revista anclivepa - edição 79

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Ano XXlll - Nº 79 leva Medicina Diagnóstica a sua melhor fase Avanço Tecnológico

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Revista Anclivepa - Edição 79

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Page 1: Revista Anclivepa - Edição 79

Ano XXlll - Nº 79

leva Medicina Diagnósticaa sua melhor fase

Avanço Tecnológico

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Page 3: Revista Anclivepa - Edição 79

Ricardo Coutinho do AmaralPresidente da ANCLIVEPA-SP

Gestão 2009-2012

EntrevistaTrês décadas na Indústria Farmacêutica............05

Notícias da Anclivepa/SP33º Congresso Brasileiro....................................26

Cursos da Anclivepa/SP24..................Capacitação em Ortopedia das Aves

Agenda Científica34.............................Confira os Cursos e Palestras

Comunicado38..................Normas para Publicação de Artigos

Ricardo Coutinho do Amaral

Caros (as) Amigos (as),

Neste momento, o assunto mais palpitante na comunidade ANCLIVEPANA PAULISTA, sem dúvida, é a eleição da nova Diretoria e Conselho Consultivo da ANCLIVEPA-SP (gestão 2012-2015) que será realizada em 19 de Junho de 2012, das 9h às 17h em nossa sede situada a Av. Brigadeiro Faria Lima nº1616 - 11º andar - sala 1106.

Para aqueles associados que não puderem comparecer no local de votação existe a possibilidade de voto por correspondência, cujo material específi co já foi ou será enviado via correios (só terá o direito de votar o associado com mais de 1 (hum) ano de fi liação e que esteja quites com a tesouraria).

Para maiores informações o associado poderá consultar o ESTATUTO da ANCLIVEPA-SP, “CAPÍTULO ELEIÇÕES, que recentemente enviamos a todos, ou mesmo acessando nosso site” www.anclivepa-sp.org.br

Tenho certeza que será uma disputa democrática, com muita ética, e que Deus ilumine o vencedor em toda sua gestão.

Ricardo Coutinho do AmaralPresidente da ANCLIVEPA-SP

Gestão 2009-2012

Diagnóstico por Imagem16.....................................RX Digital para Silvestre

Artigo Científico

08Segredos de Córnea em Fel ino

28Aspec tos Rad io lóg icos

Proteção AnimalSíndrome de Burnot.............................................18

Fala do Diretor30........................................................A Residência

Coluna Dr. Daniel FerroTrespasse.............................................................32

ClassificadosFique por dentro.................................................36

CAPA20Avanço Tecno lóg ico

Índice Editorial

Page 4: Revista Anclivepa - Edição 79

Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais - São Paulo

Diretoria Executiva - Gestão 2009-2012

Diretoria:Presidente: Prof. Dr. Ricardo Coutinho do AmaralVice-Presidente: M.V. Rogério Arno MirandaSecretária Geral: Profa. Dra. Rosemary Viola Bosch1º Secretário: M.V. Denis Rodrigues PrataTesoureiro Geral: M.V. Alexandre Pasternak1º Tesoureiro: Prof. Dr. Leonardo Pinto BrandãoDiretor Científi co: Prof. Dr. José Fernando IbañezDiretora Social: M.V. M.S. Daionety Aparecida PereiraDiretor de Sede: M.V. Leandro Alves

Conselho Consultivo:M.V. Luiz Renato TartaliaM.V. M.S. Cláudia de P. Ferreira da CostaM.V. Wilson Grassi Jr

Diretor de Marketing, Propaganda e Comunicação:M.V. Caue Pereira Toscano

Comissão Científi ca:Prof. Dr. Cassio Ricardo Auada FerrignoProf. Dr. Leonardo Pinto BrandãoM.V. M.S. Vanessa Coutinho do AmaralM.V. M.S. Luiz Artur Giuffrida Pereira da SilvaM.V. M.S. Luciano Henrique GiovaninniM.V. M.S. Daniel CalvoM.V. M.S. Alexandre Gonçalves Teixeira Daniel

Subcomissão de Cursos de Especialização:Profa. Dra. Rosemary Viola BoschProf. Dr. José Fernando IbañezProf. Dr. Cassio Ricardo Auada FerrignoM.V. Alexandre PasternakM.V. Rogério Arno MirandaM.V. M.S. Cristina Maria P. FotinM.V. M.S. Gabriela Silva Rodrigues

Ano XXlll - Edição nº 79

ANCLIVEPA-SP: Av. Brigadeiro Faria Lima, 1616 - 11º andar – Conj: 1106 São Paulo / SP - CEP 01451-001

Fones: 11-3813-6568 / 3815-5520 - Fax: 11-3032-5379E-mail: [email protected] / www.anclivepa-sp.org.br

Correspondência para: [email protected] Revista da Anclivepa São Paulo é uma publicação bimestral da

Anclivepa -SP, que é responsável pela distribuição gratuita e dirigida.

A responsabilidade pelo conteúdo dos artigos assinados vincula-se integralmente a seus autores,

não refl etindo necessariamente aopinião da Diretoria Executiva da ANCLIVEPA-SP.

www.midiakitcom.com.br

Projeto Gráfi co:Mídia Kitcom Comunicação

Departamento de Arte / Diagramação:Ari Junior - [email protected]

Jornalista Responsável / Conteúdo:Graziela Sirtoli - MTB 63.057/SP - [email protected]

Comissão Editorial:Prof. Dr. Ricardo Coutinho do Amaral M.V Rogério Arno MirandaM.V Denis Rodrigues PrataM.V Alexandre PasternakM.V. Luiz Renato Tartalia M.V. M.S. Cláudia de P. Ferreira da Costa

Comercialização:Rodrigo Campos - 11- 3368-1752 / 7849-8250 / 126*[email protected]

Fotos:Divulgação / Assessoria de Imprensa

Impressão:Gráfi ca Neoband

Tiragem:7.500 exemplares

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5www.anclivepa-sp.org.br

ENTREVISTA

Três décadas na indústria farmacêutica veterináriaTrês décadas na indústria farmacêutica veterinária

Revista da Anclivepa-SP: O senhor tem uma longa trajetória na indústria farmacêutica veterinária. Como foi o início de sua carreira? Por que optou por essa área?

José Francisco Hintze Junior: Graduei-me em Medicina Veterinaria na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo em 1974. Trabalhei um ano na Frigobras – Cia Brasileira de Frigorífi cos, empresa do grupo Sadia e resolvi sair em busca de novas oportunidades. O mercado de trabalho na indústria farmacêutica naquela época estava oferecendo boas oportunidades e fi z entrevistas em três companhias deste ramo e escolhi a Pfi zer, onde ingressei em 1975.

Durante o tempo que trabalhou na Pfi zer, o senhor passou por diversos Países. Como é a realidade veterinária e a relação com a indústria farmacêutica em cada um deles?

JJ: Tive a oportunidade de dirigir o sul da América Latina, incluindo o Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai, Chile, Peru, Equador e Bolívia. Os médicos veterinários são respeitados em todos os países acima citados porque estão intimamente relacionados com a cadeia produtora de alimentos e ajudam a suprir a necessidade protéica destas populações e também no cuidado aos animais de companhia. Os que trabalham na indústria são hoje vistos com bons olhos porque orientam o uso correto dos produtos e ajudam na pesquisa e desenvolvimento de novos produtos. Quando comecei minha carreira na indústria, alguns colegas pouco informados/desavisados nos chamavam de mercenários, mas isto é passado.

Dr. José visitando uma fazenda na Australia em abril de 2008

Quais foram as principais mudanças passadas pela indústria farmacêutica durante esse período?

JJ: O mercado veterinário mostrou um crescimento impressionante em todo o mundo. Em um período de 10 anos dobrou seu tamanho, saindo de US$ 10 bilhões em 2000 para algo acima de US$ 20 bilhões em 2010. Todos os segmentos para animais de produção cresceram nestes últimos 10 anos numa faixa de 3,6% a 6,7% (crescimento composto de 2000/2010, por ano), mas a estrela foi o mercado de animais de companhia que se expandiu aqui na América do Sul, principalmente no Brasil, Argentina e Chile, seguindo o que tinha acontecido nos Estados Unidos, Europa e Austrália e Ásia. O crescimento do mercado pet foi de 8,3% de 2000 a 2010 no mundo. A indústria veterinária começou investir mais em pesquisa e desenvolvimento para atender as necessidades dos clientes, com o lançamento de produtos diferenciados, mais efi cazes, mais fáceis de serem utilizados, seguros para os animais de produção e para os consumidores, e seguro para os animais de companhia e seus donos, principalmente as crianças, e a preocupação com a preservação do meio ambiente também foi levada em consideração.

Quando comecei na indústria, alguns colegas nos

chamavam de mercenários.Hoje isso é passado.

Por José Francisco Hintze Junior

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6 www.anclivepa-sp.org.br

A criação de medicamentos veterinários genéricos é vista de que maneira pelo senhor?

JJ: O desenvolvimento, lançamento e comercialização de produtos genéricos é uma realidade e uma tendência sem volta. O importante é garantirmos a fabricação de produtos genéricos efi cazes, confi áveis e com qualidade assegurada.

Conte-nos um pouco sobre sua trajetória na Pfi zer.

JJ: Entrei na Pfi zer em 1975, como Veterinário de Campo – fi lial São Paulo, depois fui para a matriz, em Guarulhos, onde trabalhei com registro de produtos, treinamento técnico, literatura técnica, visitas a clientes para resolver problemas técnicos; depois fui para a produção como Gerente de Produção das Fábricas Misturas de Suplementos para Animais e Pesticidas, mais tarde fui promovido a Gerente Técnico, Gerente Nacional de Vendas, Diretor da Divisão de Saúde Animal Brasil e depois Sul da America Latina, e em 2004 fui realocado para Nova York onde trabalhei para a America Latina, Canadá e Ásia, para melhoria da efi cácia das forças de vendas, otimização de cadeias de suprimento e planejamento estratégico, até a minha aposentadoria no fi nal de 2008. Passei por quase todas as áreas da indústria, o que me deu conhecimentos e relacionamentos. Em 33,5 anos na Pfi zer, vi grandes transformações na indústria farmacêutica humana e veterinária, e tive oportunidade de conhecer e conviver com profi ssionais de altíssimo nível, de diversas culturas, diferentes línguas, diferentes níveis socioeconômicos, mas o mais importante é que sempre pude aprender com todos eles. A Pfi zer é uma grande companhia e se eu tivesse que recomeçar, sem dúvida faria tudo de novo, agora sem cometer tantos erros.

Como está sua carreira hoje?

JJ: Hoje trabalho como voluntário na Igreja Presbiteriana de Pinheiros, sou Conselheiro do Mackenzie e também Presidente do MackPesquisa, Membro do Conselho Fiscal da Fundação Jose Maria da Conceição, colaboro com o CEPHAS – Centro Presbiteriano e Humanitário de Assistência Social, também estou ligado a dois grupos de consultorias internacionais, um na Europa e outro nos Estados Unidos (consultorias esporádicas) , e agora ultimamente em vias de trabalhar, como consultor, para uma companhia americana que vai lançar uma linha de produtos farmacêuticos, veterinários e cosméticos e decidiu fabricar todos estes produtos aqui no Brasil. No mais curto meus dois fi lhos, duas noras, minha esposa, pesco quando dá tempo e viajo quando posso, alem de curtir os amigos

De que maneira está a realidade desse mercado no Brasil hoje?

