projetos irregulares no sic pe

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1 Recife, 19 de setembro de 2011. SESSÃO ORDINÁRIA REALIZADA EM 30/08/2011 AUDITORIA ESPECIAL REALIZADA NA FUNDAÇÃO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO DO ESTADO DE PERNAMBUCO FUNDARPE INTERESSADOS: Srs. MARCELO BASTOS VALENÇA, BRUNO CELSO DE ARAÚJO FERRAZ, ÁLVARO LIMA FREIRE DO AMARAL, ADEMIR ALVES DE LIMA, LUA DA SILVEIRA JATOBÁ, EMMANUEL PARISIO BARBOSA, EDILSON CARLOS CASSEMIRO, JULIO CESAR PEREIRA CELESTINO, ANA LUCIA ALTINO GARCIA, ELIZABETH ALVES DA SILVA, SEVERINO EUDSON CATÃO FERREIRA, HILTON GOMES COSTA FILHO, DANIEL MÁRIO DA COSTA VERÇOSA, LUIZ GUSTAVO DE AMORIM GUEDES, PAULO ANDRÉ MORAES PIRES, SILVIO FRAGA ROCHA PONTUAL, JOSÉ ASTROGILDO DOS SANTOS, MILTON FONSECA DE SANTANA FILHO, ROGÉRIO BEZERRA ROBALINHO DE OLIVEIRA CAVALCANTI, SONIA MARIA FREYRE PIMENTEL, FERNANDO ALFREDO GUEDES PEREIRA DE MELLO FREYRE, GILBERTO DE MELLO FREYRE NETO, RUBENS JOSÉ VAZ, ANDRÉ ANDERSON DA CRUZ CAVALCANTI, RODRIGO FRAGOSO MOREDA, ROBERVAL MEDEIROS PENA, RONALDO CORREIA DE BRITO, MOACYR DA COSTA PINTO, JORGE CLÉSIO DA SILVA, SONALLY MORAES PIRES, ANTONIO FAUSTINO CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE NETO, MARGARIDA RODRIGUES DO ESPÍRITO SANTO E FERNANDA FERRAZ GOIANA MODESTO ADVOGADOS: Drs. CARLOS DA COSTA PINTO NEVES FILHO OAB/PE Nº 17.409, FÁBIO ALEXANDRE QUEIROZ TENÓRIO DA SILVA OAB/PE Nº 21.379, IVO DE OLIVEIRA LIMA OAB/PE Nº 25.263 E CLÁUDIO ROBERTO GOMES PIMENTEL OAB/PE Nº 23.522 RELATORA: CONSELHEIRA TERESA DUERE ÓRGÃO JULGADOR: PRIMEIRA CÂMARA ACÓRDÃO T.C. Nº 409/11 VISTOS, relatados e discutidos os autos do Processo T.C. nº 0600276-6, ACORDAM, à unanimidade, os Conselheiros da Primeira Câmara do Tribunal de Contas do Estado, nos termos do voto da Relatora, que integra o presente Acórdão, em rejeitar, com fundamento no Parecer MPCO nº 404/2011, do Ministério Público de Contas, com as ressalvas feitas pela Relatora ao longo do seu voto, as preliminares de Prescrição da dívida ante a Fazenda Estadual, Cerceamento do direito de defesa, Existência de Atestado de Execução, Enriquecimento sem causa e Solidariedade das empresas, suscitadas pelos demandantes, e, no mérito, CONSIDERANDO que as falhas apontadas pela auditoria não são suficientes para macular a prestação de contas para os projetos culturais abaixo listados, os quais são objeto desta análise; CONSIDERANDO o disposto nos artigos 70 e 71, inciso II, combinados com o artigo 75 da Constituição Federal, e no artigo 59, inciso II, da Lei Estadual nº 12.600/04 (Lei Orgânica do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco), Em julgar REGULARES, COM RESSALVAS, as contas relativas aos projetos culturais abaixo listados, objeto da presente auditoria especial, quitando, em consequência, os responsáveis. Anexo Projeto Empreendedor XXVII 562/99 “Pé no Rock” Rogério Bezerra Robalinho de Oliveira Cavalcanti XXXII 99/01 “Forró Nosso” Rubens José Vaz XXXIII 303/01 -“Som no Pé do Cipa” André Anderson da Cruz Cavalcanti XXXV 211/98 “IV Encontro de Cantadores do Nordeste” Roberval Medeiros Pena XXXVI 540/99 “Auto das Portas do Céu” Ronaldo Correia de Brito XXXVII 84/98 “Centro Comunitário de Arte” Moacyr da Costa Pinto XXXIX 919/00 “Oitava Edição do ABRIL PRO ROCK” Sonally Moraes Pires XL 202/98 “Olinda é a Sé” Antônio Faustino Cavalcanti de Albuquerque Neto XLI 915/00 “Pata Aqui, Pata Acolá” Margarida Rodrigues do Espírito Santo

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Page 1: Projetos irregulares no Sic PE

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Recife, 19 de setembro de 2011. SESSÃO ORDINÁRIA REALIZADA EM 30/08/2011 AUDITORIA ESPECIAL REALIZADA NA FUNDAÇÃO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO DO ESTADO DE PERNAMBUCO – FUNDARPE INTERESSADOS: Srs. MARCELO BASTOS VALENÇA, BRUNO CELSO DE ARAÚJO FERRAZ, ÁLVARO LIMA FREIRE DO AMARAL, ADEMIR ALVES DE LIMA, LUA DA SILVEIRA JATOBÁ, EMMANUEL PARISIO BARBOSA, EDILSON CARLOS CASSEMIRO, JULIO CESAR PEREIRA CELESTINO, ANA LUCIA ALTINO GARCIA, ELIZABETH ALVES DA SILVA, SEVERINO EUDSON CATÃO FERREIRA, HILTON GOMES COSTA FILHO, DANIEL MÁRIO DA COSTA VERÇOSA, LUIZ GUSTAVO DE AMORIM GUEDES, PAULO ANDRÉ MORAES PIRES, SILVIO FRAGA ROCHA PONTUAL, JOSÉ ASTROGILDO DOS SANTOS, MILTON FONSECA DE SANTANA FILHO, ROGÉRIO BEZERRA ROBALINHO DE OLIVEIRA CAVALCANTI, SONIA MARIA FREYRE PIMENTEL, FERNANDO ALFREDO GUEDES PEREIRA DE MELLO FREYRE, GILBERTO DE MELLO FREYRE NETO, RUBENS JOSÉ VAZ, ANDRÉ ANDERSON DA CRUZ CAVALCANTI, RODRIGO FRAGOSO MOREDA, ROBERVAL MEDEIROS PENA, RONALDO CORREIA DE BRITO, MOACYR DA COSTA PINTO, JORGE CLÉSIO DA SILVA, SONALLY MORAES PIRES, ANTONIO FAUSTINO CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE NETO, MARGARIDA RODRIGUES DO ESPÍRITO SANTO E FERNANDA FERRAZ GOIANA MODESTO ADVOGADOS: Drs. CARLOS DA COSTA PINTO NEVES FILHO – OAB/PE Nº 17.409, FÁBIO ALEXANDRE QUEIROZ TENÓRIO DA SILVA – OAB/PE Nº 21.379, IVO DE OLIVEIRA LIMA – OAB/PE Nº 25.263 E CLÁUDIO ROBERTO GOMES PIMENTEL – OAB/PE Nº 23.522 RELATORA: CONSELHEIRA TERESA DUERE ÓRGÃO JULGADOR: PRIMEIRA CÂMARA ACÓRDÃO T.C. Nº 409/11 VISTOS, relatados e discutidos os autos do Processo T.C. nº 0600276-6, ACORDAM, à unanimidade, os Conselheiros da Primeira Câmara do Tribunal de Contas do Estado, nos termos do voto da Relatora, que integra o presente Acórdão, em rejeitar, com fundamento no Parecer MPCO nº 404/2011, do Ministério Público de Contas, com as ressalvas feitas pela Relatora ao longo do seu voto, as preliminares de Prescrição da dívida ante a Fazenda Estadual, Cerceamento do direito de defesa, Existência de Atestado de Execução, Enriquecimento sem causa e Solidariedade das empresas, suscitadas pelos demandantes, e, no mérito, CONSIDERANDO que as falhas apontadas pela auditoria não são suficientes para macular a prestação de contas para os projetos culturais abaixo listados, os quais são objeto desta análise; CONSIDERANDO o disposto nos artigos 70 e 71, inciso II, combinados com o artigo 75 da Constituição Federal, e no artigo 59, inciso II, da Lei Estadual nº 12.600/04 (Lei Orgânica do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco), Em julgar REGULARES, COM RESSALVAS, as contas relativas aos projetos culturais abaixo listados, objeto da presente auditoria especial, quitando, em consequência, os responsáveis.

Anexo Projeto Empreendedor

XXVII 562/99 – “Pé no Rock” Rogério Bezerra Robalinho de Oliveira Cavalcanti

XXXII 99/01 – “Forró Nosso” Rubens José Vaz

XXXIII 303/01 -“Som no Pé do Cipa” André Anderson da Cruz Cavalcanti

XXXV 211/98 – “IV Encontro de Cantadores do Nordeste” Roberval Medeiros Pena

XXXVI 540/99 – “Auto das Portas do Céu” Ronaldo Correia de Brito

XXXVII 84/98 – “Centro Comunitário de Arte” Moacyr da Costa Pinto

XXXIX 919/00 – “Oitava Edição do ABRIL PRO ROCK” Sonally Moraes Pires

XL 202/98 – “Olinda é a Sé” Antônio Faustino Cavalcanti de Albuquerque Neto

XLI 915/00 – “Pata Aqui, Pata Acolá” Margarida Rodrigues do Espírito Santo

Page 2: Projetos irregulares no Sic PE

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CONSIDERANDO a realização do objeto do projeto em data anterior à captação de recurso – constatada no Relatório de Auditoria nos projetos analisados nos Anexos II, XVI e XXI; CONSIDERANDO o pagamento de despesas não previstas no orçamento do projeto – constatado no Relatório de Auditoria nos projetos analisados nos Anexos IX, XIX, XX, XXIX, XXIX, XXX e XXXI; CONSIDERANDO a realização de despesas fora do período de aplicação – constatada no Relatório de Auditoria nos projetos analisados nos Anexos XVI, XXIV, XXV e XXVI; CONSIDERANDO que foi pago valor superior ao previsto no orçamento do projeto – constatado no Relatório de Auditoria nos projetos analisados nos Anexos IX, XI, XIV e XXV; CONSIDERANDO a comprovação de despesas incompatíveis com o projeto aprovado – constatada no Relatório de Auditoria nos projetos analisados nos Anexos II, XII e XXI; CONSIDERANDO a ausência de notas fiscais – constatada no Relatório de Auditoria nos projetos analisados nos Anexos XIX, XX,XXIX, XXXIV, XVI, XVII, XXV e XXXI ; CONSIDERANDO a comprovação de despesas com notas fiscais inidôneas – constatada no Relatório de Auditoria nos projetos analisados nos Anexos II, XV, XVI, XVII, XXI, XXII, XXIII, XXIV, XXV e XLII; CONSIDERANDO a comprovação de despesas com notas fiscais falsas – constatada no Relatório de Auditoria nos projetos analisados nos Anexos X, XI, XII, XIV, XV, XVIII,XX, XXII, XXIII e XXVIII; CONSIDERANDO a comprovação de despesas com notas fiscais de empresas diferentes preenchidas pela mesma pessoa – constatada no Relatório de Auditoria nos projetos analisados nos Anexos XXII, XXIII, XXIV, XXV,XXVI, IX, X, XI e XII; CONSIDERANDO a comprovação de despesas com notas fiscais com datas de emissão fora da ordem cronológica – constatada no Relatório de Auditoria nos projetos analisados nos Anexos X, XI, XIII, XIV e XV; CONSIDERANDO a ausência de dados do credor nos recibos – constatada no Relatório de Auditoria nos projetos analisados no Anexo XX; CONSIDERANDO que a Corregedoria Fazendária – CORREFAZ enviou ao Ministério Público de Pernambuco cópia da prestação de contas dos projetos culturais analisados no Relatório de Auditoria nos Anexos II e III; CONSIDERANDO que já foram encaminhadas às Secretarias de Fazenda as respectivas cópias das notas fiscais confirmadas como inidôneas - constatado no Relatório de Auditoria nos projetos analisados nos Anexos IX, IX, XI, XII, XIV, XV, XVI, XVII e XVIII; CONSIDERANDO os termos do Parecer do MPCO nº 404/2011, do Ministério Público de Contas, CONSIDERANDO o disposto nos artigos 70 e 71, inciso II, combinados com o artigo 75, da Constituição Federal, e no artigo 59, inciso III, alínea “b”, da Lei Estadual nº 12.600/04 (Lei Orgânica do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco), Em julgar IRREGULARES as contas relativas aos projetos abaixo listados, objeto da presente auditoria especial, em face da existência das irregularidades supracitadas em cada projeto cultural. Deixar de aplicar multa em face ao disposto no artigo 73, § 6º, da LOTCEPE.

Anexo Projeto Empreendedor

II 86/98 – “Apagaram o Candeeiro, Acenderam a Luz” Marcelo Bastos Valença

III 581/99 – “Arquitetura Contemporânea de Pernambuco (1970-1999)”

Álvaro Lima Freire do Amaral e Bruno Celso de Araújo Ferraz

IX 881/00 – “III Festival de Música de Câmara de Pernambuco” Ana Lúcia Altino Garcia

X 879/00 – “Espetáculos Musicais” Ana Lúcia Altino Garcia

XI 993/00 – “II Concurso Internacional de Humor e Quadrinhos” Luiz Gustavo de Amorim Guedes

XII 994/00 – “II Festival Internacional de Humor e Quadrinhos” Daniel Mário da Costa Verçosa

XIV 995/00 – “Observatório Cultural Malakoff – Programação e Produção Cultural” Severino Eudson Catão Ferreira

XV 92/98 – “CD Alô Pernambuco” Elizabeth Alves da Silva

XVI 385/99 – “ABRIL PRO ROCK 99” Paulo André Moraes Pires

Page 3: Projetos irregulares no Sic PE

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XVII 1.071/00 – “Jardim Cultural Artístico” Silvio Fraga Rocha Pontual

XVIII 541/99 – “Viva Pernambuco” José Astrogildo dos Santos

XIX 867/99 – “Projeto Itinerante de Cultura” Milton Fonseca de Santana Filho

XX 93/98 – “VIII Festival de Inverno de Garanhuns” José Astrogildo dos Santos

XXI 26/01 – “Festividades Juninas no Agreste” Milton Fonseca de Santana Filho

XXII 451/01 – “Pernambuco Musical” José Astrogildo dos Santos

XXIII 449/01 – “Artesanato Itinerante” José Astrogildo dos Santos

XXIV 452/01 – “II Festival Nacional de Repentistas” José Astrogildo dos Santos

XXV 361/01 – “III Feira Internacional do Livro de Pernambuco”

Rogério Bezerra Robalinho de Oliveira Cavalcanti

XXVI 875/00 – “Campanha Cultural de Prevenção à AIDS”

Rogério Bezerra Robalinho de Oliveira Cavalcanti

XXVIII 569/99 – “Festival de Inverno de Garanhuns” Rogério Bezerra Robalinho de Oliveira Cavalcanti

XXIX

081/98 - “Centro de Documentação: Organização do Arquivo Gilberto Freyre de Documentos Textuais” Sonia Maria Freyre Pimentel

XXX

90/98 - “Centro de Documentação: Informatização do Arquivo Gilberto Freyre de Documentos Textuais”

Fernando Alfredo Guedes Pereira de Mello Freyre

XXXI

91/98 -“Centro de Documentação: Divulgação do Arquivo Gilberto Freyre de Documentos Textuais” Gilberto de Mello Freyre Neto

XXXIV 467/01 – “Mix 2001” Rodrigo Fragoso Moreda

XLII 558/99 - “IV Festival Nacional de Dança do Recife”

Fernanda Ferraz Goiana Modesto

CONSIDERANDO a ausência do Atesto de Execução do Projeto – constatada no Relatório de Auditoria nos projetos analisados nos Anexos IV, V, VI, VII, VIII, XIII e XXXVIII; CONSIDERANDO a ausência de comprovação da realização do objeto do projeto – constatada no Relatório de Auditoria nos projetos analisados nos Anexos IV, VI, VII e VIII; CONSIDERANDO o pagamento de despesas não previstas no orçamento do projeto – constatado no Relatório de Auditoria no projeto analisado no Anexo XXXVIII; CONSIDERANDO que foi pago valor superior ao previsto no orçamento do projeto – constatado no Relatório de Auditoria nos projetos analisados nos Anexos IV, VII, XIII; CONSIDERANDO a ausência de notas fiscais – constatada no Relatório de Auditoria no projeto analisado no Anexo XXXVIII; CONSIDERANDO a comprovação de despesas com notas fiscais falsas – constatada no Relatório de Auditoria nos projetos analisados nos Anexos IV, V, VI, VII, VIII e XIII; CONSIDERANDO a comprovação de despesas com notas fiscais com datas de emissão fora da ordem cronológica – constatada no Relatório de Auditoria nos projetos analisados nos Anexos IV, V, VI, VII e XIII; CONSIDERANDO que a Corregedoria Fazendária – CORREFAZ enviou ao Ministério Público de Pernambuco cópia da prestação de contas dos projetos culturais analisados no Relatório de Auditoria, nos Anexos IV, V, VI, VII e VIIII; CONSIDERANDO os termos do Parecer MPCO nº 404/2011; CONSIDERANDO o disposto nos artigos 70 e 71, incisos II e VIII e § 3º, combinados com o artigo 75, da Constituição Federal, e no artigo 59, inciso III, alíneas “b” e “c”, da Lei Estadual nº 12.600/04 (Lei Orgânica do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco), Em julgar IRREGULARES as contas relativas aos projetos culturais abaixo listados, objeto da presente auditoria especial, determinando que seus responsáveis restituam aos cofres da Fazenda Pública Estadual as quantias abaixo individualizadas, corrigidas monetariamente, a partir do primeiro dia do exercício financeiro subsequente ao das contas ora analisadas, segundo os índices e condições estabelecidos na legislação para atualização dos créditos da Fazenda Pública, no prazo de 15 (quinze) dias do trânsito em julgado deste Acórdão, encaminhando cópia

Page 4: Projetos irregulares no Sic PE

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da Guia de Recolhimento a este Tribunal para baixa do débito. Não o fazendo, que Certidão de Débito seja remetida à Procuradoria Geral do Estado para as providências cabíveis.

Anexo Projeto Empreendedor Valor a

Devolver

IV 724/99 – “Forromoura 99 – Ano II” Ademir Alves de Lima 100.000,00

V 836/00 – “Guia Zen Cultural” Lua da Silveira Jatobá 149.867,91

VI 864/00 – “Moleque de Rua” Emmanuel Parísio Barbosa 136.103,84

VII 885/00 – “Pernambuco Imortal” Edílson Carlos Cassemiro 120.000,00

VIII 1.035/00 – “Mãe Natureza” Júlio César Pereira Celestino 61.000,00

XIII

992/00 – “Observatório Cultural Malakoff – Equipamentos e Suporte para Atividades Culturais” Hilton Gomes Costa Filho 198.611,02

XXXVIII 762/99 – “Espetáculo Inês” Jorge Clésio da Silva 60.000,00

Recife, 19 de setembro de 2011. Conselheiro João Carneiro Campos – Presidente da Primeira Câmara Conselheira Teresa Duere – Relatora Conselheiro Carlos Porto Fui presente: Dr. Guido Rostand Cordeiro Monteiro – Procurador. Cr/HN

Page 5: Projetos irregulares no Sic PE

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INTEIRO TEOR DA DELIBERAÇÃO

62ª SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA CÂMARA REALIZADA EM

30/08/2011

PROCESSO TC Nº 0600276-6

AUDITORIA ESPECIAL REALIZADA NA FUNDAÇÃO DO PATRIMÔNIO

HISTÓRICO DO ESTADO DE PERNAMBUCO – FUNDARPE

INTERESSADOS: MARCELO BASTOS VALENÇA, BRUNO CELSO DE ARAÚJO

FERRAZ, ÁLVARO LIMA FREIRE DO AMARAL, ADEMIR ALVES DE LIMA,

LUA DA SILVEIRA JATOBÁ, EMMANUEL PARISIO BARBOSA, EDILSON

CARLOS CASSEMIRO, JULIO CESAR PEREIRA CELESTINO, ANA LUCIA

ALTINO GARCIA, ELIZABETH ALVES DA SILVA, SEVERINO EUDSON

CATÃO FERREIRA, HILTON GOMES COSTA FILHO, DANIEL MÁRIO DA

COSTA VERÇOSA, LUIZ GUSTAVO DE AMORIM GUEDES, PAULO ANDRÉ

MORAES PIRES, SILVIO FRAGA ROCHA PONTUAL, JOSÉ ASTROGILDO

DOS SANTOS, MILTON FONSECA DE SANTANA FILHO, ROGÉRIO

BEZERRA ROBALINHO DE OLIVEIRA CAVALCANTI, SONIA MARIA

FREYRE PIMENTEL, FERNANDO ALFREDO GUEDES PEREIRA DE MELLO

FREYRE, GILBERTO DE MELLO FREYRE NETO, RUBENS JOSÉ VAZ,

ANDRÉ ANDERSON DA CRUZ CAVALCANTI, RODRIGO FRAGOSO MOREDA,

ROBERVAL MEDEIROS PENA, RONALDO CORREIA DE BRITO, MOACYR DA

COSTA PINTO, JORGE CLÉSIO DA SILVA, SONALLY MORAES PIRES,

ANTONIO FAUSTINO CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE NETO, MARGARIDA

RODRIGUES DO ESPÍRITO SANTO, FERNANDA FERRAZ GOIANA

MODESTO.

ADVOGADOS: DR. CARLOS DA COSTA PINTO NEVES FILHO – OAB/PE Nº

17.409; DR. FÁBIO ALEXANDRE QUEIROZ TENÓRIO DA SILVA –

OAB/PE Nº 21.379; DR. IVO DE OLIVEIRA LIMA – OAB/PE Nº

25.263; DR. CLÁUDIO ROBERTO GOMES PIMENTEL – OAB/PE Nº

23.522.

RELATORA : CONSELHEIRA TERESA DUERE

PRESIDENTE : CONSELHEIRO JOÃO CARNEIRO CAMPOS

RELATÓRIO

Page 6: Projetos irregulares no Sic PE

6

Tratam os autos de Auditoria Especial realizada

na FUNDAÇÃO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO DE PERNAMBUCO –

FUNDARPE, tendo por objetivo analisar as prestações de

contas de projetos culturais financiados pelo Sistema de

Incentivo à Cultura - SIC, aprovados no período de 1998 a

2001, e não remetidos ao Tribunal de Contas.

Esta Auditoria Especial originou-se da Demanda da

Ouvidoria nº 4.745 (fls. 02), cuja denúncia trata de

irregularidades relacionadas ao beneficiamento de um grupo

de empresas através do repasse de recursos a projetos

culturais aprovados pelo Sistema de Incentivo à Cultura –

SIC.

Cumpre destacar que a Coordenação de Controle

Externo - CCE determinou que fossem anexados outros

elementos aos autos (decisões, irregularidades, indícios,

etc.), motivadores da autuação da demanda sob comento em

processo de Auditoria Especial, conforme a deliberação da

Sessão Administrativa do Conselho para Assuntos Técnicos,

realizada em 24/02/05.

Neste sentido, com o intuito de fundamentar a

instauração de Auditoria Especial, foram acostados às fls.

20-230 os seguintes documentos, comentados de forma

detalhada no Relatório de Auditoria da Demanda de Ouvidoria

(fls. 231-234):

• Representação protocolada sob o n.° 0013122-

0/2004 apresentada pelo deputado estadual Guilherme Uchôa e

outros (19) à Procuradoria Geral de Justiça de Pernambuco e

2 Anexos (fls. 20 a 100);

• Pronunciamento do deputado estadual José

Queiroz na Assembléia Legislativa de Pernambuco e

documentos em anexo (fls. 101 a 168);

• E-mail remetido à Chefia da DIAD (entre

outros destinatários) pelo Subprocurador Geral do Tribunal

de Contas Gilmar Severino de Lima e documentos em anexo

(fls. 169 a 230)

Dentre as irregularidades elencadas na

documentação anexada às fls. 20-230, destaca-se a

constatação em prestações de contas de projetos culturais

de: notas fiscais falsas, notas fiscais inidôneas, ausência

da documentação comprobatória de despesas em prestações de

contas aprovadas e a ocorrência de assinaturas falsas em

CDI’s (Certificado de Dedução do ICMS).

Após analisar a demanda da auditoria, dispôs o

Relatório de Auditoria da Demanda de Ouvidoria (fls. 231 a

244) pela inadmissibilidade da denúncia formulada à

Ouvidoria, no seguinte trecho transcrito do relatório:

(...) a reivindicação constante na Demanda de Ouvidoria

nº. 4.745 (fls. 02) extrapola as atribuições legalmente conferidas a

Page 7: Projetos irregulares no Sic PE

7

esta Corte de Contas, ao envolver terceiros particulares contratados,

o que foge a competência do TCE. Ressalte-se ainda que não há

irregularidade declarada nem na aprovação, nem na análise de prestação

de contas dos projetos em tela, apenas a menção de que as empresas

elencadas às fls. 02 foram contratadas para executar projetos

culturais. (...)

Contudo, em virtude da gravidade dos fatos

trazidos aos autos na oportunidade da instrução deste

processo, por meio dos documentos às fls. 20-230, o

Relatório de Auditoria da Demanda de Ouvidoria, no item

Conclusão (fls. 244), recomendou a necessidade de

instauração de uma Auditoria Especial a fim de averiguar as

prestações de contas de projetos culturais aprovadas pela

Secretaria da Fazenda do Estado de Pernambuco - SEFAZ/PE, e

não encaminhadas a esta Corte de Contas, durante o período

de 1998 a 2001, razão pela qual, acatando esta recomendação

corroborada com o opinativo da CCE de fls. 256/257,

determinei a formalização do presente processo.

É mister destacar que os trabalhos de auditoria

tiveram início em 17/03/2006, conforme termo de designação

de equipe de fls. 263 dos autos, tendo seu término ocorrido

em 10/05/2010, estando o trabalho consubstanciado no

relatório de auditoria de fls. 9933 a 9959 – Volume 47,

acompanhado de anexos de fls. 9960 a 10234 – Volume 47, o

qual foi subscrito pelos auditores das contas públicas

Luciana Lopes Farinha de Souza, Jussara Nascimento Alencar,

Aquilina Nery Ribeiro e Raquel Vasconcelos de F. Gonçalves.

Preliminarmente, no relatório, a equipe destacou

como foi selecionada a amostra para análise dos projetos

culturais, conforme se observa no comentário feito pela

equipe, qual seja ( fls. 9940) :

“tendo em vista o número elevado de prestações de contas

não analisadas por este Tribunal de Contas e considerando-se a

relevância dos valores envolvidos, numa decisão conjunta entre equipe

de auditoria, DIAD e DCE, da relação dos 170 projetos culturais, 121

projetos foram selecionados para devida análise, os quais captaram

valores superiores a R$ 30.000,00 representando 95,74% do montante

total repassado pelo SIC no período de 1998 a 2001.”

Desta análise, foram constatadas irregularidades

em 41 prestações de contas, cuja documentação encontra-se

acostada às fls. 730-9.859, as quais se encontram abaixo

relacionadas e discorridas nos itens 3.1 a 3.23, estando

as mesmas detalhadas nos Anexos II a XLII do relatório de

auditoria, quais sejam:

3.1. Ausência do Atesto de Execução do Projeto

3.2. Ausência de comprovação da realização do objeto do

projeto

3.3. Realização do objeto do projeto em data anterior à

captação de recursos

3.4. Ausência de comprovação de aplicação de recursos

Page 8: Projetos irregulares no Sic PE

8

3.5. Pagamento de despesa não prevista no orçamento do

projeto

3.6. Despesas realizadas fora do período de aplicação

3.7. Valor pago superior ao previsto no orçamento do

projeto

3.8. Comprovação da despesa incompatível com o projeto

aprovado

3.9. Despesas não comprovadas

3.10. Ausência de notas fiscais

3.11. Despesas comprovadas com notas fiscais inidôneas

3.12. Comprovação de despesas com notas fiscais falsas

3.13. Notas fiscais de empresas diferentes preenchidas pela

mesma pessoa

3.14. Notas fiscais com datas de emissão fora da ordem

cronológica

3.15. Ausência dos bilhetes de passagem aérea

3.16. Ausência de dados do credor nos recibos

3.17. Ausência de procuração representando os artistas

3.18. Ausência de autorização para mudanças no orçamento do

projeto

3.19. Ausência de recibos de pagamento

3.20. Ausência de extrato bancário

3.21. Extrato bancário incompleto

3.22. Não utilização de conta corrente exclusiva para o

projeto

3.23. Ausência do número do cheque nos recibos

Estas irregularidades motivaram a equipe de

auditoria a recomendar a devolução do montante de R$

4.701.966,28 do total de R$ 6.259.462,95 de recursos

referentes a estas 41 prestações de contas (detalhamento

sintético por projeto encontra-se nas fls. 9961 a 9964 do

relatório de auditoria).

Foram realizadas as notificações aos

interessados, tendo havido apresentação de defesa conforme

detalhado no quadro abaixo. Cumpre destacar que para

aqueles cujo Aviso de recebimento – AR retornou, foi

realizada a notificação pelo Diário Oficial.

Interessado Situação

1. Marcelo Bastos Valença Defesa à folha 11.521 e 11.802

2. Bruno Celso de Araújo Ferraz Manifestou-se solicitando prorrogação

do prazo de defesa (fls.

10388/10485). Solicitou prorrogação

do prazo de defesa pela segunda vez

(fls. 11158/11160/11164). Solicitou

prorrogação do prazo de defesa pela

terceira vez (fl. 11260) o que foi

indeferido (fl. 11265). Defesa à

folha 11.793.

3. Álvaro Lima Freire do Amaral Notificado no mesmo projeto cultural

do Sr. Bruno Celso Ferraz, que

apresentou defesa à folha 11.793.

4. Ademir Alves de Lima Defesa à folha 10.311

5. Lua da Silveira Jatobá Mudou-se do endereço declarado (fls.

10289/10290). Notificada pelo DOE em

04.08.2010 (fl. 10298). Não

Page 9: Projetos irregulares no Sic PE

9

apresentou defesa até a presente

data.

6. Emmanuel Parisio Barbosa Endereço declarado não existe (fls.

10263/10264). Notificado pelo DOE em

19.10.2010 (fl. 10662). Não

apresentou defesa até a presente data

7. Edilson Carlos Cassemiro Defesa à folha 10.624

8. Julio Cesar Pereira Celestino Manifestou-se solicitando cópia dos

autos (fl. 10287), Prorrogação do

prazo de defesa (fls.

10548/10552/10628). Não apresentou

defesa até a presente data.

9. Ana Lucia Altino Garcia Defesa à folha 10.597

10. Elizabeth Alves da Silva Defesa à folha 11.642 e 11.802

11. Severino Eudson Catão Ferreira Defesa à folha 10.307

12. Hilton Gomes Costa Filho Defesa à folha 10.315

13. Daniel Mário da Costa Verçosa Defesa à folha 10.319

14. Luiz Gustavo de Amorim Guedes Defesa à folha 10.347

15. Paulo André Moraes Pires Defesa à folha 11.733 e 11.802

16. Silvio Fraga Rocha Pontual Defesa à folha 11.270 e 11.802

17. José Astrogildo dos Santos Defesa à folha 11.315, 11.362,

11.418, 11.456, 11.489 e 11.802

18. Milton Fonseca de Santana Filho Defesa à folha 11.575, 11.603 e

11.802

19. Rogério Bezerra R. O.

Cavalcanti

Defesa à folha 10.629

20. Sonia Maria Freyre Pimentel Defesa à folha 11.170

21. Fernando Alfredo Mello Freyre Falecido (fl. 10.324). Defesa à folha

11.170 apresentada por Sônia Maria

Freyre Pimentel

22. Gilberto de Mello Freyre Neto Defesa à folha 11.170

23. Rubens José Vaz Defesa à folha 10.553

24. André Anderson C. Cavalcanti Defesa à folha 10.588

25. Rodrigo Fragoso Moreda Mudou-se do endereço declarado (fls.

10294/10295). Notificado pelo DOE em

10.08.2010 (fl. 10297). Não

apresentou defesa até a presente

data.

26. Roberval Medeiros Pena Defesa à folha 10.339

27. Ronaldo Correia de Brito Defesa à folha 10.562

28. Moacyr da Costa Pinto Defesas às folhas 10.358 e 10663

29. Jorge Clésio da Silva Manifestou-se solicitando prorrogação

do prazo de defesa (fls.

10655/10656/10657). Solicitou

prorrogação de prazo de defesa pela

segunda vez (fls. 11155/11157/11165).

Não apresentou defesa até a presente

data.

30. Sonally Moraes Pires Defesa à folha 11.705 e 11.802

31. Antonio Faustino C. A. Neto Defesa à folha 10.646

32. Margarida Rodrigues do E. Santo Defesas às folhas 11.208 e 11.266

33. Fernanda Ferraz Goiana Modesto Defesa à folha 10.508

Impende destacar que tendo havido algumas

preliminares suscitadas pelos interessados nas defesas

apresentadas a este Tribunal, solicitei opinativo do

Ministério Público de Contas acerca destas preliminares,

tendo sido emitido o Parecer MPCO nº 404/2011, fls.

11821 a 11832 – volume 56, da lavra do Procurador Cristiano

Page 10: Projetos irregulares no Sic PE

10

Pimentel, cujos termos encontram-se transcritos abaixo,

quais sejam:

“FUNDAMENTAÇÃO

Conforme demandado pela Relatoria, para maior celeridade do

processo, este parecer se limitará as defesas e preliminares de ordem

jurídica.

Prescrição da dívida ante a Fazenda Estadual

Em várias defesas, se coloca que o ressarcimento ao erário

estaria prescrito, posto que passados mais de dez anos entre o término

dos projetos analisados e a presente data.

Os próprios precedentes do TCU citados pelas defesas

afirmam que a jurisprudência daquele órgão é vacilante entre a

aplicação da prescrição civil e a declaração de imprescritibilidade do

ressarcimento ao erário.

Só resta o caminho de buscar, na jurisprudência dos

Tribunais Superiores, a resposta aplicável a esta questão de direito

constitucional.

Para resolver esta questão, louvo-me do voto do

Desembargador Marcos Alcino de Azevedo Torres, na Apelação n.

2009.001.46558, do TJRJ:

“Referimo-nos à imprescritibilidade da ação de

ressarcimento de dano ao erário, e, caso adotada a tese da sua

prescritibilidade, ao prazo legal aplicável à espécie acionária em

comento.

Tanto num quanto noutro ponto, a conclusão inafastável é a

forçosa cassação da sentença e conseqüente seguimento do feito.

Reza assim o art. 37, § 5º, da Carta da República:

„§ 5º - A lei estabelecerá os prazos de prescrição

para ilícitos praticados por qualquer agente,

servidor ou não, que causem prejuízos ao erário,

ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento‟

Não é despropositada a fundamentação da sentença, aplaudida

pelos apelados, na medida em que – admita-se – o Constituinte

originário não dotou o dispositivo em tela de enunciado tão claro

quanto aconselhável, em se tratando de exceção tão gravosa como a

cláusula de imprescritibilidade de ação civil.

De fato, contrasta o laconismo e obscuridade desse comando

com a redação inequívoca do art. 5º, incisos XLII e XLIV, da CF.

Entretanto, desnuda-se o véu dessa dúvida com duas singelas

observações.

A primeira é que, muito embora fosse desaconselhável assim

proceder, pareceu o Constituinte não se preocupar com redação tão

peremptória porquanto seja diversa a natureza do ilícito (civil na

lesão ao erário, enquanto criminal no racismo e a ação armada contra a

ordem constitucional) e, por conseguinte, a natureza da respectiva

sanção (privação de liberdade, num caso; e mera privação de renda e

patrimônio, no outro).

A segunda observação é que, afora a hipótese da

imprescritibilidade da ação de ressarcimento do erário, a redação da

parte final do dispositivo fica totalmente sem propósito. Afinal, em

que sentido estão „ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento‟,

senão em relação aos prazos de prescrição que o comando constitucional

manda a lei estabelecer?

É verdade que a redação poderia ser mais direta e clara;

mas não é menos verdade que, afastada a imprescritibilidade, a parte

Page 11: Projetos irregulares no Sic PE

11

final do preceito não se torna simplesmente obscura, mas totalmente

teratológica.

Sem dúvida, há de se privilegiar a exegese que compensa a

obscuridade da redação legal, em detrimento daquela que a torna

ilógica.

Essa é, por sinal, a jurisprudência majoritária do Superior

Tribunal de Justiça, da qual extraio os seguintes arestos:

„ADMINISTRATIVO – MANDADO DE SEGURANÇA (…)

RESSARCIMENTO POR PREJUÍZO AO ERÁRIO –

IMPRESCRITIBILIDADE.

(…)

6.Nos termos do art. 37, § 5°, da Constituição da

República de 1988, é imprescritível a ação de

ressarcimento por prejuízo causado ao erário.

Precedentes do STJ e do STF.

7. Segurança denegada‟

(MS 12.489/DF, Rel. Ministra Eliana Calmon,

Primeira Seção, julgado em 27/05/2009, DJe

03/06/2009)

„ADMINISTRATIVO - RECURSO ESPECIAL – IMPROBIDADE -

AÇÃO CIVIL RESSARCITÓRIA - IMPRESCRITIBILIDADE.

(…) 3. IMPRESCRITIBILIDADE DA AÇÃO CIVIL PÚBLICA

RESSARCITÓRIA. A ação de ressarcimento de danos ao

erário não se submete a qualquer prazo

prescricional, sendo, portanto, imprescritível

(REsp 1056256/SP, de minha relatoria, SEGUNDA

TURMA, julgado em 16.12.2008, DJe 4.2.2009). (…)‟

(REsp 902.166/SP, Rel. Ministro Humberto Martins,

Segunda Turma, julgado em 16/04/2009, DJe

04/05/2009)

„ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL – AÇÃO CIVIL

PÚBLICA POR ATO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA (…) –

PRETENSÃO RESSARCITÓRIA – ART. 23, INCISO I, DA LEI

N. 8.429/92 – INAPLICABILIDADE –

IMPRESCRITIBILIDADE.

(…)

5. O art. 23 da Lei n. 8.429/92, que trata de

prescrição, não abarca a sanção ressarcimento, pois

a segunda parte § 5º do art. 37 da Constituição

Federal de 1988 adota a imprescritibilidade de tal

sanção.

6. Na se há falar em regulamentação específica

acerca do prazo prescricional da pretensão de

ressarcimento, uma vez que a parte final do § 5º do

art. 37 da Constituição Federal de 1988 é norma

constitucional de eficácia plena. Agravo regimental

improvido‟

(AgRg no REsp 1038103/SP, Rel. Min. Humberto

Martins, Segunda Turma, julgado em 16/04/2009, DJe

04/05/2009)

„PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. AÇÃO CIVIL

PÚBLICA. DANO AO ERÁRIO. RESSARCIMENTO.

IMPRESCRITIBILIDADE.

1. Hipótese em que o Ministério Público ajuizou

Ação Civil Pública com o fito de reaver valores

pagos em excesso a vereadores municipais.

Page 12: Projetos irregulares no Sic PE

12

2. A pretensão de ressarcimento por prejuízo

causado ao Erário é imprescritível. Precedentes do

STJ e do STF.

3. Agravo Regimental não provido‟

(AgRg no REsp 662.844/SP, Rel. Min. Herman

Benjamin, Segunda Turma, julgado em 16/04/2009, DJe

06/05/2009)

Por fim, veio o Supremo Tribunal Federal pôr sobre

a pendenga a necessária pá-de-cal, pronunciando-se

por maioria (com ressalvas individuais parciais) no

sentido da imprescritibilidade da pretensão de

ressarcimento por prejuízo aos cofres públicos,

consoante se depreende da seguinte ementa:

„MANDADO DE SEGURANÇA. (…) RESSARCIMENTO AO ERÁRIO.

INOCORRÊNCIA DE PRESCRIÇÃO. DENEGAÇÃO DA SEGURANÇA.

(…)

III - Incidência, na espécie, do disposto no art.

37, § 5º, da Constituição Federal, no tocante à

alegada prescrição.

IV - Segurança denegada‟

(MS 26210, Relator Min. Ricardo Lewandowski,

Tribunal Pleno, julgado em 04/09/2008, DJe 10-10-

2008)

Mas ainda que assim não se concluísse – o que

aventamos por mero juízo hipotético –, há uma

segunda questão que a sentença, com as devidas

vênias, não tocou.

É que, considerada a inexistência de prazo

específico para a pretensão de ressarcimento ao

erário, não se justificaria, se prescritível ela

fosse, que se aplicasse supletivamente o prazo

qüinqüenal do Decreto 20.910/32 – ele mesmo, prazo

excepcional aplicável somente às dívidas da Fazenda

Pública.

Mesmo porque o prazo qüinqüenal é já o adotado pela

Lei de Improbidade Administrativa para a aplicação

das sanções políticas e civis nela previstas (Lei

nº 8.429/92, art. 23, I).

Ora, mesmo que se trilhasse a tese de

prescritibilidade da ação de ressarcimento ao

erário, não seria razoável, ante a expressa

ressalva da Constituição Federal (art. 37, § 5º), o

prazo prescricional para essa ação, ao fim e ao

cabo, fosse o mesmo da ação de improbidade.

