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Maria Auxiliadora de Carvalho e César Roberto Leite da Silva 4ª Edição |2007| Economia Internacional

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Maria Auxiliadora de Carvalhoe

César Roberto Leite da Silva

4ª Edição |2007|

Economia Internacional

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MARIA AUXILIADORA DE CARVALHO

Professora da UniFMU e Faculdades Tibiriçá

CÉSAR ROBERTO LEITE DA SILVA

Professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e autor do livro Economia e Mercados: Introdução à Economia, da Editora Saraiva. Atualmente, é pesquisador do Instituto de Economia Agrícola.

Economia Internacional

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Paridade do Poder de Compra da Moeda

A paridade do poder de compra da moeda, freqüentemente denotada por PPC, é um conceito muito antigo baseado na Lei do preço único, segundo a qual, em um mercado integrado, qualquer mercadoria tem um só preço, ou seja, na ausência de barreiras ao fluxo de informações e de mercadorias, não é possível que um mesmo bem seja vendido a dois ou mais preços diferentes.

O processo de arbitragem assegura a “vigência” da lei do preço único.

Capítulo 8

Pagamentos Internacionais e Taxa de Câmbio

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8.3 Paridade do Poder de Compra da Moeda

Capítulo 8

Pagamentos Internacionais e Taxa de Câmbio

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Paridade do Poder de Compra da Moeda

A lei do preço único é válida no comércio internacional, desde que não haja barreiras ao comércio. Mesmo em condições de livre comércio, os custos de transporte e de seguros são consideráveis.

Admitindo que se verificasse a lei do preço único e que o Brasil fosse, por exemplo, o mercado importador, o preço doméstico (P) de uma dada mercadoria seria:

Onde E é a taxa de câmbio e P* é o preço da mercadoria em dólares.

Capítulo 8

Pagamentos Internacionais e Taxa de Câmbio

P = E . P*

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Paridade do Poder de Compra da Moeda

Podemos ainda ver que:

A paridade do poder de compra pode ser apresentada mais rigorosamente como:

Onde P e P* são os índices de preços domésticos e externo, como já visto, E é a taxa de câmbio e q é a taxa de paridade real.

Capítulo 8

Pagamentos Internacionais e Taxa de Câmbio

P = E . P*

P* = P / E

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Taxa de Câmbio Real

A taxa de câmbio nominal é simplesmente aquela expressa em unidades monetárias.

A taxa de câmbio real, por sua vez, expressa o poder de compra da moeda nacional envolvida em transações externas.

Assim,

P = q . E . P*

q = E . P* / P

Onde q é a taxa de câmbio real.

Capítulo 8

Pagamentos Internacionais e Taxa de Câmbio

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Paridade do Poder de Compra da Moeda

A taxa de paridade real, q, indica o grau de arbitragem ou, em outras palavras, a eficácia da lei do preço único.

Se q = 1, então P = E . P*, constituem uma arbitragem perfeita, porque o nível dos preços domésticos é exatamente igual ao dos preços internacionais multiplicando pela taxa de câmbio. Esse caso constitui a versão forte (ou absoluta) da paridade do poder de compra.

Na prática, isso não ocorre: os preços das mercadorias nos diferentes países dificilmente são iguais, quando expressos na mesma moeda. Devido às imperfeições de mercado, a arbitragem internacional nunca é perfeita, ou seja, q é diferente de 1.

Capítulo 8

Pagamentos Internacionais e Taxa de Câmbio

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8.5 Taxa de Câmbio de Paridade

Vamos supor que o propósito do governo seja o de evitar variações reais na taxa de câmbio durante certo período de tempo, isto é, tornar ∆q = 0.

Dessa maneira, vemos que:

∆q = 1 + ∆P - 1 1 + ∆P*

A expressão nos indica que, para manter a paridade do poder de compra da moeda, a variação da taxa de câmbio (∆q) deve ser igual à razão entre ∆P e ∆P*, entre o momento inicial (i) e o momento final (f).

A taxa de câmbio assim determinada é denominada taxa de câmbio de paridade.