JJ: Graças ao Brasil, o mercado veterinário da América Latina tem mostrado um crescimento acima das outras regiões do mundo no período de 2000 a 2010. O Brasil é um dos maiores países do mundo em território, tem uma economia forte, tem o maior rebanho comercial bovino do mundo, e tem o 3º maior rebanho de aves e suínos do mundo. O agronegócio e muito importante para que o nosso País mantenha um saldo positivo na balança de exportações/importações. O mercado veterinário é bastante competitivo, e continua crescendo com a entrada de novas companhias, com aquisições e fusões de companhias.

Qual setor é visto como mais lucrativo pelas empresas?

JJ: De um modo geral, ao redor do mundo o setor de animais de companhia é um pouco mais lucrativo do que o de animais de produção. Aqui no Brasil, como o setor de animais de produção é muito importante, as empresas buscam auferir seus lucros a partir deste segmento de mercado, mas o segmento pet também contribui com a lucratividade.

Como o senhor vê a prescrição de medicamentos humanos pelos veterinários?

JJ: Há alguns anos, quando a indústria veterinária ainda não oferecia uma cesta com todas as classes de medicamentos e também as visitas as clinicas veterinárias não eram na frequência que acontecem hoje, até que se justifi cavam o uso de produtos humanos para os animais de companhia. Hoje com a sofi sticação deste setor e maiores investimentos nesta área, creio que os médicos veterinários estão prestigiando mais a indústria veterinária.

Dr. José em frente a uma clinica pet em Bangkok,na Thailandia, em 2008

José Francisco Hintze JuniorSe formou em Medicina Veterinaria na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo em 1974. Um ano depois começou a trabalhar na Pfi zer, empresa que trabalhou por 33,5 anos, e passou pelas mais diversas áreas da indústria farmacêutica veterinária

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ARTIGO CIENTÍFICO

O sequestro corneano é caracterizado pela degeneração do colágeno e acúmulo de um pigmento marrom. Sua aparência é característica, com pigmentação negra na região central ou paracentral da córnea e com formato circular ou oval. A córnea é tipicamente afetada somente até o estroma médio, mas os sequestros corneanos podem se estender ate a membrana de Descemet. A causa do sequestro corneano permanece desconhecida, mas hereditariedade, irritações oculares crônicas (entrópio, lagoftalmia, trauma corneano, uso excessivo de colírios com corticóide e infecção por Herpesvírus felino tem sido associados como possíveis causas. O tratamento mais recomendado é o cirúrgico, com a remoção do sequestro seguido de recobrimento de terceira pálpebra e quando necessário, corrigir o defeito cirúrgico com fl aps conjuntivais, corneoconjuntival, corneoescleral ou enxertos artifi ciais O objetivo deste trabalho foi descrever um caso completo de sequestro corneano em gato Persa, descrevendo as etapas do tratamento desta afecção, desde o diagnóstico até a correção cirúrgica bem como uma revisão de literatura.

RESUMO

Eduardo Toshio IrinoGraduação pela FMVZ – USPMestrado em Cirurgia pela FMVZ – USPPós-Graduado pelo Curso de Especialização em OftalmologiaVeterinária da ANCLIVEPA –SP em 2010.Responsável pelo Serviço de Cirurgia e Oftalmologia doHospital Veterinário Cães e Gatos 24H – OsascoEmail: [email protected]

SEQUESTRO DE CÓRNEA EM FELINORelato de caso e Revisão de Literatura

Palavras-chave: Felino. Córnea. Sequestro de córnea.

região central ou paracentral da córnea e

se estender ate a membrana de Descemet. A causa do sequestro corneano permanece

recobrimento de terceira pálpebra e quando

Paulo Sergio de Moraes Barros Professor Titular Aposentado e Colaborador Senior

do Departamento de Cirurgia da FMVZ - USPEmail: [email protected]

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9www.anclivepa-sp.org.br

INTRODUÇÃO

As afecções corneanas em gatos apresentam uma variedade tão extensa quanto em cães. E no que tange ao sequestro corneano, já iniciamos

citando o fato desta afecção, antes considerada única para os gatos, já ser relatado em equinos1 e caninos2. O primeiro relato desta afecção data no ano de 1964, reportado no trabalho de Roberts (apud 2 )

O sequestro corneano é caracterizado pela degeneração do colágeno e acúmulo de um pigmento marrom. Vários nomes já foram utilizados para denominar esta doença, dentre eles ponto negro corneano, córnea negra (“corneal nigrum”), mumificação corneana e degeneração corneana focal. No referente aos felinos, pode estar presente em todas as raças, mas parecer haver predisposição racial nos Persas, Himalaias e Burmeses3

A apresentação clínica do sequestro corneano é característica, com pigmentação negra na região central ou paracentral da córnea e formato circular ou oval. A intensidade da coloração é variável com alguns casos apresentando discreta descoloração do estroma corneano evoluindo até a cor negra (figura 1). As lesões de tom castanho normalmente apresentam epitélio intacto em comparação com as lesões mais escuras, usualmente acompanhadas de ceratite ulcerativa3.

Figura 1 – Felino, Persa, macho, 4 anos. Imagem de placa negra em região paracentral de córnea.

Sequestro de córnea. Irino (2010)

A placa pode apresentar-se com dois aspectos diferentes, sendo uma placa preta, seca, de limites bem definidos, com uma superfície rugosa e que sobrepassa o limite da córnea ou uma placa marrom acastanhada de limites menos definidos que ficam na superfície corneana4.

A cornea é tipicamente afetada somente até o estroma médio, mas os sequestros corneanos podem se

Na avaliação histopatológica da lesão notam-se compostos de colágenos degenerados e fibroblastos circundados de células inflamatórias4.

A causa do sequestro corneano permanece desconhecida, mas hereditariedade, irritações oculares crônicas (entrópio, lagoftalmia, trauma corneano, uso excessivo de colírios com corticóide, infecção por Herpesvírus felino tem sido associados como possíveis causas4.

Herrera (2008) chegou a referir estudos de alguns casos de sequestro corneano em que foram feitos culturas e isolados microorganismos como Streptococcus sp, Staphylococcus sp, Moraxella sp e Aerobacter sp. No entanto descrevem como bactérias oportunistas. Também citaram terem presenciados alguns fungos.

O tratamento para o sequestro corneano varia com o estágio em que se encontra a doença bem como a profundidade da lesão, sendo relatado desde tratamentos clínicos com base em colírios e correção cirúrgica com diversas técnicas.

O objetivo deste trabalho foi descrever um caso completo de sequestro de córnea em gato Persa, descrevendo as etapas do tratamento desta afecção, desde o diagnóstico até a correção cirúrgica

estender até a membrana de Descemet. E quando a doença apresenta sinais de cronicidade são frequentes a visibilizacão de vascularização corneana (figura 2), edema estromal perilesinal e inflamação4.

Figura 2 – Felino, Persa, macho, 8 meses. Imagemde placa negra em região paracentral de córnea

com intensa vascularização corneana.Sequestro de córnea. Irino (2010)

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10 www.anclivepa-sp.org.br

REVISÃO DE LITERATURA

Osequestro de córnea em felinos teve seu primeiro relato datado de 1964, quanto Roberts descreveu tal afecção corneana (apud 2).

Desde então novos relatos tem sido feitos, sendo a espécie felina a mais acometida. Porém existem casos clínicos referidos em equinos1 e mais recentemente descrito em cão2.

Existem vários sinônimos encontrados na literatura para referir o sequestro de córnea, sendo eles, mumificação de córnea, lesão negra, necrose corneana, ceratite necrotizante e degeneração focal da córnea1,5,6.

A idade média de acometimento é de 2 a 7 anos e não há predisposição sexual. Normalmente o sequestro corneano é unilateral1.

Relataram predisposição racial, principalmente para raças braquicefálicas como Persas, Siameses, Himalaias e Colorpoint1,6,7,8.

A configuração facial de raças felinas braquicefálicas como Persas e Himalaias favorecem o aparecimento de ceratites por exposição, e este fato tem sido associado como fator que favorece o aparecimento de sequestro corneano6.

Já foi descrito em um gato com sequestro de córnea, tempo de quebra de filme lacrimal acelerado e atrofia de células caliciformes como fatores desencadeantes de sequestro corneano8.

A etiologia é incerta8. Há trabalhos que referem o sequestro corneano como uma possível consequência de lesões estromais em felinos, bem como procedimentos que envolvam manipulação estromal como ceratotomia em grade9.

E vários fatores têm sido descritos como desencadeantes: ceratites ulcerativas, lagoftalmia, entrópio, triquíase, distúrbios envolvendo o filme lacrimal, uso crônico de colírios com corticóides, infecção por Herpesvírus felino, ceratoconjuntivite seca, traumas oculares e infecção por Clamídia1,5,6,7,10,11.

Muitos gatos que apresentam sequestro de córnea apresentam histórico de sinais oculares crônicos com proprietários relatando quadro ocular de blefaroespamo intermitente por meses ou anos6.

Normalmente o sequestro corneano é superficial, acometendo o epitélio corneano e apresenta coloração acastanhada evoluindo para cor negra. (figuras 3 e 4). A lesão pode ir se aprofundando, atingindo estroma e em alguns casos acometer a membrana de Descemet, podendo agravar-se até uma perfuração ocular1,6,12. Em alguns casos pode ser acompanhado de mineralização do sequestro10.

Figura 3 – Felino, Persa, macho 2 anos. Nota-se olho direito com pigmentação acastanhada em

região paracentral. Sequestro de cornea.

Irino (2010)

A dor intensa que os pacientes com sequestro corneano apresentam deve-se ao fato da exposição das teminações nervosas do estroma exposto na periferia do sequestro de córnea6.

Os casos de edema corneano e vascularização corneana são mais frequentes nos pacientes crônicos7.

Os sinais clínicos incluem blefaroespasmo, blefarite (figura 5), desconforto ocular, secreção, ceratite ulcerativa, vascularização, mancha marrom acastanhada ou enegrecida, epífora, fotofobia, diminuição do apetite e atividade devido à dor, quemose, enoftalmia e prolapso da terceira pálpebra1,2,6,8,9.

Figura 4 – Felino, Persa, macho 2 anos. Mesmo paciente da

figura anterior. Nota-se olho esquerdo com pigmentação negra em região central de

córnea, atingindo mais profundamente estroma corneano. Sequestro de

cornea. Irino (2010)

Figura 5 – Felino,Persa, macho,2 anos. Nota-se

quemose intensa e blefarite secundários

à infecção por Herpesvírus felino.

Irino (2010)

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O Herpesvírus felino é a causa mais frequente de conjuntivites e ceratites em felinos. E tem-se associado o aparecimento de sequestro corneanoaà esta infecção viral. O diagnóstico e o tratamento costumam ser difíceis, dispendiosos e muitas vezes frustrantes devido a natureza crônica das lesões e a alta taxa de recidiva6.

As principais manifestações oculares do Herpesvírus felino são blefaroespasmo, quemose, blefarites, ceratite ulcerativa superficial e estromal, ceratoconjuntivite seca, conjuntivite, conjuntivite neonatal, sequestro de córnea, uveíte anterior e ceratite eosinofílica6.

Infecções experimentais de Herpesvírus têm sido associadas como fator de desenvolvimento de

sequestro corneano8, porém Gellat (2007) afirmou que em Persas e Himalaios não houve indícios de

existir relacão da infecção por Herpesvírus felino em pacientes com sequestro de córnea.

Featherstone e Sansom (2004) referiram opções medicamentosas e cirúrgicas para tratamento de sequestro corneano. O tratamento conservativo dá-se com acompanhamento pelo médico veterinário oftalmologista seguido de prescrição de colírios lubrificantes e antimicrobianos, ao qual, em alguns casos pode evoluir para o desprendimento do sequestro. Há também casos de usos de lentes de contato e colírios a base de interferon α-2b.

Colírios tópicos com corticosteróides são contra-indicados devido ao fato de haver lesão epitelial de córnea e às vezes ocorrer envolvimento com Herpesvírus felino6.

