revista engeworld abril 2014

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Ano 2 Número 16 2014 CIVIL Edificações mais econômicas com o uso da alvenaria estrutural modular (pág. 12) ENTREVISTA Ricardo Yogui, diretor da AUTEC, discute as vantagens da adoção de uma política de gestão para a inovação em projetos de infraestrutura (pág.44) MECÂNICA OS DIFERENTES FORNOS PETROQUÍMICOS USADOS NO REFINO DE PETRÓLEO A montagem de um aquecedor solar usando materiais recicláveis (pág.26) SUSTENTABILIDADE

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Revista Engeworld Tecnologia e Inovação para o seu Projeto Engenharia

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Page 1: Revista Engeworld Abril 2014

Ano 2 • Número 16 • 2014

civilEdificações mais

econômicas com o uso

da alvenaria estrutural

modular (pág. 12)

EntrEvista Ricardo Yogui, diretor da AUTEC, discute as vantagens da adoção de uma política de gestão para a inovação em projetos de infraestrutura (pág.44)

mEcânica Os difErEntEs fOrnOs pEtrOquímicOs usadOs nO rEfinO dE pEtrólEO

A montagem de um aquecedor

solar usando materiais

recicláveis (pág.26)

sustEntabilidadE

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2 | engeworld | Abril 2014

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• Desenhos técnicos, certificação documentação e inspeção.

• Tecnologia, Qualidade e 160 anos de tradição. Experiência comprovada em todas as áreas de projeto.

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engeworld | Abril 2014 | 3

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Segundo um levantamento realizado pelo Centro de Excelência em EPC (CE-EPC) e divulgado pelo jornal Valor Econômico, as obras de construção e montagem para a indústria de petróleo e gás no Brasil têm índices de produtividade de 30%, ou seja, os trabalhadores envolvidos na montagem e construção de plataformas e refinarias produzem durante cerca de um terço do tempo. No período restante da jornada de trabalho, esses funcionários estão parados à espera de ferramentas, ou se deslocando nos canteiros de obras

Outro problema identificado pelo estudo é o retrabalho em tubulações aplicadas aos projetos de refino. De acordo com os dados do CE-EPC, cerca 34% das tubulações precisam ser remontadas.

Além de comprometer a competitividade das empresas nacionais, essa baixa produtividade revela que são muitos os desafios a serem vencidos.

Primeiramente, é preciso pensar na adoção de metodologias de construção e logística capazes de aumentar a eficiência e a produtividade das obras, mas é indispensável repensar as práticas de gestão das empresas, incentivar investimentos em inovação e a formação profissional.

Não por acaso, a entrevista deste mês, realizada com Ricardo Yogui, diretor da Associação de Empresas e Profissionais de Automação de Projetos de Engenharia (AUTEC), uma instituição civil sem fins lucrativos destinada à promoção do intercâmbio de informações entre profissionais e empresas sobre tecnologias, metodologias e sistemas aplicados ao ciclo de vida de projetos e empreendimentos industriais e de infraestrutura, trata dos possíveis caminhos para a adoção de uma política de gestão para a inovação e da importância em alinhar fatores humanos e tecnológicos para que a tecnologia possa gerar mudanças nos processos tradicionais.

A coluna assinada por Eli Rodrigues lança luz sobre alguns problemas que podem afetar a produtividade. Rodrigues discute a utilidade da aplicação da estrutura analítica de riscos (EAR) na identificação deles. A ferramenta funciona como espécie de banco de dados de problemas potenciais, auxiliando os tomadores de decisão na solução desses casos.

A variedade de temas abordados pela revista tem como objetivo ampliar o conhecimento do engenheiro EPCista, garantindo a ele instrumentos para realizar as melhores escolhas, de acordo com as melhores práticas.

Boa leitura!

EditOrial

índice de produtividade nacional é de 30%

sandra l. WajchmanPublisher

Ano 2 • Número 16 • 2014

civilEdificações mais

econômicas com o uso

da alvenaria estrutural

modular (pág. 12)

EntrEvista Ricardo Yogui, diretor da AUTEC, discute as vantagens da adoção de uma política de gestão para a inovação em projetos de infraestrutura (pág.44)

mEcânica Os difErEntEs fOrnOs pEtrOquímicOs usadOs nO rEfinO dE pEtrólEO

A montagem de um aquecedor

solar usando materiais

recicláveis (pág.26)

sustEntabilidadE

www.engeworld.com.br

A Revista Engeworld é uma publicação mensal e dirigida aos profissionais de projetos da engenharia brasileira

Publisher Sandra L. [email protected]

Editora e Jornalista ResponsávelGabriela Alves MTb 32.180 – [email protected]

ColunistasCynthia Chazin Morgensztern,Sérgio Roberto Ribeirode Souza, Daniela Atienza Guimarães e Eli Rodrigues

PublicidadeAlex MartinTelefone: (11) 5539-1727Celular: (11) [email protected]

Fernando PolastroTelefone/Fax: (11) 5081-6681Celular: (11) [email protected]

Direção de ArteEstúdio LIA / Vitor Gomes

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notícias

38 coluna qualidade

40 coluna rh

42 coluna segurança

44 entrevista

48 soldagem

50 inFograFia

34 gestão de projetos

elétrica - artigo

sustentabilidade - artigo

instrumentação - artigo

mecânica - artigo

civil - artigo

delineamento de experimentos – uma ferramenta fundamental no desenvolvimento de projetos – Parte 2

demissão responsável não deve ser uma atitude e sim uma obrigação

A importância da sinalização de segurança

Aplicação de tecnologias e metodologias capazes de gerar inovação em projetos de infraestrutura

ligações soldadas e aparafusadas

Produção do etanol 1 e 2g

estrutura analítica de riscos, uma ferramenta para evitar a recorrência de problemas em projetos

Aplicações e funcionalidades das baterias industriais

Módulo solar é feito a partir de materiais recicláveis

Seleção de flanges para a construção de poços termométricos

Fique por dentro do que acontece no mundo da engenharia

A importância dos fornos em refino de petróleo

A alvenaria estrutural modular e as vantagens da construção padronizada

índicE

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Rolls-Royce inauguRou centRo de tReinamento maRítimo no BRasil

P-58 está em oPeRação no PaRque das Baleias

nOtícias

No mês passado, a Rolls-Royce inaugurou seu primeiro centro de treinamento (CT) marítimo no Brasil para atender aos clientes da empresa que operam navios de apoio offshore e atuam na exploração de óleo e gás em águas profundas na costa brasileira. Localizado em Niterói (RJ), o CT, que integra a Divisão de Serviços Marítimos da Rolls-Royce, recebeu investimentos de aproximadamente 8,4 milhões de reais, tem capacidade para treinar 750 profissionais por ano. Os cursos e simuladores oferecidos aqui foram desenvolvidos em cooperação com o Centro de Simulação Offshore da Noruega e representam o que há de mais moderno em tecnologia de simulação. Os primeiros cursos serão direcionados a operações de guincho e de posicionamento dinâmico, que utiliza tecnologia por satélite para controlar o sistema de propulsão da embarcação para mantê-la na posição correta mesmo em condições adversas do mar.

A plataforma de produção da Petrobras P-58 entrou em operação na segunda quinzena de março, conforme previsto no Plano de Negócios e Gestão 2014-2018. A unidade está localizada no Parque das Baleias, na porção capixaba da Bacia de Campos. A produção teve início por meio do poço 7-BFR-7-ESS, produtor de reservatório pré-sal. A P-58 é parte do projeto Norte de Parque das Baleias, que compreende a produção dos campos de Baleia Franca, Cachalote, Jubarte, Baleia Azul e Baleia Anã. Ela está instalada a cerca de 85 km da costa do Espírito Santo, em águas com profundidade de 1.400 metros. A ela serão interligados, nos próximos meses, 9 poços injetores e 15 poços produtores, sendo oito do pré-sal e sete do pós-sal, por meio de 250 km de dutos flexíveis e dois manifolds submarinos (equipamentos que transferem o óleo dos poços para a plataforma).A unidade tem capacidade para processar diariamente até 180 mil barris de petróleo e 6 milhões de metros cúbicos de gás natural. A exportação de óleo da plataforma será realizada por meio de navios aliviadores e o escoamento de gás natural será feito por gasoduto até a Unidade de Tratamento de Gás de Cacimbas, no município de Linhares (ES).

sistema elétRico oPeRa em amaReloO secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, reconheceu que o sistema elétrico brasileiro opera em alerta amarelo por conta do baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas. No mês passado, Zimmermann foi convidado por três comissões da Câmara dos Deputados a falar sobre os riscos de um apagão no país, mas descartou possíveis falhas no abastecimento de energia, uma vez que o sistema elétrico é interligado e não há restrições de transmissão, o que permite ao Operador Nacional do sistema (ONS) “exportar” energia de outros lugares para atender também o mercado do Sudeste e do Nordeste.

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nOtícias

PaRque tecnológico da Baixada santista

cPFl Renováveis colocou comPlexo eólico atlântica em oPeRação total

A cidade de Santos receberá um parque tecnológico da Petrobras para apoiar pesquisas voltadas para as atividades de exploração e produção de petróleo na Bacia de Santos. A unidade receberá 77 milhões de reais em investimentos e sua construção deverá ser concluída em 2016.“O objetivo é aumentarmos a produção nacional até 2020 para 4,2 milhões de barris diários. As grandes profundidades [do pré-sal] e a distância da costa trarão grandes desafios, e o Parque Tecnológico da Baixada Santista dará todo suporte às operações na Bacia de Santos para agregar conhecimento”, explicou André Cordeiro, gerente-executivo do Centro de Pesquisas da companhia, durante a cerimônia de assinatura do termo de compromisso da Petrobras com a prefeitura de Santos. A prefeitura de Santos encaminhou à Câmara do município um projeto de lei que autoriza a doação de um terreno de 3.020 metros quadrados, localizado no bairro de Vila Nova, para a construção do parque.

A CPFL Energias Renováveis recebeu autorização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para iniciar a operação da última unidade geradora que completa o Complexo eólico Atlântica, um conjunto de quatro parques eólicos localizados em Palmares do Sul (RS), com capacidade instalada total de 120 megawatts (MW). Desde novembro de 2013, os aerogeradores do Complexo vêm entrando em operação gradualmente.O Complexo Atlântica é o primeiro parque eólico da CPFL Renováveis no Rio Grande do Sul e reúne duas importantes inovações como torres mais altas e maior potência por unidade geradora já implementados no país. Cada uma das torres tem 120 metros de altura e cada aerogerador pode gerar até 3 MW.Com a conclusão do empreendimento, a CPFL Renováveis passou a contar com 20 parques eólicos em operação no seu portfólio, alcançando a marca dos 719,2 MW instalados em energia eólica, nos estados do Rio Grande do Norte, Ceará e Rio Grande do Sul.

PetRoBRas e união deveRão RenegociaR valoR do BaRRis do PRé-sal

Segundo estimativas da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o volume de óleo recuperável na área da cessão onerosa, região do pré-sal adquirida pela Petrobras no processo de capitalização, pode chegar ao dobro dos 5 bilhões de barris previstos em 2010. As recentes descobertas feitas pela petroleira indicam a existência de 10 bilhões de barris na área. Com isso, o governo e a Petrobras deverão renegociar os termos do acordo da cessão onerosa ainda este ano. O preço do petróleo nas áreas da cessão onerosa negociado com a União foi

de 8,5 dólares por barril, em média. A renegociação será feita com base nos novos preços do petróleo e dos custos de extração, quando se esclarecerá se a Petrobras pagou muito ou pouco por esses barris. O diretor da ANP, Florival Carvalho, acredita que as vendas de combustíveis este ano cresçam entre 4% e 5% em relação a 2013. No ano passado, o consumo de combustíveis no país totalizou 136,2 bilhões, com alta de 5% na comparação com 2012.

