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i XXXVII REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL TEMA: “Crise econômica mundial: impactos na produção de soja e oportunidades da agricultura de precisão e da produção de biodiesel”. Universidade Federal do Rio Grande do Sul Faculdade de Agronomia Departamento de Plantas de Lavoura Resumos Porto Alegre, RS 21 a 23 de julho de 2009 ISBN: 978-85-7727-196-2

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Page 1: RESUMOS ON LINE - UFRGS · vi ensaios de cultivares de soja registradas, de ciclos mÉdio/tardio, tolerantes ao glifosato, da rede soja sul de pesquisa, 2008/2009. p.f. bertagnolli,

i

XXXVII REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL

TEMA: “Crise econômica mundial: impactos na produção de soja e oportunidades

da agricultura de precisão e da produção de biodiesel”.

Universidade Federal do Rio Grande do Sul Faculdade de Agronomia

Departamento de Plantas de Lavoura

Resumos

Porto Alegre, RS 21 a 23 de julho de 2009

ISBN: 978-85-7727-196-2

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Exemplares desta publicação podem ser obtidos no: Departamento de Plantas de Lavoura FAGRO-UFRGS Caixa Postal 15.100 Porto Alegre, RS CEP [email protected]

Abaixo os exemplos de referências bibliográficas segundo as normas da ABNT. Exemplo para Trabalho disponível on-line:

Autor. Titulo. In: REUNIÃO DE PESQUISA DA SOJA DA REGIÃO SUL, 37., Porto Alegre, 2009. Programa e resumos. Porto Alegre : UFRGS, 2009. Disponível em: <endereço eletrônico do arquivo do trabalho> Acesso em: 09 jul. 2009

CIP – CATALOGAÇÃO INTERNACIONAL NA PUBLICAÇÃO R444p REUNIÃO DE PESQUISA DA SOJA DA REGIÃO SUL (37.:2009:Porto Alegre,RS)

Programa e resumos / XXXVII Reunião de Pesquisa da Soja da Região Sul; Organizado por Ribas Antonio Vidal, Aldo Merotto Jr. Porto Alegre: UFRGS. 2009.

1 CD-ROM ISBN 978-85-7727-196-2 1.Soja : produção 3. Agricultura de precisão 4. Biodiesel I. Título

II. Vidal, Ribas Antonio (Org.) III. Merotto Jr., Aldo (Org.) CDD 633.34063

Catalogação na publicação: Biblioteca Setorial da Faculdade de Agronomia da UFRGS

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Patrocinadores:

BASF Bayer Crop Sciences

Syngenta Proteção de Cultivos

Apoio:

Arysta Life Sciences Cooplantio

Dupont Falker FMC

Apoio especial:

CAPES CNPQ

Realização:

UFRGS – Faculdade de Agronomia FAURGS

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Equipe Executiva da XXXVII RPS-Sul

Organização Ribas Antonio Vidal

Aldo Merotto Jr.

Comissão Técnica Aldo Merotto Jr.

Carla Andrea Delatorre Christian Bredemeier

Emerson Medeiros Del Ponte Josué Sant´ana

Luiza Rodrigues Redaelli Luiz Carlos Federizzi

Marcelo Pacheco Marisa Azzolini Osmar Conte

Ribas Antonio Vidal

Equipe de Apoio Ana Carolina Rosso

Anderson Luiz Nunes Augusto Kalsing

Emerson da Silva Portes

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SUMÁRIO Página

GENÉTICA, MELHORAMENTO, TECNOLOGIA DE SEMENTES

NOVAS CULTIVARES DE SOJA BRS 294RR e BRS 295RR. A. E. Pípolo, C. A. A. Arias, F. B. Gomide, M. F. Oliveira, G. E. S. Carneiro, M. Kaster, J. F. F. Toledo, L. C. Miranda, L. A. Domit, W. P. Dias, R. M. Soares, Á. M. R. Almeida, M. C. Carrão-Panizzi, J. U. V. Moreira, R. V. Abdelnoor, N. E. Arantes, R. L. Brogin, O. L. Mello Filho, M. J. Z. Pereira ...

1

ENSAIO DE VALOR DE CULTIVO E USO DE CULTIVARES DE SOJA PARA ALIMENTAÇÃO HUMANA. PELOTAS, RS, SAFRA 2008/2009. F. J. Vernetti Junior, G. Theisen ....

5

COMPORTAMENTO DAS CULTIVARES REGISTRADAS DA REDE SOJA SUL DE PESQUISA NAS CONDIÇÕES DE SOLOS DE VÁRZEA DA EMBRAPA CLIMA TEMPERADO NA SAFRA 2008/2009. F. J. Vernetti Junior .

8

ÁREA FOLIAR E MASSA SECA DA PARTE AÉRIA DE PLANTAS DE SOJA ORIGINADAS DE SEMENTES RECOBERTAS COM AMINOÁCIDO, FUNGICIDA, INSETICIDA E POLÍMERO E ARMAZENADAS. R.L. Crizel, O.A. Lucca Filho, M.P Ludwig, S.A.G. Avelar, S. Oliveira, G.A. Rigo ..

12

EFICIÊNCIA NO RECOBRIMENTO DE SEMENTES DE SOJA COM USO DE POLÍMEROS. S. A. G. Avelar; F. Sousa; G. Fiss; L. Baudet; S. T. Peske ....

16

AVALIAÇÃO DE TOLERÂNCIA DE CULTIVARES COMERCIAIS DE SOJA AO EXCESSO HÍDRICO. C.E. Lange ....

20

AVALIAÇÃO DA TOLERÂNCIA AO EXCESSO HÍDRICO DE GENÓTIPOS EXÓTICOS DE SOJA NO RIO GRANDE DO SUL. C.E.Lange, K.I. Oliveira ...

22

EFEITO DA DURAÇÃO DO EXCESSO HÍDRICO SOBRE CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS DA CULTIVAR BRS CHARRUA. C.E. Lange ...

26

DESEMPENHO AGRONOMICO DE GENÓTIPOS DE SOJA SEMEADOS EM PELOTAS. A.C.B. de Oliveira, B.M. Emygdio, G. Aguiar, E.S.Amaral, G.C.Monteiro, M. Dalcin, P. F. Bertagnolli ..

30

GENÓTIPOS CONVENCIONAIS DE SOJA NA EMBRAPA CLIMA TEMPERADO – ANO 2008/2009. Francisco de J. Vernetti Junior, Rafael de Lazari, Lilian Moreira Barros ..

34

AVALIAÇÃO DE LINHAGENS DE SOJA RR NA EMBRAPA CLIMA TEMPERADO, SAFRA 2008/2009. Francisco de J. Vernetti Junior, Rafael de Lazari, Lilian Moreira Barros ..

38

MELHORAMENTO GENÉTICO DE SOJA NA FT SEMENTES RS NO CICLO AGRÍCOLA 2008/2009. R. G.. Matzenbacher; L. A. M. Torres .

42

AVALIAÇÃO DOS ENSAIOS DE VALOR DE CULTIVO E USO (VCU) COM LINHAGENS DE SOJA RR DA FT SEMENTES RS, CONDUZIDOS EM TRÊS REGIÕES DO RIO GRANDE DO SUL, EM 2008/2009. L. A.M. Torres; R. G. Matzenbacher ...

44

CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR DE UMA PROTEÍNA RICA EM PROLINA (PRP) EM Glycine max (L.) MERR. R.R. Oliveira, L.B. Neto, M.H.B. Zanettini, L.M.P. Passaglia .....

46

CARACTERIZAÇÃO DO GENE WRKY27 EM CULTIVARES MODELO DE SOJA [Glycine max (L.) Merrill]. M. Bencke, M. Homrich, B. Wiebke, M. Osório, M. Pinheiro Margis, M. H. Bodanese-Zanettini ..

47

OBTENÇÃO DE PLANTAS TRANSGÊNICAS DE SOJA PARA SUPEREXPRESSÃO DA UREASE UBÍQUA. Beatriz Wiebke-Strohm; Marta Bencke; Laura B. Alves; Giancarlo Pasquali; Márcia Pinheiro Margis; Marina Osório; Milena s. Homrich; Maria H. Bodanese Zanettini ...

48

CARACTERIZAÇÃO DA FAMÍLIA GÊNICA ASR (ABSCISIC ACID, STRESS, AND RIPENING) DE SOJA [GLYCINE MAX (L.) MERRILL]. Bücker-Neto, L; Oliveira, R. R.; Arenhart, R. A.; Pinheiro-Margis, M.; Passaglia, L. M. P.; Bodanese-Zanettini, M. H ....

49

AVALIAÇÃO DE LINHAGENS DE SOJA DA EMBRAPA TRIGO, LOCAIS E ENSAIOS, SAFRA AGRÍCOLA 2008/2009. P.F. Bertagnolli, L.M. Costamilan, C. Pitol, R.C. Rosinha, S.R. Dotto, J.F. Sartori, V. Sommer, L. Biazus, L.C. Dallagnol ....

50

BRS TAURA RR, CULTIVAR DE SOJA INDICADA PARA O RIO GRANDE DO SUL, SANTA CATARINA, PARANÁ E SÃO PAULO. P.F. Bertagnolli, L.M. Costamilan, L. Eichelberger, M. Kaster, A.M.R. Almeida e W.P. Dias ....

51

BRS TERTÚLIA RR, CULTIVAR DE SOJA INDICADA PARA O RIO GRANDE DO SUL. P.F. Bertagnolli, L.M. Costamilan, L. Eichelberger, A. Acosta, F.T.F. Pereira, J.F.F. Toledo, A.E. Pipolo, C.A.A. Arrabal, M. Kaster, A.M.R. de Almeida e W.P. Dias ..

52

MELHORAMENTO DE SOJA NA EMBRAPA TRIGO, SAFRA AGRÍCOLA 2008/09. P.F. Bertagnolli, L.M. Costamilan, C. Pitol, L. Biazus, L.C. Dallagnol ...

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ENSAIOS DE CULTIVARES DE SOJA REGISTRADAS, DE CICLOS MÉDIO/TARDIO, TOLERANTES AO GLIFOSATO, DA REDE SOJA SUL DE PESQUISA, 2008/2009. P.F. Bertagnolli, M. Nicolau, F.J. Vernetti Júnior, C. Steckling, A.L. Roversi, S.A.L. Rubin, J.A. Gonçalves, M.A.R. Oliveira, R.G. Matzenbacher ..

54

ENSAIOS DE CULTIVARES CONVENCIONAIS REGISTRADAS, DE CICLOS MÉDIO/TARDIO, DA REDE SOJA SUL DE PESQUISA, 2008/2009. P.F. Bertagnolli1, M. Nicolau, F.J. Vernetti Júnior, C. Steckling, A.L. Roversi, S.A.L. Rubin, J.A. Gonçalves, M.A.R. Oliveira .....

55

ENSAIOS DE CULTIVARES DE SOJA REGISTRADAS, DE CICLOS PRECOCE/SEMIPRECOCE, TOLERANTES AO GLIFOSATO, DA REDE SOJA SUL DE PESQUISA, 2008/2009. P.F. Bertagnolli, M. Nicolau, F.J. Vernetti Júnior, C. Steckling, A.L. Roversi, S.A.L. Rubin, J.A. Gonçalves, M.A.R. Oliveira, R.G. Matzenbacher ...

56

ENSAIOS DE CULTIVARES CONVENCIONAIS REGISTRADAS, DE CICLOS PRECOCE/SEMIPRECOCE, DA REDE SOJA SUL DE PESQUISA, 2008/2009. P.F. Bertagnolli, M. Nicolau, F.J. Vernetti Júnior, C. Steckling, A.L. Roversi, S.A.L. Rubin, J.A. Gonçalves, M.A.R. Oliveira .

57

ANÁLISE DA EXPRESSÃO DE microRNAs EM RAÍZES DE SOJA SOB CONDIÇÃO DE DEFICIÊNCIA HÍDRICA. F.R. Kulcheski; F. Rodrigues; A. Nepomuceno; R. Margis ..

58

AVALIAÇÃO DE CULTIVARES REGISTRADAS DE SOJA RR NO ANO AGRÍCOLA 2008/2009. Sérgio De A. L. Rubin; José A. Gonçalves E José G. Ozelame

59

AVALIAÇÃO DE CULTIVARES CONVENCIONAIS REGISTRADAS DE SOJA NO ANO AGRÍCOLA 2008/2009. Sérgio De A. L. Rubin; José G. Ozelame E José A. Gonçalves .....

61

MELHORAMENTO GENÉTICO DE SOJA NA FUNDAÇÃO ESTADUAL DE PESQUISA AGROPECUÁRIA NO ANO AGRÍCOLA 2008/2009. Sérgio De A. L. Rubin; José A. Gonçalves E José G. Ozelame

62

ANÁLISE CONJUNTA DA AVALIAÇÃO DE VCU EM LINHAGENS CONVENCIONAIS DE SOJA DE CICLO MÉDIO, 2008/2009. S. De A. L. Rubin; J. A. Gonçalves; C. Steckling; T. Roversi; J.G. Ozelame; R. Castro; A.C. Losso E N.L. Gabe .....

63

ANÁLISE CONJUNTA DA AVALIAÇÃO DE VCU EM LINHAGENS CONVENCIONAIS DE SOJA DE CICLO PRECOCE, 2008/2009. S. De A. L. Rubin; J. A. Gonçalves; C. Steckling; T. Roversi; J.G. Ozelame; R. Castro; A.C. Losso E N.L. Gabe .....

64

ANÁLISE CONJUNTA DA AVALIAÇÃO DE VCU EM LINHAGENS CONVENCIONAIS DE SOJA DE CICLO TARDIO, 2008/2009. S. De A. L. Rubin; J. A. Gonçalves; C. Steckling; T. Roversi; J.G. Ozelame; R. Castro; A.C. Losso E N.L. Gabe .....

66

FUNDACEP 57RR: NOVA CULTIVAR DE SOJA RR DE CICLO SEMI PRECOCE. C. Steckling, T. Roversi, G. P. Tolentino ....

68

FUNDACEP 58RR: NOVA CULTIVAR DE SOJA RR DE CICLO SEMI PRECOCE. C. Steckling, T. Roversi, G. P. Tolentino ....

69

VCU DE LINHAGENS DE SOJA RR MÉDIO DA REDE SUL FEPAGRO-FUNDACEP, SAFRA 2008/09. C. Steckling, T. Roversi, S. A. L. Rubin .

70

VCU DE LINHAGENS DE SOJA RR PRECOCE DA REDE SUL FEPAGRO-FUNDACEP, SAFRA 2008/09. C. Steckling, T. Roversi, S. A. L. Rubin ..

72

VCU DE LINHAGENS DE SOJA RR TARDIA DA REDE SUL FEPAGRO-FUNDACEP, SAFRA 2008/09. C. Steckling, T. Roversi, S. A. L. Rubin .

74

NUTRIÇÃO VEGETAL E USO DO SOLO

DESEMPENHO DA SOJA EM SISTEMA DE INTEGRAÇÃO AGRICULTURA-PECUÁRIA COM DIFERENTES INTENSIDADES DE PASTEJO. Osmar Conte, Cristiane de L. Wesp, Renato Levien, Paulo C. de F. Carvalho, Michael Mazurana, Jônatan Muller, Ana C. Vivian e Diane Alba ....

75

COMPORTAMENTO DA CULTIVAR DE SOJA COODETEC 214 RR SUBMETIDA A DIFERENTES SISTEMAS DE PREPARO DE SOLO. M. Mazurana, J. Müller, R. Levien, A.C. Vian, D. Alba e O. Conte ....

79

CORRELAÇÃO DE MAPAS DE RESISTÊNCIA A PENETRAÇÃO COM MAPAS DE PRODUTIVIDADE DE SOJA. Aramís Picinin Machado, Carlos R. Trein, Renato Levien, Guert D. Schinke, Letícia Sequinatto, Sidinei L. K. Sturmer

83

PRODUTIVIDADE DA SOJA EM DIFERENTES SISTEMAS DE MANEJO DO SOLO E CONDIÇÕES DE TRÁFEGO. Letícia Sequinatto, Carlos R. Trein, Renato Levien, Sidinei L. K. Stürmer, Michael Mazurana, Jônatan Müller e Aramís P. Machado .....

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AMASSAMENTO PELO RODADO DO TRATOR DURANTE AS APLICAÇÕES DE AGROTÓXICOS E 91

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A PRODUÇÃO DE SEMENTES DE SOJA NAS LINHAS AMASSADAS. S. Oliveira, O.A. Lucca Filho, M.P Ludwig , R.L. Crizel .....

AVALIAÇÃO DE QUALIDADE DE SOLO ATRAVÉS DE ATRIBUTOS BIOLÓGICOS EM ÁREA CULTIVADA COM SOJA. Dione D. Roehrs, Andressa deO. Silveira, Flávio A. de O. Camargo ...

92

ECOLOGIA, FISIOLOGIA E PRATICAS CULTURAIS

POTENCIALIZAÇÃO DA ABSORÇÃO DE SÓDIO PELO AMÔNIO EM SOJA COM SISTEMA RADICULAR INUNDADO. A.L. Thomas ....

93

GLUTAMINA NA SEIVA DO XILEMA COMO INDICADORA DA FIXAÇÃO SIMBIÓTICA DE NITROGÊNIO EM SOJA COM SISTEMA RADICULAR EM HIPOXIA. A.L. Thomas .

97

VARIABILIDADE ESPACIAL DE PROPRIEDADES FÍSICAS DO SOLO, POPULAÇÃO DE PLANTAS E DA PRODUTIVIDADE NA CULTURA DA SOJA. N. M. Mattioni; L. O. B. Schuch; G. L. Bellé; R. Durigon

101

O SISTEMA PRODUTIVO DA SOJA E O SEU USO COMO MATÉRIA-PRIMA PARA A PRODUÇÃO DE BIODIESEL . M.H. Hirakuri, J.F.V. Silva, A. Richetti, A.M.G. Castro .....

105

EFICIÊNCIA DO USO DA ÁGUA E SUA INFLUÊNCIA NA VARIABILIDADE DO POTENCIAL PRODUTIVO DAS CULTURAS . A. L. Santi; T. J. C. Amado; L. P. Della Flora .

109

VARIABILIDADE NO RENDIMENTO DE GRÃOS DAS CULTURAS DA SOJA E DO MILHO EM LAVOURAS MANEJADAS COM AGRICULTURA DE PRECISÃO. A. L. Santi; Telmo J. C. Amado; Lisandra P. Della Flora .....

113

ANÁLISE DE PRODUÇÃO EM CULTIVARES DE SOJA DE CICLO PRECOCE E SEMITARDIO SUBMETIDOS AO ALAGAMENTO. M. A. Durigon, A. C. Langaro, L. do Amarante, G. G. da Rosa, P.G. Badinelli, F. J. Vernetti Júnior

118

BALANÇO ENERGÉTICO DE SOJA EM SISTEMAS DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA PÓS-SOJA NA REGIÃO NORTE DO RIO GRANDE DO SUL. L.G. Floss, W. Boller, E.L. Floss, L. Rosso .

119

BALANÇO DE ENERGIA DE SOJA EM SISTEMAS DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA PÓS-MILHO NA REGIÃO NORTE DO RIO GRANDE DO SUL. L.G. Floss, W. Boller, E.L. Floss, L. Rosso .

120

ANÁLISE ECONÔMICA DE SOJA EM SISTEMAS DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA PÓS-SOJA NA REGIÃO NORTE DO RIO GRANDE DO SUL. L.G. Floss, W. Boller, E.L. Floss, L. Rosso ....

121

ANÁLISE ECONÔMICA DE SOJA EM SISTEMAS DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA PÓS-MILHO NA REGIÃO NORTE DO RIO GRANDE DO SUL. L.G. Floss, W. Boller, E.L. Floss, L. Rosso ....

122

RENDIMENTO DE GRÃOS DE SOJA EM SISTEMAS DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA PÓS-SOJA NA REGIÃO NORTE DO RIO GRANDE DO SUL. L.G. Floss, W. Boller, E.L. Floss, L. Rosso .

123

RENDIMENTO DE GRÃOS DE SOJA EM SISTEMAS DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA PÓS-MILHO NA REGIÃO NORTE DO RIO GRANDE DO SUL. L.G. Floss, W. Boller, E.L. Floss, L. Rosso .

124

EFEITO DE SISTEMAS DE PRODUÇÃO INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA, SOB PLANTIO DIRETO: FERTILIDADE E MATÉRIA ORGÂNICA DO SOLO APÓS DEZ ANOS . H.P. dos Santos, R.S. Fontaneli, S.T. Spera, G.O. Tomm .....

125

EFEITO DE SISTEMAS DE PRODUÇÃO INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA, SOB PLANTIO DIRETO SOBRE ALGUNS ATRIBUTOS FÍSICOS DO SOLO APÓS DEZ ANOS. S.T. Spera, H.P. dos Santos, R.S. Fontaneli, G.O. Tomm .....

126

RENDIMENTO DE GRÃOS E ALGUMAS CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS DE SOJA, EM SISTEMAS DE PRODUÇÃO INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUARIA, SOB PLANTIO DIRETO. H.P. dos Santos, R.S. Fontaneli, S.T. Spera, G.O. G.L. Maldaner

127

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS DE TRÊS CULTIVARES DE SOJA EM DIFERENTES DENSIDADES POPULACIONAIS CULTIVADAS EM SOLO DE VÁRZEA. Francisco J. Vernetti Junior, Rogério Seus, Marcos P. Ludwig, Luiz O. B. Schuch ....

128

PERCENTUAL DE PARTICIPAÇÃO DOS RAMOS NOS COMPONENTES DO RENDIMENTO EM SOJA CULTIVADA EM SOLO DE VÁRZEA. Francisco J. Vernetti Junior, Rogério Seus, Marcos P. Ludwig, Luiz O. B. Schuch ..

129

COMPONENTES DO RENDIMENTO DE SOJA CULTIVADA EM SOLO DE VÁRZEA. Francisco J. Vernetti Junior, Rogério Seus, Marcos P. Ludwig, Luiz O. B. Schuch

130

ENTOMOLOGIA

EFICIÊNCIA A CAMPO DO FEROMÔNIO SEXUAL DE Euschistus heros NA CAPTURA DE PERCEVEJOS E SUA CALIBRAÇÃO COMO MÉTODO PARA O MONITORAMENTO EM LAVOURAS DE SOJA. B. S. Corrêa-Ferreira, R. A. Laumann, M. Borges, M. C. B. Moraes

131

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viii

EFICIÊNCIA A CAMPO DO FEROMÔNIO SEXUAL DE Euschistus heros NA CAPTURA DE PERCEVEJOS E SUA CALIBRAÇÃO COMO MÉTODO PARA O MONITORAMENTO EM LAVOURAS DE SOJA. B. S. Corrêa-Ferreira, R. A. Laumann, M. Borges, M. C. B. Moraes

135

MOSCA DA HASTE DA SOJA: OCORRÊNCIA E DANOS. D. Link, M. Hatschbach, F. M. Link

DISTRIBIÇÃO TEMPORAL DE PERCEVEJOS DA SOJA GLYCINE MAX EM SANTA MARIA, RS, BRASIL. J.A.Arnemann, R. C. R. Kuss-Roggia, D. G. Schallemberger, G. Dalazen, A.H. Jung, J.V.C. Guedes

138

ESPÉCIES DE PERCEVEJOS QUE PREDOMINAM AO LONGO DO CICLO DE DESENVOLVIMENTO DA SOJA EM SANTA MARIA, RS, BRASIL. C. R. Perini, R. C. R. Kuss-Roggia, D. G. Schallemberger, E. Dal Prá, M. Bigolin, J.V.C. Guedes………………………………………………………………………………

142

PENETRAÇÃO DE GOTAS EM FUNÇÃO DO ESPAÇAMENTO ENTRE LINHAS, CULTIVAR DE SOJA E VOLUME DA DE PULVERIZAÇÃO. G.R. Sturmer, R.A. Fiorin, G. Dalazen, E. Dal Prá, G. Ceolin, J.V.C. Guedes .

146

EFICIÊNCIA DE INSETICIDAS NO CONTROLE DE ÁCAROS NA CULTURA DA SOJA. Nathália Leal de Carvalho; Ervandil Correa Costa; Jorge Antonio França ..

151

EFICIÊNCIA AGRONÔMICA DE INSETICIDAS NO CONTROLE DO PERCEVEJO-VERDE-GRANDE DA SOJA (Nezara viridula), NA CULTURA DA SOJA. Nathália Leal de Carvalho; Ervandil Correa Costa; Jerson Carus Guedes; Jorge Antonio França ....

155

HERBOLOGIA

PERÍODO ANTERIOR AO DANO DA RENDA ECONÔMICA (PADRE): PRIMEIRAS EVIDÊNCIAS DE SUA IMPORTÂNCIA NA CULTURA DA SOJA RESISTENTE AO GLYPHOSATE. Ribas A. Vidal; Emerson Portes ....

160

ANÁLISE DA ASSOCIAÇÃO DE GLYPHOSATE COM IMAZETHAPYR OU LACTOFEN NO MANEJO DE ESPÉCIES INFESTANTES DA FAMÍLIA CONVOLVULACEAE. Ribas A. Vidal; Augusto Kalsing .

165

PARAMETRIZAÇÃO DO MOMENTO DE APLICAÇÃO DE HERBICIDA NA CULTURA DA SOJA EM FUNÇÃO DE VARIÁVEIS METEOROLÓGICAS. Aldo Merotto Jr., Ribas. A. Vidal, Ives C. G. R. Goulart, Anderson L. Nunes, Valmir Kupas .

170

ÍNDICES DE REFLECTÂNCIA COMO FERRAMENTA PARA O CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS ATRAVÉS DA AGRICULTURA DE PRECISÃO EM SOJA. Aldo Merotto Jr., Christian Bredemeier, Ives C. G. R. Goulart, Rodrigo F. da Costa .....

174

LIXIVIAÇÃO DO IMAZAQUIN NA APLICAÇÃO CONJUNTA OU SEQUENCIAL À HERBICIDAS DESSECANTES . A.L. Nunes, R.A. Vidal, I.C.G. Goulart, A. Kalsing ....

178

PERÍODOS DE COMPETIÇÃO DE PLANTAS DANINHAS COM A CULTURA DA SOJA RR®. T. Dal Magro, R. P. Rigoli, L. C. Fontana, C. E. Schaedler, E. Polidoro, D. Agostinetto, L. Vargas ..

182

SUPERAÇÃO DA DORMÊNCIA DE SEMENTES DA PLANTA DANINHA CORRIOLA (Ipomoea triloba). R.T. Pinheiro, S.L.O. Machado, N.L. Menezes, M.A. Bianchi, A. Guareschi ....

186

ALTERAÇÃO NO DESEMPENHO DO GLIFOSATO QUANDO ASSOCIADO A DIFERENTES ADITIVOS. Bernardes, V.; Fernandes, A.A.B.; Fritzen, A.G.; Souza, A.T.; Zanon, A.J.; Kruse, N.D ...

190

AVALIAÇÃO DE KIXOR NO CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS EM DESSECAÇÃO PRE-PLANTIO DA CULTURA DA SOJA. C.L.Rocha; D.Guerra; M.A.T.Rodrigues; E.Begliomini ..

195

KIXOR NO CONTROLE DE BUVA APLICADO EM DESSECAÇÃO EM PRÉ PLANTIO DA CULTURA DA SOJA. R.B. Belani; M.I. Etcheverry; E. Begliomini; D.S. Guerra .....

199

RESPOSTA DE BUVA (Conyza bonariensis) AO HERBICIDA GLYPHOSATE NO EXTREMO - OESTE CATARINENSE. R. J. Zeni, A. Vedelago, E. R. Geremia, D. M. Sirtolli, R. Sassi, L. Hahn, F. R. Mühl.....

203

AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE HERBICIDAS ISOLADOS OU EM ASSOCIAÇÃO AO GLYPHOSATE SOBRE BUVA (Conyza bonariensis) NO EXTREMO – OESTE CATARINENSE. A. Vedelago, R. J. Zeni, E. R. Geremia, D. M. Sirtolli, R. Sassi, L. Hahn, F. R. Mühl ..

208

ATIVIDADE DE ÁCIDO ACONÍTICO EM SEMENTES DE AMENDOIM-BRAVO E CORDA-DE-VIOLA DE DIFERENTES LOCAIS. E. Voll, D.L.P. Gazziero, F.S. Adegas ...

213

INTERAÇÕES ALELOPÁTICAS ENTRE PLANTAS DANINHAS EM SISTEMAS DE MANEJO DA CULTURA DE SOJA. E. Voll, J.C. Franchini, R.T. Cruz, D.L.P. Gazziero; A.L. Brighenti, F.S. Adegas .

218

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ix

DETERMINAÇÃO DE CURVAS DOSE-RESPOSTA AOS HERBICIDAS GLYPHOSATE E GLUFOSINATO NA ESPÉCIE DANINHA Eleusine indica (L) Gaertn. A.C. Roso, E. Portes, R.A. Vidal, A. Merotto Jr ...

223

INFLUÊNCIA DOS DIFERENTES ADJUVANTES NA EFICIÊNCIA DO GLIFOSATO. Fritzen, A.G.; Fernandes, A.A.B.; Bernardes, V.; Souza, A.T.; Zanon, A.J.; Kruse, N.D ..

224

ÉPOCAS DE DESSECAÇÃO DE ESPÉCIES DE COBERTURA VEGETAL ANTECEDENDO A SEMEADURA DA SOJA (Glycine max L.). Bruno Milan, Paulo Vinícius da Silva, Patrícia Andrea Monquero ...

226

AVALIAÇÃO DO HERBICIDA ALTEZA NO MANEJO DE PLANTAS DANINHAS NA CULTURA DA SOJA. R. Osipe, J. B. Osipe, E. T. Silva, Conceição A. Cossa, R. B. Belani ...

227

EFICIÊNCIA E SELETIVIDADE DO HERBICIDA ALTEZA NO PLANTIO DIRETO DA CULTURA DA SOJA. R. Osipe, J. B. Osipe, E. T. Silva, Maria A. F. Sorace, R. B. Belani .

228

FITOPATOLOGIA

EFEITO DE DOSES DE METALAXIL E DE MEFENOXAM PARA CONTROLE INICIAL DE PODRIDÃO RADICULAR DE FITÓFTORA EM SOJA. L.M. Costamilan, C.C. Clebsch, A.C Versari

229

QUALIDADE SANITÁRIA DE SEMENTES DE SOJA SUBMETIDAS A TRATAMENTO COM BIOPROTETOR E FUNGICIDA. Girardi, L.B.; Brand, S.C.; Antonello, L.M.; Muniz, M.F.B.; Durigon, M.R ..

233

AVALIAÇÃO DA RESISTENCIA PARCIAL DE GENÓTIPOS DE SOJA À FERRUGEM ASIÁTICA SOB CONDIÇÕES DE CASA DE VEGETAÇÃO. R.C. Meneghetti, D. Debona, G.D. Corte, D.D. Favera, N.R. Tormen; R.S. Balardin

237

INTERAÇÃO CULTIVARES X PROGRAMAS DE CONTROLE DA FERRUGEM DA SOJA. J.D. Menegon, D. Debona, A.P. Manfio, L.daS. Domingues, G.D. Corte, R.S. Balardin .....

241

PLANTAS TRANGÊNICAS DE SOJA EXPRESSANDO UMA OSMOTINA DE Solanum nigrum var. americanum VISANDO A RESISTÊNCIA A MOLÉSTIAS FÚNGICAS. R. L. M. Weber; M. F. G. Sá; M. A. Campos; M. M. A. N. Pinheiro-Margis; M. H. B. Zanettini ....

247

AVALIAÇÃO DO FUNGICIDA Piraclostrobin+Metconazole (BAS 55601F) NO CONTROLE DA FERRUGEM ASIÁTICA Phakopsora pachyrhizi NA CULTURA DA SOJA. C.L. Rocha; D. Guerra; M. A. T. Rodrigues; E. Begliomini .

251

EFEITO DO BAS 556 01 F NO CONTROLE DE DOENÇAS DE FINAL DE CICLO NA CULTURA DA SOJA. R.B. Belani; M.A.T. Rodrigues; E. Begliomini; D.S. Guerra .

254

RESULTADOS DO MANEJO DE DOENÇAS EM CAMPOS PILOTO DE PRODUÇÃO INTEGRADA DE SOJA NO ESTADO DO PARANÁ. R.M. Soares, C.D.S. Seixas, D. de Lima, F.F. de Oliveira, R.L. de Souza, E. Pellizzaro, A. Bodnar, A. Bodnar, F.T. de Oliveira ....

258

ASPECTOS QUANTITATIVOS DA DISPERSÃO DA FERRUGEM ASIÁTICA DA SOJA NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL EM QUATRO SAFRAS. P. Spolti, T. V. Santos, C. V. Godoy, E. M. Del Ponte ....

262

INFLUÊNCIA DA ÉPOCA DE SEMEADURA NA QUALIDADE DE SEMENTES DE SOJA. J.S. Silva, T. Roversi, C. Steckling ..

267

INOCULAÇÃO DE SEMENTES COM Pseudomonas fluorescens E ADUBAÇÃO FOSFATADA EM SOJA . L. Hahn, J.B. Alves, A.L. Piton, R.J. Zeni, F.R. Mühl, C. R. Krindges, N. A. Feldman, A. Pisoni, J. Eidt .

272

PRODUTIVIDADE DE SOJA EM FUNÇÃO DA UTILIZAÇAO DE DIFERENTES FUNGICIDAS COM BVO (BAIXO VOLUME OLEOSO). A. Arrué, M.S. Stefanelo, B.G. Sari, G.R. Augusti, J. Rodrigues e I.F.D da Costa ....

276

EFEITO DE ADJUVANTES ADICIONADOS AO FUNGICIDA PIRACLOSTROBINA + EPOXICONAZOL PARA CONTROLE DA FERRUGEM DA SOJA. M.S. Stefanelo, A. Arrué, M.P. Pes, G.R. Augusti, C. Coradini e I.F.D da Costa ..

280

EFEITOS DE DIFERENTES FUNGICIDAS NO CONTROLE DA FERRUGEM ASIÁTICA (Phakopsora Pachyrhizi) SOBRE A PRODUTIVIDADE DA SOJA. G.R. Augusti, M.S. Stefanelo, C. Coradini, A. Arrué; C.P. Batista; I.F.D da Costa ....

284

DESENVOLVIMENTO DE MECANISMO PARA AUXILIAR A DEPOSIÇÃO DE GOTAS NO INTERIOR DO DOSSEL DA CULTURA DA SOJA COM PULVERIZADOR DE BARRAS. J. S. da S. Witt, W. Boller; E. C. Araújo; C. P. Rodighiero; H. Maldaner; R. Ceccon

288

CONTROLE DE OÍDIO E FERRUGEM ASIÁTICA DA SOJA, COM APLICAÇÕES DE FUNGICIDA POR VIAS AÉREA E TERRESTRE EM DIFERENTES PERÍODOS DO DIA. Deise I. Costa; Walter Boller; Wellington P. A. de Carvalho .

289

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RESPOSTA CURATIVA DE MISTURAS DE FUNGICIDAS (estrobilurinas e triazóis) NO CONTROLE DA FERRUGEM DA SOJA E SUA INFLUÊNCIA NO RENDIMENTO DE GRÃOS. Guerra, D.S.; Vivian, R; Rodrigues, M.A.T; Begliomini, E; Zanatta, T; Krzsynski, D; Brisola, F.E ...

290

EFICÁCIA AGRONÔMICA DO FUNGICIDA PIRACLOSTROBINA + METCONAZOLE NO CONTROLE DA FERRUGEM DA SOJA (Phakopsora packyrhizi). EFFICACY OF PIRACLOSTROBINA + METCONAZOLE AGAINST SOYBEAN RUST (Phakopsora packyrhizi). Lombardi, M.P; Rodrigues, MAT; Velho, G.F; Begliomini, E;, Guerra, D.S ....

291

EFEITO DE ACRONIS® E STANDAK TOP® NO CONTROLE DE PATÓGENOS TRANSMITIDOS PELAS SEMENTES DE SOJA E SOBRE FUNGOS DE SOLO. C.M. Utiamada, L.N.Sato, M.A. Yorinori ....

292

APLICAÇÕES DE FUNGICIDA PARA O CONTROLE DA FERRUGEM ASIÁTICA DA SOJA E INTERAÇÕES COM DIFERENTES ARRANJOS ESPACIAIS DA CULTURA. Marcelo Cigana Ferreira, Walter Boller ....

293

EFICIÊNCIA RELATIVA DE FUNGICIDAS NO CONTROLE DE FERRUGEM DA SOJA. L. Navarini, G. Seidel, C. Deuner ...

294

REAÇÃO DE LINHAGENS DE SOJA DA FUNDACEP A PODRIDÃO RADICULAR DE FITÓFTORA, SAFRA 2008/09. J.S. Silva, T. Roversi, C. Steckling, C. Deuner ....

295

REAÇÃO DE LINHAGENS DE SOJA DA FUNDACEP A NEMATÓIDE DE GALHA, SAFRA 2008/09. J.S. Silva, T. Roversi, C. Steckling, G. Seidel .....

296

ANÁLISE COMPARATIVA DE MISTURAS DE FUNGICIDAS (estrobilurinas e triazóis) EM APLICAÇÕES PREVENTIVAS E CURATIVAS NO CONTROLE DA FERRUGEM DA SOJA E SUA INFLUÊNCIA NO RENDIMENTO DE GRÃOS. Vivian, R; Rodrigues, M.A.T; Zanatta, T; Begliomini, E; Krzsynski, D; Brisola, FE .

297

TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA E SOCIOECONOMIA

ATIVIDADES DA EMBRAPA TRIGO E EMBRAPA TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA PARA A CULTURA DA SOJA NO SUL DO BRASIL NA SAFRA DE 2008/09. A. Acosta, P.E. Ferreira, L. Eichelberger, P.F. Bertagnolli, L.M. Costamilan, J. Antunes, L. Lunardi, S. Buriol, F.T.F. Pereira, O. Vasconcellos ...

117

VOLATILIDADE DOS RETORNOS ECONÔMICOS ASSOCIADOS À INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA NO ESTADO DO PARANÁ. J. J. Lazzarotto; M. L. dos Santos; A. de Moraes; J. E. de Lima

298

ANÁLISE DO COMPORTAMENTO DOS PREÇOS HISTÓRICOS DA SOJA NO RIO GRANDE DO SUL. F. Karlec, B. Zen, J. G. A. Viana, E. Bortoly, R. S. Sousa ....

303

DISCURSOS E PALESTRAS

O IMPACTO DA CULTURA DA SOJA NA CRISE MUNDIAL. Ribas A. Vidal 307

UMA VISÃO SOBRE O USO DOS RECURSOS DO AMBIENTE PARA A PRODUÇÃO DE SOJA NO SUL DO BRASIL – PASSADO, PRESENTE E FUTURO. Gilberto R. Cunha ..

311

SOJA, CENÁRIOS E PERSPECTIVAS. Águeda M. Mezomo 312

DISCURSO FINAL DE ENCERRAMENTO: AGRADECIMENTOS. Aldo Merotto Jr .. 314

FICHA CATALOGRÁFICA E FORMAS DE CITAÇÃO. Elisângela da Silva Rodrigues 317

DISCURSO DE AGRADECIMENTO DO PESQUISADOR HOMENAGEADO na XXXVII RPS-Sul. José Antonio Costa

318

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

NOVAS CULTIVARES DE SOJA BRS 294RR e BRS 295RR

A. E. Pípolo1, C. A. A. Arias1, F. B. Gomide2, M. F. Oliveira1, G. E. S. Carneiro1, M. Kaster1, J. F. F. Toledo1, L. C. Miranda1, L. A. Domit1, W. P. Dias1, R. M. Soares1, Á.

M. R. Almeida1, M. C. Carrão-Panizzi1, J. U. V. Moreira1, R. V. Abdelnoor1, N. E. Arantes1, R. L. Brogin1, O. L. Mello Filho1, M. J. Z. Pereira1

1 Pesquisador Embrapa Soja - Cx. P. 231, CEP 86001-970, Londrina, PR; [email protected]. 2 Pesquisador Fundação Meridional - Av. Higienópolis 1100 4º Andar, CEP 86020-911, Londrina, PR.

INTRODUÇÃO Dentre as tecnologias indicadas para a cultura da soja, a escolha de cultivares adquiriu grande importância, não só devido ao aumento de produtividade, mas também em função da incorporação de resistência a doenças e nematóides, e da adaptação a épocas de semeadura e/ou a sistemas de produção utilizados pelos produtores. Existe, atualmente, um grande elenco de cultivares à disposição dos agricultores, exigindo cada vez maior aprimoramento por parte dos obtentores e melhor acompanhamento por parte dos agricultores. Hoje, no Paraná e nos estados vizinhos, há uma demanda mais pronunciada de cultivares precoces e transgênicas – precoces para facilitar o manejo da ferrugem e de percevejos, ácaros e mosca branca, e transgênicas para facilitar o manejo das plantas daninhas.

MATERIAL E MÉTODOS O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados, com quatro repetições. As parcelas foram constituídas por quatro fileiras de 5,0 m de comprimento, com espaçamento de 0,50 m entre si, perfazendo a área da parcela de 4,00 m2. Como linhagens, foram testadas em ensaios de Avaliação Preliminar e Avaliação Final nas safras 2005/06, 2006/07 e 2007/2008, em 27 ambientes no Estado do Paraná, seis em Santa Catarina, dez em São Paulo e sete na região sul de Mato Grosso do Sul.

RESULTADOS E DISCUSSÃO A cultivar BRS 294RR apresenta ciclo precoce, grupo de maturidade 6.4 e tipo de crescimento determinado. Apresenta flor de cor branca, pubescência marrom

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clara e hilo marrom. Os teores médios de óleo e de proteína são, respectivamente, 19,0% e 38,5%. Suas características agronômicas são apresentadas na Tabela 1. É resistente às doenças cancro da haste (Diaporthe phaseolorum f.sp. meridionalis), mosaico comum da soja (soybean mosaic virus - SMV) e mancha "olho-de-rã" (Cercospora sojina), em avaliações em casa-de-vegetação, e à pústula bacteriana (Xanthomonas axonopodis pv. glycines) e à podridão parda da haste (Cadophora gregata), em campo. É moderadamente resistente ao vírus da necrose da haste (cowpea mild mottle virus), moderadamente suscetível à podridão radicular de fitóftora (Phytophthora sojae) e suscetível aos nematóides de galhas Meloidogyne javanica e M. incognita. A cultivar BRS 295RR apresenta ciclo precoce, grupo de maturidade 6.5 e tipo de crescimento determinado. Apresenta flor de cor branca, pubescência cinza e hilo de cor marrom clara. Os teores médios de óleo e de proteína são, respectivamente, 19,9% e 39,1%. Suas características agronômicas são apresentadas na Tabela 2. É resistente às doenças cancro da haste (Diaporthe phaseolorum f.sp. meridionalis), mancha "olho-de-rã" (Cercospora sojina) e a podridão radicular de fitóftora (Phytophthora sojae) em avaliações em casa-de-vegetação, e à pústula bacteriana (Xanthomonas axonopodis pv. glycines), em campo. É suscetível a podridão parda da haste (Cadophora gregata). É resistente ao nematóide de cisto (Heterodera glycines) raças 1 e 3, e suscetível aos nematóides de galha Meloidogyne javanica e M. incognita. É moderadamente resistente ao vírus da necrose da haste (cowpea mild mottle virus) e suscetível ao mosaico comum da soja (soybean mosaic vírus - SMV). A produtividade das cultivares BRS 294RR e BRS 295RR podem ser observadas na Tabela 3, comparativamente a de outras duas cultivares padrões.

CONCLUSÕES

A cultivar BRS 294RR apresentou melhor desempenho nos locais com maiores altitudes (acima de 600 m), onde apresentou os rendimentos máximos, sendo indicada preferencialmente para essa região. Por apresentar maior suscetibilidade ao acamamento, a BRS 295RR teve melhor comportamento nas regiões de altitude intermediária (500 a 700 m) do que nas regiões altas. Recomenda-se, para ambas, utilizar densidade de semeadura de 10 a 16 plantas por metro, de acordo com a época de semeadura, a fertilidade do solo e a altitude da região.

Como características relevantes, salientam-se a excelente produtividade de ambas cultivares e a resistência da BRS 295RR ao nematóide de cisto raças 1 e 3. Essas duas novas cultivares, desenvolvidas pela Embrapa Soja com a parceria da Fundação Meridional, são indicadas para semeadura nos estados de Santa Catarina, Paraná, São Paulo e na região sul do Estado de Mato Grosso do Sul. Ambas devem ser semeadas em solos de média a alta fertilidade. Na safra 2009/2010 estará sendo comercializada semente básica dessas cultivares, para a produção da categoria certificada.

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TABELA 1. Características agronômicas da cultivar de soja BRS 294RR. Resultados médios de 50 ambientes nos estados de Santa Catarina, Paraná, São Paulo e sul do Mato Grosso do Sul, nas safras 2005/06, 2006/07 e 2007/08. Londrina, PR. 2009.

Ciclo (dias) Altura (cm)

Estado / Região Floração Maturação Planta Inserção

1ª vagem

Nota de acamamento

(1-5)

Peso de 100 sementes

(g)

SC 58 135 115 14,0 3,5 20,0

PR 54 125 75 11,2 1,5 16,6

SP 43 117 71 10,5 1,5 17,3

MS (sul) 42 104 68 9,7 1,0 15,0

TABELA 2. Características agronômicas da cultivar de soja BRS 295RR. Resultados

médios de 50 ambientes nos estados de Santa Catarina, Paraná, São Paulo e sul do Mato Grosso do Sul, nas safras 2005/06, 2006/07 e 2007/08. Londrina, PR. 2009.

Ciclo (dias) Altura (cm) Estado / Região

Floração Maturação Planta Inserção 1ª vagem

Nota de acamamento

(1-5)

Peso de 100 sementes

(g)

SC 57 141 123 11,5 4,5 15,0

PR 54 126 82 10,3 2,4 13,2

SP 43 118 88 9,5 3,0 15,0

MS (sul) 38 107 78 11,0 1,7 13,0

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TABELA 3. Rendimento médio de grãos (kg/ha) das cultivares de soja BRS 294RR e BRS 295RR e das testemunhas em 50 ambientes nos estados de Santa Catarina, Paraná, São Paulo e sul do Mato Grosso do Sul, nas safras 2005/06, 2006/07 e 2007/08. Londrina, PR. 2009.

Testemunhas Estado / Região BRS 294RR BRS 295RR

CD 213RR CD 214RR Média

SC 4080 3810 3652 3818 3734

PR 3414 3546 3304 3146 3225

SP 3164 3027 3113 2999 3057

MS (sul) 3256 3248 3183 3108 3145

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

ENSAIO DE VALOR DE CULTIVO E USO DE CULTIVARES DE SOJA PARA

ALIMENTAÇÃO HUMANA. PELOTAS, RS, SAFRA 2008/2009

F. J. Vernetti Junior1, G. Theisen2 1Engº Agr., Dr., Pesquisador da Embrapa Clima Temperado. BR 392 km 78. Caixa

Postal 403. 96001-970 Pelotas, RS. E-mail: [email protected] 1Engº Agr., MSc., Pesquisador da Embrapa Clima Temperado.

INTRODUÇÃO

A soja é a melhor fonte de proteínas de baixo custo e alto valor nutricional para a alimentação humana e animal. No Rio Grande do Sul é uma das culturas mais importantes, pois são cultivados anualmente mais de três milhões de hectares. Essa área pode ser dividida em quatro regiões homogêneas distintas para adaptação de cultivares de soja (Bertagnolli et al, 2003). O desenvolvimento, a adaptação e a avaliação do comportamento de cultivares de soja aos ambientes dessas regiões e, em especial, àquele ocorrente no planossolo desta unidade é um dos objetivos do programa de melhoramento da Embrapa Clima Temperado.

MATERIAL E MÉTODOS

No ano agrícola de 2008/2009, foi conduzido um experimento, onde

avaliaram-se nove cultivares de soja. As testemunhas utilizadas foram: BRS 232, BRS 257 e BRS 154. O trabalho foi realizado na Estação Experimental de Terras Baixas, da Embrapa Clima Temperado, localizada no Município de Capão do Leão, RS (31º52’00’’S, 52º21’24’’W), em Planossolo Háplico Eutrófico solódico com textura franco-arenosa, de pouca profundidade (20 a 40 cm), e horizonte B impermeável. A adubação foi quantificada a partir da análise do solo, seguindo critérios adotados pela Comissão de Fertilidade do Solo RS/SC (1995).

A semeadura foi realizada em 19 de novembro de 2008 e a emergência plena deu-se em 27 de novembro de 2008. No decorrer do ciclo biológico da cultura, registraram-se as características fenológicas e fenométricas das linhagens e cultivares padrão constantes das Tabela 1.

O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso com 4 repetições. As parcelas foram compostas de quatro fileiras de cinco metros de comprimento, espaçadas em 0,50 metro; a área útil constou das duas fileiras centrais, eliminando-se 0,50 metro de cada extremidade, perfazendo o total de 4,0 metros quadrados. A densidade de semeadura adotada foi de 20 plantas por metro

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linear, ou seja, o equivalente, nesse espaçamento entre fileiras, a 400.000 plantas por hectare.

Inoculações e controle de pragas, invasoras e doenças foram realizados com os produtos recomendados e nas doses e épocas usuais para a região.

A colheita foi realizada manualmente e trilhada em trilhadeira estacionária. Não foi necessário proceder-se a secagem das sementes.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A duração média dos sub-períodos emergência-início da floração, início-fim

da floração e emergência – maturação, alturas médias das plantas na maturação e de inserção dos legumes, população de plantas e rendimento de grãos por hectare são apresentados na Tabela 1.

A análise de variância não indica diferença significativa (F; p>0,05) entre o rendimento de grãos dos tratamentos. O coeficiente de variação de 17,4% confere precisão ao experimento. A cultivar testemunha BRS 257 apresentou o maior rendimento de grãos, 2722 kg ha-1, 7,8% superior a média geral do experimento. A cultivar BRS 258 com o rendimento de grãos de 2671 kg ha-1 foi 3,6% superior à segunda melhor testemunha, BRS 154. As demais cultivares tiveram rendimento de grãos inferiores às testemunhas, embora a Embrapa 48 tenha produzido sem diferença significativa.

As plantas se desenvolveram adequadamente, todas elas entre 62 e 86 cm de estatura. A inserção dos primeiros legumes também foi adequada ficando entre 8 e 15 cm (Tabela 1). Os genótipos não apresentaram acamamento e retenção foliar. A população de plantas ao final do ciclo das cultivares ficou entre 207 mil e 285 mil plantas por hectare.

BIBLIOGRAFIA

BERTAGNOLLI, P.F.; BONATO, E.R.; PEGORARO, D.G. Avaliação de linhagens de soja no Rio Grande do Sul em ensaios de valor de cultivo e uso. In: EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Trigo. Soja: resultados de pesquisa 2001/02 / Embrapa. Centro Nacional de Pesquisa de Trigo. – Passo Fundo: Embrapa Trigo, 2003. p.69-85. (Embrapa Trigo. Documentos, 39). COMISSÃO DE FERTILIDADE DO SOLO – RS/SC. Recomendação de adubação e calagem para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. 3 ed. Passo Fundo, SBCS – Núcleo Regional Sul, 1995, 224 p.

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Tabela 1. Avaliação de cultivares recomendadas de soja componentes do ensaio de VCU conduzidos na Embrapa Clima Temperado, safra 2008/2009, em Capão do Leão, RS. Duração dos subperíodos emergência – início da floração, início-fim da floração, emergência-maturação (dias); altura média de planta e de inserção dos legumes (cm); população final de plantas (plt m2) e; rendimento de grãos (kg ha-1).

Altura Cultivares E-IF IF-FF E-M Planta Inserção

Pop. plt m2

Rendimento kg ha-

1

BRS 257 (T) 60 15 136 73 10 24,25 2722 BRS 258 61 17 138 64,5 12 20,75 2671 BRS 154 (T) 58 34 138 80 13,5 22,5 2578 Embrapa 48 62 31 137 78 7,5 23,5 2544 BRS 230 56 18 138 72,5 9 24,75 2518 BRS 232 (T) 57 19 139 85,5 10,5 24 2470 BRS 216 63 32 136 62,5 8 28,5 2457 BRS 267 64 16 137 86 13 25,75 2455 BRS 213 62 44 136 79,5 15,5 22,5 2309 Média 60 25 137 75,7 11 24 2525 CV=17,4%; F - não significativo;

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

COMPORTAMENTO DAS CULTIVARES REGISTRADAS DA REDE SOJA SUL DE

PESQUISA NAS CONDIÇÕES DE SOLOS DE VÁRZEA DA EMBRAPA CLIMA TEMPERADO NA SAFRA 2008/2009

F. J. Vernetti Junior1

1Engº Agr., Dr., Pesquisador da Embrapa Clima Temperado. BR 392 Km 78. Caixa Postal 403. 96001-970 Pelotas, RS. E-mail: [email protected]

INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como objetivo principal fornecer aos profissionais da área de assistência técnica e aos produtores informações sobre a produtividade e o desempenho das cultivares de soja indicadas para cultivo no Rio Grande do Sul, pelas instituições de pesquisa que atuam em melhoramento genético no estado do Rio Grande do Sul, na safra 2008/2009, nas condições de cultivo de solo de várzea da Embrapa Clima Temperado.

MATERIAL E MÉTODOS

Vinte cultivares convencionais de soja e vinte e dois genótipos tolerantes a glifosato (RR) desenvolvidas pelos programas de melhoramento da Embrapa, Fundacep Fecotrigo, Fepagro, Coodetec e FT Sementes foram avaliadas quanto ao rendimento e às principais características fenológicas e fenométricas. Para tal, foram conduzidos dois experimentos com genótipos convencionais: Avaliação de cultivares recomendadas de soja de ciclo precoce; Avaliação de cultivares recomendadas de soja de ciclo médio e tardio. Da mesma forma com os genótipos RR foram conduzidos dois experimentos: Avaliação de cultivares recomendadas de soja RR de ciclo precoce, com 10 cultivares e; Avaliação de cultivares recomendadas de soja RR de ciclos médio e tardio, com 12 genótipos.

Os experimentos foram conduzidos na Estação Experimental de Terras Baixas da Embrapa Clima Temperado, localizada no município de Capão do Leão, RS em solo típico de várzea, caracterizado como Planossolo Háplico Eutrófico solódico. O delineamento experimental utilizado foi blocos ao acaso, com três repetições. As parcelas foram compostas de quatro fileiras de cinco metros de comprimento, espaçadas de 50 cm entre linhas, com uma área útil de 4 m2.

A fertilização, inoculação das sementes e controle de invasoras e pragas foram realizadas segundo as recomendações técnicas para a cultura. As datas de semeadura e emergência dos ensaios foram, respectivamente, em 20 e 27 de novembro de 2008.

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No decorrer do ciclo biológico foram coletados dados referentes a fenologia e fenometria das cultivares.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os dados médios dos principais caracteres fenológicos, fenométricos e rendimento das cultivares estão registrados nas Tabelas 1 a 4. Os valores dos coeficientes de variação, assim como os resultados do teste F e do teste de comparação de médias de cada análise do rendimento de grãos também são apresentados.

A avaliação das cultivares de soja de ciclo precoce foi composta por 9 cultivares que alcançaram uma produtividade média de 2720 kg ha-1 (Tabela 1). As cultivares BRS 211, BRS Macota, CD 221, Fepagro 25, CEPCD 41, CD 216, Fepagro 31, CD 202 e CD 215 apresentaram respectivamente, em ordem decrescente de produtividade, os melhores rendimentos de grãos e não diferiram entre si. O ciclo emergência/maturação variou entre 134 e 137 dias. O subperíodo da emergência ao início do florescimento variou entre 53 e 56 dias e a floração durou de 14 a 18 dias. As cultivares apresentaram alturas médias das plantas (64 a 89 cm) e de inserção das vagens adequadas (9 a 14 cm), não ocorrendo acamamento e retenção foliar. A população de plantas ao final do ciclo das cultivares ficou entre 222 mil e 317 mil plantas por hectare.

Tabela 1. Avaliação de cultivares recomendadas de soja de ciclo precoce, safra 2008/2009, em Capão do Leão, RS. Duração dos subperíodos emergência – início da floração, início-fim da floração, emergência-maturação (dias); altura média de planta e de inserção dos legumes (cm); população final de plantas e rendimento.

Altura Cultivares E-IF IF-FF E-M Planta Inserção

Pop. (plt m2)

Rendimento (kg ha-1)

BRS 211 54 18 137 89,5 10 31,75 3134

BRS Macota 55 16 136 76,5 13 30,25 2882 CD 221 55 18 134 78 8,5 31,5 2813 Fepagro 25 55 17 135 82 10,5 26,75 2721 CEPCD 41 53 17 134 82 9,1 22,25 2658 CD 216 54 16 135 83 9,5 27,25 2656 Fepagro 31 56 14 136 64,5 9 29 2637 CD 202 54 17 136 86 9,5 31 2526 CD 215 55 17 134 67 14,5 30,5 2453 Média 55 16 135 78,7 10,4 28,9 2720 CVrend =18,2%; Frend - não significativo ;

Fizeram parte da avaliação das cultivares de ciclo médio e tardio onze genótipos (Tabela 2) que não diferiram significativamente (F; p>0,05) e apresentaram uma produtividade média de 2586 kg ha-1. Destacaram-se os genótipos BRS Fepagro 23, CD 217, BRS Torena, BRS Cambona e BRS Fepagro 24, respectivamente com os seguintes rendimentos de grão: 2845 kg ha-1, 2775 kg ha-1, 2770 kg ha-1, 2715 kg ha-1 e 2714 kg ha-1. O ciclo dos materiais variou entre 137 e 141 dias da emergência à maturação. O início da floração ocorreu entre 58 e 63 dias após a emergência e teve uma duração média de 17 a 22 dias. Os genótipos envolvidos não apresentaram acamamento e apresentaram uma altura média de

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plantas e de inserção das vagens adequadas. A população média de plantas por hectare ao final do ciclo ficou em 260 mil plantas por hectare .

O ensaio de cultivares RR de ciclo precoce foi composto por 10 cultivares (Tabela 3) com uma produtividade média de 2383 kg ha-1. Destacaram-se as cultivares Fundacep 53, BRS 255RR, BRS 243RR e CD 226RR com rendimentos de grãos acima de 2690 kg ha-1. Tabela 2. Avaliação de cultivares recomendadas de soja de ciclo médio e tardio, safra 2008/2009, em Capão do Leão, RS. Duração dos subperíodos emergência – início da floração, início-fim da floração, emergência-maturação (dias); altura média de planta e de inserção dos legumes (cm); população final de plantas (plt m2) e; rendimento (kg ha-1).

Altura Cultivares E-IF IF-FF E-M Planta Inserção

Pop. (plt m2)

Rendimento (kg ha-1)

BRS Fepagro 23 60 18 137 80,5 9,5 23 2845

CD 217 60 17 139 83 11 25 2775 BRS Torena 60 18 139 83 13 29 2770 BRS Cambona 58 17 137 90,5 11 24 2715 BRS Fepagro 24 59 22 139 84 10,5 25 2714

Fundacep 39 61 18 139 80 12,5 25 2581 F. 45-Missões 61 18 137 74,5 9,5 27 2543 BRS 154 59 14 137 81,5 12 25 2506 CD 218 62 18 141 86,5 11 29 2409 Fundacep 44 63 18 139 68,5 11,5 27 2302 Fepagro RS-10 61 17 139 80,5 11 28 2292 Média 60 18 138 81 11 26 2586

CVrend 11,4% ; Frend – não significativo ;

Tabela 3. Avaliação de cultivares recomendadas de soja RR de ciclo precoce, safra 2008/2009, em Capão do Leão, RS. Duração dos subperíodos emergência – início da floração, início-fim da floração, emergência-maturação (dias); altura média de planta e de inserção dos legumes (cm); população final de plantas (plt m2) e; rendimento (kg ha-1).

Altura Cultivares E-IF IF-FF E-M Planta Inserção

Pop. (plt m2)

Rendimento (kg ha-1)

Fundacep 53 RR 54 15 135 58 8,0 22,5 3112 a1

BRS 255 RR 57 21 137 76 9,0 21,5 2918 a BRS 243 RR 63 16 138 75 7,5 19,3 2815 ab CD 226 RR 59 14 137 73 7,0 20,5 2690 ab CD 214 RR 63 16 137 79 8,5 24,8 2560 ab Fundacep 55 RR 52 19 139 64 9,0 24,3 2468 ab CD 213 RR 58 16 139 68 8,5 20,5 2451 ab CD 212 RR 58 16 136 66 9,0 25,3 2414 ab Campo Mourão 56 15 135 63 9,0 13,0 2395 ab CD 225 RR 53 19 137 82 6,0 22,0 1758 b Média 57 17 137 70 8,2 21,5 2558 CVrend.=14,3% ; Frend. *

1Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey (p>0,05).

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* significativo (p>0,05) Estas cultivares também não diferiram de CD 214RR, Fundacep 55RR, CD 213RR, CD 212RR, e Campo Mourão RR. A cultivar CD 225RR teve o menor rendimento de grãos com 1758 kg ha-1. O ciclo emergência/maturação variou entre 135 e 139 dias. Da emergência ao início do florescimento transcorreram entre 52 e 63 dias e a floração durou de 15 a 21 dias. As cultivares apresentaram alturas médias das plantas e de inserção das vagens adequadas, não ocorrendo acamamento e retenção foliar. A população de plantas ao final do ciclo das cultivares ficou entre 130 mil e 253 mil plantas por hectare.

O experimento de cultivares RR de ciclos médio e tardio foi composto por 12 genótipos (Tabela 4) que alcançaram uma produtividade média de 2423 kg ha-1. Dentre as cultivares avaliadas BRS 246RR apresentou o maior rendimento de grãos (2825 kg ha-1), seguida pela Fundacep 59RR, BRS Taura RR, CD 231RR, Fundacep 54RR e BRS Pampa RR, todas com rendimentos médios acima da média geral do experimento de 2423 kg ha-1. Cabe salientar que os genótipos CD 219RR, FTS Cascavel RR e BRS Charrua RR não diferiram dos materiais acima citados. As cultivares FTS Rolandia RR, FTS Ipiranga RR e FTS Realeza RR diferiram do rendimento da cultivar BRS 246RR. O ciclo da emergência à maturação variou de 136 a 142 dias. As cultivares tiveram o início da floração entre 58 e 65 dias após a emergência e um período início/fim da floração durou entre 16 e 28 dias. As alturas médias das plantas e de inserção das vagens foram adequadas, não ocasionando problemas de acamamento.

Tabela 4. Avaliação de cultivares recomendadas de soja RR de ciclos médio e tardio, safra 2008/2009, em Capão do Leão, RS. Duração dos subperíodos emergência – início da floração, início-fim da floração, emergência-maturação (dias); altura média de planta e de inserção dos legumes (cm); população final de plantas (plt m2) e; rendimento (kg ha-1).

Altura Cultivares E-IF IF-FF E-M Planta Inserção

Pop. (plt m2)

Rendimento (kg ha-1)

BRS 246 RR 58 17 139 70,5 8,5 25,5 2825 a1

Fundacep 59 RR 58 16 136 67,5 11 28,75 2587 ab BRS Taura RR 61 17 140 83,5 9,5 26,5 2553 ab CD 231 RR 61 17 140 74,5 8,5 19,75 2520 ab Fundacep 54 RR 65 16 140 67,5 9 25 2441 ab BRS Pampa RR 61 18 141 73,5 9,5 29,5 2423 ab CD 219 RR 65 14 140 78 7 28,25 2397 ab FTS Cascavel RR 61 18 141 65,5 7 16,75 2345 ab BRS Charrua RR 60 15 139 73 8 29,25 2320 ab FTS Rolandia RR 64 16 141 52,5 7 13,25 2257 b FTS Ipiranga RR 64 16 142 69 6,5 13,75 2248 b FTS Realeza RR 66 28 141 82 8,5 17,25 2166 b Média 62 17 140 71 8 23 2423 CVrend.=7,4%; Frend.**

2

1Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey (p>0,05). 2 ** (p>0,01);

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

ÁREA FOLIAR E MASSA SECA DA PARTE AÉRIA DE PLANTAS DE SOJA

ORIGINADAS DE SEMENTES RECOBERTAS COM AMINOÁCIDO, FUNGICIDA, INSETICIDA E POLÍMERO E ARMAZENADAS

R.L. Crizel 1, O.A. Lucca Filho2, M.P Ludwig 3, S.A.G. Avelar4, S. Oliveira 5, G.A. Rigo6

1 Universidade Federal de Pelotas – UFPel, FAEM, Caixa Postal 354, CEP: 96001-970 - Pelotas, RS, [email protected]

Resumo: O objetivo do presente trabalho foi avaliar o tratamento e o recobrimento de sementes de soja com aminoácido, fungicida, inseticida e polímero, sobre a área foliar e massa seca de parte aéria de planta, durante quatro meses de armazenamento das sementes em condições não controladas em Capão do Leão-RS. O trabalho foi realizado na Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel (FAEM) da Universidade Federal de Pelotas, campus Capão do Leão. Os tratamentos foram assim constituídos: 1) testemunha, 2) fungicida, 3) aminoácido, 4) polímero, 5) fungicida + aminoácido, 6) fungicida + inseticida, 7) fungicida + polímero, 8) fungicida + inseticida + polímero e 9) fungicida + aminoácido + inseticida. Os resultados demonstraram que a combinação de aminoácido com fungicida, inseticida e polímero não afetou o desempenho das sementes. A aplicação de fungicida + inseticida + polímero aumentou a massa seca de parte aérea da plantas quando comparada com a sem tratamento em sementes armazenadas por quatro meses após tratamento. Palavras chave: desempenho de plantas, armazenamento de sementes, Glycine max..

INTRODUÇÃO

O tratamento de sementes de soja vem enfrentando problemas em sua

execução, especialmente relacionados com a perda do produto químico, com a ocorrência de intoxicação pelo manipulador dos produtos, bem como problemas de distribuição e cobertura. Portanto, se faz necessário o emprego de novas técnicas que contribuam para uma melhor aderência dos produtos fitossanitários aplicados às sementes, levando a uma melhoria de seu comportamento e do desempenho a campo, que possam trazer significativas contribuições para o agricultor (TRENTINI et al. 2005). Nesse sentido, a crescente preocupação com o meio ambiente e com a segurança humana torna necessário o desenvolvimento de tecnologias que venham reduzir os riscos com a manipulação destes fitoprotetores, sendo este um dos principais objetivos do uso de polímeros (PEREIRA et al., 2005).

O uso de aminoácidos no tratamento de sementes, de forma isolada ou em combinação com outros produtos, é ainda uma técnica incipiente, que necessita ser melhor avaliada. No entanto, existem informações indicando que os mesmos podem ser utilizados com sucesso na agricultura, tanto no tratamento de solo, como em aplicação na parte aérea das plantas ou ainda via tratamento de sementes

O objetivo do presente trabalho foi avaliar o efeito do recobrimento de sementes de soja com aminoácido, fungicida, inseticida e polímero, armazenadas por quatro meses na área foliar e massa seca da parte aéria planta-1.

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MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi realizado na na Área Experimental e Didática do

Departamento de Fitotecnia, todos pertencentes à Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel (FAEM) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel).

Os tratamentos foram assim constituídos: 1) testemunha, 2) fungicida (Fludioxonil + Metalaxil – M), 3) aminoácido (PT-4-0®), 4) polímero (Polyseed CF®), 5) fungicida + aminoácido, 6) fungicida + inseticida (Thiametoxam), 7) fungicida + polímero, 8) fungicida + inseticida + polímero e 9) fungicida + aminoácido + inseticida. Visando não aumentar de forma demasiada o conteúdo de umidade das sementes de soja, estas foram tratadas com um volume de calda de 600 mL.100 kg de sementes. A cultivar de soja utilizada foi a CD 219, classificada na peneira de furo redondo de 5,0mm, a qual foi armazenada por 5 meses após colheita, até a realização dos tratamento que foi no mês de outubro. Após o tratamento as sementes foram armazenadas por quatro meses em condições não controladas em Capão de Leão, RS.

Foram realizadas três semeaduras na área, a primeira logo após o tratamento das sementes, a segunda aos 60 dias e a terceira após 120 dias de tratamento da semente. As avaliações de aria foliar e massa seca de parte áeria planta-1 foram realizadas aos 9, 16, 23 e 30 dias após a semeadura (épocas de avaliação).

As unidades experimentais foram compostas por quatro linhas espaçadas 20 cm e com 250 cm de comprimento, as duas linhas centrais foram utilizadas para as avaliações e as demais serviram de bordadura. Para evitar o efeito de fatores intrínsecos, a área foi dividida em quatro blocos, onde cada repetição foi semeada. Para as avaliações de plantas foram coletadas seis plantas por unidade experimental por época, sendo o resultado das análises dividido por seis, obtendo-se o valor planta-1. Para determinar a para determinar a área foliar as folhas foram destacadas das plantas e sua área foi medida utilizando o determinador de área foliar Licor LI2600.A massa seca de parte áeria planta-1 as folhas e os caules foram reunidos e levados para estufa à temperatura de 65,5 ºC até atingir peso constante e posteriormente foram pesados em balança analítica com três casas decimais.

RESULTADOS E DISCUSSÃO A avaliação da área foliar das plantas oriundas de sementes semeadas logo

após tratadas indica que não houve interação entre tratamentos e épocas de avaliação, assim como diferenças entre os tratamentos. A média da área foliar na primeira semeadura foi de 43,8 cm2.planta-1, e o coeficiente de variação de 26,6. Nas avaliações aos 9, 16, 23 e 30 dias após semeadura, as médias da área foliar foram de 7,0; 24,0; 57,6; e 85,1 cm2. planta-1 respectivamente. Não foi observado interação entre tratamentos e épocas de avaliação para a massa seca.planta-1 a média do experimento foi 0,250 g. planta-1. Estes resultados também indicam a inexistência de efeitos nocivos dos tratamentos sobre a qualidade das sementes. A aplicação destes produtos nas sementes não tem como objetivo direto o aumento da área foliar e massa seca das plantas, porém, indiretamente isso pode ser alcançado pela proteção conferida às sementes antes e durante a germinação e emergência.

Na segunda semeadura (sementes armazenadas por 60 dias após tratamento) a área foliar. planta-1 somente foi detectada diferenças entre os tratamentos na avaliação aos 30 dias após tratamento (Tabela 1). A média da área foliar das plântulas oriundas de sementes tratadas armazenadas por 60 dias foi de 45,98 cm2.planta-1. Nas avaliações aos 9, 16 e 23 dias após a semeadura, as médias foram de 12,77; 30,29 e 60,18 cm2.planta-1, respectivamente. O resultado de

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massa seca da parte aérea planta-1 foi semelhante a primeira avaliação. A média do experimento foi de 0,245 g. planta-1. O resultado da massa seca da parte aérea da terceira apresentaram diferença entre os tratamentos na média das épocas de avaliação (Tabela 2). Também foi observado diferença entre tratamentos na avaliação aos 30 dias após semeadura (Tabela 2).

Na terceira semeadura também não foi observada interação entre os tratamentos e as épocas de avaliação, para área foliar, porém foi detectada diferença entre os tratamentos na média das épocas de avaliação (Tabela 1). O tratamento com fungicida + inseticida + polímero foi o único que não se encontrou nos menores valores, já o tratamento fungicida foi o único que não se apresentou no grupo dos maiores valores. A diferença entre o maior e menor valor foi de 5,13 cm2. planta-1, cerca de 19% de redução do tratamento com menor valor para o de maior de área foliar por planta. A média do tratamento também foi 21,88 cm2. planta-1 menor que na segunda avaliação, o que demonstra uma redução na área foliar das plantas com o armazenamento. Possivelmente os efeitos do armazenamento sobre condições ambientais além de afetar a viabilidade e vigor das sementes também afetam o desempenho inicial da plantas, pois foi observado no decorrer do período de armazenamento que sementes de menor qualidade fisiológica tendem a produzir plantas menores.

TABELA 1. Área foliar (cm2. planta-1) de plantas de soja do cultivar CD 219,

provenientes de sementes sem tratamento (testemunha) e tratadas e/ou recobertas com polímeros, armazenadas por 60 e 120 dias após o tratamento, média de avaliações aos 9, 16, 23 e 30 dias após semeadura e aos 30 dias após semeadura.

ÁREA FOLIAR (cm2. planta-1)

60 dias 120 dias TRATAMENTOS 30 DAS Média 30 DAS

Testemunha 77,9 ab 23,1 ab 48,7 b Fungicida 79,1 ab 22,3 b 47,2 b

Aminoácido 85,6 ab 25,3 ab 52,7 ab Polímero 86,9 a 23,2 ab 45,4 b

Fungicida + aminoácido 86,3 ab 23,1 ab 48,5 b Fungicida + inseticida 75,3 ab 23,7 ab 50,1 b Fungicida + polímero 80,2 ab 25,1 ab 53,1 ab

Fungicida + inseticida + polímero 82,9 ab 27,3 a 60,7 a Fungicida + aminoácido + inseticida 71,9 b 24,2 ab 53,8 ab

Média 80,7 24,1 51,1 C.V. 14,56 18,9 18,9

*Médias seguidas por mesma letra não diferiram pelo teste de Tukey a 5%.

A média da massa seca da parte aérea de plantas originadas da terceira semeadura apresentaram redução de 0,119 g. planta-1 em comparação com as plantas obtidas na primeira semeadura, além do efeito das condições ambientais, possivelmente essa redução esteja relacionada com a perda de vigor das sementes no transcorrer do armazenamento. O que ocasiona uma redução de 48% na massa seca da parte aérea das plantas. Na avaliação aos 30 dias após semeadura (Tabela 2) os tratamentos que apresentaram maior massa seca da parte aérea foram aminoácido e fungicida + inseticida + polímero, sendo que somente o tratamento com fungicida + inseticida + polímero diferiu dos demais. Desta forma pode se

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concluir que os tratamentos não proporcionaram redução da massa seca da parte aérea e alguns demonstraram efeitos positivos, que possivelmente estejam relacionados com a capacidade de proteção dos mesmos sobre as sementes armazenadas em condições não controladas.

As diferenças entre as plantas originadas da primeira semeadura e terceira são de 0,013 g. planta-1 (redução de 33%) na avaliação aos 9 dias após emergência e de 0,300 g. planta-1 (redução de 53%) na avaliação aos 30 dias após semeadura. TABELA 2. Massa seca da parte aérea (g. planta-1) de plantas de soja do cultivar

CD 219, provenientes de sementes sem tratamento (testemunha) e tratadas e/ou recobertas com polímeros, armazenadas por 120 dias após o tratamento, na média de quatro avaliações 9, 16, 23 e 30 dias após semeadura e aos 30 dias após semeadura.

*Médias seguidas por mesma letra não diferiram pelo teste de Tukey a 5%.

CONCLUSÕES A combinação de aminoácido com fungicida, inseticida e polímero não afeta o desempenho das sementes.

A aplicação de fungicida + inseticida + polímero aumenta a área foliar e massa seca da parte aéria das plantas quando comparada com as sem tratamento em sementes armazenadas por quatro meses após tratamento.

BIBLIOGRAFIA FLOSS, E. L.; FLOSS, L. G. Revista Plantio Direto, Passo Fundo, ed. 100, 2007 PEREIRA, C. E.; OLIVEIRA, J. A.; EVANGELISTA, J. R. E. Qualidade fisiológica de sementes de milho tratadas associadas a polímeros durante o armazenamento. Ciência e Agrotécnologia, Lavras, v. 29, n. 6, p. 1201-1208, 2005. TRENTINI, P.; VIEIRA, M. DAS G. G. C.; CARVALHO, M. L. M.; OLIVEIRA, J. A.; MACHADO, J. C. Peliculização: desempenho de sementes de soja no estabelecimento da cultura em campo na região de Alto Garças. MT. Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v. 29, n. 1, p. 84-92, 2005.

MASSA SECA DA PARTE AÉREA (g.planta-1) TRATAMENTOS Média 30 DAS

Testemunha 0,127 ab 0,258 b Fungicida 0,120 b 0,237 b

Aminoácido 0,136 ab 0,270 ab Polímero 0,123 ab 0,228 b

Fungicida + aminoácido 0,128 ab 0,252 b Fungicida + inseticida 0,131 ab 0,254 b Fungicida + polímero 0,134 ab 0,266 b

Fungicida + inseticida + polímero 0,148 a 0,320 a Fungicida + aminoácido + inseticida 0,130 ab 0,267 b

Média 0,131 0,261 C.V. 17,90 17,90

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

EFICIÊNCIA NO RECOBRIMENTO DE SEMENTES DE SOJA COM USO DE POLÍMEROS

S. A. G. Avelar1; F. Sousa2; G. Fiss3; L. Baudet4; S. T. Peske5 Universidade Federal de Pelotas – FAEM/UFPel

Campus Universitário – Caixa Postal 354 – CEP 96010-900. [email protected],2 [email protected],

[email protected], [email protected] ,[email protected]

Resumo – Das sementes de soja semeadas hoje no Brasil, mais de 90% são tratadas com fungicida, mais de 50% com inseticida, mais de 60% com micronutrientes e 70% com inoculante. Para tantos produtos aplicados às sementes é acrescentado um polímero ao tratamento para melhorar a distribuição desses produtos à superfície das mesmas. Assim, o objetivo desse trabalho foi avaliar a eficiência do recobrimento de sementes de soja cultivar CD 209 com fungicida Vitavax-Thiram (250 mL.100 kg-1), inseticida Standak (200 mL.100 kg-1), inoculante Biomax (300 g.100 kg-1) e os polímeros Polyseed 70 (00 mL. 100 kg-1) e Colorseed HE (100 mL.100 kg-1) da Rigrantec®. A eficiência do recobrimento foi avaliada determinando o peso individual de 100 sementes por unidade experimental em balança analítica com quatro casas decimais, sendo os dados submetidos à análise descritiva para avaliação da distribuição dos produtos nas sementes. Concluiu-se que o uso de polímeros melhora a distribuição do inseticida, fungicida e inoculante utilizado no tratamento de sementes de soja. Palavras chave: Glycine max, distribuição, tratamento, aderência.

INTRODUÇÃO

Para alcançar altas produtividades com a cultura, é necessário que o

agricultor adote práticas adequadas de manejo, diminuindo os riscos a que as plantas estão expostas no campo, como o uso de cultivares adaptados e semeadura em época adequada, manejo adequado do solo, controle de pragas e doenças e principalmente o uso de sementes de boa qualidade (FRANÇA NETO, 1984). Isso aumenta as chances de uma lavoura com estande

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adequado e evita possíveis replantios que podem repercutir em mais gastos para o produtor e queda no rendimento.

Sementes de soja com alta qualidade fisiológica irão proporcionar plantas com maiores taxas de crescimento inicial e eficiência metabólica, além de maior área foliar, maior produção de matéria seca e maiores rendimento (KOLCHISNKI, 2006), aumentando as chances de sucesso da lavoura.

A medida que cresce a percepção do valor da semente no Brasil, a indústria sementeira de soja começa a oferecer semente com alta qualidade fisiológica após adotar processos que realcem a sua qualidade ou melhorem seu desempenho. Prova disso é que das sementes de soja utilizadas no Brasil, mais de 90% são tratadas com fungicida, mais de 50% com inseticida, mais de 60% com micronutrientes e 70% com inoculante (PESKE, 2007).

Com tantos produtos aplicados na semente, é necessário que além da certeza da sua qualidade, a certeza de que os produtos foram bem aplicados e houve distribuição adequada do produto para que desempenhe seu papel (BAUDET e PESKE, 2007).

Uma camada fina de polímero é aplicada junto com o tratamento químico das sementes, sendo que esse material protetor tem se tornado uma tecnologia em uso na proteção das sementes. A indústria química dos polímeros vem apresentando o maior crescimento da última década (LEVIEN et al., 2008).

O objetivo desse experimento foi avaliar a eficiência do recobrimento de sementes de soja tratadas com fungicida, inseticida, inoculante e polímero.

MATERIAL E METODOS Em novembro de 2008, no Laboratório Didático de Análise de

Sementes da Universidade Federal de Pelotas no município de Capão do Leão, RS, sementes de soja do cultivar CD 209 foram submetidas aos tratamentos:

1. Polímero Polyseed 70 (100 mL.100 kg-1) + Inseticida Standak (200 mL. 100 kg-1) + Fungicida Vitavax-Thiram (250 mL.100 kg-1) + Inoculante Biomax (300 g. 100 kg-1);

2. Polímero Colorseed HE (100 mL.100 kg-1) + Inseticida Standak (200 mL.100 kg-1) + Fungicida Vitavax-Thiram (250 mL. 100 kg-1) + Inoculante Biomax (300 g.100 kg-1);

3. Inseticida Standak (200 mL.100 kg-1) + Fungicida Vitavax-Thiram (250 mL.100 kg-1) + Inoculante Biomax (300 g.100 kg-1);

4. Testemunha – sem tratamento O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualisado com

quatro repetições totalizando 16 unidades experimentais. O recobrimento das sementes foi feito manualmente, utilizando 100 g

de sementes por unidade experimental, com a aplicação da mistura de produtos em sacos plásticos, excetuando o inoculante, e agitação dos mesmos contendo as sementes e o produto até a completa distribuição dos mesmos e cobertura das sementes. Após o tratamento adicionou o inoculante e agitou-se novamente até a completa distribuição a superfície das sementes.

A eficiência do recobrimento foi avaliada determinando o peso individual de 100 sementes por unidade experimental em balança analítica com quatro casas decimais. Os dados foram submetidos à análise descritiva para avaliação da distribuição dos produtos nas sementes, metodologia descrita por Levien et al. (2008).

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RESULTADOS E DISCUSSÃO O tratamento de recobrimento das sementes apresentou desempenho

satisfatório com as sementes apresentando boa aparência, coloração e distribuição dos produtos á superfície das mesmas.

Verifica-se na Tabela 1 que a melhor distribuição foi dos tratamentos com o polímero Polyseed 70, onde o peso individual das sementes variou de 139,3 a 203,6mg com uma amplitude total de 64,3mg e para o tratamento incluindo o polímero Colorseed HE onde os pesos individuais das sementes variaram entre 143,2 a 208,3mg com uma amplitude de 65,1mg. Já o tratamento das sementes sem polímero e somente com o fungicida, o inseticida e o inoculante os pesos variaram de 133,9 a 215,7mg apresentaram uma amplitude bem maior (81,8 mg), mostrando uma distribuição menos uniforme dos produtos à superfície das sementes.

Tabela 1 – Medias descritivas do peso individual de sementes de soja tratadas com

fungicida, inseticida, inoculante e recobertas com polímeros.

Tratamento Média CV (%) Amplitude Mínimo Máximo

Polyseed 70 + inseticida + fungicida + inoculante 180,8 5,5 64,3 139,3 203,6 Colorseed HE + inseticida + fungicida + inoculante 180,0 5,9 65,1 143,2 208,3

inseticida + fungicida + inoculante 179,9 6,1 81,8 133,9 215,7 Testemunha 179,0 6,3 67,1 136,5 203,6

Verifica-se, portanto que o uso de polímero no tratamento de sementes

reduz a dispersão nos valores de peso individual das sementes, o que indica uma melhor distribuição do produto entre as amostras de sementes tratadas, diminuindo a probabilidade de que algumas sementes recebam uma subdosagem enquanto outras recebem uma superdosagem. Resultados semelhantes foram encontrados por Levien et al. (2008).

A figura 1 e 2 ilustram a curva de distribuição dos pesos das sementes para o tratamento testemunha e Fungicida + inseticida + inoculante

Figura 1 – Distribuição do peso unitário de sementes de soja nuas e tratadas

com inseticida, fungicida e inoculante

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Figura 2 – Distribuição do peso unitário de sementes de soja tratadas com

inseticida, fungicida, inoculante e polímeros.

CONCLUSÃO O uso de polímeros melhora a distribuição do inseticida, fungicida e

inoculantes utilizado no tratamento de sementes de soja.

BIBLIOGRAFIA

BAUDET, L; PESKE, F. Aumentando o desempenho das sementes SEED News, Pelotas, ano XI, n 5, p 22-26 Reportagem de capa – Set/Out 2007 DELOUCHE, J. C. Qualidade e desempenho da semente. SEED News, Pelotas, ano IX, n. 5, p. 34-35, Set/Out -2005b. FRANÇA NETO, J.B. Qualidade fisiológica da semente. In: FRANÇA NETO, J. B; HENNING, A. A. Qualidades fisiológica e sanitária de sementes de soja. Londrina: EMBRAPA-CNPSo, 1984. p 5-24. (EMBRAPA-CNPSo. Circular Técnica, 9). KOLCHINSKI, E. M.; SCHUCH, L. O. B.; PESKE, S. T. Crescimento inicial de soja em função do vigor das sementes. Revista. Brasileira de Agrociência, Pelotas, v. 12, n. 2, p. 163-166, abr-jun, 2006 LEVIEN, A.; PESKE, S. T.; BAUDET, L. Filme coating no recobrimento das sementes anexo. SEED News, Pelotas, ano. XII n. 3, p 22-26, Mai/Jun – 2008. PESKE, S. Cresce a percepção do valor da semente, SEED News, Pelotas, ano XI, n 4, p 8 -9 Jul/Ago 2007

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

AVALIAÇÃO DE TOLERÂNCIA DE CULTIVARES COMERCIAIS DE SOJA AO EXCESSO HÍDRICO

C.E. Lange1

1 Instituto Rio Grandense do Arroz, Av. Bonifácio Carvalho Bernardes, 1494, Cachoeirinha, RS. [email protected]

INTRODUÇÃO Aproximadamente 20% da área do Rio Grande do Sul é composta de solos de várzea. Tais solos caracterizam-se pela baixa condutividade hidráulica, beneficiando o cultivo do arroz irrigado ao mesmo tempo em que impõem restrições ao cultivo comercial de outras espécies produtoras de grãos sensíveis ao excesso hídrico. Em soja, a tolerância ao excesso hídrico é uma característica genética de herança quantitativa. O crescente interesse em cultivar soja em rotação com o arroz irrigado cria uma demanda pelo conhecimento da reação das cultivares comerciais do Estado às condições de excesso hídrico. Com o objetivo de avaliar o grau de tolerância ao excesso hídrico de 42 genótipos de soja, foi conduzido um ensaio de inundação na Estação Experimental do Arroz durante a safra 2008/2009.

MATERIAL E MÉTODOS

O ensaio foi conduzido no delineamento de blocos ao acaso com 5 repetições. A unidade experimental foi de 1 linha de 5 metros de comprimento, espaçadas de 0,45 m. A semeadura foi realizada em 22/11/2008, sobre palha dessecada de azevém, em uma área previamente nivelada em cota zero. A adubação foi realizada na linha de plantio, na quantidade de 300 kg.ha-1 da fórmula 5-20-30. As sementes foram tratadas com o fungicidada Vitavax+Thiram e o inseticida Standak nas respectivas doses de 100 e 200 ml.100 Kg-1 de sementes. Imediatamente antes da semeadura, as sementes foram inoculadas na proporção de 4 doses.ha-1. O controle de plantas daninhas em pré-emergência foi realizado com Dual Gold (3,5 l.ha-1) e em pós-emergência com glifosato (3 l.ha-1). As condições de cultivo tiveram como objetivo evitar outras limitações ao desenvolvimento das plantas que não a do excesso hídrico previsto. Porém, a abundante precipitação pluviométrica da safra (Tabela 1) resultou em um contínuo período de excesso hídrico até o estádio V7, quando estava planejado a aplicação do tratamento de excesso hídrico por inundação. Em decorrência do período contínuo de excesso hídrico, as plantas de uma forma geral já apresentavam sinais do estresse, como baixo desenvolvimento, baixa estatura, reduzida área foliar e folhas cloróticas, antes de iniciar o tratamento de inundação. Em função desta situação, o período de alagamento foi bastante curto, iniciando em 21/01/2009, quando a área foi inundada e uma lâmina de água de 5 cm, e sendo encerrado dois dias após em 23/01/2009, quando a reação dos genótipos integrantes do ensaio era mais contrastante. A avaliação foi realizada 10 dias após a drenagem através de uma

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escala visual de 1 a 5, em que 1 é a ausência de danos e 5 corresponde a todas as plantas da parcela mortas. Os dados foram submetidos à análise de variância. Tabela 1: Períodos e volume de precipitação pluviométrica na EEA/IRGA em Cachoerinha, RS, safra 2008/09. Período

Volume (mm)

Acumulado no período (mm)

30/11 a 2/12/2008 98

9 a 11/12/2008 6,8

15/12 8,4 23 e 24/12/2008 51,2 29/12/2008 11,6

2 e 3/01/2009 72,6 8 a 11/01/2009 37 18 e 19/01/2009 54,6

340,2

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na Tabela 2 são apresentados os resultados da análise de variância. O quadrado médio de blocos e genótipos foi significativamente superior ao do resíduo pelo F-teste, indicando que houve diferença genotípica e de alocação das parcelas no terreno para a expressão da característica tolerância.

Tabela 2. Graus de liberdade (GL) e quadrados médios para tolerância ao excesso hídrico. EEA/IRGA, Cachoeirinha, RS, safra 2008/09.

Fonte de variação GL QM

Bloco 4 45,17 ** Genótipo 41 1,11 ** Resíduo 158 0,63

O efeito de blocos pode ser atribuido às imperfeições do microrelevo do

terreno, apesar da sua condição de nivelamento em cota zero, cujas partes mais baixas propiciam o acúmulo de água. Esta condição ficou evidenciada em decorrência do alto volume de chuvas verificadas no período de emergência e desenvolvimento das plantas.

A média de tolerância do ensaio foi de 2,59, com um desvio padrão de 0,79. Os genótipos mais tolerantes foram BRS Taura, CD 231, Monsoy 7908, BRS Charrua, FTS Fortaleza e FTS Rolândia. Os genótipos mais sensíveis foram CD 212, Urano, CD 213, BRS 243, Magna, Fundacep 54, FTS Cascavel, FTS Ipiranga FTS Campo Mourão, BRS 246, Rooscamino, BRS Pampa, Monsoy 7979, BRs 246 e Vmax.

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

AVALIAÇÃO DA TOLERÂNCIA AO EXCESSO HÍDRICO DE GENÓTIPOS EXÓTICOS DE SOJA NO RIO GRANDE DO SUL

C.E.LANGE1, K.I. Oliveira2

1 Instituto Rio Grandense do Arroz, Av. Bonifácio Carvalho Bernardes, 1494, Cachoeirinha, RS. [email protected]

2 Bolsista PIBIC CNPq/IRGA. [email protected]

Resumo: Vinte e dois genótipos de soja, originários em sua maioria de países da Ásia, foram avaliados para a tolerância ao excesso hídrico, juntamente com 23 linhagens do Programa de Melhoramento para a Tolerância ao Excesso Hídrico (EH) do IRGA e 5 cultivares comerciais de grau de tolerância conhecido. Individualmente os genótipos não apresentaram tolerância superior a cultivar Brasmax Apollo, embora muitos genótipos não diferiram significativamente do melhor padrão. Este estudo terá continuidade nos próximos anos para melhor caracterização da tolerância dos genótipos introduzidos. Palavras-chaves: germoplasma exótico, germoplasma adaptado, hipoxia.

INTRODUÇÃO

Tolerância ao excesso hídrico em soja é uma característica importante para o

sucesso da cultura em rotação com arroz irrigado. Cultivares comerciais de soja no Estado diferem no grau de tolerância ao excesso hídrico (THOMAS et al., 2000), porém mesmo os genótipos mais tolerantes apresentam desempenho ruim em condições severas de excesso hídrico. Algumas variedades antigas (landraces) originários de países da Ásia são apontadas como fonte de maior grau de tolerância (VANTOAI et al., 2004; HOU e TSENG, 1991). Tais genótipos constituem uma fonte de germoplasma exótico, pois apresentam grande distanciamento genético com os genótipos adaptados (germoplasma adaptado). Caso o maior grau de tolerância destes genótipos exóticos se expresse nas condições de excesso hídrico do Estado, será possível transferir a característica, através de cruzamentos, para o germoplasma adaptado. O objetivo deste trabalho foi avaliar o grau de tolerância ao excesso hídrico de 20 genótipos de soja exóticos nas condições de cultivo e avaliação praticados pelo Programa de Melhoramento de Soja ao Excesso Hídrico do IRGA e comparar as reações a padrões conhecidos.

MATERIAL E MÉTODOS

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Genótipos exóticos: na Tabela 1 são apresentadas a denominação e a origem

dos genótipos exóticos avaliados. Tabela 1: Identificação e origem dos acessos oriundos de bancos de

germoplasma avaliados para a tolerância ao excesso hídrico. EEA/IRGA, Cachoeirinha, safra 2008/09.

Genótipo Origem PI 587809A China – Província de Hubei PI 303653 Nepal PI 587847 China – Província de Hubei PI 587986A China – Província de Sichuan PI 96089 Coréia do Norte PI 594866 China – Província de Yunnan PI 96984 Coréia do Norte PI 594491 China – Provincia de Sichuan Minsoy EUA PI 587796 China – Província de Hubei PI 567652 China – Província de Hennan PI 594491 China – Província de Sichuan PI 587971 China – Província de Sichuan PI 588005A China – Província de Sichuan PI 175184 Sem informação PI 594617 China – Província de Ghuizou PI 181697 Indonesia PI 235913 PI 222550 Argentina PI 416981 Japão

Genótipos adaptados: 23 linhagens provenientes do programa de melhoramento do IRGA e 6 cultivares de padrão conhecido de reação de tolerância ao EH (Fundacep 33, Fundacep 53, Fundacep 59, BRS Charrua, Brasmax Apollo). Ensaio de avaliação: o ensaio foi conduzido na Estação Experimental do Arroz, Cahoeirinha) em um solo preparado e nivelado em cota zero. O delineamento experimental utilizado foi blocos ao acaso com cinco repetições. A semeadura foi realizada no dia 11/12/2008, e a emergência uniforme das sementes ocorreu oito dias após. A adubação foi realizada na linha de semeadura (300 kg/ha da fórmula 5-20-30). As sementes foram tratadas com os produtos Vitavax-Thiran e Standak na quantidade de 100 ml e 200 ml por cem kg de sementes. A inoculação foi realizada imediatamente antes da semeadura na proporção de quatro doses de inoculante líquido por ha. O controle de pragas foi realizado conforme necessidade. Para o controle de plantas daninhas foram utilizados herbicidas em pré-emergência (Dual Gold 3,5 l/ha) e em pós-emergência (glifosato aplicado nas entrelinhas com o auxílio de um pulverizador de ultra baixa volume) sempre que necessário. O tratamento simulando excesso hídrico (EH) foi imposto em 28/01/2009, quando as plantas estavam no estádio V9, pela inundação e formação de uma lâmina de água de 5 cm, a qual foi mantida até dia 03/02. Quinze dias após a drenagem, os genótipos foram avaliados para a tolerância ao EH, através de uma escala visual de 1 a 5 (5- totalidade das plantas na unidade experimental apresentaram morte ou morte iminente, 1 – nenhuma planta da unidade experimental morta ou com queda de folhas, folhas murchas ou com forte clorose). Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Duncan a 5%.

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RESULTADOS E DISCUSSÃO Os quadrados médios de blocos e germoplasma não foram significativos, indicando que o grau de tolerância das duas fontes de germoplasma testadas são similares, enquanto que o quadrado médio de genótipo/germoplasma foi significativo, indicando que há diferença no grau de tolerância entre genótipos dentro dos grupos (Tabela 2). Este resultado contraria a expectativa inicial, visto que os genótipos introduzidos são apontados na literatura internacional como fontes de alto grau de tolerância ao EH.

Tabela 2: Análise de variância da tolerância ao excesso hídrico, tendo como fontes de variação blocos, tipo de germoplasma e genótipos dentro de germoplasma. EEA/IRGA, Cachoeirinha, safra 2008/09.

Fonte de variação Graus de

liberdade Soma de

quadrados Quadrados

médios F-teste

Modelo 50 81,57 1,63 2,06 ** Blocos 4 10,74 2,68 3,39 ns Germoplasma 1 0,05 0,05 0,06 ns Genótipos/ Germoplasma 45 71,40 1,59 2,01 ** Resíduo 183 144,81 0,79 Total 233 226,38 ** significativo a 1% de probabilidade. ns Não significativo.

Uma nova análise de variância foi realizada, excluindo o tipo de germoplasma

como fonte de variação. A comparação das médias de genótipos foi feita com o teste de Duncan a 5%, que dividiu os genótipos em 7 grupos. O padrão Brasmax Apollo apresentou a maior tolerância. Três cultivares padrões, sete linhagens e 14 genótipos introduzidos não diferiram significativamente de Brasmax Apollo (Figura 1). O germoplasma exótico apresentou a maior freqüência de genótipos com grau de tolerância semelhante a do padrão Brasmax Apollo (64,6%), comparativamente ao germoplasma adaptado (39,3%) (Figura 1).

A tolerância ao EH é uma característica quantitativa, portanto a sua caracterização deve ter por base diversas avaliações em diferentes locais e anos. Por este motivo, este estudo terá continuidade nos próximos anos. Os genótipos introduzidos que confirmarem maior grau de tolerância poderão ser aproveitado na ampliação da base genética, incorporando novos alelos positivos para a característica.

CONCLUSÕES O conjunto de genótipos introduzidos avaliado não apresentou maior grau de tolerância ao EH do que o melhor padrão comercial. No entanto, o conjunto apresentou alta frequência de genótipos com tolerância equivalente à referida cultivar.

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25

0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00

APOLLOC0407-51C0407-5

C0404-26PI567652

A23PI587847

C0405-34PI587809

C0406-PI594617

FC33PI587971

PI588005PI222550PI303653PI181697

FC59C0406-11PI587986PI594866

CharruaC0414-46PI587796PI416981PI594491C0410-8

C0405-35C04105

C0413-13C0405-4

C0412-2API235913

FC53C0410-7

C0405-28C0405-36

C0410-6C0406-5AC0405-13C0405-14M INSOY

C0402-23PI96089PI96984

C0406-13PI175184

Gen

óti

po

s

Grau de tolerância

Figura 1: Grau médio de tolerância ao excesso hídrico de genótipos de soja. Seta verde delimita grupo de genótipos que não diferiram de Brasmax Apollo; seta vermelha indica grupo que teve média estatisticamente semelhante ao genótipos de menor tolerância (PI 175184). EEA/IRGA, Cachoerinha, safra 2008/09.

AGRADECIMENTOS

Ao CNPq pela bolsa de Iniciação Científica PIBIC

BIBLIOGRAFIA HOU, F.F; TSENG, F.S. Studies on the flooding tolerance of soybean seed: varietal differences. Euphytica, v. 57, p. 169-173, 1991. THOMAS, A.L, et al. Rendimento de grãos de cultivares de soja em solo de várzea. Pesquisa Agropecuária Gaúcha, Porto Alegre, v.6, n. 1, p. 107-112, 2000. VANTOAI, T.; SHANNON, G.; ROBERTS, V.; HUA, D.; NELSON, R. Tolerance of 108 germplasm strains to flooding at three growth stages. USDA-ARS e Ohio State University. Disponível em: http://www.ag.ohio-state.edu/~usdasdru/Staff/VanToai/Tolerance_of_108_Germplasms.pdf. Acessado em 12/05/2005.

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

EFEITO DA DURAÇÃO DO EXCESSO HÍDRICO SOBRE CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS DA CULTIVAR BRS CHARRUA.

