revista dança brasil - dezembro 2015

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dancabrasil.com.br l 1 Espetáculos I Festivais I Dicas I Cursos I Onde Aprender A MEGERA DOMADA O QUEBRA-NOZES DA CISNE NEGRO TRAZ MARCELO GOMES ENTREVISTAS RICARDO SCHEIR GUIOMAR BOAVENTURA DANIELA SEVERIAN ALICE DE BONGIOVANNI TEM ESTREIA NA ALEMANHA EM CARTAZ NO RIO KISS ME KATE OU TUDO OU NADA 2 Parte

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Nesta edição trazemos para vocês com exclu- sividade a estreia do novo trabalho “Alice”, de Fernando bongiovanni, na Alemanha. Além da VI Jornada de Dança da bahia, capitaneada pela incansável Fátima suarez. Entrevistamos grandes no- mes da dança: ricardo scheir, guiomar boaventura e Daniela severian. Em cartaz, diversos espetáculos, entre eles destacamos o musical imperdível, “kiss me kate”, no rio de Janeiro. nesta edição também temos a segunda parte de A Megera Domada, com coreografia de J.C. Maillot. E ainda muito mais informações sobre tudo que rola neste maravilhoso mundo da dança. Acesse nosso portal na internet que conta com atualizações diárias, em tempo real e é o maior portal de dança em idioma português do mundo.

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dancabrasil.com.br l 1Espetáculos I Festivais I Dicas I Cursos I Onde Aprender

A MEgErA DOMADA

O QuEbrA-nOzEsDA CIsnE nEgrO

trAz MArCElO gOMEs

EntrEvistasrICArDO sChEIr

guIOMAr bOAvEnturADAnIElA sEvErIAn

alicE DE bOngIOvAnnItEM EstrEIA nA AlEMAnhA

Em cartaz no riokIss ME kAtEOu tuDO Ou nADA

2 Parte

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EXPEDIENTE

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nossa capaA Megera Domada.Ph(c) A. blangero.

DIrEtOrA Eleusa lourenzoni

EDItOr E JOrnAlIstA rEsPOnsávEl Ivan grandi - DrtJ nº 035658 sP

COnsElhO EDItOrIAlgeraldo grandiArtE | DEsIgn

lourruama MoraesCOntábIl

kanamaro & lucasJuríDICO

Escritório Jurídico ConsenzarEPOrtEr FOtOgráFICO COlAbOrADOr

Jorge luís Castro, solange AvelinoCOlAbOrADOrEs

Camila veiga, Candyce Costa, Celi barbier, J. luiz Castro, karina sabah, luis Arrieta,

M. Cristina lopes, Marcelo Cunha, Miriam lamas baiak, Paula bono, Wagner C. de Araujo.

AssInAturAs

11 2950 4082 | [email protected] AO lEItOr

[email protected] 10.000 exemplares

rEgIstrO InPI nº 828782261

PróxIMO FEChAMEntO 15 de dezembro de 2015COntAtO rEDAçãO

11 2950 4082 | [email protected] COrrEsPOnDÊnCIA

r. João Pizarro gabizo, 21 - são Paulo - sP - Cep 02038-040PublICIDADE [email protected]

Db EDItOrA ltDA www.dbeditora.com.br

PublICAçõEs revista Dança brasil, revista Dança Portugal, guia das Escolas de Dança, Jornal Dança bairro, revista

Dança gospel, revista the One Player, Jornal Fitness

revista DAnçAbrAsIl® é uma publicação mensal da Db Editora ltda com distribuição através de assinaturas, lojas de artigos de dança e eventos específicos. Não se responsabiliza por conceitos emitidos em artigos assinados ou por qualquer conteúdo publicitário e comercial, sendo estes

de inteira responsabilidade dos anunciantes. Os colaboradores não recebem remuneração direta da revista.

© 1991 - 2015 todos os direitos reservados

DEzEMbrO 2015 - nº 288EDITORIAL

Ivan Grandi

nesta edição trazemos para vocês com exclu-sividade a estreia do novo trabalho “Alice”,

de Fernando bongiovanni, na Alemanha. Além da vI Jornada de Dança da bahia, capitaneada pela incansável Fátima suarez.

Entrevistamos grandes no-mes da dança: ricardo scheir, guiomar boaventura e Daniela severian. Em cartaz, diversos es-petáculos, entre eles destacamos o musical imperdível, “kiss me kate”, no rio de Janeiro.

nesta edição também temos a segunda parte de A Megera Domada, com coreografia de J.C. Maillot. E ainda muito mais informações sobre tudo que rola neste maravilhoso mundo da dança. Acesse nosso portal na inter-net que conta com atualizações diárias, em tempo real e é o maior portal de dança em idio-ma português do mundo. Desejamos boas festas e que 2016 seja repleto de muita dança.

Olá amigos da dança!

I Dança Brasil4

ACOntECEu

Com o intuito de promo-ver encontros de ideias, experimentações na área de composição coreográ-

fica, aprimoramento da organização e estrutura profissional, o Seminário nacional de Composição Coreográ-fica para Dança de Salão envolveu dançarinos, professores, coreógra-fos, diretores e praticantes em geral numa intensa programação com Cursos, Workshops, Palestras e Mesas de Debates. Contou com a presença de grandes profissionais da área da Dança juntos pela primeira vez em prol da Dança de salão: Carlinhos de Jesus, Jaime Arôxa, Jomar Mes-quita, luiz Dalazen, Mário nasci-mento, Octávio nassur, Cristiane Wosniak e Monroe Olsen. O evento aconteceu nos dias 24 e 25/10 na universidade Positivo/Expounimed tendo o apoio do setor de Educação Física da instituição. vindos dos mais diversos Estados do brasil participaram do seminário 60

pessoas da área de Dança de salão. Devido à crescente disseminação e procura pela Dança de salão para inúmeros cenários torna-se impor-tante discutir sua estrutura de forma a adequar estas danças para quadros diferenciados no que diz respeito às áreas artística e comercial. Partindo dessa ideia desenvolveu-se os conte-údos e programação do evento. O curso de composição coreográ-fica, ministrado por Octávio Nassur, abordou a compreensão e aplicação prática dos elementos de laban, concepção espacial e suas dinâmicas, recursos de criação e fragmentação de movimentos, teoria da abstração de Merce Cunningham, alternativas criativas para desconstrução de ra-ciocínios, sobreposição de leitura na composição de formas, utilizações de temas e áreas diversas para constru-ção de movimentos e coreografias, bases sobre semiótica na criação de frases coreográficas, transições espa-ciais, dinâmicas e ocupações cênicas.

I sEMInárIO nACIOnAl DE composição corEográfica PArA Dança DE salão

no workshop aplicado por Oc-távio nassur com colaboração de Jaime Arôxa e Mário nascimento, foi proposto técnicas de conexões para composição de movimento, variações de dinâmicas aplicadas, exercícios práticos de exploração corporal e potencialidades particula-res, exercícios práticos de formação e composição de frases de movimento, leitura de ambiente e transposição, exploração do sistema Willian Forsy-the para criação. As mesas redondas tiveram a mediação da Dr. Cristiane Wosniak, sendo os temas: liberdade Criativa e suas adequações espaciais (luiz Dalazen, Jaime Arôxa, Mário nasci-mento, Jomar Mesquita) e Caminhos para a profissionalização da Dança de salão Artística (Jomar Mesquita, Jaime Arôxa, Carlinhos de Jesus, Monroe Olsen). Cada convidado expôs sobre o tema compartilhando ideias e experiências além de res-ponder questões levantadas pelos participantes.

I Dança brasil4 seminário, Workshop, Carlinhos e Jaime. Divulgação.

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I Dança Brasil6

ArtIgO

por Maria Cristina lopes*

*Maria Cristina lopes é Psicóloga da dança. CrP 5/47829 I +55 21 993053432Consultas online e no rio de Janeiro I www.facebook.com/balletsemestresse I www.mariacristinalopes.com

I Dança brasil6

Existe um estudo científico que estuda a relação dos bailarinos com a dança. A conclusão a qual eles

chegaram é a de que os bailarinos tem uma alta identificação com a profissão. Isto não deve surpre-ender os leitores. Afinal, todos os que leem conhecem, pelo menos um pouco, do mundo da dança. E o que ocorre é que qualquer arte é feita para expressar emoções. É necessário que o artista, ao menos, compreenda as emoções e as trans-fira para o expectador. Diferente de muitas outras profissões, a dança também capta apaixonados muito jovens. E desde jovens sonham em dançar e emo-cionar. lá naqueles tempos em que

o prestígio financeiro não é sequer uma questão. E para a grande maioria dos bailarinos que se perpetuam na dança continua não sendo primordial. são eles que melhor entendem que a paixão, vocação, vida financeira, familiar e

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em outro lugar. A esperança do bailarino é sempre otimista. E deve ser. O mundo da dança profissional não é acolhedor. Ele expulsa crian-ças e jovens. Mas presenteia alguns que persistem com um grande talento. sim, bailarinos tem uma

Os bAIlArInOs E A PrOFIssãO

rotina devem se encaixar harmoni-camente. Mas às vezes a paixão e a voca-ção superam outras áreas e baila-rinos viajam o mundo buscando encontrar o que deixam para trás

grande identificação com a profis-são. Mas não somente por que lida com emoções. Mas por que assim deve ser. E quem não corresponde acaba por viajar por águas mais claras.

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OPOrtunIDADEs

auDiçõEspor Candyce Costa, especial de londres

•“Ballet Zurich” localizado em zurique procura bailarinos com no minimo 1.80 de altura, entre os 18-22 anos com excelente experiencia em ballet Classico e tecnica Moderna para temporada 2016/2017. tam-bem procura bailarinos experiente para trabalho de repertorio Por favor enviar foto, Cv e videos para [email protected]

•“Ballet Zurich” tambem procura para a temporada 2016/2017 ballet Master/Mistress para as seguintes responsabilidades: ensinar aulas para a companhia, assistir os coreografos e colaboradores, touring com a com-panhia e liderar os ensaios. Excelente tecnica Classica com anos de expe-riencia, excelente comunicação e forte background e experiencia com Classico, neo Classical e Contempo-raneo. Envio de Cv para [email protected]

•“Ballet Kiel” localizado em Kiel, Alemanha, procura um bailarino pro-fissional para temporada 2016/2017 com forte tecnica Classica, Contem-poranea e Improvisação. Envio de Cv com foto e duas variaçoes em Classico e Contemporaneo para apresentação para [email protected]

•“Winer Staatsballet” localizado em vienna, Austria, procura baila-rinos e bailarinas para temporada 2016/2017. Com excelente tecnica Classica e com no minimo 2 anos de experiencia profissional. Bailarinas com no minimo de 1.65 de altura e bailarinos com no minimo 1.76 de altura. Envio de Cv com tres fotos para [email protected]

•“Francesca Selva Dance Company” localizado em siena, região da

tuscania, Italia, abre audições para bailarinos e bailarinas iniciantes para inicio em Fevereiro de 2016. neces-sário treinamento em ballet Clássico e Contemporaneo, idades entre os 18 e 24 anos. Enviar Cv e foto para [email protected]

•“Royal Ballet Flanders” abre audi-ções para bailarinas com excelente técnica clássica, trabalho de pontas e minino de dois anos de performance para temporada de a “bela Adorm-cida” de Marcia haydee em 2016. Envio de Cv, foto em portrait e corpo completo e link de video com sua performance em uma variação em pontas para [email protected]

•“Victor Ullate Ballet” localizado em Madrid, Espanha, procura dois bailarinos e duas bailarinas com no minimo de 20 anos para audição para solistas. Envio de Cv com foto e video para [email protected]

•“Balletto di Verona” localizado em verona, Italia, procura bailarinos e bailarinas com excelente tecnica em Classico e neoClassico para a compa-nhia Junior do teatro. Por favor, pre-encher formulario direto no website www.ballettodiverona.com

•“Tanzcompagnie Konzer Theater” localizado em bern, suiça, procura bailarinos e bailarinas para tempo-rada de 2016/2017 com experiencia e solida tecnica em ballet Classico e Contemporaneo alem de experien-cia em Improvisação e experiencia profissional minima de 3 anos. Envio de Cv em ingles, com 2 foto e carta especificando idade, nacionalidade, altura e peso e dois links com videos para [email protected].

