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Editorial

Direção CorretaQ

Jerfferson SimõesPresidente da Fenavist

uando a Federação, há alguns anos,começou as discussões acerca da mo-dernização do setor de maneira pla-

nejada, visando ao fortalecimento e ao cres-cimento, foi vista com desconfiança por muitos.Entretanto, hoje, quatro anos após os primeirosesboços de discussões e depois de muitasações refletirem positivamente sobre o mer-cado, a história é outra.

O Estudo do Setor de Segurança Privada(Esseg), lançado em 2004, pode ser consideradoum divisor de águas para o segmento. Com apublicação do estudo, pela primeira vez asegurança privada foi investigada a fundo, demaneira que pôde contribuir com um maiornúmero de pessoas capacitadas no mercado,oferecendo uma gama de informações quepuderam ser utilizadas pelos empresários nahora da tomada de decisão.

Como tudo o que é pioneiro, o estudoapresentou pequenas falhas em sua primeiraedição. Porém, a segunda, apresentada noúltimo dia 11 de agosto, não tapou apenas asbrechas anteriores, mas apresentou umtrabalho totalmente novo, resultado do esforçode muitas pessoas que, ao longo do último ano,se esforçaram em busca de informações quetornaram o II Esseg fiel à realidade do mercado.Conseqüentemente, poderá ser utilizado comtotal confiança pelo empresariado na hora dedecidir as ações de sua empresa.

Continuo acreditando na potencialidade decrescimento do mercado de segurança privada,e os dados do Esseg demonstram isso. O estu-

do projeta um índice de crescimento para o anosuperior aos de muitos segmentos da economianacional, o que só aumenta minha vontade delutar pela melhoria de nossa atividade.

Infelizmente, contudo, nosso mercado con-tinua sofrendo com a clandestinidade, concor-rência desleal, prática de preços inexeqüíveis,entre outros problemas que têm obstruído amodernização do mercado como esperamos.Entretanto, esses obstáculos, em nenhum mo-mento, têm desanimado a Fenavist, que, ao ladodos sindicatos, diariamente, tem lutado paraalcançar soluções que permitam o crescimentoe o fortalecimento pleno do segmento, objetivosfundamentais do Projeto Fenavist.

O fortalecimento só é possível com uniãode todos os que participam do setor, empre-sários, contratantes, órgãos reguladores e fisca-lizadores e governo. Com essa visão, o Encon-tro Nacional das Empresas de SegurançaPrivada (Enesp) tem se fortalecido e alcançadosucesso pleno em todos as regiões, já queconsegue reunir todas as vertentes dosegmento em torno de discussões que visam àmelhoria da atividade.

Assim, volto a afirmar que o futuro dosegmento depende de estarmos atentos paraacompanhar a evolução do mercado e unidospara nos adequar às novas situações. Man-tendo a coesão e acreditando que um cresci-mento planejado é possível, o setor ganharámaior representatividade e poderemos minimizaras deficiências, enquanto colocamos em práticanossas potencialidades.

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Sumárioagosto/2005

1 2 1 6

2 2 2 8

3 EditorialDireção correta

11 ClandestinidadeCombate a segurança irregular

E N E S PEventos movimentam setor

12Marcos Paiva

22 C a p a

20 Abseg

Entrevista

16

Profissionalização da segurança

Segundo Esseg

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28 FenavistAções da Federação

Sindicatos32

Gente34Notícias regionais

PresidenteJerfferson Simões

Vice-Presidente NacionalMarcelo Oliveira Borges

Vice-PresidentesEdson Pinto, Lelivaldo Benedito Marques, Isabela

Fernandes Bacelar, Fernando Lage, César Marques deCarvalho, Paulo Macedo, Marcos Paiva, Cel. Valdir Soares,Lélio Vieira Carneiro Júnior, Eraldo Dodero Reis, PercivalAracema, Vagner Jorge, Marino Eugênio, Antônio Geraldo

Perovano, Guilherme Alexandre da S. Santos, Odair de JesusConceição, Maurício Alves, José Jacobson Neto, Ivan Zanardo

Vice-Presidentes AdjuntosLuiz Santana, Ernani Miranda, Sílvio C. Araújo, Victor

Saeta, Alfredo Ibiapina, Otávio de Castro, Fábio Rezende,Agostinho Gomes, José Tarcísio, Marcos Félix, Ari Dal Bem,José Curcino Raposo, Marcos André Vilhena, Lucilo da Costa

Pinto Neto, Carlos Güalter, José Pacheco, GuilhermeFernandes, Ivan Hermano, Renato Fortuna, Jéferson Furlan

Conselho-FiscalLeonardo Moreira Prudente, Silvio Pires, Sebastião

Divino de Souza

Conselho-Fiscal AdjuntoEdmar Lemes, Nelson Neves, Antônio Fernando de

Carvalho

Delegados RepresentantesLélio Vieira Carneiro

Jerfferson Simões

Delegados Representantes AdjuntosCláudio Neves, Leonardo Prudente

Conselho de Ex-PresidentesEunício Lopes de Oliveira

Lélio Vieira CarneiroCláudio da Silva Neves

Diretora-SuperintendenteRosângela Menezes

REDAÇÃODaniel Dutra

Luís Augusto Evangelista

PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃOEasy Comunicação VisualFone/fax:(61) 3340-8172

[email protected]

GRÁFICAItamarati

FOTOGRAFIADaniel Dutra

Lilian FerraciniLuis Augusto Evangelista

Wesley Koga

Ed. Confederação Nacional do ComércioSBN Qd. 1 - Bl. B - 7º andar - sala 701 CEP: 70040-000

Brasília - DF - Brasil Tel: 3327-5440www.fenavist.org.br

[email protected]

Capa: HuM Comunicação

Na edição passada, foi cometido um equívoco. O cargo ocupado pelo Sr.Edson deAraújo Lobo, entrevistado da publicação de março, é o de Gerente-Geral da Unidade Gestão de Segurança do Banco do Brasil e não o de Gerente-Executivo da Gerência de Inteligência (DEPRE) do Banco do Brasil, comoafirmado por esta revista.

Errata

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transformaçãoMercado em

Profissionais defendem mudança no currículobásico de formação para desenvolvercapacitação de vigilantes

P

Cursos de Formação

Componentes da diretoria posam para foto oficial, durante solenidade realizada em Brasília

ara atender às exigências domercado cada vez mais competitivoe ligado às novas tecnologias, os

profissionais de vigilância têm procuradose adaptar como podem ao campo detrabalho. O aumento do grau de exigênciados contratantes tem, conseqüentemente,feito com que, na contratação de vigilantes,se exija um nível de escolaridade superiorao estabelecido pela legislação, que é, nomínimo, ter a 4ª série completa do ensinofundamental. A explicação para tal fato podeestar na incorporação de tecnologias debaixo custo, o que ajudou na ampliação davigilância eletrônica e dos serviços demonitoramento. Além da reorganização edo desenvolvimento do setor, que passoua atuar em shoppings, eventos e serviçosaltamente especializados.

“O mercado mudou muito. Isso podeser um reflexo do aumento da demanda porvigilantes hábeis na manipulação deequipamentos eletrônicos e na interaçãocom o público. O ideal seria a legislaçãoser alterada para se exigir dos vigilantes,no mínimo, o 2º grau completo”, analisa opresidente da Associação Brasileira dasEscolas de Formação de Vigilantes(Abcfav), coronel Waldir Soares. De acordocom a Lei nº 7.102/83, que regulamenta osetor, além da escolaridade, outro pré-requisito para se tornar vigilante é ter 21anos de idade.

Nas 120 horas de aula do curso deformação, existem sete frentes para seremministradas. O curso pode durar apenastrês semanas para aqueles matriculados nohorário diurno. Os alunos recebem liçõesde primeiros-socorros, combate a incêndio,defesa pessoal, direito penal e relações

Futuros vigilantes tentam inserção no mercado de trabalho

humanas, entre outras disciplinas. A cadadois anos, é obrigatório o curso dereciclagem, com a mesma grade curricular,porém com uma carga horária menor. “Énecessário aprender um pouco deinformática, pois, de vez em quando, nospedem para fazer pesquisas de nomes paraencontrar pessoas que já passaram pelohospital. Acredito que uma pessoa comapenas a 4ª série primária tenhadificuldades até mesmo de escrever”,endossa Luís Carlos, vigilante há seis anosde um hospital público no Gama.

A diretora de uma escola que formacerca de 80 vigilantes por mês, SôniaGomes, aponta que um dos problemas nassalas de aula é a grande diferença de

escolaridade entre os alunos. “Temos emuma mesma sala alunos saindo do primeirograu e alunos cursando nível superior.Precisamos, assim, adequar o discurso paraser compreendido por todo esse público.O fato é que muitos não vão conseguiremprego”, explica. Segundo dados da IIedição do Estudo do Setor da SegurançaPrivada (Esseg), existem no Brasil 208escolas de formação que, em 2004, formaram125 mil novos vigilantes.

Segundo o coronel Waldir Soares, já

foi encaminhada uma solicitação aoDepartamento de Polícia Federal (DPF),

Capacitação

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órgão regulador da segurança privada, paraque haja alterações na Portaria 992, de 1995,que normatiza os currículos para aformação dos vigilantes. “Para um currículomenos técnico e mais voltado paracapacitação, deve haver mudança nalegislação”, ressalta. Para a diretora Sônia,a capacitação não se restringe somente aomanuseio de novas tecnologias, mas incluitambém relações humanas, tais comoaspectos de liderança e aulas deportuguês, entre outras atividades.“Deveria existir um diálogo maior entre asempresas de segurança, as academias e aPolícia Federal. Podemos discutir e chegara um consenso. Seria importante a presençade pessoas mais experientes para opinarsobre as necessidades reais do mercado”,completa.

O coronel Severo Augusto, diretor-executivo da empresa de Tecnologia,Inteligência e Planejamento de Segurança(TIS), acredita na importância dacapacitação, pois a segurança privada deveagir junto com a segurança pública,ajudando na prevenção de crimes. Deacordo com o coronel, os profissionaisdevem agir com uma reflexão mais profundadiante dos acontecimentos. “Temos queintervir no processo social, mas nemsempre somos bem-vistos. A populaçãopensa que só existimos para bater eprender. Defendo um sistema depoliciamento privado, que é diferente devigilância privada, agindo preventivamentee não repressivamente”, explica.

O coronel Severo proferiu palestrasobre policiamento privado na segundaedição do Encontro Nacional de Empresasde Segurança Privada (Enesp), em Vitória

a.. ser brasileiro maior de 21 anos de idade;

b.. ter instrução correspondente à 4ª série do primeiro grau;

c.. ter sido aprovado em exame de saúde física e mental;

d.. ser isento de antecedentes criminais registrados;

e.. estar quite com as obrigações eleitorais e militares.

(ES). Para melhorar os trabalhos dosvigilantes, defendeu que as mudanças nãodevem acontecer somente nas escolas deformação. “É preciso criar uma novamentalidade de policiamento privado que

agregue valor às atividades das empresasde segurança privada. O recomendável étrabalhar com diagnóstico, planejamento,qualificação dos recursos humanos eavaliaçãoo dos resultados”, completou.

Diretora Sônia Gomes: diálogo para mudanças no curículo básico

Os requisitos para a matrícula emcurso de formação de vigilantes são:

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Panorama

Regiões enfrentamproblemas idênticosClandestinidade e preços inexeqüíveissão alguns dos obstáculos enfrentados pelasempresas em todas as partes do país

A pesar de o Brasil ser constituídopor 27 unidades federativas,congregando mais de cinco mil

municípios que apresentam uma grandediversidade no que se refere aos setoreseconômicos e sociais, o setor de Segu-rança Privada enfrenta problemas seme-lhantes em todas as partes. Clandes-tinidade, preços inexeqüíveis, dificuldadesna renovação de contratos têm sidoalguns dos obstáculos enfrentados pelosegmento em todas as regiões do país.

Desde que foi regularizado em 1983, pormeio da Lei nº 7.102, o setor tem passadopor grandes modificações. As mudançastêm se tornado mais intensas nos últimosanos, devido à grande inserção de novastecnologias aos serviços prestados pelasempresas. “As empresas estão sendo obri-gadas a melhorar a qualidade de prestaçãode serviços, e seus vigilantes, a sereciclarem, não bastando somente otreinamento contido em lei. A tecnologiachegou com força total, e há que se pensar

em sistema de segurança integrado, homense equipamentos”, ressalta José JacobsonNeto, vice-presidente da Fenavist paraAssuntos da Região Sudeste.

