revista bens & serviços
DESCRIPTION
Edição 134TRANSCRIPT
Entrevista rio grande do sul pode se tornar referência em inovação e sustentabilidade, defende marc weiss
dez passos o que fazer e o que evitar para cultivar um
bom networking
equipes política salarial não precisa ser complexa e
ajuda a reter talentos
não basta ter paixão pelo seu negócio: É preciso ter preparo
dossiê conheça a história do rádio, um dos primeiros meios
de comunicação de massa
& 134
Junh
oRevista da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul
BeNs SERVIÇOSem
pree
Nded
oris
mo
pala
vra d
o p
res
iden
te
3
Junh
o 20
16
134
Presidente do Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac
Julia
na M
osc
ofia
n/Fe
co
mé
rcio
-RS
luiz carlos bohn
Passos Para o avanço do País
O PaíS PaSSa POR iMPORtanteS mudan-ças. O que é mais necessário, no momento, é promover o desfecho mais rápido desta crise política. Afirmo isto porque a economia bra-sileira depende do funcionamento produtivo de suas instituições.
Há ainda muitas incertezas sobre o futuro da economia, e o governo tem muitos caminhos a corrigir, em pleno voo. As contas públicas sofreram com as deficiências na administração do governo nos últimos anos, e ainda não é possível ter uma visão clara do tamanho do problema. A primeira vitória de Michel Temer no Congresso veio pela aprovação da mudança da meta fiscal. Mas é preciso ir muito além. Teremos de combinar medidas de política econômica de curto prazo, para combater a inflação, reduzir o déficit público e reativar a economia, com reformas estruturais de longo prazo. É necessário retomar o crescimento, e, para fazê-lo, não temos dúvida, uma reforma trabalhista é condição sine qua non para elevar a produtividade da economia.
Para que o Brasil possa avançar, o poder público e o setor terciário devem dialogar para melhorar o ambiente de negócios e levar a nação a um novo ciclo virtuoso de desenvolvimento. O que cabe a nós, no setor do comércio, é driblar a crise realizando um trabalho sério e muito bem planejado. Duas reportagens desta edição demonstram a importância do preparo no sucesso de um negócio, tanto antes de abrir um empreendimento quanto ao assumir uma empresa já em funcionamento. Uma vez na administração, é importante lançar mão de variados recursos disponíveis para estar sempre atento ao mercado e conseguir analisar e ajustar a melhor rota. Isso passa por ter um acompanhamento, de consultoria ou mentoria, e também por manter-se sempre atualizado, por cursos, eventos, revistas especializadas, sites e até vídeos.
Agora é o momento para reagrupar forças e adotar as melhores estratégias, com ações e ferramentas adequadas. Os empresários, que nunca puderam se dar ao luxo de ficar de braços cruzados, têm esta missão.
especial / empreendedorismo
revista bens & serviços / 134 / junho 2016
sum
ário
26
segundo um estudo da rice
university com fundadores de
empresas, a paixão pelo trabalho
não foi o que levou seus
negócios ao sucesso. o que
fez a diferença foi o preparo,
o conhecimento e a
criação de planos para
superar obstáculos
44
nicho
36
tendênciasequipes
cupom de desconto é ferramenta
para alavancar as vendas,
fidelizar os clientes e fazer mais
pessoas conhecerem a marca
24
extremamente valorizado pelos
colaboradores, o plano de
cargos e salários faz a empresa
funcionar melhor
com público majoritariamente
feminino, confeitarias apostam
em ambiente, sabor e atendimento
para conquistar a clientela
5
Junh
o 20
16
134
Esta revista é impressa com papéis com a certificação FSC® (Forest Stewardship Council), que garante o manejo social, ambiental e economicamente
responsável da matéria-prima florestal.
Selo FSC
PubliCação mEnSal do SiStEma FEComérCio-rS FEdEração do ComérCio dE bEnS E dE SErviçoS do EStado do rio GrandE do Sulavenida alberto bins, 665 – 11º andar – Centro – Porto alegre/rS – brasil
CEP 90030-142 / Fone: (51) 3284.2184 – Fax: (51) 3286.5677 www.fecomercio-rs.org.br – [email protected]
www.revista.fecomercio-rs.org.br
Presidente:luiz Carlos bohn
Vice-Presidentes: luiz antônio baptistella, andré luiz roncatto, levino luiz Crestani,ademir José da Costa, alécio lângaro ughini, arno Gleisner
(licenciado), diogo Ferri Chamun, Edson luis da Cunha, Flávio José Gomes, Francisco José Franceschi, ibrahim mahmud, itamar tadeu barboza da Silva,
ivanir antônio Gasparin, João Francisco micelli vieira, Joel vieira dadda, leonardo Ely Schreiner, marcio Henrique vicenti aguilar, moacyr Schukster, nelson
lídio nunes, ronaldo Sielichow, Sadi João donazzolo,Júlio ricardo andriguetto mottin, Zildo de marchi, leonides Freddi, Paulo roberto diehl Kruse, adair
umberto mussoi, élvio renato ranzi, manuel Suarez, Gilberto José Cremonese, ivo José Zaffari
diretores: Walter Seewald, Jorge ludwig Wagner, antonio trevisan, Carlos Cezar Schneider, Celso Canísio müller, Cladir olimpio bono, daniel amadio,
davi treichel, denério rosales neumann, denis Pizzato, dinah Knack (licenciada), Eduardo luiz Stangherlin, Eduardo luís Slomp, Eider vieira Silveira, Elenir luiz bonetto, Ernesto alberto Kochhann, élio João Quatrin, Gerson nunes
lopes, Gilberto aiolfi, Gilmar tadeu bazanella, Giraldo João Sandri, Guido José thiele, isabel Cristina vidal ineu, Jaucílio lopes domingues, João antonio
Harb Gobbo, Josemar vendramin, José nivaldo da rosa, liones oliveira bittencourt, luciano Stasiak barbosa, luiz Caldas milano, luiz Carlos dallepiane, luiz Henrique Hartmann, marcelo Francisco Chiodo, marice Fronchetti, mauro Spode, nerildo Garcia lacerda, olmar João Pletsch, Paulo roberto Kopschina,
remi Carlos Scheffler, rogério Fonseca, Silério Käfer, Sueli morandini marini, alberto amaral alfaro, aldérico Zanettin, antônio manoel borges dutra, antônio
odil Gomes de Castro, ary Costa de Souza, Carina becker Köche, Carlos alberto Graff, Celso Fontana, Cezar augusto Gehm, Clori bettin dos Santos, daniel miguelito de lima, daniel Schneider da Silva, Eliane Hermes rhoden, Elvio morceli Palma, Erselino achylles Zottis, Flávia Pérez Chaves, Francisco
amaral, Gilda lúcia Zandoná, Henrique José Gerhardt, Jamel Younes, Jarbas luff Knorr, Jolar Paulo Spanenberg, José lúcio Faraco, Jovino antônio demari, leomar rehbein, luciano Francisco Herzog, luiz Carlos brum, marcelo Soares reinaldo (licenciado), marco aurélio Ferreira, miguel Francisco Cieslik, nasser mahmud Samhan, ramão duarte de Souza Pereira, reinaldo antonio Girardi,
régis luiz Feldmann, ricardo Pedro Klein, Sérgio José abreu neves, valdir appelt, valdo dutra alves nunes, vianei Cezar Pasa
conselho Fiscal: luiz roque Schwertner, milton Gomes ribeiro, Hildo luiz Cossio, nelson Keiber Faleiro, Susana Gladys Coward Fogliatto
delegados rePresentantes cnc: luiz Carlos bohn, Zildo de marchi, andré luiz roncatto, ivo José Zaffari
conselho editorial: Júlio ricardo andriguetto mottin, luiz Carlos bohn e Zildo de marchi
assessoria de comunicação: aline Guterres, Camila barth, Caroline Santos, Catiúcia ruas, Fernanda romagnoli, liziane de Castro, Juliana borba e
Simone barañano
coordenação editorial: Simone barañano
Produção e eXecução: temática Publicações
edição: Fernanda reche (mtb 9474)
rePortagem: Cláudia boff, diego Castro e laura Schenkel
colaboração: amanda Kaster, Edgar vasques, marcelo Portugal, marineide Peres,nathália Cardoso, nathália lemes e rodrigo Giacomet
edição de arte: Silvio ribeiro
reVisão: Flávio dotti Cesa
imagem de caPa: ©iStock.com/leolintang
tiragem: 21,1 mil exemplares
é permitida a reprodução de matérias, desde que citada a fonte. os artigos assinados não refletem, necessariamente, a opinião do veículo.
seção página
0603
08121417182224263234363840434447484950
Sobre / transformação
Palavra do Presidente
Notícias & Negócios
Gestão
10 Passos / networking
Opinião
Entrevista
Sindicato
Equipes
Especial / Empreendedorismo
Saiba Mais
Sesc
Tendências
Senac
Dossiê / rádio
Visão Econômica
Nicho / Confeitarias
Pelo Mundo
Visão Política
Monitor de Juros
Dicas do Mês
sobr
e
6
Junh
o 20
16
134
Transformação
©iS
tock
.com
/2ni
x
A mudança é a lei da vida. E quem só olha para o passado certamente perderá o futuro.“
John F. Kennedy Presidente dos Estados Unidos de 1961 a 1963
É necessária uma constante metamorfose
para se manter vivo no mundo dos negócios.
marcar passo não É mais uma opção em
um mundo que se recusa a ficar parado.
organize-se, trabalhe, invista e acredite. só
assim o caminho para a inovação se tornará
possível e real para a sua empresa
”“Não importa se você é um liberal ou conservador, religioso ou agnóstico, rico ou pobre (…), você deve estar aberto a novas ideias. Isso não significa que
você deva aceitá-las cegamente, mas sim ponderar com cuidado antes de rejei-tá-las. Além das novas ideias, você deve questionar algumas das ideias antigas que você provavelmente ainda mantém. (…) A meta é se concentrar no que de fato é significativo e aplicar essas ideias básicas à sua vida.”
Chris Guillebeau, em O poder dos inquietos
“Toda inovação requer cautela, porém
detalhes simples podem fazer a diferença
na hora de dar novos ares aos negócios.
O medo é um fator sempre presente
para quem está acostumado a fazer
as coisas sempre do mesmo jeito, mas
toda mudança requer uma parcela de risco. Inovação
e criatividade estão intimamente ligadas, portanto,
muitas vezes, alterar a maneira como os negócios estão
sendo conduzidos, mudar uma embalagem ou dar um
novo nome a um produto pode fazer a diferença. Rever
preço e margem de lucro também deve ser considerado,
principalmente quando se trata de produtos que estão há
muito tempo no mercado.”
raFael Tarso sChroeder, especialista em Sustentabilidade,
Empreendedorismo e Inovação
Arq
uivo
Pes
soa
l
Dist
ribui
ção/
Edito
ra S
ara
iva
8
Junh
o 20
16
134
notícias negócios&Ed
ga
r Va
sque
s
extrato da declaração do IrPF 2016 está lIberado Para consulta
O extrato de processamento do Impos-to de Renda de Pessoa Física já está dis-ponível para a conferência dos contri-buintes no site da Receita Federal. Para a consulta, basta acessar o Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte (e-CAC) na página, gerando um perfil de acesso e informando o número do CPF do con-tribuinte. O extrato permite identificar
eventuais pendências que deixaram a declaração na malha fina e dá in-formações sobre como resolvê-las através de retificação da declaração ou agendamento de atendimento para apresentação de documentação comprobatória. No ambiente virtual é possível autorizar o envio de in-formações para celular ou tablet, a fim de acompanhar o processamento da sua declaração. Para que isso aconteça, além de se cadastrar no e-CAC, é preciso instalar e ativar o serviço no aplicativo do Imposto de Renda Pessoa Física. Segundo a Receita, quem enviar nova declaração com os dados corretos já fica automaticamente liberado da malha fina.
©iS
tock
.com
/Pry
khod
ov
RS tem A SituAçãO mAiS gRAve cOm
gAStO de peSSOAl entRe OS eStAdOS
Relatório divulgado em maio pelo Ministério
da Fazenda mostra que seis estados estão
acima do limite de gastos com pessoal
previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal.
De acordo com a lei, essas despesas não
podem ultrapassar 60% da Receita Corrente
Líquida do Estado. A situação é mais grave
no Rio Grande do Sul, com folha de paga-
mento com cerca de 75% da Receita Cor-
rente Líquida. Em seguida, vêm Mato Grosso
do Sul, com percentual aproximado de 73%
e Minas Gerais, próximo a 68%. A média
de comprometimento no país é 57,3%. Os
dados, de 2015, mostram que as despesas
com pessoal cresceram em ritmo mais
intenso (10% a 12%) que a arrecadação
tributária (6% a 7%) nos últimos dois anos.
9
Junh
o 20
16
134
esPaço sIndIcal
SeSf-RS Se Reúne cOm SenAdOReS gAúchOS
A diretoria do Sindicato dos Estabelecimentos
Funerários do Rio Grande do Sul (Sesf-RS) e re-
presentantes do setor se reuniram com os sena-
dores Ana Amélia Lemos, Lasier Martins e Paulo
Paim para agradecer seu apoio na aprovação
do Projeto de Lei da Câmara 50/14, que dispõe
sobre planos de assistência funerária, sua nor-
matização, fiscalização e comercialização.
SindilOjAS vAle dO RiO pARdO Recebe
impRenSA dA RegiãO em eventO O primeiro
Encontro com o Sindilojas de 2016 do Sindilo-
jas Vale do Rio Pardo foi realizado no final do
mês de março. O evento, que contou com
a presença de veículos de comunicação da
região, apresentou os princípios da entidade,
juntamente aos produtos e serviços ofereci-
dos aos associados.
SindilOjAS SAntA ROSA Se pRepARA pARA
expAnSãO A diretoria do Sindilojas Santa Rosa
se reuniu com a presidência da Associação
Comercial e Industrial de Santo Cristo (Acisa)
para discutir a possibilidade da implantação da
seccional do sindicato na cidade.
RelOAd SindilOjAS mOtivA públicO A RevO-
luciOnAR SeuS negóciOS Mais de 600 pessoas
participaram do Reload Sindilojas no dia 7 de
abril, em Lajeado. Promovido pelo Sindilojas Vale
do Taquari, o evento contou com a participação
de palestrantes para refletir sobre negócios.
Percentual de InadImPlentes bate recorde em marçoEm março deste ano, o déficit de contas atrasadas no país so-mou R$ 239 milhões, de acordo com dados do Serasa Experian. Os inadimplentes no Brasil chegaram a 60 milhões, um recorde desde 2012. Somente no setor de utilities – que inclui fornecimento de água, luz e gás – representou 17,9% do total, colocando o seg-mento em segundo lugar do ranking com mais débitos em atraso.
Outro segmento que ultra-passou os percentuais an-teriores foi o de serviços, que, pela primeira vez, participou com 11,4% do total dos débitos em aber-to, 2,4% a mais do que no mesmo período de 2015.
cnc pRevê piOR deSempenhO dO vARejO em 16 AnOS
Segundo previsões da Confederação Nacional do Comércio
de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o faturamento do comércio
deve ter queda de 4,8% em 2016, o pior desempenho do
comércio desde 2001. Após o pior primeiro trimestre da série
histórica da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC),
que registrou retração de 7% nas vendas em relação ao
mesmo período de 2015, a CNC revisou sua expectativa para
este ano, que antes era de 4,6%.
Div
ulg
aç
ão
/SES
F-RS
Divulgação/Sindilojas Vale do Taquari
brasIl é o País maIs conectado entre os brIcsO Brasil está na frente de Rússia, Índia, China e África do Sul quan-do o assunto é nível de conectividade. Esta constatação é da 5ª edição do estudo GfK Connected Consumer Index, que fornece uma medida única sobre o quanto os consumidores conectam-se digitalmente com outras pessoas e conteúdos digitais em 78 países. A pesquisa mostra que o Brasil ocupa apenas o 42º lugar no ranking mundial, liderado por Hong Kong, América do Norte (Estados Unidos, Canadá e México) e Emirados Árabes Unidos. Dentre os países da América do Sul, o Chile obteve a melhor colocação (20ª posição). Depois o Brasil, seguido da Colômbia (53ª), Argentina (54ª) e Peru (60ª). Entre os países do BRIC, o Brasil é o mais bem colocado do ranking, seguido pela Rússia (43ª), China (47ª) e pela Índia, bem mais abaixo, na 72ª colocação.
