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Revista Domingo 29 de novembro de 2009

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2 Jornal de Fato Domingo, 29 de novembro de 2009

• EdiçãoC&S Assessoria de Comunicação

• Editor-geralWilliam Robson

• ReportagemIzaíra Thalita

• DiagramaçãoRamon Ribeiro

• Projeto GráficoAugusto Paiva• ImpressãoGráfica De Fato• RevisãoStella Samia e Gilcileno Amorim• FotosFred Veras, Carlos Costa e Marcos Garcia• InfográficosNeto Silva

Redação, publicidade e correspondência

Av. Rio Branco, 2203 – Mossoró (RN)Fones: (0xx84) 3315-2307/2308Site: www.defato.com/domingoE-mail: [email protected]

DOMINGO é uma publicação semanal do Jornal de Fato. Não pode ser vendida separadamente.

A O L E I T O R

O cinema e a música instrumentalNão é preciso dizer que todos gostam de

música. E aqui, não estou falando de estilo, detendência, nem de gosto. Música de um modogeral, aquela que agrada a seus ouvidos. Mas, porgostar de música não quer dizer que vocêentende de música, certo? Então é preciso quealguém apareça para oferecer projetos quepossam educar pessoas a ter ouvidossofisticados, que saibam sim diferençar entre amúsica de qualidade e simplesmente aquela queagrada aos ouvidos.

Em Mossoró, tem gente que trabalha paradifundir música boa para os mossoroenses. Esteé o professor da Universidade do Estado do RN,Isac Rufino, que mantém há cinco anos oprojeto Harmonia Jovem. É uma forma depropagação do que está sendo estudado noconservatório e no curso de música dauniversidade. Isso significa que há um constantecompartilhamento do que está sendo executadoem sala de aula com a sociedade.

Desta vez, o que o Harmonia pretendemostrar são músicas que fizeram sucesso na tela

do cinema. Canções que marcaram gerações eque foram importantes para o sucesso de muitosfilmes. O recital é formado por 60 alunos docurso de Música da Uern e também doconservatório. Isac preferiu apresentar trilhas decinema pelo apelo popular. Muitos conhecem asmúsicas e seria uma forma de incentivá-los aingressar no mundo da música instrumental.Outro fator importante é que Isac sabe da belezae da qualidade destas canções. Vale à pena ler areportagem de Izaíra Thalita nesta edição.

A revista DOMINGO ainda traz osexperimentos apresentados por alunos de escolaspúblicas durante a Mostra Científica queaconteceu nesta semana na cidade. E umaentrevista com o gerente de Trânsito, WalterPedro, sobre as mudanças no setor defiscalização desde que um dos agentes sofreu trêstiros durante uma abordagem.

Um abraço,William RobsonEditor-chefe

4 ENTREVISTA Com o gerente executivo do Trânsito Walter Pedro

6 EDUCAÇÃOAlunos da rede municipalmostram seus experimentoscientíficos

8MÚSICARecital Harmonia preparaapresentação com tema sobre trilhas de cinema

11 COLUNA Um Dia na História lembra avotação da ONU para dividirterritório palestino

12 LAZER Professoras aposentadasaprendem que para fazer arte não tem idade

15 CULINÁRIA O domingo fica melhor com nossas dicas de receitas

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Cabeça baixa, diminuído de um ca-chorro desses de rua, que era como sesentia ser em face da cidadegrande, Gentil caminhava pracasa, mas assim como sem desti-no. Terminado o expediente datarde na repartição onde era em-pregado baixo, ainda deixou-seficar um bom tempo no portãoda rua, a ruminar a vida, nem se-quer o dinheiro do ônibus, quan-to mais pra levar os pães do jan-tar. Um vazio sem comparação.

Sentou num dos bancos dacalçada de uma loja, de costas prarua, e desejou ser o cachorro quelhe passou em frente, magro que a-pareciam os carretéis das costelas, e quelhe pousou um olhar demorado, co-mo se lhe entendesse a situação. Ora,o cachorro era melhor do que ele; ir-racional, não tinha consciência do seuabandono, nem sequer da fome que

lhe fazia o espinhaço em arco, ficou apensar assim.

O dono da casa de moradia, dis-pensando-lhe os três meses de aluguelatrasado, dera-lhe mais um pra des-ocupá-la, senão contrataria um advo-gado pra requerer o despejo. Tinha fil-hos pequenos, é verdade, não poderiaser posto assim no meio da rua, masjustiça neste país, quem foi que disseque existe, pensou de si para si. Mas,

homem direito, também reconheceu,logo, que o dono da casa estava no seudireito, então, seja o que Deus quiser.

O vazio interior se lhe cavando maise mais no mais fundo da alma, teveum momento em que pensou jogar-sedebaixo de um carro, acabaria tudo, mas

seria enorme covardia deixar a mulhere os filhos abandonados à sorte. Sechorasse, talvez aliviasse aquela coisafechando-lhe o peito, montanha dechumbo, mas não era de chorar. Atéisto lhe negara o destino.

Nisto, passam dois rapazes que Gen-til sabia marginais, ares distraídos co-mo convém às sondagens da profissão,e ainda pensou juntar-se a eles; se nãodesse sorte, azar. Estava por tudo. Um

deles rapazes marginais o cumpri-mentou, educado, e Gentil não seacanhou de lhe falar o dinheiro doônibus. O cara, examinando-o dospés à cabeça, meteu a mão no bol-so e lhe deu cinco reais, sem palavra.E Gentil tomou o rumo da para-da, passos ligeiros.

