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Revista Domingo 06 de dezembro de 2009

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2 Jornal de Fato Domingo, 6 de dezembro de 2009

• EdiçãoC&S Assessoria de Comunicação

• Editor-geralWilliam Robson

• Editor/RedatorHigo Lima

• DiagramaçãoRick Waekmann

• Projeto GráficoAugusto Paiva• ImpressãoGráfica De Fato• RevisãoStella Samia e Gilcileno Amorim• FotosFred Veras, Carlos Costa e Marcos Garcia• InfográficosNeto Silva

Redação, publicidade e correspondência

Av. Rio Branco, 2203 – Mossoró (RN)Fones: (0xx84) 3315-2307/2308Site: www.defato.com/domingoE-mail: [email protected]

DOMINGO é uma publicação semanal do Jornal de Fato. Não pode ser vendida separadamente.

AO L E I TO R

A Festa de Santa Luzia

Arte Neto Silva

Dá para perceber que neste ano a Festa deSanta Luzia está diferente de edições anteriores econseguiu resgatar o clima dos festejos da padroeiraque estava se esvaindo com a pulverização debarracas e atrações bem distantes da catedral. Acomeçar pelo trabalho que antecedeu o evento.A imagem de Santa Luzia percorreu cidades quefazem parte da Diocese de Mossoró, visitouveículos de comunicação da cidade e, como omonsenhor Américo Simonetti gostaria, integrouainda mais os fiéis ao clima da festa.

Foi numa dessas visitas ao JORNAL DE FATOque o padre Flávio Augusto, num dos momentosda peregrinação da imagem da santa, explicou asnovidades da edição deste ano. Desde a integraçãode todos os pontos da chamada "parte profana"nos arredores da catedral, até na volta do concursoA Mais Bela Voz para a praça Vigário AntônioJoaquim. Ele citou também uma espécie deprocissão com motociclistas. Isso sem falar queaté mesmo a oração aos comunicadores mostra umaSanta Luzia antenada com os novos tempos digitais.

Bem, não é novidade a festa de Santa Luziaganhar a capa da revista DOMINGO. A padroeirade Mossoró e seus seguidores sempre tiveramdestaque e espaços especiais neste período. Estaedição mostra os detalhes da festa que começouna quinta-feira e segue até o dia 13.

A revista também mostra um retrato da famíliabrasileira, segundo o IBGE. O que mudou nafamília do século 21 em comparação com famíliasde algumas décadas atrás? O comportamento dosfilhos, a situação dos casais, a postura familiar,de trabalho e o real sentido do matrimônio.Mudou de um tempo para cá? Veja nesta edição,que ainda traz uma reportagem sobre umimportante projeto de montar uma biblioteca nacomunidade rural. Muita gente está participandoe incentivando as crianças à leitura. Um presentee tanto neste período de Natal.

Um abraço,William RobsonEditor-chefe

3 CONTOJosé Nicodemos

4 ENTREVISTA Com a coordenadora estadual deVigilância Sanitária Juliana Araújo

6 RELIGIÃOConfira as novidades da Festa de Santa Luzia 2009

8 PESQUISAQual o retrato da família brasileira segundo o IBGE?

12 DOAÇÕESUma campanha para arrecadarlivros beneficiará comunidade rural

15 CULINÁRIA Um final de semana pede pratos de-liciosos como os selecionados aqui

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Cidadezinha à beira de um rio, avida ali se fazia de vida doméstica. Diaslongos. Iguais. De manhã cedo o ba-nho no rio. De noite, até pelas oito,o passeio em roda da pracinha. Erauma festa quando aparecia um circona cidade, um desses circos sem co-bertura, lona circular cheia de remen-dos, parecido curativos, dois mastrosbaixos, palhaço imoral.

Sem atração nenhuma, deixava, noentanto, na cidadezinha de vida semdiversão nenhuma, um vazio quan-do ia embora. Como o toque ralo dosino da igrejinha sem torre, mais pa-recendo uma capelinha de cemitério,deixava ficar nos ares monótonos umeco asmático, ficava na cidadezinhao eco alegre das piadas imorais do pa-lhaço. Dias. Depois tudo voltava à mes-mice. Mesmice são os assuntos do to-do-dia, a vida alheia, os roubos doprefeito, essas coisinhas paroquiais.Pequenas.

Moça bonita, e ela própria se acha-va, Branquinha, como era chamada,tinha vontade de sair dali, lugarzi-nho sem futuro, não queria o desti-no da mãe, se acabando de parir todoano, bucho quebrado, fedendo a cebo-la e a fumaça de fogão. Ficasse ali, ouo destino da mãe, ou ficar nocaritó. Confessadamente, so-fria.

Achava bonito a vida decirco, hoje aqui, amanhã ali,depois acolá. Sem conheci-mento da vida além rio da ci-dadezinha, nunca saíra daí,achava grande coisa ser artis-ta de circo, também sem terideia nenhuma da existênciade grandes circos e nunca ou-vira sequer falar. Os que co-nhecia eram esses mesmos que de tem-pos em tempos davam as caras na ci-dade.

Mas lhe pareciam grande coisa. Asmoças do trapézio, então, toda luzin-

do de lantejoulas, as pernas nuas pa-ra a babação dos homens, coroadasde aplausos, eram-lhe como se fos-sem tudo na vida. Um dia seria capaz

de ganhar o mundo, num circo. Apren-deria a ser trapezista, ninguém nasceaprendido, como dizia sua mãe. Nãoia acabar sua vida naquele fim de mun-do, o destino da mãe ou o caritó.

E foi assim. Engraçou-se do locu-tor de um circo, desses rapazes de boalábia dos pobres, e anoiteceu e nãoamanheceu na cidadezinha de vidaigual. Foi um desespero, para os pais.Botaram a polícia atrás, e nada. Bran-quinha era maior de idade, donas dasventas, o sargento delegado não po-dia trazê-la de volta, à força. O donodo circo ameaçou ir ao juiz, o delega-do se metesse a besta. Não era bobonão.

Passaram-se os anos, três, comple-tos. O circo não voltou mais lá. Quan-do foi um dia, sem mais esperar notí-cias suas, o pai de Branquinha soube,na feirazinha da cidade, que era aossábados, por um Alfredo do Caipira,apelido que lhe vinha do jogo que ban-cava, que Branquinha estava num ca-baré de Icó, no Ceará, cheia de joiasque nem cigana.

