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2017 REVISÃO FINAL TST Analista Judiciário – Área Judiciária • Com base no Edital n o 1/2017 • • Revisão ponto a ponto • AUTORES Adriana Menezes, Duda Nogueira, Élisson Miessa, Henrique Correia, Luciano Alves Rossato, Marco Aurélio Prata, Paulo Henrique Boldrin, Paulo Lépore, Plínio Moura, Plínio Rocha e Tiago Bockie. COORDENAÇÃO Henrique Correia

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2017

REVISÃO FINALTST

Analista Judiciário – Área Judiciária

• Com base no Edital no 1/2017 •• Revisão ponto a ponto •

AUTORESAdriana Menezes, Duda Nogueira, Élisson Miessa, Henrique Correia, Luciano Alves Rossato, Marco Aurélio Prata, Paulo Henrique Boldrin, Paulo Lépore, Plínio Moura, Plínio Rocha e Tiago Bockie.

COORDENAÇÃOHenrique Correia

Direito do Trabalho 801

Analista Judiciário – Área Judiciária

Itens do Edital Tópico do Livro

Da representação dos empregados 20

Renúncia e transação 21

Dano moral nas relações de trabalho 9.9

Súmulas da Jurisprudência uniformizada do Tribunal Superior do Trabalho sobre Direito do Trabalho. Súmulas Vinculantes do Supremo Tribunal Federal relativas ao Direito do Trabalho

VER O QUE VAMOS FAZER

AQUI

1. DOS PRINCÍPIOS E FONTES DO DIREITO DO TRABALHO

1.1. Princípios do Direito do Trabalho

• O Direito do Trabalho possui princípios específicos, que desempenham funções es-senciais para a interpretação e aplicação das normas trabalhistas. Não há consenso sobre quantos são os princípios do Direito do Trabalho, pois varia de um autor para outro, mas podemos destacar os mais citados pela doutrina:

• Princípio da norma mais favorável: entre duas ou mais normas possíveis de ser aplicadas, utiliza-se a mais favorável em relação ao trabalhador. A aplicação de uma norma leva à renúncia da outra. A Reforma Trabalhista, entretanto, passou a prever a prevalência do negociado sobre o legislado. Dessa forma, havendo conflito entre acordo coletivo e convenção coletiva, aquele deverá prevalecer (Art. 620 da CLT).

Ainda, os instrumentos coletivos serão superiores à lei nos casos do art. 611-A da CLT. Note-se, portanto, que ainda que a lei venha a ser mais favorável, a Reforma Trabalhista permite a aplicação do instrumento coletivo em seu detrimento. Esse dispositivo causará impactos significativos ao Direito do Trabalho. Para mais informações, confira o tópico de negociação coletiva.

• Princípio da condição mais benéfica: esse princípio assegura ao empregado as vantagens conquistadas durante o contrato de trabalho, conforme previsto no art. 468 da CLT. Diante disso, essas conquistas não poderão ser alteradas para pior.

• Princípio da primazia da realidade: a realidade se sobrepõe às disposições con-tratuais escritas. Deve-se, portanto, verificar se o conteúdo do documento coincide com os fatos. Exemplo: recibo assinado em branco no ato da contratação, posterior-mente apresentado em juízo como prova de pagamento das verbas trabalhistas.

• Princípio da imperatividade das normas trabalhistas: No Direito do Trabalho prevalecem as regras cogentes, obrigatórias. Diante desse princípio, há restrição da autonomia das partes em modificar as cláusulas contratuais previstas no contrato de trabalho. Com a Reforma Trabalhista, referido princípio será mitigado, pois há va-lorização do negociado sobre o legislado, especialmente nas hipóteses previstas no art. 611-A da CLT. Além disso, a Lei no 13.467/2017 ampliará as hipóteses de acordo individual entre empregado e empregador, o que também relativiza a aplicação do princípio da imperatividade.

Revisão Final – TST 802

• Princípio da inalterabilidade contratual lesiva: é vedada qualquer alteração con-tratual que seja lesiva ao empregado, mesmo se houver consentimento deste (artigo 468, caput, da CLT). Assim, conforme previsto no art. 2º da CLT, os riscos do empreen-dimento são suportados exclusivamente pelo empregador, não sendo permitido a ele dividir os prejuízos com seus trabalhadores. A Lei no 13.467/2017 criou o traba-lho intermitente, nova modalidade de contrato de trabalho que é caracterizada pela alternância entre períodos de prestação de serviços e de inatividade. Nesse caso, o trabalhador somente prestará os serviços quando convocado por seu empregador. Dessa forma, os riscos do empreendimento passam a ser suportados inclusive pelo trabalhador, pois o empregado não trabalhará e, portanto, não receber nos momen-tos de dificuldade financeira e econômica da empresa. Para mais informações, confira os comentários ao trabalho intermitente no tópico 9.5. destas dicas.

• Princípio da continuidade da relação de emprego: Em regra, o contrato de traba-lho é firmado por tempo indeterminado, ou seja, não há prazo previamente fixado para seu fim. Aliás, é de interesse público que esses contratos sejam firmados para prazos de longa duração, pois, enquanto o empregado estiver trabalhando, haverá fonte de sustento, garantindo sua dignidade. Em razão desse princípio, a obriga-ção de provar a ruptura do contrato de trabalho é do empregador, isto é, em regra presume-se que o empregado não deu causa ao término do contrato de trabalho (Súmula n. 212 do TST).

• Princípio da irrenunciabilidade ou indisponibilidade dos direitos trabalhistas: na vigência do contrato de trabalho, os direitos trabalhistas são, em regra, irrenun-ciáveis, porque há presença da subordinação do empregado perante o empregador. Assim sendo, mesmo que o ato seja bilateral (comum acordo entre as partes), se houver prejuízo ao empregado, esse ato deverá ser declarado nulo, pois o empre-gado não pode renunciar aos direitos e vantagens assegurados em lei. Ao estudar o princípio da irrenunciabilidade, cabe destacar dois princípios:

a) Princípio da irredutibilidade salarial. Veda-se a redução (diminuição) dos salários dos trabalhadores, exceto por convenção ou acordo coletivo (artigo 7 º, inciso VI, da Constituição Federal). Portanto, para que essa redução salarial seja válida, há neces-sidade da participação do sindicato dos trabalhadores.