I Dança Brasil8

EntrEvIstA

Fernando bongiovanni conta a história da jovem Alice do País das Maravilhas após a história de lewis Carroll, uma

emocionante viagem para o reino dos sonhos, cheio de imaginação exuberante, a obra foi criada em outubro último para o ballett im re-vier da Alemanha. O brasileiro tem trabalhado com melhores coreógra-fos como Mats Ek, William Forsythe e Jirí kylián e no balé da Cidade de são Paulo, são Paulo Companhia de Dança, balé do teatro guaíra (Curiti-ba), balé do teatro Castro Alves (sal-vador), balé da Cidade de niterói e na cena independente com diversos grupos do brasil.

ivan granDi: O que fez você se identificar com sua mais recente obra “Alice no País das Maravilhas”?fErnanDo Bongiovanni: Acho que o fato de ter filhos pequenos. De certa forma, Alice está nessa fase de transformação. Muda de tamanho o tempo todo, não se reconhece, encontra gente de todo o tipo e vai tentando encontrar sua própria voz. Quando propus o tema, quis muito que o trabalho fosse uma alegoria para se falar sobre os assuntos rela-cionados ao crescer, cronologicamen-te e psicologicamente.ig: você é um contador de histórias o que passa pela sua cabeça quando você está produzindo um espetácu-lo?fB: Acho que minha grande escola, alem de outros lugares por onde passei, foi o Cullbeg ballet de Esto-colmo, suécia. Dancei três balés do Mats Ek que eram estórias, O lago dos Cisnes, A bela Adormecida e giselle. Acho que vou lembrar pra sempre do modo como o Mats con-duzia ensaios, ou dirigia o grupo. En-

tão acho que tenho um pouco disso, esse desejo de contar as entrelinhas da estória, aquilo que poderia ser. A dança tem essa potência maravilhosa de criar imagens que sugerem mais do que dizem, e com isso há uma participação do público em ancorar os significados de modo bastante pessoal. isso é lindo! uma imagem, dependendo da potência dela, possui inúmeras camadas de inter-pretação e sensação. Por isso, o tra-balho se divide em duas fases bem distintas. uma fase de pre-produção onde, depois de ler e assistir muitas referências, encontro o meu viés. A partir dele, roteirizar o trabalho, neste caso com a dramaturga Anna grundmeier, grande parceira. Esse roteiro preconiza o que cada cena poderia estabelecer. Depois, já no estúdio, na interação com o elenco, encontrar vozes que se alinhem com o que os personagens falam, elen-car o povo e daí deixar que eles ou vivifiquem o roteiro estabelecido ou me convençam que o roteiro deve ser subvertido. nos dois casos, é um prazer tremendo. Passei 6 semanas dormindo menos que 5 horas por noite! ig: você pode descrever o que sente quando está escolhendo qual será o seu próximo espetáculo?fB: são várias necessidades que pre-cisam se alinhar. Quando penso no Mercearia de ideias, os anseios são de uma certa natureza, mais pessoal, ou articulada com o momento que o grupo vive. Quando são convites de companhias oficiais, é preciso conci-liar uma série de questões, e às vezes são projetos com teatro ou ópera e nesse caso a participação é mais no sentido de uma colaboração. De qualquer forma, cada projeto só sai do papel se você encontrar um jeito

de se apaixonar por ele. tenho tido a sorte de me apaixonar muito nestes últimos anos.ig: você sempre dançou muito bem. você tem um talento natural tam-bém para coreografar?fB: Acho que todo coreógrafo gosta de acreditar que tem um talento na-tural! rsrsrsrs. Mas esse talento preci-sa ser cultivado com muito cuidado e carinho. não temos no brasil muitos incentivos ou mesmo estudos para se tornar um coreógrafo. todos que eu conheço se formaram a si mes-mos, o que em si já é uma vitória. tenho colegas que são incrivelmente talentosos! Acho que nosso país e em especial nossa cidade, tem gente muito boa trabalhando com dança.ig: Quando você descobriu que tinha esse talento para coreografia?fB: Eu sempre fui um bailarino muito colaborador, quer dizer, os coreógrafos gostavam de trabalhar comigo porque eu era bastante pro-positivo. Então, desde muito cedo eu gostava de criar junto. Me pareceu um desenvolvimento natural. nas cias que trabalhei fora do país, havia sempre workshops de novos Coreó-grafos e com isso, era possível treinar ou experimentar. Desde que come-cei a coreografar fui incentivado a continuar. Aqui no brasil devo muito à duas pessoas que me trouxeram de volta para o trabalho com dança, Cássia navas, que me chamou para coordenar uma residência na antiga Oficina Cultural Três Rios, hoje ofi-cina Oswald de Andrade; e Mônica Mion, que me trouxe para coreogra-far no balé da Cidade de são Paulo, onde antes de ir morar fora, havia dançado. ig: Como foi a reação do público Europeu em “Alice no País das Mara-vilhas”?

tem EstrEIA nA AlEMAnhA

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fB: A reação na estreia foi ótima. O balé foi longamente aplaudido e os bailarinos dançaram muito bem, em especial os protagonistas, a italiana Francesca berruto e o francês valentin Juteau. Apesar de estar apaixonado pelo projeto, o momento da estréia é sempre aquele momento curioso onde você fica se perguntando se o que você está fazendo ou pensando, chega até o público, se o trabalho se comunica por ele mesmo ou se é preciso mais “pistas”. Esse traba-lho em especial tem muito humor e eu me perguntava se as pessoas se conectariam com o tipo de humor que eu faço. E fique assistindo o publico assistir o trabalho uma boa parte da noite. Para minha satisfação eles se divertiram e se emocionaram bastante.Festa de estréia não é parâmetro para nada, mas a gente escuta algu-mas coisas que são tão bacanas! uma senhora de uns sessenta anos chegou perto de mim e me falou: sabe, eu adorei o trabalho, várias vezes achei que a qualquer momento eu iria subir no palco e dançar com eles! E outro, um bailarino da companhia de Essen, no final da festa chegou perto de mim e falou: Obrigado pelo traba-lho. sabe, eu já vi várias montagens de Alice, mas a gente sempre vira as costas e já esquece o trabalho. Esse trabalho tem imagens que não me saem da cabeça, obrigado mesmo.Então eu acho que foi bem bom e eu me sinto muito feliz com o resultado.ig: Como os críticos consideram o seu tipo de trabalho?fB: Este é o terceiro trabalho que estreio na Europa. Com o balé da Cidade, levamos Dicotomia por

duas temporadas e foi muito baca-na. Mas nesses trabalhos que faço por lá, sempre tive ótimas críticas. O primeiro foi um solo para um brasileiro, Junior Demitre, neste mesma companhia, para uma gala. O trabalho chamou muito a atenção e recebeu muitos elogios. há dois anos atrás quando estreei tupi or not tupi em hagen, a crítica também foi muito boa. Era um programa com 3 coreógrafos brasileiros, eu, o tin-daro e o rodovalho. Mas acho que este trabalho de agora é o que tem melhores críticas. Eu li apenas uma, mas a direção me disse que esta separando todo material para me enviar, entretanto me disseram que eles receberam ótimas críticas. Fico lisongeado e feliz.ig: Quais seus próximos trabalhos?fB: no momento estou preparando um trabalho para o Mercearia de Ideias, é resultado de um fomento e que estréia em Março, chama-se breve Compêndio para pequenas fe-licidades e satisfações diminutas, e a ideia é pensar a felicidade através de um trabalho que é um pouco híbrido de dança, teatro, projeção, musica e o que mais a gente conseguir tirar da cachola até a estréia! no começo do ano me divido entre esse trabalho e começo um trabalho para a Curitiba companhia de Dança, dirigida por nicole vanoni. Em agosto tenho outra estréia, fora de são Paulo nova-mente.

saiBa + soBrE luiz fErnanDo Bongiovanni: Trabalhou como bailarino profis-sional no brasil e na Europa. teve a oportunidade de trabalhar com

coreógrafos como Mats Ek, William Forsythe, Ohad naharin, Jiri kylián, hans van Manen, nacho Duato, Johan Inger, Jacopo godani, Didi Weldman, entre outros. Desenvolveu projetos de coreogra-fia para Balé da Cidade de São Paulo - onde também foi Assistente de Coreografia e Diretor Assistente - São Paulo Companhia de Dança, balé do teatro guaíra (Curitiba) , balé do teatro Castro Alves (salvador), balé da Cidade de niterói, Federação da Dança (salvador) e Das los grupo de Dança (goiânia). no exterior desen-volveu trabalhos na Alemanha para o ballett hagen e para ballett im revier, de gelsenkirchen. tem colaborado como coreógrafo em óperas do teatro Municipal como Ariadne em naxos, sansão e Dalila, l’enfant et les sortiléges e ça Ira. Desenvolve projetos pedagógicos com foco em Improvisação e Com-posição em várias instituições e com-panhias de dança, como o Centro Cultural São Paulo, Oficina Cultural Três Rios, Oficina Cultural Oswald de Andrade, Oficina Cultural Dragão do Mar, Companhia de Dança de Jundiaí, Companhia de Danças de Diadema, Espaço Cultural Cinque-sensi, bem como nas universidades Anhembi-Morumbi e unICAMP. É diretor e coreógrafo do núcleo de Pesquisa Mercearia de Ideias, grupo de dança contemporânea con-templado com editais de produção e circulação como o Proac, o Fomento e o Circuito Cultural Paulista Atualmente é pesquisador no Ins-tituto de Artes da unICAMP, na área Artes da Cena.

Alice in Wonderland. ©Costin radu.Mir AlICE Francesca berruto. ©sebastien galtier.

I Dança Brasil10

ArtIgO

Segundo o dicionário a expressividade é definida como algo que é expressi-vo, que é claro, significa-

tivo, que revela bem o que quer dizer. A expressividade também diz respeito ao “como” o bailari-no se expressa, como ocorre suas ações físicas, e como que o públi-co capta esta expressão. Para barba e savarese (1995) há vários níveis na representação do ator-bailarino, e o nível básico é o nível pré-expressivo. A pré-ex-pressividade é quando estamos prontos para transformar qualquer ação e ter realizações precisas; isto é, estar pronto para transformar seu corpo e seus movimentos, através da dilatação e da energia. Essa expressividade sempre vai depender das ações e da presença física do atuante; estar realmente presente, concentrado no que irá fazer; esta ação vem antes do seu significado; antes dos seus sen-timento, pensamentos e ideias; porque de início o ator-bailarino deve estar preocupado com sua presença no palco e depois no que expressar; pois devemos estar presentes na ação imediata e não na ação futura. O nível pré-expressivo vem a ser a preparação para a represen-tação; o “como” que o ator-bai-larino cria energia para marcar sua presença no momento exato de sua ação. Os princípios da expressividade são universais, um deles seria a técnica; que existe em vários lugares do mundo e de

diferentes formas; sendo que ela pode alterar o comportamento do indivíduo, mudando sua maneira espontânea de ser, e capacitando-o para criar novas características para sua “personagem”. temos exemplos de várias técnicas: ballet clássico, contemporâneo, jazz, sapateado, danças folclóricas, etc.; e todas elas trazem movimentos específicos para seus bailarinos, mas todas possuem a mesma função de comunicação através da expressividade dos movimentos, independentemente de seus obje-tivos finais. “(...) O nível pré-expressivo pode ser definido como aquele no qual o ator constrói e dirige sua presença no palco, independente e antes das metas finais e resulta-dos expressivos.” sendo que ela se “(...) utiliza de princípios para aquisição de presença e vida do ator” (op. cti, p. 64 e 188); este princípio pode ser a técnica, como citado antes. Fernandes (2002) refere-se a pré-expressividade como algo tendo as qualidades de atenção, intenção e decisão; estar atento a tudo a sua volta, pronto para mover-se e dar intensão aos seus movimentos. E sê o corpo possui vida e expressividade é por-que existe energia circulando nele, tornando-o dilatado. um dos fatores que ajudam no nível pré-expressivo, na dilata-ção, na circulação de energia, na “presença de palco”, é o olhar do ator-bailarino. Para Oida (2001) o público

está sempre atento aos olhos do ator. Citando o exemplo do teatro kabuki onde os olhos expressivos possuem uma vantagem, sendo que todo o ator deve saber inter-pretar com os olhos, tendo foco e direção. “Os olhos podem ver tanto coisas concretas quanto as invisíveis” (op. cit, p. 29). Para o autor temos que ser capazes de ver e não só de olhar, pois quando vemos o que está além do mate-rial, veremos um outro significado, o invisível. O olhar fixo muda a postura corporal, ele adquiri uma in-tensidade que alonga a coluna vertebral, ao contrário do olhar sem foco que se reflete no corpo. Então, o olhar influência o corpo e o corpo influência o olhar; tornan-do a ação de ver, uma ação do corpo inteiro. A ação expressiva dos atores-bailarinos pode ou não ter um significado concreto, mas inde-pendentemente disto, seu corpo precisa estar dilatado, emanando energia, “olhando” em todas as direções, para que sua atuação alcance o público. Esta comunicação, com o público, muitas vezes não pode ser explicada pelos espectadores, mas eles sabem que há algo de diferente diante de seus olhos; há energia irradiando-se em todas as direções que chega até eles e interage com eles. tornando, assim, a expressividade essencial na representação profissional e de grande valor.

