revisional previdenciário9

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EXMA. SRA. JUIZA FEDERAL DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA..... (qualificação), por seus procuradores abaixo assinado, vem, respeitosamente, à presença de V.Exª., propor a presente: AÇÃO REVISONAL PREVIDENCIÁRIA C/C PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA contra o INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL, Autarquia Federal com representação no estado de ***, agência localizada na Rua **** , na cidade de **** objetivando a REVISÃO DA RMI DA APIN – art. 29, § 5º, da Lei n.º 8.213/91 pelos fatos e fundamentos que passar a expor:

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Revisional

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  • EXMA. SRA. JUIZA FEDERAL DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA.....

    (qualificao), por seus procuradores abaixo assinado, vem, respeitosamente, presena de

    V.Ex., propor a presente:

    AO REVISONAL PREVIDENCIRIA C/C PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA

    contra o INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL, Autarquia Federal com representao no estado de ***, agncia localizada na Rua **** , na cidade de **** objetivando a REVISO DA RMI DA APIN art. 29, 5, da Lei n. 8.213/91 pelos fatos e fundamentos que passar a expor:

  • I - DOS FATOS

    A parte autora titular do benefcio previdencirio (nmero), aposentadoria por invalidez, o qual foi deferido em 13/01/2000, recebendo o valor de R$ 725,82.

    Alega a parte Autora que seu benefcio previdencirio tem valor incorreto, pelos seguintes motivos:

    O autor recebeu auxlio-doena n *** no perodo de 27/03/1996 a 12/01/2000. Em 13/01/2000 o benefcio foi convertido para aposentadoria por invalidez n ***.

    Porm, o INSS no observou o disposto no 5, do Art. 29, da Lei 8.213/91, fixando, assim, erroneamente a renda mensal inicial de sua aposentadoria.

    II - DOS FUNDAMENTOS

    A parte autora recebe benefcio de aposentadoria por invalidez concedido depois da

    entrada em vigor da Lei n. 9.032/95, documentos em anexo. O benefcio de aposentadoria por invalidez foi decorrente da transformao do

    auxlio-doena, iniciado anteriormente referida lei, documentos em anexo. O rgo ancilar, ao transformar o benefcio de auxlio-doena em invalidez, no

    seguiu a regra contida no artigo 29, 5. da Lei n. 8.213/91, pelo contrrio, aplicou sobre o salrio-de-benefcio, utilizado para o clculo da RMI da aposentadoria por invalidez, os ndices de reajustamento dos benefcios aplicados anualmente.

    O dispositivo legal acima mencionado est escrito da seguinte forma:

    "Art. 29. (...) 5 Se, no perodo bsico de clculo, o segurado tiver recebido benefcios por incapacidade, sua durao ser contada, considerando-se como salrio-de-contribuio, no perodo, o salrio-de-benefcio que serviu de base para o clculo da renda mensal, reajustado nas mesmas pocas e bases dos benefcios em geral, no podendo ser inferior ao valor de 1 (um) salrio mnimo. (...)".

    O ru aplicou o disposto no 7. do artigo 36 Decreto n. 3.048/99, o qual

    extrapolou os limites de regulamentao para o qual foi criado, sendo que a forma legal a contida no artigo 29, 5. da Lei n. 8213/91, corrigindo-se o salrio-de-benefcio, utilizado no clculo do benefcio por invalidez, pelos mesmos ndices e forma de reajustamento dos salrios-de-contribuio.

    O voto proferido pela M.M. Juza Presidente da Turma Recursal da Seo Judiciria

    do Estado de Santa Catarina, Doutora Eliana Paggiarin Marinho, ao julgar o recurso inominado n. 200472950030739 (200472000501815) em 19/08/2004, no deixa dvidas pela procedncia da ao, vejamos:

    "Insurge-se o Autor contra sentena que indeferiu pedido de reviso do clculo da RMI de sua aposentadoria por invalidez.

  • O Autor titular de aposentadoria por invalidez DIB 18-01-2000, precedida de auxlio-doena DIB 04-07-1998. Consoante procedimento usualmente adotado em casos tais, para converso do auxlio-doena em aposentadoria por invalidez o INSS no efetuou novo clculo de salrio-de-benefcio, limitando-se a alterar o coeficiente da RMI (de 91% para 100% do salrio-de-benefcio), na forma do que estabelece o artigo 36, 7o, do Decreto no 3.048/99, verbis: " 7o A renda mensal inicial da aposentadoria por invalidez concedida por transformao de auxlio-doena ser de cem por cento do salrio-de-benefcio que serviu de base para o clculo da renda mensal inicial do auxlio-doena, reajustado pelos mesmos ndices de correo dos benefcios em geral". A parte Autora, todavia, invoca em seu favor a regra do artigo 29, 5o, da Lei no 8.213/91, que estabelece: " 5o. Se, no perodo bsico de clculo, o segurado tiver recebido benefcios por incapacidade, sua durao ser contada, considerando-se como salrio-de-contribuio, no perodo, o salrio-de-benefcio que serviu de base para o calculo da renda mensal, reajustado nas mesmas pocas e bases dos benefcios em geral, no podendo ser inferior ao valor de 1 (um) salrio mnimo". Analisando o dispositivo legal acima transcrito (Lei n 8.213/91), infiro que o procedimento adotado pelo INSS no se mostra legitimo, tendo o Decreto n 3.048/99 extrapolado os limites de regulamentao da LBPS. De fato, ausente exceo traada pela prpria Lei, improcede o argumento de que a regra do artigo 29, 5o, da Lei n 8.213/91, tem aplicao somente para o clculo das demais espcies de benefcios (exceto aposentadoria por invalidez). Destaco, a propsito, que um ou outro procedimento no gerariam resultados diversos tivesse a Lei n 8.213/91 sido mantida na sua redao original, onde o mesmo ndice que atualizava salrios-de-contribuio para fins de clculo de salrio-de-benefcio tambm servia para a majorao dos benefcios em manuteno. Na poca, a sistemtica traada pelo Decreto regulamentador da LBPS era mais prtica e nenhum prejuzo causava ao segurado. Todavia, a partir do momento em que os ndices passaram a ser diferenciados, mostra-se necessrio o clculo do salrio-de-benefcio, tal como estabelece o artigo 29, 5o, da Lei n 8.213/91, sob pena de perpetuar-se no novo beneficio (aposentadoria por invalidez) defasagem presente naquele extinto (auxlio-doena). Concluo, pois, que a sistemtica de clculo da RMI da aposentadoria por invalidez utilizada pelo INSS e disciplinada no artigo 36, 7o, do Decreto n 3.048/99 (mera majorao do coeficiente), contraria o disposto no artigo 29, 5o, da Lei n 8.213/91. A situao, esclareo, diferente daquela relativa ao deferimento de penso, para a qual a prpria lei estabelece que o beneficio corresponder a percentual aplicado sobre o valor do beneficio que o segurado recebia ou teria direito a receber quando do bito. Assim, faz jus a parte Autora reviso de sua aposentadoria por invalidez, a fim de que seja calculado um novo salrio-de-benefcio (salrios-de-contribuio imediatamente anteriores DIB/DER, considerando-se, se for o caso, como tal o salrio-de- benefcio do auxlio-doena, devidamente reajustado). Voto no sentido de dar provimento ao recurso do Autor, condenando o INSS a: a) revisar o valor da RMI da aposentadoria por invalidez titularizada pelo Autor, realizando clculo do salrio-de-benefcio na forma do que estabelece o artigo 29, 5o, da Lei n 8.213/91;

