revista bens & serviços

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& 123 Julho Revista da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul BENS SERVIÇOS Entrevista CHRYS GUIMAS, COACH DE IMAGEM, REVELA COMO PESSOAS E EMPRESAS PODEM CAUSAR UMA BOA IMPRESSÃO ÉTICA ESOCIAL Calendário oficial determina adoção pelas empresas a partir de 2016 INOVAÇÃO Cultura da Inovação ganha cada vez mais importância LEI ANTICORRUPÇÃO AMPLIA O VALOR DA GESTÃO DE RISCO GIRO PELO ESTADO Abrir nos feriados e finais de semana movimenta a economia

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Edição 123

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Revista da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul

BENS SERVIÇOS

Entrevista chrys guimas, coach de imagem, revela como pessoas e empresas podem causar uma boa impressão

étic

a

ESocial calendário oficial determina adoção pelas

empresas a partir de 2016

iNovação cultura da inovação ganha cada vez

mais importância

lei anticorrupção amplia o valor da gestão de risco

giro pElo EStado abrir nos feriados e finais de semana

movimenta a economia

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luiz carlos bohnPresidente do Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac

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Ética, acima de tudo

É cada vez MaiS evidente a necessidade de colocar a ética em primeiro plano no am-biente empresarial. A questão, evidentemen-te, é ampla e abre inúmeras possibilidades de discussão. No entanto é possível resumir o que é ser ético em poucas palavras: trata-se de fazer o que é certo. Ou seja, a ética pres-supõe o cumprimento de deveres e regras legalmente determinados, para focarmos no ponto básico da questão.

O que tem feito com que esse tema tenha ganhado tanta projeção recentemente, além dos recentes casos de corrupção envolvendo o poder público e seus fornecedores, foi a instituição da chamada Lei Anticorrupção, em janeiro de 2014. A essência dessa lei está na responsabilização imposta às empresas nos casos de prejuízo à administração pública por conta de fraudes ou corrupção.

Até então, a punição recaía à pessoa física responsável pelo desvio. Agora, a pessoa jurídica também sofrerá sanções quando em sua empresa houver a prática do ato lesivo. Para o empreendedor é mais um risco ao qual ele fica exposto, mas, por outro lado, a lei

exige que as empresas fortaleçam e ampliem seus controles corporativos, buscando garantir com que todos os colaboradores adotem e propaguem as melhores práticas.

O controle no cumprimento de normas e regras é sempre custoso às empresas, não se pode negar. Não é à toa que muitas companhias dependem de departamentos específicos para cuidar de questões complexas como a tributação, apenas para citar um exemplo. Mas todas as empresas, independentemente do porte e da área de atuação, podem instituir mudanças simples, mas eficazes.

Para construir uma empresa com bons princípios morais é imprescindível colocar a ética acima de tudo. E só se consegue isso com lideranças que assumam o compromisso em fazer o que é certo. É na figura do gestor, do líder, que todos os colaboradores se espelham. As boas práticas precisam estar bem claras desde os códigos de conduta, mas, sobretudo, no exemplo transmitido diariamente pelos gestores. Esse é o melhor código de ética que uma empresa pode ter.

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especial / ética

revista bens & serviços / 123 / julho 2015

sum

ário

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o segmento de compliance

é um dos que mais crescem

como aliado das empresas.

responsável por garantir

adesão às melhores práticas

corporativas, reduz perdas

e mitiga erros que podem

levar companhias a graves

sanções legais

44

nicho

40

dossiêlogística

inventada há 90 anos, a

televisão até hoje permanece

como desejo de consumo em

todo o mundo

36

empresas gaúchas buscam

soluções para minimizar

custos logísticos. especialistas

indicam as melhores práticas

pizzarias movimentam r$ 900

milhões por mês no brasil e

respondem por 10% do gasto

com alimentação fora de casa

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Esta revista é impressa com papéis com a certificação FSC® (Forest Stewardship Council), que garante o manejo social, ambiental e economicamente

responsável da matéria-prima florestal.

Selo FSC

PubliCação mEnSal do SiStEma FEComérCio-rS FEdEração do ComérCio dE bEnS E dE SErviçoS do EStado do rio GrandE do Sulavenida alberto bins, 665 – 11º andar – Centro – Porto alegre/rS – brasil

CEP 90030-142 / Fone: (51) 3284.2184 – Fax: (51) 3286.5677 www.fecomercio-rs.org.br – [email protected]

www.revista.fecomercio-rs.org.br

Presidente:luiz Carlos bohn

Vice-Presidentes: luiz antônio baptistella, andré luiz roncatto, levino luiz Crestani,ademir José da Costa, alécio lângaro ughini, arno Gleisner, diogo Ferri Chamun, Edson luis da Cunha, Flávio José Gomes, Francisco José Franceschi,

ibrahim mahmud, itamar tadeu barboza da Silva, ivanir antônio Gasparin, João Francisco micelli vieira, Joel vieira dadda, leonardo Ely Schreiner, marcio

Henrique vicenti aguilar, moacyr Schukster, nelson lídio nunes, ronaldo Sielichow, Sadi João donazzolo,Júlio ricardo andriguetto mottin, Zildo de marchi, leonides Freddi, Paulo roberto diehl Kruse, adair umberto mussoi, élvio renato

ranzi, manuel Suarez, Gilberto José Cremonese, ivo José Zaffari

diretores: Walter Seewald, Jorge ludwig Wagner, antonio trevisan, Carlos Cezar Schneider, Celso Canísio müller, Cladir olimpio bono, daniel amadio,

davi treichel, denério rosales neumann, denis Pizzato, dinah Knack, Eduardo luiz Stangherlin, Eduardo luís Slomp, Eider vieira Silveira, Elenir luiz bonetto, Ernesto alberto Kochhann, élio João Quatrin, Gerson nunes lopes, Gilberto

aiolfi, Gilmar tadeu bazanella, Giraldo João Sandri, Guido José thiele, isabel Cristina vidal ineu, Jaucílio lopes domingues, João antonio Harb Gobbo,

Joel Carlos Köbe, Josemar vendramin, José nivaldo da rosa, liones oliveira bittencourt, luciano Stasiak barbosa, luiz Caldas milano, luiz Carlos dallepiane, luiz Henrique Hartmann, marcelo Francisco Chiodo, marice Fronchetti, mauro Spode, nerildo Garcia lacerda, olmar João Pletsch, Paulo roberto Kopschina,

remi Carlos Scheffler, rogério Fonseca, Silério Käfer, Sueli morandini marini, alberto amaral alfaro, aldérico Zanettin, antônio manoel borges dutra, antônio

odil Gomes de Castro, ary Costa de Souza, Carina becker Köche, Carlos alberto Graff, Celso Fontana, Cezar augusto Gehm, Clori bettin dos Santos, daniel miguelito de lima, daniel Schneider da Silva, Eliane Hermes rhoden, Elvio morceli Palma, Erselino achylles Zottis, Flávia Pérez Chaves, Francisco

amaral, Gilda lúcia Zandoná, Henrique José Gerhardt, Jamel Younes, Jarbas luff Knorr, Jolar Paulo Spanenberg, José lúcio Faraco, Jovino antônio demari, leomar rehbein, luciano Francisco Herzog, luiz Carlos brum, marcelo Soares

reinaldo, marco aurélio Ferreira, miguel Francisco Cieslik, nasser mahmud Samhan, ramão duarte de Souza Pereira, reinaldo antonio Girardi, régis luiz Feldmann, ricardo Pedro Klein, Sérgio José abreu neves, valdir appelt, valdo

dutra alves nunes, vianei Cezar Pasa

conselho Fiscal: luiz roque Schwertner, milton Gomes ribeiro, rudolfo José müssnich, Hildo luiz Cossio, nelson Keiber Faleiro, Susana Gladys

Coward Fogliatto

delegados rePresentantes cnc: luiz Carlos bohn, Zildo de marchi, andré luiz roncatto, ivo José Zaffari

conselho editorial: Júlio ricardo andriguetto mottin, luiz Carlos bohn e Zildo de marchi

assessoria de comunicação: aline Guterres, Camila barth, Caroline Santos, Catiúcia ruas, Fernanda romagnoli, liziane de Castro, luana trevisol e

Simone barañano

coordenação editorial: Simone barañano

Produção e eXecução: temática Publicações

edição: Fernanda reche (mtb 9474)

cheFe de rePortagem: marina Schmidt

rePortagem: Cláudia boff, diego Castro, marina Schmidt, micheli aguiar e rafael Faustino

colaboração: amanda Gomes, Edgar vasques, ludmila Cafarate e Jayme diogo

edição de arte: Silvio ribeiro

assistente de diagramação: Caroline Soares

reVisão: Flávio dotti Cesa

imagem de caPa: ©iStock.com/Eyetoeye PiX

tiragem: 21,1 mil exemplares

é permitida a reprodução de matérias, desde que citada a fonte. os artigos assinados não refletem, necessariamente, a opinião do veículo.

seção página

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Sobre / Erros

eSocial

Palavra do Presidente

Notícias & Negócios

Senac

10 Passos / registro de marcas

Opinião

Entrevista

Inovação

Pelo Mundo

Especial / ética

Saiba Mais

Sesc

Logística

Visão trabalhista

Dossiê / televisão

Visão Tributária

Nicho / Pizzarias

Monitor de Juros

Giro pelo Estado

Dicas do Mês

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Erros

“As escolhas equivocadas que habitu-

almente tratamos por ‘erro’ não têm

a roupagem tão ruim quanto pen-

samos. Tomou uma decisão errada?

Então, tome uma decisão acertada

em cima. Pior que uma decisão

errada é uma omissão, é continuar na

zona de lamentações em busca de culpados. Nessa

ótica, o ‘erro’ se constitui numa ferramenta poderosa no

processo de reforma íntima das pessoas mais atentas.

Porque não há aprendizado se não houver erro. O erro

existe para o aprendiz. Logo, se ele for tratado como

uma oportunidade de crescimento, ele pode alavan-

car o progresso em todas as direções. O erro auxilia no

processo de maturação e sabedoria das pessoas.”

PAULO CISNEIROS, professor da UFRPE e mestre em RH e

Comportamento Organizacional

Se fechar a porta a todos os erros, a verdade ficará lá fora. “ RABINDRANATH TAGORE Escritor indiano (1861-1941)

Todos querem acerTar sempre, para

aTingir o ideal de vencedor. no enTanTo,

ao longo da vida é ineviTável errar.

a diferença enTre vencer e perder

esTá na reação que se Tem dianTe dos

erros. a parTir deles, cada um cria

as suas próprias soluções. errar é o

combusTível das grandes descoberTas

”Arquivo Pessoal

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“Os pobres animais cada manhã esquecem quase tudo que viveram no dia anterior, e seu intelecto tem de trabalhar sobre um mínimo material de experiências. Semelhantemente, o tigre de hoje é idêntico ao de seis mil anos, porque cada tigre tem de começar de novo a ser tigre, como se não houvesse

outro antes. O homem, pelo contrário, mercê de seu poder de recordar, acumula seu próprio passado, possui-o e o aproveita. O importante é a memória dos erros, que nos permite não cometer os mesmos sempre. O verdadeiro tesouro do homem é o tesouro dos seus erros, a extensa experiência vital decantada gota a gota em milênios.”

JOSÉ ORTEGA Y GASSET, no livro A Rebelião das Massas

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ESOCIAL

ronograma, lançado pelo

governo, prevê que o eSocial

Será obrigatório inicialmente para empreSaS

com faturamento Superior a r$ 78 milhõeS

CNovo sistema começa a

valer em 2016

AgorA é ofiCiAl! O novo Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSo-cial) valerá em 2016. De acordo com o novo cronograma, pu-blicado pelo governo federal (veja no quadro), a transmissão dos eventos relativos aos trabalhadores será obrigatória em setembro do ano que vem para empresas com faturamento acima de R$ 78 milhões em 2014. Para as demais, a adesão deverá acontecer em janeiro de 2017.

Também chamado de folha de pagamento digital, o novo sistema será vinculado ao Sistema Público de Escrituração Digital (Sped), permitindo que as informações prestadas separadamente à Previdência Social, à Receita Federal e ao Ministério do Trabalho sejam unificadas numa mesma plataforma. O coordenador do eSocial no MTE, José Alberto Maia, diz que os novos prazos foram pensados a pedido das empresas. “Inicialmente, devem-se informar apenas dados para cadastramento, referente a vínculos, contribuições previdenciárias e folha de pagamento, entre outros”, expli-ca o também auditor-fiscal do MTE.

Ele acrescenta que os dois grupos terão seis meses para fazerem a transmissão de informações sobre o monitora-mento da saúde do trabalhador e condições do ambiente de trabalho, bem como a comunicação de acidente de trabalho. “O projeto terá um impacto enorme nas empresas, que ga-nharão uma forma mais eficaz de gerenciar as suas informa-ções com qualidade”, afirma Maia.

A versão 2.1 do layout do novo sistema está disponível no site www.esocial.gov.br. Já o período de testes do software, se-gundo o grupo de trabalho confederativo – formado por repre-sentantes do governo federal e entidades, como a Confedera-ção Nacional do Comércio (CNC) –, deve começar em janeiro de

2016. Para aderir ao eSocial é necessário estar em dia com os seus dados cadastrais, evitando a incompatibilidade de infor-mações em órgãos como Receita Federal e Previdência Social.

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croNograma do esocialO novo cronograma do eSocial foi publicado no Diário Oficial da União, em 24 de junho, pelo comitê diretivo da iniciativa – formado pelos ministérios do Trabalho e Em-prego (MTE), da Fazenda e Previdência Social e a secreta-ria da Micro e Pequena Empresa. Confira os prazos:

Setembro/2016: início da obrigatoriedade para empresas

com faturamento acima de r$ 78 milhões em 2014, para in-

formações sobre o ambiente de trabalho.

Janeiro/2017: adesão obrigatória para empreendedores com

faturamento de até r$ 78 milhões em 2014 sobre eventos re-

lativos ao ambiente de trabalho. As demais deverão publicar

também dados referentes à saúde do trabalhador.

Julho/2017: pequenos empreendedores passarão a prestar

contas, também no novo sistema de informações, referente à

saúde dos colaboradores.

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notícias negócios&Ed

ga

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s

previdência volta a pagar

afastamento acima de 15 dias

A publicação da Lei nº 13.135/15

derrubou a medida provisória nº

664/2014, que havia ampliado de

15 para 30 dias o período em que os

empregadores deveriam pagar para

os funcionários afastados por motivo

de doença ou acidente. Logo, desde

o dia 18 de junho, a responsabilidade

das empresas voltou a ser de apenas

15 dias. Se o afastamento ultrapassar

este tempo, o trabalhador deverá

procurar a perícia médica da

Previdência Social. No entanto, os

empregados que se afastaram até o

dia 17 de junho ainda têm direito ao

pagamento de 30 dias.

RECEITA DEVE REGULAMENTAR FREE-SHOPS ATÉ O FINAL DO ANOo secretário de Aduana da Receita Federal, Ernani Argolo, confirmou que o sistema de controle da cota de compras em free-shops brasileiros deve ser concluído no final de 2015. O modelo é necessário para que seja regulamentada a lei que permite a instalação de comércio livre de impostos no lado brasileiro das cidades fronteiriças. O sistema in-formatizado e integrado com lojistas serve para impedir que estran-geiros comprem mais do que é permitido na legislação. Por enquanto, está marcada uma reunião, no dia 16 de outubro, em Foz do Iguaçu, no Paraná, com técnicos da Receita Federal e representantes de 26 municípios contemplados pela lei em todo o Brasil, para discutir a implantação do novo sistema. No Rio Grande do Sul, além de Santana do Livramento, mais nove cidades poderão contar com free-shops: Chuí, Jaguarão, Porto Xavier, Aceguá, Barra do Quaraí, Itaqui, Quaraí, São Borja e Uruguaiana.