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instrumEntaçãO

seleção de Flanges PaRa a constRução de Poços teRmométRicos

Em instrumentação indus-trial, nos deparamos com diversas situações que nos conduzem a conhecer um pouco mais de questões

que normalmente não nos dizem respei-to de maneira direta. Assim nossos ins-trumentos são projetados e construídos com técnicas, processos, normas e ou-tros detalhes que muitas vezes saem bas-tante de nossa vivência diária.

O objetivo deste artigo então é orien-tar instrumentalistas em geral e profissio-nais que tenham contato com a área de instrumentação (técnicos de manuten-ção, engenheiros, inspetores, comprado-res técnicos, consultores, entre outros) quanto aos cuidados na correta seleção, especificação, compra, inspeção e insta-lação de poços termométricos e flanges em plantas de processo, sempre atenden-do as normas técnicas.

Considerado um componente em um sistema normalmente sob pressão, o poço termométrico deve ser analisado como outros componentes (válvulas, tees, cotovelos, e outros).

artigo

Ismael Duarte JuniorEspecialista de Produtos/ Temperatura da WIKA do Brasil

Os flanges são dimensionados para utilização sob pressão em tubulações, tanques, caldeiras a vapor, e outros equi-pamentos. Tais equipamentos estão rela-cionados a códigos e normas internacio-nais de projeto, construção e inspeção de vasos de pressão e caldeiras como, por exemplo, a NR-13 (Manual Téc-nico de Caldeiras e Vasos de Pressão), a ASME BPVC (Boiler and Pressure Vessel Code) ou a EN13445 (Pressure Equipment Directive 97/23/EC). Essas

normas e códigos são utilizados por pro-fissionais qualificados através das boas práticas de engenharia, seja pelo conhe-cimento e preocupação com questões de qualidade e segurança ou pela obri-gatoriedade indicada por organismos técnicos e/ou fiscalizadores.

Por recomendação da ASME BPVC XIII, a norma ASME B16.5 é utilizada como referência para construção de flanges e conexões flangeadas (um poço flangeado é considerado uma co-

Os flanges são dimensionados para utilização sob pressão em tubulações, tanques, caldeiras a vapor, e outros equipamentos

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nexão flangeada). Essa norma dimensio-na flanges e conexões flangeadas nos di-âmetros nominais de tubulação (NPS) de ½” até 24” e classe de pressão de 150 a 2.500 libras. Dessa forma, quando en-contramos um flange ou algum equipa-mento flangeado com a marcação 1.1/2” 300 # (libras), é uma indicação de que o flange está enquadrado na ASME B16.5 e, por isso, todos os aspectos relaciona-dos à norma devem ser atendidos.

Além das orientações da B16.5 em relação aos diâmetros nominais e às classes de pressão, há outros aspectos importantes a serem observados como, por exemplo, os materiais utilizados e a maneira como eles foram construidos. Nesse contexto, a ASME B16.5 faz men-ções a outras normas de construção de materiais, como por exemplo a ASTM A 105, direcionada para aços-carbono e a ASTM A 182, para aços liga e aços inoxidáveis, a qual enfatiza no item 6.4 os processos de fabricação dos materiais e formas para confecção posterior de flan-ges: O material deve ser forjado o mais próximo possível da forma e o tamanho especificado. Flanges de qualquer tipo,

cotovelos, curvas de retorno, dobras, tees não devem ser usinados diretamente a partir de barras (“The material shall be forged as close as practicable to the spe-cified shape and size. Flanges of any type, elbows, return bends, tees, and header tees shall not be machined directly from bar stock”).

Outra norma relacionada a este tema é a ASTM A961 – Requisitos para flanges, conexões flangeadas, válvulas, e acessó-rios para tubulações (Standard Specifi-cation for Common Requirements for Steel Flanges, Forged Fittings, Valves, and Parts for Piping Applications), que dá as mesmas orientações que a norma

Relação entre os códigos e normas quanto a seleção de flanges

ASME VIII Código de

aprovação dos vasos de pressão

Boas práticas de engenharia

ANSI B 16.5Flanges e conexões

flangeadas

ASTM A 961Flanges de

aço, conexões forjadas,

válvulas, etc.

ASTM A 182

Todos os códigos de materiais

ASTM A 105 Aço carbono

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A182 quanto às questões de fabricação de flanges e conexões flangeadas.

6.1 – A peça acabada deve ser produ-zida a partir de um forjamento tendo tamanho e formato o mais próximo possível da peça acabada, matérias--primas alternativas podem ser usadas, respeitando as seguintes exceções e requisitos (6.1 The finished part shall be manufactured from a forging that is as close as practicable to the finished size or shape. Alternative starting ma-terials may be used, but with the follo-wing exceptions and requirements).6.1.1 – Flanges, cotovelos, curvas, tees e distribuidores não devem ser usinados diretamente de barras(6.1.1 Bar—Flanges, elbows, return bends,

tees, and header tees shall not be ma-chined directly from bar).

O cumprimento e atenção dessas especificações garante a integridade dos processos e das plantas industriais. Apesar de as normas não serem leis, se comprovadas falhas relacionadas à não normatização de equipamentos em casos de incidentes, os profissionais

envolvidos podem ser penalizados civil ou criminalmente.

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civil

a alvenaRia estRutuRal modulaR e as vantagens da constRução PadRonizada

A alvenaria estrutural pode ser considerada um dos sistemas construtivos mais antigos, pois foi de-senvolvida por meio da

superposição de rochas para a constru-ção de habitações primitivas. Nela, tanto a estrutura quanto a vedação do edifício são executadas simultaneamente, ou seja, suas paredes não têm apenas função de vedação (divisão de ambientes), mas desempenham também o papel de es-trutura da edificação, dispensando o uso de pilares e vigas. Esta solução permite a construção de edificações muito varia-das, desde muros, residências e edifícios até indústrias.

Os materiais usados na alvenaria es-trutural e seus métodos construtivos evoluíram e deram destaque para a pa-dronização de seus blocos, que vêm per-mitindo a racionalização dos processos construtivos, propiciando obras limpas, rápidas e seguras.

As principais vantagens técnicas e eco-nômicas desses sistemas construtivos são:

Execução simplificada, devido ao uso de blocos modulares e equipamen-tos adaptados para facilitar a construção, tornando-a fácil, prática e produtiva.

Redução de custos com materiais.

artigo

O sistema possibilita a diminuição do volume de revestimento (argamassa) por causa da uniformidade dos blocos. Também permite que os assentamentos cerâmicos sejam realizados diretamente sobre a alvenaria. Além disso, as instala-

ções elétricas e hidráulicas são embuti-das diretamente nos vazios dos blocos, sem a necessidade de rasgos ou abertu-ras, o que diminui a geração de entulhos e o desperdício de materiais.

Diminuição de despesas com

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mão de obra, pois dispensa o trabalho de carpinteiros ou armadores para a execu-ção de pilares e vigas.

Projeto O uso desse tipo de sistema deve

considerar sempre os benefícios dessa solução, sem, no entanto, ir além de suas limitações. Para isso, é importante que o projeto arquitetônico seja desenvolvido desde o estudo de viabilidade, consi-derando sempre a modulação de uma família de blocos previamente escolhida.

Antes de iniciar o projeto, deve-se ava-liar itens como:

o número de pavimentos da edificação; o arranjo espacial das paredes e a

necessidade de amarração entre elas, buscando a estabilidade do edifício em todas as direções, evitando a concen-tração das cargas em uma determinada região do edifício por meio da distri-buição das paredes resistentes por toda a área da planta. É importante definir aqui quais paredes terão função estru-tural e quais cumprirão apenas a função de vedação para dar ao projeto alguma

flexibilidade quanto à organização in-terna dos espaços;

possíveis limitações no emprego de estruturas de transição para estrutu-ras em pilotis no térreo ou no subsolo, uma vez que elas podem ser concebidas como estruturas muito pesadas, inviabi-lizando o uso da alvenaria estrutural.

InstalaçõesOs projetos de instalações elétricas,

telefônicas, hidráulicas, sanitárias e de proteção contra incêndio devem ser pre-vistos na elaboração do projeto.

Uma planta conceitual deve prever to-das as passagens de tubulações verticais, criando shafts por onde passarão todos os tubos de queda, colunas de água, tu-bos de gordura e sabão, e para subida de instalações elétricas, telefônicas e TV, por exemplo.

As caixas, quadros, tubos e eletro-dutos são inseridos na alvenaria no momento de sua execução. Falhas no projeto ou na execução podem levar à quebra da alvenaria, o que prejudica seu desempenho estrutural, além de

afetar todos os esforços que visam à ra-cionalização da construção.

ModulaçãoModular a alvenaria é projetar utilizan-

do uma unidade modular, definida pelas medidas dos blocos, que podem ou não ser múltiplas umas das outras. Para que a edificação seja econômica e racional, o procedimento de modulação é indis-pensável. Ela se reflete em quase todas as fases do empreendimento, pois ela é res-ponsável pela simplificação da execução do projeto, permitindo a padronização de materiais e procedimentos de execução.

Inicialmente, é necessário definir a fa-mília de blocos a ser utilizada e a largura deles. É esta escolha que definirá qual a unidade modular a ser usada para o lan-çamento em planta baixa.

Quando as medidas não são múltiplas, é preciso recorrer ao uso dos chamados elementos compensadores da modula-ção, disponíveis no mercado e que po-dem ser encontrados sob a forma de com-ponentes pré-fabricados ou podem ser fabricados no próprio canteiro de obras

Diferentes tipos de amarrações para os blocos

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engeworld | Abril 2014 | 15

referêncIas[1] SIQUEIRA, Renata A.; MALARD, Maria L.; SILVA, Margarete M. A.; TELLO, Marina; ALVES, José M. Coordenação modular da alvenaria estrutural: concepção e Representação. Cadernos de arquitetura e urbanismo, v. 19, n. 24+25, 2012.[2] COMUNIDADE DA CONS-TRUÇÃO. Alvenaria estrutural. http://www.comunidadedaconstrucao.com.br/sistemas-construtivos/1/alvenaria--estrutural/. Acesso em: 13 mar 2014. [3] CAVALHEIRO, O. P. ALVENARIA ESTRUTURAL: Tão antiga e tão atual. http://www.ceramicapalmadeouro.com.br/downloads/cavalheiro1.pdf . Acesso em 12 mar 2014.[4] CAMACHO. J. S. Projeto de edifícios de alvenaria estrutural: notas de aula. Departamento de Engenharia civil da UNESP: Ilha Solteira, 2001. [5] PRONTOMIX. Alvenaria de blocos de concreto – recomendações gerais. http://www.prontomix.com.br/site/sites/default/files/downloads/manu-al_blocos.pdf. Acesso em 10 mar 2014.

faMílIa 29 e a unIdade Modular 15

Utilizar a família 29 é projetar usando unidade modular 15 e múltiplos de 15. Este número representa a medida de um bloco de 14 cm mais 1 cm de espessura para as juntas. Neste caso, o comprimen-to dos blocos é sempre múltiplo de sua largura, o que evita o uso dos elemen-tos compensadores, salvo para ajuste de vãos de esquadrias.

faMílIa 39 e a unIdade Modular 20

A família 39 usa a unidade modular 20 e múltiplos de 20, sendo que 20 é a me-dida de um bloco de 19 cm mais 1 cm de espessura nas juntas. Estes blocos po-dem ter 14 cm e 19 cm de largura, sendo que os blocos de 14 cm exigem elemen-tos compensadores para o ajuste de vãos de esquadrias e para a compensação da modulação em planta baixa.