Com a Lei no 13.467/2017, caso venha a ser pactuada cláusula que reduza o salário do empregado, deverá haver garantia de que ele não será dispensado sem justa causa no pra-zo de vigência do instrumento coletivo, nos termos do novo art. 611-A, §3º, incluído pela Reforma Trabalhista:

Art. 611-A, § 3º da CLT: Se for pactuada cláusula que reduza o salário ou a jornada, a convenção coletiva ou o acordo coletivo de trabalho deverão prever a proteção dos empregados contra dispensa imotivada durante o prazo de vigência do instrumento coletivo.

b) Princípio da intangibilidade salarial. Vedam-se descontos no salário, exceto nos casos previstos em lei ou norma coletiva. Esse princípio protege o trabalhador con-tra seus próprios credores, pois o salário é, em regra, impenhorável.

Direito do Trabalho 803

• Para a semana antes da prova, segue o quadrinho de memorização dos princípios do Direito do Trabalho:

IMPACTOS DA REFORMA TRABALHISTA

• Prevalência do negociado sobre o legislado: Com a Reforma Trabalhista, verificou-se a valorização dos ins-trumentos coletivos, pois em diversas hipóteses previstas no art. 611-A da CLT prevalecerão sobre a legislação. Além disso, a nova lei também prevê que o acordo coletivo prevalece sobre a convenção coletiva.

• Legislação ainda vigente: prevalência da norma mais favorável ao empregado.

• Princípio da irredutibilidade salarial: com a Reforma Trabalhista, os salários poderão ser reduzidos por instru-mento coletivo, desde que haja garantia contra a dispensa imotivada no prazo em que vigorar o instrumento.

• Legislação ainda vigente: não há a possibilidade de redução salarial.

1.2. Fontes

• Fontes materiais: são fatores ou acontecimentos sociais, políticos, econômicos e filosóficos que inspiram o legislador (deputados e senadores) na elaboração das leis. Esses movimentos influenciam diretamente o surgimento ou a modificação das leis.

• Fontes formais: são a exteriorização das normas jurídicas, ou seja, as fontes formais são normas de observância obrigatória pela sociedade. Todos devem cumpri-las, pois são imperativas. Exemplo: convenção, acordo coletivo e leis.

• Há 2 tipos de fontes formais: 1. Fontes formais autônomas: são discutidas e confec-cionadas pelas partes diretamente interessadas pela norma. Há, portanto, a vontade expressa das partes em criar essas normas. Exemplo: uma determinada negociação coletiva entre sindicato e empresa resulta em um acordo coletivo. 2. Fontes for-

mais heterônomas: nas fontes heterônomas não há participação direta dos des-tinatários, ou seja, essas fontes possuem origem estatal (Legislativo, Executivo ou Judiciário).

• Hierarquia entre as fontes do Direito do Trabalho. Nos demais ramos do direito (D. Constitucional, D. Administrativo etc.) há uma rígida hierarquia das fontes for-mais (CF prevalece sobre as leis; leis são superiores aos decretos etc.). No Direito

Revisão Final – TST 804

do Trabalho, por força do princípio da norma mais favorável, aplica-se a fonte mais favorável aos trabalhadores. Com a Reforma Trabalhista, houve valorização do ne-gociado sobre o legislado, prevalecendo o disposto nos instrumentos coletivos de trabalho sobre a legislação nas hipóteses previstas no art. 611-A da CLT.

• Conflito entre as fontes. Ocorre, com frequência, o conflito entre fontes formais do direito e a resposta dependerá da teoria adotada:

– A teoria do conglobamento defende a aplicação de apenas uma fonte em sua totalidade. Assim sendo, o intérprete deverá analisá-la no conjunto. Se o acordo coletivo for o mais favorável ao trabalhador, será aplicado como um todo. Essa teoria é a majoritária na jurisprudência e doutrina1.

– A teoria da acumulação, por sua vez, é no sentido de que o intérprete deverá aplicar todas as fontes no caso concreto, utilizando-se ao mesmo tempo dos artigos e cláusulas que são favoráveis ao trabalhador, desprezando os dispositi-vos desfavoráveis. A aplicação dessa teoria onera o empregador e fragmenta o sistema jurídico. É, portanto, a teoria minoritária.

– A teoria do Conglobamento mitigado, por fim, estabelece a aplicação de nor-mas que estejam agrupadas em um determinado instituto jurídico. Dessa forma, a análise não ocorrerá atomisticamente tal como prevê a teoria da acumulação ou sobre todo o instrumento coletivo como a teoria do conglobamento. A veri-ficação da norma mais favorável ocorre sobre um conjunto de normas de deter-minado assunto2. Por exemplo: compara-se todas as normas sobre remuneração presentes em um acordo coletivo com o mesmo conjunto de normas de uma convenção coletiva. As regras mais benéficas sobre esse assunto específico (remuneração) são aquelas que deverão ser aplicadas ao caso concreto. Contu-do, essa teoria também recebe críticas. De acordo com Sérgio Pinto Martins3, a análise de instituto por instituto também deve ser considerada como teoria da acumulação, uma vez que o conglobamento exige a verificação do conjunto da norma para se aferir o que é mais favorável. Para o autor, a convenção coletiva é realizada em equilíbrio, pois ao mesmo tempo em que se confere uma condi-ção, negocia-se outra menos benéfica. Se selecionarmos instituto por instituto, ora da convecção coletiva, ora do acordo coletivo, ocorrerá desequilíbrio em relação ao que foi negociado pelos entes sindicais.