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governo veta cota para deficientes em empresas peQUenas A

Lei Brasileira de Inclusão foi sancionada pela presidente Dilma Rous-

seff, mas com alguns vetos. Um deles foi o dispositivo que obrigaria

as empresas com 50 a 99 empregados a reservar pelo menos uma

vaga para pessoas com deficiência. Com o veto, continua em vigor a

exigência de reserva de cotas nas empresas com cem ou mais funcio-

nários. A nova lei de inclusão define pena de um a três anos de prisão

para quem discriminar deficientes e fixa uma reserva de 10% de vagas

nos processos seletivos de cursos de ensino superior.

EspAçO sINDICAL

sindilojas regional Bento apoia projeto

de edUcação O projeto educacional Olhar

Atento: Ciências para Vida – Alimentação Sau-

dável, da prefeitura de Bento Gonçalves, cons-

cientiza os alunos da cidade a terem práticas

sustentáveis no dia a dia. O Sindilojas Regional

Bento ajudou na confecção de mil sacolas

ecológicas, que já foram distribuídas.

sindilojas litoral centro propõe a

regUlação das feiras itinerantes O Sindilo-

jas Litoral Centro entregou ao prefeito de Osório,

Eduardo Abrahão, sugestões de normas para a

instalação de empresas itinerantes no município.

sescon-rs cria espaço contáBil

em santa maria Com a parceria de diversas

entidades do setor contábil, o Sescon-RS inau-

gurou o Espaço Contábil, em Santa Maria,

destinado a atividades voltadas a empresas

e profissionais da área.

presidente do secovi/Zona sUl é o novo

coordenador da aliança pelotas O presi-

dente do Secovi Zona Sul, Sérgio Cogoy, assu-

miu a coordenação do movimento. Segundo

Cogoy, o próximo passo da Aliança será o

estabelecimento de novas ações e metas para

a obtenção dos resultados propostos.

presidente do sindigêneros-rs apresenta

novidades O presidente do Sindigêneros-RS,

João Francisco Micelli Vieira, participou da pri-

meira reunião do Comitê Jurídico da Associação

Brasileira de Supermercados (Abras). Na ocasião,

ele apresentou a Câmara Brasileira do Comércio

de Gêneros Alimentícios.

Divulgação/Sindilojas Regional Bento

NÚMERO DE MEIs sUpERA A MARCA DE 5 MILHÕEs NO BRAsIL

o governo federal anunciou que o país chegou à marca de 5 milhões de microempreendedores individuais (MEI) cadastrados no Simples Nacio-nal, programa que unifica o pagamen-to de tributos para micro e pequenos empresários. Para se formalizar como

microempreendedor individual, o trabalhador tem que ganhar até R$ 60 mil por ano e não ter participação em outra empresa, como sócio ou titular. Apesar dos bons números de formalizados, a inadimplência é alta, chegando a 40% dos integrantes do programa. O setor de serviços lidera o percentual de formalizados, com 42,2% do total. O comércio de bens vem em segundo lugar, com 36,6%, seguido pela indústria (11,6%). Em relação à região, o Sudeste concentra 50,6% das formalizações.

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LEI pERDOA E pARCELA DÍVIDAs pATRIMONIAIs COM A UNIÃOos débitos patrimoniais que estavam vencidos em 31 de dezembro de 2010, há cinco anos ou mais, cujo valor total, na época, era de até R$ 10 mil, não precisarão mais ser pagos. O perdão desses débitos foi concedido pela Lei nº 13.139, publicada no Diário Oficial da União, em 29 de junho. Além disso, também será possível parcelar as demais dívidas em até 60 meses. Para isso, basta o contribuinte devedor requerer o parcelamento e pagar a primeira prestação para voltar a ficar adimplente. O valor mínimo por parcela é de R$ 100, e elas serão corrigidas mensalmente pela taxa Selic. A lei concede isenção de juros para débitos não pagos até 26 de junho de 2015 e que serão quitados, à vista, até 26 de dezembro deste ano.

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TRês pERGUNTAs

Atuando com vendas de serviços

desde 1994, Ricardo Lemos

percorre o Brasil ministrando

palestras motivacionais, workshops e

treinamentos nas áreas de vendas,

marketing e atendimento ao cliente.

Ele é professor de MBA em Gestão Comercial e

autor do best-seller O vendedor inteligente.

QUais são os principais desafios dos

profissionais de venda atUalmente? Na minha

visão, um dos principais desafios dos profissionais

de vendas é “entender de gente”. Porque cada

pessoa é única e existe uma enorme diversidade

de comportamentos, mesmo quando se escolhe

trabalhar com um nicho específico. Então, os

profissionais da área precisam ter essa visão para

saber lidar com as inúmeras reações, muitas vezes

imprevisíveis, dos clientes.

como atrair clientes em tempos de crise?

Inicialmente convencer-se de que há soluções

e saídas. E estas soluções estão longe da

continuidade, ou seja, o caminho é fazer coisas

diferentes e traçar planos de contingência. Se

estamos passando por situações diferentes,

precisamos de soluções alternativas e diferentes

das atuais. Agora, não será encostado na porta

da entrada da loja, reclamando da crise com o

vizinho do lado, que a solução aparecerá.

QUais são as tendências para a área de

vendas no varejo Brasileiro? Vivemos na era

do “tudo ao mesmo tempo agora”. Percebo que

isso acontece com quase todo mundo. Diante disso,

uma das tendências, e em muitos lugares já uma

realidade, é o imediatismo. O varejo deverá estar

preparado para atender e entregar mais rápido

ainda do que já vem fazendo, pois os consumidores

estão cada vez mais ansiosos e imediatistas.

notícias negócios&Ar

qui

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l o varejo cresceu 2,6% de janeiro a junho deste ano, em comparação com o mesmo período de 2014, de acordo com a Serasa Experian. O setor de veículos teve o pior resul-tado, com retração de 12,5%, seguido

pelo segmento de materiais de construção, que teve uma queda de 7,1%. Devido à alta inflação dos alimentos, os supermercados também não apresentaram um bom de-sempenho, registrando um crescimento de apenas 2%. Os setores de vestuário e de eletroeletrônicos foram os que alcançaram os melhores resultados, com um crescimento de 5,8% e 5,2%, respectivamente.

BAIxO CREsCIMENTO DO COMÉRCIO EM 2015

FECOMÉRCIO-Rs É DEsTAqUE NO pRêMIO qUALIDADE Rs 2015o sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac ganhou 22 dis-tinções no Prêmio Qualidade RS 2015. Os prêmios se di-videm nas categorias Troféu Ouro, Troféu Prata, Troféu Bronze, além do Comitê Destaque 2014, que foi para o Comitê Setorial Comércio e Serviços. O Prêmio Qualida-de RS é promovido pelo Programa Gaúcho da Qualidade e Produtividade (PGQP) e busca incentivar a melhoria dos serviços e da gestão das instituições gaúchas, atra-vés de uma competição saudável que oferece reconheci-mento nacional para os vencedores. Dos ganhadores, 41 são da área de serviços, sete da indústria, três do comér-cio, dois da educação e dois da administração pública. A entrega oficial dos prêmios ocorrerá no dia 17 de julho, às 19h, no Teatro do Sesi. Em paralelo ao prêmio, ocor-rerá, nos dias 16 e 17 de julho, o 16º Congresso Interna-cional da Gestão, que também é promovido pelo PGQP e trará nomes nacionais e internacionais para falar sobre as áreas da qualidade e da gestão.

©iStock.com/Olena T

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No site da Fecomércio-RS, confira a agenda de reuniões dos conselhos e comissões da entidade. Na mesma página,

é possível fazer o download do calendário anual.

a Fecomércio-RS se reuniu com outras entidades do se-tor, no dia 7 de julho, na capital gaúcha, para discutir o atual cenário econômico do Estado. Depois de sinalizar a impossibilidade do fim da cobrança do diferencial de alíquota (Difa) – que estabelece a arrecadação de um per-centual de 5% sobre as mercadorias trazidas de outros estados ou do exterior –, o governo confirmou que existe a probabilidade de aumento do Imposto sobre Circula-ção de Mercadorias e Serviços (ICMS). Segundo os em-presários, o aumento do ICMS, somado ao crescente de-semprego, à restrição do crédito e à diminuição de renda da população, pode levar muitas empresas à falência. O grupo está tentando marcar audiências com represen-tantes do governo do Estado.

EMpREsÁRIOs sE MOBILIZAM CONTRA A ALTA DE IMpOsTOs

sETOR ALHEIO A CRIsEs de acordo com os dados da Associação Brasileira de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC), o setor de beleza vem crescendo entre 10% e 15% ao ano e gera mais de 5 milhões de vagas de trabalho. O jornal francês Le Monde afirmou que entre 2006 e 2011 a venda de produtos de depilação aumentou em 299%, os produtos cosméticos em 281% e proteções solares em 230%, no Brasil. Segundo a ABIHPEC, o consumo de produtos do setor deve crescer em torno de 5%, neste ano; os valores devem subir de R$ 27,3 bilhões, em 2010, para R$ 50 bilhões, em 2015; e o investimento das empresas deve chegar a R$ 20 bilhões.

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sALDO NEGATIVO NAs pOUpANçAs

no primeiro semestre, os saques nas poupanças su-peraram os depósitos em R$ 38,5 bilhões. É o pior resultado para o período, segundo o Banco Central.Os principais motivos para

isso são a alta da taxa básica de juros (Selic) – que está em 13,75% ao ano – e alta da inflação, que deve ser maior que 9% em 2015, enquanto o rendimento da poupança está em 6%. Por isso, outros investimentos se tornaram mais atrativos. Atualmente, os brasileiros guardam R$ 646,6 bilhões na poupança. No fim do ano passado, esse número era de R$ 662,7 bilhões.

presidente do Bc tem Boas perspectivas para 2016 O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, afirmou que o Brasil deve

retomar o crescimento antes da convergência da inflação ao centro da meta, o que deve ocorrer no ano que vem. Segundo Tombini,

2015 é um ano de transição, em que o país deve se estruturar para atingir um crescimento mais equilibrado entre consumo e investi-

mento. Ele destacou que as políticas de ajuste econômico em curso serão feitas em três etapas. A primeira fase será a de contenção da

atividade econômica, depois a de retração de inflação e por último o alcance da estabilidade.

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seNACJu

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2015

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do setor, participaram do Fórum Senac Empresas, no dia 18 de junho, para co-nhecer o projeto do Centro de Referência em Saúde e Se-gurança e contribuir na estruturação de sua carteira de serviços e produtos. O evento, ocorrido no Hotel Conti-nental, em Porto Alegre, identificou as demandas prio-ritárias das organizações e estratégias de aproximação com as empresas para encaminhamento de projetos de pesquisa e consultorias.

Segundo o gerente de Desenvolvimento Educacional do Núcleo de Educação Profissional do Senac-RS, Paulo Pres-

EmprEsas públicas E privadas dE saúdE, Em companhia dE sindicatos

Fórum debate Centro de reFerênCia

vento trouxe

contribuições para

trabalho futuro em

saúde e segurança, em

capacitação, consultoria

e projetos de pesquisa

E

divulgação/senac-rs

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Vestibular complementar o vestibular complementar

de inverno da Faculdade senac porto alegre está ocor-

rendo todas as terças-feiras, durante o mês de julho, das

19h30 às 21h30. no momento da inscrição, os candidatos

podem escolher uma das datas disponíveis para fazer

a prova. há 12 opções de cursos nas áreas de Gestão,

turismo, moda, informática e design. comerciários, em-

presários do comércio e seus dependentes (com apresen-

tação do cartão sesc/senac) têm preços diferenciados

na matrícula. os aprovados também podem optar pelo

financiamento parcial ou total das mensalidades através

do FiEs. saiba mais no link: www.senacrs.com.br/vestibular.

inauguração em são leopoldo a nova sede do senac

em são leopoldo foi inaugurada no dia 8 de julho. o even-

to atraiu autoridades estaduais e regionais, representantes

do sistema Fecomércio-rs/ sesc/ senac e imprensa. pre-

sente na cidade desde 1996, a escola ampliará o portfólio

de cursos oferecidos no município. o novo espaço conta

com estrutura de 1.608,68m² e capacidade de atendi-

mento de mais de mil alunos por dia. localizada na rua

lindolfo collor, 835, a unidade oferece qualificação nas

áreas de beleza, Gestão, comércio, idiomas, informática,

saúde e segurança. informações: (51) 3590-3060.

agenda de eventos

ser. “O Centro terá a função de interagir com as empresas, fazendo diagnósticos e oferecendo soluções aos problemas. A entidade já havia feito um mapeamento prévio de neces-sidades, e o fórum pôde identificar com maior clareza as demandas de consultoria e pesquisa aplicada.

Gargalos de média e baixa complexidade, problemas na área de gestão, de formação, de especificações téc-nicas, de equipamentos e de procedimentos para trata-mento de resíduos foram alguns dos temas abordados. Segundo Presser, o resultado dos debates foi de extrema relevância para o desenvolvimento do projeto. “O Fórum atingiu plenamente seus resultados com a participação qualificada de empresas da saúde”, diz.

Valorização de parcerias

O representante do Hospital Nossa Senhora das Graças, em Canoas, Carlos Eduardo Ribeiro, considerou o encontro enriquecedor: “Ótimo evento, dinâmico e bem organizado. Parabéns! Precisamos de mais ações como essa!”.

Na opinião das representantes da Santa Casa de Miseri-córdia de Porto Alegre, Catiane Zanin Cabral e Gisele de Ma-tos Lima, a iniciativa contribui para a qualificação da mão de obra e formação profissional. “O evento superou minhas expectativas e posso dizer que os outros participantes tam-bém pensam o mesmo. Saio daqui com a esperança de poder usufruir dos cursos e ter um profissional melhor capacitado na minha instituição”, afirmou Catiane.

Gisele salientou a valorização da parceria com as em-presas e a importância de escutar as demandas da comu-nidade local. “O encontro foi muito bem organizado, ob-jetivo e claro, gostaria de participar das outras etapas do processo. O projeto demonstra o compromisso do Senac-RS com a comunidade em que atua”, relatou.

O Centro de Referência em Saúde e Segurança nasce com o propósito de fomentar e disseminar o conhecimento, integrar recursos humanos, tecnológicos, científicos e físi-cos, com ações de vanguarda e referenciais na criação de soluções educacionais e tecnológicas para o setor de comér-cio de bens, serviços e turismo. O projeto ainda contribuirá para a busca da excelência nas corporações, em decorrência da maior competitividade dos produtos e serviços ofereci-dos pelas empresas com maior conteúdo tecnológico.

20 a 22/Julrock em santa maria

em comemoração ao dia mundial do rock (13 de

julho), o senac santa maria realizará uma progra-

mação especial. entre os dias 20 e 22 de julho, a

unidade vai promover palestras com professores,

debates com músicos, exposições e mostras de

talentos. a ação será gratuita e aberta ao público.

o cronograma de atividades pode ser conferido no

site www.senacrs.com.br/santamaria. mais infor-

mações: (55) 3225-2121.

20/Jul palestra sobre a carreira

a mestre em educação sueli Pokojeski palestra

sobre administração de carreira no senac erechim

(Pça da bandeira, 26 – Centro), das 19h30 às

20h30. saiba mais pelo telefone (54) 3522-2999.

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ass

os

Registro de marcas

PROTEJA AS SUAS IDEIAS

o abrir uma empresa, alguns empresários negligenciam o registro da

marca. no entanto, é importante pensar que o seu negócio pode não

ser conhecido hoje, mas no futuro, quando ele estiver consolidado

no mercado, outras pessoas podem tentar se apropriar de seu nome.

então, confira as dicas para proteger a sua marca

A

01

02

Crie uma marCa

Desenvolva um conceito de empresa que tenha relação com você e a sua equipe. É

importante pensar em todos os elementos da marca, como o logotipo, as cores, o nome, as

mídias em que ela será divulgada e o público ao qual se destinará.

