revista bens & serviços

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Entrevista CLÁUDIA LAITANO, EDITORA E COLUNISTA DE ZERO HORA, DESTACA A IMPORTÂNCIA DE SE INVESTIR EM CULTURA MERCADO O que é necessário para o sucesso de um clube de assinaturas NICHO Fruteiras buscam se diferenciar com venda de produtos especializados COMERCIANTES ADOTAM SAÍDAS CONTRA A FALTA DE SEGURANÇA TRIBUTOS Decisão provisória sobre novas regras do ICMS deve ser mantida & 132 Abril Revista da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul BENS SERVIÇOS SEGURANÇA

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Edição 132

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Page 1: Revista Bens & Serviços

Entrevista cláudia laitano, editora e colunista de zero hora, destaca a importância de se investir em cultura

mercado o que é necessário para o sucesso

de um clube de assinaturas

nicho Fruteiras buscam se diferenciar com venda de produtos especializados

ComerCiantes adotam saídas Contra a falta de segurança

tributos decisão provisória sobre novas regras do icms

deve ser mantida

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ilRevista da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul

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Presidente do Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac

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luiz carlos bohn

Prejuízo Para todos

EStaMoS REFénS da criminalidade no Rio Grande do Sul. Infelizmente esta é a realidade e não há como usar meias-palavras para des-crever um cenário tão crítico quanto o que estamos vivendo. Embora o problema não seja recente e muito menos exclusividade do nosso Estado, ele está se agravando de forma preocupante, exigindo um enfrentamento certeiro e imediato.

A insegurança está fazendo com que toda a sociedade sofra perdas. Os empresários, já bastante impactados pela retração do consumo e alta das despesas, são impelidos a administrar um contexto ainda mais grave provocado pela falta de segurança, tendo que arcar com prejuízos decorrentes de roubos e assaltos, além de elevarem ainda mais seus gastos com serviços privados de segurança a fim de evitar novas ocorrências e proteger tanto funcionários quanto consumidores.

Gerir um empreendimento nesse cenário é ainda mais desafiador, porque, como qual-quer cidadão, os trabalhadores também ficam apreensivos. Investimentos em expansão, melhoria de processos e elevação da produ-tividade ficam ainda mais comprometidos. Evidentemente, as margens de ganho ficam

ainda menores, o que, não raro, inviabiliza muitas empresas.

Do ponto de vista do cidadão, o problema não é menor. Ele, que sente no seu dia a dia o avan-ço da criminalidade, fica ainda mais receoso, com menor propensão para o consumo. O efei-to de tudo isso é que o próprio poder público começa a ver sua arrecadação cair ainda mais, pois, está claro, não há ambiente favorável aos negócios e à geração de riquezas.

Segurança é um direito do cidadão e um dever do Estado, que precisa inserir essa questão dentro de um orçamento limitado e defi-citário. Urge, portanto, eleger prioridades. Fortalecer as polícias, materialmente e com treinamento, é uma necessidade inquestio-nável. Mas tão importante quanto essa ação, que se dá na esfera do Executivo, é envolver os poderes Legislativo e Judiciário no esforço de combate à criminalidade.

A certeza da impunidade talvez seja o motor que move essa grande engrenagem que pren-de cidadãos de bem em suas casas e coloca a marginália a espalhar o medo. Recrudescer leis é a condição primeira para começarmos a ter uma reversão nesse quadro tão grave. Sem leis que amparem as decisões jurídicas, poucos avanços serão feitos.

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especial / segurança

revista bens & serviços / 132 / abril 2016

sum

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a alta da criminalidade está

sendo debatida por várias

entidades ligadas ao comércio

de bens e serviços, que buscam

soluções em conjunto

com o poder público para

prevenir roubos e furtos e

promover a segurança para

toda a sociedade

40

dossiê

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congressosindicato

em torres, nomes de peso das

áreas trabalhista e sindical

discutiram desafios e necessidades

sobre temas do setor

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sindilojas santa rosa expande

serviços em municípios de sua

região, com a abertura de seis

seccionais até 2017

conheça a histÓria do telefone

e saiba quem foi o precursor

deste produto, que vendeu um

protÓtipo a graham bell

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Esta revista é impressa com papéis com a certificação FSC® (Forest Stewardship Council), que garante o manejo social, ambiental e economicamente

responsável da matéria-prima florestal.

Selo FSC

PubliCação mEnSal do SiStEma FEComérCio-rS FEdEração do ComérCio dE bEnS E dE SErviçoS do EStado do rio GrandE do Sulavenida alberto bins, 665 – 11º andar – Centro – Porto alegre/rS – brasil

CEP 90030-142 / Fone: (51) 3284.2184 – Fax: (51) 3286.5677 www.fecomercio-rs.org.br – [email protected]

www.revista.fecomercio-rs.org.br

Presidente:luiz Carlos bohn

Vice-Presidentes: luiz antônio baptistella, andré luiz roncatto, levino luiz Crestani,ademir José da Costa, alécio lângaro ughini, arno Gleisner, diogo Ferri Chamun, Edson luis da Cunha, Flávio José Gomes, Francisco José Franceschi,

ibrahim mahmud, itamar tadeu barboza da Silva, ivanir antônio Gasparin, João Francisco micelli vieira, Joel vieira dadda, leonardo Ely Schreiner, marcio

Henrique vicenti aguilar, moacyr Schukster, nelson lídio nunes, ronaldo Sielichow, Sadi João donazzolo,Júlio ricardo andriguetto mottin, Zildo de marchi, leonides Freddi, Paulo roberto diehl Kruse, adair umberto mussoi, élvio renato

ranzi, manuel Suarez, Gilberto José Cremonese, ivo José Zaffari

diretores: Walter Seewald, Jorge ludwig Wagner, antonio trevisan, Carlos Cezar Schneider, Celso Canísio müller, Cladir olimpio bono, daniel amadio,

davi treichel, denério rosales neumann, denis Pizzato, dinah Knack, Eduardo luiz Stangherlin, Eduardo luís Slomp, Eider vieira Silveira, Elenir luiz bonetto, Ernesto alberto Kochhann, élio João Quatrin, Gerson nunes lopes, Gilberto

aiolfi, Gilmar tadeu bazanella, Giraldo João Sandri, Guido José thiele, isabel Cristina vidal ineu, Jaucílio lopes domingues, João antonio Harb Gobbo,

Josemar vendramin, José nivaldo da rosa, liones oliveira bittencourt, luciano Stasiak barbosa, luiz Caldas milano, luiz Carlos dallepiane, luiz Henrique Hartmann, marcelo Francisco Chiodo, marice Fronchetti, mauro Spode,

nerildo Garcia lacerda, olmar João Pletsch, Paulo roberto Kopschina, remi Carlos Scheffler, rogério Fonseca, Silério Käfer, Sueli morandini marini, alberto amaral alfaro, aldérico Zanettin, antônio manoel borges dutra, antônio odil Gomes de Castro, ary Costa de Souza, Carina becker Köche, Carlos alberto Graff, Celso Fontana, Cezar augusto Gehm, Clori bettin dos Santos, daniel miguelito de lima, daniel Schneider da Silva, Eliane Hermes rhoden, Elvio

morceli Palma, Erselino achylles Zottis, Flávia Pérez Chaves, Francisco amaral, Gilda lúcia Zandoná, Henrique José Gerhardt, Jamel Younes, Jarbas luff Knorr, Jolar Paulo Spanenberg, José lúcio Faraco, Jovino antônio demari,

leomar rehbein, luciano Francisco Herzog, luiz Carlos brum, marcelo Soares reinaldo, marco aurélio Ferreira, miguel Francisco Cieslik, nasser mahmud

Samhan, ramão duarte de Souza Pereira, reinaldo antonio Girardi, régis luiz Feldmann, ricardo Pedro Klein, Sérgio José abreu neves, valdir appelt, valdo

dutra alves nunes, vianei Cezar Pasa

conselho Fiscal: luiz roque Schwertner, milton Gomes ribeiro, rudolfo José müssnich, Hildo luiz Cossio, nelson Keiber Faleiro, Susana Gladys

Coward Fogliatto

delegados rePresentantes cnc: luiz Carlos bohn, Zildo de marchi, andré luiz roncatto, ivo José Zaffari

conselho editorial: Júlio ricardo andriguetto mottin, luiz Carlos bohn e Zildo de marchi

assessoria de comunicação: aline Guterres, Camila barth, Caroline Santos, Catiúcia ruas, Fernanda romagnoli, liziane de Castro, luana trevisol e

Simone barañano

coordenação editorial: Simone barañano

Produção e eXecução: temática Publicações

edição: Fernanda reche (mtb 9474)

rePortagem: Cláudia boff, diego Castro, laura Schenkel e marina Schmidt

colaboração: amanda Kaster, Edgar vasques, Juliana Yamaoka,nathália Cardoso e nathália lemes

edição de arte: Silvio ribeiro

reVisão: Flávio dotti Cesa

imagem de caPa: ©iStock.com/don bayley

tiragem: 21,1 mil exemplares

é permitida a reprodução de matérias, desde que citada a fonte. os artigos assinados não refletem, necessariamente, a opinião do veículo.

seção página

0603

08121417182224263234363840434447484950

Sobre / despedida

Palavra do Presidente

Notícias & Negócios

Mercado

10 Passos / Procrastinação

Opinião

Entrevista

Sindicato

Tributos

Especial / Segurança

Saiba Mais

Sesc

Congresso

Senac

Dossiê / telefone

Visão Econômica

Nicho / Fruteiras

Pelo Mundo

Visão Política

Monitor de Juros

Dicas do Mês

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Despedida

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Toda história tem um fim. Mas, na vida, todo final é só um novo começo.“

Ray Schleine Personagem do filme Grande Menina, Pequena Mulher (2003).

Muitas vezes é necessário preparar-se para

deixar para trás o conhecido eM busca de

novas oportunidades Mundo afora. contudo,

alguMas pessoas podeM sentir pesar eM dizer

adeus à segurança e ao conforto do que

lhes é faMiliar. o iMportante é ressaltar que

boas perspectivas são renovadoras

”“Para quem tem medo, e a nada se atreve, tudo é ousado e perigoso. (...) Esse medo que se enraíza no coração do homem impede-o de ver o mundo que se descor-tina para além do muro, como se o novo fosse sempre uma cilada, e o desconhecido tivesse sempre uma armadilha a ameaçar nossa ilusão de segurança e certeza. (...) Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já têm a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.”

FeRnando TeixeiRa andRade, na crônica O medo: o maior gigante da alma

“Nossas vidas são pautadas por ciclos,

de variáveis intensidades, onde pode-

mos muitas vezes definir exatamente o

ponto de início e o ponto de término.

Então, deve-se ter em mente que uma

despedida é também o final de um ci-

clo. O passado deve ser um grande ambiente de onde

se extraem aprendizados. Ficar ‘preso’ a ele, e não sair

de um ciclo claramente definido denota isto, irá certa-

mente gerar diversas outras consequências. Muitas de-

las inconscientes e que, provavelmente, poderão fazer

com que esse profissional tenha algumas dificuldades

em manter a sua evolução na carreira.”

caRloS RenaTo diaS, consultor de gestão especializado em

liderança e empreendedorismo

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PIB caI 3,8% em 2015 O Produto Interno Bruto (PIB) teve queda de 3,8% em 2015, o pior resultado desde o início da série histórica atual, iniciada em 1996, na série sem ajuste sazonal. Os dados relativos ao fe-chamento da economia brasileira no ano passado foram divul-gados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A retração da economia foi sentida em todos os setores da economia, com exceção da agropecuá-ria, com crescimento de 1,8%, impulsionada pela alta do dólar e da produ-ção de soja no país. Pelos resultados anunciados, 2015 é o segundo ano sem crescimento da econo-mia. Em 2014, a variação foi de 0,1%, considerada como estabilidade.

fOcus prevê inflaçãO de 7,31% para

2016 Analistas e investidores do mercado

financeiro voltam a elevar a estimativa de

inflação medida pelo Índice de Preços ao

Consumidor Amplo (IPCA). A nova perspec-

tiva agora é de uma elevação de 7,31%

neste ano. Para 2017, a estimativa segue em

6%, de acordo com o boletim Focus, publi-

cação divulgada semanalmente pelo Banco

Central (BC). Os preços administrados como

a gasolina e o gás de cozinha, no entanto,

tiveram suas estimativas reduzidas de 7,5%

para 7,4. A taxa de câmbio esperada em

dezembro chega a R$ 4,30. A projeção para

a queda do Produto Interno Bruto (PIB) passou

de 3,5% para 3,66% neste ano, com expec-

tativa de queda na produção em 4,5%. Para

2017, a estimativa de crescimento do PIB foi

mantida em 0,35%.

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esPaço sIndIcal

sindilOjas Gravataí faz parceria cOm

ObservatóriO sOcial O Sindilojas Gravataí as-

sinou em março o termo de compromisso com

o Observatório Social de Gravataí e Glorinha,

cedendo um prédio no centro da cidade, além

de mobiliário e equipamento em comodato,

para que a entidade, que fiscaliza o uso correto

dos recursos públicos, funcione.

OspOa nOtifica mp sObre licitaçãO em pOrtO

aleGre O Observatório Social da capital não

recebeu retorno satisfatório da prefeitura mu-

nicipal sobre irregularidades em uma licitação

de construção de rampas de acessibilidade na

cidade. Além de sugerir a suspensão do contrato,

o Ospoa notificou o Ministério Público e o Tribunal

de Contas do Estado, solicitando providências.

sindilOjas reGiOnal bentO recebe cOmitiva

de Garibaldi O presidente do Sindilojas Regio-

nal Bento, Daniel Amadio, recebeu em uma

reunião representantes de entidades ligadas ao

comércio de Garibaldi. O objetivo foi promover

ações que busquem criar maior aproximação e

sintonia entre a comunidade.

sindilOjas pOrtO aleGre prOmOve missãO

empresarial para O peru O Sindilojas Porto

Alegre organiza uma viagem a Lima para a

Peru Modas, feira da indústria peruana de 19 a

23 de abril, para associados à entidade esta-

belecerem contatos de negócios e reunirem

informações para compras e investimentos.

sindilOjas vale dO taquari abre inscrições

para O relOad 2016 A entidade está organi-

zando mais uma edição do Reload, evento

de capacitação para o varejo que traz o

tema Revolução: você participa ou assiste?

em 2016. Inscrições devem ser feitas pelo site

www.reloadsindilojas.com.br

Rs lIdeRa aBeRtuRa de vagas em feveReIRo a geração de emprego com carteira assinada no Rio Grande do Sul foi a maior entre todos os estados em fevereiro. De acordo com o relatório do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado em março pelo Ministério do Trabalho, foram geradas 6.070 novas vagas. O maior número de novos postos for-mais foi criado na indústria de fumo, borracha e calçados e na agropecuária, ao contrário do comércio e construção civil, os se-tores que mais demitiram no período. Apesar do bom resultado, a criação de vagas formais nos últimos 12 meses segue negativa, com fechamento de mais de 94 mil postos de trabalho no Estado.

multa de 10% dO fGts pOde ser extinta O Senado Federal deverá

decidir, nos próximos meses, sobre a extinção do pagamento, por

parte do empregador, da contribuição social de 10% do Fundo

de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) no caso de demissão de

funcionário sem justa causa. O valor é cobrado em conjunto com

a indenização de 40% calculada sobre o total acumulado em seu

FGTS durante o contrato de trabalho, mas a fatia fica com a União.

O projeto já foi reconhecido no Supremo Tribunal Federal (STF), mas a

aprovação no Congresso pode acelerar a definição sobre o tema.

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IBge aPResenta novos maPas InteRatIvos PaRa análIseO Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) lançou no últi-mo mês dois novos formatos de disseminação de informação para pes-quisa: a Grade Estatística e o Atlas Digital Brasil 1 por 1. Utilizando os resultados do Censo 2010, as ferramentas possibilitam uma aplicação interativa para visualização e consulta, permitindo desenhar qualquer área na tela e obter os dados sobre população (total e por sexo) e do-

micílios; e acessar mapas interativos, com informações por biomas, regiões hidrográ-ficas, clima, altitude e relevo. Na avaliação do instituto, os sistemas facilitam a compa-ração nacional e internacional de dados e fornecem um aumento significativo do de-talhamento nas áreas urbanas e rurais. Am-bos já são utilizados em países como a Fin-lândia, Suécia, Espanha, Austrália e Japão.