Capítulo 8

Pagamentos Internacionais e Taxa de Câmbio

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Taxa de Câmbio Efetiva Real

Até aqui, consideramos o comércio bilateral nos nossos exemplos, porém, na realidade, cada país mantém relações comerciais multilaterais. Para obter uma mensuração mais precisa das variações reais do câmbio, usamos um conceito mais abrangente: a taxa de câmbio efetiva real.

A diferença da taxa de câmbio real é que sua estimativa leva em conta o peso relativo de cada parceiro no comércio, bem como a respectiva taxa de câmbio.

Capítulo 8

Pagamentos Internacionais e Taxa de Câmbio

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Taxa de Câmbio Efetiva Real

Sendo n o número de parceiros comerciais do Brasil, wi o peso relativo do i-ésimo país no nosso comércio e Ei a taxa de câmbio do i-ésimo parceiro, a seguinte expressão algébrica permite estimar a taxa de câmbio efetiva real (er):

Estimativas da taxa de câmbio efetiva real para o Brasil são elaboradas pela Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex). Quando o índice cresce, significa que a moeda brasileira teve desvalorização e, quando diminui, valorização.

Capítulo 8

Pagamentos Internacionais e Taxa de Câmbio

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Taxas Cruzadas de Câmbio

Até aqui a taxa de câmbio foi expressa em R$/US$. Isso foi feito porque tradicionalmente a nossa moeda, bem como as de muitos outros países, é ancorada ao dólar e também porque os Estados Unidos têm sido um de nossos maiores parceiros comerciais.

No entanto, também realizamos transações importantes com diversos outros países, como Argentina e os membros da União Européia.

Se a moeda de qualquer desses países varia em relação ao dólar, os preços relativos entre o Brasil e o país em questão são afetados, interferindo na rentabilidade dos negócios recíprocos.

Capítulo 8

Pagamentos Internacionais e Taxa de Câmbio

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Taxa de Juros e de Câmbio

Os agentes superavitários de uma economia, em geral aplicam suas popanças no mercado financeiro para obter algum rendimento. Esse rendimento é conhecido como juro, que é a remuneração do capital financeiro.

A taxa de juros é uma proporção do montante do capital investido, ou seja:

Ondei = taxa de jurosj=valor do juro recebidoK = montante de capital investido

Capítulo 9

Mercado Cambial

K

ji

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Taxa de Juros e de Câmbio

Qualquer pessoa disposta a fazer um investimento financeiro procura a aplicação que melhor remunere seu capital, ou seja, que tenha a maior taxa de juros (taxas de retorno).

Aplicar em outro país significa não apenas levar em conta a taxa de juros local, como também investir num ativo, que é a moeda estrangeira. Se um norte-americano resolve fazer uma aplicação financeira no Brasil porque nossa taxa de juros é maior do que a dos Estados Unidos, ele inicialmente compra reais, de acordo com a taxa de câmbio, para depois fazer seu investimento aqui. No final do período, ele troca o resultado de sua aplicação por dólares, novamente levando em conta a taxa de câmbio.

Capítulo 9

Mercado Cambial

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Taxa de Juros e de Câmbio

Assim, a remuneração do capital do investidor norte-americano não depende apenas da taxa de juros brasileira, mas também da taxa de câmbio. Na verdade, importam as taxas de câmbio que vigoram no início e no fim da aplicação (taxa de depreciação).

Condição da paridade de juros Krugman = RUSS$ = R€ + (Ee

$/€ - E$/€)/E$/€

Dependendo do comportamento da taxa de câmbio, a remuneração do capital estrangeiro pode variar muito, chegando até a ser negativa.

Capítulo 9

Mercado Cambial

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Taxa de Juros e de Câmbio

O capital final da aplicação pode ser obtido rapidamente pela expressão:

Onde Kf = total recebido no final do período, em dólar;Ki = capital aplicado inicialmente, em dólar;/Ei = taxa de câmbio no início do período;Ef = taxa de câmbio no final do período;i = taxa de juros;n = número de períodos.