Seja um diferenCial no merCado

Para garantir o sucesso, é preciso apresentar novidades para o público ou vender de uma

maneira bastante personalizada o que é comercializado no mercado. A marca precisa

representar a unicidade do seu trabalho e de seus produtos. Além disso, no momento de

registrar não são aceitos sinais genéricos ou de uso comum no desenho da marca.

Diferencie-se em todos os aspectos.

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06

03

05

PeSquiSe Se a Sua ideia já não exiSte

Para acelerar o processo, antes de entrar com o pedido, pesquise no banco de marcas

do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) e na internet se a marca que você está

querendo registrar já não está sob o domínio de outra pessoa.

determine o tiPo de CadaStro da marCa

As marcas podem ser cadastradas como: nominativas, que são aquelas formadas por

palavras ou combinações de letras e números; figurativas, as que são constituídas por

desenhos ou imagens; mistas, as que combinam palavras e imagens; ou tridimensionais,

quando estão vinculadas a um produto em si e ficam dissociadas de qualquer efeito técnico.

Padronize o trabalho

Depois que você tiver elaborado um conceito para a sua marca, é fundamental

implementá-lo em todas as esferas da produção. As cores do logotipo, das embalagens, das

propagandas e dos uniformes dos funcionários precisam estar harmonizadas. O discurso para

o público externo também deve ser o mesmo para o público interno. Harmonia é a

palavra-chave das empresas bem-sucedidas.

defina a ClaSSe da atividade eConômiCa do regiStro

Pela legislação brasileira, no Classificador NICE, existem 45 classes para registro de marcas,

sendo 34 delas específicas para produtos e 11 para serviços. Talvez seja necessário fazer

registro em mais de uma categoria. No entanto, foque no que a sua empresa realmente faz,

pois o registro em muitas categorias pode elevar o preço.

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Registro de marcas10 passos

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iniCie o Pedido

Somente depois de pagar a taxa inicial, que é o Guia de Recolhimento da União (GRU),

é possível entrar com o pedido oficial. Acesse o site do INPI, procure a seção e-Marcas e

preencha o formulário online, anexando a imagem da marca.

atualize o Seu regiStro

Os registros de marcas têm prazo de validade de dez anos, contados a partir da

data de concessão, podendo ser prorrogados por períodos iguais e sucessivos. Uma

vez com a autorização, o titular deve utilizar a marca e renovar o registro no último

ano de vigência do contrato.

Pague aS taxaS

Depois do cadastro, o candidato deve pagar uma taxa inicial. As pessoas físicas

e as microempresas têm desconto. Ao final do processo, outra taxa é paga para

garantir a proteção da marca pelos próximos 10 anos. O valor da taxa pode variar

bastante dependendo das características em que a marca se enquadra e do

andamento do processo.

aComPanhe o reSultado

O processo passará por diferentes etapas, que poderão exigir do usuário o envio de mais

documentos. Por isso, é obrigação do candidato acompanhar os desdobramentos do pedido

através da Revista da Propriedade Industrial (RPI), publicada em todas as terças-feiras.

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opi

niã

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Vamos imaginar uma marca que acaba de nascer, ainda imatura, mas com ótimas ideias. Engajada em seu segmento, vem con-quistando bons resultados em pouco tempo, porém com a mesma intensidade com que ocupou destaque ela desaparece, some das timelines e passa a não pertencer mais à consciência coletiva diária das pessoas. Há quem faça terrorismo com os algoritmos comerciais do Facebook. Há quem defenda a produção de um bom conteúdo e os me-nos conservadores se resguardam na ideia monetizadora de uma empresa em ascensão, afinal: rede social não é filantropia! A verdade é que audiência, reputação, imagem e resultados são palavras que assombram no universo digital. E, hoje, a defi ciência de compartilhamento de infor-mações e feedback por parte de seguidores de uma marca, na rede, pode ameaçar as necessidades de pertencimento dela. Além disso, surge um sentimento de imponência e de esquecimento que pode rondar os produ-tores de conteúdo. Vemos na Psicologia da Comunicação que a necessidade de pertencimento é muito forte no ser humano, e quando nos remetemos ao

universo das marcas, isso se estende dentro das plataformas digitais. Reflexo disso é o aumento exponencial de investimento para se alcançar com totalidade o público que já é seu em uma página. Por exemplo: hoje você paga para ter fanpages e paga para alcançá-los. Mas, calma, eu já não paguei por eles antes? Essa é a vida, amigos! Uma das mais importantes evoluções que devem acontecer é a diminuição dessa dependência da sensação de pertencimento fixada em algo externo, pois a marca deve criar relacionamento em diversas platafor-mas. Por trás de tudo isso, o profissional deve entender que priorizar uma única rede e não construir uma comunicação integrada são seus principais erros. O que as pessoas esperam de uma marca nada mais é do que relacionamento. Na verdade, são elas que mais necessitam desse sentimento de pertencimento. Dessa forma, por meio de uma ação humanizada, que traga um sentimento como esse, seu negócio será um sucesso e você obterá o tão sonhado engajamento com seu conteúdo. Ou seja, fazer do seu cliente o herói da sua história é apenas o início de um bom resultado positivo.

Jayme Diogo Publicitário e professor do ipog, com mBa em comunicação Empresarial e mídias Digitais

Como as marCas estão lidando Com a falta de

pertenCimento na internet?

Div

ulg

ão

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entrevista

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Chrys Guimas

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Como a imagem pode ajudar no suCesso pessoal e

profissional? Acredito no empoderamento através da imagem. É preciso entender que cada pessoa é uma marca. A forma como nos vemos afeta a nossa maneira de pen-sar, como os outros vão reagir e nos responder. Imagem é como as demais pessoas nos percebem num contexto amplo, formado por vestimenta, linguagem verbal, cor-poral e comportamento. O estilo na formação da imagem pessoal é responsável por grande parte da comunicação não verbal. A primeira impressão é transmitida através de 55% da percepção visual do outro. As pessoas reagem à aparência das outras e, até certo ponto, isso se dá pela maneira como estão vestidas. No mundo corporativo, as reações são ainda mais reprovadoras. Colegas ou supe-riores podem presumir que a qualidade do seu trabalho provavelmente não será melhor do que sua aparência. Já a linguagem corporal expressa o que não conseguimos

transmitir em palavras e pode contradizer aquilo que tentamos verbalizar. Seja o olhar, que deverá ser firme, pois o vago transmite falta de interesse no outro, ou ain-da ficar passando a mãos nos cabelos denota inseguran-ça. O tom da voz deve ser nem alto, mostrando excitação, nem baixo, por falta de vigor. Na imagem pessoal esse discurso precisa estar adequado com quem você é e o que quer alcançar. A formação da imagem está relacionada ainda à maneira como tratamos as pessoas, à habilidade em construir bons relacionamentos, sabermos ouvir e à maneira como enfrentamos as situações estressantes.

não são só as palavras, os gestos também Comuni-

Cam. de que forma a morfopsiCologia auxilia na per-

formanCe do interloCutor e na esColha da melhor

forma de abordagem? Através dos traços do rosto, é possível uma leitura facial que permitirá que se reconheça

onsultora e coach de imagem, Chrys guimas fala de diversas linguagens

que auxiliam na Construção da imagem individual e das instituições.

também jornalista e espeCialista em Marketing de moda, ela mostra Como

a primeira impressão não preCisa ser a que fiCa

foto

s: p

atrí

cia

pa

es

Cboa imagem é fundamental

texto Cláudia boff

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entrevista

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no outro a forma de se comunicar com ele. Em parceria com o visagismo, a morfopsicologia do rosto se baseia na teoria de que existe uma ligação direta entre a morfologia do rosto hu-mano e sua personalidade. Esta prática exclui o julgamento de valor em compreensão, transformando as relações entre as pessoas. Nascemos acumulando traços de 17 gerações no lado esquerdo do rosto. Já no direito é onde ocorrem as trans-formações, as nossas evoluções. Inicialmente, os dois lados se parecem muito. É na infância que começamos a adquirir ca-raterísticas que vão determinar nossas mudanças. Isso inclui base familiar, educação e cultura. São as experiências viven-ciadas que nos projetam ou nos freiam, por isso é normal que haja dissimetrias nos rostos da vida adulta. Em apenas 30 se-gundos de contato inicial, podem-se perceber algumas carac-terísticas marcantes para direcionar qual a melhor maneira de se aproximar, conversar, apresentar um projeto. Pessoas de rosto largo são possivelmente mais extrovertidas do que as de rosto longo. Um nariz projetado denota uma pessoa ati-va, com capacidade de ir para frente e criar relacionamentos, enquanto a de nariz pequeno pode ter dificuldade de se rela-cionar. Porém, se for largo e com as narinas abertas significa o gosto por pessoas que venham até ela, mas não fará o pri-meiro contato. Isso é treino do olhar para o outro. Essa técni-ca pode ser útil tanto no âmbito familiar como no trabalho, auxiliando na gestão de pessoas.

Como planejar a Carreira e potenCializar os resultados

utilizando estratégias do marketing pessoal? Podemos conceituar marketing como um conjunto de estratégias ou

ações visando a promover o lançamento, desenvolvimento e a sustentação de um produto ou serviço no mercado con-sumidor. Marketing pessoal é uma ampliação desse formato para gerar interesse, atenção e preferência com relação a uma determinada pessoa, onde você “vende” a sua imagem. Uma estratégia individual com o objetivo de desenvolver contatos interessantes que agreguem valor tanto na vida pessoal quanto profissional, proporcionando maior visibili-dade às suas características de forma a propiciar uma acei-tação e reconhecimento das demais pessoas com as quais se relaciona. Essas técnicas e ferramentas se baseiam em características pessoais, como educação, postura, etique-ta social, formação profissional, experiências, vestimentas adequadas e a comunicação de modo amplo.

Como se manter saudável diante de uma forte pressão por

resultados? Demonstre iniciativa, persistência e motivação em tudo que fizer. Certamente, as pessoas perceberão sua pre-sença, identificando-o como uma pessoa interessante e interes-sada. Fique atento à opinião dos outros. É importante conhecer o que elas pensam a seu respeito. Isso poderá ajudá-lo a mudar certos hábitos e costumes. Seja pontual e responsável com seus compromissos. Se não for possível atender seus clientes ou co-legas de trabalho naquele momento, retorne o mais rápido que puder. Saiba atender a um pedido. Auxilie, pois muitas vezes uma ajuda pode se transformar em admiração. Evite comentá-rios negativos ou julgamentos precipitados. A disciplina verbal pode se tornar um hábito e vale muito a pena.

Chrys Guimas

“A formação da imagem está relacionada à maneira como tratamos as pessoas, a nossa habilidade em construir bons

relacionamentos, sabermos ouvir e a maneira como enfrentamos as

situações estressantes.”

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estima, proporcionará bem-estar. Uma pessoa de rosto retan-gular, transmite segurança, inspira mais confiança nos outros. Porém, pode ser vista como autoritária se o cabelo também for em linhas retas. Neste caso, suavizando o rosto com uma franja ondulada, essa pessoa transmitirá uma imagem mais recep-tiva. Mas, para que haja essa harmonia estética, é necessário investigar o seu estilo de vida, suas exigências profissionais, necessidades particulares, desejos e preferências.

de que forma pode-se despertar o interesse, Cativar e es-

timular os Comportamentos desejados nas audiênCias? A educação abre as portas e melhora os canais de acesso para o sucesso profissional. Ser cordial, gentil, simpático e agradável com certeza ajuda. É essencial ter uma boa comu-nicação, garantindo uma boa imagem com seu chefe, cole-gas e clientes. Não adianta ser comunicativo, ter simpatia e expansividade se não possuir conteúdo e empatia. Poucas pessoas têm a capacidade de colocar-se no lugar do próxi-mo. A aparência também é essencial para se praticar o mar�mar�keting pessoal com eficiência.

Como a moda pode influenCiar na Construção da

imagem pessoal? Cada pessoa tem um estilo próprio, que tem tudo a ver com a personalidade. Podemos usar as tendên-cias de moda como apoio para complementar o visual com a mensagem que queremos transmitir. Ninguém nasce com um guia de estilo, por isso a importância da construção da marca pessoal pautada pelo autoconhecimento. Através de caracte-rísticas pessoais se resgata, aprimora ou afirma essa marca, para que nunca se perca ou se confunda essa identidade.

Como Construir uma estratégia pessoal que o diferenCie

no trabalho e até mesmo no merCado? É necessário de-senvolver primeiramente o autoconhecimento. Já parou para pensar que sua aparência é a sua imagem, o seu currículo é o rótulo do seu produto e que o seu conteúdo de fato é o que você entrega? Neste caso, é preciso descobrir quais suas prin-cipais qualidades, a sua capacidade de atingir os objetivos e o que é necessário para aprimorar todos esses conhecimentos.

de que forma o profissional pode usar suas potenCiali-

dade em prol da Conquista de seus objetivos? Utilizando uma gestão pessoal e profissional como forma de se promo-ver, realize uma autoanálise. Essa atitude vai permitir a des-coberta da sua missão – considerada a razão de sua existên-cia –, visão e valores. O que te motiva? Que tipo de trabalho gostaria de ter? Como construir sua família? Imagine-se em cinco ou dez anos. O que gostaria de ter realizado nesse pe-ríodo? Ações ou atitudes que você deve possuir ao longo de sua vida. Focar nos seus pontos fortes, dedicar-se a melhorar pontos a desenvolver. Conhecendo suas virtudes e vanta-gens, deve-se tirar proveito delas da melhor forma possível. Já as fraquezas, pode-se tentar melhorá-las e trabalhá-las para que não venham prejudicar suas ações diárias. Defina metas, objetivos e descubra como atingi-las. Lembre sempre que o produto é você!

Como o visagismo pode auxiliar na Construção de uma

imagem positiva? A imagem tem efeito direto emocional. O vi-sagismo serve para revelar as qualidades interiores e refletir a personalidade. Bem aplicado, trará benefícios aos relaciona-mentos pessoais e profissionais, pois, além de levantar a auto-

“Ninguém nasce com um guia de estilo, por isso a

importância da construção da marca pessoal pautada através

do autoconhecimento.”

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inovação

ainda mais em tempos de cri-se. É como se essas fossem as palavras do século. Mas o que de fato é inovar? Qual a importância? O que se conquista com a inovação? Perguntas que demandam um pouco mais de experiência, conhecimento, tempo e planejamento. Ino-var é mais do que inventar algo novo, que ninguém nun-ca fez. É também melhorar processos e relacionamentos, criar algo útil, fazer pesquisa, apostar, arriscar.

Uma das líderes mundiais na produção de celulose de eu-calipto, a Fibria é um exemplo positivo de empresa que conse-guiu desenvolver uma cultura inovadora. Ou seja, ter valores compartilhados dentro da organização e, assim, garantir que a inovação seja constantemente fomentada. “A inovação faz parte do DNA da Fibria desde a sua criação, contribuindo for-temente para a geração de valor para os nossos stakeholders

NuNca se falou taNto em iNovação, iNovar, cultura da iNovação,

©istock.com/andrew rich

ultura da inovação ainda

não é realidade na maioria

das empresas brasileiras.

no entanto, sem criar

novos processos e

valorizar novas ideias,

superar a crise fica

mais difícil

c

Inovar é maIs que precIso, é vItal

texto micheli aguiar

Page 23: Revista Bens & Serviços

(todos os envolvidos no projeto, de colaboradores a clien-tes)”, destaca Fernando Bertolucci, diretor de Inovação.

Recentemente a empresa, que produziu 5,3 milhões de to-neladas de celulose em 2014 – número 2% maior que no ano anterior –, e investiu cerca de R$ 48 milhões em projetos de pesquisa, reposicionou a sua estratégia de inovação. “Passa-mos a focar no aumento significativo da produtividade das flo-restas e melhoria da qualidade da fibra do produto e também no aumento da eficiência dos processos produtivos e desenvol-vimento de produtos inovadores de alta qualidade.” Para que essas projeções se concretizem é preciso focar no compartilha-mento de ideias inovadoras, mesmo em tempos de crise.

