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Health & Medicine


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A Revista de Enfermagem do Centro Hospitalar de Setúbal, é uma publicação editada pela área de enfermagem do Centro Hospitalar de Setúbal, E.P.E. Tem por missão dar a conhecer as práticas de cuidados de enfermagem e ser um veiculo para a publicação de artigos inéditos que contribuam para o conhecimento e desenvolvimento da profissão. Direção Enfermeira Diretora: Olga Maria Ferreira Núcleo Redatorial - Grupo Científico: Enf. Vitor Varela, (Mestre em Comportamento Organizacional); Enf.ª Susana Ribeiro, (Mestre em Psicogerontologia). Núcleo Redatorial - Grupo de Redação Enf.ª Cláudia Estevão; Enf. Francisco Vaz, (Licenciado em Investigação Social Aplicada); Enf.ª Isabel Martins, (Mestre em Enfermagem de Saúde Infantil e Pediatria); Enf. João Gomes. Secretariado Ana Pádua Edição Cuid’arte Propriedade Centro Hospitalar de Setúbal, E.P.E. Administração e Redação Serviço de Gestão da Formação do Centro Hospitalar de Setúbal Rua Camilo Castelo Branco, 2910-446 SETÚBAL Telefone: 265 549 000 - Fax: 265 532 020 E-Mail: [email protected] Edição Gráfica Pedro Pedroso (Técnico de Pós-Produção Audiovisual) Distribuição e periodicidade Suporte Digital - (Adobe Acrobate Reader - PDF) Semestral (Maio/Setembro) Depósito Legal Nº 258630/07 ISSN - 1646-7175 Anotada na ERC

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CUID’ARTE

2013 - Centro Hospitalar de Setúbal, E.P.E.

A Revista de Enfermagem do Centro

Hospitalar de Setúbal, é uma publicação

editada pela área de enfermagem do Centro

Hospitalar de Setúbal, E.P.E. Tem por missão

dar a conhecer as práticas de cuidados de enfer-

magem e ser um veiculo para a publicação de

artigos inéditos que contribuam para o conheci-

mento e desenvolvimento da profissão.

Direção

Enfermeira Diretora: Olga Maria Ferreira

Núcleo Redatorial - Grupo Científico:

Enf. Vitor Varela, (Mestre em Comportamento Organi-

zacional); Enf.ª Susana Ribeiro, (Mestre em Psicoge-

rontologia).

Núcleo Redatorial - Grupo de Redação

Enf.ª Cláudia Estevão; Enf. Francisco Vaz,

(Licenciado em Investigação Social Aplicada);

Enf.ª Isabel Martins, (Mestre em Enfermagem

de Saúde Infantil e Pediatria); Enf. João Gomes.

Secretariado

Ana Pádua

Edição

Cuid’arte

Propriedade

Centro Hospitalar de Setúbal, E.P.E.

Administração e Redação

Serviço de Gestão da Formação do Centro Hos-

pitalar de Setúbal

Rua Camilo Castelo Branco, 2910-446 SETÙBAL

Telefone: 265 549 000 - Fax: 265 532 020

E-Mail: [email protected]

Edição Gráfica

Pedro Pedroso

(Técnico de Pós-Produção Audiovisual)

Distribuição e periodicidade

Suporte Digital - (Adobe Acrobate Reader - PDF)

Semestral (Maio/Setembro)

Depósito Legal

Nº 258630/07

ISSN - 1646-7175

Anotada na ERC

Sumário Ano 6 | nº 9 | maio 2013

Editorial

4 Enfermeira Diretora Olga Maria Ferreira

Artigo de Revisão

5 Cuidados de Enfermagem em Urgência:

Revisão da Literatura

Fernanda Loureiro

10 Consentimento em Saúde

Ana Sofia Cardoso

Paula Coelho Banha

16 A Mecânica Corporal na Prevenção de Lesões

Músculo-Esqueléticas em Enfermeiros

Susana Isabel Dias Ribeiro

Em Destaque

23 1as Jornadas de Enfermagem do Centro

Hospitalar de Setúbal, EPE.

25 Concurso de Posters das 1as Jornadas

de Enfermagem do Centro Hospitalar de

Setúbal, EPE.

Page 4: Revista cuidarte nº9 maio 2013

Editorial

Ser gestor(a) duma organização de saúde, nomeadamente dos hospitais, não é uma tarefa fácil.

Há alguns anos fazendo parte de um conselho de administração, percebi que é mais fácil gerir, quando se tem em

conta o potencial humano e se valorizam as pessoas não só enquanto profissionais mas, essencialmente, enquan-

to seres humanos em tudo o que o conceito implica.

A produção teórica/científica no que diz respeito a gestão, liderança, administração, é uma ferramenta indispensá-

vel, que ajuda e orienta o gestor nos aspetos fundamentais do seu dia-a-dia.

Também a aprendizagem pela prática, tão ou mais importante que a anterior, significa a segurança e o apoio, sem

a qual o terreno se pode tornar escorregadio.

Cada etapa prolonga-se na seguinte, confundindo-se com ela e oferecendo-nos suportes, onde nos devemos

agarrar sem julgar a batalha ganha. As pessoas desafiam-nos constantemente, enquanto profissionais mas acima

de tudo testando a nossa capacidade de olharmos o ser humano como algo valioso, profundo, imprescindível…

Não acho que o façam sempre de uma forma consciente mas, na resposta que procuram, será avaliado certamen-

te o conceito Kantiano de que qualquer Pessoa deve ser tratada como um fim em si mesma e não como um meio

para… Ser|, portanto, este, um dos aspetos (éticos) a n~o descurar para qualquer gestor. Aquele que envolve

qualquer profissão, qualquer cidadão, qualquer sociedade.

Na mesma instituição os profissionais adotam formas diferentes de se relacionarem entre si e com os utentes.

Estes diferentes comportamentos são resultantes de quê?

Da estrutura organizacional?

Do desenvolvimento de cada um?

Dos diferentes métodos de trabalho?

Dos estados emocionais individuais?

Naturalmente, que estas questões e suas respostas não são absolutas. São históricas, sociais e culturais.

E, tal como em muitas áreas, a gestão implica uma postura ética que evidencie os valores humanos, a integridade e fundamentalmente a pedra

basilar do conceito – a liberdade Eu, não sou eu e um gestor; Eu, não sou eu e um chefe; Eu, não sou eu e uma função. Eu sou um ser inteiro, inte-

gro e, como tal, devo agir.

Será nesse agir que devemos reconhecer que todos os outros são livres para agirem também, e questionarmos se quando tantas vezes, cumprimos

ordens, isso nos exime da responsabilidade ou se implica a necessidade de pensarmos se efetivamente a liberdade tem lugar, ou não.

É sábio aquele que afirma que o fracasso é a estrada do sucesso se o facto ocorrido proporciona a oportunidade de se acertar no caminho.

Todos somos gestores de alguma coisa. Importante clarificar que, todos somos gestores das nossas vidas e é com esse olhar que temos de gerir os

outros… Sem atropelar a sua liberdade e as suas opções.

Organização do trabalho, regras, normas, orientações fazem parte do nosso círculo profissional mas, tudo deve ser feito com peso e medida.

As sensibilidades estão à flor da pele. Não há nada que prejudique mais o progresso de que falar, pensar e acreditar nas crises.

Só a própria palavra, contém um veneno paralisante e um efeito hipnótico. Para tudo, até as mentes.

Como dizia Anthony Robbins “… Se n~o fizermos mais do que estamos a fazer conseguiremos, apenas, aquilo que j| temos.”

A nossa função (entre outras) é não aumentar o desânimo que leva à inércia, à desmotivação, à paragem absoluta. É desenvolver estratégias e

formas que envolvam o que está para além do dinheiro e das compensações económicas.

Todos sabemos que o positivismo das equipas resulta consideravelmente do trabalho dos líderes/gestores. De terem um papel facilitador. De pre-

pararem o palco para os seus atores…

Como disse atrás, todos somos gestores das nossas vidas. Temporariamente, também somos líderes em determinados momentos ou circunstân-

cias diferentes.

Mesmo quando há líderes definidos nas nossas áreas de atuação.

Cabe-nos, cada vez mais, o papel e a responsabilidade de ter um clima organizacional saudável e positivo.

Os nossos líderes terão que ser portanto pessoas emocionalmente empenhados, apoiantes, competentes, corajosos, íntegros, determinados,

entusiastas, pacientes, otimistas… E, claro, praticar a ética e os valores associados.

Os códigos de ética existem para se praticarem havendo, inclusive, organizações, que não tendo qualquer documento escrito dessa natureza, tem

um código claro de comportamento em que os líderes devem ser exemplo. Apregoar valores sem os praticar não é um bom caminho, a não ser que

acreditemos num dos s|bios ditados da vida: “Até uma mentira repetida, muitas vezes, se torna realidade.”

Olga Ferreira

Enfermeira Diretora do Centro Hospitalar de Setúbal, E.P.E.

