revista fato

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Edição Piloto, outubro de 2010 Você sabe quanto custou o seu voto? ? $ Corsan: ainda falta muito para a prefeitura romper contrato Entrevista com João Antônio Gomes Pereira, coordenador do curso de Relações Públicas da Unipampa Notas fiscais ajudam entidades de São Borja

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Produto na forma de Projeto Experimental, desenvolvido por Francis Jonas Limberger como Trabalho de Conclusão de Curso de Jornalismo na Universidade Federal do Pampa, de São Borja - RS. Contato: [email protected] ou @francis_jonas

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Page 1: Revista Fato

Edição Piloto, outubro de 2010

Você sabequanto

custou oseu voto?

?$

Corsan: ainda falta muito para a prefeitura romper contrato

Entrevista com JoãoAntônio Gomes Pereira,coordenador do curso deRelações Públicas da Unipampa

Notas fiscais ajudam entidades deSão Borja

Page 2: Revista Fato
Page 3: Revista Fato

> Da redaçãoO FATO DO EDITOR Naseleiçõesdesteanooseleitoresvi-ramdiantedesiosmaisvariadostiposdecan-didato.Além daqueles já reconhecidos como“raposasvelhas”,quechegamaopontodeseautoclassificarcomopolíticosprofissionais–equenãodesistemdavidapúblicapornada,temos representantes de praticamente todosossegmentosdasociedade.Adiversidadedoscandidatos, neste aspecto proporcional ao ta-manhodoBrasil,podeserconstatadanaspro-postasapresentadaspelospostulantesaoscar-gos,principalmentedolegislativo. Nestavastasortedecandidatos,cha-maaatençãoumtipoemespecial:sãoaquelescujoprincipalapeloeleitoralestánacondiçãode ídolo quemantém junto à população. Porisso tivemos nosso voto pretendido por can-tores,artistasde televisãoeex-jogadores, so-bretudo de futebol. Também se registraramalgunscasosondeparentesdepolíticossecan-didataram. Issodemonstraque,apesardasdificul-dades de uma eleição, ummandato de depu-tado é, definitivamente, um grande negócio,tantoparaganhardinheiroouparamanterumaimagem em evidência. Quem possui a opor-tunidadepara seapresentaraoeleitor tendeafazê-lo.Daítantosinteressadosemumavaga. Maséprecisoquestionarseoeleitorécapazdecompreendertodoesteprocesso,sep-arandoidolatriasdacapacidadecríticadeava-liaçãodeumcandidato.Nãoexistemgarantiasque um jogador que se destacou nos camposdefutebolpossuaomesmotalentoparadecidirosrumosdopaís.Caberessaltarqueodireitodequalquercidadãosecandidatarésoberanoeinquestionável.Entretanto, é preciso ajudar oeleitorautilizarmelhorescritérios. Muitos candidatos ídolos con-seguiram se eleger. Terão a oportunidade demostrar seu trabalho a partir de 2011.Mas apior conseqüência disto poderá ser sentida a-penasem2014,quandomotivadospeloêxitodestesdeagora,muitosoutros iguaisdeverãotentarumaeleição. Não se defende que a atual com-posiçãodoCongressoNacionaledasAssem-bléiasLegislativassejaexcelente.Aocontrário,mudançassãobemvindas.Masqueaomenospossammelhorarosquadros.

Fato, outubro de 2010 03

SUMÁRIO

A Revista Fato é uma publicação experimental, resul-tado do Trabalho de Conclusão de Curso do acadêmico Francis Jonas Limberger, graduando de Jornalismo na Universidade Federal do Pampa. Orientação da profes-sora Me. Joseline Pippi.

ENTREVISTA:João Antônio G. Pereira 04

Cartas dos leitores 06

Seção Contexto 08

Novidade 11

Plano de saneamento básico 20

OPINIÃO:Luis Alberto Mairesse 10

CAPA:Gastos de campanha 14

Escola aberta 22

Porto do Angico 23

Notas fiscais 24

Imagens comentadas 28

Opções comparadas 29

OPINIÃO:Cárlida Emerim 30

Resenhas & Agenda 32

Crônicas 34

PERFIL:Sérgio Bastos Seitenfuss 31

Page 4: Revista Fato

> Entrevista

04 Fato, outubro de 2010

RELAÇÕES PÚBLICAS: UM NOVO CURSO SUPERIOR EM SÃO BORJA

Revista Fato: Como está sendo este primeiro semestre do curso de R.P. (Relações Públi-cas)?

João Antônio Gomes Pereira: É bastantepositivo. Por quê?Porque emmenos de umanonósjátemosprojetosdeextensãodospro-fessoresdocurso,participaçãoemeventosdauniversidade,osalunos já realizaramviagensdeestudosparaconhecerumpoucomaisso-breaáreadeproduçãocultural,osprofessorestêm feitováriasvisitasde integraçãocomaslideranças da comunidade e já estamos indopara o segundo evento deRelaçõesPúblicas

Fato: Qual é a sua impressão sobre a primei-ra turma do curso?

João Antônio:Émuitoboa,ótima.Nósfizemosumaatividadedeintegraçãonosprimeirosdiasdeaulaehouveumagrandereceptividadedetodososalunos.Aparticipaçãodelesfoibas-tanteinteressante.Nósapresentamosparaelesoprojetopedagógicodocursodocurso.Entreapartedasexplicaçõesnósdesenvolvemosumaatividade de dramatização. Foi interessanteporquetodososalunosqueestavampresentesparticiparam, demonstrando bastante criativi-dadeeinteratividadecomoscolegas.

Fato: Quais características são importantes para um profissional de R.P.?

No segundo semestre de 2010 estreou na Unipampa de São Borja o curso de Rela-ções Públicas. É a quinta graduação oferecida pela instituição federal, que já está no seu quarto ano de atividade. O professor João Antônio Gomes Pereira trabalhou na implantação e foi nomeado o primeiro coordenador do curso. Formando em Publici-dade e Propaganda pela UFSM, ele atua a 24 anos na região. Foi professor da Uri de Santiago e da Urcamp de São Borja, e também criou a sua própria agência de Marketing. Em entrevista concedida à Revista Fato, João Antônio falou das caracte-rísticas da área de Relações Públicas e da ênfase na área cultural, algo inédito neste tipo de graduação.

FOTO

:Arquivopessoal

Page 5: Revista Fato

Fato, outubro de 2010 05

João Antônio G. PereiraJoão Antônio: O curso de RelaçõesPúblicasaquideSãoBorjatemumdife-rencialemrelaçãoaosdemais,queéasuaênfaseemProduçãoCultural.Entãooprofissionalquevaiseformarnocursotemqueterogostopelacultura,porpro-jetosculturais.Temqueterumaposturaética, esta interatividade em relação àcomunidade, temque ter abuscapelacidadania, persistência e perseverança.Temqueseraqueleprofissionalqueestásincronizadocomotemponoqualestávivendo.

Fato: O que significa um curso de Relações Pública com ênfase em Produção Cultural?

João Antônio: O profissional de R.P.fazum“meiocampo”entreaorganiza-ção e os seus públicos, buscando estainteratividadecomosdiversospúblicos.OprofissionalcomênfaseemProduçãoCultural vai trabalhar, além disso, emprojetosculturais.Acriaçãodeprojetose produtos artístico-culturais, que vãodesdeproduçãotelevisiva, teatro,festi-vais,espetáculoscomodança.Outroas-pectoquenóstemosaquiemSãoBorjaéaCasaJoãoGoulart.EsteprojetoquefoifeitoemparceriacomaAESSulfoirealizadoporumaprofissionaldaáreadeproduçãocultural.Fato: Como o curso de R.P. pretende aproveitar o potencial cultural de São Borja?

João Antônio: Fazendovisitas,buscan-dointegração,trabalhandoemparceriacomaslideranças,buscandoestasparce-rias.Tantoeucomoosoutrosprofessorestêmbuscadointeraçãocomasentidadesdeclasse,CâmaradeVereadores,Prefei-turaMunicipal,visitandoempresas.Osprofessorestemfeitoumtrabalhomuitoforteeintensonestesentido.

Fato: O que determinou o direciona-mento do curso para a área cultural?

João Antônio: Um dos fatores é aquestãodeumcursodiferenciado,quenãosejaapenasumcursodeR.P.amaisnoBrasil.Outraquestãoéaáreacultu-ral.NóstemosumcursodeGestãoCul-turalnaBahia,umcursotecnológiconaUniversidadeFluminense,eSãoBorjaéoúnicolugarquetemcursocomoonosso.OcursocontinuasendodeR.P.,masapreocupaçãomaior,adedicaçãoéparaprepararosalunosparaqueelesin-vistamemprojetosculturais.Eaprópriacultura de São Borja e a sua históriaajudarambastanteaterestediferencial.

Fato: Como você avalia o campo de atuação para estes profissionais na região de São Borja?

João Antônio:ÉprecisoteremmentequeocursoemSãoBorjaédeforma-ção.Formaçãoparaatuaremqualquerlugar do Brasil. Nós temos alunos deSãoBorja, da região,mas tambémdeoutrosestados,quevãoseformaraquievoltarparaassuascidadesecomeçarum trabalho. Então eu acredito que obomemterestediferencialdocursoemSãoBorjaétrazerpessoaseaumentarapopulação,oquevaigerardivisas.

Fato: O que uma empresa ganha ao contratar um profissional de Relações Públicas?

