revista bens & serviços

52
& 122 Junho Revista da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul BENS SERVIÇOS Entrevista COM A PALAVRA, FÁBIO BRANCO, SECRETÁRIO DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RS GESTÃO MARKETING Ações de marketing sensorial estimulam vendas NEGÓCIOS Momentos de crise também podem ser de oportunidade NICHO Funerárias oferecem atendimento personalizado e de amparo aos clientes EMPREENDEDORISMO COMEÇA CADA VEZ MAIS CEDO

Upload: revista-bens-servicos

Post on 22-Jul-2016

226 views

Category:

Documents


6 download

DESCRIPTION

Edição 122

TRANSCRIPT

Page 1: Revista Bens & Serviços

& 122

Junh

o

Revista da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul

BENS SERVIÇOS

Entrevista com a palavra, fábio branco, secretário do desenvolvimento econômico, ciência e tecnologia do rs

gES

tão

markEtiNg ações de marketing sensorial estimulam vendas

NEgócioS momentos de crise também podem ser

de oportunidade

Nicho funerárias oferecem atendimento personalizado e de amparo aos clientes

empreendedorismo começa cada vez mais cedo

Page 2: Revista Bens & Serviços
Page 3: Revista Bens & Serviços

pala

vra d

o p

res

iden

te

3

Junh

o 20

15

122

luiz carlos bohnPresidente do Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac

Julia

na M

osc

ofia

n/Fe

co

rcio

-RS

O empresáriO dO futurO

Se olhaR ao RedoR, você verá que, aos poucos e mesmo que timidamente, respostas para velhos problemas estão surgindo na mesma medida em que nos deparamos cada vez mais com produtos, serviços e novas formas de comunicação com os consumido-res. Por trás dessas mudanças estão jovens que exploram novos caminhos, ampliando o horizonte e deixando suas marcas também no mundo dos negócios.

Por exemplo, compartilhar, hoje, é só um valor: é uma necessidade quando pensamos em sustentabilidade e mobilidade urbana. Mas para esses jovens empreendedores, compartilhamento é mais que valor, mais que necessidade, é, também, uma oportunidade de negócio. Ou melhor: compartilhamento é tudo isso junto. Hoje, já podemos falar em valor compartilhado, algo que faz todo senti-do para essa garotada e que é positivo para o mundo, mas que também gera resultados.

Estamos diante de novas abordagens para tudo e todos temos muito a ganhar com elas. O jovem empresário de hoje cresce em um ambiente que propicia desde muito cedo o empreendedorismo. Graças às novas tec-nologias, há oportunidades de desenvolver

programas, aplicativos, softwares e produtos com um baixo custo, mas com abrangência muitas vezes inimaginável.

Isso não quer dizer que negócios tradicionais não encontrem seu lugar. Com a gastrono-mia valorizada a um patamar nunca visto antes pelos consumidores, aprimorar até mesmo o petisco mais simples como a pipoca pode gerar um grande e lucrativo negócio. A onda dos food trucks, paleterias, brigade-rias e afins atesta essa verdade. Por trás do balcão ou do computador estará um jovem criativo projetando novos mercados.

Esse olhar curioso e sedento por novidades se volta para todos os lados: vai do gourmet ao negócio social, e não tem um horizonte limitado. Porém, encontra e enfrenta situações limitadoras com frequência. São as nossas velhas e restritivas legislações, a infraestrutura capenga que não avança apesar das promessas recorrentes e a elevada carga tributária, ape-nas para citar alguns entraves que já deveriam estar solucionados há bastante tempo. Já pas-sou da hora de compartilharmos um ambiente de negócios inspirador, e não desestimulante, com os nossos jovens empreendedores.

Page 4: Revista Bens & Serviços

especial / gestão

revista bens & serviços / 122 / junho 2015

sum

ário

26

há no brasil muitos casos

de empresários-prodígio

que começaram antes

mesmo de completar

18 anos. saiba o que é

necessário para abrir

empresa nesta idade e

conheça exemplos de

empreendedorismo precoce

40

dossiê

36

equipesgiro pelo estado

como identificar o perfil dos

profissionais necessários

para construir uma equipe

forte para a sua empresa

22

impasse sobre o piso regional

do rio grande do sul tem

reflexo nas negociações

coletivas de trabalho

os sapatos estão no topo da

lista de desejos de homens

e mulheres e movimentam o

mundo da moda

Page 5: Revista Bens & Serviços

5

Junh

o 20

15

122

Esta revista é impressa com papéis com a certificação FSC® (Forest Stewardship Council), que garante o manejo social, ambiental e economicamente

responsável da matéria-prima florestal.

Selo FSC

PubliCação mEnSal do SiStEma FEComérCio-rS FEdEração do ComérCio dE bEnS E dE SErviçoS do EStado do rio GrandE do Sulavenida alberto bins, 665 – 11º andar – Centro – Porto alegre/rS – brasil

CEP 90030-142 / Fone: (51) 3284.2184 – Fax: (51) 3286.5677 www.fecomercio-rs.org.br – [email protected]

www.revista.fecomercio-rs.org.br

Presidente:luiz Carlos bohn

Vice-Presidentes: luiz antônio baptistella, andré luiz roncatto, levino luiz Crestani,ademir José da Costa, alécio lângaro ughini, arno Gleisner, diogo

Ferri Chamun, Edson luis da Cunha, Francisco José Franceschi, ibrahim mahmud, itamar tadeu barboza da Silva, ivanir antônio Gasparin, João

Francisco micelli vieira, Joel vieira dadda, leonardo Ely Schreiner, marcio Henrique vicenti aguilar, moacyr Schukster, nelson lídio nunes, ronaldo

Sielichow, Sadi João donazzolo,Júlio ricardo andriguetto mottin, Zildo de marchi, leonides Freddi, Paulo roberto diehl Kruse, adair umberto mussoi, élvio

renato ranzi, manuel Suarez, Gilberto José Cremonese, ivo José Zaffari

diretores: Walter Seewald, Jorge ludwig Wagner, antonio trevisan, Carlos Cezar Schneider, Celso Canísio müller, Cladir olimpio bono, daniel amadio,

davi treichel, denério rosales neumann, denis Pizzato, dinah Knack, Eduardo luiz Stangherlin, Eduardo luís Slomp, Eider vieira Silveira, Elenir luiz bonetto, Ernesto alberto Kochhann, élio João Quatrin, Gerson nunes lopes, Gilberto

aiolfi, Gilmar tadeu bazanella, Giraldo João Sandri, Guido José thiele, isabel Cristina vidal ineu, Jaucílio lopes domingues, João antonio Harb Gobbo,

Joel Carlos Köbe, Josemar vendramin, José nivaldo da rosa, liones oliveira bittencourt, luciano Stasiak barbosa, luiz Caldas milano, luiz Carlos dallepiane, luiz Henrique Hartmann, marcelo Francisco Chiodo, marice Fronchetti, mauro Spode, nerildo Garcia lacerda, olmar João Pletsch, Paulo roberto Kopschina,

remi Carlos Scheffler, rogério Fonseca, Silério Käfer, Sueli morandini marini, alberto amaral alfaro, aldérico Zanettin, antônio manoel borges dutra, antônio

odil Gomes de Castro, ary Costa de Souza, Carina becker Köche, Carlos alberto Graff, Celso Fontana, Cezar augusto Gehm, Clori bettin dos Santos, daniel miguelito de lima, daniel Schneider da Silva, Eliane Hermes rhoden, Elvio morceli Palma, Erselino achylles Zottis, Flávia Pérez Chaves, Francisco

amaral, Gilda lúcia Zandoná, Henrique José Gerhardt, Jamel Younes, Jarbas luff Knorr, Jolar Paulo Spanenberg, José lúcio Faraco, Jovino antônio demari, leomar rehbein, luciano Francisco Herzog, luiz Carlos brum, marcelo Soares

reinaldo, marco aurélio Ferreira, miguel Francisco Cieslik, nasser mahmud Samhan, ramão duarte de Souza Pereira, reinaldo antonio Girardi, régis luiz Feldmann, ricardo Pedro Klein, Sérgio José abreu neves, valdir appelt, valdo

dutra alves nunes, vianei Cezar Pasa

conselho Fiscal: luiz roque Schwertner, milton Gomes ribeiro, rudolfo José müssnich, Hildo luiz Cossio, nelson Keiber Faleiro, Susana Gladys

Coward Fogliatto

delegados rePresentantes cnc: luiz Carlos bohn, Zildo de marchi, andré luiz roncatto, ivo José Zaffari

conselho editorial: Júlio ricardo andriguetto mottin, luiz Carlos bohn e Zildo de marchi

assessoria de comunicação: aline Guterres, Camila barth, Caroline Santos, Catiúcia ruas, Fernanda romagnoli, liziane de Castro, luana trevisol e

Simone barañano

coordenação editorial: Simone barañano

Produção e eXecução: temática Publicações

edição: Fernanda reche (mtb 9474)

cheFe de rePortagem: marina Schmidt

rePortagem: Cláudia boff, diego Castro e marina Schmidt

colaboração: amanda Gomes, Edgar vasques, ludmila Cafarate e daniel lena Solto

edição de arte: Silvio ribeiro

assistente de diagramação: Caroline Soares

reVisão: Flávio dotti Cesa

imagem de caPa: ©iStock.com/Galdzer

tiragem: 21,1 mil exemplares

é permitida a reprodução de matérias, desde que citada a fonte. os artigos assinados não refletem, necessariamente, a opinião do veículo.

seção página

030608121417182224263234363840434447484950

Palavra do Presidente

Sobre / determinação

Notícias & Negócios

Marketing

10 Passos / E-commerce

Opinião

Entrevista

Giro pelo Estado

Negócios

Especial / Gestão

Saiba Mais

Sesc

Equipes

Senac

Dossiê / Sapatos

Visão Econômica

Nicho / Funerárias

Pelo Mundo

Visão Política

Monitor de Juros

Dicas do Mês

Page 6: Revista Bens & Serviços

sobr

e

6

Junh

o 20

15

122

Determinação

“Na vida todos temos um

sonho e, obviamente, para

transformá-lo em realidade

precisamos agir com muita

determinação. Muitos reveses,

entraves, obstáculos, fracassos

e erros podem gerar uma

grande frustração, mas tendo

foco e determinação alcançamos o propósito.

Determinação é a força motriz que alimenta

todo o sonho. Eu sou determinado nas coisas que

quero realizar e dificilmente desisto. Muitas vezes é

questão de tempo, mas o sucesso nunca tarda!”

SAIDUL RAHMAN MAHOMED, presidente da editora Qualitymark

Quando uma criatura humana desperta para um grande sonho e sobre ele lança toda a força de sua alma, todo o

universo conspira a seu favor. “JOHANN GOEtHE Escritor alemão (1749 – 1832)

QUEM DISSE QUE PARA ALCANÇAR

O SUCESSO É PRECISO TER UM DOM

ESPECIAL? O PRINCIPAL TALENTO É

O DE NÃO DESISTIR. NÃO ADIANTA

SABER FAZER ALGO, SE NÃO FOR

EMPREENDIDA UMA PROFUNDA

VONTADE NO TRABALHO REALIZADO

”Arquivo Pessoal

©iS

tock

.com

/Chi

p S

tud

io

“Determinação, coragem e autoconfiança são fatores decisivos para o sucesso. Não importa quais sejam os obstáculos e as dificuldades. Se estamos

possuídos de uma inabalável determinação, conseguiremos superá-los. Independentemente das circunstâncias, devemos ser sempre humildes, recatados e despidos de orgulho.”

DALAI LAMA, em O Livro de Dias

Page 7: Revista Bens & Serviços
Page 8: Revista Bens & Serviços

8

Junh

o 20

15

122

notícias negócios&Ed

ga

r Va

sque

s

Lançada Frente ParLamentar con-

tra a Pirataria Para incentivar ações

que fortaleçam a inovação, competitivi-

dade e produtividade no Legislativo, foi

lançada no Congresso, em maio, uma

Frente Parlamentar Mista em defesa da

propriedade intelectual e do combate à

pirataria. O objetivo é criar projetos que

estimulem a sociedade civil a proteger

empregos e gerar riqueza no país. Os

projetos de lei que tratam do assunto

já estão sendo listados para acelerar a

tramitação na Câmara dos Deputados

e no Senado Federal. Dois deles, que

ampliam o rigor das penas dos crimes

contra a propriedade intelectual (PL

333/1999) e reduzem custos e burocracia

(PL 63/2012), já foram identificados.

Martha Gabriellançará e-book sobre MarketinG

Uma das maiores espe-cialistas brasileiras em mar keting digital e mídias sociais, Martha Gabriel, lançará, ainda neste ano, um e-book sobre tendências em marketing e business. De abril a novembro, ela tam-bém comanda o Programa de Extensão em Marketing

Digital 2015, composto por cinco encontros e realizado na ADVB-RS, em Porto Alegre. Martha, além de ser referência internacional em marketing digital, inovação e educação, é autora do best-seller Marketing na Era Digital. O Programa de Extensão ministrado por ela é direcionado a CEOs, líderes, gestores, executivos e profissionais em geral. Ao final do programa, será desenvolvido um Plano de Implantação de Ações para otimização do uso das mídias sociais pela empresa. Para mais informações, acesse www.advb.com.br ou ligue (51) 3290-6300.

Div

ulg

açã

o/An

dré

Gui

ma

rães

Ant

unes

Page 9: Revista Bens & Serviços

9

Junh

o 20

15

122

comércio tem o Pior desemPenho no PiB desde 2009 Com

queda de 6% no primeiro trimestre deste ano em relação ao ano pas-

sado, o comércio teve o seu pior resultado no Produto Interno Bruto (PIB)

brasileiro desde 2009. Naquele ano, o setor sofreu retração de 7,5%. Para

2015, o resultado negativo já era esperado, visto que houve queda de

4% nas vendas no mesmo período. A expectativa é de que, ao longo

do ano, a taxa de juros seja elevada, o que dificulta a recuperação das

vendas de bens e serviços. De acordo com o último relatório do Banco

Central, a Selic pode chegar a 13,75%.

espaço sindical

reLoad sindiLojas no VaLe do taqUari A 3ª

edição do Reload foi realizada pelo Sindilojas

Vale do Taquari, em 26 de março, no Centro

Comunitário Evangélico, em Lajeado, reunindo

500 pessoas. O evento é uma das principais

referências em capacitação para o varejo re-

gional e apresentou o tema Vende mais quem

vende melhor.

Presidente do sindiLojas Porto aLegre re-

ceBe medaLha No aniversário de 243 anos da

capital gaúcha, aconteceu a cerimônia de

entrega da medalha Cidade de Porto Alegre,

no Teatro Renascença. Entre os 32 homena-

geados, estava o presidente do Sindilojas Porto

Alegre, Paulo Kruse, indicado pela Secretaria

Municipal de Indústria e Comércio (Smic).

sindiLojas graVataí PromoVe dia da mU-

dança Em abril, o Sindilojas Gravataí promoveu

o Dia da Mudança, uma ação de sustentabi-

lidade do sindicato, através do Projeto Amigos

do Planeta. No dia, foram distribuídas mudas

de chás e temperos gratuitamente. A entidade,

além de coletar, realizou a destinação correta

de lâmpadas fluorescentes usadas, óleo de

cozinha e eletroeletrônicos em desuso.

sindiLojas noVa Prata recoLhe teLeFones

sem Uso Para colaborar com a sustentabilidade,

ciente do compromisso que o setor terciário tem

com essa questão, o Sindilojas Nova Prata lan-

çou a Campanha de Recolhimento de Telefonia

Pós-Consumo. O projeto apresentou o slogan:

“Não devolva para a natureza o que ela não

produz”. A ação recolheu 454 celulares sem uso

e seus acessórios – 521 carregadores, 96 fones

de ouvidos, 17 baterias e 11 cabos USB –, dando

a destinação correta para os itens.

