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em Educação e Esporte Formando cidadãos para o futuro novembro/dezembro 2011 - Ano X 58 A revista Educando em Mogi é um projeto da Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes por meio da Secretaria de Educação

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Educação e EsporteFormando cidadãos para o futuro

novembro/dezembro2011 - Ano X

nº 58A revista Educando em Mogi é um projeto da Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes por meio da Secretaria de Educação

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Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes

Editorial

Expediente

Secretaria Municipal de EducaçãoCoordenadoria de Comunicação SocialAv. Ver. Narciso Yague Guimarães, 277Centro Cívico – Mogi das Cruzes – SPCEP 08790-900Tel.: (11) 4798-5085Fax: (11) 4726-5304www.mogidascruzes.sp.gov.br■ Conselho EditorialMaria Geny Borges Avila HorleEulália Anjos SiqueiraKelen Cristiane dos Santos ChaconMaria Estela Ribeiro FernandesMarilda Aparecida Tavares Romeiro Safi ti■ Jornalista ResponsávelKelli Correa Brito – MTB 40.010■ Coordenação EditorialBernadete Tedeschi Vitta Ribeiro

■ Colaboraram nesta ediçãoAna Maria Tertuliano AméricoDébora Soares Alves TeixeiraNorberto Pereira da SilvaPalmira Lúcia Campetelli RosaLuciana Cazarine Lima de MarchiCintia Siqueira RibeiroPaula Leme AssisCláudia Maria BavaPaulo Marcelo da Silva LimaMaria Cristina Perpétuo dos Santos SoaresCamila NogueiraVera Lúcia Maradei de Almeida e SouzaEduardo Marin LelisLucimara Ferreli de Campos Bueno FerrazKelli Correa BritoAntoinet Lucy de MirandaGabriel Fungaro Cares■ Nossa capaE.M. Profª. Guiomar Pinheiro FrancoNey Sarmento (CCS)

■ Fotos Arquivos das Escolas MunicipaisNey Sarmento (CCS)■ Fotolito, impressão e acabamentoMarpress Gráfi ca e EditoraAv. Henrique Peres, 1.500Mogi das Cruzes/SPTel.: (11) 4723-6600 www.marpress.com.br■ Projeto Gráfi co e DiagramaçãoJorge Ricardo (CCS) ■ Tiragem4.000 exemplaresA Revista Educando em Mogi nº 58 é uma publicação da Secretaria Municipal de Educação de Mogi das Cruzes, por meio da Coordenadoria de Comunicação Social, e não se responsabiliza por conceitos emi-tidos em artigos assinados.

A Revista Educando em Mogi traz nesta edição um espe-cial sobre os 75º Jogos Abertos do Interior realizados em Mogi das Cruzes neste ano. Foram 12 dias em que a nossa cidade respirou esporte. Antes deste grandioso evento, mui-tas atividades foram desenvolvidas, estimulando a prática esportiva e toda uma pesquisa sobre a história das olimpía-das caipiras (como são conhecidos os Jogos), as modalida-des disputadas e as cidades participantes. Parabéns a todos pelo envolvimento.

Destacamos nessa edição, o projeto Joguinhos Abertos. As crianças se divertiram, aprenderam e foram atletas por alguns dias, levando para sempre os ensinamentos que só o esporte traz. E esta é a importância de tudo o que foi feito neste ano, levar para nossas crianças noções de disciplina, cooperação, socialização e, principalmente, saúde. Desta-cando a parceria fundamental entre educação e esporte.

Nesta edição, trazemos entrevistas especiais com atletas em atividade e ex-atletas que contaram para nós um pouco de sua experiência e os benefícios que o esporte trouxe para

sua vida. Das glórias de Miguel Nagib nas qua-dras de vôlei e de Fernando Soraggi com sua equipe de ouro na piscina aos destaques atuais de Danila Ramos, no boxe e Reinaldo Barrei-ros, no handebol.

Não podemos nos esquecer de Roberto Pi-res, que contou sua história no tênis de campo e Petre Ivanovici, nosso destaque nas pistas de atletismo. Agradecemos ainda a Lucila Martins e Marcos Paulo Tavares Furlan que foram até a EM Benedito Ferreira Lopes para uma anima-da entrevista com os alunos.

Agradecemos a todos pela colaboração e às escolas, principalmente, pelo empenho de sem-pre nos grandes desafi os de nossa cidade. Va-mos continuar seguindo o que diz o lema dos nossos Jogos: Esporte Agora e Sempre! E até 2013 em que receberemos mais uma edição deste grande evento em Mogi.

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Índice

39 Declaração de amor à Mogi das Cruzes

4 Ampliando a prática esportiva na Secretaria Municipal de Educação de Mogi das Cruzes

8 Desfile Cívico-Militar sobre os Jogos Abertos

11 Ampliando o repertório esportivo

12 Vivendo o esporte

14 Projeto Joguinhos Abertos

16 No ritmo dos atletas

18 Um olhar para as crianças

21 O envolvimento com os Jogos Abertos do Interior

22 Esporte e cidadania

24 As experiências dos atletas veteranos de Mogi

30 Atletas de Hoje e Sempre

36 Esporte, Saúde, Escola

38 Festival de Atletismo

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Em 2004, a Secretaria Municipal de Educação assumiu o Projeto Sanção Premial, que concedia isenção de IPTU aos clubes que aderissem à iniciativa, abrindo suas portas e colocando seus espaços físicos à disposição dos alunos das redes públicas de ensino para o desenvolvimento de ativida-des recreativas e esportivas.

A partir de então começaram dentro da Secretaria Municipal de Educação ações voltadas ao desenvolvimento das práticas recreativas e esportivas com um olhar inovador, utilizando es-paços fora do âmbito escolar. Este novo sistema propiciou aos alunos conhecer os diversos clubes da cidade, ampliando assim a sua vivência de mundo, trazendo oportunidade de melhoria da qualidade de vida, bem como a captação de novos talentos nas diversas modalidades esportivas oferecidas.

Ampliando a prática esportiva

Ana Maria Tertuliano Américo

na Secretaria Municipal de Educação de Mogi das Cruzes

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no, como o Felipe Alves Correa da Silva (PC) que nunca se deixou abater por sua condição, nos mostrando sempre que o que vale é acreditar em nosso ideal. Na época tínha-mos a modalidade de futsal sendo trabalhada no Clube Vila Santista, no Clube Campestre e na ADPM, e muitas foram as competições em que nossos alunos voltaram com meda-lhas no peito. No futebol de campo do Clube Comercial, as equipes das categorias sub-12 e sub-14 chegaram a ser bicampeãs no Campeonato da Liga Municipal de Futebol.

Em 2006, tivemos a criação do Projeto Bom de Bola, em parceria com a Secretaria Municipal de Esporte e Lazer, onde clubes e centros esportivos de nossa cidade eram núcleos e proporcionavam a prática de modalidades esportivas varia-das, tais como: handebol, futsal, ginástica artística e outros.

Com a crescente necessidade de atendermos cada vez mais nossos alunos, abrindo o leque de opções dentro da prática esportiva, criamos o Projeto Peixinho, oferecendo natação para crianças das 3ª e 4ª séries do Ensino Fundamental. O projeto passou mais tarde a se chamar Projeto Pequeno Na-dador e tinha por objetivo ensinar os quatro estilos de nados e proporcionar experiências motoras no meio líquido.

No decorrer desses anos, tivemos outras parcerias, como por exemplo o “Projeto Social Inclusão pelo Esporte”, que oferecia a prática de várias modalidades esportivas, com o apoio da Universidade de Mogi das Cruzes. Destacamos também o Projeto Basquete Vivo, em parceria com o Clu-be de Campo de Mogi das Cruzes, a Secretaria Municipal de Esporte e Lazer e o Mogi das Cruzes Basketball Clube, atendendo alunos objetivando a aprendizagem e a competi-ção. E ainda o Projeto Esporte Social, um convênio entre o Governo do Estado de São Paulo e a Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes, onde eram desenvolvidas atividades esportivas e recreativas para crianças entre 9 e 11 anos.

E no crescente dessas ações na área esportiva, caminha-mos assim para a ampliação dos trabalhos na área da Ginás-tica Artística, que começou a ter bons frutos com o Projeto Bom de Bola e, com isso,surgiu a necessidade de se ampliar e aprofundar os trabalhos. Inauguramos então o Centro

As ações no âmbito esportivo e recre-ativo, dentro da Secretaria Municipal de Educação, foram crescendo e atendendo cada vez mais os nossos alunos.

Com o Projeto Sanção Premial: “Brin-cando também se aprende” (complemen-to que o Projeto ganhou em nossa Se-cretaria), tivemos o surgimento de vários talentos em diversas modalidades pratica-das nos clubes participantes do Projeto.

Vale aqui relembrar alguns nomes como: Tiago Lourenço Januário – mo-dalidade beisebol – Clube Bunkyo, que ganhou uma vaga como atleta na equipe do Clube em Mogi das Cruzes. Tivemos também alguns nomes notáveis na moda-lidade judô, como Ingrid Xavier da Silva e Vitor Anael Santos Costa Silva. No Kos-mos Clube, destaque para Victor Moya de Araújo e Juan Victor Soares, que obti-veram excelentes colocações em disputas nos campeonatos de tênis de mesa.

Na modalidade de natação foram inú-meros aqueles que nos encheram de ale-gria, conquistando várias medalhas com os ensinamentos recebidos pela querida professora Maria de Lourdes Rocha, a “Lourdinha”, do Clube Náutico Mogia-

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de Ginástica Artística “Prof. Adolfo Martini”, em parce-ria com a Secretaria Municipal de Esporte e Lazer, onde fazemos um trabalho de base e aperfeiçoamento dentro da ginástica, contribuindo assim para o surgimento de novos atletas que com certeza muito bem nos representarão nas mais diversas competições do gênero.

Com o grande compromisso de atendermos nossos alunos cada vez mais em sua formação como um todo, valorizando todas as suas potencialidades e preocupados em desenvolvê--las, tendo como objetivo maior formarmos cidadãos plenos, a administração municipal lançou em 2009 o Programa Escola de Tempo Integral.