ExPrEssIvIDADEpor Miriam lamas baiak

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DIv

ulg

AçãO

por Paula bono

sapatEaDoÉ o amor cantado pelos pés

Amor, compaixão, cora-gem e verdade sempre renascem em mim atra-vés da dança.

É o meu grande encontro. É o momento em que minha alma faz uma conexão silenciosa (acredite!) num pacto profundo com meu corpo... Minha voz interior acorda, recorda-me de que posso, de que é possível executar sempre... O físico registra em sua me-mória o que a psique não quer esquecer, mas que nem sempre pode contar em verbetes o meu

ArtIgO

desejo aguçado pelo belo... Sinto-me confiante, não há sub-missão, lembra quem sou... É o meu voo, meu momento liberto. A entrega ao pulso da música cora meu sangue, robustece os músculos, meus sentidos se aler-tam... Oxigena, libera o mal, deixa a casa do espírito limpa, cheirando a manjericão. na dança, os movimentos do corpo ascendem meu sol... O ritmo latente revela-me de que estou viva!

Que o Natal floresça seu cora-ção... Que 2016 seja frívolo!

bora lá sapatear e alimentar a alma!

I Dança Brasil12

ArtIgO

por Camila veiga

I Dança brasil12

na ponta Dos pés

ArtIgO

na ponta dos pésEpisóDio: igor

...Flora demora a perceber que o ruído na escu-ridão vem da

porta. Alguém que na tentativa de evitar o rangido das dobradiças centenárias, a empurra de leve. leve como os passos da bailarina, que já fora da cama, caminha no piso de madeira centenário que também insiste em ranger. É Igor quem estica a cabeça para dentro do quarto no mesmo momento em que Flora se apro-xima da porta. Ela se assusta e reprime o gritinho com a mão que leva até a boca. “sou eu, Flora! Igor! Queria saber se já tinha pegado no sono, você estava tão inquieta mais cedo...” Flora sus-surra, repreende Igor. “Fale baixo Igor, quer acordar dona Anja, ou mesmo minha tia avó! Eu estava quase pegando no sono quando resolveu fazer barulho na porta do meu quarto! vá dormir, vá! Ama-nhã conversamos! Igor fecha a porta do quarto, sai resignado arrependido de seu suposto atrevimento. Flora volta para cama na busca do aconche-go da mãe que minutos atrás a embalava em seu sono. Mas agora somente Igor ocupa seus pensa-mentos... Desde a primeira vez, a primei-ra aula, Igor esteve ao seu lado.

um bailarino talentoso ainda pequeno, e Anja permitiu que ele escolhesse seu próprio destino. O menino que acompanhava a mãe bailarina durante suas tur-nês nacionais e internacionais, entendeu desde sempre daquela arte, da leveza daquela expressão, quis provar daquele sabor. Foi ele quem pediu à Anja que o ensinas-se a dançar. Igor não conheceu o pai, não cresceu sob os conceitos machistas de moralidade que nor-malmente definem e diferenciam com tanto rigor o que deve ser do universo masculino ou feminino. Anja ensinou ao filho que a dança pertence à alma e o corpo apenas a liberta. Igor tinha muita sensibilidade, sensibilidade esta que nunca inter-feriu em sua orientação sexual. O único menino da classe, e durante toda a infância foi assim, rodea-do de pequenas bailarinas que o respeitavam. Mesmo porque seu talento precoce e aflorado era motivo de muitos comentários e admiração. Dono de duplas e tri-plas piruetas impecáveis já aos dez anos de idade, Igor era perfeccio-nista e incansável, queria sempre mais do que a professora, dona Anja, exigia, porque ela nunca permitiu que ele a chamasse de mãe em sala de aula. Anja nunca lhe fez um elogio. Ela sabia que ele poderia mais. Ele sabia que era isso que sua mãe esperava dele.

E fora dali, do ballet, Igor leva-va uma vida de menino, normal como qualquer outro. Jogava bola, gostava dos filmes de monstro, se divertia puxando cabelos das meninas na escola, depois fazia charme distribuindo balinhas. sempre foi um sedutor como todo bailarino que se preze. Igor foi o primeiro partner de Flora. Aos treze anos dançaram o primeiro duo. nesta época já ha-via outros meninos na turma, mas Igor sempre dava um jeito de ser o par de Flora, ao menos imagina-va ser ele o autor intelectual de tal proeza. Mesmo porque Igor era vi-sivelmente mais habilidoso que os outros, e Flora também conseguia seus momentos de destaque. Mas o que ele nunca soube é que Anja percebeu, ali mesmo, no primeiro dia de Flora, no exato momento em que ela entrou em sua sala de aula e que os olhos de seu filho brilharam como tivessem visto a estrela mais deslumbrante do cosmo, e seus olhos sorriram antes mesmo de seus lábios. Anja com-preendeu que aquilo poderia ser o início de um sentimento puro e nobre, e por isso sempre que era possível colocava os dois juntos. E assim foi. Partners em quase todos os pas de deux. Igor sempre conseguiu seus papéis por mérito. O primeiro menino da turma a fa-zer um doble tour en l’air preciso. E Flora, tinha o ritmo que pulsava

por Camila veiga

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no compasso da batidas de seu co-ração, o amor pelo ballet correndo nas veias, e a técnica que aperfei-çoava a cada dia, a cada gota de suor a cada lágrima de frustração. lágrimas essas que tinham sempre um lencinho de Igor para ampará-las, ou uma dica sua que pudesse facilitar o que parecia impossível, ou ainda uma bobagem dita ao pé seu ouvido e que geralmente a fazia rir e desacelerar a ansiedade. Flora sempre o ouvia. gostava da maneira simples e entregue com que Igor desenvolvia sua dança. uma amizade que de tão pura se confundia com amor. Para Igor, amor. Para Flora, cumplicidade, confiança, o que de alguma forma também poderia ser o amor. E foi aos dezoito anos que Igor quis se declarar. Mas Flora tinha o coração tomado por outro amor mais antigo: o ballet. E ela achou que para amar Igor teria de amar menos sua arte. Achou que seria errado. Que estavam tão próxi-mos do auge para desperdiçarem suas energias com sentimentos inexatos. Igor preferiu não discutir. Resignou-se a ser seu fiel compa-nheiro e confidente. Namorou ou-tras meninas, algumas colegas de turma dele e de Flora. Ela fingia que estava tudo bem. Ele fingia que estava feliz. E cada vez se entregavam mais e mais ao ballet. E assim chegaram até Paris para audições em grandes e pequenas companhias.

Flora nunca se imaginou em outra companhia além do Opéra, Igor sempre quis dançar em toda sua plenitude não importando onde, e tem tentado convencer sua partner a fazer mais audições por lá. Ele sempre diz a ela que para ser feliz não é preciso estar no topo, apenas é necessário estar inteiro e ser o melhor que o mo-mento permitir. Ademais Igor não quer ficar longe dela. Mesmo acre-ditando no talento de sua doce bailarina ele sabe bem que uma companhia tão disputada como a Opéra pode ser um desafio difícil de ser alcançado. E se ele e ela conseguissem uma vaga em um lugar menor, acha que finalmente poderia viver um romance com Flora... Mas agora, na escuridão do quarto, na ausência de sua mãe, nas lembranças que voltam com tanta força como fosse uma despe-dida, uma morte prestes a acon-tecer ou um nascimento muito perto da luz, Igor está de volta em seus pensamentos, e Flora percebe que ele nunca deixou de estar ali. Ela quer compreender. no alto de seus vinte e três anos de idade, e muito próxima de seu objetivo, ela quer respostas que não serão dadas assim sem que ela vivencie cada um de seus dramas, seus medos, suas dúvidas...

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Sistema�de�EnsinoSD�Ballet�Infantil

Sobre�a�autora�do�livro:

www.sdballet.com.br

A emoção marcou a des-pedida da bailarina lu spinelli no ultimo dia 12 de novembro, em Araca-

ju. Centenas de familiares, amigos, alunos e admiradores estiveram no velório que aconteceu no teatro tobias barreto para se despedir da artista. A coreógrafa e professora de ballet foi encontrada morta no seu apartamento vítima de infarto do miocárdio, no centro de Aracaju, na noite anterior (11). baiana de nascimento, mas sergipana de coração, lu chegou em Aracaju há 40 anos e marcou o desenvolvimento da dança no Esta-do, foi responsável pela formação de dezenas de mestres exportando talentos para diversos estados brasi-leiros e fora do país. Apesar da dor da perda, a irmã da bailarina Anair spinelli falou sobre a artista. “Acho

lutO

que lu escolheu os sergipanos para oferecer o melhor dela, que era sua arte, a sua intensidade e de viver todas as suas escolhas com muita verdade. lu foi uma pessoa muito forte, algumas vezes polemica, mas sobretudo, muito verdadeira. hoje ela fez mais uma peraltice, sem avisar, de repente, vira estrela e sem deixar a gente se despedir. Mas, as boas lembranças ficam em nosso coração. O enterro aconteceu no Ce-mitério santa Isabel, no bairro santo Antônio, em Aracajú.

Lu SpinelliA DAnçA PErDE MAIs

uMA DE suAs EstrElAs

lOJA bAllErInA DAnçA E FItnEsslocalizada na Av. João Davino, 913, galeria Maria FernandaMangabeiras - Maceió/Al. www.ballerina-al.com

Dança Brasil visitaEM nOvEMbrO

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©Lua Torres Fotografia.

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ArtIgO

la colunapor luis Arrieta

Deixo que o terno galho ereto da madressilva carregado de incipien-tes folhas na jardineira

da varanda que avança no espa-ço coberto me toque, como sem querer, quando passo a seu lado, como sem querer, procurando no ar os últimos beijos da tarde de primavera.

luis Arrietasão Paulo, 27 de setembro de 2015

Rainha e vitoriosa, Irupé* ocupava com luz própria o espaço que lhe fora conferido. Mas o que

desta vez falava da sua majestade era a madura compreensão de saber-se parte de um trabalho de conjunto que pelo conjunto mesmo brilhava. Com a capacida-de que só as crianças têm de fazer verdades fantasias ela brincava com seus amigos num parque de cubos no cubo maior do palco, deixando seu nome dissolver-se no jogo do grupo.

*em português: “vitória regia”

luis Arrietasão Paulo, 28 de setembro de 2015

O sol do crepúsculo as minhas costas estilhaça de vermelho as janelas dos prédios prepotentes

a minha frente e por um instante penso que eles também melan-cólicos no findar do dia choram sangue nos seus olhos de vidro.

luis Arrietasão Paulo, 28 de setembro de 2015

Minha irmã betty, no seu último aniversário, a modo de agradeci-mento e reflexão sobre

todos os cumprimentos recebidos na ocasião, escreveu na sua página de internet longa lista de pessoas que fizeram e fazem parte da sua vida. sobre meus pais ela expressa, com muita presença de espírito e humor, a sua gratidão pela didática deles e eventuais chineladas que de uma única vez lhe ajudaram a organizar pensamentos, realinhar chacras e poupar tempo e dinheiro em tera-pias futuras inúteis.

luis Arrietasão Paulo, 4 de outubro de 2015

Os gritos dos periquitos. As revoadas dos pássaros que vejo da janela. Os latidos dos cachorros que

passeiam com seus donos na rua. O miado da Paola que adivinho na distancia entre os tomates do quintal do rafa. Os sons dos galhos das árvores carregadas de bichinhos. As patas aderindo-se às paredes da lagartixa que habita sob algum vaso ou pedra na minha varanda. Os zumbidos de tantos insetos visitan-do as flores da jardineira. Tudo isso hoje, especialmente hoje, se me ocorre uma dança coral de todos eles entoando as palavras inicias da eterna oração de Francisco: “senhor, fazei de mim instrumento da tua paz”

luis Arrietasão Paulo, 4 de outubro de 2015

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ArtIgO

The Full Monty” é uma expressão popular inglesa que significa mostrando a coisa toda. E é este termo

que titula o filme britânico de 1997 (Peter Cattaneo), seguido de sua versão musical na broadway 2000 (David Yazbeck/terrence Mcnally) e que, agora, tem sua primeira mon-tagem brasileira. Ou tudo ou nada, numa bem cuidada adaptação de Artur xexéo, mantem seus ingredientes originais com a inserção de maneirismos linguísticos e gírias, para quebrar o distanciamento com a paisagem da ex “cidade do aço” inglesa, Sheffield. Em sua narrativa ,seis de seus cidadãos homens se reúnem com a missão de resgatar seus problemas comuns de desemprego, conflitos familiares , solidão e total falta de perspectivas financeiras, através de um show de nudez masculina. Incitados, inicialmente, por Jerry ( Mouhamed harfouch), um pai ameaçado de perder a custódia do filho pré-adolescente Nathan( xande valois) e por Dave ( Claudio Mendes), assolado por um iminente rompimento conjugal. Atraindo, sequencialmente, os outros com-parsas na identificação de crises pessoais. Como o semi- suicida Malcolm (André Dias), o administrador falido /dublê de coreógrafo (Carlos Arruza), o malabarista Ethan( victor Maia) e o Jegue (sérgio Menezes), diferenciado pela parte exagerada de sua anatomia sexual. Decididos a se tornarem strippers por uma noite, ensaiam num clima

a “chorus line” com a velha pianista Jeanette (sylvia Massari), em empá-tica e bem humorada performance. tendo ainda, os destaques femi-ninos das esposas geórgia(kacau gomes) e vicki (Patrícia França) e um coeso elenco coadjuvante. O score musical, com suas referencias pop/jazzísticas, tem a dinâmica regência de Miguel bria-monte, conduzindo a uma enérgica gestualidade (Alan rezende) e a uma meticulosa vocalização (Mirna rubin). sendo dignos de registro, a mo-dulação das luzes(David bosboom/Dani sanchez) e os adequados figurinos (Ney Madeira/Dani Vidal), tudo completando a criativa saída cenográfica (Edward Monteiro) para uma produção de parcos recursos. O elenco, de atuação ímpar, tem personificações singulares no empático Jerry, no espirituoso Dave, no depressivo Malcolm, no circense