No caminho, um boteco. Eveio-lhe a tentação de umas e out-ras, não suportava mais aquele es-tado de espírito, talvez pior que oremorso de um crime bárbaro. En-trou. Deu logo de cara com um

bêbado muito conhecido, bebesse atémais não poder, ele pagava. E Gentilacordou, zonzo, zonzo, na manhã dodia seguinte, com o sol na cara, deita-do ali na calçada do boteco, a procu-rar nos bolsos da calça o bilhete daloteria premiado, milhões.

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C O N T O / J O S É N I C O D E M O S

! O cara, examinando-o

dos pés à cabeça, meteu a

mão no bolso e lhe deu

cinco reais, sem palavra.

E Gentil tomou o rumo da

parada, passos ligeiros

O BILHETEPREMIADO

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DOMINGO - Nesta semana, houveprotesto e reuniões de negociação e algunspontos da reivindicação estão mais difí-ceis de negociar. Que pontos são esses?

WALTER PEDRO - O que a Gerêncianão está vendo a possibilidade de negocia-ção é com relação à questão salarial. Achoque tem cinco meses, foi feito um concur-so e foi dito no edital quais eram as atri-buições deles, o vencimento que eles tinhamdireito a fazer, na hora do treinamento fo-ram abertas todas as orientações necessá-rias, os cuidados, os riscos que a profissãoiria trazer para eles, e isso foi dito clara-mente e não só nesse treinamento, mas emdiversas reuniões que tivemos com os agen-tes. Assim, essa reivindicação salarial nãocabe. Exceto a questão da insalubridade, de-vido ao aspecto do local que eles trabalham,que é a rua, diariamente, por isso, isto es-tá sendo visto. Outra questão que está seavaliando é, devido a esse incidente trau-mático com o agente Ítalo, a questão da se-gurança, como a gente vai reforçar a segu-rança, e isso já vem sendo trabalhado des-de as conversas com os inspetores e chefesde grupo, e sabíamos que esse era um pon-to importante. Agora, a gente precisa avan-çar para que não ocorram mais fatos des-sa natureza.

O SENHOR já tem experiência deoutras realidades e diante disso cabe oagente de trânsito andar armado? Se is-so for possível, em que situações issoserá permitido, e será necessário um trei-namento extra para o uso da arma?

OLHE, na minha visão de técnico, eu

não vejo necessidade. No caso do agenteÍtalo, acho que foi uma ação em que, se oagente estivesse armado, nada ele poderiafazer porque o veículo nem parou, a pes-soa atirou nele com os veículos em movi-mento, tanto a do agente quanto a da pes-soa que atirou, então a gente acredita quenão é a questão do armamento que vai pro-teger o agente. Diferente do fato do cole-te à prova de balas, que entendemos quenuma situação em que o colete estiverpresente ele traz mais segurança ao agen-te, e apesar de não ser uma atribuição co-mum aos agentes de trânsito, nessa situa-ção desse trauma com o agente Ítalo agente entende que o colete poderia ter evi-tado, e por isso faremos todo o esforçopara fornecer o colete. Apesar da buro-cracia que será adquirir esses coletes parafornecer a agentes de trânsito.

NESSE caso, está descartado o usode armas?

A GENTE passou para a esfera jurídi-ca analisar e também para a questão daGuarda Municipal, vendo a possibilida-de de transferir os agentes de trânsito pa-ra a Guarda Municipal, e vamos aguar-dar para ver se juridicamente isso podeser feito. De uma coisa você tem razão. Sefor possível o uso de armas, a questão dotreinamento é importante. Eles vão vol-tar ao treinamento, haverá as avaliaçõespsicológicas, haja vista que nem todas aspessoas têm condições psicológicas parausar uma arma. Aí pode gerar a violên-cia. Uma pessoa despreparada pode colo-car em risco a população.

EM RELAÇÃO à situação do agenteÍtalo, a gerência está acompanhando aevolução de seu estado de saúde? Comotem sido a comunicação com a família?Haverá algum tipo de indenização?

E N T R E V I S T A / W A L T E R P E D R O

Em uma semana, a Gerência de Trânsito esteve no foco das principais notícias da cidade. Primeiro, por causado incidente envolvendo o agente Ítalo Thiago da Silva Cunha, que na sexta-feira, 20, em uma abordagem derotina a dois homens em uma moto no bairro Santo Antônio (zona norte), foi alvo de tiros e que por pouco nãolhe tiraram a vida. Depois, pelo protesto dos agentes de trânsito, que listaram uma série de reivindicações eparalisaram parcialmente as atividades por cinco dias. A entrevista com o gerente executivo do Trânsito,Walter Pedro, foi dada um dia antes das primeiras negociações que culminaram no retorno das atividadesdos agentes. No entanto, as propostas, em sua maioria, ainda serão analisadas e respondidas em um segundomomento, numa reunião geral entre secretários, prefeita e agentes de trânsito. Nesta entrevista, Walter Pedrofala que as reivindicações dos agentes estão sendo desvirtuadas do foco segurança e que no Getran tudo estásendo revisto depois do incidente. Pedro fala ainda de melhorias no trânsito de Mossoró e de novidades,como a instalação de GPS nos ônibus coletivos, para atender uma solicitação da população. Confira:

Por Izaíra Thalita

‘Todos estão traumatizados’

