revista engeworld janeiro 2014

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Ano 2 Número 13 2014 SUSTENTABILIDADE O papel dos engenheiros e arquitetos no manejo da água das chuvas em centros urbanos (pág.48) MECÂNICA ENTREVISTA Márcio Orofino explica o conceito, a importância e as perspectivas das edificações sustentáveis no Brasil (pág.34) TRACEAMENTO ELÉTRICO PARA TUBULAÇÕES CONHEÇA SUAS VANTAGENS, OS PRINCIPAIS TIPOS DE CABOS E A IMPORTÂNCIA DO CONTROLE E MONITORAMENTO Entenda como funcionam os condensadores de superfície (pág22)

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Revista Engeworld Tecnologia e Inovação para o seu Projeto Engenharia

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Page 1: Revista Engeworld Janeiro 2014

Ano 2 • Número 13 • 2014

SUSTENTABILIDADEO papel dos engenheiros e arquitetos no manejo da água das chuvas em centros urbanos (pág.48)

MECÂNICA

ENTrEvISTA Márcio Orofino explica o conceito, a importância e as perspectivas das edificações sustentáveis no Brasil (pág.34)

TrACEAMENTO ELÉTrICO PArA TUBULAÇÕESCONhEÇA SUAS vANTAgENS, OS PrINCIPAIS TIPOS DE CABOS E A IMPOrTÂNCIA DO CONTrOLE E MONITOrAMENTO

Entenda como funcionam os condensadores de superfície (pág22)

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Esta edição é uma edição muito especial para a equipe da Revista Engeworld. Afinal, ela marca o primeiro aniversário da revista. Esse aniversário leva-nos a refletir sobre o andamento da Engeworld em seus primeiros doze meses.

A primeira edição da revista foi lançada em janeiro de 2013, exatamente um ano atrás. Seu editorial apontava o objetivo da publicação: preencher a lacuna de conhecimentos técnicos existente na engenharia de projetos, sendo a primeira revista nacional voltada para o dimensionamento de soluções para o setor. De lá para cá, a Engeworld trouxe notícias, artigos técnicos, infográficos, entrevistas e colunas sobre os mais variados temas, em todas as áreas da engenharia — civil, mecânica, elétrica, de instrumentação e de tubulação, entre outras.

Se a Engeworld conseguiu completar seu primeiro ano de publicação, isso se deve a todos os nossos leitores, a todas as empresas de engenharia que recebem e distribuem a revista, aos fabricantes que confiaram nesse projeto e ajudaram que outros conhecessem a revista e a todos os autores que colaboraram enviando seus textos e assim compartilhando seus conhecimentos com todos os leitores EPCistas. A todos vocês, nossos mais profundos agradecimentos.

Ficamos felizes e orgulhosos em saber que, em apenas um ano, a Engeworld tornou-se um meio de comunicação conhecido e reconhecido no mercado de engenharia do País. Aproveitamos esse reconhecimento para salientar nosso compromisso em fazer da publicação um eficiente canal de comunicação entre a engenharia e os fornecedores. Estamos sempre abertos a receber sugestões de pautas e reivindicações das necessidades de informação no setor bem como críticas ou elogios.

Para nossa primeira edição deste segundo ano de existência, damos início a uma nova seção: “Sustentabilidade” — qualidade fundamental em qualquer projeto atual de engenharia. Nesta edição, o artigo sobre o tema diz respeito ao papel central dos arquitetos e engenheiros no manejo das chuvas nas cidades, diminuindo os problemas urbanos e os incontáveis casos de sofrimento e perda.

A sustentabilidade, por sinal, também é tema da entrevista da presente edição, feita com o engenheiro civil Márcio Orofino, sócio-fundador da ENE Consultores. Auditor-líder em Sistemas de Gestão Ambiental ISO 14001, Orofino explica o que caracteriza uma edificação sustentável e a importância da sustentabilidade para nosso setor.

Outros artigos e colunas abordam temas igualmente importantes, como os principais critérios que devem ser levados em consideração na escolha dos guindastes, o que é o traceamento elétrico para tubulações e os principais tipos de cabo para esse traceamento, e como definir o sensor industrial correto a ser aplicado em cada projeto. Também tratam da inovação e aplicações dos sistemas de controle autoconscientes, bem como da relação custo-benefício da automação industrial, dos custos reais associados ao ambiente de trabalho e, dessa forma, a importância de estarmos sempre atentos às práticas de segurança.

Mais uma vez, agradecemos a todos vocês por terem nos acompanhado no primeiro ano de Engeworld. Esperamos que continuem conosco por este segundo ano e pelos outros anos que virão.

Boa leitura!

EDITOrIAL

Um ano de ‘Engeworld’: o que foi feito e o que vem por aí

Sandra L. WajchmanPublisher

Ano 2 • Número 13 • 2014

SUSTENTABILIDADEO papel dos engenheiros e arquitetos no manejo da água das chuvas em centros urbanos (pág.48)

MECÂNICA

ENTrEvISTA Márcio Orofino explica o conceito, a importância e as perspectivas das edificações sustentáveis no Brasil (pág.34)

TrACEAMENTO ELÉTrICO PArA TUBULAÇÕESCONhEÇA SUAS vANTAgENS, OS PrINCIPAIS TIPOS DE CABOS E A IMPOrTÂNCIA DO CONTrOLE E MONITOrAMENTO

Entenda como funcionam os condensadores de superfície (pág22)

www.engeworld.com.br

A Revista Engeworld é uma publicação mensal e dirigida aos profissionais de projetos da engenharia brasileira

Publisher Sandra L. [email protected]

Editor e Jornalista ResponsávelAmorim Leite MTb 14.010 – SP [email protected]

ReportagemFernando Saker e Thiago Borges

ColunistasCynthia Chazin Morgensztern,Sérgio Roberto Ribeirode Souza e Daniela Atienza Guimarães

PublicidadeAlex MartinTelefone: (11) 5539-1727Celular: (11) [email protected]

Fernando PolastroTelefone/Fax: (11) 5081-6681Celular: (11) [email protected]

Direção de ArteEstúdio LIA / Vitor Gomes

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notícias 32 gestão de projetos

34 entrevista

40 coLUna rH

42 coLUna segUrança

44 corrosão

46 coLUna qUaLidade

48 sUstentabiLidade

50 infografia

MecÂnica - artigo

civiL – artigo

controLe e aUtoMação

aUtoMação - artigo

eLétrica – artigo

instrUMentação – artigo

organização e comunicação: habilidades cruciais para gerentes de Projeto

edificações sustentáveis no Brasil

aproveite o início de ano para refletir e repensar estratégias. É produtivo e traz resultado!

Custos reais associados ao acidente de trabalho e a importância das práticas de segurança

Uso de softwares Cad/CaM para a programação de robôs industriais

a dissonância cognitiva

o manejo das chuvas e o papel central dos arquitetos e engenheiros

os percursos do vidro plano

Condensadores de superfícies

Guindaste: fazendo a escolha certa

O futuro das máquinas: sistemas de controle autoconscientes

Custo ‘versus’ benefício da automação industrial

Fique por dentro do que acontece no mundo da engenharia

O que é o traceamento elétrico para tubulações?

Como definir qual o sensor industrial correto a ser aplicado

ÍNDICE

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Centro de pesquisas da petrobras Completa 50 anosNo dia 4 de dezembro, houve a cerimônia de comemoração dos cinquenta anos do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes). O evento, realizado na Ilha do Fundão, no Rio de Janeiro, contou com a presença da presidente da Petrobras, Maria das Graças Silva Foster, que aproveitou a ocasião para inaugurar o Espaço Tecnologia Antônio Seabra Moggi — homenagem, in memoriam, ao primeiro superintendente do Cenpes.Em seu discurso, a presidente da Petrobras destacou a importância do Cenpes para a história e para o futuro da companhia. “Somos respeitados pelo nosso saber, pelo nosso conhecer e por sabermos lidar com desafios e com o desconhecido”, afirmou, frisando ainda o valor dos resultados e da redução de custos para a manutenção da competitividade da Petrobras.Na cerimônia, Maria das Graças também deu posse ao novo gerente-executivo do Cenpes, André Lima Cordeiro. Ao receber o novo crachá da presidente, Cordeiro também ressaltou o papel do centro de pesquisas para o futuro da empresa, falando sobre o desafio da Petrobras de dobrar a produção nacional de petróleo até o ano de 2020.

Fortaleza Conta Com primeiro estádio da Copa 2014 Com CertiFiCação leedLocalizada na capital cearense, a Arena Castelão é a primeira da Copa do Mundo 2014 — e também da América do Sul — a conquistar a certificação Leadership in Energy and Environ-mental Design (Leed) — Liderança em Design Energético e Ambiental) de impacto ambiental, concedida pelo Green Building Council. A Otec, em-presa que presta serviços de consultoria para a construção civil, atuou junto à equipe de projeto e obra para alcançar a certificação ambiental.“A Arena Castelão trouxe uma certeza: é o primeiro estádio da América do Sul a conquistar uma certificação ambiental cuja origem tem idoneidade inques-

Foto: Agência Petrobras

Foto: Divulgação/SecopaC

E

NOTÍCIAS

tionável”, afirma o arquiteto David Douek, diretor da Otec. Segundo ele, o envolvimento da equipe do Castelão foi exemplar tanto no que diz respeito à disponibilidade de recursos como no comprometimento para o alcance das metas propostas.O arquiteto também destaca que a construção, de acordo com critérios de sustentabilidade, permitirá ao estádio

reduzir gastos com recursos naturais como água e energia, principalmente frente à realização dos eventos previstos durante e após a Copa do Mundo. “A expectativa é que o estádio sirva de referência para outros prédios públicos no que diz respeito à gestão dos recur-sos ambientais durante a construção e também durante a operação do edifício”, comenta Douek.

Criado em 4 de dezembro de 1963, com o papel de antecipar e prover as soluções tecnológicas necessárias aos negócios da Petrobras, o Cenpes encontra-se instalado em uma área total de 300 mil m2, na Cidade Universitária, no Rio de Janeiro. Atualmente, conta com mais de duzentos laboratórios, além de plantas experimentais e um núcleo de visualização e colaboração voltado para simulação, interatividade e imersão em diversos processos da indústria de energia.

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NOTÍCIAS

Campeonato naCional de operadores de máquinas de Construção tem Final em soroCabaA cidade de Sorocaba (SP) recebeu, no dia 14 de dezembro, a etapa final nacional do Rodeio Skid Case, campeonato de operadores de minicarregadeiras realizado pela primeira vez no Brasil, com o objetivo de valorizar a profissão e contribuir na formação de mão de obra, em falta no País. A competição entre operadores de máquinas de construção já é uma tradição da Case Construction nos Estados Unidos e na Europa.A etapa final reuniu os sete operadores finalistas das etapas de São Paulo, Ceará, Bahia, Mato Grosso, Pará, Paraná e Minas Gerais. As provas da etapa final foram as mesmas realizadas nas etapas regionais. “Elas foram formuladas para lembrar uma competição esportiva, inspiradas nas corridas de carros e em jogos como o futebol, o basquete, o boliche e o tênis. Na preparação para estas provas, os operadores ganham habilidade, técnica e um conhecimento avançado da máquina”, explica o gerente de Marketing da Case, Carlos França.O vencedor foi Rodrigo Collere, da empresa Rodrigo Collere Terraplanagem, de Campo Limpo do Sul, no Paraná, que ganhou R$ 20 mil em barras de ouro, mais uma minicarregadeira Skid Case modelo SR250, com preço de R$ 125 mil.

projeto integrado ligará suzano ao porto de santosEm entrevista coletiva promovida em 27 de novembro, o prefeito da cidade de Suzano (SP), Paulo Tokuzumi, apresentou o projeto ViaMar – Complexo Multimodal. Produzido pela Contern, o projeto integra uma rodovia de conexão do trecho Leste do Rodoanel com o Porto de Santos e o litoral Norte: o trajeto parte de uma grande ligação entre o grande anel viário do Estado, a Estrada dos Fernandes, em Suzano, e a Rodovia Índio-Tibiriçá. Serão apenas 36 km de rodovia.O projeto prevê a construção de plataformas logísticas em pontos estratégicos, que deverão reunir um conjunto de recursos, sistemas e operações para fazer o transbordo de cargas com agilidade e notável eficiência. Com isso, segundo Tokuzumi, Suzano será o maior centro logístico da América Latina.Durante a coletiva, o prefeito de Suzano explicou que a rodovia terá condições associadas para operar diferentes meios de transporte, dando ênfase aos veículos de carga e, posteriormente, de trilhos. Os processos de construção dessa nova estrada serão inovadores, porque é preciso garantir a viabilidade técnica e equilíbrio ambiental em uma região extremamente complexa da Serra do Mar.A nova rodovia terá enquadramento classe zero, com duas pistas de três faixas de trânsito por sentido e velocidade diretriz de 120 km/h. Na baixada, ela cruzará a Rodovia Cônego Domenico Rangone, próxima ao acesso à Ilha Barnabé, e seguirá ao nível do solo até entrar em um túnel submerso que atravessará o canal do porto e fará a ligação com a avenida portuária.