O tratamento mais recomendado é o cirúrgico, com a remoção do sequestro seguido de recobrimento de terceira pálpebra e quando necessário, corrigir o defeito cirúrgico com recobrimentos conjuntivais, corneoconjuntival, córneoescleral ou enxertos artificiais8.

ANDREW et al. (2001) realizaram estudo retrospectivo avaliando a eficácia do enxerto

corneoconjuntival para correção de sequestro de córnea em 15 gatos, referindo ser técnica eficaz para

tratamento desta afecção.

A utilização de enxertos conjuntivais oferece uma série de vantagens na recuperação de pacientes com sequestro de córnea que foram operados: providenciam suporte tectônico, aumento do conforto do paciente, providencia tecido para preencher o defeito corneano e acelera a cicatrização pelo aporte sanguíneo que proporciona6.

A utilização de enxerto conjuntival pediculado tem sido sugerida como técnica utilizada para diminuir as chances de recidiva de sequestro corneano em comparacão com a ceratectomia lamelar5.

O diagnóstico clínico do sequestro corneano é baseadona aparência típica da lesão9

O diagnóstico clínico do sequestro corneano é baseadona aparência típica da lesão9

O diagnóstico clínico do sequestro corneano é baseadona aparência típica da lesão9

“ “

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12 www.anclivepa-sp.org.br

RELATO DO CASO

Um paciente da espécie felina, Persa, macho, 7 anos de idade veio para consulta no Hospital Veterinário Cães e Gatos 24H – Osasco com queixa

de blefaroespasmo, fotofobia e secreção ocular em olho direito há aproximadamente 7 dias. Proprietário ainda acrescentou ter notado uma área de coloração branca em superfície corneana bem como referido hiporexia e discreta apatia. Relatou que já fazia alguns meses que o paciente apresentava irritação ocular intermitente, com períodos de melhora.

Negou presença de êmese, alteração nas fezes, polidipsia, poliúria, polifagia, ixodidiose, puliciose, contactantes, viagens à litoral e áreas rurais. Não foram relatados antecedentes mórbidos.

Não soube referir local de origem e antecedentes familiares.

Relatou alimentação à base de ração industrializada e vacinação quádrupla felina, anti-rábica e vermifugação atualizadas. Paciente reside em casa térrea com jardim. Negava idas à rua e apresentava controle mensal contra ectoparasitas. Sem histórico anterior de reprodução.

Ao exame físico, paciente em bom estado geral e ativo. Mucosas normocoradas, auscultação cardíaca e de campos pulmonares dentro da normalidade.

Ao exame oftálmico, inicialmente foi instilada uma gota de colírio anestésico Proximetacaína para tentar controlar o blefaroespasmo no olho direito.

Reflexos de ameaça, ofuscamentoe pupilar presentes e normais.

Órbitas normais.

Pálpebras íntegras sem a presençade cílios mal posicionados.

Mucosas hiperêmicas 2+ em olho direito. Olho contralateral com mucosas normais.

Aparelho lacrimal: secreção mucosa 2+ em olho direito e esquerdo. Teste de Jones negativo.

Realizado teste de Schirmer apenas no olho esquerdo obtendo valor de 15 mm.

Pontos lacrimais bem posicionados.

Córnea de olho direito com presença de opacidade em região central de aproximadamente

1 centímetro e grande quantidade devascularização superficial. Presençade ponto enegrecido no centro daárea com opacidade (Figuras 6).

Olho esquerdo normal.

Figura 6 – Felino, Persa, macho, 7 anos com olho direito apresentando sequestro de córnea

evidenciando vascularização e opacidade corneana em volta de placa enegrecida. Irino (2010)

Conjuntiva hiperêmica 1+ em olho direitoe normal no olho contralateral.

Íris e Pupilas de ambos os olho normais.Reflexo fotomotor preservados.

Cristalinos normais de ambos os olhos.

Fundoscopia normais de ambos os olhos.

Realizou-se instilação dos corantes vitais à base de Fluoresceína e Rosa Bengala e não notado impregnação em superfície corneana.

O diagnóstico instaurado foi de sequestro corneano e foi feita indicação de intervenção cirúrgica de ceratectomia lamelar anterior.

Foram solicitados exames pré-operatórios compostos por hemograma, uréia, creatinina, TGP, FA e eletrocardiograma, com todos os resultados dentro dos limites de normalidade.

Como medicação pré-anestésica foi aplicada acepromazina na dose de 0,2 mg/kg associada com petidina na dose de 3 mg/kg por via intramuscular. Após 15 minutos realizou-se indução com propofol na dose de 5 mg/kg por via intravenosa quando então realizou-se intubação orotraqueal e manutenção anestésica com agente inalatório isofluorano.

Para centralização de bulbo ocular foi utilizado pancurônio na dose de 0,05 mg/kg por via intravenosa e colocação do paciente em ventilação mecânica.

O procedimendo cirúrgico foi iniciado utilizando bisturi com lâmina 11 e feita a demarcação retangular para remoção da área corneana afetada.

Com auxílio de pinça de córnea e tesoura de córnea foi realizada dissecção delicada para remoção dos planos lamelares da córnea até retirada total da área acometida pelo sequestro corneano (Figura 7).

Page 13: Revista Anclivepa - Edição 79

13www.anclivepa-sp.org.br

Figura 7 – Felino, Persa, macho, 7 anos, olho direito. Imagem transoperatória de ceratectomia lamelar

utilizando pinça e tesoura de córnea. Nota-se placa enegrecida mais evidente em região

estromal. Irino (2010).região estromal. Irino (2010)

Figura 8 – Felino, Persa, macho, 7 anos, olho direito. Imagem de córnea imediatamente após realização de ceratectomia lamelar superficial.

Irino (2010)

Procedeu-se remoção das bordas da ferida corneana de modo a ficar o mais homogêneo possível a superfície corneana (Figura 8).

Figura 9 – Felino, Persa, macho, 7 anos, olho direito. Ima-gem de córnea com 30 dias de pós-operatório. Nota-se

presença de opacidade corneana, vascularização e ma-nutenção satisfatória da transparência corneana. Irino (2010)

Após minuciosa inspeção e verificado não ter restado área enegrecida do sequestro corneano, foi confeccionado recobrimento de terceira pálpebra com uso de cápton e fio de nylon 3-0 com intuito de proteger o olho por pelo menos 15 dias.

Foram prescritos colírios à base de cetorolaco de trometamina, três vezes ao dia por 7 dias; gatifloxacino, 6 vezes ao dia por 15 dias; Idoxuridina 0,5% 4 vezes ao dia por 15 dias. Por via oral foi prescrito vitamina C na dose de 100 mg por dia, lisina na dose de 1 grama por dia e amoxicilina com clavulanato de potássio na dose de 22 mg/kg, 2 vezes ao dia por 10 dias. Recomendou-se colocação de colar elisabetano até a retirada dos pontos do recobrimento da terceira pálpebra.

Após 15 dias de pós-operatório o paciente teve olho anestesiado com colírio anestésico e feita remoção dos pontos do recobrimento da terceira pálpebra. Notada presença de extenso leucoma cicatricial e não notado presença de área enegrecida.

Após 30 dias de pós-operatório o leucoma cicatricial apresentou-se menos intenso com transparência corneana preservada de maneira satisfatória (Figura 9).

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DISCUSSÃOUtilizamos neste trabalho um caso clínico de

sequestro corneano clássico, com as características descritas na literatura, ao qual descrevem pigmentação negra na região central ou paracentral da córnea e formato circular3.

A córnea é tipicamente afetada somente até o estroma médio como apresentado no caso deste trabalho, mas os sequestros corneanos podem se estender ate a membrana de Descemet. Percebemos também neste caso sinais de cronicidade descritos por Herrera (2009) como a visibilizacao de vascularização corneana e edema estromal perilesinal.

A idade do paciente no momento em questão era de 7 anos, estando dentro da faixa etária citada por Featherstone e Sansom (2004) que citaram ser de 2 à 7 anos. Tais autores ainda descrevem não haver predisposição sexual, mas vale um comentário de nossa experiência ao qual percebemos uma predominância de felinos machos atendidos com sequestro de córnea.

Outro dado deste caso clínico apresentado que concorda com relatos mais frequentes da literatura é o fato do sequestro corneano ter sido unilateral1 e a raça acometida ser um Persa, que está entre as mais citadas1,6,7,8.

Fatores desencadeantes de sequestro corneano citados em referências são ceratites ulcerativas, lagoftalmia, entrópio, triquíase, distúrbios envolvendo o

filme lacrimal, uso crônico de colírios com corticóides, infecção por Herpesvírus felino, ceratoconjuntivite seca, traumas oculares e infecção por Clamídia1,6,5,7,10,11. Porém nenhum destes fatores foi descrito no caso clínico em questão, permanecendo incerta a causa de tal afecção no paciente deste caso.

Como citado por Andrew et al. (2001) o felino deste trabalho apresentava histórico de sinais oculares crônicos com proprietários relatando quadro ocular de blefaroespamo intermitente há meses.

Ao teste de fluoresceína obtivemos resultado negativo. E este episódio concorda com o mencionado por Andrew et al. (2001) que descreve o fato da placa do sequestro não deixar penetrar o corante vital.

Presenciamos como sinais clínicos blefaroespasmo, blefarite, desconforto ocular, secreção mucosa, vascularização, mancha corneana enegrecida, epífora, fotofobia, diminuição do apetite e atividade devido à dor e quemose. Sinais estes já descritos como clássicos por diversos trabalhos1,2,6,8,9.

E basendo-se nos sinais clínicos apresentados juntamente com o aspecto da lesão, concluímos estar diante de um caso de seqüestro de córnea como preconizou a literatura9.

A literatura é controversa no que diz respeito ao fato da infecção por Herpesvírus felino desencadear sequestro corneano, com alguns autores afirmando8

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Considerações fi naisO sequestro de córnea é uma afecção corneana

que acomete, na maioria dos casos, paciente felinos. O diagóstico é clínico e baseado no

aspecto da lesão. São diversas as opções de tratamento, mas a indicação cirúrgica é a mais

recomendada. Utilizamos como tratamento ceratectomia lamelar anterior com resultados satisfatórios quanto a transparência corneana.

1 - FEATHERSTONE, H.J.; FRANKLIN, V,J,; SANSOM, J. Feline corneal sequestrum: laboratory analysis of ocular samples from 12 cats. Veterinary ophthalmology, v. 7, 229-238, 2004.

2 - BOUHANNA, L.; LISCOET, L.B.; RAYMOND-LETRON, I. Corneal stromal sequestration in a dog. Veterinary ophthalmology, v.11, 211-214, 2008.

3 - GELATT, K.N. Veterinary ophthalmology. 4 ed. Iowa: Blackwell Publising, 2007.

4 - HERRERA, D. oftalmologia clínica em animais de companhia. 1ed. São Paulo: MedVet, 2008.

5 - GIMENEZ, M.T.P.; FARINA, I.M. Lamellar keratoplasty for the treatment of feline corneal sequestrum. Veterinary ophthalmology, v.1, 163-166, 1998.

6 - ANDREW, S.E. Ocular manifestations of feline herpesvirus. Journal of Feline Medicine and Surgery, v.3, 9-16, 2001.

7 - GLAZE, M.B. Congenital and hereditary ocular abnormalities in cats. Clinical Techniques in Small Animal Practice, v.20, 74-82, 2005.

8 - GRAHN, B.H.; SISLER, S.; STOREY, E. Qualitative tear fi lm and conjunctival goblet cell assessment of cats with corneal sequestra. Veterinary ophthalmology, v. 8, 167-170, 2005.