João Antônio: A organização ganhaem visibilidade adequada, ganha emnotoriedade, maximização de seusresultados em termos financeiros tam-bém, maior integração da instituiçãonacomunidade,soluçõesculturaisparaproblemas de comunicação identifica-dos, participação adequado em leis deincentivoaculturaeprojetosculturais.Peloqueconheçojápesquisei,oprofis-sionaldeRelaçõesPúblicasfazadife-rença nas organizações. São vários oscasesdesucessonosquaisqueminvestenumtrabalhodeRelaçõesPúblicastemobtidoretornossignificativos.

Fato: O curso é relativamente novo. Ainda há um desconhecimento da população a seu respeito?

João Antônio: O que eu noto é oseguinte: um dia eu estava visitandoumasempresasdeSãoBorja,masporoutromotivo.Muitosme falaram queemSãoBorjaseprecisadealguémdaPublicidade(antesJoãoAntônio jáeraprofessorCursodePublicidade ePro-paganda)parafazer“taisetais”coisas.Mastodasestasatividadesqueelesen-comendavamnãoeramdaPublicidadenemdoJornalismo.EramdasRelaçõesPúblicas. Então muitas vezes as pes-soasaindaconfundemasatividadesdecadacurso.NósjáfizemosumavisitaàACISBeparticipamosdareuniãodadi-retoriadaentidadeparacomeçarafazerestecontatoeesteesclarecimento.

Fato: Como este profissional de R.P. pode colaborar para melhorar a reali-dade em que ele atua?

João Antônio: Podecolaborardeváriasmaneirasconformeaatividadedaorga-nização, os objetivos de comunicaçãoefinalidadesdecadaempreendimento:atividadesqueobjetivemavisibilidadee à legitimidade dos assessorados pe-ranteaopiniãopública,taiscomooes-tabelecimentoderelaçõescomamídiaeogerenciamentodecrisesdeimagem;atividades que visem à construção daimagem pública de seus assessorados;de interlocução entre as funções derelações públicas e as demais funçõesprofissionaisouempresariaisexistentesnaáreadacomunicação,criaçãoeorga-nizaçãodeprojetosartísticoseculturais,cuidandodetodasasetapas,dacaptaçãoderecursosàrealizaçãofinal.Háváriaspossibilidadesdecolaboraçãoalémdasjámencionadas.Oimportanteéasorga-nizaçõesinvestirememprofissionaisdaáreaparafazeremadiferença.

Page 6: Revista Fato

> Cartas dos leitores

06 Fato, outubro de 2010

Nesta edição foram publi-cadas as respostas dos leitores para a seguinte pergunta:

O que você gostaria de ler numa revista jornalística de São Borja?

Cleberson Fontella Correa

Gostariadelermatérias,resenhasecríticasrelacionadasàculturapop.Não aquelas tradicionais, mas algoquedeixasseopúblicocomasensa-ção de que o elemento cultural de-scritonotextofazpartedesuavida.Por exemplo, narrar o encontro deex-namoradoseusarcomopanodefundo as músicas de uma determi-nadabanda.Mostrar ao leitor como uma obraartística(sejaamúsicadeumaban-da, um filme, um livro, uma HQ,etc.)estáintimamenteligadaàvidadele,comoeladespertalembranças,

desejos,paixões,sentimentos.

Alcebíades Paulino

Uma revistaque tivesseuma seçãoestritamentecultural,valorizandoacultura de São Borja: músicos, ar-tistas,poetas, artesãos...Temmuitacoisaacontecendoquenãorecebeamerecidaatenção!

Heleno Rocha Nazário

Uma linha editorial que se permitaquestionar com responsabilidade,sem pender nem para a paranóianemparaaacriticidade;exploraçãode assuntos variados, existentes ecirculantes em São Borja, além daproposiçãode temasque aindanãosãodiscutidosnacidade;Umplane-jamentográficobonito,eficiente-dotipoquefariaaspessoassepergun-tarem “onde é que fazem essa re-vista?”; Importantíssimo: um planodenegóciosquefaçaapublicaçãosemanteresedesenvolver.

Andressa Schneider

Gostariadeverasáreasquenãosãoabordadas em todas as revistas da-qui.Porexemplo,nãoagüentomais“históriadomunicípio”,presidentes,MariadoCarmo,Anjinho,MissõesJesuíticas e etc.Gostaria de ver osmovimentos culturais da cidade,masqueriaalgototalmenteforades-sacoisa“CTGepampa”.Legalseriamostrarlivrariasecafésbacanasporaqui,locadoras...

Deco Almeida

Gostaria de ver o passado de suasruaselogradouroseotempoemqueeramiluminadasporlampiões.

Bruna Mena Bueno

Neste tempo que estou em SãoBorja, verifiquei que grande partedemateriaispublicadossempresãorelacionadosàhistóriadacidadeoupersonalidades.Acho que seria in-

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Fato, outubro de 2010 07

teressante uma revista multitemáti-ca, sem desconsiderar a história,masabordandováriostemas.Comosefosseumarevistacomváriasedi-toriasligadasaSãoBorjacomo,porexemplo,educação, saúde, turismo,ambiente, cultura, história, moda,etc.Dessemodo,aabrangênciatam-bém seria de um público diversifi-cadoenão,segmentado.

Eduardo Vieira da Silva

Eugostariadeverreportagenssobreapolíticalocal,masmaisaprofunda-dasdoqueasquesãoveiculadasnosjornais,mostrandoosbastidores,an-tecipandooquevirá,etc.

Camila Schmitt

Gostaria de ver assuntos relaciona-dosàcultura,poisacidadenãodáovalortodoqueelestêm.

Caroline Welter Vargas

Reportagens sobre a história da ci-dade, da fundação, da evolução,porqueeuachoqueahistóriadaci-dade temmuitomais além daquiloqueagente sabe, temmuitomisté-rio.

Rogério Savian

Gostaria de encontrar umconteúdodequalidadeeindependente,porqueaqui você pega um jornal e é tudofeito diretamente pelas assessoriasdeimprensa.Eles(osredatores)nãoescrevem nada.Gostaria de encon-trar conteúdos diversos e atualiza-dos.Nãoprecisaterquantidade,massimqualidade.Resumindo:informa-çãodequalidade.

Pedro Tatsch

O que eu gostaria de ver? CUL-TURA... música, cinema... mesmoque de nível regional ou nacional,

mascomumaabordagemdopontodevistadeprofissional.Aline Donato

Informaçõesmaisaprofundadasso-bre os locais históricos, como cu-riosidades.E tambémalgumacoisaqueexpliqueumpoucodepolíticaspúblicasequeguieoleitorparasa-bermaissobreoqueé feitocomodinheiropúblico.

Marcio Cavalheiro

Reportagensnosbairros,comaspes-soasdasperiferias,seusproblemasealegrias.Tudoaquiloquenãovimosnos jornais tradicionais da cidadenemnas“revistas”quesóenfocamoladosocial/glamourusodasocie-dadesão-borjense.Reportagenscomentrevistas com as pessoas, dandovozaosmenosfavorecidosequeja-maistêmoportunidadenosveículosdecomunicaçãoregulares.

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> Seção Contexto

08 Fato, outubro de 2010

ENTRE FATOSPimenta no arroz

Investimentos recentes do depu-tadofederalreeleitoPauloPimenta(PT)fizeramdeleumdosmaisno-vosempresáriosdeSãoBorja.EleacabadeadquiriracerealistaBeiraRio. O deputado também tentoucomprar duas outras empresaslocais: a ICR, de propriedade deIsidroRigo,irmãodeCelsoRigoeumaterceiraempresadenomenãorevelado.Especula-sequeaBeiraRiopoderávira serumadas for-necedoras da CONAB (Compan-hia Nacional de Abastecimento),órgãodoGovernoFederal.

Paguei, quero a nota!

A Prefeitura Municipal de SãoBorja prepara para 2011 um pro-gramadeincentivoànotafiscal.Onomeoficial aindanão foi defini-do,masjásesabequevaleráparao setor de prestação de serviços.Para isso será utilizado o recursoda nota fiscal eletrônica, que estásendo implantadaem todoopaís.Aocontratarumserviço,onúmerodo CPF do cliente fica registradojuntoànotafiscal.Noanoseguinte,o contribuinte poderá abater umaporcentagem (deverá ser 3%) detodo o valor que gastou com ser-viçosnaqueleanonoseuIPTU.

Não era óbvio?

Commenosdecincoanosdefun-cionamento a Unipampa, campusde São Borja, já está enfrentadoum sério problema.Ocorre que a

área disponível para novas con-struções está quase esgotada. Oterrenoestásituadopróximoaumaáreadepreservaçãoambiental,quedeve sermantida.Além disso, háasededaPolíciaFederalemuitascasasnasproximidades.Mastudoisso já existia quando o local foiescolhido. A reitora da Universi-dade,MariaBeatrizLuceeopre-feitoMariovaneWeisjáestiveramreunidosparadiscutiroassunto.

Mundo virtual, problemas virtuais

Pela primeira vez na história onúmero de crimes virtuais co-metidosna redemundialdecom-putadores superou as ocorrênciastradicionais (fora da rede). A in-formação foi divulgada este mêspela Polícia Federal. Com as fa-cilidades oferecidas pela internet,os negócios e os relacionamentosvirtuais se popularizaram. Comonomundoreal,naredetambémháaquelesinteressadosemsebenefi-ciaràscustasdosoutros.Sugere-sequenocomputadorsejaadotadoomesmo tipodeprecauçõesque setêmforadele.

Câmeras para que te quero?

