revista es brasil 117

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IMPRESSO Nº 117 • Abril de 2015 • R$ 9,80 • www.revistaesbrasil.com.br EXECUTIVO DO BEM VALORIZANDO PESSOAS E OBTENDO LUCROS INTANGÍVEIS HAROLDO ROCHA Secretário de Educação fala sobre Escola Viva ESB DEBATE As perspectivas da atividade portuária do Espírito Santo GURIRI Paraíso capixaba que preserva a natureza JEEP RENEGADE Lançamento mistura aventura e jovialidade ENTREVISTA JOSÉ LUÍS GALVÊAS ANALISA O MOMENTO DO MERCADO IMOBILIÁRIO BRASILEIRO

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Edição 117

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IMPRESSO

Nº 117 • Abril de 2015 • R$ 9,80 • www.revistaesbrasil.com.br

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EXECUTIVO DO BEMVALORIZANDO PESSOAS E

OBTENDO LUCROS INTANGÍVEIS

HAROLDO ROCHASecretário de Educação fala sobre Escola Viva

ESB DEBATEAs perspectivas da atividade portuária do Espírito Santo

GURIRIParaíso capixaba que preserva a natureza

JEEP RENEGADELançamento mistura aventura e jovialidade

ENTREVISTA JOSÉ LUÍS GALVÊAS ANALISA O MOMENTO DO MERCADO IMOBILIÁRIO BRASILEIRO

SUMÁRIO CAPA

16GestãoNa matéria “Executivo do Bem”, entenda a importância de o empresário estar atento a tudo que acontece ao seu redor, principalmente em relação aos anseios e desejos de seus colaboradores.

14 Arlindo Vilaschi Mudanças necessárias

30 Enio Bergoli A seca e o crédito rural no Espírito Santo

14 ESB PerguntaO secretário de Estado de Educação, Haroldo Rocha, fala sobre o planejamento da área e as modificações que estão sendo estruturadas a partir da demanda da comunidade escolar.

45 Série EspecialA Colômbia abre a série “América Latina - Novas Fronteiras”, que busca indicar ao empresariado capixaba boas oportunidades de negócios ainda pouco exploradas.

30 EconomiaE-commerce: conheça as vantagens competitivas e as preocupações do setor que movimentou R$ 35,8 bilhões no país em 2014.

8 Agenda

10 Periscópio

62 Aonde Ir

64 O Endereço da História

66 Gastronomia

70 Estilo Gadgets

74 Mais e Melhor

78 Essas Mulheres

80 Modus Vivendi

82 Tira-Gosto

ARTIGOS

40 EntrevistaJosé Luís Galvêas Loureiro, proprietário da Galwan, fala sobre os desafios em minimizar os impactos da crise no mercado imobiliário.

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EDITORIAL

ES Brasil é uma publicação mensal da Next Editorial. Seu objetivo é apoiar o desenvolvimento do Estado do Espírito Santo, apresentando conteúdos informativos e segmentados nas diversas vertentes empresariais.

Diretor-ExecutivoMário Fernando Souza

Diretora de Operações Julicéia Dornelas

EDITORIAL

Editor-Executivo Mário Fernando SouzaGerente de ProdutoFlávia TristãoApoio ProduçãoTaíssa SouzaTextosLuciene Araújo, Yasmin Vilhena e Vitor TaveiraEdição de Arte Genison Kobe e Tiago OliveiraColaboraram nesta ediçãoArlindo Vilaschi e Enio Bergoli Fotografia Jackson Gonçalves e Renato Cabrini, fotos cedidas, arquivos Next Editorial e Shutterstock

PUBLICIDADE

Gerente de PublicidadeFernanda SartórioGerentes de ContasDeiseane Da Rós, Eliézer Gomes e Hélio PascoalApoio ComercialLuziana Efgen

(27) 2123-6520 | www.nexteditorial.com.br

Representante AutorizadoBueno Comunicação(61) 3223-6999 - Brasília (21) 2524-5644 - Rio de Janeiro e Minas Gerais

O mundo dos negócios é repleto de desa-fios, e talvez o maior deles seja obter dados e informações suficientes à correta tomada

de decisões. Partindo dessa linha de pensamento, a ES Brasil preparou a série “América Latina – Novas Fronteiras”, iniciando pela Colômbia, especial-mente para apontar ao empresariado capixaba boas oportunidades ainda pouco exploradas.

A ES Brasil deste mês traz ainda uma matéria de gestão focada nos “executivos do bem” que, antes mesmo de visar os lucros, buscam trabalhar com o autoconhecimento e com a espiritualidade em prol de um ambiente corporativo mais amigável. Características imprescindíveis para conquistar

a satisfação profissional e pessoal, algo que com certeza tornará os seus dias mais felizes. Se você ainda não encontrou propósito nas próprias ações, que tal mudar de atitude?

E ainda falando de gestão, o empresário moderno entende que o seu negócio não existe somente para gerar lucro rápido. Atuar na conservação de recursos naturais e/ou na melhoria da qualidade de vida e da geração de emprego e renda na comunidade em que a organização está inserida é fundamental para a sustentabilidade do mundo em que vivemos. Saiba como os empreendimentos podem ter responsabilidade social, sem custo adicional.

A edição de abril traz ainda uma matéria sobre o segmento de e-commerce, que merece destaque, com percentuais de crescimento acima de 20% ao ano, durante toda a última década. Confira os destaques do comércio eletrônico e os cuidados que precisam ser adotados para garantir uma logística de ponta e a fidelização do cliente.

O mercado imobiliário vive um momento de tensão, mas algumas empresas têm conseguido minimizar os impactos da crise e se manterem sólidas. Na entrevista deste mês, José Luís Galvêas Loureiro, proprietário da Galwan, que está entre as 35 maiores construtoras do Brasil, analisa fatores que prejudicaram o setor e aponta um modelo de negócio capaz de superar os entraves.

No dia 12 de abril, vivenciamos mais uma vez a saída de manifestantes às ruas empunhando uma série de bandeiras. Mas por que o número de pessoas envolvidas no protesto foi tão menor em relação à mobilização de 15 de março? Qual a intensidade atual da força política que vem das ruas? Trouxemos uma análise sobre o novo cenário dos movimentos populares contra a corrupção.

Em “ESB Pergunta”, o secretário de Estado de Educação, Haroldo Rocha, fala sobre o planejamento da área e as modificações que estão sendo estruturadas a partir da demanda da comunidade escolar.

Por fim, convido você a estar mais próximo de nosso planejamento, de nossa redação. Mande seus questionamentos, sugestões ou críticas. Essa integração é muito importante para a ES Brasil.

Boa leitura!

Mário Fernando Souza, diretor-executivo da Next Editorial e editor-executivo da ES Brasil

OPINIÃO DO LEITOR

“Gosto de toda a revista, mas as matérias especiais da ES Brasil são enriquecedoras, com conteúdo apurado. E não tem nada melhor que estar ciente dos principais fatos do cenário capixaba. Recomendo!”

Kamila Thebaldi, pedadoga e gerente comercial

“A ES Brasil traz um conteúdo muito elaborado sobre questões políticas e econômicas que envolvem não apenas o Espírito Santo, mas o Brasil e o mundo. Aponta os fatos, não apenas os problemas, mas também soluções”.

Nina Ignacio Moysés, assessora política

CIRCULAÇÃO

Gerente de CirculaçãoAline RezendeAssinatura(27) 2123-6520 | www.nexteditorial.com.brServiço de atendimento ao assinanteSegunda a sexta: das 9h às 18hEdições anteriores(27) 2123-6520 Contatos com a RedaçãoE-mail: [email protected]: (27) 2123-6500Endereço: Avenida Paulino Müller, 795 Jucutuquara – Vitória/ES – CEP 29040-715

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14 A 16 / MAI

XIII CONGRESSO INTERNACIONAL DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Este ano, o maior e mais importante evento de cunho científico desenvolvido no Brasil desde 2008, na área do direito, será realizado no Centro de Convenções de Olinda (PE). O Congresso promoverá o encontro dos mais proeminentes doutrinadores do Brasil e do exterior para fomentar reflexões em torno do tema “Constituição, mídia, política e direitos humanos”. O foco do debate é a interferência da mídia e da política na promoção dos direitos humanos. Informações e inscrições em http://migre.me/pExpk

16 A 19 / MAI

BEAUTY FASHION Durante a 3ª edição da Feira de Beleza, evento que já

está entre as quatro maiores feiras regionais de beleza do país, o Pavilhão de Carapina irá reunir 120 expositores. Na programação, novidades em produtos e serviços, além de cursos, aulas e workshops de maquiagem, penteado, coloração, e corte com profissionais renomados. O Sebrae fará um rodada de negócios que já tem participação confirmada de empresas como Schwarzkopf, Company Hair, La Vertuan, Quality Cosmetics e Euphoria. Outras novidades serão o pré-congresso, a ser promovido pela Adcos (ES) no primeiro dia da feira, no Pavilhão de Carapina, e o pós-congresso, no último dia, que ficará a cargo de Orlando Sanches (SP), técnico em estética e especialista em drenagem linfática, na UVV (Universidade Vila Velha).

21 E 22 / MAI

25º CEARH - CONGRESSO ESTADUAL DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS Debater pautas para a área de gestão de pessoas no Espírito Santo. Esse é o objetivo do evento, que este ano traz como tema central “Metamorfoses do mundo do trabalho”. A programação inclui mini- cursos e palestras com especialistas em gestão de pessoas, mesa-redonda, talk show e visitas a feira de expositores com produtos e serviços de marcas que são referências na área. O 25º CEARH será realizado no Vitória Grand Hall, em Santa Luiza, Vitória.

AGENDA

28 A 30 / ABR

FEIRA INTERNACIONAL DE PRODUÇÃO E PROCESSAMENTO DE PROTEÍNA ANIMAL

Os dois maiores eventos ligados ao setor de proteína animal, AveSui América Latina e Tecno Food Brazil, uniram-se para atender uma antiga demanda dos expositores dos mercados de aves, suínos, bovinos e leite e que pediam um encontro com programação coesa, completa e bienal. Em 2015, a primeira edição da Fippa - Feira Internacional de Produção e Processamento de Proteína Animal - será realizada no ExpoTrade Convention Center, em Curitiba, Paraná, reunindo produção, processamento, geração de energia limpa e reciclagem de subprodutos de origem animal.

15 DE MAIO

12ª EDIÇÃO DO SIMPÓSIO FUCAPE DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA

O evento, que este ano traz o tema “Questões Contemporâneas da Gestão de Negócios no Brasil”, contará com a apresentação de artigos científicos desenvolvidos pelos alunos de mestrado da Fucape Business School que abordam questões relacionadas à gestão dos negócios capazes de ampliar o conhecimento e a visão da sociedade. O seminário será das 13h às 17h, no auditório da Fucape. A entrada é franca; basta fazer a inscrição pelo site www.fucape.br.

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A prisão não pode ser lugar de vingança, tem que ser lugar de recuperação. Mas não tem sido. Está sendo lugar de aprendizado de crime” - Dom Luiz Mancilha Vilela, arcebispo de Vitória, durante a missa de encerramento da Festa da Penha na qual criticou a redução da maioridade penal

RESULTADOS

ARCELORMITTAL BRASIL DIVULGA DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

A ArcelorMittal Brasil divulgou no final de março as demonstrações financeiras relativas a 2014. Os bons resultados apresentados pela companhia podem ser justificados por diversos fatores, tais como a expansão das exportações de placas com a retomada do Alto-Forno 3, na unidade de Tubarão (ES) desde julho do ano passado. Com uma receita líquida consolidada de R$ 17,9 bilhões, 8,2% superior ao resultado de 2013, a empresa conseguiu superar um ano marcado pelas eleições, pela realização da Copa do Mundo no Brasil, pelo aumento do excedente de aço no mercado global e por um quadro de instabilidade política e econômica. O volume de vendas atingiu 8,9 milhões de toneladas, alta de 10% na comparação com o ano anterior. Outro ponto positivo além do avanço das exportações de placas foi o lucro líquido consolidado no exercício, de R$ 1,49 bilhão.

MUDANÇAS

BANESTES TEM NOVO DIRETOR

Jorge Eloy Domingues da Silva é o novo diretor de Administração e Gestão de Recursos de Terceiros do Banestes, ocupando o cargo que até então era exercido por José Márcio Soares de Barros. Eloy, que teve seu nome aprovado pelo Banco Central e pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), demonstrou muita satisfação em fazer parte da equipe de diretores do banco. “É uma oportunidade para superar novos desafios. Venho para somar esforços ao trabalho que já vem sendo desenvolvido por uma equipe de profissionais competentes”, frisou. Segundo o presidente do Banestes, Guilherme Dias, a experiência profissional do novo diretor é um grande diferencial. “Estamos felizes em contar com um profissional de experiência para contribuir com o desafio de manter a trajetória de crescimento e melhoria da qualidade dos serviços prestados, afirmou.

Foto: Divulgação

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Periscópio

POPULAÇÃO CAPIXABA ECONOMIZA MAIS DE 800 MILHÕES DE LITROS DE ÁGUA Com uma economia de mais de 800 milhões de litros de água entre os meses de janeiro e fevereiro de 2015, os capixabas mostraram que são capazes de mudar os seus hábitos. Somente na Grande Vitória, a queda no consumo total de água de janeiro para fevereiro de 2015 foi de 9%. Além das campanhas educativas realizadas pela Cesan e pelo Governo do Estado, o incentivo à redução do gasto também é contemplado pelo sistema de tarifa desenvolvido pela Agência Reguladora de Saneamento e Infraestrutura Viária do Espírito Santo (Arsi), que faz com que o preço pago por cada mil litros diminua à medida que o consumo de água do morador seja reduzido.

REMUNERAÇÃO POSITIVA PARA O FUNCIONÁRIO Uma pesquisa da Catho, que listou as áreas com as maiores médias salariais, revelou que a indústria de fabricação de calçados está entre os 10 ramos de atividade econômica que mais remuneram no país. Segundo o levantamento, o setor ocupa a sétima colocação, com média salarial de 24,69%, acima do patamar nacional. “É muito importante valorizar e manter esses profissionais em seus postos de trabalho. A profissão de sapateiro não é fácil e exige muita experiência. Por isso a importância da mão de obra qualificada. O profissional apto, qualificado, consequentemente é bem remunerado”, afirmou o presidente do Sindicato da Indústria de Calçado do Espírito Santo, Altamir Alves Martins.

ES Brasil • Abril 2015 11

CARIACICA

AQUISIÇÃO DE ALIMENTOS É REFERÊNCIA O Programa de Aquisição de Alimentos de Cariacica (PAA), no dia 8 de abril realizou mais uma compra de produtos dos agricultores do município para serem entregues a entidades carentes. Ao todo, foram adquiridas mais de 18 toneladas de alimentos que serão doados a projetos sociais. A ação, que faz parte de uma parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, foi renovada pelo termo de adesão em 2013, reforçando o número de produtores e priorizando a qualidade dos itens repassados, que hoje representam um dos melhores do país.

CAPACITAÇÕES GRATUITAS NA SEMANA DO MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUALO Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Espírito Santo (Sebrae-ES) ofereceu capacitações gratuitas em 48 municípios capixabas durante a Semana do Microempreendedor Individual (MEI), realizada entre os dias 13 e 18 de abril. O evento também contou com palestras de acesso ao crédito e oficinas. “A alta demanda que temos tido por capacitações na área financeira, compras e de atendimento ao cliente representa mais do que um simples crescimento numérico da categoria de MEIs, mas também a busca por um desempenho cada vez melhor”, explica a gestora do programa Microempreendedor Individual do Sebrae-ES, Renata Braga.

PORTOCEL COMPLETA 30 ANOS DE OPERAÇÃO

O Terminal Especializado de Barra do Riacho – Portocel, resultado de uma parceria entre duas das maiores indústrias de celulose do mundo (Fibria e Cenibra), completou no mês de março 30 anos sob controle da iniciativa privada, firmando-se como referência mundial em operação portuária. Durante todo esse período, foram movimentados quase 85 milhões de toneladas de celulose, o que equivale a mais de cinco vezes a produção anual de todas as empresas brasileiras fabricantes. O terminal, que fica localizado em Aracruz, é um dos únicos do Brasil integrado a diferentes modais de transporte, como rodoviário, ferroviário, tuboviário e cabotagem.

RECONHECIMENTO

VITÓRIA: A SÉTIMA MELHOR CIDADE PARA INVESTIR NAS AMÉRICAS

O relatório “American Cities of the Future 2015/2016”, divulgado pelo FDI Intelligence (setor de inteligência do periódico “Financial Times”) revelou que a capital capixaba é a sétima cidade mais promissora das Américas para investidores estrangeiros na categoria “Médio Porte”. O estudo avaliou diversos fatores como potencial econômico, qualidade de vida, ambiente amigável de negócios, capital humano, estilo de vida, relação custo-benefício e conectividade. Foram analisadas no total 421 cidades de todo o continente, das quais 77 se enquadravam na categoria “Médio Porte”, como Brampton, no Canadá (primeiro lugar); Richmond, nos Estados Unidos (segundo lugar); e Quebec, no Canadá, que ocupou a terceira posição.

Foto: Divulgação

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SAÚDE

INFECTOLOGISTA COMPARTILHA EXPERIÊNCIA DOS EUA

A infectologista Luciléia Teixeira Johnson, da Cleveland Clinic Foundation, esteve no Espírito Santo no final de março para compartilhar a experiência adquirida nos Estados Unidos em relação à infecção hospi-talar e à segurança no atendimento aos pacientes. A reunião foi reali-zada no Hospital Metropolitano, na Serra. “Para reduzir os riscos de infecção ao mínimo, não é neces-sário criar novas técnicas, mas ter controle das existentes. É possível diminuir as chances de infecção urinária medindo o tempo em que o paciente está com o cateter, por exemplo”, esclarece a especialista.

Diversos pontos da Grande Vitória, como Palácio Anchieta, Tribunal de Justiça, Tribunal de Contas e Convento da Penha, receberam iluminação especial na cor azul como forma de homenagear os autistas. A ação, realizada em abril, teve como objetivo chamar a

atenção para a campanha de conscientização anual, que em 2015 trouxe o tema “Emprego: a vantagem do autismo”. Por todo o país, os locais mais conhecidos das capitais também foram iluminados na cor azul.O Rio de Janeiro, por exemplo, escolheu o Cristo Redentor para a campanha.

IGUALDADE

CONVENTO E PRÉDIOS PÚBLICOS FICAM “AZUIS” EM HOMENAGEM AOS AUTISTAS

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SUPERMERCADO

GRUPO OK VAI INAUGURAR MAIS UMA LOJA

O município de Vila Velha ganhará mais um OK Superatacado, que ficará localizado no bairro de Santos Dumont. A nova loja contará com um espaço construído de 14.000 m², onde serão disponibi l izados 5.000 m² de área de vendas para a realização de compras. O empreendimento vai contar ainda com 20 lojas anexas, com áreas privativas de 30 a 100 m², que estarão disponíveis para locação. A unidade que está prevista para ser inaugurada no final deste ano, terá ainda praça de alimentação e amplo estacionamento coberto com mais de 400 vagas. O Grupo está aguardando somente a liberação da prefeitura local para o início das obras e para a contratação da mão de obra.

CONSCIENTIZAÇÃO

PROJETO “BOA ENERGIA NAS ESCOLAS” É REALIZADO EM FUNDÃO

Cerca de 5 mil alunos de escolas municipais de Fundão puderam participar das atividades ofere-cidas pela unidade móvel do projeto “Boa Energia nas Escolas”. A ação é desenvolvida pela EDP em parceria com a Agência de Serviços Públicos de Energia do Espírito Santo (Aspe), com a Secretaria Estadual de Educação (Sedu) e com as prefeituras. O cami-nhão, que é adaptado para ser um laboratório sobre rodas, leva até as instituições de ensino diversas atividades que reforçam a impor-tância da utilização segura e eficiente da energia elétrica. “Quando uma informação relevante sensibiliza os alunos, eles absorvem e transmitem a mudança para seus familiares. Sendo assim, o conhecimento adqui-rido ultrapassa os muros da escola e é compartilhado com os familiares e a comunidade”, explica o gestor- executivo de Distribuição da EDP no Espírito Santo, Marcos Penna.

LOGÍSTICA

CODESA PARTICIPA DA INTERMODAL SOUTH AMERICA

A cidade de São Paulo recebeu entre os dias 7 e 9 de abril mais uma edição da Intermodal South America, evento voltado para os setores de logística, transporte de cargas e comércio exterior. E quem participou pela 16ª vez na feira foi a Codesa, que montou o seu estande para que os visitantes pudessem conhecer um pouco mais a infraestrutura e os serviços oferecidos pelo porto capixaba. “Pela qualidade e pela diversidade de empresas reunidas, a Intermodal possibilita, no caso do Porto de Vitória, divulgar nossos serviços e atrair novos clientes. A Codesa vem investindo em logística e novas tecnologias para disponibilizar mais eficiência aos seus parceiros. Esse é um dos grandes desafios da atualidade do porto público”, afirma o diretor de Planejamento e Desenvolvimento da Codesa, Danilo Marçal.

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A DEPENDENTES QUÍMICOS É AMPLIADOA Comunidade Terapêutica Betânia, localizada no município de Aracruz, inaugurou mais uma casa da unidade, que irá abrigar pessoas que buscam tratamento para dependência das drogas. A construção do imóvel, que foi viabilizada pelo Instituto Sincades, permitirá à entidade ampliar de 45 para 63 o número de pessoas atendidas simultaneamente, o que representa um acréscimo de 29%. “O problema das drogas tem impacto em toda a sociedade, e ações como a da Comunidade são fundamentais para apoiar quem quer se livrar do vício e, sobretudo, as famílias dessas pessoas, que muitas vezes têm dificuldade para lidar com a situação. E a família é fundamental nesse momento”, destaca o presidente do Instituto Sincades, Idalberto Moro.

FINDES TEM NOVO SINDICATO, O SINRECICLECom o auxílio do Centro de Apoio ao Sindicato (CAS), a Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes) passa a contar com uma nova representatividade: o Sindicato das Empresas de Reciclagem do Espírito Santo (Sinrecicle), que terá como presidente Romário José Corrêa de Araújo. “Esse é um sindicato muito importante, pois opera transversalmente todas as empresas que são geradoras de resíduos, e a entidade vem justamente para buscar suprir as necessidades dessas atividades”, avalia Romário.

