”, explica Brasa.

Também não se pode falar da Nutzz! sem citar outrode seus nomes famosos: Devanir Campos, o DC.“Quando a coisa começou a pegar fogo e precisamosde ajuda, o DC foi o primeiro cara que veio nos aju-dar, por ser um velho amigo”, conta Brasa. “Hoje eleé um cara que estuda os regulamentos de torneios afundo e é o brasileiro commaior experiência em dirigirestes eventos.”

“Quando nós começamos,não havia regras para seguir.Tivemos que estudar asregras internacionais e muitascoisas foram aplicadas aospoucos no CPH e no BSOP.O próprio conceito de re-buy… do bounty... fomos im-plantando a cada etapa”,conta DC. “Até hoje algumasregras mudam ou são re-dis-cutidas entre jogadores influ-entes e a Nutzz!”, termina.

Agora, no início de 2007,Leo lançou seu livro “Apren-

dendo a Jogar Poker - Princípios, Técnica ePrática”, com colaboração de Brasa. Entre tantasobras estrangeiras sobre o jogo, esta vempreencher um imenso vazio, possibilitando umaliteratura de nível básico/intermediário a todosque não podiam ler em inglês. Com escrita fácil eleve, o livro de Leo toca nos principais conceitosnecessários para formar um bom jogador, além decontar bastante sobre a história do “novo poker”brasileiro e trazer exemplos e citações de diversasfiguras conhecidas do cenário nacional. Se hálivros essenciais para o interessado em TexasHold'em, este é um deles.

Outro recente projeto da Nutzz! foi a organiza-ção do torneio Tower Cruise, realizado pelo TowerTorneos em fevereiro, à bordo do navio MSCArmonia, que foi um enorme sucesso. Com maisde 200 jogadores no evento principal, torneiosparalelos, sit-and-gos e salão de cash game lotado,foi uma experiência que seguramente voltará a serútil para a empresa. Vocês podem ler mais deta-lhes sobre o Tower Cruise nesta edição.

Para muitos jogadores e pessoas ligadas ao pokernacional, o verdadeiro desafio para a Nutzz! inicia-seagora, com o crescimento do mercado e a entrada denovas casas de poker, circuitos, torneios e organi-zadores concorrentes. Um passo à frente eles jáderam. Resta ver se conseguirão usar a experiênciaadquirida com opioneirismo parase destacar dasnovas iniciativas.

Leo Bello analisandoseus oponentes, umjogador consistente.

Brasa é conhecidopelo seu estilo

muito agressivo.

[[ ]]Nutzz!,a empresa

SITES ÚTEISBSOP - www.bsop.com.brCPH - www.circuitoholdem.com.br

Marriage, Casamento, Royal Couple, Casal RealK Q

Nutzz_JM.qxp 4/19/07 9:07 PM Page 34

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Curiosidades_JM.qxp #19 4/19/07 11:49 PM Page 1

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36 FLOP

Trabalhoinformal

[[ ]]Profissão:Poker

CCom a nova onda do Texas Hold'em no mundo inteiro, aqui no Brasil não seriadiferente e, rapidamente, fomos criando nossos ícones e conhecendo nossosprofissionais. Mas nem todos que vivem exclusivamente do poker são figuri-nhas carimbadas – muitos trabalham jogando longe dos holofotes e dos novosfãs que surgem a cada dia nos torneios e pela internet. É bom entender que,para ser um profissional do poker, é preciso domínio sobre o jogo. “Não temcomo alguém conseguir seu sustento por meses ou anos a fio, dependendo ape-nas da sorte ou de uma boa maré”, conta André Akkari. Esta constatação porsi só já acaba com a antiga discussão de habilidade versus sorte dentro do poker.“Ou então, a justiça teria que aceitar e provar cientificamente que algumas pes-

soas nascem com mais sorte do que outras”, completa.Entre os profissionais brasileiros nós encontramos gente que vive do jogo há anos, como C.K. e Marcos

“XT”, assim como alguns que se iniciaram nesta profissão há alguns meses, como dezenas de pessoas.

A cada mês, dezenas de brasileiroscogitam largar tudo e viver do poker. Maso que parece ser uma vida tranqüila exigemuito estudo e força de vontade.

Kojak, King JohnK J

Profissão_JM.qxp 4/19/07 8:48 PM Page 36

Page 37: Revista Flop 1

FLOP 37

André Akkari, um dos poucos queconseguiu uma carreira meteórica.

Profissão_JM.qxp 4/19/07 8:48 PM Page 37

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38 FLOP

Como em toda profissão, existem aqueles quenasceram mais aptos e aqueles que, através de estu-do e experiência, conseguiram alcançar um nívelonde se sentem confortáveis para largar seus empre-gos mais convencionais.

Pioneiros

NNo Rio de Janeiro temos dois amigos quesão quase como irmãos, tamanha aproximidade entre eles. Todo mundoque é alguém no poker brasileiro, ouque começa a entrar neste mundo, já

ouviu falar em seus nomes: Christian “C.K.” Kruele Raul Oliveira.

Quase sempre viajando juntos para torneiosinternacionais, ambos já chegaram ITM em diver-sos eventos do WPT e da WSOP. O maior feito deRaul foi no ano passado, um 40º lugar no BellagioFive Diamond Classic, acompanhado por toda acomunidade, que garimpava os sites embusca de informações a cada nível deblinds. No início deste ano Raul ainda con-seguiu fechar um ótimo acordo em 1º lugar no300K Guaranteed do Partypoker, outro feito extra-ordinário. Já CK vem se focando no cash gameonline, mas seus resultados em multi-tables mostramdiversas mesas finais em conceituados torneiosWPT, como um 4º lugar no L.A. Poker Classic de2005 e um 8º no PokerStars Caribbean Adventure,também em 2005.

Assim como qualquer pessoa em evidência, C.K.botou a cara para bater e realmente levou uns bonstapas da mídia nacional. Não importa o quanto ten-tasse mostrar ao país a matemática por trás do jogo,suas frases eram sempre colocadas fora de contextoe mal utilizadas. Sem falar na própria artilharia“interna”, porque são muitos os novatos, e atéalguns jogadores experientes, que insistem em duvi-dar de suas conquistas. “Mesmo que o Christian nãotivesse ganho nada no poker; só pelas portas que eleabriu para nós brasileiros, já merece ser considera-do o jogador número um. Se não fosse ele e o Clubedo Poker, junto com a ESPN, mais da metade daspessoas que jogam hoje nem saberiam o que é TexasHold’em”, conta André Akkari.

“Eu fico muito chateado quando vejo uma mole-cada falar mal do C.K. Não têm a mínima idéia dabesteira que estão fazendo. O cara é o precursor dopoker no país. Se não fosse por ele e o Raul, a grandemaioria dos jogadores atuais, inclusive eu mesmo, oAkkari e metade dos nossos amigos teríamos leva-

do meses para descobrir o jogo, nos aprofundarnele e principalmente sabermos que era possívelfazer disso uma profissão e ser vencedor nesseesporte”, diz Igor “Federal”. “Fora que são dois carasnota dez, sempre dispostos a brincar e também aconversar seriamente sobre diversos aspectos dopoker”, completa.

Do xadrez ao poker

VVictor e Vinícius Marques nasceram noBrasil, mas moraram parte de suas vidas naArgentina. São dois irmãos e figuras conhe-cidíssimas do mundo do poker paulistano.Vinícius, ou Vini, ronda os jogos e torneios

high stakes há muito tempo. Criado no xadrez, já com24 anos conseguiu seu título de Mestre Internacionalna Argentina, onde era muito mais reconhecido doque aqui, onde até hoje temos um descaso pelo jogo.“Acho que o jogo perdeu um pouco do encanto, comtoda a evolução tecnológica, já que a principal quali-dade do xadrez é ensinar a pensar com a própriacabeça e se acostumar a tomar decisões importantespara a vida”, diz Vini. Rodou o mundo em torneios epassou a juventude estudando o tabuleiro, sendocampeão paulista por diversas vezes, campeãobrasileiro e vice-campeão panamericano. Até quedescobriu que, no poker, os ganhos e prêmios eramde ordem muito maiores. Considerado um jogador

[[ ]]Profissão:Poker

Em boa ou má fase no jogo, C.K. sempreserá importante pela abertura que criou.

KatieK T

Profissão_JM.qxp 4/19/07 8:48 PM Page 38

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FLOP 39

extremamente técnico, Vini ainda se dedica a outrosjogos, como xadrez e gamão, mas é do poker que reti-ra o seu sustento, passando cerca de cinco madru-gadas por semana nas maiores mesas da capitalpaulista. “O Vini joga muito pouco online, ainda nãoencontrou um jogo tão lucrativo na internet quanto oque ele acha na noite de São Paulo”, diz um amigo.

Já Victor Marques, o Vitão, possui laços maisfortes com nosso país vizinho, sendo reconhecidona Argentina tanto pela qualidade de seu pokerquanto pela sua participação na torcida do time defutebol River Plate. Ele se dedica com mais tempo à

internet e aos torneios menores, conseguindo resul-tados extremamente positivos em diversos eventosdo circuito nacional, como ótimas posições emdiversas etapas do BSOP. “Vitão é um dos carasmais queridos do circuito do poker. Sempre alegre eético à mesa, como seu irmão, ele consegue se apre-sentar de forma despojada, mas com uma elegânciano jogo igualada por poucos”, comenta JulianoMaesano, que já jogou com ambos os irmãos emmuitas etapas do CPH e do BSOP.

“É difícil levar uma vida estritamenteprofissional. Acho interessantequalquer jogador ter umasegunda opção na vida, parapoder ter um link com omundo real, já que isso émuito difícil para o profis-sional do jogo”, conta Vini.Vitão é mais conhecido por suasatividades noturnas: “Eu costumojogar de domingo a quinta-feira.Acho que o jogador deve tirar alguns dias dedescanso para se dedicar a outras atividades inter-essantes. Eu gosto muito de ficar sem fazer nada,sem obrigação nenhuma. Também gosto muito desair à noite, mas sem essa história de beber social-mente... gosto de ‘pirar’ mesmo.” Famoso por levarjogadores do país inteiro às suas baladas paulistas,Vitão completa: “costumo sair bastante com o pes-soal que joga e o ‘Lovestory’ é parada obrigatória;até já ficou famoso no cenário do poker por minhacausa. Além disso acho legal sair para jantar e verfilmes. Em casa gosto de ler, apostar em esportes,ver televisão e cuidar dos meus gatos.”