• Para a semana antes da prova, segue o quadrinho de resumo sobre as fontes de Direito do Trabalho:

1 “A teoria do conglobamento é certamente a mais adequada à operacionalização do critério hierárquico normativo preponderante no Direito do Trabalho. A seu favor tem a virtude de não incorporar as apontadas distorções da teoria da acumulação, além de ser a única teoria a harmonizar a flexibilidade do critério hierár-quico justrabalhista com a essencial noção de sistema inerente à ideia de Direito – e de ciência.” DELGADO, Maurício Godinho. Curso do Direito do Trabalho. 7. ed. São Paulo: LTr, 2008. p. 183.

2 CASSAR, Vólia Bomfim. Direito do Trabalho. 8. ed. São Paulo: Método, 2013. p. 95.

3 MARTINS, Sérgio Pinto. Comentários à CLT. 19. ed. São Paulo: Atlas, 2015. p. 713-714.

Direito do Trabalho 805

Fontes

Materiais

Formais

(obrigatórias)

– não são obrigatórias– fase prévia ao surgimento das normas– fatores sociais, econômicos que influenciam a elabo-

ração das normas (reivindicação dos trabalhadores e das empresas)

– elaborada pelas partes interessadas– Exemplos: acordo e convenção coletivaAutônomas

Heterônomas– origem estatal– Exemplos: CF, leis e decretos

– Hierarquia das fontes formais– prevalece a norma mais favorável– prevalência do negociado sobre o legislado

– Conflito das fontes formais

– Teoria do conglobamento– Teoria da acumulação

1.3. Integração

• Integração: Diante da complexidade da sociedade contemporânea e de suas cons-tantes mudanças, o legislador não possui condições de prever todos os aconteci-mentos sociais e editar lei específica para todos os eventos que venham a ocorrer na sociedade. A fim de evitar que o conflito fique sem solução, surge a importante tarefa dos juristas de integrar o ordenamento jurídico, criando-se a ideia de comple-tude do ordenamento. Portanto, integrar significa completar as lacunas deixadas pelo legislador.

• Tipos de integração: De acordo com o art. 8º da CLT, na ausência de legislação ou disposição contratual, a Justiça do Trabalho e as autoridades administrativas pode-rão se valer de técnicas de integração. Se houver um caso ainda não previsto em lei, o juiz estará obrigado a julgá-lo, pois a função do magistrado é pacificar os conflitos, mesmo não existindo lei específica para aquele caso. São técnicas de integração:

a) Analogia: ocorre quando uma lei semelhante é utilizada para regular o caso em que não há lei específica;

b) Equidade: deve ser entendida como a justiça aplicada com bom senso, com razoabilidade. Nesse caso, permite-se a criação de norma jurídica ao caso con-creto, pautada por critérios de justiça sem que haja nenhuma previsão legal a respeito4;

c) Princípios gerais de Direito: exercem importante função integrativa, pois coe-xistem com as regras jurídicas, podendo suprir eventual lacuna.

d) Costumes: compreendem a prática reiterada de uma conduta em dada região ou empresa, por exemplo, o costume em determinada atividade de pagar gor-jetas. Assim, na ausência de dispositivo legal a respeito de determinado assunto

4 GARCIA, Gustavo Filipe Barbosa. Curso de Direito do Trabalho. 7. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2013. p. 71.

Revisão Final – TST 806

e desde que não contrarie a Constituição Federal ou outra legislação, permite-se a utilização dos costumes para suprir a lacuna da lei trabalhista.

e) Direito comparado: refere-se ao confronto das leis de diversos Estados em di-versos momentos históricos para estabelecer diferenças e semelhanças entre ordens jurídicas. Se verificada determinada lacuna no ordenamento brasileiro, é possível supri-la pela análise de outros ordenamentos quando for possível en-contrar uma tendência para a solução de determinado conflito.

f) Jurisprudência: é a decisão reiterada no mesmo sentido sobre a mesma maté-ria. Discute-se se a jurisprudência pode ser considerada como fonte de integra-ção. Há duas correntes sobre o tema:

1) A primeira delas, tradicional e majoritária, defende que não, pois as decisões reiteradas dos Tribunais não têm força normativa;

2) A segunda corrente é no sentido de que, com base no do artigo 8º da CLT, há possibilidade de utilização como norma. Aliás, na prática trabalhista, os juízes utilizam-se das súmulas e OJs do TST como forma de suprir as diversas lacunas deixadas pela CLT.

• Reforma Trabalhista: A Reforma Trabalhista modificou o art.  8º da CLT e trouxe impactos no âmbito da integração do Direito do Trabalho:

IMPACTOS DA REFORMA TRABALHISTA

• Direito comum como fonte subsidiária. A Reforma Trabalhista removerá a exigência de compatibilidade com os princípios do Direito do Trabalho para a aplicação do direito comum como fonte subsidiária.

• Legislação ainda vigente: A redação do art. 8º, parágrafo único, da CLT prevê o direito comum como fonte subsidiária do Direito do Trabalho, somente naquilo que não for incompatível com os princípios fundamen-tais desse ramo do Direito.

• Restrição à jurisprudência consolidada do TST e dos TRTs. A Lei n. 13.467/17 (Reforma Trabalhista) acres-centou o § 2º ao art. 8º da CLT, estabelecendo que súmulas e outros enunciados de jurisprudência editadas pelo TST e pelos TRTs não podem restringir direitos legalmente previstos nem criar obrigações que não estejam previstas em lei.

• Legislação ainda vigente: A CLT não possui dispositivo que limita a possibilidade de criação de súmulas e orientações jurisprudências do TST e dos TRTs.

• Controle dos instrumentos coletivos de trabalho. Foi ainda acrescentado o § 3º ao art. 8º da CLT, o qual estabelecerá uma limitação no controle do Poder Judiciário dos instrumentos coletivos de trabalho. De acordo com o dispositivo, no exame da convenção coletiva ou do acordo coletivo, a Justiça do Trabalho deve analisar exclusivamente a conformidade dos elementos essenciais do negócio jurídico, balizando sua atuação pelo princípio da intervenção mínima na autonomia da vontade coletiva.

