publicação da assessoria de - receita...

15

Upload: hoangliem

Post on 11-Nov-2018

225 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Publicação da Assessoria de - Receita Federalidg.receita.fazenda.gov.br/publicacoes/revista-fato-gerador/fato... · O PFP desenvolve as competências do servidor para o posto de
Page 2: Publicação da Assessoria de - Receita Federalidg.receita.fazenda.gov.br/publicacoes/revista-fato-gerador/fato... · O PFP desenvolve as competências do servidor para o posto de

Caderno Fato Gerador, nº 1 Resultados do 1º semestre de 2011

Publicação da Assessoria de Comunicação Social da Receita

Federal do Brasil

Guido MantegaMinistro da Fazenda

Carlos Alberto Freitas BarretoSecretário da Receita Federal do Brasil

Pedro Henrique MansurChefe da Assessoria de Comunicação

Social da RFB

Publicação de cunho informativo e de prestação de serviço. Todos os direitos

reservados.É permitida a reprodução total ou parcial da publicação e de

informações nela contidas, desde que citada a fonte.

As informações aqui divulgadas são obtidas diretamente das subsecretarias e órgãos de

assessoramento da Receita Federal do Brasil. Informações de origem diversa são veiculadas mediante citação da

fonte.

Jornalista responsável: Rodrigo Sais (Mtb 3034-PR)

Capa e diagramação: Edna Mazepa Ballão

Revisão: Ludmila Siqueira

Contato: Assessoria de Comunicação Social

Secretaria da Receita Federal do Brasil Esplanada dos Ministérios - Bloco “P”

Edifício Sede do Ministério da Fazenda - sala 714

CEP 70048-900 - Brasília - DF(61) 3412 2799/2777

[email protected]

Prestar contas à sociedade sobre o exercício de suas atribuições legais: esse é um dos objetivos da Receita Federal do Brasil previstos em sua Política de Comu-nicação Social. Ao divulgar suas realiza-ções, o órgão inibe a atuação daqueles que buscam agir de forma fraudulenta e demonstra ao bom contribuinte que está vigilante em sua missão de exercer a administração tributária e o controle aduaneiro, pautado pela justiça fiscal e pelo respeito ao cidadão.

Tão importante quanto a divulgação das ações da Receita para a sociedade é a comunicação com nosso público interno. Os mais de 28 mil servidores trabalhando em prol da sociedade, nos grandes centros urbanos ou nas fronteiras mais remotas, são os grandes responsáveis pelos resultados atingidos pela instituição.

Buscando criar um novo canal de comunicação com seu públi-co externo e interno, a Receita Federal do Brasil apresenta o caderno Fato Gerador: uma publicação semestral, voltada para a divulgação das ações de destaque da instituição.

O caderno está estruturado em quatro seções. Na primeira, Con-juntura, apresenta-se o resultado das ações da Receita no semestre. A seção Programas irá mostrar a cada edição alguns dos projetos estraté-gicos da instituição – neste primeiro número, apresentamos o Sistema Público de Escrituração Digital (Sped) e o e-Processo, que utilizam a Tecnologia da Informação para garantir maior agilidade e eficácia à Ad-ministração Tributária.

A terceira seção, Em Foco, traz um balanço dos principais fatos envolvendo a Receita no semestre. E a quarta, Anexos, apresenta dados sobre a estrutura da Receita Federal do Brasil, além de eventuais docu-mentos que complementem o material das seções anteriores.

Com a criação do Fato Gerador, a Receita dá mais um importante passo em sua missão de agir com transparência na divulgação de seus atos para a sociedade. Boa leitura!

Carlos Alberto Freitas Barreto

Secretário da Receita Federal do Brasil

Buscando criar um novo canal de comunicação com seu público externo e

interno, a Receita Federal do Brasil apresenta o caderno Fato Gerador: uma publicação semestral, voltada para a divulgação das

ações de destaque da instituição.

Palavra do Secretário

Page 3: Publicação da Assessoria de - Receita Federalidg.receita.fazenda.gov.br/publicacoes/revista-fato-gerador/fato... · O PFP desenvolve as competências do servidor para o posto de

4

Conjuntura

Fato Gerador | 1º semestre de 2011 5

Conjuntura

Fato Gerador | 1º semestre de 2011

INVESTIMENTO PESADO EM CAPACITAÇÃO: apenas no QE serão mais de 12 mil vagas em 2011Reconhecida pela capacidade técnica de seu corpo funcional, a Receita Federal do Brasil vem dando ênfase aos esforços de capacitação de seus servidores. No Quadro de Eventos (QE) do SA3, foram 1.577 vagas oferecidas só no primeiro trimestre, abrangendo desde o ensino online de idiomas até pós-graduações e cursos no exterior. A procura dos servidores tem sido grande: nos primeiros 80 dias do ano, foi registrada uma média de 380 inscrições por semana nos cursos ofertados pela RFB. A expectativa é que ao final do ano mais de 12 mil vagas sejam oferecidas por meio do QE.

30 mil novos computadoresPara garantir maior agilidade e segurança dos dados dos

contribuintes, a Subsecretaria de Gestão Corporativa (Sucor) renovou totalmente as estações de trabalho

utilizadas na RFB. Foram adquiridos 30 mil computadores, sendo que desses 4,5 mil

notebooks foram destinados aos auditores-fiscais que atuam nas fiscalizações externas.

Ingresso de NOVOS SERVIDORES 219 novos auditores-fiscais e 60 analistas-tributários tomaram posse em junho deste ano após concluir o Curso de Formação da Receita Federal do Brasil. Desse total, 142 auditores e 25 analistas foram alocados na 2ª Região Fiscal, que compreende os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia e Roraima, e que pela extensão de suas fronteiras apresenta um desafio constante no combate ao contrabando e descaminho para a Receita Federal. Todos os servidores participarão no primeiro ano de exercício de suas atividades do Programa de Formação Profissional - PFP, que é composto de quatro etapas: Ambientação, Prática Supervisionada, Capacitação de Núcleo Comum e de Núcleo Específico. O PFP desenvolve as competências do servidor para o posto de trabalho, fazendo parte do estágio probatório.

Formação de gestores: CRITÉRIOS OBJETIVOSO novo sistema de capacitação já traz reflexos no Programa de Desenvolvimento Gerencial da RFB, estabelecendo competências gerenciais fundamentais comuns aos ocupantes de postos de gestão no órgão. Essas competências passarão a ser computadas em outra iniciativa de sucesso: os Processos de Seleção Simplificada para os cargos de gestores, que buscam trazer critérios objetivos para a escolha dos chefes de unidades, cargos anteriormente de livre nomeação.

Novos desafios resultam no incremento da CAPACITAÇÃO NA MODALIDADE A DISTÂNCIAEm um período de restrições orçamentárias, os indicadores da capacitação evidenciam os bons resultados da estratégia de dinamizar os eventos de capacitação a distância. No segundo trimestre, a Receita selecionou 5.017 servidores para participar de ações de capacitação por meio do Quadro de Eventos (QE), num universo de 7.050 inscritos, com destaque para:

2.046 vagas para as turmas de ensino a distância do BR Office;• 800 vagas para o curso a distância de Nova Regra Ortográfica; e• seleção para nove cursos internacionais, entre os quais cinco na modalidade a distância.•

No segundo trimestre foram capacitados 8.547 servidores, ou 30,48% dos servidores em exercício. Foram investidas 129.245 horas em capacitação, perfazendo um grau de aprofundamento de 15,12 horas por servidor capacitado.

Receita investe em GESTÃO POR COMPETÊNCIAS para aumentar eficáciaIdentificar as competências necessárias para o desenvolvimento das atividades-chave da instituição e buscar desenvolvê-las junto ao corpo funcional. Esse é o modelo de gestão de pessoal conhecido como Capacitação com Foco em Competências, que busca o desenvolvimento profissional pleno dos servidores bem como o atingimento dos objetivos estratégicos da instituição, o que reverterá em benefícios para a sociedade. No segundo trimestre de 2011, a Receita realizou oficinas em todas as regiões do País para mapear as competências individuais específicas dos servidores que atuam nos macroprocessos de “gestão tributária”, “gestão aduaneira”, “interação com o cidadão” e de “gestão estratégica e de recursos”.

Page 4: Publicação da Assessoria de - Receita Federalidg.receita.fazenda.gov.br/publicacoes/revista-fato-gerador/fato... · O PFP desenvolve as competências do servidor para o posto de

6

Conjuntura

Fato Gerador | 1º semestre de 2011 7

Conjuntura

Fato Gerador | 1º semestre de 2011

Agilidade no atendimento = RESPEITO PELO CIDADÃOO segundo trimestre de 2011 consolidou os avanços registrados pela Receita na área do atendimento ao contribuinte. Em junho, o tempo médio de espera para o atendimento presencial foi de 13:23 minutos, o

menor desde que se iniciou a medição da série em 2009 – à época, o tempo médio era superior a 30 minutos. A possibilidade de efetuar o agendamento do atendimento pela internet foi um dos principais fatores para a

redução do tempo de espera, bem como a disponibilização de novos serviços online no endereço www.receita.fazenda.gov.br

Arrecadação do 1º semestre É RECORDE para o períodoA arrecadação das receitas federais nos primeiros seis meses de 2011 totalizou, a preços correntes, R$ 470,8 bilhões, um crescimento nominal de 22,7% em relação ao apurado em 2010. Se descontada a inflação do período, o crescimento real foi da ordem de 15,4%, sustentado pelo bom desempenho da economia e pelo trabalho de fiscalização da Receita Federal em sua missão de prover de recursos o Estado brasileiro.