C.E. Lange1

1 Instituto Rio Grandense do Arroz, Av. Bonifácio Carvalho Bernardes, 1494, Cachoeirinha, RS. [email protected]

Resumo: A soja é uma espécie sensível ao estresse por excesso hídrico (EH). Este ocorre quando o volume decorrente de precipitações ou irrigação supera o volume que pode ser drenado. Esta situação é comum em solos de baixa condutividade hidráulica, que no Estado do RS ocorre predominantemente nas áreas de cultivo de arroz irrigado. O grau de tolerância ao EH é genótipo dependente, porém mesmo as variedades mais tolerantes somam pesados prejuízos quando em situações severas. O objetivo deste trabalho foi quantificar o efeito de períodos de excesso hídrico sobre características morfológicas e rendimento de grãos da cultivar BRS Charrua. Dois dias de inundação foi suficiente para reduzir significativamente a estatura da planta e o rendimento de grãos. Já a redução do estande de plantas somente foi detectada após oito dias de imposição do estresse, indicando que outro fator que não a redução de estande está associado a redução do rendimento de grãos. Palavras chave: hipoxia, Glycine max, rendimento de grãos, estresse.

INTRODUÇÃO

Em condições de excesso hídrico, o ar contido no solo é substituído pela

água, acarretando deficiência de O2 para o processo de respiração das raízes. A tolerância da soja a este estresse é genótipo dependente (HEATHERLY & PRINGLE, 1991; VANTOAI et al., 1994, THOMAS et al., 2000), porém mesmos os genótipos mais tolerantes apresentam perdas significativas diante do excesso hídrico no solo (CORNELIUS et al., 2006). Faltam estudos que demonstrem o impacto do estresse de excesso hídrico na produtividade e outras características agronômicas relevantes com as atuais cultivares do RS. O objetivo deste trabalho foi quantificar o impacto de diferentes períodos de duração de excesso hídrico em uma cultivar comercial de soja de tolerância moderada ao excesso hídrico.

MATERIAL E MÉTODOS

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O ensaio foi implantado em 11/12/2008 na Estação Experimental do Arroz do Instituto Rio Grandense do Arroz (EEA/IRGA), em Cachoerinha. A semeadura foi realizada em solo preparado e nivelado em cota zero. O delineamento experimental foi blocos ao acaso com três repetições, com unidades experimentais de 50 m2. Foi utilizada a cultivar BRS Charrua na densidade de 400 mil sementes aptas por hectare. A emergência uniforme das sementes ocorreu oito dias após a semeadura. O espaçamento entre linhas foi de 0,45 m. A adubação utilizada foi 300 kg.ha-1 da fórmula 5-20-30 na linha de semeadura. As sementes foram tratadas com os produtos Vitavax-Thiran e Standak na quantidade de 100 ml e 200 ml por cem kg de sementes. A inoculação foi realizada imediatamente antes da semeadura na proporção de quatro doses de inoculante líquido por hectare. Para o controle de plantas daninhas foram utilizados os herbicidas Dual Gold (3,5 l.ha-1) em pré-emergência e glifosato (3,5 l.ha-1) em pós-emergência. O controle de pragas foi realizado conforme a necessidade. Para prevenir doenças foliares fúngicas, foram realizadas três tratamentos com o fungicida Ópera (0,5 l.ha-1) Os tratamentos simulando excesso hídrico (EH) foram impostos em 28/01/2009, quando as plantas encontravam-se no estádio V8, pela inundação e formação de uma lâmina de água de 5 cm. Os tratamentos consistiram em diferentes períodos de inundação: dois (T2), quatro (T4) e oito dias (T8), mais a testemunha sem EH (T0). Após transcorrido o período dos tratamentos, as parcelas foram conduzidas drenadas até a colheita. Por ocasião da pré-colheita, foram avaliadas as características estatura de planta (EP), altura da inserção dos primeiros legumes (APL), número de plantas em cinco metros de linha (NP) e rendimento de grãos (RG). Para EP e APL foram avaliadas 10 plantas em quatro sub amostras por parcela. Para RG e NP, cada amostra consistiu de uma linha com 5 m de comprimento. Os dados foram submetidos à análise de e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de significância.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os quadrados médios de repetição não foram significativos para nenhuma das características, enquanto que os quadrados médios de tratamento foram significativos para EP, NP e RG, mas não para APL (Tabela 1).

Tabela 1: Graus de liberdade (GL) e quadrados médios (QM) para as variáveis estatura de planta (EP), altura de inserção do primeiro legume (APL) e rendimento de grãos (RG). EEA/IRGA, Cachoeirinha, safra 2008/09.

EP APL NP RG Fonte de

variação GL

QM QM QM QM Repetição 2 0,75 ns 3,25 ns 68 ns 165.900 ns Período de inundação

3 629 ** 0,53 ns 679 ** 3.082112 **

Resíduo 6 26 0,69 58 179.368 CV 8,0 6 13 15 R2 0,92 0,66 0,86 0,90 ** Significativo a 1%; ns Não significativo.

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A duração do estresse de excesso hídrico, imposto através de inundação, refletiu em diferenças significativas das médias de EP, NP e RG, mas não de APL. Apenas dois dias foram suficientes para reduzir a EP e a RG em 26 e 23% (Tabela 3). Com o prolongamento do período de inundação, esta redução foi mais intensa para RG do que para EP. Comparativamente ao T0, a queda de RG para T8 foi de 61%.

Tabela 2: Comparação de médias para as variáveis estatura de planta (EP), altura do primeiro legume (APL), número de plantas (NP) e rendimento de grãos (RG) da cultivar de soja BRS Charrua submetida a diferentes períodos de excesso hídrico. EEA/IRGA, Cachoeirinha, safra 2008/09.

Tratamento EP (cm) APL (cm) NP RG (kg.ha-1)

85 A¶ 14 66 A 3985 A 63 B 13 66 A 3054 AB 57 B 13 63 A 2468 BC

T0 T2 T4 T8 53 B 13 35 B 1572 C

¶ Médias seguidas das mesmas letras não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%.

Tabela 3: Redução média (%) das variáveis estatura de planta (EP), número de plantas (NP) e rendimento de grãos (RG) da cultivar de soja BRS Charrua submetida a diferentes períodos de excesso hídrico em relação ao tratamento não inundado. EEA/IRGA, Cachoeirinha, safra 2008/09.

Tratamento EP NP RG

T2 26 0 23 T4 33 5 38 T8 38 47 61

O NP foi semelhante para os tratamentos não inundado (T0) até quatro dias

de EH (T4), indicando que a mortandade de plantas ocorreu no intervalo de 4 a 8 dias de inundação (Tabela 3). Portanto, as perdas acentuadas de RG até T4 não foram decorrentes da morte de plantas, mas possivelmente devido à redução de acumulação de biomassa.

Os dados apresentados demonstram o efeito negativo do excesso hídrico sobre o desempenho agronômico de soja e apontam para a necessidade de entender melhor as causas de perda precoce de RG em condições de EH, assim como para a existência ou não de variação genética entre cultivares de soja para esta perda.

CONCLUSÕES O excesso hídrico durante o período vegetativo resultou em redução de estatura de plantas, estande e rendimento de grãos na cultivar BRS Charrua. Reduções acentuadas de rendimento de grãos e de estatura de plantas já ocorreram após períodos curtos excesso hídrico e se acentuaram com a duração do estresse. A morte de plantas, com a conseqüente redução do estande, somente foi observado no período de inundação mais longo, indicando que a redução de rendimento nos primeiros dias de alagamento não foi decorrente da redução de estande.

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BIBLIOGRAFIA CORNELIUS, B.; CHEN, P.; HOU, A.; SHI, A., SHANNON, J.G. Yield potential and waterlogging tolerance of selected near-isogenic lines and recombinant inbred lines from two southern soybean populations. L of Crop Improvement, v.16(1/2), p. 97-110. HEATHERLY, L. G.; PRINGLE, H.C.I. Soybean cultivar´s response to flood irrigation of clay soil. Agronomy Journal, Madison, v.83, p.231-236, 1991. THOMAS, A.L, et al. Rendimento de grãos de cultivares de soja em solo de várzea. Pesquisa Agropecuária Gaúcha, Porto Alegre, v.6, n. 1, p. 107-112, 2000. VANTOAI, T.T. et al. Genetic variability for flooding tolerance in soybeans. Crop Science, Madison, v.34, p. 1112-1115, 1994.

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

DESEMPENHO AGRONOMICO DE GENÓTIPOS DE SOJA SEMEADOS EM PELOTAS

A.C.B. de Oliveira1, B.M. Emygdio2, G. Aguiar3, E.S.Amaral4, G.C.Monteiro5, M.

Dalcin5, P. F. Bertagnolli 6

1 Embrapa Clima Temperado, CP 403, Pelotas, RS, CEP 96001-970. [email protected]

2 Embrapa Clima Temperado, CP 403, Pelotas, RS, CEP 96001-970. [email protected]

3Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, UFPEL, Pelotas, RS, CEP 96010-900. [email protected]

4 Escola Técnica Estadual de Canguçu, Canguçu, RS, CEP 96600-000. [email protected]

5 Escola Estadual Técnica Fronteira Noroeste, Santa Rosa, RS, CEP 98900-000 6 Embrapa Trigo, C.P. 451, Passo Fundo, RS, CEP 99001-970.

[email protected]

Resumo: O objetivo deste trabalho foi avaliar o desempenho agronômico de nove genótipos de soja. Utilizou-se delineamento experimental de blocos casualizados, com oito repetições por tratamento (genótipo). Os Genótipos testados foram: PF 015328, BRS Macota, BRS 232 e BRS 154, BMX Apolo RR, BRS Charrua RR, BRS Taura RR, BRS 244 RR e BRS 255 RR. A parcela foi composta por 4 linhas com 5 m de comprimento e 0,37 m de espaçamento entre linhas, descartou-se as duas linhas externas e 50 cm na extremidade de cada linha. O ensaio foi semeado em 18 de dezembro de 2008 na área experimental da sede da Embrapa Clima Temperado. Foram avaliados o número de dias para floração (NDF), o número de dias para maturação fisiológica (NDM), o peso de cem sementes (PCS) e o rendimento de grãos. Todos os dados foram submetidos à análise de variância, e as médias comparadas pelo teste de Duncan a 5% . O melhor rendimento de grãos foi obtido com a cultivar BRS Macota (3.703 kg.ha-1) seguido pela cultivar BMX Apolo RR (3.437 kg.ha-1); os demais genótipos obtiveram comportamentos semelhantes. O NDM variou de 117 (BMX Apolo RR) a 126 dias (BRS 154), o NDF variou de 60 (BMX Apolo RR) a 74 dias (BRS 244 RR), e o PCS de 15,5 (BRS Charrua RR) a 20,5 g (BRS 154). Palavras chave: Glycine max; cultivares; produtividade.

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INTRODUÇÃO

A soja (Glycine max L. Merril) destaca-se como o principal produto agrícola do Brasil, tendo sido produzido na última safra 58,1 milhões de toneladas, 3,1% a menos que a safra anterior. O estado do Rio Grande do Sul produziu 8,3 milhões de toneladas na safra 2008/2009, 7,2% a mais do que na safra anterior (CONAB, 2009). A cada ano os programas de melhoramento geram novas cultivares de soja, sendo necessário avaliações quanto ao seu comportamento em diferentes regiões e diferentes sistemas de produção, e que precisam ser comparados continuamente (DIAS et al, 2009). Este trabalho teve como objetivo avaliar o comportamento de nove genótipos de soja em plantio de final de dezembro na região de Pelotas/RS.

MATERIAL E MÉTODOS

Foram avaliados nove genótipos de soja, sendo uma linhagem (PF 015328), três cultivares convencionais (BRS Macota, BRS 232 e BRS 154) e cinco cultivares tolerantes ao glifosato (Apolo, BRS Charrua RR, BRS Taura RR, BRS 244 RR e BRS 255 RR). O ensaio foi realizado no delineamento de blocos ao acaso, com oito repetições, sendo a parcela composta por quatro linhas com 5 m de comprimento e 0,37 m de espaçamento entre linhas, sendo descartadas as duas linhas externas e 50 cm na extremidade de cada linha. O ensaio foi semeado em 18 de dezembro de 2008 na área experimental da sede da Embrapa Clima Temperado. Foram avaliados o número de dias para floração (NDF), o número de dias para maturação fisiológica (NDM), o peso de cem sementes (PCS) e o rendimento de grãos. Todos os dados foram submetidos à análise de variância, e as médias comparadas pelo teste de Duncan com 5% de significância.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O rendimento das cultivares testadas ficou acima da produtividade obtida na safra 2008/2009 na região sul (2.355 kg.ha-1) e do Rio Grande do Sul (2.200 kg.ha-1) segundo CONAB (2009). Os dados de rendimento das cultivares obtidos neste trabalho também foram superiores aos obtidos nos ensaios de cultivares registradas de soja da Rede Soja Sul conduzidos na safra 2007/2008 em Pelotas que variaram de 1.957 kg.ha-1 a 2.555 kg.ha-1 (VERNETTI et al, 2008). O melhor rendimento de grãos foi obtido com a cultivar BRS Macota (3.703 kg.ha-1) seguido pela da cultivar BMX Apolo RR (3.437 kg.ha-1); As demais cultivares e linhagem obtiveram comportamentos semelhantes. Quanto ao ciclo, destacou-se a cultivar BMX Apolo RR pela precocidade de 60 dias para o florescimento (NDF) e 117 dias entre o plantio e a maturação fisiológica (NDM). As demais tiveram ciclos semelhantes quanto a maturação fisiológica apesar de terem apresentado NDF bem diferentes (Tabela 1). Isto pode ser devido ao período de estiagem (Tabela 2) que ocorreu entre o final de março e abril, o que pode ter alterado o NDM dos genótipos. Quanto ao peso de cem sementes (PCS) o menor valor foi da cultivar BRS Charrua RR com 15,5 g, sendo que os demais genótipos obtiveram comportamentos similares.

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Tabela 1. Rendimento (kg.ha-1), peso de cem sementes (PCS) em gramas, número de dias para floração (NDF) e número de dias para maturação fisiológica (NDM) dos nove genótipos avaliados em semeadura de final de dezembro em Pelotas, RS.

Genótipos Rendimento PCS NDM NDF

BRS Macota 3703 a 18,3 ab 125 b 62 bc

BMX Apolo RR 3437 ab 19,8 a 117 c 60 c BRS Charrua RR 3112 bc 15,5 c 125 b 72 a BRS Taura RR 2890 bc 18,1 ab 125 b 66 b

PF 015328 2886 bc 19,8 a 125 b 63 bc

BRS 244 RR 2785 c 17,2 bc 125 b 74 a BRS 232 2689 c 20,4 a 125 b 61 c

BRS 154 2679 c 20,5 a 126 a 65 bc

BRS 255 RR 2624 c 20,2 a 125 b 63 bc

Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem pelo Teste Duncan à 5% de probabilidade.

Tabela 2. Precipitação total (mm), e por decêndio dos meses de janeiro a abril

de 2009, coordenadas: latitude 31° 42' S , longitude 52° 24' O, altitude 57 m. Embrapa Clima Temperado, Pelotas, RS.

Decêndios Meses 1-10 11-20 21-31 Total

Janeiro 10,7 53,3 526,8 590,8 Fevereiro 35,8 85,3 147,0 268,1 Março 46,0 86,4 14,8 147,2 Abril 1,0 0,5 2,3 3,8

CONCLUSÕES Os maiores rendimentos foram obtidos por BRS Macota (3.703 kg.ha-1) e BMX Apolo RR (3.437 kg.ha-1).

BIBLIOGRAFIA DIAS, F. M.; SILVA, F. A.; TEIXEIRA, I. R. Comportamento de genótipos de soja de diferentes ciclos de maturação no sudeste goiano. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE SOJA, 5., 2009; MERCOSOJA, 2009, Goiânia. Anais... Londrina: Embrapa Soja, 2009. Seção Trabalhos, t. 23. 1 CD-ROM.

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CONAB–COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO. 7º levant. de grãos 2008/09 – abril/2009. Disponível em: < http://www.conab.gov.br/conabweb/download/ safra/7_levantamento_abr2009.pdf>. Acesso em: 09 junho 2009. VERNETTI JUNIOR, F. De J. ; KONZEN, A.; CARRICONDE, B.F.Cultivares registradas de soja RR na Embrapa Clima Temperado- Rede Soja Sul – 2007/2008. In: REUNIÃO DA PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL. 36, 2008, Porto Alegre. Atas e Resumos... Porto Alegre:Fepagro, 2008. p.26.

Summary: Agronomic performance of soybean genotypes at Pelotas. The objective of this work was to evaluate the agronomic performance of nine soybean genotypes. It was used a block design with eight replications per treatment (genotype). Tested genotypes: PF 015328, BRS Macota, BRS 232, BRS 154, BMX Apolo RR, BRS Charrua RR, BRS Taura RR, BRS 244 RR, BRS 255 RR. The plot was formed by four rows of 5 m each spaced at 0,37 m between rows. The two external rows and 50 cm of its extremities were discarded. The experiment was sown in 18 of December of 2008, at Embrapa Clima Temperado experimental field. The number of days for flowering (NDF), the number of days for physiological maturation (NDM), weight of one hundred seeds (PCS) and grains yield were evaluated. The data were submitted to Anova, and the averages were compared by Duncan test at 5%. The best grains yield was BRS Macota ( 3,703 kg .ha-1) followed by BMX Apolo RR ( 3,437 kg .ha-1), and the others genotype had similar behaviors. The NDM ranged from 117 (BMX Apolo RR) to 126 days (BRS 154), the NDF from 60 (BMX Apolo RR) to 74 days (BRS 244 RR), and PCS from 15,5 (BRS Charrua RR) to 20,5 g (BRS 154).

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

GENÓTIPOS CONVENCIONAIS DE SOJA NA EMBRAPA CLIMA TEMPERADO – ANO 2008/2009

Francisco de J. Vernetti Junior1, Rafael de Lazari2, Lilian Moreira Barros3 1Engº Agr., Dr., Pesquisador da Embrapa Clima Temperado. BR 392 Km 78. Caixa

Postal 403. 96001-970 Pelotas, RS.E-mail: [email protected] 2 Acadêmico de Agronomia, estagiário, UFPel.

3Estagiária do Colégio Agrícola Visconde da Graça.

INTRODUÇÃO

O trabalho de melhoramento genético de soja (Glycine max (L.) Merrill) conduzido na Embrapa Clima Temperado tem como objetivo desenvolver cultivares para as condições de clima e solo da metade sul do Estado do Rio Grande do Sul, em especial para as condições de várzeas que aí ocorrem. A avaliação de linhagens avançadas de soja é uma das etapas de testes para indicação de futuros materiais que farão parte de ensaios de VCU e posteriormente serão lançados como variedade comercial. Este trabalho relata o desempenho das principais linhagens convencionais de soja, no ano agrícola 2008/2009, na Embrapa Clima Temperado.

MATERIAL E MÉTODOS

Para atender aos objetivos expostos, foram conduzidos na Estação Experimental de Terras Baixas da Embrapa Clima Temperado dois ensaios: o ensaio de linhagens de ciclo precoce, composto de sete linhagens e três cultivares padrão, e o ensaio de avaliação de linhagens de ciclo médio e semi-tardio, composto de 11 linhagens e três testemunhas . Os trabalhos foram realizados em solo típico de várzea, caracterizado como Planossolo Háplico Eutrófico solódico com textura franco-arenosa, de pouca profundidade (20 a 40 cm), e horizonte B impermeável. A adubação foi quantificada a partir da análise do solo, seguindo critérios adotados pela SOCIEDADE (2004). O delineamento experimental foi blocos ao acaso, com três repetições. Para realização das análises estatísticas utilizou-se o programa Statistical Analysis System – SAS (1985). As parcelas foram compostas de quatro fileiras de cinco metros de comprimento, espaçadas de 50 cm entre linhas com uma área útil de 4 m2.

A fertilização, inoculação das sementes e controle de invasoras e pragas foi realizada segundo produtos e doses recomendados (REUNIÃO, 2008). A semeadura foi realizada mecanicamente com uma semeadora de parcelas em solo tradicionalmente preparado.

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A semeadura foi realizada em 19 de novembro de 2008 e a emergência plena deu-se em 27 de novembro de 2008. No decorrer do ciclo biológico da cultura, registraram-se as características fenológicas e fenométricas das linhagens e cultivares padrão constantes das Tabelas 1 e 2.

RESULTADOS E DISCUSSÃO O ensaio de avaliação de linhagens de ciclo precoce apresentou um

rendimento médio de grãos de 2008 kg ha-1. A análise da variância para rendimento de grãos das linhagens e cultivares padrão avaliadas não diferiram estatisticamente entre si. Entretanto, em valores absolutos pode se observar que a linhagem PCL 04-18 apresentou rendimento de grãos superiores a todas as cultivares padrão utilizadas (Tabela 1). Por sua vez, a linhagem PCL 04-12 também se destacou com rendimento acima da média do experimento. Os genótipos apresentaram alturas médias das plantas (72 a 112 cm) e de inserção das vagens adequadas (8 a 13 cm), não ocorrendo acamamento e retenção foliar. A população de plantas ao final do ciclo ficou entre 167 mil e 302 mil plantas por hectare. O ciclo dos genótipos variou entre 133 e 139 dias da emergência a maturação das plantas. A floração teve início aos 61 dias e durou, em média 21 dias.

O ensaio de linhagens de ciclo médio e semi-tardio (Tabela 2) agrupou junto às testemunhas BRS Cambona, BRS Torena e FT-Abyara as linhagens PCL 04-30, PCL 04-25, PCL 04-08 e PCL 05-03, como as mais produtivas, todas com rendimentos inferiores às testemunhas, mas superiores a média do experimento (2557 kg ha-1). Estes resultados estão de acordo com resultados obtidos anteriormente (Vernetti Junior et al., 2008).

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Tabela 1. Avaliação de linhagens de ciclo precoce, safra 2008/2009, em Capão do Leão, RS. Duração dos subperíodos emergência – início da floração, início-fim da floração, emergência-maturação (dias); altura média de planta e de inserção dos legumes (cm); população final de plantas e rendimento de grãos.

Altura Cultivares E-IF IF-FF E-M Planta Inserção

Pop. (plt m2)

Rendimento (kg ha-1)

PCL 04-18 55 28 139 72 8 16,75 2336 MACOTA 58 20 133 94 10 27,5 2274 BRS 211 53 20 135 92,5 9,5 30,25 2202 PCL 04-12 58 22 138 103,5 10,5 25,25 2027 PCL 04-23 63 22 139 76,5 9 21,25 1963 PCL 04-02 67 24 139 104 13,5 22,75 1946 PCL 04-01 67 14 138 112 13,5 20,75 1914 IAS 5 58 16 136 71,5 8 25 1877 PCL 04-21 67 24 138 83 12 26,75 1825 PCL 04-20 67 25 138 89 10,5 26 1715 Média 61 21 137 90 10 24 2008 CVrend =15,3%; Frend - não significativo ;

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Tabela 2. Avaliação de linhagens de ciclo médio e semi-tardio, safra 2008/2009, em Capão do Leão, RS. Duração dos subperíodos emergência–início da floração, início-fim da floração e emergência-maturação (dias); altura média de planta e de inserção dos legumes (cm); população final de plantas e rendimento de grãos.

Altura Cultivares E-IF IF-FF E-M Planta Inserção

Pop. (plt m2)

Rendimento (kg ha-1)

BRS CAMBONA 63 20 138 95,5 12,5 25,75 3232 a1

BRS TORENA 62 18 138 82 9,5 25,25 2999 ab FT ABYARA 63 19 139 75,5 12 25 2860 abc PCL 04-30 68 17 140 84 10 41,25 2763 abc PCL 04-25 63 19 139 72 8,5 25,25 2731 abc PCL 04-08 62 23 139 89 9,5 31,5 2696 abc PCL 05-03 64 20 140 89 11 32,25 2574 abcd PCL 04-26 63 23 140 79,5 10 28,5 2505 bcd PCL 04-27 64 21 139 80 9 26,5 2467 bcd PCL 04-32 62 19 139 72,5 8 24,75 2418 bcd PCL 05-02 63 18 139 89 10 23,25 2237 cd PCL 04-06 66 23 138 74,5 10 30 2196 cd PCL 05-06 63 20 140 80 12,5 28,75 2146 cd PCL 05-05 64 22 140 88 15 31,75 1970 d Média 64 20 139 82 11 45 2557 CVrend =9,4%; Frend -** ;

1Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,05). ** significativo (p<0,01) REUNIÃO DE PESQUISA DA SOJA DA REGIÃO SUL, 36. , 2008, Porto Alegre. Indicações Técnicas para a Cultura da Soja no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina 2008/2009. Porto Alegre: Fepagro, 2008. 144 p. SAS –User’s Guide: Statistics. Version 5 Edition Cary, NC SAS Institute Inc., 1985. 965p. SOCIEDADE BRASILEIRA DE CIÊNCIA DO SOLO. NÚCLEO REGIONAL SUL. COMISSÃO DE QUÍMICA E DE FERTILIDADE DO SOLO-RS/SC. Manual de adubação e da calagem para os Estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. 10ª ed. Porto Alegre, 2004. 400p. VERNETTI JUNIOR, F. J. ; KONZEN, A. CARRICONDE, B.F. Avaliação de genótipos convencionais de soja na Embrapa clima temperado – ano 2007/2008. In: VERNETTI JUNIOR, F. de J. (Ed.). Soja: resultados de pesquisa na Embrapa Clima Temperado. – 2008. Pelotas: Embrapa Clima Temperado, 2008. p.9-18. -- (Embrapa Clima Temperado. Documentos, 236). ISSN 1516-8840

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

Avaliação de Linhagens de Soja RR na Embrapa

Clima Temperado, safra 2008/2009.

Francisco de J. Vernetti Junior1, Rafael de Lazari2, Lilian Moreira Barros3 1Engº Agr., Dr., Pesquisador da Embrapa Clima Temperado. BR 392 Km 78. Caixa

Postal 403. 96001-970 Pelotas, RS.E-mail: [email protected] 2 Acadêmico de Agronomia, estagiário, UFPel.

3Estagiária do Colégio Agrícola Visconde da Graça.

INTRODUÇÃO

Entre as principais características ocorrentes nas várzeas do Rio Grande do Sul, está a elevada infestação de plantas daninhas. As gramíneas, principalmente o capim arroz e o arroz daninho estão presentes, praticamente, em todos os locais onde se cultiva o arroz irrigado. As estimativas de perda anual de produção de grãos nestes locais, devido ao arroz- vermelho, estão ao redor dos 20%. O uso de cultivares de soja que possuam em seu genoma a tolerância ao glifosato representa um dos métodos mais eficazes, na recuperação destas áreas, devido à possibilidade de utilização desse herbicida total para o controle de plantas daninhas. O desenvolvimento da tecnologia da soja geneticamente modificada para resistência ao herbicida glyphosate (soja RR) trouxe profundas mudanças no manejo de espécies daninhas, pois onde antes se utilizavam outros herbicidas e misturas formuladas, agora pode ser aplicado apenas esse ingrediente ativo. Trata-se de um herbicida de amplo espectro de ação, que pode ser utilizado em diferentes estádios de desenvolvimento das plantas daninhas. Em função do exposto, o programa de melhoramento genético de soja (Glycine max (L.) Merrill) da Embrapa Clima Temperado, que tem como objetivo desenvolver e avaliar cultivares para as condições de clima e solo da metade sul do estado do Rio Grande do Sul, em especial para as condições de várzeas, agregou a característica RR a algumas de suas linhagens. Este trabalho relata o desempenho das linhagens de soja RR na safra 2008/2009, na Embrapa Clima Temperado.

MATERIAL E MÉTODOS

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Nove linhagens e quatro cultivares testemunhas de soja RR foram avaliadas quanto ao rendimento e às principais características fenológicas e fenométricas. O experimento foi conduzido na Estação Experimental de Terras Baixas, da Embrapa Clima Temperado, localizada no município de Capão do Leão, RS em solo típico de várzea, caracterizado como Planossolo Háplico Eutrófico solódico com textura franco-arenosa, de pouca profundidade (20 a 40 cm), e horizonte B impermeável. A adubação foi quantificada a partir da análise do solo, seguindo critérios adotados pela SOCIEDADE (2004). O delineamento experimental utilizado foi blocos ao acaso, com três repetições. Para realização das análises estatísticas utilizou-se o programa Statistical Analysis System – SAS (1985). As parcelas foram compostas de quatro fileiras de cinco metros de comprimento, espaçadas de 50 cm entre linhas com uma área útil de 4 m2.

A fertilização, inoculação das sementes e controle de invasoras e pragas foi realizada, segundo produtos e doses recomendados (REUNIÃO, 2008). A semeadura foi realizada mecanicamente com uma semeadora de parcelas em solo tradicionalmente preparado, em 19 de novembro de 2008 e a emergência plena deu-se em 27 de novembro de 2008. No decorrer do ciclo biológico da cultura, registraram-se as características fenológicas e fenométricas das linhagens e cultivares padrão constante da Tabela 1.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os dados médios dos principais caracteres fenológicos, fenométricos e rendimento das linhagens e cultivares padrão do ensaio de avaliação de linhagens de soja RR estão registrados na Tabela 1. Os valores do coeficiente de variação, assim como os resultados do teste F (p>0,05), para rendimento de grãos, são ali apresentados.

As linhagens avaliadas foram PCL 06-04 RR, PCL 06-11 RR, PCL 06-08 RR, PCL 06-03 RR, PCL 06-02 RR, PCL 06-10Ma RR, PCL 06-10Ci RR e PCL 06-08B RR. As linhagens apresentaram um ciclo total médio de 139 dias da emergência à maturação com uma variação entre 136 e 140 dias. O período de floração durou em média 19 dias, variando entre 17 e 21 dias e o período vegetativo se estendeu entre 52 e 63 dias. As cultivares recomendadas utilizadas foram BRS 244 RR, BRS Pampa RR, BRS 246 RR e Fundacep 55 RR que apresentaram uma duração média em dias da emergência à maturação similar a das linhagens. A não definição de ciclos distintos entre os materiais analisados se deveu, provavelmente, a forte estiagem ocorrida no final do ciclo. As alturas médias das plantas na maturação e da inserção dos legumes foram adequadas à colheita mecânica e variaram, respectivamente, entre 64 e 82 cm e entre 7 e 10 cm. A população final de plantas apresentou uma média de 230 mil plantas ha-1 (entre 100 e 315 mil plantas ha-1).

A análise de variância para rendimento de grãos não foi significativa (F; p>0,05) e o coeficiente de variação foi de 19,6%, conferindo precisão razoável aos dados analisados. A linhagem PCL 06-03 RR apresentou o maior rendimento de grãos (2515 kg ha-1) do experimento produzindo 2,4% mais que a melhor testemunha utilizada. Outra linhagem que se destacou foi a PCL 06-04 RR que apresentou rendimento de grãos intermediário às testemunhas utilizadas. Ficou abaixo das melhores (BRS 244 RR e BRS 255 RR) mas foi superior em, respectivamente, 2,5% e 7,4% às cultivares BRS Pampa RR e Fundacep 55 RR. Estes dois genótipos acima citados repetem o desempenho obtido em 2007/08

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(VERNETTI JUNIOR e CARRICONDE, 2008). A linhagem PCL 06-08 RR apresentou uma produtividade de grãos de 2143 kg ha-1 superior portanto ao rendimento médio de grãos do experimento foi de 2072 kg ha-1. O destaque negativo da linhagem PCL 06-08B RR em rendimento de grãos se deveu provavelmente à baixa população final de plantas (100 mil ha-1).

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Tabela 1. Avaliação de linhagens RR: Duração (dias) dos subperíodos emergência – início da floração (E-IF), início-fim da floração (IF-FF), emergência-maturação(E-M); altura média de planta e de inserção dos legumes (cm); população final de plantas e rendimento (kg ha-1). Embrapa Clima Temperado - 2008.

Altura Cultivares/ Linhagem E-IF IF-FF E-M Planta Inserção

Pop. (plt m2)

Rendimento (kg ha-1)

PCL 06-03 RR 57 18 140 65 8 27,25 2515 BRS 244 RR 63 17 140 82 8,5 23,25 2457 BRS 255 RR 58 19 139 75 9 23 2448 PCL 06-04RR 52 20 135 70 8 21 2338 BRS Pampa RR 62 17 141 78 10 24,5 2281 Fundacep 55 RR 52 21 140 74 9,5 25,5 2177 PCL 06-08 RR 61 19 140 81 9 26,5 2143 BRS 246 RR 61 18 140 79 9 23,75 1951 PCL 06-10Ci RR 59 20 136 77 10 31,25 1889 PCL 06-02 RR 61 18 137 74 7,5 21 1875 PCL 06-10 Ma RR 57 20 137 64 9 20 1727 PCL 06-11 RR 60 19 139 79 6,5 25,5 1718 PCL 06-08B RR 62 18 139 77 8 10 1420 Média 59 19 139 75 9 23 2072 CVrend.= 19,6%; Frend. Não significativo (p>0,05).

REUNIÃO DE PESQUISA DA SOJA DA REGIÃO SUL, 36. , 2008, Porto Alegre. Indicações Técnicas para a Cultura da Soja no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina 2008/2009. Porto Alegre: Fepagro, 2008. 144 p. SAS –User’s Guide: Statistics. Version 5 Edition Cary, NC SAS Institute Inc., 1985. 965p. SOCIEDADE BRASILEIRA DE CIÊNCIA DO SOLO. NÚCLEO REGIONAL SUL. COMISSÃO DE QUÍMICA E DE FERTILIDADE DO SOLO-RS/SC. Manual de adubação e da calagem para os Estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. 10ª ed. Porto Alegre, 2004. 400p. VERNETTI JUNIOR, F. J. ; KONZEN, A. CARRICONDE, B.F. Avaliação de genótipos convencionais de soja na Embrapa clima temperado – ano 2007/2008. In: VERNETTI JUNIOR, F. de J. (Ed.). Soja: resultados de pesquisa na Embrapa Clima Temperado. – 2008. Pelotas: Embrapa Clima Temperado, 2008. p.9-18. -- (Embrapa Clima Temperado. Documentos, 236). ISSN 1516-8840

VERNETTI JUNIOR, F. J. ; CARRICONDE, B. F. Avaliação de linhagens de soja RR na Embrapa Clima Temperado. 2007/2008. In: VERNETTI JUNIOR, F. de J. (Ed.). Soja: resultados de pesquisa na Embrapa Clima Temperado. – 2008. Pelotas: Embrapa Clima Temperado, 2008. p.9-18. -- (Embrapa Clima Temperado. Documentos, 236). ISSN 1516-8840

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

MELHORAMENTO GENÉTICO DE SOJA NA FT SEMENTES RS NO CICLO AGRÍCOLA 2008/2009

R. G.Matzenbacher ¹ e L. A. M. Torres ¹ ¹FT Sementes RS, Av. Pres.Vargas, 396, Cep 98005160, e-

mail:[email protected]

RESUMO: Este trabalho descreve o programa de melhoramento da cultura da soja pela FT SEMENTES. O programa funciona, até o momento, a partir da introdução de populações segregantes e de material fixo da base operacional de Ponta Grossa, Paraná, onde são realizadas as hibridações. Descreve-se as atividades desenvolvidas na safra 2008/09 com seleção de linhagens através da avaliação de sua adaptação às condições de ambiente da região de Cruz Alta, RS e, também, da avaliação de suas características agronômicas, reação as doenças e potencial de produtividade. Palavras chave: linhagens de soja, adaptação ambiental, tolerância a enfermidades, produtividade.

INTRODUÇÃO

A FT SEMENTES é uma empresa nacional, com sede em Brasília, constituída por cotistas de todos estados brasileiros produtores de soja, tendo por missão desenvolver novas cultivares de soja que venham a contribuir para o crescimento da cultura no país, proporcionando altos e estáveis rendimentos de grãos.

A FT SEMENTES RS foi criada em 2005, em Cruz Alta, através de um programa de melhoramento genético de soja, visando a obtenção de cultivares com adaptação as diferentes condições de ambiente do Estado, com maior tolerância as principais doenças, tipo agronômico adequado e alta produtividade.

O programa funciona, até o momento, a partir da introdução de populações segregantes e de material fixo da base operacional de Ponta Grossa, Paraná, onde são realizadas as hibridações.

MATERIAL E MÉTODOS

O programa foi conduzido em Cruz Alta, em um Latossolo Vermelho Distrofico típico Lvd 2, sobre área com aveia e azevém dessecados. A adubação e abertura dos sulcos foram realizadas com uma semeadeira–adubadeira, sendo o plantio realizado de forma manual. As praticas culturais e de manejo utilizadas na condução dos diversos plantios foram as indicadas pela pesquisa. Todos os materiais trabalhados neste ciclo são RR.

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No ano agrícola 2008/2009, foram manejadas doze populações segregantes, na geração F4, semeadas no dia 14/11/2008, em parcelas que variaram de 13 a 91 sulcos de cinco metros de comprimento, espaçados de 0,45 m. A densidade de semeadura foi de 6 a 8 sementes por metro linear, visando a seleção individual de plantas.

Seiscentas e quatro linhagens fixas, recebidas de Ponta Grossa, foram conduzidas em parcelas de 4 sulcos de 5 metros de comprimento, espaçadas de 0,45 m, para avaliação de sua adaptação às condições de ambiente da região, de suas características agronômicas, reação as doenças e potencial de produtividade. A semeadura ocorreu entre os dias 4 e 11 de novembro, sendo utilizadas como testemunhas as cultivares COODETEC 214 RR, FUNDACEP 53 RR e FTS CAMPO MOURÃO RR, semeadas em intervalos de cada trinta parcelas.

RESULTADOS A forte estiagem ocorrida nos meses de março e abril, quando choveu 34,5 e 6 milímetros, respectivamente, prejudicou um pouco o desempenho produtivo dos diversos materiais, assim como a qualidade dos grãos, não impedindo, porém, uma boa seleção. Foram selecionadas, individualmente, entre as populações na geração F4, por apresentarem características superiores, 415 plantas. Destas, 118 foram enviadas em abril para a Bahia, para avanço de geração durante o inverno de 2009. Todas estas plantas formarão progênies a serem avaliadas no ciclo 2009/2010. Entre as linhagens fixas, após um rigoroso processo de avaliação, foram selecionadas a campo 44 materiais, e após avaliação do rendimento de grãos e qualidade dos mesmos, foram mantidas 36 progênies, as quais voltarão a ser avaliadas no próximo ciclo através de ensaios preliminares de rendimento de grãos a serem conduzidos em três locais do Rio Grande do Sul.

CONCLUSÕES A condução do programa de melhoramento possibilitou a formação de novas linhagens de soja, com adequado tipo agronômico e elevado potencial de produtividade.

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

AVALIAÇÃO DOS ENSAIOS DE VALOR DE CULTIVO E USO (VCU) COM LINHAGENS DE SOJA RR DA FT SEMENTES RS, CONDUZIDOS EM TRÊS

REGIÕES DO RIO GRANDE DO SUL, EM 2008/2009.

L. A.M. Torres¹ e R. G. Matzenbacher ¹

¹FT Sementes RS, Av. Pres.Vargas, 306, Cep 98005160, e-mail:[email protected]

INTRODUÇÃO

A avaliação do valor de cultivo e uso constitui-se na última etapa de análise dos novos genótipos desenvolvidos pelas entidades obtentoras de cultivares.

A FTS SEMENTES RS, com sede em Cruz Alta, conduziu, na safra 2008/2009, quatro ensaios com materiais de diferentes ciclos, em três diferentes regiões edafoclimáticas do Estado para verificar a amplitude de adaptação dos genótipos a diferentes condições de ambiente. Esta avaliação, somada à realizada no Estado do Paraná, possibilita a recomendação de novas cultivares de soja para a região sul do Brasil. Nos anos agrícolas 2005/06 e 2006/07 também foram instalados ensaios de VCU nestas mesmas regiões.

MATERIAL E MÉTODOS

Foram avaliadas através de quatro ensaios instalados nas microrregiões sojícolas 101, em Cachoeira do Sul, 102, em Catuípe e 103 em Cruz Alta, 64 genótipos RR. O delineamento experimental foi de blocos ao acaso com três repetições. As parcelas foram constituídas por 4 sulcos de 5 metros de comprimento, espaçados de 0,45 m, sendo área útil as duas linhas centrais. A densidade de semeadura foi calculada para obter-se 10 plantas por metro linear.

Três ensaios tiveram 20 tratamentos e um dezessete, todos com 3 testemunhas ( Coodetec 212, Coodetec 213, Coodetec 214, Fundacep 53 e FTS Campo Mourão, conforme o ensaio). Foram avaliadas 45 linhagens em primeiro ano, 11 em segundo e 10 em terceiro ano. Apesar de serem suficientes dois anos de experimentação para registro, as linhagens que se destacaram em dois anos permaneceram por mais um ano em avaliação visando maior garantia de resultados.

Os ensaios foram instalados nos dias 30/10/08, 1 e 4/11/08 em Cruz Alta, 5/11/08 em Catuípe e 11/11/08 em Cachoeira do Sul. Os parâmetros avaliados foram rendimento de grãos, população de plantas, ciclo da emergência à floração e a maturação fisiológica, estatura das plantas, acamamento, peso de cem sementes e nota geral da parcela.

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RESULTADOS

Os resultados obtidos, na média dos três locais, evidenciaram, por seu desempenho de produção de grãos superior as testemunhas, em cada grupo de maturação, 6 linhagens de terceiro ano, 3 de segundo ano e 15 de primeiro ano, todas com rendimentos relativos entre 101 e 115 % em relação a melhor testemunha. Com base no total das características avaliadas e na análise conjunta com os resultados dos dois anos anteriores, no caso das linhagens de segundo e terceiro anos, destacaram-se os seguintes genótipos: De 1º ano: FR04-153-3A, FR04-2192, FR04-2214, FR04-2218, FR04-2225 e FR04-2235; De 2º ano: FR04-26, FR04-494 e FR04-538; De 3º ano: FR04-023, FR04-063, FR04-107, FR04-193 e FR04-236.

CONCLUSÕES

A condução desta rede de experimentos nos últimos três anos no Rio Grande do Sul e a conduzida no Paraná, possibilitou a recomendação da linhagem FR04-063, denominada FTS 1156 RR Cafelândia, para os Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, sul de São Paulo e sul do Mato Gross do Sul. A nova cultivar é precoce, do grupo de maturação 5.6.

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CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR DE UMA PROTEÍNA RICA EM PROLINA (PRP) EM GLYCINE MAX (L.) MERR.

R.R. Oliveira*, L.B. Neto, M.H.B. Zanettini, L.M.P. Passaglia Instituto De Biociências, Departamento De Genética, Universidade Federal Do Rio

Grande Do Sul – Av. Bento Gonçalves 9500, Porto Alegre *[email protected]

Os estresses abióticos, tais como a seca, a salinidade e as temperaturas extremas são a causa primária de quebras de safra na agricultura mundial, reduzindo a produção das principais plantações em mais de 50%. Dentre os estresses citados, a seca é um dos principais responsáveis pelas perdas na produção, mesmo que as plantas tenham desenvolvido complexas vias metabólicas para resistirem à falta de água. Proteína rica em prolina (sbprp) responde ao estresse hídrico aumentando seu nível de expressão em plântulas de soja submetidas a seca(he et al. 2002). Com o objetivo de entender a atuação dessa proteína na adaptação fisiológica da soja pra resistência a seca, a região codificadora do gene correspondente à proteína rica em prolina (prp) foi isolada por pcr a partir do dna total de glycine max, variedade ias5, utilizando-se iniciadores específicos. O fragmento amplificado foi clonado em pgemt-easy e seqüenciado. O alinhamento da seqüência obtida com as disponíveis no genbank, através do programa blastn, confirmou a clonagem da região correspondente à prp. Através do sistema gateway foram obtidas construções para super-expressão dessa proteína, sob regulação do promotor 35s do vírus mosaico de couve-flor, e também para o silenciamento desta, através de rna de interferência. Conjuntos embriogênicos somáticos da cultivar ias-5 foram bombardeados com as construções plasmidiais e transferidos para meio seletivo contendo higromicina (marca de seleção do plasmídeo). Atualmente eles se encontram na fase de regeneração. As plantas transgênicas obtidas serão submetidas a estresse hídrico, bem como serão realizadas as devidas análises moleculares dos transformantes das gerações t0, t1 e t2. Palavras-Chave: glycine max, prp, silenciamento, rnai, super-expressão APOIO: CNPQ, GENOSOJA

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CARACTERIZAÇÃO DO GENE WRKY27 EM CULTIVARES MODELO DE SOJA [Glycine max (L.) Merrill]

M. Bencke1, M. Homrich1, B. Wiebke1, M. Osório1, M. Pinheiro Margis1, M. H.

Bodanese-Zanettini1 1Instituto de Biociências, Departamento de Genética, Universidade Federal do Rio

Grande do Sul [email protected]

Resumo: Os genes WRKY codificam proteínas que atuam como fatores de transcrição envolvidos nas vias de defesa das plantas contra estresses bióticos e abióticos. Apesar da conservação do domínio de ligação ao DNA dessas proteínas, as divergências estruturais refletem distintas funções que permanecem desconhecidas. Assim, elucidações acerca da função dessas proteínas possibilitarão desvelar seu mecanismo de atuação nas rotas de defesa contra patógenos. Com base em referência bibliográfica (van de Mortel et. al. (2007)) e utilizando bancos públicos de dados como Phytozome e NCBI, foi selecionado o gene wrky27 que, através da análise de microarranjo, apresentou expressão diferencial em plantas resistentes e suscetíveis quando estas foram submetidas à infecção com o fungo Phakopsora pachyrhizi Sydow, agente causador da Ferrugem Asiática em soja. Desta maneira, com o objetivo de caracterizar funcionalmente o gene wrky27 de soja, foram produzidas duas construções gênicas visando a superexpressão e o silenciamento do mesmo. Para isso, a região codificante inteira do gene e um fragmento de 176 pares de bases foram amplificados a partir do ao cDNA da cultivar Conquista de soja para a obtenção das construções de superexpressão e silenciamento, respectivamente. Posteriormente, estes fragmentos foram recombinados em pENTR (Gateway -Invitrogen) e, então, nos vetores de destino pH7WG2D (superexpressão) e pH7GWIWG2(II) (silenciamento). Embriões somáticos das cultivares Vencedora, Conquista e IAS-5 de soja já foram transformados com as duas construções e encontram-se em meio de seleção com o antibiótico higromicina. Palavras chave: Genômica funcional, família WRKY, Phakopsora pachyrhizi, superexpressão e silenciamento.

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OBTENÇÃO DE PLANTAS TRANSGÊNICAS DE SOJA PARA SUPEREXPRESSÃO DA UREASE UBÍQUA

Beatriz Wiebke-Strohm1; Marta Bencke1; Laura B. Alves1; Giancarlo Pasquali2;

Márcia Pinheiro-Margis1; Marina Osório1; Milena S. Homrich1; Maria H. Bodanese-Zanettini1.

1Depo. Genética, Biociências, UFRGS 2Centro de Biotecnologia, UFRGS

e-mail: [email protected].

A urease, encontrada em bactérias, fungos e plantas, é uma metaloenzima níquel-dependente capaz de catalisar a hidrólise da uréia em amônia e dióxido de carbono. É a única enzima vegetal com capacidade de degradar a uréia, o que sugere seu envolvimento na disponibilização de nitrogênio para as plantas. As ureases de planta mais estudadas são de soja (Glycine max) e feijão de porco (Canavalia ensiformis). A soja possui dois genes estruturais. O eu4 codifica a urease ubíqua, expressa em baixos níveis em todos os tecidos e com atividade ureolítica significativa. Já, eu1 codifica a urease embrião-específica, com altos níveis de expressão em embriões em desenvolvimento e sementes maduras, mas sem papel essencial para hidrólise da uréia. Estudos recentes apontam para o envolvimento da urease embrião-específica de soja e das isoformas de C. ensiformis no sistema de defesa das plantas. Uma vez que existe grande similaridade na seqüência de aminoácidos das ureases, o objetivo deste trabalho é a transformação de plantas de soja para superexpressão da urease ubíqua, a fim de elucidar suas funções biológicas e fisiológicas. Para obtenção do vetor, o fragmento de 2520 bp correspondente ao cDNA da urease ubíqua (ureU) foi recombinado em pH7WG2D (promotor e terminador 35S, genes marcador hpt e repórter gfp) utilizando o sistema Gateway®. Embriões somáticos secundários das cultivares IAS5, BRSMG 68 Vencedora e Bragg obtidos a partir de cotilédones imaturos foram submetidos à transformação por bombardeamento de partículas. Foram obtidos um total de 25, 19 e quatro pontos verdes higromicina-resistentes, das cvs. IAS5, Bragg e Vencedora, respectivamente. A expressão de GFP foi observada em nove eventos de IAS5, um de Bragg e dois de Vencedora. Foram regeneradas com sucesso 35 plântulas apenas da cultivar IAS5. Análises moleculares confirmaram a integração estável do transgene no genoma de todas as plantas obtidas. Futuras análises permitirão identificar a expressão dos transgenes em nível de mRNA e proteína. Este é o primeiro estudo de superexpressão de uma urease de planta em planta. Palavras-chave: embriogênese somática, Glycine max, superexpressão, transformação genética, urease.

Apoio financeiro: GenoSoja, CNPq, FAPERGS, EMBRAPA.

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

CARACTERIZAÇÃO DA FAMÍLIA GÊNICA ASR (ABSCISIC ACID, STRESS, AND RIPENING) DE SOJA [GLYCINE MAX (L.) MERRILL]

Bücker-Neto, L1.; Oliveira, R. R. 1; Arenhart, R. A. 1; Pinheiro-Margis, M. 1; Passaglia, L. M. P. 1; Bodanese-Zanettini, M. H. 1

1Instituto de Biociências, Departamento de Genética, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

E mail: [email protected]

Resumo: As plantas enfrentam uma série de estresses abióticos em seu meio ambiente. Em vista disto, exibem um largo espectro de respostas a condições adversas, minimizando o impacto negativo gerado por estes fatores. Tais respostas consistem em modificações fisiológicas, bioquímicas e moleculares, como quando da alteração acentuada de seu perfil de expressão gênica. Proteínas ASR (Abscisic acid - ABA, Stress and Ripening) são induzidas em resposta ao ácido abscísico, estresse abiótico e amadurecimento do fruto. Inicialmente isoladas de tomate (Licopersycum esculentum Mill.), sua presença tem sido demonstrada como largamente difundida no reino vegetal. A soja (Glycine max) é um importante recurso gerador de óleo e proteína, sendo o Brasil segundo maior produtor e exportador desta matéria-prima. O objetivo do presente trabalho é caracterizar a família de genes ASR de soja e elucidar como respondem quando da exposição da leguminosa a diferentes condições de estresse ambiental. Utilizando banco de dados como o Phytozome (http://www.phytozome.net/soybean.php), SoyBase e Soybean Breeder's Toolbox (http://soybase.org/resources/soybeanest.php), identificamos três seqüências de genes ASR no genoma e transcriptoma da soja. O programa Primer3 (http://frodo.wi.mit.edu/) foi utilizado para desenhar primers que estão sendo empregados em estudo de perfil de expressão gênica desta família. O cDNA foi sintetizado a partir do mRNA extraído de folhas e raízes (cultivar Conquista), sendo empregado para amplificar os três genes em questão, os quais foram inseridos no vetor de entrada do sistema Gateway (pENTR). Posteriormente, foram recombinados nos vetores de superexpressão pH7WG2D e localização subcelular pH7WGF2, os quais viabilizarão estudos funcionais das proteínas ASR de soja. Palavras chave: proteínas ASR, soja, estresse abiótico, cultivar Conquista, genômica funcional

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

AVALIAÇÃO DE LINHAGENS DE SOJA DA EMBRAPA TRIGO, LOCAIS E

ENSAIOS, SAFRA AGRÍCOLA 2008/2009

P.F. Bertagnolli1, L.M. Costamilan1, C. Pitol2, R.C. Rosinha3, S.R. Dotto3, J.F. Sartori3, V. Sommer3, L. Biazus4, L.C. Dallagnol4

1 Embrapa Trigo. Caixa Postal 451, 99001-970 Passo Fundo, RS. E-mail: [email protected] 2Fundação MS. Caixa Postal 590, 79150-000, Maracaju, MS 3Fundação Pró-Sementes. Rua Diego de Oliveira, 640, 99025-130, Passo Fundo, RS

4Faculdade de Agronomia da Universidade de Passo Fundo. Caixa Postal 611, 99052-900 Passo Fundo, RS

Resumo: O programa de melhoramento de soja da Embrapa Trigo desenvolve cultivares para a região localizada em latitudes superiores a 20o Sul. Essa região abrange a parte centro-sul do Mato Grosso do Sul e os estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Para isso, a Embrapa Trigo, em parceria com a Fundação Pró-Sementes, avalia linhagens oriundas do programa de melhoramento de soja da própria Embrapa Trigo, em ambientes representativos dessa grande área. O delineamento experimental usado foi blocos ao acaso com três e quatro repetições, respectivamente, para os ensaios preliminares de terceiro ano e ensaios finais. A Embrapa conduziu ensaios em sua área experimental localizada em Passo Fundo, RS, e a Fundação Pró-Sementes conduziu os ensaios em toda a rede experimental distribuída no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina, no Paraná e em São Paulo. Para a condução dos experimentos no Mato Grosso do Sul, a Fundação Pró-Sementes realizou convênio com a Fundação MS. Na safra agrícola de 2008/2009, foram testadas 519 linhagens em ensaios preliminares de terceiro ano e 180 linhagens em ensaios finais, em 22 ambientes. A condução desta rede experimental possibilitou a indicação para cultivo de BRS Tertúlia RR. Palavras chave: experimentação, cultivar.

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul BRS TAURA RR, CULTIVAR DE SOJA INDICADA PARA O RIO GRANDE DO

SUL, SANTA CATARINA, PARANÁ E SÃO PAULO

P.F. Bertagnolli1, L.M. Costamilan1, L. Eichelberger1, M. Kaster2, A.M.R. Almeida2 e W.P. Dias2

1Embrapa Trigo. Caixa Postal 451, 99001-970 Passo Fundo, RS. E-mail: [email protected]

2Embrapa Soja. Caixa Postal 231, 86001-970 Londrina, PR.

Resumo: A cultivar de soja BRS Taura RR, indicada para o Rio Grande do Sul a partir da safra 2005/2006, está com indicação estendida para os estados de Santa Catarina, Paraná e São Paulo na safra 2009/2010. BRS Taura RR tem ciclo de maturação médio (grupo 7,2), apresenta tipo de crescimento determinado, flor de cor branca e pubescência de cor marrom. O grão é de forma esférica achatada, com tegumento de cor amarela brilhante e hilo preto. O peso médio de grãos é de 15,3 gramas. O conteúdo médio de óleo e de proteína é de 22,0% e 39,1%, respectivamente, e tem reação negativa à peroxidase. É resistente ao acamamento e à debulha. A campo é resistente ao cancro da haste (Diaporthe phaseolorum var. meridionalis), à mancha olho-de-rã (Cercospora sojina), à pústula bacteriana (Xanthomonas axonopodis pv. glycines), à podridão parda da haste (Cadophora gregata) e à podridão radicular de fitóftora (Phytophthora sojae) e é moderadamente resistente ao oídio (Erysiphe diffusa) e ao nematóide de galhas Meloidogyne javanica. O rendimento de grãos de BRS Taura RR para os estados de Santa Catarina, Paraná e de São Paulo foram superiores, respectivamente, em 20%, 3% e 5%, comparativamente à média dos padrões. BRS Taura RR pode apresentar acamamento principalmente em altitudes superiores a 600 metros e em solos com alta fertilidade. Nessas condições, o problema pode ser minimizado utilizando-se baixa densidade de plantas (150.000 a 200.000/ha), semeadura no início (segunda quinzena de outubro) ou no final da época indicada e maior espaçamento entre linhas (0,60 a 0,70m). Palavras chave: resistência, tolerante ao glifosato.

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

BRS TERTÚLIA RR, CULTIVAR DE SOJA INDICADA PARA O RIO GRANDE DO SUL

P.F. Bertagnolli1, L.M. Costamilan1, L. Eichelberger1, A. Acosta2, F.T.F. Pereira2,

J.F.F. Toledo3, A.E. Pipolo3, C.A.A. Arrabal3, M. Kaster3, A.M.R. de Almeida3 e W.P. Dias3

1 Embrapa Trigo. Caixa Postal 451, 99001-970 Passo Fundo, RS. E-mail: [email protected];

2 Embrapa Transferência de Tecnologia. Caixa Postal 451, 99001-970 Passo Fundo, RS.

3 Embrapa Soja. Caixa Postal 231, 86001-970 Londrina, PR.

Resumo: A cultivar de soja BRS Tertúlia RR foi testada em avaliações Preliminares e Finais, estas últimas conduzidas em vários locais no Rio Grande do Sul nas safras agrícolas 2005/06, 2006/07 e 2007/08. BRS Tertúlia RR tem ciclo de maturação precoce (grupo de maturidade 6,6), apresenta tipo de crescimento determinado, flor de cor branca e pubescência de cor cinza. O grão é de forma esférica, com tegumento de cor amarela com brilho de intensidade média e hilo marrom claro. O peso médio de grãos é de 16,1 gramas. O conteúdo médio de óleo e de proteína é de 21,0% e 39,3%, respectivamente, e tem reação positiva à peroxidase. BRS Tertúlia RR é resistente ao acamamento e à debulha. É resistente ao cancro da haste (Diaporthe phaseolorum var. meridionalis), à mancha olho-de-rã (Cercospora sojina), à podridão parda da haste (Cadophora gregata), ao vírus do mosaico comum da soja (SMV) e à podridão radicular de fitóftora (Phytophthora sojae) e é moderadamente resistente ao oídio (Erysiphe diffusa), à pústula bacteriana (Xanthomonas axonopodis pv. glycines) e ao nematóide de galhas Meloidogyne javanica. Nas safras agrícolas de 2005/06 a 2007/08, em 16 ambientes no Rio Grande do Sul, o rendimento de grãos de BRS Tertúlia RR foi igual à média dos padrões. Palavras chave: experimentação, resistência.

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul MELHORAMENTO DE SOJA NA EMBRAPA TRIGO, SAFRA AGRÍCOLA 2008/09

P.F. Bertagnolli1, L.M. Costamilan1, C. Pitol2, L. Biazus3, L.C. Dallagnol3 1Embrapa Trigo. Caixa Postal 451, 99001-970 Passo Fundo, RS. E-mail:

[email protected] 2Fundação MS. Caixa Postal 590, 79150-000, Maracaju, MS.

3Faculdade de Agronomia da Universidade de Passo Fundo. Caixa Postal 611, 99052-900 Passo Fundo, RS

Resumo: O programa de melhoramento de soja, da Embrapa Trigo, desenvolve atividades buscando cultivares adaptadas para a região sul do Brasil. Os objetivos básicos deste programa são o desenvolvimento de populações e linhagens com genes de resistência a doenças e com plantas de adequado tipo agronômico e de elevada produtividade de grãos. A cada ano, são efetuados cruzamentos, realizados avanços de geração e seleção de populações, selecionadas plantas e progênies e formadas linhagens. No ano agrícola de 2008/09, em parceria com a Embrapa Soja, foram formadas 530 novas populações. Na área experimental da Embrapa Trigo, foram semeadas em campo, para seleção de plantas, 391 populações segregantes na geração F4. Dessas, 286 populações foram eliminadas por seleção visual de tipo agronômico e, das demais 105 populações, foram selecionadas 8.100 plantas. Das 7.336 progênies avaliadas, foram selecionadas 1.272 progênies, as quais serão testadas para cancro da haste (Diaporthe phaseolorum var. meridionalis) e para podridão radicular de fitóftora (Phytophthora sojae). As resistentes serão promovidas a linhagens e comporão os ensaios preliminares de primeiro ano na próxima safra agrícola. Palavras chave: cultivar, população, progênie, seleção.

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul ENSAIOS DE CULTIVARES DE SOJA REGISTRADAS, DE CICLOS MÉDIO/TARDIO, TOLERANTES AO GLIFOSATO, DA REDE SOJA SUL DE PESQUISA, 2008/2009

P.F. Bertagnolli1, M. Nicolau1, F.J. Vernetti Júnior2, C. Steckling3, A.L. Roversi3, S.A.L. Rubin4, J.A. Gonçalves4, M.A.R. Oliveira5, R.G. Matzenbacher6

1Embrapa Trigo. Caixa Postal 451, 99001-970 Passo Fundo, RS. E-mail: [email protected]

2Embrapa Clima Temperado, Caixa Postal 403, 96001-970 Pelotas, RS. 3Fundacep, Caixa Postal 10, 98100-970 Cruz Alta, RS.

4Fepagro, Caixa Postal 03, 98130-000 Júlio de Castilhos, RS. 5Coodetec, Caixa Postal 301, 85813-450 Cascavel, PR.

6FT Sementes, Av. Presidente Vargas 396, 98005-160 Cruz Alta, RS

Resumo: A Rede Soja Sul de Pesquisa, composta por Coodetec, Embrapa Trigo, Embrapa Clima Temperado, Fundacep, Fepagro e FT Sementes, desenvolve avaliações comparativas de cultivares geradas por estas instituições, indicadas para semeadura no Rio Grande do Sul. Na safra agrícola de 2008/2009, foram avaliadas 12 cultivares tolerantes ao glifosato de ciclos médio e tardio. Os ensaios foram conduzidos pela Coodetec, em Vacaria; pela Embrapa Trigo, em Passo Fundo; pela Embrapa Clima Temperado, em Pelotas; pela Fundacep, em Cruz Alta; pela Fepagro, em Júlio de Castilhos e pela FT Sementes em Catuípe. Os ensaios foram instalados em blocos ao acaso com três repetições. Foram processadas análises de variância do rendimento de grãos em cada local e a análise conjunta. A análise conjunta foi efetuada considerando-se cultivares como efeito fixo e locais como efeito aleatório. As médias de cultivares e de locais foram comparadas pelo teste de Duncan )05,0( ≤p . Houve significância, segundo teste F, para tratamento em todos os locais. Também houve significância para locais, onde Passo Fundo se destacou com média de 3.832 kg/ha. Na média dos locais a cultivar BRS 246 RR, com 3.207 kg/ha, foi a mais produtiva, tendo rendimento de grãos estatisticamente igual a BRS Taura RR (2.945 kg/ha), CD 231 RR (2.977 kg/ha) e a FTS Cascavel RR (2.919 kg/ha), e superior as demais. Palavras chave: adaptação, produtividade, experimentação

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

ENSAIOS DE CULTIVARES CONVENCIONAIS REGISTRADAS, DE CICLOS MÉDIO/TARDIO, DA REDE SOJA SUL DE PESQUISA, 2008/2009

P.F. Bertagnolli1, M. Nicolau1, F.J. Vernetti Júnior2, C. Steckling3, A.L. Roversi3, S.A.L. Rubin4, J.A. Gonçalves4, M.A.R. Oliveira5

1Embrapa Trigo. Caixa Postal 451, 99001-970 Passo Fundo, RS. E-mail: [email protected]

2Embrapa Clima Temperado, Caixa Postal 403, 96001-970 Pelotas, RS. 3Fundacep, Caixa Postal 10, 98100-970 Cruz Alta, RS.

4Fepagro, Caixa Postal 03, 98130-000 Júlio de Castilhos, RS. 5Coodetec, Caixa Postal 301, 85813-450 Cascavel, PR.

Resumo: A Rede Soja Sul de Pesquisa, composta por Coodetec, Embrapa Trigo, Embrapa Clima Temperado, Fundacep e Fepagro, desenvolve avaliações comparativas de cultivares geradas por estas instituições, indicadas para semeadura no Rio Grande do Sul. Na safra agrícola de 2008/2009, foram avaliadas 11 cultivares convencionais de ciclos médio e tardio. Os ensaios foram conduzidos pela Coodetec, em Vacaria; pela Embrapa Trigo, em Passo Fundo; pela Embrapa Clima Temperado, em Pelotas; pela Fundacep, em Cruz Alta; e pela Fepagro, em Júlio de Castilhos. Estes foram instalados em blocos ao acaso com três repetições. Foram realizadas análises de variância do rendimento de grãos em cada local, e a análise conjunta, que foi efetuada considerando-se cultivares como efeito fixo e locais como efeito aleatório. As médias de cultivares e de locais foram comparadas pelo teste de Duncan )05,0( ≤p . Não houve significância, segundo teste F, para tratamento em Capão do Leão, mas houve diferença entre os tratamentos para os demais locais. Também houve significância para locais, onde Passo Fundo se destacou com a média de 3.241 kg/ha. Na média dos locais a cultivar BRS Torena, com 3.198 kg/ha, foi a mais produtiva, onde o rendimento de grãos não diferiu da BRS 154, BRS Cambona, BRS Fepagro 24, Fundacep 39, Fundacep 44 e superior as demais. Palavras chave: adaptação, produtividade, experimentação

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

ENSAIOS DE CULTIVARES DE SOJA REGISTRADAS, DE CICLOS PRECOCE/SEMIPRECOCE, TOLERANTES AO GLIFOSATO, DA REDE SOJA

SUL DE PESQUISA, 2008/2009

P.F. Bertagnolli1, M. Nicolau1, F.J. Vernetti Júnior2, C. Steckling3, A.L. Roversi3, S.A.L. Rubin4, J.A. Gonçalves4, M.A.R. Oliveira5, R.G. Matzenbacher6

1Embrapa Trigo. Caixa Postal 451, 99001-970 Passo Fundo, RS. E-mail: [email protected]

2Embrapa Clima Temperado, Caixa Postal 403, 96001-970 Pelotas, RS. 3Fundacep, Caixa Postal 10, 98100-970 Cruz Alta, RS.

4Fepagro, Caixa Postal 03, 98130-000 Júlio de Castilhos, RS. 5Coodetec, Caixa Postal 301, 85813-450 Cascavel, PR.

6FT Sementes, Av. Presidente Vargas 396, 98005-160 Cruz Alta, RS

Resumo: A Rede Soja Sul de Pesquisa, composta por Coodetec, Embrapa Trigo, Embrapa Clima Temperado, Fundacep, Fepagro e FT Sementes, desenvolve avaliações comparativas de cultivares geradas por estas instituições, indicadas para semeadura no Rio Grande do Sul. Na safra agrícola de 2008/2009, foram avaliadas 10 cultivares tolerantes ao glifosato de ciclos precoce e semiprecoce. Os ensaios foram conduzidos pela Coodetec, em Vacaria; pela Embrapa Trigo, em Passo Fundo; pela Embrapa Clima Temperado, em Pelotas; pela Fundacep, em Cruz Alta; pela Fepagro, em Júlio de Castilhos e pela FT Sementes em Catuípe. Os ensaios foram instalados em blocos ao acaso com três repetições. Foram realizadas análises de variância do rendimento de grãos em cada local e a análise conjunta. A análise conjunta foi efetuada considerando-se cultivares como efeito fixo e locais como efeito aleatório. As médias de cultivares e de locais foram comparadas pelo teste de Duncan )05,0( ≤p . O ensaio instalados em Vacaria, pela Coodetec foi eliminado da avaliação, por ter apresentado coeficiente de variação (CV) acima de 20%. Houve significância, segundo teste F, para tratamento em Capão do Leão, Catuípe, Cruz Alta e Passo Fundo e não houve para Júlio de Castilhos. Também houve significância para locais. Na média dos locais a cultivar Fundacep 53 RR, com 3.273 kg/ha, com rendimento de grãos não diferindo significativamente da BRS 243 RR, BRS 255 RR, CD 213 RR e a FTS Campo Mourão RR, e superior as demais. Palavras chave: adaptação, produtividade, experimentação

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

ENSAIOS DE CULTIVARES CONVENCIONAIS REGISTRADAS, DE CICLOS PRECOCE/SEMIPRECOCE, DA REDE SOJA SUL DE PESQUISA, 2008/2009

P.F. Bertagnolli1, M. Nicolau1, F.J. Vernetti Júnior2, C. Steckling3, A.L. Roversi3, S.A.L. Rubin4, J.A. Gonçalves4, M.A.R. Oliveira5

1Embrapa Trigo. Caixa Postal 451, 99001-970 Passo Fundo, RS. E-mail: [email protected]

2Embrapa Clima Temperado, Caixa Postal 403, 96001-970 Pelotas, RS. 3Fundacep, Caixa Postal 10, 98100-970 Cruz Alta, RS.

4Fepagro, Caixa Postal 03, 98130-000 Júlio de Castilhos, RS. 5Coodetec, Caixa Postal 301, 85813-450 Cascavel, PR.

Resumo: A Rede Soja Sul de Pesquisa, composta por Coodetec, Embrapa Trigo, Embrapa Clima Temperado, Fundacep e Fepagro, desenvolve avaliações comparativas de cultivares geradas por estas instituições, indicadas para semeadura no Rio Grande do Sul. Na safra agrícola de 2008/2009, foram avaliadas 12 cultivares convencionais de ciclos precoce e semiprecoce. Os ensaios foram conduzidos pela Coodetec, em Vacaria; pela Embrapa Trigo, em Passo Fundo; pela Embrapa Clima Temperado, em Pelotas; pela Fundacep, em Cruz Alta; e pela Fepagro, em Júlio de Castilhos. Os ensaios foram instalados em blocos ao acaso com três repetições. Foram realizadas análises de variância do rendimento de grãos em cada local e a análise conjunta que foi efetuada considerando-se cultivares como efeito fixo e locais como efeito aleatório. As médias de cultivares e de locais foram comparadas pelo teste de Duncan )05,0( ≤p . Houve significância, segundo teste F, para tratamento somente em Cruz Alta, não havendo diferença estatística entre os tratamentos para os demais locais. Também não houve significância para locais. Palavras chave: adaptação, produtividade, experimentação

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

ANÁLISE DA EXPRESSÃO DE microRNAs EM RAÍZES DE SOJA SOB CONDIÇÃO DE DEFICIÊNCIA HÍDRICA

F.R. Kulcheski1; F. Rodrigues2; A. Nepomuceno2; R. Margis1

1 Centro de Biotecnologia, UFRGS, Porto Alegre, RS, [email protected] 2 EMBRAPA Soja, Londrina, PR, [email protected]

Resumo: A seca é o principal fator abiótico limitante da cultura da soja (Glycine max L. Merryl). Compreender os mecanismos genéticos envolvidos na tolerância à deficiência hídrica e elucidar as vias de regulação da expressão gênica tanto a nível transcricional quanto pós-transcricional é de fundamental importância. Na via de regulação pós-transcricional, os microRNAs (miRNAs) têm demonstrado atuar como elementos-chave na regulação gênica em inúmeras plantas sob condição de seca. Com o objetivo de estudar o padrão de expressão de microRNAs em raízes de soja sob condição de estresse hídrico, nós analisamos duas cultivares de soja contrastantes quanto a resposta à seca. Plântulas foram crescidas em sistema de hidroponia por 15 dias. Após, RNA total foi extraído de plantas sem exposição (controle) e com exposição à seca por 125 minutos. Para a síntese de cDNA foram utilizados primers stem-loop e a expressão de miRNAs foi medida através de qRT-PCR. Nós analisamos 43 miRNAs de Glycine max disponíveis no banco de dados público miRBase. As análises permitiram a identificação de cinco diferentes padrões de microRNAs: (i) em condição de seca houve aumento da expressão de miRNAs em plantas sensíveis, enquanto plantas tolerantes já apresentavam altos níveis de miRNAs; (ii) a expressão de miRNAs em plantas tolerantes aumentou tanto na condição controle quanto na de estresse hídrico; (iii) seca induziu a expressão de miRNAs apenas em plantas tolerantes; (iv) a expressão de miRNAs foi reprimida tanto na condição de estresse quanto na controle em plantas tolerantes comparada às plantas suscetíveis, e finalmente (v) plantas tolerantes tiveram um nível de miRNA menor na condição controle comparado às plantas sensíveis, e na condição de seca tiveram os níveis de miRNA aumentados ao mesmo nível presente nas plantas sensíveis. Estes dados apresentam uma primeira compreensão da modulação de miRNAs por seca em raízes de soja. Palavras chave: Deficiência hídrica, miRNAs, soja, Glycine max, regulação pós-transcricional. Apoio financeiro: CNPq and BIOTECSUR

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XXXVII REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA A REGIÃO SUL

AVALIAÇÃO DE CULTIVARES REGISTRADAS DE SOJA RR NO

ANO AGRÍCOLA 2008/2009

Sérgio De A. L. Rubin 1; José A. Gonçalves 1 E José G. Ozelame1 1 Pesquisadores da FEPAGRO Sementes. 98130-000 Júlio de Castilhos – RS

[email protected]

O ensaio de cultivares RR registradas apresenta como metas o acompanhamento dos genótipos dentro da Rede Soja Sul e as ações para decidir sobre sua manutenção em cultivo no Estado. O objetivo deste trabalho é apresentar os resultados obtidos na avaliação de cultivares registrados de soja RR conduzidos em Júlio de Castilhos pela FEPAGRO. O delineamento experimental foi blocos ao acaso com três repetições. Foram avaliados 10 cultivares de ciclo precoce e 12 cultivares de ciclo médio e tardio. As parcelas possuíam quatro linhas de 5,5 m de comprimento com espaçamento de 45 cm entre linhas com 4 m² de área útil. Os experimentos foram implantados no dia 10/11 e emergiram em 20/11/08. No ciclo precoce, não houve diferença estatística significativa entre os genótipos (Duncan 5%), mas em valores absolutos a cultivar Fundacep 53 RR foi a única a superar a marca de 3000 kg/ha, com média do ensaio de 2802 kg/ha. O ciclo da emergência à maturação apresentou em média 134 dias, sendo CD 225RR e Fundacep 55RR as mais precoces enquanto BRS 243RR e CD 213RR apresentaram o ciclo mais longo do grupo. A cultivar cdddFundacep 53 apresentou a menor estatura de planta e CD 225RR a maior. Com relação ao peso de grãos, FT Campo Mourão e Fundacep 55RR apresentaram os maiores enquanto que CD 212RR foi o material de menor PCS. No ciclo médio e tardio, a análise estatística detectou diferença significativa em rendimento de grãos, porém somente FTS Ipiranga, a última colocada diferiu das demais.com destaque para Fundacep 59RR, CD 231 RR, BRS Taura RR e BRS 246 RR, todas com produção acima de 2900 kg/ha. O rendimento médio do experimento foi 2.726 kg/ha, 3% inferior ao ciclo precoce, refletindo o comportamento do clima que foi mais benéfico para os materiais de ciclo mais curto. Como se esperava, CD 219RR apresentou o maior ciclo da emergência a maturação enquanto FTS Ipiranga RR e Fundacep 59 RR os menores. CD 219 RR foi também o genótipo de maior estatura de planta e FTS Ipiranga a menor. Somente CD 219 RR obteve alta nota

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de acamamento. A cultivar BRS taura RR apresentou o maior peso de 100 sementes (16,5g) e CD 231RR o menor (12,9g). Palavras chave: cultivares, rendimento grãos, tolerância glifosate

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XXXVII REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA A REGIÃO SUL

AVALIAÇÃO DE CULTIVARES CONVENCIONAIS REGISTRADAS DE SOJA

NO ANO AGRÍCOLA 2008/2009

Sérgio De A. L. Rubin2; José G. Ozelame1 E José A. Gonçalves1 1 Pesquisadores da FEPAGRO Sementes. 98130-000 Júlio de Castilhos – RS

[email protected]

Os ensaios de cultivares convencionais registradas apresentam como

objetivos o acompanhamento dos genótipos dentro da Rede Soja Sul e as ações para decidir sobre sua manutenção em cultivo no Estado. O objetivo deste trabalho é apresentar os resultados obtidos na avaliação de cultivares convencionais de soja conduzidos em Júlio de Castilhos pela FEPAGRO. O delineamento experimental foi blocos ao acaso com três repetições. Foram avaliados 9 cultivares no ciclo precoce e semiprecoce e 11 no ciclo médio e tardio. As parcelas possuíam quatro linhas de 5,5 m de comprimento com espaçamento de 45 cm entre linhas com 4 m² de área útil. Os experimentos foram instalados no dia 10/11 e emergiram em 20/11/08. No ciclo precoce a média do ensaio foi 2.826 kg/ha e pela análise estatística não houve diferença entre os genótipos, mas o destaque ficou por conta de FEPAGRO 31 (3118 kg/ha) a primeira colocada em valores absolutos. Os genótipos apresentaram em média 134 dias de ciclo total, com amplitude de 132 dias (BRS 211, CD 215, CD 221) a 139 dias (FEPAGRO 31). CD 216 foi a de maior estatura de planta enquanto FEPAGRO 31 a mais baixa. O peso de 100 sementes variou de 15,1 g (BRS Macota) a 18,6 g (BRS 211). Não houve acamamento. No ensaio de ciclo médio e tardio a análise da variância encontrou diferença estatistica de rendimento de grãos entre os tratamentos, com destaque para BRS 154, BRS Torena e Fundacep 44. O genótipo CD 217 produziu 1000 kg/ha menos que a primeira colocada, estatisticamente inferior a todos os demais. A média do ensaio foi 2.763 kg/ha, também cerca de 3% inferior ao ciclo precoce. Os genótipos completaram o ciclo em 141 dias, com amplitude de 138 dias (CD 218) a 143 dias (Fundacep 45-Missões). Quanto a estatura de plantas, CD 218 (105cm) foi a mais alta e BRS Torena a mais baixa (85cm). O peso médio de 100 sementes foi 15,0 g com amplitude de 13,4g (CD 217) a 17,8g (FEPAGRO-RS 10). Não houve acamamento. Palavras chave: cultivares, rendimento grãos, fenologia.

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XXXVII REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL

MELHORAMENTO GENÉTICO DE SOJA NA FUNDAÇÃO ESTADUAL DE PESQUISA AGROPECUÁRIA NO ANO AGRÍCOLA 2008/2009

Sérgio De A. L. Rubin¹; José A. Gonçalves¹ E José G. Ozelame¹ ¹ Pesquisadores da FEPAGRO Sementes – 98130-000 Júlio de Castilhos RS.

[email protected]

Com o objetivo de desenvolver cultivares com alto potencial de rendimento de grãos, com resistência às principais doenças, com boas características agronômicas em geral, rústicas e bem adaptadas às condições edafoclimáticas do Rio Grande do Sul, a FEPAGRO, conduz o Programa de Criação de Cultivares de Soja na FEPAGRO Sementes em Júlio de Castilhos, região do Planalto Médio Riograndense. A adubação de manutenção com a fórmula 02-25-20, foi colocada no momento da abertura do sulco com semeadeira de parcelas Semeato SHP, em área sobre aveia dessecada. Antes da semeadura, foi aberto o sulco exatamente sobre as linhas adubadas, sendo as sementes cobertas manualmente. O bloco de cruzamentos foi semeado em casa de vegetação e no campo simultaneamente, com 67 genótipos em cinco épocas distintas na casa de vegetação e três à campo, desde final de outubro a final de dezembro de 2008, para possibilitar o cruzamento de materiais de diferentes grupos de maturação. Os cruzamentos foram executados em janeiro e fevereiro/2009, utilizando preferentemente materiais com tolerância a glifosato em combinação com linhagens e cultivares de elite, com alta produtividade e resistência à doenças, e também dando ênfase para cruzamentos com genótipos tolerantes à ferrugem asiática. De 72 diferentes combinações planejadas no período foram obtidas 110 vagens de 57 diferentes cruzamentos, totalizando 197 sementes F1. Destas 110 vagens, 65 foram semeadas em casa de vegetação para avanço de geração em condições de fotoperíodo controlado, no dia 06.05.09. As demais serão instaladas em novembro próximo, para possibilitar cruzamentos triplos ou retrocruzamentos. Foram conduzidas 3098 parcelas de gerações fixas e segregantes, de onde foram selecionadas 3520, sendo 1626 plantas pelo método genealógico, 1703 linhas pelo método SS.D modificado (cerca de 2 a 3 vagens por planta) e 191 pelo método massal. Para obtenção de sementes genéticas foram conduzidas em pequeno talhões, efetuando roguing na floração e na pré-colheita para manutenção da pureza genética, 14 linhagens convencionais e 14 linhagens RR do lº ano de avaliação do valor de cultivo e uso, sendo retiradas 40 plantas de cada talhão para obtenção de semente genética no ano seguinte. Também foram instaladas e acompanhadas 110 linhas de genótipos convencionais e 148 linhas de mäteriais ¨RR de semente genética de materiais avançados em 2º e 3º anos de VCU, e também em áreas que variaram de 5 a 30 ha, sementes de várias linhagens em fase final de experimentação e cultivares lançadas peça FEPAGRO , ainda em cultivo no Estado. Palavras chave: cultivares, hibridações, resistência doenças.

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XXXVII REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA A REGIÃO SUL

ANÁLISE CONJUNTA DA AVALIAÇÃO DE VCU EM LINHAGENS CONVENCIONAIS DE SOJA DE CICLO MÉDIO, 2008/2009

S. De A. L. Rubin, ²; J. A. Gonçalves²; C. Steckling³; T. Roversi³; J.G. Ozelame²; R. Castro²; A.C. Losso² E N.L. Gabe²

² Pesquisadores da Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária – FEPAGRO – RS [email protected] ³ Engº Agrº , FUNDACEP, Cx. Postal 10, CEP 98100-970, Cruz Alta – RS [email protected]

Após suscessivas seleções os genótipos são testados na fase final nos ensaios de VCU , em diferentes regiões.Este trabalho tem como objetivo relatar o desempenho dos genótipos convencionais de ciclo médio avaliados em conjunto. O delineamento experimental foi blocos ao acaso com três repetições.. Os locais programados foram Júlio de Castilhos, Santo Augusto, São Borja e Vacaria pela FEPAGRO, e Cruz Alta e São Luiz Gonzaga, pela FUNDACEP. O ensaio de São Luiz foi perdido pela estiagem. A análise da variância mostrou diferenças significativas entre os genótipos e entre os locais. A maior produção foi obtida em Cruz Alta (2914 Kg/ha) estatisticamente superior aos demais e São Borja foi o de menor produção (1837 kg/ha) devido a estiagem. As linhagens JC 06037 e JC 2536 apresentaram produtividade acima da melhor testemunha por local (MTL) em 5% e 4%, respectivamente, com produtividade ao redor de 2800 kg/ha. As linhagens CEPS 02191, CEPSCH 06001 e JC 2489 produziram acima da média das testemunhas. A linhagem JC 2598 com alto teor de proteína e grão graúdo, com indicação para alimentação humana, teve produção intermediária, sendo superior em 5% a testemunha BRS 66. O ciclo total médio foi de 140 dias, sendo que Santo Augusto apresentou o menor (123 dias) e Vacaria o maior (167 dias). Entre os genótipos, a linhagem CEPS 03047 apresentou o maior ciclo de emergência à maturação dentre os locais avaliados (145 dias), mostrando tendência para o ciclo tardio. A linhagem CEPs 06029 apresentou o menor ciclo (137 dias). A altura média de plantas foi 82 cm, variando de 72 cm (JC 2598) a 87 cm (CEPSCH 06001), sendo São Borja a localidade com menor altura de plantas (59 cm) e Cruz Alta a maior (103 cm)..O grau de acamamento foi maior em Cruz Alta (nota 2,1). Nos outros locais não houve. As linhagens que obtiveram maior acamamento na média dos locais foram CEPs 06011, JC 2536 e a testemunha BRS 66 (1,5). A média do PCS foi 15,3 gramas e o maior valor médio foi alcançado por JC 2598 (23,8 g) sendo que em São Borja e Júlio de Castilhos ultrapassou o valor de 25,0 gramas, e o menor pela linhagem JC 06054 (11,5 g). Na retrospectiva em rendimento de grãos, dos seis genótipos em avaliação de 2º ano, apenas a linhagem JC 2536 teve produção equivalente a MTl e 4% superior a média das testemunhas. Tiveram bom desempenho ainda, os genótipos CEPS 03047 e 02191 e JC 2489, todos acima da média das testemunhas em mais de 2%. Palavras chave: linhagens, rendimento, fenologia.

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XXXVII REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA A REGIÃO SUL

ANÁLISE CONJUNTA DA AVALIAÇÃO DE VCU EM LINHAGENS CONVENCIONAIS DE SOJA DE CICLO PRECOCE, 2008/2009

S. De A. L. Rubin, ²; J. A. Gonçalves²; C. Steckling³; T. Roversi³; J.G.

Ozelame²; R. Castro²; A.C. Losso² E N.L. Gabe² ² Pesquisadores da Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária – FEPAGRO – RS [email protected] ³ Engº Agrº , FUNDACEP, Cx. Postal 10, CEP 98100-970, Cruz Alta – RS [email protected]

Este trabalho tem como objetivo relatar o desempenho dos genótipos convencionais de ciclo precoce avaliados conjuntamente no Estado do Rio Grande do Sul, para deliberar sobre o lançamento de novas cultivares do ciclo. O delineamento experimental foi blocos ao acaso com três repetições. OS locais programados para a execução foram Júlio de Castilhos, Santo Augusto, São Borja e Vacaria pela FEPAGRO, e Cruz Alta e São Luiz Gonzaga, pela FUNDACEP. O ensaio de São Luiz foi perdido pela estiagem. A análise da variância mostrou diferenças significativas entre os genótipos e entre os locais A maior produtividade foi obtida em Cruz Alta (3068 kg/ha), diferindo estatisticamente dos demais locais. Em 2º lugar ficou Vacaria e Júlio de Castilhos seguido de Santo Augusto. A menor produtividade foi de São Borja, local severamente atingido pela estiagem. As linhagens JC 06038, JC 06036, JC 2551, CEPS 03010, JC 06028 e JC 2565 produziram acima da melhor testemunha por local, contudo não diferiram estatisticamente de outros 10 genótipos, mas foram superiores a testemunha CD 201. A linhagem melhor colocada (JC 06038) obteve 9% de rendimento superior a melhor testemunha por locaL (MTL) e 13% superior a média das testemunhas. O ciclo total médio foi de 135 dias, sendo Vacaria o mais longo com 155 dias e Santo Augusto o mais curto (122 dias). Quanto aos genótipos, CEPs 06025 alcançou o maior ciclo (140 dias), enquanto que CEPs 07005 o menor entre as linhagens deste ensaio, com 130 dias. A altura de plantas foi 86 cm, variando de 69 cm (JC 2565) a 102 cm (CEPs 06021), sendo São Borja a localidade com menor altura de plantas (64 cm) e Cruz Alta e Santo Augusto as maiores (101 cm). Com relação ao grau de acamamento, Cruz Alta apresentou as maiores notas médias (1,9), sendo que o menor grau de acamamento foi em Santo Augusto e São Borja (nota 1,0). A testemunha CD 201 obteve o maior acamamento na médio dos locais enquanto a média geral dos ensaios ficou em com nota de 1,3. Outro parâmetro avaliado, peso de 100 sementes, mostrou uma média geral do ensaio de 15,2g. O maior valor foi alcançado pela linhagem CEPs 03010 (17,2 g) e o menor por CEPs 07005 (12,3 g)..Na retrospectiva em rendimento de grãos dos genótipos testados na rede de pesquisa, foi avaliada uma linhagem com três anos de teste (CEPs 03010) que obteve bom desempenho, com rendimento 5% acima da melhor testemunha por

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local e 14% superior a média das testemunhas e dois genótipos com dois anos: JC 2565 e JC 24122. Neste caso o destaque ficou por conta de JC 2565, com 7% acima da MTlocal e 13% superior a média das testemunhas. Palavras chave: linhagens, rendimento grãos, fenologia

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XXXVII REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA A REGIÃO SUL

ANÁLISE CONJUNTA DA AVALIAÇÃO DE VCU EM LINHAGENS

CONVENCIONAIS DE SOJA DE CICLO TARDIO, 2008/2009

S. De A. L. Rubin, ²; J. A. Gonçalves²; C. Steckling³; T. Roversi³; J.G. Ozelame²; R. Castro²; A.C. Losso² E N.L. Gabe²

² Pesquisadores da Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária – FEPAGRO – RS [email protected] ³ Engº Agrº , FUNDACEP, Cx. Postal 10, CEP 98100-970, Cruz Alta – RS [email protected]

Após um longo processo de seleção e avaliações preliminares, os melhores

genótipos são promovidos para a última etapa de análise, chamada de avaliação de valor cultivo e uso. Este trabalho tem como objetivo relatar o desempenho dos genótipos avaliados em conjunto, com a finalidade de deliberar sobre a promoção e/ou o lançamento de nova cultivar convencional de ciclo tardio para o Rio Grande do Sul. O delineamento experimental foi blocos ao acaso com três repetições,. Os locais programados foram Júlio de Castilhos, Santo Augusto, São Borja e Vacaria pela FEPAGRO, e Cruz Alta e São Luiz Gonzaga, pela FUNDACEP. O ensaio de São Luiz foi perdido pela estiagem. A análise da variância mostrou diferenças significativas entre os locais mas não entre os genótipos As maiores produções foram obtidas em Cruz Alta (2791 kg/há) e Júlio de Castilhos (2755 kg/há), estatisticamente superiores às médias de Santo Augusto e São Borja, locais mais afetados pela estiagem. A média geral dos ensaios foi de 2375 kg/há, 4% inferior aos de ciclo médio e 10% inferior a média dos ensaios precoces nos mesmos locais, demonstrando que o clima foi menos favorável para os genótipos com ciclos mais longos. A maioria das linhagens apresentaram maiores rendimentos que as testemunhas, com destaque para CEPs 03071, JC 06198, CEPs 06061 e JC 06197, todas com mais de 2500 kg/há e 10% acima da Mtlocal. O número de dias da emergência até a floração variou de 64 dias (JC 06197) a 73 dias (CEPs 07052), com ciclo médio de 70 dias para todas as linhagens. O ciclo total médio foi de 145 dias, sendo que Santo Augusto apresentou o menor (122 dias) e Vacaria o maior (173 dias). Entre os genótipos, JC 06186 apresentou o maior ciclo de emergência à maturação dentre os locais avaliados (150 dias), enquanto o menor ciclo foi apresentado pelas linhagens CEPs 06039 e 06036 (142 dias). A altura média de plantas foi 89 cm, variando de 77 cm (JC 2562) a 104 cm (CEPS 06061), sendo São Borja a localidade com menor altura de plantas (62 cm) e Cruz Alta a maior (110 cm). O grau de acamamento mostrou as maiores notas em Cruz Alta (2,2) e em Vacaria (1,6). Nos outros locais praticamente não houve acamamento As linhagens que obtiveram maior acamamento na média dos locais foram CEPs 05011 e JC 2504. Com relação ao peso de 100 sementes a linhagem JC 2562 (17,0 g) foi a mais graúda e o menor por JC 06186 (11,9 g). Na retrospectiva em rendimento de grãos dos três genótipos em avaliação de 2º ano, as linhagens CEPS 03071, CEPS 03061

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e JC 2504 conseguiram produção relativa superior a média das testemunhas em mais de 10%, demonstrando superioridade genética. A linhagem JC 23187, com três anos de avaliação, foi apenas 3% superior a média das testemunhas e abaixo da melhor testemunha por local. Palavras chave: linhagens, fenologia, rendimento de grãos.

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

FUNDACEP 57RR: NOVA CULTIVAR DE SOJA RR DE CICLO SEMI PRECOCE

C. Steckling1, T. Roversi2, G. P. Tolentino3

1 Fundação Centro de Experimentação e Pesquisa, Cruz Alta, RS, [email protected]

2 Fundação Centro de Experimentação e Pesquisa, Cruz Alta, RS, [email protected]

3 Fundação Centro de Experimentação e Pesquisa, Cruz Alta, RS, [email protected]

Resumo: A soja ocupa mais de 3,8 milhões de hectares no estado do RS. Nos últimos anos há uma busca por cultivares cada vez mais precoces. A linhagem CEPsRR 06098 que deu origem a cultivar FUNDACEP 57RR, foi avaliada por dois anos em 20 distintos ambientes nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul. No RS foi comparada as cultivares BRS 255RR e CD 214RR em oito locais (Cruz Alta, Cachoeira do Sul, São Luiz Gonzaga, Capão Bonito do Sul, Júlio de Castilhos, Santo Augusto, São Borja, Vacaria). A linhagem se originou da re-seleção de plantas mais precoces da linhagem CEPsRR 05110, esta por sua vês, foi obtida do cruzamento da FUNDACEP 39 (2*) x CD 98-3320. Na média de dois anos a cultivar obteve um rendimento médio de 2761 kg.ha-1, contra 2544 kg.ha-1 da BRS 255R e 2464 kg.ha-1 da CD 214RR. A linhagem CEPsRR 06098 apresentou rendimento 10,3% superior a média das duas testemunhas, portanto, atingindo índice para ser recomendado para o estado do RS. Apesar da precocidade (grupo de maturação 6,5), tem moderado efeito de juvinilidade. Apresenta flor branca, pubescência marrom, altura mediana (87 cm), excelente engalhamento, boa tolerância ao acamamento, peso de cem sementes médio. É tolerante a oídio, mancha-olho-de-rã, cancro da haste e podridão parda da haste. Moderadamente suscetível a nematóide de galha (Meloidogyne javanica) e suscetível a pústula bacteriana e mancha alvo. Possui também extensão de uso para o estado do MS. Palavras chave: FUNDACEP 57RR.

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

FUNDACEP 58RR: NOVA CULTIVAR DE SOJA RR DE CICLO SEMI PRECOCE

C. Steckling1, T. Roversi2, G. P. Tolentino3

1 Fundação Centro de Experimentação e Pesquisa, Cruz Alta, RS, [email protected]

2 Fundação Centro de Experimentação e Pesquisa, Cruz Alta, RS, [email protected]

3 Fundação Centro de Experimentação e Pesquisa, Cruz Alta, RS, [email protected]

Resumo: A soja ocupa mais de 3,8 milhões de hectares no estado do RS. Destes cerca de 15% apresenta populações de nematóide acima do nível de perdas. A busca por cultivares tolerantes pode minimizar as perdas nestas áreas. A linhagem CEPsRR 05035, que deu origem a cultivar FUNDACEP 58RR foi avaliada por três anos em 20 ambientes distintos nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul. No RS, foi comparada as cultivares BRS 255RR e CD 214RR em oito locais (Cruz Alta, Cachoeira do Sul, São Luiz Gonzaga, Capão Bonito do Sul, Júlio de Castilhos, Santo Augusto, São Borja, Vacaria). A linhagem se originou do cruzamento da linhagem CEP/CD 98072 x CD 98-3320. Na média de três anos a cultivar obteve um rendimento médio de 2701 kg.ha-1, contra 2676 kg.ha-1 da BRS 255R e 2429 kg.ha-1 da CD 214RR. A linhagem CEPsRR 05035 apresentou rendimento 1,8% superior a média das duas testemunhas, portanto, atingindo índice para ser recomendado para o estado do RS. É uma cultivar semi precoce (grupo de maturação 6,6) e não apresenta efeito de juvinilidade. Tem flor branca, pubescência cinza, altura mediana (88 cm), moderado engalhamento, moderada tolerância ao acamamento, peso de cem sementes médio. Tolerante a oídio, pústula bacteriana, mancha-olho-de-rã e cancro da haste. Apresenta moderada tolerância a nematóide de galha (Meloidogyne javanica) e suscetível a podridão parda da haste e mancha alvo. Possui também extensão de uso para o estado do MS. Palavras chave: FUNDACEP 58RR, nematóide de galha.

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

VCU DE LINHAGENS DE SOJA RR MÉDIO DA REDE SUL FEPAGRO-FUNDACEP, SAFRA 2008/09

C. Steckling1, T. Roversi2, S. A. L. Rubin3

1 Fundação Centro de Experimentação e Pesquisa, Cruz Alta, RS, [email protected]

2 Fundação Centro de Experimentação e Pesquisa, Cruz Alta, RS, [email protected]

3 Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária, Júlio de Castilhos, RS, [email protected]

Resumo: A soja é cultivada em mais de 3,8 milhões de hectares no Estado do RS. A FUNDACEP e a FEPAGRO avaliam conjuntamente na rede sul de pesquisa de soja, linhagens de soja para recomendação no estado do RS. Quatorze linhagens de ciclo médio (CEPsRR 06057, CEPsRR 06011, CEPsRR 07197, CEPsMSrr 07657, CEPsMSrr 07645, CEPsMSrr 07513, CEPsRSrr 07514, JCRR 06116, JCRR 06172, JCRR 06174, JCRR 06217, JCRR 06067, JCRR 04012 e JCRR 05008) foram comparados a três cultivares testemunhas (BRS 244RR, BRS 246RR e BRS Taura RR) em sete locais (Cruz Alta, Cachoeira do Sul, Capão Bonito do Sul, Júlio de Castilhos, Santo Augusto, São Borja, Vacaria). Cruz Alta apresentou o maior rendimento entre os locais (3386 kg.ha-1). São Borja com 1601 kg.ha-1 apresentou o menor rendimento. Das linhagens testadas a JCRR 06067 com 2785 kg.ha-1 apresentou o melhor rendimento, contudo, não diferiu significativamente da JCRR 05008 (2712 kg.ha-1), JCRR 06217 (2696 kg.ha-1), BRS 246RR (2685 kg.ha-1), CEPsRR 06011 (2654 kg.ha-1), JCRR 06116 (2634 kg.ha-1), CEPsRR 06057 (2623 kg.ha-1), CEPsRR 07197 (2606 kg.ha-1), JCRR 06172 (2489 kg.ha-1), CEPsMSrr 07657 (2480 kg.ha-1) e JCRR 04012 (2475 kg.ha-1). Cachoeira do Sul apresentou os maiores valores médios de altura de planta (119 cm) e o maior índice de acamamento (4,0), o menor valor de altura de planta e acamamento foi obtido em São Borja com 60 cm e 1,0 respectivamente. O número de dias da emergência à maturação fisiológica foi maior em Vacaria (170 dias) e o menor em Santo Augusto com 125 dias. Na média de três anos de avaliação, as linhagens JCRR05008 e JCRR 04012 apresentaram rendimento médio 1,2 e 4,2% superior a média das duas testemunhas BRS 246RR e BRS 244RR (2809 kg.ha-

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71 1). Na média de dois anos, seis linhagens superaram a média das duas testemunhas (2654 kg.ha-1): CEPsRR 07197 (4,5%), JCRR 06116 (3,9%), CEPsRR 06011 (2,6%), CEPsRR 06057 (2,5%). Palavras chave: FUNDACEP, FEPAGRO e VCURR médio.

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

VCU DE LINHAGENS DE SOJA RR PRECOCE DA REDE SUL FEPAGRO-FUNDACEP, SAFRA 2008/09

C. Steckling1, T. Roversi2, S. A. L. Rubin3

1 Fundação Centro de Experimentação e Pesquisa, Cruz Alta, RS, [email protected]

2 Fundação Centro de Experimentação e Pesquisa, Cruz Alta, RS, [email protected]

3 Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária, Júlio de Castilhos, RS, [email protected]

Resumo: A soja é cultivada em mais de 3,8 milhões de hectares no estado do RS. No estado, ha quatro ambientes edafoclimáticos distintos para efeito de avaliação de linhagens de soja para VCU – Valor de Cultivo e Uso. A FUNDACEP juntamente com a FEPAGRO formam a rede sul de pesquisa de soja para avaliar conjuntamente linhagens de soja das duas instituições nestes ambientes. Quatorze linhagens de ciclo precoce e semi precoces (CEPsRR 05019, CEPsRR 06098, CEPsRR 05049, CEPsRR 05035, CEPsRR 07098, CEPsMSrr 07610, CEPsRSrr 07508, CEPsRSrr 07504, JCRR 06254, JCRR 0528, JCRR 0522, JCRR 06117, JCRR 0303-12 e JCRR 06177) foram comparados a três cultivares testemunhas (BRS 255RR, CD 214RR e FUNDACEP 53RR) em sete locais (Cruz Alta, Cachoeira do Sul, Capão Bonito do Sul, Júlio de Castilhos, Santo Augusto, São Borja, Vacaria). Cruz Alta e Cachoeira do Sul apresentaram o maior rendimento entre os locais (3544 e 3528 kg.ha-1, respectivamente). São Borja com 1483 kg.ha-1 apresentou o menor rendimento. Das linhagens testadas a JCRR 06254 com 2818 kg.ha-1 apresentou o melhor rendimento, contudo, não houve diferença significativa entre os genótipos testados. Cachoeira do Sul apresentou os maiores valores médios de altura de planta (113 cm) e o maior índice de acamamento (3,2), o menor valor de altura de planta e acamamento foi obtido em São Borja com 55 cm e 1,0 respectivamente. O número de dias da emergência à maturação fisiológica foi maior em Vacaria (155 dias) e o menor em Santo Augusto com 126 dias. Na média de três anos de avaliação, as linhagens CEPsRR 05019 e 05035 apresentaram rendimento médio 5,4 e 1,8% superior a média das duas testemunhas BRS 255RR e CD 214RR (2652 kg.ha-

1). Na média de dois anos, seis linhagens superaram a média

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das duas testemunhas (2504 kg.ha-1): JCRR 06254 (14,1%), CEPsRR 06098 (10,3%), JCRR 0528 (9,9%), JCRR 0522 (5,4%), CEPsRR 05049 (3,1%) e CEPsRR 07098 (1,3%). Todas estas linhagens poderiam ser indicadas para o estado do RS segundo critérios de rendimento de grãos do MAPA. Palavras chave: FUNDACEP, FEPAGRO, VCURR precoce.

