resumo sic

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Reconfigurações narrativas em contexto midiatizado Neste resumo, sintetizamos o trabalho do grupo de pesquisa “Jornalismo e Literatura: Narrativas Reconfiguradas”, estabelecido entre o curso de Comunicação Social – Jornalismo e o Programa de Pós-Graduação em Letras, da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). Iniciada em janeiro de 2013, essa trajetória busca compreender os sentidos que emergem das reconfigurações narrativas percebidas a partir de uma imbricação entre Jornalismo e Literatura em um contexto midiatizado. Na primeira etapa de pesquisa, nosso recorte recaiu sobre os livros-reportagem de Fernando Morais e, em seguida, para as biografias de Olga Benário, Assis Chateaubriand e Paulo Coelho, também assinadas pelo jornalista brasileiro. Esse caminho foi percorrido com referências de quatro teorias: do Jornalismo, dos Sistemas, da Narrativa e da Midiatização. Inicialmente, identificamos, nas obras não-biográficas de Morais, a presença das cinco categorias jornalísticas apontadas por José Marques de Melo: Informativa, Opinativa, Interpretativa, Diversional e Utilitária. Ou seja, apenas uma categoria não dava conta de ajudar na compreensão da obra. Nossa hipótese de que essa diversidade de gêneros seria indexador de uma complexa estrutura narrativa passou a ser confirmada quando nosso olhar percebeu a existência de jogos de poder entre três narradores com vozes distintas: editor, jornalista e fonte. Reconfigurando o modelo inicial proposto por Luiz Gonzaga Motta, a partir de Genette, encontramos exemplos de elementos utilizados pelo

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Resumo apresentado durante o XX Seminário de Iniciação Científica, em Santa Cruz do Sul.

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Page 1: Resumo sic

Reconfigurações narrativas em contexto midiatizado

Neste resumo, sintetizamos o trabalho do grupo de pesquisa “Jornalismo e Literatura:

Narrativas Reconfiguradas”, estabelecido entre o curso de Comunicação Social –

Jornalismo e o Programa de Pós-Graduação em Letras, da Universidade de Santa Cruz

do Sul (Unisc). Iniciada em janeiro de 2013, essa trajetória busca compreender os

sentidos que emergem das reconfigurações narrativas percebidas a partir de uma

imbricação entre Jornalismo e Literatura em um contexto midiatizado. Na primeira

etapa de pesquisa, nosso recorte recaiu sobre os livros-reportagem de Fernando Morais

e, em seguida, para as biografias de Olga Benário, Assis Chateaubriand e Paulo Coelho,

também assinadas pelo jornalista brasileiro. Esse caminho foi percorrido com

referências de quatro teorias: do Jornalismo, dos Sistemas, da Narrativa e da

Midiatização. Inicialmente, identificamos, nas obras não-biográficas de Morais, a

presença das cinco categorias jornalísticas apontadas por José Marques de Melo:

Informativa, Opinativa, Interpretativa, Diversional e Utilitária. Ou seja, apenas uma

categoria não dava conta de ajudar na compreensão da obra. Nossa hipótese de que essa

diversidade de gêneros seria indexador de uma complexa estrutura narrativa passou a

ser confirmada quando nosso olhar percebeu a existência de jogos de poder entre três

narradores com vozes distintas: editor, jornalista e fonte. Reconfigurando o modelo

inicial proposto por Luiz Gonzaga Motta, a partir de Genette, encontramos exemplos de

elementos utilizados pelo segundo narrador, o jornalista, para estabelecer sua influência

sobre o primeiro e o terceiro narradores. Os resultados dessa primeira fase de pesquisa

foram apresentados em encontros locais, promovidos pela Unisc, regionais e nacionais

como o Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação (Intercom). Entre os dias 6, 7

e 8 de agosto deste ano, tivemos a oportunidade de estender esse debate até Lima (PE)

para os integrantes do Grupo de Trabalho do congresso da Associação Latino-

Americana de Investigadores de Comunicação (Alaic). A investigação, agora, ganha

novo fôlego com a percepção do sistema midiático-jornalístico como um quarto e

poderoso narrador nessa estrutura. Nesta segunda etapa, nossa proposta de análise é a

obra de Eliane Brum, utilizando como ferramenta o conceito de narrativa transmidiática,

de Henry Jenkins. Conscientes de que a proximidade entre Literatura e Jornalismo

ocorre desde o início deste segundo, nossa proposta é compreender quais são os sentidos

emergentes desse diálogo que ocorre no contexto midiatizado, ou seja, marcado por

profunda imersão tecnológica.