resumo - teorias explicativas do conhecimento (descartes e hume)

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DESCARTES Fundador da filosofia moderna, dá importância á teoria do conhecimento ou gnosiologia. Procura construir um sistema científico de bases ou princípios firmes e indubitáveis. Filósofo tipicamente racionalista, inspirou-se no modelo matemático. Defendia que a ciência se devia basear em princípios metafísicos a partir dos quais todos os restantes conhecimentos seriam deduzidos com rigor e ordem. O objectivo fundamental do pensamento de Descartes é a reforma profunda do conhecimento humano, uma vez que, na sua época, havia falta de confiança na razão e dependência desta em relação à experiência. Descartes pretende aplicar o modelo matemático a domínios como a metafísica e a física. Atitude de Descartes em relação ao saber tradicional: o O conjunto dos conhecimentos, que constituem o sistema do saber ou o edifício científico tradicional, está assente em bases frágeis. o Esse edifício científico é constituído por conhecimentos que não estão devidamente ordenados. O saber tradicional padece de 2 defeitos: a falta de organização ou sistemacidade e a falta de solidez das bases em que assenta. Descartes considera que os fundamentos do sistema dito científico não são verdadeiros e que, embora haja conhecimentos verdadeiros nesse sistema, eles não estão colocados por ordem, não foram descobertos de uma forma ordenada ou racional. A fundamentação do saber e a sua ordenação são as 2 exigências essenciais da crítica cartesiana ao saber do seu tempo. Para constituir a ciência em bases firmes é necessário partir de um princípio que cumprirá 2 exigências, sem as quais será eu pseudoprincípio: o Deve ser de tal modo evidente (claro e distinto) que o pensamento não possa dele duvidar. o Dele dependerá o conhecimento do resto, de modo que nada pode ser conhecido sem ele, mas não reciprocamente.

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Page 1: Resumo - Teorias Explicativas Do Conhecimento (Descartes e Hume)

DESCARTES

Fundador da filosofia moderna, dá importância á teoria do conhecimento ou

gnosiologia.

Procura construir um sistema científico de bases ou princípios firmes e indubitáveis.

Filósofo tipicamente racionalista, inspirou-se no modelo matemático.

Defendia que a ciência se devia basear em princípios metafísicos a partir dos quais

todos os restantes conhecimentos seriam deduzidos com rigor e ordem.

O objectivo fundamental do pensamento de Descartes é a reforma profunda do

conhecimento humano, uma vez que, na sua época, havia falta de confiança na razão e

dependência desta em relação à experiência.

Descartes pretende aplicar o modelo matemático a domínios como a metafísica e a

física.

Atitude de Descartes em relação ao saber tradicional:

o O conjunto dos conhecimentos, que constituem o sistema do saber ou o

edifício científico tradicional, está assente em bases frágeis.

o Esse edifício científico é constituído por conhecimentos que não estão

devidamente ordenados.

O saber tradicional padece de 2 defeitos: a falta de organização ou sistemacidade e a

falta de solidez das bases em que assenta.

Descartes considera que os fundamentos do sistema dito científico não são

verdadeiros e que, embora haja conhecimentos verdadeiros nesse sistema, eles não

estão colocados por ordem, não foram descobertos de uma forma ordenada ou

racional. A fundamentação do saber e a sua ordenação são as 2 exigências essenciais

da crítica cartesiana ao saber do seu tempo.

Para constituir a ciência em bases firmes é necessário partir de um princípio que

cumprirá 2 exigências, sem as quais será eu pseudoprincípio:

o Deve ser de tal modo evidente (claro e distinto) que o pensamento não possa

dele duvidar.

o Dele dependerá o conhecimento do resto, de modo que nada pode ser

conhecido sem ele, mas não reciprocamente.

Page 2: Resumo - Teorias Explicativas Do Conhecimento (Descartes e Hume)

DÚVIDA COMO INSTRUMENTO DA PROCURA DA VERDADE

Descartes elaborou um conjunto de regras que o orientassem na procura da verdade,

constituindo essas 4 regras o seu método.