Vendas de coMputadores recuaM 20% no paísconforme o estudo IDC Brazil PCs Tracker Q1 revela, a venda de com-putadores pessoais caiu 20% no primeiro trimestre de 2015 em compa-ração ao ano passado. Em 2014, foram comercializados 2,4 milhões de PCs – já com retração de 26% em relação ao mesmo período de 2013, em que 10,3 milhões de computadores foram adquiridos –, frente a apenas 1,9 milhão neste ano. Um dos motivos que pode ter influencia-

do a queda é o reajuste de 15% a 20% nos preços desse produto. De acordo com a pesquisa, o ticket médio dos aparelhos comercializados em 2015 representou, em média, R$ 2.320 para notebooks e R$ 1.701 para desktops.

brasileiros paGariaM Mais por produtos Mais seGurosde olho no custo/benefício, os brasileiros estão cada vez mais aten-tos ao consumo responsável de energia e a segurança dos aparelhos elétricos. Em busca dessas vantagens, o custo dos produtos tende a aumentar, mas, de acordo com a pesquisa anual realizada em dez estados pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecno-logia (Inmetro), nem sempre pagar mais caro é um problema. O es-

tudo revela que 65,1% dos entrevistados preferem artigos com o selo de identifi-cação do Inmetro, que avalia a segurança dos produtos, mesmo que sejam de mar-cas desconhecidas. Além disso, 61,4% dos entrevistados optam por produtos com o selo, mesmo que tenham que desembol-sar 10% a mais.

©iS

tock

.com

/Pia

lhov

ik

Simone Rockenbach/Divulgação Sindilojas Vale do Taquari

©iStock.com/97

Page 10: Revista Bens & Serviços

10

Junh

o 20

15

122

três perGuntas

O diretor da Entheusiasmos Consul-

toria em Talentos Humanos, Eduardo

Carmello, é especialista em gestão

estratégica de pessoas e docente na

Fundação Getulio Vargas. Ele é autor

do livro Gestão da Singularidade: alta

performance para equipes e líderes diferenciados.

a Liderança é Uma haBiLidade nata oU Pode ser

conqUistada? As duas coisas. A liderança nata existe

para não mais que 20% dos profissionais. Por isso, ela

deve ser profundamente desenvolvida. A complexi-

dade está exigindo um desenvolvimento dinâmico e

sistêmico, pois o negócio depende de uma entrega

excelente aos seus diversos stakeholders (públicos).

Essa entrega depende do conhecimento profundo

do líder para garantir a excelência operacional.

qUe características Um Bom Líder deVe ter?

qUaL deVe ser sUa maior qUaLidade? Não ava-

liamos mais características, e sim as competências

gerenciais que estão sendo aplicadas para garantir

os resultados organizacionais. Sua maior qualidade

deve estar voltada para a criação de experiências e

inovações funcionais. Assim, o trabalho sairá da melhor

maneira possível, garantindo envolvimento e participa-

ção de toda a equipe, além de resultados satisfatórios.

qUe FaLhas geraLmente são aPresentadas PeLos

Líderes? A falta de esclarecimento dos objetivos es-

tratégicos, indicadores, planos de ação e metas está

entre as falhas mais frequentes. Além disso, alguns

líderes também não clarificam as expectativas de

performance, responsabilidade e padrões de desem-

penho dos funcionários, tratando os talentos como se

fossem iguais (medianos). É preciso dar um feed­

back assertivo e orientado para que haja melhoria de

desempenho. Não saber exatamente como alinhar

objetivos, metas e competências organizacionais

aos objetivos, metas e competências profissionais de

todos os talentos de sua equipe é uma grande falha.

notícias negócios&D

ivul

ga

çã

o/L

ucia

na G

od

oy

cresce o núMero de autônoMos no brasilde acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Es-tatística (IBGE), 868 mil brasileiros passaram a trabalhar por conta própria entre 2014 e 2015, ampliando para 21,773 mi-lhões o número de pessoas nessas condições. Ainda que se-jam mais incertos, imprevisíveis, estressantes e com menor remuneração, o trabalho autônomo tem sido a alternativa de quem não encontra uma vaga no mercado de trabalho. Ainda de acordo com o estudo, 740 mil pessoas perderam a condição de empregados, restando um saldo de 46,1 mi-lhões de trabalhadores no setor privado, com e sem carteira assinada. Se não fosse isso, o índice de desemprego no país poderia ter ultrapassado os 7,9% a que chegou em março.

r$ 1 Milhão inVestido na 3ª FebraVara Feira Brasileira do Varejo de 2015, que deve ocorrer de 8 a 10 de julho, no Centro de Eventos do BarraShop-ping Sul, é um investimento de R$ 1 milhão do Sindijolas Porto Alegre. O evento contará com um espaço de 2 mil metros quadrados, no qual serão montados 69 estandes. A expectativa é de que a geração de negócios aumente 72% em relação à edição anterior, assim como o número de participantes, estimado em 6 mil. Na feira, serão apre-sentadas as novas tendências do setor, oportunidades de networking e capacitação aos participantes. Além disso, será exposta pela primeira vez no Estado a Loja Inteligen-te, que traz conceitos do varejo 3.0 em um único ambien-te, utilizando diversas soluções tecnológicas.

©iS

tock

.com

/Any

ab

erku

t

Page 11: Revista Bens & Serviços

11

Junh

o 20

15

122 .com

Confira o vídeo Vendas do varejo já respondem negativamente ao aperto de crédito, no canal da Fecomércio-RS no Youtube, com

comentário do economista Marcelo Portugal sobre os efeitos da restrição de crédito no setor varejista. Acesse em https://www.

youtube.com/user/videosfecomerciors

©iS

tock

.com

/Ste

ve D

eben

por

t

consuMidor brasileiro é o Mais iMpactado por proMoçõesas promoções do varejo impactam mais os consumidores brasileiros do que qual-quer outro no mundo, segundo o estudo desenvolvido pela consultoria Nielsen sobre os hábitos dos clientes de supermercado. A pesquisa aponta que, na média mundial, o critério mais importante para a decisão de compra em determinada loja é a conveni-ência. Já no Brasil, em 19% das vezes essa escolha depende das promoções oferecidas. De acordo com os dados apresentados pela Nielsen, os brasileiros têm o hábito de com-prar produtos para o mês inteiro, e esse comportamento aumenta o tempo de perma-nência dentro da loja e a possibilidade de atentar para as promoções oferecidas.

metade das emPresas BrasiLeiras está

inadimPLente Segundo um estudo iné-

dito da Serasa Experian realizado neste

ano, 50% dos 7 milhões de companhias

em operação no mercado nacional

estão negativados. Em 2014, foram ve-

rificados 3,6 milhões. O valor total da dí-

vida ultrapassa R$ 86,4 bilhões, o que é,

em média, R$ 22,8 mil por CNPJ inadim-

plente. A pesquisa revela que o setor

mais endividado é o comércio de bens,

com 46,3% do total, seguido por servi-

ços (43,7%) e indústria (9%). De acordo

com o mapeamento apresentado na

pesquisa, na região sudeste está o maior

número de inadimplentes (51,4%). Em

segundo lugar está o Nordeste (17,5%),

seguido pelo Sul (17,1%), Centro-oeste

(8,4%) e Norte (5,7%). Para mais informa-

ções, visite: www.experianplc.com.

obriGatoriedade da nFc-e já ViGoraDesde o dia 1º de junho, a emissão da Nota Fiscal do Consumidor eletrônica (NFC-e) pelas empresas no Rio Grande do Sul é obrigatória. Todos os contri-buintes com faturamento anual superior a R$ 7,2 milhões devem aderir ao sistema, que vem sendo posto em prática desde 2014. A não adesão à NFC-e pode acarretar problemas, como o fechamento de lojas. Algumas vantagens do novo método são: atualização automática (download e instalação), lem-brete sobre o vencimento do certificado digital e a possibilidade de reim-primir, cancelar ou inutilizar uma nota através de geração de arquivos.

aproVação da Mp 668 beneFicia eMpresas eM recuperação judiciala terceira Medida Provisória (MP) 668 do ajuste fiscal previsto pelo Governo Federal foi aprovada, em maio deste ano, pelo Senado. Entre outras ações, a MP 668 inclui a ampliação do prazo para empresas em processo de recuperação judicial parcelarem suas dívidas com a Fazenda Nacional, passando de 84 para 120 meses. Com o atual cenário econômico desfavorável, o Governo busca dar um fôlego para as empresas devedoras e possibilitar condições favoráveis de retorno à atividade econômica. Desse modo, as empresas serão beneficiadas na repactuação das dívidas, além das vendas de ativos e outros processos.

Page 12: Revista Bens & Serviços

12

Junh

o 20

15

122

marketing

é uma das estratégias muito utili-zadas pelas empresas para alavancar as vendas. A consul-tora da Sim! Marketing e Pesquisa, Luciana Hoppe, diz que este tipo de marketing trabalha com os cinco sentidos hu-manos (visão, audição, paladar, tato e olfato). “Há um certo refinamento, onde se cria uma atmosfera multissensorial, na qual as mensagens mercadológicas são mais facilmente absorvidas pelo consumidor”, afirma a especialista. A téc-nica, segundo ela, é baseada em pesquisas de neuromarke-ting, que buscam compreender como o cérebro funciona, ao receber certos estímulos.

Para a mestre em comportamento do consumidor Fá-tima Bana, o diferencial está no uso de ações integradas, que mexem com as emoções. “É pensar nas zonas quentes

AtrAir A Atenção dos consumidores, por meio de estímulos sensoriAis,

©istock.com/Berc

ções de marketing

sensorial estimulam os

cinco sentidos humanos,

mexendo com as emoções

dos consumidores

A

Estimulando sEnsaçõEs E vEndas

Page 13: Revista Bens & Serviços

13

Junh

o 20

15

122

e frias para que determinada mensagem chegue até o clien-te. Envolve também algumas percepções, como o cheiro e o toque, além de outras questões que possam dar um efeito especial para que o produto dure mais tempo na mente do consumidor”, explica a consultora. Ao sentir uma fragrân-cia marcante, deparar-se com uma luz diferente ou mesmo uma trilha sonora criativa, Fátima diz que o consumidor é convidado para uma nova experiência. “É um diferencial competitivo pensar no seu cliente. Deve-se saber o que o atrai, como convidá-lo para entrar e dar-lhe uma experiên-cia melhor que a oferecida pelo concorrente.”

Tradição e hospiTalidade

Os hotéis Sheraton utilizam o marketing sensorial em ações focadas na tradição da hospitalidade. “Nossos con-ceitos são acentuados na maneira acolhedora de receber os clientes e compartilhar experiências positivas”, afir-ma a diretora de Vendas do Sheraton Porto Alegre, Cibeli Marques. Alguns diferenciais da rede Starwood, segundo ela, são a segurança das informações, a estrutura física dos hotéis e os treinamentos dos funcionários. “Cada vez mais os servi-ços são avaliados através da experiência de cada hóspede.”

Para atender diferentes públicos, ela conta que foram criados programas direcionados às sensações e preferências de cada cliente. Há opções de camas, lençóis e travesseiros diferenciados, além de um momento de interação para os hóspedes degustarem vinhos ou cervejas no lobby. Os hotéis ainda permitem a hospedagem de pets nos quartos.

A equipe corporativa de Marketing Starwood, segun-do a diretora, estuda, aprimora e desenvolve ferramen-tas tecnológicas que permitem a avaliação sistemática da percepção dos clientes em relação a dez marcas diferentes de hotéis. “Há constantes pesquisas de clima e satisfação realizadas não somente com os clientes, como também com os colaboradores.”

lojas-conceiTo

A Granado Pharmácias e a Phebo baseiam suas ações na preservação da história, por meio de lojas-conceito. De acordo com a relações-públicas das marcas, Luiza Ferrez, a necessidade de padronizar a apresentação visual e estética

div

ulg

ão

/Gra

nad

o

dos produtos partiu do reposicionamento das empresas, re-alizado em 2004. “Ao redefinirmos as vitrines, descobrimos que o mais valioso que temos é a nossa tradição”, conta a profissional. Utilizando balanças, propagandas e diplomas antigos, a Granado recriou o ambiente de sua primeira far-mácia, aberta em 1970, no centro do Rio de Janeiro. O mo-delo foi replicado nas 41 lojas espalhadas pelo país, sendo duas delas em Porto Alegre. “Queremos proporcionar uma verdadeira viagem no tempo ao consumidor, aproveitando objetos de época. Utilizamos uma luz mais quente, em um ambiente cercado por uma parede de tijolos rústicos, do final do século 16”, descreve Luiza.

Além disso, os 600 itens presentes no mix das marcas ficam à disposição para serem testados. “Acreditamos na qualidade e no preço justo de nossos produtos. Tendo uma experiência, o cliente poderá optar pelos produtos que considere melhor”, enfatiza. Em datas comemorati-vas, eventos locais, lançamento de coleções e novas co-res, ela conta que são realizadas ações de esmaltação, em que as pessoas são convidadas a pintar suas unhas e ex-perimentar as novidades das marcas, no salão de beleza montado em frente às lojas.

Granado Pharmácias convida

consumidores a experimentar produtos

Page 14: Revista Bens & Serviços

14

Junh

o 20

15

122

10 p

ass

os

E-commerce

RELACIONAMENTO COM O PÚBLICO

É A PALAVRA-CHAVEpesar de estar distante fisicamente dos clientes, o comércio virtual

deve apostar em estratégias para humanizar a relação com os seus

compradores. se não existe a presença do vendedor, a modalidade

deve explorar a boa experiência de compra na praticidade da internet

A

TENHA UM PLANEJAMENTO

Para desenvolver uma boa estratégia

comercial é importante planejar suas

ações de marketing, trabalhar a

precificação, definir bem os canais

de mídia em que se estará presente e

qual a linguagem que será adotada

em cada um deles.

IMPLEMENTE A ESTRATÉGIA DE SEO

O SEO é um conjunto de técnicas para

melhorar o posicionamento do seu site nos

resultados de busca pela internet, através

da seleção das palavras-chave do seu

conteúdo. Buscar uma consultoria, que

trabalhe com esse método, é fundamental

para atrair mais visitantes para a sua loja

virtual. É um projeto que tende a melhorar

a rentabilidade da empresa a médio prazo.

01

02

Page 15: Revista Bens & Serviços

15

Junh

o 20

15

122

APOSTE EM AÇÕES PÓS-VENDA

Disponibilizar um conteúdo qualificado,

encaminhar promoções exclusivas para

grupos de clientes, segmentar a sua

base e ser assertivo na comunicação

pode influenciar diretamente na

fidelização do seu público. Isso é

determinante para o crescimento

sustentável do seu negócio online.

FAÇA CAMPANHAS PROMOCIONAIS

As campanhas promocionais não

devem se limitar a reduzir os preços dos

produtos, os clientes precisam ter uma boa

experiência com a marca. Uma opção

são os concursos culturais, que envolvem

o cliente emocionalmente. Além disso, nas

redes sociais é possível promover sorteios,

banners interativos e desenvolver jogos e

aplicativos com fins específicos. Não seja

apenas um ponto de venda digital, crie

uma relação com os seus compradores.

DESENVOLVA UM PROGRAMA DE AFILIADOS

Uma ótima maneira de aumentar o

alcance da sua loja virtual é implantar

um programa de afiliados. Nele, os

seus clientes, que desejarem se filiar

à marca, chamam outras pessoas

para comprarem no seu negócio, e

a cada venda concretizada o filiado

receberá um percentual. Isso melhora

o relacionamento com o cliente e

amplia a exposição da loja.

OFEREÇA UM BOM ATENDIMENTO

Investir em canais de comunicação

com o cliente é fundamental, e para

o segmento online torna-se ainda mais

importante, pois não existe o vendedor

para dar suporte. Logo, disponibilize

chat, e-mail, telefone e Whatsapp,

entre outros meios.