Fazendo Ki=1 e Kf=1+r, temos que:

Capítulo 9

Mercado Cambial

nf

iif iE

EKK 1

11 n

f

i iE

Er

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Taxa Esperada de Câmbio

Quando um investidor estrangeiro resolve enviar sua poupança para o Brasil, não sabe qual será a taxa de câmbio na ocasião de receber pelo investimento. Sua decisão, portanto, de investir ou não no Brasil envolve uma expectativa de valorização ou desvalorização da moeda brasileira.

Para tomar sua decisão, o investidor norte-americano calcula o retorno esperado de seu investimento no Brasil, da seguinte forma:

Onde re é a taxa de retorno esperada.

Capítulo 9

Mercado Cambial

11 n

f

ie iE

Er

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Taxa Esperada de Câmbio

Podemos representar a relação entre re e Ee num diagrama. Nele, o eixo vertical representa a taxa de câmbio esperada e o eixo horizontal, o retorno esperado em dólares.

A relação entre mudanças nas expectativas da taxa de câmbio esperado e o retorno esperado é inversamente proporcional, como os cálculos mostram.

Quanto maior a expectativa de depreciação do real, menor o retorno esperado, e vice-versa. É por essa razão, basicamente, que o risco de uma desvalorização cambial afasta o capital estrangeiro.

Capítulo 9

Mercado Cambial

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Taxa Esperada de Câmbio

Capítulo 9

Mercado Cambial

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Taxa Esperada de Câmbio

A decisão de um investidor (norte-americano, por exemplo) entre aplicar em seu próprio país ou no Brasil se baseia na comparação entre as respectivas taxas de retorno. Denominando i* e r* às taxas de juros e de retorno nos Estados Unidos, respectivamente, podemos ver que:

Se r*>re, o investidor prefere investir em seu próprio país. Se r*<re, o investidor prefere investir no Brasil. Se r*=re, o investidor é indiferente entre aplicar em seu país ou no Brasil.

Capítulo 9

Mercado Cambial

11* nir

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Taxa Esperada de Câmbio

Capítulo 9

Mercado Cambial

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Taxa Esperada de Câmbio

Se os retornos no exterior e no Brasil são iguais,

Dessa igualdade podemos derivar a expressão que nos permite determinar a taxa de câmbio esperada que torna os retornos iguais:

Capítulo 9

Mercado Cambial

ne

ini

E

Ei 11 *

n

niei

iEE

*1

1

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Taxa Esperada de Câmbio

A taxa de câmbio esperada é muito útil para a tomada de decisão de investidores.

Como a valorização aumenta a taxa de retorno dos investimentos, e a desvalorização a diminui, uma vez obtida a taxa de câmbio esperada que equilibra os mercados, se houver expectativa de que o preço do dólar no futuro seja menor que essa taxa esperada de equilíbrio, os recursos fluem para o Brasil.

Se a expectativa é inversa, os recursos tendem a sair do país.

Capítulo 9

Mercado Cambial

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Taxa Esperada de Câmbio

A expressão da taxa de câmbio esperada também é útil para as decisões de política econômica.

Se há expectativa de desvalorização que torne a taxa de câmbio futura maior que a taxa de câmbio esperada que equilibra os mercados e se o governo pretende atrair capitais para o país, precisa conceder taxa de juros mais elevada, que compense os investidores pelo risco cambial.

Em caso contrário, pode reduzir a taxa de juros, sem risco de saída de capitais.

Capítulo 9

Mercado Cambial

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Equilíbrio no Mercado Cambial

Quando há uma depreciação do real, no período inicial, a taxa esperada de retorno do investimento no Brasil aumenta.

Obviamente, uma apreciação do real diminuiria o retorno esperado.

Essa relação entre variação cambial e retorno esperado está representada na figura que segue. Nela, vemos, no eixo vertical, a taxa de câmbio do período inicial e, no horizontal, o retorno esperado.

Capítulo 9

Mercado Cambial

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9.4 Equilíbrio no Mercado Cambial

Capítulo 9

Mercado Cambial

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Equilíbrio no Mercado Cambial

Os resultados podem ser obtidos intuitivamente também, sem o auxílio da fórmula. O retorno esperado de um investidor estrangeiro é medido em moeda de origem, embora a aplicação seja feita em outro país.