Foto: Gaspar Nóbrega Foto: Fernando Araújo

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AUTOMAÇãO

Custo ‘versus’ beneFíCio da automação industrial

Vários conceitos ou interpre-tações podem ser levados em conta quando se pensa em automação industrial. Mas, de modo a definir um

denominador comum, esta reflexão irá considerar o controlador programável (também conhecido como PLC, CLP ou CP no mercado) como marco inicial na cronologia da automação industrial.

Era o ano de 1968 e, mediante uma

artigo

Fernando Gomes CapelariGerente de Marketing Estratégico da Schneider Electric

necessidade apresentada pela General Motors nos Estados Unidos, ocorreu o desenvolvimento do que viria a ser o primeiro controlador programável do mundo, conhecido como Modicon 084. O primeiro benefício inerente tra-zido por esse desenvolvimento foi a flexibilidade. Substituindo a lógica de relés nos painéis de comando por lógica programável residente na memória de um equipamento, ele possibilitou alte-

rar essa mesma coerência conforme as demandas do processo exigidas sem as dificuldades vividas até então.

Uma consequência imediata dessa fle-xibilidade foi a redução de custos, tanto na execução de novos projetos (Capex) como na manutenção de sistemas exis-tentes (Opex). Porém, esses ganhos es-tavam ainda restritos à questão pura das instalações industriais e sua manutenção, sem agregar novos ganhos ao processo em si.

Passada cerca de uma década, perce-beu-se a necessidade de troca de infor-mações entre diferentes células automa-tizadas em uma mesma indústria. Isso fez com que surgissem as redes de comuni-cação de campo, sendo que o primeiro exemplo foi a Modbus, em 1978. O primeiro benefício proporcionado pelos circuitos de comunicação foi permitir o intertravamento de equipamentos por partes de diferentes áreas de uma insta-lação, aumentando com isso a confiabili-dade dos sistemas e montagens.

A constante evolução dos meios de comunicação, que se tornaram cada vez mais rápidos e abrangentes (ampliando o alcance da topologia aplicada à rede) até a adoção da rede Ethernet, iniciada na década de 1990 (exemplo claro de rede que nasceu no mundo de TI e foi adotada pelo universo de TA), ampliou sobremaneira a capacidade de ge-

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ração de dados associados aos processos automatizados, agregando assim o bene-fício da informação em tempo real.

Tamanha quantidade de informa-ção contribuiu diretamente para outro aspecto da automação até agora não abordado: a qualidade do produto final. Mediante diferentes ferramentas desen-volvidas ao longo do tempo para o usu-ário, hoje, o consumidor tem condição de comparar diferentes lotes do mesmo produto, avaliar o desempenho de linhas de produção equivalentes, bem como obter a total rastreabilidade da sua pro-dução — aspecto de enorme importân-cia hoje para algumas indústrias como as de alimentos e medicamentos.

Tais ferramentas respondem pelas funções de operação (interfaces ho-mem-máquina — IHM; ou sistemas de supervisão e controle — Scada), his-toriadores de dados (Pims) e sistemas de execução de manufatura (MES). O MES, por sua vez, cumpre o papel de interligação do chão de fábrica aos sis-temas de planejamento de produção (ERP), completando o que é chamado de integração vertical proporcionada pela automação, ao mesmo tempo que entrega uma visão analítica de cada etapa do processo produtivo com seus corres-pondentes indicadores de desempenho normalmente reunidos sob a designa-ção de OEE (overall equipment effec-tiveness). Dessa forma, as ferramentas desenvolvidas ao longo de 45 anos de história da automação industrial dão hoje completo subsídio para a tomada de decisão ágil e precisa e para pratica-mente todas as áreas da indústria, em particular as de produção e planejamen-to/logística.

De modo imediatamente comple-mentar à pura análise de dados de pro-cesso, a tecnologia de sistemas existente

permite aliar as funções de automação de processos à automação de sistemas elétricos (medidores de energia, prote-ção, etc.), correlacionando as variáveis de processo e de energia e agregando inteligência adicional, tais como:

Consumo de kWh para cada m3 de água entregue à rede de distribuição (em estações de tratamentos de água); Consumo de kWh para cada t de

minério beneficiada em operações de mineração.

Esse tipo de visibilidade contribui di-retamente para um fator de diferencia-ção cada vez mais valorizado pelo merca-do, que é a sustentabilidade. Se é preciso fazer a seleção de fornecedores em que, no processo de avaliação técnica, todos estejam equiparados nos pré-requisitos, a sustentabilidade tem hoje grande peso, tornando-se um importante fator. Qual-quer indústria que não conte em todos os seus processos com o estado da arte em automação industrial não será ener-

geticamente eficiente em sua planta; lembrando que, nesse caso, “energia” implica todo tipo de insumo relevante ao processo, seja eletricidade, vapor ou qualquer outro tipo de matéria-prima.

Mais recentemente, as tendências adotadas pelo mercado estão aplicando as tecnologias de automação para tratar com bastante cuidado das questões re-lativas à segurança, seja de operadores ou de ativos (equipamentos/máqui-nas). Independente da regulamentação existente hoje por força da NR-12 (que visa à adoção dos conceitos voltados à proteção do operador e dos equipamen-tos tanto em novas máquinas como em máquinas existentes), toda a indústria deve estar em busca do objetivo aciden-te zero, que sempre será um importante componente na imagem que o mercado consumidor tem de si próprio.

Levando em conta o papel cada vez mais relevante que a área de suprimen-tos exerce em qualquer organização, é importante destacar o benefício que a

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automação trouxe para o conceito de custo total de propriedade (ou TCO, de total cost of ownership) sobre ati-vos de qualquer indústria. Muitas ve-zes, sistemas automatizados (e que, por consequência, agregam toda a série de benefícios descritos na exposição an-terior), à primeira vista parecem impli-car maior custo inicial de investimento (Capex) sobre sistemas convencionais ou com menor grau de inteligência. Porém, quando se é realmente capaz de identificar todos os ganhos propor-cionados pelas tecnologias de auto-mação industrial, levando em conta a perspectiva de ciclo de vida completo do equipamento em questão (custos associados à operação e manutenção ou Opex), seguramente, a conclusão é favorável ao sistema que conta com o

maior grau de automação embarcada, que obterá assim o menor custo total de propriedade ao longo de todo o ciclo de vida da instalação. É claro que pode sempre existir o ponto ótimo ideal com base, por exemplo, em fatores externos ao equipamento automatizado como na atividade de extração mineral, cujas reservas sempre são finitas no tempo. Pode não fazer sentido ao investidor que o grau de automação embarcado ao equipamento dê a ele uma perspec-tiva de ciclo de vida de operação maior que o próprio tempo de exploração dos recursos presentes na mina. Por outro lado, pode ser um minério de valor agregado tão alto que o maior investi-mento que venha a trazer o melhor de-sempenho operacional e eficiência para a planta faça completo sentido.

Enfim, é inconcebível pensar hoje em qualquer novo investimento que não conte com as vantagens e benefí-cios proporcionados pela automação industrial. Mais do que uma questão de produtividade, trata-se de uma questão de competitividade que, aos olhos dos consumidores finais, engloba também a imagem da companhia sobre os as-pectos de sustentabilidade e atenção à sociedade que nos rodeia.

Em grande medida, todos os be-nefícios históricos aqui descritos de-correntes da aplicação de tecnologias de automação industrial se aplicam a qualquer tipo de processo industrial automatizado, seja ele manufatura dis-creta ou processos contínuos; quer seja contando com tecnologia CLP, SDCD ou sistemas híbridos.

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INSTrUMENTAÇãO

Como deFinir qual o sensor industrial Correto a ser apliCado

Diversos tipos de sen-sores são utilizados na indústria, todos com ca-racterísticas diferentes, para variadas aplicações.

Porém, têm um objetivo em comum: a detecção de uma matéria em um deter-minado processo.

artigo

Michael JimenezVictor Toledo PizaEspecialistas de produtos da Turck do Brasil Automação

Diagrama De blocos De um sistema De controle

Controlador Atuador

Sensor

Processo

Sensores são utilizados em aplicações que variam desde o controle de proces-sos até aplicações para segurança de um operador. Portanto, diversos detalhes de-vem ser levados em consideração duran-te o processo de especificação do sensor adequado para cada aplicação.

Algumas perguntas podem auxiliar na definição correta do tipo de sensor a ser utilizado:

Qual é o tipo de material a ser detectado? Onde o sensor será aplicado? Quais características fundamentais esse sensor deverá possuir?

Para a última pergunta, deve ser considerado o tipo de sinal que o sensor deverá fornecer (digital ou analógico), o tipo de chaveamento elétrico desse sensor (Tran-sistor NF ou NA, dois fios...), a distância de acionamento, ou se deve possuir algu-mas características diferenciadas como alta temperatura, alta pressão, resistência a agentes químicos ou alto grau de proteção, por exemplo.

Tipos de sinal de saída digital

Esse tipo de sensor pode assumir somen-te dois valores no seu sinal de saída, os quais podem ser interpretados como zero ou um.

analógico O sinal de saída desse tipo de sensor

varia ao longo do tempo, assumindo valores dentro de sua faixa de operação. Normalmente, os sinais utilizados são 4...20 mA ou 0...10 V. Esse sinal pode variar de acordo com a distância de acio-namento ou com o movimento de um atuador, por exemplo.

pnp

1 bn +

3 bu

3 bk

São sensores com saída transistor chaveando o terminal positivo da fonte.

3 fios pnp

Tipos de chaveamenTo enconTrados em sensores

Vo

lta

gem

De

sa

íDa

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planetarypower.com | [email protected] | +55 11 2387 4707

Constituído de uma tecnologia híbrida, inédita no Brasil, os geradores da Planetary Power funcionam com combustível tradicional ou solar, sugerindo uma energia mais limpa, econômica e confi ável.

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Os sensores Namur têm função semelhante aos sensores convencionais, porém não possuem transistor de chaveamento na saída e trabalham em baixa corrente. São usados em ambientes críticos, potencialmente explosivos.

sensor de proximidade induTivo

sensor de proximidade capaciTivo

npn

3 bu

+1 bn

4 bk

3 fios npn

São sensores com saída transistor chaveando o terminal negativo da fonte.

1

(+)

( )+

4

2 fios corrente contínua

São sensores alimentados com tensão contínua - vão ligados em série com uma carga, chaveando quando ocorre a detecção do objeto.

2 fios corrente alternada

São sensores alimentados com tensão alternada — vão ligados em série com uma carga, chaveando quando ocorre a detecção do objeto.

2

3

2

3

2 fios ac/dc

São sensores que podem ser alimentados com tensão alternada ou tensão contínua, que vão ligados em série com uma carga, chaveando quando ocorre a detecção do objeto.

namursaíDa namur

8 Vcc +-

Os sensores indutivos são equipamen-tos eletrônicos capazes de detectar obje-tos metálicos. Surgiram com o objetivo de substituir as tradicionais chaves fim de curso. A detecção ocorre sem que haja o contato físico entre o sensor e o objeto metálico, não havendo desgaste e aumen-tando a vida útil de ambas as partes.

O princípio de funcionamento é base-ado na geração de um campo eletromag-nético de alta frequência, desenvolvido por uma bobina em um núcleo de ferrite e um circuito oscilador.

Esses sensores podem ser encontra-dos para instalação faceada ou não face-ada no metal. É necessário consultar o datasheet do fabricante para a instalação correta dos sensores.

Faceada

Não faceada

Sensores capacitivos são os que detec-tam qualquer tipo de massa. Portanto, são capazes de detectar a presença de objetos plásticos, líquidos, orgânicos e também os metálicos detectados pelos sensores indutivos. A detecção também ocorre sem que haja contato físico e, além de distância e posição, os capaciti-vos podem medir deformação, espessu-ra, nível em tanques, desgaste ou vibra-ção, por exemplo.