O uso de blocos com 14 cm de largu-ra requer a utilização do B34 (34 x 19 x 14 cm), um bloco especial para ajuste da unidade modular nos encontros em “L” e em “T”, para a obtenção de uma amarra-

ção perfeita entre as alvenarias.Recomenda-se que o lançamento do

projeto comece pelos encontros em “L” e em “T”, utilizando os blocos especiais quando necessários que se feche os vãos das alvenarias em seguida. É aconse-lhado utilizar ao máximo o bloco B29 quando o módulo é 29, e o bloco B39 ao modular com a família 39.

O “fechamento” definitivo da modu-lação em planta baixa só ocorre após a execução das elevações das alvenarias, quando se dá o processo de compatibi-lização com as instalações.

Somente depois de inseridos os vãos das janelas e os shafts para as instalações hidrossanitárias, é que a posição defini-

tiva dos blocos em planta baixa pode ser concluída.

É importante que a escolha do tipo de bloco a ser utilizado leve em considera-ção não só a modulação, mas também sua disponibilidade no mercado, seu custo e as características de “trabalhabili-dade” no canteiro de obras.

Por fim, o projeto usando a alvenaria estrutural deve considerar sempre que o emprego de uma grande diversidade de componentes pode quebrar o ritmo da sua execução e um bloco mais pesa-do pode desgastar muito o trabalhador, levando à redução da produtividade.

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mEcânica

a imPoRtância dos FoRnos em ReFino de PetRóleo

Dentro de uma grande gama de equipamentos para o refino de petróleo e seus derivados para a geração de matéria-pri-

ma para todo tipo de plástico, o forno pe-troquímico é um dos mais importantes devido à sua função e sua complexidade.

artigo

João HayashiEngenheiro mecânico pela Faculdade de Engenharia Industrial (FEI), especializado em plantas de processos termoquímico, com ênfase em fornos petroquímicos. Trabalha na área de fornecimento de equipamentos e plantas para indústria de base desde 1970 e é fundador da Cornerstone Engenharia.

ter várias funções, tais como aquecer um fluido térmico para alimentar um tro-cador de calor, elevar a temperatura do processo para alimentar uma coluna de destilação ou um reator, transformar o produto por intermédio de craqueamen-to, quebra de cadeia carbônica ou através de uma reação dentro da serpentina.

Há no mercado mundial algumas tec-nologias consagradas para determinados processos e cada uma dessas tecnologias

tem suas vantagens e desvantagens. No Brasil, algumas empresas absorveram as tecnologias de companhias empresas de renome mundial.

Dentro dos vários processos que en-volvem um forno petroquímico, podem ser citados alguns que se destacam por seu papel dentro de uma planta de refino e, também, por sua atuação na obtenção de matérias-primas para a indústria do plástico, que são:

A mais importante função de um forno é aquecer um produto para que ele atinja uma condição impossível de alcançada por meio de um trocador de calor. Já um forno petroquímico pode

fornos de aquecimento de petróleo para o processo de destilação para ob-tenção de Diesel, gasolina, nafta, etc.;

forno de destilação a vácuo, que extrai o Diesel, querosene, gasóleo, gasolina e naf-ta em uma segunda etapa da destilação;

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engeworld | Abril 2014 | 17

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Soluções Metso para Monitoramento de Vibração e Proteção de Máquinas RotativasO sistema Metso DNA Machine Monitoring é uma solução on line para monitorar e analisar com base na vibração as condições mecânicas dos equipamentos rotativos como: motores, bombas, ventiladores, redutores e turbinas. Através desse sistema é possível diag nosticar falhas em rolamentos, folgas mecânicas, desgastes e danos em engrenagens.

Com a sua compatibilidade, o sistema Metso DNA garante start-ups mais rápidos, paradas mais curtas e alta disponibilidade. O sistema ajusta-se às necessidades do processo industrial e aos requisitos de ajustes e mudanças durante todo o ciclo de vida.

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forno de coque retardado, é uma das últi-mas fases de extração de leves do petróleo, após vários outros processos de destilação e extração de leves e geração de coque;

MaterIaIsTubos fundidos centrifugados: uti-

lizados em fornos de reforma catalítica, etileno e em superaquecedores de vapor para plantas de estireno. Sua fabricação é delicada, pois envolve muita tecnologia e experiência; podem ser adquiridos no mercado brasileiro;

forno para aquecimento do hidrocar-boneto e hidrogênio para dessulfurização do Diesel, nafta ou gasolina;

forno de etileno para produção de matérias-primas para plásticos;

forno superaquecedor de vapor para produção de plásticos especiais;

forno reformador para geração de hidrogênio;

Fornos fornecidos com o suporte técnico da equipe que atualmente pertence à Jaraguá

Para cada processo citado, há certas características que se destacam tanto pelo ma-terial usado em sua construção como por sua forma construtiva.

Serpentina de reformador catalítico

Serpentina de forno de etileno

Serpentina de forno superaquecedor de vapor

Fundidos estáticos (suportes): esse tipo de material, cuja composição de-pende da temperatura em que trabalha, está presente na maioria dos fornos;

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Suporte da serpentina de radiação

Espelho intermediário da convecção

Suporte de serpentina de radiação para forno de coque

Linha de transferência: utiliza-da em reformadores catalíticos em que todo o fluxo de hidrogênio gerado sai do forno e é resfriado na caldeira de recu-peração de calor. Esse tubulão de inter-ligação, também denominado de linha de transferência, entre as serpentinas do reformador e a caldeira é composto de tubos em aço de baixa liga com um re-vestimento refratário especial. Este reves-timento é usado para evitar que o fluxo, que sai do reformador sob temperatura acima de 800ºC, deteriore o material de fabricação (aço de baixa liga). Esse refra-

tário deve ser aplicado cuidadosamente para evitar falhas ou trincas, que pode-riam causar uma fuga de temperatura, elevando a temperatura externa do aço a ponto de causar problemas sérios como a interrupção da operação do forno.

esses fornecedores concorrem com fa-bricantes estrangeiros, principalmente da Ásia, que têm fornecido equipamen-tos de qualidade reduzida, sem atender às especificações e normas exigidas pe-los clientes nacionais.

O Brasil possui bons fornecedores de materiais e equipamentos auxiliares, e mui-tos deles fornecem produtos com qualida-de superior à do mercado internacional, mas têm pouca atuação devido à forte con-corrência enfrentada na atualidade.

Algumas empresas de tecnologia es-trangeira obrigam seus clientes a adquirir materiais das companhias que constam de seu cadastro. Elas declaram que, caso não sejam atendidas as suas exigências com relação ao seu vendor list, não po-derão dar garantia aos equipamentos como um todo, o que vem impedindo que as empresas brasileiras tenham a oportunidade de colocar seus produtos nos fornos instalados no país.

Também existem casos em que a companhia responsável por uma planta exige que os fornos sejam fornecidos por uma empresa de tecnologia, alegando a presença de conteúdo tecnológico que somente esta pode fornecer, o que é uma inverdade na maioria das situações, pois suas tecnologias são dominadas e co-nhecidas por empresas brasileiras.

É necessário analisar mais profunda-mente as possibilidades existentes no mercado nacional e garantir condições mais equilibradas para que as empresas brasileiras possam competir no mercado nacional, evitando o seu sucateamento.

Mesmo com todas as adversidades encontradas, as empresas brasileiras es-tão se aperfeiçoando para buscar maior competitividade e excelência em todas as fases de um empreendimento, com a expectativa de obter sucesso nas próxi-mas concorrências.

Molde desenvolvido

Aspecto após refratado e desmoldado

No mercado de fornos petroquími-cos, as poucas empresas que se prepara-ram para atender a essa demanda com excelência não têm tido oportunidade de concorrer em condições de igualda-de com outras companhias estrangeiras. Além de ter de lidar com o custo-Brasil,

O Brasil possui bons fornecedores de materiais e equipamentos auxiliares

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Elétrica

aPlicações e Funcionalidades das BateRias industRiais

Desde há muito, a questão da energia elétrica se tor-nou essencial para o de-sempenho de inúmeras funções. Novos equipa-

mentos e maquinários são incorporados cada vez mais às atividades domésticas, comerciais e industriais, tornando-se par-tes integrantes e essenciais às mesmas. Por isso, uma interrupção ou perda da continuidade no fornecimento de energia pode causar grandes prejuízos e trans-tornos incontornáveis. Uma indústria de papel e celulose, uma fábrica de injeção de plástico ou uma indústria têxtil pode ter perdas incalculáveis se houver queda de energia. O mesmo pode ocorrer em pra-ças de pedágio em feriados prolongados, bancos e empresas de cartões de crédito ou de telefonia móvel. Como se prevenir?

A utilização de sistemas de forneci-mento de energia ininterrupta (UPS) que, por meio de um conjunto de bate-rias, assegura a continuidade deste for-necimento está largamente difundida. A rigor, o que se conhece popularmente como bateria é, na realidade, um acumu-lador de energia. Sua função é armazenar energia para ser fornecida em situações

artigo

Yasufumi NakanoGerente técnico da divisão de baterias da Unicoba Indústria de Componentes Eletrônicos e Informática Ltda, com 17 anos de experiência na área.

posteriores em que a energia comercial é interrompida ou para alimentar um equipamento portátil.

Basicamente, o acumulador fornece uma corrente (Ampère) durante um dado intervalo de tempo (hora). Por isso, a unidade de capacidade do acumu-lador é definida em Ah (Ampère hora).

Conforme sua aplicação, a corren-te demandada pode ser pequena, da ordem de mA (miliampere) ou muito grande, da ordem de KA (kiloampere), e seu fornecimento deve se dar durante segundos ou até uma centena de horas. Essas diferentes características de utiliza-ção exigem baterias com diferentes cons-tituições físicas e químicas.

As baterias podem ser primárias e se-cundárias. As primárias somente podem ser utilizadas uma vez e depois devem ser descartadas. As secundárias são re-carregáveis, podendo, portanto, ser utili-zadas diversas vezes.

Elas podem ser feitas a partir de dife-rentes tipos de metais, conforme as ca-racterísticas de sua utilização e projeto como níquel cádmio, níquel metal hidre-to, íon de lítio, níquel cromo, lítio ferro fosfato e diversos outros.

Conforme sua aplicação, elas são classificadas como:

automotiva; estacionária; tracionária; outras (celular, notebook, relógios,

equipamentos portáteis, etc.).

Em sistemas de energia ininterrupta, são utilizadas as chamadas baterias es-tacionárias industriais, que podem ser classificadas como sendo:

1. Baterias alcalinas – seu eletrólito é alcalino (hidróxido de potássio) e suas placas podem ser de diferentes metais, sendo que o mais comum é o NiCd (ní-quel cádmio).

Características: possui vida útil prolongada; é utilizada principalmente em

locomotivas; é resistente à vibração e a impactos; tem custo significativamente mais

elevado; devido ao cádmio presente nela,

entre outros itens, sua utilização é reduzida. Não há atualmente no país

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PRODUTO NACIONAL

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Somos especialistas em projetos e fabricação de TRANSFORMADORES A SECO, REATORES, UPS, RETIFICADORES/CARREGADORES DE BATERIAS E RETIFICADORES DE PROTEÇÃO CATÓDICA.

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Soluções de projeto específico, quanto a dimensões e peso. · Grau de proteção de IP-00 a IP-65 · Ex-n, Ex-d, Ex-p, ... · Projeto e fabricação de acordo com Órgãos Certificadores (BV, DNV, ABS, UL), entre outros.”

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uma solução para a reciclagem das baterias industriais alcalinas, o que dificulta a obediência à Resolução Conama 401/08, que regulamenta e disciplina a destinação final das baterias quando elas atingem o final de sua vida útil.

2. Baterias ácidas – o eletrólito é uma so-lução aquosa de ácido sulfúrico e suas placas são de dióxido de chumbo (placa positiva) e chumbo puro ou esponjoso (placa negati-va). A reciclagem dos materiais das baterias de chumbo ácido é fácil e há diversas empre-sas dedicadas a essa função.

tipos: Ventilada ou aberta Como o próprio nome indica, a bateria

permite a saída de gases resultantes de re-ação química durante seu funcionamento. Para compensar essa perda de gases, é ne-cessária a reposição de água destilada ou desmineralizada. Sua caixa é de material transparente para permitir a visualização de seu interior, o que facilita a verificação da necessidade da reposição de água e, tam-bém, mostra sua condição de desgaste.