Ethan, no dissimulador harold, no falso ingênuo nathan e nos vo-zeirões de Jegue, vicki, geórgia e Jeanette. A habitual segurança no ofício teatral e o apaixonado senso estéti-co de tadeu Aguiar concretizam um convincente resultado ,de irônico humor implodindo num referencial teor crítico. Onde a solução pelo corpo/mercadoria não deixa de ser uma denúncia à falência inflacionária no caos financeiro, gerando o cres-cente desemprego. E desnudando, física e emocio-nalmente, toda e qualquer crença na atual realidade econômica e no presente cenário político. (Ou tudo Ou nada - O Musical está em cartaz no teatro net rio, Copacabana - rio de Janeiro, quinta e sexta, às 21h; sábado, às 18h e 21h30m; domingo, às 19h. Até 20/ Dezembro).

por Wagner Corrêa de Araujo

ou tuDo ou naDa: nus COM A MãO nO bOlsO

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DEzEmBroDia 08 - 20:30hFormandos da sopro Escola de Dan-ças e Cia.Espetáculo: “sE não É aMor”sopro Cia de DançaDia 09 - 20:30hEspetáculo: boa noitesopro Escola de Danças

local: teatro APCD rua voluntarios da Patria, 547santana - são Paulo sP.

sopro cia DE Dança

AgEnDA

Aos 19 anos, gustavo Carvalho acaba de se tornar o mais jovem pri-meiro-bailarino do ballet

nacional sodre, em Montevidéu, no uruguai. nascido em volta redonda e cria da Cia brasileira de ballet, dirigida por Jorge texeira, ele con-seguiu a promoção de solista para o atual cargo em tempo recorde. A ascensão, que costuma demo-rar cinco anos, aconteceu em menos de um. gustavo chamou atenção pela facilidade de executar os mais complexos passos da dança clássica e pela habilidade de interpretar os principais papéis do ballets como siegfried, de O lago dos Cisnes.

gustavo carvalho, É O PrIMEIrO-bAIlArInO nO bAllEt

nACIOnAl sODrE, nO uruguAI

“Quando pintei meu primeiro quadro, aos 4 anos, foi de uma bailarina. Eu sempre quis dançar”, conta Carvalho. Agora, ele se pre-para para viver romeu, enquanto sonha em, um dia, integrar o royal ballet de londres.

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CAPA

por Celi barbier, correspondente especial na Europa

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ballet do teatro bolshoi em Monte Carlo

O melhor espetáculo da temporada 2014-2015

Cor. J.C. Maillot; música D. shostakovich

Foi preciso chegarmos à metade do século xx para que as comédias de William shakespeare fossem, por

assim dizer, levadas a sério pelos críticos e autores, que viram, enfim, que é possível tratar temas sérios com um sorriso. As comédias de shakespeare nada têm a ver com os ‘paste-lões’ da era elizabetana; são sutis e sugestivas. Dentre elas, a mais popular é a ‘Megera Domada’, por girar em torno do Amor, tema uni-versal e intemporal. Mais ainda, do “desejo mimético”, segundo rené girard. Já o autor harold bloom tem em Catarina e Petrucchio, os princi-pais protagonistas da ‘Megera’, na conta de “o par mais feliz” da totalidade da obra do genial autor que, com inteligência e excelência, ele analisa em conjunto. Assim como girard em seu extraordinário livro, Os fogos do desejo (compre-endendo desejo, ciúme, inveja, violência) publicado em 1990 após 30 anos de pesquisas sôbre a obra de shakespeare, onde estrutura sua linha filosófica, psicológica e antropológica. um par como em Macbeth, mas aqui os dois acaba-rão derrotados e separados. A ‘Megera’ reforça, também, uma das preocupações maiores de shakespeare, a harmonia social, passando pela analise dos contextos familiares da época, que continuam diabolicamente modernos.

maillot inova Originalmente, a peça começa com cenas de um nobre que en-

a mEgEra DomaDasEgunDO W. shAkEsPEArE

A Megera. A. stashkevich e s. Chudin.

FOtOs: A. blangero.

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gana um latoeiro bêbedo, fazen-do-o crer que é um grande senhor prestes a assistir à encenação do drama de Catarina e Petrucchio. Introdução contestada por bloom e outros críticos, gerando uma série de analogias. Já Maillot não se ocu-pou desta introdução, que não lhe serviria dramaturgicamente. A trama, a par o pai batista, gira em torno de Bianca, a filha mais nova que, na peça escrita, aparece como sonsa, com falsa doçura e egoísta. Para Maillot, ela represen-ta, juntamente com lucencio, um de seus três pretendentes, o amor do amor, terno, “sem nuvens”, nas palavras do coreógrafo. Quanto aos outros dois, hortencio representa o “amor racional”, e o de gremio de “natureza hipócrita, mesmo perver-sa”. A governanta foi inventada por Maillot, pois faltava, um par para gremio. na peça, gremio acaba sozinho e pobre. “Eu queria trans-mitir a ideia de que cada um pode encontrar sua outra metade, pouco importa o caráter”, explica Maillot. E há Catarina, a filha mais velha que afugentava os pretendentes com crises de cólera, nenhum era suficientemente atrativo para ela. Apesar de rica todos fogem. Até que aparece Petruchio, tão colérico quanto ela, e a partir daí se estabe-lece o núcleo da ação em torno do amor-paixão, amor conflitual, amor de desejo mimético (um se vendo pelos olhos do outro), amor não convencional. A catarse com o público é evi-dente e “não decorre do sadismo dos espectadores masculinos, mas na excitação sexual de homens e mulheres” – explica bloom. Apesar das brigas, ou por causa delas, os dois sabem que são feitos um para o outro. “O amor prazer das brigas de acomodação”, de barbara he-liodora. A loucura dos dois chega

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ao apogeu quando Catarina esbo-feteia Petrucchio e ele não revida. Domados um pelo outro, é Catarina ainda a mais forte, aparentemente consentindo em obedecer Petruc-chio. no íntimo, ela o compreende e o controla.

ainDa DEsconhEciDo reconhecido como o maior dra-maturgo de todos os tempos (1564-1616), nascido em stratfor-on-A-von, Inglaterra, deixou 37 peças, das quais 14 comédias – inclusive a ‘Megera Domada’. Se à sua biografia faltam muitos dados, as obras ganham em reper-tório, em diferentes épocas e títulos. E mais se caminha ao futuro, maio-res são as definições e as dúvidas. há pelo menos quatro períodos de estudos e análise das peças, com informações sobre influências de obras de autores seus contemporâ-neos, da Antiguidade e Idade Média e do renascimento italiano. De 1590 a 1595 seriam peças históricas, segundo Christopher Marlowe. Em seguida, comédias influenciadas por obras latinas, com a ‘Megera’, mais ou menos identifi-cada em 1594, como “reescrita” da obra de Ariosto, I. suppositi. Dire-mos que, entre uma fonte e outra, haja dois anos de ‘intervalo’ entre a escritura e o aparecimento da peça. O drama mais conhecido, ‘ro-meu e Julieta’, pertence a esse espaço de tempo; Arthur brooke teria influenciado Shakespeare para recriar a obra. De 1595 a 1601 apa-recem comédias romanescas, como ‘O Mercador de veneza’ e ‘sonho de uma noite de verão’, que, como nos apraz, pressagia a terceira fase: as tragédias. logo, os sonetos e Canções (4ª. fase) lhe dariam o títu-lo de maior poeta lírico da era.

sociEDaDE não muDa segundo os costumes da era elizabetana, se em uma família

houvesse, por exemplo, duas filhas, a mais nova não poderia casar-se antes da mais velha. Em torno das concepções sociais da época e do amor, em nossos dias revivemos situações da peça, mostrando a in-temporalidade tanto do genial autor quanto do genial coreógrafo, que conseguiu conceber uma narração absolutamente dançada, com um vocabulário clássico acadêmico dos mais puros. sem tocar na cronologia, bárbara heliodora apresenta análise inte-ressante da obra, como reforço da “preservação constante’ de shakes-peare quanto à harmonia do grupo social, em todas as suas implicações e interligações. nas comédias, isso se dá por meio das relações inter-pessoais, expressas essencialmente pelo amor, assim tratando conflitos conciliáveis. As peças históricas re-velam as relações do indivíduo com o Estado, inscrevendo-se na noção de conflitos discutíveis e arbitráveis. É nas tragédias que os conflitos são irreconciliáveis. Em fins do século XVI, a família tem como princípio o patriarcado. A figura do pai aparece em várias obras de shakespeare como o velho-te mal humorado, como o Capuleto de ‘romeu e Julieta’, e também em ‘sonho de uma noite de verão’. Mais preocupados em procurar maridos ricos para as filhas do que a felicidade delas. Estas não só devem obedecer ao pai, mas também amar o pretendente. tema atual até hoje. Algumas readaptações da ‘Mege-ra’ ainda são referência, no século xx. Em 1948, a peça aparece na broadway sob o título ‘kiss me kate’, composição e libreto de Cole Porter, um dos big Five (J. kern, I.berlin, os gerschwing). Do music hall teatro passa ao cinema, em 1953, como clássico da comédia musical. O após-guerra precisava de amor e alegria para reinventar o futuro. Um reflexo disso, a frase em

‘kiss me kate’: “Oh, katinha gentil, dá-me um beijo”. sem uma ruga, ela será reapresentada no teatro do Châtelet, em fevereiro 2016.

‘mEgEra apaixonaDa’ A ‘Megera Domada’ de Cranko foi criada em 1969 para o ballet de stuttgart, com M. haydée e Cragun, costume e decoração do magistral J. rose, música de k.h.stolze e scar-latti. Em 1976, a obra entrará para o repertório do bayerisch staatsbal-let. A ‘Megera’ de Maillot inova, sem ferir shakespeare. Ainda a cortina fechada, apare-ce à direita dos espectadores, no proscênio, uma linda moça, esbelta. Anda, com andar felino, até o meio da cortina, sob um enorme spot de luz branca, lembrando o começo de music hall. não é preciso lembrar como é difícil andar em cena, só e em silêncio. Os cenários são surpreendentes, moduláveis: seis colunas de base retangular, três faces com escamas vivas. há duas escadarias e cur-vas brancas, monumentais, que se abrem além do palco. Muito engenho. são soluções passíveis de modificações, segundo a “vida” da coreografia mesmo depois da pre-mière. E.Pignon-Ernest é um grande colaborador de Maillot e criou, entre outras coreografias, também ‘romeu e Julieta’. O balé é fabulo-so, com a ‘Megera’ numa trajetó-ria em círculo perfeito na obra de Maillot. há o longo beijo, aqui mais apaixonado, mas também suspen-so no ar. E, mais tarde, a bofetada fechando o círculo interior do Amor. As personalidades dos protago-nistas são maravilhosamente bem estudadas e a dramaturgia perfeita. O ballet do bolshoi estupendo, de altíssimo nível técnico e artístico. A beleza dos protagonistas fecha este outro círculo – apaixonante.