O repasse dos custos dispendidos comcapacitação dos vigilantes e inclusão denovas tecnologias, nem sempre é aceitopelos contratantes, o que prejudica o serviçooferecido, além de diminuir a margem delucro das empresas, que já é pequena. Con-tudo, o grande problema enfrentado pelosegmento, atualmente, é a clandestinidade.

s empresas irregulares, por não cumprirem com suasobrigações legais, ou seja, pagamento de impostos,

benefícios trabalhistas, entre outros, acabam cobrando umpreço bem abaixo do de mercado, o que prejudicasubstancialmente as empresas regularizadas. Além disso, aatuação dessas empresas que, em sua maioria, empregamvigilantes desqualificados, acaba por atingir a imagem dosetor perante a sociedade.

Os preços inexeqüíveis também têm assolado a atividadenos últimos anos, ou porque praticados por empresas queagem de má-fé, ou simplesmente por desconhecerem aformulação dos custos. “Devido à falta de conhecimento demuitos empresários quanto à formulação de custos, algumasempresas oferecem um serviço abaixo do custo, e, mais tarde,acabam fechando suas portas por não ter como sustentar aestrutura que o serviço demanda. Isso justifica a‘quebradeira’ de várias empresas de segurança privada nosúltimos anos”, explica Maurício Alves, vice-presidente daFenavist para Assuntos da Região Centro-Oeste.

Clandestinidade e Preços Inexeqüíveis

utro obstáculo enfrentado pela segurança privadaatualmente é a nº Lei 7.102. Desde que foi criada, o

segmento acresceu novos serviços e surgiram novasnecessidades que precisam ser regularizadas. Entre osprincipais pleitos dos empresários em relação àreformulação dessa lei, encontram-se a regulamentação dasegurança eletrônica e as punições para os prestadores econtratantes de serviço de segurança clandestino.“Disciplinar o serviço de segurança eletrônica, degerenciamento de risco e de elaboração de projetos na áreade Segurança Privada, além de apenar o prestador e ocontratante do serviço clandestino, é fundamental para osetor”, afirma Guilherme Alexandre, vice-presidente daFenavist para Assuntos da Região Norte.

Jeferson Furlan, vice-presidente da Fenavist paraAssuntos da Região Sul, compartilha a mesma opinião.“Necessitamos modernizar e atualizar a Lei nº 7.102/83,editada há mais de 20 anos, deixando um vácuo paraempresas atuarem no segmento, sem a devidaregulamentação”, completa.

Alteração da Lei

A O

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m vigor desde dezembro de 2003, a Lei nº 10.826 (Estatutodo Desarmamento), por não considerar as particularidades

do segmento, tem acarretado sérios problemas para o setor. Umdos principais impasses diz respeito às taxas que devem serpagas: R$ 300,00 pelo registro de armas, com renovaçãoobrigatória a cada três anos, e R$ 1.000,00 pela emissão doporte de arma. Taxas e demais regras para armamento dasempresas de segurança já são estabelecidas pela Lei n° 9.017,desde 1995, o que tem causado grandes transtornos àatividade. A Federação, por meio de seu departamento Jurídico,conseguiu a isenção da taxa de R$ 1.000,00, entretanto, asempresas continuam sendo obrigadas a pagar os R$ 300,00referentes ao registro da arma e à sua posterior renovação.

“Para as empresas de segurança privada, isso é umagravante, pois temos que pagar R$ 300,00 por arma pararevalidar o registro. Há uma estimativa que hoje existam mais de200 mil armas em poder das empresas e isso implica um ônus deR$ 60 milhões por ano para o pagamento desse registro. É maisum custo, e grande parte das empresas não consegue suportaressa despesa, por já trabalharem com uma apertada margem delucro”, ressalta Maurício Alves.

Desarmamento

Certidões

utra dificuldade encontrada pelo setor de SegurançaPrivada, independentemente da região, é a concessão de

certidões aos vigilantes. As escolas de formação têm sofridonesse aspecto, devido às dimensões continentais do País.Estados como Mato Grosso, Amazonas, entre outros, sãomuito extensos, o que dificulta, por exemplo, que um vigilantese desloque de seu posto de serviço no interior até a comarcamais próxima, que, no caso desses estados, pode significargrandes distâncias, o que, conseqüentemente, gera um altocusto, além de transtornos para os vigilantes.

Colete

possibilidade de uma nova exigência tem preocupado osetor nos últimos meses. O Ministério do Trabalho e

Emprego (MTE) estuda a inserção do colete à prova de balascomo equipamento individual de proteção. Caso essa medida sejaconfirmada, o segmento será obrigado a arcar com mais esseônus, já que é pouco provável que os tomadores de serviçosaceitem dividir esses custos.

A Fenavist, assim como os empresários, não é contrária aouso do colete, apenas considera que o equipamento deva ser

exigido em situações de risco iminente, mesmo porque seu usoconstante pode causar doenças ocupacionais devido ao peso. Afisiologia do usuário do colete também pode ser afetada, já que oBrasil, na grande maioria de suas cidades, apresenta altastemperaturas, além, é claro, da questão econômica.

O gasto inicial com os coletes, visto que temos no País hojecerca 360 mil vigilantes, seria de aproximadamente R$ 360milhões, sem calcular os gastos com a renovação, já que têm queser trocados a cada dois anos. “Teremos que analisar o modocomo será exigido o uso do colete, pois não conseguiremossuportar a obrigatoriedade do uso de imediato, devido aoelevado custo, podendo isso até inviabilizar nossas empresas,além do que, dificilmente, será aceito o repasse em contratosvigentes”, comenta Jeferson Furlan.

“É importante lembrar as características particulares de cadaposto de vigilância, uma vez que os riscos são diferentes e o usode colete não pode ser generalizado. Não se pode comparar aatuação nem o risco que acompanha um vigilante dentro de umainstituição financeira com a atuação e o risco de um vigilante emum posto de atendimento público (como o INSS, por exemplo)”,afirma o vice-presidente da Região Centro-Oeste.

Imagem

pesar dos problemas, a imagem do segmento perante asociedade e os órgãos contratantes tem se fortalecido

a cada ano, apesar de muitas pessoas ainda não saberem asdiferenças básicas entre segurança pública e privada.Apesar de as empresas clandestinas denegrirem o setor poratuarem de forma irregular, a imagem do segmento temmudado, graças ao fortalecimento e à união.

E muito disso se deve ao trabalho desenvolvido pelaFenavist, que, juntamente com os sindicatos, tem lutadoincessantemente contra a clandestinidade e em favor docrescimento do setor. Esse trabalho integrado ressalta demaneira incontestável a importância da sindicalização dasempresas. “A filiação sindical traz muitos benefícios não sópara a união do segmento, mas principalmente para asobrevivência de uma empresa, que, por não se sindicalizar,acaba ficando isolada, desatualizada, desprotegida,tendendo a tornar-se uma empresa desinformada sobre o queacontece em seu Estado e no País”, lembra o vice-presidenteda Região Sul.

Outro fator que tem ajudado é a conscientização dasociedade e dos órgãos contratantes, que começaram aenxergar a segurança privada como parceira na manutençãoda ordem e da segurança. “Órgãos públicos nos vêem comoparceiros de uma forma geral, porém há exceções, aquelesque nos substituem por uma segurança do tipo cem porcento eletrônica, um verdadeiro absurdo, pois nada substituitotalmente o homem. Deve, sim, haver integração entrehomem e máquina”, afirma Jacobson Neto.

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pesar dos inúmeros obstáculos enfrentados pelas empresasdo setor de Segurança Privada em todo o país, a Fenavist

tem lutado, diariamente, por soluções para os problemas. Paracombater a clandestinidade, um dos maiores vilões do segmento,além de cobrar uma atitude mais enérgica da Polícia Federal no quediz respeito à fiscalização, a Federação disponibiliza gratuitamenteem seu site (www.fenavist.org.br) o Cadastro das Empresas deSegurança Privada do Brasil (Cadem). Esse software disponibilizainformações sobre a situação das empresas perante os órgãosfiscalizadores e reguladores, indicando, inclusive, se a empresa temautorização de funcionamento ou não. Essa ferramenta pode serutilizada pelos contratantes na hora de escolher a melhor empresapara execução do serviço.

Já para combater os preços inexeqüíveis, a Fenavist tembuscado conscientizar os empresários. Por meio do Encontrodas Empresas de Segurança Privada (Enesp), que acontece demaneira itinerante em todas as regiões do país, a Federaçãoproporciona um ciclo de palestras que não discute apenas esseproblema, mas também vários outros que dizem respeito aosegmento. Estudos que demonstram os custos do setor tambémsão desenvolvidos e disponibilizados aos empresários, fazendocom que tenham total conhecimento dos altos custos quedemandam a prestação de serviços das empresas de segurança.

Além disso, o trabalho perante o Ministério doPlanejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) tem sido

Ações da Fenavist

intensificado, de modo que possa contemplar todos os estadoscom os reajustes necessários na renovação dos contratos comórgão públicos. No mês de julho, o esforço da Fenavist resultouem reajustes para praticamente todos os estados brasileiros.

Com relação à Lei nº 10.826/2003, a Federação continuaaconselhando que os sindicatos entrem com ações contrárias aoestatuto. Para isso, deixa sua consultoria jurídica à disposição dosinteressados para esclarecimento e ajuda na formulação da ação.Quanto à obrigatoriedade do uso do colete à prova de balas, emmaio, a Fenavist, juntamente com a Associação Brasileira dasEmpresas de Transporte de Valores (ABTV), reuniu-se com o ex-ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini, dando início às conversaspara que essa medida não se transforme em mais um ônus para osegmento.

Por fim, juntamente com a Associação Brasileira das Escolasde Formação de Vigilantes (Abcfav), a Fenavist discutiu,incessantemente nos últimos meses, a questão das certidõesnegativas. Dessa maneira, houve várias audiências com oDepartamento de Polícia Federal (DPF). As negociaçõesculminaram com a publicação do Despacho nº 1342/05-DELP/CGSP/DIREX, que informou que as Certidões Negativasprovenientes das Justiças Eleitoral e Militar serão exigidas porocasião do registro dos Certificados perante as DELESPs, e nãomais ao final do curso de formação, aliviando um pouco asdificuldades enfrentadas pelos cursos de formação.

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Clandestinidade

Pernambuco CombateClandestinidadeSindicatos de patrões e trabalhadoresse unem em campanha contraa vigilância irregular

empre em busca de diminuir gastose aumentar lucros, a cada dia quepassa, infelizmente, tem se tornado

comum entre comerciantes de todo oBrasil a contratação de segurança irregu-lar. No Estado de Pernambuco, a situaçãonão é diferente. Entretanto, os sindicatospatronal e laboral uniram forças paracombater essa prática que não évantajosa nem mesmo para o contratante.Na realidade, muitos dos vigilantescontratados não estão capacitados aexercer a profissão e colocam em risco avida de quem, teoricamente, deveriamproteger.

Com o intuito de mudar esse quadrona Região Metropolitana do Recife, onde,segundo levantamento do Sindicato dosVigilantes de Pernambuco (Sindesv-PE),mais de 400 estabelecimentos comerciaiscontratam segurança irregular, umamanifestação organizada pelo sindicatolaboral, no dia dois de agosto, reuniu maisde 100 vigilantes em frente à sede daPolícia Federal (PF). Os manifestantesexigem que a PF cumpra o papel defiscalizar e coibir as empresasclandestinas.

Os números se tornam ainda maisassustadores, quando se trata dosvigilantes que atuam fora das empresasregularizadas. “Pensando de maneirapositiva, hoje, no Estado de Pernambucoexistem pelo menos cinco mil vigilantesirregulares, mas, com certeza, esse númeroé bem maior”, afirma o presidente doSindicato das Empresas de Segurança e

S Vigilância (Sesvi-PE), Agostinho Gomes.Agostinho afirma ainda que a

campanha contra a clandestinidade,encabeçada pelos dois sindicatos, não serestringiu apenas à ação popular. Ele contaque o primeiro passo foi dado pelasempresas, que, em um período de 30 dias,espalharam mais de 100 outdoors por todaa Região Metropolitana, com mensagenscontra a segurança irregular. A terceira

etapa, segundo ele, será uma audiênciacom o Ministério Público do Trabalho(MPT). Nessa reunião, estarão reunidosrepresentantes das empresas, vigilantes,DPF, entre outros. Segundo o presidentedo Sindesv-PE, José Inácio Cassiano de

Souza, o MPT ficou muito preocupadocom o grande número de pessoastrabalhando sem carteira assinada earmados, e prometeu atender às partesreclamantes o quanto antes.

Ambos os sindicatos afirmam que acampanha não é repressora, mas deconscientização. “Queremos capacitar,reciclar e devolver esses profissionais aomercado de trabalho”, comenta opresidente do Sesvi-PE. Ele explica que,à medida que os postos ocupados pelosvigilantes irregulares passarem para asegurança privada legalizada, poderão serpreenchidos por esses, só que quali-ficados e dentro da lei.