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NÃO haverá indenização. A gente estáacompanhando a evolução do estado desaúde dele diariamente. Eu estava em Na-tal na sexta-feira, tinha ido para um semi-nário, mas voltei no sábado, acompanhei,todo o secretariado foi visitá-lo, a prefeitavisitou, a Gerência de Saúde está dandotodo o suporte necessário e ele estava noHospital Tarcísio Maia, passou para o Hos-pital Wilson Rosado, e a gente está diaria-mente acompanhando, conversando coma família. Seu quadro é estável, grave, mas,segundo os familiares, com tendência à me-lhora. A gente tem a maior expectativa eaproveitamos para agradecer à equipe mé-dica pela competência que tiveram, porque,apesar de que a gente não entende, pude-mos perceber que foi gravíssimo e os mé-dicos conseguiram debelar uma situaçãoquase sem solução. A gente está torcendoaqui. Todos estão traumatizados. Estamosrevendo tudo o que foi dito e reforçandopara que eles tenham cuidado. A gente játeve o apoio da Polícia Militar, através docapitão Elias, do Pelotão de Trânsito, atra-vés do capitão Gomes, que se prontificoua passar de novo, conversar com os agen-tes para reforçar os cuidados que precisamter em relação às abordagens e que já foivisto no treinamento, mas que será ditonovamente para evitar ao máximo que ocor-ra uma situação dessa natureza.

NO CASO do agente Ítalo, ele seguiuos infratores. Havia essa recomendaçãopor parte da gerência diante de algumainfração cometida?

TODA a orientação parte do seguintepressuposto: o agente precisa cumprir e fa-zer cumprir as leis de trânsito. A partirdaí, ele tem toda uma série de orientaçõescom relação à segurança dele. A verifica-ção e a abordagem ao infrator fazem par-te do trabalho, mas é preciso que se tenhao resguardo da sua segurança, as suas ga-rantias. É preciso que o agente primeirogaranta a sua vida para depois corrigir. Nocaso do agente Ítalo, ele estava no cumpri-mento do seu dever, e é importante que sediga isso. A ação da pessoa que ia ser abor-

dada é que foi inesperada, até porque a ques-tão é que não foi uma questão de trânsito.Não foi uma discussão de trânsito, por-que normalmente quando chega às vias defato, com uma violência física, ela sai deuma discussão, em que a pessoa não acei-ta e bate boca. E se o agente Ítalo abordas-se, do jeito que a gente conhece ele, umapessoa extremamente preparada, educada,os colegas mesmos diziam que nas abor-dagens dificilmente notificava, porque eleaceitava facilmente as explicações das pes-soas, então com certeza que se a pessoa ti-vesse parado e ouvido o agente, este certa-mente teria apenas orientado. Até porqueo agente não verifica se a pessoa está arma-da ou não; o máximo que ele pode pedirsão os documentos para, se for o caso, preen-cher o auto de infração.

ELE não teria nem mesmo condiçõesde saber se a pessoa estava armada por-que a pessoa não foi abordada?

EXATAMENTE. Ele viu uma situaçãode infração e foi tentar corrigir e orientarpara que não fizesse isso, até porque eramduas pessoas numa moto, e se houvesseum acidente seria um grave acidente.

QUAIS serão as próximas ações dagerência em relação aos pedidos dosagentes?

TUDO o que for levantado com rela-ção à questão da segurança a gente vai fazertodo o esforço para atender. Agora, esse ques-tionamento sobre as horas de trabalho, is-so está na legislação; eles são funcionáriospúblicos municipais e têm de atender. Essaquestão de viatura não é um pré-requisitodo serviço. Pode ou não ter viaturas, atéporque o trabalho do agente de trânsito tam-bém se faz a pé - e muito a pé -, sendo atédescabido esse questionamento da viatura.Eles agora trabalharam em represálias e nãousaram as viaturas e estão nas ruas do mes-mo jeito. Então, há aí uma falta de consen-so ao que eles realmente querem.

O SENHOR acha que as reivindica-ções estão sendo desviadas do foco maior,que é a segurança neste momento?

TOTALMENTE desviadas. Se tivessemuma preocupação única com a questãoda segurança, esses fatos que não fazem par-te do dia-a-dia e são questões internas, téc-nico-administrativas, não estavam sendojogadas na rua. Se fossem feitas passeataspara pedir mais segurança diante da po-pulação, já que todo dia tínhamos pro-blemas em Mossoró, estávamos acompa-nhando, tudo bem. Mas, os pedidos estãodesvirtuados e há interesses pessoais envol-vidos, muitos dos agentes, infelizmente, es-tão sendo vítimas de pessoas que têm umentendimento diferente e estão seguindoas instruções. E isso pode ter um prejuízomuito grande, haja vista que eles estão emestágio probatório.

EM RELAÇÃO ao sistema de moni-toramento do trânsito na cidade, há pro-jetos de instalação de câmeras ou de sis-tema eletrônico?

COM certeza. A gente está avançandoem relação a isso e estamos identificandoalguns pontos, mas com a continuidadedo acompanhamento da fiscalização dosagentes, onde eles estão tendo maior difi-culdade, nos locais de maior notificação,e aí poderemos mapear a cidade e definirse é necessário, se há possibilidade ou nãode colocar um equipamento ou não e co-locar o agente em outros locais onde tam-bém há necessidade.

QUANDO vocês pretendem come-çar essa instalação de equipamentos ele-trônicos?

A GENTE acredita que a partir de fe-vereiro ou março já vamos estar implan-tando equipamentos dessa natureza. É im-portante dizer que também na parte detransporte estamos em negociação paracomeçar a colocar um sistema de GPSnos ônibus para fiscalizar se eles estão cum-prindo os horários e os itinerários juntoà população.