• Legislação ainda vigente: A CLT não possui nenhuma restrição quanto à análise dos instrumentos coletivos de trabalho – acordo coletivo e convenção coletiva – pelo Poder Judiciário.

1.4. Flexibilização

• Flexibilização: redução da rigidez das leis trabalhistas pela negociação coletiva, ou seja, é dar ênfase ao negociado em detrimento do legislado. Na flexibilização permanecem as normas básicas de proteção ao trabalhador, mas permite-se maior amplitude dos acordos e convenções para adaptação das cláusulas contratuais às

Direito do Trabalho 807

realidades econômicas da empresa e às realidades regionais. Foi o que ocorreu com a Reforma Trabalhista, pois foram criadas normas que preveem a valorização do ne-gociado sobre o legislado (art. 611-A, CLT).

• Desregulamentação: ocorre quando há ausência total da legislação protetiva, isto é, substituição do legislado pelo negociado. Nesse caso, não haveria a intervenção do Estado na elaboração das leis, deixando para as partes a elaboração das condi-ções de trabalho.

• Lay off: Diante de retrações no mercado e crises econômicas, é comum que em-presas reduzam o número de empregados para viabilizar a continuação da ativi-dade produtiva. Nesse sentido, para evitar a ocorrência de demissões em massa de empregados e permitir maior qualificação profissional dos empregados, é ne-cessário adotar medidas que garantam a manutenção dos contratos de trabalho mesmo em momentos de crise. Uma dessas hipóteses é o denominado lay off, que se refere ao afastamento temporário do empregado mediante recebimento de licença remunerada.

Nesse sentido, o art. 476-A da CLT estabelece hipótese de suspensão do contrato de trabalho pelo período de 2 a 5 meses para que o empregado participe de curso de qualifi-cação profissional, na qual não será devido o pagamento de salários.

• Programa Seguro-Emprego (PSE). Em novembro de 2015, foi promulgada a Lei n. 13.189/2015 prevendo nova hipótese de lay off como resposta ao aumento no nú-mero de desempregos diante de crise econômica. Nesse sentido, criou-se o Progra-ma de Proteção ao Emprego – PPE. Cabe destacar que, recentemente (26/06/2017), foi promulgada a Lei n. 13.456/2017, que modificou e prorrogou por mais dois anos a vigência do programa, denominando-o agora Programa Seguro-Emprego (PSE).

De acordo com essa regulamentação, permite-se que a empresa reduza a jornada de trabalho de seus empregados em até 30% com a correspondente diminuição do salário. O valor pago pelo empregador após a redução não pode ser inferior ao salário mínimo. Para que essa redução seja válida, é necessária a celebração de acordo coletivo com o sindicato profissional. A redução pode ter duração de até 6 meses, prorrogáveis até o limite de 24 meses. O candidato deverá estar atento a essa nova legislação!

2. DIREITOS CONSTITUCIONAIS DOS TRABALHADORES

Os direitos constitucionais dos trabalhadores estão previstos especialmente nos art. 7º a 11 da CF/88. É imprescindível que o candidato faça a leitura prévia desses artigos antes de sua prova para o TST.

Além disso, o candidato deve estar atento ao previsto no arts. 5º, I a VI, VIII a XVIII, XX, XXIII, XXIX, 6º, 37, II e 170, da CF/88 e 10, I e 19, do ADCT da CF/88:

Constituição Federal

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantin-do-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

Revisão Final – TST 808

I – homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Consti-tuição;

II – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;

III – ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;

IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;

V – é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem;

VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;

(...)

VIII – ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convic-ção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;

IX – é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;

X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, as-segurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua vio-lação;

XI – a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem con-sentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para pres-tar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;

XII – é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de da-dos e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou ins-trução processual penal;

XIII – é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualifi-cações profissionais que a lei estabelecer;

XIV – é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional;

XV – é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;

XVI – todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anterior-mente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autorida-de competente;

XVII – é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter parami-litar;

XVIII – a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;

(...)

Direito do Trabalho 809

XX – ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;

(...)

XXIII – a propriedade atenderá a sua função social;

(...)

XXIX – a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País;

(...)

Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:

I – relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos;

II – seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;

III – fundo de garantia do tempo de serviço;

IV – salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes perió-dicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qual-quer fim;

V – piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;

VI – irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo;

VII – garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remunera-ção variável;

VIII – décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da apo-sentadoria;

IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;

X – proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa;

XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excep-cionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei;

XII – salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei;

XIII – duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e qua-tro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;

XIV – jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de reve-zamento, salvo negociação coletiva;

Revisão Final – TST 810

XV – repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;

XVI – remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinqüenta por cento à do normal;

XVII – gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal;

XVIII – licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias;

XIX – licença-paternidade, nos termos fixados em lei;

XX – proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei;

XXI – aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei;

XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higie-ne e segurança;

XXIII – adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei;

XXIV – aposentadoria;

XXV – assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas;

XXVI – reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;

XXVII – proteção em face da automação, na forma da lei;

XXVIII – seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;

XXIX – ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho;

a) (Revogada).

b) (Revogada).

XXX – proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de ad-missão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;

XXXI – proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admis-são do trabalhador portador de deficiência;

XXXII – proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos;

XXXIII – proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos;

XXXIV – igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício perma-nente e o trabalhador avulso.

Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os direi-tos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV,

Direito do Trabalho 811

XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas em lei e observada a simplificação do cumprimento das obrigações tributárias, principais e acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração à previdência social.

Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:

I – a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressal-vado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical;

II – é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, re-presentativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um Município;

III – ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas;

IV – a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profis-sional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da represen-tação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei;

V – ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato;

VI – é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho;

VII – o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais;

VIII – é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candi-datura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei.

Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à organização de sindicatos rurais e de colônias de pescadores, atendidas as condições que a lei estabelecer.

Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.

§ 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.

§ 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.

Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos colegia-dos dos órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou previdenciários se-jam objeto de discussão e deliberação.

Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de um representante destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimen-to direto com os empregadores.

(...)

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legali-dade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:

(...)

II – a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a

Revisão Final – TST 812

complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomea-ções para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;

Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:

I – soberania nacional;

II – propriedade privada;

III – função social da propriedade;

IV – livre concorrência;

V – defesa do consumidor;

VI – defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação;

VII – redução das desigualdades regionais e sociais;

VIII – busca do pleno emprego;

IX – tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País.

Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econô-mica, independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos pre-vistos em lei.

ADCT

Art. 10. Até que seja promulgada a lei complementar a que se refere o art. 7º, I, da Constituição:

I – fica limitada a proteção nele referida ao aumento, para quatro vezes, da porcen-tagem prevista no art. 6º, “caput” e § 1º, da Lei n. 5.107, de 13 de setembro de 1966;

II – fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa:

a) do empregado eleito para cargo de direção de comissões internas de prevenção de acidentes, desde o registro de sua candidatura até um ano após o final de seu mandato;

b) da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto.

(...)

Art. 19. Os servidores públicos civis da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, da administração direta, autárquica e das fundações públicas, em exercí-cio na data da promulgação da Constituição, há pelo menos cinco anos continuados, e que não tenham sido admitidos na forma regulada no art. 37, da Constituição, são considerados estáveis no serviço público.

§ 1º O tempo de serviço dos servidores referidos neste artigo será contado como títu-lo quando se submeterem a concurso para fins de efetivação, na forma da lei.

§ 2º O disposto neste artigo não se aplica aos ocupantes de cargos, funções e empre-gos de confiança ou em comissão, nem aos que a lei declare de livre exoneração, cujo

Direito do Trabalho 813

tempo de serviço não será computado para os fins do “caput” deste artigo, exceto se se tratar de servidor.

§ 3º O disposto neste artigo não se aplica aos professores de nível superior, nos ter-mos da lei.

3. SUJEITOS DO CONTRATO DE TRABALHO

3.1. Empregado

• Importante! A Reforma Trabalhista não promoveu alteração nos requisitos para a configuração do vínculo de emprego.

• Importância de identificar o empregado. A relação de emprego tem como princi-pal característica a presença do empregado, parte mais fraca da relação jurídica. O Direito do Trabalho foi pensado e criado exatamente para proteger a figura desse trabalhador. Há necessidade, entretanto, de diferenciar o trabalhador em sentido amplo e o trabalhador com vínculo empregatício. A CLT e as demais normas traba-lhistas são voltadas apenas à proteção dos direitos do empregado, ou seja, jornada de trabalho, FGTS, férias, descanso semanal remunerado, entre outros direitos, são direcionados aos empregados, por isso a importância de diferenciá-los dos traba-lhadores autônomos, eventuais, estagiários etc. Veja o quadro a seguir, com os 4 requisitos para identificar o empregado:

Princípios protetivos:

– Salário-mínimo– Limitação da jornada (8 horas diárias)– Intervalos– Descanso semanal e férias– Estabilidade – Demais direitos trabalhistas

Proteção prevista na CF/88 e na CLT

Empregado

*Importante diferenciá-lo dos demais trabalhadores, porque os direitos trabalhistas são direcionados ao empregado.

Requisitos:

– Pessoa física (Pessoalidade)– Não eventualidade– Onerosidade– Subordinação

• Exclusividade. Não há, na CLT, exigência de que o empregado preste serviços com exclusividade. Não é requisito para configurar o vínculo empregatício que ele tra-balhe para apenas um único empregador. Há possibilidade de vários contratos de trabalho, com empresas diversas, simultaneamente.

• Local da prestação de serviços. O local da prestação de serviços também é irre-levante para configurar o vínculo empregatício. Veja, por exemplo, o trabalhador que presta serviços em domicílio desenvolvendo programas de computador; nessa situação, se houver a presença dos requisitos da relação empregatícia (habitualida-de, onerosidade e subordinação), será configurada a relação de emprego, com o pagamento de todos os direitos trabalhistas.

Revisão Final – TST 814

ATENÇÃO!

O tema a seguir será impactado pela Reforma Trabalhista!

• Teletrabalho. A CLT foi alterada em 2011, para prever o teletrabalho, ou seja, o tra-balho executado a distância. Nesse caso, se as ordens são passadas pelo celular ou e-mail, configuram-se a subordinação e, consequentemente, o vínculo empregatí-cio (art. 6º CLT).

• A Reforma Trabalhista regulamenta o tema em seu título II, capítulo II-A (arts. 75-A a 75-E) e define o teletrabalho como a prestação de serviços preponderantemente fora das dependências do empregador. De acordo com o a nova regulamentação, o teletrabalhador não se sujeitará às regras de duração do trabalho, ou seja, não terá direito a horas extras, pagamento de adicional noturno e intervalos, nos termos do art. 62, III, da CLT.. Ademais, o acordo ou convenção coletiva que dispuser sobre o teletrabalho terá prevalência sobre o disposto na legislação trabalhista(art. 611-A, VIII da CLT).

• Contrato solene: De acordo com a nova lei, para a contratação do teletrabalhador, deve haver a celebração de contrato solene, com a especificação das atividades que o empregado deverá exercer.

• Alteração de trabalho presencial para teletrabalho. A Reforma Trabalhista per-mitirá que o empregado passe a trabalhar na condição de teletrabalhador desde que haja:

a) mútuo acordo entre as partes;

b) acordo escrito em aditivo contratual.

• Alteração de teletrabalho para trabalho presencial. Também será possível a alte-ração do regime de teletrabalho para o presencial. Todavia, nesse caso não se exige o mútuo acordo entre as partes, sendo necessários apenas o preenchimento dos seguintes requisitos:

a) prazo de transição mínimo de 15 dias;

b) aditivo contratual.

• Para facilitar seus estudos antes da prova, segue quadrinho com as principais novi-dades da Reforma Trabalhista sobre o assunto:

IMPACTOS DA REFORMA TRABALHISTA

• Teletrabalho: A Lei no 13.467/2017 traz a disciplina do teletrabalho para excluir o teletrabalhador do capítulo de duração do trabalho. Dessa forma, o empregado não é submetido a controle de jornada, não sendo devidos os adicionais noturno e de horas extras.