Por meio deste programa, os alunos permanecem nove horas diárias na escola, onde são oferecidas cinco refeições balanceadas e atividades nas áreas intelectual, cultural, es-portiva e recreação e, ainda, aulas de reforço escolar, in-formática, leitura e literatura, educação ambiental, inglês e xadrez no contraturno escolar. Sendo estas atividades coor-denadas por profissionais específicos das áreas pedagógica, esportiva e cultural.

No que se refere à área esportiva, oferecemos uma gama de modalidades, tais como: atletismo, futsal, basquete, vôlei, handebol, karatê, judô, taekwondo, boxe, tênis, natação e capoeira. Estas modalidades são trabalhadas quando pos-sível dentro dos espaços oferecidos pelas escolas e em vá-rios outros espaços diferenciados da nossa cidade, fazendo assim valer a nossa visão de “cidade educadora”, onde os mais diversos locais como: clubes, associações, centros es-portivos, parques e outros, são utilizados para a prática das diversas modalidades esportivas.

Para continuarmos atendendo com qualidade a nossa clientela, pleiteamos o Programa Segundo Tempo, do Mi-nistério do Esporte. Hoje, temos dois mil alunos sendo atendidos por esta iniciativa, participando de atividades es-portivas e culturais, dando assim um suporte ainda maior para o nosso Programa Escola de Tempo Integral.

Inúmeras são as ações voltadas ao esporte sendo realiza-das pela Secretaria Municipal de Educação, crescendo cada vez mais, trazendo para a vida dos nossos alunos o gosto pelo Esporte, educando e propiciando uma vida mais sadia e alegre efetivamente. Para que façamos valer essas ações, contamos com o trabalho e dedicação dos profissionais da área de Educação Física, que hoje fazem parte do nosso quadro de funcionários, bem como aqueles que são contra-tados por empresa terceirizada.

Ana Maria Tertuliano Américo é coordenado-ra da Área de Educação Física e de Projetos Esportivos da Secretaria Municipal de Educa-ção de Mogi das Cruzes. É professora de Edu-cação Física e pedagoga com especialização em Atividades em Academias e Alfabetização.

A ampliação dessas ações voltadas ao Esporte na Secretaria Municipal de Edu-cação tem contribuído e muito para a co-locação desses profissionais no mercado de trabalho, abrindo portas, dando opor-tunidade de realização e valorização pro-fissional. Para todo trabalho que está em franco crescimento, não pudemos deixar de nos preocupar também com a forma-ção desses profissionais, oferecemos um curso de capacitação específico a eles com uma proposta que atinge também toda a equipe escolar.

E com o grande evento esportivo inédito em nossa cidade, realizado em novembro, a grande competição paulista, conhecida também como as “Olimpíadas Caipiras”, a 75ª Edição dos Jogos Abertos em Mogi das Cruzes, com certeza foi o momento de consolidar o nosso trabalho e ações que vem sendo desenvolvidas junto aos nossos alunos ao longo desses anos. Agora mais especificamente tivemos um trabalho vol-tado para os Jogos Abertos, que foi explo-rado nas mais diversas formas, onde po-demos verificar a grande criatividade dos nossos professores de Educação Física ao elaborarem o Projeto Joguinhos Abertos das escolas municipais.

Vejo com grande alegria e satisfação, cada vez mais se abrir espaços para o desenvolvimento de práticas esportivas em nossas escolas, dando oportunidades aos nossos alunos de conhecerem e vi-venciarem as mais variadas modalidades esportivas. É muito gratificante fazer par-te desse processo tão rico que a Secreta-ria Municipal de Educação de Mogi das Cruzes abraçou com tanto respeito, va-lorizando e acreditando cada vez mais no profissional de Educação Física, dando oportunidade de crescimento dessa área que é de fundamental importância na for-mação de nossos alunos.

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sobre os Jogos Abertos reúne 10 mil pessoas na Avenida Cívica

Desfile Cívico-Militar

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Os 75º Jogos Abertos do Interior foram o tema do Desfile Cívico-Militar que abriu as comemorações do 1º de setembro deste ano, data em que Mogi das Cruzes festejou seus 451 anos. Neste dia, 10 mil mogianos estiveram na Avenida Cívica para prestigiar atletas de todas as idades, além de militares, expe-dicionários, grupos, bandas, fanfarras, crianças e jovens que demonstraram a importância da prática esportiva e, principal-mente, de Mogi sediar um grandioso evento como os Jogos. Ao todo, 2,5 mil pessoas desfilaram representando as 33 modalidades que foram disputadas em Mogi e ainda, as 226 cidades participantes e seus 15 mil atletas. Toda a edu-cação mogiana se uniu para o Desfile: a rede municipal, a estadual, a Fatec, as Universidades e outras instituições de ensino se uniram para contar a história dos Jogos Abertos. O Desfile levou para a Avenida a história dos Jogos desde

a Grécia Antiga até a primeira edição da Olímpiada Caipira, como são cha-mados os Jogos Abertos, em Mon-te Alto no ano de 1936. O Caquito, mascote do evento, também parti-cipou do Desfile. Os participantes também apresentaram a importância do evento para Mogi das Cruzes, que sediou a competição em novembro. Crianças, jovens e adultos transforma-ram a Avenida em uma grande arena de esportes, às vezes uma grande pis-cina e por um momento, uma rede simulou uma quadra de vôlei. Não só a prática esteve em evidência, mas também os valores trazidos pelo es-porte, como superação, respeito, so-cialização, disciplina, entre outros. O evento emocionou atletas de todas as idades. Um dos momentos marcan-tes foi a participação de grandes nomes do esporte mogiano em um carro de bombeiros. Estavam presentes Akcel de Godoy e Lucila Martins, medalhis-tas de natação, a boxeadora Danila Ramos, Ítalo Felipe de Almeida do Ta-ekwondo, as judocas Gabriela da Silva Clemente e Tainá Oliveira da Silva e o tenista Rodrigo Kojima.

“Sou muito grato a Mogi. Cheguei aqui em 72 e fiquei. Quero agradecer a atenção e o carinho com os ex-atletas. É gratificante, representei Mogi em vá-rias competições regionais, nacionais e internacionais e foi uma emoção muito grande desfilar hoje”, comentou Akcel.

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Este ano, Mogi das Cruzes foi sede da 75ª edição dos Jogos Abertos do Interior. Tão importante quanto este momento histórico é possibilitar aos nossos alunos da Educação Bási-ca estabelecer “relações entre o seu cotidiano, suas vivências sócio-culturais, históricas e geográficas com as de outros gru-pos e gerações”, como prevê o documento teórico referencial para o professor na sua prática: as Matrizes Curriculares para a Educação Básica de Ciências Naturais e Sociais da Secretaria Municipal da Educação de Mogi das Cruzes. Sendo assim, as escolas não poderiam deixar de propor ações pedagógicas vol-tadas a este momento esportivo tão importante.

Como professora, resolvi elaborar uma sequência de ati-vidades onde fosse possível transpor para o universo in-fantil a grandeza deste acontecimento. Iniciei o trabalho, organizando rodas de conversas com meus alunos sobre a temática. Como resultado, percebi que enquanto muitos recordavam as Olimpíadas, poucos conheciam as modalida-des além das mais populares, como: futebol, vôlei, basquete e futsal. Portanto, além de integrá-los ao evento seria neces-sário ampliar o repertório esportivo da turma.

A partir dos resultados dessa primeira fase, apresentei aos alunos a história dos Jogos Abertos, sua organização – assemelhada às Olimpíadas -, as modalidades desconheci-das por eles seguidas de uma explicativa da importância do evento, o porquê de nossa cidade ter sido escolhida como sede da competição e a necessidade deles cederem os espa-ços escolares para alojar os atletas de outras cidades, motivo pelo qual os alunos ficaram ausentes por um período de 15 dias no correr do mês de novembro.

Ampliando o repertório esportivo

Cíntia Siqueira Ribeiro

Cíntia Siqueira Ribeiro é professora da EM José Alves dos Santos (1º ano) e EM (R) Geral-da Ferraz de Campos (3º ano). É estudante do 4º semestre de Pedagogia.

Nas aulas de informática, os alunos puderam ver as ima-gens de todas as modalidades que fizeram parte da competi-ção, assim como um pequeno histórico sobre cada uma. Com base nas informações adquiridas, os alunos foram orientados a escolher quatro modalidades para serem vivenciadas duran-te as aulas de Educação Física, atentando para o ambiente que foi devidamente adaptado para a prática das mesmas.

A primeira experiência deles foi com o atletismo: provas de pista (corrida de velocidade e com obstáculos) e provas de campo (salto em distância e arremesso de peso/pelotas), agora estão vivenciando a dama e posteriormente, tênis de mesa e ginástica rítmica. Como fechamento das atividades, os alunos apresentaram uma coreografia de ginástica rítmica.

Com base no desenvolvimento prático das modalidades, os alunos foram envolvidos nas habilidades motoras básicas de correr, saltar e arremessar, como também no desenvolvi-mento da linguagem corporal.

Para além dos resultados obtidos, principalmente se conside-rarmos o entusiasmo e a curiosidade das crianças pelo conhe-cimento das modalidades esportivas, fica a expectativa de que o esporte venha ocupar um espaço na vida futura das crianças. Espero ainda que essas atividades, além de ampliar o repertório esportivo dos alunos por meio das experiências obtidas com os estudos e participação, possam ser incentivo para surgimento de grandes atletas.

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Vivendo o esporteProjeto Joguinhos Abertos da E.M. Profª Marlene Muniz Schimidt

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INTRODUÇÃO

Neste ano, nossa cidade recebeu os Jogos Abertos do Interior, evento que nos proporcionou uma grande opor-tunidade de conhecer várias modalidades esportivas, bem como grandes atletas que representaram suas respectivas cidades. Foram mais de 200 cidades e uma infinidade de atletas, além de toda a equipe de arbitragem e logística que os Jogos necessitam e tudo isso bem perto de nós.