A 1ª regra é a regra da evidência, que nos diz para não aceitarmos como verdadeiro

aquilo que não for absolutamente indubitável: é verdadeiro o que resiste a toda e

qualquer dúvida.

A dúvida é catártica ou purificadora, porque quer libertar a razão dos falsos

princípios, quer evitar que se considerem princípios do saber conhecimentos que não

merecem esse nome.

Um edifício com um fundamento absolutamente verdadeiro tem de passar pela prova

rigorosa da dúvida. A prova da dúvida é tão rigorosa que esta assume um aspecto

hiperbólico, excessivo.

O carácter hiperbólico da dúvida significa que vamos duvidar:

o Considerando como absolutamente falso o que for minimamente duvidoso;

o Considerando como sempre enganador aquilo que alguma vez nos enganar.

OS NÍVEIS DE APLICAÇÃO DA DÚVIDA

1º Nível – Dúvida em relação aos sentidos. A dúvida vai aplicar-se em primeiro lugar

às informações dos sentidos e como estes nos enganam algumas vezes, ao aplicar o

princípio hiperbólico da dúvida concluímos que: se devemos considerar como sempre

enganador aquilo que nos engana algumas vezes, então os sentidos não merecem

qualquer confiança. Assim Descartes rejeita um dos fundamentos principais do saber

tradicional: a crença em que o conhecimento começa com a experiência, com as

informações dos sentidos.

2º Nível – Dúvida dos objectos. Descartes vai pôr em causa outro dos fundamentos

essenciais do saber tradicional: a convicção ou crença imediata na existência das

realidades física ou sensíveis. Descartes considera que se não existe uma maneira clara

de diferenciar o sonho da realidade, então podemos desconfiar de que os

acontecimentos e as coisas que julgamos reais não são mais do que figurantes de um

sonho.

3º Nível – Dúvida do conhecimento matemático. O facto de Deus ser omnipotente e

de nos ter criado leva-nos a suspeitar de que Deus, ao criar o nosso entendimento, ao

“depositar” nele as “verdades” matemáticas, pode tê-lo criado “virado do avesso” sem

Page 3: Resumo - Teorias Explicativas Do Conhecimento (Descartes e Hume)

disso nos informar. Ou seja, o nosso entendimento pode estar radicalmente

pervertido, tomando como verdadeiro o que é falso e vice-versa.

RESULTADO DA APLICAÇÃO DA DÚVIDA: ACABA POR NOS CONDUZIR À PRIMEIRA

E ABSOLUTA VERDADE, AO PRIMEIRO PRINCÍPIO DO SISTEMA DO SABER

Como resultado da aplicação da dúvida, pôs-se em causa toda a dimensão dos

objectos, quer sensíveis quer inteligíveis. Foi tudo posto em causa, ou seja, reina o

cepticismo: tudo é falso, nada é verdadeiro, isto é, nada resiste à dúvida. Contudo,

quando a dúvida atinge o seu ponto máximo, uma verdade indubitável vai impor-se.

A dúvida é um acto do pensamento que só é possível se existir um sujeito que o

realize. A condição de possibilidade do acto de duvidar é a existência do sujeito que

pensa, ou seja, duvidar é um acto que tem de ser exercido por alguém. Logo, a

existência do sujeito que duvida é uma verdade indubitável: “Penso, logo existo.”, ou

seja, eu duvido de tudo, mas não posso duvidar da minha existência como sujeito que,

neste momento, duvida de tudo. “Duvido, logo existo.”

Esta verdade, “Eu penso, logo existo”, vai ser o critério ou o modelo de toda e

qualquer verdade ou evidência posterior.

O “cogito” é a primeira verdade. O sujeito sabe que existe como condição de

possibilidade radical do acto de duvidar e isso é verdade porque vê muito clara e

distintamente que é impossível falar do acto de duvidar sem supor como sua

possibilidade a existência de um sujeito que duvida.