Olga Ferreira

Page 5: Revista cuidarte nº9 maio 2013

Artigo de Revisão

CUIDADOS DE ENFERMAGEM EM URGÊNCIA PEDIÁTRICA

Revisão da Literatura

Desenvolvido no âmbito do Curso de Pós-licenciatura de Especia-

lização em Enfermagem de Saúde Infantil e Pediatria

Universidade Católica Portuguesa

Fernanda Loureiro

Enfermeira do Centro Hospitalar de Setúbal, E.P.E.

Hospital de São Bernardo – Unidade de Urgência Pediátrica

RESUMO

Artigo de revisão da literatura com o objetivo de compreender o estado do conhecimento sobre os cuidados de

enfermagem em urgência pediátrica no contexto nacional. Foram encontrados sete artigos no âmbito dos crité-

rios de inclusão. A maioria faz referência a estudos de natureza exploratória descritiva sendo as temáticas trata-

das: a supervisão pedagógica, aspetos de natureza organizacional e de gestão e área clínica de atenção (maus

tratos e educação para a saúde). Destaca-se a necessidade de desenvolver mais estudos nesta área.

Palavras-chaves: pediatria, emergências, cuidado da criança, revisão

INTRODUÇÃO

Os serviços de urgência pediátrica encontram-se

entre os setores de assistência à criança não só mais

recentes mas também mais relevantes. Nestes, as

equipas de enfermagem prestam cuidados a crianças

e suas famílias em contexto de urgência / emergência

atendendo às particularidades de cada situação. Par-

tilham com serviços de urgência geral tanto seme-

lhanças como diferenças. Pois, se por um lado são

unidades de primeira linha sempre disponíveis por

outro lado, a especificidade da pediatria implica cui-

dados específicos, flexíveis e adaptados.

No artigo apresentado pretende-se analisar o estado

do conhecimento acerca dos cuidados de enferma-

gem em contexto de urgência pediátrica ao nível

nacional usando como metodologia a revisão da lite-

ratura.

O contexto das Unidades de Urgência Pediátrica

As urgências pediátricas, enquanto setor de um hos-

pital existem há, relativamente, pouco tempo, contu-

do rapidamente se afirmaram enquanto unidade de

saúde. Associado a este facto encontra-se a própria

história da pediatria.

Cuid’arte - Revista de Enfermagem maio 2013 5

Page 6: Revista cuidarte nº9 maio 2013

“Pouco a pouco a criança foi adquirindo importân-

cia no contexto social e foram crescendo as neces-

sidades de adaptar o sistema de saúde à população

infantil com preocupações crescentes pelo proces-

so de hospitalização e instituição de medidas que

visam diminuir o impacto da mesma na infância.”

Enquanto ramo da medicina, a pediatria teve o seu

início entre os séculos XVIII e XIX enquanto área diri-

gida à saúde das crianças, grupo específico com

necessidades e características particulares. A 14 de

Julho de 1877 nasce o primeiro hospital pediátrico

Português – Hospital Dona Estefânia em Lisboa

(COELHO, 1996). O primeiro esboço de um serviço

de urgência surge nesta instituição em 1957 com cria-

ç~o da “Consulta Permanente de Crianças do Hospi-

tal Dona Estef}nia”. Desde ent~o, verificou-se a

abertura de diversas urgências um pouco por todo o

país: Hospital Santa Maria (1961), Hospital Pediátrico

Coimbra (1977), Hospital São João e Hospital São

Francisco Xavier (1987), Hospital Maria Pia (1988),

Hospital Garcia de Orta (1992), Hospital Fernando da

Fonseca (1996), Hospital de São Bernardo (1998),

Hospital Nossa Senhora do Rosário entre outros.

Pouco a pouco a criança foi adquirindo importância

no contexto social e foram crescendo as necessida-

des de adaptar o sistema de saúde à população

infantil com preocupações crescentes pelo processo

de hospitalização e instituição de medidas que visam

diminuir o impacto da mesma na infância (FONTES,

2006).

De acordo com o Instituto Nacional de Estatística a

taxa de natalidade tem vindo a diminuir passando de

12,2% em 1987 para 10% em 2006 (INSTITUTO

NACIONAL DE ESTATÍSTICA, 2008), contudo apesar

da redução da população pediátrica a utilização do

serviço de urgência tem vindo a aumentar. Este facto

prende-se com razões multifatoriais. Situações clíni-

cas banais, ou mesmo variantes do ‘normal’, geram

ansiedade quer para pais jovens, quer para outros

familiares mais experientes que, não conseguem

suportar a mínima dúvida sobre o potencial de gravi-

dade de um episódio de doença.

“…é ainda perfeitamente compreensível que a

família recorra ao local onde se encontram os

meios para resolução mais económica (monetária e

temporalmente) possível.”

Aliado a esta insegurança, é ainda perfeitamente

compreensível que a família recorra ao local onde se

encontram os meios para resolução mais económica

(monetária e temporalmente) possível (COELHO,

1996). Por outro lado, a atitude cada vez mais consu-

mista e a transmissão veiculada pelos meios de

comunicação social com informação pouco rigorosa

são também fatores que levam ao recurso despropo-

sitado dos serviços de urgência em pediatria

(CALDEIRA [et al], 2006).

“… a procura dos serviços de saúde aumentou nos

últimos anos, devido fundamentalmente à melho-

ria das condições socioeconómicas das populações,

à redução de barreiras geográficas e à valorização

da saúde e prevenção da doença”

Segundo MELO (1999, p.59) “a procura dos serviços

de saúde aumentou nos últimos anos, devido funda-

mentalmente à melhoria das condições socioeconó-

micas das populações, à redução de barreiras geo-

gráficas e à valorização da saúde e prevenção da

doença” verificando-se “atualmente uma procura

crescente de cuidados de saúde diferenciados, desig-

nadamente pediátricos, com recurso indiscriminado

dos serviços de urgência”.

Conscientes desta realidade, as autoridades de saúde

nacionais promoveram a reestruturação dos serviços

de urgência pediátrica. De acordo com estas direti-

vas as unidades deveriam adaptar-se localmente

com os centros de saúde e receber apenas crianças

referenciadas, situações de emergência e crianças

até aos 6 meses. Em simultâneo, teve inicio o funcio-

namento da linha telefónica Saúde 24, em Fevereiro

de 1999 (SOARES [et al], 2006), que pretendia dar

resposta às necessidades de esclarecimento e enca-

minhamento dos pais. Contudo, verificou-se que

estas medidas não foram inteiramente bem-

Cuid’arte - Revista de Enfermagem maio 2013 6

Page 7: Revista cuidarte nº9 maio 2013

sucedidas e continua-se a verificar uma afluência de

situações não urgentes (CALDEIRA [et al], 2006).

Em continuidade e, destacando o objetivo deste arti-

go, torna-se pertinente compreender o estado do

conhecimento sobre os cuidados de enfermagem

neste contexto. Para tal adotou-se como metodolo-

gia a revisão da literatura. Esta consiste, segundo

FORTIN (2003, p.74) “em fazer o invent|rio e o exa-

me crítico do conjunto de publicações pertinentes

sobre um domínio da investigaç~o” e pode ser reali-

zado por vários revisores ou, como ocorreu neste

contexto apenas por um.

“Partindo de uma pergunta inicial: Qual é o estado

do conhecimento sobre os cuidados de enferma-

gem em contexto de urgência pediátrica a nível

nacional? Definiram-se como critérios de inclusão:

artigos que versem a prática de enfermagem em

urgência pediátrica, sem restrição de área de aten-

ção ou tipo de metodologia utilizada, ao nível

nacional.”

METODOLOGIA

Partindo de uma pergunta inicial: Qual é o estado do

conhecimento sobre os cuidados de enfermagem em

contexto de urgência pediátrica a nível nacional?

Definiram-se como critérios de inclusão: artigos que

versem a prática de enfermagem em urgência pediá-

trica, sem restrição de área de atenção ou tipo de

metodologia utilizada, ao nível nacional. Dado que se

trata de um serviço hospitalar relativamente recente

não foi definido critério temporal.

Procedeu-se então, durante o mês de Maio de 2010,

a pesquisa nas bases de dados eletrónicas utilizando

a língua Portuguesa e Inglesa (quando adequado)

com limitação da pesquisa aos termos: urgência

pediátrica; enfermagem; cuidados. A pesquisa foi

efetuada em várias bases de dados, pelos termos de

pesquisa, com os resultados obtidos, entre parênte-

sis: Biblioteca do Conhecimento on-line (27), Pub-

Med Central (0), Scielo Portugal (0), Biblioteca

Nacional de Portugal (0), Nurses Info (0). Pesquisou-

se ainda, por título, nas bases documentais de Esco-

las Superiores de Enfermagem com inclusão de dis-

sertações de mestrado e doutoramento: Escola

Superior de Enfermagem de Lisboa - Base Geral (3),

Escolas Superior de Enfermagem de Coimbra (0) e

Universidade e Institutos: Universidade Católica Por-

tuguesa - Lisboa (12), Universidade do Minho (8),

Faculdade de Motricidade Humana (1). Pesquisou-se

também a partir das referências bibliográficas dos

estudos (1).