Quem transita pelo centro deSãoBorjapodeperceberqueasPraçascontamagoracomváriascâmerasde monitoramento. Uma boa ini-ciativaparacoibiracriminalidade.Entretanto, há um detalhe que a-indanãoestádevidamenteesclare-cido.Constaqueomonitoramento

destas imagens é feito por umaempresa de segurança contratadapela prefeitura.Até onde se sabe,somenteoestadopodefazerusodeimagenspúblicas.

Ruralistas no Congresso

Umlevantamentofeitopelaasses-soria da casa aponta que, a partirde 2011, a bancada ruralista au-mentarádosatuais120nomespara135.A bancada ruralista do con-gresso é formada por deputadose senadores que possuem algumarelaçãoouorigemnaagropecuária.Geralmente estes parlamentarescostumamvotaremfavordepau-tasquejulgamserbenéficasparaosetorprimário.

Outro tipo de jogo

O famoso técnico de futebolVanderlei Luxemburgo parece es-tar passando por uma das piorescrises da sua carreira. Suspeita-seque o técnico esteja viciado emjogosdecartas.Nestemêschegoua se noticiar que ele teria fretadoumjatinhodoRiodeJaneiroatéacidadedeFozdoIguaçu,parapar-ticipardeum torneiodepocker evoltarnamesmanoite.AtualmentenocomandodoFlamengo,otécni-coquejátreinouaseleçãobrasilei-ra e o poderoso Real Madrid daEspanha, não apresenta bom omesmo desempenho, pelo menosnofutebol.Asuaúltimatemporadacombonsresultadosfoiem2007,quandolevouoSantosàsemi-finaldaTaçaLibertadores.

Page 9: Revista Fato

Fato, outubro de 2010 09

MAISMilho Transgênico

Nestasaframetadedomilhogaúchoégeneticamentemodificado.Umcresci-mentode50%emrelaçãoa2009.OsdadosforamdivulgadospelaAssocia-çãodosProdutoresdeSementesdoRioGrande do Sul, e apontam para umaáreademaisquequinhentosmilhect-ares.Atendênciaéqueserepitaoqueocorreu com a soja transgênica, quehoje praticamente está em 100% daslavouras gaúchas onde a oleaginosa écultivada.

MENOSTelefones Públicos

Encontrarum“orelhão”queestejafun-cionandocorretamenteécadavezmaisdifícil.EmumarápidapesquisaemSãoBorjaforamtestadosquinzeaparelhos.Setedelesestavamcomalgumdefeito.Oproblemasempreexistiu,eumapar-celadeculpaédealgunsusuários,quenãosepreocupammuitoemconservaroequipamento.Maséprecisolembrarqueamesmaempresaresponsávelpe-lostelefonespúblicostambémtrabalhacom telefoniamóvel. Para ela émaislucrativovenderumcelular.

OS FATOS DO MÊS DE OUTUBRO

Surpresa, Dilma! O crescimento deMarina Silva (PV) éapontadocomoprincipalfatorquelevouadisputapresiden-cialparaoinesperadosegundoturno.

TI-RI-RI-CAMinistério Público Eleitoral fez denúncia eopalhaçoteráqueprovarquesabeescrever.Oassuntodizrespeitoa,pelomenos,1,35milhõesdepessoas.

Estado máximo de atenção.Superbactériacausouinfecçãohospitalareprovocou18mortes.Outros108pacienteses-tariaminfectados.Aindabemqueelassãoapardidárias!

Contando as horas.Realizado o resgate dos 33mineirospresos pormais de doismeses emumamina noChile.Aoperaçãofoiacompanhadaemtodoomundo.

A ‘Erenice’ do Serra. Ex-diretordogovernodeJoséSerra(PSDB)emSãoPaulofoiacusadodedesviardinheiroparaacampanhadotucano.

Verde e neutra.Apósbomdesempenhonaseleições,Ma-rinaSilvaanunciouquenãovaiapoiarnenhumcandidatonosegundoturno.

Greves caras.Francesesemgrevecontraoprojetoderefor-madosistemadeaposentadoriaprovocaramperdasdiáriasdemaisde200milhõesdeeuros,Osdadossãodogovernofrancês,autordoprojeto.

Monitorar?Ceará,Alagoas,Piauí,BahiaeSãoPaulopo-dem criar conselhos para monitorar as atividades da im-prensa.Bastasaberoquevemdepoisdomonitoramento...

Nunca antes...Lula deve terminar o seu segundomanda-tocomaprovaçãorecorde.SegundooDatafolha,83%doseleitoresbrasileirosavaliamogovernodopetistacomoóti-mooubom.

Lei vale no Brasil?Criadaeaprovadaantesdaseleições,avalidadeLeidaFichaLimpaaindaéincerta.Amaioriadoscandidatosbarradosrecorreu,eatéagorasediscutesealeiseaplicaaeles.

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> Opinião

10 Fato, outubro de 2010

O GRANDE DESAFIO DE TARSO GENRO Luiz Alberto Silveira Mairesse*

LogodepoisdeconfirmadaavitóriadeDilma,Ciro Gomes acusou o PSDB de FernandoHenriqueeoPTdeLulademontarem“uma

estratégiaparafragilizareenfraqueceroRioGrandedoSulnosúltimos16anos”.Edissemais:“Oob-jetivoclarofoiderebaixaroRSnocenárionacio-nal,açõespresidenciaisqueferemaConstituiçãoeoprincípiofederativo;edepoisacusamosgaúchosdeseparatismo...”Quandoquestionadosobreosignifi-cadodavitóriadeTarsoGenro,oex-governadordoCearádissequeestaseráagrandeoportunidadeparaqueos gaúchos revertamesta situação, ondeoRSviveapiorcrisedentretodososestadosdafederação(RádioGaúcha,31/10/2010). Se é bem verdade o que disse Ciro, não émenos verdadeiro que a decadência do nosso Es-tado vem desde os tempos daDitaduraMilitar de64, quando nossas instituições públicas estaduaisresponsáveis pelas políticas de pesquisa, extensãoeensinocomeçaramasersucateadas,comoincre-mentodacentralizaçãopeloGovernoFederal. Noiníciodosanos70oRSaindaeraconsi-deradooceleirodoBrasil,masjáhaviaprenúnciodegravescrises.Aindaseviviasobefeitodegrandesrealizações dos gaúchos.A modernização da pes-quisaagrícolaeindustrial,acriaçãodaCRT,CEE,CEEE,CESA,AçosfinosPiratini,RefinariaAlbertoPasqualini,CORSAN;aconstruçãodapontedoRioGuaíbaedemaisde7.000escolasemapenasumaadministração, dentre muitas outras, nas décadas50/60,pareceteremsidoosúltimosatosdebravuraqueorgulharamoespíritodenossosancestrais. Como “efeito da Lei da Inércia”, aindaliderávamosapolíticadepesquisa,educaçãoeex-tensão para o Estado, pelos resultados que aindaeramobtidos.AsinstituiçõesdepesquisaagrícolaeindustrialaindaeramreconhecidasnoBrasilenoex-terior,tantoqueeramcomunsasvisitasdecientistasestrangeiros,paraconhecerotrabalhopioneiroquerealizávamos.Masacriseestavachegando,comodesmontedenossasinstituições.

Nossos governantes e representantes eramalertadosnaépocaparaoqueestavaporacontecer,masnãodavamouvidos.Encantadospelo“cantodasereia”dogovernocentral, tinhama ilusãodequeseria vantajoso ao RS gastar menos, sucateandoseuscentrosedeixandoqueoGovernoFederalfiz-essetudo.EemtodasasáreashouveessafebredefederalizaçãonoRSeoqueassistimosatéhojesãoosprefeitosegovernosgaúchosdechapéunamãopedindorecursosemBrasília.Eninguémsedácontadequeodinheirodogovernofederaléonossodi-nheiro.Adiferençaestáemquemadministraosre-cursos... OEstadodeSãoPaulo,diferentemente,fezquestão de manter e aprimorar suas instituições.EnquantooRSseesqueciadaCIENTEC,atrelavaa EMATER aoGoverno Federal e sucateava e di-minuíaonúmerodeestaçõesexperimentaisagrícolasdahojeFEPAGRO,transformando-aspraticamenteem subunidades da Embrapa, São Paulo aumen-tava o número delas e asmodernizava, integrandopesquisa,ensinoeextensão.AUSP,queéumauni-versidade estadual, foi aprimorada, transformando-senumadas100primeirasdentremaisdeseismilsimilares nomundo. (Hoje a própriaUSP está emdecadência,masesteéumoutroassunto.)Diversasoutrasuniversidadesestaduaiseatémunicipaissur-giramemSãoPaulo,alémdeinúmerasinstituiçõesprivadas.Efoiassimemtodasasáreas.Porexemplo:enquantonaondadaconstruçãodeestradasasfalta-dasSãoPaulofaziaassuas,oRSsepreocupavaempressionar o Governo Federal para asfaltar nossasvias.Diantedesseclimadesubmissãopaternalista,discussõesquesurgiamsobreacriaçãodeumauni-versidadeestadualaquinãotinhamcomoprosperar.Enquantoisto,outrosestadoscriavamsuasuniversi-dades,inclusiveatémesmováriasporestado,comooParanáquehojedispõedeseisuniversidadesestad-uaise85milalunos.ComparaçõescomaUERGSchegam a ser ridículas, quando a nossa instituiçãocompoucomaisdedoismilestudantes,éamenor

Page 11: Revista Fato

dentreasquase50universidadesesta-duaisemtodooBrasil. MéritossejamdadosaoGover-noOlívioaocriaraUERGS,apesardetersidoestaumaexigênciadoPSBparaparticipar da Frente Popular, pois aténo PT havia muita resistência.Avan-çosmínimos,mas insuficientes, ocor-reramnoGovernoRigotto.NagestãoYedaocorreuumverdadeirocaos,nãosónaUERGS,masemtodasasnossasjádepauperadasinstituiçõesestaduais.AcomunidadegaúchaeoGovernodoEstado precisam fortalecer a pesquisacientíficaestadual,integraraEMATEReavançar comaUERGS.Estas insti-tuições,conjuntamente,poderãotraba-lhar pelos interesses verdadeiramentegaúchos, sem desmerecimento às ins-tituições federais e privadas,mas queestas trabalhem sob nossa liderança,diferentementedoquetemacontecidoultimamente.OuoRS realmente seráapenas corredor doMercosul. Faltamrecursos?Remeta-seàquelestemposeseveráqueasdificuldadeserammuitomaiores.Então,oqueestáfaltando? Nada mais do que vontadepolítica,oquenãodevefaltaraofuturoGovernador.MasarecuperaçãodoEs-tado, tarefahercúlea, inexoravelmentepassa pela diminuição das desigual-dadesregionaiseparaistoéprecisotercoragem de se fazer justiça para comas Regiões da Campanha e FronteiraOeste,tãoesquecidasnasúltimasdéca-daseaomesmotempotãoestratégicasnas nossas relações com o MERCO-SUL.EsteéograndedesafiodeTarsoGenro.