Veja-se que o Superior Tribunal de Justiça, mesmo

nos precedentes que não concluíram pela

imprescritibilidade da presente espécie de ação,

adotou o prazo geral do Código Civil (vintenário ou

decenal, conforme a data do fato), à míngua de

regra específica, e não o prazo do Decreto

20.910/32. Nesse sentido:

„(…) O objeto do recurso examinado não está

relacionado ao prazo prescricional da ação de

Page 13: Projetos irregulares no Sic PE

13

ressarcimento ao erário, a qual não possui

entendimento consolidado nesta Corte Superior, em

face da manifesta divergência nas Turmas de Direito

Público, em função da existência da tese de

imprescritibilidade da ação de ressarcimento, bem

como da tese da incidência da prescrição

vintenária, em razão da ausência de regulamentação,

com base no Código Civil. Confiram-se: AgRg no Ag

993.527/SC, 2ª Turma, Rel. Min. Castro Meira, DJe

de 11.9.2008; REsp 705.715/SP, 1ª Turma, Rel. Min.

Francisco Falcão, DJe de 14.5.2008; REsp

601.961/MG, 2ª Turma, Rel. Min. João Otávio de

Noronha, DJ de 21.8.2007; REsp 403.153/SP, 1ª

Turma, Rel. Min. José Delgado, DJ de 20.10.2003.

Todavia, é importante ressaltar a existência do

recente julgado do Supremo Tribunal Federal que,

por maioria, proclamou a inexistência de prescrição

de ação de ressarcimento ao erário (MS 26.210/DF,

Tribunal Pleno, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, DJe

de 9.10.2008). (…)‟

(REsp 801.846/AM, Rel. Min. Denise Arruda, Primeira

Turma, julgado em 16/12/2008, DJe 12/02/2009)

Portanto, quer se admita ou não a

imprescritibilidade da ação de ressarcimento ao

erário, a conclusão deverá ser pelo provimento do

presente recurso de apelação.

É a própria sentença que nos dá conta de que o

primeiro réu deixou a chefia do Poder Executivo do

Município de Cantagalo no ano de 2001, o que

tornaria incidente o prazo vintenário do CC/16,

temperado com a regra de transição do art. 2.028 do

CC/02 – tudo conduzindo, portanto, ao não

exaurimento de eventual prazo de prescrição”

Diante da leitura deste excelente voto do Desembargador

citado, vemos que tanto o STJ, quanto o STF, entendem como

imprescritível a ação de ressarcimento ao erário.

Oportuno transcrever na íntegra a ementa do Mandado de

Segurança 26210 do STF, para aclarar que o ressarcimento se aplica às

competências dos tribunais de contas:

“MANDADO DE SEGURANÇA. TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO.

BOLSISTA DO CNPq. DESCUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO DE

RETORNAR AO PAÍS APÓS TÉRMINO DA CONCESSÃO DE BOLSA

PARA ESTUDO NO EXTERIOR. RESSARCIMENTO AO ERÁRIO.

INOCORRÊNCIA DE PRESCRIÇÃO. DENEGAÇÃO DA SEGURANÇA.

I - O beneficiário de bolsa de estudos no exterior

patrocinada pelo Poder Público, não pode alegar

desconhecimento de obrigação constante no contrato

por ele subscrito e nas normas do órgão provedor.

II - Precedente: MS 24.519, Rel. Min. Eros Grau.

III - Incidência, na espécie, do disposto no art.

37, § 5º, da Constituição Federal, no tocante à

alegada prescrição.

IV - Segurança denegada”

Portanto, opina o Ministério Público de Contas pela

inocorrência de qualquer hipótese de prescrição, apesar de alguns

precedentes do TCU e tribunais em sentido contrário, que, contudo, já

foram rechaçados pelo STF.

Page 14: Projetos irregulares no Sic PE

14

Registre-se que este Tribunal sempre entendeu pela

imprescritibilidade.

Então, entendemos que esta preliminar não

procede.

Cerceamento do direito de defesa

Alegam que a demora para que as partes fossem chamadas a se

defender neste Tribunal acarretou cerceamento de defesa, com prejuízo

ao princípio da segurança jurídica.

Invocam algumas defesas um artigo técnico de analista do

TCU.

A demora na citação dos defendentes só é apta a produzir

efeitos se o tempo transcorreu por culpa da autoridade processante.

Não é o caso dos autos.

A demora no caso se deu pelo grande número de defendentes,

pelo grande número de projetos culturais a serem analisados, bem como

pela complexidade da matéria.

O próprio STF já reconheceu que não há constrangimento

ilegal, ou cerceamento de defesa em hipótese semelhante, nos processos

penais:

“A jurisprudência deste Supremo Tribunal firmou-se no

sentido de que o encerramento da instrução criminal afasta a alegação

de excesso de prazo, não se configurando constrangimento ilegal quando

a complexidade da causa e a quantidade de réus justificam a razoável

demora para o encerramento da ação penal. Precedentes”

(HC 94100; Relatora CÁRMEN LÚCIA)

Deste modo, rejeita o Ministério Público de Contas a

alegação de cerceamento de defesa pelo excesso de prazo, dado que

justificado na jurisprudência do STF.

Existência de Atestado de Execução

Alegam algumas das defesas que a existência de atestado de

execução final dos projetos impede a imputação de débito pelo Tribunal

de Contas.

A presença de atestado de execução não impede o Tribunal de

glosar os valores, pois esta Corte exerce competências constitucionais

decorrentes da própria Constituição Federal, não ficando limitada pela

quitação eventualmente emitida por um ente sujeito a sua fiscalização.

Seria contraditório e ilógico que a quitação, por atestado

de execução final de um ente controlado por esta Casa, tivesse o poder

de impedir a imputação de débito pelo órgão de controle externo.

Precedente do TRF1:

“Ao exercitar as competências outorgadas nos incisos II e

VI, do art. 71, da vigente Carta Política, a Corte de Contas da União

exerce jurisdição própria decidindo, em definitivo, sobre a sorte dos

responsáveis pela utilização dos bens e aplicação das verbas públicas”

(AC 200039000066217; Relatora SELENE MARIA DE ALMEIDA; e-

DJF1 DATA:11/12/2009 PAGINA:338)

Assim, rejeitamos a alegação de que o atestado de execução

impede a glosa de débito pelo Tribunal.

Enriquecimento sem causa

Alegam algumas defesas que em caso de deliberação pelo

ressarcimento, haveria enriquecimento sem causa por parte do erário.

A invocação do princípio do enriquecimento sem causa, no

caso concreto, está deturpada.

Page 15: Projetos irregulares no Sic PE

15

Com efeito, leciona Celso Antônio Bandeira de Mello:

“(...) o certo é que não se pode admitir que a

Administração se locuplete a custa alheia e, segundo no parece, o

enriquecimento sem causa – que é um princípio geral do direito –

supedaneia, em casos que tais, o direito do particular indenizar-se

pela atividade que proveitosamente dispensou em prol da Administração,

ainda que a relação jurídica se haja travado irregularmente ou ao

arrepio de qualquer formalidade, desde que o Poder Público haja

assentido nela, ainda que de forma implícita ou tácita, inclusive a

ser depreendida do mero fato de havê-la boamente incorporado em seu

proveito, salvo se a relação irrompe de atos de inquestionável má-fé,

reconhecível no comportamento das partes, ou mesmo simplesmente do

empobrecido.

Tem-se, portanto, que a regra geral, que o princípio retor

na matéria, evidentemente é – e não pode deixar de ser – o da radical

vedação ao enriquecimento sem causa. Logo, para ser excepcionado,

demanda o concurso de sólidas razões em contrário, quais sejam: a

prova, a demonstração robusta e substanciosa de que o empobrecido

obrou com má-fé, concorrendo, deliberada e maliciosamente para a

produção de ato viciado do qual esperava captar vantagem indevida. É

que, em tal caso, haverá assumido o risco consciente de vir a sofrer

prejuízos, se surpreendida a manobra ilegítima em que incorreu”

(O Princípio do Enriquecimento Sem Causa em Direito

Administrativo; Revista de Direito Administrativo, volume 210, paginas

25-35)

Assim, conforme a lição de Celso Antônio, não se aplica o

princípio do enriquecimento sem causa, pois, nos casos concretos,

temos provas de não realização dos projetos; realização dos projetos

em data anterior a captação dos recursos; utilização de notas fiscais

falsas ou inidôneas; pagamento de despesas não previstas no projeto;

despesas não comprovadas; notas fiscais de empresas diversas

preenchidas pela mesma pessoa; notas fiscais fora de ordem

cronológica, demonstrando falsificação; ausência de recibos e extratos

bancários; não utilização de conta exclusiva como exigido em norma.

Deste modo, vemos que todos os valores imputados no

relatório de auditoria se enquadram em um dos casos em que o mestre

Celso Antônio expressamente exclui da aplicação do princípio do

enriquecimento sem causa. As falhas graves apontadas não decorrem do

acaso, mas de um comportamento deliberado, doloso, que ensejou

prejuízo ao erário, portanto, eivado de má-fé e fora da cobertura do

princípio citado.

Portanto, opina o Ministério Público de Contas ser

incabível, no caso concreto, a invocação do princípio do

enriquecimento sem causa.

Solidariedade das empresas

Invocam parte das defesas que não foram citadas empresas

envolvidas, em face de solidariedade entre os já citados e as empresas

envolvidas.

A questão precisa ser melhor colocada.

Os casos em que há responsabilidade solidária de empresas,

perante os tribunais de contas, são aqueles em que as mesmas empresas

tomam parte em contratos com o Poder Público.

No caso concreto, as empresas que se alega serem solidárias

não tomaram parte em nenhum contrato com o Poder Público.

A dinâmica dos fatos se deu em produtores culturais

receberem recursos públicos para realizarem projetos, por sua própria

conta e risco. O fato destes produtores, ao realizarem estes projetos,

Page 16: Projetos irregulares no Sic PE

16

contratarem empresas, não faz surgir, entre estas empresas e o Poder

Público, nenhuma relação jurídica.

O produtor ter apresentado uma nota fiscal falsa ou

inidônea de uma empresa, na sua prestação de contas, não enseja que

este empresa seja chamada a tomar parte no processo perante esta Casa.

Não temos em nenhum dos itens do art. 71 da CF previsão

para o chamamento de empresas neste processo, dado que as mesmas não

eram as responsáveis por bens e valores públicos, mas sim apenas os

produtores. Ao contratarem com os produtores as empresas estavam

tratando com particular, não surgindo competência deste Tribunal para

citá-las sobre os ilícitos aqui analisados.

Assim, rejeita o Ministério Público de Contas a tese de

solidariedade de empresas.

CONCLUSÃO

Pelo exposto, opina o Ministério Público de Contas pela

rejeição das preliminares e defesas jurídicas. Requer que o processo

retorne ao DCM para a conclusão da nota técnica, conforme despacho da

Relatora de fls. 11815.”

É o relatório.

VOTO DA RELATORA

Senhores Conselheiros, com a devida vênia,

entendo que algumas considerações iniciais são necessárias

antes de se apreciar o mérito relativo ao julgamento do

presente processo.

Trata-se de auditoria realizada por este Tribunal

em 121 prestações de contas de recursos aplicados no

Sistema de Incentivo à Cultura, com recursos captados entre

os anos de 1998 e 2001, ou seja, há no mínimo 10 anos e

máximo de 13, para os recursos captados no ano de 1998.

Desta análise, segundo as primeiras constatações

feitas pela equipe de auditoria, 41 prestações de contas

encontravam-se irregulares, razão pela qual foi procedida

notificação aos interessados, dos quais apenas em dois

casos foi necessário ser feita a notificação pelo Diário

Oficial, em face a informação de “mudou-se” e “número

inexistente” fornecida pelos correios, respectivamente em

relação as notificações feitas a Lua da Silveira Jatobá e

Emmanuel Parísio Barbosa.

Os demais tiveram acesso aos autos e pela maioria

deles foram realizados diversos pedidos de prorrogação de

prazo para apresentação da defesa. Logo, apesar do lapso

temporal entre os fatos e a realização da auditoria, não se

pode alegar que houve cerceamento de defesa, posto que, a

todos foi oportunizado este direito, razão pela qual

rejeita-se esta preliminar.

Então, solicito que seja colocada em votação essa

preliminar.

___________________________________________________________

______

CONSELHEIRO JOÃO CARNEIRO CAMPOS (PRESIDENTE):

Page 17: Projetos irregulares no Sic PE

17

PRELIMINAR

Coloco em votação a preliminar de cerceamento do

direito de defesa levantada pelos interessados.

___________________________________________________________

______

CONSELHEIRA TERESA DUERE (RELATORA):

Rejeito a preliminar.

___________________________________________________________

______

O CONSELHEIRO CARLOS PORTO ACOMPANHA A RELATORA.

___________________________________________________________

______

CONSELHEIRA TERESA DUERE (RELATORA):

No que diz respeito à preliminar de prescrição,

em várias defesas, coloca-se que o ressarcimento ao erário

estaria prescrito, posto que passados mais de dez anos

entre o término dos projetos analisados e a presente data.

Os próprios precedentes do TCU citados pelas

defesas afirmam que a jurisprudência daquele órgão é

vacilante entre a aplicação da prescrição civil e a

declaração de imprescritibilidade do ressarcimento ao

erário.

Inclusive, faço um parêntese aqui para um voto

recente do Ministro José Jorge, em que ele solicita

ressarcimento de contas do ano de 2001, portanto 10 (dez)

anos atrás.

Por sua vez, o Ministério Público de Contas opina

pela inocorrência de qualquer hipótese de prescrição,

apesar de alguns precedentes do TCU e tribunais em sentido

contrário, que, contudo, já foram rechaçados pelo STF.

Entendo que ações relativas ao ressarcimento de

fato ao erário de fato não prescrevem, por força do

disposto na Constituição em seu artigo 37, §5º que assim

dispõe:

“§ 5º - A lei estabelecerá os prazos de

prescrição para ilícitos praticados por

qualquer agente, servidor ou não, que

causem prejuízos ao erário, ressalvadas as

respectivas ações de ressarcimento.”

Então, solicito que seja colocada em votação a segunda

preliminar.

___________________________________________________________

______

CONSELHEIRO JOÃO CARNEIRO CAMPOS (PRESIDENTE):

PRELIMINAR

Page 18: Projetos irregulares no Sic PE

18

Coloco em votação a preliminar de prescrição da dívida

ante a Fazenda Estadual.

___________________________________________________________

______

CONSELHEIRA TERESA DUERE (RELATORA):

Rejeito a preliminar.

___________________________________________________________

______

O CONSELHEIRO CARLOS PORTO ACOMPANHA A RELATORA.

___________________________________________________________

______

CONSELHEIRA TERESA DUERE (RELATORA):

Com relação às demais preliminares, entendo que

as mesmas devem ser rejeitadas, fazendo, todavia ressalvas

quanto à preliminar de existência de atestado de execução.

___________________________________________________________

______

CONSELHEIRO JOÃO CARNEIRO CAMPOS (PRESIDENTE):

PRELIMINAR

Coloco em votação as preliminares de enriquecimento

sem causa, solidariedade das empresas e existência de

atestado de execução.

___________________________________________________________

______

CONSELHEIRA TERESA DUERE (RELATORA):

Rejeito as preliminares, fazendo, todavia, ressalvas

quanto a preliminar de existência de atestado de execução.

___________________________________________________________

______

O CONSELHEIRO CARLOS PORTO ACOMPANHA A RELATORA.

___________________________________________________________

______

CONSELHEIRA TERESA DUERE (RELATORA):

Explico as razões: para julgar o presente

processo, tornava-se necessário se definir um critério de

corte. E neste caso, optei por considerar a informação

relativa ao Atestado de Execução do Projeto. Explico as

minhas razões:

a) O relatório de auditoria informa que “o atesto de

execução total do projeto cultural este previsto no art.

31, inciso I, do Decreto Estadual nº. 19.156/96. Esse

atestado é o documento capaz de comprovar se o que foi

executado do Projeto está de acordo com os objetivos e

Page 19: Projetos irregulares no Sic PE

19

metas aprovados, e deve ser solicitado pelo empreendedor à

Comissão Deliberativa do FUNCULTURA.”

b) É fato que os projetos ocorreram há mais de dez anos

e conforme noticia o Ministério Público do Estado, por meio

do ofício nº 975/2010, subscrito pela Promotora de Justiça

Andréa Nunes Padilha, as denúncias feitas no presente

processo também foram encaminhadas àquele órgão, tendo sido

aberto o procedimento de investigação nº53/2001, onde houve

a análise de 113 projetos culturais, muitos deles já tendo

sido inclusive propostas as ações judiciais, chegando-se em

alguns casos a ser pedida a indisponibilidade de bens.

c) Por sua vez, é certo que este Tribunal não está

vinculado ao parecer emitido pela Comissão Deliberativa do

Sistema de Incentivo à Cultura, sendo livre para apreciar

as provas constantes nos autos, podendo inclusive ser

contrário ao entendimento ali esposado.

d) Em assim sendo, dado o lapso temporal existente entre

a realização dos projetos e a conclusão dos trabalhos de

auditoria, considerei que para aquele projetos que

inexistiam o referido atestado, os valores imputados pela

auditoria seriam passíveis de devolução, posto que não há a

comprovação nem mesmo por parte do Sistema de Incentivo a

Cultura de que os projetos se realizaram;

e) Por seu turno, é de bom alvitre destacar que o fato

do projeto ter atestado de execução, não implica na

aprovação do mesmo por esta Corte de Contas, em face à

ausência de vinculação ao referido parecer descrita nas

linhas preterias. Isto irá depender das provas carreadas

aos autos, razão pela qual passarei a análise cada projeto

abaixo listado fazendo o cotejamento entre as

irregularidades apontadas e os argumentos apresentados pela

defesa, quando houver.

Estabeleci três blocos para poder realizar o

nosso julgamento, como assim o farei. Colocadas essas

questões, tenho três blocos que foram determinados pela

Corte, que nós fizemos em relação à análise.

ANEXO II

PROJETO N.º: 86/98 – “Apagaram o Candeeiro, Acenderam

a Luz”

EMPREENDEDOR:

Asas da Promoção e Publicidade Ltda. (Marcelo Bastos

Valença)

A equipe de auditoria apontou as seguintes

irregularidades para este projeto:

ITEM IRREGULARIDADE LEGISLAÇÃO INFRINGIDA VALOR (R$)

2.1 Realização do objeto

do projeto em data

anterior à captação

de recursos

Art. 12, §10, da Lei

Estadual nº. 11.005/93

c/c o art. 25 do Decreto

Estadual nº. 19.156/96.

Page 20: Projetos irregulares no Sic PE

20

ITEM IRREGULARIDADE LEGISLAÇÃO INFRINGIDA VALOR (R$)

2.2 Comprovação de

despesa incompatível

com o projeto

aprovado

Art. 12, §10, da Lei

Estadual nº. 11.005/93

c/c o art. 25 do Decreto

Estadual nº. 19.156/96

160.000,00 2.3 Despesa comprovada

com nota fiscal

inidônea

Art. 12, §10, da Lei

Estadual nº. 11.005/93

c/c o art. 25 do Decreto

Estadual nº. 19.156/96

2.4 Ausência de

procuração

representando os

artistas

Portaria do Ministério do

Trabalho nº. 3.347, de

30/09/1986 e arts.146,

152 e 153, da Lei

Estadual nº. 7.741/78 c/c

o art. 23 do Decreto

Estadual nº. 19.156/96

2.5 Não utilização de

conta corrente

exclusiva para o

projeto

Art. 21 do Decreto

Estadual nº. 19.156/96

VALOR TOTAL (R$)

160.000,00

Regularmente notificado, o interessado, Sr.

Marcelo Bastos Valença apresentou defesa, por meio de

advogado, às fls. 11521/ 11574 e 11802/11812 alegando em

síntese:

a) O Projeto Cultural nº 86/98 - “Apagaram o Candeeiro,

Acenderam a Luz” teve como objeto: “a execução de uma

programação de apresentações de forró pé-de-serra em

distritos de municípios do interior do Estado de

Pernambuco” (fls. 740).

b) Preliminar de Prescrição Decenal – O projeto foi

executado em 1998. Portanto, há mais de 12 anos. Neste

sentido, estaria prescrito o direito de cobrança de

ressarcimento por danos provocados ao erário. Junta acórdão

do TCU;

c) Preliminar de Cerceamento de Defesa - Alega a

defesa que a mesma foi prejudicada posto que a auditoria

especial foi instaurada em 13 de janeiro de 2006 e a

notificação ao interessado se deu em agosto de 2010, ou

seja, após 4 anos e seis meses. Ademais, como existe

Atestado de Execução do projeto em análise, emitido em

12/12/2007 (fls. 792), o defendente sentiu-se desobrigado a

guardar os documentos deste projeto

d) Impossibilidade de devolução ao erário em face à

vedação ao enriquecimento sem causa da administração –

Alega a defesa o fato de que como existe atestado de

execução, determinar a devolução seria promover o

enriquecimento ilícito por parte da administração.

e) Quanto à realização do objeto em data anterior à

captação, alega a defesa que a própria SEFAZ emitiu os

CDI´s – Certificado de Dedução de ICMS constando as datas

de captação posteriores a execução do projeto, razão pela

qual não se pode falar em irregularidade.

f) Quanto à comprovação de despesas incompatíveis com o

projeto aprovado, alega a defesa que o projeto teve sua

aprovação feita pelo sistema de incentivo à cultura. Logo,

incabível a devolução.

Page 21: Projetos irregulares no Sic PE

21

g) Quanto à alegação de despesa comprovada por meio de

nota fiscal inidônea, alega a defesa que foi o próprio dono

da empresa quem emitiu as notas fiscais. Logo, não cabe ao

defendente responder o porquê do referido proprietário

estar invalidando as referidas notas.

h) Quanto à ausência de procuração dos artistas – alega

a defesa que a regra no pais é de uma classe artística

informal. Além do mais, os artistas realizaram suas

apresentações. Isto não está sendo questionado. Logo,

trata-se de falhas formais.

i) Por fim, quanto a não utilização de conta específica

para o projeto, o próprio defendente reconheceu a falha.

Logo, a falha foi meramente formal.

Compulsando os autos, entendo que o Ministério

Público de Contas já enfrentou as preliminares suscitadas

pelo defendente. Quanto ao mérito, entendo que são frágeis

os argumentos expostos pela defesa. Chego a esta conclusão,

com base nas seguintes constatações feitas pela auditoria,

as quais passo a transcrever:

1) A prestação de contas deste projeto cultural já foi

objeto de investigação, realizada pela Corregedoria da Secretaria da

Fazenda de Pernambuco - CORREFAZ/PE, sobre a aprovação de contas

irregulares de projetos incentivados pelo Sistema de Incentivo à

Cultura (SIC). Para instrução processual, o resultado das análises

procedidas pela CORREFAZ/PE integrou a Representação nº. 0013122-

0/2004, impetrada pelo Deputado Estadual Guilherme Uchôa e outros (19)

à Procuradoria Geral de Justiça de Pernambuco (fls. 06-26 e 65-76).

2) O empreendedor apresentou cópias de cartazes

referentes ao evento “Forró Pé de Serra”, realizado em diversos

municípios, no período de 18/06/98 a 29/06/98 (fls. 797-821). O prazo

de execução aprovado para o projeto em análise foi de 01/05/98 a

31/07/98, conforme cópia do projeto (fls. 744).

3) No entanto, as captações para o projeto em análise

somente foram realizadas em data posterior à realização do evento

“Forró Pé de Serra”, conforme detalhado a seguir. A primeira captação

somente aconteceu em 31/08/98, exatamente 62 dias depois do último dia

do período do evento supracitado (18/06/98 a 29/06/98).

4) Da análise do projeto cultural, verificou-se que, no

orçamento aprovado pela Comissão Deliberativa de Incentivo à Cultura

(fls. 742), as despesas são relacionadas por tipo, existindo um

montante de recurso determinado para cada tipo de despesa, conforme

quadro abaixo:

Tipo de despesa Quantidade Valor em R$

Mobilização e palco

estruturado

12 um 50.000,00

Som 12 um 18.000,00

Divulgação 12 um 12.000,00

Atrações artísticas (2 p/

cidade)

24 um 48.000,00

Transporte, hospedagem e

alimentação

12 um 18.000,00

Direito Autoral 12 um 6.000,00

Produção Executiva 12 um 48.000,00

Valor Total (R$) 200.000,00

Page 22: Projetos irregulares no Sic PE

22

5) No entanto, não foram apresentados documentos que

comprovem a execução desses itens constantes do orçamento aprovado,

tais como: nota fiscal e contrato referente à construção/locação do

palco, locação do som, nota fiscal e recibo referente à mídia

utilizada para divulgação dos eventos, recibos e contratos relativos

aos grupos e artistas participantes dos shows.

6) Ressalte-se, ainda, que diante da ausência da

documentação retromencionada, não foi possível verificar a

conformidade dos valores pagos por tipo de despesa com os valores

aprovados no orçamento do projeto, uma vez que a nota fiscal a seguir

detalhada não discriminou os valores individualmente, referentes aos

itens do orçamento.

7) Como documento comprobatório da despesa de todo o

projeto, o empreendedor apresentou apenas a nota fiscal nº. 0222 e

respectivos recibos, emitidos pela empresa BAOBÁ Promoções e

Publicidade, no valor de R$ 160.000,00 (fls. 781-785).

8) A referida empresa foi citada na investigação,

realizada pela Corregedoria da Secretaria da Fazenda de Pernambuco –

CORREFAZ/PE, sobre prestações de contas irregulares de projetos

culturais, cuja documentação com o resultado dessas análises encontra-

se acostada às fls. 65 a 76. Integrando a mencionada documentação

consta uma Queixa Policial nº. 1699/2000 (fls. 76), prestada por

Sérgio Rabelo de Andrade (sócio da empresa BAOBÁ) em 24/03/2000, na

qual registra a ocorrência de um acidente automobilístico e o seguinte

fato:

(...) Do evento, foram subtraídos os seguintes itens:

(...), uma pasta contendo dois talonários fiscais sendo um da Suporte

Infra-Estrutura e Produção com numeração de 0001 a 0050 e o outro da

BAOBÁ Promoções e Publicidade com numeração de 0201 a 0250, contendo

ainda quatro folhas em branco com timbre da Suporte e carimbo e

assinatura da mesma, (...) grifou-se

9) Segundo análise da CORREFAZ/PE (fls. 65 e 74), a nota

fiscal nº. 0222 foi considerada inidônea “por omitir informações ao

não serem registrados a alíquota e o valor do imposto, pois fere o

disposto no Inciso IX do art. 23 do Decreto 15.950/92, que regulamenta

o ISS na Prefeitura do Recife”. Portanto, em resposta aos problemas

constatados na nota fiscal nº. 0222 (fls. 68), a BAOBÁ apresentou esta

Queixa Policial para comprovar o extravio do talonário fiscal ao qual

pertencia a referida nota fiscal nº. 0222.

10) Resumindo os fatos com respectivas datas tem-se que:

o talão da empresa BAOBÁ foi extraviado em 20/03/2000, conforme a

Queixa Policial supracitada; a data de emissão da nota fiscal nº. 222,

pertencente ao talão extraviado, foi 01/09/1998; o empreendedor

encaminhou a prestação de contas à Secretaria da Fazenda em

27/04/2000, conforme documento às fls. 735.

11) Acrescente-se o fato de existirem quatro recibos, no

valor individual de R$ 40.000,00, com datas de emissão diferentes:

30/10/1998, 30/11/1998, 30/12/1998 e 30/01/1999, relativos à nota

fiscal nº. 0222, de 01/09/1998, no valor de R$ 160.000,00, da BAOBÁ

Promoções e Publicidade (fls. 781-785). No entanto, não foi

visualizado nos extratos bancários nenhum pagamento de R$ 40.000,00

referente aos recibos, tampouco o pagamento de R$ 160.000,00, conforme

detalhado no item 2.5 deste anexo.

12) Além disso, examinando-se as prestações de contas

dos projetos culturais constantes neste processo, verificou-se a

presença de outras notas fiscais emitidas pela referida empresa,

discriminadas na tabela a seguir, as quais apesar de pertencerem ao

mesmo talonário fiscal, não seguem uma ordem cronológica quanto à sua

emissão.

Page 23: Projetos irregulares no Sic PE

23

13) Ressalte-se que a Corregedoria Fazendária – CORREFAZ

enviou ao Ministério Público de Pernambuco cópia da prestação de

contas do projeto cultural em análise, pelo fato de constar documento

fiscal inidôneo, infringindo o Decreto Municipal nº. 15.950/92,

conforme Ofício nº. 013/2002 (fls. 73).

Estes fatos representam graves infrações à norma

legal. Ressalto que, quanto à ausência de procuração

representando os artistas e a não utilização de conta

corrente exclusiva para o projeto,entendo que estas falhas

são de natureza formal.

ANEXO III

PROJETO N.º: 581/99 – “Arquitetura Contemporânea de

Pernambuco (1970-

1999)”

EMPREENDEDORES

:

Álvaro Lima Freire do Amaral e Bruno

Celso de Araújo Ferraz

A equipe de auditoria apontou as seguintes

irregularidades para este projeto:

ITEM IRREGULARIDADE LEGISLAÇÃO INFRINGIDA VALOR (R$)

2.1 Ausência do atesto de execução

do projeto

Art. 31, inciso I, do Decreto

Estadual nº. 19.156/96

107.194,21

2.2 Ausência de comprovação da

realização do objeto do

projeto

Art. 34 do Decreto Estadual nº.

19.156/96 e o inciso III do Termo

de Compromisso e Declaração firmado

pelos empreendedores

2.3 Ausência de comprovação de

aplicação de recursos – R$

97.194,21

Art. 173 da Lei Estadual nº.

7.741/78 c/c art. 23 do Decreto

Estadual nº. 19.156/96

2.4 Ausência de notas fiscais – R$

10.000,00

Art. 173, inciso II, da Lei

Estadual nº. 7.741/78 c/c art. 23

do Decreto Estadual nº. 19.156/96

2.5 Extrato bancário incompleto Art. 21 do Decreto Estadual nº.

19.156/96

VALOR TOTAL (R$) 107.194,21

Quanto ao interessado Sr. Álvaro Lima Freire do

Amaral, constato que o mesmo não apresentou suas razões a

este Tribunal.

Quanto ao interessado, Sr. Bruno Celso de Araújo

Ferraz, manifestou-se solicitando prorrogação do prazo de

defesa (fls. 10388/10485). Solicitou prorrogação do prazo

de defesa pela segunda vez (fls. 11158/11160/11164).

Solicitou prorrogação do prazo de defesa pela terceira vez

(fl. 11260) o que foi indeferido (fl. 11265). Juntou Defesa

às folhas 11.793 a 11801,alegando em síntese:

a) O Projeto Cultural nº 581/99 – “Arquitetura

Contemporânea de Pernambuco” tem com objeto:

Page 24: Projetos irregulares no Sic PE

24

1.0 Publicação de livro de cunho técnico-cultural, composto

por textos bilíngüe (português/inglês), desenhos e fotos, contemplando

a produção arquitetônica mais significativa do Estado de Pernambuco e

seus respectivos autores, nas últimas três décadas deste século;

2.0 Execução de painéis, com o conteúdo deste livro, para

exposição itinerante por este Estado e capitais de outras unidades da

federação;

3.0 Elaboração e disponibilização de um site sobre o tema,

com acesso gratuito na WEB (internet )

b) O projeto inicial possuía valor de R$ 196.404,00.Foi

aprovado o valor de R$ 171.853,50. O montante efetivamente captado

para o projeto cultural ora em análise foi de R$ 107.194,21 (fls.

893).

c) Em 22/02/2011 foi aprovado pelo Comissão Deliberativa do

Funcultura, por meio do Atestado de Execução de Projeto nº 031/2011 a

execução do referido projeto – fls. 11819.

d) Encontram-se juntados aos autos nas fls. 11403 a 11484

documentos relativos ao projeto;

e) Por fim, alega a defesa que em breve estaria enviando a

este Tribunal os documentos relativos a este Projeto

Compulsando os autos, entendo que são frágeis os

argumentos expostos pela defesa. Chego a esta conclusão,

com base nas seguintes constatações feitas auditoria, as

quais passo a transcrever:

1) A prestação de contas deste projeto cultural já foi

objeto de investigação, realizada pela Corregedoria da Secretaria da

Fazenda de Pernambuco - CORREFAZ/PE, sobre a aprovação de contas

irregulares de projetos incentivados pelo Sistema de Incentivo à

Cultura (SIC). Para instrução processual, o resultado das análises

procedidas pela CORREFAZ/PE integrou a Representação nº. 0013122-

0/2004, impetrada pelo Deputado Estadual Guilherme Uchoa e outros (19)

à Procuradoria Geral de Justiça de Pernambuco (fls. 06-26 e 45-49);

2) Não foram apresentados os documentos comprobatórios

da realização do objeto do projeto em análise, pois o empreendedor não

juntou um exemplar do livro nem a comprovação da realização das

exposições, tampouco foi comprovada a elaboração e disponibilização do

site na Internet. O que há nos autos são fotos e cópia de orçamento

para confecção dos livros. Do valor efetivamente captado (R$

107.194,21), somente foram apresentados documentos comprobatórios no

montante de R$ 10.000,00. Dessa forma não houve a comprovação de

despesas no valor de R$ 97.194,21;

3) A Corregedoria Fazendária – CORREFAZ enviou ao

Ministério Público de Pernambuco cópia da prestação de contas do

projeto cultural em análise, pelo fato de não constar documento fiscal

algum, conforme Ofício nº. 012/2002 (fls. 47).

4) Quanto à falta de nota fiscal, entendo que a falha

foi suprida com a juntada da nota fiscal de fls. 10.483.

Estes fatos representam graves infrações à norma

legal e caracterizam a rejeição das contas.

ANEXO IV

Page 25: Projetos irregulares no Sic PE

25

PROJETO N.º: 724/99 – “Forromoura 99 - Ano II”

EMPREENDEDOR: Ademir Alves de Lima

A equipe de auditoria apontou as seguintes irregularidades para este projeto:

ITEM IRREGULARIDADE LEGISLAÇÃO INFRINGIDA VALOR

(R$)

2.1 Ausência do atesto de

execução do projeto

Art. 31, inciso I, do Decreto Estadual

nº. 19.156/96

100.000,00

2.2 Ausência de comprovação

da realização do objeto

do projeto

Inciso IV do Termo de Compromisso e

Declaração, art. 12, §10, da Lei

Estadual nº. 11.005/93 e o art. 25 do

Decreto Estadual nº. 19.156/96

2.3 Valor pago superior ao

previsto no orçamento do

projeto

Art. 12, §10, da Lei Estadual nº.

11.005/93 c/c o art. 25 do Decreto

Estadual nº. 19.156/96

2.4 Despesas comprovadas com

notas fiscais falsas R$

72.100,00

Art. 12, §10, da Lei Estadual nº.

11.005/93 c/c o art. 25 do Decreto

Estadual nº. 19.156/96

2.5 Notas fiscais com data de

emissão fora da ordem

cronológica R$ 23.000,00

Alíneas b e d, inciso II, do art.19 do

Decreto Municipal do Recife nº.

15.950/92

2.6 Ausência de procuração

representando os artistas

R$ 21.680,00

Portaria do Ministério do Trabalho nº.

3.347, de 30/09/1986 e os artigos 146,

152 e 153, da Lei Estadual nº. 7.741/78

c/c o art. 23 do Decreto Estadual nº.

19.156/96

2.7 Não

utilização de conta

corrente exclusiva para o

projeto

Art. 21 do Decreto Estadual nº.

19.156/96

VALOR TOTAL (R$) 100.000,00

Regularmente notificado, o interessado, Sr.

Ademir Alves de Lima apresentou defesa às fls. 10.311/

10.314 alegando em síntese:

a) Em relação à ausência do atesto da execução do

projeto, o interessado cumpriu com sua obrigação realizando o projeto.

A responsabilidade pela emissão do atestado de execução é do

FUNCULTURA, não podendo o interessado ser responsabilizado se o

FUNCULTURA não cumpriu com suas obrigações.

b) Ausência de comprovação da realização do objeto do

projeto – O FUNCULTURA apresentou informações equivocadas. A

comprovação da realização do objeto do projeto não pode se dar no

campo da suposição. A apresentação do CD seria suficiente para o

deslinde da questão.

c) Do valor pago superior ao previsto no orçamento –

Houve a necessidade de tal acréscimo para boa execução do serviço. No

campo da administração da res pública um dos fatores é a incerteza.

Ademais, o valor é de pequena monta, e este Tribunal já tem

jurisprudência no sentido de não ser o caso de devolução.

d) Das despesas comprovadas com notas fiscais inidôneas

– A auditoria imputa o débito de R$ 72.100,00 por causa de notas

fiscais inidôneas. No entanto tudo foi devidamente pago aos

Page 26: Projetos irregulares no Sic PE

26

interessados. Deste modo, se faz necessária a elaboração de nota

técnica para esmiuçar este assunto.

e) Notas fiscais com datas de emissão fora da ordem

cronológica – Houve mero descuido quanto à forma das notas

apresentadas, Porém o fato, não comprometeu a prestação de contas.

f) Ausência de procuração dos artistas – A ausência de

procuração é defeito a ser atribuído às empresas que representaram os

artistas e não ao empreendedor.

g) Não utilização de conta corrente exclusiva para o

projeto – Tal fato não trouxe prejuízo à realização do projeto.

Compulsando os autos, entendo que são frágeis os

argumentos expostos pela defesa. Chego a esta conclusão,

com base nas seguintes constatações feitas pela auditoria,

as quais passo a transcrever:

1) O Projeto Cultural nº 724/99 – “Forromoura 99

- Ano II” tinha por objeto e finalidade :

Proporcionar um atrativo a mais aos turistas

que tanto se identificam com nossa cultura, aos visitantes e ao

povo em geral de Caruaru, Garanhuns, Gravatá e regiões mais

próximas, preservando assim a tradição do forró autêntico com

atrações locais e regionais, priorizando cada vez mais o nosso

forró pé de serra.

Produção e Gravação de um CD com a Banda

Companhia do Forró, divulgando assim a música regional para os

outros estados do nordeste, do sul e sudeste do Brasil.

2) A prestação de contas deste projeto cultural já

foi objeto de investigação, realizada pela Corregedoria da

Secretaria da Fazenda de Pernambuco - CORREFAZ/PE, sobre a

aprovação de contas irregulares de projetos incentivados pelo

Sistema de Incentivo à Cultura;

3) Não foi apresentado o atesto de execução total

do projeto cultural, previsto no art. 31, inciso I, do Decreto

Estadual nº. 19.156/96. Por sua vez, o atestado de execução

parcial juntado à prestação de contas foi emitido em 09/01/2001

(fls. 958). Com o objetivo de complementar as informações do

referido atestado, este Tribunal solicitou ao FUNCULTURA

informações referentes ao valor que representou a execução

parcial, bem como solicitou cópia da documentação apresentada

pelo empreendedor.

4) Da análise da documentação supramencionada,

constata-se que não tem valor comprobatório, uma vez que a

reportagem no jornal e a fita de vídeo se referem ao FORROMOURA

- Ano III, e o projeto em análise objetivou a realização do

FORROMOURA 99 – Ano II. Ressalte-se que não foi apresentada

nenhuma comprovação da gravação do CD com a banda Companhia do

Forró, previsto no objeto do projeto nº. 724/99 (fls. 943).

5) Não foram juntados aos autos documentos

comprobatórios da execução do objeto do projeto cultural nº.

724/99, quais sejam: um exemplar do CD com a Banda Companhia do

Forró e, documentos que comprovem a realização das 9

apresentações previstas no projeto (fls. 943-944).

6) As reportagens nos jornais, juntados aos autos

às fls. 963 e 964, citam como idealizador do evento “FORROMOURA

Ano III”, o Sr. José Augusto Soares e a empresa Augusto Eventos,

Page 27: Projetos irregulares no Sic PE

27

ambos sem nenhum vínculo com o projeto cultural em análise, uma

vez que não constam nem recibos nem notas fiscais da empresa

Augusto Eventos na prestação de contas do projeto cultural nº.

724/99, que trata a realização do FORROMOURA 99 – Ano II.

7) Em relação às notas fiscais das empresas

Geração Áudio e Vídeo Ltda., HS Gravações Artísticas Ltda. e

Tropical Promoções e Publicidade, apresentadas na prestação de

contas em comento e detalhadas abaixo, constam documentos da

Corregedoria Fazendária - CORREFAZ, declarando que as notas

fiscais dessas empresas são falsas.

8) A CORREFAZ, através de documento datado de

12/03/2002 (fls. 60), declara que a nota fiscal nº. 0625 da

empresa Tropical Promoções e Publicidade é falsa, conforme

transcrito abaixo:

(...) A nota fiscal É INIDÔNEA PORQUE É FALSA. A

empresa não existe na Secretaria de Finanças da

Prefeitura do Recife. A autorização constante no

rodapé do documento fiscal pertence a Empresa

ELIHIMAS COMÉRCIO E REPRESENTAÇÃO LTDA, inscrição

municipal 082.073-3. A inscrição municipal

constante do documento fiscal pertence à Empresa

Multi Filmes LTDA..

9) No que se refere às notas fiscais nº. 0094 e 0095 da

empresa Geração Áudio e Vídeo Ltda., a CORREFAZ conclui que (fls. 60):

(...) As notas fiscais SÃO FALSAS, pois a AIDF

0587/87 pertence à empresa Mônica Glauce Matos

Santos, Inscrição Municipal 225.496-4.

10) Em relação à nota fiscal nº. 1409 da empresa HS

Gravações Artísticas Ltda., a CORREFAZ declara o seguinte (fls. 60):

(...) A nota fiscal é INIDÔNEA PORQUE É FALSA, pois

a empresa não funciona desde 1996, segundo

informações da Prefeitura do Recife, no ofício DF

054/2002. A falsidade está no rodapé da NF, no que

diz respeito ao número e a data da AIDF, que na NF

é 3.032365/9 em 16/04/98, e na AIDF da Secretaria

de Finanças da Prefeitura é 0323/65 em 16/04/93.