C O N T O / J O S É N I C O D E M O S

!Era uma festa quandoaparecia um circo nacidade, um desses circossem cobertura, lonacircular cheia deremendos, parecidocurativos, dois mastrosbaixos, palhaço imoral.

UM SONHO POBRE

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DOMINGO - Como tem sido a evolu-ção da gripe A no Rio Grande do Norte?

JULIANA ARAÚJO - Quando a Or-ganização Mundial de Saúde (OMS) de-tectou o início de uma pandemia, de umnovo subtipo viral da doença, todas asações que o Ministério preconizava os ór-gãos de saúde no Estado do Rio Grandedo Norte já se reuniram em seguida. An-tes mesmo de o vírus entrar, o Estado reu-niu as equipes da Anvisa, as Unidades derespostas rápidas da Vigilância Epidemio-lógica, como a Secretaria Municipal deSaúde (SAMU), para montar estratégiaspara evitar a incidência. Como Natal éuma cidade turística, a gente acabou ten-do relato de pessoas doentes e trabalhamosem cima da contenção desse vírus, paraque não houvesse uma transmissão susten-tada. Essa transmissão sustentada foi a rea-lidade no Brasil todo, acabou se espalhan-do para os demais Estados assim como nospaíses onde foi relatado o novo subtipoviral. O Rio Grande do Norte passou aseguir além as normas do protocolo doMinistério da Saúde, as ações do próprioEstado para contenção da doença.

QUE ações de contenção?PRIMEIRO, com a capacitação dos

profissionais de saúde, profissionais mé-dicos, para que evitassem óbitos, ou seja,em qualquer sinal de gravidade que se fi-zesse uma conduta correta desses pacien-tes para que não evoluíssem a óbitos. De-pois a medicação, o antiviral foi descen-tralizado para todas as regionais de saúdepara que cada região do Estado tivesse pon-tos de apoios onde se buscar o tratamen-to e também a coleta do exame. Essa co-leta da corisa nasal é o único exame quediz se a linhagem da influenza é a suínaou não, é muito importante e é enviada aBelém do Pará, onde após a análise é con-firmado ou descartado o caso. Esse exa-me foi descentralizado para todos os hos-pitais regionais e também para os princi-pais hospitais privados do RN. Esse tra-balho foi feito e continua sendo feito.Outras ações se deram pela nossa procu-

ra junto a outras secretarias, como a deEducação e a de Segurança, para ver a ques-tão das escolas, trabalhando essa infor-mação junto a professores e coordenado-res das escolas públicas e privadas, e na par-te da segurança vendo a situação das de-legacias e presídios provisórios. Esse tra-balho continua e a secretaria está abertapara repassar informes, realizar palestrasalém do contato permanente com a im-prensa, divulgando todos os dados quetemos, estamos atualizando e colocandoisso à população porque entendemos queé o único meio que a gente tem para queas pessoas tenham consciência da dimen-são desse vírus, das consequências e dosmeios de transmissão para que possa seprevenir, e caso perceba sintomas, que pro-cure a assistência.

ESSA divulgação, ao que percebemos,vem sendo amenizada nos últimos me-ses porque ela já foi mais intensa no Es-tado. Por que houve essa diminuiçãona divulgação dessas informações?

Em nível de Brasil, isso pode ser perce-

E N T R E V I S T A / J U L I A N A A R A Ú J O

‘A situação do Estado é de alerta’A coordenadora da Vigilância Epidemiológica do RN, Juliana Araújo, assumiu o cargo emjaneiro de 2009 e, com ele, a responsabilidade de lidar com toda a coleta de dados sobre agripe A (H1N1) no Estado. Na última semana, a secretaria, através da coordenação, confirmouneste ano dez óbitos por gripe A e mais 175 casos entre curados e internados, aguardandoconfirmação. Sobre as ações que a secretaria e a Coordenadoria Estadual de Vigilância estãorealizando para controlar o avanço da doença, além dos motivos que preocupam a realizaçãode eventos como o Carnatal, Juliana Araújo explica com mais detalhes nesta entrevista.

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bido. Quando entra um subtipo viral no-vo no país ou no mundo, sempre há ummomento de alarde maior, um foco maiorem cima da doença. Então, em maio e ju-nho foi quando entrou o vírus no Brasil, ea mídia nacional toda se voltou para darinformações sobre essa doença. Aqui, a in-formação continua sendo repassada, con-tinuamos distribuindo cartazes e panfletos,no site da secretaria há links sobre a Influen-za com todas as informações sobre formasde transmissão, prevenção. É claro que a mí-dia sempre busca outros temas, e quandoela deixa um pouco de nos procurar, a po-pulação deixa um pouco de ser informa-da. Mas, se ela buscar informações facilmen-te vai encontrar, porque estamos disponi-bilizando de diversas formas, no site da se-cretaria tem inclusive os nossos boletins,os protocolos do Ministério da Saúde tam-bém são disponibilizados para qualquer pes-soa ver, fora o trabalho feito em rádios, jor-nais, repassando os números de casos con-firmados. Realmente, houve uma baixa apóso mês de agosto na divulgação, que apare-cia se comparado a meses anteriores, até por-que a própria população deu aquela acal-mada, achando que estava tudo tranquilo,pelo fato de a mídia não divulgar tanto, aimpressão que dá é que está tudo tranqui-lo, e por isso, muitas pessoas deixam deprocurar os serviços. Consequentemente,a Vigilância Epidemiológica, que trabalhacom essa informação, acaba sem ter infor-mação para trabalhar. A partir do final desetembro, novamente veio o aumento de ca-sos e com isso veio com que mais uma veza Vigilância Epidemiológica dissesse à po-pulação, alertando sobre o número de ca-sos, número de óbitos, dizendo a gravida-de e que os cuidados devem ser mantidospela população.

A SECRETARIA de Saúde divulgou

que neste ano foram registrados dez óbi-tos por gripe A. Como se classifica a si-tuação do RN em relação à doença? Gra-ve ou muito grave?

A SITUAÇÃO do Estado é de alerta.Sobre esses dados entre pessoas que evo-luíram para cura e pessoas que estão espe-rando resultados internados ou não, temos175 casos aguardando a confirmação. A se-cretaria divulgou 74 casos confirmados, 10óbitos confirmados, 6 óbitos ainda aguar-dam o resultado dos exames e 4 óbitosonde a gripe A foi descartada. A situaçãoepidemiológica do RN é ascendente, acurva estatística está crescendo com o au-mento no número de casos e é motivo, sim,para a população ficar alerta, fazer as me-didas de preocupações que estamos pe-dindo e divulgando. Isso é o primordial:a população saber e ter consciência da si-tuação, buscando evitar os riscos.

