revista espaço cidadão #13

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Santo Antônio da Platina - PR – ano VII – nº 13 –Abril de 2015 RECICLE. SEPARE O PAPEL CORRETAMENTE. ENTREVISTA SAúDE ESPAçO 3 PODERES Dra. Kele Cristiani Diogo Bahena Coordenadora do Núcleo Regional de Trabalho e Proteção ao Patrimônio Público do Norte Pioneiro Desintoxicação Celular Ensaio sobre Justiça

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Revista Espaço Cidadão. A revista com conteúdo sério e transparente

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Page 1: Revista Espaço Cidadão #13

Santo Antônio da Platina - PR – ano VII – nº 13 –Abril de 2015

Recicle. SepaRe o papel coRRetamente.

entrevista

saúde

espaço 3 poderes

Dra. Kele cristianiDiogo Bahena coordenadora donúcleo Regional de trabalho e proteçãoao patrimônio públicodo norte pioneiro

Desintoxicaçãocelular

ensaio sobre Justiça

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3Abril de 2015 ESPAço CIdAdão www.copadesc.com.br

uando Davi foi ungido rei por Samuel (I Samuel 16), o próprio Samuel cometeria engano, caso o

Espírito de Deus não o orientasse. Ao ver Eliabe, irmão de Davi, ele

disse: “Certamente está perante o Senhor o seu ungido”. Porém, o Senhor disse a Samuel: “Não atentes para a sua aparên-cia, nem para a grandeza da sua estatura, porque o tenho rejeitado; porque o Se-nhor não vê como vê o homem, pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração.” ... Assim fez passar Jessé a seus sete filhos diante de Samuel; porém Samuel disse a Jessé: “O Senhor não tem escolhido a estes”. Disse mais Samuel a Jessé: “Acabaram-se os moços?” ao que lhe foi respondido: “Ainda falta o menor, que está apascentando as ovelhas”. Disse, pois, Samuel a Jessé: “Manda chamá-lo, porquanto não nos assentaremos até que ele venha aqui”. Então mandou chamá-lo e fê-lo entrar (e era ruivo e formoso de semblante e de boa presença); e disse o Senhor: “Levanta-te, e unge-o, porque é este mesmo”. Então Samuel tomou o chifre do azeite, e ungiu-o no meio de seus irmãos; e desde aquele dia em diante o Espírito do Senhor se apoderou de Davi; então Samuel se levantou, e voltou a Ramá” (I Samuel 16:6-13).

O povo brasileiro por mais de uma vez cometeu o erro de escolher pela

aparência. Já elegeu Presidente: de boa aparência, elegante, eloquente e que o Congresso precisou tirá-lo do poder. Imagina um Presidente que assume pi-lotar um jato da Força Aérea de seu país, sem ser piloto desta força aérea. Tem juízo? É um homem maduro? O tal se apresentou na campanha como “O Caça-dor de Marajás”. Precisava mais? Hoje, novamente tem uns e outros querendo trocar os marajás dos outros pelos seus.

Agora o Paraná elege e reelege outro cidadão: de boa aparência, ele-gante, eloquente e ele ataca de Roboão, aquele filho de Salomão que disse: “o meu dedo mínimo é mais grosso que o lombo de meu pai”, fazendo referência a aumento da carga tributária. Será que a experiência não ensina? Temos que ver os antecedentes dos candidatos e não sua aparência, suas realizações e não seus discursos. Ver “com quem ele anda”, junto com quem realiza ou com quem apronta? Veja as referências, mas não é só isto, veja a conjuntura. Assim que o “Aécio Neves do Paraná” percebeu que o “Beto Richa de Minas Gerais” por ter assombrosa votação, será novamente o candidato a presidência pelo PSDB, entendeu que não vai dar para ele; parece então que foi tomado por uma voraz sede arrecadatória, como Roboão:“E teve o rei Roboão conselho com os anciãos que estiveram na presença de Salomão, seu

pai, quando este ainda vivia, dizendo: Como aconselhais vós que se responda a este povo? E eles lhe falaram, dizen-do: Se hoje fores servo deste povo, e o servires, e respondendo-lhe, lhe falares boas palavras, todos os dias serão teus servos. Porém else deixou o conselho que os anciãos lhe tinham dado, e teve conselho com os jovens que haviam cres-cido com ele, que estavam diante dele. E disse-lhes: Que aconselhais vós que respondamos a este povo, que me falou, dizendo: Alivia o jugo que teu pai nos impôs? E os jovens que haviam crescido com ele lhe falaram: Assim dirás a este povo que te falou: Teu pai fez pesadíssi-mo o nosso jugo, mas tu o alivia de sobre nós; assim lhe falarás: Meu dedo mínimo é mais grosso do que os lombos de meu pai. Assim que, se meu pai vos carregou de um jugo pesado, ainda eu aumentarei o vosso jugo; meu pai vos castigou com açoites, porém eu vos castigarei com escorpiões.” (1 Reis 12:6-11).

E para quê tudo isso? Será que é para garantir aposentadoria, que lhe permita continuar com a vida de príncipe, a que está acostumado? Ele não entendeu que não é o Senhor das terras e que foi posto para cuidar de ovelhas, como o fez muito bem o seu pai, o saudoso José Richa.

Ilmar da Silveira Brum – Só um cidadão brasileiro trocando ideias

Qnão atentes à aparência

espaço do CidadÃo

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www.copadesc.com.brESPAço CIdAdão Abril de 20154

entrevista

Promotora Dra. Kele Cristiani Dio-go Bahena está à frente do Núcleo Regional de Trabalho de Proteção ao Patrimônio Público do Norte Pioneiro

do Ministério Público do Estado do Paraná. Criado em 2003, por meio da Resolução nº 1766/2003, da Procuradoria-Geral de Justiça, o Núcleo recebeu, inicialmente, o nome de “Grupo de Trabalho nas Áreas de Proteção ao Patrimônio Público e Defesa do Meio Am-biente”, tendo como sede a cidade de Ibaiti. A partir de 2009, recebeu nova denominação: “Núcleo Regional de Trabalho de Proteção ao Patrimônio Público do Norte Pioneiro”, passando a ser sediado em Santo Antônio da Platina. Seu objetivo consiste na atuação regionalizada em defesa do patrimônio pú-blico. Pelo Censo 2010, o Estado do Paraná conta com 10.444.526 de habitantes sendo que 623 mil encontram-se abrangidos pelo Núcleo que atende 24 comarcas e 49 municí-pios, o que representa aproximadamente 6% da população paranaense e compreende os seguintes municípios: Abatiá, Andirá, Ara-poti, Assaí, Bandeirantes, Barra do Jacaré, Cambará, Carlópolis, Cornélio Procópio, Congonhinhas, Conselheiro Mairinck, Curi-úva, Figueira, Guapirama, Ibaiti, Itambaracá, Jaboti, Jacarezinho, Jaguariaíva, Japira, Jataizinho, Joaquim Távora, Jundiaí do Sul, Leópolis, Nova América da Colina, Nova Fátima, Nova Santa Bárbara, Pinhalão, Quatiguá, Rancho Alegre, Ribeirão Claro, Ribeirão do Pinhal, Salto do Itararé, Santa Amélia, Santa Cecília do Pavão, Santa Mariana, Santana do Itararé, Santo Antônio da Platina, Santo Antônio do Paraíso, São Je-rônimo da Serra, São José da Boa Vista, São Sebastião da Amoreira, Sapopema, Sengés, Sertaneja, Siqueira Campos, Tomazina, Uraí e Wenceslau Braz.

Revista O que a levou a optar pelo Direito e ingressar na carreira do Ministério Público?

Dra. Kele Cristiani Desde muito pequena sempre gostei de linguagem e oratória, meu sonho era ser jornalista ou professora, embora meu pai quisesse muito que eu fosse administradora de empresas, que era uma pretensão particular dele. Como residia em Ibaiti e não tinha condições financeiras de me manter numa cidade grande sozinha, a única opção, da época, eram as cidades universitárias de Jacarezinho e Ou-rinhos. A minha irmã mais velha já cursava Direito na UENP e me convenceu a prestar vestibular para este curso. Assim que saí do ensino médio prestei o vestibular de Direito e fui aprovada. Não cheguei a prestar outros vestibulares.

Revista Fale mais sobre essa trajetória.

patrimônio público: demanda enorme para poucos promotores

aEntrevista com a Promotora de Justiça e Coordenadora do

Núcleo Regional de Trabalho de Proteção ao Patrimônio Públicodo Norte Pioneiro, Dra. Kele Cristiani Diogo Bahena

Dra. Kele Cristiani Diogo Bahena, Promotora de Justiça

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5Abril de 2015 ESPAço CIdAdão www.copadesc.com.br

Dra. Kele Cristiani Cursei magistério e educação geral em concomitância no ensino médio e, após a formatura destes cursos, fui convidada a lecionar para a 4ª série (hoje 5º ano) no Colégio Nossa Senhora das Neves em Ibaiti. Lá perma-neci como professora por quatro anos, ou seja, durante os quatro primeiros anos da faculdade de Direito. Pedi demissão do Colégio e estagiei no escritório de advo-cacia do Dr. Miguel Elias Fadel Neto em Ibaiti por um ano. Me formei em Direito no final de 1995. Passei no concurso de Promotora de Justiça e ingressei na car-reira em 31/05/1996. Como Promotora trabalhei nas Comarcas de Curiúva, Ri-beirão do Pinhal, Bandeirantes e, agora, em Santo Antônio de Platina.

Revista Fale um pouco no que compre-ende a atuação do Núcleo Regional de Trabalho de Proteção ao Patrimônio Públi-co. Como são desenvolvidos os trabalhos.

Dra. Kele Cristiani O Núcleo Regional atende 49 Municípios do Norte do Pa-raná e atua em duas frentes de trabalho: a) uma convencional e repressiva, que compreende a investigação e a interpo-sição de Ações Civis Públicas de Im-probidade, Ações de Ressarcimento ao Erário, Ações Cautelares, entre outras. Esta forma de atuação procura levar ao Poder Judiciário a análise de fatos que envolvem desvio de verbas, corrupção e fraude; b) outra, pedagógica e pre-ventiva, quando age para impedir que se pratiquem atos ilegais e irregulares, como forma de alerta ao gestor sobre determinada prática administrativa.

Revista Quais são as principais dificulda-des na execução de seu trabalho?

Dra. Kele Cristiani Primeiramente está no fato da demanda na área do patrimônio público ser muito grande e haver o prazo prescricional de cinco anos para a propo-situra das lides no Judiciário. Também, as ações propostas se delongarem muito na Justiça por inúmeros motivos, tais quais, o número de recursos existentes no sistema processual, o rodízio muito gran-de dos membros do Ministério Público e Judiciário em algumas comarcas, o que

retarda a entrega da tutela jurisdicional, chegando a prescrever vários fatos já denunciados..

Revista Como titular, quais os casos mais frequentes que passam por essa Pro-motoria? Em média, quantos processos chegam mensalmente?

Dra. Kele Cristiani As denúncias na seara do patrimônio público são muitas, mas semelhantes. A maioria dos casos trata de irregularidade nas contratações e aqui-sições. As contratações, muitas vezes, são feitas de forma contrária ao que a Constituição da República determina, que tem como regra o concurso público e como exceção o teste seletivo. Já as aquisições só podem ocorrer mediante procedimentos licitatórios ou de dispen-sas de licitação. A média de denúncias recebidas pelo Núcleo é de aproxima-damente duas denúncias por dia útil de trabalho, muitas delas são solucionadas imediatamente, outras são necessárias audiências, recomendações, termos de ajustamento de condutas, ou ainda, in-terposição de ações/arquivamentos ou encaminhamento para as Promotorias de Justiça de origem.

Revista Quanto aos trabalhos desenvol-vidos, qual ou quais trouxeram maiores desafios?

