resumo unesp

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XXVI Congresso de Iniciação Científica Estudo de uma residência construída pelo sistema construtivo de argamassa armada Vanessa Longo de Andrade (1), Vitor Amaral Lotufo (2) , Luttgardes de Oliveira Neto (3), (1) Graduanda em Arquitetura (FAAC, UNESP, Bauru/SP), Fapesp, [email protected] (2) Arquiteto, formado pela FAU Mackenzie, 1967, [email protected] (3) Prof. Dr. , Departamento de Engenharia Civil e Ambiental, FE - UNESP, [email protected] Palavras Chave: Argamassa armada, Pré-moldado leve, Avaliação pós-ocupação Introdução Argamassa armada (Pré-moldado leve) é um método construtivo considerado um tipo particular de concreto armado, uma vez que é composto por uma armadura finamente subdividida, como fios, telas e barras de aço, e distribuída em argamassa de cimento e areia; porém, pelo seu peculiar desempenho constitui uma classe especial de material, necessitando de tratamento à parte daquele geralmente dispensado ao concreto armado, como produtos para acabamento superficial de ordem estética, proteção contra umidade, abrasão ou corrosão. Apesar de suas vantagens e grande diversidade de utilização, a argamassa armada ainda é pouco explorada no Brasil como sistema construtivo civil, em galerias, coberturas, painéis e como componentes com função estrutural, bem como elementos ornamentais mobiliários ou em projetos arquitetônicos. Objetivos Neste trabalho apresenta-se um objeto de estudo do Arquiteto Vitor Amaral Lotufo, dentro do âmbito de Sistemas Construtivos Específicos. O arquiteto projetou em 2005 uma residência de 56,00m², que é constituída por diferentes formas e soluções para fabricação das peças, seguindo suas funções arquitetônica e estrutural. Material e Métodos O trabalho apresenta uma discussão da proposta arquitetônica com os aspectos referentes à concepção estrutural, às técnicas construtivas utilizadas e aos procedimentos de dimensionamento dos elementos componentes. A análise se completa com a avaliação do sistema construtivo no que se refere à durabilidade e às patologias após 9 anos de uso. Resultados e Discussão A casa como um todo é um exemplo de resistência pela forma, pois as suas peças que formam ao mesmo tempo os pilares e as placas da cobertura, ao serem unidas fazem com que haja estabilidade do conjunto. Foram desenvolvidos três tipos diferentes de formas para fabricação das peças, seguindo sua função múltipla, sendo cobertura, topo da cobertura e pilares. A inspiração está na forma da cobertura do claustro em Gloucester (gótico inglês). A casa, após 9 anos de construção, se encontra em boas condições, sem a presença de corrosão ou fissura, nem deslocamento relativo entre as placas de argamassa armada, considerando-se que não passou por qualquer espécie de manutenção. Figura 1. Desenho, montagem das peças e panorâmica da casa em Botucatu-SP Conclusões O primeiro ponto a ser destacado diz respeito ao surgimento da argamassa armada, de como ela era uma forma primitiva de material, e sua evolução através de pesquisadores como Nervi e Lelé. O segundo deveu-se às possibilidades de formas na arquitetura em composição à concepção estrutural e possibilidades construtivas modulares e préfabricadas. A argamassa armada leva ainda vantagem quanto à elasticidade, fissuração, possuindo uma grande versatilidade. Estas caracteristicas remetem a outro ponto como a leveza na arquitetura, parâmetro muito importante, o qual indica que a tecnologia tornou possível se obter tal leveza que deve ser integrada e dialogar com o contexto e respeitar os objetivos de uso. O terceiro é uma obra que exemplifica a aplicação da argamassa armada em uma edificação, assim como o caráter prático e as possibilidades criadas pelo arquiteto Vitor Lotufo, evidenciando a grande qualidade projetual e técnica possível da argamassa armada para diversas formas de se projetar arquitetura, independentemente de sua época, e ainda pouco explorada no Brasil se comparada a outras técnicas construtivas. Agradecimentos À Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) pela bolsa concedida e financiamento da pesquisa e também ao Arquiteto Vitor Amaral Lotufo pelo material referente à obra. 1 BALLARIN, A. W. Propriedades mecânicas da argamassa armada com telas soldadas, E-book. São Carlos: Departamento de Engenharia de Estruturas. EESC-USP, 1989. 2 HANAI, Eng. João Bento de. Projeto estrutural e dimensionamento de argamassa armada com telas soldadas. São Paulo: São Paulo, Ibts, 1990.

