revista engeworld maio 2014

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Ano 2 Número 17 2014 EVENTOS Confira coberturas exclusivas do Autec Day-São Paulo e NIDays 2014 (págs.11 e 18) ENTREVISTA Paulo Pereira comenta as possibilidades trazidas aos engenheiros pelas novas tecnologias para automação, teste e medição (pág.38) MONITORAMENTO DE CORROSÃO CONHEÇA ALGUMAS DAS TÉCNICAS DE MONITORAMENTO EMPREGADAS NA ENGENHARIA Análise dos impactos ambientais causados por canteiros de obras (pág.22) SUSTENTABILIDADE

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Revista Engeworld Tecnologia e Inovação para o seu Projeto Engenharia

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Page 1: Revista Engeworld Maio 2014

Ano 2 • Número 17 • 2014

EVENTOSConfira coberturas

exclusivas do Autec

Day-São Paulo e NIDays

2014 (págs.11 e 18)

ENTrEViSTa Paulo Pereira comenta as possibilidades trazidas aos engenheiros pelas novas tecnologias para automação, teste e medição (pág.38)

MONiTOraMENTO DE COrrOSÃOCONhEça alguMaS DaS TéCNiCaS DE MONiTOraMENTO EMprEgaDaS Na ENgENharia

Análise dos impactos

ambientais causados por

canteiros de obras (pág.22)

SuSTENTabiliDaDE

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Quando seu parceiro é o líder mundial em tecnologias de movimento e controle, você pode alcançar resultados muito mais expressivos, ampliando a produtividade de seus equipamentos e a lucratividade de sua empresa. A Parker desenvolve e integra soluções de engenharia customizadas para os mais variados mercados: da robustez exigida nos equipamentos para mineração, exploração de petróleo e gás e geração de energia até os mais delicados utilizados no segmento médico-hospitalar.Encontre as melhores soluções em um parceiro completo.

Juntos nós podemos usar todas as tecnologias a seu favor.

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Quando seu parceiro é o líder mundial em tecnologias de movimento e controle, você pode alcançar resultados muito mais expressivos, ampliando a produtividade de seus equipamentos e a lucratividade de sua empresa. A Parker desenvolve e integra soluções de engenharia customizadas para os mais variados mercados: da robustez exigida nos equipamentos para mineração, exploração de petróleo e gás e geração de energia até os mais delicados utilizados no segmento médico-hospitalar.Encontre as melhores soluções em um parceiro completo.

Juntos nós podemos usar todas as tecnologias a seu favor.

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A cidade de São Paulo foi palco de dois importantes eventos para o setor nacional (e talvez até internacional) de engenharia nos últimos meses. No dia 27 de março, a National Instruments Brasil promoveu o NIDays 2014, 12ª edição da conferência tecnológica da empresa voltada para Projeto Gráfico de Sistemas. Nela, os principais lançamentos da empresa no Brasil foram apresentados, os últimos avanços tecnológicos e perspectivas para projetos gráficos foram discutidos e profissionais de engenharia apresentaram seus trabalhos e trocaram contatos e experiências.

Por sua vez, em 8 de abril, teve lugar o Autec Day – São Paulo, realizado pela Associação Nacional de Automação de Projetos de Engenharia, Construção e Operação para Empreendimentos Industriais e de Infraestrutura (Autec). O evento foi inteiramente focado na metodologia BIM (Building Information Modeling, ou Modelagem de Informações de Construção), com apresentação de cases de sucesso, detalhamento de novas tecnologias nessa área e discussão sobre os principais desafios atualmente enfrentados por esses sistemas e os potenciais e perspectivas que eles trazem para os setores de arquitetura, engenharia e construção.

Buscando levar a vocês, estimados leitores, as principais novidades em nosso setor, a Revista Engeworld esteve presente nos dois eventos mencionados acima. Nesta edição, vocês poderão conferir a cobertura de ambos, com relatos das palestras, mesas redondas e espaços de exposição. Ainda sobre os eventos, foi na NIDays 2014 que conversamos com Paulo Pereira, diretor da National Instruments para a América Latina, sobre as novas tecnologias para os setores de automação, teste e medição. Pereira comentou os principais benefícios trazidos para os profissionais desses setores com o uso das novas tecnologias, como elas vêm sendo e como ainda podem ser aplicadas, bem como o desafio de formar engenheiros capazes de usar essas tecnologias e de acompanhar as novidades que surgem para os profissionais da área. Essa conversa pode ser lida na entrevista, a partir da página 38.

Mas o conteúdo desta edição não se resume a coberturas de eventos. Trazemos também um artigo sobre monitores de corrosão, usados para medir a corrosividade de um fluido processado ou a degradação do material de um equipamento por meio do uso de provadores de corrosão e de análises químicas e microbiológicas, incluindo a descrição de duas das técnicas mais utilizadas para essa atividade: a que utiliza cupons de corrosão de perda de massa e a de resistência elétrica. Outro artigo aborda os hidrociclones, utilizados para separação de partículas por sedimentação centrífuga — nela, as partículas em suspensão são submetidas a um campo centrífugo que provoca sua separação do fluido. Na área de sustentabilidade, discutem-se os impactos ambientais dos canteiros de obras, que vão da geração de resíduos às interferências na vizinhança da obra e nos meios físico, biótico e antrópico do local em que a construção é edificada.

Já as colunas da revista abordam temas pertinentes para as áreas às quais se dedicam: em segurança, são apresentados e discutidos os dispositivos de segurança para processos automatizados; para o setor de RH, ensina-se a aplicação da entrevista por competência como forma de encontrar o melhor candidato para a vaga disponível. A terceira parte do estudo para demonstração do delineamento de experimentos é apresentada na seção de qualidade.

Boa leitura!

EDiTOrial

NiDays e autec Day: discutindo as novas tecnologias e suas aplicações para EpC

Sandra l. WajchmanPublisher

Ano 2 • Número 17 • 2014

EVENTOSConfira coberturas

exclusivas do Autec

Day-São Paulo e NIDays

2014 (págs.11 e 18)

ENTrEViSTa Paulo Pereira comenta as possibilidades trazidas aos engenheiros pelas novas tecnologias para automação, teste e medição (pág.38)

MONiTOraMENTO DE COrrOSÃOCONhEça alguMaS DaS TéCNiCaS DE MONiTOraMENTO EMprEgaDaS Na ENgENharia

Análise dos impactos

ambientais causados por

canteiros de obras (pág.22)

SuSTENTabiliDaDE

www.engeworld.com.br

A Revista Engeworld é uma publicação mensal e dirigida aos profissionais de projetos da engenharia brasileira

Publisher Sandra L. [email protected]

Editor e Jornalista ResponsávelAmorim Leite MTb. [email protected]

ReportagemFernando Saker e Thiago Borges

ColunistasCynthia Chazin Morgensztern,Sérgio Roberto Ribeirode Souza e Daniela Atienza Guimarães.

PublicidadeAlex MartinTelefone: (11) 5539-1727Celular: (11) [email protected]

Fernando PolastroTelefone/Fax: (11) 5081-6681Celular: (11) [email protected]

Débora GomesCelular: (21) [email protected]

Direção de ArteEstúdio LIA / Vitor Gomes

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notícias

34 coLUna rh

36 coLUna segUrança

38 entrevista

42 infografia

32 coLUna qUaLidade

nidays - evento

sUstentabiLidade

mecânica - artigo

instrUmentação - artigo

aUtec - evento

entrevista por competência

dispositivos de segurança para processos automatizados

novas tecnologias para automação, teste e medição

etapas de produção (e reaproveitamento) do papel

delineamento de experimentos - Uma ferramenta fundamental no desenvolvimento de projetos - Parte 3

NIDays 2014 discute evolução e futuro da tecnologia

Impactos ambientais dos canteiros de obras: preocupação que vai além dos resíduos

Hidrociclones

Fique por dentro do que acontece no mundo da engenharia

Monitoramento de corrosão

Discutindo a modelagem de informações de construção

ÍNDiCE

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CasCo da P-66 deixa dique do estaleiro rio Grande 1

Fne CritiCa ideia de Criação de ProGrama ‘mais enGenheiros’

NOTÍCiaS

No dia 5 de abril, a Petrobras iniciou o processo de retirada do casco da plataforma P-66 do dique seco do Estaleiro Rio Grande -1 (ERG-1), em Rio Grande (RS). A operação é considerada um marco por se tratar do primeiro casco replicante da série de oito plataformas que estão em construção para atender ao pré-sal da Bacia de Santos. A unidade de produção seguiu, com o apoio de quatro rebocadores, para o cais Sul do ERG-1, onde ficará atracada para a conclusão dos trabalhos.Com a saída da P-66, os megablocos (parte do casco formada por vários blocos) 1 e 2 da P-67, outra plataforma da série replicante, serão deslocados para o dique seco. Após a finalização da docagem dos megablocos, serão executados o fechamento da porta-batel, o esvaziamento do dique, o posicionamento dos megablocos e a limpeza geral.Cada um dos cascos, da P-66 e da P-67, possui 288 m de comprimento, 54 m de largura (boca) e 31,5 m de altura. As plataformas são do tipo FPSO (Unidade Flutuante de Produção, Armazenamento e Transferência de Petróleo e Gás) e terão capacidade de processamento diário de 150 mil barris de óleo e de 6 milhões de m3 de gás. Além disso, contam com estrutura capaz de estocar 1,6 milhão de barris de óleo e atuarão em profundidade d´água de 2.200 m.

Durante a abertura do 1º Fórum Nacional de Infraestrutura, evento realizado em Brasília nos dias 27 e 28 de março, o presidente da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), Murilo Celso de Campos Pinheiro, declarou repúdio à ideia da implantação de um programa Mais Engenheiros, conforme defendida pelo senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL). Uma iniciativa similar do governo tomou forma na área médica.“Garantir mão de obra especializada aos municípios é uma necessidade urgente e fundamental defendida pela carreira. Sugerimos como solução para o problema a implantação efetiva da engenharia pública,

Foto: Agência Petrobras

20ª FeiCon Batimat reCeBeu CerCa de 130 mil visitantes

De 18 a 22 de março, a 20ª edição da mostra Feicon Batimat, Salão Internacional da Construção, recebeu cerca de 130 mil visitantes, que puderam conferir os principais lançamentos de mais de 1.050 marcas, em estandes distribuídos por uma área de 85 mil m2, de expositores brasileiros e de países como Alemanha, Argentina, China, Estados Unidos, França, Itália e Turquia.Além dos estandes, o evento também trouxe painéis de palestras, oferecidos por entidades apoiadoras do evento, como a Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (Asbea), Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), Fundação Vanzolini e Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo (Secovi-SP).Liliane Bortoluci, diretora da Feicon Batimat, aponta que o evento acompanhou a mudança no perfil do consumidor brasileiro. “Nesta edição, notamos fortalecida a tendência do mercado em oferecer ao consumidor produtos de fácil uso, e que também ofereçam sustentabilidade e economia, tanto de recursos naturais como de tempo”, explica.

criada pela Lei 11.888/08, para assegurar a assistência técnica à população de baixa renda”, disse Pinheiro. Para a federação, desenvolver a infraestrutura nacional deve ser prioridade constante do governo, por meio da elaboração de planos municipais, para objetivos como a universalização do serviço essencial de saneamento ambiental.A FNE representa de cerca de 500 mil profissionais em todo o Brasil, com foco no desenvolvimento nacional. A entidade considera que o déficit de profissionais na área de infraestrutura não pode ser solucionado por meio de um programa de importação de engenheiros, pois já existe mão de obra qualificada disponível no País.