EM VÁRIOS Estados brasileirosgrandes eventos foram cancelados...

E OUTROS não, não é?

MAS quando o risco de aumento decasos era muito grande, sim. Diante dis-so, não foi considerado o risco de o Car-natal ser realizado neste momento emque o número de óbitos por gripe A é sig-nificativo?

OLHE, vou dizer o que tenho repeti-do a todos os jornais. O Estado não temautonomia para interromper qualquerevento, porque o Município é autôno-mo. O Estado divulgou, falou em notaaberta à população que também está dis-ponível na Internet e no site da Desta-que, dizendo o número de mortes, o nú-mero de casos, o risco de aglomerações,

para que quem vai para o Carnatal es-teja consciente dos riscos que corre, eaconselhando que gestantes, idosos ecrianças não vão ao evento. O papelde orientar e falar da situação epidemio-lógica o Estado fez. A questão de inter-romper festas é iniciativa do Municí-pio junto à Promotoria, que analisamde acordo como as autoridades sanitá-rias do Município informaram. Vocêprocure a Secretaria Municipal para queela relate, porque o Município tem umacobertura do Ministério da Saúde quenão recomendou o cancelamento doevento, e eles têm um comunicado pore-mail, e respaldados em outras coisasque podem lhe explicar por que o even-to não foi cancelado.

E ESSA orientação da SecretariaMunicipal veiculada nos jornais doEstado de que as pessoas "só deveriambeijar conhecidos" não é inadequa-da?

MESMO? (risos) A imprensa nosajuda muito, mas não acredito nisso por-que não tem sentido. Não quero entrarnesse mérito, mas se for dessa forma érealmente absurdo.

EM MOSSORÓ, temos alguns casosaguardando confirmação. Como tem si-do o diálogo da Vigilância Estadual como Município?

A SECRETARIA Estadual só funcio-na porque temos diálogo com 167 muni-cípios. Todas as informações de todos osmunicípios buscamos todos os dias, bus-camos as regionais de saúde, ou seja, as re-gionais conferem a situação dos municí-pios sob suas jurisdições, nós pegamos onúmero de suspeitos, de internados e to-dos os laudos que chegam com resulta-dos de municípios e de outras regiões a gen-te manda para os municípios de origem.

QUAL tem sido o tempo de resultado?O TEMPO de resposta dos exames tem

sido equivalente para os municípios por-que o laboratório em Belém do Pará é oúnico que realiza a análise dos casos noNorte e Nordeste. Pacientes graves e óbi-tos são priorizados e leva oito dias. Já, pa-cientes que evoluem para a cura, demoracerca de um mês.

QUAIS serão as próximas ações?A REALIZAÇÃO de parceria com gru-

pos como escoteiros, divulgação em ae-roportos, rodoviárias, para informar so-bre as formas de transmissão e de preven-ção. Temos parceria com o CRM, Socie-dade de Infectologia, na capacitação demédicos e profissionais de saúde. O Ta-miflu continuará descentralizado e estábem distribuído em todo o RN.

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R E L I G I Ã O

Padroeira

Com tema 'Catequistado amor e da Luz', a festa de Santa Luzia em 2009 chama a participação dos católicosmossoroenses com programação religiosa e cultural.

da Luz

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Catedral de Santa Luziailuminada para avivência dos devotosda padroeira duranteos dez dias de festejos.

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A Festa de Santa Luzia, aberta no úl-timo dia 3, tinha tudo de uma noite se-melhante a muitas festas dos anos ante-riores, não fosse pela ausência sentida elembrada do monsenhor Américo Simo-netti. Em um vídeo onde ele pedia prote-ção à padroeira da cidade e conclamava opúblico a gritar "Mossoró com alegria, saú-da Santa Luzia", os festejos foram abertosoficialmente, sob aplausos dos mossoroen-ses e devotos, cantando o hino à SantaLuzia. Certamente este foi um dos mo-mentos emocionantes da festa e o iníciode uma programação religiosa e culturalque tem tudo para atrair os católicos mos-soroenses a se encontrarem com a festano seu sentido mais tradicional.

Isso porque a festa, como há sete anos,voltou a se concentrar nas imediações daCatedral de Santa Luzia. A programaçãoreligiosa está mais participativa, pois, alémdos novenários e da procissão de Nossa Se-nhora da Conceição, foi incluído este anoum momento importante que acontece-rá no dia 13, a motorromaria.

Os shows que escolherão A Mais BelaVoz também voltarão a ser feitos ao ladoda Rádio Rural.

"A festa volta ao seu modelo mais tra-dicional, tanto na sua programação reli-giosa, quanto cultural, e estamos concla-mando a população a participar ativamen-te de todos estes momentos junto conos-co", ressalta padre Flávio Augusto.

O padre lembra que o clima de prepa-ração religiosa aos festejos vem ocorrendoe que vários foram os momentos de devo-ção e fé - desde a peregrinação da imageme das relíquias de Santa Luzia, que foramlevadas às áreas pastorais e demais paróquiasda Diocese, ao Abraço à Cidade e Cami-

nhada da Paz, quereuniram centenasde pessoas. Ao todo,quase 300 voluntá-rios integram as equi-pes que preparam afesta deste ano.

Agora em plenafesta, a temática reli-giosa se dá em cimado tema central "San-ta Luzia - Catequis-ta do amor e da Luz".

"Estamos viven-ciando na igreja oano catequético na-cional no Brasil e écom esse tema quequeremos falar daimportância da cate-quese na formaçãoreligiosa, tendo co-mo espelho grandesexemplos, como o de Santa Luzia", com-pleta o padre.

MOTORROMARIAUm dos diferenciais deste ano é que

será realizado um cortejo cultural com osFilhos da Luz e show pirotécnico na Cate-dral à meia-noite abrindo a motorromaria.

"A motorromaria sairá da catedral deSanta Luzia com a imagem de Santa Lu-zia até à Praça Rodolfo Fernandes (praçado Pax) pela mão do povo. Lá, ela irá seencontrar com uma comitiva de motoquei-ros que peregrinará pontos que antes a ima-gem não passava", diz o padre, destacan-do os bairros Alto São Manoel e Alto daConceição. Por cada ponto que a imagempassar, será acesa uma vela "para que a ci-

dade amanheça iluminada pelas bênçãosde sua padroeira", ressalta o padre.