Dra. Kele Cristiani De todos os trabalhos desenvolvidos o mais desafiador e o mais gratificante para mim foi aquele de montagem e modernização das estruturas administrativas das Prefeituras e Câma-ras de Vereadores, porque permitiu que os entes públicos se profissionalizassem na oferta dos serviços públicos, resol-vendo a simbiose do empreguismo e da politicagem na nomeação de seus servi-dores. Houve a realização de inúmeros concursos públicos, extinção de cargos irregulares, criação de cargos efetivos,

feitura de planos de carreira dos servido-res, banimento dos casos de nepotismo. Saliento que este trabalho não dependeu apenas do desempenho do Ministério Público e sim de uma atuação conjunta com os prefeitos, servidores, presidentes das câmaras e vereadores. Representou uma verdadeira mudança de paradigma administrativo!

Revista Na sua opinião, o Ministério Público conseguiu evoluir nesses últimos anos? Se sim, em quais aspectos?

Dra. Kele Cristiani Acredito que neste viés preventivo o Ministério Público tenha evoluído muito, porém, em relação à atuação repressiva muito há que se fazer, uma vez que contamos com uma demanda enorme e com poucos Promo-tores a fazer frente a ela, uma legislação ainda muito branda para aplacar o dito “esfomeado dragão da corrupção”. Os crimes contra a administração pública estabelecem um apenamento muito pífio em relação a outros crimes que não atin-gem um número tão elevado de vítimas indiretas, por exemplo, o desvio de verba pública influi diretamente na falta de prestação de uma saúde pública digna e de qualidade, o mesmo acontecendo com a educação.

Revista Como verifica o cenário do Minis-tério Público brasileiro atualmente?

Dra. Kele Cristiani Observando o hori-zonte histórico nacional do Ministério Público desde a Constituição de 1988 é inegável o progresso obtido. Alçou inú-meras atribuições, sendo um verdadeiro “soldado da lei”. Hoje o Ministério Pú-blico é o defensor primeiro dos cidadãos, constitui-se como uma última bandeira para aplacar as injustiças que o povo enfrenta para ter o mínimo de digni-dade. Este poder/dever alcançado pela instituição é atacado diuturnamente por interesses diametralmente opostos aos seus, o que torna a atuação ministerial um verdadeiro desafio para efetivação e a construção de uma sociedade mais igual, justa e solidária. Recuar frente a estes ataques seria um verdadeiro retrocesso para toda a sociedade.

a média de denúncias recebidas pelo núcleo é de

aproximadamente duas por dia útil de trabalho

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www.copadesc.com.brESPAço CIdAdão Abril de 20156

a B R i l / 2 01 5ÍndiCe

03 espaço do cidadãoNão atentes à aparência

04 entrevistaDra. Kele Cristiani Diogo Bahena, Promotora de Justiça e Coordenadora do Núcleo Regional de Trabalho de Proteção ao Patrimônio Público do Norte Pioneiro

07 espaço dos 3 poderesEnsaio sobre Justiça

10 instituições Sociais Associação de Promoção Humana Platinense

12 legislaçãoEstou ciente disso: O consentimento informado abre diálogo entre médico e paciente

14 meio ambienteÁgua: a escassez na fartura

16 Saúde i Desintoxicação Celular

18 Saúde iiDepressão: um monstro que devora a alma

21 economiaPrevenido: Planejamento garante vida financeira tranquila

22 criançaOs símbolos da pedofilia

24 FamíliaAutoestima e escolha do parceiro conjugal

28 adolescênciaEfeito tablet: Como o uso dos dispositivos eletrônicos interferem no cumprimento das tarefas cotidianas

30 Responsabilidade SocialAdvocacia corporativa é nova estratégia para empresários

32 educação no trânsitoAcidentes de trânsito e o fator humano

34 Dicas previdenciáriasPlanejamento previdenciário: Um direito seu que faz diferença em seu futuro

exp

edie

nte espaço

cidadãorevista

PRODUÇÃO:

COPADESC - Consórcio Para Proteção Ambiental e desenvolvimento Sustentável e Sociocultural da Bacia Hidrográfica do Rio das Cinzas CNPJ 05.947.410/0001-68

CREDINORTE - Sociedade de Microcrédito,Pesquisa, Empreendedorismo e desenvolvimento Sustentável do Norte Pioneiro CNPJ 06.145.187/0001-06

PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO:Alessandro Mendes dutra, João Geraldo Frose

IMPRESSÃO:Hellograf Artes Gráficas LtdaCNPJ 85.057.529/0001-02

CONSELHOS:CoPAdESC - Alessandro M. dutra, João Geraldo Frose CREdINoRTE - João Geraldo Frose

CONTATO: (43) [email protected]@copadesc.com.brwww.copadesc.com.br

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7Abril de 2015 ESPAço CIdAdão www.copadesc.com.br

espaço dos 3 poderes

ensaio sobre JustiçaEste trabalho pretende, tão somente, expor algumas das ideiasde Amarthya Sen acerca da sua “ideia de justiça” e, ao final,destacar um apontamento sobre a justiça inserta no Poder Judiciário atual no Brasil em consonância com o estudo proposto

onforme observa Amarthya Sen em sua obra “A ideia de justiça”, duas seriam as posições adotadas para o estabelecimento do ideal de justiça. Uma primeira abordagem, trazida

por Hobbes no século XVII, “concentrou-se na identificação de arranjos institucionais justos para uma sociedade. Essa abordagem, que pode ser chamada de ‘institucionalismo transcedental’, tem duas características distintas. Primeiro, con-centra a atenção no que identifica como a justiça perfeita, e não as comparações relativas de justiça e injustiça. (...) Segundo, na busca da perfeição, o institucionalismo transcendental se concentra antes de tudo em acertar as instituições, sem fo-calizar diretamente as sociedades reais que, em última análise, poderiam surgir. É claro que a na-tureza da sociedade que resultaria de determinado conjunto de instituições depende necessariamente também de características não institucionais, tais como os comportamentos reais das pessoas e suas interações sociais.” (São Paulo: Companhia das Letras, 2ª reimpressão, 2011, p. 36).

Em uma segunda abordagem, temos como desenvolvimento da primeira, a estipulação do chamado “contrato social” hipotético (Kant, Locke e Rousseau) sendo tal uma “alternativa ideal para o caos que de outra forma caracteri-zaria uma sociedade, e os contratos que foram mais discutidos por tais autores lidavam sobre-tudo com a escolha de instituições. O resultado foi o desenvolvimento de teorias da justiça que enfocavam a identificação transcendental das instituições ideais.” (Idem, ibidem). O principal teórico da concepção atual de justiça, John Rawls, estabelece sua teoria de justiça sobre instituições perfeitamente justas e sólidas.

Pois bem, a proposta de Amartya Sen é muito clara, e pode ser sintetizada em uma pergunta, pelo menos para o fim proposto neste pequeno ensaio: “O que seriam instituições perfeitamente justas?”

A passagem a seguir do autor indiano, sobre o contraste de sua investigação conceitual de justiça

para a utilizada atualmente, trará o ponto nevrál-gico pelo qual pretendo trazer algumas palavras:

“Esse segundo componente da divergência diz respeito à necessidade de focar as realizações e os feitos, em vez de apenas o que se identifica como as instituições e as regras certas. O contraste aqui se relaciona, como mencionado anteriormente, a uma dicotomia geral – e muito mais ampla – entre uma visão de justiça focada em arranjos e uma compreensão de justiça focada em realizações. A primeira linha de pensamento propõe que a justi-ça seja conceitualizada quanto a certos arranjos organizacionais – algumas instituições, algumas regulamentações, algumas regras comportamen-tais –, cuja presença ativa indicaria que a justiça está sendo feita. Nesse contexto, a pergunta a ser feita é: a análise da justiça necessita limitar-se ao acerto das instituições básicas e das regras gerais? Não deveríamos também examinar o que surge na sociedade, incluindo os tipos de vida que as pessoas podem levar de fato, dadas as instituições e as regras, e também outras influências, incluindo os comportamentos reais, que afetam inescapavelmente as vidas humanas?” (p. 40)

E por fim:“(...) A necessidade de uma compreensão

da justiça que seja baseada na realização está relacionada ao argumento de que a justiça não pode ser indiferente às vidas que as pessoas podem viver de fato. A importância das vidas, experiências e realizações humanas não pode ser substituída por informações sobre instituições que existem e pelas regras que operam. Instituições e regras são, naturalmente, muito importantes para influenciar o que acontece, além de serem parte integrante do mundo real, mas as realizações de fato vão muito além do quadro organizacional e incluem as vidas que as pessoas conseguem – ou não – viver.” (p. 48).

Pois bem, voltando à ideia que predomina atualmente de justiça, sob a batuta de Rawls, temos que o mencionado autor traz a “justiça

C

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www.copadesc.com.brESPAço CIdAdão Abril de 20158

como equidade”. Para a compreensão de equidade, vou me valer, mais uma vez, da lição de Amarthya Sen, e posteriormente, da própria exposição de Rawls:

“O que é então equidade? Essa ideia fundamental pode ser conformada de várias maneiras, mas em seu centro deve estar uma exigência de evitar vieses em nossas avaliações levando em conta interesses e as preocupações dos outros também e, em particular, a necessidade de evitarmos ser influenciados por nossos respectivos interesses pelo próprio bene-fício, ou por nossas prioridades pessoais ou excentricidades ou preconceitos. Pode ser amplamente vista como uma exigên-cia de imparcialidade.” (p. 84)

“Na justiça como equidade a posição original de igualdade corresponde ao estado de natureza na teoria tradicional do contrato social. Essa posição original não é, obviamente, concebida como uma situações histórica real, muito menos uma condição primitiva da cultura. É entendida como uma situação puramente hipotética caracterizada de modo a con-duzir a uma certa concepção de justiça. Entre as características essenciais dessa situação está o fato de que ninguém co-nhece seu lugar na sociedade, a posição de sua classe ou o status social e ninguém conhece sua sorte na distribuição de dotes e habilidades naturais, sua inteli-gência, força, e coisas semelhantes. (...) Os princípios da justiça são escolhidos

sob um véu de ignorância.” (Uma Teoria da Justiça. São Paulo: Martins Fontes, 1997, p. 56).

Retomando o cerne deste ensaio, tem--se que na sua publicação “Uma Teoria da Justiça”, Rawls acaba por fundamentar a “justiça como equidade” e, logo em seguida, os princípios da justiça , sob instituições sólidas e em obediência aos seus fins.

E neste ponto reside a crítica do Prê-mio Nobel indiano Amarthya Sen. Há, nas teorias de justiça atuais, não somente de Rawls, um afastamento da realidade social, política e cultural.

As instituições brasileiras, por exem-plo, não podem ser vistas como sólidas e em obediência aos seus fins. Visualiza-se uma falta de estrutura básica para a con-secução de seus objetivos. Exemplo notá-vel é a estrutura prisional brasileira, com todos os seus resultados (inalcançáveis) legislativamente previstos, e infindáveis omissões práticas e executivas para sua consecução. Instituições, na visão de Rawls, estão assim definidas:

“Por instituição entendo um sistema público de regras que define cargos e posições com seus direitos e deveres, poderes e imunidades, etc. Essas regras especificam certas formas de ação como permissíveis, outras como proibidas; criam também certas penalidades e defe-sas, e assim por diante, quando ocorrem violações. Como exemplos de institui-

ções, ou, falando de forma mais geral, de práticas sociais, posso pensar em jogos ou rituais, julgamentos e parlamentos, mercados e sistemas de propriedade. Pode-se considerar uma instituição de dois modos: o primeiro, como um objeto abstrato, ou seja, como uma forma possí-vel de conduta expressa por um sistema de regras; segundo, como a realização das ações especificadas por essas regras no pensamento e na conduta de certas pes-soas em uma dada época e lugar. Há uma ambiguidade, portanto, quanto ao que é justo ou injusto: a instituição como reali-zação concreta ou a instituição como um objeto abstrato. Parece melhor dizer que justa ou injusta é a instituição concreta e administrada efetiva e imparcialmente. A instituição como um objeto abstrato é justa ou injusta na medida em que qual-quer realização concreta dela poderia ser justa ou injusta.” (Rawls, p. 58)

As instituições atuais no Brasil, regra geral, passam por crises internas que não contribuem para suas ilustrações como entes sólidos e suficientes para embasa-rem uma “ideia de justiça”. As realiza-ções concretas das instituições, que na atualidade não refletem as necessidades e anseios sociais, são omissas quanto à população e seus direitos e garantias.

