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EDMAR LUIZ RINALDI A realidade e as possibilidades do uso de tecnologia no ensino de Geografia nas Escolas do Estado de São Paulo. UAB – UFABC 2012

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Page 1: Edmar Luiz Rinaldi_Diadema_Renato Kinouchi

EDMAR LUIZ RINALDI

A realidade e as possibilidades do uso de tecnologia no ensino de Geografia nas

Escolas do Estado de São Paulo.

UAB – UFABC

2012

Page 2: Edmar Luiz Rinaldi_Diadema_Renato Kinouchi

EDMAR LUIZ RINALDI

A realidade e as possibilidades do uso de tecnologia no ensino de Geografia nas

Escolas do Estado de São Paulo.

Monografia apresentada à UAB UFABC – Universidade Aberta

do Brasil - Universidade Federal do ABC, para obtenção do grau de Especialista

em Ciência e Tecnologia, sob a orientação do Professor Doutor Renato Kinouchi.

UAB – UFABC

2012

Page 3: Edmar Luiz Rinaldi_Diadema_Renato Kinouchi

Rinaldi, Edmar Luiz

A realidade e as possibilidades do uso de tecnologia no

ensino de Geografia nas Escolas do Estado de São Paulo.

Edmar Luiz Rinaldi. Santo André/SP, 2012.

O autor da presente monografia é aluno da UAB-UFBAC.

Page 4: Edmar Luiz Rinaldi_Diadema_Renato Kinouchi

EDMAR LUIZ RINALDI

A realidade e as possibilidades do uso de tecnologia no ensino de Geografia nas

Escolas do Estado de São Paulo.

Monografia apresentada à UAB UFABC – Universidade Aberta

do Brasil - Universidade Federal do ABC, para obtenção do grau de Especialista

em Ciência e Tecnologia, sob a orientação do Professor Doutor Renato Kinouchi.

Aprovado: ____/____/_______

UAB – UFABC

2012

Page 5: Edmar Luiz Rinaldi_Diadema_Renato Kinouchi

RESUMO

De acordo com o Currículo do Estado de São Paulo, para as Ciências Humanas e suas

Tecnologias (Princípios para um currículo comprometido com o seu tempo - Uma escola

que também aprende, pg 10) “... A tecnologia imprime um ritmo sem precedentes ao

acúmulo de conhecimentos e gera profunda transformação quanto às formas de estrutura,

organização e distribuição do conhecimento acumulado. Nesse contexto, a capacidade de

aprender terá de ser trabalhada não apenas nos alunos, mas na própria escola, como

instituição educativa. Isso muda radicalmente a concepção da escola: de instituição que

ensina para instituição que também aprende a ensinar...”, procuro descrever o uso que

faço da tecnologia em sala de aula, e as possibilidades que esta mesma tecnologia me

abre, quanto ao conduzir meu trabalho didático-pedagógico e de construção de uma

aprendizagem com significado, fato este que me conduziu à apresentação deste trabalho,

onde procuro olhar sistematicamente para os usos que fazemos da tecnologia em sala de

aula, bem como procurar identificar novos horizontes para a condução da nossa jornada

de aprendizagem-ensino-aprendizagem, com os alunos do Ensino Médio da Escola

Estadual Professor Gualter da Silva.

Page 6: Edmar Luiz Rinaldi_Diadema_Renato Kinouchi

ABSTRACT

According to the Curriculum of São Paulo for the Humanities and its technologies

(Principles for a curriculum committed their time - A school that also learns, pg 10), "... The

technology prints an unprecedented pace to the accumulation of knowledge and generates

profound transformation in the ways of structure, organization and distribution of

accumulated knowledge. In this context, the ability to learn has to be worked not only on

students, but the school itself, as an educational institution. That radically changes the

design of the school: the institution that teaches institution also learn to teach ... " I try to

describe my use of technology in the classroom, and the possibilities it opens me this

same technology, as the lead my work and didactic-pedagogic construction of a

meaningful learning, a fact that led me to the presentation of this work, where I try to look

systematically for the uses we make of technology in the classroom, as well as seek to

identify new horizons for the conduct of our journey of learning-teaching-learning, with

students from the High School State School Teacher Gualter da Silva.