O retorno da motorromaria à Catedralserá encerrado com a missa dos romeirose motorromeiros presidida pelo padre eprevista para 3h30.

Esse é apenas o começo de um dia emque haverá mais seis missas até o momen-to da procissão tradicional, que reúne mi-lhares de devotos pelas ruas da cidade deMossoró.

Em todos os momentos, aos que fes-tejam, aos que cumprem a ampla progra-mação religiosa, atos de fé e devoção po-derão ser conferidos. Mesmo diante deuma ausência marcante como a de mon-senhor Américo, a festa seguirá com a mes-ma beleza que tem sido feita todos os anos.

Confira a programação social e religiosa da Festa de Santa Luzia deste ano:

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NOVENÁRIO

04 a 12 - Atos reli-

giosos - Catedral

- Missas - 6h e 9h

- Novenas - 9h;

16h e 19h30min

- Adoração ao

Santíssimo Sacra-

mento - 12h às 15h

- Confissões indi-

viduais - 8h às

12h; 15h às 18h

EVENTOS CULTURAIS E SOCIAIS

- Oratório de Santa Luzia - 04 a 13

- Alvorada diariamente

- Lojinha de Santa Luzia

- "A mais Bela Voz" - responsabilidade da Rádio Rural de Mossoró

- Barraca de Santa Luzia no Largo Mons. Huberto Bruening todas as noites

- Conjuntos e bandas em palanque na Barraca da Festa

- Recital Sacro antes das novenas da noite no patamar da Catedral

- Leilão tradicional 11/12

- "Tremendões" - Show especial na Praça da Festa no dia 10/12

- Missa do Vaqueiro - dia 6 e 7 na Capela São Vicente às 7h

- V Corrida Mossoroense de Pedestrianismo, dia 06/12 com partida às

8h do contorno da Av. Alberto Maranhão

- Acolhida aos Romeiros

- Cirandinha para crianças, nas noites do Novenário

MonsenhorAméricoSimonetti éhomenageadodurante aprogramação.

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P E S Q U I S A

A família brasileira mudou e o retrato daconfiguração familiarpode ser visto a partirdas pesquisas realizadaspelo IBGE em três anos consecutivos.

Basta olhar ao redor entre amigos,vizinhos, conhecidos do bairro, do clu-be em que se frequenta e na escola on-de as crianças estudam para se consta-tar que o perfil da família mudou mui-to se comparado há uma década. Bas-ta olhar a formação da mesa em casana hora das refeições. A mudança nasfamílias está ref letida nos costumes,nas aparências, nas preferências de con-sumo e nas relações sociais.

Famílias numerosas onde os paistinham muitos filhos já quase não sãovistas no novo perfil familiar do sécu-lo XXI e com isso, as casas são meno-res, o salário rende mais e o poder deconsumo aumenta.

Mas, não é o bastante afirmar pelaobservação cotidiana. É preciso ter cer-teza de que essas mudanças acontece-ram a partir de informações mais pre-cisas. Por isso, o Instituto Brasileirode Geografia de Estatísticas (IBGE) rea-liza a cada ano a Pesquisa Nacionalpor Amostragem de Domicílios (P-NAD) em que se consegue ter um re-trato resumido de como está o brasi-leiro, sua família, situação econômi-ca, aceso a bens e serviços públicos co-mo educação, saúde, transporte entrediversos outros itens.

A PNAD é, depois do Censo da Po-pulação - realizado a cada dez anos - apesquisa mais importante feita pelo IB-GE. Embora não chegue ao nível mu-nicipal, como Censo é o mais amplo ediversificado panorama socioeconômi-co do Brasil principalmente porque é

realizada anualmente.A importância da PNAD é tão gran-

de que é possível se saber o que estáacontecendo no país antes do Censo apartir das análises feitas.

"A PNAD é como fazer uma foto-grafia. Ela capta a situação no Brasilem um período delimitado, e não pre-cisa atingir toda a população. Muitaspessoas não dão a mesma credibilida-de às informações da PNAD, mas co-mo ela ocorre todos os anos, se torna

mais fácil entender como estas mudan-ças ocorrem", explica Rogério Campe-lo, técnico do IBGE em Mossoró.

Os dados mais recentes são da P-NAD 2008 divulgadas em setembro des-te ano. No total a pesquisa investigou391.868 pessoas em 150.591 domicíliospor todo o país a respeito de sete te-mas (dados gerais da população, migra-ção, educação, trabalho, família, domi-cílios e rendimento), tendo setembrocomo mês de referência.

Porta-retrato

8 Jornal de Fato Domingo, 6 de dezembro de 2009

Editoria de arte: Neto Silva

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em dados

SOBRE AS FAMÍLIASA partir dos dados das PNADs de

2006, 2007 e 2008 é possível perceberque a família brasileira melhorou noque se refere à renda. O percentual defamílias que ganhavam apenas um sa-lário mínimo vem diminuindo. Em2006 esse percentual era de 19,1% eem 2008 é de 13,53%. Aumentou o nú-mero de famílias com renda de 3 a 5salários mínimos. Em 2006 era de 16%e em 2008 passou a 19,1%.

A PNAD 2008 também trouxe in-formações interessantes sobre os inte-grantes das famílias: As mulheres con-sideradas pessoas de referência na ho-ra da pesquisa ou chefes de família es-tão aumentando. Ainda são menoresque os homens, mas crescem nessa fun-ção familiar a cada ano. Este crescimen-to pode ou não ter relação com o de-semprego, pois a taxa ficou em 5,2%para eles e em 9,6% para elas em 2008.

O idoso está mais presente na con-

figuração das famílias. No Brasil jásão 21 milhões de idosos e muitos mes-mo após os 55 anos se mantêm na ati-va.

As crianças estão mais presentes naescola. Conforme o relatório do IB-GE, a taxa de escolarização da popula-ção na faixa etária de 6 a 14 anos deidade aumentou, passando de 97,0%,em 2007, para 97,5%, em 2008.

Família PotiguarNo Rio Grande do Norte os dados

da PNAD são colhidos nos principaismunicípios entre eles, Natal, Parna-mirim, Mossoró e Apodi.

Rogério Campelo explica que os da-dos obtidos sobre a configuração dafamília em relação à renda, trabalho econsumo não destoam da realidadenacional. Mais famílias potiguares saí-ram da posição em que ganhavam ape-nas um salário.