*O Dr. Luiz Alberto Silveira Mai-resse é Engenheiro Agrônomo e Pro-fessor Adjunto e Coordenador da UERGS - São Borja.

Fato, outubro de 2010 11

> Novidade

COMO NÃO PENSEI NISSO ANTES?

São as dificuldades que provocam os inventos mais úteis para as pessoas. Santos Dumont não conseguia segurar seu relógio de bolso com uma mão e pilotar com a outra. Por isso criou um assessório que prendia o reló-gio ao pulso, desocupando assim a mão. Pronto criou-se o relógio de pulso. Foi num momento de semelhante dificuldade que o carioca Leopoldo Aquino de Almeida viu uma opor-tunidade que logo se mostrou muito lucrativa. Enquanto comia um sanduíche num bar, Leopoldo precisou pedir ajuda ao garçom para abrir um sachê com maionese. Foi então que se perguntou se não seria possível construir um aparelho que abra esse tipo de embalagem com mais fa-cilidade. Construiu o primeiro protótipo com uma lâmina de barbear e um cano de plástico. Depois de muitos testes Leopoldo encontrou um sócio e passou a fabricar o equipamento em escala indus-trial. Conta com 12 funcionários para fabricar até sete mil peças por mês. O produto faz o maior sucesso no Bra-sil e já foi patenteado nos Estados Unidos, na China e na Europa. Em breve devem começar as exportações para estes países. Não que esta seja uma invenção que vá mudar a humanidade, mas não deixa de ser um bom exemplo. De tão simples que é, parece que o abridor de sachês sempre existiu. Precisava alguém que fizesse as apresentações.

Para abrir o sachê, bastapassar a ponta pela parte central do abridor. FO

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ivulgação

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QUANTO CUSTA UM VOTO? A interrogação acima não está se referindo àquela abominável prática da compra ilegal de votos, infelizmente tão comum. Porém, mesmo para os candidatos que obedecem à legislação eleitoral, os votos têm um preço. Uma campanha eleitoral depende dos recursos financeiros disponíveis, e a lógica é bastante simples: sem investimentos altos não se ganha uma eleição.

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Page 15: Revista Fato

> Capa

Uma pesquisa divulgada peloIBOPE revelou que, faltandopoucomaisdeumasemanapara

aseleiçõesdeoutubro,60%doseleitoresgaúchospermaneciamindecisosquantoaosseusvotosparaDeputadoFederaleEstadual.Osnúmerosdapesquisa,quepodem até variar um pouco dentro deumamargemdeerro,chamamaatençãopelo perfil do eleitorado que ajudam arevelar:umeleitorcompletamentealheioaoprocessoeleitoral,queprocuranãoseenvolverenemmesmoseinformarsobreoscandidatos. Segundo o professor de Mar-keting Político do CentroUniversitárioMetodista,AndréArnt,70%doseleitoresnãoseinteressamporeleições.Arntfun-damentaaestatísticaapresentadaempes-quisas realizadasduranteascampanhaseleitorais dos anos anteriores. “Agentetendeapartirdopressupostodequeestátodomundoenvolvidocomacampanhapolítica,24horaspordiavivendoacam-panha, quando na verdade isso é umagrandefalácia”,garanteoprofessor. Omotivoparatamanhodesin-teresse está principalmente na desvalo-rizaçãodafigura doparlamentar frenteao eleitor.Nos últimos anos ocorreramescândalos de toda natureza, incluindodesviodedinheiropúblico,nepotismoecompradevotosdedeputados federaisemvotações parlamentares.Fatos estesquechegaramaoconhecimentodopú-blico, quando certamente ainda há umbomnúmerodecasosquepermanecemem segredo.Nestas circunstâncias, nãohá como esperar um eleitor motivadoemcompareceràsurnas.Eleofazpura-menteemcumprimentoaumaobrigaçãodalei. Outrofatorqueprecisasercon-siderado é a poucamaturidade políticadoeleitor.Amaiorianãotemconsciênciadequeéparteenvolvidanoprocesso,equeestánoseuvotoaúnicapossibilidadedetransformararealidadetãocriticada.Quandooeleitortivermaisinteressenaseleições, escolhendo criticamente seuscandidatos,asmazelascomeçarãoade-

saparecerdapolítica. Masenquantoissonãoocorre,segueodesinteressedoeleitoreascam-panhas eleitorais perseguindo-o portodosos lados.Quandochegaodiadopleitoocidadão,aindaemdúvida,estásujeitoafazerumaescolhabaseadanoscritériosmais variados, e umdos prin-cipaiséasuamemóriarecente.Porissoqueapropagandaeleitoral,quevisafixaraidentidadedeumcandidatoétãodeci-siva.Seforeficiente,elapodetrazerumacargamuitograndedevotosdoseleitoresque estavam indecisos às vésperas daseleições. Aprincípioparecedifícilacredi-tarqueumachamadanorádioounatele-visão,umcavaleteinstaladonacalçada,umsantinho,umadesivo,umabandeiraou uma placa possam se converter emvotosparaosseusdonos.Masaverdadeéqueessasferramentasfuncionam,prin-cipalmentequandoonúmerodeeleitoresindecisosétãoalto.Suaprincipalfunçãoémarcarpresençanocotidianodoeleitor,estandosempreaoalcancedassuasper-cepções. Independentemente da forma–visualousonora–esteéomecanismoquefixaonome,aimagem,onúmeroouatémesmooslogandecampanhadeumcandidato juntoaoeleitor.Quando issoocorre,aumentamaschancesdestecan-didatoseroescolhido.Jáaausênciadedeterminadocandidatoemalgumaplata-formapublicitária pode sermuitomaisrelevante que a sua presença. “Quemaparecemenosestámal”,sentenciaumeleitor entrevistado no centro de SãoBorja. Neste contexto, não é segredoparaninguémqueascampanhaseleito-rais movimentam verdadeiras fortunas.Hámuitotempoqueelasseprofissiona-lizaram, transformando as candidaturasemempresaseoscandidatosemprodu-tos.Estas“empresas”trabalhamparaal-cançaraliderançanosetor,comtempomuitolimitadoesemmargemparaerros.Os investimentos são direcionados deacordo comorientação de profissionaisdas mais diversas finalidades. Estima-

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Os deputados mais votados de São Borjae suas previsões de gastos com campanha:(Fonte: TSE)

HeinzeR$ 2,5 milhões

PimentaR$ 1,5 milhões

ContreiraR$ 3,5 milhões

CassiáR$ 900 mil

RangelR$ 1,2 milhões

ChristopherR$ 500 mil

NadineR$ 1,5 milhões

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Os candidatos costumam contratar pessoas para ir às ruas com suas bandeiras e distribuirmaterial de campanha.Estes se somam aosmilitantes dos partidos. FO

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sequeumcandidatoadeputadofederalprecisereunirpelomenosquinhentosco-laboradores,casocontráriocorreoriscodenãosereleito.Alémdisso,éprecisoabastecerasruaseosmeiosdecomuni-cação com propaganda suficiente para,nomínimo,marcarpresençadiária. Com a profissionalização, aspropagandas eleitorais passaram a sermais uniformes, todasbuscando refinarotratamentodadoaodiscursoeaousodas imagens.Aoobservarumconjuntodediferentespropagandasnãoépossíveldistinguirascaracterísticasdeumpartidooucandidato.Acientistapolíticaeprofes-sora daUnipampa,ÂngelaQuintanilhaGomez,abordaestaquestãocomoumaforma de pasteurização da propagandaeleitoral,umavezquetodasascandidatu-rasprocuramutilizaroqueexistedemaisnovoem tecnologia e recursosmidiáti-cos.Ângelarecordaque“antes,quandoapropagandaeramais‘artesanal’,erapos-sívelpercebermelhoradiferençaentreospartidoseoscandidatos”. Osprofissionaisqueatuamnascampanhas eleitorais concordam queexagerosnaspropagandas,comoapolui-çãosonoraouvisual,atrapalham.Tam-bémafirmamqueocontatodiretoentrecandidato e eleitor está se mostrandocada vezmais eficiente.Mesmo assimnãoabremmãodosrecursostradicionais,

comocarrosdesom,materiaisimpressosparadistribuiçãoeanúnciosnosmeiosdecomunicação.Daí a exigência de tantodinheiroparaumacampanha. De fato,odinheiro fazadife-rença.Nãoapontodegarantirosucessode candidaturas totalmente artificiais,mas no caso de dois candidatos comiguaiscaracterísticas,écertoqueganhaaquele que investiu mais dinheiro nacampanha.Ocandidatoquenãoalcançarumvalormínimodeinvestimentosdifi-cilmenteconseguirásereleito.Segundoa publicitária e professoradoCursodePublicidadeePropagandadaUnipampa,JulianaSalbego,“odinheiroinvestidonacampanhavaiserdiretamenteproporcio-nal àquantidadedecomunicaçãocolo-cadanarua”.AindasegundoJuliana,issofazcomqueaspropostasdoscandidatosfiquememsegundoplano,muitasvezespassandodespercebidas. A importância que o dinheiroadquiriu para as campanhas eleitoraistrazconseqüênciasnegativas:umadelaséquedificilmenteumcidadãosemmuitodinheiro conseguirá ser eleito, indepen-dentementedasuaíndoleedassuaspro-postas.“Oqueserianecessárioseriaesta-belecerpatamaresmaisjustosdedisputa,permitindopartidosde todosos taman-hosconcorreremem iguaiscondições”,afirmaaprofessoraÂngela.