Portanto, nada melhor que oportunizar às crianças de nossa cidade a condição de vivenciar o esporte, pegando carona neste grande evento. Pensando nisso, foi criado o “Projeto Joguinhos Abertos”, a fim de criar uma série de ações nas escolas municipais.

Para então atingir este objetivo, resolvemos unificar as três unidades escolares que atendem um público de áreas mais afastadas (EM Profª Marlene Muniz Schimidt, na Vila Mo-raes, EM Fujitaro Nagao, no Cocuera, e EM Profª Cecília de Souza Lima Vianna, Taiaçupeba), aproveitando o fato da disponibilidade de ônibus. Nosso projeto visou a realização das ações na Associação dos Agricultores do Cocuera, onde são realizadas as atividades das escolas Marlene Muniz Schi-midt e Fujitaro Nagao, atendendo assim um número maior de crianças para que o resultado fosse melhor.

Pelo fato de trabalharmos com crianças que teriam di-ficuldade de acompanhar os Jogos de perto, nossa missão foi fazer com que participassem de um evento que fez uma analogia com o grande evento realizado em nossa cidade.

Devemos sempre lembrar que o Esporte possibilita à criança o estabelecimento de conceitos e valores que podem contri-buir para a formação de um cidadão ético e responsável em seu meio social. Conceitos como liderança, cooperação, solidarie-dade, trabalho em equipe e qualidade de vida, podem ser tra-balhados no ambiente educativo proporcionado pelo esporte.

O incentivo à permanência no ambiente escolar através de projetos esportivos favorece o desenvolvimento integral do aluno, pois sua participação estaria vinculada ao aprendizado escolar, aumentando a identificação com o ambiente, propor-cionando uma maior valorização de professores e funcionários.

Norberto Pereira da Silva e Palmira Lúcia Campetelli Rosa

Norberto Pereira da Silva é coordenador de Esportes da E.M. Profª Marlene Muniz Schimidt.

Palmira Lúcia Campetelli Rosa é coordenadora de Artes da E.M. Profª Marlene Muniz Schimidt.

OBJETIVOS

Promover o gosto pela prática esportiva e demais mani-festações corporais entre as crianças e motivá-las, em busca de superação, já que a disputa é saudável.

Promover a interação e integração entre os alunos das di-ferentes unidades escolares, num momento de alegria, lazer, descontração e congraçamento.

Dar oportunidade para as crianças conhecerem outras modalidades além de proporcionar conhecimento sobre a grandiosidade dos Jogos em nossa cidade.

AÇÕES

Aconteceram ações isoladas, onde crianças que já pos-suem uma vivência em determinada atividade transmiti-ram o conhecimento para os alunos das escolas que não as realizam. Tivemos a participação de aproximadamente 650 crianças com atividades desenvolvidas nos períodos da manhã e tarde.

No mês de agosto, ocorreram o Festival de Hip Hop e as clínicas de Judô e Taekwondo, vivenciadas por profissio-nais das próprias escolas envolvidas. Além disso, no mês de setembro realizamos um Festival de Atletismo, que serviu de preparação das crianças para o Festival de Atletismo, re-alizado em outubro no antigo Centro Esportivo da UMC e que contou com a participação de todas as escolas de pe-ríodo integral.

CONCLUSÃO

Houve total interação entre as escolas envolvidas e per-cebemos que realmente existe uma carência no sentido de uma maior abrangência das atividades esportivas dentro das escolas municipais, mas principalmente tentando estabelecer uma maior relação entre as oficinas esportivas com o ensino regular. A aceitação por parte das crianças foi muito grande; principalmente, para aquelas que nunca tiveram a oportuni-dade de se deslocar para participar de uma ação desse nível.

Mais ações de integração entre as escolas municipais de-vem ser organizadas entre os profissionais envolvidos.

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Joguinhos Abertos

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Luciana Cazarini Lima de Marchi é professora de Educação Física da EM Des. Armindo Freire Mármora e da E.E. Alzira Fernandes Scungisqui. Mestre em Semiótica, Tecnologias de Informação e Educação pela Universidade de Braz Cubas.

A ideia do projeto surgiu com o intuito de aproveitarmos o tema Jogos Abertos do Interior, uma vez que Mogi das Cruzes foi a cidade sede neste ano, e incentivar o conhecimento e a prática de diversas mo-dalidades esportivas que compõem tal evento.

Entende-se o esporte como bem cultural que valoriza e desenvolve atitudes e princípios ligados ao convívio social e ético, promovendo condições de bem-estar físico e social.

Assim, foram traçados alguns objetivos, como: a) promover acesso dos alunos ao esporte e suas diversas modalidades, enquanto um bem cultural, possibilitando a interação social e a vivência de valores huma-nos entre grupos; b) incentivar o conhecimento teórico e prático sobre as modalidades esportivas desenvolvidas nas escolas de tempo integral; c) favorecer o conhecimento de outras modalidades esportivas aos alu-nos que não praticam na escola; d) oportunizar a integração entre os alunos das escolas envolvidas e e) desenvolver atividades centradas no prazer e no seu caráter lúdico.

Para a efetivação do projeto, propusemos algumas ações para serem realizadas ao longo dos meses de junho a outubro deste ano, como: votação do mascote no site oficial; amistosos entre escolas municipais; jogos interclasses e a participação em campeonatos.

Iniciamos o projeto com a votação do mascote e explicando o histó-rico do Jogos Abertos aos nossos alunos. Em seguida, iniciamos amis-tosos das modalidades esportivas que temos em nossa escola de tempo integral, como descrito abaixo:

Judô - tivemos lutas entre alunos de 4ª série com as escolas municipais Dr. Luiz Beraldo de Miranda e Profª Etelvina Cáfaro Salustiano;

Futsal - realizamos jogos entre turmas do 3º e 4º anos com as esco-las Profª Etelvina Cáfaro Salustiano, Profª. Guiomar Pinheiro Franco e Prof. Mario Portes;

Xadrez – jogos dos nossos alunos da 4ª série com alunos das escolas municipais Profª Guiomar Pinheiro Franco e Prof. Mario Portes;

Atletismo – em agosto de 2011, 16 alunos participaram do “I Cam-peonato de Atletismo Escolar Rumo a 2016”, no Ibirapuera, em São Paulo.

Com estas ações, percebemos o aumento do interesse e o envolvi-mento dos alunos durante os eventos, demonstrando motivação para aprender e melhorar o desempenho nos esportes envolvidos.

Acreditamos que desta forma, utilizamos o evento Jogos Abertos do Interior para ampliar e estimular o acesso aos bens culturais, como o esporte, procurando incentivar e envolver um grande número de alunos na participação de diversas atividades.

Este projeto teve início em junho e demos continuidade até o mês de outubro. Para o desenvolvimento deste projeto, contamos com profes-sores que atuam nas oficinas da escola de tempo integral.

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O evento foi importante também para proporcionar a in-tegração entre os alunos do Ensino Fundamental e da Edu-cação Infantil, que foram convidados a prestigiar o evento.

Algumas alunas do Ensino Fundamental realizaram uma apresentação de ginástica rítmica utilizando aros e foram muito aplaudidas pelos presentes, assim como a aluna Letí-cia, da Escola Estadual Vania Cassará que também realizou uma apresentação de ginástica rítmica.

Nos dias seguintes, os alunos participaram das com-petições de atletismo, realizadas no Centro Esportivo de Jundiapeba, onde tiveram a oportunidade de participar das provas de corrida e arremesso de peso.

Na quadra da escola foram realizados os jogos de futsal, onde cada classe foi dividida em times que competiram en-tre si. Na programação, também ocorreram as competições de basquete e handebol e clínicas de karatê e judô.

Ao final do evento, todos os alunos receberam meda-lhas confeccionadas por eles próprios, valorizando assim a dedicação e o empenho de todos na realização do evento, proporcionando também a valorização dos sentimentos de superação, dedicação e participação.

No ritmo dos atletas

Débora Soares Alves Teixeira

Débora Soares Alves Teixeira é pedagoga, pós-graduada em Psicopedagogia e coordena-dora pedagógica da EM Dr. Benedito Laporte Vieira da Motta.

Joguinhos Abertos da E.M. Dr. Benedito Laporte Vieira da Motta

No dia 3 de agosto de 2011, a EM Dr. Benedito Laporte Vieira da Motta, em Nova Jundiapeba, realizou a cerimônia de abertura da primeira edição dos Jo-guinhos Abertos. O evento, organizado pelos professores do Programa Segun-do Tempo, teve como objetivo a divul-gação dos Jogos Abertos do Interior realizado em nossa cidade neste ano, as-sim como a importância e a necessidade das práticas esportivas.

A cerimônia de abertura foi realizada pela diretora da unidade escolar, Márcia Leal de Almeida Guilherme, que con-duziu a entrada dos alunos participantes do Programa Escola de Tempo Inte-gral, onde cada classe representou uma das cidades que participaram do evento.

Um momento muito especial da ce-rimônia de abertura foi a presença do campeão paraolímpico e coordenador de paradesporto da Secretaria Municipal de Esporte e Lazer, Dirceu Pinto. O atle-ta realizou a volta olímpica sob aplausos dos alunos e funcionários da escola.

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Este relato refere-se a algumas das atividades aplicadas com os educandos do 1º ano da EM Dr. Milton Cruz. Ini-ciamos o trabalho com a contextualização histórica e com a necessidade da escolha do Mascote dos Jogos Abertos do Interior. O dado que mais surpreendeu os alunos foi o número de esportistas que Mogi recebeu, algo em torno de 15 mil atletas durante os dias de competição.

As maiores dúvidas resumiram-se em duas perguntas: “Onde esse povo vai ficar, dormir e comer? Cabe na cida-de?”. Para os educandos do 1º ano foi muito curioso o fato de que pessoas que eles não conhecem, iriam dormir, ficar e comer na escola deles; sem que eles pudessem tomar conta de suas coisas, como os cartazes, o quadro de incentivo da sala e os brinquedos.