Tendo estudado o funcionamento do mercado de câmbio e o papel das taxas de juros, já é possível apresentar uma análise mais completa do equilíbrio do mercado cambial.

Sabemos que as divisas não são ofertadas e demandadas apenas por exportadores e importadores, mas também por investidores, que levam em conta em suas transações não o preço de uma mercadoria, e sim a taxa de retorno do seu capital.

Capítulo 9

Mercado Cambial

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Equilíbrio no Mercado Cambial

Mas é preciso ter claro que os agentes econômicos que participam do mercado de câmbio não mantêm consigo divisas em espécie. As divisas estão depositadas em bancos do mundo todo.

Também é importante lembrar que o equilíbrio do mercado cambial deve ser entendido como a situação em que todos os agentes estão satisfeitos com seus depósitos em divisas.

Assim, podemos afirmar: o mercado de câmbio está em equilíbrio quando os depósitos em todas as moedas oferecem a mesma taxa esperada de retorno.

Essa é a condição de paridade da taxa de juros.

Capítulo 9

Mercado Cambial

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Equilíbrio no Mercado Cambial

A dinâmica do processo de ajuste pode ser visualizada na figura que segue.

Capítulo 9

Mercado Cambial

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Equilíbrio no Mercado Cambial

No eixo horizontal temos o retorno esperado de uma aplicação de dólares no Brasil e, no vertical, a taxa de câmbio corrente.

A linha vertical representa a taxa de retorno que o norte-americano obteria se investisse seus recursos nos EUA. É vertical porque não é influenciada pela taxa de câmbio R$/US$.

A outra linha representa a mesma função que obtivemos na figura anterior, que mostra os efeitos de variações na taxa de câmbio corrente sobre os retornos esperados no Brasil.

No ponto A, o mercado está em equilíbrio, porque, à taxa de câmbio EA, as taxas de retorno dos dólares e dos reais são iguais.

Capítulo 9

Mercado Cambial

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Equilíbrio no Mercado Cambial

Nesse caso, o investidor estrangeiro não se interessaria em comprar ou vender qualquer das duas moedas em questão.

No ponto C, temos a situação inversa. A taxa de câmbio é Ec, e a taxa de retorno dos reais é maior do que a dos dólares. Isso provocaria entrada de dólares no Brasil.

O excesso de oferta de dólares e o excesso de demanda por reais apreciariam a moeda nacional até o ponto em que as taxas de retorno fossem iguais. A taxa de câmbio diminuiria, atingindo o nível de equilíbrio.

Capítulo 9

Mercado Cambial

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Taxas de Juros, Expectativas e Equilíbrio Cambial

O mercado de câmbio pode sofrer alterações bruscas quando há mudanças nas taxas de juros e no estado das expectativas em relação ao valor futuro da moeda nacional.

Por exemplo, suponhamos que o mercado esteja em equilíbrio (ponto A) mas o Brasil necessite estimular a entrada de divisas de curto prazo. As autoridades monetárias elevariam a taxa de juros, aumentando a taxa de retorno dos reais, medida em dólares.

Intuitivamente, também podemos chegar à mesma conclusão lembrando que a taxa de retorno tem dois componentes: variação cambial esperada e taxa de juros doméstica.

Capítulo 9

Mercado Cambial

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Taxas de Juros, Expectativas e Equilíbrio Cambial

Capítulo 9

Mercado Cambial

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Taxas de Juros, Expectativas e Equilíbrio Cambial

Quando o país tem algum tipo de problema no setor externo, como dívida elevada ou déficits persistentes na balança comercial, as expectativas que os agentes econômicos formam sobre o futuro invariavelmente incluem depreciação cambial.

Uma mudança de expectativas também influi na taxa de câmbio corrente.

Capítulo 9

Mercado Cambial

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Renato BaumannOtaviano Canuto

Reinaldo Gonçalves

5ª Edição |2004|

Economia InternacionalTeoria e experiência brasileira

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O balanço de pagamentos

O balanço de pagamentos consiste no registro contábil dos pagamentos efetuados entre os agentes residentes e os não-residentes em determinado país, tomando-se como residentes os agentes que produzem e utilizam (para consumo ou investimento) bens e serviços dentro do país.A estrutura do balanço de pagamento retrata os fluxos de entrada e saída de mercadorias, ativos financeiros e monetários no país, ao longo de um certo período.