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aplauDir é prEciso?! Maillot faz tudo para que não haja aplausos depois de uma dança. nos balés que vimos nos últimos dez anos não aconteceu. Mas os solos dos pretendentes, mesmo in-tegrados, conjuntos, acabaram com estrondosos aplausos para cada um. O público em suspenso, em catarse. Aconteceu pela primeira vez. tecnicamente sem falhas, rá-pidos, brilhantes todos os perso-nagens já citados assim como os servos. Com uma linguagem cinema-tográfica onde não falta humor, tivemos a impressão de assistir à ilusão da ilusão; todas as cenas encadeiam-se em um todo. se Maillot escreve no programa que sua ‘Megera’ é uma peça realista, tem também razão, pois “põe em jogo questões de relações familiares de hierarquia familiar, nas relações interpessoais” (barbara heliodora), tal como o fez shakespeare. As passagens entre bianca (A. stashkevich) e lucien (s. Chudin) são divinas, e mesmo românticas e líricas. lucien, nosso “coup de coeur”, luminoso como o nome in-dica, jovem, com linhas lindas, pés bem trabalhados, proporções certas e sinceridade. Quando entra em cena, é só ele. Catarina (Ekaterina, na vida real! krysanova) e Petruc-chio (v. lantratov), com corpos ma-ravilhosos e um erotismo de cortar o fôlego, os pas de deux com portés envolés maravilhosos e perfeita-mente sincronizados, e uma técnica em que tudo parece sem esforço. A eles foram reservados fortíssimos aplausos – bem merecidos. De A. Maillot, debutando nos costumes, sublinhamos: é ótimo de-senhista, com estudo que se perde nas escolas de formação de ceno-grafia e costumes de cena. B.Co-ppieters, genial ‘étoile’ e intérprete de Maillot agora como assistente do coreógrafo nos parece indespensá-vel. J. rouaud para a dramaturgia,

D. Drillot para as luzes não podem ser esquecidos. O extraordinário arranjo musical de obras de D. shostakovich é dig-no de um prêmio. são 25 músicas tiradas de seus álbuns para cinema, dança e à parte duas peças (sinfo-nia para Cordas e sopro da sinfonia de Câmara e uma peça tirada do álbum de jazz e um lindíssimo pre-lúdio VII da Suite The Gadfly, sob o arranjo de l. Atovmanyan). Os leitores sabem como admira-mos o genial compositor, do qual já falamos mais detalhadamente em outra edição, dedicada ao ballet Mariinski. A Orquestra Filarmônica de Monte Carlo, dirigida, para a ocasião por Igor Dronov, maestro internacional, artista emérito da Federação russa, mostrou sua exce-lência. um trabalho titânico cortar

as músicas em peças curtas até formarem o tempo de uma hora e 20 minutos, duração do espetáculo sem pausa, obviamente. Coerência, sensibilidade, conhecimento pro-fundo do rico repertório de shos-takovich, ao qual não faltaria uma valsa. Mas também uma polca e um galope. A pirueta do final nos revela compositor e coreógrafo inimitá-veis – um tea for two, “just for fun”. num artigo de A. Abbey, publicado no programa de 1976 da ‘Megera Domada’ (ballet der bayerischen staatsoper, versão Cranko) se vê uma foto de imponente retrato (1575) do conde de Oxford, Eduard de verre, que seria o ver-dadeiro nome daquele que usaria, por toda a vida, o pseudônimo de shakespeare.

“A luz Divina e a Arte continuam e continuarão à unir todas as etnias e

culturas contra a barbaridade e o horror.”

vela, gerhard richter.

CElI bArbIEr

JC Maillot e b. Coppieters

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ACOntECEu

A 13ª Edição do IAgAD foi realizada no teatro raul Cortez em Duque de Caxias - rJ, durante os dias 01

e 02 de novembro, pelo Centro de Convivência recriarte pela vida, uma Ong que tem a Dança como linha de atuação no bairro da Posse, em nova Iguaçu-rJ. O IAgAD é um Festival de caráter competitivo, aberto á par-ticipação de bailarinos amadores visando valorizar, revelar talentos da arte da dança, além de reunir artistas nos seus variados estilos e forma-tos, para um grande Intercâmbio de confraternização, troca de experiên-cias, oficinas e concurso. Com direção da Prof.ª lena Madsen e parceria da Capézio nova Iguaçu, esta Edição do IAgAD contou com 40 Cias partici-pantes, 250 coreografias e de 1000 participantes, num clima contagiante de amizade e disciplina. na banda de júri e oficinas, renomados profis-sionais como: Wanda garcia, hugo leonardo, Ariana souto, Everton Mes-quita, bruno Madhulk Duarte, Aline Araújo e Jéssica suhett. Entre as Cias premiadas no 13º IAgAD, destaca-mos: secretaria de Cultura de Mesqui-ta, grupo de ritmo e Movimento de Queimado, stúdio rosana Morgado ,

Cia de Dança viviane Morais - belford roxo, Jardim Escola gotinha Encan-tada – Mesquita, núcleo de Danças e Artes rejane Fatá – nilópolis, stúdio Paty Dance – são João de Meriti, Mi-nistério de Dança luz do Mundo, stú-dio de Dança Aline Araújo – Pavuna, Academia de Artes Josias nascimento – n. Iguaçu, Colégio Futuro vip – n. Iguaçu, Academia Domênica – nova Iguaçu. Alledance Crew, Espaço de Dança Oliva´s, la vie Danse, Instituto Amigo de sempre – Chatuba, Mesqui-ta, I am beats Company, grupo de valsa sonhos de uma noite, Projeto CCrv – n.Iguaçu, Centro de ópera Popular de Acari, recicle e Dance – Duque de Caxias, Escola de Dança de nova Iguaçu, Academia lena Madsen – n.Iguaçu, Cia Movimento urba-no – ubá -Mg, Inovação – barra do Piraí, núcleo de Arte taciana Moreira – belford roxo, DrM – Dança de rua Mesquita, grupo M.E. – Queimados, grupo Cultura em Movimento, stúdio Dançart rafaela trevisol, grupo Fachktha do nICC, Escola de Dança Adriana Miranda, Academia Alledan-ce, grupo de valsa noite de Encantos, the Phoenix Dance – Paracambi, Força in Dança, grupo lambadance do nICC.

13° iagaD

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Participe você também do concurso “todo Dia, toda hora, em qualquer lugar...”

Dançar é uma expressão que quando praticada constantemente, cresce e torna-se paixão, entra em nossas vidas e no dia-a-dia, em certos momentos, per-cebemos que estamos nos expressando naturalmente com movimentos e poses em diversos ambientes. A revista Dança brasil, abre espaço para seus leito-res enviarem fotos criativas destes registros.

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Estamos aceitando inscrições de estudantes internacionais por vídeo. Para fazer uma audição por vídeo para o Curso de Verão de 2016, os alunos devem preencher um formulário de inscrição online até 31 de janeiro de 2016 e apresentar um vídeo à Escola, incluindo um link para uma amostra de vídeo online na inscrição. Há uma taxa de inscrição de USD 25.

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PROMISSORES, COM

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Curso deVerão em NYC27 JUNHO - 30 JULHO 2016

O vídeo deve retratar o estudante em roupas de prática em uma aula resumida com toda a gama de exercícios de barra e de centro e, para meninas, trabalho de ponta.

Os candidatos ao Curso de Verão de 2016 devem ter entre 12 e 18 anos de idade em 31 de julho de 2016.Há disponibilidade de hospedagem no local.

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EntrEvIstA

Dança Brasil: Quais lembranças do início de sua carreira? ricarDo schEir: no início eu me lembro da diversão, tudo era muito descompromissado, jamais imagina-va que a dança seria minha vida... estava apenas curtindo o momento.DB: Como você vê a vida do profis-sional de dança em nosso país? rs: Vejo a vida do profissional de dança sofrida, claro que tudo vem da educação, a sociedade não estimula as crianças a assistirem a dança, desta forma não criamos pú-blico, sem público não temos força política para reivindicar os nossos direitos trabalhistas, com isso temos nossa profissão fragilizada. Nem to-dos tem registro profissional, sendo assim, não temos segurança, não temos seguro médico, enfim, não temos o reconhecimento devido. DB: Qual sua opinião sobre os festi-vais competitivos de dança?rs: Os festivais incialmente eram um momento de confraternização, de troca de conhecimentos, um lu-gar onde tinhamos a oportunidade de expor nosso trabalho para pesso-as de muito conhecimento na área, assim tinhamos a possibilidade de entender melhor o nosso próprio trabalho, podendo desenvolvê-lo e aprimorá-lo, infelizmente nem todos os festivais hoje em dia tem esse objetivo, mesmo sendo um negócio não podemos esquecer que a arte deve estar acima de tudo... Então, cada um deve ter a consciên-cia de: Para que estou participando desse ou aquele festival ? se cada um souber responder com verdade essa pergunta, então pode-rá valer a pena participar. DB: Como professor, o que inspira suas aulas? rs: Os alunos, dependo totalmente

deles, quanto mais eles querem, mais quero dar. Aprendo todos os dias com meus alunos, são a minha energia e eles decidem o meu esta-do de espírito. DB: Quando jurado, qual seu prin-cipal critério de avaliação? rs: Independente da modalidade, procuro verdade, o palco não men-te, às vezes ele engana, mas nunca mente, ali podemos ver a seriedade do trabalho e a competência do bailarino, técnica e artisticamente.DB: Qual a importância da gra-duação universitária em dança na formação de um profissional de dança? rs: A graduação universitária em dança é sim importante, antes do movimento precisamos pensar a dança, esse pensar a graduação vai ajudar, mas uma coisa esta ligada a outra, só uma delas não acredito que dê certo.DB: O que é a dança para você? rs: A dança para mim não é o “que”, é o “quem”... é quem me

preenche, é quem me revitaliza, é quem me ensina a viver, não me imagino sem esse “quem”... É a forma de me expressar, de me colocar nesse mundo como indiví-duo, como ser humano.

saiBa + soBrE ricarDo schEir:hoje com 53 anos, olho para trás e vejo tudo que construi, não sozinho claro, mas uma vida de dança. Ja fui premiado em praticamente to-dos os grandes e pequenos festivais do Pais e em alguns no exterior, ja dei aula para varias escolas e para grandes cias profissionais, ja ajudei na formação de muitos bailarinos e na construção de bons cidadãos. O que me deixa muito feliz, mas vejo que ainda não estou satisfeito e espero nunca estar, porque o dia que me sentir totalmente satisfeito ou completo precisarei procurar outra coisa para fazer, acredito que a grandeza da arte esta na eterna procura.

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Na dança de salão, muitas pessoas confundem a diferença entre aula, prá-tica e baile. Parece óbvio,

mas ainda encontramos pessoas com ideias distorcidas, acreditando que o baile e a aula “é a mesma coisa!” na aula, é o momento de apri-morar e aprender fundamentos técnicos (novos movimentos, musicalidade, postura, expressão e consciência corporal), assim como também reforçar o conteúdo apren-dido. também considero importante o professor, como um educador, informar seus alunos sobre o com-portamento adequado no baile, na

aula, etc. Mas é claro que tudo isso pode e deve ser aprendido de for-ma lúdica e divertida, reforçando a ideia de que a aula deve ser sempre um desenvolvimento. Acredito que alguns alunos, pelo menos no início do curso, acreditam que a aula é só para dançar, sem exercícios e correções. A Prática é um forma moder-na, um misto de aula e baile. na verdade, um baile com treino, onde é permitido durante a dança conversar sobre questões técnicas. normalmente existe um professor presente, para tirar dúvidas enquan-to os alunos treinam. baile… Momento social, da

prática da dança à dois, de treino e diversão. local onde não devemos fazer correções no outro! Muito desagradável quando encontramos alguns dançarinos com este com-portamento. vamos treinar o que aprendemos na aula, mas apenas dançar no baile. Alguns querem ser professor no baile. Aula é aula e baile é baile! se liga! rs...

ArtIgO

aula, prática E BailEpor karina sabah e Marcelo Cunha*

*karina sabah e Marcelo Cunha sãoproprietários e diretores artísticos da escola CDsP (Centro de Dança são Paulo), há 20 anos no mercado da dança de salão. Mem-bros do Conselho Internacional de dança /CID. Pós-graduação em dança e Consciên-cia Corporal. Psicóloga e administrador.