Para amenizar a estranheza, levei o mapa do Estado de São Paulo e mostrei todas as cidades que participaram dos Jogos, mencionei que cada cidade ficará em uma escola, municipal ou estadual. Ao identificar as cidades de origem dos atletas e a distância percorrida por cada equipe, eles acalmaram-se como um encantamento. Iniciou-se então uma série de questionamentos sobre as outras cidades, mas prosseguimos com os símbolos dos Jogos.

Os meus alunos do 1º ano e da 4ª série, com base nas informações dos símbolos da nossa cidade, desenharam al-guns modelos de mascotes que representassem os Jogos. Muitos deles desenharam japoneses e caquis, outros dese-nharam alfaces, cogumelos, mas um desenhou a cobra (ex-

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Um olhar para os pequenos

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soma quatro pontos; e dois, caso che-gue ao círculo traçado no chão em tor-no do pino. Se derrubar, e ainda ficar dentro do círculo, conta oito pontos. Vence quem atingir 150 pontos ou a pontuação fixada".

Outro site consultado e divulgado aos alunos foi o http://www.eventos.uepg.br/cdr/JOSUEPAR2011 Regulamen-toProvisorio.pdf. Neste site, encontrei as regras de diversas modalidades do XX JOSUEPAR (Jogos dos Servidores das Universidades do Paraná), destaco o Artigo 52 inciso XVIII – “O final da partida é anunciado pelo árbitro quan-do: a) estiverem faltando dois pontos para uma das equipes e, na verificação final, houver uma das malhas coloca-das mais próxima ao pino; b) faltando quatro pontos para uma das equipes e, estando essa equipe em primeiro lugar, com um dos arremessos derrubar o pino, evitando assim o empate da par-tida; c) o atleta não pode retirar a malha antes de o árbitro contar os pontos”.

Após, ler e explicar as informações acima, iniciamos a confecção do jogo com as tampinhas que havíamos cole-tados com os alunos e fomos jogar. Os alunos adoraram e começaram a infor-mar os placares das disputas caseiras.

Essas atividades são simples e po-dem ser aplicadas com todos os edu-candos, independentemente da faixa etária ou nível escolar. Trabalhar as modalidades esportivas prepara os alu-nos para enfrentar os conflitos do co-tidiano e auxilia a lidar com as perdas e frustrações, a observar as suas vitó-rias e as dos colegas e a vibrar por suas conquistas e a dos outros.

Paula Leme Assis é professora nas es-colas municipais Dr. Milton Cruz e Prof. Adolfo Martini.

plicou que desenhou por causa do rio Tietê).Todos participaram e ficaram felizes quando comuniquei

que iríamos votar no site da Prefeitura de Mogi das Cruzes para escolher o Mascote dos Jogos. Apresentei as opções, que eram o caqui com três nomes Caquito, Caco e Cacolino e um menino com mais três opções de nomes: Mogianinho, Atletinha e Mogianito. Uma aluna gritou: “Acertei sabia que ia ser caqui!”. Os outros alunos a olharam feio, mas logo voltaram à calma e foram votar.

Quando a eleição terminou e o Caquito ganhou, foi uma alegria para eles. Então, começaram a imaginar como seriam os gritos da torcida, escrevi algumas ideias na lousa e foi eleito o grito: “Vai, Caquito. Vai, Mogi. Essa terra é do caqui!”. Com-binamos que faríamos cartazes para torcer na época dos Jogos.

Um aluno contou: “Só podia ser caqui por que a gente come até na escola, o meu primo de São Paulo não come caqui na escola dele”. Os outros alunos concordaram com a sua justificativa.

Trabalhamos algumas das modalidades nas aulas de Edu-cação Física, explicando e vivenciando algumas práticas. Os alunos desenharam a modalidade preferida e planejamos um encontro de modalidades, onde cada aluno vestiu-se com o equipamento de seu esporte favorito e explicou suas regras.

Na nossa escola, temos algumas possibilidades de traba-lho com as modalidades esportivas, como futebol, vôlei, basquete, handebol, tênis de mesa, damas, xadrez e atletis-mo. Algumas escolas integrais ou que possuem o Programa Segundo Tempo possuem outras possibilidades de modali-dades, como judô, boxe, natação, ginástica rítmica e artísti-ca, tênis, capoeira, taekwondo, futsal e karatê.

Ao estudar algumas regras das modalidades dos Jogos, esco-lhi confeccionarmos novos tabuleiros de dama para que os alu-nos pudessem levar para a casa e ensinar para as suas famílias. Também fizemos os discos e pino para o jogo da Malha com materiais reciclados. Selecionei o jogo da Malha para socializar o seu histórico uma vez que é um esporte pouco popular.

Segundo o site http://www.jogosabertos2011.com.br/modalidade/malha: “a primeira prova do jogo de Malha existente data do século XVII, na França. No entanto, indícios apontam que a prática é bem mais antiga, tendo, inclusive, feito parte da rotina de soldados do Império Ro-mano, quando era jogado com moedas. A modalidade foi introduzida no Brasil por imigrantes portugueses e existem registros de sua prática em São Paulo, em 1890.

A unificação das regras e a regulamentação da modali-dade aconteceram em 1933, com a criação da Federação Paulista de Malha. Logo depois, outros estados seguiram o exemplo e associações foram criadas. As partidas são dispu-tadas por duplas que lançam discos contra pinos, colocados no outro lado da cancha. A cada pino derrubado, o jogador

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Os Jogos Abertos do Interior se transformaram em um dos mais importantes momentos do esporte nacional. Cum-prindo seu objetivo de integrar atletas de diversas modalida-des, reunindo em um único espaço, delegações de mais de 200 cidades do Estado de São Paulo.

Mogi das Cruzes foi escolhida cidade sede dos Jogos Abertos de 2011. A cidade tem tradição no esporte e, com equipes de natação e basquetebol masculino, chegou a ser campeã paulista na década de 90.

O atual secretário municipal de Esporte e Lazer, Nilo Guimarães é natural de Mogi das Cruzes, foi técnico da se-leção mogiana de basquete, que passou a ter reconhecimen-to no cenário nacional através do esporte.

O município desenvolve um crescente incentivo à prática de esportes com projetos como a Escola de Tempo Integral e outras iniciativas da administração municipal. Nossa esco-la, a EM Profª Guiomar Pinheiro Franco, que conta com o período integral, recepcionou com grande orgulho uma das delegações esportivas e para nossa alegria foi a da nossa cidade: Mogi das Cruzes.

O envolvimento com os

Cláudia Maria Bava e Paulo Marcelo da Silva Lima

Cláudia Maria Bava é pedagoga e professora responsável pelo CEDIC da EM Profª Guiomar Pinheiro Franco

Paulo Marcelo da Silva Lima é coordenador de Esportes da EM Profª Guiomar Pinheiro Franco

Referências bibliográficas:

www.jogosabertos2011.com.br

www.tvtem.globo.com

Escola integral

A escola foi contemplada em 2010 com o ensino integral e trabalhando em conjunto com o programa Segundo Tem-po, vem desenvolvendo um belo projeto, introduzindo a prática esportiva como um hábito diário na vida dos alunos.

Os mesmos são orientados por profissionais capacitados e comprometidos com a educação e o esporte, pois, como o próprio nome se refere “Escola Integral”. Nossa unidade trabalha integralmente lado a lado para alcançarmos suces-so, tendo sempre como meta: o aluno.

A escola dispõe de um espaço físico propício para receber nossos atletas mogianos que se alojaram em nossa unidade: quadra coberta, cozinha com instalações modernas, vestiá-rios com chuveiros, salas amplas para o alojamento, além da própria identidade da escola, que tem como lema: “Receber bem a todos”, que são colocados sob os nossos cuidados.

A escola segue o mesmo lema esportivo de nossa cidade: “Esporte agora e sempre”. Nossos alunos fizeram cartazes dando boas-vindas à delegação mogiana.

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Eleição do Mascote dos Jogos Abertos 2011

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No dia da votação, cada classe foi chamada para votar em uma urna ele-trônica preparada para cada ano/série. Esta dinâmica foi orientada pelo orien-tador de informática, que auxiliou no manuseio da urna eletrônica.

Ao fi nal do voto, cada aluno recebeu um comprovante de votação nominal, que foi colado no caderno ou guarda-do pela criança diretamente, conforme critério do professor.

Após a votação, os resultados par-cial e total foram disponibilizados para cada professor. Com os quais, o professor realizou diversas ativi-dades em que foram contempladas: a resolução de problemas, a cons-trução de gráficos e tabelas e o tra-tamento da informação.

E por fi m, a votação teve seu resultado exibido em um painel próprio que foi fi -xado no pátio da escola. O Caquito não foi só o vencedor na escola, ele foi eleito com cerca de 15 mil votos para repre-sentar toda a cidade de Mogi das Cruzes.

Maria Cristina Perpétuo dos Santos SoaresCamila NogueiraVera Lúcia Maradei de Almeida e Souza Eduardo Marin Lelis

Maria Cristina Perpétuo dos Santos Soares é diretora da E.M. Verª Astréa Barral Nébias.

Camila Nogueira é vice-diretora da E.M. Verª Astréa Barral Nébias.

Vera Lúcia Maradei de Almeida e Souza é coordenadora da E.M. Verª Astréa Barral Nébias.

Eduardo Marin Lelis é orientador de informática da E.M. Verª Astréa Barral Nébias.

Esporte e cidadania

Uma das formas de trabalhar a de-mocracia com as crianças é inseri-las na dinâmica do processo de eleição, apresentando-lhes desde as práticas de divulgação, estudo do histórico dos candidatos até a votação em meios eletrônicos com a simulação de uma urna eletrônica e o encerramento com a apresentação do vencedor da eleição.

Pensando nisso, realizamos a votação do mascote dos Jogos Abertos de 2011 na EM Verª Astréa Barral Nébias, iniciando pela afi xação de um cartaz de 1,5 metros por 3 metros com o objetivo de anun-ciar a eleição do mascote dos Jogos Abertos e seus candidatos.