RESULTADOS

Efetuada a pesquisa obteve-se uma amostra inicial

de 52 trabalhos. Estes foram analisados pelos títu-

los e resumos e sempre que esse método não per-

mitiu excluir linearmente o estudo, houve recurso

ao texto integral. O resultado foi a seleção dos sete

documentos que se apresentam na tabela 1.

Através da revisão efetuada pode-se verificar uma

escassez de literatura na área. Verifica-se que da

amostra inicial (52) apenas sete trabalhos se repor-

tam aos cuidados de enfermagem neste contexto

ao nível nacional. Verifica-se também que, a maio-

ria dos estudos são de natureza exploratória - des-

critiva o que é revelador da pouca existência de

conhecimentos nesta área (FORTIN, 2003). É possí-

vel ainda, constatar que dos sete estudos encontra-

dos dois, centram-se na supervisão de cuidados,

três em aspetos que se prendem com a organização

e gestão e dois com áreas de atenção específicas

ligadas à prática de cuidados (maus tratos e educa-

ção para a saúde). À exceção do artigo que se repor-

ta a uma ‘auditoria’ dos serviços de urgência pedi|-

trica (OLIVEIRA, 2008) todos os documentos se

referem ao Modelo de Parceria de Cuidados propos-

to por Casey, em 1988, enquanto referencial teórico

na assistência à criança. Este modelo sustenta-se na

ideia de que ninguém melhor do que os pais pode

prestar cuidados à criança, no sentido de proporcio-

nar o seu crescimento e desenvolvimento, prote-

gendo e estimulando com amor. Descreve a enfer-

magem pediátrica como um processo de negocia-

ção partilhada respeitando a família nas suas com-

Cuid’arte - Revista de Enfermagem maio 2013 7

Page 8: Revista cuidarte nº9 maio 2013

petências, desejos e necessidades (CASEY, 1993;

CRUZ [et al], 2007). Destaca a importância da famí-

lia no cuidar da criança salientando, no entanto, que

a implementação do modelo não requer igual distri-

buição de tarefas. Em alguns casos, é totalmente

inapropriado pedir aos pais que efetivem cuidados

técnicos que habitualmente não fariam em casa

(CASEY, 1993). FERREIRA e COSTA (2004) referem

que este modelo implica uma relação de parceria

entre pais e equipa não existindo fronteiras defini-

das nem compartimentadas de funções. Devem

então, ser desenvolvidas ações complementares

que têm como fim o máximo bem-estar da criança.

As mesmas autoras destacam, ainda, que trabalhar

com a família, leva a que os enfermeiros desenvol-

vam competências de comunicação, de ensino e de

trabalho de grupo assumindo os pais não como visi-

tantes ou técnicos, mas como parceiros/

companheiros.

Tabela 1 – Tabela resumo dos trabalhos selecionados acerca de Cuidados de Enfermagem em Urgência pediátrica no contexto nacional

Cuid’arte - Revista de Enfermagem maio 2013 8

Da análise dos documentos veri-

fica-se ainda que as temáticas

abordadas são díspares assim

como as metodologias seguidas.

Todos os documentos destacam

a complexidade dos cuidados de

enfermagem no contexto de

urgência pediátrica, mas existe

ainda pouca evidência e caracte-

rização da sua natureza e parti-

cularidades.

CONCLUSÃO

A urgência pediátrica é um local

de assistência à criança que tem

adquirido progressiva importân-

cia no sistema nacional de saúde.

Para os pais surge, muitas vezes,

como um local de primeiro aces-

so ainda que necessitem apenas

de informação e ensinos revelan-

do uma noção desajustada de

urgência e deficiente informação

(COELHO, 1996).

“O serviço de urgência tem uma conotação negati-

va sendo associado, frequentemente, a longos

tempos de espera, processos de doença e insatisfa-

ção.”

Cuidar do utente neste contexto torna-se um proces-

so complexo sobre o qual é necessário investigar

mais. Da análise da literatura efetuada pode-se per-

ceber que existe uma área fértil passível de ser explo-

rada e estudada. O serviço de urgência tem uma

conotação negativa sendo associado, frequentemen-

te, a longos tempos de espera, processos de doença

e insatisfação (PEREIRA, 2007) contudo, a realidade é

que enquanto área pouco abordada há ainda um lon-

go caminho a percorrer para verdadeiramente carac-

terizar o trabalho dos profissionais de enfermagem

neste âmbito.

Page 9: Revista cuidarte nº9 maio 2013

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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pediátrica. Acta Pediátrica Portuguesa. Vol.37, n.º1, p.1-4.

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Advances in Child Health Nursing. Oxford: Scutari Press.

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COELHO, M. [et al.] (1996) – Urgências Pediátricas e Casuís-

tica do Hospital D. Estefânia. Lisboa: Laboratórios Bial.

CURADO, M. (2004) – Reorganização das urgências Pediátri-

cas na sub regi~o de Lisboa: tem a palavra…os pais: tem a

palavra … os profissionais de saúde. Enfermagem. Nº35/36,

p.64-80.

CRUZ, A. [et al.] (2007) – Para além do ninho: continuidade

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rior de Saúde do Alto Ave. ISSN 1646-5229. N.º 8, p.56-70

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cias e sentimentos dos enfermeiros das urgências pediátricas

face á criança maltratada. Revista Portuguesa de Enferma-

gem. N.º17, p.33-41.

FERREIRA, M.; COSTA, M. (2004) – Cuidar em parceria: sub-

sídio para a vinculação pais/bebé pré-termo. Millenium Revis-

ta do IPV. [Em linha]. N.º 30, p. 51-58 [Consult. 20 jan. 2010].

Disponível em WWW: http://www.ipv.pt/millenium/

millenium30/5.pdf.

FONTES, R. (2006) - As possibilidades da actividade pedagó-

gica como tratamento sócio-afectivo da criança hospitaliza-

da. Revista Portuguesa de Educação, Vol.19, n.º1, p.95-128.

FORTIN, M. (2003) - O Processo de Investigação. Loures:

Lusociência.

INSTITUTO NACIONAL DE ESTATISTICA (2008) – Estatísti-

cas Demográficas 2007. [Em linha]. [Consult. a 20 maio de

2010]. Disponível em WWW: URL:http://www.ine.pt.

MELO, E. (1999) – Acessibilidade / Utilização do Serviço de

Urgência do Hospital Pediátrico de Coimbra. Referência.

N.º3, p. 59-62.

OLIVEIRA, A. (2008) – Gestão estratégica do serviço de

urgência Pediátrica. Revista de Investigação em Enferma-

gem. N.18, p.41-52.

PEREIRA, M. (2007) – Aprender Orientando: aprendizagens

dos enfermeiros orientadores em ensino clínico. Lisboa [s.n.].

Tese de Mestrado na área de especialização em Formação de

Adultos, apresentada á Faculdade de Psicologia e Ciências da

Educação da Universidade de Lisboa.

SOARES [et al.] (2006) - Efectividade do sistema de triagem

telefónica Saúde 24 pediatria num serviço de urgência pediá-

trica. Revista Portuguesa de Clínica Geral. Vol. 22, p. 433-

442.

Artigo Rececionado em 10/03/2011

Aceite para Publicação em 11/02/2012

Contacto do Autor:

[email protected]

Fernanda Manuela Loureiro:

Licenciatura em Enfermagem, Mestrado em

Ciências da Educação – Especialidade Edu-

cação para a Saúde, Especialização em

Enfermagem de Saúde Infantil e Pediatria,

Doutoranda em Enfermagem

Cuid’arte - Revista de Enfermagem maio 2013 9

Instituição Particular de Solidariedade Social, com a missão de realizar desejos

de crianças e jovens, entre os 3 e os 18 anos, com doenças que colocam as suas

vidas em risco, para lhes levar um momento de alegria e esperança.

http://www.makeawish.pt/

Page 10: Revista cuidarte nº9 maio 2013

Artigo de Revisão

CONSENTIMENTO EM SAÚDE

Desenvolvido no âmbito do Curso de Pós-licenciatura de Especia-

lização em Enfermagem de Saúde Mental de Psiquiatria – Escola

Superior de Saúde – Instituto Politécnico de Setúbal

Ana Sofia Luís, Paula Coelho Banha

Enfermeiras do Centro Hospitalar de Setúbal, E.P.E.

Hospital de São Bernardo – Serviço de Pediátrica e Hospital de Dia de Oncologia

RESUMO

Artigo que objetiva abordar a temática do consenti-

mento em saúde, visando esclarecer acerca da sua

definição e validade; regime jurídico; formas de con-

sentimento informado e exceções.

Palavras-chave: consentimento em saúde, regime

jurídico, exceções

INTRODUÇÃO

Neste artigo será explanada, de modo sintético, a

temática do consentimento em saúde, sendo os sub-

temas abordados: A definição e a validade do con-

sentimento informado; o regime jurídico do consen-

timento; as formas de consentimento e as exceções

ao consentimento.