05

03

06

04

Page 16: Revista Bens & Serviços

E-commerce10 passos

16

Junh

o 20

15

122

INVISTA EM TECNOLOGIA

A tecnologia se torna um aliado

importante quando se trata de

negócios digitais e de e-commerce.

Ter uma boa plataforma, com check-

out expresso, módulo de promoção

avançado e busca inteligente,

pode contribuir muito com o

resultado da loja.

PARTICIPE DE E-MARKETPLACES

Os e-marketplaces são como shoppings

online. Na plataforma, os clientes têm

acesso a várias lojas virtuais em um só

site, e com apenas uma transação ele

pode pagar todas as suas compras,

mesmo sendo em lojas diferentes.

Então, estar presente nesses espaços,

combinando com uma estratégia de

SEO, pode ser muito lucrativo.

PROPORCIONE UMA BOA EXPERIÊNCIA AOS USUÁRIOS

Alguns estudos demonstram que

pequenas alterações de layout, como

a cor do botão “comprar” na página,

podem elevar a conversão. Além disto,

é fundamental pensar na interface

para diferentes dispositivos. Ela deve se

adaptar a computadores, smartphones

e tablets, proporcionando uma boa

experiência de navegação para o cliente,

independentemente do meio utilizado.

TENHA LINKS PATROCINADOS

Os links patrocinados são os pequenos

anúncios que aparecem nos sites de

busca, e garantir presença nesses

lugares pode fazer a diferença no

e-commerce. Para isso, basta comprar

a divulgação em forma de palavras-

chave que tenham relação com o

seu negócio. Os links patrocinados são

pagos por clique, ou seja, você só paga

se o usuário clicar no anúncio e for

direcionado ao site.

09

07

10

08

Fonte consultada: Guilherme Kruger, diretor de negócios digitais na Avanti! Comunicação

Page 17: Revista Bens & Serviços

opi

niã

o

17

Junh

o 20

15

122

O lançamentO dO nOvO Plano de Logís-tica de Transportes, editado recentemente pelo Governo Federal, em que o Estado foi contemplado com apenas 3% dos recursos totais, nos leva a levantar a bandeira das principais obras em ferrovias e hidrovias de que o Rio Grande do Sul necessita para o seu desenvolvimento e para as quais deve haver o empenho das classes empresariais e políticas para sensibilização da administra-ção federal para sua realização. Os planos e projetos existem e o caminho para sua execução, face à escassez de recursos no or-çamento público, é a criação de parcerias com a iniciativa privada e pela diminuição dos entraves burocráticos e de licencia-mentos que retardam a sua execução.

As principais obras e programas projetados para os setores hidroviário e ferroviário do Estado são:

Ferrovias – Existem dois macroprojetos planejados pelo governo federal e que irão impactar profundamente a potencialida-de do transporte ferroviário no Estado. O primeiro é a Ferrovia Norte – Sul que interligará o Porto de Rio Grande ao oeste de Santa Catarina e ao restante da malha ferroviária brasileira. O Estudo de Via-

bilidade Técnica Econômica e Ambiental está concluído e o governo federal planeja lançar ainda este ano o edital de licitação para os projetos executivos.

O segundo é a Modernização do Trecho São Paulo – Porto Alegre – Rio Grande que estava incluído no Programa de Investimentos em Logística (PIL) lançado em 2012. O caminho apontado pelo governo no momento é da renegociação com os atuais concessionários de um novo contrato contemplando exigências de modernização e aumento da capacidade.

Hidrovias – Em dezembro de 2014 foi concluído o Estudo de Viabilidade Técnica Econômica e Ambiental da Hidrovia Brasil – Uruguai, que contempla também os pro-jetos dos canais de navegação e de sinali-zação e balizamento, estando portanto em condições de serem licitadas as obras.

Os pontos importantes são o restabele-cimento da ligação hidroviária com o Uruguai através da Lagoa Mirim, possi-bilitando o restabelecimento do inter-câmbio comercial entre os dois países e o aumento da capilaridade para obtenção de cargas com novos terminais projetados.

Daniel lena Solto Consultor especialista em logística, ferrovias, hidrovias e rodovias – Sociedade de engenharia

O FUTURO DA FERROVIA E DA HIDROVIA

NO ESTADO

div

ulg

ão

Page 18: Revista Bens & Serviços

entrevista

18

Junh

o 20

15

122

Fábio Branco

Page 19: Revista Bens & Serviços

19

Junh

o 20

15

122

Como foram esses primeiros meses à frente da se-

Cretaria? Os primeiros três meses foram voltados para o trabalho de fusão da secretaria, que ficou grande. Na visão estratégica do governador, todos os atores são im-portantes no processo de desenvolvimento, que são as pequenas, micro e médias empresas, o setor industrial, as grandes empresas e, principalmente, o setor de inovação, ciência e tecnologia. A fusão que estamos querendo nesse contexto é que, realmente, haja uma comunicação cada vez maior, que não fique uma fusão da secretaria depar-tamentalizada. O trabalho é no sentido de fazer uma inte-gração, de fato. Além disso temos as vinculadas: Badesul, BRDE, Junta Comercial, AGDI, Uergs, Fapergs e Cientec. São sete instituições ligadas à secretaria que têm impor-tância para o Estado, seja do ponto de vista da ciência e inovação ou do próprio ambiente de negócio. E nosso

trabalho, nessa primeira fase, tem sido de colocação para cada um desses atores da comunicação interna. Um ou-tro trabalho que estamos fazendo é melhorar o ambiente receptivo aos investimentos. Nós queremos colocar que o Estado é desenvolvimentista, respeitando leis, a susten-tabilidade ambiental, mas criando um contexto em que os empreendedores enxerguem no Rio Grande do Sul um parceiro para que possam ter o ambiente e a confiança necessários para que seus investimentos tenham melho-res condições do que em outros estados, pela localização geográfica, pelo capital humano, pelas universidades, pelos nossos portos e distritos industriais. Toda essa con-cepção nova nós queremos apresentar, para que o Estado conheça melhor o que tem na mão e possa trabalhar de forma mais profissional não só na atração de promoção do desenvolvimento, mas também no fortalecimento da economia já instalada no Rio Grande do Sul.

frente da Secretaria de deSenvolvimento econômico, ciência e

tecnologia (Sdect) do rio grande do Sul deSde o início do ano, o

Secretário fábio branco atua em váriaS frenteS para vencer o deSafio de

melhorar a infraeStrutura do eStado e atrair inveStimentoS

Kare

n Vi

sca

rdi/d

ivul

ga

çã

o s

de

cti

àIntegrar para desenvolver

texto marina schmidt

Page 20: Revista Bens & Serviços

entrevista

20

Junh

o 20

15

122

Há pouCos dias, o goVernador apresentou na assembleia

legislatiVa a segunda fase do ajuste fisCal, e uma das 14

medidas ColoCadas foi a redução de 30% no Volume

de inCentiVos fisCais ConCedidos. essa proposta não

pode interferir na atração dos inVestimentos? Não, por-que todas as ferramentas que por lei nós temos estão garan-tidas, não foram cortadas e nem modificadas. O Fundopem, o Pró-Inovação e também o Integrar, que são ferramentas de atração de investimento agressivas, não foram alterados. O Estado vai cumprir todos os contratos, tudo aquilo que está instituído em lei. Se sabe que hoje, com essa guerra fiscal, ou vamos ficar dentro dela ou vamos ficar fora dos futuros in-vestimentos. Cada projeto tem a sua importância e, conforme for o tamanho do investimento e a importância para o Estado, todos vão continuar sendo tratados de forma diferenciada.

É o que está ColoCado na proposta: a questão será aVa-

liada Caso a Caso? Isso. E também essa lei que vai rever alguns incentivos é em cima de créditos presumidos. Esta-mos tomando cuidado para que nenhum setor perca a com-petitividade de seu produto. Essa é uma preocupação que o governo está tendo, mesmo revendo alguns desses créditos para ajudar no fluxo de caixa do Estado, mas que não invia-bilize também a sua atividade.

leVando em Consideração que a eConomia do rio

grande do sul passa por um período de ajuste e que

Há uma difiCuldade grande Com as finanças, Como se

pode dar uma resposta à queixa dos empresários que

reClamam da infraestrutura, sobretudo logístiCa, para

que se melHore o ambiente de negóCios do estado? É o

grande desafio? É um grande desafio, mas é fundamental. Você tocou na área que hoje é uma das mais importantes para o governo, e eu não digo só da minha secretaria, mas de outras também. O governador tem uma determinação para todas as áreas: a transversalidade da comunicação e da participação de todas as secretarias nas soluções dos proble-mas. Essa transversalidade está nos dando uma condição de entender melhor esses gargalos, fazer os levantamentos so-bre quais são as prioridades nesses gargalos de infraestrutu-ra, e já existe uma determinação do governador em resolver alguns dos gargalos mais importantes por meio de Parcerias Público-Privadas (PPPs) ou de concessões. Nesse sentido, foi instituído um grupo de trabalho englobando as secreta-rias do Planejamento, de Transporte, a Secretaria Geral do Governo e do Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia. Essas quatro secretarias estão elaborando e construindo o Progra-ma Esta dual de PPPs. A partir da construção do Plano Esta-dual Logístico, vamos identificar quais são as prioridades, o que precisa ser feito e o que pode ser resolvido por meio das parcerias ou de concessões. Queremos, realmente, que o di-ferencial do Rio Grande do Sul não seja só a sua posição ge-ográfica pela proximidade com países do Mercosul, mas que os investidores entendam que o Estado quer investir muito forte e que o seu diferencial vai ser a logística, com a in-tegralidade dos modais ferroviário, hidroviário, rodoviário,

Fábio Branco

“Já existe uma determinação do governador em resolver alguns dos gargalos mais importantes por meio de

Parcerias Público-Privadas (PPPs) ou de concessões.”

div

ulg

ão

/pa

lác

io p

iratin

i

Page 21: Revista Bens & Serviços

21

Junh

o 20

15

122

de mais de 130 projetos que estão sendo monitorados. Eu estou fazendo muitas viagens aos municípios, aos polos re-gionais, para colocar o Estado à disposição. Muitas coisas acontecem no Estado e muitas vezes o governo não sabe. O que eu estou fazendo por meio dessa descentralização é colocar o corpo técnico do Estado a encontrar mais parceiros para serem agentes do desenvolvimento. Esse é o trabalho que estamos fazendo internamente. Externamente, temos as câmaras de comércio dos países instalados no Rio Grande do Sul. A Fecomércio-RS tem desempenhado um papel mui-to importante nas câmaras. Temos nos reunido a cada dois meses para conversar sobre as propostas do Rio Grande do Sul e o interesse do Estado em fazer com que não só o cor-po consular desses países que estão aqui, mas suas câmaras de comércio tenham o Rio Grande do Sul como prioritário quando queiram fazer investimentos no Brasil. Estamos nos superando na capacidade de multiplicação de trabalho, estando diariamente prospectando, monitorando, ligando para os empresários e nos colocando à disposição. Um serviço de inteligência que já tinha na secretaria, mas que era um pa-pel mais interno de informação e que eu mudei o foco: quero que façam prospecções mundiais. Quais são as empresas que querem ampliar? Quais são as que querem se estabelecer no Brasil? Quais são as empresas brasileiras que querem ampliar seus negócios? Então, estamos criando um centro de inteli-gência na secretaria para prospecção de oportunidades.

aeroportuário e portos. Essa é a porta para o mundo todo. É claro que investimento em infraestrutura não se consegue de um dia para o outro, mas os investidores vão enxergar que o Estado vai resolver ou encaminhar suas soluções atra-vés de concessões ou PPPs.

Como o dÉfiCit do estado está eleVado, entre as duas

opções, as ConCessões podem ser prioritárias? A con-cessão não precisa ter o aporte do Estado, portanto algumas das modelagens podem ser construídas em cima de conces-sões. E as PPPs, dependendo também da modelagem, não precisam ter aporte direto do Estado. Ou o que vamos fazer também é aportes do Fundo Garantidor dentro das necessi-dades. Sabemos que a dificuldade financeira é um entrave, mas nós queremos dar garantia ao investidor de que existe seriedade no processo. Existe uma determinação de gover-no de que dentro dessas prioridades vamos dar garantias para que seja atrativo. Outro ponto é saber, também, o que o mercado quer resolver por meio de PPPs. Esse é um trabalho interno que está sendo capitaneado pelo secretário de Pla-nejamento, e eu faço parte dos grupos de trabalho.

a seCretaria de desenVolVimento está mantendo Con-

tato Com empresas dos mais Variados ramos desde o

iníCio do ano para leVantar oportunidades. Como está

esse trabalHo? Temos uma carteira na Sala do Investidor

“Estamos nos superando na capacidade de multiplicação de trabalho, estando

diariamente prospectando, monitorando, ligando

para os empresários e nos colocando à disposição.”

Kare

n Vi

sca

rdi

Page 22: Revista Bens & Serviços

22

Junh

o 20

15

122

giR

o p

elo e

stado Negociações coletivas

s negociações coletivas de

trabalho entre os sindicatos

dos empregados e patronal

têm um componente novo

neste ano: o impasse em

relação ao piso regional

ASempre exige bom senso de todos os lados, em-

patia e empenho para chegar a consenso positivo para to-dos. Quando se trata de relações de trabalho, então, a equa-ção fica ainda mais difícil de ajustar, porque além de tratar de questões complexas e que englobam a vida de muitas pessoas, há, ainda, fatores e indicadores que interferem nas decisões dos envolvidos. E assim, as negociações acabam se estendendo por meses até a conclusão, independentemente da data-base da categoria.

O presidente do Sindicato da Habitação do Rio Grande do Sul (Secovi-RS), Moacyr Schukster, diz que é sempre um período delicado. “Estou há muitos anos nisso e não me lembro de ter fechado uma negociação fácil”, conta. O tempo médio das negociações realizadas pelo Secovi-RS varia entre 60 e 90 dias. “Mas já tivemos negociações que se estenderam por 120 dias”, dimensiona. O objetivo

O mOmentO dA negOciAçãO nuncA é fácil.

Longe do consenso

©iStock.com/Rawpixel ltd

Page 23: Revista Bens & Serviços

23

Junh

o 20

15

122

tem que ser sempre o de buscar percentuais de aumento que correspondam com as expectativas de um lado e as possibilidades do outro.

Reflexo econômico

O aumento no custo de vida marcado pela alta da in-flação, somado à elevação na taxa de juros, coloca em estado de alerta tanto empregados como empregadores. Os primeiros, por conta da preocupação com possíveis demissões e a manutenção do orçamento familiar. E os segundos, pelos reflexos desses dois indicadores na eco-nomia, que sinalizam para a retração de consumo e dos resultados operacionais.

Na mesa de negociação, esses e outros dados são le-vados para construir argumentações e margens que irão compor os reajustes. Nos anos em que a economia está mais aquecida, como notado até 2013, as negociações tendem a resultar em aumento real dos salários. Ou seja, além de recompor o poder de compra perdido para a in-flação, há ainda uma margem acima desse percentual. Já nos anos de maior retração, o efeito é contrário. As nego-ciações ficam mais próximas dos índices de inflação.

“As negociações deste ano têm uma particularidade: além da retração econômica e da queda de resultados, temos aumento do desemprego e de pessoas procurando emprego. É um quadro que leva a negociação mais próxi-ma da inflação”, pontua o advogado trabalhista e consul-tor da Fecomércio-RS Flávio Obino.

O Rio Grande do Sul, segundo o advogado, agrega ain-da mais uma variável a esse cenário: o piso regional, cuja constitucionalidade está em discussão na Justiça. Obino explica que o percentual de aumento concedido para o piso regional, de 16% – mais que o dobro da inflação do último período –, aparece na mesa de negociação. “Os sindicatos dos empregados estão se pautando por esse percentual de aumento”, afirma.