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tRês PeRguntas

Tainan Caballero é empreendedor

serial, produtor-executivo e cultural

e cofundador da NEW-e Energy Evo-

lutions e da Pulsar Hub de Cultura.

Palestrante e mentor, tem 17 anos

de vivência em desenvolvimento de negócios

inovadores, formação e gestão de equipes.

O que é empreendedOrismO serial? É a melhor

maneira de dizer que alguém empreende de

forma recorrente e independente da sua área de

atuação. Não importa se são empreendimentos

simultâneos ou em sequência, um por vez.

Importa é que o empreendedor age em série,

no limite da vocação de realizador e como um

estilo de vida.

pOr que investir em empreendedOrismO

jOvem? Porque empreender é dar um passo

à frente, testar, falhar, aprender e fazer melhor.

Fazemos isso desde criança, comendo,

falando e andando, por exemplo. Somos

empreendedores natos! Mas na adolescência

ouvimos que empreender é fazer negócio, e aí a

natureza empreendedora se perde.

Precisamos manter esta chama viva para que

as pessoas empreendam na melhoria da

vida em sociedade, independentemente de

fazerem negócios.

de que fOrma as empresas pOdem se abrir

para parcerias empreendedOras? Ouvindo mais

as pessoas, seja funcionário, cliente, fornecedor

ou parceiro. A abertura do diálogo indica a

diminuição dos “nãos” na empresa. Aumentando a

tolerância às falhas, pois empreendedores testam

novos caminhos e falhar é parte do aprendizado.

Por fim, criando um ambiente menos hostil

para os empreendedores, que eles aparecem

naturalmente. Aproximar empresas a universidades

e escolas também ajuda muito.

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goveRno sancIona nova RegRa da lIcença-PateRnIdade

foi sancionada a lei que permi-te a ampliação da licença-pater-nidade de 5 para 20 dias. O bene-fício é estendido apenas para os funcionários das empresas que fazem parte do Programa Em-presa Cidadã e prevê também folgas remuneradas para acom-

panhar a gestante nas consultas de pré-natal e pediátricas. A prorrogação da licença também valerá para os empregados que adotarem crianças. Por outro lado, a empresa que optar pela licença prorrogada poderá reduzir dos impostos federais o total da remuneração do funcionário nos dias de prorroga-ção da licença-paternidade, como já ocorre com os dois meses extras de licença maternidade. A regra, porém, só vale para empresas que têm tributação sobre lucro real.

estado é destaque no cenáRIo de gamesO Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lançou um relatório apontando o Rio Grande do Sul em segundo lugar no mercado de games no país. Segundo a entidade, a indústria nacional de jogos digitais – liderada por São Paulo – deverá ter uma taxa de expansão de 13,5% ao ano, superando a média global de 6,3% de aumento anual e gerando cerca de US$ 844 milhões somente em 2018. Apesar do grande potencial, o estudo mostra que as empresas que compõem o setor são pequenas e médias, sendo que mais de 70% delas têm ainda um faturamento inferior a R$ 240 mil por ano. Por outro lado, 5% delas já têm

um faturamento acima de R$ 2,4 milhões, atingindo plataformas como mobile e videogames, e também pro-duzindo conteúdo para mar- keting e publicidade, áreas de saúde, educação, defesa, treinamento e capacitação.

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nissan hOmenaGeia cOncOrrência em cOmercial

As campanhas de marcas que fazem piada com suas concorrentes sempre chamam a atenção, causando polêmicas e discussões. No entanto, a fabricante japonesa Nissan resolveu inovar e surpreendeu: em vez de provocar, a marca celebrou a concorrência. Como estratégia para lançar a picape Titan XD nos Estados Unidos, a montadora apre-sentou o comercial Shoulders of Giants (nos ombros de gigantes), que celebra a relação

do americano com os veículos da categoria que fizeram história no passado, agradecendo a Ford, Chevrolet e Dodge. “(…) gigantes que nos mostraram como ser o que poderíamos ser e como chegar lá”. Não foi apenas uma homenagem: apesar do respeito, a Nissan se coloca como o futuro. É uma estratégia inteligente, pois o veículo já foi apelidado de American Titan (titã americano), e desta maneira a montadora consegue conquistar seu espaço em território estrangeiro.

Branding

contRaBando causa PRejuízo de R$ 115 BIlhões ao País O contrabando causou um prejuízo de R$ 115 bilhões ao Brasil em 2015. É isso que mostra um balanço realizado pela Associação de Combate ao Mercado Ilegal (ACMI). A instituição informou que o contrabando de ci-garro está no alto da lista de produtos que entraram ilegalmente no país em 2015, seguido de eletrodomésticos, artigos de vestuário, óculos, itens de informática, relógios, medicamentos e brinquedos para bebês que po-dem trazer problemas de saúde para as crianças, por conter produtos químicos. O estudo mostra ainda que o prejuízo para o país tem aumen-tado nos últimos anos: em 2010, a estimativa era de R$ 80 bilhões, sendo que só de 2014 para 2015 o aumento foi de 15%. O cálculo inclui os empre-gos extintos e a perda de competitividade.

maIs de 1 mIlhão de BRasIleIRos teRão geRação de eneRgIa PRóPRIasegundo estimativa da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), até 2024 cerca de 1,2 milhão de residências no Brasil vão contar com energia produzida em suas próprias casas. Em março deste ano co-meçaram a valer as novas regras aprovadas pela Aneel para a gera-ção distribuída no país, que deve aumentar a procura pelo sistema de geração distribuída, permitindo ao consumidor instalar pequenos geradores de fontes renováveis e trocar energia com a distribuidora local, com objetivo de reduzir o valor da conta de luz. Uma das novidades é a possibilidade de geração compartilhada, em condomínios, consórcios ou cooperativas, e utilizar a energia gerada para reduzir as faturas dos participantes. Quando a quantidade de energia gerada em determinado mês for superior à energia consumida, o cliente fica com créditos que valem por 60 dias e podem ser utilizados para diminuir a fatura dos meses seguintes.

errata

Diferentemente do que foi publicado na

edição 130, de fevereiro, na seção Nicho/

Consultorias de gestão, a empresa identifica-

da na foto superior da página 46, da reporta-

gem Setor aquecido com novos mercados,

chama-se Expande Soluções Empresariais, de

Dois Irmãos. A consultoria afirma ainda que

possui ao todo 100 clientes (e não 60) e uma

equipe multidisciplinar com cinco contadores

(e não quatro, como citado na reportagem).©

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mercadomercado

atendidas por clubes de assinatura, modelos de negócio que conquistam nichos de público e entregam produtos, novidades e informação em domicílio. O desafio é encantar os clientes com caixas capri-chadas, levando-os a ter expectativas e uma certa ansiedade pela chegada do mês seguinte. Um bom marketing da ideia e logística sem falhas são condições necessárias para o sucesso. O momento de aperto econômico, contudo, tem levado à fuga de clientes e ao fechamento de algumas empresas do gênero.

O Clube do Zero é a iniciativa de três sócios que desejavam ter um negócio digital, benéfico à sociedade e de relaciona-mento duradouro com o cliente. A iniciativa, em operação há dois anos em Porto Alegre, é o primeiro serviço de assinaturas do Brasil para pessoas com restrição alimentar. Todos os me-ses, é enviado a 1,3 mil clientes um de cinco tipos de caixas com

Gastronomia, cinema, beleza, música e literatura são alGumas das áreas

lubes de assinatura são

boas alternativas de

empreendedorismo nas mais

variadas áreas, mas exigem

um plano de negócios bem

traçado. novas iniciativas

surgem e desaparecem com

grande velocidade

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Caixinha de surpresas

©istock.com/sturti

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mercado

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mercadoprodutos sem lactose, sem glúten, sem açúcar, sem glúten nem lactose ou o chamado mix do zero. “Sou intolerante à lactose, e sei como nos sentimos excluídos por causa disso. Atendemos pessoas que sofrem todos os dias com a leitura de rótulos, e abrimos o clube para levar facilidade, economia e uma vida mais saudável para quem necessita”, conta Daniel Walfrid.

Os principais desafios do negócio são a montagem das cai-xas e a logística, realizada com auxílio dos correios. O cálculo de precificação também exige estudos e parcerias, de modo que a embalagem completa seja mais econômica do que a compra dos produtos separadamente. No Clube do Zero, a maior parte dos clientes está localizada no Sudeste e no Sul do país. Ao longo do ano, eles recebem 150 produtos diferentes, aprovados por nutricionista e prontos para o consumo. Na caixa, uma revista traz as propriedades de cada item, além de entrevistas, receitas e outras informações. “Queremos crescer exponencialmente, com marketing agressivo. Se prestarmos um bom serviço, não há por que sofrermos cancelamentos, uma vez que levamos ali-mentos necessários à dieta. O feedback é muito positivo”, diz.

De olho nas mamães

Susana Zaman lançou o Nutrimãe há menos de um ano e atende cerca de 150 assinantes no Brasil, sendo 60% deles no RS. Sua caixa contém uma seleção de alimentos saudá-veis, selecionados por nutricionistas, e conteúdos específicos para cada fase da vida da mãe e do bebê. Ela decidiu empre-ender no ramo durante a gravidez da filha Laura, largando o emprego em grande empresa para ter mais flexibilidade de horários e acompanhar o crescimento da criança. “Fiz benchmarking com outros clubes de assinatura e depois ela-borei o plano de negócios”, relata. Além de uma caixa mensal com sete a dez produtos, ela entrega cards colecionáveis com informação, e um mimo para o enxoval. O objetivo é criar um diferencial educacional, não apenas alimentício.

A empresária trabalha sozinha na montagem das caixas e na organização da logística com os correios, mas conta com parcerias na indicação de produtos e no marketing. A ope-ração se paga, mas a empresária continua reinvestindo no negócio. “Muitas pessoas ainda não conhecem esse modelo, e a crise econômica nas famílias às vezes provoca cancela-mentos”, aponta. Para gerar visibilidade e tráfego em suas mídias, há investimento de tempo diário nas plataformas di-

gitais, e envolvimento com a comunidade por meio do apoio a cursos para gestantes. “O que mais atrai clientes são as redes sociais, as ações com blogueiras e a divulgação na im-prensa tradicional. Já tive relatos de famílias que mudaram seus hábitos à mesa graças ao Nutrimãe, pois desconheciam certos produtos, iam ao supermercado sem tempo e acaba-vam escolhendo as mesmas marcas”, conclui.

alimento para a cabeça

A Tag Experiências Literárias, também de Porto Alegre, começou suas operações em agosto de 2014 com cerca de uma centena de assinantes. Hoje, são 5,3 mil cadastrados no Brasil inteiro, recebendo em suas casas uma obra literária ‘surpresa’, indicada por um curador reconhecido no cenário nacional, bem como uma revista para enriquecer a leitura. Às vezes, um mimo também faz parte do pacote, desde que faça conexão com o tema do livro. Tudo isso por R$ 69,90/mês. “Temos um público muito fiel, que vira fã do serviço e aguarda o kit com ansiedade. Mantemos uma relação muito próxima com eles, que interagem também entre si”, observa Tomás Susin, um dos três administradores.

A ideia de colocar o clube em atividade partiu da análise de iniciativas semelhantes, nas áreas de cervejas e vinhos, e até mesmo do exemplo deixado pela editora Círculo do Livro, que operou de 1973 a 2000. Com o sucesso, a empresa está se mudando para novo espaço, com 300m², o que deve ajudar na logística de distribuição. “Nosso estoque poderá ser maior, teremos melhor ambiente para a montagem e vamos contra-tar uma equipe responsável por isso, pois já temos trabalho para o mês todo”, destaca Susin.

Fechamentos

Assim como empresas abrem em profusão, há também encerramentos. O Clube do BBQ cancelou as atividades em decorrência da instabilidade tributária e pela suspensão quase total das importações de carnes devido ao câmbio. O Shoes4you, clube de assinaturas para sapatos, fechou por problemas no sistema de pagamento, segundo um dos pro-prietários. O Delicaterie, clube gastronômico de Caxias do Sul, parou de operar em fevereiro. Os responsáveis afirmam que darão andamento a um novo projeto.

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ass

os

Procrastinação

Não deixe para amaNhã

P rocrastinação é o ato de transferir a realização de uma tarefa para

qualquer outro momento, sem uma razão que justifique a medida. isto

acontece por distração, preguiça ou pela dificuldade de lidar com

afazeres difíceis ou extenuantes, que só trarão retorno a longo prazo

ou não oferecerão prazer algum, embora sejam necessários. Veja

dicas para eVitar a postergação do que deVe ser feito

01 02Dê o primeiro passo

É mais difícil começar do que

terminar. Não é fácil partir do zero em

uma tarefa; mas, depois de iniciado,

o trabalho flui naturalmente. Portanto,

basta um pouco de esforço para

vencer essa barreira mental que é

justamente dar o primeiro passo.

A regra não vale só para o trabalho,

pode ser aplicada na vida pessoal,

dentro de casa, realizando consertos

ou reparos que há muito tempo

esperam providências.

elimine as Distrações

Faça uma lista de tudo aquilo que

se constitui uma distração das

obrigações e procure afastar-se

disso. Facebook, Twitter, Whatsapp e

YouTube podem roubar uma fração

grande do tempo que deve ser

dedicado à empresa. O melhor é

impor-se o objetivo de acessar as

redes sociais apenas quando todos

os afazeres já estiverem concluídos.

Longe de tudo que tira o foco é

mais fácil manter-se atento ao que

precisa ser feito.

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04

estabeleça parcerias De trabalho

Trabalhando em um sistema de

parceria ou em equipe, você se

sente obrigado a dar satisfação do

seu trabalho para mais alguém.

Isso aumenta o seu senso de

responsabilidade. Outra boa

alternativa é aliar-se a colegas que

não perdem o foco e podem dar

dicas sobre motivação. Um time

com propósitos diários promove a

colaboração entre todos e também

a cobrança por resultados.

DiviDa as ativiDaDes

Uma dica para evitar o empurrão

com a barriga, segundo a psicóloga

Ingrid Machado, é fragmentar as

tarefas indesejadas em pequenos

processos, metas e objetivos,

normalmente mais fáceis de serem

realizados e alcançados. O brasileiro

tem o hábito ruim de deixar tudo

para a última hora, quando os prazos

já estão apertados. Com períodos

menores para realizar a sua tarefa,

o trabalhador sente-se obrigado a

concluí-la o quanto antes.

não espere a hora certa

Quem sabe faz a hora, não espera

acontecer. O trecho da música de

Geraldo Vandré serve de inspiração

para que ninguém fique esperando

o momento perfeito para iniciar

um projeto ou tarefa. “Muitas

vezes, aqueles que aguardam a

formação de um alinhamento de

circunstâncias para tocar uma pauta

não reconhecem quando ele chega,

ou inventam outra desculpa para

postergar o começo. Bom mesmo

é resolver logo o que precisa ser

resolvido”, diz Ingrid.

crie tarefas DesafiaDoras

Um conjunto repetitivo e tedioso

de tarefas simples diárias também

pode gerar uma perda de interesse

em realizá-las. Para não perder o

entusiasmo, tente incluir desafios

de qualidade nas atividades.

Evidentemente, o objetivo não é

estimular o estabelecimento de

metas demasiadamente difíceis,

que, por fim, terão o efeito inverso,

servindo como desincentivo.

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Procrastinação10 passos

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pense em recompensas

Muitos líderes já perceberam o valor

das recompensas ao trabalhador

por etapa cumprida em um

grande projeto. Individualmente, é

importante reconhecer que o seu

trabalho tem valor e se recompensar

com pequenos prêmios quando os

objetivos forem alcançados. Manter-

-se focado em um mesmo projeto

pode ser cansativo, mas sabendo o

seu valor é mais prazeroso terminá-lo,

evitando o “pânico da última hora”.

recarregue as baterias

Às vezes, ficar concentrado em uma

tarefa por um período muito longo

de tempo pode ser improdutivo,

gerar procrastinação e até estresse.

Algumas empresas permitem ou

estimulam que seus colaboradores

façam intervalos regulares durante

o dia para recarregar as energias.

