resumos vestibular - geografia - relevo do brasil

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Geografia do Brasil O relevo 1) Os fatores internos e externos No Brasil, o tectonismo presso do magma em direo crosta ocorreu em eras geolgicas remotas. Devido predominncia de formaes geolgicas antigas, admite-se que as manifestaes tectnicas estejam muito diminudas sob o territrio do nosso pas. Abalos ssmicos que eventualmente ocorrem em alguns pontos do litoral brasileiro so atribudos presso exercida pela expanso da cordilheira submarina denominada Dorsal Meso-Atlntica. Com relao estrutura geolgica, o territrio brasileiro apresenta-se dividido entre os escudos cristalinos (rochas metamrficas e magmticas), que datam do Pr-Cambriano e correspondem a 36% do territrio brasileiro, e as bacias sedimentares, que sustentam 64% das formas de relevo do pas. O clima tipicamente quente e mido do pas condiciona os mecanismos externos de atuao do intemperismo e da eroso sobre as rochas cristalinas e sedimentares. As regies midas em geral so caracterizadas por formas de relevo suaves e arredondadas, de topos convexos, como os pes de acar e as meias-laranjas das zonas tropicais, tpicas das serras elevadas do Sudeste brasileiro. As guas das chuvas, com enxurradas, alm dos rios e cachoeiras, so as principais modeladoras desse relevo. J nas regies ridas destacam-se as formas abruptas, por causa da desagregao mecnica do material rochoso e da ao torrencial das chuvas irregulares, caractersticas do clima semi-rido nordestino. Alm do clima, que comanda a maior parte dos fatores externos que atuam sobre o modelado terrestre, o Brasil possui uma densa rede hidrogrfica, o que faz dos seus rios importantes agentes de eroso (em formas elevadas) e sedimentao (em plancies). 2) As classificaes do relevo brasileiro Para compreender quaisquer formas de relevo, deve-se considerar a atuao conjunta de todos os fatores analisados a influncia interna representada pelo tectonismo e a atuao do clima nos diferentes tipos de rocha. Alm disso, necessrio observar a evoluo do clima, ou seja, as drsticas alteraes ocorridas ao longo do tempo geolgico. Portanto, a anlise do relevo atual envolve o estudo dos chamados paleoclimas, ou seja, os fatores climticos passados, que contribuem para explicar o modelado do presente. Classificar o relevo implica agrupar suas formas em compartimentos de acordo com a semelhana de caractersticas externas. Para que a classificao seja satisfatria, todos os fatores devem ser igualmente valorizados. At meados do sculo XX, isso no acontecia. As classificaes do relevo brasileiro prendiam-se basicamente estrutura geolgica, de modo que muitas vezes as formas de relevo (unidades geomorfolgicas) eram definidas de acordo com o tipo de rocha. Tornaram-se comuns, por exemplo, denominaes como planaltos cristalinos e planaltos sedimentares.