O “cogito” vai funcionar como modelo de verdade: serão verdadeiros todos os

conhecimentos que forem tão claros e distintos (evidentes) como este primeiro

conhecimento.

Este princípio indubitável é racional, porque no momento em que o descobrimos,

nenhuma realidade sensível merece crédito, ou seja, trata-se da “raiz da árvore do

saber”, não sendo um conhecimento sensível ou matemático, mas sim uma realidade

metafísica: o sujeito puramente racional.

A generalização e radicalização da dúvida foi motivada pelo desejo de pôr em

evidência o carácter único e privilegiado do conhecimento que nenhuma dúvida pode

abalar.

Page 4: Resumo - Teorias Explicativas Do Conhecimento (Descartes e Hume)

PROVA DA EXISTÊNCIA DE DEUS COMO SER PREFEITO (NÃO ENGANADOR)

Sei que sou imperfeito, porque duvido e só considero que duvidar é uma imperfeição,

porque tenho a noção de perfeição.

Só comparando as qualidades que eu possuo com o que penso ser a perfeição é que

posso dizer que eu que duvido e não conheço tudo, sou imperfeito. A ideia de um ser

perfeito corresponde à ideia de um ser que não duvida, que tudo sabe (omnisciente).

Como só o que é perfeito pode ser a causa da ideia de perfeito, Descartes conclui que

Deus existe.

TIPOS DE IDEIAS

A ideia de alma e de Deus são ideias inatas – estão na mente desde o nascimento e

serão desenvolvidas pela razão sem o apoio da experiência. Só as ideias inatas são

claras e distintas.

As ideias adventícias (ideia de Sol ou maçã) são ideias que procedem da

experiência.

As ideias factícias são ideias forjadas pelo sujeito como é o caso da ideia de sereia

ou unicórnio.

FUNDAMENTAÇÃO METAFÍSICA DO SABER: DEUS COMO GARANTIA DAS

VERDADES MATEMÁTICAS E DAS VERDADES RACIONAIS EM GERAL

No terceiro nível de dúvida, Descartes apresenta a suspeita de que um Deus

omnipotente podia fazer tudo, inclusive enganar. Contudo, Descartes vai chegar à

conclusão de que essa suspeita não faz sentido, pois se Deus é omnipotente e perfeito

e enganar é sinónimo de fraqueza, porque só a fraqueza e a imperfeição podem levar-

nos a utilizar a arma da mentira, então Deus não nos engana, não perverte o nosso

entendimento.

O papel da veracidade divina (não enganar e ser fonte de todo o saber) é duplo:

o É garantia da validade das evidências actuais, isto é, das que estão

actualmente presentes na minha consciência. Com efeito não há razão

para duvidar das ideias que estão presentes na minha consciência como claras

e distintas, uma vez provado que Deus não engana e não perverte o meu

entendimento. Provado que Deus não é enganador, uma determinada evidência

Page 5: Resumo - Teorias Explicativas Do Conhecimento (Descartes e Hume)

Percepções

Impressões (actos originários do

nosso conhecimento, correspondendo

aos dados da experiência presente ou

actual. Imagens ou sentimentos que

derivam imediatamente da realidade.

São percepções vivas e fortes.)

Ideias (são representações ou

imagens debilitadas, enfraquecidas,

das impressões no pensamento.

Marcas deixadas pelas impressões no

pensamento, uma vez desaparecidas.)

Simples (a percepção de

uma caneta azul)

Complexas (a

visão global de um

povoado a partir

de um ponto alto)

Complexas (a

recordação do

povoado)

Simples (a

recordação da

caneta azul)

Conhecimentos

de facto – física

Relações de ideias –

matemática, lógica

não pode ser posta em causa enquanto está presente no meu espírito e

atentamente a considero.

o É garantia das minhas evidências passadas, isto é, não actualmente

presentes na minha consciência. É Deus quem vai garantir que aquilo que

é válido para mim num certo momento seja válido objectivamente, isto é,

independentemente de mim e sempre. O saber firme, seguro e constante que

Descartes ambiciona só pode ser assegurado pela veracidade e imutabilidade

divinas. As evidências às quais dei o meu assentimento continuam a ser

evidências, mesmo quando já nelas não penso.