União que realmente acrescenta

UUma coisa é certa: a amizade e a união queesses profissionais possuem entre si espa-lha-se por grande parte da comunidade dejogadores do país. “É muito engraçadocomo a coisa aconteceu”, conta Juliano

Maesano, “em um mundo onde todo mundo imaginaque a galera não preste, fomos capazes de criar umgrupo, cada vez crescente, de gente ética e compe-tente, onde todos se ajudam e torcem uns pelos ou-tros.” Federal concorda: “A comunidade do poker émuito unida. De vez em quando ‘quebra uns paus’como em toda grande família, mas todo mundo quero bem do poker nacional e conseqüentemente uns dosoutros. Já são tantas coisas contra: a mídia, a igreja, ‘amoral e os bons costumes’, o limite de entendimentoda lei, a marcha da TFP e o ‘escambau’. Seria umaimbecilidade ficar com guerra de egos. Quem venceumais? Quem é o melhor? Quem tem o mais ostentosotítulo? Pára com isso!!! C.K. e Raul são os precursoresdo poker no país na forma como se encontra hoje.

Vitão e Vini são monstros do cashem SãoPaulo há anos. Akkari é um ícone

atual. Sem contar dezenas de out-ros que não estão nessa matéria,mas fazem a sua parte para adifusão positiva desse esporte.Eu tento dar a minha con-

tribuição. Todos os que estão aquifizeram e fazem muito para o desenvolvi-mento e a boa repercursão do poker no

país, isso é o que me interessa. Oresto é vaidade ou inveja depoucos. São todos meus amigos e

torço caninamente por eles.” “Sónão podemos nos esquecer de que opoker é um esporte individual e o egodos jogadores é gigante, mas essa

coisa de torcer contra não acontecemesmo!”, finaliza Vitão.

O clima entre os jogadores brasileiros é algo real-mente sem igual, que não pode ser comparado aode nenhum outro país. “Os jogadores e torcedoresbrasileiros já são reconhecidos no exterior devidoao nosso senso de comunidade e torcida. Muitoseuropeus e americanos já vieram me contar queficam meio irritados ou até nervosos quando pegamum de nós numa final online”, conta Akkari, “e isso éótimo, além de ser visto com inveja por eles”, com-pleta. “Nosso pedido é que nunca passem dos limi-

“Entro numa mesa de poker,qualquer que seja ela, como se omundo me pertencesse.” Vitão

Canine, Mongrel, Vira-LataK 9

Profissão_JM.qxp 4/19/07 8:48 PM Page 39

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40 FLOP

tes, como ofender os adversários ou abusar do por-tuguês no chat”, explica C.K.

Jogador de família

EEntre todos os nomes conhecidos, os queaceitaram suas condições de profissionaismais recentemente foram André Akkari eIgor “Federal” Trafane. A história deAkkari é igual à de muitos amadores: ini-

ciou jogando nas mesas Shasta de um centavo doEverest Poker e tentando todos os freerolls possíveis.Com o tempo, muito estudo e um dom natural, emmenos de um ano Akkari já possuía resultados tãoexpressivos que decidiu largar o seu emprego numaempresa de tecnologia. Este salto em sua vida foilogo recompensado com ótimos resultados live noexterior e uma ótima seqüência, que nunca termi-na, de bons resultados online.

Akkari poderia ser chamado de “um cara nor-mal”. Não que os outros sejam estranhos, masAkkari vem de classe média, é bem casado e temduas filhas. De uma hora para outra, sua vida viroucompletamente e grande parte de seu segredo é,com certeza, o apoio que sempre rece-beu da família. “O André é ‘muitofamília’, responsável e dedicado. Tudoo que ele faz na vida é em função do nosso bemestar, por isso, quando ele resolveu largar o seunegócio para se dedicar ao poker, eu não hesitei emapoiá-lo”, diz Paula Akkari.

Além de ser um jogador reconhecido, Akkari éoutro profissional do jogo que pretende ampliarseus negócios dentro do poker: sócio do siteSuperPoker, pretende abrir espaço para jogadorese patrocinadores, fincando cada vez mais o pokerno país. “A iniciativa deles ao criar o SuperPokerTeam foi algo incrível e inédito no país”, afirmaMarcelo “MGP” Ferreira, membro da equipe erecente profissional brasileiro. “Quando se imagi-naria que jogadores seriam selecionados pelosseus resultados e que suas entradas em torneiosseriam bancadas por patrocinadores, aqui noBrasil?”, completa MGP.

Akkari também é pioneiro em outro quesito,sendo o primeiro brasileiro a jogar um grande even-to completamente patrocinado por uma empresanacional. Foi o caso do último L.A. Poker Classic,no Commerce Casino, parte do WPT Tour, quandoAkkari viajou e jogou o torneio custeado peloOmega Texas Club, casa de poker recém-inaugura-da em São Bernardo do Campo, nos arredores de

[[ ]]Profissão:Poker

Raul (acima) e Vini (abaixo) migraram deoutros jogos, como o gamão e o xadrez.

MaverickK T

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São Paulo. Akkari jogou o evento com as cores doOmega e seu companheiro de viagem, Ricky Taki,conseguiu acesso de imprensa no evento através doSuperPoker e manteve toda a comunidade a par decada lance decisivo do torneio, na comunidadePokerMania do Orkut.

O próximo profissional?

RRecente ídolo nacional, com incrível colo-cação no Main Event da WSOP 2006,Federal é um estudioso do jogo que, com arecente venda de suas empresas, só agoracomeça a se dedicar quase que exclusiva-

mente ao poker. Ex-empresário do ramo da educação,ex-sócio de uma rede de escola de idiomas, de umaeditora e de uma empresa de treinamento executivo eempresarial, ele agora começa a se livrar do peso e dadificuldade de tentar conciliar esta “vida dupla”.

“A venda das minhas empresas nada teve a vercom o poker. Foram negócios à parte. Recebi umaproposta interessantíssima de um grupo líder nosegmento de idiomas, achei uma excelente oportu-nidade para o momento e fechei o negócio. A con-

secução da venda de minhas empresas foianalisada exclusivamente sob o prismanegocial, administrativo e financeiro. O

poker não influenciou em nada essa decisão. É claroque isso me deixará livre para me dedicar mais aopoker e algo que era semiprofissional pode viraruma profissão definitiva. Mas foram – e são – even-tos absolutamente independentes”, explica Federal.

Com planos de empreender novos negócios embreve, mas com torneios em longas madrugadas,prêmios de grandes monta e o reconhecimento deseus colegas, isso tudo está fazendo a balança deFederal pender mais para o lado do jogo. Só sabere-mos melhor como isso vai acabar ao longo desteano, onde Federal já foi o primeiro brasileiro a seclassificar para o Main Event da WSOP 2007. “Aleajacta est! A sorte está lançada!”, finaliza Federal,rindo, com a frase de Júlio César, como quem curtea realização de um bom negócio e ainda não sabeexatamente o que vai acontecer no futuro.

Brinquedo levado à sério

OOutro carioca que conhece bem a torcidaonline e, por coincidência, também temum irmão vitorioso, é Thiago Carriço.Ele e seu irmão Bruno são um poucomais recentes no cenário online do poker

Federal (acima) e Vitão (abaixo) são muitorespeitados por sua técnica e ética.

Jack Daniel'sJ 7

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42 FLOP

nacional, mas entraram arrebentando: em poucosmeses de jogo conseguiram inúmeras e repetidas colo-cações nos maiores torneios de diversos sites, chegan-do até a figurar nos rankings online internacionais.

A história de Thiago é mais curiosa ainda: ele écampeão mundial de FIFA Soccer, o jogo devideogame de futebol da Electronic Arts, licenciadopela FIFA. Thiago viveu só de jogar FIFA Soccerpatrocinado pela EA Sports e Intel, quando rodavao mundo em torneios de videogame. “No Brasil, eue o meu irmão éramos uns dos poucos quepoderíamos viver de videogame. É algo muitopouco explorado por aqui. Para você ter idéia, naCoréia do Sul existem milhares de jogadores quevivem exclusivamente disso, através de prêmios epatrocínios”, diz Thiago.

E como eles foram parar no poker? “Eu joga-va poucas vezes o 5-card draw, depois comecei aver um pouco deHold’em na tele-visão e achei inter-essante. Até que fuipara Cingapurajogar a final mundi-al da World CyberGames 2005 e láacabei jogandomeu primeirocampeonato deHold’em, contra 18caras lá da WCG, eacabei ganhando.Aí fiquei animadoe, quando voltei aoBrasil, procureisobre poker noGoogle, achei amatéria com o C.K. na Revista Vip e, a partir daí, oClube do Poker”, explica Thiago. Simples, não é?

Nem tudo é tão simples

MMas também não estamos aqui para fingirque viver jogando poker é algo fácil oucom todo tipo de glamour. É precisomuita dedicação e muita cabeça-fria,além de dezenas de outras quali-

dades. “Não creio que seja fácil viver jogandopoker. Acho que, como em qualquer outro trabal-ho, você tem seus dissabores e decepções. As vanta-gens são você fazer aquilo que gosta, não precisarcumprir horários e não ter nenhum ‘mauricinho’ de

terno e gravata te cobrando, mas você mesmo secobra e não é pouco. Eu mesmo às vezes fico tãotranstornado que chego a me golpear”, conta Vitão.“Para se tornar um profissional acredito que sejapreciso conhecer bastante do jogo em seus con-ceitos, muito de psicologia, e o principal: jogar deacordo com seu limite financeiro. Como me disseMarcel Luske, em Barcelona, tomando uma cervejadepois de um dos eventos do EPT, ‘tem que saber aprofundidade da piscina antes de mergulhar’. É sim-ples, rápido, rasteiro, mas é verdade. E poucas pes-soas jogam um jogo que podem jogar mesmo. Eumesmo já fiz inúmeras barbaridades antes de metornar profissional. Até mesmo quem joga ‘pelolivro’, e somente por ele, faz muita besteira tam-bém”, completa.

“Concentração edisciplina são as ca-racterísticas mais im-portantes para o jo-gador profissional,além do estudo (opoker é uma ciência)e da auto-crítica, quetalvez seja o melhorcaminho para umprofissional evoluir”,explica Vini. “Mas sótivemos a possibili-dade de nos dedicar auma atividade dife-rente como essa devi-do ao apoio familiarsempre incondicio-nal. Se eu e o Vitão

temos a quem agradecer por conseguir fazer ascoisas que gostamos, esse agradecimento vai aos

nossos pais”, conclui.

A nova safra

MMarcos “XT”, João M., Vovô_Leo,MGP, Salsicha, Adametes, SérgioBraga e Felipe Carriço são apenasalguns dos poucos novos nomes quetanto temos visto diariamente. Com

excepcionais resultados nos torneios de poker onlinee uma estrutura cada vez melhor de organização nostorneios live, temos certeza de que no Brasil a cadadia surgirão novos nomes para se juntar a estes emuitos outros que hoje já fazem uma grande equipede jogadores profissionais de poker. ■

[[ ]]Profissão:Poker

Bruno (esq.) e Thiago Carriço, outros doisirmãos que engrandecem nosso país.

Doyle BrunsonT 2

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44 FLOP

Nunca devemos apostar apenas “porapostar”. É preciso ter sempre uma razãopor trás de cada jogada.

Em todas as vezes queensinei poker na minhavida, sempre tentei mos-

trar que o importante é entendera essência do jogo. A técnica e amatemática se juntam a isso tem-pos depois, com experiência eestudo, para transformar ummero jogador num grandejogador.