A INSTALAÇÃO de GPS vai ajudara identificar essas irregularidades?

VAI, sim. Isso é uma coisa muito im-portante porque a gente recebe diariamen-te várias reclamações de que os ônibus es-tão deixando de passar em certos horá-rios que comumente passavam, e com es-se sistema de GPS a gente vai poder moni-torar também daqui da gerência, se essesônibus estão cumprindo ou não com es-sas exigências, podendo até emitir multaspara os motoristas no caso de descumpri-mento no quadro de horário deles.

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E D U C A Ç Ã O

Alunos de 57 escolas de rede municipal expuseram em uma mostra projetos científicos inteligentes e comgrande apelo à conscientização sobre Meio Ambiente

além da escolaCiência

Olhares curiosos, dedos que apontam pa-ra algo diferente, muitas vozes e euforia: atra-vés das expressões das crianças da rede mu-nicipal de ensino é possível perceber que oaprendizado também se faz com diversão. Es-se era o clima entre os estudantes que parti-ciparam da VII Mostra de Projetos Científi-cos e Culturais realizada pela Gerência Exe-cutiva da Educação (GEED), ou seja, de quea ciência é divertida e muito interessante.

Independente da idade e do nível de esco-laridade, os projetos científicos, frutos dasatividades nas salas de aula, surpreenderam.A temática ambiental foi a que mais foi tra-tada nos projetos, desde a conscientização so-bre a questão da separação do lixo, passan-do pela explicação sobre aquecimento global,até soluções criativas da energia limpa coma criação de fogões à base de energia solar.

Este conseguiu demonstrar que com o solde Mossoró e aliando-se a alternativas e ma-teriais que concentram esse calor é possívelcriar fogões que cozinham sem precisar defogo ou gás.

O projeto desenvolvido por alunos donono ano e seus professores da escola Sena-dor Dinarte Mariz, intitulado "Alimenta-ção Sustentável", trouxe para a Mostra vá-rios tipos de fogões "naturais" feitos em ca-ma de ar de pneu, de uma estrutura de umaparabólica, de uma caixa de isopor.

"No período da mostra, cozinhamos emduas horas feijão, arroz e salsicha nos fo-gões. A ideia foi desenvolvida com os alu-nos que participaram desde as aulas até àcriação dos fogões", explica a diretora da es-cola, Odete Freire.

Outros projetos também trataram de mos-trar os efeitos de uma sociedade que não sepreocupa com o meio ambiente. A EscolaMunicipal do Piquiri, localizada na zonarural, mostrou essa relação com o projeto"Energia, meio ambiente e sociedade", no qual

a principal mensagem é de que tudo é umacadeia em que o homem acabará sofrendoas consequências pelo descaso ao meio am-biente.

"Vi coisas aqui nessa mostra que só ou-via falar. Pra mim está sendo muito diver-tido", afirma Ana Paula, aluna da sexta sé-rie, ao descrever a sensação depois de umexperimento.

Já para Pedro Henrique dos Santos, alu-no do sétimo ano, a Mostra é o momentoaguardado durante o ano: "Gosto muito deciências e a gente se prepara muito pra viraqui explicar nosso projeto pras pessoas",ressalta.

SEARA DE IDEIASEm meio aos projetos dos alunos, se des-

tacou a participação de um projeto denomi-nado "Seara da Ciência", realizado pela Uni-versidade Federal do Ceará (UFC), com fi-nalidade de despertar através de experiên-cias práticas, o interesse das crianças e jo-vens pela ciência.

Nos quatro estandes em que ocupou es-paço, as crianças puderam pedalar uma bi-cicleta na companhia de um esqueleto hu-mano de verdade e dessa experiência apren-der sobre o corpo humano, sobre energia emovimento. Também puderam ver uma lu-neta que traz aos olhos curiosos o formatode astros, da lua e até do planeta Júpiter.

"A Seara da Ciência éum órgão de divulga-ção científica on-de mostramosàs crianças ejovens nos-sos experi-mentos. Émuito bomperceber aempo l g a -

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ção das crianças vendo esses experimentos",explica Francisco José, professor e monitor deFísica e aluno da graduação de Física na UFC.

A Seara da Ciência também trouxe os "cien-tistas malucos", onde eles demonstram atra-vés de experiências o porquê de várias desco-bertas científicas. Para isso, usam o palco efazem das aulas uma grande brincadeira.

Para quem deseja conhecer mais sobre es-te projeto também pode acessar a home Pa-ge: www.seara.ufc.br

NÍVEL DOS PROJETOSAcompanhando de perto a Mostra de Pro-

jetos, a gerente da Educação, professor IêdaChaves, atesta que o nível dos projetos destamostra está bem mais elevado em termos dequalidade. Segundo ela, isso é fruto tambémde uma parceria entre a Gerência e a Facul-dade de Ciências Naturais da Universidadedo Estado do Rio Grande do Norte (UERN).A parceria durante cinco meses permitiu ainserção e participação de alunos concluin-tes dos cursos de Física, Química, Matemáti-ca e Biologia nas escolas municipais, apli-cando e sugerindo projetos experimentaisao longo do aprendizado.

"Para nós, foi uma experiência muito im-portante, tanto é que os projetos neste anoestão com um nível diferenciado do eventono ano anterior. Aliados a isso, destaco osinteresses dos professores e dos seus alunos",ressalta a gerente executiva.