As professoras, então, realizaram o trabalho de divulgação, com base no material organizado pela equipe gestora, preparando as crianças para a votação, contando-lhes as razões de um dos can-didatos ser um caqui, o que este grande evento representava e as modalidades esportivas que foram contempladas nas competições.

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As experiências dos atletas veteranos de Mogi

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A frase de Ayrton Senna expressa o que consagrados atletas mogianos corroboraram em entrevista realizada em agosto de 2011 na EM Benedito Ferreira Lopes – CAIC aos alunos das 8ªs séries, sob a orientação da profª Maristela Furtado.

Agraciados pela presença de Lucila Martins, renomada nadadora de Mogi das Cruzes da década de 60 com 1.050 medalhas obtidas em campeonatos nacionais e interna-cionais, além de uma coleção de troféus e homenagens conquistados em competições no Brasil e no exterior. E o também mogiano, “sensei” Marcos Paulo Tavares Fur-lan, presidente da Federação Paulista de Karatê Kyokushin e atleta das décadas de 80 e 90. Bicampeão sulamericano, Furlan é um incentivador do esporte como pilar para a me-lhoria da qualidade de vida, do amor e respeito.

Lucimara Ferreli de Campos Bueno Ferraz

“No que diz respeito ao empenho, ao compromisso, ao esforço, à dedicação, não existe meio termo. Ou você faz uma coisa bem feita ou não faz”. (Ayrton Senna)

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se treinava, não era possível manter as duas coisas, pois os treinos eram muito desgastantes. Competi por nove, quase dez anos e só quando encerrei a carrei-ra de profissional, é que dei continui-dade aos estudos”. Para Furlan, a pre-ocupação com os treinos, era condição essencial para garantir uma boa classi-ficação e só então conseguir patrocínio e/ou apoio. Ainda que na usa modali-dade, a federação conseguisse “alguma coisa para o atleta”, ou os países sedes cedessem ou pagassem as passagens para as participações internacionais.

Vale ressaltar que o esporte de alto rendimento prestigiado nas institui-ções escolares deu lugar ao prestígio dos clubes e dos grandes patrocinado-res. É preciso ressaltar, no entanto, que apesar das mudanças do discurso, há diferença nas épocas dos dois. Lucila recebia tudo pago, apoio e incentivo para se dedicar aos treinos, se classifi-car e não se preocupar com as condi-ções para participar das competições, estas não foram as mesmas condições em que viveu o atleta Furlan.

Para receber algum apoio era preciso apresentar os melhores resultados e, para tal, era necessário muita dedica-ção e treinamento. Furlan afirma que dos 20 campeonatos que participou fora do país, 18 foram pagos com re-cursos próprios e para conseguir apoio ou a passagem paga pela Federação, era preciso se classificar muito bem, despendendo muito esforço e mui-to treino. Era grande a dificuldade e quando ele se classificava e precisava conseguir dinheiro para participar dos campeonatos, trabalhava na academia dando aulas para, em seguida, repre-sentar o país.

A importância da educação no esporte, segundo os atletas

Para Furlan, o esporte é um dos pi-lares da educação. Hoje em dia ouve--se os pais reclamarem que as crianças estão na rua ou não tem o que fazer

As considerações dos atletas apontaram diferenças no esporte brasileiro ao longo dos tempos e algumas situa-ções que carecem de novos olhares para a formação dos atletas e, principalmente, para a área de Educação Física nos currículos escolares.

No Brasil, podemos dividir este contexto esportivo em di-versos momentos e confirmá-los conforme as declarações dos atletas. A prática esportiva esteve na maioria das vezes sob os olhares da área médica com ênfase nos discursos pautados na higiene, na saúde e na eugenia dos interesses militares a partir da década de 60, conforme afirma Darido “dos grupos políticos dominantes, que viam no esporte um instrumento complementar de ação ... a Educação Física passou a ter função de selecionar os mais aptos para repre-sentar o país em diferentes competições. O governo apoiou a Educação Física nas escolas objetivando a formação de uma juventude forte e saudável.”(p.12). Lucila Martins vi-venciou este momento na década de 60, começou nadando no Rio Tietê aos três anos e sem nenhuma técnica, na cha-mada prainha próximo ao Clube Náutico. Aos dez anos, com a construção de uma pequena piscina no Clube, come-çou a se destacar no esporte devido ao trabalho do Sargento Expedito que queria “ensinar como respirar direito, bater perna e todas as etapas para aprender a nadar”, contou. Com o trabalho do técnico Fernando Soraggi, participou de sua primeira competição, em que ficou em 2º lugar na modalidade que seria sua especialidade: nado de costas.

“Naquela época não se tinha nenhuma ajuda, tudo que se fazia era por amor ao esporte, não existia patrocínio. Mas, mesmo assim nunca paguei um agasalho, uma roupa ou uma viagem, uma inscrição para participar de um campeonato. O clube oferecia tudo, inclusive um ‘incentivo’ para garantir a participação do atleta que deveria se preocupar somente com seu treinamento”, lembrou Lucila. “Minha família não tinha condições, não tinha dinheiro para compras quando participava de competições fora do país. Minha vida foi só treinamento e competição”. Afirma ainda que não têm quei-xas de nada, que a falta do dinheiro nunca atrapalhou seu desempenho, pois participava e dava tudo de si, recebendo o que precisava para o treinamento, sempre com o apoio da família e incentivo dos amigos. Lucila vê os patrocínios de hoje oferecidos somente ao atleta quando já atingiu um nível de qualidade na competição, como “dificultador” para aquele iniciante e acredita que deveriam acontecer desde o início, na base da prática de qualquer esporte.

Para Furlan, sua carreira esportiva na década de 80 co-meçou muito diferente. Para representar o Brasil no exte-rior, foi sempre muito difícil, ele teve inclusive, que parar de estudar por um tempo. “Para poder se dedicar aos treina-mentos e conquistar espaço no esporte, ou se estudava ou

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sua família. Porém, quando aos nove iniciou suas atividades na natação, o clube que representava determinou que voltasse aos estudos, pois havia sido impedida de participar de uma competição porque não estava estu-dando. Matriculada na Escola Técnica Industrial no colegial e em continuida-de, concluiu sua formação como pro-fessora de Educação Física.

O esporte desenvolve as habilidades físicas

Sabemos dos efeitos que as ativida-des físicas causam no organismo, pois quando nos exercitamos o cérebro libera substâncias como a endorfina melhorando o funcionamento do sis-tema nervoso central, além de propor-cionar a sensação de bem-estar, elevar a autoestima e reduzir os sintomas depressivos e de ansiedade. Aos pul-mões, as atividades físicas aumentam a rede de pequenos vasos que irrigam os alvéolos pulmonares melhorando e aproveitando melhor a capacidade pulmonar. Para o coração, a atividade física reduz os fatores de risco para problemas como pressão arterial e co-lesterol elevado. Os estímulos físicos melhoram a vascularização e garantem o melhor funcionamento deste órgão, permitindo para um mesmo esforço, um trabalho cardíaco menor.

Não podemos esquecer os benefí-cios das atividades físicas para múscu-los, pois estimulam o desenvolvimento das fibras musculares, fortalecendo a massa muscular e aumentando a flexi-bilidade. Nos ossos, os estímulos redu-zem os riscos de osteoporose e fraturas na velhice. (Fonte: Folha de S. Paulo – Caderno Especial - 27/11/1997, pu-blicada por Darido em 2007).

Os alunos que entrevistaram os atle-tas ficaram curiosos em saber em que, para estes atletas, a Educação Física nas escolas pode favorecer ao esporte, de maneira que a partir deste espaço os alunos possam buscar profissiona-

e por meio da prática do esporte de-senvolve-se não só a disciplina e a so-cialização, mas a formação da pessoa de forma integral. Assim, o esporte é um dos pilares, uma ferramenta para a educação que deveria estar mais adequado às idades escolares e mais estruturado. Furlan, que em 1987 era aluno de Karatê, não imaginava ser um atleta internacional, faixa preta e que representaria o País. Como aluno foi tomando gosto pelo esporte, ficando cada vez mais na academia para treinar, participando de campeonatos, depois como professor e agora dono de uma academia. É graduado em Administra-ção de Empresas e pós-graduado em Marketing e Inteligência Competitiva.

Da mesma forma, Lucila se coloca a favor das atividades físicas e práticas esportivas associadas às questões da educação e afirma “o esporte faz parte da educação e a educação do esporte”. Situação que vivenciou quando termi-nou seus estudos do ensino primário na época, permanecendo dois anos sem estudar devido às dificuldades de

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esporte para a formação de um cidadão melhor. Quem pratica esporte zela pela própria saúde, evita, por exemplo, as “drogas” e, assim, busca uma melhor qualidade de vida. Esta é uma questão que muito me preocupa: a qualidade da Educação Física oferecida nas escolas, a melhoria do espaço físico e do material necessário até a melhoria da formação dos profissionais que atuam desde as creches até as séries finais do Ensino Fundamental”, disse.

O que Jogos deixarão para Mogi

Para Furlan, os Jogos Abertos do Interior, realizados em Mogi das Cru-zes, deixaram um legado muito bom. Ele afirma que “todo o investimento realizado em infraestrutura, reformas e construções de novos espaços ficaram para as comunidades usarem após os jogos. A consciência esportiva mobili-zada através das ações da Secretaria de Esportes e da Educação, com apresen-tações e a divulgação do evento, aproxi-

lizar-se e um dia representar a cidade e mesmo o país. “O esporte desenvol-ve tudo, mente, corpo, saúde, ajuda no desenvolvimento integral da pessoa. O esporte resgata a criança, o adolescen-te e o adulto e a escola é o principal lo-cal pra isso”, respondeu Lucila. Furlan considera a prática esportiva essencial para a formação da pessoa.

Furlan e Lucila, como professores e atletas, consideram a disciplina de Educação Física um dos recursos para que os alunos possam apreciar as prá-ticas esportivas, não como recreação, mas na disseminação dos fundamentos das modalidades esportivas.

A Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes tem investido no programa da Escola de Tempo Integral e demons-trando preocupação com o esporte na escola oferecendo o karatê, o judô, o basquete, o vôlei e outras modalidades esportivas. Um dos objetivos é que o acesso e a prática despertem o gosto pelo esporte e, acima de tudo, favoreça o desenvolvimento motor, físico, so-cial, afetivo e cognitivo da criança.

Existe uma tentativa de mudar a ima-gem da Educação Física nas escolas municipais, inserindo no público-alvo a ideia de trazer as diferentes modalidades para a rotina destes alunos. No CAIC, este ano foi oferecido uma oficina de basquete com a participação dos jogado-res do time oficial da cidade, uma oficina de karatê com os alunos da Academia Kyokushin, do professor Furlan e a re-alização desta entrevista com o objetivo de ampliar as probabilidades de partici-pação dos adolescentes em práticas es-portivas, como corrobora a professora Ana Maria Tertuliano, responsável pela área de Educação Física e pelos projetos esportivos na Secretaria Municipal de Educação de Mogi das Cruzes. “Quere-mos ampliar as possibilidades e estimular a participação, porque sou profissional desta área e acredito muito no esporte, na formação do cidadão, não só para ser um atleta consagrado, mas na prática do

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ma o esporte e os esportistas da popula-ção, mostra a cultura mogiana tendo em vista que muitos que nos visitaram não a conheciam, além do reconhecimento daqueles que gostam de esporte aos que vivem do esporte”.

Lucila acredita que foi o primeiro passo para incentivar novos atletas. Co-nhecer, ver e estar perto de ídolos é tam-bém um legado para as novas gerações. Os dois participaram dos Jogos. Furlan coordenarou três modalidades: Karatê, Kickboxing e o Karatê Kyokushin. Lu-cila participou da Liga Aquática de Mogi estando à disposição da Comissão para ajudar no que fosse necessário, com o objetivo de que os 15 mil atletas, mais os acompanhantes e técnicos, retornassem às suas cidades com as melhores impres-sões dos Jogos Abertos de Mogi.

As metas para o futuro

“A natação é a minha vida”, afirma Lucila, “é o que eu sei e o que gosto”. Desde que parou de competir e vol-tou a lecionar, ela quer ensinar o que aprendeu. Sua meta é participar, voltou a nadar e quer estar no meio, mesmo que não consiga ganhar. “A maior gra-tificação para um atleta é poder passar para frente tudo aquilo que aprendeu. Dei aula de natação por mais de 20 anos e, hoje, vejo professores e atletas que foram meus alunos e estão aí, en-sinando o que aprenderam comigo e participando de competições. Isso traz um sentimento muito bom”.

Furlan diz que não atua mais em competições. “Minha meta é divulgar o esporte, passar o que eu aprendi, hoje sou técnico e continuo no esporte com a academia”. A Furlan Academia Kyokushin estará participando do pro-grama “Sanção Premial”, em parceria com a Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes. O programa concede des-conto no IPTU a clubes da cidade que recebem alunos de escolas públicas. “Faremos um verdadeiro projeto so-cial, pois os alunos estarão frequentan-

Lucimara Ferreli de Campos Bueno Ferraz é diretora da EM Benedito Fer-reira Lopes - CAIC e professora de pós--graduação em Psico-pedagogia da UMC.

Referências Bibliográficas:

Darido, Suraya Cristina. Para ensinar edu-cação física: Possibilidades de intervenção na escola. Campinas, SP: Papirus, 2007.

Freire, João Batista. Educação de corpo inteiro: teoria e praticada educação física. São Paulo: Scipione, 2009.

do as aulas e aprendendo a filosofia do kyokushin ou kickboxing ichiegki”.

Para Furlan, seu conselho a quem está começando é ser persistente, ter força de vontade e não desistir do objetivo. Sempre que surgir obstáculos, é preciso contorná-los. “Temos que aprender a conciliar as situações, treinar e ser disci-plinado. Participar das atividades espor-tivas marca a infância e a adolescência, permite estar aberto aos desafios e ter um bom condicionamento físico. O Karatê prega a humildade e a disciplina. É, acima de tudo, uma disciplina para si, para uso pessoal, como defesa. Aquele que se acha o ‘máximo’ acaba desloca-do, pois o ensinamento e a rigidez da disciplina pregam outro tipo de com-portamento e atitude”.

Como todos os professores e atletas, Furlan e Lucila procuram, acima de tudo, ajudar na formação do caráter e inserir noções de cidadania a todos os novatos que com olhos brilhantes se es-pelham nos atletas veteranos de Mogi.

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Aos 82 anos, Miguel Nagib é um exemplo de vida. Em-presário de destaque na região, Miguel foi um dos grandes nomes do voleibol mogiano. O início na carreira esportiva não podia deixar de ser diferente, foi na escola com o pro-fessor de Educação Física. Ele estudava no Ginásio do Esta-do, onde hoje fica a Diretoria de Ensino – Região Mogi das Cruzes. “Começamos a jogar voleibol na quadra de saibro no ginásio que fizemos com as nossas próprias mãos, ali o pro-fessor Hugo Ramos nos ensinou a jogar voleibol”, contou.

Com o destaque na escola, ele começou a participar de competições interescolares. Jogou pela primeira vez em gi-násio coberto no Ginásio do União, onde hoje fica o Mogi Plaza, no Mogilar. A partida foi contra o Big Six, clube do Pinheiros. Um dos momentos inesquecíveis de Miguel no es-porte foi a vinda da seleção japonesa para Mogi das Cruzes. “Em 1971, o Japão veio com a seleção principal. A seleção ja-ponesa fez três exibições em São Paulo e uma delas foi aqui”.

A vinda desta seleção à Mogi das Cruzes foi um trabalho do professor de Educação Física, José Carlos Muller da Sil-veira, conhecido como Tuta. Aos 18 anos, Miguel participou de seu primeiro Jogos Abertos do Interior em Rio Claro. Dis-putou os Jogos até 1970, mas continuou sua carreira no vôlei até 1982. “Mogi sempre teve uma das melhores equipes de voleibol do Estado de São Paulo. Embora não pertençamos ao Vale do Paraíba, éramos os melhores do Vale. Durante uns 12, 15 anos, fomos campeões dos Jogos Regionais”. Junto à carreira esportiva, se formou em odontologia pela Universi-dade de São Paulo em 1957, profissão que exerceu até 2008.

Miguel teve quatro filhos e um deles faleceu. Está casa-do com Joana D´arc de Souza Nagib, ex-Miss Mogi e Miss Interior. Todos os filhos praticam esporte até hoje. Para o ex-atleta, o esporte é um importante aliado da saúde e as pes-soas que praticam ou praticaram esporte tem que ser toma-das como exemplo, principalmente para as crianças. “Todas as pessoas que eu conheço que praticaram esporte durante muito tempo, estão muito bem, tenho amigos de 70, 85 anos. Todos têm que tomar essas pessoas como exemplo, estão até hoje andando e indo a bailes. Eles são exemplos para essas crianças”. Para os pais, Miguel deixa um recado. “É através do esporte que se tira as crianças da rua, o melhor caminho para educar um filho hoje é colocá-lo no esporte”.

A vinda dos Jogos Abertos para Mogi foi comemorada por Miguel Nagib. “É uma coisa maravilhosa, a verdade é que recebemos cerca de 20 mil pessoas, que em primeiro lugar conheceram nossa cidade e se surpreeenderam. Mogi é uma das melhores cidades do interior de São Paulo, tudo nos fa-vorece”, disse.

Um exemplo das quadras

Miguel Nagib

Atletas de Hoje e SempreKelli Correa Brito

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O mineiro de Formiga, Fernando Soraggi chegou em Mogi das Cruzes em 1963 para estudar. Na cidade, se formou na primeira turma de Química, mas a vida de Fernando estava nas piscinas e não nos laboratórios. Ainda em Minas Gerais, já era destaque na natação e com apenas 20 anos, foi con-vidado por Martim Abib e Carlos Augusto Ferreira Alves, o Carlito para liderar a natação do Clube Náutico Mogiano.

Com a piscina do clube reformada, as coisas começaram a acontecer. “Eu era muito entusiasmado e tinha uma turma muito boa de jovens”. Soraggi deixou a química e começou a estudar Educação Física em Santos, já que Mogi não contava com o curso. Foi colega de classe de ninguém menos que Pelé. “Pelé não sabia nadar, fui eu quem o ajudou”, contou.

Soraggi treinou a grande nadadora mogiana, Lucila Mar-tins, que ainda hoje participa de competições e José Anto-nio de Oliveira, o Careca, já falecido. “Ele foi campeão su-lamericano muito jovem, era excepcional”. “Careca e Lucila abriram as portas para as grandes conquistas do Náutico, que foi o único clube do interior que ganhou um brasilei-ro”, contou. Soraggi também destacou José Luciano Nava Namorado, falecido na década de 70 e que esteve entre os quatro melhores do mundo.

Neste período, o Náutico passou a ser referência nacional e internacional. “Nenhum outro esporte na cidade, conse-guiu o que a natação conseguiu. Durante 12 anos, o Náutico enviou atletas para a seleção nacional. Fui da equipe técnica da seleção de 68 até a década de 80”, disse Soraggi. Com o sucesso da natação mogiana, nos anos 70 Mogi ganhou sua primeira faculdade de Educação Física, uma piscina de 50 m e foi uma das primeiras cidades do interior a ter piscina aquecida. Em 73, sediou o campeonato brasileiro e o Clu-be Náutico foi vice-campeão. A natação também se desta-cou nas competições regionais, Mogi foi campeã dos Jogos Abertos por seis anos consecutivos e nos Jogos Regionais, foram 10 anos de vitórias.

Para Soraggi, o esporte faz parte do desenvolvimento da criança. “O esporte tem que ser levado como educação, tem que fazer parte da formação da criança. Mogi é privilegiada por ter valores individuais e tradição em algumas modalida-des, não só na natação, como no judô e no basquete”, disse. Para ele, os Jogos Abertos foram um marco para cidade. “Acho fantástico de ter trazido os Jogos Abertos para Mogi, vai surtir um grande efeito e despertar o interesse da comu-nidade e, principalmente, das crianças”, comemorou.