Page 7: Edmar Luiz Rinaldi_Diadema_Renato Kinouchi

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 8

2 JUSTIFICATIVA 10

3 I- O USO QUE SE FAZ DA TECNOLOGIA EM SALA DE AULA 12

4 II- TIPOS DE EQUIPAMENTOS E SOFTWARES DISPONÍVEIS 13

5 III- O PROCESSO DE APRENDIZAGEM-ENSINO-APRENDIZAGEM COM

TECNOLOGIA 15

6 IV- A TECNOLOGIA EM SALA DE AULA, OS DESAFIOS PARA A CONSTRUÇÃO

DE UMA APRENDIZAGEM COM SIGNIFICADO EDUCATIVO 18

7 V- EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA, ATÉ ONDE É POSSÍVEL APRENDER COM

TECNOLOGIA? 20

8 VI – O PAPEL DO PROFESSOR COMO SELECIONADOR DE CONTEÚDO 23

9 VII- UTILIZANDO A TECNOLOGIA EM SALA DE AULA 24

10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 26

Page 8: Edmar Luiz Rinaldi_Diadema_Renato Kinouchi

Introdução

O objetivo deste trabalho é identificar o quanto a tecnologia é utilizada hoje nas escolas

do Estado de São Paulo, e as reais possibilidades de utilização no ambiente escolar em

um futuro próximo.

Para tanto, descreverei o uso que hoje se faz da tecnologia nas escolas do Estado de

São Paulo, com ênfase na E.E. Professor Gualter da Silva, escola onde leciono e irei

identificar quais tipos de tecnologia estão disponíveis e as que poderão ser utilizadas no

desenvolvimento do processo de aprendizagem-ensino-aprendizagem.

O Currículo do Estado de São Paulo para as Ciências Humanas e suas Tecnologias, no

tópico, As relações entre educação e tecnologia (pgs. 21 a 22) tem, para a questão da

tecnologia, a seguinte compreensão:

“A educação tecnológica básica é uma das diretrizes que a LDBEN estabelece para

orientar o currículo do Ensino Médio. A lei ainda associa a “compreensão dos

fundamentos científicos dos processos produtivos” ao relacionamento entre teoria e

prática em cada disciplina do currículo. E insiste quando insere o “domínio dos

princípios científicos e tecnológicos que presidem a produção moderna” entre as

competências que o aluno deve demonstrar ao final da educação básica. A tecnologia

comparece, portanto, no currículo da educação básica com duas acepções

complementares:

a) como educação tecnológica básica;

b) como compreensão dos fundamentos científicos e tecnológicos da produção.

A primeira acepção refere-se à alfabetização tecnológica, que inclui aprender a lidar com

computadores, mas vai além. Alfabetizar-se tecnologicamente é entender as tecnologias

da história humana como elementos da cultura, como parte das práticas sociais, culturais

e produtivas, que, por sua vez, são inseparáveis dos conhecimentos científicos, artísticos

e linguísticos que as fundamentam.

Page 9: Edmar Luiz Rinaldi_Diadema_Renato Kinouchi

A educação tecnológica básica tem o sentido de preparar os alunos para viver e conviver

em um mundo no qual a tecnologia está cada vez mais presente, no qual a tarja

magnética, o celular, o código de barras e outros tantos recursos digitais se incorporam

velozmente à vida das pessoas, qualquer que seja sua condição socioeconômica.

A segunda acepção, ou seja, a compreensão dos fundamentos científicos e tecnológicos

da produção, faz da tecnologia a chave para relacionar o currículo ao mundo da produção

de bens e serviços, isto é, aos processos pelos quais a humanidade – e cada um de nós –

produz os bens e serviços de que necessita para viver. Foi para se manter fiel ao espírito

da lei que as DCN introduziram a tecnologia em todas as áreas, tanto das DCN como dos

PCN para o Ensino Médio, evitando a existência de disciplinas “tecnológicas” isoladas e

separadas dos conhecimentos que lhes servem de fundamento.”

Page 10: Edmar Luiz Rinaldi_Diadema_Renato Kinouchi

Justificativa

O presente trabalho se justifica diante da realidade do uso de tecnologias nas escolas do

Estado de São Paulo, tendo como caso de estudo a unidade escolar na qual leciono, a

Escola Estadual Professor Gualter da Silva.