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2.1) A classificao de Aziz AbSaber (dcada de 1960) A classificao do gegrafo Aziz AbSaber foi a primeira a romper de forma mais definitiva com a confuso existente entre estrutura geolgica e relevo, O relevo, como vimos, modela-se a partir do contato das rochas com a atmosfera. Alm disso, no Brasil a estrutura geolgica antiga, mas as atuais formas de relevo em geral foram esculpidas recentemente, no decurso da Era Cenozica. Observa-se pelo mapa da pgina seguinte que os compartimentos do relevo so divididos basicamente entre planaltos e plancies, caracterizados como superfcies expostas respectivamente a processos erosivos e de deposio. O mais significativo dessa classificao o fato de as unidades receberem denominaes regionais, e no geolgicas, sem que se desconsidere a importncia da litologia o estudo das rochas para a caracterizao de cada uma delas. Planaltos de origem sedimentar, como parte do planalto Central e o planalto do MaranhoPiau, apresentam muitas chapadas, pois o desgaste em rea sedimentar vai expondo os vrios estratos da rocha, mantendo-se sempre sua feio tabular. J as elevadas altitudes do planalto das Guianas e das serras e planaltos do Leste Sudeste so explicadas no apenas pela intensa atividade tectnica passada, sobretudo para as serras do Sudeste, mas tambm pela presena de rochas cristalinas mais resistentes eroso. Portanto, essa classificao foi elaborada com base na estrutura geolgica e na influncia dos climas atuais sobre a atuao dos processos geomorfolgicos. 2.2) A classificao de Jurandyr Ross (dcada de 1990) A classificao elaborada pela equipe do gegrafo Jurandyr Ross aplica os estudos dos paleoclimas na delimitao das unidades morfolgicas. 3) Os domnios morfoclimticos A paisagem natural caracterizada pela integrao dos diferentes elementos que a compem: clima, relevo, estrutura geolgica, hidrografia, solo e vegetao. O primeiro estudo a apoiar-se na relao existente entre a cobertura vegetal, o clima e a forma de relevo para caracterizar a paisagem brasileira foi realizado pelo gegrafo AbSaber na dcada de 1970. Em sua descrio ele valorizou, muito mais do que em sua primeira classificao do relevo brasileiro, a interferncia dos fatores climticos no modelado. Da sua nova elaborao ter sido designada como domnios morfoclimticos (morfo, relativo forma do relevo, e climtico, relativo ao tipo de clima). Apesar das inovaes nos critrios de compartimentao do relevo brasileiro, a anlise dos domnios continua sendo a melhor forma de compreender a relao dinmica entre os diversos elementos naturais. Domnio amaznico. Tradicionalmente, acreditava-se que a regio amaznica fosse uma extensa plancie, em que predominavam as terras baixas. Hoje se sabe, porm, que a plancie corresponde a apenas 5% do que se supunha, pois as terras baixas tambm formam planaltos e extensas depresses. Os numerosos rios do domnio amaznico atuam como importantes agentes de sedimentao e principalmente de eroso. O elemento marcante desse domnio, contudo, a floresta Amaznica, que apresenta grande variedade de espcies, entre as quais predominam os vegetais2

de folhas largas, denominados latifoliados. A relao entre a floresta e a rede hidrogrfica, sob a influncia dos ventos alsios na zona de convergngia intertropical, explica a umidade excessiva do domnio amaznico, tpica do clima equatorial. Os solos so pouco espessos e cidos, e sua riqueza est na prpria cobertura vegetal, que d origem ao material orgnico decomposto. Por isso, o desmatamento constitui a principal ameaa ao equilbrio natural da regio. Domnio do cerrado. Abrange a maior parte da poro central do pas e prprio de climas tropicais alternadamente midos e secos. A vegetao herbcea e arbustiva e as rvores pequenas de troncos e galhos retorcidos adaptam-se bem ao perodo de estiagem; nos locais mais midos, desenvolve-se o chamado cerrado, com rvores de grande porte; nas margens dos rios comum a vegetao denominada mata-galeria. O solo do cerrado pobre e requer tcnicas de correo da acidez (calagem) para o desenvolvimento da agricultura. Foi graas a essas tcnicas que o cultivo de soja pde avanar nos ltimos anos por todo o Centro-Oeste. Segundo alguns estudiosos, o solo, e no o tipo climtico, o responsvel pelas caractersticas da vegetao do cerrado. Originalmente acreditava-se que nessa rea predominassem os planaltos, com a presena de chapadas e chapades. Na dcada de 1990, porm, descobriu-se que esse domnio apresenta uma grande diversidade geomorfolgica. Alm de planaltos residuais, h depresses, como a Sul-Amaznica e a do AraguaiaTocantins, e os rios Araguaia e Tocantins formam uma extensa rea de plancie. A rede hidrogrfica de baixa densidade, e os rios de maior destaque so afluentes das bacias hidrogrficas amaznica e platina. Domnio da caatinga. A presena de depresses na regio j havia sido detectada desde os primeiros estudos desse domnio, mas desconhecia-se sua real extenso: a depresso sertaneja e a do So Francisco cobrem praticamente todo o semi-rido nordestino. O relevo apresenta vrias formaes com modelado abrupto, uma vez que o calor o agente intemprico mais atuante, resultado do clima quente e seco. A caatinga a formao vegetal predominante, adaptada ao clima seco e solos pouco profundos. Para reter a umidade durante os longos perodos de estiagem, essa vegetao arbustiva perde as folhas e adquire uma cor brancoacinzentada, o que explica sua denominao, de origem indgena (caa = mata; tinga = branca). E comum as plantas possurem razes profundas e longas procura da gua de infiltrao. A rede hidrogrfica formada principalmente por rios temporrios, pois as chuvas so irregulares e os solos quase sempre no permitem a formao de grandes lenis freticos. Domnio dos mares de morros. Disposto sobre as encostas de planaltos. Em conseqncia da intensa devastao, a vegetaao no constitui o principal aspecto desse domnio. A presena da floresta tropical mida, mata de encosta ou mata atlntica, restringe-se hoje a pequenas reas. Intercalados s formaes florestais aparecem os campos de altitude. A expresso mares de morros deve-se forma de desgaste das rochas cristalinas. A ao das chuvas e a umidade tpica do clima tropical litorneo fazem da gua o principal agente modelador, de modo que o relevo adquire formas arredondadas. As principais caractersticas geomorfolgicas da regio so a plancie litornea e as serras elevadas, como a serra do Mar, a da Mantiqueira e a do Espinhao. A