O seu princípio de funcionamento é baseado na variação de capacitância, onde é gerado um campo eletrostático por meio de um oscilador controlado por capacitor. Quando um objeto é de-tectado, o valor da capacitância varia, ocorrendo o chaveamento.

sensor de campo magnéTico

Esses sensores são ativados por cam-pos magnéticos e são adequados espe-cialmente para detecção de pistões em cilindros pneumáticos. Devido ao fato

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de que campos magnéticos podem pe-netrar em metais não magnetizados, esse tipo de sensor detecta imãs permanentes instalados em um pistão por meio do corpo de alumínio do cilindro.

sensor de TemperaTura

de operar máquinas e sistemas com se-gurança e eficiência. Uma solução con-fiável e prática para medição de tempe-ratura são os sensores e transmissores eletrônicos de temperatura (sensores de temperatura). A confiabilidade não é apenas alcançada pela alta precisão e re-petitividade, mas também por diversas opções de interfaces disponíveis entre o processo e o operador.

Em aplicações industriais, a tempe-ratura pode ser medida com termô-metros de resistência ou termopares. Os termômetros de resistência alcan-çam esse objetivo por intermédio de resistências elétricas sensíveis à tem-peratura. Enquanto a resistência das PTCs aumenta com a elevação da temperatura, as NTCs comportam-se de modo contrário.

sensor de pressão

A temperatura é um fator crítico para muitos processos industriais e tem de ser constantemente monitorada a fim

A pressão necessita ser medida e mo-nitorada em aplicações de controle de processos e indústrias de manufatura. Sendo em sistemas padrão ou em am-bientes com condições especiais, cada aplicação requer a solução perfeita para cada aspecto. Materiais de alta quali-dade, variadas conexões mecânicas ao processo, facilidade de programação

Detector de chamaFlameGard® 5 MSIR

Porque toda vida tem um propósito...

FlameGard® 5 MSIR da MSA é um detector de chamas que utiliza um conjunto de sensores multiespectro infravermelho (MSIR) de alta precisão associado a um avançado algoritmo de discriminação de chamas, proporcionando um amplo campo de visão e imunidade superior a alarmes falsos causados por relâmpagos, arco de solda, objetos quentes e outras fontes de radiação.

A MSA possui uma equipe especializada em aplicações e sistemas de Detecção de Chama e Gás, consulte-nos.

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(IO-Link), alta precisão e várias opções de exibição de funções são, portanto, padrões essenciais para a medição eletrônica da pressão.

A medição da pressão pode ser relativa, absoluta ou diferencial. Na medição da pressão relativa, a pressão zero é a do ambiente — ou seja, mede a pressão em rela-ção à pressão externa. Já a medição de pressão absoluta começa no vácuo absoluto. Finalmente, a medição de pressão diferencial mostra a diferença de pressão entre dois pontos. O diagrama a seguir explica isso claramente:

sensores foToeléTricosSensores fotoelétricos usam luz vi-

sível ou infravermelha para detectar diferentes tipos de objeto sem contato, independentemente de sua consistência. Ao contrário dos sensores indutivos ou capacitivos, eles possuem distâncias sen-soras bem maiores.

As suas aplicações mais comuns são para controle de posição, contagem, tria-gem e classificação. Eles são aplicados principalmente na indústria automotiva, construção de máquinas, linhas de mon-tagem, sistemas de armazenamento e transporte.

Sensores fotoelétricos operam com o princípio de emissão e recepção de luz. Um diodo emite luz, que é cortada ou refletida por um objeto e o evento é pos-teriormente processado.

Existem alguns modos de esse proces-so ser realizado: oposto, retrorrefletivo, difuso ou via sistemas de fibra óptica. O modo deve ser escolhido analisando-se vários fatores da aplicação.

sensores ulTrassônicosSensores ultrassônicos detectam uma

infinidade de objetos sem contato e sem desgaste, com ondas ultrassônicas. Ao contrário de outras tecnologias de de-tecção, não importa se o objeto é trans-parente ou opaco (fotoelétrico), metá-lico ou não metálico (indutivo), sólido, líquido ou em pó — o mais importante

é a superfície do objeto. Quanto mais lisa a superfície, melhor a refletividade da onda e maior a distância sensora.

As possibilidades de aplicação dos sensores ultrassônicos são quase infini-tas. Seja em medição de nível ou altura, medição de distância de um objeto ou mesmo contagem de objetos, os ultras-sônicos detectam objetos de diferentes materiais e propriedades e em longas distâncias. Condições do local, tais como sprays, poeiras ou chuva afetam insignificantemente seu funcionamento.

A figura acima mostra o chamado “cone sônico”, gerado e posteriormente detectado pelo sensor. Ele possui uma zona cega (azul escuro), onde não é detectado nenhum objeto, e a faixa de detecção (azul claro).

sensores de fluxo ou vazão

Os sensores de fluxo são aplicados na produção automatizada para detectar va-riações da velocidade do fluxo de gases e líquidos de forma rápida e confiável. Eles monitoram circuitos de refrigeração, prote-ção de bombas ou fluxo de ar de dutos de exaustão e sistemas de ar condicionado.

Podem ser aplicados tanto para execu-

Sensores ultrassônicos detectam uma infinidade de objetos sem contato e sem desgaste com ondas ultrassônicas.

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tar medições precisas como para controlar valores limite e padrões de fluxo — em ou-tras palavras, o aumento ou diminuição da velocidade do fluxo. O sinal de saída pode ser analógico ou binário, dependendo da necessidade de medir fluxo continuamente ou apenas valores limites.

sensores de posicionamenTo linear

Também conhecido como transdutores lineares, esse sensor transmite um sinal analógico de acordo com o posicionamento de seu elemento atuador. É possível en-contrar diferentes tipos de transdutores lineares para aplicações na indústria, cada um com diferentes princípios de funcionamento — princípio indutivo, magnetostritivo ou potenciômetro são os mais usuais.

1. O elemento de medição é o guia de onda (tubo com cobre no seu interior), é também utilizado um elemento atuador (ímã permanente);

2. Aplica-se um pulso de corrente, gerando um campo magnético em

princípio de funcionamento do sensor magnetostritivo

torno do guia de onda; por meio de um efeito magnetostritivo, cria-se uma onda mecânica (deformação);

3. A distância é determinada a partir do tempo que essa onda leva para chegar ao conversor de sinal.

Alta repetitividade e linearidade, precisão, robustez e medição sem con-tato com o elemento atuador são as principais características desse tipo de sensor. Ele pode ser utilizado em apli-cações de controle de movimento em máquinas, cilindros pneumáticos ou mesmo para controle de nível de tan-ques, por exemplo.

sensor de inclinaçãoTambém conhecido como incli-

nômetro, é um instrumento utilizado para medir ângulos de inclinação e elevação. Utilizando a aceleração gra-vitacional como referência para medir o ângulo de inclinação, é um sensor muito utilizado para aplicações em veículos, máquinas agrícolas, aerona-ves e robôs industriais. Normalmente, oferece sinal analógico de saída direta-mente proporcional ao ângulo medi-do, com alto grau de precisão.

considerações finaisDefinido o tipo de sensor a ser uti-

lizado na aplicação, o próximo passo é entrar em contato com os fabricantes desse tipo de produto e se atentar às ca-racterísticas técnicas específicas de cada sensor, como faixa de tensão de trabalho, corrente de consumo e condições de ins-talação, entre outras.

Definido o tipo de sensor a ser utilizado na aplicação, o próximo passo é entrar em contato com os fabricantes...

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ELÉTrICA

o que é o traCeamento elétriCo para tubulações?

Traceamento elétrico é a ma-nutenção da temperatura de fluidos mediante a reposição de calor perdido por meio do isolamento térmico e/ou

a elevação da temperatura para o start-up em processos. Essa manutenção de tempe-ratura é feita com os cabos de aquecimento. O traço elétrico inibe a perda de calor da tu-bulação para o ambiente, por não existir um isolamento térmico “perfeito”, mas isso não quer dizer aquecimento. Entretanto, pode ser usado com esse propósito em algumas poucas aplicações.

Emprega-se o traceamento principal-mente para manter constante a temperatura de processo, acima da temperatura ambien-te (essa aplicação é normalmente encontra-da em refinarias que usam óleo — o objeti-vo é manter a viscosidade do fluido em nível ideal para que seu bombeamento seja possí-vel) ou para proteção contra congelamento.

O aquecimento de tanques e tubulações não é um novo conceito. Durante muitos anos, tem sido usado o traço a vapor para manter a temperatura constante em tubula-ções e tanques. Essa é uma boa aplicação na

artigo

Alan AssizGerente-geral da Pentair Thermal Management no Brasil

teoria, porém sofre com vários problemas na área de manutenção (exige disponibili-dade de mão de obra) e não é possível efe-tuar um controle da temperatura. Para isso, é necessário ajuste constante de pressão, entre outras variáveis.

Na instalação do sistema de traço a vapor, um pequeno tubo de cobre deve ser solda-do paralelamente à tubulação que se deseja

manter aquecida. Além disso, um sistema de recirculação deve ser instalado para cada linha, individualmente. O vapor não foi uma solução prática para pequenas ramifi-cações e para linhas com uma grande quan-tidade de derivações. A manutenção pre-ventiva deve ser realizada constantemente, no intuito de assegurar que o traço esteja em perfeitas condições e não ofereça risco de umedecer o isolamento térmico. As vál-vulas devem sofrer manutenção ou serem substituídas no intervalo entre oito a doze meses de uso. Esses fatores vêm tornando o traço a vapor uma solução pouco popular para aquecimento de linhas. O traceamento com óleo quente, que utiliza o óleo no lugar do vapor (porém, em menor temperatura), apresenta os mesmos problemas do outro. Se projetado adequadamente, o sistema de traceamento elétrico é extremamente efi-ciente, elimina todos os custos com manu-tenção e, devido à sua flexibilidade, permite melhor manuseio, otimizando assim o tem-po de instalação.

sisTema Típico de TraceamenTo eléTrico para Tubulações

Vários testes comparativos realizados entre o traço elétrico e o traço a vapor têm mostrado que, mesmo quando o vapor é gratuito, a instalação e manutenção envol-vem altos custos. Com isso, concluímos que o sistema de traceamento elétrico é com cer-teza mais barato, pois não possui manuten-ção, tendo ainda a vantagem de ser acionado somente quando necessário — ao contrário do traço a vapor, que precisa ser mantido em funcionamento contínuo. Outro grande di-ferencial do traço elétrico é que ele garante vida útil bem superior ao sistema de traço a vapor, pois não transfere umidade.

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principais Tipos de cabo de TraceamenTo eléTrico

cabos autorreguláveis

Ajustam automaticamente a sua po-tência para compensar as mudanças de temperatura. Esses cabos de aquecimento consistem em dois condutores paralelos, incorporados no núcleo de aquecimen-to feito de polímero condutor. O núcleo é uma radiação cruzada para assegurar a confiabilidade a longo prazo.

O calor é gerado quando a corrente elé-trica passa através do núcleo do polímero

condutor. À medida que a temperatura ambiente cai, mais calor é produzido no núcleo. Inversamente, quando a tempe-ratura aumenta, menos calor é produzido.

cabos limiTadores de poTência

o aumento de sua temperatura, criando um efeito pelo coeficiente positivo de temperatura (PTC).