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

VCU DE LINHAGENS DE SOJA RR TARDIA DA REDE SUL FEPAGRO-FUNDACEP, SAFRA 2008/09

C. Steckling1, T. Roversi2, S. A. L. Rubin3

1 Fundação Centro de Experimentação e Pesquisa, Cruz Alta, RS, [email protected]

2 Fundação Centro de Experimentação e Pesquisa, Cruz Alta, RS, [email protected]

3 Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária, Júlio de Castilhos, RS, [email protected]

Resumo: A soja é cultivada em mais de 3,8 milhões de hectares no estado do RS. Os ensaios de VCU servem oficialmente para avaliar e recomendar linhagens de soja para o estado do RS. Quinze linhagens de ciclo tardio (CEPsRR 07290, CEPsRR 07272, CEPsRR 06084, CEPsRR 07269, CEPsMSrr 07639, CEPsMsrr 07526, JCRR 06218, JCRR 06069, JCRR 06237, JCRR 06242, JCRR 06247, JCRR 06253, JCRR 06005, JCRR 06006 e JCRR 07030) foram comparados a duas cultivares testemunhas (BRS Pampa RR e CD 219RR) em seis locais (Cruz Alta, Cachoeira do Sul, Capão Bonito do Sul, Júlio de Castilhos e Santo Augusto e Vacaria). Cruz Alta apresentou o maior rendimento entre os locais (2985 kg.ha-1). Capão Bonito do Sul com 2003 kg.ha-1 apresentou o menor rendimento. Das linhagens testadas a JCRR 06006 com 2876 kg.ha-1 apresentou o melhor rendimento, contudo, não diferiu significativamente da JCRR 06242 (2729 kg.ha-1), JCRR 06247 (2727 kg.ha-1), JCRR 06253 (2682 kg.ha-1) e JCRR 06030 (2610 kg.ha-1) a média das testemunhas foi de 2376 kg.ha-1. Cachoeira do Sul apresentou os maiores valores médios de altura de planta (119 cm) e o maior índice de acamamento (4,2), o menor valor de altura de planta e acamamento foi obtido em Santo Augusto com 85 cm e 1,0 respectivamente. O número de dias da emergência à maturação fisiológica foi maior em Vacaria (176 dias) e o menor em Cachoeira do Sul com 130 dias. Na média de dois anos, cinco linhagens superaram a média das duas testemunhas (2493 kg.ha-1): CEPsRR 07290 (6,1%), JCRR 06218 (6,0%), CEPsRR 06084 (4,7%), CEPsRR 07272 (2,6%) e CEPsRR 07269 (2,1%). Palavras chave: FUNDACEP, FEPAGRO, VCURR Tardio.

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

DESEMPENHO PRODUTIVO DA SOJA EM SISTEMA DE INTEGRAÇÃO AGRICULTURA-PECUÁRIA COM DIFERENTES INTENSIDADES DE PASTEJO

Osmar Conte1, Cristiane de L. Wesp2, Renato Levien3, Paulo C. de F. Carvalho4, Michael Mazurana1,

Jônatan Müller1, Ana C. Vian5 e Diane Alba5 1

UFRGS, Faculdade de Agronomia, Programa de Pós-graduação em Ciência do Solo, Av. Bento Gonçalves 7712, CEP 91540-000 Porto Alegre, RS. E-mail: [email protected] 2

UFRGS, Faculdade de Agronomia, Programa de Pós-graduação em Zootecnia, Av. Bento Gonçalves 7712, CEP 91540-000 Porto Alegre, RS. E-mail: [email protected], 3

UFRGS, Faculdade de Agronomia, Depto de Solos,. E-mail: [email protected].

4

UFRGS, Faculdade de Agronomia, Depto de Plantas Forrageiras e Agrometeorologia. E-mail: [email protected]

5

UFRGS, Faculdade de Agronomia, E-mail: [email protected], [email protected]

Resumo: A adoção do sistema integração agricultura-pecuária permite mais eficiência no uso da terra com diversificação na produção e consequentemente ampliação na renda do produtor. Este trabalho foi desenvolvido sobre Latossolo em área usada para pastejo no período de inverno e primavera com posterior cultivo de soja. São mantidas diferentes alturas da pastagem (10, 20, 30, 40 cm e área sem pastejo) sendo estes os tratamentos impostos à pastagem e obtidos por ajuste na carga animal. Após o final da pastagem foi semeada a soja (20 novembro 2007) sendo esta cultivada de forma homogenea sobre os tratamentos definidos na pastagem. A adubação na soja foi realizada a lanço antes da semeadura, com 300 kg ha-1 da fórmla NPK 0-20-20. Na semeadura usou-se uma semeadora de precisão equipada com hastes sulcadoras e foram dispostas 18 sementes por metro linear, onde as linhas foram espaçadas de 0,45 m. Antecedendo a colheita fez-se amostragem da soja para determinar população final, número de legumes por planta, massa de mil grãos e rendimento de grãos. Foram tomadas 10 amostras por parcela independentemente do tamanho da parcela, obtendo-se as coordenadas geográficas para fins de mapeamento dos parâmetros avaliados. Com os dados foram gerados mapas com a distribuição espacial das varáveis sendo possível visualizar que a variabilidade apresentada é aleatória e independente dos tratamentos aplicados na pastagem. Não houve diferenças significativas entre os tratamentos em todas as variáveis analisadas. Palavras chave: rendimento de grãos, alturas de pasto, mapeamento, semeadura direta, amostragem.

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INTRODUÇÃO

Em sistemas de integração agricultura-pecuária o pastejo diminui a quantidade de cobertura vegetal e, consequentemente de resíduos sobre o solo. Este fato pode implicar nas relações hídricas e nutricionais da planta por afetar a água no solo interferindo na dinâmica de água e nutrientes por alterar as condições físicas do solo.

Estiagem durante o período reprodutivo causa reduções na produtividade de grãos, devido ao abortamento de flores e de legumes, menor número de grãos por legume, menor período de enchimento de grãos, diminuição da qualidade de grãos e aceleração da senescência foliar. Estas perdas acabam não sendo compensadas pelo número de grãos por legume e pelo peso do grão, pois esses componentes do rendimento possuem limites determinados geneticamente (DESCLAUX et al., 2000; NEUMAIER et al., 2000). No estádio R5, a disponibilidade de água é mais importante, pois metade dos nutrientes necessários para o enchimento de grãos são translocados de outras partes da planta. A outra parte, no entanto, provém do solo e da fixação biológica de nutrientes, e para tal é necessário que o solo esteja úmido e propicie adequado suprimento de água (BONATO, 2000). Dessa forma se espera que diferentes intensidades de pastejo interfiram no desempenho produtivo da soja por afetar variáveis de solo e planta e que estas apresentem variabilidade dentro das parcelas em função do tamanho das mesmas.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido no município de São Miguel das Missões/RS, em LATOSSOLO Vermelho distroférrico, com 540 g kg-1 de argila. A área experimental é de 21,3 hectares divididos em 14 parcelas, com diferentes tamanhos (Figura 2).

O experimento foi conduzido sob o delineamento experimental de blocos casualizados, com três repetições. Os tratamentos constaram de quatro intensidades de pastejo representadas por alturas da pastagem (10, 20, 30 e 40 cm) sendo que, entre os blocos encontram-se faixas sem pastejo como testemunhas. Na pastagem foram utilizados três bovinos teste por parcela, juntamente com um número variável de animais reguladores, que foram adicionados ou retirados das parcelas visando à manutenção das alturas de pastejo propostas.

As amostras de soja foram coletadas previamente à colheita, utilizando-se dez pontos amostrais de 2 m2 por parcela. Determinou-se o número de legumes por planta, a massa de mil grãos e a rendimento de grãos.

Com os dados obtidos, foram plotados mapas de distribuição espacial dos atributos por meio do software FalkerMap, e com isso avaliou-se tanto a influência dos tratamentos como a variabilidade na distribuição dos parâmetros avaliados.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

As variáveis relacionadas ao potencial de rendimento da soja, assim como o rendimento final de

grãos não apresentaram diferença significativa, quando comparados em relação aos tratamentos, sendo estes as diferentes alturas de manutenção da pastagem (Figura 1). Surpreende o fato de não ocorrer diferenças ao menos entre os extremos dos tratamentos, seja pela manutenção de fitomassa e cobertura de solo por resíduos, ou pelo nível de impacto da presença de animais sobre os atributos físicos de solo.

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Figura 1. Variáveis relacionadas ao desempenho produtivo da soja.

Figura 2. Croqui da área experimental e mapa da distribuição espacial do número de

legumes por planta de soja.

Figura 3. Mapas da distribuição espacial da massa de mil grãos e do rendimento de grãos em

kg ha-1. Ao analisar a distribuição espacial das variáveis investigadas, tomando-se como referência a

locação das parcelas no experimento, conforme a Figura 2, observa-se que a variabilidade na

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distribuição espacial do número de legumes por planta, da massa de mil grãos de soja e o rendimento final de grãos não se correlacionaram com os tratamentos (Figuras 2 e 3).

Devido a grande área das parcelas, estas englobam variabilidade nos fatores avaliados que, quando tratados como média, não podem ser visualizados e podem comprometer a interpretação do resultados.

CONCLUSÕES

Os parâmetros de planta avaliados e relacionados a produtividade da soja não foram alterados em função dos tratamentos altura da pastagem. A distribuição espacial dos atributos relacionados à cultura da soja demonstraram não estar relacionados ao efeito dos tratamentos manejo da pastagem antecedente.

BIBLIOGRAFIA

DESCLAUX, D.; HUYNH, T.; ROUMET, P. Identification of soybean plant characteristics that indicate the timing of drought stress. Crop Science, v.40, n.3, p. 716-722, 2000. BONATO, E. R. Estresses em soja. Passo Fundo: Embrapa Trigo, 2000. 254 p. NEUMAIER, N. et al. Estresses de ordem ecofisiológica. In: BONATO, E.R. (Ed.) Estresses em soja. Passo Fundo: Embrapa Trigo, 2000. 254 p.

Summary: Soybean performance in agriculture-livestock integration system with different grazing intensities. The adoption of the crop-livestock integration allows greater efficiency in land use with diversification in production and consequently expansion in income of the producer. This work was conducted on Oxisoil in an area that is used for grazing during the winter and spring with subsequent soybean crop. Different pasture height are kept (10, 20, 30, 40 cm and area without grazing) being these the treatments imposed in pasture and obtained by adjusting the stocking rate to maintain the heights proposed. After the end of the pasture, the soybean was sown (November 20 2007) and cultivated in a homogeneous way under the treatments defined in the pasture. The soybean fertilization was performed in haul before the sowing with 300 kg ha-1 of NPK 0-20-20. In the sowing was used a precision seeder equipped with furrow type shanks, and were placed 18 seeds per linear meter, the lines were spaced 0.45 m. Anteceding the harvest has been made the soybean sampling to determine population, number of pods per plant, thousand grain weight and grain yield. Were used 10 samples per plot independent the plot size, obtaining the geographical coordinates to mapping the parameters evaluated. With the data were generated maps of the spatial distribution of variables and was possible to visualize that the variability was random and independent of the grazing treatments. By the treatments average there were no significant differences between treatments in all variables analyzed. Keywords: grain yield, grass height, mapping, tillage, sampling.

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

COMPORTAMENTO DA CULTIVAR DE SOJA COODETEC 214 RR SUBMETIDA A DIFERENTES SISTEMAS DE PREPARO DE SOLO

M. Mazurana1, J. Müller1, R. Levien2, A.C. Vian3, D. Alba3 & O. Conte1

1 Pós-Graduandos em Ciência do Solo, Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, Av. Bento Gonçalves, 7712, CEP 91540-000, Porto Alegre/RS, [email protected] 2 Professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Depto. de Solos [email protected] 3 Bolsista de Iniciação Ciêntífica – Depto. de Solos/UFRGS [email protected] [email protected]

Resumo: Os sistemas de preparo de solo podem acarretar em alterações físicas do solo, podendo promover variação no rendimento das culturas. O objetivo do trabalho foi verificar o comportamento da soja submetida a diferentes sistemas de preparo de solo (semeadura direta, semeadura direta com escarificação a cada três anos, escarificação anual e escarificação mais gradagem, anualmente) bem com o efeito destes sobre a densidade do solo e a resistência à penetração. Não houve diferença de rendimento entre os tratamentos e, a resistência do solo à penetração, diminuiu com aumento da mobilização. Palavras chave: Compactação, sistemas de preparo, rendimento

INTRODUÇÃO

A cultura da soja (Glycine max (L.) Merr.) introduzida na década de 50, como rotação

ao trigo, ostenta atualmente o topo da cadeia de produção de grãos no Brasil. Nesse período, nenhuma outra cultura comercial avançou tanto em área cultivada em tão pouco tempo, onde passou de 7 para 21 milhões de hectares entre o período de 1970 até safra 2007/2008, e a produção passou de 12 para 60 milhões de toneladas. Com a mudança na forma de preparo do solo e a intensificação do tanto do uso do solo bem como da mecanização das lavouras, os problemas de ordem física do solo começam a surgir. Muitos destes têm sua origem na mudança da forma de preparo do solo, como a “presença de pé-de-arado” em camadas subsuperficiais do solo, que dificultam o crescimento de raízes, infiltração de água e absorção de nutrientes pelas plantas. A ausência de revolvimento do solo proporcionado pelo sistema de semeadura direta acarreta em manutenção de teores mais elevados de umidade por um período maior de tempo no solo, em virtude da manutenção dos resíduos culturais. Associando isso ao sistemático tráfego de máquinas, estas de massa cada vez maiores, podem promover compactação excessiva na superfície do solo (Tormenta & Roloff, 1996) em solos com elevados teores de argila.

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Na tentativa de manter o solo sob sistema de semeadura direta coberto durante todo o ano, e a necessidade por parte dos produtores de aumentar as receitas das propriedades tem levado o processo de colher - semear a ocorrer em um curto período de tempo. Com isso, passou-se a desrespeitar os limites de umidade ideais para trafegar sobre os solos, aumentando os problemas de compactação. Pedrotti e Dias Junior, 1996 apontam o efeito negativo de se trabalhar o solo sem controle da umidade.

O crescimento de raízes e o desenvolvimento e a produção das culturas são influenciados pelo nível de compactação do solo, dependendo do sistema de manejo utilizado (Silva et al., 2000). Forsythe & Huertas (1979) afirmaram que a produção de grãos, de matéria seca e de raízes do feijoeiro, às vezes, pode ser diminuída se ocorrer aumento na resistência à penetração do solo na camada superior. Secco (2003), estudando o efeito de estados de compactação em dois Latossolos, ambos manejados sob sistema de semeadura direta, verificou que o estado de compactação mais intenso, com valores de densidade do solo de 1,62 e 1,54 Mg m-3 e de resistência à penetração de 2,65 e 3,26 MPa, proporcionou decréscimos na produtividade do trigo e milho, não afetando o rendimento da cultura da soja.

A hipótese para este trabalho é a de que preparos de solo que proporcionam certo grau de mobilização rompendo possíveis camadas compactadas em subsuperfície permitem melhor desenvolvimento e rendimento da cultura da soja.

O objetivo do trabalho foi avaliar o desempenho produtivo da cultivar de soja transgênica COODETEC 214 RR, submetida a diferentes sistemas de preparo de solo, na Região da Depressão Central do Estado do RS.

MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi desenvolvido na Estação Experimental Agronômica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, no município de Eldorado do Sul, sobre Argissolo Vermelho-Amarelo distrófico. O clima do local se enquadra na classificação climática de Köppen, Cfa, com temperatura média anual de 19 ºC e precipitação média anual de 1.400 mm.

O delineamento foi inteiramente casualizado com quatro tratamentos e cinco repetições. Os tratamentos utilizados são semeadura direta (SD), semeadura direta com escarificação a cada três anos (SD+E3), escarificação (ER) e escarificação seguida de gradagem (E+G). A área que contempla os tratamentos possui um histórico de oito anos, sendo implantada em 2000, a exceção do tratamento semeadura direta com escarificação a cada três anos, que foi implantado em 2004/05. As parcelas (6x25 m) vêm sendo trabalhadas em sistema de sucessão de culturas, tanto no período de inverno quanto no período de verão.

A cultura da soja foi implantada em novembro de 2008, sucedendo a cultura da canola, com aplicação de 200 kg ha-1 de fertilizante da fórmula 05-20-20. Foi avaliada a densidade do solo (DS) antes da semeadura, bem como a resistência do solo à penetração (RP), a densidade de plantas, a altura média no estádio fenológico R1 e o rendimento de grãos. Foram realizadas duas aplicações de herbicidas (Glyphosate na dosagem de 3,0 L ha-1), uma antes da semeadura e outra no estádio fenológico R1-R2 para controle de corda-de-viola (Ipomea

grandifolia) e picão-preto (Bidens pilosa). Para semeadura utilizou-se uma semeadora-adubadora de precisão de 5 linhas

espaçadas de 0,45 m e, para aplicação de herbicidas um pulverizador de barras tratorizado. A RP foi determinada usando um penetrômetro com armazenamento digital de dados e a DS com trado calador manual.

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RESULTADOS E DISCUSSÃO Os tratamentos não apresentaram diferença significativa no rendimento de soja pelo teste de Tukey (P<0,05). Entretanto se observa uma tendência de maior rendimento nos tratamentos com aumento da mobilização de solo. O revolvimento do solo modifica a sua estrutura, aumentando a porosidade total e, conseqüentemente, reduzindo sua densidade (Tabela 1), proporcionando melhores condições físicas de desenvolvimento para as plantas, como maior aeração e infiltração de água (Camara & Klein, 2005). Já o aumento da DS promove o aumento da RP. Na Figura 1 observa-se um aumento da RP nos tratamentos com menor revolvimento do solo (SD e SD+E3). A maior diferença da RP entre os tratamentos foi observada na camada de 10 a 30 cm de profundidade. A menor RP na camada de 0-10 cm se deve a maior densidade de raízes e ao fato de que a máxima pressão de compactação dos pneus ocorre numa profundidade entre 1/3 e 1/5 da largura destes, que corresponde,aproximadamente 15 cm de profundidade (Hillel, 1982). O processo de escarificação do solo rompe a camada adensada situada abaixo dos 10 cm, reduzindo a RP, melhorando as condições físicas do solo permitindo assim, um melhor desenvolvimento das plantas levando ao aumento no rendimento (Figura 1).

Figura 1. Relação entre rendimento da soja (pontos na horizontal) e resistência do solo à

penetração, em diferentes profundidades e sistemas de preparo de solo.

A população final de plantas de soja obserada foi de 250.000 plantas/ha, estando dentro dos limites estabelecidos para a cultivar. A estatura das plantas não diferiu entre tratamentos, obtendo-se média de 100 cm.

Embora a compactação do solo determine redução no rendimento das culturas (Secco, 2003), neste estudo neste estudo isso não foi observado, o que se deveu, provavelmente à boa distribuição das chuvas durante o período de desenvolvimento da cultura, atenuando o efeito da compactação do solo. Tabela 1. Densidade do solo nos diferentes sistemas de preparo de solo, em duas

profundidades.

Sistemas de preparo de solo SD SD+E3 ER E+G

Profundidade (m)

-------------------------------Densidade, g kg-1--------------------------------- 0–0,1 1,37 1,43 1,35 1,34

0,1–0,2 1,68 1,63 1,52 1,47

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CONCLUSÕES As formas de preparodo solo não afetaram o rendimento de grãos da soja. A mobilização do solo pelos preparos promoveu redução da densidade do solo e da resistência mecânica do solo à penetração. O efeito de condições físicas de solo restritivas ao desenvolvimento da soja pode ter sido atenuado pela boa distribuilçao de chuvas.

AGRADECIMENTOS

Ao CNPq pela concessão de recursos finaceiros para desenvolvimento deste trabalho e a EEA/UFRGS pelo apoio logístico.

BIBLIOGRAFIA CAMARA, R.K., KLEIN, V.A. Escarificação em plantio direto como técnica de conservação do solo e da água. R. Bras. Ci. Solo, v.29, p.789-796, 2005. FORSYTHE, W.M. & HUERTAS, A. Effect of soil penetration resistance on the growth and yield of beans (Phaseolus vulgaris L.) 27-R variety. Turrialba, v.29, p.293-298, 1979. HILLEL, D. Introduction to soil physics. New York: Academic Press, 364p, 1982. PEDROTTI, A. & DIAS JUNIOR, M.S. Compactação do solo: Como evitá-la. Agropec. Catarinense, v.9, p.50-52, 1996. SECCO, D. Estados de compactação de dois Latossolos sob plantio direto e suas implicações no comportamento mecânico e na produtividade de culturas. Santa Maria, Universidade Federal de Santa Maria, 2003. 108p. (Tese de Doutorado). TORMENA, C.A. & ROLOFF, G. Dinâmica da resistência à penetração de um solo sob plantio direto. R. Bras. Ci. Solo, v.20, p.333-339, 1996.

Summary: Performance of soybean Coodetec 214 RR cultivated under different soil tillage systems. Tillage systems can cause soil physical changes, can promote change in crop yield. The objective this study was to evaluate the performance of soybean in different soil tillage systems (no-tillage, no-tillage with chiseling each three years, annual chiseling and chiseling more plowing each year) and the effect of these on soil bulk density and soil resistance to penetration. There was no difference in yield among treatments, and soil resistance to penetration decreased with increasing mobilization. Keywords: Compaction, tillage systems, yield.

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

CORRELAÇÃO DE MAPAS DE RESISTÊNCIA A PENETRAÇÃO COM MAPAS DE PRODUTIVIDADE DE SOJA

Aramís Picinin Machado1, Carlos R. Trein2, Renato Levien2, Guert D. Schinke1, Letícia

Sequinatto3, Sidinei L. K. Sturmer3 1 Bolsista de Iniciação Cientifica – Depto de Solos, Universidade Federal do Rio Grande do

Sul. Av. Bento Gonçalves 7712, Porto Alegre, RS, CEP 90001-970. e-mail: [email protected]

2 Professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - Depto. de Solos 3 Pós-Graduandos em Ciência do Solo - Depto. de Solos / UFRGS

Resumo: Características físicas do solo normalmente são de difícil mensuração e dificilmente apresentam uma realidade que está relacionada diretamente com a produtividade das culturas, o que impede um manejo localizado dos fatores de produção. O estabelecimento de uma metodologia que possa apresentar uma relação entre os mapas de produtividade e os mapas de atributos físicos do solo é um passo importante para um diagnóstico localizado de fatores. As medidas de resistência à penetração, utilizando cinco amostras por hectare apresentaram uma boa correlação com a produtividade de soja em latossolo. A maior correlação entre os mapas de produtividade de soja e os mapas de resistência a penetração foram encontrados com a resistencia da camada de de 5 a 15 cm de profundidade, o que sugere que esta camada seja considerada para estudo físico do solo. A delimitação de áreas onde a resistencia física está correlacionada à diminuição da produtividade permite a adoção de práticas de manejo localizado, evitando gastos de energia desnecessários. Palavras chave: Penetrômetro, Agricultura de Precisão e Manejo de solo.

INTRODUÇÃO

A agricultura de precisão tem se baseado em mapas de produtividade e mapas de fertilidade para o planejamento das operações no manejo de culturas. No entanto, após alguns anos de uso destas ferramentas, observa-se que o mapa de disponibilidade de nutrientes não tem correlação com o mapa de produtividade, o que leva à necessidade de diagnosticar outros fatores que afetam na produtividade, como as características físicas que influem na implantação e no desenvolvimento das plantas. Compactação do solo tende a ter ação negativa sobre o desenvolvimento e produtividade das culturas e parece estar relacionado principalmente na modificação às condições de aeração, resistência mecânica junto ao ambiente radicular e translocação de nutrientes. Alguns trabalhos de pesquisa (Imhoff, 2002; Leão, 2002; Silva, 2003) têm evidenciado que, à medida que a compactação do solo aumenta,

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menor é a quantidade de água que satura o solo. A porosidade de aeração considerada crítica (10%) é atingida com menor quantidade de água infiltrada. Ainda, a compactação aumenta o teor de umidade abaixo do qual a resistência mecânica do solo à penetração torna-se superior ao valor crítico de 2 MPa. Um instrumento que está sendo usado para o diagnóstico do estado de compactação é o penetrômetro. Com a adaptação de penetrometros digitais com alta capacidade de armazenamento e adaptados a veículos para tráfego “off-road” é possível coletar um grande número de amostras em curto espaço de tempo. Desta forma, pode ser diminuído o tamanho da grade amostral e, com a filtragem adequada dos dados coletados, podemos gerar mapas de superfície que podem dar uma idéia precisa da situação do terreno. Um bom diagnóstico permite recomendar opções de manejo localizado, atacando apenas as áreas problemáticas. A questão que resta é de como apresentar os dados de resistência à penetração de forma a permitir uma visualização que bem defina as áreas problemáticas. Visando oferecer uma contribuição a esta questão este trabalho foi conduzido.

MATERIAL E MÉTODOS

O estudo foi realizado em uma área cultivada com soja pela Granja São Diego, no município de Tupanciretã (RS). Dados de resistência à penetração foram obtidos dois dias após uma chuva de 30 mm. Em uma área de 58 ha, que inicialmente teve seu perímetro demarcado para a alocação dos pontos de coleta eqüidistantes, sendo localizados com o auxilio do DGPS de navegação, a grade amostral (grid) foi de 2000 m² por ponto coletado. O solo da área é classificado como Latossolo vermelho. Para coleta dos dados, foi utilizado um penetrometro eletrônico PenetroLOG, modelo PLG1020 acoplado a um quadriciclo. Ao penetrômetro foi ligado um DGPS Recon, marca Trimble para navegação e registro das coordenadas do ponto amostrado. O penetrometro possui uma haste com ponta padronizada pela ASAE (número e ano) (tipo 2)e as leituras de resistência foram registradas a cada centímetro de profundidade até 40 centímetros e armazenadas em arquivos previamente identificados, juntamente com as coordenadas do ponto amostrado.

Posteriormente, os dados foram transferidos para um arquivo no computador e curvas de isoresistências foram geradas a partir do índice de cone (dentro de cada camada) das diversas camadas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O objetivo do trabalho era de verificar se o mapa de produtividade poderia indicar correlação com o mapa de resistência do solo à penetração. O mapa com índice de cone da camada de solo até 40 cm de profundidade, mostrou pouca similaridade com o mapa de produtividade. Por isso foi decidido trabalhar com os índices de cone obtido em camadas de solo, ao invés de todo o perfil amostrado.

Os valores críticos de resistência à penetração do solo para o desenvolvimento de raízes variam com a cultura e o tipo de solo utilizado (Genro Júnior et al., 2004), mas muitos pesquisadores utilizam o nível de 2 MPa, estabelecido por Taylor et al. (1966), como o valor a partir do qual se têm restrições ao crescimento de raízes no solo. O Índice de Cone (IC) é a média das resistências á penetração de uma determinada camada considerada. A resistência à penetração não é um parâmetro que seja diretamente relacionado à alguma característica intrínseca ao solo, pois depende da coesão das partículas e da fricção do solo com o material do cone. Por isso, não há como relacionar apenas uma característica de solo como textura, estrutura ou outra qualquer ao IC. Mas, quando se pode dispor de mapas de isoresistência do solo e mapas de produtividade, a comparação dos dois pode dar uma boa idéia de manejo para as culturas subseqüentes.

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Figura 1. Mapa de produtividade de soja.

Observando a figura 2, em que é apresentado o mapa com a média das resistências à

penetração do solo 5 a 15 cm de profundidade, observa-se a existência de correlação entre o mapa de produtividade e o mapa de IC. Considerando as faixas de distribuição de rendimentos observa-se que 21% do rendimento da soja de uma área de 58 ha está abaixo de 60% da produtividade relativa. No mapa de RP na camada de 5 a 15 cm, 22% da área tem RP acima de 1800 kPa e é coincidente com o mapa de baixa produtividade relativa. Assim, a produtividade de soja parece estar ligada à resistência à penetração da camada de 5 a 15 cm. Cabe salientar que este resultado é de apenas uma área, com as características descritas anteriormente. Outras comparações devem ser feitas e, eventualmente, possa ser desenvolvido um método rápido para diagnose de áreas de produção de grãos.

Figura 2. Mapa de resistência a penetração (camada de 5 a15 cm).

CONCLUSÕES

- A produtividade de soja mostrou ter correlação com a resistência do solo à penetração. Áreas com solos com resistências maiores apresentaram menores produtividades.

- A melhor correlação com o mapa de produtividade de soja foi obtida com o mapa de resistência á penetração do solo na camada de 5 a 15 cm de profundidade.

AGRADECIMENTOS

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Ao CNPq pela bolsa de ITI. Ao Finep, pelos recursos destinados ao projeto, a empresa AGROPLAN pelos equipamentos, a Granja São Diogo pelos dados concedidos de produtividade e a Falker pelo software FalkerMap.

BIBLIOGRAFIA

GENRO JUNIOR et al. Variabilidade natural da resistência à penetração de um Latossolo

argiloso sob semeadura direta com rotação de culturas. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v.28, p.477-484, 2004.

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2002. 58 f. Dissertação (Mestrado em Agronomia) – Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, USP, Piracicaba, 2002.

SILVA, V. R. Propriedades físicas e hídricas em solos sob diferentes estados de compactação.

2003. 171 f. Tese (Doutorado em Agronomia – Biodinâmica de Solos) – Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2003.

Summary: Soil physical characteristics are generally difficult to measure and seldom show a reality directly related to crop productivity, which prevents a site specific management of production related factors. A methodology which could show correlation between yield maps and soil physical attributes is an important step towards a precise location of production factors.. Soil resistance to penetrometer, done at five points per hectare, showed good relation with soybean productivity in a red oxissoil. Highest relationship was found when only the 5 to 15 cm soil layer was considered, which suggests that this layer has to be taken into account when it comes to phisycal studies. Identifying areas where soil resistance to a penetrometer is related to lower productivity allows site specific management, avoiding unnecessary energy expenditure. Keywords: Penetrometer, Precision farming, Soil Management.

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

PRODUTIVIDADE DA SOJA EM DIFERENTES SISTEMAS DE MANEJO DO SOLO E CONDIÇÕES DE TRÁFEGO

Letícia Sequinatto1, Carlos R. Trein2, Renato Levien2, Sidinei L. K. Stürmer1, Michael Mazurana1, Jônatan Müller1 & Aramís P. Machado3

1 UFRGS, Pós-Graduandos em Ciência do Solo, Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, Av. Bento Gonçalves, 7712, CEP 91540-000, Porto Alegre/RS,

[email protected] 2 UFRGS, Professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Depto. de Solos

3 UFRGS, Bolsista de Iniciação Ciêntífica – Depto. de Solos

Resumo: Os diferentes sistemas de manejo do solo e condições de tráfego, em semeadura direta, podem alterar as condições físicas do solo e consequentemente a produtividade da soja. Avaliou-se o efeito de diferentes sistemas de manejo do solo, com coberturas(de solo) de inverno (nabo forrageiro, aveia e pousio) e condições de tráfego (solo trafegado por rodado de trator e não trafegado) na produtividade da soja e sua relação com a macroporosidade (Mac) , porosidade total (Pt) e densidade do solo (Ds). O estudo foi realizado na Estação Experimental Agrônomica da UFRGS, em Eldorado do Sul/RS. O delineamento experimental foi em blocos ao acaso com quatro repetições. A menor Ds e maior Mac se deram na camada superficial e na condição de solo não trafegada. A produtividade da soja foi maior onde a cobertura de inverno foi nabo forrageiro, no entanto não foi alterada pela condição de tráfego. Palavras chave: Qualidade física do solo, compactação, rendimento

INTRODUÇÃO

A cultura da soja (Glycine max (L.) Merr.) possui grande importância no setor sócio-econômico brasileiro, ocupando o topo dos sistemas de produção de grãos. O solo é o alicerce dos sistemas de produção agrícola. Os danos à estrutura do solo, causados pelo excesso de mobilização, foram eliminados no sistema de semeadura direta, onde só existe mobilização na linha de semeadura. Entretanto, aquele sistema permite um acúmulo de pressões produzidas pelo trânsito das máquinas agrícolas. A alteração da estrutura do solo pela repetitividade das operações agrícolas, levando a compactação, tem causado perdas na qualidade física dos solos, o que afeta o desenvolvimento e crescimento radicular. Dessa forma, tem aumentado o interesse por práticas de controle da compactação, como o emprego, em semeadura direta, de sistemas de rotação de culturas que contemplem plantas de cobertura de inverno e a concentração do tráfego de rodados num mesmo local. A compactação do solo tem sido o principal problema encontrado no sistema de semeadura direta, sendo que as principais alterações promovidas são o aumento da densidade do solo e a diminuição do tamanho de poros (Klein & Libardi, 2002), afetando a

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produtividade de culturas. Dessa forma, culturas de cobertura do solo como o nabo forrageiro e a aveia permitem, por meio de seu sistema radicular e massa da parte áerea, um adequado conteúdo de material orgânico ao solo, favorecendo o desenvolvimento das culturas sucessoras de verão, como a soja. O tráfego controlado de máquinas agrícolas pode minimizar os efeitos negativos da compactação do solo. Li et al. (2007) encontraram, na camada de 0-0,5 m de um Vertissolo sob tráfego controlado, um incremento de 11,5% na água disponível às plantas (ADP) e de 9,4 % na produtividade das culturas de inverno e verão, quando comparado às parcelas que receberam tráfego em toda área. Acredita-se então que, unindo a prática de manejo que contemple plantas de cobertura de inverno com o tráfego controlado de rodados agrícolas, o efeito da matéria orgânica do solo pode dissipar parte da carga aplicada ao solo, minimizando os efeitos da compactação de forma que a mesma não seja restritiva ao desenvolvimento de plantas.

Dessa forma objetivou-se avaliar a produtividade de soja, submetida a diferentes sistemas de manejo do solo com plantas de cobertura e tráfego controlado de rodados de trator.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento localiza-se na Estação Experimental Agronômica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, no município de Eldorado do Sul/RS. O solo da área é classificado como Argissolo Vermelho distrófico típico. A área foi utilizada até década de 70, por programas de melhoramento de cultivares pela Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Sul (FEPAGRO) sendo intensivamente preparada, o que resultou em excessiva desagregação do solo. Após isso, e até 2002, a área foi submetida a altas lotações animais, resultando em degradação da estrutura física do solo. Em 2002, foi implantado o experimento referente na presente pesquisa, em sistema de semeadura direta. O experimento constitui de um sistema de rotação de culturas com milho e soja, no verão, e no inverno plantas de cobertura com nabo forrageiro, aveia e parcelas em pousio, sem rotação. O tráfego é controlado, de forma que, os rodados sempre atingem a mesma localização dentro das parcelas. Assim foram denominados os tratamentos de solo trafegado e solo não trafegado.

A cultura da soja foi implantada em novembro de 2008 e a colheita foi manual em 10 metros lineares de cada linha das parcelas com dimensões de 20 m x 4,5 m.

O Delineamento utilizado é em blocos casualizados, com quatro repetições. Procedeu-se a análise de variância e comparação de médias utilizando-se o teste t (DMS) a 5 % de probabilidade (SAS, 2002).

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

O rendimento da soja apresentou-se maior quando a cultura antecedente de inverno foi o nabo forrageiro. Não houve diferença estatística entre os sistemas de manejo que contemplaram o pousio e a aveia, no inverno (Tabela 1). Debiasi (2007), trabalhando na mesma área não encontrou diferença significativa entre esses mesmos tratamentos. Nesse caso, pode-se inferir que o sistema com nabo forrageiro no inverno, está surtindo efeito, em longa duração, readequando as condições físicas do solo para o bom desenvolvimento e consequentemente na produtividade da soja. Cabe ressaltar que o ano agrícola apresentou um adequado regime hídrico.

Tabela 1. Produtividade da cultura da soja (safra 2008/2009) em função dos diferentes tipos de cobertura de inverno do solo

Cobertura de inverno Produtividade -----------------Mg ha-1--------------

Nabo forrageiro 3,62 A Pousio 3,19 B Aveia 2,98 B

Médias seguidas de mesma letra na linha não diferem significativamente a 5% de probabilidade de erro pelo Teste-t (DMS) Não houve diferença significativa, quando avaliada a produtividade da soja, nas linhas trafegadas por rodado de trator agrícola e nas linhas não trafegadas (tabela 2). As menores densidades (Ds) e maiores macroporosidades (Mac) do solo, embora não apresentando diferença estatística, foram encontradas na região não trafegada do solo (tabela 3), proporcionando melhor condição física e adequada ao bom desenvolvimento radicular de plantas, já que encontram um ambiente menos denso com maior aeração para a oxigenação radicular. No entanto, isso não influenciou a produtividade da soja e pode assim ser atribuído ao fato de que os valores dos indicadores de qualidade física do solo, encontrados na situação de solo trafegado, não foram limitantes ao desenvolvimento e produtividade de plantas, num ano com chuvas regulares. Tabela 2. Produtividade da cultura da soja (safra 2008/2009) em função de diferentes condições de tráfego do solo

Condição de tráfego Produtividade -----------------Mg ha-1--------------

Rodado de Trator 3,28 A Não trafegado 3,24 A

Médias seguidas de mesma letra na linha não diferem significativamente a 5% de probabilidade de erro pelo Teste-t (DMS)

CONCLUSÕES O solo manejado com nabo forrageiro, no inverno, em sistema de longa duração, promoveu o aumento da produtividade da soja, quando comparado com sistemas que contemplem aveia e pousio. A produtividade da soja não foi influenciada pela condição de tráfego e pode assim ser atribuído ao fato de que os valores dos indicadores de qualidade física do solo, encontrados na situação de solo trafegado, embora aparentar empobrecimento, não são limitantes ao desenvolvimento e produtividade de plantas, num ano com chuvas regulares.

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Tabela 3. Propriedades físicas do solo, influenciadas por diferentes condições de tráfego, em três profundidades

Condição de tráfego Camada do solo (m) Não trafegado Rodado de trator

Densidade (Mg m-3) 0,02 – 0,05 1,22 B 1,32 A 0,10 – 0,13 1,48 A 1,51 A 0,20 – 0,23 1,67 A 1,65 A

Macroporosidade (m3 m-3) 0,02 – 0,05 0,29 A 0,26 A 0,10 – 0,13 0,19 A 0,16 A

0,09 A 0,12 A 0,20 – 0,23 Microporosidade(m3 m-3)

0,02 – 0,05 0,24 B 0,28 A 0,10 – 0,13 0,25 A 0,26 A 0,20 – 0,23 0,28 A 0,27 A

Médias seguidas de mesma letra na linha não diferem significativamente a 5% de probabilidade de erro pelo Teste-t (DMS)

BIBLIOGRAFIA DEBIASI, H. Recuperação física de um argissolo compactado e suas Implicações sobre o sistema solo-máquina-planta. 2008. 263 f. Tese (Doutorado) - Programa de Pós-graduação em Ciência do Solo, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. 2008. KLEIN, V. A.; LIBARDI, P. L. Densidade e distribuição de diâmetro dos poros de um Latossolo Vermelho, sob diferentes sistemas de uso e manejo. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v. 26, n. 4, p. 857-867, 2002. LI, Y. X.; TULLBERG, J. N.; FREEBAIRN, D. M. Wheel traffic and tillage effects on runoff and crop yield. Soil Tillage Research, v. 97, p. 282-292, 2007. SAS INSTITUTE. Getting started with the SAS learning edition. Cary: SAS, 2002. 200p.

Abstract: Different systems of soil specific management and traffic, under no tillage, may alter soil physical condition and, hence, soybean productivity. The effect of cover crops (oats, forage turnip and fall), and wheel traffic (with and without wheeling) on soybean productivity was studied through the relations to Macroporosity (Mac), total porosity (Pt) and soil density (ds). The research was carried out at UFRGS Agricultural Experimental Station, at Eldorado do Sul (RS). Experimental design was as randomized blocks with four repetitions. The lowest soil density and highest macroporosity were found in the upper soil layer under no wheeling. Highest soybean production was achieved following forage turnips, and was not influenced by traffic condition. Keywords: Soil physical quality, soil compaction, soybean yield.

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

AMASSAMENTO PELO RODADO DO TRATOR DURANTE AS APLICAÇÕES DE AGROTÓXICOS E A PRODUÇÃO DE SEMENTES DE SOJA NAS LINHAS AMASSADAS

S. Oliveira1, O.A. Lucca Filho2, M.P Ludwig 3, R.L. Crizel4

1Universidade Federal de Pelotas – UFPel, FAEM, Caixa Postal 354, CEP: 96001-970 - Pelotas, RS, [email protected].

Resumo: Durante o cultivo da soja o manejo de plantas daninhas, insetos e doenças, são geralmente realizados através de aplicações de produtos químicos, as quais, na maioria das vezes, são executadas por via terrestre (trator + pulverizador). O objetivo do presente trabalho foi avaliar os efeitos do amassamento das linhas de soja (Glycine max) causado pelo rodado do trator durante as aplicações de agrotóxicos na produção de sementes das linhas. O experimento foi realizado no município de Jari – RS, durante a safra 2008/2009, onde foram coletadas cinco linhas localizadas em diferentes posições em relação ao rodado do trator, sendo as linhas 1 e 5 as que sofreram amassamento pelo rodado do trator a 1 sofreu amassamento direto e a 5 parcial, a linha 3 localizava-se entre as rodas, embaixo do chassi, a linha 6 fica ao lado da linha 5 e a linha 15 localizava-se 9 linhas a direita da linha 6 (padrão de lavoura). A cultvar utilizada foi a CD 219, as avalições realizadas foram rendimento de semente e massa seca de 100 sementes, o delineamento experimental foi o de blocos ao acaso. Foi observado que as linhas que sofrem amassamento pelo rodado do trator sofrem redução na produção de sementes (Linha 1 e 5 produção de 873 e 1047 kg ha-1 respectivamente), o amassamento pelo classis não afetou o rendimento de sementes (Linha 3 1857 kg ha-1) em comparação as linhas não amassadas (Linhas 6 e 15 com a produtividade de 2028 e 2056 kg ha-

1 respectivamente). A massa seca de 100 sementes não foi afetada pelo amassamento. Palavras chave: qualidade de sementes, pulverizador, Glycine max..

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

AVALIAÇÃO DE QUALIDADE DE SOLO ATRAVÉS DE ATRIBUTOS BIOLÓGICOS EM ÁREA CULTIVADA COM SOJA

Dione D. Roehrs¹, Andressa deO. Silveira², Flávio A. de O. Camargo³ ¹ Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Av. Bento Gonçalves, 7712. Porto Alegre/RS. Email: [email protected] ² Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Av. Bento Gonçalves, 7712. Porto Alegre/RS. Email: [email protected] ³ Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Av. Bento Gonçalves, 7712. Porto Alegre/RS Resumo: O objetivo deste trabalho foi avaliar alterações nos atributos biológicos em um Latossolo cultivado com soja no município de Tio Hugo, Rio Grande do Sul. As amostragens foram realizadas em lavoura de soja/trigo conduzido sob sistema de plantio direto e em mata nativa. Em ambos os solos foram coletadas amostras em quatro pontos na profundidade de 0-10 cm. Foi determinada a biomassa microbiana pelo método da Fumigação-Incubação, respiração basal, mineralização do N pelo método anaeróbico, atividade da desidrogenase, hidrólise do diacetato de fluoresecína (DAF) e diversidade funcional com a utilização de placas BiologECO. Verificou-se que na primeira amostragem a área sob mata apresentou valores estatisticamente superiores a cultivada de biomassa, respiração, N mineralizado, hidrólise DAF. Na segunda amostragem o comportamento foi semelhante, e apenas a hidrólise do DAF não apresentou diferença entre as áreas. Com relação ao quociente metabólico em ambas as amostragens a área cultivada apresentou os maiores valores. A diversidade funcional, representada pelo índice de Shannon, não apresentou diferença significativa entre as áreas avaliadas nas duas amostragens. Palavras-chave: Biomassa microbiana, atividade microbiana, diversidade microbiana

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

POTENCIALIZAÇÃO DA ABSORÇÃO DE SÓDIO PELO AMÔNIO EM SOJA COM SISTEMA RADICULAR INUNDADO

A.L. Thomas1

1 Departamento de Plantas de Lavoura, FA/UFRGS, [email protected]

Resumo: Este trabalho investigou a interação entre amônio e sódio contido na solução de um solo inundado sobre o desenvolvimento de um genótipo de soja tolerante e outro sensível à inundação do sistema radicular. O genótipo tolerante absorveu menos Na, Cl, Fe e Mn que o sensível após seis dias de inundação. O genótipo sensível apresentou sintomas de toxicidade na parte aérea com a adição de amônio e de amônio mais cloreto de sódio, enquanto o genótipo tolerante com adição de amônio mais cloreto de sódio. O aumento na absorção de Na causou toxicidade em ambos genótipos. Palavras chave: hipoxia, várzea.

INTRODUÇÃO

O estudo da adaptação de genótipos de soja à inundação do sistema radicular tem

levado a compreensão de que existe uma interação entre genótipos e os elementos tóxicos decorrentes do alagamento do solo. A falta de O2 no solo não é o único entrave ao desenvolvimento das plantas de soja, pois as alterações químicas que ocorrem no solo em decorrência do excesso de umidade podem ser mais prejudiciais ao metabolismo das plantas. Com a inundação ocorre a elevação no pH da solução do solo bem como um aumento nas concentrações de amônio, ferro e manganês (MARSCHNER, 1995; LIESACK et al., 2000; SOUSA et al., 2000; SETTER et al., 2009). Em alguns casos, a inundação também pode acentuar o efeito salino sobre as plantas, quer pela ascensão do sódio das camadas mais profundas do solo, pela solubilização do sódio presente no solo e/ou sua adição através da água de irrigação. Em avaliação de genótipos de soja em um Gleissolo hálico, que não proporciona problema de salinidade ao arroz irrigado, observou-se que o genótipo menos produtivo produziu 840 kg/ha de grãos contra 2600 kg/ha do genótipo mais produtivo, não havendo diferença nos teores de Fe e Mn nas folhas e sim no de Na, que foi de 698 mg de Na/kg de folhas secas no material menos produtivo contra 95 mg de Na/kg do genótipo mais produtivo.

Este trabalho teve por objetivo verificar a interação existente entre amônio e sódio sobre o desenvolvimento da soja com sistema radicular inundado.

MATERIAL E MÉTODOS

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Genótipos de soja considerados tolerante (I 27) e sensível (BRS 154) à inundação do sistema radicular foram cultivados em vasos de 01 L contendo solo (Gleissolo hálico) até o estádio V4-5 (3-4 folhas trifolioladas), quando foram estabelecidos os seguintes tratamentos nos sistemas radiculares das plantas: 1) Não inundado; 2) Inundado com água; 3) Inundado com água mais nitrogênio (3 mM de NH4); 4) Inundado com água mais sal (3 mM de NaCl); e 5) Inundado com água mais nitrogênio (3 mM de NH4) mais sal (3 mM de NaCl). Foram utilizadas cinco repetições por tratamento até seis dias de inundação, momento em que surgiram os primeiros sintomas de toxicidade (murcha, desidratação e morte da parte aérea) nas plantas. Fez-se a análise de macro e micronutrientes no tecido coletado da parte aérea das plantas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O genótipo tolerante absorveu menos Na (Tabela 1), Cl (Tabela 2), Fe (267 mg/Kg de MS de folhas contra 321 mg/Kg) e Mn (270 mg/Kg de MS de folhas contra 367 mg/Kg) que o genótipo sensível.

O teor de Na nas folhas de ambos genótipos foi maior no tratamento inundado com adição de NH4 (deixa N ou altera-se dos N do resumo por NH4) e sal (NaCl) (Tabela 1), causando danos na parte aérea (Figura 1). Fica evidente que o genótipo tolerante não teve seu desenvolvimento alterado pela adição de sal ou NH4 (deixa N ou altera-se dos N do resumo por NH4) na solução, mas sim pela interação desses dois fatores. Provavelmente, o aumento na concentração de NH4 na solução do solo alterou a seletividade da membrana plasmática, aumentando a absorção de Na. Em ervilha cultivada em solo drenado, a utilização de NH4 como única fonte de N aumentou a absorção de Na (FIGUEIRA & CALDEIRA, 2005). Já em trigo, a hipoxia, por si só, já proporcionou um aumento na absorção de Na (SETTER et al., 2009).

Tabela 1. Teor de sódio (Na) na matéria seca (MS) das folhas de genótipos de soja tolerante e sensível à inundação, em tratamentos não inundado (NI), inundado com água - I (H2O), inundado com água mais nitrogênio - I (N), inundado com água mais sal - I (Sal), e inundado com água mais nitrogênio e sal - I (N+Sal). Tratamentos Tolerante Sensível ............. mg de Na / Kg de MS............. NI A* 33 b A 28 c I (H2O) A 29 b A 55 c I (N) B 43 b A 147 b I (Sal) B 55 b A 154 b I (N+Sal) B 279 a A 457 a Média B 88 A 168 * Médias antecedidas de mesma letra maiúscula na linha e seguidas de mesma letra minúscula na coluna não diferem pelo teste de Duncan 5%.

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Figura 1. Desenvolvimento de genótipos de soja sensível e tolerante à inundação do

sistema radicular após seis dias de tratamento. Onde: NI = não inundado; I = inundado, N = NH4 e Sal = NaCl.

A adição de sal não alterou a absorção de Cl em nenhum tratamento aplicado aos dois genótipos (Tabela 2), embora houve diferença entre genótipos, demonstrando não ter ocorrido toxidez por esse íon. Portanto, embora absorvido em maior quantidade, o Cl não foi mais tóxico que o Na para a soja como afirmam MUNNS & TESTER (2008). Tabela 2. Teor de cloro (Cl) na matéria seca das folhas de genótipos de soja tolerante e sensível à inundação, em tratamentos não inundado (NI), inundado com água - I (H2O), inundado com água mais nitrogênio - I (N), inundado com água mais sal - I (Sal), e inundado com água mais nitrogênio e sal - I (N+Sal). Tratamentos Tolerante Sensível ........................ % de Cl .......................... NI 0,37 0,97 I (H2O) 0,35 0,91 I (N) 0,46 0,93 I (Sal) 0,40 0,97 I (N+Sal) 0,51 1,02 Média B* 0,41 A 0,96 * Médias antecedidas de mesma letra maiúscula na linha e seguidas de mesma letra minúscula na coluna não diferem estatisticamente pelo teste de Duncan 5%.

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CONCLUSÃO

Em soja com sistema radicular inundado a presença de Na, mesmo em baixa concentração, e NH4 podem levar ao aumento na absorção de Na pela planta, chegando a níveis tóxicos à mesma.

BIBLIOGRAFIA FIGUEIRA, E.M.A.P., CALDEIRA, G.C.N. Effect of nitrogen on salt tolerance of Pisum

sativum during vegetative growth. J. Plant Nutr.. Soil Sci., v.168, p.359-363, 2005. LIESACK, W., SCHNELL, S., REVSBECH, N.P., 2000. Microbiology of flooded rice paddies. FEMS Microbiol. Rev. v.24, p.625-645, 2000. MARSCHNER, H., 1995. Mineral nutrition of higher plants. San Diego: Academic Press. 889p. MUNNS, R., TESTER, M. Mechanisms of salinity tolerance. Annu. Rev. Plant Biol., v.59, p.651-681, 2008. SETTER, T.L., WATERS, I., SHARMA, S.K., SINGH, K.N., N. KULSHRESHTHA, YADUVANSHI, N.P.S., RAM, P.C., SINGH, B.N., RANE, J., MCDONALD, G., KHABAZ-SABERI, H., BIDDULPH, T.B., WILSON, R., BARCLAY, I., MCLEAN, R., CAKIR, M. Review of wheat improvement for waterlogging tolerance in Australia and India: the importance of anaerobiosis and element toxicities associated with different soils. Annals of Botany, v.103, p.21-235, 2009. SOUSA, S., CAMARGO, F.A.O.,VAHL, L.C., 2000. Solos Alagados. In: MEURER, E.J.(ed.). Fundamentos de química de solo. Gênesis, Porto Alegre-RS, 2000. 174p.

Summary: Potentialization of sodium absorption by ammonium in soybean with root system flooded. This study investigated the interaction between ammonium and sodium in the solution of a flooded soil on the development of tolerant genotype of soybean and other susceptible to flooding of the root system. The tolerant genotype absorbed less Na, Cl, Fe and Mn that susceptible after six days of flooding. The susceptible genotype showed symptoms of toxicity in the shoot with the addition of ammonium and ammonium more sodium chloride, while the tolerant genotype with the addition of ammonium more sodium chloride. The increase in absorption of Na damaged both genotypes. Key words: hypoxia, lowland.

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

GLUTAMINA NA SEIVA DO XILEMA COMO INDICADORA DA FIXAÇÃO SIMBIÓTICA DE NITROGÊNIO EM SOJA COM SISTEMA RADICULAR EM

HIPOXIA

A.L. Thomas1

1 Departamento de Plantas de Lavoura, FA/UFRGS, [email protected]

Resumo: Plantas de soja inoculadas na semeadura com Bradyrhizobium elkanii foram cultivadas em vasos com vermiculita e solução nutritiva sem N até o estádio V6-7 (plantas com 5 ou 6 folhas trifolioladas). Nesse estádio, os sistemas radiculares foram inundados e a seiva do xilema foi coletada durante 21 dias. Aminoácidos foram analisados por cromatografia líquida de alta performance e ureídeos foram determinados colorimetricamente. Foi encontrada uma alta correlação (r = 0,90) entre o teor de glutamina e o de ureídeos na seiva do xilema, sendo possível afirmar que a glutamina é um indicador da fixação simbiótica de N2 em soja. Palavras chave: ureídeos, aminoácidos, alagamento.

INTRODUÇÃO

As leguminosas são, geralmente, sensíveis às inundações e o alagamento do solo pode

limitar seu crescimento, pois os nódulos precisam de O2 para manter a respiração aeróbica necessária para suprir a grande quantidade de ATP indispensável à atividade da nitrogenase. Entretanto, a fixação simbiótica de N2 em soja pode se aclimatar à inundação e a recuperação da fixação coincide com a formação de aerênquima e raízes adventícias (BACANAMWO & PURCELL, 1999; THOMAS et al., 2005). Em plantas de soja com fixação simbiótica de N2 efetiva, os ureídeos (ácido alantóico e alantoína) constituem aproximadamente 80% do N transportado na seiva do xilema, sendo considerados produtos específicos da fixação (McCLURE & ISRAEL, 1979; McCLURE et al., 1980). Já na composição de aminoácidos na seiva do xilema predominam a asparagina ( ± 50%) e a glutamina (± 20%) (PUIATTI & SODEK, 1999). A asparagina é formada a partir de ácido aspártico e glutamina, sendo a glutamina o doador de N para formar o grupo amida (LEA & FOWDEN, 1975). Tendo em vista que ao se analisar os aminoácidos na seiva do xilema através de cromatografia líquida de alta performance se obtém o teor de glutamina, buscou-se verificar a correlação desse aminoácido com o teor de ureídeos na seiva do xilema, que é determinado através de método colorimétrico.

MATERIAL E MÉTODOS

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Plantas de soja, cv. FT-Abyara, inoculadas na semeadura, foram cultivadas em vasos de 2 L com vermiculita e nutridas com solução nutritiva sem N até o estádio V6-7 (5 a 6 folhas trifolioladas desenvolvidas), ocasião que os sistemas radiculares foram inundados com solução nutritiva sem N, a 1/3 da concentração, durante 21 dias. Foram utilizadas três repetições, cada uma composta por duas plantas/vaso, por estádio. Coletou-se seiva do xilema conforme McCLURE & ISRAEL (1979), em dias alternados para determinação da concentração de ureídeos e aminoácidos. A determinação de ureídeos totais foi feita de acordo com VOGELS & VAN DER DRIFT (1970), que estima os teores de ureídeos a partir de leituras de absorbância a 535 nm, tomando-se como base uma curva de alantoína. A separação e análise da composição de aminoácidos livres na seiva do xilema foi realizada por cromatografia líquida de alta performance (HPLC) em coluna de fase reversa, após derivação com orto-ftaldialdeído, conforme JARRET et al. (1986), sendo que o perfil da glutamina surge próximo aos 21 min, entre os perfis da serina e histidina (Figura 1).

RESULTADOS E DISCUSSÃO A fixação simbiótica de N2, representada pela quantidade de ureídeos na seiva do xilema (Figura 2), diminuiu bruscamente no 1° dia de inundação, caiu de 22% para quase 0%, e manteve-se próximo a esse valor até o 5° dia, ocasião em que começou aumentar e se manteve próximo a 5% até o 13° dia, quando começou a crescer e atingiu valores entre 15 e 17%, valores esses próximos aos 20% de plantas não inundadas. Essa recuperação ocorreu devido ao desenvolvimento de aerênquima e raízes adventícias (THOMAS et al., 2005). A concentração de glutamina na seiva do xilema (Figura 2) apresentou comportamento similar ao de ureídeos durante a inundação. Esses dois compostos nitrogenados, determinados por metodologias completamente diferentes, apresentaram um coeficiente de correlação (r) de 0,90 (Figura 2), demonstrando que o aminoácido glutamina pode ser utilizado como um indicador da fixação simbiótica de N2 em soja.

CONCLUSÃO

Foi encontrada uma alta correlação (r = 0,90) entre o teor de glutamina e o de ureídeos na seiva do xilema, sendo possível afirmar que o aminoácido glutamina é um indicador da fixação simbiótica de N2 em soja.

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BIBLIOGRAFIA

Figura 2. Concentrações de glutamina (GLN) e de ureídeos na seiva do xilema de plantas de soja com sistemas radiculares inundados, durante 21 dias com solução nutritiva sem N, a partir do estádio V6-7.

0 10 20 30 40 50 60 Tempo (min) Figura 1. Perfis de eluição de derivados orto-ftaldialdeído-aminoácidos do padrão Sigma AAS-18, enriquecido com asparagina, glutamina e ácido amino-butírico (Gaba), em coluna cromatográfica Spherisorb ODS-2 (5µm, 4,6 mm x 250 mm) por cromatografia líquida de alta performance. Taxa de fluxo: 0,8 mL/min, λ de excitação: 250 nm, λ de emissão: 480 nm, tampão A: Na2HPO4 50 mM e pH 7,25, tampão B: metanol 65%, gradiente: 20 a 100% de B em 61 min.

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BACANAMWO, M., PURCELL, L.C. Soybean root morphological and anatomical traits associated with acclimation to flooding. Crop Sci., v.39, p.143-149, 1999. JARRET, H.W., COOKSY, K.D., ELLIS, B., ANDERSON, J.M. The separation of ophthalaldehyde derivatives of amino acids by reverse-phase chromatography on octylsilica columns. Anal. Biochem., v.153, p.189-198, 1986. LEA, P.J., FOWDEN, L. The purification and properties of glutamine-dependent asparagines isolated from Lupinus albus. Proc. Royal Society of London Series B., v.192, p.13-26, 1975. MCCLURE, P.R., ISRAEL, D.W. Transport of nitrogen in the xylem of soybean plants. Plant Physiol., v.64, p.411-416, 1979. MCCLURE, P.R., ISRAEL, D.W., VOLK, R.J. Evaluation of the relative ureide content of xylem sap as an indicator of N2 fixation in soybeans. Plant Physiol., v.66, p.720-725, 1980. PUIATTI, M., SODEK, L. Waterlogging affects nitrogen transport in the xylem of soybean. Plant Physiol. Biochem., v.37, p.767-773, 1999. THOMAS, A.L., GUERREIRO, S.M.C., SODEK, L. Aerenchyma formation and recovery from hypoxia of the flooded root system of nodulated soybean. Ann. Bot., v.96, p.1191-1198, 2005. VOGELS, G.D.,VAN DER DRIFT, C. Differential analysis of glyoxylate derivatives. Anal. Biochem., v.33, p.143-157, 1970.

Summary: Glutamine in the xylem sap as indicator of symbiotic nitrogen fixation in soybean with root system in hypoxia. Soybean plants inoculated at sowing with Bradyrhizobium elkanii were grown in pots with vermiculite and N-free nutrient solution to the stage V6-7 (plants with 5 or 6 trifoliate leaves). In this stage, the root systems were flooded and the xylem sap was collected for 21 days. Amino acids were analyzed by High Performance Liquid Chromatography and ureides were determined colorimetrically. There was a high correlation (r = 0.90) between the content of glutamine and ureides in the xylem sap, which can be said that glutamine is an indicator of the symbiotic N2 fixation in soybean. Key words: ureides, amino acids, flooding.

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

VARIABILIDADE ESPACIAL DE PROPRIEDADES FÍSICAS DO SOLO, POPULAÇÃO DE PLANTAS E DA PRODUTIVIDADE NA CULTURA DA SOJA

N. M. Mattioni1; L. O. B. Schuch1; G. L. Bellé2; R. Durigon3

1Universidade Federal de Pelotas, Programa de Pós-graduação em Ciência e Tecnologia de Sementes, Caixa Postal: 354, CEP: 96001-

970, Pelotas, RS. e-mail: [email protected] 2Evolução Agrícola – Agricultura de Precisão, Não-Me-Toque, RS;

3Núcleo de ensaios de Maquinas Agrícolas/Universidade Federal de Santa Maria

Resumo: O presente trabalho buscou avaliar e correlacionar a variabilidade espacial das propriedades físicas do solo, população de plantas e produtividade de uma lavoura de soja. O trabalho foi desenvolvido em uma lavoura comercial de 60,6 ha, utilizando uma malha de amostragem de 1 ponto/ha. Para avaliar as propriedades físicas do solo foi determinada a resistência a penetração do solo e a % de argila. A determinação da população de plantas foi realizada 30 dias após a emergência. A produtividade foi determinada com a colheita de 1m linear de duas linhas da cultura. Os resultados mostraram uma heterogeneidade da área quanto aos fatores estudados. A variabilidade espacial da resistência a penetração do solo nas camadas de 20 a 40 cm, 40 a 60 cm, 0 a 60 cm e da população de plantas tem efeito na variabilidade produtiva da cultura da soja. O teor de argila do solo afetou a população final de plantas na cultura da soja. Palavras-chave: agricultura de precisão, resistência a penetração, Glycine max l. Merril

INTRODUÇÃO

Lavouras de soja de alta produtividade são dependentes, dentre outros fatores, de solos com elevada fertilidade com condições físicas que beneficiem o desenvolvimento das plantas, bem como uma população de plantas recomendada para cada cultivar.

A heterogeneidade de atributos químicos e físicos de solo tem sido relatada na literatura, principalmente com o advento da agricultura de precisão. Este fato ocorre porque o próprio material de origem não é uniforme em toda a sua extensão, ou seja, o material de origem não sofre o processo de intemperização de forma homogênea e contínua, além da ação antrópica (SÁ, 2001). A variabilidade dos atributos físicos do solo são alguns dos possíveis responsáveis pela influência na oscilação da produtividade.

Sendo assim, o trabalho buscou estudar a variabilidade espacial das propriedades físicas do solo, da população de plantas e da produtividade de uma lavoura de soja e a correlação entre esses fatores.

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MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi realizado em uma lavoura de soja (28o29”58,26’S, 52o53”56,50’W), de 60,6 ha, na cidade de Não-Me-Toque/RS, durante a safra 2008/09. O solo é classificado como Latossolo Vermelho distrófico, e está sendo manejado sob o sistema de plantio direto a pelo menos 15 anos. Foi semeado na área a cultivar A 4725RG, que possui um ciclo super-precoce para a região, e uma população indicada de 300 a 400 mil plantas por hectare.

A semeadura foi realizada com uma semeadora equipada com sulcador do tipo facão, e com sistema de distribuição de sementes do tipo disco perfurado. A máquina foi regulada para que distribuísse 19 sementes por metro linear, e um espaçamento entre linhas de 45 cm. Foi utilizado como adubação de base, uma taxa fixa de 160 Kg de adubo NPK de formula 2-20-20, por hectare.

Para a definição da localização espacial das avaliações, foi determinada uma única malha de amostragem, de 1 ponto por hectare, totalizando 60 pontos.

Para a determinação da resistência a penetração do solo, foi utilizado um penetrômetro eletrônico de solo, o qual foi introduzido no solo a uma profundidade de 0 a 60 cm. Em cada ponto da malha de amostragem foi realizado 3 repetições, totalizando 180 avaliações.

A amostragem de solo para a determinação do teor de argila em laboratório foi coletada através de um trado de rosca, acoplado a um quadriciclo motorizado, na camada de 0 a 15 cm. Foram coletadas, 10 sub-amostras, totalizando 60 amostras médias, que foram enviadas para o Laboratório de Analise de Solos da Universidade Federal de Pelotas.

A determinação da população de plantas foi realizada 30 dias após a emergência, onde foi contado o número de plantas por metro em uma linha de semeadura escolhida de forma aleatória, com distância máxima de 5 m dos pontos da malha de amostragem, com quatro repetições.

Para a determinação da produtividade da cultura foi colhido 1 m linear de 2 linhas de semeadura, com quatro repetições em cada ponto.

As avaliações feitas no campo foram tabuladas em planilhas eletrônicas, interpolados pelo método da Krigagem, e os modelos digitais espacializados na forma de mapas utilizando-se o programa CR-Campeiro5. Os dados obtidos foram avaliados estatisticamente com os seguintes parâmetros: média, variância, desvio padrão, coeficiente de variação (CV%), mínimo, máximo, amplitude, além da determinação do coeficiente de correlação de Pearson.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

As camadas mais profundas apresentam, em média, uma maior resistência a penetração, ou seja, estão mais compactadas (tabela 1). A compactação do solo, porém não é homogênea, o que pode ser constatado pelo coeficiente de variação acima de 10 % em todas as camadas. O grau de compactação do solo prejudicial às culturas é de difícil determinação, pois depende de diversos fatores físicos, químicos e biológicos, e, da interação entre estes. Tormena (1996) relata que valores de resistência à penetração acima de 2 MPa podem influenciar negativamente o desenvolvimento das culturas. Sendo assim, exceto a camada de 0 a 20 cm, as demais apresentam compactação que pode influenciar negativamente o desenvolvimento das culturas. O teor de argila determinado em laboratório classifica o solo, em média, como textura 2, com alguns pontos com textura 1 dentro da área (CQFS RS/SC, 2004). Esse fato pode causar variabilidade na cultura, visto ser de grande influência em atributos químicos e físicos do solo.

A população de plantas da área também se manifestou de forma heterogênea nas avaliações realizadas (CV = 11,81%). Como a área foi semeada no mesmo dia e com as mesmas condições, pode-se inferir que existe um efeito, de ocorrência não uniforme que atua

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no estande final de plantas na lavoura, que muitas vezes não é considerado por produtores e técnicos.

Os dados de produtividade da área se mostraram com menor variabilidade (CV = 9,65%), porém, com uma amplitude de 1491 Kg/ha, o que demonstra haver sub-áreas dentro da lavoura que podem ser manejadas no intuito de torná-las mais produtivas. Tabela 1. Estatística descritiva referente a resistência a penetração do solo (RP) nas camadas de 0 a 20 cm, 20 a 40cm, 40 a 60 cm e a média de 0 a 60 cm, teor de argila, população de plantas e produtividade.

Características Resistência a penetração do solo

( MPa) Teor de Argila

População Produtividade

0-20 20-40 40-60 0-60 (%) (Plantas/ha) (kg/ha)

NO observações 60 60 60 60 60 60 60 Média 1,369 2,189 2,269 1,884 56 288241,74 3548,47 Variância 0,0367 0,1032 0,1264 0,0533 29,79 1,169 117446,4 Desvio padrão 0,1916 0,3216 0,3556 0,231 5,45 34064,34 342,7046 CV(%) 13,99 14,67 15,67 12,26 9,77 11,81 9,65 Mínimo 0,9994 1,5184 1,6110 1,5198 42 188888,89 2789,43 Máximo 1,8696 3,3011 3,0370 2,5873 74 355555,56 4280,81 Amplitude 0,8702 1,7827 1,4260 1,0675 32 166666,67 1491,38

A significância da análise da correlação de Pearson (Tabela 2), entre as diferentes

camadas de resistência a penetração estudadas, permite inferir a ocorrência de pontos de maior compactação do solo localizados. Essa inferência pode ser comprovada pelos mapas da distribuição espacial da compactação do solo (Figura 1). A resistência a penetração do solo, apresentou efeito significativo com a produtividade da cultura da soja, exceto na camada de 0 a 20 cm.

Tabela 2. Coeficientes de correlação entre os dados resistência a penetração (RP) 0 a 20cm, 20 a 40 cm, 40 a 50cm e média de 0 a 60cm, teor de argila, população de plantas e produtividade.

Características Resistência a penetração do solo

( MPa) Teor de Argila

População Produtividade

0-20 20-40 40-60 0-60 (%) (Plantas/ha) (kg/ha)

RP 0-20 1 0,4539* 0,4109* 0,6959* 0,0113ns -0,0420ns -0,2120ns RP 20-40 0,4539* 1 0,7041* 0,9050* 0,2660** -0,0703ns -0,3908* RP 40-60 0,4109* 0,7041* 1 0,8653* 0,178ns -0,2352ns -0,2857** RP 0-60 0,6959* 0,9050* 0,8653* 1 0,2000ns -0,1310ns -0,3642* % Argila 0,0113ns 0,2660** 0,178 ns 0,2000ns 1 -0,3084** -0,2478ns Plantas/ha -0,0420ns -0,0703ns -0,2352ns

-0,1310ns -0,3084** 1 0,2784**

Produtividade -0,2120ns -0,3908* -0,2857** -0,3642* -0,2478ns 0,2784** 1 * significativo a 1% de probabilidade. ** significativo a 5% de probabilidade. ns correlação não significativa.

A produtividade da soja também foi afetada significativamente, pela variação ocorrida na população de plantas, sendo que, em geral, os pontos com maiores populações obtiveram as maiores produtividades (Tabela 2).

A variação ocorrida na população de plantas na área estudada pode ter sido causada por vários fatores. Um fator importante estudado no trabalho foi o teor de argila do solo, que possivelmente pode ter afetado a emergência das plântulas devido ao selamento superficial causado pela floculação da argila, visto ter ocorrido uma chuva entre a semeadura e a emergência da cultura.

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Figura 1. Distribuição espacial das variáveis resistência a penetração 0 a 20cm, 20 a 40 cm, 40 a 50cm e média de 0 a 60cm, teor de argila, população de plantas e produtividade.

CONCLUSÕES A resistência a penetração do solo, a porcentagem de argila, a população de plantas e a produtividade da cultura da soja não são homogêneas. A variabilidade espacial da resistência a penetração do solo nas camadas de 20 a 40 cm, 40 a 60 cm, 0 a 60 cm e da população de plantas tem efeito na variabilidade produtiva da cultura da soja. O teor de argila do solo afeta a população final de plantas na cultura da soja.

BIBLIOGRÁFIA COMISSÃO DE QUIMICA E FERTILIDADE DO SOLO (CQFS RS/SC). Manual de adubação e de calagem para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. 10.ed. Porto Alegre: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo/Núcleo Regional Sul, 2004. 400p. SÁ, M.F.M. Abordagem quantitativa na predição espacial de atributos do solo e geração de zonas de manejo agrícola. Piracicaba, 2001. 117p. Tese (Doutorado) – Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”. Universidade de São Paulo. TORMENA, C.A.; ROLOFF, G. Dinâmica da resistência a penetração de um solo sob plantio direto. Rev.

Bras.Ciênc. Solo, Campinas, v.20, p.333-339, 1996.

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

O SISTEMA PRODUTIVO DA SOJA E O SEU USO COMO MATÉRIA-PRIMA PARA A PRODUÇÃO DE BIODIESEL

M.H. Hirakuri 1, J.F.V. Silva 2, A. Richetti 3, A.M.G. Castro 4

1 Embrapa Soja, Caixa Postal 231, Londrina-PR. [email protected] 2 Embrapa Soja, Caixa Postal 231, Londrina-PR. [email protected]

3 Embrapa Agropecuária Oeste, Dourados-MS. [email protected] 4 Embrapa Sede, CEP 70770-901 Distrito Federal-DF. [email protected]

Resumo: O objetivo deste estudo é avaliar o sistema produtivo de soja dominante no Brasil e sua relação com a produção nacional de biodiesel. Dentre os grandes produtores mundiais de soja, o Brasil é o país que possui o maior potencial de expansão da área cultivada, podendo expandir para áreas ocupadas pela pecuária extensiva. A análise temporal de custos revelou que a produção de soja na região Sul possui maior eficiência produtiva do que na região Centro-Oeste. Palavras chave: custos de produção, familiares, capitalistas.

INTRODUÇÃO

Os elevados teores de proteína e óleo da soja geraram vasto complexo agro-industrial

destinado ao processamento de seus derivados, tornando a soja uma das mais importantes commodities do mundo. O principal produto da soja é o farelo, matéria-prima para a fabricação de rações para alimentação animal. A demanda mundial crescente de alimentos, especialmente carnes, ovos e leite, deverá manter a demanda pela soja em alta. O consumo de óleo também deverá crescer, principalmente com os novos usos, como o biodiesel.

MATERIAL E MÉTODOS

Para realizar este estudo foi aplicado um roteiro de entrevistas junto a especialistas ligados aos setores de fornecimento de insumos, sistemas produtivos agrícolas, esmagadoras e usinas de biodiesel. Em seguida, foi realizada uma oficina de trabalho que teve a finalidade de traduzir estes dados em informações relevantes. Foi feita uma análise temporal dos custos de produção de soja por segmentos de produtores nas regiões Centro-Oeste e Sul. Para tanto, utilizaram-se os dados obtidos neste estudo e aqueles apresentados por Castro et al. (2000), onde foram selecionados três sistemas de produção: O Sistema de Produção praticado em Sorriso, MT, foi utilizado representando a empresa capitalista da região Centro-Oeste; o de Cascavel, PR, representando a empresa capitalista da região Sul; e o de Passo Fundo, RS, representando a empresa familiar da região Sul.

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

Nos sistemas de produção agrícola da cultura da soja foi constatada a presença de dois

segmentos de empresas: a familiar e a capitalista. Na região sul, 65% dos seus produtores são familiares, geralmente residem nas suas unidades de produção ou em cidades próximas, possuem pequenas e médias propriedades rurais ou são arrendatários. Nestas empresas, 90% da área é totalmente destinadas à agropecuária. A mão-de-obra é normalmente familiar, com a contratação de trabalhadores temporários para as épocas de plantio e colheita. O uso de máquinas, equipamentos agrícolas e insumos modernos na exploração da atividade caracterizam o nível tecnológico como industrial. A receita destas empresas vem da venda da produção para cooperativas agropecuárias e revendedores. Estes produtores utilizam financiamentos oficiais do governo, como o PRONAF.

As empresas capitalistas representam em torno de 73% dos produtores de soja da região Centro-Oeste, e 35% dos produtores da região Sul. Estas empresas são mecanizadas e empregam insumos modernos. O trabalho é assalariado e a administração conta com pessoal técnico e administrativo altamente especializado. Normalmente, estas empresas possuem grandes extensões de terra e buscam economia de escala. Verificou-se que os produtores capitalistas não residem nas unidades de produção. O uso de máquinas, equipamentos agrícolas e insumos modernos na exploração da atividade caracterizam o nível tecnológico como industrial. A produção é quase totalmente destinada ao mercado e as formas de financiamento são de fontes diversas, dentre elas o crédito oriundo de bancos oficiais, empresas que comercializam grãos e traders.

Na análise temporal de custos de produção (Tabela 1), os valores da safra 1997/98 foram atualizados através do índice geral de preços, disponibilidade interna (IGP-DI). Os custos das operações mecanizadas nas empresas capitalistas do Centro-Oeste na safra 2008/09 foram 87% superiores aos de 1997/98, e os das empresas capitalistas na região Sul, 9,9%. Isso se deve ao aumento nas aplicações de insumos para controle de pragas e doenças. Observou-se uma evolução de 101,55% nos custos dos insumos dos produtores capitalistas do Centro-Oeste e 23,07% nos da região Sul. Para os produtores familiares do Sul, esse aumento foi de 96,01%. O item que teve maior aumento percentual foi “adubos e corretivos”. Os custos pós-colheita das empresas capitalistas do Centro-Oeste cresceram 211,30%, devido a aumentos nos custos de transporte e armazenagem. Por outro lado, o preço da saca e a produtividade também evoluíram no período. Como impacto desses aumentos, a eficiência produtiva do Centro-Oeste caiu de 1,22 para 1,18, a das empresas capitalistas da região Sul passou de 1,28 para 1,62, e das empresas familiares do Sul cresceu de 1,07 para 1,59.

O sistema produtivo da soja é totalmente dependente de insumos (Figura 1). De acordo com os especialistas entrevistados, os preços das sementes são semelhantes em todas as regiões analisadas. Na região Sul, as sementes são de boa qualidade e facilmente disponíveis aos produtores, enquanto que na região Centro-Oeste, apesar da boa qualidade, ocorrem dificuldades na sua aquisição. Para os especialistas do Sul, os preços dos fertilizantes em sua região são semelhantes ou mais baratos que os da região Centro-Oeste. Para os especialistas da região Centro-Oeste, os preços desse insumo na região são maiores ou semelhantes aos de outras regiões. Os fertilizantes são facilmente disponíveis e de boa qualidade. Para os especialistas da região Sul, os preços dos corretivos são mais baratos em sua região. Os corretivos são facilmente disponíveis e de boa qualidade. Metade dos especialistas da região Sul considerou que os defensivos agrícolas de sua região têm preços semelhantes aos de outras regiões, 50% disseram que são mais caros. Na região Centro-Oeste, a opinião dos especialistas é idêntica. Os defensivos agrícolas são de boa qualidade e encontrados facilmente. Os preços das máquinas e equipamentos agrícolas são semelhantes em todas as regiões e estes são de boa qualidade e facilmente disponíveis.

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Tabela 1. Análise temporal dos custos de produção de soja por item de despesa.

Item de despesa Capitalista

- CO Capitalista

- Sul Familiar

Sul Sorriso Cascavel Passo Fundo

1- Operações 440,19 422,18 402,46 250,10 380,85 403,24 2- Insumos 1.082,79 865,98 771,30 537,23 703,66 393,50 3- Administração 49,56 20,78 17,00 83,48 94,27 149,28 4- Pós-colheita 140,18 43,71 38,93 45,03 52,00 29,08 Custo Total 1.712,72 1.352,65 1.229,69 915,84 1.230,78 975,10 Receita 2.019,15 2.188,80 1.949,40 1.118,89 1.577,22 1.044,08 Eficiência 1,18 1,62 1,59 1,22 1,28 1,07

Figura 1. Componentes dos custos de produção por regiões e empresas.

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CONCLUSÕES

O Quadro 1 ilustra as oportunidades e limitações da soja como matéria-prima para a produção de biodiesel.

Quadro 1. Oportunidades e limitações da soja para produção de biodiesel.

Oportunidades Limitações Geral

• Infra-estrutura de produção já existente; • Base tecnológica de produção agrícola

robusta; • Agregação de valor, buscando a exportação

de farelo de soja e carnes; • Aumento no esmagamento de soja no

Brasil, gerando mais empregos e divisas para o País;

• Infra-estrutura de armazenagem e escoamento deficitárias;

• Competição da destinação do óleo para consumo alimentar e para produção de biodiesel;

• Subsídios à produção agropecuária nos países ricos;

• Cotas e barreiras alfandegárias que limitam o acesso pleno aos mercados;

Gestão • Elevada eficiência produtiva agrícola; • Planejamento de médio e longo prazos; • Redução dos custos de produção; • Aumento da produtividade.

• Custo de produção crescente; • Margens de lucro reduzidas; • Perda de competitividade.

Sustentabilidade Ambiental, social e econômica • Aproveitamento de áreas de pastagens

degradadas em áreas de cerrado; • Existência de sistemas de certificação da

produção agrícola; • Aumento do IDH nos municípios onde a

soja passa a ser cultivada.

• Degradação ambiental em algumas situações;

• Necessidade do desenvolvimento e difusão de tecnologias que reduzam o impacto ambiental da produção de soja.

BIBLIOGRAFIA CASTRO, A. M. G. de, LIMA, S. M. V., FREITAS FILHO, A . SOUZA, H. R. A competitividade da cadeia produtiva da soja na Amazônia Legal. Brasília, DF: Embrapa: SUDAM, 2002. 115 p. Relatório de Estudo Técnico.

Summary: The soybean production system and its utilization as raw material for biodiesel production: The objective of this research work was to evaluate the Brazilian soybean production system and its relationship with the national biodiesel production. Among the major soybean producers, Brazil is the country that has the greatest potential for expanding producing areas with soybeans, mainly by occupying pasture areas. The cost analysis in the time shows that soybean production in Southern Regions is more efficient than in Northern Regions. Keys words: production costs, family agriculture, capitalists.

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

EFICIÊNCIA DO USO DA ÁGUA E SUA INFLUÊNCIA NA VARIABILIDADE DO POTENCIAL PRODUTIVO DAS CULTURAS

A. L. Santi1; T. J. C. Amado2; L. P. Della Flora3 1 Engº Agrº Dr. Prof Adjunto do CESNORS – UFSM; E-mail: [email protected];

2 Engº. Agrº. Dr. Professor Adjunto do Dept. Solos – UFSM, E-mail: [email protected]; 3 Engª Agrª Msc. Profª. Colégio Agrícola de Frederico Westphalen – UFSM.

Resumo. Dentre os parâmetros de solo a taxa de infiltração de água no solo e a sua variabilidade são as condições mais preponderantes na definição do potencial produtivo das culturas. Esse trabalho teve por objetivos identificar as relações da infiltração de água com a expressão do potencial produtivo das culturas e a eficiência de três métodos de diagnóstico da permeabilidade do solo em zonas com histórico de alto, médio e baixo potencial de produtividade. A unidade da alta produtividade apresentou a maior taxa de infiltração instantânea, independente do método utilizado. O monitoramento da disponibilidade de água nas áreas de plantio direto, onde as principais limitações de fertilidade do solo já foram equacionadas, torna-se uma importante observação, pois há uma forte evidência de que esse atributo possa ser o principal determinante da variabilidade de rendimento observado em áreas de plantio direto, especialmente em anos com déficit hídrico. Palavras Chave: Agricultura de Precisão, infiltração de água, potencial produtivo.

INTRODUÇÃO

As relações entre água e produtividade congregam uma quantidade de variáveis, por isso, seu manejo racional é imperativo na maximização da produção agrícola. Como esses fatores apresentam amplas relações, muito tem se estudado sobre seus efeitos em sistemas de culturas e de manejos (PALADINI & MIELNICZUK, 1991; BASSO & REINERT, 1998; LIMA ET AL. 2003;), suas relações com características e parâmetros de solo (REICHERT ET AL. 1993), com o tempo de uso do solo (Campos et al. 1995) e mais recentemente, sua variabilidade espacial (SOUZA ET AL. 2004). Os objetivos desse trabalho foram identificar as relações da infiltração de água com a expressão do potencial produtivo das culturas e a potencialidade a campo de três métodos de diagnóstico da permeabilidade do solo em zonas com histórico de alto, médio e baixo potencial de produtividade e identificar, no campo, os locais que estariam tendo maior e menor eficiência do uso da água.

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MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi realizado em condições de lavoura em uma gleba, com 57,4 ha, situada na região do planalto médio no município de Palmeira das Missões, RS. O solo é classificado como Latossolo Vermelho distrófico típico, textura argilosa (Embrapa, 1999).

Baseado no histórico dos mapas de produtividade a área foi dividida em três zonas conforme o potencial produtivo (alta, média e baixa produtividade). Em cada zona foram avaliados cinco pontos. A localização foi feita com GPS de navegação portátil Garmin®. Para a determinação da infiltração de água no solo utilizaram-se três métodos de avaliação: o método de duplos anéis concêntricos descrito por Bouwer (1986), e readaptado por Lanzanova (2005), denominado por esse autor como “Infiltrômetro Jari Grande", o método proposto pelo Soil Quality Test Kit Guide (USDA-ARS) e o método de Cornell

Sprinkle Infiltrometer, descrito por Van Es & Schindelbeck (2003). Os dados espacializados foram interpolados utilizando o inverso do quadrado da distância com distância utilizando o programa CR-Campeiro5 (Giotto et al., 2004). A eficiência do uso da água foi calculada pela fórmula: Eficiência do uso da água = kg de produto colhido/milímetro de chuva precipitado

RESULTADOS E DISCUSSÕES

A unidade da alta produtividade apresentou a maior taxa de infiltração instantânea, independente do método utilizado. A tendência mostrou uma maior taxa de infiltração na unidade de alta produtividade decrescendo na de média e na de baixa produtividade. O método proposto pelo Soil Quality Test Kit Guide, se mostrou sensível e eficiente na definição das áreas potencias produtivas. Na zona de alta produtividade a simulação de uma chuva de 300 mm h-1 através do método de Cornell Sprinkle Infiltrometer provocou o inicio de escoamento após 27 minutos contra os 17 e 10 minutos evidenciados nas zonas de média e baixa produtividade, respectivamente.

A precipitação média acumulada durante o ciclo das culturas pode ser observado na tabela 1 soja na safra 2000/01 912 mm, milho na safra 2001/02 622 mm, soja safra 2002/03 1.195 mm, trigo safra 2003 649 mm, soja safra 2003/04 897 mm e milho safra 2004/05 de 518 mm. A eficiência do uso da água em cada safra e cultura encontra-se na Figura 1. Em todos os mapas, com exceção do milho 2004/05 há uma tendência de uma zona de maior eficiência de uso da água. Para a cultura da soja, na safra 2002/03 em virtude da boa disponibilidade hídrica ocorrida no período o mapa mostrou-se mais uniforme com 84% da área produzindo entre 2,6 a 3,5 kg de soja por mm de chuva precipitado. Já a safra 2003/04 evidenciou mais os locais com prováveis problemas de compactação e redução do armazenamento da água quando comparado com a safra 2002/03.

Enquanto na safra 2002/03 cerca de 27% da área apresentava uma eficiência acima de 3 kg de soja produzido por mm precipitado, na safra 2003/04 essa área caiu para 14%. Em contrapartida os locais com eficiência do uso da água inferior a 2,5 kg por mm precipitado, que na safra 2002/03 perfaziam 15% da área, passaram a representar 54% da área na safra 2003/04. As culturas do trigo e do milho mostraram ser mais eficientes em separar zonas de manejo e caracterizar locais de alto e baixo potencial produtivo, quando comparadas com a cultura da soja.. A zona de baixa eficiência de uso da água compreende 29% da área, a zona de média eficiência 35% e a zona de alta eficiência 36%. O monitoramento da disponibilidade de água nas áreas de plantio direto, onde as principais limitações de fertilidade do solo já foram equacionadas, torna-se uma importante observação, pois há uma forte evidência de que esse atributo possa ser o principal determinante da variabilidade de rendimento observado em áreas de plantio direto, especialmente em anos com déficit hídrico.

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CONCLUSÕES

As áreas de maior potencial produtivo foram as que apresentaram as maiores taxas de infiltração seguidas pelas áreas de média e baixa produtividade independente do método utilizado. Os três métodos utilizados foram eficientes em elucidar as diferenças na permeabilidade do solo nas unidades de alta, média e baixa produtividade. Os locais de alta produtividade foram os que apresentaram o maior tempo para o início do escoamento superficial seguidos pelas áreas de média e baixa produtividade. O aumento da atividade biológica potencializou a permeabilidade do solo por possibilitar um fluxo preferencial de água através das galerias produzidas pelos organismos do solo, independente de se tratar de uma região de alta, média ou baixa produtividade. A área estudada apresenta 29% da área com baixa eficiência de uso da água, 35% da área com média eficiência e 36% da área com alta eficiência.

BIBLIOGRÁFIA

BASSO, C.J.; REINERT, D.J. Variação da agregação induzida por plantas de cobertura de solo no inverno e plantio direto de milho em um solo Podzólico. Ciência Rural, v.28, n.4, p.567-571, 1998. CAMPOS, B.C.; REINERT,D.J.; NICOLODI, R.; RUEDELL, J.; PETRERE, C. Estabilidade estrutural de um Latossolo vermelho-escuro distrófico após sete anos de rotação de culturas e sistemas de manejo de solo. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.19, p.121-126, 1995. EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos (Rio de Janeiro, RJ). Sistema Brasileiro de Classificação de Solos – Brasília: EMBRAPA Produção de Informações; RJ: EMBRAPA Solos, 1999. XXVI, 412p.

GIOTTO, L; ROBAINA, A. D. & SULZBACH, L. A Agricultura de Precisão com o Sistema CR Campeiro5, 2004. 330p. LANZANOVA, M.E. Atributos físicos do solo em sistemas de culturas sob plantio direto na integração lavoura-pecuária. Santa Maria, 2005. 132f. Dissertação (Mestrado em Ciência do Solo) – Programa de Pós Graduação em Ciência do Solo, Centro de Ciências Rurais, Universidade Federal de Santa Maria, 2005.

LIMA, C.L.R.; PAULETTO, E.A.; GOMES, A.S.; SILVA, J.B. Estabilidade de agregados de um Planossolo sob diferentes sistemas de manejo. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.27, p.199-205, 2003. PALADINI, F.L.S. & MIELNICZUK, J. Distribuição de tamanho de agregados de um solo Podzólico vermelho-escuro afetado por sistema de culturas. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.15, p.135-140, 1991. REICHERT, J.M.; VEIGA, M. da & CABEDA, M.S.V. Índices de estabilidade de agregados e suas relações com características de solo. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.17, p.283-290, 1993.

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SOUZA, Z.M.; MARQUES JÚNIOR, J.; PEREIRA, G.T. Variabilidade espacial de atributos físicos do solo em diferentes formas do relevo sob cultivo de cana-de-açúcar. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.28, p.937-944, 2004. Van ES. H. & SCHINDELBECK, R. Field procedures and data analysis for the cornell Sprinkle Infiltrometer. Cornell University, Department of Crop and Soil Sciences. Extension publication R 03-01. 8

Figura 1. Eficiência do uso da água em cada safra e cultura – Palmeira das Missões/RS.

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

VARIABILIDADE NO RENDIMENTO DE GRÃOS DAS CULTURAS DA SOJA E DO MILHO EM LAVOURAS MANEJADAS COM AGRICULTURA DE PRECISÃO

A.L. Santi1, T.J.C. Amado2, L.P. Della Flora3 1 Eng. Agr., Dr., Prof. Adjunto do CESNORS – UFSM. E-mail: [email protected]; 2 Eng. Agr., Dr., Professor Adjunto do Dept. Solos – UFSM. E-mail: [email protected];

3 Eng. Agr., M.Sc., Profª. Colégio Agrícola de Frederico Westphalen – UFSM.

Resumo: O conhecimento da variabilidade da produtividade das culturas permite a identificação e estabelecimento de unidades com diferentes expressões do potencial produtivo. Sendo assim, o mapa de produtividade é uma importante ferramenta da agricultura de precisão pois auxilia nos processos investigativos na lavoura e no seu gerenciamento. Nas duas áreas estudadas os dados evidenciam a presença de variabilidade estruturada e com repetição durante os anos. Neste caso, valores médios de produtividade não expressam corretamente o potencial produtivo das áreas mesmo em áreas de plantio direto consolidado. Palavras chave: Agricultura de Precisão, produtividade, variabilidade.

INTRODUÇÃO

A investigação dos limites de produtividade contribui para identificar as variáveis do

ambiente responsáveis pelo desempenho final da cultura e ressaltar em que nível cada uma delas representa limitações à expressão máxima da produtividade (BARNI et al., 1995). Nesse sentido, Argenta et al. (2003) ressaltaram que a determinação do potencial de rendimento de grãos das culturas torna-se ferramenta importante para a tomada de decisão no manejo.

O mapa de produtividade também denominado mapa de colheita é uma importante ferramenta da agricultura de precisão (AP), pois auxilia na identificação e quantificação da variabilidade da produtividade das culturas auxiliando nos processos investigativos na lavoura e no seu gerenciamento (HAN et al., 1994). Elaborar uma estratégia consistente de avaliação da variabilidade espacial da produtividade, a partir de vários mapas de colheita das culturas, com propósitos de identificação e estabelecimento de unidades com diferentes expressões do potencial produtivo (altas, médias e baixas produtividades) e de aplicabilidade prática ao manejo de campo, é o objetivo central desse trabalho. Tendo em vista que se trata de um trabalho exploratório, sua construção visa subsidiar novas pesquisas referentes às causas dessa variabilidade e a interação desses fatores com o potencial produtivo do solo sob sistema plantio direto.

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MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi realizado em duas áreas no Planalto Médio do RS. Uma envolve 57 ha no município de Palmeira das Missões, entre as coordenadas (WGS84) -27.8228 (S) a -27.8356 (S), e -53.4086 (W) a -53.3940 (W), e a segunda área, com 132 ha, encontra-se no município de Não-Me-Toque situada entre as coordenadas -28.4728 (S) a -28.4874 (S), e -52.7903 (W) a -52.7735 (W).

Em ambas as áreas, para a colheita georreferenciada, contou-se com o auxílio de duas colhedoras, de propriedade dos produtores, ambas da marca Massey Ferguson modelos MF34, equipadas com o Sistema Fieldstar de AP, desenvolvido pela empresa AGCO do Brasil. Os dados foram tabulados utilizando-se o programa CR-Campeiro6, (GIOTTO et al., 2004) procurando eliminar, através de filtragens, os valores de produtividade discrepantes seguindo as proposições de Moore (1998) e Menegatti (2002).

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Dentre os erros encontrados durante a filtragem, foram a presença de pontos com coordenadas repetidas, ou seja, com distância nula, presença de valores de produtividade improvável devido seu alto valor quando comparado com os pontos sequenciais. Nas duas áreas, mensurou-se a variabilidade espacial da produtividade das culturas demonstradas pelas produtividades máximas, médias e mínimas (Tabela 1).

Os dados evidenciam a presença de variabilidade nas duas áreas estudadas. Na cultura da soja, área de Não-Me-Toque, safra de 2002/03, a diferença entre o maior e o menor rendimento obtido foi de 79% enquanto que em Palmeira das Missões os percentuais foram de 59%, 64% e 81% para as safras 2000/01, 2002/03 e 2003/04, respectivamente. O acréscimo nas diferenças verificado na safra 2003/04 pode ser justificado pelo estresse hídrico ocorrido no período, considerado o mais severo das últimas décadas.

Na cultura da soja, mesmo em condições de elevado déficit hídrico, alguns locais apresentaram produtividades satisfatórias e acima de 3.000 kg ha-1 e, em alguns casos, acima de 5.000 kg ha-1. Parcianello et al. (2002) e Rambo et al. (2003) obtiveram em condições de experimentos, rendimentos superiores a 5.000 kg ha-1 Em condições americanas, Cooper (2003) também constatou que produtores vinham obtendo records de produtividade (6.000 kg ha-1) na cultura da soja fato, não obtido em Estações Experimentais.

Para a cultura da soja, na área de Palmeira das Missões, os baixos rendimentos foram expressos em 30, 37 e 46% da área, respectivamente, nas safras 2000/01, 2002/03 e 2004/05 (Figura 1). Na cultura do milho essa zona representou 37% na safra 2002/03 e 45% da área na safra 2004/05 e na cultura do trigo esse valor foi de 35%. Nessa área, em anos de déficit hídrico (2004 e 2005), independente da cultura (leguminosa ou gramínea), mais de 45% da área teve seu rendimento comprometido. Em todos os mapas as zonas de baixa e alta produtividade representaram, individualmente, mais de 30% da área. Percebeu-se que as unidades de baixa produtividade mantiveram-se, em termos de representação de área, estável com os percentuais de 37, 36, 33 e 38% para os mapas das culturas do milho 2002, trigo 2003, soja 2003 e milho 2005, respectivamente. Os dois ambientes apresentaram comportamento semelhante quanto à variabilidade do rendimento de grãos e no percentual das áreas com potenciais produtivos altos, médios e baixos. Em Palmeira das Missões a zona de baixo rendimento representou 33% da área enquanto que a zona de alto rendimento representou 31% (sobreposição de seis eventos de colheita) e no município de Não-Me-Toque 35% e 41 %, respectivamente (Figura 1). De uma forma prática os resultados obtidos demonstraram, nas duas áreas estudadas, uma variabilidade estruturada e com repetição durante os anos. Neste caso, valores médios de produtividade não expressam corretamente o potencial produtivo das áreas mesmo em áreas de plantio direto consolidado.

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CONCLUSÕES

A sobreposição de vários eventos de colheita, na mesma área, em conjunto com a integração de mais de uma cultura proporcionou a distinção de zonas com potenciais de rendimento estáveis. Na área de Palmeira das Missões os locais com baixo potencial produtivo de grãos mostraram-se os mais sensível em situações de estresse hídrico quanto a variabilidade da produtividade. Em condições de lavoura, é possivel alcançar rendimentos semelhantes aos obtidos em condições experimentais porém a área de ocorrência fica restrita a menos de 30% da área.

BIBLIOGRAFIA

ARGENTA, G., SANGOI, L., SILVA, P.R.F. et al. Potencial de rendimento de grãos de milho em dois ambientes e cinco sistemas de produção. Scientia Agrária, v.4, n.1-2, p.27-34, 2003. BARNI, N.A., BERLATO, M.A., BERGAMASCHI, H., RIBOLDI, J. Rendimento máximo do girassol com base na radiação solar e temperatura: II. Produção de fitomassa e rendimento de grãos. Pesquisa Agropecuária Gaúcha, Porto Alegre, v.1, p.201-216, 1995. COOPER, R.L. Pesquisa sobre produtividade máxima da soja nos EUA. Informações Agronômicas – POTAFOS, n.101, março de 2003. GIOTTO, L., ROBAINA, A.D., SULZBACH, L. A Agricultura de Precisão com o Sistema CR Campeiro5, 2004. 330p. HAN, S., HUMMEL, J.W., GOERING, C.E., CAHN, M.D. Cell size selection for site-specific crop management. Transactions of the ASAE, v.37, n.1, p.19-26, Jan./Feb. 1994. MENEGATTI, L.A.A. Metodologia para identificação, caracterização e remoção de erros em mapas de produtividade, Piracicaba, 2002, 84p. Dissertação (Mestrado) – Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”. Universidade de São Paulo. MOORE, M. An investigation into the accuracy of yield maps and their subsequent use in crop management. 1998. 379f. Thesis (Doctorate) - Silsoe College, Cranfield University, Warwick, 1998. PARCIANELLO, G., COSTA, J.A., RAMBO, L., PIRES, J.L., SAGGIN, K.D. Potencial de rendimento de grãos da soja por estrato do dossel em função do espaçamento entre fileiras e desfolhamento. In: Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul, 15., 2002, Cruz Alta. p.152, 2002. RAMBO, L., COSTA, J.A., PIRES, J.L.F. et al. Rendimento de grãos da soja em função do arranjo de plantas. Ciência Rural, v.33, n.3, p.405-411, 2003.