9 - TOWNSEND, W.M.; RANKIN, A.J.; STILES, J.; KROHNE, S.G. Heterologous penetrating keratoplasty for treatment of a corneal sequestrum in a cat. Veterinary ophthalmology, v.11, 273-278, 2008.

10 - GEMENSKY, A.J.; WILKIE, D.A. Mineralized corneal sequestrum in a cat. Journal of the American Veterinary Medical Association, v.219, 1568-1572, 2001.

11 - WILLIAMS, D.L.; KIM, J.Y. Feline entropion: a case series of 50 affected animals (2003-2008). Veterinary ophthalmology, v. 12, 221-226, 2009.

12 - LAUS, J.L. oftalmologia clínica e cirúrgica de cães e em gatos. 1ed. São Paulo: Roca, 2009

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

e outros referindo não haver relação. No referido caso não realizamos exames de sangue para confi rmar o diagnóstico. No exame ocular com Rosa Bengala o resultado foi negativo, porém acreditamos haver envolvimento do Herpesvírus felino neste caso.

Vale comentar que no paciente deste trabalho suspeitou-se do envolvimento do Herpesvírus felino devido ao histórico de irritações oculares intermitentes.

Alguns autores dizem haver opção clínica para o tratamento de sequestro de córnea utilizando colírios lubrifi cantes e antimicrobianos até que a placa se solte. No entanto optamos por correção cirúrgica como primeira opção visto o desconforto ocular apresentado pelo paciente e a alta taxa de sucesso que as intervenções cirúrgicas apresentam. Andrew et al. (2001) também concordam ao descrever a correção cirúrgica como técnica de escolha.

Em nossa experiência, a realização de ceratectomias lamelares tem sido utilizada com frequência, e com treinamento e equipamento adequado é uma técnica cirúrgica de fácil realização e com resultados satisfatórios. Diante disto reafi rmamos ser uma das técnicas cirúrgicas de eleição para tratamento de sequestro de córnea superfi cial.

Utilizamos no caso clínico do trabalho remoção do sequestro utilizando-se ceratectomia lamelar anterior seguido de fl ap de terceira pálpebra como descrito por Grahn et al. (2005). E devido à natureza superfi cial da lesão não foi necessário realizar fl aps conjuntivais, corneoconjuntival, córneoescleral ou enxertos artifi ciais como sugerido pelo mesmo autor.

Mesmo alguns autores negando a relação da infecção por Herpesvírus felino ao aparecimento do sequestro de córnea, optamos pelo uso de colírios antivirais, sendo no caso, a Idoxuridina 0,5%. Este fato baseia-se em trabalhos que já citaram o Herpesvírus em casos de sequestro corneano8 bem como na experiência do autor deste trabalho que notou melhora nos casos anteriormente operados e tratados com terapia antiviral.

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Sistemas Médicos

DIAGNÓSTICO POR IMAGEM

O crescimento que temos acompanhado da economia brasileira nos últimos anos, apesar da conjuntura internacional desfavorável, tem

proporcionado o aquecimento do mercado de animais de companhia. Dentro desse cenário é notável o aumento da parcela ocupada por animais silvestres criados com esta fi nalidade, como por exemplo, répteis, aves e pequenos roedores. Esse panorama atual demanda uma mão de obra qualifi cada, mais especifi camente o médico veterinário especializado em animais silvestres.

Bem como na clínica médica de pequenos e grandes animais, o veterinário de animais exóticos tem o exame radiográfi co como ferramenta fundamental para o diagnóstico das mais diferentes afecções.

Atualmente, os exames com fi nalidade diagnóstica que utilizam tecnologia digital permitem ao veterinário uma tomada de decisão muito mais rápida com relação ao tratamento a ser instituído, uma vez que não há necessidade de sair do local em que está o paciente para revelar a imagem e obter um fi lme radiográfi co.

Em se tratando da radiologia digital direta ou DR, a tecnologia empregada permite ao veterinário radiologista a visualização da imagem radiográfi ca em aproximadamente três segundos e, portanto, produz um diagnóstico imediato. Essa rapidez é fundamental em situações de alta complexidade, nas quais a escolha do tratamento e o início deste são fundamentais para aumentar as chances de recuperação do paciente. Todas essas vantagens nos

mostram como a radiografia digital, em pouco tempo, se

tornou um artifício essencial para melhoria dos cuidados com a

saúde e conservação de animais exóticos, seja na clínica de

animais de companhia ou em zoológicos.

Gabriel Mott Médico veterinário radiologista autônomo,

atuante na área de radiodiagnóstico em eqüinos em animais exóticos

Outra grande vantagem é a possibilidade de se realizar radiografias de estruturas as

quais os equipamentos de raios-x convencionais não seriam capazes

de avaliar com tanta nitidez e precisão, como elementos ósseos

circundados de grandes grupos musculares.

Os softwares integrados aos equipamentos de radiologia digital direta permitem a manipulação das imagens após sua obtenção, diminuindo a necessidade de repetições por erros de técnica e consequentemente o estresse gerado pela manipulação dos animais silvestres.

No caso de pequenos animais, como pássaros e saguis, por exemplo, a alta defi nição da imagem digital possibilita sua ampliação sem distorções, facilitando a avaliação de estruturas pequenas e delicadas, o que antigamente seria impossível apenas com a radiologia convencional.

Ao considerarmos animais silvestres de grande porte mantidos em zoológicos, centros de reabilitação ou criatórios conservacionistas, as vantagens da radiografi a digital são ainda mais visíveis. Animais que possivelmente podem oferecer risco à equipe veterinária, como grandes felinos, rinocerontes ou hipopótamos, muitas vezes precisam ser submetidos à anestesia geral para realização de exames diagnósticos; a rapidez do sistema digital diminui consideravelmente o tempo do procedimento e, assim, os riscos inerentes ao ato anestésico. Esse sistema também torna mais fácil a comunicação e integração entre os médicos veterinários, já que as imagens podem ser gravadas em mídia digital (CD, DVD e pendrive) e enviadas por e-mail.

RX digital para silvestres

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Inovação em Cirurgia VeterináriaBenefícios• Barreira de proteção contra sangue e fluidos corpóreos e contra contaminação cruzada• Descartável, prático, higiênico e seguro• Esterilizado por óxido de etileno• Sem fenestra: adaptável para todos os procedimentos cirúrgicos.

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Campos Cirúrgicos Absorventes:Absorção e dispersão dos fluidos durante o procedimento

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FALANDO DE PROTEÇÃO ANIMAL

Descrita pela primeira vez por Freudenberg, em 1974, a Síndrome de Burnout é considerada um transtorno psicológico que predomina em

profissionais da área da saúde, que se expõe na vida profissional, a um contato interpessoal intenso, que pode levar a uma exaustão física e emocional. O nome vem do inglês, burn (queimar) e out (fora) e está diretamente ligada à pressão originada no trabalho, por isso também é conhecida como Síndrome do Esgotamento Profissional. Irritação, depressão, frustração e ansiedade são alguns dos sentimentos que perturbam as pessoas acometidas pelo Burnout no começo da doença e podem se desdobrar em desinteresse e apatia ao final. Não é privilégio dos veterinários, mas se você é desta classe provavelmente você já se sentiu assim, ou conhece um veterinário meio estranho assim.

O motivo? São muitas as situações estressantes presentes no dia a dia, principalmente do clínico. Começando pela jornada de trabalho. Se quiser ganhar um salário razoável vai precisar encarar no mínimo 12 horas de trabalho por dia, e sete dias por semana. Todos sabem que são os sábados, domingos e feriados os dias onde se trabalha mais. Na verdade não há hora para sair, pois parece que os casos mais graves e as emergências preferem chegar ao final do expediente. E férias? Nem pensar, pois significam um mês sem remuneração.

Amigos? Geralmente só dá tempo de tê-los no trabalho. Uma conhecida minha costuma dizer que em festa de arquitetos, estão todos descansados, bem vestidos e limpos. Já em festa de veterinários, chegamos atrasados, com os cabelos desalinhados e a roupa branca que não deu tempo de trocar.

E a família? Sempre em segundo plano e a esperar. Qual veterinário responsável, que nunca ficou dividido entre uma hemorragia que não cessava e a festa de aniversário do filho, e óbvio, optou por ficar com o paciente?

de

Burnout

“ Qual destes profissionais nunca explodiu com um funcionário da

clínica ou mesmo com um cliente, e depois não ficou se sentindo um

idiota por ter agido assim?

Os Veterinários

e a

Síndrome

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Médico Veteriná[email protected]

Wilson Grassi

e a

Síndrome

Qual veterinário já não teve dias onde não queria sair da cama, apesar de ter dormido muito mal, mas ao lembrar-se das cirurgias marcadas e do carnê do carro fi nanciado em 48 vezes, que comprou justamente para poder trabalhar, juntou as forças que sobraram, levantou da cama como um pugilista nocauteado tenta levantar do chão do ringe, lavou o rosto, vestiu um jaleco branco, engoliu um café preto, e seguiu para a clínica, torcendo para que um dia tudo isso faça algum sentido.

Uma das maiores frustrações deve ser perder um paciente sem fechar um diagnóstico preciso, mesmo tendo realizado diversos exames. Ou se deparar com um animal novo, mas cujo rim não quer mais fi ltrar e que vai derrubar todos os outros órgãos até a morte, ou ainda com um câncer disseminado, e saber que você é impotente para extirpá-lo, mesmo depois de ter feito tantos cursos sobre o assunto, pós-graduação, incontáveis seminários e congressos para se atualizar.

Qual veterinário não gostaria que em certas ocasiões seus pacientes fossem sozinhos procurá-los, e que fosse frequente que os responsáveis por eles pudessem acertar as despesas do melhor tratamento possível, sem restringir os exames nem os procedimentos necessários.

Quem de fato não gostaria de poder trabalhar sem precisar

cobrar honorários? Isso seria ótimo, principalmente se os cheques

nunca voltassem, se as contas não insistissem em renascer a cada mês,

e se o estoque de medicamentos não fi ndasse com uma velocidade

impressionante.

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REPORTAGEM DE CAPA

Avanço tecnológico levaMedicina Diagnóstica por Imagem a sua melhor fase

Receber um animal no consultório e saber identi fi car o que ele tem, não é das tarefas mais simples. Sintomas, casos semelhantes, literatura especializada, podem até auxiliar a descobrir o que se passa, porém nenhum desses dá a certeza necessária ao médico veterinário. Para aprimorar esse cuidado com os animais, foi necessário importar equipamentos e técnicas da medicina diagnósti ca humana para dentro da roti na das clínicas e hospitais veterinários. Com isso, houve uma facilitação na identi fi cação de doenças e se proporcionou rumos certos ao tratamento clínico do paciente.

Para fazer com que essa tecnologia fosse repassada aos clínicos e pacientes, foram fundados em São Paulo diversos centros de diagnósticos. Com

menos de 30 anos de história, o Provet – fundado em 1987 – foi um dos primeiros a surgir na cidade. “Na época, a radiologia já vinha sendo feita com aparelhos de raios-X, muitas vezes odontológicos. Mas vimos que precisávamos fazer com que surgissem diagnósticos cada vez mais precisos. Com a criação do centro, começamos a engatinhar na Ultrassonografi a e isso foi um marco na profi ssão”, conta Edgar Sommer, um dos fundadores do Provet. De acordo com o veterinário, fi caram defi nidas duas eras na veterinária, a anterior e a posterior ao advento da Ultrassonografi a. “Tínhamos a radiologia e antes dela quase todo diagnóstico era dado baseado na anamnese e palpação”, ressalta Sommer.