Capítulo 13

O balanço de pagamentos e o mercado de cambial

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A estrutura básica do balanço de pagamentos

1)Balança comercial e de serviços não fatores – corresponde a presença das exportações nas vendas de bens e serviços localmente produzidos, bem como o conteúdo de importações nas compras domesticas (bens finais ou intermediários)2)Os serviços de fatores – são as rendas de capitais externos investidos no país, abatendo-se as rendas de capitais de residentes aplicados no exterior. O ingresso líquido (entrada menos saída) de capital, está expresso no movimento de capitais 3)Transferências unilaterais – incorporam as eventuais remessas ou recebimentos de dinheiro por migrantes, refletindo entre outros aspectos a integração de estrangeiros no mercado de trabalho doméstico e vice-versa

Capítulo 13

O balanço de pagamentos e o mercado de cambial

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A estrutura básica do balanço de pagamentos

4) O deslocamento de moeda está expresso na variação de reservas oficiais, somando-se o saldo líquido referente aos bancos comerciais, caso estes possam reter reservas em moeda estrangeira e caso o interesse seja mensurar a alteração de reservas oficiais e privadas

Na contabilidade nacional, o balanço de pagamentos é a conta do agente ”EXTERIOR” Registros contábeis – princípios das partidas dobradas – qualquer transação registra dois fluxos em sentidos contrários e seus correspondentes registros são o crédito e débito. Um registro corresponde a natureza econômica da transação e o outro expressa representa sua contrapartida monetária ou financeira.

Capítulo 13

O balanço de pagamentos e o mercado de cambial

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A estrutura básica do balanço de pagamentos

A conta capital e financeira registra os direitos adquiridos e as obrigações assumidas nas transações entre residentes e não-residentes do país. É composta pela conta capital (CC) e pela conta financeira (CF):CK = CC + CFA conta capital (CC) é uma inovação introduzida pelo FMI (1993) e registra as transações relativas às transferências unilaterais de patrimônio de migrantes e a aquisição/alienação de bens não-financeiros não produzidos, como cessão de marcas e patentesA conta financeira (CF) substitui a antiga conta de capitais autônomos e registra as transações relativas à formação de ativos e passivos externos.

Capítulo 13

O balanço de pagamentos e o mercado de cambial

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A estrutura básica do balanço de pagamentos

A conta Financeira evidencia as transações ativas e passivas por tipo de instrumento financeiro. Seus principais componentes são:

a)Investimentos diretos subdivide em: participação no capital (aquisição do capital social de empresas residentes ou não) e empréstimos intercompanhias (registros dos créditos concedidos pela matriz às suas filiais e destas para a matriz). b)Investimentos em carteira : registra fluxos de ativos e passivos constituídos pela emissão de títulos de crédito negociados em mercados secundários de papéis. c)Derivativos:registramos fluxos financeiros relativos à liquidação de haveres e obrigações, decorrentes de operações de swap, opções e futuros e os fluxos relativos aos prêmios de opções.d)Outros investimentos: créditos comerciais, empréstimos, moeda e depósitos e outros ativos e passivos

Capítulo 13

O balanço de pagamentos e o mercado de cambial

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A estrutura básica do balanço de pagamentos

O SALDO EM CONTA CORRENTE revela a variação no estoque líquido de obrigações (passivos) locais em relação ao resto do mundo. O déficit no balanço de pagamento pode ser financiado pelo ingresso de líquido de capitais ou saques nas reservas monetárias em divisas. Isso tem aumentado o Passivo Externo Líquido (PEL) do país.

Capítulo 13

O balanço de pagamentos e o mercado de cambial

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Economia Internacional E Comércio Exterior - Jayme Maia

MAIA, Jayme de Mariz. Economia internacional e comércio exterior. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2004.