Esse efeito resulta na diminuição da potência de saída com o aumento da temperatura, permitindo superposições do cabo nas instalações.

cabos de resisTência em série

O cabo aquecedor limitador de po-tência é baseado em uma resistência de alloy enrolada em um fio de fibra de vidro que é conectada por cabos de ali-mentação banhados a níquel. A resistên-cia ôhmica desses elementos cresce com

Os cabos de resistência em série po-dem ser usados quando o comprimento do circuito exceder as classifica-

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ções dos cabos de aquecimento parale-los convencionais — é necessária uma fonte de energia única. O aquecimento ôhmico do condutor fornece o calor para esse cabo de aquecimento do circui-to em série. A concepção de engenharia é necessária, uma vez que a potência de saída depende do comprimento total do circuito e da tensão aplicada. Cabos de resistência em série podem ser com um ou dois condutores para sistemas mo-nofásicos ou trifásicos. Os condutores

de resistência são eletricamente isolados, com a alta temperatura, flúor polímeros de parede pesada, uma malha de terra e uma capa de flúor polímero. Mantêm a temperatura máxima de 250°F (121°C) e temperaturas de exposição não supe-rior a 482°F (250°C). Esses cabos são capazes de suportar circuitos com com-primentos de até 3.600 m, com um pon-to de fornecimento de energia e tensões de até 600 Vac.

mente, 1 mm) do tubo de aquecimento, tanto pelo efeito de superfície como para o efeito de proximidade entre o tubo de aquecimento e o condutor.

conTrole e moniToramenToOs sistemas eletrônicos de controle

de temperatura são projetados para con-trolar circuitos de cabos de aquecimento utilizados na proteção contra congela-mento, aplicações de fusão de manuten-ção do processo de temperatura e neve. Cada um tem características únicas que proporcionam controle eletrônico de temperatura, monitoramento intensivo do calor, e integridade do circuito de rastreamento de baixo custo. Podem oferecer displays digitais e as comuni-cações inteligentes para PCs remotos ou via um DCS via protocolo Modbus. A importância do controle e do monito-ramento é o requisito de segurança, com rotinas otimizadas de manutenção, faixa mais estreita de temperatura para maior qualidade de produção e aumento de rendimentos, menor custo de operação e manutenção, acesso centralizado a in-formações críticas de status do sistema de traceamento elétrico, funcionalidades específicas das necessidades de projeto e análise de dados que permitem, de forma simples, detectar tendências e falhas.

cabos efeiTo superfície

Os cabos aquecedores de efeito su-perfície são ideais para tubulações de transferência de longa distância (20 km) por circuito. O sistema é projetado para a aplicação específica. Aplicações para esse sistema incluem linhas de transfe-rência, derretimento da neve e degelo, aquecimento fundação tanque, linhas de transferência subterrâneas e linhas pré--fabricadas e pré-isoladas. No sistema de aquecimento efeito superfície, o calor é gerado na superfície interna de um tubo de calor ferromagnético, que está acopla-do termicamente ao tubo a ser traceado. Um condutor resistente à temperatura, isolado eletricamente, está instalado no

interior do tubo de calor e ligado ao tubo na extremidade distante. O tubo condu-tor está ligado a uma fonte de tensão alternada numa ligação em série. Esse método de aquecimento é chamado de aquecimento de superfície porque o trajeto de retorno da corrente do circuito é puxado para a superfície interior (a p r o x i m a d a -

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MECÂNICA

Condensadores de superFíCies

Uma rápida pesquisa no Chemical Engineers´s Handbook, o famoso “Perry”, mostra-nos vários tópicos sobre o assunto.

Temos de condensadores resfriados a ar, condensadores para ejetores e condensa-dores para evaporadores, até os mais va-riados tipos de condensador de superfície — casco e tubos, verticais e horizontais.

Os condensadores nada mais são que trocadores de calor em que existe a mu-dança de fase de pelo menos um de seus componentes. Ou seja, uma fase vapor passará total ou parcialmente para a fase líquida. Essa mudança pode acontecer sob pressão positiva, quando o con-densador opera em pressão atmosférica ou acima dela, ou sob vácuo, quando o condensador opera abaixo da pressão at-mosférica do local em que está instalado.

Os condensadores que operam abai-xo da pressão atmosférica devem ser cuidadosamente dimensionados, pois do seu perfeito funcionamento depen-dem os processos industriais em que se encontram instalados.

Paulo Teixeira JúniorDiretor-gerencial da Torr Engenharia de Vácuo e Processos

artigo

B) Condensadores de superfície — Não existe contato entre o fluido a ser condensado e o fluido de resfriamento — aqui também, na maioria das vezes, água (Figura 2).

A) De contato direto — Os vapores a serem condensados entram em contato direto com o fluido de resfriamento, que, na maioria das vezes, é água (Figura 1).

os condensadores são basicamenTe de dois Tipos:

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Neste pequeno artigo, o foco será co-locado nos condensadores de superfície.

Os maiores condensadores de super-fície são, em geral, aqueles utilizados nas turbinas de geração de energia ou nas de acionamento de grandes com-pressores. Esses condensadores podem operar sob pressão ou sob vácuo e de-vem seguir normas específicas no seu dimensionamento, como a HEI (Heat Exchange Institute) – Standards for Steam Surface Condensers.

Além da norma HEI, também podem ser aplicadas as normas ASME (Ameri-can Society of Mechanical Engineers) e TEMA (Tubular Exchanger Manufactu-rers Association Standards), mais volta-das para o projeto mecânico e construti-vo dos condensadores.

Na hora de especificar e comprar um condensador de superfície, seja ele para aplicação de geração de energia, em pro-cessos químicos ou em qualquer outra aplicação de menor risco, não omita in-formações ao seu fornecedor e, se possí-vel, converse com ele para que suas ne-cessidades sejam entendidas e atendidas.

Os condensadores de superfície para geração de energia devem atender a uma série de pontos operacionais, mas, na maio-ria das vezes, eles não são informados aos fornecedores. Isso pode causar problemas operacionais, já que todos os pontos de-vem ser avaliados no dimensionamento, a fim de se identificar os mais críticos.

O cálculo do sistema de vácuo para os condensadores também está definido na norma, mas é um dos itens que mais ge-ram controvérsias.

Para o perfeito funcionamento do condensador de superfície, todos os demais equipamentos devem estar cor-retamente dimensionados. Além do sistema de vácuo, temos as bombas de circulação de condensado, pur-gadores, linhas de equalização, vál-vulas de alívio, válvulas de bloqueio, controladores de nível e um grande número de medidores de pressão e temperatura.

Dados necessários para um bom dimensionamento de um condensa-dor de superfície aplicado em gera-ção de energia:

Todos os pontos de carga do sistema;

Pressão de vapor disponível no local - mínima, normal e máxima, assim como a temperatura correspondente;

Temperatura da água de resfria-mento disponível - mínima, normal e máxima, mesmo que as extremas só ocorram poucos dias no ano;

Qualidade da água de resfriamento; Materiais de construção desejados.

Os condensadores que operam sob vácuo são normalmente os mais críticos, já que muitas vezes os equipamentos para a manutenção do vácuo (sistemas de vácuo com ejetores a vapor ou bom-bas de vácuo de anel líquido) são subdi-mensionados.

A norma HEI define todos os aspectos a serem considerados no dimensiona-mento e construção dos condensadores de superfície, além de apresentar uma série de tabelas e recomendações, mas o entendimento sobre elas nem sempre é o mesmo entre os fabricantes desses equipamentos, o que torna a equalização entre eles muito difícil.

Vista em corte de um condensador de superfície aplicado em geração de energia

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Foto cedida pela Apema

Condensador de superfície

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CIvIL

guindaste: Fazendo a esColha Certa

Em virtude das múltiplas utilidades dos equipamen-tos de movimentação, é preciso que o comprador ou locador fiquem atentos

a alguns detalhes antes de finalizar sua escolha. Existem diferentes tipos, mo-delos e marcas que podem ser utilizados conforme a necessidade de cada opera-ção. Veículos industriais e equipamentos de elevação e transferência são exemplos de equipamentos de movimentação.

Os veículos industriais são equipa-mentos, motorizados ou não, usados para movimentar cargas em superfícies e espaços apropriados. Os principais exemplos são carrinhos industriais, em-pilhadeiras, rebocadores, autocarrinhos (AGV) e guindastes autopropelidos. Já os equipamentos de elevação e trans-ferência são destinados a mover cargas variadas para qualquer ponto dentro de uma área fixa — a função principal é transferir — e podem ser exemplifica-dos por talhas, guindastes fixos, pontes rolantes, pórticos e semipórticos. Esses equipamentos são utilizados para mate-riais pesados e volumosos.

Os guindastes movimentam equipa-mentos pesados, para a montagem de máquinas de grande e pequeno portes, e frequentemente são usados em cons-

artigo

Rodneli LemosSupervisor de Movimentação de Carga da Cunzolo

truções civis. Nesse caso, o tipo de equi-pamento a ser escolhido pode variar de acordo com a capacidade de carga e tam-bém com a topografia do local.

Assim, para adequar o equipamento à função prevista, é recomendado pro-curar empresas capacitadas na hora da

seleção e observar o indicador tonelada x metro impresso no guindaste. Escolher um guindaste para determinada ope-ração é um processo bastante técnico e é importante que seja realizado por al-guém capacitado. Existem fatores como a carga para cada comprimento da lança

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e para cada ângulo que podem definir o sucesso ou fracasso da operação. Isso sem falar do alcance, capacidade, contra-peso e diversos outros aspectos a serem considerados.

Além disso, o guindaste sobre rodas, por exemplo, pode ser substituído em algumas situações por outros equipa-mentos de movimentação como eleva-dor de carga, guindastes fixos (como a grua e a minigrua) e os móveis (como o guindaste sobre esteira). O diferencial do guindaste sobre rodas está na facilidade do movimento horizontal para tráfego de materiais pesados.

ou quando não houver disponibilidade no mercado do modelo especificado.

Depois de comprar ou locar um equi-pamento, a execução do serviço deverá ser realizada por operadores capacitados e qualificados para operar determinado equipamento e que tenham conheci-mento das normas NR18 — Condições e meio ambiente de trabalho na cons-trução civil e NBR 10852 — Guindas-te de rodas com pneus.

segurança na operaçãoAlém de saber escolher o equipamen-

to que será utilizado, a postura do ope-rador é extremamente importante para o sucesso da execução do serviço com segurança. O bom operador é aquele que se dirige ao local do serviço, ouve as recomendações do cliente e avalia a situação do trabalho se não tiver o es-tudo de rigging que indique o local de patolamento, sendo que o que melhor atende ao cliente é aquele que possibilita o maior número de içamento sem preci-sar ficar mudando o guindaste de lugar.

Depois disso, existem outras regras a serem seguidas. Patolada e configura-da para trabalho, a área deve ser isolada pelo operador, que também inspeciona os materiais de içamento (cabo, cinta e manilhas) que fornecerá para o cliente executar a amarração das peças.

Para a empresa, operador seguro é aquele que segue os procedimentos e normas, conhece o equipamento com o qual está trabalhando, é atencioso, calmo, observador, cuidadoso e tem o objetivo de realizar as tarefas para as quais o equi-pamento está destinado e retornar pra a sua família ao final de cada dia.

A escolha do fornecedor e a decisão se o equipamento será locado ou compra-do também precisam de uma pesquisa criteriosa, que envolva o custo inicial, custo mensal, manutenção e utilização. Normalmente, as empresas optam pela locação de guindastes pela facilidade de utilização, suporte técnico e manu-tenção. A compra só é viável quando o guindaste for utilizado frequentemente

Além de saber escolher o equipamento que será utilizado, a postura do operador é extremamente importante para o sucesso da execução

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principais modelos de guindasTes sobre rodas

Guindaste AT (all terrain): apropriado para todos os terrenos, suporta cargas leves e pesadas, podendo chegar a 1.200 t;

Guindauto: caracterizado pela versatilidade no formato e por atingir proporções de capacidade que variam de 3 a 20 t/m;

Guindaste sobre caminhão: equipamento veicular caracterizado por um caminhão comercial equipa-do com a parte superior de um guin-daste hidráulico. Ele tem capacidade máxima entre 25 e 35 t/m;

RT (rough terrain): frequente-

mente usado em terrenos aciden-tados, o RT é indicado para uso severo e fora de estradas;

CT (compact truck): modelo compacto, para cargas médias, atua em locais com pouco espaço;

Guindastes para movimen-tações em áreas industriais: máquinas com capacidade de carga entre 5 e 60 t, podem movimentar-se com o material transportado.

dúvidas frequenTes o que é caminhão munck?

Equipamento hidráulico usado para carregamento, descarregamento, trans-porte e movimentação de máquinas e peças pesadas.

o que é caminhão trucado?Veículo que possui dois eixos traseiros e é capaz de suportar capacidade maior de peso em sua carroçaria.

o que é caminhão toco?Veículo com carroçaria menor que um caminhão trucado, com apenas um eixo, suporta menos peso.

o que é ponte rolante?Equipamento utilizado para transportar cargas dentro de um espaço físico pre-determinado. Constituída de uma viga principal, tem em suas extremidades apoios rolantes.

o que é estudo de ‘rigging’?Planejamento da movimentação do equipamento para verificar as condições gerais para a realização da operação com segurança, considerando o peso da peça e os ângulos máximos permitidos na tabela do guindaste, assim como uma avaliação do local e equipamentos necessários para o andamento dos serviços.

como é calculado o valor do guindaste?O valor do guindaste é calculado por hora, considerando-se dez horas míni-mas para todos os equipamentos. Os valores são determinados conforme a capacidade técnica de cada equipamento.

o que é patolamento?O patolamento consiste em estender os braços das sapatas e abaixá-las até o solo. Esse procedimento é necessário para qualquer tipo de operação efetuada com guindaste.

o que é ‘jib’ do guindaste? Jib é uma lança auxiliar mecânica que aumenta o comprimento, altura e raio do equipamento.