Como a Fecomércio-RS é contrária ao piso regional e os sindicatos dos empregados está relutante, “a tendência é que um número maior de negociações sejam frustradas neste ano em comparação com os anteriores”, ressalta o advogado. Por conta disso, a maior parte dos sindicatos da base da Fecomércio-RS ainda está em negociação.

O Secovi-RS é uma exceção. Segundo o dirigente do sindicato, Moacyr Schukster, foram três meses de nego-ciação. “Neste ano, devido à queda nos negócios, os em-pregados, que são muito bem informados, entenderam a situação”, comenta. A margem de aumento concedida foi a da recomposição do poder de compra. “Fechamos pela correção monetária, compensação da inflação”, detalha. Schukster revela que o piso regional foi tomado como base pelo sindicato dos trabalhadores, inicialmente. O Secovi-RS concedeu aumento baseado na inflação do período, medida pelo INPC, de 7,68% para o período refe-rente à data-base de negociação.

Como os sindicatos patronais e dos trabalhado-res do comércio de bens, serviços e turismo nego-ciam, anualmente, a convenção coletiva de trabalho, o salário mínimo regional definido pelo governo do Estado não se aplica à maior parte dos empregados nesse segmento. Porém, há uma interferência dire-ta nas negociações, já que o percentual concedido para o piso regional – de mais que o dobro da in-flação do período – tem sido pleiteado por outras categorias e se torna inviável para as empresas. A questão tem levado entidades de classe empresa-rial como a Fecomércio-RS e Fiergs a questionarem juridicamente esse aumento.

A Fecomércio-RS propôs, em dezembro, uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) contra o rea-juste de 16% do salário mínimo regional, que foi jul-gada improcedente pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS), em março deste ano. A entidade recorreu da decisão e aguarda, agora, a decisão do Su-premo Tribunal Federal (STF) sobre o caso. O advo-gado Flávio Obino salienta que há ainda outra Adin contra o reajuste que deve ser julgada também pelo STF. A proposição partiu da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e, segun-do Obino, deve ser a primeira a ser julgada.

Piso RegionaLEntenda o caso do piso do Rio Grande do Sul:

Page 24: Revista Bens & Serviços

24

Junh

o 20

15

122

negócios

com um boom do consumo. Fa-mílias passaram a ter acesso pela primeira vez a bens e ser-viços que até então estavam longe de suas possibilidades. A primeira viagem de avião, o curso universitário, a casa com seus eletrodomésticos e o carro. Tudo isso deu margem aos sonhos de consumo, mas também projetou grandes expec-tativas entre empresários de todos os ramos.

Pouco tempo depois, vivemos o cenário oposto. Com pro-blemas estruturais que não se resolveriam só com o boom do consumo, a conta chegou e pesou no bolso de todos. Inflação e juros ascendentes se contrapõem ao pessimismo dos con-sumidores e das empresas. O contexto é turbulento, mas não

O Brasil enfrentOu Os primeirOs anOs da crise ecOnômica mundial

á uma máxima corporativa

que diz que os cenários mais

turbulentos abrem janelas de

oportunidade, mas na hora

de investir é melhor buscar

mais informações do que as

que vêm pelo ditado popular

H

OpOrtunidade na crise?

©istock.com/rawpixel ltd

Page 25: Revista Bens & Serviços

25

Junh

o 20

15

122

precisa ser desanimador. Pelo menos, não para aqueles que estão atentos às oportunidades.

O investimentO cOntinua

Uma das maiores redes de varejo do país, a Lojas Ren-ner, mantém neste ano o mesmo volume de investimento praticado no ano anterior: R$ 550 milhões. A previsão é inaugurar de 25 a 30 lojas da Renner, 10 lojas Camicado e aproximadamente 10 da Youcom – quase o mesmo número de inaugurações do ano passado, quando a companhia abriu 31 lojas Renner, 13 Camicado e da Youcom.

Um leitor mais preocupado com o cenário econômico pode-ria se perguntar se a escolha é condizente com o momento que o país enfrenta. Segundo o CEO da Renner, José Galló, a empre-sa encara cenários como este como oportunidade, bem ao es-tilo da máxima da janela aberta em meio à crise. Existe lógica? Sem dúvida. Galló estima que o consumo de bens duráveis, que teve seu ápice há poucos anos, vai migrar para produtos que estão dentro do escopo da rede. Ou seja, o consumidor já ad-quiriu carro, casa, eletroeletrônicos e eletrodomésticos. Agora, vai adquirir produtos com menor valor agregado, e a Renner estará com cada vez mais portas abertas para recebê-lo.

Segundo Augusto Sales, sócio de estratégia da KPMG no Brasil, essa ideia faz todo sentido e é de fato uma tendência. “Concordo com essa visão. As pessoas têm necessidade de consumo e vão satisfazê-las de alguma maneira, muito pro-vavelmente, com produtos de preços mais modestos.”

Para o economista Marcelo Portugal, a tendência é a de que as empresas do ramo varejista sigam investindo. O in-vestimento, nesse segmento, é de menor aporte do que em ramos como a indústria, com a vantagem de que um ponto comercial pode ser transformado em outro tipo de negócio com maior facilidade.

Para o consultor da KPMG, há empresas que estão saindo do mercado no atual cenário, o que pode indicar uma opor-tunidade valiosa de negócio. Por essa razão, ele projeta para este ano um aumento no número de fusões e aquisições. No entanto, ele salienta que o empresário precisa seguir um con-selho primordial antes de fazer um investimento: “informe-se muito bem”. Atentar para indicadores, verificar o fôlego da empresa e conhecer o mercado. Dentro e fora da crise, esse é o melhor caminho.

Dados divulgados recentemente pela Serasa Expe-rian apontaram que os pedidos de falência no Brasil cresceram 57,3% em março, somando 140. Deste total, 69 são de micro e pequenas empresas, pedidos alavan-cados, em grande parte, pelo contexto financeiro pelo qual passa o Brasil. Jhonata Emerick, CEO da 99Motos, conta que o empenho do empresário para conquis-tar mais mercado conta muitos pontos. “Uma vez um cliente solicitou um motoboy pela 99Motos, mas, na-quela região, não tínhamos nenhum disponível para atendê-lo naquele momento. Não pensei duas vezes: peguei um táxi e fui fazer a entrega para ele. O resul-tado foi muito positivo. Ele está com a 99Motos desde quando fundamos a empresa e já nos indicou vários outros clientes”, diz Emerick. O executivo selecionou quatro dicas para líderes em cenário de crise:

1. Seja o primeiro a chegar e o último a ir embora

da empresa – O negócio, principalmente quando está

começando, precisa ser acompanhado bem de perto.

ninguém melhor do que o dono para pontuar os processos

que estão dando certo e aqueles que precisam melhorar.

2. Participe da seleção da equipe – mesmo que o

empreendedor disponha de um departamento de rH, fale

com os futuros funcionários antes de efetivar a contratação.

mais uma vez vale a dica de que o líder é a pessoa que

consegue ter a percepção do perfil que melhor se adaptará à

rotina da empresa.

3. Dedique-se full time – se você é uma empresa que

presta serviço e algo deu errado no meio do processo,

esqueça tudo o que está fazendo e resolva o problema

pessoalmente. cada cliente é imensamente importante

para o seu negócio, e garantir a satisfação dele, além de

fidelizá-lo, pode lhe trazer outros consumidores.

4. Observe sua equipe de atendimento – as premissas são:

“trate como gostaria de ser tratado” e “o cliente tem sempre

razão”. treine bem quem falará pela empresa. Quando

possível, escolha alguns clientes e fale você mesmo com

eles para saber o que estão achando dos seus serviços.

certamente eles se sentirão prestigiados em serem ouvidos

pelo dono da empresa.

sObrevivendO à crise

Page 26: Revista Bens & Serviços

especial

26

Junh

o 20

15

122

em sempre é possível trabalhar antes dos 18 anos, salvo

como menor aprendiz – mas você já se perguntou

se é viável empreender? casos de sucesso mostram a

criatividade de jovens que, com muita iniciativa e algum

incentivo, resolveram abrir seu próprio negócio

nque faturou R$ 100 mil

entre janeiro e fevereiro. Ana Paula aproveitou talento da infância para investir em uma brigaderia. Christian é um nerd declarado que ganhou milhões no final da adolescência e hoje é dono de três empresas e sócio-investidor de outras nove. O empreendedorismo por parte de menores de idade, no Brasil, embora raro, é movido pelo mesmo combustível dos demais casos: a vontade de ter autonomia e realizar-se profissionalmente exercendo uma habilidade descoberta cedo, muitas vezes valendo-se das facilidades tecnológicas do mundo moderno.

Os exemplos retratados demonstram que o ensino for-mal tem exercido pouca ou nenhuma influência na propen-

texto Diego Castro

imagem de abertura ©iStock.com/Galdzer

Davi tem 14 anoS e perCorre o BraSil falanDo SoBre Sua startup,

ges

tão

EmprEEndEdorprEcocE

Page 27: Revista Bens & Serviços

gestão

27

Junh

o 20

15

122

são dos jovens a ter seu próprio negócio. De fato, os rela-tos revelam até desincentivo em meio ao ambiente escolar, seja porque se considera a iniciativa afoita demais ou fora de propósito. Assim, os empresários mirins ou juvenis con-tam com a ajuda paterna, com cursos especializados e com a própria sorte para lançarem-se no mercado, mesmo sem profundos conhecimentos da legislação, dispostos a tomar lições também com o “andar da carruagem”.

Davi Braga é um menino de 14 anos de Maceió, Alago-as, que criou a startup chamada List-It. Por meio dela, os consumidores buscam os materiais escolares para seus filhos com base nas listas cadastradas, e o site encontra, entre os parceiros, as lojas que oferecem esses artigos a

preços mais acessíveis. A ideia surgiu quando ele era ainda mais jovem e observou a mãe, a empresária Cristiana Bra-ga, indo de loja em loja pesquisando os preços não apenas para ela, mas para amigas. O lampejo foi anotado em um guardanapo e, um ano e meio depois, o sistema começou a funcionar, com a ajuda do pai, que assumiu o papel de investidor-anjo e ainda encontrou sócios para o empreen-dimento. “Abdiquei das minhas férias escolares para en-tregar listas e responder a alguns clientes, sem falar que tive problemas com diagramadores e webdesigners”, conta, lembrando dos primeiros meses.

Confiante no papel de business man, responsável por vendas e divulgações, Davi não paga salário para sua equi-

Page 28: Revista Bens & Serviços

especial

28

Junh

o 20

15

122

pe de designers, programadores e outros profissionais, todos maiores de 18 anos. Eles são seus sócios, recebendo tam-bém uma porcentagem dos lucros. Entre janeiro e feve-reiro, por exemplo, a empresa faturou R$ 100 mil com a venda de 130 listas na cidade onde mora. No restante do ano, tendo em vista a sazonalidade do negócio, ele divide-se entre diversas atividades naturais para alguém com sua idade. “Eu estudo pela manhã, e à tarde brinco, trabalho e desenvolvo outras atividades, como inglês e handebol. Além disso, rodo o Brasil todo com palestras motivacio-nais, mas isso só faço uma vez por mês. Ao List-It eu de-dico as sextas-feiras e o tempo em que eu não faria nada durante a semana. Eu gosto de trabalhar, de mexer com a ferramenta e quero empreender”, afirma, cheio de planos, como graduar-se em Administração e Marketing e expandir a plataforma para o país inteiro.

A família o ajuda muito, num trabalho de mentoria gratuita que, em virtude dos contatos paternos, envolve também outros empresários. “Tenho conhecido pessoas incríveis, que me ajudam, me ensinam, me mostram erros cometidos no passado e coisas que alguém da minha idade

não tem como saber”, diz. Davi cobra de si mesmo uma maturidade maior do que sua idade exigiria. “No ambiente empresarial, para fechar negócios, tenho de ser um pouco adulto de cabeça, embora seja criança de corpo. Já que meu pai e minha mãe não me cobram o empreendedorismo, e não tem quem faça isso, tenho de aprender muita coisa e fazer tudo devagarzinho”, reflete. “Quando comecei o List-It e formei a primeira equipe, ainda não tinha o mesmo nível de responsabilidade e me faltava maturidade para saber que um adulto poderia me enrolar.”

Depois de aparecer em reportagens na televisão, o menino passou a conviver com elogios e também críticas. Muitas pessoas disseram que ele estava sendo usado para obter mídia. Davi nega: “Se eu fosse só um garoto-propa-ganda dos meus pais, fugiria de casa, porque não gosto de ser obrigado a fazer nada”. Em cada depoimento, refor-ça sua paixão pelo rumo tomado, mesmo precocemente. “Todos os pais deveriam colocar na cabeça que empreen-der é uma coisa muito bonita, porque é a alternativa do trabalho para ajudar a acabar com o desemprego. Os co-légios não dão aulas sobre isso, e meus colegas nem falam do assunto. Minha escola até me desincentiva, me diz que eu devo me concentrar só nos estudos”, relata.

arq

uivo

pe

sso

al

O Brasil é fraco em ações de estímulo

ao empreendedorismo, principalmente

nas escolas.

”“

christian BarBosa

Consultor e empresário

davi braga lançou startup e aos 14

anos já palestra em eventos

Page 29: Revista Bens & Serviços

gestão

29

Junh

o 20

15

122

talento da infância

Ana Paula Kiefer iniciou sua carreira empreendedora de maneira informal, vendendo brigadeiros para os colegas da escola, aos 15 anos. “Precisava de dinheiro para acampar com os amigos, e partiu deles mesmos a sugestão: por que não vende teus brigadeiros, se você diz que faz os melhores brigadeiros do mundo?”, lembra. Ainda no ensino médio, participou do Programa Miniempresa, da Junior Achieve-ment, recebendo o prêmio como melhor vendedora. Para ir ao Fórum Internacional do Empreendedorismo, na Argenti-na, novamente recorreu aos dons de doceira para captar a verba necessária.

Hoje, formada em Publicidade e Propaganda pela PUC-RS, é uma das sócias-proprietárias da Brigaderia Preta Preti-nha, onde produz e comercializa cookies, cupcakes e mesas de doces decoradas. “A princípio, não me via como uma dona de empresa, queria ser uma funcionária que colaborasse com a gestão, tanto que trabalhei em agência de publici-dade antes. Ocorre que a produção dos doces sempre me deu mais satisfação e o negócio foi crescendo aos poucos. Na faculdade eu vendia muito”, diz. Em 2013, Ana decidiu retomar a produção, por causa da formatura, inciando a fabricação de brigadeiros gourmet. Há um ano e meio, pro-

duz sob encomenda, com boas vendas principalmente na Páscoa e no Natal.

A empresária guarda grande parte do lucro, pois pre-tende abrir cozinha e loja em Porto Alegre. “Sempre gostei de vencer desafios e quis ser livre. Para manter os negócios bem-sucedidos, preciso sempre inovar e manter a criativi-dade em alta”, destaca. “O empreendedorismo é o segredo para fazer o que se gosta e não ter chefe. Mesmo com tudo o que aprendi, a administração da parte financeira foi algo que só a experiência do dia a dia me ensinou.”

senhor do tempo

Christian Barbosa decidiu ser um empresário aos 7 anos, ao se encantar por uma empresa de informática. Aos 13, falava disso toda hora com amigos e professores, e era ta-chado de louco. “Não havia incentivo, não me levavam a sé-rio”, conta. Nessa época, decidiu fazer prova de certificação profissional para a Microsoft e foi aprovado, depois de dois meses e meio de estudo, tornando-se um dos mais jovens a obter o feito. Um ano depois, convenceu o pai a abrir empre-sa com ele, prestando atendimento de suporte e desenvol-vendo páginas para a internet. Estudava de manhã e tocava a empresa à tarde.