O QUE VEM POR AÍAlém da realização da Mostra de Proje-

tos Científicos, em breve os alunos da re-de municipal terão outras oportunidadesde testarem seus conhecimentos e aprende-rem de maneira divertida. O Município pos-sui um projeto de criação da "Cidade daCiência" com várias parcerias em terrenodoado pela Ufersa. "Será um espaço não ape-nas apropriado para os alunos e estudan-tes, mas para toda a população", ressaltaIêda Chaves.

Antes desse projeto sair do papel, um ou-tro deverá vir mais rapidamente: a criaçãodo Centro Vocacional Tecnológico compos-to por biblioteca tecnológica, laboratóriosde informática e será aberto ao público.

"Esperamos que até o final do semestredo próximo ano, possamos inaugurar o CVT",completa Iêda.

Projeto de Alimento

sustentável criou fogões à energia solar e cozinhou com o calor do sol

Experiênciastrazidas pela

Seara da Ciência -da UFC -

despertaram a curiosidade das crianças

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M Ú S I C A

O recital Harmonia Jovem fará a sua quinta apresentação em grande estilo, lembrando as mais importantes trilhas de filmes, do cinema mundial

Coisa de

cinema

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Nenhum filme teria a mesma emo-ção, nos momentos de "clímax" - aque-les momentos decisivos da trama - se nãohouvesse uma trilha musical acompa-nhando as imagens. Na indústria do ci-nema mundial, a trilha sonora merece umdestaque especial e, muitas vezes, deman-da a participação de grandes orquestraspara que a música tema seja gravada coma altivez que a cena exige por apenas al-guns segundos.

Apesar destes poucos instantes, as tri-lhas de filmes ficam eternizadas nos aman-tes da sétima arte, tanto quanto às própriasproduções cinematográficas. E foi pensan-do na riqueza instrumental de trilhas docinema mundial que o tema escolhidopela coordenação do Recital HarmoniaJovem será a execução dos temas musi-cais de maior sucesso. A apresentação se-rá no próximo dia 3 de dezembro, às 20h,no Teatro Municipal Dix-huit Rosado, en-trada gratuita.

Em 2009 o recital alcança a sua quin-ta edição, primando pela qualidade doevento, sua ação educativa e acadêmica.

O projeto surgiu em 2005 com o obje-tivo de ser um evento durante o qual osalunos que estudam música pudessemapresentar o resultado da prática musi-cal, como forma de exercício de palco, pos-sibilitando uma educação musical com-pleta a cada participante.

"O recital incentiva o estudo musicalna cidade de Mossoró, fazendo fluir amusicalidade através da execução instru-mental. Esse evento é importante para di-vulgar a performance instrumental e con-tribuir para a formação de platéias", ex-plica Isac Rufino, professor do curso deMúsica da Universidade do Estado do RioGrande do Norte (UERN) e coordena-dor do Recital.

Atualmente, para a realização do Reci-tal, são necessários 60 componentes. To-dos eles são alunos do curso de Licencia-tura em Música da Uern, também do Con-servatório de Música D'Alva Stella e doCurso de Música da UFRN. Outros foramconvidados, entre eles, a Camerata de Cor-das do Peti da cidade de Luis Gomes. Deum modo geral, há alunos de diversos ní-veis e idades, alguns já são até profissio-nais, o que permite uma troca de expe-riências.

"É importante dizer que todos reuni-dos formarão uma grande Orquestra on-de executarão a maior parte do repertó-rio", ressalta Isac.

TRILHAS DE CINEMASegundo o professor Isac Rufino, a es-

colha do tema deste ano se deu por váriosmotivos: O primeiro é pelo grande poderde atração das pessoas em torno do cine-ma e se identificam muito com ele. Ou-

tro fator é realmente a beleza peculiar dasmúsicas no Cinema.

"A trilha sonora dos filmes marcantesfica no imaginário de todas as pessoas.Logo, quando a música é executada, trazimediatamente as cenas do filme. Sem fa-lar que, a música por si só já faz-nos cri-ar imagens em nossa memória, mesmo quenão esteja ligada a qualquer cena de umfilme. Portanto, o tema escolhido estásendo muito estimulante para todos", ex-plica o professor.

O aluno do sétimo período do cursode Música, Leandro Fernandes Oliveira,no recital toca violino e acredita que o te-ma atende ao gosto popular. Do pontode vista de quem estuda música, tambémé importante executar estas músicas.

"Há trilhas que foram compostas comgrande riqueza de elementos e são desa-fiantes para músicos iniciantes. Tambémtenho minhas trilhas preferidas", explicaLeandro.

Nos anos anteriores, o repertório dosrecitais foi mais voltado para a música deconcerto. "A intenção neste ano é chamaras pessoas para ouvir nossa música, vernossa execução e nada melhor do quesempre incluir no repertório músicas co-nhecidas. Acreditamos que a partir daímuitas pessoas em um futuro breve, apre-ciarão também a música de concerto",ressalta.

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Leandro Oliveira vê no Recital umaoportunidade de aprendizado

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ENSAIOSO grupo começou a ensaiar dois me-

ses antes da apresentação, porém o traba-lho todo começa seis meses antes.

Os ensaios são feitos em grupos sepa-rados e no mês que antecede juntamos aspartes e os ensaios se intensificam quasediariamente nas duas semanas que ante-cede o Recital.

São muitos detalhes, desde estudo, es-colha de repertório, arranjos e execução.Há uma equipe trabalhando na produ-ção do Recital, cuidando desde o cená-rio até alguns detalhes surpresas que ha-verá durante o Recital. Sempre há os mo-mentos de destaques e neste ano haveráuma interatividade que ligam os elemen-tos de diversas expressões artísticas, alémda música.