Esta constatação é óbvia em um país em que as demandas sociais vêm sendo confundidas com demandas judiciais, as quais não são atribuição de um Poder Ju-

espaço dos 3 poderes

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9Abril de 2015 ESPAço CIdAdão www.copadesc.com.br

diciário, mas sim de um Poder Executivo e um Poder Legislativo, mas que a cada dia extrapolam limites constitucionais de gastos escusos com justificativas questionáveis, em detrimento de gastos mínimos com saúde e educação, para exemplificar somente com o essencial constitucional.

Adotando a lição do Professor in-diano, a ideia de justiça no contexto nacional passa por necessidades que não são supridas pelos meios corretos. As instituições responsáveis por apare-lhar e oferecer o mínimo constitucional simplesmente deixam de fazê-lo sob os mais diversos argumentos (reserva do possível – uma criação teratológica para justificar, na maioria das vezes, uma inabilidade administrativa típica de admi-nistradores sem preparo técnico –; culpa de administrações anteriores, situações “emergenciais” que seriam previsíveis com estudos mínimos de logística e his-tóricos, entre outras razões trazidas em demandas processuais), acabando uma população desamparada a buscar o abrigo sob o manto do Poder Judiciário.

Aqui está o enlace dos temas tratados nestas observações. É possível que o Poder Judiciário, diante da insuficiência e realidade caótica das instituições atuais, venha a prover uma justiça como aquela idealizada por Rawls? Me parece que não, até porquê, não é esta a função do Poder Judiciário. Não cabe ao Magistrado

substituir aqueles que não vêm cum-prindo com seus deveres institucionais (mais uma vez o problema da realidade das instituições, que seriam idealizadas por Rawls), pois juízes não possuem a função de verificar mundo ideal, mas sim realidade, e esta mostra-se incompatível, hoje, com o oferecimento básico de uma ideia de justiça como aquela proposta por Rawls.

Alguns exemplos de situações que demonstram que a justiça imaginada com instituições ideais não está presente na realidade nacional são verificados corriqueiramente, como inúmeras ações buscando remédios de alto custo em face de Municípios sem condições financeiras de provê-los, ausência de comprome-timento de Estados e Municípios com limites constitucionalmente estabelecidos com saúde e educação, sistemas carce-rários desprovidos de condição mínima de reabilitação, acarretando ações civis públicas com pedidos de construções de presídios, delegacias, abrigos para adolescentes e crianças.

Estes são somente alguns episódios cotidianos do Poder Judiciário, e de-monstram que a ideia de justiça depende da análise da realidade vivenciada, e de um esforço que, nem de longe, está ali-cerçada nos ombros do Poder Judiciário, mas de um conjunto de modificações que vão muito além de decisões singulares que objetivam remendar as faltas expe-

rimentadas por uma população carente de uma administração pública eficiente e suficiente.

A conclusão é que a “ideia de justi-ça” não depende, em última análise, do Poder Judiciário, simplesmente, embora seja esta a pretensão daqueles que, não atendidos pelos demais poderes, aca-bam lançando sua sorte e esperança em decisões judiciais. Ocorre que o Poder Judiciário, através de sua estrutura e dentro de seus limites inerentes à sua função, não poderá alterar a realidade dos demais Poderes, dependendo destes para que a “justiça” possa ser viabilizada não apenas em situações esporádicas, mas no cotidiano.

As instituições deverão analisar suas deficiências cada vez mais evidentes, para que através do aprimoramento ins-titucional conjunto, em primeiro lugar não seja necessária a corrida ao judiciário para a busca da “justiça”, e posterior-mente, nas situações extraordinárias em que as demandas judiciais se mostrarem necessárias, tal seja possível, plausível e não radical, a ponto de trazer evolução no alcance das instituições ideais, e não uma contraposição suposta de lados que são dirigidos para a mesma realização da justiça.

Dr. Eduardo Ressetti PinheiroMarques Vianna

Juíz da Comarca de Ubiratã - PR

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Associação de Promoção Huma-na Platinense é uma instituição privada, sem fins lucrativos e de interesse público reconhecida por

lei pelo Município, Estado e União, fundada em 02 de agosto de 2001 pelos Freis Franciscanos Capuchinhos e lei-gos, através do projeto de revitalização, religiosos e leigos da Paroquia Santo Antônio de Pádua a princípio formam a Pastoral de Promoção Humana, que mais tarde se constitui juridicamente como “Associação de Promoção Humana Platinense”. A Promoção Humana surge como instrumento organizado originado da vontade da comunidade em amenizar os momentos difíceis na vida dos menos favorecidos.

Sabemos que é dever do Estado pro-ver as necessidades básicas de todos os cidadãos que passam momentos de difi-culdades em sua vida, mas nem sempre é assim o que acontece, é nesse momento que a Promoção Humana surge como

instrumento organizado e originado da vontade da comunidade em amenizar as dificuldades na vida dos menos favo-recidos, motivados pela mensagem do Evangelho – é Jesus que repete-nos sem cessar: “dai-lhes vós mesmo de comer” (Mc 6,37), arregaçam as mangas e vai ao trabalho, vai ao encontro dos irmãos.

Criamos o Projeto Lixo Que Não é Lixo, onde se mobiliza a comunidade para que separe os materiais que podem ser reciclados e passa a coletá-los, servin-do como fonte geradora de recursos e ao mesmo tempo tendo a dimensão de prote-ção ao meio ambiente. Também recebe da comunidade doações de roupas, móveis e diversas outras coisas, que de forma organizada e com critérios, a Promoção Humana, através de profissional de Ser-viço Social, faz doação daquilo que for necessário para os que precisam. Outra parte é comercializada, gerando receita, que é aplicada em outras despesas e ne-cessidades da instituição e dos atendidos.

A Promoção Humana faz parte no município da rede socioassistencial e desenvolve projeto de apoio sócio familiar, destinado ao enfrentamento à pobreza, através da transferência de ces-tas básicas, material de uso e consumo e assistência social à população carente de Santo Antonio da Platina. O projeto tem um atendimento mensal, em média, a 1.500 pessoas. Realiza triagens com vi-sitas às famílias, para assim diagnosticar melhor os fatores que os coloca em situ-ação de vulnerabilidade social; recebe e encaminha pessoas para o CRAS (Centro de Referência de Assistência Social), UBS (Unidade Básica de Saúde), CAPS (Centro de Atenção Psicosocial), rede de educação e outros órgãos existentes no município ou fora dele.

Com o projeto Lixo Que Não é Lixo realiza coleta de material reciclável na zona urbana e rural de Santo Antônio da Platina. No ano de 2014, foram coletadas 487.753 quilos de material. A separação

a

Associação de Promoção Humana Platinense

“O ideal da promoção humana é fazer o amor de Deus acontecer através da ação”

instituições soCiais

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11Abril de 2015 ESPAço CIdAdão www.copadesc.com.br

é feita preferencialmente por pessoas que estão desempregadas, cada separador trabalha 3 dias por mês. Nos dias em que estão separando o material recebem café da manhã, almoço, café da tarde, e ao final dos 3 dias recebem uma cesta básica, amenizando as dificuldades do momento difícil que a pessoa atravessa por falta de trabalho e, consequentemente, por falta de recurso para prover suas necessidades básicas. Os separadores recebem orientação sobre comportamento social e espiritual e que são cidadãos de direitos.

Em convênio com a Universidade do Norte do Paraná (UENP), realiza o Projeto Sabão ecológico, usando óleo de cozinha usado, com o objetivo de capacitar pessoas para confeccionar o sabão para que se torne uma fonte de renda. Realiza, também, coleta de retalhos junto às confecções que são doados para a produção de tapetes e outros utensílios, gerando renda para as famílias assistidas.

Fazer parte desse trabalho é muito simples, basta separar as em-balagens de produtos que consumimos e outros materiais que não nos serve mais que a Promoção Humana, através da sua equipe, irá fazer a coleta e dar o destino correto a todos os materiais coletados.

Venha participar e fazer parte dessa obra. Como diz o velho Frei: Vale a pena ser bom, vale a pena fazer o bem.

Aqueles que queiram conhecer a entidade ou fazer doações entrem em contato com o endereço ou telefone abaixo:

Serviço: Associação de Promoção Humana PlatinenseRua Rio Branco, 1004 - Centro - Santo Antonio da Platina - PRTelefone (43) 3534-7490 - E-mail: [email protected]

Com o projeto “LIXO QUE NÃO É LIXO” a APHP realiza coleta de

material reciclável na zona urbana e rural de Santo Antônio da Platina

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“Doutor, eu nãoestava ciente disso”

Consentimento Informado abre diálogo entre médico e paciente

relação entre o profissional da saúde e o paciente nos dias atuais se destaca por uma nova abordagem em que ambos assu-

mem papéis de protagonistas. Hoje os conhecimentos acerca de várias doenças e de procedimentos clínicos estão mais acessíveis e os médicos se mostram mais receptivos à participação do paciente acerca do tratamento de saúde. Um re-curso legal, o Consentimento Informado, abre o diálogo entre médico e paciente, esclarece dúvidas e firma uma parceria importante para atingir o objetivo do tratamento. É ainda uma segurança para ambos no que diz respeito aos resultados assegurados pelo médico e à participação do paciente neste processo. O Consenti-mento Informado é um documento legal em que médico e paciente declaram estar cientes das terapias propostas, dos riscos que elas envolvem e dos resultados esperados.

O consentimento livre e informado deve ser o pilar da medicina contempo-rânea. Este instrumento tem encontrado apoio da jurisprudência em decisões proferidas, o que tem dado maior ga-rantia para os médicos no exercício da profissão. O esclarecimento prévio ao paciente dos riscos do procedimento a que irá se submeter, deixando o paciente ciente do que será feito, inclusive do bom ou mau resultado, especialmente no caso de procedimentos cirúrgicos e do pós-operatório, pode livrar o médi-co da responsabilidade de indenizar o paciente. Da mesma forma, este termo legal assegura ao paciente o compro-misso do médico em todas as etapas do tratamento.

Não são poucos os casos em que a relação entre paciente e médico vai parar no Judiciário. A falta deste docu-mento (Consentimento Informado) tem contribuído para levar à condenação

A

LeGisLaçÃo

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13Abril de 2015 ESPAço CIdAdão www.copadesc.com.br

médicos e hospitais, denunciados por pacientes em função do resultado ne-gativo do procedimento realizado. Um exemplo é uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) num caso em que o paciente perdeu a visão após uma cirurgia de alto risco. O Consentimento Informado não foi realizado e o STJ firmou a responsabilidade solidária do médico e do hospital na indenização do paciente. Nos julgados proferidos pelos tribunais sobre o assunto, a falta do Consentimento Informado é indício ou prova da negligência médica, elemento imprescindível à configuração da respon-sabilidade médica.

O STJ, em outro julgamento, reco-nheceu que age de boa fé e com cautela o médico que colhe assinatura do paciente em Termo de Consentimento Informado. Neste caso, em primeira instância o mé-dico havia sido responsabilizado por pro-blemas de cicatrização no pós-operatório de cirurgia plástica. O STJ confirmou a sentença da segunda instância, com base no Consentimento Informado, isentando o médico de tal responsabilidade.

No Brasil o Consentimento Informa-do tem suas raízes na Constituição garan-tindo o direito à liberdade, à informação e à proteção da dignidade humana, bem como no Código Civil e no Código de Defesa do Consumidor artigo 6º. Inc. III. Mas é no Código de Ética Médica que tal direito ganha contornos expressos.

Dentre tantos outros artigos do referido Código que mencionam o direito do paciente de decidir e o dever do médico de informar, citamos o artigo 22 que deixa claro o dever do médico de obter consentimento pós-esclarecimentos in-formativos ao paciente ou representante legal, só podendo deixar de fazer nos casos de risco iminente de morte.