©iS
tock
.com
/Lol
o St
ock
10
Junh
o 20
16
134
três Perguntas
Walker Massa é administrador de empre-
sas, contador e publicitário. Com interes-
ses em tecnologia e futuro, criou algumas
empresas em sua carreira. É fundador do
Nós Coworking, um dos mais relevantes
empreendimentos do ramo no país.
O SenhOR AcReditA que A ecOnOmiA cOlAbORA-
tivA pOde SeR O pOntO de viRAdA pARA SupeRAR A
cRiSe? Não de forma impactante. O que nos conso-
me neste momento é de origem política e é crônica,
tendo agora seu ápice. De uma forma global, há
indícios de que a economia colaborativa, mais espe-
cificamente a compartilhada, poderá vir a ser o ponto
de virada do próprio capitalismo em si. Há pensado-
res importantes que disseminam esta ideia, como o
economista norte-americano Jeremy Rifkin em seu
best-seller Sociedade com Custo Marginal Zero.
quAl tipO de empReSA mAiS Se beneficiA cOm
um mOdelO de geStãO cOlAbORAtivA? Empresas
do segmento de serviços, já que podem perceber
as inovações e absorvê-las com menos custo de
transição. Empresas da área industrial, por exemplo,
baseadas em consumo de escala, tendem a sofrer
mais com a transformação do modelo de consumo
baseado no uso e não na posse.
quAl A impORtânciA de umA empReSA de ecOnOmiA
cOlAbORAtivA pARA A pROmOçãO dO empReende-
dORiSmO? Além de reunir gente diferente e criar uma
atmosfera criativa, penso que é preciso capacitar e
propiciar a empreendedores iniciantes a possibilida-
de de iniciar sua startup com baixo investimento em
custo fixo, direcionando o capital inicial na geração
real de valor. Não há por que uma startup investir em
ativo imobilizado que não gere a ela receita. O Nós,
por exemplo, propicia exatamente isso: um ambiente
para ela se conectar com stakeholders relevantes sem
precisar investir em mobiliário, sala, infraestrutura, etc.
notícias negócios&Ar
qui
vo P
ess
oa
l
brasIl tem Isenção de vIstos Para turIstasSegundo o Ministério do Turismo, a partir deste mês haverá um período de isenção unilateral de vistos para quatro na-
cionalidades, pre-vendo o período de realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos. De 1º de junho a 18 de setembro, austra-lianos, canaden-
ses, americanos e japoneses podem entrar mais facilmente no território brasileiro. Em nota, o Ministério afirma que a definição desses países levou em conta o fluxo emissivo ao Brasil e os gastos desses visitantes no país, entre outros fatores. Segundo a Organização Mundial do Turismo, a fa-cilitação de viagens pode gerar um aumento de até 20% no fluxo entre os destinos. Isto representa um acréscimo apro-ximado de 75 mil turistas internacionais e uma injeção de US$ 80 milhões na economia brasileira.
turIsmo brasIleIro deve aPostar no e-commerce estudo realizado pela Big Data Corp., sob encomenda do PayPal Brasil, mostra que apenas 0,61% de 10 milhões de sites no país são voltados para o turismo. Porém, é este o setor que mais pode ganhar com os negócios via internet, mais preci-samente os que são feitos através de dispositivos móveis. Ou seja, há ainda muito espaço para que o turismo prospere – e o e-commerce pode ser um grande aliado.
divisão – Dos sites de turismo, 29,35% são de comércio
eletrônico. Outros 17,34% são corporativos e 11,94% são blogs.
vendas – No e-commerce turístico nacional, os hotéis
representam 20,06%; agências de viagens são 12,48%; portais
que vendem passagens somam 7,16%; e sites de seguros são
1,23%. O restante, cerca de 59%, vende produtos turísticos.
pagamento – Somente 12,73% dos sites de vendas turísticas
possuem algum serviço de pagamento online.
Div
ulg
aç
ão
/Min
isté
rio d
o T
urism
o
11
Junh
o 20
16
134
pizzA hut tRAnSfORmA cAixAS de pizzA em pROjetOReS de cinemA
A Pizza Hut, rede global de restaurantes, é especializada no delivery de pizzas. E o que combina mais com pizza do que um bom filme? Pensando nisso, a marca lançou a Pizza Hut’s Blockbuster Box, campanha em que transformou as embalagens de suas pizzas em miniprojetores de cinema. Para que isso fosse possível, os consumido-res receberam, junto aos seus pedidos, uma lente especial, posicionada junto a um suporte para seus telefones celulares. Além disso, as embalagens vieram com um
círculo destacável para encaixar as lentes e projetar a tela do smartphone. Bastava então juntar as peças e assistir a seu vídeo preferido. A empresa ainda disponibilizou uma série de filmes especialmente para o projeto: os clientes precisa-vam apenas scannear o QR-Code presente na embalagem e os longas eram disponibilizados. A campanha de marketing não convencional foi realizada no ano passado, com a agência Ogilvy & Mather, para atrair os consumidores de Hong Kong. Uma combinação de dar água na boca!
Branding
Rep
rod
uçã
o
peSquiSA mOStRA que cRiSe
Reduz inveStimentOS em inO-
vAçãO nAS empReSAS Cerca de
65% das empresas reduziram os
investimentos em inovação no
Brasil, apontou enquete realizada
pela Câmara Americana de Co-
mércio (Amcham) durante o lan-
çamento do programa + Com-
petitividade Brasil. O aumento na
pressão por resultados é a maior
justificativa pela diminuição. Além
de responder sobre os investimen-
tos em inovação, os empresários
elencaram as propostas impac-
tantes para estimular o ambiente
de Pesquisa & Desenvolvimento
no país. A prioridade é a desburo-
cratização de processos internos
e externos (69%), seguida por
maior incentivo às startups (13%)
e legislação, adoção e incentivo
à realização de Parcerias Universi-
dade-Empresa (13%). A pesquisa
ouviu cem empresários, 85%
deles de empresas brasileiras.
desemPrego sobe em todas as grandes regIões do PaísA taxa de desemprego do primeiro trimestre do ano subiu em todas as grandes regiões do país, na comparação com o mesmo período de 2015. É isso que mos-tram os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Continua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o levantamento, a taxa de desem-prego teve uma elevação de 3,2 pontos per-centuais, e ficou em 10,9%, o equivalente a 11,1 milhões de pessoas desempregadas no país. A pesquisa mostrou que mais da meta-de dos ocupados no Brasil tinha concluído pelo menos o Ensino Médio (55%).
otImIsmo do emPresárIo contInua em baIxa no brasIlA pesquisa International Business Report da Grant Thornton (IBR) aponta para baixa expectativa do empresariado brasileiro quanto à rentabilidade, aumento de demanda e oferta de crédito nos próximos 12 meses. O otimismo do empresaria-do brasileiro continua a registrar patamares muito baixos, atingindo o índice de -13%, apenas um ponto percentual acima do apurado no trimestre anterior. No ranking de otimismo, o Brasil ocupa a 11ª posição entre 36 países. Os empresários estão pessimistas também quanto à expectativa de encomendas: 45% deles espe-ram por redução na demanda nos próximos 12 meses, índice 6 pontos percentuais mais alto em relação ao último trimestre.
©iS
toc
k.c
om
/Filip
efra
zao
12
Junh
o 20
16
134
gestãogestão
ou espírito empreendedor. É preciso estar atento às oportunidades, analisar a situação econômica, ter disponibili-dade para investir capital e tempo, contar com uma boa equipe e conquistar a clientela. Mas será que partir do zero é a melhor solução? Adquirir um estabelecimento já em funcionamento pode ser uma boa alternativa, desde que tomadas as precau-ções necessárias para evitar surpresas, segundo especialistas.
Há 18 anos, Guilherme Griep teve a chance de empreender. Na época, ele se dividia entre o trabalho no estabelecimento da família e as aulas do antigo segundo grau. Com mais de 60 anos de existência, a antiga Padaria e Confeitaria Transmonta-na, em Pelotas, havia passado anteriormente por um período de problemas financeiros. “Meu então sogro, Augusto Montei-
ter o próprio negócio não depende só de coragem
ptar por uma empresa em
funcionamento pode dar
certo, mas depende de
esforço e foco para que
a sua essência se mantenha,
mesmo adequada ao jeito
do novo empreendedor
o
OpOrtunidade cOnsOlidada
©istock.com/ nicoelnino
gestão
13
Junh
o 20
16
134
gestãoro, comprou o local em sociedade com um primo. Depois de dois anos, o sócio dele saiu e meu irmão Rafael Griep passou a trabalhar conosco”, descreve. Depois de reformado, o negócio passou a se chamar Vila Real Confeitaria e Padaria Ltda. “Nós pegamos tudo pronto, mas havia muitas dívidas. Tivemos que trabalhar muito até que conseguíssemos ter algum retorno.”
Em 2010, após a saída do irmão, Guilherme assumiu a ad-ministração do estabelecimento. Ele relata que foram três anos de muito esforço e dedicação para deixar a empresa em dia. “Resolvi desde problemas de infraestrutura e mão de obra até situações mais complexas, envolvendo fornece-dores”, conta. Para ele, a base do sucesso na manutenção de um comércio antigo está na persistência. “Abrimos todos os dias às 7 horas e vamos até as 22 horas, servindo café da manhã, almoço e jantar”, afirma. Atualmente, ele conta também com a ajuda dos pais. Sua equipe passou de 24 para 30 funcionários. “Estamos ampliando o espaço disponível aos clientes no segundo piso”.
Para quem vislumbra partir de uma empresa já consoli-dada no mercado, o diretor da Biason Assessoria Empresarial, Valmor Leandro Biason, diz que é preciso ter conhecimento da situação atual do empreendimento: “Do ponto de vista jurídico, é necessário fazer uma estruturação societária e tributária, que é bastante complexa, pois envolve conhecimentos jurídicos e contábeis.” O principal, segundo ele, é garantir a inexistência de passivo oculto. “A certificação do passivo assumido deve ser a principal preocupação do adquirente. Para isso, deve-se fazer uma auditoria das contas que evitará surpresas e melhorará as condições do negócio”, sugere. Ele indica como procedimento inicial a ferramenta Due Diligence, no qual se elaboram as aná-lises financeiras e se verificam as questões legais. Posterior-mente, parte-se para a negociação, em que são estabelecidos os parâmetros, condições e o modelo jurídico. “A última fase é a de contratação, que consiste na instrumentalização legal de transferência da empresa ou do estabelecimento”, completa.
A socióloga Jane Pilar descobriu na própria vizinhança uma nova oportunidade. Frequentadora do Café Cantante, no Bom Fim, em Porto Alegre – onde mora há 15 anos –, ela se associou ao marido Jorge Maciel e ao cunhado Francisco para adquirir o espaço, em agosto de 2015. “O café já tinha uma tradição no bairro desde 2008 e chegou a se chamar Casa e Café. Foi mais de um mês conversando com a antiga pro-prietária para que fechássemos uma proposta”, descreve. Ela
diz que o trio se identificava muito com o estabelecimento, que remete aos cafés da Espanha do final do século 19. “Mantive-mos a concepção, aprimorando a decoração e as áreas de aco-lhimento, com mesinhas de mosaico e um grande sofá no hall.” Para deixar o espaço funcionando plenamente, ela manteve as três funcionárias em sistemas de rodízio aos finais de semana e contratou outros colaboradores. “Mantivemos a mesma pro-posta de cardápio, incluindo mais opções na carta de vinhos”, diz. A experiência, segundo ela, tem sido interessante, embora não tenha alcançado retorno ainda. “Fizemos um investimento inicial para comprar o ponto e adquirir o necessário para o bar. Acaba-se reinvestindo muito o dinheiro. Esperamos começar a colher os primeiros frutos em um ano e meio de trabalho.”
Para Norberto Jung, gerente de contas da Prolavoro, de Porto Alegre, que faz intermediação de negócios prontos, as in-certezas econômicas levam a um momento de baixa em nego-ciações deste tipo. “Há muitas pretensões, mas negócios assim podem levar de dois a três anos para se concretizarem.” Antes de resolver comprar ou vender uma empresa, ele diz que é pre-ciso avaliar o cenário atual. “Deve-se fornecer a documentação necessária, buscar as certidões negativas para o contrato e ver se não há reclamatórias trabalhistas em andamento.” Quem tem interesse em adquirir empreendimentos, explica, deve as-sinar um termo de confiabilidade e capacidade financeira.
Ter espírito empreendedor é fundamental, segundo Jung. “Não basta o dinheiro da compra, é preciso ter capital de giro.” É necessário ainda manter a base do negócio, adaptando o seu jeito à empresa. “Ao alterar antigos processos, deve-se ter cui-dado para não desagradar clientes. É essencial manter o foco.”
div
ulg
aç
ão
/ca
fé c
ant
ant
eProposta de cardápio do Café
Cantante, em Porto Alegre, foi mantida
14
Junh
o 20
16
134
10 p
ass
os
Networking
A Arte de se relAcionAr bem
C uidar da rede de relacionamentos é tão importante para um
profissional quanto o conhecimento técnico de sua área de atuação.
quanto mais diversificado for esse networking, melhor. faz toda a
diferença ter uma rede de contatos com diferentes perfis. os clientes,
por exemplo, podem mostrar ao empresário quais as tendências do seu
mercado. confira abaixo essas e outras dicas de marcelo derossi,
cofundador do clube do networking
01 02mostre-se relevante
Gerir as relações profissionais
significa se preocupar genuinamente
com as pessoas que fazem parte da
sua rede de trabalho e se mostrar
relevante para elas.
A melhor maneira de fazer isso
é estabelecer contatos regulares
com o seu network, encaminhar
conteúdo interessante, participar de
grupos sociais e promover a
sua reputação, compartilhando
ideias e conhecimento.
Diversifique a sua reDe
É bom ter mentores capazes de lhe
apontar oportunidades. Eles vão lhe
mostrar os caminhos, abrir portas
para oportunidades, corrigir a sua
rota e talvez até lhe patrocinar. Ao
mesmo tempo, é recomendável
ter juniores, pessoas a quem você
sirva de mentor, pois elas vão lhe
dar acesso a inovações, pois são
mais jovens e convivem melhor
com diferentes tipos de sistemas de
informação. É uma fonte excelente
para novas tecnologias.
15
Junh
o 20
16
134
05
03
06
04
mantenha a reDe ativa
Não acione a sua rede de contatos
apenas quando você precisa de
alguma coisa. Este é mais um
motivo para os suas relações de
trabalho descerem ladeira abaixo.
Um networking eficiente deve estar
permanentemente ativo. E você
pode tranquilamente fazer isso por
e-mail, telefone e, principalmente,
contato pessoal. Sempre que puder,
disponibilize conteúdo relevante
e compartilhe conhecimento. Na
medida certa, isso não tem erro:
todo mundo quer.
Cultive pares e primos
Mantenha contato com pares, que
executam exatamente as mesmas
tarefas e funções que você. Eles
vão lhe dar dicas técnicas de como
resolver um determinado problema.
Os chamados primos, que atuam
na mesma área que você, também
são importantes, pois eles vão lhe
mostrar quais as tendências do seu
mercado. Uma boa fonte de primos
são os clientes. Eles costumam ser
bons nisto.
Dê atenção ao primeiro Contato
Muita gente acha que networking
significa apenas trocar cartões e
que depois disso é só aguardar
que tudo vai acontecer. Trocar
cartões não é suficiente. Em uma
conversa, se preocupe em conhecer
verdadeiramente a outra pessoa para
estabelecer um contato de qualidade.
Além disso, muitos pecam em achar
que pelo simples fato de ser conhecido
já se está fazendo networking. Uma boa
rede de contatos é aquela em que as
pessoas conhecem você e sabem no
que você é bom profissionalmente.
ConheCimento em outras áreas
Pontes são aqueles que têm
atuação completamente diferente
da sua. Essa é a principal rede, mas,
infelizmente, é a mais negligenciada
pela maioria dos profissionais.
As pontes darão acesso para
onde você quer ir. Essas relações
externas são as que mais ampliam
as perspectivas, levam às ideias
estratégicas e inovadoras e, muitas
vezes, apresentam-lhe novas
oportunidades.