Seguindo por esse caminho, em 1994, os veterinários André Maldonato, Cibele Figueira Carvalho e Luciana Káfaro fundaram o Vetimagem. “Fazíamos ultrassom a domicílio e nossa demanda vinha aumentando cada vez mais. Como a cidade é muito grande, fi cava difícil atender a todos. Assim decidimos fundar nossa primeira unidade do laboratório na Pompéia”, lembra Maldonato. Após quatro anos, o Vetimagem abriu sua segunda

unidade, na Zona Norte de São Paulo, e atualmente o laboratório pertence apenas a André e a veterinária Cássia dos Santos Cruz.

André conta que no início dos anos 90, quando iniciou sua carreira como ultrassonografi sta, ainda não existia na Medicina Veterinária locais onde fosse possível aprender o ofício. “Existiam pouquíssimos veterinários envolvidos com a ultrassonografi a no mundo todo. Para aprender, tí-nhamos que ser curiosos e pesquisar nas mais diversas fontes. Hoje em dia, mesmo com diversas difi culdades de

adaptação a metodologia humana, a Medicina Veteri-nária cresce a passos largos. O diagnóstico por imagem cresce de forma geométrica e podemos ver novas téc-nicas com “n” possibilidades diferentes de diagnóstico”, explica André. Para ele, as áreas com maior avanço atualmente são: ultrassonografi a 3D, Vocal, tomografi a, ressonância e técnicas associadas à Oncologia, como a braquiterapia.

Gabriela Rodrigues, coordenadora do curso de especialização em Diagnósticos por Imagem da Anclivepa-SP, conta que em 1998, quando iniciou na área, os estudos eram focados na radiologia convencional e na ultrassonografi a abdominal. “Deste tempo até os dias de hoje, essa área avançou muito. Hoje já se constitui uma realidade nacional a radiologia digital e a tomografi a computadorizada. E especifi camente em São Paulo, podemos contar com locais que disponibilizam exames de ressonância magnética aos nossos pacientes”, explica Gabriela.

Com a mesma opinião do doutor Edgar Sommer, ela destaca a ultrassonografi a como o maior avanço na profi ssão. “Antigamente os equipamentos eram limitados pela qualidade das imagens obtidas, e os profi ssionais atuantes eram mais voltados à ultrassonografi a abdominal. Hoje vemos exames ultrassonográfi cos com

Primeiro aparelho de ultrassonografi a,que foi utilizado no Provet na década de 80

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Futuro daMedicina Diagnóstica

Com uma realidade totalmente diferente dos anos 80 e 90, atualmente a medicina diagnóstica já faz parte das grades de aulas nas Universidades e a cada ano surgem mais e mais cursos nessa área. A contínua expansão do mercado pet e aumento do nível de exigência dos proprietários de animais, que priorizam o melhor atendimento e tratamento para seus bichos de estimação, também servem de alavanca.

Ana Carolina Fonseca Pinto, profa. dra. da Disciplina de Diagnóstico por Imagem da Universidade de São Paulo, conta que há um número signifi cativo de

graduandos e pós-graduados que buscam os docentes da área para realização de projetos de pesquisa e residência médico veterinária nesta área de atuação.

“Noto que o ensino tem se adequado a essa mudança, buscando formar profi ssionais mais adaptados a nova realidade e exigências do mercado. Aulas que abordam temas como ultrassonografi a, tomografi a computadorizada e atualmente ressonância magnética e medicina nuclear passam a fazer parte do conteúdo programático das disciplinas. Ao mesmo tempo, aulas práticas que permitam ao aluno vivenciar mais a semelhança da rotina oferecem ao aluno mais autonomia”, ressalta Ana Carolina.

Endoscópio fl exível que permite a realização de procedimentos intra-luminais

Terceira turma de especialização em Imagens, da Anclievpa-SP. Alunos usam jaleco patrocinados pela FujiFilm

alta resolução de imagem e com ferramentas que incrementam o diagnóstico, como o modo Doppler, por exemplo.” Ela explica que atualmente o ultrassom passou a ser utilizado para avaliação de estruturas mais delicadas ou de maior complexidade, como olhos e articulações, que não eram passíveis de avaliação através dos equipamentos mais antigos.

Outra área que teve grande evolução foi a endoscopia. O veterinário Fábio Okutani Kozu explica que diversos estudos vêm sendo desenvolvidos nessa área, e que para o futuro, a tendência é um número muito menos de intervenções cirúrgicas e sim o uso de orifícios naturais. “Por meio de uma técnica chamada NOTES - NATURAL ORIFICES TRANSLUMINAL ENDOSCOPIC SURGERY - é possível, por exemplo, introduzir um endoscópio fl exível pela cavidade oral passando pelo esôfago e chegando ao estomago, que terá sua parede perfurada, para que o endoscópio adentre a cavidade abdominal e possa entre outros procedimentos retirar a vesícula biliar (Colecistectomia). O mesmo procedimento pode ser realizado em indivíduos do sexo feminino usando-se o acesso transvaginal”, explica Fábio.

Endoscópio fl exível que permite a realização de procedimentos intra-luminaisAndré M

aldonato realizando ultrassom no Vetimagem

Terceira turma de especialização em Imagens, da Anclievpa-SP.

Outro exemplo positivo dessa procura, pode ser visto dentro da própria Anclivepa-SP. Em julho de 2007 teve início o Curso de Especialização lato sensu em Diagnóstico por Imagem Veterinário, com uma turma de 19 alunos. Cinco anos depois, o curso já está em sua terceira edição, com uma turma composta por 35 alunos aprovados em um processo seletivo que contou com 51 candidatos, vindos de vários estados do país.

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A instrumentalização da medicina teve início no século XIX com a invenção do estetoscópio por René Laennec, em 1816. Nas décadas seguintes, vieram novos avanços, como o início do uso da termometria e medição da pressão arterial. O aperfeiçoamento do microscópio, por sua vez, deu nascimento à microbiologia, permitindo identificar os agentes causadores de muitas doenças. A microscopia trouxe ainda a revelação da estrutura celular dos seres vivos e a identificação das alterações patológicas dos tecidos produzidos pelas doenças. A tecnologia médica, propriamente dita, só se desenvolveu no decorrer do século XX com o diagnóstico por imagens, endoscopia, método gráfico, exames laboratoriais e provas funcionais.

Saiba maisSaiba mais

Hoje, os exames laboratoriais se tornaram parte integrante do dia-a-dia do profissional médico veterinário e tendem a se tornar cada vez mais

requisitados e refinados. A Patologia Clínica Veterinária, que inclui a parte técnica (execução) dos testes laboratoriais por profissionais técnicos especializados e a interpretação dos resultados dos exames frente ao caso clínico, passa por uma constante ebulição e vertiginoso acréscimo de novos conhecimentos.

No início da minha vida profissional, o diagnóstico clínico se baseava quase que exclusivamente no exame físico do animal, no histórico e no contexto epidemiológico em que o animal vivia. Os exames laboratoriais praticamente não eram realizados. Havia uma necessidade premente de contar com os exames laboratoriais que possibilitasse o diagnóstico clínico mais acurado. Assim, foram nascendo os laboratórios clínicos, nos próprios Hospitais Veterinários ou nas Universidades, com a realização do hemograma completo, alguns exames bioquímicos e coproparasitológicos. Da execução manual das contagens celulares sanguíneas (hemograma) e das técnicas de dosagens bioquímicas, para a semi-automatização /automatização dos

exames hematológicos e bioquímicos, foi um passo lento e gradual e hoje a automação é uma realidade em muitos laboratórios.

A diferenciação das células sanguíneas (Hematologia) e a avaliação citológica dos materiais biológicos (Citologia) continuam e continuarão dependendo da sensibilidade e da experiência dos técnicos altamente capacitados e especializados. A evolução e a sofisticação dos exames laboratoriais podem ser sentidas em todos os ramos da Patologia Clínica Veterinária. Hoje em dia, existem técnicas moleculares (PCR) e sorológicas oferecidas por alguns laboratórios para o diagnóstico das moléstias infecciosas como cinomose, erliquiose canina, retroviroses felinas. Técnicas de dosagens hormonais foram e estão sendo validadas para os animais de companhia e indicadas para o diagnóstico das endocrinopatias.

Outra área da medicina veterinária diagnóstica que se tornou rapidamente difundida foi o da avaliação citológica, histopatológica e imunoistoquímica de formações cutâneas e de fragmentos de órgãos internos obtidos por biopsias ou aspirados por agulha fina com

Patologia Clínicae seus avanços

na Medicina VeterináriaPor Mitika Hagiwara

“Os veterinários perceberam que essa é uma área com perspectivas muito promissoras e estão buscando se atualizar. Os hospitais veterinários têm investido

muito no diagnóstico por imagem, adquirindo equipamentos sofisticados e empregando profissionais capacitados. Além disso, novos centros de diagnóstico

surgem constantemente, não apenas nas grandes capitais, mas em cidades menores, e assim surgem cada vez mais oportunidades de emprego”,

finaliza Gabriela Rodrigues.

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Mitika HagiwaraÉ formada em medicina Veterinária

pela Universidade de São Paulo (1965),possui mestrado em Saúde Pública

pela Universidade de São Paulo (1974) edoutorado em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo (1979)

o auxilio da endoscopia ou ultrassonografi a, resultando na otimização do diagnóstico clínico. Atualmente, já existem Centros de Diagnóstico associando o Laboratório Clínico Veterinário, com as diversas modalidades de exames laboratoriais (Hematologia, Bioquímica, Parasitologia, Bacteriologia, Imunologia) e a Imaginologia, incluindo a Ultrassonografi a, Radiologia, Tomografi a Computadorizada e Ressonância magnética. Adicionalmente, os exames cardíacos como a Eletrocardiografi a e a Ecocardiografi a. Outros centros oferecem testes diagnósticos mais especializados como os testes moleculares ou histopatológicos e imunohistoquímicos.

Uma tendência visível e que já é uma realidade no meio veterinário, é a de haver nos Hospitais Veterinários e Clínicas Veterinárias um Laboratório Clínico. Esses passaram a realizar os exames hematológicos e bioquímicos mais simples, exames emergenciais como gasometria e os testes diagnósticos com a utilização de kits comerciais in house ou de pequenos aparelhos portáteis e a terceirização dos exames mais especializados.

Um campo ainda pouco explorado em medicina veterinária é o do diagnóstico imunológico. Poucas opções de testes sorológicos estão disponíveis aos clínicos veterinários. Em geral são testes baseados em kits diagnóstico, que fornecem respostas bipolares, Sim ou Não, com as conhecidas limitações para o diagnóstico da situação atual em relação a infecção ou doença. Laboratórios especializados oferecem os testes para o diagnóstico das reações alérgicas, mas ainda há uma lacuna grande no diagnóstico das doenças imunomediadas como a anemia hemolítica e a trombocitopenia imunomediadas. A titulação de anticorpos após a vacinação também não é uma realidade na rotina clínica, porém o conhecimento do título de anticorpos permitiria adequar o protocolo de vacinação as necessidades específi cas de cada animal, principalmente aqueles que são altamente propensos ao desenvolvimento de doenças imunomediadas. A citometria do fl uxo, com a quantifi cação de hemácias marcadas com imunoglobulinas ou a fenotipagem de células sanguíneas possui um potencial imenso como exame auxiliar no diagnóstico dessas imunopatias e deve se tornar uma realidade em um futuro não muito distante.

Indicadores e marcadores biológicos para diversas condições mórbidas como cardiomiopatias, doenças metabólicas, câncer, doenças genéticas estão sendo amplamente pesquisados para a identifi cação dos indivíduos predispostos ou aqueles que são portadores da condição mórbida, antes mesmo de desenvolverem os sinais clínicos. A identifi cação desses portadores possibilitaria a adoção de medidas específi cas que possam retardar ou minimizar o desenvolvimento da doença clínica, ou ainda oferecer uma melhor qualidade de vida ao paciente.