NOVOS SISTEMAS evitam danos ao ErárioOutra funcionalidade em desenvolvimento para garantir o crédito público é de um sistema que consulta várias bases de dados, elencando automaticamente os bens do sujeito passivo. O sistema também irá emitir alertas automáticos caso o devedor decida alienar parte do seu patrimônio, permitindo que a Administração Tributária tome medidas para garantir o crédito tributário e evitar prejuízos aos cofres públicos.

SIMPLES NACIONAL impulsiona receita previdenciáriaA adesão das empresas ao regime de tributação simplificada prevista no Simples Nacional fez com que os repasses para a receita previdenciária de janeiro a junho de 2011 aumentassem em R$ 1,78 bilhão em relação ao mesmo período de 2010. O crescimento nominal de 15,5% na massa salarial estimado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística também teve forte impacto na receita previdenciária, que totalizou R$ 124,9 bilhões no 1º semestre de 2011, um crescimento real de 9,4% em relação ao mesmo período de 2010.

Mais de três quartos dos atendimentos da RFB já são feitos pelo PORTAL e-CACSimplificar o cumprimento das obrigações acessórias é uma das diretrizes que balizam a atuação da Receita Federal. Com isso em mente, o órgão vem buscando incluir cada vez mais serviços no seu Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte (Portal e-CAC), proporcionando ao contribuinte a oportunidade de utilizar os serviços do órgão de sua casa ou empresa. No primeiro trimestre, 75,6% dos atendimentos prestados pela Receita já foram pela via virtual. Para acessar o Portal e-CAC, o contribuinte precisa apenas criar um código de acesso. Alguns serviços requerem o certificado digital, que garante segurança adicional na identificação do usuário.

Inadimplência do crédito tributário tem MENOR TAXA HISTÓRICA em abrilCriado em 2009 para mensurar a quantidade de pagamentos a vista dos créditos tributários decorrentes da presença fiscal da Receita Federal e da percepção por parte dos contribuinte de que os tributos são importantes para a construção de uma sociedade mais justa, o Índice de Adimplência do Crédito Tributário registrou seu pico máximo em abril deste ano, com 96,1% dos pagamentos sendo efetuados no prazo. Em maio e junho a taxa de adimplência também manteve-se alta: 95,7% e 95,8% respectivamente, contra 94,7% e 95,2% registrados nos mesmos meses em 2010.

RECEITA E PGFN: unindo esforços para garantir o crédito públicoNos contenciosos judiciais entre a Administração Tributária e os contribuintes, sempre surge uma preocupação: a de que, ao final da ação, o sujeito passivo tenha dilapidado seu patrimônio, impedindo a efetiva reposição ao Erário dos valores devidos. Com isso em mente, a Receita Federal do Brasil e a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional decidiram buscar soluções institucionais conjuntas para garantir maior efetividade no acompanhamento de garantias para satisfação do crédito tributário. Já no primeiro trimestre de 2011, os dois órgãos passaram a adotar entendimentos conjuntos em casos de pluralidade de responsáveis pelo crédito tributário, além de estipular novas regras para o arrolamento de bens e a propositura de medidas cautelares fiscais.

Foi o número de chamadas realizadas no 1º semestre para o atendimento virtual do Receitafone (146), serviço pelo qual o contribuinte pode receber informações e serviços da Receita Federal do Brasil e da Procuradoria-Geral

da Fazenda Nacional. Serviços como o agendamento para atendimento ou a consulta à restituição do Imposto de Renda Pessoa Física são prestados por

meio do call center, que atendeu 1,43 milhões de chamadas nos seis primeiros meses do ano – 48% a mais do que no primeiro semestre de 2010.

4,7 milhões

SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO: prioridade totalResponsável pelos dados fiscais e contábeis de milhões de empresas, entidades governamentais e pessoas físicas, a Receita está constantemente aprimorando seu ambiente informatizado para garantir a inviolabilidade do sigilo dos contribuintes. Grande parte dos R$ 120 milhões destinados para a área de Tecnologia de Informação em 2010 foram alocados para Segurança da Informação, com a aquisição de novos antivírus, firewalls, servidores de rede e tokens para certificação digital.

Page 5: Publicação da Assessoria de - Receita Federalidg.receita.fazenda.gov.br/publicacoes/revista-fato-gerador/fato... · O PFP desenvolve as competências do servidor para o posto de

8

Conjuntura

Fato Gerador | 1º semestre de 2011 9

Conjuntura

Fato Gerador | 1º semestre de 2011

TRIBUTOS INTERNOS: mais de R$ 40 bilhões em autuaçõesNo primeiro semestre de 2011 a Fiscalização da Receita Federal do Brasil constituiu crédito tributário no valor de R$ 40,2 bilhões, valor que supera em 21,8% o total das autuações ocorridas no mesmo período do ano passado. Quase 95% dos créditos foram constituídos contra pessoas jurídicas, com destaque para as autuações no segmento industrial, que somaram R$ 10,8 bilhões. Em cerca de um terço dos casos foram constatados indícios de crimes contra a ordem tributária ou contra a previdência social, resultando em representações ao Ministério Público.

R$ 12,8 milhõesFoi o valor médio lançado no 1º

semestre por cada auditor-fiscal na soma das fiscalizações encerradas sobre

pessoas físicas e jurídicas, segundo a Subsecretaria de Fiscalização. Além de fundamentais para a manutenção do

Estado brasileiro, o correto recolhimento dos impostos por parte de todos garante

um ambiente de negócios justo e competitivo.

EFICIÊNCIA NA SELEÇÃO garante aumento de 29% nas autuações contra pessoas jurídicasUma prova de que a seleção dos contribuintes está sendo feita de maneira mais eficaz pode ser conferida no comparativo entre o valor dos créditos lançados no 1º semestre de 2011 e de 2010 contra pessoas jurídicas. Em 2011, os lançamentos somaram 36,8 bilhões, contra R$ 28,5 bilhões nos primeiros seis meses de 2010. É de se frisar que o montante maior lançado não decorreu de um maior número de fiscalizações; na verdade, o número de fiscalizações em 2011 (5.797) foi ligeiramente menor que em 2010 (6.088).

MALHA FINA também para empresasUma novidade prevista para este ano possibilitada pela Escrituração Digital é a criação da malha fiscal para empresas médias e pequenas. O batimento realizado entre dados de diversas fontes possibilitará a seleção automática de empresas que apresentem indícios de sonegação de tributos, como já acontece com as pessoas físicas. A utilização de critérios objetivos na seleção das fiscalizações possibilitará que a RFB foque seus esforços nas empresas que estiverem cometendo ilícitos, permitindo ao contribuinte que paga seus impostos em dia que exerça sua atividade com mais liberdade.

MALHA FISCAL é mais eficaz em 2011Por meio do batimento de informações constantes em seus bancos de dados, a Receita Federal selecionou cerca de 206 mil contribuintes do Imposto de Renda Pessoa Física para efetuarem a revisão de suas declarações, por meio do sistema popularmente conhecido como “malha fina”. Embora o número de contribuintes selecionados tenha sido 25% menor do que em 2010, o crédito constituído (R$ 870 milhões) foi 15% superior ao do mesmo período do ano passado – um sinal de que a seleção está sendo feito de maneira mais criteriosa, evitando incômodos ao contribuinte que não cometeu irregularidades.

É o tempo médio bruto do despacho de exportação computado nos seis primeiros meses de 2011. A medição leva em conta o tempo entre o registro da declaração do exportador e o desembaraço por parte da

autoridade fiscal. O tempo registrado foi 8% inferior ao mensurado no mesmo período em 2010. Maior agilidade nas exportações dá mais competitivade à indústria nacional

nas transações no comércio exterior.

13 horas e 12 minutos

Receita pretende terminar ano com 90% DE FISCALIZAÇÕES ENCERRADAS com resultadoA seleção correta dos contribuintes a serem fiscalizados garante que a Receita Federal do Brasil não desperdice recursos em ações que não trarão resultado, ao mesmo tempo em que evita que contribuintes sem irregularidades tenham sua rotina perturbada pela ação fiscalizatória. Mediante cruzamento de dados e critérios de pesquisa e seleção, a Receita encerrou 89,12% das fiscalizações do 1º semestre com autuações, um avanço em relação aos 85,32% registrados em 2009. A meta estipulada pela Subsecretaria de Fiscalização é de que pelo menos 9 a cada 10 fiscalizações sejam encerradas com resultado.