Outra irregularidade é a aposição da data limite

para emissão, que consta na NF 16/04/2001, que em

93 não existia esta determinação legal.

11) A Corregedoria Fazendária – CORREFAZ enviou ao

Ministério Público de Pernambuco cópia da prestação de contas do

projeto cultural em análise, pelo fato de constar documentos fiscais

falsos, conforme Ofício nº. 011/2002 (fls. 59).

Estes fatos representam graves infrações à norma

legal. Ademais sequer existe a comprovação de que o projeto

foi realizado .Ressalto que quanto a Ausência de procuração

representando os artistas e a não utilização de conta

corrente exclusiva para o projeto,entendo que estas falhas

são de natureza formal.

ANEXO V

Page 28: Projetos irregulares no Sic PE

28

PROJETO N.º: 836/00- “Guia Zen Cultural”

EMPREENDEDOR: Lua da Silveira Jatobá

A equipe de auditoria apontou as seguintes irregularidades para este projeto: ITEM IRREGULARIDADES LEGISLAÇÃO INFRINGIDA VALOR (R$)

2.1 Ausência do atesto de

execução do projeto

Art. 31, inciso I, do

Decreto Estadual nº.

19.156/96

149.867,91 2.2 Despesas comprovadas

com notas fiscais

falsas – R$ 104.600,00

Art. 12, §10, da Lei

Estadual nº. 11.005/93

c/c o art. 25 do Decreto

Estadual nº. 19.156/96

2.3 Notas fiscais com data

de emissão fora da

ordem cronológica – R$

15.000,00

Alíneas b e d, inciso II

do art.19 do Decreto

Municipal do Recife nº.

15.950/92

2.4 Ausência de recibos de

pagamento

Art. 173, inciso III, da

Lei Estadual nº. 7.741/78

c/c o art. 23 do Decreto

Estadual nº.19.156/96, e

o inciso II da Portaria

Conjunta SECULT/SEFAZ nº.

003/00

2.5 Ausência do número do

cheque nos recibos

Inciso VII da Portaria

Conjunta SECULT/SEFAZ nº.

003/2000

VALOR TOTAL (R$) 149.867,91

A empreendedora Lua da Silveira Jatobá foi

notificada por AR, tendo o referido aviso de recebimento

retornado com a informação “mudou-se” (fls. 10289/10290),

razão pela qual foi promovida a notificação pelo DOE – fls.

10298, não tendo a interessada acostado quaisquer

justificativas a este Tribunal até a presente data.

Considero como graves os achados dos técnicos do

TCE, razão pela qual passo a transcrever as seguintes

constatações feitas pela auditoria, quais sejam:

a) O Projeto Cultural nº 836/00 - “Guia Zen Cultural”

teve como objeto: “Pesquisa, elaboração e produção de um guia de

turismo cultural, em duas versões: impresso e na internet, onde

constarão os lugares atrativos do estado de Pernambuco, nos quais

serão identificados o perfil dos seus freqüentadores, assim como, as

atividades culturais que se apresentam em cada local pesquisado”.

b) A prestação de contas deste projeto cultural já foi

objeto de investigação, realizada pela Corregedoria da Secretaria da

Fazenda de Pernambuco - CORREFAZ/PE, sobre a aprovação de contas

irregulares de projetos incentivados pelo Sistema de Incentivo à

Cultura (SIC);

c) Não foi apresentado o atesto de execução total do

projeto cultural, previsto no art. 31, inciso I, do Decreto Estadual

Page 29: Projetos irregulares no Sic PE

29

nº. 19.156/96. O empreendedor somente apresentou o atesto de execução

parcial do projeto, emitido em 14/12/2000 (fls. 1.034).

d) Apesar de constar na prestação de contas 1 exemplar

do referido “Guia Zen” (fls. 1.040), o objeto do projeto não foi

comprovado, uma vez que foram apresentadas notas fiscais falsas para

comprovar a impressão dos 120.000 “Guias Zen” e, ainda, não foi

comprovada a efetiva distribuição dos referidos guias nos

estabelecimentos informados pelo empreendedor. Além disso, o projeto

nº. 836/00 – “Guia Zen Cultural” não possui o atesto de execução

total;

e) As empresas Tropical Promoções e Publicidade e a

Gráfica Desafio Johermis Artes Gráficas Ltda., emitentes das notas

fiscais detalhadas acima, foram citadas nas investigações realizadas

pela Corregedoria da Secretaria da Fazenda de Pernambuco -

CORREFAZ/PE, quando da análise de prestações de contas irregulares de

projetos culturais financiados pelo Sistema de Incentivo à Cultura –

SIC/PE. Segundo a documentação constante às fls. 06 a 44, a qual

demonstra o resultado das análises realizadas pela CORREFAZ/PE, as

notas fiscais das referidas empresas foram atestadas como inidôneas,

devido à seguinte constatação:

f) A CORREFAZ, através de documento datado de

12/03/2002, declara que a nota fiscal nº. 0668 da empresa Tropical

Promoções e Publicidade é falsa, conforme transcrito abaixo (fls. 42 e

43):

(...) A nota fiscal É INIDÔNEA PORQUE É FALSA. A empresa

não existe na Secretaria de Finanças da Prefeitura do Recife. A

autorização constante no rodapé do documento fiscal pertence a Empresa

ELIHIMAS COMÉRCIO E REPRESENTAÇÃO LTDA, inscrição municipal 082.073-3.

A inscrição municipal constante do documento fiscal pertence a Empresa

Multi Filmes LTDA..

g) No que se refere às notas fiscais nº. 1411 e 1324 da

empresa Gráfica Desafio- Johermis Artes Gráficas Ltda., a CORREFAZ

conclui que (fls. 31 e 43):

(...) A nota fiscal É FALSA, pois a AIDF 0692/42 de

01/12/00 pertence a empresa LABORH SERVIÇOS EMPRESARIAIS LTDA.,

Inscrição Municipal 233.281-7.

h) Ressalte-se que a Corregedoria Fazendária – CORREFAZ

enviou ao Ministério Público de Pernambuco cópia da prestação de

contas do projeto cultural em análise, pelo fato de constar documentos

fiscais falsos, conforme Ofício nº. 018/2002 (fls. 30).

Estes fatos representam graves infrações à norma

legal. Ademais sequer existe a comprovação de que o projeto

foi realizado.Ressalto que quanto a irregularidade de não

terem sido apresentados os recibos referentes às notas

fiscais e a ausência do número do cheque através do qual

foram realizados pagamentos,entendo que estas falhas são de

natureza formal.

ANEXO VI

Page 30: Projetos irregulares no Sic PE

30

PROJETO N.º: 864/00 – “Moleque de Rua”

EMPREENDEDOR: Emmanuel Parísio Barbosa

A equipe de auditoria apontou as seguintes irregularidades para este projeto: ITEM IRREGULARIDADE LEGISLAÇÃO INFRINGIDA VALOR

(R$)

2.1 Ausência do atesto de

execução do projeto

Art. 31, inciso I, do

Decreto Estadual nº.

19.156/96

136.103,84

2.2 Ausência de comprovação da

realização do objeto do

projeto

Art. 34 do Decreto

Estadual nº.

19.156/96 e o inciso

III do Termo de

Compromisso e

Declaração firmado

pelo empreendedor

2.3 Despesa comprovada com nota

fiscal falsa – R$ 37.456,18

Art. 12, §10, da Lei

Estadual nº.

11.005/93 c/c o art.

25 do Decreto

Estadual nº.

19.156/96

2.4 Notas fiscais com data de

emissão fora da ordem

cronológica R$ 99.900,00

Alíneas b e d, inciso

II do art.19 do

Decreto Municipal do

Recife nº. 15.950/92

2.5 Ausência de extrato bancário Art. 21 do Decreto

Estadual nº.

19.156/96

2.6 Ausência do número do cheque

nos recibos

Inciso VII da

Portaria Conjunta

SECULT/SEFAZ nº.

003/2000

VALOR TOTAL (R$) 136.103,84

O empreendedor Emmanuel Parísio Barbosa foi

notificado por AR, tendo o referido aviso de recebimento

retornado com a informação “número inexistente” (fls.

10.387), razão pela qual foi promovida a notificação pelo

DOE – fls. 10542, não tendo o interessado acostado

quaisquer justificativas a este Tribunal até a presente

data.

Considero como graves os achados dos técnicos do

TCE, razão pela qual passo a transcrever as seguintes

constatações feitas pela auditoria, quais sejam:

01) O Projeto Cultural nº 864/00 – “Moleque de Rua” teve

como objeto a Produção, Gravação, Prensagem e divulgação de um CD do

Empreendedor, Músico e Compositor Emmanuel Parísio Barbosa (Manxa).

Esse trabalho teria a participação musical dos meninos do ABC das

Artes Flôr do Mangue, Entidade Filantrópica que trabalha com mais de

150 crianças carentes de Olinda e vários Artistas da Música

Page 31: Projetos irregulares no Sic PE

31

Pernambucana. A Direção Musical era do Percussionista NANÁ

VASCONCELOS, reconhecido Nacionalmente e Internacionalmente (Melhor do

Mundo).

02) A prestação de contas deste projeto cultural já foi

objeto de investigação, realizada pela Corregedoria da Secretaria da

Fazenda de Pernambuco - CORREFAZ/PE, sobre a aprovação de contas

irregulares de projetos incentivados pelo Sistema de Incentivo à

Cultura (SIC);

03) Não foi apresentado o atestado de execução do projeto

cultural, previsto no art. 31, inciso I, do Decreto Estadual nº.

19.156/96.

04) O empreendedor não apresentou na prestação de contas

um exemplar do CD para comprovar a realização do objeto do projeto,

tampouco a comprovação da efetiva realização dos shows de lançamento

do referido CD. Além disso, o empreendedor apresentou nota fiscal

falsa, no valor de R$ 37.456,18, para comprovar a mixagem,

masterização e prensagem dos 5.000 CDs.

05) Não foi comprovada, ainda, a realização dos 4 shows

de lançamento do CD, previstos no orçamento do projeto (fls. 1.096).

Foram gastos R$ 55.000,00 para a realização dos referidos shows,

conforme nota fiscal nº 0027 da Alfaia Produções e Eventos (fls.

1.089). O empreendedor apresentou contratos com a Prefeitura de Olinda

e materiais publicitários que não possuem nenhum valor comprobatório,

uma vez que são de exercícios anteriores ao do projeto em análise

(fls. 1.106-1.143 ).

06) O empreendedor apresentou nota fiscal falsa, no valor

de R$ 37.456,18, para comprovar despesas com estúdio, músicos,

mixagem, masterização, prensagem dos CDs e cópias para divulgação

(fls. 1.077).

07) Em relação à nota fiscal nº. 1352 da empresa HS

Gravações Artísticas LTDA. (fls. 1.077), apresentada na prestação de

contas em comento, consta documento da CORREFAZ - Corregedoria

Fazendária, declarando que a supracitada nota fiscal é falsa, conforme

transcrito abaixo (fls. 89):

(...) A nota fiscal é INIDÔNEA PORQUE É FALSA, pois

a empresa não funciona desde 1996, segundo

informações da Prefeitura do Recife, no ofício DF

054/2002. A falsidade está no rodapé da NF, no que

diz respeito ao número e a data da AIDF, que na NF

é 3.032365/9 em 16/04/98, e na AIDF da Secretaria

de Finanças da Prefeitura é 0323/65 em 16/04/93.

Outra irregularidade é a aposição da data limite

para emissão, que consta na NF 16/04/2001, que em

93 não existia esta determinação legal.

08) A Corregedoria Fazendária – CORREFAZ enviou ao

Ministério Público de Pernambuco cópia da prestação de contas do

projeto cultural em análise, pelo fato da prestação de contas estar em

exigência, conforme termos do Ofício nº 016/2002 (fls. 88).

Estes fatos representam graves infrações à norma

legal. Ademais sequer existe a comprovação de que o projeto

foi realizado. Ressalto que quanto à irregularidade de não

terem sido apresentados os recibos referentes às notas

fiscais e do extrato bancário,entendo que estas falhas são

de natureza formal.

ANEXO VII

Page 32: Projetos irregulares no Sic PE

32

PROJETO N.º: 885/00 – “Pernambuco Imortal”

EMPREENDEDOR: Edílson Carlos Cassimiro

A equipe de auditoria apontou as seguintes irregularidades para este projeto: ITEM IRREGULARIDADE LEGISLAÇÃO INFRINGIDA VALOR

(R$)

2.1. Ausência do atesto de

execução do projeto

Art. 31, inciso I, do

Decreto Estadual nº.

19.156/96

120.000,00

2.2. Ausência de

comprovação da

realização do objeto

do projeto

Art. 34 do Decreto

Estadual nº. 19.156/96

e o inciso III do

Termo de Compromisso

2.3. Valor pago superior

ao previsto no

orçamento do projeto

R$ 8.000,00

Art. 12, §10, da Lei

Estadual nº. 11.005/93

e o art. 25 do Decreto

Estadual nº. 19.156/96

2.4. Despesas comprovadas

com notas fiscais

falsas R$ 30.500,00

Art. 12, §10, da Lei

Estadual nº. 11.005/93

e o art. 25 do Decreto

Estadual nº. 19.156/96

2.5 Notas fiscais de

empresas diferentes

preenchidas pela

mesma pessoa R$

82.000,00

Artigos 9, 17 e 21 do

Decreto Municipal da

Cidade do Recife nº.

15.950/92 e art. 12,

§10, da Lei Estadual

nº. 11.005/93 c/c o

art. 25 do Decreto

Estadual nº. 19.156/96

2.6. Ausência de recibos

de pagamento

Art. 173, inciso III,

da Lei Estadual nº.

7.741/78 c/c o art. 23

do Decreto Estadual

nº. 19.156/96

VALOR TOTAL (R$) 120.000,00

Regularmente notificado, o interessado, Sr. Edílson Carlos

Cassimiro apresentou defesa às fls. 10624/10627 alegando em síntese:

a) Em relação à ausência do atesto da execução do

projeto, o interessado cumpriu com sua obrigação realizando o projeto.

A responsabilidade pela emissão do atestado de execução é do

FUNCULTURA, não podendo o interessado ser responsabilizado se o

FUNCULTURA não cumpriu com suas obrigações.

h) Ausência de comprovação da realização do objeto do

projeto – O FUNCULTURA apresentou informações equivocadas. A

comprovação da realização do objeto do projeto não pode se dar no

campo da suposição. A apresentação do CD seria suficiente para o

deslinde da questão.

i) Do valor pago superior ao previsto no orçamento –

Houve a necessidade de tal acréscimo para a boa execução do serviço.

Page 33: Projetos irregulares no Sic PE

33

No campo da administração da res pública um dos fatores é a incerteza.

Ademais, o valor é de pequena monta, e este Tribunal já tem

jurisprudência no sentido de não ser o caso de devolução.

j) Das despesas comprovadas com notas fiscais inidôneas

– A auditoria imputa o débito de R$ 30.500,00 por causa de notas

fiscais inidôneas. No entanto tudo foi devidamente pago aos

interessados. Deste modo, se faz necessária a elaboração de nota

técnica para esmiuçar este assunto.

k) Notas fiscais de empresas diferentes preenchidas por

uma mesma pessoa – Foge da competência do interessado a averiguação de

tal irregularidade.

l) Ausência de recibo de pagamento – A falha é

reconhecida, sem que tivesse havido, todavia, a juntada de qualquer

documento.

Compulsando os autos, entendo que são frágeis os argumentos

expostos pela defesa. Chego a esta conclusão, com base nas seguintes

constatações feitas pela auditoria, as quais passo a transcrever:

1) O Projeto Cultural nº 885/00 – “Pernambuco Imortal”

tem como objeto:

* Montagem do trio elétrico (Boi Elétrico), com estrutura,

personagens, danças e músicas essencialmente pernambucanas;

* Englobar as manifestações culturais do Estado, desde as

artes plásticas (através da montagem do trio em forma de boi,

escolhido como símbolo de resistência cultural) até as danças;

* Promover em cada apresentação, espaço para o

desenvolvimento e divulgação de trabalhos de grupos folclóricos e

artistas convidados;

* Produção de dois CD’s, com músicas de renomados

compositores pernambucanos, sendo um do ciclo carnavalesco e outro do

ciclo junino;

* Shows de lançamento dos CD’s em teatro;

* Coordenação geral e intérprete: Edy Carlos.

2) A prestação de contas deste projeto cultural já foi

objeto de investigação, realizada pela Corregedoria da Secretaria da

Fazenda de Pernambuco - CORREFAZ/PE, sobre a aprovação de contas

irregulares de projetos incentivados pelo Sistema de Incentivo à

Cultura (SIC).

3) Não foi apresentado o atestado de execução do projeto

cultural, previsto no art. 31, inciso I, do Decreto Estadual nº.

19.156/96. Por sua vez, não consta nos arquivos do FUNCULTURA o

referido atestado de execução, conforme Ofício DGF nº. 150/2008, de

11/07/08 (fls. 1.268).

4) Não foram apresentados nos autos exemplares dos 2 CDs

previstos no objeto do projeto. Além disso, também não foram

comprovadas as realizações dos shows de lançamento dos referidos CD’s,

nem as apresentações do Trio (Boi Elétrico), conforme previsto no

projeto cultural às fls. 1.213.

5) Foram verificados gastos, no montante de R$

38.000,00, referentes às despesas com divulgação na mídia, filmagens e

fotografias, conforme notas fiscais nº. 0611, 1258 e 0620. No entanto,

não foi juntado à prestação de contas documentos que comprovem tais

despesas, como: reportagens nos jornais, cópia da divulgação veiculada

na rádio e TV, bem como as notas fiscais das empresas de TV, rádio e

jornal. Somente foram apresentadas cópias de fotografias sem valor

comprobatório, uma vez que não possuem data, nem foi visualizado

material publicitário que comprove a relação com o projeto em análise

(fls. 1.206-1.210).

Page 34: Projetos irregulares no Sic PE

34

6) O empreendedor apresentou notas fiscais falsas da

empresa Tropical Promoções e Publicidade, no montante de R$ 30.500,00,

para comprovar despesas com divulgação na mídia, bem como verificou-se

que as notas fiscais nº. 0004 e 0041 supracitadas foram preenchidas

pela mesma pessoa, apesar de serem de empresas diferentes.

7) Em relação às notas fiscais nº. 0611 e 0620, da

empresa Tropical Promoções e Publicidade, apresentadas na prestação de

contas em comento e detalhadas a seguir, consta documento da CORREFAZ

- Corregedoria Fazendária, declarando que as supracitadas notas

fiscais são falsas, conforme documento transcrito abaixo (fls. 91 e

92):

A NOTA FISCAL É INIDÔNEA PORQUE É FALSA. A

empresa não existe na Secretaria de Finanças da

Prefeitura do Recife. A autorização constante no

rodapé do documento fiscal pertence à Empresa

Elihimas Comércio e Representações Ltda., inscrição

municipal 082.073-3.A inscrição municipal constante

do documento fiscal pertence à Empresa Multi Filmes

Ltda..

8) A Corregedoria Fazendária – CORREFAZ enviou ao

Ministério Público de Pernambuco cópia da prestação de contas do

projeto cultural em análise, pelo fato de constar documentos falsos e

estar em exigência, conforme termos do Ofício nº. 015/2002 (fls. 98).

9) Examinando-se algumas notas fiscais integrantes da

prestação de contas do projeto sob comento, foi possível verificar

através de análise visual que, embora tenham sido emitidas por pessoas

jurídicas diferentes, tiveram seus dados preenchidos com a mesma

grafia.

10) O resultado da análise procedida pelo Instituto de

Criminalística, disposto no Laudo Pericial Grafoscópico (Caso de nº.

0752.4/09 – 1.278-A), concluiu que o preenchimento das notas fiscais

nº 0004 e 0041 das empresas supracitadas, resultaram da ação de um

mesmo punho escritor, conforme item V.a do Laudo Pericial às fls.

1.278-G.

Estes fatos representam graves infrações à norma legal.

Ademais sequer existe a comprovação de que o projeto foi

realizado.Ressalto que quanto à irregularidade de não terem sido

apresentados os recibos referentes às notas fiscais, entendo que esta

falha é de natureza formal.

ANEXO VIII

PROJETO N.º: 1.035/00 – “Mãe Natureza”

EMPREENDEDOR: Júlio César Pereira Celestino

A equipe de auditoria apontou as seguintes irregularidades para este projeto:

ITEM IRREGULARIDADE LEGISLAÇÃO INFRINGIDA VALOR

(R$)

2.1 Ausência do atesto de

execução do projeto

Art. 31, inciso I,

do Decreto Estadual

n.º. 19.156/96

Page 35: Projetos irregulares no Sic PE

35

ITEM IRREGULARIDADE LEGISLAÇÃO INFRINGIDA VALOR

(R$)

2.2 Ausência de comprovação

da realização do objeto

do projeto

Art. 34 do Decreto

Estadual nº.

19.156/96 e os

incisos III e IV do

Termo de Compromisso

2.3 Despesa comprovada com

nota fiscal falsa R$

41.000,00

Art. 12, §10, da Lei

Estadual nº.

11.005/93 c/c o art.

25 do Decreto

Estadual nº.

19.156/96

2.4 Notas fiscais com datas

de emissão fora da

ordem cronológica R$

61.000,00

Alíneas b e d,

inciso II do art.19

do Decreto Municipal

do Recife nº.

15.950/92

61.000,00

2.5 Ausência de procuração

representando os artistas

R$ 7.500,00

Arts. 146, 152 e

153, da Lei Estadual

nº. 7.741/78 c/c o

art. 23 do Decreto

Estadual nº.

19.156/96 e a

Portaria do

Ministério do

Trabalho nº. 3.347,

de 30/09/1986

2.6 Extrato bancário

incompleto

Inciso I, alínea d,

da Portaria Conjunta

SECULT/SEFAZ nº.

003/00

VALOR TOTAL (R$) 61.000,00

O empreendedor Júlio César Pereira Celestino foi notificado

por AR, manifestou-se solicitando cópia dos autos (fl. 10287),

prorrogação do prazo de defesa (fls. 10548/10552/10628), não tendo,

todavia, o mesmo, acostado quaisquer justificativas a este Tribunal

até a presente data.

Considero como graves os achados dos técnicos do TCE, razão

pela qual passo a transcrever as seguintes constatações feitas pela

auditoria, quais sejam:

01) O Projeto Cultural nº 1.035/00 – “Mãe Natureza” tem como objeto (fls.1.302): “Produção, gravação, prensagem e divulgação

de um CD do empreendedor, músico e compositor Júlio César Pereira

(César Pereira)”. O montante efetivamente captado para o projeto

cultural ora em análise foi de R$ 61.000,00.

02) A prestação de contas deste projeto cultural já foi objeto de investigação, realizada pela Corregedoria da Secretaria da

Fazenda de Pernambuco - CORREFAZ/PE, sobre a aprovação de contas

irregulares de projetos incentivados pelo Sistema de Incentivo à

Cultura (SIC).

03) Não foi apresentado o atestado de execução do projeto cultural, previsto no art. 31, inciso I, do Decreto Estadual n.º.

19.156/96. Este Tribunal de Contas também solicitou ao FUNCULTURA o

Page 36: Projetos irregulares no Sic PE

36

referido Atestado e, como resposta, recebeu o Ofício DGF nº.

150/2008, de 11/07/08 (fls. 1.344), o qual informa que: “(...) não

consta em nossos arquivos atestado de execução”.

04) Ressalte-se que também não consta na prestação de

contas um exemplar do CD para comprovar a realização do objeto do

projeto, bem como o empreendedor apresentou nota fiscal falsa para

comprovar a mixagem, masterização e prensagem dos 5.000 CDs.

05) Não foi comprovada, ainda, a realização dos shows de lançamento do CD, previstos no orçamento do projeto (fls. 1.302-

1.303). Foram gastos R$ 13.500,00 para a realização dos referidos

shows, conforme nota fiscal nº. 0026 da Alfaia Produções e Eventos

(fls. 1.297).

06) Ressalte-se que o empreendedor apresentou nota fiscal falsa, no valor de R$ 41.000,00, para comprovar despesas com

estúdio, músicos, mixagem, masterização, arranjos, prensagem dos CDs

e cópias para divulgação.

07) Em relação à nota fiscal nº. 1444 da empresa HS

Gravações Artística Ltda., apresentada na prestação de contas em

comento e detalhada a seguir, consta documento da CORREFAZ -

Corregedoria Fazendária, declarando que a supracitada nota fiscal é

falsa, conforme documento transcrito abaixo (fls. 82):

(...) A nota fiscal é INIDÔNEA PORQUE É FALSA, pois

a empresa não funciona desde 1996, segundo

informações da Prefeitura do Recife, no ofício DF

054/2002. A falsidade está no rodapé da NF, no que

diz respeito ao número e a data da AIDF, que na NF

é 3.032365/9 em 16/04/98, e na AIDF da Secretaria

de Finanças da Prefeitura é 0323/65 em 16/04/93.

Outra irregularidade é a aposição da data limite

para emissão, que consta na NF 16/04/2001, que em

93 não existia esta determinação legal.

08) A Corregedoria Fazendária – CORREFAZ enviou ao

Ministério Público de Pernambuco cópia da prestação de contas do

projeto cultural em análise, pelo fato de constarem documentos fiscais

falsos e estar em exigência, conforme termos do Ofício nº. 017/2002

(fls. 81).

Estas irregularidades representam graves infrações à norma

legal. Ademais sequer existe a comprovação de que o projeto foi

realizado.Ressalto que quanto à ausência de procuração representando

os artistas e extrato bancário incompleto,entendo que estas falhas são

de natureza formal.

ANEXO IX

PROJETO Nº.: 881/00 –“III Festival de Música de Câmara de

Pernambuco”

EMPREENDEDOR: Ana Lúcia Altino Garcia

A equipe de auditoria apontou as seguintes irregularidades para este projeto:

ITEM IRREGULARIDADE LEGISLAÇÃO INFRINGIDA VALOR

(R$)

Page 37: Projetos irregulares no Sic PE

37

ITEM IRREGULARIDADE LEGISLAÇÃO INFRINGIDA VALOR

(R$)

2.1

Pagamento de despesa não

prevista no orçamento do

projeto

Incisos III e VI da

Portaria Conjunta

SECULT/SEFAZ nº. 003/2000.

6.139,58

2.2

Valor pago superior ao

previsto no orçamento do

projeto

Art. 12, §10, da Lei

Estadual nº. 11.005/93 e o

art. 25 do Decreto Estadual

nº. 19.156/96.

12.187,50

2.3

Notas fiscais de

empresas diferentes

preenchidas pela mesma

pessoa

Arts. 9.º, 17 e 21 do

Decreto Municipal da Cidade

do Recife nº. 15.950/92.

Art. 12, §10, da Lei

Estadual nº. 11.005/93 c/c

o art. 25 do Decreto

Estadual nº. 19.156/96

25.996,25

2.4 Ausência dos bilhetes de

passagem aérea

Art. 173, inciso II, da Lei

Estadual nº. 7.741/78 c/c

art. 85, inciso XV do

Decreto Estadual nº.

14.876/91.

16.945,43

2.5

Ausência de procuração

representando os

artistas

Arts. 146, 152 e 153 da Lei

Estadual nº. 7.741/78 c/c

art. 23 do Decreto Estadual

nº. 19.156/96.

30.593,09

VALOR TOTAL (R$) 91.861,85

Regularmente notificada a interessada, Sra. Ana Lúcia

Altino Garcia apresentou defesa, por meio de advogado, às fls.

10597/10623 alegando em síntese:

01) Ocorreu a prescrição, posto que a certidão de

regularidade emitida pela SEFAZ foi datada de 03/10/2000, há portanto

mais de dez anos;

02) Da responsabilidade solidária – A equipe de auditoria

lista irregularidades por supostas impropriedades na qual estaria

caracterizada a participação de empresas, razão pela qual deveriam

estas empresas serem notificadas.

03) Pagamento de despesas não previstas no orçamento no

montante de R$ 6.139,58 – a empresa justifica cada um dos pontos

apontados pela equipe de auditoria.

04) Com relação ao valor pago superior ao previsto- a

demandada alega que consultou a SEFAZ , tendo obtido resposta

afirmativa. Alega que juntou cópia na qual a SEFAZ decide pela

regularidade. Todavia, deixa de juntar aos autos o referido documento.

05) Notas fiscais de empresas diferentes emitidas por uma

mesma pessoa – O preenchimento das notas fiscais era um dos motivos de

reprovação das contas de convênios. Por esta razão, na época a

demandada e outros empreendedores culturais contrataram uma

consultoria para orientá-los na prestação de contas. Uma das

orientações era de que sempre que possível as notas deveriam ser

preenchidas por computador. Quando não era possível, o consultor

contratado preenchia a nota fiscal ou recibo, com o objetivo de evitar

erros. Alguns aceitavam; outros não. Porém, os serviços foram

executados. Logo não há que se falar em devolução.

06) Ausência dos bilhetes de passagens – os bilhetes

ficavam com as pessoas que viajavam. A comprovação de despesa se dava

Page 38: Projetos irregulares no Sic PE

38

por meio dos comprovantes de pagamento realizados junto às agências de

viagens.

07) Ausência de Procuração de representação dos artistas

– Os pagamentos foram efetuados aos artistas. A demandada está fazendo

um levantamento junto aos credores para posteriormente apresentar a

este Tribunal. Todavia, destaca que o lapso de tempo entre o fato e a

notificação da mesma é fator prejudicial na produção das referidas

provas.

No que diz respeito às preliminares de prescrição e

solidariedade, entendo que estas preliminares já foram enfrentadas

pelo Ministério Público. Por sua vez, as irregularidades apontadas

representam graves infrações à norma legal. Deixo destacado, conforme

comentado alhures, que tenho o entendimento de que a ausência de

procuração dos artistas é falha formal.

ANEXO X

PROJETO Nº.: 879/00 – “Espetáculos Musicais”

EMPREENDEDOR: Ana Lúcia Altino Garcia

A equipe de auditoria apontou as seguintes irregularidades para este projeto: ITEM IRREGULARIDADE LEGISLAÇÃO INFRINGIDA VALOR

(R$)

2.1

Despesas

comprovadas com

notas fiscais

falsas

Art. 12, §10, da Lei

Estadual nº. 11.005/93

c/c o art. 25 do

Decreto Estadual nº.

19.156/96

57.000,00

2.2

Notas fiscais de

empresas diferentes

preenchidas pela

mesma pessoa

Art. 12, §10, da Lei

Estadual nº. 11.005/93

c/c o art. 25 do

Decreto Estadual nº.

19.156/96

34.000,00

2.3

Notas fiscais com

datas de emissão

fora da ordem

cronológica

Alíneas b e d, inciso

II, do art. 19 do

Decreto Municipal nº.

15.950/92

65.000,00

2.4

Ausência de

procuração

representando os

artistas

Arts. 146, 152 e 153 da

Lei Estadual nº.

7.741/78 c/c art. 23 do

Decreto Estadual nº.

19.156/96

*

VALOR TOTAL (R$) 156.000,00

Regularmente notificada a interessada, Sra. Ana Lúcia

Altino Garcia apresentou defesa, por meio de advogado, às fls.

10597/10623, onde complementando a defesa apresentada em relação ao

projeto cultural881/00 –“III Festival de Música de Câmara de

Pernambuco” alega que em relação às notas fiscais falsas, não teria a

mesma, e nenhum outro consumidor condições de identificar o fato.

Page 39: Projetos irregulares no Sic PE

39

Considero como graves os achados dos técnicos do TCE, razão

pela qual passo a transcrever as seguintes constatações feitas pela

auditoria, quais sejam:

1) O Projeto Cultural nº 879/00 – “Espetáculos

Musicais”, teve como objeto a realização de concertos musicais em

Recife com a participação de artistas nacionais e internacionais de

renome;

2) Encontra-se às fls. 1.610 o Atestado de Execução

emitido para o projeto cultural sob comento, concedido em 22/12/2003

pela Comissão Deliberativa do Sistema de Incentivo à Cultura;

3) Contudo, integram a prestação de contas em epígrafe,

as notas fiscais demonstradas na tabela abaixo, as quais são

consideradas inidôneas;

4) As empresas: Tropical Promoções e Publicidade e HS

Gravações Artísticas Ltda., emitentes das notas fiscais detalhadas

acima, foram citadas nas investigações realizadas pela Corregedoria da

Secretaria da Fazenda de Pernambuco - CORREFAZ/PE, quando da análise

de prestações de contas irregulares de projetos culturais financiados

pelo Sistema de Incentivo à Cultura – SIC/PE. Segundo a documentação

constante às fls. 21 a 100, a qual demonstra o resultado das análises

realizadas pela CORREFAZ/PE, as notas fiscais das referidas empresas

foram atestadas como inidôneas, devido à seguinte constatação:

- Nota Fiscal nº. 0668 da Tropical Promoções e

Publicidade (fls.39)

(...) A nota fiscal É INIDÔNEA PORQUE É FALSA. A

empresa não existe na Secretaria de Finanças da

Prefeitura do Recife. A autorização constante no

rodapé do documento fiscal pertence a Empresa

ELIHIMAS COMÉRCIO E REPRESENTAÇÃO LTDA, inscrição

municipal 082.073-3. A inscrição municipal

constante do documento fiscal pertence a Empresa

Multi Filmes LTDA.(...)

- Nota Fiscal nº. 01409 da HS Gravações Artísticas

(fls.56)

(...) A nota fiscal É INIDÔNEA PORQUE É FALSA, pois

a empresa não funciona desde 1996, segundo

informações da Prefeitura do Recife, no ofício DF

054/2002. A falsidade está no rodapé da NF, no que

diz respeito ao número e a data da AIDF, que na NF

é 3.032365/9 em 16.04.98, e na AIDF da Secretaria

de Finanças da Prefeitura é 0323/65 em 16.04.93.

Outra irregularidade é a aposição da data limite

para emissão, que consta na NF 16.04.2001, que em

1993 não existia esta determinação legal.

5) Das conclusões acima transcritas, infere-se que as

notas fiscais das mencionadas empresas de nº. 0677 (Tropical Promoções

e Publicidade) e nº. 1357 (HS Gravações Artísticas Ltda.), constantes

da prestação de contas em análise, também sejam falsas, uma vez que,

apresentam o mesmo número irregular de autorização para impressão de

talonário fiscal (AIDF) disposto no rodapé das notas fiscais

consideradas inidôneas pela CORREFAZ/PE (nº. 0668 e nº. 01409).

6) Quanto à nota fiscal de nº. 0144 da empresa S.C.

Comércio e Representações Ltda. (fls. 1.635), discriminada na tabela

anterior, a Secretaria da Fazenda da Prefeitura Municipal do Cabo de

Santo Agostinho encaminhou a este Tribunal o Ofício nº. 62/09 (fls.

Page 40: Projetos irregulares no Sic PE

40

1.685 a 1.689) com a seguinte declaração, atestando como inidôneo o

referido documento:

(...) informamos que após análise no Sistema

Integrado de Administração – SIAT, não foi

reconhecida a idoneidade da referida nota. A

inscrição municipal constante na mesma não existe

no cadastro mercantil do município (...) não

constando, também, nenhuma autorização de Impressão

de Documentos Fiscais – AIDF para o referido

contribuinte.

7) Por último, de acordo com as declarações contidas no

ofício da Prefeitura da Cidade do Recife nº. 110/2009 (fls. 1.704 a

1.706), as empresas AVEL AZA Versátil e Hotel Residence são

irregulares e as notas fiscais de nº. 0121 (AVEL AZA Versátil) e nº.

0210 (Florêncio B. S. de A. Lobo/Hotel Residence) foram atestadas como

inidôneas devido à inexistência da autorização para impressão dos

referidos talonários fiscais, ou seja, os números da AIDF dispostos

nas referidas notas fiscais não foram concedidos pela Secretaria de

Finanças do Município do Recife.

No que diz respeito às preliminares de prescrição e

solidariedade, entendo que estas preliminares já foram enfrentadas

pelo Ministério Público.Contudo, as irregularidades apontadas

representam graves infrações à norma legal.

ANEXO XI

PROJETO Nº.: 993/00 – “II Concurso Internacional de Humor e

Quadrinhos”

EMPREENDEDOR: Luiz Gustavo de Amorim Guedes

A equipe de auditoria apontou as seguintes irregularidades para este projeto:

ITEM IRREGULARIDADE LEGISLAÇÃO

INFRINGIDA VALOR (R$)

2.1

Valor pago superior

ao previsto no

orçamento do projeto

Art. 12, § 10, da

Lei Estadual nº.

11.005/93 c/c art.

25 do Decreto

Estadual nº.

19.156/96 e Termo

de Compromisso e

Declaração firmado

pelo empreendedor

5.044,00

2.2

Despesas comprovadas

com notas fiscais

falsas

Art. 12, §10, da

Lei Estadual nº.

11.005/93 c/c o

Art. 25 do Decreto

Estadual nº.

19.156/96.

79.237,58

Page 41: Projetos irregulares no Sic PE

41

ITEM IRREGULARIDADE LEGISLAÇÃO

INFRINGIDA VALOR (R$)

2.3

Notas fiscais de

empresas diferentes

preenchidas pela mesma

pessoa

Arts. 9.º, 17 e 21

do Decreto

Municipal da Cidade

do Recife nº.

15.950/92. Art. 12,

§10, da Lei

Estadual nº.

11.005/93 c/c o

art. 25 do Decreto

Estadual nº.

19.156/96

9.800,00

2.4

Notas fiscais com data

de emissão fora da

ordem cronológica

Alíneas b e d,

inciso II do art.19

do Decreto

Municipal do Recife

nº. 15.950/92

*

2.5

Ausência de recibos

Art. 173, inciso

III, da Lei

Estadual nº.

7741/78

-

VALOR TOTAL (R$) 94.081,58

Regularmente notificado, o interessado, Sr. Luiz Gustavo de

Amorim Guedes apresentou defesa, por meio de advogado, às fls.

10347/10351 alegando em síntese:

1) Que o interessado nunca foi produtor cultural. Sua

ligação na época foi trabalhar para este projeto para a empresa de seu

tio Cristiano Lins de Amorim, como motorista, razão pela qual

desconhece qualquer projeto cultural nº 993/00;

2) Que ao receber a notificação, procurou seu tio por

diversas vezes, porém este lhe tratou com desdém, mas salientou que na

época existia outro sócio do mesmo nesses projetos, o Sr. Severino

Eudson Catão Ferreira, que atualmente exerce o cargo de Prefeito de

Palmerina.

3) Que depois dessa informação, o notificado passou a

compreender melhor a situação e lembrou que tanto seu tio quanto o o

Sr. Severino Eudson Catão Ferreira, que atualmente exerce o cargo de

Prefeito de Palmerina, solicitaram que ele fizesse uma procuração em

nome do Sr. Laison de Holanda Cavalcanti Jornalista para tratar de

assuntos na FUNDARPE – Cópia da procuração nas fls. 10353.

4) Que não resta nenhuma dúvida que o notificado foi

usado como “laranja” neste projeto cultural, razão pela qual requer

que sejam citados os envolvidos nos endereços citados, bem como não

lhe seja imputado nenhum débito.

Considero como graves os achados dos técnicos do TCE, razão

pela qual passo a transcrever as seguintes constatações feitas pela

auditoria, quais sejam:

a) O projeto cultural nº. 993/00 - “II Concurso

Internacional de Humor e Quadrinhos” teve como objeto promover o

interesse e a participação de cartunistas pernambucanos, brasileiros e

internacionais, através da realização de um concurso, três exposições

com impressão de um catálogo e elaboração de um CD-ROM;

Page 42: Projetos irregulares no Sic PE

42

b) Encontra-se às fls. 1.784 o Atestado de Execução

emitido para o projeto cultural sob comento, concedido em 28/12/2000

pela Comissão Deliberativa do Sistema de Incentivo à Cultura.

c) Foram verificados pagamentos de despesas, a seguir

relacionadas, com valor superior ao previsto no orçamento do projeto

(fls. 1.729/1.730) no montante de R$ 5.044,00;

d) O projeto cultural em análise, executado no município

do Recife, apresenta 02 notas fiscais em sua prestação de contas,

emitidas pela empresa Casa de Propaganda Ltda., cuja sede é

estabelecida na cidade de Garanhuns. Analisando-se as referidas notas

fiscais, verifica-se que pertencem ao mesmo talonário fiscal e que a

autorização para impressão de documentos fiscais (AIDF) informada no

rodapé foi concedida em 1992, ou seja, em data bem anterior à execução

do projeto sob análise, realizado em 2000.

e) Com o fito de averiguar a idoneidade das notas

fiscais, através do ofício TC/DCE/DIAD nº. 80/2007 (fls. 1.807), foram

enviadas por esta Corte de Contas à Secretaria de Finanças de

Garanhuns as citadas notas fiscais originais da empresa Casa de

Propaganda para a devida análise.

f) Em resposta, o Secretário da Fazenda Municipal de

Garanhuns, Sr. Acácio da Costa Calado, encaminhou o ofício SEFAZ nº.

406/2007 (fls. 1.808), prestando os seguintes esclarecimentos,

transcritos na íntegra a seguir:

Em atenção ao seu ofício TC/DCE/DIAD-Nº. 80/2007

e, em virtude das informações exaradas no despacho

do Departamento de Fiscalização, pela fiscal de

tributos, Elisângela M. de Oliveira, Mat. 2448, em

13/09/2007, informamos o seguinte:

1 – Que a autorização de confecção dos talonários

fiscais nº.73/92 de 16/10/1992, é anterior a data

de cadastro da referida empresa nesta Prefeitura

que é 30/12/1992; (grifou-se)

2 – Que a empresa Casa de Propaganda Ltda.

encontra-se em situação de BAIXA na Prefeitura

Municipal de Garanhuns.