"Nas tabelas fica claro que as famí-lias melhoraram um pouco a sua si-tuação financeira. As que ganhavamapenas um salário passaram de 31,75%em 2007 para 20,68% em 2008", anali-sa o técnico.

O mesmo pode ser percebido comrelação às mulheres, consideradas aspessoas de referência no momento dapesquisa.

"Pessoas de referência são aquelasque são as mais responsáveis pelo sus-tento, pelo pagamento das contas e des-pesas da casa", explica Campelo.

A responsabilidade está aumentan-do para as chefes de família e o núme-ro de filhos caindo. A média de filhosno RN é de até duas crianças por mu-lher e na faixa entre 30 e 34 anos deidade.

O potiguar também aumentou seupoder de consumo e preferiu nos últi-mos três anos em que a pesquisa foirealizada a compra de produtos comofogões, televisores e geladeiras.

CONSULTANDO O SIDRATodos estes dados contidos na P-

NAD estão disponíveis na Internet pa-ra consulta pública, disponíveis no si-te do Sistema IBGE de Recuperação Au-tomática (SIDRA) qualquer pessoa temacesso aos dados e tabelas sobre famí-lias e pode, na escolha dos dados quedeseja obter, escolher se deseja ver as in-formações por Estado, Região, bemcomo de todo o Brasil. Para ter maisdados acesse: www.sidra.ibge.gov.br

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10 Jornal de Fato Domingo, 6 de dezembro de 2009

Livro - Olhares do Mundo

Autor - Roberto Crisóstomo

Lançamento - 10/12/09

Local - Livraria Siciliano, no Mossoró

West Shopping

SERVIÇO

Um fotógrafo profissional vê belezaem imagens que possivelmente poucosveriam. Enxerga nos cenários mais sim-ples grandes oportunidades de registro emforma de fotografia.

Esse foi o desafio de Ricardo Crisós-tomo, com o seu primeiro livro - "Olha-res do Mundo". O livro é uma mostra dacoletânea de fotografias registradas emvários lugares do Brasil, América do Sul,América do Norte, Europa, Norte da Áfri-ca, Oriente Médio e Ásia, durante os últi-mos 20 anos, pelo fotógrafo Ricardo Chri-sóstomo.

Nesta semana, dia 10, ele estará em Mos-soró, para lançar o livro de fotografias na Li-vraria Siciliano, no Mossoró West Shopping.

Ao todo, são 250 imagens fotográficas,entre elas seis das Sete Novas Maravilhasdo Mundo.

Além de compartilhar belas paisagensde mais de 30 países, o livro retrata as ex-periências de viagens e os conhecimentosacumulados sobre as diversas culturas dosvários povos que habitam o planeta e ex-põe as particularidades de tais culturas.

Crisóstomo enfatiza no seu trabalhoas cores características dos lugares, comoos verdes mares do litoral cearense, a bran-cura dos bancos de areia das praias poti-guares, o colorido das vestimentas incas

nos altiplanos andinos, os reflexos dasgeleiras da Patagônia, o azul translúcidodas águas caribenhas, a tonalidade gris dosmonumentos medievais do Velho Mun-do, o amarelo escaldante do deserto do Saa-ra, as mantas vermelhas dos monges tibe-tanos, a fumaça turva dos incensários bu-distas, o colorido dos mercados flutuan-tes da Tailândia, e outras tantas belezasda humanidade.

Para o autor, o livro não se limita ape-nas a compartilhar e divulgar essas belasimagens fotográficas, mas, principalmen-te, sensibilizar as pessoas sobre a impor-tância da preservação das diversas cultu-ras existentes no mundo inteiro, onde es-tiverem, perto ou distantes de nós.

O AUTORRicardo Chrisóstomo é cearense, ra-

dicado no Rio Grande do Norte há 25anos. Graduado em Engenharia Mecâ-nica e, pós-graduado em Administraçãode Empresas e Gestão Ambiental, respec-tivamente, pela Universidade de São Pau-lo e pela Universidade Federal do Rio Gran-de do Norte, trabalha no desenvolvimen-to dos campos de petróleo da bacia poti-guar desde o início da década de 1980.

Aderiu à arte da fotografia ainda nafase adolescente, registrando os contras-

L I V R O

Fotografia em Livro do fotógrafoRicardo Crisóstomo será lançado naLivraria Sicilianoem Mossorólivro

tes do litoral e sertão nordestino, utili-zando uma câmera fotográfica mono-re-flex, com revelação em filme preto-e-bran-co. De lá para cá não parou. Sempre comuma máquina fotográfica na mão, regis-trou as belezas de vários lugares e regiõesdo Brasil e do mundo, revestindo com asua personalidade gente, terras, mares, ge-leiras e desertos.

Autodidata, aprimorou sua habilidadena arte da fotografia através do domínio dosajustes manuais de suas câmeras fotográfi-cas e da observação de várias fotos premia-das em livros e revistas especializadas. Noúltimo mês de julho, o autor teve um pro-jeto aprovado pelo Núcleo de Artes Visuaisda Capitania das Artes da Prefeitura de Na-tal, a Exposição Fotográfica Cores do Mun-do, a qual ficou aberta ao público, duran-te 30 dias, na galeria Newton Navarro, on-de recebeu mais de 500 visitantes.

Em setembro passado, essa exposiçãotambém esteve aberta ao público no Tea-tro Porto de Ama, recebendo a visitaçãode vários estudantes do ensino médio esuperior das redes pública e privada domunicípio de Macau.

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A Guerra da Cisplatina (1825-1828) é maisum daqueles capítulos da História do Brasilque ainda tem sido visitado de forma muitotímida pelos historiadores brasileiros. Nessasbreves linhas que se seguem, procura-se apre-sentar ao leitor da coluna Um Dia na Histó-ria algumas considerações sobre essa guerrae seus desdobramentos tanto para o Brasilquanto para o futuro da província do Prata.

A ANEXAÇÃO DA PROVÍNCIAO conturbado governo do imperador

dom Pedro I teve de enfrentar revoltas e mo-vimentos de contestação durante o tempoem que o monarca se assentou no trono. Al-guns movimentos foram sufocados com ex-tremo rigor, como é o caso da Confedera-ção do Equador (1824), o que acabou con-tribuindo para manter certa unidade nacio-nal, impedindo o surgimento de novas na-ções independentes a partir da perda da he-gemonia do território brasileiro sob o co-mando da metrópole portuguesa, similarao que vinha acontecendo com a fragmen-tação da América espanhola.