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Antes das eleições havia mais de cem cavaletes no centro. Depois delas, um caminhão cheio de lixo.

Fonte:CandidaturasdeSãoBorja

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> Saneamento básico

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UMA TRANSIÇÃO QUE AINDA NÃO COMEÇOUO contrato firmado entre a Prefeitura de São Borja e a Corsan deve ser anulado nos próximos meses e é bem provável que uma nova empresa seja contratada para prestar os serviços de saneamento básico. Até lá, o que não vai faltar são discursos.

“O prefeito está tratando da contratação danovaempresadesaneamento,equandohouverumadecisão,aimprensaserácomunicada”.Estadeclara-çãofoidadapelaassessoriadoprefeitoháalgunsme-ses.Obviamenteéprecisoconsiderarqueaafirma-çãonãopartiudiretamentedeMariovaneWeis,masmesmoassimelapodedarumanoçãodaformacomootemavemsendotratado.Alémdedemonstrarque,comosempre,nãohámuitointeresseempermitirqueaimprensaacompanheoprocessodeperto,percebe-sequeogabinetedoprefeitoquerdaraimpressãodequeasituaçãoestápraticamenteresolvida. AverdadeéquenoPalácioJoãoGoulart,porenquanto,ninguémestá trabalhandonacontrataçãodequalquerempresa.Osprópriosservidoresocon-firmam,eentreelesestáoprincipalencarregadodoprojeto, o secretário de PlanejamentoLeoAugustoTatsch.Osecretáriodeixaclaroqueatualmenteestásendo realizada uma análise jurídica do caso, parafuturamente tentaranularocontratocomaCorsan.Feitoisso,aprefeituraterádedecidiroqueseráfeitoapartirdeentão.“Apossibilidadedeoprópriomu-nicípioassumirestesserviçosestápraticamentedes-cartada,pelafaltaderecursosparainvestir”,garanteTatsch.Portanto,omaisprováveléquesejaabertaumalicitaçãoparafirmarumnovocontratodecon-cessão. DeoutroladoestáaCorsan,comaalegaçãodequevemcumprindotodasasexigênciasdocon-tratoemvigor.Aoquetudoindica,aestatalvailutaratéofimparagarantirqueocontratosejamantido.Deacordocomumfuncionárioquenãoquisseriden-tificado,nocasodocontratoserrompido,aCorsandeveráexigirumaindenizaçãodemaisde40milhõesdereais.“Contratoécontratoenãopodeserquebra-do,afinalagenteestáprestandooserviço,ebem”,afirma.

Weis tem se esforçado para romper com a Corsan;

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:Arquivo

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EstaéaatualsituaçãodosaneamentobásicoemSãoBorja.Portrásdelaháumaempresapúblicaque, ao contrario das alegações apresentadas, estámuito longedecumpriroseucontrato.Paraconsta-tarisso,bastasairdocentrodeSãoBorjaeconstatarqueamaioriadapopulaçãonãocontacomserviçodecoletadeesgoto.Oprefeito,porsuavez,temmuitoointeresseemretiraraconcessãodaCorsan.Primeiro,porquede fatooserviçoprestadonãoésatisfatório,e isso faz da prefeitura um alvo constante de críti-cas,umavezquearesponsabilidadepelosaneamentobásicocontinuasendodomunicípio,mesmoqueelaoterceirize.Segundo,porqueaprevisãodenovosinves-timentosporpartedaCorsannãoatendemàsexigên-ciasdonovoPlanodeSaneamentoBásico,aprovadopelaCâmaradeVereadoresneste ano.Mas tambémporqueestaéumaboaoportunidadeparaMariovaneWeiscriticarumdosseusmaioresadversáriospolíti-

cos,odeputadoLuizCarlosHeinze (PP),queeraoprefeitonoanode1995efoioautordocontratopres-tesaserrescindido. OadvogadoGastãoPonsiéumdosprincipaiscríticosdaomissãodopoderpúblicoem relaçãoaosproblemasdosaneamentobásico.Paraele,apopula-çãoestáacuada,vendodiantedesiumagrandeinter-rogação:“numapontaumaempresapúblicairrespon-sávelenaoutraapossibilidadedeficar sobabatutadeumaempresaprivada”.Otemordoadvogadocoma segunda possibilidade cogitada faz sentido. Casoumaempresaprivada recebaa concessão, eladeveráinvestir80milhõesdereaisnospróximoscincoanos.Asautoridadesgarantemocontrário,maspartedessacontapodesobrarparaousuário.Aíficadifícilsaberoqueépior:pagarcaroereceberumserviçoruimoupagarmaisaindaparaversemelhora.

A questão agora é resolver o que será feito para melhorar o serviço de coleta de esgoto em São Borja.

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> São Borja

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UMA ESCOLA ABERTA PARA TODOS

Afotografiamostra um dos laboratórios de infor-mática da Escola Municipal Emílio Meyer, dePortoAlegre.Oregistrofoifeitonumsábadoem

2009, e as pessoas que usamos computadores não sãoalunos.Sãopessoasdacomunidade,quenosfinaisdese-manaparticipamdoprojeto“EscolaAberta”.Aidéiafoi implantadanoRioGrandedoSulem2003.Nossábadosedomingosasescolasparticipantesabremsuasportasparaalunos,pais,professores,vizinhos,en-fim, a comunidade escolar. Comparecendo, as pessoaspodem participar de diversos tipos de atividades.Cadaescoladeterminaasuaagenda.Algumasoptamporofici-nasdeinformática,comoseobservanoexemplodePortoAlegre. Aprincipalfinalidadedoprojetoéafastara ju-ventudedacriminalidade,queocorrecommaisfreqüên-cianosfinaisdesemana,quandonãoháaula.Assim,osjovensnãoficamtãoexpostoseaproveitamparapraticaralgumaatividadeextracurricular.Omesmovaleparaasdemaispessoas.Comoas atividades são sugeridaspelaprópriaescola,háagarantiadequesãobenéficas.

Atualmente 177 escolas gaúchas estão integra-das ao projeto. E nas próximas semanas este númerodevesubirpara182,jáquecincoescolasmunicipaisdeSãoBorjaaderiram.SãoelasaEMEFDuquedeCaxias,EMEFUbaldoSorrilhadaCosta,EMEFRepúblicaAr-gentina,EMEFVicenteGoularteCETIMNeuzaGoulartBrizola.Issoequivaleaumtotalde400alunosenvolvi-dos, além da comunidade em geral, que também estáconvidada.Dentreasprimeirasatividadesoferecidashácursosdealfabetização,deartesanatoemodalidadeses-portivas.Todaselasmonitoradasporpessoasdesignadaspelasescolas. Estassãoasprimeirasescolasdacidadeapartici-par.Segundoaprefeitura,aintençãoéfazerexperiências,ecomotempoestenderoprojetoparaasdemaisescolaseampliarasopçõesdeatividades.“AmissãodoEscolaA-bertaévalorizarosdonsdaspessoas,trazerumafontederendaparaasfamílias,afastarosjovensdasdrogasedacriminalidade,oferecendo-lheslazer,culturaediversão”,afirmaTatianeRauberDedé,responsávelpeloProgramaemSãoBorja.

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:http://websm

ed.portoalegre.rs.gov.br

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PORTO DO ANGICO: UM NOVO VELHO PARQUE

Mário observa o antigo Porto do Angico. O local, que já vinha sendo utilizado como parque, agora vai receber atenção das autoridades e receber algumas melhorias.

AprefeituramunicipalanunciouqueembreveserãoiniciadasasobrasparaaconstruçãodeumparquenolocalhojeconhecidocomoPortodoAngico.A

áreaqueficaàsmargensdorioUruguai,aoladodoCaisdoPorto,jávemsendomuitoutilizadaparaolazer,prin-cipalmentenoverão,quandoémuitofreqüentada. Onome“PortodoAngico”originou-senoperío-do anterior à construção da ponte internacional. NestaépocatodootransportedepassageirosecargasentreSãoBorjaeSãoToméerafeitoporbarcos.OficialmentetodasasembarcaçõesvindasdaArgentinadeveriamatracarnoCaisdoPorto,ondetudoerafiscalizadonaalfândega.A-quiloquenãoeraoficial,ouseja,ofamosocontrabando,passavaescondidonanoiteporumlugarpróximo,ondehaviaumagrandeárvoredeAngico.Por isso,PortodoAngico. MáriodaSilvaFagundes,55,morahámaisdeduasdécadasnavilapróximaaoporto.Nopassado,eletrabalhava como barqueiro no porto de São Borja. Elelembraquenaquelaépoca,oportodeSãoBorjaeramui-tomovimentado,parecendoumagrandefeiraaoarlivre.“Eraum‘comércioformiga’,quejuntavaumamultidãodepessoas.Sempretinhamuitofreteparafazer”,relem-braMário.Osprincipaisprodutoscomercializadoseram

acebola,abatata,afarinhaeamaçã. AmovimentaçãodepessoasnocaisdoportoetambémnoPortodoAngicomantinhaumagrandevilanolocal.Máriocontaqueamaioriadascasaseramovediça,tambémconhecidascomocasasvolantes.Comoficavammuitopróximasaorio,ascasasprecisavamserremovi-das na época de cheia.Dois fatores levaram a popula-ção a sair do local, quehojepraticamentedespovoado,serátransformadoemparque:oprimeiro,aconstruçãodaponteinternacional,queacaboucomocomércioformiga.O segundo foi umprojetodaprefeitura, quevisavadi-minuirosprejuízoscomasenchentes,eporissoofereceucasasemoutraspartesdacidadeaosribeirinhos. Mário,umdospoucosmoradoresqueaindaresi-demnaárea,concordacomainiciativadaconstruçãodoParquedoPortodoAngico.Masnãodeixadelamentarasmudançasqueocorreram.Paraele,aquelaeraumaépocadeprosperidade,comempregogarantiadeumarendara-zoável.Oex-barqueiroutilizaoexemplodos jovensdavila:“hojeestãoaícorrendorua,semocupaçãonenhumepodemirparaomaucaminho”.Naépocadoportoosjovensusavampequenoscarrosdemãoparatransportarasmercadoriasdosbarcosatéapartealtadocais.

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> Notas fiscais

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AJUDAR NÃO CUSTA NADAInstituições de São Borja arrecadam valores significativos através do projeto “A nota é minha”. Se todas as pessoas colaborassem, a arrecadação poderia ser muito maior.

Ao finalizar uma compra épreciso exigir anotafiscal.Éamaneiradegarantirale-

gitimidadedaoperação,equeaqueleestabelecimento comercial cumprasuas obrigações tributárias. Depoisdealgumtempoocupomfiscal,queé um documento, acaba perdendoautilidade.Namaioriadasvezesolixoacabasendoodestinodasnotasantigas. O quemuitos parecem nãosaber é que as notas fiscais podemserrevertidasemverbasparaváriasinstituições beneficentes da cidade.O programa A nota é minha, dogoverno estadual, visa auxiliar en-tidadesvinculadas à áreada saúde,educaçãoeassistência social.Tara-sedeumaparceriaentreogoverno,que incrementa suas receitas comarrecadação, a sociedade e as enti-dades.Aestasúltimascabeatarefade agrupar as notas e transferi-laspara a Secretaria da Fazenda, que

retornaosrecursosdeacordocomaquantidadedenotasrecebidas. EmSãoBorja há dezesseisinstituições vinculadas ao projeto.São elas: Asilo São Francisco dePaula, Apae, Centro de FormaçãoTerezaVerseri,FundaçãoIvanGou-lart,LigaFemininadeCombate aoCâncereasonzeescolasecolégiosestaduaisdomunicípio.Paracolabo-rar,basta juntarasnotasemcasaecontatar uma das entidades partici-pantes. Uma pessoa vai até a casadoscolaboradoreserecolheasdoa-ções.Aindaépossívelcolaborarde-positando as notas diretamente nasurnaslocalizadasnosmercados. Omecanismo do programafuncionaapartirdeumapontuação,que soma o número de notas cole-tadaseovalorqueconstaemcadauma delas. Cada nota recolhidaequivaleaumponto.Alémdisso,háumapontuação adicional para cadaR$50,00danota(restritosaolimite

O “cheque” da ultima verba recebida pelo Asilo São Vicente de Paula está fixado no mural de entrada da entidade.

O programaA NOTA É MINHA já beneficiou as

entidades deSão Borja

com mais de R$ 487.000,00.

R$ 267.529,66para a área da

assistência social;

R$ 171.178,31para a área da

educação;

R$ 48.777,52para a área da

saúde;

Somente em 2010 já foram

distribuídos maisde R$ 62.000,00.

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máximodeR$1.500,00,ouseja,30pontos). No dia 30 de setembrofoi feita a entrega das verbasreferentes ao terceiro trimestrede 2010. A Apae recebeu R$889,41. Com esse recurso foipossível comprar mais materi-ais pedagógicos, um aparelhodesomeumfornoelétrico.JáoAsiloSãoVicentedePaula,querecebeu R$ 9099,00 (foto pág.24)pôderealizarumgrandein-vestimento na manutenção dainfra-estrutura.AFundaçãoIvanGoulart, vinculada ao HospitalInfantil de mesmo nome, usouos R$ 12609,87 para reformaro setor de hotelaria. Estes sãoapenas alguns exemplos da im-portânciadesteprogramaparaasentidades. AdiretoradaAssociaçãodePaiseAmigosdosExcepcio-

nais(APAE)deSãoBorja,Euli-naNolibus,comentaquemuitaspessoascolaboramdoandosuasnotas. No entanto, alerta que ovolume de doação certamentepoderiasermuitomaior,dadaaquantidadedecuponsqueévistanas latas de lixodosmercados.Eulina faz umapelo: “convida-mosaquelesqueaindanãodoamsuas notas, que colaborem comestascausastãonobres”. Desde o início do pro-grama, em 2004, as entidadesde SãoBorja já foram contem-pladas com R$ 487.485,50.Enquanto isso, só em 2009 omunicípio gerou uma arrecada-ção de ICMS no valor de R$21.220.000,00.Estacomparaçãoajuda a compreender que ajudafinanceira recebida pelas insti-tuições, embora pareça alta,poderiasermuitomaior.

Moreira é um dos voluntários do Asilo. Ele ajuda a contabilizar as notas que chegam. Outros voluntários percorrem a cidade para recolher as doações.

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> Imagens comentadas

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TarsoGenro(1),governadoreleitodoestado,eIsraelLucero(2),vencedordopro-gramaÍdolos,entraramparaagaleriadossão-borjensesilustres.Comosesabe,sãomuitasaspessoasfamosasquenasceramnacidade,eissoémotivodemuitoorgulhoparaosseusmoradores.Eporfalaremilustre,ÉdsonArantesdoNascimento(3),oreiPelé,completou70anosnodia23deoutubro.AdatafoilembradaemdiversoseventosnoBrasilenoexterior.Merecido.OresgatedosmineirosnoChile(4)fezaspessoasrefletiremcomoreagiriamsees-tivessenamesmasituação.Aprincipio,os33mineirostiveramumaboareação,mase se fossevocê? Jána Indonésia (5),oshabitantes locaispassarampormomentosdifíceisnosdias25e26.Primeirofoiumterremoto,seguidodeumtsunami.LogodepoisovulcãodoMonteMerapientrouemerupçãoAscatástrofesdeixarammaisde1000mortos.JáestáemfuncionamentooparquetemáticodaFerrari(6).ConstruídoemAbuDha-bi,nosEmiradosÁrabesUnidos,éomaiorparquecobertojáconstruído,commaisde200milmetrosquadrados.Entreasatrações,amontanharussamaisrápidadomundo,queatingeaté240km/heumsimuladordecarrodeFormula1.

CRÉEDITOSDASIMAGENS:1)Divulgação;2)FlashSB;3)LemyrMartins/Placar;4)Blog8600lagos;5)AndryPrsetyo/Reuters/FolhadeSP;6)AP/FolhadeSP;

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> Opções comparadas

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NA RUA OU NA ESTEIRA?Parece ser uma regra de comportamento: nos meses que antecedem o verão as pessoas querem melhorar a forma física. A caminhada (ou corrida) está entre os exercícios preferidos, e pode ser realizada na esteira ou na rua. Mas como escol-her entre as duas opções?

Exercitarocorponãoajudaapenasamanteraaparên-cia. Faz bem para a saúde, prevenindo várias doenças. Oprimeiropassoparaquemdecideiniciarumarotinadecami-nhadasoucorridaséprocurarummédico,paraqueeleexam-ineascondiçõesfísicasdofuturoatletaedêorientaçõesimpor-tantessobreaprática.