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rIO DE JAnEIrO

Aconteceu em 13 de novembro passado, o encerramento do xI rio tango Festival. Com uma extensa programação que ocupou vários lugares pelo rio de Janeiro, com apresentações musicais, bailes, au-las de tango e degustação de vinhos, registramos o sarau literário

no Consulado Argentino e o encerramento no Otto Music hall. O xI riotango Festival levou ao ICbA do Consulado Argentino o projeto “ O tango e o samba”, um sarau literário que teve como objetivo contribuir para que os adeptos de tango-Arte conheçam e utilizem elementos constitu-tivos da linguagem de forma reflexiva e funcional. nesse evento que contou com a presença do cônsul Dr. sebastian Alesio, apresentaram-se: sandra serrado atriz e diretora da trupe D’Arte com o musical “tango sedução”, um triângulo amoroso com sedução e traição. Os estudantes da CAl, léo sales , Francisco Caloi e vini gomes levaram “De gardel a noel” A poetisa Regina Santana com a biografia do homenageado poeta argenti-no Enrique Cadicamo Poeta Carlos A. Carneiro: o paralelismo cultural brasil x Argentina Antônio Midon, ator e dançarino, Chico sampaio ator e canto O som do rio Antigo no violão e voz de Andre henriques tango Dança num Di sarli a cargo de Adriana e Maximiliano de bsAs/Arg. O documentário riotango a cargo de ron e Américo del rio Coquetel com vinho dos Andes, o Malbec e o som do maestro Migliori no tango da sua autoria “Alucinado”.

No Otto Music Hall, finalizando e celebrando o sucesso do XI Rio Tango Festival, apresentaram-se a Orquestra dos músicos Maestro luís Migliori, Al-fredo santoiani, Claudia barcelos e Mario Macedo, o cantor Enrique Docal, os dançarinos Diogo e bruna, campeões da preliminar rio do Mundial de tango na Argentina, Alam e Camila vice-campeões e dx preliminar semifinalistas em bsAs, Jaime José e Angela Machado ( chorinho) leyla e Emmanuel - Arg bi-campeões de Mar Del Plata e bonaerenses de Argentina, Carlos e Alison - Arg campeões metropolitanos 2014 bsAs e thaimi steff - bra x Juan zarate - Arg e Cecilia e Juan Pablo - Arg. Apresentaram-se também em outros locais, Alice vasques e André Carva-lho, Fernando e Priscila rJ, gabriel e Adriana, campeões do ttC 2015, Cia de Canyengue Es tangostoso, a cantora argentina natália Meher e Docentario rio tango, com distribuição e relançamento de livros.

tango? Declarado pela unEsCO patrimônio intangível da humanidade, o tango é canção, poesia, filosofia, emoção, essência do “porteño”, uma maneira de viver. A universalização do tango, imortalizado por Carlos gardel nos anos 20, seduzindo os bem-nascidos e chiques que tomaram-no como exemplo de elegância, assemelhou-se ao sucesso da valsa no século 19, impressionante metamorfose, como no conto de fadas, o sapo virou príncipe. A opereta do bordel do subúrbio arrebatou o teatro Colón, e diante desta maré montante que nos assola, a do rock anglo-saxão, tribal, autista, en-surdecedor, o Tango, tão bem lembrado por Carlos Saura em recente filme, passou a ser a última esperança de um dançar civilizado na cultura Ocidental. Fontes: boletim rio tango e Ferrer-Carretero (bs.As)

rio tangotexto e Fotos por J.luiz Castro Américo Del rio e o Consul geral

da Argentina sebastian Alesio.

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bruna e Diogo - Campeões da Preliminar rio 2015 Mundial de tango em bsAs /Arg

Os argentinos leyla e Emmanuel Campeões de Mar Del Plata - bsAs /Arg

thaimi steff / bra e Juan zarate / ArgCamila e Alam - vice-campeões Preliminar 2015 Semi-finalistas Mundial Tango BsAs/Arg

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EntrEvIstA

Dança Brasil: Quais lembranças do início de sua carreira? DaniEla sEvErian: O início da minha carreira ficou marcado pela lembrança de ter recebido o cari-nho de muitos professores que me fizeram sentir que eu era capaz. Me recordo da dedicação da Camilla Pupa que foi a primeira à acreditar no meu talento, do apreço de Isma-el Guiser e do apoio e confiança de Jane Blauth. Mas também ficaram na lembrança muitos momentos difíceis com os quais tive que lutar, como falta de recursos financeiros, escassez de oportunidades profissio-nais, e uma crítica implacável que não levava dificuldades pessoais em consideração.DB: como você vê a vida do pro-fissional de dança em nosso país?Ds: A profissão de bailarino no Bra-sil ainda não tem o reconhecimento devido. não existem leis feitas de acordo com o que a profissão exige e a remuneração é muitas vezes inadequada e incompatível com o desgaste e a curta duração intrínse-cos a profissão. DB: Qual sua opinião sobre os festivais competitivos de dança?Ds: Acredito que os festivais te-nham um papel muito importante na formação de um bailarino uma vez que estimulam os bailarinos a se aperfeiçoarem, a estar em cena, a buscar metas, a enfrentar a pressão que a competitividade impõe, a se arriscarem e vencerem o medo e a adrenalina, fatores estes que estão muito ligados á realidade da vida profissional de um bailarino. Eu mesma tenho em meu histórico a participação em vários deles, tanto nacionais quanto internacionais. no entanto, quando somente se valo-riza os prêmios e o status ilusório que os mesmos proporcionam,

então vejo que podem ter conse-quências danosas para os jovens. A exacerbação do ego por exemplo, pode impedir que um bailarino consiga começar de baixo um traba-lho dentro de uma companhia, ou seja, como corpo de baile, e crescer dentro da mesma, por achar que já tem tantos títulos que somente o cargo principal é de interesse. no entanto, o bailrarino que almeja se tornar profissional precisa conse-guir trabalhar em uma companhia. Outros caminhos existem, claro, mas são ainda mais árduos e instáveis. também penso que a dança deve ser vista acima de tudo como uma arte, uma forma de expressão humana e nem só quem ganha os primeiros prêmios sao artistas. Cada um tem sempre algo especial e único pra oferecer ao público, e a desilusão da perda pode levar alunos talentosos a insegurança e até mesmo a desistência. Assim, talvez fosse importante um equilí-brio entre espetáculos competitivos e mostras de dança e acima de tudo uma orientação responsável dos professores para que seus alunos tenham as melhores experiências e possam se desenvolver plenamente como artistas. DB: como bailarina, o que o ins-pira em sua dança?Ds: Isto depende muito. A música de uma forma geral toca muito fun-do a minha alma e é grande fonte de inspiração. O carinho do público sempre me inspirou. Cada ballet, e cada papel me inspiram de formas diferentes. Em alguns o caráter emotivo, a história da personagem me impulsionam em outros o desejo de superação é que me estimula. O trabalho com profssores e ensaiado-res sempre me inspiraram. receber cada informação num ensaio e

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conseguir transportá-las ao palco sempre me motivara. Além disso, essa troca faz crescer uma cumpli-cidade com quem se trabalha onde a realização nao é só para quem executa mas também para quem ensina. também, colegas e bailari-nos com quem tive a oportunidade de atuar foram motivos de inspira-ção. sempre se pode aprender algo com o outro.DB: Quando jurada em festivais competitivos, qual seu principal critério de avaliação? Ds: Acho que atuar como jurada de um concurso de danca é bastante difícil e requer muita responsabili-dade. Jovens esperançosos podem sofrer duras desilusões em uma competição (aí o papel do professor em preparar o aluno não só tecnica-mente e artísticamente, mas tam-bém psicologicamente). É muito di-fícil avaliar um bailarino nos poucos minutos que duram uma variação. Mas, entre os critérios que eu acho mais importante estão: técnica cor-reta, musicalidade e expressividade artística. DB: Qual a importância da gradu-ação universitária em dança na formação de um profissional de dança? Ds: Depende. uma graduação de quatro anos para formar um baila-rino, me parece insuficiente se o in-tuito da formação for proporcionar ao bailarino uma formação ampla

que propicie ao mesmo a escolha de estilos onde vai atuar, que permita que o mesmo tenha conhecimento de dança como um todo e apren-da técnicas e teorias das diversas vertentes, de modo que a formação não se torne unilateral. O que não quer dizer que uma formação de oito anos que não seja universitá-ria, seja melhor. não, às vezes esta também não forma o bailarino de maneira abrangente. Por outro lado, uma formação universitária dá ao bailarino o reconhecimento social de que esta é uma profissão séria e que tem seu papel de importância assim como outra formação em alguma outra profissão qualquer. graduação em outras áreas da dan-ça (como para professores, core-ógrafos, iluminadores, figurinistas, críticos, etc.), são da mesma forma importantes para que estas profis-sões obtenham melhor base e sobre tudo o respaldo da sociedade para se desenvolverem. não quero dizer com isto, que profissionais que não tenham uma formação universitária não sejam capazes. Muito pelo con-trário, existem muitos profissionais que atuam com seriedade e profis-sionalismo e merecem por isso todo o nosso respeito. vários caminhos podem levar ao mesmo objetivo. DB: o que é a dança para você?Ds: um privilégio. uma linda ma-neira de viver e evoluir.

dancabrasil.com.br l 31©Amir sfair Filho. Ag. Espetaculum.

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Foi na pequena são sebastião do Paraíso, cidade fundada em 1821 no sul de Minas gerais, na divisa com o estado de são Paulo, que Fabricio Callabari nasceu e escolheu ainda criança o futuro artístico. Frequentou aulas, fez apresentações e aos 19 já era coreógrafo e professor de balé, jazz e sapateado. Como bailarino, participou de shows, audições, mostras e compe-tições nacionais e internacionais em Minas gerais, rio de Janeiro, são Paulo, santa Catarina – incluindo o Festival de Dança de Joinville, o maior do mundo – e na Argentina. Aos pou-cos, o reconhecimento ao talento e ao esforço investido veio chegando na forma de premiações e contratos. Em 2009, integrou o corpo de baile do

programa “Criança Esperança” e, no ano seguinte, do “show da virada”, ambos na rede globo. sapatilha DE cristal A inquietude e a dedicação ca-pricorniana ao trabalho continuam movendo o artista de 26 anos para outras esferas, mas sempre na órbita da dança. não bastasse suas ativida-des como bailarino, sapateador, pro-fessor, coreógrafo e dono de escola, em 2013 experimentou a produção e direção de espetáculo. Para marcar o encerramento de ano do Fabricio Callabari ballet studio, montou “Os Quatro Elementos”, com 20 de seus pupilos. Ano passado, levou ao palco “A sétima Arte”, com 45 integrantes. E no próximo dia 3, um elenco de quase 70 alunos apresentará “Cin-

derela” no teatro governador Pedro Ivo. “Começo a pensar no próximo espetáculo quando acaba o anterior”, diz o diretor. Inspirada no clássico da Disney, sua versão dançada da gata borralheira consumirá cinco meses de ensaios, produção e criação. Fabricio assina 16 das 20 coreografias, roteiro, concep-ção de figurino e de cenário, escolha da trilha musical e ainda interpretará um dos personagens. Isso tudo com o bíceps femoral da perna direita rompido há quatro meses. Porém, a vontade de realizar é tão grande quanto esta montagem independen-te que promete encantar o público. “não tem como me afastar por muito tempo. Então, faço repouso como posso”, diverte-se.

EsPEtáCulO

faBricio callaBari DIrIgEsEu tErCEIrO EsPEtáCulO DE DAnçA

bAIlArInO MInEIrO rADICADO EM FlOrIAnóPOlIs APrEsEntA “CInDErElA” DIA 3 DE DEzEMbrO

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EsPEtáCulO

[email protected]

este é meu mundo, o mundo da dança...

Aline, Caio nunes, Mery rosa e ronaldo

luana budske e Maria Amaral

Alex soares e Priscilla AndradeCarla, Daniela braz e vera bublitzIvan grandi, Clara Pinto, Jane ruth, gisela vaz

Iracity Cardoso

Família kerche - greice, luís e Cecília

henrique talmah e tadheo Carvalho

Dalal Achcar e helio bejani

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OPOrtunIDADE

O núcleo luz acaba de abrir inscrições para o processo seletivo

do Ciclo I, voltado para jovens entre 14 e 19 anos com alguma experiência na prática corporal, com o objetivo de ampliar o universo sociocultural do aprendiz por meio da dança. Este ciclo consiste na iniciação em dança com aulas de clássico, contem-porâneo, danças afro-bra-sileiras, danças urbanas, percussão, capoeira, entre outras, participação em atividades socioeducativas, em processos de criação de espetáculo e realização de trabalhos artísticos experi-mentais. O projeto é gratuito e disponibiliza aos aprendi-zes uma bolsa mensal de r$100, auxílio-transpor-

- Preferencialmente ser residente nas regiões das Fábricas de Cultura. - ter renda familiar mensal de até um salário mínimo por pessoa

Processo seletivo (2 etapas obrigató-rias)Data: 26 e 28 de janeiro de 2016horário: 9hlocal: Espaço núcleo luzrua talmud thorá, 52/58 – bom retiro

*O candidato deve usar roupas ade-quadas para dança e aquele que não comparecer a uma das etapas será desclassificado.