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CONTrOLE AUTOMAÇãO

o Futuro das máquinas: sistemas de Controle autoConsCientes

Ao examinar as tendências da indústria de máquinas, você frequentemente en-contra novas tecnologias de controladores que au-

mentam o desempenho e rendimento de máquinas de ponto, tecnologias de mo-tores ou algoritmos de eficiência energé-tica, ou aprende sobre ferramentas que ajudam a diminuir o custo do projeto de máquinas. Ao longo das últimas décadas, os construtores de máquinas avançaram consideravelmente no desenvolvimento de máquinas que podem completar tare-fas repetitivas com velocidade crescente.

Há outras tendências e tecnologias, en-tretanto, que podem ter influência ainda mais significativa na próxima geração de máquinas e na maneira com que elas são integradas ao seu processo de trabalho.

Depois de passar décadas otimizando a velocidade de equipamentos de máqui-nas, a indústria está ultrapassando novas barreiras. Altas velocidades e máquinas operando à carga máxima estão au-mentando o desgaste dos componentes mecânicos e ferramentas. Isso aumenta

artigo

Guilherme YamamotoRenan AzevedoEngenheiros de Marketing Técnico e Estratégico da National Instruments

a importância da manutenção e de sis-temas que garantam o tempo de ativi-dade. Adicionalmente, muitas tarefas na indústria não são puramente repetitivas. Soluções para problemas de aplicação, como recolher (picking) peças com for-mato aleatório de uma caixa, estão longe

de ser realizadas. Por último, mas não menos importante, vários processos de manufatura ainda envolvem uma quan-tidade significativa de trabalho feito por humanos. A indústria de máquinas

A indústria de máquinas precisa atender a preocupações de segurança que aumentam quando humanos trabalham juntamente com máquinas

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precisa atender a preocupações de segu-rança que aumentam quando humanos trabalham juntamente com máquinas e sistemas robóticos.

inovação subsTancialA disponibilidade dos dados e infor-

mações sobre o ambiente e os processos e parâmetros da máquina são cruciais para endereçar esses novos desafios da indústria de máquinas. Portanto, a tec-nologia de medição e os sensores que podem adquirir essas informações estão desempenhando um papel significante para a próxima geração de máquinas. O mercado de sensores ficou estático por décadas, mas os últimos anos trouxeram uma inovação substancial. Os avanços tecnológicos dos sensores foram adota-dos em muitos dispositivos eletrônicos, de smartphones a sistemas de automa-ção residencial, e os preços caíram para mínimos históricos.

Você pode usar sensores para criar sistemas que possuem consciência do ambiente onde estão, realizam o moni-toramento de processo em tempo real e sabem cada detalhe da saúde dos seus componentes mecânicos. Porém, os sen-sores sozinhos não têm valor maior do que os sistemas de controle do passado. A chave para solucionar novos desafios é criar sistemas de controle que possam integrar dados de sensores, reunir infor-mações em tempo real e usar informa-ções de vários sensores dentro de malhas de controle da alta velocidade. Sistemas embarcados de alto desempenho com robustez de nível industrial, como os controladores programáveis para auto-mação (Programmable Automation Controllers — PAC), fornecem conec-tividade direta com sensores por meio de dispositivos de E/S modulares. Você

pode usar o arranjo de portas programá-vel em campo (Field Programmable Gate Array — FPGA) reconfigurável para pré-processar os dados dos senso-res mesmo antes das informações serem transferidas para o processador de tem-po real, que executa tarefas customizadas de controle ou monitoramento progra-madas no ambiente gráfico de progra-mação LabVIEW.

ramento de condição de máquina por meio de subsistemas embarcados, que são conectados ao sistema de controle por meio de tecnologias de rede ou que são integrados no sistema de controle na forma de outra tarefa.

Os PACs oferecem conectividade com centenas de sensores e atuadores, como nessa aplicação da Oregon State University.

Com uma integração mais direta das informações de sensores na controla-dora, é possível criar máquinas que se regeneram automaticamente ou adap-tativas e sistemas que podem se ajustar, por exemplo, a características variáveis de componentes mecânicos. Podem--se implementar rotinas que reúnam dados durante um processo de iniciali-zação ou durante a operação da máqui-na e que usem algoritmos de controle adaptativos, que melhorem a operação da máquina, possibilitando que o siste-ma de controle identifique essas condi-ções que estão variando, causadas pelo desgaste do componente mecânico.

máquinas dinâmicasFinalmente, integrando sensores

avançados, há como desenvolver má-quinas dinâmicas que se adaptem a parâmetros ambientais variáveis e mo-nitorem parâmetros do processo para garantir resultados de manufatura quase perfeitos. Com conhecimento adicional

aplicações de moniToramenTo

Então, como a tecnologia de medição e sensores altera o futuro das máquinas? Primeiro, integrando a tecnologia avan-çada de medição e sensores em sistemas mecânicos e máquinas, você pode im-plementar aplicações de monitoramen-to de condição de máquinas. Sistemas de manutenção baseados em condições ajudam a diminuir interrupções não programadas e otimizam o desempe-nho da máquina enquanto reduzem os custos de manutenção de reparos. Adi-cionalmente, pode-se usar a tecnologia de sensores e medição para aumentar a segurança das máquinas e equipamen-tos e fornecer ao sistema de controle informações sobre a saúde do sistema a qualquer momento durante a operação. Podem-se adicionar tarefas de monito-

Você pode usar sensores para criar sistemas que possuem consciência do ambiente onde estão

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sobre o processo, a máquina pode detec-tar imperfeições ou mudanças no ma-terial cru, ajustando para vibrações que podem aparecer dentro de uma parte usinada ou lidando com tarefas que são diferentes para cada uma das partes pro-cessadas ou iterações do processo. Bons exemplos são máquinas e dispositivos médicos, como sistemas de classificação de células ou sequenciadores de DNA, que devem processar estruturas imprevi-síveis como células que estão crescendo naturalmente. Esses sistemas precisam fazer uma grande adaptação no seu pro-cesso, baseando-se nas informações que eles reúnem de sensores de imagem, sis-temas de câmara ou outros sistemas de sensores avançados.

Sistemas ‘Smart Camera’ de alto desempenho podem ser usados para criar aplicações de robótica guiada por visão

A maior adoção da tecnologia de me-dição e sensores para aplicações de con-trole também vai revolucionar a indústria de máquinas robóticas. Ao se olhar de perto para o movimento bem orquestra-do de uma linha de robôs de soldagem, ver-se-á que eles simplesmente realizam os mesmos movimentos pré-definidos de novo e de novo. É preciso haver tecnologia avançada de sensores para adaptar sistemas de robótica industrial

(que têm sido usados na indústria por décadas) para realizar aplicações mais avançadas, como o recolhimento (pi-cking) de peças de uma caixa, ou lidar com peças e bens delicados. Podem--se usar sensores táteis, LIDARs (light detection and ranging) e sistemas de câmara para dar aos robôs a habilida-de de detectar a presença e localização de objetos e humanos, ou controlar a quantidade de força e pressão aplicada às peças e bens. Isso abre novas áreas de aplicação para a robótica.

Os sensores sempre foram parte de máquinas de ponta. Com novas tecno-logias, preços diminuindo e sistemas de controle de alto desempenho com capacidade de incorporar e processar informações de múltiplos sensores, cria--se a próxima geração de máquinas e dispositivos que estão completamente conscientes do seu ambiente e monito-ram todos os parâmetros da máquina e do processo, de forma que elas possam se adaptar a condições variáveis.

Com uma integração mais direta das informações de sensores na controladora, é possível criar máquinas que se regeneram automaticamente ou adaptativas

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gESTãO DE PrOjETOS

organização e ComuniCação

Bem, amigos, neste primeiro artigo vou falar um pouco sobre duas habilidades que considero muito impor-tantes para os profissionais

que atuam com gerenciamento de proje-tos: organização e comunicação.

Mas por que só essas duas? Ora, todos nós sabemos que existe uma variedade de conhecimentos e técnicas que todo bom profissional de gerenciamento de projetos precisa ter para alcançar o sucesso desejado. Há uma vasta litera-tura sobre o assunto. Porém, creio que seja fundamental que, antes de gerir ou apoiar a gestão de qualquer projeto, o profissional saiba o que se quer e como atingir seus objetivos.

Saber o que se quer está relacionado a quanto o profissional de gerenciamento de projetos possui de informações para realizar seu trabalho.

Essas informações só poderão ser ob-tidas se ele fizer uso extensivo de suas habilidades de comunicação para saber quem são as partes interessadas no pro-jeto, o que deve ser levado em conta para desenvolver um bom escopo e quais são

Habilidades cruciais para gerentes de Projeto

os requisitos, prazos e custos, restrições e premissas, etc. Alinhadas a esses conhe-cimentos, vale destacar também a habi-lidade de saber se expressar, a persuasão e a empatia, que poucos bons profissio-nais de GP possuem.

Na maioria das vezes, vemos profissio-nais que, apesar de serem extremamente competentes em seus ramos de atuação, só reagem e seguem “receitas de bolo” e não levam em conta que, na maioria

das vezes, um bom papo deve ser sem-pre levado em conta em detrimento de tentar supor o que quer nosso patrocina-dor, cliente ou outros membros de uma equipe. Certa vez, em um seminário de gerenciamento de projetos, o palestrante disse que 80% dos principais problemas de gerenciamento de um projeto podem ser resolvidos com simples conversas sem muitas formalidades. Segundo ele, um bom chope resolve muitas coisas...

Paulo Eduardo da SilvaProfissional de gerenciamento de projetos (PMP), é coordenador do Escritório de Gerenciamento de Projetos (PMO) da Diretoria de Empreendimentos da Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (CTEEP). Possui formação em engenharia de computação pela Escola de Engenharia de Lins, pós-graduação em administração de empresas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e certificação PMP.

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O como alcançar os objetivos relacio-na-se à organização. Ou seja, refiro-me à necessidade de, antes de começar algo, organizar as ideias, traçar um plano, defi-nir etapas, etc. Não adianta o profissional de gerenciamento de projetos possuir to-dos os conhecimentos, técnicas, certifi-cações ou anos de experiência de campo se não tiver um mínimo de organização para realizar seu trabalho. Fazer tudo de qualquer forma, atropelando etapas so-mente para entregar mais rápido e com baixo custo um produto do projeto, na maioria das vezes é como dar um tiro no pé, pois, fatalmente algo terá de ser refei-to, impactando principalmente os prazos e custos. Organizar e planejar são sinôni-mos à medida que, ao definirmos o que,

por que, quando, como, quem, quanto e para quem, precisaremos re-alizar um trabalho (qualquer semelhan-ça com o 5W2H é mera coincidência) e estaremos, então, organizando e dando sentido ao que queremos alcançar.

Estas duas habilidades — comunica-ção e organização — são extremamente relevantes para todo bom profissional de gerenciamento de projeto. Sabendo comunicar, podemos obter plenamente todos os requisitos para o projeto e de-senvolver um escopo mais aderente aos desejos do patrocinador e demais partes interessadas. Sabendo organizar todos os pontos relativos ao projeto, podemos traçar um plano de trabalho mais efetivo, mobilizar os recursos adequados, definir

os prazos e custos — enfim, executar todos os demais processos relativos às áreas de conhecimento de GP que já co-nhecemos bem. Além disso, a comuni-cação e organização bem desenvolvidas fazem com que saibamos como orientar e delegar com clareza as responsabilida-des para as equipes do projeto, podendo gerir e negociar melhor conflitos e inte-resses com todos os envolvidos, distri-buindo corretamente as informações com vistas ao sucesso de nossa jornada.

Não se esqueçam: conhecimentos e téc-nicas de gerenciamento de projetos podem ser obtidos e aperfeiçoados; porém, as ha-bilidades e atitudes relativas à comunicação e organização também podem e devem ser constantemente aprimoradas!

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toria de mais de 35 empreendimentos com certificação Leadership in Energy and Environmental Design (Leed) em todo o Brasil —, explica a importância da sustentabilidade para a engenharia e arquitetura contemporâneas, além de apontar suas vantagens, obstáculos e perspectivas.

engeWorld — O que caracteriza uma edificação sustentável?