O que eu chamo de “essênciado jogo”, na verdade é uma ma-triz bem complicada de váriosfatores que geram um raciocíniológico e, por último, uma jogada.Quando um jogador entendeque, para cada situação existeum raciocínio próprio, ele estáapto a ser um vencedor noHold'em. E notem que, quandoeu digo cada situação, estousendo literal, mesmo.

Dando um exemplo práti-co: imagine que você sen-tou numa mesa de cash

game com quatro jogadores, ondenão conhece nenhum dos seus

adversários. E, logo na primeiravolta, no small blind, você vemcom AQs. O UTG dá fold, o deal-er abre raise de 3x o big blind evocê resolve voltar um reraise de3x o raise dele. Uma hora depois,com os mesmos adversários,novamente no small blind, vocêvem com AQs e, mais uma vez, odealer abre raise de 3BB. É a suavez: agora, o que você faz?

Se o Hold'em fosse um jogosimples, com certeza você dariamais uma vez um raise de 3x oraise dele, mas é ai que entra a tal“essência do jogo”: nessa horavocê vai ter que analisar que ima-gem você tem, no momento, doseu adversário, versus a imagemque ele tem de você, nesse exatomomento. Além disso, fatorescomo quantidades de fichas, pos-síveis tilts e embates pessoaisentram no jogo e, somente apósanalisar todos esses dados é quevocê deve fazer sua jogada. Odetalhe é que você não tem o diainteiro para isso, portanto a

experiência e o estudo lhe trarãomaior agilidade para tomar suasdecisões.

No exemplo proposto, imagineque o adversário está te domi-nando na mesa. Nesse caso,talvez a melhor jogada seja ape-nas dar call e esperar pelo flop.Num cenário inverso, provavel-mente o raise de 3x é a melhorjogada. Com ele em tilt, quemsabe um raise de 5x não seja me-lhor ainda. Ou seja, não existeuma jogada certa e, sim, um mo-mento certo para se fazer umajogada.

Para mim, quando um jogadorpassa a ter essa noção da dificul-dade que o Hold'em envolve, elepassa a entender a essência dojogo. Entendido isso, o segundopasso, que é bem difícil por sinal,é aprender a traduzir esta essên-cia e transformá-la em lucro.

Com o treino, essas análisespassam a ser quase queintuitivas e, muitas vezes,

são confundidas com o tal dofeeling que, na minha opinião,nada mais é do que o conheci-mento adquirido por alguém quenão se consegue explicar concre-tamente.

Traduzindo em gráfico umaanálise imaginária, o nosso cére-bro cruza milhares de informa-ções e chega a um resultado, co-mo no exemplo que coloquei napágina anterior. Claro que, no

A ESSÊNCIADO JOGO

COLUNA RAUL OLIVEIRA

VOCÊ/ADVERSÁRIO QUANTIDADE ESTADO EMBATE ESTILO TAXA DE BANKROLL DE FICHAS EMOCIONAL PESSOAL DE JOGO TAKEDOWN FORA DA MESA

quantidade de fichas 1500 - 2000estado emocional tranqüilo-t i l t

embate pessoal 0-0 estilo de jogo tight agressive-loose passivetaxa de takedown Alta - médiabankroll fora da mesa baixo - NS Resultado: Raise de 4x

Dead Man's Hand, Mão do MortoA 8

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FLOP 45

meu exemplo, faltaram váriosoutros fatores importantes, mas épara dar uma idéia das coisas emque eu penso durante a jogada.

O que eu quero tentar passarpara vocês nesse artigo é queentendam e aceitem a dificuldadedo jogo, para aí sim aprenderemsobre ele. Sem dúvida, o maiorerro que um jogador de Hold'empode cometer é pensar que sabede tudo sobre o jogo, ou de que setrata de um jogo de azar.

Há uma frase que eu semprefalo para os meus amigosque pensam que há enor-

me influência do fator sorte:“Enquanto houver pessoas que

pensem assim, eu sempre vouganhar dinheiro no Hold'em.”

Porque associar o TexasHold'em a um jogo de azar é limi-tar a inteligência e estagnar oraciocínio. Além disso, todo jogode azar que eu conheço funcionacom um jogador jogando contra abanca, algo que, definitivamente,não acontece no Hold'em.

Além disso, a cada dia ousessão que passa, eu aprendomais e mais sobre o jogo e osjogadores, e minhas decisõesevoluem com o tempo, me trans-formando em um jogador commaior experiência. A discussão epesquisa pela internet também éuma ferramenta fundamental

hoje em dia, e temos a sorte deter no Brasil uma comunidademuito unida, que não guarda se-gredos teóricos e que divide suasexperiências e impressões cominiciantes e colegas mais experi-entes. Saiba usar do conheci-mento dos mais experientes, maslembre-se de que adquirir suaexperiência pessoal será neces-sário para chegar onde deseja.

Raul Oliveira

É nascido no Rio de Janeiro e um dos pioneirosdo Texas Hold'em no Brasil, como criador dosite Clube do Poker. Especializado em cashgames de Limit Hold'em, mesmo assim possuium dos mais importantes resultados entre osbrasileiros em torneios – um 40º lugar no MainEvent do WPT Five Diamond World Poker Classic2006, no Bellagio, Las Vegas.

Chuck Norris9 3

Raul_JM.qxp 4/19/07 10:43 PM Page 45

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DAMASdoPOKERA cada dia mais e mais brasileiras aderemaos torneios live e perdem o medo deenfrentar seus oponentes. Aqui vemos a trajetória de quatro destas vencedoras.[ ]

[[ ]]Damas do poker

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Marta Putz eLucia Dória,

amigas desde otempo do bridge.

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48 FLOP

Bem que podia ser diferente,mas a verdade é que ainda éraro encontrar uma mulhernos salões de poker do Brasil.Nos torneios estabelecidospelo país afora, o número demulheres competindo nãochega a 5%, em geral. Nasmesas de cash game, então, sãoraríssimas. Pode ser por esta

rara aparição ou por seu jogo sólido, mas a ver-dade é que as poucas mulheres que nosfazem companhia deixam sua marcapor onde passam.

Estes números não são privilégiobrasileiro: no mundo inteiro asmulheres somam uma pequenaparcela dos jogadores mas, assimcomo em outros países, com certezaveremos a nossa proporção aumen-tar com os meses que passam. NosEstados Unidos estima-se que 15%dos jogadores sejam mulheres. Outrodado interessante é que no pokeronline as mulheres se fazem maispresentes, chegando a imen-sos 35%: alguns creditam issoa um pouco de timidez porparte delas, outros achamque os ambientes dospoker rooms são um poucomasculinos demais, e criamuma barreira para deixá-lasà vontade.

Bom, se a maioria dasmulheres fica pouco à vontadeno meio do poker, algumasdelas não são nada tímidas econseguem passear entre os mar-manjos com elegância e até um certosenso de mistério e distância, como é o casode Marta, nossa Dama do Poker.

No meio dos homensMarta Putz vêm de descendência austríaca e seu

sobrenome é este mesmo, que carrega com bas-tante orgulho. Nascida e criada em São Paulo,Marta abandonou seu curso de Direito quando sedeparou com o amor da sua vida: o bridge. Com orespaldo financeiro de sua família, Marta seguiuestudando e jogando bridge em torneios paulistas,

nacionais, sul-americanos e mundiais. Conheceuo Texas Hold'em pela ESPN e ficou fascinada comeste novo mundo que se abriu à sua frente: com-prou livros pela internet e estudou muito o jogo.“Diferente do bridge, eu entrei no poker para gan-har dinheiro. No mundial de poker o cara ganha-va alguns milhões de dólares, enquanto que nomundial de bridge os caras tinham um jantarchique e uma taça”, diz Marta.

Como muitos paulistas, somou-se aos pioneirosdo Circuito Paulista de Hold'em, quando par-ticipou pela primeira vez em uma etapa de

Americana, já ficando num honroso quartolugar. “Entrei no Orkut, dei busca na

palavra poker e achei esse torneio queseria num sábado. Foi no meio do mato,

cheio de amigos jogando, comendo ebebendo. Uma farra! Eu 'caí lá debalão' e me diverti muito. Foi o

começo do poker no Brasil”, contaMarta.“Lembro dela desde a primeira vez, em

Americana, quando já deixou uma ótimaprimeira impressão,” diz JulianoMaesano. “Ela era a única mulher nomeio de uns quarenta homens, não co-nhecia ninguém. Mas foi bem recebida etambém soube manter um misto de sim-patia e abertura, com uma certa dose de

distância, já que nos intervalos estavasempre imersa em um livro ou

revista de poker que havia pegocom alguém.”Marta ainda joga bridge de uma a

duas vezes toda semana e, sendoumas das dez melhores jogadoras deSão Paulo, será paga para formar umadupla vencedora nos torneios estadu-ais e nacionais. Sobre o seu poker, eladiz: “Hoje eu tenho muito mais práti-

ca e treino, estudei mais e conheço toda a'gambazada' que joga (adoro todos eles). Mas co-nheço meus limites, não entro em jogos caros semeu bankroll não permite.”

Durante a temporada 2006 do Circuito Paulista,Marta figurou entre as primeiras posições do rank-ing por diversas etapas, e completa: “O ano passa-do provou para mim que realmente faço partedesse jogo. Este ano quero correr atrás depatrocínio para jogar torneios maiores. Acheisuper legal a iniciativa do Omega (que patrocinou

[[ ]]Damas do Poker

Hunting SeasonA 2

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o jogador André Akkari), mas acho difícil eu con-seguir um patrocínio assim. Estou mais é indopara outra linha, procurando amigos interessadosem ajudar uma aspirante a jogadora.”

Já achamos que Marta passou do nível “aspi-rante” há muitos meses, mas esta Dama do Pokertambém teve outros projetos ligados ao jogo:“Quando comecei, queria organizar torneios.Sabia que existia procura e que esse jogo cresceriaaqui no Brasil, mas fui desanimada por advogadosque disseram que eu não poderia organizar essetipo de coisa. A dificuldade no Brasil para se con-seguir patrocínio é que quem poderia ajudaracaba tendo medo de entrar num esporte nãolegalizado. Mas tem que ver que essa modalidadede poker é um esporte, uma competição sadia,claramente comparável ao bridge”, arremata.

Nos passos da amigaE, por falar de novo em bridge, nós chegamos à nossa próxima Dama, Lucia “Aces” Dória. Velhas

conhecidas dos torneios de bridge, Marta chamouLucia para um torneio de poker que ia acontecerno Clube Paulistano. “Eu fui assistir à Marta jogar,mas acabei jogando aquele meu primeiro torneio,porque não deixavam ‘sapear’”, conta Lucia. Foioutra paixão à primeira vista e logo em seguidaLucia acompanhou Marta em sua estréia “oficial”no Circuito Paulista, em São Paulo. Semelhante àhistória da amiga, Lucia acabou o torneio em ter-ceiro lugar, impressionando em sua estréia. Foineste dia que ganhou seu apelido: “Foi o Leo Belloque inventou. Todas as minhas apostas e ganhosforam em cima de Ases. Verdade que tive umastrês mãos com AA e numa delas eu paguei dois allins, que foi o que me deixou bem no torneio.Acabei em terceiro lugar, mas na maioria dasmãos eu dava raise e reraise com qualquer Ax.”