Parasedecidirentreoexercícionaruaounaesteira,éprecisoconhecerosdoismétodoseobservarqualdelesseadaptamelhor.Emrelaçãoaogastocalórico,hápoucadiferen-çaentreosdoistiposdeexercício.Oquedeterminaaqueimadecaloriaséaregularidadeeaintensidadedaprática.Nestequesito,portanto,háumasemelhança.Tambémemambososcasosnãohágrandesrestriçõesquantoaoshorários.Écomumencontraracademiasquefuncionememhoráriosflexíveis.Já

asruasestãodisponíveisaqualquerhora.Aprimeiradiferençaestánoscustos.Quemescolhearuanãoprecisapagarporisso.Jáaesteiraexigeinvestimentos:naaquisiçãodoaparelhooucomtaxadefreqüênciaemumaacademia.Noqueserefereàscondiçõesclimáticas,pontoparaaesteira.Achuva,porexem-plo,podeimpedirumacaminhadanarua. Osriscosparaasaúdegeralmentesãomenoresnaes-teira,principalmenteparaquemcorre.Comoasruasecalçadascostumamestaremcondiçõesprecárias,facilitaquedaselesões.Quandooexercícioéfeitoemumaacademia,háapresençadeuminstrutor.Assuasinstruçõesreduzemosriscos.Paraquemrealizaaatividadecomoobjetivodeeliminaroestresse,omaisindicadoéusarasruas.Assimépossívelvariarospercursoseinteragircomanatureza.Vejaoresumo:

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EMPATE TÉCNICO

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> Opinião

30 Fato, outubro de 2010

A EDUCAÇÃO COMO INSTRUMENTO DE MUDANÇAS A LONGO PRAZO Cárlida Emerim*

Todoempreendimentoqueseiniciasofrecomasexpectativas,nãodesuaprópriaexecução,masde todos que depositam nele suas esperanças,

desejos e sonhos.A educação é, no Brasil, bandeiramais antiga que a própria bandeira nacional e serve,desdeentão,seguidapelasaúde,comotemadecam-panhaseleitoraiseinstrumentoeficaznaseduçãopelovotodasclassesmenosfavorecidas. AUniversidadeFederaldoPampasurgiunumperíodoeleitoral,cercadade funçõespolíticasqueseperdiamnosdiscursosdodesenvolvimentoeconômicoesocialdaregiãomaispobredopujanteEstadodoRioGrande do Sul. Foi saudada como a grande soluçãopara os problemas dametade sul e considerada, pormuitospolíticos,comoresultadodesuaslutasindivi-duais.Assim,acadaaniversáriodefundaçãoaparecemseusinúmerospais,emtodasestasregiões,lembrandoonascimentodeseufilhomaisilustre. Contra esta perspectiva eleitoreira e propa-gandista governamental organizaram-se os primei-ros professores, alunos e técnicos administrativos daUnipampabuscandooquerealmenteeraimportanteefunçãodauniversidade:estruturaroensino,aextensãoe a pesquisa comvistas a oferecer uma educaçãodequalidade.Oprimeirodesafio,conseguirimplantaroscursosescolhidosparacadacidade,poisestesnãoti-nhamcritériosclarosdeseleçãoeascomunidades,emsuamaioria,reclamavampeloscursosmaispopulares:direitoequalquerumdaáreadesaúde.Ospioneiros,alémdedriblararejeiçãodoscursosemsuascomuni-dades tambémtiveramque lutar,emuito,paraqueaUnipampanãosetransformasseemplataformapolíticadogovernovigentenemtampoucodecurraleleitoraldospartidosdogovernonascidadessede.Lutadifícil,inglóriaedesleal. Mas, talvez,amaisdifícildas lutasaindaes-tejaocorrendoepassadespercebida,pois,nãopodesermensurada ou quantificada para servir de estatísticasdecrescimentodasmetasdogovernofederal:éamu-

dançadeparadigma,aconstruçãodeumanovapers-pectivadematrizsocialecultural.Porengano,muitosacreditamqueasmudançaseconômicassãoasprinci-paisnareestruturaçãodascondiçõessócio-econômicasdomeio.Mas,seaculturaeaeducaçãonãolhesderemsuporte, a economia se esvazia, e o poder aquisitivoserve apenas para ajudar a movimentar o dinheiro,que resulta emaumentodopoderde compra e, con-seqüentementeaumentode inflaçãoativandooefeitodevastadordeeconomiasemergentesquenãotemsu-porteparasegurarestetipodecontexto. Aformaçãoeducacionaleculturaldeumaco-munidade é o que a estrutura frente àsmudanças domundo, que a prepara para enfrentar as dificuldadesevencer,empregandoestratégiasquepodemfazer“arodagirarepermanecergirando”,numfluxoqueper-miteocrescimentocoletivo,contínuoepermanente. A Unipampa tem esta função, a função deeducarepromoverumamudança,alongoprazo,quesó poderá ser percebida quando uma comunidadecompreender que a universidade é um espaço de in-terlocução entre os pensadores da antiguidade e doscontemporâneos que servem de apoio para qualquercidadãodiscutirsuaprópriacondiçãoenquantoserso-cialeinstrumentalizar-separabuscarasmudançasqueserãonecessáriasparaumavidaemmovimento. E esta busca não é pelasmãos de padrinhospolíticosoudepartidos, éalgomuitomaior,quevaialémdeste jogodefavoreseganhoseleitorais.Épe-loscaminhosoferecidospelaeducaçãodequalidadeedepensamentolivre,quejáestánahoradaUnipampaaprenderafazer.

*A Dr. Cárlida Emerin é Jornalista, Professora da Unipampa e foi a primeira diretora do Campus de São Borja.

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> Perfil

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Todos temos algo a dizer que pode interessar a outros. A comunicação

das idéias de cada indivíduo é a forma do progresso da humanidade, pois elas se somam, ampliando o conhecimento. Penso que todos devemos contribuir.

Sérgio Bastos Seitenfuss

SÉRGIO BASTOS SEITENFUSS Autor do livro “Deus, o Gene e a Consciência”, o advogado diz que a inteligên-cia humana é o que há de mais importante no Universo. No seu cotidiano, pro-cura valer-se desse dom para a sua própria evolução pessoal.

Ohomemchegouatéaconsciênciadeser,ainteligência, devido à sua capacidade de adaptação.Foiissoqueodiferencioudasdemaisespécies.Quan-doojovemSérgiodecidiuseguiraprofissãodopai,osistema jurídicoeradiferentedoatual.Hojeoad-vogadoexperiente,casadoepaide família, lamentataistransformações,queconsideranegativas.Apesardeacompanharasmudançaseprocurarseadaptaraelas,eleacreditaquesempremanteveacondutaqueconsideraseracorreta.Segundoafirma,issofazpartedasuafilosofiapessoal,ondecadamomentodavidadeveservirparaumaevoluçãopessoal. NoanopassadoS.B.Seitenfuss(comoassi-nou) lançou sua obra pessoal, onde apresenta umasérie de reflexões e algumas teses sobre a origemeexis-tênciadohomem.Seustextosdescrevemotudo,onada,Deus,asteoriassobreaorigemdouniversoeaformacomoohomemcompreendeesteprocesso.Suaopiniãoédequeumdiaohomemchegaráaoconhe-cimentodesuasorigens,masqueissonãotemtantovalorquantoaquiloqueohomemfezapartirdela. A existência ou não deDeus é umaquestão

queficaemaberto,lembrandoquenãoexistempro-vas que comprovem um ou outro. Ressalta que,de qualquer forma, o que precisa ser exaltado é acondiçãohumana,que,sobtodosospercalços,sobre-vive,luta,evolui,progride,seemociona...“UmDeusquecrioucertamenteaceitariaessevalordesuascria-turas”,escreveu.Estamáximaeliminaareligiãocomointermediária do indivíduo com Deus e até mesmodesmenteatesedequeaentidadenãoexisteparaosateus.Entretanto,acreditaqueaigrejaeaciênciapo-demconviverperfeitamentenostemposatuais,jáqueumasevaledevaloresespirituaiseaoutradeevidên-cias. Membro da Maçonaria, Sérgio acredita emumasociedademelhor,maisjusta,comumindividuoqueconsigaseaperfeiçoar.Umadascríticasquefaz–nãonolivro–édirigidaaoatualsistemapolítico,queseriaafontedetodasasmazelas.“Opodercorrompe–umaverdadequejáfoiditaerepetida.Nãoéodi-nheiroquecorrompe,masaimportânciaquedamosaelee,aoquenosfazemparecer,amaneiramaisfácildeganhardinheiroéapolítica”,conclui.

FOTO

:ArquivoPessoal

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A CATEDRAL DO MAR (2003)

Sucesso absoluto de ven-das, o primeiro livro es-crito pelo advogado es-

panholIldefonsoFalconesnarraa história de Arnau Estanyol,um catalão medieval que as-cende da condição de servo àbarão.Comoplanodefundo,acidade deBarcelona do séculoXIVeaconstruçãodaIgrejadeSantaMariadoMar,umtemploconstruído pelo povo e para o

povo.Umacontradiçãoparaaépoca,quandoopodereodinheirodeterminavamabsolutamentetudo. O romancehistórico tem iníciocoma fugadeBernatEnstanyoleseurecémnascidofilhoArnau.Elesdeixam as terras do seu senhor feudal para procurar aliberdade na cidade deBarcelona.Depois de chegar àgrandecidade,naépocacomaextraordináriapopulaçãode35milhabitantes,elespassamaterumavidasofrida,comopaisemprelutandoparaqueofilhonuncaprecisesesubmeteraumsenhor. Umabemaprofundadapesquisapermitiuaoau-tor narrar a época comgrande riquezadedetalhes. Aterrívelsubmissãodosservosdaterraaosseussenhores,que proibiam, por exemplo, que os camponeses cons-truíssem fornos para assar o seu pão. Deviam fazê-lonasfornalhasdocasteloedeixarumterçodopãocomoformadepagamento.Aigrejacatólicacometiatodotipodedesmandos,eagiaunicamenteembenefíciodosseuscofres.Atéopecadoerapermitido,desdequeopecadorpagasseumataxa,antecipandoassimoseuperdão. ComopassardosanosArnauvivenciaguerras,pestes,crisesdealimentos,aperseguiçãoimplacáveldoscatólicosaosjudeus,osluxosdarealeza,oabsurdosco-metidos pela inquisição e principalmente a construçãodaCatedraldeSantaMariadoMar,estaconstruidapelasmãosdopovoeparaserviraele.Aolongodos64anosnarrados, o personagempassa da condiçãodefilho deumservofugitivoeatingeanobreza.Mesmorico,elenuncadeixadeacompanharasobrasdaigrejaqueadotoucomosua.Aolongodavidaoprotagonistaviveváriospercalços,masnuncaéderrotado.Estaé,acimadetudo,umahistóriaquemostraumgrandehomem,apesardeacontecernumaépocatãoconturbada.