A Província Cisplatina fora anexada aoterritório brasileiro durante o reinado de domJoão VI. É importante lembrar que a rainhaCarlota Joaquina, esposa de dom João, erairmã do rei espanhol Fernando VII. Nessaépoca, a Espanha estava sob domínio dastropas napoleônicas. Destarte, a rainha Car-lota Joaquina tinha o interesse em se tornar"Rainha do Prata", assumindo o controle daregião no lugar de seu irmão. O processo deconquista do território foi iniciado em 1816.

Havia por parte de dom João VI o inte-resse de sufocar os levantes liberais que tor-navam essa região uma ameaça ao seu reina-do no Brasil. Assim, o rei temia que a vitó-ria de movimentos separatistas na Cisplati-na viesse alimentar os anseios de liberdadedas elites regionais do Brasil.

A PERDA DA PROVÍNCIAApós o retorno de D. João VI para Portu-

gal e a assunção de Pedro ao trono do Brasilcomo nação independente, parecia que o pro-cesso de independência para a população daregião Cisplatina seria inevitável. Argumen-tar junto ao Império brasileiro a implanta-

ção de tal projeto parecia razoável. D. PedroI, no entanto, não reconheceu a autonomiada região e aos 10 de dezembro de 1825 de-clarou guerra aos separatistas e aos argenti-nos, que também reivindicavam a região. Oconflito, apesar de não muito longo, mos-traria, no desenrolar do combate, que a de-cisão não só fora errônea como acabaria ge-rando muitos gastos, o que acabou por atin-gir gravemente a frágil economia brasileira.

A derrota do Brasil gerou uma grandeinsatisfação em torno das medidas de domPedro I, tornando-o cada vez mais impopu-lar. Críticas ao seu governo eram cada vezmais frequentes nos jornais e questionava-se a validade da guerra para se manter ane-xado um território que, desde o processo deconquista dos europeus, nunca tinha perten-cido ao domínio português e sim aos espa-nhóis. Ao mesmo tempo em que o Brasil acu-mulava derrotas e mais derrotas, a

autoridade de dom Pedro I frente o tronocomeçou a ser posta em xeque.

As várias baixas no campo de batalha mos-travam que a luta pela região do Prata eraum equívoco; e assomam-se ainda a alta in-flação por conta da considerável soma dedinheiro emitido para cobrir os gastos pú-blicos, entre eles os custos da guerra, e a fa-lência do Banco do Brasil em 1829, comodesdobramento do desequilíbrio econômi-co que a guerra ajudou a piorar. Além dasvárias dívidas contraídas, o aumento da in-flação refletiu diretamente no custo dos ali-mentos básicos da população pobre, comoa farinha e o charque. Sem falar das vidasque foram ceifadas em campo de batalha. Dolado vencedor, coube aos separatistas esta-belecer sua independência e romper com asrelações de dominação, proclamando a Re-pública Oriental do Uruguai.

UM DIA NA HISTÓRIA

C O L U N A

10 de dezembro de 1825: Brasil declara guerra à Argentina- início da Guerra da Cisplatina

Francisco Linhares Fonteles Neto - Prof. Depto. História - Campus Central/Uern

Região do conflito na Província Cisplatina - atual Uruguai

Jornal de Fato Domingo, 6 de dezembro de 2009 11

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12 Jornal de Fato Domingo, 6 de dezembro de 2009

Livros estão sendo

entregues em vários

pontos de apoio na cidade.

Livros naLivros na

S O L I D A R I E D A D E

Campanha arrecada publicaçõesdiversas para montagem daBiblioteca Comunitária no Jucuri

A importância deuma biblioteca num país onde o

custo de um livro é alto se torna imensaem comunidades rurais. Pensando nisso,uma campanha diferente vem estimulan-do a doação de publicações - livros, revis-tas, livretos - para integrar a biblioteca co-munitária do Jucuri, zona rural de Mos-soró.

A iniciativa de criar uma bibliotecacomunitária foi do atual presidente comu-

nitário, Raimundo Lucas, conhecido co-mo o "Galego do Jucuri". Ele é cordelistaexperiente e sentiu a necessidade de queas crianças e jovens da comunidade pudes-sem contar com um ambiente de leiturae de estudos.

Uma biblioteca traz inúmeros benefí-cios, entre eles permite a democratizaçãoda leitura e estimula o hábito de leitura:"Coloquei como proposta de campanhae com a ajuda de parceiros e da mídia es-

tamos conseguindo realizar a criação denossa biblioteca", explica Galego.

O presidente comunitário afirma queo incentivo maior se deu quando o con-selho conseguiu ganhar uma mini-bib-lioteca dentro do projeto Arca das Letrase depois buscou apoio junto a entidadesfilantrópicas e pessoas ligadas à literaturaem Mossoró.

"Tivemos um apoio mínimo do po-der público, mas muito apoio de pessoasda sociedade em geral", ressalta o presiden-te, citando que um dos grandes apoiado-res foi o escritor Clauder Arcanjo.

Segundo Clauder, a iniciativa lhe cha-mou a atenção.

"Conheço o Galego como cordelista eao me contar sobre sua ideia decidi aju-dar a criar uma campanha de arrecada-ção de livros. Levei-o para participar doprograma 'Pedagogia da gestão', e as pes-soas começaram a deixar os livros. Já con-seguimos doações de livros, revistas, cor-déis, dicionários, enciclopédias, livros téc-nicos e de disciplinas", explica Clauder.

comunidadecomunidade

"Livros não mudam o mundo, quem mu-

da o mundo são as pessoas, os livros só mu-

dam as pessoas". (Mario Quintana)

"Livros são os mais silenciosos e con-

stantes amigos; os mais acessíveis e sábios

conselheiros; e os mais pacientes profes-

sores." (Charles W. Elliot, escritor e pro-

fessor americano)

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Jornal de Fato Domingo, 6 de dezembro de 2009 13

1- Contribui para a formação de crianças, jovens eadultos, moradores da comunidade;

2- Contribui para a democratização da leitura;

3- Estimula a leitura prazerosa;

4 - Possibilita a comunidade o acesso a materiaisescritos de qualidade;

5- Fortalece o hábito da leitura indagadora, reflexivae crítica como forma de construção da cidadania.