O boom do negócio próprio aconteceu quando ele teve a oportunidade de fazer o primeiro portal de internet da América Latina, para a Tribuna de Santos (o primeiro jor-nal a ter notícias diárias online). “Ganhei muitos clientes importantes a partir desse momento”, relata. Aos 16 anos, já havia ganho o suficiente para comprar um apartamento. Aos 18 anos, o faturamento bateu na casa de R$ 30 milhões. “Eu era nerd total, viciado em trabalho, de segunda a do-mingo, 16 horas por dia, munido apenas da vontade e do conhecimento técnico. Cometi muitos erros no processo, virava sócio de clientes que depois faliam, usava mal o tem-po da equipe. Aos 21 anos, estourou a bolha das ponto-com e de 200 funcionários fiquei com apenas quatro”, narra.

Sua dedicação extrema também cobrou um preço na saúde e o aparecimento de doenças forçou-o a mudar o estilo de vida, sem abandonar a vocação empreendedora. Barbosa especializou-se em gestão do tempo e dá pales-tras sobre o tema no país inteiro. Uma de suas três em-presas, a Triad, presta consultoria na área. O nome faz

arquivo pessoal

Page 30: Revista Bens & Serviços

especial

30

Junh

o 20

15

122

alusão ao seu livro A tríade do tempo, que se tornou um su-cesso de vendas e lhe valeu o epíteto de Senhor do Tem-po. Ele é sócio-investidor em outras nove companhias, no Brasil e no exterior.

Um dos projetos do empresário, chamado Jovens de Re-sultado, é ajudar garotos e garotas de 12 a 18 anos com vo-cação para os negócios, mostrando que qualquer um pode empreender. “Foi algo que jurei fazer depois de ter sido zo-ado aos 14 anos”, diz. Serão dois meses com aulas semanais e atividades para desenvolver em casa. “Ensinarei como es-tudar melhor e gerir tarefas, noções de negociação, e fare-mos visitas a empresas. Se um aluno me apresentar uma boa ideia, investirei R$ 5 mil na proposta e me tornarei sócio

de sua nova empresa”, anuncia. Barbosa acha o Brasil fra-co em ações de estímulo, principalmente em nível escolar. “As inciativas, em geral, não funcionam, não são sérias. Em-preendedorismo é levar sua ideia para a rua a fim de tentar ganhar dinheiro e depois sentar e discutir melhorias. Nos Estados Unidos, tudo é voltado para o desenvolvimento do sonho americano, porque eles conhecem o motor propulsor da economia, o que faz o país crescer”, pontua.

Bê-á-Bá para iniciantes

O Sebrae incentiva os menores de 18 anos com os pro-gramas JEPP – Jovens Empreendedores Primeiros Passos – para alunos do Ensino Fundamental, e com o curso Cres-cendo e Empreendendo – para alunos entre 15 e 18 anos de escolas públicas. Outra boa proposta para inspirar, ins-tigar e desenvolver o empreendedorismo entre os jovens, no Brasil, é levada adiante pela Junior Achievement, pre-sente nos 27 estados. A entidade promove programas para o ensino médio como o Miniempresa, que por 15 semanas ensina, de forma prática, como se monta um negócio, in-cluindo a compra e venda de ações. As turmas de 25 alu-nos são assessoradas por voluntários com experiência em marketing, finanças, produção e recursos humanos. “Os participantes escolhem o nome de sua companhia e o que vão produzir, conforme pesquisa de mercado, e evoluem passo a passo, indo desde a compra da matéria-prima ao rigor com a qualidade”, conta a diretora-superintendente da JA Brasil, Wilma Resende Araujo Santos. Vencida essa etapa, é organizada uma feira para a venda do produto e, no final, 20% do lucro obtido é doado para entidades assis-tenciais no dia da formatura, simbolizando os impostos a serem pagos pela pessoa jurídica.

“Em um cenário de redução de empregos, estimulamos o jovem a ter ideias, exercer sua criatividade, a pensar fora da caixa, porque uma empresa gera empregos, renda e desen-volvimento”, diz Wilma. A executiva saúda o papel facilita-dor da tecnologia durante o curso, tornando a empreitada menos onerosa e até mesmo mais prazerosa, vindo ao en-contro do perfil das novas gerações, mas não sem ressalvas. “Eles são inquietos, têm sede de aprender e querem resulta-dos rápidos, mas mostramos para eles que com pressa não se chega ao lugar desejado”, explica.

brigadeiros são a receita de

sucesso para ana Paula

arq

uivo

pe

sso

al

Page 31: Revista Bens & Serviços

gestão

31

Junh

o 20

15

122

A Junior Achievement também prega o compromisso com a honestidade. “Os estudantes começam registrando a empresa, com todos os deveres assumidos”, declara. A audácia é tratada como virtude, pois não se empreende sem correr riscos. Os instrutores, contudo, ensinam os jo-vens a administrá-la. “Trabalhar com ética é fundamental, mantendo a perseverança para alcançar os objetivos. Além disso, respeito ao outro é absolutamente necessário, seja ao colaborador, ao consumidor, ou a si próprio”, reforça a diretora-superintendente.

Segundo conta, a transformação dos jovens ao longo das semanas do programa é inacreditável. “O aluno entra por curiosidade, ou para acompanhar um amigo, e acaba absorvido pela tecnologia e pelo intercâmbio fomentador de ideias”, observa. O acompanhamento pós-Miniempresa é realizado por outro programa, o Nexa (Núcleo de Ex-Achievers). Seus integrantes visitam empresas, entrevis-tam seus presidentes, participam de palestras, cursos e reuniões. Quem já está no mercado contribui na gestão e alguns egressos tornam-se mantenedores. No RS, a Junior tem 20 anos de atividade e já beneficiou 978 mil jovens em mais de 400 escolas. São mais de 2 mil voluntários capa-citados. A entidade é subsidiada financeiramente por 40 empresas parceiras, que em contrapartida desfrutam de incentivos fiscais, como a dedução do valor doado como despesa, limitado a 2% do lucro operacional.

Div

ulg

ão

/Jun

ior a

chi

eve

me

nt

Em um cenário de redução de empregos, estimulamos

o jovem a ter ideias, exercer sua criatividade, a pensar fora da caixa, porque uma empresa

gera empregos, renda e desenvolvimento.”

Wilma araujo santos

Diretora-superintendente da Junior achievement Brasil

A capacidade civil para ser empresário no país é de 18 anos, desde que a pessoa não seja legalmente impedida, por enfermidade mental, vício ou outro fator. O jovem com 16 anos completos, todavia, também pode assumir esse encargo se for emancipado. “Trata-se de um processo que os pais fazem em um Cartório de Registro Civil, conceden-do ao menor a autonomia de assinar por si mesmo e a responsabilidade por seus atos. Não é algo feito com a inten-ção exclusiva de abertura de empresa, seu uso é amplo, servindo também para assinar cheque e movimentar conta corrente. O mais comum é os pais tomarem a iniciativa para poder incluir os filhos em uma participação societária”, discorre o gerente regional metropolitano do Sebrae-RS, Álvaro Fossati Neto. Se a finalidade for realmente abrir empresa, a emancipação precisa ser averbada no órgão de registro da pessoa jurídica.

Os menores de 16 anos são considerados pela lei incapazes de responder pelos seus atos. Entre 14 e 16 anos é pos-sível exercer atividades remuneradas apenas na condição de aprendiz. A participação na administração de um negó-cio de um menor de 16 anos pode acontecer, mas depende de autorização judicial, solicitada pelos pais, sobre quem ainda cai a responsabilidade legal na ocorrência de problemas decorrentes disso. “É um processo mais complexo”, confirma Fossati. Tais determinações estão previstas na Lei nº 10406/2002, art. 5º, incisos I e V, 9º, 974 e 976.

rEstriçõEs lEgais E Emancipação

Page 32: Revista Bens & Serviços

saiba

32

Junh

o 20

15

122

mais

mais & menos

TECNOLOGIA / enDeReÇos De inTeRneT DisPonÍVeis DiminUem nos eUaQuase todos os 4,3 bilhões de endereços de Protocolo de Internet (IP), criados pelos engenheiros que inventaram a internet em 1981, já estão em uso. A escassez da oferta está atingindo as empresas norte-america-nas, mas isso já ocorreu em outros continentes. A Ásia esgotou os seus endereços eletrônicos em 2011 e a Europa em 2012. A cota da América do Norte deve terminar em setembro deste ano. No entanto, esse limite se aplica à modalidade IPv4. O IPv6, aprovado em 1998, permite uma cota de 340 undecilhões de sites, ou seja, 340 seguido de 36 zeros. Logo, as empresas que esgotarem seus endereços de IPv4 podem fazer o up-grade para o IPv6, comprando novos equipamentos. O problema é que o custo da migração é alto – cerca de 7% do orçamento anual de uma companhia para tecnologia da informação.

um estudo da Randstad, empresa multinacional de RH, revelou que, nos três primeiros meses do ano, 70% da população mundial estão satisfeitos com o seu trabalho. No Brasil, o índice de satisfação chega a 74%, sendo que 28% responderam estar “muito satisfeitos” e 46% “satisfeitos”. Mesmo enfrentando uma crise econômica, o país se equiparou aos indicativos de Suíça e Inglaterra, que alcançaram 73%, e do Canadá, que tem 75% de tra-balhadores satisfeitos. Segundo o levantamento, os japoneses são os mais insatisfeitos com o trabalho atual – apenas 7% disseram que estão muito satisfeitos. A pesquisa ouviu 13.600 pessoas em 34 países.

VIAGENs INTErNACIONAIsOs gastos dos brasileiros em viagens

internacionais caíram 16% nos quatro

primeiros meses deste ano em relação ao

mesmo período de 2014.

FusõEs E AQuIsIçõEsO mercado de fusões e aquisições

apresentou queda do número de

transações no primeiro trimestre do ano,

com 190 operações, um pouco abaixo

da média dos primeiros três meses de

2014, 2013 e 2012 (196 transações),

segundo pesquisa da KPMG.

CONTrAbANdOUma pesquisa do Instituto Datafolha

encomendada pelo Instituto Brasileiro

de Ética Concorrencial (Etco) indica que

um em cada três brasileiros admite já ter

comprado produtos contrabandeados.

Entre os entrevistados, 92% acreditam

que a população deixaria de comprar esse

tipo de produto se os preços de venda

legal fossem menores.

PIbO Índice de Atividade Econômica (IBC-Br),

uma “prévia” do PIB calculado pelo Banco

Central, registrou retração de 0,81% no

primeiro trimestre deste ano na comparação

com o mesmo período de 2014.

CONTINGENCIAmENTOPrincipal programa de investimentos

do governo federal, o Programa

de Aceleração do Crescimento

(PAC) sofreu corte de r$ 25,9 bilhões, respondendo por 37% do

contingenciamento de R$ 69,9 bilhões no

Orçamento de 2015.

©iS

tock

.com

/Ya

n Le

v

CArrEIrA / maioRia Dos BRasiLeiRos esTÁ saTisFeiTa Com o seU TRaBaLHo

Page 33: Revista Bens & Serviços

33

Junh

o 20

15

122

INOVAçÃO / LanTeRna É CaPaZ De eLiminaR BaCTÉRias Criada pelo estudante pernambucano Caio Guimarães, a lan-terna que trata infecções é composta por lâmpadas de led que emitem luzes, capazes de combater as bactérias mais resis-tentes. O equipamento é calibrado para irradiar uma frequ-ência exata de luz, para cada paciente, que é visível a olho nu e não causa efeitos colaterais. Uma placa com microagulhas é colocada sobre a pele para direcionar os raios nos locais do-entes. Eles são capazes de penetrar nos tecidos humanos mais profundos. O estudo foi desenvolvido durante um estágio de Guimarães, no laboratório Wellman Center, em Boston. O brasileiro é ex-bolsista do Programa Ciências sem Fronteiras, e é considerado, pela revista Forbes, um dos 30 jovens mais influentes do país com menos de 30 anos.

©iS

tock

.com

/Izze

Tug

utm

en

TrAbALHO / esTUDo mosTRa QUe JoRnaDa De TRaBaLHo aUmenToU nos ÚLTimos anosum levantamento da consultoria multinacional EY revelou que 46% dos gestores, ao redor do mundo, trabalham mais de 40 ho-ras semanais e 40% perceberam que suas jornadas aumentaram nos últimos cinco anos. Por esse motivo, 35% dos profissionais relataram problemas em conciliar trabalho e vida pessoal. As principais dificuldades para administrar a carreira e a família, apontadas pelos participantes, são os salários estagnados com-binados com o aumento das despesas e com o acúmulo de fun-ções no trabalho. A pesquisa ouviu 9.699 empregados de tempo integral, entre 18 e 67 anos, em oito países.

TurIsmO / O QuE mAIs IrrITA Os

TurIsTAs? O buscador de viagens Kayak realizou uma pesquisa para saber o que

mais incomoda os turistas pelo mun-do. A análise levou em consideração a

resposta de 4.010 pessoas em 9 países. Os dados servem para entender o perfil dos

viajantes de cada país, a fim de buscar um melhor atendimento. No Brasil, as

principais reclamações são:

No avião:

Passageiros apressados que tentam

sair do avião logo após a aterrissagem

Pessoas que começam a fazer fila

quando ainda falta meia hora para

o embarque

Pessoas que ocupam a frente da

esteira de bagagem

No hotel:

Não conseguir fazer o check in quando chega no hotel

O alto preço dos itens do frigobar

©iS

tock

.com

/Na

dla

Page 34: Revista Bens & Serviços

34

sescJu

nho

2015

122

Lígia Jardim/Divulgação Sesc-RS

Prevenção começa em casa

alvez nenhum lugar seja melhor do

que uma residência para demonstrar

a necessidade de mudança de

hábitos que podem melhorar a

longevidade e a qualidade de vida.

É com essa proposta que a mostra

casa da saúde sesc está levando

muitas pessoas a adotarem uma

postura preventiva

Tque carregamos ao longo

de toda a vida. Desde pequenos, moldamos nosso paladar na cozinha, adotamos posturas (na maior parte das vezes incorretas) ao nos sentarmos diante na televisão na sala e aprendemos os cuidados elementares com o nosso corpo. É por isso que não existe lugar melhor para corrigir os hábitos não saudáveis do que a nossa própria residência.

Com essa proposta, o Sistema Fecomércio-RS/Sesc tem realizado anualmente, desde 2009, as mostras Casa da Saúde Sesc. Segundo a gerente de Saúde do Sesc-RS, Mari Estela Kenner, são promovidas de quatro a seis edições por ano. No total, 35 cidades já receberam a mostra. Para a população local é uma oportunidade de conferir palestras, se informar e visitar uma casa montada que apresenta, a partir de seus diferentes ambientes, como pequenas atitudes podem ga-rantir melhor qualidade de vida.