Definição e validade do consentimento

informado

Por consentimento informado em enfermagem

entende‑se “a autorizaç~o que a pessoa d| para que

lhe sejam prestados os cuidados propostos, após lhe

ter sido explicado e a pessoa ter compreendido o que

se pretende fazer, como, porquê e qual o resultado

esperado da intervenç~o de Enfermagem” (SOUSA,

2007, p.11). Já quando este se aplica a menores de

idade é definido como “aprovaç~o do representante

legal do menor e/ou a aprovação do menor compe-

tente para intervenções médicas depois de correta-

mente informados” (Levy, Larcher e Kurz citado por

DUARTE, 2008, p.24). Sendo que “quando um menor

concorda com a realização de determinados procedi-

mentos médicos em circunstâncias em que ele ou ela

não estão legalmente autorizados ou não possuem a

capacidade suficiente para darem um completo con-

sentimento” é dado o nome de assentimento infor-

mado (Levy, Larcher e Kurz citado por DUARTE,

2008, p.24).

Cuid’arte - Revista de Enfermagem maio 2013 10

Page 11: Revista cuidarte nº9 maio 2013

“…para que o consentimento possa ser considera-

do válido, devem (…) transmitir informação aos

pacientes mediante explicações entendíveis por

ele…”

De acordo com DUARTE (2008, p.24), para que o

consentimento possa ser considerado válido, devem

ser tidos em conta, nomeadamente: “1 – transmitir

informação aos pacientes mediante explicações

entendíveis por ele, incidindo sobre: a natureza da

sua condição; as propostas de intervenção e a proba-

bilidade do seu sucesso; a existência e natureza dos

riscos envolvidos; a existência de possíveis benefícios

e os riscos das intervenções alternativas (incluindo a

possibilidade de recusa de tratamento); 2 – avaliar a

capacidade de compreensão do paciente face à infor-

mação transmitida; avaliar a capacidade do paciente

e dos representantes legais para a tomada de deci-

são; 4 – assegurar tanto quanto possível que o

paciente decide as propostas em liberdade e sem

coaç~o ou manipulaç~o”.

“…informação deve ser prestada em linguagem

corrente, acessível e não técnica, fornecendo

todos os dados com interesse para o paciente con-

creto.”

O regime jurídico do consentimento

No que respeita ao regime jurídico que regulamenta

o consentimento, destacam-se algumas normas.

Neste âmbito, evidencia-se:

A Lei de Bases da Saúde, que salienta o dever de

informar, destacando-se a Base XIV - ponto 1 - alínea

e), para as intervenções médico-cirúrgicas em geral

que refere que “os utentes têm o direito a: (…) Ser

informados sobre a sua situação, as alternativas pos-

síveis de tratamento e a evolução provável do seu

estado” (LEI nº 48/90, p. 3454). Essa informaç~o deve

ser prestada em linguagem corrente, acessível e não

técnica, fornecendo todos os dados com interesse

para o paciente concreto. O médico deve procurar

respeitar o seu sistema de valores, estabelecendo um

diálogo que se adeque às suas capacidades intelec-

tuais e culturais (ENTIDADE REGULADORA DA SAÚ-

DE, 2009).

“…independentemente de ser oral ou escrito o

consentimento não é definitivo e em qualquer cir-

cunstância, quem autorizou pode recusar o que lhe

foi proposto.”

Da Convenção sobre os Direitos do Homem e a Bio-

medicina, destacam-se os artigos: 5º “Regra geral”,

6º “Proteção das pessoas que careçam de capacida-

de para prestar o seu consentimento”, 7º “Proteç~o

das pessoas que sofram de perturbaç~o mental” e 8º

“Situações de urgência” e 9º - “Vontade anterior-

mente manifestada” (RESOLUÇÃO da Assembleia

da República nº 1/2001, p.23-32 e 34-36). A regra

geral, enunciada no artigo 5º refere que “qualquer

intervenção no domínio da saúde só pode ser efetua-

da após ter sido prestado pela pessoa em causa o seu

consentimento livre e esclarecido. A pessoa deve

receber previamente a informação adequada quanto

ao objetivo e à natureza da intervenção, bem como

suas consequências e riscos. Esta pode, em qualquer

momento, revogar livremente o seu consentimen-

to” (p.27), ou seja, independentemente de ser oral ou

escrito o consentimento não é definitivo e em qual-

quer circunstância, quem autorizou pode recusar o

que lhe foi proposto (SOUSA, 2007). Relativamente

aos artigos seguintes, estes prendem-se com exce-

ções à regra geral, nomeadamente as enunciadas no

artigo 6º quanto à proteção de menores e de maiores

com “deficiência mental”, “doença” ou “motivo simi-

lar” (RESOLUÇÃO da Assembleia da República nº

1/2001, p.27); no artigo 7º de pessoas que sofram de

“perturbaç~o mental grave” (p.28); no artigo 8º de

situações de urgência e no artigo 9º situações de

vontade anterior manifestada, onde o utente não se

encontre em condições para expressar a sua vonta-

de, aquando da intervenção/procedimento.

Do Código Penal, de onde se destacam os artigos:

38º “Consentimento”, 39º “Consentimento presumi-

do”, 150º “Intervenções e tratamentos médico-

cirúrgicos”, 156º “Intervenções e tratamentos médi-

co-cirúrgicos arbitr|rios” e 157º “Dever de esclareci-

Cuid’arte - Revista de Enfermagem maio 2013 11

Page 12: Revista cuidarte nº9 maio 2013

mento” (JURÍDICO, 2009). No artigo 38º, ponto 2,

afirma-se que o “consentimento pode ser expresso

por qualquer meio que traduza uma vontade séria,

livre e esclarecida do titular do interesse juridicamen-

te protegido, e pode ser livremente revogado até à

execuç~o do facto” (p.23). Previsto no ponto 3 do

mesmo artigo, este “só é eficaz se for prestado por

quem tiver mais de 16 anos e possuir o discernimento

necess|rio…” (p.23) devendo, segundo o artigo 157º,

estar “devidamente esclarecido sobre o diagnóstico

(…) e possíveis consequências da intervenção ou do

tratamento” (p.60). Em síntese, o consentimento

pode ser explícito ou implícito, presumido (previsto

no artigo 39º), o que significa que não se encontram

reunidas condições para a obtenção de consentimen-

to e não existem dados concretos e fidedignos de

que a pessoa se oporia ou quando a sua obtenção

causar adiamento que represente perigo para a vida

ou perigo grave, artigo 156º - ponto 2 - alínea a), oral

ou escrito (SOUSA, 2007, p.13). Os artigos 150º e

156º, referem-se à salvaguarda do profissional de

saúde de crimes contra a integridade física, assim

como às punições a que este está sujeito, caso efetue

os tratamentos/intervenções sem o devido consenti-

mento do paciente, referindo-se também às situa-

ções em que a não obtenção do consentimento não é

punível (situações de perigo de vida ou perigo grave

para o corpo ou saúde e situações em que, obtido

consentimento para determinada intervenção/

tratamento, tenha sido realizado outro diferente,

imposto pelo estado dos conhecimentos, com vista a

evitar perigo para a vida, corpo ou saúde).

“Os riscos, benefícios e opções devem ser explica-

dos aos clientes e suas famílias.”

Do Código Deontológico do Enfermeiro, quanto à

responsabilidade deontológica do enfermeiro, o arti-

go que mais importa analisar neste contexto é o arti-

go 84º - “dever de informar”. Nele pode ler‑se que

“no respeito pelo direito { autodeterminaç~o, o

enfermeiro assume o dever de: a) informar o indiví-

duo e a família no que respeita aos cuidados de

enfermagem; b) respeitar, defender e promover o

direito da pessoa ao consentimento informado; c)

atender com responsabilidade e cuidado todo o pedi-

do de informação ou explicação feito pelo indivíduo

em matéria de cuidados de enfermagem” (LEI nº

111/09, p.6548). De acordo com SOUSA (2007, p.17),

os enfermeiros “têm o dever de informar e de obter

consentimento para a realização de intervenções de

enfermagem, de acordo com o artigo 84º (…), sendo

que as pessoas têm direito a aceder à informação,

num formato apropriado e ao nível da sua própria

escolha, que lhes permite participar ativamente de

modo informado, em decisões sobre a sua saúde”.

Segundo CERDEIRA (2008, p.14), o artigo 84º salien-

ta dois deveres essenciais: “o dever de informar” e “o

dever de respeitar, defender e promover o direito da

pessoa ao consentimento informado”. Para SOUSA

(2007), a informação deve ser adequada às suas

necessidades (religiosas, étnicas e culturais) e cir-

cunstâncias (habilidades linguísticas e níveis de alfa-

betização de saúde). Os riscos, benefícios e opções

devem ser explicados aos clientes e suas famílias. A

mesma autora, defende também que “agir contra a

vontade expressa de um cliente consciente, esclare-

cido e competente para decidir é violador das legis

artis e das regras da deontologia profissional” (p.17).

“…é salvaguardado o direito dos utentes dos servi-

ços de saúde mental ao consentimento informado

e à representação legal no caso de menores de 14

anos e doentes sem discernimento necessário para

dar consentimento…”

Na Lei de Saúde Mental, importa destacar o artigo 5º

- “Direitos e deveres do utente”, nomeadamente o

ponto 1, nas alíneas a), b), c), d) e e), 2 e 3, nos quais é

salvaguardado o direito dos utentes dos serviços de

saúde mental ao consentimento informado e à repre-

sentação legal no caso de menores de 14 anos e

doentes sem discernimento necessário para dar con-

sentimento (LEI nº 36/98, p.3544).