- Livrarias Poty Livros (centro e Uern)

- Programa Pedagogia da Gestão (TVCabo Mossoró - TCM)

- Portal do Saber

- Sede da Biblioteca - Jucuri: Contato comGalego do Jucuri (9903 - 7712)

Inauguração da Biblioteca Comunitária:

Inauguração - Dia 11 de dezembro, às 16h

Local - Sede do Grupo de Mulheres Lilith (vizinhoà escola Estadual Maria Emília).

Alguns dos importantes benefíciosde uma biblioteca comunitária:

Locais de recebimento das doações:

Livros na estante A biblioteca comunitária do Jucuri fun-

cionará em um cômodo do prédio per-tencente ao Grupo de Mulheres Lilith, pró-ximo à escola Estadual Maria Emiliana.O local está sendo reformado para rece-ber os livros.

Até o momento, a campanha ajudoua arrecadar em média seis mil publica-ções entre livros, revistas e livretos. "Vamoster um bom acervo de livros e continua-remos recebendo as doações", ressalta Ga-lego.

Se continuar crescendo, mais adiantea biblioteca comunitária do Jucuri pode-rá implantar a biblioteca comunitária den-tro dos novos conceitos de biblioteca -que inclui também brinquedoteca, video-teca e atividades culturais (grupos de es-tudos, cursos, mostras de vídeo etc), ofi-cinas e saraus. Tudo a seu tempo, é claro,mas para isso, as doações precisam ser fei-tas.

A campanha continuará arrecadandolivros até o dia da inauguração da biblio-teca, no próximo dia 11 de dezembro. Sãoapoiadores da campanha, a editora Saraudas Letras, Livraria Potylivros e Portal doSaber e estes são também locais de entre-ga das doações.

Livros estão sendoentregues emvários pontos deapoio na cidade.

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dimento que ajudou a fundar e que tinha por mis-são, em seu sonho messiânico, ser uma espéciede FMI do projetado Quinto Império; homema serviço dos interesses expansionistas da Coroaportuguesa; homem a serviço da Igreja na cruza-da contra o protestantismo que se alastrava portoda a Europa. Tamanha é sua dimensão que Viei-ra abarca o destino de dois cenários: o brasileiroe o português.

E neste ano de 2009, outra data deve ser pos-ta em pauta: é a comemoração dos 330 anos daprimeira edição do volume dos "Sermoens", da-ta de 1679, a edição e revisão do próprio punhode Antônio Vieira. Tal data é importante por vá-rios motivos: primeiro, apesar de ter sido algoordenado expressamente pelo padre geral da Com-panhia de Jesus, é a importância da consciênciade Vieira em acatar a ordem de preservar seus di-tos e escritos, que já eram, à época, parte da me-mória coletiva de um povo.

Sua obra é vasta. Depois dessa edição histó-rica do primeiro volume dos "Sermoens", forammais 12 volumes, que seguiram de mais duas edi-ções organizadas a partir de rascunhos encontra-dos em seu espólio pessoal, perfazendo, ao todo,190 sermões em 15 volumes. Além de comentá-rios e interpretações escriturárias, que constituemparte de sua obra profética, juntamente com tex-tos apologéticos escritos durante o período emque esteve sob jugo do Santo Ofício, os quaisainda não foram editados em sua totalidade; semfalar das mais de 500 cartas sobre os aconteci-mentos do momento, a maioria sobre a geopolí-tica envolvendo a condição colonial brasileira ea querela entre Portugal e Holanda.

Para uma compreensão adequada desse vastopensamento de Antônio Vieira, além de entendera "missão" de padre, por via das vezes, entre acruz e a espada, é necessário ainda que o leitor re-troceda na História e o entenda como líder polí-tico e pensador que o foi, pois somente por essecaminho se pode vislumbrar o que ele represen-tou, quais seus anseios e pretensões; senão, corre-se o risco sério de reduzi-lo à caricatura, à mario-nete a serviço de interesses alheios e escusos.

Vieira situa-se na linha limítrofe não apenasde dois poderes e ideologias dominantes, masde dois momentos históricos: o momento em quea figura do divino domina toda uma cultura, ge-rando a visão de mundo em que Deus é o cen-tro do Universo, na Idade Média, e o momentoem que as aceleradas mudanças geopolíticas,

econômicas e filosóficas acabam por abalar talestrutura inserindo no centro do Universo a fi-gura do homem. E aqui reside o segundo moti-vo de importância da compilação de seus sermões,que, apesar de não os serem o espelho fiel daspregações efetivamente pronunciadas, visto quemuitos o haviam sido proferidos trinta ou qua-renta anos antes e que Vieira, segundo registros,pregava apenas com o auxílio de apontamentos,nesses tantos sermões, em que cada um é umaverdadeira peça de teatro, haveremos de dar con-ta dos hábitos, formas e modos de pensar do es-pírito político-religioso de uma época.

Pela engenhosa obra que Vieira engendrou,tão engenhosa que pela retórica e organização dis-cursiva adquire o caráter sublime de arte, enten-demos onde está seu propósito. Ao adotar o ser-mão como categoria persuasiva, torpedos psico-lógicos que visavam interferir fortemente na es-trutura da vida pública, política e religiosa doEstado português, Vieira punha em ordem suafunção, a de em nome de Cristo, anunciar a ins-tauração do Quinto Império, que partia de Por-tugal, o povo escolhido na cruzada ao mesmotempo imperial e messiânica, e findava seus li-mites na América do Sul, depois de passar porparte da Ásia e da África.

Seu estilo engenhoso, arrojado, objetivava u-nir ideologias em prol desse sonho manifesto notom grave e acidentado do requinte linguístico,até hoje, único em língua portuguesa. Isto é, "aação de Vieira no mundo não se revestiria ape-nas de uma aura religiosa coerente, onde o Cris-tianismo seria o único fim, mas de um somató-rio de motivações de ordem política, social, reli-giosa e mística não necessariamente convergen-tes" (FERREIRA, Ermelinda. Leituras: autores por-tugueses revisitados. Recife: EDUFPE, 2003).

Se o Quinto Império foi um sonho aborta-do, porque o desfecho da glória de Portugal jáconhecemos de um todo, ele existiu e ainda exis-te em pleno vapor nas figuras, nos jogos verbais,no mundo dos signos, engenhos tão bem escul-pidos que beiram o divino e dá sentido a todauma ação/intervenção que visa unir os planosestéticos e ideológicos para diminuir o poder con-trário e acrescenta-lhe poder próprio.

