resumo piaget

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RESUMO O trabalho a seguir pretende abordar um tema bem discutido hoje, analisando e refletindo uma maneira pela qual o processo de Ensino x Aprendizagem da Matemática se desse de uma forma mais prazerosa e significativa para o educando. Para isso, pesquisou-se como se dá o processo de construção do pensamento (desenvolvimento cognitivo) no ser humano, e em seguida escolheu-se a metodologia embasada na estratégia de jogos para se trabalhar a matemática assim como o raciocínio e a conquista da autonomia. Palavras-Chave: Matemática; Ensino e Aprendizagem; raciocínio. 1 – INTRODUÇÃO Aquele que ensina se imagina detentor da verdade, como um tesouro ou um segredo que ele irá revelar á todos. O conhecimento está sendo construído de forma fragmentada, cada vez mergulhamos em uma maior especialização, a matemática já vem há muito tempo sendo ensinada dividida em geometria, trigonometria, aritmética entre outras áreas, já a língua portuguesa se reparte em gramática, ortografia, e literaturas. As outras matérias dos ensinos médio e fundamental também se repartem, como se a simples existência destas disciplinas já não significasse um conhecimento partido, e cada vez mais longe da realidade do aluno. O pensamento infantil e o processo de construção e apropriação do conceito de número pela criança são os temas que abordaremos neste trabalho, com o objetivo de mostrar que

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Autor: Donisete Bauer Maciel

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RESUMOO trabalho a seguir pretende abordar um tema bem discutido hoje, analisando e refletindo uma maneira pela qual o processo de Ensino x Aprendizagem da Matemtica se desse de uma forma mais prazerosa e significativa para o educando. Para isso, pesquisou-se como se d o processo de construo do pensamento (desenvolvimento cognitivo) no ser humano, e em seguida escolheu-se a metodologia embasada na estratgia de jogos para se trabalhar a matemtica assim como o raciocnio e a conquista da autonomia.Palavras-Chave:Matemtica; Ensino e Aprendizagem; raciocnio.

1 INTRODUOAquele que ensina se imagina detentor da verdade, como um tesouro ou um segredo que ele ir revelar todos. O conhecimento est sendo construdo de forma fragmentada, cada vez mergulhamos em uma maior especializao, a matemtica j vem h muito tempo sendo ensinada dividida em geometria, trigonometria, aritmtica entre outras reas, j a lngua portuguesa se reparte em gramtica, ortografia, e literaturas. As outras matrias dos ensinos mdio e fundamental tambm se repartem, como se a simples existncia destas disciplinas j no significasse um conhecimento partido, e cada vez mais longe da realidade do aluno.O pensamento infantil e o processo de construo e apropriao do conceito de nmero pela criana so os temas que abordaremos neste trabalho, com o objetivo de mostrar que professor pode tornar a aula mais prazerosa, usar tcnicas e mtodos para incentivar o aluno, tornar o aprender mais fcil, divertido, usando a criatividade.Destacaremos a seguir a importncia da aprendizagem significativa, partindo de situaes reais da sala de aula. Citaremos autores como Piaget, Vygotsky, Wadsworth, e seus pensamentos a respeito do assunto mencionado acima.

2 OS ESTGIOS COGNITIVOSSegundo Piaget (1990, P.01) escreve: O conhecimento no pode ser concebido como algo predeterminado nem nas estruturas internas do sujeito, porquanto estas resultam de uma construo efetiva e contnua. Os quatro estgios do desenvolvimento cognitivos, ora mencionados so: Sensrio-motor; Pensamento pr-operatrio; Operaes concretas; Operaes formais;

2.1 O PERODO SENSRIO-MOTOR: DE 0 A 2 ANOSEsse perodo caracterizado pelo fato da criana no possuir discernimento entre ela mesma e o meio, ou seja, a criana no possui identidade. O que possibilita a reverso deste quadro, isto , o que permeia a construo dessa noo de diferenas existentes entre ela e os objetos a ao.Segundo os trabalhos escritos por Piaget (1988), apesar de haver essa indiferenciao entre o sujeito e o objeto, a ponto do primeiro no se conhecer como origem de suas aes, o mesmo tem uma tendncia de centrar as aes no prprio corpo quando a ateno est voltada para o exterior _ objetos. Isso se d devido ao fato de que a indiferenciao e a centralizao das aes primitivas relacionam-se ambas com uma terceira caracterstica: elas ainda no so coordenadas entre si, e cada uma constitui um pequeno todo isolvel, ligando diretamente o prprio corpo ao objeto (chupar, olhar, agarrar, etc.).Segue-se ento, uma falta de diferenciao, pois o sujeito s se afirmar quando, posteriormente coordenar livremente suas aes, e o objeto s se constituir ao submeter-se ou ao resistir s coordenaes de movimento ou de posio num sistema corrente. Por outro lado, como cada ao ainda forma um todo isolvel, sua nica referncia comum e constante s pode ser o prprio corpo, da uma centralizao automtica sobre ele, embora nem deliberada, nem consciente. A respeito da ao, Piaget (1988, P.23) escreve:A ao s possvel graas construo pela criana de esquemas motores. A criana, ao nascer traz uma bagagem hereditria em que figuram nervos, msculos, reflexos e assim por diante. A partir da so construdos os esquemas motores. Por exemplo: o esquema pegar, derivado do reflexo de preenso.