“Devemos conscientizar os vigilantese não puni-los. As empresas quecontratam esse tipo de serviço é quedevem sofrer represálias”, afirma JoséCassiano de Souza. Ele lembra, ainda, que,com a contratação de vigilantesirregulares, todos perdem: o vigilante, pornão ter carteira assinada nem os bene-fícios da profissão, como o seguro; ogoverno, que deixa de arrecadar impos-tos; e os contratantes, que não estãoprotegidos adequadamente.

As ações contra a clandestinidade noEstado do Pernambuco não devem pararpor aí. Agostinho Gomes prometecampanhas periódicas contra esseproblema que assola o setor da SegurançaPrivada. “Precisamos combater aclandestinidade, antes que ela acabe como mercado”, enfatiza o presidente doSesvi-PE.

Agostinho Gomes,presidente do Sesvi-PE

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Entrevista

Raio-X sobre o mercado de

transporte de valoresMarcos Paiva,presidente daAssociação dasEmpresas deTransporte deValores (ABTV), fazum balanço domercado brasileirode transporte devalores. Ementrevista exclusiva,Paiva fala sobre alegislação que rege osetor, as fusões entreempresas e a relaçãocom a Fenavist.

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Temos, sabidamente,

a melhor legislação

do mundo sobre a

matéria. No entanto,

(...) está evidentemente

superada em vários

aspectos ”

Revista Fenavist - Qual a principalcaracterística do mercado brasileiro detransporte de valores?

Marcos Paiva - O transporte de valores,seja em moeda, seja em documento, comotítulos ao portador.

Revista Fenavist - Quais são osprincipais serviços prestados pelosegmento?

Marcos Paiva - O principal serviço é otransporte de valores, entre as agênciasdos bancos privados, do Banco Centralou do Banco do Brasil e os demais esta-belecimentos financeiros particulares. Acustódia de valores e tesouraria, por exem-plo, são conseqüência do transporte.

Revista Fenavist - Em 1995, a Portaria1.264, do Ministério da Justiça, obrigouas empresas de transporte de valores afazerem um upgrade no nível de blin-dagem. Isso trouxe aumento dos custospara os clientes?

Marcos Paiva - Não, os custos foramabsorvidos exclusivamente pelas trans-portadoras, tendo sido infrutíferos todosos esforços perante os grandes tomadores,principalmente os bancos federais, emfavor de parcerias para enfrentar o pesadoônus imposto às empresas de transportede valores.

Revista Fenavist - Era realmentenecessário essa medida ou ela acabouprejudicando as empresas?

Marcos Paiva - O aumento no númerode sinistros, com morte de vigilantes, levoua Polícia Federal a editar essas regras.Entendemos que a proteção da vida dovigilante é nossa prioridade. No entanto,aumentar os níveis de blindagem não resol-ve o problema, pois o que vimos acontecerfoi o aumento do poderio de fogo dosmarginais. Muitas empresas foram e estãosendo apenadas com essa decisão, pois afrota antiga não suporta o nível de blin-dagem e, então, os veículos especiaisadquiridos há 15 anos ficam semoperacionalidade e precisam ser substi-tuídos por veículos novos, produzidosdentro dos novos parâmetros. O que, narealidade, precisamos é de uma política

mais firme na Segurança Pública. Se seprenderem os marginais, tirar os bandidosdas ruas, os carros-fortes não precisarãode tanta blindagem. Do contrário e muitoem breve, o transporte de valores estarásendo efetuado por verdadeiros tanquesde guerra.

Revista Fenavist - Os seguros são alvode insatisfação das empresas, já que nãogarantem 100% de cobertura aos danos?

Marcos Paiva - Na realidade, o clientenão tem qualquer prejuízo. A seguradoracobre 85% do sinistro e a transportadoraarca com os 15% restantes. Evidentemente,que cobramos todo o custo operacionaldo transporte. No entanto, não temoscontrole sobre a violência. O cliente é

ressarcido integralmente, mas, o veículoexplodido, danificado, as vidas ceifadas, aparalisação do transportador, geramcustos astronômicos, que pesam sobre asempresas e, muitas vezes, inviabilizam onegócio. Mais grave, o sinistro agrava ocusto da apólice de seguro. Um sinistrocomo, por exemplo, o do World TradeCenter agravou o custo de renovação dasapólices de seguro em mais de 10%,aumento inteiramente absorvido pelastransportadoras, sem repasse aos toma-dores de serviços.

Revista Fenavist - O perfil dosseguranças contratados no serviço devigilância tem mudado para atender àsnecessidades do mercado. O mesmo tem

acontecido na atividade de transporte devalores?

Marcos Paiva - O vigilante na atividadede transporte de valores tem tido a duraçãode seu curso de formação estendida, paraaprendizado de técnicas específicas. Ésabido que o bandido está sempre melhore mais bem armado. Por isso, temosobrigação de ter nosso pessoal sempremuito bem preparado. A avançada tecno-logia do armamento dos assaltantes temde estar contraposta ao contínuo aprimo-ramento do vigilante. E, nesse aspecto, asempresas vêm investindo bastante.

Revista Fenavist - Uma das novidadesdo segundo Estudo do Setor de SegurançaPrivada (Esseg) são os dados exclusivosacerca do mercado de transporte devalores. O Sr. considera importante apublicação para o segmento?

Marcos Paiva - Importantíssima. Aprimeira edição foi o marco inicial, opioneirismo de um trabalho de que seressentia o segmento. A segunda edição,muito ansiosamente aguardada por todosque direta ou indiretamente estão ligadosao setor, trará a certificação de um estudomais aprofundado, que retratará a atividadepara o País.

Revista Fenavist - Na opinião do Sr., aLei nº 7.102/83, que rege o setor, ésatisfatória?

Marcos Paiva - Temos, sabidamente, amelhor legislação do mundo sobre amatéria. No entanto, como foi editada em1983, e, mesmo com algumas alteraçõesposteriores, a última em 1995, está evi-dentemente superada em vários aspectos,necessitando ser alterada até em funçãode novos conceitos e do aprimoramentodas técnicas e de equipamentos de defesada vida e do patrimônio.

Revista Fenavist - Então, o Sr. acreditaque é preciso haver mudanças para aten-der às exigências do mercado...

Marcos Paiva - Atualmente, temos para

aprovação pelo Ministério da Justiça umprojeto para modernização dos Estatutosda Segurança Privada, fruto de mais de três

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anos de discussão com entidades de classe,representantes das empresas, dos em-pregados, da Polícia Federal e com outrossetores. Um trabalho sério, exaustivo, peloqual se buscou adequar a Lei nº 7.102/83 àsnovas exigências do mercado. Além disso,tomamos ciência da tramitação do Projetode Lei no Senado nº 168/2005, que trouxegrande preocupação ao setor. De autoriado Senador Tasso Jereissati, trata daalteração de alguns dispositivos da Lei nº7.102/83. Em hipótese alguma essasmudanças contemplam os anseios dosegmento, que, em suas várias repre-sentações, sequer foi ouvido. Preocupamo-nos principalmente com o dispositivo,segundo o qual descentraliza o controle daatividade, conferindo a Conselhos Esta-duais a regulação e normatização de proce-dimentos, o que é inaceitável, ferindo umaconquista de anos, pois já passamos poressa nefasta experiência. Como está, seráum retrocesso em todo o processo demodernização da Lei nº 7.102./83, pre-judicandoo um trabalho que vem sendootimamente desenvolvido pela Coor-denação Geral de Controle da SegurançaPrivada.

Revista Fenavist - A clandestinidade eos preços inexeqüíveis têm atormentadoas empresas de vigilância. Esses doisproblemas também estão visíveis na ati-vidade de transporte de valores?

Marcos Paiva - A atividade de transportede valores inclui, desde a constituição daempresa, a propriedade de veículos espe-ciais. Por ser em número bem menor naatividade de segurança privada, existe ummaior controle pela Polícia Federal. Existeainda o cuidado do tomador de serviços.Não temos empresas clandestinas detransporte de valores, pois o contratante,em caso de sinistro, não receberia o seguro,mas temos empresas que fazem transportede numerário, sem obediência aos limitesde valores fixados por lei e às respectivascondições técnicas. Quanto a preçosinexeqüíveis, também padecemos dessemal. E, nesse caso, são empresas legais quevilipendiam os preços ao extremo, seja porinteresse de não perder um contrato antigo,seja por conveniência e estratégia demercado, Chegam a praticar preços abaixoda realidade, causando instabilidade no

setor, e, conseqüentemente, a perda darentabilidade necessária à sobrevivênciada atividade e a investimentos futuros.

Revista Fenavist - Aparentemente,temos um número maior de autorizaçõesde funcionamento do que de empresasfuncionando. Como o Sr. vê essainformação?

Marcos Paiva - Não a vemos como umproblema, visto que, para atender à le-gislação, é necessário haver investimentosconsideráveis. O que acaba acontecendoé essas empresas conseguirem autorizaçãopara funcionar, sem os recursosnecessários não só ao atendimento dalegislação, mas também à capacitaçãotécnica para realizar os serviços.

Fusão significa

sobrevivência,

possibilidade de

restabelecimento

do equilíbrio (...)”

Revista Fenavist - Nos últimos anos, aatividade de transporte de valores tem semostrado suscetível a fusões. Em 2001, aProsegur adquiriu a Jucadella por US$190 milhões. Em 2005, a Nordeste/Transbank incorporou a Norsegel. A queo Sr. atribui esse tipo de negócio?

Marcos Paiva - A fusão reflete doisaspectos fundamentais: primeiro, o aspectooperacional. Os grandes clientes procuramgrandes empresas, com atuação nacional.Segundo, o aumento do poder de nego-ciação. Nos últimos anos, tivemos grandesfusões no sistema bancário. Em contrapar-tida, proliferaram as empresas de segurançaprivada. O resultado disso tudo são bancos,cuja carteira de segurança privada temcontribuído com lucros astronômicos, e

empresas de segurança privada acochadas,com perdas irrecuperáveis. Registroscontábeis, balanços publicados, grande nú-mero de empresas fechadas, débitos de-clarados nos órgãos públicos atestam essadura realidade. Fusão significa sobre-vivência, possibilidade de restabelecimentodo equilíbrio necessário à preservação dosegmento no mercado. Partindo para essapolítica, recentemente o Grupo Proseguradquiriu o controle acionário da Preserve-SP e da Transpev-RJ e o Grupo Nordesteadquiriu o Grupo Norsegel.

Revista Fenavist - O mercado detransporte de valores é composto deempresas de origem nacional e inter-nacional. Qual o impacto disso para o setor?

Marcos Paiva - Tanto a propriedade,quanto a administração de empresas desegurança privada, é vedada a estrangeiros.No entanto, a lei, editada em 1983, nãoprejudicou empresas constituídas ante-riormente. Há grandes grupos nacionais. Oimpacto no setor e a principal diferenciaçãoentre elas é a moeda que sustenta seu lastrooperacional: o dólar e o euro. E contra esseitem, fundamental, dispensam-se outroscomentários. Mas, mesmo com todo essepoder de fogo proporcionado por uma moedaforte, isso não tem livrado as empresasinternacionais dos pesados prejuízos noexercício de suas atividades.

Revista Fenavist - Como está a relaçãocom os bancos no que diz respeito às

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negociações, ou seja, o repasse dos custospara o cliente?

Marcos Paiva - Péssima. Quando otomador de serviços contrata, o faz porcotações diretas, pesquisas de preços, oupor uso de dispositivos da Lei nº 8.666,que trata dos certames licitatórios. Os me-nores preços oferecidos firmam oscontratos. A análise dos custos naspropostas apresentadas são apuradosexaustivamente. Entre eles, são básicos:o salário da categoria profissional; osgastos com combustível; os custosindiretos da atividade, como pneus, armase munições, e fardamento. Decorridos 12meses, os pleitos de reajuste oureequilibrio econômico decorrentes dascorreções havidas nesses itens são

sistematicamente indeferidos. E os preçosdesses contratos são congelados. Ainsistência pode levar o tomador a umanova cotação no mercado. O risco de perdado contrato, o que levaria a uma demissãoem massa de seus empregados, comcustos indenizatórios altíssimos, obriga aempresa a cobrar preços irrisórios. Não seexplica uma apanha por R$ 20 reais,quando sequer um táxi cobraria talimportância em igual percurso, que seráfeito por carro-forte, com quatro vigi-lantes. Cria-se, assim, um círculo vicioso,dentro do qual quem está pagando a contaé a empresa de segurança privada.

Revista Fenavist - Observando o mercadode maneira geral, o que o Sr. prevê?