A época de ouro da natação mogiana

Fernando Soraggi

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Um menino na platéia do Troféu Brasil de Natação, rea-lizado em 1979 em Mogi das Cruzes, teve ali seu primeiro despertar para o esporte: “assisti a prova bem próximo à piscina, isso foi determinante para mim, ali acendeu a cha-ma que me atraiu para o esporte”, contou. O garoto era Petre Ivanovici, atleta mogiano que representou a cidade e o País em várias competições de atletismo. Hoje aos 42 anos, Petre é graduado em Educação Física e trabalha na organização de eventos esportivos.

A paixão começou ainda na escola. “Sempre tinha brin-cadeira de corrida e eu me destacava. Comecei com esporte escolar e fui evoluindo”, comentou. As competições come-çaram, em 1984 com a participação em provas de 800 e 1.500 metros. “Disputei todos os torneios estaduais e brasi-leiros e também participei de campeonatos mundiais no ex-terior”. Aos 16 anos, ele já fazia parte da seleção brasileira e competiu ao lado de grandes nomes do esporte, como Joaquim Cruz e Zequinha Barbosa.

Defendendo Mogi das Cruzes, Petre foi medalhista por duas vezes nos Jogos Abertos. “Havia muita solidariedade nos alojamentos, almoçávamos junto, íamos de Kombi para as competições, estas situações a gente não esquece”, lem-brou. A carreira no atletismo foi até 1993 e depois optou pelo triatlo, esporte olímpico que une natação, ciclismo e corrida. Pela modalidade, foi tricampeão brasileiro nos anos de 1999, 2000 e 2001 e chegou a disputar um campeonato mundial.

Petre ficou animado com a realização dos Jogos Abertos do Interior em Mogi. “Fiquei bastante surpreso, os Jogos é uma competição monstruosa, um ato de bastante coragem e arrojo trazê-los para a cidade. O impacto vai ser bastante sig-nificativo e o importante é o legado que isso deixa, principal-mente, para as crianças que vão ver, se motivar e se mobilizar para praticar esportes”, comentou. Para ele, este foi o primei-ro passo para Mogi sediar outras competições de alto nível.

O esporte não trouxe só conquistas nas pistas para Petre, mas trouxe benefícios que o tempo não apaga. “Sou bastan-te grato ao esporte, que me permitiu uma formação pessoal como homem, cidadão e também profissional. Me trouxe oportunidades que talvez fora do esporte eu não tivesse. Pude conhecer outros lugares, outras culturas”. Sobre a su-peração no esporte, o ex-atleta deu uma lição de vida. “Vejo na minha formação profissional que, graças ao esporte, não desisto e sou perseverante mesmo diante dos desafios mais difíceis. Você pega a derrota como um motivador, transfor-mar a dor em motivação”.

Do sonho de menino ao brilho nas pistas de Atletismo

Petre Ivanovici

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O mogiano Roberto da Silva Pires Júnior sempre foi ligado ao esporte. Seu pai, Roberto da Silva Pires foi um grande in-centivador do esporte na cidade e na região. “Comecei a pra-ticar tênis de campo por volta dos 12 anos. Havia uma equipe na cidade com o técnico Décio Gomes, que hoje mora nos Estados Unidos, e o preparador físico, Sérgio Leite”, contou. Os treinos aconteciam no Clube Náutico Mogiano e depois foram para o Clube de Campo. Nessa época, a equipe repre-sentava Mogi das Cruzes nos Jogos Regionais e nos Abertos.

“Participei dos Abertos em 86 em Rio Claro e 87 em Santos. Na época não nos classificávamos sempre para os Abertos. Hoje crescemos bem”, disse. Um dos momentos especiais da carreira de Roberto no tênis foi em uma edição dos Jogos Regionais em Mogi na década de 80. “As quadras estavam lotadas e a cobrança era maior”, contou. Para ele, representar a cidade é um grande orgulho. “Primeiro porque que temos uma responsabilidade grande, você se cobra um pouco mais, gera até um certo nervosismo. Sentimos o peso da responsa-bilidade, mas ao mesmo tempo é um prazer muito grande”.

Roberto participou de competições entre cidades e inter-clubes. Uma das lembranças do ex-atleta é o companheiris-mo nas viagens. “Só o fato de você ter muitos esportistas, mas todos defendendo a mesma cidade já gerava um com-panheirismo muito grande. Eu ia jogar tênis e a equipe do basquete ia em peso ver o jogo. Eles eram meus amigos. O alojamento era muito divertido, nós brincávamos com as outras equipes, como o tênis de mesa”.

Hoje aos 41 anos, Roberto é dentista, pai de dois meni-nos e ainda pratica o tênis de campo. O mais velho com 10 anos frequenta as quadras desde os seis. O menor, de três anos de idade, já está na natação. “Apoio meus filhos em qualquer área esportiva, estando ligados ao esporte fico feliz com eles”.

Este apoio aos filhos é resultado da contribuição que o esporte trouxe à vida de Roberto. “O esporte contribui de-mais, antes de mais nada na disciplina. Quando você entra para o esporte e se dedica a ele, você está ligado a uma ativi-dade física o que é fundamental. Ajuda no organização e no equilíbrio emocional, você aprende a administrar melhor as coisas, os dois momentos: a derrota e a vitória”, observou.

Sobre os Jogos Abertos na cidade, Roberto é só elogios. “Acho excelente, enalteceu o nome da cidade. Foi uma oportunidade fantástica de desenvolvimento de atividades esportivas na região".

O esporte para além das quadras de tênis de campo

Roberto da Silva Pires Júnior

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Aos 11 anos de idade, Reinaldo Barreiros começou a jo-gar handebol em um projeto social em Guarulhos (SP). A partir de então, foi ascendendo a categorias de competição. A estrutura desse projeto que o revelou quando criança, ele trouxe para os pequenos mogianos com o nome de Mãos na Bola. Esta é uma das preocupações do atleta, que hoje, aos 34 anos, coordenada e joga na equipe de handebol da Secretaria Municipal de Esporte e Lazer de Mogi das Cru-zes: fazer uma geração de atletas de handebol que seja inte-gralmente da cidade.

Aos 15 anos, Reinaldo foi morar em Recife. Neste período, foi atleta da seleção brasileira nas categorias infanto-juvenil e júnior, onde ficou até os 20 anos. Um ano antes, ficou em Portugal jogando pelo Porto. Na volta, jogou por universida-des da Grande São Paulo. O handebol é destaque no esporte universitário e muitas universidades concedem bolsas inte-grais aos atletas. O jogador conciliou os estudos de engenha-ria com o esporte e se formou em 2001.

Sempre teve vontade de formar uma equipe forte de han-debol em Mogi, o que conseguiu em 2002 com a edição dos Jogos Regionais na cidade. Neste ano, a equipe chegou à final e quebrou a hegemonia de São José dos Campos. “Foi maravilhoso ser campeão aqui dentro porque desencadeou todo um ciclo da cidade”, contou. As vitórias não pararam por aí, o time sempre está no podium desde então.

A campanha nos Jogos Abertos foi um pouco mais traba-lhosa, mas também vitoriosa. De um quarto lugar em 2004, a equipe foi campeã em 2006 e 2007 e é a atual tetracampeã da segunda divisão. Reinaldo falou sobre a emoção de jogar na cidade neste ano. “Jogar em Mogi é mais do que só vir e vestir a camisa, tem o projeto das crianças, o programa Escola de Tempo Integral, temos um carinho muito grande pela cidade”, disse. A equipe ficou com o segundo lugar na primeira divisão da modalidade e no mesmo mês, levou o título da Liga Paulista de Handebol.

“Estamos cotados entre as seis equipes melhores do país, temos atletas olímpicos na equipe”, comentou Reinaldo. Ele lembra que para todos o esporte foi fundamental. “O hande-bol nos ajudou a fazer uma boa universidade, aprender cida-dania e a sair da rua. Eu lanço mão do desporto como uma ferramenta para transformar a sociedade. Eu faço hoje o que alguém já fez por mim”, disse. Para as crianças que estão co-meçando e curtiram os Jogos Abertos em Mogi das Cruzes, ele dá um recado: “Aproveita que a sua cidade está vivendo esporte e se envolva nos projetos”.

Pensando nas futuras gerações do handebol

Reinaldo Barreiros

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Em seu primeiro ano na Faculdade de Educação Física no Clube Naútico Mogiano, Danila Fernanda de Freitas Ramos viu uma matéria com os atletas do Boxe de Mogi das Cruzes na TV e se encantou com o esporte. “Decidi procurar o técnico de Boxe de Mogi, Juscelino Alves, o Juça. Conversei com ele e comecei a treinar. Desde desse dia não parei mais. Estou há 7 anos no Boxe”, contou.

O esporte trouxe para a vida de Danila, grandes conquis-tas, inclusive para a sua vida pessoal. “Viajei para o exterior, conheci culturas diferentes e foi através do Boxe que co-nheci meu marido e atual técnico, Marcos Martinez”. Ela conheceu o treinador argentino durante o Campeonato Pa-namericano de Boxe, disputado no Equador em 2007. “Ele me treina juntamente com o Juça. Essa foi uma das minhas maiores conquistas”.

A atleta mogiana participou da primeira apresentação do Boxe Feminino nos Jogos Abertos de 2005 em Botucatu e sagrou-se campeã nesta edição. Esse ano será sua sexta participação, já foi campeã nos anos de 2005 e pela segunda divisão em 2008 e 2009. “É uma grande responsabilidade defender Mogi nas competições. A cidade é considerada forte no Boxe e as pessoas nos respeitam muito”, observou. Danila foi campeã paulista em 2007, 2008 e 2011 e disputou campeonatos internacionais.