A produção do evento recorreu tam-bém a outros profissionais. Os arranjose adaptação das peças contaram com aintervenção do professor Isac Rufino ecolaborações de Ronyely Sanderson eGideão Lima.

ORQUESTRA HARMONIAA cidade de Mossoró já possui diver-

sos grupos que se dedicam à música ins-

trumental. No entanto, ainda não existeuma Orquestra Sinfônica.

A realização do Recital Harmonia Jo-vem também tem um papel importantepelo viés profissional, pois ajuda a fo-mentar a formação de orquestras.

Durante a fase de preparação do re-pertório do recital, já é preciso se for-mar a "Orquestra Harmonia Jovem", fa-zendo com que os alunos se preparem epossam visualizar a futura participaçãoem uma orquestra.

"A orientação envolve a disciplina e ocomportamento geral de um membro deOrquestra. É uma ação educativa neste sen-tido. No futuro próximo, estes alunos po-derão estar empregados em uma Orques-tra, seja em Mossoró ou qualquer partedo mundo", ressalta.

PROGRAMAÇÃOQuem pretende conferir o Recital será

recepcionado pela Banda de Música doMunicípio de Russas/CE, com 60 compo-nentes, na parte externa do Teatro Dix-huitRosado.

Detalhes da programação não foramdivulgados para não estragar a surpresa.Mas, a coordenação do evento indica que

entre as vinte e três trilhas de cinema queserão executadas, estão músicas inesque-cíveis como a dos filmes O Poderoso Che-fão, A Bela e a Fera, Star Wars, Piratas doCaribe, entre outros.

"Será coisa de cinema mesmo!", com-pleta o professor.

Diante de tanta qualidade e preparação,fica impossível duvidar disso!

RECITAL HARMONIA JOVEM

TRILHAS DO CINEMA MUNDIAL

DATA - 03 de Dezembro

HORA - 20h

LOCAL - Teatro Municipal Dix-huit Rosado

ENTRADA - Gratuita

APOIOS:

Motoeste Honda, Prefeitura Municipal de

Mossoró e artista plástico Careca.

COLABORAÇÃO:

Joãozinho Escóssia, Ronyely Sanderson e Gideão Lima

REALIZAÇÃO EXECUÇÃO

Alunos, professores, equipe do Conservatório e de out-

ros setores da Universidade do Estado do Rio Grande

do Norte (UERN) e equipe do Teatro Municipal.

ALGUMAS TRILHAS QUE SERÃO EXECUTADAS:

A Bela e a Fera

Pinóquio

O Poderoso Chefão

Guerra nas Estrelas

Piratas do Caribe

Crepúsculo

Titanic

Músico e professor Isac Rufino coordena a realização do Recital

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UM DIA DAQUELESAssim pode ser considerado o 29 de

novembro de 1947. Nessa data, a ONUvotou a medida que dividiu a Palestinaentre árabes e judeus. Essa medida cau-sou grande impacto geopolítico noOriente Médio, pois a divisão da Pales-tina abriria longo e sangrento proces-so de afirmação e construção de doisEstados na região: Israel e o Estado Pa-lestino.

O primeiro seria construído em 1948,no entanto, para se afirmar como Esta-do diante de algumas nações árabes se-ria complicado, como ainda o é, pois oIrã até hoje não o reconhece como Esta-do e chega a propor abertamente suaextinção. O outro (o Estado Palestino)passaria por um traumático processode luta iniciado desde os primeiros atri-tos entre as comunidades judaicas e ára-bes logo após a divisão territorial, pas-sando pela Organização para Libertaçãoda Palestina (OLP) até a criação da Co-munidade Palestina, no final da décadade 1990.

Esses atritos movimentaram exércitose abasteceram as páginas dos jornais emepisódios violentos, como a guerra dosseis dias (1967), quando Israel invadiu econquistou diversos territórios (Sinai,Gaza, Colinas de Golã e a Cisjordânia);e o episódio que ficou conhecido comoa Guerra do Yon Kippur (dia do perdãopara os judeus), em 1973, quando Egi-to, Síria e Jordânia fizeram diversos ata-ques contra o território israelense. As-sim, demonstrando força diante de seusinimigos árabes, Israel transforma-senum Estado em constante vigilância.

Outros episódios fazem parte dos atri-tos árabe-israelenses, como as diversasações empreendidas pela OLP nos anosde 1970, as intinfadas (revolta) nas dé-cadas de 1980 e 1990, que evidenciavama tão problemática questão política nes-sa região.

A PALESTINA: ENTRE ÁRABES E JUDEUSA divisão da Palestina, território his-

toricamente marcado pelas rotas de co-mércio da antiguidade e pela presença dediversos povos de mercadores que por alipassavam, foi marcante para o acirramen-to das rivalidades entre árabes e judeus,principalmente pelas circunstâncias quelevaram a tal. No final do século XIX, omovimento sionista, organizado porTheodor Herzl, pregava o retorno dos ju-deus à Palestina, o que seria o retorno aSião. Tal movimento ganhou força e pas-sou a contar com o apoio de diversospatrocinadores (entre eles a FamíliaRothschild), que não mediram esforçospara doar recursos que seriam usadosna aquisição de terras. O objetivo era am-pliar as áreas de assentamentos judeus naregião.