Na atualidade, os exames subsidiários para fi ns de diagnósti co e acompanhamento da evolução clínica estão sendo indicados e implementados em escala cada vez maior, abrindo um leque de oportunidades para os médicos veterinários que optam pelo exercício da Patologia Clínica Veterinária. Como toda especialidade, a área de diagnósti co laboratorial exige constante atualização em função da diversidade de exames laboratoriais, que são desenvolvidos e colocados na práti ca. O grande desafi o na atualidade em termos de Medicina Diagnósti ca é o de obter dos exames laboratoriais o maior benefí cio e proveito para os pacientes, com a escolha acertada dos testes diagnósti cos e a interpretação dos resultados dos exames para o paciente em questão

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24 www.anclivepa-sp.org.br

1º Curso de Capacitação em Ortopediadas Aves da Anclivepa-SP

Aabordagem ortopédica das aves propicia maiores chances de retorno às funções de vôo e locomoção, importantes tanto para a correção

de fraturas de aves em cativeiro, quanto no auxilio às aves que possam retornar à natureza.

“O curso de Ortopedia das Aves foi bem intensivo e contemplou os principais aspectos envolvidos na abordagem ortopédica, como Radiologia, Anestesia, Técnicas Ortopedicas e Anestesia Regional, sendo que os profi ssionais concluíram o curso carregando uma bagagem teórica e prática grande”, diz a coordenadora Cristina Fotin.

A professora Vanessa Ferraz conduziu a aula durante

todo o sábado, demonstrando em vídeos, cada técnica ortopédica e orientando, cada exercício prático.

“Foram feitos exercícios de bandagens e talas, colocação de pinos intramedulares nos ossos longos, fi xadores externo ti po I, ti po II, transarti culares e de resina acrílica, abrangendo os principais ti pos de fi xação usados para correção das fraturas de ossos longos mais comumente

observadas nestes animais”, explica Vanessa.

Profa. Ms. Vanessa Ferraz (centro à direita) e alunos, em aula prática de técnicas ortopédicas em aves

Buscando preencher uma lacuna na área de Ortopedia de Animais Silvestres, a Anclivepa-SP realizou o 1º Curso de Capacitação em Ortopedia das Aves. Sob coordenação das Profas. Cristina Fotin e Vanessa Ferraz, o curso aconteceu durante um sábado de março.

Aplicação de fi xador externo tipo II em fêmur

CURSOS DA ANCLIVEPA-SP

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25www.anclivepa-sp.org.br

Fixadores e pinos utilizados em aula prática

Aplicação de fi xador externo trans articular(úmero, rádio e ulna)

Treinamento de aplicaçãode fi xador externo tipo 1

em úmero

Profa. Ms. Cristina Fotin, MV. Marco Antonio Campos(à esquerda) e alunos, durante aula prática de

anestesia regional em asas e membros pélvicos

“Esperávamos mesmo um público mais especializado, que sente a necessidade de se aperfeiçoar em determinadas áreas da Medicina de Animais Silvestres. Cumprimos o objetivo do curso, que era o de levar conhecimentos específi cos aos profi ssionais, ainda mais de tantas regiões diferentes do Brasil”, relatam as coordenadoras, que esperam também os ortopedistas na próxima vez, pois planejam realizar uma edição anual deste curso.

Houve também treinamento de técnicas de anestesia regional de asas e membros pélvicos, oferecendo mais uma opção de anestesia para estes animais.

O público participante foi constituído por profissionais de diversas regiões do país, como Sul, Sudeste e Centro-Oeste, todos ligados à Medicina de Animais Silvestres, tanto clínicos de animais silvestres, como profissionais de zoológicos e criadouros e professores universitários.

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NOTÍCIAS DA ANCLIVEPA-SP

Curitiba recebe o33°Congresso

Brasileiroda Anclivepa

Da esq. para dir. Rogério Arno Miranda, vice-presidente da Anclivepa-SP; Alexandre Schmaedecke, novo presidente da Anclivepa-Brasil; Ricardo Coutinho do Amaral, presidente da Anclivepa-SP e Paulo Carvalho de Castilho,

atual presidente da Anclivepa-Brasil

Assembleia de Presidentes,no Hotel Bourbon, em Curitiba

Entre os dias 26 e 30 de abril, Curitiba foi palco do 33º Congresso Brasileiro da Anclivepa. Entre as diversas atividades, na primeira noite do evento, o

Presidente da ANCLIVEPA-SP Prof. Dr. Ricardo Coutinho do Amaral, e o M.V Aristeu Pessanha Gonçalves (fundador da ANCLIVEPA-RJ) foram homenageados pela ANCLIVEPA BRASIL por relevantes serviços prestados à Medicina Veterinária. Na ocasião, estiveram presentes também todos os presidentes das Anclivepas regionais.

Prof. Dr. Ricardo Coutinho do Amaral e o M.V Aristeu Pessanha Gonçalves (fundador da ANCLIVEPA-RJ)

em homenagem feita pela ANCLIVEPA BRASIL

Noite de abertura do Congresso.

Durante a Assembleia de Presidentes, no Hotel Bourbon, aconteceu também a votação para a nova gestão da Anclivepa Brasil. A disputa aconteceu entre duas chapas, e a vencedora foi a liderada pelo médico veterinário Alexandre Schmaedecke, ex-presidente da Anclivepa Paraná e do comitê diretor do 33º Congresso Brasileiro da Anclivepa. A vice-presidência fi ca a cargo de Marcelo Henrique Puls da Silveira, Conselheiro do CRMV-SC.

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NOTA

O Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) editou nova resolução sobre procedimentos e métodos de eutanásia em animais. A Resolução CFMV no. 1000/2012 foi publicada no dia 17 de maio, no Diário Ofi cial da União. O texto é uma atualização da Resolução CFMV no. 714/2002, alterada pela Resolução CFMV no. 876/2008.

“O Médico Veterinário está qualifi cado e luta pela vida dos animais, porém, em alguns casos, principalmente, nas doenças em estado terminal ou em casos de traumatismo irreversível, faz-se necessária a eutanásia para que o animal não continue em sofrimento. A atualização da Resolução foi necessária, principalmente, para a incorporação de alguns métodos”, esclareceu o Presidente do CFMV, Benedito Fortes de Arruda.

Ele lembra que a regulamentação do CFMV é a única referência legal que o Brasil dispõe para normatizar tal prática. Arruda diz enfaticamente que esta é uma atribuição exclusiva do Médico Veterinário. “Apenas o Médico Veterinário tem formação para fazer o diagnóstico, realizar o procedimento da forma correta e com o menor sofrimento possível, e por fi m, atestar o óbito do animal”, completa.

As mudanças também se basearam em recente alteração promovida na legislação da Associação Americana de Medicina Veterinária e de outros países da Europa. “A Resolução do CFMV é uma referência também para as atividades que usem animais com fi nalidade didática ou científi ca, no caso da experimentação animal. Por isso a necessidade de estarmos

alinhados às normativas internacionais e à incorporação de novos fármacos e procedimentos”, esclareceu o presidente da Comissão de Ética, Bioética e Bem-Estar Animal (CEBEA) do CFMV, Alberto Neves Costa. A Comissão foi a responsável por sugerir as alterações na normativa.

Detalhes – O texto cita os princípios básicos norteadores dos métodos de eutanásia. São eles: elevado grau de respeito aos animais; ausência ou redução máxima de desconforto e dor nos animais; busca da inconsciência imediata seguida de morte. Ausência ou redução máxima do medo e da ansiedade; ausência ou mínimo impacto ambiental; ausência ou redução máxima de riscos aos presentes durante o procedimento e, por fi m, ausência ou redução máxima de impacto emocional e psicológico no operador e nos observadores. “Esses princípios tem como base principalmente o bem-estar animal, valor que cada vez ganha importância para os profi ssionais e para a sociedade”, esclarece o membro da CEBEA/CFMV, M arcelo Weistein Teixeira.

A Resolução diz que é obrigatória a participação do Médico Veterinário na supervisão ou execução em todas as circunstâncias e detalha as obrigações do profi ssional. Sobre os métodos e procedimentos, são aceitáveis pelo CFMV apenas aqueles que, cientifi camente, produzam a morte humanitária. No Anexo 1, da Resolução CFMV no. 1000, foram detalhadas as metodologias de acordo com a espécie e até os procedimentos para eutanásia de ovos embrionários

Procedimentos e Métodos de Eutanásia em animaissão revistos pelo CFMV

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ARTIGO CIENTÍFICO

Fernando Cardoso CAVALETTI.Daniel dos Santos BAPTISTA.Thelma Regina Cintra SILVA.

Simone Zanin CANTONI.Salvador Luis Rocha URTADO.

Aspectos radiográficosdo cisto da aracnóidena medula espinhal

de um gato

Os cistos da aracnóide são lesões de caráter benigno que acometem a medula espinhal de cães e gatos, resultando em manifestações neurológicas de compressão medular extradural. No exame radiográfico simples não é possível diagnosticar o cisto da aracnóide na medula espinhal, que em

condições normais está preenchido por líquido cefalorraquidiano.Na mielografia vemos uma dilatação focal do espaço subaracnóide, preenchida por contraste, normalmente localizada no espaço dorsal do segmento afetado.

INTRODUÇÃO MATERIAIS E MÉTODOS

RESUMO

PALAVRAS-CHAVE: Felino, medula espinhal, cisto

Os cistos da aracnóide são lesões de caráter benigno que acometem a medula espinhal de cães e gatos, resultando em manifestações

neurológicas de compressão medular extradural. Histologicamente não é considerado um cisto verdadeiro por não possuir um revestimento epitelial característico dos cistos. (Thrall, 2002) Apresentam baixa incidência, porém aparecem com maior frequência no segmento cervical de cães de porte grande, segmento toracolombar de cães de pequeno porte e são raros em gatos. Alguns animais podem ser assintomáticos, entretanto, quando presente, as manifestações neurológicas relacionam-se à região acometida da medula espinhal (Lorenz & Kornegay, 2006). As causas do cisto da aracnóide são desconhecidas, porém, por tratar-se de uma lesão encontrada com maior frequência em animais jovens, acredita-se ter influência congênita. Traumas medulares também são fatores que podem estar relacionados com o aparecimento da lesão (Sugiyama & Simpson, 2009; Schmidt et al. 2007).

A lesão clássica de um cisto da aracnóide no exame radiográfico contrastado (mielografia) aparece como uma anormalidade do espaço subaracnóide em forma de “lágrima”, normalmente no espaço dorsal, e ocasionalmente no espaço ventral ou lateral da coluna (Gavin & Bagley, 2009). Em humanos, os cistos da aracnóide são divididos em três tipos diferentes. No tipo 1, a localização do cisto é extradural e não tem envolvimento das raízes nervosas da medula espinhal, no tipo 2, sua localização também é extradural, porém com envolvimento das raízes nervosas e no tipo 3, sua locazalição é intradural e só pode ser diferenciada pelo exame de ressonância magnética (Webb, 1999).

Felino, semidomiciliado, macho, sem raça definida, com 05 anos de idade, apresentando ataxia dos membros posteriores. Durante o exame físico, o

animal apresentava-se alerta e responsivo, demonstrando algia na palpação da região tóracolombar e déficit na propriocepção do membro pélvico direito. Os exames radiográficos anteriores não apresentaram alterações compatíveis com a sintomatologia clínica, sendo assim, o animal foi encaminhado para a mielografia que confirmasse uma compressão medular. O protocolo deste exame inicia-se pelo estudo radiográfico simples da coluna vertebral, que também não demonstrou alterações significativas. Para administração do contraste foi feita tricotomia e assepsia da região cervical do animal. Utilizamos seringa hipodérmica de 3,0ml, agulha hipodérmica 0,55x20mm e contraste iodado não iônico na concentração de 250mg I/ml. A injeção do contraste foi feita na região cisternal, no espaço subaracnóide, de maneira lenta e gradativa, promovendo elevação da cabeça após a injeção total do volume do contraste. As radiografias foram realizadas em um equipamento radiográfico analógico de alta freqüência, usando chassis de tamanho 18x24cm e 24X30cm.