Que critérios um edifício precisa atender para ser considerado sustentável?orofino — Uma edificação sustentá-vel ou verde caracteriza-se por um em-preendimento que reduz os impactos ambientais durante o processo cons-trutivo, aproveita de forma racional os recursos naturais (energia, água, maté-rias-primas) reduzindo custos opera-cionais, além da forte preocupação com o bem-estar, a produtividade e a saúde de seus ocupantes durante sua vida útil. Essas características são traduzidas em ações durante as etapas de construção e tornam-se diretrizes para a concepção dos projetos de arquitetura e engenha-ria de forma integrada.

engeWorld — Qual a importância da sustentabilidade para a arquite-tura e engenharia nos dias atuais?

ENTrEvISTA

ediFiCações sustentáveis no brasil

O consumo intenso e constante dos recursos naturais do planeta, que já acontece há décadas e cresce cada vez mais,

ameaça a qualidade de vida e mesmo a sobrevivência das próximas gerações. Para evitar esse cenário, busca-se cada vez mais a sustentabilidade, tema re-corrente nos meios de comunicação, nas pautas de discussão entre chefes de Estado e, como não poderia deixar de ser, no setor da construção civil. O engenheiro civil Márcio Orofino, sócio-fundador da ENE Consultores e auditor-líder em Sistemas de Gestão Ambiental ISO 14001, compartilha com a Engeworld sua experiência so-bre o tema — já participou da audi-

orofino — Vivemos uma situação de crescimento populacional e urbaniza-ção das áreas habitadas, aumentando a pressão e a demanda sobre os recursos naturais e o descarte dos subprodutos causados por sua transformação. A pos-sibilidade de prolongarmos o uso desses recursos e a sua reutilização, uma vez que são limitados e finitos, impõe aos arqui-tetos e engenheiros novas formas de pro-jetar, construir e operar as edificações e espaços que utilizamos para o desenvol-vimento das tarefas do dia a dia.

engeWorld — Há materiais mais ou menos recomendáveis para esse tipo de edificação?

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orofino — Sim, há. Porém, a respos-ta ainda não é simples, uma vez que a correta avaliação do que é um material “mais sustentável” depende da análise de ciclo de vida em que, muitas vezes, temos parâmetros contraditórios mas todos relevantes do ponto de vista de sustentabilidade. Além disso, poucos são os fabricantes que disponibilizam esses dados ao mercado de construção. É uma área que está iniciando o seu desenvolvimento, especialmente no Brasil. De forma simples, um material sustentável é aquele que causa menor impacto durante sua extração e bene-

ficiamento, é durável e de baixa ma-nutenção e pode ser reciclado quando descartado ao final de sua vida útil. E um fator importante: deve ser econo-micamente viável.

engeWorld — Em que consistem as certificações ambientais?orofino — As certificações ambien-tais são avaliações de credibilidade de terceira parte, fornecidas por uma entidade independente em relação ao atendimento de estratégias, ações, pa-râmetros, eficiência, qualidade e

Edifício Morumbi Corporate, da empresa Multiplan, em São Paulo/SP: certificação Leed nível Gold

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Edifício Office Green, da empresa Pedra Branca S.A, em Palhoça/SC: pré-certificação Leed nível Silver

demais aspectos definidos em normas técnicas reconhecidas como boas práti-cas de construção e de projetos.

engeWorld — Houve alguma mudança nos últimos anos em relação ao interesse das construtoras, escritórios de arquitetura e outros setores por edificações sustentáveis?orofino — As mudanças não pa-ram de ocorrer desde que o assunto começou a virar destaque no mercado da construção civil. E essas mudanças não ocorreram por acaso. De um lado, os fabricantes de materiais buscam no-vas formas de posicionamento de seus produtos e melhoram seus processos

de desenvolvimento, tendo a susten-tabilidade como valor e orientação. Nos escritórios, construtoras e outras empresas prestadoras de serviços, os profissionais buscam qualificação e informações, preparando-se para a transformação que o mercado vem vi-venciando nessa área. As incorporado-ras, por entenderem que esse aspecto é percebido por investidores e clientes, aplicam seus recursos nos empreendi-mentos sustentáveis em busca de maior valor agregado e liquidez em seus negó-cios imobiliários.

engeWorld — A construção de obras sustentáveis é, em geral, vista como mais cara. Tendo

isso em vista, quais benefícios são trazidos pela construção sustentável que justificam sua escolha para os construtores, arquitetos, engenheiros e representantes do setor imobiliário? E para os moradores em tais edifícios (e pessoas que vivem nos arredores)?orofino — Não é a edificação sus-tentável que é mais cara. O padrão e as necessidades incorporados ao empre-endimento é que são outros. Não pode-mos comparar, por exemplo, um carro básico com o mesmo veículo que tenha opcionais que o transformam em outro produto mais sofisticado. A inclusão do airbag é um item que traz um custo

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adicional, porém aumenta e muito a segurança do indivíduo. Em alguns ca-sos, como de edifícios de grande porte, o aumento no custo chegou a apenas 2% ou 3%, pois já estavam sendo pre-vistos sistemas de alta eficiência para o prédio. Instalar uma prumada para água de reúso é um custo adicional se estivermos falando de custo de cons-trução. Porém, a economia durará toda a vida útil dessa instalação.

Por outro lado, instalar um sistema de

comissioning) de todas as instalações elétricas (no mínimo) do edifício. São meses de trabalho durante a execução da obra, conferindo a construção frente ao projeto e testando o funcionamento de todas as instalações e equipamentos antes de entregá-lo ao condomínio. Todo o processo é documentado e en-tregue ao futuro administrador do edi-fício. Raramente faz-se isso no Brasil e também é pouco comum no exterior, ou mesmo nos Estados Unidos, onde a certificação Leed foi desenvolvida. Isso é visto como um custo adicional, mas o que vemos hoje são edifícios que são entregues e não sabemos se irão operar em conformidade com o que foi proje-tado, e o condomínio começa a ter cus-tos de manutenção e operação logo nos primeiros meses de obra. Como esse custo não é computado no negócio imobiliário inicial, quem paga a conta acaba sendo o cliente final.

engeWorld — Quais são os principais processos de certificação ambiental no Brasil? orofino — O sistema de certificação mais difundido no Brasil é o Leed. O Aqua [Alta Qualidade Ambiental], de origem francesa, e agora, recentemen-te, o Breeam [Building Research Esta-blishment Environmental Assessment Method], selo inglês, também são apli-cados no País, mas não vejo tanta reper-cussão como o Leed.

engeWorld — Há alguma iniciativa governamental voltada para o incentivo das construções sustentáveis?orofino — Sim, temos como exem-plo o incentivo com financiamentos com taxas reduzidas, ofereci-

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gestão de resíduos pode diminuir e mui-to os custos com desperdício, limpeza e descarte de materiais subaproveitados ou resíduos gerados na obra; assim, ao invés de incremento de custos, temos economia. Um orçamento de um negó-cio imobiliário é um item cada vez mais complexo e, para comparar edifícios entre si, ambos devem ter as mesmas ca-racterísticas, benefícios e mesmo padrão, Caso contrário, estaremos comparando coisas e custos que não são diretamente relacionados entre si.

No caso da certificação Leed, tem--se como exigência ou pré-requisi-to o comissionamento (do inglês,

Não é a edificação sustentável que é mais cara. O padrão e as necessidades incorporados ao empreendimento é que são outros

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dos tanto por bancos públicos como privados para empreendimentos cer-tificados ou com comprovado viés de sustentabilidade. Temos também o fortalecimento da legislação ambien-tal, que beneficia aqueles que atuam com responsabilidade ambiental em suas atividades. Diversos municípios estão com projetos de lei em desen-volvimento para que o contribuinte tenha desconto no Imposto predial e territorial urbano (IPTU) quando o empreendimento incorpora itens que reduzem o consumo de energia, como o aquecimento solar de água, promove a geração renovável ou apresenta siste-mas de captação de água de chuvas e es-tações de tratamento de efluentes, por exemplo. Recentemente, foi aprovada a Resolução 482/2012 da Agência Na-cional de Energia Elétrica (Aneel), que estabelece condições gerais que possi-bilitam a quem gera energia que pos-sa oferecê-la à rede pública enquanto não a está utilizando, gerando créditos de compensação quando fizer o uso da energia da rede. Ou seja, cada vez mais esse assunto faz parte da pauta governamental, pois é uma demanda da sociedade.

engeWorld — Quais têm sido os grandes obstáculos para a popularização das edificações sustentáveis no Brasil? Por quê?orofino — O maior obstáculo para que a edificação sustentável se torne prioridade no negócio imobiliário é o fato de que nem sempre o investidor é quem se beneficiará da economia e qualidade proporcionadas por ela. Ou seja, considerando todos os riscos de um negócio imobiliário convencional,

inovar e se diferenciar é um risco, pois mesmo que uma parcela dos consumi-dores consiga perceber os benefícios de um produto mais sofisticado (que incorpore itens que não estão presentes nas edificações convencionais) e esteja disposta a pagar por isso — pois sabe que terá retorno e economia ao longo

dimentos que incorporam itens de sus-tentabilidade em seus projetos.

engeWorld — O que podemos esperar para a construção sustentável no Brasil para os próximos anos?orofino — Podemos esperar apri-moramento tanto na concepção dos projetos como no processo construtivo e na oferta de produtos e tecnologias cada vez mais acessíveis, uma vez que a demanda é crescente, por conta das razões que elencamos anteriormente.

Ainda assim, nas escolas e univer-sidades, esse assunto já é abordado com maior ênfase e propriedade, pois começamos a ter realizações (estudos, empreendimentos) que anteriormente não existiam, e esses serão os profissio-nais e empresários à frente dos negó-cios imobiliários do futuro.

Também teremos a concretização dos projetos de lei e principalmente das novas tecnologias que hoje es-tão em desenvolvimento e evolução constante prontas para serem incor-poradas aos projetos e construções. Se tivermos como norte que os edifí-cios devem ser unidades autônomas ao menos em relação ao consumo de água e energia, vemos que ainda temos um bom caminho pela frente a ser per-corrido — e certamente um caminho sem volta, pois estamos indo, acredito, numa outra direção, na qual nossos antepassados já estiveram. Quando não tínhamos somente a tecnologia para resolver nossos problemas, pre-cisávamos entender muito a natureza para resolver nossos problemas de ar-quitetura e engenharia — e é isso que estamos voltando a fazer.

do tempo —, outros pouco se impor-tam com o assunto e irão pagar a longo prazo, mas podem adquirir um pro-duto com custo inicial menor. Sendo assim, conseguir perceber, sob a forma de resultado econômico, quando esta opção é menos arriscada é o que faz o investidor aplicar seus recursos em um produto que trará o retorno esperado, mesmo com custos iniciais mais eleva-dos em alguns casos. Nas edificações de escritórios comerciais, essa economia já é facilmente percebida, tanto por quem investe como por quem compra; por essa razão, são os principais empreen-

Municípios estão com projetos de lei em desenvolvimento para que o contribuinte tenha desconto no “IPTU” quando o empreendimento incorpora itens que reduzem o consumo de energia

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COLUNA rh

ano novo

O início de mais um ano é época propícia para todas as áreas da empresa repen-sarem o que aconteceu de bom e ruim em 2013 e

definirem metas desafiadoras para 2014. Essa prática envolve muitas ações e não é tão simples como sentar as equipes com as devidas lideranças em um café e inicia-rem uma sessão de brainstorming (tem-pestade de ideias), sem hora para começar e terminar. Na realidade, estamos falando de uma prática adotada por grandes em-presas que serve de estímulo para não acontecerem os mesmos erros sempre, além de proporcionar reflexão positiva em cima de lucros e prejuízos relevantes obtidos pela organização.

O nome dessa prática é gerenciamen-to de lições aprendidas — e a área de recursos humanos pode ser um grande parceiro na sua condução. As empresas que compreendem uma gestão de pes-soas mais estruturada detêm essa prática no tema gestão do conhecimento, por se tratar de uma ferramenta demasiada-mente eficaz para reter conhecimentos críticos e motivar a transmissão e troca de informações.

Você que trabalha na área de recursos humanos, e não conhece essa técnica valiosa, deve estar se perguntando como

pode ser organizado esse tema, uma vez que ele pode gerar questionamentos duvidosos como, por exemplo, por que querem saber o que eu errei?; o que eu vou ganhar com isso?; servirá em que momento de minha vida profissional? Por esse motivo, qualquer ação voltada a essa prática, deve estar muito bem ali-nhada com a alta administração e envol-ver todos, uma vez que “todos” tiveram a oportunidade de aprender algo com o ano que passou. Apenas faz-se neces-sária a definição dos principais assuntos que deverão ser discutidos para não tor-nar o processo “lavação de roupa suja”, o que é desagregador e desestimulante.