Marcos Paiva - A tecnologia avança a

passos largos, no entanto, o papel-moedacontinua sendo fortemente manipulado, àsvezes até mesmo de modo estranho, emmalas como o transporte dos ditos dízimosou escondido em peças íntimas. Temos umpovo que ainda guarda e usa o papel-moeda.Para alimentar essa cadeia, os bancosprecisarão se abastecer e a seus caixas eterminais eletrônicos. Nas agências por todoo interior do país, o cliente não aceita outrotipo de moeda. Além disso, a presença deum segurança público competente, aliada anovas tecnologias de garantia da vida e dopatrimônio de terceiros, atrai novos usuários,pessoa física ou jurídica.

Revista Fenavist - Ainda nessa linha“futurológica”, quais segmentos naopinião do Sr. irão se desenvolver e quaisirão retrair-se a médio e longo prazo?

Marcos Paiva - Com certeza, teremosuma redução no transporte de valores. Asgrandes transações serão confirmadas pormeios eletrônicos. A propalada raciona-lização dos serviços de abastecimento dosterminais eletrônicos dos bancos, se elesconseguirem operacionalizar, em médio elongo prazo, também reduzirá o número deempresas, mas não o serviço de transportede valores. E para o futuro, o avançotecnológico ditará a sobrevivência dasempresas, principalmente no tocante àsegurança eletrônica. Nesse momento,teremos quatro ou cinco grandes bancose, no máximo, em contrapartida, quatrograndes empresas de transporte de valores.Sobreviverão aquelas que melhor acom-panharem esse processo de evoluçãomercadológica, e, nessa hora, teremos orespeito que toda a parceria de trabalho econtrato requer.

Revista Fenavist - Qual a importânciada relação da Fenavist com a ABTV parao segmento?

Marcos Paiva - O estreito relacionamentoentre essas entidades disponibiliza para osegmento uma base estruturada que lhepermite uma ação firme em defesa dosinteresses das empresas. Abrigada naFenavist, a ABTV, em todo o seu tempo deexistência, tem alcançado, de formaincondicional e irrestrita, o respeito e o apoiono trato de problemas ligados diretamente àatividade de transporte de valores.

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mpresários, autoridades, repre-sentantes de entidades de classe esociedade em geral participaram de

um ciclo de palestras, que discutiu temasatuais em busca de melhorias, aperfeiçoa-mento e fortalecimento do setor de SegurançaPrivada. Essas discussões aconteceram noEncontro das Empresas de Segurança Privada(Enesp) da região Centro-Oeste, nos dias 11e 12 de agosto, no auditório do edifício daConfederação Nacional do Comércio (CNC),em Brasília.

Logo após a abertura dos trabalhos doEnesp, o coordenador-geral da CoordenaçãoGeral de Controle da Segurança Privada doDepartamento da Polícia Federal (CGCSP-DPF), Wantuir Brasil Jacini, e o vice-presidente nacional da Fenavist, MarceloBorges, abriram o ciclo de palestras com otema Repercussão da Lei nº 10.826/03 naNormatização, no Controle e na Fiscalizaçãodas Empresas de Segurança. Essa lei foi aque criou o Estatuto do Desarmamento, emdezembro de 2003. Em seguida, Silmar Coelhoproferiu uma movimentada palestra sobreMotivação Empresarial.

A flexibilização nas negociações cole-tivas foi uma das abordagens do presidenteda Câmara de Serviços Terceirizáveis daConfederação Nacional do Comércio (CNC),Lélio Vieira Carneiro, ao falar sobre a Atuaçãoda Justiça do Trabalho. Acompanhado daconsultora jurídica da Fenavist, CelitaOliveira, o empresário destacou a luta antigados empresários para defender a importânciada intrajornada - escala de trabalho 12 por 36- para a conservação e geração de empregos.A última palestra do primeiro dia do eventocoube ao Procurador do Trabalho, RonaldoFleury, ao lado do presidente do Sindesp-

Enesp

Bras í l iaEnesp movimenta

Além de palestras, o evento se destaca pelolançamento de estudo e assinatura de convêniocom o Departamento de Polícia Federal

PA, Guilherme Alexandre.No segundo dia, os participantes do

Enesp assistiram à discussão de um temapolêmico: Qualificação de Produtos naModalidade Pregão. A palestra ficou a cargodo subsecretário de Planejamento,Orçamento e Administração do Ministériodo Turismo, Rubens Barcellar, e do vice-presidente da Fenavist para Assuntos daRegião Nordeste, Odair Conceição.Orepresentante do Governo Federal comentousobre a possibilidade de criar o Sistema deQualificação Técnica de Fornecedores(SQRF), para capacitar os pregoeiros e evitara prática de preços inexeqüíveis.

O tema Segurança Privada versusSegurança Pública, o papel de cada uma nainibição e no combate à criminalidade fechou

o ciclo de debates. As palestras proferidaspelo secretário nacional de Segurança Públicaadjunto, Robson Robin da Silva, e pelo vice-presidente da Fenavist para Assuntos daRegião Centro-Oeste, Maurício Alves,prenderam a atenção do auditório por maisde duas horas. Logo após as explanaçõesdos dois palestrantes, na parte concedidaao debate sobre o tema, Robson fez umconvite ao presidente da Fenavist, JerffersonSimões, para realizar uma reunião naSecretaria Nacional de Segurança Pública(Senasp). “O convite é uma obrigação dopoder público, já que, aqui, houve umaconscientização coletiva. Temos quecomeçar um plano de ação. Esse é umconvite formal para traçar uma estratégia dedifundir, potencializar essa visão que inclui a

E

Abertura dos trabalhos do Enesp da região Centro-Oeste

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segurança privada no sistema de segurançapública do país”, destacou Robson. Presentena discussão, o secretário de SegurançaPública do Distrito Federal, general AthosCosta de Faria, endossou a integração dasdiferentes esferas da segurança paracombater a violência.

A solenidade oficial de abertura doEnesp ocorreu após o encerramento dostrabalhos do primeiro dia. Estiverampresentes o presidente da Fenavist,Jerfferson Simões; o presidente daFederação Nacional das EmpresasPrestadoras de Serviço de Limpeza eConservação (Febrac), Laércio Oliveira;o deputado distrital Leonardo Prudente;o coordenador-geral do CGCSP, WantuirBrasil Jacini; o presidente do Sindesp-DF,Marcelo Oliveira Borges; o presidente doSindesp-GO, Sebastião Divino; orepresentante do deputado federalEunício Oliveira, Ricardo Augusto, alémde empresários e outras autoridades.

Em discurso, o presidente do Sindesp-DF ressaltou a importância do evento parao segmento e a sociedade. Em seguida, opresidente da Fenavist endossou aspalavras de Borges e convidou o públicopresente a assistir a um vídeo institucionalsobre a Federação.

O destaque da abertura oficial do Enesp,contudo , foi o lançamento do II Estudo doSetor de Segurança Privada (Esseg), que traçaum panorama do setor de Segurança Privadano Brasil. Para apresentar o Esseg, o presidenteda Mezzo Planejamento, Calil Buanian, e ocoordenador do estudo , Mauro Catharino,explicaram a metodologia e expuseram algunsdados para o auditório. Uma das novidadesda 2ª edição é a divisão das informações porregião. Entre os números, encontra-se aprovável movimentação financeira de R$ 11,8bilhões em 2005 e a geração de 425 mil empregosdiretos.

Outro momento importante do evento foio convênio firmado entre a Fenavist e oDepartamento de Polícia Federal (DPF) paraimplantar o Subsistema de Inteligência deSegurança Privada (Sispriv). A rápida cerimôniaaconteceu no segundo dia do evento.

Em discurso antes da assinatura, opresidente da Fenavist, Jerfferson Simões,destacou a importância de a segurança privadater apoio da “inteligência” para colaborar coma sociedade civil. “O setor dá mais um passode maturidade, ao assinar esse convênio com aPF, já que nós somos a extensão da área deSegurança Pública e temos a obrigação decolaborar com a segurança do Brasil”, ressaltou.

Além de Simões, participaram da cerimôniao diretor-geral da PF, Paulo Fernando da CostaLacerda; o diretor-executivo da PF, ZulmarPimentel dos Santos; o coordenador-geral deControle da Segurança Privada (CGCSP),Wantuir Brasil Jacini; a superintendente da

Abertura

Convênio

Próximas Edições

Polícia Federal, Sônia Estela de Melo; opresidente do Sesvesp, Jacobson Neto; e ovice-presidente para Assuntos de Normas eProcedimentos da Fenavist, Wagner Jorge, alémda diretora-superintendente da Fenavist,Rosângela Menezes.

O Enesp foi criado para agregar e integrarempresários e a sociedade em geral, paradifundir informações, serviços e benefíciosdiscutidos pela Federação e pelos sindicatos,no intuito de fortalecer a atividade de se-gurança privada no Brasil.

A região Centro-Oeste foi a terceira areceber o Enesp neste ano. O eventocontemplou no primeiro semestre a regiãoNorte, em Manaus (AM), e a região Sudeste,em Vitória (ES). A previsão é que aconteça,em outubro, na região Nordeste, em Salvador(BA), e, em dezembro, na região Sul, emGramado (RS).

Jerfferson Simões e o diretor-geral da PF, PauloFernando da Costa Lacerda, assinam convênio

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Enesp

em discussãoSegurança privada

Capital do Espírito Santosedia Enesp da região Sudeste

Encontro das Empresas deSegurança Privada (Enesp) daregião Sudeste, promovido pela

Fenavist, em Vitória (ES), entre os dias 12 e13 de maio, teve como meta fortalecer aatividade de segurança privada no Brasil.

Representantes da Fenavist, daAssociação Brasileira das Empresas deTransporte de Valores (ABTV), daAssociação Brasileira de Cursos deFormação e Aperfeiçoamento de Vigilantes(ABCFAV), presidentes de sindicatos erespectivas diretorias, empresários de todoo país, diretores e gerentes das empresas,palestrantes, expositores, contratantes,Polícia Federal e convidados estiveramreunidos para discutir e propor soluçõespara os problemas do setor.

A abertura oficial do Enesp contou coma presença do vice-governador do EspíritoSanto, Lelo Coimbra; do prefeito de Vitória,João Coser; do presidente da Fenavist,Jerfferson Simões; do superintendente daPolícia Federal, Geraldo Antônio Gui-marães; do presidente do Sindicato dasEmpresas de Segurança Privada doEspírito Santo (Sindesp-ES), Marcos Félix,anfitrião do evento; dos presidentes dossindicatos de São Paulo, Minas Gerais eRio de Janeiro, José Jacobson, Edson Pintoe Frederico Crim Câmara, respectivamente,além de outras autoridades do setor.

O diretor-executivo da empresa deTecnologia, Inteligência e Planejamentode Segurança (TIS), coronel Severo

Augusto da Silva Neto, proferiu a primeirapalestra do evento, discutindo o novoconceito de policiamento privado. Já ovice-presidente da Fenavist paraassuntos da região Nordeste, OdairConceição, falou sobre a importância daFenavist no contexto da segurançaprivada nacional.

O segundo dia de atividades foi abertopela palestra do chefe da CoordenaçãoGeral de Controle de Segurança Privada doDepartamento de Polícia Federal (CGCSP/DPF), delegado Wantuir Francisco BrasilJacini. Em seguida, o consultor deempresas nas áreas de Segurança Privada,Corporativa e de Inteligência Empresarial,Marcos Antonio de Albuquerque, fez umaexplanação sobre a situação das empresasde segurança privada no país.

O Papel da Segurança Privada na

Segurança Pública foi o assunto abordadopelo secretário-chefe da Casa Militar doGoverno do Estado do Espírito Santo, JoséNivaldo Campos Vieira. A últimaapresentação foi feita pelo diretor-superintendente da Enforvigil, JoséTarcísio, que falou sobre O Papel e a NovaMissão da Segurança Privada.

As discussões sobre a segurançadespertaram a atenção da mídia, querealizou cobertura completa do Enesp daregião Sudeste. O presidente da Fenavist,Jerfferson Simões, concedeu entrevista avários veículos de comunicação, assimcomo o vice-presidente nacional, MarceloBorges, e o presidente do Sindesp-ES,Marcos Félix.

Presidente da Fenavist, Jerfferson Simões, discursa na abertura do evento

O

Abertura

Repercussão

Palestras

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Direito

Colete à prova debalas como EPIN

Maurício AlvesDiretor-Presidente da Integral Segurança;Presidente do Sindesp-MT e Vice-Presidente daFenavist para a Região Centro-Oeste

Além de serum produtocontrolado,o colete àprova debalas setornaria umatrativopara os de-linqüentes

o mês de abril, tomamos conhecimento deque seria editada uma portaria do Ministériodo Trabalho e Emprego (MTE), tornando

obrigatório o uso do colete à prova de balas comoEquipamento de Proteção Individual (EPI), em todoo território nacional.