Networking10 passos
16
Junh
o 20
16
134
09
07
10
08
Compartilhe a sua neCessiDaDe
Se o profissional trabalhou durante
anos na mesma empresa e agora
está sem emprego ou em busca de
novas oportunidades no mercado
de trabalho, o melhor a fazer é
conversar sobre o seu momento
com o maior número de pessoas
que conhece. Melhor ainda é
compartilhar a informação com
pessoas com quem se tem laços de
amizade e confiança. Mais cedo ou
mais tarde, alguém lhe
dará um insight ou lhe mostrará
uma alternativa.
CuiDe De sua imagem
É importante entender que a sua
carreira e o seu negócio dependem
tanto de conhecimento técnico
quanto de reputação. Além de
cuidar da carreira, estabelecendo
bons contatos e se atualizando
sempre, é necessário criar uma
uma boa reputação na mente das
pessoas sobre você e sobre o que
você sabe fazer bem feito. Isso
potencializa a sua marca pessoal
e os conceitos em torno da sua
profissão e do seu empreendimento.
saiba ouvir
Quando alguém não sabe ouvir,
insiste em ficar só falando sobre
si. Para evitar esta postura, ao
conversar com alguém, não fique
querendo vender o tempo todo
o que você é ou o que você
faz. Ouça mais e faça perguntas
relevantes. Pergunte, por
exemplo, qual é o projeto do seu
interlocutor e o que ele tem feito
ultimamente. Além disso, procure
saber se ele tem trabalhado em
alguma proposta interessante.
partiCipe De assoCiações
Participar de eventos isolados não é
cuidar da sua rede de contatos. Mais
do que acontecimentos, networking
é um processo. O convívio e o
contato regular são fundamentais
para que ele funcione. Se você quer
fugir deste erro, a dica é participar
de associações, clubes, entidades,
sindicatos e outros
grupos interessantes para você
conhecer novas pessoas, criar laços
de confiança e trocar informações
com elas.
opi
niã
o
17
Junh
o 20
16
134
Muito se teM falado sobre o período de retração da atividade econômica nos últimos dois anos no país. Neste cenário, é fundamental que a cultura organizacional e a gestão de pessoas da empresa trabalhem de maneira conjunta a fim de engajar os talentos na superação de cenários desafiadores e na rápida e eficiente alavancagem das operações quando essa fase passar. É importante que, principalmente, as lideranças da empresa se posicionem de maneira positiva e transparente com relação aos desafios e às iniciativas que devem ser colocadas em prática em momentos como esse. É preciso ter em mente que a crise é passageira e o estágio posterior – de retomada da atividade econômica – deve ser bem planejado. Ou seja, o pensamento a curto prazo não pode determinar os rumos do trabalho ao longo do período.
A gestão dos talentos deve ter um mix de pensamento a curto e a longo prazo e re-fletir sobre as necessidades da companhia. Em um momento de bonança, às vezes ela cresce desordenadamente e acaba não se preocupando tanto com a produtividade. Em um momento de dificuldade, a em-presa, então, passa a discutir mais sobre a produtividade e performance. Essa é uma grande oportunidade para criar ou apri-morar programas que elevem o nível de
engajamento dos colaboradores, a fim de eles conseguirem atingir o máximo nível de produtividade e de capacidade de inovação. Neste sentido, aplicar reconhecimentos aos esforços dos colaboradores da empresa é fundamental e pode trazer resultados muito expressivos. A visão a curto prazo é mais no sentido de adequar a organização ao cenário que está em volta. Mas a empresa não pode deixar de olhar para médio e longo prazos, pois muitas vezes, ela “corta músculo em vez de cortar gordura”. Falando um pouco sobre as PMEs, neste momento, para a sus-tentabilidade nos negócios, com um quadro de funcionários mais enxuto, a empresa de menor porte precisa estar bem próxima das pessoas ou buscar essa proximidade e ter um turnover mais reduzido. É essencial, neste sentido, trabalhar na retenção dos colaboradores, principalmente daqueles que possuem maior conhecimento do negócio, e reconhecer as competências individuais.
Aos líderes corporativos, fundamentalmente, aos gestores de talentos, é preciso, acima de tudo, acreditar na retomada econômica. Uma má fase é, em maior parte, passageira. As empresas que estiverem visualizando apenas crise e cortes como um todo terão problemas futuros na hora de retornarem aos patamares anteriores em que havia condições de cresci-mento mais favoráveis.
Marineide Peres diretora de talentos humanos da algar tech
Positividade e Produtividade são
vitais Para momentos difíceis
div
ulg
açã
o/al
ga
r tec
h
entrevista
18
Junh
o 20
16
134
Marc Weiss
19
Junh
o 20
16
134
A economiA dA sustentAbilidAde
A GlobAl UrbAn Development tem A AmbiciosA metA De
tornAr o rio GrAnDe Do sUl o estADo mAis inovADor
e sUstentável DA AméricA lAtinA Até 2030. como isso
poDe ser feito? Parte do trabalho é mobilizar as pessoas sobre essa visão. Tivemos centenas de reuniões e visitamos 34 cidades no Estado para abordar desafios como produti-vidade, competitividade e investimentos em infraestrutura e educação, entre outros. Mostramos que o Rio Grande do Sul tem recursos fundamentais, sobretudo, pela população com alto grau de estudo e excelentes instituições de ensino superior. A demanda do mundo por comida vai crescer 50% até 2030. Isso é muito bom, pois a comida e a sua cadeia de valor, incluindo processamento e distribuição, representam cerca de um terço da economia do Estado. O Rio Grande do Sul não tem que mudar radicalmente a sua economia, é só pegar onde é mais forte e se modernizar, com sustentabili-
dade e inovação. O talento e a habilidade de desenvolver e aplicar novas tecnologias estão aqui, então, isso pode dar certo. Mas o sucesso depende, claro, do comprometimento das lideranças. O RS pode ser o primeiro Estado da América Latina em crescimento sustentável.
o senhor GAnhoU DestAqUe como Assistente especiAl
Do secretário Do DepArtAmento De hAbitAção e Desen-
volvimento UrbAno Dos eUA e pArticipoU Do conselho
presiDenciAl sobre Desenvolvimento sUstentável no Go-
verno clinton. qUAl foi A mArcA Do trAbAlho Deste De-
pArtAmento? Nos anos 1990, para o Governo Clinton, de-senvolvi um projeto que comecei nos 1970, na Califórnia, que chamávamos de Estratégia Econômica Metropolitana. Basicamente, unimos quatro aspectos em uma iniciativa de âmbito nacional: desenvolvimento urbano e regional, inovação, sustentabilidade e inclusão. Aplicamo-los em
anhar dinheiro, tornando-se mais sustentável, é possível? marc Weiss,
presidente da organização internacional global urban development (gud),
não só acredita nisto como tem um largo currículo para prová-lo, no
estado da califórnia e, depois, com o governo clinton. agora, ele trabalha
na criação de uma zona de inovação sustentável em porto alegre e almeja
tornar o rio grande do sul uma referência em crescimento sustentável
G
foto
s: n
ed
e l
osin
a
entrevista
20
Junh
o 20
16
134
Washington D.C. e tivemos muito sucesso. Nos anos 1990, provamos que focar em regiões urbanas era a melhor aborda-gem para o século 21 e que ligar inovação e sustentabilidade é também muito valioso. Somos um dos modelos mais efetivos em provar que você fica mais rico se for mais sustentável. Fi-zemos uma versão para os governos estaduais dos EUA e, de-pois, em Brasília, se interessaram bastante em aplicar no nível estadual. Assim fomos convidados, em 2011, para fazer isso no Brasil, pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial. Era para testar em um Estado, e se desse certo, reproduzir em outros. Mas nós nos comprometemos em fazer dar certo aqui, por isso, seguimos no Rio Grande do Sul.
como As sUAs iDeiAs erAm recebiDAs nos estADos UniDos,
nAqUelA épocA, e como são recebiDAs no brAsil, hoje? Naquela época, eram ideias radicais e incomuns. Quando eu cresci em Chicago, nos anos 1950, as pessoas achavam que ser mais sustentável seria ruim pra economia, custaria muito caro, mas nós provamos o oposto. Já o Brasil foi apontado como o país que mais se preopcupa com mudanças climáticas em uma pesquisa do instituto Pew. A ideia de sustentabilidade é muito popular no Brasil, e o público gaúcho foi muito receptivo sobre melhorar a economia com esta preocupação.
qUAis forAm os resUltADos qUe vocês obtiverAm nA cAli-
fórniA? No Vale do Silício, tinha a Universidade de Stanford e também muitos cientistas e pesquisadores que recebiam dinheiro do governo americano por conta da Guerra Fria. Mas havia outro fator importante: era um lugar muito le-
gal. Os cientistas queriam estar lá, no norte da Califórnia. Eu fui o responsável, no início dos anos 1980, pela primeira iniciativa de desenvolvimento econômico de alta tecnologia nos Estados Unidos, no cargo de vice-diretor da Comissão de Inovação Industrial da Califórnia, copresidida por David Packard, da Hewlett-Packard, e Steve Jobs, da Apple. Dizía-mos que, se tivéssemos arruinado o ambiente, com conges-tionamentos e poluição, as pessoas teriam saído de lá. Não haveria o Vale do Silício se não tivéssemos nos preocupado com qualidade de vida. Isso é o que eu chamo de Green Places (lugares sustentáveis).
os Green plAces fAzem pArte DA sUA teoriA Dos foUr
Greens. qUAis são os oUtros? Se você conserva, reno-va ou reúsa recursos naturais de forma mais eficiente, isso não custa mais dinheiro, pelo contrário, isso gera economia. É o Green Savings (economia sustentável). Na Califórnia, a partir dos anos 1970, adotamos padrões mais rigorosos sobre eficiência energética para os novos prédios, veícu-los automotores e aparelhos eletrônicos. Aliando isso a in-centivos para energias renováveis, cortamos o consumo de energia per capita pela metade. Em 1970, a média de consu-mo de energia na Califórnia era um pouco abaixo da média do Estados Unidos por causa do clima mais agradável. Atu-almente, é 40% abaixo do padrão do país. Isso quer dizer que, desde 1970, todos na Califórnia economizaram mais de US$ 80 bilhões que teriam gasto em energia, sem mudar seu modo de vida, sem deixar de usar carros, celulares, computa-dores, geladeiras e ar-condicionado. Depois, vêm as Green Op-portunities (oportunidades sustentáveis). Para conseguir ficar mais sustentável, você tem que fazer coisas novas em novos jeitos, o que gera novos produtos e serviços. Por fim, tem o Green Talent (talento sustentável), pois tudo isso só é possível ao investir na educação das pessoas, pois são elas que criam a inovação sustentável e também quem a compra.
Marc Weiss
“Não haveria o Vale do Silício se não tivéssemos nos preocupado
com qualidade de vida.”
21
Junh
o 20
16
134
o qUe é UmA zonA De inovAção sUstentável? É um experi-mento concentrado. Vamos pegar alguns lugares em cidades perto de universidades principais, para ter pessoas altamen-te qualificadas e talentosas. São seis elementos combinados para fazer uma Zona de Inovação Sustentável. Tem que ser um ambiente favorável aos negócios, propício para inovação e tecnologia, para promover empreendedorismo e startups e ser líder em sustentabilidade e eficiência de recursos. É uma área que deve maximizar criatividade e colaboração, que engaja as pessoas em administração comunitária e participativa e faz os setores público e privado trabalharem juntos. Por isso, desig-namos uma área relativamente pequena em Porto Alegre, que engloba parte dos bairros Independência e Floresta, para tor-ná-la um ímã de atividade e de pessoas talentosas que queiram participar. A ideia é que as Zonas de Inovação Sustentáveis, a começar pela de Porto Alegre, serão supersustentáveis, e mui-tos negócios vão surgir em busca deste objetivo e por causa da inovação. Vamos juntar tudo isso aqui. Somamos mais de cem pessoas ligadas ao projeto agora. E isto é só o início.
você já AfirmoU qUe A zispoA poDe ser Um novo nomA,
projeto qUe o senhor DesenvolveU em WAshinGton D.c.
o qUe é o nomA? O NoMa faz parte da Estratégia Econômi-ca Metropolitana do Governo Clinton. De 1997 a 1999, desen-volvemos uma estratégia econômica para Washington D.C. e também para a sua região metropolitana. O NoMa era uma área de armazéns e depósitos industriais, abandonada há dé-cadas. O trem metropolitano passava por ali, e nós pensamos que, se fizéssemos uma parada de trem, poderia ser um lugar muito sustentável, uma âncora de desenvolvimento, orienta-da para ser acessível para pedestres e ciclistas, com prédios sustentáveis, e todo um polo que surgiria, atraindo pessoas. Foi um sucesso gigante, com bilhões de dólares investidos e milhares de empregos gerados. Contatamos setor privado, construtoras, governo municipal, governo federal, entidades de transporte, universidades e comunidade e, passo a passo, construímos apoio para esta visão. Levamos sete anos até conseguir a estação de trem.
por qUe o senhor AfirmA qUe, pArA pensAr nAs ciDADes,
Deve-se pensAr primeiro nAs reGiões metropolitAnAs? Antes, as cidades e as áreas urbanas eram as mesmas. Depois, a eco-nomia da área urbana se tornou muito maior. É um problema
“A sua região metropolitana é como o seu time. Se não
trabalham juntos, vocês perdem. As pessoas têm que colaborar
para fazer investimentos estratégicos em conjunto.”
de governança que surgiu. A unidade mais dinâmica, que é a região metropolitana, de um modo geral, não tem um governo. Não é necessário criar mais um nível de administração, mas é preciso fazer todos os atores colaborarem economicamente. A sua região metropolitana é como o seu time. Se não trabalham juntos, vocês perdem. As pessoas têm que colaborar para fazer investimentos estratégicos em conjunto. Por exemplo, uma área com 34 cidades não precisa ter 34 aeroportos. Precisa só de um. Se há colaboração, há muito mais sucesso econômico do que competindo entre si. Em 1980 e 1990, as pessoas achavam isso muito radical, mas agora a maioria concorda.
22
Junh
o 20
16
134
sindicato
atualmente representa 3.560 associados, defendendo os interesses do setor terciário como um todo, participando ativamente de ações comunitárias e promovendo capacitação aos tra-balhadores. Em um cenário desfavorável, com demissões e queda de produção na montadora da General Motors, responsável por grande fatia do ICMS local, a entida-de sente o abalo no movimento das lojas. Ainda assim, é referência para mais de 40 mil beneficiários do seu car-tão de descontos.
A situação econômica adversa, profundamente afeta-da pela baixa atividade industrial, tem afetado o comér-cio de Gravataí, na Região Metropolitana de Porto Ale-gre. O momento é complicado. “No geral, todo mundo vai mal, porque a indústria tem enorme peso na economia do município (45% do PIB), e centenas de trabalhadores
Fundado por 21 sócios em 16 de setembro de 1962, o sindilojas Gravataí
SindilojaS Gravataí
repreSenta e defende oS
intereSSeS de maiS de
20 SeGmentoS do varejo,
atuando também no
município de Glorinha
o
em defesa do comércio
Lojistas de
Gravataí,
Consepro e
BM debatem
segurança
pública
Foto
s: d
ivul
ga
çã
o/s
ind
iloja
s G
rava
taí
23
Junh
o 20
16
134
foram demitidos ou tiveram férias coletivas, reduzindo o consumo. Quase todos também tem sua renda comprometida com os finan-ciamentos bancários do programa federal Mi-nha Casa, Minha Vida”, destaca o presidente do Sindilojas e dono de loja de moda feminina, José Rosa. “Muitos estão lutando para se man-ter em atividade.”
Com desenvolvimento comercial relativa-mente recente, e o primeiro shopping aberto há pouco mais dois anos e meio, o quarto lugar na economia do Rio Grande do Sul e sexto mu-nicípio mais populoso (255 mil habitantes) se preocupa com segurança. A diretoria do Sin-dilojas reuniu-se, recentemente, com repre-sentantes do Conselho Comunitário Pró-Segu-rança Pública (Consepro) e da Brigada Militar para debater o assunto e fortalecer parcerias. Os lojistas ajudaram a polícia a modernizar seus rádios automotivos, fornecendo aparelhos digitais. Os números da BM mostram redução de assaltos na região, mas os co-merciantes sabem que contam muito com a sorte.