A referida unidade possui equipamentos de informática (computadores, notebook e

impressoras), projetor de vídeo e espaço para seu uso. Os equipamentos são

subutilizados devido à falta de material didático adequado para sua utilização.

Atualmente é utilizado o projetor de vídeo, para a projeção de filmes temáticos, visando à

integração, motivação e valorização do ambiente escolar, familiar e social onde nossos

alunos estão incluídos.

Os computadores da sala de informática são em número reduzido, apenas 15 (quinze)

unidades, e pouco utilizados, sendo que apenas os computadores da Direção,

Coordenação e da Sala dos Professores têm uso diário.

Para que a inclusão digital aconteça na Escola, é necessária a ampliação do número de

equipamentos disponíveis, bem como a qualificação dos profissionais e dos alunos

envolvidos nesse processo educacional.

A inclusão de uma disciplina específica para a educação digital de nossos alunos deve ser

parte integrante desse esforço para a melhoria da educação.

Há também muitos tópicos em Geografia, possíveis de se utilizar as ferramentas de

informática, desde a Geografia Física, passando pela Geologia, Geomorfologia,

Climatologia, além da Astronomia e Cosmologia, até a formação do Universo e do nosso

Sistema Solar.

Em Geografia Humana também utilizaremos a tecnologia, para construir a rede de

relações técnico-científico-informacionais e de evolução das cidades e das sociedades

humanas, com suas contradições, disputas e choques (evitáveis e inevitáveis) presentes

na construção das sociedades humanas em um mundo cada vez mais globalizado,

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internacionalizado e conectado.

Um levantamento concernente ao Currículo adotado pelo Estado na disciplina Geografia

mostrará grandes possibilidades de utilização das ferramentas de informática para a

fixação de conceitos e conteúdos diversos dentro desta área do conhecimento.

Minha proposta então é a de efetuar este levantamento, bem como do material didático-

pedagógico adequado e, dentro das possibilidades da nossa Unidade Escolar, estar

levando a efeito esta construção do conhecimento escolar, com a participação efetiva das

ferramentas de informática disponíveis atualmente.

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I- O uso que se faz da tecnologia em sala de aula

Como a tecnologia é utilizada nas escolas do Estado de São Paulo?

Atualmente, os únicos recursos tecnológicos disponibilizados são: computadores nas

salas de informática, dos professores, secretaria e direção, os quais ainda são

subutilizados quanto às possibilidades de seu uso para o alunado; bem como o

retroprojetor com recursos de multimídia, com o qual desenvolvemos atividades de

exposição de filmes com sentido didático-pedagógico e temas que envolvam a

continuidade do aprendizado no bimestre.

O uso dos computadores se restringem a atividades extra-classe, onde são apresentados

tão somente as possibilidades de uso no aprendizado dos recursos de composição de

textos, tabelas e apresentações, bem como a utilização da internet para diversas

finalidades, tais como pesquisas em sites de busca.

Desta maneira, efetivamente utilizamos o recurso audiovisual e multimídia da exposição

de filmes temáticos e os computadores acabam sendo utilizados de uma maneira muito

tímida, perto das possibilidades reais de sua utilização.

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Page 13: Edmar Luiz Rinaldi_Diadema_Renato Kinouchi

II- Tipos de equipamentos e softwares disponíveis

Quais tipos de tecnologia para educação estão disponíveis hoje?

De acordo com Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida (2001, pg 7), “... a inserção das

tecnologias da informação e comunicação - TIC na educação brasileira desde algumas

experiências isoladas realizadas em universidades com o uso do computador até o

momento atual. Apesar da presença cada vez mais frequente nas escolas, sua inserção

em diferentes níveis e modalidades educacionais tem abordagens contraditórias, como

práticas de determinados conteúdos disciplinares, ou domínio de recursos

computacionais, situações voltadas a projetos, com grandes desafios e ambiguidades.”