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Tabela 1. Produtividade das culturas em duas áreas manejadas com técnicas de agricultura de precisão.

Produtividade da lavoura Estatística

(kg ha-1) % SAFRAS

N0 de pontos

Amostrais Máxima Média Mínima DP* CV**

Área de Não-Me-Toque (132 ha) Milho 2001/02 84.191 13.020 5.640 1.140 1.500 26.53 Soja 2002/03 52.180 5.220 3.720 1.080 840 21.74 Trigo 2003 51.307 5.580 2.700 540 720 14.74

Milho 2004/05 36.875 13.980 7.680 1.500 2.100 27.22 Área de Palmeira das Missões (57 ha)

Soja 2000/01 22.871 4.860 3.180 1.980 480 16.20 Milho 2001/02 43.085 12.960 7.800 3.060 1.620 20.80 Soja 2002/03 9.250 4.980 3.240 1.800 660 20.62 Trigo 2003 10.355 5.520 3.540 960 660 18.18

Soja 2003/04 8.943 3.780 2.220 720 600 18.73 Milho 2004/05 28.999 12.960 6.000 1.600 1.620 27.21

* DP = Desvio Padrão; **CV = Coeficiente de Variação.

Figura 1. Variabilidade horizontal temporal e verticalização da produtividade em relação à

média da lavoura, segundo a metodologia proposta por Molin (2002), considerando a sobreposição de seis mapas para a área de Palmeira das Missões e quatro mapas para a área de Não-Me-Toque - RS.

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

ATIVIDADES DA EMBRAPA TRIGO E EMBRAPA TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA PARA A CULTURA DA SOJA NO SUL DO BRASIL NA SAFRA DE 2008/09

A. Acosta1, P.E. Ferreira2, L. Eichelberger2, P.F. Bertagnolli2, L.M. Costamilan2,

J. Antunes2, L. Lunardi2, S. Buriol2, F.T.F. Pereira1, O. Vasconcellos2

1Embrapa Transferência de Tecnologia, [email protected]

2Embrapa Trigo

Resumo: Este trabalho relata o conjunto de atividades realizadas na safra 2008/09 pela Embrapa Trigo e Embrapa Transferência de Tecnologia, Escritório de Negócios de Passo Fundo, para a cultura da soja e objetivou licenciar e demonstrar cultivares, capacitar técnicos e agricultores acerca de cultivares e tecnologias desenvolvidas pela Embrapa e validar regionalmente resultados e indicações da pesquisa. Foram comercializadas 5 cultivares para 34 empresas de sementes e firmados 134 contratos de licenciamento de cultivares indicadas pela pesquisa, nas diferentes categorias de sementes. Foram instaladas quatro vitrines tecnológicas com a nova cultivar BRS Taura RR e 59 unidades demonstrativas com as cultivares BRS 246 RR, BRS 243 RR, BRS 255 RR e BRS Macota. Nesses locais, foram transferidas tecnologias de manejo associadas às cultivares. Foram realizados 30 dias de campo, 21 palestras específicas para cultura e quatro eventos organizados institucionalmente. Para divulgação dessas atividades, foram também realizadas 68 inserções na imprensa. Palavras chave: cultivares, sementes, vitrines tecnológicas, unidades demonstrativas.

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

ANÁLISE DE PRODUÇÃO EM CULTIVARES DE SOJA DE CICLO PRECOCE E SEMITARDIO SUBMETIDOS AO ALAGAMENTO

M. A. Durigon1, A. C. Langaro1, L. do Amarante1, G. G. da Rosa1, P.G. Badinelli1, F. J. Vernetti Júnior2

1Instituto de Química e Geociências/Departamento de Bioquímica/UFPel - Campus Capão do Leão, Capão do Leão, RS - [email protected]

2Embrapa Clima Temperado, Capão do Leão, RS

Resumo: Os solos de várzea apresentam restrições ao cultivo da soja, principalmente em função da drenagem deficiente, ocorrendo muitas vezes alagamento das lavouras e conseqüente decréscimo do oxigênio disponível às raízes. Buscou-se com este trabalho avaliar a produção de grãos de cultivares que possivelmente apresentam tolerância diferencial à deficiência de O2, frente a dez dias de inundação do sistema radicular. Dois experimentos foram conduzidos em casa de vegetação, em vasos de polietileno com vermiculita: I - Cultivares semitardias (MSoy7501 - BRS Candieiro) e II - precoces (BRS211 - CD202). As plantas foram inoculadas com Bradyrhizobium elkanii estirpe SEMIA587 no estádio V0 e nutridas com solução nutritiva de Hoagland sem nitrogênio durante todo o experimento. No estádio V6 foram submetidas a dez dias de inundação do sistema radicular. Avaliou-se: número de vagens, número de grãos, número de grãos por vagem, peso de grãos e peso de grãos + vagem. O delineamento em cada experimento foi de blocos ao acaso, em esquema fatorial, 2x2: genótipos e regimes hídricos (controle – inundado) com quatro repetições. Os dados foram submetidos à analise de variância e à comparação de médias pelo teste t com 5% de probabilidade. Os dois cultivares semitardios, submetidos ao alagamento, produziram maior número de grãos, e BRS Candieiro, sob inundação, produziu maior número de vagens. Sugere-se que esta resposta é resultado do adiantamento do ciclo causado pelo estresse hipóxico. O peso de grãos, peso de grãos + vagem e número de grãos por vagem diferiram apenas entre genótipos. Os parâmetros avaliados nos cultivares precoces não foram influenciados pelo regime hídrico, porém diferiram entre genótipos. Conclui-se que o estresse causado pelo período de dez dias de inundação nos diferentes cultivares não é capaz de reduzir a produção de grãos, sendo possivelmente necessário prolongar o período de estresse para que diferenças na produtividade sejam evidenciadas. Palavras chave: Glycine max, inundação, rendimento

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

BALANÇO ENERGÉTICO DE SOJA EM SISTEMAS DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA PÓS-SOJA NA REGIÃO NORTE DO RIO GRANDE DO SUL

L.G. Floss1, W. Boller2, E.L. Floss2, L. Rosso2 1 FLOSS Consultoria e Assessoria em Agronegócios Ltda, Rua João

de Césaro, 255/03, Passo Fundo, RS, CEP 99070-140, E-mail: [email protected]

2 Universidade de Passo Fundo – Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, BR 285, Bairro São José, Passo Fundo, RS, CEP 99052-

900, E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected]

Resumo: A agricultura deve analisar os sistemas de produção e não somente as culturas isoladamente. O objetivo foi avaliar a entrada e saída de energia da cultura de soja em sistemas de produção agrícola com diferentes culturas nas safras de inverno. O experimento foi conduzido no Centro Tecnológico da empresa Floss Consultoria e Assessoria em Agronegócios, em Passo Fundo, Rio Grande do Sul. A cultura da soja foi cultivada após culturas de inverno/primavera (pousio, cobertura verde, nabo/trigo, trigo, aveia-branca, canola e ervilha) as quais foram implantadas após a cultura da soja na safra anterior, a qual deixou 6.179 kg.ha-1 M.S. Realisou-se a análise de variância pelo F teste e da comparação de médias pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro. A soja foi semeada em duas épocas após o cultivo das culturas de inverno/primavera. Na primeira época (primeira quinzena de novembro) a soja foi semeada sobre a cobertura verde (aveia-branca + nabo forrageiro), pousio e canola. Na segunda época (segunda quinzena de novembro) a soja foi semeada onde havia as culturas da ervilha, trigo e aveia-branca. O maior gasto de energia foi verificado após o cultivo da cobertura verde (aveia-branca + nabo forrageiro) (3.193 Mcal.ha-1), o qual teve a maior produção de energia (16.277 Mcal.ha-1), não diferindo estatisticamente da ervilha. As maiores margens energéticas foram obtidas quando a soja foi cultivada sobre a cobertura verde (aveia-branca + nabo forrageiro) com 13.084 Mcal.ha-1, ervilha com 11.885 Mcal.ha-1 e nabo/trigo com 11.815 Mcal.ha-1, as quais diferiram estatisticamente dos demais tratamentos. A menor margem energética foi evidenciada pela canola com 6.953 Mcal.ha-1. Quanto à eficiência energética, a cobertura verde (aveia-branca + nabo forrageiro) foi o melhor resultado (5,09), não diferindo estatisticamente dos tratamentos sucessores a ervilha, nabo/trigo e pousio, e superando estatisticamente os tratamentos trigo, aveia-branca e canola. Palavras chave: Culturas de inverno, produtividade, rotação de culturas, energia

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

BALANÇO DE ENERGIA DE SOJA EM SISTEMAS DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA PÓS-MILHO NA REGIÃO NORTE DO RIO GRANDE DO SUL

L.G. Floss1, W. Boller2, E.L. Floss2, L. Rosso2 1 FLOSS Consultoria e Assessoria em Agronegócios Ltda, Rua João

de Césaro, 255/03, Passo Fundo, RS, CEP 99070-140, E-mail: [email protected]

2 Universidade de Passo Fundo – Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, BR 285, Bairro São José, Passo Fundo, RS, CEP 99052-

900, E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected]

Resumo: A agricultura deve analisar os sistemas de produção e não somente as culturas isoladamente. O objetivo foi avaliar a entrada e saída de energia na cultura da soja em sistemas de produção agrícola com diferentes culturas nas safras de inverno após o cultivo de milho. O experimento foi conduzido no Centro Tecnológico da empresa Floss Consultoria e Assessoria em Agronegócios, em Passo Fundo, Rio Grande do Sul. A cultura da soja foi cultivada após culturas de inverno/primavera (pousio, cobertura verde, nabo/trigo, trigo, aveia-branca, canola, girassol e ervilha) as quais foram implantadas após a cultura do milho na safra anterior, a qual deixou 9.339 kg.ha-1 M.S. Analisou-se a análise de variância pelo F teste e da comparação de médias pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro. A soja foi semeada em três épocas após o cultivo das culturas de inverno/primavera. Na época denominada cedo, na primeira quinzena de novembro, foi semeada sobre cobertura verde (aveia-branca + nabo forrageiro), pousio e canola. Na segunda quinzena de novembro, foi semeada sobre ervilha, trigo e aveia-branca. Na terceira época, após o girassol, na segunda quinzena de dezembro. O maior gasto de energia e a maior produção de energia foram após a cobertura verde (aveia-branca + nabo forrageiro). Na produção de energia pelos grãos, não houve diferença significativa entre a cobertura verde, aveia-branca e nabo/trigo. A menor produção de energia foi após o girassol. A maior margem energética foi sobre a cobertura verde, a qual não diferiu estatisticamente de aveia/branca e nabo/trigo. As menores margens energéticas foram após trigo, canola e girassol, que não diferiram estatisticamente entre si. Quanto à eficiência energética, a cobertura verde proporcionou o melhor resultado, não diferindo estatisticamente dos tratamentos que sucederam a aveia-branca e ao nabo/trigo. Palavras chave: Culturas de inverno, produtividade, rotação de culturas, energia

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

ANÁLISE ECONÔMICA DE SOJA EM SISTEMAS DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA PÓS-SOJA NA REGIÃO NORTE DO RIO GRANDE DO SUL

L.G. Floss1, W. Boller2, E.L. Floss2, L. Rosso2 1 FLOSS Consultoria e Assessoria em Agronegócios Ltda, Rua João

de Césaro, 255/03, Passo Fundo, RS, CEP 99070-140, E-mail: [email protected]

2 Universidade de Passo Fundo – Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, BR 285, Bairro São José, Passo Fundo, RS, CEP 99052-

900, E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected]

Resumo: A agricultura deve analisar os sistemas de produção e não somente as culturas isoladamente. O objetivo foi avaliar os custos de produção e a receita da cultura de soja em sistemas de produção agrícola com diferentes culturas nas safras de inverno. O experimento foi conduzido no Centro Tecnológico da empresa Floss Consultoria e Assessoria em Agronegócios, em Passo Fundo, Rio Grande do Sul. A cultura da soja foi cultivada após culturas de inverno/primavera (pousio, cobertura verde, nabo/trigo, trigo, aveia-branca, canola e ervilha) as quais foram implantadas após a cultura da soja na safra anterior, a qual deixou 6.179 kg.ha-1 M.S. Realisou-se a análise de variância pelo F teste e da comparação de médias pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro. A soja foi semeada em duas épocas após o cultivo das culturas de inverno/primavera. Na primeira época (primeira quinzena de novembro) a soja foi semeada sobre a cobertura verde (aveia-branca + nabo forrageiro), pousio e canola. Na segunda época (segunda quinzena de novembro) a soja foi semeada onde havia as culturas da ervilha, trigo e aveia-branca. O custo de implantação da cultura da soja não teve diferença de despesas de insumos e serviços. A diferença de receita bruta e margem operacional entre os tratamentos são devidas diretamente ao rendimento de grãos. Ou seja, quanto maior o rendimento de grãos, maior foi o resultado econômico para a cultura da soja, evidenciando que no experimento, a cobertura verde no inverno teve efeito direto na maior margem operacional, com diferença de R$ 843,17 para a pior cultura antecessora que foi a canola, representando 132% a mais. A maior margem operacional foi após cobertura verde (aveia branca + nabo), único tratamento que diferiu estatisticamente do pousio. Os demais tratamentos foram iguais ou inferiores ao pousio. Palavras chave: Culturas de inverno, produtividade, rotação de culturas, economia

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

ANÁLISE ECONÔMICA DE SOJA EM SISTEMAS DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA PÓS-MILHO NA REGIÃO NORTE DO RIO GRANDE DO SUL

L.G. Floss1, W. Boller2, E.L. Floss2, L. Rosso2 1 FLOSS Consultoria e Assessoria em Agronegócios Ltda, Rua João

de Césaro, 255/03, Passo Fundo, RS, CEP 99070-140, E-mail: [email protected]

2 Universidade de Passo Fundo – Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, BR 285, Bairro São José, Passo Fundo, RS, CEP 99052-

900, E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected]

Resumo: A agricultura deve analisar os sistemas de produção e não somente as culturas isoladamente. O objetivo foi avaliar os custos de produção e a receita da cultura de soja em sistemas de produção agrícola com diferentes culturas nas safras de inverno após o cultivo de milho. O experimento foi conduzido no Centro Tecnológico da empresa Floss Consultoria e Assessoria em Agronegócios, em Passo Fundo, Rio Grande do Sul. A cultura da soja foi cultivada após culturas de inverno/primavera (pousio, cobertura verde, nabo/trigo, trigo, aveia-branca, canola, girassol e ervilha) as quais foram implantadas após a cultura do milho na safra anterior, a qual deixou 9.339 kg.ha-1 M.S. Realisou-se a análise de variância pelo F teste e da comparação de médias pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro. A soja foi semeada em três épocas após o cultivo das culturas de inverno/primavera. Na época denominada cedo, na primeira quinzena de novembro, foi semeada sobre cobertura verde (aveia-branca + nabo forrageiro), pousio e canola. Na segunda quinzena de novembro, foi semeada sobre ervilha, trigo e aveia-branca. Na terceira época, após o girassol, na segunda quinzena de dezembro. O custo de implantação da cultura da soja não teve diferença de despesas de insumos e serviços, o que motivou a não realização da análise de variância do custo operacional. A diferença de receita bruta e margem operacional entre os tratamentos onde a soja foi cultivada são devidas diretamente ao rendimento de grãos. Quanto maior o rendimento de grãos, maior foi o resultado econômico da soja, ao qual a cobertura verde, a aveia-branca e o nabo/trigo tiveram efeito direto na maior margem operacional, com diferença de até R$ 567,17 para a pior cultura antecessora que foi o girassol, representando 69,7% a mais. Devido estes valores, houve diferença significativa para as culturas antecessoras. Palavras chave: Culturas de inverno, produtividade, rotação de culturas, economia

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

RENDIMENTO DE GRÃOS DE SOJA EM SISTEMAS DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA PÓS-SOJA NA REGIÃO NORTE DO RIO GRANDE DO SUL

L.G. Floss1, W. Boller2, E.L. Floss2, L. Rosso2 1 FLOSS Consultoria e Assessoria em Agronegócios Ltda, Rua João

de Césaro, 255/03, Passo Fundo, RS, CEP 99070-140, E-mail: [email protected]

2 Universidade de Passo Fundo – Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, BR 285, Bairro São José, Passo Fundo, RS, CEP 99052-

900, E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected]

Resumo: A agricultura deve analisar os sistemas de produção e não somente as culturas isoladamente. O objetivo foi avaliar o rendimento de grãos de soja em sistemas de produção agrícola com diferentes culturas nas safras de inverno. O experimento foi conduzido no Centro Tecnológico da empresa Floss Consultoria e Assessoria em Agronegócios, em Passo Fundo, Rio Grande do Sul. A cultura da soja foi cultivada após culturas de inverno/primavera (pousio, cobertura verde, nabo/trigo, trigo, aveia-branca, canola e ervilha) as quais foram implantadas após a cultura da soja na safra anterior, a qual deixou 6.179 kg.ha-1 M.S. Realisou-se a análise de variância pelo F teste e da comparação de médias pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro. A soja foi semeada em duas épocas após o cultivo das culturas de inverno/primavera. Na primeira época (primeira quinzena de novembro) a soja foi semeada sobre a cobertura verde (aveia-branca + nabo forrageiro), pousio e canola. Na segunda época (segunda quinzena de novembro) a soja foi semeada onde havia as culturas da ervilha, trigo e aveia-branca. O maior rendimento de grãos de soja foi sobre o cultivo de cobertura verde (aveia-branca + nabo forrageiro), e comparado com o tratamento em pousio, obteve 426 kg.ha-1 de grãos a mais, ou cerca de 11,6% de aumento de rendimento. Os tratamentos onde a soja foi cultivada após a ervilha, nabo/trigo e pousio, não diferiram estatisticamente. Os tratamentos pousio, aveia-branca e trigo, também não diferiram estatisticamente entre si. O menor resultado obtido foi com o cultivo da soja após a canola. Palavras chave: Culturas de inverno, produtividade, rotação de culturas, produtividade

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

RENDIMENTO DE GRÃOS DE SOJA EM SISTEMAS DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA PÓS-MILHO NA REGIÃO NORTE DO RIO GRANDE DO SUL

L.G. Floss1, W. Boller2, E.L. Floss2, L. Rosso2 1 FLOSS Consultoria e Assessoria em Agronegócios Ltda, Rua João

de Césaro, 255/03, Passo Fundo, RS, CEP 99070-140, E-mail: [email protected]

2 Universidade de Passo Fundo – Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, BR 285, Bairro São José, Passo Fundo, RS, CEP 99052-

900, E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected]

Resumo: A agricultura deve analisar os sistemas de produção e não somente as culturas isoladamente. O objetivo foi avaliar o rendimento de grãos de soja em sistemas de produção agrícola com diferentes culturas nas safras de inverno após o cultivo de milho. O experimento foi conduzido no Centro Tecnológico da empresa Floss Consultoria e Assessoria em Agronegócios, em Passo Fundo, Rio Grande do Sul. A cultura da soja foi cultivada após culturas de inverno/primavera (pousio, cobertura verde, nabo/trigo, trigo, aveia-branca, canola, girassol e ervilha) as quais foram implantadas após a cultura do milho na safra anterior, a qual deixou 9.339 kg.ha-1 M.S. Realisou-se a análise de variância pelo F teste e da comparação de médias pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro. A soja foi semeada em três épocas após o cultivo das culturas de inverno/primavera. Na época denominada cedo, na primeira quinzena de novembro, foi semeada sobre cobertura verde (aveia-branca + nabo forrageiro), pousio e canola. Na segunda quinzena de novembro, foi semeada sobre ervilha, trigo e aveia-branca. Na terceira época, após o girassol, na segunda quinzena de dezembro. Os maiores rendimentos de grãos foram após a cobertura verde (aveia-branca + nabo forrageiro) e aveia-branca, sem diferir do tratamento nabo/trigo. A soja cultivada após a cobertura verde produziu 602 kg.ha-1 de grãos a mais que em pousio, ou seja, aumento de 18,3 %. Na segunda quinzena de novembro, a soja após aveia-branca e nabo/trigo foram superiores em comparação aos demais cultivos. Os tratamentos após nabo/trigo e pousio, não diferiram estatisticamente; além de que o pousio, ervilha e trigo, também não diferiram estatisticamente. Os menores rendimentos da cultura de soja foram após a canola e girassol, devido a problemas de germinação excessiva de canola pós-colheita, e no girassol pela semeadura tardia, fora de época para a soja. Palavras chave: Culturas de inverno, produtividade, rotação de culturas, produtividade

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

EFEITO DE SISTEMAS DE PRODUÇÃO INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA, SOB PLANTIO DIRETO: FERTILIDADE E MATÉRIA ORGÂNICA

DO SOLO APÓS DEZ ANOS

H.P. dos Santos1, R.S. Fontaneli2, S.T. Spera3, G.O. Tomm4

1Pesquisador da Embrapa Trigo - Centro Nacional de Pesquisa de Trigo, Caixa Postal 451, CEP 99001-970 Passo Fundo RS. Bolsista CNPq-PQ. E-mail: [email protected]

2 Pesquisados da Embrapa Trigo e Professor Titular da FAMV-UPF. Bolsista CNPq-PQ. E-mail: [email protected]

3Pesquisador da Embrapa Trigo e Doutorando do curso de pós-graduação em Agronomia – Produção Vegetal na UPF-FAMV. E-mail: spera @cnpt.embrapa.br

4Pesquisador da Embrapa Trigo. E-mail: [email protected]

Resumo: A integração lavoura-pecuária está em expansão no sul do Brasil e são

necessárias quantidades adequadas de informações para gerar indicações técnicas. O objetivo deste trabalho foi avaliar as alterações na fertilidade do solo num LVd típico, em Passo Fundo, RS, após dez anos de estabelecimento em seis sistemas de produção com integração lavoura-pecuária: I) trigo/soja e pastagem de aveia preta + ervilhaca /milho; II) trigo/soja e pastagem de aveia preta + ervilhaca + azevém/milho; III) trigo/soja e pastagem de aveia preta + ervilhaca/pastagem de milheto; IV) trigo/soja e pastagem de aveia preta + ervilhaca + azevém/pastagem de milheto; V) trigo/soja, aveia branca/soja e pastagem de aveia preta + ervilhaca/pastagem de milheto; e VI) trigo/soja, aveia branca/soja e pastagem de aveia preta + ervilhaca + azevém/pastagem de milheto. Os tratamentos foram distribuídos em blocos ao acaso com quatro repetições. Avaliou-se também a fertilidade do solo de um fragmento de floresta subtropical ao lado do experimento. Tanto as culturas de inverno como as de verão, foram estabelecidas sob plantio direto. Ocorreu uma acidificação na camada superficial e aumento na concentração e saturação por Al trocável em todos os sistemas de produção integração lavoura-pecuária. Foi detectada diferença entre os valores de P extraível e K disponível dos sistemas de produção. Nas duas camadas do solo mais próximas à superfície, houve aumento nos níveis de matéria orgânica e nos teores de P extraível e K disponível, enquanto os valores de Al trocável e pH do solo diminuíram quando comparados com os resultados obtidos antes da implantação do experimento. O nível de matéria orgânica do solo e os teores de P extraível e de K disponível diminuíram progressivamente da camada 0,0-0,05 m para a camada 0,15-0,20 m, em todos os sistemas de produção, enquanto para os valores de pH e Al trocável ocorreu o contrário.

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

EFEITO DE SISTEMAS DE PRODUÇÃO INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA, SOB PLANTIO DIRETO SOBRE ALGUNS ATRIBUTOS FÍSICOS DO SOLO

APÓS DEZ ANOS

S.T. Spera1, H.P. dos Santos2, R.S. Fontaneli3, G.O. Tomm4

1Pesquisador da Embrapa Trigo - Centro Nacional de Pesquisa de Trigo, Caixa Postal 451, CEP 99001-970 Passo Fundo RS e Doutorando do curso de pós-graduação em Agronomia – Produção Vegetal na UPF-FAMV. E-mail: spera @cnpt.embrapa.br

2Pesquisador da Embrapa Trigo Bolsista. CNPq-PQ. E-mail: [email protected]

3 Pesquisados da Embrapa Trigo e Professor Titular da FAMV-UPF. Bolsista CNPq-PQ. E-mail: [email protected]

4Pesquisador da Embrapa Trigo. E-mail: [email protected]

Resumo: A presença de bovinos em área de lavouras pode agravar a compactação do solo, mas as informações sobre esse problema são limitadas. Esse trabalho teve por objetivo avaliar algumas características físicas de solo num LVd típico, em Passo Fundo, RS, após dez anos de estabelecimento de seis sistemas de produção integração lavoura-pecuária: I) trigo/soja e pastagem de aveia preta + ervilhaca /milho; II) trigo/soja e pastagem de aveia preta + ervilhaca + azevém/milho; III) trigo/soja e pastagem de aveia preta + ervilhaca/pastagem de milheto; IV) trigo/soja e pastagem de aveia preta + ervilhaca + azevém/pastagem de milheto; V) trigo/soja, aveia branca/soja e pastagem de aveia preta + ervilhaca/pastagem de milheto; e VI) trigo/soja, aveia branca/soja e pastagem de aveia preta + ervilhaca + azevém/pastagem de milheto. Os tratamentos foram distribuídos em blocos ao acaso com quatro repetições. Avaliou-se também a fertilidade do solo de um fragmento de floresta subtropical adjacente ao experimento. As culturas, tanto as de inverno como as de verão, foram estabelecidas sob plantio direto. Mediante contrastes ortogonais, foram comparados os sistemas e os valores das características físicas do solo em cada sistema nas camadas 0,0-0,05 ou 0,0-0,02 m e 0,10-0,15 m. A densidade de solo e resistência à penetração aumentou da camada 0,0-0,05 ou 0,0-0,02 m para a camada 0,10-0,15 m. A floresta subtropical apresentou densidade de solo e resistência à penetração menores e porosidade total e macroporosidade maiores do que a maioria dos sistemas estudados, nas camadas 0,0-0,05 ou 0,0-0,02 m e 0,10-0,15 m. Os solos sob diferentes sistemas de produção integrando lavoura-pecuária, apesar de apresentarem indícios de desestruturação, não atingiram níveis considerados críticos ao desenvolvimento dos cultivos.e Al trocável ocorreu o contrário.

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

RENDIMENTO DE GRÃOS E ALGUMAS CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS DE SOJA, EM SISTEMAS DE PRODUÇÃO INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUARIA, SOB PLANTIO DIRETO

H.P. dos Santos1, R.S. Fontaneli2, S.T. Spera3, G.O. G.L. Maldaner4

1 Pesquisador da Embrapa Trigo - Centro Nacional de Pesquisa de Trigo, Caixa Postal 451, CEP 99001-970 Passo Fundo RS. E-mail: Bolsista. CNPq-PQ. [email protected]

2 Pesquisados da Embrapa Trigo e Professor Titular da FAMV-UPF. Bolsista CNPq-PQ. E-mail: [email protected]

3 Pesquisador da Embrapa Trigo e Doutorando do curso de pós-graduação em Agronomia – Produção Vegetal na UPF-FAMV. E-mail: spera @cnpt.embrapa.br

4 Acadêmica de Agronomia da Universidade de Passo Fundo-UPF, Passo Fundo, RS. Bolsista de Iniciação Científica – CNPq, na Embrapa Trigo.

Resumo: Existem relativamente poucos trabalhos sobre cultivo de soja sucedendo pastagens de inverno para engorda de novilhos. Esse trabalho teve por objetivo avaliar rendimento de grãos e algumas características agronômicas de soja, semeada em sucessão a sistemas de produção integração lavoura-pecuária (ILP). O trabalho foi conduzido em solo num LVd típico, em Passo Fundo, RS, após dez anos de estabelecimento de seis sistemas de produção ILP: Sistema I: trigo/soja e ervilhaca/milho; Sistema II: trigo/soja e pastagem de aveia preta/milho; Sistema III: trigo/soja e pastagem de aveia preta/soja; Sistema IV: trigo/soja e ervilha/milho; Sistema V: trigo/soja, triticale duplo propósito/soja e ervilhaca/soja; e Sistema VI: trigo/soja, aveia branca duplo propósito/soja e trigo duplo propósito/soja. Os tratamentos foram distribuídos em blocos ao acaso com quatro repetições. Na média conjunta dos anos, não houve diferença no rendimento de grãos, massa de mil grãos, estatura de plantas e altura de inserção dos primeiros legumes de soja entre os sistemas de produção ILP. A soja cultivada após ervilhaca mostrou maior número de legumes, número de grãos e massa de grãos por planta do que os demais sistemas de produção resultando em tendência de maior rendimento de grãos.

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS DE TRÊS CULTIVARES DE SOJA EM DIFERENTES DENSIDADES POPULACIONAIS CULTIVADAS EM SOLO DE

VÁRZEA

Francisco J. Vernetti Junior1, Rogério Seus2, Marcos P. Ludwig2, Luiz O. B. Schuch2 1Embrapa Clima Temperado, Caixa Postal 553, CEP 96001-970 Pelotas-RS.

[email protected] 2Universidade Federal de Pelotas, Caixa Postal 354, CEP 96001-970 Pelotas-RS.

[email protected]

Resumo: No Rio Grande do Sul há aproximadamente quatro milhões de hectares disponíveis para a produção de arroz irrigado, sendo que aproximadamente um milhão são utilizados anualmente enquanto o restante permanece em pousio ou subutilizado. Entretanto, têm-se buscado alternativas para cultivos nestas áreas, que proporcionem maior retorno econômico. A soja, devido à capacidade adaptativa, pode constituir uma importante alternativa para a utilização destas áreas. Para tanto, realizou-se um experimento na Embrapa Clima Temperado, em delineamento experimental de blocos casualizados com parcelas subdivididas, em três repetições, onde se avaliou a resposta de três cultivares de soja (BRS Pampa, BRS 246RR e BRS 255RR), cultivadas em Planossolo, arranjadas em cinco diferentes densidades (16, 28, 40, 52 e 64 plantas m-2). Avaliaram-se: altura de plantas, inserção do primeiro legume (IPL), diâmetro do caule, distância dos entrenós. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey (p>0,05). Não houve interação entre cultivares e densidade para os parâmetros avaliados. A cultivar BRS Pampa apresentou altura significativamente maior comparada às outras cultivares, o mesmo foi observado na IPL embora não significativo. Para as demais variáveis, as cultivares não apresentaram diferença estatística. Nas densidades avaliadas, a variável altura de planta não apresentou diferença significativa, porém, para a variável IPL apresentou uma maior e menor altura para as densidades de 64 e 16 plantas m-2, respectivamente. Resultado semelhante foi obtido com a distância dos entrenós. As demais variáveis apresentaram comportamento inverso, onde o maior valor obteve-se para a densidade de 16 plantas m-2, o qual não diferiu estatisticamente da densidade de 28 plantas m-2 para a variável diâmetro de caule. O menor valor obteve-se na densidade de 64 plantas m-2, que por sua vez não diferiu estatisticamente das densidades de 52 e 40 plantas m-2. Palavras chave: Glycine max, população de plantas.

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

PERCENTUAL DE PARTICIPAÇÃO DOS RAMOS NOS COMPONENTES DO RENDIMENTO EM SOJA CULTIVADA EM SOLO DE VÁRZEA

Francisco J. Vernetti Junior1, Rogério Seus2, Marcos P. Ludwig2, Luiz O. B. Schuch2 1Embrapa Clima Temperado, Caixa Postal 553, CEP 96001-970 Pelotas-RS.

[email protected] 2Universidade Federal de Pelotas, Caixa Postal 354, CEP 96001-970 Pelotas-RS.

[email protected]

Resumo: No Rio Grande do Sul há aproximadamente quatro milhões de hectares estruturados para a produção de arroz irrigado, uma boa parte é utilizada enquanto a outra permanece em pousio ou subutilizada. Entretanto, têm-se buscado alternativas para cultivos nestas áreas, que proporcionem maior retorno econômico. A soja, devido à capacidade adaptativa, pode constituir uma importante alternativa para a utilização destas áreas. Para tanto, realizou-se um experimento na Embrapa Clima Temperado, em delineamento experimental de blocos casualizados com parcelas subdivididas em três repetições onde se avaliou a resposta de três cultivares de soja (BRS Pampa, BRS 246RR e BRS 255RR), cultivadas em Planossolo, arranjadas em cinco diferentes densidades (16, 28, 40, 52 e 64 plantas m-2). Foram avaliados: a relação do peso de grãos, número de legumes e número de grãos, dos ramos ao total. Os dados foram submetidos à análise de variância e comparados pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Não houve interação entre cultivares e densidades. As cultivares não se diferiram estatisticamente para as variáveis avaliadas. Das densidades analisadas, a de 16 plantas.m-2 se mostrou com maior percentual de participação dos ramos em relação ao total para todas as variáveis, sendo que, as variáveis número de legumes, e de grãos, não diferiram da densidade de 28 plantas m-2. As densidades de 52 e 64 plantas m-2 mostraram que os ramos possuem um menor percentual de participação, porém não diferindo da densidade de 40 plantas m-2. Os resultados condizem com os do número de ramos. Portanto, com o aumento da densidade, há uma diminuição linear da participação dos ramos nos componentes do rendimento. Palavras chave: Glycine max, relação.

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

COMPONENTES DO RENDIMENTO DE SOJA CULTIVADA EM SOLO DE VÁRZEA

Francisco J. Vernetti Junior1, Rogério Seus2, Marcos P. Ludwig2, Luiz O. B. Schuch2 1Embrapa Clima Temperado, Caixa Postal 553, CEP 96001-970 Pelotas-RS.

[email protected] 2Universidade Federal de Pelotas, Caixa Postal 354, CEP 96001-970 Pelotas-RS.

[email protected]

Resumo: No Rio Grande do Sul há aproximadamente quatro milhões de hectares estruturados para a produção de arroz irrigado. Um quarto é utilizado enquanto que o restante permanece em pousio ou subutilizado. Entretanto, têm-se buscado alternativas para cultivos nestas áreas, que proporcionem maior retorno econômico. A soja, devido à capacidade adaptativa, pode constituir uma importante alternativa para a utilização destas áreas. Para isto estudou-se o comportamento de três cultivares de soja (BRS Pampa, BRS 246RR e BRS 255RR), cultivadas em solos de várzea e arranjadas em cinco diferentes densidades (16, 28, 40, 52 e 64 plantas m-2). O experimento foi realizado na Embrapa Clima Temperado, em delineamento experimental de blocos casualizados com parcelas subdivididas em três repetições. Foram avaliados: o número de legumes por planta, número de grãos por legume, peso de mil grãos e o rendimento. Os dados foram submetidos à análise de variância e comparados pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Não houve interação significativa entre cultivares e densidades. As cultivares não diferiram para as variáveis avaliadas. Quando se avaliaram densidades as variáveis, número de grãos por legumes e rendimento, não apresentaram diferenças, porém, na última observa-se através das médias a tendência da diminuição do rendimento com o aumento da densidade. As densidades de 16 e 64 plantas m-2 apresentaram um maior e menor número de legumes por planta, respectivamente, porém, a última não diferiu das densidades 40 e 52 plantas m-2. Para a variável peso de mil grãos, a densidade de 64 plantas m-2 apresentou superioridade em valores absolutos em relação as outras densidades. Palavras chave: Glycine max, cultivar, densidade.

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

EFICIÊNCIA A CAMPO DO FEROMÔNIO SEXUAL DE Euschistus heros NA

CAPTURA DE PERCEVEJOS E SUA CALIBRAÇÃO COMO MÉTODO PARA O MONITORAMENTO EM LAVOURAS DE SOJA

B. S. Corrêa-Ferreira1, R. A. Laumann2, M. Borges2, M. C. B. Moraes2 1Embrapa Soja/CNPq, Caixa Postal 231, 86001-970Londrina-PR, [email protected]

2Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Brasília-DF

Resumo: Considerando-se o reduzido uso do pano-de-batida em lavouras de soja e a possibilidade de utilização de armadilhas com feromônio para o monitoramento dos percevejos, avaliou-se, a campo, a eficiência de armadilhas iscadas com o feromônio sexual de Euschistus heros, na captura de adultos e ninfas das diferentes espécies de percevejos, comparando-se com o pano-de-batida. Para a população de percevejos adultos, verificou-se atração, obtendo-se um maior número de indivíduos capturados pelas armadilhas com o composto feromonal (2,6,10 trimetiltridecanoato de metila) em relação ao tratamento controle, entretanto, ninfas dos percevejos da soja não foram capturadas. Quando se compararam as densidades populacionais dos percevejos ao longo do ciclo da cultura, verificou-se que, em geral, o monitoramento com o pano-de-batida apresentou níveis populacionais mais elevados em relação àqueles detectados pelas armadilhas com o feromônio, com exceção da captura no início do período reprodutivo da cultura. A menor eficiência da armadilha a partir do enchimento de grãos, em relação à população presente no campo, é explicada pela participação das formas jovens de percevejos, não capturadas pelas armadilhas, mas normalmente presentes em abundância neste período de desenvolvimento das plantas. Os resultados obtidos na região Norte do Paraná confirmam a captura de adultos de percevejos-praga da soja em armadilhas iscadas com o 2,6,10 trimetiltridecanoato de metila, mas indicam a necessidade de mais estudos em relação à calibração do método e no uso destas armadilhas visando o monitoramento das populações das diferentes espécies de percevejos, em lavouras de soja. Palavras chave: manejo integrado de pragas, percevejo marrom, semioquímicos.

INTRODUÇÃO

O monitoramento adequado do complexo de percevejos na cultura da soja é de maior importância, considerando-se a determinação dos seus níveis populacionais como requisito básico para os programas de manejo integrado de pragas. Entretanto hoje, o pano-de-batida,

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método recomendado para o monitoramento dos percevejos, é pouco usado, especialmente, em lavouras extensivas de soja. Por outro lado, resultados de pesquisa com semioquímicos de diferentes espécies de percevejos realizados pela Embrapa Cenargen tem sido promissores (BORGES et al. 1998, PIRES et al. 2006), e indicam a possibilidade de utilização de armadilhas, contendo feromônio, para o monitoramento destas pragas. Com este objetivo, avaliou-se a eficiência de armadilhas iscadas com o feromônio sexual de E. heros na captura de adultos e ninfas de diferentes espécies de percevejos pragas da soja no campo, procedendo-se a calibração das coletas nas armadilhas com as densidades populacionais de percevejos presentes nas áreas de soja.

MATERIAIS E MÉTODOS

Na safra 2004/05, em lavouras de soja do município de Jataizinho, PR, com plantas em estádio de início do florescimento, foram distribuídas, ao acaso, armadilhas confeccionadas com garrafas plásticas transparentes do tipo “PET” de 2 L (PIRES et al. 2000), contendo o composto do feromônio sexual de E. heros, 2,6,10 trimetiltridecanoato de metila na concentração de 1 mg, formulado em peletes (tecnologia da Fuji Flavor). Como controle, foram utilizadas armadilhas iscadas somente com o solvente utilizado na formulação do feromônio. Na safra seguinte, este composto feromonal foi testado nas concentrações de 0, 1 e 2 mg, sendo, semanalmente, substituído e as armadilhas observadas para registro do número e das espécies de percevejo capturadas. Paralelamente, nas duas safras, a população de percevejos na área foi monitorada através de levantamentos semanais (10 amostras/semana) com o método do pano-de-batida durante todo o período reprodutivo da soja. Os dados foram submetidos à análise de variância, sendo as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na safra 2004/05, quando se comparou a captura de percevejos pelas armadilhas contendo o composto do feromônio sexual de E. heros, 2,6,10 trimetiltridecanoato de metila na concentração de 1 mg por liberador com a captura pelas armadilhas contento apenas o solvente (controle), capturou-se um número médio de percevejos adultos significativamente maior nas armadilhas iscadas com o composto feromonal do que naquelas sem o feromônio (Fig. 1). Entretanto, os resultados mostraram que o feromônio formulado foi capaz de atrair apenas os percevejos adultos para as armadilhas. De um total de 33 percevejos capturados nas armadilhas iscadas com feromônio, apenas uma ninfa foi coletada. Este resultado corrobora as predições do experimento, já que o feromônio sexual atua somente na comunicação entre adultos da espécie. Quando se comparou, ao longo do ciclo de desenvolvimento da soja, as densidades populacionais de percevejos presentes na área através do monitoramento com o pano-de- batida com as capturadas pelas armadilhas, verificou-se que, na safra 2004/05, as armadilhas com feromônio foram eficientes apenas no início do período reprodutivo onde o número de percevejos capturados foi superior aquele detectado pelo pano-de-batida. A partir do enchimento de grãos, a eficiência da armadilha foi reduzida em relação à população do campo detectada pelo monitoramento com o pano, até o final do ciclo da cultura. Esta diferença nas densidades populacionais é explicada pela participação das formas jovens de percevejos, normalmente presentes em abundância no período de enchimento de grãos-maturação e que não foram capturadas pelas armadilhas. Na safra 2005/06, a captura de diferentes espécies de percevejos nas armadilhas com 0, 1 e 2 mg do composto feromonal ao longo do ciclo de desenvolvimento da soja flutuou sem

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grandes diferenças entre os tratamentos, embora tenham sido constatados valores ligeiramente superiores nas armadilhas com 2 mg em algumas datas de amostragem (Fig. 2). Com relação à população total de percevejos capazes de causar danos (ninfas grandes e adultos), avaliada pelos dois métodos, observou-se que com o pano-de-batida, as densidades populacionais foram superiores àquelas capturadas pelas armadilhas, ao longo do ciclo de desenvolvimento da cultura. Desde a floração (dezembro) até a maturação da soja (fevereiro) observou-se um crescimento natural da população de percevejos em relação aos estádios fenológicos da soja, atingindo as maiores densidades no final do enchimento de grãos à maturação pelo método do pano, não sendo, entretanto, detectado pelas armadilhas com feromônio. Também nesta safra, observou-se que estas diferenças entre os métodos na captura dos percevejos foram explicadas, em parte, pela população de ninfas, presente em densidades elevadas no período reprodutivo da soja. Os resultados que vem sendo obtidos com os feromônios sintéticos de percevejos são bastante interessantes e promissores, mas há necessidade ainda de maiores estudos a campo na calibração desse método, para uso no monitoramento dos percevejos em programas de manejo integrado de pragas. Um dos principais aspectos que devem ser abordados é como se relacionam as capturas de adultos em armadilhas com a população total de percevejos na cultura, já que os resultados indicam que esta relação não é diretamente proporcional.

BIBLIOGRAFIA

BORGES, M., SCHIMIDT, F.G.V., SUJII, E.R., MEDEIROS, M.A., MORI, K., ZARBIN, P.H.G., FERREIRA, J.T.B. Field responses of stink bugs to the natural and synthetic pheromone of the Neotropical brown stink bug, Euschistus heros (Heteroptera: Pentatomidae). Physiological Entomology, v. 23, n.3, p.202-207, 1998. PIRES, C. S. S., SUJII, E., SCHIMIDT, F. V. V., BORGES, M., SANTOS, H. M. DOS, PAIS, J. S. DE O. Potencial de utilização de armadilhas iscadas com o feromônio sexual do percevejo marrom, Euschistus heros: uma nova metodologia para o monitoramento populacional de percevejos praga da soja. Brasília: Embrapa Cenargen. (Circular Técnica, 7). PIRES, C.S.S., SUJII, E.R., SCHIMIDT, F.G.V., ZARBIN, P.H.G., ALMEIDA, J.R.M. DE, BORGES, M. Potencial de uso de armadilhas iscadas com feromônio sexual do percevejo marrom, Euschistus heros (Heteroptera: Pentatomidae) para o monitoramento populacional de percevejos pragas da soja. Manejo Integrado de Plagas y Agroecologia, v. 77, n. 2, p. 70-76, 2006.

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Figura 1. Número médio de adultos de diferentes espécies de percevejos pragas da soja, coletados em armadilhas com e sem o composto do feromônio sexual de Euschistus heros, 2,6,10 trimetiltridecanoato de metila, Jataizinho, PR, safra 2004/05.

Figura 2. Curvas de captura de diferentes espécies de percevejos (valores médios) em cultura de soja na região de Jataizinho, PR, em duas safras. Armadilhas iscadas com 1 mg e 2 mg de 2,6,10 trimetiltridecanoato de metila, controle=armadilhas sem iscas e PB= pano-de-batida. NC= nível de controle.

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

Tratamentos

Méd

ia d

e ad

ult

os/

arm

adil

ha

Feromônio

Controle

a

a

b

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

12.01 19.01 26.01 02.02 09.02 16.02 23.02 02.03 09.03

Nº d

e p

erce

vejo

s

Dtas de

Controle Feromônio PB - perc./m

NC

R2 R4

R5

R6

R7 Safra 2004/05

0

2

4

6

8

10

12

20.12 26.12 04.01 10.01 17.01 24.01 31.01 07.02

Amostragens

de

per

ceve

jos

Controle 1 mg 2 mg PB - perc./m

Safra 2005/06

NC

R3 R4

R2

R5 R6

R7

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

MOSCA DA HASTE DA SOJA: OCORRÊNCIA E DANOS

D. Link¹, M. Hatschbach², F. M. Link¹

¹ Universidade Federal de Santa Maria, Cidade Universitária; Prédio 42, sala 3227, CEP 97105-900. Santa Maria, RS. E-mail: [email protected];

² COTRIJUI, sucursal de São Francisco de Assis, RS.

RESUMO: Em cinco lavouras de soja no município de São Francisco de Assis, RS, na safra 2008/09, constataram-se plantas de pequeno porte, folhas deformadas, galhamento, e galerias na haste contendo larvas de Diptera, Melanagromyza sp. A redução na produção nas áreas mais atacadas foi expressiva, chegando à perda total. Palavras-chave: Melanagromyza sp., minadora, sintomas.

INTRODUÇÃO

A ocorrência de larvas de dípteros, broqueando a haste verde da soja acha-se referida desde 1983, no Rio Grande do Sul (GASSEN, SCHNEIDER, 1985).

A assistência técnica da COTRIJUI, filial de São Francisco de Assis, RS, foi chamada para identificar e prestar solução técnica a várias lavouras com incidência de uma broca da haste e desenvolvimento reduzido nas plantas. As informações disponíveis sobre o assunto são vagas e escassas (GASSEN, SCHNEIDER, 1985; SALVADORI et al., 2007).

Procurando reunir informações para subsidiar a assistência técnica foi desenvolvido o presente trabalho.

MATERIAL E MÉTODOS

Inicialmente foram avaliadas cinco lavouras de soja, com os sintomas de ataque da

mosca da haste, no final da fase vegetativa, onde se anotou, aspectos fenológicos, incidência da broca, invasoras, vegetação periférica, direção dos ventos da região, aplicação de agrotóxicos. Estas lavouras foram acompanhadas até a colheita para obtenção da produção. Outras lavouras no município foram observadas quanto à ocorrência de ataque da larva minadora.

Numa destas lavouras, colocou-se na ocasião, inicio de fevereiro de 2009, placas adesivas, de 20cmx10cm, nas cores amarela, branca e azul, trocadas semanalmente durante três semanas. O material coletado foi triado e exemplares das amostras foram enviados para especialista para identificação.

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

Durante as visitas técnicas às lavouras, verificou-se que, independente da cultivar, trato cultural ou sistema de cultivo, a presença de plantas broqueadas pela mosca, indicando uma distribuição quase generalizada no município. Nas plantas das lavouras mais afetadas, constataram-se os sintomas: nanismo, supergalhamento, galeria na grande maioria das hastes, plantas verdes na colheita, similar ao descrito na literatura (GASSEN, SCHNEIDER, 1985; SALVADORI et al. 2007), indicando a incidência da mosca da haste.

Em cinco lavouras acompanhadas até a colheita, os resultados obtidos de queda na produção foram significativos (Tabela 1). Tabela 1 – Rendimento da soja, nas lavouras danificadas pela mosca da haste. S. F. Assis,

RS. Safra 2008/09.

Área Lavoura

Total Afetada Colhida Rendimento: Sacas/ha*

1 64 64 4 15 2 12 12 12 12 3 6 6 0 0 4 50 8** 49 10/36 5 150 30*** 140 10/40

*Sacas de 60 kg/ha; **1 ha sem colheita, 7 ha com média de 10 sc/ha e os demais média de 36 sac/ha; ***10 ha sem colheita; 20 ha, média 10 sc/ha, os demais média 40 sc/ha.

As lavouras afetadas ficaram próximas a áreas com pastagens de inverno (azevém + trevo vermelho), onde no inicio de outubro foram retirados os animais para que as plantas se reproduzissem e ressemeassem a área. As lavouras 1, 2 e 3, ficaram a jusante destas pastagens e as demais a montante, e a variação na intensidade de infestação e de queda no rendimento, provavelmente tenha sofrido influência da ação do vento, ao disseminar os insetos que danificaram as plantas de soja.

A lavoura 1 foi tratada com inseticida indicado para larvas de dípteros minadores de plantas, onde se constatou a quase total eliminação de todos os insetos ocorrentes na cultura e, não foi constatada efeito na recuperação das plantas, visto a produção obtida (tabela 1).

A maior parte das moscas coletadas nas placas adesivas pertencia às famílias: Calliphoridae, Muscidae, Sarcophagidae, Tachinidae e Simuliidae (não fitófagas).

As plantas nas lavouras avaliadas apresentaram-se com hastes e folhas verdes, vagens chochas e grãos deteriorados, similar ao descrito para dano de viroses (ALMEIDA, 2008).

CONCLUSÃO As lavouras atacadas apresentam aspectos de sintomas de viroses, agravado pelo

broqueamento da haste. O controle químico atualmente é ineficaz, ao nível atual de conhecimento do

problema. Sugerem-se trabalhos sobre bioecologia deste inseto e impacto na cultura da soja.

AGRADECIMENTOS

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Agradecimento a COTRIJUI, sucursal de São Francisco do Sul, pelas facilidades de execução deste trabalho.

BIBLIOGRAFIA

ALMEIDA, A.M.R. Viroses da soja no Brasil: sintomas, etiologia e controle. Londrina: Embrapa Soja, 2008. 62 p. GASSEN, D. K., SCHNEIDER, S. Ocorrência de Melanagromyza sp. (Dip., Agromyzidae) danificando soja no sul do Brasil. In: REUNIÃO DE PESQUISA SOJA DA REGIÃO SUL, 13., 1985, Porto Alegre, RS. Soja: Resultados de Pesquisa à 1984/85. Passo Fundo: CNPT, 1985. p.108-109. SALVADORI, J.R.; PEREIRA, P.R.V. da S.; CORREA-FERREIRA, B.S. Pragas ocasionais na lavoura de soja no Rio Grande do Sul. Passo Fundo: Embrapa Trigo, 2007, 34p. html (Embrapa Trigo, Documentos On-line, 91) Disponível em: <http://www.cnpt.embrapa.br/biblio/do/p_do91.htm>

SUMMARY: Soybean stalk fly: occurrence and damage. Five soybean crops, at Municipality of São Francisco de Assis, RS, crop year 2008/09 were evaluated, Plants with small development, deformed leaves, and stalk galleries with the fly larvae Melanagromyza sp. were annotated The yield losses were significant at attacked areas. Key-words: Melanagromyza sp., stalk miner, symptoms.

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

DISTRIBIÇÃO TEMPORAL DE PERCEVEJOS DA SOJA GLYCINE MAX EM

SANTA MARIA, RS, BRASIL

J.A.Arnemann¹, R. C. R. Kuss-Roggia¹, D. G. Schallemberger¹, G. Dalazen¹, A.H. Jung¹, J.V.C. Guedes¹

1Universidade Federal de Santa Maria. E-mail: [email protected]

Resumo: Com o objetivo de verificar a distribuição temporal de percevejos da soja, através de levantamento georreferenciado das populações, foi desenvolvido um trabalho em Santa Maria, RS, Brasil. Durante as safras agrícolas 2006/07, 2007/08 e 2008/09, foi semeada a cultivar de soja CD 214 RR nas safras de verão e cresceu azevém espontâneo nas entressafras 2006 e 2007. Nas safras 2006/07 e 2008/09 a soja foi semeada tardiamente, ao passo que na safra 2007/08 a semeadura foi realizada na época recomendada para cultivares precoces no Estado. As amostragens das populações foram realizadas semanalmente durante no período da safra e mensalmente nas entressafras, em 105 pontos (25 x 25 m). Para os cálculos foi usado o número de percevejos adultos mais as ninfas de terceiro a quinto instares das espécies de percevejos ocorrentes, em cada data de avaliação. Nas três safras a colonização da área ocorreu ainda no período vegetativo, a população de percevejos foi baixa neste período, e começou a aumentar no período reprodutivo da soja, de forma mais intensa a partir de R5.1 (10% da granação). Na safra 2007/08, provavelmente em função da semeadura na época recomendada houve um aumento mais acentuado nas populações de percevejos no período vegetativo, quando comparado ao mesmo período das safras com semeadura tardia (2006/07 e 2008/09). O pico populacional dos percevejos em 2006/07 ocorreu em R8.1 (início a 50% de desfolha), e em 2007/98 e 2008/09 ocorreu em R9 (maturação de colheita). Estes picos podem servir para antecipar as medidas de controle desse grupo de pragas da soja. Palavras chave: Hemiptera, fenologia da soja, colonização, entressafra, georreferenciamento.

INTRODUÇÃO

Dos fatores bióticos e abióticos que agem sobre a cultura da soja, a alimentação de artrópodes pragas pode ter uma contribuição significativa na perda de rendimento da cultura. Dentre o complexo de pragas da soja, os percevejos têm se destacado pelo potencial de dano, dificuldades de controle, e constantes reinfestações, principalmente no final do ciclo, quando a densidade populacional dos percevejos pode ser elevada e mais daninha à soja.

Estudos têm mostrado que a intensidade dos danos causados pelo complexo de percevejos da soja é bastante variável e depende da densidade populacional de percevejos, do estágio de desenvolvimento das plantas e da época de semeadura (PANIZZI et al., 1979; SCHUMANN & TODD, 1982; CORRÊA-FERREIRA, 2005).

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Em função da fenologia da soja, muda, não só a suscetibilidade desta aos danos, mas também o desempenho biológico dos percevejos (PANIZZI, 1991; PANIZZI & ALVEZ, 1993). Isto pode se reverter em aumento das populações em função da soja, em alguns estádios, ser uma fonte nutricional mais adequada aos percevejos (SCHUMANN & TODD, 1982).

Segundo PANIZZI (1991), embora os percevejos também se alimentem de outros órgãos das plantas que não legumes, sua ocorrência está diretamente relacionada com o surgimento dos legumes e o enchimento de grãos, devido à preferência por fontes de alimentação mais protéicas. No período de colonização da soja, os percevejos, oriundos de populações que passaram o inverno na área ou no entorno, se dispersam para áreas de soja em um estádio de desenvolvimento que seja atrativo aos mesmos.

Conhecer a flutuação populacional dos percevejos ao longo do ciclo de desenvolvimento da cultura e na entressafra pode subsidiar a tomada de decisão para o controle. Este trabalho teve o objetivo de avaliar a flutuação populacional das espécies de percevejos ocorrentes na soja e sua permanência na área no pós-colheita.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido em Santa Maria, RS, nas safras agrícolas 2006/07 e

2007/08 e 2008/09, em uma área de 6,64 hectares, semeada com a cultivar CD 214 RR nas safras, e mantida com azevém espontâneo na entressafra. Na safra 2006/07 e 2008/09, a soja foi semeada tardiamente (18/12/2006 e 30/12/2008), ao passo que, na safra 2007/08, a semeadura foi na época recomendada para cultivares precoces no Estado (24/11/2007).

Para a realização das amostragens, a área experimental foi dividida em uma grade amostral de 105 pontos, espaçados de 25 x 25 m, com o auxílio do programa CR Campeiro 6. As amostragens foram feitas semanalmente, desde a pré-emergência da soja até a maturação de colheita, e, mensalmente, no período de entressafra. As avaliações realizadas em pré-emergência e na entressafra foram feitas nas entre linhas da soja, onde a palhada da superfície do solo era revolvida manualmente a procura de percevejos. Da emergência até V2 as avaliações foram visuais, buscando-se a presença de percevejos nas plantas ou na palhada sobre o solo. De V3 até a R9 as amostragens foram feitas com pano-de-batida. Os insetos amostrados foram coletados em frascos plásticos e encaminhados ao Laboratório de Manejo Integrado de Pragas da UFSM, para identificação e quantificação de ninfas de terceiro a quinto ínstares e adultos.

Para todas as datas de avaliação, foram feitas quatro amostragens por ponto, totalizando 1,8 m2 de área amostrada por ponto, ou seja, 189 m2 de área total amostrada. Em cada data, era avaliada a fenologia da soja, segundo a escala fenológica de RITCHIE (1982) adaptada por YORINORI (1996).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

As principais espécies de percevejos observados na área experimental durante as três

safras foram Piezodorus guildinii, Nezara viridula, Euschistus heros, Dichelops furcatus, Edessa meditabunda, Chinavia spp (Hemiptera: Pentatomidae) e Neomegalotomus simplex

(Hemiptera: Alydidae). Na Figura 1 é possível observar pela grandeza dos dados, que a densidade

populacional de percevejos foi maior na safra 2006/07 (Figura 1a) do que nas safras 2007/08 e 2008/09 (Figuras 1b e 1c, respectivamente). SMITH et al. (2009) também encontraram diferenças na densidade populacional de percevejos em duas safras.

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c)

* Pré-E=pré-emergência; ES=entressafra. Figura 1. Distribuição temporal de percevejos da soja (CD 214 RR) em 105 pontos de amostragem nas safras agrícolas 2006/07, 2007/08 e 2008/09, e entressafras 2007 e 2008. Santa Maria, RS, Brasil.

Na avaliação de pré-emergência da safra 2006/07 e 2007/08 verificou-se que já haviam percevejos na área. Porém, na amostragem de pré-emergência da safra 2008/09, não foram detectados percevejos, embora a 7ª amostragem da entressafra tenha evidenciado sua presença. Provavelmente os percevejos, encontrados na pré-emergência, tenham passado os meses do outono-inverno na área em estudo, como pode ser verificado nas avaliações da entressafra, ou migrado de áreas próximas.

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Nas três safras, na fase vegetativa da soja, as populações de percevejos foram baixas. Esta baixa densidade populacional é considerada normal neste período, visto que a ocorrência de percevejos na cultura está relacionada à presença de legumes (PANIZZI, 1991). No entanto, segundo CORRÊA-FERREIRA (2005) nesta fase anterior a formação de legumes, o ataque de percevejos não causa redução no rendimento.

A partir do florescimento da soja, ocorreu um pequeno aumento na densidade populacional dos percevejos, sendo que a partir de R3 e de R5.1 (formação de legumes e começo do enchimento de grãos) observou-se um crescimento mais acentuado das populações de percevejos nas três safras. O pico populacional dos percevejos em 2006/07 ocorreu em R8.1 (início a 50% de desfolha), e em 2007/98 e 2008/09, ocorreu em R9 (maturação de colheita).

Nas entressafras 2007 e 2008, as populações foram baixas, e reduziram de julho a setembro, quando apenas adultos foram encontrados. Próximo do período da safra, já foi possível verificar um aumento nas populações e a presença de ninfas.

CONCLUSÕES

A colonização ocorreu no período vegetativo da soja, com uma baixa população de

percevejos neste período. Na entressafra a população de percevejos decresceu, e predominaram adultos. O pico populacional dos percevejos ocorreu na maturação da soja, em R8.1 e R9 nas

três safras. BIBLIOGRAFIA

CORRÊA-FERREIRA, B. S. Suscetibilidade da soja a percevejos na fase anterior ao desenvolvimento das vagens. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 40, n. 11, p. 1067-1072, 2005. PANIZZI, A.R. Ecologia nutricional de insetos sugadores de sementes. In: PANIZZI, A.R.; PARRA, J.R.P. Ecologia nutricional de insetos e suas implicações no manejo de pragas. São Paulo : Manole, 1991. Cap.7, p. 253-287. PANIZZI, A.R.; ALVES, R.M.L. Performance of nymphs and adults of the southern green stink bug (Heteroptera: Pentatomidae) exposed to soybean pods at different phenological stages of development. Journal of Economic Entomology, v.86, n.4, p.1089-1093, 1993. PANIZZI, A. R.; SMITH, J. G.; PEREIRA, L. A. G.; YAMASHITA, J. Efeito dos danos de Piezodorus guildinii (Westwood, 1837) no rendimento e qualidade da soja. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE PESQUISA DA SOJA, 1., 1979. Londrina. Anais... Londrina: Embrapa Soja, 1979. v. 2, p. 59-78. SCHUMANN, F. W.; TODD, J. W. Population dynamics of the southern green stink bug (Heteroptera: Pentatomidae) in relation to soybean phenology. Journal of Economic Entomology, v. 75, n. 4, p. 748-753, 1982. SMITH, J.F. et al. Early-season soybean as a trap crop for stink bugs (Heteroptera: Pentatomidae) in Arkansas’changing system of soybean production. Environmental Entomology, v.38, n.2, p.450-458, 2009a.

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

ESPÉCIES DOMINANTES DE PERCEVEJOS AO LONGO DO CICLO DE DESENVOLVIMENTO DA SOJA EM SANTA MARIA, RS, BRASIL

C. R. Perini1, R. C. R. Kuss-Roggia, D. G. Schallemberger¹, E. Dal Prá¹, M. Bigolin¹, J.V.C. Guedes¹

1Universidade Federal de Santa Maria. E-mail: [email protected], [email protected]

Resumo: Com o objetivo de verificar a dominância de espécies de percevejos ao longo do ciclo da soja, foi desenvolvido um trabalho em Santa Maria, RS, Brasil, durante as safras agrícolas 2006/07, 2007/08 e 2008/09, com a cultivar de soja CD 214 RR. Nas safras 2006/07 e 2008/09 a soja foi semeada tardiamente, ao passo que na safra 2007/08 a semeadura foi realizada na época recomendada. As amostragens das populações foram feitas semanalmente desde a pré-emergência até a maturação de colheita, em 105 pontos (25 x 25 m), de uma área de 6,64 hectares. Foram considerados para os cálculos o número de percevejos adultos mais ninfas de primeiro a quinto instares das espécies de percevejos ocorrentes, em cada data de avaliação. No período vegetativo, nas três safras, predominou Dichelops furcatus (Hemiptera: Pentatomidae). No período de enchimento de grãos ocorreram mais espécies e em diferentes proporções nos três anos. Em 2007/08, predominou D. furcatus seguido de Edessa meditabunda (Hemiptera: Pentatomidae) desde o vegetativo até o enchimento de grãos. Já, na maturação da soja, a maior população de percevejos foi de Piezodorus guildinii (Hemiptera: Pentatomidae). Palavras chave: Hemiptera, Pentatomidae, fenologia da soja, Piezodorus guildinii, Dichelops furcatus.

INTRODUÇÃO

São citadas em torno de 54 espécies de percevejos encontradas em soja nas Américas (PANIZZZI & SLANSKY, 1985), no entanto, poucas destas são consideradas daninhas à cultura. No Brasil estão registradas 25 espécies de percevejos em soja, Nezara viridula, Euschistus heros e Piezodorus guildinii (Hemiptera: Pentatomidae) são as de maior importância econômica, sendo que outras espécies são consideradas secundárias, de ocorrência esporádica e/ou menos freqüentes.

Tem-se verificado que a ocorrência das espécies de percevejos pode variar muito em função do sistema de manejo, rotação de culturas e variáveis ambientais. Segundo PANIZZI & CORRÊA-FERREIRA (1997), a expansão da área cultivada com soja em áreas anteriormente com pastagem, plantas nativas ou outros cultivos, bem como o uso do cultivo mínimo ou plantio direto, têm levado a mudanças na condição de pragas de alguns artrópodes nos trópicos. Isto tem feito com que espécies que anteriormente eram pouco expressivas,

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ganhassem importância pela freqüente ocorrência em altas populações e dificuldades de controle.

Segundo SALVADORI et al. (2007), no Rio Grande do Sul, ocorreu um aumento na incidência de Dichelops furcatus (Hemiptera: Pentatomidae) em milho e trigo, sendo que, na safra de trigo de 2006 encontrou-se grande quantidade de N. viridula, P. guildinii, E. heros e D. furcatus, o que pode implicar em maior população na safra de soja semeada logo após o trigo.

Sabe-se que o desempenho biológico dos percevejos pode variar em função da fenologia da soja, alterando também a suscetibilidade da cultura aos danos (SCHUMANN & TODD, 1982; PANIZZI, 1991; PANIZZI & ALVES, 1993).

Conhecer as espécies de percevejos que predominam longo do ciclo da soja pode subsidiar a tomada de decisão na escolha dos momentos e das táticas de manejo mais adequados no manejo integrado de pragas. O objetivo deste trabalho foi verificar quais espécies de percevejos fitófagos predominam ao longo do ciclo soja.

MATERIAL E MÉTODOS

Nas safras agrícolas 2006/07 e 2007/08 e 2008/09, o experimento foi conduzido em

uma área de 6,64 hectares semeada com a cultivar CD 214 RR, e dividida em uma grade amostral de 105 pontos(25 x 25 m), com o programa CR Campeiro 6. Na safra 2006/07 e 2008/09, a soja foi semeada tardiamente (18/12/2006 e 30/12/2008), ao passo que, na safra 2007/08, a semeadura foi feita na época recomendada (24/11/2007).

As amostragens foram semanais, desde a pré-emergência da soja até a maturação de colheita. As avaliações realizadas em pré-emergência foram feitas nas entre linhas da soja, onde a palhada da superfície do solo era revolvida manualmente a procura de percevejos. Da emergência até V2 as avaliações foram visuais, buscando-se a presença de percevejos nas plantas ou na palhada sobre o solo. De V3 até a R9 as amostragens foram feitas com pano-de-batida. Os insetos amostrados foram identificados e quantificados por espécie e fase de vida.

Em cada data de avaliação foram amostrados 4m (1,8 m2 por ponto ou 189 m2 de área total amostrada). Em cada data, era registrado o estágio fenológico da soja, segundo a escala de Ritchie adaptada por YORINORI (1996).

O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com 105 repetições. O número de percevejos de cada amostragem foi agrupado em quatro grupos considerando os estágios fenológicos: pré-emergência e vegetativo; florescimento e formação de legumes; enchimento de grãos; e maturação. Os dados foram transformados para (x+2)1/2 e submetidos à ANOVA. Para os casos em que houve significância para o teste F, aplicou-se o teste de Tukey a 5%.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Nas três safras, a espécie que apresentou maior percentagem no complexo de

percevejos da soja, durante o período vegetativo, foi D. furcatus (Tabela 1). Na safra 2007/08, E. meditabunda não diferiu significativamente de D. furcatus. A maior abundância de D.

furcatus no período vegetativo da soja pode estar relacionada com a utilização de gramíneas, como cultivo antecessor a soja (SALVADORI et al., 2007). A presença de lavoura de girassol próxima a área experimental, nos três anos, também pode ter influenciado a ocorrência de E.

meditabunda no período vegetativo, em maior percentagem na safra em que a semeadura da soja foi na época recomendada do que quando a semeadura foi tardia. Segundo PANIZZI & MACHADO-NETO (1992), E. meditabunda se alimenta preferencialmente de folhas e hastes, ao invés de legumes e sementes, em função da morfologia de seu aparelho bucal. Estes dados demonstram que a soja no estágio vegetativo pode ser uma fonte de alimento adequado para esta espécie.

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Do florescimento à formação de legumes, D. furcatus e N. viridula representaram as maiores percentagens de percevejos, embora, em 2007/09 não diferiram de E. heros, E.

meditabunda e Chinavia sp. Já em 2008/09 não houve diferença significativa entre as espécies ocorrentes.

Tabela 1. Espécies de percevejos adultos e ninfas de primeiro a quinto instares, amostrados em 189 m2, nas safras agrícolas 2006/07, 2007/08 e 2008/09, Santa Maria, RS, Brasil. Safra 2006/07

Espécies Pré-E a V15, [91] (22.dez – 13.fev)

R1 a R3, [2] (20.fev – 27.fev)

R5.1 a R6, [5] (06.mar – 03.abr)

R7.1 a R9, [3] (10.abr – 28.abr)

Piezodorus guildinii 02 (03 b4) 5,4 (1,0 b) 60,8 (147,0 a) 78,9 (1775,3 a) Nezara viridula 2,8 (0,1 b) 40,5 (7,5 a) 24,7 (59,8 ab) 15,4 (346,7 b) Euschistus heros 5,5 (0,2 b) 0 (0 b) 6,5 (15,6 b) 3,7 (82,7 bc) Dichelops furcatus 77,8 (3,1 a) 46,0 (8,5 a) 4,4 (10,6 b) 1,2 (27,3 c) Edessa meditabunda 13,9 (0,5 b) 8,1 (1,5 b) 2,8 (6,8 b) 0,4 (8,3 c) Neomegalotomus simplex 0 (0 b) 0 (0 b) 0,8 (2,0 b) 0,4 (9,3 c) Chinavia spp. 0 (0 b) 0 (0 b) 0 (0 b) 0 (0,3 c) CV (%)5 20,66 12,64 67,75 32,69 Safra 2007/08

Espécies Pré-E a V16, [10] (25.nov – 30.jan)

R1 a R3, [3] (07.fev – 20.fev)

R5.1 a R6, [4] (27.fev – 18.mar)

R7.1 a R9, [3] (29.mar – 12.abr)

Piezodorus guildinii 5,8 (1,4 b) 1,3 (0,7 bc) 9,3 (19,7 cde) 40,3 (380,0 a) Nezara viridula 2,5 (0,6 b) 14,8 (7,7 abc) 17,1 (36,1 abc) 10,4 (98,0 bc) Euschistus heros 5,0 (1,2 b) 11,6 (6,0 abc) 11,2 (23,7 bcd) 12,8 (120,3 bc) Dichelops furcatus 58,2 (13,9 a) 34,2 (17,7 a) 34,9 (74,0 a) 18,8 (177,3 b) Edessa meditabunda 26,8 (6,4 ab) 30,3 (15,7 ab) 24,0 (50,7 ab) 10,5 (99,0 bc) Neomegalotomus simplex 0 (0 b) 0,7 (0,3 c) 0,2 (0,2 e) 0,8 (8,0 d) Chinavia spp. 1,7 (0,4 b) 7,1 (3,7 abc) 3,3 (7,0 de) 6,4 (60,7 cd) CV (%)5 47,16 31,21 23,86 18,24 Safra 2008/09

Espécies Pré-E a V10, [7] (06.jan - 20.fev)

R1 a R1, [2] (28.fev – 03.mar)

R5.1 a R6, [4] (14.mar – 04.abr)

R7.1 a R9, [3] (13.abr – 25.abr)

Piezodorus guildinii 0 (0 b) 20,7 (3,0 a) 51,1 (156,2 a) 66,3 (825,7 a) Nezara viridula 4,5 (1,4 b) 6,9 (1,0 a) 22,3 (68,2 ab) 16,1 (200,3 b) Euschistus heros 4,5 (0,1 b) 20,7 (3,0 a) 15,1 (46,2 abc) 12,1 (150,3 b) Dichelops furcatus 72,8 (2,3 a) 44,8 (6,5 a) 5,3 (16,2 bc) 3,4 (43,0 c) Edessa meditabunda 13,7 (0,4 b) 3,4 (0,5 a) 2,4 (7,2 bc) 0,3 (4,3 cd) Neomegalotomus simplex 4,5 (0,1 b) 0 (0 a) 0,1 (0,2 b) 0 (0 d) Chinavia spp. 0 (0 b) 3,4 (0,5 a) 3,7 (11,2 bc) 1,8 (22,7 cd) CV (%)5 15,04 31,73 48,51 17,14 1 Número de amostragens no período. 2 Percentagem durante o período. 3 Número médio de percevejos por amostragem. 4 Médias seguidas de mesma letra na vertical não diferem entre si pelo teste de Tukey (p≤5%), com transformação (x+2)1/2. 5 Coeficiente de variação.

A predominância de espécies durante o enchimento de grãos, não mostrou

similaridade entre as três safras. Em 2006/07 e 2008/09, ambas as safras de semeadura tardia, as espécies dominantes foram P. guildinii e N. viridula, sendo que em 2008/09, a densidade populacional de E. heros não diferiu da densidade populacional destas outras duas espécies. Na safra 2007/08, provavelmente em função da semeadura ter sido em torno de um mês antes, quando comparada às outras duas safras, as espécies dominantes foram D. furcatus, E.

meditabunda e N. viridula. Embora, nas três safras houvesse cultivo de girassol no entorno do experimento, em 2007/08 a área deste experimento ficou mais tempo de seu ciclo em contato com a cultura do girassol, em função da semeadura da soja ser quase um mês antes, o que pode ter influenciado a dispersão dos percevejos do girassol para a soja (KUSS-ROGGIA, 2009).

No período de maturação da soja, nas três safras, a espécie dominante foi P. guildinii, chegando a compor quase 80% do complexo de percevejos neste período em 2006/07. O fato

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de serem encontrados os maiores números médios de percevejos por amostragem neste período pode estar relacionado com a dispersão de percevejos de áreas do entorno para a área experimental.

CONCLUSÕES

D. furcatus foi predominante no período vegetativo da soja. Enquanto no período de

enchimento de grãos ocorrem mais espécies e em diferentes proporções nos três anos. P. guildinii foi a espécie predominante na maturação da soja. D. furcatus e E. meditabunda podem ganhar importância pela sua incidência em altas

populações, até mesmo no período reprodutivo da soja.

BIBLIOGRAFIA

KUSS-ROGGIA, R.C.R. Distribuição espacial e temporal de percevejos da soja e comportamento de Piezodorus guildinii (Westwood, 1837) (Hemiptera: Pentatomidae) na soja (Glycine max (L.) Merrill) ao longo do dia. 2009. 128 f. Tese (Doutorado em Agronomia) – Programa de Pós-Graduação em Agronomia, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2009. PANIZZI, A.R. Ecologia nutricional de insetos sugadores de sementes. In: PANIZZI, A.R.; PARRA, J.R.P. Ecologia nutricional de insetos e suas implicações no manejo de pragas. São Paulo : Manole, 1991. Cap.7, p. 253-287. PANIZZI, A.R.; ALVES, R.M.L. Performance of nymphs and adults of the southern green stink bug (Heteroptera: Pentatomidae) exposed to soybean pods at different phenological stages of development. Journal of Economic Entomology, v.86, n.4, p.1089-1093, 1993. PANIZZI, A.R.; CORRÊA-FERREIRA, B.S. Dynamics in the insect fauna adaptation to soybean in the tropics. Trends in Entomology, v.1, p.71-88, 1997. PANIZZI, A.R.; MACHADO-NETO, E. Development of nymphs and feeding habits of nymphal and adult Edessa meditabunda (Heteroptera: Pentatomidae) on soybean and sunflower. Annals of the Entomological Society of America, v.85, n.4, p.477-481, 1992. PANIZZI, A. R.; SLANSKY, F. Review of phytophagous pentatomids (Hemiptera: Pentatomidae) associated with soybean in the Americas. Florida Entomologist, v. 68, n. 1, p. 184-214. 1985. SALVADORI, J. R.; PEREIRA, P. R. V. S.; CORRÊA-FERREIRA, B. S. Pragas ocasionais em lavouras de soja no Rio Grande do Sul. Passo Fundo: Embrapa Trigo, 2007. 20 p. (Documentos Online; 91). Disponível em: < http://www.cnpt.embrapa.br/biblio/do/p_do91.pdf>. Acesso em: 04 nov. 2008. SCHUMANN, F. W.; TODD, J. W. Population dynamics of the southern green stink bug (Heteroptera: Pentatomidae) in relation to soybean phenology. Journal of Economic Entomology, v. 75, n. 4, p. 748-753, 1982. YORINORI, J.T. Cancro da haste da soja: epidemiologia e controle. Londrina: Embrapa Soja, 1996. 75p. (Circular Técnica, 14)

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

PENETRAÇÃO DE GOTAS EM FUNÇÃO DO ESPAÇAMENTO ENTRE LINHAS, CULTIVAR DE SOJA E VOLUME DA DE PULVERIZAÇÃO

G.R. Sturmer¹, R.A. Fiorin¹, G. Dalazen¹, E. Dal Prá¹, G. Ceolin¹, J.V.C. Guedes¹ 1Universidade Federal de Santa Maria. E-mail: [email protected],

[email protected]

Resumo: O objetivo deste trabalho foi avaliar a penetração de gotas de pulverização em função do espaçamento entre linhas da cultivar de soja e do volume de pulverização. Foram utilizadas os cultivares FUNDACEP 55 e BRS 243 nos espaçamentos de 30, 45 e 60 cm nas entre linhas, sobre as quais foram aplicados os volumes de 100, 150, 200, 250 e 300 l ha-1, no estádio R3 da soja. Os tratamentos foram dispostos em blocos ao acaso, com parcelas subdivididas. Os resultados demonstraram que quanto maior o espaçamento, maior a penetração de gotas, como esperado; na cultivar BRS 243 ocorreu maior deposição numérica de gotas. O incremento no volume de pulverização aumenta o número de gotas/cm2, especialmente quando a cultura encontra-se em estádio mais avançado. Palavras-chave: pulverização, densidade de gotas, tecnologia de aplicação.

INTRODUÇÃO

A soja apresenta elevada capacidade de se adaptar as condições ambientais e de

manejo, por meio de modificações na sua fisiologia e morfologia com efeito nos seus componentes do rendimento. Devido a esta plasticidade, a soja apresenta boa adaptação em diferentes arranjos de plantas. Respostas ao espaçamento entre linha incluem mudanças na arquitetura, captura e partição de recursos para o crescimento e desenvolvimento das plantas (SÁNCHEZ et al., 1993)

A ampliação do espaçamento entre linhas maximiza a retenção de gotas pulverizadas e evidencia a importância da interação do manejo fitotécnico, controle químico das doenças e a tecnologia utilizada na aplicação MADALOSSO (2006).

A cultivar pode apresentar resposta diferenciada ao arranjo de plantas e oferecer maior ou menor dificuldade a penetração de gotas na pulverização, em decorrência de diferentes índices de área foliar e/ou da arquitetura das plantas, possibilitando uma resposta diferenciada à pulverização em função do genótipo avaliado.

A eficácia do tratamento depende não somente da quantidade de material depositado sobre a vegetação, mas também da uniformidade de cobertura do alvo. A deposição é menor nas partes mais baixas e internas do dossel das culturas (CUNHA et al., 2006).

O trabalho teve como objetivo avaliar a penetração de gotas de pulverização em função do volume de calda, espaçamento entre linhas e cultivares de soja.

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MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi desenvolvido na área experimental do Departamento de Defesa Fitossanitária, na Universidade Federal de Santa Maria, no município de Santa Maria, RS, na safra agrícola 2007/08. O delineamento experimental foi de blocos ao acaso com parcelas sub-divididas, com seis tratamentos e quatro repetições. Na parcela principal foram alocados os espaçamentos entre linha e nas sub-parcelas as cultivares. Cada sub-parcela foi composta por 10 linhas de 15 metros, sendo a largura variável em função do espaçamento entre linhas. A área útil foi formada por oito fileiras centrais, deixando-se 1 m em cada lado da parcela como bordaduras.

Os tratamentos foram representados por três espaçamentos entre linhas (30, 45 e 60 cm) e pelas cultivares FUNDACEP 55 e BRS 243, sendo utilizada população de 250.000 plantas ha-1. A aplicação foi realizada no estádio R3 da cultura.

As aplicações foram realizadas com pulverizador costal propelido a CO2. Foram utilizadas pontas de jato leque plano de uso ampliado à pressão de 15 (Psi), sendo as alterações de volume proporcionadas pela substituição das pontas de pulverização, e pelo ajuste da velocidade, mantendo-se a pressão constante.

As pontas utilizadas foram XR 11001, XR 11005, XR 11002, XR 11003, XR 11003 e XR 11004, com os respectivos volumes 100, 150, 200, 250 e 300 l ha-1.

A deposição das gotas foi avaliada utilizando cartões hidro-sensíveis. A altura de fixação dos cartões foi estabelecida em função da estatura média das plantas na parcela, fixando-se os cartões em três locais, a 75% (terço superior), 50% (terço médio) e 25% (terço inferior) da estatura média das plantas. Para realização deste teste foram utilizados dois cartões para cada local de avaliação.

Os cartões sensibilizados pelas gotas foram digitalizados utilizando scanner modelo ColorPage-Vivid 3XE, marca Gênius, com resolução de 600 dpi, salvos em arquivos no formato BMP (Windows Bitmap). Posteriormente, foram analisados com auxílio do software E-Sprinkle (RAMOS et al., 2004), versão 2005, obtendo-se a densidade de gotas e o diâmetro mediano volumétrico das mesmas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Avaliando o comportamento das cultivares, observa-se maior número de gotas e maior uniformidade de penetração na cultivar BRS 243 RR, quando comparada aos resultados apresentados para cultivar FUNDACEP 55, em todos os volumes e espaçamentos. O maior número de gotas cm-2 obtido nos tratamentos com a cultivar BRS 243 RR reflete diferenças na arquitetura das cultivares, com o posicionamento da folhas que facilitam a recepção das gotas, pois esta cultivar apresentou maior número de gotas, mesmo com maior índice de área foliar do que a cultivar FUNDACEP 55 (Figura 1).

A maior quantidade de gotas foi observada na cultivar BRS 243 RR indicando maior facilidade de realização do manejo fitossanitário nesta cultivar, uma vez que, segundo MCNICHOL et al. (1997), o sucesso da aplicação é determinado pela eficiência do princípio ativo e pela intensidade e uniformidade de cobertura. Portanto a eficácia depende não apenas da quantidade de material depositado sobre a vegetação, mas também, da uniformidade de cobertura do alvo, destacando-se a maior densidade de gotas na cultivar BRS 243, nos maiores espaçamentos entre linhas ou quando se utilizou maiores volumes de pulverização.

Os resultados obtidos nas pulverizações realizadas no estádio R3 mostraram que o aumento do volume de calda propiciou incremento no número de gotas cm-2. Isso se explica em função dos maiores espaçamentos apresentarem menor interceptação de gotas pelas folhas

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superiores, possibilitando maior penetração de gotas no interior do dossel e conseqüentemente maior uniformidade na aplicação.

O volume de pulverização de 300 l ha-1 proporcionou maior número de gotas nos pontos avaliados e possivelmente em todo o dossel, nas duas aplicações, quando comparado ao demais volumes de calda, concordando com DERKEN & SANDERSON (1996). Este resultado indica maior distribuição de calda no alvo empregando-se maior volume de pulverização, condição desejada principalmente quando do uso de agrotóxicos de contato. Para LIMBERGER (2006) com o incremento do volume de pulverização espera-se o aumento da retenção do volume aplicado até certo ponto, a partir do qual a superfície não mais retém o líquido, passando a escorrer, o que não é desejável.

Para LIMBERGER (2006) o volume de calda é uma variável importante na aplicação, sendo que existe uma tendência de redução deste volume. O autor adverte que o uso de menor volume de água misturada ao ingrediente ativo, exige aprimoramento da tecnologia de pulverização empregada para obtenção de boa cobertura do alvo desejado. A utilização de menores volumes diminui o número de gotas cm-2 que atingem o alvo biológico, como observado neste trabalho, apesar de aumentar a concentração do ingrediente ativo na gota.

A avaliação da deposição de gotas nos terços da planta indica grande variação na cobertura em função da interceptação das gotas pela folhas localizadas na parte superior da planta. Para todos os tratamentos estudados a maior densidade de gotas foi obtida no terço superior da planta, seguido pelo terço médio e pelo terço inferior, que, especialmente nos tratamentos com menor espaçamento das entre linhas evidencia a dificuldade de penetração das gotas. Esta dificuldade cresce em importância com o avanço do ciclo da cultura, sendo que na pulverização realizada no estádio R3, no espaçamento de 30 cm de entre linhas e, quando pulverizado o volume de 100 l ha-1, contabilizou-se menos de 10 gotas cm-2 no terço inferior da planta, enquanto no espaçamento de 60 cm, para a mesma condição, este valor foi de 28 gotas cm-2 na cultivar FUNDACEP 55 e 35 gotas cm-2 na cultivar BRS 243 RR.

Estudos sobre padrões de deposição de pulverizações indicam grande variabilidade de deposição dos agrotóxicos ao longo das faixas de aplicação, o que diminui a eficácia dos tratamentos (GUPTA; DUC, 1996). Para SANTOS et al. (2003) de maneira geral, a deposição é menor nas partes mais baixas e internas do dossel das culturas.

A cultivar BRS 243 RR apresentou maior número de gotas cm-2 em todas os estádios de avaliação, mantendo esta tendência independente da posição avaliada, indicando arquitetura favorável, fator fundamental frente aos desafios impostos no momento de exercer controle de pragas e doenças, especialmente as com infecção inicial na parte inferior da planta.

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a) 30 cm – Terço médio b) 45 cm – Terço médio

c) 60 cm – Terço médio

Figura 1 - Penetração de gotas no terço médio da cultura da soja, em pulverização simulada no estádio R3, em função do volume de calda, do espaçamento entre linhas e da cultivar utilizada. Santa Maria, 2008.

CONCLUSÕES

O arranjo de plantas influencia diretamente a penetração de gotas de pulverização. O espaçamento entre linhas interfere diretamente no número e no tamanho de gotas que

atinge as diferentes partes da planta, sendo o espaçamento de 60 cm nas entre linhas o que possibilita maior número de gotas, estas de maior diâmetro mediano volumétrico.

Menor número de gotas e gotas com menor diâmetro mediano volumétrico são obtidas em pulverização realizadas no espaçamento de 30 cm nas entre linhas, sendo estas gotas de tamanho menor, em função da maior dificuldade imposta à penetração por este espaçamento.

A cultivar BRS 243 RR apresenta maior índice de área foliar e menor dificuldade a penetração de gotas no interior do dossel da cultura da soja, quando comparada a cultivar FUNDACEP 55.

BIBLIOGRAFIA DERKSEN, R. C.; SANDERSON, J. P. Volume, speed and distribution technique effects on poinsettia foliar deposit. Transactions of the ASAE 39. 1996. p. 5-9. GUPTA, C. P.; DUC, T. X. Deposition studies of a hand- held air-assisted electrostatic sprayer. Transactions of the ASAE 39(5). 1996.1633-1639. LIMBERGER, A.R. Avaliação da deposição da calda de pulverização em função do tipo de ponta e do volume aplicado, na cultura do feijão. 2006. 50 f. Dissertação (Mestrado em Agronomia) - Universidade do Oeste do Paraná, Cascavel. MADALOSSO, M. G. et al. Tecnologia de aplicação & manejo cultural: binômio da produção. UFSM. Santa Maria: UFSM, 2006. 5 p. (Informativo Técnico n. 24). McNICHOL, A. Z.; TESKE, M. E.; BARRY, J. W. A technique to characterize spray deposit in orchard and tree canopies. Transactions of the ASAE, St. Joseph, v.40, n.6, p.1529-1536, Nov./Dec. 1997. RAMOS, H. H. et al. Acurácia de um programa de computador na determinação de parâmetros da pulverização sobre papéis hidrossensíveis. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE TECNOLOGIA

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DE APLICAÇÃO DE AGROTÓXICOS, 3. Botucatu. Anais... Botucatu: Fundação de Estudos e Pesquisas Agrícolas e Florestais - FEPAF, 2004. p. 1-4. SÁNCHEZ, R. A. et al. Plant responses to canopy density mediated by photomorphogenic processes. International.Crop Science. Madison, v. 33, n. 4 , p. 779-786, July 1993. SANTOS, J. M. F. dos. Dinâmica de Deposição de Gotas. In: ______. Manual de tecnologia de aplicação de agroquímicos. Piracicaba: Ed: AgrEvo, 1998. p.10-12,

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

EFICIÊNCIA DE INSETICIDAS NO CONTROLE DE ÁCAROS NA CULTURA DA SOJA

Nathália Leal de Carvalho¹ Ervandil Correa Costa¹ Jerson Vanderlei Carús Guedes ¹; Jorge Antonio França¹

¹Universidade Federal de Santa Maria – RS [email protected]

Resumo: Visando o controle de ácaros na cultura da soja, foi instalado um experimento na safra agrícola 2008/2009, no município de Santa Maria, RS, em lavoura comercial, a cultivar utilizada foi FUNDACEP 53. Os tratamentos utilizados foram: TAMARON BR na dose de 600g i.a./ha, TAMARON BR + OBERON na dose de 360 + 120g i.a./ha, MOVENTO PLUS + AUREO na dose de 120g i.a./ha + 0,25% , OBERON nas doses de 240, 300 e 360g i.a./ha, e TESTEMUNHA onde se aplicou somente água. O delineamento experimental foi de blocos ao acaso, com 7 tratamentos e 4 repetições; cada parcela estava constituída de 10 linhas de 10 metros de extensão. Os inseticidas-acaricidas foram aplicados no estádio R2.

As amostragens dos ácaros foram feitas aos 3, 7, 10, 14 e 21 dias após a aplicação dos tratamentos, além de uma avaliação prévia da população. Para estas avaliações foram contados os ácaros em 1 cm² de 10 (dez) folíolos de soja/parcela, do terço médio e superior das plantas. Os valores obtidos foram corrigidos pela fórmula de ABBOTT, submetidos à análise da variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.Os produtos OBERON, nas doses de do 240, 300 e 360g i.a./ha e a mistura TAMARON + OBERON na dose de 360 + 120g i.a./ha, controlam com eficiência agronômica ≥ 80% o ácaro Tetranichus desertorum, na cultura da soja, podendo assim serem recomendados. Palavras chave: Soja, inseticidas, controle, ácaros

INTRODUÇÃO

A cultura da soja é uma das mais importantes atividades agrícolas do Brasil, e fonte de

divisas, através da exportação de seus grãos. A área cultivada com esta oleaginosa cresce ano a ano e conseqüentemente a produção nacional permitindo estimar que o Brasil será, ainda nesta década, o maior produtor mundial de soja.

O aumento da área cultivada, o uso de cultivares semelhantes ou aparentadas e o uso indiscriminado e por vezes aleatório de pesticidas têm favorecido a ocorrência de problemas fitossanitários; são exemplos desses desequilíbrios, a ressurgência de pragas e a ocorrência de pragas secundárias, com importância antes nunca verificada.

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Dentre as pragas de importância crescente na cultura da soja, estão ácaros tetraniquídeos e tarsenomídeos. No Brasil, as espécies dessas famílias eram de ocorrência rara e sem importância na cultura da soja, todavia recentemente, em algumas regiões produtoras da oleaginosa, seus níveis populacionais têm exigido a utilização de métodos químicos de controle.

A ocorrência de ácaros, causando danos importantes em soja, foi verificada nas safras 2002/03 e 2003/04, em diferentes regiões produtoras desta oleaginosa, no Rio Grande do Sul, especialmente em soja geneticamente modificada. Foram registradas as ocorrências de Tetranychus urticae, Polyphagotarsonemus latus, Mononychellus planki, T. desertorum e T.

gigas (Guedes et al., 2004 e Roggia et al., 2004). Estas ocorrências eram inicialmente localizadas e atribuídas a períodos secos (veranicos), entretanto, mais recentemente, foram verificadas de forma generalizada no Rio Grande do Sul e em níveis que determinaram a utilização de tratamento químico.

As INDICAÇÕES TÉCNICAS DA CULTURA DA SOJA DA REGIÃO SUL, não registram nenhum produto para controle de ácaros na soja apesar da importância que este grupo de pragas vem adquirindo na cultura. Deste modo, objetivo desse trabalho foi a identificação e avaliação de produtos eficientes para o controle de ácaros na cultura da soja.

MATERIAL E MÉTODOS

Visando o controle de ácaros, foi instalado um experimento, em 18/03/2008 no município de Santa Maria, RS, coordenadas 29° 42’ 59.50″ S e 53° 43’ 59.77″ O, em uma lavoura comercial de soja (Cv. FUNDACEP 53), semeada na densidade de 14 plantas por metro linear de fileira, espaçamento de 45 cm entre linhas.

O delineamento experimental foi de blocos ao acaso, com sete tratamentos e quatro repetições; cada parcela estava constituída de 10 linhas de 10 metros de extensão. Os inseticidas-acaricidas foram aplicados no estádio R2 (FEHR et al., 1971) utilizando-se um pulverizador costal, de pressão constante (CO2), equipado com pontas tipo XR 11002, calibrado para 150 litros de calda/ha. No momento da instalação a temperatura era de 23°C, umidade relativa estava em 68%, ventos com orientação NO a 2,8 m/s. Os seguintes tratamentos foram testados: TAMARON BR nas doses de 600g i.a./ha, TAMAROM BR + OBERON na dose de 360 + 120g i.a./ha, MOVENTO PLUS + AUREO na dose de 120g i.a./ha + 0,25 %, OBERON nas doses de 240, 300 e 360g i.a./ha e a TESTEMUNHA onde aplicou-se somente água. As amostragens dos ácaros foram feitas aos 3, 7, 10, 14 e 21 dias após a aplicação dos tratamentos, além de uma avaliação prévia da população. Para estas avaliações foram contados os ácaros em 1 cm² de 10 (dez) folíolos de soja/parcela, do terço médio e superior das plantas. Nas amostragens foram separados exemplares que foram identificados pela Dra. Denise Navia (EMBRAPA/CENARGEM). Os valores obtidos foram corrigidos pela fórmula de ABBOTT (1925), submetidos à análise da variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O teste de Tukey, a 5% de probabilidade de erro, entre os tratamentos não apresentou diferença significativa, ficando demonstrado que o comportamento estatístico foi similar. Porém a média da parcela testemunha diferiu das médias dos tratamentos em todas as datas de avaliação, esse comportamento evidencia que todos os tratamentos, independente de controle, apresentaram ação biocida, especificamente, o tratamento com OBERON, verifica-se que praticamente em todas as datas de avaliação (3, 7, 10, 14 e 21 DAT) o aumento da dose correspondeu a um aumento da eficiência agronômica.

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Quanto ao período residual, constatou-se que a eficiência no controle do ácaro no decorrer das datas de avaliação aumentou concomitantemente. Esses dois fatores são importantes, o primeiro: aumento de eficiência com o aumento da dose e, segundo: o aumento da eficiência com o transcorrer do tempo. Esses fatores de ação estão ligados as características intrínsecas de cada produto. De qualquer forma, OBERON, nas doses avaliadas, apresentou excelente performance no controle do ácaro T. desertorum, na cultura da soja podendo assim ser indicado.

Quanto à mistura TAMARON + OBERON, constatou-se que o perfil do produto é bom, pois apresentou uma percentagem de controle de 86,73%, a mistura, se equivale aos percentuais de controle das três doses de OBERON, quando em análise isolada. Outra mistura avaliada foi MOVENTO PLUS + AUREO (120g +25% do i.a/ha), essa mistura não logrou sucesso nas duas primeiras datas de avaliação (aos 3 e 7 DAT) permitindo um controle. Porém aos 10 e 14 DAT sua eficiência cresceu, chegando a um patamar aceitável. De qualquer forma os dados obtidos não permitem a recomendação considerando a inconsistência dos resultados.

Tabela 1 Dados de campo para ácaros (Tetranychus desertorum) na cultura da soja sob

efeito de diferentes acaricidas. Santa Maria, RS. Safra agrícola 2008.

Tratamentos Doses

P.C.¹/ha PC²

g i.a./ha Tamaron 600 1000 68,40 Tamaron + Oberon 360 + 120 600 + 200 86,73 Movento plus+Aureo 120 + 0,25% 250+0,25% 80,54 Oberon 240 400 85,53 Oberon 300 500 88,14 Oberon 360 600 91,31 Testemunha ----- ----- -----

1 produto comercial;

² média da porcentagem de controle durante os períodos de avaliação (Fórmula de ABBOTT)

De modo geral, os tratamentos e doses avaliadas superam, em controle, o produto

padrão.

CONCLUSÕES Os produtos OBERON, nas doses de 240, 300 e 360g i.a./ha e TAMARON +

OBERON na dose de 360 + 120g i.a/ha, controlam com uma eficiência agronômica ≥ 80% o ácaro Tetranichus desertorum, na cultura da soja podendo, portanto serem recomendados.

O produto MOVENTO PLUS + AUREO, na dose de 120g + 25% i.a/ha em função de seus resultados anômalos se recomenda uma nova avaliação.

No período de avaliação dos tratamentos e respectivas dosagens, não foi observado efeito fitotóxico.

BIBLIOGRAFIA ABBOTT, W.S. A method of computing the effectiveness of an inseticide. Journal Economic Entomol., Maryland, v.18, v.1, p.265-267, 1925. CORRÊA-FERREIRA, B. S.; PANIZZI, A. R. Percevejos da soja e seu manejo. Londrina: EMBRAPA-CNPSo, 1999. 45p. (EMBRAPA-CNPSo. Circular Técnica, 24).

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FEHR, W.R., CAVINESS, C.E., BURMWOOD, D.T. et al. Stage of development descriptions for soybeans, Glycine max (L.) Merril. Crop Science, ... v.11, n.11, p.929-931, 1971. GUEDES, J.C.; NAVIA, D.; FLECHTMANN, C.H.W.; et al. Ácaros fitófagos e predadores associados à soja no RS. In: XX CONGRESSO BRASILEIRO DE ENTOMOLOGIA. Gramado, RS. 2004. REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL (30.: 2002: Cruz Alta). Indicações Técnicas para a Cultura da Soja no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina 2002/2003. Cruz Alta: FUNDACEP-FECOTRIGO, 2002. 139 p. ROGGIA, S.; GUEDES, J.C.; NAVIA, D; et al. Ocorrência de ácaros fitófagos na soja no Rio Grande do Sul na safra 2002/03. In: XX CONGRESSO BRASILEIRO DE ENTOMOLOGIA. Gramado, RS. 2004.

Summary: Efficiency of insecticide the control of mites in soy crop. For the control of mites in the soybean crop, an experiment was installed in the 2008/2009 agricultural season, in Santa Maria, RS in commercial crop, the cultivar used was FUNDACEP 53. The treatments were: TAMARON BR ® at a dose of 1000 ml PC / ha, TAMARON BR + OBERON at the dose of 600 + 200 ml PC/ ha, MOVENTO PLUS + AUREO at a dose of 250 +0.25% ml PC / ha, OBERON ® at doses of 400, 500 and CP 600 ml PC/ ha, and control where only water was applied. The experimental design was randomized blocks with 7 treatments and 4 replicates, each plot was composed of 10 lines of 10 meters in length. The insecticides, acaricides were applied at stage R2. The samples of mites were made at 3, 7, 10, 14 and 21 days after application of treatments, a preliminary evaluation of the population. For these evaluations the mites were counted on 1 cm ² of 10 (ten) of soybean leaves / plot, the middle third and higher plants. The values obtained were submitted to analysis of variance and averages compared by Tukey test at 5% probability. Control of mites was calculated by the formula of Abbott (1925). Products OBERON, in doses of 400g, 500g and 600g of CP / ha and TAMARON + OBERON at a dose of 600g + 200g of CP / ha with a controlling agronomic efficiency ≥ 80% of the mite Tetranichus desertorum in the soybean crop may, be recommended. Key words: Soja, insecticides, control, mites

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

AVALIAÇÃO DE INSETICIDAS NO CONTROLE DO PERCEVEJO-VERDE-GRANDE (Nezara viridula), NA CULTURA DA SOJA

Nathália Leal de Carvalho¹ Ervandil Correa Costa¹ Jerson Carus Guedes¹ Jorge Antonio França¹

¹Universidade Federal de Santa Maria – RS [email protected]

Resumo: Estabeleceu-se uma pesquisa na cultura da soja (cv. CD 214), na safra agrícola 2007/08, no município de Santa Maria, RS, com o objetivo de avaliar a ação de diferentes inseticidas no controle do percevejo-verde-grande da soja, Nezara viridula. O ensaio foi conduzido em blocos ao acaso com seis tratamentos e quatro repetições. Os produtos e doses empregados foram: Connect na dose de 84,375g de i.a./ha; Tamaron BR na dose de 300g de i.a./ha; Movento Plus + Aureo (óleo metilado de soja 0,25v/v), nas doses de 72g i.a./ha + 0,25%, 96g i.a./ha + 0,25% e 120g de i.a./ha + 0,25%, além da testemunha na qual aplicou-se somente água. Os inseticidas foram aplicados com pulverizador costal propulsionado a CO2. As avaliações foram efetuadas aos 3, 7, 10 e 14 dias após a aplicação dos tratamentos (DAT), além de uma pré-contagem. A avaliação da população de percevejos foi pelo método de pano-de-batida, tomando-se duas amostras/unidade experimental que por sua vez possuíam 25 fileiras de soja por 15 m de extensão. Os dados foram corrigidos pela fórmula de ABBOTT, submetidos a análise da variância e as médias foram agrupadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro. As doses de Movento Plus + Aureo (72g, 96g e 120g de i.a./ha) controlam satisfatoriamente o Nezara viridula na cultura da soja, sem apresentar efeito fitotóxico, podendo assim ser recomendados para a cultura. Palavras chave: Soja, inseticidas, controle, percevejo-verde-grande

INTRODUÇÃO

A cultura da soja tem se destacando no cenário nacional, principalmente, nos últimos anos, pela sua produção, em função tanto do aumento em área como pela elevação da produtividade. A valorização da soja no cenário nacional, verificada nos últimos anos, além da incorporação de novas áreas, permite estimar que os produtores desta oleaginosa devam investir cada vez mais em insumos (defensivos, fertilizantes, máquinas, etc.) para permitir um crescimento sustentável e duradouro.