O Consentimento Informado é um direito do paciente e um dever do mé-dico que traz garantias para ambos. Dá direito ao paciente de se informar sobre o procedimento ou o tratamento a que será submetido e de poder decidir se quer ou não fazê-los, bem como afasta dos mé-dicos responsabilidades decorrentes de alegação de negligência, de imprudência e do dever de indenizar por eventual culpa de sua conduta.

Elizângela Abigail Sócio

Ribeiroé advogada

especializada em direito

de Família, é membro do

Instituto Brasileiro de direito de Família e

mantém escritórios em Santo Antônio da Platina e em Londrina

este instrumento (consentimento informado) tem

encontrado apoio da jurisprudência em

decisões proferidas, o que tem dado maior garantia

para os médicos no exercício da profissão

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Meio aMBiente

inquestionável que a água é vital para os seres vivos. Ela é o constituinte mais importante do corpo humano, sendo 75% do nosso organismo, quase o mesmo percentual veri-ficado na superfície terrestre. Este bem precioso se distribui

pelo planeta, chegando a ter três quartos da sua superfície coberta com água. Ela se apresenta na fase sólida (calota polar e neve em montanhas), líquida (oceanos, rios e lagos) e na fase gasosa, na forma de vapor d´água na atmosfera. Poderia se pensar que com esta extensão não houvesse problema quanto à sua utilização. No entanto, apesar da abundância desta substância, quase 98% da água que cobre a superfície do planeta se concentra nos mares. Para dar contornos mais desafiantes, 69% dos 2% restantes de água, considerada uma água própria para o consumo, estão con-centradas nas calotas polares, inacessíveis economicamente aos povos da Terra. Resta uma parte bem pequena que é aproveitada pela sociedade, que compreende os aquíferos, rios e lagos. Com a clara finalidade de conscientizar as pessoas da importância da água, a Organização das Nações Unidas (ONU) criou, em 1992, o Dia Mundial da Água, que é comemorado todo dia 22 de março.

Breve história do uso da águaA clara dependência que o ser humano tem para com a água fez

surgir nas margens dos rios e dos lagos os primeiros assentamentos humanos, que posteriormente se transformariam na maioria das cidades. O historiador grego Heródoto, que viveu há 2500 anos, constatou que o Egito somente floresceu devido às águas do rio Nilo: durante a época das cheias, a água irrigava suas margens, onde se desenvolveu a agricultura, que foi o esteio da nação, e que possibilitou toda a grandiosa civilização egípcia. Os povos da Antiguidade, como na Mesopotâmia, a cerca de 5 mil anos A.C., conseguiram feitos admiráveis na utilização da água, construindo barragens e canais de drenagem, tanto para o consumo humano, quanto para a irrigação dos campos cultivados; além do que a proximidade com os rios ajudava a prover também parte da sua alimentação. No entanto, nenhum povo supera os romanos no

Agua:a escassez na fartura

É

Rio Tietê, que cruza a cidade de São Paulo de leste a oeste,

retificado e sem mata ciliar

O acesso humano ao recurso mais essencial à vida nunca esteve tão comprometido quanto no alvorecer deste novo milênio

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15Abril de 2015 ESPAço CIdAdão www.copadesc.com.br

sistema de transporte e distribuição de água trazida de rios distantes pelos aque-dutos. Tais obras estavam espalhadas por todo o Império Romano. No começo da era cristã havia centenas de banhos públicos ou termas em Roma, que eram abastecidos pelos aquedutos. Com eles também havia o abastecimento das fon-tes em praças públicas para o consumo da população. Com o passar do tempo, a água tornou-se vital para o progresso e desenvolvimento econômico das cida-des. Para a transformação das matérias primas era necessária uma força motriz que vinha das águas que movimentavam os moinhos. A Revolução Industrial, iniciada na Europa no século 18, tinha no vapor d´água a força suficiente para movimentar as máquinas que impulsio-navam o capitalismo. As bombas d´água possibilitavam a chegada da água em todas as propriedades que podiam ter este serviço. Com o aprimoramento tecnológico do final do séc. 19, a gera-ção da eletricidade requeria construção de barragens em rios e, com o aumento populacional do séc. 20, houve a necessi-dade da criação de grandes e numerosos reservatórios para o abastecimento das cidades.

A distribuição regional das águas no Brasil

A desproporcional distribuição de água doce na Terra também é verificada no território brasileiro. Na Amazônia, com a menor população do Brasil, onde o Rio Amazonas possui o maior volume de água no mundo, concentram-se 80% das águas superficiais; enquanto que a região Sudeste, a mais populosa, detém somente 6% do total de água. A dramati-cidade é evidente no Nordeste, com seus 58 milhões de habitantes, mas dispondo de apenas 3% das águas brasileiras.

A crise da águaUm dos grandes problemas que a

humanidade vem enfrentando, princi-palmente nas últimas décadas no hemis-fério ocidental, está relacionado com a poluição dos rios e mananciais. Mesmo que, conforme visto, haja uma parcela pequena de água doce sendo explorada e que, portanto, deveria ter assegurada a

sua qualidade, ainda assim, o desenvolvi-mento industrial das cidades, com despejo contínuo de resíduos tóxicos nos cursos de água, atua de forma nefasta à flora e fauna, impossibilitando, assim, a utiliza-ção humana desta água. Redes de esgoto que despejam, em um corpo d´água, como córregos e riachos, seus dejetos sem nenhum tratamento, contribuem também para agravar o problema da disponibilida-de de uma água própria para consumo. Infelizmente, o tratamento da água con-taminada não atinge todas as pessoas, sendo que, o consumo de água imprópria para os seres humanos é a causadora de milhões de mortes no mundo. No campo, há grande preocupação com a exploração irracional das terras, não protegendo ade-quadamente as florestas ao longo dos rios (matas ciliares) e suas nascentes, sem a devida preservação dos recursos hídricos e nem da biodiversidade. Aliado a esta problemática, o uso descontrolado de defensivos agrícolas, pelos agricultores, contaminam o lençol freático, podendo atingir até os importantíssimos aquíferos, formações subterrâneas que armazenam volumes excepcionais de água.

Assim, numa reação contra todas as ações humanas que afetam negativamente o meio ambiente, este tem dado respostas cada vez mais contundentes: As mudan-ças climáticas em geral e, particularmente, a alteração do regime de chuvas em várias partes do mundo são exemplos concretos da reação da natureza. Períodos de falta de chuvas, aliados a ondas de forte calor, têm sido cada vez mais frequentes. A sociedade como um todo ao pressionar por atitudes sensatas e em defesa do meio ambiente, as pessoas em particular, com o uso consciente da água e os gestores públicos com campanhas de esclareci-mento, obras para o combate à poluição e às secas e protagonista das mudanças necessárias de mentalidade, são agentes que devem cumprir o papel que lhe cabe, para que a sustentabilidade ambiental não permaneça somente como um conceito teórico e consiga dar oportunidades iguais às futuras gerações.

Mauro JanuárioProfessor da Universidade Estadual

do Norte do Paraná (UENP)Campus Luiz Meneghel

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www.copadesc.com.brESPAço CIdAdão Abril de 201516

saúde

É importante estar atento à sobrecarga tóxica no organismo e agir na prevenção, para reestabelecer seu equilibrio energético

Desintoxicação Celular

V ivemos em um mundo onde é comum a má alimentação, a falta de alimentos frescos e nutritivos, ingestão de produtos artificiais e embutidos, tecnologia desenfreada (poluição

eletromagnética), estresse, consumo exagerado de medicamentos, estimulação exagerada dos cinco sentidos, desequilibrando, assim, todas as funções e reações fisiológicas como respiração, sono, rela-xamento e digestão.

O corpo humano é constituído basicamente de matéria e energia. Toda a vida acontece através de reações químicas, elétricas e metabólicas. Cada pensamento, emoção e ação causam esses tipos de reações. Da mesma forma, cada pensamento ou conduta é resultado destas alterações. Todos estes fatores devem se manter em equilíbrio para que não haja o acúmulo de toxinas, que podem alterar o funcionamento do organismo.

Quando o organismo está com sobrecarga tóxi-ca ele sinaliza através destes 3 principais sintomas:

Sintomas no corpo físico: O corpo tenta avisar rapidamente sobre suas dificuldades. Por exemplo, dor em geral, dor de cabeça, náuseas, cansaço, rididez, inchaços, fraqueza nas articulações e músculos, problemas de pele e cabelos, estresse, visão turva, insônia, intestino preso, entre outros.

Sintomas neurológicos: A comunicação entre os neurônios (sinapses) e todo raciocínio lógico/ analógico fica prejudicado, alterando as reações instintivas de defesa e homeostase (equilíbrio) do organismo. Exemplos: Confusão mental, raciocí-nio lento, falhas na memória, dificuldade para se concentrar, pensar e planejar.

Sintomas de ordem Psico-Emocional: Atitu-des de instabilidade e vulnerabilidade emocional, como ansiedade, insastifação (pessoal, profissional ou conjugal), melancolia e depressão.

Assim, para o ser humano funcionar com o máximo de eficiência e alcançar a sanidade em todos os aspectos da vida, é fundamental supri-lo com as bases químicas que ele precisa.

Existe uma única fonte que é a dinâmica ali-mentar saudável, que envolve cinco “alimentos”:

1) Nutrição; 2) Hidratação; 3) Respiração; 4) Atividade Física e 5) Relaxamento. Se esta dinâmica de hábitos saudáveis não

acontece, se perpetuam os “maus hábitos”, cria-se um círculo vicioso gerando distúrbios metabólicos (energéticos). E a desarmonia permanente e exces-siva irá debilitar e intoxicar o organismo.

No início atua silenciosamente, as funções do organismo principalmente os mecanismos e sistemas de excreção, como o suor, a urina – que é por onde eliminamos fisiologicamente as toxinas. Após, começa-se a sobrecarregar os órgãos e siste-mas, como fígado e rins. Estes, não são diagnosti-cados sobrecarregados em exames convencionais, somente se tem um laudo quando já estão com “falência”, por exemplo, insuficiência renal.

Por isso, é importante estar atento a qualquer sinal do organismo, e mesmo assim, se preocupar em prevenir através de desintoxicação celular – Detox e hábitos saudáveis.

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17Abril de 2015 ESPAço CIdAdão www.copadesc.com.br

DetoxÉ um equipamento que ativa a desin-

toxicação do organismo e proporciona um reequilíbrio energético. Os grandes benefícios deste aparelho são:

• Melhora do metabolismo, pro-movendo assim, a diminuição de peso, volume e celulite;

• Melhora circulação, previnindo o aparecimento e a evolução de varizes;

• Elimina o cansaço e as dores nas pernas;

• Ajuda a liberar o sangue de toxinas e excessos;

• Estimula o processo de oxigenação do cérebro;

• Equilibra sistema nervoso, dimui-nuindo estresse e ansiedade;

• Diminui dores osteomusculares;• Favorece a diminuição das dores de

cabeça e enxaquecas;• Contribui para a melhoria da qua-

lidade do sono.Esse método de desintoxicação exter-

na que remove as toxinas através dos pés acontece através da eletrólise.

O processo de limpeza por íons gera um fluxo de íons positivos e negativos que atraem e unem-se a partículas tóxicas de cargas opostas e as levam para fora do corpo através da pele (no caso, pés).

Cada sessão dura cerca de 30 minu-tos. É um tratamento e ao mesmo tempo é um método de avaliação, pois indica através da coloração da água, o que se

está desintoxicando.

Hábitos SaudáveisOutra parte do tratamento muito

importante é a conscientização e ma-nutenção de hábitos de vida saudáveis (dinâmica alimentar saudável):

Nutrição: Ingerir de 3 em 3 horas alimentos alcalinos (exemplo: nozes, castanha, pistache, alho, cebola, limão, damasco, pepino, aipo, maça, abacate, uva e vegetais crucíferos (toda a família dos repolhos e brócolis) – reforçam o sistema imunológico e ativa o sistema digestivo.

Hidratação: Tomar pelo menos 2 litros diários de água alcalina (pH acima de 7,4) – olhar rótulo ou usar o medidor de pH.

Respiração: Tomar sauna e fazer massagem ajuda a eliminar a toxidade.