Ainda com Almeida (2001, pg 16), “Existem programas (softwares) apropriados para

diferentes níveis e metodologias de ensino, fundamentados em distintas concepções ou

abordagens educacionais. Alguns visam a fixação de conteúdos curriculares e o

desenvolvimento psicomotor. Outros permitem desenvolver a criatividade, a

representação do pensamento e a construção do conhecimento de quem o utiliza. Há

também jogos interativos, simuladores e laboratórios virtuais. Com o avanço das

tecnologias de informação e comunicação, a classificação dos novos softwares segundo

suas características básicas torna-se sutil devido à sua complexidade e possibilidade de

engajar-se em mais de uma classe.”.

Em Análise dos diferentes tipos de software usados na Educação, artigo escrito por José

Armando Valente, Integrante do Nied/Unicamp, o autor se refere aos seguintes tipos de

software:

- tutoriais: recursos utilizados geralmente como auxílio no uso de softwares os mais

diversos, nem sempre com conteúdo didático-pedagógico adequado, servindo apenas

como guias de utilização dos softwares em geral;

- programação: recurso específico para desenvolvimento de softwares nas mais variadas

áreas do conhecimento, geralmente com visão comercial e não educativos;

- processador de texto: recurso dos mais utilizados em todas as áreas da informática,

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onde se pode desenvolver desde textos com finalidades comerciais, educativas, lúdicas,

artísticas, etc., em todas as áreas de conhecimento;

- multimídia e internet: outro recurso dos mais utilizados, onde podemos localizar desde

textos, planilhas, apresentações, vídeos, músicas, etc., servindo atualmente como uma

grande biblioteca virtual, na qual devemos sempre ter cuidado quanto à veracidade das

informações obtidas, pois nem sempre correspondem ao contexto ao qual tenhamos

interesse em estudar;

- desenvolvimento de multimídia ou páginas Web: outro recurso utilizado tão somente

pelos programadores de conteúdo, sites e outros meios de comunicação pela Web;

- simulação e modelagem: recursos utilizados nas áreas de engenharia e matemática; e

- jogos: recursos utilizados tendo em vista a área comercial, tendo atualmente muitos

seguidores e profissionais ligados ao seu desenvolvimento e distribuição, dentre outras

atividades correlatas, sendo também dos mais utilizados no mundo todo.

Todos os recursos tecnológicos mencionados acima são possíveis de ser utilizados no

meio da educação, mas o quadro que temos do uso que se faz das tecnologias da

informação e comunicação – TIC, pouco aproveitado no meio escolar, são utilizados tão

somente os recursos multimídia e internet, sendo que os recursos multimídia são

utilizados dentro da escola, e a internet tão somente para garantir que pesquisas nas

páginas web disponíveis e algumas indicadas por nós sejam levadas a cabo.

Recursos tecnológicos mais avançados estão geralmente ligados ao aprendizado em

cursos específicos em escolas particulares, nas Escolas Técnicas (Federais e Estaduais)

e nem sempre disponíveis nas escolas do Estado, seja por falta de meios técnicos e

operacionais, seja pela falta de pessoal qualificado para levar adiante projetos de

desenvolvimento dessa modalidade.

Portanto, ainda não exploramos o potencial dos recursos tecnológicos a que temos

acesso, e, ainda temos grande dificuldade em recorrer a tais recursos, seja por falta de

conhecimento sobre o uso de tais ferramentas, seja por não identificarmos as utilidades

práticas que a tecnologia pode nos proporcionar.

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III- O processo de aprendizagem-ensino-aprendizagem com tecnologia

A tecnologia pode ajudar no desenvolvimento cognitivo e sensorial de nossos alunos?

Em “Construir as competências desde a escola”, Phillipe Perrenoud (1999) demonstra que

“...a abordagem por competências considera os conhecimentos como ferramentas a

serem mobilizadas conforme as necessidades, a fim de que se possa resolver

determinadas situações-problema apresentadas na escola, no trabalho e fora dele.”.

Ainda com Perrenoud (1999), “A transferência de conhecimentos ou sua integração em

competências não são automáticas e passam por um trabalho, isto é, um

acompanhamento pedagógico e didático sem o qual nada ocorrerá, a não ser para os

alunos com grandes meios para isso. O exercício da transferência faz parte do trabalho

regular da escola.”

Os conhecimentos, compreendidos então como ferramentas utilizadas de acordo com as

necessidades, e, o trabalho ou acompanhamento pedagógico e didático necessário para

sua transferência acabam justificando o uso das tecnologias como elementos de fixação

de conteúdos e de conhecimento, quando devidamente acompanhados pelo professor.