Cartão de desContos
A entidade conta com mais de 400 empresas parceiras que dão descontos para associados, familiares e funcio-nários em restaurantes, postos de gasolina, lojas, acade-mias, clínicas e laboratórios. São quase 40 mil beneficiá-rios. “O Hospital Dom João Becker dá até 50% de desconto nas suas clínicas especializadas, de modo que muitos con-sideram o cartão Sindilojas quase como um convênio”, enfatiza Rosa.
Além disso, o Sindilojas Gravataí oferece cursos e pales-tras, capacitação, locação de salas e salão de eventos. A sede, inaugurada em setembro de 2012, conta com área total de 2 mil m², abrigando um departamento médico e odontológi-co, composto por três consultórios odontológicos, um clíni-co e de medicina do trabalho, e um de psicologia e medicina nutricional; setores comercial, administrativo e de recep-ção, um plenário, a sala da presidência, três salas e um salão de eventos (disponíveis para locação), além de terraço e o estacionamento, localizado no subsolo do prédio.
Parceira do Programa Gaúcho da Qualidade e Produtivida-de (PGQP), a entidade patronal realiza diversas ações de res-ponsabilidade social. Desde 2007, por exemplo, desenvolve o projeto Amigos do Planeta, que incentiva o desenvolvimento sustentável e a conservação do meio ambiente. O projeto co-meçou com pequenas ações internas (substituição de copos plásticos por canecas; separação de lixo seco e orgânico; uti-lização de folhas recicladas frente e verso; utilização de papel proveniente do bagaço da cana; uso de papel de refloresta-mento para impressões), e depois ganhou mais amplitude. Foi realizada uma parceria com a empresa Ecológica, de Guaíba, que disponibiliza bombonas para a coleta e as recolhe, fazen-do a correta destinação dos resíduos. Além da sede do sindi-cato e suas subsedes em Morada do Vale e Glorinha, vários outros pontos participam da iniciativa.
Reconhecido pela Câmara de Vereadores de Gravataí pelo prêmio Amigo do Verde, o Sindilojas de Gravataí distribui mudas de plantas e também estimula o descarte correto de celulares, computadores e periféricos em desuso. O material vai para a Trade Recycle, de Cachoeirinha, responsável pela reciclagem e pelo descarte sem danos ao meio ambiente. Os proprietários dos materiais recolhidos recebem certificados de destinação final, mediante apresentação de RG ou CPF e dados como nome, endereço e telefone. Mais de uma tonelada de lixo é coletada a cada ano.
Sindilojas assina compromisso com Observatório Social
de Gravataí e Glorinha para evitar desperdício de
recursos na gestão pública
24
Junh
o 20
16
134
equipes
mesmo sabendo que o estabelecimento de um plano de cargos e salários é algo extremamente valo-rizado pelos colaboradores. Seguir os valores-base definidos por acordos coletivos não tem se mostrado suficiente para reter pessoas, sendo que o custo de turnover pode chegar a 2,5 vezes o valor mensal do funcionário perdido. Fundamen-tal é oferecer oportunidades de crescimento, calcadas em critérios claros e conectados à realidade de mercado.
Para garantir que sua política salarial seja competitiva, é preciso, primeiro, fazer uma conexão entre o que é impor-tante para o negócio e qual é o melhor contexto de merca-do para comparativo. “Garantir essa eficiência de análise é primordial para saber de seus limites de aplicação e desejos
No varejo, muitas orgaNizações Não têm política salarial defiNida,
definição de critérios
para pagamento de
salários e promoções
auxilia na retenção de
funcionários e faz a
empresa funcionar melhor
a
Política salarial é chave
Para sucesso
©istock.com/ismagilov
25
Junh
o 20
16
134
de resultados”, explica o sócio-gerente de Projetos de Remu-neração na Carreira Muller Consultoria Empresarial, Rafael Rodrigues Silva. Outro ponto é permitir ter regras claras de como funciona o plano de cargos e salários, que possam esti-mular e render retorno tanto para o colaborador quanto para a empresa. “São regras que permitem entender quais são os cargos, requisitos, critérios para evolução salarial e promo-ção dentro da estrutura organizacional. Por se tratar de ges-tão de pessoas, sempre haverá expectativas”, conta.
“Nos momentos de instabilidade econômica e retração comercial, a política salarial deve priorizar a realização de ajustes constantes nas estruturas de cargos e de salários e nas diretrizes de encarreiramento, tomando por base as necessi-dades dos processos organizacionais e a realidade financeira da empresa”, frisa o consultor em Remuneração e Parceiro da HR Hunter, Fábio Ramos. A recomendação é de avaliações anuais. Entre os erros mais comuns nesta seara estão o es-tabelecimento de salários com baixo nível de atratividade, a falta de definição de processo de meritocracia e de uma siste-mática remuneratória com foco no resultado e no reconheci-mento do colaborador e, ainda, o desconhecimento das políti-cas salariais praticadas pelas empresas concorrentes.
A Carreira Muller realizou um estudo específico sobre Crise e Remuneração, lançado no mês de maio, que regis-trou a total suspensão de aumentos por méritos em cerca de 40% das empresas pesquisadas, mas, para a prática de promoção, essa suspensão foi de 15%. Outra dica da consul-toria, acerca da revisão do plano de cargos, é considerar que as tabelas de progressão são afetadas pelas reais variações de mercado, enquanto as pessoas são afetadas pelos acordos coletivos. O que fazer então com as tabelas salariais quan-do ocorrem acordos coletivos? O empresário deve aplicar o aumento previsto no acordo coletivo somente para a base, a faixa 1 do cargo em questão, utilizando o índice de varia-ção de mercado para as outras faixas. No próximo aumento individual ou promoção, o profissional reencontra as faixas superiores. Muitas empresas já elaboraram fórmulas mate-máticas para auxiliar as organizações interessadas.
Critérios de progressão
A definição de critérios de progressão varia conforme cada empresa, devendo estar alinhada a processos e posi-
ções existentes, desde o primeiro cargo mais operacional até ao cargo mais estratégico necessário. Depois, é impor-tante mapear quais são as atividades, formação, experiên-cia e competências requeridas para as funções desenhadas nessa estrutura. “Assim, há a possibilidade de aplicar ava-liações periódicas que identifiquem o cumprimento, por parte de cada colaborador, dos requisitos estabelecidos para cada cargo. O próprio funcionário terá uma indicação mais formal dos pontos que não estão sendo atendidos, dos pontos que estão adequados e dos pontos que estão acima do esperado, qualificando-o para uma evolução salarial e expectativa de progressão na carreira”, relata Silva.
Patrícia Ventura, executiva de Recursos Humanos da HR Hunter, aconselha o empresário a identificar proce-dimentos de sucesso evidenciados no mercado para esta-belecer seus próprios critérios de progressão de carreira, assim a empresa estará aderente à realidade do mercado. Outro passo importante é elaborar e aplicar programa de disseminação junto à equipe para sensibilização e engaja-mento do corpo de colaboradores ao processo de carreira estabelecido. E o último passo é a aplicação contínua do processo e a sua manutenção com avaliação permanente para garantir a política de captação, retenção e valoriza-ção da empresa.
pequenos negóCios
Uma política salarial não precisa ser muito complexa para ser aplicável. Os pequenos negócios podem e devem ter uma política salarial condizente com seu contexto. O su-cesso sempre dependerá do desenvolvimento de uma políti-ca que possa trazer bases sólidas para análises e valorização de sua equipe. Conforme Rafael Silva, as vantagens mais evi-dentes podem surgir desde a possibilidade de visualização de uma trilha de carreira, seus critérios e expectativas para o negócio até o quanto o colaborador deve buscar para seu crescimento salarial e profissional, entendendo cada vez mais a sua importância para a sustentabilidade do negócio. Os lojistas podem colher resultados operacionais impor-tantes investindo, por exemplo, em salários fixos somados a atraentes salários variáveis de acordo com os resultados, motivando a equipe na busca pelas melhores práticas para o crescimento e valorização de todos.
especial
26
Junh
o 20
16
134
empreendedor, em geral, é movido pela paixão.
profissionais e professores, no entanto,
concordam que o preparo para abrir e
administrar um negócio é ainda mais importanteOsobretudo quando estamos fa-
lando de empreendedorismo. Lê-se em todos os lugares que para ter sucesso como empreendedor é preciso ter paixão pelo que se faz. Ter paixão, ser apaixonado pelo seu campo, não é esta a chave para o sucesso empresarial? E se a paixão não for o principal ingrediente desta fórmula?
Tal linha de pensamento se repete em livros, cursos e não está restrita ao Brasil. Intrigada com a relação da paixão e do preparo, uma equipe de pesquisadores decidiu olhar com atenção o assunto na Rice University, de Houston, Te-xas, nos Estados Unidos.
A pesquisa com mais de 300 fundadores de empresas mostrou que, passados alguns anos, a paixão não tinha nada a ver com o sucesso de seus negócios. O que importava era o preparo – se eles desenvolveram as suas ideias, ganharam um conhecimento profundo de seus mercados ou criaram planos para superar obstáculos e para explorar contingên-cias, por exemplo.
A pAixãO é umA dAs pAlAvrAs mAis usAdAs nO mundO dOs negóciOs,
empr
eended
oris
mo
Não basta ter paixão, é preciso
ter preparo
texto laura schenkel
imagem de abertura ©istock.com/leolintang
empreendedorismo
27
Junh
o 20
16
134
Os pesquisadores conduziram uma série de estudos, ainda não publicados, a respeito de projetos inscritos na maior com-petição de empreendedorismo para universitários nos Estados Unidos, sediada pela Rice, em diferentes áreas, de biotecnolo-gia a produtos de varejo. No início, os calouros mencionavam a paixão como fator-chave ao idealizar o seu sucesso. Três anos depois, os fundadores de empresas cujos negócios estavam indo bem foram novamente entrevistados, e o número que ci-tou paixão como sendo algo importante caiu.
A análise dos pesquisadores mostrou que, na verdade, a paixão dos empreendedores não tinha relevância no destino de seus projetos. O que permitia a alguns empreendimentos darem certo era o preparo. “Um dos estudos analisou competi-ções de projetos de negócios, com uma análise textual dos tex-tos submetidos. Anos depois, fizemos uma checagem, para ver se os negócios ainda estavam funcionando”, explica Scott So-nenshein, professor de Administração da Jones Graduate Scho-ol of Business, da Rice University. Nos projetos inscritos na
competição, os pesquisadores classificaram como evidências de preparo materiais como gráficos e outros recursos visuais, números do mercado, previsões de crescimento e de participa-ção no mercado, quanto dinheiro eles queriam arrecadar para financiar seus projetos e o que eles fariam com esse montante.
“Todos nós somos um pouco desconfiados em relação à pai-xão, já que ela pode afetar o nosso julgamento”, afirma Michal Herzenstein, professora-assistente da Lerner College of Busi-ness and Economics da Universidade de Delaware e coautora do estudo. “Alguém apaixonado por algo, mas sem conteúdo, pode parecer enganoso. É importante saber no que você está se metendo. Não acreditamos que ‘se você tem convicção, tudo vai dar certo’. Isso ficou no passado”, conclui a pesquisadora.
Jociane Ongaratto, técnica do Sebrae-RS, corrobora que a preparação é fundamental para abrir um negócio. Ela reco-menda que o empreendedor ou futuro empreendedor deva se conscientizar das suas condições, isto é, verificar em sua bagagem quais são suas competências e quais competências
especial
28
Junh
o 20
16
134
são necessárias para gerir determinado negócio. A partir disto, o interessado deve buscar capacitações que o auxiliem no seu dia a dia empresarial. Desta forma, ele conseguirá implementar boas práticas de gestão e, consequentemente, aprimorar cada vez mais as suas técnicas para gerir o seu empreendimento. “Antes de abrir um negócio é importante conhecer o mercado em que irá atuar. O empresário deve munir-se de ferramentas que possibilitem o seu planeja-mento. A modelagem de negócio irá auxiliá-lo a validar a sua ideia, fazendo o reconhecimento dos recursos necessários para tornar aquela ideia real. Este é o primeiro passo para tirar a ideia da cabeça e colocá-la no papel”, recomenda.
Além disso, um plano de negócio bem-estruturado é im-prescindível, dando ao empresário melhores condições para a tomada de decisão com base nos objetivos de sua empresa. Se-gundo Jociane, essas ferramentas permitem que o empresário analise as informações do mercado (como clientes, concorren-tes e fornecedores) e adote estratégias que atendam aos obje-tivos da organização de acordo com o que foi estruturado. “O planejamento é importante para que o futuro empresário re-visite a sua ideia de negócio, observando a viabilidade, se vale a pena empreender e em quanto tempo obterá retorno do seu investimento”, ressalta a técnica do Sebrae-RS.
Desde que se formou em Psicopedagogia, em 2007, Adria-na Hermes sonhava em gerenciar um espaço próprio. No mês passado, inaugurou o Espaço Criativo Bem Viver, na Zona Sul de Porto Alegre, um ambiente multidisciplinar de terapias e atividades. O local oferece serviços de psicologia, terapia floral,
reiki, yoga, psicopedagogia, acupuntura, nutrição e artetera-pia, entre outros. “Com o passar dos anos, fui amadurecendo e agora tive a oportunidade de desenvolver este projeto”, conta a empresária, que tem especializações em Educação Infantil (Gestão e Docência) e em Arteterapia.
Várias pessoas a ajudaram durante a montagem do negócio. Uma psicóloga e amiga contribuiu no levantamento de dados sobre despesas e valores dos turnos e na busca por profissio-nais. O marido, Guilherme Barbieri, cirurgião-dentista, auxi-liou com um pouco da sua experiência ao longo de dez anos de atividades em seu consultório. “Além disso, meu pai, que é administrador de empresas, me ajudou no fechamento do plano de negócio. E minha mãe, na questão motivacional e na organização do espaço”, conta Adriana. “Sempre soube que há um plano de negócios, mas, ao abrir o empreendimento, não o fiz com precisão. Sei que se deve fazer uma média de quanto se gasta, que, no meu caso inclui aluguel, contas a pagar de água, luz, telefone e segurança”, complementa.
Cercar-se de pessoas experientes em várias áreas, como fez a empresária porto-alegrense, é um modelo chamado de mentoria, uma forma de relacionamento que tem por objetivo o desenvolvimento pessoal ou profissional através da orien-tação de alguém com mais experiência no mercado. Em uma mentoria para um novo negócio, explica Jociane, orientações e aconselhamentos são passados por alguém que já tem experi-ência no ramo e que pode incentivar o empresário iniciante a implementar e gerir o seu negócio. Além de evitar erros que já foram cometidos no passado, o mentor pode indicar caminhos, propor novas ideias e auxiliar o empreendedor em sua jornada. “Pode ser alguém que você encontra apenas para tomar um café e conversar por uma hora e que lhe permita tirar uma li-ção de vida daí”, exemplifica Sandro Nelson Vieira, presidente do Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade.
Não fazer um plano de negócio em que a questão de fluxo de caixa está presente tem frustrado os planos de muitos em-preendedores. “A maior fragilidade dos pequenos empreende-dores é a falta de programação de capital de giro”, avalia Viei-ra. Um empresário que decide abrir um pequeno restaurante, por exemplo, com R$ 20 ou R$ 30 mil, precisa levar em conta que necessitará ter um fluxo de caixa positivo por seis a oito meses para que esse negócio comece a vingar.
A opinião de Hugo Ferreira Braga Tadeu, da Fundação Dom Cabral, vai ao encontro dos posicionamentos de Jociane
Arq
uivo
pe
sso
al
em maio, adriana Hermes tirou do papel
o sonho de criar um espaço próprio
empreendedorismo
29
Junh
o 20
16
134
e de Vieira. “O grande desafio para os empreendedores é alinhar o conhecimento técnico à visão de mercado. Grande parte dos empreendedores é ótima em pensar em soluções técnicas ou tecnológicas, mas tem pouca visão de mercado e clientes”, relata o professor e pesquisador. Nas atividades do núcleo de inovação e empreendedorismo da FDC, Tadeu ob-serva que o grande desafio para os empreendedores está re-lacionado a temas como estruturação financeira do negócio, criação de um planejamento estratégico e políticas de gestão de pessoas, entre outros, sendo todos estes temas fundamen-tais para o desenvolvimento dos empreendedores. “Uma boa dica para preparar-se está em participar de treinamentos curtos sobre gestão, workshops sobre gestão de negócios, eventos organizados por grandes empresas e que buscam ca-pacitar os empreendedores”, aponta o professor.
experiências não gerenciais ajudam
Há duas linhas no ambiente empreendedor. Existe o em-preendedorismo de oportunidade, em que a pessoa está em-pregada, já tem experiência em uma empresa e, em deter-minado momento, toma uma decisão de sair dessa empresa e abrir o próprio negócio. O outro é o empreendedorismo por necessidade, alguém que estava buscando um emprego sem sucesso, fora do mercado de trabalho, devido ao cená-rio econômico que estamos passando. “A pesquisa do Global Entrepreneurship Monitor (GEM) de 2014 aponta que, em ambos os casos, quanto maior o nível de qualificação e ca-pacitação, em termos de gestão do empreendedor, melhor é a sustentabilidade de seu negócio. Há uma relação direta aí”, argumenta Vieira. O empreendedor por oportunidade já tem um nível de maturidade um pouco maior. “A chance de prosperidade de seu negócio é diretamente proporcional a essa experiência de bagagem trazida, mesmo que não seja como um administrador”, aponta Vieira.