Fotos: Stúdio F Imagem

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NOTÍCiaS

Produção no Pré-sal alCança 428 mil Barris de Petróleo Por dia em aBrilA produção de petróleo na chamada Província Pré-Sal, nas Bacias de Santos e Campos, atingiu, no dia 15 de abril, o patamar de 428 mil barris de petróleo por dia (bpd). O recorde de produção diária resultou do crescimento da produção da plataforma P-58 — cuja operação foi iniciada em 17 de março —, no complexo Parque das Baleias, na porção capixaba da Bacia de Campos. A P-58 já produz cerca de 50 mil bpd, por meio de três poços, todos da camada pré-sal.O novo patamar de produção foi obtido por meio de 24 poços produtores, sendo quinze poços na Bacia de Campos (com produção diária de 222 mil barris de petróleo) e nove na Bacia de Santos (que produziram 206 mil barris de petróleo por dia).Até o final de 2014 entrarão em operação mais quinze poços produtores, sendo onze na Bacia de Santos e quatro na Bacia de Campos. Dois desses poços serão interligados ao FPSO Cidade de São Paulo, cinco ao FPSO Cidade de Paraty, um à plataforma P-48 e três à plataforma P-58. Adicionalmente, dois novos poços serão interligados ao FPSO Cidade de Ilhabela e outros dois ao FPSO Cidade de Mangaratiba, plataformas que serão instaladas e entrarão em operação no segundo semestre deste ano.

Foto: Agência Petrobras

Costa Catarinense terá maior Prédio da amériCa do sul

O edifício residencial Infinity Tower, cujas obras encontram-se atualmente em andamento pela FG Empreendimentos em Balneário Camboriú (SC), figura como o maior edifício da América do Sul no banco de dados The Skyscraper Center, do CTBUH (Council on Tall Buildings and Urban Habitat – Conselho de Edificações Altas e Habitat Urbano). Em termos de Brasil, o banco de dados lista 54 prédios, com o residencial da construtora aparecendo no topo da lista, com 240 m e 66 andares. Para as obras do prédio, que tem vista para o mar, foram utilizados mais de 11 mil m3 de concreto, 570 t de aço para a estrutura e uma grua para a colocação de ferragens

morador de aPartamento em são Paulo deve seGuir reGras da aBnt Para reFormas

Desde o mês de abril, os moradores de apartamentos residenciais de São Paulo e de todo o Brasil devem seguir uma nova norma técnica da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) para obras no interior da unidade. A NBR 16.280 – Reforma em edificações – Sistema de gestão de reformas – Requisitos da ABNT, que também vale para reformas em áreas comuns, mas inclui os apartamentos, estabelece regras que englobam desde o momento do projeto da obra, passando pela execução e os efeitos decorrentes da efetiva realização.Para poder realizar a reforma, é necessário elaborar um roteiro prévio dos procedimentos formais a serem seguidos em qualquer intervenção física, com exceção daquelas a serem feitas a título de manutenção. Como responsável legal pelos condomínios, o síndico precisa estar atento à mudança, pois toda a documentação referente às reformas, incluindo dos apartamentos, deve estar em conformidade com todos os quesitos estabelecidos na normativa da ABNT.Raquel Tomasini, gerente da Lello Condomínios, empresa de administração condominial no Estado de São Paulo, afirma ser fundamental que os documentos referentes às reformas sejam encaminhados para análise técnica e legal, feita por profissional habilitado que tenha conhecimentos técnicos suficientes para deferir ou indeferir o projeto, com argumentos e justificativas plausíveis e em consonância com a convenção e o regulamento interno do condomínio.

Foto: freeimages

dentro do bloco. As maiores barras tinham 42 m de comprimento e foram emendadas. A fundação do bloco levou seis meses para ficar pronta e sua concretagem, cinco dias seguidos para ser realizada e envolveu mais de quinhentas pessoas.O morador do Infinity Coast terá à disposição business center, piscina infantil e para adultos, espelho d’água e bar infinity, bem como spas externos e espaço com academia, estúdio de pilates, saunas seca e úmida, sala de massagem, sala de descanso e centro estético. Haverá ainda um salão de festas com espaço gourmet, playground, muro de escalada, sala de jogos, cinema e pomar, entre outros.O edifício tem previsão de entrega para 2018.

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MECâNiCa

hidroCiClones HistóricoA utilização dos hidrociclones em es-

cala industrial se deu após o término da Segunda Guerra Mundial, principalmen-te para a extração e processamento de mi-nérios. Sua história, no entanto, começa muito tempo antes, no final do século 18, época na qual o item é patenteado.

o que éO hidrociclone é formado por uma

parte cônica ligada a uma parte cilín-drica. Nesta última, vê-se uma entrada tangencial para a suspensão de alimen-tação. Na parte superior, está um tubo para saída da suspensão diluída (conhe-cida pelo termo overflow); na inferior, um orifício de saída da suspensão con-centrada (ou underflow).

como funcionaPara realizar separações, o hidroci-

clone se utiliza do princípio de sedi-mentação centrífuga: as partículas em suspensão são submetidas a um campo centrífugo, o que permite com que se-jam separadas do fluído. A alimentação tangencial de uma suspensão sólido-lí-quido na região cilíndrica desse equipa-mento provoca a formação de um vórtex descendente. Com isso, as partículas de maior densidade relativa são projetadas contra a parede, sendo arrastadas até a sa-

artigo

ída inferior do hidrociclone (underflow). As partículas menores, por sua vez, são arrastadas para o centro, formando um vórtex ascendente e saindo pelo orifício superior (overflow).

ESquEMA TíPICo DE uM hIDRoCICLonE

tiposOs hidrociclones têm, como caracterís-

tica principal, a relação entre suas medidas geométricas associadas com o diâmetro da parte cilíndrica. Geralmente, são agru-

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pados em famílias. As mais conhecidas são: “Bradley”, “Krebs” e “Rietema” – es-sas são também as de maior interesse técnico-científico. As principais relações geométricas referentes às famílias são apresentadas na tabela a seguir.

razão de líquido (rl)A RL é a relação das vazões na corrente

de alimentação e do underflow. As razões de líquido são sensíveis à variação do di-âmetro do underflow. Portanto, quanto maior o diâmetro do underflow, maiores

os valores de RL. O contrário também ocorre: quanto menor o diâmetro, mais concentrada será a corrente. Eficiência total e a eficiência total reduzida são as principais variáveis do estudo de desem-penho desses equipamentos.

A razão de líquido (RL) é calculada pela equação:

rl = quqa RL - razão de líquido adimensional;Qu - vazão volumétrica no underflow, L s-1;Qa - vazão volumétrica na alimentação, L s-1.

PRoPoRçõES GEoMéTRICAS DAS FAMíLIAS DE hIDRoCICLonES

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eficiência total (et)A ET é definida pela razão entre massa

de sólidos coletados no underflow e mas-sa de sólidos coletados na alimentação.

et = Wsu / Wsa = cwu Wu / cwa Wa ET = eficiência total, adimensional;Wsu = vazão mássica de sólidos recuperados no underflow, kg s-1;Wsa = vazão mássica de sólidos na alimentação, kg s-1;Cwu = concentração mássica de sólidos no underflow adimensional;Cwa = concentração mássica de sólidos na alimentação adimensional;Wu = vazão mássica da suspensão no underflow, kg s-1; eWa = vazão mássica da suspensão na alimentação, kg s-1.

eficiência total reduzida (et’)

A ET’ tem a função de demonstrar o real desempenho do hidrociclone, já que

considera apenas a capacidade de sepa-ração pelo efeito centrífugo, desconsi-derando o fluxo que pode ser chamado de “morto”, correlacionado com a razão de líquido. Utiliza-se a seguinte equação para a quantificação desse parâmetro:

et’ = et – rl /1 – rlET’ - eficiência total reduzida adimensional;ET - eficiência total;RL - razão de líquido.

uso dos HidrociclonesO uso de hidrociclones pode ser visto

das mais diversas maneiras nas indústrias metalúrgica, química, petroquímica, de alimento e de bioengenharia, dentre ou-tras. No Brasil, apesar do uso difundido em várias áreas do conhecimento, esses instrumentos não são aplicados com a mesma frequência em sistemas de irriga-ção como em outros países, como Israel e Estados Unidos, por exemplo.

Atualmente, têm-se realizado pesqui-sas nos setores de engenharia química, minas e alimento a respeito dos desempe-nhos dos hidrociclones para as atividades dessas indústrias. Entre esses trabalhos, no entanto, poucos são referentes a um assunto essencial: a avaliação do equipa-mento como dispositivo de separação de partículas sólidas na água de irrigação.

O uso de hidrociclones pode ser vistos das mais diversas maneiras nas indústrias metalúrgica, química, petroquímica, de alimento e de bioengenharia

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auTEC

disCutindo a modelaGem de inFormações de Construção

No dia 8 de abril, a As-sociação Nacional de Automação de Projetos de Engenharia, Cons-trução e Operação para

Empreendimentos Industriais e de In-fraestrutura (Autec) promoveu o Autec Day–São Paulo. O evento, realizado no Hotel Blue Tree Morumbi, na capital paulista, consistiu em um dia exclusivo de palestras e debates sobre a metodo-logia BIM (Building Information Mode-ling ou Modelagem de Informações de Construção) para troca de informações e apresentação de cases de sucesso, de-talhamento de novas tecnologias nessa área, bem como discussão sobre os desa-fios nos empreendimentos de infraestru-tura e como a tecnologia e inovação po-dem colaborar para que as organizações superem esses desafios.

A abertura do Autec Day-São Paulo foi feita por Antonio Vellasco, presidente da Autec, que apresentou o histórico da associação e discorreu sobre a necessi-dade de uma entidade que promova o debate e a troca de experiências entre profissionais de automação de projetos de engenharia. Em seguida, Sergio Sche-er, professor-doutor da Universidade Fe-deral do Paraná (UFPR) e coordenador--geral da Rede BIM Brasil, apresentou a keynote do evento, mostrando a história do modelo 3D enriquecido com outras

evento

informações para a construtibilidade até o surgimento do BIM, voltado para pro-jetos em grande escala, e a complexidade que o modelo apresenta com o uso de dados multidisciplinares e termos mui-tas vezes variados. Dentre as qualidades destacadas por Scheer no BIM estão sua interoperabilidade de sistemas, o aspecto colaborativo de seu uso e a habilidade de controlar custos.

com a palavra, os responsáveis pelas tecnologias

Dois tipos de apresentações tiveram lugar no Autec Day-São Paulo. O pri-meiro foi realizado por profissionais en-

volvidos no desenvolvimento e comer-cialização de tecnologias para BIM, que apresentaram seus produtos e como eles podem ser aplicados em projetos.