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RESULTADOS

Figura 1 – Radiografi a digitalizada em projeção lateral da região cervical mostrando evolução da coluna de contraste sem sinais de compressão medular.

Na mielografi a a coluna de contraste evoluiu até a epífi se cranial de T6

Junto à coluna dorsal de contraste, na altura desta vértebra, notamos um acúmulo do meio de contraste com formato de “lagrima”, que mediu 0,8cm de comprimento por 0,3cm de largura, compatível com cisto da aracnóide.

A partir desta vértebra o contraste evoluiu até a região do saco dural de maneira mais lenta.

Figura 1 – Radiografi a digitalizada em projeção lateral da região torácica mostrando interrupção parcial da coluna de contraste na altura de T6 e

acúmulo do contraste junto ao espaço subaracnóide dorsal, compatível com cisto da aracnóide. (seta)

DISCUSSÃO E CONCLUSÃO De dezembro de 2005 a fevereiro de 2010 foram

realizadas 482 mielografi as em nosso serviço, sendo 475 em cães e 07 em gatos. Dos 07 felinos, apenas 01 apresentou o cisto da aracnóide.

No exame radiográfi co simples não é possível diagnosticar o cisto da aracnóide na medula espinhal, o qual em condições normais está preenchido por líquido cefalorraquidiano (Webb, 1999). Na mielografi a nota-se uma dilatação focal do espaço subaracnóide, preenchida por contraste, normalmente localizada no espaço dorsal do segmento afetado.

É importante conhecer a localização intradural-extramedular do cisto de aracnóide para diferenciar de lesões intramedulares como a hidromielia, seringomielia e neoplasias como o neurofi broma (Thrall, 2002). Além da mielografi a, a tomografi a computadorizada com uso de contraste também é uma ferramenta sensível no diagnóstico da lesão.

A ressonância magnética é o procedimento diagnóstico de eleição devido a sua capacidade de demonstrar a exata localização, extensão e relação do cisto aracnóide junto à medula espinhal (Gavin & Bagley, 2009).

1 - Gavin, P. R.; Bagley, R. S. Pratical Small Animal MRI, 1ª ed., p. 178, cap. 2, Wiley-Blackwell, 2009.2 - Lorenz, M. D.; Kornegay, J. N.; Neurologia Veterinária, 4ª Ed, p. 158, cap. 6, Manole, 2006. 3 - Schmidt, M.J. et.al. Journal of Feline Medical Surgeri, Recurrent spinal arachnoid cyst in a cat, vol. 9, nº 6, Dezembro, 2007, p. 509-13.4 - Sugiyama, T.; Simpson D.J. Australian Veterinary Journal, Acquired arachnoid cyst in a cat, vol. 87, nº 7, Julho, 2009, p. 296-300.5 -Thrall, D. E. Textbook of Veterinary diagnostic radiology, 4ª ed., p. 125, cap. 10, W.B. Saunders Company, 2002.6 - Webb, A.A. Canadian Veterinary Journal, Intradural spinal arachnoid cyst in a dog, vol. 40, Agosto, 1999, p. 588-9

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FALA DIRETOR

A residênciana medicina veterináriaOcurso de medicina veteri-

nária se trata, em termos de conteúdo, de um dos

mais amplos e com múltiplas possí-veis áreas de atuação profissional, abrangendo desde a área mé-dica até a produção animal e a inspeção alimentar. Dessa forma, conforme é de conhecimento ge-ral dos médicos-veterinários já for-mados, a graduação, por melhor que seja a faculdade cursada e por mais brilhantes que sejam seus professores, é incapaz de formar um profissional apto a prontamente ingressar no mercado de trabalho, particularmente nas áreas de clíni-ca e cirurgia de pequenos animais. A experiência prática, somente ob-tida através da contínua vivência dentro do ambiente clínico/hospi-talar, em conjunto com o conhe-cimento teórico de “sala de aula”, é fundamental para que haja uma complementação na real forma-ção do médico-veterinário. Assim sendo, faz-se necessária ao recém-formado a realização de diversos estágios, cursos e programas de trainee, para que possa adquirir experiência e confiança suficien-tes para o exercício da profissão e para atender às necessidades do mercado. Do contrário, o infante médico-veterinário muito provavel-mente irá se ver no “front de bata-lha” sujeito à equívocos que po-deriam ser evitados caso o mesmo tivesse sido submetido a um treina-mento prático de qualidade. É nes-te cenário de insegurança e busca pelo aprimoramento profissional que entra o papel dos programas de residência.

No Estado de São Paulo existem diversos programas de residência, cada qual sendo oferecido por uma faculdade, e seu formato pode variar bastante. Pode-se dizer que, coloquialmente, as residências

em pequenos animais são divididas em três diferentes classificações: as “generalistas”, as “especialistas” e as “mistas”. No formato dito como “generalista”, o residente alterna, durante o período de dois anos, entre os diversos serviços existen-tes no hospital-escola (cardiolo-gia, dermatologia, clínica médica, pronto-atendimento, radiologia, ul-trassonografia, cirurgia, obstetrícia, oftalmologia, odontologia e anes-tesiologia, dentre outros), podendo haver a exigência de maior carga horária nas especialidades clínicas ou nas cirúrgicas, de acordo com a opção do aluno ao prestar o con-curso. Já no modelo “especialista”, o residente permanecerá por todos os dois anos alocado no mesmo setor do hospital, estando cons-tantemente imerso na área de sua escolha. Por fim, nas chamadas re-sidências “mistas”, o médico-veteri-nário irá, inicialmente, se comportar como na residência “generalista”, alternando entre os diversos seto-res e, posteriormente, irá se instalar somente no serviço de sua escolha, para aprofundar seus conhecimen-tos naquela determinada área. A residência “generalista” forma um profissional polivalente, apto para atuar em diferentes áreas, mas que não possui nenhum enfoque espe-cífico. Em contrapartida, a residên-cia “especialista” gera profissionais com um conhecimento bastante aprofundado na sua área de esco-lha, mas que não conseguem atuar fora dela. Assim, particularmente acredito que o formato “misto” seja o que melhor promove a estrutura-ção do profissional, o qual conhece o “bê-a-bá” de diferentes áreas, mas possui uma compreensão mais refinada de uma delas.

Independente do formato, o fato é que, infelizmente, as institui-ções de ensino que possuem pro-

gramas de residência não conse-guem absorver os milhares de mé-dicos-veterinários que se formam no Estado de São Paulo anualmen-te, quiçá acolher pretendentes de outros Estados. E isso faz com que o ensino, já demasiadamente elitiza-do no Brasil, se torne ainda mais res-trito a uma minoria. Concordo que esta minoria obtém seu sucesso em consequência ao mérito próprio, mas é realmente lamentável que somente tão poucos consigam ter acesso aos cada vez mais concorri-dos programas de residência.

Apesar de suas qualidades, a residência em medicina veterinária ainda está aquém do que poderia e deveria ser. Quando se estabele-ce um comparativo com a residên-cia médica, essas falhas ressaltam ainda mais aos olhos. Enquanto na medicina um residente pode che-gar a realizar até seis anos de trei-namento prático dependendo da especialidade escolhida, forman-do-se um profissional bastante dife-renciado, na veterinária o progra-ma de maior duração possui ape-nas três anos. Enquanto na medici-na os residentes precisam cumprir, a cada ano, tarefas e metas minu-ciosamente descritas, na veteriná-ria mesmo os melhores programas são bastante vagos, deixando, de certa maneira, com que o aprendi-zado ocorra ao acaso.

Contudo, penso que os pro-gramas de residência veterinária, mesmo que a curtos passos, estão caminhando no rumo certo. Recen-temente, um pleito do Conselho Fe-deral de Medicina Veterinária foi atendido pelo Ministério da Educa-ção (MEC). Assim, os programas de residência veterinária deixaram de ser considerados apenas como um aprimoramento e foram reclassifi-cados como residência multiprofis-

*por Cauê Pereira Toscano

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sional. Esta nova classifi cação faz com que os programas tenham que atender aos princípios e diretrizes do Siste-ma Único de Saúde (SUS) e engrandece a posição do médico-veterinário e suas funções perante a sociedade. Ainda, o MEC irá disponibilizar 169 bolsas de estudo de R$ 2.384,82 aos médicos veterinários de universidades fe-derais de seis Estados. O aumento de mais de 100% no valor das bolsas pretende fazer com que o residente não tenha que buscar outras fontes de renda e possa se de-dicar mais ao programa, aumentando a sua qualidade. Outras profi ssões como Biomedicina, Ciências Biológicas, Educação Física, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Nutrição, Odontologia, Psicologia, Ser-viço Social e Terapia Ocupacional também são enqua-dradas na residência multiprofi ssional.

Assim sendo, mesmo tendo muito a melhorar, as resi-dências possuem importantíssimo papel na construção de profi ssionais de excelência, o que não só trará bene-fícios individuais, mas sim irá engrandecer a classe ve-terinária como um todo. Como ex-residente, sei o quão fundamental foi tudo que vivenciei e aprendi nos dois anos que estive no Hospital Veterinário da FMVZ-USP e como marcaram todos os ensinamentos e lições dos mui-tos profi ssionais com quem convivi

Estou certo de que ex-residentes de outras faculdades também compartilham o mesmo sentimento e torço para que muitos outros também passem por isso e venham a ser, futuramente, excelentes colegas de profi ssão. Arrisco-me a dizer que a faculdade me deu o diploma, mas a residência me fez médico-veterinário.

Cauê Pereira ToscanoDiretor de marketing, propaganda e comunicação da Anclivepa-SP

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COLUNA DR. DANIEL FERRO

TrespasseVida arde e ferveVida que dói e que fere

E fura o peito,pelo defeito que étua presença virtual.

O vazio que me compõeé o silêncio que ensurdece.Quanto ar e quanta brisa sem desti no, enrubece.

Vazio.

Volta, mas volta inteira!Não me demita da tua história.Que da minha já és dona;que da tua, sou detento.

Ama-me, amarra-me... ou mata-me.Seja meu trampolimMas não permita que eu aceiteA vida inerte de um jardim.

Volta e me obriga,me agarra e me arranca sem dó.Me faz trespassare desatar este nó.