Consultamos a veracidade das informações e,para nosso espanto, essa portaria estava em viasde ser publicada. Informamos ao presidente daFenavist, quem, de imediato, agendou umaaudiência com o ministro Ricardo Berzoini, para levaro pensamento da Federação sobre a medida.Opresidente da Federação, acompanhado doConselho Gestor, expôs ao ministro os reflexos queessa medida poderia causar ao setor, se aplicada deforma indiscriminada.

Ao final, fomos incumbidos de formular umaexposição de motivos, evidenciando os danos quea medida poderia causar às empresas e aosprofissionais da atividade de Segurança Privada.Elencamos apenas onze aspectos, mas suficientespara comprovar ao ministro que a publicação dessanorma regulamentadora tornaria inviável a atividadede vigilância no Brasil.

Iniciamos pela análise dos indicadores deacidentes de trabalho nas atividades de vigilância esegurança que, ao serem utilizados como parâmetros,não justificariam sua expedição, devendo, portanto,ser depurados para investigar se o uso do colete àprova de balas poderia ter influência nos índices deletalidade e/ou mortalidade do setor.

Ressaltamos o fator ergonômico do uso doequipamento diariamente, em todas as jornadas detrabalho, o que iria impor um sobrepeso ao uniformedo vigilante de 1,5 a 3,55 quilos. O uso contínuo eprolongado poderia ocasionar doenças de caráterocupacional. Por ser composto de material sintéticoem fibra aramida, os fatores fisiológicos devem serlevados em consideração, pois, pode causar mal-estaraos usuários, se utilizado de forma contínua eprolongada.

Uma vez normatizado o uso do colete, os serviçosde fiscalização e supervisão das empresas se veriamobrigados a cobrar o seu uso, e a recusa de suautilização implicaria penalidades aos funcionários, oque poderia causar grande animosidade entre osvigilantes e a administração das empresas.

Se usado como EPI, cada profissional deveriater o seu, cabendo às empresas o pagamento do

colete, o controle do uso e o custo de higienização,fato operacionalmente impossível de ser realizado,tendo em vista que os postos de serviçosencontram-se dispersos nos mais de cinco milmunicípios do País.

No Brasil, o clima apresenta temperaturas bastanteelevadas, na maioria das regiões, em alguns lugaressuperando os 40º (quarenta graus). Impor aovigilante comum o uso do colete à prova de balas,em ambiente externo, seria algo quase desumano.

Além de ser um produto controlado, o colete àprova de balas se tornaria mais um atrativo para osdelinqüentes, pois o custo para sua aquisição,dependendo do nível de proteção, se básico ouavançado, varia entre R$ 900,00 a R$ 1.700,00,respectivamente. Considerando que o efetivo totalno Brasil é de aproximadamente 360 mil vigilantes,as empresas ficariam obrigadas a arcar com um ônusde R$ 324 milhões, fator que fatalmente inviabilizariaa atividade econômica das empresas de SegurançaPrivada regularmente constituídas no Brasil.

Questionamos ainda como seria o repasse doscustos, diante de um mercado contratante que acada dia se apresenta mais recessivo e empresas desegurança privada com suas margens denegociação já tão reduzidas. Não bastassem asdificuldades e os riscos inerentes ao setor, a atividadede segurança privada no Brasil, nos últimos dezanos, tem vivido entre percalços e sobressaltos,exigindo de cada empresário, além de capacidadeadministrativa e empreendedora, um aguçadoinstinto de sobrevivência.

A direção da Fenavist está diante de uma árdualuta perante os órgãos governamentais regula-mentadores e fiscalizadores, que, por vezes, sejapor uma formulação jurídica abstrata, seja porquestões tecnocráticas, podem inviabilizar asegurança privada, atividade geradora de mais de400 mil empregos diretos e indiretos em todo oterritório nacional.

É imprescindível que cada empresário tenha aconsciência de sua importância e responsabilidade,e venha somar com o seu sindicato e com a Fenavist,no fortalecimento do segmento.

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Abseg

na fundação da AbsegFenavist presente

Por meio de intercâmbio de conhecimentos,entidade pretende capacitar profissionais dediversos segmentos da segurança

Assembléia Geral de Fundação da Abseg

C om o objetivo de capacitar, aper-feiçoar e integrar os profissionaisque atuam no segmento de

Segurança e Proteção, em suas mais di-versas modalidades,criou-se, em marçodeste ano, a Associação Brasileira de Pro-fissionais de Segurança (Abseg). NaAssembléia Geral de Fundação, foi apro-vado o estatuto da entidade e empossada adiretoria provisória. A Fenavist esteverepresentada na cerimônia pelo presidente,Jerfferson Simões, e pelo vice-presidenteda Federação para Assuntos de Cursos deFormação, José Tarcísio.

Um dos pontos do estatuto explica quea Abseg surgiu para geração de maiornúmero de conhecimentos, tornando-adisponível a todos os profissionais queatuam na área, independentemente de sualocalização geográfica ou área de atuação. “A entidade pretende ser abrangente e levarconhecimento aos profissionais que hojenão têm acesso a nada do que acompanha-mos no nosso dia-a-dia. Queremos atenderàs necessidades de um supervisor desegurança em Cuiabá, de um chefe desegurança em uma indústria em Manaus, doresponsável pela proteção de uma família nosul do Brasil, e assim por diante”, exemplificaTarcísio.

A Abseg cumpre os objetivos traçadospela Fenavist de integrar todas asassociações de classe para desenvolvimentodo setor.O presidente da então diretoriaprovisória, Ricardo Franco Moraes, acreditaque a parceria da Federação é importante paraaumentar a troca de conhecimentos. “Pormeio do intercâmbio de informações, a Absegvisa proporcionar aos associados maior

conhecimento em outras áreas. Assim,esperamos criar um conjunto de conheci-mentos estruturados”, acrescenta.

Sem conflitar com o trabalho e os pro-pósitos de outras associações, a Absegvisa contribuir para a geração de proce-dimentos-padrões, certificações, pes-quisas de melhores práticas em diversasáreas, além de outros benefícios para seusassociados, como a divulgação de even-tos e a redução de custos de participação.“Sou membro da Asis, participo daFenavist, do Sesvesp e entendo que todasessas entidades, e outras que estão poraí, devem atuar de forma integrada ecomplementar, em benefício da segurançae dos profissionais que a compõem. Nãovejo impedimento em participar de váriasdelas”, ressalta Tarcísio.

No dia 5 de agosto, houve uma nova

assembléia. Na oportunidade, foi eleita adiretoria-executiva, que comandará aassociação pelos próximos dois anos, bemcomo o conselho-fiscal, que definirá os va-lores das contribuições. Mesmo antes daposse, já havia mais de 150 inscrições porprofissionais de diversas áreas ligadas àsegurança.

Os associados se distribuem em trêscategorias: fundadores, contribuintes ebeneméritos. O requisito para admissão noquadro associativo é estar no exercícioprofissional da atividade de segurança eformalizar o pedido, enviando a solicitaçãode ingresso com o aval de um associado eacompanhada de cópia dos documentospessoais e profissionais. Outras infor-mações e fichas de inscrição podem sersolicitadas por meio do endereç[email protected].

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Direito

Consideração sobre anova Lei de Falências

A

Dra. Celita Oliveira SousaConsultora Jurídica da FenavistOpe Legis Consultoria Empresarial

Novo textolegaldiminui arigidezexistentena leianterior

Lei Geral de Falências e Concordatas,vigente no Brasil desde 21 de junho de1945, foi revogada no dia 9 de fevereiro

de 2005, com a publicação no Diário Oficial daUnião, da Lei n° 11.101, que regula a recuperaçãojudicial, a recuperação extrajudicial e a falênciado empresário e da sociedade empresária. EssaLei contém 201 artigos, e passou a viger ou avaler a partir do início do mês de junho de 2005.

De acordo com a lei anterior, a empresa deve-dora que se deparasse com falta de condições decumprir com o pagamento de suas dívidas acredores comerciais, a civis ou ao fisco poderiarequerer ao juiz concordata preventiva, falênciaou concordata suspensiva, para suspender afalência.

Nos ditames da lei atual permanece a falênciae foi extinta a concordata, tanto preventiva quantosuspensiva, e foram instituídas a recuperaçãoextrajudicial e a recuperação judicial.

O novo texto legal diminui a rigidez existentena lei anterior, e, com isso, cria-se maior chancede empresa e empresário ultrapassarem fases dedificuldades econômico-financeiras. Seguramenteque isso é bom para o país, e, especial ediretamente, para a classe de trabalhadores queatua com carteira assinada ou vínculo empre-gatício. Cada unidade produtiva que se extingueinvoluntariamente significa desalento para oempresário e seus colaboradores, e prejuízos parao Estado e para toda a sociedade.

A nova lei, quase de modo idêntico à anterior,é bastante longa e de muitos e variados aspectosrevestidos de complexidade, não comportando oestreito espaço do presente comentário umaabordagem completa ou analítica. Assim, seguembreves alusões apenas à recuperaçãoextrajudicial.

Estabelece a nova lei que a homologação pelojuízo de plano de recuperação extrajudicial e odeferimento do processamento de plano derecuperação judicial são formas de viabilizar asuperação de crise econômico-financeira dequalquer unidade produtiva ou empresarial, sejapessoa jurídica, seja empresário individual, e de

estimular a atividade econômica, permitindo suapreservação e função social, para possibilitar amanutenção da fonte produtora, do emprego dostrabalhadores e dos interesses dos credores e dopaís. Na recuperação extrajudicial, o empresáriocontinua à frente de seu negócio. (arts. 161 a 167).

A empresa ou sociedade empresária, ou oempresário – individual –, a partir do mês de junhode 2005, que se encontrar em dificuldades parapagar suas dívidas, poderão propor a negociaçãode um plano de pagamento aos credores ou partedeles, cujo resultado do consenso ou daaquiescência de pelo menos três quintos comporáo plano de recuperação extrajudicial.

Essa negociação poderá abranger todas asformas de composição autônoma, tais comoredução do valor, parcelamento, redução dosacréscimos de juros e multas contratuais,adiamento de prazos e outras.

As exigências que o devedor deve preencherpara requerer a homologação do plano derecuperação extrajudicial estão previstas nos arts.48 e 161, § 3°, da Lei, situando-se entre elas: nãoestar pendente outro pedido de recuperaçãojudicial, não ter obtido homologação derecuperação extrajudicial ou deferimento derecuperação judicial há menos 2 anos, exercer aatividade há mais de 2 anos, não haver falido e,se houver sido, estar com as obrigações extintas,e não ter sido condenado por crimes previstos naLei de Falência.

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C a p a

do mercadoII Esseg evidencia crescimento

Estudo projeta crescimento de 12% emrelação a 2004. Com isso, o mercado podemovimentar R$ 11,8 bilhões

rescimento acima do ProdutoInterno Bruto (PIB), estimativade faturamento de cerca de R$

11,8 bilhões (12% a mais que em 2004),geração de 425 mil empregos diretos % oque corresponde a 6% a mais que no anopassado, atuação nas 27 unidades fede-rativas do Brasil são dados que poderiamilustrar os setores tradicionais daeconomia brasileira. No entanto, eles sereferem a um segmento econômico que,nos últimos anos, tem trabalhado demaneira organizada na busca por umcrescimento planejado e sustentável: asegurança privada.

Mesmo enfrentando problemas cons-tantes como a clandestinidade e a práticade preços inexeqüíveis, o setor tem semostrado forte e no caminho certo embusca da modernização e consolidaçãodo mercado, como mostra o II Estudo daSegurança Privada (Esseg).

Após o panorama da segurança priva-da, apresentado pelo I Esseg, em 2004,que organizou dados e variáveisrelevantes para compreensão dasegurança privada no Brasil e definiçãode características mais gerais da indústria,respondeu a questões como: “quemsomos enquanto atividade econômica?”,“em quantos somos?”, “qual nossadimensão e peso socioeconômicos?”,“como chegamos até aqui?” e “quais osdesafios mais importantes”. O II Essegtem a missão de apresentar de formacriteriosa e sistemática as diferençasexistentes no setor, nas diferentes regiõesdo país. A edição deste ano trabalha com

cerca de 800 tabelas com as mais diversasinformações sobre o mercado desegurança privada. “No estudo do anopassado, a idéia era mostrar um perfil geraldo setor, de maneira que todos pudessemter uma visão global da segurançaprivada, até porque ainda há muitaconfusão no mercado sobre o que épropriamente a segurança privada. Essesegundo estudo teve como objetivoentrar um pouco mais fundo nessas ca-racterísticas. Então, nos dividimos,explicamos especificamente cada uma dasatividades que compõem o segmento –vigilância, transporte de valores e cursosde formação”, diz Calil Buainain Jr.,presidente da empresa Mezzo Planejamento,responsável pela produção do estudo.