É em caSa que conSTiTuímoS a maioR paRTe DoS hábiToS

Page 35: Revista Bens & Serviços

35

Junh

o 20

15

122

Dia Do Desafio 2015 realizou mais De 3 milhões

De atenDimentos na última quarta-feira do mês de

maio, os 497 municípios do estado receberam a 21ª

edição do Dia do Desafio, promovido pelo Sistema

Fecomércio-RS/Sesc em parceria com as prefeituras.

com o objetivo de incentivar a prática de exercícios físi-

cos, o evento fez muita gente se movimentar ao longo

do dia, graças a uma programação intensa. o total de

atendimentos no estado foi de 3.306.563. com 100%

de adesão nos municípios gaúchos, o Rio Grande do Sul

registrou novamente recorde de participação nas ativi-

dades. no brasil, um total de 1.951 cidades se envolve-

ram com as atividades do Dia do Desafio. a proposta é

interromper a rotina da população e estimular a prática,

por pelo menos 15 minutos, de qualquer exercício físico.

mais De 100 sessões artísticas marcam o 10º

festival Palco Giratório sesc/Poa porto alegre

recebeu em maio a 10ª edição do Festival palco

Giratório Sesc, realizado pelo Sistema Fecomércio-RS/

Sesc. ao todo, foram 106 sessões artísticas. um total

de 46 grupos de 13 estados esteve no Rio Grande do

Sul, e ao lado de muitos representantes da própria

arte gaúcha mostraram teatro adulto, infantojuvenil,

circo, infantil, dança, formas animadas, intervenções

e teatro de rua. no total, o evento registrou 51.138

atendimentos, em diversos pontos culturais da

cidade, e contou, também, com a presença de

alunos de 19 escolas públicas nas plateias.

agenda de eventos

28/Juncircuito sesc de corridas

a etapa são Leopoldo do circuito sesc de corridas

2015 ocorre em 28 de junho e as inscrições

podem ser feitas pelo site www.sesc-rs.com.br/

circuitodecorridas.

até julhounidade sesc de saúde Preventiva (ussP)

nova Bréscia e novo Hamburgo contam – até 10

de julho e 24 de julho, respectivamente – com os

serviços da UssP, que disponibiliza uma série de

exames gratuitos à comunidade.

Tiag

o Sc

hina

mko

/Div

ulg

açã

o Se

sc-R

S

Prevenção

O foco desse trabalho é a prevenção, por isso, o visitante re-aliza exames simples durante o percurso dentro da residência. Na cozinha, são feitos exames de glicemia, colesterol e triglice-rídeos. Outra doença crônica que pode ser apontada com teste rápido é a hipertensão, medida na sala da réplica da casa com a aferição de pressão arterial. A postura adequada também é trabalhada nesse ambiente, no qual os monitores falam sobre ergonomia, apontando, por exemplo, os movimentos corretos a serem adotados nas funções domésticas e no la-zer. O quarto é o espaço dedicado a falar de sexualidade, do-enças sexualmente transmissíveis e planejamento familiar.

Já o banheiro é o lugar ideal para tratar dos autoexames, para homens e mulheres. No caso deles, a principal preocupa-ção é com o câncer de próstata. Nesse sentido, a equipe orien-ta sobre os sinais que podem indicar aumento da próstata e sobre a necessidade de realizar exames periódicos a partir de certa idade. Quanto a elas, são ensinados os passos para o au-toexame para prevenção do câncer de mama.

Há ainda o quarto do bebê, que tem como foco principal temas como amamentação e cuidados com recém-nascidos. Mari Estela conta que por toda a casa são apresentados cui-dados com segurança e prevenção de acidentes, sobretudo com crianças e idosos.

Além das orientações e dos exames simples, os monito-res também calculam o Índice de Massa Corporal (IMC) para identificar sobrepeso ou obesidade, problema que, segundo a gerente de Saúde do Sesc-RS, está afetando cada vez mais a população. “Temos identificado pressão alta, glicemia ele-vada e até problemas visuais em jovens, com idade entre 20 e 40 anos”, comenta. Esse público é sempre orientado a pro-curar serviços de saúde específicos.

Page 36: Revista Bens & Serviços

36

Junh

o 20

15

122

Equipes

em época de baixo desempre-go. Premidas pela necessidade de operação e pelos custos, muitas lojas deixam de aplicar testes que traçam o perfil psicológico completo do profissional que se candidata a uma vaga. O resultado é que a rotatividade continua alta ou se deixa de contratar pessoas mais bem capacitadas emocio-nalmente, prejudicando as operações. Cada função exige ha-bilidades e conhecimentos distintos, num desafio constante para os setores de Recursos Humanos.

Conforme a psicóloga e consultora organizacional e de carreira do Núcleo Médico Psicológico, Roberta Lopes do Nas-cimento, o profissional que trabalha no RH deve conhecer a cultura da empresa, missão, valores e planejamento estraté-gico. “O vendedor para a empresa A é diferente do vendedor para a empresa B, por isso é preciso trabalhar bem a descrição do cargo, sabendo os conhecimentos, habilidades e atitudes

A formAção de umA equipe forte AindA é o cAlcAnhAr de Aquiles pArA o vArejo,

identificação do perfil dos

profissionais necessários

para formar uma forte equipe

é tarefa que exige tempo e

conhecimentos

A

Perfil certo norteia seleção

©istock.com/4774344sean

Page 37: Revista Bens & Serviços

37

Junh

o 20

15

122

para as funções”, diz. O ideal é fazer um processo de seleção por competências, mas a prática não está disseminada. A des-coberta do colaborador com o perfil ideal envolve a aplicação de testes variados e entrevistas. “As empresas dão mais ênfa-se a questões comportamentais do que técnicas nos dias de hoje”, explica a especialista. “As pessoas estão muito instá-veis emocional e profissionalmente, tanto que a média de permanência no emprego é de um ano e meio. Uma equipe dificilmente será forte com trocas constantes, até porque, para o RH, o primeiro ano serve para identificar a cultura da empresa, valores, entender seus processos. No segundo ano se começa a mostrar trabalho.”

Os testes Disc, MTBI e Caliper são alguns dos instrumentos da administração (não validados pelo Conselho de Psicologia) utilizados para traçar perfis comportamentais. Entre os instru-mentos chancelados há o Z-Teste, o teste palográfico e a Bate-ria Fatorial de Personalidade, entre outros. “O exame adminis-trado por um psicólogo permite ao aplicador mapear todas as psicopatologias, além das características comportamentais. Os trabalhadores sofrem cada vez mais de ansiedade, depressão e transtornos de humor. As empresas não querem contratar pessoas com níveis exacerbados desses sentimentos”, conta.

No varejo, a pressa dificulta a captação dos melhores profissionais para a equipe. “Se precisa de tudo para ontem, às vezes em grandes quantidades, então o processo seletivo não é assertivo em função do tempo”, frisa. Uma avaliação modelar verifica o raciocínio lógico, a capacidade de atenção, bem como estabilidade emocional, resiliência, flexibilidade, relacionamento interpessoal e empatia. O processo dura de duas a três horas por candidato e seu custo pode chegar a R$ 200, outro fator inibidor para o empresário. Roberta garante, contudo, que o valor se paga em longo prazo.

Profissional emPreendedor

Na Marelli, fábrica de móveis corporativos de Caxias do Sul, com 40 lojas franqueadas no varejo, a rotatividade em 2014 foi de apenas 2,8%. A companhia é uma das 100 Melhores Empresas para se Trabalhar na América Latina, de acordo com o ranking da Great Place to Work, crescendo a uma média de 20% ao ano, com acréscimo de 90 novos profissionais ao grupo na última década. Os candidatos a uma vaga normalmente são captados por banco de currículos e passam por uma série de

avaliações. A primeira seleção é coletiva: um dirigente expli-ca como é a empresa, sua cultura e modo de remuneração, pois os ganhos lá são variáveis. O Programa de Participação nos Resultados representa em torno de sete salários a mais por ano. “O ganho fixo normalmente fica entre 10% a 15% abaixo da média da região, mas com o PPR fica 30% acima”, revela o diretor industrial e de RH, Francisco Santos.

Na sequência, há entrevistas individualizadas e testes apli-cados por psicóloga organizacional. Quando dois candidatos são igualmente bons, prefere-se quem mora mais perto da empresa. Exames também avaliam escrita, matemática básica e atualidades, conforme cada cargo. Na Marelli, não se cobra horário, mas o alcance de metas. O objetivo é encontrar o perfil empreendedor, alguém que veja a empresa como um cliente à espera de inovação, e não como empregadora. A força da equi-pe também decorre de um programa de sucessão interno, com o oferecimento constante de cursos de aprimoramento.

Os testes abaixo são alguns dos instrumentos mais co-mumente utilizados para seleção de pessoal:

MTBI – mede preferências na forma como as pessoas perce-

bem o mundo e tomam decisões. trabalha as dicotomias

extroversão-introversão, sensorial-intuição, pensamento-senti-

mento, julgamento-percepção.

Disc – mapeia a predominância de quatro tipos básicos de

comportamento observado nas pessoas: dominante, influen-

te, estável e compatível.

Caliper – identifica o potencial para competências profissio-

nais agrupadas em seis categorias: liderança, relacionamen-

tos, resolução de problemas, organização pessoal, orientação

para vendas e orientação para atendimento.

Z-Teste – teste psicológico baseado na projeção de imagens

que suscitam observações percepto-associativas, evidencian-

do traços normais ou patológicos.

Palográfico – Avalia a personalidade por meio do compor-

tamento expressivo, com a realização de pequenos traços

verticais e paralelos.

BFP – instrumento psicológico para a avaliação da personalida-

de a partir de fatores como dinamismo, instabilidade emocio-

nal, liberalismo, comprometimento e amabilidade, entre outros.

ferramentas auxiliares

Page 38: Revista Bens & Serviços

38

seNACJu

nho

2015

122

Mesa ao vivo Rio Grande do Sul, o reality show da enogastronomia. Promovido pela revista Pra-zeres da Mesa e o Senac-RS, o evento reúne chefs de todo o Brasil em debates, workshops, degustações especiais, jantares e mais de 50 aulas e ações. “Será um momento para a troca de experiências entre os profissionais e demais interessa-dos, buscando o fortalecimento da gastronomia gaúcha”, afirma o diretor regional do Senac-RS, José Paulo da Rosa.

A primeira edição debaterá o tema Inovação X Tradição: Pampa, serra e mar – as diversas cozinhas do Rio Grande do Sul, e contará com a participação de grandes nomes da gastro-nomia nacional, estudiosos e cozinheiros. Entre eles, o chef Alex Atala, Jeferson Rueda e Manu Buffara.

Porto Alegre será PAlco, de 20 A 22 de julho, do

Maravilhas da culinária na Mesa

dos gaúchos

evento Mesa ao vivo Rio

GRande do sul traz grandes

nomes da gastronomia

brasileira para compartilhar

experiências com

profissionais do estado

e da comunidade,

de 20 a 22 de julho

o

@istock.com/cristianl

Page 39: Revista Bens & Serviços

39

Junh

o 20

15

122

InscrIções abertas para cursos técnIcos senac

eaD o senac eAd está com inscrições abertas para os

cursos técnicos em transações Imobiliárias, Administra-

ção, logística, Marketing, Qualidade, recursos huma-

nos, Meio Ambiente e segurança do trabalho até 28 de

agosto. o candidato deve ter pelo menos 16 anos, estar

cursando ou ter concluído o ensino médio. As aulas são

acessadas em um computador com internet e a carga

horária presencial conta com saída de campo, estudo

de caso, seminário, pesquisa, palestra ou avaliação.

Mais informações em www.ead.senac.br/cursos-tecnicos.

FaculDaDe senac presente em conFerêncIa Da apple

três alunos do curso tecnólogo em Análise e desenvol-

vimento de sistemas representaram a Faculdade senac

Porto Alegre na Worldwide Developers Conference

(WWdc). o evento da Apple reuniu desenvolvedores de

diversos países, de 8 a 12 de junho, em são Francisco,

califórnia. os estudantes henrique Velloso e Moisés Pio se

destacaram com o aplicativo O Ruim de Roda, que faz

denúncias anônimas sobre maus motoristas no site www.

ruimderoda.me. já tainara specht foi selecionada com

a ferramenta iDote para ios, que trabalha a adoção e a

divulgação de instituições de proteção animal.

agenda de eventos

As atividades irão se iniciar com um coquetel de aber-tura para convidados, no dia 20 de julho. Nos dois dias seguintes, haverá aulas-show, palestras, exposição de produtores locais, espaço de interatividade e troca de co-nhecimento. O evento é direcionado aos apaixonados por enogastronomia (a arte de combinar vinho e comida), co-zinheiros e estudantes, e acontece na Faculdade Senac Porto Alegre (R. Coronel Genuíno, 130). Ao longo da programação, os participantes também poderão degustar pratos, vinhos e produtos gourmet.

Na versão gaúcha do evento, o Estado será representado por cozinheiros e pesquisadores da gastronomia local, como os chefs do Senac-RS, Carla Telini, do restaurante Bah, e Mar-celo Schambeck, do Del Barbiere, também de Porto Alegre. Paralelamente, nos dias 21 e 22 de julho, serão realizados jantares magnos na cidade. A integração de chefs locais e vi-sitantes será nos restaurantes Hashi Art Cuisine e a Casa dos Destemperados, contando com a presença de profissionais renomados como Jefferson Rueda, Manu Buffara, Morena Leite, Mamadou Sène, Arika Messa e Juarez Campos, entre outros, para executar um cardápio especial.

A cobertura das atividades será feita em tempo real pela Revista Prazeres da Mesa. Conforme a diretora e sócia do veículo, Mariella Lazaretti, a equipe da revista produzirá as re-portagens ao longo da programação. “Nossos colunistas farão a degustação dos pratos, participaremos do debate de ideias e tudo será fotogrado. A capa da edição será escolhida por vota-ção no nosso site (www.prazeresdamesa.uol.com.br).” A expec-tativa dela é de que o evento reúna diariamente 2 mil pessoas. “O Mesa ao vivo já acontece em diversos estados e teve uma óti-ma receptividade dos gaúchos. Será uma grande integração de chefs, que figuram na lista dos melhores do mundo.”

De acordo com José Paulo da Rosa, o Mesa ao vivo Rio Grande do Sul vem completar esse momento positivo do Senac-RS. “Os reality shows tradicionais são uma competição entre os partici-pantes. Este evento proporciona uma grande integração entre os profissionais. Queremos mostrar que a gastronomia local é muito rica e conta com bons profissionais, e essa será mais uma oportunidade de qualificar o setor”, convida o diretor. O primeiro lote de ingressos custa R$ 60 (para um dia) e R$ 100 (dois dias de programações). Estudantes do Senac, assim como ex-alunos, possuem 30% de desconto. As inscrições podem ser feitas pelo site www.mesaaovivoriograndedosul.com.br.

29/Jun a 2/Julsenac caxias do sul realiza semana técnica

de 29 de junho a 2 de julho, o senac caxias do sul

(av. Júlio de castilhos, 3638) realiza a semana téc-

nica. as palestras serão ministradas por especialis-

tas, às 19h30. após, os participantes são convidados

a assistir a uma aula. inscrições em www.senacrs.

com.br/caxiasdosul ou pelo telefone (54) 3225-1666.

2 e 3/Jul Feira expõe projetos do senac Viamão

alunos do senac viamão (av. reverendo américo

vespúcio cabral, 154) expõem seus trabalhos nos

dias 2 e 3 de julho. os projetos envolvem questões

como criatividade, sustentabilidade e aplicabilida-

de. a feira ocorre das 8h às 11h, das 14h às 17h30 e

das 19h às 21h30. Mais informações em www.sena-

crs.com.br/viamao ou no telefone (51) 3434-0391.

Page 40: Revista Bens & Serviços

40

Junh

o 20

15

122

dossiê / Sapatos

fascinante mundo dos

sapatos conquista homens

e mulheres, movimentando

o mercado brasileiro, com

modelos diversificados

para todos os estilos

Oos sapatos conquistaram o

mundo, tornando-se um dos mais importantes acessórios para a composição de um visual. Os modelos podem ser esportivos, clássicos, chiques e despojados e se tornarem fashion, podendo representar elegância e até mesmo uma forma de sedução. Objeto de desejo ou até mesmo paixão, manter uma certa quantidade de pares no armário ou na sa-pateira já se tornou indispensável para qualquer pessoa. Há modelos, tipos e preços para todos os gostos e bolsos.