Informo ainda que, há fortes indícios de que a

referida documentação fiscal não seja idônea. Sem

mais para o momento, colocamo-nos ao inteiro dispor

de V.Sª. para quaisquer esclarecimentos adicionais.

g) Constata-se que a empresa Casa de Propaganda

não era cadastrada na Prefeitura da Cidade de Garanhuns na data

da AIDF informada no rodapé das referidas notas fiscais; logo,

resta configurada a inidoneidade da referida documentação, uma

vez que não houve autorização expedida pela Prefeitura para

impressão do talonário fiscal das notas fiscais em análise.

h) Acrescente-se a esta análise que as notas

fiscais da empresa Casa de Propaganda Ltda., detalhadas abaixo,

não seguem uma ordem cronológica quanto à sua emissão, ou seja,

as notas de nº. 0538 e nº. 0550 foram emitidas em data anterior

à data de emissão da nota nº. 0527, apresentada na prestação de

contas do projeto cultural nº. 995/00 (fls. 2.079 a 2.179).

i) Ainda na prestação de contas sob análise,

verifica-se a presença de uma nota fiscal da empresa Tropical

Promoções e Publicidade nº. 0614 (fls.1.803), detalhada no

quadro abaixo. A referida empresa foi citada na investigação

Page 43: Projetos irregulares no Sic PE

43

realizada pela Corregedoria da Secretaria da Fazenda de

Pernambuco - CORREFAZ/PE sobre prestações de contas irregulares

de projetos culturais, cuja documentação com o resultado dessas

análises encontra-se acostada às fls. 21 a 100. Sobre a empresa

Tropical Promoções e Publicidade, a CORREFAZ/PE declarou o

seguinte acerca da nota fiscal nº. 668 (fls. 34-35):

(...) A nota fiscal É INIDÔNEA PORQUE É FALSA. A

empresa não existe na Secretaria de Finanças da

Prefeitura do Recife. A autorização constante no

rodapé do documento fiscal pertence a Empresa

ELIHIMAS COMÉRCIO E REPRESENTAÇÃO LTDA, inscrição

municipal 082.073-3. A inscrição municipal

constante do documento fiscal pertence a Empresa

Multi Filmes LTDA.

j) Apesar do documento da CORREFAZ/PE não mencionar

expressamente a nota fiscal de nº. 0614, pode-se concluir que a

referida nota fiscal também é falsa, uma vez que, possui as mesmas

informações dispostas no rodapé da nota fiscal nº 0668 (fls. 39) e

pertence ao mesmo talonário (numeração de 0601 a 700) da retrocitada

nota fiscal, sobre a qual o documento da CORREFAZ atesta como sendo

falsa.

k) Integram o processo em epígrafe dois projetos

culturais: nº 994/00 (fls. 1.823-1.912) e nº. 993/00 (fls. 1.720-

1.822), os quais tinham como objeto a realização dos seguintes

eventos, respectivamente: “II Festival Internacional de Humor e

Quadrinhos” e “II Concurso Internacional de Humor e Quadrinhos”. De

acordo com a programação dos dois projetos mencionados e os documentos

comprobatórios de sua realização, às fls. 1.786 a 1.790 e fls. 1.871 a

1.890, verifica-se que ambos ocorreram ao mesmo tempo e são

complementares. Diante desse fato, foram analisadas conjuntamente as

prestações de contas pertinentes aos mencionados projetos, no que foi

possível verificar que duas notas fiscais, embora sejam de empresas

diferentes, visivelmente tiveram seus dados preenchidos com a mesma

grafia. Este indício foi confirmado por meio de perícia técnica

realizada pelo Instituto de Criminalística do Estado de Pernambuco

(IC/PE).

l) Consta às fls. 1.799 a nota fiscal nº. 0012 emitida

pela empresa Alfaia Produções e Eventos, a qual comprova a contratação

dos seguintes serviços: divulgação na Internet, molduras especiais,

fotografias, assistência de coordenação, secretária, receptivo,

intérpretes e troféus para realização do projeto cultural sob comento.

m) Examinando-se as prestações de contas dos projetos

culturais constantes nestes autos, verificou-se a presença de outra

nota fiscal (nº. 0009) emitida pela empresa Alfaia Produções e Eventos

(fls. 1.411), compondo a prestação de contas do projeto cultural nº.

881/00 (fls. 1.348-1.607).

n) Verificadas as datas de emissão de ambas as notas

fiscais, relacionadas na tabela abaixo, constata-se que apesar de

pertencerem ao mesmo talonário fiscal, não seguem uma ordem

cronológica quanto à sua emissão, ou seja, a nota fiscal de nº. 0012

foi emitida anteriormente à nota fiscal de nº. 0009 .

São graves as irregularidades neste processo. Assim sendo,

considerando as razões apresentadas pela defesa do interessado,

entendo que a documentação relativa a este processo deve ser

encaminhada ao Ministério Público do Estado para fins de apuração de

Page 44: Projetos irregulares no Sic PE

44

possíveis ilícitos penais, razão pela qual não é cabível a realização

das diligências solicitadas pelo interessado.

Isto posto,

ANEXO XII

PROJETO Nº.: 994/00 – “II Festival Internacional de Humor e

Quadrinhos”

EMPREENDEDOR: Daniel Mário da Costa Verçosa

A equipe de auditoria apontou as seguintes irregularidades para este projeto:

ITEM IRREGULARIDADE LEGISLAÇÃO INFRINGIDA VALOR (R$)

2.1

Comprovação da

despesa

incompatível com

o projeto

aprovado

Art. 12, §10, da Lei

Estadual nº. 11.005/93 c/c o

art. 25 do Decreto Estadual

nº. 19.156/96

87.150,00

2.2

Despesas

comprovadas com

nota fiscal falsa

Art. 12, §10, da Lei

Estadual nº. 11.005/93 c/c o

art. 25 do Decreto Estadual

nº. 19.156/96

37.710,00

2.3

Notas fiscais de

empresas

diferentes

preenchidas pela

mesma pessoa

Art. 12, §10, da Lei

Estadual nº. 11.005/93 c/c o

art. 25 do Decreto Estadual

nº. 19.156/96

*

2.4

Ausência de

bilhetes de

passagem aérea

Art. 173, inciso II, da Lei

Estadual nº. 7.741/78. art.

85, inciso XV, do Decreto

Estadual nº. 14.876/91

21.400,00

VALOR TOTAL (R$) 146.260,00

Regularmente notificado, o interessado, Sr. Daniel Mário da

Costa Verçosa apresentou defesa às fls. 10.319/ 10.322 alegando em

síntese:

1) Comprovação de despesa incompatível com o

projeto – houve exagero do TCE, posto que as

despesas foram realizadas de forma idônea e

compatível com o projeto;

2) Das despesas comprovadas com notas fiscais

falsas – A auditoria imputa o débito de R$

37.710,00 por causa de notas fiscais inidôneas. Se

houve alguma irregularidade, esta foi cometida pela

empresa Tropical Promoções e Publicidade, não sendo

razoável imputar o débito ao interessado.

3) Notas fiscais de empresas diferentes emitidas

pela mesma pessoa – Este item foge completamente da

responsabilidade do interessado. Tanto é que os

Page 45: Projetos irregulares no Sic PE

45

fatos apontados pela auditoria só foram confirmados

com a elaboração de laudo pericial.

4) Ausência de bilhetes aéreos – Trata-se de falha

formal, posto que o recibo e o pagamento às

agências foram efetuados.

Compulsando os autos, entendo que são frágeis os argumentos

expostos pela defesa. Chego a esta conclusão, com base nas seguintes

constatações feitas pela auditoria, as quais passo a transcrever:

a) O projeto cultural nº. 994/00 – “II Festival

Internacional de Humor e Quadrinhos”, teve como objeto promover

exposições, seminários, oficinas e sessões de caricaturas ao vivo

junto ao público, com a apresentação de trabalhos de grandes

cartunistas nacionais e internacionais;

b) O montante captado para projeto cultural em epígrafe

foi de R$ 168.574,00 (fls. 351). Encontra-se às fls. 1.867 o Atestado

de Execução emitido para o projeto cultural sob comento, concedido em

28/12/2000 pela Comissão Deliberativa do Sistema de Incentivo à

Cultura.

c) Para comprovar a execução de todos os serviços

relativos à diagramação, gráficos, produção e divulgação, bem como

outros serviços, além da contratação de pessoal de suporte,

discriminados no orçamento às fls. 1.828 a 1.829, foi acostada apenas

uma nota fiscal, no valor de R$ 87.150,00 (fls. 1.853), emitida pela

empresa V. Comunicação Social, Artes e Produção (ACTIVA).

d) Não consta na prestação de contas a documentação

pertinente aos responsáveis diretos pela execução dos itens dispostos

no orçamento, tais como: notas fiscais e recibos das gráficas

contratadas, contratos referente às pessoas que participaram da

realização do projeto e/ou outros documentos hábeis que confirmem a

contratação e os pagamentos efetuados aos executores envolvidos no

projeto cultural. Ou seja, a apresentação de uma única nota fiscal

inviabiliza a análise do valor individualizado dos serviços previstos

no orçamento aprovado para o evento cultural proposto.

e) A comprovação de despesas com divulgação do projeto

cultural em mídia de rádio/TV foi efetuada através da apresentação de

uma nota fiscal da empresa Tropical Promoções e Publicidade nº. 0613,

às fls. 1.895.

f) A referida empresa foi citada na investigação

realizada pela Corregedoria Fazendária - CORREFAZ/PE sobre prestações

de contas irregulares de projetos culturais, cuja documentação com o

resultado dessas análises encontra-se acostada às fls. 21 a 100. Sobre

a empresa Tropical Promoções e Publicidade, a CORREFAZ/PE apurou o

seguinte fato através da análise da nota fiscal nº. 668 (fls. 34-35):

(...) “ A nota fiscal É INIDÔNEA PORQUE É FALSA. A

empresa não existe na Secretaria de Finanças da

Prefeitura do Recife. A autorização constante no

rodapé do documento fiscal pertence a Empresa

ELIHIMAS COMÉRCIO E REPRESENTAÇÃO LTDA, inscrição

municipal 082.073-3. A inscrição municipal

constante do documento fiscal pertence a Empresa

Multi Filmes LTDA.”

g) Apesar do documento da CORREFAZ/PE não mencionar

expressamente a nota fiscal de nº. 0613, infere-se que a referida nota

fiscal também é falsa, uma vez que, possui as mesmas informações

dispostas no rodapé da nota fiscal nº. 0668 (fls. 39) e pertence ao

mesmo talonário (numeração de 0601 a 700) da retrocitada nota fiscal,

declarada como falsa pela CORREFAZ/PE.

Page 46: Projetos irregulares no Sic PE

46

h) Integram o processo em epígrafe dois projetos

culturais: nº. 994/00 (fls. 1.823-1.912) e nº. 993/00 (fls. 1.720-

1.822), os quais tinham como objeto a realização dos seguintes

eventos, respectivamente: “II Festival Internacional de Humor e

Quadrinhos” e “II Concurso Internacional de Humor e Quadrinhos”. De

acordo com a programação dos dois projetos mencionados e os documentos

comprobatórios de sua realização às fls. 1.871 a 1.890 e fls. 1.786 a

1.790, verifica-se que ambos ocorreram ao mesmo tempo e são

complementares.

i) Diante desse fato, foram analisadas conjuntamente as

prestações de contas pertinentes aos mencionados projetos, no que foi

possível verificar que duas notas fiscais, embora sejam de empresas

diferentes, visivelmente tiveram seus dados preenchidos com a mesma

grafia. Assim sendo, no intuito de verificar se esses documentos foram

realmente preenchidos pela mesma pessoa, este Tribunal, através do

Ofício TC/DCE/DIAD nº. 019/2009 (fls. 1.910-1.911), encaminhou as

notas fiscais ao Instituto de Criminalística do Estado de Pernambuco

(IC/PE), solicitando a realização de uma perícia sobre os referidos

documentos.

j) De acordo com o Laudo Pericial Grafoscópico,

elaborado pelo IC/PE (fls. 1.902-1.909), foi emitida a conclusão,

confirmando a ocorrência de uma mesma pessoa preenchendo as referidas

notas fiscais.

k) Acrescente-se a esta análise, a verificação de que

as notas fiscais de nº. 0005 (fls. 1.853) e nº. 0012 (fls. 1.977),

ambas da empresa V. Comunicação Social, Artes e Produção (ACTIVA), não

seguem uma ordem cronológica quanto à sua emissão, ou seja, a nota

fiscal de nº. 0012 foi emitida anteriormente à nota fiscal de nº.

0005. A nota fiscal nº. 0012 (fls. 1.977) integra a prestação de

contas do projeto cultural nº. 992/00 (fls.1.913-2.078).

l) Do exposto, pode-se considerar que a nota fiscal nº.

0005 da empresa V. Comunicação Social, Artes e Produção (ACTIVA) não

se reveste dos requisitos obrigatórios para sua validação, exigidos na

legislação municipal aplicável à matéria, e, portanto, não é capaz de

comprovar a boa aplicação dos recursos públicos destinados ao projeto

cultural em tela.

Estas irregularidades representam graves infrações à norma

legal e maculam a presente prestação de contas.

ANEXO XIII

PROJETO Nº.: 992/00 – “Observatório Cultural Malakoff –

Equipamentos e Suporte para Atividades Culturais”

EMPREENDEDOR: Hilton Gomes Costa Filho

A equipe de auditoria apontou as seguintes irregularidades para este projeto:

ITEM IRREGULARIDAD

E

LEGISLAÇÃO

INFRINGIDA VALOR (R$)

2.1

Ausência do

Atesto de

Execução

Art. 31, inciso

I, do Decreto

Estadual nº.

19.156/96

198.611,02

Page 47: Projetos irregulares no Sic PE

47

ITEM IRREGULARIDAD

E

LEGISLAÇÃO

INFRINGIDA VALOR (R$)

2.2

Valor pago

superior ao

previsto no

orçamento do

projeto – R$

22.700,00

Art. 12, §10,

da Lei Estadual

nº. 11.005/93

c/c o art. 25

do Decreto

Estadual nº.

19.156/96 e o

Termo de

Compromisso e

Declaração

2.3

Despesas

comprovadas

com notas

fiscais

falsas – R$

71.732,19

Art. 12, §10, da

Lei Estadual nº.

11.005/93 c/c o

art. 25 do

Decreto Estadual

nº. 19.156/96.

2.4

Notas

fiscais de

empresas

diferentes

preenchidas

pela mesma

pessoa R$

74.416,19

Art. 12, §10,

da Lei Estadual

nº. 11.005/93

c/c o art. 25

do Decreto

Estadual nº.

19.156/96.

2.5

Notas

fiscais com

datas de

emissão fora

da ordem

cronológica

R$ 44.052,47

Alíneas b e d,

inciso II do

art.19 do

Decreto

Municipal nº.

15.950/92.

VALOR TOTAL (R$) 198.611,02

Regularmente notificado, o interessado, Sr. Hilton Gomes

Costa Filho apresentou defesa às fls. 10.315/ 10.318 alegando em

síntese:

1) Ausência do Atesto de Execução – Houve apenas a suposição da auditoria de que o projeto não foi realizado;

2) Valor pago superior ao previsto no projeto -

Houve a necessidade do pagamento a maior de despesas

necessárias à realização perfeita do projeto em análise.Não

houve em nenhum momento a conversão do pagamento a maior em

benefício do interessado;

3) 2) Das despesas comprovadas com notas

fiscais falsas – A auditoria imputa o débito de R$ 71.732,19

por causa de notas fiscais inidôneas. Em nenhum momento ficou

evidente a responsabilidade atribuída ao interessado, posto

que as irregularidades provieram das empresas;

4) Notas fiscais de empresas diferentes emitidas pela mesma pessoa – Este item foge completamente da

responsabilidade do interessado. Tanto é que os fatos

apontados pela auditoria só foram confirmados com a

elaboração de laudo pericial.

Page 48: Projetos irregulares no Sic PE

48

5) Notas fiscais com datas de emissão fora da

ordem cronológica – Houve mero descuido quanto à forma das

notas apresentadas, Porém, o fato não comprometeu a prestação

de contas.

Compulsando os autos, entendo que são frágeis os argumentos

expostos pela defesa. Chego a esta conclusão, com base nas seguintes

constatações feitas pela auditoria, as quais passo a transcrever:

a) O projeto cultural nº. 992/00 – “Observatório

Cultural Malakoff – Equipamentos e Suporte para Atividades Culturais”

teve como objeto “potencializar de forma plena a dimensão e o alcance

do Observatório Cultural Malakoff através da aquisição e doação de

equipamentos e suporte para as atividades do núcleo curatorial (4

eixos – Artes Plásticas, Música, Arte seqüencial e Fotografia)”.

b) O montante captado para o projeto cultural em

epígrafe foi de R$ 198.611,02 (fls. 351). Encontra-se às fls. 2.001 um

Atestado de Execução Parcial concedido pelo Sistema de Incentivo à

Cultura – SIC ao empreendedor, certificando que o projeto cultural não

foi realizado em sua totalidade.

c) Através do Ofício DGF nº. 134/2007 (fls. 2.020) foi

emitida a seguinte declaração:

“Em resposta ao ofício TC/DCE/DIAD nº. 068/2007, em

referência ao Projeto Cultural nº. 0992/00 –

“Observatório Cultural Malakoff”, comunicamos que

não temos como informar o quanto parcial foi

executado do referido projeto uma vez que o valor

captado de R$ 198.611,02 é praticamente o valor

total aprovado de R$ 198.611,92.”

d) Foram verificados pagamentos de despesas com valores

superiores ao previsto no orçamento aprovado para o projeto cultural

sob análise (fls. 1.918-1.920), detalhados nos itens: 4.4 - serviços

básicos e material de expediente (R$ 21.600,00) e 5.0 - serviços

gráficos e diagramação para promoção e divulgação (R$ 27.550,00).

e) Integram a prestação de contas em análise notas fiscais consideradas inidôneas em virtude dos motivos discorridos a seguir:

A Gráfica Desafio, emitente das notas fiscais

nº. 1299 e nº. 1325, foi citada nas investigações realizadas

pela Corregedoria da Secretaria da Fazenda de Pernambuco -

CORREFAZ/PE, quando da análise de prestações de contas

irregulares de projetos culturais financiados pelo Sistema de

Incentivo à Cultura – SIC/PE. A documentação com o resultado

dessas análises encontra-se acostada às fls. 21 a 100 dos autos.

A CORREFAZ/PE apurou, através do exame da nota fiscal nº. 1411

da Gráfica Desafio (fls. 29), que a autorização para impressão

de documentos fiscais (AIDF), discriminada no rodapé da referida

nota pertencia a outra empresa, conforme transcrição abaixo

(fls.31):

(...) A NOTA FISCAL É FALSA, pois a AIDF

0692/42 de 01/12/00 pertence a empresa Laborh Serviços

Empresariais ltda., Inscrição Municipal 233.281-7.

Diante da irregularidade constatada pela

CORREFAZ/PE, infere-se que as notas fiscais nº. 1299 e nº. 1325

da Gráfica Desafio, constantes nesta prestação de contas, também

Page 49: Projetos irregulares no Sic PE

49

sejam inidôneas, uma vez que possuem a mesma AIDF da nota fiscal

nº. 1411, atestada como falsa pela CORREFAZ/PE.

Quanto à idoneidade das notas fiscais emitidas

pela J A BRAUNA (Dezaine Editora) e pelo autônomo Eduardo José

dos Santos, detalhadas na tabela acima, estas foram encaminhadas

ao Departamento de Tributos Mercantis da Prefeitura da Cidade do

Recife (PCR), que, em resposta encaminhou o ofício nº. 040/2008

(fls. 580) com as seguintes informações transcritas abaixo:

A empresa „J A BRAUNA‟, CMC 190.942-8

obteve apenas a AIDF nº. 3.0242/15 em 18/01/1991,

através da qual foi autorizada a confecção das NFSs nº.1

a 250, série A, com validade para emissão até 09/01/2001

(vide relatório anexo), não sendo válida a autorização

nº. 00309844/97 constante na nota nº. 1190 enviada.

O autônomo „Eduardo José dos Santos‟, CMC

230.160-1 obteve apenas a AIDF nº. 3.0332/27 em

08/07/1993, através da qual foi autorizado a confecção

das NFSs nº. 1 a 50, série A, com validade para emissão

até 09/01/2001 (vide relatório anexo), não sendo válida

a autorização nº. 657 constante na nota nº. 57 enviada.

(grifou-se)

Constata-se que as únicas autorizações para

impressão de documentos fiscais (AIDF) expedidas pela PCR às

referidas empresas foram: nº. 3.0242/15 em 18/01/1991 (J A

BRAUNA) e nº. 3.0332/27 em 08/07/1993 (Eduardo José dos Santos).

Verifica-se, portanto, que as notas fiscais em análise: J A

BRAUNA (AIDF nº. 00309844/97) e Eduardo José dos Santos (AIDF

nº. 657) apresentam autorizações falsas, conforme atesta a

documentação encaminhada pela PCR às fls. 580-584.

Acerca da nota fiscal nº. 0218 da RPL

Engenharia Serviços Ltda., através do Ofício PCR nº. 110/2009

(fls. 1.965-1.967), foi declarado que a referida empresa é

irregular, bem como a AIDF constante na citada nota fiscal não

existe e, portanto, é inidônea.

f) Examinando-se as notas fiscais nº. 0012 (ACTIVA) e

nº. 0303 (COMPS Informática Ltda.), detalhadas abaixo, foi possível

verificar que, embora sejam de empresas diferentes, visivelmente

tiveram seus dados preenchidos com a mesma grafia. Assim sendo, no

intuito de confirmar se esses documentos foram realmente preenchidos

pela mesma pessoa, este Tribunal, através do Ofício TC/DCE/DIAD nº.

019/2009 (fls. 1.963/1.964), encaminhou as referidas notas fiscais ao

Instituto de Criminalística do Estado de Pernambuco (IC/PE), tendo o

laudo pericial confirmado a hipótese.

g) Há prova nos autos de que as empresas V. Comunicação

Social, Artes e Produção e Gráfica Desafio emitiram notas fiscais sem

a observância da ordem cronológica.

ANEXO XIV

PROJETO Nº.: 995/00 – “Observatório Cultural Malakoff –

Programação e Produção Cultural”

EMPREENDEDOR: Severino Eudson Catão Ferreira

A equipe de auditoria apontou as seguintes irregularidades para este projeto: ITEM IRREGULARIDADE LEGISLAÇÃO INFRINGIDA VALOR (R$)

Page 50: Projetos irregulares no Sic PE

50

ITEM IRREGULARIDADE LEGISLAÇÃO INFRINGIDA VALOR (R$)

2.1

Valor pago

superior ao

previsto no

orçamento do

projeto

Art. 12, § 10º, da Lei

Estadual nº. 1.005/93 c/c

art. 25 do Decreto Estadual

nº. 19.156/96 e Termo de

Compromisso e Declaração

firmado pelo empreendedor

4.289,42

2.2

Despesa

comprovada com

nota fiscal falsa

Art. 12, §10, da Lei Estadual

nº. 11.005/93 c/c o art. 25

do Decreto Estadual nº.

19.156/96.

61.959,42

2.3

Notas fiscais com

data de emissão

fora da ordem

cronológica

Alíneas b e d, inciso II do

art.19 do Decreto Municipal

do Recife nº. 15.950/92

17.300,00

2.4

Ausência de

procuração

representando os

artistas

Art. 146, inciso III e

Art.149, da Lei Estadual nº.

7.741/78 c/c Art. 23 do

Decreto Estadual nº.

19.156/96

31.982,45

VALOR TOTAL (R$) 115.531,29

Regularmente notificado, o interessado, Sr. Severino Eudson

Catão Ferreira apresentou defesa às fls. 10.307/ 10.310 alegando em

síntese:

a) Valor pago superior ao previsto no projeto - A

defesa reconhece que houve o pagamento a maior de despesas no montante

de R$ 4.289,42. Houve a necessidade do pagamento a maior de despesas

necessárias à realização perfeita do projeto em análise. O

administrador agiu de acordo com sua discricionariedade, tendo

sacrificado, momentaneamente o estrito legalismo;

b) Das despesas comprovadas com notas fiscais falsas – A

auditoria imputa o débito de R$61.659,42 por causa de notas fiscais

falsas.A responsabilidade neste caso é unicamente da empresa Casa de

Propaganda LTDA;

c) Notas fiscais com datas de emissão fora da ordem

cronológica – Houve mero descuido quanto à forma das notas

apresentadas, Porém o fato, não comprometeu a prestação de contas.

d) Ausência de procuração dos artistas – A ausência de

procuração é defeito a ser atribuído às empresas que representaram os

artistas e não ao empreendedor.

Compulsando os autos, entendo que são frágeis os argumentos

expostos pela defesa. Chego a esta conclusão, com base nas seguintes

constatações feitas pela auditoria, as quais passo a transcrever:

1) O projeto cultural nº. 995/00 – “Observatório

Cultural Malakoff – Programação e Produção Cultural” teve como

objeto “organizar e executar a proposta de dinâmica cultural,

através de um núcleo curatorial de 4 eixos – Artes Plásticas,

Música, Arte Seqüencial e Fotografia, que materialize durante todo o

ano 2000 a realização de eventos de grande repercussão no cenário

cultural brasileiro”.

2) O montante captado para o projeto cultural em

epígrafe foi de R$ 198.513,00 (fls. 351). Encontra-se às fls. 2.151

o Atestado de Execução emitido para o projeto cultural sob comento,

concedido em 10/03/2003 pela Comissão Deliberativa do Sistema de

Incentivo à Cultura.

Page 51: Projetos irregulares no Sic PE

51

3) Foram verificados pagamentos de despesas com

passagens aéreas e cachês artísticos, a seguir relacionados, com

valores superiores ao previsto no orçamento do projeto (fls. 2.084) no

montante de R$ 4.289,42;

4) O projeto cultural em análise, executado no município

do Recife durante o ano de 2000, apresenta em sua prestação de contas

a nota fiscal nº. 0527, emitida pela empresa Casa de Propaganda Ltda,

com sede em Garanhuns/PE.

5) Com o fito de averiguar a idoneidade desta nota

fiscal, através do ofício TC/DCE/DIAD nº. 80/2007 (fls. 2.174), foram

enviadas por esta Corte de Contas à Secretaria de Finanças de

Garanhuns as notas fiscais originais de nº. 0527, 0538 e 0550 da

empresa Casa de Propaganda para a devida análise. As notas fiscais de

nº. 0538 e 0550 estão acostadas na prestação de contas do projeto

cultural de nº. 993/00 - “II Concurso Internacional de Humor e

Quadrinhos”, constante nos autos às fls. 1.720 a 1.822.

6) Em resposta ao ofício mencionado, o Secretário da

Fazenda Municipal, Sr. Acácio da Costa Calado, encaminhou o ofício

SEFAZ nº. 406/2007 (fls. 2.176), prestando os seguintes

esclarecimentos, transcritos na íntegra a seguir:

Em atenção ao seu ofício TC/DCE/DIAD-Nº. 80/2007 e,

em virtude das informações exaradas no despacho do

Departamento de Fiscalização, pela fiscal de

tributos, Elisângela M. de Oliveira, Mat. 2448, em

13/09/2007, informamos o seguinte:

1 – Que a autorização de confecção dos talonários

fiscais nº.73/92 de 16/10/1992, é anterior a data

de cadastro da referida empresa nesta Prefeitura

que é 30/12/1992; (grifou-se)

2 – Que a empresa Casa de Propaganda Ltda.

encontra-se em situação de BAIXA na Prefeitura

Municipal de Garanhuns.

Informo ainda que, há fortes indícios de que a

referida documentação fiscal não seja idônea. Sem

mais para o momento, colocamo-nos ao inteiro dispor

de V.Sª. para quaisquer esclarecimentos adicionais.

7) De acordo com o ofício SEFAZ nº. 406/2007, constata-

se que a empresa Casa de Propaganda Ltda. não era cadastrada na

Prefeitura da Cidade de Garanhuns na data da AIDF informada no rodapé

das referidas notas fiscais; logo, resta configurada a falsidade da

referida documentação, uma vez que não houve autorização expedida pela

Prefeitura para impressão do talonário fiscal em análise.

8) Acrescente-se que a ordem cronológica de emissão das

citadas notas fiscais de nº. 0527, 0538 e 0550, detalhadas abaixo, não

respeita a ordem numérica sequencial do talonário fiscal, ou seja, as

notas fiscais de nº. 0538 e nº. 0550 da empresa Casa de Propaganda

Ltda. foram emitidas em data anterior à data de emissão da nota nº.

0527. Ressalte-se que as notas fiscais supracitadas pertencem ao mesmo

talonário fiscal.

9) Há prova nos autos de que a empresa Alfaia Produções

e Evento emitu notas fiscais sem a observância da ordem cronológica.

ANEXO XV

Page 52: Projetos irregulares no Sic PE

52

PROJETO Nº.: 92/98 – “CD Alô Pernambuco”

EMPREENDEDOR: Executa Consultoria, Assessoria e Representações

Ltda.

(Elizabeth Alves da Silva)

A equipe de auditoria apontou as seguintes irregularidades para este projeto:

ITEM IRREGULARIDADE LEGISLAÇÃO INFRINGIDA VALOR

(R$)

2.1

Despesa comprovada

com nota fiscal

inidônea – R$

30.000,00

Art. 12, §10, da Lei

Estadual nº. 11.005/93 c/c

o art. 25 do Decreto

Estadual nº. 19.156/96.

50.000,00

2.2

Notas fiscais com

datas de emissão

fora da ordem

cronológica

R$

50.000,00

Alíneas b e d, inciso II do

art. 19 do Decreto

Municipal nº. 15.950/92

2.3

Ausência de

procuração

representando os

artistas

Arts. 146, inciso III, e

149 da Lei Estadual nº.

7.741/78 e art. 23 do

Decreto Estadual nº.

19.156/96

2.4

Não utilização de

conta corrente

exclusiva para o

projeto

Art. 21 do Decreto Estadual

nº. 19.156/96

VALOR TOTAL (R$) 50.000,00

Regularmente notificada, a interessada, Sra. Elizabeth

Alves da Silva apresentou defesa, por meio de advogado, às fls.

11642/ 11704 e 11802/11812 alegando em síntese:

a. Preliminar de Prescrição Decenal – O projeto foi

executado em 1998. Portanto, há mais de 12 anos. Neste sentido,

estaria prescrito o direito de cobrança de ressarcimento por danos

provocados ao erário. Junta acórdão do TCU;

b. Preliminar de Cerceamento de Defesa - Alega a defesa

que a mesma foi prejudicada posto que, a auditoria especial foi

instaurada em 13 de janeiro de 2006 e a notificação ao interessado se

deu em agosto de 2010, ou seja, após 4 anos e seis meses. Ademais,

como existe Atestado de Execução do projeto em análise, emitido em

24/10/2008 (fls. 2277), a defendente sentiu-se desobrigada a guardar

os documentos deste projeto.

c. Impossibilidade de devolução ao erário em face a

vedação ao enriquecimento sem causa da administração – Alega a defesa

o fato de que como existe atestado de execução, determinar a devolução

seria promover o enriquecimento ilícito por parte da administração.

d. Quanto à alegação de despesa comprovada por meio de

nota fiscal inidônea, alega a defesa que foi o próprio dono da empresa

quem emitiu as notas fiscais. Logo, não cabe ao defendente responder o

porquê do referido proprietário estar invalidando as referidas notas.

Page 53: Projetos irregulares no Sic PE

53

e. Quanto à alegação das notas fora da ordem cronológica

– alega a defesa que não se pode responsabilizar o tomador do serviço

por vícios na documentação apresentada pelo prestador;

f. Quanto à ausência de procuração dos artistas – alega

a defesa que a regra no pais é de uma classe artística informal. Além

do mais, os artistas realizaram suas apresentações. Isto não está

sendo questionado. Logo, trata-se de falha formal.

g. Por fim, quanto a não utilização de conta específica

para o projeto, o próprio defendente reconheceu a falha. Logo, a falha

foi meramente formal.

Compulsando os autos, entendo que o Ministério Público de

Contas já enfrentou as preliminares suscitadas pelo defendente. Quanto

ao mérito, entendo que são frágeis os argumentos expostos pela defesa.

Chego a esta conclusão, com base nas seguintes constatações feitas

pela auditoria, as quais passo a transcrever:

01) O projeto cultural nº. 92/98 – “CD ALÔ PERNAMBUCO”

teve como objeto a “produção, lançamento, divulgação e promoção de um

CD com as músicas classificadas no Festival ALÔ PERNAMBUCO, realizado

com êxito, no ano de 1997, nas cidades de Bezerros, Garanhuns,

Afogados da Ingazeira e Caruaru”.

02) O montante captado para o projeto cultural em análise

foi de R$ 50.000,00 (fls. 331). Encontra-se às fls. 2.277 o Atestado

de Execução emitido para o projeto cultural sob comento, concedido em

24/10/2008 pela Comissão Deliberativa do Sistema de Incentivo à

Cultura.

03) A comprovação das despesas com atrações regionais,

cachês para intérpretes das músicas do CD, palco/cenários, som e

iluminação foi demonstrada através da nota fiscal nº. 0223 da empresa

BAOBÁ – Promoções e Publicidade Ltda. ME, no valor de R$ 30.000,00,

com os respectivos recibos (fls. 2.272-2.275).

04) A referida empresa foi citada na investigação,

realizada pela Corregedoria da Secretaria da Fazenda de Pernambuco –

CORREFAZ/PE, sobre prestações de contas irregulares de projetos

culturais, cuja documentação com o resultado dessas análises encontra-

se acostada às fls. 21 a 100. Integrando a mencionada documentação,

consta uma nota fiscal da BAOBÁ nº. 0222 (fls. 68) e uma Queixa

Policial nº. 1699/2000 (fls. 76), prestada por Sérgio Rabelo de

Andrade (sócio da empresa BAOBÁ) em 24/03/2000, na qual registra a

ocorrência de um acidente automobilístico e o seguinte fato:

(...)Do evento, foram subtraídos os seguintes

itens: (...), uma pasta contendo dois talonários

fiscais sendo um da Suporte Infra-Estrutura e

Produção com numeração de 0001 a 0050 e o outro da

BAOBÁ Promoções e Publicidade com numeração de

0201 a 0250, contendo ainda quatro folhas em branco

com timbre da Suporte e carimbo e assinatura da

mesma, (...) (grifou-se)

05) Observa-se às fls. 65 dos autos, que esta Queixa

Policial foi apresentada pela empresa BAOBÁ à CORREFAZ/PE como

justificativa às irregularidades detectadas na nota fiscal nº. 0222

(fls. 68), integrante da prestação de contas do projeto cultural nº.

86/98 (fls. 730 – 844). Segundo análise da CORREFAZ/PE (fls. 65), a

nota fiscal nº. 0222 foi considerada inidônea “por omitir informações

ao não serem registrados a alíquota e o valor do imposto, pois fere o

disposto no Inciso IX do art. 23 do Decreto 15.950/92, que regulamenta

o ISS na Prefeitura do Recife”. Portanto, em resposta aos problemas

constatados na nota fiscal nº. 0222 (fls. 68), a BAOBÁ apresentou esta

Page 54: Projetos irregulares no Sic PE

54

Queixa Policial para comprovar o extravio do talonário fiscal ao qual

pertencia a referida nota fiscal nº. 0222.

06) Do cotejo entre a nota fiscal nº. 0222 (fls.68),

considerada inidônea pela CORREFAZ/PE, e a nota fiscal nº. 0223 (fls.

2.272) da empresa BAOBÁ, constante nesta prestação de contas, foi

possível constatar que esta também pertence ao talonário fiscal

extraviado.

07) Há prova nos autos de que as empresas V BAOBÁ –

Promoções e Publicidade Ltda. ME e A-SIM - Comunicação Consultoria e

Projetos Ltda. emitiram notas fiscais sem a observância da ordem

cronológica.

As irregularidades, portanto, representam grave infração à

norma legal. Ressalto todavia que , quanto à Ausência de procuração

representando os artistas e a não utilização de conta corrente

exclusiva para o projeto,entendo que estas falhas são de natureza

formal.

ANEXO XVI

PROJETO Nº.: 385/99 – “ABRIL PRO ROCK 99”

EMPREENDEDOR: Paulo André Moraes Pires

A equipe de auditoria apontou as seguintes irregularidades para este projeto:

ITEM IRREGULARIDADE LEGISLAÇÃO INFRINGIDA VALOR (R$)

2.1

Realização do

objeto do

projeto antes

da captação dos

recursos

Art. 12, §10, da Lei

Estadual nº. 11.005/93

c/c art. 25 do Decreto

Estadual nº. 19.156/96

100.000,00

2.2

Despesa

realizada fora

do período de

aplicação – R$

10.0000,00

Art. 12, §10, da Lei

Estadual nº. 11.005/93

c/c o art. 25 do

Decreto Estadual nº.

19.156/96.

2.3

Ausência de

nota fiscal –

R$ 2.500,00

Art. 173, inciso II,

da Lei Estadual nº.

7.741/78 c/c art. 23

do Decreto Estadual

nº. 19.156/96

2.4

Despesa

comprovada com

nota fiscal

inidônea - $

13.515,00

Art. 12, §10, da Lei

Estadual nº. 11.005/93

c/c o art. 25 do

Decreto Estadual nº.

19.156/96

2.5

Ausência de

recibos de

pagamento

Art. 173, inciso III,

da Lei Estadual nº.

7.741/78.

VALOR TOTAL (R$) 100.000,00

Regularmente notificado o interessado, Sr. Paulo André

Moraes Pires apresentou defesa, por meio de advogado, às fls. 11733/

11775 e 11802/11812 alegando em síntese:

01) Preliminar de Prescrição Decenal – O projeto

foi executado em 1999. Portanto, há mais de 12 anos. Neste

sentido, estaria prescrito o direito de cobrança de

Page 55: Projetos irregulares no Sic PE

55

ressarcimento por danos provocados ao erário. Junta acórdão do

TCU;

02) Preliminar de Cerceamento de Defesa - Alega a

defesa que a mesma foi prejudicada posto que a auditoria

especial foi instaurada em 13 de janeiro de 2006 e a notificação

ao interessado se deu em agosto de 2010, ou seja, após 4 anos e

seis meses. Ademais, como existe Atestado de Execução do projeto

em análise, emitido em 21/02/2000 (fls. 2408), o defendente

sentiu-se desobrigado a guardar os documentos deste projeto

03) Impossibilidade de devolução ao erário em face

a vedação ao enriquecimento sem causa da administração – Alega a

defesa o fato de que, como existe atestado de execução,

determinar a devolução seria promover o enriquecimento ilícito

por parte da administração.

04) Quanto à realização do objeto em data anterior

a captação, alega a defesa que a própria SEFAZ emitiu os CDI´s –

Certificado de Dedução de ICMS contando as datas de captação

posteriores à execução do projeto, razão pela qual não se pode

falar em irregularidade.

05) Quanto à realização de despesas fora do período

de aplicação, a defesa alega que o serviço foi prestado pela

STAMPA Produções e Serigrafia Ltda. antes do período dos shows,

tendo a única irregularidade ocorrido com a emissão da nota

fiscal pelo fornecedor após o período do evento. Logo, a falha é

formal.

06) Quanto à ausência de nota fiscal, alega o

relatório de auditoria que houve a ausência de nota fiscal da

empresa SBN – Sistema Brasil Nordeste de Comunicação no valor de

R$ 2,500,00. Contudo, o serviço foi prestado, não se podendo

responsabilizar o tomador do serviço por ausência de

documentação fiscal do prestador.

07) Quanto à alegação de despesa comprovada por

meio de nota fiscal inidônea, alega a defesa de que foi o

próprio dono da empresa quem emitiu as notas fiscais. Logo, não

cabe ao defendente responder o porquê do referido proprietário

estar invalidando as referidas notas.

08) Por fim, quanto a ausência de recibos, o

próprio defendente reconheceu a falha. Contudo, entende que a

falha foi meramente formal.

Compulsando os autos, entendo que o Ministério Público de

Contas já enfrentou as preliminares suscitadas pelo defendente. Quanto

ao mérito, entendo que são frágeis os argumentos expostos pela defesa.

Chego a esta conclusão, com base nas seguintes constatações feitas

pela auditoria, as quais passo a transcrever:

a) O projeto cultural nº. 385/99 – “ABRIL PRO ROCK

99” tem como objeto a divulgação nacional da música produzida em

Pernambuco através da realização da sétima edição do festival de

música Abril pro Rock. o montante captado para o projeto

cultural em epígrafe foi de R$ 100.000,00 (fls. 339). O evento

cultural sob comento foi realizado no período de 16/04/99 a

18/04/99. No entanto, verifica-se às fls. 2.291 que a captação

dos recursos junto à Companhia Energética de Pernambuco - CELPE,

no valor de R$ 100.000,00, só foi efetivada em 30/04/1999, ou

seja, após a execução do evento cultural proposto no referido

projeto cultural.

b) Foram analisados os comprovantes de despesas

integrantes da prestação de contas em tela juntamente aos

extratos bancários constantes às fls. 2.318 a 2.326, com o

objetivo de proceder à confrontação entre as despesas realizadas

Page 56: Projetos irregulares no Sic PE

56

e os lançamentos registrados na conta bancária vinculada ao

projeto. Da referida análise, verificou-se a impossibilidade de

visualizar a vinculação entre o valor destinado ao projeto e a

utilização desses recursos na sua execução, visto que os valores

declarados nos documentos comprobatórios não coincidem com os

lançamentos realizados na conta exclusiva do projeto. Ademais,

foi possível observar que a conta bancária só foi encerrada em

28/01/2000, ou seja, aproximadamente 09 meses após a execução do

evento.

c) Verifica-se na prestação de contas a nota

fiscal nº. 13106, com data de emissão em 22/12/99, comprovando a

realização de despesa com produção e veiculação de cartazes e

outdoors. No entanto, a execução do evento ABRIL PRO ROCK

ocorreu no período de 16/04/99 a 18/04/99, conforme declaração

da FUNDARPE (fls. 2.289 verso), ou seja, em momento bem anterior

à realização da referida despesa para divulgação do evento. Não

há, portanto, como correlacionar a execução dessa despesa à

realização do projeto cultural sob comento.

d) O serviço de montagem de estruturas para a

realização projeto cultural em tela foi comprovado através da

nota fiscal nº. 215, emitido pela empresa BAOBÁ Promoções e

Publicidade (fls. 2.342), no valor de R$ 13.515,00. A referida

empresa foi citada na investigação realizada pela CORREFAZ -

Corregedoria Fazendária sobre prestações de contas irregulares

de projetos culturais , conforme já comentado neste voto. Deste

modo, concluiu a auditoria que , uma vez que a nota fiscal nº.