ESCRITURAÇÃO DIGITAL: maior eficiência nas fiscalizaçõesCom a consolidação do Sistema Público de Escrituração Digital (Sped), a fiscalização da RFB entra definitivamente em uma nova era no tratamento das informações. A implantação da Nota Fiscal Eletrônica, da Escrituração Contábil Digital e da Escrituração Fiscal Digital permite à Receita realizar de maneira ágil e segura a coleta de dados de pessoas jurídicas. Graças a essa inovação, a Subsecretaria de Fiscalização anunciou no início do ano que a meta para 2011 é superar a marca obtida em 2010, quando 90% das fiscalizações realizadas obtiveram resultado, gerando um crédito tributário de R$ 90 bilhões. O órgão estima que o cruzamento dos dados digitais vá possibilitar o lançamento de créditos acima dos R$ 100 bilhões neste ano.

FISCALIZAÇÃO ADUANEIRA comemora bons resultados do semestreGarantir que os produtos que ingressam e saem do país sejam tributados corretamente, evitando o ingresso de mercadorias piratas ou que possam causar danos ao consumidor. Essa é a missão das equipes de fiscalização aduaneira, que buscam proteger a indústria nacional da concorrência desleal, bem como garantir a segurança e a saúde dos adquirentes dos produtos ao assegurar que estes respeitem as normas necessárias para serem importados no País. No primeiro semestre de 2011, a fiscalização aduaneira apreendeu R$ 829 milhões em mercadorias, resultado 23,3% superior ao mesmo período do ano passado. Foi realizado o lançamento de cerca de R$ 3 bilhões em créditos tributários contra operadores do comércio exterior que buscavam burlar a legislação. O resultado é 44% maior do que o registrado no mesmo período em 2010.

Quase 3 MIL VEÍCULOS fora de circulaçãoOs veículos automotores que são utilizados para a prática de contrabando e descaminho são apreendidos durante as operações de vigilância e repressão da RFB. Muitas vezes equipados com fundos falsos, os veículos são peças importantes para a logística dos criminosos. Nos três primeiros meses de 2011, 2.776 veículos foram apreendidos, entre automóveis, motocicletas e veículos utilitários como ônibus, caminhões e furgões.

É a estimativa do número de árvores poupadas apenas em janeiro de 2011 com a conversão das notas fiscais em papel para o formato

eletrônico. No mês, foram emitidas 700 milhões de notas fiscais eletrônicas pelos 463.904 contribuintes obrigados ou optantes pelo

novo modelo de documento.

300 mil

Page 6: Publicação da Assessoria de - Receita Federalidg.receita.fazenda.gov.br/publicacoes/revista-fato-gerador/fato... · O PFP desenvolve as competências do servidor para o posto de

10

Conjuntura

Fato Gerador | 1º semestre de 2011 11

Conjuntura

Fato Gerador | 1º semestre de 2011

Foi o valor médio dos autos de infração lavrados pelos auditores que atuam na área de fiscalização aduaneira no primeiro trimestre de 2011. A quantia engloba não apenas os valores eventualmente

sonegados, mas também as multas decorrentes da tentativa de lesar os cofres públicos.

R$ 3,5 milhões

APREENSÃO DE MUNIÇÕES já supera o total registrado em 2010Antes mesmo do final de junho, a Receita já havia apreendido 16.461 unidades de munição que estavam sendo introduzidas irregularmente no Brasil – para efeitos de comparação, no ano passado inteiro foram apreendidas cerca de 13 mil munições. Um detalhe que chama a atenção é que mais de 11 mil destas unidades eram de calibre 762 e 556, utilizadas em fuzis de uso restrito das forças armadas, o que leva a crer que seriam destinadas ao crime organizado.

CIGARROS ILEGAIS: fora de circulaçãoDentre as mercadorias apreendidas, chama a atenção a quantidade de cigarros introduzidos clandestinamente no país que foi apreendida pela Receita Federal do Brasil: 81,6 milhões de maços, 42% a mais do que no primeiro semestre de 2010. A estimativa é que, caso fossem tributados, estes cigarros gerariam R$ 80 milhões em impostos. Além do óbvio prejuízo aos cofres públicos, os cigarros introduzidos ilegalmente são um grande risco à saúde do consumidor, uma vez que não sofrem nenhum tipo de controle das agências sanitárias brasileiras.

RECEITA EM AÇÃO: 1.200 operações de vigilância e repressão realizadasDe janeiro a junho, a Receita realizou uma média de 200 operações de vigilância e repressão por mês, buscando coibir o ingresso e a comercialização de produtos oriundos do contrabando e do descaminho. Esses esforços resultaram em apreensões que somaram R$ 165 milhões, 16,2% a mais do que o montante registrado no primeiro semestre de 2010. Apenas em veículos utilizados para a prática de atividades ilícitas, foram mais de R$ 50 milhões em apreensões: um duro golpe na estrutura logística dos grupos que buscam o lucro de maneira ilegal, prejudicando a indústria nacional.

Leilão eletrônico de mercadorias apreendidas: INCREMENTO NA ARRECADAÇÃOImplantado em dezembro de 2010, o leilão eletrônico trouxe como benefícios a simplificação e a padronização de procedimentos, a otimização da segurança e a redução de custos da licitação. Essa nova sistemática possibilitou aumento da publicidade e competitividade entre os participantes, o que teve impacto direto nas quantias arrecadadas. No segundo trimestre de 2011, foram realizados 59 certames, totalizando uma arrecadação de mais de R$ 100 milhões. Durante o mesmo período de 2010, a arrecadação em leilões foi de aproximadamente R$ 69 milhões.

R$ 9,37 bilhõesÉ a estimativa de renúcia total de

arrecadação para o quadriênio 2011-2014 com os reajustes anuais de

4,5% na tabela do Imposto de Renda Pessoa Física promovidos pela Medida

Provisória 528/2011.

Parte importante do trabalho da RFB é estimar a arrecadação federal, de modo que o governo saiba quanto terá em caixa para realizar as atividades previstas no Orçamento. No primeiro semestre, a Subsecretaria de Tributação debruçou-se sobre os principais fatores que afetaram a arrecadação, como o comportamento da economia, a consolidação, em junho, de débitos da Lei 11.941/2009 e o encerramento das desonerações relativas ao IPI incidente sobre automóveis, iniciadas em abril de 2010. Pelos cálculos da equipe técnica, este ano a arrecadação crescerá entre 11% e 11,5% em relação ao ano passado.

PREVISÃO DA ARRECADAÇÃO é tarefa da Receita

Ouvidoria: canal aberto entre a RFB e a sociedadePeça vital no relacionamento entre a Receita e o contribuinte, a Ouvidoria é o canal de comunicação para

que o cidadão encaminhe informações, denúncias, sugestões, reclamações e elogios aos órgãos do Ministério da Fazenda.

No primeiro semestre de 2011, a Ouvidoria recebeu uma média de 6.456 mensagens por mês, quase o dobro das 3.350 mensais registradas em 2010.

Apesar do aumento no contato dos contribuintes, a rede de servidores que atua na Ouvidoria deu conta do recado: do total de mensagens recebidas em junho, 81% foram respondidas dentro do mês. Em dezembro de 2010 esse número era de 72%.

DELEGACIAS DE JULGAMENTO analisaram mais de R$ 40 bilhões em créditosBuscando oferecer ao contribuinte a oportunidade de exercer plenamente o seu direito ao contraditório e à ampla defesa, a Receita mantém em sua estrutura 17 Delegacias da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ), nas quais são analisados os lançamentos impugnados. Essa revisão administrativa beneficia não apenas o contribuinte, que tem o direito de ter o ato de lançamento revisto, mas também a própria Receita, que consolida entendimentos sobre a matéria tributária. O volume de processos julgados, bem como as quantias envolvidas, são significativos: no primeiro semestre foram julgados quase 28 mil processos, envolvendo cerca de R$ 41 bilhões em créditos tributários. Desse total, R$ 30,5 bilhões foram mantidos e R$ 10,5 bilhões exonerados.

DRJ: agilidade nas decisõesInovações como o e-Processo, que permite a tramitação eletrônica de documentos, têm permitido um julgamento mais rápido dos processos. No 1º trimestre do ano, foram julgados 12.769 processos, envolvendo R$ 17,3 bilhões; já no 2º trimestre, foram 14.909 processos, que abrangeram um crédito tributário da ordem de R$ 23,7 bilhões.

Contribuinte tem direito a RECURSO ADMINISTRATIVO E JUDICIALO direito ao recurso administrativo não se esgota nas DRJ. Preenchidos certos requisitos, o contribuinte que não se conformar com a decisão pode recorrer ainda ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF). Outra opção é iniciar uma discussão judicial, situação em que o contribuinte deve abrir mão do contencioso administrativo.

Page 7: Publicação da Assessoria de - Receita Federalidg.receita.fazenda.gov.br/publicacoes/revista-fato-gerador/fato... · O PFP desenvolve as competências do servidor para o posto de

12

Programas

Fato Gerador | 1º semestre de 2011 13

Programas

Fato Gerador | 1º semestre de 2011

Instituído pelo Decreto nº 6.022, de 22 de janeiro de 2007, o Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) vem revolucionando a relação entre o Fisco e os contribuintes por meio da informatização do cumprimento das obrigações acessórias. Fruto de uma iniciativa integrada das Administrações Tributárias federal, estaduais e municipais, o SPED permite que os contribuintes transfiram de modo eletrônico seus documentos contábeis e fiscais, utilizando-se da certificação digital para garantir a validade jurídica destes.

O Sped foi construído de maneira conjunta com a sociedade, representada por 20 instituições, entre órgãos públicos, conselhos de classe, associações e entidades civis.