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Secretário de Estado de Educação fala sobre a polêmica envolvendo o Programa Escola Viva, eixo estratégico do planejamento para conquistar melhorias na área de ensino. Em Vitória e na Serra, alunos realizaram protestos pedindo que a implantação do projeto não fosse imediata. O Governo atendeu à reivindicação da comunidade escolar e ampliou o diálogo.

ES BRASIL PERGUNTA

Haroldo Correa Rocha

ESB Por que esse impasse em relação ao Escola Viva? HR Na política pública, primeiro o

Executivo apresenta o projeto de lei à Assembleia Legislativa, que é o espaço democrático para o debate, e o Governo nunca quis frear o debate. Desde a campanha eleitoral, o governador Paulo Hartung anunciava a implantação do Escola Viva. E garantiu que ele seria um projeto de Estado e não de governo, pois é fundamental a continuidade das melhorias que certamente virão. Mas, diante das dúvidas da comunidade escolar, reconhecemos a necessidade de se ampliar o diálogo, e isso está sendo feito. Nos reunimos com estudantes, pais, alunos, sindicato dos professores, deputados, Ministério Público, com representantes do Instituto de Co-Responsabilidade pela Educação (ICE), organização responsável pela metodologia de implantação do

programa. Temos certeza de que quando o novo modelo estiver funcionando, todos irão apoiar e contribuir para que a escola seja ainda melhor.

ESB Qual a situação do projeto hoje? HR O projeto tem três frentes de trabalho.

A primeira delas é a equipe da Sedu, das superintendências, trabalhando desde o dia 2 de janeiro na estruturação do planejamento, o que inclui estrutura, diretores, professores, alimentação, transporte. Enfim, um conjunto de fatores para ter esse novo modelo de ensino funcionando; a segunda frente é o projeto tramitando na Assembleia Legislativa; e a terceira frente é o debate, e para isso, além dos espaços que têm sido dados pelos veículos de comunicação para explicarmos melhor o programa, realizamos uma série de reuniões com os segmentos; e criamos um site na internet,

que também recebe questionamentos, sugestões e críticas.

ESB Qual a reação de alunos e professores nessas reuniões? HR Alunos, pais, professores e diretores

não são contra o Escola Viva. O que pudemos verificar é que as pessoas tinham dúvidas absolutamente naturais sobre vários aspectos, afinal é uma mudança radical na Educação; e também às vezes pensavam que iriam ocorrer situações que não eram verdadeiras, por isso se armaram. Mas, mesmo tendo a maioria das dúvidas dissipadas, é preciso pensar que cada escola tem uma realidade de acordo com a localização, o nível de envolvimento da comunidade escolar, a presença dos pais na vida de seus filhos e, nesse contexto, a continuidade do debate é fundamental, assim como as adequações diante das peculiaridades.

ES Brasil • Abril 2015 15

O foco do Escola Viva não se limita a tirar o jovem da rua, mas em melhorar o aprendizado”

ESB O que acontecerá com os alunos que não podem estudar em tempo integral?HR Se o aluno não pode ou não quer

estudar na Escola Viva, tem outras opções de unidades de ensino. Na região metropolitana, onde iremos iniciar a implantação do projeto, temos 76 escolas de ensino médio. Em Vitória, por exemplo, existem nove unidades de ensino médio perto uma da outra. O segundo ponto é saber quantos jovens, entre 15 e 19 anos, trabalham, e dados do IBGE Pnad apontam uma faixa entre 17% e 20% dos jovens que cursam ensino médio. É claro que nos preocupamos com todo mundo, sabemos que existem famílias com renda muito baixa e que o trabalho desses jovens faz a diferença. Mas também precisamos entender que 80% desse público têm condição de participar da Escola Viva e, dentro de um processo democrático, não seria justo privá-los da educação integral.

ESB Haverá incentivo para que esses alunos que trabalham optem pelo ensino integral?HR Eu ficaria muito triste se um aluno

chegasse pra mim e dissesse que não quer a Escola Viva. Eu vou entender, ele não será obrigado a ir para a Escola Viva. Agora, se o jovem disser que precisa trabalhar para ajudar a família e que não pode participar, mas quer, nesse caso, nós já estamos trabalhando para encontrar a melhor

solução para ajudar esse jovem. Dar a ele a oportunidade de se dedicar aos estudos. A solução precisa ser conjunta entre o Estado e as famílias. Mas é essencial também uma reflexão das famílias sobre o que será melhor para o futuro desses jovens.

ESB Qual a segurança quanto aos resultados positivos do projeto? HR Fomos buscar o que há de mais

moderno no país. Há em torno de 500 escolas, distribuídas nos estados de Pernambuco, Ceará, Piauí, Sergipe, Rio de Janeiro, São Paulo e Goiás. O Escola Viva é o que há de melhor no Brasil. Fui conhecer, pessoalmente, o modelo de educação em tempo integral implantado em Pernambuco, que engloba 300 escolas, e os alunos têm mostrado melhores desempenhos. Em São Paulo, a taxa de evasão dos alunos que participam do programa fica em torno de 5%, enquanto a média nacional é de 30%. Na cidade de Santos, na Escola Estadual Ablas Nascimento Filho, em dois anos de programa, apenas um aluno desistiu de

estudar. Nos diferentes locais, os resultados são fantásticos.

ESB O que muda no conteúdo de ensino? HR O foco do Escola Viva não se limita

a tirar o jovem da rua, mas em melhorar o aprendizado. Mesmo as matérias obrigatórias serão ensinadas de uma maneira diferente. Na Escola Viva não há sala de aula convencional, há sala temática e uma estrutura forte de laboratórios, porque a forma mais eficiente de aprender é por meio da experimentação. Haverá ainda destaque para atividades artísticas e esportivas, além de uma parte do currículo que é construída em conjunto com o aluno, como em “projeto de vida”, onde o professor irá auxiliar a entender o que ele gosta de fazer, o que ser na vida. No Escola Viva, o jovem aprende a estudar, a buscar informações, o que é essencial para toda a vida.

ESB Qual a desafio da Sedu para o projeto? HR O planejamento é antecipar em

quatro anos a meta apontada pelo Plano Nacional de Educação (PNE) de que 25% dos alunos de ensino médio da rede estadual estejam estudando em tempo integral até 2022. Estamos trabalhando para que a Escola Viva seja implantado em 30 escolas até 2018, totalizando pouco mais de 28 mil alunos.

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GESTÃO

SAIBA COMO OS VALORES DA ESPIRITUALIDADE PODEM INFLUENCIAR POSITIVAMENTE O DIA A DIA DE SUA EMPRESA

OS EXECUTIVOS DO BEM

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YASMIN VILHENA

ES Brasil • Abril 2015 17

(QI) e Quociente Emocional (QE), que fazem parte princi-palmente do ambiente corporativo. De acordo com o mestre em Ciências Sociais Sidemberg Rodrigues, que também é gerente-geral de Sustentabilidade e Relações Institucionais da ArcelorMittal Brasil, a espiritualidade deve ser encarada como um novo pilar da sustentabilidade empresarial.

“Estamos acostumados com um modelo que vem sendo muito visto dos anos 80 para cá que é o tripé econômico, ambiental e social, que não interage entre si mesmo. Na ArcelorMittal, por exemplo, trabalhamos com um modelo mais amplo que, além das áreas já citadas, envolve ainda a parte política, cultural e interacional. Mesmo com todo esse equilíbrio, nós percebemos que faltava uma parte importante no processo sustentável da empresa que pudesse tratar do intelecto, da ética, da compaixão e do amor, características que não ficam muito claras nas outras dimensões. Ou seja, se você possui um lado espiritual bem trabalhado, consegue ter um comprometimento moral e aprende ainda a lidar com toda essa complexidade da vida sem deixar que a pior parte da subjetividade (corrupção, angústias) invada a sua personalidade”, explica.

Enquanto que o QI nos ajuda a resolver problemas de lógica e o QE avalia as situações e as devidas reações em cada uma delas, o QS nos leva a indagar, em um primeiro momento, se queremos estar de fato em determinada situação, ou se, por exemplo, o nosso trabalho está nos dando a satisfação de que necessitamos. “O compo-nente espiritual tem que fazer parte do ser humano, ele precisa estar alinhado com outros fatores. Quando isso não ocorre, vivemos em um desequilíbrio, o que acaba prejudicando não só a vida pessoal como a profissional também”, acrescenta a especialista em Autoconhecimento e Inteligência Comportamental Heloísa Capelas.

A falta de equilíbrio entre esses dois lados é um fator que pode contribuir e muito para a degradação das relações profissio-nais. Segundo Sidemberg Rodrigues, para que o trabalho se torne cada vez mais prazeroso, o empresário precisa estar atento a tudo que acontece ao seu redor, principalmente em relação aos anseios e desejos de seus colaboradores.

A queles que precisam acordar cedo para ir ao trabalho ou para resolver pendências do cotidiano, por muitas vezes se vêem situações desconfortáveis que nem sempre

são detectadas em um primeiro momento, mas que podem ser observadas principalmente pelo desgaste emocional no ambiente corporativo. Tais sensações, em determinados casos, são justificadas pela pressão dos resultados e pela necessidade de se estar cada vez mais preparado para lidar com futuros desafios.

Diante disso é comum surgir aquele sentimento estranho de que algo pode estar errado com o seu corpo e a sua mente. Afinal, esses podem ser os primeiros indícios de que você não está cuidando devidamente do seu lado espiritual. Um lado que não necessariamente deve ser associado a algum tipo de religião, mas sim ao autoconhecimento e ao desafio de encontrar propósito nas próprias ações, seja você um empregado ou até mesmo um grande executivo.

Sucesso, prestígio e dinheiro são apenas algumas das consequências alcançadas por quem de fato mergulha no ambiente profissional, algo que aparentemente é muito bom, mas que pode perder o seu valor quando é trazida a sensação de inquietação interior. Uma realidade muito bem descrita no livro “Inteligência Espiritual”, da filósofa, psicóloga e física americana Danah Zohar, que trata sobre o afastamento da maioria das pessoas dos questionamentos filosóficos existenciais do ser humano, como os tão conhecidos “De onde eu vim?”, “Para onde vou?” e “Qual o propósito da minha vida?”. Perguntas que até então podem parecer um pouco tolas para a maioria das pessoas, mas que, se forem usadas de forma correta, também trazem bons frutos para aqueles que desejam ser um “executivo do bem”.

ENTENDENDO A ESPIRITUALIDADEConsiderado um tema novo e polêmico, o Quociente Espiritual,

ou QS (“S” do inglês “Spiritual”) vem sendo tratado por muitos psicólogos como algo extremamente importante na vida das pessoas, além dos já conhecidos Quociente de Inteligência

“A espiritualidade não fala especificamente do culto a divindade e sim de valores importantes para o ser humano, como amor, humildade, perdão e sabedoria” – Usiel Carneiro, pastor, administrador e especialista em Gestão Organizacional

“No meu entendimento somos indivíduos integrais, ou seja, físico (corpo), mente (alma) e espírito não podem se separar” Êmerson Martins de Assis, diretor da Ictus Engenharia

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“A vida fica mais rica quando nos sentimos útil. Além de ter um bom emprego, você precisa ter boas relações no seu ambiente corporativo. Uma pessoa que não se dá bem com o chefe, por exemplo, acaba levando os problemas do trabalho para a vida pessoal, pois na maior parte do nosso tempo estamos em contato com os nossos superiores”, revela.

Para o pastor Usiel Carneiro, que também é administrador e especialista em Gestão Orga-nizacional, o empreendedor que deseja explorar a sua própria espiritualidade não necessaria-mente precisa ter algum tipo de religião. Mesmo que os valores sejam parecidos, é importante saber separá-los no ambiente profissional.

“A religiosidade é um tipo de expressão da espiritualidade que pode ser explorada de várias formas. No caso de uma organi-zação, não vejo necessidade de se implantar determinado rito, pois não podemos levar em conta somente um credo e sim todos. Seria preciso criar vários núcleos de espiritualidade por conta da diversidade religiosa que nós temos. A espiritualidade não fala especificamente do culto a divindade e sim de valores importantes para o ser humano, como amor, humildade, perdão e sabedoria, além da capacidade de administrar a si mesmo”, afirma.

MAS AFINAL, QUAIS SÃO OS BENEFÍCIOS?Muitos empresários acreditam que, se tornarem o ambiente de

sua empresa um pouco mais descontraído e leve, podem acabar prejudicando a produtividade e os lucros. Um pensamento bastante equivocado, segundo Heloísa Capelas. Para ela, a felicidade dos funcionários no ambiente corporativo está diretamente ligada com a produção da empresa. Algo que pode ser conquistado de forma eficiente, principalmente com aqueles que trabalham a espiritualidade interior.

“Algumas pessoas acreditam que a criação de um ambiente leve pode ser considerada uma perda de tempo, pois os funcio-nários deixam de trabalhar. Isso é mentira, pois se tivermos um ambiente amistoso, onde todos se dão bem e se respeitam, a produção se multiplica. Quando uma pessoa está engajada e confiante, ela passa a ter mais prazer em trabalhar e a buscar os resultados que a empresa espera dela. A hierarquia não deve ser encarada como autoritarismo, e a tão conhecida frase ‘manda quem pode, obedece quem tem juízo’ deve ser deixada de lado. Os tempos mudaram, e os empresários precisam se dar conta disso”, destaca.

Dentre os benefícios que podem ser alcançados com o autoconhecimento e com a espiritualidade está a coragem para encarar novos desafios e enxergar alternativas para que possam ser solucionados problemas dentro das empresas. “As pessoas que são espiritualmente equilibradas têm mais satisfação que as outras e possuem uma facilidade maior para enxergar pontos positivos em cada situação, bem como as alternativas de solução. Por estarem mais atentas à vida, são mais cuidadosas com a segurança no trabalho, mais criativas, produtivas e saudáveis. Elas geram saúde ao seu redor, o que contribui bastante na inovação do ambiente corporativo. Aqueles que são bem resolvidos não têm

Fonte: Entrevistados ouvidos

PERFIL DE UM LÍDER ESPIRITUALMENTE INTELIGENTE Tenha uma visão sistêmica: o bom gestor precisar ter uma visão holística. A empresa faz parte de um tecido social, e qualquer decisão que um executivo tomar pode afetar muitas pessoas.

Saiba escutar: uma pessoa, quando se encontra em uma posição de liderança, precisa saber o que está acontecendo ao seu redor. Não deixe de se preocupar com o próximo.

Aprenda a se comunicar: converse com os seus funcionários assuntos que estejam relacionados com coisas prazerosas da vida.

Saiba conciliar: do que adianta você se dedicar apenas à vida profissional deixando de lado a parte pessoal? Saber conciliar esses dois pontos é extremamente importante.

Seja amigo: um bom líder, acima de tudo, deve ser amigos dos seus funcionários. A amizade faz com que o respeito aconteça.

“A hierarquia não deve ser encarada como autoritarismo, e a tão conhecida frase ‘manda quem pode, obedece quem tem juízo’ deve ser deixada de lado. Os tempos mudaram, e os empresários precisam se dar conta disso” – Heloísa Capelas, especialista em Autoconhecimento e Inteligência Comportamental

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Na ArcelorMittal Tubarão, o clima descontraído já faz parte das reuniões da empresa

medo de ousar nem de se arriscar, pelo contrário, eles possuem humildade e sabem que quem ousa corre riscos e que errar faz parte”, afirma Sidemberg Rodrigues.

Para Usiel Carneiro, até o próprio relacionamento com o cliente é beneficiado com a implantação dos valores espirituais. “A espiritualidade coloca a organização num caminho melhor, o que facilita o tratamento e o desenvolvimento de relações mais saudáveis. Para se ter ideia, até o relacionamento com os clientes melhora, passando a ter mais respeito entre todos os envolvidos. A adoção desses valores promove um saldo de leveza e de felicidade, fazendo com que o indivíduo lide melhor com problemas inevitá-veis do dia a dia”, destaca o pastor.

Ciente da importância da espiritualidade no âmbito corpora-tivo, a Ictus Engenharia, localizada na Serra, possui um programa de qualidade de vida que trabalha com saúde social, mental e física. Além dos valores espi-rituais, a empresa também decidiu seguir os preceitos da Bíblia.

“O programa, que foi desenvolvido com a ajuda de uma consultoria especializada, tem a finalidade de cuidar do bem-estar das pessoas. Ele é trabalhado em quatro dimen-sões: física, social, mental e espiritual. Iniciamos o projeto com um diagnóstico, onde todos os funcionários preencheram um questionário com perguntas direcionadas a

essas quatro dimensões e, a partir de um relatório detalhado, elaboramos um plano de ação. No programa realizamos diversos tipos de atividades, como avaliação física com diagnóstico de obesidade e taxa de massa muscular; happy hour mensal com todos os funcionários fora do ambiente da empresa; palestras com temas ligados a relacionamentos, participação na comunidade e na família; indicação de livros para leitura individual; prática de oração no início de reuniões; exercícios práticos para desenvolvi-mento do pensamento; dentre outros aspectos”, destaca o diretor da Ictus, Êmerson Martins de Assis.

Segundo ele, ações como essas tornam o local mais leve, fazendo com que as pessoas se sintam valorizadas. “É um ambiente bastante acolhedor, leve, transparente e amistoso, onde as pessoas procuram se ajudar. Praticamos a verdade

acima de todas as coisas e valorizamos as pessoas acima das coisas e dos processos. No meu entendimento somos indivíduos integrais, ou seja, físico (corpo), mente (alma) e espírito não podem se separar. Entendo que o meu papel como empresário é fazer a diferença na vida das pessoas, ajudando-as na suas próprias transforma-ções, pois só assim iremos transformar o mundo. Não tenho certeza se isso trará grandes resultados financeiros, mas temos tido o suficiente para a sobrevivência

VOCÊ JÁ OUVIU FALAR EM CSO?A discussão sobre a espiritualidade tem se tornado tão frequente dentro das empresas que até foi criada uma nova designação entre siglas para cargos de executivos, o CSO (Chief Spiritual Officer), específico para cuidar de valores fundamentais para a organização como ética, equilíbrio, afeto e justiça.

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e o crescimento da empresa, que apresenta aumentos expressivos: 70% no número de funcionários, 263% no valor bruto de fatura-mento e 190% no número de contratos”, comenta.

COMO IMPLANTAR A ESPIRITUALIDADE?Empresários em busca de uma melhoria contínua podem

procurar consultorias especializadas para que os valores da espiritualidade sejam implantados gradativamente na vida dos funcionários. “As empresas podem solicitar palestras para conhecer um pouco mais sobre o assunto e ver todas as vantagens oferecidas. É importante que a área de comunicação compre-enda muito bem esse conceito, pois é ela quem leva a informação. Quem expandir a sua mente com certeza não irá se arrepender”, revela Sidemberg Rodrigues.

Mas se você pensa em adotar os preceitos somente para obter lucros, visto que a felicidade melhora a produtividade, é melhor desistir. Segundo Usiel Carneiro, esse tipo de pensamento é contrário aos valores espirituais.

“A espiritualidade pode ser considerada um fator decisivo na gestão, mas é preciso ter o cuidado: ela não deve ser usada somente como uma ferramenta. Se isso acontecer, o empreendedor estará corrompendo os valores estabelecidos, pois o viés espiritual fala de preceitos importantes que uma pessoa interesseira

não irá compreender. Mas se você quiser melhorar consigo mesmo e com os outros, o meu conselho é o seguinte: reserve 10 minutos do seu dia para se conhecer e reflita sobre o tipo de pessoa que você deseja ser. Esse já é um grande passo para conquistar coisas boas na vida”, orienta.

“As pessoas que são espiritualmente equilibradas têm mais satisfação que as outras e possuem uma facilidade maior para enxergar pontos positivos em cada situação” – Sidemberg Rodrigues, gerente-geral de Sustentabilidade e Relações Institucionais da ArcelorMittal Brasil

AGRONEGÓCIOS

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A CRISE HÍDRICA FAZ A AGROPECUÁRIA CAPIXABA SE ENDIVIDAR

O Estado do Espírito Santo vivenciou nestes últimos meses sua maior seca em 40 anos, com impactos

negativos para toda a sociedade capixaba. No meio rural, praticamente todas as ati-vidades agropecuárias amargaram perdas de produção, que variaram de 30% a 100%.

Levantamentos realizados pelo Incaper para um grupo de atividades que inclui cafeicultura, pecuária de leite, fruticultura, olericultura, cana de açúcar, milho e feijão apontam prejuízos para os produtores rurais da ordem de R$ 1,85 bilhão. Se incluirmos as perdas das demais atividades, certamente essa cifra sobe para além dos R$ 2 bilhões.

A agropecuária capixaba é muito dinâ-mica e conta com elevados investimentos, tanto com recursos próprios dos produto-res, quanto com o apoio de uma carteira de crédito rural ativa de R$ 5,9 bilhões, com 167 mil contratos firmados com os agropecuaristas, segundo dados divul-gados pelo Governo do Estado. A grande preocupação do setor produtivo é que, desse montante, há quase 114 mil contra-tos com parcelas a quitar ao longo de 2015, num valor em torno de R$ 1,83 bilhão.

Diante da crise hídrica, que afeta a produção neste ano e também boa parte da produção de 2016 da cafeicultura, principal atividade agrícola do Estado, conclui-se que não há renda nem ativos suficientes para que os produtores saldem

essa dívida. Para a maioria das mais de 100 mil propriedades rurais capixabas, o esforço para pagar as dívidas de crédito rural vai redundar em perda de patrimô-nio, descapitalização, desinvestimento e desemprego.

Desde o início do ano, muitos esforços foram realizados pelo Governo do Estado, pela classe política e pelas representa-

ções dos produtores para que a União, por meio dos ministérios da Agricultura e da Fazenda, além do Banco Central, fosse sensível à edição de uma resolução espe-cífica relativa às dívidas de crédito rural do Espírito Santo, contemplando um per-centual de rebate e não comprometendo o grau de endividamento dos produtores em futuras operações de crédito.