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1) É possível que um país tenha um déficit em transações correntes e, ao mesmo tempo, um superávit em seu balaço de pagamentos? Justifique a sua resposta utilizando os dados das transações correntes e da conta capital e financeira do Brasil.

EXERCÍCIOS

Balanço de pagamentos do BrasilCONTAS - US$ milhões 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

TRANSAÇÕES CORRENTES -24225 -23215 -7637 4177 11679 13985 13643 1551 -28192 -24302 -47273 -52480

Balança comercial (FOB) -698 2650 13121 24794 33641 44703 46457 40032 24836 25290 20147 29807

Serviços e Rendas -25048 -27503 -23148 -23483 -25198 -34276 -37120 -42510 -57252 -52930 -70322 -85271

Transferências unilaterais correntes

1521 1638 2390 2867 3236 3558 4306 4029 4224 3338 2902 2984

CONTA CAPITAL E FINANCEIRA

19326 27052 8004 5111 -7523 -9464 16299 89086 29352 71301 99912 112389

Conta Capital 273 -36 433 498 372 663 869 756 1055 1129 1119 1573

Conta Financeira 19053 27088 7571 4613 -7895 -10127 15430 88330 28297 70172 98793 110816

ERROS E OMISSÕES 2637 -531 -66 -793 -1912 -201 628 -3152 1809 -347 -3538 -1272

RESULTADO DO BALANÇO -2262 3307 302 8496 2244 4319 30569 87484 2969 46651 49101 58637

HAVERES DA AUTORIDADE MONETÁRIA (- = aumento)

2262 -3307 -302 -8496 -2244 -4319 -30569 -87484 -2969 -46651 -49101 -58637

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2) O Banco Central expande a oferta monetária provocando um deslocamento da oferta agregada de moeda. Mostre os efeitos de curto e longo prazo sobre a taxa de câmbio, a taxa de juros e o nível de preços com o auxílio de gráficos. Explique passo a passo como ocorre o equilíbrio no mercado monetário e no mercado de câmbio.

EXERCÍCIOS

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3)Calcule as taxas de retorno em dólares dos seguintes ativos: a)Uma pintura cujo preço aumenta de US$200.000,00 para US$ 250.000,00 em um ano.b)Uma garrafa de vinho teve um aumento nos preços de US$ 180 para US$216 entre 1999 e 2000.c)Um depósito de ₤ 10.000,00 em um banco de Londres, em um ano em que a taxa de juros da libra é de 10 por cento e a taxa de câmbio US$/₤ cai de US$ 1,50 para US$ 1,38 por libra. E se o dólar subisse para US$ 1,55 por libra?Quais seriam as taxas de retorno reais dos ativos, se as mudanças nos preços fossem acompanhadas de uma elevação simultânea de 10% em todos os preços em dólar?

EXERCÍCIOS

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5) Suponha que a taxa de juros da libra e do dólar sejam iguais a 5% ao ano e a taxa de câmbio US$/₤ futura esperada é de US$ 1,52 por libra. Qual a relação entre a taxa de câmbio US$/₤ corrente de equilíbrio e seu nível futuro esperado? Se a taxa de juros britânica aumente para 10% ao ano, tudo mais permanecendo constante, qual será a nova taxa de câmbio de equilíbrio?

EXERCÍCIOS

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6) Explique como cada uma das transações a seguir gera dois lançamentos - um crédito e um débito - nas contas do balanço de pagamentos e descreva como cada lançamento seria classificado. [Qualquer transação que resulte em um pagamento ao estrangeiro é lançada nas contas do balanço de pagamento como um débito (-) e qualquer transação que resulte em um recebimento do estrangeiro é lançada como um crédito (+)].Qual o saldo do balanço de pagamentos?

a)Um brasileiro compra um automóvel de R$ 53000,00 no Estado de Minas Gerais e a revendedora deposita o cheque recebido em sua conta em sua conta em um banco de São Paulob)O país importa, pagando à vista, mercadorias no valor US$ 350 milhões;c)O país importa equipamentos no valor de US$ 50 milhões financiados a longo prazo;d)O país recebe investimentos diretos no valor de US$ 20 milhões em equipamentose)O país exporta, recebendo à vista, US$ 400 milhões em mercadoriaf)O país paga ao exterior, à vista, frete no valor de US$ 50 milhõesg)Remete-se para o exterior: Lucros no valor de 10 milhões, Juros no valor de 20 milhões e amortizações no valor de 30 milhões.