Características: é utilizada em UPS, sistemas

fotovoltaicos e sistemas retificadores;

tem maior expectativa de vida; requer ambientes com ventilação

forçada para renovação do ar, uma vez que os gases emitidos têm potencial corrosivo e explosivo e sua concentração pode criar condição propícia para ignição dos gases;

necessita de um ambiente preparado para conduzir e captar eventual vazamento de eletrólito de uma ou mais baterias rompidas;

exige a reposição periódica de água destilada ou desmineralizada, a verificação de densidade e da temperatura do eletrólito. Pode envolver grandes quantidades

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de água, conforme o tamanho da instalação e da capacidade das baterias;

demanda manutenção periódica trabalhosa e custosa;

resiste melhor a elevadas temperaturas por apresentar maior capacidade de dissipação de calor;

requer grandes áreas para a sua instalação;

estão disponíveis em 100 a 3.000 Ah (2 V);

tende a ser instalada em estantes de dois níveis para permitir a visualização do nível do eletrólito e da base e para a verificação do nível de deposição de sedimentos.

• Ventilada convencional Possuem placas positivas e negativas, e

são planas.

• Bateria OpzSApresentam placa positiva tubular

e placa negativa plana. Elas permitem maior número de ciclos e, consequen-temente, apresentam vida operacional prolongada.

2.2. Bateria de chumbo ácido regu-lada por válvula (Vrla) – suas princi-pais características são confinamento do eletrólito (por absorção ou por gelifica-ção do eletrólito) e elevada eficiência do ciclo de oxigênio, o que faz com que seja muito pequena a perda de gases em con-dições normais de funcionamento, não requerendo, portanto, reposição de água.

seja, não necessita de reposição de água, nem de verificação da densidade do eletrólito;

quando foi lançada no mercado, em contraponto às baterias ventiladas existentes, a bateria VRLA, erroneamente chamada de “selada”, foi divulgada como sendo “livre de manutenção”. A referência se devia à ausência da necessidade de reposição de água e da verificação da densidade e da temperatura do eletrólito, como ocorre com as baterias ventiladas. Entretanto, manutenções externas, com verificação das condições ambientes de temperatura, acessibilidade, ventilação, além das verificações das tensões e corrente de carga, continuam sendo necessárias e essenciais para otimizar sua vida útil. A Norma Brasileira NBR 15641 – “Bateria chumbo-ácida estacionária regulada por válvula – Manutenção” estabelece os procedimentos recomendados para manutenção periódica preventiva das baterias VRLA;

é compacta e, por isso, requer menos espaço físico para a sua instalação;

pela característica de sua construção, pode ser instalada em diversas posições, o que otimiza espaço e facilita o acesso aos seus terminais para montagem ou manutenção;

devido ao seu baixo nível de emissão de gases em condições normais de utilização, a bateria VRLA não requer sala especial e pode ser instalada em um mesmo ambiente em que haja equipamentos eletrônicos ou que seja utilizado por pessoas;

é mais suscetível a variações de temperatura pelo caráter confinante do eletrólito, por isso, requer o

Características: é utilizada em sistemas UPS,

fotovoltaicos, iluminações de emergência e de segurança, equipamentos portáteis e sistemas de telecomunicações, entre outros;

não requer manutenção interna, ou

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controle de temperatura do ambiente. UPS e retificadores já disponibilizam o ajuste automático de tensão de flutuação sempre que houver variação de temperatura no ambiente das baterias;

está disponível em capacidades de 1,3 a 200 Ah (6 e 12 V) e de 50 a 3.000 Ah (2V); é instalada em estantes ou gabinetes, podendo atingir quatro ou mais níveis, o que

reduz a área ocupada.

tipos• VRLA com tecnologia AGM

O confinamento do eletrólito se dá por absorção do eletrólito em mantas de microfibra de vidro dispostas em camadas duplas em todos os intervalos entre as placas adjacentes, de polari-dades contrárias. Essa manta também funciona como um separador elétrico, o que permite uma compressão do con-junto de placas, tornando mais eficiente o ciclo de oxigênio.

Características: requer controle de temperatura

ambiente, uma vez que é baixa a sua capacidade de dissipação de calor. Se a temperatura ambiente contribuir para o aumento da temperatura no interior da bateria, o conjunto de reações químicas que regem seu funcionamento será potencializado, podendo levá-la a uma condição de sobrecarga;

utilizada em UPS, sistemas de monitoramento e segurança e em luzes de emergência. Em suma, ela é usada em

O confinamento do eletrólito se dá por absorção do eletrólito em mantas de microfibra de vidro dispostas em camadas duplas em todos os intervalos entre as placas adjacentes

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condição de flutuação, em que o sistema é abastecido pela energia comercial e a bateria permanece em regime de prontidão para ser acionada quando a energia principal não estiver disponível.

• VRLA com tecnologia de gelO confinamento do eletrólito se dá

por gelificação, com a incorporação de dióxido de sílica, dando ao eletrólito a característica gelificada. Entre as placas é colocado um elemento separador e o conjunto de placas é comprimido.

Características: com custo inferior ao da VRLA, ela

é utilizada em situações de menor criticidade;

a condição de eletrólito líquido permite uma maior tolerância a temperaturas elevadas, sendo recomendada quando o ambiente não permitir controle de temperatura;

a diferença de densidade dos componentes dos eletrólitos (água e ácido sulfúrico) faz com que ocorra a estratificação do eletrólito em utilização estacionária e, por isso, ela demanda manutenção periódica;

menor vida útil projetada. não requer reposição de água e nem

verificação de densidade do eletrólito.

Diversos tipos de baterias estão dis-poníveis no mercado, com suas diferen-tes constituições físicas e tecnológicas. A escolha correta deve levar em conta as características de utilização, tais como intensidade de corrente, viabili-dade de controle de temperatura am-biente e criticidade da instalação, entre outros fatores.

Não há como afirmar que um tipo de bateria é melhor que outro. Existe uma bateria que se aplica mais satisfa-toriamente a uma determinada carac-terística de utilização. A escolha crite-riosa da melhor solução, a obediência às especificações de utilização do fa-bricante e um programa de manuten-ção periódica preventiva serão fun-damentais para o seu aproveitamento máximo e para a maior segurança para um sistema de acumuladores de apli-cação industrial.

Características: sua corrente de flutuação mais baixa,

aliada à sua estrutura física e ao gel, que dissipa parcialmente o calor e torna essa bateria mais aplicável em descarga profunda e em situações nas quais o controle de temperatura ambiente não é possível;

é usada em cadeiras de rodas, carrinhos de golfe, equipamentos portáteis e sistemas fotovoltaicos.

2.3. Bateria de chumbo ácido esta-cionária livre de manutenção – são aquelas de uso estacionário, mas cujo eletrólito se mantém na forma líquida li-vre, sem qualquer tipo de confinamento.

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sustEntabilidadE

módulo solaR é Feito a PaRtiR de mateRiais Recicláveis

Há dez anos o aposenta-do José Alcino Alano, morador da cidade de Tubarão (SC), venceu o Prêmio Super Eco-

logia, oferecido pela revista Superin-teressante, por desenvolver o modelo construtivo de um aquecedor solar produzido a partir de materiais reci-cláveis. Para garantir a finalidade social do aquecedor e evitar seu uso comer-cial, ele foi registrado junto ao Institu-to Nacional de Propriedade Industrial (INP). Devido à simplicidade do pro-jeto, o aquecedor vem sendo implan-

tado por ONGs, universidades, em-presas, clubes de serviços, em várias instituições e habitações de famílias de baixa renda.

O funcionamento do aquecedor acontece pela absorção do calor solar por um módulo coletor que transfere, pelo efeito termossifão, a água aquecida para um reservatório (de preferência termicamente isolado). Uma tubula-ção extra possibilita a mistura de água quente e fria, controlando a tempera-tura ideal para uso em chuveiros e tor-neiras, por exemplo. O esquema de fun-cionamento é simples, pois é montado

de forma que o tanque reservatório de água fique acima do captador de luz, criando o desnível necessário para que a água se desloque para o sistema de aquecimento pela força da gravidade. Conforme a água quente sobe e é des-locada para o tanque, a água fria ocupa seu lugar na parte de baixo do sistema. Dessa forma, a água aquecida (e com menor densidade) chega ao reservató-rio pela parte superior e a água fria pela parte inferior do sistema. A água quente não utilizada no reservatório desce no-vamente para o sistema de aquecimen-to e o ciclo é fechado.

1- Entrada de água da rede2- Suportes de fixação3- Distribuição de água quente4- Redutor de turbulência5- Torneira bóia

6- Vertedouro (ladrão)7- Pescador giratório8- Água fria para o coletor9- Retorno da água quente

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Art

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28 | engeworld | Abril 2014

O coletor se diferencia dos demais principalmente em relação aos mate-riais utilizados e ao rendimento tér-mico. Para garantir os baixos custos, as colunas de absorção térmica são produzidas com tubos e conexões de PVC, em vez de tubos de cobre e alu-mínio. As garrafas de PET e as emba-lagens longa vida substituem a caixa metálica, o painel de absorção térmica e o vidro utilizado nos coletores co-muns. O calor absorvido pelas emba-lagens longa vida, pintadas em preto fosco, é retido no interior das garrafas e transferido para a água através das colunas de PVC, também pintadas em preto. A caixa metálica com vidro ou as garrafas protegem o interior do co-letor das interferências externas, prin-cipalmente dos ventos e oscilações de temperatura.

Apesar de simples, o projeto contém detalhes indispensáveis na sua confec-ção e no seu funcionamento. O dimen-sionamento do coletor solar em relação à caixa d’água ou acumulador é de ex-trema importância para a limitação de temperaturas que mantenham a rigidez do PVC (que suporta até 55ºC), evitan-do o comprometimento da estrutura do coletor e possíveis vazamentos.

MaterIal necessárIo Para a construção de uM aquecedor Para aPenas uM usuárIo

60 garrafas de PET transparentes de 2 litros (de preferência de formato cônico)

50 embalagens longa vida de 1 litro 11 metros de canos de PVC de 20

mm 1/2’’ 20 conexões em T PVC de 20 mm 1/2’’

Itens necessárIos IndePendenteMente do núMero de usuárIos

Fita de autofusão ou borracha de câmara de ar Tinta fosca preta Rolo ou pincel para pintura estilete Cano de PVC de 100 mm com 70 cm de comprimento para molde e corte da

garrafa de PET Martelo de borracha Lixa d’água 100 Cola para tubos de PVC com pincel em pote Arco de serra Tábua de madeira com no mínimo 120 mm de comprimento Pregos Ripa pequena de aproximadamente 15 cm de comprimento Conexão L (Luva) em PVC de 20 mm ½” Tampão em PVC de 20 mm ½”

Passo a Passo da construção do sIsteMaPara facilitar o corte das garrafas de PET, é sugerida a construção de um gabarito com

dois tubos de PVC de 100 mm, respeitando as seguintes medidas: 31 cm para garrafas cônicas e 29 cm para as arredondadas. Com os tubos nas dimensões corretas, um corte vertical é feito para a introdução da garrafa, servindo como uma régua de corte.

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Para simplificar o corte nas embala-gens longa vida, foi adotada um padrão de corte, de 22,5 cm de altura, para os di-versos tipos de garrafas. Esse corte para a redução da altura deve ser feito na parte de cima, por onde sai o líquido, para que a embalagem fique totalmente reta e sem cortes em suas paredes. Do mesmo lado da embalagem, é feito um novo corte de 7 cm na parte de baixo da caixa, que ser-virá para o encaixe do gargalo da próxi-ma garrafa PET.