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Os produtores, por sua vez, estão cada vez mais preocupados em proteger a cultura da soja cuja produção tem grande valor e assim buscam as melhores soluções para os problemas fitossanitários, sendo que os insetos-praga apresentam importante papel.

Dentre as pragas que atacam a soja, os percevejos fitófagos são considerados as mais importantes, podendo reduzir significativamente os rendimentos da cultura (PANIZZI, 1975). Os percevejos sugadores de sementes alimentam-se inserindo os estiletes e sugando porções líquidas ou liquefeitas pela saliva. No processo de alimentação, injetam agentes histolíticos que liquefazem as porções sólidas e semi-sólidas das células (PANIZZI, 1991). Esse grupo de fitófagos é responsável pela redução no rendimento de grãos e por perdas na qualidade das sementes. Os danos são resultantes da sucção contínua da seiva e da transmissão de doenças. Os grãos atacados ficam menores, enrugados, chochos e tornam-se escuros (HOFFMANN-CAMPO et al., 2000).

Dentre os percevejos, o percevejo-verde, Nezara viridula, é uma das espécies mais daninhas à cultura da soja, causando elevados prejuízos e exigindo do sojicultor a adoção de medidas de controle quando da sua ocorrência em densidades superiores a dois (lavoura semente) ou quatro (lavoura para grão) exemplares por dois metros de fileira da cultura, durante a fase reprodutiva (COMISSÃO DE ENTOMOLOGIA, 2000).

Comprovadamente, os pentatomídeos fitófagos, destacando-se, N. viridula, que além dos danos diretos causam também significativos danos de ordem indireta, injetando toxinas na seiva, que por sua vez, vão causar distúrbios fisiológicos na planta determinando crescimento/ desenvolvimento anormal. Esta espécie está entre as mais freqüentes nas regiões produtoras de soja e a mais importante nos Estados do Sul do Brasil (HOFFMANN-CAMPO et al., 2000). Segundo TOOD & TURNIPSEED (1974), estudos demonstraram reduções significativas no poder germinativo, emergência e sobrevivência de plantas provenientes de sementes atacadas por N. viridula. A utilização do controle químico é uma das alternativas de que o agricultor dispõe para combater este inseto. Este trabalho objetivou avaliar a ação de inseticidas sobre N. viridula seguindo normas da COMISSÃO DE ENTOMOLOGIA (2000).

MATERIAL E MÉTODOS

O ensaio foi instalado em lavoura experimental de soja do Departamento de Defesa Fitossanitária da Universidade Federal de Santa Maria, no município de Santa Maria, RS, coordenadas 29° 55’ 01.54″ S e 55° 46’ 13.01″ O. O estabelecimento do ensaio foi em 25/03/2008, com uma temperatura de 24,80C, 69% de U.R. do ar e velocidade do vento de 2,5m/s entre as 14h30min e 15h. A cultivar usada foi CD 214, semeada em sistema de plantio direto, numa densidade populacional de 14 plantas/metro. Na ocasião do estabelecimento do ensaio a cultivar apresentava estatura média de 78 cm e estágio fenológico R5.4 (FEHR et al. 1971). O delineamento experimental foi de blocos ao acaso com quatro repetições. Os inseticidas empregados foram: Connect, na dose de 84,375g i.a./ha; Tamaron BR, na dose de 300g i.a./ha; Movento Plus + Aureo, nas doses de 72 + 0,25%, 96 + 0,25% e 120g i.a./ha + 0,25% e TESTEMUNHA onde aplicou-se somente água. A aplicação dos inseticidas foi efetuada usando-se um pulverizador costal propelido a CO2 equipado com barra de 1,5 metros e quatro bicos tipo leque XR11002 eqüidistantes 0,50m um do outro. As avaliações foram efetuadas aos 3, 7, 10 e 14 dias após a aplicação dos tratamentos (DAT), além de uma pré-contagem. A avaliação da população de percevejos foi pelo método de pano-de-batida, tomando-se duas amostras/unidade experimental, que por sua vez possuíam 25 fileiras de soja por 15m de extensão. Os dados foram corrigidos pela fórmula de ABBOTT

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(1925), submetidos à análise da variância e as médias foram agrupadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

De acordo com os resultados obtidos na avaliação prévia realizada da população de percevejos nas unidades experimentais, pode-se inferir que o número de indivíduos encontrados pelo método do pano-de-batida, na área foi de aproximadamente 200, o suficiente para a elaboração do trabalho, e se encontravam uniformemente distribuídas nas parcelas experimentais. O teste de Tukey, a 5% de probabilidade, permitiu inferir que todos os produtos apresentaram ação inseticida, sem considerar, no entanto os percentuais de controle porque as médias dos tratamentos diferiram das médias das parcelas testemunhas. Na mesma linha de raciocínio verificou-se não haver diferença entre médias dos produtos em avaliação, portanto, todos apresentaram resultados estatisticamente similares.

Tabela 1 Valores coletados no campo relativos às médias das datas de avaliação para cada inseticida avaliado no controle de Nezara viridula em soja. Santa Maria, RS. Safra agrícola 2007/2008.

Tratamentos Doses/ha

i.a. P.C. 1 PC² % Connect 84,375 750 77,35

Tamaron BR 300 500 86,74

Movento Plus + Aureo 72 150+0,25% 82,11 Movento Plus + Aureo 96 200+0,25% 90,46

Movento Plus + Aureo 120 250+0,25% 94,17

Testemunha ---- ---- ----

* ¹ produto comercial; ³ Percentagem de controle. Analisando as diferentes doses de Movento Plus + Aureo (72g, 96g e 120g de i.a./ha) constatou-se que a resposta foi positiva, ou seja, o aumento da dose correspondeu de forma respectiva ao aumento do percentual de controle, em todas as datas de avaliação. Outro aspecto que se deve observar é quanto ao período residual de ação das doses avaliadas. Essas se mantiveram dentre de uma variação aceitável ora sofrendo redução ora aumentando os percentuais de controle, porém nada de forma que se diga que as doses decrescem significativamente das primeiras às últimas avaliações. Outro dado interessante é que com as doses de 96g e 120g de i.a./ha os percentuais de controle foram sempre superiores às dos produtos tomados como padrão, Connect (84,375g de i.a./ha) e Tamaron BR (300g de i.a./ha).

CONCLUSÕES Movento Plus + Aureo nas doses de 72g, 96g e 120g de i.a./ha controlam com

eficiência agronômica ≥ 80% o percevejo-verde grande da soja (Nezara viridula) na cultura da soja, podendo ser recomendado no controle dessa espécie-praga, na cultura.

No período de avaliação, produtos e dosagens testadas, não apresentaram efeito fitotóxico.

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BIBLIOGRAFIA

ABBOTT, W.S. A method of computing the effectiveness of an inseticide. Journal Economic Entomology, Maryland, v.18, v.1, p.265-267, 1925. AGRIANUAL. Anuário da Agricultura Brasileira. FNP Consultoria & Agroinformativos. São Paulo, 496 p. 2004. FEHR, W.R., CAVINESS, C.E., BURMWOOD, D.T. et al. Stage of development descriptions for soybeans, Glycine max (L.) Merril. Crop Science, ... v.11, n.11, p.929-931, 1971.

HOFFMANN-CAMPO, C.B., MOSCARDI, F., CORRÊA-FERREIRA, B. Pragas da soja no Brasil e seu manejo integrado. Londrina: Embrapa Soja, 2000. 70p. Circular Técnica, 30.

PANIZZI, A.R. Biologia e danos causados à soja por Piezodorus guildinii (Westood, 1837) (Hemíptera: Pentatomidae). 1975. 129p. Dissertação (Mestrado em Ciências) Curso de Pós-Graduação em Ciências, Universidade Federal do Paraná.

PANIZZI, A.R. Ecologia nutricional de insetos sugadores de sementes. In: PANIZZI, A.R.; PARRA, J.R.P. (Ed.) Ecologia nutricional de insetos e sua aplicação no manejo de pragas. São Paulo: Malone, 1991. 359p. Cap. 7. p.253- 287.

REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL (28: 2000: Santa Maria) Recomendações Técnicas para a cultura da soja no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina 2000/2001. Santa Maria: UFSM/CCR/Departamento de Defesa Fitossanitária, 2000. 148p. TOOD, J. W., TURNIPSEED, S. G. Effects of southern green stink bug damage on yield and quality of soybeans. Journal Economic Entomology, n. 67, v. 3, p. 421-426. 1974.

Summary: Agronomic efficiency of insecticides in controlling the

Southern green stink bug (Nezara viridula), in the soy crop. The

research was performed on the soybean crop (cv. CD 214) in

the 2007/08 agricultural season, in Santa Maria, RS, to evaluate

the action of different insecticides in the control Southern green

stink bug , Nezara viridula. The experiment was conducted in

randomized blocks with six treatments and four replications.

The products and dosages used were: connect at a dose of

84.375 g ai / ha; tamaron br at a dose of 300g of ai / ha;

movento plus + Aureo (methylated soybean oil 0.25 v / v) at

doses of 72 would / ha + 0.25%, 96g ai / ha + 0.25% and 120g

of ai / ha + 0.25%, and a control in which only water was

applied. The insecticides were applied with a CO2 propelled

backpack sprayer. Evaluations were performed at 3, 7, 10 and

14 days after application of treatments (DAT), a pre-count. The

evaluation of the population of bugs was the method of cloth-of-

beat, taking two samples per experimental unit which in turn

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had 25 rows of soybeans by 15m in length. Data were subjected

to analysis of variance and means were grouped by Tukey test

at 5% probability of error. The insecticide movento plus + aureo

(72g, 96g and 120g of a.i. / ha) controlled Southern green stink

bug in the soybean crop without phytotoxic effects.

Key words: Soy, insecticides, control, Southern green stink bug

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

PERÍODO ANTERIOR AO DANO DA RENDA ECONÔMICA (PADRE): PRIMEIRAS EVIDÊNCIAS DE SUA IMPORTÂNCIA NA CULTURA DA SOJA

RESISTENTE AO GLYPHOSATE

Ribas A. Vidal1; Emerson Portes2 1 Eng. Agr., M.Sc., Ph.D., Prof. da Faculdade de Agronomia da Universidade Federal do Rio

Grande do Sul (UFRGS), Bolsista do CNPq. [email protected] 2 Eng. Agr., Mestre, Bolsista AT-NS do CNPq.

Resumo: A mato-interferência reduz o rendimento de grãos das culturas proporcionalmente ao período de convivência entre as espécies. Este trabalho teve por objetivo comparar o clássico Período Anterior a Interferência (PAI) na cultura de soja com o novo modelo de Período Anterior ao Dano da Renda Econômica (PADRE) para determinar o período de interferência das infestantes. Conduziram-se dois experimentos em Eldorado do Sul e Porto Alegre testanto-se períodos distintos de aplicação de glyphosate em pós-emergência de soja resistente ao produto. O rendimento de grãos da soja dependeu da época de aplicação de glyphosate. O PAI estimado para Eldorado do Sul foi de 20 dias após a emergência (DAE) e em Porto Alegre foi de 51 DAE. O novo modelo proposto, PADRE, foi a melhor estratégia para prever o período de adoção de medidas de controle em pós-emergência pois é baseada no custo de controle de ervas e no preço da lavoura. Palavras chave: inferferência, competição, papua, capim marmelada, Brachiaria plantaginea.

INTRODUÇÃO

Período Anterior à Interferência (PAI) é o período a partir da emergência da cultura em que a mesma pode conviver com a planta daninha antes que seu rendimento e outras características sejam afetados. Este modelo foi proposto no México por NIETO et al. (1968) e pesquisas brasileiras indicam que para uma perda de 5% no rendimento de grãos de soja pode-se permitir a convivência de cultura com infestantes por 15 a 25 dias após a emergência (DAE) da cultura .

Durante as últimas quatro décadas os grãos de soja dobraram de valor e a produtividade por área quase triplicou. Na última década, o advento da soja resistente ao glyphosate reduziu o custo de controle de infestantes. Desta forma, perdas de 5% no rendimento de grãos são inadmissíveis atualmente. Porém, novos modelos e novas técnicas experimentais são necessários para estimar com precisão o período inicial de mato-interferência aceitável. Estudos com testemunhas duplas, que diminuem o coeficiente de

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variação pela menor variabilidade relativa do ambiente, indicaram que o período de mato-interferência inicial foi 11 DAE (MESCHEDE et al., 2004). VIDAL et al. (2005) propuseram um novo modelo para estimar o período de convivência inicial entre cultura e infestantes. Este modelo considera o retorno econômico das medidas de controle e foi denominado Período Anterior ao Dano no Rendimento Econômico (PADRE). Este trabalho teve por objetivo comparar o PAI com o PADRE para determinar o período de interferência das infestantes na cultura da soja.

MATERIAL E MÉTODOS

Foram conduzidos dois experimentos a campo: um na Estação Experimental Agronômica (EEA/UFRGS) localizado em Eldorado do Sul, RS, e outro na Faculdade de Agronomia da Universidade do Rio Grande do Sul (FA/UFRGS). Ambos experimentos foram conduzidos no sistema de semeadura direta, em área onde houve cultivo anterior de azevém (Lolium multiflorum L.). A semeadura foi realizada com equipamento tratorizado, objetivando-se alcançar a densidade de 30 plantas/m2. A adubação da soja foi realizada nas linhas de semeadura com 300 kg ha-1 da fórmula NPK 5-20-20. O delineamento experimental utilizado foi blocos casualizados com oito repetições. O controle de infestantes foi realizado em 5 épocas (0, 2-3, 4-5, 6-7 e 8-9 semanas após a emergência da soja). Para tanto, glyphosate foi aspergido com pulverizador costal pressurizado com CO2, munido com quatro bicos tipo leque 80.01, espaçados 0,50 m, aplicando-se volume de calda correspondente a 100 L ha-1, com pressão de trabalho de 200 kPa. Em cada tratamento, foram repetidas as aplicações após o primeiro uso do herbicida, de forma a manter a área livre de infestações. Quando a soja encontrava-se no estádio R6 (máximo volume de grãos) foi aplicado o fungicida azoxistrobin na dose 5 g ha-1 para prevenir doenças de final de ciclo, em associação com o inseticida deltametrin na dose de 0,75 g ha-1, com vazão de 300 L ha-1.

As avaliações de plantas daninhas foram realizadas no dia da aplicação dos herbicidas e consistiram da contagem do número de ervas, espécie e estádio, em um quadrado de 0,25

m2. Os dados foram transformados para 1+xarcsen . Para a determinação de massa seca de plantas daninhas, as mesmas foram coletadas das parcelas infestadas, acondicionadas em sacos de papel devidamente etiquetados para posterior secagem em estufa com circulação de ar forçado a 60 ºC, até que obtivessem peso constante. Este procedimento foi realizado na época da colheita de soja, em uma superfície de 0,25 m2, representativa da área. O rendimento de grãos (kg ha1) foi obtido por meio de colheita manual de 4 m 2 de cada parcela, que equivale às duas fileiras centrais no espaçamento de 40 cm, descontando-se a bordadura de 1 m em cada extremidade das fileiras. O PADRE foi calculado conforme equação proposta por VIDAL et al. (2005): PADRE = (PH + CA) / (PP * RC * VC), onde: PH é o preço do herbicida por área tratada (mais os royalties da semente), CA é o custo da aplicação, PP é a perda percentual diária de rendimento (PP), RC é o rendimento da cultura nas parcelas não infestadas, VC é o valor monetário da cultura.

A análise de variância foi realizada utilizando o delineamento blocos casualisados (DBC) com todos os tratamentos incluídos na análise. Quando o teste F para tratamento foi significativo, determinou-se o valor da diferença mínima significativa (DMS) para comparar diferenças entre quaisquer tratamentos. Para avaliar o efeito de época de controle, foram utilizadas regressões lineares.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

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As equações de regressão indicam que no experimento realizado em Eldorado do Sul o rendimento de grãos de soja sem infestantes foi de 3103 kg/ga e que cada dia de convivência soja-infestantes reduziu o rendimento em 13,7 kg/ha. No experimento realizado em Porto Alegre, o rendimento de grãos de soja sem infestantes foi de 2228 kg/ha e cada dia de atraso no controle reduziu o rendimento em 6,7 kg/ha. Em outras palavras, o rendimento de grãos de soja reduziu-se em 0,44% e 0,30% por dia de mato-interferência, nos experimentos de Eldorado do Sul e de Porto Alegre, respectivamente. Assumindo-se uma perda no rendimento de grãos “aceitável” de 5%, esta totalizaria 155 e 111 kg, respectivamente. Considerando-se o preço da cultura da soja de 0,90 R$/kg de grãos aquelas perdas ditas “aceitáveis” totalizariam um prejuízo para o agricultor no valor de R$ 140,00 e 100,00, respectivamente. Para estas perdas, o PAI seria 12 e 17 DAE, para o experimento de Eldorado do Sul e de Porto Alegre, respectivamente. O custo de controle de plantas daninhas com herbicida glyphosate, considerando-se uma única aplicação, foi R$ 49,00 (incluindo herbicida, aplicação e royalties). Com esses parâmetros calculou-se o PADRE para o experimento de Eldorado do Sul e obtiveram-se como resultados que com uma única aplicação de glyphosate, o período de convivência de plantas daninhas e cultivadas era de 4 dias apenas. Considerando-se a necessidade de uma segunda aplicação de glyphosate na área o custo de controle de plantas daninhas seria R$ 20,00, o que significa que após a reinfestação da área pode-se esperar mais 2 dias para se iniciar o controle.

Realizando-se cálculos do PADRE para as condições experimentais de Porto Alegre e considerando os custos dos herbicidas já citados anteriormente, obtém-se valor de 8 dias para se iniciar o controle com uma aplicação. Caso a área se reinfeste devido a ausência do efeito residual do herbicida glyphosate após apenas 3 dias justifica fazer uma segunda aplicação do herbicida. Estes resultados evidenciam a necessidade de controle precoce das infestantes para maximizar a renda do agricultor.

Os resultados sugerem que quando a infestação é acentuada, através do conhecimento do banco de sementes presente ou da infestação nos anos anteriores, ou seja, quando se espera infestação elevada, é sábio prescrever a aplicação de herbicida residual para prevenir competições iniciais da lavoura e complementar com aplicações de glyphosate em pós-emergência uns poucos dias após a reinfestação da lavoura.

Estimando-se os valores de PADRE para três níveis de rendimento de grãos e três custos de controle e assumindo 0,44% de perda diária pela mato-interferência (Figura 1), entende-se porque há quatro décadas eram aceitáveis perdas de 5% no rendimento de grãos da cultura. Naquele período o teto de produtividade da cultura de soja era baixo e o custo de controle era elevado. A medida que diminuem em magnitude os valores de quaisquer destas variáveis, reduz-se o período de convivência entre plantas infestantes e soja (Figura 1). Esta análise demonstra a superioridade do PADRE em prever os períodos de mato-interferência nas culturas.

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10002000

3000

30

5070

0

4

8

12

16

PADRE(dias)

Rendimento de grãos (kg/ha)

Custo de controle (R$/ha)

Figura 1. Período anterior ao dano na renda econômica (PADRE) estimado em três rendimentos de grãos e em três custos de controle e considerando-se 0,44% como as perdas diárias causadas pelas infestantes.

AGRADECIMENTOS Ao CNPQ pelo apoio à realização desta pesquisa.

BIBLIOGRAFIA MESCHEDE, D.K., et al., Período anterior a interferência de plantas daninhas em soja: Estudo do caso com baixo estande e testemunhas duplas. Planta Daninha, Viçosa, v.22, n.2, p.239-246, 2004.

NIETO, J.H.; BRONDO, M.A.; GONZALEZ, J. T. Critical periods of the crop growth cycle for competition from weeds. Pans, v.14, n.2, p.159-166, 1968.

VIDAL, R.A. Novo paradigma para determinar os períodos de mato-interferência: Período Anterior ao Dano no Rendimento Econômico (PADRE). Planta Daninha, Viçosa, v, 23, n. , p. , 2005.

Abstract: Weedy period prior to economic loss (WEEPPEL): first evidence of its importance in the soybean crop resistant to glyphosate. The weed-crop interference reduces the crop grain yield proportionally to the period of interaction between the species. This work had the objective to evaluate the classical period prior weed interference (PPWI) and to compare and to contrast with the new model weedy period prior to economic loss (PADRE) in the soybean crop resistant to glyphosate. Two experiments had been conducted in Eldorado do Sul and Porto Alegre, in 2003/04, to evaluate soybean grain yield and economical loss when submitted to distinct periods of post emergence glyphosate application for weed control. The soybean

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grain yield depended on the time of glyphosate application. The PPWI for Eldorado do Sul was 20 days after soybean emergence (DSE) and 51 DSE in Porto Alegre. The new model proposed, WEEPEL, was the best strategy to determine the period of post-emergence weed control because it is based on the cost of herbicide treatment and on the crop grain price. Key words: weed interference, competition, Brachiaria plantaginea.

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

Análise da associação de glyphosate com imazethapyr ou lactofen no manejo de espécies infestantes da família Convolvulaceae

Ribas A. Vidal1; Augusto Kalsing2

1 Eng. Agr., M.Sc., Ph.D., Prof. da Faculdade de Agronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Bolsista do CNPq. [email protected]

2 Eng. Agr., mestrando do PPG-Fitotecnia da UFRGS, Bolsista do CNPq.

Resumo: Diversas espécies infestantes da família Convolvulaceae têm como centro de origem o sul da América Latina. Glyphosate tem eficácia limitada no controle de várias destas espécies. Os objetivos deste trabalho foram: identificar possíveis antagonismos ou sinergismos de combinações entre glyphosate, imazethapyr, chlorimuron e lactofen no controle de espécies Convolvulaceae e também identificar as infestantes desta família com mais limitações de controle. Foram realizados experimentos em casa-de-vegetação e em campo. Na casa de vegetação, quando plantas de Ipomoea nil atingiram 10 cm de estatura foram aspergidas com os herbicidas glyphosate a 108 g/ha de equivalente ácido; imazethapyr a 10 g/ha; lactofen a 30 g/ha; todos aplicados isoladamente. Outros três tratamentos consistiram das combinações de dois a dois dos herbicidas e doses já mencionadas. Incluiu-se uma testemunha não tratada. Em campo foram colocadas manualmente sementes das espécies Ipomoea nil (IPONI), I. grandifolia (IAQGR), I. hederifolia

(IPOHF), Merremia aegyptia (IPOPE), I. quamoclit (IPOQU), Merremia cissoides (MRRCI), e I. purpurea (PHBPU) em linhas espaçadas de 50 cm. Quando as plantas atingiram em média 10 cm de estatura (estádio de 4-8 folhas) foram aspergidas com glyphosate a 720 g/ha, lactofen a 120 g/ha, chlorimuron a 13 g/ha, ou imazethapyr a 50 g/ha. Também foram incluídas todas associações de dois em dois dos herbicidas e doses descritas, mais uma testemunha não aspergida. Surfactante foram utilizados conforme já descrito. O efeito da associação dos herbicidas foi dependente das espécies alvo do tratamento, dos herbicidas utilizados e do ambiente avaliado. O sinergismo detectado em casa-de-vegetação entre glyphosate + imazethapyr no controle de IPONI não se confirmou na avaliação de campo. Palavras-chave: sinergismo, antagonismo, Ipomoea, corda-de-viola, corriola.

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INTRODUÇÃO As espécies de Ipomoea mais importantes no Brasil incluem: Ipomoea nil (IPONI), I. grandifolia (IAQGR), I. hederifolia (IPOHF), Merremia aegyptia (IPOPE), I. quamoclit (IPOQU), Merremia cissoides (MRRCI), e I. purpurea (PHBPU).

Os locais de ação de herbicidas mais comuns para o controle das espécies relacionadas anteriormente incluem os inibidores das enzimas enol-piruvil-shiquimato fosfato sintase (EPSPS), acetolatato sintase (ALS) e proto-porfirinogênio oxidase (PROTOX). Glyphosate é um inibidor de EPSPS, a qual está presente na rota de síntese dos aminoácidos fenilalanina, tirosina e triptofano. Inibidores de ALS incluem imazethapyr entre outros herbicidas. A enzima ALS está presente na rota de síntese dos aminoácidos isoleucina, leucina e valina. Inibidores de PROTOX incluem lactofen entre outros produtos PROTOX está presente na rota de síntese de clorofila nas plantas (VIDAL & MEROTTO JR., 2001).

O resultado da associação de dois herbicidas pode ser de antagonismo, sinergismo ou efeito neutro, também referido como efeito aditivo. Esses resultados são conseqüência das interações químicas, fisiológicas ou cinéticas (absorção, translocação ou metabolismo) entre os produtos. Antagonismo é o nome dado a interação negativa entre dois ou mais compostos. A sinergia é o efeito potencializado dos produtos associados (KRUSE et al., 2006a, b). Para avaliar o antagonismo ou sinergismo entre herbicidas, eles devem ser avaliados em doses baixas, sendo muito empregado o método de LIMPEL (1962), que foi adaptado e popularizado por COLBY (1967).

A hipótese deste trabalho é que o conhecimento dos mecanismos de ação dos herbicidas permite prospectar associação de herbicidas de modo racional para identificar possibilidades de sinergismo que favoreçam o manejo das infestantes ou para evitar possíveis antagonismos que prejudiquem o seu controle (KRUSE et al., 2006c). Os objetivos específicos desta investigação foram: avaliar o antagonismo ou o sinergismo de todas combinações duplas possíveis de cada um dos herbicidas glyphosate, imazethapyr e lactofen, no controle das espécies antes mencionadas; identificar entre várias espécies infestantes das Convolvulaceae quais tem mais dificuldade de controle com os herbicidas mencionados e suas associações.

MATERIAL E MÉTODOS

Foram conduzidos experimento em casa-de-vegetação e em campo. Em casa-de-vegetação, sementes de plantas de Ipomoea nil foram colocadas em bandejas plásticas de 2000 mL de capacidade, sob substrato constituído de solo:solo de viveiro na proporção 1:1. Após emergência, quando as plântulas estavam com 2 cotilédones, foi realizado o transplante de um indivíduo por vaso de capacidade de 300 mL com o substrato já descrito. Os vasos foram mantidos em bandejas plásticas contendo água, para manter o solo constantemente irrigado por capilaridade. A temperatura diurna e noturna da casa-de-vegetação foi de 22 ± 4 e 13 ± 5, respectivamente.

Quando as plantas atingiram 10 cm de estatura aplicou-se os herbicidas descritos posteriormente. Utilizou-se delineamento inteiramente casualizado com quatro repetições. Os tratamentos realizados incluiram a testemunha sem herbicidas e glyphosate a 108 g/ha de equivalente ácido; imazethapyr a 10 g/ha; clomazone a 160 g/ha; e lactofen a 30 g/ha; todos aplicados isoladamente. Outros tratamentos incluíram todas as combinações possíveis entre dois dos herbicidas e doses já mencionadas. Em todas soluções herbicidas foi adicionado o surfactante alqui-nonil-poliglicoléter (250 g/L, marca Extravon), na proporção de 0,2% v:v. Os herbicidas foram aspergidos com equipamento pressurizado por gás carbônico, munido de uma ponta de pulverização do tipo leque XR 8002, pressão de 200 kPa e volume de calda de 150 L/ha. No momento da aplicação a temperatura do ar era de 29 C.

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Em campo foram colocadas manualmente sementes das espécies IPONI, IAQGR, IPOHF, IPOPE, IPOQU, MRRCI e PHBPU em linhas espaçadas de 50 cm. Após a emergência a densidade de IPONI foi 38 plantas/m2, a de IPOPE foi 20 plantas/m2 e as demais foi entre 10 e 15 plantas/m2. Quando as plantas atingiram em média 10 cm de estatura (estádio de 4-8 folhas) foram aspergidas com glyphosate a 720 g/ha, chlorimuron a 13 g/ha, imazethapyr a 50 g/ha, ou lactofen a 120 g/ha,. Também foram incluídas associações de glyphosate com cada um dos demais herbicidas nas doses descritas, mais uma testemunha não aspergida. Aos tratamentos herbicidas foi adicionado surfactante e dose já mencionados. Os herbicidas foram aspergidos entre 9 e 10 h, num dia com 100% de nebulosidade, temperatura de 26C e umidade relativa do ar de 65% e volume de 220 L/ha.

No experimento de casa-de-vegetação, foi avaliado o controle das plantas aos 3, 10 e 18 dias após a aplicação dos herbicidas (DAT), adotando-se escala visual, onde ausência de injúria correspondeu o valor 0, enquanto morte da planta correspondeu ao valor 100. No experimento de campo foi avaliado o nível de controle aos 28 DAT, utilizando-se mesma escala. Os resultados foram submetidos a análise de variância. O resultado esperado da associação de cada dois herbicidas foi determinado de acordo com o modelo multiplicativo proposto por COLBY (1967). Os valores observados para cada associação herbicida estudada foram comparados com os valores esperados através do teste t, ao nível de 5% de probabilidade do erro experimental (RAMSEY & SCHAFER, 1997). Uma resposta observada foi considerada antagônica/sinérgica quando foi inferior/superior ao resultado esperado por, pelo menos, o valor do teste t.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

No experimento de casa-de-vegetação, glyphosate ou imazethapyr, nas doses testadas, não controlaram IPONI, enquanto lactofen controlou a espécie. Foi possível comprovar sinergismo apenas na associação entre glyphosate + imazethapyr, quando o controle de IPONI foi avaliado aos 10 e 18 DAT (Tabela 1). O sinergismo detectado em casa-de-vegetação entre glyphosate + imazethapyr no controle de IPONI não se confirmou na avaliação de campo (Tabela 2). Possível causas desta discordância de resultados envolvem as doses testadas e o ambiente (KRUSE et al., 2006a, b). Tabela 1. Controle (%) de Ipomoea nil no experimento em casa-de-vegetação com diversos

tratamentos herbicidas. UFRGS, Porto Alegre, RS, Brasil. Tratamentos Controle (%)

Dose (g/ha) 3 DAT* 10 DAT 18 DAT

Glyphosate (G) 108 4 3 3 Imazethapyr (I) 10 18 27 40 Lactofen (L) 30 75 99 100 G + I 108 + 10 18 N** 48 S 53 S G + L 108 + 30 87 N 100 N 100 N I + L 10 + 30 72 N 98 N 100 N

* DAT = dias após aplicação dos tratamentos herbicidas. ** S= sinergismo; N = efeito neutro. Tabela 2. Controle (%) de Ipomoea nil (IPONI), I. (IAQGR), I. (IPOHF), I. (IPOPF), I.

quamoclit (IPOQU), Merremia (MRRCI), e I. (PHBPU) no experimento de campo com diversos tratamentos herbicidas. UFRGS, Porto Alegre, RS, Brasil.

Tratamentos Dose Controle (%) aos 28 dias após a aplicação dos herbicidas

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(g/ha) IPONI IAQGR IPOHF IPOPE IPOQU MRRCI PHBPU Glyphosate (G) 720 35 60 90 50 80 100 55 Chlorimuron (C) 13 25 45 45 25 10 50 35 Imazethapyr (I) 50 5 55 55 10 30 80 15 Lactofen (L) 120 20 55 95 20 90 100 30 G + C 720+13 25A* 75N 100N 90S 95N 100N 70N G + I 720+50 25A 85N 100N 50N 75N 100N 45A G + L 720+120 60N 50A 95N 60N 100N 100N 80N

* A = antagonismo; S= sinergismo; N = efeito neutro.

As espécies controladas (>80%) com glyphosate foram: IPOHF, IPOQU e MRRCI. As espécies IAQGR, IPONI, IPOPE e PHBPU não foram controladas (<70%) com glyphosate nas doses testadas. Chlorimuron sozinho não controlou (>80%) nenhuma das espécies testadas. Imazethapyr sozinho controlou MRRCI. Lactofen sozinho controlou IPOPE, IPOQU, MRRCI e PHBPU. Associação de glyphosate com chlorimuron propiciou sinergismo no controle (>90%) de IPOPF. Foram verificados antagonismos entre glyphosate e lactofen no controle de IAQGR; ou glyphosate com chlorimuron ou imazethapyr no controle de IPONI; ou glyphosate com imazethapyr no controle de PHBPU (Tabela 2).

AGRADECIMENTOS

Ao CNPQ, pelo apoio à realização desta pesquisa.

BIBLIOGRAFIA COLBY, S. R. Calculating synergistic and antagonistic responses of herbicide combinations. Weeds, v. 15, n. 1, p. 20-22, 1967. KRUSE, N.D.; VIDAL, R.A.; TREZZI, M.M. Curvas de resposta e isobolograma como forma de descrever a associação de herbicidas inibidores do fotossistema II e da síntese de carotenóides. Planta Daninha, v. 24, n. 3, p. 579-587, 2006a. KRUSE, N.D.; VIDAL, R.A.; TREZZI, M.M. Ultrastructural modifications in sunflower (Helianthus annuus L.) chloroplasts resulting from the mixture of the herbicides metribuzin and clomazone. Journal of Food, Agriculture & Environment, v. 4, n. 1, p. 175-179, 2006b. KRUSE, N.D.; VIDAL, R.A.; DALMAZ, C.; TREZZI, M.M.; SIQUEIRA, I. Estresse oxidativo em girassol (Helianthus annuus) indica sinergismo para a mistura dos herbicidas metribuzin e clomazone. Planta Daninha, v. 24, n. 2, p. 279-290, 2006c. LIMPEL, L. E.; SCHULDT, P. H.; LAMONT, D. Weed control by dimethyl tetrachloroterephthalate alone and in certain combinations. Proc. North. Weed Control Conf., v. 16, p. 48-53, 1962. RAMSEY, F.L.; SCHAFER, D.W. The statistical sleuth: a course in methods of data analysis. Belmont: Duxbury, 1997. p. 91-97. VIDAL, R.A.; MEROTTO JR., A. Herbicidologia. Porto Alegre: Evangrafic, 2001. 152p.

Abstract: Analysis of the glyphosate association with imazethapyr or lactofen for the management of weed especies from the family Convolvulaceae. Several weed species of the family Convolvulaceae have as the center of origin the Southern part of Latin America. Glyphosate has limited effectiveness in control of several of these species. The objectives of this study were: to identify possible synergism or antagonism of combinations of chlorimuron, glyphosate, imazethapyr, and lactofen for Convolvulaceae control species, and, also, to identify the weeds of the family with more tolerance to the herbicides. Experiments were performed in the greenhouse and at the field. In the greenhouse, plants of Ipomoea nil with 10 cm in height were sprayed with the herbicide glyphosate at 108 g/ha acid equivalent; imazethapyr 10 g/ha; lactofen 30 g/ha each applied alone. Other three treatments consisted of combinations of

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two of the herbicides and doses mentioned above. Included is an untreated control. In the field, seeds of the following species Ipomoea

nil (IPONI), I. grandifolia (IAQGR), I. hederifolia (IPOHF), Merremia aegyptia (IPOPE), I. quamoclit (IPOQU), Merremia

cissoides (MRRCI), e I. purpurea (PHBPU) were placed in lines spaced 50 cm apart. When the plants reached an average height of 10 cm (stage of 4-8 leaves) the herbicides were sprayed. Treatments consisted of: glyphosate 720 g/ha, lactofen 120 g/ha, chlorimuron 13 g/ha, imazethapyr 50 g/ha. Also included, were all combinations of every two of the herbicides and doses described, plus an untreated control. The effect of the combination of herbicides was dependent on the target species, the herbicide used and the environment assessed. The synergism found in greenhouse between glyphosate + imazethapyr to control IPONI was not confirmed in the evaluation at the field. Key-words: sinergism, antagonism, Ipomoea, morningglory.

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

PARAMETRIZAÇÃO DO MOMENTO DE APLICAÇÃO DE HERBICIDA NA CULTURA DA SOJA EM FUNÇÃO DE VARIÁVEIS METEOROLÓGICAS

Aldo Merotto Jr.1, Ribas. A. Vidal1, Ives C. G. R. Goulart1, Anderson L. Nunes1, Valmir Kupas1

1Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, Faculdade de Agronomia, Departamento de Plantas de Lavoura. Porto Alegre, RS. E-mail: [email protected]

Resumo: O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito do horário de aplicação em função de parâmetros meteorológicos medidos ou calculados que indiquem limitação da eficiência de herbicidas no controle de plantas daninhas. Os fatores avaliados foram doses do herbicida glifosato (zero, 144, 324, 505, 684 e 864 g.ha-1 e.a.), e horários de aplicação (6, 9, 12, 15 e 18 h). Considerando o déficit de pressão de vapor > 1 e URA limitante (2,4*T) > URA como indicadores de restrição da eficiência de herbicidas, os horários de 12 e 15h foram caracterizados como impróprios para a aplicação de herbicidas. No entanto, o controle de papuã e picão preto foi pouco afetado pelo horário de aplicação do herbicida. A dose do herbicida glifosado afetou o controle visual em todas as avaliações e a massa seca das plantas daninhas. O rendimento de grão não foi afetado pela dose do herbicida glifosato. O herbicida glifosato proporcionou controle satisfatório de papuã e picão preto com doses a partir de 288 g/ha e.a. As condições ambientais no dia de aplicação dos herbicidas não limitaram a eficiência do herbicida glifosato no controle de papuã e picão preto. Palavras-chave: temperatura, umidade relativa do ar, déficit de pressão de vapor, glifosato.

INTRODUÇÃO

Um dos principais fatores relacionados à eficiência de herbicidas no controle de

plantas daninhas é o momento da aplicação deste em relação à variação das condições ambientais. As recomendações convencionais são baseadas nas condições de temperatura e umidade relativa do ar como os principais fatores ambientais a serem observados no momento da aplicação do herbicida. Entretanto, os efeitos da temperatura e da umidade relativa do ar não são totalmente dependentes, o que explica em alguns casos a obtenção de eficiência satisfatória em situações onde as condições ambientais ideais destes fatores indicam limitações para a eficiência do herbicida. Alternativamente, a variação das condições ambientais pode ser melhor integrada em relação a eficiência de herbicidas através do déficit de pressão de vapor (DVP) (RAMSEY et al.,2005). A variabilidade da eficiência dos herbicidas em função das condições ambientais também pode estar relacionada com a dose utilizada do herbicida. Por exemplo, situações do emprego de

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altas doses em condições ambientais limitantes podem compensar eventuais perdas e resultar em controle satisfatório das plantas daninhas através de herbicidas. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito do horário de aplicação em função de variáveis meteorológicas que indiquem limitação da eficiência de herbicidas no controle de plantas daninhas.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi instalado a campo na EEA-UFRGS em Eldorado do Sul-RS sob o sistema de semeadura direta. A semeadura de soja foi realizada em 18 de dezembro de 2008. O delineamento experimental foi o de blocos ao acaso em parcelas sub-divididas, com quatro repetições. Nas parcelas principais foram alocadas as doses do herbicida glifosato (zero, 144, 324, 505, 684 e 864 g.ha-1 e.a.), e nas sub-parcelas os horários de aplicação (6, 9, 12, 15 e 18 h). A aplicação dos herbicidas às 21 h foi impossibilitada devido à ocorrência de chuvas intensas. A aplicação do glifosato foi realizada no dia 17 de janeiro 2009, quando as plantas de papuã e de picão preto estavam com 3-4 e 3 folhas, e em densidade média de 356,2 e 69,4 plantas.m-2, respectivamente. O déficit de pressão de vapor (DVP) foi obtido conforme Ramsey et al., (2005), e a URA limitante foi obtida pela equação empírica URAL = 2,4*T. As avaliação da infestação de plantas daninhas foram realizadas através do método visual. A massa seca das plantas daninhas foi coletada aos 60 dias após a aplicação (DAA) do herbicida em área de 0,4 m2 na entre-linha das plantas de soja. O rendimento de grãos foi determinado pela colheita das plantas em uma área útil de 4,2 m2 por parcela e a umidade dos grãos foi corrigida para 13%. A análise estatística dos dados foi realizada pela análise da variância pelo teste F.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A temperatura e URA ocorrentes nos momentos de aplicação do herbicida são apresentados na Tabela 1. No dia em que o experimento foi executado, a temperatura máxima não atingiu valores elevados conforme o que vinha ocorrendo em dias anteriores. Considerando a DPV > 1 e URAL > URA com indicadores de limitação da eficiência de herbicidas, verifica-se que os horários de 12h e 15h podem ser caracterizados como impróprios para a aplicação de herbicidas (Tabela 1). No entanto, o controle de papuã e picão preto foi pouco afetado pelo horário de aplicação. A análise da variância do efeito do horário de aplicação sobre o controle visual de papuã e picão preto foi significativa para a avaliação aos 15 e 29 DAA (Figura 1a, b, c, e d). O horário de aplicação não teve efeito no controle destas plantas daninhas aos 45 DAP e na massa seca de plantas daninhas e no rendimento de grãos. Por outro lado, a dose do herbicida glifosato afetou o controle visual em todas as avaliações (Figura 1 b, d, e dados não apresentados para as avaliações aos 29 e 45 DAA) e na massa seca das plantas daninhas (Figura 1f). No entanto, o rendimento de grão não foi afetado pela dose do herbicida glifosato, mesmo considerando os elevados níveis de rendimento obtidos (Figura 1g, h).

CONCLUSÕES O herbicida glifosato proporcionou controle satisfatório de papuã e picão preto com doses a partir de 288 g/ha e.a. As condições ambientais no dia de aplicação dos herbicidas não limitaram a eficiência do herbicida glifosato no controle destas plantas daninhas.

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BIBLIOGRAFIA RAMSEY, R. J. L.; STEPHENSON, G. R.; HALL, J. C. A review of the effects of humidity, humectants, and surfactant composition on the absorption and efficacy of highly water-soluble herbicides. Pesticide Biochemistry and Physiology, v. 82, p. 162-175, 2005.

Summary: Modeling of the timing of glyphosate application on soybean as a function of environmental parameters. The environmental conditions occurring at the application timing are the main factors related with herbicide efficiency. The objective of this study was to evaluate environmental limiting parameters for the herbicide effectiveness in interaction with herbicide doses. The treatments were doses of the herbicide glyphosate (zero to 864 and g.ha-1e.a.), and timing of application (06:00, 09:00, 12:00, 15:00, 18:00 hs). Considering the vapor pressure deficit > 1 and RH limiting (2.4 * T) > RH as indicators of the herbicide efficiency restriction, the applications at 12:00 and 15:00 hs were characterized as unsuitable for the herbicide application. However, the control of alexandergrass and hairy beggarticks was little affected by the time of herbicide application. The glyphosate dose affected the visual weed control and the weed dry mass. The soybean grain yield was not affected by the dose of this herbicide. The herbicide glyphosate provided good weed control with doses above 288 g.ha-1 e.a. The environmental conditions during the time of herbicide application were not limiting to the effectiveness of the glyphosate for alexandergrass and hairy beggarticks control. Key words: temperature, relative air humidity, vapor pressure deficit, glyphosate.

Tabela 1 – Variação da temperatura (oC) e umidade relativa do ar (URA) (%) no momento da aplicação do herbicida glifosate nos diferentes horários de aplicação, e estimativas do déficit de pressão de vapor (DVP) e da URA limitante para a eficiência de herbicidas.

Horário

Temperatura

(oC)

URA

(%)

DVP

(kPa)

URA (%)

Limitante

6h 17,7 98,00 0,04 42,6

9h 23,6 75,40 0,75 56,7

12h 26,3 59,76 1,46 63,1

15h 27,2 58,92 1,56 65,1

18h 25,2 69,76 1,03 60,6

21h 21,3 88,40 0,31 51,1

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(a)

10

30

50

70

90

110

06:00 09:00 12:00 15:00 18:00

(b)

10

30

50

70

90

110

144 288 432 576 720

(c)

20

40

60

80

100

06:00 09:00 12:00 15:00 18:00

(d)

20

40

60

80

100

144 288 432 576 720

(e)

0

0,05

0,1

0,15

06:00 09:00 12:00 15:00 18:00

(f)

0

0,05

0,1

0,15

144 288 432 576 720

(g)

2500

3000

3500

4000

4500

06:00 09:00 12:00 15:00 18:00

Horário de aplicação

(h)

2500

3000

3500

4000

4500

144 288 432 576 720

Glifosate (g/ha e.a)

Figura 1 – Controle visual (%) de papuã (a, b) e picão preto (c,d) aos 15 dias após a aplicação, massa seca de plantas daninhas (m-2) aos 60 dias após a aplicação (e,f) e rendimento de grãos (kg/ha) de soja (g, h) em função do horário de aplicação de glifosato(a,c,e,g) e da dose de glifosate (b,d,f,h).

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

ÍNDICES DE REFLECTÂNCIA COMO FERRAMENTA PARA O CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS ATRAVÉS DA AGRICULTURA DE PRECISÃO EM SOJA

Aldo Merotto Jr.1, Christian Bredemeier1, Ives C. G. R. Goulart1, Rodrigo F. da Costa1 1 Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS. Faculdade de Agronomia. Departamento de Plantas de Lavoura. Porto Alegre, RS. E-mail: [email protected]

Resumo: Os objetivos deste trabalho foram de avaliar as relações existentes entre índices de reflexão da vegetação na entre-linha da cultura da soja e o efeito da competição interespecífica, de forma a estabelecer parâmetros para a adoção de agricultura de precisão para o controle de plantas daninhas. Foi realizado experimento a campo, em parcelas sub-divididas, onde foram alocados nas parcelas principais os níveis do herbicida pré-emergente sulfentrazone + metribuzin (zero a 400 + 378 g.ha-1 i.a.), e nas sub-parcelas doses do herbicida glifosato aplicado em pós-emergência (zero a 864 g.ha-1 e.a.). O tratamento do herbicida pré-emergente foi utilizado com o objetivo de obter um gradiente de densidade de plantas daninhas. As avaliações da infestação de plantas daninhas foram realizadas através do método visual, da massa seca das plantas daninhas, de fotografias digitais e dos índices NDVI e Red/NIR. Os índices de reflexão NDVI e Red/NIR obtiveram correlação de 0.71 e -0.71, respectivamente, com a percentagem de cobertura do solo efetuada pelas plantas daninhas avaliada através de fotografia digital. No entanto, estes parâmetros apresentaram baixa correlação com o rendimento de grãos da soja. Os índices NDVI e Red/NIR apresentam alta associação com a cobertura do solo efetuada pelas plantas daninhas, e potencialmente podem ser utilizados para a as determinações das necessidades de controle de plantas daninhas através da agricultura de precisão. Palavras chave: NDVI, Red/NIR, agricultura de precisão, Greenseeker.

INTRODUÇÃO

Os efeitos da competição interespecífica causados pelas plantas daninhas estão entre os principais fatores limitantes a plena expressão do rendimento de grãos das culturas. Vários métodos de controle de plantas daninhas são utilizados para eliminar ou suprimir o desenvolvimento destas, e assim, permitir a obtenção de maiores rendimentos de grãos. Indistintamente do método a ser utlizado, necessita-se de ferramentas que indiquem a intensidade da competição causada pelas plantas daninhas para a tomada de decisão em relação ao momento mais apropriado para o controle destas. Em geral, esta determinação é empirica e baseada apenas em conhecimento prévio que geralmente resulta na adoção de medidas uniformes de controle em toda a área cultivada. Alternativamente, determinações do nível de dano econômico (NDE) vêm sendo desenvolvidas com o objetivo de racionalizar o controle de plantas daninhas em várias culturas, principalmente em soja. O NDE consiste na

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quantidade de plantas daninhas que causa impacto no rendimento de grãos da cultura que justifique o custo de seu controle (VIDAL et al., 2004). No entanto, diversos estudos têm demosntrado que a distribuição das plantas daninhas ocorre de forma heterogênea tanto em escala espacial como temporal (JURADO-EXPÓSITO et al., 2004). A utilização de sensores óticos permite identificar a presença de plantas em uma comunidade, que em função de sua localização pode indicar a presença da plantas daninhas. Estas determinações podem serem utilizadas como um índice integrador do efeito das plantas daninhas sobre a cultura, e assim, ser utilizado com parâmetro base para o NDE.

Os objetivos deste trabalho foram de avaliar as relações existentes entre índices de reflexão da vegetação na entre-linha da cultura e o efeito da competição interespecífica de forma a estabelecer parâmetros para a adoção de agricultura de precisão para o controle de plantas daninhas.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi instalado a campo na Estação Experimental Agronômica (EEA) da UFRGS no município de Eldorado do Sul (RS), conduzido sob o sistema de semeadura direta. A semeadura da soja foi realizada em 18 de dezembro de 2008 e a emergência aconteceu seis dias após. Foi utilizada população de 400.000 plantas ha-1 e espaçamento entre linhas de 0,4 m. Cada parcela foi composta de 8 linhas de semeadura por 6 m de comprimento. O delineamento foi o de blocos ao acaso em parcelas sub-divididas, com quatro repetições. Nas parcelas principais, foram alocados quatro níveis do herbicida pré emergente sulfentrazone + metribuzin (zero a 400 + 378 g ha-1 i.a.), e nas sub-parcelas seis doses do herbicida glifosato aplicado em pós-emergência (zero a 864 g ha-1 i.a.). O tratamento do herbicida pré-emergente foi utilizado com o objetivo de obter um gradiente de densidade de plantas daninhas. A avaliação visual do controle das plantas daninhas aconteceu aos 15, 29 e 45 dias após a emergência (DAE), em escala visual. A massa seca das plantas daninhas foi avaliada aos 60 dias após a emergência, através da coleta da plantas existentes em 0,4 m2 na entrelinha das plantas de soja. A avaliação através de fotografia digital foi realizada na entrelinha das plantas de soja com câmara digital com resolução de 5 Megapixels a uma altura de 1 m do solo. Cada fotografia foi editada através do programa SigmaScan 5 para retirada de folhas de soja e para caracterização das áreas verdes das plantas, convertendo as imagens ao tipo binário (preto e branco). Após, a área de cobertura do solo com plantas daninhas foi obtida pelo programa ImageJ. A avaliação dos índices de reflectância NDVI (Índice de Vegetação por Diferença Normalizada) e relação entre a reflectância no vermelho e no infravermelho próximo (Red/NIR) foi realizada com o sensor Greenseeker™, que é um sensor ativo que determina a reflectância nas regiões do vermelho (680 nm) e infravermelho próximo (770 nm). O rendimento de grãos foi determinado pela colheita das plantas em uma área útil de 4,2 m2 por parcela. Os dados foram analizados através da análise de correlação e da análise dos principais componentes (PCA) pelo programa JMP IN versão 4.

RESULTADOS E DISCUSSÃO O eficiente controle das plantas daninhas obtido pelo herbicida de pós-emergência já desde as doses mais baixas limitou a variabilidade dos resultados obtidos, principalmente em relação aos efeitos das plantas daninhas sobre o rendimento de grãos de soja. A análise de correlação indicou alta associação entre os controles visuais nas diferentes datas de avaliação, com exceção da determinação realizada aos 15 DAE (Tabela 1). Nesta avaliação, o controle visual da plantas daninhas ainda não tinha atingido seus valores máximos. O rendimento de grãos apresentou razoável associação (r=-0,71) com a massa seca das plantas daninhas e com os controles visuais aos 29 e 45 DAE. Os índices de reflexão NDVI e Red/NIR obtiveram

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correlação de 0.71 e -0.71, respectivamente, com a percentagem de cobertura do solo efetuada pelas plantas daninhas avaliada através de análise da fotografia digital (Tabela 1). No entanto, tanto estes índices de cobertura do solo e a quantificação da cobertura do solo através de análise fotográfica apresentaram baixa correlação com os controles visuais, com a massa seca das plantas daninhas e com o rendimento de grãos de soja. Isto pode estar relacionado ao fato de que as determinações fotográficas e dos índices de reflexão foram realizadas em uma única linha da cultura, enquanto que as demais determinações referem-se à área total de cada parcela. A análise dos principais componentes indicou que o índice NDVI e a percentagem de cobertura de solo variaram conjuntamente e foram opostos ao índice Red/NIR e ao controle visual de papuã aos 15 DAE (Figura 1).

CONCLUSÕES Os índices de reflectância NDVI e Red/NIR apresentam alta associação com a cobertura do solo efetuada pelas plantas daninhas, e potencialmente podem ser utilizados para a as determinações das necessidades de controle de plantas daninhas através da agricultura de precisão. Tabela 1. Coeficiente de correlação entre o controle visual de papuã e picão-preto aos 15, 29 e 45 dias após a emergência, rendimento de grãos de soja, matéria seca das plantas daninhas aos 60 dias, índices de reflexão NDVI e Red/NIR e porcentagem de cobertura do solo na entrelinha da soja obtida através de fotografia digital. Avaliação

Papuã15 DAA

Picão15 DAA

Papuã29 DAA

Picão29 DAA

Papuã45 DAA

Picão45 DAA

Rend Grãos

MS PDs

NDVI

Red/NIR

%Cob. Foto

Papuã 15 1,00 0,22 0,11 0,22 0,18 0,20 0,23 -0,14 -0,24 0,26 -0,32

Picão 15 0,22 1,00 0,93 1,00 0,92 0,90 0,82 -0,52 -0,03 0,04 -0,05

Papuã 29 0,11 0,93 1,00 0,93 0,91 0,83 0,78 -0,49 0,01 0,00 -0,02

Picão 29

0,22 1,00 0,93 1,00 0,92 0,91 0,83 -0,56 -0,03 0,04 -0,04

Papuã 45 0,18 0,92 0,91 0,92 1,00 0,97 0,88 -0,66 -0,03 0,04 -0,06

Picão 45 0,20 0,90 0,83 0,91 0,97 1,00 0,90 -0,69 -0,02 0,03 -0,02

Rend Grãos

0,23 0,82 0,78 0,83 0,88 0,90 1,00 -0,71 0,05 -0,04 -0,01

MS PDs

-0,14 -0,52 -0,49 -0,56 -0,66 -0,69 -0,71 1,00 -0,03 0,03 0,03

NDVI

-0,24 -0,03 0,01 -0,03 -0,03 -0,02 0,05 -0,03 1,00 -1,00 0,71

Red/NIR

0,26

0,04

0,00

0,04

0,04

0,03

-0,04

0,03

-1,00

1,00

-0,70

%Cob.Foto

-0,32 -0,05 -0,02 -0,04 -0,06 -0,02 -0,01 0,03 0,71 -0,70 1,00

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Papuã 1

Picão 1Papuã 2Picão 2Papuã 4Picão 4Rend Gr

MS/m2 P

NDVI

Red/NIR

% Cober

x

y

z

Figura 1. Plotagem da análise dos principais componentes (PCA) da relação entre as variáveis descritas na Tabela 1.

BIBLIOGRAFIA VIDAL, R. A., SPADER, V., FLECK, N. G., MEROTTO JR., A. Nível de dano econômico de Brachiaria plantaginea na cultura de milho irrigado. Planta Daninha, v.22, p.63-69, 2004. JURADO-EXPÓSITO, M., LÓPEZ-GRANADOS, F., GONZÁLEZ-ANDÚJAR, J. L., GARCIA-TORRES, L. Spatial and temporal analysis of Convolvulus arvensis L. populations over four growing seasons. Europ. J. Agronomy, v.21, p.287–296, 2004.

Summary: Determining the effect of weed competition in soybean through photography and reflectance indices. The objectives of this study was to evaluate the relationship between reflectance vegetation indices and the effect of interspecific competition to establish parameters for the adoption of precision agriculture to weed control. A field experiment was established where main plots were four dosis of the pre-emergent herbicides sulfentrazone + metribuzin (zero to 400 + 378 g.ha-1 ia) and in the sub-plots were allocated six doses the herbicide glyphosate applied post-emergence (zero to 864 and g.ha-1). The treatment of pre-emergent herbicide was used for obtaining a gradient of weed density. The evaluations were percentage weed control, weed dry mass, digital photographs and the vegetation indexes NDVI and red/NIR obtained by the sensor GreenseekerTM. NDVI and Red/NIR showed correlation of 0.71 and -0.71, respectively, to percentage of coverage by weeds measured by digital photography. However, these parameters had low correlation to soybean grain yield. NDVI and Red/NIR presented high association with weed cover and potentially can be used for weed control through precision agriculture techniques. Key words: NDVI, Red/NIR, precision agriculture, Greenseeker.

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

LIXIVIAÇÃO DO IMAZAQUIN NA APLICAÇÃO CONJUNTA OU SEQUENCIAL À HERBICIDAS DESSECANTES

A.L. Nunes1, R.A. Vidal1, I.C.G. Goulart1, A. Kalsing1

1 Faculdade de Agronomia – UFRGS. [email protected]

Resumo: A associação de herbicidas dessecantes com residuais tem sido comum entre os agricultores no manejo das áreas sob semeadura direta.. O objetivo deste trabalho foi de verificar o potencial de lixiviação do herbicida residual imazaquin quando aplicado em conjunto ou sequencialmente ao glyphosate ou paraquat na desecação do azevem de cobertura sobre Argissolo Vermelho Distrófico típico, contendo 28% de argila. As avaliações de fitotoxicidade e estatura das plantas indicadoras da presença do imazaquin no solo mostram que não houveram diferenças entre a aplicação conjunta e sequencial, evidenciando que não há nenhum tipo de interação entre o imazaquin com o glyphosate ou paraquat na calda de aplicação. Além disso, foi verificado que o tipo de dessecante utilizado não influenciou na lixiviação do imizaquin no perfil do solo. Neste tipo de solo o imazaquin ficou presente entre 2 e 8 cm de profundidade numa bioconcentração de 41 g ha-1. Palavras chave: residual, paraquat, glyphosate.

INTRODUÇÃO

A associação de herbicidas dessecantes com residuais tem sido comum entre os

agricultores no manejo das áreas sob semeadura direta. Essa prática permite dessecar a cultura de inverno que vai ser utilizada como cobertura morta e também evitar a reinfestação de ervas na cultura de verão durante parte de seu ciclo. O benefício mais importante na associação de herbicidas dessecantes com os residuais é que existe a possibilidade da não utilização de herbicidas pós-emergentes, em função da persistência dos herbicidas residuais e conseqüente controle de plantas daninhas no período inicial de desenvolvimento da cultura. Sendo este o período em que as plantas daninhas mais interferem no desenvolvimento da cultura. Entretanto, a adição do herbicida residual na calda dos dessecantes pode ocasionar o controle insatisfatório tanto por parte do herbicida dessecante quanto por parte do residual devido a interações químicas na calda de aplicação ou interações durante a atuação na planta. O objetivo deste trabalho foi de verificar o potencial de lixiviação do herbicida residual imazaquin quando aplicado em conjunto ou sequencialmente ao glyphosate ou paraquat na desecação do azevem de cobertura sobre Argissolo Vermelho Distrófico típico, contendo 28% de argila.

MATERIAL E MÉTODOS

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O delineamento experimental utilizado foi blocos casualizados, com quatro repetições, sendo os tratamentos distribuídos em parcelas subdivididas. Nas parcelas principais foram alocados os herbicidas dessecantes: paraquat (600 g ha-1) ou glyphosate (720 g ha-1), nas subparcelas o herbicida residual imazaquin (300 g ha-1) associados ou aplicados seqüencialmente aos herbicidas dessecantes, assim como uma testemunha contendo apenas herbicida dessecante, sem aplicação de herbicidas residuais. A aplicação seqüencial foi realizada cinco minutos após a dessecação. Cada unidade experimental mediu 2 x 5 m. Os herbicidas foram pulverizados com volume de calda de 110 L ha-1. A aplicação foi realizada das 16:00 às 16:55 horas. A pulverização foi realizada sobre cobertura vegetal viva formada por plantas de Lolium multiflorum Lam. que estavam na fase de floração. A massa seca total da cobertura viva era de 2800 kg ha-1.

As amostras de solo utilizadas para a determinação da lixiviação foram coletadas vinte e cinco dias após a aplicação (DAA) dos herbicidas a campo. Inicialmente, o material vegetal foi retirado da superfície do solo, em seguida introduziu-se verticalmente, com auxílio de um martelo de borracha, um tubo de PVC de 25 mm de diâmetro e 25 cm de comprimento, até a borda do tubo alinhar-se à superfície do solo. Após, os tubos foram retirados e cortou-se o terço superior do tubo no sentido horizontal para semear a planta indicadora.

Após a coleta das colunas de solo, realizou-se um bioensaio em casa de vegetação, utilizando Raphanus sativus L. como espécie indicadora da lixiviação do herbicida residual. Uma semente pré-germinada foi semeada a cada 2 cm na coluna de solo coletada a campo (2 a 18 cm). O desenvolvimento das plantas ocorreu em câmara de crescimento com temperatura média de 25,3 ± 3,1ºC e umidade relativa do ar de 85,4 ± 9,8%, fotoperíodo de 12 h, com irrigação por aspersão. No bioensaio, avaliaram-se variáveis como fitotoxicidade 14 dias após a semeadura (DAS) e estatura aos 11 DAS.

A biodisponibilidade dos herbicidas residuais no solo foi determinada através de curvas de calibração. Plantas foram semeadas no solo coletado a campo aspergidos com 0, 15, 30, 50, 65, 80 e 100% das doses máximas dos rótulos dos herbicidas imazaquin (150 g ha-1). Os dados obtidos no bioensaio foram convertidos para porcentagem em relação à testemunha sem herbicida. Os dados provenientes da variável estatura avaliados aos 11 dias após a semeadura (DAS) da planta indicadora foram utilizados para obter a biodisponibilidade (g ha-

1) dos herbicidas residuais no solo, através da curva de calibração. Os dados do bioensaio e da biodisponibilidade foram, em seguida, submetidos à análise da variância pelo teste F e comparadas através do teste DMS a 5% de probabilidade de erro experimental (P ≥ 0,05).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Entre a pulverização dos herbicidas na cobertura vegetal até a coleta de solo para verificação da lixiviação, realizada aos 21 dias após a aplicação (DAA), ocorreram chuvas no total de 95 mm. Destes, 21 mm ocorreram no primeiro DAA. O teste F revelou insignificância para o efeito dessecante (paraquat e glyphosate) e aplicação (associação e seqüencial), assim como para todas as interações possíveis. Entretanto, foi significativo o efeito simples de profundidade.

A fitotoxicidade causada pelo imazaquin foi maior entre 2 e 8 cm de profundidade, comparado às demais profundidades (Figura 1A). A partir de 8 cm a fitotoxicidade foi reduzida em relação à camada superficial. Os resultados de fitotoxicidade indicam que a precipitação pluvial acumulada de 95 mm foi suficiente para lixiviar o imazaquin da cobertura vegetal para a parte superficial do solo onde o produto possuí atividade herbicida.

Através da curva de calibração do imazaquin e da variável estatura do nabo forrageiro avaliada aos 11 DAS foi estimada a biodisponibilidade do herbicida residuais no perfil do solo (Figura 1B). O imazaquin apresentou maior biodisponibilidade dos 2 aos 8 cm de

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profundidade, em média 41 g ha-1. A partir dos 8 cm, a quantidade disponível de imazaquin na solução do solo foi significativamente menor e variou de 2 a 15 g ha-1. Dos 300 g ha-1 de imazaquin aplicados inicialmente no campo, 190 g ha-1 (63%) estavam biodisponíveis no perfil do solo avaliado, sendo que 86% da biodisponibilidade estava entre 2 e 8 cm de profundidade.

A lixiviação do imazaquin no solo é inversamente relacionada ao conteúdo de M.O. e argila no solo e do pH do solo (REGITANO et al., 2005). Avaliando o efeito da calagem na mobilidade do imazaquin em solos brasileiros foi verificado que quanto maior o pH do solo, maior a lixiviação da molécula. Isso pode ser explicado pelo fato do imazaquin apresentar característica de ácido fraco e os solos apresentarem balanço de cargas negativas (INOUE et al., 2002).

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

-5 0 5 10 15 20 25 30 35 40

Fitotoxicidade aos 14 DAS (%)

Profundidade

(cm)

Paraquat + Imazaquin

Glyphosate + Imazaquin

DMS 5% (D)

DMS 5% (P)

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55

Biodisponibilidade (g ha-1)

Profundidade

(cm)

Paraquat + Imazaquin

Glyphosate + Imazaquin

DMS 5% (P)

DMS 5%

Figura 1. A - Toxicidade de imazaquin associado a herbicidas dessecantes (Paraquat e Glyphosate) sobre nabo forrageiro, sete dias após a semeadura (DAS) do mesmo em diferentes profundidades. B - Biodisponibilidade do imazaquin em função do herbicida dessecante, obtido através da variável estatura avaliada aos onze dias após a semeadura (DAS) do nabo forrageiro em diferentes profundidades. DMS (D) compara médias entre dessecantes na mesma profundidade e DMS (P) compara médias entre profundidades de uma mesma associação.

CONCLUSÕES

A

B

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O tipo de herbicida dessecante utilizado não afeta a lixiviação do imazaquin. Assim como não há diferença na lixiviação desse herbicida em função da sua aplicação seqüencial ou em associação com herbicidas dessecantes. A maior concentração de imazaquin ocorreu entre 2 e 8 cm de profundidade com 41 g ha-1.

AGRADECIMENTOS

Ao CNPq e à FAPERGS pela concensão de bolsas dos autores.

BIBLIOGRAFIA INOUE, M.H.; MARCHIORI JR., O.; OLIVEIRA JR.; R.S.; CONSTANTIN, J.; TORMENA, C.A.. Calagem e o potencial de lixiviação de imazaquin em colunas de solo. Planta Daninha, Viçosa, v.20, n.1, p.125-132, 2002.

REGITANO, J.B.; ROCHA, W.S.D.; ALLEONI, L.R.F. Soil pH on mobility of imazaquin in oxisols with positive balance of charges. Journal of Agricultural and Food Chemistry, Washington, v.53, n.10, p.4096-4102, 2005.

Summary: Leaching of imazaquin when applied simultaneously or in sequence to non-selective herbicides. The association between non-selective and residual herbicides is a common practice among the farmers as a field management in no-tillage areas. The objective of this work was to evaluate the soil leaching of the residual herbicide imazaquin when applied simultaneously or in sequence to non-selective herbicides paraquat and glyphosate. The residual herbicide leaching was not affected by the presence of non-selective herbicides or application type. The bioavailable concentration of imazaquin in soil collected 21 days after the application was 41 g ha-1 between 2 – 8 cm depth. Key words: residual, paraquat, glyphosate.

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

PERÍODOS DE COMPETIÇÃO DE PLANTAS DANINHAS COM A CULTURA DA SOJA RR®

T. Dal Magro1, R. P. Rigoli1, L. C. Fontana1, C. E. Schaedler1, E. Polidoro2, D. Agostinetto3, L. Vargas4

1Alunos do Programa de Pós-Graduação em Fitossanidade da FAEM/UFPel; 2Aluna do curso de Agronomia de FAEM/UFPel;

3 Eng. Agr. Dr., Professor da FAEM/UFPel. E-mail: [email protected] 4 Eng. Agr. Dr., Pesquisador da Embrapa CNPT

Resumo: O objetivo deste trabalho foi determinar o período crítico de interferência das plantas daninhas na cultura da soja RR® e os efeitos da competição nos componentes da produtividade. Os tratamentos foram períodos de convivência e controle de plantas daninhas na cultura da soja. Os períodos foram de 0, 10, 20, 30, 40 e 149 dias após a emergência (DAE). As plantas daninhas de maior ocorrência na área foram Digitaria spp. (105 plantas m-2) e Brachiaria plantaginea (241 plantas m-2). Os resultados mostram que a cultura da soja pode conviver com plantas daninhas por período de até 24 dias após a emergência sem que ocorram perdas na produtividade. Palavras chave: convivência, controle, interferência, Glycine max.

INTRODUÇÃO

No início do ciclo de desenvolvimento, a cultura e as plantas daninhas podem conviver por um determinado período sem que ocorram danos à produtividade (BRIGHENTI et al., 2004), pois o ambiente é capaz de fornecer os recursos de crescimento necessários à comunidade (VELINI, 1992), o qual é denominado período anterior à interferência (PAI). O segundo período, denominado de período total de prevenção da interferência (PTPI), é aquele, a partir da emergência, onde a cultura deve crescer livre da interferência de plantas daninhas, sem alteração na sua produtividade (BRIGHENTI et al., 2004). O terceiro período, denominado de período crítico de prevenção da interferência (PCPI), corresponde à diferença entre o PAI e o PTPI, sendo a fase em que as práticas de controle devem ser efetivamente adotadas para prevenir perdas na produtividade das culturas (EVANS et al., 2003).

Com a introdução da soja resistente ao glyphosate (RR®), o PAI passou a ter maior importância prática, pois define a tomada de decisão do controle em pós-emergência, visto que o herbicida glyphosate atuará independentemente do estádio de desenvolvimento da planta daninha, permitindo seu controle no momento desejado (SILVA et al., 2009).

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Estudos de períodos de competição, conduzidos com soja, demonstram que a duração de cada período varia, dentre outros fatores, com as técnicas de manejo adotadas e as plantas daninhas presentes na área (FLECK et al., 2002; NEPOMUCENO et al., 2007; SILVA et al., 2009).

A hipótese deste trabalho é que o período crítico de prevenção da interferência das plantas daninhas inicia-se aos 15 e termina aos 40 dias após a emergência (DAE) da soja RR®. Assim, o objetivo foi determinar o período crítico de interferência das plantas daninhas na cultura da soja RR® e os efeitos da competição nos componentes da produtividade.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido a campo, no CAP/UFPel, localizada no município de Capão do Leão, RS, durante a estação de crescimento 2006/07.

O delineamento experimental utilizado foi de blocos casualizados, com quatro repetições, sendo a unidade experimental composta por parcela de 10m2 (5x2m). Os tratamentos foram períodos de convivência e controle de plantas daninhas na cultura da soja. No período de convivência, a cultura foi mantida na presença das plantas daninhas por períodos iniciais crescentes de: 0, 10, 20, 30, 40 e 149 dias após a emergência (DAE), a partir dos quais foram controladas. No período de controle, a cultura foi mantida livre das plantas daninhas nos mesmos períodos descritos anteriormente e as espécies infestantes emergidas após esses períodos não foram controladas.

Antecedendo a semeadura foi realizada dessecação da cobertura vegetal com glyphosate. A soja (BRS CharruaRR) foi semeada em 04/12/2006, com 0,4m de espaçamento entre linhas em sistema de semeadura direta. As plantas daninhas foram originadas do banco de sementes e as espécies de maior ocorrência na área foram milhã (Digitaria spp.) e papuã (Brachiaria plantaginea), em populações médias de 105 e 241 plantas m-2, respectivamente. O controle das plantas daninhas, em cada período, foi realizado com aplicação de glyphosate (720g ha-1).

As variáveis avaliadas foram número de vagens cheias e vazias por planta, número de grãos por vagem, massa de mil grãos (g) e produtividade de grãos (kg ha-1).

Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e, em sendo significativa, os períodos (dias) foram comparados pelo teste de Tukey (p<0,05) e a comparação entre controle e convivência dentro de cada período foi comparada pelo teste t (p<0,05).

Para a produtividade de grãos, os dados foram submetidos à análise de regressão pelo modelo logístico, através da equação y = y0 + a/(1 + (x/x0)

b), em que: y = produtividade de grãos; y0 = produtividade mínima obtida na testemunha infestada; a = valor máximo menos o valor mínimo obtido na testemunha limpa estimado pelo modelo; x = número de dias após a emergência da cultura; x0 = número de dias em que ocorre 50% da redução; e b = declividade da curva.

O período de interferência das plantas daninhas foi estimado subtraindo-se 5% da produtividade máxima estimada pelo modelo, considerado como o custo da adoção do controle químico.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

As variáveis número de vagens vazias por planta, número de grãos por vagem e massa de mil grãos não apresentaram diferença entre os tratamentos mantidos com controle ou convivência (dados não apresentados), não demonstrando efeitos das

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condições de competição da cultura com as plantas daninhas. No entanto, a soja produziu menor número de vagens cheias por planta quando conviveu com as plantas daninhas até o final do ciclo (149 dias), influenciando na produtividade de grãos da cultura (Tabela 1). Para Silva et al. (2008) este também foi o componente da produtividade da soja mais afetado pela competição.

Os tratamentos em que a soja foi mantida por períodos crescentes na presença das plantas daninhas permitiram calcular o período em que estas podem emergir e infestar a cultura sem que haja perdas na produtividade (Figura 1). Considerando como 5% o custo de controle químico, foram necessários 24 DAE para que a soja apresentasse perdas superiores aos custos de controle no período que corresponde ao PAI. Resultados semelhantes foram obtidos por FLECK et al. (2002) sugerindo que o controle de papuã em soja deve ser realizado a partir dos 20 dias após a emergência da cultura. Outros trabalhos, realizados com soja RR®, mostraram PAI de 11, 17 (SILVA et al., 2009) e 34 DAE (NEPOMUCENO et al., 2007), variando com a espécie e população de plantas daninhas presentes na área e com as técnicas de manejo cultural adotadas.

O período de controle de plantas daninhas não apresentou significância estatística, o que impediu a determinação do PTPI e, conseqüentemente, o PCPI. Isso decorreu da capacidade da cultura em competir com as plantas daninhas que emergiram após ter sido realizado controle nos períodos iniciais.

CONCLUSÕES A cultura da soja pode conviver com as plantas daninhas milhã e papuã por

período até 24 dias após a emergência sem que ocorram perdas na produtividade.

BIBLIOGRAFIA

BRIGHENTI, A.M. et al. Períodos de interferência de plantas daninhas na cultura do girassol. Planta Daninha, v.22, n.2, p.251-257, 2004.

EVANS, S.P. et al. Nitrogen application influences the critical period for weed control in corn. Weed Science, v.51, n.3, p 408-417, 2003.

FLECK, N.G. et al. Período crítico para controle de Brachiaria plantaginea em função de épocas de semeadura da soja após dessecação da cobertura vegetal. Planta Daninha, v.20, n.1, p.53-62, 2002.

NEPOMUCENO, M. et al. Períodos de interferência das plantas daninhas na cultura da soja nos sistemas de semeadura direta e convencional. Planta Daninha, v.25, n.1, p.43-50, 2007.

SILVA, A.F. et al. Período anterior à interferência na cultura da soja-RR em condições de baixa, média e alta infestação. Planta daninha, v.27, n.1, p. 57-66, 2009.

SILVA, A.F. et al. Densidades de plantas daninhas e épocas de controle sobre os componentes de produção da soja. Planta daninha, v.26, n.1, p.65-71, 2008.

VELINI, E.D. Interferências entre plantas daninhas e cultivadas: In: KOGAN, M.; LIRA, V.J.E. Avances em manejo de malezas em la producción agrícola y florestal. Santiago del Chile: PUC/ALAM, 1992. p. 41-58.

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Tabela 1. Efeito de períodos de controle ou de convivência de plantas daninhas com a cultura da soja RR® no número de vagens cheias por planta. CAP/UFPel, Capão do Leão/RS, 2007/08.

Nº vagens cheias por planta Período (dias) Controle Convivência

0 ns 50,9 ns ns 46,4 10 51,4 ns 48,7 20 54,9 ns 54,5 30 61,8 ns 47,5 40 57,6 ns 49,6

149 66,2 * 42,5 * e ns Diferença significativa e não significativa, respectivamente, à esquerda compara períodos dentro de controle e convivência e a direita compara controle e convivência dentro de períodos (p < 0,05).

Figura 1. Definição dos períodos de controle e de convivência de plantas de milhã e papuã na cultura do soja RR®, com base na produtividade de grãos. CAP/UFPel, Capão do Leão/RS, 2006/07. 1 Período anterior à interferência.

Summary: Periods of Weed Competition with Soybean RR®. The objective of this study was to determine the critical period of weed interference in soybean and the effects of competition on yield components. Treatments were periods of coexistence and weed plant control in soybean. Periods of coexistence and/or control were 0, 10, 20, 30, 40 and 149 days after emergence (DAE). The higher occurrence of weeds in the site were Digitaria spp. (105 plants m-2) and Brachiaria plantaginea (241 plants m-2). Results show that soybean can live with weeds for a period 24 days after emergence without reduction in productivity. Key words: coexistence, control, interference, Glycine max.

Dias após a emergência da soja

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150

Prod

utividade

de grãos (K

g ha-1

)

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

PAI1

○ Controle Não significativo

● Convivência R2=0,99 y=1564,25+1802,77/ (1+(x/49,39)3,42)

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

SUPERAÇÃO DA DORMÊNCIA DE SEMENTES DA PLANTA DANINHA CORRIOLA (Ipomoea triloba)

R.T. Pinheiro1, S.L.O. Machado 2, N.L. Menezes 3, M.A. Bianchi4, A. Guareschi5

1Universidade Federal de Santa Maria. [email protected] 2Universidade Federal de Santa Maria. [email protected] 3Universidade Federal de Santa Maria. [email protected]

4Coperativa Central Gaúcha Ltda/Fundação Centro de Experimentação e Pesquisa. [email protected]

5Universidade Federal de Santa Maria. [email protected]

Resumo: Este estudo teve como objetivo verificar a superação da dormência de sementes de corriola utilizando ácido sulfúrico (98%) nos tempos de 5, 10, 15 e 20 minutos; nitrato de potássio (0,2% v/v) aos 6, 12, 18 e 24 minutos e a escarificação mecânica (10, 18 e 20 segundos) utilizando-se escarificador elétrico. A germinação da corriola foi respectivamente de 97, 97 e 94% utilizando a escarificação mecânica para os tempos de 10, 18 e 20 segundos. O tratamento com ácido sulfúrico por 10 minutos proporcionou 45% de germinação. A escarificação mecânica mostrou ser um método eficaz e promissor para a superação da dormência de sementes da corriola, enquanto que nos tratamentos com nitrato de potássio a superação da dormência foi inferior a 3%. Palavras chave: Corda-de-viola, escarificação, germinação

INTRODUÇÃO

Corriola ou corda-de-viola é uma planta anual reproduzida por sementes. A

germinação das sementes ocorre em fluxos durante a primavera e verão dificultando o controle. Sua ocorrência tem aumentado nas lavouras de soja RR® nos estados da Região Sul pelo uso exclusivo do herbicida glyphosate no controle das plantas daninhas.

O tegumento das sementes do gênero Ipomoea é duro constituindo-se em mecanismo de sobrevivência, permitindo que as sementes permaneçam por vários anos no solo (Chandler et al., 1977). O conhecimento dos mecanismos de dormência em sementes de plantas daninhas e os padrões com que essas espécies superam essa dormência contribuem na predição da emergência e para a composição e distribuição de plantas daninhas na área (Vivian et. al, 2008).

Sabe-se que a dormência de sementes de Ipomoea é causada pela impermeabilidade do tegumento seminal à água. Há diversos métodos para a superar a dormência das sementes de plantas, porém não há uma padronização destes métodos, o que pode reduzir a eficiência dos tratamentos.

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Este trabalho tem por objetivo avaliar diferentes métodos na superação da dormência de sementes de corriola.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido no Laboratório Didático de Pesquisas em Sementes (LDPS) do Departamento de Fitotecnia da UFSM, Santa Maria (RS) em 2008/2009. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado com quatro repetições. As parcelas foram constituídas por 50 sementes colocadas em placas de plástico previamente desinfectadas e preparadas com papel de filtro autoclavado e levadas para câmara de germinação (25 °C) com presença de luz. As sementes de Ipomoea triloba livres de impurezas foram submetidas aos tratamentos: escarificação química (imersão das sementes em solução de nitrato de potássio (0,2% v/v) durante 6, 12, 18 e 24 horas, e imersão em ácido sulfúrico concentrado durante 5, 10, 15 e 20 minutos), escarificação mecânica (10, 18 e 20 segundos) utilizando-se escarificador elétrico provido de lixa nº 150. Antes da análise da variância, para fins de normalização da sua distribuição dos dados,

os valores em percentagem foram transformados para arc. sen % / 100 . A análise de regressão foi procedida com auxílio do programa computacional SOC (Emabrapa, 1989).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Dentre os métodos de superação de dormência analisados, destacou-se o escarificador mecânico (Figura 1). Há na literatura contradições envolvendo a lixa como forma de escarificação mecânica. Ogunwenmo & Ugborogho (1999) verificaram boa eficácia da escarificação mecânica manual para a superação da dormência de Ipomoea obscura, Ipomoea aquatica, Ipomoea hederifolia, Ipomoea asarifolia e Ipomoea involucrata. Por sua vez, Azania et al. (2003) usando lixa para a escarificação mecânica das sementes verificaram pequeno acréscimo na germinação para Ipomoea grandifolia. A contradição entre os resultados pode ser atribuída a tempo de exposição do tratamento e a intensidade da força aplicada. O ácido sulfúrico proporcionou um aumento na germinação e a imersão das sementes por 10 minutos apresentou a maior germinação (Figura 2), semelhante aos resultados encontrados por Ogunwenmo & Ugborogho (1999) e Azania et al. (2003) para diferentes espécies de Ipomoea. Por outro lado, com a imersão das sementes em nitrato de potássio (Figura 3) houve baixa germinação (< 3%), corroborando com resultados obtidos por Azania et al. (2003) para outras espécies de corriola (I. quamoclit), I. grandifolia e I. Hederifolia).

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0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20

Tempo de escarificação (seg.)

% G

erm

inaç

ãoY = 4.02 + 11.98 x – 0.4152 x2

R2 = 0,97

Figura 1. Efeito da quebra da dormência de sementes de corriola

com escarificação mecânica.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

0 5 10 15 20

Tempo de imersão (min.)

% G

erm

inaç

ão R2 = 0,72

Y = 3.18 + 7.09 x - 0.44 x2 + 0.0077 x3

Figura 2. Efeito da quebra da dormência de sementes de corriola

com ácido sulfúrico.

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

0 6 12 18 24

Tempo de imersão (horas)

% G

erm

inaç

ão

Y = 4.27 + 1.63 x – 0.18 x2 + 0.0054 x3

R2 = 0,64

Figura 3. Efeito da quebra da dormência de sementes de corriola

com nitrato de potássio.

CONCLUSÕES

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A escarificação mecânica utilizando escarificador elétrico (10, 18 e 20 segundos) mostrou ser um método eficaz e promissor para a superação da dormência de sementes de Ipomoea triloba.

AGRADECIMENTOS

Ao Laboratório Didádico e de Pesquisas em Sementes (LDPS) da UFSM . Ao CNPq pelo suporte financeiro.

BIBLIOGRAFIA

AZANIA, A. A. P. M. et al. Métodos de superação de dormência em sementes de Ipomoea e Merremia. Planta Daninha, v.21, n.2, p.203-209, 2003.

CHANDLER, J. M.; MUNSON, R. L.; VAUGHAN, C. E. Purple moonflower: emergence, growth, reproduction. Weed Science, v.25, p.163-167, 1977.

OGUNWENMO, K.; UGBOROGHO, R. E. Effects of chemical and mechanical scarification on seed germination of five species of Ipomoea (Convolvulaceae). Boletim da Sociedade Broteriana, v.69, p.147-162, 1999. CD-ROOM.

VIVIAN, R. et al. Dormência em sementes de plantas daninhas como mecanismo de sobrevivência – breve revisão. Planta Daninha, v.26, n.3, p.695-706, 2008.

Dormancy breaking of morningglory (Ipomoea triloba) seeds

Summary: This research evaluated methods for dormancy breaking of morningglory seeds using sulfuric acid (98%) during 5, 10, 15 or 20 minutes, potassium nitrate (0.2% v/v) at 6, 12 , 18 and 24 minutes and mechanical scarification (10, 18 and 20 seconds) using an electric scarifier. The germination of the bindweed was respectively 97, 97 and 94% using mechanical scarification for times of 10, 18 and 20 seconds. Treatment with sulfuric acid for 10 minutes gave 45% germination, while potassium nitrate to the germination was less than 3%. Among the treatments, the mechanical scarification proved to be a promising and effective method for breaking the dormancy of seeds of morningglory. Key words: Ipomoea triloba, scarification, germination.

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

ALTERAÇÃO NO DESEMPENHO DO GLIFOSATO QUANDO ASSOCIADO A DIFERENTES ADITIVOS

Bernardes, V.1; Fernandes, A.A.B. 2; Fritzen, A.G. 2; Souza, A.T. 2; Zanon, A.J. 2; Kruse, N.D.2

1 Universidade Federal de Santa Maria, Av. Roraima 1000. [email protected]

2 Universidade Federal de Santa Maria, Av. Roraima 1000.

Resumo: Produtos comerciais genéricos do herbicida glifosato representam muitas vezes uma opção mais econômica para o produtor. Sua formulação, entretanto, exige o emprego de adjuvantes para melhorar seu desempenho. Este experimento teve por objetivo investigar a eficiência de adjuvantes ou aditivos quando associados a várias doses de uma formulação de glifosato genérico. Foi escolhido o milho (Zea maiz) como planta alvo (híbrido simples Pioneer 3069). O experimento foi conduzido em ambiente protegido (estufa plástica) do Departamento de Defesa Fitossanitária da Universidade Federal de Santa Maria, em fevereiro de 2007. Para montagem das curvas de dose-resposta, utilizou-se o delineamento inteiramente casualizado, com seis repetições por tratamento. Os tratamentos foram organizados em esquema bifatorial, com glifosato, glifosato + 0,5% de óleo mineral, glifosato + 2,0% de sulfato de amônio e glifosato + 1,0% de uréia como fator A e as doses de 0,0; 17; 34; 68; 135; 270; 540 e 1080 g de e.a. ha-1 como fator B, para formar as curvas de dose-resposta. A aspersão dos tratamentos foi realizada com equipamento costal, pressurizado com CO2, nas plantas em estágio V3. Vinte dias após o tratamento foram

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determinados o % de injúria por avaliação e, após a coleta, determinados a massa verde e a massa seca total das plantas, após secagem até peso constante. Concluiu-se que a adição de sulfato de amônio 2% ao glifosato produziu a maior redução do crescimento da planta alvo estudada.

Palavras chave: herbicida, adjuvantes.

INTRODUÇÃO

O controle químico das plantas daninhas é o principal método utilizado nas lavouras de soja do Brasil, principalmente em extensas áreas de produção. O glifosato é um herbicida muito útil para a adoção em sistemas de baixo impacto ambiental, em razão de seu amplo espectro de controle e baixa toxicidade a organismos não alvo (Trigo & Cap, 2003; Christoffoleti et al., 2008). Este herbicida é não seletivo, de ação sistêmica, usado no controle de plantas daninhas anuais e perenes e na dessecação de culturas de cobertura (Rodrigues & Almeida, 2005; Timossi et al., 2006). Os glifosatos genéricos representam muitas vezes uma opção mais econômica para o produtor. Sua formulação, entretanto, exige o emprego de adjuvantes para melhorar seu desempenho. O presente trabalho teve por objetivo investigar a eficiência de adjuvantes-aditivos quando associados a várias doses de uma formulação de glifosato genérico. Este trabalho foi conduzido em casa de vegetação, e como planta alvo utilizou-se o milho devido à uniformidade, germinação e vigor que apresenta, a qual é necessária para formação das curvas-respostas.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi desenvolvido em Santa Maria – RS (Latitude 29º 43’S, Longitude 53º 48’W e altitude 95 m), entre os meses de setembro e novembro de 2006. Foi instalado em casa de vegetação do Departamento de Fitotecnia, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Como substrato foi utilizado solo classificado como Argissolo vermelho Distrófico Típico. Tal substrato foi peneirado, utilizando peneira de 5 mm e teve seu pH e fertilidade devidamente corrigidos. Utilizou-se como planta alvo o híbrido simples de milho Pioneer

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3069, precoce, previamente semeado em bandejas e posteriormente transplantados para potes plásticos, na quantidade de 1 planta por vaso. Cada vaso continha 1 kg de substrato e eram devidamente perfurados na base para a perfeita percolação da água. Regas foram feitas diariamente para que as plantas tivessem pleno crescimento e desenvolvimentos.

Os tratamentos foram organizados em esquema bifatorial, onde o fator A foi composto da formulação de glifosato (Roundup Original) associado a diferentes aditivos: (glifosato (testemunha); glifosato + 0,5% de Óleo mineral Assist; glifosato + 2% de sulfato de amônio; glifosato + 1% de uréia) e o fator B foi composto das diferentes doses de glifosato (0, 17, 34, 68, 135, 270, 540 e 1080 g de e.a. ha).

As aplicações foram realizadas com pulverizador costal pressurizado por CO2, acoplado a uma barra de pulverização com largura útil de 2 metros, com quatro pontas do tipo jato plano leque, 110.02, espaçadas em 0,50 metros, calibrado para um volume de aplicação proporcional a 150 l/ha.

As aplicações deram-se durante o estádio vegetativo 3 (três) das plantas alvo (V3), ou seja, quando estas apresentavam 3 folhas com o colar visível.

As variáveis avaliadas foram: avaliação visual de injúria, massa verde e massa seca. As avaliações visuais de injúria foram realizadas aos 20 dias após as aplicações. Para as avaliações de controle, utilizou-se uma escala com variação de 0 a 100%, onde 0 representou a ausência de sintomas e 100 o controle total das plantas alvo. Para avaliação da massa verde, todas as plantas foram retiradas dos potes e submetidas a uma cuidadosa lavagem com água, removendo assim a terra que se encontrava junto às raízes. Após lavagem, as plantas ficaram expostas a temperatura ambiente para escoamento do excesso de água e só então pesagens como balança de precisão foram realizadas. Para determinação da massa seca, as plantas foram colocadas em estufa (68ºC) e secadas até peso constante.

A análise das variáveis foram realizadas por regressão não linear com o modelo Log-logístico (Seefeldt, 1995), estimando o GR50, ou seja, a dose necessária para causar 50% de injúria na planta alvo em estudo.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na variável % de injúria, os valores dos parâmetros GR50 estimados foram de 134 ± 2,52 g ea ha-1 para a curva com glifosato, 97 ± 2,49 g ea ha-1 para glifosato + óleo mineral 0,5%, 82 ± 2,73 g ea ha-1 para glifosato + sulfato de amônio 2,0%, e de 154 ± 2,64 g ea ha-1.para glifosato + 1,0% de uréia.

Na variável massa verde, os valores dos parâmetros Gr50 estimados, foram de 124 ± 2,74 g ea ha-1para a curva com glifosato, 106 ± 2,54 g ea ha-1 para glifosato + óleo mineral

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0,5%, 48 ± 3,09 g ea ha-1 para glifosato + sulfato de amônio 2,0% e 164 ± 2,82 para glifosato + 1,0% de uréia.

De acordo com o que observamos na figura 1, referente a variável massa seca, os valores dos parâmetros Gr50 estimados foram de 129 ± 3,01 g ea ha-1 para a curva com glifosato, 105 ± 2,53 g ea ha-1 para glifosato + óleo mineral 0,5%, 59 ± 2,81 g ea ha-1 para glifosato + sulfato de amônio 2,0% e 166 ± 2,46 g ea ha-1 para glifosato + 1,0% de uréia. Estes resultrados demonstraram que o tratamento glifosato + sulfato de amônio 2,0% foi 118% mais eficiente que o tratamento apenas com glifosato, pois atingiu o nível GR50 com uma dose 54% menor.

Figura 1. Curvas de dose-resposta da massa seca do híbrido

simples de milho Pioneer 3069, aos 20 dias após aplicação, em

resposta a oito doses de glifosato (0 a 1080 g ea ha-1), aplicado

no estágio V3, isolado e em associação com óleo mineral,

sulfato de amônio ou uréia. Santa Maria, RS, 2007.

CONCLUSÃO

A adição de 2,0% ou 20 g/L de sulfato de amônio à calda, reduziu de maneira significativa à dose de glifosato necessário para atingir os valores de GR50. Quantidades proporcionais a 82, 48, e 58 g e.a. ha foram suficientes para que o GR50 fosse atingido nas variáveis porcentagem (%) de injúria, massa seca e massa verde, respectivamente.

Uma ação antagônica ao efeito do glifosato foi observada quando adicionado 1,0% ou 10g/L de Uréia à calda. Doses

D o s e s d e g l i fo s a to ( g e a h a - 1 )( E s c a la lo g n a tu r a l)

Mas

sa s

eca

(g p

lant

a-1)

0 ,0

0 ,5

1 ,0

1 ,5

2 ,0

2 ,5

3 ,0

3 ,5

G lifo s a to ( G l i)G li + 0 ,5 % ó le o m in e r a lG li + 2 ,0 % s u lfa to d e a m ô n ioG li + 1 ,0 % u ré iay = 0 ,5 8 + (2 ,9 2 - 0 ,5 8 ) / [1 + e x p { 4 0 ,3 7 * ( ln x - ln 1 2 9 ± 3 ,0 1 ) } ] ; R 2 = 0 ,9 6y = 0 ,6 6 + (2 ,7 6 - 0 ,6 6 ) / [1 + e x p { 1 3 ,8 9 * ( ln x - ln 1 0 5 ± 2 ,5 3 ) } ] ; R 2 = 0 ,9 9y = 0 ,4 9 + (2 ,9 6 - 0 ,4 9 ) / [1 + e x p { 6 ,8 7 * ( ln x - ln 5 9 ± 2 ,8 1 ) } ] ; R 2 = 0 ,9 8y = 0 ,6 0 + (2 ,5 2 - 0 ,6 ) / [1 + e x p { 1 9 ,7 * ( ln x - ln 1 6 6 ± 2 ,4 6 ) } ] ; R 2 = 0 ,9 9

0 1 7 3 4 6 8 1 3 5 2 7 0 5 4 0 1 0 8 0

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maiores do produto foram necessárias para atingir o GR50, quando comparadas aos outros tratamentos.

No que se refere à adição de 0,5% ou 5 ml/L de óleo mineral á calda, observou-se uma interação positiva do aditivo ao glifosato, mas não melhor ao tratamento onde foi utilizado sulfato de amônio.

BIBLIOGRAFIA

CHRISTOFFOLETI, P.J.; GALLI, A.J.B.; CARVALHO, S.J.P.; MOREIRA, M.S.; NICOLAI, M.; FOLONI, L.L; MARTINS, B.A.B.; RIBEIRO, D.N. Glyphosate sustainability in South American cropping systems. Pest Management Science, v.64, p.422-427, 2008. RODRIGUES, B.N.; ALMEIDA, F.S. Guia de herbicidas. 5.ed. Londrina, 2005. 592p. SEEFELDT, S. S.; JENSEN, J.E. E.; FUERST, E. P. Log-Logistic Analysis of Herbicide Dose-Response Relationships. Weed Technol., v. 9, p. 218-227, 1995. TIMOSSI, P.C.; DURIGAN, J.C.; LEITE, G.J. Eficácia de glyphosate em plantas de cobertura. Planta Daninha, v.24, p.475-480, 2006. TRIGO, E.J.; CAP, E.J. The impact of the introduction of transgenic crops in Argentinean agriculture. AgBioForum, v.6, p.87-94, 2003.

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

AVALIAÇÃO DE KIXOR NO CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS EM

DESSECAÇÃO PRE-PLANTIO DA CULTURA DA SOJA

C.L.Rocha1; D.Guerra1; M.A.T.Rodrigues1; E.Begliomini1

1BASF S/A, Av. Brigadeiro Faria Lima, 3600, CEP 04538-132, São Paulo-SP,

e-mail: [email protected]

Resumo: Kixor é um novo herbicida em desenvolvimento para uso na modalidade de aplicação, dessecação das plantas daninhas em pré-plantio das culturas anuais, no sistema de plantio direto que, usado em associação com Glifosato, aumenta o controle de diversas plantas daninhas de folhas largas e possui pequeno efeito residual no solo reduzindo e atrasando a reinfestação das plantas daninhas, tornando mais fácil o controle seletivo em pós-emergência da cultura. Este produto está em fase de registro para diversas culturas no Brasil incluindo a soja. Nas safras de 2006/2007 e 2007/2008 realizou-se 5 experimentos com o objetivo de avaliar a seletividade para a cultura e eficiência no controle de plantas daninhas do herbicida Kixor em associação com Glifosato. Os resultados obtidos mostraram que a mistura, nas três doses testadas, apresentou controle superior a Glifosato puro em diversas plantas daninhas nas quais Glifosato mostrou alguma deficiência de controle sendo: Commelina benghalensis, Ipomoea grandifolia, Spermacoce

latifolia, Spermacoce verticilata e Tridax procumbens. Com relação ao efeito residual no solo observou-se em três experimentos redução na intensidade e atraso da reinfestação nos tratamentos com Kixor/Glifosato, sendo que em avaliações aos 7, 14 e 21 dias após a aplicação havia controle de plantas daninhas em pré-emergência em comparação com os tratamentos com Glifosato puro. Palavras-chave: Glycine max, herbicidas

INTRODUÇÃO

O uso de herbicidas para o controle de plantas daninhas em áreas onde será plantada a cultura da soja no sistema de plantio direto é prática indispensável e rotineira usada pelos agricultores. O produto Glifosato é utilizado em quase totalidade das áreas onde será feito o plantio direto, sendo comum a associação deste produto com outros herbicidas para completar o controle onde o Glifosato apresenta deficiências. Kixor é um novo herbicida em

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desenvolvimento para uso na modalidade de aplicação dessecação em pré-plantio da cultura que, usado em associação com Glifosato, aumenta o controle de diversas plantas daninhas de folhas largas e possui pequeno efeito residual no solo reduzindo e atrasando a reinfestação das plantas daninhas, tornando mais fácil o controle seletivo em pós-emergência da cultura. Este produto está em fase de registro para diversas culturas no Brasil incluindo a soja. Nas safras de 2006/2007 e 2007/2008 realizou-se 5 experimentos com o objetivo de avaliar a seletividade para a cultura e eficiência no controle de plantas daninhas do herbicida Kixor em associação com Glifosato.