EXERCÍCIOS

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h) O país recebe US$ 10 milhões de donativos sob a forma de mercadoriasi) O país recebe, em moeda, um empréstimo compensatório do FMI, para regularização do déficit, no valor de US$ 30 milhões

Responda:

1)Transações correntes (TC) 2)Conta Capital e Financeira3)Saldo do Balanço de pagamentos 4)variação das reservas

EXERCÍCIOS

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7) Questão Considere os seguintes saldos, em unidades monetárias, para as contas dos Balanços de Pagamentos:Balanço comercial: - 700; Balanço de serviços: - 7.000;Balanço de rendas: - 18.000;Transferências unilaterais: + 1.500;Conta Capital: + 300;Investimento Direto: + 30.500; Investimento em Carteira: + 7.000;Derivativos: - 200;Outros investimentos na conta financeira = -18.000;Erros e omissões: + 2.500.Considerando esses lançamentos, é correto afirmar que a conta Haveres da Autoridade Monetária apresentou saldo, justifique sua resposta: a) + 2.000; b) – 2.100; c) – 2.900; d) zero e) + 2.100

EXERCÍCIOS

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8) Questão: Com relação aos conceitos de produto agregado, pode-se afirmar que: a) o produto nacional é necessariamente maior do que o produto interno; o produto bruto é necessariamente maior do que o produto líquido; e o produto a preços de mercado é necessariamente maior do que o produto a custo de fatoresb) o produto a preços de mercado é necessariamente maior do que o produto a custo de fatores; o produto interno é necessariamente maior do que o produto nacional; e o produto bruto é necessariamente maior do que o produto líquidoc) o produto bruto é necessariamente maior do que o produto líquido; o produto interno é necessariamente maior do que o produto nacional; e o produto a preços de mercados pode ser maior ou menor do que o produto a custo de fatoresd) o produto interno é necessariamente maior do que o produto nacional; o produto líquido pode ser maior ou menor do que o produto bruto; e o produto a custo de fatores pode ser maior ou menor do que o produto a preços de mercadoe) o produto bruto é necessariamente maior do que o produto líquido; o produto nacional pode ser maior ou menor do que o produto interno e o produto a custo de fatores pode ser maior ou menor do que o produto a preços de mercado

EXERCÍCIOS

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9 ) Questão: Se a cesta de mercadoria de referência da Europa custa €100, a cesta dos Estados Unidos custa US$120, e a taxa de câmbio nominal é US$1,20 por euro, então qual o valor da taxa de câmbio real dólar/euro? Nessa situação a paridade do poder de compra é válida? Suponha agora que houve uma depreciação nominal do dólar de 10%, ou seja, a taxa de câmbio nominal passou para US$1,32 por euro. O que com acontece com a taxa de câmbio real e a paridade do poder de compra (PPC) no curto e longo prazo? Nesta análise considere um mundo perfeito, onde vigora todas as hipóteses da PPC.

EXERCÍCIOS

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EXERCÍCIOS

12ª questão: considere o seguinte quadro informativo sobre o Brasil e os Estados Unidos,

q - Taxa de câmbio realE - Taxa de câmbio nominal - Real por DólarPreencha as lacunas neste quadro, justificando tal preenchimento com a apresentação das fórmulas e cálculos.  Em quais períodos a teoria da Paridade do Poder de Compra é válida?

Ano BrasilEstados Unidos

Cambio nominalE

Cambio real Q

Paridade poderCompra - PPC

  IPC Real IPC Brasil Em dólar

IPC R$/US$ R$/US$ Preal/Pdólar

2009 100,00 

100,00 1,95   

2010 115,00 

105,00 2,05   

2011 120,00 

110,00 1,09   

2012 125,00 

125,00 1,00   

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Fim

EXERCÍCIOS