INVESTIMENTO EM INOVAÇÃO Nem mesmo a projeção do mercado de que o Produto Inter-

no Bruto (PIB) brasileiro seja negativo neste ano faz as líderes nacionais em inovação projetarem redução de custo na área.

A média de investimento das dez principais empresas gira em torno de 4% do faturamento. A Whirlpool, por exemplo, eleita a empresa brasileira mais inovadora em 2014, segundo o anuá-rio Inovação Brasil, elaborado pelo jornal Valor Econômico em parceira com a consultoria Strategy&, do grupo PwC, e divul-gado no início do mês de julho, investirá este ano de 3% a 4%. A intenção da empresa é lançar em 2015 cerca de 200 produtos. A Natura, segunda colocada, projeta investir 2% da receita líqui-da e não considera cortes no orçamento da área de inovação.

Para Henrique Barros, professor de Estratégia e Inovação do Insper, investir na área é um mecanismo para fazer a em-presa sair da crise ou então ter alternativas para lidar com o período econômico incerto. “Em momentos de dificuldade a inovação ganha ainda destaque. Ela é a maior propulsora do negócio.” Barros afirma que, mesmo o Brasil tendo exemplos como os citados acima, o empresário ainda reduz a quantidade de recursos para a inovação quando a economia está deficien-

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inovaçãote. “Isso é reflexo da nossa cultura. Temos no Brasil ainda uma resistência a entender que a inovação é a chave para a globali-zação e o recurso para superar as dificuldades.”

DESAFIOS AINDA SÃO GRANDES

Barros explica que um dos motivos da resistência em en-tender a inovação como um processo importante na consoli-dação e desenvolvimento da empresa passa pelo “imediatis-mo” do empresário. “As organizações querem os resultados para ontem. Mas a inovação coloca um desafio diferente. Se você quer trabalhar com esse foco é preciso ter um pouco mais de paciência. Outro ponto importante é que a inova-ção é por natureza algo incerto e, por isso, é preciso ter em mente que há riscos envolvidos. Não é possível garantir o resultado esperado lá no início do processo”, destaca.

Para Hugo Braga Tadeu, professor e pesquisador em Ino-vação da Faculdade Dom Cabral, as empresas brasileiras ainda entendem inovação como sendo pesquisa e desenvolvimento, o chamado P&D. “Mas inovação também passa por melhoria de processos, desenvolvimento de produto novo, de serviço, melhoria da qualidade. É uma agenda muita mais ampla.” O pesquisador ressalta que para transformar a mentalidade das empresas brasileiras ainda é preciso mudar pontos como va-lorização de ideias e pessoas, além de proporcionar um “con-texto psicológico favorável” dentro da empresa.

INOVAÇÃO TAMBÉM É PARA PMESMesmo com o pensamento de que é preciso inovar para

crescer e se destacar, as pequenas e médias empresas brasi-leiras ainda engatinham na área. Dados da pesquisa Inovação nas Médias Empresas Brasileiras, promovida pelo Núcleo Bra-sileiro de Inovação, da Fundação Dom Cabral, mostram que 46% das empresas deste porte investem “nada” ou “muito pouco” em inovação e P&D. Tal resultado pode ser conse� conse-quência de uma contradição. Ou seja, 71,2% dos participantes afirmam que a inovação aparece de forma evidente na ideo-logia de suas empresas, porém, 79,8% dizem não fazer uso de incentivos à inovação e 69,4% não possuem parcerias para a inovação com universidades ou institutos de pesquisa e de-senvolvimento – ponto-chave neste processo.

“As empresas brasileiras têm buscado uma agenda de curto prazo, olhando para dentro, para controle e produ-

tividade. O que as empresas deveriam é estimular a cultura de inovação e criar uma agenda que permita desenvolver talentos, ou seja, pessoas, para que essa agenda possa esti-mular uma capacidade maior de solução de conhecimento e transformar isso em inovação”, explica Hugo Braga Tadeu.

ESPELHO EM OUTROS PAÍSES

Não é raro quando se fala em cultura de inovação citar países como Alemanha, China e Coreia do Sul. Para Gerson Valença, presidente da Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei), esses são países-exemplos em que o Brasil deve se espelhar: “Há 30 anos, quando a Coreia do Sul começou seu proces-so de inovação era um país com mazelas semelhantes às do Brasil. A diferença é que eles focaram num segmento de atuação (tecnologia) e, em paralelo, investiram forte na educação. O Brasil também pode chegar neste pata-mar, basta ter foco e investir no desenvolvimento de uma cultura de inovação”.

Para Valença, o Brasil precisa também escolher um foco onde tenha vantagens competitivas. “O empresário brasileiro precisa entender que inovação exige foco, cultu-ra empreendedora, assumir riscos, conviver com o erro e aprender com o erro, disciplina na execução e protagonis-mo, não só seguir tendência. Outro ponto vital. Não adian-ta falarmos em cultura de inovação e o país não se abrir para o mundo”, conclui.

empresas mais inovadoras do país não

consideram cortes no orçamento desta área

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ão

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tura

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pelo mundo

MULHERES NAS NOTAS DE DÓLARES O Departamento do Tesouro dos

Estados Unidos informou que uma mulher irá estampar as notas de 10

dólares no país em 2020. A persona�persona�lidade será escolhida ao longo deste

ano, através de uma votação popular na internet. A demora para entrar em circulação se deve à complexa

reformulação dos bilhetes, que tam�bém incluirão novos métodos contra falsificação e características táteis para ce�gos. Depois de 119 anos, será a primeira vez que um rosto feminino figurará em uma nota de dólar. A última homenageada foi a esposa do primeiro presidente dos Estados Unidos, George Washington, Martha Washington. A famosa nativa americana Pocahontas também figurou no dinheiro americano, em meados do século 19. Atualmente, as sete notas que circulam nos EUA estampam os presi�

dentes George Washington (1 dólar), Thomas Jefferson (2 dólares), Abraham Lincoln (5 dólares), Andrew Jackson (20 dólares) e Ulysses S. Grant (50 dólares),

bem como o primeiro secretário do Tesouro, Alexander Hamilton (10 dólares), e um dos fundadores do país, Benjamin Franklin (100 dólares).

ENERGIA RENOVÁVEL Depois de atingir um recorde, ao ficar os 75 primeiros dias do ano consumindo energia

elétrica vinda apenas de fontes renováveis, a Costa

Rica fecha o primeiro semestre de 2015 com um

ótimo resultado em relação à produção energética. Neste

período, 98,55% da energia consumida no país veio

da água, do sol, do vento, geotérmica e biomassa. A conquista foi alcançada

graças às chuvas volumosas nos primeiros meses, que sustentaram a produção

das quatro principais hidrelétricas costa�

riquenhas. A abundância de recursos naturais permitiu

à Costa Rica reduzir em 12% o valor das contas de luz.

Do total da energia elétrica usada nos primeiros seis

meses do ano, 73,26% provêm de fontes hídricas, 13,05% de geotérmica (calor da terra),

10,86% eólica, 1,36% de biomassa e 0,02% solar, todas

elas renováveis. O 1,45% restante é a geração térmica,

que não é renovável.

Reprodução/Cyclehoop

©iStock.com/Cimmerian

Reprodução/Elhorizonte.mx

ESPAÇO PÚBLICO Os designers da agência inglesa Cyclehoop criaram um paraciclo em formato de carro, que pode ser instalado em uma vaga de automóvel. A invenção suporta até 10 bicicletas, o que equivale ao espaço ocupado por um carro. O objetivo é

incentivar o uso das bikes, que poluem menos, são mais saudáveis para as pessoas, ao estimular a prática de exercícios físicos, além de contribuir para o planejamento urbano, ocupando menos espaço nas ruas. As bicicletas podem ser amarradas ao equipamento com toda a segurança, já que a moldura é de metal e as protege do trânsito. Além disso, o paraciclo conta com uma bomba para encher pneus e espaço para publicidade. A ação foi realizada em Londres e em outras cidades do Reino Unido.

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criação de uma cultura ética no ambiente empresarial

é uma tendência acelerada com a edição da lei da

empresa limpa (12.846/13). programas de integridade – ou

compliance – são agora diferenciais competitivosAtrabalhistas, fiscais e con-

correnciais da União, estados e municípios, além de estar em conformidade com regras internas da própria empresa. A par-tir da sanção da Lei Anticorrupção – também chamada de Lei da Empresa Limpa –, o tema está na agenda dos líderes, das organizações e do governo. Programas de integridade são a nova onda no mundo corporativo, estabelecendo as regras pelas quais uma companhia se relaciona com colaboradores, fornecedores, clientes e comunidade, de forma ética e intera-tiva. O comprometimento com as regras de conduta, somado à implementação de mecanismos de controle em áreas de risco, deixa a empresa mais segura e produz ganhos financeiros, pela redução de roubos, fraudes e desvios muitas vezes desconheci-dos. Sem compliance, a perda de negócios pode tornar-se uma consequência, na medida em que cada vez mais os outros agen-tes do mercado passam a valorizar a ferramenta – e a cobrá-la efetivamente para que uma transação ocorra.

texto Diego Castro

imagem de abertura ©iStock.com/Eyetoeye PIX

No âmbIto EmPrESArIAl, EStAr Em compliance SIgNIfICA AgIr DENtro DAS lEIS

étic

a

Ética torna-se diferencial

competitivo

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ética

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O Cadastro Nacional de Empresa Pró-Ética foi criado em 2010 como um reconhecimento público às empresas que de fato demonstrem com evidências seu engajamento na práti-ca de políticas de mitigação, redução, investigação e punição de atos ilícitos dentro do próprio negócio. As organizações se candidatam e respondem a um questionário estratégico que pergunta detalhes sobre os programas de integridade. A par-tir da análise da qualidade desses programas, o Comitê Exe-cutivo (formado por Instituto Ethos, Sebrae, BM&FBovespa, Confederação Nacional da Indústria, Febraban, Controladoria Geral da União, Ethos, Instituto Etco e Ministério da Indús-tria e Comércio) verifica se a pontuação mínima foi atingida para ganhar o selo da ética. “Até o dia 30 de julho, o processo está aberto, e não é só para grandes empresas, serve a todas. Acreditamos que micro, pequenas e médias podem e devem desenvolver políticas de integridade capazes de melhorar o ambiente de negócios, definindo punições severas a todos

que pagarem propina ou fizerem suborno”, diz Caio Magri, diretor-executivo do Instituto Ethos.

O grande potencializador das regras éticas no ambiente empresarial foi a Lei da Empresa Limpa (12.846/2013). “Já havia disposição de grupo importante de autorregular o pro-cesso, mas a legislação universalizou os padrões de compor-tamento exigidos”, explica Magri. “Aquelas que se prepara-ram antes estão mais capacitadas hoje. Quem resistiu, agora enfrenta um novo ambiente regulatório.” Se até 2004 pou-quíssimas empresas tinham programa de compliance, e as que tinham era porque a matriz internacional o impunha, agora o controle sobre padrões de integridade virou tendência.

A secretária de Transparência e Prevenção da Corrupção na CGU, Patrícia Audi, corrobora a informação: “Já temos um cadastramento recorde de empresas em busca do selo Pró-Ética em relação aos demais anos, e várias são de por-te pequeno. Estabelecemos uma nova relação entre agentes

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públicos e privados”. Na visão dela, é fundamental o com-prometimento dos dirigentes da empresa para que um pro-grama tenha sucesso, e várias práticas são necessárias à sua eficácia: comunicação clara e ampla das regras de conduta, instauração de mecanismos de controle e segurança, res-ponsabilização por desvios identificados, canais de denún-cia sigilosa para desvios de conduta. “Não usamos a mesma régua para analisar grandes e pequenas empresas, mas até mesmo as candidatas reprovadas ao selo recebem um rela-tório de análise de seus programas à luz da lei”, acrescenta.

controle e noção de riscos

Caio Magri aconselha a busca de ajuda externa a todas as empresas interessadas em constituir seu programa de compliance. “O assunto está na pauta e não há necessidade de pensar que isso implica em grandes custos”, observa. É necessária, todavia, a capacitação de área específica de con-trole e conformidade, conforme o porte da empresa. “Orga-nizações grandes têm muito processos para serem controla-dos, aquelas envolvidas em obras públicas precisam de rigor maior. O perfil do modelo de negócios determina a intensi-dade da estrutura a ser formada”, diz.

O pequeno varejo também pode se inserir na tendência em busca de diferencial competitivo, dentro do processo de relacionamento com outras empresas. O programa pode re-duzir gastos, extravios, perdas, evitar fraudes, apropriação indébita de recursos a partir de ação ilícita. “Ocorre melho-ria do ambiente econômico e a divulgação das práticas atrai consumidores”, declara. A intolerância ao descumprimento das regras deve estar clara, bem como os canais de denún-cia. Magri recomenda ainda a criação de área de gestão de riscos específicos, identificando pessoas mais expostas e ati-vidades mais suscetíveis, com o intuito de manter mecanis-mos de prevenção adequados.

“Quais fornecedores estão em áreas-chave? Há represen-tantes que trabalham em nome da empresa e se relacionam com prefeituras? O ideal é que todos estejam conectados e in-formados de quais são as políticas, e se estiverem numa área de risco o comprometimento precisa ser maior ainda. Um dos jeitos de se fazer isso é fazer que fornecedor assuma os mes-mos compromissos, integrando o Pró-Ética, por exemplo”, explica. No processo de seleção, o compliance pode criar es-tratégia para avaliação de comportamentos, condizente com os valores éticos e não apenas técnicos. “É preciso informar os colaboradores de que eles estão agindo sob a égide de um código que orienta o bom comportamento e é severo nos de-mais casos. Mais talentos serão retidos”, acredita.

adesão dos hospitais privados

A Associação Nacional dos Hospitais Privados editou o seu próprio Código de Conduta Empresarial/Compliance, em 2014, no que contou com a ajuda de empresas como a 3M para sua elaboração. O documento, dividido em oito capítulos, especi-fica os princípios a serem seguidos pelas instituições de saúde (transparência, respeito ao meio ambiente, liderança respon-sável), diretrizes gerais para a conduta (no que concerne a gestão financeira, patrimonial, doações e comunicação, entre outras), detalha como deve se dar o relacionamento com as partes interessadas (órgãos públicos, pacientes, operadoras, fornecedores, corpo clínico) e também configura os conflitos de interesse na administração, entre outros aspectos.

Segundo o presidente da Anahp, Francisco Balestrin, todas as 71 instituições associadas (incluindo os Hospitais Mãe de Deus e Moinhos de Vento) ou já têm ou começaram

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SP

O compliance não implica grandes custos,

estando acessível ao pequeno varejo também.”

caio Magri

Diretor-executivo do Instituto Ethos

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a partir daí o desenho de seus códigos de ética empresariais próprios. A Associação, além de estimular a discussão no se-tor em todo o país por meio de eventos, passará a oferecer assessoria especial para hospitais interessados na forma-tação de seus programas de compliance. “A sociedade quer essa mudança em prol da ética”, afirma, lembrando que o tema envolve a investigação da CPI sobre superfaturamento e propinas nas chamadas máfias de órteses e próteses, em andamento. “Foi revelada a face negra desse mercado.”