“Diferente do bridge, eu entrei nopoker para ganhar dinheiro.”

Marta Putz

“Acho que evoluí bastante de lápra cá, mas tenho um longocaminho pela frente.” Lucia Dória

zsadsad saddasdad lqqa,c asda.derqweorioerweqreroq dfkasl

KokomoK 8

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50 FLOP

E, desde o tempo de jogar com qualquer Ás atéhoje, será que o jogo de Lucia mudou? “Nocomeço eu só jogava sit-and-go no Partypoker edepois comecei a jogar torneios. Perdi bastante edaí resolvi que precisava aprender a me defender,me posicionar melhor e melhorar minhas apostas.Passei a ler um pouco, tive aulas com o FábioCunha e com o André Akkari, pessoas maravi-lhosas que tive o privilégio de conhecer. Acho queevoluí bastante de lá pra cá, mas tenho um longocaminho pela frente”, ela afirma.

Assim como Marta, Lucia largou tudo para sededicar ao bridge, logo após se formar emPedagogia. Com histórias parecidas no cenário dobridge, Lucia concorda com Marta sobre a dife-rença de jogo entre homens e mulheres: “Deforma geral, elas são maispassivas que os homens”.Marta completa: “Se vocêassistir a um torneio femini-no, vai perceber que as mu-lheres blefam menos. Para amulher isso é ruim, pois ble-far é fundamental nessejogo. É um dos motivos dese ter poucas boas mulheresjogando. A Lucia é umamulher ousada, por isso elase dá bem e é por isso que eua trouxe para o jogo”.

Detalhe: Lucia é a torcedo-ra número um da comu-nidade nacional do poker.Qualquer um que estejajogando um torneio onlinecorre o risco de estar sendoobservado por ela. “Acho o máximo esta energiatoda que passamos durante as mesas finais. Façoquestão de acompanhar sempre que posso. Hoje emdia até evito, pois acabo indo dormir tarde demais eaí fica complicado acordar cedo no dia seguinte.Passei a dormir muito menos depois que comecei ajogar poker.” E quando ela se viu na posição de serobservada? “Na primeira mesa final que fiz, noPartypoker, eu estava muito nervosa. O pessoal foimuito legal comigo. A minha conexão estava cain-do, vários amigos se ofereceram para ajudar edavam palpites. Foi muito legal ver todas aquelaspessoas torcendo por mim. Alguns, depois, até man-daram alguns artigos para eu ler. Eu ainda não tinhalido nada de poker e era óbvio que eu precisava.Ainda preciso, diga-se de passagem.”

Bem, humildade é outro ponto que elas dividem,além de ambas acompanharem o desempenho dosmesmos jogadores: “Acompanho sempre o AndréAkkari, Christian ‘CK’ Kruel, Raul Oliveira e Igor‘Federal’. Acho que são os que mais admiro, princi-palmente o Akkari e o Federal, que conheço pes-soalmente por estar em São Paulo, e se mostrarammuito ‘gente’. Eles transmitem seriedade, humil-dade e dedicação,” conta Lucia. Marta vai além enos conta de sua preferência nacional e interna-cional: “Daniel Negreanu é o cara para mim. Elejoga poker ‘pra cacete’ e é um cara legal na mesa.Aqui no Brasil vou pelas mesmas razões: AndréAkkari, super jogador e educadíssimo com osadversários; e Igor ‘Federal’, um monstro nas car-tas e sempre educado com todos.”

Lição em casaOutra Dama do Poker que se

destacou muito rapidamente éSolange “XT” Grosso, esposa deMarcos “XT”, que aprendeu a jogarassistindo a esta fera. O XT, comotodo mundo sabe, é um jogador dointerior paulista que construiu suacarreira há três anos, totalmentebaseado no Everest Poker. Hoje ele

diversificou os softwares, mas 90% do seu trabalhoonline ainda continua lá. E foi assistindo a ele jogarque Solange começou a brincar, quando XT trans-feriu um “dinheirinho” e ela nunca mais precisoude sua ajuda.

“Eu jogo basicamente os sit-and-gos de 5 e 10dólares, com alguns multi-tables,” diz Solange, “maso que eu gosto mesmo é de jogar ao vivo, ao con-trário do Marcos.” E como gosta! Solange entrouno cenário live há menos de seis meses, e de quatroetapas do circuito de Campinas já esteve em trêsmesas finais, além de marcar forte presença noTorneio de Inauguração do Omega, onde chegoubem na mesa final e terminou em sétimo lugar. Opessoal dos circuitos em São Paulo anda dizendoque agora é ela quem sustenta as seis filhas do casal,

“Mas o que eu gostomesmo é de jogar aovivo, ao contrário doMarcos.” Solange “XT”

[[ ]]Damas do Poker

MotownJ 5

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FLOP 51

com um neto prestes a nascer.XT confirma: “Ela realmente joga muito bem ao

vivo, possui um misto do modo tight feminino coma minha loucura, já que ela aprendeu me vendojogar, em casa. E eu só jogo live porque gosto muitodos amigos que fiz, já que não me sinto à vontadenuma mesa real. Já a Solange não perde um torneioaqui no interior, e sempre me chama para irmosjogar ao vivo.”

Energia positivaE é assim que chegamos à

nossa quarta e última Dama doPoker, a carioca Maria EduardaMayrinck, mais conhecidacomo Maridu. Surgida há maisde um ano no cenário nacional,quando aos poucos fomossabendo do seu projeto derealizar um documentáriosobre o poker e os jogadoresbrasileiros, Maridu foi conquis-tando através de seu blog, deforma bem-humorada, o seuespaço, chegando a ser amigade todos os grandesjogadores profis-sionais do país.

Com mil proje-tos e sempre muitoagitada, Mariduacaba de fecharacordo com os re-presentantes brasi-leiros do PokerStars, para costurar as campanhas, patrocínios eacordos do site em solo brasileiro. Esse seu novopapel de relações-públicas engloba tantasatribuições que, somadas a outras tantas que elapossui, fará com que ela esteja cada vez em maiorevidência.

“A Maridu é uma ótima companheira de mesa econversa,” diz o jogador paulista Caio Nery Filho.“Eu sempre me lembro de que ela costuma falarque ‘aposta o seu braço bom se tal jogador não temtal carta’, quando dá fold em uma boa mão. Na ver-dade ela já estaria sem braços, mas mesmo assimcostuma sempre estar correta”, completa.

Mas não é só no lado social que Maridu marcapresença. Seu estilo “tiltado” de ser e escrever tam-bém se reflete nas mesas, onde ela aplica um jogoagressivo para o padrão de muitas mulheres, mas

sempre com muito embasamento teórico. Vidradaem tudo ligado ao poker, Maridu já assistiu e leupraticamente todos os livros ou DVDs em que tevea chance de pôr as mãos, portanto aquele ar de“doida” muitas vezes é usado em seu benefício.

“Há uma característica imprescindível para umbom jogador de poker que muitos jogadores que jáestudaram de tudo tentam conseguir: a agressivi-dade. Maridu, do mesmo jeito que grandes

jogadores como Omar Abede,Fabião “Deu Zebra” Monteiro eC.K., tem a agressividade nata.O desafio é aprender a con-trolá-la e saber usá-la nosmomentos certos. Maridu vemlapidando isto e já mostrandograndes resultados, principal-mente no online,” conta EricMifune, o primeiro brasileiro ase posicionar bem em um Main

Event da WSOP, em 2005."Eu não vejo a menor distinção entre

homem e mulher nas mesas de poker. Nãoestamos levantando peso. Eu vejo resulta-do, habilidade, e vejo que homem nunca

acha que mulher blefa! E isso é verdade: mulhernão blefa! (mas às vezes eu minto um pouquinho),”explica Maridu, “até hoje nunca fui ‘diminuída’ porser mulher numa mesa de poker e, quando sousubestimada, melhor ainda. Se querem me acharpior ou fraca por ser mulher, quem está perdendocom isso? Com certeza não sou eu!”, ela termina,animada.

Sobre os jogadores em que ela se espelha, Mariduconclui: “Admiro aqueles que me inspiram a seruma pessoa melhor, então não tem nada a ver como poker em si, e sim com a pessoa. O André Akkarié um vencedor pela pessoa que ele é – o poker éuma consequência disso – porque ele tem uma dis-posição leve, positiva, alegre e elevada na vida, eisso nunca vai permitir que ele saia perdedor – noque quer que ele faça.” ■

“Não vejo a menordistinção entre homeme mulher nas mesas de poker. Não estamos

levantando peso.” Maridu

Heinz5 7

Federal dandoentrevista a

Maridu durante aWSOP 2006.

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52 FLOP

Um breve estudo da Lei deContravenções Penais é o bastante

para entender que a prática do poker noBrasil não é uma infração penal.

Em nosso país, segundo osenso comum, a partici-pação em jogos de cartasque envolvam apostas é

crime. Os cidadãos que se julgammais “informados” e muitosprofissionais do Direito, vítimasde análises apressadas ou de umacultura fortemente enraizada, seprecipitam e afirmam que a men-cionada prática se adequaria àconduta tipificada no art. 50 daLei de Contravenções Penais,cuja norma preconiza que“Estabelecer ou explorar jogo de azarem lugar público ou acessível aopúblico (...)” caracteriza a contra-venção de rubrica “jogo de azar”,prevista no Capítulo das Contra-venções Relativas à Polícia deCostumes, da referida lei. Esteentendimento não é totalmentedespropositado, porém, no casoespecífico do jogo de poker,sobretudo com relação a uma desuas inúmeras modalidades, adenominada de Texas Hold’em,não pode subsistir pois, mais doque equivocado, é aberrante.

Inicialmente, ainda que anorma se apresente de formaclara, cumpre-me tecer alguns

comentários e esclarecimentosde natureza doutrinária acerca dacontravenção em questão. A con-duta típica consiste em “estabele-cer ou explorar o jogo de azar em local

público ou acessível ao público”,mediante pagamento ou não deentrada. Estabelecer significa insta-lar e manter a casa de jogo, commóveis, máquinas, fichas, roletasetc. Explorar refere-se à organiza-ção e execução do jogo. Comrelação ao lugar ou ao critério delocalização, a conduta deve serpraticada em lugar público ouacessível a ele, por exemplo, emlocal aberto a todas as pessoas,como praças, ruas, jardins, par-ques, museus, teatros, cinemas,etc. Analisando o tipo penal emquestão, podemos concluir queexistem quatro pressupostos paraa repressão dos jogos: (1) ser ojogo de azar; (2) ser o jogo prati-cado em lugar público ou acessí-vel ao público; (3) ser exploradoeconomicamente; e, (4) de ma-neira freqüente e costumeira.Aqui, um parêntese: a jurispru-dência assentou que, para carac-terizar o jogo de azar punível pelalei, além do local público ou aopúblico acessível, havia de serele, o jogo, de exploração habi-tual, isto é, freqüente, costumeirae repetida.