Promover a integração dos Fiscos• mediante a padronização e compartilhamento das informa-ções contábeis e fiscais.Racionalizar e uniformizar as obrigações dos • contribuintes com o estabelecimento de trans-missão única de distintas obrigações acessórias de diferentes órgãos fiscalizadores.Agilizar a identificação de fraudes• com a me-lhoria do controle dos processos, a rapidez no acesso às informações e a fiscalização mais efe-tiva das operações com o cruzamento de dados e auditoria eletrônica.

Dentre os benefícios que o Sped tem trazido para o con-tribuinte, para os Fiscos e para a sociedade, destacam-se:

Redução de custos, com a racionalização e sim-• plificação das obrigações acessórias;Uniformização das informações que o con-• tribuinte presta às diversas unidades federadas;Preservação do meio ambiente e redução de • custos com a diminuição do consumo de papel;Redução do tempo despendido por auditores-• fiscais nas instalações do contribuinte;Fortalecimento do controle e da fiscalização por • meio de intercâmbio de informações entre as Administrações Tributárias;Rapidez no acesso às informações;•

SPED - Sistema Público de Escrituração Digital

São objetivos do Sped: Possibilidade de troca de informações entre • os próprios contribuintes a partir de um layout padrão.

Inovações do Sped:Nota Fiscal Eletrônica (NF-e): concebida em 2005, a NF-e entrou em produção em setembro de 2006 e substitui as notas fiscais em papel dos modelos 1 e 1A. É utilizada principalmente nas operações que envolvem transações comerciais entre empresas e objetiva o con-trole do ICMS e do IPI.

Já são mais de • 680 mil estabelecimentos em todo o país emitindo a Nota Fiscal Eletrônica.

O número de NF-e emitidas já ultrapassa 3,3 bi-• lhões.

Conhecimento de Transporte Eletrônico (CT-e): o Co-nhecimento de Transporte eletrônico é o novo modelo de documento digital que poderá ser utilizado para substituir um dos seguintes conhecimentos de trans-porte: rodoviário, aquaviário, aéreo, ferroviário ou as no-tas fiscais de serviços quando utilizadas em transporte de cargas.

Atualmente mais de 34,2 milhões de CT-e já • foram autorizados e estão armazenados no am-biente SPED.

Esses conhecimentos de transporte eletrônicos • ampararam cerca de R$25 bilhões em transa-

e-Processo é reconhecido internacionalmenteA Receita Federal do Brasil recebeu em abril o

Prêmio Inovação na Administração Tributária 2011, concedido pelo CIAT (Centro Interamericano de Administrações Tributárias), pela implementação do “e-Processo – Processo Administrativo Digital”, que gradualmente vem substituindo os processos em papel no órgão.

O prêmio existe desde 2009 para reconhecer as boas práticas inovadoras que contribuam para o alcance e a consolidação dos atributos necessários para uma administração tributária sã e eficaz. Para a avaliação foram levados em conta: os benefícios em termos de melhora, na percepção da sociedade, da qualidade do serviço e da imagem da administração tributária; o custo e a redução do tempo despendido pela administração tributária na execução de seus processos internos e pelos contribuintes no cumprimento de suas obrigações tributárias; e a melhora nos resultados, como consequência, entre outras coisas, de um aumento em controles qualitativos e eficazes para um melhor cumprimento voluntário das obrigações tributárias.

As diretrizes do e-Processo envolvem responsabilidade e compromisso com a transparência

Alguns números do e-Processo:

O sistema já está implantado em mais de 560 • unidades: em todas as unidades da Receita Federal do Brasil, no Conselho Administra-tivo de Recursos Fiscais e em 28 unidades da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), sendo que a implantação nas demais unidades da PGFN deverá ocorrer até o final do ano.

O sistema já tem mais de 15 mil usuários e a • tendência é alcançar mais 5 mil até o final do

ano, quando passará a ser utilizado nas de-mais unidades seccionais da PGFN.

A marca de 400 mil processos digitais gerados • por meio do e-Processo foi alcançada; cerca de 50 mil processos são criados todo mês.

A quantidade de documentos incluídos por • mês no sistema já ultrapassa os 600 mil. Para efeitos de comparação, no final do primeiro semestre de 2010 havia cerca de 50 mil docu-mentos digitalizados no sistema.

e a rastreabilidade de todo ato público, permitindo que os contribuintes enxerguem o que os servidores da RFB estão fazendo no momento em que os atos são realizados. As diversas atividades envolvidas nos processos foram mapeadas e foram desenvolvidas ferramentas para facilitar o fluxo e o gerenciamento dos processos. No sistema os servidores podem consultar, movimentar, imprimir, copiar, anexar documentos e desenvolver todas as demais atividades necessárias para trabalhar os processos, com segurança e transparência.

Além disso, a eliminação do papel traz a possibilidade de se adotar procedimentos muito mais eficientes e eficazes para a execução dos atos processuais, com redução significativa nos custos administrativos, aumento da produtividade mediante redução e eliminação de atividades acessórias, desburocratização de procedimentos para o contribuinte, redução do tempo no trâmite processual e valorização do servidor pela facilidade no manuseio do processo. O ambiente de trabalho se torna mais limpo e agradável, sem as pilhas de processos empoeirados; o órgão se aproxima da sociedade por meio da comunicação bilateral via internet, com garantia do sigilo fiscal.

Page 8: Publicação da Assessoria de - Receita Federalidg.receita.fazenda.gov.br/publicacoes/revista-fato-gerador/fato... · O PFP desenvolve as competências do servidor para o posto de

14

Programas

Fato Gerador | 1º semestre de 2011

Em Foco

15Fato Gerador | 1º semestre de 2011

Brasil é excluído da lista de “mercados notórios” da

Até 2010, o Brasil vinha sendo in-cluído na lista, juntamente com a Ar-gentina e o Paraguai, devido às ativi-dades de grupos especializados no comércio de produtos contrafeitos na região da Tríplice Fronteira. Porém, já no relatório do ano passado, a USTR fazia referência aos esforços do Brasil para controlar sua fronteira, citando como exemplo o uso dos helicópteros da RFB na vigilância e repressão.

Este ano, a lista faz menção ape-nas à cidade paraguaia de Ciudad del Este, na fronteira com Foz do Iguaçu (PR). “É, sem dúvida, um reconheci-mento ao trabalho que a Receita vem desenvolvendo na região, junto com os órgãos parceiros, para combater o contrabando e o descaminho. Esse re-

conhecimento internacional tem sido uma constante por parte das várias delegações de outras administrações aduaneiras que vêm conhecer a Adu-ana brasileira”, lembra o delegado de Foz do Iguaçu, Rafael Dolzan.

Para o delegado, ainda há um certo desconhecimento da comuni-dade internacional acerca da atual situação da Tríplice Fronteira, espe-cialmente no lado brasileiro. “Muitas vezes, a ideia que se tem é que esta é uma fronteira abandonada, e a surpresa das missões estrangeiras é sempre muito positiva quando per-cebem o trabalho sério que se realiza, tanto na zona primária como na zona secundária, para combater o des-caminho”, destaca Rafael Dolzan.

Os números comprovam a eficiên-cia do trabalho desenvolvido: segun-do dados da Divisão de Repressão ao Contrabando e Descaminho - Direp da 9ª Região Fiscal, que engloba o Paraná e Santa Catarina, o valor das mercadorias apreendidas em dólares tem subido constantemente desde 2003, com Foz do Iguaçu historica-mente responsável por aproxima-damente 60% deste montante. As atividades de repressão são parte do cotidiano da unidade: a meta da Dele-gacia de Foz é realizar ao menos 580 operações de vigilância e repressão em 2011. É também na unidade que é feita a maior parte das apreensões de drogas e remédios contrabandeados no País.

PIRATARIA

A lista de “mercados notórios”, elaborada anualmente pela Representação dos Estados Unidos para o Comércio (USTR), reúne tanto locais físicos quanto sites da internet envolvidos na comercialização e distribuição de produtos piratas ou contrafeitos. As ações empreendidas pelo governo brasileiro e pela Receita Federal fizeram com que o Brasil fosse excluído este ano da lista, divulgada no dia 1º de março.

ceitual único para todos os municípios do país, além do Módulo Integração, conjunto de ferramentas utilizado pela Administração Tributária para cruzar os dados dos diferentes sistemas do Sped, possibilitando o gerencia-mento de risco e o combate a fraudes.

Infraestrutura atual: o volume de dados enviados pelas empresas exige grandes investimentos para garantir a agilidade e segurança na transmissão e armazenamento das informações. Atualmente, o Ambiente Nacional do Sped conta com 64 servidores, com capacidade de ar-mazenamento de 150 TB de disco rápido e 120 TB de conteúdo fixo. O investimento em desenvolvimento da tecnologia e equipamentos até o momento foi de R$ 157 milhões.

Como usar o SPEDPara que os auditores-fiscais tenham acesso às in-

formações dos contribuintes o mais rápido possível, o que permite encurtar o prazo entre a ocorrência e a identificação dos ilícitos tributários, a Receita Federal do Brasil disponibiliza os programas ReceitaNetBX, desen-volvido para efetuar download dos arquivos do SPED, e o DW SPED, que é o repositório global das informações dos contribuintes, utilizadas para o cruzamento de infor-mações e relatórios gerenciais.