Que assim enfi mMe faz contraporMesmo que em desamoresta roda sem fi m Daniel G. Ferro

Médico veterinário,http//:tecidodetinta.blogspot.com

[email protected]

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ANCLIVePA-SP

Cursos intensivos:

endocrinologia em Pequenos Animais – 64h2ª e 3ª feiras das 19h às 23hPeríodo: 06/08 a 25/09/2012

odontologia Veterinária – 64h4ª e 5ª feiras das 19h às 23hPeríodo: 08/08 a 27/09/2012

Terapêutica em Cães e Gatos - 64h2ª e 3ª feiras das 19h às 23hPeríodo: 08/10 a 11/12/2012

Neurologia em Cães e Gatos – 64h 4ª e 5ª feiras das 19h às 23hPeríodo: 10/10 a 10/12/2012

obs: Todos os cursos serão realizados na sede da Anclivepa-SP

Informações:[email protected]

17/07/2012Imunologia veterinária:

aplicação no dia a dia da clínicaPalestrante: Alda Maria ou Renata Scavoni

20/08/2012Pimobendan:

Quando devo iniciar a terapia?Palestrante: MV. MSc. Guilherme Gonçalves

18/09/2012Radiologia digital:

o que mudou para o clínico?Palestrante: MV. Gabriela Rodrigues

24/10/2012Protocolos quimioterápicos para o dia a dia

Palestrante: MV. MSc, Karen Assunção

22/11/2012enriquecimento ambiental para felinos

que vivem sozinhos ou em grupoPalestrante: MV. MSc. Daniela Ramos

obs: Todos os cursos serão realizadosna sede da Anclivepa-SP

Horário: 20hInformações:

[email protected]

Palestras:

AGENDA CIENTÍFICA

Curso de especialização2º Semestre

especialização em cardiologia veterináriaAgosto de 2012Coordenação:

Dr. Guilherme Gonçalves Pereira eDr. Ronaldo Jun Yamato

Duração:24 meses

Informações:[email protected]

oBS: As provas de seleção acontecerão no dia 27 de maio de 2012, às 14h, na sede da Anclivepa-SP.A inscrição poderá ser realizada através do site, ou pessoalmente no dia da prova de seleção.

especialização em AcupunturaAgosto de 2012Coordenação:

MV. MSc. Daionety Pereira eMV. MSc. Clarissa Niciporciukas

Duração:24 meses

Informações:[email protected]

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35www.anclivepa-sp.org.br

AGENDA CIENTÍFICA

oUTRAS eNTIDADeS

Palestra Patologia Periodental em FelinosData: 5 de julho de 2012

Realização: AMVZNAssociação dos Médicos Veterinários da Zona Norte

Palestrante: M.V. Rogério Arno MirandaLocal: Rua Santa Eulália, 86 – São Paulo

Para mais informações: www.amvzn.com.br

Curso AoVeT Princípios de equinos Data: 20 a 22 de julho de 2012

Local: Novotel São Paulo MorumbiRua Ministro Nelson Hungria, 450, Morumbi, São Paulo (SP)

Inscrições e mais informações: Site da AO FoundationRealização: AO Foundation

Curso AoVeT Princípios de Pequenos Animais Data: 20 a 22 de julho de 2012

Local: Novotel São Paulo MorumbiRua Ministro Nelson Hungria, 450, Morumbi, São Paulo (SP)

Inscrições e mais informações: Site da AO FoundationRealização: AO Foundation

7th World Congress of Veterinary DermatologyData: 24 a 28 de julho de 2012

Vancouver – CanadáPara mais informações: www.vetdermvancouver.com

Palestra Dermatologia oncológicaProtocolos de Terapias em Mastocitomas

Data: 21 de agosto de 2012/08/2012Realização: AMVZN

Associação dos Médicos Veterinários da Zona NortePalestrante: M.V. Renata Sobral

Local: Rua Santa Eulália, 86 – São PauloPara mais informações: www.amvzn.com.br/

ICUN World Conservation Congress 2012Data: 6 a 15 de setembro de 2012

Jeju – Republic of KoreaPara mais informações: www.iucn.org/2012_congress

Palestra Zoonoses Clássicas e emergentesData: 4 de outubro de 2012

Realização: AMVZNAssociação dos Médicos Veterinários da Zona NortePalestrante: M.V. Maria Alessandra Martins Del Barrio

Local: Rua Santa Eulália, 86 – São PauloPara mais informações: www.amvzn.com.br

Pet South America 2012Data: 16 a 18 de outubro de 2012

São Paulo – SPPara mais informações: www.petsa.com.br

I Congresso Brasileiro de Cardiologia VeterináriaData: 2 a 4 de novembro de 2012

Local: Faculdade de Veterinária da USP Para mais informações: www.congressosbcv.com.br/

Palestra Patologia Clínica das NeuroterapiasData: 22 de Novembro de 2012

Realização:Associação dos Médicos Veterinários da Zona Norte

Palestrante: M.V. Wagner SatoLocal: Rua Santa Eulália, 86 – São Paulo

Para mais informações: www.amvzn.com.br/

VCS Veterinary Cancer Society – 2012 Annual ConferenceData: 18 a 21 de novembro de 2012

Las Vegas – Nevada – EUAPara mais informações: www.vetcancersociety.org

O Sindicato Patronal dos Médicos Veteri-nários do Estado de São Paulo tem como objetivo defender os interesses da nossa ca-tegoria, procurando celebrar convenções coletivas que atendam ao anseio de todos.

É o que vem ocorrendo nos últimos anos, onde temos demonstrado aos vários sindi-catos que representam os nossos empre-gados, que a categoria médico veteriná-ria patronal não têm condições de arcar com todas as reinvindicações, tais como: ticket alimentação, participação nos lu-cros, salário normativo de R$ 1.200,00 (um mil e duzentos reais), etc.

A nossa luta não é fácil, e para continu-armos em combate, necessitamos da sua contribuição. A contribuição assistencial está prevista na alínea “e”, do art. 513, da

CLT. É aprovada pela assembléia geral da categoria e fixada em convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa e é devida quando da vigência de tais normas, porque sua cobrança está relacionada com o exercício do poder de representação da entidade sindical no processo de negociação coletiva.

Na assembléia geral extraordinária reali-zada em 18/04/2012 ficou estabelecida a contribuição assistencial patronal no im-porte de 11% (onze por cento), a ser paga em uma única parcela, incidindo referido percentual sobre a folha de pagamento do mês de maio de 2012, devendo o re-colhimento ser efetuado em 30/08/2012. Importante ressaltar, que o recolhimento da contribuição assistencial é importan-

te para a manutenção do nosso sindica-to, para que possamos continuar lutando pelos interesses da categoria, o que vem ocorrendo na minha gestão. Além disso, disponibilizamos aos integrantes da nossa categoria, consultoria jurídica através do advogado Eliseu Geraldo Rodrigues, tele-fones (11) 3105-3357/3105-1562.

Contribuição Assistencial 2012- Sinpavet

OBSERVAÇÃO Devem recolher a contribuição assistencial

as pessoas jurídicas integrantes da nossa categoria: hospitais veterinários, clínicas veterinárias, ambulatórios veterinários,

consultórios veterinários, centro de diagnóstico e laboratórios de análises

veterinárias, bem como os clínicos autônomos empregadores.

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CLASSIFICADOS

Spécialité Diagnóstico VeterinárioRaios-X/Ultrasson/Análise Clínicas e CardiologiaAv.João Paulo Ablas Nº465 Jardim da Glória- CotiaFone (11) 4702-3854Site: www.specialite.com.br

Clínica Veterinária Pasternak & AlegodermaDermatologia VeterináriaDermatologia -Dr. Alexandre PasternakRua: Floriano Peixoto Nº 427 São Caetano do SulFone: (11) 4229-2779 Cel : (11) 8163-7509Site: www.cvpasternak.com.br

EndocrinovetEndocrinologia em Cães e GatosDra. Alessandra Martins VargasRua: M.M.D.C. Nº 124 Butantã Fones: (11) 3034-3648 - Cel: (11) 8982-0997Site: www.endocrinovet.com.br

Para informações sobre como anunciar: [email protected]@midiakitcom.com.br ou pelo telefone: 11-3368-1752

Ortopedia e NeurologiaDr. Denis PrataRua: Vieira de Moraes Nº 1862 Campo BeloFone: (11) 5097-9642E-mail: [email protected]

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COMUNICADO

Normas para publicaçãode artigos científicos

REVISTA DA ANCLIVEPA- SP

1.1. os artigosOs artigos científi cos deverão conter, preferencialmente, título, resumo, palavras-chave, introdução, material e métodos, resultados, discussão, conclusão, referência bibliográfi ca e agradecimentos. Revisões de literaturas e relatos de caso deverão conter título, resumo, palavra chave, introdução (opcional), revisão de literatura, relato do caso, discussão (opcional nas revisões de literatura e obrigatório nos relatos de caso) e referência bibliográfi ca. Os textos deverão ter de 5 a 7 páginas de Word (até 15.000 caracteres – com espaço) , estar em formato de arquivo “doc” de Word for Windows 6.0 ou superior, fonte Times New Roman de 12 cpi e espaçamento de 1,5 cm entre linhas.

A ANCLIVEPA-SP reserva-se o direito de, em comum acordo com os autores, reduzir o texto ou dividi-lo em duas publicações para adequação às suas necessidades de publicação. Para tal, os autores serão previamente contatados, bem como para correções ou sugestões de nossa comissão de divulgação.

1.2. Imagens Todas as imagens deverão ser enviadas em arquivos JPEG ou GIF, alta resolução (300dpi ou superior) e tamanho de 600kb ou superior e, necessariamente, separadas do arquivo do texto. Imagens inseridas no documento do Word ou outro editor de textos não permitem impressão e não serão aceitas. Figuras, tabelas e gráfi cos deverão ser inéditos e acompanhados de legenda que descreva em detalhes a imagem. Setas devem ser usadas para especifi car um ou mais focos de interesse. Todas as imagens deverão ser acompanhadas pelo nome do detentor dos seus direitos ou da origem da mesma.

1.3. Referências no textoO texto deverá conter indicações de referências bibliográfi cas, especialmente ao longo da Revisão de Literatura (ou Introdução) e durante a discussão. Estas indicações deverão ser indicadas em números (algarismo arábico), sobrescritos, ao fi nal de cada frase que o autor considerar necessária a referência.

1.4. Apresentação das referênciasOs artigos científi cos, livros e teses que forem utilizadas

1. O QUE E COMO PUBLICAR Serão aceitos para publicação arti gos cientí fi cos, revisões de literatura e relatos de caso. A ANCLIVEPA-SP reserva-se o direito de, com base nas normas aqui apresentadas, selecionar os materiais que publicará. A ANCLIVEPA-SP não se responsabiliza pelas opiniões emiti das pelos autores.

ao longo do texto deverão ser relacionadas ao fi nal do mesmo, numeradas de acordo com a numeração que aparece no texto e seguindo o estilo do exemplo abaixo:

1.4.1. Artigos científi cosYUKNA, R. A. Osseous defect responses to hydroxyapatite grafting versus open fl ap debridement. Journal of Clinical Periodontology, v. 16, p. 398-402, 1989.

1.4.2. LivrosWIGGS, R. B.; LOBPRISE, H. B. Veterinary dentistry – Principles& Practice, Philadelphia: Lippincott-Raven, 1997. p. 748

1.4.3. TesesFERRO, D. G. estudo clínico da aplicação de peptídeosintético de adesão celular (PepGen-P15®) em lesões periodontais graves de cães. 2005. 123 f. Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária) – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005

2. AUToReSOs trabalhos deverão ser acompanhados de nome completo de todos os autores, endereço para correspondência, telefones, endereços de e-mails e um mini-curriculum de cada um deles. Uma foto digital, frontal de rosto (tipo foto 3x4) do primeiro autor deverá ser enviada juntamente com o artigo para ser publicada

3. PARA oNDe e CoMo eNVIARO material poderá ser encaminhado à sede da

ANCLIVEPA-SP através de correspondência endereçada á Comissão de Divulgação - Artigos científi cos - Revista da Anclivepa São Paulo, no endereço apresentado abaixo. Neste caso, deverá ser enviado o artigo impresso na integra e com uma cópia em CD-Rom, na qual constarão texto, fotos e gráfi cos que o autor considerar pertinentes. Os artigos também poderão ser enviados por e-mail para [email protected], com título da mensagem Artigos científi cos - Revista da Anclivepa São Paulo.

ANCLIVePA-SPAv. Brigadeiro Faria Lima, 1616 – 11º andarconj 1106 – Ed. Barão de Água BrancaJd. Paulistano São Paulo/SP Cep. 01451-001e-mail: [email protected] / Fone: 11-3813-6568

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