Neste momento, o Espírito Santo pre-cisa do mesmo tratamento que outros estados e regiões tiveram do Governo Federal em momentos de anomalias climáticas, a exemplo do Nordeste do Brasil, que recentemente foi contemplado em pleito semelhante.

Apesar de toda a argumentação e a formalização do pleito pelo Governo do Estado junto à União (Presidência), até o momento não houve avanço que trate a situação capixaba como diferenciada. Ou seja, as instituições que aplicam cré-dito no Espírito Santo, embora tenham boa vontade e reconheçam dos efei-tos da seca, estão obedecendo ao que já prevê o Manual de Crédito Rural - MCR, em relação ao acionamento de seguros e à prorrogação das dívidas vencidas e vin-cendas em 2015.

Procedimento bancário padrão não vai resolver a situação, e ainda pode criar problemas futuros para a formaliza-ção de novos contratos de crédito rural. Se não houver uma sensibilização do Governo Federal em relação à grave situ-ação por que passa a grande maioria dos nossos produtores rurais, há riscos de caos social e econômico no interior capixaba, tendo em vista que o agronegócio é o setor mais importante na geração de emprego e renda para quase 80% dos municípios do Espírito Santo.

A SECA E O CRÉDITO RURAL NO ESPÍRITO SANTO

ENIO BERGOLI Engenheiro agrônomo, coordenador de política agrícola

e ex-secretário estadual de agricultura

O esforço para pagar as dívidas

de crédito rural vai redundar em perda

de patrimônio, descapitalização, desinvestimento e desemprego”

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O Planejamento Estratégico 2015-2018 do Executivo estadual, que começou a ser elaborado em 27 de março,

tendo sido apresentado pelo governador Paulo Hartung no mesmo dia, será anco-rado por seis pilares estratégicos: ajuste das contas públicas; transparência, colabo-ração, agilidade e diálogo com a sociedade; combate à corrupção; mudança estru-tural e comportamental na relação com os recursos naturais e o meio ambiente; avanços sociais nas terras capixabas; e desenvolvimento econômico.

Com foco nessas ações, secretários, subse-cretários e presidentes de órgãos estaduais

se reuniram em grupos de trabalho para debater prioridades, desafios, metas e entregas que serão realizadas pela gestão.

Hartung aproveitou a abertura do semi-nário para fazer um resgate sobre a situação financeira em que encontrou o Estado, reforçando a necessidade da atual polí-tica de austeridade fiscal. Segundo ele, o Planejamento Estratégico é uma grande oportunidade para que sejam produzidos melhores resultados para a sociedade.

“São dois dias de muito trabalho, buscando entender os desafios e as demandas dos tempos atuais, com foco na realidade capi-xaba e no papel do Governo nesse cenário.

GOVERNO DO ESTADO COMEÇA A ELABORAR PLANO ESTRATÉGICO

Tenho certeza que, ao equacionar as dívidas encontradas e enquadrando o Orçamento dentro das possibilidades de receita estadual, poderemos retomar a capacidade de investimentos com recursos próprios que hoje é zero. Outro fundamento do trabalho é a insti-tuição de um governo em rede com a sociedade, baseado em transparência, colaboração e agilidade”, destacou Hartung.

Durante a ocasião, o governador afirmou que pretende ampliar o diálogo participativo junto aos cidadãos, aos movi-mentos sociais e a instituições diversas. “Queremos um Governo 2.0, cujos serviços e informações possam ser acessados na palma da mão dos cidadãos, pois não queremos trazer o Governo para perto da sociedade. Queremos é levar o Governo para perto da sociedade”.

De acordo com o secretário de Estado de Economia e Planejamento, Regis Mattos, o Executivo já realizou um diagnóstico real da situação financeira do Espírito Santo, o que permitirá com que o planejamento seja feito dentro da realidade orçamentária.

“Planejar é sempre importante, e planejar em momentos de instabilidade se torna ainda mais essencial. Precisamos ter projetos com custo-benefício favorável, viável e sustentável e que tragam reais bene-fícios à população. Estamos trabalhando em busca de firmar as bases para a retomada do crescimento do Estado e acreditamos que com criatividade, gestão e responsabi- lidade vamos cumprir essa missão”, disse.

Planejamento apresentado pelo governador Paulo Hartung terá seis

pilares estratégicos

FATOS

Educação

Saúde

Segurança

Defesa Social e Justiça

Desenvolvimento Econômico

Desenvolvimento Social

Meio Ambiente e Agricultura

Infraestrutura e Logística

Desenvolvimento Urbano e Regional

Turismo

Cultura e Esporte

Gestão Pública

A equipe do Governo Estadual foi dividida em grupos de trabalho durante o seminário, que foram estabelecidos de acordo com as áreas de:

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DO GOVERNO DO ES

Foto: Thiago Guimarães/ Secom

-ES

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CANTINA FIORENTINA DO MÁRIO: TRADIÇÃO GASTRONÔMICA EM VITÓRIA

A história de Mário Cangini no Espírito Santo teve início na década de 1950, quando o proprietário da

Cantina Fiorentina do Mário resolveu fazer uma visita à sua irmã para tratar da venda do restaurante de seu pai, que havia falecido pouco tempo antes na Itália. Uma viagem que não duraria muito, mas que mudou por completo a vida deste imigrante que deixou sua terra natal – na região de Firenze – para se aventurar em um solo até então desco-nhecido e cheio de oportunidades.

Filho de pais proprietários de restaurante, Mário Cangini abriu seu primeiro empre-endimento em 1962, o Cantina Florença, que ficava localizado na Rua Duque de Caxias, no Centro de Vitória. O empresário, que desde novo sempre teve contato com o mundo da gastronomia, começou a dar os seus primeiros passos como chef ao lado de sua fiel escudeira e esposa, Antonietta Cangini, que veio para o Brasil um ano depois de sua chegada.

“O Mário praticamente cresceu dentro de um restaurante, pois o pai dele era chef de cozinha e proprietário de um estabelecimento na Itália. Quando ele morreu, o Mário perdeu um pouco do interesse pela gastronomia e,

junto com os irmãos, resolveu vender o local. Mas ao chegar no Estado, voltou a tomar gosto pela área, até porque muitos amigos o incentivavam a voltar ser chef. Foi quando abrimos o nosso primeiro restaurante, o Cantina Florença”, contou Antonietta.

Com o golpe militar de 1964, o imigrante italiano resolveu passar um tempo em sua terra natal junto com sua esposa e suas duas filhas, Laila e Simonetta, para que pudessem

conhecer de perto a história da família. Na época, Mário resolveu aproveitar a estadia em solo europeu para pesquisar sobre o maquinário de fabricação de massas. Um conhecimento que seria muito útil nos anos seguintes com a abertura da Fábrica de Massas Firenze.

“Logo depois que voltamos da Itália, abrimos um restaurante na Escadaria Maria Ortiz, que mais uma vez mudou de endereço e passou a funcionar na Praia do Suá com o nome Cantina Florença do Mário. Ficamos naquele local durante 25 anos antes de nos mudarmos para a Praia do Canto, onde estamos até hoje. Como trabalhávamos muito, precisamos vender a fábrica, pois estava difícil de conciliar com o restaurante”, acrescentou Antonietta Cangini.

O estabelecimento da Praia do Suá foi fundamental para fortalecer ainda mais a história de Mário, que recebia em seu restau-rante diversos políticos e autoridades locais, como os ex-governadores Arthur Carlos Gerhardt Santos (1971 - 1975), Elcio Alvares (1975 - 1979) e Eurico Vieira de Resende (1979 – 1983). O restaurante, que funcionou até o ano de 1995, foi transferido para a Praia do Canto, onde permanece até hoje com o nome de Cantina Fiorentina do Mário.

DE PAI PARA FILHASTodo o interesse pelo mundo da gastro-

nomia que sempre fez parte da vida de Mário e Antonietta Cangini passou para suas duas filhas, Laila e Simonetta, que hoje trabalham

“Aqueles que vierem conhecer a cantina irão se deparar com uma gastronomia bastante variada” - Laila Cangini, sócia-proprietária

ESPÍRITO EMPREENDEDOR

O restaurante, que foi inaugurado na década de 1990, é bastante conhecido na capital, atraindo olhares de capixabas e turistas que estão em busca de uma boa gastronomia

ES Brasil • Abril 2015 27

de informações e ações voltadas para as áreas de inovação e tecnologia, gerando assim um impacto direto na gestão empresarial.

“O ALI faz parte de uma parceria entre o Sebrae e o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico). No programa, utilizamos profissionais com até três anos de formados que vão traba-lhar como agentes nas empresa para fazer um diagnóstico e ver como anda o grau de inovação delas. A partir desse diagnóstico, é feito um gráfico onde posicionamos a empresa com os parâmetros identificados para que a partir daí seja feito um plano de melhorias. Com esse planejamento, o empreendedor pode desenvolver ações dentro de sua empresa para melhorar os serviços, reduzir custos e fortalecer a compe-titividade”, afirma o gerente da Unidade de Acesso à Tecnologia e Inovação do Sebrae-ES, Mário Barradas.

Segundo Laila Cangini, o programa foi muito importante para aprimorar os processos e a organização administra-tiva do restaurante. “O ALI nos ajudou a ter uma ideia de como funciona a empresa no sentido mais amplo da palavra.

juntas no restaurante tomando conta do negócio da família.

“Meu pai sempre gostou de trabalhar nessa área, e isso fez com que nós resolvêssemos ajudá-lo a abrir outro estabelecimento, que é o da Praia do Canto. Tenho certeza de que o destino influenciou nesse sentido, pois eu e minha irmã cuidamos do restaurante atualmente. O mais interessante disso tudo é que, mesmo depois de termos mudado o nome e o endereço do restaurante, os clientes antigos continuaram frequentando a casa, só que desta vez levando seus filhos e netos”, revela Laila.

O local, que trabalha com cardápio à la carte e self-service, possui pratos saborosos e atende a todos os gostos. Juntamente com a culinária italiana (com massas como lasanha, nhoque, canelone e rondelli), há ainda opções “brasileiríssimas”, como as tão conhecidas feijoada e rabada, além de peixes, carnes, saladas e uma farofa mais que especial, que faz muito sucesso entre os clientes. “Aqueles que vierem conhecer a Cantina irão se deparar com uma gastro-nomia bastante variada”, acrescenta Laila.

QUALIFICAÇÃO CONTÍNUAE para dar conta de tanto trabalho e

continuar se aperfeiçoando cada vez mais, as irmãs Cangini receberam apoio do Sebrae-ES por meio do programa Agentes Locais de Inovação (ALI). A iniciativa visa a aumentar a competitividade dos micro e pequenos empresários por meio da difusão

A Cantina possui um espaço muito aconchegante e oferece a seus clientes pratos saborosos que conquistaram o paladar do capixaba

Na parede do restaurante é possível acompanhar um pouco a história deste grande empreendedor que deixou a Itália para fazer sucesso no Espírito Santo

O administrativo ficou mais organizado e passamos a ter um controle maior em relação às compras, evitando assim os gastos e o desperdício. Com certeza, ele é uma boa saída para os empreendedores”, destaca.

Se você deseja conhecer um pouco mais a história desta bela família, bem como os pratos que são oferecidos no restaurante, que tal dar uma passadinha na Cantina Fiorentina do Mário? Com certeza não irá se arrepender. Bon appetit!

CANTINA DO MÁRIO Rua Eugênio Netto, 336 - Praia do Canto Telefone: (27) 3227-5797

O casal de italianos, Mário e Antonietta Cangini, construiu junto uma história de sucesso na capital, que hoje é levada adiante por suas duas filhas, Laila (E) e Simonetta (D)

ECONOMIA

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O BRASIL PRIORIZA INVESTIMENTOS NO MERCADO INTERNO PARA DRIBLAR A CRISE

J á com quase oito anos, a atual etapa da crise econômica atingiu e atinge de forma distinta os países.

A maneira como cada um buscou superá--la no primeiro momento e nos seus desdobramentos foi e é bastante distinta.

Os Estados Unidos, por exemplo, na administração George W. Bush, optaram por assegurar a viabilidade e a rentabilidade do sistema bancário. Na administração Barack Obama, deram ênfase tanto ao segmento automobilís-tico – em função de sua capacidade de gerar empregos – quanto a setores porta-dores de futuro. O país norte-americano alocou recursos substanciais em ciência e tecnologia e no apoio a novos empre-endimentos intensivos em conhecimento como energias renováveis, biotecnologia, nanotecnologia.

Já o Brasil voltou-se para o mercado interno, impulsionado pelo Bolsa Família, pela ampliação do acesso ao crédito e por desonerações em segmentos maduros – com destaque para o automobilístico. No que diz respeito ao investimento, optou por estatais e por grandes empresas privadas, principalmente em obras vol-tadas para os chamados grandes eventos – Copa e Olimpíadas.

No setor externo, manteve o histó-rico apoio à exportação de commodities. Com uma estrutura industrial forte-mente sob controle de multinacionais, são poucas as possibilidades de no curto prazo a dependência desse tipo de inser-ção internacional ser superada.

Como a crise mundial está longe de ser vencida – por suas profundas raízes na financeirização mundializada e pelos interesses políticos que ela impõe e que dela derivam –, os graus de liberdade para políticas econômicas de países são limitados, mas existem. O Brasil, por exemplo, pode aumentar sua preferência pelo mercado interno, priorizando agora investimentos.

Esses investimentos têm que priorizar segmentos onde o país apresenta van-tagens comparativas – como energias renováveis, biodiversidade, potencial criativo de sua gente. Devem focar áreas onde são historicamente crônicas as dívidas sociais: educação, saúde, trans-porte público, saneamento, habitação.

Em todas elas, há potencial para inova-ções intensivas em tecnologia, mas sem sofisticação. Micro, pequenos e médios empreendimentos (MPMEs) de capital nacional podem nelas prosperar se ade-quadamente apoiadas por um sistema de crédito, financiamento e de compras governamentais. Mais: podem abrir um novo horizonte para as exportações bra-sileiras de produtos com maior valor e conhecimento agregados.

Crise vista como oportunidade implica em determinação; determinação política para conciliar ajustes fiscais com a conti-nuidade e ampliação de políticas sociais. Exige que a forma e o conteúdo de se fazer investimentos na produção e na infraestru-tura sejam modificados para abrir espaços para MPMEs. Além de serem as que mais empregam, estas têm raízes no país e podem contribuir para que ele se posicione melhor no cenário internacional.

MUDANÇAS NECESSÁRIAS

ARLINDO VILLASCHI Professor de Economia e Coordenador do Grupo de Pesquisa

em Inovação e Desenvolvimento da Ufes

O Brasil pode aumentar sua

preferência pelo mercado interno, priorizando agora

investimentos”

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ECONOMIA LUCIENE ARAÚJO

E-COMMERCE: O NOVO PERFIL DE CONSUMO BRASILEIROVANTAGENS COMPETITIVAS E PREOCUPAÇÕES DO SETOR QUE MOVIMENTOU R$ 35,8 BILHÕES EM 2014

E m 1994, quando o acesso à internet deixou de ser exclusivo aos militares, as páginas da web nem mesmo existiam, e a rede mundial era utilizada quase que exclusivamente para troca de

e-mails. Mas a evolução foi rápida, surgiram os sites e o e-commerce (comércio eletrônico). Hoje é possível comprar um carro de luxo ou mobiliar uma mansão que também tenha sido adquirida pela internet. Isso sem falar nos negócios bilionários fechados por via digital. A multiplicação do número de celulares, notebooks e tablets conectados à rede faz com que essa nova forma de mercado ganhe cada vez mais adeptos, já tendo ultrapassado a marca de 51 milhões de consumidores no país.

O e-commerce definitivamente caiu no gosto do brasileiro, especialmente de quem corre contra o tempo para cumprir com as obrigações do dia a dia. “A comodidade da compra sem sair de casa ou mesmo em qualquer lugar e a qualquer hora, no caso do mobile, atrelada às ferramentas de busca e, principalmente, a comparação de preço são as principais causas do crescimento do e-commerce”, destaca Gerson Rolim, diretor de Comunicação e Marketing da Camara e-net, que exerce o papel de interlocutor entre a iniciativa privada e o Governo, no desafio de regularizar o setor.

Nos últimos 10 anos, o faturamento do comércio eletrônico brasileiro passou de R$ 1,75 bilhão para R$ 35,8 bilhões. Em 2014, houve uma expansão nominal de 24% somente em relação ao ano anterior, quando o resultado foi de R$ 28,8 bilhões, segundo a e-bit, empresa reconhecida como fonte de informações desse segmento. O número de pedidos feitos via internet foi de 103,4 milhões, quantidade 17% maior que a registrada no ano anterior (88,3 milhões); e o tíquete médio alcançou R$ 347, o que significa seis pontos percentuais acima do resultado de 2013 (R$ 327).

Pela segunda vez no topo da lista dos produtos mais pedidos, o setor de moda e acessórios garante 17% da preferência dos consumidores; enquanto produtos de beleza e saúde ficam com 15%

Pelo segundo ano consecutivo, moda e acessórios são os produtos mais vendidos

“O e-consumidor é mais exigente, as entregas não podem atrasar. Esse é um

dos fatores que mais contribuem para a satisfação ou insatisfação on-line”

Gerson Rolim, diretor de Comunicação e Marketing da Camara e-net

ES Brasil • Abril 2015 31

“Ações assertivas ajudam a evitar uma recorrência de devolução do produto. Ganham consumidor e empresa” - Jhonata Emerick, CEO e fundador da 99 motos

(R$ 62 bilhões, em 22/04). Segundo estimativa do T-Index 2015, índice estatístico que aponta a participação de vendas on-line de cada economia, associando a população na internet ao PIB per capita calculado, a melhoria do desempenho fará o Brasil passar de sexto para quarto lugar no ranking dos maiores países do mercado mundial de e-commerce.

Mas como fazer esse tipo de negócio dar certo? O diretor da Câmara e-net avalia que é fundamental se especializar nos três pilares da compra via internet: webmarketing, pagamentos eletrônicos e logística. “Quem não está presente nas ferramentas de busca e em grandes portais simplesmente não existe; quanto à forma de pagamento, mais de 80% das compras na web brasileira são efetuadas via cartão de crédito; e o e-consumidor é mais exigente, as entregas não podem atrasar. Esse é um dos fatores que mais contribuem para a satisfação ou insatisfação on-line”, detalha Gerson Rolin. Deve existir ainda uma política de logística reversa, pois, segundo o Código de Defesa do Consumidor, no caso das vendas remotas, existe o direito ao arrependimento, que permite a devolução do produto em até sete dias, sem a necessidade de justificativa para tal.

O empresário Jhonata Emerick, CEO e fundador da 99Motos, empresa que oferece serviço-online de contratração de motoboys para entrega expressa, reitera a importância de os fornecedores estarem atentos à eficiência da logística reversa. E garante que segmentos mais sensíveis a essa ocorrência, como o de vestuário, podem adotar medidas para amenizar custos ou recorrências. “No caso de, por exemplo, o cliente final requisitar a troca de uma peça, a empresa fornecedora daquele produto pode enviar mais de uma opção, com cores ou tamanhos diferentes, pré-escolhidos

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e eletrodomésticos, 12%. Apesar do segundo lugar no ranking de compras on-line, cosméticos e perfumaria/cuidados pessoais/saúde lideram os pedidos via navegador em dispositivos móveis. Estima-se que o volume seja ainda mais alto, uma vez que a pesquisa não contabiliza as compras feitas diretamente pelos aplicativos das lojas.

Há uma década, a fisioterapeuta e empresária Lorena Vianna Geller utiliza esses meios. “O enxoval de minha filha Laís, que está com 9 anos, foi todo comprado pela internet. É muita praticidade, e nunca tive problema, sempre utilizo sites recomendados por outros amigos e o PagSeguro”, explica.

Jogador de futebol americano, e com 1,98 cm de altura, aos 27 anos, Rogi Cezarino recorreu ao e-commerce, principalmente, para adquirir produtos importados. “Tudo que eu compro pela internet é por não achar nas lojas aqui, pois além da minha altura, os equipamentos que utilizo para treinar e jogar não são encontrados facilmente. Minha última compra está para chegar, e foram 25 calças de futebol americano. A internet apresenta facilidade de não enfrentar filas, não ter hora para comprar e oferecer preço barato, o que motiva bastante. Nunca tive problemas com fornecedores, pois pesquiso bastante antes de fechar o negócio”, declara.

Para 2015, a eMarketer, outra empresa que realiza pesquisas de mercado, projeta um aumento de 15% nas vendas do e-commerce brasileiro em relação ao ano passado, atingindo US$ 18,8 bilhões

FATURAMENTO DO E-COMMERCE BRASILEIRO

2,5 bi Faturamento (R$)

Variação (%)4,4 bi

76

6,3 bi

8,2 bi

10,6 bi

14,8 bi

18,7 bi

22,5 bi

28 bi

35,8 bi

43

30

33

40

26

20

2007

2009

2011

2013

2014

2006

2008

2010

2012

28

24

Fonte: E-bit informação

2005

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pelo cliente, para ele provar. Ações assertivas como essa ajudam a evitar uma recorrência de devolução do produto. Ganham consumidor e empresa”, frisa Emerick

Para o diretor-executivo da Giran E-commerce Solutions, Paulo César Jeveaux, o primeiro passo é encarar o comércio eletrônico como um negócio real e, nos casos de empresas físicas, como uma nova unidade de negócio real. “Não existe uma receita para o sucesso, mas começar subestimando a complexidade ou o poder de uma operação on-line é um erro clássico e que em muitas vezes pode definir o insucesso já no começo da operação”, ressalta.

Jeveaux enfatiza que para garantir competitividade é preciso analisar o que os concorrentes estão fazendo e, principalmente, ter o cuidado de não entrar em uma guerra por preços. “O cliente que procura apenas preço acaba comprando fora da internet, pois tende a não pagar frete e não ter de esperar pela entrega. O ideal é que o empresário agregue seu conhecimento sobre o produto, com seleções ou indicações personalizadas, recomendações de produtos para situações ou momentos específicos, combinações do seu produto com outros que possam enriquecer a experiência do cliente, mesmo que não venda o produto indicado diretamente na sua loja”, reforça.