Os hospitais privados, por um lado, são empresas como as demais, com Recursos Humanos, finanças, logística e patri-mônio físico. O diferencial está na assistência à saúde. “Te-mos de equilibrar a governança corporativa com a gover-nança clínica, o contexto técnico empresarial, os controles sobre custos gerais, e os códigos de ética dos profissionais”, argumenta. Como as relações de negócios nesse âmbito ocorrem entre grandes corporações, a Anahp considera importante organizar ações conjuntas. “Os diversos atores precisam fazer parte do processo”, relata Balestrin. Na visão do dirigente, o exemplo deve partir dos líderes, praticando o que se prega. Em segundo lugar, a complacência deve ser posta de lado. “Uma regra quebrada exige punição, seja, em casa, na escola, no hospital ou no governo. O pior que uma empresa pode perder é sua credibilidade”, resume.

reputação para dar exeMplo

Nos sete escritórios de advocacia da TozziniFreire, espa-lhados em cinco cidades brasileiras (incluindo Porto Alegre) e Nova Iorque (EUA), o programa interno de compliance foi implementado em 2006. A empresa também presta assessoria

a companhias interessadas em elaborarem seu próprio có-digo. A diretoria elaborou o Código de Ética e Conduta a ser seguido por todos os mais de mil colaboradores, bem como as políticas internas de procedimentos corriqueiros, como assi-naturas, viagens, reembolsos. As diretrizes são disseminadas de três formas: uma versão impressa é entregue a todos na admissão, outra é enviada por e-mail e o documento também pode ser consultado via intranet. “Há treinamentos e recicla-gens periódicas”, revela a advogada Gabriela Wink.

O principal risco do negócio envolve a conciliação dos va-lores éticos do escritório com os interesses de alguns clientes. “Às vezes querem resoluções rápidas para seus problemas le-gais e geram dilemas”, diz. Os mecanismos de controle do se-guimento das regras incluem relatórios internos, bem como o acompanhamento de gestores. Para assuntos mais delicados, o comitê executivo e a assessoria técnica auxiliam na tomada

ganho reflete-se na reputação das empresas,

segundo advogadas daniele e gabriela (da

esquerda para a direita), do escritório tozziniFreire

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Nós todos acreditamos na força da transformação da

cultura, não só com relação às empresas, mas com relação

aos cidadãos.”“

patrícia audi

Secretária de transparência e Prevenção da Corrupção na CgU

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de decisões. “Temos canais de comunicação para eliminar ris-cos e reportar eventuais falhas, ou pedidos estranhos, e eles já foram utilizados”, afirma Gabriela.

De acordo com a advogada Daniele Russi Campos, o prin-cipal ganho advindo do programa de integridade reflete-se na reputação: “Nossa imagem fica valorizada. Diante de to-dos os escândalos que estamos presenciando, a transparên-cia é essencial, mesmo em momentos de pressão. O clien-te, quando chega a nós, sabe o que pode esperar”. A maior dificuldade, no processo de compliance, é mudar a cultura do jeitinho brasileiro, estabelecendo um novo agir. Muitas organizações não compreendem os riscos a que estão expos-tas. “Qual empresa não precisa de alvará de funcionamento, renovação de licença ambiental, certificação de regularida-de fiscal?”, conta. Ambas as colegas apostam no aumento da procura dos programas pelo varejo.

legislação ficou Mais dura

A Lei Anticorrupção abarca desvios de verbas, fraudes, lavagem de dinheiro e qualquer tipo de dano causado à ad-

ministração pública na tentativa de obtenção de licença, alvará, contrato. Ela traz o conceito de responsabilidade objetiva administrativa e civil de pessoas jurídicas por prá-tica de atos contra a administração pública, encerrando a regra tradicional de responsabilidade subjetiva, ou seja, o dolo precisava ser comprovado. Além da responsabilidade da pessoa jurídica, a lei pune individualmente seus diri-gentes ou administradores, não excluindo ainda qualquer pessoa natural, autora, coautora ou partícipe de ato ilícito. Dependendo da situação, nem sequer é necessário que o funcionário aceite vantagens para que o caso de corrupção seja caracterizado, ou ainda que a vantagem seja de caráter econômico ou financeiro.

A Lei da Empresa Limpa oferece a oportunidade de que empresas celebrem acordo de leniência a fim de cooperar com as investigações do governo e mitigar possíveis sanções. Uma das exigências da CGU é a existência de programa de integridade, ou concordância em implementá-lo seguindo as orientações do órgão. No momento, 29 empresas estão sendo investigadas pela Controladoria por denúncias de corrupção, e somente cinco solicitaram acordos de leniência, mais ainda estão sendo observados. Os programas de compliance podem reduzir em até 2/3 os valores das multas aplicadas.

pesquisa revela perfil ético

A ICTS Protiviti, empresa de consultoria e serviços es-pecializada em Gestão de Riscos, Auditoria Interna, Ética, Compliance e Segurança, divulgou no final de maio os re-sultados da pesquisa bienal (2012/2014) intitulada Perfil Éti-

Hospitais privados no país inteiro estão

aderindo aos programas de compliance

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Uma regra quebrada exige punição, seja em casa, na

escola, no hospital ou no governo. O pior que uma empresa pode

perder é sua credibilidade.”“

francisco Balestrin

Presidente da Anahp

©istock.com/Spotmatik

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co dos Profissionais das Corporações Brasileiras. A 2ª edição do levantamento envolveu 8.712 profissionais de 121 empresas privadas com operações no Brasil, detalhando o posicio-namento deles diante de dilemas morais, como disposição para denúncias, suborno e atitude frente a erros. O nível de aderência à ética do participante foi avaliado a partir de questões opinativas e análise do posicionamento, por meio de três instrumentos (aplicação de questionários, pesquisa documental e entrevista estruturada).

Os profissionais mais jovens lideram o grupo de alto ris-co em grande parte dos dilemas: 68% até 24 anos tendem mais a hesitar em denunciar; 82% até 24 anos, a aceitar atos antiéticos; 62% de 25 a 34 anos têm mais propensão a ocultar erros de colegas; 59% até 24 anos tendem a decidir sobre o furto a partir das circunstâncias; 56% até 24 anos, a decidir sobre o suborno a partir das circunstâncias, e aproximada-mente 7 em cada 10 jovens estão inclinados a aceitar pre-sentes no trabalho.

Segundo o sócio-diretor da ICTS, Maurício Reggio, os re-sultados mostram que os jovens tomam decisões rápidas – e às vezes precipitadas –, apresentam baixa tolerância à frus-tração e não lidam bem com autoridades. O desafio para as organizações é formá-los, para que eles construam concei-tos éticos sólidos que os guiarão na carreira. “Nossa experi-ência reforça cada vez mais o entendimento de que ética se aprende, principalmente em se tratando da característica sociocultural do Brasil. Cabe às empresas o papel de cola-borar de forma mais ativa para a formação dos profissio-nais não apenas em áreas técnicas. Boa parte das demissões ocorre por causa do comportamento”, afirma Reggio.

questionário ensina o passo a passo

Há, pelo menos, três opções para as empresas se orienta-rem de forma objetiva e fazerem check-list de suas ações de compliance. A primeira: os Indicadores Ethos para Negócios Sustentáveis, com perguntas que funcionam como esclareci-mento pedagógico do que deve ser feito. A segunda alternativa é o Pacto Empresarial pela Integridade e Contra a Corrupção. São 10 compromissos elencados, incluindo código de conduta disseminado, implementação de área de controle interno, par-ticipação da alta direção, entre outras. Outra opção é o questio-nário do próprio Cadastro da Empresa Pró-Etica.

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Cabe às empresas o papel de colaborar para a

formação dos profissionais, pois boa parte das

demissões ocorre por causa do comportamento.”“

Maurício reggio

Sócio-diretor da ICtS

O questionário para candidatar-se ao selo de Empresa Pró-Ética é um conjunto de 45 perguntas abertas, divididas em seis áreas: Comprometimento da Alta Direção e Compromisso com a Ética; Políticas e Procedimentos; Comunicação e Trei-namento; Canais de Denúncia e Remediação; Análise de Risco, e Monitoramento e Transparência e Responsabilidade no Fi-nanciamento Político e Social. Para cada questão, a empresa deve incluir a resposta no campo livre e adicionar como anexos documentos comprobatórios (relatórios de auditoria, atas de reuniões, código de ética, políticas internas, cópia de telas de intranet ou internet, entre outros, dependendo da questão).

O Código de Ética ou de Conduta da organização, por exem-plo, deve conter compromisso de cumprimento de todas as leis e regulamentos aplicáveis, políticas de prevenção para confli-tos de interesses e insider trading, bem como diretrizes aplicá-veis a fornecedores e intermediários. As políticas anticorrup-ção são detalhadas em minúcias, com exigência de proibição clara e irrestrita a desvios, assim como regras e orientações ao recebimento de presentes, brindes ou quaisquer outros benefí-cios e vantagens a servidores públicos.

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saiba

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mais

SALÁRIO / CANHOTOS GANHAM MENOS DO QUE DESTROS uma pesquisa realizada pelo economista da Harvard Joshua Goodman e pu-blicada na revista científica Journal of Economic Perspectives aponta que pes-soas canhotas que são filhas de mães destras podem ganhar salários de 10% a 12% menor do que os de colegas destros. De acordo com o levantamento, isso ocorre porque esses indivíduos, em geral, possuem menos habilidades cognitivas e maior tendência em apresentar problemas emocionais e compor-tamentais, além de terem propensão a dificuldades de aprendizado, como dis-lexia. Os dados também sugerem que crianças canhotas têm 3% mais chances de ficarem de recuperação na escola. Segundo o estudo, os déficits acontecem porque, nesses casos, as crianças têm dificuldade para imitar as suas mães, algo que é fundamental no desenvolvimento cognitivo. A pesquisa foi realiza-da com 47 mil pessoas do Reino Unido e dos Estados Unidos.

MAiS & MENOS

VEÍCULOSSegundo a Associação Nacional dos

Fabricantes de Veículos Automotores

(Anfavea), as vendas de veículos novos no

país caíram 20,7% desde o início do ano.

O número de emplacamentos no primeiro

semestre, que foi de 1,32 milhão de

unidades, é o pior resultado da indústria

automobilística em 8 anos.

CRIMEO Centro de Estudos, Resposta e

Tratamento de Incidentes de Segurança

no Brasil (Cert) apontou um crescimento

de 500% nas fraudes virtuais entre 2013

e 2014. Segundo a Federação Brasileira

de Bancos (Febraban), somente em 2013

foi desviado R$ 1,2 bilhão de todas as

instituições financeiras do país.

FALÊNCIAAs recuperações judiciais requeridas pelas

empresas totalizaram 492 ocorrências

no primeiro semestre do ano, de acordo

com a Serasa. Este é o maior número para

o período desde 2006. Já os pedidos de

falência chegam a 798 em todo o Brasil.

CONTAS PÚBLICASAs contas de todo o setor público – que

engloba o governo federal, os estados,

municípios e as empresas estatais –

registraram déficit primário de R$ 6,9 bilhões no mês de maio, de acordo

com o Banco Central.

INVESTIMENTOSOs investimentos brasileiros nos EUA

cresceram 221% entre 2007 e 2012.

No início de 2015, as empresas brasileiras

estavam presentes em 29 dos 50 estados

americanos. Os dados são de uma

pesquisa encomendada pela agência

de promoção comercial do governo

brasileiro, a Apex, e pela Confederação

Nacional da Indústria (CNI).

REDES SOCIAIS / HORÁRiOS MAiSMOViMENTADOS NAS MÍDiAS SOCiAiSO estudo Horários Nobres, da ferramenta de monitoramento das redes sociais Scup, mapeia os melhores momentos para postar materiais na internet. Em sua 5ª edição, o levantamento revela que os dias que antecedem o final de semana deixaram de ser os preferidos do público em relação ao Facebook. A pesquisa mostrou que o maior número de publicações na rede se concen-traram nas terças e quartas-feiras, com 15,9% das postagens, cada um. Já no Twitter, o volume de postagens aumenta significativamente no domingo a partir das 16h, devido aos jogos de futebol, e segue elevado até as 23h. O Ins-tagram foi a rede social que mais aumentou a movimentação em um ano. O número de publicações cresceu 235% em 2014, comparado ao ano anterior. A rede é mais ativa nos finais de semana, concentrando o maior número de menções nas sextas-feiras à noite e com 15,1% das postagens no sábado.

©iStock.com/Dori O Connell

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COMIDA / CHURRASCO É O PRATO PREFERiDO DOS BRASiLEiROSsegundo uma pesquisa do Groupon, que ouviu 5 mil pes-soas em cinco países da América Latina, o churrasco é a comida preferida dos brasileiros. Ele teve a preferência de 28% dos entrevistados no país. Em segundo lugar ficou o sushi, com 17,5%, e em terceiro a feijoada, com 8,6%. Con-siderando os cinco países, a culinária italiana é favorita, com 21% da preferência, seguida das culinárias argentina e mexicana, que possuem 14% cada uma. Em relação ao comportamento, os brasileiros são os que mais gostam de tirar fotos dos pratos para publicar nas redes sociais: 39% concordam com essa prática, o que representa nove pon-tos percentuais acima da média, que é de 30%. Os brasilei-ros são também os mais flexíveis com o uso de celulares na mesa: somente 14% acham que é falta de educação usar o aparelho durante uma refeição. O estudo foi realizado no Brasil, Argentina, Chile, Colômbia e México.

PESSIMISMO / EMPRESÁRiOS BRASiLEiROS ESTÃO ENTRE OS MENOS CONFiANTESO empresariado brasileiro é o 3º mais pessimista do mundo em relação às expectativas para os próximos doze meses, de acordo com o Interna-tional Business Report (IRB), documento produzido pela Grant Thorn-ton, no segundo trimestre de 2015. O índice brasileiro é negativo em 24%, ficando atrás apenas da primeira colocada Grécia, que teve uma queda de 36%, e da segunda colocada Estônia, que teve um índice negativo de 26%. Os empresários mais otimistas são os alemães, com 92% dos gesto-res se declarando confiantes. O resultado brasileiro está bem abaixo da média global, positiva em 45%, e representa a maior queda no otimismo desde 2007. O levantamento foi feito com base nas respostas de 2.580 empresários de diferentes setores, em mais de 30 países.

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PRODUTIVIDADE / DICAS PARA SUPERAR A

CRISE O período de recessão econômica obriga as empresas a mudarem antigos métodos de trabalho a fim de aumen-tar a produtividade. Pensando nisso, o especialista em gestão de tempo Chris-tian Barbosa elaborou cinco dicas para auxiliar os empresários:

1 – Tenha prioridades: Divida o ano em quatro

períodos de três meses e, para cada um deles,

defina as prioridades que devem ser executadas.

2 – Invista nos softwares certos: A tecnologia pode

auxiliar na gestão das tarefas diárias da equipe.

3 – Não tenha medo de demitir: Às vezes o

profissional é talentoso, mas não se adapta ao

seu jeito de liderar, por isso a demissão poderá

fazer bem a todos.

4 – Conheça os clientes: Saber dispensar clientes

é uma das virtudes das empresas lucrativas,

que se concentram basicamente naqueles que

são essenciais.

5 – Elabore estatísticas da empresa: Se você é

um empreendedor, precisa definir indicadores

que possam dizer como andam suas atividades.

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sescJu

lho

2015

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Kasper Vogelzang/Divulgação Sesc-RS

rtE SESc contará com uma

programação variada nEStE

SEgundo SEmEStrE, como o FEStival

Kino BEat, quE ocorrErá Em porto

alEgrE dE 6 a 9 dE agoSto, E o

Sonora BraSil, quE pErcorrErá o

intErior do EStado, EntrE oS mESES

dE agoSto E novEmBro

Aem diversas partes do Rio Grande do Sul, é um dos

propósitos do Arte Sesc, que terá uma programação variada neste segundo semestre de 2015. De 6 a 9 de agosto, perfor-mances audiovisuais multimídia e música contemporânea to-marão conta de Porto Alegre na segunda edição do Festival Kino Beat. Grandes nomes como Frank Bretschneider (Ale-manha), High Wolf (França) e Baba Stiltz (Suécia) já estão confirmados e poderão ser conferidos gratuitamente no Tea-tro do Sesc (Av. Alberto Bins, 665) e no Multipalco do Theatro São Pedro (Praça Marechal Deodoro). “O festival investiga o som, a imagem e suas relações, especificidades e aspectos ex-perimentais. Ele incentiva, através do entretenimento, a re-flexão sobre novas tendências musicais e visuais relacionadas à tecnologia”, convida o coordenador de Música e Cinema do Sesc-RS, Anderson Muller.