De acordo com grandes estudiosos do assunto, além das preliminares para convencer os principais executivos e, posteriormente, o corpo gerencial, cinco pontos são considerados fundamentais nesse processo:

1Conscientizar os funcioná-rios — Quebrar o paradigma de que as lições aprendidas são uma

perda de tempo e promover a troca de conhecimentos, apenas como vantagens para todos. Não podemos esquecer que envolve também mudança de cultura. Cabe colocar que um processo bem di-mensionado pela área de comunicação

corporativa poderá auxiliar a área de re-cursos humanos a explicar à população, sem que as pessoas se sintam constrangi-das a se expor e “abrir o coração”;

2Definir como as informações serão coletadas e registradas —Uma vez que as pessoas já en-

tenderam e estão dispostas a cooperar, esse é o próximo passo. Essa é uma tarefa árdua e exige demasiado esforço de to-dos. A área de recursos humanos deverá orientar as equipes sobre como devem fazer para consolidar todo o material exposto e criar formas para organizar as ideias trazidas, além de informar quais temas serão discutidos para as pessoas se organizarem e estarem preparadas para uma discussão focada e assertiva. É inte-ressante também definir tempo de início e término para a reunião;

3Analisar sucessos e fracassos — É necessário que essas lições discutidas sejam entendidas e

analisadas. Trata-se de uma excelente oportunidade de compreender e con-textualizar esses registros de modo a utilizar essas medidas de melhoria quan-do necessárias. É importante a presença de um mediador, uma vez que algumas reuniões ficam mais calorosas devido à responsabilidade de êxito ou fracasso das pessoas perante os assuntos trazidos. Não se pode permitir que as reuniões se tornem cenários de bate-boca ou des-contentamento entre os membros;

4Difundir o conhecimento — Após a realização das reuniões de apresentação dos temas e discus-

são, os principais registros feitos e aqueles

Aproveite o início de ano para refletir e repensar estratégias. É produtivo e traz resultado!

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que causam maior impacto para a organi-zação serão transformados em arquivos eletrônicos para que sejam acessados por qualquer pessoa que precise tratar o tema em dado momento na empresa. A área de recursos humanos precisará consolidar as informações e transformar os temas em uma verdadeira biblioteca. Nesse mo-mento, mais uma vez a área da comunica-ção corporativa será nomeada para ajudar no processo, juntamente com a área de tecnologia da informação, a qual deverá estruturar a parte eletrônica do processo;

5Manter os registros atua-lizados — O processo de li-ções aprendidas é cíclico e deve

acontecer todos os anos. Cada equipe que discutiu assuntos deverá atualizar os dados devidamente no sistema. É muito importante para a empresa que todo fun-cionário novo estude o que já aconteceu em sua área ou função para não cometer os mesmos erros.

Para finalizar, cabe dizer que a divisão das equipes pode ser feita pelos próprios gerentes de áreas, sendo que podem par-

ticipar no mesmo grupo pessoas de áreas diferentes, mas que tenham forte parceria no dia a dia de trabalho. A utilização eficaz de lições aprendidas ao longo do ciclo de vida de empresas e projetos pode trazer diversas vantagens como otimização de tempo e recursos e melhoria contínua, além de reduzir expressivamente despesas e custos. Adote essa prática. Os benefícios são significativos e expressivos!

Cynthia Chazin Morgensztern é psicóloga e coach graduada pela Universidade Mackenzie, além de pós-graduada em Gestão Estratégica de Pessoas e com MBA em Gestão Educacional. Possui dois tí-tulos de educação continuada na Faculdade Getúlio Vargas nas áreas de administração e economia e acu-mula 15 anos de experiência na área de Recursos Humanos de empresas nacionais e multinacionais.Site: www.primeirovoce.com E-mail: [email protected]

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COLUNA SEgUrANÇA

Custos reais assoCiados ao aCidente de trabalho e a importânCia das prátiCas de segurança

As mudanças no mundo do trabalho, advindas das inovações tecnológicas e organizacionais, têm incrementado significati-

vamente a produção nas empresas, elimi-nando assim tarefas penosas ou pesadas. Essa relação estabelecida entre o ser hu-mano e a tecnologia trouxe novos riscos para os trabalhadores.

Dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) afirmam que ocor-rem, anualmente, 270 milhões de aciden-tes do trabalho — sendo 160 milhões de doenças relacionadas ao trabalho — e se perdem 4% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial devido aos custos relacio-nados aos acidentes

Atualmente, um número grande de pessoas e empresas já compreende que as doenças profissionais são decorrentes da exposição dos trabalhadores aos riscos am-bientais, ergonômicos ou de acidentes. Daí a importância da atuação do profissional de engenharia de segurança do trabalho, que tem o objetivo de buscar a prevenção desses riscos no ambiente de trabalho a fim de promover e preservar a integridade física dos trabalhadores, buscando a elimi-nação ou neutralização dos riscos sem es-quecer dos custos associados.

Para tanto, é necessária a antecipação

dos riscos que envolvem a análise de projetos de equipamentos e também de novas instalações, métodos ou pro-cessos de trabalho, ou de modificação dos já existentes, visando a identificar os riscos potenciais e a introduzir me-didas de proteção para sua redução ou eliminação, evitando a ocorrência dos acidentes de trabalho.

dentes, percebemos que o estudo é muito mais complexo do que parece. As empre-sas precisam ter visão completa e geral do cenário apresentado a fim de revelar o melhor entendimento das questões re-lacionadas às práticas de segurança e ao impacto sobre as operações e os lucros.

O custo total de um acidente de traba-lho vai além do hospital e contas médicas. O custo de um acidente percorre como uma cascata de prejuízo em toda a em-presa, desde o chão de fábrica, bem como a área de funções de apoio. Esses custos incluem despesas diretas e indiretas e po-dem ser imediatos ou de longo prazo.

Os custos diretos imediatos começam com a perda de tempo do trabalhador, resultante da lesão ou doença. Despesas médicas, tais como custos de internação, raio-X, medicamentos, contas do médi-co e transporte do trabalhador acidenta-do a um médico ou hospital são outros exemplos de custos diretos. Mesmo quando os trabalhadores são cobertos pelo seguro por meio de compensação ou invalidez, os custos continuarão a ter impacto financeiro sobre a empresa por intermédio de aumentos futuros das ta-xas e valores de seguro.

Os gastos diferidos diretos incluem o custo da reabilitação do trabalhador acidentado — despesas com fisiotera-

visão compleTa e geralAo analisarmos um acidente em ter-

mos de custos e os benefícios financeiros associados com a segurança da máquina e um ativo programa de prevenção de aci-

O custo de um acidente percorre como uma cascata de prejuízo em toda a empresa,desde o chão de fábrica, bem comoa área de funções de apoio.

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pia, utilização de dispositivos médicos e acompanhamento de tratamento médico. Em muitos casos de acidentes, a recicla-gem do trabalhador lesionado para fun-ções de outro trabalho é uma necessidade para que ele possa voltar a entrar no mer-cado de trabalho. Também recairá sobre o empregador todo o ônus das leis traba-lhistas vigentes em nosso país — multas e, às vezes, a interdição da máquina ou até mesmo da fábrica.

Despesas indiretas são os custos resul-tantes do acidente, exceto os diretamente aplicáveis ao trabalhador acidentado. Por exemplo, perda de tempo adicional como o tempo de outros funcionários envolvi-dos em ajudar o trabalhador acidentado, como a equipe de brigada ou de emer-gência da empresa, bem como aqueles que param para ver “o que aconteceu”.

Tempo considerável da supervisão ou gerência será gasto na resolução de inú-meros problemas de recursos humanos, investigação do acidente e dificuldades de produção que surgem como resultado de tempo perdido decorrente de uma lesão.

Também é fácil de estender esses custos incluindo a perda de tempo ou transferên-cia do processo da máquina ou de produ-ção envolvidos no acidente. Se a máquina estiver ociosa por causa do acidente, os custos de uma lesão irão estender-se à fal-ta de produção de peças relacionadas com esse processo ou ainda o material forneci-do pela máquina envolvida no acidente.

Perda de tempo de produção pode implicar a necessidade de gastos de horas extras para retomar a produção normal programada pela fábrica. Além disso, pode ser necessário formar um novo operador ou transferir outro para executar o trabalho do operador ferido durante sua ausência.

Além dos custos de produção, um aci-dente que resulta do uso indevido da má-quina pode, em alguns casos, resultar em danos à máquina. Nesse caso, o acidente acrescenta custos de reparação e mais tempo de inatividade do equipamento danificado ou ferramentas (o que pode ser um investimento considerável). O conserto ou a substituição resultam em mais despesas e perda de produção.

impacTo em cascaTa de um acidenTe

É evidente que o impacto completo de um acidente de trabalho envolvendo má-quinas vai além das questões financeiras. O impacto emocional ao trabalhador le-sionado e a colegas de trabalho é significa-tivo e pode resultar em perda de confian-ça, orgulho e segurança ao empregador. Quando os funcionários não são capazes de trabalhar, eles vão se sentir menos parte integrante do sucesso da empresa.

Analisando todos os custos associados com um acidente e considerando o seu impacto financeiro total, não é raro per-ceber que o custo real de um acidente pode ser de quatro a dez vezes maior que seu custo imediato visível. Ao considerar todos os detalhes do custo, incluindo os diretos e indiretos, é evidente que a influ-ência total no lucro é significativa.

Dessa forma, é possível enxergar a im-portância das práticas de segurança e o momento correto de sua implementação ainda em fase de projeto. Ao compararmos os custos de implementação de práticas e dispositivos de segurança com os advindos da decorrência de um acidente de trabalho, é possível afirmar que os projetos de segu-rança, que muitas vezes são considerados menos importantes para as empresas, são os mais importantes e que as empresas não podem se dar ao luxo de ficar sem.

Com 10 anos de experiência como engenheira de segurança do trabalho, em empresas de grande porte, Daniela Atienza Guimarães é diretora adjunta da APAEST (Associação Paulista de Engenheiros de Segurança do Trabalho) e docente do curso de Engenharia de Segurança do Trabalho da FEI (Faculdade de Engenharia Industrial).

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COrrOSãO

manutenção preventiva em estruturas metáliCas

A manutenção preventi-va das estruturas de aço deve se iniciar já na fase de projeto.

Em princípio, seria re-comendável que os elementos estrutu-rais de aço fossem protegidos por mate-riais mais resistentes aos efeitos do meio ambiente, como alvenarias e o próprio concreto. Mas, como esse nem sempre é o desejo de quem elabora o projeto de arquitetura, será necessário o estabeleci-mento de alguns critérios. Para compre-ender melhor como proteger a estrutura de aço, é necessário saber como ocorrem os problemas de deterioração do mate-rial. Para isso, vale a pena se estender ra-pidamente na explicação do processo de corrosão do aço.

corrosão aTmosféricaProcesso eletroquímico de reação do

material com a atmosfera, de maneira a formar um óxido. Nesse caso, ocorrem re-ações químicas ou fluxo de elétrons. Para que ocorra o fluxo de elétrons, causando a deterioração do material, é necessária a existência de um meio eletrolítico, como água e oxigênio. Quanto mais impura for

Dr. Yopanan C. P. RebelloEngenheiro civil

a água, melhor será o meio eletrolítico e maior será o efeito da corrosão.

corrosão galvânicaOcorre principalmente quando dois

materiais de potenciais eletrolíticos di-ferentes — por exemplo, aço e alumínio — são postos em contato direto ou na presença de um meio eletrolítico.

É importante lembrar que o acú-mulo de pó pode, também, criar um meio eletrolítico.

Dobras no aço podem gerar diferença de potencial entre dois pontos, criando

a possibilidade de correntes galvânicas que provoquem a corrosão. Portanto, deve-se tomar cuidado especial com os perfis de chapa dobrada.

Em vista do exposto, em termos de projeto, a prevenção pode-se dar evitan-do que umidade e poeira possam se acu-mular nos perfis estruturais, por meio de um adequado posicionamento.

Os perfis próximos a paredes devem ter desta uma distância adequada (em torno de 15 cm) para que se possa atingir toda a superfície durante a pintura.