Nos casos das pequenas empresas que não possuem condição de contratar um profissional de marketing digital, a opção é que o próprio gestor se capacite: “Sem dúvidas vale a pena, mesmo que a empresa possa ter um especialista em marketing digital. Essa é uma área que evolui bastante, e ter pessoas diferentes com ‘mind sets’ diferentes olhando para a mesma área é sempre bom”, completa.

Os especialistas são unânimes em afirmar que a acessibilidade ao consumidor de diversos itens on-line, a qualidade dos produtos e um bom atendimento são parte da receita que tem garantido ao lojista boa penetração e vendas com um bom tíquete médio. E, quanto à tendência para os próximos anos, esperam o crescimento significativo do e-commerce (comércio eletrônico por meio de dispositivos móveis) e do e-commerce crossborder (transfronteiriço ou internacional), o que significa mais brasileiros comprando em sites no exterior.

Mas há também quem passou por más experiências. A advogada Silvia Vargas, 32 anos, teve tantos problemas com a simples compra de um periférico que desistiu dessa forma de aquisição de produtos e serviços.

“O enxoval de minha filha Laís, que está com 9 anos, foi todo comprado pela internet. É muita praticidade” - Lorena Vianna Geller, fisioterapeuta e empresária

“Comprei um pendrive por R$ 49, e ele nunca chegou. Tentei de todas as maneiras receber o produto e, em seguida ser ressarcida, mas não obtive sucesso, após mais de 20 tentativas. Entrei na Justiça e fiz um acordo no valor de R$ 600. Nunca mais comprei nada”, relata.

Em 2013, por meio do Decreto 7.962, foram regu-lamentados pontos críticos do setor, entre eles a exigência de que os sites apresentem informações claras e detalhadas e respeitem o direito de arrependimento do consumidor.

Uma das mais debatidas preocupações sobre o e-commerce refere-se às gigantes mundiais da internet, tais como Google, Facebook, Apple e Amazon, que possuem sites em português, nos domínios “.com.br”, mas utilizam brechas na legislação para vender sem pagar impostos no Brasil. Faturam seus serviços em cartão de crédito internacional e recebem o pagamento por meio de subsidiárias localizadas em outros países.

Por outro lado, a Camara-e.net promove constantes negociações com as esferas governamentais para frear o “afã hiper-regulatório da economia digital brasileira, o que cercearia a criatividade e o empreendedorismo”, destaca Gerson Rolim, diretor da entidade. Mas a preocu-pação maior está mesmo nos elevados tributos. “A alta carga tributária, a deficiente e consequentemente cara malha logística, a baixa qualidade e o alto custo da banda larga são as nossas maiores preocupações”.

CATEGORIAS MAIS VENDIDAS DE 2014(Em volume de pedidos)

Moda e Acessórios

17%

Cosméticos, Saúde e Cuidados Pessoais

15%

Eletrodomésticos

15%Telefonia e celulares

8%

Livros e Revistas

8%

Informática

7%

Casa e Decoração

7%

Eletrônicos

6%

Esporte e Lazer

4%

Brinquedos e Games

3%

Fonte: E-bit informação

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TOP MARCAS: CONSUMIDOR APOIA REDUÇÃO DO CONSUMO DE ÁGUA E ENERGIA

FATOS

Mais de 50% dos entrevistados entendem que a solução do problema da água é de todos

A Pesquisa Top Marcas 2015, uma ini- ciativa da revista ES Brasil em parceria com a Merccato Inteligência

Competitiva, revelou que o capixaba está consciente quanto ao uso eficiente da água e da energia. O levantamento, que foi realizado com 400 consumidores – entre homens e mulheres com idade acima de 16 anos – inseridos nos critérios de repre-sentação das classes A e B nos municípios de Vitória, Vila Velha, Serra e Cariacica, mostrou a 81,4% dos entrevistados apóiam o racionamento de energia elétrica para tentar reverter a crise que se instalou nos últimos meses, resultado da falta de chuvas nas regiões onde estão os reservatórios de hidrelétricas do Sudeste e de Centro-Oeste, que respondem por cerca de 70% da produ-ção de energia do país.

O autônomo Jorge dos Santos é um dos que se enquadram nesse perfil. Ele que recentemente comprou um ar-condicio-nado para tentar se refrescar no calor, ainda não teve a oportunidade de usar o aparelho. Além de evitar o desperdício, Jorge anda bastante preocupado com o aumento da conta de luz, que vem doendo, e muito, no bolso do brasileiro. “Eu e minha família resolvemos comprar um ar-condi-cionado para instalar em casa, mas com a nova cobrança da conta de luz optamos

por não fazer a instalação. Mesmo com esse ca lor intenso, fica complicado ligar o aparelho todos os dias, até porque o valor da energia aumentou bastante. É tempo de economizar”, revelou.

Outro ponto identificado é referente à escassez de água. Segundo 65% dos entrevis-tados a responsabilidade por esse problema deve ser atribuída a todos. Outros 24,4% apontam que a culpa é do Governo Federal, seguido pelo Governo Estadual (12,8%). O levantamento também revelou que 66% dos consumidores são favoráveis ao rodízio de água para reverter essa situação.

De acordo com a pedagoga Maria Cristina Justo Nascimento, a mudança de comportamento no brasileiro pode ser feita nos pequenos hábitos do dia a dia, como lavar a louça, por exemplo. “Desde quando começaram os alertas sobre a possibilidade da crise de água, eu mudei os meus hábitos em casa. Hoje me policio mais na hora de lavar a louça, escovar os dentes e tomar banho”, revelou.

SOBRE A PESQUISACom o propósito de oferecer um resultado

que reflita a realidade empresarial capixaba,

a Pesquisa Top Marcas foi realizada entre os dias 23 e 27 de fevereiro e entre 2 e 3 de março de 2015. O levantamento, que é publi-cado anualmente desde 2009, apresenta o perfil de consumo da elite econômica da Grande Vitória através da identificação das marcas mais lembradas pelos públicos das classes A e B. O método, que foi desenvolvido e utilizado nos Estados Unidos na década de 1980, apresenta uma confiabilidade de 95%.

A pesquisa também serve de referência para as empresas que atuam no Espírito Santo para que seja aprimorado o posi-cionamento de suas marcas. Para calcular a amostra, foram utilizados dados oficiais divulgados pelo Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), a partir de levantamentos promovidos pelo Instituto Brasileiro Geografia e Estatística (IBGE). O resultado completo, você confere na edição de maio da revista ES Brasil.

VOCÊ APOIA O RACIONAMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA?

Opções 2015Sim 81,4%

Não 18,6%

E O RODÍZIO DE ÁGUA? VOCÊ APOIA

ESSA DECISÃO?

Opções 2015Sim 66,0

Não 34,0

ES Brasil • Março 2015 3535 www.revistaesbrasil.com.br • @esbrasil • esbrasil

A nova lei que proíbe os estabelecimentos comerciais de São Paulo de utilizarem sacolas derivadas do petróleo e obrigam a oferecer modelos padronizados, nas cores

verde e cinza, com parte feita de material renovável, tem gerado muita polêmica desde o dia 5 de abril, quando entrou em vigor.

De um lado, consumidores reclamam da cobrança pelas embalagens biodegradáveis; de outros, supermercadistas, espe-cialmente de grandes redes como Pão de Açúcar, Extra e Carrefour, alegam prejuízo e passam a vender a sacola por preço entre R$ 0,08 e R$ 0,10.

O Procon municipal anunciou que serão autuados os super-mercados que mantiverem a cobrança, o que fez a Federação do Comércio de bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomércioSP) enviar um ofício ao órgão, destacando que a lei

POLÊMICA NA COBRANÇA DAS SACOLAS PLÁSTICAS EM SÃO PAULO

veda a distribuição das sacolas plásticas, mas não estabelece obrigatoriedade quanto ao fornecimento gratuito do novo modelo.

Tal cobrança é objeto de opiniões e posições diferentes entre os órgãos de defesa do consumidor como, por exemplo, os de São Paulo e Minas Gerais, em razão de políticas públicas discutidas e priorizadas localmente. “Atualmente, não existe norma de defesa do consumidor capaz de definir se a cobrança pelo seu fornecimento é ilícita ou não, e essa situação deve ser decidida em âmbito legislativo”, explica o diretor-presidente do Procon Estadual do Espírito Santo, Ademir Cardoso. O entendimento do Procon-ES é de que a discussão deve ser embasada na lógica da proteção do meio ambiente e que diante da dificuldade e dos desafios na destinação adequada para sacolas plásticas ou biodegradáveis, a sua utilização não deve ser estimulada.

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FATOS

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CONVÊNIOS

MUNICÍPIOS JÁ PODEM CADASTRAR PROJETOS NO MINISTÉRIO DO TURISMO

Projetos relativos à identificação do patrimônio histórico e cultural com potencial para visitação turística, que contemplem obras de facilitação de acesso, conforto e segurança; ou de sinalização turís-tica e implantação de centros de informações e de apoio à comercialização do artesanato local podem ser cadastrados no Programa de Apoio à Infraestrutura Turística, até o dia 30 de abril. Os Setores de Convênios das prefeituras devem acessar o endereço www.convenios.org.br, entrar no Sincov e digitar o código do programa 540002015000.

CARIACICA ABRE EDITAL DA LEI DE INCENTIVO AO ESPORTE

A Lei 5.297/14, conhecida como “Horácio Carlos Rosa” e regulamentada por meio do Decreto n° 004/2015, prevê concessão de incen-tivo fiscal e financeiro ao esporte amador, olímpico e paralímpico, além da Bolsa Atleta a atletas e para-tletas de rendimento e estudantes que representam Cariacica em competições oficiais e que estejam em plena atividade esportiva. Os recursos mensais variam de R$ 200,00, para atletas estudantis, a R$ 1.000,00 para atletas e paratletas de nível internacional. As inscrições vão até o dia 6 de maio, das 8h às 17h, na sede da Secretaria Municipal de Esportes e Lazer, na Rua Bolivar de Abreu nº 49, Edifício Jareta 2º andar, Campo Grande.

PIS/PASEP E COFINS VOLTAM A SER COBRADOS

O Governo Federal restabeleceu para 0,65% a alíquota do PIS/Pasep e para 4% a do Cofins incidentes sobre receitas financeiras de pessoas jurídicas sujeitas ao regime de apuração não cumulativa, a partir de 1º de julho de 2015. As alíquotas serão aplicáveis inclusive sobre receitas decorrentes de operações realizadas para fins de hedge. Com a edição da norma, o Governo revogou o Decreto 5.442, de 9 de maio de 2005, que havia reduzido a zero as alíquotas. Ainda segundo a nova regra, estão mantidas em 1,65% e 7,6%, respectivamente, as alíquotas do PIS/Pasep e da Cofins aplicáveis aos juros sobre capital próprio.

GESTÃO

TECNOLOGIA

PREFEITURA DA SERRA INVESTE EM GEOPROCESSAMENTO A nova base cartográfica de Serra, resultante de um aerolevantamento realizado no final de 2014, traz imagens tridimensionais (3D) que possibilitam verificar os limites de áreas cercadas (lotes), posteamento, tipos de pavimentação existente nas vias e localização do meios-fios. Dados que levam à diminuição dos custos na hora de se elaborar projetos, como os de drenagem e pavimentação, e contribuem com a fiscalização e a arrecadação tributária.

FERRAMENTA

MAPA DE EMPATIA PARA EMPREENDEDORES AJUDA A DEFINIR PERFIL DE CLIENTE

O objetivo do mapa, elaborado por Marcelo Nakagawa, professor de Empreendedorismo do Insper (SP), e divulgado pelo Movimento Empreenda, é auxiliar empreendedores e profissionais responsáveis pelo desenvolvimento de novos produtos e serviços a definir rapidamente o perfil de um cliente ou usuário e suas necessidades, seus desejos e suas aspirações. Para utilização da ferramenta, basta efetuar o download em http://migre.me/pgYUi e seguir as orientações contidas no próprio mapa.

INCENTIVO IMPOSTOS

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POLÍTICA

A cada dia, as empresas são mais cobradas por gestores públicos e consumidores quanto à responsabilidade pelas consequências sociais de suas atividades. Há ainda a pre-

ferência de muitos investidores por empreendimentos que adotam princípios de justiça, transparência, responsabilidade social e ética na condução de seus negócios, o que torna essenciais os investimen-tos em programas de responsabilidade social.

Segundo levantamento do Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (Gife), uma rede que congrega os maiores investidores do país, as empresas privadas aplicaram R$ 2 bilhões no terceiro setor brasileiro em 2010. Na observação dos analistas de mercado, a preocupação com os problemas sociais não é o único fator que define aportes nessa área, pois fazer o bem gera recompensas, entre elas melhoria na relação da empresa com os parceiros e na imagem diante dos consumidores.

Os incentivos fiscais às doações são um importante impulso para o investimento privado de pessoas e empresas às entidades do terceiro setor. Mas, além de o Brasil possuir um número bastante limitado desses estímulos, os existentes são pouco utilizados,

FATOSFoto: M

arcelo Camargo/AgBr

RESPONSABILIDADE SOCIAL SEM CUSTOS ADICIONAISEMPRESA PODE FINANCIAR PROJETOS NAS ÁREAS DE SAÚDE, CULTURA, EDUCAÇÃO, DESPORTIVA E AMBIENTAL COM O DINHEIRO QUE IRIA PAGAR IMPOSTO DE RENDA

Os investimentos em projetos sociais trazem significativos benefícios tanto a iniciativa privada quanto ao terceiro setor

“Os empregados, passam a ter orgulho em trabalhar em uma organização socialmente responsável. Todos querem participar de uma empresa da qual podem se orgulhar.” - Etienne de Castro Tottola, CEO da Agha RH

ES Brasil • Abril 2015 39

tanto por falta de conhecimento por parte das organizações e das empresas, como pela complicada operacionalização contábil fiscal e, ainda, porque grande parte das entidades que poderiam fazer jus à verba não atende aos requisitos legais, o que impede o recebimento de tais recursos, reforça o diretor jurídico do Instituto Jacarenema de Pesquisa Ambiental, Pablo Queiroz Aguete.

Dentre os três regimes de tributação para o Imposto de Renda adotáveis pelas pessoas jurídicas, somente as que tributem pelo lucro real podem direcionar doações incentivadas “Nesse cenário, as parcerias entre empresas com responsabilidade social e entidades do terceiro setor que façam jus ao benefício fiscal são excelente via alternativa para que os empreendimentos possam atuar social e ambientalmente sem aumentar as despesas”, esclarece Pablo, sócio do escritório Aguete e Mattos Advogados Associados.

A empresa pode abater o valor doado, até o limite correspondente a 2% do lucro operacional, reduzindo, por consequência, o IRPJ e a CSLL devidos. As doações não precisam acontecer somente em dinheiro, mas podem ocorrer também em bens. Especialista no terceiro setor, a advogada Taís Amorim, sócia do escritório Amorim & Leão Advogados, explica que a dificuldade das instituições está em encontrar empresas que declarem o lucro real, já que a estimativa no Brasil é de que apenas 4% das organizações informem seu imposto nesse formato. No entanto, o que torna atrativa essa via é o valor agregado à empresa a custo zero. “Ainda que não haja por parte do empresário a preocupação com a melhoria social, essa participação é um grande negócio, pois gera publicidade favorável e agrega valor à marca, uma contrapartida mercadológica bem interessante”, destaca.

ENTIDADES Se de um lado há restrição por parte do empresariado em optar

pelo lucro real, de outro há também a dificuldade de se encontrar instituições do terceiro setor que reúnam as condições legais para fazer jus às verbas incentivadas. Consultora jurídica de entidades sem fins lucrativos, Taís Amorim resalta que as exigências para que uma iniciativa possa ser donatária de verba incentivada são

rigorosas, começando com a necessidade de se obter o título de Utilidade Pública Federal, que dentre outros requisitos impõe que a associação não remunere sua diretoria e que tenha no mínimo três anos de atuação comprovada. “O segmento do terceiro setor acreditava que a criação da Lei da Oscip – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público – trouxesse celeridade ao processo, por não exigir os três anos de atuação para a certificação como Oscip. Mas, na prática, a burocratização dos procedimentos e as exigências permanecem, e não há o resultado positivo que se esperava”, explica.

Uma das maiores dificuldades na aplicação desse beneficio está na precária condição legal das instituições, que, muitas vezes não possuem nem mesmo um estatuto adequado. “Não são raros os casos de empresas que têm disponibilidade e condições de participar do incentivo fiscal, mas muitas vezes não encontram na comunidade em seu entorno uma entidade sequer que esteja apta a receber verba incentivada”, garante.

O fato é que a realidade atual nos mostra que há muita verba a se aplicar e muitos trabalhos sociais importantes que podem ampliar ainda mais seu alcance, se os dois segmentos (segundo e terceiro setor) conseguirem “dar as mãos” em prol dessa missão.

Ainda entre as vantagens de se investir no terceiro setor, a especialista em Recursos Humanos Etienne de Castro Tottola, CEO da Agha RH, reitera que a empresa com responsabilidade social tende a ser mais respeitada pela comunidade à sua volta . “Em muitos casos, a decisão de compra de um produto ou serviço pode ser definida a partir dessa relação de parceria que é criada entre empresa e comunidade. Os empregados, de modo geral, passam a ter orgulho em trabalhar em uma organização socialmente responsável. Torna-se, também, mais atrativa para os candidatos a emprego porque todos querem participar de uma empresa da qual podem se orgulhar. Diante disso, as empresas que possuem essas características acabam atraindo profissionais diferenciados no processo produtivo e comprometidos com a causa social e o resgate da cidadania”, garante.

“A participação social das empresas é um grande negócio, pois gera publicidade favorável e agrega valor à marca, uma contrapartida mercadológica bem interessante” - Taís Amorim, sócia do escritório Amorim & Leão Advogados

A advogada Taís Amorim idealizou o Instituto Ativar (www.institutoativar.org.br), uma entidade sem fins lucrativos criada para dar suporte a outras associações, abrangendo assessoria nas áreas jurídica, contábil e financeira, a fim de que se mantenham regulares e aptas a receberem verba incentivada. A expectativa é de que o Ativar seja um fomentador da assistência social em grande escala, aproximando ONGs das empresas e também do primeiro setor, para efetivar a aplicação das verbas que poderiam ser destinadas ao terceiro setor. A estimativa dé de que, em 2011, mais de R$ 100 milhões deixaram de ser direcionados às ONGs por falta de projetos ou irregularidade das entidades.

INSTITUTO ATIVAR

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ENTREVISTA LUCIENE ARAÚJO

JOSÉ LUÍS GALVÊAS LOUREIRO

SÓCIO-PROPRIETÁRIO DA GALWAN ANALISA FATORES QUE PREJUDICARAM O MERCADO

IMOBILIÁRIO E APONTA MODELO DE NEGÓCIO CAPAZ DE SUPERAR A CRISE

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E ngenheiro civil formado pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e pós-graduado em Engenharia de Segurança, José Luís Galvêas Loureiro fundou há três déca-

das a Galwan, que hoje está entre as 35 maiores construtoras do Brasil. Nesta entrevista, ele fala sobre os diferenciais encontra-dos pela empresa para se manter sólida em um mercado que está sendo fortemente impactado pela crise.

Qual o panorama atual do mercado imobiliário? Há alguns cenários pontuais onde o mercado está menos

afetado, como no Rio. Em função das Olimpíadas, tem lá muitas obras. Mas mesmo lá já não está da mesma forma que antes da Copa do Mundo, houve queda. Você lançava um empreendimento na Barra da Tijuca, por exemplo, e em menos de uma semana vendia tudo. Hoje, tem uma quantidade muito grande de imóveis, inclusive para residência dos atletas durante as Olimpíadas, que depois serão vendidos. Isso inundou aquela região com mais de 3 mil unidades. E sempre há um problema de mercado quando não se respeita o equilíbrio entre a oferta e a demanda.

E quanto aos demais estados que não irão ser impactados com as Olimpíadas?

Esse desequilíbrio não é somente em decorrência das Olimpíadas. Outros mercados sofrem por desequilíbrio provo-cado em função das grandes construtoras que fizeram transações de IPO (Initial Public Offering - Oferta Pública Inicial, em inglês), entraram para a Bolsa, capitalizaram-se (por meio da venda de ações) e saíram construindo por todo o país. Entraram em mercados pequenos, e aí eu particularizo o Espírito Santo, que sempre teve um mercado equilibrado, bem abastecido pelas empresas locais e, de repente, foi inundado de apartamentos. Houve ainda maior facilidade de financiamentos, maior segu-rança jurídica aos bancos, que passaram a emprestar mais dinheiro para a construção civil, e uma segurança maior ao comprador, por meio do patrimônio de afetação, uma lei que garante que os recursos investidos sejam realmente aplicados na obra. De maneira geral, passado esse boom, há um período ruim por não estarmos realimentado a cadeia da construção civil; mas por outro lado, é um momento bom de oportunidades ao comprador que vai adquirir um imóvel com custo menor. Mas, à medida que o mercado for consumindo o excesso, os preços subirão.

Qual a consequência dessa oscilação brusca? O triste disso é o que fica de desemprego e de descontinuidade

do setor, da engenharia. Nesses períodos de recessão, muitos engenheiros, muitos técnicos, muitos profissionais altamente capacitados da construção civil acabam migrando para outros setores e até mesmo para outras profissões. E isso representa um desperdício de investimento em capacitação muito grande.

O que fazer diante desse quadro? O exemplo mais clássico é o feijão. Quando o preço está bom,

todo mundo sai correndo para plantar, e aí o preço fica ruim com o excesso de oferta. Então todo mundo deixa de plantar feijão, o produto some do mercado, e sobe o preço. A oportunidade está exatamente na contramão das coisas: é você ter feijão pra vender quando a safra está em baixa e ter outro produto quando o preço estiver reduzido demais. O bom é o crescimento gradativo. Momentos de ascensão exacerbada sempre resultam na necessidade de muito trabalho para “arrumar a casa”.

Podemos então afirmar que está sofrendo mais quem tem um único produto?

Sem dúvida nenhuma. Do ponto de vista do empresário, quem está trabalhando com um único tipo de imóvel fatalmente está no limite de buscar uma diversificação. Do ponto de vista do trabalhador, do engenheiro e do técnico, não há muita opção, e muitos precisam mudar radicalmente de função, abrir um novo negócio.