Dessa maneira, as tecnologias são instrumentos importantes no processo de ensino e

aprendizagem e têm que ser compreendidas como ferramentas necessárias à fixação de

conhecimento e na construção do conhecimento em si, com as correlações e conexões

que o aluno desenvolve durante esse processo, que podem ajudar no seu

desenvolvimento cognitivo e sensorial.

Almeida (2001, pg. 17) diz que “Segundo Papert (1985, 1994, 1999), Valente (1993, 1999)

e Almeida (1996a), as práticas pedagógicas com computadores podem ser: instrucionistas

ou construcionistas, além de assumir posições intermediárias entre um e outro.”

Quanto ao instrucionismo, temos a seguinte abordagem, “aprender com o uso das

tecnologias de informação e comunicação significa adquirir ou apreender informações

apresentadas em ordem crescente de complexidade, cuja fixação é obtida pela repetição

que condiciona o comportamento. O controle do ensino é realizado pela tecnologia em

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uso, considerada uma máquina de ensinar skinneriana que transmite informações e

conteúdos conceituais.” Almeida (2001, pg. 17).

Com relação ao construcionismo, “o aluno ensina o computador através de um software

usado para desenvolver uma apresentação sobre determinado tema, resolver uma

situação-problema ou implementar um projeto. O aluno, construtor ativo de suas próprias

estruturas mentais (Papert, 1985, p. 33), desenvolve o seu conhecimento representando

as ações de acordo como ele pensa sobre o tema em estudo. O computador, ao ser

tutorado pelo aluno, permite a integração entre os conteúdos e a forma como o aluno os

estrutura, promovendo o desenvolvimento de novas e mais complexas estruturas de

pensamento.” Almeida (2001, pg. 18).

Essas duas abordagens têm suas vantagens e desvantagens, sendo que a instrucionista

é mais utilizada no desenvolvimento de tutoriais e programas de computador que

executam atividades específicas, controladas e com resultados esperados; já a

construcionista pressupõe que o aluno seja agente na construção do conhecimento, onde

a tecnologia é utilizada de uma maneira que possibilite a percepção de novos

conhecimentos dentro do proposto pelo software utilizado.

A tecnologia pode servir ao desenvolvimento do aprendizado e à melhoria do

conhecimento de nossos alunos, desde que tenhamos as ferramentas adequadas a tais

propósitos.

O desafio é o nosso aprendizado tecnológico e a conexão com os conteúdos e

conhecimentos exigidos pelo currículo, que, desde o princípio, já menciona as

ferramentas tecnológicas como necessárias ao desenvolvimento do ensino na escola, nos

princípios para um currículo comprometido com o seu tempo, uma escola que também

aprende, “A tecnologia imprime um ritmo sem precedentes ao acúmulo de conhecimentos

e gera profunda transformação quanto às formas de estrutura, organização e distribuição

do conhecimento acumulado. Nesse contexto, a capacidade de aprender terá de ser

trabalhada não apenas nos alunos, mas na própria escola, como instituição educativa.

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Page 17: Edmar Luiz Rinaldi_Diadema_Renato Kinouchi

Isso muda radicalmente a concepção da escola: de instituição que ensina para instituição

que também aprende a ensinar. Nessa escola, as interações entre os responsáveis pela

aprendizagem dos alunos têm caráter de ações formadoras, mesmo que os envolvidos

não se deem conta disso. Vale ressaltar a responsabilidade da equipe gestora como

formadora de professores e a responsabilidade dos docentes, entre si e com o grupo

gestor, na problematização e na significação dos conhecimentos sobre sua prática.”

Currículo do Estado de São Paulo – Ciências Humanas e suas Tecnologias (pg 10/11).

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Page 18: Edmar Luiz Rinaldi_Diadema_Renato Kinouchi

IV- A tecnologia em sala de aula, os desafios para a construção de uma

aprendizagem com significado educativo.

Quais os desafios para uma educação tecnológica com significado para a educação de

nossos alunos?