É o caso de Geraldo Gil. O designer trabalhou em diver-sas gráficas, agências de publicidade e escritórios de design, sempre em Porto Alegre. O último emprego foi no Marke-ting da Vonpar. Com a ideia de sair da capital e do ritmo de vida ditado pela cidade grande, buscou um modelo de negó-cio em que pudesse aliar novos conhecimentos com qualida-de de vida. Voltou para a sua cidade natal, São Francisco de Paula, e abriu, em novembro do ano passado, o Café São Ber-
nardo. Ele não fez curso ligado à área de administração, mas busca conhecimento em leituras, tendo como referência o livro Administração de Marketing, de Kotler & Keller. “Tam-bém utilizo o Design Thinking como ferramenta para auxiliar meu negócio de forma abrangente”, conta.
“Sem dúvida, a minha maior necessidade de aprendizado é na área de finanças, em equilibrar a receita com os custos sem baixar a qualidade dos produtos. A empresa é pequena, com três pessoas trabalhando, portanto o RH é tranquilo de administrar, e o marketing também, devido à minha forma-ção acadêmica e à minha experiência profissional anterior”, pondera o designer gráfico, que tem um contador e está em busca de orientação e consultoria empresarial para evoluir administrativamente.
ideia não vale por si só
Buscar conhecimentos sobre o mercado em que se vai atu-ar, um dos fatores classificados como prova de preparo na pes-quisa da Rice University, é fundamental, segundo Maria Rita Spina Bueno, diretora-executiva da Anjos do Brasil, que atua
div
ulg
aç
ão
/Fun
da
çã
o d
om
ca
bra
l
Grande parte dos empreendedores é ótima em
pensar em soluções técnicas ou tecnológicas, mas tem pouca visão
de mercado e clientes.”“
Hugo Ferreira Braga Tadeu
professor da Fundação dom cabral
especial
30
Junh
o 20
16
134
com o desenvolvimento de startups e a aproximação entre em-preendedores e investidores-anjo. “É importante se capacitar sobre o processo de criação de negócios. Ouvir muito, pergun-tar muito, conversar com potenciais clientes e parceiros, ava-liando concorrentes, mesmo indiretos. Um dos grandes mitos é o de que a ideia é o mais importante. Se fosse assim, por que não existe nenhum anúncio de jornal dizendo ‘vende-se uma ideia’? Porque uma ideia sozinha nada vale. Ela só tem valor se você transformá-la em algo concreto”, argumenta Maria Rita.
Esta busca de conhecimentos e informações é muito im-portante, ressalta Jociane Ongaratto, técnica do Sebrae-RS. Ela aponta que o empreendedor não precisa ter uma forma-ção específica, mas, para ter sucesso, planejamento e conhe-cimento do negócio antes da execução são fundamentais: “A busca de informações sobre o ramo pretendido é de extrema importância para que o futuro empreendedor saiba como o segmento se comporta. A partir desse ponto, é essencial que ele conheça o seu perfil, saiba o que faz bem e procure de-senvolver habilidades que podem fazer a diferença quanto se trata de gestão do negócio”. As competências necessárias para o sucesso de um empreendimento podem ser adquiridas e aprimoradas através de cursos, palestras, troca de informa-ções e até na composição societária de uma empresa – sócios que possuem habilidades diferentes, podem, por exemplo, formar uma ótima parceria para a organização.
Geneci Messerschmidt trabalha há 43 anos em salão de be-leza. Há duas décadas, abriu o seu próprio negócio, em Carazi-nho. Ela conta com a consultoria do Sebrae-RS e já fez cursos e eventos sobre administração, empreendedorismo, fluxo de caixa, formação de preço, gestão empresarial, empreendedo-rismo, capacitação, inovação e competitividade. São tantos que ela já perdeu as contas.
“Antes da consultoria, entrava dinheiro e saía dinheiro, eu não sabia muito como administrar”, lembra. “É importante para estar dentro das regras, para saber formar preços. Antes eu só sabia mesmo o ofício de cabeleireira”, relata a microem-preendedora, que trabalha sozinha no Geneci Cabeleireira e considera fundamental o apoio do Sebrae-RS.
aTenção ao mercado
Outro fator importante, ainda mais em um cenário de cri-se econômica, é estar sempre atento ao mercado, manter-se atualizado e de olho nas tendências. Só assim o empresário poderá prevenir-se e até antever mudanças de cenário que podem afetar diretamente o seu negócio, acrescenta Jociane. Desta forma, conseguirá inovar para atrair mais clientes, au-mentar vendas e, ainda, pensar em estratégias que possibili-tem as adaptações necessárias para sobreviver aos momen-tos difíceis. “O empresário pode se atualizar participando de eventos do seu setor de atuação, associações, sindicatos, órgãos de classe e feiras. A troca de experiência entre empre-sários e a própria conversa com os clientes são uma rica fon-te de acesso a informações do mercado. Além disso, revistas, blogs e artigos do setor também podem ser uma ótima fonte, trazendo boas práticas de gestão e tendências”, indica a téc-nica do Sebrae-RS. Geneci segue a cartilha: vai a palestras e participa de atividades da instituição durante todo o ano. No ano passado, foi inclusive à Hair Brasil, em São Paulo, uma grande feira de seu ramo de atuação. “Estamos sempre bem informadas”, conta, com orgulho.
Uma das razões para manter-se cada vez mais atualizado é a forte concorrência das empresas. Os mercados são extre-mamente competitivos, independentemente do setor em que se trabalha e por menor que seja a qualificação técnica dele, reforça Sandro Nelson Vieira, do IBQP. “Pode ser um carrinho de cachorro-quente. A concorrência é muito grande, e quan-to melhor a atualização, você fica mais suscetível a implan-
div
ulg
aç
ão
/ca
fé s
ão
Be
rna
rdo
abrir o café em São Francisco de Paula foi
o caminho para geraldo gil viver longe do
agitado ritmo de Porto alegre
empreendedorismo
31
Junh
o 20
16
134
tar melhorias e até inovações no seu negócio”, argumenta. Os meios para se informar variam muito conforme o perfil do empreendedor. Vieira recomenda canais gratuitos no YouTube sobre empreendedorismo, para se atualizar de for-ma gratuita. “Revistas e palestras, eventos em universidades, em espaços de coworking, há muitos recursos disponíveis.”
imporTanTes em Todas as eTapas
Na visão de Edison Kalaf, graduado em Ciência da Com-putação pela Unicamp, com MBA em Administração pelo Insper e mestre em Administração pela PUCSP, preparo e paixão são igualmente importantes em todas as fases do em-preendimento. “Considerando a paixão como entusiasmo, interesse e comprometimento pelo negócio, certamente ela é fundamental para o sucesso em um empreendimento. Nos momentos de dificuldades e de grandes exigências, sem
div
ulg
aç
ão
/iBQ
p
A concorrência é muito grande, e quanto melhor a atualização, você fica mais
suscetível a implantar melhorias e até inovações no seu negócio.”“
sandro nelson vieira
presidente do instituto Brasileiro da Qualidade e produtividade
este entusiasmo e comprometimento a tendência pode ser desistir ou tomar decisões que não priorizem o negócio”, considera. Por outro lado, pesa igualmente o preparo, que engloba capacidade administrativa, gestão de pessoas, capa-cidade de comunicação e a integração disso tudo isso em um plano estratégico robusto, bem como a capacidade de atrair e cercar-se de pessoas com essas competências. “Assim, o preparo leva ao estabelecimento das diretrizes para o ne-gócio e define os mecanismos de gerenciamento e controle eficazes para as operações”, avalia.
“Inicialmente, especialmente em pequenas empresas, o elemento paixão estará certamente mais presente e as ope-rações, em geral, serão menos planejadas e administradas com mais amadorismo”, argumenta Kalaf, que possui expe-riência em organizações ligadas à tecnologia, em cursos de MBA e pós-graduação e hoje é sócio-diretor da Opus Softwa-re. “Quando a empresa começa a crescer, com mais clientes, a estrutura tem que acompanhar, e aí o planejamento e as boas práticas administrativas têm que entrar em campo, sob o risco de a empresa quebrar. O planejamento, por mais simples que seja, é necessário desde o início”, recomenda.
como se preparar e se maNter atualizado verifique quais competências são necessárias para gerir um
negócio e busque capacitações em campos que você
não domina.
Antes de abrir um empreendimento, faça uma pesquisa
de mercado.
Tenha um plano de negócio bem-estruturado. ele lhe dará
melhores condições para uma tomada de decisão com
base nos objetivos de sua empresa.
converse com potenciais clientes e parceiros, avaliando
concorrentes, mesmo indiretos.
lance mão da mentoria, uma forma de relacionamento
que tem por objetivo o desenvolvimento pessoal ou profis-
sional através da orientação de alguém com mais experi-
ência no mercado.
mantenha-se atualizado e de olho nas tendências, partici-
pando de eventos do seu setor de atuação, associações,
sindicatos, órgãos de classe e feiras. A troca de experiência
entre empresários e a própria conversa com os clientes são
uma rica fonte de acesso a informações do mercado.
revistas, blogs e artigos e vídeos do YouTube também são re-
comendados para acompanhar o mercado e as novidades.
saiba
32
Junh
o 20
16
134
mais
Livros / Leitores em crescimento no paísEstá aumentando o número de leitores brasileiros, segundo a pesquisa Retratos de Leitura no Brasil. O índice de leitura ficou em 4,96 livros por ano por pessoa, média que ainda é baixa, mas aumentou em quase um ponto em relação à mesma pesquisa de 2011, que fechou em 4 livros lidos por ano. O levantamento aponta que há hoje 56% de leitores na população – que afirmam ter lido inteiramente ou em partes alguma obra nos últimos
três meses. A Bíblia é o livro mais lido em todas as esco-laridades e figura em ambas as listas compiladas pela pes-quisa: últimos livros lidos e livros mais marcantes. Entre as faixas etárias, os adoles-centes entre 11 e 13 anos for-mam o grupo que mais lê por gosto, com 42%, seguidos de perto pelas crianças de 5 a 10 anos, figurando 40%. A leitu-ra ficou em 10º lugar quando o assunto é o que gosta de fa-zer no tempo livre.
mais & menos
MoviMEnto no varEjoSegundo pesquisa do Ibope
Inteligência, domingo pode não
ser o dia mais movimentado da
semana para os shoppings, mas
é o dia que mais rende compras:
82% das visitas neste dia resultam
em aquisições pelos visitantes, seja
na área de alimentação, seja em
compras no geral.
EquidadE dE gênEroAs empresas do Cone Sul, que inclui
Brasil, Argentina e Chile, deram uma
guinada em direção à igualdade
de gênero: o número de mulheres
CEO é o maior em quatro anos, com
12,1% de representação
feminina no cargo.
ExpEctativa dE vida Segundo apontamentos da OMS, a
expectativa média de vida no mundo
aumentou 5 anos entre 2000 e
2015, o maior crescimento desde a
década de 60. A África foi a região
que mais aumentou sua expectativa
de vida, com acréscimo de 9,4 anos.
bonança EconôMica O índice de clima econômico da
América Latina subiu pelo segundo
trimestre consecutivo, passando
de 72 para 74 pontos. A alta foi
determinada pela melhora das
expectativas, como o aumento do
Índice de Expectativas, subindo
4 pontos, chegando a 88 pontos.
consuMo O índice de Intenção de Consumo
das Famílias, medido pela CNC, caiu
4,6% em maio, e chegou a uma
nova mínima histórica. O índice mostra
queda mensal de 4,6% e diminuição
total de 27,5% em comparação com
maio do ano passado. A maior queda
foi no nível de consumo de maio, com
retração de 8,7% em relação a abril.
coMpras / estudo reveLa novo oLhar sobre consumo de famíLia segundo o estudo Meet the Parents organizado pelo Facebook, as crianças detêm uma forte influência nas decisões de compra do lar. Mesmo sem ter consciência completa, como acontece com os bebês, por exemplo, decisões como viagem de férias, restaurantes e opções de entretenimento giram em torno da recepção dos pequenos nos estabelecimentos.
©iS
tock
.com
/Lor
ad
o
Faixa etária –- 59% dos pais dizem que os seus filhos têm mais poder de decisão
de compra do que eles próprios tinham durante o seu crescimento. E 69% dos
pais revelam que adquirem mais produtos específicos para os pequenos do que
a sua geração ganhava dos pais.
digitalizados –- Os dispositivos móveis são muito importantes para os novos pais,
que passam 1,2 vez mais tempo conectados pelos celulares do que pessoas
sem filhos. E as mães de primeira viagem passam 1,3 mais tempo no Facebook
mobile do que mulheres que ainda não têm filhos.
cuidado –- Apesar de voltar a sua atenção aos rebentos, pais ainda inspiram
muitos cuidados. Cerca de 42% dos pais afirmam que as suas famílias estão
bem quando eles próprios se sentem bem.
33
Junh
o 20
16
134
sustEntabiLidadE / Mais dE 80% dos
brasiLEiros consEguEM idEntiFicar
sELos aMbiEntais A conscientização
ambiental parece estar cada vez mais
enraizada entre os brasileiros. Segundo
estudo do instituto Market Analysis,
81% dos brasileiros conseguem
identificar pelo menos um dos 27 selos
ambientais em vigência atualmente.
A pesquisa foi feita com 906 adultos
de 11 capitais do Brasil, apresentando-
lhes os selos. As localidades cujos mo-
radores mais obtiveram sucesso foram
Salvador e Brasília, com 99% e 96%
dos entrevistados afirmando conhe-
cer pelo menos um dos símbolos. As
capitais com desempenho mais baixo
foram Porto Alegre, Curitiba e Rio de
Janeiro, com índices de 50%, 69% e
71%, respectivamente. O maior índice
de reconhecimento no país é repre-
sentado pelos jovens de 18 a 24 anos,
com 91%, população de renda mais
alta, com 85% dos representantes, e
de maior escolaridade, com 95%.
segundo o perfil do micro e pequeno empreendedor, mapeado pelo site Loja Integrada, as classes C e D foram as que mais iniciaram lojas virtuais no ano passado, com 28,4% de representantes na D seguidos por 25,4% da C. Em um panorama geral, mais de 62% cria-ram a sua loja virtual há um ano e investiram inicialmente R$ 1 mil, e para 35%, o e-commerce foi uma alternativa para complementar a renda em momentos de crise. E as redes sociais são parceiras das lojas: 83% dos empreendedores apostam em páginas no Facebook e 53% usam o WhatsApp como método de atendimento, venda e di-
vulgação. Segundo a pesqui-sa, a satisfação e o otimismo predominam entre os novos lojistas, já que 68% estão felizes após se dedicar ao e-commerce e 44% dos entre-vistados afirmam terem mais liberdade ao abrir o próprio negócio. Para 2016, 85% têm confiança de que o seu em-preendimento crescerá e 77% pretendem investir mais em marketing e diversidade de produtos para as suas lojas.
incLusão / cerca de 35% dos profissionais de rh nunca entrevistaram uma pessoa com deficiência
o seu setor de RH já entrevistou algum candidato com deficiência? Mais de um terço dos profissionais de recursos humanos do Brasil nunca entrevistaram alguma pessoa com deficiência. A porcentagem fechou 35%, e foi compilada durante entrevista realizada pela Catho. Um total de 41% dos profissionais entrevis-tados afirmaram estar parcialmente preparados para comandar o processo seletivo, enquanto 4% dizem se sentir inaptos a reali-zálo. A pesquisa ainda revela que apenas 12% dos profissionais de RH estão completamente capacitados para a contratação de pessoas com deficiência.