0215 (fls. 2.342) da empresa BAOBÁ pertence ao talonário

extraviado, citado no Boletim de Ocorrência alhures, considera-

se o valor de R$ 13.515,00, comprovado por meio nota fiscal

inidônea.

Deixo registrado que quanto a irregularidade de não terem

sido apresentados os recibos referentes às notas fiscais entendo que

esta falha é de natureza formal.

ANEXO XVII

PROJETO Nº.: 1.071/00 – “Jardim Cultural Artístico”

EMPREENDEDOR: Silvio Fraga Rocha Pontual

A equipe de auditoria apontou as seguintes irregularidades para este projeto: ITEM IRREGULARIDADE LEGISLAÇÃO INFRINGIDA VALOR (R$)

2.1

Pagamento de despesa

não prevista no

orçamento do projeto

R$ 119.353,61

Art. 12, §10, da Lei

Estadual nº. 11.005/93

c/c o art. 25 do Decreto

Estadual nº. 19.156/96.

199.354,61

2.2

Comprovação da

despesa incompatível

com o projeto

aprovado R$

199.354,61

Inciso VI do Termo de

Compromisso e Declaração,

Art. 12, §10, da Lei

Estadual nº. 11.005/93 e

o art. 25 do Decreto

Estadual nº. 19.156/96.

Page 57: Projetos irregulares no Sic PE

57

ITEM IRREGULARIDADE LEGISLAÇÃO INFRINGIDA VALOR (R$)

2.3

Despesa comprovada

com nota fiscal

inidônea – R$

199.354,61

Art. 12, § 10, da Lei

Estadual nº. 11.005/93

c/c o art. 25 do Decreto

Estadual nº. 19.156/96.

2.4

Ausência de

procuração

representando os

artistas

Arts. 146, inciso III, e

149 da Lei Estadual nº.

7.741/78 e art. 23 do

Decreto Estadual nº.

19.156/96

VALOR TOTAL (R$) 199.354,61

Regularmente notificado, o interessado, Sr. Silvio Fraga

Rocha Pontual apresentou defesa, por meio de advogado, às fls. 11270/

11314 e 11802/11812 alegando em síntese:

a) O projeto cultural nº. 1.071/00 – “JARDIM CULTURAL

ARTÍSTICO” teve como objeto “a realização do Festival de Arte e

Cultura na cidade de Belo Jardim, no período de 01 a 03 de setembro

de 2000, propiciando a promoção de atividades culturais voltadas para

o agreste central de Pernambuco”

b) Preliminar de Prescrição Decenal – O projeto foi

executado em 2000. Portanto, há mais de 10 anos. Neste sentido,

estaria prescrito o direito de cobrança de ressarcimento por danos

provocados ao erário. Junta acórdão do TCU;

c) Preliminar de Cerceamento de Defesa - Alega a defesa

que a mesma foi prejudicada posto que a auditoria especial foi

instaurada em 13 de janeiro de 2006 e a notificação ao interessado se

deu em agosto de 2010, ou seja, após 4 anos e seis meses. Ademais,

como existe Atestado de Execução do projeto em análise, emitido em

12/09/2007 (fls. 2459), o defendente sentiu-se desobrigado a guardar

os documentos deste projeto

d) Impossibilidade de devolução ao erário em face a

vedação ao enriquecimento sem causa da administração – Alega defesa o

fato de que, como existe atestado de execução, determinar a devolução

seria promover o enriquecimento ilícito por parte da administração.

e) Quanto ao pagamento de despesas não previstas no

orçamento – Na fase de elaboração de um projeto são propostas

atrações, as quais ficam sujeitas às disponibilidades dos artistas.

Assim, o que se fez foi substituir alguns artistas por outros de

renome semelhante, não havendo prejuízo ao projeto

f) Quanto à comprovação de despesas incompatíveis com o

projeto aprovado, a defesa renova os comentários no item anterior,

entendendo como incabível a devolução.

g) Quanto à alegação de despesa comprovada por meio de

nota fiscal inidônea, alega a defesa de que foi o próprio dono da

empresa quem emitiu as notas fiscais. Logo, não cabe ao defendente

responder o porquê do referido proprietário estar invalidando as

referidas notas.

h) Quanto à ausência de procuração dos artistas – alega

a defesa que a regra no pais é de uma classe artística informal. Além

do mais, os artistas realizaram suas apresentações. Isto não está

sendo questionado. Logo, trata-se de falha formal.

Acolho os argumentos da defesa em relação aos itens 2.1

e 2.2. Na realidade o que houve foi uma substituição de artistas,

não havendo que se falar em despesas incompatíveis.

Por sua vez, alega a auditoria que a comprovação das

despesas do projeto cultural em análise se resume à nota fiscal nº.

Page 58: Projetos irregulares no Sic PE

58

0236 da BAOBÁ – Promoções e Publicidade Ltda. ME, no valor de R$

199.354,61 (fls. 2.475), com respectivos recibos (fls. 2.476 a 2.478).

A referida empresa foi citada na investigação realizada pela CORREFAZ

- Corregedoria Fazendária sobre prestações de contas irregulares de

projetos culturais , conforme já comentado neste voto. Deste modo,

concluiu a auditoria que , uma vez que a nota fiscal nº. 0236 da

empresa BAOBÁ pertence ao talonário extraviado, citado no Boletim de

Ocorrência alhures, considera-se que a despesa foi comprovada por meio

nota fiscal inidônea.

Deixo registrado que quanto a irregularidade relativa à

ausência de procuração representando os artistas, entendo que esta

falha é de natureza formal.

ANEXO XVIII

PROJETO Nº.: 541/99 – “Viva Pernambuco”

EMPREENDEDOR: A – SIM Comunicação, Consultoria e Projeto Ltda.

(José Astrogildo dos Santos)

A equipe de auditoria apontou as seguintes irregularidades para este projeto:

ITEM IRREGULARIDADE LEGISLAÇÃO INFRINGIDA VALOR

(R$)

2.1

Ausência de comprovação

da realização do objeto

do projeto

Art. 12, §10, da Lei Estadual nº.

11.005/93 c/c o art. 25 do Decreto

Estadual nº. 19.156/96

197.600,00

2.2 Ausência de notas fiscais

R$ 52.000,00

Art. 173, inciso II, da Lei

Estadual nº. 7.741/78

2.3

Despesas comprovadas com

nota fiscal falsa – R$

50.000,00

Art. 12, §10, da Lei Estadual nº.

11.005/93 c/c o art. 25 do Decreto

Estadual nº. 19.156/96

2.4

Ausência de procuração

representando os artistas

Arts. 146, inciso III e 149, da

Lei Estadual nº. 7.741/78 e art.

23 do Decreto Estadual nº.

19.156/96

2.5

Não utilização de conta

corrente exclusiva para o

projeto

Art. 21 do Decreto Estadual nº.

19.156/96

VALOR TOTAL (R$) 197.600,00

Regularmente notificado, o interessado, Sr. José Astrogildo

dos Santos apresentou defesa, por meio de advogado, às fls. 11315/

11361 e 11802/11812 alegando em síntese:

a) Preliminar de Prescrição Decenal – O projeto foi executado em 1999. Portanto, há mais de 10 anos. Neste

sentido, estaria prescrito o direito de cobrança de

ressarcimento por danos provocados ao erário. Junta acórdão

do TCU;

b) Preliminar de Cerceamento de Defesa - Alega a defesa que a mesma foi prejudicada posto que a auditoria

especial foi instaurada em 13 de janeiro de 2006 e a

notificação ao interessado se deu em agosto de 2010, ou seja,

após 4 anos e seis meses. Ademais, como existe Atestado de

Execução do projeto em análise, emitido em 18/10/2000 (fls.

11315), o defendente sentiu-se desobrigado a guardar os

documentos deste projeto.

c) Impossibilidade de devolução ao erário em face a vedação ao enriquecimento sem causa da administração –

Page 59: Projetos irregulares no Sic PE

59

Alega a defesa o fato de que, como existe atestado de

execução, determinar a devolução seria promover o

enriquecimento ilícito por parte da administração.

d) Quanto à alegada ausência de comprovação da

realização do objeto do projeto – Alega que o projeto não só

se realizou, como foi ampliada a quantidade de shows e de

público. Na primeira etapa houve 21 apresentações de música.

Já a segunda etapa consta na 2ª e na 3ª prestação de contas

aprovadas pela SEFAZ. Ora, se os shows foram realizados, não

há como se falar em que o projeto não foi executado;

e) Quanto à ausência de nota fiscal, alega o

relatório de auditoria que houve a ausência de nota fiscal da

Fundação Belo Jardim no valor de R$ 32.000,00 e da APACEPE –

Associação dos Produtores de Artes Cênicas de Pernambuco no

valor de R$ 20.000,00. Contudo, os serviços foram prestados,

não se podendo responsabilizar o tomador do serviço por

ausência de documentação fiscal do prestador.

f) Quanto à alegação de despesa comprovada por

meio de nota fiscal inidônea, alega a defesa de que foi

emitida por quem de direito. Logo, não cabe ao defendente

responder o porquê do referido proprietário estar invalidando

as referidas notas

g) Quanto à ausência de procuração dos artistas – alega a defesa que a regra no pais é de uma classe artística

informal. Além do mais, os artistas realizaram suas

apresentações. Isto não está sendo questionado. Logo, trata-

se de falha formal.

h) Por fim, quanto a não utilização de conta

específica para o projeto, o próprio defendente reconheceu a

falha. Logo, a falha foi meramente formal.

Compulsando os autos, entendo que o Ministério Público de

Contas já enfrentou as preliminares suscitadas pelo defendente. Quanto

ao mérito, entendo que são frágeis os argumentos expostos pela defesa.

Chego a esta conclusão, com base nas seguintes constatações feitas

pela auditoria, as quais passo a transcrever:

1) O projeto cultural nº. 541/99 – “Viva Pernambuco”

teve empreendedor a empresa A.SIM Comunicação Consultoria Ltda, cujos

sócios são os Srs. Milton Santana e José Astrogildo dos Santos, que

por sua vez também é sócio do Instituto de Desenvolvimento Sócio

Cultural de Pernambuco-IDESPE, conforme consulta ao Serviço Federal de

Processamento de Dados-SERPRO (fls. 2.626 e 2.627). Estes

empreendedores captaram o montante de R$ 1.753.150,00 em 07 projetos

culturais nos quais foram verificadas diversas irregularidades;

2) Verificou-se que o montante captado pelo projeto

cultural em epígrafe foi de R$ 197.600,00 (fls. 342). Encontra-se às

fls. 2.560 o Atestado de Execução emitido para este projeto cultural,

concedido em 18/10/2000 pela Comissão Deliberativa do Sistema de

Incentivo à Cultura.

3) O Projeto Cultural nº. 541/99- “Viva Pernambuco”

definiu como objeto: “a implementação e promoção de um “circuito” de

espetáculos de teatro, dança e música, em cidades do Estado de

Pernambuco (...)”, e foi aprovado como objetivo geral do projeto em

análise: “Identificar e apoiar o produto da criação artística e

cultural pernambucana de valor diferenciado, através de ações

promocionais, de divulgação e da abertura de espaços em eventos

populares das cidades do interior do Estado e da Capital” (grifos

acrescentados), conforme projeto aprovado (fls. 2.528). Inclusive, há

no projeto aprovado o detalhamento dos municípios em que deveriam ser

realizados os eventos, quais sejam: Petrolina, Salgueiro, Serra

Page 60: Projetos irregulares no Sic PE

60

Talhada, Arcoverde, Belo Jardim, Garanhuns, São Bento do Una, Caruaru,

Palmares, Goiana, Olinda e Recife, conforme documento às fls. 2.532.

4) No entanto, o empreendedor somente apresentou como

comprovação da execução do objeto do projeto: 5 cópias de fotos do

Trio Elétrico Asas da América no carnaval, exibindo o logotipo do

Projeto Viva Pernambuco (fls. 2.535/2.536). Não consta na prestação de

contas a comprovação da realização de eventos em outras cidades do

interior do Estado.

5) Com o objetivo de verificar se existiam documentos

comprobatórios da realização de shows em outras cidades do interior do

Estado, solicitou-se ao FUNCULTURA cópia da documentação apresentada

pelo empreendedor quando da solicitação do Atestado de Execução do

projeto em análise. Em resposta, o FUNCULTURA, através do Ofício DGF

nº. 282/2008 (fls. 2.610-2.617), encaminhou cópias de reportagens em

jornais, referentes ao Festival Jardim Cultural, realizado em Belo

Jardim, no período de 31/08/2000 a 03/09/2000 e cópia de cartaz

contendo a programação do evento Jardim Cultural.

6) Tendo em vista a documentação encaminhada pelo

FUNCULTURA (fls. 2.610-2617), é importante ressaltar a conexão

verificada entre este projeto com os projetos culturais de nº.

1.071/00, intitulado Jardim Cultural Artístico, e nº. 867/99, Projeto

Itinerante de Cultura, analisados neste Processo de Auditoria

Especial. Todos os três projetos retro citados apresentam como prova

de sua realização uma documentação referente ao evento Festival Jardim

Cultural, ocorrido no período de 31/08/00 a 03/09/00, na cidade de

Belo Jardim. Ou seja, a execução desses projetos aconteceu no mesmo

período, utilizando-se da mesma estrutura montada para realização do

evento cultural – Jardim Cultural. Ressalte-se, sobre a análise da

prestação de contas do projeto cultural nº 1.071/00 – Jardim Cultural,

disposta no ANEXO XVII, que a comprovação de despesas foi realizada

através de uma única nota fiscal (nº. 0236 – BAOBÁ Promoções e

Publicidade Ltda.), no valor de R$ 199.354,61, considerada inidônea de

acordo com as informações obtidas através de investigações procedidas

pela Corregedoria Fazendária – CORREFAZ/PE. As prestações de contas

dos projetos culturais: “Jardim Cultural” (ANEXO XVII) e “Projeto

Itinerante de Cultura” (ANEXO XIX), encontram-se acostadas às fls.

2.423 a 2.508 e 2.629 a 2.764, respectivamente.

7) Dessa forma, embora o projeto cultural em tela tenha

recebido o Atestado de Execução, emitido pela Comissão Deliberativa do

SIC-PE, às fls. 2.560, verifica-se que não houve comprovação por parte

do empreendedor de que o projeto foi executado na íntegra, sendo

comprovada a realização apenas no município de Belo Jardim. Quanto a

outras cidades do interior do Estado, não foram apresentados

documentos que comprovem a realização dos eventos, tais como

reportagem em jornal, declarações ou outro meio idôneo.

8) Verificou-se nos autos que não foram acostadas as

notas fiscais referentes aos recibos discriminados na tabela abaixo.

Este fato contraria o disposto no art. 173, inciso II, da Lei Estadual

nº. 7.741/78, tornando, portanto, o valor de R$ 52.000,00, apresentado

nesses recibos, passível de devolução aos cofres públicos.

Data do

recibo Credor Serviço Prestado Folhas

Valor

(R$)

14/09/00

APACEPE -

Associação dos

Produtores de Artes

Cênicas de

Pernambuco

Apresentação de 10

atrações artísticas de

artes cênicas. 2.569 20.000,00

Page 61: Projetos irregulares no Sic PE

61

Data do

recibo Credor Serviço Prestado Folhas

Valor

(R$)

03/10/00

Fundação Belo

Jardim

Cachês artísticos de 05

espetáculos de música,

10 transportes de

espetáculos de teatro e

05 transportes de

espetáculos de música e

locação de som e

iluminação para o

projeto

2.605 32.000,00

Valor Total (R$) 52.000,00

9) Encontra-se às fls. 2.551 a nota fiscal nº. 0318 da

RRR Promoções Artísticas, no valor de R$ 50.000,00, a qual comprova a

contratação de “10 cachês artísticos de espetáculos de dança do balé

Asas da América; 02 cachês artísticos de espetáculos de Elifas Jr., 01

espetáculo do Maracatu Nação Pernambuco e 12 espetáculos da banda Asas

da América para o projeto Viva Pernambuco”.

10) No intuito de verificar a idoneidade do citado

documento, através do Ofício TC/DCE/DIAD (fls. 2.621), esta nota

fiscal foi enviada à Secretaria de Finanças da Prefeitura do Recife

(PCR) para a devida análise quanto a sua regularidade.

11) Em atenção ao ofício supracitado, a PCR encaminhou o

Ofício nº. 110/2009 (fls. 2.618-2.620), informando que a empresa RRR

Promoções Artísticas não existe no cadastro e a autorização para

impressão de documento fiscal (AIDF), informada na nota fiscal nº.

0318, não existe nos registros do órgão. Ou seja, a referida empresa

não possui inscrição municipal, bem como nunca houve concessão de AIDF

para a suposta empresa.

Deixo registrado que quanto a ausência de procuração

representando os artistas e a não utilização de conta corrente

exclusiva para o projeto,entendo que estas falhas são de natureza

formal.

Isto posto,

ANEXO XIX

PROJETO N.º: 867/99 – “Projeto Itinerante de Cultura”

EMPREENDEDOR: Milton Fonseca de Santana Filho

A equipe de auditoria apontou as seguintes irregularidades para este projeto:

ITEM IRREGULARIDADE LEGISLAÇÃO INFRINGIDA VALOR (R$)

2.1

Ausência de

comprovação da

realização do objeto

do projeto

Art. 12, §10, da Lei Estadual

nº. 11.005/93 c/c o art. 25 do

Decreto Estadual nº.

19.156/96.

200.000,00 2.2

Pagamento de

despesa não

prevista no

orçamento do

projeto R$ 2.000,00

Art. 12, §10, da Lei

Estadual nº. 11.005/93 c/c

o art. 25 do Decreto

Estadual nº. 19.156/96.

2.3

Ausência de notas

fiscais

R$

50.000,00

Art. 173, inciso II, da Lei

Estadual nº. 7.741/78 c/c o

art. 23 do Decreto Estadual

nº. 19.156/96

Page 62: Projetos irregulares no Sic PE

62

ITEM IRREGULARIDADE LEGISLAÇÃO INFRINGIDA VALOR (R$)

2.1

Ausência de

comprovação da

realização do objeto

do projeto

Art. 12, §10, da Lei Estadual

nº. 11.005/93 c/c o art. 25 do

Decreto Estadual nº.

19.156/96.

200.000,00

2.4

Ausência de

procuração

representando os

artistas

Arts. 146, inciso III, e

149 da Lei Estadual nº.

7.741/78 e art. 23 do

Decreto Estadual nº.

19.156/96

VALOR TOTAL (R$) 200.000,00

Regularmente notificado, o interessado, Sr. Milton Fonseca

de Santana Filho apresentou defesa, por meio de advogado, às fls.

11575/ 11602 e 11802/11812 alegando em síntese:

1) Preliminar de Prescrição Decenal – O projeto foi

executado em 2000. Portanto, há mais de 12 anos. Neste sentido,

estaria prescrito o direito de cobrança de ressarcimento por danos

provocados ao erário. Junta acórdão do TCU;

2) Preliminar de Cerceamento de Defesa - Alega a defesa

que a mesma foi prejudicada posto que a auditoria especial foi

instaurada em 13 de janeiro de 2006 e a notificação ao interessado se

deu em agosto de 2010, ou seja, após 4 anos e seis meses. Ademais,

como existe Atestado de Execução do projeto em análise, emitido em

18/10/2000 (fls. 2743), o defendente sentiu-se desobrigado a guardar

os documentos deste projeto

3) Impossibilidade de devolução ao erário em face a

vedação ao enriquecimento sem causa da administração – Alega defesa o

fato de que como existe atestado de execução, determinar a devolução

seria promover o enriquecimento ilícito por parte da administração.

4) Quanto à alegada ausência de comprovação da

realização do objeto do projeto – Alega que o projeto não só se

realizou, como foi ampliada a quantidade de shows e de público. Ora,

se os shows foram realizados, não há como se falar em que o projeto

não foi executado;

5) Quanto ao pagamento de despesa não prevista no

projeto, alega que a defesa impugnada pela auditoria refere-se a

pagamento feito a Ênio de Barros Silva, no valor de R$ 2.000,00, tendo

havido apenas um erro de nomenclatura, pois foram tratados como

“artesãos pelo recibo, os artistas populares que lá se apresentaram,

no caso bacamarteiros, que não deixam de ser “artesãos”.Logo, conclui-

se que está havendo rigor excessivo;

6) Quanto à ausência de nota fiscal, alega o relatório

de auditoria que houve a ausência de nota fiscal da Fundação Belo

Jardim no valor de R$ 50.000,00. Contudo, os serviços foram prestados,

não se podendo responsabilizar o tomador do serviço por ausência de

documentação fiscal do prestador.

7) Quanto à ausência de procuração dos artistas – alega

a defesa que a regra no país é de uma classe artística informal. Além

do mais, os artistas realizaram suas apresentações. Isto não está

sendo questionado. Logo, trata-se de falha formal.

Compulsando os autos, entendo que o Ministério Público de

Contas já enfrentou as preliminares suscitadas pelo defendente. Quanto

ao mérito, entendo que são frágeis os argumentos expostos pela defesa.

Chego a esta conclusão, com base nas seguintes constatações feitas

pela auditoria, as quais passo a transcrever:

Page 63: Projetos irregulares no Sic PE

63

01) O Projeto Cultural nº. 867/99, sob análise,

tinha como objetivo específico a realização de 10 espetáculos de

dança e música em eventos populares realizados em cidades

pernambucanas (fls. 2.645). Verificou-se, no entanto, que a

comprovação de sua realização às fls. 2.715 a 2.720 restringe-se

ao material publicitário do evento Jardim Cultural Artístico,

realizado na cidade de Belo Jardim. Não consta na prestação de

contas a comprovação da realização desses espetáculos em outras

cidades do interior do Estado de Pernambuco, previstas no

orçamento aprovado para o projeto.

02) Tendo em vista esse fato, torna-se importante

destacar a conexão verificada entre este projeto com os projetos

culturais de nº. 1.071/00, intitulado Jardim Cultural Artístico,

e nº. 541/99, Projeto Viva Pernambuco, analisados nesta

Auditoria Especial. Todos os três projetos retrocitados

apresentam como prova de sua realização uma documentação

referente ao evento Festival Jardim Cultural, ocorrido no

período de 31/08/00 a 03/09/00, na cidade de Belo Jardim. Ou

seja, a execução desses projetos aconteceu no mesmo período,

utilizando-se os referidos projetos, da mesma estrutura montada

para realização do evento cultural – Jardim Cultural. Ressalte-

se, sobre a análise da prestação de contas do projeto cultural

nº. 1.071/00 – Jardim Cultural, disposta no ANEXO XVII, que a

comprovação de despesas foi realizada através de uma única nota

fiscal (nº. 0236 – BAOBÁ Promoções e Publicidade Ltda.), no

valor de R$ 199.354,61, considerada inidônea de acordo com as

informações obtidas através de investigações procedidas pela

Corregedoria Fazendária – CORREFAZ/PE. As prestações de contas

dos projetos culturais: “Jardim Cultural” (ANEXO XVII) e “Viva

Pernambuco” (ANEXO XVIII), encontram-se acostadas às fls. 2.423

a 2.508 e 2.509 a 2.628, respectivamente.

03) Acerca desta irregularidade, é importante

destacar um trecho, transcrito a seguir, do parecer (fls. 2.737)

emitido pelo assessor do Sistema de Incentivo à Cultura (SIC-

PE), Custódio Amorim, no qual expõe as incongruências

verificadas entre o objeto do projeto e o relatório de

atividades e provas documentais, apresentados pelo empreendedor,

quando da solicitação do Atestado de Execução Final do projeto à

Comissão Deliberativa do SIC-PE:

(...) Na descrição do objeto do projeto e de sua

finalidade, o autor declara: “O PROJETO INTINERANTE

DE CULTURA CONSISTE NA IMPLEMENTAÇÃO E PROMOÇÃO DE

UM CIRCUITO DE ESPETÁCULOS DE DANÇA E MÚSICA, EM

CIDADES DO ESTADO DE PERNAMBUCO...”. Na

justificativa, ele exemplifica na área de música, o

“multiartista Antúlio Madureira, as Bandas do

movimento Mangue e artistas ligados ao nosso forró”

e na área de danças: “ O balé popular do Recife, o

Maracatu Nação, entre outros”,o que “nos leva a

propor o projeto itinerante de cultura ...”. Nos

objetivos específicos e nas metas o empreendedor

sintetiza: “REALIZAR 10 ESPETÁCULOS DANÇA E MÚSICA

EM EVENTOS CULTURAIS POPULARES REALIZADOS EM

CIDADES PERNAMBUCANAS; ATINGIR UM PÚBLICO MÍNIMO

TOTAL DE 20.000; VIABILIZAR A PROMOÇÃO E A

DIVULGAÇÃO DOS ESPETÁCULOS”.

Existe um descompasso entre o relatório enviado a

esta Diretoria com os objetivos, objeto, metas e

justificativas que levaram a Comissão Deliberativa

Page 64: Projetos irregulares no Sic PE

64

do SIC-PE a aprovar o referido projeto. Mesmo que

se considerasse a realização do espetáculo em Belo

Jardim, como sendo uma das metas do projeto,

restaria ainda a realização de espetáculos em

outras 09 (nove) cidades pernambucanas (...)

04) Dessa forma, embora o projeto cultural em tela

tenha recebido o Atestado de Execução, emitido pela Comissão

Deliberativa do SIC-PE, às fls. 2.743, considera-se insuficiente

a comprovação da realização do projeto em epígrafe, uma vez que

havia a previsão de outras cidades no orçamento do projeto e sua

execução ocorreu integralmente na cidade de Belo Jardim,

conforme documentos apresentados pelo empreendedor, razão pela

qual é passível de devolução o montante captado de R$

200.000,00.

05) Verificou-se o pagamento ao Sr. Ênio de

Barros Silva, no valor de R$ 2.000,00 (fls. 2.688), referente ao

serviço prestado de transporte de artesãos participantes do

Projeto Itinerante de Cultura. Observa-se, no entanto, que o

projeto em análise tinha como objeto (fls.2.645) a realização de

espetáculos de dança e música, não contemplando, dessa forma, a

participação de artesãos nos eventos.

Destaque-se que esta irregularidade foi comentada no

parecer elaborado pelo assessor do Sistema de Incentivo à Cultura

(SIC-PE), às fls. 2.737, através do seguinte trecho do documento,

transcrito abaixo:

(...) a anexação e referências a exposições

artesanais, sem identificação nenhuma, e sem a

devida correspondência com objetivos do projeto,

qual seja, “Música e Dança”, aumenta a presunção de

provas contraditórias que necessitariam de

explicações junto a Comissão Deliberativa do SIC-PE

(...)

06) Não foram apresentadas as notas fiscais relativas aos

recibos discriminados no quadro a seguir, ambos emitidos pela Fundação

Belo Jardim. A ausência dessa documentação fiscal contraria o disposto

no art. 173, inciso II, da Lei Estadual nº. 7.741/78 c/c o art. 23 do

Decreto Estadual nº. 19.156/96, tornando o valor de R$ 50.000,00

passível de devolução ao erário.

Data do

recibo Credor

Serviço

Prestado Folhas

Valor

(R$)

30/08/2000 Fundação Belo

Jardim

50% iniciais

dos cachês de espetáculos

artísticos para o Projeto

Itinerante de Cultura nº.

867/99

2.663 25.000,00

27/09/2000 Fundação Belo

Jardim

50% restantes

dos cachês de espetáculos

artísticos para o Projeto

Itinerante de Cultura nº.

867/99

2.673 25.000,00

Valor Total

(R$)

50.000,00

Deixo registrado que quanto à ausência de procuração

representando os artistas, entendo que esta falha é de natureza

formal.

Page 65: Projetos irregulares no Sic PE

65

ANEXO XX

PROJETO Nº.: 93/98 – “VIII Festival de Inverno de Garanhuns”

EMPREENDEDOR: A. SIM Comunicação Consultoria e Projetos Ltda.

(José Astrogildo dos Santos)

A equipe de auditoria apontou as seguintes irregularidades para este projeto: ITEM IRREGULARIDADE LEGISLAÇÃO INFRINGIDA VALOR

(R$)

2.1 Pagamento de

despesa não

prevista no

orçamento do

projeto

Art. 12, §10, da Lei

Estadual nº.

11.005/93 e o art. 25

do Decreto Estadual

nº. 19.156/96

12.400,00

2.2 Ausência de notas

fiscais

Art. 173, inciso II,

da Lei Estadual nº.

7.741/78 c/c o art.

23 do Decreto

Estadual nº.

19.156/96

198.547,61

2.3 Despesa comprovada

com nota fiscal

falsa

Art. 12, §10, da Lei

Estadual nº. 11.005/93

c/c o art. 25 do

Decreto Estadual nº.

19.156/96.

6.000,00

2.4 Ausência dos

bilhetes de

passagem aérea

Art. 173, inciso II,

da Lei Estadual nº.

7.741/78 c/c o art.

23 do Decreto

Estadual nº.

19.156/96 e o art.

85, inciso XV, do

Decreto Estadual nº.

14.876/91

93.039,39

2.5 Ausência de dados

do credor nos

recibos

Arts. 152 e 173 da

Lei Estadual nº.

7.741/78 c/c o art.

23 do Decreto

Estadual nº.

19.156/96

214.389,39

2.6 Ausência de

procuração

representando os

artistas

Arts. 146, 152 e 153

da Lei Estadual nº.

7.741/78 c/c o art.

23 do Decreto

Estadual nº.

19.156/96 e Portaria

do Ministério do

Trabalho nº. 3.347/86

*

2.7 Ausência de extrato

bancário

Art. 21 do Decreto

Estadual nº.

19.156/96

-

VALOR TOTAL (R$) 524.376,39

Page 66: Projetos irregulares no Sic PE

66

Regularmente notificado, o interessado, Sr. José Astrogildo

dos Santos apresentou defesa, por meio de advogado, às fls. 11362/

113417 e 11802/11812 alegando em síntese:

a) Preliminar de Prescrição Decenal – O projeto foi executado em 1998. Portanto, há mais de 12 anos. Neste

sentido, estaria prescrito o direito de cobrança de

ressarcimento por danos provocados ao erário. Junta acórdão

do TCU;

b) Preliminar de Cerceamento de Defesa - Alega a defesa que a mesma foi prejudicada posto que a auditoria

especial foi instaurada em 13 de janeiro de 2006 e a

notificação ao interessado se deu em agosto de 2010, ou seja,

após 4 anos e seis meses. Ademais, como existe Atestado de

Execução do projeto em análise, emitido em 13/06/2007 (fls.

3152), o defendente sentiu-se desobrigado a guardar os

documentos deste projeto.

c) Impossibilidade de devolução ao erário em face a vedação ao enriquecimento sem causa da administração –

Alega defesa o fato de que, como existe atestado de execução,

determinar a devolução seria promover o enriquecimento

ilícito por parte da administração.

d) Quanto ao pagamento de despesa não prevista no projeto, alega que a defesa impugnada pela auditoria refere-

se a pagamento com dois espetáculos: Caminho Trapézio no

valor de R$ 11.400,00 pagos a Royal Circo Escola Ltda. –

recibo fls. 2851 e Malasombro no valor de R$ 1.000,00 pagos a

Augusta Guilermina Mariano. Há dentro do projeto a previsão

de pagamento por apresentações circenses no valor de R$

12.000,00 e dentro da rubrica espetáculos teatrais a previsão

de mais de 14 apresentações variadas. Estas despesas de fato

ocorreram, conforme se comprova em matérias do Jornal do

Comércio e do Diário de Pernambuco à época, anexadas nas fls.

11414/11415.

e) Quanto à ausência de nota fiscal, alega o

relatório de auditoria que houve a ausência de nota fiscal na

comprovação de despesas no valor de R$ 198.547,61. Contudo,

os serviços foram prestados, não se podendo responsabilizar o

tomador do serviço por ausência de documentação fiscal do

prestador. Há decisões do TCU neste sentido.

f) Quanto à alegação de despesa comprovada por

meio de nota fiscal falsa no valor de R$ 6.000,00, alega a

defesa de que foi emitida por quem de direito. Logo, não cabe

ao defendente responder o porquê do referido proprietário

estar invalidando as referidas notas.

g) Quanto à ausência dos bilhetes de passagens – os bilhetes ficavam com as pessoas que viajavam. A

comprovação de despesa se dava por meio dos comprovantes de

pagamento realizados junto às agências de viagens.

h) Quanto á ausência de dados do credor – Os

serviços foram efetivamente prestados e não se pode

responsabilizar o tomador de serviços pela ausência de

documentos do prestador.

i) Quanto à ausência de procuração dos artistas – alega a defesa que a regra no país é de uma classe artística

informal. Além do mais, os artistas realizaram suas

apresentações. Isto não está sendo questionado. Logo, trata-

se de falha formal.

j) Por fim, quanto à ausência de extratos

bancários, o próprio defendente reconheceu a falha. Todavia,

considera que a falha foi meramente formal.

Page 67: Projetos irregulares no Sic PE

67

Compulsando os autos, entendo que o Ministério Público de

Contas já enfrentou as preliminares suscitadas pelo defendente. Quanto

ao mérito, entendo que são frágeis os argumentos expostos pela defesa.

Chego a esta conclusão, com base nas seguintes constatações feitas

pela auditoria, as quais passo a transcrever:

1) Verificou-se na prestação de contas do projeto

em tela o pagamento de apresentação de espetáculos sem constarem

os referidos espetáculos na programação oficial do VIII Festival

de Inverno de Garanhuns (fls. 2.816-3.021). Ressalte-se que não

consta documento na prestação de contas que evidencie que houve

substituições nas apresentações dos artistas/peças teatrais.

2) Não foram apresentadas as notas fiscais

referentes aos recibos e/ou faturas relacionadas a seguir.

Relacionadas no montante deR$ 198.547,61:

Data do

recibo/

fatura

Credor Serviço Prestado Folhas Valor

(R$)

10/07/98 Stinghen Prods.

Art. Fonog. LTDA.

50% do cachê de

Antônio Nóbrega

2.822

2.830

6.000,00

25/07/98 Royal Circo Escola

Ltda.

Apresentação do

espetáculo “Caminhão

Trapézio”

2.851 *11.400,00

24/07/98 Centro de Capoeira

São Salomão

Apresentação de

capoeira

2.852 1.000,00

28/07/98 África Produções Coordenação de palco 2.863 2.375,00

14/07/98 África Produções Coordenação de palco 2.864 2.375,00

03/07/98 CD. Art. Produções

Artísticas Ltda.

Pagamento dos 50% do

cachê de Dominguinhos

2.822

2.874

5.000,00

27/07/98 Dona Moça Turismo

Ltda.

Cargas 2.876 16.000,00

27/07/98 Dona Moça Turismo

Ltda.

Receptivo 2.877 34.000,00

21/07/98 Dona Moça Turismo

Ltda.

Não discrimina 2.915 77.672,61

10/07/98 África Produções Pagamento do cachê de

Encontro de Blocos

2.919 8.000,00

18/07/98 Cia Teatro de

Seraphim Cia de

Arte Ltda.

Apresentação do

espetáculo “Lima

Barreto ao Terceiro

Dia”

2.928 2.000,00

29/07/98 A.M. Locações

Prest. de Serv e

Com. Ltda.

Locação de rádios

transceptores

2.929

2.930

925,00

30/06/98 M/São Paulo Prod. E

Market. Ltda.

Pagamento de 50% do

cachê da Banda Mestre

Ambrósio

2.824

2.941

2.800,00

14/07/98 Na Moral Produções

Artísticas

Pagamento dos 50% do

cachê do Nação Zumbi

2.824

2.947

5.000,00

Sem data Alexandre Nóbrega

Veras

Compra de diversos

materiais para as

Oficinas de Artes

Plásticas

2.952

2.953

1.900,00

25/07/98 Mano Produções Art.

Ltda.

Pagamento do cachê de

Sheik Tosado

2.988 2.500,00

13/07/98 Rogério Nunes de

Andrade

Pagamento de 50% dos

serviços de

som/iluminação

2.989 18.000,00

25/07/98 Triana Conceição Pagamento do Teatro 2.992 12.000,00

Page 68: Projetos irregulares no Sic PE

68

Data do

recibo/

fatura

Credor Serviço Prestado Folhas Valor

(R$)

Cavalcanti ref. a luz e som

25/07/098 Grupo de Teatro

Loucas de Pedra

Lilás

Apresentação do

espetáculo “Um

Bonde Chamado

Lilás”

2.997 1.000,00

Valor Total (R$) 198.547,61

3) Ressalte-se que 50% do cachê de Encontro de Blocos

foi pago a uma pessoa jurídica (África Produções),

conforme exposto no quadro acima, e o saldo de 50% foi

pago a uma pessoa física (Edilton Euclides), cujo recibo

não informou o número do CPF e da carteira de identidade

(fls. 2.918-2.919). O mesmo caso aconteceu com o cachê de

Dominguinhos, 50% foi pago a uma pessoa jurídica (CD Art.

Produções Artísticas Ltda.), conforme detalhado na tabela

acima, e o saldo de 50% foi pago a uma pessoa física

(Ângelo), cujo recibo também não informou o número do CPF

e da carteira de identidade (fls. 2.874-2.875). No

que se refere à despesa detalhada na tabela supracitada,

no valor de R$ 12.000,00 (fls. 2.992), não consta

documento do Teatro atestando o recebimento do valor

supramencionado, bem como não ficou comprovada se a

credora, a Srª. Triana Conceição Cavalcanti, trabalha no

Teatro ou se a mesma possui uma empresa prestadora de

serviços de iluminação e som.

4) Verificou-se que a nota fiscal nº. 0060 de José Miltom de Oliveira apresentada na prestação de

contas em comento, detalhada a seguir, foi considerada

inidônea, uma vez que o Cadastro Mercantil do

Contribuinte-CMC e o CPF informado na nota fiscal não

existem, conforme Termos do Ofício nº. 110/2009 da

Secretaria de Finanças da Prefeitura do Recife.

5) Verificou-se que não foram anexados os

bilhetes de passagens aéreas à prestação de conta do

projeto em análise, A ausência dos bilhetes aéreos

impossibilita a efetiva comprovação dos beneficiários das

passagens, do destino e da data da viagem. Essas

informações são imprescindíveis para verificação da

compatibilidade dos gastos com o projeto aprovado. Estas

despesas totalizaram R$ 93.039,39 ;

6) Os recibos a seguir relacionados não

possuem as informações necessárias que permitam

identificar o credor pessoa física, como a discriminação

do número do Documento de Identidade e do CPF. Esse fato

contraria os arts. 152 e 173 da Lei Estadual nº. 7.741/78

c/c o art. 23 do Decreto Estadual nº. 19.156/96. Dessa

forma, o montante de R$ 214.389,39 é passível de

devolução aos cofres públicos.

Page 69: Projetos irregulares no Sic PE

69

Data do

recibo

Credor Serviço Prestado Folhas Valor

(R$)

22/06/98 Roberval

Medeiros

Adiantamento dos

shows de Reginaldo

Rossi e Adilson

Ramos para o 8º FIG

2.827 8.000,00

07/98 Roberval

Medeiros

Pagamento dos

cachês de Adilson

Ramos, Ângela Maria

e Reginaldo Rossi

2.828 29.000,00

07/98 Lula Portela Pagamento de

alimentação da TV

Cultura

2.829 480,00

07/98 Jaime

Alberto

Stinghen

Apresentação de

Antônio Nóbrega

2.831 6.000,00

23/07/98 Antúlio

Madureira

Ferreira

Apresentação de

Antúlio Madureira

2.832 7.500,00

28/07/98 Movelio

Batista de

Lima

Apoio de camarim 2.833 400,00

29/07/98 Clarice de

Melo Andrade

Não discrimina 2.834 800,00

29/07/98 Robson dos

Santos

Não discrimina 2.835 1.500,00

28/07/98 Risete Não discrimina 2.836 800,00

07/98 Jonas

Emanoel Lira

Pagamento do cachê

de Arte Livre

2.837 1.000,00

23/07/98 André

Audejan da

Silva

Pagamento do cachê

de Audejan

2.842 1.000,00

07/98

Josiberto

José Hees

Pagamento do cachê

de Aurinha do Côco

2.843 1.700,00

30/07/98 Bruno César

C.