• Legislação ainda vigente: o empregado em teletrabalho está submetido a controle de jornada.

• Experiência prévia (art.  442-A da CLT). Recentemente, a CLT foi alterada para incentivar o ingresso de novos profissionais no mercado de trabalho. Como forma de proporcionar que trabalhadores, ainda sem experiência, possam ocupar novos

Direito do Trabalho 815

postos de trabalho, o empregador está proibido de exigir do candidato comprova-ção de experiência prévia por tempo superior a 6 meses.

3.2. Carteira de Trabalho e Previdência Social

• Documento obrigatório. Não há formalidade específica para contratar o emprega-do, pois o contrato de trabalho poderá ser celebrado, inclusive, de forma verbal. Há, entretanto, exigência de um documento obrigatório do empregado, chamado de Carteira de Trabalho e Previdência Social – CTPS. Esse documento é utilizado para identificação do empregado, servindo como meio de prova na área trabalhista e previdenciária. A falta de anotação da CTPS não afasta o vínculo empregatício, mas possibilita que a empresa seja autuada pela fiscalização.

• Prazo para anotação na CTPS. O prazo para assinatura da carteira é de 48 horas, sob pena de pagamento de multa. Nas localidades onde não for emitida a CTPS, o empregado poderá ser admitido para exercer as atividades, pelo prazo de 30 dias. A empresa fica obrigada a permitir o comparecimento do empregado ao posto de emissão mais próximo.

• Anotações obrigatórias na CTPS. Os acidentes de trabalho são obrigatoriamente anotados pelo INSS na carteira do acidentado, conforme previsto no art. 30 da CLT.

• Anotações desabonadoras. É proibido ao empregador efetuar anotações desabo-nadoras à conduta do empregado. Exemplo: empregado que é dispensado por justa causa, com suspeita de furto na empresa ou, ainda, o empregado que falta ao traba-lho injustificadamente. O empregador, mesmo diante dessas condutas, não poderá descrevê-las na CTPS do empregado.

• Prescrição e CTPS. Na anotação da CTPS, para fins de comprovação perante o INSS, não se aplica o prazo previsto da Constituição Federal, ou seja, o prazo de 2 anos a partir do término do contrato de trabalho. Esse direito é imprescritível, conforme previsto no art. 11, § 1º, da CLT.

ATENÇÃO!

O tema a seguir será impactado pela Reforma Trabalhista!

• Registro de empregados: Diferentemente da CTPS, que é documento pessoal do trabalhador, o empregador é obrigado a efetuar o registro de seus empregados em livros, fichas ou sistemas eletrônicos, o que corresponde a documento interno da empresa (próprio do empregador). A falta desse registro possibilitará a aplicação de multa pela fiscalização do trabalho.

• Valor da multa por ausência de registro: Com a Reforma Trabalhista, caso não haja o registro, o valor da multa será de R$ 3.000,00 por empregado não registrado, acrescido de igual valor em caso de reincidência (art. 47 da CLT, alterado pela Re-forma Trabalhista). Tratando-se de microempresa ou empresa de pequeno porte, a multa será de R$ 800,00.

Revisão Final – TST 816

• Reajuste da multa. É importante destacar que a nova redação do art. 634, § 2º da CLT dada pela Reforma Trabalhista assegura o reajuste no valor das multas estabelecidas em moeda corrente de acordo com a Taxa Referencial divulga pelo Banco Central:

Art. 634, § 2º da CLT (Redação dada pela Lei de Reforma Trabalhista): Os valores das multas administrativas expressos em moeda corrente serão reajustados anualmente pela Taxa Referencial divulgada pelo Banco Central do Brasil, ou pelo índice que vier a substituí-lo.

• Tendo em vista que a Taxa Referencial não repõe o valor da inflação anual, os valores previstos às multas trabalhistas perderão valor real com o passar dos anos e passa-rão a ter cada vez menos impacto no caso de descumprimento pelo empregador.

IMPACTOS DA REFORMA TRABALHISTA

• Majoração da multa por ausência de registro de empregados. A Lei n. 13.467/17 majora a multa por ausên-cia de registro de empregados. De acordo com ao nova redação dada ao “caput” e § 1º do art. 47 da CLT, a multa aplicada será de R$ 3.000,00 para as empresas que não registrarem seus empregados, podendo ser acrescido de igual valor na hipótese de reincidência, e de R$ 800,00 quando o empregador for microempresa e empresa de pequeno porte. Além disso, não se aplicará o critério da dupla visita na aplicação da penalidade ao empregador.

• Legislação ainda vigente: O art. 47 da CLT prevê a aplicação de multa sobre o valor de 1 salário mínimo regio-nal, que corresponde ao valor de 378,2847 Unidades de Referência Fiscal (UFIRs) por empregado não registrado. Não existe diferenciação nos valores cobrados das microempresas e empresas de pequeno porte. Por fim, não há previsão expressa de exceção ao critério da dupla visita.

3.3. Empregado Rural (Lei n. 5.889/73)

• Direitos equiparados. Inicialmente, o empregado rural não possuía os mesmos di-reitos dos empregados urbanos. Com a promulgação da Constituição Federal de 1988, ocorreu a equiparação de direitos entre empregados urbanos e rurais.

• Prescrição para o empregado rural. Houve alteração do art. 7º, XXIX, da CF/88, e o prazo prescricional do trabalhador rural passou a ser o mesmo do urbano: 2 anos para ingressar com a ação judicial, após a extinção do contrato, com possibilidade de pleitear os direitos trabalhistas dos últimos 5 anos, a contar da propositura da ação.

• Em outubro de 2015, foi incluída na atividade econômica prevista no caput do art. 3º – que conceitua empregador rural – a exploração do turismo rural acessório à explo-ração agroeconômica (art. 3º, §1º da Lei n. 5.889/73).