As demais dobras podem ser feitas facilmente: durante as dobragens a su-perfície lisa deve ficar posicionada para cima e a que tem emenda de cola, para baixo. Posteriormente, dobre as laterais da embalagem longa vida, pegue as pontas novamente e dobre na diagonal. Essas dobras vão se moldar na curva-tura superior interna da garrafa PET, dando sustentação à caixa mantendo-a reta e encostada quando for encaixa-da junto ao tubo de PVC. Volte para a área onde você realizou o corte de 7 cm e faça duas dobras na pontas soltas na diagonal, para que a base assuma o for-mato de um triângulo. No final do pro-cesso, a embalagem terá assumido um formato parecido com uma seta, apon-tando para cima e com um “buraco” na base em forma de triângulo.

Frente da embalagem depois de pronta

Verso da embalagem depois de pronta

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Exemplo de molde para a dobra das embalagens longa vida

Realizadas as dobragens necessárias, é iniciado o processo de pintura das emba-lagens longa vida com tinta esmalte sin-tético preto fosco de secagem rápida. Se as garrafas utilizadas forem de diferentes tamanhos, 29 ou 31 cm, os tubos utiliza-do devem ter 100 e 105 cm, respectiva-mente. Depois do corte dos tubos, lixe o tudo e retire as rebarbas das extremida-des. Para aquecer água para apenas um usuário do sistema são necessários dez tubos da mesma medida.

Pré MontageMOs tubos de 20 mm ½”, que ligarão

uma coluna a outra, devem ser cortados com 8,5 cm. Caso exista necessidade de melhorar o escoamento de água, é pos-sível aplicar conexões do tipo ´T´ com redução de 25 mm 3/4” para 20 mm ½”,

e os distanciadores entre colunas com tubos de 25 mm 3/4” cortados com 8 cm. A cola para tubos PVC deve ser utili-zada apenas na parte de cima do sistema, já que na parte inferior pode existir ne-cessidade de manutenção e, por isso, os tubos devem ser apenas encaixados.

Para formar o barramento superior, são utilizadas cinco conexões ´T’ e 5 tu-bos de 8,5 cm. Cole um dos tubos a uma conexão ´T` e esta conexão a outro pe-daço de tubo. Nesse processo é impor-tante o alinhamento dos tubos. Utilize uma superfície plana para ajudar nessa tarefa, um tubo mal alinhado resultará em vazamento durante o funcionamen-to do aquecedor solar. No barramento inferior proceda da mesma forma, po-rém sem o uso da cola de PVC.

MontageMOs tubos serão encaixados nos “T’s”

que compõem o barramento superior. Proceda com o encaixe das primeiras garrafas de PET, cada uma em sua res-pectiva coluna. Recomenda-se aplicar no máximo cinco garrafas por coluna para não dificultar a instalação do coletor solar. Com as cinco colunas preenchidas com garrafa, é preciso posicionar a em-balagem longa vida atrás do tubo, com a face pintada de preto para cima e as do-bras para trás. Sempre que for proceder com o encaixe de uma nova garrafa, se-gure o módulo pela parte superior para que as que já foram pré-encaixadas não saiam de alinhamento e nem sobrem folgas entre as garrafas. Mesmo com as cinco garrafas de PET, sobrará um espa-ço para apenas o gargalo de uma sexta garrafa que vedará o fundo da quinta gar-rafa. Por isso, a diferença entre o número de PET e o de embalagens longa vida. O aquecedor solar não deve ter mais de 250 garrafas de PET, pois cada garrafa é capaz de aquecer um litro de água. Se forem adicionados mais módulos ao aquecedor, a quantidade de água aqueci-da será maior e poderá causar problemas caso a capacidade do aquecedor supere a quantidade de água na caixa, causando amolecimento dos tubos de PVC.

A finalização se dá pelo encaixe do barramento inferior, que deve ser feito sem adição de cola, apenas com o auxílio martelo de borracha e de uma pequena ripa para absorver a maior parte do im-pacto e não trincar ou quebrar os tubos e conexões na hora do encaixe.

Agora que os módulos estão prontos, certifique que todas as embalagens longa vida estão alinhadas e voltadas para cima

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e que não há nas garrafas pedaços de ró-tulo ou cola virados para baixo. Se estiver tudo devidamente alinhado, aplique no bocal da primeira garrafa que está encos-tado na conexão “T” um pedaço de fita de autofusão. Essa fita isolará e colará o bocal na conexão “T”, impossibilitando o movimento da coluna. A fita de auto-fusão pode ser substituída por tiras de borracha sem perda de eficiência.

Agora que os módulos estão prontos e vedados, devem ser transportados para o telhado ou área onde ficarão expostos à luz solar. Nesse momento, é realizado o encaixe dos módulos para compor o aquecedor solar como um todo.

InstalaçãoO aquecedor solar deve ser posicio-

nado no telhado da residência, ou em uma área que receba o sol diretamen-te, e sem incidência de sombra de ár-vores, ou de prédios, casas, etc. Agora temos um aquecedor solar completo, com colunas interligadas, e com tubo de PVC aberto para ser conectado à caixa d’água nas quatro extremidades. Verifique a posição do aquecedor em relação à caixa d’água para que a água não escape pela lateral.

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acertos na caIxa de água

retorno da água quente: depois de ser aquecida no aquecedor solar, a água quente retorna ao reservatório ficando armazenada na parte mais alta. A água fria não se mistura a quente;

misturador: serve para regular a tem-peratura da água. Quando na vertical, coletará água quente e fria misturando as duas e deixando a temperatura mais bai-xa. Se posicionado na horizontal coletará apenas água quente. Esse sistema em que a caixa de água fornece água quente e fria deve ser utilizado apenas em locais onde

o abastecimento de reposição é confiá-vel. Se a água consumida não for reposta faltará água para o consumo, mas não no coletor solar. O consumo de água fria não é afetado de maneira alguma, por isso, é aconselhável adicionar uma caixa somente para a água quente.

pescador de água fria: é por onde a água fria deixa a caixa e atravessa o aque-cedor solar. Se posicionado na vertical, sempre imerso na água, coletará água da parte mais alta da caixa, dividindo o reservatório em duas partes: a superior com água quente e inferior com água fria. Se estiver na horizontal, recolherá água da parte mais baixa da caixa e toda a água será aquecida. Como o volume de água será maior, a temperatura da água será mais baixa. Mas neste caso não tere-mos água fria na caixa de água;

pescador de água quente: leva e dis-tribui água quente para dentro da casa.Para construí-lo é utilizado uma cone-xão “T” e dois pedaços de tubo de PVC, um com de 10 cm e outro com 50 cm de

Algumas modificações serão necessá-rias dentro da caixa d’água. Abaixo estão listados alguns componentes comuns a qualquer caixa de àgua:

1) boia e entrada de água: controla o nível de água da caixa de água;

2) ladrão: evita que a caixa transborde por mau funcionamento da bóia ou ou-tro motivo qualquer;

3) saída de água: é por onde escoa a água que abastece os cômodos da casa com água fria.

Como existem caixas de todo o tama-nho e capacidade volumétrica, não há como padronizarmos uma medida a ser seguida para os furos a serem feitos, por isso estabelecemos as alturas em relação ao percentual do tamanho da caixa, por exemplo: uma caixa de 1 m (100%) logo o furo para o retorno da água quente (número 5 da ilustração ao lado) será a 80 cm do fundo da caixa (80%).

Agora serão listados os componentes do aquecedor solar:

saída para o aquecedor: orifício por onde a água deixará a caixa de água e circulará pelo aquecedor solar para ser aquecida;

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comprimento. Esse pescador também terá a função de misturador de água, pois na posição vertical, capta água quente na parte superior e fria na parte inferior, como se fosse a opção “verão” de um chuveiro elétrico. Se na posição horizon-tal, capta água quente na parte de cima da caixa, como na posição “inverno”;

redutor: tem como função, direcio-nar a água fria de reposição diretamente ao fundo da caixa e evitar que a água fria se misture com a quente. Sua construção requer um pedaço de tubo com cerca de 50 mm e um tubo de 100 mm. O tubo mais fino deve ser fechado na base e ter em seu corpo 20 furos de 10 mm de diâmetro, com margem de 3 cm na ex-tremidade superior e 5 cm na margem inferior. No tubo de 100 cm devem ser feitos dentes de 20 mm de diâmetro. O jato de água liberado pela boia é dirigido até o fundo do tubo de 50 mm. Como o tubo está tampado, o nível da água subirá e será dirigido ao fundo da caixa através do tubo de 100 mm.

Resta então fixar o aquecedor no te-lhado e posicioná-lo para que ele absor-va a maior quantidade de radiação solar possível. Para tanto é necessário posicio-nar o aquecedor de acordo com a latitu-de do local.

Fica a critério de cada um o mate-rial utilizado como suporte de fixação do coletor solar. Recomenda-se que ao menos os dois barramentos sejam amarrados a barras de cano galvaniza-dos de ¾, ou a algo que garanta o ali-nhamento do coletor. Para evitar que bolhas de ar comprometam a circula-ção da água no coletor é necessário um desnível de 2 cm para cada metro corri-

do, sem curvas nos barramentos.Também é possível fixar o aquecedor

diretamente sobre o telhado (sem levar em conta a latitude local e o suporte para fixação), basta amarrar um tubo de esgoto de 40 mm no barramento su-perior e no inferior. Isso garantirá uma maior estabilidade para fixação, já que os barramentos encostarão nas telhas. É preciso ainda amarrar os barramen-tos superiores e inferiores passando a corda por debaixo das telhas, fixando a estrutura na armação no telhado. No entanto, ainda faz-se necessária uma in-clinação de 10º (o aquecedor deve estar voltado para o norte geográfico o mais próximo possível).

Devidamente posicionado no suporte ou fixado ao telhado, resta apenas co-nectar o aquecedor à caixa de água para completar o sistema. O tubo a ser encai-xado na parte inferior do aquecedor e que levará água fria para a base do siste-ma pode ter o tamanho que for necessá-rio, no entanto o retorno do aquecedor para a caixa de água deve ser o mais curto possível para que a água quente

não perca calor por extensas tubulações ou pelo contato por tempo prolongado com o ar. Se possível, instale os pontos de consumo próximos à caixa ou reser-vatório, o que diminuirá o desperdício de água quente na tubulação.

Sendo a caixa ou reservatório respon-sável por acumular a água quente, faz-se necessário um bom isolamento térmico. A pintura do barramento superior e dos tubos (com a tinta preta utilizada nas embalagens longa vida) pode potencia-lizar o aquecimento da água. Se julgar necessário, isole a caixa d’água para que não ocorra perda de calor.

O sistema de aquecimento feito com garrafas de PET e embalagens longa vida tem vida útil de aproximadamente 200 a 400 anos, tempo que leva para os mate-riais utilizados se degradarem. Durante dias ensolarados, entre as 10 e às 16 ho-ras, a água aquecida pode atingir 58ºC, já na ausência de luz solar a perda de temperatura é de 1ºC por hora, ou seja, mesmo durante a noite o banho quente é garantido. A economia gerada é cerca de 40% em água e energia elétrica.

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cOluna gEstãO dE prOjEtOs

estRutuRa analítica de Riscos

Projetos exclusIVaMente sIMIlares

A crescente demanda do consumo de hidrocarbonetos vem pressionando o in-cremento da produção de petróleo e gás, ocasionando constantes investimentos em novos projetos de FPSO’s (unidades flutuantes de produção e armazenamento de óleo). O mesmo ocorre com investi-mentos na modernização dos ativos de produção existentes off e on shore, gerando a necessidade de uma análise detalhada em estudos de modernização dos atuais métodos de instrumentação e automação em uma planta de produção, em especial nos sistemas de medição de vazão.