Projeto núcleo luzFábricas de Culturar.talmud thorá, 52/58, bom retirosão Paulo - sPContato: (11) 3222-8151 | 8111 [email protected]/projetonucleoluz

O PrOJEtO DE DAnçA núClEO luz, aBrE vagas

te e alimentação. Os interessados deverão preencher um formulário online, por meio de um link no site das Fábricas (www.fabricasdecultura.org.br). As inscrições online terminam em 10 de janeiro. Aqueles que não conseguirem se inscrever pela internet também poderão fazê-lo pessoalmente no dia 26 de janeiro, às 8h (1h antes do início da seleção), sendo obrigatória a apresentação de rg e CPF.

rEQuisitos - Idade entre 14 e 19 anos (nascidos entre 26 de janeiro de 1997 e 25 de janeiro de 2002) - Alguma experiência na prática cor-poral (dança, circo, teatro, capoeira, esportes, etc.) - Disponibilidade de segunda a sexta no período da manhã e aos finais de semana quando houver apresenta-ções.

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ACOntECEu

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EsPEtáCulO

A chegada do natal anuncia também o começo da temporada na cidade de são Paulo de O Quebra-nozes, com a maravilhosa música de tchaikovsky, com produção Cisne negro que apresenta este

clássico há 32 anos. A obra entra em cartaz de 11 de dezem-bro até o dia 20 de dezembro no teatro Alfa. nas mais de três décadas de remontagens, o espetáculo nunca deixou de se reinventar. Além do elenco oficial da Cisne Negro Cia. de Dan-ça, o elenco contratado para esta produção conta com solistas convidados, todos brasileiros, de renome internacional, além de atores e artistas performáticos. Com direção artística de hulda bittencourt, direção de ensaios de Dany bittencourt. O espetáculo conta a fantástica história de Clara e seu precioso boneco Quebra-nozes, presen-te de seu padrinho, o mago Drosselmeyer, e sua viagem en-cantada do reino das neves até o reino dos Doces, depois de enfrentar a cruel batalha contra o rei dos ratos e seu exército. Esta obra foi apresentada pela primeira vez em 1983, com produção Cisne negro, sob a direção de hulda bittencourt, recebendo naquele ano o prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA), como o MElhOr EsPEtáCulO DE DAnçA. Desde então, foi incorporado ao repertório da Cisne negro Cia de Dança até os dias de hoje, em sua 32ª edição, e nunca deixou de se atualizar em todos os aspectos, trazendo inúmeras novidades, com uma grande diversificação coreo-gráfica e cênica, que empresta um toque de originalidade e inovação ao espetáculo, sem perder a essência dessa magnífi-ca obra. Este ano como solistas convidados destaque para os brasileiros: karen Mesquita e Cícero gomes, 1os solistas do theatro Municipal do rio de Janeiro, Márcia Jaqueline,

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ArtIgO

1ª bailarina do theatro Municipal do rio de Janeiro, e Marcelo gomes, Principal Dance do American ballet theatre, de nova York, além do elen-co fixo da Cisne Negro Cia de Dança e do elenco contratado para a produ-ção, atores e artistas performáticos. no papel de Drosselmeyer está o reconhecido talento do ator e cantor Felipe Carvalhido. Esta 32ª edição traz ainda um dos mais jovens ta-lentos brasileiros: gabriel Figueiredo (bailarino), 15 anos, que se revezará nos papéis de Fritz e Quebra-nozes

e que está sendo preparado pela renomada escola alemã John Cranko schule em stuttgart para ser um so-lista de renome internacional; guido sant’Anna, um brilhante violinista de 11 anos, que toca ao lado de impor-tantes maestros brasileiros como João Carlos Martins,Júlio Medaglia, entre outros. neste ano de 2015, O Quebra-nozes apresentará um diferencial em seu elenco nos dias 11 e 12 de dezembro, sexta-feira e sábado. O elenco de “Anjos” será formado por

integrantes da usina da Dança, pro-jeto social desenvolvido pelo Insti-tuto Oswaldo ribeiro de Mendonça - IOrM, de Orlândia. O IOrM que atua pelo desenvolvimento integral de crianças e adolescentes na região nordeste do Estado de são Paulo, estabeleceu parceria com a Cisne negro Cia. de Dança para a cria-ção do Projeto social “revoada dos Cisnes”. no saguão do teatro, haverá a apresentação de corais convidados, interpretando músicas natalinas, uma hora antes do início dos espetáculos.

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ACOntECEu

Aconteceu em salvador - bahia entre os dias 14 e 21 de novembro, a sétima edição da Jornada

de Dança da bahia, que recebeu diversas atrações nacionais e inter-nacionais, como Ana botafogo(rJ), lori belilove & the Isadora Dun-can Dance Company (EuA), Cie « à fleur de peau » (FRA) e Bárbara Malavoglia (sP). além de debater e fomentar o ensino da dança no es-tado, numa programação gratuita. realizado pelaEscola Contemporâ-nea de dança, com patrocínio do Ministério da Culturae da tErMO-nOrtE, através da lei rouanet, o evento se consolida como funda-mental para o desenvolvimento da educação em dança, em busca de estabelecer conexões inventivas entre artista, professor, aluno e públicos. nos palcos, espetáculos expressam potenciais de relação, formação e transformação, reve-lando o que resulta do movimento revolucionário da construção de um bailarino. A grade de atrações foi forma-do por um tripe: o primeiro é o Fórum de Educadores de Dança, ação voltada para profissionais da área. Ocorreu também a progra-mação educativa, com oficinas e workshops de diversas temáticas e para diferentes públicos. Comple-tando a Jornada, a programação artística apresenta uma mostra de produções de dança moderna e contemporânea. Inspirada nos ideais e na filo-sofia de dança de Isadora Duncan (1877-1927), a Jornada de Dança da bahia se revela em diversos as-pectos e se expressa ainda mais cla-

JornaDa DE Dança Da Bahia

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ramente na realização do “Momen-to D”, em que o repertório da mãe da dança moderna foi re-visitado através de cenas coreográficas que permeiram toda a programação. Durante o evento a Escola Con-temporânea de Dança comemorou seus 25 anos com o espetáculo “rêver”, apresentado no teatro Castro Alves. A montagem, dirigida por Fatima suarez, foi estrutura em releituras feitas a partir das emo-ções, da estética e da inspiração dos trabalhos realizados ao longo da trajetória da escola. A apresen-tação também recebeu as bailari-nas Ana botafogo e lori belilove, nos solos “Isadora” e “revolucio-nária”. Além do Palacete das Artes e o teatro Castro Alves a Jornada de Dança se instalou também no Espaço xisto bahia para uma série de 10 espetáculos, abertos com números do Momento D, com 15 coreografias de novos artistas da bahia, da capital e do interior, selecionados em audições públicas; “Instinto”, da kátharsis Companhia de Dança (bA); “bantu”, do balé Jovem de salvador (bA); “Estu-do para Estratégia”, de bárbara Malavoglia (sP); “Ora Yê Yê Ô”, do ballet Marília nascimento(bA); “Cru”, de giovanni luquini (bA); “Au-delà du temps”, da Cie. « à fleur de peau » (FRA); “Olhar com Olhos virgens”, da FEDErAçãO

DA DAnçA salvador/bA (bA); o infanto-juvenil “Desastro”, de neto Machado (bA/Pr); e “nii - nada novo sob o sol”, de neemias san-tana (bA). Ocorreram ainda oficinas, workshops, com profissionais da dança entre eles destacamos tindaro silvano, valéria vicente, Fátima suarez, lori belilove, Denise namura, Michael bugdhan, entre outros. O Fórum de Educadores de Dança e bate-papos também foram o ponto alto da Jornada, uma ação pioneira voltada à reflexão e ao de-senvolvimento do ensino da dança, em todo seu potencial transforma-dor, no brasil. Para compartilhar suas experiências e conhecimentos mais de 50 profissionais inscritos, que participaram das atividades, onde as convidadas desta edição foram: Ana botafogo (rJ), lori belilove (EuA), lia robatto (bA), e valéria vicente (PE). thereza rocha, pesquisadora de dança e drama-turgista de processos de criação, conduziu os debates: “O que é dan-ça contemporânea” e “tudo que você sempre quis saber sobre dança contemporânea e nunca teve cora-gem de perguntar”, no Palacete das Artes. Já no Espaço xisto bahia, três damas da dança se reúniram no bate-papo “Ana, lia e lori: Dança & história”, com Ana botafogo, lori belilove e lia robatto.

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ArtIgO

A primeira transposição de uma obra shakespeariana para a broadway foi A Comédia dos Erros que,

na versão musical da dupla rod-gers/hart, foi titulada em 1938, como “ the boys From syracuse” . Mas os exemplos mais clássicos, inspirados no universo shakespe-ariano, foram “West side story’ (1957) , o romeu e Julieta no-va-iorquino, entre a ópera e o musical, de leonard bernstein. Precedido em 1948, pela Megera Domada, transformada em kiss Me kate, o grande triunfo da maturida-de criativa de Cole Porter. kiss Me kate! O beijo da Megera ,o espetáculo de Charles Möeller/Cláudio botelho retoma uma con-cepção mais recente , original de 1999, com um conjunto orquestral quase de câmara, nos doze inte-grantes de apurada competência. seu referencial é pirandelliano - teatro do espelho, representação dentro da representação. Aqui ,com senso de irônico humor, acompa-nha uma tendência muito comum ao teatro e ao cinema norte-ame-ricano dos anos do pós-guerra . As constantes narrativas da produção de um espetáculo , dos bastidores à sua consecução, no confronto do viver cotidiano com o ofício teatral. Fred graham (José Mayer) e sua ex-mulher lili vanessi( Alessandra verney), vão atuar como Petruchio e kate, numa montagem de A Me-gera Domada. Participa também, no papel de bianca, a volúvel lois (Fabi bang) por quem Fred é apai-xonado, mas que prefere lucentio

por Wagner Corrêa de Araujo

(guilherme logullo). Entram ainda, os ameaçadores gangsters( Chico Caruso/Will Ander-son),o pretensioso general harri-son(léo Wainer), e o conciliador batista (Jitman vibranovsky),em performances marcadas por afi-nada sintonia. todos dividindo ou conflituando emoções , entre os camarins e o proscênio. Incluído o coeso elenco de apoio, numa montagem de incrível requinte cenográfico(Rogério Fal-cão)e de sofisticadas luzes ( Paulo Cesar Medeiros) .Com moduláveis telões, alternando os dois planos narrativos, de contextualização no elegante figurino renascentista/con-temporâneo(Carol lobato). E, ainda, a impecável direção musical(Marcelo Castro) , a vivaci-dade do gestual coreográfico(Alon-so barros), a versão textual inteli-

gente( Claudio botelho) e o alcance da idealização estética no seu co-mando cênico ( Charles Moeller). O carismático suporte vocal/cênico de Alessandra verney encontra equivalência na vigorosa composição musical/dramática de José Mayer. singularizando-se, da ágil baritonalidade de Chico Caruso em “Chama o shakespeare”, à ar-dilosa espontaneidade da ária de Fabi bang (“Eu sou sempre Fiel”). Em direcionamentos, enfim, de culminância artística, capazes de revelar a alquímica receita Porter/shakespeare /versão brasileira, de engenhosa dramaturgia e de mági-ca musicalidade. (kIss ME kAtE está em cartaz no teatro bradesco/ barra - rio de Janeiro, sexta, 21h30m; sábado, 21h; domingo, 20h. Até 13 de dezembro).

Kiss mE KatEreceita Musical - Porter com shakespeare

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EntrEvIstA

Dança Brasil: Quais lembranças do início de sua carreira?guiomar BoavEntura: no iní-cio de minha vida como estudante de ballet, o que mais me lembro era a sensação de que tudo comparado ao ballet era tão fácil, tão simples. E também a sensação de liberdade ao ouvir as primeiras notas do piano e colocar a mão sobre a barra. Era um universo inteiro que se abria em uma simples aula. DB: Como você vê a vida do profis-sional de dança em nosso país?gB: A Dança é uma profissão muito recente entre nós, e por isso pre-cisamos trabalhar muito, todos os dias, para que ela seja vista como tal. Claro que ao longo desses anos tivemos progressos, mas ainda falta muito. Inclusive uma legislação adequada.DB: Qual sua opinião sobre os festi-vais competitivos de dança? gB: Os festivais competitivos, em minha opinião , são muito impor-tantes porque se tornaram uma vitrine para jovens bailarinos e também por ser uma maneira de cada profissional mostrar seu tra-balho. Acho importante que, como pedagogos, orientemos nossos alunos que os prêmios são impor-tantes, mas o que vai determinar suas carreiras é como percorreram o caminho para consegui-los.Como foi

o tempo que passaram em sala de aula, estudos, ensaios. também acho importante dizer que apesar de muitas pessoas tentarem nos fazer acreditar que se você não participa ou não ganha festivais você não terá uma carreira. Isto não é verdade. DB: Como professora o que inspira suas aulas?gB: O que me inspira em uma aula é sempre esse encontro huma-no,único , que a arte da dança nos proporciona;onde em cada movi-mento vamos aos poucos descobrin-do quem realmente somos,quais os nossos limites e principalmente quais os nossos sonhos. DB: O que é a dança para você? gB: Certa vez, quando minha filha luíza boaventura mudou-se para os Estados unidos para dançar, vi na

página da Companhia, embaixo da foto dela escrito assim:”A dança é o ar que eu respiro”. nunca havia pensado sobre isso, mas acho que é por aí.

saiBa + guiomar maria BoavEntura mEloguiomar é graduada em Psicologia pela universidade Federal de Minas gerais.Fez sua formação em ballet na capital mineira,e mais tarde curso de Aperfeiçoamento técnico e ballets de Repertório na Escola Coreográfica do bolshoi em Moscou com os pro-fessores natalia lavrurrina e serguei smirnov. É fundadora da vórtice Escola de Danças e do Projeto Pé de Moleque.seus alunos já foram premiados em diversos concursos nacionais e internacionais. Atualmente é também Diretora Artís-tica do Prêmio de Dança uberlandia.