Marco Brasiel, especialista em BIM da Frazillio & Ferroni, falou sobre as tecnologias da Autodesk, desenvolve-dora de software de BIM, e explicou sua aplicação em cada etapa do processo de engenharia: planejamento, projeto, construção e operação. Brasiel destacou o potencial de interoperabilidade do BIM não só entre disciplinas ligadas a um projeto, mas também entre os sof-twares utilizados; também mostrou que as tecnologias apresentadas permitem a verificação de interferências geográfi-cas e ambientais ainda na fase de

Fotos: Fernando Saker/Engeworld

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planejamento, o acompanhamento das alterações constantes ao longo do ciclo de vida do projeto, bem como a gestão de manutenção e das especificações técnicas.

Por sua vez, Julio Calsinski, diretor--administrativo da Nemetschek Brasil, cedeu seu espaço para o engenheiro Cristiano Antunes, da Procalc Estrutu-ras, que apresentou um estudo de caso de um reservatório apoiado cuja malha e modelagem estrutural foram definidas com as tecnologias Scia Engineer e All-plan Engineering, ambas comercializa-das pela Nemetschek. Com a interope-rabilidade entre as duas tecnologias por meio de BIM, foi possível simular a apli-cação das cargas e as tensões mínimas e máximas nas envoltórias do reservatório. Além disso, todas as alterações feitas nos modelos 3D se refletiam nos desenhos da obra, e vice-versa.

A apresentação de João Vicente Fer-reira, gerente-técnico da Bentley Systems

para a América Latina, teve como foco os benefícios do BIM para construto-ras e proprietários. Antes de apresentá--los, Ferreira alertou que a modelagem de informações não está sendo passada adiante e chegando ao contratante, e isso é um problema, pois a qualidade das informações é fundamental para um projeto: basta uma queda de 8% nessa qualidade para a eficiência dos funcio-

nários cair 50%. Nesse sentido, o uso de BIM ao longo do projeto é bastante útil, permitindo integrar a vida do ativo des-de o começo, acompanhar o avanço do projeto em tempo real e, conforme ele é alterado no decorrer da operação das obras, o BIM também possibilita orde-nar e acompanhar, em tempo real, itens como a lista de tarefas, os ativos e gráfi-cos do projeto.

Antes de apontar as vantagens do BIM em sua palestra, Ricardo Fornari, diretor--técnico da Sisgraph (parte do Grupo Hexagon Solutions), afirmou que, se o profissional não souber utilizar a tecno-logia, não acompanhar o projeto e nem verificar se as tarefas foram realizadas, não conseguirá tirar proveito do sistema. Sobre a tecnologia, Fornari apresentou a Smart Modular Assembly (SMA) da Hexagon, que permite certificação precisa de desvios dimensionais duran-te os processos de fabricação e acopla-mento, bem como feedback imediato para otimização das ações de correção, ajudando assim no processo de tomada de decisão e no aumento da eficiência operacional do projeto.

usuários de tecnologias de Bim compartilHam suas experiências

O segundo grupo de palestras, inter-calado ao primeiro, trazia representantes de empresas de arquitetura, engenharia e construção apresentando cases da apli-cação de BIM a seus projetos e como esta contribuiu para o andamento das atividades.

Carlos Cabral Salles, gerente da Ca-margo Corrêa, destacou em sua palestra a grande abrangência de usos para

se o profissional não souber utilizar a tecnologia, não acompanhar o projeto e nem verificar se as tarefas foram realizadas, não conseguirá tirar proveito do sistema

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11 3149 3149

>> Acelere sua produtividade em ni.com/ industrial-control-platform

.stnemurtsnI lanoitaN fo skramedart era moc.in dna ,IN ,stnemurtsnI lanoitaN ,WEIVbaL .devreser sthgir llA .stnemurtsnI lanoitaN 2102© Other product and company names listed are trademarks or trade names of their respective companies. 07926

Reduzir custos, aumentar a produtividade e acelerar os tempos do projeto são somente

alguns dos desafios que os engenheiros industriais enfrentam. A abordagem de projetos

gráficos de sistemas combina software produtivo e hardware de E/S reconfiguraveis

(RIO reconfigurable I/O) para ajudá-lo a resolver esses desafios. Essa plataforma padrão,

pode ser customizada para solucionar qualquer aplicação de controle e monitoramento,

integrar movimento, visão e E/S em um único ambiente de desenvolvimento de software

Imbatível em Controle,Precisão e Flexibilidade

O software de projetode sistemas LabVIEWoferece grande flexibilidade com sua programação de FPGAs, simplifica a reutilização de código e ajuda a programar da maneira que você pensa - graficamente e construir sistemas industriais complexos com maior rapidez.

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o BIM, do planejamento de barragens a canteiros de obras, refinarias e edifica-ções, lembrando que diferentes obras apresentam diferentes desafios e, por-tanto, cada situação tem uma solução distinta, o que reforça a importância da informação na modelagem. Também comentou que, após o período de in-trodução e treinamento da equipe da Camargo Corrêa sobre o modelo, a empresa faz uso da tecnologia para com-partilhamento de informações, acom-panhamento de processos e imersão no projeto. Contudo, Salles ressaltou que, para trabalhar com o BIM, são necessá-rios capacitação, estrutura e processo de fluxos, e afirmou que a experiência por meio do aprendizado, ainda que de for-ma gradual, é a única forma de se atingir a maturidade necessária para a aplicação do conceito BIM em sua plenitude.

Daniel Fernandes, presidente da Fer-nandes Arquitetos Associados, apresen-tou o segundo case do evento, focan-do-se nas obras em arenas e estádios conduzidas por seu escritório — caso do Maracanã, que envolveu uma gran-de transformação em que foi necessário dobrar a área do estádio sem interferir nos limites estabelecidos, e da Arena Per-nambuco, em que a tecnologia foi usada nas etapas de montagem e atualização da estrutura. Fernandes disse que houve uma dificuldade inicial de implementa-ção do BIM nos projetos da Fernandes Arquitetos e que ainda há dificuldade na implementação plena de todos os aspec-tos do BIM, mas apontou que problemas sérios nas obras puderam ser evitados com o uso de modelagem de informa-ções na arquitetura.

O terceiro case foi apresentado pelo coronel Alexandre Fitzner do Nasci-

mento e pelo TC Washington Luke, representando o Exército Brasileiro. Os dois palestrantes apontaram tendên-cias como o aumento da complexidade normativa, o crescimento da demanda de dados e informações e a globalização dos negócios. Para acompanhar essas tendências, os palestrantes indicaram como importante o uso de mapeamen-to espacial, uso de tecnologias colabo-rativas e integradoras e a integração de processos. Com o uso de BIM aliado a essas tecnologias, obtém-se uma gestão dinâmica e transparente de informação pelo setor público e privado, além de se fomentar os elos da cadeia produtiva e a colaboração interdisciplinar.

considerações finais soBre o Bim

Juan Carlos Alfonso, da Odebrecht Peru, não pôde comparecer ao evento para apresentar sua palestra keynote, mas enviou uma mensagem em ví-deo usada na introdução da palestra

de encerramento, proferida pelo pro-fessor Eduardo Corseuil, gerente da Célula de Automação de Engenharia do Instituto Tecgraf. Corseuil definiu sua apresentação como um resumo de tudo que foi dito ao longo do Autec Day–São Paulo, além de comentar um paradoxo existente no setor: segundo ele, todos falam de BIM, mas a área de arquitetura, engenharia e construção ainda está defasada em relação a seu uso. O mercado pulverizado, explicou, é outro obstáculo para a disseminação do uso de BIM em projetos — apesar disso, a presença da tecnologia vem crescendo. Para que o crescimento seja maior, porém, é necessária a mudança de paradigmas: do projeto orientado por ferramentas para o orientado por processos; do uso de documento (seja em papel ou formato eletrônico) para o uso de modelo digital com bases de dados integradas; do projeto acelerado para maior precisão no escopo e nos requisitos; e da visão setorizada para a visão sistêmica, integrando as diferen-tes etapas do projeto.

Além das palestras, houve duas mesas--redondas, uma com os responsáveis pelas tecnologias de BIM e outra com os usuários das tecnologias em questão. Em ambas, o consenso foi o mesmo: tem havido evolução no interesse pela mode-lagem de informação, mas esse interesse ainda precisa crescer mais. Para os res-ponsáveis por projetos que pretendem fazer uso de BIM, é necessário ter ma-turidade e comprometimento. Os dois lados também concordaram que, cum-pridos esses requisitos, as tecnologias de BIM talvez sejam o que falta para a plena evolução do mercado brasileiro de arqui-tetura, engenharia e construção.

Para trabalhar com o BIM, são necessários capacitação, estrutura e processo de fluxos, e afirmou que a experiência por meio do aprendizado, ainda que de forma gradual, é a única forma de se atingir a maturidade necessária

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iNSTruMENTaçÃO

monitoramento de Corrosão

Monitoramento da cor-rosão é a prática de medir a corrosividade de um fluido proces-sado ou a degradação

do material de um equipamento através do uso de provadores de corrosão ou “sondas corrosimétricas” e de analises quí-micas e microbiológicas. Os provadores ou sondas são inseridos nos equipamen-tos, ficando expostos continuamente às condições de fluxo do processo.

Existe uma série de técnicas de moni-toramento da corrosão que são empre-gadas na engenharia de corrosão. Algu-mas podem ser acompanhadas online, por meio de monitoramento constante do processo, enquanto outras devem ser determinadas por meio de análise labo-ratorial. Duas dessas técnicas merecem destaque: a que utiliza cupons de corro-são de perda de massa e a de resistência elétrica, ambas não eletroquímicas.

cupom de corrosão (perda de massa)

Os cupons de corrosão de perda de massa fornecem de maneira simples e di-reta as taxas de corrosão de linhas e equi-pamentos fabricados em aço carbono ou outros materiais. Sua metodologia é rela-tivamente barata e nos fornecem dados confiáveis para um período determinado

artigo

de exposição, além de informações sobre a morfologia da corrosão.

O procedimento básico consiste em utilizar um corpo de prova (cupom) de metal ou liga conforme o material do

equipamento e colocá-lo em exposição no mesmo eletrólito do equipamento que se deseja avaliar. Depois de um in-tervalo de tempo pré-determinado, o cupom é retirado do processo, limpo de todo o produto de corrosão e novamente pesado. A perda de massa dividida pelo tempo de exposição ao meio corrosivo é convertida em taxa média de corrosão.

Uma das principais vantagens desse método está no fato de ser possível iden-tificar a morfologia da corrosão, isto é, se é uniforme ou localizada, além da perda de espessura real no período de tempo de exposição. Outra vantagem está no fato de ser aplicável a praticamente todos os ambientes: gasosos, líquidos e

O procedimento básico consiste em utilizar um corpo de prova (cupom) de metal ou liga, conforme o material do equipamento

Renata RamosEngenheira Química – Gerente Comercial da IEC – Instalações e Engenharia de Corrosão Ltda

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em fluxos com partículas sólidas. Um ponto negativo, no entanto, reside no fato de esses dados fornecerem infor-mações de desempenhos do passado, não podendo ser usados para se analisar dados de curtos períodos de tempo ou fornecer respostas rápidas.

resistência elétrica (er)As sondas de resistência elétrica po-

dem ser consideradas como sondas de perda de massa automáticas, fornecendo dados de perda de metal continuamente. O monitoramento contínuo com esses dispositivos oferece a tendência da taxa de corrosão em função do tempo, permi-tindo identificar com clareza os períodos de aumento ou redução da corrosivi-dade do meio associado às variáveis do processo, tais como vazão, temperatura, pressão, variações de concentrações, entre outras. Apesar disso, não podem mostrar mudanças de corrosividade nos fluidos ou taxas de corrosão em curtos intervalos de tempo.