Existe uma fórmula de planejar o crescimento do mercado?

O mercado produtivo vinha de muitas reivindicações para o Governo Federal que nunca eram atendidas. Em determinado momento até houve essa aproximação, mas a sede do setor era tanta que as oportunidades de expansão acabaram vindo numa dose muito maior que o mercado poderia comportar. Há um pouco de culpa de todos os lados para esse desequilíbrio atual. Excesso por parte do próprio mercado, dos bancos, e das autorizações para essa quantidade enorme de IPO. O problema foi ter ocorrido tudo ao mesmo tempo, mas fato é que o erro de muitos gerou uma construção em escala que acabou sendo benéfica ao comprador.

Como a Galwan tem conseguido minimizar os impactos da crise?

Primeiro pelo modelo de negócios, focado em condomínio fechado, chamado também de obras por administração. A empresa forma o grupo e executa a obra a preço de custo, mais uma taxa de administração. Um modelo de negócio menos impactado pela crise, porque o risco é quase zero. Também ampliamos a oferta de produtos a um público de maior poder aquisitivo. Além de empreendimentos residenciais e comerciais no Espírito Santo (Vitória, Vila Velha, Guarapari, Cachoeiro e Serra), passamos a construir hotéis em parceria com a Accor, em Vitória e no Rio de Janeiro. O empresário precisa estar sempre atento às oportunidades e aos anseios de seus clientes. E hoje, o anseio de todo mundo é por renda. Especialmente nos momentos de crise, é muito importante ter uma garantia além do seu salário, ou do rendimento como profissional autônomo,

O bom é o crescimento gradativo. Momentos de ascensão exacerbada sempre resultam na necessidade de muito trabalho para arrumar a casa”

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ENTREVISTA

suficiente para sobrepor o custo fixo. Então entramos no setor de hotéis para exatamente levar essa oportunidade para nossos clientes com espírito de investidor.

Como resumiria em três grandes momentos a trajetória da Galwan até a conquista da consolidação e do reconhecimento nacional?

Em 1981, iniciamos nossa história no mercado imobiliário com a construção do Edifício Fazenda da Praia, na orla da Praia da Costa. Em 2005, após já termos construído um hotel em Vitória, sempre no sistema de condomínio fechado, passamos a construir também no Rio de Janeiro, em parceria com o Grupo Accor de Hotéis, pois o mercado era mais amplo e garantiria uma renda melhor aos investidores. O primeiro empreendimento no Rio, o Hotel Íbis Santos Dumont, foi entregue em 2007, e aí a Galwan passou a ser reconhecida como uma empresa de atuação nacional. Em 2008, conseguimos atrair para o Espírito Santo investimentos da Fundação dos Economiários Federais (Funcef), que adquiriu 78% de um prédio corporativo. Para concretizar a parceria, a Galwan passou pela rigorosa avaliação da Funcef – o terceiro maior fundo de pensão do país. Em 2010, entregamos o Novotel Santos Dumont e, até 2014, mais nove unidades além do Novotel, na Barra da Tijuca, e dos dois Ibis, em Copacabana e Botafogo.

E como conseguiram chegar ao mercado internacional? Eu digo que Deus nos permite a sorte, mas para que haja

essa sorte é preciso muito trabalho. E nós trabalhamos muito. Enquanto construíamos os hotéis em parceria com a Accor, fomos indicados a uma empresa norte-americana. Desses 13 hotéis que construímos no Rio, dois foram para investidores da norte-americana Host Hotels & Resorts, Inc. Construímos para eles da mesma forma que fazemos com nossos investidores. Executamos a obra, mas eles são os proprietários do hotel, recebendo de

acordo com o percentual de ocupação. Você pode comprar um quarto de hotel dentro de um modelo previamente traçado ou adquirir um percentual do imóvel como um todo e, proporcionalmente recebe um percentual de 95% do resultado líquido. E como o negócio é muito bom, surge a demanda à construção de outros hotéis. Dessa parceria bem- sucedida entre Galwan, investidores e Accor, veio o convite para construirmos o primeiro Ibis dos Estados Unidos. Já conseguimos um terreno com excelente localização em Brickell, Miami, e vamos lançar ainda este ano nosso primeiro hotel fora do país.

E de onde são esses investidores? Uma coisa muito bacana e que eu faço questão de repetir,

porque me deixa muito feliz, é que a maioria desses investidores é da Grande Vitória, parceiros de muito tempo da Galwan. E isso faz com que aquele dinheiro que circula no Rio de Janeiro, nesse ramo da hotelaria, venha para o Espírito Santo. Para termos uma ideia melhor em relação a quantia, em 2014, mais de R$ 40 milhões do lucro gerado por esses imóveis foram transferidos do Rio para investidores capixabas.

Qual o valor investido para se chegar a esse retorno? É preciso considerar o tempo. O investimento em nosso

primeiro hotel foi de R$ 123 mil, equivalente a um quarto, e a renda média o ano passado foi de R$ 3 mil ao mês. Lógico que neste momento econômico, a receita de 2015 deve ser 2% menor. Mas minha esposa, por exemplo, quando se aposentou, investiu nesse ramo. Naquela época, o rendimento da hotelaria correspondia ao mesmo valor da aposentadoria, e hoje já é o dobro. Você não tem perda, apesar de ficar sujeito à situação da economia.

A maioria de nossos investidores é da Grande Vitória. Em 2014, mais de R$ 40 milhões do lucro gerado por esses imóveis foram transferidos do Rio para investidores capixabas”

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INVESTIMENTOS

CURSO DE CLASSIFICAÇÃO E DEGUSTAÇÃO DE CAFÉ Produtores rurais de diferentes municípios tiveram a oportunidade de participar do Curso de

Classificação e Degustação de Café. O evento, que foi realizado de 6 a 10 de abril, faz parte de uma iniciativa do Centro do Comércio de Café de Vitória (CCCV) em parceria com a Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic), o Centro de Desenvolvimento Tecnológico do Café (Cetcaf) e o Instituto Capixaba de Pesquisa e Extensão Rural (Incaper). O curso, que foi gratuito, permitiu com que os agri-cultores aprendessem a técnica de avaliação do número de defeitos e impurezas nos grãos beneficiados e os sabores dos cafés, considerando os critérios estabelecidos pela Classificação Oficial Brasileira.

EXPORTAÇÕES DO AGRONEGÓCIO ATINGEM U$$ 272 MILHÕES

O agronegócio capixaba gerou uma receita cambial de US$ 272,87 milhões em produtos exportados nos dois primeiros meses deste ano. A cifra é equivalente a 412,4 mil toneladas comercializadas para o exterior. Se comparado com os mesmos meses de 2014, o índice apresentou uma queda de 2,57% no valor exportado enquanto que o volume de mercadorias exportadas aumentou 5,43%. Limão, laranja, café verde e pimenta-do-reino foram destaque nas vendas do agronegócio capixaba, com um incremento de 409,76%, 49,76% e 48,68% no valor exportado, respectivamente. Já as exportações de celulose tiveram uma diminuição na receita de exportação de 22% em relação aos dois primeiros meses do ano passado.

DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL É TEMA DE EVENTO

O Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) promoveu nos dias 7 e 8 de abril o 1º Encontro Para o Desenvolvimento Rural Sustentável de Venda Nova do Imigrante. O evento, realizado no campus do muni-cípio, teve como objetivo discutir e incentivar a sustentabilidade no meio rural, propondo atitudes e ações a serem implementadas para a garantia de um ambiente equilibrado com a produção de alimentos de melhor qualidade. Diversos assuntos foram tratados durante o encontro, como o novo modelo de agricultura, a produção de alimentos de boa qualidade e o maior retorno financeiro dos empreen-dimentos, combinados ao uso reduzido de insumos agrícolas.

AGRO

FISCALIZAÇÃO

IDAF E POLÍCIA AMBIENTAL FISCALIZAM ATIVIDADES IRREGULARES EM CARVOARIAS O Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf) e a Polícia Ambiental divulgaram o balanço da operação de fiscalização no setor de produção de carvão vegetal, realizada no norte do Estado. Ao todo foram 18 ações: sete em Conceição da Barra, seis em São Mateus e cinco em Jaguaré. Duas carvoarias foram autuadas por estar operando sem a licença ambiental e também por não possuir registro de produtor de carvão. De cinco carvoarias já fiscalizadas anteriormente, duas não estavam cumprindo a determinação de interdição, sendo autuadas novamente. Seus responsáveis foram conduzidos à delegacia local.

ENCONTRO

MINISTRA SE REÚNE COM PRODUTORES CAPIXABASA ministra de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu, se reuniu com produtores de café do Espírito Santo para discutir sobre novas formas de melhorias de desempenho das propriedades rurais capixabas. O encontro, que foi realizado no dia 1º de abril, visa a elevar a qualidade do produto. “O Espírito Santo hoje produz um café conilon de altíssima qualidade. Mas podemos e devemos melhorar a performance dos produtores e incluí-los no nosso programa de aumento da classe média rural”, afirmou Kátia Abreu em referência ao plano de ascensão social no campo que está sendo elaborado pelo ministério.

MERCADO SUSTENTABILIDADE

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A integração política entre os países da América do Sul vem se expandando nos últimos anos, e como consequência, os mercados dessas nações também

estão se aproximando cada vez mais. A crise e a estagnação econômica da Europa e América do Norte indicam a necessidade de se diversificar as relações comerciais.

Entre as vantagens em se estabelecer transações com os países vizinhos e próximos, estão os menores tempo e custo de transporte das mercadorias, os acordos tarifários existentes e as semelhanças culturais e linguísticas que facilitam os negócios, cita o presidente do Sindicato do Comércio de Exportação e Importação do Estado do Espírito Santo (Sindiex), Marcílio Machado.

ESPECIAL VITOR TAVEIRA

COMO O ES PODE EXPLORAR AS NOVAS FRONTEIRAS ECONÔMICAS DA AMÉRICA?

Muitas economias sul-americanas vêm avançando acima da média mundial, além de estarem investindo fortemente em infraestrutura, que melhorará ainda mais as relações comerciais com o Brasil. A inclusão social e o crescimento da classe média também são uma realidade que eleva o potencial consumidor desses países.

Para Machado, um novo eixo de oportunidades pode estar em locais como Chile, Colômbia e Peru, que fazem parte da Aliança do Pacífico. “Esses países têm se destacado por um pragmatismo maior e pela assinatura de acordos bilaterais com outros mercados do mundo, enquanto os demais países da América do Sul têm sido mais tímidos no processo de integração comercial com outras partes do planeta”.

Por meio da série “Novas Fronteiras”, a revista ES Brasil busca indicar ao empresariado capixaba boas oportunidades de negócios ainda pouco exploradas na América do Sul. E a primeira reportagem é sobre a Colômbia.

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COLÔMBIAA NOVA QUERIDINHA DOS INVESTIDORES INTERNACIONAIS

Nos próximos dois anos a Colômbia deverá se tornar a segunda maior potência econômica da América Latina

C afé, Farc, Shakira, cocaína, Gabriel García Márquez. Para bem ou para mal, essas são algumas das referên-cias que vêm à cabeça do brasileiro quando ouve falar da

Colômbia. Mas para quem acompanha o panorama mundial, o país vizinho vem sendo ligado a outra palavra: negócios.

Sabe também que com uma economia aberta, crescente e estável, estabilidade jurídica, inflação baixa e um mercado consu-midor significativo, a Colômbia tem se tornado a “queridinha” dos investidores internacionais na América do Sul.

Em 2013, os aportes estrangeiros superaram a marca de US$ 16 bilhões. O país é o quarto que mais recebe investimentos do Brasil, acumulando US$ 1,8 bilhão desde o ano 2000.

O interesse externo, obviamente, está diretamente atrelado à garantia de segurança jurídica e aos bons índices macroeconô-micos locais, que fecharam o ano de 2013 com crescimento de 4,7% no Produto Interno Bruto (PIB) e inflação em 1,5%, segundo os últimos dados disponíveis do Banco Mundial.

Nesse ritmo, a Colômbia caminha para ultrapassar a Argentina nos próximos anos e se converter na segunda maior economia da

América do Sul, de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Porém em termos de comércio com o Brasil, os “hermanos” portenhos, membros do Mercosul, levam grande vantagem. Enquanto a Argentina possui a terceira maior corrente de comércio com nosso país, os colombianos ocupam a tímida 29ª posição.

O comércio exterior exerce um papel-chave no crescimento colombiano. O país saltou de pouco mais de US$ 12 bilhões para US$ 58,8 bilhões em exportações 2013, com uma queda para US$ 54,7 bilhões em 2014. Nos últimos anos se destaca, por exemplo, o aumento percentual na participação dos produtos minerais na pauta exportadora.

O avanço do comércio entre Brasil e Colômbia tem sido exponen-cial. “As relações comerciais entre os países eram muito incipientes até 2002. Com o governo Lula, dinamizou-se o comércio bilateral, dado que os empresários aproveitaram os benefícios outorgados pelo Acordo de Complementação Econômica entre o Mercosul e a Comunidade Andina de Nações (CAN)”, diz Francisco Solano, diretor-executivo da Câmara de Comércio e Integração Colombo-Brasileira, sediada em Bogotá.

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“O comércio exterior colombiano cresceu cinco vezes nos últimos 10 anos. A Colômbia tem 13 acordos comerciais vigentes com países da América e da Europa” – María Claudia Lacouture, presidente da Proexport Colombia

Das festas tradicionais à modernidade das esculturas de Botero, a Colômbia abriga uma rica diversidade cultural

somente se faça um aproveitamento do mercado local, como também das grandes vantagens que este oferece como plata-forma exportadora”, explica Mauricio Borges, presidente da Apex-Brasil.

Essa segunda condição se dá pela assinatura pelo governo colombiano de diversos Tratados de Livre Comércio (TLCs), com vários países. “O comércio exterior colombiano cresceu cinco vezes nos últimos 10 anos. Para isso, a Colômbia tem 13 acordos comerciais vigentes com países da América e da Europa”, diz María Claudia Lacouture, presidente da Proexport Colombia, órgão do governo para fomentar exportações e investimentos.

Ela destaca o grande potencial oferecido para empresas brasileiras, tanto para exportações como para operações diretas, nas quais se pode aproveitar o mercado local e as vantagens de menor taxação para países com os quais é estabelecido TLC para servir como plataforma exportadora.

De acordo com informações do Itamaraty em Bogotá, entre os setores considerados estratégicos no comércio entre Brasil e Colombia estão cosméticos, plástico, têxtil e maqui-naria agrícola. Calçados, moda, telecomunicações, serviços financeiros e produtos agrícolas são outras áreas de negócios tidas como promissoras para investi-dores brasileiros em território colombiano, conforme a Proexport. Solano ainda cita outros como infraestrutura, energia, construção, alimentos e bebidas, mineração e saúde.

A perspectiva de chegada a um acordo de paz que vem sendo negociado entre o governo do presidente Juan Manuel Santos e a guerrilha Farc, agora ainda com o iminente início de um diálogo com o ELN, outra força insurgente, traz expecta- tivas positivas relacionadas à estabilidade política do país e também a geração de novas oportunidades no ramo agrícola, especialmente em territórios que poderiam deixar de ser afetados pela revolta armada.

O potencial de crescimento pode ser ainda maior, tendo em conta que a Colômbia possui a maior população da América do Sul depois do Brasil, somando um mercado de quase 57 milhões de pessoas, potencializado por um aumento significativo da capacidade de consumo por meio de um processo de diminuição da miséria e de aumento da classe média, como assinala Solano.

Ele lembra que, no comparativo, a balança comercial continua sendo historicamente deficitária para a Colômbia, porém esse valor vem caindo com os anos, tendendo a um maior equilíbrio entre os dois países.

PLATAFORMA PARA EXPORTAÇÃOUm sinal claro da importância e do interesse nesse mercado

foi a chegada da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), que inaugurou em janeiro de 2014 um escritório em Bogotá, o único na América do Sul. “Essa decisão se deu como resultado do grande potencial que o país oferece para as empresas brasileiras, tanto para as exportações, como para o estabelecimento de operações diretas nesse país, onde não

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Para os analistas econômicos ouvidos, apesar do grande drama humanitário que provoca, especialmente no campo, o conflito interno colombiano não tem sido obstáculo para a atração de novos investimentos, dada a preocupação do governo nacional em garantir a segurança jurídica.

ESPÍRITO SANTOO comércio da Colômbia com o Espírito Santo ainda

é tímido. Em termos de importações, o país ocupa o 39º lugar no ranking capixaba, com 0,2% do total importado, tendo uma pauta bastante concentrada liderada por carvão mineral (hulha betuminosa), com 46%; ácido fumárico (15%); fertilizantes (14%); de acordo com dados de 2014 disponibilizados pelo Sindiex.

Em relação às das exportações capixabas para o vizinho sul-americano, o total chega a 0,7%, fazendo com que ocupe a 28ª posição entre os países que compram do Espírito Santo. Nesse caso, os laminados de aço dominam mais de 60% da pauta, seguidos por granito (14%) e café (9%).

As oportunidades, claro, não se resumem ao comércio, mas também a outras possibilidades de intercâmbios e cooperações científicos e tecnológicos. A cafeicultura capixaba, por exemplo, que busca agregar valor, poderia aprender muito com os colombianos, cujo café, mais do que uma marca, virou sinônimo mundial de qualidade.

DICAS PARA QUEM QUER FAZER NEGÓCIOPara começar a explorar o promissor mercado

colombiano, recomenda-se buscar aproximação com entidades acostumadas a lidar com a relação empresarial entre os dois países, que podem oferecer apoio para estudos de mercado, orientação legal, implementação de empresas, entre outros.

Para Mauricio Borges, é importante que o investidor reúna o máximo de informações possíveis sobre a Colômbia e se dedique a descobrir, desenvolver e cultivar parcerias estratégicas que favoreçam a logística de distribuição e a comercialização naquele país tanto no pré como no pós-venda.

Borges considera o colombiano um consumidor bastante exigente, o que requer uma estratégia bem definida e adequação dos produtos exportados às normas técnicas locais e ao gosto do tipo de público a que se destinam.

O presidente da Apex alerta que a Colômbia é um “país de regiões”, o que exige que o empresário que chega entenda as diferenças entre

“Só depois de um longo período de conversas, o colombiano tomará a decisão final de compra. Deve-se negociar diretamente com cargos de máximo nível, já que a tomada de decisões é muito hierarquizada”Francisco Solano, diretor-executivo da Câmara de Comércio e Integração Colombo Brasileira

Fonte: Sindiex

Lâminas de aço, granito e café dominam as exportações capixabas para a Colômbia

RELAÇÕES COMERCIAIS ENTRE COLOMBIA E ESPÍRITO SANTO EM NÚMEROS

Hulha betuminosa (carvão mineral)

46%Laminados de aço

66%Granitos trabalhados

14%Café em grão

9%

Ácido fumárico

Nitratos de cálcio e amônio (fertilizantes)

15%

14%

IMPORTAÇÃO EXPORTAÇÃO

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“O país oferece oportunidades para as empresas brasileiras, tanto para as exportações, como para o estabelecimento de operações diretas neste país, não somente com aproveitamento do mercado local, como também como plataforma exportadora” – Mauricio Borges, presidente da Apex-Brasil

de investimentos, que devem ser analisadas com atenção na hora de fazer negócios”, sugere Borges.

Sobre o tratamento na hora de se estabelecer as relações, Francisco Solano oferece alguns conselhos práticos. Para ele, é preciso ter em conta que, apesar da internet, os contatos pessoais são imprescindíveis para o sucesso no comércio com a Colômbia. As negociações devem acontecer em um ambiente cordial e amigável, evitando falar de negócios de imediato, criando anteriormente um clima de confiança. “Não se deve pressionar o colombiano para que tome a decisão, ainda que ele se mostre muito interessado pelas ofertas apresentadas. Só depois de um longo período de conversas ele tomará a resolução final de compra. Deve-se negociar diretamente com cargos de máximo nível, já que a tomada de decisões é muito hierarquizada”, complementa.

As feiras internacionais que lá acontecem são uma ótima oportunidade para o empresário realizar uma primeira aproximação e conhecimento do país, possibilitando estabelecer contato direto com várias companhias de seu setor de atuação. Café, calçados, moda, metalomecânica, móveis são alguns dos segmentos que realizam feiras de grande relevância, algumas ainda este ano.

Para um país que nasceu e cresceu de frente para o Oceano Atlântico e de costas para a América Latina, parece que os países vizinhos nunca estiveram tão próximos. As fronteiras vão diminuindo. El momento es ahora.

CONTATOS DE APOIO AO EMPRESARIADOEmbaixada do Brasil em Bogotá - Setor ComercialTel: +57 1 2180800E-mail: [email protected] Site: www.bogota.itamaraty.gov.br/

Cámara de Comercio e Integración Colombo BrasileraTel: +57 1 3564133 E-mail: [email protected] Site: www.colombobrasilera.com

Apex BrasilTel: +57 1 3192704 E-mail: [email protected] Site: www.apexbrasil.com.br

Escritório da Proexport Colombia em São PauloTel: (11) 3171 0165E-mail: [email protected]: www.proexport.com.co

os locais em que queira fazer negócios. “Apesar de aproximada-mente 55% do mercado se encontrar em Bogotá, é importante ressaltar o papel de outras regiões e cidades, que representam importantes e diferentes oportunidades tanto comerciais como

AgroexpoSetor: AgropecuárioData: 9 a 20 de julho de 2015Cidade: Bogotá Site: www.agroexpo.com

ExpometalicaSetor: MetalmecânicoData: Setembro/OutubroCidade: BogotáSite: www.expometalica.co

Expoespeciales – Café de ColombiaSetor: CafeiculturaData: OutubroCidade: BogotáSite: http://www.expoespeciales.com

Expo Oil & Gas ColombiaSetor: Petróleo e gásData: NovembroCidade: BogotáSite: www.expooilandgascolombia.com

Colombiatex de las AméricasSetor: Moda e vestuárioData: JaneiroCidade: MedellínSite: www.colombiatex.inexmoda.org.co

Leather Show Setor: Couro e calçado Data: FevereiroCidade: BogotáSite: www.ifls.com.co

M&M Tecnológica e IndustrialSetor: Florestal, madeira e móveisData: 9 a 12 de março de 2016Cidade: BogotáSite: www.feria-mm.com

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V oltada para a solução das demandas de Tecnologia da Informação e Comunicações (TIC), a VipRede possui DNA capixaba, apresentando aos seus clientes o que

há de melhor em inovação, conectividade alta disponibilidade. A empresa, que está no mercado há mais de 12 anos, irá inaugu-rar no mês de maio o seu segundo datacenter no Estado, que ficará localizado no município de Vila Velha. O espaço terá dois no-bre-aks de 60 kVA e um conjunto gerador de 150 kVA que trabalha com combustível diesel e tem capacidade para sustentar todo o ambiente por aproximadamente 10 horas em carga máxima.