Os conceitos até aquiexplanados não merecemum maior aprofundamen-

to, seja por não ser o escopo dopresente artigo, seja por só nosinteressar na medida em que for-

mos analisar, de maneira concre-ta, se existe a adequação da con-duta à norma. Ou seja, depen-derá se o jogo de poker estavasendo praticado em uma residên-cia, em um ambiente familiar, emuma reunião de amigos, comapostas em dinheiro, ou em umclube de carteado, cujo proprie-tário estabelece e explora o jogo,ou ainda, em um torneio que,mesmo oferecendo premiaçãoem dinheiro, não afere lucrospara os seus organizadores.

Agrande problemática, ho-je, repousa em determinar-mos se o poker é um jogo

de azar ou não. A lei penalbrasileira considera jogo de azar,“o jogo em que o ganho e a perdadependem exclusiva ou principal-mente da sorte”. Em que pese aignorância no Brasil sobre osmecanismos do jogo de poker emsuas diversas modalidades, éassunto pacificado pela Mate-mática e notório no restante domundo, que o poker é um jogo dehabilidade e técnica, onde o ga-nho e a perda, a vitória ou a der-rota, não dependem exclusiva ouprincipalmente da sorte. O pokeré um jogo de cartas onde a pre-ponderância da técnica, do co-nhecimento e das capacidades(autocontrole, observação, resis-tência, raciocínio, memorização,concentração, etc.) do jogadorem relação ao imponderável e aofator sorte, mostra-se de maneiramais acentuada. Trata-se de umjogo de habilidade, onde o dile-tante, o neófito, o iniciante, adespeito da grande sorte quevenha a apresentar, é incapaz devencer um conhecedor e prati-cante do jogo (um amador pode,

CONTRAVENTORES

OU VÍTIMAS?

COLUNA EDUARDO A. C. SALGADO

Bicycle, Bike, Wheel, Minhoca4 52A 3

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FLOP 53

eventualmente, vencer umprofissional em uma parada, emuma mão ou em um torneio mas,em longos períodos ou sessões,fatalmente perderá, e isto é fato).

Sem embargo, podemoscitar ainda o clássico tra-balho elaborado pelo ilus-

tre Dr. Nélson Ferreira, DelegadoAdjunto à Delegacia Especia-lizada de Fiscalização sobre Jogosdo Departamento de Investi-gações do Estado de São Paulo,publicado na década de 70, pelaDelegacia de Jogos da Secretariade Segurança Pública, intituladoMecanismo dos Jogos de Azar. Nesseverdadeiro tratado, o autor, nocapítulo III - Mecanismo dosPrincipais Jogos de Azar, em seutópico A - “Jogos de AzarCarteados”, simplesmente nãocita ou elenca o jogo de pokercomo jogo de azar carteado, emais, no tópico D - “Jogos deDados”, em seu item 2, que trata

do “Jogo de Pôquer de Dados”, éperemptório: “o jogo de pôquer, comcartas, é considerado de habilidadedevido a vários fatores que lhe sãopróprios. Entre esses fatores podere-mos citar: o Blefe (Bluff); a possibili-dade de ‘passar’, isto é, a possibili-dade de o parceiro não ir na jogadaquando sem cartas boas; a grandedose de observação dos gestos eexpressões dos adversários necessária(fator de grande importância, princi-pal mesmo); o grande autodomínionecessário para não deixar transpare-cer aos adversários o jogo que se temem mãos. O Blefe, a ação de simular,fazendo crer ao adversário que se têmgrandes jogos, o que, na verdade, nãoocorre, é, na realidade, forma deinfluir sobre a psique alheia, modo deo jogador sem sorte defender-se.”

Q ualquer tentativa de seenquadrar o poker, emqualquer uma de suas

modalidades, como jogo de azar,portanto, considerando a con-

ceituação que a lei pátria nosfornece e o que se sabe hoje sobreo jogo, deixando à margem a fartaliteratura e os estudos sobre otema já publicados, se notabi-lizará como aberração jurídica,fruto de enorme equívoco, torpepreconceito, miserabilidade cul-tural ou mero casuísmo. Doutri-nariamente, não podendo consi-derar o poker como um jogo emque o ganho e a perda dependemexclusiva ou principalmente dasorte, como facilmente se com-prova, ficam extremamente pre-judicadas as tentativas de se ade-quar a prática desse jogo ouesporte à conduta da contra-venção penal de jogo de azar.

Inexistindo mudanças na atuallei, o reconhecimento dopoker como jogo social ou

esporte deixa de ser uma questãojurídica ou de Direito Penal, epassa a depender tão-somente dese transpor os limites execráveisdo preconceito, este sim respon-sável hoje, no Brasil, país pro-fícuo de esquisitices, hipocrisias,aberrações e anacronismos detodas as ordens, pela irritantepergunta que já foi respondida noresto do mundo: serão os joga-dores de poker contraventoresou vítimas do preconceito e dahipocrisia?

Eduardo A. C. Salgado

É advogado militante na cidade deAraraquara, atualmente em Secretaria deGoverno do Estado de São Paulo, atuandocomo Consultor Técnico na área de licitações e contratos administrativos. Éjogador de poker já conhecido do CircuitoPaulista. Amante dos dois temas, pesquisa e estuda há quase três anos o direitocomparado, a doutrina e a jurisprudência nacional e internacional sobre a questão, tornando-se parecerista.

K AJT Q Broadway

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T anta gente jogando por três diasseguidos... Seria impossível mostrartodos os nomes famosos e figuras

que fizeram o show que foi este torneio.Aqui conseguimos mais espaço paramostrar um pouquinho mais da grandefesta. Quem quiser ver mais, terá deesperar o próximo grande evento.

Mais fotos de quem marcoupresença no maior torneio do país

INAUGURAÇÃO DO OMEGA

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Organizado pelo Poker entre Amigos de Florianópolise patrocinado pelo SimbaPoker, este foi o 2º Desafioentre Equipes, que aconteceu no início do ano no

Hotel Resort Plaza Caldas da Imperatriz, em SantaCatarina. Foram 160 jogadores divididos em 10 equipes dejogadores de todos os cantos do país, que jogaram por doisdias, tendo como vencedor o paulista Robinson “Robgol”.

Iniciativa mostra que o poker nãoé sempre um jogo solitário

POKER EM EQUIPE

Equipe Yellow House - Joinville

Equipe LBP - Blumenau

Equipe SimbaPoker.com

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A

Add-On - Compra adicional de fichas.Torneios com re-buy permitem add-onimediatamente após o período de re-buys, liberado a todos os jogadores,independentemente de suasquantidades de fichas.All In - Quando um jogador apostatodas as suas fichas em uma mão.All In Mode - Quando um jogador tempoucas fichas em relação aos blinds,estando sujeito a aplicar um all in aqualquer momento.Ante - “Pingo”. Aposta colocada namesa, antes da mão começar, portodos os jogadores.

B

Bad Beat - Jogada onde o favoritoperde a mão quando seu oponente,com poucas chances, consegue acertaruma carta.Bankroll - Cacife, montante dedinheiro que alguém possui para jogar.Belly Buster - "Racha", carta de meiode seqüência.Bet - Apostar.Big Blind - Aposta obrigatória,colocada pelo jogador sentado nasegunda posição.Blank - Uma carta comunitária inútil,que não faz muita diferença paraninguém.Blind - Escuro, aposta obrigatória.Bluff - Blefe.Board - As cartas que são distribuídasviradas para cima, para que todos osjogadores as vejam. Em jogos com flop,são cinco cartas comunitárias no centroda mesa. Nos Stud são quatro cartaspessoais, à frente de cada jogador.Bounty - Recompensa em prêmio oudinheiro que um jogador ganha por tereliminado outro de um torneio.Bring-In - Abertura. Aposta forçada naprimeira rodada, pelo jogador querecebeu a carta aberta mais baixa, noSeven Card Stud. No Razz, quem faz aabertura é quem tem a carta abertamais alta.Bubble - Bolha. A posição, em umtorneio, do jogador que é eliminadologo antes de entrar na faixa depremiação. Quando este jogador é

eliminado, diz-se que a bolha estourou,e dali para a frente todos já ganhamalguma coisa.Buy-In - O montante de dinheiroexigido que um jogador pague para sesentar num determinado jogo de poker,ou o valor de inscrição de um torneio.

C

Call - Pagar uma aposta.Cold Call - Quando o jogador pagamais de uma aposta ou repiques semainda ter posto nada na mesa.Calling Station - Um jogador passivoque não costuma repicar, e que pagamais apostas do que deveria.Cap - Efetuar o último repiquepermitido em uma rodada. Em jogoslimit há o limite de três repiques.Cards Speak - Termo que indica queo que vale são as cartas do jogador,mesmo que ele anuncie verbalmenteum jogo errado.Cash Game - O jogo a dinheiro, semser torneio, no qual você pode entrar esair quando desejar. Também chamadode ring game.Cash Out - Sacar o dinheiro.Chat - O bate-papo, no jogo pelainternet.Check - Dar check é continuar no jogosem apostar; passar a vez; bater mesa.Check-Raise - Quando o jogadorprimeiro dá check e, depois quealguém aposta, ele repica.Chip - Ficha.Chip Leader - O líder em fichas, oprimeiro colocado em um torneio.Chop - Devolver os blinds aosjogadores que os colocaram e seguirpara a próxima mão, se mais nenhumoutro jogador entrou na jogada.Também significa 'dividir a mesa' enormalmente só existe em jogos aovivo. Também é usado em finais detorneio quando se pretende propor umacordo (um deal).Clubs - Naipe de paus.Coinflip - Situação em que doisjogadores têm chances quase iguais deganhar uma mão.Connectors - Duas cartas emsequência.Cut-off - Posição do jogador na mesaanterior à posição do dealer.

D

Deal - Acordo.Dealer - A pessoa que manuseia ascartas, distribui a mesa e monitora ojogo, também conhecido comocroupier.Dealer's Position - O último jogadora apostar numa rodada, aquele queestá com o botão de dealer.Diamonds - Naipe de ouros.Door Card - A primeira carta exposta,ou carta aberta, numa mão em jogosStud.Draw Lowball - Modalidade de pokerem que cada jogador recebe cincocartas com a opção de trocar uma oumais cartas por outras, em que a mãomais baixa ganha.Draw Poker - Modalidade de pokerem que cada jogador recebe cincocartas fechadas, com a opção de trocaruma ou mais cartas por outras, paratentar formar uma mão melhor. Tambémchamado de poker fechado e Five CardDraw.Draw - Quando um jogador ainda nãoestá com a mão feita, mas espera quecom as próximas cartas consiga umaboa mão. Ocorre para seqüência(straight draw) ou flush (flush draw).Drawing Dead - Quando o jogadorestá em um draw, esperando uma cartapara fechar seu flush ou seqüência;mas mesmo que ele consiga não teráchances de vencer, pois o oponente jápossui mão superior.