MATERIAL E MÉTODOS

Os experimentos foram realizados na região de Anápolis-GO com aplicação no mês de dezembro e plantio da cultura da soja 2 a 8 dias dias após a aplicação. Foram usadas parcelas de 2 por 5 metros com 3 repetições. As aplicações dos herbicidas foram feitas com pulverizador costal a CO2, bicos XR80015 e vazão de 150 l/ha. As plantas daninhas presentes nos ensaios foram: Digitaria horizontalis, Eleusine indica, Commelina benghalensis,

Spermacoce latifolia, Spermacoce verticilata, Bidens pilosa, Richardia brasiliensis, Ipomoea

grandifolia, Alternantera tenella, Nicandra physaloides, Ageratum conyzoides e Galinsoga

parviflora. O estágio de crescimento das plantas daninhas na época da aplicação era de aproximadamente 30 a 60% do tamanho máximo da espécie. Os tratamentos avaliados e respectivas doses estão na tabela 1. As avaliações foram feitas semanalmente até 6 semanas após a aplicação dos herbicidas, com estimativa visual da % de controle e seletividade para a cultura. Foram avaliados os efeitos no controle de plantas daninhas existentes no momento da aplicação e efeito residual no solo em plantas daninhas emergidas após a aplicação, neste caso, comparando as parcelas tratadas com Kixor/Glifosato com as parcelas tratadas com Glifosato puro.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados obtidos mostraram que a associação Kixor / Glifosato , nas três doses testadas apresentou controle superior a Glifosato puro em diversas plantas daninhas onde Glifosato mostrou alguma deficiência de controle sendo: Commelina benghalensis, Ipomoea

grandifolia, Spermacoce latifolia, Spermacoce verticilata e Tridax procumbens. Com relação às demais plantas daninhas presentes nos ensaios todos tratamentos apresentaram 100 % de controle sendo: Digitaria horizontalis, Eleusine indica, Bidens pilosa, Alternantera tenella,

Ageratum conyzoides, Nicandra physaloides e Galinsoga parviflora.

Com relação ao efeito residual no solo observou-se em três experimentos redução na intensidade e atraso da reinfestação nos tratamentos com Kixor / Glifosato, sendo que em avaliações aos 7, 14 e 21 dias após a aplicação havia controle em pré-emergência das plantas daninhas em comparação com os tratamentos com Glifosato puro. Este efeito residual foi observado nas espécies: Commelina benghalensis, Richardia brasiliensis e Spermacoce

verticilata sendo maior nos tratamentos com as doses mais elevada de Kixor. Observou-se também diferença de eficiência do produto relacionada à dose com o

estágio das plantas daninhas na época da aplicação, sendo que a dose mais elevada é mais eficiente que a dose mais baixa em plantas daninhas em estágios mais avançados .

CONCLUSÃO

Portanto pode-se concluir que Kixor nas doses de 24.5 a 49 i.a. g/ha em associação

com Glifosato a 1080 i.a. g/ha apresenta-se como uma nova opção para aplicação em

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dessecação pré-plantio da cultura da soja, para uso em áreas com plantas daninhas que Glifosato apresenta deficiência no controle. Em nenhum tratamento foi observada fitotoxidade na cultura.

Tabela 1: Produtos avaliados, doses em produto comercial, doses em ingrediente

ativo e % de controle das plantas daninhas 21 dias após a aplicação.

Tratamentos % de controle de plantas daninhas

Produtos avaliados

Doses p.c.

kg-l.ha-1

Doses i.a. g.ha-1

Dig

itar

ia

hori

zont

alis

Ele

usin

e in

dica

Com

mel

ina

beng

hale

nsis

Spe

rmac

oce

lati

foli

a

Spe

rmac

oce

vert

icil

ata

Ric

hard

ia

bras

ilie

nsis

Ipom

oea

gran

difo

lia

Tri

dax

proc

unbe

ns

Alt

erna

nter

a

tene

lla

Age

ratu

m

cony

zoid

es

Gal

inso

ga

parv

iflo

ra

Nic

andr

a ph

ysal

oide

s

Testemunha - - - - - - - - - - - - - -

Kixor Glifosato

0,035 3,0

24,5 1080

100 100 86,7 93,3 80,0 88,0 100 100 100 100 100 100

Kixor Glifosato

0,050 3,0

35 1080

100 100 90,0 97,7 90,0 95,0 100 100 100 100 100 100

Kixor Glifosato

0,070 3,0

49 1080

100 100 93,3 98,7 95,0 98,3 100 100 100 100 100 100

Flumioxazin Glifosato

0,050 3,0

25 1080

100 100 85,0 90,0 83,7 88,3 100 100 100 100 100 100

Glifosato 3,0 1080 100 100 68,3 86,7 71,7 86,7 90,0 91,7 100 100 100 100

Aos tratamentos com Kixor foi adicionado o adjuvante Dash na dose de 0,5 % e a

Flumioxazin foi adicionado o adjuvante Assist na dose de 0,5 %. p.c. = produto comercial i.a. = ingrediente ativo

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Tabela 2: Produtos avaliados, doses em produto comercial, doses em ingrediente ativo e % de controle das plantas daninhas 42 dias após a aplicação.

Tratamentos % de controle de plantas daninhas

Produtos avaliados

Doses p.c.

kg-l.ha-1

Doses em i.a. g/ha

Dig

itar

ia

hori

zont

alis

Ele

usin

e in

dica

Com

mel

ina

beng

hale

nsis

Spe

rmac

oce

lati

foli

a

Spe

rmac

oce

vert

icil

ata

Ric

hard

ia

bras

ilie

nsis

Ipom

oea

gran

difo

lia

Tri

dax

proc

unbe

ns

Alt

erna

nter

a

tene

lla

Age

ratu

m

cony

zoid

es

Gal

inso

ga

parv

iflo

ra

Nic

andr

a ph

ysal

oide

s

Testemunha - - - - - - - - - - - - -

Kixor Glifosato

0,035 3,0

24,5 1080

100 100 91,7 93,3 83,3 91,7 100 98,3 100 100 100 100

Kixor Glifosato

0,050 3,0

35 1080

100 100 95,0 98,7 90,0 98,3 100 100 100 100 100 100

Kixor Glifosato

0,070 3,0

49 1080

100 100 97,0 99,3 97,0 99,0 100 100 100 100 100 100

Flumioxazin Glifosato

0,050 3,0

25 1080

100 100 88,3 90,0 83,7 90,0 100 97,7 100 100 100 100

Glifosato 3,0 1080 100 100 75,0 90,0 73,3 86,7 88,3 86,7 100 100 100 100

Aos tratamentos com Kixor foi adicionado o adjuvante Dash na dose de 0,5 % e a

Flumioxazin foi adicionado o adjuvante Assist na dose de 0,5 %. p.c. = produto comercial i.a. = ingrediente ativo

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

KIXOR NO CONTROLE DE BUVA APLICADO EM DESSECAÇÃO EM PRÉ PLANTIO DA CULTURA DA SOJA

R.B. BELANI1; M.I. ETCHEVERRY1; E. BEGLIOMINI1; D.S. GUERRA

1BASF SA, Av. Brigadeiro Faria Lima, 3600, 8o andar, Itaim Bibi, CEP 04.538-132 São Paulo-SP; e-mail: [email protected]

Resumo: O presente experimento teve como objetivo avaliar o controle de Conyza bonariensis com aplicação do herbicida Kixor (Saflufenacil 700 g i.a/Kg). Os tratamentos estudados no presente trabalho foram: T1- Testemunha sem Aplicação, T2- Kixor + Roundup + Dash 0,035 + 3,0 + 0,5%, T3- Kixor + Roundup + Dash 0,05 + 3,0 + 0,5%, T4- U 46 Fluid + Roundup 1,0 + 3,0, T5- Sumisoya + Roundup + Assist 0,05 + 3,0 + 0,5%, T6- Roundup 3,0, ambas doses em L ou Kg/ha. O delineamento experimental foi de blocos ao acaso com 4 repetições. A aplicação foi efetuada quando as plantas daninhas estavam com tamanho de até 30 cm altura. Foram feitas avaliações de controle aos 7, 14, 21 e 42 dias após a aplicação do herbicida. Os melhores tratamentos na avaliação de 21 daa. foram, T3, T2, T4, T5, T6 respectivamente, o pior tratamento foi o tratamento T6 que aos 21 daa teve 0% de controle de C. bonariensis

sendo similar a testemunha. Baseado nestes resultados, infere-se que as plantas de C. bonariensis presentes no ensaio tem tolerância ao herbida Glyphosate. O melhor tratamento foi o T3 que mesmo aos 42 daa manteve controle de 95%. O presente trabalho indica que Kixor é uma alternativa eficiente para o controle de C. bonariensis em dessecação pre plantio da soja. Palavras chave: : Soja, Conyza bonariensis, Kixor

INTRODUÇÃO

A buva (Conyza bonariensis) é uma espécie nativa da América do Sul que ocorre na

Argentina, Uruguai, Paraguai e Brasil. É uma planta anual que se reproduz por sementes que germinam no outono/inverno, com encerramento do ciclo no verão, caracterizando-se assim como uma planta daninha de inverno e verão. No Rio Grande do Sul, a buva apresenta-se como importante planta daninha infestante de lavouras de trigo, soja e milho.(Vargas et all, 2007).

No estado do Parana nos últimos três anos, a população desta espécie aumentou muito, em quantidade e abrangência; atingindo desde o sudoeste do Paraná, passando pela região central, chegando até o norte do estado. A invasora já está disseminada no sul do país e também já está presente no centro-oeste do país e até mesmo no Paraguai. Outro agravante é o

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fato de existirem plantas com maior tolerância ou resistência ao glifosato, dificultando o tratamento das áreas atingidas.(Adegas, 2008).

A buva produz grande quantidade de sementes, que apresentam características e estruturas que conferem fácil dispersão, caracterizando a espécie como agressiva (Kissmann & Groth, 1992).

KIXOR é um novo produto desenvolvido para controle de plantas daninhas de folhas largas inclusive as de difícil controle, infestantes na dessecação de plantio direto ou em pré colheita de cultivos, podendo ser utilizado também como dessecante de culturas. Este produto está em fase de registro para diversas culturas no Brasil, incluindo a soja. O objetivo deste trabalho foi avaliar o controle de Buva com Herbicida KIXOR onde havia plantas de buva com deficiência de controle quando aplicado Glyphosate.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi implantado no município de Campo Mourão. A Aplicação do herbicida efetuou-se em 22/09/08. Foi efetuado uma aplicação em dessecação com as plantas daninhas em tamanho até 30 cm de altura. Na aplicação foi usado equipamento Costal pressurizado de CO2, com pressão de 2 bar, com barra de 3 metros e com 6 bicos com espaçamento de 50 cm entre si. A aplicação foi efetuada a uma velocidade de 1 m/s. O volume de calda utilizado para aplicação foi de 150 litros/ha. O experimento constou de sete tratamentos com 4 repetições cada, e com parcelas de 3X6 m totalizando 18 m2 de área total, para efeitos de avaliação foram desprezados 50cm nas bordas, onde foi considerada uma área útil de 10m2. O plantio da soja foi efetuado em 08/11/08 com espaçamento de 50 centímetros entre linhas a emergência ocorreu em 16/11/08 e estabeleceu-se uma população com 18 plantas por metro linear da cultivar CD 216 RR. O método estatístico usado foi Tukey a 5%. Tabela 1. Herbicidas, ingredientes ativos, dose de Produto comercial, e dose de Ingrediente ativo/ha usados em experimento para controle de Conyza bonariensis em dessecação pré plantio da cultura da Soja. Campo Mourão - PR. 2008. Trat. Produto Ingrediente ativo Dose p.c. L/

Kg/ha Dose g. i. a./há

1 Testemunha - - - 2 Kixor + Roundup Original+

Dash Saflufenacil + Glyphosato

0,035 + 3,0 + 0,5%

24,5+1080

3 Kixor + Roundup Original + Dash

Saflufenacil + Glyphosato

0,05 + 3,0 + 0,5%

35 + 1080

4 U 46 Fluid + Roundup Original

2,4 D + Glyphosato

1,0 + 3,0 720 + 1080

5 Sumisoya + Roundup Original + Assist

Flumioxazin + Glyphosato

0,05 + 3,0 + 0,5%

25 + 3,0 + 0,5%

6 Roundup Glyphosato 3,0 1080

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados obtidos neste experimento indicam que a aplicação dos herbicidas avaliados tem efeito de controle sobre buva (Tabela 2), onde o herbicida KIXOR com adição de Roundup teve efeito no controle de Buva. Aos 7 DAA os tratamento Kixor com Roundup 0,035 + 3,0 Kg/L/ha e Kixor com Roundup 0,05 + 3,0 Kg/L/ha já mostraram controle superior aos demais tratamentos, com 73 e 83 % de controle. Já aos 21 DAA os tratamentos Kixor com

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Roundup 0,035 + 3,0 Kg/L/ha e Kixor com Roundup 0,05 + 3,0 Kg/L/ha tiveram controle acima de 90% enquanto os tratamentos U-46 Fluid com Roundup 1,0 + 3,0 L/ha e Sumisoya com Roundup 0,05 + 3,0 Kg/L/ha tiveram controle inferior a 75% e o tratamento Roundup 3,0 L/ha, foi abaixo de 40%. Aos 42 DAA o tratamento Kixor com Roundup 0,05 + 3,0 Kg/L/ha manteve seu controle acima dos 90 %, o tratamento Kixor com Roundup 0,035 + 3,0 Kg/L/ha teve um controle similar ao tratamento com Roundup 0,05 + 3,0 Kg/L/ha que foi 78%, o tratamento U-46 Fluid com Roundup 1,0 + 3,0 L/ha manteve o mesmo controle da avaliação de 21 dias acima de 80%. O tratamento Roundup 3,0 L/ha apartir da avaliação de 21 DAA teve queda no controle, chegando a 0% o que indica que as plantas de Conyza bonariensis presentes no ensaios tem alta tolerancia ao herbicida Glyphosato.

Tabela 2. Percentagem de controle de Conyza bonariensis em dessecação pré plantio da cultura da Soja. Campo Mourão - PR. 2008. Trat Produto Dose p.c. L ou

Kg/ha Contr. 7 daa

Contr. 14 daa

Contr. 21 daa

Contr. 42 daa

1 Testemunha * - 33 37 42 40 2 Kixor + Roundup + Dash 0,035 + 3,0 +

0,5% 73 b 93 a 97 ab 78 c

3 Kixor + Roundup + Dash 0,05 + 3,0 + 0,5%

83 a 96 a 99 a 95 a

4 U 46 Fluid + Roundup 1,0 + 3,0 55 c 72 b 83 cd 82 b 5 Sumisoya + Roundup + Assist 0,05 + 3,0 +

0,5% 55 c 60 c 78 d 78 c

6 Roundup 3,0 40 d 35 d 0 f 0 e *Testemunha com percentagem de cobertura das plantas Daninhas

CONCLUSÕES

A aplicação de outros ingredientes ativos diferentes ao Glyphosato é essencial para o controle de Conyza bonariensis. Os resultados do ensaio indica que a aplicação de Kixor associado ao Glyphosato controla de Conyza bonariensis sendo uma eficiente alternativa de manejo desta espécie.

O herbicida Kixor com Roundup nas doses de 0,05 + 3,0 Kg/L/ha foi o tratamento com melhor resultado no controle de Conyza bonariensis. Kixor com Roundup 0,035 + 3,0 Kg/L/ha é similar a Sumisoya com Roundup 0,05 + 3,0 Kg/L/ha em plantas de Conyza

bonariensis até 30 cm de altura. Não observou-se fitotoxidade nos em nenhum dos tratamentos quando efetuado o

plantio da soja.

BIBLIOGRAFIA

Adegas, F. S. Buva é o principal problema no início da safra de soja. In: http://www.cnpso.embrapa.br/noticia/ver_noticia.php?cod_noticia=491&desl=61, de 31/10/08. acessado em junho de 2009. KISSMANN, K. G.; GROTH, D. Plantas infestantes e nocivas. São Paulo: Basf

Brasileira, 1992. tomo II. 798 p.

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Vargas, L.; Bianchi, M.A.; Rizzardi, M.A.; Agostinetto, D.; Dal Magro, T. Conyza bonariensis biotypes resistant to the glyphosate in southern Brazil. Planta daninha vol.25 no.3 Viçosa July/Sept. 2007.

Summary: KIXOR FOR Conyza bonariensis CONTROL IN PRE PLANTING APPLICCATION IN SOYBEAN R.B. BELANI1; M.I. ETCHEVERRY1; E. BEGLIOMINI1; D.S. GUERRA 1BASF SA, Av. Brigadeiro Faria Lima, 3600, 8o andar, Itaim Bibi, CEP 04.538-132 São Paulo-SP; e-mail: [email protected] This experiment aimed to evaluate the control of Conyza bonariensis with application of herbicide Kixor (Saflufenacil 700 g ai / kg). The treatments studied in this work were: T1-untreated check, T2-Kixor + Roundup + Dash at 0.035 + 3 , 0 + 0.5%, T3-Kixor + Roundup + Dash at 0.05 + 3.0 + 0.5%, T4-U 46 Fluid + Roundup at 1.0 + 3.0, T5-Sumisoya + Roundup +Assist at 0.05 + 3.0 + 0.5%, T6-Roundup at 3.0, both doses in L or kg / ha. The experimental design was randomized blocks with 4 replications. The application was made when the weeds were with 30 cm height. The control was assessed at 7, 14, 21 and 42 days after herbicide application. The best treatments in the evaluation at 21 DAA were T3, T2, T4, T5, T6, respectively, and the worst treatment was the treatment T6 that had 0% control of C. Bonariensis, similar to the intreated check. The results of this study indicate that the plants of C.

bonariensis present in the area are tolerant to the herbicide glyphosate. The best treatment was the T3 that even at 42 DAA maintained control of 95%. This work indicate that the herbicide Kixor is an efficient alternative for C. bonariensis control in pre planting desiccation in soybeans.

Key words: Soybean, Conyza bonariensis, KIXOR.

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

RESPOSTA DE BUVA (Conyza bonariensis) AO HERBICIDA GLYPHOSATE NO EXTREMO - OESTE CATARINENSE

R. J. Zeni1, A. Vedelago1, E. R. Geremia1, D. M. Sirtolli1, R. Sassi1. L. Hahn1, F. R. Mühl1 1 FAI Faculdade. Rua Carlos Kummer, 100, Bairro Universitário, Itapiranga-SC

[email protected]

Resumo: A introdução da soja transgênica resistente ao glyphosate no Brasil permitiu a intensificação no uso deste herbicida para o manejo de ervas daninhas, favorecendo o surgimento de resistência. Existem inúmeros relatos de buva (Conyza bonariensis L.) resistente ao glyphosate no país. O presente trabalho teve por objetivo avaliar a resposta de buva ao glyphosate no Extremo Oeste Catarinense. O experimento foi realizado em área com elevada infestação de buva, verificando-se eficiência de controle de cinco doses de glyphosate (Roundup Original): 360, 720, 1.440, 2.880 e 5.760 g de e.a. ha-1. Adotou-se o delineamento experimental em blocos completos casualizados, com 3 repetições. Avaliações de controle percentual das plantas foram feitas aos 7, 14, 21 e 28 dias após aplicação (DAA), através de análise visual, sendo os resultados submetidos ao teste de Duncan (5%). Quase a totalidade de controle foi obtido nos primeiros 14 DAA, verificando-se poucas diferenças nas avaliações posteriores. Aos 28 DAA, os tratamentos com 5.760 e 2.880 g ha-1 foram os únicos responsáveis por controles satisfatórios, com toxicidade 100% e 82%, respectivamente. Por outro lado, a dose recomendada (720 g ha-1) demonstrou desprezível atividade inibitória (11%) sobre a população de buva testada. Os resultados evidenciam a alteração na suscetibilidade desta população de buva ao herbicida glyphosate, obtendo-se controle satisfatório somente a partir da dose quatro vezes maior que a recomendada. Palavras chave: EPSPS, resistência a herbicidas, dessecação, plantas daninhas, soja geneticamente modificada.

INTRODUÇÃO

A resistência é a capacidade adquirida e herdável de biótipos de plantas daninhas em

sobreviver e reproduzir após a aplicação de doses herbicidas que controlam os componentes normais da população (CHRISTOFFOLETI & LÓPEZ - OVEJERO, 2003).

A buva (Conyza bonariensis L.) é uma espécie invasora da família Asteracea, nativa da América do Sul, que apresenta capacidade de produzir elevado número de sementes, facilmente transportadas pelo vento, o que facilita a dispersão e a manutenção desta espécie em diversos ambientes (WU & WALKER, 2006 citados por LAMEGO & VIDAL, 2008).

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Atualmente o glyphosate é um dos herbicidas de maior importância mundial, sendo amplamente utilizado nos sistemas de cultivo da soja transgênica resistente ao glyphosate (VARGAS et al., 2007). Segundo Contiero (2008), dificuldades no controle de buva com este herbicida vêm sendo verificadas em diversas lavouras do Paraná e Rio Grande do Sul a partir da safra 2004/2005, sendo identificados os primeiros biótipos de C. bonariensis resistentes ao glyphosate no Brasil em 2005 (ROMAN et al., 2007).

No Extremo Oeste Catarinense existem suspeitas sobre a ocorrência de buva resistente, despertando a necessidade da realização de trabalhos para averiguar a real condição desta infestante na região. O objetivo deste experimento foi avaliar a resposta de buva (C. bonariensis) ao herbicida glyphosate em uma área no município de Descanso-SC.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido a campo, no município de Descanso-SC, no ano de 2008. A área apresentava elevada infestação natural de C. bonariensis (aproximadamente 70 plantas/m², com altura média de 35 cm), na época mantida sob pousio hibernal.

Os tratamentos constaram de cinco doses de glyphosate (Roundup Original): 360, 720, 1.440, 2.880 e 5.760 g de e.a. ha-1, mais uma testemunha, sem aplicação de herbicida. Para as aplicações fez-se o uso de pulverizador de precisão (motor a gasolina, com controlador de pressão), adotando-se pressão de 40 lb/pol² e volume de calda de 200 L.ha-1. O delineamento experimental foi em blocos completamente casualizados, com 3 repetições. As parcelas apresentavam dimensão 4 x 2,5 m, com área útil de 6 m².

Avaliações de controle foram feitas aos 7, 14, 21 e 28 DAA (dias após aplicação), verificando através de análise visual, o controle percentual de buva, sendo 0% de controle quando houve ausência de injúrias nas plantas e 100% de controle quando ocorreu a morte das plantas.

As variáveis foram analisadas estatisticamente, sendo submetidas ao teste de separação de médias proposto por Duncan, a 5% de probabilidade de erro.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Verificou-se aos 7 DAA que o controle de buva obteve resposta crescente em função do acréscimo das doses do herbicida (Figura 1). A toxicidade 78%, atribuída à dose 5.760 g ha-1, foi o máximo controle constatado neste período de avaliação. Com exceção da maior dose, os demais tratamentos promoveram controle muito abaixo do satisfatório (Tabela 1).

Aos 14 DAA, o tratamento 5.760 g ha-1 possibilitou 100% de controle, sendo a única dose capaz de controlar de forma eficiente as plantas de buva neste periodo de avaliação. Com a dose recomendada (720 g ha-1) obteve-se toxicidade pouco expressiva, de maneira que as injúrias provocadas por este tratamento não ultrapassaram 11%.

Os resultados obtidos aos 21 e 28 DAA foram bastante similares aos encontrados na segunda avaliação, possibilitando afirmar que o herbicida glyphosate estabeleceu quase a totalidade de sua atividade sobre as plantas de buva, logo nas primeiras semanas após a aplicação. Aos 28 DAA, além da maior dose, o tratamento correspondente a 2.880 g ha-1, considerada quatro vezes maior que a dose recomendada, também passou a demonstrar eficiência sobre a população de buva, promovendo 82% de controle das plantas. A dose 720 g ha-1 manteve sua desprezível atividade inibitória (11%) sobre a população de buva testada, de modo que não diferiu da testemunha, sem aplicação de herbicidas. De forma semelhante, Vargas et al. (2007) também obtiveram com esta mesma dose, reduzida porcentagem de controle (35%) sobre população de C.

bonariensis considerada resistente. Por outro lado, Moreira et al. (2007) verificaram controle adequado desta espécie de buva suscetível, com a dose de glyphosate recomendada (720 g ha-1),

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em experimento realizado em casa-de-vegetação, em Piracicaba/SP. No mesmo trabalho, populações supostamente resistentes só obtiveram 80% de controle com a dose 5.760 g ha-1.

Tabela 1. Controle (%) de buva (Conyza bonariensis), submetidas a doses crescentes de glyphosate, em quatro períodos de avaliação.

Controle visual (%) Tratamentos Doses g ha-1 7DAA 14DAA 21DAA 28DAA

Testemunha 0 0 F 0 D 0 D 0 D Glyphosate 360 5 E 3 D 2 D 3 D Glyphosate 720 10 D 11 D 11 D 13 D Glyphosate 1440 19 C 28 C 38 C 49 C Glyphosate 2880 30 B 75 B 77 B 82 B Glyphosate 5760 78 A 100 A 100 A 100 A

CV (%) - 9,6 17,5 22,3 16,8

Médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente pelo teste Duncan (5%). a c

y = 4,267x2 - 16,33x + 16,1R² = 0,946 (P < 0,001)

0

20

40

60

80

100

0 360 720 1440 2880 5760

Controle (%)

Doses de Glyphosate (g ha-1)

b

y = 4,75x2 - 12,30x + 7,2R² = 0,980 (P < 0,001)

0

20

40

60

80

100

0 360 720 1440 2880 5760

Controle (%)

Doses de Glyphosate (g ha-1)

y = 4,017x2 - 6,639x + 0,3R² = 0,982 (P < 0,001)

0

20

40

60

80

100

0 360 720 1440 2880 5760

Controle (%)

Doses de Glyphosate (g ha-1)

d

y = 2,982x2 + 1,210x - 8,3R² = 0,970 (P < 0,001)

0

20

40

60

80

100

0 360 720 1440 2880 5760

Controle (%)

Doses de Glyphosate (g ha-1)

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Figura 1. Controle (%) de buva (Conyza bonariensis), submetidas a doses crescentes de glyphosate. a) 7 DAA; b) 14 DAA; c) 21 DAA; d) 28 DAA.

CONCLUSÃO

Os resultados evidenciam a ocorrência de alteração na suscetibilidade da população de C.

bonariensis testada ao herbicida glyphosate e a aquisição de capacidade em suportar doses elevadas deste herbicida, verificando-se controle satisfatório da invasora (82%), somente a partir da dose quatro vezes maior que a recomendada.

BIBLIOGRAFIA

CHRISTOFFOLETI, P.J.; LÓPEZ-OVEJERO, R. PRINCIPAIS ASPECTOS DA RESISTÊNCIA DE PLANTAS DANINHAS AO HERBICIDA GLYPHOSATE. Planta Daninha, Viçosa-MG, v.21, n.3, p.507-515, 2003. CONTIERO, R. L. ROTAÇÃO URGENTE. Revista Cultivar Grandes Culturas: Soja. Ano X, nº 109, pág. 8-11, Junho de 2008. LAMEGO, F.P.; VIDAL, R.A. RESISTÊNCIA AO GLYPHOSATE EM BIÓTIPOS DE Conyza bonariensis E Conyza canadensis NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, BRASIL. Planta Daninha, Viçosa-MG, v. 26, n. 2, p. 467-471, 2008. MOREIRA, M.S.; NICOLAI, M.; CARVALHO, S.J.P.; CHRISTOFFOLETI, P.J. RESISTÊNCIA DE Conyza canadensis E C. bonariensis AO HERBICIDA GLYPHOSATE. Planta Daninha, Viçosa-MG, v. 25, n. 1, p. 157-164, 2007. ROMAN, E. S.; BECKIE, H.; VARGAS, L.; HALL, L.; RIZZARDI, M.A.; WOLF, T.M. COMO FUNCIONAM OS HERBICIDAS: DA BIOLOGIA À APLICAÇÃO. Editora Berthier. Passo Fundo, RS: 2007. VARGAS, L.; BIANCHI, M.A.; RIZZARDI, M.A.; AGOSTINETTO, D.; DAL MAGRO, T. BUVA (Conyza bonariensis) RESISTENTE AO GLYPHOSATE NA REGIÃO SUL DO BRASIL. Planta Daninha,Viçosa-MG, v.25, n. 3, p. 573-578, 2007.

Summary: Susceptibility of horseweed (Conyza bonariensis) to the glyphosate herbicide in the extrem catarinense west. The introduction of resistant transgenic soybean to glyphosate in Brazil allowed the intensification in the use of this herbicide for the handling of harmful weeds, favoring the resistance sprouting. There are reports of horseweed (Conyza bonariensis L.) resistant to glyphosate in Brazil. The present work had for objective to evaluate the susceptibility of horseweed to glyphosate in the Extreme Catarinense West. The experiment was carried in area with raised infestation of C. bonariensis. Was verified the efficiency of control of five doses of glyphosate (Original Roundup):

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360, 720, 1.440, 2.880 and 5.760 g of i.a. ha-1. An experimental design with randomized blocks was adopted, with 3 replicates. Evaluations of percentile control of plants were made at 7, 14, 21 and 28 days after application (DAA) by visual analysis and the results submitted to Duncan test (5%). The totality of control was practically reached at first 14 DAA, verifying few differences in the posterior evaluations. At 28 DAA, the treatments with 5.760 g.ha-1 and 2.880 g.ha-1 were the only with satisfactory controls, with 100% and 82% toxicity, respectively. On the other hand, the recommended dose (720 g.ha-1) demonstrated insignificant inhibitory activity (11%) on the population of horseweed. The results evidence the alteration in the susceptibility of this weed population to the glyphosate herbicide. A satisfactory control only was obtained from the dose four times larger of the recommended. Key words: EPSPS, resistance to herbicides, dessecation, weeds, soybean genetically modified.

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE HERBICIDAS ISOLADOS OU EM ASSOCIAÇÃO AO GLYPHOSATE SOBRE BUVA (Conyza bonariensis) NO

EXTREMO – OESTE CATARINENSE

A. Vedelago1, R. J. Zeni1, E. R. Geremia1, D. M. Sirtolli1, R. Sassi1. L. Hahn1, F. R. Mühl1

1 FAI Faculdade. Rua Carlos Kummer, 100, Bairro Universitário, Itapiranga-SC [email protected]

Resumo: Pela capacidade da buva (Conyza bonariensis L.) em adquirir resistência ao glyphosate deve-se fazer a rotação de mecanismos de ação dos herbicidas. O presente trabalho teve por objetivo avaliar a eficiência de diferentes tratamentos herbicidas no controle de buva no Extremo Oeste Catarinense. O experimento foi realizado em área com elevada infestação de buva, verificando-se a eficiência de controle de sete tratamentos herbicidas. Adotou-se o delineamento experimental em blocos completos casualizados, com 3 repetições. Avaliações de controle percentual das plantas foram feitas aos 7, 14, 21 e 28 dias após aplicação (DAA), através de análise visual, sendo os resultados submetidos ao teste de Duncan (5%). As misturas de tanque com glyphosate + metsulfuron-methyl, glyphosate + chlorimuron-ethyl (em duas doses) e glyphosate + 2,4-D (em duas doses) foram constatadas como eficientes para o controle da população de buva, todas promovendo controle superior à 85%. Por outro lado, a aplicação paraquat + diuron e 2,4-D, isoladamente, não ultrapassou 38% de controle. Palavras chave: mecanismo de ação, resistência à herbicidas, plantas daninhas, soja geneticamente modificada, mistura de tanque.

INTRODUÇÃO

A resistência de plantas a herbicidas pode ser entendida como a capacidade natural e herdável de determinados biótipos, dentro de uma população, de sobreviver e se reproduzir após a exposição a doses de herbicidas que seriam letais a indivíduos normais (suscetíveis) da mesma espécie (CHRISTOFFOLETI & LÓPEZ-OVEJERO, 2003).

A buva (Conyza bonariensis L.) caracteriza-se como uma espécie de alta adaptabilidade ecológica em sistemas conservacionistas de solo. Tais sistemas proporcionam a utilização intensiva do glyphosate como herbicida dessecante antes da implantação das culturas e também na eliminação das plantas infestantes na soja geneticamente modificada resistente a

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este princípio ativo, o que potencializa o processo de seleção de biótipos de buva resistentes ao glyphosate (LAZAROTO et al., 2008).

A rotação de mecanismos de ação herbicidas é determinante para evitar o surgimento de espécies invasoras resistentes, ou mesmo promover a eliminação desta capacidade. Desse modo, vê-se como eficaz a utilização de mecanismos distintos do glyphosate ou associados a este, para o manejo de resistência de buva a este princípio ativo (ROMAN et al., 2007).

A falta de informações sobre a ação de herbicidas sobre populações de buva no Extremo - Oeste Catarinense sugere a realização de trabalhos que possam transparecer a questão. Com base neste contexto, fez-se um experimento para avaliar a eficiência de diferentes tratamentos herbicidas no controle de buva (C. bonariensis) no município de Descanso - SC.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido a campo, no município de Descanso-SC, em setembro de 2008. A área apresentava elevada infestação natural de C. bonariensis (aproximadamente 70 plantas/m², com altura média de 35 cm), na época mantida sob pousio hibernal.

Os tratamentos constaram das misturas de tanque (g de e.a. ou i.a. ha-1): glyphosate (Roundup Original) + 2,4-D (DMA 806 BR) (720 + 806 e 720 + 1.612); glyphosate (Roundup Original) + chlorimuron-ethyl (Classic) (720 + 15 e 720 + 20); glyphosate (Roundup Original) + metsulfuron-methyl (Ally) (720 + 2,4), além da mistura pronta paraquat + diuron (Gramocil) (400 + 200) e 2,4-D (DMA 806 BR) (1.612) aplicados isoladamente e uma testemunha, sem aplicação de herbicida. Utilizou-se pulverizador de precisão (motor a gasolina, com controlador de pressão), adotando-se pressão de 40 lb/pol² e volume de calda de 200 L.ha-1. O delineamento experimental foi de blocos completos casualizados, com 3 repetições. As parcelas apresentavam dimensão 4 x 2,5 m, com área útil de 6 m².

Avaliações de controle foram feitas aos 7, 14, 21 e 28 dias após aplicação (DAA), verificando através de análise visual o controle percentual das plantas, sendo 0% de controle quando houve ausência de injúrias nas plantas e 100% de controle quando ocorreu a morte das plantas.

As variáveis foram analisadas estatisticamente, sendo submetidas ao teste de separação de médias (Duncan) à 5% de probabilidade.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Na primeira avaliação visual (7 DAA) destacou-se o tratamento com paraquat + diuron como o mais eficiente, ocasionando 90% de toxicidade às plantas (Tabela 1). Seguidos deste, os tratamentos com à mistura de glyphosate + 2,4 D, não diferiram significativamente, sendo atribuídas 70% e 65% de controle para a maior e menor dose de 2,4-D, respectivamente. Entre os demais, a maior toxicidade verificada (38%) foi com aplicação de glyphosate + metsulfuron-methyl.

Aos 14 DAA, as aplicações de paraquat + diuron, glyphosate + 2,4-D (nas duas doses) glyphosate + metsulfuron-methyl e glyphosate + chlorimuron-ethyl (na maior dose) possibilitaram maior toxicidade às plantas, todos com controle superior a 80%. Neste período, foi possível a percepção da iniciação de rebrote de plantas de buva tratadas com paraquat + diuron.

A maior expressividade no controle de buva aos 21 DAA foi obtida pelos mesmos tratamentos que promoveram esta condição aos 14 DAA, com exceção de paraquat + diuron,

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que passou a apresentar controle (73%) inferior às primeiras duas semanas após aplicação, devido ao intenso rebrote das plantas.

O último período de avaliação (28 DAA) evidenciou as misturas de glyphosate + metsulfuron-methyl, glyphosate + chlorimuron-ethyl (nas duas doses) e glyphosate + 2,4-D (nas duas doses) como eficientes para o controle da população de C. bonariensis. Estas misturas possibilitaram controle superior a 85%, sendo a toxicidade máxima alcançada com aplicação de glyphosate + metsulfuron-methyl (95%) (Figura 1). Deste modo, podem-se considerar estas misturas como alternativas interessantes para o manejo de buva, evitando a ocorrência de resistência pela aplicação intensiva do herbicida glyphosate isoladamente. Tais resultados corroboram com os alcançados por Vargas et al. (2007), que também constataram eficiência de 2,4-D, chlorimuron-ethyl e metsulfuron-methyl, em mistura com glyphosate, no controle desta espécie de buva. Em trabalho similar, Moreira et al. (2007) obtiveram 100% de controle de buva com a utilização de misturas do herbicida glyphosate com 2,4-D, metsulfuron-methyl e metribuzin. As aplicações de paraquat + diuron e 2,4-D de forma isolada, com toxicidade de 38 e 35% respectivamente, diferiram significativamente dos demais tratamentos, sendo considerados como incapazes de promover controle satisfatório da população de buva em avaliação.

Tabela 1. Controle (%) de buva (Conyza bonariensis), submetidas a diferentes tratamentos

herbicidas em quatro períodos de avaliação.

Médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente pelo teste Duncan (5%).

0 20 40 60 80 100

glyp. + metsulfuron methyl (720 + 2,4)

glyp. + chlorimuron-ethyl (720 + 20)

glyp. + 2,4-D (720 + 1612)

glyp. + 2,4-D (720 + 806)

glyphosate + chlorimuron-ethyl (720 + 15)

paraquat + diuron (400+ 200)

2,4-D (1612)

Testemunha

Controle (%)

Tratamentos (g ha-1)

B

A

A

CB

A

A

A

Figura 1. Controle (%) de buva (Conyza bonariensis), submetida a diferentes tratamentos

herbicidas, realizada aos 28 dias após aplicação (DAA).

Controle Visual (%) Tratamentos Doses g ha-1 7DAA 14DAA 21DAA 28DAA

Glyphosate + Metsulfuron-methyl 720 + 2,4 38 C 83 A 91 A 95 A Glyphosate + Chlorimuron-ethyl 720 + 15 32 C 72 B 79 BC 85 A Glyphosate + Chlorimuron-ethyl 720 + 20 35 C 80 AB 87 AB 93 A Glyphosate + 2,4-D 720 + 806 65 B 82 AB 87 AB 88 A Glyphosate + 2,4-D 720 + 1612 70 B 85 A 87 AB 89 A Paraquat + Diuron 400+ 200 90 A 86 A 73 C 38 B 2,4-D 1612 30 C 25 C 23 D 35 B Testemunha - 0 D 0 D 0 E 0 C CV (%) - 12,2 8,7 8,9 10,5

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CONCLUSÃO

Os resultados obtidos permitem concluir que misturas de tanque: glyphosate +

metsulfuron-methyl, glyphosate + chlorimuron-ethyl e glyphosate + 2,4-D foram eficientes para o controle da população de buva em avaliação, todas promovendo toxicidade acima de 85%. De forma adversa, os tratamentos com paraquat + diuron e 2,4-D, aplicados de forma isolada, foram incapazes de controlar adequadamente as plantas de buva.

BIBLIOGRAFIA

CHRISTOFFOLETI, P.J.; LÓPEZ-OVEJERO, R. PRINCIPAIS ASPECTOS DA RESISTÊNCIA DE PLANTAS DANINHAS AO HERBICIDA GLYPHOSATE. Planta Daninha, Viçosa-MG, v.21, n.3, p.507-515, 2003.

LAZAROTO, C. A.; FLECK, N. G.; VIDAL R. A. BIOLOGIA E ECOFISIOLOGIA DE BUVA (Conyza bonariensis e Conyza canadensis). Ciência Rural, v.38, n.3, p. 852-860, 2008.

MOREIRA, M.S.; NICOLAI, M.; CARVALHO, S.J.P.; CHRISTOFFOLETI, P.J. RESISTÊNCIA DE Conyza canadensis E C. bonariensis AO HERBICIDA GLYPHOSATE. Planta Daninha, Viçosa-MG, v. 25, n. 1, p. 157-164, 2007.

ROMAN, E. S.; BECKIE, H.; VARGAS, L.; HALL, L.; RIZZARDI, M.A.; WOLF, T.M. COMO FUNCIONAM OS HERBICIDAS: DA BIOLOGIA À APLICAÇÃO. Editora Berthier. Passo Fundo, RS: 2007.

VARGAS, L.; BIANCHI, M.A.; RIZZARDI, M.A.; AGOSTINETTO, D.; DAL MAGRO, T. BUVA (Conyza bonariensis) RESISTENTE AO GLYPHOSATE NA REGIÃO SUL DO BRASIL. Planta Daninha,Viçosa-MG, v.25, n. 3, p. 573-578, 2007.

Summary: Evaluation of the efficieny of isolated herbicides or in association to horseweed (Conyza bonariensis) in the extrem catarinense west. Because the capacity of horseweed (Conyza bonariensis L.) in acquiring resistance to glyphosate it should be made the rotation of the mechanisms of herbicides action. The present work had for objective to evaluate the efficiency of different herbicides treatments in the control of horseweed in the Extreme Catarinense West. The experiment was carried in an area with raised infestation of horseweed. Was verified the efficiency of control of seven herbicides treatments. An experimental design in randomized blocks was adopted, with 3 replicates. Evaluations of percentile control of plants were made at 7, 14, 21 and 28 days after application (DAA) by visual analysis and the results submitted to Duncan test (5%). The mixtures of tank with glyphosate + metsulfuron-methyl, glyphosate + chlorimuron-ethyl (in two doses) and glyphosate + 2,4-D (in two doses) had been evidenced as efficient for the control of horseweed population, all promoting superior control to 85%. On the

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other hand, the products of paraquat + diuron and 2,4-D, separately, had not exceeded 38% of control. Key words: mechanism of action, resistance to herbicides, weeds, soybean genetically modified mixture of tank.

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

ÁCIDO ACONÍTICO EM SEMENTES DE AMENDOIM-BRAVO E CORDA-DE-VIOLA DE DIFERENTES LOCAIS

E. Voll1, D.L.P. Gazziero1, F.S. Adegas1 1 Embrapa Soja, Cx. Postal 231, 86001-970 Londrina, PR. E-mail:

[email protected]

Resumo: Experimentos foram conduzidos em laboratório com o objetivo de determinar os efeitos do ácido aconítico (AA), sobre as espécies amendoim-bravo (Euphorbia heterophylla) e corda-de-viola (Ipomoea grandifolia), provenientes de diferentes locais do Estado do Paraná. Os ensaios constaram de tratamentos com e sem AA (2,5 mM L-1). As sementes de corda-de-viola receberam tratamento adicional de escarificação com ácido sulfúrico. As demais sementes foram esterilizadas externamente com solução de hipoclorito de sódio a 2%, durante dois minutos e enxaguadas. Em capela asséptica, em gerbox contendo meio de cultura de ágar, foram dispostas na superfície 50 sementes/recipiente. Os experimentos foram conduzidos em câmara de germinação controlada. O delineamento usado foi o inteiramente casualisado, com quatro repetições. A origem das sementes teve influência nos resultados obtidos. A germinação das sementes foi afetada pelos efeitos alelopáticos do AA, na maioria dos locais. Ocorreu também a redução do crescimento das plântulas, sendo mais afetadas as raízes do que o caule de ambas as espécies. Palavras chave: planta daninha, alelopatia, dinâmica de populações, banco de sementes.

INTRODUÇÃO Amendoim-bravo (Euphorbia heterophylla) e corda-de-viola (Ipomoea

grandifolia) são espécies de plantas daninhas de elevada importância econômica nas grandes culturas. Essas populações se estabelecem em função de variadas condições de manejo do solo, das culturas e dos meios de controle. A permeabilidade do tegumento das sementes daninhas, às substâncias exsudadas pelas raízes de outras plantas, permite a ocorrência de efeitos alelopáticos e, também, que fungos endofíticos sejam estimulados a se desenvolver como predadores. Desse modo, as sementes ainda dormentes são destruídas, reduzindo o banco de sementes. O ácido aconítico (AA), substância identificada em gramíneas, como em capim-marmelada (Brachiaria plantaginea), apresenta tais efeitos (VOLL et al., 2004). O ácido t-aconítico é

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comumente encontrado em clarificações de caldo de cana-de-açúcar (HANINE et al., 1990), ou na vinhaça. Culturas como as de trigo (THOMPSON et al., 1997), pastagens de gramíneas (FRIEBE et al., 1995) milho e sorgo; e, principalmente, cana-de-açúcar (HANINE et al., 1990) produz e exsuda AA através de suas raízes. Corda-de-viola (Ipomoea aristolochiaefolia), referida como espécie de baixa capacidade germinativa, apresenta um tegumento bastante impermeável (MIKUSINSKI, 1987), assim como de outras espécies do gênero Ipomoea, o que propicia a manutenção da viabilidade das sementes por longo tempo (STOLLER & WAX, 1973; CHANDLER et al., 1977), podendo influenciar a absorção de substâncias alelopáticas. O objetivo do trabalho foi avaliar os efeitos de ácido aconítico sobre a germinação e o crescimento de plântulas de amendoim-bravo (E. heterophylla) e de corda-de-viola (I. grandifolia), provenientes de sementes coletadas em diferenters locais do Estado do Paraná.

MATERIAL E MÉTODOS

Dois experimentos foram conduzidos em condições de laboratório, envolvendo as sementes das espécies de plantas daninhas amendoim-bravo e corda-de-viola, coletadas em diferentes locais (Tabelas 1 e 2) no Estado do Paraná, no período de fevereiro a março, durante os anos de 2006 e de 2007, e conservadas em câmara seca (10ºC e UR de 40%), sendo avaliadas cerca de quatro meses mais tarde. Ágar bacteriológico a 12 g L-1, introduzido em água destilada e deionizada, foi autoclavado por 15 minutos a 120°C. Após, o meio de ágar foi resfriado (40-45ºC) e, ainda no estado líquido, foram adicionados 2,5 mM L-1 de AA. Foi usado o ácido aconítico produto puro para análise. As sementes de corda-de-viola receberam tratamento adicional de escarificação com ácido sulfúrico, mais a aplicação de AA. Um tratamento testemunha, sem AA, foi preparado. Uma quantia de 100 mL de cada tratamento foi introduzida em recipientes de plástico com tampa e deixada a resfriar para adquirir consistência sólida. Nos ensaios, as sementes foram previamente esterilizadas externamente, com solução de hipoclorito de sódio a 2%, durante dois minutos e enxaguadas por igual período. A seguir, em capela asséptica e com auxílio de uma pinça, foram dispostos na superfície do meio 50 sementes/recipiente, eliminando-se as chochas ou danificadas, usando quatro repetições. O experimento foi colocado em câmara de germinação, com ciclos de luz e de temperatura de 14/10 horas e 30º/20ºC, respectivamente. O vigor das sementes foi avaliado após um período de 10-12 dias, por meio do porcentual de germinação, quando a mesma cessou, e do crescimento do caule e da raiz. Após um período de 5-7 dias foi feita a identificação e a contagem dos diferentes tipos de fungos, que contaminavam as sementes. O delineamento usado foi o inteiramente casualisado, com arranjo fatorial e quatro repetições.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os locais foram ranqueados em ordem decrescente de germinação de amendoim-bravo, variando significativamente entre locais, numa amplitude de 95,0% a 16,0% (Tabela 1). Nesse intervalo, podem-se observar respostas de locais sem e com efeitos negativos de alelopatia do AA sobre as sementes, na média de 17,8%; sobre os comprimentos de caule, com redução média de 62,7%, sendo a redução máxima observada sobre as raízes, em média 81,7%. Quanto aos fungos endofíticos presentes

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nas sementes, identificados em sua maioria como Aspergillus sp. e Fusarium sp., houve

aumentos significativos nas infestações, devidas às aplicações de AA, em média 3,3 vezes da infestação inicial. A germinação de corda-de-viola variou de 2,0% a 37,5 % entre os locais. A germinação não foi afetada pelos efeitos alelopáticos do AA, embora tenha ocorrido o aumento da germinação quando foi antecedido pela aplicação do ácido sulfúrico, com a escarificação prévia (Tabela 2). No entanto, as aplicações do AA resultaram em reduções significativas no comprimento do caule e da raiz, tanto na ausência como na presença da escarificação. Quanto aos fungos endofíticos presentes nas sementes, identificados em sua maioria como Fusarium sp. e Bipolaris sp., houve aumento nas infestações devidas às

Tabela 1. Efeitos do ácido aconítico (AA) na germinação, no comprimento do caule e na raiz de amendoim-bravo, aos 12 dias, em diferentes locais do Estado do Paraná, em 2006.

1 Médias de germinação sem AA, na coluna, com diferentes letras minúsculas, ou médias com asterisco, nas linhas, diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%.

Germinação (%) Caule (mm) Raiz (mm) Fungos (%) Locais (24) Sem AA Com

AA Sem AA

Com AA

Sem AA

Com AA

Sem AA

Com AA

Toledo 95,0 a1 94,0 ns 62,9 28,3 * 47,7 5,2 * 1,0 4,0 ns Santa Terezinha I 89,5 ab 64,0 * 64,3 35,1 * 33,5 4,1 * 2,5 35,m0 * Formosa do Oeste 88,0 ab 66,0 * 66,6 33,8 * 49,0 9,2 * 10,5 27,5 * Ubiratã 86,5 ac 42,0 * 81,0 40,0 * 39,0 3,0 * 3,0 65,5 * Matelândia 85,5 ac 46,0 * 61,0 51,2 * 31,1 4,7 * 8,0 58,0 * C. Mourão-Farol 83,5 ac 84,5 ns 57,4 32,7 * 35,1 3,3 * 7,5 15,0 ns

Santa Terezinha II 83,0 ac 67,0 * 60,1 35,4 * 41,1 2,0 * 0,0 24,5 * Assis-Jesuítas 82,5 ac 88,5 ns 78,7 33,1 * 53,7 5,8 * 7,5 7,5 ns Medianeira-Chácara 77,9 df 53,5 * 31,9 42,7 ns 29,9 9,0 * 7,0 17,0 ns Bragantina-Tupãssi 75,0 ad 74,5 ns 45,8 20,9 * 37,0 7,3 * 4,5 15,5 ns Bandeirante Oeste 74,5 ad 57,5 * 72,4 37,0 * 55,6 5,2 * 17,5 41,0 * Quinta do Sol 73,0 ad 80,0 ns 73,7 39,3 * 50,2 1,5 * 13,0 19,0 ns Janiópolis-Farol 70,5 ae 81,5 ns 91,9 34,8 * 72,0 7,8 * 8,0 13,5 ns São Pedro 69,5 be 48,5 * 73,4 47,7 * 37,1 6,2 * 7,5 60,5 * Campo Mourão 69,0 be 34,0 * 78,2 42,0 * 36,9 2,8 * 4,5 62,0 * Tupãssi 66,0 be 60,0 ns 48,3 37,1 * 27,9 4,5 * 9,0 27,0 * Cafelândia 62,0 cf 42,5 * 57,3 38,4 * 34,5 5,2 * 9,5 55,0 * Mamborê 51,5 df 30,0 * 65,6 33,3 * 27,1 12,1 * 20,0 62,0 * São Miguel Iguaçu 45,5 eg 24,0 * 61,0 22,1 * 31,1 3,2 * 24,5 68,0 * Vera Cruz do Oeste 39,0 fh 23,0 * 53,0 34,6 * 28,7 13,5 * 10,5 34,5 * Céu Azul 38,0 fh 48,0 ns 42,0 49,3 * 21,4 6,0 * 19,0 42,0 * Tupãssi-Assis 22,0 gh 25,5 ns 75,4 46,8 * 28,6 14,7 * 48,0 61,5 * Jataizinho–Pedágio 20,0 h 23,5 ns 36,6 28,5 ns 34,9 7,1 * 20,0 38,0 * Peabiru 16,0 h 9,0 ns 38,6 27,0 * 32,4 6,4 * 5,0 24,5 *

Médias 64,1 53,7 * 60,3 36,0 * 37,8 5,9 * 11,1 36,6 *

CV (%) 16,1 12,9 20,3 38,1

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Tabela 2. Efeitos dos ácidos sulfúrico (AS) e aconítico (AA) sobre a germinação, crescimento do caule e da raiz de sementes de corda-de-viola, oriundas de diferentes locais do Estado do Paraná, em 2007.

Tratamentos Germinação (%) Caule (cm) Raiz (cm) Sem AA 15,9 a1 3,8 a 3,4 a Com AA 17,3 a 1,0 b 0,2 b AS+AA 26,6 b 1,3 b 0,2 b CV (%) 37,7 43,7 59,9

1 Médias seguidas das mesmas letras nas colunas não diferem pelo teste de Tukey a 5%. Tabela 3. Efeitos dos ácidos sulfúrico (AS) e aconítico (AA) sobre o somatório de fungos endofíticos encontrados em sementes de corda-de-viola, oriundas de diferentes locais do Estado do Paraná, em 2007. . Tratamentos

Jataí

Cornélio

Nova Fátima

Assaí

Santa Mariana

Uraí

Santo Antônio

do Paraíso

Médias

Sem AA 22,5 a1 37,5 a 19,0 a 9,5 a 2,0 a 25,5 a 9,5 a 18,0 A

Com AA 20,5 a 36,5 a 24,0 a 11,5 a 5,5 a 22,5 a 9,5 a 18,6 A

AS+AA 73,0 b 56,5 a 33,0 a 20,5 a 78,0 b 73,0 b 51,5 b 55,1 B

1 Médias seguidas das mesmas letras nas colunas não diferem pelo teste de Tukey a 5%. aplicações de AA nas suas combinações com a escarificação, porém nem sempre de modo significativo (Tabela 3).

CONCLUSÕES

O ácido aconítico apresenta efeitos alelopáticos sobre espécies de plantas daninhas, variáveis com o local de origem, estimulando o crescimento de diferentes fungos endofíticos nas sementes.

BIBLIOGRAFIA

CHANDLER, J.M.; MUNSON, R.L.; VAUGHAN, C.E. Purple moonflower emergence, growth, reproductioin. Weed Science, 25:163-7, 1977. FRIEBE, A.; SCHULZ, M.; KUCK, P.; SCHNABL, H. Phytotoxins from shoot extracts and root exudates of Agropyron repens seedlings. Phytochemistry, v.38, n.5, p.1157-1159, 1995. HANINE, H.; MOURGUES, J.; MOLINIER, J. Aconitic acid removal during cane juice clarification. International Sugar Journal, v.92, p. 219-220, 230, 238, 1103, 1990. MIKUSINSKI, O. M. Testes de embebição e germinação em sementes de Ipomoea

aristolochiaefolia. Revista Brasileira de Sementes, v.9, n.3, p.103-108, 1987. STOLLER, G.W.; WAX, L.M. Periodicity of germination and emergence of some annual weeds. Weed Science, v.21, n.6, p.574-580, 1973. THOMPSON, F.; SCHAEFER, S. C; MADISON, J. T. Role of aconitate isomerase in trans-aconitate accumulation in plants. Journal of Agriculture and Food Chemistry, v.45, n.9, p.3684-3688, 1997. VOLL, E.; FRANCHINI, J.C.; CRUZ, R.T.; GAZZIERO, D.L.P.; BRIGHENTI, A.M.; ADEGAS, F.S. Chemical interactions of Brachiaria plantaginea with Commelina

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benghalensis and Acanthospermum hispidum in soybean cropping systems. Journal of Chemical Ecology, Part B, v.30, n.7, p.1467-1475, 2004.

Summary: Aconitic acid on seeds of Euphorbia heterophylla and Ipomoea

grandifolia of different locations. Experiments were carried out at laboratory with the objective of determining effects of aconitic acid (AA) on Euphorbia heterophylla and Ipomoea grandifolia, from different locations of Paraná State. The experiment treatments were with and without AA (2,5 mM L-1). I. grandifolia seeds received additional escarification treatment with sulfuric acid. The other seeds were sterilized externally with 2% sodium hipochloride solution, for two minutes and rinsed. In aseptic chapel, in gerbox containing agar media, 50 seeds/recipient were disposed. Experiments were led in controlled germination chamber. Experimental design used was a completely randomized one, with four replications. Seeds origin had influence on the obtained results. Germination of seeds was affected by allelopathic effects of AA, in most locations. Seedling growth reduction occurred, being more affected roots than stems, in both species. Key words: weeds, allelopathy, population dynamics, seedbank.

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

INTERAÇÕES ALELOPÁTICAS ENTRE PLANTAS DANINHAS EM SISTEMAS DE MANEJO DA CULTURA DE SOJA

E. Voll1, J.C. Franchini1, R.T. Cruz2, D.L.P. Gazziero1; A.L. Brighenti1, F.S. Adegas1 1 Embrapa Soja, Cx. Postal 231, 86001-970 Londrina, PR. E-mail:

[email protected] 2 Estagiário da Fac. de Agronomia da UNIOESTE, Mal. Cândido Rondon, PR.

INTRODUÇÃO Experimentos de campo com várias práticas de manejo de soja, procurando avaliar o controle de plantas daninhas como trapoeraba (Commelina benghalensis L.) e carrapicho-de-carneiro (Acanthospermum hispidum DC.), mostrou maiores reduções do banco de sementes do primeiro na presença de altas infestações de capim-marmelada (Brachiaria plantaginea (Link) Hitchc.) do que com medidas de controle anual com herbicidas, por um período de cinco anos (VOLL et al., 1997a). Estimativas de

Resumo: Resultados preliminares obtidos em rotações de trigo-soja, num período de cinco anos, mostraram reduções no banco de sementes de trapoeraba (Commelina benghalensis), mas não em carrapicho-de-carneiro (Acanthospermum hispidum) em áreas infestadas de capim-marmelada (Brachiaria plantaginea), sem controle herbicida. A análise da fração solúvel de c.-marmelada indicou a predominância de ácido aconítico (AA) (95%) e de ácido ferúlico (AF), entre outros. Bioensaios em laboratório com sementes de trapoeraba e c.-de-carneiro foram usados para avaliar efeitos fitotóxicos de soluções puras de AA e AF e de extratos de c.-marmelada, nas doses de 0,0; 0,25; 0,50 e 1,0 mM. Sementes foram semeadas sobre meio de ágar 0,5% contido em caixas plásticas com tampa e mantidas em câmara de germinação por 10 dias. AA e extrato de c.-marmelada reduziram a germinação e o comprimento das raízes de trapoeraba, aumentando a germinação de c.-de-carneiro e reduzindo o comprimento de raízes. Observações aos 17 dias indicaram que o AA, também estimulou o desenvolvimento do fungo endofítico Fusarium solani sobre as sementes de trapoeraba, apenas, apresentando efeito complementar adverso sobre a sua germinação. Palavras chave: ácido aconítico, ácido ferúlico, alelopatia, banco de sementes.

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sobrevivência para c.-de-carneiro foram independentes do método de manejo ou controle químico (VOLL et al.,1997b). Baseado nesses resultados, extratos de c.-marmelada foram testados sob condições de laboratório. Os principais compostos orgânicos foram identificados e os efeitos das soluções dos compostos orgânicos e os extratos diluídos de c.-marmelada foram avaliados sobre o desenvolvimento de trapoeraba e c.-de-carneiro.

MATERIAL E MÉTODOS

Extração e caracterização da fração orgânica solúvel. Parte aérea de plantas de c.-marmelada foram coletadas no campo no estádio de maturação fisiológica, secadas em estufa com ar forçado à 45ºC, à peso constante. O material foi moído, homogenizado, passado em peneira de 2,0 mm e estocado em frasco escuro de vidro a 4ºC. A extração da fração orgânica solúvel e a análise de ácidos orgânicos alifáticos e fenólicos foram determinadas através de cromatografia líquida de alta performance, como descrito por FRANCHINI et al. (2003). Bioensaios com as soluções preparadas e diluições dos extratos de c.-marmelada. Os bioensaios foram conduzidos em recipientes plásticos (500 ml) com tampa, contendo meio de ágar 0,5%, uma camada de 1,0 cm de espessura, com as diluições dos extratos e as soluções puras dos ácidos aconítico e ferúlico, todos nas concentrações de 0,0; 0,25; 0,50 e 1,00 mM. As sementes, coletadas no ano, foram desinfestadas externamente com hipoclorito de sódio a 2,0%, por dois minutos e enxaguados. Cinquenta sementes por recipiente foram introduzidas sob capela asséptica. O experimento com delineamento inteiramente casualizado, com oito repetições, foi transferido para uma câmara de germinação, regulada para 14/10 h luz/escuro e 30º/20ºC, por um período de 10 dias. Após, foram determinadas a germinação (%), o comprimento das raízes (mm) e, aos 17 dias, as sementes infectadas com o fungo (%), identificado como Fusarium solani. Foram feitas as análises de variância dos dados e as médias comparadas pelo teste Tukey a 5%.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os cromatogramas obtidos são apresentados na Figura 1. Ácido aconítico foi predominante nos extratos de c.-marmelada (95%), enquanto que quantidades mínimas de ácidos fenólicos (5%) também estavam presentes. Ácido aconítico estimulou a germinação de A. hispidum e inibiu a de C.

benghalensis (Figura 2a); o extrato de B. plantaginea inibiu ambas as espécies. O ácido ferúlico apenas inibiu C. benghalensis na maior dose. Em geral, o comprimento das raízes foi reduzido em todos os tratamentos na maior dose e, de modo crescente, com o extrato (Figura 2B).

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Figura 1. Cromatogramas de HPLC de ácidos orgânicos. (A) ácidos alifáticos e (B) ácidos fenólicos. Os números se referem aos compostos: (1) ácido t-aconítico; (2) ácido cafêico; (3) ácido p-cumárico; (4) ácido ferúlico.

0 ,0

0 ,5

1 ,0

1 ,5

2 ,0

2 ,5

0 ,0 0 0 ,2 5 0 ,5 0 1 ,0 0 0 ,0 0 0 ,2 5 0 ,5 0 1 ,0 0 0 ,0 0 0 ,2 5 0 ,5 0 1 ,0 0

O r g a n ic A c id s ( m M )

Ger

min

ação

Rel

ativ

a

A c id o A c o n i t i c o E x tr a to

B r a c h ia r ia P la n ta g in e a

A c id o F e r u l ic o

a a b

a

b

c

a ab

c

b

c

a

a

b

an sa

b

aa

0 ,0

0 ,5

1 ,0

1 ,5

0 ,0 0 0 ,2 5 0 ,5 0 1 ,0 0 0 ,0 0 0 ,2 5 0 ,5 0 1 ,0 0 0 ,0 0 0 ,2 5 0 ,5 0 1 ,0 0

A c id o s O r g a n ic o s ( m M )

Com

prim

ento

Rad

icul

ar R

elat

ivo A c a n th o s p e r m u m

C o m m e l in a

a a

b

a

b

c

aa

b

c

a

aa

a

b

a

a

b

b

d

c

d

aa

Figura 2. Germinação relativa (A) e comprimento de raiz (B) de C. benghalensis e A. hispidum.

O desenvolvimento de F. solani nas sementes foi influenciado pela presença de ácido aconítico e pelo extrato, enquanto que efeitos não significativos foram observados com o ácido ferúlico (Figura 3). Infestações foram mais intensas sobre C. benghalensis do que em A. hispidum. A desinfecção externa das sementes sugere que os fungos são endofíticos. Na presença de ácido aconítico e extrato, o desenvolvimento do fungo em sementes de C. benghalensis foi inversamente relacionado à germinação, sugerindo que o desenvolvimento de fungos afeta a germinação (Figura 4). O extrato foi menos efetivo do que o ácido aconítico puro no aumento da infestação fúngica, porém mais efetivo em inibir a germinação. Outras substâncias presentes no extrato devem contribuir para esses efeitos.

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Os resultados suportam aqueles observados no campo, onde a infestação de B.

plantaginea resultou na menor sobrevivência de C. benghalensis em relação a A.

hispidum (VOLL et al., 1997a,b). Esses efeitos parecem estar relacionados com compostos liberados a campo pela B. plantaginea.

0

20

40

60

80

0 0,25 0,5 1 0 0 ,25 0 ,50 1 ,00 0 0,25 0 ,50 1,00

A c idos O rga nic os (m M )

Sem

ente

s in

fest

adas

(%

)

A c a n th o s p e r m u m

C o m m e lin a

A c id o A c o n itic o E x tr a to

B r a c h ia r ia P la n ta g in e a

A c id o F e r u lic o

b

a

b

b

a

b

a

b

c

d

c

a

b

a

b a b

cc ns

ns

Figura 3. Infestação de Fusarium solani em sementes de C. benghalensis e A.

hispidum.

y = - 0 ,5 8 x + 1 0 4 ,9 6

r = 0 ,9 7 * *

y = - 1 ,3 7 x + 9 0 ,4 7

r = 0 ,9 5 * *

0

2 0

4 0

6 0

8 0

1 0 0

0 2 0 4 0 6 0 8 0

S e m e n te s in f e s ta d a s ( % )

Ger

min

ação

(%

)

A c id o A c o n i t i c o

B r a c h ia r ia p la n ta g in e a

Figura 4. Relações entre infestações fúngicas e germinação de sementes de C.

benghalensis.

CONCLUSÕES Soluções de AA e FA e o extrato de B. plantaginea reduziram a germinação e o

comprimento de raízes, principalmente de C. benghalensis. AA também estimulou o desenvolvimento do fungo endofítico Fusarium solani,

que apresentou efeitos complementares adversos na germinação de C. benghalensis.

BIBLIOGRAFIA

VOLL, E.; KARAN, D.; GAZZIERO, D. L. P. Dinâmica de populações de Commelina

benghalensis L. sob manejos de solo e de herbicidas. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.32, n.6, p.571-578, 1997a.

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________ Dinâmica de populações de Acanthospermun hispidum DC. sob manejos de solo e de herbicidas. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.32, n.9, p.897-904, 1997b. VOLL, E.; FRANCHINI, J.C.; CRUZ, R.T.; GAZZIERO, D.L.P.; ADEGAS, F.S. Chemical interactions of Brachiaria plantaginea and Acanthospermum hispidum in soybean cropping systems. Journal of Chemical Ecology & Health, Part B, v.30, n.7., p.1467-1475, 2004.

Summary: Allelopatic interactions among weeds in soybean system managements. Preliminary results obtained in wheat-soybean rotations, in a period of five years, showed reductions in the seedbank of Commelina

benghalensis, but not for Acanthospermum hispidum, in infested areas of Brachiaria plantaginea, without herbicide control. Analysis of the soluble fraction of B. plantaginea indicated predominance of aconitic acid (AA) (95%) and of ferulic acid (FA), among others. Laboratory bioassays with seeds of C. benghalensis and A. hispidum were carried out to evaluate phytotoxic effects of pure solutions of AA and FA, and dilute extracts of B.

plantaginea, at 0.0; 0.25; 0.50 and 1.0 mM. Seeds were sowed on agar 0,5%, poured in plastic boxes with cover, and maintained in germination camera for 10 days. AA solutions and extract of B. plantaginea reduced germination and length of roots of C. benghalensis, increasing germination of A. hispidum, but reducing length of roots. Observations donne at 17 days indicated that AA has also stimulated development of the endophitic fungi Fusarium solani on C. benghalensis seeds, presenting complementary adverse effect on germination. Key words: aconitic acid, ferulic acid, allelopathy, weed seebbank.

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

DETERMINAÇÃO DE CURVAS DOSE-RESPOSTA AOS HERBICIDAS GLYPHOSATE E GLUFOSINATO NA ESPÉCIE DANINHA Eleusine indica (L)

Gaertn

A.C. Roso1, E. Portes1, R.A. Vidal1, A.Merotto Jr1 1 Universidade Federal do Rio Grande do Sul, AV Bento Gonçalves 7712. [email protected]

Resumo: A espécie Eleusine indica (L.) Gaertn é amplamente distribuída nas regiões do Brasil. As espécies do gênero Eleusine são diplóides, autógamas e podem produzir mais de 140 mil sementes por planta. O uso intensivo dos herbicidas em diversas partes do mundo levou ao surgimento da resistência de E. indica a diversos herbicidas dentre eles o glyphosate. A ampla adoção de culturas resistentes ao glyphosate e o intenso uso deste produto implica em elevada pressão de seleção a qual favorece a evolução da resistência a este herbicida. Uma forma de minimizar a pressão de seleção seria a utilização de forma alternada de culturas resistentes ao glufosinato. O objetivo deste trabalho foi apresentar curvas dose-resposta em biótipos de E.

indica submetidos à aplicação de diversas doses dos herbicidas glyphosate e glufosinato para determinação da dose que proporciona 90% de controle das plantas. As avaliações de controle realizadas aos 7 e 14 dias após o tratamento (DAT) confirmaram a suscetibilidade do biótipo testado aos herbicidas. Aos 14 DAT, já foi possível observar controle de E. indica superiores a 95% e 100% com os herbicidas glyphosate e glufosinate. A dose de glyphosate necessária para reduzir 50% do controle (D50) dos biótipos de E. Indica foi 121 g i.a. ha-1. A D50 para glufosinate foi 40 g i.a. ha-1, mostrando que o biótipo de E. indica testado é mais suscetível ao glufosinato do que ao glyphosate. As curvas dose-resposta determinadas identificaram a que proporcionou 10% de sobrevivência dos biótipos, ou seja, 90% de controle. Estas foram 397 e 122 g ha-1 para as herbicidas glyphosate e glufosinate, respectivamente. Palavras chave: prevenção da resistência, gramínea, planta daninha.

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

INFLUÊNCIA DOS DIFERENTES ADJUVANTES NA EFICIÊNCIA DO GLIFOSATO

Fritzen, A.G. 1; Fernandes, A.A.B. 1; Bernardes, V.1; Souza, A.T.1; Zanon, A.J.1; Kruse, N.D.2

1 Acadêmicos de Agronomia da UFSM. 2 Engenheiro Agrônomo, Dr., Professor de Biologia e Controle de Plantas Daninhas da

UFSM.

O controle químico das plantas daninhas é o principal método utilizado nas lavouras de soja do Brasil, principalmente em extensas áreas de produção. Os glifosatos genéricos representam muitas vezes uma opção mais econômica para o produtor. Sua formulação, entretanto, exige o emprego de adjuvantes para melhorar seu desempenho. Este experimento teve por objetivo investigar a eficiência de adjuvantes ou aditivos quando associados a várias doses de uma formulação de glifosato genérico. Este trabalho foi conduzido com duas etapas, primeira em casa de vegetação, e como planta alvo utilizou-se o milho devido à uniformidade, germinação e vigor que apresenta, a qual é necessária para formação das curvas-respostas. Os tratamentos foram organizados em esquema bifatorial, com glifosato, glifosato + 0,5% de óleo mineral, glifosato + 2,0% de sulfato de amônio e glifosato + 1,0% de uréia como fator A e as doses de 0,0; 17; 34; 68; 135; 270; 540 e 1080 g de e.a. há-¹ como fator B, para formar as curvas de dose-resposta. E a segunda etapa realizada a campo na área pertencente ao Departamento de Defesa Fitossanitária da Universidade Federal de Santa Maria, onde foi utilizada a cultura da soja RR, variedade COD 212, avaliando o efeito direto sobre a produção, devido à competição das plantas daninhas. Os tratamentos foram glifosato; glifosato + 0,5% de óleo mineral; glifosato + 2,0% de sulfato de amônio; glifosato + 1,0% de uréia e glifosato + 0,02% adjuvante siliconado, e as doses de glifosato utilizadas foram em V4 de 1,5l/ha e em V3/V6 onde se dividiu a dosagem do herbicida, aplicando-se seqüencial de 0,75/ha em V3 e 0,75l/ha em V6. Os resultados encontrados na primeira etapa em

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estufa demonstraram que o tratamento glifosato + sulfato de amônio 2,0% foi o tratamento mais eficiente, com eficiência maior que 50% comparado com apenas glifosato, pois atingiu o nível GR50 com uma dose menor. E os resultados obtidos a nível de campo apresentaram que o tratamento com sulfato de amônio no estádio V4 a campo foram superiores aos outros, reforçando os resultados obtido na primeira etapa. Conclui-se que a adição de sulfato de amônio 2% ao glifosato produziu a maior redução do crescimento das plantas daninhas, diminuindo a interferência destas com a cultura, garantindo seus potenciais de produtividade.

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

ÉPOCAS DE DESSECAÇÃO DE ESPÉCIES DE COBERTURA VEGETAL ANTECEDENDO A SEMEADURA DA SOJA (Glycine max L.).

Bruno Milan1, Paulo Vinícius da Silva1, Patrícia Andrea Monquero2. 1Alunos de graduação em Engenharia Agronômica

2Professora Titular do Depto. de Recursos Naturais e Proteção Ambiental Universidade Federal de São Carlos - Centro de Ciências Agrárias

Via Anhanguera, km 174 – Cep 13600-970 - Araras – SP [email protected]

Resumo: A época de dessecação que antecede a semeadura da cultura de interesse comercial pode favorecer o desenvolvimento dessas plantas e, conseqüentemente aumentar sua produtividade em lavouras manejadas em sistema de plantio direto. Porém, o número de dias após a aplicação em que se pode iniciar a semeadura ainda é incerto. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar diferentes épocas de dessecação e tipos de cobertura quanto ao desenvolvimento inicial e teor nutricional da cultura Glycine max. (soja) e o manejo de plantas infestantes. O experimento foi constituído da dessecação de Milheto (Pennisetum americanum), Braquiária Brizantha (Brachiaria

brizantha cv. Marandu), Braquiária Ruziziensis (B. ruziziensis cv. Kennedy), e uma parcela testemunha com infestação natural com o uso de glyphosate (2.160 g e.a ha-1) aplicado aos 28, 21, 14, 7 e 2 dias antes da semeadura (DAS) da cultura da soja. A cultura foi conduzida semelhantemente a uma lavoura comercial, e as variáveis analisadas foram a altura das plantas, massa de matéria seca da parte aérea, área foliar, razão da área foliar, taxa de crescimento relativo, produtividade, teor nutricional e a nodulação no pré-florescimento. A altura das plantas com B. brizantha e B. ruziziensis como cobertura, foi maior na dessecação realizada aos 14 DAS e para P. Americanum aos 28 DAS. A massa seca foi maior nos tratamentos dessecados aos 7 DAS. A área foliar foi superior nos tratamentos 2 e 7 DAS. Para a razão da área foliar, houve um crescimento semelhante, porém, nos tratamentos 2 e 7 DAS houve um retardamento no decréscimo da mesma. As maiores taxas de crescimento relativo ocorreram em 2 e 7 DAS. Não houveram diferenças significativas na nodulação das raízes entre os tratamentos, porém houve diferença de produtividade de grãos, com rendimento superior da área de B. Brizantha. Palavras chave: milheto, braquiária, glyphosate, cobertura morta.

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

AVALIAÇÃO DO HERBICIDA ALTEZA NO MANEJO DE PLANTAS DANINHAS NA CULTURA DA SOJA

R. Osipe1, J. B. Osipe1, E. T. Silva1, Conceição A. Cossa1, R. B. Belani2

1Fundação Faculdade “Luiz Meneghel”, Rodovia BR 369 - Km 54. Bandeirantes-PR. CEP. 86.360-000 [email protected]

2BASF- Av. Brigadeiro Faria Lima, 3600, 8o andar, São Paulo- SP.CEP. 04.538-132

Resumo: Aos herbicidas de ação total, como o glyphosate e o paraquat, adicionam-se outros herbicidas, a fim de melhorar o espectro de ação sobre as plantas daninhas, na operação de manejo. O objetivo do trabalho, realizado em Bandeirantes-PR, foi avaliar a eficácia e seletividade do herbicida ALTEZA (glyphosate+imazethapyr 177,8+20 g i.a./L) e ALTEZA 30 SL (glyphosate+imazethapyr 177,8+30 g i.a./L) na aplicação em pós-emergência no manejo de plantas daninhas, em plantio direto da cultura da soja. Os tratamentos foram: T1- ALTEZA 30 SL 2,0; T2- ALTEZA 30 SL 2,5: T3 – ALTEZA 30 SL 3,0; T4 – ALTEZA 3,0; T5 – ALTEZA 3,5; T6 – ALTEZA 4,5; T7- ROUNDUP+CLASSIC 3,0+0,04 e T8 - Testemunha. As doses usadas foram em l.ha-1. As plantas daninhas avaliadas no presente experimento foram Commelina benghalensis e Sida

urens, que foram avaliadas aos 07, 14, 28 e 42 dias após a aplicação. Os resultados mostraram que para o controle de S.

urens os tratamentos com ALTEZA apresentaram bom controle a partir da avaliação de 14 d.a.a., sendo que aos 28 d.a.a. foram superiores ao padrão ROUNDUP+CLASSIC (77,5%). Nesta avaliação ALTEZA 30SL a 2,5 l.ha-1 e ALTEZA a 3,5 l.ha-1 apresentaram, respectivamente, 90 e 92,5% de controle. Para C.

benghalensis, a partir da avaliação aos 14 d.a.a. todos os tratamentos foram eficientes. Na última avaliação, aos 42 d.a.a., os tratamentos com ALTEZA apresentaram melhor controle que o padrão (86,3%), diferindo estatisticamente entre si. O tratamento ALTEZA a 3,5 l.ha-1 apresentou 100% de controle recebendo conceito “A” que significa “Controle excelente ou total da espécie em estudo”, enquanto que o tratamento ALTEZA 30 SL a 3,5 l.ha-1 apresentou 95% e recebeu conceito “B” que traduz “Controle bom, aceitável para a infestação da área. Nenhum tratamento causou injúrias à cultura da soja. Palavras chave: imazethapyr, ALTEZA, dessecação, Sida urens,

Commelina benghalensis

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

EFICIÊNCIA E SELETIVIDADE DO HERBICIDA ALTEZA NO PLANTIO DIRETO DA CULTURA DA SOJA

R. Osipe1, J. B. Osipe1, E. T. Silva1, Maria A. F. Sorace1, R. B. Belani2

1Fundação Faculdade “Luiz Meneghel”, Rodovia BR 369 - Km 54. Bandeirantes-PR. CEP. 86.360-000 [email protected]

2BASF- Av. Brigadeiro Faria Lima, 3600, 8o andar, São Paulo- SP.CEP. 04.538-132

Resumo: Muitos herbicidas, de diferentes grupos químicos, são testados e empregados na aplicação de manejo, e dentre as opções de manejo estão ALTEZA 30 SL (Gliphosato+Imazethapyr 177,8+30 g i.a/L) e ALTEZA (Gliphosato+Imazethapyr 177,8+20 g i.a/L). Realizou-se um experimento em Bandeirantes-PR, com objetivo de avaliar a eficácia e seletividade do herbicida ALTEZA 30 SL na aplicação em pós-emergência no manejo de plantas daninhas em plantio direto da cultura da soja. Os tratamentos utilizados foram: T1- LATEZA 30 SL 2,0; T2- ALTEZA 30 SL 2,5: T3 – ALTEZA 30 SL 3,0; T4 – ALTEZA 3,0; T5 – ALTEZA 3,5; T6 – ALTEZA 4,5; T7- ROUNDUP + CLASSIC 3,0 + 0,04 e T8 – Testemunha. Ambas as doses foram em L.ha-1. As ervas avaliadas no presente ensaio foram: Conyza bonariensis e Hyptys suaveolens, e as avaliações foram efetuadas aos 07, 14, 28 e 42 dias após a aplicação. Os resultados mostraram que os tratamentos com ALTEZA apresentaram bom controle aos 07 d.a.a., com eficácia crescente ao longo das avaliações. Aos 28 d.a.a., o T2, ALTEZA 30SL a 2,5 L/ha, e o T5 ALTEZA 3,5 L/ha, que se equivalem em dose de Ingrediente ativo de Imazetapyr, apresentaram respectivamente as seguintes porcentagens de controle para buva: 99,5 e 99,5. Para H.

suaveolens, esses mesmos tratamentos tiveram 100% de controle a partir da avaliação aos 14 d.a.a., podendo, portanto, adotar, para ambas as espécies, conceito “A” que significa “Controle excelente ou total da espécie em estudo”. Notou-se também que não existiram diferenças estatísticas entre os tratamentos com ALTEZA e o padrão. As análises de toxicidade mostraram que não houve danos visuais à cultura da soja em nenhum dos tratamentos. Palavras chave: ALTEZA 30 SL, ALTEZA, dessecação, manejo

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

EFEITO DE DOSES DE METALAXIL E DE MEFENOXAM PARA CONTROLE INICIAL DE PODRIDÃO RADICULAR DE FITÓFTORA EM

SOJA

L.M. Costamilan1, C.C. Clebsch2, A.C Versari3

1 Embrapa Trigo, BR 285, km 294, Cx. Postal 451, CEP 99010-120 Passo Fundo, RS. E mail: [email protected]

2 Embrapa Trigo. E mail: [email protected] 3Universidade Estadual de Maringá, CEP 87020-900 Maringá, PR. E mail:

[email protected]

Resumo: No Brasil, relatos apontam problemas de eficácia no controle da podridão radicular de fitóftora em soja [Glycine max (L.) Merr.], causada por Phytophthora sojae, utilizando-se metalaxil no tratamento de sementes. O objetivo do trabalho foi avaliar o efeito da dose registrada e em dobro de metalaxil e de mefenoxam em sementes de soja, sobre o desenvolvimento da doença em cultivares com ou sem resistência parcial. Sementes de BRS Taura RR (com resistêncial parcial) e BRS 244 RR (suscetível) foram tratadas com metalaxil-M (1 e 2 g i.a./100 kg sementes) e mefenoxam (7,5 e 15 g i.a./100 kg sementes) e inoculadas com P. sojae. Vinte e um dias após a semeadura, o sistema radicular foi secado por 48 horas e pesado. Para BRS Taura RR, o único tratamento com fungicida que se igualou aos melhores tratamentos sem inoculação foi mefenoxam na dose registrada. Para BRS 244 RR, nenhum tratamento com fungicida foi semelhante à testemunha sadia, e os únicos tratamentos que foram superiores à testemunha doente foram mefenoxam em dose registrada e em dobro. Palavras chave: Phytophthora sojae, tratamento de sementes.

INTRODUÇÃO

A podridão radicular de fitóftora em soja [Glycine max (L.) Merr.], causada por

Phytophthora sojae Kaufmann & Gerdemann, está presente no Brasil em lavouras do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul, principalmente em locais de solos argilosos e compactados, e com precipitações pluviais intensas (COSTAMILAN, 2007). A doença é manejada através do uso de cultivares resistentes. A resistência parcial, ou de campo, é manifestada através da

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menor severidade de apodrecimento do sistema radicular e desenvolve-se na planta a partir do estádio V1 (primeiro nó; folhas unifolioladas abertas). Até este estádio, o tratamento químico da semente poderia evitar a infecção de plântulas (DORRANCE & MCCLURE, 2001).

Nos Estados Unidos da América, há indicação do uso de metalaxil-M ou de seu isômero ativo mefenoxam, na semente ou na linha de semeadura, como estratégia adicional de manejo em cultivares com resistência parcial no período da emergência, quando as condições forem favoráveis ao desenvolvimento da doença (DORRANCE & MCCLURE, 2001). No Brasil, o fungicida com indicação de uso em tratamento de sementes para controle de P. sojae está formulado com metalaxil-M (REUNIÃO..., 2008), e relatos apontam problemas de eficácia em algumas safras.

O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de metalaxil-M e de mefenoxam em sementes de soja, em dose recomendada e em dobro, sobre o desenvolvimento de P.

sojae em cultivares com diferentes níveis de suscetibilidade.

MATERIAL E MÉTODOS

O ensaio foi realizado em casa de vegetação, com duas cultivares de soja: BRS Taura RR, com resistência parcial ao isolado Ps 2.4/07 de P. sojae e BRS 244 RR, suscetível a este isolado.

As sementes foram tratadas com dois fungicidas: metalaxil-M, nas doses de 100 (indicada) e de 200 (dobro) mL/100 kg de sementes (Maxim XL, 2,5 g i.a. de fludioxonil e 1,0 g i.a de metalaxil-M/100 kg semente), e mefenoxam, nas doses de 200 (registrada) e de 400 (dobro) mL/100 kg de sementes (Apron RFC, 2,5 g i.a. de fludioxonil e 3,75 g i.a de metalaxil-M/100 kg semente). As sementes dos tratamentos sem aplicação de fungicida, com e sem inoculação com P. sojae (testemunha doente e testemunha zero, respectivamente), receberam apenas água. O volume final de água ou de calda com fungicida não ultrapassou 600 mL/100 kg semente.

O método de inoculação do patógeno foi o de camada de micélio (SCHMITTHENNER & BHAT, 1994). O tratamento inoculado (testemunha doente) recebeu disco de meio de cultura inoculado e sementes não tratadas. O tratamento não inoculado (testemunha zero) recebeu disco de meio de cultura não inoculado e sementes não tratadas. O delineamento experimental foi completamente casualizado, com três repetições (vasos), e dez sementes de soja em cada vaso, em substrato de vermiculita.

Vinte e um dias após a semeadura, o sistema radicular foi lavado para retirada de vermiculita aderida às raízes, deixado secar em estufa a 55 - 65 ºC durante 48 horas, e pesado em balança analítica.

Os dados de peso do sistema radicular foram submetidos à análise de variância pelo teste F, com dados transformados em raiz quadrada de x + 0,5, e as médias foram comparadas pelo teste de Scott-Knott ao nível de 5% de probabilidade de erro, utilizando-se o programa SASM-Agri (CANTERI et al., 2001).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados de peso de raízes são apresentados na Tabela 1.

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Tabela 1. Peso de sistema radicular de plantas de soja 21 dias após tratamento de sementes com fungicidas e inoculação com Phytophthora sojae.

BRS Taura RR (resistência parcial)

BRS 244 RR (suscetível)

Tratamento1,2 Peso seco raiz (g)

Tratamento1,2 Peso seco raiz (g)

M1 + não inoculado 0,65 a Não inoculado (testemunha zero) 0,68 a M2 + não inoculado 0,62 a M1 + não inoculado 0,67 a Não inoculado (testemunha zero)

0,58

a

A2 + não inoculado 0,64 a

A1 + não inoculado 0,52 a M2 + não inoculado 0,57 b A1 + inoculado 0,47 a A1 + inoculado 0,55 b A2 + inoculado 0,40 b A2 + inoculado 0,52 b A2 + não inoculado 0,39 b A1 + não inoculado 0,50 b M2 + inoculado 0,33 b M2 + inoculado 0,22 c M1 + inoculado 0,30 b M1 + inoculado 0,14 c Inoculado (testemunha doente)

0,22 b Inoculado (testemunha doente) 0,07 c

C.V. (%) 19,7 18,3 1 M1 (metalaxil, dose indicada – 1 g i.a.); M2 (metalaxil, dose em dobro – 2 g i.a.); A1 (mefenoxam na dose registrada – 7,5 g i.a.); A2 (mefenoxam na dose em dobro – 15 g i.a.). Doses para 100 kg de sementes. 2 Inoculado ou não inoculado (com ou sem P. sojae). Análise realizada com dados transformados em raiz quadrada de x + 0,5. Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade.

Para a cultivar BRS Taura RR, que apresenta resistência parcial à P. sojae,

mefenoxam na dose indicada foi o único tratamento com fungicida em planta inoculada que apresentou resposta, em termos de biomassa seca de raízes, igual aos tratamentos não inoculados, com exceção de mefenoxam em dobro (Tabela 1). Não diferiram da testemunha doente os tratamentos com metalaxil-M, nas doses indicada e em dobro, e com mefenoxam, na dose em dobro. O tratamento com mefenoxam na dose em dobro produziu diminuição significativa no peso de raízes em plantas não inoculadas, provavelmente causada por um efeito fitotóxico.

No caso da cultivar BRS 244 RR, nenhum tratamento com fungicida foi semelhante à testemunha zero (Tabela 1). Os únicos tratamentos que se diferenciaram significativamente e foram superiores à testemunha doente foram mefenoxam em dose indicada e em dobro.

Mefenoxam foi mais efetivo que metalaxil-M para uso em sementes de soja visando controle inicial de podridão radicular de fitóftora. No Brasil, a concentração de metalaxil-M usada no produto comercial com indicação de uso para soja é de 1,0 g i.a./100 kg de sementes, enquanto que, nos Estados Unidos, a concentração indicada para controle de Phytophthora spp. é de 15,5 a 31,0 g i.a./100 kg de sementes (DORRANCE & MCCLURE, 2001). A baixa concentração de metalaxil-M formulada no produto comercial pode ser uma das causas de insucesso de controle de podridão radicular de fitóftora em algumas lavouras de soja no Brasil.

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Convém ressaltar que há indícios de que mefenoxam, quando aplicado em dose superior à indicada, possa causar fitotoxicidade em raízes de soja de algumas cultivares, de acordo com o observado neste trabalho para a cultivar BRS Taura RR.

CONCLUSÕES Mefenoxam utilizado como tratamento de sementes de soja, na dose de 200 mL/100 kg semente, foi eficiente para controle inicial de podridão radicular de fitóftora em cultivares com resistência parcial.

BIBLIOGRAFIA CANTERI, M. G.; ALTHAUS, R. A.; VIRGENS FILHO, J. S.; GIGLIOTI, E. A.; GODOY, C. V. SASM-Agri: Sistema para análise e separação de médias em experimentos agrícolas pelos métodos Scott-Knott, Tukey e Duncan. Revista Brasileira de Agrocomputação, v.1, n 2, p.18-24, 2001. COSTAMILAN, L. M. Phytophthora em soja. Fitopatologia Brasileira, v.32, p.46-48, 2007. DORRANCE, A. E.; MCCLURE, S. A. Beneficial effects of fungicide seed treatments for soybean cultivars with partial resistance to Phytophthora sojae. Plant Disease, v.85, p.1063-1068, 2001. REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL, 36., 2008, Porto Alegre. Indicações técnicas para a cultura da soja no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina 2008/2009. Porto Alegre: Fepagro, 2008. 111 p. SCHMITTHENNER, A. F.; BHAT, R. G. Useful methods for studying Phytophthora in the laboratory. Wooster: The Ohio State University, 1994. 10 p. (OARDC Special Circular, 143.

Summary: Effect of metalaxil and mefenoxam rates to control early development of Phytophthora root rot in soybean. There are reports about efficiency problems in the early control of Phytophthora root rot in soybean [Glycine max (L.) Merr.] fields in Brazil, when metalaxyl was used as seed treatment. The goal of this work was to evaluate the effect of registered and double rates of metalaxyl and mefenoxam when applied in soybean cultivars with or without partial resistance to the disease. Seeds of the cultivars BRS Taura RR (with partial resistance) and BRS 244 RR (susceptible) were treated with metalaxil-M (1 and 2 g a.i./100 kg seed) and mefenoxam (7.5 and 15 g a.i./100 kg seed) and inoculated with P.

sojae. Twenty-one days after sowing, the root systems were dried for 48 hours and weighed. Regarding BRS Taura RR, mefenoxam at registered rate was equal to the healthy control. To BRS 244 RR, no one treatment was as good as the healthy control, but mefenoxam at registered and double rates were better than diseased control. Key words: Phytophthora sojae, seed treatment.

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

QUALIDADE SANITÁRIA DE SEMENTES DE SOJA SUBMETIDAS A TRATAMENTO COM BIOPROTETOR E FUNGICIDA

Girardi, L.B.1; Brand, S.C.1; Antonello, L.M.1; Muniz, M.F.B.1; Durigon, M.R.1

1Universidade Federal de Santa Maria, Centro de Ciências Rurais, Avenida Roraima, nº. 1000, Cidade Universitária, Bairro Camobi, Santa Maria – RS - Brasil.

CEP 97105-900. E-mail: [email protected].

Resumo: O objetivo do trabalho foi avaliar o efeito de um bioprotetor e de um fungicida, isoladamente ou combinados, sobre a qualidade sanitária de sementes de soja, avaliada pelo teste com incubação em substrato de papel de filtro por 7 dias. Os principais fungos patogênicos à cultura da soja encontrados foram Fusarium sp. e Rhizoctonia sp., e os fungos de armazenamento Aspergillus sp. e Penicillium sp. Os tratamentos com fungicida químico, isolado ou em combinação, proporcionaram a redução da incidência dos fungos. Palavras-chave: Glycine max L., controle biológico, controle químico, fitopatógenos.

INTRODUÇÃO

A soja (Glycine max L.) é uma cultura de grande importância. Devido ao seu alto teor de proteínas e óleo, destaca-se tanto para alimentação humana como animal. Para a implantação da cultura da soja os produtores utilizam-se, muitas vezes, de sementes não certificadas, que podem comprometer a qualidade das lavouras. Segundo BATISTA (2007), o uso de sementes não certificadas representou metade da área da soja na safra 2006/2007.

A proteção de sementes e plântulas contra patógenos veiculados pelo solo pode ser vista como um caso particular de tratamento do solo sem, contudo, exibir a complexidade deste, pois os fungicidas são aplicados em dose maciça e ocupam posição fortificada dentro do microambiente do solo (KIMATI, 1995). Entretanto, estudos já apontam para os problemas que o uso excessivo e incorreto desses produtos pode ocasionar, tanto para a saúde humana quanto para o meio ambiente. No manejo integrado, o tratamento sanitário de sementes é considerado uma das medidas recomendadas por controlar doenças na fase que antecede a implantação da cultura com possível contribuição na diminuição do uso de defensivos químicos em parte área, o que leva à menor poluição do ambiente (MACHADO, 2000).

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Dentre as alternativas para o tratamento de sementes, visando diminuir o uso excessivo de produtos químicos, encontra-se a microbiolização. O fungo Trichoderma

spp. destaca-se como importante agente de biocontrole pela microbiolização de sementes. A ação antagonista desse fungo ocorre em função da produção de metabólitos voláteis e não voláteis, pelo hiperparasitismo e pela competição por espaço, nutrientes e oxigênio (MARTINS-CORDER & MELO, 1998). O objetivo do presente trabalho foi avaliar o efeito de bioprotetor e fungicida químico, isoladamente ou combinados, no controle fungos patogênicos e de armazenamento associados à sementes de soja.

MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi realizado no Laboratório de Fitopatologia Departamento de Defesa Fitossanitária (DFS) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria – RS, utilizando sementes de soja da cultivar CD 219, provenientes do município de São Pedro - RS (safra 2006/2007). As sementes encontravam-se armazenadas em câmara fria e seca, no Laboratório de Análise de Sementes da UFSM.

As sementes foram submetidas à combinações de tratamentos com o fungicida carboxina + tiram (Vitavax-Thiram® 200 SC), na dose recomendada de 300 mL/100 kg de sementes, e de bioprotetor à base de isolados do antagonista Trichoderma spp. (Agrotrich®), na dose recomendada de 250 g/ha, misturado à semente. Os tratamentos utilizados foram: Testemunha, sementes imersas somente em água; (Agrotrich®) na dose recomendada (100%); (Vitavax-Thiram®) na dose recomendada (100%); (Agrotrich® + Vitavax-Thiram®), ambos na dose recomendada (100%); (Agrotrich® + Vitavax-Thiram®), ambos com metade da dose recomendada (50%); (Vitavax-Thiram®) na dose recomendada (100%) + (Agrotrich®) com metade da dose (50%); e (Vitavax-Thiram®) com metade da dose (50%) + (Agrotrich®) na dose recomendada (100%). Para o tratamento das sementes, essas foram pesadas, colocadas em placas de Petri e, aplicado o fungicida, agitando as sementes para melhor contato do produto. Posteriormente aplicou-se o bioprotetor e as sementes foram novamente agitadas. Após tratadas, as sementes foram submetidas à análise de qualidade sanitária, em condições de laboratório. As sementes foram incubadas em caixas “gerbox” contendo papel filtro estéril e umedecido com água esterilizada, à temperatura de 24oC e fotoperíodo de 12 horas. Para inibição da germinação, utilizou-se o herbicida 2,4-D. Foram utilizadas oito repetições de 25 sementes cada. A avaliação da incidência de fungos nas sementes foi realizada sete dias após a instalação do experimento, com auxilio de microscópios estereoscópico e ótico, e os resultados foram expressos em percentagem de incidência de fungos.

O delineamento experimental foi inteiramente casualizado em todos os experimentos. Os dados foram submetidos à análise de variância e, quando constatado efeito significativo, realizou-se comparação das médias através do teste de Tukey, em

nível de 5% de probabilidade, usando a transformação arco seno 100/x para as observações expressas em percentagem. Para as análises estatísticas, utilizou-se o Sistema de Análise Estatística - SANEST (ZONTA & MACHADO, 1984).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os fungos observados foram Fusarium sp. e Rhizoctonia sp., patogênicos à cultura , e Penicillium sp. e Aspergillus sp., de armazenamento (Tabela 1).

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Tabela 1. Incidência (%) de fungos em sementes de soja submetidas a tratamento com bioprotetor e/ou fungicida. Santa Maria – RS, 2007.

Tratamentos

Fungos T A100 VT100 A100+V

T100

A50+VT

50

VT50+A

100

VT100+

A50

Rhizoctonia sp. 0,0 a 4,4 a 0,5 a 0,5 a 3,9 a 1,0 a 1,5 a

Fusarium sp. 7,7 b 24,9 a 0,0 c 0,0 c 0,0 c 0,5 c 0,0 c

Aspergillus sp. 94,2 a 33,1 b 0,0 c 0,0 c 0,0 c 0,0 c 0,0 c

Penicillium sp. 0,0 b 2,3 a 0,0 b 0,0 b 0,0 b 0,1 b 0,0 b * Médias, seguidas pela mesma letra, na linha, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. ** Testemunha (T); Agrotrich® 100% (A100); Vitavax-Thiram® 100% (VT 100); Agrotrich® 100% + Vitavax-Thiram® 100% (A100+VT100); Agrotrich® 50% + Vitavax-Thiram® 50% (A50+VT50); Vitavax-Thiram® 50% + Agrotrich® 100% (VT50+A100) ; Vitavax-Thiram® 100% + Agrotrich® 50% (VT100+A50).

O tratamento testemunha apresentou incidência de Aspergillus sp.

significativamente superior aos demais tratamentos (Tabela 1). O tratamento com Agrotrich® isolado, reduziu a incidência desse fungo em mais de 60 pontos percentuais, mas somente sua associação com fungicida reduziu-o a níveis próximos de zero. Ainda, a incidência de Fusarium sp. e Penicillium sp. foi significativamente superior no tratamento isolado do bioprotetor, comparado aos demais tratamentos.

No controle de doenças na cultura do trigo, tratamentos com bioprotetor Paenibacillus macerans (isolado Embrapa 144) e/ou o fungicida difenoconazole reduziram significativamente os patógenos nas sementes (Fusarium graminearum,

Bipolaris sorokiniana, Drechslera tritici-repentis e Aspergillus spp.) in vitro, com destaque às combinações de ambos, que reduziram drasticamente os patógenos ou os eliminaram (LUZ, 2003), indicando o potencial de associação de fungicidas químicos e biológicos. Embora tenha sido encontrada uma menor eficiência do bioprotetor testado, outros estudos com sementes de soja, usando produto à base de Bacillus subtilis, mostraram que seu efeito foi estatisticamente semelhante ao fungicida quintozene no controle de Cercospora kikuchii, Phomopsis phaseoli e Fusarium spp. (LAZZARETTI & BETTIOL, 1997).

CONCLUSÃO

O tratamento utilizando somente o fungicida Vitavax-Thiram®, com 100% da dose recomendada obteve a menor incidência de fungos, tanto patogênicos como de armazenamento, em relação aos demais tratamentos em que utilizaram-se combinações com o bioprotetor Agrotrich®.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BATISTA, F. Área da soja terá menos semente ilegal. Gazeta Mercantil, 2007.

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KIMATI, H. Controle Químico. In: BERGAMIN FILHO, A.; KIMATI, H.; AMORIN, L. (Eds.) Manual de Fitopatologia: princípios e conceitos. São Paulo: Editora Ceres, 1995. p. 761-785. LAZZARETTI, E.; BETTIOL, W. Tratamento de sementes de arroz, trigo, feijão e soja com um produto formulado à base de células e de metabólitos de Bacillus subtilis. Scientia Agrícola, Piracicaba, v. 54, n. 1-2, p. 89-96, 1997. MACHADO, J.C. Tratamento de sementes no controle de doenças. Lavras: LAPS/UFLA/FAEPE, 2000. 138p. MARTINS-CORDER, M.P.P.; MELO, I.S. Antagonismo “in vitro” de Trichoderma

spp. a Verticillium dahliae KLEB. Scientia Agrícola, Piracicaba, v. 55, n. 1, p. 1-7. 1998. LUZ, W.C. Avaliação dos tratamentos biológico e químico na redução de patógenos em semente de trigo. Fitopatologia Brasileira, Brasília, v.28, n.1, p. 93-95, 2003. ZONTA, E.P.; MACHADO, A.A. Sistema de Análise Estatística para Microcomputadores – SANEST. Pelotas: UFPel, Instituto de Física e Matemática, 1984. 75p.