Formas de consentimento

DEODATO (2008, p.48) refere que não deverá ser

feita distinção entre a forma escrita e a forma oral,

“considerando (…) a especificidade da proximidade

Cuid’arte - Revista de Enfermagem maio 2013 12

Page 13: Revista cuidarte nº9 maio 2013

do cuidado de Enfermagem e a contínua realização

de atos”. N~o sendo dispens|vel “a liberdade de

escolha da pessoa e a sua autode­terminação, não é

(…) admissível uma burocratização do consentimen-

to (…) n~o far| sentido que uma formalizaç~o do ato

de consentir se sobreponha à expressão da vontade

livre de quem recebe cuidados, independentemente

da forma em que a vontade é exteriorizada” (p.48).

Apesar do consentimento/dissentimento informado

poder ser manifestado verbalmente ou através da

escrita, existem algumas situações previstas na lei,

em que é requisito para a sua eficácia a formalização

escrita. São elas: ensaios clínicos, no artigo 2º - alí-

nea o) da Lei nº 46/2004; interrupção voluntária da

gravidez, no artigo 142º - ponto 3 - alínea a) do Códi-

go Penal; Procriação medicamente assistida, no arti-

go 14º - ponto 1 da Lei nº 32/2006; Diagnóstico pré-

natal, artigo 3º - alínea c) do Despacho n.º 5411/ 97;

Testes de biologia molecular em crianças e adoles-

centes, artigo 7º - ponto 1 do Despacho nº 9109/97;

Colheita de órgãos e tecidos em dadores vivos para

fins de transplante, no artigo 19º - ponto 2 da Con-

venção sobre os direitos do homem e a biomedicina

(Resolução da Assembleia da República nº 1/2001);

electroconvulsivoterapia, no artigo 5º - ponto 1 - alí-

nea d) da Lei de Saúde Mental (Lei nº 36/98); inter-

venção psicocirúrgica, no artigo 5.º - ponto 2 da Lei

de Saúde Mental (Lei nº 36/98); esterilização, no arti-

go 10º da LEI nº 3/84. (ENTIDADE REGULADORA DA

SAÚDE, 2009, p.31-32; CERDEIRA, 2008, p.14)

De acordo com a Entidade Reguladora da Saúde os

“formul|rios” n~o s~o a melhor forma de obter o

consentimento informado. O preenchimento de um

formulário pode proporcionar um momento de

comunicação com o doente, no entanto, pode permi-

tir uma ponderação maior dos riscos e consequências

da intervenção, podendo ainda facilitar a prova do

consentimento. Todavia, são conhecidas algumas

decisões de tribunais internacionais que negaram

qualquer valor a estes documentos, por considera-

rem a assinatura uma simples formalidade. O proces-

so clínico do utente deve ser mais valorizado do que

um simples “formul|rio”. O registo sum|rio das con-

versas estabelecidas com o doente, tradutoras da

diligência do médico em prestar as informações e de

respeitar a sua vontade, deverá possuir maior valor

(ENTIDADE REGULADORA DA SAÚDE, 2009, p.37).

Exceções ao consentimento

A lei tipifica três situações em que uma pessoa, tem

diminuída a sua capacidade de exercício de direitos.

São elas o caso dos interditos, dos inabilitados e dos

menores. Relativamente aos três casos referidos,

vigora o princípio consagrado nos pontos 2 e 3 do

artigo 6º da Convenção sobre os direitos do homem

e a biomedicina. Os normativos citados impõem que

estas pessoas devem, na medida das suas possibili-

dades, participar no processo de autorização. No

caso dos menores, a sua opinião deverá ser pondera-

da, tendo em linha de conta a sua idade e grau de

maturidade. (RESOLUÇÃO da Assembleia da Repú-

blica nº 1/2001, p. 27)

No que concerne aos interditos, nos termos do ponto

1, do artigo 138º do Código Civil, a interdição deverá

ser imposta judicialmente a todos aqueles que

sofram de anomalia psíquica grave, surdez‑mudez e

cegueira e que se mostrem incapazes de governar as

suas pessoas e respetivos bens (JURÍDICO, 2008,

p.27). As causas sub­jacentes à declaração da interdi-

ção devem ser incapacitantes, presentes e perma-

nentes. A incapacidade dos interditos é suprida pela

Tutela, sendo o tutor designado o seu representante

legal. No que respeita à prestação de cuidados de

saúde que lhe sejam propostos, o representante legal

deverá ser sempre chamado a intervir na decisão,

devendo receber previamente a informação adequa-

da, nomeadamente, o objetivo, a natureza, as conse-

Cuid’arte - Revista de Enfermagem maio 2013 13

Page 14: Revista cuidarte nº9 maio 2013

quências e riscos da intervenção, previsto no artigo

6º - ponto 4, da Convenção sobre os direitos do

homem e a biomedicina (RESOLUÇÃO da Assem-

bleia da República nº 1/2001, p.27). A autorização

cedida pelo representante legal do interdito pode, a

todo o momento, ser retirada no interesse da pessoa,

previsto no artigo 6º - ponto 5 da Convenção sobre

os direitos do homem e a biomedicina e artigo 81º -

ponto 2 do Código Civil. (RESOLUÇÃO da Assem-

bleia da República nº 1/2001, p.27; VERBO JURÍDICO,

2008, p.18)

Quanto aos inabilitados, previsto no artigo 152º do

Código Civil, são assim decretados os indivíduos cuja

anomalia psíquica, surdez, mudez ou cegueira que,

apesar de permanente, não seja de tal modo grave

que justifique a interdição, bem como, os indivíduos

que pela sua habitual prodigalidade (abuso de álcool

ou estupefacientes) se mostrem incapazes de reger o

seu património (JURÍDICO, 2008, p.29). Estes neces-

sitam de capacidade para o exercício de direitos

patrimoniais, mas gozam de capacidade geral para a

prática de atos pessoais. Assim, a capacidade para

consentir na prestação de cuidados de saúde só

poderá ser posta em causa quando na sentença que

decretou a inabilitação esteja explicita essa incapaci-

dade, sendo esta suprida pelo curador. Este não se

substitui ao inabilitado, apenas dá autorização para a

prática do ato, previsto no artigo 153º do Código

Civil, tendo o inabilitado capacidade para consentir

relativamente aos cuidados de saúde propostos,

devendo sempre ser considerada a sua competência/

capacidade para consentir (p.29).

No que respeita aos menores, é assim considerado,

segundo o artigo 122º do Código Civil, quem não

tiver completado 18 anos de idade (JURÍDICO, 2008,

p.25). Nos termos do artigo 123.º do Código Civil, os

menores carecem de capacidade para o exercício de

direitos, incapacidade essa suprida pelo Poder Pater-

nal ou pela Tutela, sendo os pais, ou o tutor, os

representantes legais do menor (p.25). De acordo

com o disposto no nº 2 do artigo 6º da Convenção

sobre os Direitos do Homem e a Biomedicina, os pais

do menor deverão ser sempre chamados a inter­vir

na decisão sobre cuidados de saúde que lhe são pro-

postos, sendo “a opini~o do menor (…) tomada em

consideração como um fator cada vez mais determi-

nante, em função da sua idade e do seu grau de

maturidade” (p.27). Nos termos do ponto 3 do artigo

38º do Código Penal, o consentimento do menor só é

eficaz se: 1) “tiver mais de 16 anos” e 2) “possuir dis-

cernimento necessário para avaliar o seu sentido e

alcance no momento em que o presta” (JURÍDICO,

2009, p.22-23).

“Quando um enfermeiro intervém junto de um

menor, deverá velar para que participe nas toma-

das de decisão relacionadas com os cuidados de

enfermagem, de acordo com as suas competências

cognitivas, psicossociais e nível maturacional.”

Quando um enfermeiro intervém junto de um

menor, deverá velar para que participe nas tomadas

de decisão relacionadas com os cuidados de enfer-

magem, de acordo com as suas competências cogni-

tivas, psicossociais e nível maturacional (DUARTE,

2008). Porém se este ainda não possui tais compe-

tências, encontrando-se assim incapaz para satisfizer

plenamente as premissas para um consentimento

informado válido, o enfermeiro deve obter deste um

assentimento informado. “Na impossibilidade de

obter consentimento do próprio, e na ausência de

representantes legais, é dever de qualquer profissio-

nal agir no melhor interesse do doente (…)” (p.24),

ou seja, zelar pela “restauraç~o ou preservaç~o das

funções vitais, alívio do sofrimento e manutenção da

qualidade de vida” (NUNES, AMARAL e GONÇAL-

VES, 2005, p.215).