De acordo com Giuseppe Feitoza, CEO da VipRede, o datacenter oferece o que há de mais seguro em infraestrutura. “Oferecemos serviços de cloud computing (computação em nuvem) para os nossos clientes, fazendo com que a necessidade de investimento seja muito menor do que em um modelo primarizado, ao mesmo tempo garantindo todos os benefícios de se operar em uma infraestrutura totalmente redundante e altamente disponível. Com todos esses recursos, a equipe de TI da empresa deixa de se preocupar excessivamente com infraestrutura e passa a focar em como a tecnologia da informação pode ser cada vez mais um diferencial competitivo”, afirmou.

Além do datacenter de Vila Velha, a VipRede conta ainda com outra unidade em Vitória, que é monitorada em regime 24x7x365 por uma empresa de segurança especializada, com acesso direto ao sistema de segurança pública. O monito-ramento por câmeras cobre todas as áreas, corredores e racks, garantindo controle pelo Núcleo de Operação e Controle, bem como gravação de imagens e vídeo.

“Temos uma equipe de monitoramento que funciona 24 horas por dia e sete dias por semana, ou seja, se o servidor da empresa tiver um problema às 3 horas da manhã de um sábado, nós iremos resolver essa situação ainda no final de semana para

que o cliente chegue na segunda de manhã com tudo resolvido. A expectativa é de que o segundo datacenter seja inaugurado na primeira semana de maio”, garantiu Giuseppe.

Para que os serviços prestados não sejam afetados pela crise energética, a VipRede atua com o uso de baterias, eliminando o risco de variação de voltagem.“Trabalhamos de forma intensa para que a crise energética não influencie no nosso trabalho. Otimizamos nosso sistema de refrigeração, dividindo o datacenter em corredores quentes e frios, a fim de garantir que os equipamentos trabalhem sempre na temperatura adequada sem comprometer o consumo de energia para isso. Nenhum equipamento é ligado na energia, e sim em baterias, ou seja, não acontece nenhuma variação de voltagem. Assim as máquinas ficam protegidas de surtos elétricos oriundos da rede externa de fornecimento de energia”, destacou o CEO da empresa.

VIPREDE LANÇA SEGUNDO DATACENTER NO ESTADO

FATOS

A empresa, que já possui um datacenter em Vitória,

irá inaugurar outro no município de Vila Velha

“Oferecemos serviços de cloud computing (computação em nuvem) para os nossos clientes, fazendo com que a necessidade de investimento seja muito menor do que em um modelo primarizado”- Giuseppe Feitoza, CEO da VipRede

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POLÍTICA

DESTA VEZ, A MANIFESTAÇÃO REUNIU 30 MIL PESSOAS NA CAPITAL CAPIXABA

N ovamente vestindo as cores verde e amarelo, manifestantes saíram às ruas em 12 de abril não apenas na Grande Vitória, mas também nos municípios de Cachoeiro de Itapemirim,

Guarapari, Colatina e Linhares.Os pedidos se repetiram aos da mobilização anterior, realizada

no dia 15 de março: fim da corrupção, com ênfase para a prisão dos envolvidos no escândalo da Petrobras, e a saída do PT, com faixas e cartazes direcionados à presidente Dilma Rousseff e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apontado por muitos manifestantes como o “mentor intelectual” dos desvios de verbas que envolvem a estatal.

Além de famílias que reuniam até quatro gerações, instituições como a Maçonaria e a Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal também estiveram presentes na passeata que atravessou a Terceira Ponte em direção à Praça do Papa, em Vitória. “Nossa bandeira é defender a autonomia da Polícia Federal, a fim de torná-la uma polícia de Estado e não somente de governo. Autonomia na forma de dispor de seu orçamento e de definir suas prioridades, com estabelecimento inclusive de algumas diretrizes próprias, como a criação de delegacia anticorrupção, e outras ações do dia a dia, além de dar continuidade ao trabalho que já vem sendo feito, como nas recentes operações Lava Jato e Zelote”, explicou Marcos Pugnal, diretor regional da associação.

O que vinha sendo observado durante a manhã do dia 12 de abril em todo o país se confirmou no Espírito Santo: uma queda significativa do número de participantes em relação ao ato de

15 de março, quando Vitória registrou 100 mil pessoas nas passe-atas organizadas pelos movimentos Vem Pra Rua e Brasil Livre, a segunda maior mobilização do Brasil.

Na avaliação do cientista político Vitor Amorim de Ângelo, essa diminuição na quantidade de pessoas envolvidas no protesto se deu pela somatória de traços: o primeiro deles baseia-se no fato

“Podem tornar pessoas de boa vontade em massa de manobra para interesses ocultos. O país viveu isso em 1964 e tem de tomar cuidado para não repetir esse passado que tanta tristeza causou ao Brasil” - Maurício Abdala, filósofo

POLÍTICA

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LUCIENE ARAÚJO

POPULAÇÃO VOLTA ÀS RUAS PARA PROTESTAR CONTRA CORRUPÇÃO

No dia 12 de abril os capixabas foram às ruas novamente manifestar sua insatisfação com o governo

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de que os grupos que organizadores dos atos “não constituem movimentos sociais organizados, não têm expressão social; na prática, não representam ninguém”.

Vitor destaca que muitos aderiram à primeira manifestação, por estarem insatisfeitos e/ou inconformados com as notícias de corrupção e os rumos da política nacional e, de certa forma, “o arrefecimento da crise política ajudou a que essas pessoas se afastassem um pouco na segunda mobilização”. Ele entende ainda que o fato de a população ter ido às ruas é positivo em muitos sentidos; porém, em geral, não há um histórico de ação coletiva e, muitos, possivelmente, saíram pela primeira vez para protestar no dia 15 de março.

Finalmente, um quarto aspecto poderia ser a radicalização dos líderes da mobilização. “Sim, porque ela não é espontânea. Existem lideranças, eles vedem camisetas, são financiados, levam carros de som às ruas. E essas lideranças optaram por pregar saídas para a crise política que são absolutamente sem fundamento fático ou simplesmente inconstitucional – caso do impeachment”, defendeu Vitor.

O filósofo Maurício Abdala corrobora com o entendimento de que as manifestações acabam sendo esvaziadas porque não há uma base de organização constante, as bandeiras são confusas, e as pessoas não têm tradição de organização popular. “Não são sustentáveis, não têm pauta capaz de ser negociada como objetivo. O que querem eles? A saída da presidente. Isso é de alguma maneira negociável? Então, vira um evento pontual e quem já foi em um acha que já cumpriu seu papel”, destaca.

Tanto o cientista político quanto o filósofo fazem um alerta sobre o perigo de grandes mobilizações sem focos definidos. “A mobi-lização popular deve ser vista como positiva enquanto defenda propostas que façam avançar nosso sistema político. Porém, elas podem ser muito deletérias quando se propõem a defender

bandeiras nitidamente conservadoras”, afirma Vitor. “Há claramente uma grande confusão a respeito do motivo que levam esses mani-festantes às ruas. E isso é um perigo, pois podem tornar pessoas de boa vontade em massa de manobra para interesses ocultos. O país viveu isso em 1964 e tem de tomar cuidado para não repetir esse passado que tanta tristeza causou ao Brasil”, enfatiza Abdala.

Ainda que raros, os cartazes de apoio à volta do regime militar também foram vistos nas passeatas. “São pessoas que desconhecem a história ou que concebem a violência institucional como meio correto de se resolver certos problemas”, especifica Abdala. Um entendimento reforçado pelo cientista político: “Com certeza, há desconhecimento do que foi aquele período. Há mesmo certa memória positiva sobre a ditadura, que faz com que muitos a associem ao crescimento econômico, mais do que à repressão política. Ao mesmo tempo, muitos não veem saída política-institucional para o que entendem ser um impasse político e pensam, sem refletir sobre o que ocorreria depois, que uma força externa - os militares - poderia ser uma saída”, reitera Vitor Ângelo.

No cenário político internacional, segundo ele, alguns países destacam o crescimento econômico brasileiro, especialmente entre os emergentes. Outros ressaltam as manifestações como pujança do regime político nacional; e há ainda aqueles que entendem que uma onda conservadora parece ganhar corpo nas ruas e no Congresso Nacional em pouco tempo, “sem que uma presidente em inícios de mandato consiga liderar uma onda reversa”.

“As lideranças desse movimento optaram por pregar saídas para crise política que são absolutamente se fundamento fático ou simplesmente inconstitucional - caso do impeachment”Vitor Amorim de Ângelo, cientista político

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POLÍTICA

PORTOS: AS PERSPECTIVAS DAS ATIVIDADES PORTUÁRIAS NO ESPÍRITO SANTOCOM RECORDE DE PÚBLICO, A 12ª EDIÇÃO DO ES BRASIL DEBATE REUNIU APROXIMADAMENTE 400 PARTICIPANTES, ENTRE EMPRESÁRIOS, AUTORIDADES PORTUÁRIAS E ESTUDANTES

A falta de terminais portuários que encarece a cadeia logís-tica, as altas multas impostas a navios em espera para atracar, o aumento do tempo nas estradas em função das

más condições de conservação das rodovias, a burocracia na libe-ração de cargas e os fretes inflacionados estão entre os fatores que pesam negativamente na balança comercial brasileira.

O primeiro ES Brasil Debate deste ano, que marcou a comemoração dos 10 anos da revista, trouxe como tema “Portos: as perspectivas da atividade portuária no Espírito Santo”. O evento, realizado no dia 14 de abril, no Cerimonial Oásis, em Vitória, garantiu uma rica discussão entre os mais renomados especialistas no assunto, fruto de uma parceria entre a ES Brasil, a Federação Nacional das Agências de Navegação Marítima (Fenamar) e o Sindicato das Agências de Navegação do Espírito Santo (Sindamares).

O comandante da Capitania dos Portos do Espírito Santo, capitão-de-mar-e-guerra Marcos Aurélio de Arruda, que fez a saudação de abertura do ES Brasil Debate, elogiou a iniciativa da organização

DEBATE LUCIENE ARAÚJO

“A grande importância do evento, entre todos os aspectos debatidos, está fazer com que as pessoas passem a enxergar o porto como uma grande indústria” - Waldermar Rocha Junior, presidente da Fenamar.

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“Nosso porto público tem limitação quanto a capacidade de entrada de navios e isso dificulta muito a movimentação para o Estado, especialmente no segmento de conteineres” - Clóvis Lascosque, presidente da Codesa.

do encontro, em uma entrevista após o debate. “Quanto mais amplas forem as discussões acerca das oportunidades e dos problemas enfrentados pelo setor, mais eficientes e em menor tempo serão as soluções e melhores os avanços”, garantiu.

Mediado pelo presidente da Fenamar, Waldemar Rocha, o evento possibilitou aos quase 400 presentes um amplo conhecimento sobre as possibilidades do complexo portuário capixaba, responsável por quase metade do Produto Interno Bruto (PIB) estadual, bem como sobre os sérios gargalos que precisam ser solucionados. Waldemar enfatizou a importância de se realizar fóruns como o da ES Brasil: “É fundamental debater mais e mais o avanço, os entraves e as soluções. Além da atividade portuária responder por mais de 40% do PIB capixaba,

95% do comércio exterior passam pelos portos brasileiros”, apontou o mediador, que também integra a Federação Mundial de Agências de Navegação e é conselheiro da Confederação Nacional do Transporte.

Durante duas horas, tendo como debatedores o presidente da Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa), Clovis Lascosque; o secretário de Estado de Desenvolvimento, José Eduardo Faria de Azevedo, o presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra; o gerente de Relações Institucionais dos Portos da Vale, Roberto Pinto de Almeida, e o diretor-presidente do Sindamares, Sergio Luiz Bonelle, foram levantadas 10 questões, sendo que cada um dos cinco convidados respondia a duas delas e comen-tava outros dois questionamentos. Um dos focos do painel, apontado logo na primeira pergunta, foi justamente sobre os entraves que limitam a participação do Espírito Santo no comércio exterior brasileiro em menos de 10% das exportações e apenas 5% das importações, mesmo sendo considerado um dos mais eficientes do país e um dos maiores da América Latina, com uma estrutura que abriga sete portos.

Clovis Lascosque, explicou que o eixo central de impedimento ao Espírito Santo para conquistar uma fatia maior desse mercado está na infraestrutura. “Em 2014, o Espírito Santo movimentou 170 milhões de cargas, puxado pelo minério. Mas sabemos que é preciso evoluir muito para garantir competitividade, e a principal dificuldade que temos está nas instalações do porto público. Há limitação de capacidade em relação aos navios, pois a profundidade do canal de entrada da Baía de Vitória e os berços de atracação comportam embarcações de, no máximo, 242 metros de comprimento e 32 de boca, enquanto as maiores embarcações trabalhadas pelos armadores já medem 360 metros, o que faz com que haja perda de cargas para os portos do Rio de Janeiro e de Santos. E isso dificulta muito a movimentação para o Estado, especialmente no segmento de contêineres”, detalha Lascosque.

Hoje, os portos públicos capixabas operam 7 milhões de carga por ano. A somatória das melhorias obtidas com a conclusão da dragagem e do novo berço no cais do Atalaia, que permitirá

“O controle excessivo do governo nas parcerias público privada tem sido um grande problema. Porto é um investimento grande em longo prazo.” - Roberto Pinto de Almeida, gerente de Relações Institucionais dos Portos da Vale.

O evento que foi realizado no Cerimonial Oásis, em

Vitória, no dia 14 de abril, contou com a presença de

especialistas renomados

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a movimentação de novas cargas, irá representar um aumento de 30% nessa movimentação e, consequentemente, na arrecadação.

O presidente da Codesa destacou ainda que está sendo elaborado um estudo em São Paulo sobre a viabilidade de ampliação de berços que possam abrigar navios de até 265 metros, o que representaria significativa melhora na participação do Estado, principalmente em relação à demanda de navios conteineiros.

A necessidade de conclusão das obras de dragagem, iniciadas há mais de duas décadas, que ampliarão a profundidade do canal de 10,67 para 12,5 metros, foi reiterada por Sergio Bonelle, do Sindamares. “Se não tirarmos essas pedras do canal, continuaremos a ser um porto de cabotagem. A Codesa tem previsão para entregar obras até o final do ano, e precisamos fazer um esforço conjunto para que todos tenham sucesso nessa

empreitada. O Clovis (Lascosque) tem lutado diariamente para que essa situação encaminhe o mais rápido possível”, frisou.

Marcos Guerra, que preside o Sistema Findes, foi questionado sobre a influência do fim do Fundo de Desenvolvimento das Atividades Portuárias (Fundap) no setor capixaba. Para ele, não houve um preparo para essa mudança, que refletiu negativamente no Espírito Santo. “O Fundap foi importantíssimo para o Espírito Santo, mas o Estado não fez uma poupança. Foi uma perda muito grande e desastrosa, pois 50% da economia capixaba é voltada para o mercado internacional”.

Guerra destacou ainda que o Governo Federal precisa “estar olhando mais” para o Espírito Santo, uma vez que as grandes obras de melhoria da logística portuária dependem de recursos federais. E para vencer essa dificuldade na captação de verbas, o secretário de Estado de Desenvolvimento, José Eduardo Faria de Azevedo, afirmou que são necessários projetos bem elaborados e alianças bem estruturadas com outros estados, uma vez que as melhorias na infraestrutura e na logística dos portos capixabas beneficiarão todo o país. “O Espírito Santo é importante para o comércio internacional. Somos um Estado exportador, que contribui para a balança comercial brasileira. O desafio está em mostrar isso para o Governo Federal, para o Brasil, e perseverar na busca por esses investimentos”.

O secretário também enfatizou que o avanço do setor depende não somente da infraestrutura portuária, mas de toda uma cadeia logística que envolve rodovias, aeroportos, áreas adequadas para estocagem e instalação de empresas. Outro fator que limita o desenvolvimento, segundo Azevedo, está na “legislação restritiva”. No entanto, ele avalia que os recursos federais não solucionarão todos os entraves à expansão da atividade local. “Para garantir a competitividade do Estado, é fundamental a concretização de investimentos privados”, reforçou.

Sobre o interesse do Governo Federal em um plano de concessões, o gerente de Relações Institucionais dos Portos da Vale, Roberto Pinto de Almeida, defendeu que, neste momento os terminais privados seriam a solução para o Estado. Almeida, que já foi comandante da Capitania dos Portos, pondera que “a corrente se mede pelo elo mais fraco”, para destacar que a

“O Fundap foi importantíssimo para o Espírito Santo mas o Estado não fez uma poupança. Foi uma perda muito grande e desastrosa, pois 50% da economia capixaba é voltada para o mercado internacional”Marcos Guerra, presidente do Sistema Findes

“Quanto mais amplas forem as discussões acerca das oportunidades e dos problemas enfrentados pelo setor, mais eficientes e em menor tempo serão as soluções e melhores os avanços” – Marcos Aurélio de Arruda, comandante da Capitania dos Portos do Espírito Santo

Ao final o debate, o público interagiu com os debatedores e direcionou perguntas aos especialistas do setor portuário.

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“O porto sem papel, apesar de ser uma grande ideia, na prática não funciona. Seria perfeito se todos os anuentes envolvidos na atividade portuária estivessem atuando” - Sergio Bonelle, presidente do Sindamares

dragagem só será solução quando estiver realmente concluída. Ele mencionou a dificuldade de realização de melhorias em portos públicos, em relação à burocracia excessiva tanto para a liberação de recursos, quanto para a finalização das obras.

A burocracia também foi assunto do ES Brasil Debate. O excesso de documentos e a consequente demora na finalização dos processos de atracação dos navios e de liberação das operações constituem um grande gargalo no comércio exterior brasileiro. E isso levou à idealização do porto sem papel, um projeto da Secretaria Especial de Portos que pretende solucionar o problema. “O porto sem papel, apesar de ser uma grande ideia, na prática não funciona. Seria perfeito se todos os anuentes envolvidos na atividade portuária estivessem atuando, mas somente a Codesa, a Capitania dos Portos e a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) conseguem isso. A Polícia Federal e a Receita Federal, ainda que tenham seus projetos informatizados, precisam refazer todos os procedimentos pessoalmente, o que atrasa bastante os processos”, avaliou o presidente do Sindamares, Sergio Bonelle.

A qualificação de profissionais para a atividade portuária foi outro tema debatido. Roberto Pinto de Almeida, da Vale, explicou sobre os cursos oferecidos. “Na área privada, as empresas estão buscando saídas para preparar o seu pessoal, e uma coisa muito bem-sucedida foi o convênio feito com o Ifes (Instituto Federal do Espírito Santo), com um conteúdo programático nos cursos de operadores ferroviários e portuários. A Capitania dos Portos também possui um prédio com várias salas de aula, onde ministra diversos cursos solicitados pelo setor portuário”.

O sucesso do ES Brasil Debate sobre as atividades portuárias foi tamanho que os organizadores definiram a realização de um evento anual com o tema, com dimensões ainda maiores, que incluam convidados de renome internacional.

“Para garantir a competitividade do estado é fundamental a concretização de investimentos privados” - José Eduardo Faria de Azevedo, secretário de Estado de Desenvolvimento

A versão em vídeo e as fotos do debate estão disponíveis no site: www.revistaesbrasil.com.br/esbrasildebate

O QUE DISSERAM OS ESPECIALISTAS

Roberto Pinto de Almeida“Se a gente fosse comparar o Espírito Santo com a Europa, a gente poderia ser Roterdã, Localizado na Holanda, um centro que recebe carga do mundo inteiro e distribui para Europa? Nós poderíamos ser“

José Eduardo Faria de Azevedo“Temos tido muita dificuldade quanto ao recebimento de investimentos públicos em consequência de nosso modelo de centralização de recursos no Governo Federal, que cria uma barreira enorme na realização de obras no tempo que é necessário às coisas acontecerem, aliado á uma legislação muito atrasada que precisa ser modernizada”

Marcos Guerra“Em parceria com as Federações da Indústria de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas gerais, desenvolvemos um estudo chamado Sudeste Competitivo, uma ferramenta não apenas para o governo federal, mas para investidores privados também.”

Sérgio Bonelle“Temos um ramo muito grande de Portos de minério de granel de carga geral e nossas agências de navegação estão sofrendo um pouco. A alta do dólar faz com que o dinheiro retorne gradativamente, mas por outro lado diminui as importações, e as exportações ainda não se tornaram suficientemente grandes para melhorar os valores aos agentes marítimos”.

Clóvis Lascosque “Estamos desenvolvendo o projeto do porto de águas profundas, assim como o Estado está desenvolvendo o projeto de Porto Central, porque sabemos que temos que melhorar nossa instalação para competir melhor com a movimentação de carga de outros estados”.

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OPORTUNIDADE

EX-ALUNOS DO CIÊNCIA SEM FRONTEIRAS CRIAM ESPAÇO PARA INOVAÇÃO EM BRASÍLIA

Três estudantes do curso de Desenho Industrial da Universidade de Brasília (UnB) conhecerem a Fab Lab, uma rede mundial de laboratórios de fabricação digital, criada pelo Instituto de Tecnologia de Massachussetts (MIT), nos EUA. Ao retornar ao Brasil, os jovens abriram o Brasília Fab Lab, em operação desde o início deste ano. O espaço funciona como um centro de pesquisa e produção, oferecendo máquinas, ferramentas e tecnologias digitais para elaborar protótipos, construir máquinas e equipamentos e realizar experimentos sem depender da escala industrial. Para se ter uma ideia das possibilidades no local, lá está sendo feito um barco com aproximadamente nove metros de comprimento.