Outro destaque da temporada é o Sonora Brasil Sesc, que chega à sua 18ª edição levando uma série de apresentações a

LeVAR múSicA De quALiDADe pARA DifeRenteS púbLicoS,

Música para todos os gostos

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Campanha promove arreCadação de alimen-

tos com o objetivo de arrecadar alimentos não

perecíveis para o programa mesa brasil, o Sistema

fecomércio-RS promove, ao longo de julho, a cam-

panha prato cheio. basta entregar as doações nas

unidades do Sesc e Senac e nos Sindicatos filiados.

os alimentos recebidos devem estar dentro do prazo

de validade e com embalagens íntegras. eles serão

repassados às entidades sociais, que contam com

orientações das nutricionistas do programa. em

funcionamento no estado desde 2003, o mesa brasil

busca evitar o desperdício de alimentos e diminuir as

carências nutricionais da população. para alcançar

essas metas, tem o apoio de empresas, entidades

sociais e voluntários. Saiba mais sno site www.sesc-rs.

com.br/mesabrasil.

Jogos esColares movimentam o estado estudantes

das escolas públicas participam das etapas locais dos

Jogos escolares do Rio Grande do Sul (Jergs) 2015. A

competição abrange provas de atletismo, basquete,

xadrez, futsal, handebol e vôlei, nas categorias infantil

(12 a 14 anos) e Juvenil (15 a 17 anos), masculino e

feminino, com disputas nas coordenadorias, etapa

regional e a final estadual. o evento, promovido pela

Secretaria estadual de educação (Seduc/RS), conta com

a parceria do Sesc-RS para o transporte, alimentação,

arbitragem e premiação. mais informações sobre a

competição em www.educacao.rs.gov.br.

agenda de eventos

23/JulFórum de educação em porto alegre

com o tema Os Ambientes e a aprendizagem na

infância – relações e conexões, o 2º Fórum sesc de

educação ocorrerá no dia 23 de julho, no teatro

sesc, em porto alegre (av. alberto Bins, 665). ins-

crições em www.sesc-rs.com.br/educacao/forum.

28/Julnovas instalações em Caçapava do sul

o Balcão sesc/senac de caçapava do sul inaugura

suas novas instalações (av. Quinze de novembro,

267) no dia 28 de julho, às 10h.

dez cidades do interior gaúcho. “O evento objetiva a forma-ção de ouvintes, abordando temáticas importantes e identifi-cadas com o desenvolvimento histórico da música no Brasil”, observa Muller. No total, serão quatro circuitos, que passarão por Alegrete, Camaquã, Canoas, Carazinho, Ijuí, Montenegro, Passo Fundo, Pelotas e Santa Rosa com a temática Violas bra-sileiras: singulares (em agosto), caipira (setembro e outubro), de concerto (outubro) e nordestina (outubro e novembro). Já a capital gaúcha recebe a 2ª Mostra Sonora Brasil, de 25 a 30 de agosto, que reunirá, em noites consecutivas, diferentes grupos de violeiros, como os paulistas Paulo Freire e Levi Ramiro.

Na música de concerto, estão abertas as inscrições até 7 de agosto para o 6º Festival Internacional Sesc de Música, que acontece tradicionalmente em Pelotas. O evento, considera-do um dos maiores da área na América Latina, ocorrerá de 18 a 29 de janeiro de 2016. “Buscamos por meio dele incentivar o desenvolvimento da produção musical, a qualificação e o in-tercâmbio dos participantes e ampliar o acesso da comunida-de aos bens culturais”, detalha o coordenador. Nesta edição, estão previstos 48 espetáculos, divididos em recitais, música de câmara, orquestra acadêmica, banda sinfônica e espetácu-los de grupos convidados, além de 21 cursos de instrumentos e canto. As atividades serão realizadas em diversos locais da cidade, envolvendo alunos e músicos profissionais do Brasil e de outros países. Interessados em participar dos cursos têm até 7 de agosto para se inscrever. Saiba mais sobre os eventos em www.sesc-rs.com.br.

formação de público

Os projetos desenvolvidos pelo Sesc-RS na área musical buscam atingir, além dos comerciários, estudantes de músi-ca, profissionais da área e comunidade em geral. A formação de novos espectadores, segundo Muller, é uma das preocu-pações do Arte Sesc: “Passa necessariamente por descentra-lização, sistematização, ampliação de repertório e fruição. Buscamos privilegiar esses fatores no intuito de conquistar, fidelizar e formar plateias”.

Desde o início de 2015, segundo ele, foram atingidas mais de 5,3 mil pessoas nas ações de música do Arte Sesc. “Os nú-meros alcançados são muito satisfatórios, contabilizando 61,72% da meta estipulada”, avalia. A previsão de atendi-mentos nesta área para este ano é de 534.529 pessoas.

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Logística

no trajeto percorrido por to-dos os produtos que leva para casa? O caminho pelo qual eles passaram e o tipo de transporte que foi usado, se por terra, água ou ar? O custo da logística interfere, e muito, no valor que é desembolsado todos os meses na alimentação da sua família. Isso porque para calcular o preço de um produto são levados em conta todos os processos pelos quais os produ-tos passam até chegar às prateleiras, inclusive itens como frete, gasolina e pneus trocados numa viagem em uma es-trada mal-cuidada.

E, quando o assunto é logística, os números do Rio Grande do Sul não são aquilo que se pode chamar de bons. Uma pes-quisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT) mostra que 72% das estradas gaúchas são consideradas inadequadas, o que faz encarecer em 28% o custo operacional no Estado. Já números do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) indicam que a cada cem quilômetros de rodovias apenas 13 estão asfaltadas – o RS é o lanterna no país no quesito asfalto. Isso sem contar as estradas duplica-das, que não chegam a 4%.

Ao fAzer um rAncho no supermercAdo, você já pArou pArA pensAr

©istock.com/shutter m

stradas ruins, ferrovias

praticamente estagnadas

e hidrovias com

potencial, mas com

pouco investimento, fazem

o rio grande do sul

perder competitividade e

encarecer sua produção

edesafios no estado

texto micheli Aguiar

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“O que tem de positivo hoje no Estado é somente a dupli-cação da BR-116 de Guaíba ao acesso ao Porto de Rio Grande”, afirma Daniel Souto, consultor de Logística da Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul. Souto destaca ainda que o Estado tem no transporte rodoviário (85%) sua principal for-ma de escoamento – 8,8% são por ferrovia e 6,2% por hidrovia –, o que aumenta o custo da logística e reduz a competitivida-de gaúcha. “Uma logística boa e de baixo custo, ao menos até chegar ao porto, é muito importante para o Rio Grande do Sul poder competir com produtos de outra região. Aproveitar os meios mais baratos, que são – na ordem – hidrovia, ferrovia e rodovia, é a maneira para reduzir custo”, avalia.

FERROVIAS NO RITMO DEVAGAR QUASE PARANDO

O descompasso e o baixo investimento em ferrovias fazem com que o RS não alcance o potencial neste modal. Mesmo

tendo um aumento médio de 10% ao ano no volume de cargas passando sobre trilhos, os investimentos nesta área, para não dizer que são nulos, são ínfimos. Para se ter uma ideia, a cada R$ 100 investidos nos últimos dez anos, R$ 96 foram para rodo-vias, R$ 3,20 para aeroportos e R$ 0,80 para hidrovias. Em fer-rovias, nada. De acordo com a Agência Nacional de Transpor-tes Terrestres (ANTT), em uma década houve apenas despesas da concessionária ALL Malha Sul em serviços de manutenção e conservação dos 3,2 mil quilômetros de trilhos no Estado – cerca de mil km estão desativados em cidades como São Borja, Caxias do Sul, Erechim, Santa Rosa e Santana do Livramento.

“A cidade de Caxias do Sul, que não tem mais ferrovia, é uma cidade industrial que precisa ter novamente esse trans-porte. A região da fronteira Oeste, também”, afirma Arno Gleis-ner, vice-presidente da Fecomércio-RS. Diante da escassez de recursos, Gleisner sugere o uso das parcerias público-privadas (PPPs). “Temos nosso transporte ferroviário deficiente, com

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Logística

ramais desativados, falta de investimentos. Nos lugares do mundo onde há boa logística a participação privada faz parte do desenvolvimento. É disso que o Estado precisa, já que não há dinheiro, ou há pouco, dos governos estadual e federal.”

Gleisner também salienta que o RS tem uma demanda re-primida e um mercado a ser explorado. “A situação pode não se muito boa para quem está na rodovia, pois o custo é alto, por isso é importante desenvolver as ferrovias, assim como as hidrovias.” O vice-presidente da Fecomércio destaca ainda a importância dos investimentos nos aeroportos para o RS po-der melhorar seu potencial. “Temos que olhar não só no curto e médio prazos, mas também no longo prazo. Já sabemos que o Salgado Filho enfrentará problemas no futuro. Por isso, ter um segundo aeroporto na Região Metropolitana não pode ser uma ideia a ser abandonada”, afirma.

É MAIS BARATO POR ÁGUA

Apesar do baixo custo e de o Rio Grande do Sul possuir a maior disponibilidade hidroviária do país – 1.860 km, dos quais 1.200 navegáveis –, apenas 6,2% da produção gaúcha passa por este modal. A falta de recursos é o maior empecilho para o de-senvolvimento hidroviário – assim como as ferrovias, os portos gaúchos ficaram de fora do Programa de Investimento em Lo-gística (PIL) do governo federal, lançado em junho. Demora na obtenção de licenças ambientais também faz com que o trans-porte por água no RS fique atracado. Desde o início do ano, a Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul

Centro de Distribuição do Grupo Panvel,

em eldorado do Sul, se destaca no país

(Famurs) está com um grupo de trabalho para a criação da As-sociação Pró-Desenvolvimento das Hidrovias (Hidrovias-RS).

O projeto pode beneficiar até 66 municípios gaúchos de 12 regiões. “O desafio é reutilizar as hidrovias de forma maciça. O Rio Grande do Sul já foi modelo de desenvolvimento hidro-viário e ano a ano perde este protagonismo”, destaca o prefei-to de Rio Pardo, Fernando Schwanke, presidente da comissão. Schanwke afirma ainda que o RS precisa integrar o modal ao sistema logístico do Estado, atraindo investimento e desburo-cratizando o sistema. “É preciso trazer à luz da sociedade uma vantagem comparativa que o Rio Grande do Sul tem e que uti-liza muito pouco e que poderá ser um de nossos grandes dife-renciais na atração industrial e de novos investimentos.”

A LOGÍSTICA POR OUTRA VISÃO

Em Eldorado do Sul está localizado um dos mais moder-nos Centros de Distribuição (CD) do país. De propriedade do Grupo Dimed – formado pela Panvel, maior rede de farmá-cias do Sul do país, pela Dimed, uma das principais distri-buidoras de medicamentos do Brasil, e a Lifar, divisão de de-senvolvimento e fabricação de cosméticos, medicamentos e alimentos –, o CD tem capacidade de separar e despachar 300 mil unidades de produtos por dia. O grau de precisão na separação passa dos 99%.

Para conseguir tal qualidade, o Grupo investiu R$ 90 mi-lhões nos últimos anos. “Quando se fala em logística só se pen-sa na rua, na entrega. Para nós, logística também é separação com grau de acerto preciso”, explica Roberto Coimbra, diretor Administrativo e de Logística do Grupo Dimed. Coimbra afirma que para conseguir competir no mercado e se destacar entre as concorrentes o Grupo investe forte em inovação. “Nós somos uma empresa fortemente orientada a inovação. O CD de Eldo-rado do Sul é um exemplo disso. Em logística de medicamentos e perfumaria é o que se tem de mais moderno no país. E te-mos foco na inovação que dá resultado, que dá retorno. Assim, sempre é possível ser diferenciado e conseguir vantagens no mercado”, afirma.

Como estratégia, o Grupo também não tem frota própria, trabalhando apenas com empresas terceirizadas. “Isso nos oti-miza tempo e reduz custo. Pois não faria sentido eu ter frota própria se minha operação de entrega se concentra na manhã. À tarde, teríamos a frota parada. Isso seria custo.”

divulgação/panvel

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O fOcO dO prOjetO de lei da terceiriza-ção são os contratos de prestação de serviços com fornecimento de mão de obra intensiva. São situações que envolvem o deslocamento físico de trabalhadores da contratada para a sede da contratante; bem como aqueles con-tratos em que a atividade produtiva da contra-tada e, consequentemente, o trabalho de seus empregados tem como destinatário principal um ou poucos tomadores de serviços.

Neste cenário merece crítica o projeto de lei aprovado quando trata todas as empresas de prestação de serviços como terceirizadas e estas acabam sendo atingidas pelo novo or-denamento, que impõe obrigações acessórias com custos tanto para o prestador como para o tomador do serviço, mesmo que não haja utilização intensiva de mão de obra. O trata-mento geral leva a distorções significativas. O projeto de lei mira em determinadas situações, mas acaba atingindo toda a coletividade de prestadores de serviços.

Assim, um prestador de serviço típico – empresa de contabilidade, escritório de advocacia ou empresa de TI – terá que fornecer aos seus clientes garantia de 4% de seu faturamento mensal que será acionada em caso de inadimplência tra-balhista, e criar um sistema que permita a fiscalização por todos os contratantes da legislação trabalhista e previdenciária.

Estas obrigações acessórias têm custos e, na prática, nenhum efeito.

Do ponto de vista do tomador de serviço o projeto impõe a obrigação de fiscalização do terceirizado sob pena de autuação pelo MTE. As empresas contratantes terão que criar estruturas capazes de examinar se as rotinas trabalhistas e previdenciárias adotadas por seus prestadores de serviços estão corretas. Sendo estes das mais diversas áreas e com condições categoriais específicas o desafio é enorme. Também são obrigações acessórias com custos e nenhum efeito prático.

Reafirmamos a necessidade de adoção de um marco legal que garanta segurança jurídica às empresas contratantes e aos trabalhadores envolvidos; e se nos afigura possível corrigir o erro de concepção da norma legal acima iden-tificado limitando a sua área de abrangência.

Sugerimos que o novo marco legal se apli-que apenas a contratos em que os empre-gados da empresa especializada contratada prestem suas atividades na sede da contra-tante ou local por ela designado; ou para os casos em que pelo menos 80% (oitenta por cento) – percentual é apenas para fomentar o debate, podendo sofrer ajustes – da pro-dução ou serviço prestado pela contratada esteja concentrado em um único contra-tante. É um ajuste que se faz necessário.

Flávio obino FilhoAdvogado trabalhista-sindical da fecomércio-rS

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PROJETO DE LEI DA TERCEIRIZAÇÃO –

AJUSTES NECESSÁRIOS

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dossiê / Televisão

eículo de comunicação de

massa que fascina diferentes

públicos, a tV é um dos

produtos mais consumidos no

mundo. só no brasil são mais

de 14 milhões de aparelhos

Vendidos anualmente

Va televisão é um sistema ele-

trônico instantâneo de reprodução de imagens e som usado para informar, entreter e até mesmo para interagir com os mais diferentes públicos. Devido a sua instantaneidade e am-plitude, ele é um dos produtos mais consumidos no mundo. A pesquisa Administração e Uso da Tecnologia de Informação nas Em-presas, divulgada em 2015 pelo Centro de Tecnologia Aplicada da Fundação Getulio Vargas, mostra que praticamente todos os domicílios no Brasil têm televisão, sendo comercializados anualmente no país 14 milhões de televisores. O estudo tam-bém confirma a ampla penetração desta mídia, tida por muitos como uma “caixa de sonhos”: há mais de um aparelho por ha-bitante (36% da média mundial). Nos Estados Unidos, os núme-ros são ainda maiores: 20 milhões de televisores são vendidos a cada ano. Já a população mundial, segundo a FGV, consome em média 400 milhões de novas tecnologias deste tipo.