Cavalcanti

Produção 2.844 400,00

16/07/98 Ivonete

José de Melo

Auxiliar de

produção do teatro

2.845 500,00

21/07/98 Joceli Lins

da Silva

Pagamento do cachê

da Banda Armorial

2.846 1.000,00

27/07/98 José

Ferreira da

Silva

Aluguel de casa 2.853 1.000,00

07/98 Gustavo Belo Cinema 2.855 1.000,00

07/98 Claudionor

Germano

Pagamento de

Claudionor Germano

2.856 5.000,00

15/07/98 Marcelo Pagamento de 2.859 50,00

Page 70: Projetos irregulares no Sic PE

70

Data do

recibo

Credor Serviço Prestado Folhas Valor

(R$)

combustível

(cinema)

28/07/98 Alba Veloso

dos Santos

Coordenação de

camarim

2.860 1.200,00

28/07/98 Alexandre

José da

Silva

Receptivo de

artistas em Recife

2.861 400,00

28/07/98 Luiz Cleodon

de Melo

Coordenação de

palco

2.862 1.187,50

14/07/98 Marcos

Almeida

Cortina para o

palco

2.865

2.866

450,00

07/98 José

Ferreira

Filho

Pagamento do cachê

de Selma do Côco

2.867 3.200,00

28/07/98 Alba Veloso

dos Santos

Despesas de camarim 2.869 1.169,00

07/98 Paulo André

Pires

Pagamento do cachê

de Devotos do Ódio

2.870 3.500,00

07/98 Clarice de

Melo Andrade

Pagamento do cachê

do DMP

2.872 2.500,00

24/07/98 Marisa de

Queiroga

Lopes

Apresentação do

espetáculo de dança

do Barroco do

Armonial

2.873 1.500,00

24/07/98 Ângelo Pagamento dos 50%

de saldo do cachê

de Dominguinhos

2.875 5.000,00

22/07/98 Eberson

Ávila

Correia

Pagamento do cachê

de Eberson Ávila

2.916 1.000,00

07/98 Lúcia Regina Pagamento do cachê

de Edwim Pitre

2.917 3.000,00

07/98 Edilton

Euclides

Pagamento do cachê

de Encontro de

Blocos

2.918 8.000,00

23/07/98 Carlos

Roberval

Pagamento do cachê

de Gláucio Costa

2.921 2.500,00

03/07/98 Normando

Dornelis

Paes

Aluguel de Telabim 2.922 1.200,00

07/98 Maria

Rosilene

Barbosa

Pagamento do cachê

de João Neto e

Maracamangue

2.924 1.000,00

25/07/98 Edson de

Souza

Beltrão

Pagamento dos 50%

do saldo do cachê

de Jorge de Altinho

2.925 5.500,00

17/07/98 Marcelo

Bueno

Pagamento do

restante do cachê

2.927 6.000,00

Page 71: Projetos irregulares no Sic PE

71

Data do

recibo

Credor Serviço Prestado Folhas Valor

(R$)

de Lenine

24/07/98 Simone de

Figueredo

Pagamento do cachê

das Loucas de

Pedras

2.933 1.000,00

07/98 Lucioly A.

Maranhão

Pagamento do cachê

de Lucioly

Albuquerque

2.934 1.000,00

23/07/98 Kátia da Paz

Alves

Pagamento do cachê

de Maracatudo

2.937

2.938

2.000,00

07/98 Décio

Cotomacio

Júnior

Pagamento do cachê

de Mestre Ambrósio

2.942 2.800,00

07/98 Antonio de

Pádua Braga

Pagamento do cachê

de Mestre

Salustiano

2.943 2.500,00

22/07/98 Mozart

Manoel

Ferreira

Pagamento do cachê

de Mozart

2.944 2.000,00

07/98 Antonio

Aparecido

Gutierrez

Pagamento do cachê

do Mundo Livre

2.945 4.500,00

23/07/98 Latimir

Ferreira da

Silva

Pagamento do cachê

de Nação Ere

2.946 2.500,00

07/98 Luiz Felipe

Casqueira

Pagamento do cachê

do Nação Zumbi

2.948 5.000,00

26/06/98 Rafael

Garcia

Pagamento dos 50%

da apresentação da

Orquestra Camerata

Armorial

2.954 3.363,75

21/07/98 Rafael

Garcia

Pagamento do cachê

da Orquestra

Camerata Armorial

2.955 3.363,75

07/98 José Luiz

Pereira

Pagamento do cachê

da Orquestra de

Frevo

2.956 1.000,00

07/98 José Rildo

dos Santos

Transporte de

pessoal e

equipamento,

alimentação para 70

pessoas da orq.

Filarmônica

2.957 8.000,00

07/98 Ana Lúcia

Altino

Garcia

Pagamento do cachê

da Orq. Filarmônica

2.958 20.000,00

25/07/98 Gustavo Belo Complemento de

cinema

2.959

2.960

4.000,00

15/07/98 Paulo Valor total 2.961 1.800,00

Page 72: Projetos irregulares no Sic PE

72

Data do

recibo

Credor Serviço Prestado Folhas Valor

(R$)

Roberto

Bruscy

literatura

15/07/98 Mário Hélio

Gomes de

Lima

Valor

total literatura

2.962 1.800,00

25/07/98 Gustavo Belo Pagamento Livro e

Jardim

2.963 1.500,00

05/08/98 Ilegível Parte do pagamento

da produção de

shows especiais

2.964 4.005,00

25/07/98 Paulo

Roberto C.

dos Santos

Pagamento do cachê

de Paulinho Groove

2.965 1.000,00

25/07/98 Petrúcio

Amorim

Pagamento dos 50%

do cachê de

Petrúcio Amorim

2.966 2.500,00

31/07/98 Ilegível Programação visual,

cartazes, out door

2.973 1.500,00

21/07/98 Marcos César

Brito

Pagamento do cachê

do Quinteto

Retratos

2.974 2.500,00

25/07/98 Ângelo

Marcos

Pagamento dos 50%

do cachê de

Quinteto Violado

2.975 5.500,00

28/07/98 Alexandre

José da

Silva

Receptivo artistas

em Recife

2.976 400,00

21/07/98 Gustavo

(Fundarpe)

Extra MTU 2.980 300,00

25/07/98 Antonio

Gutiesset

Pagamento do cachê

de Serpente Negra

2.983 2.500,00

30/07/98 Carlos

Alberto

Correia

Apoio a coordenação 2.986 500,00

28/07/98 Marco

Aurélio

Pereira

Serviços de

computação e

receptivo

2.987 1.120,39

07/98 Alba Veloso Suprimento dos

camarim

2.991 500,00

25/07/98 Triana

C.Cavalcanti

Pagamento do Teatro

ref. a luz e som

2.992 *12.000,00

22/07/98 Luiz Otávio

Júnior

Pagamento do cachê

do Túnel do Tempo

2.996 2.500,00

07/98 Antonio

Gutierrez

Pagamento do cachê

do Véio Mangaba

2.998 2.500,00

07/98 Maureliano

Ribeiro da

Silva

Pagamento do cachê

de Via Sat

2.999 2.500,00

Page 73: Projetos irregulares no Sic PE

73

Data do

recibo

Credor Serviço Prestado Folhas Valor

(R$)

10/07/98 Jeferson

Luiz Silva

VT do VIII Festival

de Inverno de

Garan.

3.002 1.000,00

Valor Total (R$) 214.389,39

7) Para as despesas acima relacionadas, também não houve a apresentação de procuração específica.

Deixo registrado que quanto à ausência de

procuração representando os artistas e a ausência de

extrato bancário, entendo que estas falhas são de natureza

formal.

ANEXO XXI

PROJETO Nº.: 26/01 – “ Festividades Juninas no Agreste”

EMPREENDEDOR: A.SIM Comunicação Consultoria e Projetos Ltda.

(Milton Fonseca de Santana Filho)

A equipe de auditoria apontou as seguintes

irregularidades para este projeto:

ITEM IRREGULARIDADE LEGISLAÇÃO INFRINGIDA VALOR

(R$)

2.1 Ausência de

comprovação da

realização do

objeto do projeto

Inciso I, alínea f, da

Portaria SF nº. 018/01.

225.000,00

2.2 Realização do

objeto do projeto

em data anterior à

captação de

recursos

Inciso I, alínea e e o

inciso IV, da Portaria SF

nº. 018/01, e o art. 19 do

Decreto Estadual nº.

23.050/01.

2.3 Comprovação da

despesa

incompatível com o

projeto aprovado

R$ 50.000,00

Inciso II, alínea b, da

Portaria SF nº. 018/2001,

art. 34 do Decreto

Estadual nº. 19.156/96 e

Termo de Compromisso

assinado pelo empreendedor

2.4 Despesa comprovada

com nota fiscal

inidônea R$

7.221,61

Art. 6º do Decreto

Municipal nº. 18.698/2000

2.5 Ausência de

procuração

representando os

artistas

Portaria do Ministério do

Trabalho nº. 3.347/86,

arts. 146, 152 e 153, da

Lei Estadual nº. 7.741/78

c/c o art. 23 do Decreto

Estadual nº. 19.156/96

Page 74: Projetos irregulares no Sic PE

74

ITEM IRREGULARIDADE LEGISLAÇÃO INFRINGIDA VALOR

(R$)

2.6 Não utilização de

conta corrente

exclusiva para o

projeto

Art. 21 do Decreto

Estadual nº. 19.156/96 e

inciso I, alínea c e

inciso IX, da Portaria SF

nº. 018/01.

VALOR TOTAL (R$) 225.000,00

Regularmente notificado, o interessado, Sr.

Milton Fonseca de Santana Filho apresentou defesa, por meio

de advogado, às fls. 11603/ 11641 e 11802/11812 alegando em

síntese:

1) Preliminar de Prescrição Decenal – O

projeto foi executado em 2001. Portanto, há cerca de 10

anos. Neste sentido, estaria prescrito o direito de

cobrança de ressarcimento por danos provocados ao erário.

Junta acórdão do TCU;

2) Preliminar de Cerceamento de Defesa - Alega

a defesa que a mesma foi prejudicada posto que a auditoria

especial foi instaurada em 13 de janeiro de 2006 e a

notificação ao interessado se deu em agosto de 2010, ou

seja, após 4 anos e seis meses. Ademais, como existe

Atestado de Execução do projeto em análise, emitido em

14/10/2002 (fls. 3183), o defendente sentiu-se desobrigado

a guardar os documentos deste projeto.

3) Impossibilidade de devolução ao erário em

face a vedação ao enriquecimento sem causa da administração

– Alega defesa o fato de que,. como existe atestado de

execução, determinar a devolução seria promover o

enriquecimento ilícito por parte da administração.

4) Quanto à alegada ausência de comprovação da

realização do objeto do projeto – Alega que o projeto não

só se realizou, como foi ampliada a quantidade de shows e

de público. Ora, se os shows foram realizados, não há como

se falar em que o projeto não foi executado;

5) Quanto à realização do objeto em data anterior

a captação de recursos Alega o empreendedor que o projeto

foi aprovado em 17 de março de 2001, tendo o mesmo iniciado

a captação em julho de 2001. Havia um compromisso do valor

a ser captado com as empresas, com as quais era acertado um

cronograma. Como os eventos ocorreram, não houve qualquer

prejuízo.

6) Quanto ao pagamento de despesa incompatível

com o projeto, a defesa alega que foi apontada como

irregularidade o pagamento das despesas com divulgação a

uma mesma empresa de comunicação, a Aliança Comunicação.

Logo, não há qualquer irregularidade;

7) Quanto à comprovação de despesas com notas

fiscais inidôneas, a defesa alega que a inidoneidade

Page 75: Projetos irregulares no Sic PE

75

estaria no fato da nota fiscal ter sido emitida nove meses

após ter sido expirado o prazo de validade. Há

jurisprudência do TCU neste sentido que releva a

irregularidade.

8) Quanto à ausência de procuração dos artistas

– alega a defesa que a regra no país é de uma classe

artística informal. Além do mais, os artistas realizaram

suas apresentações. Isto não está sendo questionado. Logo,

trata-se de falha formal.

8) Por fim, quanto a não utilização de conta

específica para o projeto, o próprio defendente reconheceu

a falha. Contudo entende que a falha foi meramente formal.

Compulsando os autos, entendo que o Ministério

Público de Contas já enfrentou as preliminares suscitadas

pelo defendente. Quanto ao mérito, entendo que são frágeis

os argumentos expostos pela defesa. Chego a esta conclusão,

com base nas seguintes constatações feitas pela auditoria,

as quais passo a transcrever:

01) O Projeto Cultural Festividades Juninas do

Agreste definiu como objeto (fls. 3.161): ”a implementação

e promoção de um “circuito” de shows de forró, em cidades

do agreste pernambucano, por ocasião das comemorações das

festividades juninas.”, e foi aprovado como objetivo

específico do projeto em análise: “Realizar 14 shows com

grupos de forró em eventos culturais populares de cidades

do interior do estado” (grifou-se).

No entanto, o empreendedor somente apresentou,

como comprovação da execução do objeto do projeto, uma

cópia da reportagem no Jornal Inter@ativo, referente à

Festa das Marocas realizada no município de Belo Jardim, no

período de 05/07/2001 a 10/07/2001 e folhas impressas dos

supostos cartaz e panfleto da supracitada festa (fls.

3.216-3.221). Não consta na prestação de contas a

comprovação da realização de shows em outras cidades do

interior do Estado.

Ressalte-se que consta o pagamento de 5.000

cartazes, conforme nota fiscal da Aliança Comunicação (fls.

3.207). No entanto, o empreendedor não apresentou o cartaz

original, somente foram juntadas à prestação de contas duas

folhas impressas do suposto cartaz (fls. 3.220-3.221).

Com o objetivo de verificar se existiam

documentos comprobatórios da realização de shows em outras

cidades do interior do Estado, solicitou-se ao FUNCULTURA

cópia da documentação apresentada pelo empreendedor quando

da solicitação do Atestado de Execução do projeto em

análise. Entretanto, a documentação enviada foi a mesma

constante da prestação de contas, conforme documentos (fls.

3.222-3.233).

Page 76: Projetos irregulares no Sic PE

76

Dessa forma, não houve comprovação por parte do

empreendedor de que o projeto foi executado na íntegra,

sendo comprovada a realização apenas no município de Belo

Jardim. Quanto a outras cidades do interior do Estado, não

foram apresentados documentos que comprovem a realização

dos eventos, tais como reportagem em jornal, fotos,

declarações ou outro meio idôneo. Logo, foi descumprindo o

inciso I, alínea f, da Portaria SF nº. 018/01, uma vez que

o material apresentado na prestação de contas não comprova

a execução do projeto na sua totalidade.

02) O empreendedor apresentou como comprovação da

execução do projeto em análise documentos referentes à

Festa das Marocas, realizada no município de Belo Jardim,

nos dias 05/07/2001 a 10/07/2001, são eles: cópia de

reportagem no Jornal Inter@ativo referente à supracitada

festa e layout do cartaz e panfleto da festa (fls. 3.213-

3.221).

No entanto, as captações para o projeto em

análise somente foram realizadas em data posterior à

realização da Festa das Marocas (05/07/2001 a 10/07/2001),

conforme extratos bancários (fls. 3.188-3.189) e CDI’s

detalhados abaixo:

Nº. do

CDI

Data da

Captação

Empresa

Incentivadora Folhas

Valor CDIs

(R$)

0110/01 23/07/200

1

Jurandir Pires

Galdino & CIA 3.177 15.000,00

0111/01 23/07/200

1

Jurandir Pires

Galdino & CIA 3.178 10.000,00

0112/01 23/07/200

1

Jurandir Pires

Galdino & CIA 3.179 10.000,00

0114/01 23/07/200

1

Jurandir Pires

Galdino & CIA 3.180 10.000,00

0125/01 03/09/200

1 Celpe 3.181 145.000,00

0148/01 17/09/200

1

Jurandir Pires

Galdino & CIA 3.196 10.000,00

0149/01 17/09/200

1

Jurandir Pires

Galdino & CIA 3.197 25.000,00

Valor Total (R$) 225.000,00

Acrescente-se que todas as notas fiscais/recibos

apresentados na prestação de contas foram emitidos em data

posterior à da realização da Festa das Marocas (05/07/2001

a 10/07/2001), conforme demonstrado a seguir. Os pagamentos

aos credores somente foram realizados em 18/09/01, 10/10/01

e 08/11/01, conforme extrato bancário (fls. 3.188-3.190).

Page 77: Projetos irregulares no Sic PE

77

Nº.

Nota

Fiscal

Data de

Emissão

Credor Discriminação

dos Serviços

Folha

s

Valor

(R$)

000161 16/08/0

1

CERTEC –

Estruturas

Metálicas

Ltda.

Locação de

palco para 14

espetáculos

3.198 42.000,00

2002232

2

05/10/0

1

H.S.

Publicidad

e e

Eventos

Elaboração do

projeto

Festividades

Juninas do

Agreste nº.

026/01

3.201 12.000,00

005 28/08/0

1

Paulo

César de

Melo ME

Locação

iluminação

para 14 esp.

do projeto

026/01

3.203 21.000,00

00554 28/08/0

1

Biza Som Locação de som

para 14 espet.

do projeto

026/01

3.205 21.000,00

002775 21/09/0

1

Aliança

Propaganda

Ltda.

5000 cartazes,

800 inserções

em rádio,120

inserções em

TV, 20

registros

fotográficos,

20 registros

em vídeo e 30

dias de

assessoria de

imprensa

3.207 50.000,00

2002232

0

05/10/0

1

H.S.

Publicidad

e e

Eventos

14 shows dos

artistas Capim

c/ Mel,

Brucelose,

Flávio José,

Quenga de

Côco, Mastruz

c/ Leite,

Sirano e

Sirino, Jorge

de Altinho,

Pisa na Fulo,

Genaro e

Valquiria,

Conexão

Sertaneja,

Silvério

3.209 70.000,00

Page 78: Projetos irregulares no Sic PE

78

Nº.

Nota

Fiscal

Data de

Emissão

Credor Discriminação

dos Serviços

Folha

s

Valor

(R$)

Pessoa,

PingaFogo,

Alto Astral e

Reflexo Nativo

0171 10/10/0

1

A.SIM

Ltda.

Administração

(acompanhament

o contábil,

administrativo

(parte), para

o projeto

026/01

3.211 7.221,61

Valor Total (R$) 223.221,6

1

Verificou-se, ainda, que não foi informado nos

recibos o número do cheque utilizado para pagamento das

despesas supracitadas, descumprindo o inciso IV da Portaria

SF nº. 018/01, bem como não foram apresentadas as cópias

dos respectivos cheques, impossibilitando, dessa forma,

este Tribunal verificar se os cheque foram nominais aos

credores da tabela acima, conforme determina o inciso IV da

Portaria SF nº. 018/01.

Ressalte-se que a ordem dos fatos não obedeceu a

uma seqüência lógica, ou seja, o evento aconteceu em

05/07/01, a primeira captação somente ocorreu em 23/07/01.

Exatamente 60 dias após a primeira captação (24/09/01) foi

aplicado no mercado financeiro o valor de R$ 215.000,00,

que corresponde a 95% do valor total captado para o projeto

em análise (fls. 3.186-3.189). Em 10/10/01 ocorreu o

resgate dos R$ 215.000,00 e somente em 10/10/01 e 08/11/01

foram realizados os pagamentos aos credores, conforme

extrato bancário (fls. 3.189-3.190). Diante do exposto, os

credores e artistas somente receberam seus pagamentos entre

73 e 120 dias depois da realização do evento “Festa das

Marocas” (05/07/01).

03) Verificou-se o pagamento a empresa Aliança

Comunicação, a seguir detalhado, a qual a mesma contratou

outras empresas para a prestação de serviços gráficos,

fotográficos e inserções em rádio e TV, sem comprovar a

realização dessas despesas, uma vez que não foram

apresentados os respectivos contratos e notas fiscais com

as empresas de rádio, TV e serviços gráficos. Também não

foi juntado aos autos cópias das veiculações na rádio e TV,

bem como não foi apresentado o cartaz original.

04) Diante da ausência da documentação

supracitada, não foi possível verificar a conformidade dos

valores pagos por tipo de despesa, com os valores aprovados

Page 79: Projetos irregulares no Sic PE

79

no orçamento do projeto, uma vez que a nota fiscal da

empresa Aliança Comunicação não discriminou o valor pago de

cada item de despesa. Também não foi possível confrontar o

período e o objeto das veiculações realizadas na TV, rádio

e cartazes. Além disso, não ficou comprovado se nesses

materiais de apresentação e divulgação houve a veiculação

do nome e símbolo do Estado de Pernambuco e do SIC, assim

como determina o art. 34 do Decreto Estadual nº. 19.156/96

e o Termo de Compromisso firmado pelo empreendedor (fls.

3.166).Ressalte-se que na nota fiscal supracitada consta o

pagamento de 5.000 cartazes (fls. 3.207), no entanto o

empreendedor não apresentou o cartaz original, somente

juntou à prestação de contas uma impressão do layout do

suposto cartaz (fls. 3.220-3.221).

05) Verificou-se que a nota fiscal emitida pela

A. SIM Comunicação Consultoria Ltda não é válida, uma vez

que as notas fiscais de serviço impressas até 18/06/1997

tiveram a sua validade expirada em 10/01/2001, conforme

art. 6º do Decreto Municipal nº. 18.698/2000. A referida

nota fiscal foi emitida 9 meses após o prazo de validade

determinado pela Prefeitura da Cidade do Recife. Logo, essa

nota fiscal é considerada inidônea, e o valor de R$

7.221,61 é passível de devolução ao erário.

Deixo registrado que quanto à ausência de

procuração representando os artistas e a não utilização de

conta corrente exclusiva para o projeto, entendo que estas

falhas são de natureza formal.

ANEXO XXII

PROJETO Nº.: 451/01 – “Pernambuco Musical”

EMPREENDEDOR: José Astrogildo dos Santos

A equipe de auditoria apontou as seguintes irregularidades

para este projeto:

ITEM IRREGULARIDADE LEGISLAÇÃO INFRINGIDA VALOR

(R$)

2.1 Despesa comprovada

com nota fiscal

inidônea

Art. 6º do Decreto

Municipal nº. 18.698/2000 26.960,00

2.2 Despesa comprovada

com nota fiscal

falsa

Art. 12, §10, da Lei

Estadual nº. 11.005/93

c/c o art. 25 do Decreto

Estadual nº. 19.156/96

6.000,00

Page 80: Projetos irregulares no Sic PE

80

ITEM IRREGULARIDADE LEGISLAÇÃO INFRINGIDA VALOR

(R$)

2.3 Notas fiscais de

empresas

diferentes

preenchidas pela

mesma pessoa

Art. 12, §10, da Lei

Estadual nº. 11.005/93

c/c o art. 25 do Decreto

Estadual nº. 19.156/96 e

artigos 9.º, 17 e 21 do

Decreto Municipal nº.

15.950/92

60.000,00

2.4 Ausência de

procuração

representando os

artistas

Artigos 146, 152 e 153,

da Lei Estadual nº.

7.741/78 c/c o art. 23 do

Decreto Estadual nº.

19.156/96, o inciso II,

alínea b, da Portaria SF

nº. 018/01 e a Portaria

do Ministério do Trabalho

nº. 3.347/86

60.000,00

2.5 Ausência do número

do cheque nos

recibos

Inciso IV da Portaria SF

nº. 018/2001 -

VALOR TOTAL (R$) 152.960,00

Regularmente notificado, o interessado, Sr. José

Astrogildo dos Santos apresentou defesa, por meio de

advogado, às fls. 11.418/ 11.455 e 11802/11812 alegando em

síntese:

a) Preliminar de Cerceamento de Defesa - Alega

a defesa que a mesma foi prejudicada posto que a auditoria

especial foi instaurada em 13 de janeiro de 2006 e a

notificação ao interessado se deu em agosto de 2010, ou

seja, após 4 anos e seis meses. Ademais, como existe

Atestado de Execução do projeto em análise, emitido em

17/05/2002 (fls. 3346), o defendente sentiu-se desobrigado

a guardar os documentos deste projeto.

b) Impossibilidade de devolução ao erário em

face a vedação ao enriquecimento sem causa da administração

– Alega defesa o fato de que como existe atestado de

execução, determinar a devolução seria promover o

enriquecimento ilícito por parte da administração.

c) Quanto à comprovação de despesas com notas

fiscais inidôneas a defesa alega que a inidoneidade

estaria no fato da nota fiscal ter sido emitida um ano após

ter sido expirado o prazo de validade. Há jurisprudência do

TCU neste sentido que releva a irregularidade.

d) Quanto à alegação de despesa comprovada por

meio de nota fiscal falsa no valor de R$ 6.000,00, alega a

defesa de foi emitida por quem de direito. Logo, não cabe

Page 81: Projetos irregulares no Sic PE

81

ao defendente responder o porquê do referido proprietário

estar invalidando as referidas notas.

e) Quanto ao fato de ter sido constatado

preenchimento de notas fiscais por uma mesma pessoa, a

defesa alega que é improcedente a alegação posto que : 1)

As notas são idôneas, 2) Não foi oferecido o contraditório,

3) Mesmo que estas notas tivessem sido preenchidas por uma

mesma pessoa, não se está diante de uma irregularidade.

f) Quanto à ausência de procuração dos artistas

– alega a defesa que a regra no país é de uma classe

artística informal. Além do mais, os artistas realizaram

suas apresentações. Isto não está sendo questionado. Logo,

trata-se de falha formal.

g) Por fim, quanto à ausência do número do

cheque no recibo,o próprio defendente reconheceu a falha.

Todavia, considera que a falha foi meramente formal.

Compulsando os autos, entendo que o Ministério

Público de Contas já enfrentou as preliminares suscitadas

pelo defendente. Quanto ao mérito, entendo que são frágeis

os argumentos expostos pela defesa. Chego a esta conclusão,

com base nas seguintes constatações feitas pela auditoria,

as quais passo a transcrever:

01) Verificou-se que a nota fiscal 179 emitida

pela A. SIM Comunicação Consultoria Ltda não é válida, uma

vez que as notas fiscais de serviço impressas até

18/06/1997 tiveram a sua validade expirada em 10/01/2001,

conforme art. 6º do Decreto Municipal nº. 18.698/2000. A

referida nota fiscal foi emitida um ano após o prazo de

validade determinado pela Prefeitura da Cidade do Recife.

Logo, essa nota fiscal é considerada inidônea, e o valor de

R$ 26.960,00 é passível de devolução ao erário.

02) Verificou-se que a nota fiscal nº. 0520 da

RRR Promoções Artísticas apresentada na prestação de contas

em comento, no valor de R$ 6.000,00, foi considerada

inidônea, uma vez que o Cadastro Mercantil do Contribuinte

(CMC) e a AIDF informados na nota fiscal não existem,

conforme Termos do Ofício nº. 110/2009 da Secretaria de

Finanças da Prefeitura do Recife (fls. 3.347-3.349).

03) Foi constatado o fato de que, de acordo com

laudo do Instituto de Criminalista existem notas fiscais

que foram preenchidas pela mesma pessoa e que esta pessoa

provavelmente é o empreendedor ou alguém de sua confiança,

uma vez que o empreendedor (Sr. José Astrogildo dos Santos)

é um dos sócios da empresa A.SIM Comunicação Consultoria e

Projetos Ltda., conforme documento do SERPRO (fls. 3.368).

Outro fato observado foi que o empreendedor contratou uma

empresa sediada no município de Limoeiro (nota fiscal nº.

011 de Paulo Cesar de Melo Costa ME), para a locação de som

Page 82: Projetos irregulares no Sic PE

82

e iluminação para o projeto Pernambuco Musical, que

aconteceu em Caruaru (fls. 3.298 e 3.335).

04) Consta um documento da Secretaria da Fazenda

- SEFAZ, referente à análise da 2ª. Prestação de contas do

projeto cultural em tela, a qual a SEFAZ exige do

empreendedor o seguinte: “Doc.59 - anexar Certidão de

Regularidade da Nota Fiscal perante a Prefeitura e/ ou

microfilmagem do cheque nº. 000034 ou Xerox emitida pela

Caixa Econômica Federal” (fls. 3.337).

05) O documento 59 supracitado refere-se à nota

fiscal nº. 0520 da RRR Promoções Artísticas, no valor de R$

6.000,00 (fls. 3.329) e o cheque nº. 000034 provavelmente

foi utilizado para pagamento desta despesa, uma vez que é

no mesmo valor (R$ 6.000,00), conforme verificou-se no

extrato bancário.

06) A justificativa do empreendedor para a

exigência da SEFAZ foi a seguinte (fls. 3.339): “No que se

refere à nota fiscal constante na página 59 da prestação de

contas, informamos que, tendo em vista os vários serviços

de divulgação contratados com recursos próprios,

apresentamos, por um equívoco, uma nota fiscal de serviço

contratado nestas condições. A fim de corrigir a falha,

apresentamos a nota fiscal e o recibo que de fato

correspondem ao serviço previsto no projeto do SIC”.

07) Os documentos que o empreendedor apresentou

para a referida substituição foram o recibo e a nota fiscal

nº. 0276, no valor de R$ 6.500,00, da empresa Som Brasil

Propaganda & Publicidade Ltda. (fls. 3.340 e 3.343). No

entanto, o valor da nota fiscal nº. 0520 da RRR Promoções

Artísticas foi de R$ 6.000,00 (fls. 3.329).

08) Saliente-se que, a nota fiscal da RRR

Promoções Artísticas apresentou a mesma grafia da nota

fiscal que foi substituída, conforme cópias digitalizadas

acima. Além disso, são de municípios diferentes (Recife e

Caruaru) e não possuem os mesmos sócios, conforme

informações do SERPRO (fls. 3.344-3.345), que justifiquem a

mesma pessoa ter preenchido as referidas notas. Acrescente-

se que a nota fiscal nº. 0520 da RRR Promoções Artísticas,

no valor de R$ 6.000,00 (fls. 3.329) foi considerada falsa

pela Prefeitura do Recife.

Deixo registrado que quanto à ausência de

procuração representando os artistas e a ausência do número

do cheque nos recibos, entendo que estas falhas são de

natureza formal.

ANEXO XXIII

Page 83: Projetos irregulares no Sic PE

83

PROJETO Nº.: 449/01 – “Artesanato Itinerante”

EMPREENDEDOR: IDESPE - Instituto de Desenvolvimento Sócio

Cultural de Pernambuco (José Astrogildo dos

Santos)

A equipe de auditoria apontou as seguintes irregularidades para este projeto:

ITEM IRREGULARIDADE LEGISLAÇÃO INFRINGIDA VALOR

(R$)

2.1 Despesa comprovada

com nota fiscal

inidônea

Art. 6º do Decreto Municipal

nº. 18.698/2000 28.761,81

2.2 Despesa comprovada

com nota fiscal falsa

Art. 12, §10, da Lei Estadual

nº. 11.005/93 c/c o art. 25 do

Decreto Estadual nº. 19.156/96.

46.600,00

2.3 Notas fiscais de

empresas diferentes

preenchidas pela

mesma pessoa

Artigos 9, 17 e 21 do Decreto

Municipal nº. 15.950/92 e art.

12, §10, da Lei Estadual nº.

11.005/93 c/c o art. 25 do

Decreto Estadual nº. 19.156/96

108.000,00

2.4 Ausência do número do

cheque nos recibos

Inciso IV da Portaria SF nº.

018/2001 -

VALOR TOTAL (R$) 183.361,81

Regularmente notificado, o interessado, Sr. José

Astrogildo dos Santos apresentou defesa, por meio de

advogado, às fls. 11.456/ 11.488 e 11802/11812 alegando em

síntese:

01) Preliminar de Cerceamento de Defesa - Alega

a defesa que a mesma foi prejudicada posto que a auditoria

especial foi instaurada em 13 de janeiro de 2006 e a

notificação ao interessado se deu em agosto de 2010, ou

seja, após 4 anos e seis meses. Ademais, como existe

Atestado de Execução do projeto em análise, emitido em

17/04/2002 (fls. 3437), o defendente sentiu-se desobrigado

a guardar os documentos deste projeto.

02) Impossibilidade de devolução ao erário em

face a vedação ao enriquecimento sem causa da administração

– Alega defesa o fato de que, como existe atestado de

execução, determinar a devolução seria promover o

enriquecimento ilícito por parte da administração.

03) Quanto à comprovação de despesas com notas

fiscais inidôneas a defesa alega que a inidoneidade estaria

no fato da nota fiscal ter sido emitida um ano após ter

sido expirado o prazo de validade. Há jurisprudência do TCU

neste sentido que releva a irregularidade.

04) Quanto à alegação de despesa comprovada por

meio de nota fiscal falsa no valor de R$ 46.600,00, alega a

Page 84: Projetos irregulares no Sic PE

84

defesa que a nota foi considerada falsa por estar em

situação irregular perante o fisco municipal. Contudo, não

se pode responsabilizar o defendente pelo fato do prestador

de serviços não estar com sua regularidade fiscal em dia. O

fato é que os serviços foram efetivamente prestados..

05) Quanto ao fato de ter sido constatado

preenchimento de notas fiscais por uma mesma pessoa, a

defesa alega que é improcedente a alegação, posto que : 1)

As notas são idôneas, 2) Não foi oferecido o contraditório,

3) Mesmo que estas notas tivessem sido preenchidas por uma

mesma pessoa, não se está diante de uma irregularidade.

06) Por fim, quanto à ausência do número do

cheque no recibo,o próprio defendente reconheceu a falha.

Todavia, considera que a falha foi meramente formal.

Compulsando os autos, entendo que o Ministério

Público de Contas já enfrentou as preliminares suscitadas

pelo defendente. Quanto ao mérito, entendo que são frágeis

os argumentos expostos pela defesa. Chego a esta conclusão,

com base nas seguintes constatações feitas pela auditoria,

as quais passo a transcrever:

a) Verificou-se que a nota fiscal 178 emitida

pela A. SIM Comunicação Consultoria Ltda não é válida, uma

vez que as notas fiscais de serviço impressas até

18/06/1997 tiveram a sua validade expirada em 10/01/2001,

conforme art. 6º do Decreto Municipal nº. 18.698/2000. A

referida nota fiscal foi emitida um ano após o prazo de

validade determinado pela Prefeitura da Cidade do Recife.

Logo, essa nota fiscal é considerada inidônea, e o valor de

R$ 28.761,81é passível de devolução ao erário.

b) Analisando-se algumas notas fiscais

integrantes da prestação de contas do projeto sob comento e

também de outros projetos culturais do mesmo empreendedor,

foi possível verificar que, embora tenham sido emitidas por

pessoas jurídicas diferentes, as referidas notas fiscais

tiveram seus dados preenchidos com a mesma grafia.

c) No intuito de comprovar, portanto, se essas

notas fiscais foram realmente preenchidas pela mesma

pessoa, este Tribunal, através do Ofício TC/DCE/DIAD nº.

030/2009 (fls. 3.454), encaminhou os documentos

discriminados no quadro abaixo ao Instituto de

Criminalística do Estado de Pernambuco (IC/PE), solicitando

um Laudo Pericial sobre os referidos documentos.

d) as notas fiscais de nº. 000244, nº. 000005,

e nº. 000061 integram prestações de contas de outros

projetos culturais: nº. 451/01 (empreendedor: José

Astrogildo dos Santos), nº. 867/99 (empreendedor: Milton

Santana) e nº. 452/01(empreendedor: IDESPE). As referidas

notas fiscais foram incluídas na mesma análise da grafia,

pois os empreendedores supracitados estão interligados, uma

Page 85: Projetos irregulares no Sic PE

85

vez que os Srs. José Astrogildo dos Santos e Milton Santana

são sócios da empresa A.SIM Comunicação e o Sr. José

Astrogildo figura também como sócio responsável do IDESPE,

empreendedor do projeto em análise, conforme consulta ao

SERPRO (fls. 3.456-3.457).

e) Em relação às escritas presentes nas notas

fiscais nº. 000244, 000230, 000005 e 000061, detalhadas na

tabela do Anexo K supracitada, o Laudo Pericial concluiu

que resultaram da ação de um mesmo punho escritor;

f) Além da irregularidade discorrida

anteriormente, convém destacar outros fatos que devem ser

considerados acerca da situação irregular da presente

prestação de contas, quais sejam:

- O empreendedor do projeto em análise foi o

Instituto de Desenvolvimento Sócio Cultural de Pernambuco-

IDESPE, cujo sócio responsável é o Sr. José Astrogildo dos

Santos, que por sua vez também é sócio com o Sr. Milton

Santana da empresa A.SIM Comunicação Consultoria Ltda.,

conforme consulta ao Serviço Federal de Processamento de

Dados-SERPRO (fls. 3.456-3.457).

- A empresa A.SIM Comunicação Consultoria Ltda.

foi credora do projeto em análise, recebendo o montante de

R$ 28.761,81, relativo aos serviços de elaboração,

agenciamento e administração do projeto nº. 449/01 (fls.

3.417).

- O IDESPE, a empresa A.SIM Comunicação

Consultoria Ltda. e os sócios, os Srs. José Astrogildo dos

Santos e Milton Santana foram empreendedores de outros

projetos culturais, os quais captaram o montante de R$

1.753.150,00.

Deixo registrado que quanto a ausência do número

do cheque nos recibos, entendo que esta falha é de natureza

formal.

ANEXO XXIV

PROJETO Nº.: 452/01 – “II Festival Nacional de

Repentistas”

EMPREENDEDOR: IDESPE - Instituto de Desenvolvimento Sócio

Cultural de Pernambuco (José Astrogildo

dos Santos)

A equipe de auditoria apontou as seguintes irregularidades para este projeto:

ITEM IRREGULARIDADE LEGISLAÇÃO INFRINGIDA VALOR

(R$)

Page 86: Projetos irregulares no Sic PE

86

ITEM IRREGULARIDADE LEGISLAÇÃO INFRINGIDA VALOR

(R$)

2.1 Despesas

realizadas fora

do período de

aplicação

Incisos III e VIII da Portaria SF

nº. 018/01 e o inciso II do Termo de

Compromisso e Declaração 1.500,00

2.2 Despesa

comprovada com

nota fiscal

inidônea

Art. 6º do Decreto Municipal nº.

18.698/2000 17.973,47

2.3 Notas fiscais de

empresas

diferentes

preenchidas pela

mesma pessoa

Artigos 9, 17 e 21 do Decreto

Municipal nº. 15.950/92 e art. 12,

§10, da Lei Estadual nº. 11.005/93

c/c o art. 25 do Decreto Estadual

nº. 19.156/96

1.950,00

2.4 Ausência dos

bilhetes de

passagem aérea

Art. 173, inciso II, da Lei Estadual

nº. 7.741/78 c/c o art. 23 do

Decreto Estadual nº. 19.156/96 e o

art. 85, inciso XV, do Decreto

Estadual nº. 14.876/91

9.600,00

2.5 Ausência do

número do cheque

nos recibos

Inciso IV da Portaria SF nº.

018/2001 -

VALOR TOTAL (R$) 31.023,47

Regularmente notificado, o interessado, Sr. José

Astrogildo dos Santos apresentou defesa, por meio de

advogado, às fls. 11.489/ 11.520 e 11802/11812 alegando em

síntese:

a) Preliminar de Cerceamento de Defesa - Alega

a defesa que a mesma foi prejudicada posto que a auditoria

especial foi instaurada em 13 de janeiro de 2006 e a

notificação ao interessado se deu em agosto de 2010, ou

seja, após 4 anos e seis meses. Ademais, como existe

Atestado de Execução do projeto em análise, emitido em

30/10/2002 (fls. 3495), o defendente sentiu-se desobrigado

a guardar os documentos deste projeto.

b) Impossibilidade de devolução ao erário em

face a vedação ao enriquecimento sem causa da administração

– Alega defesa o fato de que, como existe atestado de

execução, determinar a devolução seria promover o

enriquecimento ilícito por parte da administração.

c) Quanto à realização de despesas fora do

período de aplicação, alega a defesa que o prazo de

captação inicial era até 31/01/2002 tendo sido prorrogado

até15 de fevereiro de 2002. Se a última captação ocorreu

nesta data, era natural que os pagamentos aos fornecedores

se dessem em datas seguintes, ou seja pagos após a

captação. Logo, não há que se falar em irregularidade.

Page 87: Projetos irregulares no Sic PE

87

d) Quanto à comprovação de despesas com notas

fiscais inidôneas, a defesa alega que a inidoneidade

estaria no fato da nota fiscal ter sido emitida um ano após

ter sido expirado o prazo de validade. Há jurisprudência do

TCU neste sentido que releva a irregularidade.

e) Quanto ao fato de ter sido constatado

preenchimento de notas fiscais por uma mesma pessoa, a

defesa alega que é improcedente a alegação posto que : 1)

As notas são idôneas, 2) Não foi oferecido o contraditório,

3) Mesmo que estas notas tivessem sido preenchidas por uma

mesma pessoa, não se está diante de uma irregularidade.

f) Quanto à ausência dos bilhetes de passagens

– os bilhetes ficavam com as pessoas que viajavam. A

comprovação de despesa se dava por meio dos comprovantes de

pagamento realizados junto às agências de viagens.

g) Por fim, quanto à ausência do número do

cheque no recibo,o próprio defendente reconheceu a falha.

Todavia, considera que a falha foi meramente formal.

Compulsando os autos, entendo que o Ministério

Público de Contas já enfrentou as preliminares suscitadas

pelo defendente. Quanto ao mérito, entendo que são frágeis

os argumentos expostos pela defesa. Chego a esta conclusão,

com base nas seguintes constatações feitas pela auditoria,

as quais passo a transcrever

01) O prazo de execução aprovado no projeto em

análise foi de 20/08/01 a 31/01/02. Posteriormente este

prazo foi prorrogado até 15/02/2002, conforme documentos

juntados ao processo (fls. 3.474-3.475). Entretanto, foram

realizadas despesas depois desse novo prazo.

02) Além disso, o evento “II Festival Nacional

de Repentistas” foi realizado de 13/12/01 a 15/12/01 (fls.

3.601). Logo, não ficou comprovada a relação das despesas,

uma vez que essas foram realizadas 3 meses depois da

realização do evento.

03) Verificou-se que a nota fiscal 180emitida

pela A. SIM Comunicação Consultoria Ltda não é válida, uma

vez que as notas fiscais de serviço impressas até

18/06/1997 tiveram a sua validade expirada em 10/01/2001,

conforme art. 6º do Decreto Municipal nº. 18.698/2000. A

referida nota fiscal foi emitida um ano após o prazo de

validade determinado pela Prefeitura da Cidade do Recife.

Logo, essa nota fiscal é considerada inidônea, e o valor de

R$ 17.973,47 é passível de devolução ao erário.

04) Quanto às notas fiscais emitidas por uma

mesma pessoa, a auditoria repete as constatações feitas no

projeto cultural 449/01, que estava sob a responsabilidade

do mesmo empreendedor.