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Page 1: resumo UNESP

XXVI Congresso de Iniciação Científica

Estudo de uma residência construída pelo sistema co nstrutivo de argamassa armada

Vanessa Longo de Andrade (1), Vitor Amaral Lotufo (2) , Luttgardes de Oliveira Neto (3), (1) Graduanda em Arquitetura (FAAC, UNESP, Bauru/SP), Fapesp, [email protected]

(2) Arquiteto, formado pela FAU Mackenzie, 1967, [email protected] (3) Prof. Dr. , Departamento de Engenharia Civil e Ambiental, FE - UNESP, [email protected]

Palavras Chave: Argamassa armada, Pré-moldado leve, Avaliação pós-ocupação

Introdução Argamassa armada (Pré-moldado leve) é um método construtivo considerado um tipo particular de concreto armado, uma vez que é composto por uma armadura finamente subdividida, como fios, telas e barras de aço, e distribuída em argamassa de cimento e areia; porém, pelo seu peculiar desempenho constitui uma classe especial de material, necessitando de tratamento à parte daquele geralmente dispensado ao concreto armado, como produtos para acabamento superficial de ordem estética, proteção contra umidade, abrasão ou corrosão. Apesar de suas vantagens e grande diversidade de utilização, a argamassa armada ainda é pouco explorada no Brasil como sistema construtivo civil, em galerias, coberturas, painéis e como componentes com função estrutural, bem como elementos ornamentais mobiliários ou em projetos arquitetônicos.

Objetivos

Neste trabalho apresenta-se um objeto de estudo do Arquiteto Vitor Amaral Lotufo, dentro do âmbito de Sistemas Construtivos Específicos. O arquiteto projetou em 2005 uma residência de 56,00m², que é constituída por diferentes formas e soluções para fabricação das peças, seguindo suas funções arquitetônica e estrutural.

Material e Métodos O trabalho apresenta uma discussão da proposta arquitetônica com os aspectos referentes à concepção estrutural, às técnicas construtivas utilizadas e aos procedimentos de dimensionamento dos elementos componentes. A análise se completa com a avaliação do sistema construtivo no que se refere à durabilidade e às patologias após 9 anos de uso.

Resultados e Discussão A casa como um todo é um exemplo de resistência pela forma, pois as suas peças que formam ao mesmo tempo os pilares e as placas da cobertura, ao serem unidas fazem com que haja estabilidade do conjunto. Foram desenvolvidos três tipos diferentes de formas para fabricação das peças, seguindo sua função múltipla, sendo cobertura, topo da cobertura e pilares. A inspiração está na forma

da cobertura do claustro em Gloucester (gótico inglês). A casa, após 9 anos de construção, se encontra em boas condições, sem a presença de corrosão ou fissura, nem deslocamento relativo entre as placas de argamassa armada, considerando-se que não passou por qualquer espécie de manutenção.

Figura 1. Desenho, montagem das peças e panorâmica da casa em Botucatu-SP

Conclusões O primeiro ponto a ser destacado diz respeito ao surgimento da argamassa armada, de como ela era uma forma primitiva de material, e sua evolução através de pesquisadores como Nervi e Lelé. O segundo deveu-se às possibilidades de formas na arquitetura em composição à concepção estrutural e possibilidades construtivas modulares e préfabricadas. A argamassa armada leva ainda vantagem quanto à elasticidade, fissuração, possuindo uma grande versatilidade. Estas caracteristicas remetem a outro ponto como a leveza na arquitetura, parâmetro muito importante, o qual indica que a tecnologia tornou possível se obter tal leveza que deve ser integrada e dialogar com o contexto e respeitar os objetivos de uso. O terceiro é uma obra que exemplifica a aplicação da argamassa armada em uma edificação, assim como o caráter prático e as possibilidades criadas pelo arquiteto Vitor Lotufo, evidenciando a grande qualidade projetual e técnica possível da argamassa armada para diversas formas de se projetar arquitetura, independentemente de sua época, e ainda pouco explorada no Brasil se comparada a outras técnicas construtivas.

Agradecimentos À Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) pela bolsa concedida e financiamento da pesquisa e também ao Arquiteto Vitor Amaral Lotufo pelo material referente à obra. 1 BALLARIN, A. W. Propriedades mecânicas da argamassa armada com telas soldadas, E-book. São Carlos: Departamento de Engenharia de Estruturas. EESC-USP, 1989. 2 HANAI, Eng. João Bento de. Projeto estrutural e dimensionamento de argamassa armada com telas soldadas. São Paulo: São Paulo, Ibts, 1990.