O ofício de sapateiro é considerado um dos mais antigos. Pinturas em cavernas da Espanha e no sul da França fazem referência ao calçado a partir de 10 mil a.C. Nos tempos dos homens das cavernas, havia utensílios que serviam para raspar as peles e “curtir” o couro. As sandálias eram o tipo mais comum de sapatos das primeiras civilizações. No Anti-

CriadOs COm a finalidade de prOteger Os pés, há milhares de anOs,

©istock.com/97

Beleza que vem dos pés

Page 41: Revista Bens & Serviços

41

Junh

o 20

15

122

go Egito (2423 a 3200 a.C.), elas eram feitas de palha, papiro ou fibra de palmeira e usadas apenas pelos nobres da época, sendo comum as pessoas andarem descalças.

Na Mesopotâmia, os calçados eram feitos de couro cru, amarrados aos pés por tiras do mesmo material. Já os cotur-nos eram símbolos de alta posição social. Entre os séculos 6 e 8 a.C., os gregos chegaram a lançar moda, com modelos diferen-tes para os pés direito e esquerdo. Na Roma Antiga, o sapato indicava a classe social: cônsules usavam pares brancos, e os senadores, marrons, presos por quatro fitas pretas de couro atadas a dois nós. No entanto, o calçado tradicional das legiões era a bota de cano curto com os dedos descobertos.

SapatilhaS e botaS

Há relatos de que o uso de sapatos de couro abertos, as-sim como das sapatilhas, começou na Idade Média (séculos 5 a 15). Nesse período, tanto homens como mulheres também calçavam botas altas e baixas, atadas à frente e ao lado, com peles de vaca e cabra. A padronização da numeração ocor-reu na Inglaterra, no reinado de Eduardo I (1272-1307). Já a primeira manufatura do ramo surgiu em 1642, quando o inglês Thomas Pendleton forneceu 4 mil pares de sapatos e 600 unidades de botas para o exército.

No Brasil, os calçados só viraram moda com a vinda da corte portuguesa, em 1808. Nessa época, os escravos eram proibidos de usar sapatos. Ao conseguirem a liberdade, eles compravam um par do utensílio como símbolo da nova con-dição social. Apesar de existirem várias sapatarias no Rio de Janeiro, que atendiam a alta sociedade local, muitos modelos eram importados da Europa. No final do século 19, era co-mum a botina fechada de camurça, de pelica ou de seda para as mais ricas, e os chinelos para o restante das mulheres.

Mas foi só com o surgimento da máquina de costura que a confecção do produto tornou-se mais acessível. Entre as décadas de 1910 e 1920, o modelo de sapato feminino mais usado no país era o borzeguim ou a botina, evitando que os pés ficassem expostos, mesmo com vestidos mais curtos. No século 20, a indústria calçadista passou a utilizar borra-cha e materiais sintéticos no lugar do couro, principalmente em modelos femininos e infantis. As mudanças de hábitos, proporcionados pelo pós-guerra, incentivaram a prática de esportes, sendo o tênis inventado nessa época. Com o surgi-

do clássico aos casuais

Há dezenas de calçados catalogados, classificados por utilização ou formato. Confira alguns tipos tradicionais:

Scarpim – é um sapato clássico, totalmente fechado, com

salto médio ou alto, que se afina em direção ao bico, para

quase todos os tipos de roupa e ocasião.

Chanel – criado pela estilista francesa Coco Chanel, tem

salto confortável e um decote no calcanhar, possuindo bico

aberto e uma tira na parte de trás.

Mule – o bico é pontiagudo, aberto atrás e fechado na frente.

Peep Toe – conta com uma abertura frontal que deixa pelo

menos um dedo à mostra.

Mocassim – geralmente baixo, tem origem nos índios norte-

americanos, sendo extremamente confortável.

Oxford – derivado do sapato masculino, é fechado e com

amarração de cadarço.

Tamanco – possui tradicionalmente solado de madeira. no

modelo plataforma, seu salto cobre toda a extensão da

sola do calçado, enquanto na anabela, a base perto dos

pés é mais baixa.

Sandália – deixa boa parte do pé exposta por causa das tiras.

Os modelos altíssimos são chamados de meia-pata, com

uma pequena plataforma na parte da frente do solado. Já as

rasteirinhas são baixas, confortáveis, frescas e fáceis de calçar.

Bota – usadas com mais frequência no inverno, com

diferentes tamanhos de canos e bicos.

Sapatilha – calçado baixo, superleve e confortável, inspirado

nos sapatos de ballet.

Chinelo – são geralmente de uso doméstico e para passeio,

além de muitos macios.

Tênis – usados para práticas de lazer, confortáveis e de

visual descontraído.

mento de roupas mais ousadas, os sapatos ficaram à mostra, aumentando a preocupação com a estética do calçado.

Cultura do arteSanato

De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), o processo de desenvolvimento da

Page 42: Revista Bens & Serviços

42

Junh

o 20

15

122

dossiê / Sapatos

CUriOsidades

MeMória CalçadiSta O museu nacional do Calçado

conserva a memória da atividade

coureiro-calçadista do país, no

campus 1 da feevale, em novo

hamburgo. ele reúne um vasto acervo,

com calçados desde o século 12,

além de sandálias gregas antigas.

tudo Sobre SapatoS O livro Do tornozelo para baixo - A

história dos sapatos e como eles

definem as mulheres (editora Casa

da palavra, 2013), de rachelle

Bergstein, traz relatos de moda,

cultura e curiosidades dessas peças

que geram o fascínio feminino.

42

Junh

o 20

15

122

indústria calçadista se iniciou no Rio Grande do Sul. Com a chegada dos primeiros imigrantes alemães, em junho de 1824, instalou-se também no Vale do Rio dos Sinos a cultura do artesanato. Ao mesmo tempo que atuavam na agricultura e na criação de animais, eles faziam artigos, principalmente em couro.

Após a Guerra do Paraguai (1864 a 1870), houve a ne-cessidade de ampliar a produção local de calçados, sur-gindo alguns curtumes e a fabricação de maquinários, que tornava a produção mais industrializada. A primeira fábrica de sapatos do país foi criada em 1888 por Pedro Adams Filho, no Vale do Sinos. Com o passar do tempo, a produção cresceu em municípios como Igrejinha, Campo Bom, Três Coroas e Novo Hamburgo – considerada a ca-pital nacional do calçado. O Rio Grande do Sul é até hoje o maior produtor de calçados, porém o 4º maior consu-midor (atrás de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, nesta ordem).

Na década de 60, houve a necessidade de ampliar a comercialização de calçados para fora do país. Segundo a Abicalçados, a primeira exportação brasileira em larga escala ocorreu em 1968, com o embarque das sandálias Franciscanas, da empresa Strassburguer, para os Estados

Unidos. A produção nacional da época era de 80 milhões de pares anuais, enquanto que em 2014 chegou a 877 mi-lhões de unidades. Já o parque calçadista nacional é for-mado por 7,9 mil empresas e emprega 343 mil pessoas. Em termos de vendas, o setor movimentou R$ 27,8 bilhões no ano passado, sendo US$ 1,1 bilhão em exportações.

Queda no ConSuMo

Em 2013, a produção mundial de calçados chegou a 19,9 bilhões de pares. O Brasil ocupava a terceira posição no ranking, com participação de 4,5% (atrás da China e da Índia). Dados da associação brasileira mostram que, no ano passado, o país exportou 122 milhões de pares, gerando US$ 1,1 bilhão de receita para o setor. O principal importador dos produtos brasileiros são os Estados Unidos, seguidos pela Argentina, França e Paraguai.

Conforme o estudo Mercado Potencial de Calçados em Ge-ral, divulgado pelo IEMI Inteligência de Mercado, a indústria brasileira de calçados apresentou queda de 2,5% na produ-ção em 2014. A previsão da empresa é de que a produção de calçados cresça 2,1% em 2015, com a participação de 4,2% em artigos importados e de 15,1% em exportações.

FeiraS e novidadeS lançamentos, novas coleções e

tendências são apresentadas em

feiras pelo país, como a francal e a

Couromoda, em são paulo, o salão

internacional do Couro (gramado), a

fenac (novo hamburgo) e a festa do

sapato, em Campo Bom (foto).

divulgação/museu nacional do sapato édila Vargas/divulgação festa do sapato

Page 43: Revista Bens & Serviços

vis

ão e

conôm

ica

43

Junh

o 20

15

122

O períOdO que vai de 2004 a 2013 foi uma “era de ouro” para o comércio. as vendas no atacado e, principalmente, no varejo foram influenciadas positivamente por três fenô-menos: a expansão do crédito, melhoria na distribuição da renda, com o crescimento da classe C, e a queda quase que contínua na taxa de desemprego. Todos os ventos sopravam a favor das vendas. a melhoria na distribuição de renda aumentou significativa-mente o poder de consumo da classe média, que, além da sua própria renda corrente, pas-sou a ter acesso mais generalizado ao crédito. por outro lado, sem a ameaça do desemprego a inadimplência permaneceu baixa e o ânimo dos consumidores manteve-se elevado.

ao longo desse período, o volume de vendas no varejo cresceu sistematicamente acima da produção industrial. até mesmo quando a crise internacional chegou às praias brasileiras, em 2009, o volume de vendas seguiu crescendo. No varejo, a crise internacional de 2009 foi, realmente, uma marolinha. O volume de vendas cresceu 6,8% naquele ano, enquanto a produção industrial caía em -7,1%.

a partir de 2014, contudo, essa situação começou a se alterar. Os erros na condução da política econômica ao longo dos três pri-

meiros anos do governo dilma começaram a gerar resultados negativos, na forma de baixo crescimento e inflação elevada, no seu último ano de governo. A inflação corroeu a renda das famílias e a ameaça do desem-prego reduziu os índices de confiança dos consumidores. a partir de 2014, comércio e indústria passaram a exibir um comporta-mento mais similar, com quedas na produ-ção das indústrias e nas vendas no varejo.

Os dados do primeiro semestre de 2015 indicam que esse processo recessivo continua em curso e está se tornando cada vez mais agudo. No Brasil, o piB do comércio caiu 6% no primeiro trimestre de 2015, em relação a igual período do ano anterior. No rS essa queda foi de 6,4%.

a necessidade de corrigir os erros macroe-conômicos ocorridos no primeiro manda-to da presidente Dilma, como a leniência inflacionária e o excesso de gastos públicos, gerou uma necessidade de forte ajuste, o que faz com que o comércio tenha de velejar com o vento contra do desemprego, dos ju-ros elevados e da elevada inflação. O desafio para o comércio é sobreviver à crise para retomar sua expansão a partir de 2016. Mas, infelizmente, será quase impossível voltar ao boom de consumo anterior.

Marcelo PortugalConsultor Econômico da Fecomércio-RS

Lúc

ia S

imo

n

A Crise Chegou no ComérCio

Page 44: Revista Bens & Serviços

44

Junh

o 20

15

122

nic

ho Funerárias

necessitando não apenas de um ser-viço, mas de amparo, em decorrência da perda de um ente querido. As funerárias representam um ramo do comércio que necessita de atendimento especializado, mas também devem dar lucro. Grande parte das empresas tem décadas de atividade e moderniza-se com o oferecimento de planos de assistência para os mais precavidos. No entanto, a abordagem indevida ao familiar de um falecido pode pôr tudo a perder – e é um dos problemas que arranham a imagem do setor.

O cliente delas aparece, em geral, quandO atravessa seu piOr mOmentO,

morte, ainda que indesejada,

também movimenta um setor do

varejo. conheça um pouco

deste mercado que oferece

serviços variados

a

ComérCio da pior hora

©istock.com/digical

Page 45: Revista Bens & Serviços

45

Junh

o 20

15

122

A maior parte das empresas de serviços funerários é tra-dicional e familiar, sendo um negócio que passa das gera-ções mais velhas para as mais novas. O diferencial é lidar com a morte, o que exige dos vendedores e administradores um cuidado todo especial com os clientes, que os procuram, costumeiramente, em um momento de muita dor. “A mão de obra precisa de treinamento, é preciso ter gosto por prestar um serviço solidário e sensível e nem todo integrante da fa-mília opta por ficar”, conta o presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Prestação de Serviços Funerários do Estado do Rio Grande do Sul (Sesf-RS), Carlos Alberto Graff, dono da Funerária Graff, em Não-Me-Toque. Ele começou no negócio do pai com apenas 13 anos, acompanhando os serviços, e aos 15 anos ajudava na administração. Hoje, aos 48, chamou seus próprios filhos, mas o mais velho já decidiu tomar outro caminho. “É mais ou menos como o curso de Medicina, no primeiro semestre o estudante vai para a aula de Anatomia e vê se aguenta”, analisa.

“Aqui não é uma loja normal de varejo, além de sermos consultores comerciais, somos psicólogos, pois atendemos as pessoas sempre na hora mais difícil”, concorda Daniel Mathias, gerente das lojas do Grupo Mathias, incluindo as Funerárias Passo da Areia, Nossa Senhora Aparecida, Perez, Jardim da Paz e Pio XII, todas em Porto Alegre. “Minha for-ça de vendas mescla desde pessoas com bastante tempo no mercado até jovens que trouxe por terem iniciativa. Fala-mos de valores de maneira mais suave e delicada, deixando o cliente escolher os produtos desejados, sem muita influên-cia.” O serviço pode custar desde R$ 1 mil até R$ 50 mil. Se-gundo afirma, é complicado definir o que o cliente quer ao vê-lo entrar na loja. “Mesmo uma pessoa com poucas con-dições financeiras pode ter um seguro ou benefício, assim como a pessoa com bastante poder aquisitivo pode optar por uma cerimônia simples”, explica.

Na visão sindical, a principal dificuldade do mercado de-corre do excesso de empresas, acirrando a concorrência e a disputa mais agressiva por clientes, condenada pela en-tidade. “Há cidades com 5 mil habitantes e três funerárias, mas o aumento do número de empresas não influi em nada sobre a quantidade de óbitos mensal. Em muitas vezes, são ex-funcionários da pioneira que decidem partir para o pró-prio negócio no mesmo segmento”, destaca Graff. No Esta-do, existem cerca de 700 congêneres.

Mudança na abordageM

As funerárias são uma concessão das prefeituras e so-frem regulação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) pelo trabalho de preparação de corpos, bem como do Inmetro, em relação aos veículos fúnebres. Para inibir a ação dos “papa-defuntos”, ou seja, os agentes que aborda-vam pessoas no Departamento Médico Legal ou na frente dos hospitais, o poder público, por insistência do Sesf-RS, implementou a Central de Óbitos. Todo corpo que deixa um hospital deve passar pelo órgão, e a liberação só ocorre quando a empresa responsável está com seus impostos em

Atendimento envolve negociação e

amparo às famílias em luto

©is

toc

k.c

om

/miti

fo

Page 46: Revista Bens & Serviços

46

Junh

o 20

15

122

nic

ho Funerárias

nic

ho

dia. O propósito é fazer com que o cliente procu-re as prestadoras do serviço, e não o contrário, visto com maus olhos. “Isso ajudou a moralizar o setor, embora não tenha extinguido a prática repudiada”, admite Mathias. “Ainda vemos os papa-defuntos em frente ao DML.”

A conquista do cliente, na visão de Graff, de-pende do mercado. Nas cidades pequenas, ocorre pelas relações pessoais de convívio e vizinhança. Nas cidades de portes médio e grande, se ganha

cliente pelo trabalho, pela seriedade, por indicações. “As empresas têm evoluído muito em termos de qualificação do seu quadro funcional, e isso parte desde o atendimento telefônico, o primeiro contato com a família, a postura do funcionário na recepção”, diz. “A maioria das empresas do interior já tem as suas próprias salas velatórias e carros pró-prios para transporte de caixões e de parentes enlutados.”