Page 88: Projetos irregulares no Sic PE

88

Com relação a este projeto, entendo que parte dos

argumentos da defesa podem ser aceitos, posto que a uma, de

fato, depois de passados mais de dez anos, torna-se

inviável tentar se buscar cópias de bilhetes aéreos; a

duas, por que já me manifestei anteriormente que a ausência

do número do cheque nos recibos nestes projetos é falha

formal.

ANEXO XXV

PROJETO Nº.: 361/01 –“III Feira Internacional do Livro

de Pernambuco”

EMPREENDEDOR: Rogério Bezerra Robalinho de Oliveira

Cavalcanti

A equipe de auditoria apontou as seguintes irregularidades para este projeto:

ITEM IRREGULARIDADE LEGISLAÇÃO INFRINGIDA VALOR

(R$)

2.1 Despesas

realizadas

fora do

período de

aplicação

Incisos III e VIII da Portaria SF

nº. 018/01 e o inciso II do Termo

de Compromisso e Declaração

firmado pelo empreendedor 1.912,00

2.2 Valor pago

superior ao

previsto no

orçamento do

projeto

Incisos III e VIII da Portaria SF

nº. 018/01

4.000,00

2.3 Ausência de

nota fiscal

Art. 173, inciso II, da Lei

Estadual nº. 7.741/78 c/c o art.

23 do Decreto Estadual nº.

19.156/96, bem como o inciso I,

alínea e, da Portaria SF nº.

018/2001

300,00

2.4 Despesa

comprovada com

nota fiscal

inidônea

Inciso II do art. 16 e art. 36, do

Decreto Municipal nº. 15.950/92 e

art. 12, §10, da Lei Estadual nº.

11.005/93 c/c o art. 25 do Decreto

Estadual nº. 19.156/96

2.000,00

2.5 Notas fiscais

de empresas

diferentes

preenchidas

pela mesma

pessoa

Artigos 9, 17 e 21 do Decreto

Municipal da Cidade do Recife nº.

15.950/92 e art. 12, §10, da Lei

Estadual nº. 11.005/93 c/c o art.

25 do Decreto Estadual nº.

19.156/96

47.075,50

Page 89: Projetos irregulares no Sic PE

89

ITEM IRREGULARIDADE LEGISLAÇÃO INFRINGIDA VALOR

(R$)

2.6 Ausência dos

bilhetes de

passagem aérea

Art. 173, inciso II, da Lei

Estadual nº. 7.741/78 c/c o art.

23 do Decreto Estadual nº.

19.156/96 e o art. 85, inciso XV,

do Decreto Estadual nº. 14.876/91

18.299,35

2.7 Extrato

bancário

incompleto

Inciso I, alínea c, da Portaria SF

nº. 018/01 -

VALOR TOTAL (R$) 73.586,85

Regularmente notificado, o interessado, Sr.

Rogério Bezerra Robalinho de Oliveira Cavalcanti apresentou

defesa única para os projetos relativos aos anexos XXV –

361/01 – III Feira Internacional do Livro de Pernambuco,

XXVI – 875/00 – Campanha Cultural de Prevenção da AIDS,

XXVII – 562/99 – Pé no Rock e XXVIII – 569/99 Festival de

Inverno de Garanhuns, por meio de advogado, às fls. 10.646/

10654 alegando em síntese:

1. Ocorreu a prescrição em relação aos projetos

562/99 e 875/00 posto que os mesmos se realizaram há mais de

dez anos;

2. Da responsabilidade solidária – A equipe de

auditoria lista irregularidades por supostas impropriedades

na qual estaria caracterizada a participação de empresas,

razão pela qual deveriam estas empresas serem notificadas.

3. Com relação às despesas realizadas fora do

período de aplicação a defesa informa que a empresa só

emitiu nota em 2002, mas o material foi entregue e utilizado

no período de execução do projeto. A prova disto é que os

objetos das notas fiscais 990 e 991 foram utilizados no

projeto, inexistindo outras despesas contendo os materiais

descritos nos documentos fiscais. Trata-se, portanto, de

falha formal.

4. Em relação ao valor pago superior ao projeto

a demandada alega que consultou a SEFAZ , tendo obtido

resposta afirmativa. Alega que juntou copia na qual a SEFAZ

decide pela regularidade. Todavia, deixa de juntar aos autos

o referido documento.

5. Quanto à ausência de nota fiscal, informa a

defesa que é falha formal. Ademais, o demandado afirma ter

certeza que encaminhou a referida nota quando da

apresentação da prestação de contas, razão pela qual requer

que o TCE diligencie junto à empresa para obter a segunda

via do referido documento.

6. Com relação à comprovação de despesas com

nota fiscal inidônea, o demandado assevera categoricamente

que comprou os bens e serviços discriminados nas notas

Page 90: Projetos irregulares no Sic PE

90

fiscais, sendo a irregularidade um problema exclusivamente a

ser imputado ao fornecedor.

7. Notas fiscais de empresas diferentes

emitidas por uma mesma pessoa – O preenchimento das notas

fiscais era um dos motivos de reprovação das contas de

convênios. Por esta razão, na época a demandada e outros

empreendedores culturais contrataram uma consultoria para

orientá-los na prestação de contas. Uma das orientações era

de que sempre que possível as notas deveriam ser preenchidas

por computador. Quando não era possível, o consultor

contratado preenchia a nota fiscal ou recibo, com o objetivo

de evitar erros. Alguns aceitavam; outros não. Porém, os

serviços foram executados. Logo, não há que se falar em

devolução.

8. Ausência dos bilhetes de passagens – os

bilhetes ficavam com as pessoas que viajavam. A comprovação

de despesa se dava por meio dos comprovantes de pagamento

realizados junto às agências de viagens.

9. Ausência de Procuração de representação dos

artistas – Os pagamentos foram efetuados aos artistas. A

demandada está fazendo um levantamento junto aos credores

para posteriormente apresentar a este Tribunal. Todavia,

destaca que o lapso de tempo entre o fato e a notificação da

mesma é fator prejudicial na produção das referidas provas.

Compulsando os autos, entendo que o Ministério

Público de Contas já enfrentou as preliminares suscitadas

pelo defendente. Quanto ao mérito, entendo que são frágeis

os argumentos expostos pela defesa. Chego a esta conclusão,

com base nas seguintes constatações feitas pela auditoria,

as quais passo a transcrever

a) O projeto cultural nº. 361/01 - “III Feira

Internacional do Livro de Pernambuco”, teve como objeto:

“realizar a III Feira Internacional do Livro, evento que

visa divulgar e difundir a produção literária pernambucana,

promovendo o intercâmbio nacional e internacional entre

diversos produtos literários”;

b) O montante captado para o projeto cultural

em epígrafe foi de R$ 296.500,00. Encontra-se às fls. 3.931

o Atestado de Execução emitido para o projeto sob comento,

concedido pela Comissão Deliberativa do Sistema de

Incentivo à Cultura;

c) O prazo de execução aprovado no projeto em

tela foi de 20/08/01 a 20/12/01, posteriormente, este prazo

foi prorrogado até o mês de janeiro de 2002, conforme

documentos juntados ao processo. Entretanto, a despesa com

a Tecla Suprimentos de Informática Ltda., no valor de R$

1.912,00 foi realizada depois desse prazo, ou seja, em

25/02/2002;

Page 91: Projetos irregulares no Sic PE

91

d) Foram verificados pagamentos de despesas no

valor de R$ 4.000,00 com o pagamento à Rede Globo, com

valores superiores ao previsto no orçamento do projeto;

e) Não foi apresentada a nota fiscal referente

ao recibo da despesa feita no Biruta Comedoria do Mar no

valor de R$ 300,00;

f) Verificou-se na nota fiscal emitida pela

Finisart Consultoria Assessoria e Representações Ltda., que

a autorização (AIDF) concedida pela Prefeitura da Cidade do

Recife para a impressão da referida nota fiscal ocorreu em

data posterior à data de sua emissão. Ressalte-se que o

recibo e o cheque nº. 010028, relativos ao pagamento da

nota fiscal supracitada, também foram emitidos em data

anterior (09/11/2001) à data da Autorização para Impressão

de Documentos Fiscais - AIDF (21/11/2001), conforme

documentos acostados à prestação de contas (fls. 3.792 e

3.793). A referida nota fiscal, no valor de R$

2.000,00, foi enviada à Prefeitura do Recife para análise

de sua idoneidade. Em resposta, a Prefeitura do Recife,

através do Ofício nº. 110/2009, ratifica que a nota fiscal

nº. 0002 da empresa Finisart Ltda. foi emitida antes da

AIDF.

g) O empreendedor ou pessoa de sua confiança

preencheu as notas fiscais de pessoas físicas e jurídicas,

apontadas na tabela do Anexo A, e utilizadas para comprovar

as despesas realizadas com o projeto cultural em tela.

h) O Sr. Rogério Robalinho e sua empresa

Eventos Produções Culturais Ltda., como empreendedores de

projetos culturais, cujas prestações de contas integram

estes autos, captaram o montante de R$ 675.915,98 nos 4

projetos culturais de sua resposabilidade.

i) Verificou-se que o sócio da empresa Mandarim

21, o Sr. Pablo Magalhães, e a Srª Yaponira Maria Soares da

Costa, ambos com notas fiscais preenchidas pela mesma

pessoa, figuraram também como procuradores do empreendedor

do projeto em tela (Sr. Rogério Robalinho), uma vez que

receberam/entregaram documentos para Secretaria da Fazenda-

SEFAZ pelo empreendedor.

j) o Sr. Pablo Magalhães, além de prestar

serviços através da sua empresa Mandarim 21 (fls. 3.994),

também recebeu como pessoa física, referente aos serviços

de produtor executivo, totalizando o montante de R$

18.155,50.

k) - A Srª. Deusdedit Alexandre da Silva,

credora do projeto em tela, através das notas fiscais nº.

0012 e nº. 0013, é funcionária desde 2002 da empresa

Eventos Produções Cultural Ltda., cujo sócio é o

empreendedor do projeto em tela (Sr. Rogério Robalinho),

conforme Ofício nº. 401/2009/SEINT/SRTE-PE do Ministério do

Trabalho e Emprego (fls. 3.990-3.992). Como visto

anteriormente, o Laudo Grafoscópico do IC/PE concluiu que

Page 92: Projetos irregulares no Sic PE

92

as referidas notas fiscais, incluídas na tabela do Anexo A,

apresentam a mesma grafia de notas fiscais de credores

diferentes.

l) Além disso, a Srª. Deusdedit Alexandre da

Silva também é empreendedora do Projeto Cultural nº.

0570/99-“Cultura Pop - Mostras e Oficinas”, cuja captação

foi de R$ 144.875,38 (fls. 343). Este Tribunal solicitou

essa prestação de contas, contudo a SEFAZ informou que a

referida prestação de contas encontrava-se com Processo

Administrativo em andamento no Ministério Público do

Estado, conforme termos do Ofício nº. 037/2007 (fls. 361).

Com relação a este projeto, entendo que parte dos

argumentos da defesa podem ser aceitos, posto que a uma, de

fato, depois de passados mais de dez anos, torna-se

inviável tentar se buscar cópias de bilhetes aéreos; a

duas, por que já me manifestei anteriormente que a

apresentação do extrato bancário incompleto nestes projetos

é falha formal.

ANEXO XXVI

PROJETO Nº.: 875/00 – “ Campanha Cultural de Prevenção à

AIDS”

EMPREENDEDOR: Rogério Bezerra Robalinho de Oliveira

Cavalcanti

A equipe de auditoria apontou as seguintes irregularidades para este projeto:

ITEM IRREGULARIDADE LEGISLAÇÃO INFRINGIDA VALOR

(R$)

2.1 Despesas realizadas

fora do período de

aplicação

Incisos III e VI da

Portaria Conjunta

SECULT/SEFAZ nº.

003/2000, e o inciso VI

do Termo de Compromisso

28.190,28

2.2 Notas fiscais de

empresas diferentes

preenchidas pela

mesma pessoa

Art. 12, §10, da Lei

Estadual nº. 11.005/93

c/c o art. 25 do

Decreto Estadual nº.

19.156/96 e artigos

9.º, 17 e 21 do Decreto

Municipal nº. 15.950/92

50.450,00

Page 93: Projetos irregulares no Sic PE

93

ITEM IRREGULARIDADE LEGISLAÇÃO INFRINGIDA VALOR

(R$)

2.3 Ausência de

procuração

representando os

artistas

Arts. 146, 152 e 153,

da Lei Estadual nº.

7.741/78 c/c o art. 23

do Decreto Estadual nº.

19.156/96 e Portaria do

Ministério do Trabalho

nº. 3.347, de

30/09/1986

16.000,00

VALOR TOTAL (R$) 94.640,28

Cumpre destacar que o interessado, Sr. Rogério

Bezerra Robalinho de Oliveira Cavalcanti apresentou defesa

única para os projetos relativos aos anexos XXV – 361/01 –

III Feira Internacional do Livro de Pernambuco, XXVI –

875/00 – Campanha Cultural de Prevenção da AIDS, XXVII –

562/99 – Pé no Rock e XXVIII – 569/99 Festival de Inverno

de Garanhuns, por meio de advogado, às fls. 10.646/ 10654,

conforme relatei no projeto cultural descrito no Anexo XXV.

Deste modo, entendo que o Ministério Público de

Contas já enfrentou as preliminares suscitadas pelo

defendente. Quanto ao mérito, entendo que são frágeis os

argumentos expostos pela defesa. Chego a esta conclusão,

com base nas seguintes constatações feitas pela auditoria,

as quais passo a transcrever

a) No projeto cultural nº. 875/00 – “Campanha

Cultural de Prevenção à AIDS”, que tem como objetivo (fls.

4.001): “Realizar uma campanha de prevenção à AIDS, através

de eventos e shows musicais ao ar livre e gratuitos

direcionados aos jovens, estudantes e adolescentes em

geral, dentro de uma campanha de mobilização social e

cultural (...)”.

b) O montante captado para o projeto cultural

em epígrafe foi de R$ 101.500,00. Encontra-se às fls. 4.138

o Atestado de Execução emitido para o projeto cultural sob

comento, concedido pela Comissão Deliberativa do Sistema de

Incentivo à Cultura.

c) O prazo de execução aprovado no projeto em

análise foi de 03/01/2000 a 09/09/2000, posteriormente este

prazo foi prorrogado até 31/12/2000 Entretanto, foi

constatada a realização de despesas no valor de R$

28.190,28 as quais foram realizadas depois desse último

prazo ( no mês de janeiro de 2001).

d) Foi constatado, por meio de laudo do

Instituto de Criminalista, que houve, na comprovação de

despesas, notas fiscais de empresas distintas emitidas pela

mesma pessoa.

Page 94: Projetos irregulares no Sic PE

94

Cumpre destacar que, conforme já me manifestei

anteriormente que a Ausência de procuração representando os

artistas nestes projetos é falha formal.

ANEXO XXVII

PROJETO Nº.: 562/99 – “Pé no Rock”

EMPREENDEDOR: Eventos Produções Culturais Ltda.

(Rogério Bezerra Robalinho de Oliveira

Cavalcanti)

A equipe de auditoria apontou as seguintes irregularidades para este projeto:

ITEM IRREGULARIDADE LEGISLAÇÃO INFRINGIDA VALOR

(R$)

2.1 Ausência dos

bilhetes de

passagem aérea

Art. 173, inciso II, da Lei

Estadual nº. 7.741/78 c/c o

art. 85, inciso XV, do

Decreto Estadual nº.

14.876/91

4.306,80

2.2 Ausência de

procuração

representando os

artistas

Arts. 146, 152 e 153, da

Lei Estadual nº. 7.741/78

c/c o art. 23 do Decreto

Estadual nº. 19.156/96 e

Portaria do Ministério do

Trabalho nº. 3.347/86

61.295,28

VALOR TOTAL (R$) 65.602,08

O interessado, Sr. Rogério Bezerra Robalinho de

Oliveira Cavalcanti apresentou defesa única para os

projetos relativos aos anexos XXV – 361/01 – III Feira

Internacional do Livro de Pernambuco, XXVI – 875/00 –

Campanha Cultural de Prevenção da AIDS, XXVII – 562/99 – Pé

no Rock e XXVIII – 569/99 Festival de Inverno de Garanhuns,

por meio de advogado, às fls. 10.646/ 10654, conforme

relatei no projeto cultural descrito no Anexo XXV.

Com relação a este projeto, entendo que os

argumentos da defesa podem ser aceitos, posto que, a uma,

de fato, depois de passados mais de dez anos, torna-se

inviável tentar se buscar cópias de bilhetes aéreos; a

duas, porque já me manifestei anteriormente que a ausência

de procuração dos artistas nestes projetos é falha formal.

Isso posto,

ANEXO XXVIII

Page 95: Projetos irregulares no Sic PE

95

PROJETO Nº.: 569/99 – “Festival de Inverno de Garanhuns”

EMPREENDEDOR: Eventos Produções Culturais

(Rogério Bezerra Robalinho de Oliveira

Cavalcanti)

A equipe de auditoria apontou as seguintes irregularidades para este projeto:

ITEM IRREGULARIDADE LEGISLAÇÃO INFRINGIDA VALOR

(R$)

2.1 Despesa

comprovada com

nota fiscal

falsa

Art. 12, §10, da Lei Estadual

nº. 11.005/93 c/c o art. 25

do Decreto Estadual nº.

19.156/96

14.000,00

2.2 Ausência dos

bilhetes de

passagem aérea

Art. 173, inciso II, da Lei

Estadual nº. 7.741/78 c/c o

art. 85, inciso XV, do

Decreto Estadual nº.

14.876/91

10.728,35

2.3 Ausência de

procuração

representando

os artistas

Arts. 146, 152 e 153 da Lei

Estadual nº. 7.741/78 c/c o

art. 23 do Decreto Estadual

nº. 19.156/96 e a Portaria do

Ministério do Trabalho nº.

3.347, de 30/09/1986

46.293,56

VALOR TOTAL (R$) 71.021,91

O interessado, Sr. Rogério Bezerra Robalinho de

Oliveira Cavalcanti apresentou defesa única para os

projetos relativos aos anexos XXV – 361/01 – III Feira

Internacional do Livro de Pernambuco, XXVI – 875/00 –

Campanha Cultural de Prevenção da AIDS, XXVII – 562/99 – Pé

no Rock e XXVIII – 569/99 Festival de Inverno de Garanhuns,

por meio de advogado, às fls. 10.646/ 10654, conforme

relatei no projeto cultural descrito no Anexo XXV.

Com relação este projeto, foi constatada pela

auditoria irregularidade de natureza grave, qual seja a

comprovação de despesas com nota fiscal falsa, posto que,

de acordo com um Parecer Fiscal elaborado pela Secretaria

de Finanças da Prefeitura de Paulista (fls.4.503), a

empresa MR produções Artísticas LTDA tinha autorização de

número 102528/99 para a confecção do talonário com a

numeração de nº. 0001 a 0250, conforme trecho transcrito

abaixo:

(...) “No tocante a Nota Fiscal, observou-se

que a referida empresa tinha autorização de número

102528/99 para a confecção do talonário com a numeração

de nº. 0001 a 0250 e na Nota Fiscal de nº. 0071 em

questão, o número da autorização impressa é 0558/99, não

correspondendo portanto a autorização concedida.”

Page 96: Projetos irregulares no Sic PE

96

O referido Parecer Fiscal foi emitido a partir da

análise da nota fiscal nº. 0071 da MR Produções Artísticas

Ltda., integrante da prestação de contas do projeto

cultural nº. 289/98, autuado no Processo TCE-PE nº.

0400657-4. O documento certifica, portanto, a inexistência

da autorização para impressão de documento fiscal (AIDF)

sob o nº. 0558/99 para a empresa MR Produções Artísticas

Ltda..

Assim sendo, como o número falso da AIDF (Nº.

0558/99) disposto na nota fiscal nº. 0071 é o mesmo

constante na nota fiscal nº. 0034 da MR Produções

Artísticas Ltda., apresentada na prestação de contas em

comento (fls. 4.411), infere-se que esta também seja falsa

pelo motivo exposto. Para demonstrar as informações

dispostas no rodapé das referidas notas, será feita, a

seguir, a exposição das notas fiscais nº. 0071 e nº. 0034:

Ressalte-se que este Tribunal no Processo TCE-PE

nº. 0400347-0, em situação análoga, julgou irregulares as

contas de um projeto cultural, em função da existência de

despesa comprovada com nota fiscal falsa, conforme Decisão

TC nº. 1.661/06.

Diante do exposto, o montante de R$ 14.000,00,

comprovado através da nota fiscal nº. 0034 da MR Produções

Artísticas Ltda., é passível de devolução aos cofres

públicos, além de aplicação de multa prevista no art. 12,

§10, da Lei Estadual nº. 11.005/93 c/c o art. 25 do Decreto

Estadual nº. 19.156/96.

Com relação a este projeto, entendo que parte dos

argumentos da defesa podem ser aceitos, posto que a uma, de

fato, depois de passados mais de dez anos, torna-se

inviável tentar se buscar cópias de bilhetes aéreos; a

duas, por que já me manifestei anteriormente que a Ausência

de procuração representando os artistas nestes projetos é

falha formal.

ANEXO XXIX

PROJETO Nº.: 81/98 - “Centro de Documentação: Organização

do Arquivo Gilberto Freyre de Documentos

Textuais”

EMPREENDEDOR: Fundação Gilberto Freyre (Sonia Maria Freyre

Pimentel)

A equipe de auditoria apontou as seguintes irregularidades para este projeto:

ITEM IRREGULARIDADE LEGISLAÇÃO INFRINGIDA VALOR

(R$)

Page 97: Projetos irregulares no Sic PE

97

ITEM IRREGULARIDADE LEGISLAÇÃO INFRINGIDA VALOR

(R$)

2.1.1 Despesas não

previstas no

projeto

aprovado

Art. 12, §10, da Lei

Estadual nº. 11.005/93 e o

art. 25 do Decreto

Estadual nº. 19.156/96 e

item f do Termo de

Compromisso

15.189,37

2.1.2 Despesas não

previstas com

pagamentos de

Contribuições

Previdenciárias

Art. 12, §10, da Lei

Estadual nº. 11.005/93 e o

art. 25 do Decreto

Estadual nº. 19.156/96 e

item f do Termo de

Compromisso

40.000,00

2.2 Ausência de

notas fiscais

Art. 173, inciso II, da

Lei Estadual nº. 7.741/78

c/c o art. 23 do Decreto

Estadual nº. 19.156/96

44.474,68

VALOR TOTAL (R$) 99.664,05

A interessada, Sra. Sônia Maria Freyre Pimentel

apresentou defesa única de fls. 11170 a 11178 em relação

aos três projetos culturais que estavam em nome da Fundação

Gilberto Freyre,quais sejam 081/98 – Centro de

Documentação: Organização do Arquivo Gilberto Freyre de

Documentos Textuais, cujas irregularidade estão no anexo

XXIX, 90/98 - Centro de Documentação: Informatização do

Arquivo Gilberto Freyre de Documentos Textuais, cujas

irregularidade estão no anexo XXX e 91/98 - Centro de

Documentação: Informatização do Arquivo Gilberto Freyre de

Documentos Textuais, cujas irregularidade estão no anexo

XXXI alegando em síntese:

a) Na época a Fundação era presidida pela Sra.

Maria Magdalena Guedes Pereira de Mello Freyre que designou

uma comissão organizadora das atividade que seriam

desenvolvidas, composta por Edson Nery da Fonseca, Marcos

Vinícius Vilaça, Odilon Ribeiro Coutinho, Adriano Moreira e

Maria do Carmo Tavares de Miranda, os quais estariam sob a

presidência do primeiro;

b) O projeto inicialmente era um só, porém,

por orientação da FUNDARPE foi dividido em 03, sendo todos

eles aprovados pela Controladoria Geral do Estado e pela

Comissão do FUNCULTURA;

c) Passados mais de dez anos da aprovação dos

projetos, entende a defesa que houve a prescrição, razão

pela qual deveria este processo ser arquivado;

d) Requerem os interessados a intimação da

Secretaria da Fazenda para oferecer suas razões tendo em

Page 98: Projetos irregulares no Sic PE

98

vista que os referidos projetos foram aprovados por

auditores daquele órgão.

e) Quanto ao mérito, os projetos foram

realizados. Não se questiona o fato das despesas não terem

sido realizadas;

f) Se não houve desvio de finalidade, é

incabível a devolução aos cofres públicos.

g) Com relação à ausência de notas fiscais de

recibos,a defesa alega que todos os pagamentos foram

efetuados entre os anos de 1999 e de 2000, tendo as

aprovações realizadas pela Secretaria da Fazenda em 2001.

Logo em face ao longo decurso de prazo,a fundação não tem

elementos para aquilatar se estes documentos foram

apresentados e extraviados em sua tramitação ou não foram

apresentados, não podendo a mesma ser responsabilizada por

tal conduta.

Em relação ao projeto 081/98 a equipe de

auditoria constatou os seguintes fatos:

a) Verificou-se o pagamento de despesas, a seguir

relacionadas, que não estão previstas no orçamento do

projeto (fls. 4.519). Assim, o valor de R$ 15.189,37 é

passível de devolução aos cofres públicos, além de

aplicação de multa, conforme dispõe o art. 12, §10, da Lei

Estadual nº. 11.005/93 e o art. 25 do Decreto Estadual nº.

19.156/96.

Documento Data de

Emissão Credor

Serviço

Prestado

Folha

s

Valor

(R$)

Recibo 10/06/9

9

Gilberto

de Mello

Freyre

Neto

Gestão

administrativ

a do projeto

de jan/mar de

99

4.542 3.000,00

Recibo 02/07/9

9

Gilberto

de Mello

Freyre

Neto

Gestão

administrativ

a do projeto

de abril/mai

de 99

4.543 900,00

Recibo 26/07/9

9

Gilberto

de Mello

Freyre

Neto

Gestão

administrativ

a do projeto

de jun/jul de

99

4.551 1.800,00

Recibo 02/09/9

9

Gilberto

de Mello

Freyre

Neto

Gestão

administrativ

a do projeto

de agosto de

99

4.556 900,00

Page 99: Projetos irregulares no Sic PE

99

Documento Data de

Emissão Credor

Serviço

Prestado

Folha

s

Valor

(R$)

Recibo 13/09/9

9

Mônica

Rejane de

Lira C.

Torres

Bolsa de

estágio

extracurricul

ar (parc.1/6)

4.561 500,00

Recibo 05/10/9

9

Gilberto

de Mello

Freyre

Neto

Gestão

administrativ

a do projeto

4.568 900,00

Comprovant

e

de pagtº.

05/10/9

9

ESTEC –

Escritóri

o Técnico

Contábil

Honorários

contábeis

referente a

setembro/99

4.569 288,00

Recibo 15/10/9

9

Mônica

Rejane de

Lira C.

Torres

Bolsa de

estágio

extracurricul

ar (parc.2/6)

4.571 500,00

Recibo 05/11/9

9

Mônica

Rejane de

Lira C.

Torres

Bolsa de

estágio

extracurricul

ar

4.585 500,00

Recibo 16/11/9

9

Gilberto

de Mello

Freyre

Neto

Gestão

administrativ

a do projeto

4.586 900,00

Recibo 06/12/9

9

Mônica

Rejane de

Lira C.

Torres

Bolsa de

estágio

extracurricul

ar

4.587 500,00

Recibo 03/01/0

0

Mônica

Rejane de

Lira C.

Torres

Bolsa de

estágio

extracurricul

ar

4.588 500,00

Recibo 02/02/0

0

Mônica

Rejane de

Lira C.

Torres

Bolsa de

estágio

extracurricul

ar

4.594 500,00

Recibo 15/05/0

0

Renato

Teixeira

da

Conceição

Bolsa de

estágio

extracurricul

ar

4.682 210,00

Recibo 15/05/0

0

José

Durval

Pacheco

Tavares

Júnior

Bolsa de

estágio

extracurricul

ar

4.683 300,00

Recibo 02/05/0

0

Patrícia

Kneip de

Serviços

referentes ao

mês de maio

4.684 588,59

Page 100: Projetos irregulares no Sic PE

100

Documento Data de

Emissão Credor

Serviço

Prestado

Folha

s

Valor

(R$)

Recibo 07/06/0

0

Gilberto

de Mello

Freyre

Neto

Gestão

administrativ

a do projeto

4.685 900,00

Recibo 29/06/0

0

Germana

Kaercher

Serviços

referentes ao

mês de junho

4.686 588,59

Recibo 08/01/0

1

Gilberto

de Mello

Freyre

Neto

Gestão

administrativ

a do projeto

4.712 914,19

Valor Total (R$) 15.189,3

7

Este Tribunal solicitou ao FUNCULTURA cópia do

orçamento do Projeto nº. 81/98, com o objetivo de verificar

se houve alguma alteração no referido orçamento (fls.

5.178). Em resposta, o FUNCULTURA, através do Ofício DGF

nº. 098/2007, informou que não houve alteração no orçamento

inicial (fls. 5.179). O orçamento do projeto em análise

encontra-se abaixo transcrito (fls. 4.519):

ORÇAMENTO

Para execução do Projeto, são necessários:

I- PESSOAL TÉCNICO E DE APOIO, NECESSÁRIO A EXECUÇÃO DO

PROJETO

(Contratação de consultoria (locação de mão de obra

especializada) para implantação, desenvolvimento e

acompanhamento do projeto (20 meses)

Pessoal

Técnico

Locação de

Mão de Obra

Custo

Unitári

o

Mensal

R$

Quant

.

Custo

Total

Mensal

R$

Mese

s

Custo

Total

R$

Coordenador

Documentalist

a

2.500,0

0

1 2.500,0

0

20 50.000,00

Bibliotecário 1.600,0

0

4 6.400,0

0

20 128.000,0

0

Aux. de

Biblioteca

400,00 2 800,00 20 16.000,00

TOTAL R$ 194.000,0

0

Diante do exposto, o empreendedor não observou o

orçamento do projeto, descumprindo, dessa forma, o item f

do Termo de Compromisso (fls. 4.520), o qual o mesmo

comprometeu-se a: “(...) destinar os valores repassados

Page 101: Projetos irregulares no Sic PE

101

exclusivamente para atender às despesas com o projeto

(...)”. Logo, o empreendedor não poderia, unilateralmente,

substituir/modificar itens do orçamento sem a devida

autorização do Sistema de Incentivo à Cultura.

A Fundação Gilberto Freyre também foi

empreendedora dos projetos culturais nº. 90/98 - “Centro de

Documentação: Informatização do Arquivo Gilberto Freyre de

Documentos Textuais” e nº. 91/98 -“Centro de Documentação:

Divulgação do Arquivo Gilberto Freyre de Documentos

Textuais”, captando os valores de R$ 196.420,00 e R$

136.992,00, respectivamente, junto ao Sistema de Incentivo

à Cultura-SIC. Os objetivos destes projetos são

complementares, ou seja, propõem-se a organizar,

informatizar e divulgar o arquivo Gilberto Freyre de

Documentos Textuais. Foram analisadas as prestações de

contas dos projetos supramencionados e também foram

detectados pagamentos de despesas não previstas nos

projetos aprovados, conforme anexos XXX e XXXI deste mesmo

Relatório de Auditoria.

Ressalte-se que este Tribunal no Processo TCE-PE

nº. 0400144-8, em situação análoga, julgou irregulares as

contas de um projeto cultural, em função da realização de

despesas não previstas no orçamento do projeto, conforme

Decisão TC nº. 0988/07.

Com relação ao pagamento das despesas não

previstas com pagamentos de Contribuições Previdenciárias,

foi constatado que houve pagamentos de Contribuições

Previdenciárias ao Instituto Nacional do Seguro Social -

INSS que, além de não previstos no orçamento do projeto,

são referentes a períodos anteriores à aprovação do projeto

em análise. O prazo de execução aprovado no projeto em tela

foi de 01/05/1998 a 01/01/2000 (fls. 4.519). Entretanto,

muitas das despesas relacionadas a seguir foram realizadas

antes da aprovação do projeto, que ocorreu em 13/05/98

(publicação no DOE em 16/05/98 - fls. 4.522).

Não foi informado nos autos o fato gerador desses

pagamentos ao INSS. A Fundação Gilberto Freyre informou à

Secretária da Fazenda, em 02/03/2001, que: “(...) O INSS

dos autônomos foi recolhido com recursos de outras contas

(...)”, conforme documento às fls. 4.655. No entanto,

verificou-se que houve pagamento ao INSS realizado através

da conta bancária do projeto em análise, mediante o cheque

nº. 560029, no valor de R$ 40.000,00, conforme relação de

pagamentos e extrato bancário (fls. 4.525 e 4.531).

Ressalte-se que, do total pago ao INSS (R$

40.253,70), 37% correspondem ao pagamento de multa e juros

(R$ 14.981,00) referentes ao atraso no pagamento de dívidas

da Fundação Gilberto Freyre junto ao INSS. Grande parte

dessas dívidas é de competência de exercícios anteriores à

do projeto, sem nenhuma relação com o projeto aprovado.

Page 102: Projetos irregulares no Sic PE

102

Por fim, destaca a auditoria que não foram

apresentadas as notas fiscais referentes aos serviços

prestados pelas empresas INFOCO e ESTEC relativos a

honorários, no montante de R$ 44.474,68.

Considero como graves as irregularidades apontas

pela auditoria, não tendo a defesa apresentado argumentos

suficientes para elidir as mesmas.

ANEXO XXX

PROJETO Nº.: 90/98 - “Centro de Documentação: Informatização

do Arquivo Gilberto Freyre de Documentos

Textuais”

EMPREENDEDOR: Fernando Alfredo Guedes Pereira de Mello Freyre

A equipe de auditoria apontou as seguintes irregularidades para este projeto:

ITEM IRREGULARIDADE LEGISLAÇÃO INFRINGIDA VALOR

(R$)

2.1.1 Despesas não previstas

no projeto aprovado

Art. 12, §10, da Lei

Estadual nº. 11.005/93, o

art. 25 do Decreto Estadual

nº. 19.156/96 e o item f do

Termo de Compromisso

71.815,00

2.1.2 Despesas não previstas

com pagamentos de

contribuições

previdenciárias

Art. 12, §10, da Lei

Estadual nº. 11.005/93, art.

25 do Decreto Estadual nº.

19.156/96 e o item f do

Termo de Compromisso

9.695,08

2.1.3 Despesa não prevista

referente ao contrato

com a Fundação Joaquim

Nabuco

Art. 12, §10, da Lei

Estadual nº. 11.005/93, art.

25 do Decreto Estadual nº.

19.156/96 e o item f do

Termo de Compromisso

11.925,00

2.2 Ausência de autorização

para mudanças no

orçamento do projeto

Art. 12, §10, da Lei

Estadual nº. 11.005/93, art.

25 do Decreto Estadual nº.

19.156/96 e o item f do

Termo de Compromisso

-

2.3 Ausência de recibos de

pagamento

Art. 173, inciso III, da Lei

Estadual nº. 7.741/78 c/c o

art. 23 do Decreto Estadual

nº. 19.156/96

-

VALOR TOTAL (R$) 93.435,08

Consta nos autos a informação de que o

empreendedor deste Projeto foi Fernando Alfredo Guedes

Pereira de Mello Freyre, o qual faleceu em abril de 2005.

A Sra. Sônia Maria Freyre Pimentel apresentou defesa única

Page 103: Projetos irregulares no Sic PE

103

de fls. 11170 a 11178 em relação aos três projetos

culturais que estavam em nome da Fundação Gilberto

Freyre,quais sejam 081/98 – Centro de Documentação:

Organização do Arquivo Gilberto Freyre de Documentos

Textuais, cujas irregularidades estão no anexo XXIX, 90/98

- Centro de Documentação: Informatização do Arquivo

Gilberto Freyre de Documentos Textuais, cujas

irregularidade estão no anexo XXX e 91/98 - Centro de

Documentação: Informatização do Arquivo Gilberto Freyre de

Documentos Textuais, cujas irregularidades estão no anexo

XXXI, tendo os argumentos apresentados pela defesa já sido

expostos no anexo XXIX.

Em relação ao projeto 090/98, a equipe de

auditoria constatou os seguintes fatos:

a) Verificaram-se pagamentos de despesas, não

previstas no orçamento do projeto (fls. 4.754-4.758). no

valor de R$ 71.815,00;

b) Verificaram-se, ainda, pagamentos de

Contribuições Previdenciárias ao Instituto Nacional do

Seguro Social - INSS que, além de não previstos no

orçamento do projeto, são referentes a períodos anteriores

à aprovação do projeto em análise. Saliente-se que do total

pago ao INSS (R$ 9.695,08), 40% correspondem ao pagamento

de multa e juros (R$ 3.894,48) referentes ao atraso no

pagamento de dívidas da Fundação Gilberto Freyre junto ao

INSS. Grande parte dessas dívidas é de competência de

exercícios anteriores à do projeto, sem nenhuma relação com

o projeto aprovado.

c) Verificou-se o pagamento de R$ 11.925,00,

referente ao contrato firmado entre a empreendedora, a

Fundação Gilberto Freyre e a Fundação Joaquim Nabuco (fls.

4.873-4.876). O objeto desse contrato foi: “(...) a

produção de dois vídeos, Bem Vindos ao Solar de Apipucos e

Seletas Gilbertianas, voltados para o pensamento e a obra

do escritor Gilberto Freyre”. O referido pagamento é

passível de devolução aos cofres públicos por não estar

previsto no projeto cultural em análise, bem como por

incorporar bens permanentes ao patrimônio da Fundação

Joaquim Nabuco, conforme cláusula terceira do referido

contrato (fls. 4.874).

d) Não foram apresentados, na prestação de

contas, documentos que atestem o pagamento de serviços às

empresas Brás e Figueiredo Ltda. e Vidgo Ltda. Foram

apresentados comprovantes que atestam os mesmos serviços,

mas prestados por outra empresa e prestador de serviço.

e) Não foram apresentados os recibos referentes

às notas fiscais relacionadas no anexo XXXI.

Page 104: Projetos irregulares no Sic PE

104

Acato apenas os argumentos relativos a ausência

de recibos, por entender que é falha formal, permanecendo

as demais irregularidades.

ANEXO XXXI

PROJETO N.º: 91/98 -“Centro de Documentação: Divulgação do

Arquivo Gilberto Freyre de Documentos Textuais”

EMPREENDEDOR: Gilberto de Mello Freyre Neto

A equipe de auditoria apontou as seguintes irregularidades para este projeto:

ITEM IRREGULARIDADE LEGISLAÇÃO

INFRINGIDA

VALOR

(R$)

2.1 Pagamento de despesa

não prevista no

orçamento do projeto

Art. 12, §10, da Lei

Estadual nº.

11.005/93 e o art. 25

do Decreto Estadual

nº. 19.156/96

127.739,37

2.2 Ausência de notas

fiscais

Art. 173, inciso II,

da Lei Estadual nº.

7.741/78 c/c o art.

23 do Decreto

Estadual nº.

19.156/96

510,00

2.3 Não utilização de

conta corrente

exclusiva para o

projeto

Art. 21 do Decreto

Estadual nº.

19.156/96

-

VALOR TOTAL (R$) 128.249,37

A Sra. Sônia Maria Freyre Pimentel apresentou

defesa única de fls. 11.170 a 11.178 em relação aos três

projetos culturais que estavam em nome da Fundação Gilberto

Freyre,quais sejam 081/98 – Centro de Documentação:

Organização do Arquivo Gilberto Freyre de Documentos

Textuais, cujas irregularidades estão no anexo XXIX, 90/98

- Centro de Documentação: Informatização do Arquivo

Gilberto Freyre de Documentos Textuais, cujas

irregularidades estão no anexo XXX e 91/98 - Centro de

Documentação: Informatização do Arquivo Gilberto Freyre de

Documentos Textuais, cujas irregularidades estão no anexo

Page 105: Projetos irregulares no Sic PE

105

XXXI, tendo os argumentos apresentados pela defesa já sido

expostos no Anexo XXIX.

Em relação ao projeto 091/98, a equipe de

auditoria constatou os seguintes fatos:

a) Verificaram-se pagamentos de despesas, não

previstas no orçamento do projeto no valor de R$

127.739,37;

b) Não foi apresentada nota fiscal relativa à

despesa no valor de R$ 510,00

c) Não houve a utilização de conta corrente

exclusiva para o projeto;

Entendo que devem ser desconsideradas as

irregularidades relativas à ausência de nota fiscal em face

a imaterialidade do valor envolvido, bem como a ausência de

conta corrente exclusiva para o projeto PR entender que é

falha formal.

ANEXO XXXII

PROJETO Nº.: 99/01 – “Forró Nosso”

EMPREENDEDOR: Rubens José Vaz

A equipe de auditoria apontou as seguintes irregularidades para este projeto:

ITEM IRREGULARIDADE LEGISLAÇÃO

INFRINGIDA

VALOR

(R$)

2.1 Realização do objeto do

projeto em data anterior à

captação de recursos

Inciso I, alínea

e, da Portaria SF

nº. 018/01 e o

art. 19 do Decreto

Estadual nº.

23.050/01

44.853,29

VALOR TOTAL (R$) 44.853,29

Regularmente notificado, o interessado, Sr.

Rubens José Vaz apresentou defesa às fls. 10.553/10.561

alegando em síntese:

a) Consta nos autos atestado de execução do

projeto. Apesar do mesmo conter algumas ressalvas, estas

não comprometeram a sua aprovação, passando o defendente a

justificar as mesmas;

b) Não houve qualquer prejuízo ao erário. O

projeto foi integralmente comprovado.

Com relação a este projeto, entendo que os

argumentos da defesa podem ser aceitos, posto que apesar de

ter havido o descumprimento do inciso I, alínea e, da

Page 106: Projetos irregulares no Sic PE

106

Portaria SF nº. 018/01 e o art. 19 do Decreto Estadual nº.

23.050/01,o projeto foi executado,não havendo inclusive

impugnação das notas fiscais.