Lançado em Brasília, no último dia 11de agosto, durante a abertura oficial doEncontro das Empresas de SegurançaPrivada (Enesp) da região Centro-Oeste,o II Esseg promete orientar os empresáriosna hora de decidir as estratégias dasempresas. “O objetivo desse estudo é fo-cado principalmente nas necessidades dosegmento econômico da segurança privadaem termos de dados que nos ajudem a tocarnosso dia-a-dia. Isso é muito importantepara os empresários, que, de posse dessasinformações, podem gerir suas empresas,planejando as ações”, afirma o presidenteda Federação Nacional das Empresas deSegurança e Transporte de Valores(Fenavist), Jerfferson Simões.

Em uma cerimônia que contou com apresença do presidente da Fenavist,Jerfferson Simões; do coordenador-geral

C

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de Controle de Segurança Privada doDepartamento de Polícia Federal, WantuirBrasil Jacini; do presidente da FederaçãoNacional das Empresas Prestadoras deServiços de Limpeza e Conservação(Febrac), Laércio Oliveira; do deputadodistrital, Leonardo Prudente; do repre-sentante do deputado Eunício LopesOliveira, Ricardo Augusto; dos presi-dentes dos Sindicatos das Empresas deSegurança Privada do Distrito Federal edo Estado de Goiás, Marcelo OliveiraBorges e Sebastião Divino, respectiva-mente, além de empresários, represen-tantes de órgãos públicos, contratantes,sociedade em geral, jornalistas, entre

outros. O coordenador da pesquisa,Mauro Catharino, explicou aos pre-sentes a metodologia de estudo e asprincipais novidades.

A taxa de crescimento para o mercadode segurança este ano corresponde a12%, quatro vezes mais que a projeçãoanunciada para o PIB do país para esteano, que é de 3% (previsão do Institutode Pesquisas Aplicadas do Ministério doPlanejamento – IPEA). Já no que dizrespeito ao aumento no número deempregos, o setor deve crescer 6%, odobro da taxa de crescimento previstapara o PIB. Mas, diferentemente do quemuitos pensam, o estudo revela que ocrescimento da insegurança não é o únicofator que faz com que o mercado cresça.O aumento da riqueza e a modernizaçãosão fundamentais para o sucesso daatividade.

“A segurança privada cresce com oaumento dos níveis de atividade, da ri-queza e do patrimônio. Cresce a uma velo-cidade maior que a economia. Isso signi-fica que o setor de Segurança Privada temrelação direta com o crescimento e com amelhoria da atividade. O crescimento dasegurança privada está ligado aocrescimento econômico, porque, para seproteger patrimônio – e segurança

privada é, sobretudo, isso –, é precisoexistir patrimônio e riqueza. É por issoque, nos Estados Unidos, o setor deSegurança Privada é tão significativo”,ressalta Catharino.

A soma desses fatores, porém, fizeramcom que o mercado de segurança privadacrescesse 68% entre os anos de 2002 e2005, subindo de R$ 7 bilhões para osprováveis R$ 11,8 bilhões. Entre 2003 e2004, o crescimento chegou a 25%.

O número de empregos gerados éoutra variável que apresenta crescimentoconstante. Enquanto alguns setores daeconomia apresentam taxas negativas, osetor de Segurança Privada deveempregar 6% a mais este ano, atingindoo número de 425 mil pessoas. Desses, 382mil desempenham a função de vigilantes,enquanto 42,5 mil nas funções admi-nistrativas e gerenciais do negócio.

O estudo, que faz parte das ações doProjeto Fenavist, cujo objetivo é moder-nizar, fortalecer e profissionalizar o setor,promovendo seu fortalecimento, indicaque o Brasil, em termos de número devigilantes para cada cidadão, está pró-ximo dos índices apresentados no Pri-meiro Mundo. Atualmente, temos um vi-gilante para cada 482 pessoas. Além disso,o II Esseg revelou que, em2004, o mercadode segurança privada no mundomovimentou cerca de US$ 100 bilhões.

Outro dado interessante diz respeitoao grau de escolaridade dos vigilantes.

Brasi l

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Apesar de a Lei nº 7.102/1983 exigirapenas a 4ª série, em 2003, segundo dadosda Relação Anual de Informações Sociais(RAIS), 45% dos vigilantes apresentavamensino fundamental (8ª série) completo, e26%, segundo grau completo ou superiorincompleto.

“Os próprios profissionais têm buscadose destacar por se tratar de um mercadocompetitivo em termos de oferta deempregos. Hoje temos um número muitosuperior de profissionais capacitados aprestar esse tipo de serviço à necessidadede contratação”, explica o vice-presidenteda Fenavist, Marcelo Borges. A remu-neração média dos vigilantes, em 2003, foide R$ 708. As regiões Sudeste e Centro-Oeste foram as que apresentaram as maioresremunerações no país.

Com tantas informações relevantes sobreo segmento de Segurança Privada, olançamento do II Esseg atraiu a presença damídia. No dia 11 de agosto, foi realizada umaentrevista coletiva com o presidente da Fe-deração, Jerfferson Simões; o presidente daMezzo Planejamento, Calil Buainain Jr.; ocoordenador do Projeto, Mauro Catharino,além do vice-presidente da Fenavist, MarceloBorges. Eles conversaram com a imprensapor cerca de uma hora.

Durante a entrevista foram esclarecidasdúvidas dos repórteres e apresentados osprincipais pontos do estudo. Estiverampresentes à coletiva jornalistas de veículosimpressos e mídia eletrônica. RedeBandeirantes, Rede Amazônica, CorreioBraziliense, Jornal de Brasília, Rádio Nacional,Gazeta Mercantil, Valor Econômico, Jornal oFluminense-RJ, Jornal Diário dos Campos-PR, Jornal do Brasil foram alguns dos veículosa noticiarem o estudo.

RepercussãoColetiva de lançamento do II ESSEG

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Repercussão

“Neste II estudo, com certeza, iremos buscar dados que poderão aperfeiçoar a atividade de segurançaprivada, tanto do ponto de vista da Polícia Federal, quanto do segmento das empresas. E isso serápossível, porque ele faz um raio-X de toda a atividade de segurança privada.”

Wantuir Brasil JaciniCoordenador-geral de Controle da Segurança Privada (CGCSP)

Leonardo PrudenteDeputado distrital e membro do Conselho-Fiscal da Fenavist

“São números que revelam o retrato fidedigno da situação da segurança privada no Brasil e sua evoluçãoem todos os níveis, econômicos ou sociais. Saúdo e cumprimento o presidente Jerfferson Simões; o vice-presidente Marcelo Borges; a diretoria-executiva e os funcionários da Fenavist, que têm lutado para conseguiro êxito nesse projeto tão importante não só para a segurança privada, mas também para o país.”

Marcelo BorgesVice-presidente nacional da Fenavist e presidente do Sindesp-DF

“O estudo é extremamente importante para o segmento, porque proporciona aos contratantes e àsempresas o perfil correto da segurança privada em nível nacional. Estas buscam novos investimentos, bemcomo proporcionam e mostram a qualidade dos profissionais que atuam nessa atividade, como grau dealfabetização, e também qualidade dos serviços que podem ser prestados pela segurança privada.”

José BoaventuraPresidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Vigilância (CNTV)

“A segurança privada tem evoluído com profissionalismo. Os estudos feitos no mercado, como oEsseg, apontam profissionalismo. Isso é positivo para todos nós: trabalhadores e empresários. O pontomais positivo dos números é o crescimento do faturamento das empresas, porque nos arma para reivindicarmelhoria na massa salarial.”

José Jacobson NetoVice-presidente da Fenavist para Assuntos da Região Sudeste e presidente do Sesvesp

“O II Esseg vem completar as informações que nossa sociedade e nossa entidade de classe precisam.O trabalho do presidente Jerfferson Simões é muito importante. A entidade que conhece seus númerosestá fadada a agir de modo que propicie melhores condições de termos uma atividade muito mais séria etransparente.”

Lélio Vieira CarneiroEx-presidente da Fenavist e presidente da Câmara de Serviços Terceirizáveis da CNC

“Este estudo consolida de uma vez por todas o mandato de Jerfferson Simões na presidência da Fenavist. Somosmuito grandes no contexto nacional. Somos os maiores empregadores do país, os maiores geradores de impostos.Entretanto, as pessoas desconhecem, na maioria dos casos, o que significa segurança privada. Esse estudo vaitranscrever o mapa da nossa situação, que é de privilégio com relação a diversos outros segmentos da economia.”

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Fenavist se iguala a grandes

centros de pesquisa

O

Federação realiza pesquisa de campopara obter dados. Regionalização e segmentaçãosão as novidades da segunda edição do Esseg

II Esseg não deve ser vistoapenas como uma atualização doprimeiro, publicado no ano

passado, com os últimos dados registradospelas atividades representadas pelasFenavist. Na verdade, o estudo deste ano éum novo trabalho, com objetivos diferentes.“No primeiro estudo, pagamos o preço porser pioneiro. No segundo, trazemos à luzvários índices que irão orientar as empresas,principalmente, as que querem se organizar.Ele apresenta dados muito importantes paraa visão de uma empresa, para que ela possasustentar seu crescimento”, lembra opresidente da Fenavist, Jerfferson Simões.

Dentre as principais diferenças da publi-cação anterior e a deste ano, destaca-se a aná-lise separada de cada atividade (vigilância,transporte de valores e cursos de formação)dentro do segmento e as informações sobre asegurança orgânica – até então desconhecidaspelo setor de Segurança Privada, além dapresença de dados primários.

A diferença, no entanto, que reflete maio-res avanços no estudo é a regionalizaçãodos dados. No estudo deste ano, os resul-tados gerais foram segmentados, de modoque seja possível reconhecer a importânciae conhecer os valores referentes a cada re-gião. “O estudo faz algo inédito: olha a segu-rança no Brasil em suas regiões, dentro deseus estados. Essa atividade pode ser com-parada, analisada dentro do país, a outro esta-do vizinho à sua região, em termos de caracte-rística e crescimento econômicos por meiodos dados regionalizados. A idéia geral é queo mercado contratante e o governo conhe-çam melhor o segmento, essa indústria queé grande geradora de impostos e renda”,ressalta o presidente da Mezzo Planejamento,Calil Buanian Jr..

Com essa regionalização dos dados, foipossível identificar, por exemplo, que a região

Norte é a que apresenta a maior projeção decrescimento para o número de vigilantes esteano, com cerca de 15%, ao passo que a regiãoSudeste, responsável pela maior fatia dofaturamento da segurança privada no Brasil,apresenta uma taxa de crescimento em tornode 4,5%.

Já em relação ao número de empregosgerados, a região Norte, que tem o maior índicede crescimento projetado, é a que menosemprega, com 14,4 mil postos de trabalho. Já oSudeste justifica o posto de região que maisfatura dentro do segmento, empregando 271,7mil pessoas – número que corresponde a quaseo dobro dos empregos gerados pelo restante dopaís.

Outro fator importante da regionalização dosdados é que agora é possível saber o quanto

cada estado cresce, emprega e representa dentroda região que atua. Assim, os empresários decada região poderão identificar e planejar asmelhores estratégias para crescer dentro domercado em que estão inseridos.

Nesta edição do Esseg, a Federação seiguala a grandes centros de pesquisas porproduzir dados com a marca Fenavist, issoporque a coleta dos dados utilizados noestudo não foi feita apenas com base empesquisas já existentes.

Os dados primários, ou seja, os dadoscom a marca Fenavist, foram obtidos por meiode uma pesquisa de campo, com aplicaçãode questionários, que contaram com uma lista

Marca Fenavist

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de perguntas voltadas para os temasestudados. As atividades de transporte devalores, cursos de formação e vigilância orgâ-nica contaram com esse recurso complementarde busca de informações para análise de suasespecificações. O questionário foi submetidoà crítica das lideranças e de entidades repre-sentativas do setor.

Uma das grandes preocupações dessapesquisa foi respeitar os termos, o sigilo dosdados. Desse modo, os dados recebidos nãoapareceram de forma individualizada, nemforam reveladas as empresas informantes.

Outra diferença do II Esseg em relação àedição passada são as informações segmen-tadas. Assim, cada atividade vigilância,transporte de valores ou cursos de formaçãotem uma parte específica do estudo dedi-cada a ela.

Dessa maneira, foi possível verificar quea atividade de vigilância é a que mais faturano Brasil. Essa atividade movimentará, em2005, R$ 9,13 bilhões, o que equivale a 78%de todo o montante envolvido na indústriada segurança privada no país. O faturamentodeste ano será 11% maior que o de 2004. Aregião Sudeste é responsável pela maior fatiado mercado (58,5%), enquanto a Norterepresenta apenas 5,4% do faturamento total.