Sua maior conquista é recente. Neste ano, após três lutas du-ras, foi campeã brasileira. Em toda sua carreira, já disputou 65 lutas e tem apenas 15 derrotas. Assim como as vitórias estimu-lam os atletas, as derrotas também fazem parte do aprendiza-do. “Um grande atleta é feito de derrotas, isso nos faz crescer, amadurecer. Demorei 6 anos para ser campeã brasileira, treinei meus erros, persisti e consegui, graças a Deus”.

A atleta dá aulas de boxe para crianças na escola de tem-po integral Cempre Dra. Ruth Cardoso, no Jardim Layr. Com o trabalho, Danila observou que foi possível conscientizar as crianças de que o boxe não é um esporte violento e que pode contribuir na disciplina, na formação do cidadão, na socializa-ção, integração, além do desenvolvimento cognitivo e físico da criança. A boxeadora também ensina natação para bebês.

Para ela, os Jogos Abertos foram uma grande festa para o esporte em Mogi das Cruzes. “É um dos maiores eventos esportivos da América Latina, isso engrandeceu e enrique-ceu muito mais a cidade em vários aspectos”. Na competi-ção, a atleta saiu vitoriosa no ringue do Clube Vila Santista, Danila ficou com o ouro em sua categoria. “Mogi sempre me apoiou e me incentivou em tudo”.

Um orgulho mogiano nos ringues

Danila Ramos

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onde todos nós trabalhamos a finali-dade do esporte, sua grandeza e seus benefícios em nossas vidas. Temos, as-sim, a oportunidade de despertar nos estudantes o valor da prática desporti-va, o valor da VIDA! O professor tem influência gigantesca sobre cada aluno e precisa valer-se disto para melhorar a qualidade de vida de cada criança.

Como ex-atleta, sei da necessida-de de manter-me ativa, desde sem-pre. Pratiquei natação competitiva no Clube Náutico Mogiano, na chamada “época áurea da natação” junto com a grande atleta Lucila Martins que este em nossa escola para uma palestra. Passei com meus amigos atletas parte da infância e toda adolescência. Nossa cidade ficou conhecida em todo terri-tório nacional, graças também aos nos-sos pais que nos incentivaram durante todos os dias de treinos e competições.

Estavam sempre a postos quando pensávamos em desistir devido ao can-saço, afinal estudávamos e treinávamos até, em algumas ocasiões, três vezes ao dia, nadando até 10.000 metros. Den-tre as mais variadas competições de que participávamos, muitas vezes subi-mos ao pódio nos Jogos Abertos do Interior, em muitas cidades do Estado de São Paulo. São sensações únicas, as quais até hoje me lembro.

Conhecer as mais diversas modali-dades desportivas, definir aquela que mais se adapta a cada pessoa e conhe-cer a importância do movimento para cada um de nós são atitudes e conhe-cimentos que nós, professores, pode-mos levar aos nossos alunos, tendo a certeza, enfim, do dever cumprido. E, talvez, até descobrir um futuro grande desportista!

Esporte, Saúde e Escola

Antoinet Lucy de Miranda

Antoinet Lucy de Mi-randa é coordenadora pedagógica da EM Eng. Cláudio Abrahão. É gra-duada em Pedagogia e Letras e pós-graduada em Direito Educacional e Psicopedagogia.

Esporte é saúde! Se “esporte é saúde”, esporte é VIDA!Nós, profissionais da Educação, temos em nossas mãos

algumas gerações de pessoas nas quais podemos formar suas opiniões. Se não, podemos ajudar nesta formação. Sen-do assim, é nosso dever canalizar pensamentos de nossos alunos para a prática desportiva, desde uma simples cami-nhada até a prática de esportes competitivos.

Muitos dos problemas de saúde do homem moderno têm como causas a inatividade, o sedentarismo. E nada é mais comprovado que o movimento regular do corpo huma-no traz benefícios, que são estendidos por uma vida toda: aquele que pratica esportes é mais resistente a várias doen-ças, a várias situações que colocam em risco a integridade do corpo humano. Importante salientar que nosso corpo estando bem, nossa cabeça também assim o estará.

O hábito que nossos pequenos adquiriram, ficando ho-ras e horas diante de uma TV ou de um vídeo game, traz transtornos que mais tarde serão sentidos. Então, por que não ajudar nossos alunos e orientá-los para uma existência mais saudável?

Como educadora, rendo minhas homenagens à Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes, que teve a iniciativa de tra-zer para nossa cidade os “Jogos Abertos do Interior”, im-portante competição com várias modalidades desportivas, tanto em nosso estado de São Paulo, quanto em nosso País.

Sou coordenadora pedagógica de uma escola municipal,

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Em volta da pista do Centro Esportivo da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), no Mogilar, o aluno Raidouglas Cos-ta Oliveira, 10 anos, da EM Profª Cenira Araújo Pereira, na Chácara Guanabara, fez o seu aquecimento para participar da prova de 75 m. O garoto fez parte de um grupo de 550 alu-nos que participaram, na manhã do dia 21 de outubro, do 2º Festival de Atletismo das Escolas Municipais, promovido pela Secretaria Municipal de Educação em parceria com a Secreta-ria Municipal de Esporte e Lazer e apoio da UMC.

O Centro ficou repleto de alunos entre seis e 16 anos das 17 escolas municipais, que participam do programa Escola de Tempo Integral, a EMESP Profª Jovita Franco Arouche, o projeto da LBV – Criança: futuro no presente e ainda a EM Profª Cleonice Feliciano e Centro Esportivo da Vila Jundiaí, que integram o programa Segundo Tempo, parceria entre a administração municipal e o Ministério do Esporte.

Cerca de 600 alunos da rede municipal se divertem e aprendem no evento

Festival de Atletismo “O atletismo é o pai de todas modalidades e as crianças ado-

raram o Festival. Foi uma forma muito interessante de encer-rarmos o projeto ‘Joguinhos Abertos’, que foi desenvolvido nas escolas municipais como forma de tematizar e divulgar os Jogos Abertos do Interior, que serão realizados em nossa ci-dade no mês de novembro”, comentou Ana Maria Tertuliano Américo, coordenadora de Projetos Esportivos e da área de Educação Física da Secretaria Municipal de Educação.

Os alunos estavam animados com o festival. Todas as crianças receberam medalhas pela participação. “É a pri-meira vez que eu venho aqui, foi muito legal e divertido”, contou Raidouglas. Para Alessandra Candido Pereira, 9 anos, da EM Profª Etelvina Cáfaro Salustiano, o festival foi uma lição de vida. “É importante participar, mesmo que a gente perca, faz parte da vida”, disse. Crianças e jovens dis-putaram provas de 50 metros, 75 metros, salto e arremesso de pelota.

Os pais também prestigiaram o evento. “Achei o festi-val maravilhoso. É um incentivo para o esporte na vida da criança e eles são o futuro do esporte no nosso País”, dis-se Solange Prado, mãe de Vinicius Prado, 8 anos, aluno da EM Profª Guiomar Pinheiro Franco. O objetivo do evento foi incentivar a prática de esportes como um bem cultural promovendo valores, como ética cidadania e cidadania e in-tegração entre as escolas.

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Outro dia refleti e peguei-me a perguntar;Porque em Mogi das Cruzes nasci, cresci e continuei a morar;E do fundo do meu coração a resposta em poesia quero a cidade doar;Em forma de verso e prosa minha homenagem à cidade quero dedicar.Começo homenageando Nossa Padroeira que é a Nossa Senhora de Santana,Que fez da minha cidade, uma cidade fraterna, veia de uma cidade interiorana,Porém uma cidade simples, acolhedora e porque não dizer em forma de gíria:Minha cidade é sim! Caipira e como um caipira dizer como minha cidade é bacana;Cidade cortada por um rio imponente, inoperante e hostilizado.Rio Tietê, nome indígena pelo qual é conhecido reverenciado e chamado,Que quando atravessa as marginais da capital, chora em borbúrias de espumas de despejo,E eu ergo a mão pro céu e clamo "meu Deus, que falta de respeito!"Do desrespeito onde o esgoto mata a sua vida animal,Acabando com a sua beleza da nascente na sua cidade de Salesópolis com toda a sua forma natural,Vou continuando a minha homenagem como antes havia começado,E como poeta quero em verso e prosa ver Mogi das Cruzes sempre cantado;Mogi das Rodovias, das Ferrovias e Universidades;Tendo como fronteiras outras ilustres e belas cidades;Cidade que sempre acolhe um irmão, seja ele brasileiro ou vindo ou de uma outra região e porque não citar outra nação,Venha pra Mogi você vai sentir-se como se estivesse em sua casa, meu irmão;Cidade onde o progresso sempre alcança; Incentivando no esporte e na educação a nossa criança;Cidade fenomenal que vista do alto da descida da serra a noite nos faz lembrar um grande enfeite de Natal,Agradando não só aos mogianos e também a todos os amigos que descem a serra vindo da capital,Não podemos nos esquecer da distância que encurta a nossa cidade das cidades lindas cidades das belas praias do litoral,Cidade onde os mantos verdes nos homenageiam,Cercada das florestas das montanhas que nos rodeiam;Não posso esquecer daquele agricultor que por mais simples que seja homenagear;Porque é através das suas mãos a agricultura e o “Cinturão Verde” como é chamado Mogi se faz destacar;Faça frio, chuva ou sol o agricultor solitário planta sua muda pra depois vê-la crescer;E no fim desse processo, o alimento é transportado para a capital e os grandes centros abastecer;Termino esta poesia sabendo que muitos desta cidade deixei de homenagear,Pra eles quero dizer de coração! Obrigado a você de Mogi das Cruzes seja de nascimento ou não,Você como eu, com trabalho fortalece nossa cidade dentro do Estado destacando-se dentro da nossa grande “Nação”,Obrigado Mogi das Cruzes, agradeço a minha cidade no seu aniversário de coração...

Declaração de amor à Mogi das Cruzes

Gabriel Fungaro Cares

Gabriel Fungaro Cares é natural de Mogi das Cruzes. Atualmente é aposentado e atua no ramo imobiliário como corretor de imóveis. Possui várias poesias, pensamentos, contos. Algumas poesias foram editadas nos livros En-contro III, IV.

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