Atividade Física: Realizar qualquer atividade física pelo menos 3 vezes por semana.

Relaxamento: Fazer pelo menos 10 minutos por dia e em momentos de estresse a regularização do sistema nervoso parassimpático (inspirando em 4 segundos e expirando em 6 segundos).

Fazer uma higiene do sono: Dor-mir antes das 23hrs e eliminar qualquer entrada de luz no quarto – para não de-sequilibrar o ciclo melatonina/cortisol, tirar eletrônicos do quarto, não ingerir alimentos pesados ou fazer exercício físico pesado 2h antes de dormir.

Cuide da sua saúde. Não da doença!

Caroline Mendes de Almeida Fisioterapeuta/ Crefito: 187954-F

Glauber Paulo Muchailh de AlmeidaFisioterapeuta/ Crefito: 9524-F

Cor ou partículas material/área do corpo a ser desintoxicadoPreto Desintoxicação de fígado

Preto manchado Metais Pesados

Marrom Desintoxicação do fígado, detritos celulares, tabaco

Verde escuro Desintoxicar da vesícula biliar

Laranja Desintoxicação de articulações

Vermelho manchado Material de ponto de sangue

Branco queijo – como partículas Mais provável levedura

Branco tipo espuma Desintoxicação do sistema linfático

Amarelo-verde Desintoxicante de rins, bexiga, aparelho urinário, área de próstata

Tabela indicativa do tratamento (detox):

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www.copadesc.com.brESPAço CIdAdão Abril de 201518

Depressão: Um monstro que

devora a alma

saúde

Auto retrato de Vincent van Gogh, que sofria de depressão e cometeu suicídio, o artista emblematiza o sentimento de

desespero e falta de esperança

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19Abril de 2015 ESPAço CIdAdão www.copadesc.com.br

o contrário do que muitos dizem, depressão não significa tristeza. A tris-teza é um sentimento experimentado por todas as pessoas em algum mo-mento da sua vida que, em geral, dura

horas ou poucos dias. A depressão vai muito além disso. Ela invade o indivíduo, afetando não só o seu humor, mas também o seu com-portamento e pensamento. A tristeza profunda e abatimento são desproporcionais a qualquer causa alegada e, muitas vezes, surgem sem ne-nhum motivo aparente. Além disso, a depres-são perdura por semanas, meses e até anos, comprometendo a vida pessoal e profissional das pessoas. As relações familiares também podem ser prejudicadas pelas mudanças que ocorrem com o indivíduo e pela dificuldade dos familiares em compreendê-Ia, Somente o deprimido sabe o quanto está sofrendo; a depressão é invisível, não sangra... As pessoas próximas, muitas vezes, não a compreendem por não “verem” a doença.

Hoje temos à disposição tratamentos efeti-vos para a grande maioria dos casos. Mesmo assim, estima-se que menos de 25% dos indi-víduos afetados, no mundo, recebe tratamento adequado. Uma das principais razões para que isso ocorra é o estigma social associado aos problemas psiquiátricos, incluindo a depres-são. Muitas pessoas ainda a consideram uma “fraqueza”, ou falta de “força de vontade”, até mesmo muitos indivíduos deprimidos, que se recusam a procurar ajuda. Outro equívoco é acreditar que sintomas depressivos seriam

“normais” em determinados períodos da vida, como a menopausa ou a terceira idade. Por impedir o acesso ao tratamento, estas ideias acabam impossibilitando que indivíduos acometidos pela depressão possam voltar a desfrutar da vida, plenamente.

SintomasA tristeza não é o único sintoma da de-

pressão e, em alguns casos, nem é o mais importante. Existem diversos sintomas que caracterizam o quadro depressivo, mas nem todos precisam estar presentes para se fazer o diagnóstico, Dependendo da gravidade do quadro, o paciente irá apresentar um número maior ou menor de sintomas.

O indivíduo deprimido pode apresentar perda de interesse repentina ou a incapacida-de de sentir prazer em atividades habituais, mesmo aquelas que antes eram consideradas agradáveis. Para o deprimido tudo costuma parecer fútil ou sem importância, vazio e sem graça. Também são comuns os sentimentos excessivos de culpa, desesperança e baixa auto-estima, alterações do sono e do apetite, cansaço fácil e falta de energia, irritabili-dade, ansiedade, indecisão e dificuldade de concentração, com consequente prejuízo da memória. Outros sintomas frequentes são a tendência ao isolamento, problemas sexuais como a falta de desejo sexual, dores pelo corpo e dores de cabeça. Pensamentos recor-rentes de morte ou suicídio podem ocorrer nos casos mais graves.

A a depressão é um transtorno

que atinge

46 milhões de brasileiros

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www.copadesc.com.brESPAço CIdAdão Abril de 201520

DiagnósticoO diagnóstico é clínico, baseado nos

sinais e sintomas já descritos, não exis-tem exames específicos que identifiquem a doença. Um exame completo é indis-pensável, uma vez que outras doenças podem apresentar sintomas parecidos aos da depressão ou podem piorar os sintomas depressivos.

TratamentoOs medicamentos antidepressivos

constituem a base do tratamento da depressão. Quando surgiram, apesar de eficazes, produziam muitos eventos adversos, o que dificultava o tratamento. Atualmente, várias opções de antide-pressivos com características diferentes estão disponíveis no mercado. Além de eficazes, estes medicamentos mais novos são geralmente muito bem tolerados pelos pacientes.

Ao contrário de alguns medicamen-tos que agem no sistema nervoso central, os antidepressivos não causam depen-dência. Porém o tratamento é longo. Após o desaparecimento dos sintomas, o paciente deve iniciar um tratamento de manutenção de vários meses para evitar o retorno da depressão, Em casos específicos, como nos casos de depressão recorrente “em que o paciente apresenta vários quadros depressivos ao longo da vida” o tratamento com antidepressivos deve ser ainda mais longo, às vezes por toda a vida.

A psicoterapia é uma outra forma de tratamento que, geralmente, é associada à terapia medicamentosa. O tratamento exclusivo com psicoterapia é reservado para os casos leves. Nos casos mais gra-ves, muitas vezes, é preciso esperar que o paciente melhore um pouco para que consiga iniciar a psicoterapia.

ConsequênciasComo podemos observar, a depres-

são está associada a extremo sofrimen-to, tanto para o paciente quanto para as pessoas que o cercam, especialmente os mais próximos. Seus sintomas re-percutem não só na vida familiar, como também na vida social e profissional do indivíduo. É comum os amigos se afas-tarem dos pacientes deprimidos, muitos pacientes chegam a perder o emprego em decorrência dos sintomas e até sepa-rações conjugais podem ser ocasionadas por casos depressivos. Além disso, o abuso de álcool e de outras drogas com frequência está associado a casos de depressão, onde pacientes os utilizam como uma forma de obter alívio mo-mentâneo dos sintomas, porém o quadro depressivo costuma ser agravado pelo uso de drogas, o que intensifica ainda mais o problema.

As consequências da depressão, no entanto, não se restringem ao sofri-mento pessoal e prejuízo funcional do indivíduo. Estudos demonstram que a depressão aumenta o risco de mortalida-de por doença coronariana, podendo até ser um fator de risco para o desenvolvi-mento desta doença. A associação dos estados depressivos com câncer ainda

não está bem estabelecida, mas já se sabe que a presença de depressão piora a evolução do câncer. Também existem estudos sugerindo que a depressão está associada a uma piora da evolução da AIDS.

Saiba maisDiversas medicações e doenças clíni-

cas podem estar associadas ao surgimento de sintomas depressivos, entre elas estão medicações para a hipertensão, corticos-teróides e medicamentos para tratamento do câncer. Entre as doenças relacionadas à depressão podemos citar as doenças endócrinas corno alterações da tireóide e o diabetes; doenças neurológicas como a esclerose múltipla e a epilepsia, o lúpus, artrite reumatóide, entre outras.

Se você apresentar quatro ou mais dos sintomas descritos abaixo, durante a maior parte do tempo por, no mínimo, duas semanas, converse com seu médico.

- Tristeza intensa, angústia, choro fácil ou apatia;

- Perda do interesse ou prazer pelas atividades antes prazerosas;

- Diminuição da energia ou cansaço excessivo;

- Baixa auto-estima;- Culpa e auto-crítica excessivas;- Alterações do sono (insônia ou

sonolência excessiva);- Alterações do apetite (diminuição

ou aumento importante);- Dificuldades de raciocínio e con-

centração;- Agitação intensa ou lentificação;- Pensamentos recorrentes de morte

ou suicídio.

Dr. Jairo Ferreira Junior Médico da Saúde Mental

É comum os amigos se afastarem dos pacientes

deprimidos, muitos pacientes chegam a perder

o emprego e há até separações conjugais em decorrência dos sintomas

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21Abril de 2015 ESPAço CIdAdão www.copadesc.com.br

eConoMia

prevenido vale por dois!omo ter disciplina financeira e conseguir resistir às tentações do consumo? O desafio é grande, mas é possível ter uma vida financeira

tranquila. Embora repetitiva, vale a dica de evitar as compras por impulso. Levantamento do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), realizado no ano pas-sado, apontou que mais da metade dos brasileiros (52%) comprou algum item impulsivamente. Por isso, é importante mudar esse comportamento e evitar en-dividamentos que trarão dor de cabeça futuramente.

Um dos primeiros passos é a mudan-ça de hábitos. Antes de adquirir algo, pergunte a si mesmo se realmente precisa disso ou se pode esperar um pouco mais. Decidindo pela compra, faça pesquisas e consulte o mesmo produto em lojas diferentes. Certamente você encontrará diferenças de preço de um lugar para outro. Opte por pagar as compras à vista e peça descontos, sempre.

Se optar parcelar as compras uti-lizando cartão de crédito, pague as

parcelas integralmente e sempre na data de vencimento, evitando juros altos e o efeito “bola de neve”. Procure gastar conscientemente e, em hipótese alguma, gaste mais do que você ganha. Uma boa dica é colocar todas as despesas e receitas em uma planilha. Vai ficar muito mais fácil saber o quanto entra e o quanto sai do seu orçamento.

Estabeleça metas para realizar seus sonhos. Se o seu objetivo for comprar um carro e você não quer entrar em financia-mento, saiba que precisará mensalmente poupar dinheiro. Alguns sites oferecem o serviço de simulação, destacamos o site Poupar para chegar lá (www.pouparpra-chegarla.com.br). Neste procedimento permite-se fazer simulações para saber exatamente quanto a pessoa precisará poupar para adquirir um bem, ou fazer uma viagem, e quanto tempo levará para isso, inclusive se conseguir cortar pequenos gastos do cotidiano, como o cafezinho depois do almoço. Por exem-plo, se você deseja comprar um carro à vista, no valor de R$ 30 mil, e consegue

poupar mensalmente R$ 950,00, poderá realizar seu sonho em julho de 2017, sem endividamento. Deixando de pedir quatro cafezinhos por mês, esse prazo é adiantado em 30 dias.

É importante também ter dinheiro reservado para emergências. Neste caso, você pode deixar a quantia em uma modalidade de poupança, rendendo e pode utilizá-la a qualquer momento. Mas tenha em mente que esse dinheiro só deverá ser usado realmente em caso de emergência.

Outra dica importante é conhecer quais são as melhores opções para poupar. Todos os bancos têm ótimos produtos, converse com o seu gerente de relacionamento e busque informações sobre o tema. O conhecimento a respeito dos produtos de investimento que melhor se enquadram no seu perfil vai ajudá-lo a ter uma vida financeira tranquila e sustentável.

Eduardo Correa é gerente de Produtos de Investimentos

do Banco Cooperativo Sicredi

cPlanejamento pessoal garante uma vida financeira tranquila

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www.copadesc.com.brESPAço CIdAdão Abril de 201522

Os símbolos da pedofilia

Criança

Mundialmente, os pedófilos estão se comunicando e se identificando através de símbolos

pedofilia, segundo a Organização Mundial de Saúde, “é o abuso se-xual do agressor maior de 16 anos, contra a vítima menor de 13 anos”, e

também segundo a OMS, “é considerado uma perversão sexual”.