A partir da variação de área, provo-cada pela corrosão da seção transversal do elemento sensor (sonda) exposto ao meio, tem-se uma variação na resistência

elétrica deste sensor. O desgaste da área exposta faz com que a seção transversal do sensor diminua, logo, a perda de se-ção faz com que a resistência elétrica do metal varie. As variações da resistência elétrica são medidas cumulativamente ao longo do tempo, com base na medida inicial do sensor.

Na prática, os equipamentos emprega-dos fazem a conversão automática da re-sistência em perda de seção do elemento sensor – essa medida se baseia em cor-rosão uniforme. A sonda de resistência elétrica pode ser utilizada em qualquer tipo de meio, porém seus resultados só são significativos para a média da perda de massa do sensor, não sendo possível

a leitura da taxa de corrosão instantânea. A coleta de dados pode ser realizada

nas seguintes formas:Coleta manual no local

Os dados aquisitados podem ser ar-mazenados em uma estação coletora de dados (logger) para posterior resgate de informações;

-Transmitidas online, via satélite, rádio ou outra forma de transmissão

Como uma das principais vantagens do método, podemos citar que a técnica é sensível às mudanças operacionais e regime de fluxo, desde que não ocorram em curto intervalo de tempo. Além disso, por meio do perfil da taxa de corrosão, pode-se atuar nas variáveis do processo para minimizar a corrosão. Sua principal desvantagem reside no fato do método ser pouco sensível à corrosão localizada.

resistência de polarização linear (lpr)

O método da resistência de polariza-ção linear se baseia em princípios e con-ceitos eletroquímicos. Os eletrodos na ponta dos sensores de LPR são polari-zados em pequenos intervalos de tempo e, como resposta, tem-se a taxa de cor-rosão em tempo real para o eletrólitoem análise. O princípio de medição dessa técnicabaseia-se no fato de que a den-sidade de corrente associada a pequenos efeitos de polarização é diretamente pro-porcional à taxa de corrosão do eletrodo no meio em questão.

A principal vantagem está no fato de oferecer uma taxa de corrosão em tem-po real; os princípios eletroquímicos aplicados (para corrosão uniforme) são uma limitação dessa técnica. Caso exista corrosão por pites, as medições terão va-lores distorcidos e não reais.

Na prática, os equipamentos empregados fazem a conversão automática da resistência em perda de seção do elemento sensor

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engeworld | maio 2014 | 17Porque toda vida tem um propósito...www.MSAsafety.com

A MSA é conhecida mundialmente pelo alto padrão de qualidade, inovação, serviço ao cliente e confiabilidade. Os produtos e serviços MSA passam por contínua evolução em tecnologia, oferecendo sempre a melhor solução em detecção de gases e chamas nas diversas indústrias no Brasil e no mundo.

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NiDays

nidays 2014 disCute evolução e Futuro da teCnoloGia

Cerca de mil pessoas, entre engenheiros, cientistas, desenvolvedores, pes-quisadores, professores e alunos, participaram da

12ª edição do NIDays, realizada no dia 27 de março no Centro de Convenções do Expo Center Norte. Trata-se do prin-cipal evento organizado pela National Instruments (NI) Brasil, proporcionan-do oportunidades de networking com profissionais de engenharia, discutindo os últimos avanços tecnológicos e pers-

evento

pectivas para Projeto Gráfico de Siste-mas, além de apresentar os principais lançamentos da empresa no país.

O NIDays 2014 trouxe uma progra-mação extensa: foram nada menos que vinte e três sessões técnicas organizadas pela equipe da National Instruments (distribuídas entre os temas Novas Tecnologias; Dicas e Truques; Imersão Tecnológica; e Projetos de Máquinas Inte-ligentes), oito sessões práticas divididas em três salas, quinze estudos de caso (distribuídos entre os temas Projetos

Décima segunda edição da conferência apresentou lançamentos da National Instruments e perspectivas para automação, instrumentação e controle

de Máquinas Inteligentes; Sistemas de Medição, Teste e RF; e Automotivo, Aero-espacial e Defesa), e dois painéis de dis-cussão: O futuro da indústria automotiva (na sala dedicada ao tema Automotivo, Aeroespacial e Defesa) e A evolução dos laboratórios de Pesquisa e Ensino (na sala dedicada ao tema Ensino e Pesquisa).

Fotos: Fernando Saker/Engeworld

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o avanço cada vez mais veloz da tecnologia

A apresentação de abertura do NI-Days 2014 foi iniciada por Eric Starkloff (foto), vice-presidente executivo global de Marketing e Vendas da National Ins-truments. Após destacar o crescimento do evento, Starkloff afirmou que vive-mos numa era de grandes revoluções tecnológicas, com grande possibilidade de transformar os trabalhos do setor. Nessa era, surge a Indústria 4.0, marca-da por sistemas e fábricas inteligentes e comunicação máquina-para-máquina (M2M). Também avançam as pesquisas em ciberfísica, com a tendência atual do uso de sistemas físico-cibernéticos como agentes transformadores da indústria.

Segundo Starkloff, as tecnologias atu-

ais de sensores e conectividade represen-tam apenas o começo das possibilidades de melhorar o mundo, podendo contri-buir para a economia de luz e água, por exemplo, dependendo da necessidade do ambiente. Assim como o computa-dor pessoal (PC) e a Internet mudaram o mundo anos atrás, hoje a mudança vem pelas plataformas móveis, como iOS e Android. Para elas, assim como para os PCs e outras plataformas, a NI vem desenvolvendo seus produtos.

Esses produtos foram apresentados, na sequência, por André Pereira, geren-te de Marketing Técnico da NI. Entre eles, o maior destaque foi o LabVIEW 2013, versão mais recente do software da empresa para projetos de sistemas: a programação gráfica é igual à do Lab-VIEW padrão, mas apresenta uma série de ferramentas e benefícios adicionais, tais como suporte nativo aos dispositi-vos mais recentes de fornecedores como ARM e Xilinx, melhoria na confiabilida-de e qualidade de aplicações complexas, tecnologias de implementação simpli-ficada, além da possibilidade de uso em plataformas móveis que habilitam a cria-

ção de dashboards para controle e moni-toramento remotos de sistemas.

Também foram destacados a criação da LabVIEW Tools Network, descrita por Pereira como uma “app store para enge-nheiros” e o lançamento do NI myRIO, dispositivo de hardware embarcado para desenvolvimento de sistemas complexos de engenharia, de tamanho compacto e uso mais fácil, voltado para estudantes. Entre uma fala e outra, Pereira chamava outros representantes da NI ao palco para apresentar outras novidades da empresa.

Em suas falas, Pereira destacou a ideia que seria repetida em várias das sessões técnicas do evento: a inovação tecnoló-gica está cada vez mais rápida, e isso tem um grande impacto sobre os usuários e especialmente sobre os desenvolvedo-res, que são colocados à prova por carac-terísticas que nunca se imaginaram ana-lisar em sistemas de aquisição de dados e precisam estar cada vez mais atentos à evolução dos sistemas para as áreas de instrumentação, automação e controle. Essa visão é compartilhada por Paulo Pe-reira, diretor da NI para a América Latina (veja entrevista completa na pág. 38).

vendo as novas tecnologias de perto

Entre uma sessão e outra, os partici-pantes do NIDays 2014 puderam visitar as duas áreas de exposição do evento. No primeiro andar do centro de convenções, o espaço de exposição trazia demonstra-ções das aplicações das tecnologias mais recentes da NI em projetos de empresas parceiras. Representantes das empresas expositoras explicavam aos interessados o

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funcionamento das tecnologias exibidas e trocavam contatos para esclarecimentos posteriores e possibilidades de networking.

A Nirax, por exemplo, expôs um módu-lo NI USRP (Plataforma de Rádio defi-nido por Software) usado para simulação de rotas via software. Por sua vez, a Daqsys trouxe um sistema de monitoramento para sistemas de refrigeração, com medição de temperatura em vários pontos, como o compressor, evaporador e condensador.

O Centro de Pesquisa e Desenvolvi-mento em Telecomunicações (CPqD) apresentou um sistema de TDR (reflectô-metro no domínio do tempo) para cabla-gem aeroespacial, por meio do qual é pos-sível caracterizar e localizar falhas nos cabos metálicos de distribuição de comunicação em aeronaves. Já no estande do Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento (Lac-tec), os visitantes puderam conferir um

sistema aberto com caixa-preta de emissão acústica, recriada com as plataformas Lab-VIEW e PXI, que ajudam a entender seu funcionamento e representar resultados.

Uma solução em software para ensaio de motores a combustão em banco de provas foi exibida no estande do Instituto Mauá de Tecnologia. Outras inovações apresentadas incluíram interfaces de aviô-nicos para comunicação com aviões mos-tradas pela Smart Embedded Technolo-gies (Set), o uso de sistemas equipados com hardware e software da NI para cali-bração de sistemas de ruídos ou vibrações expostos pela Total Safety, e um sistema modelo para medição de força, controle de torque e posição para testes estruturais desenvolvido pela Wineman Technology Incorporated (WTI), bem como novida-des da Intel e da DV Pro.

A própria NI Brasil também usou o espa-

ço de exposição para mostrar o uso de seus produtos na automação de testes, controle e aquisição de dados em turbinas, no carre-gamento de modelos matemáticos e simu-lação em tempo real de estímulos a veículos ou sistemas, entre outras possibilidades.

No segundo andar do centro de con-venções, o espaço de exposição era dedi-cado a entidades educacionais e parcei-ros de mídia. Embora não tenha contado com um estande próprio, a Engeworld teve exemplares de sua edição de março presentes em um display, que podiam ser levados pelos participantes do evento. A área trazia ainda um espaço para o Lab-VIEW Code Challenge, desafio de lógica e programação envolvendo o uso das funções básicas do LabVIEW.

de máquinas inteligentes a tendências para projeto, teste e controle

Como dito anteriormente, o NIDays 2014 contou com mais de vinte sessões técnicas. Na grade da programação, uma das primeiras recebeu o título Máquinas inteligentes integradas a sistemas de visão 3D, ministrada pelos engenheiros de Vendas Fernando Cassão e Luciano Borges, da NI. Na palestra, foi mostrado como pro-dutos da NI, como o software LabVIEW e a plataforma CompactRIO, podem ser usados em conjunto com sistemas de processamento de imagem para ajudar na tomada de decisões, na orientação dos ro-bôs (em processos como a identificação para corte de borda de material, inserção de componentes e movimento de eixos), controle de processos e metrologia. O sof-tware da empresa também foi destaque na sessão Medição de energia com LabVIEW desde miliwatts até megawatts, conduzida pelo vendedor técnico Gerson Murari: o

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palestrante explicou como são medidas a potência, tensão e corrente da rede elé-trica, os tipos de carga elétrica (resistiva, indutiva e capacitiva) e mostrou como o LabVIEW pode ser usado para medição e qualificação da energia elétrica, sendo customizável para a tarefa e incluindo a função de amostragem do comprimento de onda da energia.