Evidentemente, trata-se de uma

interrupção breve, para um café,

um lanche ou uma conversa

descontraída, que possa servir para

clarear as ideias.

faça aquilo De que gosta

Adiadores vivem culpados, tensos,

estressados, ansiosos e com baixa

autoestima por não conseguirem

se programar direito para fazer as

coisas com antecedência. Quando

você faz o que gosta, as chances

de procrastinar são praticamente

nulas. Converse com pessoas que

fazem o que gostam, procure saber

como elas chegaram onde estão

atualmente e peça conselhos para

alcançar os seus objetivos.

muDe De ambiente

Para evitar a mecanização

entediante de um trabalho que se

repete dia após dia, as empresas

modernas promovem alterações

na rotina, mudanças periódicas de

função e de ambiente. Havendo

possibilidade, é salutar trocar de sala,

executar tarefas ao ar livre. A dica da

psicóloga é mudar algo no ambiente

de trabalho “sempre que a mesmice

estiver prejudicando o andamento

das atividades e, principalmente, o

resultado da organização”.

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opi

niã

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Já foi o tempo em que as lideranças eram importantes apenas em seu próprio departamento. Hoje, líderes são essenciais para toda a empresa, independentemente do segmento que integram. Eles são os responsáveis pelo desenvolvimento de planos e estratégias que serão executados pela equipe e tudo o que definem é fundamental, pois impacta em cada pedaço da organização. Se os talentos de uma empresa são o centro e o coração de tudo, o RH tem um papel vital no crescimento organizacional.

No atual cenário, os líderes precisam lidar com mudanças constantes, novas tecnolo-gias e funcionários de diferentes gerações e comportamentos em uma mesma equipe. Saiba quais são os pontos de maior relevân-cia para os líderes nos próximos anos: Retenção, planejamento e treinamento – Esses três elementos são cada vez mais essenciais para uma estratégia de negócios. Em tempos de crise, a retenção de talentos é ainda mais importante para garantir que a empresa esteja preparada para a volta do período de desenvolvimento. Nestes períodos, a mão de obra disponível parece favorável, no entanto, muitas empresas já estão preocupadas com a saída de seus melhores talentos quando a economia voltar a se desenvolver. O desen-volvimento e o planejamento de retenção

são delicados em épocas de recessão, mas o investimento é fundamental para capacitar os funcionários atuais. O ideal é focar na des-coberta de habilidades e apoiar os funcioná-rios para que explorem seu potencial. Flexibilidade – Os líderes devem estar atentos e abertos a novas maneiras de engajar quem está interessado em levar um estilo de vida mais focado no equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Horários flexíveis e possibilidade de trabalho remoto são conceitos que contam na hora de contratar e reter mão de obra. Investimento em tecnologia – As gerações mais antigas de líderes costumam ser resistentes às novas tecnologias. No entanto, logo terão que entender que o investimento em tecno-logia vai além de interesses pessoais. A tendência é de que o investimento em tecnologia melhore a produtividade e traga resultados muito positivos se forem integra-dos às demais tecnologias, como de finanças, marketing, vendas e operações. Novos mercados – Os líderes estão focados no futuro, construindo uma nova infra-estrutura e trilhando outros caminhos quando investem em novos mercados. É importante conhecer prioridades e inte-resses corporativos para alinhar progra-mas e planos de desenvolvimento.

Juliane Yamaoka Gerente geral da efix

Quatro tendências entre os líderes

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entrevista

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Cláudia Laitano

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Qual é a importância da cultura para o desenvolvi-

mento de uma sociedade? Em situações de precarie-dade, como no caso do Brasil, fica muito difícil investir em cultura porque sempre parece uma coisa supérflua. Isso acaba dominando as discussões no Brasil. Sempre vai ter alguém para dizer que precisa botar dinheiro em saúde e em educação. Em um país em que todos os recursos são muito escassos, o nosso trabalho é mos-trar que a atividade cultural civiliza. Exatamente por não ser necessidade básica, como comida ou saúde, ela ajuda as pessoas a ampliar seu horizonte, a olhar um pouco adiante, e isso tem um reflexo enorme na socie-dade. Há milhares de exemplos disso em áreas caren-

tes, da arte e da cultura, como ferramenta de sociali-zação, mas mesmo onde há dinheiro, a cultura é o que faz as pessoas pensarem em usar o dinheiro para ou-tras coisas que não comprar mais um jato ou comprar mais uma casa e pensar que é bacana investir dinheiro em um museu ou em um projeto cultural, às vezes. A cultura é sempre um fator de ampliação de horizontes, não interessa em que situação se está. A cultura te leva um degrau acima.

a Jornada de passo Fundo, evento Que tem Fortes

laços com o público escolar, Foi cancelada no

ano passado, ao passo Que a Feira do livro de porto

alegre registrou Queda signiFicativa de orçamento.

o Que isso representa para a cultura no estado? São duas coisas que estão ligadas a uma crise profunda do

ornalista com especialização em economia da cultura, a editora e colunista

cláudia laitano destrincha fenômenos culturais, políticos e sociais em

suas crônicas semanais no jornal zero hora. nesta entrevista, ela aponta

uma saída contra a falta de continuidade de projetos culturais no estado,

decorrente da alternância de partidos no poder, e analisa o desafio de se

investir em cultura no Brasil

Júlio

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JPior do que a crise

é o desânimo

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entrevista

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Estado. Mesmo em tempo de fartura, quem trabalha na área cultural está acostumado a lidar com precariedade, é preci-so amarrar mil parcerias para que as coisas funcionem. No caso da Jornada, talvez ela tenha falhado no momento de fazer essa transição entre um projeto cultural que cres-ceu demais e a possibilidade de se redimensionar para a verba disponível. É claro que é ruim, quanto menos fi-nanciamento para grandes eventos é pior. Mas a cultura no Brasil sempre viveu contando com a habilidade para improvisar. A crise não deve servir de pretexto para que as coisas acabem. Devemos usar a criatividade e tentar amarrar as coisas de outras formas. Se a Feira do Livro tem que ser menor, vai ser menor, e faremos uma Feira do Livro bacana também. A Jornada pode ser isso. Todos os eventos estão entrando nessa batida. Tem muita gente que começou a fazer teatro, cinema, sem financiamento nenhum. Foi lá e fez. Não é a condição ideal, mas dá para fazer. Pior do que a crise é o desânimo. É achar que não dá para fazer porque a Petrobras não dá mais dinheiro, porque o financiamento não é o que se queria ou porque não dá para trazer o convidado do exterior que seria su-perlegal trazer. Diante da nossa realidade, temos que nos adaptar e sobreviver.

como tu avalias o público leitor hoJe no brasil? É muito pequeno. O Brasil é um país que lê muito pouco, e isso é reflexo da deficiência na educação. Ao mesmo tempo, para o público com maior poder aquisitivo e com interesse em ler, nunca teve tanta opção. E tem todo um outro problema que é o livro fazer parte da vida das pessoas depois que elas saem da escola. Teve um avanço grande de escolari-zação no país e houve um maior acesso à leitura na escola, mas ainda não teve um salto da leitura para depois dela.

tu tratas de vários temas Feministas em tuas colunas,

como o movimento Vai ter shortinho sim. o Que pensas

ao comparar as Questões Que as mulheres enFrenta-

vam Quando tu eras adolescente com as enFrentadas

pelas adolescentes hoJe, incluindo a tua Filha? Quando eu tinha 18 anos, não pensava muito nisso. Eu me com-parava à geração da minha mãe, e a evolução era muito grande. Minha mãe foi criada para ser dona de casa, e eu fui criada para ter uma carreira e me sustentar. Aos 18 anos, a sensação que eu tinha era de que a pior parte do trabalho feminista já tinha sido feita, por mulheres que vieram antes de mim. Pensava que eu estava sendo cria-da exatamente como os meus irmãos, e que uma série de questões que eram assunto no tempo da minha mãe, como virgindade, casar virgem, ter poucos ou muitos namora-dos, já não eram mais tabu. Para a geração da minha filha, ao contrário, ela tem essa urgência de que há muito para fazer. Levar cantada do chefe no trabalho, por exemplo, isso existia quando eu era nova, mas eu achava que dava para lidar. Era como se fosse uma realidade imutável. Para elas, algumas coisas são intoleráveis, como a cantada de um chefe ou um professor fazer piada sobre menina burra. A minha filha teve professores no cursinho que me deram aula, e eles ainda dizem as mesmas coisas! A nova geração desnaturalizou uma série de questões, e isso faz avançar a luta feminista. É um salto muito necessário. A minha gera-ção está aprendendo a ver com essas meninas.

é uma coisa Que Já se dizia naQuela época, Que o tama-

nho da saia, da roupa, tinha Que ser “x”. Sim, total, e tam-bém tem uma cobrança para que os meninos sejam tratados da mesma forma. O menino pode ir de calção, chinelo de dedo, que não dá nada, e a menina não pode ir de shorts. A maior parte das desigualdades ou violências nasce das pe-quenas coisas. A história do shortinho ensina ao menino que ele não pode ser exposto ao corpo da menina porque ele não tem controle. Isso redunda em coisas maiores. Seja sobre o que a mulher pode ou não fazer, que se reflete na falta de mulheres na política e na ciência, seja em violência, como abusos, estupros, que a gente vê até na Medicina da USP. O que explica um estupro em uma festa da elite da elite da eli-te? Tem algo errado aí. Tentar desconstruir isso nas peque-nas coisas é o que talvez vai fazer diferença. E acho que vai.

Cláudia Laitano

“O que impacta muito a área cultural no Brasil, e aqui no

Estado de forma aguda, é a falta de continuidade.”

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o Fechamento momentâneo ou restrições de horários

do margs, da casa de cultura mario Quintana e do

theatro são pedro, JustiFicados por Falta de segurança

ou escassez de recursos, são exemplos dos problemas

vividos no setor da cultura no estado. o Que poderia

ser Feito para desenvolver e Fortalecer essa área? O que impacta muito a área cultural no Brasil e aqui no Estado de forma aguda, é a falta de continuidade. A dificuldade de construir um projeto cultural que não seja todo desmontado a cada quatro anos, pois aqui temos o hábito de não reele-ger. Dura quatro anos, e logo em seguida é substituído. Não tem como funcionar. Sou favorável a iniciativas como as Or-ganizações da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscips), transformar os empreendimentos culturais em organiza-ções que tenham proteção da alternância no poder. As coi-sas que funcionam são as que tem pessoas que permanecem, como o Theatro São Pedro, com a dona Eva (Sopher), o Em Cena, com o Luciano Alabarse. A Feira do Livro tem a Câma-ra Rio-Grandense do Livro, que faz esse papel. Se trocassem todas as pessoas da Feira do Livro a cada quatro anos, talvez ela não fosse o evento que é hoje. A continuidade é muito importante porque a gente nunca vai poder dizer que essa crise vai passar e não vai ter outra. Essa crise vai passar, mas mais adiante vai ter outra. Os centros culturais não têm las-tro para se proteger de um governo que decide que não vai botar nenhum tostão lá. Ficam muito à mercê disso. Do jeito que está, é muito difícil manter qualquer projeto. É o corte

“Hoje, é um fuzuê de informações e as pessoas estão

reagindo de forma muito irrefletida, às vezes. É isso

que faz a gente ter a sensação de que as pessoas estão

intolerantes a tudo.”

óbvio de qualquer governo. E, em uma situação em que o governo não está nem conseguindo pagar salário, é óbvio que é a primeira cabeça a rolar.

em uma entrevista, tu disseste Que o Fanatismo te incomo-

da muito, citando Futebol e religião e Que, se tu tivesses

um altar, ele seria dedicado à cultura. como percebes o

Fanatismo no teu dia a dia? Hoje, isso permeia muito o co-tidiano, a maneira como as pessoas encaram as coisas. Não é só mais fanatismo como religião e futebol. É política tam-bém. Mas não é só fanatismo. É um problema das reações muito epidérmicas diante das coisas, que é algo que o ex-cesso de informação provoca. Pessoas conectadas o tempo inteiro leem opinião de um amigo, de um articulista famo-so, e é notícia, sobre o Brasil, sobre o mundo... Hoje, é um fuzuê de informações e as pessoas estão reagindo de forma muito irrefletida, às vezes. É isso que faz a gente ter a sen-sação de que as pessoas estão intolerantes a tudo. E isso não chega a ser um fanatismo, porque é preciso se apro-fundar para ser fanático. Além disso, tem essa coisa meio dispersa, meio maluca, de as pessoas terem posturas online completamente insanas. Escrevi sobre isso ontem (22/03), na minha coluna, é como se estivéssemos no filme Relatos Selvagens, e tivesse todo mundo a ponto de pegar um bas-tão de futebol e sair batendo.

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sindicato

cresceu e foi além de seu papel inicial de negociar convenções coletivas. Transformou-se em uma entidade que participa ativamente da região, se sustenta financeiramente e se fortalece, ampliando sua atuação nas cidades vizinhas.

Em 7 de julho de 1962, um grupo de empresários da cida-de e de seu entorno, liderado por Francisco José Berta e Ge-raldo José Bortoli Rigo, formou a Associação Profissional do Comércio Varejista de Santa Rosa. Quase dois anos depois, em 21 de janeiro de 1964, o Ministério do Trabalho enviou a sua carta sindical, concedendo-lhe oficialmente o nome de sindicato. Berta foi seu primeiro presidente.

Desde então, pelo menos oito pessoas já passaram pelo comando da instituição. Em 2003, durante a primeira gestão de Leonides Freddi, o Sindilojas, que até então abrangia ape-nas os municípios de Santa Rosa e Santo Cristo, passou a re-presentar também Alecrim, Campina das Missões, Cândido

Em cinco décadas, o sindicato do comércio VarEjista dE santa rosa

ortelecendo sua atuação

nos municípios de base,

o sindilojas santa rosa

abre três seccionais neste

ano e prevê a abertura de

outras três em 2017

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no caminho da interiorização

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Godói, Novo Machado, Porto Lucena, Porto Mauá, Tucundu-va, Tuparendi e Porto Vera Cruz. “Quando assumimos, nos anos 2000, tínhamos 50 associados, e hoje são 320”, contabi-liza o dirigente. O espaço físico, que em 2001 era de apenas 40m2, em uma sala alugada, é agora de 711m2, em sede pró-pria, localizada na rua Armando Ross Haag, 36, no centro da cidade. “Esta evolução foi indispensável para desenvolver projetos e ações de autossustentação e de efetiva atuação que se requer de uma entidade de classe”, acrescenta Fre-ddi, atualmente em seu terceiro mandato como presidente do Sindilojas Santa Rosa.

EnvolvimEnto com a cidadE

Freddi não pestaneja ao definir a marca de sua gestão: “Consolidamos a entidade, com reconhecimento da sociedade. Até então, promovíamos quase que exclusivamente negocia-ções e convenções coletivas, não nos envolvendo com nada na comunidade”. Hoje, a instituição participa de vários conselhos e comissões municipais, como a Comissão Municipal de Empre-go, o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher e o Conselho Municipal de Trânsito. O presidente também representa os empresários da região frente a questões na esfera estadual, por sua participação nas atividades da Fecomércio-RS, onde inte-gra o quadro de vice-presidentes.

Atualmente, o principal projeto do sindicato é a interiori-zação. “Buscamos aproximar a entidade de sua base e aumen-tar o nosso quadro. Estamos vendo bons resultados”, avalia. No ano passado, foram levadas palestras a Santo Cristo, Cam-pina das Missões e Tuparendi, que ganharão em 2016 seccio-nais da entidade. Neste ano, a mesma atividade será realizada em Alecrim, Porto Lucena e Tucunduva, locais que receberão seccionais em 2017. “Vamos fazê-las em parceria com as Asso-ciações Comerciais dos Municípios e o Sesc e o Senac estarão junto com o Sindilojas. Com isso, vamos ampliar os serviços oferecidos nas outras cidades.”

A instituição proporciona benefícios e facilidades a asso-ciados, como convênios com instituições de crédito, de trans-porte, assistência odontológica, o programa SindiEstágio e um banco de currículos, entre outros. Os associados e seus colabo-radores podem ainda ter descontos na Faculdade Machado de Assis (Fema), em Santa Rosa (veja mais no quadro acima).