O ReceitaNetBX é um sistema desenvolvido para que os servidores da RFB possam obter, da base de da-dos da Receita Federal do Brasil, os arquivos transmitidos pelos contribuintes. Por meio desse programa é feito o download dos arquivos para a máquina do servidor. Os próprios contribuintes, seus representantes legais e procuradores autorizados por procuração eletrônica também conseguem obter seus próprios arquivos trans-mitidos. O download, em todos os casos, só será possível com a utilização do certificado digital.

Dessa forma, quando o auditor-fiscal estiver no cur-so de uma fiscalização e precisar ter acesso a todas as informações contábeis do contribuinte fiscalizado, ele não terá mais que intimá-lo a apresentar a escrituração contábil (ECD), livros de entrada e saída (EFD), notas fis-cais comprobatórias diversas (NF-e) e todo um grande volume de documentos físicos. Basta o auditor-fiscal a-cessar o ReceitaNetBX para ter todas essas informações no mesmo instante.

O mesmo se aplica às análises de ressarcimento de crédito, visto que ao entregar a Escrituração Fiscal Digital – EFD PIS/COFINS o contribuinte será obrigado a apresentar a relação de notas fiscais que comprovam o direito creditório, encurtando muito o tempo gasto entre a solicitação da documentação e sua efetiva apre-sentação por parte do contribuinte. Todas essas infor-mações poderão ser acessadas via ReceitaNetBX.

Para acessar os dados contidos no ReceitaNetBX é necessário, além de estar habilitado no sistema, baixar o programa que está disponível no site da RFB, na área Download de Programas, item Receitanet.

ções comerciais. Até o momento, 503 empre-sas participam do projeto piloto de emissão do CT-e. Ainda não foram estabelecidos critérios de adoção obrigatória do novo documento por parte das empresas transportadoras.

Escrituração Contábil Digital (ECD): também conhe-cida como SPED-Contábil, a ECD veio para substituir a escrituração tradicional em papel pelo seu equivalente arquivo digital. A partir de 2010, a apresentação da es-crituração nesse formato tornou-se obrigatória para to-das as pessoas jurídicas sujeitas à tributação do Imposto de Renda com base no Lucro Real.

Apenas no ano de 2011 mais de 150 mil em-• presas já apresentaram a Escrituração Contábil Digital, encaminhando um total de 237.572 livros digitais.

Escrituração Fiscal Digital (EFD): a EFD ou Sped-Fiscal possibilita à RFB e às Secretarias de Fazendas dos Esta-dos e Distrito Federal o acesso a todos os documentos fiscais emitidos e recebidos pelos estabelecimentos, bem como dados da apuração do ICMS e do IPI.

Em 2010, cerca de 63 mil estabelecimentos foram • obrigados a encaminhar os arquivos da EFD, sendo recepcionados 496.507 arquivos, com pe-riodicidade mensal.

Até setembro de 2011, o número de estabeleci-• mentos que apresentaram a EFD já soma mais de 180 mil, sendo que foram recepcionados aproxi-madamente 880 mil arquivos.

Escrituração Fiscal Digital do PIS/Pasep e da Cofins (EFD-PIS/Cofins): será entregue obrigatoriamente pelas pessoas jurídicas sujeitas à apuração das referidas con-tribuições sociais, no regime cumulativo e não cumula-tivo. A periodicidade de apresentação da EFD-PIS/Cofins é mensal, devendo ser transmitido o arquivo, após a sua validação e assinatura digital, até o quinto dia útil do segundo mês subsequente ao de referência da escritu-ração. A EFD-PIS/Cofins trata de todos os aspectos que envolvem a apuração das contribuições e os respectivos créditos, bem como das diversas formas de aproveita-mento e/ou seu diferimento, aprimorando os processos internos de análise dos Pedidos de Ressarcimento e das Declarações de Compensação, de fiscalização e de co-brança.

Além das empresas tributadas pelo Lucro Real, a partir de março de 2012 estarão obrigadas a apresentar a EFD-PIS/Cofins todas as pessoas jurídicas sujeitas à tributação do Imposto sobre a Renda com base no Lucro Presumi-do ou Arbitrado.

Outros projetos: incluem o e-Social, que irá padronizar as rubricas de folha de pagamento e layout, substituindo as obrigações existentes no âmbito da Receita, do INSS e do Ministério do Trabalho; a Nota Fiscal de Serviços Eletrônica (NFS-e), que busca definir um modelo con-

Page 9: Publicação da Assessoria de - Receita Federalidg.receita.fazenda.gov.br/publicacoes/revista-fato-gerador/fato... · O PFP desenvolve as competências do servidor para o posto de

16

Em Foco

Fato Gerador | 1º semestre de 2011

Em Foco

17Fato Gerador | 1º semestre de 2011

Receita cria, em São Paulo, primeira

RFB aposta na especialização das unidades aduaneiras para incrementar resultados na fiscalização de im-portadores e exportadores e no despacho do volume crescente de cargas do comércio internacional.

A inauguração da Alfândega de São Paulo no dia 21 de fevereiro con-cluiu o processo, iniciado ao final dos anos 90, de especialização de todas as megaunidades da Receita Federal situadas na capital paulista.

Especialização dá resultado

“Queríamos especializar a fisca-lização aduaneira. A inauguração da Alfândega de São Paulo é um sonho antigo porque, para a aduana, ela representa o que a inauguração da Delegacia de Maiores Contribuintes representou para a Receita Federal, em 2010”, avaliou o superintendente da Receita Federal em São Paulo, José Guilherme Vasconcelos.

Na área aduaneira, a especializa-ção da fiscalização aduaneira teve o seu primeiro ensaio, entre 2009 e 2010, com o lançamento da Opera-ção Drawback (regime que permite a importação com suspensão de tribu-tos). Com início na capital, e depois expandidas para todo os estados, as ações fiscais abertas para apurar a renúncia fiscal do drawback foram

geralmente concluídas com resul-tado. Das 15 fiscalizações aduaneiras abertas pela Delegacia Especial de Maiores Contribuintes - Demac em 2010, 14 geraram R$ 13,5 milhões em autuações.

Especialização para fazer face à expansão do comércio in-ternacional

A participação do estado de São Paulo no volume global de cargas in-ternacionais que transitam no país varia entre 40 e 46%, conforme o mês. “A arrecadação do comércio in-ternacional já representa 7% do bolo de tributos federais no estado”, in-forma o superintendente.

Segundo o superintendente-ad-junto Marcos Fernando Siqueira, ao lado das novidades da legislação aduaneiras, a especialização das uni-dades de São Paulo vai assegurar a trajetória de redução do tempo mé-dio de despacho aduaneiro no estado, mesmo em contexto de forte expan-são do comércio internacional. “Em 2010, o tempo médio de despacho

caiu para 1,76 dia na importação e foi de 0,30 dia na exportação”, afirma. No ano anterior, os índices foram 1,89 e 0,70 dia, respectivamente.

Alfândega de São Paulo

A nova alfândega é fruto da cisão da Inspetoria da Receita Federal do Brasil em São Paulo, que passa a se dedicar exclusivamente à fiscalização pós-despacho das operações e de em-presas importadores e exportadoras paulistanas. Caberá à Alfândega de São Paulo o despacho e o controle aduaneiro das mercadorias nos oito portos secos situados na região me-tropolitana, além das remessas pos-tais transportadas pelos Correios.

O titular da Inspetoria de São Paulo, José Paulo Balaguer, desta-cou que a cisão das unidades era uma aspiração da 8ª Região Fiscal e da própria Coordenação Geral de Admi-nistração Aduaneira - Coana há quase dez anos. “A Inspetoria de São Paulo será, agora, a única unidade espe-cializada em fiscalização aduaneira. Demonstra que a especialização em fiscalização aduaneira é viável e gera resultados para a RFB e para a socie-dade”, destacou.

Com a especialização da alfân-dega, todas as unidades da Receita Federal na maior cidade do País pas-sam a ser exercidas por unidades es-pecializadas: Defis, em fiscalização de tributos internos; Deinf, em fis-calização de instituições financeiras; Demac, em fiscalização de maiores contribuintes; Derat, em adminis-tração tributária; Inspetoria, em fis-calização aduaneira; e Alfândega, em despacho aduaneiro.

ALFÂNDEGA EXCLUSIVAPARA ZONA SECUNDÁRIA

A fraude realizada pelo grupo consistia na criação e utilização de várias empresas de fachada, tanto no exterior quanto no Brasil, para realizar a compra, venda, transporte e financiamento de mercadorias. A dimensão do esquema montado pode ser calculada pela quantidade de do-cumentos que embasaram o trabalho da força-tarefa designada para tra-balhar exclusivamente no caso: cerca de 830 mil documentos e 100 discos rígidos. O material resultou em au-tos de infração com valor superior a R$ 3,3 bilhões, incluindo-se aí tanto

os autos decorrentes das infrações aduaneiras como a dos tributos in-ternos das pessoas jurídicas e físicas ligadas ao caso.