Segundo Liene Frota Chamchaum (3º Simpósio Hipertexto e Tecnologias na Educação -

Universidade Federal de Pernambuco - Núcleo de Estudos de Hipertexto e Tecnologias na

Educação): “O docente enquanto educador necessita de atualizações constantes para

discutir temas relacionados à disciplina que leciona, procurando ainda, desenvolver novas

formas metodológicas para trabalhar os conteúdos em sala de aula. Esta é uma prática

que deve sempre acompanhar o docente e educador. No entanto, ainda nos deparamos

com uma prática pedagógica focada no tradicional e não disposta a acompanhar as

inovações educacionais.”

Em Mazon e Trevizan (Fecundando o processo da interdisciplinaridade

na iniciação científica, 2001, pg. 83): “O enfoque disciplinar moderno é consequência

essencial da postura científica altamente racional e rigorosa que promove a excessiva

especialização e fragmentação, resultando em alienação e depauperamento do ser

humano.”

Dessa maneira, o grande desafio para o professor, enquanto agente no processo de

aprendizagem-ensino-aprendizagem é, além de se manter atualizado com o

desenvolvimento das novas tecnologias que garantam o ganho no aprendizado coerente

com o Currículo, procurar manter o foco na sua disciplina e na prática pedagógica,

evitando, dessa maneira, a fragmentação e a perda de foco no objeto estudado.

A qualificação dos profissionais de educação no uso das ferramentas de tecnologia e o

aproveitamento destas para levar adiante a formação do alunado em suas disciplinas é o

desafio atual do ensino, que poderá levar a educação que temos hoje a novos patamares

de qualidade e garantirá, dentre outras coisas, sua inserção aluno na sociedade e melhor

qualificação para o mundo do trabalho.

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Page 19: Edmar Luiz Rinaldi_Diadema_Renato Kinouchi

O professor tem que garantir a pertinência dos objetos tecnológicos com o conteúdo

curricular a ser apreendido e avaliar os resultados obtidos para garantir a continuidade e

melhoria das condições de ensino e aprendizagem.

O professor garantirá o atendimento à grade curricular exigida pelo Currículo e, ao mesmo

tempo, incentivará o aluno a buscar novas formas de interação com a tecnologia e a sua

disciplina, tornando o aprendizado mais significativo e agradável, tendo em vista que

estarão utilizando de uma maneira produtiva a tecnologia disponível na atualidade.

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Page 20: Edmar Luiz Rinaldi_Diadema_Renato Kinouchi

V- Educação e Tecnologia, até onde é possível aprender com tecnologia?

O que é educação tecnológica?

Muitas escolas do Brasil já possuem um laboratório de informática com acesso à Internet,

softwares educacionais e programas básicos (editores de texto, programas de edição de

imagens e apresentações, planilhas de cálculo, etc).

Como utilizar os recursos tecnológicos de maneira a garantir o desenvolvimento do

aprendizado do aluno? Somente a existência dos recursos tecnológicos nas escolas

garantirá uma educação de mais qualidade? Estas são apenas algumas questões

levantadas por educadores brasileiros.

Se o computador é apenas uma ferramenta, sem o auxílio de um professor qualificado ele

não é capaz de trazer avanços educacionais, o aprendizado depende muito de uma

utilização adequada dos recursos da tecnologia, já que há a necessidade de um projeto

pedagógico que envolva cada disciplina e os recursos do computador, somente o uso do

software não garante o aprendizado, tornando nosso aluno mero digitador sem

consciência sobre o uso desses recursos.

Uma escola que resolve utilizá-lo como recurso didático necessita de bons professores,

preparados e treinados, para utilizar os recursos oferecidos por este sistema tecnológico

de forma significativa,o professor deve agir como um orientador do projeto que está sendo

desenvolvido e os alunos, dessa maneira, conseguirão atingir os resultados esperados

pelos educadores.

Quando procuramos recursos didático-pedagógicos na internet, geralmente o resultado

que obtemos é uma grande profusão de textos, links para outros sites, planilhas,

apresentações, vídeos, vídeo aulas, etc., todos com as mais variadas orientações e

visões sobre os saberes procurados.