Por último, ainda como exceções ao consentimento

Cuid’arte - Revista de Enfermagem maio 2013 14

Page 15: Revista cuidarte nº9 maio 2013

estão: as situações de urgência e as de privilégio

terapêutico. Na primeira, “Sempre que, em virtude

de uma situação de urgência, o consentimento apro-

priado não puder ser obtido, poder‑se‑á proceder

imediatamente à intervenção medicamente indis-

pens|vel em benefício da pessoa em causa”, previsto

no artigo 8º da Convenção sobre os direitos do

homem e a biomedicina, sendo que o profissional

deve agir no melhor interesse da pessoa

(RESOLUÇÃO da Assembleia da República nº 1/2001,

p.28). Relativamente à segunda situação, MATOS

(2008, p.35) cita o artigo 157.º do Código Penal, que

prevê uma salvaguarda do dever de esclarecimento,

ao referir “salvo se isso implicar a comunicaç~o de

circunstâncias que, a serem conhecidas pelo pacien-

te, poriam em perigo a sua vida ou seriam suscetíveis

de lhe causar grave dano { saúde física ou psíquica”.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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NUNES, L.; AMARAL, M.; GONÇALVES, R (2005) – Código

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Série-A. 2 (2001-01-03) 14-36. (Convenção para a proteção

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direitos do homem e a biomedicina)

SOUSA, M. (2007) – Enunciado de Posição da Ordem dos

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de Enfermagem. Revista da Ordem dos Enfermeiros. ISSN:

1646-2629. Nº 25, p.11-17.

Artigo Rececionado em 28/02/2012

Aceite para Publicação em 08/03/2012

Contacto dos Autores:

[email protected]

[email protected]

Ana Sofia Luís: Licenciatura em Enfermagem,

Especialização em Enfermagem de Saúde Mental e

Psiquiatria.

Paula Coelho Banha: Licenciatura em Enfer-

magem, Especialização em Enfermagem de Saúde

Mental e Psiquiatria

Cuid’arte - Revista de Enfermagem maio 2013 15

Page 16: Revista cuidarte nº9 maio 2013

Artigo de Revisão

A MECÂNICA CORPORAL NA PREVENÇÃO DE LESÕES

MÚSCULO-ESQUELÉTICAS EM ENFERMEIROS

Susana Isabel Dias Ribeiro

Enfermeira do Centro Hospitalar de Setúbal, E.P.E.

Hospital de São Bernardo – Serviço de Medicina Interna

RESUMO

As lesões músculo-esqueléticas são afecções de dife-

rentes partes do corpo, que incluem um conjunto de

doenças inflamatórias e degenerativas do sistema

locomotor. Podem estar associadas ao local de tra-

balho, resultante da ação de fatores de risco profis-

sionais tais como a repetitividade, a sobrecarga e/ou

a postura adotada durante o exercício laboral.

Estando os enfermeiros sujeitos a trações físicas que

podem derivar para traumatismos músculo-

esqueléticos, a mecânica corporal (utilização coorde-

nada e eficiente do corpo durante a atividade) consti-

tui uma ferramenta de trabalho fundamental na pre-

venção de lesões músculo-esqueléticas, promovendo

o movimento eficiente e diminuindo a sobrecarga

física.

Palavras-chave: Lesões músculo-esqueléticas,

mecânica corporal, enfermeiros

INTRODUÇÃO

A profissão de enfermagem é considerada um pilar

essencial no funcionamento das instituições de saú-

de. Esta tem como objetivo a prestação de cuidados

de enfermagem a pessoas sãs ou doentes ao longo

do ciclo de vida. Deste modo, tem desenvolvido ao

longo do tempo um conjunto de saberes que consti-

tuem uma mais-valia no âmbito da profissão e moti-

vo de orgulho para o profissional enfermeiro, uma

vez que o trabalho constitui um dos principais facto-

res de equilíbrio e realização profissional.

“… apesar do trabalho [enfermagem] estar rela-

cionado com o bem-estar físico e psíquico da pes-

soa, poderá estar na origem de sofrimento e pro-

blemas de saúde para os profissionais.”

Contudo, apesar do trabalho estar relacionado com o

bem-estar físico e psíquico da pessoa, poderá estar

na origem de sofrimento e problemas de saúde para

os profissionais (MAIA, 2002).

Cuid’arte - Revista de Enfermagem maio 2013 16

Page 17: Revista cuidarte nº9 maio 2013

No Guia de Caracterização Profissional (DGERT,

2004), vem referido relativamente às condições de

trabalho dos enfermeiros, o facto destes passarem

muito tempo de pé, fazendo esforços físicos conside-

ráveis, como sucede quando têm de transferir doen-

tes da maca para a cama ou de cadeira de rodas para

a cama, “entre as suas doenças profissionais mais

comuns, encontram-se, por isso, as hérnias discais e

as lombalgias” (DGERT, 2004, p.8).

Sendo as lesões músculo-esqueléticas consideradas

um dos riscos mais frequentes para a saúde e segu-

rança dos enfermeiros (MAIA, 2002), as condições

laborais destes constituem um ambiente propício à

ocorrência destas lesões, pois requerem não raras

vezes a aplicação de força no trabalho, tarefas repeti-

tivas, excesso de carga em algumas articulações e

posturas desadequadas. Os serviços de saúde pode-

rão mesmo constituir ambientes pouco saudáveis à

prática, uma vez que poderão afetar a saúde física e

psicológica dos enfermeiros (ICN, 2007).

“… é fundamental os enfermeiros apropriarem-se

de alguns princípios básicos no âmbito da mecâni-

ca corporal, dominá-los e utilizá-los no âmbito das

práticas do dia-a-dia.”

Deste modo, é fundamental os enfermeiros apropria-

rem-se de alguns princípios básicos no âmbito da

mecânica corporal, dominá-los e utilizá-los no âmbi-

to das práticas do dia-a-dia. Nalguns países há servi-

ços que exigem, como condição de ingresso, que o

enfermeiro possua formação e treino em mecânica

corporal (BOLANDER, 1998) porque, o domínio do

movimento eficiente vai assegurar uma execução

mais fácil e segu-

ra de certas tare-

fas, bem como

contribuir para

uma melhoria da

saúde em geral.

LESÕES MÚSCULO-ESQUELÉTICAS E

PROFISSÃO DE ENFERMAGEM

Os principais fatores que podem ocasionar lesões

músculo-esqueléticas em enfermeiros são essencial-

mente de natureza física, organizacionais e psicosso-

ciais, e individuais.

Factores físicos – aplicação de força (levantar, transportar,

puxar, empurrar); movimentos repetitivos; posturas força-

das ou estáticas; compressão localizada; vibrações; frio ou

calor excessivos; iluminação deficiente; ruído elevado.

Factores organizacionais e psicossociais – trabalho exigen-

te; baixos níveis de satisfação com o trabalho; trabalho

monótono, repetitivo executado a um ritmo rápido; falta

de apoio por parte de colegas e, chefias.

Factores individuais – antecedentes clínicos; capacidade

física; idade; obesidade; tabagismo.

Tabela 1 – Principais fatores promotores de lesões músculo-esqueléticas

em enfermeiros (AEPSST, 2007)

A sintomatologia das lesões músculo-esqueléticas é

caracterizada essencialmente por: dor (a maior parte

das vezes localizada, podendo irradiar para outras

áreas corporais); sensação de dormência ou formi-

gueiro (na zona afetada ou em regiões contíguas);

sensação de peso; fadiga ou desconforto localizado e

perda de força ou sensação de perda de força. Os

sintomas surgem gradualmente, agravam durante o

dia de trabalho ou em momentos de maior intensida-

de laboral e aliviam com períodos de pausa, repouso

e férias (DGS, 2008). Uma exposição continuada aos

fatores de risco, agrava a sintomatologia, tornando-a

persistente, podendo-se prolongar durante a noite,

ou mesmo nos períodos de repouso interferindo quer

com a capacidade de trabalho, quer com outras ativi-

dades. Desta forma, o desequilíbrio entre as capaci-

dades do indivíduo e as solicitações laborais, irão

favorecer a ocorrências de lesões músculo-

esqueléticas.

“… através da reeducação dos gestos profissionais

será possível evitar e prevenir os riscos de lesões

músculo-esqueléticas.”

Cuid’arte - Revista de Enfermagem maio 2013 17

Page 18: Revista cuidarte nº9 maio 2013

Assim, através da reeducação dos gestos profissio-

nais será possível evitar e prevenir os riscos de lesões

músculo-esqueléticas. Cabendo à organização a res-

ponsabilidade de implementar e avaliar programas

de formação e treino no âmbito do movimento efi-

ciente e prevenção de lesões. Caberá ao enfermeiro

no exercício da profissão a adoção de posturas corre-

tas bem como a forma como coloca o corpo durante

as diferentes tarefas que vão surgindo no dia-a-dia.

MECÂNICA CORPORAL: O MOVIMENTO EFICIENTE

A mecânica corporal é a utilização eficiente do corpo,

aplicando os princípios da física, para uso óptimo de

energia e movimento, tendo por finalidade a realiza-

ção de uma tarefa com a máxima eficácia e o mínimo

esforço.

A integração dos princípios de mecânica corporal,

nas práticas profissionais diárias deverá constituir a

regra e nunca a excepção, pois poderá fazer a dife-

rença entre um percurso profissional com menos ris-

cos, menos penosidade e mais eficiência.