É notório que entre as meninas há um número maior de casos de abusos sexu-ais, mesmo porque temos mais meninas do que meninos, mas existem pedófilos que abusam tanto de meninas quanto de meninos. Isso ocorre muito no seio da família, quando o pai, mãe, avô, irmão mais velho, tios, abusam das crianças nessa família; e a ocasião é sempre a bola da vez, sendo sempre todas as vezes que ele consegue estar sozinho com as crianças, mesmo porque o pedófilo não é exibicionista, evitando o público.

Plateia, não é interessante pra ele. Somente 1% dos pedófilos do mundo são pegos em flagrante, e é o crime mais organizado e o menos denunciado do pla-neta. Os pedófilos daqui se comunicam com pedófilos de outras cidades, estados e países.

Em relação aos símbolos, o F.B.I. (Birô Federal de Investigação, nos Estados Unidas) elaborou um informe

em que indica e registra uma série de símbolos utilizados por pedófilos para serem identificados entre si. Os sím-bolos são sempre compostos pela união dos similares, um dentro do outro. Existe uma ta-bela de preços de fotos e vídeos, que é co-mercializado entre eles, dependendo do conteúdo, se é criança fazendo sexo com adulto, se é crianças nuas, ou mesmo criança com criança, e é muito difícil fazer parte deste grupo, só com indicação de outro pedófilo compo-nente do grupo, existe também uma comu-nicação própria que é visual e silenciosa (quadro abaixo), onde o triângulo mais gros-so significa homens que preferem meninos de mais idade, o triângulo mais fino quer dizer homens que preferem

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raçã

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23Abril de 2015 ESPAço CIdAdão www.copadesc.com.br

meninos mais novos, o coração sim-boliza mulheres que preferem meninas e a borboleta representa homens e mulheres que preferem tanto meninas quanto meninos. A ideia dos triângulos e corações concêntricos é a da figura maior envolvendo a figura menor, numa genialidade pervertida de um conceito gráfico. Existe um requinte de cruel-dade, pois esses seres fazem questão de se exibir em código para outros Esta comunicação e feita através de decalque, bijuterias, moedas, troféus, adesivo, tatuagem, brincos, pulseiras, anéis e pingentes.

Não é nossa intenção que a população saia às ruas procurando em pessoas al-guns dos símbolos que são considerados pela polícia como os logotipos utilizados por pedófilos, para identificar suas preferências sexuais. Esse alerta é para que estejam atentos. Queremos ainda deixar claro que se por acaso alguma pessoa for vista usando acessórios com símbolos iguais ou semelhantes, ela não é necessariamente um pedófilo, pois muitos desses desenhos já existem há muito tempo.

Os pedófilos ficam mais expostos a cada dia, e existem ativistas que lutam para que a relação entre crianças e adultos seja considerada normal, aceita socialmente, que seja legalizada a por-nografia infantil, pois no seu entendi-

mento, a criança pode decidir o que fazer com seu próprio corpo. São verdadeiros doentes mentais, insanos.

Quando esses símbolos foram di-vulgados ao público, várias pessoas identificaram entre esses símbolos, por exemplo, como uma marca de sorvetes.

Outros como logomarcas de empresas. No entanto é importante não genera-lizarmos e evitar o mau julgamento. Protejamos nossos filhos.

Sg Tânia GuerreiroPedagoga pela

Universidade Castelo Branco.

Pós-Graduada em metodologia

de enfrentamento à violência contra a

criança e o adolescente pela PUC/PR. Possui 33 anos de Serviço, sendo 30

anos de experiência em Abuso Sexual Infantil – Com Pedofilia.

Se por acaso alguma pessoa for vista usando acessórios com símbolos

iguais ou semelhantes, ela não é necessariamente um

pedófilo, pois muitos desses desenhos já existem há

muito tempo.

Símbolos da pedofilia no mundo:

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www.copadesc.com.brESPAço CIdAdão Abril de 201524

irginia Satir é uma terapeuta com mais de cinquenta anos de experiência em terapia familiar e conjugal. Ela afirma que a escolha do cônjuge é baseada na autoestima de cada

um dos cônjuges (SATIR, Virginia. Terapia do grupo familiar, p. 30). Significa que, quem já se sente infeliz (autoestima baixa) vai, indubitável e inconscientemente, escolher alguém que con-tribua pouco (ou nada) com as expectativas de felicidade que formulou durante a vida. Quer dizer, uma pessoa que já se sente infeliz e/ou se diz infeliz, invariavelmente há de procurar e encontrar uma pessoa que a faça ainda mais infeliz. Lorota de psicologia? Não!

Vejamos como isso acontece.Uma pessoa com autoestima baixa está muito

preocupada e insegura a respeito de si mesma. Todo seu pensar gira em torno do que os outros estão pensando dela, como a veem e quanto valor lhe dão. Assim, essa pessoa desenvolverá uma dependência da opinião das outras pessoas. Essa dependência, por sua vez, paralisa sua individuali-dade e autonomia. Pessoas sem individualidade e autonomia não são felizes pois, o seu pensamento central, suas crenças básicas estão relacionadas e dependentes da opinião dos outros ou de outras coisas.

Por outro lado, uma pessoa com autoestima baixa nutre altas expectativas a respeito do que ela poderia esperar dos outros, pois ela precisa de muitas coisas para se sentir bem consigo mesma. Ao mesmo tempo, nutre grandes receios, pois espera decepcionar-se e ser confirmada nas suas desconfianças negativas e pessimistas a respeito de si mesma. Esta armadilha pode ser desarmada

somente pela própria pessoa. Este é um círculo vicioso! Somente a pessoa pode sair dele. Nin-guém pode fazer isso por ela.

Nem Deus? Nem Deus!!! Por que? Porque Ele criou as pessoas à sua imagem e semelhan-ça. Como assim? Autônomas! Individualizadas! Sujeitos! Com vontade própria, e não instintivas. Se Deus fizesse essas coisas para o ser humano, negaria com isso a imago Dei do próprio ser humano. Deus é autônomo, individualizado, um ser em si mesmo e autodeterminado segundo a Bíblia. Como criou o ser humano à sua imagem e semelhança, este é autônomo, individualizado, um ser em si mesmo, um sujeito e dotado de vontade, de escolha. Somente ele pode elaborar tais características quando as perdeu justamente porque precisa produzir os efeitos práticos de suas características essenciais. Deixando as reflexões teológicas, voltemos à escolha matrimonial.

A pessoa que escolhe o seu namorado/sua namorada vê no outro o que espera (lembre a pri-meira etapa no desenvolvimento da relação do ca-sal), talvez porque fez a escolha baseada em seus receios e autodefesa, e não em seus sentimentos, muito menos em uma análise racional do perfil da outra pessoa. Assim, por exemplo, ele pode ter-se apresentado como autoconfiante, enquanto se sentia extremamente inseguro e angustiado – quando ela o viu, achou: “Que homem forte, este cuidará verdadeiramente de mim.” Algo similar acontece também com a jovem namorada e, após o casamento, eles descobrem quem é verdadeira-mente a outra pessoa. Ambos foram um embuste para o outro. Até parece que a lenda do príncipe que virou sapo se torna realidade.

V

FaMÍLia

Autoestima e escolha do parceiro conjugal

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25Abril de 2015 ESPAço CIdAdão www.copadesc.com.br

Nem todos os leitores permitirão que eu os convença tão facilmente. Pergun-tarão algo muito pertinente:

- Mas, como alguém de tão baixa au-toestima consegue enamorar-se e casar?

O poder do impulso da sexualidade faz com que as pessoas se arrisquem, apesar dos medos que mobilizam os seus corações. As necessidades afetivas de-sencadeiam uma busca instintiva, como o bebê que precisa de sua mãe. Além dis-so, os namorados estavam apaixonados, e a paixão aumenta a sensação da auto-estima. Ambos fazem inconscientemente um pacto de sobrevivência: “Quando as minhas poucas forças sucumbirem, você me susten¬tará, você será meu arrimo, minha felicidade.” Esse pacto é feito no interior silencioso de cada um, sem falar com o outro. De fato, quem sofre de autoestima rebaixada não fala sobre seus sentimentos, pois teme expor-se. Pessoas com complexo de inferioridade em geral são caladas (e por isso até, às vezes consideradas inteligentes). Desta maneira não se descobre o outro. Não é possível fazer o seu perfil.

Falta de comunicaçãoO problema da escolha de acordo

com a autoestima acontece porque am-bos não falaram a respeito dos seus me-dos. Eles temem que não serão amados caso revelem a si mesmos. Entendem que deverão ser o que pensam que o

outro espera que sejam, para não serem rejeitados. Só que essa farsa se quebra com a primeira tensão/crise relacional do casamento ou mesmo antes dele.

Sem os medos explicitados, nenhum dos dois ousa perguntar o que o outro espera ou teme, achando que devem adivinhá-lo. Como partem do princípio de que devem agradar ao outro, não po-dem contar ao outro quando tem queixas ou insatisfações. Dessa forma, ninguém pode admitir desacordos ou críticas. A relação persistirá enquanto o “faz de contas” puder ser mantido. No entanto, o “faz de conta” justamente deprime a autoestima.

Pessoas com baixa autoestima casam com o objetivo subliminar de ganhar/re-ceber. Ambos querem o reconhecimento e o respeito do outro. Buscam o mesmo respeito da sociedade por terem casado. Querem fazer uma ampliação de si mes-mos, de seu próprio self através do outro, e não por si mesmos, não por intermédio de uma personalidade amadurecida e equilibrada. Cada um procura incons-cientemente no cônjuge, os seus pais onipotentes, oniscientes, disponíveis e bons, que sempre desejou quando criança.

Preciso ser honesto com meus lei-tores: de fato, tudo isso acontece com todos ao escolherem os seus cônjuges, mesmo com aqueles que estão com as suas características de autorreferência harmonizadas (autoimagem; autocon-

ceito; autoestima; autoconfiança; etc.). Porém, alguém de autoestima apropriada vai escolher alguém de autoestima apro-priada. Para finalizar, vejamos o processo psicológico da escolha matrimonial de maneira bem prática.

Imagine que um rapaz de autoestima deplorável conseguisse namorar com uma moça de autoestima bem elaborada. O pobre rapaz se sentiria constantemente inferior, confirmando justamente os seus maiores medos. O inverso também é verdadeiro. Um jovem de autoestima bem elaborada dificilmente vai se sentir bem na companhia de uma namorada que vive constantemente em estado de autoestima deplorável. O sentimento de desvalia seria imenso e ele logo termi-naria o relacionamento.

Porém, um rapaz de autoestima baixa vai se sentir melhor com uma moça de autoestima baixa, pois ninguém supera ninguém. Da mesma maneira, uma moça de autoestima elaborada precisa relacio-nar-se com um rapaz de autoestima bem elaborada, assim os dois se relacionarão em níveis similares de autoestima.

Concluindo, preciso dizer aos leitores casados, em tom até um tanto irônico, pelo que peço perdão de antemão: “Cada um está com o cônjuge que merece!”

Prof. Dr. Albert FriesenFCC – Faculdade Cristã de Curitiba

CRP 08/02921

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Uma transformação que move para um novo tempo!

uero propor uma breve refle-xão sobre espiritualidade. E com ela – a reflexão – uma pergunta: Qual é a diferença

entre mudança e transformação? Uma boa forma de refletirmos sobre isso é partilhar uma sensata parábola, ou me-táfora como bem fazia Emanuel (Deus conosco – Jesus Cristo).

Veja; ao colocarmos uma forma com água no congelador ela passa a ser gelo, ao tirá-la ela passa a ser água novamente, o que aconteceu neste caso foi uma mu-dança e não uma transformação. A água mudou de estado líquido para sólido e de sólido para líquido não deixando de ser água - fenômeno físico. No entanto, quando pegamos uma folha de papel e a queimamos, ela passa a ser cinza e de cinza ela já não pode voltar ao seu esta-do original - fenômeno químico, isso é transformação.