E

Early Positions - As quatro primeirasposições da mesa.

F

Fee - Em um torneio, é o valor dainscrição destinado aos organizadores,não entrando no prize pool.Field - Participantes de um torneio. Umfield grande quer dizer que é umtorneio com muitos participantes.Five-Card Stud - Modalidade depoker em que cada jogador recebecinco cartas, uma fechada e quatroabertas, com apostas após a 2ª, 3ª,4ª e 5ª cartas. Também conhecido

glossário OS TERMOS DO POKER

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glossário OS TERMOS DO POKERcomo Stick de cinco cartas.Flop - No Texas e Omaha Hold'em, astrês primeiras cartas comunitárias quesão abertas no centro da mesa, todasao mesmo tempo. O flop tambémindica a segunda rodada de apostas.Flush - Cinco cartas do mesmo naipe,independentemente do valor.Flush Draw - Tentativa de flush.Quando um jogador tem quatro cartas,todas do mesmo naipe, e esperareceber uma quinta para fazer um flush.Fold - Correr, desistir da sua mãoquando é a sua vez de jogar.Four of a Kind ou Quads - Quadra.Free Card - Carta grátis, que você vêsem ter que pagar nenhuma aposta,pois todos bateram mesa.Freeroll - Torneio gratuito, comprêmios em dinheiro.Freezeout - Formato de torneio ondenão são permitidos re-buys.Full House - Uma trinca e um par.Também conhecido como Full Hand,Full Boat, Boat ou apenas Full.

G

Grinding - Jogar num estilo compoucos riscos e lucro modesto durantemuito tempo.Gut Shot Straight - Seqüência queainda precisa de uma "racha", carta demeio de seqüência, para ser formada.O mesmo que Inside Straight

H

Heads-up - Mano-a-mano. Quandoapenas dois jogadores estão envolvidosnuma mão, torneio ou jogo, um contrao outro.Hearts - Naipe de copas.Hi-Lo - Também chamados de high/lowou hi-low, são os jogos de divisão damesa entre os jogadores com asmelhores mãos alta e baixa.High Card - Uma mão de cinco cartasque não contém nenhum jogo formado,usando apenas a carta mais alta.High Stakes - Jogo de cacifes altos.Hole Cards ou Pocket Cards -Cartas que o jogador recebe e somenteele pode ver e usar.

I

Implied Odds - Probabilidade

implícita. Cálculo semelhante ao potodds, mas que leva em containformações que o jogador tem de seusadversários, podendo assim alterar asprobabilidades com suas ações.Inside Straight - Ver Gut ShotStraight.Insta-Call - Quando um jogador pagaimediatamente uma aposta ou raise,sem pensar.In the Money ou ITM - Classificaçãode um jogador que já entrou na faixade premiação em um torneio.

J

Jackpot - Prêmio acumulado.

K

Kansas City Lowball - Tambémconhecido como Razz Deuce-To-Seven,é um tipo de poker em que a pior mãovence. A diferença deste para o Razznormal, é que aqui o Ás só vale comomaior carta e as seqüências e flushesatrapalham o jogador, portanto amelhor mão possível seria 2-3-4-5-7 denaipes diferentes.Kicker - Carta de desempate, é a maisalta carta sem par na mão de umjogador, a que geralmente resolve ajogada em caso de empate caso doisou mais jogadores tenham mãos iguais.Se todos tiverem o mesmo kicker,analisa-se o segundo kicker e segue-seaté haver desempate.Kill - Nesta modalidade, as apostasdobram quando um mesmo jogadorganha a mesa duas vezes seguidas.

L

Late Positions - As duas últimasposições da mesa.Live - Jogo ao vivo, ao contrário doonline, que é pela internet.Limp - O ato de apenas pagar aaposta do big blind. O jogador que deulimp, ou sempre o faz, é chamado delimper.Loose - Estilo do jogador que jogamuitas mãos, mesmo com jogos demédio valor.

M

Main Pot - O valor principal da mesa.

Quaisquer outras apostas sãocolocadas numa mesa paralela (sidepot) e são disputadas pelos jogadoresrestantes. Isto ocorre quando umjogador fica all in.Middle Positions - As posiçõesintermediárias da mesa.Move - Jogada.Muck - Sair do jogo sem mostrar amão. Também designa o monte decartas que já não estão em jogo.Multi-table tournament ou MTT -Torneio com várias mesas, que sãoremanejadas a fim de manter oeqüilíbrio de participantes.

N

Nuts - A melhor mão possível em umadeterminada altura do jogo. Uma mãoque não pode ser vencida.

O

Odds - A probabilidade de se fazeruma mão.Offsuit - Cartas de naipes diferentes.Omaha Hold’em - Jogo em que cadajogador recebe quatro cartas fechadascom cinco cartas comunitárias. Parafazer a sua mão, o jogador é obrigado ausar duas de suas cartas e três dascartas comunitárias.On the Button - Ser o último a falarnuma rodada de apostas. Posição dobotão do dealer.Online - O jogo pela internet.Open - Abrir, fazer a primeira aposta.Open-Ended Straight - Seqüência deduas pontas, que ainda precisa de umacarta para ser completa, em qualquerum dos lados.Outs - O número de cartas restantesno baralho que podem melhorar a suamão.Over the Top - Quando um jogadordá um raise ou all in over the top, eleestá apostando por cima de umaaposta ou raise de um jogador anterior.Overcard - Carta da mesa maior doque o par que está em sua mão.Overpair - Um par em sua mão queseja mais alto do que qualquer umadas cartas na mesa.

P

Pot - O dinheiro ou fichas no centro da

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Stick - Termo usado no Brasil parajogos Stud.Straight - Cinco cartas consecutivasde qualquer naipe, seqüência.Straight Flush - Cinco cartasconsecutivas do mesmo naipe.Stud Games - Poker aberto, jogosem que os participantes recebemcartas fechadas e abertas, tambémchamados de Stick.Suckout - Quando um jogadorconsegue vencer um jogo melhor, nasúltimas cartas.Suit - Naipe.Suited - Cartas do mesmo naipe.

T

Takedown - Vencer a mão com ofold dos outros jogadores.Tight - Um jogador que não jogamuitas mãos, que é seletivo; tambémpode ser a indicação de um jogo quenão tem muita ação.Texas Hold'em - Também chamadode Hold'em, o tipo de jogo de pokermais popular atualmente. Neste jogocada jogador recebe duas cartaspessoais e são viradas mais cincocartas comunitárias na mesa. Cadajogador deve fazer uma mão de cincocartas, podendo usar quaisquer dassete cartas disponíveis a ele.Three of a Kind - Trinca, tambémchamadas de trips.Tilt - Um jogador entra em tiltquando sofre uma derrota e fica tãoabalado que começa a jogar deforma irracional.Top Pair - Par maior. Quando umjogador usa a carta mais alta do floppara fazer um par com uma das suascartas.Trap - Armadilha. Quando um jogadortem uma mão enorme e induz outro aentrar na jogada, fazendo-o pensarque pode vencer.Turn - Em jogos de flop, é a quartacarta a ser distribuída. É a terceirarodada de apostas.Two Pair - Dois pares.

U

Under the Gun ou UTG - A primeiraposição depois do big blind.

mesa, que os jogadores tentam ganhar.Pot Committed - Situação onde ojogador já pôs tantas fichas no pot, eeste está tão grande, que mesmo semter o melhor jogo ele acaba pagandomais apostas.Pot Odds - Cálculo do custo-benefíciopara pagar uma aposta relacionado aovalor que já existe no pot, levando emconta as chances de você acertar acarta necessária para ganhar a mão.Prize Pool - Valor total das premiaçõesem um torneio.

R

Rack - Espécie de bandeja de plásticotransparente que comporta 100 fichasde poker em cinco fileiras de 20 fichas.Railbird - Alguém que permanecenuma sala de poker, observando osjogos.Rainbow - Quando as cartas do boardsão de naipes diferentes, não abrindopossibilidade para flush.Raise - Aumentar, repicar.Rake - Comissão, porcentagem defichas retiradas da mesa (pot) pelocassino ou sala de poker, pelaorganização do jogo.Razz - Tipo de jogo semelhante aoSeven Card Stud, mas em que a menormão ganha a mesa. No Razz, não existeflush ou seqüência, então o melhorjogo seria A-2-3-4-5.Re-Buy - Recompra. Alguns torneiospermitem recompras, normalmente naprimeira hora, para os jogadores queperderam suas fichas, limitado apenasaos jogadores que possuem um cacifeou menos fichas.Reraise - Também conhecido comocontra-repicar, dar re-raise é aumentarnovamente uma aposta que já tenhasido aumentada.River - Esta é a última carta. NoHold'em e no Omaha, também éconhecida como 5th street ou 5ª cartacomunitária. Em jogos Stud, também édenominada 7th street ou 7ª carta.Royal Flush ou Royal Straight Flush- Uma sequência máxima do mesmonaipe, T-J-Q-K-A. É a melhor mão possívelno poker.

S

Satellite - Um torneio que, em vez de

dar prêmios em dinheiro, premia osprimeiros colocados com entradas paraum torneio maior.Scoop - Rapelar, ganhar toda a mesa,com as mãos alta e baixa em um jogoHi-Lo.Session - Sessão de jogo.Set - Ter uma trinca, sendo um par namão e uma carta formando a trinca namesa.Seven Card Stud - Stick de setecartas, é um jogo de poker em que osjogadores recebem três cartas fechadase quatro cartas abertas. Faz-se a mãocom as cinco melhores cartas dessassete.Shootout - Formato de torneio ondenão há remanejamento entre mesas e épreciso vencer todos em sua mesa paraavançar.Short-Handed - Um jogo que tempoucos jogadores, normalmente entretrês e seis por mesa.Short Stack - O jogador que possuimenos fichas em uma mesa ou torneio.Showdown - Abertura das cartas. Narodada final de apostas, quando todosos jogadores ativos revelam as suascartas para ver quem ganhou a mesa.Side Pot - Mesa paralela, uma mesa(pot) separada que é disputada pelosjogadores ativos restantes, quando umou mais jogadores estão all in.Sit-and-Go ou SNG - Torneio ondenão há horário para início, formando-sequando completar o número dejogadores necessários.Sitting out - Quando um jogador estáausente da mesa.Slowplay - Quando um jogador temuma mão muito forte e não apostamuito, permitindo que outros continuemno jogo, tentando aplicar umaarmadilha (trap).Slowrolling - Quando um jogador tema melhor mão e demora, pensando najogada, para pagar um all in doadversário. É considerado falta derespeito.Small Blind - Aposta obrigatória,colocada pelo jogador sentado naprimeira posição.Spades - Naipe de espadas.Split - Empate, divisão do pot.Stack - Pilha de fichas.Steal - “Roubar” os blinds ou o pot.