2.2 PENSAMENTO PR-OPERATRIO: 2 A 7 ANOSDe acordo com Wadsworth (1989), o ponto de vista qualitativo, o pensamento da criana pr-operacional representa um avano sobre o pensamento da criana sensrio-motora. O pensamento pr-operacional no mais um pensamento preso aos eventos perceptivos e motores. Agora ele essencialmente representacional (simblico); e as seqncias de comportamento podem ser elaboradas mentalmente e no apenas em situaes fsicas e reais.Mesmo assim, a percepo ainda domina o raciocnio. A criana incapaz de reverter s operaes e no consegue acompanhar transformaes, a percepo tende a ser centrada e a criana egocntrica. Estas caractersticas tornam o pensamento lento, concreto e restrito. Com relao ao da percepo ainda dominar o raciocnio, Wadsworth (1989) escreve:Se apresenta a uma criana de 4 ou 5 anos uma fileira composta por peas de jogo de damas, ou de outros objetos, e pede-se a ela para construir uma fileira do mesmo comprimento, podendo no corresponder quanto ao nmero de elementos. A construo tpica consiste em colocar duas peas das pontas do modelo, e depois preencher o espao com um nmero de peas sem correspondncia uma a uma. Se houver correspondncia, mero acidente. (p. 66)Segundo Piaget, este estgio marcado por algumas aquisies dramticas. A linguagem adquirida muito rapidamente entre as idades de dois a quatro anos. A este respeito, Piaget (1990) escreve: a passagem das condutas sensrio-motoras para as aes conceitualizadas deve-se no apenas a vida social, mas tambm aos progressos da inteligncia pr-verbal em seu conjunto e interiorizao da imitao em representaes. (p. 19).O comportamento, na fase inicial do estgio, predominantemente egocntrico e no social. Estas caractersticas tornam-se menos dominante medida que o estgio avana e em torno dos seis ou sete anos as conversas infantis se transformam em comunicativa e social.

2.3 PENSAMENTO OPERATRIO CONCRETO: 7 AOS 10 ANOSPiaget verificou que o estgio das operaes concretas um perodo de transio entre o pensamento pr-operacional e o pensamento formal. Com relao a isto, Piaget (1990) escreve: jamais se observam comeos absolutos no decorrer do desenvolvimento, e o que novo decorre ou de diferenciaes progressivas ou de coordenaes graduais, ou das duas coisas ao mesmo tempo. (p. 29).Durante o estgio operacional concreto, a criana atinge o uso das operaes completamente lgicas pela primeira vez. O pensamento deixa de ser dominado pelas percepes e a criana torna-se capaz de resolver problemas que existem ou existiram (so concretos) em sua experincia.No que diz respeito percepo e a resoluo de problemas, Piaget (1990) escreveu:O exemplo da seriao particularmente claro a esse respeito. Quando se trata de ordenar uma dezena de varetas pouco diferentes entre si (de maneira a necessitar de comparaes duas a duas), os sujeitos do primeiro nvel pr-operatrio procedem por pares (uma pequena e uma grande, etc.) ou por trios (uma pequena, uma mdia e uma grande, etc.), mas sem poder em seguida coorden-las numa srie nica.Os sujeitos do segundo nvel chegam srie correta, mas por tentativa e erro. No presente nvel, em contrapartida, eles utilizam com freqncia um mtodo exaustivo que consiste em procurar primeiro o menor dos elementos, depois o menor dos que restam, e assim por diante. Ora v-se que tal mtodo equivale a admitir de antemo que um elemento E qualquer sero, ao mesmo tempo, maior do que as varetas j colocadas, ou seja, E > D, C, B, A, e menor que aqueles que ainda faltam colocar, ou seja, E e