Deus acaba por ser a verdadeira “raiz da árvore do saber” porque só a sua veracidade

garante a verdade dos conhecimentos que o sujeito pensante (a primeira realidade a

ser conhecida, mas não a realidade verdadeiramente fundamental) vai constituindo.

DAVID HUME

Encarregou-se de uma profunda investigação sobre a origem, possibilidade e os limites

do conhecimento.

IMPRESSÕES E IDEIAS SÃO O CONTEÚDO DO CONHECIMENTO

Para David Hume todo o conhecimento começa com a experiência, sendo os dados

ou impressões sensíveis as suas unidades básicas.

Divide o conteúdo do conhecimento em 2 espécies de estados de consciência ou

percepções:

Page 6: Resumo - Teorias Explicativas Do Conhecimento (Descartes e Hume)

A diferença entre impressões e ideias é simplesmente de grau e não de natureza.

Não existem ideias inatas, pois, segundo Hume, elas só aparecem após a impressão

que lhes deu origem e não ao contrário: “as impressões simples precedem sempre as

ideias correspondentes e nunca aparecem na ordem contrária”. “As impressões são as

causas das nossas ideias e não as nossas ideias das nossas impressões.”

TIPOS DE CONHECIMENTO

A distinção entre impressões e ideias diz respeito aos elementos do conhecimento.

A distinção entre os modos ou tipos do conhecimento:

o Conhecimento de ideias ou Relação entre ideias – proposições cuja

verdade pode ser conhecida por simples análise lógica do significado das ideias

que as compõem. A verdade das proposições que consistem em relações entre

ideias é independente da experiência: são verdadeiras ou falsas a priori, embora

todas as ideias tenham o seu fundamento nas impressões, podemos conhecer

sem necessidade de recorrer às impressões, isto é, ao confronto com a

experiência. As definições e proposições lógico-matemáticas são exemplos.

(Ex.: o triângulo tem 3 lados.) Tais conhecimentos são tautológicos, ou

seja, as proposições lógicas e matemáticas não dão novas

informações porque o predicado diz, implicitamente, o mesmo que

o sujeito.

o Conhecimento de factos – proposições cuja verdade só pode ser conhecida

mediante a experiência, isto é, temos de observar o mundo dos factos para

verificar se elas são verdadeiras ou falsas. Ex.: “Este martelo é pesado.” É um

juízo cujo valor de verdade não pode ser decidido pela simples inspecção a

priori, ou seja, temos de a confrontar com uma verificação experimental

elementar, isto é, a sua verdade ou falsidade só pode ser determinada a

posteriori.

Além da forma de determinar a sua verdade (a priori num caso; a posteriori noutro),

há uma diferença importante entre a relação entre ideias e os conhecimentos de facto:

ao contrário das relações de ideias, não há qualquer contradição na negação de um

conhecimento de facto. As proposições de facto podem ser verdadeiras mas é

possível que venham a revelar-se falsas.

Page 7: Resumo - Teorias Explicativas Do Conhecimento (Descartes e Hume)

PROBLEMA DA CAUSALIDADE

Todas as nossas ideias derivam de uma impressão sensível. A toda e qualquer ideia

tem de corresponder uma impressão porque as ideias são imagens das impressões. Do

que não há impressão sensível não há conhecimento. – Conhecimento de factos.

1. Observação de um facto: duas bolas de bilhar chocam. (conjunção

constante entre (A) e (B), que (B) sucede a (A).

2. Análise do Fenómeno:

Como consequência da conjunção constante ou sucessão regular de

(A) e (B) nasce na nossa mente a ideia de relação causal ou conexão

necessária. Dizemos então: Sempre que se dá (A) acontece (B).