André Oliveira (foto), engenheiro de Vendas da NI, foi o responsável pela ses-são técnica Seis tecnologias inovadoras para projeto, teste e controle que você deve conhe-cer. Essas tecnologias são: os conversores de alto desempenho, o PCI Express (usa-do principalmente na comunicação da CPU com seus periféricos), a Lei de Mo-ore (a densidade e capacidade de um chip

dobra a cada dezoito meses), a computa-ção em nuvem (armazenamento de ar-quivos e programas em uma rede remota de computadores, que pode ser acessada em qualquer parte do mundo), os meca-nismos de gerenciamento de sistema, e a fusão (ou desenvolvimento simultâneo) de projeto e teste. Para Oliveira, essas tec-nologias vêm se tornando cada vez mais importantes no mercado, e as organiza-ções que já estão adiantadas em seu uso têm obtido sucesso.

A apresentação de encerramento do NIDays 2014 ficou a cargo de Stefano Concezzi, vice-presidente de Pesquisa Científica e do Programa Lead User, que fez uma retrospectiva da ciência ao lon-go dos anos e apontou o desafio atual de

converter os big data (o grande número de dados gerados mundialmente, de for-ma cada vez mais veloz) em informações propriamente ditas. Ao final do evento, foram apresentados os projetos vence-dores do II Torneio de Programação em LabVIEW, e outros produtos da NI fo-ram sorteados entre os visitantes.

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SuSTENTabiliDaDE

imPaCtos amBientais dos Canteiros de oBras

A etapa de construção, no ciclo de vida de um edi-fício, responde por uma parcela significativa dos impactos causados pela

construção civil no ambiente. Tais im-pactos, provocados pelos canteiros de obras, podem ser separados em dois gru-pos: o primeiro cobre os consequentes às perdas por entulho e à geração de re-síduos por essa ou qualquer outra razão; o segundo, os referentes às interferências na vizinhança da obra e nos meios físico, biótico e antrópico do local em que a construção é edificada.

Dentre as diferentes formas de perda — incorporadas ao edifício, devido a furtos ou como entulho —, a que inte-ressa aqui é a última, por gerar resíduos. Pesquisadores como Souza (2005) têm dedicado grande atenção ao tema, com resultados importantes para a academia e o meio profissional.

Sabe-se que é bastante grande a im-portância dos resíduos gerados nos can-teiros de obra, tanto pelo volume que representam — 50% da massa total dos resíduos sólidos produzidos nas áreas urbanas —, como pelos impactos que causam, principalmente ao serem leva-

dos para locais inadequados.Por isso, são tratados pela Resolução

Federal nº 307/2002, do Conselho Na-cional do Meio Ambiente (Conama), que dispõe sobre o seu gerenciamento.

Como consequência, o tema vem sendo estudado e soluções são desenvol-vidas cobrindo pontos como a redução da produção de resíduos em obras, o gerenciamento dos resíduos produzidos e a sua reciclagem e reuso. Assim, impor-tantes pesquisas são conduzidas no Bra-sil e no exterior sobre o tema, tais como as de Santos et al. (1996) e Agopyan et

al.(1998), e sobre a geração de resíduos sólidos e os lançamentos não monitora-dos — por exemplo, os trabalhos de Pin-to (1999), Ângulo (2000), Ângulo et al. (2001) e Rocha; John (2004).

Esses e outros autores já identifica-ram alternativas de gestão e de mini-mização dos impactos decorrentes dos resíduos gerados (aterros, reciclagem, perdas de solos férteis e de terrenos passíveis de construção, degradação ambiental, poluição, etc.). Entidades se-toriais ligadas às empresas construtoras, sobretudo motivadas pelas exigências legais criadas com a Resolução n.º 307, sobre resíduos da construção civil, têm também conduzido ações nesse sen-tido, como é o caso do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Esta-do de São Paulo (SindusCon-SP), por meio do Programa de gestão ambiental de resíduos em canteiros de obra (PIN-TO, 2005), ou do SindusCon-MG, que produziu a Cartilha de gerenciamento de resíduos sólidos para a construção ( JÚNIOR, 2005). Já as interferências causadas pelos canteiros de obra na vizinhança da obra e nos meios físico, biótico e antrópico do local não têm merecido a devida atenção das empre-

Preocupação que vai além dos resíduos

é bastante grande a importância dos resíduos gerados nos canteiros de obra, tanto pelo volume que representam — 50% da massa total dos resíduos sólidos produzidos nas áreas urbanas —, como pelos impactos que causam

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sas e dos profissionais e acadêmicos, embora também causem impactos sig-nificativos, como incômodos (sonoros, visuais, etc.) e poluições (solo, água e ar), impactos ao local da obra (ecossis-temas, erosões, assoreamentos, trânsito, etc.) e consumo de recursos (principal-mente água e energia).

Como consequência, é importante a redução desses impactos ou modifica-ções negativas no ambiente originadas na etapa de construção do ciclo de vida de uma edificação. Tais impactos resul-tam das atividades desenvolvidas du-rante a execução de diferentes serviços presentes numa obra. Essas atividades trazem como consequência elementos

Fotos: freeimages

que podem interagir com o ambiente e sobre os quais a equipe de obra pode agir e ter controle, os chamados aspec-tos ambientais.

Por exemplo, a atividade fundações, presente na execução da infraestrutura de um edifício, tem como um dos as-pectos ambientais a emissão de vibra-ção, que pode causar como impacto ambiental incômodo para a comunida-de. Para limitar tal incômodo, deve-se procurar reduzir ou mesmo eliminar a emissão de vibração, por exemplo, mu-dando-se o tipo de fundação (de uma estaca cravada para uma escavada) ou a sua tecnologia de execução (pelo uso de bate-estacas vibratório em vez de por gravidade), ou ainda agir sobre a per-cepção do incômodo causado, fazen-do-se as cravações em horários cujas consequentes vibrações causem

na execução da infraestrutura de um edifício, tem como um dos aspectos ambientais a emissão de vibração, que pode causar como impacto ambiental incômodo para a comunidade

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o menor incômodo possível às pessoas.A minimização dos impactos negati-

vos pressupõe o conhecimento de suas causas. Assim, embora os impactos sejam o problema, os aspectos ambientais e as atividades relacionadas devem ser inves-tigados quanto à ocorrência e intensidade.

Qual é, então, a importância de se conhecer os impactos ambientais? Es-sencialmente para a tomada de deci-sões em termos de prioridades, já que não se pode atuar sobre tudo, pois, normalmente, os recursos disponíveis são limitados e os aspectos muitas ve-zes têm impactos contraditórios. As-sim, o conhecimento da intensidade dos impactos e suas consequências para os meios físico, biótico e antró-

pico permite a sua priorização. E mais, deve-se ainda saber em que medida todos aqueles que sofrem impactos consideram-se prejudicados, como o pessoal que trabalha na obra, os forne-cedores, o empreendedor, os projetis-tas, a vizinhança e mesmo a sociedade como um todo. A priorização deve ainda considerar o contexto específi-co do canteiro: reduzir o impacto ao ecossistema local é fundamental em uma obra numa região de mangue, en-quanto perde importância numa obra em terreno confinado no Centro de São Paulo, conseguido após a demoli-ção de imóveis previamente existentes.

Finalmente, a legislação aplicável tem, obrigatoriamente, de ser respeitada. Priori-

zados os impactos que precisam ser redu-zidos ou eliminados, podem-se definir as tecnologias e as ações de natureza gerencial necessárias para tanto, estabelecendo os recursos que precisam ser introduzidos, equipamentos a serem comprados, profis-sionais a serem treinados ou contratados, ferramentas gerenciais a serem implemen-tadas, os prazos e os custos envolvidos, etc. São essas as informações que interessam aos profissionais de obra preocupados com a questão da sustentabilidade.

No caso de grandes canteiros, necessá-rios em empreendimentos considerados passíveis de causar grandes impactos, a Resolução nº 001/1986 do Conama exige que seja feita uma avaliação mais completa dos impactos, o Estudo de Im-pactos Ambientais (EIA) e o seu relatório resumo, Relatório de Impacto Ambiental (Rima). Esse é o caso de estradas, portos, aeroportos e obras hidráulicas, dentre ou-tros empreendimentos, e, no caso de pro-jetos urbanísticos, também daqueles com área acima de 100 ha ou implantados em áreas consideradas de relevante interesse ambiental. Os EIA/Rima envolvem es-tudos cobrindo todo o ciclo de vida do empreendimento e não apenas a etapa de construção (BRAGA,2002).

Este estudo, para a etapa de cons-trução, não pretende ser um modelo de EIA/Rima, uma vez que se aplica a várias tipologias de empreendimento. No entanto, ele alinha-se a uma parte das diretrizes gerais de um EIA/Rima, à medida que aponta os impactos am-bientais potenciais e relevantes para a etapa de construção, analisa tais im-pactos e traz previsões de importâncias relativas, baseado em critérios como permanência, reversibilidade, cumula-tividade, sinergia, etc.

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oBjetivoO objetivo é analisar os impactos

ambientais decorrentes das atividades desenvolvidas em canteiros de obra e de seus aspectos ambientais, contribuindo para ampliar o campo de estudo dos impactos considerados negativos, em particular para o caso da construção de edifícios.

escopoOs canteiros de obras de edifícios,

cobrindo os impactos ambientais cau-sados aos meios físico (solo, ar e água), biótico e antrópico (trabalhadores da obra, vizinhança e sociedade). São consideradas as atividades relaciona-das às diferentes fases de realização de uma obra, incluindo-se a execução de serviços em áreas comuns de conjun-tos habitacionais: serviços prelimina-res, infraestrutura, estrutura, vedações verticais, cobertura e proteção, revesti-mentos verticais, pintura, pisos, siste-mas prediais e redes e vias.

metodologiaTrata-se essencialmente de uma re-

visão bibliográfica, em que se procurou analisar criticamente as referências en-contradas, organizando-se de forma co-erente os conceitos e informações obti-dos de interesse, pelo uso de um modelo consistente de apresentação das infor-mações, as matrizes que relacionam as-pectos ambientais, impactos ambientais e atividades desenvolvidas nos canteiros de obra do escopo definido.

Foram diversas as origens dos do-cumentos, como manuais, referenciais normativos de metodologias de avalia-

ção e a produção acadêmica tradicional — esta, bastante limitada. Tal revisão acabou tendo um caráter exploratório como uma consequência da bibliografia limitada sobre o tema dos impactos am-bientais causados pelos canteiros e suas consequências.

aspectos e impactos amBientais dos canteiros de oBra

Para a identificação e o estudo dos aspectos e impactos ambientais presen-tes nos canteiros de obra, a bibliografia acadêmica encontrada mostrou-se rara — e a única consultada foi um texto brasileiro (DEGANI, 2003). Já a biblio-grafia estrangeira é farta no que se refere a manuais práticos, voltados aos profis-sionais. Destacaram-se dentre eles dois: o da Agência do Reino Unido do Am-biente (NETSREG, 2005) e o do Pentá-gono norte-americano (PULASKI et al., 2004). No entanto, outros guias forne-ceram informações significativas, como o espanhol da região de Navarra (FUN-DACIÓN..., 2005); os franceses da En-tidade Setorial das Empresas Construto-ras (FFB, 1999) e da Agência Ambiental e de Energia (ADEMI, 2002; ADEMI, s.dt.); o do Ofício Federal Alemão volta-do ao Ambiente (FEDERAL OFFICE..., 2001); o da Organização Australiana Científica e de Pesquisa (FOLIENTE et ali, s.dt.). Também documentos produzi-dos por empresas francesas serviram de referência (ICADE, s.dt.).