Somente em geografia, quando efetuamos qualquer pesquisa sobre temas ligados à

disciplina, podemos ter respostas em várias páginas, com dezenas ou centenas de links

para sites que contenham o resultado da pesquisa, como, por exemplo:

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Page 21: Edmar Luiz Rinaldi_Diadema_Renato Kinouchi

www.sogeografia.com.br

www.brasilescola.com/geografia

pt.wikipdeia.org/wiki/Geografia

www.ibge.gov.br

www.ibge.gov.br/english/

www.escolakids.com/geografia

www.geografiaparatodos.com.br

www.educação.uol.com.br/geografia

www.geografia.uol.com.br

www.mundoeducação.com.br/geografia

www.periodicos.pucmina/index.php/geografia

www.uel.br/revistas/uel/index.php/geografia

e-revista.unioeste.br/index.php/geoemquestao

www.revistas.ufg.br/index.php/bgg

periodicos.uem.br/ojs/index.php/BolGeogr

www.unb.br/aluno_de_graduacao/cursos/ geografia

www.ppgg.ufam.edu.br/

pt.wikipedia.org/wiki/ Geografia do_Brasi l

www . geografia .ufrj.br /

guiadoestudante.abril.com.br › Home › Profissões

www . geografia .seed.pr.gov.br /

geografia .org.br /

www . geografia .fflch.usp.br /

cascavel.ufsm.br/revista geografia /index.php/revista geografia

www.ufpe.br/rbgfe/index.php/revista

www . geografia .ufc.br /

br.groups.yahoo.com/group/lista geografia /

www.sorocaba.ufscar.br/ufscar/?curso=22

www3.ufpa.br/ppgeo/

www.ppg geografia .ufpr.br /

www.campoterritorio.ig.ufu.br/

www.posgeo.ufba.br/

www.facebook.com/pages/ Geografia -Depressão/252902311432116

21

Page 22: Edmar Luiz Rinaldi_Diadema_Renato Kinouchi

depgeounir.blogspot.com/

www.igc.ufmg.br/

www.ufrgs.br/ geografia /

Como se pode perceber, atualmente há uma grande variedade e diversidade de sites

onde podemos encontrar desde informações as mais sérias, como as ligadas a órgãos

governamentais os mais diversos, universidades e outras instituições educacionais, até

mesmo sites de pesquisa como o www.wikipedia.org, sites de busca de informações e

blogs de pessoas que disponibilizam na internet os mais variados conteúdos, sejam

educacionais ou não.

Cabe ao orientador da pesquisa que oriente ao aluno a descartar informações não

confiáveis e procurar apenas em locais onde exista mais confiança e segurança na

informação. Dessa maneira, o papel do professor não fica restrito apenas à sua prática

didático-pedagógica, sendo ampliado para o de instrutor e construtor do conhecimento

dos nossos alunos.

22

Page 23: Edmar Luiz Rinaldi_Diadema_Renato Kinouchi

VI – O papel do professor como selecionador de conteúdo

Qual o papel do professor no processo de aprendizagem e uso de tecnologia?

O professor acaba tendo grande importância no processo de aprendizagem de seus

alunos, pois partem dele, sempre tendo em vista as orientações curriculares pertinentes à

sua disciplina, as considerações teóricas e construções de sistemas cognitivos que serão

percebidos e utilizados por seus alunos.

Dessa maneira, quando procuramos utilizar as TIC’s como ferramentas que auxiliem na

construção do aprendizado, temos que ter sempre muito cuidado de estar garantindo um

aprendizado significativo e pertinente, de fontes confiáveis.

A liberdade de escolha na procura das informações deve ser garantida, desde que nossos

alunos sejam orientados a procurar nos locais indicados em bibliografia prévia e, também,

em outros locais os quais eles tenham mais familiaridade e, dessa forma, fazendo a

confrontação entre os dados obtidos naqueles sítios e os resultados esperados de suas

pesquisas. Eventuais discrepâncias entre as informações obtidas irão ajudá-los a

compreender que é sempre importante verificar a procedência e correção das

informações, bem como mostrar que nem todas as informações disponibilizadas na rede

web são confiáveis, cabendo a eles o trabalho de procurar sempre em mais de uma fonte

qualquer tipo de informação, para que possam ter segurança de que sejam corretas as

respostas obtidas.