Assim, pensamos que acontecendo (A) não poderá deixar de

acontecer (B). Quando dizemos isto estamos a falar de um facto

futuro. É aqui que Hume diz que ultrapassamos o que a experiência – a

única fonte de validade dos conhecimentos de facto – nos permite. Para

Hume o conhecimento dos factos reduz-se às impressões actuais e

passadas. Não podemos ter conhecimento de factos futuros porque

não podemos ter qualquer impressão sensível ou experiência do que

ainda não aconteceu.

A ideia de relação causal, de uma conexão necessária entre dois

fenómenos (“sempre foi assim, sempre será assim”), é uma ideia da qual

não temos qualquer impressão sensível. Como o critério de verdade de

um conhecimento factual é que a uma ideia corresponda uma

impressão sensível, não temos legitimidade para falar de uma relação

causal entre dados da nossa experiência.

3. Conclusões:

Nós inferimos uma relação necessária entre causa e efeito pelo facto de

nos termos habituado a constatar uma relação constante entre factos

semelhantes ou sucessivos. É apenas o hábito ou costume que nos

permite sair daquilo que está imediatamente presente na experiência

em direcção ao futuro.

A constante relação de contiguidade espacial e de prioridade temporal

entre os fenómenos A e B levam a razão a inventar uma conexão que

ela julga necessária, mas da qual nunca teve experiência.

Page 8: Resumo - Teorias Explicativas Do Conhecimento (Descartes e Hume)

A crença na ideia de causalidade tem um fundamento não racional. Tal

ideia não deriva da razão, mas de factores psicológicos – a vontade de

que o futuro seja previsível e, logo, controlável.

O principio de causalidade, considerado um princípio racional e

objectivo, nada mais é do que uma crença subjectiva, o produto de um

hábito, o desejo de transformação de uma expectativa em realidade.

Ideia de causa – a ideia de que há uma conexão necessária entre dois ou mais

eventos.

o Não há nenhuma impressão sensível da qual derive a ideia de causa.

o Contudo, observamos:

1. a contiguidade espacial;

2. a sucessão temporal e;

3. a conjunção constante entre dois fenómenos e chamamos causa ao que

precede e efeito ao que sucede.

o Ao observar que algum evento (A) tem até agora sido sempre sucedido pelo

evento (B), acreditamos que da próxima vez que ocorrer (A) sucederá (B).

Acreditamos que o futuro será igual ao passado.

o Da observação desta constante conjunção como formamos a ideia de causa?

1. Há um poder secreto na causa que faz com que o efeito lhe

suceda? Talvez, mas não o podemos observar.

2. A memória só nos dá informações sobre os acontecimentos

particulares que recordamos. Não nos diz que podemos esperar que a

mesma coisa aconteça outra vez.

3. Utilizando o raciocínio dedutivo? Não, porque não é contraditório que

(B) não suceda a (A).

4. O raciocínio indutivo? Não podemos afirmar que o futuro será como o

passado utilizando o raciocínio indutivo porque este assume que o futuro

será como o passado. Seria dizer que sabemos que o futuro será como

passado porque no passado o futuro era como o passado.

Page 9: Resumo - Teorias Explicativas Do Conhecimento (Descartes e Hume)

o A ideia de causa não deriva da observação de algo nos fenómenos, mas do

desenvolvimento de um costume ou de um hábito mental (desenvolvemos o hábito

de esperar que (B) aconteça mal vemos acontecer (A)).

O cepticismo de Hume não é total, absoluto. Temos a faculdade (razão) de conhecer

verdades a priori – matemáticas e lógicas – e as faculdades (memória e percepção

sensível) que nos permite conhecer factos presentes e passados. Mas, não temos

nenhuma faculdade que nos permita conhecer factos futuros. A razão não é capaz de

formular leis da Natureza. Segundo Hume, um cientista nunca pode prever que uma

hipótese seja verdadeira.