© iS
tock
.com
/and
resr
© iS
tock
.com
/Ayd
inm
utlu
onLinE / empreendedores de e-commerce estão otimistas
34
sescJu
nho
2016
134
©iStock.com/Albany Pictures
3º Fórum SeSc de educação
ocorrerá em Gravataí e terá
a tecnoloGia e relaçõeS
SociaiS como tema,
debatendo o papel da eScola
na Sociedade atual
Oo 3º Fórum Sesc de Educação pre-
tende refletir sobre as novas oportunidades de aprendizagem que surgem com os avanços tecnológicos. O evento, com inscri-ções abertas no site da instituição ou nas unidades, está mar-cado para 21 de julho, a partir das 8h, no Sesc de Gravataí (Rua Anápio Gomes, 1241), tendo como painelistas o antropólogo, educador social e folclorista Tião Rocha e o doutor em ciências da comunicação e professor José Moran.
A Gerente de Educação e Ação Social do Sesc-RS, Lisângela Antonini, destaca que a reflexão do tema na prática pedagógi-ca é um viés para proporcionar um momento de sensibilização sobre a importância da tecnologia nos ambientes formais e não formais de educação, sem substituir as relações e a convivência durante as aulas e na escola. “Espera-se como resultado a troca de experiências e boas práticas metodológicas, através do uso da tecnologia em ambientes de educação com objetivo de dis-seminar novas oportunidades de aprendizagem”, frisa.
COm O temA teCnOlOgiA e RelAçõeS SOCiAiS: COnexõeS POSSíveiS,
Novas formas de apreNdizagem
35
Junh
o 20
16
134
6º AldeiA SeSc imembuy em SAntA mAriA em
junho, Santa maria recebe a 6ª edição do
Aldeia Sesc imembuy, promovido pelo Sistema
Fecomércio-RS/Sesc. Uma série de atrações
culturais será apresentada entre os dias 7 e 11
em vários pontos da cidade. na programação,
estão contempladas atividades como oficina de
cinema, exposição fotográfica e peças teatrais
infantis e adultas. O theatro treze de maio, várias
escolas e espaços públicos recebem as atrações,
além do Sesc Santa maria.
AçõeS dA mAturidAde AtivA em todo o rS
O Sesc-RS realizará uma campanha de combate
à violência contra o idoso entre os dias 13 e 17 de
junho em todo o estado. O objetivo da campanha
2016 é tratar o foco da violência no trânsito.
Com o envelhecimento populacional, o número
de acidentes de trânsito envolvendo idosos está
aumentando consideravelmente. Os grupos da
maturidade Ativa vão realizar ações educativas para
sensibilizar toda a comunidade em torno dessa
questão, a fim de prevenir acidentes.
A Organização mundial da Saúde (OmS) instituiu o
15 de junho como o Dia mundial de Conscientização
da violência Contra a Pessoa idosa. no Brasil, 11% da
população é considerada idosa.
ageNda de eveNtos
19 e 26/Juncircuito de corridas
Nessas datas, ocorrem as etapas Uruguaiana
e são Leopoldo do Circuito sesc de Corridas
2016. inscrições pelo site www.sesc-rs.com.br/
circuitodecorridas
29/Jun
inauguração
inauguração das novas instalações do sesc
Carazinho, com presença de autoridades locais
e do presidente do sistema fecomércio-rs/sesc
Luiz Carlos Bohn.
Tião Rocha afirma que a escola, hoje, não consegue cum-prir a função social de formar cidadãos porque está fecha-da em si mesma, com um conteúdo pré-definido há muitos anos e que não se atualiza. “A educação produzida nas escolas não educa, apenas ritualiza a ‘ensinagem’ e se reproduz ano após ano. Precisamos construir mais espaços e mais tempo de aprendizagem e de humanidade, capacitando os jovens para a formação de uma sociedade mais justa e solidária”, explica.
Para ele, há muita tecnologia disponível, mas os alunos não sabem como transformar informação em conhecimento. Para cada tecnologia de informação e comunicação (TIC) é preciso haver uma tecnologia de aprendizagem e convivência (TAC). “Toda e qualquer pessoa é capaz de aprender no seu tempo e no seu ritmo, mas a tecnologia não pode determinar o tempo de aprendizagem, sob o risco de criar um processo de exclusão daqueles que não conseguirem se apoderar des-sa lógica e velocidade”, diz. Na visão do educador, é preciso construir um sistema de ensino mais ligado à ética, pois ela é o fundamento da nação que se deseja. “Nossa escola deveria nos preparar para a construção de um mundo melhor, e não apenas de mão de obra barata ou especializada”, acrescenta.
O professor, pesquisador e gestor de inovação em educação José Moran defende o equilíbrio entre o mundo analógico e o digital no ensino. “O conceito por trás do que chamo de aula invertida é de ensino e aprendizagem híbridos, que misturam tempos (antes, na sala de aula e depois) com espaços (presen-ciais, digitais), com planejamento flexível, que incorpora os es-tudantes também como coautores e não só como executores de tarefas. As tecnologias auxiliam enormemente os processos, a produção, publicação, compartilhamento e avaliação”, conta.
Segundo Moran, a aprendizagem se constrói em três mo-vimentos principais: a construção individual, em que cada aluno percorre seu caminho, com a supervisão docente; a grupal, em que se aprende com os semelhantes; e a orientada, em que se aprende com pessoas mais experientes. “O currí-culo precisa incorporar roteiros mais individuais de aprendi-zagem (com tempos diferentes de avaliação, de acordo com o ritmo dos alunos), tempos de desenvolvimento de projetos grupais e atividades de aprofundamento, com a supervisão mais direta do professor. É preciso tirar professores da zona de conforto e avançar do modelo disciplinar, de áreas muito segmentadas, para níveis de maior integração e de compe-tências mais amplas”, diz.
36
Junh
o 20
16
134
tendências
Febre nos Estados Unidos, as ofertas estão ganhando cada vez mais o consumidor brasileiro, que pode economizar desde a compra no supermercado até o lanche do McDonald’s. Ao contrário das ofertas de compra coletiva, nesta modalidade o cliente não precisa pagar antecipada-mente por um produto ou um serviço.
A Cuponeria, que oferece descontos nacionalmente, emi-tiu cinco vezes mais cupons entre janeiro e março deste ano do que no mesmo período do ano passado. De acordo com Maria Fernanda Junqueira, cofundadora e CEO da Cupona-tion, a procura por cupom de desconto nos buscadores onli-ne cresceu 2.733% no Brasil desde 2007.
Você já utilizou um cupom de desconto online?
ferecer um código de
desconto é uma forma de
alavancar as vendas, mas
a estratégia pode ser um
tiro no pé se os custos não
forem bem dimensionados
o
Cupom, para que te quero
©istock.com/cornecoba
37
Junh
o 20
16
134
A cuponagem surgiu no formato físico e é muito difundida fora do Brasil. “Nos Estados Unidos, é uma prática muito mais vigorosa”, aponta Claudio Felisoni, presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar). Ele explica que o uso de cupons tem o propósito de atingir públicos mais sensíveis a preço. Em São Paulo, exem-plifica, as pizzarias usam muito promoções em que o cliente que guardar 10 cupons pode trocá-los por uma pizza. “Por que você não dá um desconto de 10% imediatamente e pre-fere fazer com que as pessoas guardem os cupons? É que, ao acumular o cupom, você consegue fazer a separação dos pú-blicos. As pessoas mais sensíveis ao preço guardam cupom, e eu só vou dar desconto para quem guardar os cupons. É um processo de discriminação de preços para consumidores dife-rentes”, elucida Felisoni.
Online, impressO Ou nO smartphOne
Os chamados cupons de desconto costumam trazer uma numeração ou palavra-chave que os usuários pode usar em sites de supermercados, livrarias, eletrodomésticos e ou-tros. “Os cupons da Cuponeria seguem o modelo americano de não precisar pagar nada antes, é só pegar e levar até o estabelecimento. Há descontos para o resgate em lojas, res-taurantes e supermercados. Basta escolher e levar impresso ou no smartphone”, acrescenta Maria Fernanda, formada em Administração de Empresas pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Na Cuponation, o principal público-alvo são pessoas entre 25 e 35 anos que já são consumidores online e estão buscando por uma nova experiência de compra e procuran-do pelas melhores oportunidades, assim como economizar tempo em suas compras online.
Felisoni atribui o recrudescimento da cuponagem a dois motivos. “Com a inflação razoavelmente estável, dentro de padrões civilizados, as pessoas têm uma consciência mui-to maior do preço.” Além disto, também associado à esta-bilidade dos preços, está o fato de que os mercados estão muito mais competitivos. “Ambos os fatores ressaltam a im-portância de atrair a atenção do consumidor, assim como o preço psicológico, o uso de preço quebrado, e promoções do estilo ‘leve três, pague dois’, são estratagemas que estão na mesma ordem.” Por isso, o uso de cupons é uma tendência, pois a competição tende a se exacerbar e, na medida em que
ela é intensificada, é uma das estratégias que surgem para conquistar clientes. “Os cupons virtuais fazem parte desta lógica. São negócios relacionados à intensidade da compe-tição. Na medida em que os preços são razoavelmente es-táveis, os produtos e serviços são muito parecidos também, você procura agregar alguns benefícios, através até mesmo de parcerias com outras empresas que possam oferecer este tipo de serviço.”
Como hoje praticamente tudo está a um clique do consu-midor final, oferecer um cupom com desconto pode ser uma ferramenta para alavancar as vendas, aponta Maria Fer-nanda. Outras vantagens para a empresa que decide lançar uma campanha com cupom são fazer o lançamento de no-vos produtos com sucesso, fidelizar os clientes, fazer mais pessoas conhecerem a marca e usar o incentivo de compra para compensar diminuições sazonais de vendas. Há, ainda, a possibilidade de fazer uma campanha de sampling, isto é, oferecer produtos com 100% de desconto, correspondente à tradicional amostra-grátis.
Oferta tem de ser bem planejada
Entretanto, é preciso cuidado na hora de se lançar nes-te campo. Para ter sucesso, é necessário calcular os custos para não comprometer o lucro. “Quando você está fazen-do um processo de cuponagem, de descontos, é preciso avaliar a elasticidade do preço do seu produto. Quando alguém está transferindo a parte de seu recurso para a em-presa de cuponagem ou mesmo está fazendo a cuponagem, está reduzindo a sua margem de lucro. A redução do preço implica uma avaliação da quantidade. Você precisa ter um acréscimo de volumes que compense a queda do preço”, ressalta Felisoni.
As empresas também devem estar atentas à sua capaci-dade de oferecer os produtos ou serviços. “Como tudo está conectado, um pequeno equívoco repercute muito. Se um pequeno restaurante se associa a uma empresa de cupona-gem e não dimensiona a sua capacidade de entrega, ele colo-ca tudo por água baixo e de uma forma muito rápida”, cita o presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar), justificando que uma pessoa com uma impressão negativa multiplica a sua opinião muito mais do que a pessoa que tem impressões positivas.
38
seNACJu
nho
2016
134
voltada à qualificação para o mercado de trabalho. Chegando à sua 11ª edição, a Fei-ra de Oportunidades do Senac-RS recebeu mais de 100 mil pessoas, de 2 a 6 de maio, nos 497 municípios do Rio Grande do Sul. “Nosso objetivo foi plenamente alcançado, pois con-seguimos levar alternativas a quem busca estar preparado para o mundo do trabalho”, afirma o diretor geral do Senac no Estado, José Paulo da Rosa. Toda a programação acon-teceu gratuitamente nas 43 unidades da instituição, com o mote Você conectado ao mundo do trabalho. O tema faz refe-rência aos 70 anos de tradição da instituição, aliados à cons-tante busca pela qualidade e inovação de serviços.
A educAção profissionAl contou com umA semAnA especiAl
Mais qualificação para o Mercado de
trabalho
11ª edição da Feira de
oportunidades reuniu mais
de 100 mil pessoas em todas
as unidades do senac-rs, de
2 a 6 de maio
A
fotos: divulgação/senac-rs
39
Junh
o 20
16
134
Senac Santa cruz do Sul comemora um ano na
nova Sede Após um ano de atividades em novo prédio,
o senac santa cruz do sul comemora bons resultados. A
diretora, daniela roehrs laner, diz que a modernização
da escola, na rua Venâncio Aires, possibilitou a ampliação
dos atendimentos. “Aprofundamos a nossa atuação em
Gastronomia e outros cursos de nível técnico, além do
atendimento nas demais áreas.” neste período, 2,2 mil
novos alunos ingressaram nos cursos da unidade, nas
áreas de beleza, comércio, comunicação, gastronomia,
gestão de idiomas, informática e saúde, entre outros.
foram realizadas ainda diversas ações socioeducativas,
sendo 10.386 atendimentos gratuitos de beleza e saúde.
alunaS de moda no dragão FaShion BraSil sete
looks, criados pelas estudantes rosane cieplak, Júlia
popsin, luana Jacobus, mônica Bourscheid e daiane
Araújo, do curso de design de moda da faculdade
senac porto Alegre, participaram do dragão fashion
Brasil. integrando a categoria Concurso dos Novos, elas
mostraram peças, inspiradas na Bolívia, no desfile que
ocorreu no dia 5 de maio, em fortaleza, com o tema
sangue latino. os novos talentos apresentaram suas
minicoleções para profissionais e imprensa de moda.
agenda de eventos
Diante das dificuldades enfrentadas no país, a feira trouxe novas perspectivas para quem procura uma opor-tunidade. “Nesse cenário de crise, há um número maior de pessoas desempregadas. São mais de duas mil ocupa-ções oferecidas, em que as pessoas devem estar atentas e se manter capacitadas”, contextualiza, reforçando a im-portância do evento.
As atividades disponibilizadas na capital contabi-lizaram mais de 11 mil atendimentos. Algumas atra-ções com grande participação foram o Senac Móvel e a Tenda de Serviços, oferecidas no estacionamento do Shop-ping Total, com serviços gratuitos nas áreas de beleza e saúde, capacitações e divulgação de vagas de emprego. Outro destaque foi a Feira de Troca de Livros do Senac 24 Horas, que recebeu 185 obras.
Dicas para o primeiro emprego, informações sobre novas tecnologias, finanças e motivação nas relações de trabalho, entre outros temas, fizeram parte das oficinas, workshops e palestras oferecidas à comunidade. Nos mais de 60 pontos de atendimento disponíveis pelo Estado, fo-ram arrecadados alimentos não perecíveis, como forma de inscrição simbólica. As doações serão repassadas para entidades carentes.
Criada em alusão ao Dia do Trabalhador, o evento acontece anualmente e já figura como uma das mais im-portantes ações de incentivo à qualificação profissional do Rio Grande do Sul. “O mercado carece de bons profis-sionais e, no cenário atual, é um grande erro não investir em capacitação”, frisa o dirigente.
6/JunFeira de Projetos em Porto alegre
alunos dos cursos do senac comunidade Zona norte
apresentarão seus trabalhos na feira de projetos
– Mostra de soluções criativas. o evento ocorre na
escola, em porto alegre (av. do forte, 77), das 8h30
às 17h30. inscrições pelo telefone (51) 3361-5970 e
em www.senacrs.com.br/comunidadezonanorte.
29/Jun a 24/JulSenac móvel na 27ª Festa nacional do Peixe
a 27ª festa nacional do peixe acontece de 29
de junho a 24 de julho no centro de eventos de
tramandaí, às margens da lagoa do armazém. de
quinta a domingo, das 10h às 18h, a unidade móvel
do senac contará com atividades e acesso à internet.
unidade móvel, no Shopping total,
contou com uma série de atividades
40
Junh
o 20
16
134
dossiê / Rádio
resente no dia a dia dos
brasileiros há mais de 90
anos, o rádio é um meio de
comunicação envolvente
que constantemente se
reinventa para sobreviver às
inovações tecnológicas
Pou em qualquer lugar onde o ouvinte
estiver. Pode ser transmitido ao vivo ou gravado, com pro-gramação variada ou em pequenas pílulas de podcasts, por meio de computadores, televisores ou aparelhos portáteis. Inserido há mais de um século na rotina das pessoas, o rádio é considerado por muitos um meio de comunicação dinâmico e sedutor. Pesquisa da Kantar Ibope Media mostra que 44% dos brasileiros afirmam escutar o meio diariamente. Mesmo com o surgimento de novas tecnologias, esse importante veículo tem se reinventado para manter a sua preferência, cujo con-sumo médio é de 3h50 nos principais estados do país.