Summary: Sanitary quality of soybean seeds treated with bioprotector and fungicides. The objective of this work was to evaluate the effect of bioprotector and fungicide, alone or combined, on the sanitary quality of soybean seeds as measured by the test with incubation in a substrate of filter paper for 7 days. The major pathogenic fungi to the soybean crop were Fusarium sp. and Rhizoctonia sp. and the storage fungi Aspergillus sp. and Penicillium sp. In the assessment of health, the chemical fungicide treatments, alone or in combination, showed the lowest incidence of fungi. Keywords: Glycine max L., biological control, chemical treatment, fungi.

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA PARCIAL DE GENÓTIPOS DE SOJA À FERRUGEM ASIÁTICA SOB CONDIÇÕES DE CASA DE VEGETAÇÃO

R.C. Meneghetti1, D. Debona1, G.D. Corte1, D.D. Favera1, N.R. Tormen1; R.S. Balardin1

1 Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS. E mail: [email protected]

Resumo: A resistência parcial contra a ferrugem asiática é uma característica altamente desejável nas cultivares de soja, visando facilitar o manejo da doença. Um estudo foi conduzido em casa de vegetação para avaliar a variação nesse nível de resistência em dez cultivares de soja. As cultivares avaliadas foram: Fundacep 55, Fundacep 56, BRS 243, BRS 255, Coodetec 214, Coodetec 219, Nidera 6001, Nidera 7636, M-soy 8000 e M-soy 7210. A inoculação com Phakopsora pachyrhizi foi realizada no estádio V5, utilizando uma concentração de 2x105 esporos.mL-1. A patometria utilizada foi a severidade da doença, sendo calculada a Área Abaixo da Curva de Progresso da Doença (AACPD). Também foi avaliado o número de pústulas.cm-2. As cultivares apresentaram diferença quanto a sensibilidade ao fungo. A cultivar Fundacep 55 apresentou o maior nível de resistência parcial, com valores de número de pústulas.cm-2 e AACPD 42,6 e 53% inferiores aos da cultivar Fundacep 56, a mais suscetível. A semeadura de cultivares com maior resistência parcial representa uma alternativa de extrema viabilidade dentro de um programa de manejo integrado da doença. Palavras chave: Glycine max, Phakopsora pachyrhizi, manejo integrado, cultivares, resistência parcial.

INTRODUÇÃO

A ferrugem asiática é a principal doença da cultura da soja em diversas regiões do planeta. O controle da doença baseia-se no uso de fungicidas aplicados em parte aérea. Recentemente, a incorporação de genes de resistência em cultivares comerciais resultou no lançamento de materiais como a soja Inox® e BRSGO 7560® (SOUZA et

al., 2009), na região centro-oeste do Brasil. Embora a disponibilidade de sementes desses materiais ainda seja pequena, os produtores aguardam com extrema ansiedade a mutliplicação desses materiais para sua utilização.

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No Rio Grande do Sul, entretanto, o lançamento de materias com resistência vertical à doença, como a BRSGO 7560®, possivelmente não aconteça brevemente. Além disso, mesmo que isso ocorra, a durabilidade dessa resistência possivelmente seja pequena visto o patógeno apresentar múltiplos genes de virulência, fazendo com que genes de resistência específicos rapidamente sejam suplantados por um novo mecanismo de virulência. Assim, a identificação de genótipos com resistência parcial ao fungo continuam sendo bem vindas. Este trabalho teve o propósito de avaliar a resistência parcial de dez cultivares de soja, oriundas de diferentes programas de melhoramento, à ferrugem asiática.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido em casa de vegetação do Instituto Phytus – Divisão de Pesquisa, no município de Itaara – RS, no ano de 2008. Foi utilizado o delineamento inteiramente casualizado, com quatro repetições. Dez genótipos de soja foram avaliados: Fundacep 55, Fundacep 56, BRS 243, BRS 255, Coodetec 214, Coodetec 219, Nidera 6001, Nidera 7636, M-soy 8000 e M-soy 7210. A semeadura foi realizada em vasos plásticos de 5 L, contendo substrato composto pela mistura de solo argiloso e casca de arroz (3:2), adubado conforme a recomendação para a cultura (REUNIÃO, 2007). A inoculação com uredosporos de P. pachyrhizi foi realizada no estádio V5. Os esporos foram coletados a seco, em plantas de soja mantidas na casa-de-vegetação, por meio de um succionador a vácuo provido de reservatório para o armazenamento dos mesmos. Em seguida, os esporos foram transferidos para um Erlenmeyer ao qual foi adicionado água e Tween 80 (espalhante-adesivo). A suspensão foi ajustada para uma concentração de 2x105 esporos.mL-1 de suspensão através de um hemacitômetro. A inoculação foi realizada à noite, na face abaxial das folhas.

A severidade da doença foi avaliada aos 10, 16, 22 e 31 dias depois da inoculação (DDI), utilizando escala diagramática (GODOY et al., 2006). Os dados de severidade da doença foram utilizados para a determinação da Área Abaixo da Curva de Progresso da Doença (AACPD) (SHANER & FINNEY, 1977). Também foi determinado o número de pústulas.cm-2, obtido a partir de lupa portátil com aumento de 20 vezes, posicionada na parte central dos folíolos de soja previamente identificados. Foram avaliados oito folíolos por tratamento.

Foi realizada análise de variância, e as médias comparadas pelo teste de Tukey (p≤0,05).

RESULTADOS E DISCUSSÃO Tanto o número de pústulas.cm-2 quanto a AACPD foram significativamente diferentes entre os genótipos avaliados. O menor número de pústulas.cm-2 (208,5) foi observado na cultivar Fundacep 55, sem diferir das cultivares BRS 243, Coodetec 214, Nidera 6001, M-soy 8000 e Nidera 7636 (Figura 1). Para a AACPD, a diferença entre as cultivares foi maior. A cultivar Fundacep 55 foi a mais resistente, com uma AACPD 53% menor do que a cultivar Fundacep 56, a mais suscetível (Figura 1). Esses resultados indicam que existe variação na resistência parcial das cultivares de soja a P. pachyrhizi. No entanto, foi verificado que mesmo nas cultivares com maior

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resistência os valores de AACPD e pústulas.cm-2 foram elevados. Além da redução na esporulação, número e tamanho de lesões, a resistência parcial se caracteriza por um aumento no período de incubação da doença. A observação de sintomas de ferrugem aos 10 DDI em todos os materiais avaliados também remete à elevada sensibilidade da maioria das cultivares cultivadas atualmente no estado. De qualquer maneira, a utilização de cultivares com maiores níveis de resistência parcial pode reduzir a evolução da doença, demandando um número menor de aplicações de fungicidas, oferecendo maior segurança especialmente em situações adversas à realização do controle químico.

Figura 1. Área Abaixo da Curva de Progresso da Doença (AACPD) e número de pústulas.cm-2 da ferrugem asiática em diferentes cultivares de soja. Itaara – RS, 2009. *Barras seguidas de mesma letra apresentam valores estatisticamente semelhantes entre si pelo teste de Tukey (p≤0,05).

CONCLUSÕES

A cultivar Fundacep 55 apresentou o maior nível de resistência parcial. A opção por cultivares com essa característica pode tornar o controle da ferrugem menos vulnerável a possíveis erros de manejo.

BIBLIOGRAFIA

GODOY, C.V.; KOGA, L.J.; CANTERI, M.G. Diagrammatic scale for assessment of soybean rust severity. Fitopatologia Brasileira, Lavras, v. 31, n. 1, p. 063-068, 2006. REUNIÃO DA PESQUISA DA SOJA DA REGIÃO SUL. Indicações técnicas para a cultura da soja no Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Santa Maria: Ed. Orium, 2007. 168 p. SHANER, G.; FINNEY, R.E. The effect of nitrogen fertilization on the expression of slow-mildewing resistance in Knox wheat. Phytopathology, St. Paul, v. 67, p. 1051-1056, 1977.

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SOUZA, P.I.M.; TOLEDO, J.F.F.; MOREIRA. C.T.; FARIAS NETO, A.L.; ABUD, S.; ARANTES, N.E.; MELLO FILHO, O.L.; CARNEIRO, G.E. de S.; MONTEIRO, P.M.F.O.; ARIAS, C.A.A.; KASTER, M.; OLIVEIRA, M.F.; PÍPOLO, A.E.; BROGIN, R.L.; NUNES JÚNIOR, J.; ABDELNOOR, R.V.; ALMEIDA, A.M.R.; MEYER, M.C.; ANDRADE, P.J.M.; CARRÃO-PANIZI, M.C.; DIAS, W.P.; MOREIRA, J.U.V.; NEIVA, L.C.S.; NUNES, M.R.; SEII, A.H.; SILVA, L.O.; SILVA, N.S.¹; TEIXEIRA, R.N.; SOARES, R.M.; TOLEDO, R.M.C.P.; VIEIRA, N.E. BRSGO 7560: Primeira cultivar de soja resistente à ferrugem asiática indicada pela embrapa e parceiros. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE SOJA, 5., 2009; MERCOSOJA, 2009, Goiânia. Anais... Londrina: Embrapa Soja, 2009. Seção Trabalhos, t. 426. 1 CD-ROM.

Summary: Partial resistance of soybean genotypes to Asian rust in greenhouse conditions. The partial resistance against Asian rust is a characteristic much required in soybean cultivars, aiming to facilitate the disease management. A study was carried out in order to evaluate this resistance level in ten soybean cultivars. The cultivars were: Fundacep 55, Fundacep 56, BRS 243, BRS 255, Coodetec 214, Coodetec 219, Nidera 6001, Nidera 7636, M-soy 8000 and M-soy 7210. The inoculation with Phakopsora pachyrhizi was made at V5 stage, using a suspension with 2x105 spores.mL-1. The pathometry used was the disease severity and calculated the Area Under Disease Progress Curve (AUDPC). The number of pustule.cm-2 was also evaluated. The cultivars showed difference in relation to their sensibility to the fungus. The cultivar Fundacep 55 had the major partial resistance with values of number of pustule.cm-2 and AUDPC 42,6 e 53% lower than the cultivar Fundacep 56, the more susceptible. The sown of cultivars with high partial resistance is a very helpful alternative in an integrated programme of the disease management. Key words: Glycine max, Phakopsora pachyrhizi, integrated management, cultivars, partial resistance.

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

INTERAÇÃO CULTIVARES X PROGRAMAS DE CONTROLE DA FERRUGEM DA SOJA

J.D. Menegon1, D. Debona1, A.P. Manfio1, L.daS. Domingues1, G.D. Corte1, R.S. Balardin1

1 Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS. E mail: [email protected]

Resumo: O ensaio foi conduzido no delineamento de blocos ao acaso, com parcelas subdivididas, e quatro repetições. Dez genótipos de soja foram avaliados: BRS 243, Nidera 6001, Fundacep 55, Nova Andrea, Nidera 7636, M-soy 8000, BRS 256, Coodetec 214, Coodetec 219 e BRS Pampa. Os programas de pulverização constaram de três fungicidas isoladas ou em mistura de classes químicas (ciproconazol + azoxistrobina, tebuconazol e tebuconazol + carbendazim) aplicados duas vezes, em diferentes combinações de produtos e épocas de aplicação. No total foram seis tratamentos, além de um tratamento testemunha sem a aplicação de fungicida. As cultivares responderam de maneira diferenciada aos tratamentos. Para a severidade da doença, no entanto, a diferença foi relativamente menor do que para a produtividade. Nesse caso, a cultivar Nova Andrea foi a que mais respondeu aos tratamentos onde aplicação iniciada no fechamento das entrelinhas foi superior àquela iniciada em R1. Esses dados sugerem que programas de manejo com fungicidas devem levar em conta respostas específica de cultivares para controlar a doença garantir a expressão de seu potencial produtivo. Palavras chave: Glycine max, Phakopsora pachyrhizi, resposta de fungicidas, momento de aplicação.

INTRODUÇÃO

A ferrugem asiática é a doença mais importante da cultura da soja no Brasil. Embora a eficiência dos fungicidas no controle da ferrugem asiática seja conhecida, o momento da aplicação inadequado sem observar as características da cultivar com que se trabalha ainda resulta em perdas significativas devidas à incidência dessa doença (Menegon, 2009). O objetivo do trabalho foi avaliar a eficiência de diferentes programas de aplicação de fungicidas no controle da ferrugem asiática e rendimento de grãos em diferentes cultivares de soja.

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MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi implantado na estação experimental do Instituto Phytus – Divisão de Pesquisa, localizada no município de Itaara – RS, na safra agrícola 2007/2008.

A semeadura foi realizada no dia 15 de dezembro de 2007, com dez cultivares. Foram utilizados 250 kg.ha-1 de adubo NPK, fórmula 02-18-18. O espaçamento entre linhas foi de 0,47m e as sementes foram tratadas com carbendazim + thiram (ingrediaente ativo a 30 + 70 g.100 kg de sementes-1). O controle de pragas e plantas daninhas seguiu as recomendações propostas para a cultura (Reunião, 2007).

O delineamento experimental foi de blocos ao acaso com parcelas subdivididas em esquema fatorial 10x7, com quatro repetições. As cultivares utilizadas foram: BRS 243, Nidera 6001, Fundacep 55, Nova Andrea, Nidera 7636, M-soy 8000, BRS 256, Coodetec 214, Coodetec 219 e BRS Pampa e constituíram as parcelas principais. Nas subparcelas foram alocados seis tratamentos de controle conforme a tabela 1.

TABELA 1: Programas de controle de ferrugem asiática e épocas de aplicação dos

fungicidas na cultura da soja.

Programas de controle de ferrugem asiática e épocas de aplicação dos fungicidas Programas Época de aplicação Fungicidas Aplicação 1 (100 L.ha-1) Aplicação 2 (150 L.ha-1)

1 Fechamento de 21 DAA1 Ciproconazol + Azoxistrobina>> entrelinhas Ciproconazol + Azoxistrobina 2 Fechamento de 21 DAA1 Ciproconazol + Azoxistrobina>> entrelinhas Tebuconazol + Carbendazim 3 Fechamento de 21 DAA1 Tebuconazol + Carbendazim>> entrelinhas Tebuconazol + Carbendazim 4 Florescimento (R1) 21 DAA1 Ciproconazol + Azoxistrobina>> Ciproconazol + Azoxistrobina

5 Florescimento (R1) 21 DAA1 Ciproconazol + Azoxistrobina>> Tebuconazol + Carbendazim

6 Florescimento (R1) 21 DAA1 Tebuconazol + Carbendazim>> Tebuconazol + Carbendazim

7 Testemunha sem aplicação de fungicidas 1 Dias Após a Primeira Aplicação.

As aplicações foram realizadas com pulverizador costal propelido a CO2, com

barra de aplicação provida de quatro pontas de pulverização do tipo leque plana de uso ampliado (XR11002 numa vazão de 150 L.ha-1). As unidades experimentais consistiram de 6 linhas de semeadura por 5 m de comprimento, e as avaliações foram efetuadas nas 4 linhas e 4 m centrais.

A severidade da doença foi avaliada a partir da observação dos primeiros sintomas, baseada em escala diagramática (GODOY et al., 2006). Em cada parcela foram atribuídas quatro notas, nas metade inferior e superior do dossel, sendo efetuada a

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média posteriormente. De posse desses dados, foi calculada a área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) (SHANER & FINNEY, 1977). Ao atingir a maturação, as plantas da área útil das parcelas foram colhidas e o rendimento transformado para kg.ha-1, após a umidade ter sido convertida para 13%.

Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey (p≤0,05), utilizando o software PlotIT.

RESULTADOS E DISCUSSÃO Tanto as cultivares quanto os tratamentos aplicados sobre elas tiveram influência

significativa sobre os parâmetros avaliados, com interação significativa entre os fatores em estudo, conforme as tabelas de Análise de Variância (Tabela 2 e 3). Houve interação significativa entre cultivares e programas de controle da ferrugem, demonstrando que cada cultivar exige um programa de controle específico.

A interação pode ser devida provavelmente, à diferença na resistência das cultivares, o que leva ao maior efeito do controle químico sobre a redução da doença quando comparada à testemunha. Todos os programas de controle promoveram redução significativa na severidade da doença em relação à testemunha, na avaliação realizada aos 21 dias após a segunda aplicação (Tabela 2). Na maioria das culivares, no entanto, não foi observada diferença entre eles, com exceção do programa 6 aplicado sobre a cultivar Coodetec 219, que foi inferior aos demais.

Valores de severidade mais elevados de ferrugem foram observado na cultivar Nidera 6001, em todos programas, menos na testemunha, onde a cultivar M-soy 8000 teve a severidade mais alta, com aproximadamente 23% a mais que a Nidera 6001. As testemunhas que tiveram maiores notas de severidade foram a Fundacep 55 e a M-soy 8000, com 21 e 21,25% da área foliar comprometida pela doença. Valores de severidade de ferrugem menores foram observados nas cultivares BRS Pampa e Coodetec 219, tanto nos programas quanto na testemunha. Comparando a testemunha da M-soy 8000 que teve o maior valor de severidade com a BRS Pampa que teve menor valor, a M-soy 8000 teve aproximadamente 39% a mais de severidade.

Na maioria das cultivares, no entanto, não foi observada diferença entre os programas, com exceção do programa 6 (tebuconazol + carbendazin (R1>>21 DAA))aplicado sobre a cultivar Coodetec 219, que foi inferior aos demais.

A cultivar Nidera 6001 apresentou diferença entre o programa 6 e 7 em relação aos demais programas. O rendimento de grãos do programa 6 foi de 1983,34 kg.ha-1, em relação ao maior rendimento que foi o programa 2 (2872,92 kg.ha-1), assim o programa 6 produziu 889,58 kg.ha-1 a menos. Indicando que o programa 6 não é o mais indicado para esta cultivar.

A cultivar que apresentou o maior rendimento foi a M-soy 8000, com 3.352,09 kg.ha-1, com o programa 5 (Ciproconazol + Azoxistrobina >> tebuconazol + carbendazin (F>>21 DAA)). Apenas a testemunha apresentou diferença significativa em relação aos demais tratamentos nesta cultivar. A cultivar Nidera 7636 apresentou um comportamento similar em relação a M-soy 8000, tendo seu melhor desempenho com o programa 4 (duas aplicações de Ciproconazol + Azoxistrobina + Nimbus, sendo que a primeira aplicação foi realizada em R1 e a segunda 21 dias após a primeira aplicação). As cultivares 8000 e 7636 tiveram menor rendimento com o programa 1, mostrando que para essas cultivares o rendimento máximo alcançado foi quando fez-se a primeira aplicação em R1.

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As cultivares M-soy 8000 e Nidera 7636, foram mais responsiva ao uso de fungicidas, comparando a média dos tratamentos em relação a testemunha. A cultivar M-soy 8000 apresentou 35,74% de rendimento a mais que a testemunha, e a cultivar Nidera 7636 apresentou 30,35%. A cultivar que apresentou menor resposta ao tratamento químico foi a BRS 256, que comparando a média dos tratamentos em relação a testemunha obteve apenas 23,70% de rendimento a mais que a testemunha. Na maioria dos casos, os programas de controle resultaram em acréscimos significativos no rendimento de grãos, porém sem grandes diferenças entre eles. A maior diferença entre os programas de controle ocorreu na cultivar Nova Andrea. Nesse caso, os programas de controle 1 e 2 foram os mais adequados, com incrementos de 72 e 70% no rendimento de grãos em relação à testemunha, respectivamente.

CONCLUSÕES

A cultivar Nova Andrea foi beneficiada pelo programa de controle com a aplicação iniciada no fechamento das entre linhas. As cultivares de soja requerem programas de controle químico da ferrugem asiática da soja específicos para otimizar a expressão de seu potencial produtivo.

As cultivares respondem diferencialmente ao ataque de P. pachyrizi representado em diferentes valores de severidade da doença e produtividade. Os programas foram eficazes no controle da doença, com redução significativa da severidade de ferrugem e conseqüentemente aumento do rendimento de grãos.

BIBLIOGRAFIA

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Summary: Cultivars x control programs interaction on Asian soybean rust. The interaction between cultivars and programs of chemical control of Asian rust was evaluated in this work. The trial was carried out in randomized block with split-plot design and four replications. Ten soybean genotypes were evaluated: BRS 243, Nidera 6001, Fundacep 55, Nova Andrea, Nidera 7636, M-soy 8000, BRS 256, Coodetec 214, Coodetec 219 e BRS Pampa. The programmes of control made up three fungicides (cyproconazole + azoxystrobin, tebuconazole and tebuconazole + carbendazim) applied twice, in different product x application timing combinations. It was evaluated six control programs,

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besides a check treatment. There was a different response among the cultivars. For disease severity, however, the difference was lower than for yield. In this case, the control in cultivar Nova Andrea was more complex. The application started at row closing was better than that started at R1 stage. These data indicate that each cultivar requires a programs of control of rust specific in order to optimize its potential yield. Key words: Glycine max, Phakopsora pachyrhizi, cultivars response, fungicides, application timing.

Tabela 2- Análise de variância (ANOVA) para a variável severidade de doença no delineamento de blocos ao acaso.

ANOVA Fontes de variação Cultivares Erro Programas Cult. X Prog. Erro Total

Graus de Soma de Quadrados F Significância Liberdade Quadrados Médios Cal. 9 7071755.161 785750.573 5.9601 0.0001 30 3955053.966 131835.132 6 23872558.940 3978759.823 45.0922 0.0000 54 7004949.582 129721.122 1.4702 0.0322 180 15882494.966 88236.083 279 57786803.615

C.V.(%) 11.90

Tabela 3- Análise de variância (ANOVA) para a variável rendimento de grãos no delineamento de blocos ao acaso.

ANOVA Fontes de variação Cultivares Erro Programas Cult. X Prog. Erro Total

Graus de Soma de Quadrados F Significância Liberdade Quadrados Médios Cal. 9 271.512 30.168 104.3232 0.0000 30 8.675 0.289 6 5625.254 937.542 2401.4867 0.0000 54 609.185 11.281 28.8965 0.0000 180 70.272 0.390 279 6584.899

C.V.(%) 15.43

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Tabela 4. Efeito de diferentes programas de controle na severidade da ferrugem asiática da soja no dossel inferior e rendimento de grãos.

Severidade (21 dias após a segunda aplicação) Programas de controle

Cultivar 1 2 3 4 5 6 7 C. V. (%)

BRS 243 2,85 a 2,37 a 2,72 a 2,85 a 2,97 ab 2,92 a 10,50 c 13,75

Nidera 6001 3,40 a 3,97 a 4,25 ab 3,25 a 3,02 a 4,22 a 16,5 c 9,67

Fundacep 55 2,25 a 2,37 a 2,57 a 2,62 ab 2,37 a 2,57 a 21,00 c 12,25

Nova Andrea 1,75 a 1,72 a 2,37 a 1,85 a 2,12 a 2,37 ab 17,50 c 22,09

Nidera 7636 2,22 a 2,12 a 2,12 a 2,22 a 2,15 a 2,25 ab 17,00 c 12,81

M-soy 8000 2,07 a 2,15 a 2,32 a 2,17 a 2,22 a 2,47 ab 21,25 c 11,12

BRS 256 2,02 a 2,05 a 2,07 a 2,05 a 2,10 a 2,10 ab 11,50 c 21,17

Coodetec 214 2,07 ab 2,05 a 2,02 a 2,02 a 2,05 a 2,07 a 16,75 c 21,63

Coodetec 219 1,40 a 1,40 a 1,45 ab 1,27 a 1,37 a 1,62 bc 10,00 d 2,86

BRS Pampa 1,17 a 1,17 a 1,27 a 1,40 a 1,35 a 1,40 ab 8,25 c 16,03

Rendimento de grãos (kg.ha-1)

BRS 243 2668,75 b 2487,08 ab 2335,42 ab 2735,42 b 2756,25 b 2527,08

ab 1850,25 a 12,77

Nidera 6001 2519,17 b 2872,92 b 2506,25 b 2797,92 b 2606,25 b 1983,34 a 1565,42 a 8,73

Fundacep 55 2847,92 b 2610,42 b 2552,08 ab 2508,34 ab 2789,59 b 2612,50 b 1950,08 a 10,53

Nova Andrea 2660,42 e 2638,75 de 2206,25 bc 2366,67 cd 2312,50 c 1929,17 b 1547,67 a 5,56

Nidera 7636 2518,75 b 2606,25 b 2735,42 b 2975,00 b 2827,08 b 2814,59 b 1912,59 a 8,70

M-soy 8000 2652,08 ab 3029,17 b 2818,75 ab 3225,00 b 3352,09 b 2916,67 b 1926,50 a 13,40

BRS 256 2560,42 a 2395,83 a 2593,75 a 2731,25 a 2572,92 a 2643,75 a 1970,75 a 14,79

Coodetec 214 2327,08 ab 2783,33 b 2279,17 ab 2264,58 ab 2468,75 b 2443,75 b 1756,25 a 10,74

Coodetec 219 2743,75 a 2566,67 a 2770,84 a 2522,92 a 2804,17 a 2589,58 a 1850,08 a 16,80

BRS Pampa 2385,42 b 2550,00 b 2497,92 b 2758,33 b 2735,42 b 2302,08

ab 1750,00 a 10,91 *P1 - Ciproconazol + azoxistrobina + nimbus (CAN) [fechamento (F)>>21 dias após (DAA)]; P2 - CAN >> tebuconazol (F>>21 DAA); P3 - Tebuconazol + carbendazim (F>>21 DAA); P4 - CAN (R1>>21 DAA); P5 – CAN>>tebuconazol (R1>>21 DAA); P6 - Tebuconazol + carbendazim (R1>>21 DAA); P7 - Testemunha. **Médias seguidas de mesma letra na linha não apresentam diferença significativa entre si pelo teste de Tukey (p≤0,05).

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

PLANTAS TRANGÊNICAS DE SOJA EXPRESSANDO UMA OSMOTINA DE Solanum nigrum var. americanum VISANDO A RESISTÊNCIA A DOENÇAS FÚNGICAS

R. L. M. Weber1; M. F. G. Sá2; M. A. Campos2; M. M. A. N. Pinheiro-Margis1; M. H. Bodanese Zanettini1

1Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Departamento de Genética, CP 15053, CEP 91501-970, Porto Alegre, RS. e-mail: [email protected] 2EMBRAPA Recursos Genéticos e Biotecnologia.

Resumo: Visando à obtenção de resistência de plantas à doenças fúngicas, o presente trabalho foi realizado com o objetivo de introduzir o gene SnOLP, que codifica uma osmotina de Solanum nigrum var. americanum, em cultivares de soja. A estratégia escolhida foi a transformação por biobalística, utilizando o plasmídeo pCL1390-UBQ3-SnOLP, que contém o gene SnOLP e o gene hptII, que confere resistência ao antibiótico higromicina. Conjuntos de embriões somáticos globulares das cultivares IAS-5, Bragg e BRSMG 68 Vencedora foram utilizados como alvo. Os conjuntos bombardeados foram transferidos para meio seletivo visando obter material estavelmente transformado. Os conjuntos higromicina-resistentes correspondendo a cinco, 12 e 13 eventos de transformação independentes das cultivares Bragg, IAS-5 e BRSMG 68 Vencedora, respectivamente, foram sequencialmente transferidos para meio de proliferação (sem higromicina), maturação e regeneração. Um total de 114, 70 e 211 embriões histodiferenciados de Bragg, IAS-5 e BRSMG 68 Vencedora, respectivamente, foram obtidos. A partir desses, foram regeneradas duas plantas adultas de IAS-5, cada uma proveniente de um evento de transformação independente e 12 plantas de Bragg, todas do mesmo evento de transformação. A presença do transgene nas plantas foi detectada por PCR e a expressão da proteína recombinante através de Western blot. A herança do transgene seguiu o padrão Mendeliano, para um gene dominante, na linhagem I4 de IAS-5. As progênies das plantas transgênicas de Bragg apresentaram uma segregação excepcional, com deficiência de plantas transformadas. Resultados preliminares dos bioensaios utilizando extratos protéicos totais não mostraram atividade antifúngica dessas plantas transgênicas. Palavras-chave: Glycine max, planta geneticamente modificada, osmotina, resistência a moléstias fúngicas

INTRODUÇÃO

Dentre os diversos fatores que limitam a obtenção de altos rendimentos na cultura da soja,

destacam-se as doenças causadas por patógenos. A expansão da cultura para novas áreas, a monocultura e a utilização de práticas inadequadas têm favorecido a ocorrência de doenças causadas por fungos, bactérias, vírus e nematóides. Apesar do uso de fungicidas e outras técnicas que visam ao controle da doença ou eliminação do inóculo dos patógenos, as doenças fúngicas são responsáveis por grandes prejuízos nas colheitas todos os anos. Assim, o desenvolvimento de

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alternativas que contribuam para o controle das doenças fúngicas da soja, bem como de outras plantas economicamente importantes é de grande interesse, destacando-se a prospecção de novos compostos antifúngicos e a transgenia visando desenvolver plantas resistentes às doenças.

Nesse sentido, tem se buscado obter plantas que constitutivamente produzam altos níveis de proteínas ou compostos capazes de limitar o desenvolvimento dos microrganismos, tais como enzimas hidrolíticas, proteínas antifúngicas, peptídeos antimicrobiais, proteínas que inativam ribossomos e fitoalexinas (Punja, 2001). Osmotinas são proteínas de aproximadamente 26 kDa pertencentes à família PR-5, e que são produzidas em plantas sob diferentes condições de estresse biótico ou abiótico. Como outras proteínas da família PR-5, as osmotinas atuam permeabilizando as membranas celulares dos fungos, impedindo a manutenção do gradiente de pH, resultando em prejuízo para o desenvolvimento do patógeno. O uso potencial de genes da família PR-5 na transformação genética de plantas que promovam uma resposta efetiva no controle da doença se apresenta como mais uma ferramenta no manejo de doenças.

MATERIAIS E MÉTODOS

Embriões somáticos das cultivares de soja Bragg, IAS-5 e BRSMG 68 Vencedora foram

induzidos a partir de cotilédones imaturos, proliferados e mantidos como descrito por DROSTE et

al. (2002). O vetor de transformação genética utilizado foi o pCL1390-UBQ3-SnOLP, contendo o gene de resistência à higromicina (hpt II), regulado pelo promotor do RNA 35S do Cauliflower

mosaic virus (CaMV 35S) e pelo terminador CaMV 35S, e o gene SnOLP de Solanum nigrum var. americanum sob controle do promotor UBQ-3 (Arabidopsis thaliana-ubiquitin3 promoter) e o terminador do gene da nopaline synthase.

O bombardeamento de partículas, utilizando o aparelho de baixa pressão Particle Inflow

Gun – PIG (Finer et al., 1992), a seleção dos tecidos transformados e a regeneração de plantas foram realizados como descrito previamente por DROSTE et al. (2002). Os regenerantes primários (T0) se referem às plantas transgênicas recuperadas dos explantes originalmente submetidos ao bombardeamento de partículas. A geração T1 é composta por plantas derivadas de sementes obtidas da autopolinização das plantas T0, que se desenvolveram em um telado, com luminosidade natural e temperatura ambiente. O teste Qui-quadrado (χ2) foi utilizado para confirmar se os dados de segregação encontrados neste estudo estavam de acordo com a probabilidade Mendeliana esperada (3:1). O nível de significância foi determinado para valores de α = 0,05.

A presença do transgene nas plantas foi detectada por PCR e a expressão da proteína recombinante através de Western blot. Os bioensaios para testar a atividade antifúngica da proteína SnOLP, produzida em plantas transgênicas de soja, foram realizados no Centro de Recursos Genéticos e Biotecnologia da Embrapa (CENARGEN/EMBRAPA). Fungos de espécies com importância agronômica (Macrophomina phaseolina; Colletotrichum gossypii var. cephalosporioides e Fusarium solani f. sp. glycines) foram utilizados em ensaios de inibição do crescimento do micélio in vitro .

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os dados referentes à etapa de cultura in vitro e transformação genética estão sumarizados na Tabela 1. Um total de 90 conjuntos de embriões somáticos, de cada cultivar, foram

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bombardeados com o plasmídeo pCL1390-UBQ3-SnOLP. Após a etapa de seleção em meio contendo o antibiótico, foram obtidos conjuntos de embriões resistentes à higromicina correspondendo a cinco, 12 e 13 eventos de transformação independentes nas cultivares Bragg, IAS-5 e BRSMG 68 Vencedora, respectivamente.

Tabela 1. Sumário dos dados referentes às etapas de cultura de tecidos e transformação genética com o vetor pCL1390-UBQ-SnOLP para as Bragg, IAS-5 e BRSMG 68 Vencedora.

Na etapa em que as plantas se encontravam em potes com vermiculita e solução nutritiva, uma solução nutritiva contaminada com herbicida levou à perda de grande número de indivíduos regenerados. Após o incidente foram recuperadas apenas duas plantas de IAS-5, cada uma proveniente de um evento de transformação independente (plantas I3 e I4) e 12 plantas de Bragg (plantas B1 a B12), todas do mesmo evento de transformação. Essas plantas adultas sobreviventes foram utilizadas para todos os demais experimentos descritos nesse trabalho.

Todas as plantas obtidas foram analisadas, através de PCR, para confirmar a integração dos genes hptII e SnOLP no genoma das cultivares de soja. As plantas positivas apresentam os fragmentos de 462 e 744 pares de bases (pb) referentes aos genes hptII e SnOLP, respectivamente. Os controles negativos, compostos por plantas não transformadas de ambas cultivares e a reação da PCR sem a adição de DNA não apresentam bandas referentes a produtos amplificados.

Uma única banda de aproximadamente 27 kDa, detectada pela reação com anticorpo anti-osmotina de tabaco, foi detectada nas plantas PCR-positivas, indicando que a mesma corresponde à proteína SnOLP.

Para verificar o padrão de herança do gene SnOLP na geração T1, entre 20 e 30 indivíduos das progênies da planta positiva de IAS-5 (I4) e de uma amostra de três plantas de Bragg (progênies das plantas B1, B7 e B12 da T0) foram semeados e analisados através de PCR. Os dados estão sumarizados na Tabela 2. A progênie da planta I4 apresentou o padrão de herança Mendeliana esperado para um lócus dominante (3:1; transgênicas : não-transgênicas). Nas progênies B7 e B12 foi verificada uma deficiência de plantas transformadas, sendo que a proporção das duas classes de plantas desvia do esperado de 3:1, aproximando-se da proporção 1:1. A análise da progênie da planta B1 indica que esta obedece à proporção esperada, embora o valor de χ2 obtido esteja muito próximo do nível de significância. Taxas de segregação excepcionais podem resultar de inúmeros fatores, que incluem a inativação da expressão do transgene, inserções que levam a mutações letais e falhas na transmissão do transgene para a descendência.

Tabela 2.Segregação do gene SnOLP em plantas da geração T1 obtidas através de autofecundação de plantas T0.

Cultivar CEB EvT EH EG ER EvTAI PACV Bragg 90 5 114 78 30 1 12 IAS-5 90 12 70 23 8 2 2 BRSMG 68 Vencedora 90 13 211 76 0 0 0

Abreviações: CEB = conjuntos de embriões bombardeados, EvT = eventos de transformação, EH = embriões histodiferenciados, EG = embriões germinados, ER = embriões regenerados, EvTAI = eventos de transformação após incidente, PACV = plantas adultas na casas de vegetação.

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Resultados preliminares dos bioensaios in vitro utilizando extratos protéicos totais não mostraram atividade antifúngica aos patógenos testados, necessitando de maiores estudos com outros fungos patogênicos. Testes in vivo estão sendo conduzidos, cujos resultados mostrarão o potencial de resistência das plantas transformadas de soja à doenças fúngicas..

REFERÊNCIAS DROSTE, A.; PASQUALI, G.; BODANESE-ZANETTINI, M.H. Transgenic fertil plants of soybean [Glycine max (L.) Merrill] obtained from bombarded embryogenic tissue. Euphytica 127: 367-376. 2002. FINER, J.J.; VAIN, P.; JONES, M.W.; MC MULLEN, M.D. Development of the particle inflow gun for DNA delivery to plant cells. Plant Cell Rep 11:323-328. 1992. PUNJA, Z.M. Genetic engineering of plantas to enhance resistence to fungal pathogens – a review of progress and future prospects. Can. J. Plant Pathol. 23: 216-235. 2001.

Planta T0 SnOLP+ SnOLP- Total Proporção testada χχχχ2222

I4 24 6 30 3:1 0,17

B1 11 9 20 3:1 3,26

B7 16 13 29 3:1 5,07*

B12 14 12 26 3:1 5,13*

Presença (SnOLP+)e ausência (SnOLP

-)do gene foi determinada por PCR. * P< 0,05

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

EFICIÊNCIA DO FUNGICIDA Piraclostrobin + Metconazole (BAS 55601F) NO CONTROLE DA FERRUGEM ASIÁTICA NA CULTURA DA SOJA

C. L. Rocha1; D. S. Guerra1; M. A. T. Rodrigues1; E. Begliomini1

1BASF S/A, Av. Brigadeiro Faria ima, 3600, CEP 04538-132 São Paulo-SP, e-mail: [email protected]

Resumo: A mistura Piraclostrobin + Metconazole (BAS 55601F) é um fungicida em fase de desenvolvimento e registro para o controle de doenças na cultura da soja. Na safra 2006/2007, o produto foi avaliado quanto ao controle da ferrugem asiática da soja nas doses de (65+40) e (78+48) g.ha-1 e comparado aos produtos comerciais: Azoxystrobin + Ciproconazole (60+24) g.ha-1, Trifloxystrobin + Tebuconazole (50+100) g.ha-1 e Flutriafol + Tiofanato metílico (60+300) g.ha-1. O novo fungicida na dose 65+40 g.ha-1 apresentou resultados semelhantes à Azoxystrobin + Ciproconazole e superior a Triloxystrobin + Tebuconazole e Flutriafol + Tiofanato metílico nas respectivas doses testadas no controle da ferrugem asiática com menor desfolha da cultura e maior produtividade. Palavras-chave: Glycine max, doenças, controle químico.

INTRODUÇÃO A ferrugem asiática, causada por Phakopsora pachyrhizi, é uma das principais doenças da

cultura da soja cujo controle é obtido com aplicações de fungicidas, onde destacam-se as misturas formuladas de ingredientes ativos. Os fungicidas dos grupos dos triazóis e estrobilurinas têm se mostrado mais eficientes para o controle da doença, com diferença na eficiência entre princípios ativos dentro de cada grupo (NASCIMENTO et al., 2009). Entretanto, novos produtos estão em desenvolvimento para que o controle seja mais eficiente e se disponha de opções no mercado (SILVA et al., 2005). Informações sobre eficiência de fungicidas para controle das diferentes doenças são cada vez mais necessárias para orientar a sua correta utilização no campo (EMBRAPA, 2007)

Piraclostrobin + Metconazole (BAS 55601 F) é um fungicida em fase de desenvolvimento e registro para o controle de doenças na cultura da soja. Na safra 2006/2007 realizou-se um ensaio com o objetivo de avaliar a eficiência comparativa deste produto no controle da ferrugem asiática na cultura da soja.

MATERIAL E MÉTODOS

O ensaio foi realizado na região de Senador Canedo-GO no ano agrícola 2006/2007. Os tratamentos e as respectivas doses encontram-se na Tabela 1. No ensaio foram usadas parcelas úteis

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de 4 linhas por 5 metros de comprimento em 4 repetições. A cultivar usada foi a BRS Valiosa RR. As aplicações dos fungicidas foram feitas com pulverizador costal a CO2, bicos XR80015 e vazão de 150 L.ha-1. Foram feitas duas aplicações sendo a primeira em estágio R1, quando se observou os primeiros sintomas da ferrugem (10 % de incidência), e a segunda aplicação 20 dias após a primeira aplicação. As avaliações de severidade (% da área foliar com sintomas) foram feitas aos 10, 20 e 30 dias após a segunda aplicação. Também foram avaliadas a desfolha da cultura e a produtividade. Análise de variação e comparação de médias foram feitas pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Nenhum dos tratamentos resultou em fitotoxicidade na cultura. A severidade máxima da doença na testemunha foi de 52%. O tratamento com Piraclostrobin + Metconazole na dose de 65+40 g.ha-1 apresentou eficiente controle da doença no ensaio, semelhantes à Azoxystrobin + Ciproconazole. Os demais fungicidas apresentaram controle ligeiramente inferior com maiores danos na produtividade em razão da maior severidade da doença e da desfolha.

CONCLUSÕES Piraclostrobin + Metconazole na dose de 65+40 g.ha-1 controla de maneira eficiente

ferrugem asiática na cultura da soja, de maneira similar ou superior a outras misturas comerciais em uso atual. Tabela 1: Produtos avaliados, concentração, doses em produto comercial, doses em ingrediente ativo e severidade da ferrugem asiática em momentos após a 2ª. aplicação. Tratamentos Severidade (%)

Produtos avaliados Conc. g.L-1

Doses p.c.

kg.ha-1

Doses i.a. g.ha-1

10 DAA2 20 DAA2 30 DAA2

Testemunha - - - 7,5 a* 17,5 a 52,5 a

BAS 55601 F (Piraclostrobin+Metconazole)

130+80 0,5 65+40 1,0 b 2,3 c 11,3 c

BAS 55601 F (Piraclostrobin+Metconazole)

130+80 0,6 78+48 1,0 b 1,0 c 10,0 c

Azoxystrobin+Ciproconazole 200+80 0,3 60+24 1,0 b 2,5 c 12,8 c

Trifloxystrobin+Tebuconazole 100+200 0,5 50+100 1,5 b 6,0 b 16,3 b

Flutriafol+Tiofanato metílico 100+500 0,6 60+300 1,8 b 7,3 b 18,7 b

CV (%) 37,3 24,1 19,3 * = Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidades. DAA2 = dias após 2ª. aplicação, p.c. = produto comercial, i.a. = ingrediente ativo Tabela 2: Produtos avaliados, concentração, doses em produto comercial, doses em ingrediente ativo, desfolha da cultura e produtividade.

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Produtos avaliados Conc. g.L-1

Doses p.c.

kg.ha-1

Doses i.a. g.ha-1

Desfolha da cultura (%) 50 DAA2

Produtividade Kg.ha-1

Testemunha - - - 70,0 c 2199,0 c

BAS 55601 F (Piraclostrobin+Metconazole)

130+80 0,5 65+40 20,0 a 3251,3 a

BAS 55601 F (Piraclostrobin+Metconazole)

130+80 0,6 78+48 21,3 a 3277,0 a

Azoxystrobin+Ciproconazole 200+80 0,3 60+24 23,8 a 3220,5 a

Trifloxystrobin+Tebuconazole 100+200 0,5 50+100 30,0 b 3047,3 b

Flutriafol+Tiofanato metílico 100+500 0,6 60+300 35,3 b 2947,5 b

CV (%) 14,0 4,0

* = Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidades. DAA2 = dias após 2ª. Aplicação; p.c. = produto comercial; i.a. = ingrediente ativo.

AGRADECIMENTOS

Ao Dr. Emerson Del Ponte, UFRGS, Fac. de Agronomia, Porto Alegre e ao Dr. Mauricio Meyer - CNPSoja - Goiânia por preciosas sugestões a uma versão preliminar deste trabalho.

BIBLIOGRAFIA

NASCIMENTO, J. F., VIDA, J. B., TESSMANN, D. J. Ferrugem Asiática da Soja. Disponível em: <www.amea.org.br/pesquisa_doc/SojaxFerrugem%20.pdf> Acesso em 13 Fev 2009.

EMBRAPA. Eficiência de fungicidas para controle da ferrugem asiática da soja, Phakopsora pachyrhizi, na safra 2006/07. Embrapa Soja. Londrina, PR, 2007. (Circular técnica 42)

SILVA, L.H.C.P.; CAMPOS, H.D.; SILVA, J.R.C.; RIBEIRO, G.C.; NEVES, D.L. Ferrugem asiática em Goiás: controle químico e hospedeiros alternativos. In: Juliatti, F.C.; Polizel, A.C.; Hamawaki, O.T. (Ed.). I Workshop Brasileiro sobre a Ferrugem Asiática. EDUFU, Uberlândia-MG, p.135-180. 2005.

Summary: Fungicidal efficacy of Piraclostrobin + Metconazole (BAS 55601 F) to control Asian Rust on soybean. BAS 55601 F is a ready mix of Piraclostrobin + Metconazole being developed and registered to control diseases on soybean. During the 2006/2007 crop season a trial was carried out to evaluated the product to control Asian Rust on soybean at the rates of (65+40) and (79+48) g.ha-1 compared with comercial fungicides: Azoxystrobin + Cyproconazole (60+24) g.ha-1, Trifloxystrobin + Tebuconazole (50+100) g.ha-1 and Flutriafol + Methyl thiophanate (60+300) g.ha-1. The new fungicide at the rate of 65+40 g.ha-1 showed results similar to Azoxystrobin + Cyproconazole and superior to Trifloxystrobin + Tebuconazole and Flutriafol + Methyl thiophanate at the tested rates on the control of Asian Rust with less defoliation of the crop and higher yield. Key words: Glycine max, diseases, chemical control.

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

EFEITO DO FUNGICIDA BAS 556 01 F NO CONTROLE DE DOENÇAS DE FINAL DE CILCLO NA CULTURA DA SOJA

R.B. Belani1; M.A.T. Rodrigues1; E. Begliomini1; D.S. Guerra

1BASF SA, Av. Brigadeiro Faria Lima, 3600, 8o andar, Itaim Bibi, CEP 04.538-132 São Paulo-SP; e-mail: [email protected]

Resumo: O presente experimento teve como objetivo avaliar comparativamente o controle das Doenças de Final de Ciclo (DFC) e o retorno em produtividade da cultura da soja com a aplicação do fungicida BAS 556 01 F (Piraclostrobin + Metconazole, 130+80 g i.a/L). Os tratamentos consistiram de: T1- testemunha sem aplicação; T2- BAS 556 01F 0,5 + Dash 0,3%; T3-BAS 556 01F 0,5; T4- Priori Xtra 0,3 + Nimbus 0,5%; T5- Sphere 0,3 + Attach 0,5%; T6- Nativo 0,5 + Áureo 0,5%; T7- Aproach Prima 0,3 + Nimbus 0,5%; ambas doses em L/ha. O delineamento experimental foi de blocos ao acaso com 4 repetições. As aplicações foram efetuadas nos estádios R1 e R 5.3. Avaliações de severidade foram efetuadas aos 14, 21 e 28 dias após a segunda aplicação, com avaliação da produtividade no momento da colheita. Todos os tratamentos foram eficientes para reduzir os níveis da doença, com destaque para o novo fungicida. A severidade na testemunha, aos 28 dias após a segunda aplicação, foi de 19%. As melhores produtividades também foram observadas nos tratamentos de maior controle da doença. Os resultados obtidos mostram que o fungicida BAS 556 01 F apresentou controle superior aos demais produtos nas condições em que o experimento foi realizado. Palavras chave: : Glycine max, Doenças de Final de Ciclo, BAS 55601 F

INTRODUÇÃO

A soja é o produto agrícola de maior importância econômica para o Brasil, que atualmente

ocupa a segunda posição na produção mundial. No ano de 2007 as exportações brasileiras de soja atingiram US$ 11,32 bilhões, representando um aumento de 26% com relação ao ano anterior (SECEX, 2008).

Dentre os fatores limitantes à produtividade, destacam-se, além da ferrugem asiática, as doenças foliares de final de ciclo, como a mancha parda (Septoria glycines), crestamento foliar (Cercospora sp.), antracnose (Colletotrichum dematium), mancha púrpura (Cercospora kikuchii), mancha olho de rã (Cercospora sojina) e mancha alvo (Corynespora cassicola), que podem causar danos significativos no rendimento e na qualidade de grãos superiores a 20% (KLINGELFUSS et al 2001). O presente trabalho teve como objetivo avaliar o efeito do Produto BAS 556 01 F (Piraclostrobina + Metconazole 130 + 80 g.i.a/L) no controle de Doenças de Final de Ciclo (DFC).

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MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido no município de São José do Cerrito em Santa Catarina na área experimental do CEDUP Caetano Vieira da Costa. O plantio da cultivar M-soy 6001 RR foi efetuado em 10/11/07 com espaçamento de 50 centímetros entre linhas.

Os tratamentos foram realizados em dois momentos de aplicação sendo o primeiro no estádio R1 e o segundo no estádio R5.3, com intervalo de 22 dias entre as aplicações. Foi utilizado um equipamento costal pressurizado de CO2, com pressão de 2 bar, com barra de 2 metros e com 4 bicos com espaçamento de 50 cm entre si, a uma velocidade de 1 m/s. O volume de calda utilizado para aplicação foi de 150 L/ha. O experimento constou de sete tratamentos com 4 repetições cada e com parcelas de 2X6 m totalizando 12 m2 de área (Tabela 1). Para as avaliações de produtividade (kg/ha) e severidade da doença, foram desprezados 50cm nas bordas de cada parcela, onde foi considerada uma área útil de 5m2 (1 m largura X 5 m comprimento).

As avaliações de severidade das Doenças de Final de Ciclo foram em 25 folhas por parcela, coletadas no terço medio da planta. Para determinação da severidade da doença utilizou-se a escala descrita por AZEVEDO, 1998.

Os dados de severidade e produtividade foram submetidos a análise de variaça e quando significativo, fez-se a comparação de médias pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Tabela 1. Fungicidas, ingredientes ativos, dose de produto comercial, e dose de ingrediente ativo/ha usados em experimento para controle de DFC em Soja cv. M-Soy 6001 RR. São José do Cerrito-SC. 2008. Trat. Produto Ingrediente ativo Dose p.c. L/ha Dose g. i. a./ha

1 Testemunha - - - 2 BAS 556 01 F Piraclostrabin +

Metconazole 0,5 65+40

3 BAS 556 01 F + Dash Piraclostrabin + Metconazole

0,5 + 0,3% 65+40

4 Priori Xtra + Nimbus Azoxystrobin + Ciproconazole

0,3 + 0,5% 60+24

5 Sphere + Attach Trifloxistrobin + Ciproconazole

0,3 + 0,5% 56+24

6 Nativo + Áureo Trifloxistrobin + Tebuconazole

0,5 + 0,5% 50+100

7 Aproach Prima + Nimbus Picoxistrobin + Ciproconazole

0,3 + 0,5% 60+24

RESULTADOS E DISCUSSÃO Conforme esperado, a aplicação de fungicidas reduziu a severidade das doenças de final de ciclo. As doenças foliares de final de ciclo predominantes no ensaio foram a mancha parda (Septoria

glycines), crestamento foliar (Cercospora sp.). Destacou-se o fungicida BAS 55601F com controle superior aos demais fungicidas, embora a severidade da doença na tetemunha não tenha sido alta, atingindo o valor final de 19% (Tabela 2).

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Tabela 2. Percentagem de Severidade e controle de DFC com o Fungicida BAS 556 01 F em Soja cv. M-Soy 6001 RR. São José do Cerrito-SC. 2008. Trat Produto %Severidade

21 Dias % Controle 21 Dias

%Severidade 28 Dias

% Controle 28 Dias

1 Testemunha 14 a - 19 a - 2 BAS 556 01 F 2 cd 85,7 5 bc 73,7 3 BAS 556 01 F + Dash 0 d 100 3 c 84,2 4 Priori Xtra + Nimbus 3 bc 78,6 7 b 63,15 5 Sphere + Attach 4 bc 71 7 b 63,15 6 Nativo + Áureo 5 b 64,3 8 b 57,9 7 Aproach Prima + Nimbus 5 b 64,3 7 b 63,15 CV% 23,9 17,18

Quanto à produtividade, os tratamentos fungicidas proporcionaram produtividade superior

em relação a testemunha, em valores variando de 735 a 475 kg/ha, do melhor para o tratamento menos eficaz. A ligeira superioridade em produtividade foi para os mesmos tratamentos em que se obteve maior redução das doenças (Tabela 3). Tabela 3. Produtividade e peso de mil Grãos em Experimento com o Fungicida BAS 556 01 F em Soja CV. M-Soy 6001 RR. São José do Cerrito-SC. 2008. Trat. Produto Produtividade em kg/ha Peso 1000 grãos em

gramas 1 Testemunha 2.675 b 157 c 2 BAS 556 01 F 3.380 a 168 a 3 BAS 556 01 F + Dash 3.410 a 169 a 4 Priori Xtra + Nimbus 3.235 a 168 a 5 Sphere + Attach 3.112 a 158 c 6 Nativo + Áureo 3.214 a 165 ab 7 Aproach Prima + Nimbus 3.125 a 160 bc CV% 4,59 1,44

CONCLUSÃO

O fungicida BAS 556 01 F é eficiente no controle de doenças de final de ciclo, com retorno em produtividade

AGRADECIMENTOS

Ao Prof. Dr. Emerson Medeiros Del Ponte, UFRGS, Faculdade de Agronomia, Porto Alegre, pelas sugestões a uma versão preliminar deste trabalho.

BIBLIOGRAFIA

AZEVEDO, L. A. S. Manual de quantificação de doenças de plantas. São Paulo, 1998, (p. 90), 114 p.

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KLINGELFUSS, L.H., YORINORI, J. T., FERREIRA, L. P., PEREIRA, J.E., Época de aplicação de fungicidas para controle de doenças de final de ciclo em soja, Glycine max (L.) Merrill , Acta Scientiarum. Agronomy, Vol. 23 (2001). SECEX. Balança comercial brasileira. Nota a imprensa. 10p. 2008. Disponível em: <http://www.desenvolvimento.gov.br/sitio/interna/interna.php?area=5&menu=1161>. Acessado em fev/2009.

Summary: EFFECTS OF THE FUNGICIDE BAS 55601F ON THE CONTROLE OF LATE SEASON DISEASES OF SOYBEAN The experiment aimed to evaluate comparatively the control of late season diseases and soybean yield gain with application of BAS 55601F (pyraclostrobin + metconazole, 130 +80 g ai / L) fungicide. The treatments were: T1- check without application; T2- BAS 55601F 0.5 + Dash 0.3%; T3- BAS 55601F 0.5, T4- Priori Xtra 0.3 + Nimbus 0.5%; T5 - Sphere 0.3 + Attach 0.5%, T6- Nativo 0.5 + Áureo 0.5%; T7- Aproach Prima 0.5 + Nimbus 0.3% (doses in L.ha-1). The experimental design used was randomized blocks with 4 replications. The applications were made at R1 and R 5.3 growth stages. Severity evaluations were done at 14, 21 and 28 days after the second application with yield assessment at harvest. All treatments were effective on disease reduction, especially to the new fungicide. At 28 days after the second application, severity disease to check treatment was 19%. High yields were also observed in treatments with greater disease control. The results show higher disease control to BAS 55601F than other products, according experimental conditions tested.

Key words: Glycine max, Final Cycle Diseases, BAS 55601 F.

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

RESULTADOS DO MANEJO DE DOENÇAS EM CAMPOS PILOTO DE PRODUÇÃO INTEGRADA DE SOJA NO ESTADO DO PARANÁ

R.M. Soares1, C.D.S. Seixas1, D. de Lima1, F.F. de Oliveira2 , R.L. de Souza3, E. Pellizzaro4, A.

Bodnar5, A. Bodnar6, F.T. de Oliveira 7

1Embrapa Soja, Cx.postal 231, 86001-970, Londrina, PR. E mail: [email protected] 2 Copacol, Cafelândia, PR. E mail: [email protected] 3Coopavel, Cascavel, PR. E mail: [email protected]

4CVale, Palotina, PR. E mail: [email protected] 5Emater, Arapongas, PR. Email: [email protected]

6Emater, Cambé, PR. E mail: [email protected] 7Emater, Andirá, PR. E mail: [email protected]

Resumo: O conceito de produção integrada de uma cultura agrícola compreende um sistema com mecanismos reguladores com requisitos de qualidade do produto e sustentabilidade da produção com ênfase na proteção ambiental, a segurança alimentar, os requisitos sociais e de saúde dos trabalhadores e a viabilidade econômica da atividade. Na produção integrada são monitorados e registrados todos os procedimentos adotados durante o processo produtivo garantindo-se, assim, a rastreabilidade e a qualidade do produto. A partir da safra 2006/07 vem sendo conduzido um projeto para elaborar e validar as Normas Técnicas para Produção Integrada de Soja. Foram implantados campos pilotos, em área de produtores, seguindo uma versão preliminar da norma. O objetivo deste trabalho foi descrever e analisar os resultados obtidos na safra 2006/07, 2007/08 e 2008/09, referentes ao manejo de doenças e resíduos de agrotóxicos no contexto da produção integrada, em comparação com o sistema normalmente adotado. Os resultados mostram que houve redução do número de aplicações de fungicidas, sem diminuição de produtividade, e com ausência de resíduos desses produtos nos grãos de soja. Palavras chave: Glycine max, monitoramento, rastreabilidade, sustentabilidade

INTRODUÇÃO

Embora existam diversos avanços científicos que permitam a produção da soja com eficiência e com menor agressão ao ambiente, verifica-se que grande parte dessas tecnologias não tem sido adotada pelos agricultores ou são adotadas de maneira isolada ou dissociadas, não causando o impacto positivo desejado.

A Produção Integrada surgiu na década de 1970, na Europa, como uma extensão do manejo integrado de pragas, e compreende um sistema com mecanismos reguladores que contemplam requisitos de qualidade do produto e sustentabilidade da produção, enfatizando a proteção ambiental, a segurança alimentar, os requisitos sociais e de saúde dos trabalhadores e a viabilidade econômica da atividade. Nos últimos anos, esse sistema de produção vem influenciando o mercado

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internacional, impulsionada pelo movimento crescente de consumidores que buscam alimentos sem resíduos de agrotóxicos e que sejam produzidos com respeito ao homem e ao ambiente.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) aprovou, em 2006, o Projeto de Produção Integrada de Soja, coordenado pela Embrapa Soja, tendo como instituições parceiras a Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), a Universidade Estadual de Londrina (UEL), o Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-PR) e as cooperativas C.Vale, Copacol e Coopavel. O projeto foi concebido de forma a ser conduzido por três safras subseqüentes, tendo como meta elaborar as Normas Técnicas Específicas para Produção Integrada de Soja e validá-las a campo.

O objetivo deste trabalho foi analisar os resultados obtidos na safra 2006/07, 2007/08 e 2008/09 referentes ao manejo de doenças e resíduo de agrotóxicos no contexto da produção integrada, em comparação com o sistema normalmente adotado.

MATERIAL E MÉTODOS

Na safra 2006/07 foram implantados, em áreas de produtores, nove campos pilotos de Produção Integrada de Soja (PISoja), nos municípios de Arapongas (02), Cascavel (02), Nova Aurora (02), Cafelândia (01) e Palotina (02), totalizando uma área de 62,7 ha. Na safra 2007/08, além dos locais da safra anterior, implantou-se mais 6 novos campos nos municípios de Arapongas (01), Andirá (03), Cambé (01) e Palotina (01), totalizando 15 campos e uma área de 115,2 ha. Na safra 2008/09, foram retirados um campo em Arapongas e outro em Nova Aurora, totalizando 13 campos e 83,8 ha. Todos os campos pilotos do projeto PISoja foram implantados em áreas onde se utiliza o Sistema de Plantio Direto (SPD). O monitoramento de doenças foi realizado pelos responsáveis técnicos dos campos, por meio de visitas periódicas procedendo-se a anotação das ocorrências das doenças em fichas de controle e/ou caderno de campo. A decisão de aplicação de fungicidas foi tomada considerando a incidência e severidade das doenças observadas, de acordo com recomendação específica para cada uma (Tecnologias..., 2008). Os fungicidas para uso nos campos pilotos, foram indicados com base nas indicações técnicas para a cultura da soja (Tecnologias..., 2008), e na classificação quanto à prioridade de uso, que foi determinada com base na classe toxicológica e na classe ambiental de cada produto. A fim de verificar nos grãos a possível presença de resíduos dos agrotóxicos utilizados, no momento da colheita de cada campo piloto foram coletadas amostras de grãos as quais foram submetidas a análise de resíduos em laboratório especializado.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A Tabela 1 mostra uma comparação entre os campos de PISoja e a média do Estado do Paraná, nas três safras estudadas. O número médio (média ponderada considerando a área das lavouras) de aplicações de fungicida no Paraná foi obtido através de informações de cooperativas, Emater e produtores de semente (Consórcio Antiferrugem, 2009).

Em 2006/07, a ferrugem asiática (Phakopsora pachyrizi) foi detectada em todos os campos. Em dois desses a incidência deu-se no estádio R6 com baixo nível de severidade, não se justificando as aplicações de fungicidas. De maneira geral, o clima foi favorável e a severidade de ferrugem foi alta. Do total de aplicações de fungicidas, 92,3 % tiveram como alvo a ferrugem e 7,7 % foram para controlar doenças de final de ciclo (Cercospora kikuchii e Septoria glycines). Em três campos foi relatada a ocorrência de oídio (Erysiphe diffusa), mas com baixa severidade, também não justificando o controle. Foi detectada a presença de podridão de carvão da raiz (Macrophomina

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phaseolina), em dois campos; crestamento bacteriano (Pseudomonas savastanoi pv. glycinea) e míldio (Peronospora manshurica) em todos os campos. Porém, para essas doenças não é recomendado controle químico.

Em 2007/08, a ferrugem asiática só não foi detectada em uma área. Nas demais, uma mostrou apenas traços da doença no estádio R6. Do total de aplicações de fungicidas, 78 % tiveram como alvo a ferrugem e 22 % foram para controlar doenças de final de ciclo e oídio. Foi detectada a presença de podridão de carvão da raiz em um campo. A ocorrência de seca prejudicou as lavouras de modo geral e reduziu a incidência de ferrugem.

Em 2008/09, a seca foi mais severa que no ano anterior, causando mais prejuízos e minimizando novamente a incidência de ferrugem. Dos treze campos, em quatro a ferrugem não foi constatada e em outros quatro ocorreu com baixa severidade. Do total de aplicações de fungicidas, 70,6 % tiveram como alvo a ferrugem, 17,6 % foram para controlar oídio e 11,8 % para controlar doenças de final de ciclo. Foi detectada a presença de podridão de carvão da raiz em um campo e antracnose (Colletotrichum truncatum).

As análises realizadas detectaram que o Limite de Quantificação (LOQ) para todos os princípios ativos foi inferior ao Limite Máximo de Resíduos (LMR) estabelecido tanto em nível nacional quanto pelo Codex Alimentarius, evidenciando a ausência de resíduos de agrotóxico nos grãos de soja. Tabela 1. Produtividade e aplicação de fungicidas: comparação entre campos de produção integrada e média estadual do Paraná em três safras.

Produtividade média (kg/ha)

Média ponderada do n° de aplicações de fungicidas

Safra N° de

campos PI

Área total dos

campos (ha)

Produção Integrada

Estado do Paraná

(Conab)

Produção Integrada

Estado do Paraná

2006/07 9 62,7 3.612 2.964 1,4 (0 - 2) 2,0

2007/08 15 115,2 3.313 2.991 1,8 (1 - 3) 1,7

2008/09 13 83,77 2.428 2.337 1,3 (1 - 2) 1,9

Além do manejo de doenças, todas as demais práticas que compõe a condução da lavoura

foram conduzidas pelas normas da PISoja, sendo que as racionalizações em aplicação de inseticida e herbicida foram ainda maiores (dados não apresentados) que a de fungicida, em comparação com o manejo tradicional de cada região.

Os resultados da condução de lavouras sob as Normas Técnicas Específicas para a Produção Integrada de Soja foram validadas a campo durante três safras, com a participação efetiva da pesquisa, da assistência técnica e dos agricultores, mostram que é possível, nas condições das três safras, haver redução na aplicação de fungicidas, sem perda de produtividade e priorizando produtos menos tóxicos. Não foi constatada a presença de resíduos desses produtos nos grãos de soja.

CONCLUSÕES Lavouras conduzidas sob as normas da PISoja permitem o bom controle de doenças com fungicidas, com aumento da protuvidade e sem a presença de resíduos dos compostos químicos nos grãos.

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BIBLIOGRAFIA CONSÓRCIO ANTIFERRUGEM. Disponível em: <www.consorcioantiferrugem.net> Acesso em: 12 jun. de 2009. TECNOLOGIAS de Produção de Soja – Região Central do Brasil 2009 e 2010. Londrina: Embrapa Soja: Embrapa Cerrados: Embrapa Agropecuária Oeste, 2008. 262p.

Summary: Results of disease management on fields of Soybean Integrated Production at Paraná State. The integrated production concept of a agricultural culture, include a system with regulatory mechanisms with quality requisite of the product and production sustainability, emphasize the environmental protection, food security, socials and healthy issues, and economic viability. At the integrated production were monitored and registered all the procedures adopted during the productive process, guaranteeing the traceability and quality of the product. Since 2006/07 crop season, a project to elaborate and validate the Technical Rules for Soybean Integrated Production is being conducted. Soybean fields were implanted in farmers areas, following the preliminary version of the technical rules. The objective of this work was analyze the results of 2006/07, 2007/08 and 2008/09 crop seasons, referents to disease management and agrochemicals residue in integrated production fields, comparing with the system normally used. The results showed there was reduction in the number of fungicide sprays, without yield reduction, and no fungicide residues were present in the soybean grains. Key words: Glycine max, monitoring, traceability, sustainability.

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

ASPECTOS QUANTITATIVOS DA DISPERSÃO DA FERRUGEM ASIÁTICA DA SOJA NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL EM QUATRO SAFRAS

P. Spolti1, T. V. Santos1, C. V. Godoy2, E. M. Del Ponte1 1UFRGS, Fac. de Agronomia, Av. Bento Gonçalves 7712, CEP 91540-000 Porto Alegre RS. E-

mail: [email protected] 2Embrapa Soja, CEP 86001-970, Londrina – PR.

Resumo: Epidemias de ferrugem da soja têm apresentado comportamento errático nas safras em função da possível influência das condições climáticas que afetam os padrões temporais e espaciais de dispersão, prevalência e severidade, principalmente no sul do Brasil. O trabalho teve o objetivo de sumarizar o progresso temporal e espacial de focos da doença e explorar suas relações com os padrões de precipitação sazonal no Estado do Rio Grande do Sul. Foram utilizados dados de relatos da doença e precipitação em períodos mensais nas safras 2005/06 a 2008/09. Os primeiros focos em lavouras comerciais da doença foram observados no mês de janeiro. As maiores taxas de evolução foram registradas no mês de fevereiro, coincidente com o período reprodutivo, onde a maioria das detecções foi registrada no estágio R5. Nas safras estudadas, o número de municípios com relatos da doença explicou 91% dos focos totais relatados, os quais se concentraram predominantemente na mesorregião Noroeste do estado, onde há maior densidade de cultivos de soja. A precipitação total média mensal (janeiro e fevereiro) registrada em 14 estações meteorológicas localizadas na região produtora explicou 82% do número total de focos de ferrugem relatados nos meses de fevereiro e março, respectivamente. Tais informações são importantes para o conhecimento de fatores de risco e previsão sazonal da ferrugem asiática no Estado do Rio Grande do Sul. Palavras chave: Phakopsora pachyrhizi, Glycine Max L, epidemiologia

INTRODUÇÃO

A ferrugem asiática da soja (Phakopsora pachyrhizi Syd. & P. Syd.) é uma das mais importantes doenças da cultura. A severidade das epidemias no Brasil são fortemente influenciadas pelas condições climáticas, principalmente a precipitação (DEL PONTE et al., 2006). No sul do Brasil a doença tem apresentado comportamento errático em função da maior variabilidade climática, o que resulta em anos menos favoráveis à doença, em relação ao Centro do país. Desde a safra 2004/05 dados sobre ocorrência da ferrugem da soja são disponibilizados pelo Consórcio Antiferrugem (CAF) com o objetivo de alertar quanto à presença do inóculo nas diferentes regiões do país. O trabalho objetivou caracterizar o progresso temporal e o padrão espacial de focos de

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ferrugem asiática no Estado do RS além de identificar fatores climáticos de possível influência nos padrões.

MATERIAL E MÉTODOS

O número de focos de ferrugem em lavouras comerciais no RS foi obtido no site do CAF para as safras 2005/06 a 2008/09. Dados de precipitação mensal foram obtidos em 14 estações meteorológicas ou pluviais distribuídas nas principais áreas produtoras de soja no estado e disponibilizada por Agritempo e Agência Nacional de Águas. Informações geográficas e estatísticas de área plantada por município foram obtidas no site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Figura 1). Estatística descritiva de número de focos por estágio de crescimento da cultura e por períodos e curvas de progresso temporal do número de focos da doença foram usadas para sumarizar as epidemias em cada safra. Mapas geográficos foram produzidos para ilustrar a dispersão da doença no final de cada safra. Análise de correlação foi feita entre o número de municípios com relatos de focos e número total de focos, assim como entre o número de focos e a precipitação mensal. Após a verificação da normalidade dos dados, o nível de relação entre as variáveis foi determinado pelo coeficiente de Pearson (P<0,05).

Figura 1. Área média plantada no Rio Grande do Sul nas últimas 4 safras e localização das estações meteorológicas ou pluviométricas usadas no estudo.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O número total de focos em lavouras comerciais no RS variou de 134 a 403 nas safras em estudo. O maior registro foi feito na safra 2006/07, enquanto que o menor na safra 2007/08 (Figura 2A). Os primeiros focos foram detectados no mês de janeiro em sua maioria na segunda quinzena, com acumulado do mês variando de 23 a 53, representando de 10 a 20% do número final médio nas quatro safras. A maioria dos focos foi detectada no estádio reprodutivo, sendo 50% quando a cultura se encontrava em estádio R5 (dados não mostrados). A ocorrência predominante da ferrugem da soja neste estádio coincide com a alta taxa de progresso da doença observada no mês de fevereiro, quando foi relatada a maioria dos focos.

O número de municípios com focos variou de 64 a 97 e explicaram 91% (P<0,05) do número total de focos. A análise visual dos mapas mostra que o maior número de focos se localizou na região Noroeste do estado, meso-região onde há maior densidade de lavouras (Figura 3). Poucos focos foram relatados na região sul do Estado. Na safra 2005/06 a maior concentração de focos foi registrada na região extremo norte, enquanto que na safra 2006/07 na região mais central do estado, ao redor do município de Cruz Alta. Os padrões de precipitação nos locais selecionados variaram em função da safra e dos meses correspondentes às fases reprodutivas da soja. Na safra 2006/07 se

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observou a maior precipitação acumulada, destacando-se ainda quanto à chuva total no mês de fevereiro.

Figura 2. Número de focos de ferrugem asiática relatados no Estado do Rio Grande do Sul por safra e mês do ano (A) e progresso temporal diário (B) a partir das primeiras detecções nas diferentes safras. Figura 3. Mapa com o número de focos de ferrugem asiática da soja no RS distribuídos nas meso-regiões geográficas do estado: Noroeste (A), Nordeste (B), Metropolitana (C), Sudeste (D), Centro-Oriental (E), Centro-Ocidental (F) e Sudoeste (G).

2005/06 2006/07 2007/08 2008/09 A B

C

D

E F G

A B

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Chu

va m

ensa

l - t

otal

(m

m)

0

100

200

300

400

500

DezJanFev

2005/06 2006/07 2007/08 2008/09 Figura 4. Chuva média nos meses de dezembro a fevereiro nas últimas quatro safras no Rio Grande do Sul. A média é de 14 estações meteorológicas localizadas na principal região produtora do Estado.

A análise de correlação entre o número de focos nos meses de fevereiro e março e o total de precipitação mensal, respectivamente, de janeiro e fevereiro foi significativa (P<0,05), explicando 83% dos focos nos meses citados. As informações geradas no presente trabalho são importantes para o conhecimento dos padrões e dos fatores que influenciam na dispersão da doença em larga escala. Sendo uma doença policíclica e com inóculo que apresenta grande capacidade de dispersão, sugere-se que os processos que ocorrem na escala de uma lavoura refletem nos processos de dispersão em escala regional. Embora a incerteza associada à informação de número de focos utilizada nesse trabalho, baseada em uma pequena amostragem relativa à área total de soja no Estado, e que vários municípios e focos não são relatados, acredita-se que a informação reflete situações regionais das epidemias no RS.

CONCLUSÕES 1) Focos de ferrugem asiática em lavouras comerciais no RS são detectados a partir da segunda quinzena do mês de janeiro principalmente na região noroeste do estado; 2) O estádio de maior probabilidade de detecção é o R5; 3) O número total de focos relatados da doença é variável no tempo e no espaço entre as safras, possivelmente influenciado pelos padrões de distribuição de precipitação e densidade de cultivos.

AGRADECIMENTOS

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq pela concessão de bolsas ao primeiro e segundo autores.

BIBLIOGRAFIA

DEL PONTE, E. M., GODOY, C. V., LI, X., YANG, X. B. Predicting severity of asian soybean rust epidemics with empirical rainfall models. Phytopathology, v.96, p.797-803, 2006.

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Summary: Quantitative aspects of soybean rust dispersal in Rio Grande do Sul state during four growing seasons. Soybean rust epidemics shows a seasonal erratic pattern possibly influenced by climate variability and other factors that affects temporal and spatial spread, prevalence and severity of the disease, especially in southern Brazil. The work aimed to summarize the temporal and spatial progress of disease detections and explore relationships between precipitation and disease spread patterns in Rio Grande do Sul state, Brazil, from 2005/06 to 2008/09 growing seasons. Results showed that first detections in commercial fields were observed in mid to late January. The highest progress rate was observed in February, when most crops were in reproductive stages and most detections were found at R5 stage. The number of municipalities where detections were found explained 91% of the number of total detection in the seasons. Most detections concentrated at the northern part of the state, where a higher density of soybean crop is grown. The mean monthly precipitation recorded in 14 weather stations in January and February, explained 82% of the number of detections in February and March. These information are useful for the understanding of the risk factors and seasonal risk prediction of soybean rust in RS state. Keywords: Phakopsora pachyrhizi, Glycine Max L, epidemioloy

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

INFLUÊNCIA DA ÉPOCA DE SEMEADURA NA QUALIDADE DE SEMENTES DE SOJA

J.S. Silva1, T. Roversi1, C. Steckling1, 1 Fundação Centro de Experimentação e Pesquisa, Cruz Alta, RS, [email protected]

Resumo: A qualidade fisiológica e sanitária é de grande importância no processo produtivo de sementes. Em vista disso, este trabalho teve como objetivo avaliar esses atributos em duas cultivares de soja semeadas em diferentes épocas. O ensaio foi conduzido em Cruz Alta, no Estado do Rio Grande do Sul, na safra agrícola 2007/2008. Sementes das cultivares Fundacep 53RR, de ciclo precoce, e Fundacep 59RR, de ciclo tardio, foram semeadas a campo numa densidade de 37,5 plantas/m2 em sete épocas de semeadura. Foram realizados o teste de germinação, teste de primeira contagem e envelhecimento acelerado para analisar a qualidade fisiológica das sementes. A análise da qualidade sanitária foi feita pelo método de incubação em placa com meio agarizado. Os resultados obtidos mostraram que, em função das condições climáticas de baixa precipitação pluvial durante a safra, as sementes produzidas pelas cultivares Fundacep 53RR e Fundacep 59RR não tiveram a qualidade fisiológica e sanitária afetadas pela semeadura em diferentes épocas. Palavras chave: Glycine max, qualidade sanitária, qualidade fisiológica.

INTRODUÇÃO

A qualidade fisiológica das sementes atinge o seu máximo por ocasião da maturidade fisiológica. A partir deste momento, processos degenerativos, de natureza física, fisiológica ou bioquímica, começam a ocorrer, caracterizando a deterioração, que é considerada toda e qualquer mudança degenerativa, após a semente ter atingido sua máxima qualidade (SANTOS et al., 2004). As sementes de soja podem ser infectadas durante o período de desenvolvimento das vagens por microrganismos, na maioria fungos e bactérias, causando redução na germinação (BAUDET LABÉ et al., 1981). Esse fato pode estar relacionado a elevados índices de precipitação pluviométrica durante a maturação da soja que podem afetar a qualidade de sementes, conforme demonstrado por SILVA (2008), onde a alta precipitação pluviométrica ocorrida no momento da maturação fisiológica até a colheita, ocasionou uma alta incidência de Phomopsis spp. o que reduziu drasticamente os percentuais de germinação e vigor das sementes. Diferentes épocas de semeadura proporcionam diferentes condições de ambiente, sob as quais a cultura da soja se desenvolve, completa a maturação das sementes e é colhida (PEREIRA et

al., 2000). De acordo com PEIXOTO et al. (2000), a época de semeadura é o fator que mais influencia no rendimento de grãos. Segundo PAOLINELLIi et al. (1984), nem sempre a época de

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semeadura recomendada para se obter bons rendimentos coincide com a produção de sementes de qualidade satisfatória. Diante destas informações, este trabalho teve como objetivo avaliar a qualidade fisiológica e sanitária de sementes de duas cultivares de soja, de diferentes ciclos, produzidas em Cruz Alta, no Estado do Rio Grande do Sul, na safra agrícola 2007/2008, levando-se em consideração sete épocas de semeadura.

MATERIAL E MÉTODOS

O presente trabalho foi realizado na Fundação Centro de Experimentação e Pesquisa – FUNDACEP, em Cruz Alta, Rio Grande do Sul, na safra agrícola 2007/2008. Foram utilizadas sementes de duas cultivares de soja da Fundacep: Fundacep 53RR (ciclo precoce) e Fundacep 59RR (ciclo tardio), semeadas a campo em sete épocas distintas: 09 de outubro de 2007, 24 de outubro de 2007, 09 de novembro de 2007, 22 de novembro de 2007, 07 de dezembro de 2007, 21 de dezembro de 2007 e 06 de janeiro de 2008. A densidade utilizada na semeadura foi de 37,5 sementes/m2, a semeadura foi direta com os tratos culturais executados de acordo com as Indicações Técnicas para a Cultura da Soja (REUNIÃO..., 2007). Após a colheita e beneficiamento, as sementes foram encaminhadas ao Laboratório de Análises de Sementes e Laboratório de Fitopatologia da Fundacep, onde foram submetidas à análise da qualidade fisiológica através do teste germinação (BRASIL, 1992), teste de vigor: primeira contagem do teste de germinação e envelhecimento acelerado (KRZYZANOWSKI et al., 1999) e à análise da qualidade sanitária pelo método de incubação em placa com meio agarizado de acordo com metodologia descrita por REIS & CASA (1998) e BRASIL (1992). O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados, com quatro repetições. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade do erro. Na análise estatística dos dados foi utilizado e programa computacional SAS (SAS, 1989).

RESULTADOS E DISCUSSÃO Na safra de 2007/2008 no Estado do Rio Grande do Sul, o índice de precipitação pluvial na maioria dos meses ficou abaixo da média dos últimos trinta anos (Figura 1), o que não favoreceu a incidência de patógenos e tampouco comprometeu a qualidade fisiológica das sementes. FRANÇA NETO & HENNING (1984) em trabalho realizado verificaram que a época de semeadura deve ser estabelecida de tal forma que o estádio de maturação das sementes ocorra em condições de temperaturas mais amenas, associadas a baixos índices pluviais, favorecendo assim a qualidade fisiológica e sanitária das sementes.

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Figura 1 Dados de precipitação pluvial e temperatura da safra agrícola 2007/08 e média da precipitação pluvial e temperatura dos últimos 30 anos, Cruz Alta, 2009.

Com relação à qualidade fisiológica das sementes da cultivar Fundacep 53RR (Tabela 1), verificou-se que não houve uma perda significativa de poder germinativo e nem de vigor em nenhuma das épocas de semeadura, já para a qualidade sanitária das sementes pode se observar que aquelas oriundas de semeaduras em 22 de novembro e 07 de dezembro apresentaram maiores incidências de fungos, porém sem prejuízo à qualidade fisiológica das sementes.

Tabela 1 – Valores médios percentuais de atributos de qualidade fisiológica e sanidade das sementes da cultivar Fundacep 53RR, produzidas em sete épocas de semeadura em Cruz Alta, RS.

Época de semeadura

Teste de germinação (%)

Primeira contagem(%)1

Envelhecimento acelerado (%)

Phomopsis spp. (%)

Fusarium spp. (%)

09/10/07 96 AB2 94 AB 94 A 0 B 0 F

24/10/07 96 AB 96 A 89 AB 0 B 2 E

09/11/07 98 A 97 A 93 AB 0 B 1 EF

22/11/07 94 B 93 AB 90 AB 5 A 23 A

07/12/07 96 AB 95 AB 91 AB 4 A 12 B

21/12/07 99 A 97 A 91 AB 0 B 5 D

06/01/08 93 B 91 B 88 B 1 B 10 C

C.V. (%) 1,9 2,1 2,4 31,7 9,0 1Primeira contagem da germinação; 2Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade do erro. Observou-se que a cultivar Fundacep 59RR (Tabela 2) teve sua qualidade fisiológica afetada quando a semeadura foi realizada em 09 de novembro, apresentando menores porcentagens de germinação e vigor, em função da qualidade sanitária das sementes nesta época de semeadura que apresentaram diferença estatística das demais, pois tiveram maior incidência de Phomopsis spp. e Fusarium spp. Segundo DUNLEAVY (1976), as sementes de soja antes da colheita são infectadas por vários tipos de microorganismos, cuja ocorrência tem sido associada a decréscimos na germinação. CARTER & HARTIWIG (1963) afirmam que a maior causa de baixa qualidade em

outubro novembro dezembro janeiro fevereiro março abril maio

0

50

100

150

200

250

0

5

10

15

20

25

30

35

precipitação ocorrida: outubro de 2007 a maio de 2008

precipitação média de 30 anos

temperatura ocorrida: outubro de 2007 a maio de 2008

temperatura média de 30 anos

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sementes está associada com Phomopsis sojae, fato que tem sido confirmado por vários pesquisadores. Tabela 2 - Valores médios percentuais de atributos de qualidade fisiológica e sanidade das sementes da cultivar Fundacep 59RR, produzidas em sete épocas de semeadura em Cruz Alta, RS.

Época de semeadura

Teste de germinação (%)

Primeira contagem(%)1

Envelhecimento acelerado (%)

Phomopsis spp. (%)

Fusarium spp. (%)

09/10/07 98 AB2 96 AB 94 A 0 C 0 D

24/10/07 98 AB 96 AB 92 AB 1 B 1 C

09/11/07 90 B 89 B 87 B 4 A 7 A

22/11/07 96 AB 96 AB 91 AB 1 B 4 B

07/12/07 99 A 99 A 93 AB 0 C 1 C

21/12/07 96 AB 96 AB 92 AB 0 C 0 D

06/01/08 96 AB 96 AB 92 AB 0 C 1 C

C.V. (%) 3,5 3,9 3,1 0 17,7 1Primeira contagem da germinação; 2Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade do erro. Outros fungos como Cercospora kikuchii, Aspergillus spp., Penicillium spp., Macrophomina sp., etc, também foram encontrados na análise sanitária de sementes, das duas cultivares, porém com baixa incidência. Apesar da diferença significativa entre épocas de plantio não se observou prejuízo na qualidade fisiológica e sanitária das sementes, possivelmente devido à baixa favorabilidade do ambiente determinada pela baixa precipitação pluvial. Segundo COSTA (1984) as condições ambientais favoráveis durante a maturação e a colheita da soja são fatores condicionantes da qualidade das sementes.

CONCLUSÕES

As sementes produzidas pelas cultivares, Fundacep 53RR e Fundacep 59RR, não tiveram a qualidade fisiológica e sanitária influenciadas pelas diferentes épocas de semeadura na safra agrícola 2007/2008, na região de Cruz Alta, Rio Grande do Sul.

BIBLIOGRAFIA

BAUDET LABBÉ, L.; POPINIGIS, F.; PESQUE, S.; PEREIRA, L. A. C. Danos mecânicos nas sementes. In: MIYASAKA, C.; MEDINA, H. C. A soja no Brasil. S.I., s.ed. 1981. BRASIL Ministério da Agricultura, do Abastecimento e da Reforma Agraria. Secretaria de defesa Agropecuaria. Regras para Análise de Sementes. Brasilia, D.F., 1992. 365p. CARTER, J.L., HARTWIG, E.E. The mangement of soybeans. In: NORMAN, A.G. The soybean.New York: Academic Press, 1963. p.162-221.

COSTA, A. V. Avaliação da qualidade fisiológica da semente de soja (Glycine Max. (L.) Merrill) com tegumento impermeável, produzida em três localidades do Brasil Central. Viçosa, MG, Universidade Federal de Viçosa, 1984. 146p. Tese de Doutorado. DUNLEAVY, J.M. Pathological factors affecting seed germination In: HILL, L.D. World soybean research. Dauville,

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1976, p.462-469.

FRANÇA NETO, J. B.; HENNING, A. A. Qualidade fisiológica e sanitária de sementes de soja. Londrina: EMBRAPA CNPSo, 1984. 39p. (Circular Técnica, 9). KRZYZANOWSKI, F. C.; VIEIRA, R. D.; NETO, J. De B. F. Vigor de sementes: Conceitos e Testes. Associação Brasileira de Tecnologia de Sementes, Comitê de Vigor de Sementes. Londrina: Abrates, 1999, 218p. PAOLINELLI, G. P.; TANAKA, M. A. S.; RESENDE, A. M. Influência da época de semeadura sobre a qualidade fisiológica e sanitária de sementes de soja. Revista Brasileira de Sementes, Brasília, v.6, n.1, p. 39-50, 1984. PEIXOTO, C. P.; CÂMARA, G.M.G.; MARTINS, M.C.; MARCHIORI, L.F.S.; GUERZONI, R.A.; MATTIAZI, P. Época de semadura e densidade de plantas de soja: I. Componentes da produção e rendimento de grãos. Scentia Agrícola, Piracicaba, v. 57, n.1, p.89-96, 2000. PEREIRA, E.B.C.; PEREIRA, A.V.; FRAGA, A.C. Qualidade de sementes de cultivares precocesde soja produzidas em três épocas. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.35, n.8, 2000. REIS, E. M.; CASA, R. T. Patologia de Sementes de Cereais de Inverno. Passo Fundo: Aldeia Norte, 1998. 88p. REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL. Indicações técnicas para a cultura da soja no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina 2007/2008. Santa Maria: Orium, 2007. SANTOS, C. M. R.; MENEZES, N. L. M.; VILLELA, F. A. Alterações fisiológicas e bioquímicas em sementes de feijão envelhecidas artificialmente. Revista Brasileira de Sementes, v.26, n.1, p.110-119, 2004. SAS – Institute Statistical Analisys System. User´s guide. 4ed. Cary: SAS Institute, 1989. 846p. SILVA, J. S. Relação entre época de semeadura e qualidade de sementes de soja na região de Cruz Alta, Rio Grande do Sul – safra 2006/2007. Lavras, MG, Universidade Federal de Lavras, 2008. 28p. Trabalho de Conclusão de Pós Graduação Lato Sensu.

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

INOCULAÇÃO DE SEMENTES COM Pseudomonas fluorescens E ADUBAÇÃO FOSFATADA EM SOJA

L. Hahn1, J.B. Alves2, A.L. Piton1, R.J. Zeni1, F.R. Mühl1, C. R. Krindges1, N. A. Feldman1, A.

Pisoni1, J. Eidt1 1 FAI Faculdade. Rua Carlos Kummer, 100, Bairro Universitário, Itapiranga- SC.

[email protected] 2 Rizobacter do Brasil. LTDA, Londrina, PR. [email protected]

Resumo: A promoção do crescimento de plantas pode ser obtida mediante a inoculação de rizobactérias como Pseudomonas fluorescens. Estas bactérias podem estimular o crescimento pelo aumento da disponibilidade de fósforo, produção de hormônios de crescimento, biocontrole de patógenos e aumento da nodulação em leguminosas. O experimento foi conduzido em Belmonte-SC, no extremoeste catarinense. Os tratamentos foram combinações de zero e 85 kg de P2O5 com dois produtos experimentais a base de Pseudomonas fluorescens (Rizofos Liq AR e Rizofos Liq BR). A utilização associada da inoculação de sementes com Pseudomonas fluorescens e da adubação fosfatada proporcionou um aumento significativo no número de nódulos por planta. Apesar de não significativa, estes dois fatores também proporcionaram ganhos de produtividade que variaram de 107 a 324 kg.ha-1. Palavras chave: rizobactéria, promoção do crescimento vegetal, Glycine max, nodulação.

INTRODUÇÃO

Cada vez mais a sociedade exige da agricultura a produção de alimentos em quantidades

maiores e de melhor qualidade. Para atender esta exigência, acredita-se que uma importante estratégia consiste na inoculação de bactérias promotoras de crescimento vegetal. De acordo com Oliveira et al. (2003), o crescimento vegetal por estas bactérias pode ser promovido pela combinação de um ou mais dos seguintes mecanismos: produção de fitohormônios, fixação biológica de nitrogênio, controle biológico de patógenos, solubilização de fósforo inorgânico e outros nutrientes, e mineralização de fósforo orgânico.

Dentre estes microrganismos, as bactérias do gênero Pseudomonas têm recebido especial atenção por sua capacidade em promover o crescimento vegetal, especialmente pela sua habilidade em melhorar a nutrição fosfatada das plantas pela solubilização de fontes não disponíveis de fósforo (AFZAL & BANO, 2008). Utilizando a bactéria Pseudomonas fluorescens, Nishijima et al. (1988) e Fuhrmann & Wollum (1989) comprovaram haver um efeito sinergístico desta bactéria com a fixação simbiótica do nitrogênio nas leguminosas. Em soja colhida 40 dias após a semeadura, Souza et al. (2008) verificaram que cinco isolados de Pseudomonas promoveram aumento significativo do desenvolvimento da parte aérea quando comparados com a testemunha, sendo que dois isolados

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aumentaram significativamente a massa de nódulos e um isolado aumentou também o número de nódulos.

A disponibilidade de P é essencial para a fixação biológica do nitrogênio atmosférico. Estudos recentes (Grassano et al., 2002; Rosas et al., 2002) mostram que a co-inoculação de rizóbio com Pseudomonas sp. solubizadoras de P aumenta o rendimento e a eficiência da fixação biológica em leguminosas. Ganhos com a utilização de Pseudomonas fluorescens também foram obtidos por Alves et al. (2008) e Santos et al. (2008) pela inoculação em milho. O objetivo deste trabalho foi avaliar em soja a eficiência de dois produtos a base de Pseudomonas fluorescens combinado ou não com adubação fosfatada.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi implantado no município de Belmonte, localizado no extremo-oeste de Santa Catarina na safra 2008/2009 em solo classificado como Cambissolo eutrófico com 50% de argila; pH em água 5,6; 4,4 mg.dm-3 de P; 144 mg.dm-3 de K; 1,5% de MO; 0,0 cmolc.dm-3 de Al; 8,8 cmolc.dm-3 de Ca e 1,4 cmolc.dm-3 de Mg. O clima da região é classificado, conforme Köppen, como subtropical úmido. A área do experimento estava sob cultivo de aveia branca no período hibernal. Vinte dias antes da implantação dessecou-se a área com glyphosate, quando as plantas estavam no estádio de início de formação de grãos. A cultivar de soja utilizada foi CD 226 RR de ciclo precoce, com uma densidade de semeadura de 19 sementes por metro linear. Os tratamentos foram baseados na inoculação ou não das sementes com dois inoculantes experimentais à base de Pseudomonas fluorescens, em dois níveis de adubação fosfatada, zero e 85 kg de P2O5 por hectare na forma de superfosfato simples. A quantidade de 85 kg de P2O5 por hectare foi definida de acordo com COMISSÃO... (2004), com base na análise de solo. Tabela 1. Descrição dos tratamentos para promoção de nodulação e crescimento de plantas de soja.

Tratamento Adubação fosfatada

(kg de P2O5.ha-1) Rizofos Liq AR

(mL.50kg-1) Rizofos Liq BR

(mL.50kg-1) T1 - - - T2 85 kg - - T3 - 140 mL - T4 85 kg 140 mL - T5 - - 140 mL T6 85 kg - 140 mL

O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados com 4 repetições. Cada parcela foi constituída por 2,15 x 6,0 m, com cinco linhas de soja, espaçadas 0,43 m entre si. A inoculação foi realizada no momento da semeadura, aplicando-se 140 mL da mistura Rizofos Liq + Premax R em 50 kg de semente de soja. O inoculante Rizofos Liq é um produto líquido formulado com uma estirpe de Pseudomonas fluorescens na concentração de 1x109 células.mL-1. O produto possui registro para comercialização no país de origem (Argentina) e foi importado seguindo normas no Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA). Todas as sementes foram inoculadas com o inoculante comercial Rizo-Forte, contendo as estirpes SEMIA 5079 e SEMIA 5080 de Bradyrhizobium japonicum. Foi avaliado no início do florescimento o número de nódulos e a matéria seca da parte aérea (MSPA) e de raízes (MSR), além do teor de nitrogênio do tecido foliar. Na colheita foi avaliada a altura de plantas, número de vagens por planta, rendimento de grãos e o teor de nitrogênio dos grãos (TEDESCO, 1995). Os dados foram submetidos a análise de variância e as médias ao teste de separação de médias (Tukey) ao nível de 5% de probabilidade.

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

Nas avaliações realizadas no início do florescimento, foram encontradas diferenças

significativas somente no número de nódulos por planta, sendo que o tratamento sem inoculação e sem adubação fosfatada foi o que apresentou a menor nodulação (Tabela 2). Um maior número de nódulos por planta nos demais tratamentos pode ser explicado pelo maior teor matéria seca de raízes destes tratamentos, apesar de não ter sido significativa esta diferença. Tabela 2. Avaliação de soja com adubação fosfatada (T2, T4 e T6) e inoculação com dois produtos comerciais com Pseudomonas fluorescens (T3, T4, T5 e T6). Trata-mentos

Nódulos por

planta

MSPA (g/planta)

MSR (g/planta)

Altura de plantas (cm)

Vagens/planta

N folha (%)

N grão (%)

Rendimen-to de grãos (kg.ha-1)

T1 39,7 a 170,7 ns 34,85 ns 94,88 ns 46,3 ns 4,6 ns 5,4 ns 2.689 ns T2 95,45 b 200,23 47,3 102,10 51,61 4,63 5,67 2.906 T3 91,73 b 164,68 44,28 98,25 48,6 4,83 5,06 2.888 T4 97,93 b 191,13 40,28 100,40 54,02 4,23 5,36 3.013 T5 77,75 b 210,95 45,1 98,83 48,6 5,16 5,21 2.894 T6 100,7 b 208,25 47,2 98,25 57,8 4,33 5,42 2.796

CV(%) 19,14 20,88 14,28 6,92 15 12,7 8,1 9,35 ns – não significativo. Médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente pelo teste Tukey (5%).

A utilização, em associação, da inoculação de sementes com Pseudomonas fluorescens e da

adubação fosfatada, apresentou uma tendência de aumento de produtividade de grãos de soja, embora sem diferenças estatísticas na mesma.

Embora sem diferença significativa, a maior média de produtividade foi verificada no tratamento que combinou a adubação fosfatada com a inoculação de Rizofos Liq AR (T4), com incremento relativo de 324 kg.ha-1 em comparação ao tratamento testemunha (T1). A inoculação de sementes de soja com Pseudomonas fluorescens proporcionou um incremento de produtividade de grãos, ainda que não significativo, que variou de 199 a 205 kg.ha-1 nos tratamentos que não receberam adubação fosfatada, T3 e T5 respectivamente. Esses resultados demonstram que a inoculação de sementes de soja com Pseudomonas fluorescens é uma prática bastante promissora tanto do ponto de vista econômico como ambiental, pois pode possibilitar tanto o incremento na produtividade como até mesmo uma redução nos níveis de adubação fosfatada, o que com certeza impactaria em uma redução de custos para o agricultor e um menor risco de contaminação do ambiente com o fósforo.

CONCLUSÕES A utilização de inoculantes experimentais com Pseudomonas fluorescens e a adubação fosfatada aumentou significativamente o número de nódulos por planta. Apesar de não significativa, estes dois fatores também proporcionaram ganhos de produtividade que variaram de 107 a 324 kg.ha-1.

BIBLIOGRAFIA

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

PRODUTIVIDADE DE SOJA EM FUNÇÃO DA UTILIZAÇAO DE DIFERENTES FUNGICIDAS COM BAIXO VOLUME OLEOSO (BVO)

A. Arrué1, M.S. Stefanelo1, B.G. Sari1, G.R. Augusti1, J. Rodrigues1 e I.F.D da Costa1. 1 Universidade Federal de Santa Maria, Av. Roraima, no 1000, Santa Maria, RS, Brasil.

E-mail: [email protected]

Resumo: Com objetivo de avaliar a eficiência de controle de fungicidas de diferentes grupos qúimicos em diferentes vazões, foi instalado um experimento na safra agrícola de 2008/09 no município de Espumoso-RS, com os seguintes tratamentos fungicidas em volumes de 25 e 35 L.ha-1: epoxiconazol + piraclostrobina na dose de 25 + 66,5 g.ha-1 (Opera), epoxiconazol na dose de 93,75 g.ha-1(Opus) e piraclostrobina na dose de 75 g.ha-1 (Comet). Em todos tratamentos juntamente com os fungicidas foi adicionado o óleo vegetal (Agro’leo) na dose de 594,66 g.ha-1. Avaliações de severidade de oídio e ferrugem da soja foram feitos em diferentes momentos para o cálculo da área abaixo da curva de progresso da doença. Os resultados mostraram que os fungicidas foram eficientes na redução da doença e aumento da produtividade em relação à testemunha, sem diferenças marcantes entre fungicidas e volume, com destaque para a mistura epoxiconazol + piraclostrobina em volume de 35 L.ha-1. Palavras chave: Atomizadores de discos, AACPD, Ferrugem, Oídio

INTRODUÇÃO

No Brasil, devido à rápida expansão da soja (Glycine Max), aliado à falta de cuidado de

alguns produtores, permitiu-se que a maioria dos patógenos se disseminasse por meio de sementes contaminadas em áreas onde as doenças não foram devidamente controladas nas regiões produtoras (EMBRAPA, 1997). A ferrugem da soja é uma doença favorecida por temperaturas amenas, umidade relativa do ar acima de 75% e molhamento foliar por períodos prolongados (JULIATTI & POLIZEL, 2004). O período crítico da doença tem se mostrado na fase reprodutiva da cultura, a partir do florescimento, porém, pode ocorrer já nos primeiros estádios de desenvolvimento vegetativo (FURLAN, 2005).

A respeito do oídio da soja, causado por Microsphaera diffusa, embora antes considerado de pouca importância, vem aumentando em importância nas principais regiões produtoras (YORINORI, 1997). A infecção da soja por oídio é favorecida por temperaturas em torno de 20 ºC, alta umidade relativa do ar (50-90%), além de baixa incidência e intensidade de precipitação pluvial. Algumas vezes, nos casos de severidade elevada, é possível ocorrer redução significativa no rendimento da soja devido à redução da área fotossinteticamente ativa, conforme demonstrado por BLUM et al. (2002).

Atualmente, um dos fatores que acarreta o aumento do custo de produção da cultura da soja é, sem dúvida, a aplicação de produtos fitossanitários, cuja eficiência é variável. Os fungicidas

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existentes no mercado atual, para o combate das principais doenças, apresentam translocação acropetal, ou seja, da base para o topo de cada folha, com a mínima chance de movimentação no sentido contrário e sem a possibilidade de translocação de uma folha para outra (ANTUNIASSI, 2005). Por isso todas as partes da planta devem ser atingidas pela pulverização, sendo primordial que os terços médios e inferiores das plantas sejam atingidos, quando se busca o controle de doenças foliares (SCHRÖDER, 2007).

O uso de bicos rotativos tem despertado o interesse como tecnologia de aplicação alternativa no controle da ferrugem asiática da soja, por utilizar caldas oleosas, volumes de pulverização menores e, consequentemente, maior desempenho operacional com pulverizadores de barra. Diante disso, o presente trabalho teve como objetivo testar o efeito das aplicações de fungicidas com diferentes bicos rotativos através de aplicações com Baixo Volume Oleoso (BVO) em duas vazões, no controle de doenças da soja.