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Calendário internacionalWorld Series of Poker 2007 www.worldseriesofpoker.com

Data Hora Evento Nome Buy-In 01 de junho 12:00 1 World Championship Mixed Hold'em (Limit/No-Limit) (3 dias) $ 5,000.00 01 de junho 17:00 2 Funcionários do Casino No-Limit Hold'em (2 dias) $ 500.00 02 de junho 12:00 3 No-Limit Hold'em (3 dias) $ 1,500.00 03 de junho 12:00 4 Pot Limit Hold'em (3 dias) $ 1,500.00 03 de junho 17:00 5 Omaha/Seven Card Stud Hi-Low (3 dias) $ 2,500.00 04 de junho 12:00 6 Limit Hold'em (3 dias) $ 1,500.00 04 de junho 17:00 7 Pot Limit Omaha com Re-Buys (2 dias) $ 5,000.00 05 de junho 12:00 8 No-Limit Hold'em com Re-Buys (3 dias) $ 1,000.00 05 de junho 17:00 9 Omaha Hi-Low (3 dias) $ 1,500.00 06 de junho 12:00 10 No-Limit Hold'em (3 dias) $ 2,000.00 06 de junho 17:00 11 World Championship Seven Card Stud (3 dias) $ 5,000.00 07 de junho 12:00 12 No-Limit Hold'em / Six Handed (3 dias) $ 1,500.00 08 de junho 12:00 13 World Championship Pot Limit Hold'em (3 dias) $ 5,000.00 08 de junho 17:00 14 Seven Card Stud (2 dias) $ 1,500.00 09 de junho 12:00 15 No-Limit Hold'em (3 dias) $ 1,500.00 09 de junho 17:00 16 H.O.R.S.E. (3 dias) $ 2,500.00 10 de junho 12:00 17 World Championship Ladies No-Limit Hold'em (3 dias) $ 1,000.00 10 de junho 17:00 18 World Championship Limit Hold'em (3 dias) $ 5,000.00 11 de junho 12:00 19 No-Limit Hold'em (3 dias) $ 2,500.00 11 de junho 17:00 20 Seven Card Stud Hi-Low (3 dias) $ 2,000.00 12 de junho 12:00 21 No-Limit Hold'em Shootout (2 dias) $ 1,500.00 13 de junho 12:00 22 No-Limit Hold'em (3 dias) $ 5,000.00 14 de junho 12:00 23 Pot Limit Omaha (2 dias) $ 1,500.00 14 de junho 17:00 24 World Championship Seven Card Stud Hi-Low (3 dias) $ 3,000.00 15 de junho 12:00 25 No-Limit Hold'em (3 dias) $ 2,000.00 15 de junho 17:00 26 H.O.R.S.E. (3 dias) $ 5,000.00 16 de junho 12:00 27 No-Limit Hold'em (3 dias) $ 1,500.00 17 de junho 12:00 28 No-Limit Hold'em (3 dias) $ 3,000.00 17 de junho 17:00 29 Seven Card Razz (2 dias) $ 1,500.00 18 de junho 12:00 30 No-Limit Hold'em / Six Handed (3 dias) $ 2,500.00 19 de junho 12:00 31 World Championship Heads Up No-Limit Hold'em (3 dias) $ 5,000.00 19 de junho 17:00 32 Seven Card Stud (2 dias) $ 2,000.00 20 de junho 12:00 33 Pot Limit Omaha com Re-Buys (2 dias) $ 1,500.00 20 de junho 17:00 34 Limit Hold'em (3 dias) $ 3,000.00 21 de junho 12:00 35 No-Limit Hold'em (3 dias) $ 1,500.00 21 de junho 17:00 36 World Championship Omaha Hi-Low (3 dias) $ 5,000.00 22 de junho 12:00 37 Pot Limit Hold'em (3 dias) $ 2,000.00 23 de junho 12:00 38 No-Limit Hold'em (3 dias) $ 1,500.00 24 de junho 12:00 39 World Championship H.O.R.S.E. (5 dias) $50,000.00 24 de junho 17:00 40 Mixed Hold'em (Limit/No-Limit) (3 dias) $ 1,500.00 25 de junho 12:00 41 World Championship Seniors No-Limit Hold'em (3 dias) $ 1,000.00 25 de junho 17:00 42 Pot Limit Omaha Hi-Low (2 dias) $ 1,500.00 26 de junho 12:00 43 Limit Hold'em (3 dias) $ 2,000.00 27 de junho 12:00 44 Omaha Hi-Low (2 dias) $ 2,000.00 28 de junho 12:00 45 No-Limit Hold'em / Six Handed (3 dias) $ 5,000.00 28 de junho 17:00 46 Seven Card Stud Hi-Low (3 dias) $ 1,000.00 29 de junho 12:00 47 No-Limit Hold'em (3 dias) $ 2,000.00 29 de junho 17:00 48 2-7 Triple Draw Lowball (Limit) com Re-Buys (2 dias) $ 1,000.00 30 de junho 12:00 49 No-Limit Hold'em (3 dias) $ 1,500.00 01 de julho 12:00 50 World Championship Pot Limit Omaha (2 dias) $10,000.00 01 de julho 17:00 51 S.H.O.E. (2 dias) $ 1,000.00 02 de julho 12:00 52 No-Limit Hold'em com Re-Buys (3 dias) $ 1,000.00 03 de julho 12:00 53 Limit Hold'em Shootout (2 dias) $ 1,500.00 04 de julho Dia de Satélites 04 de julho 12:00 54 World Championship NL 2-7 Draw Lowball Re-Buys (2 dias) $ 5,000.00 05 de julho Dia de Satélites / Evento para a Mídia 06 de julho 12:00 55 World Championship No-Limit Texas Hold'em $10,000.00

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CalendárionacionalCircuito ABC de Poker 2007 www.circuitoabcdepoker.com

Circuito Paulista de Hold’em 2007 www.circuitoholdem.com.br

Brazilian Series of Poker 2007 www.bsop.com.br

Data Buy-In 13 de maio Domingo R$ 150,0002 de junho Sábado R$ 150,0021 de julho Sábado R$ 150,0019 de agosto Domingo R$ 150,0016 de setembro Domingo R$ 150,0007 de outubro Domingo R$ 150,0011 de novembro Domingo R$ 150,0002 de dezembro Domingo R$ 150,00

LOCAL: Omega Texas Club – Estrutura: 5.000 fichas / níveis de 30min / Freezeout

Data Buy-In 24 de fevereiro Texas Tatuapé R$ 250,0024 de março All In Club R$ 250,0021 de abril All In Club R$ 250,0019 de maio A definir R$ 250,0023 de junho A definir R$ 250,0007 de julho A definir R$ 250,0025 de agosto A definir R$ 250,0022 de setembro A definir R$ 250,0027 de outubro A definir R$ 250,0001 de dezembro Mesa dos Campeões R$ 500,00

Estrutura: 3.000 fichas / níveis de 30min / 1 Re-buy e 1 Add-on (5.000 fichas)

Data Local Buy-In 10 e 11 de março São Paulo R$ 1.000,0014 e 15 de abril Rio de Janeiro R$ 1.000,0005 e 06 de maio Balneário Camboriú R$ 1.000,0009 e 10 de junho São Paulo R$ 1.000,0021 e 22 de julho Rio de Janeiro R$ 1.000,0011 e 12 de agosto Curitiba R$ 1.000,0008 e 09 de setembro São Paulo R$ 1.000,0013 e 14 de outubro Rio de Janeiro R$ 1.000,0017 e 18 de novembro Belo Horizonte R$ 1.000,0015 e 16 de dezembro Mesa dos Campeões (a definir) R$ 2.000,00

Estrutura: 10.000 fichas / níveis de 45min / Freezeout

Calendario_JM.qxp 4/20/07 8:06 PM Page 3

Page 62: Revista Flop 1

1 Tuan Le US$ 4.467.7382 Daniel Negreanu US$ 4.259.3403 Michael Mizrachi US$ 3.988.2304 Alan Goehring US$ 3.785.5285 Joseph Bartholdi US$ 3.760.1656 Martin De Knijff US$ 2.810.1687 Hasan Habib US$ 2.409.5048 Erick Lindgren US$ 2.243.3519 Nicholas Schulman US$ 2.192.50010 Gus Hansen US$ 2.171.54611 Rehne Pedersen US$ 2.166.06012 Doyle Brunson US$ 1.980.34713 David Matthew US$ 1.903.95014 Barry Greenstein US$ 1.863.59415 Scotty Nguyen US$ 1.846.50416 Hoyt Corkins US$ 1.780.53017 Gavin Smith US$ 1.742.23318 Paul Maxfield US$ 1.711.46019 Roland De Wolfe US$ 1.648.95520 Michael Gracz US$ 1.645.906

1 Phil Hellmuth 10 braceletes1 Doyle Brunson 10 braceletes1 Johnny Chan 10 braceletes2 Johnny Moss 8 braceletes3 Erik Seidel 7 braceletes3 Billy Baxter 7 braceletes4 T.J. Cloutier 6 braceletes4 Men Nguyen 6 braceletes4 Jay Heimowitz 6 braceletes5 Phil Ivey 5 braceletes5 Chris Ferguson 5 braceletes5 Ted Forrest 5 braceletes5 Layne Flack 5 braceletes5 Berry Johnson 5 braceletes5 Stu Ungar 5 braceletes5 Gary Berland 5 braceletes6 Allen Cunningham 4 braceletes6 Scotty Nguyen 4 braceletes6 Huck Seed 4 braceletes6 Mais 9 jogadores possuem 4 braceletes

Rankings internacionais

wpt wsop

1 J.C. Tran 4.3322 James Van Alstyne 2.8483 Ted Lawson 2.4304 Gavin Griffin 2.3525 Marc Karam 2.080

6 Juan Carlos Alvarado 2.0617 David Pham 2.0108 Jared Hamby 2.0109 William “Bill” Edler 1.93610 Ted Forrest 1.92511 John Hennigan 1.92012 Raj Patel 1.92013 Eric Hershler 1.92014 Matthew Casterella 1.92015 Joanne “J.J.” Liu 1.74816 David “Devil Fish” Ulliott 1.66217 Randy Holland 1.61418 Paul Matteo 1.60019 Chuck Kelley 1.60020 Eugene Fouksman 1.544

cardplayer

Medalha de OuroFelipe “fcarrico” Carriço

Vencedor do Sunday Warm-up do PokerStars e do 300K do PartyPoker no mesmo dia

Medalha de PrataFábio “Deu_Zebra” Monteiro

Vencedor do FTOPS de PL Omaha com Re-buys

Medalha de BronzeJoão Marcelo “João M.”