Segundo o PMI (2013), projetos são esforços temporários que geram um produto, serviço ou resultado único. Projetos são temporários porque pos-suem uma data para terminar e são úni-cos porque, ainda que sejam similares a outros anteriores, sempre haverá al-guma mudança de contexto. É como a famosa frase de Heráclito: “Um homem não se banha duas vezes no mesmo rio, porque nem o homem e nem o rio se-rão os mesmos”. O pensador quis ex-pressar metaforicamente que o homem sofre experiências que o modificam, e no rio, da mesma forma, mudam-se as águas, os peixes, as algas até que ele te-nha mudado completamente.

Nenhuma empresa seria capaz de re-alizar projetos completamente distintos, nem mesmo o artesão utiliza técnicas va-riadas na composição das suas obras, ao contrário, usa as mesmas técnicas para fazer obras diferentes. Seja pela técnica ou pelo objeto a ser construído, proje-tos podem sim ser similares entre si. Se projetos fossem sempre uma “página em branco”, cometeríamos repetidas vezes os mesmos erros, sem agregar experiên-cias para evitá-los. É como o pai que ten-ta evitar que seus filhos cometam seus

erros, quando, provavelmente seja exata-mente isso que farão, já dizia Elis Regina. Deste modo, devemos buscar formas para agrupar os projetos que fizemos e quanto mais fizermos isso, maior será nossa capacidade de antever problemas.

O guia PMBOK (Project Management Body of Knowledge) apresenta uma ferra-menta bastante utilizada no dia a dia, que é a coleta de lições aprendidas, onde ano-tam-se todos os erros e acertos de cada projeto individualmente. Os gerentes de projetos, no entanto, raramente têm aces-

Uma ferramenta para evitar a recorrência de problemas em projetos

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so a esses dados, pois ninguém quer que seus erros transitem livremente pela em-presa, ainda que o compartilhamento seja a melhor opção para o negócio. Quando têm acesso a esse artefato, são poucos os que leem e extraem o conhecimento ne-cessário para evitar problemas.

No artigo anterior, publicado em março passado, discutimos o gerenciamento de riscos de forma geral, com suas ferramen-tas para identificação, análise qualitativa e quantitativa, além do método de moni-toramento e controle. Neste artigo quero discutir a utilidade da estrutura analítica dos riscos (EAR) e suas aplicações.

estrutura analítIca de rIscos

A estrutura analítica de riscos (EAR) nada mais é que uma estrutura hierár-quica de categorias de riscos, construí-da pela execução de múltiplos projetos similares. Ela serve como base para a identificação de riscos, orientando o gerente de projetos sobre quais aspectos devem ser observados. Se uma empresa constrói prédios residenciais, tenderá a ter muitos problemas similares e se orga-nizar todos eles em um banco de dados, poderá evitá-los no futuro.

A construção da EAR pode ocorrer a

partir da experiência de um engenheiro sênior que tenha trabalhado em projetos similares, mas também pode ocorrer ao tér-mino de dois ou mais projetos parecidos, mas não iguais (lembre-se do Heráclito).

Sabe-se, por exemplo, que o tempo de entrega de materiais é um ponto crítico em qualquer projeto de construção civil, assim como a dificuldade para lidar com estruturas de ferro, que se expandem e se contraem, exigindo um cálculo acurado dos materiais a serem utilizados. Tam-bém se sabe que os recursos humanos não são muito assíduos nesse tipo de projeto e, ainda, que as condições

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ambientais podem impactar grande-mente os trabalhos. Com estas informa-ções, já podemos iniciar nossa EAR.

Note que, naturalmente, foi necessário estabelecer categorias para agrupar os riscos e, com isso, ganhou-se a possibili-dade de analisar e identificar riscos que sequer ocorreram no passado.

Reflitamos sobre quais outros riscos podem ocorrer na área administrativa: a obtenção de recursos financeiros por meio de vendas pode não ser suficiente para iniciar e manter a obra, ou seja, pode haver problemas no fluxo de caixa. Já na parte técnica, pode haver eflorescência na pintura feita sobre o reboco úmido. Assim como podem aparecer trincas na estrutu-ra, devido aos movimentos estruturais.

Neste ponto da EAR, pode-se perce-ber que o risco “Condições climáticas” tornou-se genérico demais se comparado aos demais, tornando necessário detalhá--lo melhor. O que seriam condições cli-máticas? Riscos de furacões, terremotos, tsunamis? Não no Brasil! Por aqui nossos maiores riscos climáticos têm relação com as chuvas e a umidade. Consideremos en-tão que a obra esteja sendo realizada em um local com a ocorrência frequente de chuvas, ora, as chuvas são periódicas e sistemáticas como tudo no planeta. Se sa-bemos quando elas ocorrerão, podemos evitar ser impactados por elas.

Considere ainda o cenário em que o projeto é realizado numa região de gran-de umidade. Nenhum de nós quer que o concreto seja produzido com umidade demais, certo? Sabendo que as chuvas impactam as construções externas e nos fazem perder materiais, e que a umidade pode nos gerar concreto de baixa qualida-de, estamos aptos a atualizar a EAR.

Quanto aos Recursos Humanos, além

da assiduidade, sabe-se que muitas vezes há escassez de mão de obra, o que faz com que as empresas muitas vezes preci-sem importar pessoas de locais remotos para trabalhar no projeto. Logo, este item se tornará parte da EAR.

Pode-se ainda adicionar os riscos de mudanças econômicas, que gerarão tanto a inadimplência, em caso de recessão, quan-to o aumento da dificuldade para contratar mão de obra, no caso de aceleração econô-mica. E por que não adicionar riscos com políticas públicas, novas leis e fundos de investimentos governamentais?

Perceba que seria imprudente deixar apenas ao gerente de projetos a percepção de todo o cenário, visto que, muitas vezes, ele sequer tem experiência técnica, quanto mais entendimento do mercado (externo).

Uma ferramenta como a EAR traz à vista da organização a questão dos riscos,

não deixa a cargo dos gerentes de projeto o entendimento, resolução e comparti-lhamento posterior das estratégias que utilizou. Com esta ferramenta, os riscos são tratados de forma sistêmica, o que traz ganhos ou, ao menos, evita problemas.

coMo a ear Pode Me ajudar a eVItar a recorrêncIa de ProBleMas?

Durante anos entrevistei colegas, clientes e alunos para compor minhas EARs. Elas têm me ajudado a não es-quecer dos riscos fundamentais em cada área de projeto que trabalho. Além disso, têm facilitado a transmissão de conheci-mento prático para outros, que assumem posições de gerentes de projeto sob a mi-nha tutela. A EAR é uma ferramenta que funciona como grande banco de dados de problemas (riscos) potenciais, e deci-de-se, caso a caso, como tratá-los.

A EAR é um ativo organizacional que deve ser construído de acordo com as categorias de projetos que a empresa realiza, mas também pode ser copia-da, adaptada e até vendida como fonte de informação para novos contextos, dando-se o devido direcionamento. Se implementada adequadamente, servirá como um guia para o planejamento dos projetos da empresa, evitando que erros comuns se perpetuem.

Eli Rodrigues, PMP, CSM . Atual Diretor de Negócios do grupo TAP4, Eli tem dezenas de projetos entregues nas áreas de consul-toria, infraestrutura e desenvolvimento de software. Vivência na coordenação de equipes em cenários globais, fábricas de software e desenvolvimento organizacional.

Neste ponto da EAR, pode-se perceber que o risco “Condições climáticas” tornou-se genérico demais se comparado aos demais

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FeRRamenta de ‘assessment’

Na edição anterior, introduzi a ferramenta delineamento de experimentos e apresentei um exemplo de sua aplicação prática no desenvolvimento hipotético do projeto de um bico para enchimento de garrafas, cuja variá-vel resposta “tempo de enchimento” deseja-se minimizar.

Os testes realizados e os resultados estão mostrados na equação abaixo:

cOluna qualidadE

É ou não é uma opção de valor para quem trabalha com gestão de pessoas?

A partir desses resultados, três questões foram colocadas:

Quais dos fatores testados são im-portantes para a redução do tempo de enchimento?

Existem interações importantes entre os fatores testados?

Quais são os níveis destes fatores que devemos escolher?

Nesta edição, vamos responder à pri-meira questão. Inicialmente, vamos focar o parâmetro “P: ∅ do pino retrator”.

Para determinar se este parâmetro im-pacta o tempo de enchimento dentro dos limites testados (de 2,80 mm e 3,10 mm), deve-se comparar os resultados médios obtidos nas duas condições, conforme mostra a equação a seguir:

Resultados médios – ∅ do pino retrator

Média NÍVEL: P (-)

Este resultado claramente significa que, ao passar o ∅ do pino retrator de 2,8 mm para 3,1 mm, o tempo médio de enchi-mento passa de 3,275 s para 5,575 s. Gra-ficamente, tem-se:

Média NÍVEL: P (+)

Os resultados mostram que quando “P: ∅ do pino retrator” está no nível (-), a média dos resultados obtidos (testes 1, 3, 5 e 7) é igual a 3,275 s e, quando está no nível (+) (testes 2,4,6 e 8), esta média sobre para 5,575 s.A diferença entre esses dois valores é deno-minada “efeito do parâmetro P: ∅ do pino retrator” e é calculada conforme segue:

Efeito do parâmetro P: ∅ do pino retratorEfeito de P: ∅ do pino retrator = P(+) – P (-) = 5,575s – 3,275s

Pelo gráfico percebe-se que, se o objeti-vo é minimizar a variável de resposta “tem-po de enchimento”, deve-se estabelecer o ∅ do pino retrator em 2,80 mm.

De forma similar, pode-se calcular os efei-tos dos parâmetros “A: ângulo do cone” e “H: altura da face de contato”, conforme segue:

Com base nestes resultados, podemos afirmar que:

ao passar o ângulo do cone de 45° para 60°, o tempo de enchimento tende a diminuir de 4,675 s para 4,163 s, ten-do assim um efeito igual a -0,512 s;

ao passar a altura da face de contato de 8 mm para 12 mm, o tempo de enchimento tende a aumentar de 4,35 s para 4,488 s, tendo assim um efeito igual a 0,138 s.