Apesar de sua ampla presença, pelo grande fascínio que representa nas mais diversas classes e sociedades, a televi-são já foi um artigo de luxo, destinado aos mais abastados. O primeiro a unir componentes eletrônicos em busca de uma

Considerado um dos prinCipais meios de ComuniCação de massa,

©istock.com/97

O pOder da telinha

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reprodução de imagens satisfatória foi o engenheiro esco-cês John Logie Baird, na década de 1920. Nesse período, o russo Wladimir Zworykin patenteou o ionoscópio, que deu origem aos primeiros tubos de televisão, chamados Orticon, fabricados pela empresa norte-americana RCA. Eles foram produzidos em escala industrial a partir de 1945.

Primeiras transmissões

As transmissões abertas passaram a ocorrer em 1935, primeiramente na Alemanha, para a divulgação do regime nazista liderado por Adolf Hitler. Pouco depois, franceses, britânicos e soviéticos também investiram na construção de estúdios e na transmissão de imagens. No Brasil, a televisão foi uma das grandes novidades tecnológicas da Feira Inter-nacional de Amostras, ocorrida no Rio de Janeiro, em 1939. Mas foi somente em 1948 que o leopoldinense Olavo Bastos Freire resolveu testar alguns equipamentos, criados por ele, na transmissão de uma partida de futebol, em Juiz de Fora (Minas Gerais). Com apenas uma câmera e uma antena, as imagens captadas da avenida Rio Branco foram transmiti-das em uma TV de três polegadas, instalada na avenida Ge-túlio Vargas, onde funcionava a antiga Casa do Rádio.

Em 1950, o jornalista Assis Chateaubriand inaugurou, em São Paulo, a TV Tupi – o primeiro canal comercial do país. O início das transmissões aconteceu no saguão do grupo Diários Associados, de propriedade do empresário, mas foi necessário que ele importasse cerca de 200 aparelhos de TV e os espalhas-se pela cidade. No ano seguinte, a emissora chegava tam-bém ao Rio de Janeiro.

Posteriormente, novas emissoras foram surgindo, como a Record (inaugurada em 1953, em São Paulo), a Globo (1965, no Rio de Janeiro) e a Bandeirantes (1967, em São Paulo). No Rio Grande do Sul, o primeiro canal comercial foi a TV Piratini (fundada em 1959, em Porto Alegre), que retrans-mitia a programação da TV Tupi, além de gerar alguns pro-gramas locais – extinta em 1980. Já a TV Gaúcha surgiu em 1962 (atualmente RBSTV) e a TV Difusora, em 1969 (hoje TV Bandeirantes).

Até 1970, as transmissões no Brasil permaneceram em preto e branco – mesmo após a rede norte-americana NBC, em 1954, passar a transmitir a cores, com um sistema compa-tível com os antigos aparelhos. A primeira experiência com

nOvas teCnOlOGias

Ao longo dos anos, uma grande diversidade de apare-lhos, cada vez com mais recursos, tomou conta das lojas. Confira alguns modelos e plataformas:

Tecnologia Picture in Picture – usada a partir do final dos anos

80, permite o congelamento da imagem, visualizando-se

mais de um canal na mesma tela.

TV de tela plana e som estéreo – conta com um tubo normal,

possibilitando uma resolução maior e em grandes dimensões

(projeção de até 52 polegadas).

TV de plasma – contém um tipo de gás que forma as ima-

gens, considerado um grande salto tecnológico na déca-

da de 1990.

TV de LCD – incorpora a tela de cristal líquido, já usada em

monitores de computador, deixando os aparelhos mais finos,

leves e bonitos.

Home theater – desde o ano 2000, possibilita a transmissão

de áudio em diversos canais, trazendo a experiência do cine-

ma em casa.

TV de LED – reproduz imagens com excelente qualidade e um

design ultrafino.

Smart TV – a instalação de placas e Hds torna a TV pratica-

mente um híbrido com o computador, sendo viável rodar vá-

rios aplicativos de diferentes mídias.

Sistema de TV Digital – vem substituindo gradativamente,

desde 2007, o sistema analógico no Brasil. por meio de um

conversor (acoplado ou já integrado aos novos aparelhos),

dá acesso ao som e a imagem em alta definição (Hd), com

1080 linhas de resolução.

Convergência – com o surgimento de novas plataformas,

pode-se assistir à TV atualmente no computador, no celular ou

outros dispositivos móveis.

Tecnologia 3D – transmitida por algumas emissoras de TV bra-

sileiras, e acessível em outras mídias, promete colocar o teles-

pectador dentro da cena.

a TV colorida no país foi para um público seleto, em caráter fechado, feita pela Embratel na Copa do Mundo do México, em 1970. Mas os brasileiros só foram conhecer a novidade na telinha dois anos depois, durante a transmissão ao vivo da Festa da Uva, em Caxias do Sul, pela TV Difusora.

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dossiê / Televisão

Curiosidades

Primeiros Programaso primeiro programa da televisão

brasileira foi TV na Taba, com

apresentação de Homero e

participação de artistas como Lima

duarte, Hebe Camargo e mazzaropi.

Também foi ao ar em 1950, na rede

Tupi, o primeiro telejornal: imagens do

dia. o de maior sucesso, porém, foi o

repórter esso, de 1952 a 1970.

museu da ComuniCação roteiros e programas televisivos,

aparelhos a válvula e

equipamentos da TV piratini (foto)

fazem parte do acervo do museu

da Comunicação Hipólito José

da Costa, em porto alegre (r. dos

andradas, 959). a entrada é gratuita

de 2ª a 6ª feira, das 9h às 13h e

aos sábados, das 9h às 18h.

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evolução dos aParelhos

Inicialmente, as salas de visita das casas da classe mé-dia funcionavam como “salas de cinema domésticas”, onde a família se reunia, com vizinhos e amigos, para assistir à programação diária da TV. Nessa época, os televisores eram importados e custavam quase o preço de um automóvel. Os primeiros modelos eram grandes e pesados – geralmente envolvidos em madeira de lei e usadas como móvel. Nes-sa época, era preciso esperar até 30 segundos para girar o botão e ligar a TV. Os filamentos das válvulas precisavam esquentar para assistir aos programas em tons de cinza e, à medida que iam envelhecendo, a imagem se tornava cada vez mais difusa. A falta de definição era um dos problemas, pois o tubo de imagem era muito comprido e permitia o des-vio de alguns feixes de luz até a projeção na tela. Muitos co-locavam esponjas de aço na ponta da atena dos televisores, buscando uma imagem com menos chuviscos.

Com a substituição do fósforo que revestia o tubo por alumínio, em 1956, garantiu-se mais brilho à imagem. Du-rante os primeiros tempos, as vendas dobraram de ano para ano até atingirem a marca de 85 mil unidades, em 1957.

A Semp Rádio e Televisão (hoje Semp Toshiba) passou a fabricar o primeiro aparelho de TV no país, em 1961, com 21 polegadas e imagem em preto e branco. Na década de 1960 já haviam 200 mil aparelhos de TV no país. A indústria nacio-nal produzia aparelhos de 11, 13, 19, 21 e 23 polegadas, e as emissoras passavam a usar o videoteipe para a edição de pro-gramas televisivos. Logo, a imagem com chuviscos e interfe-rências deu lugar a um moderno sistema de micro-ondas, que permitiu a transmissão de programas em rede nacional.

Depois de ficar colorida e com melhor resolução, a partir dos anos 80 a televisão passou por uma fase de aprimoramento, encontrando no controle remoto a facilidade para a troca de canais do próprio sofá. Ligado inicialmente por um fio à TV, a técnica do ultrassom fez com que ele perdesse o cabo, passando para o infravermelho – tecnologia usada até hoje. Com o Plano Real, em 1994, ocorreu a explosão das vendas de televisores no país, ampliando largamente o consumo das classes D e E, em 8 milhões de aparelhos vendidos. Com isso, houve uma populari-zação dos programas, a fim de agradar à maioria de espectado-res. Muitos consumidores então migraram para as TVs pagas. Atualmente, parte das pessoas estão deixando este formato para assinar conteúdos online, como o fenômeno Netflix.

diCionário de tva história da televisão aberta em

âmbito nacional pode ser conferida

no dicionário da Televisão Brasileira,

lançado em março de 2015, pelo

jornalista Thell de Castro, pela editora

in House. a obra traz mais de 3 mil

verbetes, que englobam produções,

como novelas, séries e programas de

auditório e de jornalismo.

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edivulgação/museu da Comunicação

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Em 15 dE junho dE 1215 o Rei João Sem Terra (Lackland) foi forçado pelos seus súditos barões a firmar a Charta Magna Libertatum, numa ilha do Rio Tâmisa próximo ao povoado de Runnymede. O documento foi uma reação à usurpação frequente das liberdades e do patrimônio perpetrada por João. O monarca, que sucedeu seu irmão Ricardo Coração de Leão, implementou uma gestão desastrosa, marcada por diversos confrontos bélicos, sobretudo contra a França. A população à época vivia na miséria e João sustentava seus projetos através da crescente e implacável cobrança de impostos. A Carta Magna é o primeiro documento a incorporar limites ao exercício do poder estatal, como o consentimento no aumento de tributos (legalidade) e o devido processo legal.

Em junho de 2015 o documento completou 800 anos e quatro cópias originais da Carta Magna foram expostas, pela primeira vez, no Museu Britânico de Londres.

No Brasil, o governo atual sangrou nossos cofres num projeto de poder divorciado de um projeto nacional de crescimento

econômico. Além do desemprego, a população está endividada e vive no purgatório dos juros. Ou seja, pobreza, indignação e subitamente vemos um Ministro da Fazenda com o discurso “cheguei agora, não sei de nada” conclamando a nação e o setor produtivo a pagarem a conta, mais impostos e juros. A semelhança com o contexto inglês de 800 anos atrás é evidente e denuncia nosso quadro de imaturidade institucional e política. Seja contra a França, seja contra a miséria, o discurso não colou e não cola mais. É momento de mudança. De o Legislativo restaurar seu papel de representante do povo que não suporta mais pagar a conta. De o Judiciário parar de tratar a Fazenda em juízo com tanta leniência. Dentre tantos significados, o crédito tributário também é a última etapa desse jogo perverso, do que o verdadeiro interesse público, no atual contexto, deve ser respeitar a legalidade e a capacidade contributiva. E é momento de compreender que o Estado não é a vontade do príncipe; e de aplicar – sem medo – a Carta Magna reproduzida na Constituição de 1988.

Rafael PandolfoConsultor tributário da Fecomércio-RS

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Brasil: ainda em 1215

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nic

ho Pizzarias

tamanha é a demanda que encon-tram. Esse é o caso das pizzarias, que possuem público em praticamente qualquer região ou classe econômica. São mais de 15 mil estabelecimentos dedicados à pizza em todo o Brasil, que movimentam R$ 900 milhões por mês e R$ 10 bilhões por ano, segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), que também abrange o setor. Embora São Paulo seja o maior mercado, com 6 mil pizzarias, toda região tem suas referências, e o Sul não é diferente.

A versatilidade é uma das vantagens desse nicho, permi-tindo às pizzarias atuar em modelo de rodízio, à la carte ou

Há alguns mercados que dificilmente ficarão saturados tão cedo,

ovimentando R$ 10 bilhões ao

ano, as pizzaRias são veRsáteis.

empReendimentos gaúchos do

Ramo que buscaRam inspiRação

no exteRioR se tRansfoRmaRam em

RefeRência no estado

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Mais que uM siMples rodízio

©istock.com/Juan monino

texto rafael faustino

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em outras formas mais inovadoras. A La Pizza Mia, com 13 anos de vida e duas unidades em Porto Alegre, além de fran-quias em Gravataí, São Leopoldo e Arroio do Sal, trabalha com pizzas “a metro”, servidas na pedra quente. Uma téc-nica trazida do Uruguai pelo proprietário Celomar Schwalm para usar como diferencial na hora de atrair clientes. “Vivi 18 anos na fronteira fazendo atividades no Uruguai e por lá é comum servir a pizza assim. Trouxe um chef uruguaio para desenvolver isso por aqui e criamos uma identidade para nossa pizza”, conta o dono do estabelecimento. Na La Pizza Mia, 70% das vendas são feitas na pizzaria, com a tele-entrega respondendo pelos outros 30%.

Afinal, quando o assunto é comida não há atrativo maior para o cliente que o sabor. Por isso, na hora de expandir o negócio oferecendo franquias para interessados administra-rem no interior do Estado, Schwalm garantiu que as carac-terísticas originais do seu negócio estivessem presentes nas outras unidades. “Somos conservadores nesse aspecto, para não ter surpresas negativas. Algumas coisas podem mudar nas franquias, mas a identidade visual e o modo de prepara-ção da pizza nós mantemos”, afirma o proprietário, que fez ainda cursos de gestão avançada e conta com um consultor próprio que ajuda na administração da empresa.

Buscar inspiração no exterior é uma saída encontrada por muitos para conferir um aspecto original às pizzarias. Mas se a intenção é ter um negócio diferenciado, não bas-ta apenas dar um nome estrangeiro ao estabelecimento. Por isso que os fun-dadores da Arte in Pasta, Rodrigo da Fonseca e Fabiana Spolidoro, passaram meses em um curso de pizzaiolos na Itá-lia, mais tradicional mercado do setor, antes de criar a pizzaria em Caxias do Sul, há cinco anos. “Já tínhamos experi-ência gerencial em restaurantes e fomos para a Itália aprender a culinária típica

do país. Percebemos que não havia quem fizesse uma pizza genuinamente italiana em nossa região e que a ideia tinha potencial”, lembra Rodrigo, que é formado em hotelaria e pós-graduado em Tecnologia de Alimentos.

Como muitos negócios familiares, a Arte in Pasta co-meçou com passos curtos. A pizzaria trabalha apenas com tele-entrega, o que economiza custos com estrutura e mão de obra, mas, por outro lado, ainda não atende o grande número de consumidores que querem jantar fora de casa. Os sócios pretendem mudar isso abrindo o espaço para refeição em um prazo de dois anos. Mas, do jeito que está, o sucesso já é grande em Caxias do Sul. “Desde que cria-mos a Arte in Pasta, nossa receita quadruplicou”, conta Rodrigo, que chega a produzir 130 pizzas em uma única noite. A simplicidade do negócio também chega aos preços: as pizzas salgadas têm um valor fixo e igual, e as doces, outro.

A cautela dos proprietários na expansão não surpre-ende, em uma época em que todo o país passa por difi-culdades econômicas. E o princípio de crise vem afetan-do a alimentação fora do lar. O faturamento dos bares e restaurantes em geral caiu 8,39% no primeiro trimestre deste ano, em comparação com os últimos três meses de 2014, segundo pesquisa da Abrasel em parceria com a Fis-pal, maior feira do setor de food service do Brasil. Embora o início dos anos sempre tenha movimentação mais baixa em relação ao final, a queda foi considerada pelo menos

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Modelo de pizzaria no

melhor estilo italiano se destaca

em Caxias do Sul

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ho Pizzarias

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dois pontos percentuais acima do normal pelos autores do estudo. Além disso, sete a cada dez empresas declararam ter rentabilidade abaixo de 10%, quando na média histórica pelo menos me-tade delas estaria acima desse patamar.

Os números preocupam, mas não chegam a desanimar os empresários, que buscam solu-ções para driblar a cautela do consumidor. Na Bucadisantantonio, que há 13 anos é referência entre pizzarias em São Leopoldo, a solução en-

contrada foi baixar um pouco os preços e fazer promo-ções, contando com a tecnologia e as redes sociais, forma simples e barata de falar com o público. “Anunciamos que em determinada noite um sabor de pizza estará em preço promocional, e o retorno é imediato. Perdemos um pou-co de margem, mas é importante manter o cliente liga-do ao estabelecimento”, afirma Daniel Coelho, dono da pizzaria. Na Arte in Pasta, uma ação pontual no Dia dos Namorados com pizzas em formatos de coração dobrou a participação das pizzas doces nas vendas gerais.