Como disse no início, essa é uma pro-posta de reflexão sobre espiritualidade. E o que é espiritualidade? Ora, alguns podem achar que ao propor a ideia do tema, nosso assunto se fixaria estrita-mente aos limites do dogma, da doutrina e do catecismo. Mas quando se fala de espiritualidade, o assunto a ser discutido

é revolução – ou como pressuposto na “parábola” acima – transformação.

Alguns teólogos definem espirituali-dade como sendo “tudo que é capaz de produzir em mim, uma transformação de pensamento, atitudes e conceitos, que me colocam em um novo rumo e me oferece um novo sentido para a vida”. Gosto desta definição, e melhor ainda, gosto do que ela – a espiritualidade – pode operar na vida e no mundo em que nos encontramos hoje, e talvez amanhã.

Se o propósito da espiritualidade, como definido, é de produzir uma trans-formação de pensamento, onde as atitu-des e conceitos por ela operados podem levar a vida e o mundo em que vivemos a um novo rumo, oferecendo um novo sentido para vida; afirmo e aceito estar disposto a beber as águas desta espiritu-alidade para uma nova vida rumo a um novo mundo.

Sim, para mim espiritualidade é o ca-minho e a transformação! E deveria ser a todos quantos encontram nela a alvorada de uma nova vida. Na espirtualidade eu sempre encontro renovo e revolução. Não pretendo, e me esforço a não ne-gociar seu doce sabor por nada, por me-lhor ou pior que seja a oferta. Ah, e são

muitas as ofertas que tentam barateá-la. Desejos transitórios, angústias e aflições presentes, preocupações futuras, sonhos frustrados e sonhos conquistados, dores das quais quero fugir – fruto de uma carne fraca e mal acostumada, que se recusa a experimentar tal espiritualidade.

Creio que nosso mundo de hoje, tal como nossas vidas necessitam de uma revolução, uma transformação capaz de nos ajuizar em atitudes de: união – onde aprendamos a nos unir e a nos fortalecer juntos; cooperação – visando o bem estar uns dos outros; civilização – sendo civi-lizados em respeitar os espaços e evoluir socialmente e intelectualmente.

Estas e tantas outras atitudes podem ser mediadas pela espiritualidade se assim permitirmos. Nos propondo mais que uma mudança, um desafio que revo-luciona, uma transformação.

Com amor e graça,Pr. Carlos Almeida

Q“Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm 12.2)

espirituaLidade

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27Abril de 2015 ESPAço CIdAdão www.copadesc.com.br

flor mais bonita que já estimulou a retina dos meus olhos se desenvolve num cacto. Na aridez chaquenha do Paraguai boreal nasce uma flor branca a partir do caule rude, áspero e espinhoso dum cacto disforme

e sem atração. De cor branca, tamanho de uma mão grande espalmada, com interior rosado como se fosse a pele de uma criança nunca exposta ao sol, a “Rainha da Noite” abre-se somente durante a noite. Aos primeiros sinais de claridade do dia, ela se fecha e encolhe. Nada mais evidencia a beleza furtada. O que resta é a sequidão do calor e do vento quente. Só quem busca essa beleza, a verá!

A adolescência é como a rainha da noite. Num corpo em desajeitado desenvolvimento, numa face destratada por espinhas e cravos, numa mente atordoada pelos paradoxos da existência, pela hipocrisia dos adultos e a angústia do futuro, brota a beleza dum ser que somente quem buscar, verá!

Sem a proteção da ingenuidade da infância, sem a seguran-ça da vida adulta afirmada, o adolescente produz seus primeiros

encantos. Noturnos, os jovens dançam, conversam em bares ou por MSN, namoram e fazem planos. Fugidios, ainda não acreditam nas possibilidades de pensamentos inéditos que somente fecundam em cérebros ainda não contaminados por “padrões científicos” de raciocínio.

Na reclusão de quartos ou em afrontamentos sociais, as primeiras experiências autônomas desenvolvem suas formas e cores. Segundo Erik Erikson, o pubertando oscila entre a diligência de grandes esforços e a angústia de inferioridade do ainda não ser; durante a adolescência, oscila entre o estabele-cimento da identidade e a dúvida da identidade. Quem não se sente seguro, quem não sabe quem é, se abre somente à noite. Quando ninguém vê! É preciso buscar para ver! Mas, também é preciso abrir para perceber que é possível...

Porém, visto e reconhecido, o jovem supera com mais desenvoltura suas primeiras tentativas de vida adulta.

A responsabilidade de ver é dos adultos. Não se impõe ao jovem que prove sua beleza, isso seria arrogância. Busca-se a beleza do jovem, para que o mesmo possa confiar que ela existe. É o espelho que evidencia a imagem... se o adolescente não tiver nos adultos mais chegados seus espelhos mais lím-pidos, aonde se enxergará como de fato é? Como encontrará a sua própria beleza?

Mais importante que a beleza adolescente é a limpidez dos adultos espelhos existenciais.

Prof. Dr. Albert Friesen

A

adoLesCÊnCia

“Rainha da Noite”: Beleza Adolescente

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Crianças e adolescentes tendem a fazer muitas tarefas ao mesmo tempo, como o trabalho escolar, jogar no celular ou

computador e conversar com os amigos pelo whatsapp; mas correm o risco de que nenhuma delas seja bem feita

Efeito Tablet

C ada vez mais escuto de pais e profes-sores que seus filhos e alunos não os escutam, não prestam atenção ao que é dito e parecem não se importar em como

suas atitudes afetam outras pessoas. Seriam esses comportamentos típicos das crianças e principalmente dos adolescentes? Sim, mas com a diferença de que esses comportamentos atingem cada vez mais indivíduos numa frequ-ência preocupante, quase que como regra. Os motivadores desses comportamentos são múlti-plos, mas atualmente, um deles destaca-se dos demais, o uso excessivo de celulares, tablets, videogames e afins. Não é raro encontrarmos pessoas que apresentem comportamento num estilo vicioso no que se refere à utilização do whatsapp por exemplo, especialmente ado-lescentes.

O excesso de tempo destinado aos games,

redes sociais e afins, pode causar prejuízos às duas capacidades fundamentais ao ser humano: atenção e empatia. A capacidade de atenção é fundamental na realização de qualquer tarefa, especialmente no aprendizado, e a empatia, que em termos simples significa perceber o outro e colocar-se no lugar desse outro e entender o que esse possa estar sentindo, é requisito indispensável para que se tenha relações in-terpessoais adequadas.

O cérebro humano é dotado de áreas e cir-cuitos neurais específicos ao desenvolvimento das capacidades citadas, de forma a ter essas potencialidades, entretanto seu desenvolvi-mento funciona como qualquer aprendizado onde é preciso prática, repetição, e quando falamos de atenção focada num único objetivo e de tempo do dia utilizado para contatos pesso-ais presenciais, ambos tem diminuído, e muito.

adoLesLÊnCia

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29Abril de 2015 ESPAço CIdAdão www.copadesc.com.br 29

muitos pais que apresentam

queixas quanto ao comportamento

do filho adolescente são os mesmos que

utilizaram da tecnologia como ferramenta para

manter os mesmos entretidos durante

a infância

No que se refere à atenção, o prejuízo ocorre porque o cérebro das crianças e adolescentes, por consequência da grande quantidade de informa-ções fornecidas, principalmente pela internet, desenvolve um tipo de atenção difusa, onde não se aprende a focar em algo por mais de alguns segundos na maioria do tempo; quando muito, focam por alguns minutos. Assim, essas crianças e adolescentes tendem a fazer muitas coisas ao mesmo tempo, como o trabalho escolar, jogar um game no celular ou vídeo game e conversar com os amigos pelo whatssap; fazem várias coi-sas, mas correndo o risco de que nenhuma delas seja bem feita, não se aprofundando em nada. Apesar de vidrados em uma tela, pouco se fixa da própria tela, como já dito, pelo excesso, su-perficialidade e transitoriedade de informações, o que dirá dar atenção ao que ocorre ao seu redor, ao mundo real. Não surpreende a quantidade de crianças com déficit na aprendizagem ou o cres-cente número de diagnósticos para transtorno de déficit de atenção e hiperatividade.

Quanto à empatia, o prejuízo ocorre porque se passa muito tempo olhando para uma tela e pouco tempo relacionando-se com outras pes-soas, presencialmente como já dito; ora, se para desenvolver-se em qualquer coisa uma prática se faz necessária, se é preciso estímulo, e pas-samos a ter ambos diminuídos, não surpreende que crianças e adolescentes com dificuldades em relacionar-se socialmente sejam tão comuns atualmente. Quanto mais tempo uma criança pequena passa olhando para uma tela, menos tempo passa olhando para sua mãe, pai, ou outras crianças, o que certamente irá trazer prejuízo, pois perdem-se horas irrecuperáveis de desen-volvimento social e afetivo num cérebro em crescimento, e no seu momento mais importante.

Não se pode “demonizar” a tecnologia, a internet, os videogames, mas faz-se necessário que esses recursos sejam utilizados de forma consciente e madura, e deixar para que crian-ças e adolescentes decidam isso é assumir um risco muito grande. Muitos pais que apresentam queixas quanto ao comportamento do filho

adolescente são os mesmos que utilizaram da tecnologia como ferramenta para manter os mesmos entretidos durante a infância.

É preciso aceitar a tecnologia como inerente ao mundo contemporâneo e obviamente ao fu-turo, reconhecer os benefícios e entender que o mundo das crianças de hoje é diferente daquele das crianças de ontem, e que será diferente também o das crianças de amanhã. Mas evitar que os mais jovens façam uso daquilo que a evolução tecnológica pode lhes dar não pode ser nunca visto como solução. Nenhum tipo de privação é saudável, mas fiscalizar e controlar o tempo que permanecem conectados e o que estão fazendo é fundamental, do contrário, as tecnologias em questão poder se tornar aliena-dores sociais, gerando indivíduos que não sabem ouvir, se expressar, compartilhar ou conviver; indivíduos que sofrerão e farão sofrer, pois perderão aquilo que mais alegra o ser humano, um ser biologicamente preparado para viver em grupos e que vem fazendo isso a milênios, a capacidade de conviver.

Quando interpretamos o adolescente como um indivíduo que não se importa com outras pessoas é preciso refletir se em algum momento ele foi ensinado a se importar, e não através de sermões e teorias, mas através do exemplo, principalmente dos pais, e de uma prática su-pervisionada pelos mesmos, uma vez que os pais façam sua parte, a escola poderá então dar sua parcela de contribuição, pois ao contrário do que se pensa e como bem disse o filósofo Mário Sérgio Cortella, é a escola quem deve ajudar a família no processo educacional, e não o contrário.

Concluindo, as capacidades de atenção e empatia são fundamentais para que o indivíduo viva bem, e tenha sucesso e satisfação em todas as áreas de sua vida. Hoje temos muitas crianças e adolescentes com dificuldade nessas áreas e eles serão os adultos de amanhã.

Lucas Renato R. ChagasPsicólogo CRP 08-12003

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www.copadesc.com.brESPAço CIdAdão Abril de 201530

Brasil é um país em cons-trução, característica que in-fluencia diretamente o mundo dos negócios, pois as regras

que permeiam a atividade empresarial sofrem com constantes alterações. Neste momento, os empresários e todos os brasileiros enfrentam turbulências na economia influenciadas pelo processo político que legitimou mais quatro anos de mandato para a presidente Dilma Rousseff. A expectativa de alcançar um país mais equilibrado, sério e justo conti-nua desafiando boa parte dos brasileiros. Nesta tarefa, vamos destacar o trabalho hercúleo dos empresários, tanto os já estabelecidos como os que pretendem iniciar uma atividade própria. Os desa-fios são grandes em função das relações

decorrentes do próprio mercado, com os fornecedores, com os funcionários e com o Estado. Além desta guerra diária, o em-presário enfrenta ainda as batalhas para fazer sua empresa crescer e vender mais.