Com o advento da Segunda GrandeGuerra, marcada pela perseguição e ex-termínio de judeus, ciganos e homosse-xuais por parte dos nazistas, a ideia sio-nista foi cada vez mais ampliada a pon-to de proporem a criação de um EstadoJudeu. Os debates em torno da questãojudaica ganhavam força, muitas vezes co-mo compensação pelo holocausto, e es-sa proposta chegou através da influên-cia das instituições judaicas na Assem-bleia da ONU, que reunida em novem-bro de 1947 aprovou a divisão do terri-tório palestino.

A Palestina esta-va dividida. Abria-se um período deseis décadas deconflitos armadose políticos motiva-dos pelas discor-dâncias relaciona-das à presença doEstado de Israel,sua política de ali-nhamento aosnorte-americanose sua política de en-frentamento aossistemas políticosdos líderes religiosos. Todo o período foimarcado por atentados, como o que ma-

tou o líder israelense Yitzhak Rabin, em1995, e os milhares de inocentes que atéhoje se veem a cada momento envoltode conflitos que estão ligados não só aquestões culturais, como a mídia buscareforçar, mas a questões econômicas epolíticas que envolvem diversos interes-ses do grande capital.

Passados mais de 60 anos, judeus eárabes continuam seus atritos, conti-nuam fazendo acordos que não conse-guem manter. É o Oriente Médio e suacomplicada geopolítica. Muros já fo-ram construídos, cercas de isolamentoe exércitos em alerta constante. Cenasque marcam uma região rica e cultu-ralmente importante (esse local é o ber-ço das grandes religiões monoteístas),mas que seus países e povos não conse-guem conviver com a heterogeneidadecultural tão complexa.

De David Ben Gurion a Shimon Pe-rez, o que mudou? Israel ficou mais ri-co, ampliou seu território, conseguiucriar uma estrutura administrativa euma economia estável, no entanto vi-ve em constante alerta. Isso nos leva alembrar que a Assembleia da ONU de29 de novembro de 1947 não pode seresquecida: permitiu um retorno tão es-perado e mostrou ao mundo nessas úl-timas décadas como é complicada a geo-política da "Terra Santa".

29 de novembro de 1947

ONU vota medida que divide a Palestina entre árabes e judeus

UM DIA NA HISTÓRIA

C O L U N A

Marcílio Lima Falcão - Prof. Depto. História - Campus Central/Uern

Jornal de Fato Domingo, 29 de novembro de 2009 11

Cercas de isolamento e vigilânciaconstante em território israelense

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12 Jornal de Fato Domingo, 29 de novembro de 2009

P I N T U R A

Aulas de artes plásticas com grupo de professoras aposentadasmostram que nunca é tarde paraaprender e se redescobrir um talento

Iniciantes na arte

"Para aprender a fazer arte não temidade". Este é o slogan defendido pelaartista plástica Margarida Araújo, quehá mais de vinte anos ensina alunos detodas as idades a ingressar nas artes plás-ticas em Mossoró.

Atualmente, esta lição de pintura ede vida está sendo repassada a profes-soras aposentadas da Universidade doEstado do Rio Grande do Norte(UERN). Através da iniciativa da asso-

ciação dos docentes (ADUERN), as au-las de pintura começaram há cinco me-ses com o propósito de ser uma ocupa-ção e um lazer. O curso de pintura pro-punha as professoras um desafio: ocostume de segurar o giz para as aulasseria substituído pelos pincéis e suavesmovimentos da pintura.

A maioria do grupo composto de dezalunas nunca havia pintado. Mas, apósalguns meses, o resultado chega a sur-

preender até mesmo familiares e ami-gos.

"O resultado surpreende, se perceber-mos que elas nunca haviam pintado an-tes", explica a professora Margarida, res-saltando que as peças são sugestões co-piadas de revistas de pintura, pois fazparte dessa aprendizagem. No entan-to, "nunca um quadro fica igual ao ou-tro. Elas acabam dando um toque pes-soal", ressalta.

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Jornal de Fato Domingo, 29 de novembro de 2009 13

BENEFÍCIOSA professora Neuza Medeiros mos-

trou para os familiares os quadros fru-tos do curso de pintura e viu reaçõesespantadas: "Eles perguntavam se ti-nha sido mesmo eu. Ninguém acredi-tava", ressalta Neuza, que se achava de-sajeitada no início do curso.

"Saía daqui das aulas toda suja de tin-ta, não sabia nem segurar no pincel. Ho-je percebo que estou mais segura", com-pleta a professora.

Margarida Araújo explica que oaprendizado e iniciação nas artes plás-ticas trazem grandes benefícios comoum aumento na percepção, coordena-ção motora, é uma atividade relaxantee que favorece o convívio social no gru-po.

"Todas nós encaramos o curso commuita disposição. Se tornou um mo-mento de lazer", explica a professoraFrancisca Otília.

Agora as telas que são resultadas do

curso - muitas foram presenteadas pe-las novas artistas a familiares e amigos- devem compor uma exposição na pró-pria sede da entidade durante as festasde final de ano.

A ideia é mostrar que o curso nãosó foi bom enquanto atividade e ocu-pação, que o dinheiro das aulas foi mui-to bem aplicado do ponto de vista so-cial, mas, principalmente fez descobrirem cada aluna uma artista em poten-cial.

Telas irão compor exposição que estásendo preparada neste fim de ano

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14 Jornal de Fato Domingo, 6 de setembro de 200914 Jornal de Fato Domingo, 29 de novembro de 2009

Após trinta e seis anos do crime político que foi a mortede Josué de Castro, em seu fatídico exílio na França, seupensamento e pregações tornam-se cada dia mais atuais,pois a fome impera de forma avassaladora, cumprindo pro-feticamente o que sua magistral clarividência havia definidodécadas atrás.