ANEXO XXXIII

PROJETO Nº : 303/01 -“Som no Pé do Cipa”

EMPREENDEDOR: André Anderson da Cruz Cavalcanti

A equipe de auditoria apontou as seguintes irregularidades para este projeto:

ITEM IRREGULARIDADE LEGISLAÇÃO

INFRINGIDA

VALOR

(R$)

2.1 Ausência de notas fiscais Art. 173,

inciso II, da

Lei Estadual

nº. 7.741/78

c/c o art. 23

do Decreto

Estadual nº.

19.156/96 e o

inciso II da

Portaria

Conjunta

SECULT/SEFAZ

nº. 003/2000.

9.400,00

2.2 Despesa comprovada com nota

fiscal inidônea

Art. 16, inciso

III e art. 36

do Decreto

Municipal nº.

15.950/92.

1.238,60

VALOR TOTAL (R$) 10.638,60

Regularmente notificado, o interessado, Sr. André

Anderson da Cruz Cavalcanti, apresentou defesa às fls.

10588/ 10594 alegando em síntese:

a) A produção do CD, objeto do projeto, foi

efetivamente executada.

b) Quanto à ausência da nota fiscal, a defesa

alega que o pagamento no valor de R$ 9.400,00 foi

efetivamente realizado à empresa Class Comércio e Serviços

Ltda., tendo o pagamento sido feito em 03 parcelas: a

primeira parcela paga em 07/11/2001, a segunda em

28/11/2001 e a terceira em 16/12/2001, conforme comprovam

os comprovantes de transferências e cheques nominais

carreados nos autos;

c) Na época, era comum se realizar o pagamento

aos fornecedores e só com a quitação era que a nota fiscal

viria. Contudo, o defendente reconhece que na época não

Page 107: Projetos irregulares no Sic PE

107

prestou atenção para a necessidade de efetivamente ter

guardado a referida nota fiscal, o que não invalidaria a

comprovação da despesa já que nos autos constam outros

documentos que comprovam que a mesma ocorreu;

d) Esta corte vem aceitando recibos, conforme

demonstram os julgamentos dos processos TC 0400170-9,

0003466-6 e 0003465-4;

e) Quanto à comprovação realizada por meio de

duas notas fiscais inidôneas no valor de R$ 619,30 cada

uma, pelo fato da AIDF ter sido concedida em data posterior

a data dos serviços descritos na nota, alega que houve erro

nas datas. Ao invés de ter sido lançado 09/10/2001 foi

lançado 03/10/2001.

Com relação a este projeto, entendo que os

argumentos da defesa podem ser aceitos, posto que apesar

de não ter sido apresentada a nota fiscal em relação à

despesa impugnada, os elementos que integram os autos

revelam que a mesma ocorreu. Por sua vez, quanto às notas

fiscais inidôneas, inclino-me a relevá-las em face da

imaterialidade do valor envolvido.

Isso posto,

ANEXO XXXIV

PROJETO N.º: 467/01 – “Mix 2001”

EMPREENDEDOR: R. Marketing Ltda. (Rodrigo Fragoso Moreda)

A equipe de auditoria apontou as seguintes irregularidades para este projeto:

ITEM IRREGULARIDADE LEGISLAÇÃO

INFRINGIDA

VALOR

(R$)

2.1 Ausência de notas fiscais Art. 173, inciso

II, da Lei

Estadual nº

7.741/78 e

inciso II da

Portaria

Conjunta

SECULT/SEFAZ nº.

003/2000

94.840,00

Page 108: Projetos irregulares no Sic PE

108

ITEM IRREGULARIDADE LEGISLAÇÃO

INFRINGIDA

VALOR

(R$)

2.2 Ausência dos bilhetes de

passagem aérea – R$

42.000,00

Art. 173, inciso

II, da Lei

Estadual nº.

7.741/78 e art.

85, inciso XV,

do Decreto

Estadual nº.

14.876/91

*

2.3 Extrato bancário

incompleto

Inciso I, alínea

d, da Portaria

Conjunta

SECULT/SEFAZ nº.

003/00

_

2.4 Não utilização de conta

corrente exclusiva para o

projeto

Art. 21 do

Decreto Estadual

nº. 19.156/96 e

o inciso I,

alínea d, da

Portaria

Conjunta

SECULT/SEFAZ nº.

003/2000

_

VALOR TOTAL (R$) 94.840,00

O empreendedor Rodrigo Fragoso Moreda foi

notificado por AR, tendo o referido aviso de recebimento

retornado com a informação “mudou-se” (fls. 10294/10295),

razão pela qual foi promovida a notificação pelo DOE – fls.

10297, não tendo o interessado acostado quaisquer

justificativas a este Tribunal até a presente data.

Considero com graves os achados dos técnicos do

TCE, razão pela qual passo a transcrever as seguintes

constatações feitas pela auditoria, quais sejam:

01) Não foram apresentadas as notas fiscais no

montante de R$ 94.840,00;

02) Verificou-se que não foram anexados os

bilhetes de passagens aéreas à prestação de conta do

projeto em comento;

03) Os extratos bancários da conta corrente do

projeto juntados à prestação de contas não incluem todo o

período de execução do projeto;

04) O empreendedor apresentou os extratos

bancários referentes ao projeto (fls. 5.681-5.684) e, da

análise destes extratos, verificou-se que a conta corrente

do projeto não foi utilizada da forma como estabelece a

legislação, posto que, tal conta corrente, não teve

movimentação exclusiva com os recursos do projeto, uma vez

Page 109: Projetos irregulares no Sic PE

109

que foram realizados débitos e créditos que não constam no

demonstrativo de receitas e despesas do projeto (fls.

5.676-5.680).

Com relação a este projeto, entendo que parte dos

argumentos da defesa podem ser aceitos, posto que a uma, de

fato, depois de passados mais de dez anos, torna-se

inviável tentar se buscar cópias de bilhetes aéreos; a

duas, por que já me manifestei anteriormente que a ausência

de extrato bancário completo e a não utilização de conta

corrente exclusiva para o projeto nestes projetos são

falhas formais.

ANEXO XXXV

PROJETO Nº.: 211/98 – “IV Encontro de Cantadores do

Nordeste”

EMPREENDEDOR: Roberval Medeiros Pena Produções Artísticas

A equipe de auditoria apontou as seguintes irregularidades para este projeto:

ITEM IRREGULARIDADE LEGISLAÇÃO

INFRINGIDA

VALOR

(R$)

2.1 Valor pago superior

ao previsto no

orçamento do projeto

Art. 12, §10, da Lei

Estadual nº.

11.005/93 e o art.

25 do Decreto

Estadual nº.

19.156/96.

1.000,00

2.2 Despesas não

comprovadas

Art. 12, §10, da Lei

Estadual nº.

11.005/93 e o art.

25 do Decreto

Estadual nº.

19.156/96.

3.000,00

2.3 Ausência de notas

fiscais

Art. 173, inciso II,

da Lei Estadual nº.

7.741/78 c/c o art.

23 do Decreto

Estadual nº.

19.156/96

2.000,00

2.4 Ausência de recibos

de pagamento

Art. 173, inciso

III, da Lei Estadual

nº. 7.741/78 c/c o

art. 23 do Decreto

Estadual nº.

19.156/96

-

Page 110: Projetos irregulares no Sic PE

110

ITEM IRREGULARIDADE LEGISLAÇÃO

INFRINGIDA

VALOR

(R$)

2.5 Ausência de extrato

bancário

Art. 21 do Decreto

Estadual nº.

19.156/96

-

VALOR TOTAL (R$) 6.000,00

Regularmente notificado, o interessado, Sr.

Roberval Medeiros Pena apresentou defesa às fls. 10339/

10342 alegando em síntese:

a) Em relação ao valor pago superior ao

previsto no orçamento, alega a defesa que foram, de fato,

feitos alguns remanejamentos, porém o total do projeto não

extrapolou o valor inicialmente previsto;

b) Em relação à despesa não comprovada, a

despesa foi realizada no Bar do Paulo no valor de R$

3.000,00 com a hospedagem dos cantadores que vêm de outros

estados;

c) Com relação à ausência de notas fiscais,

fomos orientados na época ( há 12 anos atrás) a juntar

recibo para comprovar despesas com carro de som e cupom

fiscal no caso da Livraria Modelo.

d) Com relação aos recibos das notas fiscais,

estes deveriam ter sido exigidos há 12 anos atrás.

Atualmente,não temos mais como obtê-los.

e) Com relação à ausência de extrato bancário,

este não foi exigido quando da apresentação da prestação de

contas.

Com relação a este projeto, entendo que os

argumentos da defesa podem ser aceitos. A própria auditoria

reconhece que para irregularidade relativa a despesas não

comprovadas no valor de R$ 3.000,00 foi juntada nota do Bar

do Paulo, onde consta na base de dados do Serviço Federal

de Processamento de Dados - SERPRO que a atividade deste

estabelecimento é “Restaurante e similares”, conforme

documento às fls. 5.847. Não há portanto, elementos para

impugnar esta despesa.

ANEXO XXXVI

PROJETO Nº.: 540/99 – “AUTO DAS PORTAS DO CÉU”

EMPREENDEDOR: Ronaldo Correia de Brito

A equipe de auditoria apontou as seguintes irregularidades para este projeto:

ITEM IRREGULARIDADE LEGISLAÇÃO

INFRINGIDA VALOR (R$)

Page 111: Projetos irregulares no Sic PE

111

ITEM IRREGULARIDADE LEGISLAÇÃO

INFRINGIDA VALOR (R$)

2.1

Pagamento de despesa

não prevista no

orçamento do projeto

Art. 12, §10, da

Lei Estadual nº.

11.005/93 e o art.

25 do Decreto

Estadual nº.

19.156/96.

9.189,31

2.2

Valor pago superior

ao previsto no

orçamento do projeto

Art. 12, §10, da

Lei Estadual nº.

11.005/93 e o art.

25 do Decreto

Estadual nº.

19.156/96.

5.431,18

VALOR TOTAL (R$) 14.620,49

Regularmente notificado, o interessado, Sr.

Ronaldo Correia de Brito apresentou defesa às fls. 10562/

10568 alegando em síntese:

a) Segundo a equipe de auditoria, o montante

captado para projeto cultural em epígrafe foi de R$

156.000,00 (fls. 342).Todavia, equivocou-se a equipe posto

que o valor efetivamente captado foi de R$ 166.760,00 (

fls. 10574)

b) Sempre que houve mudança no projeto o

interessado comunicou o fato a FUNDARPE;

c) As prestações de contas foram aprovadas pela

SEFAZ e pelo FUNDARPE. Logo, não pode o defendente ser

responsabilizado por fatos ocorridos há mais de 11 anos da

data em que o projeto se realizou.

Com relação a este projeto, entendo que os

argumentos da defesa podem ser aceitos. Se o valor captado

foi maior que o informado pela auditoria, não houve despesa

realizada acima do previsto. E sendo este valor maior, é de

se admitir que houve o remanejamento de despesas. Logo, não

há portanto, elementos para impugnar estas despesas.

ANEXO XXXVII

PROJETO Nº.: 84/98 – “Centro Comunitário de Arte”

EMPREENDEDOR: Movimento Pró-Criança/Arquidiocese de Olinda

e Recife

(Moacyr da Costa Pinto)

A equipe de auditoria apontou as seguintes irregularidades para este projeto:

ITEM IRREGULARIDADE LEGISLAÇÃO INFRINGIDA VALOR

(R$)

Page 112: Projetos irregulares no Sic PE

112

ITEM IRREGULARIDADE LEGISLAÇÃO INFRINGIDA VALOR

(R$)

2.1

Ausência do atesto

de execução

Art. 31, inciso I, do

Decreto Estadual nº.

19.156/96

198.666,91

2.2

Pagamento de

despesa não

prevista no

orçamento do

projeto R$

15.723,99

Art. 173, inciso II, da

Lei Estadual nº.

7.741/78

2.3

Despesas não

comprovadas R$

58.006,12

Art. 12, §10, da Lei

Estadual nº. 11.005/93

e o art. 25 do Decreto

Estadual nº. 19.156/96

2.4

Ausência de notas

fiscais R$ 664,24

Art. 173, inciso II, da

Lei Estadual nº.

7.741/78

VALOR TOTAL (R$) 198.666,91

Regularmente notificado, o Movimento Pró-

Criança/Arquidiocese de Olinda e Recife, representado por

seu atual Diretor Presidente, Sr. Sebastião de Araújo

Barreto Campelo por meio de advogado, apresentou defesa às

fls. 10.663/ 10674 alegando em síntese:

a) Nos termos do artigo 37 da Lei 9430

combinado com o artigo 173 do Código Tributário Nacional

teria ocorrido a prescrição tendo em vista que os fatos

ocorreram hà mais de 11 anos.

b) Com relação à ausência do atestado de

execução, a defesa anexa o referido atestado nas fls.

10676;

c) O projeto cultural nº. 84/98 - “Centro

Comunitário de Arte”, teve como objeto “a manutenção do

projeto já implantado do Centro Comunitário de Arte, do

Movimento Pró-Criança, que contou com os incentivos da Lei

de Incentivo à Cultura do Estado de Pernambuco. Pretendia-

se manter e ampliar o número de turmas de aprendizado

artístico e implantar turmas de nível artístico elevado,

com os mais dotados, de modo a realizar trabalhos

artísticos a nível profissional, nas áreas de dança, música

e artes plásticas.

d) As despesas impugnadas pela auditoria no

montante de R$ 15.723,99, consideradas como não previstas

no projeto são as relativas a: aquisição de veículo gol,

serviços de marcenaria e pedreiro, contas telefônica e de

água, serviço mecânico combustível, etc. Ora, o valor total

do projeto era de R$ 243.371,56, sendo R$ 199.000,00

captados por meio de incentivo e R$ 44.371,71 com recursos

Page 113: Projetos irregulares no Sic PE

113

próprios. Logo, não há irregularidade se for considerado

que o montante impugnado foi realizado com recursos

próprios. Ademais, todas estas despesas guardam relação com

o objeto do projeto.

e) Com relação às despesas não comprovadas,a

defesa faz a juntada de documentos diversos relativos a

comprovação das despesas nas fls. 10679 a 11157;

f) Com relação à ausência de nota fiscal

informa que a despesa foi realizada com duas empresas :

Trem Ltda no valor de R$ 30,00 e Rv Simão ME no valor de R$

634,25, onde esta última por ser microempresa não emite

nota fiscal.

Com relação a este projeto, entendo que os

argumentos da defesa podem ser aceitos, posto que as

despesas estão comprovadas. Por sua vez, quanto à ausência

de nota fiscal, inclino-me a relevá-las em face à

imaterialidade do valor envolvido.

ANEXO XXXVIII

PROJETO Nº.: 762/99 – “Espetáculo INÊS”

EMPREENDEDOR: Versos de Teatro Ltda. (Jorge Clésio da Silva)

A equipe de auditoria apontou as seguintes irregularidades para este projeto:

ITEM IRREGULARIDADE LEGISLAÇÃO INFRINGIDA VALOR

(R$)

2.1

Ausência do

atesto de

execução

Inciso I, art. 31, do

Decreto Estadual nº.

19.156/96

60.000,00

2.2

Pagamento de

despesa não

prevista no

orçamento R$

438,21

Art. 12, §10º, da Lei

Estadual nº. 11.005/93 e o

art. 25 do Decreto

Estadual nº. 19.156/96.

2.3

Ausência de

nota fiscal R$

117,00

Art. 173, inciso II, da

Lei Estadual nº. 7.741/78.

2.4

Ausência de

recibos de

pagamento

Art. 173, inciso III, da

Lei Estadual nº. 7.741/78

e o inciso II da Portaria

Conjunta SECULT/SEFAZ nº.

003/00

VALOR TOTAL (R$) 6

0.000,00

Page 114: Projetos irregulares no Sic PE

114

Regularmente notificado, o interessado Sr. Jorge

Clésio da Silva manifestou-se solicitando prorrogação do

prazo de defesa (fls. 10655/10656/10657). Solicitou

prorrogação de prazo de defesa pela segunda vez (fls.

11155/11157/11165). Porém, não apresentou defesa até a

presente data.

Considero com graves os achados dos técnicos do

TCE, razão pela qual passo a transcrever as seguintes

constatações feitas pela auditoria, quais sejam:

a) O projeto cultural nº. 762/99 - “Espetáculo

INÊS” teve como objeto “realizar o espetáculo teatral INÊS,

a partir do texto de O Auto de Inês Pereira; Com encenação

de Jorge Clésio e versão literária estabelecida por Cybele

Jácome, Luciana Lyra e Jorge Clésio, sendo um

empreendimento cultural fomentado por jovens artistas

pernambucanos, integrantes da Companhia Versos de Teatro,

destinado ao público adulto da região metropolitana do

Recife e interior do Estado de Pernambuco”.

b) Verificou-se que o montante captado para o

projeto cultural sob análise foi de R$ 60.000,00 (fls.

346).

c) Não consta nos autos desta prestação de

contas o Atestado de Execução, previsto no art. 31, inciso

I, do Decreto Estadual nº. 19.156/96.

d) Verificou-se o pagamento de despesas no

valor de R$ 438,21, que não estão previstas no orçamento do

projeto (fls. 8.468).

e) Não foi apresentada a nota fiscal referente

ao recibo no valor de R$ 117,00;

f) Não foram apresentados os recibos referentes

a diversas notas fiscais.

Entendo que devem ser relevadas as

irregularidades relativas à ausência de nota fiscal e ao

pagamento de despesa não prevista no orçamento em face a

imaterialidade do valor envolvido. Por sua vez, a ausência

de recibos de pagamento é falha formal.

ANEXO XXXIX

Page 115: Projetos irregulares no Sic PE

115

PROJETO N.º: 919/00 – “Oitava Edição do Abril pro Rock”

EMPREENDEDOR: Sonally Moraes Pires

A equipe de auditoria apontou as seguintes irregularidades para este projeto:

ITEM IRREGULARIDADE LEGISLAÇÃO

INFRINGIDA

VALOR

(R$)

2.1

Ausência dos

bilhetes de

passagem aérea

Art. 173, inciso

II, da Lei

Estadual nº.

7.741/78 e art.

85, inciso XV, do

Decreto Estadual

nº. 14.876/91

38.000,00

2.2

Ausência de

procuração

representando os

artistas

Arts. 146, 152 e

153, da Lei

Estadual nº.

7.741/78

8.000,00

VALOR TOTAL (R$) 46.000,00

Regularmente notificada, a interessada, Sra.

Sonally Moraes Pires apresentou defesa, por meio de

advogado, às fls. 11705/ 11732 e 11802/11812 alegando em

síntese:

a) Preliminar de Prescrição Decenal – O

projeto foi executado em 2000. Portanto, há mais de 10

anos. Neste sentido, estaria prescrito o direito de

cobrança de ressarcimento por danos provocados ao erário.

Junta acórdão do TCU;

b) Preliminar de Cerceamento de Defesa - Alega

a defesa que a mesma foi prejudicada posto que a auditoria

especial foi instaurada em 13 de janeiro de 2006 e a

notificação ao interessado se deu em agosto de 2010, ou

seja, após 4 anos e seis meses. Ademais, como existe

Atestado de Execução do projeto em análise, emitido em

12/06/2008 (fls. 8894), o defendente sentiu-se desobrigado

a guardar os documentos deste projeto.

c) Impossibilidade de devolução ao erário em

face a vedação ao enriquecimento sem causa da administração

– Alega defesa o fato de que, como existe atestado de

execução, determinar a devolução seria promover o

enriquecimento ilícito por parte da administração.

d) Ausência dos bilhetes de passagens – os

bilhetes ficavam com as pessoas que viajavam. A comprovação

de despesa se dava por meio dos comprovantes de pagamento

realizado junto às agências de viagens.

e) Quanto à ausência de procuração dos artistas

– alega a defesa que a regra no país é de uma classe

Page 116: Projetos irregulares no Sic PE

116

artística informal. Além do mais, os artistas realizaram

suas apresentações. Isto não está sendo questionado. Logo,

trata-se de falha formal.

Com relação a este projeto, entendo que os

argumentos da defesa podem ser aceitos, posto que a uma, de

fato, depois de passados mais de dez anos, torna-se

inviável tentar se buscar cópias de bilhetes aéreos; a

duas, porque já me manifestei anteriormente que a ausência

de procuração dos artistas nestes projetos é falha formal.

ANEXO XL

PROJETO Nº.: 202/98 – “Olinda é a Sé”

EMPREENDEDOR: Fundação Apolônio Salles de Desenvolvimento

Educacional - FADURPE (Antônio Faustino

Cavalcanti de Albuquerque Neto)

A equipe de auditoria apontou as seguintes

irregularidades para este projeto:

ITEM IRREGULARIDADE LEGISLAÇÃO

INFRINGIDA

VALOR

(R$)

2.1

Ausência do atesto

de execução

Inciso I, art. 31,

do Decreto

Estadual nº.

19.156/96

51.136,63

2.2

Pagamento de

despesa não

prevista no

orçamento do

projeto no valor de

R$ 750,00

Art. 12, §10º, da

Lei Estadual nº.

11.005/93 e o art.

25 do Decreto

Estadual nº.

19.156/96

VALOR TOTAL (R$) 51.136,63

Regularmente notificado, o interessado, Sr.

Antônio Faustino Cavalcanti de Albuquerque Neto apresentou

defesa às fls. 11646/ 11654 alegando em síntese:

a) Com relação à ausência de atestado de

execução, a defesa apresentou o referido documento às fls.

10649, no qual consta a informação de que o projeto foi

aprovado em 02/09/2010;

b) Com relação ao pagamento de despesa não

prevista no orçamento do projeto no valor de R$ 750,00 a

defesa informa que no orçamento inicial do projeto existe a

rubrica Cachês artísticos, estando as referidas despesas

de acordo com o previsto.

Page 117: Projetos irregulares no Sic PE

117

Com relação a este projeto, entendo que os

argumentos da defesa podem ser aceitos, não havendo

portanto, elementos para impugnar tais despesas.

ANEXO XLI

PROJETO Nº.: 915/00 – “Pata Aqui, Pata Acolá”

EMPREENDEDOR: Oficina 2 Rodrigues (Margarida Rodrigues do

Espírito Santo)

A equipe de auditoria apontou as seguintes irregularidades para este projeto:

ITEM IRREGULARIDADE LEGISLAÇÃO INFRINGIDA VALOR

(R$)

2.1 Despesas realizadas

fora do período de

aplicação

Art. 12, §10, da Lei

Estadual nº. 11.005/93

c/c o art. 25 do Decreto

Estadual nº. 19.156/96

717,46

2.2 Despesa não comprovada Art. 173 da Lei Estadual

nº. 7.741/78 c/c o art.

23 do Decreto Estadual

nº. 19.156/96

1.249,40

2.3 Ausência de notas

fiscais

Art. 173, inciso II, da

Lei Estadual nº.

7.741/78 c/c o art. 23

do Decreto Estadual nº.

19.156/96

356,00

VALOR TOTAL (R$) 2.322,86

Regularmente notificada, a interessada, Sra.

Margarida Rodrigues do Espírito Santo apresentou defesa às

fls. 11208/ 11259 alegando em síntese:

a) Devido ao tempo, muitas notas fiscais

ficaram ilegíveis. Contudo o projeto foi realizado. O

montante captado para o projeto cultural em epígrafe foi de

R$ 107.518,26, tendo sido juntado aos autos o Atestado de

Execução do projeto em análise, emitido em 20/05/2008 (fls.

9.729).

b) Há dez anos atrás o Sistema de Incentivo à

Cultura não tinha os mecanismos de hoje relativos à

orientação ao produtor sobre a prestação de contas. Mesmo

assim, todas as prestações de contas apresentadas pelo

empreendedor foram aprovadas.

c) Em teatro é preciso ensaiar antes do

espetáculo ser apresentado. Logo, de fato houve despesas

realizadas antes da aprovação, as quais foram feitas com os

ensaios;

Page 118: Projetos irregulares no Sic PE

118

Com relação a este projeto, entendo que os

argumentos da defesa podem ser aceitos, posto que no item

despesas não comprovadas a própria auditoria informa que as

despesas encontram-se ilegíveis. E de fato, isto acontece

com a ação do tempo. Deve ser ressaltado que todas as

despesas encontram-se comprovadas por meio de cupom fiscal.

Quanto às demais despesas, observo que as mesmas são de

pequena monta, não sendo capazes de macular a prestação de

contas.

ANEXO XLII

PROJETO Nº.: 558/99 – “IV Festival Nacional de Dança do

Recife”

EMPREENDEDOR: SHIRO Produções Ltda. (Fernanda Ferraz

Goiana Modesto)

A equipe de auditoria apontou as seguintes irregularidades para este projeto:

ITEM IRREGULARIDADE LEGISLAÇÃO INFRINGIDA VALOR

(R$)

2.1 Despesas

comprovadas com

notas fiscais

inidôneas

Art. 16, inciso II c/c

art. 36, do Decreto

Municipal nº.

15.950/92

46.500,00

VALOR TOTAL (R$) 46.500,00

Regularmente notificada, a interessada, Sra.

Fernanda Ferraz Goiana Modesto apresentou defesa às fls.

10508/ 10527 alegando em síntese:

a) No período de 06/07/1999 a 11/07/1999 foi

realizado o IV Festival Nacional de Dança do Recife, tendo

sido contratado para executar os serviços de hospedagem e

alimentação do pessoal envolvido o Hotel São Domingos e o

Hotel Central.

b) De acordo com as informações fornecidas pela

Secretaria de Finanças da Prefeitura da Cidade do Recife,

as notas fiscais emitidas por estes estabelecimentos foram

consideradas como inidôneas, pelo fato de ter sido emitidas

antes da Autorização para Impressão de Documento

Fiscal.Ocorre que o empreendedor não pode ser

responsabilizado pelo fato, uma vez que as despesas foram

efetivamente realizadas. Neste sentido cita jurisprudência

do STJ.

Isso posto,

Page 119: Projetos irregulares no Sic PE

119

Voto pela rejeição das preliminares abaixo

listadas suscitadas pelos demandantes, com fundamento no

parecer do Ministério Público de Contas com as ressalvas

que fiz ao longo do presente voto:

1) Prescrição da dívida ante a Fazenda Estadual

2) Cerceamento do direito de defesa

3) Existência de Atestado de Execução

4) Enriquecimento sem causa

5) Solidariedade das empresas

Quanto ao mérito, voto:

Foram apontadas pela auditoria 23 irregularidades

abaixo listadas:

3.1. Ausência do Atesto de Execução do Projeto

3.2. Ausência de comprovação da realização do objeto do

projeto

3.3. Realização do objeto do projeto em data anterior à

captação de recursos

3.4. Ausência de comprovação de aplicação de recursos

3.5. Pagamento de despesa não prevista no orçamento do

projeto

3.6. Despesas realizadas fora do período de aplicação

3.7. Valor pago superior ao previsto no orçamento do

projeto

3.8. Comprovação da despesa incompatível com o projeto

aprovado

3.9. Despesas não comprovadas

3.10. Ausência de notas fiscais

3.11. Despesas comprovadas com notas fiscais inidôneas

3.12. Comprovação de despesas com notas fiscais falsas

3.13. Notas fiscais de empresas diferentes preenchidas pela

mesma pessoa

3.14. Notas fiscais com datas de emissão fora da ordem

cronológica

3.15. Ausência dos bilhetes de passagem aérea

3.16. Ausência de dados do credor nos recibos

3.17. Ausência de procuração representando os artistas

3.18. Ausência de autorização para mudanças no orçamento do

projeto

3.19. Ausência de recibos de pagamento

3.20. Ausência de extrato bancário

3.21. Extrato bancário incompleto

3.22. Não utilização de conta corrente exclusiva para o

projeto

3.23. Ausência do número do cheque nos recibos

Após cotejar os argumentos apresentados pelas

defesas com as constatações feitas pela equipe de auditoria

para cada projeto, neste voto elaborado em 87 laudas,

considerei que as irregularidades apontadas nos itens 3.15,

3.17, 3.18, 3.19, 3.20, 3.21, 3.22 e 3.23 não seriam

Page 120: Projetos irregulares no Sic PE

120

suficientes para macular as prestações de contas dos

projetos culturais em análise.

Quanto às demais irregularidades, levei em

consideração a existência do atestado de execução, fazendo

a ressalva de que este Tribunal não está vinculado ao

parecer emitido pela Comissão Deliberativa do Sistema de

Incentivo à Cultura, sendo livre para apreciar as provas

constantes nos autos, podendo inclusive ser contrário ao

entendimento ali esposado.

Por sua vez, conforme afirmei nas linhas

pretéritas dado o lapso temporal existente entre a

realização dos projetos e a conclusão dos trabalhos de

auditoria, considerei que para aquele projetos que

inexistiam o referido atestado, os valores imputados pela

auditoria seriam passíveis de devolução, posto que não há a

comprovação nem mesmo por parte do Sistema de Incentivo a

Cultura de que os projetos se realizaram.

Por seu fim, é de bom alvitre destacar que o fato

do projeto ter atestado de execução, não implica na

aprovação do mesmo por está Corte de Contas, em face à

ausência de vinculação ao referido parecer descrita nas

linhas pretéritas. Isto irá depender das provas carreadas

aos autos, razão após fazer o cotejamento supracitado, meu

voto é no seguinte sentido:

a) Projetos considerados regulares, com

ressalvas.

CONSIDERANDO que as falhas apontadas pela

auditoria não são suficientes para macular a prestação de

contas para os projetos culturais, abaixo listados, os

quais são objeto desta análise;

CONSIDERANDO o disposto nos artigos 70 e 71,

inciso II, combinados com o artigo 75 da Constituição

Federal, e no artigo 59, inciso II, da Lei Estadual nº

12.600/04 (Lei Orgânica do Tribunal de Contas do Estado de

Pernambuco),

Julgo REGULARES, COM RESSALVAS, as contas

relativas aos projetos culturais abaixo listados, objeto da

presente auditoria especial, quitando-se em conseqüência,

os responsáveis.

Anexo Projeto Empreendedor

XXVII 562/99 – “Pé no Rock”

Rogério Bezerra Robalinho de

Oliveira Cavalcanti

XXXII 99/01 – “Forró Nosso” Rubens José Vaz

XXXIII

303/01 -“Som no Pé do

Cipa”

André Anderson da Cruz

Cavalcanti

XXXV

211/98 – “IV Encontro de

Cantadores do Nordeste” Roberval Medeiros Pena

XXXVI 540/99 – “Auto das Portas Ronaldo Correia de Brito

Page 121: Projetos irregulares no Sic PE

121

do Céu”

XXXVII

84/98 – “Centro

Comunitário de Arte” Moacyr da Costa Pinto

XXXIX

919/00 – “Oitava Edição do

ABRIL PRO ROCK” Sonally Moraes Pires

XL 202/98 – “Olinda é a Sé”

Antônio Faustino Cavalcanti de

Albuquerque Neto

XLI

915/00 – “Pata Aqui, Pata

Acolá”

Margarida Rodrigues do

Espírito Santo

b) Projetos considerados Irregulares, porém sem

a imputação de débito em face existência de atestado de

execução pela FUNDARPE

CONSIDERANDO a realização do objeto do projeto em

data anterior à captação de recurso – constatada no

relatório de auditoria nos projetos analisados nos Anexos –

II, XVI e XXI;

CONSIDERANDO o pagamento de despesas não

previstas no orçamento do projeto – constatada no Relatório

de Auditoria nos projetos analisados nos Anexos – IX, XIX,

XX, XXIX, XXIX, XXX e XXXI;

CONSIDERANDO a realização de Despesas fora do

período de aplicação – constatada no Relatório de Auditoria

nos projetos analisados nos Anexos – XVI, XXIV, XXV e XXVI;

CONSIDERANDO que foi pago valor superior ao

previsto no orçamento do projeto – constatada no Relatório

de Auditoria nos projetos analisados nos Anexos – IX, XI,

XIV e XXV;

CONSIDERANDO a comprovação de despesas

incompatíveis com o projeto aprovado – constatada no

Relatório de Auditoria nos projetos analisados nos Anexos –

II, XII e XXI;

CONSIDERANDO a ausência de notas fiscais–

constatada no Relatório de Auditoria nos projetos

analisados nos Anexos – XIX,XX,XXIX, XXXIV, XVI, XVII, XXV

e XXXI ;

CONSIDERANDO a comprovação de despesas com notas

fiscais inidôneas– constatada no Relatório de Auditoria nos

projetos analisados nos Anexos – II, XV, XVI, XVII, XXI,

XXII, XXIII, XXIV, XXV e XLII;

CONSIDERANDO a comprovação de despesas com notas

fiscais falsas– constatada no relatório de auditoria nos

projetos analisados nos Anexos – X,XI, XII, XIV, XV,

XVIII,XX, XXII, XXIII e XXVIII;

CONSIDERANDO a comprovação de despesas com notas

fiscais de empresas diferentes preenchidas pela mesma

pessoa– constatada no Relatório de Auditoria nos projetos

analisados nos Anexos – XXII,XXIII, XXIV,XXV,XXVI, IX, X,

XI e XII;

Page 122: Projetos irregulares no Sic PE

122

CONSIDERANDO a comprovação de despesas com notas

fiscais com datas de emissão fora da ordem cronológica–

constatada no Relatório de Auditoria nos projetos

analisados nos Anexos – X, XI, XIII, XIV e XV;

CONSIDERANDO a ausência de dados do credor nos

recibos – constatada no Relatório de Auditoria nos

projetos analisados nos Anexos – XX;

CONSIDERANDO que a Corregedoria Fazendária –

CORREFAZ enviou ao Ministério Público de Pernambuco cópia

da prestação de contas dos projetos culturais analisados no

Relatório de Auditoria nos Anexos – II, e III;

CONSIDERANDO que já foram encaminhadas às

Secretarias de Fazenda as respectivas cópias das notas

fiscais, confirmadas como inidôneas - constatada no

Relatório de Auditoria nos projetos analisados nos projetos

analisados nos Anexos – IX, IX, XI, XII, XIV, XV, XVI, XVII

e XVIII;

CONSIDERANDO os termos do Parecer, do Ministério

Público de Contas, MPCO nº 404/2011;

CONSIDERANDO o disposto nos artigos 70 e 71,

inciso II, combinados com o artigo 75 da Constituição

Federal, e no artigo 59, inciso III, alínea “b”, da Lei

Estadual nº 12.600/04 (Lei Orgânica do Tribunal de Contas

do Estado de Pernambuco),

Julgo IRREGULARES as contas relativas aos

projetos abaixo listados, objeto da presente auditoria

especial, em face a existência da irregularidades

supracitadas em cada projeto cultural.

Deixo de aplicar multa em face ao disposto no

artigo 73, § 6º da LOTCEPE.

Anexo Projeto Empreendedor

II

86/98 – “Apagaram o

Candeeiro, Acenderam a

Luz” Marcelo Bastos Valença

III

581/99 – “Arquitetura

Contemporânea de

Pernambuco (1970-1999)”

Álvaro Lima Freire do

Amaral e Bruno Celso de

Araújo Ferraz

IX

881/00 – “III Festival de

Música de Câmara de

Pernambuco” Ana Lúcia Altino Garcia

X

879/00 – “Espetáculos

Musicais” Ana Lúcia Altino Garcia

XI

993/00 – “II Concurso

Internacional de Humor e

Quadrinhos”

Luiz Gustavo de Amorim

Guedes

XII

994/00 – “II Festival

Internacional de Humor e

Quadrinhos”

Daniel Mário da Costa

Verçosa

XIV 995/00 – “Observatório Severino Eudson Catão

Page 123: Projetos irregulares no Sic PE

123

Cultural Malakoff –

Programação e Produção

Cultural”

Ferreira

XV

92/98 – “CD Alô

Pernambuco” Elizabeth Alves da Silva

XVI

385/99 – “ABRIL PRO ROCK

99” Paulo André Moraes Pires

XVII

1.071/00 – “Jardim

Cultural Artístico”

Silvio Fraga Rocha

Pontual

XVIII 541/99 – “Viva Pernambuco”

José Astrogildo dos

Santos

XIX

867/99 – “Projeto

Itinerante de Cultura”

Milton Fonseca de

Santana Filho

XX

93/98 – “VIII Festival de

Inverno de Garanhuns”

José Astrogildo dos

Santos

XXI

26/01 – “Festividades

Juninas no Agreste”

Milton Fonseca de

Santana Filho

XXII

451/01 – “Pernambuco

Musical”

José Astrogildo dos

Santos

XXIII

449/01 – “Artesanato

Itinerante”

José Astrogildo dos

Santos

XXIV

452/01 – “II Festival

Nacional de Repentistas”

José Astrogildo dos

Santos

XXV

361/01 – “III Feira

Internacional do Livro de

Pernambuco”

Rogério Bezerra

Robalinho de Oliveira

Cavalcanti

XXVI

875/00 – “Campanha

Cultural de Prevenção à

AIDS”

Rogério Bezerra

Robalinho de Oliveira

Cavalcanti

XXVIII

569/99 – “Festival de

Inverno de Garanhuns”

Rogério Bezerra

Robalinho de Oliveira

Cavalcanti

XXIX

081/98 - “Centro de

Documentação: Organização

do Arquivo Gilberto Freyre

de Documentos Textuais”

Sonia Maria Freyre

Pimentel

XXX

90/98 - “Centro de

Documentação:

Informatização do Arquivo

Gilberto Freyre de

Documentos Textuais”

Fernando Alfredo Guedes

Pereira de Mello Freyre

XXXI

91/98 -“Centro de

Documentação: Divulgação

do Arquivo Gilberto Freyre

de Documentos Textuais”

Gilberto de Mello Freyre

Neto

XXXIV 467/01 – “Mix 2001” Rodrigo Fragoso Moreda

XLII

558/99 - “IV Festival

Nacional de Dança do

Recife”

Fernanda Ferraz Goiana

Modesto

Page 124: Projetos irregulares no Sic PE

124

c) Projetos considerados Irregulares, porém com a

imputação de débito no montante de R$ 825.852,77 em face

inexistência de atestado de execução pela FUNDARPE;

CONSIDERANDO a ausência do Atesto de Execução do

Projeto – constatada no Relatório de Auditoria nos projetos

analisados nos Anexos IV, V, VI, VII, VIII, XIII e XXXVIII;

CONSIDERANDO a ausência de comprovação da

realização do objeto do projeto – constatada no Relatório

de Auditoria nos projetos analisados nos Anexos –IV, VI,

VII e VIII;

CONSIDERANDO o pagamento de despesas não

previstas no orçamento do projeto – constatada no Relatório

de Auditoria no projeto analisado no Anexo XXXVIII;

CONSIDERANDO que foi pago valor superior ao

previsto no orçamento do projeto – constatada no Relatório

de Auditoria nos projetos analisados nos Anexos – IV, VII,

XIII;

CONSIDERANDO a ausência de notas fiscais–

constatada no Relatório de Auditoria no projeto analisado

no Anexo XXXVIII;

CONSIDERANDO a comprovação de despesas com notas

fiscais falsas– constatada no Relatório de Auditoria nos

projetos analisados nos Anexos – IV, V, VI, VII, VIII e

XIII;

CONSIDERANDO a comprovação de despesas com notas

fiscais com datas de emissão fora da ordem cronológica–

constatada no Relatório de Auditoria nos projetos

analisados nos Anexos – IV, V, VI, VII e XIII;

CONSIDERANDO que a Corregedoria Fazendária –

CORREFAZ enviou ao Ministério Público de Pernambuco cópia

da prestação de contas dos projetos culturais analisados no

Relatório de Auditoria nos Anexos – IV, V, VI, VII e VIIII;

CONSIDERANDO os termos do Parecer MPCO nº

404/2011;

CONSIDERANDO o disposto nos artigos 70 e 71,

incisos II e VIII e § 3º, combinados com o artigo 75 da

Constituição Federal, e no artigo 59, inciso III, alínea

“b” e “c”, da Lei Estadual nº 12.600/04 (Lei Orgânica do

Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco),

Julgo IRREGULARES as contas relativas aos

projetos culturais abaixo listados, objeto da presente

auditoria especial, determinado que seus responsáveis

restituam aos cofres da Fazenda Pública Estadual as

quantias abaixo individualizadas, corrigidas

monetariamente, a partir do primeiro dia do exercício

financeiro subseqüente ao das contas ora analisadas,

segundo os índices e condições estabelecidos na legislação

local para atualização dos créditos da Fazenda Pública, no

prazo de 15 (quinze) dias do trânsito em julgado desta

Page 125: Projetos irregulares no Sic PE

125

Decisão, encaminhando cópia da Guia de Recolhimento a este

Tribunal para baixa de débito. Não o fazendo, que Certidão

de Débito seja remetida à Procuradoria Geral do Estado para

as providências cabíveis.

Anexo Projeto Empreendedor

Valor a

Devolver

IV

724/99 –

“Forromoura 99

– Ano II” Ademir Alves de Lima 100.000,00

V

836/00 – “Guia

Zen Cultural” Lua da Silveira Jatobá 149.867,91

VI

864/00 –

“Moleque de

Rua” Emmanuel Parísio Barbosa 136.103,84

VII

885/00 –

“Pernambuco

Imortal” Edílson Carlos Cassemiro 120.000,00

VIII

1.035/00 –

“Mãe Natureza”

Júlio César Pereira

Celestino 61.000,00

XIII

992/00 –

“Observatório

Cultural

Malakoff –

Equipamentos e

Suporte para

Atividades

Culturais” Hilton Gomes Costa Filho 198.611,02

XXXVIII

762/99 –

“Espetáculo

Inês” Jorge Clésio da Silva 60.000,00

____________________________________________________________

_____ O CONSELHEIRO CARLOS PORTO VOTOU DE ACORDO COM A

RELATORA. O CONSELHEIRO PRESIDENTE, TAMBÉM, ACOMPANHOU O

VOTO DA RELATORA. PRESENTE O PROCURADOR DR. GUIDO ROSTAND

CORDEIRO MONTEIRO.

ASF/ACS