Como consequência das análises fei-tas, e de modo a favorecer a apresentação dos resultados consolidados, os aspectos ambientais foram estruturados em

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três grandes temas: infraestrutura do canteiro de obra, recursos e incômodos e poluições. Os dois primeiros são trata-dos de modo geral, sendo válidos para toda a duração da obra. Assim, a Infraes-trutura do canteiro de obras foi tratada de modo a, futuramente, ser possível definir como proceder para que as construções provisórias do canteiro (áreas de produ-ção, apoio, vivência, equipamentos, pro-teções coletivas, etc.) sejam implemen-tadas e funcionem de modo a minimizar os impactos ambientais decorrentes e para que atividades desenvolvidas para ou durante a construção e o uso dessas instalações ou demolições, incluindo preparo do terreno, armazenagem de produtos, uso da via pública, etc. causem os menores impactos.

Por sua vez, o tema Recursos trata, den-tro dos limites de decisão que a equipe de obra pode ter, do consumo de recur-sos naturais e manufaturados (compras e contratações que incluam aspectos ambientais como critério de decisão), do consumo e desperdício de água, energia elétrica e gás natural no canteiro (os quais se preocupam com a demanda e também com a oferta de água, energia elétrica, ga-ses e combustíveis ao longo da obra).

Já os aspectos relacionados ao tema Incômodos e poluições são analisados de modo mais específico para que, em es-tudos posteriores, sejam abordados de acordo com as diferentes fases de realiza-ção de uma obra.

Para cada um dos três temas, são iden-tificados os aspectos ambientais perti-nentes e os impactos ambientais corres-pondentes causados aos meios físico, biótico e antrópico, neste último consi-derando os trabalhadores do canteiro, a vizinhança e a sociedade como um todo. Foram assim constituídas matrizes Aspectos & impactos ambientais para as

atividades de produção que acontecem nos canteiros de obra do subsetor de edi-ficações. A primeira delas, que consta da Tabela 1, cobre os dois primeiros temas. Considerando-se que se trata de cantei-ros de obras de edifícios e levando-se em conta as magnitudes e importâncias (permanência, reversibilidade, cumula-

tividade, sinergismo, etc.) dos impactos negativos e as exigências legais, os mais significativos foram selecionados. A Tabela 2 volta-se especificamente aos aspectos ambientais relacionados aos In-cômodos e poluições, sinalizando os mais relevantes em função da fase da obra e das atividades nelas desenvolvidas.

Tabela 1. Matriz ‘Aspectos & impactos ambientais’ para as atividades de produção que acontecem nos canteiros de obras — Subsetor ‘Edificações’. Temas: ‘Infraestrutura do canteiro de obras’ e ‘Recursos’

Meio físico

Aspectos ambientais

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Consumo de recursos (inclui perda incorporada

e embalagens

Consumo e desperdício de água

Consumo e desperdício de água

Risco de desmoronamento

Esgotamento de águas servidas

Risco de perfuração de redes

Geração de energia no canteiro

Existência de construções provisórias

Impermeabilização de superfícies

Ocupação da via pública

Armazenamento de materiais

Circulação de materiais, equipamentos, máquinas

e veículos

Manutenção e limpeza de ferramentas,

equipamentos, máquinas e veículos

Impactos ambientais usualmente mais relevantes

Existência de ligações provisórias (exceto águas

servidas)

Supressão da vegetação

Remoção de edificações

Tem

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Solo Ar ÁguaMeio Biótico

Meio antópico

Vizinhança SociedadeTraba-lhador

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engeworld | maio 2014 | 27

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28 | engeworld | maio 2014

Ainda considerando os Incômodos e poluições, a Tabela 3 apresenta os impac-tos ambientais causados aos meios físico, biótico e antrópico correspondentes a cada aspecto ambiental.

análise dos resultadosTodas essas matrizes são indicativas e

devem ser empregadas de modo cuida-doso. Por serem genéricas, as particula-ridades de cada empreendimento espe-

cífico têm de ser consideradas. Por essa razão, trazem também os impactos que não foram considerados mais significa-tivos, chamando igualmente a atenção para eles. Apresentam como vantagem a rapidez na manipulação e na identifica-ção dos impactos mais prováveis.

Tabela 2. Aspectos ambientais relacionados a incômodos e poluições em função das diferentes fases de uma obra e de suas principais atividades — Subsetor ‘Edificações’

Sugere-se que a aplicação das ma-trizes seja acompanhada da criação de um grupo ad hoc, que discuta seus conteúdos, valide-os e os complemente, considerando-se as especificidades da obra em questão, legislação específica, exigência do empreendedor, caracterís-ticas do local, características do empre-endimento, etc. Do grupo de discussão ad hoc devem fazer parte representantes do empreendedor, construtora e seus principais subcontratados, projetistas, empresa gerenciadora, etc. — técnicos com formação acadêmica ou experiên-cia profissional sobre temas específicos podem ser envolvidos, conforme o caso, de modo a subsidiar as decisões.

Como podem ser muitos os impactos

Sugere-se que a aplicação das matrizes seja acompanhada da criação de um grupo ad hoc, que discuta seus conteúdos, valide-os e os complemente, considerando-se as especificidades da obra em questão

FASE DA OBRA

InCôMODOS E POluIçõES

ASPECTOS AMBIEnTAIS

Serviços preliminares

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Gera

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Demolição

limpeza superficial do terreno

Fundações

Rebaixamento do lençol

Escavação e contenções

Estrutura

Alvenarias

Divisórias

Esquadrias

Telhado

Impermeabilização

Revestimento vertical

Pintura

Piso

Sistemas prediais

Redes enterradas e aéreas

Terraplanagem

Pavimentação

Drenagem

Aspectos ambientais usualmente mais relevantes

Infra-estrutura

Estrutura

Vedações Verticais

Cobertura e proteção

Revestimentos verticais

Pinturas

Pisos

Sistemas Prediais

Redes e vias

ATIVIDADES

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engeworld | maio 2014 | 29

negativos a serem enfrentados e escassos os recursos para mitigá-los, uma técnica possível, após a identificação deles, é a da sua ponderação relativa. Para se ponde-rar, é necessário antes se estabelecer prio-ridades — que meios privilegiar (físico, biótico ou antrópico)? Que preocupa-ções são mais significativas (emissão de CO2, poluição da água, preservação do

ecossistema, economia de recursos não renováveis, valorização da reciclagem, diminuição de áreas de aterros, etc.)?

Essa mesma técnica pode ser usada na escolha de alternativas. Voltando-se ao exemplo da atividade Fundações e do aspecto ambiental Emissão de vibração, causando o impacto ambiental Incômo-do para a comunidade, a opção sobre a

Tabela 3. Matriz ‘Aspectos & impactos ambientais’ para as atividades de produção que acontecem nos canteiros de obras – Subsetor ‘Edificações’. Tema: ‘Incômodos e poluições’

melhor maneira de reduzir ou eliminar tal vibração, envolvendo a mudança do tipo de fundação (de uma estaca cravada para uma escavada), de sua tecnologia de execução (pelo uso de bate-estacas vibratório) ou agindo sobre a percep-ção do incômodo causado (cravações em horários que incomodem o mínimo possível às pessoas), podem-se dar,

Meio físicoIMPACTOS AMBIEnTAIS

Aspectos ambientais

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Cont

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Geração de resíduos perigosos

Geração de resíduos sólidos

Emissão de vibração

Emissão de ruídos

lançamento de fragmentos

Emissão de material particulado

Risco de geracão de faíscas há gases dispersos

Desprendimento de gases, fibras e outros

Renovação do ar

Impactos ambientais usualmente mais relevantes

Manejo de materiais perigosos

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Meio antópico

VizinhançaTraba-lhador Sociedade

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segundo critérios e prioridades prees-tabelecidas, os custos, redução dos im-pactos negativos ou potencialização dos impactos positivos. Embora haja limita-ções, essa postura permite a ordenação rápida das alternativas, supondo-se que seja possível associar-se uma escala de ponderação representativa dos interes-ses priorizados envolvidos.

as da matriz da Tabela 3, possibilitando identificar os impactos referentes aos Incômodos e poluições em cada fase da obra, por atividade;

• Analisar os impactos, fazendo previ-sões de magnitudes, para priorizar aque-les que precisam com mais premência ser reduzidos ou eliminados, embora tal definição deva considerar o contexto es-pecífico de cada canteiro de obras;

• Definir as tecnologias e as ações de

natureza gerencial necessárias para os casos de impactos desfavoráveis, esta-belecendo os recursos que precisam ser implementados para mitigá-los — equipamentos a serem comprados, profissionais a serem treinados ou con-tratados, ferramentas gerenciais a serem implementadas, etc. — e os prazos e custo envolvidos;

• Definir indicadores de acompanha-mento e monitoramento dos impactos

Foto: freeimages

conclusões e desdoBramentos

As novas matrizes, ilustradas pelas tabelas 1 a 3, confirmam a diversidade de impactos ambientais causados pelos canteiros de obra a serem considerados, que vão muito além dos relacionados às perdas de materiais e à produção de resí-duos. Finalmente, houve um esforço em identificar os impactos mais relevantes, considerando-se as condições médias dos canteiros de obras de edifícios.

Resta, no entanto, muito ainda a ser in-vestigado. Assim, a pesquisa que deu ori-gem a este artigo vai continuar, cobrindo os seguintes tópicos:

• Avançar no conhecimento dos im-pactos ambientais, cruzando as informa-ções contidas na matriz da Tabela 2 com

Como podem ser muitos os impactos negativos a serem enfrentados e escassos os recursos para mitigá-los, uma técnica possível, após a identificação deles, é a da sua ponderação relativa

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engeworld | maio 2014 | 31

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SOUZA, Ubiraci E.L. Como Reduzir Per-das nos Canteiros – Manual de Gestão do Consumo de Materiais na Construção Civil. São Paulo; Editora Pini; 2005. 128p

ambientais e das medidas mitigadoras a serem implementadas;

• Apontar possíveis inovações tecno-lógicas e gerenciais e ações relacionadas a políticas públicas, voltadas ao tema.

Com isso, pretende-se ampliar mais ainda as discussões sobre os impactos ambientais e fornecer um conjunto de

informações que possam orientar ações futuras, seja identificando temas de pes-quisa, seja indicando soluções para os problemas apontados.

Deseja-se, igualmente, analisar, sob ba-ses semelhantes às anteriormente apre-sentadas, os impactos de natureza social e econômica dos canteiros de obra.

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COluNa qualiDaDE

delineamento de exPerimentos

Nesta edição, vamos dar continuidade à análise dos resultados de nosso hipotético projeto de um bico para enchimento de garrafas, cujo objetivo é encontrar os valores de três importantes parâmetros do projeto que levem à minimização da variável resposta “Tempo de Enchimento”.

Na edição anterior, calculamos os valores dos efeitos dos três parâmetros testados, os quais apresentaram os seguin-tes resultados:

• P: ∅ do pino retrator: ………………………………….2,39 seg; • A: Ângulo do cone: …………………………………...-0,513 seg;• H: Altura da face de contato: ………………………...0,138 seg.