e João Monte “Vovo_Leo” Pelas inúmerasconquistas nos multi-tables do PokerStars

Ranking_JM1.qxp 4/20/07 8:07 PM Page 2

Page 63: Revista Flop 1

1 William Batista Arruda 1.8802 Caio Fan 1.0803 Eduardo Marra 9604 Fernando Viana da Costa 9185 Rogério Russo 9006 Alencar Colin 7207 William Bernardino 7208 Thiago Yuji Sato 6409 Marcello Alfieri 55810 Eduardo Ferreira 54011 Marcos Oliveira 48012 André "Pardal" 45013 Fernando de Moraes 45014 Thiago Nishijima 41815 Edy Souza 36516 Jefferson Christian Vieira 36017 Sérgio Sotero 36018 Estefano N. M. Oliveira 27019 Rodrigo Russo 27020 José Irineu da Silva 240

1 Sérgio Brun 5692 Sérgio Braga 3893 Vicenzo Camilloti 3464 Eduardo Parra 3395 Clement Hakim 2816 Cyril Bernard 2737 José BED 2708 Salim Dahrug 2619 Bruno Ferreira 25010 Breno Apolinário 21911 João Vilsoms 20012 João Monte 19913 Felipe Mojave 18914 Gabriel Otranto 18015 Rafael "Popeye" Salla 17016 Ricardo Fernandes 16217 Eric Mifune 16018 Felipe “Pipo” Andrade 15919 Rodolfo Dobbins 14920 Pedro Stein 147

bsop

abc

Rankingsnacionais

1 Andre "Pardal" 4942 Eduardo Parra 4873 Julio Henrique Cecilio 4844 Fernando Issas 4515 Carlos Montefeltro 4496 Fábio Esteves Carvalho 3467 Marcelo Asensio 3408 Ernest Kajiura 3379 Wanderley Simonetti 33610 Marcelo Ribas 33311 Matheus Perrone 30512 João Vilsoms 29713 André Akkari 29414 Valdemir Garrido 29315 Sérgio Penha 28516 Alexandre Silva Oliveira 28317 Rafael Turíbio 28318 Luiz Filipe 27419 Paulo Pesotti 26720 André Pagnillo 267

cph

1 João Marcelo 33.2502 André Akkari 25.6593 Marcos "XTTX" 22.9514 Felipe Carriço 21.1225 Salim Dahrug 20.1966 Bruno Carriço 19.8257 Rafael Caiaffa 18.6428 João "Vovô Leo" Monte 18.5959 Fábio "Deu Zebra" Monteiro 17.59410 Marcelo "MGP" Ferreira 16.38311 Igor “Federal” 14.24312 Marco “Salsicha” 11.30413 Thiago “TheDecano” 11.21314 Hugo Adametes 10.67215 Edmilson Tavares 10.51916 Leandro “Brasa” Pimentel 10.42417 Thiago Carriço 10.33218 Christian "C.K" Kruel 10.11619 Robinson “Robgol” 9.47020 Fernando Bornhausen 9.405

superpoker

Ranking_JM1.qxp 4/20/07 8:07 PM Page 3

Page 64: Revista Flop 1

Mapatorneios SP& OnlineMapa de Torneios São Paulo

Mapa de Torneios Online

Segunda-feira 18:00 PartyPoker Super Monday Buy-in - US$ 162

00:00 FullTilt 1K Monday Buy-in - US$ 1060

Terça-feira 18:00 PartyPoker Super Tuesday Buy-in - US$ 162

Quarta-feira 15:30 SimbaPoker Freeroll Feminino Buy-in - ZERO

18:00 PartyPoker Super Wednesday Buy-in - US$ 162

22:00 PokerStars Wednesday 150K Buy-in - US$ 320

Quinta-feira 18:00 PartyPoker Super Thursday Buy-in - US$ 162

Sexta-feira 18:00 PartyPoker Friday Special Buy-in - US$ 215

Sábado 18:00 FullTilt 40K Guaranteed Buy-in - US$ 322

18:00 PartyPoker Saturday US$ 320 Buy-in - US$ 320

Domingo 14:30 SimbaPoker 2K Guaranteed Buy-in - US$ 20

15:00 PokerRoom Big Deal 50K Guaranteed Buy-in - US$ 320

15:45 PokerStars Sunday Warm-Up Buy-in - US$ 215

15:45 PartyPoker 200K Guaranteed Buy-in - US$ 215

18:00 PartyPoker Sunday US$ 530 Buy-in - US$ 530

19:00 Bodog 100K Guaranteed Buy-in - US$ 109

19:30 PokerStars Sunday Million Buy-in - US$ 215*

21:00 FullTilt 300K Guaranteed Buy-in - US$ 216

22:45 PokerStars Weekly HORSE Buy-in - US$ 215

00:30 FullTilt Sunday Night HORSE Buy-in - US$ 216

* O Sunday Million do PokerStars possui o buy-in tradicional de US$215, com edições especiais de US$530 mensais e US$1060 trimestrais.

Segunda-feira 21:00 Texas Tatuapé Hot 3K Garantido Buy-in $50 / Re-buys $25 / Add-on $25

22:00 Allin Club 3K Garantido Buy-in $50 / Re-buys $50 / Add-on $50

Terça-feira 22:00 Allin Club 15K Garantido Buy-in $100 / Re-buys $100 / Add-on $100

Quarta-feira 21:00 Texas Tatuapé 5K Garantido Buy-in $50 / Re-buys $50 / Add-on $50

22:00 Allin Club 3K Garantido Buy-in $50 / Re-buys $50 / Add-on $50

Quinta-feira 21:30 Texas Tatuapé Satélite Top 15K Buy-in $10 / Re-buys $10 / Add-on $10

22:00 Allin Club WSOP Buy-in $200 / 1 Re-buy $200 / Add-on $200

Sexta-feira 21:30 Texas Tatuapé Top 15K Garantido Buy-in $100 / Re-buys $100 / Add-on $100

22:00 Allin Club 10K Garantido Buy-in $50 / Re-buys $50 / Add-on $50

Sábado 16:00 Allin Club No Smoking Buy-in $150 / Freezeout

20:00 Allin Club Freeroll Feminino Buy-in - ZERO / Prêmio - $500

Domingo 20:00 Texas Tatuapé Napolitano (Pizza) Buy-in $30 / Re-buys $30 / Add-on $30

20:00 Omega Sunday Pizza Buy-in $30 / Re-buys $30 / Add-on $30

Sujeito à alterações. Consulte os sites antes de se programar. All in Club (www.allinclub.com.br), Texas Tatuapé (www.texastatuape.com.br) e Omega (www.omegatexasclub.com.br)

Mapas Torneios_JM.qxp 4/19/07 11:51 PM Page 2

Page 65: Revista Flop 1

Mapatorneios Las VegasMapa de Torneios Las Vegas

Segunda-feira 14:00 Bellagio US$540 Freezeout

16:00 Luxor US$50 Freezeout

19:00 Mirage US$230 Freezeout

19:00 Tuscany US$22 Freezeout

Terça-feira 12:00 Wynn US$330 Freezeout

14:00 Bellagio US$540 Freezeout

16:00 Luxor US$50 Freezeout

19:00 Mirage US$130 Freezeout

19:00 Tuscany US$22 Freezeout

20:00 Venetian US$130 1 Re-buy

Quarta-feira 12:00 Luxor US$30 Freezeout

12:00 Wynn US$330 Freezeout

14:00 Bellagio US$540 Freezeout

19:00 Mirage US$230 Freezeout

19:00 Tuscany US$22 Freezeout

20:00 Venetian US$130 1 Re-buy

Quinta-feira 12:00 Wynn US$330 Freezeout

14:00 Bellagio US$540 Freezeout

16:00 Luxor US$50 Freezeout

19:00 Mirage US$230 Freezeout

19:00 Tuscany US$22 Freezeout

20:00 Venetian US$130 1 Re-buy

Sexta-feira 12:00 Luxor US$30 Freezeout

12:00 Wynn US$540 Freezeout

12:00 Venetian US$540 Freezeout

14:00 Bellagio US$1.080 Freezeout

19:00 Tuscany US$22 Freezeout

20:00 Venetian US$200 Freezeout + Bounty

Sábado 12:00 Luxor US$30 Freezeout

12:00 Venetian US$540 Freezeout

14:00 Bellagio US$1.080 Freezeout

19:00 Tuscany US$22 Freezeout

Domingo 12:00 Luxor US$30 Freezeout

17:00 Mirage US$430 Freezeout

19:00 Tuscany US$22 Freezeout

20:00 Venetian US$130 1 Re-buy

Torneios e horários sujeitos à alterações.

Mapas Torneios_VEGAS.qxp 4/20/07 8:09 PM Page 2

Page 66: Revista Flop 1

AA 220:1AKs 331:1AKo 110:1Qualquer par 16:1Qualquer Ás 6:1Qualquer connector 5:1Qualquer suited connectors 25:1

Como utilizarExemplo 1: Você tem quatro cartas para fazer um flush, portanto vê que possui 9 outs, pela tabela 3. Consultando alinha de 9 outs na tabela 4, você sabe que a chance de acertar o seu naipe para o flush no turn é de 19,1%, e de 19,6%de acertar no river. A chance combinada, de acertar no turn ou river, é de 35%.

Exemplo 2: Você tem uma seqüência de duas pontas, portanto possui 8 outs. A chance de acertar sua seqüência no turné de 17%. Caso não acerte, tem mais 17,4% de chance de acertar no river. A chance combinada, de acertar sua seqüênciano turn ou river, é de 31,5%.

Tabelade Outs e OddsChances de receber mãos iniciais

Número de outs que melhoram sua mão

Ao menos um par sem ter par na mão 2:1

Trinca, tendo um par na mão 7,5:1

Quatro para um flush, tendo duas do mesmo naipe 8:1

Flush pronto, tendo duas do mesmo naipe 118:1

Seqüência de duas pontas, tendo connectors 11:1

Seqüência pronta, tendo connectors 78:1

Chances aproximadas de acertar no flop

Chances de acertar as outs

Se você tem Possui Para fazerPar 2 outs TrincaDois pares 4 outs Full HouseMeio de seqüência (racha) 4 outs SeqüênciaDuas pontas 8 outs SeqüênciaQuatro para um flush 9 outs FlushDuas pontas de straight flush 15 outs Seqüência, Flush ou Straight Flush

Outs Acertar no turn (%) Acertar no river (%) Acertar no turn ou river (%)20 42,6 43,5 67,519 40,4 41,3 65,018 38,3 39,1 62,417 36,2 37,0 59,816 34,0 34,8 57,015 31,9 32,6 54,114 29,8 30,4 51,213 27,7 28,3 48,112 25,5 26,1 45,011 23,4 23,9 41,710 21,3 21,7 38,409 19,1 19,6 35,008 17,0 17,4 31,507 14,9 15,2 27,806 12,8 13,0 24,105 10,6 10,9 20,404 8,5 8,7 16,503 6,4 6,5 12,502 4,3 4,3 8,401 2,1 2,2 4,3

1 2

3

4

Tabela de Outs e Odds_JM.qxp 4/19/07 8:19 PM Page 2

Page 67: Revista Flop 1
Page 68: Revista Flop 1

Somos tao loucos por Pokerque demos esse nome para nosso filho mais novo.

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