Na história recente do Sindilojas Santa Rosa, destacam-se três bandeiras lideradas ou apoiadas pela entidade: a reti-rada de vendedores ambulantes das calçadas, a implantação do estacionamento rotativo e a instalação de um sistema de videomonitoramento nas ruas da cidade. Este último foi iniciado com seis câmeras e já soma mais de 20. O monito-ramento, feito pela Brigada Militar, auxilia as investigações e o policiamento.

O baixo desempenho nas vendas está entre as principais di-ficuldades encontradas atualmente. “Como em outros lugares, há desemprego provocado pela desaceleração da economia. Temos um polo metal-mecânico bastante desenvolvido, e ele está em crise no momento”, analisa Freddi, que aponta indícios de desaceleração na construção civil, outro setor importante na região que afeta o comércio. “Neste ano, a agricultura é que vai nos salvar”, complementa.

Para dar continuidade ao crescimento, o presidente do sindicato aposta no incremento de associados. “Temos au-tossustentação, mas precisamos avançar. Não temos que ser lembrados só quando se precisa. É necessário estarmos aptos e aparelhados para poder agir em defesa de nossos representa-dos quando surgem as demandas”, pondera.

ServiçoS oferecidoS

Assistência Odontológica – com clinica própria do sindicato,

oferece procedimentos como raio X, profilaxia, restauração,

tratamento endodôntico, extrações, tratamento periodontal,

placas para bruxismo, clareamento dentário, odontopediatria,

ortodontia e tratamento estético.

Convênio com Sicredi e Unicred – através destes convênios,

os associados são beneficiados com taxas diferenciadas em

suas negociações com as instituições de crédito.

Locação de Espaços – o sindilojas oferece espaços amplos

para reuniões, palestras, cursos e eventos em geral. são eles:

sala de reuniões com capacidade para até 25 pessoas,

salão multiúso para até 60 pessoas e salão de eventos, com

capacidade para até 250 pessoas no formato auditório.

Leonides Freddi, ao centro da mesa, em

reunião da entidade sobre o contexto

socioeconômico do município de Santa Rosa,

em fevereiro deste ano

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tributos

de milhares de empresas (principal-mente de e-commerce) foi barrada por uma liminar do Su-premo Tribunal Federal. O ministro Dias Toffoli suspendeu, no dia 17 de fevereiro, a eficácia de cláusula do Convênio ICMS 93/2015, do Conselho Nacional de Política Fazendá-ria (Confaz), que dispõe sobre os procedimentos necessá-rios às operações que destinem bens e serviços a consumi-dor final não contribuinte do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), localizado em outro estado. Por essa cláusula, as micro e pequenas empresas optantes do Simples Nacional estavam também obrigadas a seguir as novas regras de partilha do Imposto, o que aumentava sua carga tributária e a burocracia nos negócios.

Uma dor de cabeça qUe dUroU 48 dias e ameaçava a manUtenção

mpresas do simples são

beneficiadas por liminar que

suspendeu efeitos das novas

regras de partilha do icms,

impostas pelo convênio

93/2015. a decisão provisória

provavelmente será mantida

eConvênio suspenso

©istock.com/dutko

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A medida cautelar, a ser referendada pelo Plenário do STF, foi deferida em Ação Direta de Inconstitucionalidade ajuizada pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Na decisão, o ministro afirma que, em exa-me preliminar, a cláusula 9ª do convênio invade campo de lei complementar e apresenta risco de prejuízos, sobretu-do para os contribuintes do Simples Nacional, que podem perder competitividade e cessar suas atividades. Segundo a OAB, a aplicação da cláusula 9ª do convênio gerou um impacto imediato para os contribuintes optantes do Sim-ples Nacional por não observar o princípio constitucional de dispensar tratamento diferenciado às micro e pequenas empresas (artigos 170 e 179 da Constituição).

O advogado tributarista Rafael Pandolfo, consultor da Fecomércio-RS, acredita na manutenção da decisão du-rante o julgamento do mérito. “Embora se esteja diante de uma liminar proferida pelo ministro relator – sujeita ao re-ferendo dos demais ministros que compõem o Plenário do STF –, penso que as chances de reversibilidade, nesse caso, são remotas”, diz. “A leitura atenta da decisão proferida por Toffoli revela uma profunda análise dos temas questio-nados. Ao final, reconhece que a cobrança é inconciliável com o tratamento favorecido exigido pelo Texto Constitu-cional às microempresas e empresas de pequeno porte e, sobretudo, não poderia ter sido instituída por convênio, mas apenas por lei complementar nacional.”

Vendas suspensas

O Sebrae Nacional foi um dos maiores críticos das novas regras que impactavam mais de 10 milhões de empresas, responsáveis por 52% da mão de obra formal no país. Con-forme o presidente da entidade, Guilherme Afif Domingos, elas gerariam o fechamento de uma empresa por minuto. Uma enquete feita pela internet apontou que a decisão do Confaz paralisou as operações em pequenos negócios no seu curto período de vigência (1º/01/16 a 17/02/16). Re-alizada pelo Sebrae, em parceria com E-commerce Brasil, Camara-e.net e Abcomm, de um total de 500 micro e pe-quenas empresas do setor, pelo menos 200 suspenderam as vendas depois do início das novas regras na cobrança do ICMS. Dessas, 135 pararam de vender para outros estados e 47 interromperam todas as vendas da empresa.

“O impacto foi acachapante. Até a edição desse Convê-nio, as micro e pequenas empresas, nas vendas interesta-duais, eram tributadas pela alíquota única do Simples (per-centual sobre a receita bruta). Após a medida, além desse recolhimento geral, passou a ser-lhes exigido o pagamen-to do diferencial de alíquotas de ICMS entre o estado de origem do produto e o estado de destino, que pode variar de 5% até 15%”, explica o advogado. “Esse valor pode cor-responder a até três vezes o total da carga tributária total prevista para uma empresa optante pelo Simples.”

queixas públicas

Alguns empresários do Simples fizeram queixas públi-cas do Convênio, nas redes sociais ou em blogs. A medida os obrigava a se cadastrar no fisco do estado para o qual cada venda era feita, ou seja, o empresário teria que se re-gistrar em até 27 secretarias de Fazenda diferentes, além de gerar 4 guias a mais para cada nota fiscal emitida. Ainda em janeiro, o proprietário do e-commerce de cervejas ca-tarinenses O Caneco, Silvano Spiess, gravou um vídeo de grande repercussão nas redes sociais, relatando de manei-ra emocionada a sua necessidade de fechar o negócio de-pois de um ano de atividade, porque suas vendas haviam sido travadas pela burocracia e pelo aumento nos custos. “Se eu hoje encontrasse 30 novos pedidos ao chegar na empresa, deveria ficar alegre, mas estarei frustrado, pois terei de emitir 60 guias de recolhimento de impostos an-tecipadamente e grampeá-las nas notas fiscais. Para dar conta, só contratando outro funcionário para cuidar ex-clusivamente disso, o que é inviável”, relatou.

Na visão de Pandolfo, a Fazenda Pública tem que se dar conta que maltratar a “galinha dos ovos de ouro” só fará com que ela produza menos. “Suas políticas fiscais têm que estar conciliadas a um projeto de crescimento econômico no qual o empresário é o pilar central. Isso não vem acon-tecendo e precisa mudar”, defende o advogado. Se por aca-so a fiscalização de algum estado brasileiro ainda estiver exigindo o comprovante de pagamento da guia diferencial para liberar produtos, ele aconselha a empresa vendedo-ra a ingressar com reclamação junto ao Supremo Tribunal Federal, procedimento previsto no artigo 988 do Código de Processo Civil (CPC).

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especial

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rescimento da criminalidade no Brasil, inclusive

no rio Grande do sul, preocupa a população, que

sente os reflexos da violência em sua rotina diária.

comerciantes se moBilizam em Busca de mais seGurança CDo conflito entre povos à defesa de ter-

ritórios – e até mesmo à punição ou fato de coibir atitudes desviantes –, esse comportamento, por vezes instintivo, as-sume novas formas à medida que se constroem as socieda-des. Presente no cotidiano de diversas nações, essa prática já deixou de ser exclusiva das grandes metrópoles e vem crescendo de forma avassaladora no Brasil, principalmente nos últimos anos. A alta na criminalidade, inclusive no Rio Grande do Sul, está mudando a rotina da população, que, considerando também outros fatores, deixa de frequentar certos lugares e até mesmo de consumir, desaquecendo a economia. O tema vem sendo debatido por vários sindicatos gaúchos ligados ao comércio de bens e serviços, que buscam soluções para remediar esse mal.

Para o sociólogo José Vicente Tavares, a origem dessa problemática é estrutural. “Vivemos em uma sociedade de-sigual, onde a divulgação de métodos de consumo não ofere-

A violênCiA ACompAnhA o homem desde A suA origem no universo.

segura

nça

Insegurança ronda gaúchos

texto Cláudia Boff

imagem de abertura ©istock.com/don Bayley

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segurança

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ce meios para que todos tenham as mesmas oportunidades. Isso afeta as pessoas em estado de vulnerabilidade social, principalmente jovens”, afirma o também coordenador do curso de Segurança Pública da Ufrgs. Uma das causas para o agravamento da situação, segundo ele, está na alta taxa de desemprego do país, cuja média em 2015 fechou em 8,5%. De acordo com o IBGE, esse é o maior índice desde o início da série da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua). Em 2014, a média anual ficou em 6,8%.

Por outro lado, há uma grande influência do tráfico de drogas e de armas nas principais ocorrências criminais (veja no infográfico da página 28). “É uma atividade ilícita, mas que atrai muitos jovens pelos altos rendimentos. Torna-se uma possibilidade de ascensão social, principalmente em peque-nos delitos”, alerta Tavares. Segundo ele, há 18 milhões de armas de fogo circulando no país – a metade delas de for-ma ilegal. Como reflexo da expansão do tráfico, ele cita o

crescimento da violência na resolução de conflitos. “Cria-se uma cultura em que o uso de força e agressividade se torna um código para resolver determinadas situações. Produz-se, por exemplo, culto às armas, criando o mito de que defen-dem o cidadão”, reflete o estudioso, lembrando que o reco-mendado é não reagir a criminosos.

O especialista em segurança pública Eduardo Pazinato diz que o atual panorama do setor se deve ao crescimento dos riscos reais de vitimização pela alta sistemática de cri-mes violentos, especialmente homicídios e roubos de veícu-los, como também ao aumento da sensação de insegurança. “Não se pode ignorar o impacto do flagrante déficit policial na representação social de medo da população. Isso porque a visibilidade do policiamento, sobretudo ostensivo, incide na percepção pública de segurança”, explica. Associam-se ainda fatores situacionais, como falta de iluminação pública, problemas de pavimentação em vias urbanas, abandono e

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degradação de espaços públicos, como parques e praças, e a baixa preocupação com a poda de árvores, entre outros.

Medo que virou realidade

Preocupada com a segurança de clientes e colaboradores, a gerente do Le Grand Burger, Aline Gomes, buscou uma figura masculina para acompanhá-los na entrada e saída do estabele-cimento. A novidade foi aprovada por frequentadores da ham-burgueria, localizada no bairro Moinhos de Vento, em Porto Alegre, mas não impediu a investida de criminosos no local. No início de março, o comércio foi atacado por um grupo armado no final do expediente noturno. “Eles chegaram à meia-noite, quando estávamos fechando. Foram direto para o caixa, levan-do o dinheiro arrecadado naquela noite. Houve, inclusive, uma agressão contra um de nossos funcionários”, relata a profissio-nal, citando não ter sofrido casos anteriores.

Posteriormente, os colaboradores foram orientados a esta-rem alertas para movimentações estranhas. “Sabemos que não haverá um policial sempre na frente do nosso estabelecimen-to. Vivemos com medo, porque a falta de segurança é geral. É complicado.” Aline conta que formou um grupo de WhatsApp para ampliar a comunicação da equipe com seguranças da re-dondeza. “Possuímos também alarme e câmeras de segurança. São precauções que poderíamos ter tomado antes, mas só en-xergamos depois de passar por uma situação concreta.”

Uma série de arrastões também levou pânico a esta-belecimentos da capital, nos últimos meses. Um dos casos

aconteceu em 29 de janeiro, em um restaurante na esquina da avenida Goethe com a rua Mostardeiro, no Moinhos de Ven-to. Cerca de 30 clientes foram roubados, por um grupo de pelo menos quatro homens. A ação durou em torno de 15 minutos, resultando na perda de objetos pessoais e do cofre do estabele-cimento. Nove dias antes, criminosos armados assaltaram uma pizzaria na rua Wenceslau Escobar, no bairro Tristeza, levando dinheiro do caixa e pertences de quatro clientes.

Pelo menos outros três casos ocorreram em novembro de 2015. No dia 1º, o assalto se deu em um bar na rua Dr. Timó-teo, esquina com a Tobias da Silva, no Moinhos de Vento. Na ocasião, quatro homens armados roubaram 25 clientes e le-varam dinheiro do caixa do estabelecimento. Em um fast-food na Rua Riachuelo, centro da cidade, criminosos pegaram di-nheiro do caixa e celulares dos fregueses. Um dos assaltantes chegou a disparar um tiro dentro do estabelecimento, no fato desencadeado no dia 24. Passados quatro dias, foi a vez de uma pizzaria na rua Henrique Dias, no bairro Bom Fim. Desta vez, três homens renderam o segurança, roubando o dinheiro do caixa, bolsas, celulares e carteiras da clientela no local.

O presidente do Sindicato de Hospedagem e Alimentação de POA e Região (Sindha), Henry Starosta Chmelnitsky, con-firma um maior número de casos. “Sempre tivemos assaltos, mas nada assustador. Há casos acontecendo agora dentro de shopping centers. O problema da segurança é um proces-so que vem ao longo do tempo. Houve certa piora quando os policiais se negaram a vir para a rua e tivemos casos de manifestações inadequadas”, descreve. Boa parte dos es-

números da crImInalIdade no rIo grande do sul

tipos de Crime

Tráfico de drogas

homicídio doloso

roubo de veículo

roubo

Furto de veículo

latrocínio

Furto

ocorrências

em 2005*

2.619

1.391

11.782

61.959

19.025

135

232.178

ocorrências

em 2015*

8.984

2.405

18.142

79.112

20.409

140

158.010

Variação (%)

243,4

72,9

54

27,7

7,3

3,7

-32

1ª Posição: Tráfico de drogas

2ª Posição: homicídio doloso

3ª Posição: roubo de veículo

4ª Posição: roubo

5ª Posição: Furto de veículo *Fonte: divisão de estatística Criminal da ssp-rs

©istock.com/Alexei novikov

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segurança

29

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l 201

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tabelecimentos, segundo ele, acaba investindo em segurança privada. “É importante não guardar todo o dinheiro no caixa, fazendo uma constante sangria”, aconselha. O dirigente ressal-ta, porém, que a redução do movimento não é exclusividade da insegurança. “Há uma mudança de comportamento, onde muitos optam em ficar mais em casa, além da concorrência dos food-trucks. Há ainda um clima de desemprego, em que as pes-soas não conseguem consumir. Isso é reflexo do PIB, sendo que esse somatório de coisas repercute na segurança.”

Índices eM alta no rs

Entre 2005 e 2015, os principais índices de criminalida-de no RS cresceram vertiginosamente. Dados divulgados pela Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul (SSP-RS) mostram que a maior alta foi de ocorrências envol-vendo o tráfico de entorpecentes, aumentando 243,4% na última década. Em segundo lugar, no ranking de crimes no Estado, estão os homicídios dolosos, com acréscimo de 72,9% no número de mortes. Chama atenção ainda o crescimento de roubos: 54%, em veículos e 27,7% nos demais casos. As estatís-ticas de 2016, no entanto, ainda não foram divulgadas.

Pazinato considera que a segurança no Estado é absoluta-mente crítica. “Os indicadores vêm crescendo devido à grande circulação ilegal de armas de fogo, uma política nacional equi-vocada de drogas, baseada no paradigma proibicionista, que só aumenta a letalidade das violências envolvidas”, avalia. Soma-da a esses fatores, segundo ele, está a falta de investimentos no sistema prisional gaúcho e de múltiplas intervenções nas polí-ticas públicas regionais. “Há um domínio de facções criminais, que se retroalimentam do comércio ilícito de drogas, veículos e armas sob o influxo da lavagem de dinheiro. Ao mesmo tempo, sente-se a ausência de um projeto estratégico que contemple o controle e a repressão qualificada.”