Ainda segundo o estudo, o setor públicoé o maior contratante do serviço de segurançaprivada, responsável por 38,3% das contrata-ções. Em segundo lugar, aparecem os ban-cos, com 21,4% das contratações.

A vigilância orgânica, constituída porprofissionais de segurança contratados pelasempresas públicas ou privadas paraexecutarem os serviços de vigilância, sem,necessariamente, estarem ligados a umaempresa prestadora de serviços, é mais umadas novidades apresentadas pelo II Esseg.

Apesar da tendência de terceirização deserviços, o estudo da Fenavist mostra que asegurança orgânica ainda representa uma fatiasignificativa do mercado. Em 2003, segundodados da Relação Anual de InformaçõesSociais (RAIS), existiam 175,7 mil vigilantesorgânicos em atividade no Brasil, o quecorrespondia a mais de um terço dos vigilanteslotados em empresas de segurança privada.

A análise dos dados também revelou quea administração pública empregou 49,8% dosvigilantes orgânicos, seguida pelo comércio,serviços em geral e intermediação financeira,que empregou cerca de 25%. A região Nortefoi a que apresentou a maior participação devigilantes orgânicos nos serviços desegurança: 52%.

O transporte de valores, por sua vez, deve

movimentar R$ 2,6 bilhões, o que equivale a22% do faturamento da indústria dasegurança privada. Além disso, a atividadedeve empregar 38 mil vigilantes em 2005.Devido à maior concentração financeira, aregião Sudeste é responsável por 58,5% dofaturamento total da atividade de transportede valores e por 64% dos empregos geradosnesse tipo de serviço.

O II Esseg mostrou ainda que a frotabrasileira é formada por 4,68 mil carros-fortes. A região Sudeste é detentora de2.811 mil veículos, dos quais 1.989concentram-se no Estado de São Paulo.

A última atividade descrita na 2ª edição

do Estudo da Segurança Privada refere-seaos cursos de formação. Esse segmento éresponsável pela qualificação e certi-ficação profissional do vigilante. Os cursosde formação dividem-se em: formaçãobásica, extensão em transporte de valores,extensão em segurança pessoal e reci-clagem. De acordo com o estudo, atual-mente temos 208 escolas de formação que,em 2004, formaram mais de 125 milvigilantes. A região Centro-Oeste é a queapresenta o menor número de escolas: 24.Em contrapartida, existem 79 cursos deformação em funcionamento na regiãoSudeste.

Segmentação

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Fenavist

Com o intuito de reconhecer e homenagear as empresas e pessoas que se têm destacado por sua liderança ecapacidade ou prestado serviços relevantes à categoria, a Fenavist concederá os prêmios Mérito em Serviço eBenemérito da Segurança. Com essa atitude, a Federação pretende divulgar e fortalecer as tradições da prestaçãodos serviços terceirizáveis no Brasil, honrando seus feitos e realçando o crescimento do setor.

O prêmio Mérito em Serviço será concedido às empresas com destaque no mercado. A Fenavist segmentaráessa homenagem em quatro categorias: Diamante - para empresas com mais de 30 anos de atividade; Ouro - paraempresas com 25 anos; Prata - para empresas com 15 anos; e Bronze - para empresas com 10 anos.

Por sua vez, o prêmio Benemérito da Segurança será entregue a personalidades que têm prestado ao setorrelevantes serviços e trabalhado na consolidação de idéias democráticas e no crescimento e expansão dosegmento. Ambas as premiações serão entregues em um jantar, que fará parte do III Congresso de Segurança doNordeste, que acontecerá em Salvador, entre os dias 10 e 12 de outubro. As informações a respeito de premiação,inscrição, participação e regulamento estão disponíveis no site da Federação www.fenavist.org.br.

O presidente da Fenavist, Jerfferson Simões, se reuniu, em maio,com o então ministro do Trabalho e Emprego, Ricardo Berzoini, paraexpor o pensamento da Federação sobre a publicação do Ministériodo Trabalho e Emprego (MTE), que torna obrigatório o uso de coleteà prova de balas no exercício da segurança privada.

Simões esteve acompanhado pelos vice-presidentes regionaisGuilherme Alexandre, Maurício Alves e José Jacobson Neto, além dopresidente da Associação Brasileiras das Empresas de Transporte deValores (ABTV), Marcos Paiva, e do presidente da FederaçãoNacional das Empresas Prestadoras de Serviços de Limpeza eConservação (Febrac), Laércio de Oliveira. Eles ouviram asexplicações do ministro e, ao mesmo tempo, enumeraram as muitasconseqüências que o uso constante do colete pode acarretar aosvigilantes e às empresas. O presidente da Fenavist lembrou aindaque, na atividade de transporte de valores, na qual o uso doequipamento é realmente necessário, a utilização do colete já é feita.

Fenavist discute coletesà prova de balas

Jerfferson Simões no II Congresso deSegurança Privada da Bolívia

O segundo Congresso de Segurança Privada da Bolívia, oSeguriexpo e o ForoEmpresarial de Seguridad Privada aconteceram,respectivamente, na Bolívia, na Argentina e no Uruguai e contaramcom a representação da Fenavist. Nas três oportunidades, o presidente da Federação, Jerfferson Simões, proferiu a palestraImportância da Segurança Privada no Mundo. Simões destacounúmeros, causas e efeitos da violência, além de expor dados sobre ocenário da segurança privada mundial, incluindo tendências domercado. A Federação já confirmou presença do Chile, em novembro,quando acontece o III Congresso Internacional da Federação Pan-Americana de Segurança Privada (Fepasep).

Fenavist participa deeventos internacionais

Representantes da Fenavist no Ministério do Trabalho e Emprego

Federação homenagearádestaques da Segurança

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O Projeto de Lei nº 168/2005, de autoria do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), recebeu críticas na 55ªComissão Consultiva para Assuntos de Segurança Privada (CCASP), reunida no último dia 13 de julho, em Brasília.O projeto, em tramitação no Senado, estabelece normas para constituição e funcionamento das empresas desegurança privada, modificando a legislação atual para criar o Sistema de Segurança Privada. O representante daFenavist, Eraldo Dodero, ratificou que o ponto de vista da Federação é que esse projeto pode trazer maisproblemas que soluções, além de não contemplar as demandas de atualização, reformulação e modernização dosetor de Segurança Privada.

Na oportunidade, o coordenador-geral de Controle da Segurança Privada (CGCSP), Wantuir Jacini, afirmou queo PL representa um retrocesso técnico e político em relação à Lei nº 7.102/83, por retirar a competência da PolíciaFederal para controlar e fiscalizar as empresas de segurança privada e passar a função para os estados da União.

Comissão discute projeto que modifica legislação

Foi realizado no último dia 30 de maio, no auditório da Confederação Nacional doComércio (CNC), em Brasília, um Fórum de Debates para discutir a Lei da Pessoa comDeficiência (nº 8.213/91), Lei do Menor Aprendiz (nº 10.097) e o Programa Nacionalde Estímulo ao Primeiro Emprego (PNPE). O evento foi organizado pela FederaçãoNacional das Empresas Prestadoras de Serviços de Limpeza e Conservação (Febrac),com apoio da Fenavist e da Federação Nacional dos Trabalhadores em Serviços,Asseio e Conservação, Limpeza Urbana, Ambiental e Áreas Verdes (Fenascon), alémdo Sindicato das Empresas de Asseio e Conservação do Distrito Federal (Seac-DF).Houve um painel sobre cada assunto. A Lei da Pessoa com Deficiência, tema depalestra, coube à chefe da Fiscalização do Trabalho do Estado de São Paulo, LucíolaRodrigues Jaime. Segundo ela, o segmento de Segurança Privada precisa seranalisado com cuidado, pois pode corresponder a uma exceção. O presidente daFenavist encerrou as atividades, ressaltando a importância da iniciativa e dequalquer tipo de diálogo para levar ao entendimento os aspectos que influenciamdiretamente o setor de prestação de serviços.

Representantes de entidades de classe estiveram reunidos em julho,na sede da Caixa Econômica Federal (CEF), para discutir o Termo deAjuste de Conduta (TAC), do Ministério Público da 10ª Região, queobriga a entidade a substituir, até o ano de 2007, mais de oito miltrabalhadores terceirizados por servidores públicos. A reunião foi umainiciativa da Ação Brasileira de Apoio ao Setor de Serviços (Abrasse).

Na oportunidade, os sindicalistas demonstraram para osrepresentantes da CEF preocupação com a decisão e a possível aberturade precedente para outros órgãos públicos. Presente no encontro, ovice-presidente Nacional da Fenavist, Marcelo Borges, explicou que adecisão afeta somente os serviços terceirizados contratadosirregularmente. “A segurança privada não está sujeita aos termos doacordo, pois somente os funcionários terceirizados que exercematividade-fim serão trocados por servidores públicos”, completa.

Ao final da reunião, houve consenso em realizar um novo encontro,já que as partes não chegaram a um entendimento sobre o que é aatividade-fim. “Proponho a criação de um grupo de trabalho, quefuncione como um canal de comunicação entre as entidades e asinstituições para buscar adequação nas contratações terceirizadas”,defendeu Borges.

Termo de Conduta nãoafeta Segurança Privada

Vice-presidente Nacional da Fenavist, Marcelo Borges,e o presidente da Abrasse, Paulo Lofreta

Fórum debate leis que afetam o setor

Fórum de Debates promovido pela Febrac

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Direito

Novo conceito devigilância privadaO

Cel. Severo AugustoDiretor-executivo da empresa de Tecnologia,Inteligência e Planejamento de Segurança (TIS)

Açãoprodutora desegurançadeixa de sercomandadaporincidentes epassa a serdirigida pelaempresacontratada

mercado de segurança está exigindo trans-formação e modernização dos conceitosde vigilância privada. As empresas que

atuam nesse setor devem iniciar um processo quelhes possibilite trabalhar com os conceitos depoliciamento privado e não mais com os paradigmasque, por muitos anos, direcionaram as atividades devigilância privada.

Ao contrário da prática de muitas empresas quehoje atuam nesse segmento de mercado, os serviçosde policiamento privado são prestados por pro-fissionais selecionados e qualificados, de forma espe-cífica, para um determinado cliente e em função deriscos e ameaças que terão de gerenciar. Mas, paraque isso aconteça, toda a atividade de proteçãopatrimonial deve ser precedida de um criteriosotrabalho diagnóstico, para identificar as reaisnecessidades de segurança do cliente. Essas ne-cessidades devem ser agrupadas de acordo com suascategorias: Segurança Patrimonial, SegurançaInstitucional e Segurança Pessoal.

Os serviços de policiamento privado englobam oemprego de tecnologia moderna, com uma infra-estrutura organizacional adequada à prestação deserviços de segurança, com um gerenciamentoracional que trabalhe com diagnóstico, planejamento,monitoramento e avaliação de resultados.

Os conceitos de vigilância privada priorizamatitudes reativas para a produção de segurança. Seusexecutores agem depois do fato perturbador da ordemhaver ocorrido. Fazer vigilância privada é saberregistrar ocorrências e acionar as forças policiais paraestruturar ações de resposta diante de um delito nasinstalações físicas do cliente. A avaliação dedesempenho, quando feita, utiliza como critério onúmero de problemas atendidos, o material recuperado,faltas ao serviço e reclamações dos clientes.

No policiamento privado, a atitude é proativa. Osprocessos de produção de segurança são de naturezapreventiva. Todo o trabalho tem como objetivo evitarque o problema venha a acontecer. As ações eatitudes do dia-a-dia são desenvolvidas e executadascom base em políticas de prevenção, concebidas deacordo com as pesquisas de vitimização e um amplodiagnóstico de risco e ameaças.

A avaliação de desempenho e o monitoramento

de resultados são pilares e pressupostos básicosdas atividades de policiamento privado. Para arealização dessa importante tarefa, são utilizadosindicadores que retratam a capacidade preventivado prestador de serviços. O desempenho é medidoem função do aumento ou da diminuição de riscos,das ameaças e dos índices de vitimização daempresa e de seus integrantes quando trabalhandoou exercendo algum tipo de atividade nela.

Não se pode deixar de levar em conta, contudo,que o estudo sobre violência e criminalidade noespaço geográfico urbano do entorno de umaempresa, por exemplo, é de suma importância paraa concepção e o desenvolvimento de seus serviçosde segurança patrimonial, institucional e pessoal.

Um dos pontos basilares do PoliciamentoPrivado Orientado é permitir a compreensão dosproblemas de segurança em toda a sua amplitude.Isso possibilita que as soluções sejam construídasde maneira global, inclusive com a adoção deprovidências que vão muito além da esfera e dossetores de prestação de serviços de segurança.