A qualidade do relatório da RFB foi fundamental para a condenação, conforme o juiz Luiz Renato Pacheco Chaves de Oliveira escreveu na sen-tença. “Aliás, referido relatório, o qual embasou a representação final da Autoridade Policial, bem como a própria inicial acusatória, elenca to-das as provas das operações fraudu-lentas, bem como do comando e-

xercido pela empresa MUDE sobre a cadeia de empresas formada para blindá-la. Para tanto, colaciona con-versas telefônicas interceptadas, do-cumentos apreendidos e intercepta-ções telemáticas realizadas durante a investigação (...). Portanto, e para evi-tar transcrições do relatório referido, remeto-me a ele para fundamentar a presente sentença no que diz respeito aos elementos de convicção utiliza-dos para concluir pela existência de interposição fraudulenta nas opera-ções descritas na denúncia”.

Seis gerentes e diretores da empresa Mude Comércio e Serviços Ltda foram condenados a penas de cinco anos e dois meses de reclusão por arquitetarem um esquema de interposição fraudu-lenta na importação de produtos da empresa norte-americana Cisco Systems. A descoberta e investigação do esquema foi fruto de trabalho conjunto entre a Receita Federal do Brasil, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal que acabou resultando na deflagração da Operação Persona em 2007. A ação penal refere-se a apenas uma das denúncias apresentadas pelo Ministério Público Federal, existindo outra ainda em trâmite no Judiciário.

OPERAÇÃO PERSONA

Justiça Federal condena seis envolvidos na

Page 10: Publicação da Assessoria de - Receita Federalidg.receita.fazenda.gov.br/publicacoes/revista-fato-gerador/fato... · O PFP desenvolve as competências do servidor para o posto de

18

Em Foco

Fato Gerador | 1º semestre de 2011

Em Foco

19Fato Gerador | 1º semestre de 2011

Foi a maior destruição da história da Receita em termos de valores de mercadoria, e a segunda maior em volume de material destruído. Todo o material é oriundo de apreensões realizadas pela Receita Federal em sua atividade de combate à pirataria e outras práticas ilegais, evitando a circulação, em território nacional, de produtos potencialmente nocivos à saúde e ao meio ambiente, e ini-bindo a prática de crimes que geram desemprego, sonegação de impostos e concorrência desleal à indústria e ao comércio regularmente instalado.

Responsabilidade ambiental

também é preocupação da RFB

Sempre que possível, a Receita busca parcerias com a sociedade civil e outros órgãos públicos para minimizar os efeitos da destruição das mercadorias. Um bom exemplo é a destruição de cigarros, que anti-gamente eram apenas incinerados em aterros sanitários. Hoje, cada unidade busca dar uma destinação adequada conforme a realidade lo-cal. Na 1ª Região Fiscal, um convênio com a Prefeitura Municipal de Cris-talina (GO) e uma empresa de região possibilitou transformar os cigarros apreendidos em adubo orgânico de

alta qualidade.

Já em Foz do Iguaçu (PR), os cigarros triturados são repassados às olarias da região para serem usa-dos como combustíveis na queima de tijolos. Em contrapartida, o con-vênio prevê a doação de R$ 15,00 por tonelada de resíduo para um hospi-tal que atende pessoas carentes na região. Resultado: os 20 bilhões de cigarros apreendidos nos últimos 10 anos na região de Foz já renderam mais de R$ 300 mil em repasses.

Na 10ª Região Fiscal, um con-vênio com a Universidade Federal de Santa Maria permite que bebidas al-coólicas sem comprovação de origem e possivelmente falsificadas sejam recicladas e convertidas em álcool gel e etanol. Nada será desperdiçado: os resíduos do processo serão utilizados como adubo, e as embalagens serão encaminhadas para a reciclagem.

Cerca de R$ 220 milhões em mercadorias impróprias para o consu-mo foram destruídas durante o VII Mutirão Nacional de Destruição de Mercadoria, realizado em diversas unidades da Receita Federal do Brasil espalhadas pelo País. Produtos contrabandeados, falsifi-cados ou que não atendem às normas da vigilância sanitária ou de-fesa agropecuária, tais como CDs e DVDs piratas, cigarros, bebidas e agrotóxicos foram eliminados.

4 MIL TONELADAS DEMutirão Nacionaldestrói, em junho,

Workshop internacional discute

Ao lado dos palestrantes interna-cionais, representantes da Receita Federal do Brasil apresentaram as di-versas experiências e resultados na-cionais e internacionais na gestão de unidades de maiores contribuintes, além do tratamento dos desafios do combate ao planejamento tributário agressivo, termo empregado pela OCDE para designar a evasão e a elisão fiscais, ainda que tais definições variem conforme as legislações dos

diversos países em estudo.

Rafaelle Russo, assessor sênior do Centro de Consultoria e Análise In-ternacional para Política e Adminis-tração Tributária – ICA, explicou que, embora a legislação doméstica varie, a OCDE trabalha com o conceito de evasão para as claras violações da lei em que se constatem a intenção do agente de não pagar o tributo e/ou na falsa declaração de fatos relevantes, ao passo que a elisão é definida como prática contrária “ao espírito” da lei, pela ausência de substância econômica ou propósito negocial, em que a economia de tributo é a única ou principal motivação.

No painel, “Unidades de Maiores Contribuintes: Recentes Avanços”, o gerente da área internacional e dire-tor de maiores contribuintes da Agên-cia de Rendas do Canadá, Phil Di-

guier, informou que 40 dos 49 países integrantes do FTA (Fórum de Ad-ministrações Tributárias da OCDE) possuem unidades especializadas em maiores contribuintes. O FTA se des-tina a apresentar experiências, pro-mover a discussão e encorajar avan-ços dos países integrantes.

No Brasil, os contribuintes su-jeitos ao acompanhamento diferen-ciado respondem por aproximada-mente 70% da arrecadação federal. No primeiro semestre, as unidades especiais de maiores contribuintes constituíram um crédito tributário que totalizou R$ 7,6 bilhões. Atual-mente, há cerca de 2,5 mil ações fis-cais em curso contra os contribuintes sujeitos ao acompanhamento difer-enciado, com destaque para as ações visando o combate ao planejamento tributário abusivo.

No mês em que completou seu primeiro aniversário, a Delegacia Especial de Maiores Contribuintes em São Paulo sediou, entre os dias 9 e 12 de maio, o semi-nário Evasão Fiscal e Gestão de Maiores Contribuintes. O evento contou com a participação da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), entidade cujos 39 países-membros são responsáveis por dois terços das riquezas produzi-das no mundo.

DIFERENCIADOSCONTRIBUINTES

MERCADORIA auxiliam na luta contra o tráfico

Em 2010 foi criado o Centro Nacional de Cães de Faro da Receita Federal do Brasil (CNCF), instalado em Vitória/ES, e nove outros Centros de Cães de Faro (CCF) espalhados pelo País. O resultado das equipes caninas é animador: apenas no 1º trimestre, foram 266 quilos de entorpecentes retirados de circula ção com a ajuda de farejadores.

Há um criterioso processo para a escolha dos cães que serão emprega-dos no trabalho de farejar entorpe-centes. Os animais são selecionados levando-se em conta a idade (a partir de um ano, podendo ser mais novos em alguns casos) e a posse dos re-quisitos necessários. Após serem se-lecionados, os cães passam por um intenso treinamento.

Quando chegam ao CNCF da RFB, os cães são treinados por um profissional contratado e por mais três servidores lotados no CNCF com dedicação exclusiva para esse serviço. Os animais são incentivados a “caçar suas presas” (ou brincar com seus brinquedos), passam por um treina-mento de obediência e só têm contato com o odor das drogas a partir de um ano de idade.

Os cães apenas são recompen-sados (o treinador brinca com eles) quando identificam e indicam (geral-mente passando as patas dianteiras sobre o local) onde estão sentindo o odor da droga e onde ela realmente se encontra. Eles são treinados a as-sociar o odor das drogas à satisfação de brincar (“caçar”) com seu brinque-do (“presa”).

Em nenhum momento o cão tem contato direto com o entorpecente. Eles não podem ingerir as substân-cias, o que ocasionaria adoecimento e até mesmo morte. Isso desmistifica a crença de que o cão possa ficar “vi-ciado” em drogas.

O treinamento é feito no canil do CNCF e em outros ambientes que se assemelhem àqueles em que eles irão trabalhar, como recintos alfandega-

Os dois requisitos do cão de faro

“Drive” elevado (instinto de “caça” inato ou uma vontade maior que a maioria dos cães em querer possuir um deter-minado objeto para brincar).

Matriz genética adequada, ou seja, para selecionar um cão de faro é preciso primeiro es-colher um canil cujos padre-adores (reprodutores) e ma-trizes tenham um comprovado histórico de eficiência na área de trabalho de cães de faro.

CÃES DE FARO

dos, locais onde há busca em veículos e lugares com intensa circulação de pessoas.

Page 11: Publicação da Assessoria de - Receita Federalidg.receita.fazenda.gov.br/publicacoes/revista-fato-gerador/fato... · O PFP desenvolve as competências do servidor para o posto de

20

Em Foco

Fato Gerador | 1º semestre de 2011

Em Foco

21Fato Gerador | 1º semestre de 2011

Receita apreende 115 contêineres de mercadorias irregulares em

Na primeira semana de março, a Alfândega do Porto de Paranaguá-PR (ALF/PGA) apreendeu 115 contêi-neres de mercadorias importadas de forma irregular. Os produtos - bobinas de aço, chapas de vidro e equipamentos eletrônicos - vieram da China e dos Emirados Árabes. O valor da carga declarado foi de US$1,3 milhão, o equivalente a cerca de R$2,3 milhões pelo câmbio oficial à época da apreensão.