Tavares acredita que a expansão da violência é reflexo de uma crise institucional no setor, que abrange o sistema prisio-nal, a falta de estrutura das polícias e demais órgãos públicos e a gestão em geral. Uma das consequências, segundo ele, é o aumento da população carcerária brasileira, que em 2015 esta-va em torno de 700 mil. “As cadeias hoje são tudo, menos para ressocialização social. A pior delas no país é o Presídio Cen-tral, na capital gaúcha. Delas partem as ordens que orientam grande parte das atividades criminais.” O sociólogo defende a

adoção de penas alternativas por parte do Judiciário. “Do jeito que está, o preso sai de lá pior, como delinquente. A sociedade precisa apoiar ações de ressocialização, porque senão a insegu-rança pode crescer”, alerta.

Foco eM inteligência

O secretário estadual de Segurança Pública, Wantuir Jaci-ni, explica que as ações são baseadas no estudo situacional de 497 municípios gaúchos. “Sabemos que 85% dos crimes ocor-rem em 19 municípios (Porto Alegre, Canoas, Alvorada, Sapu-caia do Sul, Esteio, Novo Hamburgo, São Leopoldo, Viamão, Montenegro, Guaíba, Gravataí, Cachoeirinha, Santa Maria, Pe-lotas, Passo Fundo, Caxias do Sul, Bento Gonçalves, Rio Grande e Uruguaiana)”, afirma. O foco de sua gestão está na moderni-zação da inteligência policial. “Estamos ampliando o uso des-sas ferramentas para conhecer e produzir conhecimento para aplicá-las no policiamento ostensivo da Brigada Militar, em

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Os indicadores vêm crescendo devido à grande circulação ilegal de

armas de fogo, uma política nacional equivocada de drogas,

baseada no paradigma proibicionista, que só aumenta a letalidade das

violências envolvidas.

eduardo pazinato

Consultor e especialista em políticas públicas

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operações que envolvem a Polícia Civil, na equipe de perícia, responsável por exames e laudos, assim como na Susepe, que cuida dos presos e de sua ressocialização”. Conforme ele, a BM realiza constantemente a operação Avante nos bairros mais violentos e em horários de maior incidência de crimes. “Inten-sificamos os trabalhos na Grande Cruzeiro, em Porto Alegre, e arredores, além das 15 cidades da Região Metropolitana, consi-deradas mais violentas, sem esquecer as menores, que também precisam.” O secretário diz ainda que a Polícia Civil realiza uma investigação mais qualificada em locais de maior preocupação da sociedade. “No tráfico de drogas há a demanda de crimes conexos, que geram homicídios e roubos e, consequentemente, disputa de territórios.”

Ao fazer a análise dos dados, Jacini lembra que é preciso considerar também o crescimento da população, da frota de automóveis e a situação econômica da época, entre outros fatores: “A nova legislação dos ferros-velhos, que permite a apreensão e até mesmo a destruição de autopeças sem pro-cedência, entrou em vigor em janeiro. Nosso objetivo é fisca-lizar os mais de 2,5 mil desmanches do Estado e combater a receptação”. Com isso, o dirigente pretende reduzir roubos, furtos e homicídios. “É preciso conscientizar a sociedade de que, ao comprar peças com valor bem abaixo do mercado, ativa-se um comércio ilegal, com base no crime.”

entidades buscaM soluçõesAs dificuldades financeiras no Estado têm se refletido em

redução de policiais nas ruas, falta de recursos para o apare-

lhamento dos órgãos públicos, atraso nos salários do funcio-nalismo e até mesmo operações-padrão das forças policiais. Em fevereiro, o Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs) e a Casa de Cultura Mario Quintana, em Porto Alegre, che-garam a fechar suas portas devido à falta de segurança. A situação preocupa empresários e entidades de classe, que buscam soluções para o crescente clima de insegurança.

Em 2015, diversos sindicatos ligados à base da Fecomércio-RS se reuniram com representantes das polícias, prefeituras e promotorias de Justiça na tentativa de prevenir novos roubos em lojas de municípios, como Cachoeira do Sul e Cruz Alta. Em junho, o Sincopeças-RS recebeu orientações do comandante do 11º Batalhão de Polícia Militar, Régis da Rosa, em sua sede, na capital. No encontro, o tenente-coronel falou sobre os grupos de WhatsApp criados para manter um canal direto com a so-ciedade, além de ferramentas de monitoramento nos celulares para facilitar a busca em casos de furtos e roubos.

Assaltos em comércios da área central motivaram uma reunião no Sindilojas Porto Alegre, em 7 de março deste ano. Diversos lojistas já optaram por encerrar suas atividades duas horas mais cedo do que o habitual. A entidade solicitou agen-da com o governador do Estado, Ivo Sartori, para tratar do caso. No dia 23 do mesmo mês, empresários do Vale do Jacuí participaram da terceira edição do debate sobre segurança pública, realizado pelo projeto Sindilojas em Ação.

proteção redobrada

Andar pelas ruas de Pelotas é considerado um ato de cora-gem pela empresária Alice Harter. “Não se veem viaturas pas-sarem, principalmente à noite”, reclama a proprietária do Su-permercado Harter. Ela atua no comércio há 23 anos, possuindo também uma venda e um atacado. Alvo frequente de assaltos, a comerciante conta que a situação só mudou quando a família resolveu investir em segurança. “Uma vez, levaram tudo e me trancaram em um caminhão. Aí colocamos uma porta giratória no supermercado, alarme e cerca elétrica.” Pelo menos dentro da loja, há 12 anos ela se sente segura. “No ano passado, só ti-vemos uma tentativa de arrombamento no portão do merca-do e o alarme disparou.” A maioria das ocorrências, segundo ela, envolviam criminosos com motos no centro da cidade. “O medo é constante, mas não tem o que fazer. Buscamos o apoio da polícia comunitária da BM quando necessário.”

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Comandante do 11º batalhão de Polícia

militar participou de reunião no sincopeças-rs

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Em Santa Maria, lojistas do centro sofreram com a falta de policiamento, reflexo da paralisação dos servidores públicos do Estado, ocorrida em setembro de 2015. Na época, comer-ciantes cogitaram de cancelar a abertura das lojas ao final de semana. O gerente da Multisom, no calçadão da cidade, Rob-son Miranda, conta que o clima de insegurança fez com que o estabelecimento contratasse vigilância, principalmente à noite, além de instalação de câmeras. “O investimento não é absurdo, e compensa”, afirma o profissional, que trabalha no local há 13 anos. Havia gangues na rua e a situação piorava no fim de semana. “A população ficava com medo de ir às lojas, principalmente no final de tarde. Depois que aumentou o po-liciamento na região, melhorou bastante”, afirma.

desaFios e ações conjuntas

Pazinato lembra que a obrigação da garantia e do provi-mento da segurança – tida como direito fundamental, previsto no artigo 5º da Constituição Federal – é do Estado, de todos os seus entes e poderes constituídos: “A população e os empresá-rios devem tomar medidas secundárias para ampliar as possi-bilidades de prevenção da ocorrência de violências e crimes”. Algumas delas, segundo ele, passam por mudanças de hábitos e comportamentos, como evitar manusear pertences na rua, avisar às polícias sobre movimentação não usual e não demo-rar a sair ou entrar no veículo. “No caso de transporte coleti-vo, o ideal é que o deslocamento nas vias se dê acompanhado. Deve-se evitar qualquer reação em caso de abordagem crimi-nosa. Na maioria dos casos, ela converte o roubo em latrocínio, do crime patrimonial ao contra a vida”, alerta. Ele conta que o Núcleo de Segurança Cidadã da Faculdade de Direito de San-ta Maria (Fadisma) atua no assessoramento e pesquisas para o desenvolvimento de projetos de segurança. “Elas são voltadas ao controle, prevenção e redução das práticas de violências e crimes”, afirma ele, que coordena o Núcleo e também é diretor de Projetos Estratégicos do Instituto Fidedigna, na capital.

Uma iniciativa conjunta entre o Estado, empresas, associa-ções da sociedade civil e universidades propôs, em dezembro de 2015, uma série de medidas para a redução de homicídios no Brasil. “O pacto nacional busca reduzir em 5% as mortes por ano. Dessa forma, serão 3 mil vidas preservadas. Os países de-senvolvidos têm uma taxa de homicídios em torno de 9%, sen-do que no país está em 25%, enquanto em Porto Alegre chega a

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sp-r

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O trabalho de inteligência amplia o

conhecimento. Nosso efetivo está menor, mas se ficarmos

esperando deixaremos a sociedade desprotegida.”“

Wantuir jacini

secretário estadual de segurança pública

37%”, alerta Tavares. O estudioso diz ainda que a comunidade pode participar dos conselhos, cobrar ações e melhoria do sis-tema, além de apoiar projetos voltados à juventude. “A solução está em uma vontade política efetiva. É uma questão de gestão, porque nunca houve tanto investimento do próprio Estado em segurança. Exemplos de iniciativas exitosas não faltam.”

Chmelnitsky defende a união de esforços para vencer a cri-minalidade. “Quem detém tecnologia deve atuar em conjunto com o poder público para termos uma resposta mais rápida, otimizando recursos”, sugere o dirigente. Em conjunto com o Sindilojas da capital, ele conta que o Sindha entregou um docu-mento com sugestões à SSP-RS. “Estamos dialogando e incen-tivando que a secretaria avance, sabendo que as crises ética e econômica contribuem para que se tenha mais insegurança”.

“Nosso efetivo está menor, mas se ficarmos esperando dei-xaremos a sociedade desprotegida”, afirma o secretário esta-dual de Segurança. Ele destaca a parceria com entidades como a Fecomércio-RS para a realização de ações conjuntas, como o fortalecimento das guardas municipais e a criação de um siste-ma de videomonitoramento integrado.

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saiba

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mais

Internet / E-commErcE Em crEscimEnto no Brasil

De acordo com estudo da Nielsen sobre comér-cio global conectado, o e-commerce, ramo do varejo online, está em crescente no Brasil. Atu-almente, 96% dos brasi-leiros já efetuaram com-pras online alguma vez, o que coloca o país en-tre um dos mercados de

maior crescimento na América Latina, com penetração de 23%. E dentro do e-commerce, o segmento que mais cresce é o de bens duráveis, como eletrônicos, viagens e videogames, dado que se confirma como tendên-cia em compras. Em geral, os latinos têm mais interesse em tecnologia e novidades, principalmente os brasileiros (com 53%). Contudo, a América Latina também detém o maior número de consumidores que não costu-mam fazer compras online e também daqueles que simulam a aquisição, mas não chegam a efetuá-la (19% e 11%, respectivamente).

mais & mEnos

tecnologIaApós cinco anos de crescimento, o

mercado de smartphones brasileiro

teve uma queda de 13,4% de

venda em 2015. O Brasil foi o país

foi o que mais vendeu dispositivos

móveis na América Latina em 2015,

com 34% das vendas na região.

MarcasOs pedidos de registro de marcas no

INPI aumentaram 7% no primeiro

bimestre deste ano em relação ao

mesmo período de 2014. Do total

de pedidos acumulados de janeiro e

fevereiro deste ano, 89% foram feitos

por via eletrônica.

eMpreenDeDorIsMoAlavancou o número de empresas

criadas no Brasil em janeiro de 2015:

foi registrado um aumento de 13,4%

em relação ao mesmo mês no ano

passado. Foram mais

de 166 mil novos cadastros de

pessoa jurídica (CNPJ), o que registra

o maior índice durante os seis anos

de pesquisa.

econoMIa latInaAs contas fiscais da América Latina

tiveram uma queda em 2015,

registrando déficit fiscal de 3% do

PIB. Também houve aumento no nível

da dívida pública dos países, que

fechou em 34,7%.

onlIneUm estudo sobre interesse de viagem

dos 5% mais ricos da população

aponta que 51% acreditam

que conexão wi-fi é um recurso

extremamente importante na hora de

reservar um quarto de hotel.

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a geração Millenials, nascidos da metade da década de 80 até os anos 2000, são uma grande promessa para o futuro. Antenados, livres pensado-res, conectados e muito questionadores. É um perfil que tende a desafiar as regras dos escritórios, mas sempre em direção a uma transformação positiva. Saiba mais sobre os jovens que em 2016 corresponderam a 44% da população economicamente ativa do país, movimentando R$ 260 bilhões.

são profissionais e pessoais ao mesmo tempo – Confundem diversão com

trabalho, estão dispostos a executar múltiplas tarefas e fazem malabarismo. Mas

também esperam que seus empregos sejam tão flexíveis quanto eles.

Fazer a diferença – Os jovens querem sempre provar para que vieram, e para

isso precisam de um bom desempenho. São repletos de opinão, mas borbu-

lham em criatividade, então aposte em novas iniciativas sempre que puder.

onisciência – Acham que sabem tudo, e se não souberem, vão atrás até

descobrir. Eles aprendem com as pontas de seus dedos, o que desafia os

métodos de aprendizado tradicional.

colaboraDores / trÊs aspEctos soBrE os colaBoradorEs millEnials

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33

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6

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eMpreenDeDorIsMo / pErfil da mulhEr EmprEEndEdora dE lojas virtuais é dEfinido por pEsquisaa plataforma da Loja Integrada, empresa que atua no desenvolvimento de lojas virtuais, mapeou o perfil da mulher empreendedora digital no Brasil: a inves-tidora em e-commerce é casada e não possui filhos. Além disso, de acordo com a pesquisa, 43% das mulheres estão na faixa entre 20 e 29 anos, 53% delas têm en-sino superior completo e 23% superior incompleto. Além disso, 52% possuem loja virtual há menos de um ano, demonstrando que a experiência é novidade para a maioria no país. Entre as motivações das empreendedoras digitais está o desejo de ter o próprio negócio, a necessidade de ganhar mais dinheiro e a identificação em um nicho de mercado. E a sa-tisfação é garantida: 71% das entrevistadas afirmam estarem mais felizes após se aventurarem nas vendas virtuais.

burocracIa / levantaMento aponta cIDaDes

MaIs rápIDas para se abrIr uMa eMpresa no

brasIl A cidade de Uberlândia, em Minas Gerais,

é a cidade com tempo recorde em agilidade

para abrir uma empresa segundo levantamento

da Endeavor realizado ano passado. Outra cidade

mineira leva o segundo lugar: Belo Horizonte. Em

Uberlândia o processo de abertura de um negócio

demora em média 24 dias, e, na capital minei-

ra, 44 dias. O Rio Grande do Sul enfrenta grande

burocracia para o estabelecimento de empresas,

e a primeira cidade do estado a aparecer na lista

é Porto Alegre, na 31ª posição, com mais de oito

meses de espera (260 dias). A segunda é Caxias

do Sul, contabilizando 304 dias de demora, aproxi-

madamente dez meses.

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IgualDaDe / nova gEração acrEdita quE alcançará a EquidadE dE gÊnEro Em duas décadas

segundo pesquisa sobre equidade de gêneros da Manpower Group, 97% dos Mil-lenials acreditam que a sua geração conseguirá alcançar a igualdade de opor-tunidades para as líderes femininas emergentes. Contudo, devido às barreiras enraizadas na cultura masculina, o processo deve demorar mais de duas déca-das para acontecer. Entre os líderes entrevistados, 59% afirmaram que a melhor maneira de promover mulheres em posição de chefia é criar uma cultura de gênero neutro liderada pelo CEO. Já 42% concordam que o trabalho flexível é um fator que levaria à colocação de mais mulheres nas empresas.

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opInIão / consumidorEs ElEncam rEsponsaBilidadEs corporativasQual é a principal responsabilidade de um empreendedor? Um estudo do instituto alemão GfK realizado em 22 países, com base em mais de 27 mil entrevistas online, buscou respostas para esta questão. Procionar bons empregos é a função mais importante, na visão de 47% da população global. A segunda responsabilida-de corporativa nesta escala é a “oferta de produtos e serviços de qualidade”, na visão de 41% dos entrevistados. A terceira, “ser ambientalmente responsável”, foi apontada por 37% dos pes-quisados. Os entrevistados fizeram suas escolhas entre 13 res-ponsabilidades corporativas, incluindo “cobrar preço justo por produtos e serviços”, “pagar uma cota justa de impostos” e “pro-porcionar um bom retorno financeiro para acionistas”.