Selecionar locais para pesquisa não implica em que toda a verdade esteja apenas nos

locais indicados pelo professor, mas que é um caminho seguro que garantirá que seu

aprendizado seguirá de acordo com o esperado para sua série, sempre tendo como

premissa as orientações do currículo do estado de São Paulo.

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Page 24: Edmar Luiz Rinaldi_Diadema_Renato Kinouchi

VII- Utilizando a tecnologia em sala de aula

Identificados os atuais usos de tecnologia no ambiente escolar, passo a propor outros

meios de utilização dos equipamentos disponíveis:

1. Vídeo aulas temáticas, com temas vinculados aos conteúdos abordados nos

bimestres;

2. Aulas com utilização dos computadores da unidade, visando à melhor

compreensão dos conteúdos, bem como possibilidades de pesquisa mais ampla dos

conteúdos abordados no bimestre;

3. Criação de blogs e web sites por turma e a consequente construção de

conhecimento digital sobre os conteúdos abordados e sua disponibilização imediata;

4. Possibilidade de avaliação de atividades por e-mail, blog ou outro meio eletrônico

possível;

5. Ampliação do universo cultural e científico, com a interação dos alunos com a

documentação científica disponibilizada na internet, através da pesquisa e consulta a sites

e bibliotecas digitais disponíveis;

6. Outras utilizações de tecnologia concorrentes à melhor fixação e ampliação do

conhecimento.

O Currículo adotado pelo Estado na disciplina Geografia nos traz grandes possibilidades

de utilização das ferramentas de informática para a fixação de conceitos e conteúdos

diversos dentro desta área do conhecimento, tendo em vista a grande diversidade de

temas possíveis de ser abordados.

De acordo com o Currículo do Estado de São Paulo para a disciplina de Geografia (pg.

75/76 , temos: “O encurtamento das distâncias, associado à expansão das redes de

comunicação e transporte, tanto de mercadorias quanto de pessoas e informações, assim

como as alterações promovidas no mundo do trabalho pelo advento cada vez mais

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Page 25: Edmar Luiz Rinaldi_Diadema_Renato Kinouchi

acelerado de novas tecnologias, permitem, a todo momento, vislumbrar um leque de

interações capazes de romper com as barreiras culturais, aproximando lugares e mundos

diferentes.

Como afirma o sociólogo Anthony Giddens (2000), “quando a imagem de Nelson Mandela

pode ser mais familiar para nós que o rosto de nosso vizinho de porta, alguma coisa

mudou na natureza da experiência cotidiana”.”

Ainda com relação ao Currículo do Estado de São Paulo (pg. 76), “Enfim, esta nova

dimensão de espaço – o virtual –, que, de acordo com David Harvey (1996, p. 219),

imprime uma compressão do tempo-espaço de forma tão radical, influenciando inclusive a

maneira como representamos o mundo para nós mesmos, deve ser prioridade para o

ensino da Geografia do século XXI.”

Finalmente, o Currículo do Estado de São Paulo (pg. 76), “A revolução provocada pelo

advento das tecnologias de comunicação e informação, responsáveis pelo surgimento

dessa nova concepção de espaço, e que representa de forma contundente uma das

grandes revoluções do nosso tempo, de forma contraditória, não atinge a todos

igualmente. Se, por um lado, provoca mudanças nas relações pessoais, socioculturais e

nas formas de produzir e trabalhar, por outro, tem sido responsável pela acentuação das

desigualdades entre povos e nações. Como enfatizou Tabo M’Beki, ex-presidente da

África do Sul, ainda existem mais linhas telefônicas na ilha de Manhattan do que em toda

a África, ao sul do Saara.”

Seguindo as orientações curriculares do Estado de São Paulo, para a disciplina de

Geografia, os desafios para utilização dos recursos tecnológicos estão postos, pois a

compreensão da dimensão virtual do espaço é mesmo prioridade dentro de nossa

disciplina.

Sendo assim, todos os recursos apresentados neste tópico deverão ser apreendidos por

nós, professores, e utilizados como recurso essencial para a realização do aprendizado

com nossos alunos. O desafio está lançado e temos que procurar aprender e, além de

aprender, construir novos saberes com os recursos que temos à nossa disposição.

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Page 26: Edmar Luiz Rinaldi_Diadema_Renato Kinouchi

Referências Bibliográficas

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