Até hoje, a origem do rádio se mantém sendo um mis-tério, com diferentes relatos e experiências contraditórias.
ElE Está PrEsEntE no trabalho, Em casa, no transPortE
©istock.com/muharrem Öner
Nas oNdas da comuNicação
41
Junh
o 20
16
134
©is
toc
k.c
om
/Jim
eo
ne
Muitos acreditam que a invenção do aparelho responsável por transmitir ondas sonoras a distância foi do italiano Gu-glielmo Marconi, que patenteou a sua criação em 25 de se-tembro de 1896. Mesmo a data sendo conhecida como o Dia do Rádio, há quem reivindique a participação do austro-americano Nikola Tesla, em quem Marconi teria se basea-do. Há ainda registros do pioneirismo do cientista gaúcho Roberto Landell de Moura, que, em 1894, apresentou seu sistema de emissão de ondas sonoras por oito quilômetros, em São Paulo, do bairro de Santana até a avenida Paulista.
Mas o meio só teve a sua primeira transmissão no Brasil em 7 de setembro de 1922, durante a comemoração do cen-tenário da independência do país. Com uma antena instalada no Corcovado do Rio de Janeiro, moradores de Niterói, Pe-trópolis, São Paulo e do próprio Rio ouviram nas ondas do rádio o discurso do então presidente Epitácio Pessoa e a ópera O Guarani, de Carlos Gomes. A primeira emissora a entrar no ar foi a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, a PRE-8, criada em 1923 por Edgard Roquete Pinto – considerado o pai do rádio brasileiro – e Henry Morize. Surgia aí o conceito de “rádio so-ciedade” ou “rádio clube”, em que os ouvintes eram associa-dos e contribuíam com mensalidades para a manutenção da emissora. Doada ao governo em 1936, a estação segue ainda em atividade com o nome de Rádio MEC. Já a Rádio Clube de Pernambuco, em Recife, funcionava inicialmente como um clube em 1919, tornando-se também uma emissora em 1923.
No Rio Grande do Sul, a Rádio Sociedade Rio-Grandense foi inaugurada em 8 de setembro de 1924. Um ano depois, surgiu a Rádio Pelotense, que é considerada a primeira emissora do interior do Estado e a mais antiga ainda em atividade. Com o passar dos anos, novas rádios foram cria-das no país, transmitindo essencialmente música e infor-mação. Em 1932, o então presidente Getúlio Vargas liberou a propaganda do meio, o que impulsionou o desenvolvi-mento de programas de entretenimento.
Diferentes públicos
O apogeu do rádio se deu ao longo da década de 1930, re-fletindo o crescimento da economia nacional, que atraía in-vestimentos estrangeiros. Mas foi somente com a criação da Rádio Nacional, em 1936, que o veículo se popularizou. Essa época, também conhecida como era de ouro, associava-se
aos cassinos e artistas, como Carmen Miranda, Emilinha Borba e Grande Otelo, que tiveram suas carreiras impulsio-nadas pela divulgação no rádio.
Em 1940, a Rádio Nacional foi estatizada, tornando-se o principal veículo de propaganda de Vargas duran-te o Estado Novo. Com isso, manteve-se o melhor elenco de músicos, cantores e radioatores do período, além da constante atualização tecnológica. No ano seguinte, foi veiculada a primeira radionovela do país, Em busca da Fe-licidade. Outra atração de sucesso, lançada no mesmo ano, foi o Repórter Esso, que trazia notícias sobre a 2ª Guerra Mundial e tornou-se um marco no radiojornalismo. Era comum que as famílias se reunissem na sala de casa ou de algum vizinho para ouvirem juntas os grandes canto-res e atores, ou ainda programas de auditório e de humor. Um dos fatos curiosos foi a eleição da rainha do rádio de
Tipos de rádio
Comerciais: operadas por permissionários ou concessioná-
rios, mediante autorização governamental. a maioria delas
é privada, embora órgãos públicos e fundações também
tenham liberdade de exploração, limitados por lei.
Educativa: tem como objetivo único e exclusivo servir aos
interesses de entidades de educação e cultura.
Comunitária: sem fins lucrativos, só pode ser operada por
associações, atendendo a determinadas comunidades.
Web rádio: estação online, com serviços de streaming de áu-
dio em tempo real, programação ao vivo ou gravada.
Indoor: transmissão progressiva de músicas, vinhetas e co-
merciais de um datacenter diretamente para empresas e
comércios de diferentes segmentos.
42
Junh
o 20
16
134
dossiê / Rádio
cUrIosIDaDEs
AtAque mArciAnoEm 30 de outubro de 1938, muitos
ouvintes telefonaram para a cbs e
autoridades policiais, julgando
que os Estados Unidos estavam
sendo invadidos por marcianos.
a adaptação radiofônica do
romance Guerra dos Mundos, de
h.G. Wells, foi tão convincente que
a população norte-americana
acreditou na narração de orson
Welles, transformando o radioteatro
em notícia.
relíquiAso museu da comunicação hipólito
José da costa, em Porto alegre (rua
dos andradas, 959), possui discos de
vinil, roteiros originais de programas
radiofônicos de 1940 a 1960, além
de gravações, depoimentos e en-
trevistas. além disso, o acervo conta
com gravações de jingles e spots do
rádio brasileiro e equipamentos.
o atendimento ao público ocorre de
terça a sexta-feira, das 10h às 11h30
e das 13h às 18h.
42
Junh
o 20
16
134
1949, que marcou uma rivalidade histórica da MPB entre Marlene e Emilinha Borba, sendo a primeira vencedora, com mais de 529 mil votos.
Na década de 1950, o rádio resistiu ao surgimento da te-levisão. Em 1955, foi criada a primeira emissora em frequên-cia modulada (FM) no Brasil: a Rádio Imprensa. Até então, as principais emissoras só usavam a modulação em amplitude (AM). Já em 1962, ocorreu a primeira transmissão via saté-lite, sendo o Brasil incluído no sistema Intelsat três anos de-pois. Após a popularização das rádios FMs, que veiculavam principalmente música – além de incentivar a participação do ouvinte, nas décadas de 1960 e 1970 –, algumas rádios co-meçaram a transmitir a mesma programação nas duas frequ-ências, em meados de 1990.
cArmen mirAnDAVocê sabia que carmen miranda
foi a primeira cantora a fechar
um contrato profissional com
uma rádio? antes dela, os artistas
recebiam apenas pagamentos por
suas participações. Ela gravou seu
primeiro disco com o samba Não Vá
Sim’bora e o choro Se o Samba é
Moda. o sucesso veio somente em
1930, com a marcha carnavalesca
Pra Você Gostar de Mim (Taí), de
Joubert de carvalho.
rep
rod
uçã
o
rep
rod
uçã
o/m
use
u d
a c
om
unic
aç
ão
rep
rod
uçã
o/W
ikip
ed
ia
A partir do ano 2000, as rádios passaram a enfrentar a concorrência da internet e dos aparelhos de MP3. Até en-tão, era primordial para um artista fazer sucesso que sua canção fosse veiculada em estações musicais do país. Na cobertura de notícias, entretanto, o rádio ainda se destaca por sua agilidade, tornando-se o principal veículo de co-municação de massa nas coberturas de trânsito, esportes e política. Há ainda variações de programas na internet, como os podcasts e as playlists. Conforme o Book de Rádio, divulgado pela Kantar Ibope Media em 2015, há 52 milhões de ouvintes do meio no Brasil – 89% em 13 das principais regiões metropolitanas. A maioria são mulheres (53%), que ouvem por aparelhos de rádio comum, como portátil e rádio-relógio, entre outros (65%).
vis
ão e
conôm
ica
43
Junh
o 20
16
134
Marcelo PortugalConsultor Econômico da Fecomércio-RS
Governo Temer: oTimismo
cauTeloso Joã
o A
lve
s/Fe
co
mé
rcio
-RS
a realidade, colocando Joaquim Levy no Mi-nistério da Fazenda. Mas foi só um flerte. Ela sabotava as ações do seu ministro da Fazenda, e a situação fiscal continuou a se deteriorar.Com a chegada de Temer à Presidência demos dois passos importantes para a solução da armadilha fiscal criada nos cinco anos de Go-verno Dilma. Há um reconhecimento explícito de que precisamos de um forte ajuste fiscal e a equipe econômica, da Fazenda e do BC, tem clareza sobre esse rol de ações indigestas que são necessárias para superar esse problema: estabelecimento de uma idade mínima para a aposentadoria, desvinculação orçamentária generalizada, preferencialmente atingindo também estados e municípios, desindexação de benefícios previdenciários assistenciais, redução dos subsídios creditícios às grandes empresas (a chamada “bolsa empresário”), re-gras mais rígidas para pensões, flexibilização das leis trabalhistas, etc.
Mas ainda falta o terceiro passo. Isso é, im-plementar tais mudanças através da aprova-ção de legislação no Congresso. Sou otimista, pois conseguimos avançar ao desnudar a existência do problema fiscal e conhecemos as medidas necessárias para resolver tal problema. Sou cauteloso, pois acredito que muita habilidade política será necessária para aprovar tais medidas.
O pRimEiRO pASSO pARA RESOlvER um problema é aceitar que ele existe. O segundo passo é estabelecer uma lista de ações que visem a resolver, em vez de, simplesmente, adiar o problema. Por fim, o terceiro e último passo consiste em, efetivamente, realizar as ações necessárias para resolver o problema. A analogia média ajuda a entender esse processo. O primeiro passo é perceber que es-tamos doentes, isso é, temos um problema de saúde, e precisamos ir ao médico. O segundo passo ocorre no consultório, quando o médico nos dá uma lista indigesta de recomendações que temos de seguir. Digo indigesta, pois ela normalmente inclui ações desagradáveis, tais como fazer mais exercícios físicos, se alimen-tar melhor, beber menos, parar de fumar, tomar remédios, etc. O terceiro e último passo consiste em seguir esta desagradável, mas necessária, lista de ações recomendadas.
O principal problema de curto prazo da econo-mia brasileira atualmente é o descontrole das contas públicas. É ele que está na raiz dos juros elevados, da queda na atividade econômica e do aumento de desemprego. O Governo Dilma simplesmente se negava a aceitar isso. Ele estava em estado de negação. Durante as elei-ções presidenciais, Dilma vendeu para o país um cenário econômico ilusório. Sob pressão do ex-presidente Lula, Dilma até flertou com
44
Junh
o 20
16
134
nic
ho Confeitarias
mesmo que o consumo atravesse um período de baixa. Ambientes aconchegantes, com aro-mas de café e baunilha pelo ar, oferecem doces em varieda-de e, dependendo do porte, até mesmo produtos mais inova-dores. Seu público é majoritariamente feminino e maduro, razão pela qual o atendimento personalizado e à moda anti-ga, com caneta e bloquinho, ainda é o mais praticado.
Segundo levantamento do Instituto Tecnológico de Pa-nificação e Confeitaria, as empresas do segmento cresceram 2,7% em 2015 no Brasil inteiro, o menor patamar registrado desde 2010. O faturamento chegou a R$ 84,7 bilhões. O estu-do envolveu mais de 1.018 empresas, abrangendo represen-tantes de todos os portes. Houve redução no fluxo de clien-tes (4,2%), mas aumento no tíquete médio (7,6%) e também
O invernO gaúchO cOstuma aquecer as vendas nas cOnfeitarias,
chegada do frio estimula
o comércio de tortas e
doces. as confeitarias
apostam em ambiente,
sabor e atendimento para
conquistar clientes
aA vidA é um doce
©istock.com/JJrd
45
Junh
o 20
16
134
nas despesas operacionais (6,8%). O setor emprega 818 mil pessoas diretamente, e as vendas por produção própria re-presentam 58,3% do volume arrecadado.
Fama atrai clientes
Em Pelotas, a capital nacional do doce, a Confeitaria Otto completa 41 anos de atividade em 15 de agosto. Com 17 fun-cionários, é administrada por César Pereira e seu pai. Com faturamento de R$ 2 milhões/ano, atende 1,5 mil pessoas por dia, sendo metade consumidores finais. A fama do mu-nicípio favorece os negócios. “Quando há eventos ou feiras, os turistas sempre procuram as confeitarias e pedem indica-ções aos pelotenses”, diz César.
O público consumidor, em geral, são as mulheres com 35 anos ou mais. “Nosso atendimento é com caneta e papel, olho no olho, pois o cliente daqui prefere assim, a proxi-midade, a atenção especial”, relata. A loja oferece mais de 40 tipos de lanches, entre os tradicionais doces cristalizados, biscoitos artesanais, tortas e sanduíches, em um ambiente climatizado. O produtor rural da região é valorizado como fornecedor. Além disso, o empresário incluiu novos itens na venda, como o sal do Himalaia e o pó para bebidas Detox Verde. “A onda fit nos leva a buscar novidades, compramos direto das importadoras. Vamos avaliando as vendas para melhorar o serviço e a oferta”, conta.
A Otto não registrou crescimento durante a instabilida-de econômica, mas também não sofreu queda. “Seguimos mantendo o padrão de qualidade nos produtos e esse foi o nosso diferencial para fidelizar a clientela. Houve crise especulativa, o preço dos produtos da estação subiu, mas o salário das pessoas também”, pondera. Cerca de 70% das mercadorias são produzidas ou compra-das diariamente, conforme a demanda.
A loja abre de segunda a sábado e conta com reforço na equipe para o horário de pico, das 14h às 18h. O inverno é a melhor época para a con-feitaria. “É mais acolhedor, o aroma do café fica no ar, o ar-condicionado deixa o espaço quentinho. Temos pú-
blico no verão também, é claro. O que realmente atrapalha são a chuva e os alagamentos”, discorre. Nas redes sociais, o trabalho é forte para atrair compradores. “Elas trazem um mercado que de outra forma eu não alcançaria e não custam absolutamente nada. Só não dá direito a resposta instantâ-nea, pode criar dano irreparável, mas faz parte do jogo.”
Produtos exclusivos
A Confeitaria Martha, em Canela, é outro estabeleci-mento muito favorecido pelo turismo. No inverno, as bai-xas temperaturas da Serra fazem triplicar o movimento. A loja também produz alimentos para o café da manhã de hotéis em Gramado: bolos, tortas, cucas, croissants, quiches, cheesecakes. Este comércio B2B representa 30% do fatura-mento mensal e não cessa mesmo nas estações de calor.
Com 33 anos de história, a confeitaria começou com a avó Martha e hoje está a cargo da neta Cristina Saul e de seus pais. Os clientes são bem fiéis, muitos são amigos da família, e nos dias em que a venda de balcão é fraca, a parte hoteleira compensa. “Temos os mesmos produtos há muito tempo, são receitas exclusivas de minha avó, que só ela fa-zia, como a torta do céu, a torta nescau, torta branca, torta de sardinha, a pizza de strudel”, pontua a empresária.
div
ulg
aç
ão
/co
nfe
itaria
Otto
Na capital nacional do doce, a Confeitaria
Otto conta com mais de 40 anos de atividade
46
Junh
o 20
16
134
nic
ho Confeitarias
nic
ho
Mesmo com a crise, Cristina considera o momen-to benéfico porque os produtos de padaria e confei-taria não encareceram tanto. “Comer uma empada, uma fatia de torta e tomar um café não custa tanto quanto um cheeseburguer nas lancherias da cidade”, exemplifica. Com funcionamento de terça a domin-go, a loja tem sete funcionários, mas a família está sempre presente na produção e no atendimento. “A mão de obra é um desafio, porque há grande rotati-vidade, às vezes não temos nem tempo de treinar direito o colaborador”, reclama.
As redes sociais têm operado como um gran-de canal de divulgação para a Confeitaria Martha. Tanto as postagens no perfil da empresa quanto os anúncios pagos trazem visualizações e resulta-dos. “Se eu posto algo às 10h, o pessoal da redon-deza olha, liga e vem consumir. Para quem é da cidade funciona muito”, destaca. “Muitas famílias são clientes, e pessoas de mais idade. Eles valori-zam a qualidade, em primeiro lugar, e o ambiente. Comemoramos aniversários aqui, conhecemos os clientes, eles vêm conversar e fazer encomendas, há uma proximidade grande.”