  • b) pagar ao Autor as respectivas diferenas de proventos (RMI de R$ 334,68 para R$ 404,03), acrescidas de correo monetria (IGP-DI e, a acrescentou o artigo 29B a Lei n 8.213/91, combinada com o art. 31 da Lei 10741/2003) desde a data em que deveriam ter sido creditadas at o efetivo pagamento e juros de mora de 12% ao ano (Smula n 02 desta Turma Recursal), a contar da citao (artigo 219 do CPC). As parcelas vencidas, apuradas pela Contadoria desta Turma Recursal, totalizam R$. 4.946,45. As parcelas vincendas sero objeto de pagamento administrativo."

    Destarte, deve ser julgada procedente a ao para revisar o benefcio de aposentadoria por invalidez da parte autora, corrigindo-se o salrio-de-benefcio com os mesmos ndices e forma de correo dos salrios-de-contribuio, consoante determinado no voto transcrito acima.

    III- DA TUTELA ANTECIPADA

    A autora conta com a renda do benefcio para a mantena de sua famlia, motivo pelo qual se requer os efeitos da implantao da tutela, uma vez reunidos todos os quesitos necessrios para tanto. Seno vejamos:

    Da Prova Inequvoca e da Verossimilhana: evidente que existe razo no pedido formulado, uma vez que o direito que assiste a autora est amplamente provado e demonstrado.

    Do Fundado Receio de Dano Irreparvel ou de Difcil Reparao: trata-se de pessoa de parcas condies, sendo imprescindvel a implantao da tutela para que venha a alcanar o gozo dos benefcios a que tem direito.

    Ante o exposto, verifica-se a necessidade de concesso da tutela jurisdicional com a antecipao de seus efeitos, para garantir a efetivao e o gozo do direito o qual assiste a Autora.

    III- DO REQUERIMENTO

    ISSO POSTO, requer:

  • 1) A concesso da Tutela Antecipada para que o INSS implante a nova renda devidamente corrigida nos termos da lei;

    2) Receber e autuar a presente ao pelo Juizado Especial Federal, nos termos do art. 3, e pargrafos, da Lei 10.259/01;

    3) A concesso do benefcio da assistncia judiciria gratuita por ser a Autora pobre na acepo legal do termo;

    4) A citao do INSS - Instituto Nacional de Seguro Social - Agncia da Previdncia Social em ***, no endereo apontado no prembulo, na pessoa de seu Procurador Regional, para comparecer audincia de conciliao, instruo e julgamento em data a ser designada, e, querendo, apresentar sua defesa, sob pena de revelia e presuno de verdade quanto aos fatos articulados apresentar contestao, atentando ao disposto no art. 11 da Lei n 10.259/01;

    5) A condenao do INSS a:

    a) Revisar o benefcio de aposentadoria por invalidez do(a) autor(a) atravs da aplicao do contido no artigo 29, 5., da Lei n. 8.213/91, calculando o salrio-de-benefcio com os mesmos ndices e forma de correo dos salrios-de-contribuio, aplicando-se, tambm, a correo monetria referente ao ms de 02/94 (IRSM), bem como o ndice de 147%, previsto nas Portarias n. 302 de 20/07/92 e 485 de 01/10/92, editadas pelo Ministrio da Previdncia Social, quando for o caso de suas aplicaes;

    b) Recalcular os valores mensais em manuteno com observncia do item acima, sem prejuzo de outras vantagens advindas da lei ou de deciso judicial;

    c) Pagar todas as diferenas em decorrncia da reviso acima e do reclculo aqui determinado, corrigidas desde a poca da competncia de cada parcela at efetiva liquidao (ndices URV/IPCr/INPC/IGP-DI), juros moratrios e demais encargos da sucumbncia;

    6) A produo de todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente a documental ora acostada e demais que se fizerem necessrias;

    D-se causa o valor de R$ 2.000,00.

    Nestes Termos,

    Pede Deferimento.

    Data