Page 34: Revista Bens & Serviços

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016

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João Alves/Sesc-RS

AvAnSeSc enSinA e incentivA

hábitoS mAiS SAudáveiS por

trêS pilAreS: A AtuAção de

profiSSionAiS dA SAúde,

dA educAção fíSicA e dA

educAção infAntil

Oa qualidade de vida na

idade adulta. O excesso de peso, por exemplo, provoca um aumento do número de células de gordura, que permane-cem no corpo, mesmo se estiverem vazias. Já a magreza, entre as crianças, pode ser um malefício ainda mais grave, pois pode comprometer o desenvolvimento e o crescimen-to. Para promover a saúde dos alunos das escolas do Sesc no país e escolas infantis do Sesc-RS, foi criado, em 2011, o AvanSesc. Dois anos depois, o programa passou a contem-plar os 18 “Sesquinhos” no Rio Grande do Sul.

O objetivo geral é avaliar o perfil nutricional de crian-ças na faixa etária de 3 a 14 anos em 124 escolas no país. Para tanto, o projeto realiza a avaliação antropométrica, medindo peso e altura, para determinação do Índice de Massa Corporal (IMC) de cada aluno.

A infânciA e A AdOleScênciA SãO fASeS que influenciAm Ou deteRminAm

O bê-á-bá da nutriçãO

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Abri

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6

132

Abril CulturAl SeSC A cidade de farroupilha será

palco do 4º Abril cultural Sesc, entre os dias 13 e 30. O

projeto busca dar acessibilidade a variadas formas de

manifestações artísticas. espetáculos de dança, teatro

e música, assim como exposições de artes visuais e

oficinas, integram a programação do evento, reali-

zado pelo Sistema fecomércio-RS/Sesc, com apoio

da Prefeitura municipal da cidade. na programação

está a peça Aldeotas, da micuim Produções (SP), que

será apresentada dia 17, às 20h, na ucS (Rodovia dos

Romeiros, sem número). A produção conta a trajetória

de dois amigos de infância que se reencontram em

fragmentos de memórias na pequena cidade imagi-

nária de coti das fuças.

Centro de referênCiA do envelheCimento

O Programa Sesc maturidade Ativa oferece

uma plataforma digital com temas voltados ao

envelhecimento humano. criado em 1998, o centro

de Referência do envelhecimento é uma biblioteca

virtual especializada em gerontologia que reúne

dados estatísticos e links de referência, como o

estatuto do idoso e o relatório mundial da OmS sobre

envelhecimento e saúde. Além de possibilitar a troca

de experiências e conhecimentos na área, o espaço

disponibiliza boletins mensais temáticos. O mais

recente é sobre idosos que moram sozinhos. Acesse

pelo link www.sesc-rs.com.br/cre.

agenda de eventOs

10/AbrCircuito de Corridas

no dia 10, será a vez de Camaquã receber a etapa

do Circuito sesc de Corridas 2016. inscrições pelo

site www.sesc-rs.com.br/circuitodecorridas.

21 a 24/Abrtenda Cultural Arte Sesc

de 21 a 24 de abril será realizado o 28º Festival de

balonismo, em torres. a tenda Cultural arte sesc

terá atrações como o espetáculo Contos da Flores-

ta, às 10h e às 15h, no dia 22.

“Quando algum aluno tem um desvio nutricional, seja magreza, sobrepeso ou obesidade, o responsável é convo-cado. Investigamos as causas e perguntamos se ele já levou o filho a um pediatra. Tentamos fazer com que perceba a sua responsabilidade. Muitas vezes, o pai ou a mãe não têm tempo de cozinhar e acabam dando mais fast food, salgadi-nhos ou mesmo refrigerante ao filho. Não é fácil”, conta Luciana Malinsky, coordenadora de nutrição do Sesc-RS.

O AvanSesc ensina e incentiva hábitos mais saudáveis por meio de três pilares: a atuação de profissionais da saúde, da educação física e da educação infantil. O programa busca qua-lificar o fornecimento de refeições e lanches no ambiente es-colar. “Abolimos os sucos de fruta, mesmo os naturais, porque as crianças não têm mais o hábito de beber água, elas estão consumindo sempre algum líquido doce”, exemplifica a nu-tricionista. Ao conversar com os responsáveis pelos alunos, os profissionais também sugerem a adoção de hábitos menos se-dentários, como ir ao parque em vez de ficar sentado em frente à TV. “É fundamental envolver os pais. Se educamos a família, os bons hábitos podem ficar para a vida toda”, ressalta.

Números a celebrar

Com base nas medições anuais, é possível celebrar os pri-meiros resultados do projeto. Em 2015, 17,42% das crianças com até cinco anos apresentaram excesso de peso (que compreende tanto obesidade quanto sobrepeso), e entre os alunos com mais de cinco anos, esse número foi de 40,72%. Quando comparado a 2013, houve uma redução de quatro pontos percentuais para o diagnóstico de excesso de peso em ambas as faixas etárias. Os dados também vão permitir traçar e acompanhar uma curva de peso e crescimento dos alunos ao longo dos anos.

Entre os destaques, está a Escola Sesc de Educação In-fantil de Bagé. Lá são organizadas oficinas nas quais os alunos aprendem a fazer sanduíches com frios e pastas de legumes. A atividade voltada para a educação alimentar e nutricional acaba desenvolvendo hábitos de higiene, co-ordenação motora e capacidade de trabalhar em equipe, entre outros. “As crianças de cinco anos fazem os lan-ches, enquanto as professoras só orientam. Os menores são incentivados a avaliar o que comeram. Assim, se cria um senso de responsabilidade nos mais velhos”, relata Luciana Malinsky.

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congresso

o Congresso Estadual de Relações Sindicais e de Trabalho discutiu o salário mínimo regional, terceirização, CLT e os limi-tes impostos pela justiça do trabalho na negociação coletiva, em painéis e talk-shows em Torres (RS). Promovido pela Feco-mércio-RS, o evento teve como objetivo a troca de experiências e informações com foco no setor do comércio e de serviços, e proporcionou uma vasta discussão sobre os temas apresenta-dos com o judiciário e demais participantes.

“É preciso uma legislação que permita a terceirização de qualquer atividade que a empresa julgue necessária. O excesso de atuação da Justiça do Trabalho sobre esse tema vem atrapa-lhando o crescimento econômico do Brasil”, afirmou o presi-dente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn, na abertura, dia 31. Na sequência, o advogado e mestre em Ciência Política Victor Russomano Júnior conduziu a conferência inaugural, abordan-do os limites impostos pela Justiça do Trabalho ao livre exer-cício da negociação coletiva. O palestrante citou exemplos de

Realizado de 31 de maRço a 2 de abRil,

ongresso promovido pela

Fecomércio-rs debateu

terceirização, negociações

coletivas e outros temas

com Foco no setor do

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presidente da

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de talk-show

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negociações coletivas que foram anuladas por ação do Ministé-rio Público, reclamação do próprio sindicato ou por reclamató-rias individuais por parte dos empregados.

Justiça do trabalho em pauta

O segundo dia da programação foi aberto pelo talk-show O Tribunal Superior do Trabalho e temas atuais das relações de tra-balho, mediado pelo consultor trabalhista e sindical da Feco-mércio-RS, Flávio Obino Filho. A atividade contou com a par-ticipação da ministra do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Delaíde Alves Miranda Arantes, e do advogado trabalhista e presidente da Associação dos Advogados Trabalhistas de Em-presas do Estado no Rio Grande do Sul (Satergs), Eduardo Ca-ringi Raupp. Obino abriu a atividade citando uma afirmação de Ives Gandra Filho, presidente do TST, que defendeu que a justiça trabalhista tem de ser menos paternalista. Em resposta, Delaíde ressaltou que a declaração de Gandra Filho não é uma posição do TST. “A natureza do direito do trabalho é protecio-nista”, salientou a ministra. Raupp, por sua vez, afirmou que o direito do trabalho é paternalista desde suas origens.

Na segunda atividade da sexta-feira, o painel As contribui-ções assistenciais e a intervenção do Governo Brasileiro, o procura-dor Marques de Lima reiterou que o Ministério Público atua nos casos de contratos coletivos mediante provocação e hoje quem mais o provoca são os trabalhadores. A advogada da Di-visão Sindical da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Lidiane Nogueira, chamou a aten-ção para a necessidade do custeio da entidade sindical para que ela possa atuar nas negociações. Por sua vez, o advogado e especialista em normais internacionais pela OIT do Paraná, Sandro Lunard, justificou a necessidade da intervenção estatal nas negociações coletivas: “Ou nós estabelecemos as condições nos pactos coletivos que deem segurança jurídica para quem assina – patrões e empregados – ou cada vez mais vai aumen-tar a possibilidade de risco de entendimento de determinada matéria jurídica.”

A sexta-feira teve ainda um talk-show sobre terceirização, mediado também por Obino Filho. Integraram a conversa o de-sembargador do TRT da 4ª Região de Porto Alegre, Francisco Rossal de Araújo, o vice-presidente da União Geral dos Traba-lhadores (UGT), deputado Roberto Santiago, e o presidente do Sindasseio-RS, José Antônio Belló. O desembargador destacou

a importância de ter uma legislação própria sobre o assunto: “Vivemos há mais de 30 anos sem uma lei específica em rela-ção ao tema”. O debate do salário mínimo regional encerrou a agenda do segundo dia. Compuseram a mesa o analista pes-quisador em Economia da FEE, Guilherme Stein, o presidente da Fecosul, Guiomar Vidor, e o economista Marcelo Portugal, além do mediador, coordenador do evento e presidente do Sin-dilojas São Borja, Ibrahim Mahmud.

A atividade do comércio varejista tem grande fluxo em do-mingos e feriados e o retorno nesses dias é de extrema impor-tância para os empresários. Em contrapartida, se os empresá-rios abrem o comércio, é necessário ceder um dia remunerado ao funcionário. Esta questão, levantada pelo 1º vice-presidente da Fecomércio-RS, Luiz Antônio Baptistella, guiou o painel de abertura do último dia. Compuseram a mesa o consultor tra-balhista e sindical da Fecomércio-RS, Luiz Fernando Moreira, o engenheiro e sócio da Nielsen Higiene Ocupacional e Ergono-mia, Rudolf Nielsen, e a ministra do Tribunal Superior do Tra-balho, Maria Helena Mallmann. Nielsen defendeu que o princi-pal nessa questão não é discutir os aspectos legais, mas analisar o assunto sob o ponto de vista da satisfação do funcionário.

O talk-show Como respeitar diferenças de tamanho e objetivos das empresas nas negociações coletivas encerrou a programação do evento, com os painelistas João Turella, das Lojas Renner, Gil Cipelli de Brito, do Wallmart Brasil, Joel Vieira Dadda, pre-sidente do Sindilojas Litoral Centro, e Paulo Kruse, presidente do Sindilojas Porto Alegre.

Ibrahim Mahmud, coordenador do evento,

recebeu homenagem de Luiz Carlos Bohn

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seNACAb

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Competição Senac de Educação Pro-fissional. Os seis alunos vencedores nas ocupações Cozi-nha, Cabeleireiro e Cuidados de Saúde e Apoio Social foram anunciados no final de fevereiro e agora se preparam para a eliminatória nacional, que deve acontecer em novembro. Os melhores do país disputarão a Worldskills 2017, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos. É a maior competição de educação profissional do mundo, reunindo em desafios profissionais mais de 60 países das Américas, Europa, Ásia, África e Pacífico Sul.

Na ocupação Cuidados de Saúde e Apoio Social, o Senac Passo D’Areia foi destaque com as alunas Andressa Fernan-des Mendonça e Julia Goulart Ribeiro, que ficaram em pri-meiro e segundo lugar, respectivamente. Já na ocupação Cabeleireiro, a vencedora foi a aluna do Senac Centro Histó-

O RiO GRande dO Sul já RealizOu aS SeletivaS ReGiOnaiS paRa a

senac prepara-se para competição

internacional

rovas regionais da

Competição senaC de

eduCação profissional

apontaram os alunos que

disputarão eliminatória

naCional para a Worldskills

p

divulgação/Senac-RS

Cuidados de saúde e apoio soCial Cabeleireiro Cozinha

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Senac centro HiStórico em novo endereço O

Senac Centro Histórico está em novo endereço desde

o dia 14 de março. Com uma estrutura de 1.600 m², a

nova unidade está localizada na rua pinto Bandeira, 292.

a capacidade de atendimento passou a ser de mais

de 500 alunos por dia e os interessados poderão buscar

qualificações nas áreas de Beleza e idiomas. Outra

novidade é a inclusão de capacitações em idiomas na

programação: já estão abertas as matrículas para os

cursos de inglês, espanhol e Francês. Mais informações

podem ser adquiridas pelo telefone (51) 3226-2883.

Senac carazinHo inaugura nova Sede a comunida-

de de Carazinho e região recebeu, em 15 de março,

uma nova e moderna unidade do Senac. O espaço

conta com uma estrutura de 1.437 m² e está localizado

na avenida Flores da Cunha, 2821. Com a nova sede,

a capacidade de atendimento é de mais de mil alunos

por dia. além disso, a escola ampliou o seu portfólio e

passou a oferecer as capacitações de Cabeleireiro e

Manicure, além dos cursos técnicos em administração,

informática, transações imobiliárias e Segurança no

trabalho. Fone para contato: (54) 3329-5851.

agenda de eventos

rico Vitória Guimarães, e a segunda colocada foi Karoline de Souza Nunes, do Senac São Leopoldo. Encerrando a compe-tição, a ocupação Cozinha teve dois selecionados da Facul-dade Senac Porto Alegre. Os alunos Adrielle Figueiró Freitas e Gerson Carvalho Nunes foram classificados em primeiro e segundo lugar, respectivamente. De agora em diante, os seis jovens passarão por intensos treinamentos preparatórios à competição nacional.

Até o ano passado, os alunos do Senac-RS participavam da Olimpíada do Conhecimento, do Serviço Nacional da In-dústria (Senai), como seletiva para a Worldskills. “Agora te-mos uma competição com a cara do comércio”, comemora a coordenadora do evento, Carla Cassol. Ela ressalta a óti-ma performance dos competidores gaúchos: “Percebemos o crescimento do fazer pedagógico do Senac. O aluno mais bem preparado eleva o nível de competitividade nos setores de saúde, beleza e gastronomia”.

Os estudantes, até lá, receberão capacitação individual de padrão internacional e também passarão por analistas com-portamentais. “O perfil do competidor é importante, porque há pressão e o aluno deve estar preparado psicologicamente”, diz Carla. “Nas provas, sempre existe o elemento surpresa, uma exigência de se trabalhar com novas cores, novos ingre-dientes ou técnicas, por isso não oferecemos apenas treina-mento”, conta. As etapas nacionais ocorrerão em novembro, nas cidades de Porto Alegre (Cuidados de Saúde e Apoio So-cial), São Paulo (Cozinha) e Ceará (Cabeleireiro).

O diretor regional do Senac-RS, José Paulo da Rosa, tam-bém percebe em todas as ocupações uma melhoria na qua-lidade técnica dos alunos em relação aos anos anteriores. “Creditamos isso ao corpo docente, composto por experts com conhecimento de outras edições da Worldskills e das competências exigidas lá. Nossos alunos também apresen-tam qualidades comportamentais importantes, pois as pro-vas são práticas e abertas, tanto aqui como em Abu Dhabi. Além disso, ter pessoas observando seu trabalho pode gerar desconforto, mas eles se saíram muito bem”, relata.

A Worldskills Competition soma 65 anos de história. O Senac-RS já conquistou medalhas de ouro, prata e bronze em diversas edições anteriores (2008, 2010, 2012, 2014), nas três diferentes ocupações. No ano passado, por exemplo, o aluno Ricardo Dornelles conquistou a primeira medalha de bronze para o Brasil na ocupação Cozinha.

13/abr Palestra sobre mercado de trabalho

o senac viamão promove palestra sobre as

oportunidades do mercado de trabalho em qualquer

idade e apresenta o programa senac de gratuidade

para o Jovem aprendiz, às 9h. vagas limitadas:

(51) 3434-0391. local: reverendo américo vespúcio

cabral, 154 – centro (viamão).