Pedro Fernandes de Oliveira Netoé mestrando do Programa de Pós-Gradu-ação em Letras (PPGL) da Uern

O céu estrela o azul e tem grandeza.Este, que teve fama e a glória tem,Imperador da língua portuguesa, Foi-nos um céu também.(Fernando Pessoa)

Os versos de Fernando Pessoa que epigrafameste texto já trazem em si as dimensões inabarcá-veis dessa personagem magnânima, que ano pas-sado completou exatos 400 anos de seu nascimen-to. Português de nacionalidade, jesuíta, Vieira foimaleável aos espaços por onde esteve, foi a perso-nagem que a circunstância o exigia ser: professorde tupi e de retórica, missionário, diplomata, ser-viçal do rei, teólogo e, inclusive, padre. Viveu emterras brasileiras por exatos 42 anos, até quandoda sua morte no Colégio dos Jesuítas, em Salva-dor (BA), em 18 de dezembro de 1697, aos 89 anos.

Sua vida é uma grande epopeia. A começarpelo tempo de vida, numa época em que viver tu-do isso era sinônimo de eternidade. Personagemintrigante pela não menos intrigante rede de in-fluências em que esteve metido, a ponto de sercondenado pelo Tribunal do Santo Ofício, porquem foi processado entre 1633 e 1667, acusadode messianismo, ao pregar que haveria um tempoem que todos os homens, inclusive índios e judeus,estariam reunidos pela fé cristã, no Quinto Impé-rio; e das labaredas do fogo da Inquisição, Vieirateve a pena comutada, em 1675, pelo próprio pu-nho do papa Clemente X, que reconhecia nele ze-lo apostólico e ciência das letras sagradas.

Personagem de vida polêmica, atribulada eaventureira. Que o diga sua recém-lançada bio-grafia em dois densos volumes. E para se ter umaideia dessas três qualidades, basta que se cite, pri-meiro, o clássico episódio de sua expulsão doMaranhão, depois do "Sermão da Vigésima Se-gunda Dominga de Pentecostes", em que claroestá o uso da alegoria para ensinar sobre o bome o mau governo na ocasião em que a provínciase dividia em dois governos; segundo, sua capa-cidade de atuação, indo dos lugares mais remo-tos, como as colônias do Brasil, o Maranhão éuma delas, aos lugares mais importantes da civi-lização humana na época, como Lisboa, Paris,Amsterdã, Haia, Roma e isso defendendo os in-teresses mais inusitados, fosse os da Coroa, fos-se os da Igreja; terceiro, as sete travessias do Atlân-tico, numa época em que tais viagens duravam aeternidade de três quatro meses em mar, em con-dições totalmente insalubres, lembrando aindaque as caravelas que faziam esse trânsito Brasil-Portugal estavam mais para jangadas que para asgrandes embarcações modernas que temos hoje.

De modo que, falar de Vieira não é tarefa fá-cil. Homem da Companhia de Jesus, empreen-

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ARTIGO/PEDRO FERNANDES

VIEIRA, VIDA,ENGENHO E ARTE

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Jornal de Fato Domingo, 6 de dezembro de 2009 15

C U L I N Á R I A

INGREDIENTES

Massa:4 tabletes de fermento biológico; 1 kg de farinha detrigo (mais ou menos); 3 colheres (sopa) de açúcar; 1colher (sopa) de sal; 1/2 copo (requeijão) de azeite; 1copo (requeijão) de leite morno; 2 ovos

Recheio:Presunto em fatias; Mussarela em fatias; Tomate semsementes picadinho; Orégano; Azeitonas picadinhas

MODO DE PREPARO

Numa vasilha grande, misture o fermento com o sal e oaçúcar até virar um líquidoJunte os ovos, o azeite, e o leite, coloque a farinha aospoucos até a massa desgrudar das mãos e dar pontopara enrolarFaça bolinhas do tamanho de laranjas e deixe crescer um

pouco, abra com o auxílio de um rolo de massa do tamanhode um pratinho de sobremesaColoque 1 fatia de mussarela, mais 1 de presunto e no meio1 colher (sopa) cheia da mistura de tomates, azeitonas eoréganoEnrole como se fosse uma panqueca, apertando as pontaspara grudar bem e não sair o recheio, pincele com gemade ovos e polvilhe com orégano (pouquinho)Asse em forno pré-aquecido a 200°

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Pãozinho recheado

Bolo de abacaxi INGREDIENTES

Massa:1 xícara de manteiga; 1 xícara de açúcar; 3 ovos; 1 xícara de Maizena;1 xícara de farinha de trigo; 2 colheres (chá) de fermento; 1 pitada desal; 1 colher (chá) de essência de baunilha; ½ xícara de leiteCaramelo:4 colheres (sopa) de açúcar; 1 lata de abacaxi em calda, em fatias;100g de ameixas pretas, sem caroços

MODO DE PREPARO

Bata a manteiga com o açúcar e os ovos até obter um creme

esbranquiçado

Acrescente a Maisena, a farinha, o fermento, o sal e a essência de baunilha,

alternado com o leite

Misture e reserve

Caramelize com o açúcar uma forma redonda grande

Arrume as fatias de abacaxi e coloque em cada orifício das rodelas, uma

ameixa

Despeje delicadamente a massa por cima

Leve ao forno médio, cerca de 45 minutos

Deixe esfriar um pouco e desenforme, virando sobre um prato

Pudim de milho

INGREDIENTES

1 lata de leite condensado; 1 lata de leite (medir na lata de leitecondensado); 200 ml de leite de coco; 1 lata de milho em conservacom a água; 4 ovos; 2 colheres de sopa de amido de milho; 1xícara chá de açúcar; ½ xícara chá de água

MODO DE PREPARO

Calda:Em uma panela coloque o açúcar e leve ao fogo baixo, deixe derreter

suavemente

Quando estiver bem dourado junte a água e mexa com uma colher de pau,

deixe ferver até dissolver os torrões de açúcar, misture bem

Retire do fogo e forre com ela uma forma para pudim

Reserve

Pudim:Bata no liquidificador o leite condensado, o leite, o leite de coco, o milho com a

água, os ovos e o amido até misturar bem os ingredientes

Despeje na fôrma reservada e leve para assar em banho-maria por 1 hora, ou

até dourar

Depois de frio desenforme em uma travessa e leve para gelar por 1 hora