A seguir, considera-se alguns dos princípios básicos

de mecânica corporal (AEPSST, 2007), a utilizar pelos

enfermeiros:

Avaliar o grau de colaboração do doente, otimi-

zando recursos e vontade

Explorar a máxima participação ativa do doente,

dando somente a quantidade de auxílio necessário, o

que aumenta a autonomia, evita a dependência e

reduz acidentes. Deve-se preparar os doentes para

essa participação, explicando aquilo que se espera

deles e qual o seu papel na ação a desenvolver.

Avaliar adequadamente os nossos limites, força e

capacidades

Todos devemos ter em linha de conta a força muscu-

lar a desenvolver, as limitações e capacidades pes-

soais. Um estado de má forma física ou grande dese-

Cuid’arte - Revista de Enfermagem maio 2013 18

Page 19: Revista cuidarte nº9 maio 2013

quilíbrio muscular, poderá influenciar o resultado

pretendido, sendo necessário recorrer a ajuda

(pessoas ou ajudas técnicas) para efetuar o movi-

mento em segurança e de forma correta.

Coordenar os elementos de forma precisa, distri-

buindo equitativamente os esforços

Com a liderança assumida por um dos elementos os

movimentos serão melhor coordenados e seguros,

melhorando a organização do trabalho, obedecendo

cada elemento a ordens claras e precisas, havendo

uma conjugação de movimento de grupo com efi-

ciência e menor esforço individual.

Adotar uma base de sustentação ampla melhora o

movimento e a estabilidade

Os pés afastados aumentam a estabilidade, bem

como a utilização de outros segmentos ou partes do

corpo como pontos de apoio. A base de sustentação

ampla permite também efetuar mais facilmente a

transferência de peso de um pé para outro.

Aproximar a carga do centro da gravidade, reduz o

esforço e aumenta o equilíbrio

Ter a carga mais próxima do centro de gravidade

proporciona estabilidade e diminui o trabalho a efe-

tuar pelos músculos, pois um peso seguro pelas mãos

quanto mais afastado for mantido do corpo, maior

desequilíbrio provoca.

Cuid’arte - Revista de Enfermagem maio 2013 19

Um centro de gravidade baixo torna o corpo mais

estável

Dobrar os joelhos, faz diminuir o centro de gravida-

de, proporcionando maior estabilidade e equilíbrio.

Page 20: Revista cuidarte nº9 maio 2013

Utilizar movimentos suaves, contínuos e rítmicos

melhora a performance

Consome-se mais energia efetuando movimentos

curtos do que efetuando um único movimento contí-

nuo. A utilização de gestos suaves, contínuos e rítmi-

cos possibilitam uma maior eficiência na utilização

dos músculos proporcionando maior tempo de con-

tração muscular.

Ao levantar ou mover uma carga, faça flexão dos

joelhos e evite a flexão do tronco

Os grupos musculares das pernas e coxas aguentam

maior esforço que os dos braços e das costas, deven-

do ser mais utilizados pois tem um desgaste menor,

ajudando a proteger os discos intervertebrais.

Durante longos períodos na posição de pé, alterne

o peso de uma perna para a outra ou use um apoio

e alterne as posturas de pé e sentado

Alternar os músculos que estão a ser utilizados,

como deslocar o peso da perna direita para a esquer-

da, versatilizando a forma de execução das tarefas,

ou fazendo ligeiras interrupções, permite a utilização

de um período mínimo de descanso protetor do des-

gaste muscular.

Se previamente contraídos, os músculos ficam

melhor preparados para a ação, prevenindo lesões

Fazer a báscula da bacia, significa contrair os múscu-

los abdominais e os glúteos num movimento firme,

aumentando a estabilidade do tronco, melhorando a

ação dos membros inferiores e protegendo os mús-

culos das costas.

Puxar exige menos esforço que empurrar, levantar

é o que exige mais esforço e tem maior risco de

lesões

Este tipo de movimentos requerem menos esforço

que levantar, pois não têm os efeitos da gravidade,

mas apenas do atrito.

Na movimentação de um objeto a modificação do

grau de inclinação permite utilizar a gravidade a

favor da deslocação.

Empurrar uma pessoa para cima, transferir de uma

cama mais baixa para uma maca mais alta, é mais

difícil e aumenta o esforço, pelo que sempre que pos-

sível deve-se promover o deslizamento para baixo

num plano inclinado. Num doente com a cabeceira

da cama elevada que escorregue ficando posicionado

incorretamente, a sua mobilização deve ser efetuada

com a cabeceira da cama baixa quando não existam

contra-indicações.

A redução do atrito diminui a sobrecarga

Esta situação pode ocorrer através da utilização de

um resguardo debaixo do doente para puxar ou desli-

zar na superfície da cama.

Cuid’arte - Revista de Enfermagem maio 2013 20

Page 21: Revista cuidarte nº9 maio 2013

A fadiga influencia a capacidade de executar movi-

mentos

Pelo que se devem respeitar as pausas e os períodos

de descanso para proporcionar a devida compensa-

ção do esforço efetuado.

O treino facilita a execução das técnicas e aumen-

ta a destreza

A repetição de uma tarefa, quando não efetuada em

sobrecarga, permite a espontaneidade da mesma,

reduzindo o esforço. O levante repetido de doentes

com técnica adequada vai melhorar a eficiência do

profissional promovendo posturas adequadas e ges-

tos eficientes.

Usar vestuário e calçado adequado possibilitam

uma melhor dinâmica de movimento

No exercício diário são variados os gestos para se

levantar, baixar ou movimentar. A utilização de ves-

tuário deverá permitir a liberdade de movimentos,

não sendo incomodativas quando se assumem certas

posições (ocasionando posições defensivas e pouco

ergonómicas), possibilitando manter uma boa base

de sustentação. A utilização de calçado adequado

previne o risco de escorregar ou de cair, devendo ser

utilizado calçado de boa aderência, não se recomen-

dando sapatos de salto alto, socas ou chinelos.

Vigiar a saúde, fazer exercício físico regularmente,

evitar fumar, manter uma boa higiene do sono

Uma vigilância adequada por parte da saúde ocupa-

cional, bem como a promoção de hábitos de vida

saudáveis por parte do profissional, melhoram a qua-

lidade de vida no trabalho e diminuem o aparecimen-

to precoce de complicações.

CONCLUSÃO

A atitude profissional face ao desenvolvimento do

trabalho é essencial na prevenção das lesões múscu-

lo-esqueléticas.

O combate às lesões músculo-esqueléticas, passam

por uma abordagem organizacional (AEPSST, 2007)

onde se devem: avaliar os riscos que não podem ser

evitados; combater os riscos na origem; adaptar o

trabalho ao trabalhador; adaptar o profissional à evo-

lução tecnológica; substituir o que é perigoso pelo

que é seguro; conceber uma política global de pre-

venção; privilegiar medidas de proteção coletivas e

fomentar instruções adequadas aos trabalhadores.

Mas, também é fundamental a abordagem de cada

enfermeiro face ao trabalho e à utilização do movi-

mento eficiente, proporcionando qualidade de vida,

diminuindo o absentismo e promovendo profissio-

nais proativos ao invés de reativos e defensivos face

à adversidade do desgaste laboral.

Cuid’arte - Revista de Enfermagem maio 2013 21

Page 22: Revista cuidarte nº9 maio 2013

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AEPSST. AGÊNCIA EUROPEIA PARA A SEGURANÇA E SAÚ-

DE NO TRABALHO (2007) – Introdução às lesões músculo-

esqueléticas. Facts. Disponível em WWW: http://

ew2007.osha.europa.eu.

AEPSST. AGÊNCIA EUROPEIA PARA A SEGURANÇA E SAÚ-

DE NO TRABALHO (2007) – Técnicas de mobilização de

doentes para prevenir lesões músculo-esqueléticas na pres-

tação de cuidados de saúde. Facts. Disponível em WWW:

http://ew2007.osha.europa.eu

AEPSST. AGÊNCIA EUROPEIA PARA A SEGURANÇA E SAÚ-

DE NO TRABALHO (2007) – Em linha: boas práticas em

matéria de segurança e saúde para o Sector da Saúde. Facts.

Disponível em WWW: http://agency.osha.eu.int.

BOLANDER, V. (1998) – Enfermagem Fundamental. Loures:

Lusociência, 1963p.

DGERT. DIREÇÃO GERAL DO EMPREGO E DAS RELAÇÕES

DE TRABALHO (2004) – Profissões, Guia de caracterização

profissional, enfermeiro. Direcção Geral do Emprego e das

Relações de Trabalho. Disponível em WWW:

www.dgert.gov.pt.

DGS. DIREÇÃO GERAL DA SAÚDE (2008) – Lesões músculo-

esqueléticas relacionadas com o trabalho: Guia de orientação

para a prevenção. Lisboa.

ICN. INTERNACIONAL COUNCIL OF NURSES (2007) –

Ambientes favoráveis à prática: Condições no trabalho =

Cuidados de qualidade. Genebra.

MAIA, C. (2002) – Dor Lombar: Estudo de prevalência nos

enfermeiros da área da prestação de cuidados do Hospital

Amato Lusitano, Castelo Branco. Castelo Branco. 138p. Dis-

sertação apresentada para concurso de provas públicas para

Professor- Coordenador da área científica de Enfermagem de

Reabilitação para a Escola Superior de Saúde Dr. Lopes Dias.