27/abrFree talking day

o senac são leopoldo oportuniza que seus alunos e

convidados possam conversar livremente em inglês

uma vez por mês, desenvolvendo a fluência na

língua estrangeira. as inscrições são gratuitas. mais

informações: (51) 3590-3060.

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dossiê / Telefone

telefone agrega tantas

utilidades, atualmente, que

sua função primordial de

colocar em contato duas

pessoas em locais diferentes

às vezes fica em segundo ou

terceiro plano. se até poucas

décadas havia um aparelho

por família, agora cada

membro da família tem o seu

Ode sua utilidade inicial

para tornarem-se acessórios de culto, moda e de uso du-rante várias vezes ao dia. Com a chegada dos smartphones e dos aplicativos, suas utilidades foram de tal forma amplia-das que a ironia é dizer que atualmente servem até para fazer ligações. Desde seu surgimento até hoje, o aparelho representa um marco nas comunicações, aproximando pessoas e servindo como vetor de solução de problemas e provimento de facilidades.

A maioria das pessoas credita o invento do telefone ao escocês Alexander Graham Bell, mas a história mostra que um italiano, Antonio Meucci, exerceu o papel de precursor nesta área. Ambos migraram para os Estados Unidos na se-gunda metade do século 19. Bell era um estudioso da ciência da acústica e da eletromagnética e teve diversos inventos registrados em seu nome. Um deles foi o telefone, projeto financiado por seu sogro, registrado em 7 de março de 1876

Graças aO avançO da tecnOlOGia, Os telefOnes ultrapassaram a barreira

©istock.com/bernardasv

ApArelho indispensável

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no Escritório de Patentes dos Estados Unidos como “o mé-todo e o instrumento para transmitir sons vocais ou outros telegraficamente, causando ondulações eléctricas, similares às vibrações do ar que acompanham o som vocal”.

Nascido em Florença, na Itália, Antonio Santi Giuseppe Meucci foi estudante de engenharia química e industrial e teria inventado um protótipo do aparelho (chamado telé-trofono) cerca de 20 anos antes, para conectar seu escritório ao seu quarto, localizado no segundo andar da casa, pois sua esposa sofria de reumatismo. Devido a dificuldades finan-ceiras, Meucci apenas conseguiu pagar a patente provisória de sua invenção em 1874 e acabou vendendo o protótipo do telefone a Graham Bell. Ao tomar conhecimento de que o escocês tinha registrado o invento como seu, o italiano o processou, mas acabou falecendo durante o julgamento e o caso foi encerrado.

A história conta que o primeiro diálogo ao telefone re-gistrado foi uma chamada de Graham Bell a seu assistente Thomas Watson, que encontrava-se em outra sala com o receptor. Ele disse: “Senhor Watson, venha aqui, quero vê-lo”. Quanto à Meucci, somente em 15 de junho de 2002 viria um reconhecimento definitivo de sua contribuição, quando o Congresso americano editou a resolução 269, dando-lhe o devido crédito pela criação do aparelho. A primeira de-monstração pública da invenção teria ocorrido em 1860, e teve sua descrição publicada num jornal de língua italiana de Nova Iorque.

Brasil na vanguarda

No Brasil, os primeiros telefones foram instalados no Rio de Janeiro. Em 1883, a cidade contava com cinco cen-trais telefônicas, cada uma com capacidade para mil linhas, e também com a primeira linha interurbana, ligando o Rio a Petrópolis, na serra fluminense. Campinas, em São Paulo, foi a terceira cidade do mundo a ter uma linha telefônica (logo após Chicago e o Rio de Janeiro). No Rio Grande do Sul, o serviço foi instalado em 1885, em Pelotas. Os primeiros

telefones eram conectados a uma central manual, operada por uma telefonista. O usuário precisava girar uma manive-la para gerar a “corrente de toque” e chamar a atendente, que comutava os pontos manualmente.

No princípio, havia poucas linhas de telefone e, para fa-zer uma ligação, era preciso ligar primeiro para uma central que, sabendo qual era o conector da pessoa que você desejava chamar, repassava a ligação de forma literal, ligando o seu fio a outro fio. Entretanto, o sistema não era muito eficiente e, por sugestão de um amigo de Graham Bell, foi modifica-do com a inclusão de um código que pudesse ser entendido por qualquer pessoa. O receio era que, no caso da falta de um atendente – que conhecia todos que possuíam um telefone –, o substituto não pudesse repassar as ligações corretamente. Vieram então as sequências numéricas particulares.

Com o surgimento das centrais automáticas os aparelhos passaram a ser providos de discos para envio da sinaliza-ção em pulsos de 1 a 10. A tecnologia prevaleceu majoritária até os anos 80, quando houve a substituição em massa pelos telefones com teclado eletrônico, por tons. Os números, as-sociados às letras em cada tecla, permitiam a formação de palavras para ajudar na memorização. A tecnologia celular, por sua vez, viria a revolucionar o setor a partir dos anos 90, possibilitando a mobilidade das ligações.

O italiano Antonio Meucci inventou o telefone,

mas quem levou a fama e o dinheiro foi o

escocês Graham Bell

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dossiê / Telefone

curiOsidades

EnErgiaO brasil consome por mês, em

média, cerca de 30 gigawatts

carregando celulares (se

considerarmos a carga de uma

hora diária para cada linha

habilitada no país). É um consumo

equivalente ao da cidade do rio de

Janeiro inteira, em 30 dias.

EmErgênciasdiversos países adotaram o

número 911 como telefone de

emergência. entretanto, ele não

é universal e a sua utilização fica

a critério de cada país. no brasil,

números como 190, 192 e

193 costumam ser associados

às emergências.

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impacto no varejo

A partir de 2000, uma série de inovadores telefones celu-lares com capacidades nunca antes vistas emergiu, incluin-do o primeiro aparelho com câmera (2000), o Blackberry (2003) , o iPhone (2007) e o Android (2008). A união da tele-fonia com a internet pela tecnologia VoIP deixou para trás as necessidades de carregar mapas das ruas, ligar o rádio ou a TV para verificar o resultado do jogo ou mesmo lembrar daquele filme de determinado ator. Tudo isso e muito mais, agora, está ao alcance das mãos.

O Brasil é o quinto país no mundo em número de celula-res, segundo a Teleco, empresa de consultoria em telecomu-nicações. Só perde para China, Índia, Estados Unidos e Indo-nésia. São mais de 250 milhões de linhas para 200 milhões de habitantes. Dos 67 códigos de área existentes no território brasileiro, em apenas 12 há menos de uma linha de celular habilitada por morador. O menor índice é na cidadezinha de

3gdados da anatel (2015) indicam

que 76,3% dos celulares brasileiros

utilizam a tecnologia Gsm,

enquanto que 23,7% já possuem

a conectividade 3G. com a

chegada do 4G, a versão mais

antiga deverá tornar-se obsoleta

em alguns anos.

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Coari (código 97), no meio da Floresta Amazônica, onde há cerca de 0,4 linha por habitante. Já o município com o maior número de celulares é Salvador (código 71), onde são prati-camente dois para cada pessoa.

Uma pesquisa, divulgada no último Fórum de Marketing da American Chamber of Commerce de São Paulo, no ano passado, apontou que o cidadão brasileiro consulta o celular em média 180 vezes por dia, e nove em cada dez vezes não é com a finalidade de fazer ligações, mas para olhar as redes sociais, fazer compras e acionar outros aplicativos. Levanta-mentos sobre o impacto dos aparelhos móveis sobre o vare-jo dão conta de que o uso de plataformas dessa natureza tem ganhado relevância no percentual de vendas a cada ano e deve chegar a 10% do total até 2020. 88% das pessoas concor-dam que ter um aparelho móvel com informações em tempo real otimiza sua vontade de comprar e quatro em cada cinco consumidores portadores de smartphones os utilizam para comprar, de acordo com o Online Marketing Institute.

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Marcelo PortugalConsultor Econômico da Fecomércio-RS

Dólar, Bolsa, ExpEctativas E impEachmEnt Jo

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e sobre o dólar. A cada notícia que é nega-tiva para o governo, a bolsa sobe e o dólar cai, e vice-versa. A lógica é simples. Uma fraqueza do governo é vista como evidência de que o impeachment fica mais provável, e uma eventual mudança de comando do país será positiva para a economia.

Não sabemos bem como será um eventual novo governo pós-impeachment. Mas já sabemos que, com o governo da presidente Dilma, a situação fiscal e econômica do Brasil deverá continuar a ser progressivamente pior. Assim, apesar do desconhecimento sobre o futuro, os agentes econômicos parecem acreditar na Lei Tiririca: “pior que tá não fica”.

Na verdade, um sistema político fragmenta-do como o brasileiro exige que o presidente tenha liderança e capacidade de gerar uma maioria estável no Congresso para viabilizar a condução da política econômica. Isso é verdade, principalmente, em momentos de crise. Tanto Lula quanto FHC enfrentaram crises econômicas e políticas e conseguiram manter a governabilidade do país. Infeliz-mente o mesmo não ocorre com a presiden-te Dilma. O impeachment resolveria só parte do problema, ao retirar do Planalto uma presidente ineficiente.

OS mOvimEntOS dO dólAR e da bolsa são fortemente influenciados pelas ex-pectativas dos agentes econômicos sobre o futuro da economia. Suponha que as pessoas estão confiantes que a economia vai crescer e que a inflação ficará contro-lada no futuro. Nesse cenário, as empresas produzirão e venderão mais e terão seus lucros incrementados. Dessa forma, o valor de mercado das empresas vai subir no futuro. A melhor alternativa é, portan-to, comprar ações dessa empresa agora. Ou seja, quando as perspectivas sobre o futuro são positivas, a bolsa, que reflete o valor das empresas de capital aberto, sobe. Em outras palavras, a bolsa serve como um termômetro das expectativas dos agentes econômicos sobre o futuro.

O dólar tem um comportamento similar, só que de forma inversa. Quando as perspecti-vas sobre o futuro são positivas, os agentes econômicos ficam mais propícios a tomar riscos. Logo, abandonam ativos seguros, como o dólar, e compram ativos de maior risco. Ou seja, o dólar cai quando as perspec-tivas sobre o futuro são positivas.

Nos últimos meses a descrença dos brasilei-ros com a condução do país tem gerado um comportamento muito volátil sobre a bolsa

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ho Fruteiras

legumes e verduras (FLV) encontra o que procura nas fruteiras. Com oferta de produtos diferen-ciados e mais frescos, serviços de telentrega e tradicional caderninho onde são anotadas as compras dos comprado-res assíduos, os estabelecimentos buscam se diferenciar e conquistar a clientela.

Muitas vezes, a fruteira é a opção mais perto de casa e ofe-rece um atendimento personalizado. Por isso, ao entrar no se-tor, é preciso dar atenção à contratação dos funcionários, pois a forma como se trata e se estabelece uma relação com o consu-midor é um fator decisivo para o seu retorno ou fidelização.

Além disso, o empreendedor deve prestar atenção à escolha de uma boa localização. O ideal é procurar uma rua bem movimentada, se possível, com bastante fluxo de pedestres. Pontos próximos a açougues ou mercados mu-nicipais também são recomendáveis, pois atraem o mesmo público-alvo desse nicho.

Quem Quer comodidade, Qualidade e variedade ao comprar frutas,

e olho na concorrência,

fruteiras buscam se

diferenciar com a oferta de

produtos especializados e

serviços como a telentrega

e a possibilidade de pagar as

contas uma vez ao mês

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Práticos e fresquinhos

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texto laura schenkel

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O sonho de morar na Serra gaúcha foi o que levou o ca-sal Celso Luiz Rodrigues da Rosa e Marle Brombatti da Rosa a comprar uma fruteira em Gramado. Eles deixaram Novo Hamburgo, onde se conheceram, para viver na cidade natal de Marle. A filha, Marília, acompanhou os pais na mudança e também no trabalho.

Como a família Brombatti já era reconhecida na região pelos supermercados que tem em Gramado, Canela e Nova Petrópolis, o sobrenome foi eleito como nome do novo es-tabelecimento. Em funcionamento desde 2004, o negócio concentra as vendas em frutas, verduras e legumes. Outros itens, como sucos, vinhos e queijos, não chegam a 10% dos produtos oferecidos, segundo Marília, também proprietá-ria. Ela considera a concorrência com os supermercados a principal adversidade do setor: “Hoje as pessoas têm me-nos tempo para comprar coisas aqui e ali, então, muitas deixam para comprar no mercado, que tem de tudo”. Por isso, aposta em ter produtos com muita variedade, quali-dade e preços atrativos: “O meu diferencial é ter produtos diretos da Ceasa, porque meu pai compra direto lá. São bem frescos e o preço, bem atrativo. Sempre temos mais variedade do que o mercado”.

Perda de Produtos

Marília avalia que o clima mudou bastante nos últimos anos, o que acaba influenciando bastante na oferta e nos preços de hortifrutigranjeiros. Como os fenômenos e as con-dições climáticas influenciam tanto para o sucesso quanto para o fracasso da produção, os preços dos itens variam muito. Outro fator que impacta no nicho é o abandono do campo por pequenos produtores. “Cada vez mais, o pessoal está saindo do interior para trabalhar na indústria ou no comércio, deixando de produzir. Assim, fica cada vez mais difícil a compra da mercadoria”, desabafa.

Uma preocupação do setor é a questão da perda de pro-dutos, que pode significar um grande prejuízo. “Como tra-balhamos com perecíveis, é preciso cuidar muito o volume de compras”, aconselha a empreendedora. O mamão, por exemplo, uma fruta que estraga bastante, tem perda de 10% na Brombatti.

Apesar da dificuldades enfrentadas, a fruteira de Gra-mado tem crescido ano a ano. Em 2016, Marília estima que o

crescimento esteja em torno de 20% até o momento. O suces-so também é atribuído à atuação nas redes sociais: a fruteira investiu em anúncios em mídias tradicionais, mas foi o uso do Facebook e Whatsapp a alternativa que gerou mais efeito. Duas vezes por semana, são postadas as ofertas pela página da fruteira, que também são enviadas a clientes cadastrados pelo aplicativo de mensagens no celular. Ocasionalmente, são lançadas promoções, com vale-compras ou cestas de frutas como prêmio. “Tiramos foto com o cliente ganhador e posta-mos. O retorno do público é bem legal”, conta.

A Brombatti ainda lança mão do caderninho para os compradores antigos – alguns têm fichas há muitos anos, que pagam após fechar o mês –, mas não abre a opção para novos clientes, salvo seja alguém muito conhecido ou vizi-nho. Para o futuro, Marília planeja trazer produtos diferen-tes, mas sempre dentro da atuação como fruteira. A família descarta uma expansão ou mesmo uma transformação em supermercado, porque considera que as despesas e incômo-dos não compensam o possível ganho financeiro.

sem Perder o foco no setor

Alberto Sato, proprietário da Fruteira Sato, em Pelotas, considera que não há segredo para ter sucesso nesse nicho além de trabalhar bem. Segundo o empresário, é difícil pre-

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Marília Rodrigues da Rosa se

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ver a venda de itens com base em anos anteriores. Um item que esgota em um Natal, por exemplo, não é o mesmo que lidera as vendas na mesma data no ano seguinte.

Com seis funcionários, o estabelecimento inaugurado em 1972 comercializa alguns itens além de FLV, mas não quer fugir do foco. “Tem muita padaria onde o que tu menos encontra é pão. Eu não queria ficar assim”, conta o empre-sário, que herdou a fruteira do pai, Yoichi Sato. O diferencial do ponto é a oferta de produtos da culinária japonesa, que são mais difíceis de serem encontrados na cidade.

Se uns buscam a diversificação, há concorrentes que atribuem o sucesso por focar um público-alvo específico. Um caso à parte no setor são as fruteiras com foco em uma produção sustentável e sem agro-tóxicos. O índice de crescimento do setor de orgâ-

nicos em 2015 foi de 25% e deve chegar a 30% neste ano, com um faturamento de R$ 3 bilhões, segundo dados do projeto Organics Brasil. E mesmo com esta evolução, a procura segue maior do que a oferta, garante Ary Cargnino, que comanda a Fruteira Ecológica, em Caxias do Sul, ao lado da mulher, Ar-nete Salvador Cargnino,e do filho, Andrei Salvador Cargnino. “Não podemos nos queixar aqui, nem de crise, porque o nosso cliente que consome orgânicos, aquele fiel, ele compra o ano inteiro de nós. Não temos problema”, diz Ary.