SPARTACUS (1960)

No gênero épico ne-nhum filme se com-para a Spartacus. Pro-

duzido em 1960, ainda hoje ééconsideradoumgrandeclás-sicodocinema.“Pelaprimeiravez,opúbliconãosabiaoqueaconteceria a seguir”, afirmouo próprio diretor Stanley Ku-brick, reassaltando que pro-curou fazer algo diferente dosdemais épicos. Não há perso-nagens adorando aos deuses romanos e até mesmo odesfechodatramanãoéoconvencional,ondeháasu-peraçãodoherói.Defato,Kubrickconseguiuinovar,eagradouàcrítica,queopremioucomquatroestatuetasdoOscar. Recentemente aUniversal Filmes realizou umtrabalhoprimorosoderestauraçãodapelícula.Eesteéoprimeiropontoquechamaaatenção:éfácilperceberqueosplanosdeimagem,aestéticaeoscenáriospertencemaumaoutraépocadocinema.Poroutrolado,osaspectostécnicoscomoaresoluçãoeapigmentação(resultadosda restauração) fazempensarque tudo foigravado re-centemente. Spartacus (Kirk Douglas) é um escravo daTrácia que acaba de ser adquirido por uma mercadorromano. Este treina seus escravos para que se tornemgladiadores,quemaistardevãoparaasarenasromanasparalutarentresiatéamorte,divertindoosnobreses-pectadores.EmmeioaostreinamentosSpartacusiniciaumarebelião.Duranteafugalibertamilharesdeoutrosescravos, reunindoumamagníficoexército,cujoúnicoidealélutarpelaliberdade. Arevoltadosescravos logochegaaoconheci-mentosdasautoridadesdeRoma.Emumprimeiromo-mento o inimigo é subestimado,mas logo depois per-cebemagravidadeda situação,quepoderia arruinaromaior impériodomundonaépoca.Amaneiracomoacrisefoiconduzidapelossenadoreschamaaatençãoparao fundo político da história.Roma era uma república.Crassus(LaurenceOlivier)estádispostoadarumgolpeeiniciarumaditadura.“Políticaéumaprofissãoprática.Seocriminosotemoquevocêquer,negociecomele”,afirmaopersonagememdeterminadomomento.

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Uma das fotos em exposição: encontro pró-ponte em 1988, entre os governadores Ricardo Leconte (c), da província de Corrientes e Pedro Simon (e), do Rio Grande do Sul.

DESTAQUE DA AGENDA

As fotografias da ex-posição “Ponte da Inte-gração: unindo países em uma só nação”, pertencem a Paulo Maurer, prefeito de São Borja em 1997, quando a ponte foi inau-gurada. Antes disso, Mau-rer participou das diversas tentativas feitas para viabi-lizar a obra. A Revista Fato conversou com ele sobre o assunto:

Como foi este trabalho?

Começamos em 1972, quandohouve ummovimento. Recebe-mosmuitaspromessas,maspas-saram10 anos e nada foi feita.Aí criamos uma comissão paraa ponte, contando com gente

deSãoBorjaedeSãoTomé.Aícomeçamosa trabalhar.Primei-rofalávamosemligarasduasci-dades,masdepoisvimosquees-taríamos ligando dois oceanos,umcontinenteinteiro.

Quando foi decidido oficial-mente que a ponte seria con-struída?

Elafoiinauguradaem1997.Foidecidido mais ou menos uns 5anos antes. Nós tivemos umafelicidademuitogrande,porqueo governador de Corrientes, oLeconte, era muito amigo donossogovernadorPedroSimon.Eles assumiram e ai o projetopegourumo.

Como foi a reação das pessoas em 1997, na inauguração?

Foi fantástico. Vieram os doispresidentes (FHC eMenen), osgovernadoresemais311prefei-tosdosdoispaíses.

AGENDADia Nacional da Cultura:

Nodia05denovembroaSMECpromoveeventonaPraçadaLagoa.Naprograma-çãoapresentaçãodedanças, teatro,coral,capoeira, showsmusicais, oficinadepin-tura,horadocontoeoprojeto“Cinemavaiaopovo”.Inícioàs9horas.

Duranteodia19denovembroaCâmaradeVereadores realiza programação espe-cial sobre o Dia Nacional e Municipal da Consciência Negra.Local,plenáriodaCâmara.

Exposições:

A exposição fotográfica ‘Ponte da Inte-gração:unindopaísesemumasónação’,mostra a história da ponte internacional,dosprimeirosmovimentosemproldasuaconstrução até o dia da inauguração. Deterça-feira à sábado, das 9h às 12h e das14hàs17h,nooMuseuMunicipalApparí-cioSilvaRillo.

Exposiçãodequadrosfotográficos,sobreahistóriapolíticadeGetúlioVargas.Dias17e18novembro,das9hàs12hedas14hàs17hnosaguãodaPrefeituradeSãoBorja.

Exposiçãodejóiasdodesignersão-borjen-seCelsoDornelles.Dias26a28denovem-bronoMemorialJoãoGoulart.Horário:9hàs12hedas14hàs17h.

Festivais de Rock

RockGrandedoSul-14ªedição,dia14denovembro,das18hàs23hnoCaisdoPorto.

PampaStock,dias18e19denovem-bronoClubeRecreativo.ApromoçãoédosalunosdaUnipampa.

> Agenda

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> Crônicas

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UM TEXTO SOBRE O NADA Dhouglas Castro*

Aspessoas adoram falar sobre o que acon-tece.Mas esquecem de falar sobre o quenão acontece. E, numa cidade como esta,

ondeoquemaisaconteceéoquenãoacontece,épertinentededicarumtempoprafalarsobrenada. PesquisasrecentesapontamSãoBorjacomoumadasprincipaisnalistadecidadesondenadaéoquemaisacontece.Paradescontentamentodapopu-lação,autoridadeseespecialistasemnadadaregiãoconfirmaramrecentementequenadapodeacontecerpelospróximosmeses. A crítica, ainda mais especulativa em ci-dades do interior, já se posiciona pra falar sobreo assunto.Osmais otimistas achamqueonada ébomporque,senadaacontece,éporquecoisasruinspoderiamestaracontecendoenãoestão.Jáospes-simistas acreditamqueonadanãoébom,porquecoisasboaspoderiamestaracontecendoaoinvésdenada. Eentão?Seráonadaumproblemaàpopu-lação?Vocêpodepensarquenãoénada,masmuitopelocontrário:énada. Com as eleições, muitos especulam sobrepossíveismudançasquepodemacontecernopaís,equalserãoseus reflexosemSãoBorja.Asauto-ridades e especialistas emnada já estão prevendoporémque,mesmocomaseleições,omaisprováv-eléque,poraqui,nadacontinueacontecendo. A Câmara deVereadores e a Prefeitura jáforaminformadassobreoassuntoeestãoapardasituação.Mas, sabe como é política.Mesmo quealgonãosejaumproblema,elestransformamnumproblema pra depois dizer que encontraram umasolução.Eissoaconteceprincipalmentecomonada.Por isso, os parlamentares alegaram que o nadadeve ser consideradoumproblema e que já estãotrabalhandopararesolvê-lo.Sóque,atéagora,nadafoifeito.

*AcadêmicodeJornalismodaUnipampa.

SENTIR E SOBREVIVER Francis Jonas Limberger

Respondarápido,qualdoscincosentidosdoseucorpovocêachamaisinteressanteparaasuavida?Oumelhor,qualdosseuscinco

sentidosvocêprefere?Éprovávelqueasrespostasvariem,equetodoselesestejamnapreferênciadealguns, afinal não existe o sentido preferido. Issoconscientemente, por que no inconsciente há umaúnicapreferência:opaladar. O nosso comportamento em determinadasocasiõesnosincluiemuma“sociedadeoral”.Eissonão tem relação nenhuma com o habito de falar.Acontece que sempre preferimos satisfazer nossopaladar.Senãoacredita,possoprovar. Quando recebemos alguma visita que nosagrada, que atitude costumamos ter?Oferecemos,como forma de confraternização, uma bebida oualgo para comer.Às visitasmais importantes ser-vimosumalmoço,umjantarouvariasrodadasdebebidas.Dificilmentetentamosagradaraovisitanteconvidando-o para a uma bela imagem ou ouvirumaboamúsica.Quandofizemos,éantesoudepoisdarefeição. Por que fazemos isso? Provavelmente éporque algum alimento ou bebida à visita, o an-fitriãoestá tentandodemonstrara importânciaqueestapessoatemjuntoaodonodacasa.Fazissoparaagradar. Por que comer e beber agrada?Porque afomeeasedeperturbam.Umavisitainocentepode,naverdade,serumatodebuscaporalimentos.Umaluta pela sobrevivência. Um instinto tão antigoquantoahumanidade. Mais uma vez nós, os gaúchos, inovamos.Criamos,hámuitotempo,ummétodoqueenganaasnecessidadesalimentaresdasvisitas.Éotradicionalchimarrão.Quemrecebeumavisitaenãoestámuitodispostoagastarseuestoquedealimentos,ofereceum“verdinho”.Fazendoissoduranteumbomtem-po,derepenteouve-searendição:“Bom,achoquejávamos indo.Jáestáquasenahoradoalmoçoeaindaestamosaqui.”

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