Graficamente, esses resultados são mostrados na figura abaixo:

Uma ferramenta fundamental no desenvolvimento de projetos — parte 3

Figura 1: Representação gráfica dos efeitos dos parâmetros P, A e H

A princípio, observando as figuras acima, poderíamos concluir que os melhores resultados (tempos de enchimentos mais bai-xos) são obtidos nas seguintes condições:

• ∅ do pino retrator no nível (-): 2,8 mm;• Ângulo do cone no nível (+): 60°;• Altura da face de contato no nível (-): 8 mm.Todavia, para fazermos essa afirmação, precisamos também avaliar a existência ou não de interações entre os parâmetros testados.Sabemos que existe interação entre dois parâmetros quando “a forma como um parâmetro influencia a variável resposta depende

do valor do outro parâmetro”. Para entender melhor esse conceito, vamos analisar os valores da Tabela 1.Ela mostra os valores médios do “Tempo de Enchimento” para quatro condições experimentais diferentes: P(-) e H(-), P(-) e

H(+), P(+) e H(-) e P(+) e H(+).

Tabela 1: Interação entre parâmetros P e A (interação PxH)

3,28

4,68

4,35

efeito do fator p efeito do fator a efeito do fator H6,0

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nível(-)2,8mm

nível(-)45º

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60ºnível(+)2,8mm

P: ∅ do Piro Retrator A: Ângulo do Core H: Altura da Face de Contato

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Tem

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5,58

4,16

4,49

Page 33: Revista Engeworld Maio 2014

engeworld | maio 2014 | 33

Graficamente, podemos representar esses valores conforme a Figura 2 a seguir:

Figura 2: Representação gráfica da interação entre parâmetros P e A (interação PxA)

Pela figura acima, percebemos que alterar o parâmetro P do nível (-) para o nível (+) aumenta o tempo de enchimento em:

• 3,275 seg (de 2,85 seg para 6,125 seg), quando H está no nível (+);• 1,3 seg (de 3,70 seg para 5,0 seg), quando H está no nível (-).Assim, a forma como o parâmetro P: ∅ do pino retrator afeta o tempo de

enchimento depende do valor do parâmetro H: altura da face de contato, ou seja, existe interação entre os parâmetros P e H.

Calculamos o valor dessa interação conforme segue:

De forma similar, podemos calcular os valores dos efeitos das interações entre os demais parâmetros. A representação gráfica desses efeitos e os va-lores correspondentes estão apresentados a seguir:

Figura3: Representação gráfica das interações entre os demais parâmetros (interações PxA e AxH)

Como observamos nos gráficos, as linhas prati-camente paralelas sugerem a não existência de inte-rações entre os parâmetros considerados. Tal fato é confirmado pelos baixos valores dessas interações:

EFEITO DA InTERAçãO PxA

EFEITO DA InTERAçãO HxA

Com base nesses últimos resultados, confirmamos os valores dos parâmetros de nosso projeto que proporcio-nam o menor valor para o tempo de enchimento:

• ∅ do pino retrator no nível (-): 2,8 mm;• Ângulo do cone no nível (+): 60°;• Altura da face de contato no nível (-): 8 mm.Para podermos fazer afirmações mais confiá-

veis sobre os valores calculados para os efeitos dos parâmetros estudados e das interações entre eles, em especial em casos mais complexos que este exemplo, ainda nos faltaria avaliar a significância estatística dos valores dos efeitos calculados frente ao erro experimental. Mas esse é um assunto para as próximas edições. Até lá.

Engenheiro mecânico formado pela Escola de Engenharia Mauá, Sérgio Roberto Ribeiro de Souza tem 28 anos de experiência no desenvolvimento de projetos para Gestão Empresarial, possui Certificação Bkack Belt pela ASQ (American Society for Quality) e é sócio-diretor da Quality Way Consultoria.

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COluNa rh

entrevista Por ComPetênCia

O tema Entrevista por com-petência é comentado no Brasil há alguns anos e muitas empresas prati-cam essa modalidade de

entrevista. No entanto, algumas ainda confundem realizar uma entrevista por competência e adotar uma gestão por competência. Antes de entrar no assun-to da entrevista, me atrevo a dizer que gestão por competência se dá quando todos os subsistemas de recursos hu-manos são orientados por uma régua de competências. Normalmente, essa régua é definida pela alta administração com o apoio de uma boa consultoria em gestão de pessoas.

A adoção da gestão por competências é extremamente complexa. A empresa precisa ter uma cultura suficientemente aberta para aceitar e lidar com as mudan-

Uma importante ferramenta para o contratante encontrar o melhor candidato

ças dessa prática corporativa, pois envol-ve todos os funcionários. Um exemplo claro é a remuneração por competência, a qual leva em consideração as compe-tências essenciais estabelecidas, como um dos norteadores para definir a faixa salarial, e não apenas escolaridade, idio-mas, complexidade de tarefas, responsa-bilidades e outros fatores.

Mas nosso objetivo aqui é explicar a validade de uma entrevista por compe-tência nos processos de recrutamento e seleção. Para ficar claro, quando uma empresa decide migrar para a gestão por competência, obviamente o subsistema de recrutamento e seleção também entra em cena e todas as contratações devem seguir as competências pré-definidas para cada cargo. Essa tarefa tornou-se um sucesso a partir do momento em que as empresas começaram a acertar muito no

processo de admissão — a rotatividade diminuiu expressivamente. Como pou-cas empresas, principalmente as de mé-dio e pequeno portes não conseguem adotar a gestão por competências, deci-diram aproveitar a cereja do bolo, definir as competências e aplicar nas entrevistas.

competênciasMas o que é competência? São co-

nhecimentos, habilidades e atitudes que formam um profissional e indicam se ele é adequado ao perfil de uma determina-da vaga. As competências se dividem em três grupos:

Técnicas (o que faz); Comportamentais (como faz); e De liderança (gestão).

A preocupação das empresas hoje é mais com o “como” do que com o “que”, pois se entende que o profissional é ad-mitido pelo perfil técnico e demitido pelo comportamental. Em outras pala-vras, ele pode saber fazer uma tarefa com perfeição, mas se não souber tratar as pessoas, não serve! O processo de prá-tica de entrevista por competência inicia com um entendimento claro do que eu preciso em relação a competências para cada cargo. Seguem os passos:

1. A área de recursos humanos ou pes-soa responsável por administração de pessoas na empresa definem com a alta administração, gestores ou dono do ne-

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engeworld | maio 2014 | 35

gócio quais devem ser as competências essenciais da empresa, como por exem-plo, relacionamento interpessoal, ética, aprender para o futuro, negociação, etc.;

2. Aplicar o que se espera da pessoa em relação a cada uma dessas, estabele-cendo níveis de complexidade, exigindo mais dos cargos de maior senioridade ou daqueles que a competência é funda-mental para exercer a função;

3. Efetiva o mapeamento de cada cargo e formula as perguntas a serem questionadas no momento da entrevista. Não é difícil implantar, mas deve ser cri-terioso e ter bom senso para colocar os devidos pesos para cada cargo ou função.

formulárioA partir do momento em que o pro-

cesso está definido, a empresa cria um formulário a ser utilizado no momento da entrevista. As perguntas são voltadas para o passado, baseando-se na premis-sa de que o comportamento passado do candidato pode dar dicas sobre seu comportamento futuro. São modelos de perguntas: 1) Conte um caso de sucesso profissional; 2) Fale de uma situação em que você se sentiu fracassado, mas gerou grande aprendizado para o futuro; 3) Comente um episódio em que você não quis seguir em frente com um tra-balho ou meta, pois não estava em acordo com seus valores.

A primeira questão avalia o que a pes-soa entende como sucesso e o quanto longe ela já chegou para conquistar algo. A segunda avalia se a pessoa aprende com os erros e se preocupa em não co-metê-los novamente; e a terceira avalia

a ética, transparência e se a pessoa não permite que seus valores sejam cor-rompidos ou colocados à prova. Esses são alguns exemplos. O importante é seguir as dicas: verbo sempre no passa-do e questões abertas e investigativas. É válido tomar cuidado para não se tornar agressivo, caso a pessoa tenha dificulda-de em responder. Nessa situação, tente perguntar diferente ou procure outro recurso. Esse pode ser um indício de que a competência avaliada não seja “tão” importante para o cargo ou a pessoa não desenvolveu o suficiente. Todas as em-presas podem adotar a prática de entre-vista por competências, mas saliento que se trata de um modelo particular e cada uma deve escrever o seu. Boa sorte!

Cynthia Chazin Morgensztern — Consultora em gestão estratégica de pessoas e certificada pela Sociedade Brasileira de Coaching nas modalidades personal & professional coach e executive coach. Gradu-ada em psicologia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, além de pós-graduada em gestão estraté-gica de pessoas e MBA em gestão educacional. Possui dois cursos de educação continuada na Faculdade Getúlio Vargas nas áreas de administração estratégica e economia e acumula quinze anos de experiência em projetos na área de recursos humanos em empresas nacionais e multinacionais.www.genteemmovimento.com.br e [email protected]

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COluNa SEguraNça

disPositivos de seGurança Para ProCessos automatizados

A proteção e a segurança de pessoas são essenciais nos processos automa-tizados. Principalmente em aplicações em que

máquinas realizam movimentos de alto risco, normas totalmente relevantes rela-cionadas à segurança do trabalho devem ser observadas a fim de minimizar e/ou eliminar situações de riscos e ocorrên-cias de acidentes.

No Brasil, o alto índice de acidentes de trabalho ocasionados por equipa-mentos obsoletos, antigos e inade-quados no que se refere às questões de dispositivos de segurança chama a atenção. Assim, para que as condições do local de trabalho se tornem adequa-das, é necessário cumprir os requisitos legais conforme os citados abaixo

1) Consolidação das Leis do Trabalho — Art. 186

“O Ministério do Trabalho estabele-cerá normas adicionais sobre proteção e medidas de segurança na operação de máquinas e equipamentos, especialmen-te quanto à proteção das partes móveis, distância entre estas, vias de acesso às máquinas e equipamentos de grandes dimensões, emprego de ferramentas, sua adequação e medidas de proteção exigi-das quando motorizadas ou elétricas.”

2) nr 12 — item 12.2.2“As máquinas e os equipamentos com

acionamento repetitivo, que não tenham proteção adequada, oferecendo risco ao operador, devem ter dispositivos apropria-dos de segurança para o seu acionamento.”

3) NBR NM 272:2001“Definição de proteção: parte da

máquina especificamente utilizada para prover proteção por meio de uma barrei-ra física, devendo: não apresentar facili-dade de fraude ou burla; prevenir o con-tato; ter estabilidade no tempo; não criar riscos novos; não criar interferência.”

Para atender aos requisitos estabele-cidos na legislação vigente, existe uma diversidade de dispositivos de segurança que poderão ser utilizados nos processos industriais. A melhor opção deverá levar em conta o processo em si e principal-mente o dispositivo que forneça a máxi-ma proteção sem prejuízos para o conjun-to (máquina e processo) como um todo.

alguns tipos de dispositivos Proteções fixas — São proteções

de difícil remoção, fixadas normalmente no corpo ou estrutura da máquina. Essas proteções deverão ser mantidas em sua posição fechada sendo de difícil remo-ção, fixadas por meio de solda ou parafu-sos, tornando sua remoção ou abertura

impossível sem o uso de ferramentas. Podem ser confeccionadas com tela me-tálica, chapa metálica ou policarbonato.