Essas novas soluções agregam valores aosprocessos produtivos do contratante. A açãoprodutora de segurança deixa de ser comandadapor incidentes e ocorrências e passa a ser dirigidapela empresa contratada e por seus profissionais.

O policiamento privado ainda tem comocaracterística um importante diferencial em relaçãoàs atividades de vigilância privada: age e interagecomo parte dos esforços para a preservação daordem pública. As unidades das organizaçõespoliciais, tanto nos níveis gerencial comooperacional, têm ciência dos esforços privados desegurança e proteção que estão sendo efetivados.Dessa interação e integração, nascem processosde colaboração que potencializam ambas asatividades de segurança.

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Sindicatos

Bahia

Sindesp-BA ensina a contratarFoi lançada em julho a Segunda Edição da

Cartilha de Segurança Privada do Sindesp-BA.A apresentação do material à sociedade foifeita em um coquetel na sede da AssociaçãoBahiana de Supermercados (Abase).

Estiveram presentes ao lançamento opresidente do Sindesp-BA, Fábio de OliveiraRezende; o vice-presidente da Fenavist para

Assuntos da Região Nordeste, OdairConceição; o diretor-executivo do Sindicato,Uzel Duplat; diretores do sindesp, em-presários das filiadas, representantes deórgãos públicos, da Polícia Federal, daPolícia Civil e demais convidados.

A cartilha, em sua primeira parte, ensinacomo contratar legalmente os serviços de

segurança privada. Por sua vez, a segundaparte é destinada à sociedade em geral, comdicas de prevenção contra crimes e aci-dentes. Para os interessados em ter acessoà Cartilha, ela será distribuída na sede dosindicato. Além disso, será disponibilizadapelo site www.sindesp-ba.com.br, por meiode um link específico.

Pa r á

Sindesp-PA defende regularizaçãoO presidente do Sindicato das

Empresas de Segurança Privada do Estadodo Pará, Guilherme Alexandre dos Santos,ratificou o combate a um dos grandesentraves ao desenvolvimento do setor deSegurança Privada: a clandestinidade. Emmatéria publicada no jornal Diário do Pará,no mês de julho, Guilherme defendeu aregularização do profissional de vigilância,

devido a peculiaridades do setor. “Osvigilantes regularizados estão mais bempreparados do que um policial para lidar comcertas situações. Em caso de assalto, ovigilante tem como última opção utilizar aarma, enquanto o policial, devido ao risco deestar diariamente lidando com bandidos, nãopensa duas vezes em sacá-la”, defendeu.

Guilherme avaliou que, mesmo com

dificuldades, a tendência no estado é decrescimento no setor. Em 2004, houve umaumento de 22% no número deprofissionais em relação a 2003.Atualmente, o Pará conta com 39 empresasautorizadas em funcionamento. Vinte ecinco atuam na vigilância, seis notransporte de valores e oito em cursos deformação e reciclagem.

Pa raná

Sindesp-PR combate a clandestinidadeO Sindicato das Empresas de Segurança

e Transporte de Valores do Paraná temparticipado ativamente de denúncias contraempresas clandestinas, que atuam des-lealmente no mercado, auxiliando tomadoresna análise de preços. Com esse objetivo, osindicato tem apoiado os trabalhos da Câmara

de Regulação Técnica de ServiçosTerceirizados, que funciona como um canaldireto com os órgãos fiscalizadores paraauxiliar na luta contra os problemas do setorde Segurança Privada.

Uma das ações foi elaborar uma planilhacontendo a massa salarial e os impostos fixos.

Com isso, espera-se coibir a prática de preçosinexeqüíveis. A Câmara é coordenada pelodelegado regional do Trabalho e conta com aparticipação das classes patronal e laboral davigilância, asseio, serviços temporários,Receita Federal e vários tomadores de serviçosdas esferas municipal, estadual e federal.

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Revista Fenavist Agosto - 2005 32

São Paulo

Sesvesp, referência em certificação

Após várias rodadas de negociações,o Sindesp-MT fechou a Convenção Co-letiva (CCT) 2005, com um dos maioresavanços de todos os tempos: o ganho paraos vigilantes, incluindo reajuste salarial einclusão do tíquete-alimentação, o que so-ma mais de 15%.

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O Certificado de Regularidade deSegurança (CRS), criado pelo Sindicatodas Empresas de Segurança Privada,Segurança Eletrônica, Serviços de Escoltae Cursos de Formação do Estado de SãoPaulo (Sesvesp) em 2002, que atesta aregularidade dos serviços prestados pelasempresas de segurança, deverá seradotado como referência pela Federaçãodas Indústrias de São Paulo (Fiesp) e pelaAção Brasileira de Apoio ao Setor deServiços (Abrasse).

A discussão sobre o projeto de criaçãoda Plataforma Fiesp de Serviços Prestadosà Indústria foi pauta da reunião do Fórumde Serviços da Abrasse, que aconteceu no

último dia 20 de julho, no auditório doSesvesp, em São Paulo. Representantes deentidades associadas à Abrasse, além deempresários interessados em colaborar como projeto, estiveram presentes. WaldemarPellegrino, do Sesvesp, fez uma apre-sentação sobre o CRS.

Uma das grandes preocupações dosempresários que estão trabalhando naPlataforma é evitar a concorrência deslealpraticada por baixos custos, especialmenteem processos de licitações. “A certificaçãoAbrasse/Fiesp não pretende fazer umareserva de mercado, mas separar o joio dotrigo, destacando as empresas sérias”,ressaltou Pellegrino.

Mato Grosso

Sindesp-MT fecha ConvençãoColetiva 2005

Além disso, o Sindesp-MT disponibili-zou para a categoria, por meio de convênio,um amplo clube para lazer dos funcionáriose seus familiares.

Entre outros benefícios e avanços, osindicato auxilia o programa de assistênciamédica iniciado pelos sindicatos laborais.

O Sindesp-SC desenvolveu, no mês dejunho, um programa de treinamento equalificação para diretores e gestores dasempresas para contribuir para a perpetuação,otimização e crescimento do grupo deassociados. Em parceria com o Sindicato dasEmpresas de Limpeza, Asseio e Conservaçãode Santa Catarina (Seac–SC), o sindicatopromoveu o treinamento entre os dias 9 e 11,que contou com a participação de mais de 30diretores e gerentes de empresas associadas

Santa Catarina

Sindesp-SC promove treinamentode todo o estado.

Os resultados foram satisfatórios. Aoparticiparem de dinâmicas, todos osparticipantes tiveram, na prática, aoportunidade de testar as diversas técnicassugeridas e a sua ideal aplicação.

Os dois sindicatos têm programadopara os próximos meses outros eventosdo mesmo nível, uma vez que o Sindesp–SC sempre primou pela excelência emtudo o que proporciona aos associados.

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Revista Fenavist Agosto - 200534

Rob

erto

Vas

conc

elos

Compromisso e evolução

D

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Zana

rdo PEficiência e Tradição

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Mor

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Jr.

FExperiência e desenvolvimento

iretor-executivo do Grupo Sacramenta, Roberto Vasconcelos cresceu em meio ao mercadode segurança privada. Desde cedo acompanha os passos do pai, Tolentino Marçal,fundador do grupo que, atualmente, possui quatro filiais na região Norte e atua em

diversos municípios do Estado do Pará. Para chegar ao cargo que ocupa atualmente, Robertoatuou em diversas áreas da empresa. Começou como office boy. Posteriormente, trabalhou nasáreas de Cobrança, Atendimento ao Cliente e Gerência. Já participou de cursos de especializaçãoem diversas áreas, inclusive de segurança privada, nos Estados Unidos, e no Sindicato dasEmpresas de Segurança Privada, Segurança Eletrônica, Serviços de Escolta e Cursos de Formaçãodo Estado de São Paulo (Sesvesp). Para Roberto, o setor está em constante evolução, entretantoexistem problemas pontuais. “Nos últimos 15 anos, houve uma evolução na padronização dosserviços, no recrutamento e na seleção das empresas, porém, paralelamente, estamos assistindo àfavelização e ao canibalismo de empresas clandestinas”, explica.

ercebendo a sobrecarga de atividades do pai, Ivan Zanardo, Marcos Zanardo, quebuscava uma oportunidade de entrar no mercado, aproveitou a brecha surgida emmeados de 1995 no mercado de segurança privada e ingressou nele. Iniciou sua trajetória

na área operacional, seguiu para a área comercial e hoje é diretor-superintendente do GrupoZanardo, um dos maiores do Sul do país. Marcos é graduado em gestão de empresas e, atualmente,faz pós-graduação na área. Segundo ele, é necessário aplicar novos modelos de gestãoadministrativa e financeira nas empresas para desenvolver o setor. “Gestão Profissional, aliadaà busca constante de novas tecnologias, fará com que continuemos com crescimento e sucessono mercado”, acrescenta. Atualmente, Zanardo mora na cidade de Joaçaba (SC), onde está amatriz do grupo, que atua com escritórios regionais em 14 cidades nos estados do Paraná, deSanta Catarina e do Rio Grande do Sul.

undador de um dos maiores grupos empresariais do Brasil, Djalma Moreira Jr. conseguiuagregar a família em torno da segurança privada. Filhos e esposa o ajudam no sucesso doGrupo Centuria, formado pelas empresas Centuria Sistemas de Segurança Ltda. e pela

Centuria Comércio e Serviços Ltda., que atende cerca de 50 grandes empresas privadas em todo oestado do Espírito Santo. Moreira iniciou a formação técnica como oficial-de-infantaria do ExércitoBrasileiro, em 1978. Sempre trabalhou na presidência do grupo, acumulando, principalmente noinício da carreira, a gestão operacional. Segundo Moreira, a segurança privada ainda não ocupouo espaço que lhe é devido, apesar da visão de resultado e eficácia dos empresários e líderes dosetor. “Nossas entidades sindicais, capitaneadas pela Fenavist, poderão ser de suma importânciana profissionalização, na melhoria técnica e na gestão de qualidade da segurança privada, tendo aoportunidade, sobretudo, de constituir um importante instrumento para busca de soluções dosproblemas de nossa debilitada segurança pública”, completa.

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Alagoas

Amazonas

Bahia

Ceará

Distrito Federal

Espirito Santo

Goias

Minas Gerais

Mato Grosso do Sul

Mato Grosso

Paraíba

Pernambuco

Piauí

Paraná

Rio de Janeiro

Rio Grande do Norte

Rondônia

Rio Grande do Sul

Santa Catarina

Sergipe

São Paulo

Tocantins

2.760,00

3.320,00

2.800,00

3.230,00

5.710,00

3.320,00

3.620,00

4.370,00

2.940,00

2.770,00

3.010,00

3.590,00

3.280,00

4.760,00

3.530,00

3.410,00

3.220,00

4.300,00

3.780,00

2.500,00

4.810,00

3.500,00

Tabelas do Ministério do Planejamento

U F Posto 12 x 36 horas diurno Posto 12 x 36 horas noturno

3.130,00

3.760,00

3.420,00

3.540,00

6.250,00

3.970,00

4.200,00

5.150,00

3.220,00

3.190,00

3.290,00

4.030,00

3.890,00

5.210,00

4.090,00

4.090,00

3.740,00

4.900,00

4.260,00

2.830,00

5.520,00

4.060,00

1.470,00

1.780,00

1.520,00

1.740,00

3.070,00

1.780,00

1.930,00

2.310,00

1.560,00

1.500,00

1.600,00

1.910,00

1.730,00

2.530,00

1.860,00

1.800,00

1.760,00

2.260,00

2.030,00

1.330,00

2.590,00

1.860,00Fonte: Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão *OBS.: Os dados referentes aos Estados da Federação cujos valores não aparecem nesta portaria, principalmente aqueles que já tiveram convenção coletivafechada, estão sendo averiguados pela Fenavist.

O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MP) é responsável pela publicação no Diário Oficial da União pela tabela que estabeleceum limite máximo para os preços dos serviços de segurança e asseio e conservação, praticado em contratos com órgãos públicos. Na buscapor um melhor entendimento com o Ministério, a Fenavist entrega estudos dos custos básicos das empresas de segurança com o objetivo delevar dados e exemplos aos analistas do ministério. Além disso, a Federação sensibiliza os Sindicatos das Empresas de Segurança Privada(Sindesp’s) quanto à necessidade de protocolar em um prazo combinado com o Ministério as Convenções Coletivas dos estados, para que osreajustes possam ser o mais condizente com a realidade do setor em cada região e para que as datas-bases realizadas nos dois semestresfossem contempladas com mais agilidade.

SERVIÇO DE VIGILÂNCIA - PREÇO MENSAL DO POSTO (Portaria nº 03, 7 de julho de 2005 - Secretaria de Logística e Tecnologia daInformação do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão)*

Limite Máximo para Contratação e Repactuação dos Serviços (em R$):

Posto 44 horas / semanais diurno

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