Durante a investigação conduzida pela Seção de Fiscalização Aduaneira - Safia da Alfândega, verificou-se que a empresa responsável pelas impor-tações estava sendo utilizada como mera fachada para ocultar os reais adquirentes da mercadoria, infração punível com o perdimento das mer-cadorias.

O inspetor da ALF/PGA, Jackson Corbari, destaca que a utilização de empresas laranjas é um artifício co-mumente empregado por empresas que buscam vantagens ilícitas: “Nes-sa situação, abre-se um leque de pos-sibilidades ao adquirente que está o-culto, que pode, por exemplo, colocar produtos de procedência estrangeira no mercado interno à margem do conhecimento e do controle da RFB,

PARANAGUÁ

situação que possibilita, além da sonegação de tributos internos (em especial o IPI), a lavagem de recur-sos provenientes de outras práticas ilícitas, entre elas o descaminho e o tráfico de drogas e armas”.

Outra situação muito comum é a em que a empresa laranja e os só-cios responsáveis pelas importações não possuam patrimônio algum, o que impede o ressarcimento efetivo dos danos causados ao Erário após a descoberta do ilícito. “Esse foi um dos primeiros indícios que levou à investigação: o patrimônio declarado dos sócios era incompatível com a in-tegralização de capital a ser feita na empresa, bem como a movimenta-ção necessária para adquirir as mer-cadorias no exterior. Ao analisar a

contabilidade da importadora, verifi-cou-se que efetivamente quem estava adiantando todos os recursos para a compra eram seus clientes, o que caracteriza a importação por conta e ordem, que tem ritos específicos previstos na legislação e que foram descumpridos neste caso”, explica o inspetor.

A apreensão obteve grande reper-cussão na mídia por conta do número de contêineres apreendidos. Foram lavrados sete autos de infração (con-tra a importadora e as empresas adquirentes), com a consequente representação para fins penais, e a empresa responsável teve sua inap-tidão perante o Cadastro nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) proposta.

oculta em pedras ornamentais é apreendida no Porto de Santos

No dia 2 de maio, a Alfândega do Porto de Santos apreendeu cerca de 180 kg de cocaína ocultos no interior de rochas de ametista. A carga seguiria em exportação para o Reino Unido e sua identifica-ção foi possível a partir de informações repassadas por unidades da Inteligência da Receita Federal do Brasil e pela Polícia Federal.

Segundo informações da Co-ordenação-Geral de Pesquisa e In-vestigação - Copei da Receita Fe-deral do Brasil, a existência de uma rede internacional de comunicação entre os organismos de inteligência foi fundamental para o sucesso da operação. O despacho de exportação havia sido liberado para o canal verde (sem conferência) e o emprego das pedras dificulta a detecção da droga pelo raio X.

Após o recebimento da denún-

COCAÍNA

cia, a Receita teve apenas algumas horas para identificar a carga, um tempo bastante curto quando o item procurado pode estar em qualquer contêiner do maior porto do país.

O valor estimado da carga gira em torno de 7 milhões de dólares (R$ 12 milhões). Ao todo, foram apreendidos 169 tabletes de cloridato de cocaína, em meio a uma carga de 4,4 tonela-das de geodo de ametista cortado e polido. A empresa exportadora tem sede no Rio Grande do Sul.

Page 12: Publicação da Assessoria de - Receita Federalidg.receita.fazenda.gov.br/publicacoes/revista-fato-gerador/fato... · O PFP desenvolve as competências do servidor para o posto de

22

Em Foco

Fato Gerador | 1º semestre de 2011 Fato Gerador | 1º semestre de 2011 23

Anexos

Receita Federal do Brasil - Regiões FiscaisDirfs falsas criavam restituições fantasmas

Com participação de 40 servidores da Receita Federal do Brasil, a Operação Apate desmontou em maio um esquema fraudulento que incluía falsas retenções em Declarações de Imposto de Renda Retido na Fonte (Dirf) de várias prefeituras. A maioria dos municípios usados pela quadrilha fica em Goiás, mas havia ramificações no Mato Grosso, Pará e Tocantins. As investigações começaram no início de 2010 e culminaram na operação deflagrada em maio, que contou com o auxílio da Polícia Federal.

A fraude se desenvolvia em três etapas: aliciamento, falsificação da Declaração de Imposto de Renda Retido na Fonte (Dirf) e pedido de restituição. O primeiro passo da quadrilha era aliciar funcioná-rios públicos das prefeituras com a promessa do recebimento de altas restituições do Imposto de Renda (IR). Com a lista dos cúmplices pron-ta, os fraudadores incluíam as falsas retenções nas Dirf das prefeituras e pediam as restituições indevidas por meio da Declaração do IR. Dados da RFB apontam um prejuízo de R$200 milhões aos cofres públicos.

Desde o início as investigações

apontavam para a participação de prefeitos e funcionários de primeiro escalão dos municípios. A sexta-feira, 13 de maio, foi um dia de azar para os fraudadores: 13 pessoas foram pre-sas. Além das prisões, foram cumpri-dos 82 mandados de busca e apreen-são, 11 em residências de prefeitos e um na de um vereador.

No estado de Goiás, as fraudes atingiram as Câmaras Municipais de Águas Lindas, Minaçu e Rio Verde, o Fundo Municipal de Saúde de Mina-çu e as prefeituras de Águas Lindas, Aurilândia, Bonópolis, Campinaçu, Itaberaí, Itaguari, Itapaci, Minaçu, Montividiu do Norte, Nazário e São

Miguel do Araguaia.

Multa de 300%

As Declarações do Imposto de Renda que contenham dados falsos informados pelos municípios são retidas pela Receita Federal e audita-das. As multas podem chegar a 300% do valor do tributo devido e, caso seja confirmado o envolvimento dos con-tribuintes, estes poderão responder criminalmente também.

Apate

O nome da operação, Apate, vem da mitologia grega. Esse era o nome dado à entidade que personificava o engano, o dolo e a fraude.

OPERAÇÃO APATE:

Com a mudança, os órgãos públi-cos e pessoas jurídicas em geral dei-xam de solicitar ao cidadão a apresen-tação do cartão como comprovante de inscrição no CPF. A comprovação passa a ser feita mediante a apresen-tação dos seguintes documentos:

1) Carteira de Identidade, Cartei-ra Nacional de Habilitação, Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS), carteira de identidade profis-sional, carteiras funcionais emitidas por órgãos públicos, cartão magné-

tico de movimentação de conta-cor-rente bancária, talonário de cheque bancário e outros documentos de acesso a serviços de saúde pública, de assistência social ou a serviços previ-denciários, desde que conste neles o número de inscrição no CPF;

2) Comprovante de Inscrição no CPF emitido pelas entidades conve-niadas à Receita Federal (Banco do Brasil, Correios e Caixa Econômica Federal);

3) Comprovante de Inscrição no

CPF impresso a partir da página da Receita Federal na Internet;

4) Outros modelos de cartão CPF emitidos de acordo com a legislação vigente à época.

O cidadão pode ainda imprimir a segunda via de seu comprovante de inscrição no CPF por intermédio da página da RFB na internet, quantas vezes forem necessárias, sem ônus. A autenticidade desse documento pode ser checada por qualquer pes-soa, também via internet.

Desde o dia 6 de junho, a Receita Federal do Brasil deixou de emitir o cartão CPF em formato plástico. Agora, o órgão emite somente comprovante gerado no ato do atendimen-to realizado pelas entidades conveniadas (Banco do Brasil, Correios e Caixa Econômica Federal) ou impresso a partir da página da Receita Federal na internet.

CPFReceita Federal deixa de emitir cartão em formato plástico

Page 13: Publicação da Assessoria de - Receita Federalidg.receita.fazenda.gov.br/publicacoes/revista-fato-gerador/fato... · O PFP desenvolve as competências do servidor para o posto de

Fato Gerador | 1º semestre de 2011 24

Anexos

Fato Gerador | 1º semestre de 2011 25

Anexos

CompetênciasA Portaria RFB nº 2.543, de 25/4/11, aprovou as

Competências Institucionais e Individuais (Fundamentais, Gerenciais e Específicas) no âmbito da Receita Federal do Brasil:

Institucionais• Atributos da instituição que a tornam eficaz, permitem que sejam atingidos seus objetivos e geram benefícios percebidos pela sociedade e/ou usuários dos serviços prestados.

Competências Institucionais1. Suficiência arrecadatória2. Controle aduaneiro eficiente e seguro3. Promoção do cumprimento espontâneo e educação

fiscal4. Presença e controle fiscal5. Serviços de excelência ao cidadão6. Gestão integrada do crédito tributário7. Racionalização e simplificação normativa8. Gestão estratégica de pessoas9. Gestão integral da informação10. Efetividade na gestão dos recursos11. Relacionamento institucional12. Gestão estratégica da comunicação

Individuais• Expectativas da instituição em relação ao desempenho de seus servidores, de forma que contribuam para as competências institucionais. São divididas em competências Fundamentais (desejadas em todos os servidores), Gerenciais (desejadas em todos os servidores que exercem funções gerenciais) e Específicas (desejadas na atuação específica dos servidores em suas respectivas áreas).