Isso nos levaria a dizer que a melhor combinação de valores para o projeto do

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Engenheiro mecânico formado pela Escola de Engenharia Mauá, Sérgio Roberto Ribeiro de Souza tem 28 anos de experiência no desenvolvimento de projetos para Gestão Empresarial, possui Certificação Bkack Belt pela ASQ (American Society for Quality) e é sócio-diretor da Quality Way Consultoria.

bico de enchimento é: ∅ do pino retrator igual a 2,8 mm, ângulo do cone igual a 60° e altura da face de contato de 8 mm. Todavia, para fazermos essa afirmação, é necessário avaliarmos as eventuais interações entre os parâmetros de teste. Mas isso fica para a próxima edição. Até lá!

resultados MédIosA: ângulo do cone H: altura da face de contato

Média nível (-)

Média nível (+)

EfeitosE(A) = 4,163 – 4,675 = 0,512 s

E(A) = 4,488 – 4,35 = 0,138 s

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cOluna rH

Este é um tema sobre o qual, com certeza, algumas em-presas não gostam de falar devido à falta de tato e cuida-do nos momentos em que

um funcionário precisa ser desligado. Existem organizações que aplicam

entrevistas de desligamento somente com os profissionais que pedem de-missão, por acreditarem que os recentes desligados não apresentarão devida-mente seus pensamentos por se senti-rem frustrados ou magoados. Realmen-te isso pode acontecer, principalmente quando não for um processo justo, ou seja, quando a pessoa é demitida sem o devido respeito, por exemplo, por meio de carta ou e-mail sem uma explicação digna e clara. Tive um gerente que cer-ta vez me disse: “devemos valorizar a empresa, mas não mais do que a vida pessoal. Eu trabalhei 14 anos em uma companhia aérea e dei o sangue para me demitirem por uma carta deixada em cima da mesa onde eu trabalhava”. Ele estava desiludido e frustrado! Mas não interessa expor o que acontece de errado, vamos falar de atitudes respon-sáveis que as empresas podem adotar com tranquilidade para serem merece-

demissão ResPonsável não deve seR uma atitude e sim uma oBRigação

doras de elogios e até de premiações. No ano 2000, uma das maiores empre-

sas de telecomunicações do Brasil preci-sou fazer uma grande reestruturação e demitiu mais de 5 mil pessoas. A com-panhia decidiu criar um programa de de-missão responsável, oferecendo um bom pacote de benefícios e contando com

uma assessoria em diversos assuntos para apoiar os desligados. É importante dizer que a empresa organizou vários grupos de interesses para apoiar as ações e promoveu um importante programa de comunicação para todos saberem o que estava acontecendo. Outro dado interessante foi que os ex-funcionários

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Cynthia Chazin Morgensztern é psicóloga e coach graduada pela Universidade Mackenzie, além de pós-graduada em Gestão Estratégica de Pessoas e com MBA em Gestão Educacional. Possui dois tí-tulos de educação continuada na Faculdade Getúlio Vargas nas áreas de administração e economia e acu-mula 15 anos de experiência na área de Recursos Humanos de empresas nacionais e multinacionais.Site: www.primeirovoce.com E-mail: [email protected]

que tinham a intenção de se tornarem empreendedores conseguiram um forte apoio para iniciar o próprio negócio e hoje, 14 anos depois, um número deles se tornaram grandes empresários. En-tretanto, esta empresa somente decidiu tomar tal atitude devido a um grande problema ocorrido dois anos antes, quando ela demitiu pessoas de forma imprudente e incoerente. Então, eu per-gunto: é preciso sempre aprender com os próprios erros? Vale à pena comentar que devido aos constantes processos de fusões, aquisições ou reestruturações, algumas empresas, independentemente de seu porte, desligaram ou precisarão demitir diversas pessoas. Muitas delas trabalharam durante anos e dedicaram boa parte da vida a estas empresas, e mal sabem elaborar um currículo ou procu-rar um emprego.

Alguns passos podem tornar o pro-cesso mais “suave” e menos “constran-gedor” tanto nos casos individuais quanto nos coletivos:

1 para situações de grandes desligamen-tos, elabore um bom plano de comu-

nicação, tranquilize as pessoas fazendo-as entender que é um processo, alguns sofre-rão, mas receberão importante apoio;

2 envolva a gestão, que necessitará de-mitir o profissional da área, e o RH,

e não deixe que apenas um deles faça o processo. O profissional se sentirá mais confortado e acolhido;

3 elabore um manual com dicas sobre recolocação, com sites de busca de

empregos e informações sobre como elaborar um currículo, se comportar em entrevistas, etc.;

4 avalie se realmente uma pessoa pre-cisa ser demitida ou se é possível

realoca-la em outra área ou divisão;

5 no casos de executivos, contrate con-sultorias especializadas para auxiliá-

-los no processo de recolocação, já que é bem mais complicado para estes profis-sionais retornarem para o mercado;

6 para quem deseja abrir o próprio negó-cio, busque apoio do SEBRAE e outras

instituições que poderão dar suporte à pessoa em seu novo modelo de vida;

7 aplique a entrevista de desligamen-to “oral” com os demitidos e foque

no que precisa ser melhorado para que o processo seja mais produtivo.

Por último, recorde uma informação que aprendemos desde crianças: deve-mos respeitar qualquer pessoa, indepen-dentemente de sua classe social, raça, cor, religião, etc. Ninguém sabe o dia de ama-nhã, então se a sua empresa se mostrar socialmente responsável especialmente neste “tema”, ela certamente será mais desejada pelos consumidores e por pro-fissionais talentosos que poderão “esco-lher” a empresa para trabalhar.

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cOluna sEgurança

Entende-se por sinalização de segurança aquela que está relacionada com um objeto, uma atividade ou uma determinada situa-

ção, suscetível de provocar riscos ao tra-balhador e tem como objetivo alertar e comunicar a existência de uma fonte de risco que possa expor o trabalhador e/ou patrimônio (equipamentos e edifí-cios) a danos físicos.

Sinalização de segurança é um assunto de extrema importância e, sem dúvida, uma das medidas mais importantes de pre-venção de riscos, uma vez que desenvolve e estimula a atenção de todos aos riscos existentes nos locais de trabalho e também

a imPoRtância da sinalização de seguRança

oferece informações e/ou instruções sobre procedimentos adequados a serem segui-dos em determinadas situações. A priorida-de de um projeto de sinalização é transmitir a todos, de forma resumida, clara e objetiva, as informações desejadas.

Essas comunicações podem ser re-alizadas de diversas maneiras e incluir o uso de placas com formas e cores ca-racterísticas, sinais luminosos, acústicos ou pode, até mesmo, se dar por meio de comunicação verbal ou gestual.

Existe sinalização cuja função é orien-tar, indicar o caminho a ser percorrido pelo usuário ao seu destino. Trata-se, em suma, de uma sinalização orienta-dora, a exemplo da sinalização de um

aeroporto, de uma rodoviária, etc. Ou-tro tipo de sinalização tem a tarefa de alertar as pessoas diante de uma situa-ção de risco. Poderíamos denominá-la de sinalização preventiva, pois permite ao trabalhador evitar a ocorrência de um possível acidente.

Para sinalizar com objetividade, efi-cácia e clareza, são utilizados recursos auxiliares de fundamental importância como pictogramas (sinais ou símbolos) e cores. Os pictogramas obedecem ao sistema internacional padronizado de pictogramas, aceitos no mundo inteiro, para comunicar riscos e ações sem o uso das palavras, facilitando a compre-ensão e memorização.

sIgnIfIcados e aPlIcações das cores na sInalIzaçãocor sIgnIfIcado IndIcações

Vermelho

Proibição Atitudes inadequadas/incorretasemergência - Alarme Stop, pausa, dispositivos de corte de emergênciaMaterial e equipamento de combate a incêndios

indicação e localização

Amarelo ou amarelo-alaranjado Aviso Atenção, precaução, verificação

Azul obrigaçãoComportamento ou ação específica, obrigação de utilizar equipamentos de proteção individu-al (ePi)

VerdeSalvamento ou socorro

Portas, saídas, vias, material, postos, locais específicos

Segurança regresso à normalidade

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Soluções para Ferrugem

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Com 10 anos de experiência como engenheira de segurança do trabalho, em empresas de grande porte, Daniela Atienza Guimarães é diretora adjunta da APAEST (Associação Paulista de Engenheiros de Segurança do Trabalho) e docente do curso de Engenharia de Segurança do Trabalho da FEI (Faculdade de Engenharia Industrial).

Os dispositivos de sinalização devem: atrair a atenção dos trabalhadores; dar conhecimento do risco com ante-

cedência suficiente para que o trabalha-dor possa atuar;

ter uma única e clara interpretação, evitando confusões de interpretação;

indicar a maneira correta de atuar em cada caso;

ser instalados em locais bem ilumina-dos, com altura e posição apropriadas;

precisam ser confeccionados em mate-riais resistentes a choques, intempéries e agressões do meio ambiente;

Existem atualmente alguns requisi-tos a serem considerados no desenvol-vimento de um símbolo de segurança

como, por exemplo: possuir contornos fortes para atrair a

atenção; ser simples e de fácil entendimento; ser completo e não em parte; não possuir duplo sentido; ser simétrico, se possível.

asPectos legaIsA Norma Regulamentadora NR-26 –

Sinalização de segurança – tem por ob-jetivo fixar as cores que devem ser usadas nos locais de trabalho para prevenção de acidentes, identificando os equipamentos de segurança, delimitando áreas, identi-ficando as canalizações empregadas nas indústrias para a condução de líquidos e gases e advertindo contra riscos.

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EntrEvista

aPlicação de tecnologias e metodologias caPazes de geRaR inovação em PRojetos de inFRaestRutuRa

Em entrevista concedida à Engeworld, Ricardo Yogui, diretor da Associa-ção de Empresas e Pro-fissionais de Automação

de Projetos de Engenharia (AUTEC), uma instituição civil sem fins lucrativos destinada à promoção do intercâmbio de informações entre profissionais e em-presas sobre tecnologias, metodologias e sistemas aplicados ao ciclo de vida de projetos e empreendimentos industriais e de infraestrutura, fala sobre a impor-tância para as organizações que atuam nos grandes projetos de infraestrutura da adoção de uma política de gestão para a inovação.

Yogui, que atua há mais de 25 anos na área de Processos de Gestão & Ino-vação, é engenheiro automobilístico, mestre em administração pelo Institu-to Brasileiro de Mercado de Capitais do Rio de Janeiro (IBMEC-RJ) e tem MBA em gestão empresarial pela Fun-dação Getúlio Vargas do Rio (FGV--RJ). Atualmente é sócio-diretor da Ryo Consulting e professor na Ponti-fícia Universidade Católica (PUC), do Rio, e no Instituto Brasileiro de Merca-

do de Capitais (Ibmec), onde ministra aulas para os cursos de CBA e MBA. Sua linha de pesquisa e área de interes-se estão voltadas para a inovação, aliada às melhores práticas e metodologias para projetos colaborativos. Para ele, o grande desafio da inovação dos proje-tos de infraestrutura é a implantação de

tecnologias capazes de realizar a análise da “construtibilidade” neste tipo de em-preendimento, ou seja, capazes de avaliar a aplicação do melhor uso possível dos conhecimentos de construção e a expe-riência em planejamento, engenharia, suprimentos e operações de campo para atingir todos os objetivos de projeto.

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engeWorld – Como nasceu a ideia de uma comunidade nacional de

automação de projetos? YoguI – A AUTEC nasceu da neces-sidade da comunidade nacional de engenharia, construção e operação de empreendimentos industriais e de in-fraestrutura criar um fórum para deba-ter as melhores práticas para a adoção de tecnologias e metodologias capazes de gerar inovação em projetos de capi-tais e posteriormente em sua operação e manutenção, alinhando-se às prin-cipais iniciativas globais que têm este mesmo objetivo.

da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro), a AUTEC promoveu o primeiro fórum brasileiro de interopera-bilidade de informações de engenharia – ISO 15926, e convidou palestrantes nacionais e internacionais para um am-plo debate sobre a importância da infor-mação de engenharia no ciclo de vida dos empreendimentos, ganhando maior visibilidade nacional.

engeWorld – Qual é a importância do processo coletivo nesse contexto? Como isso pode ser levado para um ambiente de trabalho competitivo?YoguI – A nova realidade de proje-tos tem como conceito o global e o distribuído, ou seja, com a globalização e a evolução das tecnologias para a realiza-ção de projetos via internet, eles tendem, cada vez mais, a ser feitos de forma global por diferentes organizações espalhadas ao redor do planeta. As empresas que não se adequarem a esta realidade, estarão fada-das a ter um papel secundário ou, até mes-mo, sucumbir frente a organizações mais bem preparadas. Além disso, para que esta nova realidade de projeto seja viável, as or-ganizações devem focar prioritariamente em seus processos antes de investir em tecnologia. Neste sentido, a AUTEC tem um papel fundamental, pois gera uma nova cultura de projetos no Brasil.

engeWorld – Quais as tecnologias e metodologias que a AUTEC vem focando? Como elas estão sendo apli-cadas nos projetos de infraestrutura?YoguI – Buscamos estar alinhados com organizações irmãs internacionais como a Fiatech, SPAR e PCA, entidades que vêm trabalhando temas como

Antes desta iniciativa, muitos profis-sionais desse segmento consideravam como sendo inovação a simples adoção de uma tecnologia, sem explorar a sua contextualização e seus impactos nos processos das organizações, nem nas fases anteriores e posteriores de projeto.