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origem dessas formas de relevo escarpadas est associada a falhas causadas por intensos movimentos tectnicos ocorridos em eras geolgicas passadas. As serras determinam o traado da rede hidrogrfica: rios de mdio e pequeno porte desembocam diretamente no mar, e rios mais expressivos, como o rio Grande, o Tiet e o Paranapanema, correm em direo ao Paran, contribuindo para a configurao da bacia Platina. Domnio das araucrias. Caracterizado pelas folhas pontiagudas, em forma de agulhas, o domnio das araucrias, ou das florestas aciculifoliadas(A denominao aciculifoliadas se refere folhagem em forma de agulhas, tpica dos pinheirais.), tem sido devastado para dar lugar ao extrativismo e agropecuria em todos os estados do sul do pas. As araucrias tambm so denominadas pinheiros-do-paran. Abrange planaltos e chapadas dispostos sobre os terrenos de rochas arenticas (sedimentares) e baslticas (magmticas) e formas de relevo escarpadas surgidas no contato com a depresso da borda leste do Paran, as chamadas frentes de cuestas. As araucrias esto normalmente associadas a elevaes e encostas. A maior parte dos solos da regio de grande fertilidade, como o solo de terra roxa, originado da decomposio do basalto, no caso dos planaltos e chapadas da bacia do Paran. Associadas vegetao das araucrias, so encontradas imbuia e erva-mate. As chuvas distribudas ao longo de todo o ano abastecem os rios, afluentes do Pran e Uruguai. Domnio das pradarias. Corresponde ao extremo sul do pas, na regio da Campanha Gacha, caracterizada tambm pela influncia do clima subtropical. As coxilhas, pequenas colinas arredondadas, tpicas da depresso sul-riograndense, so recobertas por uma vegetao herbcea, com predomnio de gramneas. As rvores so esparsas, e nas margens dos rios desenvolvem-se as matas-galerias. A riqueza do solo, conhecido como solo de brunizens, formado a partir da decomposio de rochas gneas e sedimentares, possibilita a prtica agrcola, mas a principal atividade econmica da regio a pecuria mais ou menos extensiva. Fonte: O espao geogrfico Geografia Geral e do Brasil. Igor Moreira

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