Uma nova estratégia que vem cola-borar nesta frente de batalha é a presença de um advogado na empresa. Longe de ser apenas um conselheiro para questões jurídicas, o advogado corporativo con-tribui com todo o processo produtivo, porque avalia os riscos dos projetos e das ações comerciais, prevenindo futuras situações de conflito que podem ser tanto internas quanto externas, envolvendo clientes e outras operações comerciais. A atualização dos processos produtivos, notada a partir da década de 1990, exige uma nova postura dos empresários, com

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Advocacia corporativa é nova estratégia para empresários

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31Abril de 2015 ESPAço CIdAdão www.copadesc.com.br

ênfase para a definição de processos de controle de sua atividade.

Até pouco tempo atrás, a atuação do advogado junto às empresas se limitava à intervenção a partir de um conflito instalado. O empresário procurava um advogado quando precisava propor al-guma ação, ou quando recebia uma ação proposta contra sua empresa. Somente a partir desta situação o advogado tinha condições de tomar conhecimento da realidade da empresa, buscando os ele-mentos necessários para propor, ou não, a ação pretendida pela empresa, ou para construir a defesa para a ação recebida. Nesse contexto, a atuação do advogado sempre restava limitada, exatamente porque o escopo de seu trabalho era limitado. Em contraponto a essa realida-de, a advocacia corporativa permite ao advogado somar à empresa uma visão de gestão jurídica de todos os direitos e obrigações relacionadas à sua atividade, colaborando em diversos aspectos, in-clusive nas eventuais ações propostas e em defesas de ações recebidas. Ou seja, o resultado do serviço prestado para a empresa é infinitamente maior, mais produtivo e abrangente.

Há uma extensa lista de exemplos de situações internas comuns à rotina

das empresas que podem gerar confli-tos entre os colaboradores ou entre a empresa e seus consumidores. Com o advogado corporativo, estes conflitos são administrados de forma a evitar futuras ações judiciais.

O apoio do advogado na administra-ção de uma empresa facilita acordos e promove a análise prévia de operações, ações e contratos, garantindo segurança e colaborando para evitar prejuízos ao investidor. Podendo o empresário ter ao seu lado profissional que o oriente e dê

fundamento para a tomada de decisão, o processo decisório se torna mais seguro. A advocacia pode ser uma ferramenta fundamental para o desempenho da atividade empresarial, principalmente porque acrescenta informações e análises importantes desde a criação do negócio, da empresa, ou no desenvolvimento da atividade. É uma ferramenta estratégi-ca e de gestão no mundo empresarial. Decisões bem fundamentadas levam a melhores resultados e análises prévias colaboram para minimizar eventuais danos à empresa.

Charles S. Ribeiro

é advogado especializado

em direito Tributário, direito

Empresarial, direito do Trabalho

e direito Civil, mantendo escritórios em Santo

Antônio da Platina e em Londrina.

longe de ser apenas um conselheiro para questões jurídicas, o

advogado corporativo contribui com todo o processo produtivo,

porque avalia os riscos dos projetos e dasações comerciais,

prevenindo futuras situações de conflito

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www.copadesc.com.brESPAço CIdAdão Abril de 201532

egundo a organização mundial de saúde, a morte em acidentes de trânsito aumentará de 5,1 milhões em 1990 para 8,4 milhões em 2020. Eles já ocupam o 9º lugar

entre os principais fatores de mortalidade e provocam 2,8% das incapacidades em todo o mundo. As mortes causadas por acidente de trânsito são muito maiores nos países em desenvolvimento.

O custo econômico das lesões por aciden-tes de trânsito é enorme, aproximadamente 50% das vítimas são jovens, que correspon-dem ao setor mais produtivo da população.

A tentativa de melhorar a segurança viária, somente por meio de técnicas organizativas ou policias é totalmente insuficiente. Mesmo sendo evidentes os dados objetivos sobre o risco na direção de veículo, curiosamente eles costumam ter, por muitas vezes, influência e utilidades diretas muito limitadas para os usuários, chamado “risco objetivo”.

A única realidade válida, que lhes permite tomar decisões, é aquela que percebem direta-mente em cada caso e em cada momento, até mesmo podem influir sobre certas decisões.

Se as estimativas objetivas de risco apenas identificam perigos ou comportamentos que envolvem riscos potenciais para o condutor, podemos nos perguntar, então, em que me-didas podem contribuir também as estima-tivas subjetivas de acidentes para a mesma finalidade.

Estas evidências sugerem que as estimati-vas objetivas de risco tenderão a ser conside-radas como algo significativo pela maioria dos condutores somente quando eles avaliarem seu próprio comportamento.

Processos psicológicosimplicados na condução

Na complexa atividade de conduzir um veículo, praticamente todo o conjunto de fatores e processo psicológicos, que inte-gram o sistema cognitivo humano, entra em funcionamento.

Este sistema foi concebido fundamental-mente a partir da lógica do processamento da informação entendida em termos de input--mediação-output, ao também de processo de ordem inferior e processos de ordem superior.

As principais funções psicológicas que entram em funcionamento durante a condução de um veículo são:

a) Atividade de dirigir requer que o condutor possua uma certa capacidade perceptiva e de atenção, que lhe permite captar o que ocorre ao seu redor.

b) Uma vez percebida a situação, o condutor deve fazer uma correta inter-pretação e avaliação dela.

S

eduCaçÃo no trÂnsito

acidentes de trânsitoe o fator humano

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33Abril de 2015 ESPAço CIdAdão www.copadesc.com.br

c) O condutor deve tomar uma deci-são a respeito da ação ou manobra mais adequada, dentro de todas as possíveis, para a situação ou problema específico que enfrenta.

d) Uma vez escolhida a manobra mais adequada, deve executá-la com a maior rapidez e precisão possível, o que se denomina capacidade de resposta.

O que acontece ao indivíduo ao longo de sua existência não é somente fruto do acaso ou do azar. O acidente sempre esteve associado a uma imagem de azar, de geração espontânea e imprevisão im-plícita na sua própria definição.

Essas crenças predominaram na nossa sociedade, durante grande parte do século XX. Os especialistas nesse fenômeno descobriram que os acidentes não são acontecimentos fortuitos, im-previsíveis e dependentes da sorte, mas, ao contrário, eles seguem parâmetros característicos de distribuição, isto é, o acidente é sempre uma consequência.

O acidente pode ser considerado o resultado final de um processo em que se encadeiam diversos eventos, condições e comportamento. Os fatores que culmi-nam num acidente surgem da complexa relação veículo – ambiente-normas/sinalização – regulação externa – com-portamento do condutor.

Causas humanas e sua tipologiaQuando se fala do fator humano na

segurança viária, a percepção social é, em certa medida, onde as pesquisas re-ferenciam um amplo conjunto de fatores psicofísicos.

Entre as falhas humanas que ex-plicam os acidentes, tem-se colocado “causas diretas” e “causas indiretas”. As causas diretas referem-se àquelas con-dutas e aos eventos que precedem ime-diatamente o acidente, e as indiretas são aquelas condições cuja presença altera os níveis das funções de processamento da informação do condutor.

Sabemos que o condutor com pouca experiência ou com carência de apren-dizagem costuma sofrer mais acidentes. Isto se deve, em parte, ao efeito produ-zido pela fadiga, por falta de atenção a estímulos pouco significativos ou erros na tomada de decisão.

O álcool e sua implicaçãonos acidentes de trânsitos

O consumo de bebidas alcoólicas, quando se dirige um veículo, converte--se, segundo as estatísticas, num dos maiores fatores de riscos na condução. Conforme as estimativas, de 30 a 50% das mortes estão relacionadas diretamen-te com o álcool.

As bebidas incrementam, também, as condutas impulsivas e agressivas, ao mesmo tempo em que diminuem a responsabilidade, dando lugar a um con-siderável aumento das infrações.

A tudo isso se acumulam outros efei-tos perigosos na parte física como impor-tantes alterações sensoriais, sobretudo no órgão visual que, ente outras coisas, falha ao medir corretamente a velocidade e a distância de reação, por vezes em 50%; também aparecem alterações percepti-vas que dificultam o processamento da informação.

A velocidade como fator de risco na condução

Além da importância que a veloci-dade apresenta na temática da educação no trânsito, gerando problemas para um todo, ele se torna complexo, visto que outros fatores influem no contexto. Sabemos que a paixão pela velocidade gera em muitos condutores sentimentos contraditórios, já que ela é percebida como um fator de risco, ao mesmo tem-po existe profunda relação entre estilo e hábitos de vida das pessoas e uma maior tendência a dirigir velozmente.

Contudo, levando em consideração tanto os dados estatísticos de organismos competentes em matéria de trânsito e segurança viária, quanto às pesquisas de especialistas nesse tema, a velocidade inadequada ou excessiva se manifesta claramente como fator de risco, já que ela potencializa todas as falhas humanas na conduta.

Ivonei Clauer BoziGestor em Trânsito

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www.copadesc.com.brESPAço CIdAdão Abril de 201534

diCas previdenCiárias

Planejamento Previdenciárioá parou para pensar que em algum momento de sua vida você vai ser amparado pela Previdência Social? Por um acaso já identificou qual

será o resultado das contribuições que vem realizando para este fim?

Se não pensou nisso ainda, o momen-to de você evitar surpresas desagradáveis é agora. Planeje o seu futuro hoje e pro-grame o seu resultado.

Como? Todo cidadão tem o direito de infor-

mar-se como estão as suas contribuições previdenciária junto à Previdência Social.

Agende pelo telefone 135 um horário para que possa cadastrar uma senha de acesso ao sistema da Previdência e com isso ter acesso ao seu CNIS - Cadastro Nacional de Informações Social e a todos os seus vínculos empregatícios.

De posse da senha será possível simular a sua futura aposentadoria que considerará os valores recolhidos, sua idade e fator previdenciário. Com esta simulação você poderá identificar todos os períodos já recolhidos, o tempo que

lhe falta para se aposentar ou se já é possível obter a sua aposentadoria.

Independente de já poder se aposen-tar verifique se todos os recolhimentos previdenciários de sua vida profissional estão lançados no seu CNIS. Caso iden-tifique erros de lançamentos ou mesmo ausência de contribuições realizadas por você procure a agencia do INSS e regularize seu CNIS.

Saiba que, se você em algum tempo ingressou com uma demanda trabalhista lhe tendo sido reconhecido um direito a você, esta sentença pode conter período de contribuição previdenciária que de-pende de averbação junto ao CNIS. Mas para que seja possível contar com este tempo de contribuição que lhe foi garan-tido pela sentença judicial é necessário requerer pessoalmente a averbação do período nas agencias do INSS.

É fundamental identificar qual será o momento de sua aposentadoria esti-mando antecipadamente quanto tempo lhe falta de contribuição previdenciária e qual será o resultado financeiro desta poupança de tantos anos.

Caso o diagnóstico deste estudo previdenciário venha a apresentar resul-tado muito abaixo daquilo que lhe será necessário quando realmente não puder mais trabalhar, influenciando, assim, negativamente no seu padrão e quali-dade de vida, esta será a oportunidade do contribuinte modificar esse cenário e adquirir uma aposentadoria digna.

Lembrando que o valor mínimo dos benefícios pagos pelo INSS – aposenta-dorias, auxílio-doença, auxílio-reclusão e pensão por morte – vigente, em 2015, é de R$ 788,00 e o teto do salário-de--contribuição e do salário-de-benefício é de R$ 4.663,75.

Dra. Claudia Regina Raboni Advogada, Pós Graduanda em direito

do Trabalho e Previdenciário, Militante na área Trabalhista e

Previdenciária

JUm direito seu que faz diferença, e muita, em seu futuro

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REVISTAESPAÇO CIDADÃO:O VEÍCULO PRA VOCÊPARTICIPAR DESTAJORNADA!

Nossa sociedade clama pela renovação de princípios para uma convivência sadia e a proteção da família. Para isso os recursos adquiridos através da Revista Espaço Cidadão serão usados na construção da Casa Espaço Cidadão, projeto que atenderá à comunidade carente da nossa cidade, provendo, entre outras coisas, às crianças aulas de reforço escolar, oficinas de teatro, dança, música, artes, e às mães atendimento social e trabalhos manuais para que possam melhorar o rendimento familiar. Junte-se a esta proposta, informe-se pelo site www.copadesc.org.br.

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