As promoções são uma das ações indicadas pela Abra-sel para manter as vendas aquecidas em tempos difíceis. A associação também recomenda investir em tecnologias que aprimorem a produtividade dos estabelecimentos. E é o que muitos deles vêm fazendo. Segundo a pesquisa da en-tidade, mesmo com a queda na receita, quatro a cada dez estabelecimentos declararam estar fazendo investimentos acima de 15% do faturamento. Com mais produtividade, evita-se aumentar os preços em um período que o cliente não está disposto a aumentar os gastos não essenciais.

Estabelecer uma relação de afeto e diálogo constante com o público também ajuda a fidelizar a clientela das pi-zzarias. Na Bucadisantantonio, o visual retrô e a decora-ção com objetos antigos foi iniciativa do estabelecimen-to, mas quem ajuda são os próprios fregueses. “Quando abrimos o negócio, inserimos objetos antigos da família. Os clientes gostaram e começaram a trazer, por iniciati-va própria, suas próprias coisas para nós, como garrafas antigas de refrigerante e cerveja, e até objetos maiores, como uma máquina de escrever”, relata Daniel.

São várias estratégias que podem levar as pizzarias ao sucesso. Mas se há algo em que todos os proprietá-rios concordam é que, no fim das contas, é a qualidade do

produto que vai fazer a maior diferença. “O cliente pode até achar caro, mas o importante é que, depois de experi-mentar, ele saiba que vale a pena pagar por aquela pizza. Prefiro sempre justificar preço do que a qualidade”, resu-me Rodrigo da Fonseca, da Arte in Pasta.

NÚMeros do seTor

são 15 mil pizzarias no Brasil, segundo a abrasel

as pizzarias representam 10% do faturamento de toda a

alimentação fora do lar no país

nova iorque é a cidade que mais consome pizza no mundo,

são Paulo é a segunda

os sabores preferidos dos brasileiros são: calabresa (30%),

marguerita (21%), portuguesa (21%) e frango com catupiry (16%)

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monitor de juros mensal

O Monitor de Juros Mensal é uma publicação que objetiva auxiliar as empresas no processo de tomada de

crédito, disseminando informações coletadas pelo Banco Central junto às instituições financeiras.

O Monitor compila as taxas de juros médias (prefixadas e ponderadas pelos volumes de concessões na primeira

semana do mês) praticadas pelos bancos com maior abrangência territorial no Rio Grande do Sul, para seis

modalidades de crédito à pessoa jurídica.

Capital de Giro Com prazo até 365 dias

Cheque espeCial

anteCipação de Faturas de Cartão de Crédito

no

tas

Capital de Giro Com prazo aCima de 365 dias

Conta Garantida

desConto de Cheques

Na modalidade de capital de giro

com prazo até 365 dias, com a

ausência de informações do Citibank

na semana de referência e redução

na taxa média de juros de suas

concessões, o HSBC isolou-se na

primeira colocação em junho.

Em geral,as outras instituições

registraram elevação nas

taxas médias de concessão.

Na modalidade de cheque

especial, tradicionalmente

marcada por estabilidade nas

taxas, a Caixa, apesar de

nova elevação em junho, se

mantém com a média mais

baixa de concessão, seguida

pelo Banco do Brasil. O

Santander permanece isolado

na última colocação do ranking.

Na modalidade de

antecipação de faturas de

cartão, a taxa média de

concessão do Banco Safra

segue em elevação, mas

ainda se mantém, com folga,

como a mais baixa, seguida

pela do Santander. A maior

média de juros da modalidade

é registrada pelo Itaú.

Na modalidade de capital de

giro com prazo mais longo, a

ausência de informações do

Citibank na semana de

referência deixou o Banco

Safra isolado na primeira

colocação em junho, seguido

pela Caixa. A maior média de

concessão no mês, por sua

vez, foi registrada pelo Bradesco.

Na modalidade de conta

garantida, apesar de aparecer

como a menor no início de

junho, a taxa média de

concessão do Citibank registra

muita variabilidade ao longo das

semanas. HSBC e Banco do Brasil,

com maior estabilidade,

ocupam as outras posições

superiores do ranking.

Na modalidade de desconto

de cheques, onde as taxas de

juros costumam apresentar

maior estabilidade, HSBC e

Itaú registraram elevações em

suas médias de concessão.

O Banco Safra permanece na

primeira colocação,

enquanto Itaú e Bradesco

ocupam as últimas.

1) A fonte das informações utilizadas no Monitor de Juros Mensal é o Banco Central do Brasil, que as coleta das instituições financeiras. Como cooperativas de crédito efinanceiras não prestam essa classe de informações ao Banco Central, elas não são contempladas no Monitor de Juros Mensal2) As taxas apresentadas referem-se ao custo efetivo médio das operações, incluindo encargos fiscais e operacionais incidentes sobre elas3) Período de coleta das taxas de juros: 1º/06/2015 a 08/06/2015.

Instituição

Instituição

Instituição

Instituição

Instituição

Instituição

Taxa de juros(% a.m.)

Taxa de juros(% a.m.)

Taxa de juros(% a.m.)

Taxa de juros(% a.m.)

Taxa de juros(% a.m.)

Taxa de juros(% a.m.)

MaI

1,86

2,01

2,29

2,33

2,17

2,50

MaI

9,16

9,59

9,41

9,49

9,78

11,37

12,90

MaI

1,52

2,54

2,60

2,94

3,10

3,59

MaI

1,87

1,68

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2,69

2,41

2,54

3,09

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HSBC

Santander

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Caixa

Banco Safra

Bradesco

Banco do Brasil

Caixa

Banco do Brasil

Itaú

Banco Safra

Bradesco

HSBC

Santander

Banco Safra

Santander

Banco do Brasil

Bradesco

HSBC

Itaú

Banco Safra

Caixa

HSBC

Santander

taú

Banco do Brasil

Bradesco

Citibank

HSBC

Banco do Brasil

Itaú

Santander

Bradesco

Banco Safra

Banco Safra

Caixa

Santander

HSBC

Banco do Brasil

Itaú

Bradesco

JUN

1,39

2,17

2,36

2,43

2,44

2,52

2,63

JUN

9,36

9,61

9,66

10,03

10,37

12,25

12,90

JUN

1,69

2,32

2,82

3,04

3,11

3,74

JUN

1,68

1,93

2,04

2,08

2,18

2,25

2,39

JUN

2,01

2,47

2,57

3,02

3,13

4,66

9,29

JUN

1,88

2,47

2,49

2,96

3,05

3,16

3,19

MaI

2,07

2,47

2,47

2,86

3,04

2,96

3,19

É permitida a reprodução total ou parcial deste conteúdo, elaborado pela Fecomércio-RS, desde que citada a fonte. A Fecomércio-RS não se responsabiliza por atos/interpretações/decisões tomados com base nas informações disponibilizadas por suas publicações.

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giR

o p

elo e

stado Abertura do comércio

uncionamento do comércio

em feriados e finais de

semana é uma realidade em

praticamente todo o rio

Grande do sul

Fdo país, mas em alguns municípios

do Estado existem restrições ao princípio do livre horário do comércio. O assunto é acompanhado pelos sindicatos da base da Fecomércio-RS, que debatem regularmente as especificida-des de cada segmento e região. A legislação federal estabelece que os sábados e domingos são dias normais de funcionamento do comércio com a utilização de empregados. Já em feriados, de outra parte, há necessidade de autorização de funciona-mento através de convenção coletiva de trabalho.

O advogado trabalhista-sindical da Fecomércio-RS, Flávio Obino Filho, afirma que os municípios têm competência para a fixação do horário de funcionamento do comércio, por se tra-tar de assunto de interesse local. “A competência do município é para fixar horário, mas não está o mesmo autorizado a vedar o funcionamento em determinadas datas ou dias da semana ou

Manter o coMércio Funcionando ajuda a MoviMentar a econoMia

OpOrtunidades de ganhO extra

©iStock.com/jodi jacobson

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mesmo impor limitação horária exagerada – um turno no dia, por exemplo – que não atende ao interesse geral.” Ele explica que os municípios também não podem condicionar o funcio-namento em determinados dias ou horários à celebração de acordos coletivos de trabalho, porque desta forma estariam legislando sobre matéria trabalhista, que é de competência ex-clusiva da União. No final de 2014, o Tribunal de Justiça do Es-tado julgou inconstitucional a lei do município de Alvorada que proibia o funcionamento do comércio aos domingos. Segundo a desembargadora Isabel Dias Almeida, a lei é inconstitucional pela obrigatoriedade da convenção coletiva e “por impor in-justificada restrição ao comércio, ofendendo os princípios de promoção do bem-estar social do homem com o fim essencial da produção e do desenvolvimento econômico e da valoriza-ção econômica do trabalho e do trabalhador”. No mesmo ano, o TJ também declarou inconstitucional a lei de Palmeira das Missões que condicionava o funcionamento sábados à tarde e domingos à celebração de convenção coletiva de trabalho.

Conforme o presidente do Sindilojas Alto Uruguai Gaúcho, Francisco José Franceschi, a legislação municipal de Erechim li-mita o funcionamento do comércio local a apenas um sábado à tarde por mês. “Na convenção coletiva com os sindicatos labo-rais de Erechim e municípios da base de Getúlio Vargas (Esta-ção, Ipiranga e Erebango) está previsto o funcionamento para dois sábados à tarde por mês”, conta o dirigente. Neste caso, Obino explica que mesmo sendo as leis da região aparentemen-te inconstitucionais, o sindicato tem optado pela negociação, sem ingressar com ações para declaração da inconstituciona-lidade no TJ. Franceschi conta que em dezembro o regime é especial: as lojas ampliam o atendimento durante a semana até as 21 horas e aos sábados até as 18 horas. “A partir do dia 15, o comércio abre todos os sábados, com pagamento de horas extras diárias e utilização do banco de horas”, acrescenta.

Em Bento Gonçalves, os comerciantes procuram projetar o movimento dos feriados e finais de semana para saber se é interessante arcar com o valor extra pago aos colaboradores. “Todos podem abrir no momento que quiserem. Há um bônus previsto para os domingos trabalhados e um valor acordado para os de dezembro, além dos feriados”, afirma o presidente do Sindilojas da região, Daniel Amadio. Ele explica que, como a cidade é turística, é necessário que haja opções para atender os visitantes todos os dias. “Há cinco feriados em que não é per-mitido abrir com funcionários: no Natal, Ano-Novo, Sexta-Fei-

ra Santa, Dia do Trabalho e Finados.” A entidade pleiteia que a proibição termine em, pelo menos, cinco rotas turísticas, onde já são atendidos mil turistas aos domingos.

No segmento de hotelaria e turismo, a compensação dos funcionários do comércio que ultrapassam as 44 horas sema-nais acontece por meio de banco de horas. O presidente do Sin-dihotel, Manuel Suárez, conta que as convenções coletivas das regiões da Fronteira, como Chuí, Jaguarão e Uruguaiana, pre-veem a realização de duas horas extras diárias ou a substituição de um domingo por mês. A mesma regra vale para a Região das Hortênsias, em cidades como Gramado e Nova Petrópolis. “Não adianta levar o turismo para lá e não ter comércio aberto. Há interesse do próprio trabalhador comissionado de aproveitar essa oportunidade para ganhar mais”, argumenta. Com os seis feriados prolongados deste ano, a expectativa da entidade é manter o movimento aquecido. “Às vezes se compensa em um feriadão o que se deixa de arrecadar no período em que o fun-cionário descansa. Isso é sinônimo de dinheiro novo vindo.”

No caso do comércio varejista de gêneros alimentícios, o presidente do Sindigêneros-RS, João Francisco Micelli, diz que é garantido por lei o trabalho aos domingos. “Não se pode trabalhar em todos. A compensação é feita por meio de folga”, explica o dirigente. Já os feriados dependem das convenções coletivas firmadas em cada região. “No litoral, por exemplo, não se pode usar de mão de obra no Dia do Trabalhador e de Corpus Christi. Defendemos a livre inicia-tiva, assim, quem quiser não abre”, pondera. O valor pago em cada feriado, segundo ele, é discutido previamente com os sindicatos laborais. “O acerto a cada data, normalmente, é feito na boca do caixa, após o expediente.” Além de todas as dificuldades econômicas, Micelli diz que o setor tem pro-curado valorizar o trabalhador. “Oportunizamos que todos ganhem mais”, finaliza.

Nos seis feriados prolongados de 2015 (Tiraden-tes, Dia do Trabalho, Corpus Christi, Independência do Brasil, Nossa Senhora Aparecida e Finados) o Mi-nistério do Turismo projeta que o Rio Grande do Sul movimente R$ 1,9 bilhão, em 691 mil viagens.

turismO aquecidO

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DICAS DO MÊSLivro

A CoNSTrUÇÃo DE UM iMPÉrio O livro Sonho Grande, da jornalista Cristiane Correa, conta como os

empresários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira

alcançaram o sucesso. A autora rela-ta a história do trio desde a fundação

do banco Garantia, nos anos 1970. Em 1982, eles compraram a Lojas

Americanas, e em 1989, a cervejaria Brahma. Depois disso, realizaram a maior fusão do país, até então,

envolvendo a Brahma e a Antarctica, criando a Ambev. A internacionaliza-ção deu origem à InBev. Nos últimos

anos, eles se tornaram donos de duas empresas americanas: o Burger King e a Heinz. O livro é uma ótima

oportunidade para os gestores conhecerem uma forma de adminis-

tração bem-sucedida. Os ideais de meritocracia e eficiência perpassam todas as páginas da obra, que expli-

ca como os líderes estabeleceram metas para todos os funcionários

e retiraram benefícios da diretoria para otimizar a produção.

Ficha técnicaTíTulo: Sonho Grande

AuTor: Cristiane Correa

EdiTorA: Sextante

Ano: 2013

A TEoriA DE TUDo, iNCLUSivE Do AMor Indicado em cinco categorias do Oscar 2015, o filme A Teoria de Tudo, do diretor James

Marsh, conta a emocionante história real do astrofísico Stephen Hawking (Eddie Redmayne). O roteiro é baseado no livro My Life

with Stephen, da esposa dele, Jane Wilde Hawking. No começo do filme, começa-

mos a conhecer as descobertas do jovem pesquisador sobre “buracos negros”. No

entanto, o foco do longa é o relacionamento dele com Jane (Felicity Jones) e o avanço da doença de Stephen. Aos 21 anos, ele começa

a ter problemas de coordenação moto-ra para andar e até mesmo para segurar

objetos, como uma caneta. Nesse momento, o público pode acompanhar toda a dedica-ção de Jane, que o ajuda a falar, comer e se trocar. Com as interpretações sensíveis de

Redmayne, vencedor do Oscar de melhor ator, e de Felicity, é possível ver o desgas-

te físico do protagonista e o emocional de sua mulher. A trilha sonora, Jóhann

Jóhannsson, também é um presente, com músicas clássicas e muito piano.

FiLM

E/DrAM

A

rEUNiÕES EM QUALQUEr LUGAr Com o software Go-ToMeeting, é possível realizar reuniões com os seus colegas de trabalho em qualquer hora e local. Ele é um aplicativo que pode ser instalado em computadores e em dispositivos móveis, como iPhone, iPad, Android e Windows Phone. Com ele, é possível iniciar encontros através do compartilhamento, com os demais participantes, da sua tela, vídeo, inclusive de webcams com alta definição – sem a necessidade de configurações complicadas –, além de áudios. Atualmente, o GoToMeeting hospeda 30 milhões de reuniões por ano e todas elas são protegidas pela criptogra-fia AES de 128 bits e com cópia em vários datacenters em todo o

mundo. Você pode experimentar uma versão gratuita do aplicativo no site www.citrix.com.br/products/goto-meeting/overview.html

app

Ficha técnicaTíTulo: A teoria de tudo

GênEro: Biografia, Drama

dirEção: James Marsh

roTEiro: Anthony McCarten

durAção: 123 minutos

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