Herança Portuguesa
Porto Alegre conta desde janeiro com uma confeita-ria portuguesa da gema, a Amo.te Lisboa, localizada no bairro Independência. O proprietário é o engenheiro e professor Filipe Lopes, natural de Almada, cidade do ou-tro lado do Rio Tejo, com vista privilegiada para a capital lusitana. Há 16 anos morando no Brasil, ele começou a produzir os famosos pastéis de Belém para a comunidade que se reúne em torno da Casa de Portugal para celebrar a cultura daquele país. “No ano passado, levamos doces típicos para todos os eventos e vimos que havia chance de um empreendimento nessa linha dar certo”, afirma.
O estabelecimento, mesmo com tão pouco tempo de ati-vidade, já paga as suas contas. “Esperava ficar remando nos seis primeiros meses, mas me surpreendi com o movimen-to. O frio ajuda muito. Quem não gosta de um docinho e uma bebida quente?”, observa. As receitas, da avó de Lopes, são seguidas à risca. O diferencial do negócio é justamente produzir doces exatamente como são feitos na terra de Ca-mões. O carro-chefe é mesmo o pastel de Belém, mas outras variedades de delícias portuguesas também estão disponí-veis, como os pastéis de Santa Clara, a tarte de amêndoas,
a queijada de Sintra e o toucinho do céu.A loja pequena, dotada de uma bancada de três
lugares, procura ser o mais parecida possível com os cafés de Lisboa, com uma imagem descolada do que o brasileiro identifica como cultura portu-guesa (o vira-vira, os bigodes grandes, a bandei-ra). As mulheres são as maiores frequentadoras, bem como os moradores dos prédios próximos e as senhoras que fazem encomendas para os chás com as amigas. O hobby levado a sério, como diz Lopes, já conta com página curtida por mais de 3,5 mil pessoas nas redes sociais. O perfil, aliás, surgiu antes da loja, para que no início das ope-rações os interessados já encontrassem conteúdo online. “É o nosso cartão de visitas, com resultados muito positivos”, resume o proprietário.
Amo.te Lisboa: doceria aberta na capital
segue à risca receitas lusitanas
div
ulg
aç
ão
/am
o.te
Lisb
oa
47
Junh
o 20
16
134
pelo mundo
Selo braSileiro indica pegada de carbono e de água doS produtoS O Ministério do Desenvol-vimento, Indústria e Comércio (MDIC) lançou uma nova certificação para empre-sas interessadas em mostrar os benefícios ambientais de seus produtos em compa-ração a competidores internacionais. O sistema foi criado por meio de um processo participativo que envolveu 20 grandes
empresas brasileiras de diversos setores com foco na redução das emissões de gases de efeito estufa e no consumo mais eficiente de recursos hídricos. De acordo com o MDIC, a capacidade de destacar o baixo impacto ambiental dos produtos brasileiros também trará vantagens para o mercado doméstico, já que permite às empresas demonstrarem suas vantagens em relação a produtos importados, que podem até ser mais baratos, mas frequentemente têm maior impacto ambiental em seus ciclos produtivos.
MuSeu da eMpatia quer revolucionar aS relaçõeS huManaS na inglaterra Você já imaginou como seria pas-
sar anos na prisão, ser uma criança vivendo no deserto ou se apaixonar novamente aos 80 anos? O Museu da Empatia te ajuda a tentar entender. Lançado em 2015 em Londres como parte do Thames Festival, é o pri-
meiro espaço de arte experimental dedicado a ajudar os visitantes a se colocar no lugar de outras pessoas e ver o mundo através dos olhos delas. Com exposição itinerante, o objetivo do museu é promover uma revolu-ção nas relações humanas por meio
do desenvolvimento da empatia. Dois de seus projetos mais famosos são a Biblioteca Humana, onde você pode “retirar” uma pessoa para uma conversa, assim como faria com um
livro, e a exposição A Mile In My Shoes, uma exibição em formato de loja de sapatos onde o visitante é convidado a vestir os calçados de outra pessoa – em alusão à expressão inglesa in your shoes, que significa “nos seus sapatos”
(o sentido é o de “estar no lugar de alguém”) – enquanto escuta sua his-tória narrada por ela mesma. A cada lugar que passa, a exposição recolhe
mais pares de calçados e histórias para a sua coleção. Para os criado-
res do projeto, empatia é o antídoto perfeito contra preconceito, conflitos
sociais e desigualdade. É possível conhecer mais sobre o projeto e ouvir
algumas dessas histórias pelo site www.empathymuseum.com.
MarcaS de roupa dão garantia eStendida de SeuS produtoS a conSuMidoreS Quesito indispensável na compra de
bens duráveis, como carros, eletrodomésticos e eletroeletrônicos, a garantia não costuma ser o
diferencial na mente da maioria dos consumi-dores na hora de escolher peças de vestuário e
acessórios. No entanto, marcas no mundo intei-ro estão transformando a extensa duração do
produto em bandeira de qualidade e confiança de suas empresas. Algumas companhias estão
indo além: elas oferecem garantias por toda a vida útil da peça de roupa. O quão longa é a duração desta vida depende de cada empresa, mas, descon-
siderado o desgaste natural do uso, muitas ainda oferecem outras opções para o consumidor, como conserto do produto por preços acessíveis,
reposição de mercadoria ou dinheiro de volta, caso ele não esteja satisfeito totalmente com sua experiência. Entre as marcas que se comprometem
com a garantia “eterna” estão as fabricantes de sapatos Dr. Martens, Bogs Footwear e Chacos Footwear e as produtoras de mochi-las L.L. Bean e JanSport. É uma maneira de construir um selo de qualidade e demonstrar confiança no produto que vendem, seja como estratégia de
marketing ou como missão para seus negócios.
Div
ulg
açã
o/Em
pa
thy
Mus
eum
©iS
toc
k.c
om
/Jo
hn_K
asa
wa
Div
ulg
açã
o/D
r. M
arte
ns’s
Blog
48
Junh
o 20
16
134
vis
ão p
olitica
Como brasileiro, fiCo entristeCido ao perceber que uma parcela significativa da sociedade – justamente aquela que se julga a mais culta e instruída, e, portanto, proprietária da moralidade – venha a público reivindicar a criação de um ministério específico para a cultura. Espero que desconheçam o que estão falando, ou estarão revelados seus verdadeiros interesses. No mínimo, uma inversão de prioridades em um momento de crise, em que sequer serviços públicos básicos estão sendo prestados à população de forma satisfatória. Em certa medida, faz parte da crença brasileira que todo problema pode ser resolvido com a criação de uma instituição ou por via de lei.
Não pretendo entrar em uma discussão efêmera sobre cultura e educação. A pró-pria noção de cultura compreende diver-sos significados, amplamente estudados. O fato é que quem discute se a cultura deve ter um ministério ou uma secretaria pouco está discutindo o planejamento e a construção de políticas públicas para o setor, o efeito da cultura na vida dos cida-dãos ou a qualidade da produção cultural que é oferecida ao público. Está, na verda-de, exigindo a nomeação de um ministro, de motoristas, pilotos de avião, a compra ou aluguel de aeronaves, e, principalmen-
RodRigo giacometConsultor Político da fecomércio-rs
O ministériO da cultura e a cultura
dO ministériO
arq
uivo
/fe
co
mé
rcio
-rs
te, um prédio exclusivo para a contrata-ção de centenas de assessores.
Toda essa estrutura estará a serviço de um ministro que terá, como objetivo principal, distribuir recursos para a realização de obras, espetáculos, produções audiovisuais e outras atividades culturais que são, com toda a certeza, importantes para a sociedade, e podem ser financiadas pelo Estado. Porém, com um problema fundamental. A subjetividade da produção artística dificulta a mensuração de resultados, e o contribuinte, que é o verdadeiro cliente da cultura, é obrigado a pagar por serviços que não contratou. E ainda, caso realmente queira consumir este produto, provavelmente irá pagá-lo novamente na forma de ingressos ou compra de produtos. Em outras palavras, o ministro poderá destinar recursos públicos a quem lhe interessar, sem critérios objetivos.
Mas, com toda a certeza, em meio a centenas de assessores e milhares de membros da “classe” há pessoas qualificadas e interessadas em desenvolver políticas públicas que façam da cultura um indutor do desenvolvimento intelectual da nação. Ao que parece, faz todo o sentido que essas pessoas trabalhem no Ministério da Educação.
49
Junh
o 20
16
134
monitor de juros mensal
O Monitor de Juros Mensal é uma publicação que objetiva auxiliar as empresas no processo de tomada de
crédito, disseminando informações coletadas pelo Banco Central junto às instituições financeiras.
O Monitor compila as taxas de juros médias (prefixadas e ponderadas pelos volumes de concessões na primeira
semana do mês) praticadas pelos bancos com maior abrangência territorial no Rio Grande do Sul, para seis
modalidades de crédito à pessoa jurídica.
Capital de Giro Com prazo até 365 dias
Cheque espeCial
anteCipação de Faturas de Cartão de Crédito
no
tas
Capital de Giro Com prazo aCima de 365 dias
Conta Garantida
desConto de Cheques
Na modalidade de capital de
giro com prazo até 365 dias, o
Itaú registrou a menor taxa
média de concessão em maio,
devido a sua redução e à
ausência de informações do
Citibank para a semana de
referência. A Caixa, por sua
vez, se manteve com a maior
taxa média da modalidade.
Na modalidade de cheque
especial, de modo geral, as
taxas médias de juros mantiveram
a estabilidade tradicional em
maio. O Banrisul segue, com
folga, com a menor taxa média
de concessão. Caixa, HSBC e
Santander, por outro lado,
registram as maiores taxas
médias no mês.
Na modalidade de
antecipação de faturas de
cartão, o Banco Safra seguiu
no primeiro lugar em maio.
Entre os bancos de maior
abrangência, o Santander,
apesar de elevação no
mês, manteve a menor taxa
média de juros.
Na modalidade de capital de
giro com prazo acima de 365
dias, o Banco Safra, com queda
acentuada em relação a abril,
registrou a menor taxa média de juros,
também em decorrência da ausência
de informações do Citibank no
mês de maio. O HSBC e o Santander
ocupam o segundo e o terceiro
postos, respectivamente.
Na modalidade conta
garantida, também se
observou alguma estabilidade
em maio. Com muita oscilação no
comportamento semanal, o Citibank
manteve a primeira colocação na
entrada de maio. Entre os bancos de
maior abrangência, o Banco do Brasil
registra a menor taxa média de
concessão da modalidade.
Na modalidade de desconto
de cheques, apesar de registrar
elevação em sua taxa média, o
Banco Safra permaneceu no primeiro
posto em maio, seguido de perto
pelo Banrisul. O Banco do
Brasil, em contrapartida, segue
registrando a maior taxa média de
concessão para a modalidade.
1) A fonte das informações utilizadas no Monitor de Juros Mensal é o Banco Central do Brasil, que as coleta das instituições financeiras. Como cooperativas de crédito e financeiras não prestam essa classe de informações ao Banco Central, elas não são contempladas no Monitor de Juros Mensal.2) As taxas apresentadas referem-se ao custo efetivo médio das operações, incluindo encargos fiscais e operacionais incidentes sobre elas.3) Período de coleta das taxas de juros: 2/05/2016 a 6/05/2016.
Instituição
Instituição
Instituição
Instituição
Instituição
Instituição
Taxa de juros(% a.m.)
Taxa de juros(% a.m.)
Taxa de juros(% a.m.)
Taxa de juros(% a.m.)
Taxa de juros(% a.m.)
Taxa de juros(% a.m.)
abr
2,41
2,17
1,96
2,77
2,78
2,95
3,15
abr
9,43
11,15
12,30
12,82
12,94
12,68
13,27
13,58
abr
1,90
2,30
3,07
3,22
3,59
3,69
abr
2,60
2,48
2,36
2,61
2,53
2,51
2,70
3,11
abr
2,12
2,75
2,77
2,93
3,22
3,59
5,08
9,56
Itaú
HSBC
Santander
Banco Safra
Bradesco
Banrisul
Caixa
Banrisul
Banco Safra
Itaú
Banco do Brasil
Bradesco
Caixa
HSBC
Santander
Banco Safra
Santander
Banco do Brasil
Bradesco
HSBC
Itaú
Banco Safra
HSBC
Santander
Bradesco
Itaú
Caixa
Banrisul
Banco do Brasil
Citibank
HSBC
Banco do Brasil
Banrisul
Santander
Itaú
Bradesco
Banco Safra
Banco Safra
Banrisul
Santander
HSBC
Caixa
Itaú
Bradesco
Banco do Brasil
MaI
1,90
2,07
2,30
2,43
2,89
2,91
3,15
MaI
9,23
12,08
12,43
12,83
12,86
13,45
13,51
13,62
MaI
1,90
2,58
3,11
3,19
3,54
3,64
MaI
1,75
2,13
2,35
2,45
2,49
2,50
2,62
2,88
MaI
2,62
2,78
2,84
3,00
3,26
3,59
5,12
10,71
MaI
2,48
2,57
2,92
3,16
3,19
3,21
3,26
3,42
abr
2,18
2,58
2,86
3,12
3,22
3,28
3,35
3,35
É permitida a reprodução total ou parcial deste conteúdo, elaborado pela Fecomércio-RS, desde que citada a fonte. A Fecomércio-RS não se responsabiliza por atos/interpretações/decisões tomados com base nas informações disponibilizadas por suas publicações.
/ maio 2016
50
Junh
o 20
16
134
DICAS DO MÊS
O hOmem e O ratO pOr trás da lenda O filme Walt antes de
Mickey conta a história de Walt Disney antes de se tornar o mais conhecido
animador de todos os tempos e fundador de uma das maiores e mais
rentáveis empresas de entretenimento do mundo. Interpretado por Thomas
Ian Nicholas, o Walt Disney do longa é atrapalhado, incerto, mas apaixonado por desenhos desde a sua infância hu-milde em uma fazenda no interior dos Estados Unidos. O drama aborda prin-cipalmente a importância de construir capital humano de qualidade e passa
por temas como inovar, assumir riscos para dar continuidade à empresa e, principalmente, acreditar nos seus sonhos mesmo quando tudo parece
perdido. Também é possível aprender lições sobre resiliência e persistência,
além de assistir a verdadeiras aulas so-bre negociação, vendas e compras, em
prol da valorização do seu trabalho. Como um bônus, descobrimos onde nasceu a inspiração para o ratinho
hoje mundialmente famoso.
film
e
Ficha técnicaTíTulo: Walt antes de Mickey
Gênero: Drama biográfico
Direção: Khoa Le
Duração: 120 min
ano De lançamenTo: 2014
enriquecer valOrizandO a vida pessOal Recém-lançado, o livro As leis invisíveis do dinheiro revela as principais técnicas do método de coaching financeiro de criação de riquezas, criado pelo consultor Ricardo Melo, fundador do instituto que leva o seu nome. A publicação traz conceitos fundamentais do tema, como o crescimento financeiro e a construção de patrimônios mesmo com pouco dinheiro, trabalhando o desenvolvimento pessoal ao
mesmo tempo. A compra e venda de imóveis também é abordada pelo consultor. A obra levanta questões como a administração de tempo próprio, disciplina para economizar e melhorias na área afetiva. Melo ainda incentiva os profissionais a se desenvolverem como seres humanos à medida que enriquecem, investindo de maneira alinhada com os valores que mais fazem sentido na vida.
Rep
rod
uçã
o livrO
Ficha técnicaTíTulo: As leis invisíveis do dinheiro
auTor: Ricardo Melo
eDiTora: Editora Gente
ano: 2016
Rep
rod
uçã
o
APP
pOr cOmpras mais saudáveis Para facilitar a vida de quem gosta de consumir produtos naturais orgânicos, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) lançou
o aplicativo Mapa de Feiras Orgânicas. Continuação do projeto homônimo que disponibiliza informações sobre
todas as feiras orgânicas espalhadas pelo país, o app utiliza uma tecnologia de geo-
localização para iden-tificar onde o usuário
se encontra e, a partir daí, indica uma rota
para chegar à feira mais próxima. Para comple-tar, ainda estão dispo-níveis sugestões de receitas saudáveis com os alimentos regionais de cada feira. O aplicativo está disponível para
dispositivos móveis com sistemas iOS e Android.
Rep
rod
uçã
o