Proteções móveis — Essas pro-teções geralmente estão vinculadas à estrutura da máquina ou elemento de fi-xação adjacente que pode ser aberto sem o auxílio de ferramentas. As proteções móveis (portas, tampas, etc.) devem ser associadas a dispositivos de intertrava-mento de tal forma que:

A máquina não possa operar até que a proteção seja fechada;

Se a proteção é aberta quando a má-quina está operando, uma instrução de parada é acionada. Quando a proteção é fechada por si só, não reinicia a operação, devendo haver comando para continua-ção do ciclo.

Enclausuramento da zona de prensagem — Essa proteção deve im-pedir o acesso à zona de prensagem por

Para que as condições do local de trabalho se tornem adequadas, é necessário cumprir os requisitos legais

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todos os lados. Possuem frestas que pos-sibilitam somente o ingresso do material e não da mão ou dedos.

Comando bimanual — Esse dis-positivo exige a utilização simultânea das duas mãos do operador para o acionamen-to da máquina, garantindo assim que suas mãos não estarão na área de risco. Para que a máquina funcione, é necessário pressio-nar os dois botões simultaneamente com defasagem de tempo de até 0,5 s.

Cortina de luz — O sistema cor-tina de luz consiste em um transmissor, um receptor e um sistema de controle. O campo de atuação dos sensores é formado por múltiplos transmissores e

receptores de fachos individuais. Para cada conjunto de transmissores e recep-tores ativados, caso o receptor não rece-ba o feixe luminoso de infravermelho do transmissor, é gerado um sinal de falha.

Dispositivos de parada de emergência — São dispositivos com acionadores, geralmente na forma de

Com 10 anos de experiência como engenheira de segurança do trabalho, em empresas de grande porte, Daniela Atienza Guimarães é diretora adjunta da APAEST (Associação Paulista de Engenheiros de Segurança do Trabalho) e docente do curso de Engenharia de Segurança do Trabalho da FEI (Faculdade de Engenharia Industrial).

botões tipo cogumelo na cor vermelha, colocados em local visível na máquina ou próximo dela, sempre ao alcance do operador e que, quando acionados, têm a finalidade de estancar o movimento da máquina, desabilitando seu coman-do. Devem ser monitorados por relé ou CLP de segurança.

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ENTrEViSTa

As tecnologias evoluem em ritmo cada vez mais veloz pelo mundo. A cada instante, surgem novas ferramentas oferecendo

análises mais precisas e completas para diversas áreas, incluindo as de automa-ção, teste e medição.

Essas três áreas são fundamentais na engenharia. Em qualquer setor, depen-de-se de dados exatos, envio constante de respostas e informações detalhadas para o desenvolvimento de projetos.

novas teCnoloGias Para automação, teste e medição

Dessa forma, a chegada de novas tec-nologias que permitem trabalhar com maior eficiência é algo extremamente vantajoso. Porém, não adianta ter novas ferramentas à disposição se os profissio-nais não estiverem devidamente capaci-tados para aproveitá-las.

As possibilidades que as últimas tec-nologias em automação, teste e medi-ção vêm abrindo para os profissionais do setor, os principais dispositivos atu-almente usados nessas atividades e suas vantagens, as áreas da engenharia que

têm aderido mais rapidamente a essas tecnologias e os desafios na formação dos engenheiros para o uso adequado delas são alguns dos tópicos abordados por Paulo Pereira, diretor da National Instruments para a América Latina, nesta entrevista para a Engeworld.

engeWorld — O que caracteriza as tecnologias mais recentes aplicadas

nas áreas de automação, teste e me-dição? Que aspectos elas precisam apresentar para sua aplicação no setor de engenharia?pereira — Em geral, as principais ne-cessidades da indústria na área de enge-nharia são velocidade de medição, acesso remoto aos dispositivos de medição e a colocação de inteligência nesses dispositi-vos para o processamento de informação distribuída. Para complementar, esses dis-positivos precisam ser altamente flexíveis, para aceitar modificações nas suas funcio-nalidades. Nesse sentido, uma grande ino-vação foi o conceito de plataforma.

Em geral, as principais necessidades da indústria na área de engenharia são velocidade de medição, acesso remoto aos dispositivos de medição e a colocação de inteligência nesses dispositivos

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engeWorld — Quais são os princi-pais benefícios que essas tecnologias trazem para os engenheiros e para seus projetos?pereira — Creio que a vantagem mais importante é a grande velocidade de aprendizado e de adaptação quanto ao uso da tecnologia. O segundo elemento que pode ser destacado é a redução drás-tica do tempo de desenvolvimento de um novo projeto, o que também impac-ta na redução de custos na implemen-tação de um projeto novo. Tudo isso é feito para acompanhar a velocidade de demanda do usuário. Hoje, como não se

mantém um produto por muito tempo no mercado, a necessidade de atualiza-ção constante das tecnologias é grande.

engeWorld — Como a formação dos engenheiros vem acompanhan-do o surgimento dessas novas tecno-logias? Os novos profissionais estão prontos para trabalhar com elas?pereira — Não. As ferramentas de instrumentação, automação, controle e software que são ensinadas nas escolas e universidades encontram-se ultrapassa-das, não só no Brasil, mas em escala glo-bal. Com isso, a indústria sente a pressão

de contratar engenheiros recém-forma-dos com pouquíssimo ou nenhum co-nhecimento sobre as ferramentas novas que já estão disponíveis.

engeWorld — E como resolver esse problema?pereira — A solução para isso tem sido a realização de parcerias entre o es-paço profissional e o espaço acadêmico. Nesse sentido, a National Instruments tem o programa LabVIEW Academy, que proporciona uma integração de ferramentas de alta tecnologia dentro dos currículos das universidades,

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aproximando-as das necessidades da in-dústria nas áreas em questão.

engeWorld — De que forma as últimas tecnologias de automação, teste e medição são aplicadas?pereira — Elas podem ser aplicadas nos sistemas de distribuição de monito-ramento de redes de distribuição e trans-missão de energia elétrica e nas áreas de monitoramento e proteção de máquinas rotativas. Podem ainda ser utilizadas no desenvolvimento de sistemas inteligen-tes embarcados em automóveis, nos sis-temas de geração de energias renováveis — como a solar e a eólica — e nas áreas de telecomunicação.

Necessita-se cada vez mais de veloci-dade no envio de respostas. Por exem-plo: um sistema de geração de energia elétrica em uma hidrelétrica de grande porte requer mais de mil sinais de me-dição e controle para garantir funciona-lidades adequadas nas condições ideais,

a fim de assegurar a continuidade do ser-viço e a qualidade da energia.

engeWorld — Dentre esses dispo-sitivos novos, há algum que pode ser destacado?pereira — Nas indústrias, há os cha-mados instrumentos inteligentes em-barcados. Um tipo desse dispositivo é a instrumentação à base de FPGA (field programmable gate array): são sistemas reprogramáveis, reconfiguráveis de for-ma amigável e remota.

Esse conceito, que é o coração da instrumentação, trouxe essa capacidade nova que revolucionou a indústria do programa controlável lógico e dos PCs industriais utilizados na área de controle.

engeWorld — Há resistência den-tro da engenharia quanto à adoção dessas tecnologias?pereira — Na verdade, existe uma separação na engenharia. A área volta-

da para energia, petróleo e gás é muito dependente de tecnologias já desenvol-vidas nos últimos cinquenta anos. Esse tipo de negócio é muito sensível quanto à adoção em massa de novas tecnolo-gias. Já nos setores de telecomunicação e transporte, percebe-se uma aceitação imediata das novas tecnologias, pois so-frem pressão direta do consumidor que busca benefícios em novos produtos.

Percebemos isso também no caso das áreas química, petroquímica, elétri-ca, mecânica e robótica, uma vez que as últimas tecnologias são mais amigáveis e acessíveis para os especialistas que tra-balham nesses setores. Vemos que essas áreas são praticamente obrigadas a fazer uso dessas tecnologias para obter êxito em seus processos.

engeWorld — É difícil falar em perspectivas para essas tecnologias no futuro quando inovações surgem a cada instante. Mesmo assim, é possível observar alguma tendência para os próximos anos?pereira — Acho que a maior distin-ção do futuro próximo em relação a hoje será a importância ainda maior do software no desenvolvimento e imple-mentação de soluções de automação e controle. O uso do hardware conti-nuará sendo reduzido cada vez mais às funções físicas essenciais e, com isso, o software terá cada vez mais a responsa-bilidade de contemplar todas as funcio-nalidades do projeto.

Exatamente considerando as tendên-cias na evolução tecnológica, hoje, as universidades precisam aplicar nos seus currículos os mesmos conceitos que se-rão utilizados na indústria, de modo que a capacitação dos novos engenheiros possa atender adequadamente as neces-sidades da indústria.

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iNfOgrafia

etaPas de Produção

1 extração da madeiraA madeira é a matéria-prima

utilizada na fabricação de papel. Esta madeira é cortada de áreas de reflorestamento, sendo o eucalipto o tipo de árvore quase sempre plantado nessas áreas, estando prontos para o corte sete anos após seu plantio. Após a remoção dos galhos e o corte da madeira em toras, estas são descascadas e transportadas para as fábricas.

4 formação da folhana etapa seguinte, a mistura pastosa é lançada sobre uma tela móvel, chamada

de tela formadora, para extração da maior parte da água contida na polpa. A folha de papel formada é então prensada entre rolos, para remover mais água; em seguida, atravessa o espaço de secagem, para evaporação da água restante.

5acabamento do papelno acabamento, o papel é cortado

em folhas de formatos padrão (A4, A3, Carta, etc.); em seguida, os produtos finalizados são empacotados e armazenados, prontos para ser levados aos consumidores.

6reciclagem do papelA reciclagem é feita com a mistura

de aparas (pedaços de papel) com água e a desintegração da pasta em pulpers, grandes máquinas com função semelhante à de liquidificadores. Em seguida, substâncias contaminantes são afastadas da mistura com telas e limpadores, e outros processos também podem remover a tinta. A polpa resultante pode então ser usada para fabricação de diversos tipos de papel, como o papel jornal.

Fontes: Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa), Portal Celulose online e Wikipédia

3Branqueamento do papelA polpa processada passa por

reações com diferentes substâncias químicas e é lavada a cada etapa. Ao final do processo, a polpa resultante apresenta coloração branca.

2processamento na fábrica de papelPara converter madeira em polpa, suas fibras celulósicas devem ser separadas,

com a remoção da lignina entre elas. Dependendo da fábrica de papel, há dois tipos de processo que podem ser usados para essa finalidade:* processo mecânico: a polpa é obtida na prensagem dos troncos contra pedras de moer, na presença de água, resultando na separação da hemicelulose. A polpa resultante recebe a adição de reagente para a separação das fibras celulósicas da lignina.* processo químico: o principal processo químico usado para fabricação do papel é conhecido como kraft. nele, os cavacos de madeira são tratados com hidróxido de sódio e hidrossulfeto de sódio e cozidos a alta pressão em digestores, para dissolução da lignina.

(e reaProveitamento) do PaPel

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