MATERIAL E MÉTODOS

O presente experimento foi conduzido em lavoura comercial no município de Espumoso–RS na safra agricola de 2008/09. A cultivar utilizada foi a Nidera 6001, no sistema de plantio direto e as práticas culturais foram realizadas conforme as indicações para a cultura (REUNIÃO..., 2007). Foram utilizados três fungicidas, um triazol, uma estrobilurina e uma mistura, e duas vazões de BVO. Os tratamentos foram epoxiconazol + piraclostrobina na dose de 25 + 66,5 g.ha-1 (Opera), epoxiconazol na dose de 93,75 g.ha-1(Opus) e piraclostrobina na dose de 75 g.ha-1 (Comet). Além disso, em todos os tratamentos, juntamente com os fungicidas, foi utilizado o óleo vegetal com ésteres de ácidos graxos a 594,66 g.ha-1 (Agro’leo), conforme recomendado para aplicações com BVO. As aplicações foram realizadas em R.2 e R5.2, com atomizadores rotativos de discos tratorizado espaçados em 1,40 m cada nas vazões de 25 e 35 L.ha-1, totalizando sete tratamentos com a testemunha sem aplicação.

As severidades de ferrugem e oídio foram avaliadas a partir dos primeiros sintomas através de estimativa visual, sendo realizada nos três terços da cultura e com base nos dados de severidade da doença, calculou-se a área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD). Para produtividade, foram colhidos quatro metros quadrados dentro da área útil de cada parcela e trilhados em trilhadeira estacionária. Posteriormente, os grãos foram pesados e tiveram sua umidade corrigida para 13%. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e ao teste de comparação de médias de Tukey a 5% de probabilidade do erro.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para controle de oidio, os fungicidas utilizados foram influenciados pelo volume de calda utilizado, sendo que a vazão de 35 L.ha-1 se mostrou mais eficiente no controle da doenças nos dois terços inferiores da cultura e os tratamentos que continham triazois também apresentaram um controle mais eficaz. Tabela 1: Àrea abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) em diferentes porções do dossel Espumoso, RS.

Tratamentos

Superior

Oídio Médio

Inferior

Superior

Ferrugem Médio

Inferior

Opera BVO 35 Opera BVO 25 Opus BVO 35 Opus BVO 25 Comet BVO 35 Comet BVO 25 Testemunha

23,9b 199,3a 71,4ab 23,2b 155,0a 108,5a 103,0a

132,4c 180,0bc 95,5c 287,3b 240,1b 283,8b 686,7a

530,8b 744,6ab 593,4b 849,0a 738,5ab 949,0a 987,8a

27,4b 29,9b 49,4ab 52,1ab 42,1ab 53,4ab 220,0a

20,0b 29,0b 49,1b 71,5b 63,7b 89,2b 773,1a

76,6b 93,5b 439,7ab 451,6ab 306,3ab 384,4ab 968,1a

*Médias seguidas da mesma letra não diferem significativamente a Tukey 5%

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Os resultados ratificam estudos anteriores que mostram que a utilização de fungicidas na

cultura da soja possibilita um incremento de produtividade significativo, principalmente aqueles com formulação composta por mistura de um triazol e uma estrubilurina tem sido testado em campo para o controle de ferrugem em soja, com resultados altamente satisfatórios para o controle da doença (NETO et al. 2007). Embora a produtividade tenha sido influenciada pela severidade das doenças na cultura, não se observou diferença significativa entre os tratamentos, exceto para o tratamento com piraclostrobina, no menor volume, que não se diferenciou da testemunha. Os maiores valores (1921 kg/ha), no entanto, foram observados no tratamento com epoxiconazol + piraclostrobina nas doses testadas (Opera) com uma vazão de 35 L.ha-1,, o que representa um aumento de 61,4% quando comparado com o rendimento de grãos da testemunha.

Figura 1. Produtividade de soja sob influência de diferentes tratamentos fungicidas e volume de aplicação. *Médias seguidas da mesma letra não diferem significativamente a Tukey 5%.

CONCLUSÕES Aplicação de fungicidas da classe dos triazóis, estrobilurinas ou a mistura de ambos, sob baixo volume oleoso, proporcionam uma redução da intensidade de oídio e ferrugem da soja e aumento da produtividade em relação à testemunha, com destaque para a mistura epoxiconazole + piraclostrobina.

BIBLIOGRAFIA ANTUNIASSI, U. R. Tecnologia de aplicação para o controle da ferrugem da soja. In: WORKSHOP BRASILEIRO SOBRE A FERRUGEM ASIÁTICA, 1., 2005, Uberlândia. Coletânea… Uberlândia: EDUFU, 2005. p. 193-219. BLUM, L. E. B.; REIS, E. F.; PRADE, A. G.; TAVELA, V. J. Fungicidas e misturas de fungicidas no controle do oídio da soja.Fitopatologia Brasileira, v. 27, n. 2, p. 316-318, 2002. EMBRAPA. Recomendações técnicas para a cultura da soja no Paraná 1997/98. Londrina: Embrapa-CNPSo, 1997. (Embrapa-CNPSo. Documento, 105).

ab

bc ab ab

ab a

c

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FURLAN, S. H. Impacto da ferrugem asiatica da soja no Brasil. Summa Phytopathologica, Botucatu, v. 31, n. 1, p. 119 – 120, 2005. JULIATTI, F.C.; POLIZEL, A.C. Manejo integrado de doenças na cultura da soja. UFU. Uberlândia, 2004. NETO, D.D. et al. Controle químico da ferrugem asiática na cultura da soja em condições de campo. Revista da FZVA. Uruguaiana, v.14, n.1, p. 69-80. 2007 REUNIAO DE PESQUISA DA SOJA DA REGIAO SUL (34.: 2007: Santa Maria) Indicações técnicas para a cultura da soja nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.C Santa Maria, UFSM, 2007. SCHRODER, E. P. Publicações Técnicas. Schröder Consultoria. Disponível em: <http://www.eugenioschroder.cjb.net/>. Acesso em: 24.maio.2007. YORINORI, J.T. Soja (Glycine max (L.) Merril) - controle de doenças. In: Ribeiro do Vale, F.X. & Zambolim, L. (Eds.) Controle de doenças de plantas. V. 2. Viçosa, UFV/MAA, 1997. Cap. 21, pp.953-1023. YORINORI, J.T.; Situação atual da ferrugem asiática da soja no Brasil e na América do Sul. Embrapa Soja, 2004 32 p.

Summary: Soybean productivity in relation to the use of different fungicides with low oil volume (BVO) In order to test the use of rotating discs atomisers tratorizados at different flow rates and with fungicides of different chemical groups, an experiment was installed in the 2008/09 agricultural season in the city of foam-RS, with the following treatments: epoxiconazole + pyraclostrobin at a dose of 25 + 66.5 g.ha-1 (Opera), epoxiconazole at a dose of 93.75 g.ha-1 (Opus) and pyraclostrobin at a dose of 75 g.ha-1 (Comet), also in all treatments with the fungicide was used vegetable oil (Agro'leo) at a dose of 594,66 g.ha-1. The flow rates used were 25 and 35 L.ha-1 and the data of severity AACPD was calculated for both of the Asian rust and powdery mildew, and yield of the crop. The results showed that, provided that adequate flow in the for BVO can be used for application of fungicides in the soybean crop. Keywords: atomisers of records, AACPD, rust, powdery mildew

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

EFEITO DE ADJUVANTES ADICIONADOS AO FUNGICIDA PIRACLOSTROBINA + EPOXICONAZOL PARA CONTROLE DA FERRUGEM DA SOJA

M.S. Stefanelo1, A. Arrué1, M.P. Pes1, G.R. Augusti1, C. Coradini1 e I.F.D da Costa1. 1Universidade Federal de Santa Maria, Av. Roraima, no 1000, Santa Maria, RS, Brasil. E-mail:

[email protected]

Resumo: Com o objetivo de avaliar o efeito de adjuvantes como potencializadores do efeito de fungicida aplicado à soja (Glycine max L.) foi conduzido um experimento na safra agrícola 2008/09. Foram testados 10 diferentes adjuvantes adicionados à calda do fungicida piraclostrobina + epoxiconazol, com uma testemunha sem aplicação e uma aplicação sem adjuvante, totalizando 12 tratamentos. A cultivar utilizada foi Coodetec 226 RR. O delineamento utilizado foi o de blocos ao acaso com quatro repetições. Pode-se observar um bom efeito na adição de dois óleos vegetais (Aureo e Agr’oleo), que resultaram em maior produtividade da cultura, embora não significativa estatisticamente. Quanto ao controle de ferrugem e desfolha precoce todos os óleos apresentaram comportamentos muito semelhantes, não resultando em controle de ferrugem tão mais eficiente que o fungicida sem adjuvante. Palavras chave: Soja, eficiência, potencializador e produtividade.

INTRODUÇÃO

O Brasil é o segundo produtor mundial de soja. Na safra 2008/09, embora tenha decrescido a

área, produção e produtividade, ainda assim a cultura ocupou uma área de 21,710 milhões de hectares, o que totalizou uma produção de 57,195 milhões de toneladas, obtendo uma produtividade média de 2 635 kg.ha-1 (IBGE, 2009). Esta oleaginosa tem uma importante participação nas exportações brasileiras sendo que em 2008 o total exportado do complexo soja foi de 39,106 milhões de toneladas, com um resultado comercial de US$ 17.986 bilhões (ABIOVE, 2009).

Perdas pela ferrugem asiática na safra 2005/2006 foram estimadas em aproximadamente 1,75 bilhões de dólares (EMBRAPA, 2007). Segundo MILES et al. (2007) a rápida disseminação de Phakopsora pachyrhizi e seu potencial para reduzir o rendimento, faz da ferrugem a doença foliar mais destrutiva da cultura da soja.

O principal método para o controle da ferrugem é o químico com aplicações de fungicidas, cuja eficiência depende de vários fatores como uma cobertura uniforme da epiderme das folhas. Nesse sentido, o espalhamento das gotas tem grande importância e pode ser maximizado pela adição de componentes tensoativos à calda que reduzem a tensão superficial da gota diminuem o ângulo de contado com a superfície foliar (KISSMANN, 1998). Os vários adjuvantes presentes no mercado podem trazer beneficios aos sojicultores, porém é uma prática que exige bastante cuidado e conhecimento, principalmente quanto a problemas de fitotoxidade.

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O presente trabalho objetivou avaliar o quanto o uso de adjuvantes de diferente natureza poderia trazer de benefício à cultura da soja quanto ao controle de ferrugem asiática e incremento de produtividade.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido no município de Santa Maria-RS, sendo a semeadura realizada em 31 de dezembro de 2008, utilizando a cultivar Coodetec 226 RR, e adubação de 350 Kg.ha-1 de NPK (0-12-28) e as demais práticas culturais foram realizadas conforme as recomendações para a cultura.

As aplicações dos tratamentos (descritos na tabela1) foram realizadas com pulverizador costal, propelido à CO2, utilizando bicos tipo leque XR 11002 e o volume de calda utilizado foi de 200 L.ha-1. As aplicações foram feitas no estádio R1 e R5.2. A severidade da ferrugem foi avaliada através de estimativa visual, sendo realizada nos três terços da cultura.

Tabela 1. Descrição dos tratamentos de adjuvantes adicionados à calda do fungicida (F) Piraclostrobina (66,5 g.ha-1) + epoxiconazole (25 g.ha-1) . Santa Maria-RS.

Ingrediente ativo

Dose de adjuvante em

g.ha-1

Nome comercial do

adjuvante T1 F + Óleo mineral parafínico 428 Nimbus T2 F + Hidrocarbonetos alifáticos 756 Assist T3 F + Éster metílico de óleo de soja 360 Aureo T4 F + Fosfatidilcoline e ácido propiônico 712 LI-700 T5 F + Ésteres de ácidos graxos 594 Agro'leo T6 F + Ésteres de ácidos graxos 930 Veget'oil T7 F + Copolímero de poliéster e silicone 200 Silwet T8 F + Copolímero poliéter-polimetil siloxano 200 Brek Trhu T9 F + Nitrogênio 10 NP-10 T10 F + Nitrogênio 22 XT-plus T11 F - - T12 Testemunha - - Os dados de avaliação da severidade no tempo foram usados para construir a curva de área

abaixo da curva de progresso da doença (AACPD), sendo que foi feita uma média das avaliações para que fosse obtido apenas um valor. A avaliação de desfolha foi feita a partir de análise visual da proporção de folhas caídas devido à presença da doença, sendo que quando também começou ocorrer desfolha natural, devido a senescência, os dados não foram analisados. Os grãos colhidos foram pesados, tiveram sua umidade corrigida para 13,00 % e então estimou-se a produtividade. A análise dos dados foi feita pela análise de variação e teste de comparação múltipla de Duncan (p≤0,05).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A severidade da doença, representada pela área abaixo da curva demonstra que a ferrugem não teve as condições ideais ao seu desenvolvimento, já que em anos passados, na mesma região, severidades muito maiores foram encontradas. Tal fato pode ter ocorrido porque no início do ciclo da cultura houve um período de déficit hídrico, o que atrasou o aparecimento da doença, e também reduziu suas severidades finais.

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O estabelecimento da doença foi no final do ciclo, o que pode ter contribuido para que a diferença de produtividade dos tratamentos não tenha sido significativa em relação à testemunha, exceto para os tratamentos com Áureo e Agro’leo.

A nível de experimentação podemos observar que os tratamentos não apresentaram diferenças estatísticas significativas, excetuando-se os óleos nitrogenados e Assist que apresentaram menores niveis de produtividades, além da testemunha que apresentou a menor produtividade. Quanto a avaliação de AACPD podemos perceber que as severidades encontradas na testemunha foram superiores, já entre os tratamentos fungicidas não houveram diferenças significativas relativas ao controle de ferrugem. A maior severidade da doença na testemunha não resultou em grande decréscimo de produtividade porque os primeiros sintomas da doença apareceram tardiamente, já no estágio R5.1. Todas as análises de desfolha também não apresentaram diferenças significativas, somente na última avaliação que ocorreu já no estádio R7.1, em que as folhas já se apresentavam em estado de senescência.

Vale salientar que as diferenças de produtividade não foram significativas estatisticamente, mas a nível de produtor são bastante importantes, sendo que a diferença entre o melhor tratamento e a testemunha foi de 710 Kg. Tabela 2. Avaliações de produtividade desfolha, e valor de AACPD. Santa Maria-RS. *Médias seguidas pela mesma letra dentro da coluna não diferem estatisticamente ao teste de Duncan a 5% de probabilidade do erro. TI = Terço inferior, TM = Terço médio e TS = Terço superior.

CONCLUSÕES

Aplicações de adjuvantes juntamente com fungicidas, não trazem aumentos de produtividade significativos, porém a nível de produtor é uma prática que pode trazer retorno econômico. O uso de óleos vegetais é o mais promissor dentre os testados para maximizar os efeitos do fungicida.

BIBLIOGRAFIA

Produtividade Desfolha AACPD Trat (Kg.ha¹) 19/mar 27/mar 5/abr média

T1 2272,25 abc 4,38 a 10,5 b 27,5 bc 16,17 b

T2 1995,25 c 4,25 a 10,5 b 21 cd 21,28 b

T3 2525,25 ab 5,38 a 11 b 23 cd 15,71 b

T4 2137 abc 4,63 a 9 b 21,25 cd 20,4 b

T5 2548,75 a 4 a 10 b 23,25 cd 20,78 b

T6 2096,25 abc 5 a 9,5 b 31,25 b 19,67 b

T7 2148,75 abc 5 a 9,5 b 23,5 cd 14,61 b

T8 2220,5 abc 4,25 a 10 b 20,5 d 17,13 b

T9 2033,25 bc 5,13 a 9,5 b 27 bcd 15,16 b

T10 2026,75 bc 5 a 10 b 26,75 bcd 16,1 b

T11 2247,5 abc 5,13 a 9,25 b 26,75 bcd 21,38 b

T12 1838,75 c 4,75 a 16,75 a 42 a 819,03 a

CV 13,79 13,48 19,56 15,08 13,67

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ABIOVE, 2009. Acessado em 27 de junho de 2009. Disponivel em: - http://www.abiove.com.br/exporta_br.html. EMBRAPA Impacto econômico da ocorrência da ferrugem asiática na soja. Sistema de alerta, Embrapa Soja. Disponível em: <http://www.cnpso.embrapa.br/alerta/ver_alerta.php?cod_pagina_sa=142> Acessado em: junho/2007. FEHR, W.R.; CAVINESS, C.E. Stages of soybean development. Ames: lowa State University of Science and Technology, 1977. 11p. IBGE, 2009. Tabelas. Acessado em 28 de junho de 2009. Disponivel em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/agropecuaria/lspa/lspa_200905_4.shtm. KISSMANN, K. G. Adjuvantes para caldas de produtos fitossanitários. In: GUEDES, J. MILES, M. R. et al. International fungicide efficacy trials for the management of soybean rust. Plant Disease. v.91, p.1450-1458, 2007.

Summary: Effect of adjuvant added to pyraclostrobin + epoxiconazol for the control of soybean rust. In order to evaluate the effect of adjuvants as enhanced of fungicide an experiment was conducted in the 2008/09 growing season, with 10 different adjuvants with fungicide, fungicide only and a witness without fungicide application, totaling 12 treatments. The cultivar used was Coodetec RR 226 and the fungicide used was pyraclostrobin + epoxiconazole. The design was randomized blocks with four replications. There could be observed a slightly higher efficiency of vegetable oils, which have increased productivity. Although not statistically significant. As for the control of rust and early defoliation all oils showed very similar, resulting in no control of rust so that the most effective fungicide without adjuvant. Key words: Soybean, efficiency, enhanced and productivity.

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

EFEITOS DE DIFERENTES FUNGICIDAS NO CONTROLE DA FERRUGEM ASIÁTICA (Phakopsora Pachyrhizi) E NA PRODUTIVIDADE DA SOJA

G.R. Augusti1, M.S. Stefanelo1, C. Coradini1, A. Arrué1 e C.P. Batista1 I.F.D. da Costa1 1Universidade Federal de Santa Maria, Av. Roraima, no 1000, Santa Maria, RS, Brasil. E-

mail:[email protected]

Resumo: Com o objetivo de avaliar o efeito de fungicidas no controle da ferrugem asiática da soja, causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, e na produtividade da soja (Glycine max L.), foi conduzido um experimento na safra agrícola 2008/09. Utilizou-se a cultivar Coodetec 226 RR e o delineamento blocos ao acaso com quatro repetições e sete tratamentos, sendo seis fungicidas, associados ou não a adjuvantes, e uma testemunha. Embora sob condições ambientais desfavoráveis ao progresso da doença, que evoluiu de forma severa no final do ciclo da cultura, os tratamentos trifloxistrobina + tebuconazol a 40+80 g.ha-1 (Nativo), acrescido do adjuvante éster metílico de óleo de soja a 0,25% v/v (Aureo), e protioconazol a 75 g.ha-1 (Proline) se mostraram superiores aos demais quanto à produtividade. O tratamento trifloxistrobina + protioconazol a 60+70 g.ha-1 (Fox), acrescido do adjuvante éster metílico de óleo de soja a 0,25% v/v (Aureo), apresentou significativa redução da desfolha em relação aos outros tratamentos, porém sem aumentar a produtividade. Já trifloxistrobina + protioconazol a 60+70 g.ha-1 (Fox), acrescido de Aureo, e azoxistrobina + ciproconazol a 60+24 g.ha-1 (Priori Xtra), com o óleo mineral parafínico a 0,3% v/v (Nimbus), apresentaram maior redução na intensidade da doença. Palavras chave: Glycine max, doença, desfolha, adjuvantes.

INTRODUÇÃO A cultura da soja (Glycine Max L.) representa um dos principais elementos da economia do

Brasil, no entanto sua produção é limitada em parte pelas doenças. Atualmente, a ferrugem asiática, cujo agente etiológico é Phakopsora pachyrhizi, é a doença mais importante para a cultura da soja no Brasil, quando foi relatada pela primeira vez no final da safra de 2000/01.

Os primeiros sintomas dessa doença se manifestam com o aparecimento de pontos escuros nas folhas, seguido do desfolhamento da planta que reduz a produção das vagens e do número de grãos (Yang et al. 1991). A principal estratégia de manejo é o uso de fungicidas, uma vez que variedades resistentes ainda não foram desenvolvidas (Yorinori, 2002). O controle quimico é feito basicamente com fungicidas sistêmicos dos grupos triazóis e estrobilurinas, porém o uso contínuo de fungicidas com modo de ação específico pode favorecer a seleção de populações resistentes do patógeno (Kimati, 1995).

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Desse modo, objetivou-se com esse trabalho, avaliar o efeito de fungicidas com diferentes mecanismos de ação, associados à adjuvantes, no controle da ferrugem asiática e na produtividade da soja, de forma a subsidiar programas no controle da doença.

MATERIAL E MÉTODOS

O presente experimento foi conduzido no município de Santa Maria-RS, na área experimental do Departamento de Defesa Fitossanitária da Universidade Federal de Santa Maria. A cultivar utilizada foi a Coodetec 226 RR, semeada no dia 31 de dezembro de 2008, constando como adubação 350 Kg.ha-1 de NPK (0-12-28).

Os tratamentos consistiram de: (T1) testemunha; (T2) piraclostrobina + epoxiconazol a 66,5+25 g.ha-1 (Opera); (T3) azoxistrobina + ciproconazol a 60+24 g.ha-1 (Priori Xtra), sendo a este adicionado óleo mineral parafínico a 0,3% v/v (Nimbus); (T4) protioconazol a 75 g.ha-1 (Proline); (T5) trifloxistrobina + ciproconazol a 56,25+24 g.ha-1 (Sphere Max), acrescido do adjuvante éster metílico de óleo de soja a 0,25% v/v (Aureo); (T6) trifloxistrobina + protioconazol a 60+70 g.ha-1 (Fox) com a adição de éster metílico de óleo de soja a 0,25% v/v (Aureo); e (T7) trifloxistrobina + tebuconazol a 40+80 g.ha-1 (Nativo), no qual também foi adicionado éster metílico de óleo de soja a 0,25% v/v (Aureo).

Foram realizadas duas aplicações, respectivamente nos estádios fenológicos R1 e R5.1, sendo estas com pulverizador costal, propelido à CO2, com barra de aplicação de quatro bicos tipo leque XR 11002 (jato plano de uso ampliado TeeJet®) espaçadas em 50cm e com volume de calda de 200 L.ha-1.

A partir do aparecimento dos primeiros sintomas de ferrugem, a avaliação da severidade da doença foi feita visualmente em diferentes intervalos de tempo, para cada terço do dossel, cujos dados foram usados para calcular a área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD). A desfolha foi estimada pela porcentagem de folhas do dossel que cairam precocemente como resultado do progresso da doença.

A colheita foi realizada manualmente e os grãos foram trilhados em trilhadeira estacionária, pesados, tendo os pesos corrigidos para umidade de 13%. Para análise dos dados foi utilizada análise de variação e comparação múltipla de médias pelo teste de Duncan (p≤0,05).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados mostraram que os tratamentos com protioconazol (T4) e a mistura trifloxistrobina e tebuconazol (T7) proporcionaram maiores valores de produtividade, porém não diferindo significativamente dos demais tratamentos, exceto a testemunha. Embora o tratamento T6 proporcionou menor desfolha, nas duas avaliações, essa não resultou em superioridade de produção em relação à testemunha, mesmo sendo composto pela mistura trifloxistrobina + protioconazol, respectivamente a estrobilurina e o triazol que compõe os tratamentos T7 e T4, ou seja, os que apresentaram maior rendimento.

Em relação a AACPD, todos os tratamentos fungicidas diferiram estatisticamente da testemunha, mas foram similares entre eles, nos terços inferior e médio das plantas. Isso pode ter ocorrido devido a cobertura desuniforme dessas partes do dossel vegetativo. Já no terço superior das plantas, os tratamentos T6 e T3 foram os que apresentaram menores valores de intensidade de doença, embora não diferindo da testemunha quanto à produtividade.

Tabela 1: Avaliações de AACPD e desfolha, Santa Maria, RS.

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*Médias seguidas pela mesma letra dentro da coluna não diferem estatisticamente ao teste de Duncan a 5% de probabilidade do erro: T1 = testemunha; T2 = piraclostrobina + epoxiconazol (Opera); T3 = azoxistrobina + ciproconazol (Priori Xtra); T4 = protioconazol (Proline); T5 = trifloxistrobina + ciproconazol (Sphere Max); T6 = trifloxistrobina + protioconazol (Fox); T7 = trifloxistrobina + tebuconazol (Nativo); TI = terço inferior; TM = terço médio; TS = terço superior. CV = coeficiente de variação.

Figura 1: Produtividade da soja (Kg.ha-1).

CONCLUSÕES O uso de um triazol (protioconazol) e da mistura de estrobilurina + triazol (trifloxistrobina + tebuconazol) permitiu obter maior produtividade da cultura da soja em relação à testemunha nas condições em que foram realizadas o experimento.

BIBLIOGRAFIA

AACPD Desfolha (%)

TI TM TS 28/mar 8/abr T1 1360,90 a 865,57 a 714,75 a 5,5 a 30 ab T2 426,47 b 38,13 b 22,21 bc 5,25 ab 22,75 bc T3 408,78 b 30,21 b 11,17 c 4,75 ab 22 bc T4 420,17 b 51,9 b 30,00 b 5,25 ab 20,75 bc T5 410,92 b 33,12 b 20,66 bc 4,5 ab 19,25 bc T6 405,73 b 27,57 b 13,71 c 4,25 b 18,5 c T7 411,73 b 36,22 b 30,23 b 5,62 a 38,75 a CV 2,02 13,49 13,35 7,14 12,89

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KIMATI, H. Controle químico. In: Bergamin Filho, A., Kimati, H. & Amorim, L. (Ed.) Manual de Fitopatologia: Princípios e Conceitos. vol.1. 3 ed. São Paulo, Editora Agronômica Ceres. 1995. pp.761-785. YANG, X.B., TSCHANZ, A.T., DOWLER, W.M. & WANG, T.C. Development of yield loss models in relation to reductions of components of soybeans infected with Phakopsora pachyrhizi. Phytopathology 81:1420-1426. 1991. YORINORI, J. T. Situação atual das doenças potenciais no Cone Sul. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE SOJA E MERCOSOJA, 2., 2002, Foz do Iguaçu. Anais Foz do Iguaçu: [s.n.], 2002. p. 171-186.

Summary: Effects of different fungicides on control of Asian rust (phakopsora

pachyrhizi) and on soybean yield. In order to evaluate the effect of fungicides to control Asian soybean rust caused by the fungus Phakopsora pachyrhizi, and to prevent yield loss in soybean (Glycine max L.), an experiment was conducted in 2008/09 growing season. It was used to cultivate Coodetec 226 RR and a randomized block design with four replications and seven treatments, whit six fungicides, or not associated with adjuvants, and a witness. While under environmental conditions unfavorable to the progress of the disease, that has evolved in the severe end of the cycle, the treatments trifloxystrobin + tebuconazole at 40+80 g.ha-1 (Nativo), plus the adjuvant methyl ester of soybean oil at 0,25% v/v (Aureo) and prothioconazole at 75 g.ha-1 (Proline) were higher than the others on the productivity. Treatment prothioconazole + trifloxystrobin at 60+70 g.ha-1 (Fox), plus the adjuvant methyl ester of soybean oil at 0.25% v/v (Aureo) showed significant reduction in defoliation in relation to other treatments, but without increasing productivity. Already trifloxystrobin + prothioconazole at 60+70 g.ha-1 (Fox), plus Aureo and azoxystrobin + cyproconazole at 60+24 g.ha-1 (Priori Xtra) with paraffinic mineral oil at 0.3% v/v (Nimbus), showed greater reduction in the intensity of the disease. Keywords: Glycine max, disease, defoliation, adjuvants.

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DESENVOLVIMENTO DE MECANISMO PARA AUXILIAR A DEPOSIÇÃO DE GOTAS NO INTERIOR DO DOSSEL DA CULTURA DA SOJA COM PULVERIZADOR DE

BARRAS

José S. da S. Witt1, Walter Boller2; Eduardo C. Araújo3; Cristian P. Rodighiero4; Henrique Maldaner4; Rafael Ceccon4;

1 - Eng.-Agr. Ariticum Tecnologia de Aplicação. Alegrete, RS. e-mail: [email protected] 2 - Eng.-Agr. Dr., Prof. da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de

Passo Fundo - FAMV/UPF, Passo Fundo, RS. e-mail: [email protected] 3 - Eng.-Agr. Agrotec Tecnologia Agrícola e Industrial Ltda. Pelotas, RS. e-mail:

[email protected] 4 - Acadêmico do curso de Agronomia da FAMV/UPF

Resumo: Com o objetivo de aumentar a deposição de gotas de pulverizações no interior do dossel de culturas agrícolas, foi confeccionado um mecanismo constituído por suportes horizontais acopláveis às barras de pulverizadores, onde se acopla uma “cortina” composta por correntes mantidas em posição vertical. A cortina pode ser posicionada até 0,5 m à frente da barra e as correntes medem 0,80 m de comprimento. O movimento do pulverizador faz com que as correntes inclinem as plantas no sentido do deslocamento da máquina, ocasionando a abertura de uma cunha no dossel da cultura e facilitando a deposição de gotas no seu interior. Para avaliar o desempenho do mecanismo, realizou-se um experimento com aplicação do fungicida Opera (epoxiconazol + piraclostrobina) em soja cultivar Fundacep 55. O delineamento foi de blocos casualizados com arranjo fatorial e três repetições. Os tratamentos foram aplicados em 06/03/2009 (estádio R3), com e sem a utilização da cortina. Utilizou-se pontas de pulverização de jatos planos e de jatos planos duplos (pressão de 3 bar ou 300 kPa) e de jatos cônicos vazios (pressão de 4 bar ou 400 kPa). A velocidade do pulverizador foi de 5,0 km/h e o volume de calda 150 L/ha. Com o auxílio de cartões sensíveis posicionados no topo e no interior do dossel da cultura, a 0,40 m do solo, coletou-se amostras de gotas. Através do software Agroscan® (Agrotec Ltda), obteve-se a densidade de gotas/cm2 e a estimativa do volume de calda (L/ha) depositado. Avaliou-se a incidência da ferrugem da soja e ao final do ciclo determinou-se o rendimento de grãos. Independente do modelo de ponta de pulverização, o número de gotas/cm2 a 0,40 m do solo, a percentagem de penetração de gotas e de volume de calda e o rendimento de grãos foram significativamente maiores quando foi utilizado o mecanismo em estudo. Palavras-chave: Tecnologia de aplicação, penetração de gotas, controle de doenças, rendimento de grãos.

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CONTROLE DE OÍDIO E FERRUGEM ASIÁTICA DA SOJA, COM APLICAÇÕES DE FUNGICIDA POR VIAS AÉREA E TERRESTRE EM DIFERENTES PERÍODOS DO DIA

Deise I. Costa1; Walter Boller2; Wellington P. A. de Carvalho3

1 - Biól., Dra. - Programa de Pós Graduação em Agronomia (PPGAgro) da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da UPF (FAMV/UPF), Passo Fundo - RS. E-mail: [email protected]

2 - Eng.-Agr. Dr. Prof. do PPGAgro da FAMV/UPF. E-mail: [email protected] 3 - Eng.-Agr. Dr. Prof. do Programa de Pós Graduação em Agronomia da Universidade Federal de

Lavras – Lavras, MG E-mail: [email protected]

Resumo: O oídio e a ferrugem asiática são as doenças mais importantes da soja no sul do Brasil. O objetivo deste trabalho foi comparar os efeitos de aplicações de fungicida, por vias aérea e terrestre em diferentes períodos do dia. O experimento foi realizado no município de Tapejara – RS, utilizando-se soja, cultivar Coodetec 213 RR. Foi aplicado o fungicida Priori-Xtra (azoxistrobina + ciproconazol) com óleo mineral Nimbus, nas doses de 300 e 500 mL.ha-1. As aplicações foram realizadas no início da manhã, final da manhã, início da tarde e final da tarde. O pulverizador terrestre utilizou barra de 14 m, com pontas de jato cônico vazio, série JA-2, espaçadas em 0,5 m, operadas com pressão de 400 kPa, produzindo gotas finas (DMV de 153 µm) e aplicando 80 L de calda.ha-1. As aplicações por via aérea foram realizadas com aeronaves Ipanema EMB 201-A, equipadas com oito atomizadores rotativos de tela, marca Microspin, operados a 5.000 rpm, gerando gotas finas (DMV de 175 µm), aplicando 15 L.ha-1 com adição de 0,5 L.ha-1 de óleo vegetal Agroleo e 25 L.ha-1 sem óleo vegetal. A primeira aplicação foi realizada com a soja no estádio R1 (severidade do oídio 20 %). A segunda aplicação foi 21 dias após a primeira (soja em R5). Avaliou-se a severidade do oídio e da ferrugem asiática nas folhas da soja e calculou-se o seu controle em relação à testemunha. Ao final do ciclo determinou-se o rendimento de grãos, os danos por amassamento e o resultado econômico. A utilização do fungicida permitiu controlar as doenças com ganhos econômicos significativos, existindo diferenças significativas entre os equipamentos e os períodos de aplicação. O amassamento reduziu o rendimento em 156 kg.ha-1. Exceto no início da tarde, as aplicações do fungicida por via aérea apresentaram desempenho superior àquelas realizadas por via terrestre.

PALAVRAS-CHAVE: tecnologia de aplicação, condições ambientais, equipamentos, amassamento, eficiência econômica.

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RESPOSTA CURATIVA DE MISTURAS DE FUNGICIDAS (estrobilurinas e triazóis) NO CONTROLE DA FERRUGEM DA SOJA E SUA INFLUÊNCIA NO RENDIMENTO DE

GRÃOS

Guerra, D.S.; Vivian, R; Rodrigues, M.A.T; Begliomini, E; Zanatta, T; Krzsynski, D; Brisola, F.E. Campo Experimental Avançado-Basf S.A. Ponta Grossa, PR, Brasil. E-mail:

[email protected].

Resumo: A ferrugem asiática da soja (Phakopsora pachyrhizi) é uma das principais doenças e que maiores danos causam a cultura. Para tanto, avaliou-se o desempenho de misturas de fungicidas em aplicações curativas no controle da doença e no rendimento de grãos. Os experimentos foram realizados em diferentes locais e Estados brasileiros (Londrina e Ponta Grossa – PR; Goiânia – GO; Uberlândia – MG e Primavera do Leste – MT), com as respectivas cultivares: BRS 185, BRS 232, P98Y11, M-8001 e TMG 108 RR. Os fungicidas testados foram: (1) Testemunha; (2) azoxistrobina + ciproconazol (60 + 24 g i.a. ha-1) + Nímbus® 0,5% v:v; (3) piraclostrobina + metconazol (65 g + 40 g i.a. ha-1); (4) piraclostrobina + epoxiconazol (65 g + 40 g i.a. ha-1) + Dash® 0,3% v:v; (5) piraclostrobina + epoxiconazol (78 g + 48 g i.a. ha-1) + Dash® 0,3% v:v. A aplicação inicial ocorreu no estádio R4 (severidade 1%) da cultura, com aplicação adicional em R5.3, mantendo intervalo de 14 a 16 dias. Avaliou-se a intensidade da doença aos 15 dias após a segunda aplicação e a média de severidade (%) dos tratamentos nos diferentes locais foi de: (1) 64,9; (2) 22,9; (3) 18,0; (4) 20,63 e (5) 16,50 respectivamente. O maior rendimento de grãos foi obtido no tratamento (5) com a mistura de piraclostrobina + epoxiconazol (78 g + 48 g i.a. ha-1) + Dash® 0,3% v:v o qual foi 620,5 kg ha-1

superior a testemunha e 43,7 kg ha-1 em relação a mistura (2) azoxistrobina + ciproconazol (60 + 24 g i.a. ha-1) + Nímbus® 0,5% v:v. Conclui-se que, a mistura piraclostrobina + epoxiconazol em ambas as doses e piraclostrobina + metconazol foram eficazes no controle curativo da doença e, mantiveram o rendimento de grãos acima do obtido para os demais tratamentos. Palavras chave: Glycine max, Phakopsora pachyrhizi, intensidade da doença.

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EFICÁCIA AGRONÔMICA DO FUNGICIDA PIRACLOSTROBINA + METCONAZOLE

NO CONTROLE DA FERRUGEM DA SOJA (Phakopsora packyrhizi)

Lombardi, M.P1 ; Rodrigues, MAT2 ; Velho, G.F 3 ; Begliomini, E 4 , Guerra, D.S 5 . 1Engenheira Agrônoma, BASF S.A ,Avenida Brigadeiro Faria Lima,3.600 CEP:04538-132 São Paulo- SP 2 Engenheiro Agrônomo, BASF S.A, Avenida Brigadeiro Faria Lima,3.600 CEP:04538-132 São Paulo- SP. 3 Engenheiro Agrônomo, BASF S.A, Rodovia SP 340 Km 144 CEP: 13.830-000 Santo Antônio de Posse- SP. 4 Engenheiro Agrônomo, BASF S.A, Avenida Brigadeiro Faria Lima,3.600 CEP:04538-132 São Paulo- SP 5 Engenheiro Agrônomo, BASF S.A, Avenida Brigadeiro Faria Lima,3.600 CEP:04538-132 São Paulo- SP

Ferrugem asiática, cujo agente etiológico é Phakopsora pachyrhizi, é a doença mais importante para a cultura da soja, no Brasil. O controle é realizado, basicamente, com fungicidas dos grupos triazóis e estrobilurinas. O uso constante de fungicidas com modo de ação específico pode favorecer a seleção de populações resistentes do patógeno. Sendo assim, é necessário alternar produtos com diferentes mecanismos de ação, além disso, desenvolver outras estratégias no controle da doença. O presente trabalho tem por objetivo avaliar a eficiência agronômica da nova mistura fungicida Piraclostrobina + Metconazole no controle da Phakopsora packyrhizi na cultura da soja. O ensaio foi realizado na estação experimental agrícola da empresa BASF S.A, no município de Santo Antonio de Posse, SP, na safra 2007/2008. Observando os resultados, o fungicida Piraclostrobina + Metconazole (105 g ai/ha) controle da doença, sendo superior ou igual aos fungicidas padrões de mercado, como: Cyproconazol + Picoxistrobina (84 g ai/ha) com adição de adjuvante óleo mineral (0,5%v/v) e Azoxistrobina + Ciproconazol (84 g ai/ha) com adição de adjuvante óleo mineral (0,5%v/v).

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EFEITO DE ACRONIS® E STANDAK TOP® NO CONTROLE DE PATÓGENOS TRANSMITIDOS PELAS SEMENTES DE SOJA E SOBRE FUNGOS DE SOLO

C.M. Utiamada1, L.N.Sato1, M.A. Yorinori1

1 TAGRO – Tecnologia Agropecuária Ltda. Rua Guilherme da Mota Correia, 4593, Londrina,PR. CEP 86070-460. e-mail: [email protected]

Resumo: Com objetivo de avaliar a eficiência agronômica da mistura de fungicidas pyraclostrobin + tiofanato metílico (ACRONIS®) e em associação com inseticida fipronil (STANDAK TOP®) no controle de patógenos transmitidos pelas sementes e de solo, que afetam a cultura da soja, foram conduzidos ensaios na safra 2008/09, em condições de laboratório e campo. Foram utilizadas sementes da variedade TMG 113, naturalmente infectadas por Fusarium pallidoroseum, Phomopsis sojae, Colletotrichum truncatum e

Aspergillus flavus, e da variedade V-Max RR, para o teste de Rhizoctonia

solani em areia e o ensaio de campo. As sementes foram tratadas com os fungicidas Fludioxonil + metalaxil-M a 2,5 + 1g.ha-1 (Maxin XL®), Carbendazim + thiram a 30 + 70 g.ha-1 (Derosal Plus®), Pyraclostrobin + Tiofanato metílico a 2,5 + 22,5 g.ha-1 e 5 + 45 g.ha-1 (ACRONIS®) e Fipronil + pyraclostrobin + tiofanato metílico a 25 + 2,5 + 22,5 g.ha-1 e 50 + 5 + 45 g.ha-1 (STANDAK TOP®). Os tratamentos com doses de ACRONIS® e STANDAK TOP® foram eficientes no controle dos patógenos, com desempenho semelhante ou superior aos padrões nas avaliações de nível de infecção, porcentagem de emergência em areia e no campo, altura de plantas, peso de massa fresca e seca, rendimento de grãos e peso de mil sementes. Na maioria dos parâmetros a dose de 50 + 5 + 45 g.ha-

1 de STANDAK TOP® foi o melhor tratamento. Não foi observado efeito de fitotoxicidade dos produtos sobre as plântulas de soja. Palavras chave: tratamento de semente, soja, fungicidas, emergência.

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APLICAÇÕES DE FUNGICIDA PARA O CONTROLE DA FERRUGEM ASIÁTICA DA SOJA E INTERAÇÕES COM DIFERENTES ARRANJOS ESPACIAIS DA CULTURA

Marcelo Cigana Ferreira1, Walter Boller2 1 - Eng.-Agr. MS. Aluno do Programa de Pós Graduação em Agronomia (PPGAgro) da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária (FAMV/UPF), Passo Fundo, RS. e-mail: [email protected] 2 - Eng.-Agr. Dr., Prof. do PPGAgro da FAMV/UPF, Passo Fundo, RS. e-mail [email protected]

Resumo: Arranjos espaciais de plantas que proporcionam maior interceptação de luz aumentam o potencial de rendimento de grãos, porém alguns destes arranjos dificultam a aplicação de fungicidas. O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos de populações de plantas e espaçamentos entre linhas e suas interações com horários de aplicação de fungicida e volumes de calda no controle da ferrugem asiática e no rendimento de grãos de soja. Foram conduzidos dois experimentos, no município de Tupanciretã-RS, na safra de 2007-2008. No primeiro experimento o espaçamento foi de 0,40 m entre linhas e as populações 200.000, 300.000 e 400.000 plantas. ha-1, sendo aplicado fungicida às 08:00 h, 10:30 h, 13:00 h, 15:30 e 18:00 h. O segundo experimento foi conduzido com espaçamentos de 0,40; 0,50 e 0,60 m entre linhas e população de 300.000 plantas ha-1, onde o fungicida foi aplicado com volumes de calda de 50, 75, 100, 125 e 150 litros ha-1. O delineamento experimental foi de blocos casualizados com parcelas subdivididas e três repetições. O fungicida Sphere (trifloxistrobina + ciproconazol) foi aplicado na dose de 0,3 L ha-1 + 0,5 L ha-1 de óleo mineral. Avaliou-se a incidência e a severidade da ferrugem da soja e o rendimento de grãos. Os dados foram submetidos à análise de variância e ao teste de Duncan a 5% de probabilidade de erro. Houve interações significativas entre populações de plantas e horários e entre espaçamentos e volumes de calda. Populações de 200.000 e 400.000 plantas ha-1, pulverizações antes das 10:30 h e após as 15:30 h, espaçamentos de 0,50 e 0,60 m entre as linhas e volumes de calda de 125 e 150 L ha-1 proporcionaram os melhores resultados. Existem combinações entre arranjos de plantas e aspectos da tecnologia de aplicação que proporcionam melhor controle da ferrugem e maior rendimento de grãos. Palavras-chave: Espaçamentos entre linhas, população de plantas, horários de aplicação, volumes de calda.

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul EFICIÊNCIA RELATIVA DE FUNGICIDAS NO CONTROLE DE FERRUGEM DA SOJA L. Navarini1, G. Seidel2, C. Deuner3

1 Fundação Centro de Experimentação e Pesquisa, Cruz Alta, RS, [email protected] 2 Fundação Centro de Experimentação e Pesquisa, Cruz Alta, RS, [email protected] 3 Universidade de Passo Fundo, Passo Fundo, RS, [email protected]

Resumo: A eficiência relativa de fungicidas tem como um de seus fatores preponderantes o tipo de ponta de pulverização utilizada, esta pode promover diferenças de eficiência de mais de 10% para um mesmo fungicida aplicado na cultura da soja. Esta diferença de eficiência de controle das doenças da soja atrelada ao momento de aplicação foi experimentada a campo na FUNDACEP em Cruz Alta-RS. Foram conduzidos 14 tratamentos com cinco repetições no delineamento de blocos ao acaso. Os tratamentos foram aplicados com um pulverizador pressurizado a CO2 provido de uma barra com 6 pontas. Os tratamentos foram, 3 testemunhas, Opera+Breakthru (0,5+0,04 L.ha-1), Opera+Tebuconazole (0,5+0,5 e 0,5+0,25 L.ha-1) e as pontas, TT 110 03, XR 110 03, AI 110 015, TXA 8001 e TTJ 110 02. Os dados de severidade de ferrugem não apresentaram diferenças significativas entre pontas de pulverização, onde as pontas XR 110 03, TTJ 110 02 e TT 110 03 apresentaram as menores quantidades de doença (AACPF), respectivamente. Entretanto os dados de produtividade de grãos destacaram somente a ponta TT 110 03 com um incremento superior a 200 kg.ha-1. As aplicações curativas de Opera+Breakthru apresentaram uma diferença de mais de 100 pontos na metade inferior da cultivar ‘Fundacep 59’ (AACPF) comparativamente as aplicações preventivas (na ausência de ferrugem), os dados de AACPF da metade superior não mostraram diferenças significativas para este tratamento. Os tratamentos de Opera+Tebuconazole apresentaram menor diferença na metade inferior entre a aplicação preventiva e a curativa (abaixo de 100 pontos), porém sem diferença significativa para Opera+Breakthru. Este tratamento foi menos eficiente do que Opera+Breakthru no controle da metade superior (diferença na AACPF superior maior). Os dados de produtividade de grãos apresentaram o tratamento de Opera+Tebuconazole (0,5+0,5) com uma perda de mais de 200 kg.ha-1 quando aplicado na presença de ferrugem. O tratamento de Opera+Breakthru apresentou uma perda de pouco mais de 100 kg.ha-1. Palavras chave: Glycine max, pontas de pulverização, produtividade de grãos.

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul REAÇÃO DE LINHAGENS DE SOJA DA FUNDACEP A PODRIDÃO RADICULAR DE FITÓFTORA, SAFRA 2008/09 J.S. Silva1, T. Roversi2, C. Steckling3, C. Deuner4

1 Fundação Centro de Experimentação e Pesquisa, Cruz Alta, RS, [email protected] 2 Fundação Centro de Experimentação e Pesquisa, Cruz Alta, RS, [email protected] 3 Fundação Centro de Experimentação e Pesquisa, Cruz Alta, RS, [email protected]

4 Universidade de Passo Fundo, Passo Fundo, RS, [email protected]

Resumo: A cultura da soja pode ser atacada por várias doenças dentre elas a podridão radicular de fitóftora, ocasionada pelo fungo Phytophthora sojae, que causa sérios danos na cultura, sendo capaz de provocar a morte de plantas desde a emergência até a fase adulta, provocando grandes prejuízos em lavouras. A utilização de cultivares resistentes é a melhor medida de controle. Este trabalho teve por objetivo avaliar linhagens de soja, do programa de melhoramento da FUNDACEP para resistência a podridão radicular de fitóftora. Os testes foram realizados em Cruz Alta, RS, no período de outubro-dezembro de 2008. Os genótipos foram semeados em vaso com capacidade para dois Kg de solo, colocando-se 13 sementes por vaso, os quais permaneceram em casa de vegetação. Inoculou-se o patógeno 20 a 24 dias após a semeadura, inserindo-se a ponta do palito colonizada pelo patógeno no hipocótilo de cada planta, aproximadamente 1 cm abaixo do nó cotiledonar. As cultivares FUNDACEP 38 e FUNDACEP 39 foram utilizadas como testemunhas suscetíveis e FUNDACEP 53RR e BRS 66 como testemunhas resistentes. Após a inoculação do fungo na planta, o ambiente foi saturado com umidade por meio de nebulização de água por 10 minutos. Durante as 72 horas seguintes, a cada 30 minutos, as plantas foram submetidas a 30 segundos de nebulização. A avaliação ocorreu 07 dias após o término da nebulização e consistiu na contagem do número de plantas mortas. Os resultados foram expressos em porcentagem. Usou-se a seguinte escala de classificação da reação: resistente (0 a 30% de plantas mortas); intermediário (31 a 70%); suscetível (71 a 100%). Foram avaliadas 122 linhagens de soja, 47 convencionais e 75 linhagens RR. A classificação quanto à reação foi a seguinte: 43,5% dos genótipos foram resistentes, 29,5% foram intermediários e 27% foram suscetíveis. Palavras chave: Glycine max, Phytophthora sojae.

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul REAÇÃO DE LINHAGENS DE SOJA DA FUNDACEP A NEMATÓIDE DE GALHA, SAFRA 2008/09 J.S. Silva1, T. Roversi2, C. Steckling3, G. Seidel4

1 Fundação Centro de Experimentação e Pesquisa, Cruz Alta, RS, [email protected] 2 Fundação Centro de Experimentação e Pesquisa, Cruz Alta, RS, [email protected] 3 Fundação Centro de Experimentação e Pesquisa, Cruz Alta, RS, [email protected]

4 Fundação Centro de Experimentação e Pesquisa, Cruz Alta, RS, [email protected]

Resumo: Em áreas infestadas pelo nematóide de galha (Meloidogyne

javanica), a cultura da soja pode ser severamente atacada, causando grandes danos e prejuízos para o produtor. Os nematóides causadores de galhas parasitam um grande número de espécies de plantas, o que dificulta o seu manejo. Um dos métodos de controle mais eficientes é a utilização de cultivares resistentes. Este trabalho teve por objetivo avaliar a reação de linhagens de soja RR, do programa de melhoramento da FUNDACEP ao nematóide de galha. O experimento foi conduzido em Júlio de Castilhos, RS, no período de novembro a março de 2008/09, em condições naturais de infestação. Foram avaliados 58 genótipos. O delineamento experimental usado foi de blocos ao acaso com oito repetições, em sistema de covas espaçadas 1,0 m entre linhas e 0,5 m entre covas, onde cada cova recebeu 3 sementes. Foi utilizado como testemunhas suscetíveis as cultivares BRS 243RR e Fundacep 55RR e como testemunha tolerante a BRS 256RR. A avaliação ocorreu 110 dias após a emergência da soja, onde foi removida do solo cada planta e atribuída uma nota (de 0 a 5), seguindo a seguinte escala: “0” = sem galhas (imune); “1” = com uma ou duas galhas e sistema radicular normal; “2” = com poucas galhas pequenas e sistema radicular normal; “3” = com galhas pequenas e sistema radicular pouco prejudicado; “4” = com muitas galhas e sistema radicular prejudicado; e “5” = raízes totalmente tomadas por galhas. A testemunha tolerante, BRS 256RR, apresentou nota 1,9 na média das repetições, e as testemunhas suscetíveis, Fundacep 55RR teve nota 4,0 e a BRS 243RR nota 4,1. Na avaliação, 13 linhagens foram classificadas como tolerante, 24 linhagens como moderadamente tolerante e 21 linhagens classificadas como suscetíveis. Palavras chave: Glycine max, Meloidogyne javanica.

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

ANÁLISE COMPARATIVA DE MISTURAS DE FUNGICIDAS (estrobilurinas e triazóis) EM APLICAÇÕES PREVENTIVAS E CURATIVAS NO CONTROLE DA FERRUGEM DA

SOJA E SUA INFLUÊNCIA NO RENDIMENTO DE GRÃOS

Vivian, R; Rodrigues, M.A.T; Zanatta, T; Begliomini, E; Krzsynski, D; Brisola, FE. Campo Experimental Avançado-Basf S.A. Ponta Grossa, PR, Brasil. E-mail:

[email protected].

Resumo: Atualmente, a principal medida de controle da ferrugem asiática da soja (Phakopsora pachyrhizi) é o uso de fungicidas em aplicações preventivas ou logo após o início dos sintomas. Os efeitos preventivos e curativos de fungicidas no controle da doença e no rendimento de grãos foram avaliados em experimentos conduzidos em cinco Estados brasileiros, (Londrina e Ponta Grossa – PR; Goiânia – GO; Uberlândia – MG e Primavera do Leste – MT), com as cultivares: BRS 185, BRS 232, P98Y11, M-8001 e TMG 108 RR. Testaram-se os tratamentos: (1) Testemunha e as misturas de fungicidas (2) azoxistrobina + ciproconazol (60 + 24 g i.a. ha-1) + Nímbus® 0,5% v:v; (3) piraclostrobina + metconazol (65 g + 40 g i.a. ha-

1); (4) piraclostrobina + epoxiconazol (65 g + 40 g i.a. ha-1) + Dash® 0,3% v:v; (5) piraclostrobina + epoxiconazol (78 g + 48 g i.a. ha-1) + Dash® 0,3% v:v. As aplicações preventivas (3) iniciaram no estádio R2, com duas aplicações adicionais (R4 e R5.1). Já as curativas (2) ocorreram em R4 (severidade 1%) e R5.3. Os resultados com base na análise do índice ambiental demonstraram que as misturas de fungicidas (3) piraclostrobina + metconazol (65 g + 40 g i.a. ha-1); (4) piraclostrobina + epoxiconazol (65 g + 40 g i.a. ha-1) + Dash® 0,3% v:v; (5) piraclostrobina + epoxiconazol (78 g + 48 g i.a. ha-1) + Dash® 0,3% v:v em ambos os momentos de aplicação, (preventivo e curativo) apresentaram melhor desempenho com menor intensidade da doença, sendo justificado possivelmente pelo maior período de proteção da cultura. Os mesmos tratamentos apresentaram rendimento de grãos superior a mistura de azoxistrobina + ciproconazol. Palavras chave: Glycine max, Phakopsora pachyrhizi, performance.

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

VOLATILIDADE DOS RETORNOS ECONÔMICOS ASSOCIADOS À INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA NO ESTADO DO PARANÁ

J. J. Lazzarotto1, M. L. dos Santos

2, A. de Moraes

3, J. E. de Lima

4

1 Embrapa Soja, Londrina-PR, [email protected] 2 Universidade Federal de Viçosa, Viçosa-MG, [email protected] 3 Universidade Federal do Paraná, Curitiba-PR, [email protected]

4 Universidade Federal de Viçosa, Viçosa-MG, [email protected]

Resumo: Partindo de resultados históricos de pesquisas da agropecuária

paranaense, analisou-se a volatilidade dos retornos econômicos de sistemas com

integração lavoura-bovinocultura de corte frente a sistemas especializados na

produção de grãos ou na bovinocultura de corte. As análises apontaram que, em

termos de curto prazo, a integração tende a gerar melhores resultados econômicos

que os demais sistemas analisados.

Palavras chave: sistemas de produção agropecuária, risco, value-at-risk

INTRODUÇÃO

No setor agropecuário há grande diversidade e heterogeneidade de sistemas de produção, que tendem a ser cercados por amplo número de fatores de riscos operacionais e de mercado. Embora esses riscos não possam ser completamente eliminados, eles podem ser minimizados por meio de algumas estratégias, como a diversificação agropecuária. Dentro da diversificação, tem-se a integração lavoura-pecuária, que refere-se a sistemas produtivos em que participam atividades agrícolas e pecuárias, com um mínimo de interação entre si.

Os sistemas de integração podem ser muito vantajosos, pois diversificam as fontes de

receitas, diminuem riscos de frustrações de produção e/ou de preços e podem reduzir impactos

negativos ao meio ambiente. No entanto, apesar de existirem na literatura diversos trabalhos que

demonstram as vantagens técnicas em combinar explorações vegetais e animais, no Brasil ainda é

grande a carência de resultados que evidenciem os benefícios e riscos econômicos da condução de

práticas de integração agropecuária. Diante disso, buscou-se analisar, de forma comparativa e

considerando situações de riscos operacionais e de mercado, a volatilidade dos retornos

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econômicos de sistemas de produção com integração lavoura-bovinocultura de corte frente a

sistemas caracterizados apenas pela exploração de grãos ou pela especialização na bovinocultura

de corte.

METODOLOGIA

A partir de resultados históricos de pesquisas técnicas gerados durante vários anos pelo Departamento de Fitotecnia e Fitossanitarismo da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e pela Cooperativa Agrária Agroindustrial de Guarapuava - PR, foram definidos, como objeto de estudo, três sistemas: 1) produção vegetal (PV); 2) bovinocultura de corte (BC); e 3) integração lavoura-

bovinocultura de corte (ILP). Esses sistemas constituem modelos teóricos bem ajustados à realidade da microrregião de Guarapuava - PR, pois foram estruturados mediante a realização de consultas junto a pesquisadores das citadas instituições que, há mais de uma década, desenvolvem uma série de pesquisas para identificar alternativas de sistemas adequados à agropecuária do Paraná.

Após definidos os sistemas, realizou-se a análise de volatilidade, que consistiu em avaliar, para o curto prazo, a variabilidade dos retornos econômicos das distintas alternativas de sistemas. Para medir a volatilidade, empregou-se o value-at-risk (VaR), que, para determinado nível de confiança e período de tempo preestabelecidos, mede a máxima perda monetária esperada devido a movimentos adversos nos preços, que afetam os ativos de um portfólio (Jorion, 2003).

Para chegar as estimativas do VaR, foram seguidos três passos: 1) cálculo dos retornos econômicos das atividades agropecuárias comerciais que compõem os sistemas; 2) estimação das matrizes de variâncias e covariâncias dos retornos; e 3), finalmente, o cálculo do VaR.

Para obter os retornos, primeiramente foram calculadas as séries de receita total (RT), custo total (CT) e lucro total (LT). Para calcular as referidas séries, utilizaram-se preços históricos mensais recebidos e pagos pelos produtores, que compreendem o período de janeiro de 1995 a agosto de 2007 (esses preços foram obtidos na SEAB-PR e deflacionados pelo IGP-DI para março de 2008). Sobre essas séries, é importante salientar que, para fins de ampliação de dados amostrais, considerou-se que cada observação representava um suposto ano agrícola. Para a elaboração dessas séries, foram também utilizadas informações técnicas dos sistemas. Essas informações referem-se às produtividades e aos componentes tecnológicos empregados no ciclo produtivo. Quanto às produtividades, foram consideradas duas situações distintas para calcular os resultados econômicos. Na primeira, para todas as 152 observações, utilizaram-se as produtividades médias das atividades agropecuárias. Na segunda situação, com base na distribuição de probabilidade triangular, para cada ano agrícola, foram gerados, por meio de simulação, 100 diferentes valores de produtividades.

Com as séries de CT e LT, geraram-se as séries de retornos, expressos pela relação LT/CT:

( ) ∑=

=N

j

jtjSt RwRE1

, sendo jt

jt

jtCT

LTR = , 0 e 1

1

≥=∑=

j

N

j

j ww (1)

em que: ( )stRE é o retorno esperado, para o período t, do sistema com N atividades; jw é a

participação média do CT de cada atividade no CT do sistema; e jtR corresponde ao retorno

esperado da atividade j, no período t. Com base nas séries de retornos obtidas com produtividades constantes, foram estimadas as

matrizes Var-Cov dos retornos econômicos de cada sistema:

∑∑= =

==−N

j

N

i

jiijp wwCovVar1 1

2 σσ (2)

em que: 2pσ é a variância dos retornos de cada sistema; jw é a participação média do CT de cada

atividade no CT do sistema; e jiσ corresponde à covariância entre os retornos das atividades j e i.

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A partir das séries de retornos e das estimativas das Var-Cov, foram gerados os resultados do VaR dos sistemas mediante o emprego de três métodos: simulação histórica com produtividades constantes (HPC), delta normal (DN) e simulação histórica com produtividades variáveis (HPV):

*RCTVaR MédioHistórico ×= e )65,1( σµ −×= MédioDN CTVaR (3)

em que: MédioCT é o CT médio de cada sistema; *R é o retorno crítico, associado com o percentil

5%, do sistema; µ representa o retorno médio da série de retornos de cada sistema; σ é o desvio padrão relativo à série de retornos de cada sistema; e 1,65 indica, para uma distribuição normal padronizada, o número de desvios padrão associado com o nível de confiança unicaudal de 95%. Quanto à acurácia das estimativas do VaR, utilizaram-se dois testes (Kupiec e Z) para avaliar o número de violações, ou seja, avaliar o número de períodos em que o LT foi menor que a estimativa do VaR (Manfredo e Leuthold, 1999). Neste trabalho, eram esperadas 5% de violações.

Após obter as estimativas do VaR, para cada sistema calculou-se o Índice Sharpe Adaptado (ISA), que é resultante da divisão do VaR pelo retorno esperado. O ISA permitiu analisar, para cada configuração possível de sistema, a relação entre risco e retorno esperados.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Considerando que a disponibilidade de terra é condição imprescindível para a exploração

agropecuária, foi fixada, para cada sistema, uma área para lavouras e pastagens de 300 hectares, que é ocupada, ao longo de todo o ano, com atividades comerciais e atividades-meio. Em termos tecnológicos, mediante o Quadro 1, é possível inferir que os sistemas são altamente tecnificados. Quadro 1. Atividades comerciais, atividades-meio e indicadores técnicos nos três sistemas

Item Período/Medida PV ILP BC

Soja (ha) Verão 200,0 160,0 0,0 Milho (ha) Verão 100,0 80,0 0,0 Trigo (ha) Inverno 100,0 80,0 0,0

Ati

vida

de

com

erci

al

Bovinocultura de corte (cab) cab 0 495 1.350

Pastagem permanente de tifton (ha) Verão 0,0 52,1 278,5 Pastagem cultivada de aveia/azevém (ha) Inverno 200,0 220,0 300,0 Milho para silagem (ha) Verão 0,0 7,9 21,5

Ati

vida

de

mei

o

Confinamento (cab) cab 0 495 1.350 Produtividade média de soja kg/ha 3.000 3.000 -- Produtividade média de milho kg/ha 8.500 8.500 -- Produtividade média de trigo kg/ha 2.500 2.500 -- Peso de aquisição dos bezerros kg de peso vivo -- 180 180 Peso de venda dos animais para o abate kg de peso vivo -- 450 450 Fase de recria (pastagens) dia -- 270 270 Fase de engorda (confinamento) dia -- 45 45 Tempo total (recria e engorda) dia -- 315 315 Ganho de peso total/animal kg de peso vivo -- 270 270 Ganho médio de peso vivo kg/animal/dia -- 0,86 0,86 Lotação na pastagem permanente (verão) animais/ha -- 9,50 4,85 Lotação na pastagem cultivada (inverno) animais/ha -- 2,25 4,50 Total de animais cab -- 495 1.350 Rendimento de carcaça % -- 53,0 53,0

Indi

cado

res

técn

icos

méd

ios

Taxa de mortalidade de animais % -- 1,0 1,0

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Com base no Quadro 2, pode-se fazer três comentários acerca dos resultados econômicos

médios dos três sistemas: 1) tanto com produtividades constantes como variáveis, os retornos para

os sistemas de PV e ILP são muito próximos; 2) o sistema de BC é o que apresenta o menor retorno

esperado em ambas as situações; e 3) variando as produtividades, observam-se, para os três

sistemas, apenas pequenas oscilações em relação aos resultados obtidos com produtividades

constantes.

Quadro 2. Valores anuais esperados para os sistemas de PV, ILP e BC

Valores esperados com produtividades constantes Valores esperados com produtividades variáveis Sistema RT (R$) CT (R$) LT (R$) LT/CT (%) RT (R$) CT (R$) LT (R$) LT/CT (%)

PV 786.339 711.747 74.592 10,5 780.031 711.436 68.595 9,6 ILP 1.181.381 1.070.060 111.322 10,4 1.176.890 1.070.472 106.418 9,9 BC 1.506.035 1.445.856 60.178 4,2 1.507.435 1.447.660 59.776 4,1

Sobre as análises realizadas a partir do Quadro 2, deve-se destacar que elas são muito

limitadas, especialmente por desconsiderar as possíveis variações que, ao longo do tempo, podem

ser observadas nos distintos sistemas. Assim, utilizando como referência o VaR, estimaram-se os

piores lucros esperados que podem ser observados em um ano agrícola. Com base nas estimativas

(Quadro 3), é pertinente ressaltar quatro resultados: 1) o sistema de PV está sujeito a apresentar os

maiores prejuízos, pois na média das três estimativas, o VaR foi de -R$129,111 (retorno de -

18,1%); 2) enquanto no sistema de ILP se registrou o menor prejuízo monetário (o VaR médio foi

de -R$100,769), no de BC se estimou o menor prejuízo médio relativo (-7,6%); 3) os três métodos

usados para realizar as estimativas, além de apresentarem acurácia significativa, geraram resultados

que conduzem às mesmas conclusões; e 4) o sistema de ILP tende a propiciar, ao longo do tempo,

melhor relação risco/retorno, pois, analisando as médias do ISA de cada sistema, pode-se dizer que,

na ILP, para cada unidade de retorno, existe apenas 0,920 unidade de risco associada.

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Quadro 3. Estimativas do value-at-risk (VaR) e da relação risco/retorno, medida pelo ISA, para

cada sistema de produção

Sistema Método VaR (R$) VaR (%) ISA ISA médio HPC -123.710,9 -17,4 1,658 DN -130.594,1 -18,3 1,751 PV

HPV -133.028,1 -18,7 1,939 1,783

HPC -102.276,4 -9,6 0,919 DN -89.407,8 -8,4 0,803 ILP

HPV -110.621,4 -10,3 1,039 0,920

HPC -105.244,7 -7,3 1,749 DN -104.837,4 -7,3 1,742 BC

HPV -120.681,3 -8,3 2,019 1,837

CONCLUSÃO

Os resultados da análise de volatilidade permitem concluir que, em termos de curto prazo, o

sistema de ILP tende a gerar melhores resultados econômicos que os demais sistemas analisados.

Isso porque, mesmo em condições operacionais e/ou mercadológicos desfavoráveis, esse sistema

apresenta a relação mais favorável entre retornos e riscos.

BIBLIOGRAFIA

JORION, P. Value at risk: a nova fonte de referência para a gestão do risco financeiro. 2.ed. São Paulo: Bolsa de Mercadorias & Futuros, 2003. 487p. MANFREDO, M.R., LEUTHOLD, R.M. Market risk measurement and the cattle feeding margin: an application of Value-at-Risk. Champaign: University of Illinois at Urbana, 1999. 30p. (Office for Futures and Options Research, n.99-04).

Summary: Volatility of the economic returns associated to integrated crop-livestock systems in the State of Paraná. Based on the research results of the Paraná’s agriculture, this work aimed to analyze the volatility of the economic returns of integrated crop-beef cattle systems compared to systems characterized by grain cultivation or beef cattle specialization. As results, we observed that, in the short-term, the integrated crop-livestock system is the alternative that trends to generate better economic results.

Key words: farm system, risk, value-at-risk

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

ANÁLISE DO COMPORTAMENTO DOS PREÇOS HISTÓRICOS DA SOJA NO RIO GRANDE DO SUL

F. Karlec1, B. Zen2, J.G.A. Viana3, E. Bortoly4, R.S. Sousa5 1,2,4,5 Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

3 Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Núcleo de Estudos e Pesquisas em Economia Agroindustrial (NEPEA/UFSM)

E-mail: [email protected]

Resumo: O objetivo do trabalho é analisar o comportamento dos preços reais recebidos pelos produtores de soja do Rio Grande do Sul de 1973 a 2008, enfatizando a evolução dos mesmos em termos de variação e tendência. A metodologia utilizada foi de análises de séries temporais, realizada com base no histórico de preços médios mensais pagos ao produtor, coletados pela EMATER/RS, abrangendo o período de janeiro se 1973 a dezembro de 2008. Os preços nominais foram deflacionados para dezembro de 2008 pelo IGP-DI da Fundação Getulio Vargas. Constatou-se que os preços da soja sofreram uma desvalorização significativa nos seus preços reais entre os anos de 1973 a 2008. O período pós-Plano Real foi marcado pela inexistência de tendência significativa para os preços da soja. Palavras chave: séries temporais, preços históricos, tendência.

INTRODUÇÃO Durante o período de evolução da cadeia produtiva da soja na economia brasileira, varias

ações governamentais implementadas a partir da década de 70 influenciaram diretamente na produção agrícola e nos valores recebidos pelos agricultores. Estas mudanças estruturais, de políticas produtivas e comerciais, refletiram-se no comportamento dos preços agrícolas no período, afetando a rentabilidade dos agricultores. Face a isto, torna-se relevante estudar a evolução da atividade e como essas mudanças no setor refletiram-se nos preços do produto. Assim, o objetivo do presente trabalho é analisar o comportamento dos preços reais pagos ao produtor de soja do Rio Grande do Sul de 1973 a 2008, enfatizando a evolução dos mesmos em termos de variação e tendência.

MATERIAL E MÉTODOS O trabalho foi realizado com base na série histórica de preços nominais mensais pagos ao

produtor da soja no Rio Grande do Sul, coletados pela EMATER/RS e disponibilizados para esta pesquisa por intermédio do Centro Integrado de Ensino, Pesquisa e Extensão Rural – CIEPER, convênio da EMATER com a Universidade Federal de Santa Maria. A série de preços pagos ao

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produtor abrange o período de janeiro de 1973 a dezembro de 2008. Após fazer as correções monetárias relativas aos diferentes planos econômicos (Plano Cruzado, Plano Verão, Plano Collor e Plano Real) nos preços nominais, deflacionou-se os preços corrigidos de cada mês utilizando o Índice Geral de Preços (IGP-DI), calculado pela Fundação Getulio Vargas, de forma a atualizá-los para valores reais equivalentes a dezembro de 2008, utilizando-se a equação 1. PRt = (PNt . IPa) / IPt (1) Onde: PRt = Preço Real no mês “t”; PNt = Preço Nominal corrigido no mês “t”; IPa = IGP-DI de dezembro de 2008; IPt = IGP-DI no mês “t”.

Para verificar a tendência dos preços foi ajustada uma reta de regressão aos dados de preços reais pagos ao produtor utilizando-se o método dos mínimos quadrados conforme JOHNSTON (1977). Os preços médios mensais foram desestacionalizados, para fazer a regressão com base nos preços médios anuais, que é mais conveniente e dá mais consistência à regressão. Pela regressão, estimou-se os parâmetros “a” e “b” da equação 2. PT = a + b.T (2) Onde: PT = Preço de tendência; a = coeficiente linear da reta de tendência; b = coeficiente angular da reta de tendência; T = Período de tempo (1, 2, 3, 4, 5... 36).

Para a série analisada, também calculou-se o Índice de Preço, com preços anuais com base 100 em 1973. Além disso, para permitir avaliar os períodos de maior e menor variação de preços, calculou-se a taxa média geométrica de variação anual dos índices de preço ao produtor, por meio da equação 3 conforme CRUSIUS & ASSIS (1992). Tx = {[(IPn/IPo)1/n] – 1}.100 (3) Onde: Tx = Taxa média geométrica de variação por período; IPn = Índice de Preço do final do período; IPo = Índice de preço do início do período; n = número de anos do período.

RESULTADOS E DISCUSSÃO Observando a série histórica de preços recebidos pelos produtores (Tabela 1 e Figura 1),

constatou-se que os maiores preços da soja concentraram-se no início década de 1970, sendo que os maiores preços foram nos anos de 1973 e 1974, com uma média anual de R$ 171,28 e R$ 134,79 por saca de 60 kg, respectivamente. Em contrapartida, os anos de 1995 e 2006 apresentaram os menores preços, com médias anuais de R$ 33,75 e R$ 28,43, respectivamente. Observando-se a série de preços pós-Plano Real (1995 a 2008), constatou-se que os mesmos têm oscilado sem tendência visível em torno de um valor médio de R$ 41,54 por saca, podendo ser considerado como um ponto de equilíbrio para o período. Portanto, os preços médios praticados em 2006 foram atípicos, assim como os de 1995 no período analisado.

Os preços reais da soja recebidos pelos sojicultores gaúchos apresentaram tendência de queda significativa durante o período de 1973 a 1994. Porém, com o advento do Plano Real e o fim da instabilidade econômica, consolidação da abertura comercial e aquecimento da demanda mundial pelo produto, essa tendência de queda nos preços da soja cessou no período de 1995 a 2008, apresentando uma pequena elevação nos preços no período, porém não apresentando tendência significativa.

Como pode ser observado na Figura 2, a maior queda dos preços procedeu-se nas décadas de 1970 e 1980, fato esse que pode ser reforçado ao analisar a taxa média geométrica de variação anual, as quais configuram uma taxa média de crescimento de -6,49 % e -4,38% ao ano, respectivamente. Para as décadas posteriores essas taxas continuaram a diminuir, chegando a -0,27% ao ano na década de 1990 e finalmente alcançando valores positivos de 2,18% ao ano para o período de 2000 a 2008 e 2,21% ao ano ao se considerar o período pós Plano Real. Ao se analisar toda a série histórica de preços, o preço da soja em grão pago ao produtor apresenta 73,8% de desvalorização no período de 1973 a 2008.

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0

20

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1973

1974

1975

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1977

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1982

1983

1984

1985

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1988

1989

1990

1991

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1994

Ano

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saca

de

60 k

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Preço anual Preço tendência

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2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

Ano

R$/

sac

a d

e 60

kg

Preço anual Preço tendência

Figura 1. Tendência e preços reais da soja recebidos pelo produtor no Rio Grande do Sul de 1973 a 1994 e 1995 a 2008.

Essa desvalorização acentuada do preço da soja em grão ao produtor pode ser explicada pela

expansão da área de soja cultivada e o incremento de tecnologia no campo, resultando assim no aumento da produção e produtividade, possibilitando assim os produtores se manterem no ramo compensando assim em parte a redução dos preços sofrida ao longo do período.

Década 70

Década 80

Década 90

2000-2008

1973-1994

1995-2008

1973 -2008

-8

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-2

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Tax

a geo

mét

rica

de

vari

ação

(%

)

Figura 2. Taxa média geométrica de variação do preço real da soja recebido pelo produtor no Rio Grande do Sul de 1973 a 2008.

O período de maiores preços recebidos pelos agricultores corresponde ao final de um longo ciclo de crescimento econômico no Brasil, conhecido como “milagre econômico” vivenciado pela agricultura brasileira. Após esse momento sucedeu um longo período de inflação, instabilidade econômica, recessão e declínio de preços que teve fim com o advento do Plano Real (ALVIM & NETTO, 1999; REZENDE, 2000). Com o advento do Plano Real e as novas medidas econômicas de controle inflacionário, a abertura do mercado, valorização cambial, e aumento da demanda mundial cessaram a tendência de queda dos preços.

Tabela 1. Preços reais e Índice de Preço (IP) da soja em grãos no RS de 1973 a 2008.

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Ano Preço real ao

produtor (R$/Saca)

IP ao produtor

Ano

Preço real ao produtor (R$/Saca)

IP ao produtor

Ano

Preço real ao produtor (R$/Saca)

IP ao produtor

1973 171,28 100,00 1985 92,00 53,72 1997 47,41 27,68 1974 134,79 78,70 1986 81,37 47,51 1998 37,24 21,74 1975 114,71 66,97 1987 71,93 42,00 1999 39,49 23,06 1976 108,73 63,48 1988 94,77 55,33 2000 37,77 22,05 1977 113,15 66,06 1989 65,94 38,50 2001 43,42 25,35 1978 106,33 62,08 1990 40,46 23,62 2002 53,15 31,03 1979 114,49 66,84 1991 50,95 29,74 2003 52,31 30,54 1980 98,64 57,59 1992 52,87 30,87 2004 50,83 29,67 1081 86,42 50,46 1993 51,78 30,23 2005 33,85 19,76 1982 81,70 47,70 1994 45,29 26,44 2006 28,43 16,60 1983 107,64 62,84 1995 33,75 19,71 2007 34,52 20,15 1984 118,71 69,31 1996 44,48 25,97 2008 44,87 26,20

Fonte: elaborado pelos autores a partir de dados primários da EMATER/RS.

CONCLUSÕES O presente trabalho demonstrou que o preço da soja teve uma desvalorização bastante

significativa nos seus preços reais entre os anos de 1973 a 2008, queda essa que teve maior intensidade no final da década de 1970 e dos anos 1980. O período pós-Plano Real foi marcado pela inexistência de tendência significativa para os preços da soja e estabilização dos preços.

BIBLIOGRAFIA ABIOVE. Associação Brasileira de Indústrias de Óleos Vegetais. Estatísticas do complexo da soja. Disponível em: <http://www.abiove.com.br>. Acesso em 14/04/2009.

ALVIM, A.M., NETTO, C.G.A.M. A competitividade do arroz gaúcho e seus condicionantes. Revista Análise Econômica, Porto Alegre, Ano XVII, Ed.31, 1999.

CRUSIUS, C., ASSIS, A.L. DE. Cálculos com Índices: índices, fatores e taxas. Porto Alegre: GECE/FCE/UFRGS. Série Manuais GECE, n.01, 1992.

JOHNSTON, J. Métodos econométricos. São Paulo: Atlas, 1977. 313p.

REZENDE, G.C.R. Políticas de preços mínimos na década de 90: dos velhos aos novos instrumentos. Rio de Janeiro: IPEA, 2000. 19p. (Texto para discussão n. 740).

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

O IMPACTO DA CRISE NA CULTURA DA SOJA

Ribas A. Vidal

Eng. Agr., M.Sc., Ph.D., Prof. da Faculdade de Agronomia da Universidade Federal do

Rio Grande do Sul (UFRGS), Bolsista do CNPq. [email protected]

A humanidade enfrenta uma das maiores crises da história contemporânea.

Preconiza-se que esta crise é mais do que uma crise financeira. Ela envolve uma crise de

alimentos, crise de energia, crise ambiental e, também, uma crise de valores éticos e

morais. Especulam que a civilização está à beira do abismo. Na minha opinião, não creio

que há motivo para tanto pessimismo e faço uso de um ditado que diz: “em tempos de

tempestade, alguns fazem abrigos, enquanto outros fazem moinhos de vento”. Creio que

no meio científico somos especialistas em buscar saídas para as crises.

É inegável que temos uma crise financeira. Mas, muitos se lembram que a

agricultura tem servido de suporte para solucionar a maioria das crises econômicas

anteriores e possivelmente pode ajudar a resolver esta também. Seria o caso de

parafrasear o falecido Kennedy e: ao invés de questionar como a crise afeta a cultura da

soja, questionar como a cultura da soja afeta a crise.

Muitos perguntam como esta crise econômica afetará a cultura da soja. Sem

dúvida, ela já foi afetada sob muitos aspectos. Por exemplo, no aspecto mercantil: os

insumos foram comprados pelos produtores quando a taxa de câmbio estava, pelo

menos, 20% superior aos valores do momento de venda da safra de soja. Além disto,

para a próxima safra está previsto que o crédito rural, para todas culturas, será menor do

que 20% do PIB, necessitando de maior uso de recursos próprios ou da indústria para o

financiamento da safra.

Quanto à crise de energia, creio que seria interessante fazer um paralelo entre o

programa Pró-Álcool e esta Reunião de Pesquisa (RPS-Sul). A primeira edição da RPS-

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Sul foi realizada em agosto de 1973, em plena primeira crise de petróleo de grande

magnitude no planeta, a qual foi motivada pelo embargo da OPEP. Naquele ano, houve

um aumento de 30% no litro da gasolina nos EUA. O Brasil era altamente dependente do

petróleo importado e sofreu fortemente o impacto daquela crise. Como saída estratégica

foi criado o Pró-Álcool em 1975.

Em 1979, houve um outro choque de preços do petróleo por conta da guerra Irã-

Iraque e o Brasil (e o mundo) entrou em um período de profunda recessão econômica. A

partir desta época, no Brasil, começou a década com inflação seguida de hiper-inflação.

Todos os anos lançava-se um novo pacote econômico. Entre 86 e 94 foram cinco planos

econômicos que culminaram com o Plano Real, que tinha a famosa âncora verde

(agricultura como suporte).

Como resultado do programa Pró-Álcool, atualmente 75% dos veículos leves

comercializados possui motor bi-combustível. O choque de petróleo de 2008 novamente

atingiu em cheio o EUA, mas quase não nos afetou diretamente. Vejo a perspectiva de o

programa Biodiesel ter o mesmo impacto na redução de nossa dependência de petróleo.

Para um país que elegeu o transporte rodoviário como alternativa para o transporte de

carga, é importante investir recursos para o sucesso deste novo programa. Biodiesel foi

selecionado como um tema para esta RPS-Sul porque, semelhantemente ao Pró Álcool,

pode criar oportunidades para diversos segmentos de nossa economia. O programa

biodiesel com utilização de óleo de soja poderia assegurar mercado interno para a cultura,

o que poderia ajudar a garantir preço mínimo (independente do mercado internacional).

Além disto, reduziria a elevada exportação do produto “in natura”, intensificando o setor

fabril nacional e gerando empregos e impostos localmente. O tema biodiesel será

abordado amanhã pelos palestrantes e debatedores convidados pelo RPS-Sul.

Uma das críticas que se tem ao Pró-Álcool é a concentração de renda. Neste

aspecto a distribuição fundiária das áreas com a cultura da soja no RS e em SC serve de

exemplo para os demais estados do país. Mas, há necessidade de pesquisa para

continuar viabilizando a lavoura em pequena área. Entre tantas outras evoluções

tecnológicas que cumprem esta função, a agricultura de precisão também foi selecionada

como outro tema desta RPS-Sul como representante das pesquisas que possam otimizar

o uso dos recursos do ambiente e minimizar os efeitos da monocultura da soja. Há

necessidade de investimentos de pesquisas para garantir a independência à tecnologia e

aos insumos importados e para mitigar os impactos de extensa área com monocultura

numa região continental.

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Os impactos da crise ética/moral se fizeram sentir de forma direta e indireta na

cultura da soja. Um dos efeitos diretos pode ser visto no crédito rural. Houve a utilização

abusiva do mesmo na década de 1970, com diversos escândalos de recursos com juros

baixos destinados ao setor agrícola desviados para outros segmentos. Como

conseqüência, desde então o acesso ao crédito agrícola está cada vez mais

burocratizado e os recursos disponíveis cada vez mais escassos.

Um dos impactos indiretos da crise ética/moral pode ser sentido na organização

das reuniões de pesquisa, como a nossa. Entre a sua origem em 1973 até o ano 1999,

quase 75% das RPS-Sul foram organizadas pelos centros de pesquisa estaduais ou

federais e apenas 25% por universidades. A burocratização e controle na captação e

gerenciamento dos recursos financeiros nos centros de pesquisa direcionaram, a partir de

2000, exatos 50% das RPS-Sul para as Universidades, que faziam uso das fundações

para tal tarefa. Com a crise também nas fundações das universidades, o caminho para

organização das próximas reuniões parece sombrio.

A analise do mecanismo encontrado para organizar as reuniões de pesquisa de

outras culturas, permite vislumbrar possíveis saídas para a nossa RPS-Sul. A comissão

organizadora da Reunião de Pesquisa da Cultura do Trigo utilizou o apoio da Associação

dos Engenheiros Agrônomos para gerenciar o aspecto financeiro. Alternativamente, os

organizadores de Reuniões da Cultura de Arroz Irrigado criaram uma sociedade científica

que tem, entre outras funções, gerenciar o aspecto financeiro para o evento.

Internacionalmente, a realização dos congressos científicos para as culturas agrícolas nos

EUA e na Europa também é gerenciada por uma entidade privada. Em conclusão, penso

que não se deveria pulverizar esforços com multiplicidade de Sociedades Científicas para

cada cultura. Creio que é chegado o momento de se pensar na criação de uma

Sociedade Brasileira de Pesquisas Agrícolas, a qual se encarregaria de gerenciar o

aspecto financeiro das reuniões, enquanto os pesquisadores se concentrariam no aspecto

técnico-científico do evento. Além disto, concentraria uma reunião técnica com todas

culturas e harmonizaria os eventos regionais e nacionais.

Nos momentos de crise deve-se procurar saídas racionais, procurar novos

rumos, procurar inovações. A reunião plenária no ano anterior determinou que nesta RPS-

Sul deveríamos inovar com a implantação dos resumos expandidos. Além disto, pensou-

se em oportunizar outros meios de participação da juventude digital, criando-se a sessão

de fotos. Temos a grata satisfação que informar que estas propostas foram muito bem

sucedidas. Na XXXVII RPS-Sul foram inscritos 166 trabalhos, sendo 59 resumos

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expandidos, 55 resumos simples e 52 fotos. A sessão de vídeos estava um pouco além

de seu tempo e não teve inscrições.

Antes de encerrar, eu gostaria de agradecer todo o esforço da Comissão

Técnica: os professores Aldo Merotto Jr. (Herbologia), Christian Bredemeier e Marisa

Azzolini (Fisiologia de cultivos), Emerson Medeiros Del Ponte (Fitopatologia), Luiza

Rodrigues Redaelli (Entomologia), Luiz Carlos Federizzi e Marcelo Pacheco

(Melhoramento) e ao doutorando Osmar Conte (Solos). Além disto, gostaria de agradecer

a comissão de captação de recursos: Merotto, Bredemeier, Azzolini e Portes. Especial

agradecimento aos nossos patrocinadores, sem os quais não haveria esta RPS-Sul;

patrocínio especial: SYNGENTA, BASF e BAYER; apoio: COOPLANTIO, ARYSTA, FMC,

DUPONT e FALKER; apoio público: CAPES e CNPQ (indireto).

Para as novas gerações que estão ajudando a organizar este evento gostaria

de lembrar que sempre existiram crises. A nossa atitude diante das crises é que faz a

diferença. A mensagem que podemos tirar é que ciência, inovação e profissionalismo são

as saídas para as crises. Dedico este evento aos diversos estudantes que nos

ajudam/aprendem a organizar este evento. Obrigado. É um privilégio estar trabalhando

com fazedores de moinhos de vento.

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

UMA VISÃO SOBRE O USO DOS RECURSOS DO AMBIENTE PARA A PRODUÇÃO DE SOJA NO SUL DO BRASIL – PASSADO, PRESENTE E FUTURO

Gilberto R. Cunha Eng. Agr., Dr., Pesquisador da Embrapa Trigo ([email protected])

Resumo: Um novo momento da história da economia global, inseriu as commodities agrícolas entre os ativos financeiros integrantes de práticas especulativas. Isso, a par de outros fatores (elevação do preço do petróleo que, por contágio, implicou em elevação de custos de transporte e insumos, além do impulso na produção de biocombustíveis), determinou a recente crise dos alimentos no mundo, trazendo de volta o debates sobre a vulnerabilidade e a preocupação com questões de segurança alimentar. A soja, neste rastro, com a sua multiplicidade de usos – alimento humano, alimento animal, matéria-prima para diferentes fins industriais, incluindo-se biodiesel – sofreu uma elevação substancial de preço no mercado internacional, estimulando a sua produção e ratificando a sua posição de principal cultura de grão na safra de verão no sul do Brasil. Não obstante a sua valorização econômica e a tradição de cultivo no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, não raro, flutuações climáticas extremas (estiagens, particularmente), tem sido fonte de frustrações de safras. No contexto do ambiente regional (clima, solo e estrutura fundiária) e praticas de manejo de cultivo, há que se entender melhor essa interação, com vistas à otimização de uso dos recursos do ambiente para a produção de soja. Essa apresentação traça a evolução da trajetória da soja, desde uma cultura típica da agricultura colonial até a posição de destaque que ocupa nas lavouras empresariais da atualidade. Ênfase é dada em questões relacionadas com pragas, doenças, plantas daninhas, nutrição de plantas, cultivares e praticas de manejo de cultivo. O objetivo é, via conhecimento, buscar a construção de um modelo de produção, baseado em ciência e tecnologia que, via mudanças de paradigmas, viabilize uma exploração sustentável dos recursos do ambiente para a produção de soja no sul do Brasil. Palavras-chave: recursos naturais, clima, solo, manejo de cultivos, sistemas de produção.

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

SOJA, CENÁRIOS E PERSPECTIVAS

Águeda M. Mezomo,

Geógrafa, M. Sc., Diretora Técnica da Emater/RS

O estado do Rio Grande do Sul apresentou na safra 08/09 uma área

de 3.727.080 ha implantada com a cultura da soja. Deste total, 98,2% da

área é cultivada no sistema de semeadura direta, sendo destas 98,8%

mecanizada, 0,8% por tração animal e 0,3% é realizada de forma manual.

A fertilização do solo gaúcho pra receber a cultura da soja é feita a

partir de adubação mineral (95%), mineral e orgânica (2,7%), orgânica

(1,9%), orgânica verde (0,3%) e sem adubação (0,1). Ou seja, 99,6% das

lavouras recebem adubação e 73,8%, calagem.

No sistema produtivo, 74% utilizam tratamento fúngico de sementes e

apenas 28%, de pragas. Já no controle de infestantes, 98,91% é feito em

pós plantio.

A colheita da soja é mecanizada em 98,8% da área e apenas 1,2% é

feita de forma manual através de trilha. Nos últimos anos o Estado tem

registrado uma perda de grãos média anual de 84 kg/ha, sendo que as

instituições oficiais de pesquisa determinam um índice aceitável de 60

kg/ha.

Os preços dos fertilizantes têm influenciado de forma negativa a

estabilidade da atividade. A volatividade dos preços, mercado e clima são

fatores que interferem diretamente no preço da commodity, apesar do não

controle dessas variáveis. Ações governamentais tentam minimizar essas

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oscilações causadas basicamente pelo clima, com programas como de

Irrigação.

A soja flex, ou seja, utilização dos grãos da cultura para proteína

(alimentação) e óleo (combustível e alimentação), é uma tendência mundial

que pode valorizar a commodity. A relação de preços milho x soja favorece

a cultura da soja, em virtude dos valores praticados pelo mercado.

Para o sucesso econômico da lavoura de soja, o produtor deve

manter os custos atualizados, fazer as vendas escalonadas, observar as

observações de troca milho e soja e ter uma visão empreendedora de

negócio.

Palavras chave: área plantada, tecnologias, preços.

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

DISCURSO FINAL DE ENCERRAMENTO: AGRADECIMENTOS

Aldo Merotto Jr.

Eng. Agr., M.Sc., Ph.D., Prof. da Faculdade de Agronomia da

Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), [email protected]

É com satisfação que chegamos ao final da 37ª Reunião de

Pesquisa da Cultura da Soja da Região Sul do Brasil. Esperamos que o

“Esforço” realizado pela comissão organizadora tenha resultado em um

evento útil para todos os participantes.

“Esforço” que talvez seja a palavra que mais simboliza todas as

ações que resultam em algum sucesso. Felizmente ou infelizmente o

“Esforço” possui uma dimensão ilimitada.

Primeiramente, salientamos a importância do “Esforço” dos Alunos

aqui presentes e dos que colaboraram para a organização deste evento.

Salientamos também a importância do “Esforço” das atividades de ensino

desempenhadas nesta Faculdade com o objetivo de formar Engenheiros

Agrônomos capacitados para os desafios da cultura da Soja, e de todas

as atividades delegadas a estes profissionais.

Também, enfatizamos o “Esforço” realizado por todos os

Pesquisadores da cultura da Soja. Os trabalhos apresentados nesta

reunião são demonstrações do “Esforço” contínuo realizado pelos

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Pesquisadores para a melhoria do sistema de produção da cultura da

Soja como um todo, e que resulta em benefícios diretos para toda a

população.

Resultado semelhante é o obtido pelo “Esforço” dos Profissionais

da Assistência Técnica que em suas atividades diárias tem o enorme

desafio de levar o conhecimento disponível para a aplicação real através

da orientação de nossos Agricultores.

Entretanto, estes “Esforços” acima descritos, nem mesmo

somados, são comparáveis ao “Esforço” de nossos Agricultores. Nunca é

demais lembrar o “Esforço” realizado pelos Agricultores que são

responsáveis por uma das atividades econômicas de maior risco, pois

estão sujeitos às desavenças do clima, às desavenças da economia, e às

desavenças da sociedade que cobram do agricultor uma responsabilidade

ecológica que nem esta mesma sociedade a executa nas cidades onde

vive.

Emfim, esperamos que os mais de 100 trabalhos discutidos nesta

reunião, as palestras apresentadas e as discussões de cada comissão

tenham recompensado o “Esforço” de todos vocês nestes três dias da 37ª

Reunião de Pesquisa da Cultura da Soja da Região Sul.

Ainda, lembro que a Reunião de Pesquisa da Cultura da Soja da

Região Sul desde sua primeira edição realizada na cidade de Passo

Fundo no ano de 1973, certamente representa um dos maiores avanços

em relação a pesquisa agrícola em todo o Brasil. Para comprovar isto,

lembramos da evolução do rendimento de grãos de pouco mais de 1000

kg/ha obtidos nos anos 70 para os níveis superiores a mais de 4000 kg/ha

obtidos em algumas áreas atualmente. Isto é sim resultado direto da

qualidade das atividades de Ensino, da Pesquisa e da Assistência

Técnica da cultura da soja que passa e já passou pelos bancos destas 37

reuniões até hoje realizadas.

No entanto, creio que temos mais um “Esforço” a ser realizado que

se refere ao fortalecimento e a modernização da Reunião de Pesquisas

da Soja.

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Esperamos que a reunião deste ano tenha contribuído para a

continuidade do sucesso da cultura da Soja nos estados do RS e SC.

Muito obrigado a todos.

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

FICHA CATALOGRÁFICA E FORMAS DE CITAÇÃO

Elisângela da Silva Rodrigues Bibliotecária, UFRGS, Faculdade de Agronomia, Biblioteca "Antônio Tavares Quintas"

CIP – CATALOGAÇÃO INTERNACIONAL NA PUBLICAÇÃO

R444p REUNIÃO DE PESQUISA DA SOJA DA REGIÃO SUL (37.:2009:Porto Alegre,RS)

Programa e resumos / XXXVII Reunião de Pesquisa da Soja da Região Sul; Organizado por Ribas Antonio Vidal, Aldo Merotto Jr. Porto Alegre: UFRGS. 2009.

1 CD-ROM

ISBN 978-85-7727-196-2

1.Soja : produção 3. Agricultura de precisão 4. Biodiesel I. Título II. Vidal, Ribas Antonio (Org.) III. Merotto Jr., Aldo (Org.)

CDD 633.34063 Catalogação na publicação: Biblioteca Setorial da Faculdade de Agronomia da UFRGS

Abaixo os exemplos de referências bibliográficas segundo as normas da ABNT. Exemplo para Trabalho em CD-ROM: Autor. Titulo. In: REUNIÃO DE PESQUISA DA SOJA DA REGIÃO SUL, 37., Porto Alegre, 2009. Programa e resumos. Porto Alegre : UFRGS, 2009. CD-ROM

Exemplo para Trabalho disponível on-line: Autor. Titulo. In: REUNIÃO DE PESQUISA DA SOJA DA REGIÃO SUL, 37., Porto Alegre, 2009. Programa e resumos. Porto Alegre : UFRGS, 2009. Disponível em: <endereço eletrônico do arquivo do trabalho> Acesso em: 09 jul. 2009

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XXXVII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

Discurso de agradecimento do PESQUISADOR HOMENAGEADO na XXXVII RPS-Sul

José Antonio Costa Eng. Agr., M.Sc., Ph.D., Prof. titular, Aposentado, Faculdade de Agronomia da

Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). [email protected]

Agradeço a Comissão Organizadora pela homenagem que me esta sendo feita. Com brevidade, farei algumas considerações. De acordo com trabalho de

Rubin(1995), ensaiando variedades de soja por período de recomendação, em Júlio de Castilhos, tem-se os dados:

Ano Rendimento de grãos (kg/ha) Índice (%) 1950 2187 100 1960 2711 124 1970 3012 138 1980 3074 141 1990 3139 144

Ou seja, assumindo-se o rendimento de grãos de soja em 1950, da ordem de 2187

kg/ha, como referencial (100%) em 1990 o rendimento atingiu índice 144 e atualmente, temos registros de variedades produzindo bem mais do que 6000 kg/ha (274%)

Qual a razão para avanços tão significativos? Sempre são várias as explicações oferecidas. Eu gostaria de enfocar algumas que considero como causa e não efeito.

Até o final dos anos 60, a pesquisa com soja era incipiente e se constituía na introdução de variedades do sul dos Estados Unidos da América.

A partir de então, foi feito investimento muito grande pelo governo brasileiro em formação acadêmica de qualidade, inicialmente no exterior e principalmente por professores universitários que, com a volta dos quais, qualificaram-se os cursos de pós-graduação e graduação nas principais universidades do País, que foram usados para capacitação de maior número de técnicos em menos tempo e com menor custo. Com esse capital de cérebros, e com ênfase nas disciplinas básicas, Matemática, Química, Física, Genética, Fisiologia... E esses princípios aplicados às áreas agronômicas, resultaram, entre outras coisas, no desenvolvimento de variedades com maior rendimento potencial genético; paralelamente, o avanço em outras áreas, estreita

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cada vez mais a diferença entre o rendimento potencial e o potencial de rendimento do material em cultivo.

Até onde se pode chegar? Variedades geneticamente modificadas... super rhizóbios... Maior eficiência na fotossíntese... Agricultura de precisão... Semeadura direta de qualidade... São muitas avenidas, largas e quase infinitas.

Outro aspecto importante que não se pode perder de vista, foi a agregação dos técnicos nas reuniões de pesquisa, discutindo os resultados alcançados em cada área e o planejamento conjunto das etapas seguintes dos trabalhos. A polinização cruzada, com certeza funcionou...

Nesse momento, gostaria de lembrar um DITADO CHINÊS:

"Se dois homens vêm andando por uma estrada, cada um carregando um pão e, ao se encontrarem, eles trocarem os pães, cada homem irá embora com um... Porém, se dois homens vêm andando por uma estrada, cada um carregando uma idéia e, ao se encontrarem, eles trocarem as idéias, cada homem irá embora com duas..,"

A Extensão, participante ativa nessas reuniões, encarregou-se de levar os dados de pesquisa “traduzidos” para os sojicultores desempenhando, assim, papel relevante nessa história de sucesso.

Ainda, gostaria de lembrar o segmento importante dos produtores, sempre ávidos por tecnologias inovadoras e capazes de transformá-las em elevação nos rendimentos de lavoura.

Sinto-me muito feliz por ter vivido essa época de mudanças tão significativas.

Muito obrigado a todos, por tudo!

-------------------------------------------------------------------------- Nota da Comissão Organizadora do XXXVII RPS-Sul

O Prof. José Antonio Costa teve (e continua tendo, através de seus pupilos) papel de destaque na

cultura da soja do estado do Rio Grande do Sul e do Brasil. Suas ações permearam a nossa sojicultura de forma direta e indireta.

Ações diretas do nosso homenageado foram direcionadas nas suas pesquisas para a melhoria das técnicas de manejo da cultura da soja, na capacitação de recursos humanos na graduação, pós-graduação e extensão universitária, e como presidente da Comissão Organizadora de quatro (4) das 36 RPS-Sul que nos antecederam, ou seja, organizando 11% das Reuniões da Soja até hoje realizadas na região sul do país.

Ações indiretas do prof. Costa, foram os frutos das suas publicações, que segundo o seu Currículo Lattes de 2005, constavam 52 artigos científicos publicados em periódicos com corpo editorial, 8 livros, 3 capítulos de livros e 155 comunicações em congressos ou reuniões técnico-científicos.

Como enfatizado na introdução desta nota, suas ações ainda continuam a se fazer presentes pelas ações de mais de 33 profissionais que passaram por sua orientação na iniciação científica ou no mestrado ou no doutorado. Além disto, suas idéias e princípios transmitidos em aulas para milhares de engenheiros agrônomos na UFRGS e na UFPR, continuarão a deixar suas marcas na sojicultura brasileira por décadas.

Todas estas contribuições inestimáveis para a cultura da soja no Rio Grande do Sul e no Brasil deixam a Comissão Organizadora do XXXVII RPS-Sul orgulhosos de conferir ao prof. Dr. José Antonio Costa o prêmio de PESQUISADOR HOMENAGEADO deste evento.