A fome, conforme Josué de Castro, inevitavelmente in-vadiria o Primeiro Mundo, tendo em vista a intensa migraçãoverificada nas antigas colônias em direção às metrópoles. Aprevisão vem se confirmando categoricamente, pois a in-tensa xenofobia que caracteriza diversos países ricos vemintensificando as contradições sociais.

Em 1965, Josué de Castro defendeu que o mundo de-senvolvido havia alcançado impressionante progresso téc-nico e financeiro que se houvesse empenho na formação deresponsável governo mundial o problema seria imediata-mente banido da face da terra. Defendeu ainda que, em v-inte anos, ou teríamos a abundância para todos ou a catástrofeprovocada pelo problema da fome mundial.

Infelizmente, a perspectiva otimista de minimizar afome no planeta não foi observada, em razão que a ganân-cia dos países ricos, os quais Josué de Castro diversas vezes,quando presidia a FAO, classificou como hipócritas, definiurumos incertos para dois terços da população excluída doplaneta.

As previsões apocalípticas contidas no pensamento de Jo-sué de Castro sobre o recrudescimento da questão alimen-tar com a fome assolando implacavelmente populações mis-eráveis e esquecidas infelizmente se concretizam, pois quan-do da publicação dos principais livros que escreveu, ou se-ja, Geografia da Fome (1946) e Geopolítica da Fome (1951),havia ênfase a percentual significativo do conjunto popu-lacional habitando o campo na região que definiu comoprioritária para a pragmatização de suas ideias.

Hoje, a urbanização anômala e acelerada vem modifican-do radicalmente a estrutura socioeconômica terceiro-mundista,destacando a inexistência de efetivas e comprometidas políti-cas públicas que possam viabilizar, de fato, a permanênciahumana nas cidades que crescem assustadoramente.

A fome passou a integrar a paisagem urbana de formaindelével, bem como a rural, pois o campo se despovoa ecede lugar à voracidade do agrobusiness. A agricultura fa-miliar defendida por Josué de Castro vem declinando emsua importância.

No campo terceiro-mundista, em boa parte, já não maisproduzem alimentos, forçando subida estratosférica dospreços, alicerçando cada dia que passa maior atualidade dopensamento do grande cientista brasileiro que foi vítima daditadura militar.

ARTIGO/JOSÉ ROMERO ARAÚJO CARDOSO

A ATUALIDADE DO PENSAMENTO DE JOSUÉ DE CASTRO

Para entendermos os grandes problemas da humanidade,temos que recorrer à reflexão sobre o pensamento sólido eatual de um dos maiores humanistas nascido neste país, poisao invés de haver ênfase à inclusão, a nova ordem econômi-ca mundial, surgida no período pós-segunda grande guerra,vem se caracterizando pelas nefastas manifestações que den-igrem a dignidade de grande parcela do gênero humano.

José Romero Araújo Cardoso é professor do Departamento de Geografia da Uern

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Jornal de Fato Domingo, 29 de novembro de 2009 15

INGREDIENTES

1 abacaxi descascado e picado2 xícaras de chá de açúcar1 lata de leite condensado350 ml de leite2 colheres de sopa de amido de milho4 gemas peneiradas1 lata de creme de leite sem soro (caixinha)4 claras em neve batidas com 5 colheres de açúcar2 colheres de chá de essência de baunilha

MODO DE PREPARO

Em uma panela em fogo médio coloque o abacaxi picado com2 xícaras de açúcar e deixe cozinhar até virar quase uma geleia

Retire do fogo e coloque em um refratário e reserveDepois bata no liquidificador o leite condensado, leite, amidode milho, as gemas peneirada e bata bem, depois coloquenuma panela e meixa sem parar até cozinharRetire do fogo e adicione o creme de leite e mexa bemDespeje sobre o abacaxi e reserveNa batedeira bata as claras e as 5 colheres de açúcar com a essência(opcional), bata bem até ficar bem duro em ponto de suspiroDespeje o suspiro por cima do creme e leve ao forno médiopara dourar por cerca de 20 minutosLeve à geladeira e sirvaFica uma delicia, é uma receita barata e gostosa

Pão de queijo 3 Ingredientes

INGREDIENTES

1 caixinha de creme de leite (200 ml) 1 copo (requeijão) de queijo ralado (misturei parmesão emussarela ralada) 1 copo (requeijão) de polvilho (usei polvilho doce)

MODO DE PREPARO

Amasse até soltar das mãos (caso precise um pouquinho amais de polvilho, coloque aos poucos até que chegue ao pontode enrolar)Faça bolinhas, coloque em forma untada e asse em fornopré-aquecido bem quenteSe achar necessário, acrescente salAsse até ficarem douradinhos levemente

Brigadeiro rápido

INGREDIENTES

1 lata de leite condensado1 colher de sopa de margarina sem sal7 colheres de sopa de Nescau ou 4 colheres de sopa de chocolate em póchocolate granulado para fazer bolinhas

MODO DE PREPARO

Coloque em uma panela funda o leite condensado, a margarinae o chocolate em póCozinhe em fogo médio e mexa sem parar com uma colher depauCozinhe até que o brigadeiro comece a desgrudar da panelaDeixe esfriar bem, então unte as mãos com margarina, faça asbolinhas e envolva-as em chocolate granuladoAs forminhas você encontra em qualquer supermercado

C U L I N Á R I A

Surpresa de Abacaxi