Nas funerárias do Grupo Mathias (certificadas com o selo ISO 9001), sete em cada dez cerimônias realizadas são originárias de contatos de clientes antigos ou pessoas que seguiram uma indicação. Há serviços para todos os credos e bolsos, e cada família seleciona o que quer. O restante é conquistado em disputa de mercado. “Invisto em anún-cios no Google e na lista telefônica, já que muitos clientes procuram somente preço e comparam orçamentos, numa concorrência acirrada, pois mesmo os pequenos estabe-lecimentos oferecem sofisticação”, discorre Mathias. Ele também realiza levantamentos de valores e age como clien-te anônimo em ligações telefônicas para outras funerárias. Outra ação levada a cabo é a pesquisa de opinião. “Todos os funerais têm uma ficha de avaliação do atendimento, e as verifico para ver onde estamos errando e implementar melhorias”, acrescenta.

espaço para inovações

O ramo funerário não é dos mais propensos a ino-vações constantes e revoluções no modo de agir. Toda-via, também não fica parado no tempo. De acordo com o presidente do Sesf-RS, houve muito avanço nas técni-cas de preparação de corpos, restauração, conservação, embelezamento e ornamentação. A venda de planos de assistência familiar antecipada (pagamento parcelado em

vida por velório e enterro ou cremação) também ganha cada vez mais adeptos. “É uma forma de tornar o momen-to menos penoso, fideliza o cliente, e assim se evita uma grande despesa no momento da perda”, relata Graff. Na mesma linha raciocina Mathias: “Os planos de assistência chegaram para ficar e deve crescer a procura por eles no futuro. O contratante, em geral, é alguém que já utilizou o serviço e se espantou com o valor porque viu que o fu-neral bom é dispendioso”.

Há um ano, o Grupo Mathias lançou de forma pioneira o In Memoriam, uma despedida mais luxuosa para o fale-cido. O serviço conta com violinista, chefe de cerimônia, capela enfeitada com tapete vermelho e quadro de men-sagens. Na hora do sepultamento, balões brancos voam para o céu representando bons exemplos que a pessoa deixou. “Em maio, essa novidade se fez presente em 32% das cerimônias”, aponta o gerente.

Mesmo lidando todos os dias com a morte, é possível encontrar a realização profissional. “A parte financeira é compensação pelo serviço, mas a gratificação da família pelo excelente atendimento, o encantamento dela, é nos-sa maior satisfação”, conclui Graff.

©is

toc

k.c

om

/Ka

me

leo

n 00

7

Page 47: Revista Bens & Serviços

47

Junh

o 20

15

122

pelo mundo

Dispositivo conectaDo Do tamanho De um botão Curie é um microdispositivo conectado do tamanho de um botão lançado pela Intel na feira internacional CES 2015, em Las Vegas, no primeiro semestre. A empresa surpreendeu todos com essa criação, já que saiu na frente na chamada Revolução Wearable (produção de gad-

gets como vestuários). Esse dispositivo é capaz de conectar à internet objetos como roupas, joias, óculos e relógios. Os recursos disponíveis no Curie são Intel Quark SE SoC, rádio Bluetooth de baixo consumo energético, sensores e carregamento da bateria. O produto começará a ser vendido no segundo semestre de 2015.

pele humana impressa em 3D

A pele humana impressa em tecnologia 3D é mais uma

alternativa às empresas de cosméticos que precisam

testar produtos. Em busca de novas técnicas, a L’Oréal Paris

é a primeira empresa vol-tada para a estética a firmar

parceria com a startup de bioimpressão Organovo – que já trabalha com impressão de

tecidos do rim e do fígado. O objetivo é descobrir como imprimir derme viva em 3D que possa ser utilizada para

testar a toxicidade e a eficácia de produtos. Para tentar evi-

tar os testes em animais, já na década de 1980, a L’Oréal pas-sou a cultivar derme. Outros métodos também são utiliza-dos, como a Episkin (modelo de pele reconstruída), peles sintéticas e células humanas

in vitro. Com a parceria, a empresa pretende acelerar

e automatizar a produção de pele nos próximos cinco anos.

Rep

rod

uçã

o/F

ac

eb

oo

k In

tel

©iS

toc

k.c

om

/Tija

na87

Rep

rod

uçã

o/A

Litt

le C

am

py

barraca equipaDa com energia solar e sinal De inter-net Os perrengues em acampamentos podem estar com os dias contados.

A Concept Tent é uma barraca que aproveita os raios solares para gerar eletricidade. Desenvolvida no Reino Unido pela Kaleidoscope e pela Orange

Communication, ela promete facilitar estadias em camping. Além de regular temperaturas internas da barraca, a energia solar permite que celulares

sejam carregados. Para os que têm medo de perder a conexão, outro alívio: o acesso à internet é garantido na barraca. A Concept Tent é revestida por

um tecido especial que absorve diretamente os raios de sol, e graças aos três dispositivos sensíveis à luz que se movimentam de acordo com a posição do sol ao longo do dia acoplados a ela, a energia não é perdida. No momento, a

barraca é apenas um protótipo e ainda sem previsão para ser lançada.

Page 48: Revista Bens & Serviços

vis

ão p

olitica

48

Junh

o 20

15

122

ExistEm dEbatEs que dificilmente são enfrentados pela política brasileira, e um dos maiores tabus diz respeito ao custo finan-ceiro da democracia representativa. Esse assunto passa longe das discussões sobre reforma política, mas ganha relevância na medida em que se ampliam as denúncias que envolvem membros do Poder Legislativo, em todos os níveis. Uma das melhores maneiras de avaliarmos o custo da representação par-lamentar é a comparação.

O Brasil possui um dos maiores parlamentos bicamerais do mundo, com 594 parlamen-tares, o que é natural para um país com di-mensões continentais. O que não é razoável, porém, é o Congresso Nacional brasileiro ser o segundo mais caro do mundo, com custos somente inferiores aos do parlamento ameri-cano. De acordo com uma comparação reali-zada pela União Interparlamentar, a Câmara e o Senado juntos consomem 4,4 bilhões de dólares do orçamento a cada ano, o que representa um custo médio de 7,7 milhões de dólares por parlamentar.

A Assembleia Legislativa gaúcha, por sua vez, não é a mais onerosa do país. Possui gastos medianos, consumindo em torno de 1,5% da receita corrente líquida do Estado. Contudo, como o RS possui a pior situação financeira entre os Estados brasileiros, esse dinheiro faz

mais falta aos gaúchos do que aos demais: em 2012, o custo da função legislativa foi o equivalente a 84% dos investimentos. Em 2015, com um orçamento de 576 milhões, cada deputado da ALRS poderá custar até 10,5 milhões de reais aos contribuintes.

Em todo o país, a despesa dos Estados com a função legislativa subiu 50% entre 2002 e 2012. Essa, talvez, seja a pior notícia. O aumento sistemático dos custos da fun-ção legislativa não se justifica, dado que o custo da formulação de leis e a fiscali-zação do Poder Executivo não aumentam de um ano para o outro. É diferente de uma Secretaria de Estado da Saúde ou de Educação, por exemplo, onde o aumento de custos pode refletir o incremento de atendimentos ou de alunos.

Portanto, seria adequado incluir nas discussões sobre a reforma política um limitador de custos para o Poder Legisla-tivo, assim como o seu tamanho. Não há indícios de que o aumento de custos nessa função esteja relacionado à qualidade da representação percebida pela população, e muito menos à qualidade de vida. Porém, tudo o que foi votado até agora no que os deputados chamam de “reforma política” beneficia apenas o próprio setor político. Mas este assunto fica para a próxima edição.

RodRigo giacometConsultor Político da Fecomércio-Rs

arq

uivo

/Fe

co

rcio

-Rs

Custos de RepResentação

LegisLativa

Page 49: Revista Bens & Serviços

49

Junh

o 20

15

122

monitor de juros mensal

O Monitor de Juros Mensal é uma publicação que objetiva auxiliar as empresas no processo de tomada de

crédito, disseminando informações coletadas pelo Banco Central junto às instituições financeiras.

O Monitor compila as taxas de juros médias (prefixadas e ponderadas pelos volumes de concessões na primeira

semana do mês) praticadas pelos bancos com maior abrangência territorial no Rio Grande do Sul, para seis

modalidades de crédito à pessoa jurídica.

Capital de Giro Com prazo até 365 dias

Cheque espeCial

anteCipação de Faturas de Cartão de Crédito

no

tas

Capital de Giro Com prazo aCima de 365 dias

Conta Garantida

desConto de Cheques

Na modalidade de capital de

giro com prazo até 365 dias, o

HSBC permaneceu na primeira

colocação em maio, seguido pelo

Santander. Itau, Caixa e Bradesco

apresentam as maiores médias de

concessão do mês. O Banco

do Brasil não registrou

informações na semana de

referência em maio.

Na modalidade de cheque

especial, tradicionalmente

marcada por estabilidade nas

taxas, a Caixa, apesar de

sutil elevação em maio,

permanece com a média de

concessão mais baixa.

O Santander, por sua vez,

mantém o posto de taxa média

mais elevada da modalidade.

Na modalidade de

antecipação de faturas de

cartão, apesar da elevação

registrada em maio, o Banco

Safra permanece com folga

na primeira posição do

ranking. O Itaú, por sua vez,

mantém a taxa média de juros

de concessão mais elevada

da modalidade.

Na modalidade de capital de

giro com prazo mais longo, o

Citibank voltou a registrar

informações no sistema do

Banco Central e aparece com

a menor média de concessão

em maio, seguido pela Caixa.

Com aumento no mês, o

Banco do Brasil aparece na

última colocação do ranking.

Na modalidade de conta

garantida, com a elevação da

taxa média de concessão do

Banco do Brasil em maio, o

HSBC aparece no primeiro

posto. Com uma média

significativamente superior,

o Banco Safra permanece

na última posição do ranking

da modalidade.

Na modalidade de desconto

de cheques, onde as taxas

médias costumam apresentar

maior estabilidade, houve aumen-

tos nas médias de concessão da

maioria das instituições. O Banco Safra

mantém o primeiro lugar no ranking

da modalidade, enquanto o Bradesco

segue na última posição.

1) A fonte das informações utilizadas no Monitor de Juros Mensal é o Banco Central do Brasil, que as coleta das instituições financeiras. Como cooperativas de crédito efinanceiras não prestam essa classe de informações ao Banco Central, elas não são contempladas no Monitor de Juros Mensal2) As taxas apresentadas referem-se ao custo efetivo médio das operações, incluindo encargos fiscais e operacionais incidentes sobre elas3) Período de coleta das taxas de juros: 4/05/2015 a 8/05/2015.

Instituição

Instituição

Instituição

Instituição

Instituição

Instituição

Taxa de juros(% a.m.)

Taxa de juros(% a.m.)

Taxa de juros(% a.m.)

Taxa de juros(% a.m.)

Taxa de juros(% a.m.)

Taxa de juros(% a.m.)

abr

1,84

2,17

2,00

2,18

2,24

2,22

2,52

abr

9,06

9,53

9,09

9,26

9,87

11,47

12,72

abr

1,25

2,40

2,44

3,09

3,02

3,56

abr

1,75

2,05

1,88

2,07

2,22

2,27

2,23

abr

2,47

2,37

5,62

2,62

3,19

4,36

8,11

HSBC

Santander

Citibank

Banco Safra

Itaú

Caixa

Bradesco

Caixa

Itaú

Banco Safra

Banco do Brasil

Bradesco

HSBC

Santander

Banco Safra

Santander

Banco do Brasil

Bradesco

HSBC

Itaú

Citibank

Caixa

Banco Safra

HSBC

Santander

Itaú

Bradesco

Banco do Brasil

HSBC

Banco do Brasil

Citibank

Santander

Itaú

Bradesco

Banco Safra

Banco Safra

Santander

Caixa

HSBC

Itaú

Banco do Brasil

Bradesco

MaI

1,86

2,01

2,07

2,17

2,29

2,33

2,50

MaI

9,16

9,41

9,49

9,59

9,78

11,37

12,90

MaI

1,52

2,54

2,60

2,94

3,10

3,59

MaI

1,40

1,68

1,87

1,88

2,12

2,34

2,41

2,68

MaI

2,41

2,54

2,69

2,72

3,09

4,30

8,88

MaI

2,07

2,47

2,47

2,86

2,96

3,04

3,19

abr

1,98

2,41

2,45

2,69

2,96

2,91

3,30

É permitida a reprodução total ou parcial deste conteúdo, elaborado pela Fecomércio-RS, desde que citada a fonte. A Fecomércio-RS não se responsabiliza por atos/interpretações/decisões tomados com base nas informações disponibilizadas por suas publicações.

/ maio 2015

Page 50: Revista Bens & Serviços

50

Junh

o 20

15

122

Obtenha aplicativOs gratuitamente Disponível

para o sistema Android, o App do Dia fornece um aplicativo pago

de forma gratuita todos os dias da semana. Cada utilitário permanece

disponível para download durante 24h. Após o término desse período,

outra ferramenta fica gratuita em seu lugar. O App do Dia também mostra o valor total que o

usuário já economizou através do aplicativo, além do seu preço original. Ainda é possível ver uma lista com todos os aplicativos que ficaram gratuitos dentro do App do Dia na

última semana. O programa é simples, pois suas funções são objetivas e sua interface, fácil de utilizar. Certamente esse é

um aplicativo indispensável para quem gosta de aproveitar as novidades e, ao mesmo tempo, economizar.

app

DICAS DO MÊS

tele

vis

ãO

O planeta vistO de OutrO ângulO Acaba de estrear a sexta temporada da série O Mundo Visto de Cima, do canal +Globosat. A série traz

um visual único e revela aspectos históricos, geográficos e culturais de várias regiões do planeta. Nos novos

episódios, serão exibidas algumas das imagens mais bonitas do mundo, como as paisagens do Sul da África, Europa

e América do Norte vistas de cima. Durante os 14 episódios, que foram

gravados em alta definição e a 10 mil pés de altura, o espectador acompan-hará um roteiro de viagem por países

como Estados Unidos – passeando pelas cidades de Nebraska, Wyoming e Montana – e Islândia – cujas Ilhas de Westman, um arquipélago vulcânico,

poderão ser vistas de perto. Nos primeiros episódios, serão exibidas as ruínas de Oradour-Sur-Glane e o

Castelo de Puilarens, na França. Além disso, serão mostradas imagens aéreas

desde as Montanhas Mourne até a cidade de Derry, localizadas na Irlanda

do Norte, no Reino Unido.

Ficha técnicaTíTulo: O Mundo Visto de Cima (The World from Above)

canal: +Globosat

classificação: Livre

Gênero: Série

horários de exibição: Diariamente, às 7h e às 17h.

Ficha técnicaTíTulo: Empreendedorismo e armadilhas comportamentais: causalidades, emoções e complexidade

auTores: Luiz Antonio Bernardi

ediTora: Atlas

ano: 2015

*Disponível nos formatos impresso e digital

empreendedOrismO vinculadO às emOções Dedicado a desvendar os passos equivocados na jornada empreendedora, o livro Empreendedorismo e armadilhas comportamentais: causalidades, emoções

e complexidade, de Luiz Antonio Bernardi, pode ser considerado um guia para enfrentar uma atividade cada vez mais competitiva e complexa. Ao apontar os pontos fracos do empreendedorismo, o autor mostra cami-nhos que podem fazer o negócio declinar – muitas vezes é a ausência de uma atitude, como a visão empreendedora, que compromete os planos. Diante do complexo cenário econômico atual, as decisões a serem tomadas estão permeadas de armadilhas psicológicas, culturais, emocionais e comportamentais, individuais e coleti-vas. Na obra, Bernardi afirma que as empresas vivem, hoje, os efeitos de decisões tomadas no passado. O livro é recomen-dado aos que necessitam desen-volver ou aprimo-rar a percepção empreendedora.

livrO

Div

ulg

ão

/Ap

p d

o D

iaD

ivul

ga

çã

o/A

tlas

Div

ulg

ão

/+G

lob

osa

t

Page 51: Revista Bens & Serviços
Page 52: Revista Bens & Serviços