Competências Fundamentais

Comunicação eficaz• Expressar-se de forma clara, objetiva e acessível ao interlocutor, utilizando o meio mais adequado, com foco no entendimento recíproco.

Ética profissional• Desempenhar suas atividades e relacionar-se sempre de acordo com o conjunto de regras de conduta e preceitos éticos do serviço público, em observância aos instrumentos legais específicos.

Trabalho em equipe• Desempenhar as atividades de forma participativa e cooperativa, apoiado em objetivos e metas comuns e tendo em vista a coesão da equipe.

Orientação para resultados• Planejar, organizar, executar e avaliar as atividades sob sua responsabilidade, agindo com foco na consecução das metas e objetivos da instituição.

Ação sistêmica• Identificar a interdependência e complementaridade dos processos de trabalho da instituição, de forma a considerar os impactos das ações empreendidas no andamento e finalização desses processos.

Autodesenvolvimento• Promover o desenvolvimento contínuo de suas competências, visando a melhoria do desenvolvimento pessoal e profissional.

Criatividade e inovação• Propor novas ideias e práticas a serem adotadas, de forma a antecipar-se a possíveis problemas, aplicando soluções inovadoras para realizar melhorias organizacionais.

Excelência na prestação de serviços• Prestar serviços de qualidade, demandados tanto interna como externamente, fornecendo respostas adequadas com disposição, clareza e cortesia, primando pela tempestividade e legalidade.

Racionalidade na utilização dos recursos• Utilizar os recursos institucionais de acordo com os princípios da economicidade, transparência, eficiência e eficácia, buscando a redução dos custos operacionais.

Competências Gerenciais

Visão e orientação estratégicaAnalisar o cenário presente e futuro com uma visão

global da administração tributária e aduaneira, de suas características e das condições para seu desenvolvimento, orientado pela Missão, Valores, Visão de Futuro e objetivos estratégicos da instituição.

Efetividade de gestãoPlanejar, organizar e realizar atividades para a

efetivação de planos, metas e ações, acompanhando a execução, avaliando resultados e adotando medidas corretivas.

Negociação e cooperaçãoEstabelecer acordos e mediar conflitos de modo a

obter resultados positivos para as partes envolvidas, observando princípios éticos, os diferentes pontos de vista e os objetivos institucionais.

LiderançaMobilizar, orientar e desenvolver pessoas e

equipes, promovendo a sinergia, a motivação e o comprometimento com a instituição.

Gestão da mudança e inovaçãoGerir, com eficiência, situações que envolvam

mudanças, favorecendo a adaptação das pessoas às transformações no ambiente de atuação e a adoção de soluções inovadoras.

MACROPROCESSO DE GESTÃO TRIBUTÁRIA1. Cadastro 1.1. Gestão do cadastro 1.2. Integração com órgãos intervenientes1.3. Manutenção dos cadastros2. Arrecadação 2.1. Previsão, acompanhamento e análise da arrecadação 2.2. Controle da rede arrecadadora2.3. Controle da arrecadação2.4. Controle de benefícios fiscais 3. Declaração3.1. Especificação de declarações3.2. Tratamento de declarações3.3. Controle de omissos4. Cobrança4.1. Gestão da cobrança administrativa4.2. Controle do crédito tributário5. Controle do direito creditório5.1. Restituição, reembolso e ressarcimento5.2. Controle dos créditos reconhecidos 6. Contencioso6.1. Preparo 6.2. Julgamento6.3. Gestão do contencioso administrativo e judicial7. Fiscalização7.1. Planejamento da fiscalização7.2. Execução do procedimento de fiscalização7.3. Controle e avaliação da fiscalização7.4. Controle dos contribuintes diferenciados8. Tributação8.1. Aperfeiçoamento da legislação8.2. Normatização e orientação8.3. Assessoramento tributário a orgãos internos e externos8.4. Análise econômico-tributária

MACROPROCESSO DE INTERAÇÃO COM O CIDADÃO9. Educação fiscal9.1. Integração com órgãos intervenientes9.2. Educação fiscal interna9.3. Educação fiscal externa9.4. Gestão da educação fiscal10. Atendimento ao contribuinte10.1. Gestão do atendimento10.2. Atendimento presencial10.3. Atendimento à distância11. Ouvidoria11.1. Atendimento a demandas externas11.2. Orientação interna

MACROPROCESSO DE GESTÃO ADUANEIRA12. Análise e gestão de risco aduaneiro12.1. Gestão do risco12.2. Habilitação e credenciamento13. Controle aduaneiro13.1. Controle de cargas, veículos, bagagens, valores e pessoas13.2. Controle com foco no despacho 13.3. Controle com foco nos intervenientes13.4. Fiscalização aduaneira14. Vigilância e repressão aduaneira14.1. Vigilância aduaneira14.2. Repressão aduaneira14.3. Operações aéreas15. Procedimentos aduaneiros estratégicos15.1. Administração aduaneira15.2. Gestão aduaneira

MACROPROCESSO DE GESTÃO ESTRATÉGICA E DE RECURSOS

16. Gestão de pessoas16.1. Recrutamento, seleção e alocação16.2. Capacitação e desenvolvimento16.3. Administração da vida funcional16.4. Relações internas e externas16.5. Valorização e qualidade de vida17. Programação e logística17.1. Aquisições, contratos e convênios17.2. Administração de bens móveis e imóveis17.3. Gestão de documentos 17.4. Gestão de mercadorias apreendidas17.5. Registros contábeis17.6. Programação e execução financeira e orçamentária17.7. Serviços logísticos18. Tecnologia da informação18.1. Governança de tecnologia da informação (TI)18.2. Governança de sistemas de informação18.3. Contratação de serviços de TI18.4. Gestão de serviços de TI18.5. Segurança da TI18.6. Infraestrutura de TI19. Desenvolvimento institucional19.1. Organização e modernização19.2. Planejamento e gestão organizacional19.3. Gestão de processos e projetos20. Cooperação institucional20.1. Políticas de cooperação20.2. Gestão de parcerias e convênios20.3. Representação institucional20.4. Fomento à cultura de cooperação21. Relações internacionais22. Comunicação institucional23. Pesquisa e investigação24. Corregedoria25. Auditoria interna

Competências EspecíficasO mapeamento das competências específicas foi feito de forma participativa, envolvendo mais de 500 servidores,

com a realização de entrevistas e oficinas nas Unidades Centrais e Regiões Fiscais.O ponto de partida para o mapeamento de competências específicas é a associação entre os objetivos estratégicos

e os principais processo de trabalho. A partir daí são identificadas e descritas as competências necessárias para o de-sempenho excelente dos servidores. A etapa final é o desdobramento em conhecimentos, habilidades e atitudes.

Árvore de ProcessosPara o mapeamento das competências específicas da RFB foi utilizada uma Árvore de Processos que subdivide os

macroprocessos de Gestão Tributária, Interação com o Cidadão, Gestão Aduaneira e Gestão Estratégica e de Recursos em dois níveis: processos e respectivos subprocessos. Como regra geral, as competências específicas foram identifica-das e decompostas a partir do nível dos subprocessos.

Page 14: Publicação da Assessoria de - Receita Federalidg.receita.fazenda.gov.br/publicacoes/revista-fato-gerador/fato... · O PFP desenvolve as competências do servidor para o posto de

Fato Gerador | 1º semestre de 2011 26

Anexos

Receita Federal do Brasil em números

Número de servidores11.774 auditores-fiscais, 7.479 analistas-tributários, 6.596 administrativos e 2.262 PSE (Serpro - Serviço Federal de Processamento de Dados)

E mais... 13,04 milhões de empresas ativas registradas no sistema CNPJ•

147 milhões de inscrições regulares no sistema CPF•

24,68 milhões de declarantes do Imposto de Renda Pessoa Física•

Unidades Centrais, formadas por 5 Subsecretarias e 11 Órgãos de assessoramento direto

Unidades Descentralizadas:

10 Superintendências da Receita Federal do Brasil•

17 Delegacias Regionais de Julgamento com 138 turmas de julgamento•

103 Delegacias, sendo 6 delegacias especiais:•

2 Delegacias Especiais da Receita Federal do Brasil de Maiores Contribuintes - Demac (Pessoa Jurídica)•

1 Delegacia Especial da Receita Federal do Brasil de Maiores Contribuintes - Demac (Pessoa Física)•

1 Delegacia Especial da Receita Federal do Brasil de Fiscalização - Defis•

1 Delegacia Especial da Receita Federal do Brasil de Instituições Financeiras - Deinf•

1 Delegacia Especial da Receita Federal do Brasil de Administração Tributária - Derat•

26 Alfândegas•

55 Inspetorias•

362 Agências•

Estrutura

Page 15: Publicação da Assessoria de - Receita Federalidg.receita.fazenda.gov.br/publicacoes/revista-fato-gerador/fato... · O PFP desenvolve as competências do servidor para o posto de