Deve-se evitar colocar metais dife-

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rentes em contato. Porcas e arruelas são pontos críticos, pois são, em geral, constituídas de metais diferentes do aço dos perfis. Cuidado na escolha desses elementos.

Os perfis devem ser afastados do con-tato com solo e umidade constante, prin-cipalmente os pilares. Nesse caso, é reco-mendável que o pilar fique distante pelo menos 5 cm do solo. Para isso, deve ser apoiado em uma base de concreto que aflore os 5 cm. Caso isso não seja possí-vel, toda a região do pilar metálico abaixo do solo deve ser envolta em uma camada de concreto, de preferência armado, de espessura em torno de 10 cm.

A tinta é o meio mais adequado de proteção. As tintas são classificadas em tintas de fundo e de acabamento. O zar-cão é a tinta de fundo mais conhecida. As tintas de fundo devem ser sempre aplicadas em superfícies limpas.

as TinTas de acabamenTo e suas aplicações

1. Tintas epoxidicas (a base de epóxi), usadas em ambien-tes internos. Resistem bem à umidade. Podem desbotar quando usadas em superfícies externas.

2. Tintas alquidicas (es-maltes). Servem para espaço externo e interno. Não resistem a molhamento constante.

3. Tintas poliuretânicas e acrílicas. Usadas em espaços externos. Muito resistentes a am-bientes industriais e marinhos.

A manutenção durante o uso deve ser feita periodicamente em função do tipo de tinta usado (consulte a fabricante). A superfície atacada deve ser limpa, com jato de areia ou lixamento, com posterior aplicação de uma tinta de fundo e de aca-bamento, nessa ordem. Evite umidade e poeira junto às peças estruturais.

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COLUNA qUALIDADE

a dissonânCia Cognitiva

De acordo com estudos realizados por Leon Festinger e Carlsmith, em 1959, a dissonância cognitiva refere-se ao

conflito entre duas ideias, crenças ou opiniões incompatíveis que, por serem desconfortáveis para os indivíduos que as possui, estes procuram mudar uma das crenças, ou mesmos as duas, buscan-do torná-las mais compatíveis. A consci-ência da existência desse conflito pode causar ansiedade e estresse, assim como outros estados emocionais negativos.

Mas, por que estou falando sobre esse assunto? É que, há muitos anos, li um artigo que comentava o comporta-mento da grande maioria dos gerentes americanos. Segundo o texto, eles afir-mavam acreditar num vasto conjunto de conceitos associados à qualidade, mas, na prática, atuavam de forma oposta às próprias e declaradas crenças. Foi nesse artigo que foi mencionada a dissonância cognitiva.

Ela me veio à cabeça, há alguns meses, quando participava de uma reunião com os gerentes de engenharia e coordenadores de obra de uma grande construtora brasileira, na qual se discutia a adoção de ferramenta que tinha os seguintes principais objetivos:

Consolidar as principais ocorrên-cias de má qualidade observadas nos serviços executados nas obras para identificar e priorizar pontos de aperfeiçoamento; e

Associar esses resultados à ava-liação dos fornecedores (emprei-teiros) envolvidos, dando maior consistência e objetividade a essas avaliações.

Durante a discussão, foram apresen-tados vários exemplos que mostravam situações alarmantes, pelo menos do meu ponto de vista, com níveis de re-provação acima de 30% para vários dos serviços executados.

Adicionalmente, a ferramenta direcio-nava a análise de forma a permitir que fossem identificadas as falhas associadas à qualificação da mão de obra execu-tante, assim como as falhas associadas a outras fontes, tais como método de trabalho, materiais utilizados, alocação de recursos suficientes (humanos e ma-

teriais) e planejamento e gestão dos ser-viços, entre outros.

Para nós profissionais que dedicam o trabalho à melhoria e promoção da qua-lidade nas organizações por onde passa-mos, uma ferramenta como essa é básica e de fundamental importância para qual-quer sistema de gestão da qualidade.

Porém, como o leitor já deve imagi-nar, sua utilização teve grande resistên-cia entre os envolvidos na apresentação. A partir das minhas provocações ao grupo, o foco dessa resistência revelou--se associado à necessidade de realiza-ção de análises minuciosas das causas dos problemas identificados, assim como a elaboração de registros detalha-dos dessas causas e das ações corretivas decorrentes. Na visão dos envolvidos,

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Engenheiro mecânico formado pela Escola de Engenharia Mauá, Sérgio Roberto Ribeiro de Souza tem 28 anos de experiência no desenvolvimento de projetos para Gestão Empresarial, possui Certificação Bkack Belt pela ASQ (American Society for Quality) e é sócio-diretor da Quality Way Consultoria.

essas atividades são demoradas e con-somem tempo precioso da equipe en-volvida, sempre enxuta.

O mais intrigante é que todos en-tendem e percebem a necessidade de melhorar os processos pelos quais são responsáveis e que a identificação e eli-minação das causas de suas falhas são atividades necessárias para isso. Foi nesse momento que o artigo sobre a dissonân-cia cognitiva me veio à cabeça.

Na verdade, essa não foi a primeira vez e, com certeza, não será a última, que me deparei com essa situação. Por mais que a lógica envolvida não escape do alcance de todos, parece ser real-

mente difícil conciliar as atividades sis-temáticas de melhoria das ações mais imediatas, focadas na eliminação dos efeitos dos problemas.

Na minha humilde opinião, ainda não conseguimos criar uma cultura que pri-vilegie essas atividades, que as valorize e a quem as executa.

A única coisa boa que um erro pode ter é que ele nos permite aprender e sermos melhores no futuro. Quando desperdiçamos sistematicamente es-sas chances, abdicamos de um cami-nho mais seguro e efetivo do aprimo-ramento profissional e, por que não dizer, pessoal.

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SUSTENTABILIDADE

o manejo das Chuvas e o papel Central dos arquitetos e engenheiros

Em 2000, quando come-çamos a introduzir o con-ceito do aproveitamento e manejo da água de chuva como hoje é conhecido

no mercado, a resistência não era pouca numa situação de aparente abundância de água no Brasil, com exceção do semiárido. Parecia para muita gente mais um gesto ecológico com pouca base econômica.

Definitivamente, isso mudou e muito em face da extraordinária expansão das nossas cidades e da concentração de mais de 80% dos brasileiros nelas. Essa situação traz consigo enormes desafios para se poder atender à demanda cres-cente por moradias, mobilidade urbana, saneamento e abastecimento de água.

Mas o que causa crescentes transtornos não é tanto o que precisamos, e sim aquilo que não queremos: as montanhas de lixo e os volumes cada vez maiores de chuva que, por falta de evaporação e infiltração, abrem caminho nas nossas ruas, com considerá-veis perdas humanas e danos econômicos.

Os investimentos em obras de drena-gem, piscinões, etc. aumentam a cada ano,

mas os resultados nem sempre são tão de-finitivos como se gostaria. Por quê?

Em primeiro lugar, a impermeabiliza-ção do solo urbano por novas constru-ções, asfaltamento, estacionamento, en-tre outras ações, supera em velocidade e abrangência as medidas de contenção das enchentes. Em segundo lugar, parece ha-ver uma mudança para chuvas mais con-centradas num menor espaço de tempo.

Então, tem-se o seguinte cenário:

1O retorno do investimento para poder aproveitar a água de chu-va para fins não potáveis (norma

ABNT NBR 15.527 — Água de chu-va – Aproveitamento de coberturas em áreas urbanas para fins não potáveis, de 2007) no comércio e na indústria se dá em prazos cada vez mais reduzidos diante da escala dos preços, permitindo redução de custos considerável, sobretu-do quando essa água é usada nos proces-sos produtivos da empresa. E se no setor residencial o retorno ainda é mais lento, ter uma água garantida para a descarga e a limpeza aumenta a tranquilidade.

2A conta é inversa quando olha-mos para o manejo das águas pluviais “soltas” (stormwater).

Quantas vidas se perdem, quantos car-ros, casas e móveis se estragam, quantos dias de trabalho são perdidos?

A frase sempre presente nos telejornais ao entrevistar as vítimas das enchentes urbanas é “Perdi tudo”. Como então dimi-nuir esses casos de sofrimento, dor e ruína financeira?

Sabemos como profissionais que não se trata de fatalidades; a chuva não inva-de nossas casas, a não ser as que foram

Jack SickermannAssessor de Projetos da 3P Technik do Brasil

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muitas vezes construídas desrespeitando o espaço dos rios e córregos.

Não há uma causa única e, para o pro-blema, será necessária toda uma gama de intervenções, regras e procedimentos; enfim, uma visão sistêmica do organis-mo complexo cidade.

O papel central dos arquitetos e en-genheiros consiste nesta questão: evitar que o problema aumente ainda mais — e isto não é tão difícil assim.

O conceito hoje mundialmente acei-to diz que um terreno, antes de receber qualquer construção, tem uma determi-nada capacidade de infiltrar e evaporar a chuva, variável em função de fatores como tipo de solo, insolação e ventos, restando somente uma pequena parcela da chuva que vai sair desse terreno e pro-curar um curso d’água (run-off).

Qualquer construção inevitavelmente aumenta a taxa de impermeabilização do solo e diminui a capacidade de evapora-ção, via de regra triplicando o run-off.

E agora? A palavra mágica é “com-

pensação”, o que nada mais é do que restaurar a taxa de run-off aos valores de pré-construção, por meio de medidas como poços de infiltração, cisternas de retenção e aproveitamento dessa água, telhados verdes e pisos permeáveis.

Os profissionais de arquitetura e de engenharia e os projetistas podem fazer suas escolhas de como compensar numa determinada obra, mas, como cidadãos e profissionais responsáveis, não podem ignorar que depende em boa parte deles o grau de resiliência das nossas cidades diante das enchentes urbanas.

Água suja correndo pelas ruas conta-mina os mesmos rios da onde tiramos a água de beber. Somos capazes de fazer melhor do que isso, não somos?!

Não há governo, mesmo fazendo a sua parte, que possa resolver os proble-mas sem a atitude proativa de todos nós, como profissionais e como cidadãos.

Somos todos parte dos atuais proble-mas, mas igualmente parte indispensável da solução!

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INfOgrAfIA

os perCursos do vidro planoA cadeia produtiva vidreira inicia-se na extração de minerais para o abastecimento das usinas de base com as matérias-primas do vidro — sílica (areia), potássio, alumina, sódio (barrilha), magnésio e cálcio. As usinas produzem o vidro plano a partir da mistura e posterior fundição das matérias-primas em um forno. A massa é fundida a, aproximadamente, 1.000ºC, sendo continuamente derramada num tanque de estanho liquefeito

Fonte: Associação Brasileira dos Distribuidores e Processadores de Vidros Planos (Abravidro)

Extração dE minErais não

FErrosos

1 2 3 4Fabricação dE

vidro

o vidro tipo iii é composto por:

procEssamEnto dE vidros

indústria da construção

civil

vidraçarias

indústria automotiva

indústria movElEira

indústria da linha branca

Vidros temperados

Vidros laminados

Espelhos

Tampos, vidros lapidados, biselados, curvos...

Vidros insulados

quimicamente controlado. Ela flutua no estanho, espalhando-se uniformemente. Após o recozimento (resfriamento controlado), o processo termina com o vidro apresentando superfícies polidas e paralelas.

São fabricadas chapas de vidro plano em tamanhos padrão, em quatro cores (incolor, verde, bronze e fumê) e em espessuras de 2 a 19 mm. Para que possam ser aplicadas em seu destino final, essas chapas passam

por transformação na indústria de processamento de vidro (corte, lapidação, têmpera, laminação, espelhação, curvação, serigrafia e insulamento, entre outros). Os canais de distribuição do produto ao consumidor final passam pelas indústrias da construção civil (construtoras e, principalmente, vidraçarias), automotiva (montadoras), moveleira (fabricantes de móveis), linha branca (fabricantes de eletrodomésticos) e decoração.

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Automação de Processo

Performance you trust.SIMATIC PCS 7: o sistema de controle de processo referência em excelência operacional.

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Interação harmoniosa entre conhecimento e automação é um pré-requisito fundamental para a operação eficiente de todas as plantas industriais.

Outro pré-requisito chave é um sistema de controle de processo que oferece performance superior. Esta é uma área onde o SIMATIC PCS 7 se destaca, oferecendo grandes oportunidades para otimizar o potencial de sua planta durante todo o ciclo de vida: desde o controle

transparente de processo até a monitoração da qualidade do produto, indicadores de desempenho e otimização consistente de processo.

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