DIABETES

INSTITUTO CRIA DISPOSITIVO QUE FAZ DIAGNÓSTICO PRÉVIO

Um sistema desenvolvido pelo Instituto de Física de São Carlos, da Universidade de São Paulo, vai possibilitar o diagnóstico pré-sintomático do diabetes mellitus tipo 2, por meio da detecção de um hormônio específico chamado adiponectina. Quando o organismo começa a produzir menos esse hormônio, há uma relação com o aparecimento posterior de diabetes tipo 2. Segundo o Ministério da Saúde, há 14 milhões de diabéticos no Brasil, 90% deles com o tipo 2. O portador, na maioria das vezes, permanece anos sem diagnóstico e sem tratamento, o que pode provocar complicações no coração e no cérebro.

BNDES PODERÁ DAR PRIORIDADE A EMPRESAS QUE INOVAM O presidente da Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT), senador Cristovam Buarque (PDT-DF), pediu que as linhas de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) sejam destinadas prioritariamente a empresas que criem produtos e registrem patentes. Durante audiência com o ministro da Ciência e Tecnologia, Aldo Rebelo, o parla-mentar argumentou que a medida aumen-taria a competitividade dos produtos brasileiros e citou como exemplos a Coreia e a Finlândia, que criaram indústrias inovadoras a partir do incentivo estatal.

DESCOBERTA VACINA QUE MELHORA A RESPOSTA IMUNOLÓGICA AO CÂNCER A partir do uso de proteínas alteradas do tumor do paciente, cientistas descobriram uma fórmula que poderá trazer bons resultados. Para elaborar a vacina, eles isolaram precursores das células dendríticas, geraram novas células e as utilizaram junto a proteínas alteradas do tumor. Uma vacina desse tipo funcionaria bem para pacientes com cânceres que têm alto componente imunológico e de mutações, como os de pulmão, bexiga e cólon e o melanoma. A vacina só foi testada em três pacientes, mas os pesquisadores defendem que a descoberta pode representar um grande impulso no avanço da imunoterapia do câncer.

BRANQUEAMENTO DE CORAIS NA COSTA BRASILEIRA PODE ALTERAR VIDA MARÍTIMAPesquisadores do Coral Vivo, projeto patrocinado pela Petrobras, afirmam que os corais da costa brasileira têm 90% de chance de apresentar branqueamento até o mês de maio deste ano. A mudança na coloração é uma reação ao estresse sofrido pelas colônias, em consequência, principalmente, de aquecimento e poluição da água do mar. Os recifes servem como local de reprodução, além de fornecer abrigo e alimento para diversas espécies. O monitoramento está sendo feito por meio dos dados distribuídos pelo NOAA (serviço oceanográfico e atmosférico do governo americano). Os mapas gerados atualmente apontam Alerta Nível 2 para sul da Bahia e Búzios, e Alerta Nível 3 se aproximando de Búzios. A confiança da previsão é de 90%.

CIÊNCIA E INOVAÇÃO

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Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr

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IPTU PREFEITURA DE CARIACICA DÁ ISENÇÃO AOS MORADORES DE RUAS SEM PAVIMENTAÇÃO

Terão direito ao benefício todos os contribuintes com renda até três salários mínimos e certidão negativa de débitos com o município. O objetivo é alcançar a população sem comprometer a arrecadação e a prestação de serviço público. Essa é uma das propostas registradas pelo prefeito de Cariacica Geraldo Luzia Junior, o Juninho, no Tribunal Regional Eleitoral à época das eleições. Na lista constam 71 projetos, 48 deles já realizadas nos dois anos e quatro meses de mandato.

SENADORA CAPIXABA ASSUME COMISSÃO EM BRASÍLIA

A senadora Rose de Freitas (PMDB), primeira mulher a presidir o Congresso Nacional e primeira senadora eleita pelo Espírito Santo, agora também é a primeira representante feminina a comandar a Comissão Mista de Planos de Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO). O desafio de presidir esse grupo está na falta de verba do Governo Federal, impulsionado pela crise econômica que atravessa. Embora seja à frente da comissão que analisa a condição de todos os estados, a parlamentar espera que algumas situações locais recebam verba para serem tocadas, como as obras do Aeroporto de Vitória.

VITÓRIA RECEBE PRÊMIO INTERNACIONAL NOS EUAO prefeito de Vitória, Luciano Rezende,

esteve em Washington, nos Estados Unidos, para receber o prêmio do concurso “Governarte: A Arte do Bom Governo”, que identifica e premia experiências inovadoras em diferentes áreas da gestão municipal que promovam o acesso da população aos serviços públicos. Na iniciativa, desenvolvida pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), desde 2003, Vitória foi uma das cidades vencedoras com o projeto “Prontuário Eletrônico”. A viagem foi paga pelo próprio BID, sem despesas para o município.

BANCO MUNDIAL ANALISA PROJETOS AMBIENTAIS CAPIXABAS

Em reunião com o governador Paulo Hartung, a comitiva do Banco Mundial, uma agência das Nações Unidas, debateu medidas que possam impactar positivamente na preservação e na ampliação de coberturas vegetais, produção de água e na coleta de esgoto. Os representantes do Bird avaliaram de forma bastante positiva os três pilares do Programa de Gestão Integrada das Águas e da Paisagem, que abrangem ações nas áreas de recursos hídricos e desastres; eficiência dos serviços e ampliação da cobertura de esgotamento sanitário e gestão de mananciais e da cobertura florestal.

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA APROVA CRÉDITO ESPECIAL PARA HOSPITAIS FILANTRÓPICOS

O projeto de lei 152/2015, que permite ao governo do Estado abrir crédito especial em favor da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), no valor de R$ 58 milhões, foi aprovado por unanimidade, na sessão extraordinária do dia 20 de abril. O recurso será usado para o pagamento de dívidas referentes aos meses de janeiro, fevereiro e março deste ano, com 18 entidades que prestam serviços filantrópicos para o sistema de saúde do Estado e a transferência será feita direta em conta da entidade.

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POLÍTICA

ORÇAMENTOS

RECONHECIMENTO

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AONDE IR

CONHECENDO OUTRAS BELEZASSeguindo pela costa sul do balneário, os visitantes irão encontrar praia de Barra Nova, considerada como um paraíso ecológico. O local apresenta uma ambientação bucólica e uma beleza cênica incomparável, devido ao belíssimo encontro do rio com o mar. Um pouco mais ao sul fica localizada a praia de Urussuquara, própria para os surfistas. Já na ida para Guriri, o turista irá encontrar os rios Preto e Mariricu, muito usados para um banho de água doce na volta da praia.

GURIRI

C om 43 km de praias com águas mornas e limpas, a região de Guriri, situada no município de São Mateus, é uma ótima

opção para aqueles que desejam fugir da correria do dia a dia. A ilha, que possui aproximadamente 12 mil moradores, tornou-se referência não só no Espírito Santo como em outras regiões do país, principalmente durante o verão, época em que a população flutuante chega a 100 mil pessoas. Além dos capixabas, o local costuma receber turistas de outros estados, como Minas Gerais, São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro e Goiás, que aproveitam a boa vida litorânea até o período do carnaval.

A região, que faz muito sucesso entre os turistas, carrega consigo as tradições indígenas, responsáveis pela escolha do nome Guriri. A justificativa? A grande quantidade de coqueiros pequenos distribuídos por esse pedaço do paraíso, característica da natureza que faz de

Guriri um exemplo de conservação das praias. Mesmo registrando um grande fluxo turístico, a área consegue adequar a iluminação, evitando a construção de barracas em espaços próprios para as desovas de tartarugas marinhas.

Quem for até o local poderá conhecer de perto o trabalho desempenhado pelo Projeto Tamar, que possui uma sede no centro do balneário, inaugurada em 1992. Atualmente, o Centro de Visitantes/Museu Aberto das Tartarugas Marinhas de Guriri recebe cerca de 70 mil pessoas por ano. Se você quiser conferir um pouco mais o trabalho desenvolvido, não poderá deixar de conhecer os principais atrativos do local, como o aquário e os dois tanques de observação de tartarugas. Há ainda uma sala de vídeo, além de exposição de réplicas e silhuetas em tamanho natural das cinco espécies de tartarugas marinhas. Que tal curtir uma praia e depois dar uma passadinha por lá? Vale a pena.

AONDE IR

GASTRONOMIAParada obrigatória na região de Guriri, o Tucano’s Restaurante é conhecido pelo seu espaço rústico e aconchegante. A casa, que é considerada um point no litoral capixaba, oferece um cardápio variado com opções de massas, frutos do mar e carnes. Dentre os destaques, não podemos deixar de citar o tão conhecido caranguejo, prato saboroso para quem gosta de aproveitar o dia na praia.

TUCANO’S RESTAURANTE Rua Mucurici, 219 - Guriri lado Sul - São Mateus

COMO CHEGARSão Mateus está localizado ao norte do estado do Espírito Santo. Seguindo pela BR 101, está a 225 km da capital. Após chegar a cidade, pegue a rodovia estadual Othovarino Duarte Santos (que está em obras para sua duplicação). Ao final de 12 km você encontrará a praia de Guriri

Veja mais fotos na galeria do site: www.revistaesbrasil.com.brVila Velha

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Serra

Fundão

Aracruz

Gov.Lindenberg

São Gabrielda Palha

Nova Venécia

Jaguaré

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Guriri

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João Neiva

Foto: FLickr.com/SoniaAm

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225 km

José Eugênio Vieira é pesquisador com

diversos livros publicados sobre

a História do Espírito Santo e

atualmente ocupa a Superintendência

do Sebrae

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Quem são as personalidades que deram nome às ruas e às avenidas do Estado e qual a importância delas para o desenvolvimento capixaba? Para responder a essas e outras perguntas, a coluna “O Endereço da História” presta uma homenagem às pessoas que tanto contribuíram para o Espírito Santo. Confira.

ESPÍRITO SANTO SEM FRONTEIRAS RENDE TRIBUTO A

BRASILEIRO DE OUTRAS TERRAS ALAMEDA ALBERTO TORRES, JUCUTUQUARA, VITÓRIA

A lberto Torres não foi um homem preso a limites geográficos no exercício de suas múltiplas ativi-

dades. Nascido em 25 de novembro de 1865 numa fazenda em Porto de Caixas, município de São João de Itaboraí, no interior fluminense, filho de magis-trado, cursou Humanidades no Colégio Menezes Vieira, no Rio de Janeiro, e ainda naquela cidade, com a necessária licença especial do Imperador, aos 15 anos, sem a idade mínima necessária, ingres-sou na Escola de Medicina.

Não era sua vocação. O curso foi abandonado dois anos depois.

Em São Paulo, para onde transferiu residência, matriculou-se na Faculdade de Direito, campo da inteligência que iria marcar fundamentalmente sua vida futura. Na capital paulista, enquanto

residiu na cidade, viu no jornalismo terreno propício para divulgar suas ideias e ideais, escrevendo artigos nos jornais “Caiçara”, “A Ideia”, “O Constitucional” e “A República”.

Já nessa época, o abolicionismo e a implan-tação da República passaram a fazer parte de sua pregação.

Formou-se em Direito na tradicional Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais da cidade de Recife (Pernambuco), retornando ao Rio de Janeiro, onde exerceu advocacia por algum tempo até mergulhar de corpo inteiro na atividade política.

Implantado no país o regime republicano, elegeu-se deputado estadual constituinte em 1892, e deputado federal em 1894.

Sua atuação na defesa dos interesses maiores da nação despertou a atenção do Governo Federal,

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tendo sido nomeado pelo presidente Prudente de Morais ministro da Justiça e Negócios Interiores.

Por divergências políticas com o vice-presidente, apresentou sua renúncia, deixando o cargo em janeiro de 1897.

Alberto Torres, no entanto, não se desencantou com a polí-t ica e continuou defendendo suas convicções, o que o levou a candidatar-se e ser eleito presi-dente do Estado do Rio de Janeiro – posto que corresponde hoje ao de governador .

No ano de 1901, o novo presi-dente da República eleito, Campos Salles, em nome do seu alto saber jurídico, o nomeou ministro do Supremo Tribunal Federal, sem que fosse obedecida a obrigatoriedade da idade mínima de 35 anos para a função.

No ano de 1909, aos 44 anos de idade, Alberto Torres foi vencido por enfermidade e por estafa, obrigado a se voltar para ativi-dade mais amena. Passou a registrar suas ideias e sua experiência escrevendo livros. Alguns títulos são emblemáticos, como “Vers La Paix” (1909); “Le Probleme Mondial” (1913); “A Organização Nacional” (1914); “O Problema Nacional Brasileiro” (1914) e “As Fontes da Vida no Brasil” (1915).

Formado em Direito, Alberto Torres “mergulhou de cabeça“ na atividade política ocupando cargos importantes ao longo de sua vida

O portador do nome homenageado pela municipalidade da Capital teve uma atuação dinâmica de largo espectro com indiscutível repercussão na consciência dos brasileiros.

Atuou em várias áreas da inteligência, no Legislativo, no Executivo e no Judiciário, deixando em cada um deles legado altamente significativo.

No Governo do Estado do Rio de Janeiro, preocupou-se com problema do saneamento básico, instrução pública e colonização, temas tão atuais na nossa geração. Como ministro do STF, ocupou--se da defesa da soberania da União e da liberdade individual por meio da ampliação do conceito de habeas corpus.

Foi membro do IHGB - Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, a partir de 1911.

Para nós, capixabas, o fluminense Alberto Torres encarnou o mesmo espírito de brasilidade que caracteriza a maioria dos nossos homens públicos. A homenagem que Vitória prestou ao eminente brasileiro é a mesma feita aos nossos eminentes cidadãos. A Alameda Alberto Torres, no bairro do Jucutuquara, o coloca no Panteão dos nossos heróis.

Alberto Torres faleceu aos 52 anos de idade. Sepultado no Cemitério de São João Batista, no Rio, teve mais tarde seus restos mortais transladados para o Cemitério de Porto das Caixas, sua terra natal, em Itaboraí. (Copidesque: Rubens Pontes).

Instituto Federal doEspírito Santo - Ifes

Av.Alberto Torres

Av.João Santos Filho

Av. Paulino Muller

Rua General Guaraná

Rua Lisandro Nicoleti

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Av. VitóriaParticipe da coluna enviando sugestões para [email protected]

Navegue pelo Street View

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Alberto Torres Foto do Acervo Pessoal

Mais fotos e vídeos na galeria do site: http://www.revistaesbrasil.com.br/index.php/artigos-e-colunas/o-endereco-da-historia

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GASTRONOMIA

Foto: Divulgação

GASTRONOMIA

BOLO ESPÍRITO SANTO COM GELATO

A Chocolateria Espírito Cacau, localizada na Praia do Canto, em Vitória, apresenta a todos uma novidade muito saborosa: o bolo Espírito Santo. A delícia gastronômica, que já caiu no gosto do público, é composta por um bolo sem farinha e sem glúten, e vem com gelato de vanilla, mix de castanhas e calda a escolha do cliente, nos sabores chocolate 31, 46 ou 70% de cacau ou de framboesa. Se você é fã de doce, não pode deixar de experimentar o prato. Com certeza não irá se arrepender.

QUE TAL EXPERIMENTAR UM HAMBÚRGUER DE COXINHA?

O Stadium Burger lançou uma novidade no cardápio que vem fazendo muito sucesso entre os seus clientes, o Coxinha Búrguer, uma mistura maravilhosa do salgado preferido do brasileiro com o tradicional hambúrguer. A combinação traz, no lugar do pão, uma deliciosa massa do salgado que tem como recheio a carne, o queijo muçarela e o bacon, além de batatas fritas de acompanhamento. A iguaria, que está saindo por R$ 24, pode ser saboreada de segunda a domingo a partir das 18h. Ficou com água na boca, né?

Foto: Divulgação

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SINFONIA DE SABORES NO VERO RISTORANTE

O Vero Ristorante, localizado no Pátio Praia, em Vitória, está com pratos maravilhosos. Sob o comando da chef Viviann Sibien, a casa apresenta carnes exóticas e menus variados com frutos do mar. Dentre as opções que se enquadram como as queridinhas do cardápio, a Sinfonia del Mar é a número um. Além de sofisticado, o prato é leve e saboroso, devido à fantástica combinação que reúne lagosta, camarão VG, filé de linguado e temperos frescos. Ele vem acompanhado de uma massa leve preparada com manteiga e sálvia que exala um delicioso aroma em todo o ambiente.

DICA DO CHEFFRANÇOIS TEISSONNIÈREchef do Fuegos Restaurante

Localizado no bairro de Jardim da Penha, em Vitória, o Fuegos Restaurante prepara pratos deliciosos aos seus visitantes, como o badejo grelhado com legumes e batata. “Não é preciso muito tempero, pois ele é delicado. Passo o badejo na parrilla apenas para marcá-lo, depois o coloco sobre

legumes grelhados e batata. Ponho azeite, vinagrete, limão e uma redução de vinagre balsâmico para dar um toque doce e de cor. Para mim, este prato tem um excelente equilíbrio de textura entre o peixe, os legumes e a batata”.

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MENU ES BRASILJULIANA PANETODiretora-executiva da Marca Ambiental

VINHO ARGENTINO TINTO FIORAVANTE GRAN RESERVA MALBEC 750 MLIdeal para acompanhar os assados argentinos (churrasco) principalmente de carnes com um pouco mais de gordura tais como picanha, bife de chouriço e o assado de tira (costela). Este vinho tem estrutura e taninos para combinar perfeitamente com esses tipos de carnes, reunindo elegância e maciez. Vale a experiência.

VINHO ESPANHOL TINTO VEJA SAUCO PIEDRAS

CRIANZA 750 MLPara quem gosta de um bom

cordeiro, este vinho reúne boa acidez e aromas de frutas vermelhas

que casam perfeitamente com as versões de cordeiro assado, cozido

ou braseado.

VINHO PORTUGUÊS TINTO CEDRO DO NOVAL 750 MLEste vinho é mais que indicado para ser harmonizado com carnes suínas como pernil e costela. Para isto, reúne excelente fruta no paladar com bom frescor num final de boca harmonioso.

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BISTRÔ VILA FRUTI APRESENTA NOVOS PRATOS

O Bistrô Vila Fruti apresenta novidades deliciosas em seu cardápio que podem ser saboreadas na hora ou até mesmo em casa, como a Salada de Camarão Mediterrâneo e o Espaguete de Abobrinha ao Molho Sugo. Outras opções ficam por conta do Vitelo Tonnato (carne de boi cozida e fatiada, que vem servida com molho à base de maionese, atum, alcaparras e vinho branco); do Escondidinho de Batata-Doce com Frango (feito com purê de batata-doce, queijo cottage e recheio de frango desfiado); do Risoto Assado à Piamontese (arroz arbóreo cozido na panela assado com queijos muçarela, gruyére e parmesão), dentre outras delícias.

Uma ótima sugestão para quem não abre mão de um prato leve e saboroso é o Spaghetti Nero com ragu de frutos do mar servido no Capri. “Feito com uma massa italiana, o prato ainda conta com camarões, tentáculos de lula e um delicioso molho de tomate fresco. É preparado com muito capricho e tem um sabor inigualável. Para acompanhar, vinho branco é uma boa escolha para destacar o sabor e deixar o momento ainda mais agradável”.

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ESTILO

LG G FLEX 2 ENTRA EM

PRÉ-VENDA NO BRASIL

A LG iniciou no começo de abril a pré-venda do seu mais novo smartphone top de linha, o LG G Flex 2. Várias lojas on-line já estão vendendo o novo gadget, que surpreendeu a todos não pela sua tecnologia, mas sim pelo preço,

que veio mais alto do que o esperado. A companhia já havia informado anteriormente que o celular chegaria ao mercado brasileiro em abril pelo valor de R$ 3.299,00, uma cifra considerada elevada pelos usuários, que tiveram seus ânimos “acalmados” pela LG. É que a empresa havia afirmado que até a data de lançamento poderia haver algumas mudanças. Só que ao invés de ter o preço baixado, o produto chegou R$ 200 mais caro, alcançando o preço de R$ 3.499,00.

SMARTPHONE

DIGITAÇÃO

CONHEÇA O TECLADO

BLUETOOTH MAIS LEVE

DO MUNDOTeclados Bluetooth

são uma ótima saída para aqueles que não

gostam de usar o touchscreen de seus tablets e smartphones para se comunicar com os amigos. Porém, mesmo que sejam práticos, não é nada fácil carregá-los de um lado para o outro, até porque os acessórios não são tão pequenos e leves. Uma realidade que pode ser modificada graças a um projeto do Kickstarter, o Libre. Com a proposta de ser o teclado Bluetooth mais fino do mundo (com apenas 5 mm de espessura), o acessório é bem leve e pesa apenas 200 gramas. O mais interessante disso tudo é que ele pode ser utilizado em qualquer plataforma compatível com Bluetooth 3.0, presente em Androids, iPhones, iPads, Smart TVs, Surface notebooks e computadores.

SKATE

MENOR VEÍCULO ELÉTRICO DO MUNDO

Um skate elétrico superportátil promete fazer a diferença entre os amantes de esportes e também para aqueles que não gostam de usar o transporte público devido à demora e à lotação. O Bolt, que está em fase de arrecadação no site de financiamento coletivo Indiegogo, pesa apenas 4 kg e tem comprimento de 60 centímetros, o que permite seu transporte dentro de uma mochila. Além de ter um motor elétrico de 2.000 Watts e uma poderosa bateria de 5.000 mAh, o skate também apresenta uma porta USB para que sejam recarregados outros dispositivos, como smartphones.

ALTA DEFINIÇÃO

SONY APRESENTA LINHA COMPLETA DE TVS ANDROID

A Sony anunciou sua nova gama de televisões de altíssima resolução, os modelos 2K (R510C, W800C e W850C) e 4K (X830C, X850C, X900C, X910C, X930C e X940X). Os aparelhos possuem telas a partir de 40 polegadas que podem chegar até 75 polegadas. A maioria dos televisores já começa a ser vendida nos Estados Unidos a partir de maio, menos as versões X900C e X910C, que devem chegar ao mercado americano somente no segundo semestre. Todas as TVs possuem sistema operacional Android e são equipadas com o processador 4K Sony X1, que promete alta velocidade para a execução dos conteúdos multimídia. Elas também vêm com suporte para o Google Cast e diversos aplicativos de terceiros. Até o momento não há previsão para a chegada dos televisores no Brasil.