3.3.1. Peculiaridades dos Empregados Rurais

• Aviso-prévio. O aviso-prévio é dado pela parte (empregado ou empregador) que decidir pôr fim à relação empregatícia. Se a iniciativa partir do empregador, a legis-lação trabalhista prevê a redução da jornada de trabalho, como forma de proporcio-nar ao trabalhador a busca por um outro emprego. O empregado rural notificado da dispensa sem justa causa tem direito à redução de 1 dia por semana para buscar novo emprego, sem prejuízo da sua remuneração.

• Intervalo intrajornada. O intervalo concedido ao empregado rural para descanso e refeição, na jornada superior a 6 horas, será de acordo com os usos e costumes

Direito do Trabalho 817

da região. Cabe frisar, entretanto, que o TST tem se posicionado no sentido de que o empregado rural que tenha jornada superior a 6 horas diárias possui o direito ao intervalo de, no mínimo, 1 hora. Caso não seja concedido esse intervalo mínimo, haverá o pagamento de horas extras, com base no art. 71, § 4º, da CLT. Com a Refor-ma Trabalhista, haverá alteração na natureza jurídica da parcela devida na hipótese de supressão ou redução do intervalo intrajornada, que será indenizatória, não re-fletindo nas demais verbas trabalhistas. Além disso, somente será devido o período suprimido do intervalo.

• Serviços intermitentes: Outra particularidade diz respeito aos serviços intermitentes, em que há possibilidade de intervalos mais longos, como dos empregados que traba-lham com gado leiteiro, que saem de madrugada para a primeira ordenha e voltam apenas no fim da tarde para a segunda. Esses intervalos de, no mínimo, 5 horas (art. 10, parágrafo único, Decreto n. 73.626/1974), não são computados na jornada de trabalho do empregado rural, mas devem estar expressamente ressalvados na CTPS do rural.

• Trabalho noturno. O ser humano não possui hábitos noturnos. Assim sendo, o tra-balho noturno deve conter aspectos mais protetivos e possuir remuneração supe-rior à do diurno. O horário noturno será de acordo com a atividade desenvolvida: a) na pecuária inicia-se às 20 horas e termina às 4 horas; b) na agricultura, a jornada será das 21 horas às 5 horas. A hora noturna rural, ao contrário do que acontece com o trabalhador urbano, não é reduzida, ou seja, a hora terá duração de 60 minutos. Durante a jornada noturna há necessidade de pagamento de adicional noturno de, no mínimo, 25% a mais que a hora diurna.

• Salário-utilidade ou salário in natura. O salário poderá ser pago em dinheiro ou, ain-da, em utilidades, como alimentação e moradia. Essa forma de pagamento é chamada de salário in natura ou utilidades. Há possibilidade de desconto do salário mínimo para o pagamento das utilidades, respeitando os seguintes percentuais: a) até 20%, mora-dia; b) até 25%, pelo fornecimento de alimentação sadia e farta, atendidos os preços vigentes na região. Para esses descontos, há necessidade de prévia autorização do empregado rural; sem tal autorização, essas deduções serão nulas de pleno direito.

3.3.2. Contrato Temporário Rural (Art. 14-a da lei N. 5.889/73)

• Quem pode contratar? Recentemente, houve alteração na lei para disciplinar a contratação por pequeno prazo do trabalhador rural, na tentativa de formalizar as contratações dos “diaristas do campo”. Apenas o empregador pessoa física poderá contratar sob essa modalidade, o que exclui as empresas rurais, cooperativas e de-mais pessoas jurídicas.

• Contrato por prazo determinado. Esse contrato será por prazo determinado, com duração máxima de 2 meses dentro do período de um ano. Veja que esse contrato possibilita vários períodos descontínuos.

• CTPS opcional. O empregador rural é obrigado a recolher as contribuições previ-denciárias e efetuar os depósitos do FGTS – Fundo de Garantia do Tempo de Serviço.

Revisão Final – TST 818

Ademais, deverá anotar na CTPS – Carteira de Trabalho e Previdência Social – ou poderá fazer contrato escrito com o trabalhador rural.

• Direitos trabalhistas. O trabalhador rural contratado por curto período terá direito à remuneração equivalente à do trabalhador rural permanente, e todos os demais direitos de natureza trabalhista, relativos ao contrato por prazo determinado. Essas parcelas serão calculadas dia a dia e pagas diretamente ao trabalhador.

• Para a semana antes da prova segue o quadro de resumo sobre empregado rural:

EMPREGADO RURAL (Lei n. 5.889/73)

Empregado

rural

equiparação de direitos como os urbanos (art. 7º, CF/88).

identificação: trabalha para empregador rural.

prescrição: mesmo período dos trabalhadores urbanos (2 anos para ingres-sar na justiça/pedido dos últimos 5 anos).

Peculiaridades do

trabalhador rural

aviso-prévio: redução de 1 dia por semana (iniciativa do empregador).

intervalo: de acordo com usos e costumes da região.

trabalho noturno (hora de 60 min):

• pecuária 20 h às 4 h.

• agricultura 21 h às 5 h.

• adicional noturno: 25%.

salário-utilidade (desconto sobre salário mínimo):

• 20% moradia.

• 25% alimentação.

• prévia autorização.

Contrato temporário rural

(art. 14-A,

Lei Rural)

empregador: pessoa física.

duração: 2 meses dentro do período de 1 ano.

recolher FGTS e contribuições previdenciárias.

mesmos direitos dos demais empregados permanentes.

3.4. Trabalho Doméstico

• O Brasil deu um importante passo rumo à efetivação dos direitos fundamentais trabalhistas, reconhecendo direitos básicos do empregado doméstico via EC-72 – 2013.

• Em junho de 2015, foi promulgada a Lei Complementar n. 150/2015, que passou a regulamentar o trabalho doméstico a partir dos novos direitos assegurados pela EC n. 72/2013 e trouxe diversas mudanças na disciplina dessa relação de emprego. As alterações promovidas certamente serão objeto dos concursos públicos vindouros, nos próximos anos, na área trabalhista.