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O ballet Art’expressão é uma escola com 46 anos de exis-tência e tradição no ensino da dança. Fundada em 1969

por helena Weber e dirigida atualmen-te por sua filha, Lucia Weber, o Ballet Art’Expressão orgulha-se em manter sua qualidade de ensino reconhecida-mente comprovada pela formação de suas alunas e pelos prêmios alcançados. O ballet Art’ Expressão utiliza a me-todologia do American ballet theatre® national training Curriculum, Abt-ntC de nova Iorque; um programa avança-do de 8 níveis que combina ensino de alta qualidade artística com conceitos que primam pela saúde dos bailarinos e desenvolvimento das crianças.

BallEt art’ExprEssãotodos os nossos cursos são ministrados por professores altamente capacitados com especialização no exterior (Europa, Canadá e EuA). tem como preocupação permanente a divulgação da dança em todas as suas modalidades associando a criatividade às artes clássica e contemporânea. Anualmente apresenta espetáculos em teatros de são Paulo e participa também dos mais importantes festivais de dança do país nos quais tem atuação marcante, onde os resultados alcançados por suas alunas são comprovados.

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EntrEvIstA

O coreógrafo e músico ray santos, lançou seu pri-meiro vídeo clipe oficial, do single #IguAlDADE,

em novembro, em seu canal oficial youtube.com/raysantoshiphop. O vídeo clip também foi lançado em todas redes sociais e platafor-mas de streaming, em pareceria com a produtora digital DMusic, grande responsável por lançar vídeo clipes de grandes nomes da músi-ca brasileira como: naldo benny, thalles roberto, Michel teló, entre outros e gerenciar as suas redes sociais. Além do nome da música, #IguAlDADE é o título do segundo álbum do cantor, que traz dez faixas e tem a participação do Dj hum, André bruco, banda tr3vO e do ra-pper Mendez. O CD tem letras que carregam mensagens fortes, falando de questões sociais, políticas e da realidade de milhões de brasileiros. O vídeo clipe foi produzido e dirigido pela produtora santista At-titude rider e a direção artística foi assinada por ray santos. Foi todo gravado em santos, em locações exclusivas, como no segundo andar do teatro Coliseu, nas cenas com a banda; no Museu de saneamento

básico, com de sete convidados que mostram a miscigenação do País; e na usina terminal da sabesp que recebeu a participação mais que es-pecial, do respeitado dj e produtor, Dj hum, ícone do hip hop nacional e produtor de remix, de grandes nomes da música popular brasileira. As cenas de dança são os dife-renciais do ray neste vídeo clipe,

usando quatro dançarinos que o acompanham pelas ruas do centro histórico e no maior e mais alto heliponto da Cidade. A coreografia é assinada por Eric santos, e tem direção coreográfica do Ray. O artista também assina os figuri-nos, que foram inspirados no visual de músicos como: Pharrel Willians, Will I Am e Jamiroquai. Acompa-nhado de rodrigo salles e rodrigo Dhigão, ray levou cerca de três meses para desenvolver o conceito do vídeo, que traz a mensagem de união, igualdade e luta contra qual-quer tipo de preconceito.Mais informações no site:www.raysantos.com.br e em suas redes sociais: www.facebook.com/raysantoshiphop

rAY sAntOs lança CD e vídeo clipe #igualDaDE

dancabrasil.com.br l 45## www.instagram.com/raysantoshiphop

www.twitter.com/raysantoshiphop

o artista ray santos é dançarino, coreógra-fo, compositor, cantor, blogueiro e formador de opinião da cultura hip hop. na adolescência, frequentava os bailes blacks com o seu irmão mais velho, onde encontrava de tudo da cultura negra importada dos usA; Michael Jackson, kool and the gang, Public Enemy, e artistas na-cionais como tim Maia, Jorge bem, thaíde e Dj hum, entre outros. Desde muito cedo ele viu na dança uma maneira de se expressar como artista. Aos 19 anos ingressou no projeto Dança de rua de santos, e a partir daí nunca mais parou. sua carreira meteórica lhe rendeu diversos prêmios e popularidade na mídia, sendo um dos principais ex-poentes da Dança de rua no brasil, com mais de 20 primeiros lugares nos principais festivais de dança pelo País, tendo destaque com o seu tra-balho de dança social, com crianças da Cia de Dança Infantil Dancinha de rua. O trabalho da Cia ganhou desta-que nacional e ray foi entrevistado por apresentadores de tv como: xuxa Meneguel, serginho groisman, gugu liberato, Eliana e leão. Con-quistou o mercado fitness também com o hip hop temático, programa

de aula desenvolvido por ele, que ganhou visibilidade durante quatro anos consecutivo no Cruzeiro Fit-ness (maior academia flutuante do mundo), nas maiores convenções de fitness do País e na Europa. na música, ray santos iniciou suas experiências ainda no colégio, quando ganhou com amigos um concurso de música. Mais tarde já em sua fase adulta, criou o grupo Mrs, formado por ele, Márcio gi-menez e saulo santos. Dando continuidade aos seus projetos musicais, começou com Marcelo Cirino, Alexandre snoop, saulo santos e Marcio gimenez, o projeto Dança de rua Music, que se apresentou em alguns programas de tv, e despertou interesse de algumas gravadoras. Em 2000, ray santos lança seu primeiro disco solo independente, que se chamou “ Poesia urbana”, que vendeu quase mil cópias na baixada santista. Atualmente, prepara o lançamen-to do seu novo álbum, o #IguAlDA-DE, e o seu novo show com música ao vivo e muita dança, passando por meio das suas letras mensagens que aborda questões sociais, políticas e de situações do cotidiano de milhões de brasileiros. seu blog e rede social, interagem com mais de 30 mil pessoas por mês.

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rIO DE JAnEIrO

A Escola de ballet da body-tech, unidade nortesho-pping rio de Janeiro, realizou seu espetáculo

de fim de ano reunindo seus alunos e professores em apresentações de Dança no teatro do Imperator Cen-tro Cultural João nogueira. Com o tema “luz, Câmera e Ação” a Escola levou para o palco com muito brilhantismo e glamour

os grandes Filmes e Musicais que marcaram época e fizeram grande sucesso de bilheteria e permanência na broadway. Os 103 alunos do núcleo de Dança, nas modalidades de ballet Clássico, Jazz e sapateado, com as professoras e convidados , apre-sentaram 12 temas clássicos como “O Fantasma da ópera” e “high

School Musical” com coreografia de Ana Flavia Ferreira, “A Dama e o vagabundo”, A Princesa e o sapo”, “A Chorus line” e “Mary Poppins” coreografias de Bianca Matta, “Jas-mine”, “Minions”, “Mulan” e “101 Dálmatas”, coreografias de Danielle Souza, “O Rei Leão” coreografia de Érika Melo, “Embalos de sábado à Noite” com coreografia de Camilla Cristino e no final as professoras apresentaram “se elas dançam nós dançamos” com todo o grupo descendo para a platéia, envolven-do e provocando o público a subir no palco e participar da dança de encerramento.

ficha técnicaProfessoras: Ana Flavia Ferreira, bianca Matta, Camilla Cristino, Da-nielle souza e Erika Melo.

Convidados: Caroline vilardi, Fabrí-cio rego, Alessandra Ferreira (turma de Dança de salão); Daniel Oliveira (Fantasma da ópera); Carla Oliveira (turma de stiletto); gabriel Fernan-des, lucas henrique e Pablo Cruz (guerreiros de Mulan)Edição de Música: Camilla Cristino e Jéssica lopes

luz, camÊra E ação

texto e Fotos por J.luiz Castro

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Produção: Ana Flávia Ferreira, bian-ca Matta, Camilla Cristino, Danielle souza e leonardo Azevedo.Assistente: Jéssica lopes, Carolina Carvalho, Juliana buçard, Juliana Pains e vinicius guerra.Coordenação geral: leonardo Aze-vedo.

soBrE a BoDytEch uma tradicional rede composta pelos maiores e mais completos cen-tros de atividades físicas, esportes, bem-estar e lazer do país, abrigando em suas unidades Escolas de Dan-ça, proporcionando formação com aulas nas modalidades de ballet Clássico, Jazz e sapateado. tudo começou com Ana botafo-go, primeira bailarina e agora uma das Diretoras Artísticas do ballet do theatro Municipal do rio de Janei-

ro, abrindo sua primeira Escola de Dança em setembro de 2005 na Academia bodytech, unidade barra da tijuca. Prosseguindo no desenvolvi-mento dessa atividade, betina Dantas, por volta de 2009, assumiu a direção trazendo a escola para a unidade norteshopping, com o nome de Escola de ballet da body-tech, estruturando toda a parte de ballet infantil, adulto e produção de espetáculos e com a mesma equipe de professores formados por Ana botafogo no inicio do projeto, das quais alguns deles permanecem até hoje. E foi com essa base e esse com-promisso que a Dança na bodytech cresceu, amadureceu e se expandiu

por suas unidades. O grande diferencial da body-tech é a gestão profissional, em que o foco é o cliente. Dentro das unidades, o aluno passa por uma ‘experiência superior’, de saúde e bem-estar, graças à preocupação com os mínimos detalhes. serviços e produtos diferenciados, equipes de professores altamente qualificados e treinados, programas eficientes de avaliação e prescrição de trei-namentos de forma personalizada baseados em normas científicas são os pilares que transformaram a bo-dytech num case de sucesso, explica Eduardo netto, Diretor técnico da rede bodytech.

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ACOntECEu

Mesmo fora dos palcos, sônia Mota e Mônica Mion mantêm os laços

com a dança. Com carreiras que englobam direção, interpretação e criação de coreografias, elas con-versaram sobre as suas experiên-cias profissionais com os alunos da Escola de Dança de são Paulo. O encontro aconteceu em novembro ultimo, na sala do Conservatório, Praça das Artes na cida-de de são Paulo. susana Yamamuchi, diretora da Escola, inter-mediou o debate, que, ao final, contou com a participação direta dos futuros bailarinos, através de perguntas feitas às convidadas. sônia e Mônica destaca-ram a efervescência das décadas de 60 e 70, exaltando a liberdade criativa da época. sônia é ex-aluna da Escola Mu-nicipal de bailados, hoje Escola de Dança de são Paulo, e relembrou suas dificuldades com a dança, além do período de experimenta-ção e rebeldia que vivenciou no extinto teatro de Dança galpão, que foi ponto de encontro dos dançarinos da cidade na década de 70. Ela destaca a evolução da Escola, que tem atualmente em sua grade até mesmo aulas de

Composição. Agora, a ex-bailarina do Corpo de baile da Cidade se dedica à direção da Cia de Dança Palácio das Artes, uma das mais importantes do brasil e referência na história de dança em Minas gerais. Já Mônica Mion falou sobre a importância para a sua formação do ballet stagium, uma das mais tradicionais e respeitadas compa-nhias brasileiras, que completa 45

anos em 2015. Além disso, a bai-larina contou sobre as suas prefe-rências, que mesmo passando pela experiência da criação, sempre gostou mais de dançar. As convidadas procuraram desfazer a visão tradicionalista que existe sobre o balé, mostrando as diversas oportunidades que a dança pode proporcionar. Muito mais do que criar ou dançar, des-tacaram o conhecimento do corpo e da mente adquirido ao longo da trajetória de um bailarino.

sÔnia mota E mÔnica mion

COntAM suAs ExPErIÊnCIAs nA DAnçA PArA AlunOs DA EsCOlA DE DAnçA DE sãO PAulO

por Fundação theatro Municipal de s. Paulo

Palestra sônia Mota e Mônica Mion. ©Paola Micheletti.

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