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LEILÃO DE ABRIL DO EMPÓRIO DAS ARTES REÚNE OBRAS RARAS

Cerca de 180 obras raras puderam ser conferidas na exposição do Leilão de Abril do Empório das Artes, realizada entre os dias 8 e 13, no Cerimonial Lago de Garda, em Jardim Camburi, Vitória. A primeira edição do ano reúne um acervo diversificado, com pinturas, esculturas, desenhos e móveis, além tapetes, cristais e outros artigos que se tornam objeto de desejo para apreciadores e colecionadores de arte. Aqueles que foram ao local puderam conferir de perto obras de artistas como Di Cavalcanti, Levino Fanzeres, Sansão Pereira, Heitor dos Prazeres, Francisco Stockinger e Reynaldo Fonseca. O pregão ocorreu no dia 14 de abril.

FESTIVAL DE JAZZ E BLUES AGITA MANGUINHOS

A Praça Central de Manguinhos foi palco para mais uma edição do Manguinhos Jazz & Blues Festival, que trouxe sete shows nacionais e internacionais nos dias 3 e 4 de abril. O primeiro dia do evento contou com as apresentações do grupo serrano de jazz Aruanda, que lançou o álbum “Sonhos e Saudades”; de André Vasconcellos Quarteto, que completa 20 anos de carreira neste ano; além de Bad Guys e Hammond Grooves. Quem abriu os trabalhos de sábado foi a capixaba Hellem Pimentel, com uma apresentação intimista acompanhada por músicos que trabalham com arranjos sofisticados. A sequência dos shows ficou por conta de Igor Prado Band (foto), Luciano Leães e Tia Caroll, ícone do blues americano.

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PRO DIA NASCER FELIZFãs de Cazuza tiveram a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a vida e a

obra do artista com a apresentação gratuita do musical “Pro Dia Nascer Feliz”, realizada no estacionamento do Shopping Vitória, no dia 4 de abril. O espetáculo narra diversas fases da história do cantor, desde a descoberta do teatro, passando pelo rock, o momento que resolve montar uma banda e se profissionalizar, como também o estrelato solo, a descoberta da doença e a urgência poética no fim das forças. Protagonizado pelo ator Emílio Dantas, o musical reuniu inúmeros clássicos de Cazuza, como “Codinome Beija-Flor”, “Exagerado”, “O Tempo Não Para”, “Preciso Dizer que Te Amo”, entre outras canções.

“CONTRAÇÕES” ABRE O 7º CIRCUITO BANESCARD DE TEATRO

A história de uma gerente que tenta infernizar a vida de uma funcionária é o tema central da peça “Contrações”, espetáculo que abriu o 7º Circuito Banescard de Teatro. As sessões foram realizadas entre os dias 27 e 29 de março no Teatro da Ufes, em Vitória. Com texto do dramaturgo inglês Mike Bartlett, a trama é encenada pelas atrizes Débora Falabella e Yara de Novaes, e se passa em um único cenário: o escritório de uma grande corporação, onde as duas personagens trabalham. O Circuito Banescard deve alcançar um público de 15 mil pessoas em 25 apresentações.

PROGRAMA DE VALORIZAÇÃO DA ARTE CAPIXABALançado em agosto de 2014 pelo Instituto Sincades, o programa “Poéticas da Tridimensionalidade” iniciou sua segunda fase no dia 8 de abril com o Ciclo de Palestras, voltado para os profissionais das artes plásticas. O encontro contou com a participação da professora de Artes da Ufes e coordenadora do programa, Almerinda da Silva Lopes, que falou sobre “A produção tridimensional moderna e contemporânea e suas especificidades formais, materiais e poéticas”. O ciclo será encerrado com outras palestras a serem realizadas no dia 29 e 30 de abril, que tem como convidados a artista visual do Rio de Janeiro Iole de Freitas; o diretor da Pinacoteca de São Paulo, Tadeu Chiarelli; e o poeta e crítico de arte Adolfo Montejo Navas, que trouxe o tema “Sobre fotografia transversa, plástica e ficção”.

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MAIS E MELHOR

DVD

O HOBBIT: A BATALHA DOS CINCO EXÉRCITOS Peter Jackson, Warner

Último filme da trilogia apresenta a conclusão da jornada épica de Bilbo Bolseiro (Martin Freeman), que se junta ao mago Gandalf (Ian McKellen) e aos 13 anões, liderados por Thorin Escudo-de-Carvalho (Richard Armitage), para recuperar o Reino dos Anões de Erebor do temido dragão Smaug.

CD

MÚSICA PARA CHURRASCO VOLUME II Seu Jorge, Cafuné/Universal Music

Lançado ao final de março, este “churrasco” é temperado com faixas que retratam personagens

e situações do cotidiano carioca, sob a sonoridade setentista da Zona Norte. Clássicos de clubes como o Vera Cruz,

de Piedade, ou o Mello, da Penha Circular, numa releitura comandada por Mario Caldato Jr. O samba, regionalismo de Seu Jorge, desta vez faz parceria com o soul e a black music de Marvin Gaye e Barry White, fontes em que o cantor sempre bebeu. A capa é assinada por Vik Muniz.

LIVRO

SNIPER AMERICANO Cris Kyle, New York Times

Em uma década de serviço, Chris Kyle, atirador de elite dos Seals, teve mais de 150 mortes confirmadas pelo Pentágono. No livro, ele fala abertamente dos sofrimentos da guerra, da morte brutal de companheiros, da ação como atirador e da frieza e precisão que desenvolveu, lançando luz sobre a perturbadora realidade dos combatentes e sobre a extrema dificuldade da readaptação pós-combate. Em 2003, Kyle foi assassinado a tiros por um veterano da guerra do Iraque. A obra se tornou um filme dirigido por Clint Eastwood e estrelado por Bradley Cooper, indicado a seis estatuetas do Oscar.

BLU RAY

GRANDES OLHOSTim Burton, Paris Filmes

Cinebiografia conta a história do casal Walter (Christoph Waltz) e Margaret Keane (Amy Adams), que ficou famoso no final dos anos 1950 e início dos 1960 por retratos de mulheres e crianças com olhos grandes. Tudo parece ir bem na vida dos Keane, até Walter começar a ter fama e dinheiro às custas da mulher, que é a verdadeira pintora das obras.

TOO BIG TO FAIL HBO

“Com um elenco estelar, esta película narra a história da economia norte-americana, em pleno ano de 2008, quando encontrava-se à beira do precipício devido à crise dos subprimes”. Claudio Alves Monjardim, presidente da Uniaves

FROM HERE TO NOW TO YOUJack Johnson, Universal

“Cantor americano e ex-surfista, ele tem um som bacana com violão. Ouço Jack Johnson mais pra relaxar e aliviar o estresse”. Rodrigo Martins, presidente da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Papaya (Brapex)

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A MAGIARhonda Byrne, Sextante

“O livro é uma inspiração. A magia é o reconhecimento da mais simples ação que podemos ter. A gratidão é a forma de retribuir toda a energia positiva que recebemos”. Emanuel Scheffer, campeão olímpico e decacampeão mundial de vôlei de praia

Confira as sugestões da coluna no site: www.revistaesbrasil.com.br

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O Jeep Renegade 2016 se apresenta ao mercado com a promessa de reinventar o segmento dos utilitários esportivos. O modelo, que já se encontra disponível na

Vitória Motors Chrysler, possui três versões de acabamento (Sport, Longitude e Trailhawk), dois motores (1.8 flex e 2.0 turbodiesel, este para todas as versões), três câmbios (manual de cinco marchas e automático de seis ou nove marchas) e duas trações (4x2 ou 4x4), juntamente com uma extensa lista de equipamentos inéditos para a categoria. Além da concessionária da Avenida Fernando Ferrari, o Renegade também será comercializado nas novas revendas da Jeep em Linhares e na Serra.

De acordo com Adailson Azevedo, gerente de Vendas da Vitória Motors Chrysler, o veículo promete agradar a todos. “O modelo já é finalista do Carro do Ano Mundial (World Car of The Year) antes mesmo de ser lançado e é com certeza um dos mais aguardados por todos. O Renegade nasce com o DNA de um SUV (compacto), tanto que tem a versão a diesel. O carro é inovador, com um misto de aventura e jovialidade, possui um vasto pacote de tecnologia e tem cinco estrelas na Euro NCAP, o sistema de segurança mais rígido do mundo”, afirmou.

Inspirado no porte do Jeep Wrangler, o automóvel exibe traços modernos e arrojados que apresentam excelentes ângulos de entrada e saída. Além de suas características preponderantes no uso fora da estrada, também vem com dois sistemas de tetos solares que proporcionam mais liberdade e comodidade. Com um interior marcante, a cabine se destaca pelo seu visual enérgico, remetendo à lendária herança da marca, além de um acabamento bem desenhado, empregado com matérias-primas de alta qualidade.

O Renegade 2016 também se torna referência ao ser o primeiro SUV compacto do mundo a ter câmbio automático de nove marchas, única transmissão combinada ao motor turbodiesel 2.0 MultiJet II. Já o motor 1.8 E.torQ 16V flex vem com um câmbio manual de cinco marchas, e com uma transmissão automática de seis marchas inédita em modelos da Jeep.

A tecnologia do veículo também não deixa a desejar, trazendo até o condutor uma experiência única ao volante. Há sistema multimídia UconnectTouch, conexão Bluetooth, sistema Park Assist, comandos de voz, navegação GPS, entre muitos outros recursos. A versão 2016 vem ainda com mais de 60 itens de segurança, como airbags dianteiros, controles anticapotamento, freios ABS e controles de tração e de estabilidade. Um dos pacotes de opcionais, o Safety, adiciona ainda airbags laterais, de cortina e de joelhos (totalizando sete bolsas de proteção) e sistema de monitoramento da pressão dos pneus.

Design, inovação e esportividade

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JEEP RENEGADE

JEEP RENEGADE

Motorização:• 1.8 E.torQ 16V flex, com potência máxima de 132 cv a 5.250 rpm

Câmbio:• Câmbio manual de cinco marchas e transmissão automática de seis marchas inédita em modelos da Jeep

Direção:• Elétrica

Pneus e rodas:• 215 / 65 R16 e 6,5Jx16” - Liga de alumínio

Dimensões:• Comprimento (mm): 4,232 • Largura (mm): 1,798 • Altura (mm): 1,666 • Peso (kg): 1,393

Capacidade:• Tanque: 60 litros• Porta-mala: 260 litros

TEST DRIVE

ES Brasil • Março 2015 A

NOVAS SPACE CROSS E SPACEFOX CHEGAM ÀS LOJAS

A Volkswagen revelou no início do mês de abril o lançamento da SpaceFox e da Space Cross. A perua, que será vendida nas versões Comfortline e Highline, terá duas opções de motorização de 1,6 litro (a veterana EA-111 1.6, de até 104 cv, e a EA-211 1.6, com 120 cv) e três alternativas de transmissão (manual de cinco ou seis marchas e automatizada). Os modelos vêm com atualizações na frente (capô, faróis e para-choque), atrás (com lanternas redesenhadas e mudanças no para-choque e nos apliques plásticos, no caso da versão aventureira) e no interior, que ganhou novo console central, painel de instrumentos redesenhado e novo volante, além de mais opções de revestimento.

RANKING AUTOMOTIVO A cada mês, a coluna Test Drive publica o número de emplacamentos feitos no Espírito Santo, considerando apenas automóveis e comerciais leves com valor de mercado superior a R$ 50 mil. Para chegar ao número total de cada veículo, somaram-se todas as versões disponíveis. Confira a lista referente ao mês de março.

NÚMERO DO MÊSFoi o percentual de participação da cidade de Vitória nos emplacamentos de veículos comerciais leves

no mês de março, de acordo com dados do Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos do Espírito Santo (Sincodives). Em seguida aparecem Serra (9,0%) e Vila Velha (8,7%). A capital capixaba também lidera na categoria auto com 23,9%.

11,8%

Pos. Fabricante/ Veículo Emplacamentos A partir

de (R$)

1º Toyota Corolla 209 66.570

2º Toyota Hilux 113 100.290

3º Honda Fit 85 54.500

4º GM S10 83 83.13

5º Honda Civic 66 68.400

6º GM Cruze 56 71.860

7º Honda City 55 53.900

8º Ford Ecosport 44 65.900

9º Renault Duster 31 59.600

10º Ford Ranger 28 78.900Fonte: Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos do Espírito Santo (Sincodives)

CLASSE B REESTILIZADO CHEGA AO BRASIL

A Mercedes-Benz do Brasil anunciou a chegada do Classe B reestilizado ao país. As mudanças podem ser vistas na dianteira do veículo – que traz um novo para-choque com grade redesenhada e faróis com luzes de iluminação diurna integradas – e também na parte traseira, que ganhou lanternas com nova disposição de luzes e novo para-choque. O interior do modelo permaneceu praticamente inalterado, apresentando mais opções de revestimento e um novo volante multifuncional de três raios. Dentre os itens aprimorados, está o Attention Assist, sistema de monitoramento da fadiga do condutor.

Andrea Bahiense, empresária

“Eu já havia decidido trocar de carro por querer um modelo menor do que o meu anterior. Coincidentemente, fiz uma viagem recente a Milão, na Itália, vi o Renegade lá e me apaixonei. Achei o designer muito bonito, e o tamanho, ideal para o que eu preciso. Eu já comprei o Renegade, antes mesmo de dirigi-lo, e fui uma das

primeiras da lista de reserva. Conheço a marca, minha família toda tem Jeep, e tenho certeza de que vou gostar. Escolhi a versão Trailhawk e agora estou na expectativa de o carro chegar”.

TESTANDO...

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ANDREA [email protected]

MULHERESE sta é uma coluna dedicada às mulheres.

Essas que são filhas, mães, esposas e ainda dão conta de suas tarefas profissionais com charme, competência e uma sensibilidade que só elas têm!

#GOSTAMDEMODASIMNeste mês de abril , entre os dias 13 e 17, no Parque Cândido Portinari, em São Paulo,

aconteceu a 39ª a edição da São Paulo Fashion Week. O evento veio para celebrar os 20 anos da maior semana de moda do Hemisfério Sul e trouxe como tema uma home-nagem ao “fazer – o fazer que constrói, inclui, inspira, educa e transforma a partir do trabalho e do esforço das mais diversas pessoas, em torno de objetivos comuns”.

Segundo Paulo Borges, diretor criativo da SPFW, “o fazer é otimista, posiciona, proporciona identidade, dignidada”. “Nesta edição, falamos das pessoas. O poder das pessoas está no fazer, nos elos que se constroem a partir dessas relações. É a moda cada vez mais humanizada”.

Com um calendário intenso, a temporada verão/2016 abrigou exposições e diversas ações, mais uma vez levando conteúdo de moda para toda a cidade. Veja acima um pouquinho do que vai rolar no nosso próximo verão. Dá-lhe branco!

ALERTAMNão é novidade para ninguém que a depressão é uma das doenças que mais afligem os brasileiros. E, claro, ela não tem idade, local, nem hora marcada para chegar. Mas uma notícia trouxe um respiro ao assunto, principalmente no diagnóstico através de exame de laboratório. Essa novidade será especialmente útil no tratamento em adolescentes, já que, muitas vezes, os sintomas não são levados muito a sério pela família, porque os sinais são confundidos com alterações de comportamento comuns nessa fase. A família acaba, por desconhecimento, minimizando a doença, desvalorizando o sofrimento do adolescente, o que pode agravar ainda mais o quadro. Enquanto o exame não vem, aí vão alguns sintomas básicos para ficarmos alertas: a alteração do ritmo de sono; alteração no apetite; apatia; automutilação; dificuldade de concentração; humor depressivo; isolamento social; irritabilidade e instabilidade; uso de drogas; comportamento de risco – prática de esporte radicais repentina, contato com o perigo iminente; pensamentos suicidas.Vamos ficar de olho?

E OS SINAIS NA GRAVIDEZRecentemente, uma apresentadora de TV postou no Instagram uma imagem em

que aparece com dois melasmas no rosto – manchas típicas da gestação. O curioso foi que ela contou que está usando urina da filha, recém-nascida, para tratar das manchas. Simpatia, superstição e polêmicas à parte, o fato é que a urina serve sim para alguns tratamentos, mas, segundo a especialista da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Carolina Assed, “não existe respaldo na literatura sobre os benefícios do xixi para a pele”. Então, mamães, antes de seguir uma ou outra dica de internet, procure um dermatologista. Com certeza, ele terá o tratamento certo para você, seja durante a gravidez ou durante a amamentação. E fuja do sol no rosto!!!

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IVO NOGUEIRA DIAS

QUE POSSAMOS SER RECEPTIVOS À PALAVRA DO OUTRO

O uvir o que nos agrada ou o que não con-firma a nossa opinião é algo totalmente diferente. Às vezes, temos muita difi-

culdade para acolher bem uma palavra que não coincide com o que queremos ouvir.

Parece-me que, quando a palavra coincide com o que cremos ou pensamos, deixamos nossos ouvidos bem abertos e o coração bem recep-tivo. Mas, quando a palavra que ouvimos não confirma o que cremos ou pensamos sobre determinado assunto, somos logo levados a não dar crédito a ela.

Nem sempre a palavra que chega aos nossos ouvidos é agradável ou reproduz o que nós cremos ou pensamos.

Não seja ingrato com a vida.

Agradeça, agradeça ao Universo por mais esta oportunidade de vida que você está tendo hoje.

Quando pensar em reclamar de alguma coisa, lembre-se de tudo de bom que já lhe aconteceu nesta vida, o saldo positivo é infinitamente maior...

Você está respirando livremente, sem ajuda de aparelhos!!! Só por esse fato já precisa manifestar a sua gratidão ao Universo. É uma bênção imensa... milhões de pessoas por este mundo afora gostariam de estar no seu lugar... Experimente

tapar o nariz por alguns instantes e você vai se dar conta da delícia que é respirar... Agradeça!

Obrigado Senhor pelo milagre que eu sou!

Obrigado pelo amor na minha vida!

Obrigado pelo meu corpo perfeito, minha saúde perfeita e pela minha vitalidade!

Obrigado pela abundância que eu sou!

Obrigado pelas pessoas na minha vida!

Obrigado pelo ânimo e pela perspectiva de milhões de possibilidades!

Obrigado pela alegria, pela beleza, pela harmonia, pela paz e pela tranquilidade!

Obrigado pelo riso e pela brincadeira.

Obrigado pela TUA presença em minha vida!

Obrigado, obrigado e obrigado.

Um coração agradecido fala diretamente com Deus.

A vida sempre cobra o preço de nossas escolhas.

Podemos fazer “na” vida o que quisermos, mas não temos o poder de fazer “da” vida o que quisermos. Ela também tem suas imposições.

Começar a avaliar nossas falas e posturas nos ajudará a refletir sobre nossos pensamentos, valores e perspectivas, sobre o modo como lidamos com a vida e nossas atitudes para com as pessoas.

Um coração puro e saudável, cheio de compaixão e sinceridade, é o ambiente indispensável para a verdadeira alegria e paz.

Tantas vezes nos ocupamos com tantas coisas que desejamos conquistar para nos sentirmos mais realizados e felizes, quando o que verdadeiramente nos falta é uma boa faxina interior.

Se tivermos um bom amigo ou pudermos contar com nosso cônjuge para nos ajudar a avaliar o que estamos falando, será muito bom.

Amigo de verdade é aquele que diz o que você precisa ouvir. Ele arrisca a amizade pelo seu bem!

Esse é o caminho prático e eficiente se desejamos cuidar melhor do nosso mundo interior.

“Estou sempre alegre. Essa é a melhor maneira de resolver os problemas da vida”

Charles Chaplin

“O tempo dura bastante para aqueles que sabem aproveitá-lo”

Leonardo da Vinci

LUIZ FERNANDO LEITÃ[email protected]

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• Delta Expresso na Praia do Canto

• O Manguinhos Jazz & Blues tá cada vez melhor

• E esse calor que não passa hein?

• O By Rock na Praia do Canto vale a visita

• Vem aí o Santa Teresa Jazz e Bossa

• A quantidade de lojas fechando nos shoppings impressiona

• A eleição de 2016 já começou!!!

DICA DO CHEFE“O nascer do sol na Praia de Camburi”José Maria Ferreira (aposentado)

A SAIDEIRA!A novela do Aeroporto de Vitória é muito melhor que “Babilônia”!!!

• A final do Carioca• A terceirização• Os ratos• A CPI do BNDES• A inflação• O IR• O Escola Viva

CARDÁPIO DE ASSUNTOS

MOQUEQUINHAS

PRATOS DO DIA

MICHELINA primeira edição da versão brasileira do Guia

Michelin, uma das publicações gastronômicas mais importantes do mundo, limitou-se a avaliar restaurantes no Rio e em São Paulo. Por enquanto, ainda não há estabelecimentos com três estrelas, condecoração máxima do veículo, mas o grande destaque ficou com o D.O.M., do chef Alex Atala, único a receber duas estrelas no país. As análises são feitas de acordo com os critérios fixos de qualidade, cozinha, equilíbrio de sabores e personalidade do chef.

ESTAGIÁRIOO perfil da terceira idade não é mais

o mesmo de alguns anos. O publicitário Jacques Lewkowicz acaba de se tornar estagiário do Google aos 70 anos. Com 17 Leões de Cannes, ele é, desde fevereiro, um dos mais velhos funcionários –no mundo– do gigante de buscas. Perde para Vint Cerf, 71, um dos criadores da internet e que também trabalha na companhia. A história de Lew no Google começou em 2013, quando foi convidado a dar uma palestra na sede da empresa no Brasil e pediu ao diretor de agências do Google Brasil, Marco Bebiano, para passar três dias conhecendo a empresa e suas ferramentas. Gostou tanto da experiência que pediu para estagiar lá.

As Raízes da Corrupção

no BrasilLucas Rocha

Furtado

Cem Anos de SolidãoGabriel García Márquez

Cinema para PequenosLaura D’Macoriello