• Requisitos específicos para identificar o empregado doméstico permanecem

intactos, mesmo após a alteração constitucional (EC/72-2013). O empregado doméstico tem os 4 requisitos “clássicos” para configurar o vínculo empregatício

Direito do Trabalho 819

(pessoa física, onerosidade, subordinação e continuidade). Entretanto, para esse tra-balhador há duas particularidades que o candidato deve sempre lembrar:

1) Finalidade não lucrativa. É vedado que o empregado doméstico esteja inseri-do em uma atividade lucrativa da família, ou seja, não poderá prestar serviços a terceiros, mas apenas à família.

2) Trabalho contínuo. O art. 1º, caput, da recém-promulgada LC n. 150/2015 es-tabelece que será configurado o trabalho doméstico quando realizado por período superior a 2 dias. Em razão dessa previsão, entendemos pela impos-sibilidade de contratação de empregado doméstico em trabalho intermitente, modalidade de contrato de trabalho criada pela Reforma Trabalhista. O trabalho intermitente é caracterizado pela alternância entre períodos de prestação de serviços e períodos de inatividade. Tendo em vista que a legislação do domésti-co exige que o trabalhador trabalhe mais de 2 dias na semana, não será possível a contratação em regime de trabalho intermitente.

• Assim, não há dúvidas de que, se os serviços forem prestados em 1 ou 2 dias por semana, ficará configurada a “faxineira” ou a “diarista”, que representam trabalha-doras autônomas, sem direitos trabalhistas.

• Na tentativa de tornar mais didática essa nova matéria ligada ao empregado domés-tico, vamos dividir o tema em 5 partes. Isso tornará mais fácil a memorização para seu concurso público:

1. direitos clássicos previstos na CF e na Lei dos Domésticos antes da EC-72/2013;

2. novos direitos recentemente com a EC-72/2013, com aplicação imediata;

3. novos direitos concedidos, que agora são aplicados em razão da regulamenta-ção efetuada pela Lei Complementar n. 150/2015;

4. direitos não estendidos aos domésticos;

5. discussão a respeito do instituto da prescrição; no entanto, com a LC n. 150/2015, a matéria está regulamentada.

1. Direitos clássicos previstos anteriormente à EC/72-2013, ou seja, eram assegurados desde a promul-

gação da Constituição Federal ocorrida em 5.10.1988:

a) Salário mínimo;

b) Irredutibilidade do salário;

c) Décimo terceiro salário;

d) Repouso semanal remunerado (regulamentado pela LC n. 150/2015);

e) Férias acrescidas de 1/3 mais da remuneração (regulamentado pela LC n. 150/2015);

f) Licença-gestante de 120 dias (regulamentado pela LC n. 150/2015);

g) Licença-paternidade (5 dias);

h) Aviso-prévio (regulamentado pela LC n. 150/2015);

i) Aposentadoria.

Revisão Final – TST 820

2. Novos direitos, com eficácia IMEDIATA do empregado doméstico previstos no art. 7º, parágrafo único,

da CF/88:

A partir de 3.4.2013, já estão assegurados aos empregados domésticos os novos direitos a seguir:

a) jornada de trabalho de até 8 horas diárias e 44 horas semanais (regulamentado pela LC n. 150/2015);

b) horas extras remuneradas com adicional mínimo de 50% (regulamentado pela LC n. 150/2015);

c) garantia de salário mínimo para os que recebem salário variável;

d) proteção legal ao salário;

e) redução dos riscos inerentes ao trabalho por meio de normas de higiene, saúde e segurança;

f) reconhecimento das convenções e dos acordos coletivos de trabalho;

g) proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critérios de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;

h) proibição de discriminação no tocante a salário e critérios de admissão de portadores de deficiência3;

i) proibição de trabalho noturno, insalubre e perigoso ao menor de 18 anos e de qualquer trabalho ao menor de 16 anos (regulamentado pela LC n. 150/2015).

3. Outros direitos concedidos aos domésticos pela EC/72-2013, que agora se encontram em vigor em

razão da regulamentação da LC n. 150/2015. São eles:5

a) proteção da relação de emprego contra a dispensa arbitrária ou sem justa causa;

b) seguro-desemprego em caso de desemprego involuntário (regulamentado pela LC n. 150/2015);

c) obrigatoriedade do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) (regulamentado pela LC n. 150/2015);

d) remuneração do trabalho noturno superior à do diurno (regulamentado pela LC n. 150/2015);

e) salário-família;

f) assistência gratuita aos filhos e dependentes até 5 anos de idade em creches e pré-escolas;

g) seguro contra acidentes do trabalho a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obri-gado, quando incorrer em dolo ou culpa.

5

4. Alguns direitos constitucionalmente assegurados aos trabalhadores em geral não foram estendidos à

categoria dos empregados domésticos. São eles:

a) piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;

b) participação nos lucros ou resultados (já que a sua atividade não tem fim lucrativo);

c) jornada de 6 horas em turnos ininterruptos de revezamento (já que essa condição não ocorre na residência familiar);

d) proteção do mercado de trabalho da mulher mediante incentivos específicos nos termos da lei;

e) adicional de insalubridade, penosidade e periculosidade;

f) proteção em face da automação, na forma da lei;

g) proibição de distinção entre o trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos.

5. Existia a discussão sobre a aplicação do direito a seguir. No entanto, a LC n. 150/2015 regulamentou a

prescrição aplicável aos empregados domésticos:

a) PRESCRIÇÃO: “ação quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de 5 anos até o limite de 2 anos após a extinção do contrato de trabalho.” Nesse caso, o instituto da prescrição,

5 Com a promulgação da Lei n. 13.146/2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência) e sua entrada em vigor em janeiro de 2016, verificou-se mudança na terminologia adotada, uma vez que os termos “pessoa portadora de deficiência” e “pessoa com necessidades especiais” foram substituídos pelo termo mais apropriado, “pes-soa com deficiência”.