Artigo Rececionado em 02/03/2012

Aceite para Publicação em 13/07/2012

Contacto do Autor:

[email protected]

Susana Ribeiro: Licenciatura em Enfer-

magem, Mestrado em Psicogerontologia,

Especialização em Enfermagem de Reabili-

tação, Pós-Graduação em Pedagogia da

Saúde.

Cuid’arte - Revista de Enfermagem maio 2013 22

Revista Cuid’Arte

Espaço aberto { participaç~o de todos os que sentem que cuidar é uma arte…

Contamos com os V/ artigos, as V/ sugestões e impressões…

http://cuidartesetubal.blogspot.com

Page 23: Revista cuidarte nº9 maio 2013

Cuid’arte - Revista de Enfermagem maio 2013 23

Em Destaque

As Primeiras Jornadas de Enfermagem do Centro

Hospitalar de Setúbal - EPE, iniciativa da Direção de

Enfermagem, decorreram nos dias 15 e 16 de novem-

bro de 2012, no Auditório Charlot em Setúbal.

Sob o tema Evidência de uma Prática Especializada,

a iniciativa contou com a presença de 190 participan-

tes e pautou-se pela apresentação e discussão de

trabalhos científicos e projetos de intervenção, num

contexto de cuidados de enfermagem especializa-

dos.

O tema destas jornadas enquadrou-se na determina-

ção em evidenciar os ganhos decorrentes de uma

prática de cuidados especializados em enfermagem,

sendo esta a perspetiva em que assentou o motivo e

a escolha de aprofundar e sistematizar o que se prati-

ca neste âmbito, no Centro Hospitalar de Setúbal -

EPE.

Foram dois dias de intenso trabalho, que trouxeram a

debate e reflexão boas práticas no âmbito dos cuida-

dos de enfermagem especializados, numa ótica de

promoção de uma prestação de cuidados com eleva-

do nível de efetividade, eficiência e baseada na

melhor evidência disponível.

O programa científico, que abrangeu diversos temas

de enfermagem em áreas como: saúde materna e

obstétrica, saúde infantil e pediátrica, médico-

cirúrgica, reabilitação, saúde mental e psiquiátrica e

saúde comunitária, foi organizado em mesas temáti-

cas e conduzido por um conjunto de moderadores,

comunicadores e participantes que, com o seu saber

e interesse, deram brilho a este evento. A par das

comunicações orais convidadas, teve lugar a proje-

ção de posters científicos igualmente de elevada

qualidade.

No final dos trabalhos, os participantes, através de

correio electrónico, foram convidados a responder a

um inquérito para avaliação da qualidade das jorna-

das, que se manteve on-line entre 20 de novembro e

17 de dezembro de 2012. A taxa de resposta obtida

foi de 44,21% (n=84) entre os 190 participantes. Em

linhas gerais, o evento foi classificado nos vários

domínios em bom e excelente. Nas questões abertas

foram obtidas sugestões de melhoria que o grupo

pretende considerar em evento futuro.

Terminada esta experiência, a Comissão Científica e

Comissão Organizadora congratula-se por ter estado

ao nível das expectativas dos participantes e deseja,

através de uma abordagem integral a uma prática

especializada, ter contribuído para a valorização dos

cuidados de enfermagem.

EVIDÊNCIA DE UMA PRÁTICA CLÍNICA ESPECIALIZADA

Page 24: Revista cuidarte nº9 maio 2013

Cuid’arte - Revista de Enfermagem maio 2013 24

A concluir, resta agradecer a todos os que contribuíram

para o sucesso alcançado, em concreto, participantes,

moderadores, preletores, autores, Conselho de Admi-

nistração, Gabinete de Comunicação e Centro Multi-

média, Serviço de Gestão da Formação, Serviços

Financeiros e patrocinadores.

A todos um bem-haja,

As Comissão Organizadora & Comissão Científica

Page 25: Revista cuidarte nº9 maio 2013

Posters Premiados

Título: Campanha nacional de higienização das mãos:

Um projeto com mãos para lavar

Autores: Sandra Alberto;

Márcia Costa;

Ana Sofia Romão.

Título: Úlceras de pressão:

Incidência e prevalência no Serviço de Medicina Interna

Autores: Liliana Roldão;

Andreia Gomes.

Titulo: Benefícios da Água no Trabalho de Parto

Autores: Gisela Santos;

Carmen Segurado;

Liliana Ferreira;

Antónia Boleta;

Elisabete Santos.

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Normas de Publicação

A Revista Cuid’Arte tem como objetivo a publicaç~o de trabalhos científicos de reconhecido interesse na |rea de enfermagem, sob a

forma de artigos de investigação, de revisão ou relato de experiência, que contribuam para o desenvolvimento e visibilidade dos

cuidados de enfermagem. Os artigos devem ser originais e destinados exclusivamente { publicaç~o na Revista Cuid’Arte.

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mentos éticos e conceda { Revista Cuid’Arte o direito exclusivo de publicaç~o. A declaraç~o deve ser assinada por todos os

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Tipos de Artigos

Artigo de Investigação – Resulta de uma investigação baseada em dados empíricos. O texto deverá ser estruturado na

forma tradicional – Resumo em português e inglês (abstract), Introdução, Metodologia, Resultados, Discussão, Conclusão,

Agradecimentos e Referências. São admitidas pequenas adaptações a esta estrutura (como inclusão de sub-parágrafos), de

acordo com o trabalho apresentado. Trabalhos que envolvam Seres Humanos devem conter confirmação na secção Meto-

dologia em como estão de acordo com as normas da Comissão de Ética. Deve ser clara a permissão de publicação por enti-

dade/instituição que financiou a investigação. Máximo 10 páginas.

Artigo de Revisão – Artigo no qual o autor interpela sobre um fenómeno, fundamentando as suas afirmações com lite-

ratura temática consultada para o efeito. Máximo 6 páginas.

Relato de Experiência – Artigo em que o autor narra experiências vivenciadas no seu quotidiano que considere enrique-

cedoras para si e para outros. Máximo 4 páginas.

Estrutura do Artigo

Todos os artigos, à exceção dos relatos de experiência, devem conter resumo, com o máximo de 80 palavras e palavras-

chave, até ao máximo de 6. Nos artigos de investigação estes itens devem constar em português e inglês.

Os artigos devem ser acompanhados de imagens ilustrativas – fotografias, tabelas e/ou figuras, preferencialmente originais.

A caracterização de cada tabela e figura deve conter título e legenda de modo a serem compreendidas e interpretadas sem

recurso ao texto. Todas as imagens deverão ser enviadas em suporte digital.

As abreviaturas devem ser evitadas à exceção das unidades do Sistema Internacional. Outras abreviaturas podem ser utiliza-

das caso sejam referidas três ou mais vezes, devendo, na primeira utilização, ser escritas por extenso e imediatamente

seguidas pela sua abreviação entre parênteses.

As referências bibliográficas e as citações bibliográficas devem ser apresentadas segundo o modelo estabelecido pela

Norma Portuguesa Nº 405 – 1 a 4, do Instituto Português da Qualidade.

Cuid’arte - Revista de Enfermagem maio 2013 29

Page 30: Revista cuidarte nº9 maio 2013

Apresentação

Os artigos devem ser redigidos em folhas A4, impressas num só lado, sem cabeçalho nem rodapé, devidamente numeradas,

com margens inferior e laterais de 2cm e superior de 3cm, em fonte Times New Roman, tamanho 12 a 1,5 espaços. Devem

ser enviados dois exemplares impressos, acompanhados de suporte digital (em formato Word).

A identificação do artigo enviado faz-se pelo título, que deve constar no cimo da página, não devendo ao longo do texto

haver quaisquer referências que permitam identificar o(s) autor(s). Os artigos não deverão ser assinados por mais de

4 autores.

Ao artigo, deve ser anexada carta com os seguintes elementos:

1) título do artigo; 2) nome(s) e apelido(s) do(s) autor(es); 3) grau académico dos autores; 4) filiação institucional dos autores

no momento em que o trabalho foi realizado; 5) nome e contactos do autor que receberá a correspondência, incluindo ende-

reço, telefone, fax ou e-mail; 6) referências a fontes de financiamento ou bolsas de estudo (se aplicável); 7) o nome da insti-

tuição e do curso nos artigos que derivam de trabalhos realizados em contexto académico; 8) e-mail ou telefone de um dos

autores a indicar no final do artigo (aplicável ao artigo de investigação).

As submissões { Revista Cuid’Arte devem ser enviadas para:

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Cada artigo submetido para publicação é verificado pelo Núcleo Redatorial, quanto ao cumprimento das Normas de Publica-

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cias e citações; correção e precisão dos conceitos utilizados; adequação metodológica e profundidade na abordagem ao

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Os peritos são contactados pelo Núcleo Redatorial, pela reconhecida competência na área a que o artigo se refere. Neste

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primazia aos artigos submetidos por assinantes da Revista.

Cuid’arte - Revista de Enfermagem maio 2013 30

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