Em 2010, em parceria com o Tecgraf/PUC-Rio (Instituto de Desenvolvi-mento de Software Técnico-Científico

A AUTEC nasceu da necessidade da comunidade nacional de engenharia, construção e operação de empreendimentos industriais e de infraestrutura

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interoperabilidade de informações de engenharia, tecnologias de captura de informações técnicas e gestão integrada de operações de ativos. Assim, troca-mos informações com estas entidades para poder trazer para o Brasil temas relevantes que possam contribuir com o sucesso dos projetos e que, posterior-mente, possam dar maior efetividade na operação e manutenção destes ativos no período pós-construção. Além disso, te-mos a preocupação de contextualizar as discussões para a realidade das deman-das e necessidades de projetos nacionais. Assim, contribuímos para a adoção des-tas tecnologias e metodologias pela co-munidade nacional de projeto.

considerada uma inovação. Por isso, o mapeamento de processos

é fundamental, pois identifica gargalos ou potenciais oportunidades de redese-nho dos processos atuais para otimizar recursos e maximizar resultados. O ma-peamento dos processos de engenharia de projetos industriais e de infraestrutu-ra é o grande desafio atual do mercado nacional. Mas uma vez elaborado, novas métricas de desempenho de projetos po-dem ser estabelecidas e novos indicado-res podem ser adotados para mensurar avanços físicos nesses tipos de projetos.

engeWorld – As empresas que adotam modelos de negócios inova-dores ou que desenvolvem projetos considerados inovadores estão sempre ligadas a práticas específicas de gestão e processos? É possível ter sucesso sem uma prática de gestão ou de processos bem definidos?YoguI – Costumo dizer que a inovação é um processo e não um evento aleató-rio. Assim, as organizações que estabele-cem uma política de gestão de inovação conseguem gerar um fluxo constante de iniciativas que são trabalhadas no que chamamos de funil de inovação, promo-vendo e reconhecendo as iniciativas que efetivamente se transformam em inova-ção ao final do processo. Tal política de-pende do apoio da alta gestão da organi-zação e de um ambiente organizacional favorável à flexibilidade e ao incentivo do trabalho coletivo. Assim, sem todos esses cuidados, uma ação pontual bem--sucedida não pode ser considerada uma inovação, é apenas um lance de sorte, e no ambiente corporativo, não podemos ficar reféns exclusivamente do compo-nente sorte para termos sucesso.

engeWorld – Quais são os gran-des desafios para a inovação e a tecnologia brasileira em projetos de infraestrutura?YoguI – Do ponto de vista tecnológico, acreditamos que as ferramentas estejam mais ou menos acessíveis para as organi-zações que atuam nos grandes projetos de infraestrutura nacional, mas o cerne da questão é: estamos tirando o melhor proveito destas tecnologias? Talvez, o grande desafio seja analisar se os fatores humanos e tecnológicos estão bem ali-nhados para que a tecnologia possa gerar mudanças nos processos tradicionais e como as tecnologias deveriam ser adota-das sob esta óptica.

Deste modo, novas perspectivas para processos sequenciais dariam espaço para atuações mais dinâmicas e com maior interação entre os atores do pro-jeto, que não precisariam ficar reclusos a uma fase específica de projeto e pode-riam analisar os impactos de possíveis mudanças de escopo em tempo real.

Parte deste processo é definido como construtibilidade, que é o ótimo uso dos conhecimentos de construção e a experiência em planejamento, en-genharia, suprimentos e operações de campo para atingir todos os objetivos de projeto. Talvez, este seja o grande desafio da inovação dos projetos de infraestrutura: usar a tecnologia para efetivamente conseguir implantar a análise da construtibilidade neste tipo de empreendimento.

engeWorld – Vocês já tentaram mensurar de alguma maneira os resultados obtidos pelas empresas associadas após a promoção de fóruns e discussões?

engeWorld – Muito se fala hoje sobre inovação, mas o que realmente pode ser considerado uma inovação?YoguI – Muitos confundem tecnologia com inovação. Mas baseado nos concei-tos clássicos, somente será considerado inovação as iniciativas que efetivamente geram valor para a empresa. Em outras palavras, se houver alto investimento em tecnologia e ela não gerar resultados efe-tivos para a empresa, ela não poderá ser

Temos a preocupação de contextualizar as discussões para a realidade das demandas e necessidades de projetos nacionais

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YoguI – Estamos trabalhando nisso. Uma das iniciativas que estamos de-senvolvendo, de forma preliminar, é

apoiar as organizações no estabeleci-mento de novas métricas de desempe-nho baseadas nos conceitos abordados nos fóruns promovidos pela AUTEC. Antigamente, por falta de tecnologia, fazia sentido medir o desempenho de uma empresa de engenharia por meio da emissão mensal de documentos (baseado no formato do papel), mas, nos dias de hoje, a métrica pode ser outra como, por exemplo, a consis-tência da informação gerada ao longo de fases específicas de projeto, o que ajudaria na rastreabilidade de erros e daria maior agilidade à sua correção.

engeWorld – Na sua opinião, o empresário brasileiro é inovador?

YoguI – No ambiente de projetos de engenharia tenho visto vários empre-endedores brasileiros atuando de for-ma a oferecer soluções tecnológicas para apoiar as empresas nacionais e internacionais em empreendimentos de infraestrutura e industriais. Apesar de encararem várias dificuldades, mui-tos conseguem se estabelecer e ganhar visibilidade nacional. Ainda falta uma maior projeção internacional, mas será uma questão de tempo para que eles possam atuar mais globalmente. Acredito bastante nas parcerias tec-nológicas entre empresas nacionais e multinacionais para atuarem conjun-tamente e de forma complementar, e não de forma competitiva.

tenho visto vários empreendedores brasileiros atuando de forma a oferecer soluções tecnológicas para apoiar as empresas nacionais e internacionais em empreendimentos de infraestrutura e industriais

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sOldagEm

ligações soldadas e aPaRaFusadas

A soldagem é um processo amplamente utilizado na junção de materiais e permite a execução de uniões com geometrias

complexas. Na engenharia, este proces-so tem grande aplicação na construção metálica para fabricação de perfis (vigas I, H) soldados.

Alguns cuidados especiais devem ser tomados nas construções em que as liga-ções dos elementos estruturais de monta-gem são feitas por solda, pois elas podem gerar problemas insolúveis como falta de prumos e desalinhamentos, além da própria solda poder apresentar qualidade reduzida. Pode-se inclusive afirmar que o procedimento de montagem evidência a “ausência” ou “presença” de um profissio-nal competente atuando na obra.

As ligações devem ser utilizadas de forma a transmitir as cargas atuantes às peças e restringir as deformações na es-trutura a limites admissíveis e podem ser classificadas como permanentes ou des-montáveis, também chamadas de remo-víveis. As permanentes são executadas com rebites e solda, as removíveis, com parafusos e pinos.

As mais utilizadas são as ligações sol-dadas e aparafusadas, pois os rebites

estão em desuso e os pinos são restritos apenas a casos especiais.

ParafusosA utilização dos parafusos está limita-

da às ligações de campo, devido ao custo elevado da furação das peças e do pró-prio parafuso. Já as ligações soldadas são usadas mais frequentemente em oficinas e fábricas.

Os parafusos apresentam cabeça sex-tavada e classificam-se em:

parafusos comuns ou pretos: uti-lizados em estruturas leves e peças de menor importância estrutural. Também são conhecidos como parafusos de tole-rância grossa;

parafusos usinados ou de tolerância fina: apresentam custo elevado e são em-pregados em estruturas sujeitas a cargas

artigo

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dinâmicas como vigas de rolamento e pontes ferroviárias;

parafusos de alta resistência: usados em ligações que transmitem cargas está-ticas e dinâmicas. Resistem aos esforços de cisalhamento transmitidos por atrito.

As ligações aparafusadas devem aten-der a uma distância mínima entre as li-nhas de centro dos furos, que não deve ser inferior a 2,7d, sendo “d” igual ao di-âmetro nominal do furo. Já a distância mínima a partir do centro de um furo a qualquer bordo deve ser consultada na NB-14, que apresenta outras limitações quanto as distâncias referidas.

soldageMA aplicação da soldagem nas estrutu-

ras de aço em vez das ligações aparafusa-das ou rebitadas resulta em peças e estru-turas mais leves e econômicas.

As ligações soldadas em campo apre-sentam, no entanto, uma série de neces-sidades como local apropriado, andai-mes, proteção contra vento e chuva, e controle da qualidade da solda.

Em estruturas metálicas, emprega-se o processo de soldagem por fusão, no qual as peças a serem unidas são aquecidas até seu ponto de fusão, e a ligação das mes-mas é realizada diretamente ou por meio da adição de um material adequado ao preenchimento do espaço existente en-tre as peças.

solda a arco elétrIcoCom a formação de um arco voltaico

entre a peça e o eletrodo, o material-base é aquecido até uma temperatura de cer-ca de 400°C, de modo que suas bordas se fundem. A ponta do eletrodo se fun-

de ao mesmo tempo, pingando sobre o material-base. Ambos se misturam e pre-enchem a junta de soldagem.

Este tipo de união permite versatilidade de posições de soldagem, que pode ser plana, horizontal, vertical e sobre cabeça.

Entre os processos de soldagem a arco elétrico mais usuais, destacam-se:

soldagem manual por eletrodos nus ou revestidos: é o processo no qual toda a operação é executada e controlada ma-nualmente, seu campo de atuação são as montagens das estruturas em obra;

soldagem por fluxo ou arco submer-so: sua utilização está restrita à soldagem na posição plana, destinando-se às opera-ções executadas em fábrica. O processo consiste na utilização de um tubo que de-posita o fluxo automaticamente na junta. Dentro do fluxo é introduzido o arame de solda. Uma vez que o arco é aceso, ambos (fluxo e arame) se fundem transforman-do-se em uma escória protetora. As bor-das da junta se fundem ao eletrodo, que vai preenchendo a junta de solda.

soldagem com proteção de gases: este processo consiste na proteção do material fundido por meio da aplicação de gás carbônico. Ele apresenta como vantagens capacidade para amperagem elevada, solda sem poros, possibilidade de grande penetração e da soldagem de todos os tipos de aços estruturais. Como desvantagem, apresenta mordeduras junto à solda que reduzem as tensões ad-missíveis em peças sujeitas à fadiga.

Outro processo de soldagem usual é por resistência, bastante empregada em construções leves, onde são feitas liga-ções por pontos, e na ligação de vigas mistas de aço-concreto.

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infOgrafia

PRodução do etanol 1 e 2gA principal diferença entre o etanol de primeira (1G) e segunda geração (2G) é a matéria-prima. Enquanto o primeiro é

produzido a partir do caldo de cana, o segundo pode ser feito a partir da celulose da planta.

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canaA colheita da cana-de-açúcar

ocorre de forma 100% mecanizada entre os meses

de março e dezembro.

MoageMA cana é moída e

transformada em bagaço. Seu caldos segue para o processo

de fermentação e bagaço para pré-tratamento.

Pré-trataMento do BagaçoA matéria-prima é inserida em

um reator, onde sua estrutura é rompida em fibras de celulose,

hemicelulose e lignina.

HIdrÓlIse enzIMátIcaAs enzimas atuam como catalisadores na quebra da celulose e hemicelulose em açúcares mais simples de serem

fermentados. A lignina, que não contém açúcares, é descartada.

ferMentaçãoA sacarose do caldo da cana, a celulose

e a hemicelulose têm açúcares distintos e são fermentados em

tanques separados. Os açúcares são transformados em etanol pela ação

de micro-organismos geneticamente modificados (leveduras).

destIlaçãoProcesso de purificação do etanol, tornando-o próprio

para uso.

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