O proprietário da Fruteira Ecológica lamenta a falta de apoio ou incentivo de órgãos públicos para a produção e para a venda de orgânicos. O empreendedor faz parte da comis-são de ética da Rede Ecovida de Agroecologia, que atua como certificadora no Sul do país e parte do Estado de São Paulo. Assim, ajuda a formar e informar os agricultores sobre a pro-dução orgânica. O produtor cadastrado tem que participar das visitas, ser visitado, comparecer às assembleias de cada núcleo e reuniões do grupo. Barra de cereais, suco, vinho, molho de tomate, massa, farinha e arroz também podem ser encontrados na Ecológica, todos na versão orgânica.

Práticas sustentáveis

Segundo o empresário, o valor dos orgânicos fica em média 30% acima do produto tradicional. “O que faz com que a gente

não cause um impacto tão grande no preço é a nossa ética co-mercial. Não subimos tanto quando não tem o produto, nem baixa tanto quando tem de sobra”, explica o empreendedor.

Os cuidados no atendimento ao cliente incluem a quali-ficação da mão de obra. Tanto os produtores quanto os fun-cionários participam de uma formação de no máximo três dias no Centro Ecológico, em Ipê, município vizinho.

A responsabilidade ambiental contempla ainda um tra-balho de conscientização pela adoção de caixas para trans-portar as compras. Junto aos caixas, além das sacolas plásti-cas, há embalagens de papelão, algumas até personalizadas com o nome da fruteira. Os clientes fiéis já adotaram a prá-tica. Aos clientes novos, se pergunta se pode usar caixa no lugar da sacola plástica, e a maioria aceita a oferta.

Há dez anos, a Ecológica oferece telentrega, e o serviço é bastante procurado. Os clientes também podem “pendurar” a conta e pagar uma vez ao mês. Segundo Ary, o sistema sempre deu certo.

A família considera expandir o negócio ou mesmo abrir uma filial, com o apoio de Andrei, 19 anos, que está bem entrosado no trabalho. Sob uma condição: “Trabalhar muito com os pés no chão e não exagerar para não perder a essên-cia do negócio. Não queremos aumentar muito e depois não conseguir dar o atendimento que sempre demos, e que deu certo”, ressalta o pai, cauteloso.

Fruteira ecológica tem cartazes informativos

sobre seus produtos orgânicos

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132

pelo mundo

Domino’s cria robô para entregar pizzas A Domino´s, maior rede de entrega de pizzas do mundo, começou a utilizar robôs para cumprir a função de

entregador de pizza. Chamada de DRU (Domino´s Robotic Unit, em inglês), a invenção nada mais é do que uma espécie de veículo autônomo, que identifica o ambiente

percorrido e tem um sistema de GPS conectado ao Google Maps. Baseada nos desenhos de robôs utilizados pelo exército americano e carregada através de uma tecnologia

inovadora da startup Australian Marathon Targets, a ideia foi desenvolvida no início de 2015 e incubada no laboratório de inovação (DLAB) da companhia. O equipamento tem capacidade para armazenar

até 10 pizzas no compartimento aquecido – apenas os clientes recebem um código capaz de abri-lo – e possui outro separadamente para manter as bebidas e sobremesas geladas. O robô está sendo testado na Austrália e pode

começar a operar por lá em breve, mas deve demorar pelo menos mais dois anos até que chegue a outros países.

empresa cria móDulo De plantação vertical em supermercaDo A startup

alemã Infarm desenvolveu uma solução que pode mudar o varejo de hortaliças no mundo: uma mi-crofazenda vertical que produz verduras e ervas orgânicas sempre frescos dentro de supermer-cados. Apelidada de Kräuter Garten (jardim de

ervas), a instalação se parece com uma pequena estufa, onde os clientes podem escolher à vontade seus próprios alimentos colhidos diretamente do pé. Segundo seus criadores, as unidades são com-pactas e podem ser configuradas para diferentes culturas, como tomates ou pimentas, e graças à

sua natureza vertical ela pode produzir com me-nos água bem mais hortaliças por metro quadra-

do, ocupando pouco espaço nos estabelecimentos. Além disso, o objetivo é diminuir o desperdício – dois terços dos alimentos são perdidos após a

colheita e armazenamento inadequado na Europa – e o impacto ambiental, já que a produção é

semiautomatizada e dispensa transporte para chegar às lojas, garantindo produtos mais frescos sempre. Em Berlim o programa-piloto da empresa

opera há cerca de seis meses, e novas unidades devem ser fabricadas até o final do ano.

onu apresenta ranking De países mais felizes Do munDo A Organização das Nações Unidas

(ONU) divulgou, pelo 4º ano, o ranking dos países mais e menos felizes do mundo. Na edição de 2016 o Brasil surge em 17º lugar, atrás dos Estados Unidos e da Alemanha e à frente de outros países europeus como a

Grã-Bretanha, França e Itália. A Dinamarca ocupa o lugar de país mais feliz do mundo, seguido de Suíça, Islândia, Noruega e Finlândia, no topo do ranking de felicidade. Os piores coloca-dos foram Benin, Afeganistão, Togo, Síria e Burundi, países em estado de guerra ou crise política. Para realizar o estudo foram entrevistados moradores dos 156 países avaliados, que deram uma nota de 0 a 10 para seis parâmetros: Produto Interno Bruto (PIB) per capita; expectativa de vida saudável; rede de proteção social; percepção de corrupção; liberdade para tomar decisões e generosidade do povo. Segundo os pesquisadores envolvidos, os resultados refletem uma demanda mundial para que a felicidade seja usada como critério nas políticas de governo. Para eles, esta noção mais ampla de bem-estar funcio-na melhor como indicador de desenvolvimento para além de meros parâmetros econômicos.

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vis

ão p

olitica

Democraticamente falanDo, sou Do tipo romântico. Sou daqueles que gostaria de ver este ciclo de governo terminando nas ur-nas, com alternância de poder viabilizada por eleições periódicas, inclusivas e transparentes, em que a sociedade discutisse programas de governo. Porém, argumento pela legitimidade do processo de impeachment do presidente da República, seja para o bem, seja para o mal dos governos. Independentemente do resultado do impeachment, é importante reconhecê-lo como um processo legítimo do presidencialismo do país, a que todo governante está sujeito. Ou seja, impeachment não é golpe.

O impeachment está previsto na Constituição Federal de 1988. Assim como todas as leis, foi construído com base em elementos técnicos e políticos. Está no espírito das leis o aspecto político da construção legislativa. Toda regra que não precisa observar aspectos políticos pode ser definida por agências reguladoras e outros órgãos da administração pública com caráter eminentemente técnico.

Assim como as leis são construídas conside-rando as particularidades da política, o proces-so de impeachment também é um julgamento político, realizado por deputados e senadores, representantes legítimos da população, e acontecerá com base em elementos técnicos, que foram apresentados pelo Tribunal de

RodRigo giacometconsultor Político da fecomércio-rs

Impeachment não é Golpe

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co

rcio

-rs

Contas da União, órgão de assessoramento do Poder Legislativo, atendendo aos ritos deter-minados pelo Poder Judiciário, por meio do Supremo Tribunal Federal.

Esse caráter político está a serviço do governo ou da oposição, como tem sido durante todo o este período democrático. Imagine um cenário em que o governo fosse acusado de praticar “pedaladas fiscais”, mas, ao contrário de hoje, fosse bem avaliado pela população, conduzisse a economia de forma eficiente, combatesse a corrupção e não misturasse as atividades de governo com os problemas do partido... Certa-mente, as pedaladas seriam consideradas um problema menor, e o processo de impeachment sequer seria iniciado pelo Congresso, como não foi durante o episódio do mensalão.

A diferença é conjuntural. Deputados e senadores discutem a instalação do processo de impeachment por problemas fiscais, mas tomarão decisões com base na conjuntura político-econômica, transmitindo a vontade de seus eleitores de manter, ou não, o governo eleito. Pesarão os problemas de corrupção na Petrobras, a má condução da economia e a tentativa de proteger o ex-presidente, entre outras questões que geram insatisfação a 70% da população. A tendência é que aconteça o impeachment, seguindo as regras de nossa de-mocracia, que, aliás, vai muito bem, obrigado.

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monitor de juros mensal

O Monitor de Juros Mensal é uma publicação que objetiva auxiliar as empresas no processo de tomada de

crédito, disseminando informações coletadas pelo Banco Central junto às instituições financeiras.

O Monitor compila as taxas de juros médias (prefixadas e ponderadas pelos volumes de concessões na primeira

semana do mês) praticadas pelos bancos com maior abrangência territorial no Rio Grande do Sul, para seis

modalidades de crédito à pessoa jurídica.

Capital de Giro Com prazo até 365 dias

Cheque espeCial

anteCipação de Faturas de Cartão de Crédito

no

tas

Capital de Giro Com prazo aCima de 365 dias

Conta Garantida

desConto de Cheques

Na modalidade de capital de

giro com prazo até 365 dias, HSBC e

Citibank apresentam as taxas médias

de juros mais baixas. Entre os bancos

de maior abrangência no Estado,

o Banco do Brasil registrou

redução relevante em março,

aproximando-se do Itaú nas

primeiras colocações do ranking.

Na modalidade de cheque

especial, as taxas médias de

concessão, em geral, mantiveram a

estabilidade tradicional em março.

Entre os bancos de maior abrangência

no Estado, a exceção foi a

Caixa, que apresentou elevação

relevante. O Banrisul mantém a menor

taxa média da modalidade.

Na modalidade de

antecipação de faturas de

cartão, o Banco Safra

permaneceu no primeiro lugar

em março. Entre os bancos

de maior abrangência, Banco

do Brasil, apesar de alguma

elevação, registrou a menor

taxa média de concessão no mês.

Na modalidade de capital de

giro com prazo acima de 365

dias, com a ausência de informações

do Citibank, o Banco Safra aparece na

primeira posição em março,

seguido pelo Banco do Brasil.

O Banrisul, por sua vez, mantém a

maior taxa média de concessão

da modalidade.

Na modalidade conta

garantida, o Citibank, apesar

da oscilação semanal,

manteve a primeira colocação

em março, seguido pelo

HSBC, Banco do Brasil e Banrisul, com

diferença pequena entre si, ocupam

o terceiro e o quarto postos,

respectivamente.

Na modalidade de desconto

de cheques, o Banco Safra

segue na primeira colocação

em março, seguido por Banrisul e

Santander. A Caixa manteve o quarto

posto; no entanto, aumentou sua

distância para o terceiro lugar,

com aumento em sua taxa

média de concessão.

1) A fonte das informações utilizadas no Monitor de Juros Mensal é o Banco Central do Brasil, que as coleta das instituições financeiras. Como cooperativas de crédito e financeiras não prestam essa classe de informações ao Banco Central, elas não são contempladas no Monitor de Juros Mensal.2) As taxas apresentadas referem-se ao custo efetivo médio das operações, incluindo encargos fiscais e operacionais incidentes sobre elas.3) Período de coleta das taxas de juros: 1º/03/2016 a 07/03/2016.

Instituição

Instituição

Instituição

Instituição

Instituição

Instituição

Taxa de juros(% a.m.)

Taxa de juros(% a.m.)

Taxa de juros(% a.m.)

Taxa de juros(% a.m.)

Taxa de juros(% a.m.)

Taxa de juros(% a.m.)

FEV

1,63

1,50

2,12

3,19

2,41

2,93

2,89

2,52

2,67

FEV

9,37

12,03

11,49

12,01

11,67

12,94

12,90

13,46

FEV

1,89

2,70

2,90

3,53

2,63

3,75

FEV

1,64

2,88

2,39

2,48

2,43

2,58

2,59

2,76

FEV

2,41

2,68

2,82

2,80

3,14

3,51

5,04

9,74

HSBC

Citibank

Itaú

Banco do Brasil

Santander

Bradesco

Caixa

Banrisul

Banco Safra

Banrisul

Banco do Brasil

Banco Safra

Itaú

Caixa

HSBC

Bradesco

Santander

Banco Safra

Banco do Brasil

Santander

Bradesco

HSBC

Itaú

Banco Safra

Banco do Brasil

Caixa

HSBC

Santander

Bradesco

Itaú

Banrisul

Citibank

HSBC

Banco do Brasil

Banrisul

Santander

Itaú

Bradesco

Banco Safra

Banco Safra

Banrisul

Santander

Caixa

Itaú

HSBC

Bradesco

Banco do Brasil

MAR

1,58

1,66

2,11

2,15

2,55

2,60

2,80

2,89

3,05

MAR

9,52

12,03

12,07

12,12

12,67

12,92

13,02

13,46

MAR

1,92

2,84

3,01

3,21

3,48

3,67

MAR

1,96

2,29

2,31

2,39

2,46

2,49

2,68

2,73

MAR

2,49

2,73

2,80

2,90

3,08

3,57

5,02

12,98

MAR

2,41

2,61

2,87

3,14

3,24

3,25

3,27

3,30

FEV

2,33

2,57

2,87

3,03

3,25

3,04

3,42

3,18

É permitida a reprodução total ou parcial deste conteúdo, elaborado pela Fecomércio-RS, desde que citada a fonte. A Fecomércio-RS não se responsabiliza por atos/interpretações/decisões tomados com base nas informações disponibilizadas por suas publicações.

/ março 2016

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Direitos iguais em DiscussãoEste filme retrata uma história baseada em fatos do fim da década de 80 e conta a trajetória de Josey Aimes, uma mineira que sofreu tantos

assédios psicológicos e sexuais no trabalho que processou a empresa mineradora em prol dos direitos das mulheres. Josey se separa do mari-do abusivo e, com os filhos debaixo dos braços, resolve voltar à casa dos

pais, em uma pequena cidade no estado de Minessota, nos EUA. Lá, ela consegue um emprego na mina de carvão local, e todos os seus proble-mas começam a se desenrolar. Um ex-namorado

da época de colégio que também atua como mineiro começa a assediá-la, tanto verbalmente

quanto sexualmente. Logo, os outros colegas também aderem à prática. A situação fica insus-tentável quando o abuso foi estendido a todas as

mulheres da mina, que começam a rechaçar Josey do seu convívio. A mineira decide reclamar para

a diretoria da empresa, e, sem sucesso, ela leva o caso à corte americana. Com

muitas reviravoltas, o filme mostra a im-portância de políticas de proteção contra

assédio nas empresas.

DICAS DO MÊS

retornos para melhorar o Desempenho O livro

Preciso saber se estou indo bem!, do consultor Richard L. Williams,

traz, de maneira lúdica e divertida, a importância de dar e receber feedbacks em quaisquer

atividades executadas, bem como seus benefícios a todos.

Williams apresenta o personagem Scott, e ele, em uma série de palestras para os gerentes da

empresa onde trabalha, descobre que o que o impede de ser um bom chefe e marido é a falta de retorno das suas ações. O

livro é escrito dinamicamente, debatendo estratégias de

fácil implementação, além de demonstrar os quatro tipos

de feedbacks – positivo, corretivo, ofensivo e

insignificante – e as suas relevâncias para o meio

empresarial.

livro

Apl

icativo visão geral Da gestão O Google Meu Negócio irá

facilitar e esquematizar a sua visão de gestão. Com a ajuda do app, você pode atualizar as informações da sua empresa no Google e no Google Maps, gerenciar e responder comentários, e ainda tem acesso a uma visão geral de citações sobre a mar-ca. Além disso, o aplicativo também auxilia o gerenciamento da sua página no Google+, com acesso direto a compartilha-

mentos, estatísticas e comentários. O serviço está disponível para dispositivos com os sistemas operacio-nais iOS, Android e Windows Phone.

Ficha técnicaTíTulo: Preciso saber se estou indo bem!

auTor: Richard L. Williams

ediTora: Sextante

ano: 2011

Rep

rod

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o

film

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Ficha técnicaTíTulo: Terra Fria

gênero: Drama

direção: Niki Caro

Div

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Rep

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o

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